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A cada dia se torna mais difícil imaginarmos o mundo como ele é atualmente sem as
aplicações de análise espacial. Os conceitos e operações entre vetores, equação
vetorial da reta e do plano estão presentes nas mais diversas áreas. Em um projeto
aerodinâmico, por exemplo, representamos a partir de vetores as forças que estão
atuando em um avião ou veículo espacial; informações sobre o comportamento do
fluxo de ar em diferentes partes das aeronaves são descritas por um campo de
vetores e suas operações. Outro exemplo ocorre na criação de jogos, em que os
movimentos e ações dos personagens são programados com base em conceitos e
operações entre vetores e equação vetorial da reta. Os conhecimentos adquiridos
nesta disciplina irão proporcionar aos futuros engenheiros uma bagagem necessária
para desenvolver projetos de excelência para diversas áreas de atuação.
Objetivos
Conteúdo Programático
Autoria
Objetivo
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de:
Conteúdo Programático
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas:
Figura 1.
Quais as grandezas físicas que são descritas por vetores? Grandezas físicas como
massa, densidade e volume são completamente definidas por um valor numérico
(acompanhado de uma unidade de medida), sendo chamadas grandezas escalares.
Por outro lado, grandezas físicas tais como força, velocidade e aceleração são
completamente caracterizadas por um valor numérico (chamado módulo) e por sua
direção e sentido. Grandezas desse tipo são chamadas grandezas vetoriais e são
representadas por vetores.
A Figura 3 ilustra um jogo cujo objetivo é que o guerreiro conquiste o maior número de
tesouros em sua jornada. Podemos mover o guerreiro em duas direções (vertical ou
horizontal) e cada direção tem dois sentidos possíveis. Neste exemplo, o vetor 𝑣 = 𝐴𝐵
descreve o movimento na direção horizontal (ou do eixo 𝑥) e no sentido de A para B
(ou da esquerda para a direita) e o seu módulo (|𝑣| = 2m) indica o quanto o guerreiro
se deslocou. Para ir do ponto A ao tesouro 4 (vetor 𝐴𝐸), a direção é horizontal e o
sentido é de A para E (ou da direita para a esquerda).
Figura 3.
Ângulo entre dois vetores
Figura 4.
Em muitas situações práticas precisamos saber o ângulo entre
dois vetores para calcular, por exemplo, a direção e o sentido
do vetor velocidade resultante. A Figura 4 mostra dois vetores
formando um ângulo 𝜃 entre si. Destaca-se que o ângulo 𝜃
entre dois vetores pode assumir valores entre 0 e 180°.
Figura 5.
Na Figura 5, o avião, com
velocidade descrita pelo vetor 𝑣,
encontra um vento indicado pelo
vetor 𝑣!"#$% , que aponta na
mesma direção e sentido de 𝑣,
formando um ângulo 𝜃 = 0.
Destaca-se que estes vetores são
paralelos.
Figura 6.
Figura 7.
Essas duas situações mostram vetores que estão na mesma direção e são chamados
vetores paralelos. Vejamos agora como somar dois vetores (𝑢 e 𝑣 ) que estão na
mesma direção.
Figura 8.
Vamos somar agora os vetores referentes à Figura 8, onde temos, do lado direito, que
os dois vetores 𝑢 e 𝑣 juntos (somados) formam um único vetor, chamado vetor soma
(𝑠) ou vetor resultante. O módulo do vetor soma é igual a soma dos módulos de cada
vetor: 𝑠 = 𝑢 + 𝑣 .
b) vetores 𝑢 e 𝑣 na mesma direção e em sentidos contrários.
Figura 9.
𝑠 = 𝑢 − 𝑣.
O avião, na Figura 10, tem velocidade descrita pelo vetor 𝑣, de módulo igual
a 300 km/h, encontra um vento do oeste para o leste indicado pelo vetor
𝑣!"#$% , de módulo igual a 100 km/h. Vamos representar geometricamente o
vetor resultante e calcular o seu módulo.
Figura 10.
A Figura 11 mostra outro exemplo de vento apontando do leste para o oeste.
Os vetores estão na mesma direção e sentidos contrários. Dessa forma,
calculamos o módulo do vetor resultante subtraindo o módulo do maior vetor
pelo módulo do menor vetor:
Figura 11.
