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SUMÁRIO
GÊNERO, UMA TEMÁTICA SENSÍVEL NO ESPAÇO ESCOLAR: PLANO DE AULA, PERSPECTIVAS E 98-108
APLICABILIDADES
PACTO NACIONAL PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA – PNAIC: IMPACTOS E CONTRIBUIÇÕES 109-123
PARA A FORMAÇÃO DOS PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE UIRAÚNA/PB
Sharliany Fernandes Vieira
Raiza Thalita Feliz Almeida de Morais
EDUCAÇÃO (PATRIMONIAL, FISCAL E INCLUSIVA): RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM SALA DE AULA. 233-250
EDUCAÇÃO GERAL E A ARTE DE EDUCAR DE KANT: (RE) INICIANDO UM DIÁLOGO COM KANT 251-265
Luzitânia Luzitânia Dall'Agnol
Rozana Carvalho Pereira
UMA ANÁLISE DOS CONJUNTOS FUNCIONAIS NUMA PERSPECTIVA WALLONIANA: CONTRIBUIÇÕES 266-279
PARA EDUCAÇÃO INFANTIL
REFLEXÕES SOBRE A TEORIA QUEER: CONHECENDO PARA DESCONSTRUIR QUESTÕES ELEMENTARES 297-306
Elizângela Vieira Pessoa
Rozenilda Temoteo Macie
Maria Thaís de Oliveira Batista
CONTRIBUIÇÕES DOS JOGOS PARA O ENSINO DE MATEMÁTICA PARA ALUNOS SURDOS 377-397
Adriana Moreira De Souza Corrêa
Erica Duarte Arruda
Williana Ferreira De Andrade
UMA DIDÁTICA PARA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: OS DESAFIOS DA DIALÉTICA NOS ANOS 406-427
INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Tatiane Braga de Sa
Cristina Novikoff
DIÁLOGOS SOBRE AS ATUAIS REFORMAS DO ENSINO MÉDIO NA PERSPECTIVA DE EDGAR MORIN 582-592
Daniela Cristina Pereira Ramos
Mikaelly Rhayanne Soares de Caldas
Larisse Batista Pedrosa
ESCRITA E CIDADANIA: EXPERIÊNCIAS COM TURMAS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO 688-704
MUNICÍPIO DE CACHOEIRA DOS ÍNDIOS (PB)
Maria Izabel Brito Moreira
Rose Maria Leite De Oliveira Oliveira
ANÁLISE DAS IDEOLOGIAS E PONTOS DE VISTA NO LIVRO DIDÁTICO DO 9º ANO DE LÍNGUA 705-721
PORTUGUESA: UMA ESTRATÉGIA DE TRABALHO COM O GÊNERO ARTIGO DE OPINIÃO
Lucas Cesar de Oliveira
Hérica Paiva Pereira
Marcelo Liparini Vieira
LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA PORTUGUESA DO 8° ANO: UMA ANÁLISE DA ABORDAGEM GRAMATICAL 722-740
Marcelo Liparini Vieira
Maria Nazareth de Lima Arrais
Lucas Cesar de Oliveira
TIRINHAS, CHARGES E CARTUNS NO ENEM: UM BALANÇO SOBRE DE COMO ESSES GÊNEROS FORAM 754-764
ABORDADOS NA PROVA DE LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Francisco Cleiton Limeira de Sousa
Jazon Heberthy Pereira
A GRAMÁTICA COM FOCO NO USO: UMA ESTRATÉGIA PARA A INOVAÇÃO DO ENSINO DE LÍNGUA 823-838
PORTUGUESA
Daniel Soares Dantas
Hérica Paiva Pereira
PERFIL DA PESQUISA CONTÁBIL NO BRASIL: ANÁLISE DE REVISTAS DE CONTABILIDADE COM QUALIS 1007-1021
A E B NO PERÍODO DE 2010 À 2016
Rayanne Batista
Gianinni Martins Pereira Cirne
Islania Lira Delfino
MÚSICA E ARTE: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL 1157-1167
UMA RÁPIDA AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO DE PROFESSORES SOBRE A CONTRIBUIÇÃO DOS PROJETOS 1253-1259
DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA A FORMAÇÃO DE ALUNOS
Aurinete Oliveira Silva
Silvio Felipe Barbosa Lima
JOGOS DIGITAIS PARA O ENSINO DAS QUATRO OPERAÇÕES MATEMÁTICAS DISPONÍVEIS NA PLAY 1317-1331
STORE
Erica Edmajan De Abreu,
Egle Katarinne Souza Da Silva,
Edilson Leite Da Silva
PRODUÇÃO DE VÍDEOS TUTORIAIS POR ALUNOS E PROFESSORES COM FINS EDUCACIONAIS COMO 1440-1450
AUXÍLIO AO ENSINO PRESENCIAL
JOGOS DIGITAIS PARA ALFABETIZAÇÃO EM LIBRAS E PORTUGUÊS DISPONÍVEIS NO PLAY STORE 1487-1506
Adriana Moreira de Souza Corrêa
Egle Katarinne Souza da Silva
Edilson Leite Da Silva
PROCESSO EDUCATIVO SOBRE PRIMEIROS SOCORROS PARA DISCENTES DE UMA INSTITUIÇÃO DE 1584-1596
ENSINO
Luana Gislene Herculano Lemos
Laurita da Silva Cartaxo
Edson da Silva Oliveira
