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Força de Vontade:
É assim que a força de vontade se torna um hábito: escolhendo certo
comportamento de antemão e seguindo uma rotina quando um ponto de
inflexão surge. Quando os pacientes escoceses preencheram seus folhetos, ou
quando Travis estudou o método LATTE, decidiram com antecedência como
reagiriam a uma deixa — uma dor no músculo ou um cliente irritado. Quando a
deixa chegava, a rotina acontecia.
“E realmente acredito que se você diz às pessoas que elas possuem o que é
necessário para dar certo na vida, elas provam que você tem razão.”
Bons líderes aproveitam crises para reformular hábitos organizacionais.
Na verdade, uma crise é uma oportunidade tão preciosa que um líder sábio
muitas vezes prolonga de propósito um senso de emergência. Isso foi
exatamente o que aconteceu depois do incêndio na estação King’s Cross.
O que ele descobriu se tornou um pilar da teoria do marketing moderno: os
hábitos de compra das pessoas tendem a mudar mais quando elas passam por
um grande acontecimento na vida. Quando uma pessoa se casa, por exemplo,
tem mais chances de começar a comprar um novo tipo de café. Quando se
muda para uma casa nova, está mais propensa a comprar um tipo diferente de
cereal matinal. Quando se divorcia, há uma probabilidade maior de que
comece a comprar marcas diferentes de cerveja
Em boa parte do tempo, não escolhemos de fato se gostamos ou não
gostamos de uma música. Isso exigiria muito esforço mental. Em vez disso,
reagimos às deixas (“Isso soa como todas as outras músicas de que eu já
gostei”) e recompensas (“É divertido cantarolar junto!”) e, sem pensar, ou
começamos a cantar, ou estendemos o braço e mudamos de estação.
Então, como os DJs convencem os ouvintes a continuar ouvindo músicas como
Hey Ya! por tempo suficiente para que elas se tornem familiares? Como a
Target convence mulheres grávidas a usar cupons de fraldas sem deixá-las
assustadas?
RESPOSTA: Vestindo uma coisa nova numa embalagem velha, e fazendo
com que o desconhecido pareça familiar.
Seja vendendo uma nova música, uma nova comida ou um novo berço, a lição
é a mesma: se você veste alguma coisa nova em hábitos antigos, fica mais
fácil para o público aceitá-la
Os hábitos podem ser alterados, se entendermos como eles funcionam.
Centenas de hábitos influenciam nossos dias — eles orientam o modo como
nos vestimos de manhã, como falamos com nossos filhos e adormecemos à
noite; eles afetam o que comemos no almoço, como realizamos negócios e se
vamos fazer exercícios ou tomar uma cerveja depois do trabalho. Cada um
deles tem uma deixa diferente e oferece uma recompensa única. Alguns são
simples e outros são complexos, apoiando-se em gatilhos emocionais e
oferecendo prêmios neuroquímicos sutis. Porém todo hábito, por maior que
seja sua complexidade, é maleável. Os alcoólatras mais viciados podem ficar
sóbrios. As empresas mais disfuncionais podem se transformar. Um menino
que largou o ensino médio pode se tornar um gerente bem-sucedido. No
entanto, para modificar um hábito, você precisa decidir mudá-lo. Deve aceitar
conscientemente a dura tarefa de identificar as deixas e recompensas que
impulsionam as rotinas do hábito e encontrar alternativas. Você precisa saber
que possui o controle e ser autoconsciente o bastante para usá-lo — e cada
capítulo deste livro é dedicado a ilustrar um aspecto diferente de por que esse
controle é real.
Uma vez que você entende que os hábitos podem mudar, você tem a
liberdade — e a responsabilidade — de transformá-los. Quando você
entende que os hábitos podem ser reconstruídos, o poder do hábito
torna-se mais fácil de controlar, e a única opção que resta é pôr as mãos
à obra.
Os hábitos, ele notou, são o que nos permite “fazer uma coisa com
dificuldade da primeira vez, mas logo fazê-la de modo cada vez mais fácil
e, por fim, com prática suficiente, fazê-la de modo semimecânico, ou com
praticamente nenhuma consciência”