Figura 12.
Aplicamos a regra da soma poligonal em duas etapas:
1ª
Ligamos os vetores posicionando a extremidade de um vetor com a origem de outro vetor (figura
13).
2ª
Traçamos o vetor deslocamento resultante com a sua origem no ponto inicial e extremidade no
ponto final (figura 14).
Figura 16.
Regra do paralelogramo
Outra forma de somarmos dois vetores que estão em direção diferentes é a partir da
regra do paralelogramo. Vamos usar essa regra para somar os vetores 𝑢 e 𝑣
mostrados na Figura 17.
Figura 17.
Aplicamos a regra do paralelogramo em três etapas:
1ª 2ª 3ª
Figura 21.
Aplicaremos agora a regra do paralelogramo para obter o vetor velocidade resultante.
Observe as etapas a seguir:
1ª 2ª 3ª
Figura 25.
Tema 2
Operações básicas do ponto de vista algébrico e
geométrico no plano e no espaço
Muitas vezes nos vemos diante de situações nas quais estamos interessados em
aumentar ou diminuir o tamanho de um vetor, ou até mesmo mudar o seu sentido.
1ª 2ª
Note que a distância entre dois pontos vizinhos é igual a 2m e tem o mesmo valor do
módulo de 𝑣 e 𝑠, com exceção da distância entre os pontos C e D, que é igual à
metade do tamanho do vetor 𝑠.
Figura 30.
Nesta situação, o vetor, que vamos chamar de 𝑢, descreve o deslocamento entre os
pontos A e C e é igual a duas vezes o vetor 𝑣, ou seja, 𝑢 = 2𝑣, conforme ilustra a
Figura 31. Comparando com a Figura 28, notem que, neste exemplo 𝑘 = 2 (𝑘 > 0),
logo os vetores 𝑢 e 𝑣 estão na mesma direção e sentido.
Figura 31.
Figura 32.
Uma outra situação é mostrada na Figura 32. Para movermos o
guerreiro do ponto A ao ponto G, o deslocamento é oposto ao
vetor 𝑣, ou seja, é descrito pelo vetor 𝑢 = −𝑣. Neste exemplo,
𝑘 = −1 e os vetores 𝑢 e 𝑣 estão na mesma direção e em
sentidos contrários.
Figura 33.
Figura 34. !
Reparem que o vetor 𝑠 tem módulo unitário, pois a distância
!
entre os pontos C e D é igual a um. Um vetor com módulo igual
(unitário) é chamado de vetor unitário, que por sua vez tem o
papel importante de indicar a direção de um vetor. O vetor
unitário que tem a mesma direção e sentido de um vetor 𝑢 é
chamado de versor de 𝑢. Vemos, na Figura 34, o vetor 𝑢 e o seu
versor, simbolizado por 𝑢. Notem que enquanto o vetor unitário
indica a direção de um vetor, um versor vai mais além e aponta
na mesma direção e o sentido de um vetor.
!
Como exemplo, na figura 35 vemos lado a lado o vetor 𝑠 e o seu versor 𝑠 = 𝑠.
!
Figura 35.
!
Calculamos o versor de um vetor dividindo o vetor pelo seu módulo, ou seja, 𝑢 = .
|!|
Figura 36.
No exemplo mostrado na Figura 33, observamos que o vetor
!
𝑆!" = 2𝑣 + 𝑠 é igual à soma de dois vetores que estão em
!
direções diferentes, ou seja, estamos representando um vetor
!
no plano, o vetor 𝑆!" , como uma soma dois vetores 2𝑣 e 𝑠 .
!
Na Figura 36 também vemos dois vetores que estão em
direções diferentes, em que 𝑣! e 𝑣! são dois vetores não
paralelos, multiplicados pelos números reais 𝑎 e 𝑏,
respectivamente.
Figura 37.
Vemos nessa figura o vetor 𝑉, que é um vetor qualquer do plano. Dizemos que o
vetor 𝑉 é uma combinação linear dos vetores 𝑣! e 𝑣! .