METODOLOGIAS ATIVAS PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS E BIOLOGIA: UMA RESSIGNIFICAÇÃO PARA A 1653-1666
PRÁTICA DOCENTE
Raimunda de Fátima Neves Coêlho
Emanuel Evaristo de Sousa
PREVALÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE SÍFILIS CONGÊNITA NA PARAÍBA 2013- 2017 1678-1687
Vitória Bezerra Nogueira
Maria Aparecida Nascimento Da Silva
Arydyjany Gonçalves Nascimento
CONHECIMENTO DOS PAIS E RESPONSÁVEIS SOBRE A HIGIENE BUCAL DOS BEBÊS 1698-1708
Maria Fernanda Lopes Linhares
Alana Cândido Paulo
Alana Kelly Maia Macedo Nobre de Lima
OS EFEITOS DO ESTIGMA SOFRIDO PELO INDIVÍDUO COM DIAGNÓSTICO DE HANSENÍASE: REVISÃO 1787-1798
INTEGRATIVA DE LITERATURA
Núbia Maria Figueiredo Dantas
Raquel de Jesus Rocha da Silva
Rafaela Rolim de Oliveira
CONCEPÇÕES DAS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DO USO DO ÁLCOOL DOS DISCENTES DO ENSINO MÉDIO 2012-2020
DA CIDADE DE IPAUMIRIM-CE
EDUCAÇÃO GERAL E A ARTE DE EDUCAR DE KANT: (RE) INICIANDO UM DIÁLOGO COM KANT 2043-2057
Luzitânia Luzitânia Dall'Agnol
Rozana Carvalho Pereira
ALBEE E SUAS CRÍTICAS AOS PADRÕES SOCIAS EM THE ZOO STORY 2058-2066
Maira de Sousa Pereira
Thayany de Oliveira Batista
Maria Thaís de Oliveira Batista
CONCEPÇÕES ALTERNATIVAS SOBRE DO CONCEITO DE INÉRCIA NO ENSINO MÉDIO: UMA REVISÃO 2083-2095
BIBLIOGRÁFICA
José Robbyslandyo da Silva Santos
Mirleide Dantas Lopes
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo principal estimular reflexões acerca da discussão sobre identidade de
gênero no brincar dentro do âmbito escolar. E através da peça Desventuras na Escola apresentada na
Unidade Acadêmica de Educação Infantil (UAEI) da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG) – Campus de Campina Grande-PB, exploramos a respeito da temática, abordando a definição
do conceito de identidade de gênero e a historicidade do gênero no brincar. A partir disso, juntamente
com alguns teóricos como Bicalho (2013), Campos (2009), Sayão (2002), Louro (1997), entre outros,
analisaremos a construção cultural demonstrando como essa cultura conservadora permanece nos dias
atuais.
PALAVRAS-CHAVE: identidade; gênero; brincar; educação infantil.
ABSTRACT
1
Graduanda de licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande - Campus Cajazeiras,
secretária geral do Centro Acadêmico de Pedagogia da UFCG/CFP, voluntária do projeto de pesquisa e
extensão: Integração ensino-serviço na humanização do cuidado às crianças e adolescentes hospitalizados na
UFCG/CFP.
cristynnadias14@gmail.com
2
Graduanda de licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande - Campus Cajazeiras,
bolsista no projeto de pesquisa e extensão: O feminino aprisionado: direitos humanos e relações de gênero no
Presídio Feminino de Cajazeiras – PB na UFCG/CFP.
gabimarques530@gmail.com
3
Doutora em Educação (UFRN). Professora do PROFLETRAS e da Unidade Acadêmica da Educação –
UFCG/CFP. Coordenadora do projeto de pesquisa e extensão: Integração ensino-serviço na humanização do
cuidado às crianças e adolescentes hospitalizados na UFCG/CFP.
marillacrs@gmail.com
This works presents and discuss the gender identity in the play within the school scope, has a main
objective to stimulate reflections about the theme. Through the Desventuras na Escola, an artistical
play presented at Unidade Acadêmica de Educação Infantil (UAEI) of the Universidade Federal de
Campina Grande (UFCG), was explored the subjects, addressing the definition of the concept of
gender identity and the historicity of the genre in the present play. Dialoging with some theorists like
Bicalho (2013), Campos (2009), Sayão (2002), Louro (1997), among others, this works analyze the
cultural construction, demonstrating how the contemporary culture remains conservative in the present
day.