Vamos abrir um parêntese aqui para destacar os papéis das constantes e dos vetores
mostrados na Figura 37. O conjunto formado pelos vetores 𝑣! e 𝑣! é chamado de base
de vetores do plano e os números 𝑎 e 𝑏 são as coordenadas do vetor nesse plano. A
base de vetores formada por vetores unitários e ortogonais é chamada base
ortonormal. Por exemplo, a base ortonormal do plano que define o sistema de
coordenada cartesiano, chamada de base canônica, é constituída pelos vetores 𝚤 e 𝚥
nas direções dos eixos 𝑥 e 𝑦, respectivamente, conforme mostra a Figura 38.
Figura 40.
Vemos na Figura 41 que as coordenadas 𝑥 e 𝑦 do vetor são os lados do triângulo
retângulo. Para sabemos o módulo do vetor, aplicamos o teorema Pitágoras ao
triângulo retângulo:
Figura 41.
|𝑢|! = 𝑥 ! + 𝑦 ! ∴ 𝑢 = 𝑥! + 𝑦!
cateto oposto 𝑦
tg 𝜃 = ∴ tg 𝜃 =
cateto adjacente 𝑥
Componente 𝒙 Componente 𝒚
!"#$#% !"#!$%&'% !
cos 𝜃 = ⇒ cos 𝜃 = ∴ cateto oposto 𝑦
!"#$%&'()* ! sen 𝜃 = ⇒ sen 𝜃 =
hipotenusa 𝑢
𝑥 = 𝑢 cos 𝜃
∴ 𝑦 = 𝑢 sen 𝜃
!""
tan 𝜃 = = 2 ∴ 𝜃 = arc tag (2). Com auxílio de uma calculadora, encontramos
!""
𝜃 = 63,4°.
Vídeo
Equilíbrio de forças
Figura 46.
Agora vamos ver um exemplo que mostra como podemos decompor um vetor em suas
componentes para encontrar a resultante de forças.
Um motor, para ser inspecionado, é suspenso por cabos de aço conforme ilustra a
Figura 47. Sabendo que |𝑇! | = 1127 N, vamos calcular os módulos das trações 𝑇! e
𝑇! que sustentam o motor na situação de equilíbrio mostrada na figura. Dados: cos
50° = 0,64 e sen 50° = 0,76.
Figura 47.
|!!! |
|𝑇! | = = 1482,9N
!"# !"
Para o equilíbrio na direção horizontal: |𝑇!! | = |𝑇! |. Calculamos |𝑇!! | com a equação
(2), portanto |𝑇! | = 721,3 N.
Vamos calcular a força de reação de apoio. Notem que as duas forças normais se
!
equilibram com o peso, ou seja 2|𝑁| = |𝑃| ∴ |𝑁| = = 6. Dessa forma, cada coluna
!
sustenta a força de 6N.
Sabemos, então, em que direção o avião é desviado pelo vento (desviado por um
ângulo θ) e o piloto ou computador de voo poderá corrigir a trajetória girando o bico do
avião (o seu vetor velocidade) para o outro lado com o mesmo ângulo, conforme
ilustra a figura a seguir.
Considerando a possibilidade da aplicação do
conhecimento sobre vetores em diversas áreas, como
é possível representar os movimentos de um
personagem na tela de um jogo?
O movimento pode ser ao longo do vetor 𝐴𝐵 (caminho mais rápido), conforme ilustra a
figura a seguir:
Outra possibilidade é o movimento ser na direção dos vetores unitários na
representação 𝐴𝐵 = 𝑥! − 𝑥! 𝚤 + (𝑦! − 𝑦! )𝚥, conforme ilustra a próxima figura:
Grandes obras de engenharia, como pontes e edifícios, devem manter sua integridade
e resistir a esforços mecânicos devido às vibrações em sua estrutura e a todo o peso
que elas são capazes de sustentar.
Para haver equilíbrio das forças que sustentam uma estrutura, sua soma vetorial deve
ser igual a zero. Para verificar se a soma vetorial das forças é igual a zero, é preciso
calcular a resultante das forças que estão em uma mesma direção (vetores paralelos)
ou em direções diferentes (regra do paralelogramo e da soma poligonal). Podemos
também decompor as componentes do vetor em duas direções e verificar se os
vetores estão em equilíbrio em cada uma dessas direções.
Resumo da Unidade