KEY WORDS: identity; genre; play; child education.
2
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo principal estimular reflexiones acerca de la discusión sobre identidad
de género en el juego dentro del ámbito escolar. A través de la pieza Desventuras na Escola presentada
en la Unidade Acadêmica de Educação Infantil (UAEI) de la Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) - Campus de Campina Grande-PB, exploramos acerca de la temática, abordando la
definición del concepto de identidad de género y la historicidad del género en el juego. A partir de eso,
junto con algunos teóricos como Bicalho (2013), Campos (2009), Sayão (2002), Louro (1997), entre
otros, analizaremos la construcción cultural demostrando cómo esa cultura conservadora permanece en
los días actuales.
PALABRAS CHAVES: identidade; género; jugar; educación infantil.
INTRODUÇÃO
4
Centro de Formação de Professores/ Universidade Federal de Campina Grande.
5
Ministrada pela Profa. Dra. Luisa de Marillac Ramos Soares.
Mas o que seria identidade de gênero? Os professores têm tido informação e formação
suficiente sobre essa temática? A educação continua tradicionalista ou está progredindo diante
desses avanços?
Não cabe aqui responder a todas essas questões, mas sim, trazer reflexões sobre o
brincar na educação infantil contemporânea diante da identidade de gênero. E para isto,
teremos como objetivo evidenciar conceitos, o contexto histórico, a peça teatral Desventuras
na escola6e a construção das diferenças de gênero. 3
De acordo com Ciampa (1984), o termo identidade é a forma que o indivíduo
reconhece a si próprio; e isto está relacionado com as características do sujeito, as quais estão
em constante evolução, sejam elas individuais ou coletivas, como por exemplo, cor,
nacionalidade, data de nascimento, sexualidade, entre outros. Diante disso, podemos nos
questionar: como o gênero pode ser uma forma de identidade?
Scott (1995, p.5) defende que a definição de gênero foi concebida para contestar a um
determinismo biológico nos vínculos entre os sexos, destinando um caráter, sobretudo, social.
Sendo assim, o gênero era usado como sinônimo de “sexo”, de acordo com o conceito da
Biologia, logo, a diferenciação entre gênero masculino e gênero feminino, relacionava-se ao
que é próprio do sexo masculino e do feminino. Mas, atualmente para a Psicologia e Ciências
Sociais, o termo gênero não é algo relacionado à natureza humana, mas sim, às questões
sociais e culturais, levando em consideração os padrões histórico-sociais.
Sabendo-se que o significado de identidade é o conceito que a pessoa tem de si
mesma; identidade de gênero será a forma como ela se enxerga como ser humano sexual e os
sentimentos dela perante isto, sendo assim, está relacionado com a forma como vive e sente o
próprio corpo desde a experiência pessoal à social. Como afirma Bicalho,
6
Peça teatral elaborada pela turma do quarto período de licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de
Campina Grande - Campus Cajazeiras.
Isto não significa necessariamente que corresponde ao sexo biológico, e sim, ao modo
individual e íntimo que você se se identifica, à sua percepção interna com gênero masculino,
feminino ou ambos, independente da genitália.
Tendo em vista esse conceitos, primeiramente, abordaremos sobre como foi produzida
a apresentação teatral, sua metodologia, objetivos, resultados e o comportamento das crianças
diante do contexto. Logo após, faremos um breve percurso de como se constituiu a cultura da 4
identidade de gênero de acordo com o contexto histórico, mostrando assim, como a
construção social tem forte interferência na nossa idealização de papéis de gênero. E por fim,
conversaremos sobre o conservadorismo da questão de gênero nas escolas, embora tenha
elevado as discussões acerca do conteúdo, muitas escolas ainda veem como tabu, ocultando as
desigualdades no brincar entre crianças femininas e masculinas.
Desventuras Na Escola
A apresentação teatral surgiu através da leitura de vários livros, mas que dentre eles,
foram definidos apenas três para a junção e elaboração de uma nova história, os selecionados
foram: Até as princesas soltam pum7, Minha professora é um monstro8 e Os cachinhos de
Cecília9. E a partir delas, surgiu o roteiro da encenação, intitulado: Desventuras na escola,
escrito por dois alunos. Após discussão escolhemos um deles10, e no decorrer dos ensaios
recebeu a contribuição de alguns alunos. Já em relação ao desenvolvimento dos materiais
utilizados e os ensaios, todos eles foram produzidos dentro da sala de aula com a participação
efetiva dos alunos.
Tínhamos como foco principal a apresentação na UAEI da cidade de Campina
Grande-PB, em que teve como público-alvo crianças de dois a cinco anos, visando o
crescimento intelectual, entretenimento e desenvolvimento no processo de aprendizagem,
assim como o nosso, para a nossa formação como futuros educadores. Pois, sabemos a
importância da literatura infantil no ensino-aprendizado, como afirma Góes:
7
BRENNMAN, Ilan; ZILBERMAN, Ionit. Até as princesas soltam. São Paulo: Brinque Book, 2008.
8
BROWN, Peter. Minha professora é um monstro. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2015.
9
RIBEIRO, Suelany. Os cachinhos de Cecília. Recife: Prazer de ler, 2015.
10
Participaram da elaboração do roteiro os discentes: Francisco Ferreira Parnaíba Filho e Cristina da Silva
Gomes, sendo escolhido o desta última.
instrumento pedagógico, a sua colaboração para vida dos educandos, não somente escolar,
como também social, auxilia para o crescimento da manifestação, comunicação e autonomia.
O teatro facilita o aprendizado acerca da cultura, assim como favorece para melhorar o
conhecimento nas demais matérias, pois qualquer assunto pode ser transformado e
compreendido em dramatização com o intuito de facilitar o ensino-aprendizagem.
Apresentação
A história relata sobre Cecília, uma personagem negra que não aceitava seus cabelos
cacheados, e isso lhe causava incômodo, até conhecer sua professora nova, que também tinha
cabelos cacheados, mas que era extremamente tradicionalista, e isto, embora não fosse
problema para Cecília, era um grande problema para Roberta, já que Roberta era uma aluna
que adorava jogar aviãozinho de papel, causando desconforto à professora, sra. Kirby, durante
a aula, que acabava gritando e, consequentemente, colocava Roberta de castigo no período do
recreio.
Na mesma turma, estudava Lucas, o qual gostava de brincar de bonecas e princesas,
até que certa vez, em uma conversa com amiguinhas da sala, surge a dúvida se as princesas
soltam pum, e ao trazer o questionamento para a sala de aula, sra. Kirby esclarece contando
contos das principais princesas baseados na história de Brennman e Zilbermande forma
cômica e diferente das histórias que já conhecemos, suprindo assim, a dúvida dos alunos.
Ao final, durante um passeio a professora encontra-se com Roberta e esta vê o outro
lado da sra. Kirby fora do contexto escolar, parecendo ser mais gentil e menos autoritária, até
eles se encontrarem na sala novamente e a Roberta jogar outro avião de papel, deixando claro,
que dentro da sala não houve mudanças.
RESULTADOS
dentro do tradicional, evolução das nossas ideologias nas questões de gênero, etnias raciais,
aceitação, diversidade e educação. Porém, houve alguns pontos negativos, dos quais são: a
falta de cooperação de todos e a dificuldade nos ensaios, tanto de tempo, como também
comprometimento, frente às nossas expectativas.
roupar, entre outros afazeres. Até o século XX, além de grande parte das mulheres apenas
exercer atividades do lar, elas eram proibidas de muitas atividades, como por exemplo, jogar
futebol. Inclusive no Brasil o futebol feminino não era permitido até 1979. E isto ocorre em
diversos espaços, tanto em espaços domésticos quanto em públicos as atividades masculinas
são diferentes das femininas, estendendo-se até os dias atuais.
A cultura de gênero é muito evidente também na infância, quando os adultos ensinam
que azul é para meninos e rosa para meninas, incluindo também muitas brincadeiras e 7
brinquedos que são divididos. Nas brincadeiras de antigamente os meninos jogavam futebol,
corriam pela rua, enquanto as meninas brincavam de cantigas de roda, costuravam roupas para
as suas bonecas. Um exemplo nítido de diferença entre os gêneros é que ao entrar numa loja
infantil de brinquedos, normalmente a secção dos meninos contém carrinhos que vão dos
convencionais aos carros de bombeiros e policial, tem super-heróis, armas de brinquedo,
bolas, brinquedos relacionados a diversos tipos de profissões, entre tantas outras variedades.
Já na secção das meninas os brinquedos estão ligados a obrigações domésticas, como cozinha
de plástico, panelinhas, casinhas, eletrodomésticos, brinquedos relacionados à limpeza de
casa, bonecas ou mesmo aqueles relacionados a cuidado com a beleza e estéticas, sendo
grande parte dos brinquedos relacionados à cor. Como afirma Graciano,
Sabendo disto, nós educadores deveríamos ter consciência que conservar esse sexismo
é limitar o processo de aprendizado das crianças nas atividades lúdicas e
incentivar preconceitos futuros. Pois, manter a ideia de especificidade ao trazer atividades,
extingue determinado grupo, como por exemplo, um professor ao trazer o jogo de futebol e
restringir apenas aos meninos, ajudará apenas no desenvolvimento físico e motor, limitando
assim, o desenvolvimento das meninas, e perpetuando a desigualdade de gênero, pois, como
podemos ver hoje, apenas o futebol masculino tem muita visibilidade na mídia e sociedade, o
feminino não, isto devido a exatamente essa cultura de separação de atividades desde a
infância e inferioridade de gênero, que segundo Sayão,
Tendo em vista essa construção social do que deve ser mulher e o que deve ser homem,
consequentemente atinge desde a infância com os brinquedos e brincadeiras, considerados
femininos e outros considerados masculinos, então, questionamos, levando em consideração
as conquistas sociais que alcançamos e os avanços da modernidade, em que existem homens
cozinheiros e cabelereiros, mulheres mecânicas e construtoras, entre outros, qual o problema
de crianças brincarem com o que elas querem? 9
Por isso, a visita a UAEI foi tão importante para a nossa formação, pois percebemos
uma escola que demonstra ser diferente das escolas públicas as quais estamos acostumados a
ver, um dos principais pontos que nos chamaram a atenção, foi o fato dos banheiros não terem
distinções, ambos os sexos utilizam do mesmo banheiro, como também, em todas as salas
todos os brinquedos e brincadeiras não são diferenciados.
Nosso objetivo foi à apresentação da peça Desventuras na escola, e como já foi dito,
havia um personagem chamado Lucas que gostava de brincar com bonecas. Durante a
apresentação, foi primordial para nós educadores, percebemos que não houve nenhuma reação
de estranheza ou surpresa diante da atuação. Com isto, podemos novamente reafirmar a
questão de construção social.
Diferentemente do que víamos na UAEI, diversos estudos acerca da temática expõem
que as escolas possuem métodos que constroem e persiste a desigualdade entre os sexos.
Como é possível uma escola ensinar a ser menino e a ser menina? Por que permanece este
conservadorismo?
Considerações Importantes
Com os papéis de gênero definidos desde cedo pela sociedade e passado de geração
em geração, tornando-se uma cultura que se perpetua nos dias atuais, percebemos a urgência
que existe em debater sobre o tema, fazendo com que as pessoas compreendam que o
brinquedo e a brincadeira não estão ligados ao gênero, e sim a uma cultura ultrapassada, com
conceitos distorcidos reproduzidos por adultos.
Salienta-se ainda que, este conservadorismo ainda está presente nas escolas infantis,
pois é comum vermos que dividem os banheiros femininos e masculinos, estantes para os
brinquedos das meninas e outras para o dos meninos. No intervalo, são meninos brincando de
uma coisa diferente das meninas, entre outros. Isto posto, as crianças tendem a ter influências
das brincadeiras no gênero, devido internalizarem a sua concepção do mundo através do
brincar. Pois, segundo Cravo e Fagundes (2006, p. 34), “as crianças passam por um longo
período para formarem a sua subjetividade e esse processo é caracterizado por aquisições,
medos e frustrações, curiosidade e constantes mudanças de conduta.” Ou seja, na brincadeira
elas refazem a situação, conforme a sua realidade, e na maioria das vezes revelando ou 10
ocultando conflitos ou desejos internos. Sendo esse procedimento essencial para a construção
da identidade de gênero e resolução de confrontos internalizados.
Como afirma Finco (2010, p. 123), “as crianças recebem brinquedos em nossa
sociedade que estão impregnados de símbolos, finalidades e intenções.” Desse modo, se
estabelece uma imposição. Quando um menino quer uma boneca, ele é desprezado, zombado
e silenciado, porque o seu comportamento é visto como uma “anormalidade”. Essa atitude
provoca conflitos no desenvolvimento da sua identidade de gênero, o que consequentemente
fará com que ele reprima outros meninos que também queiram brincar com bonecas. Pois,
como afirma Coelho e Costa,
Com base nisso, podemos dizer que a nossa cultura posiciona o sexo feminino com
inferioridade, subordinando e segregando os valores afetivos. Já o sexo masculino,
geralmente, é estimulado os valores da razão, e, portanto, considerados mais superiores.
Tendo em vista isto, podemos perceber essa desigualdade, em que existe inferioridade por
parte das brincadeiras para as meninas, e inibem os meninos de terem conhecimento das
mesmas. De acordo com Bicalho,
E devido ter conhecimento dessas relações desiguais, foi significativa a visita à UAEI
para nós, pois através disto conseguimos ver na prática como seriam os resultados se
houvessem mais debates, se buscássemos essa educação mais libertadora, em que o sexismo
não esteja presente. Nós como futuros educadores, temos que evoluir, pois de acordo com a
Paulo Freire (1996, p. 25), "quem forma se forma e re-forma ao formar, e quem é formado
11
forma-se e forma ao ser formado", com isto, sabemos que nosso papel como docentes tem
uma grande importância para o desenvolvimento dos educandos, bem como, eles fazem parte
da nossa formação, é preciso que estejamos abertos a aprendermos com eles.
Acreditamos que existe uma necessidade de quebrar esse tabu, principalmente dentro
das escolas, em especial, com o auxílio do professor, o qual deve criar mecanismos para que
as crianças assimilem que não existem brinquedos e brincadeiras de meninos ou meninas, mas
apenas brinquedos para que qualquer pessoa, independente do gênero possa brincar.
Brinquedos e brincadeiras são para crianças.
REFERÊNCIAS
CIAMPA, A.C. Identidade. In: W. Codo & S. T. M Lane (Orgs.). Psicologia social: o homem
em movimento. São Paulo: Brasiliense, 1984.
GÓES, L. P. Introdução à Literatura para crianças e jovens. São Paulo: Paulinas, 2010.
RESUMO
13
O artigo propõe analisar o trabalho imaterial e a economia criativa da moda que emerge de grupos
subalternos, sendo posteriormente adotados ou imitados por grupos hegemônicos. Nesse sentido, o
trabalho ganha nova dinâmica, mesmo que ainda precária, integrando, mesmo que de forma
subordinada, comunidades ao mercado. O artigo utiliza o conceito de economia criativa e distinção
analítica entre trabalho material e imaterial, compreendendo que este processo de produção tem dupla
dimensão. A produção material se refere ao objeto produzido, enquanto que a produção imaterial é
intangível e se refere à criação e ao design do produto. Tal distinção tem como objetivo discutir as
tensões existentes por conta das aproximações entre o design de moda comercializado em boutiques de
luxo e o trabalho realizado por produtores que trabalham em oficinas artesanais localizadas em
comunidades. O estudo é de abordagem qualitativa, onde utilizaremos a pesquisa bibliográfica.
PALAVRAS-CHAVE: moda; economia criativa; trabalho imaterial
11
Mestranda em desenvolvimento Local da UNISUAM
El artículo propone analizar el trabajo inmaterial y la economía creativa de la moda que emerge de
grupos subalternos, siendo posteriormente adoptados o imitados por grupos hegemónicos. En ese
sentido, el trabajo gana nueva dinámica, aunque aún precaria, integrando, aunque de forma
subordinada, comunidades al mercado. El artículo utiliza el concepto de economía creativa y
distinción analítica entre trabajo material e inmaterial, comprendiendo que este proceso de producción
tiene doble dimensión. La producción material se refiere al objeto producido, mientras que la
producción inmaterial es intangible y se refiere a la creación y al diseño del producto. Esta distinción
tiene como objetivo discutir las tensiones existentes por las aproximaciones entre el diseño de moda 14
comercializado en boutiques de lujo y el trabajo realizado por productores que trabajan en talleres
artesanales ubicados en comunidades. El estudio es de abordaje cualitativo, donde utilizaremos la
investigación bibliográfica.
Palabras clave: moda; economía creativa; trabajo inmaterial
INTRODUÇÃO
O Trabalho Imaterial
15
O trabalho abstrato simples, que, desde Adam Smith, era considerado como
a fonte do valor, é agora substituído por trabalho complexo. O trabalho de
produção material, mensurável em unidades de produtos por unidades de
tempo, é substituído por trabalho dito imaterial, ao qual os padrões clássicos
de medida não mais podem se aplicar.
16
A ampliação das formas de trabalho imaterial tem papel importante para o vigente
sistema produtor de mercadorias, este sistema passa a depender de forma crescente do
trabalho imaterial. Segundo Lazzarato e Negri (2001, p. 45) o trabalho imaterial tem a função
de ativar e organizar a relação entre a produção e o consumo. Hardt e Negri (2000, p. 314)
ressaltam que “o trabalho imaterial envolve de imediato a interação e a cooperação social”.
Kawamura (2005) afirma que atualmente, o foco está na capacidade de quem produz
moda a criação de uma imagem atrativa para os consumidores. O criador de necessita da
técnica e da estética, da capacidade de criar e inovar na produção de moda, e, por fim, da
capacidade de construir e de sustentar a sua imagem pessoal e a de sua marca.
Bourdieu (1983) afirma que criador é um ator social, ele tem uma experiência de vida
e isto tem implicações no ato de criação. O autor chama a atenção para a necessidade de
refletir sobre os determinismos sociais que deixam sua marca na obra de arte. Estes
determinismos sociais estariam presentes, por um lado, na trajetória de vida que forma o
habitus do produtor de estilo, ou seja, o estilista enquanto sujeito social que passa por um
processo de socialização ao longo de sua experiência de vida, na família, na classe social, na
escola, nos grupos sócioculturais, na empresa e no mercado. Por outro lado, “através das
| Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 4, suplementar, jan. 2019.
XIV Seminário Internacional Analítico de Temas Interdisciplinares & VI Seminário de Pesquisa
Inovadora na/para Formação de Professores & I Fórum de Pós-Graduação da UFCG.
demandas e das coerções sociais inscritas na posição que ele ocupa num certo campo de
produção”.
segundo, a moda industrial (produção industrial); e, terceiro, a moda que emerge da rua.
Desse modo, o sistema de moda se torna mais descentralizado e mais complexo (CRANE,
2006).
A indústria da moda envolve toda uma rede de relacionamentos individuais e
organizacionais. O produto da indústria da moda não se reduz a um item do vestuário por
incorporar valores estéticos e simbólicos. Enquanto a moda é um produto simbólico e
intangível, a roupa é um produto concreto e tangível. Se o consumo do vestuário ocorresse 19
apenas pela necessidade básica, como valor utilitário, por exemplo, a produção de
confeccionados cairia drasticamente. O consumo de moda envolve a produção do desejo de
moda que alimenta a produção da roupa de moda.
A inserção do trabalhador no sistema de moda é fundamental porque marca sua
atividade profissional e o rotula como um criador. O produtor de moda torna-se
reconhecidamente criativo ao ser aceito e legitimado pelo sistema. Seu sucesso se explica não
apenas pelo seu talento e criatividade, mas pela sua posição na estrutura do sistema e a forma
como consegue obter o status oficial de criador de moda.
A moda é um produto imaterial e a roupa é um produto material, esta distinção
analítica é importante. Mas não podemos negar o fato de que a roupa se transmuta em moda,
assim como a moda constitui um produto simbólico manufaturado.
A reflexão sobre a interdependência entre a produção de moda e a produção de roupa
se dá a partir da concepção de que a roupa se transmuta em moda por meio da magia da grife
(BOURDIEU, 2004).
Uma peça de roupa que atende a uma necessidade básica não se transforma
automaticamente em uma peça antes de passar pela “transmutação” que a magia da grife
produz. Para Bourdieu (2004) a magia da grife é um produto do sistema de moda. O autor fala
do poder de transmutação e de criação de valor que a magia da grife produz no item do
vestuário.
social, a moda também poderá cumprir um importante papel cultural e de formação, inclusive
política e cidadã para os moradores de comunidades. Os ganhos serão muitos sem dúvida.
Hardt e Negri (2000) afirmam que os pobres12 são incluídos na produção através das
mais diversas formas, mesmo quando bastante precárias. Os autores citam os diversos
produtos imateriais da periferia que são apropriados pelo capital, como por exemplo é a
exploração pela indústria fonográfica dos ritmos e músicas das favelas, como o rap, o funk,
samba, todo um capital cultural. A criatividade dos pobres torna-se uma potência de produção 21
de valor, independente se isto só faça reproduzir a sua própria condição de exclusão social.
“Os pobres, os desempregados e os subempregados de nossas sociedades estão na realidade
ativos na produção social, mesmo quando não ocupam uma posição assalariada” (idem,
p.178).
Nesse sentido, a Economia Criativa pode ser percebida como uma opção para o
desenvolvimento local, especialmente aqueles considerados mais pobres, uma vez que os
setores da economia criativa podem contribuir muito para o crescimento e a prosperidade e os
produtos deles derivados têm grande potencial econômico. Desta maneira, a moda produzida
pelas comunidades pode ser percebida recurso essencial da chamada Economia Criativas.
A economia criativa envolve a renda, empregos e ganhos gerados pelo grupo de áreas
que tem a criatividade como fundamento, sendo composta pelo “conjunto de atividades
econômicas baseadas em conhecimento, com uma dimensão de desenvolvimento e
interligações cruzadas em macro e micro níveis para a economia em geral”.
12
Quanto ao conceito de pobreza, nas análises de Antonio Negri, este aparecerá como o “simples fato de não
conseguir dar valor à atividade”. Essa definição resulta em um raciocínio duplo. O primeiro remete à idéia de
que os pobres não devem ser considerados como excluídos, visto que as suas atividades produtivas (a cultural é a
mais expressiva delas) e seus movimentos políticos provocam, em todo coletivo, quando se tornam concretos,
um amplo desejo de apropriação, seja na forma de apoio às lutas, seja na forma de aquisição dos seus modos de
vida (da culinária à música, da dança à religião, da economia solidária às redes de solidariedade, da formação de
novas lideranças políticas ao trabalho informal, etc (Negri; Hardt, 2004).
No entanto, afirma que a criatividade não é exclusiva de nenhum setor da vida social
em específico e que a mesma é uma capacidade humana geral, podendo ser estimulada em
indivíduos ou em grupos. Ademais, distingue a criatividade da inovação, com o intuito de
apresentar sua percepção sobre esta última.
Conclusão
compreender a inserção da moda nessa forma de trabalho, ou seja, na ampla rede que compõe
a cadeia do produto das indústrias do vestuário e da moda. A produção de moda enquanto
criação de valor se apropria das diversas formas de vida social e suas subjetividades,
transmutando-as em produtos de grife para o mercado consumidor, formando um ciclo que
envolve o design, a criação que se apropria de formas da vida social como a manufatura, a
distribuição e o consumo.
23
REFERÊNCIAS
BELL, Daniel. The Coming of Post-Industrial Society. New York: Basic Books, 1999.
______. O Costureiro e sua Grife: Contribuição para uma teoria da magia. In: A Produção da
Crença: Contribuição para uma economia dos bens simbólicos. São Paulo: Zouk, 2004.
CRANE, Diana. A moda e seu papel social: classe, gênero e identidade das roupas. São
Paulo: Editora Senac São Paulo, 2006
HARDT, Michael & NEGRI, Antonio. Império. 6ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2004.
<http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/bds.nsf/17d34
b0fadf21eb375cb775f04a9249b/$File/4567.pdf>. Acesso em: 01 jul. 2018.
24
25
RESUMO
Este trabalho objetiva desenvolver um estudo sobre o fenômeno fonológico da monotongação, como
variação linguística presente nas aulas de Língua Portuguesa das séries finais do Ensino Fundamental,
mais precisamente no sétimo ano, na fala e suas implicações na escrita. A experiência foi realizada
com método participativo numa escola pública regida pelo município de Icó, localizada no distrito de
Lima Campos. Baseando-se nas teorias propostas em trabalhos como o de Mattoso Câmara Jr. (1977),
Mollica (1998), Cristófaro Silva (2003), Bortoni-Ricardo (2004), entre outros, foi possível enfatizar os
aspectos pertinentes ao estudo em foco. Primeiramente, foram observados os níveis silábico e de
letramento de cada estudante. A partir daí, as atividades foram aplicadas iniciando com a oralidade
partindo para a escrita. Ao transpor as ocorrências do fenômeno fonológico em questão para textos
verbais, encontramos exemplos como poco, gostô, chei, identificando a influência do falar sobre o
escrever no apagamento de uma das vogais que compõe a forma ortográfica das palavras. Dessa
forma, comparando o método utilizado nas aulas durante a experiência com a fundamentação teórica
adotada neste trabalho, percebe-se a importância de atividades lúdicas com a finalidade de apresentar
as características peculiares na relação fala-escrita para o processo de ensino-aprendizagem de Língua
Portuguesa.
PALAVRAS-CHAVE: Monotongação. Oralidade. Escrita. Variação linguística. Ensino-
aprendizagem.
ABSTRACT
This work aims to develop a study on the phonological phenomenon of monotongation, as a linguistic
variation present in the Portuguese Language classes of the final series of Elementary School, more
precisely in the seventh year, in speech and its implications in writing. The experiment was carried out
with a participative method in a public school ruled by the municipality of Icó, located in the district
of Lima Campos. Based on the theories proposed in such works as Mattoso Câmara Jr. (1977),
Mollica (1998), Cristófaro Silva (2003), Bortoni-Ricardo (2004), among others, it was possible to
emphasize the aspects pertinent to the study in focus. First, the syllabic and literacy levels of each
13
Universidade Federal de Campina Grande. Email: raqueline.chaves@hotmail.com
student were observed. From there, the activities were applied beginning with orality then writing.
When transposing the occurrences of the phonological phenomenon in question into verbal texts, we
find examples such as poco, gostô, chei, identifying the influence of the talk about writing in the
deletion of one of the vowels that makes up the orthographic form of the words. Thus, comparing the
method used in the lessons during the experience with the theoretical foundation adopted in this work,
we notice the importance of play activities with the purpose of presenting the peculiar characteristics
in the speech-writing relation to the teaching-learning process of Language Portuguese.
KEYWORDS: Monotongation. Orality. Writing. Linguistic variation. Teaching-learning.
26
RESUMEN
Este estudio tiene como objetivo desarrollar un estudio sobre el fenómeno de la monoptongación
fonológico como lingüística variación presente en clases de portugués de las calificaciones finales de
la escuela primaria, más precisamente en el séptimo año, en el habla y sus implicaciones en la
escritura. La experiencia fue realizada con método participativo en una escuela pública regida por el
municipio de Icó, ubicada en el distrito de Lima Campos. En el marco de las teorías propuestas en
trabajos como el de Mattoso Cámara Jr. (1977), Mollica (1998), Cristófaro Silva (2003), Bortoni-
Ricardo (2004), entre otros, fue posible enfatizar los aspectos pertinentes al estudio en foco . Primero,
se observaron los niveles silábico y de letra de cada estudiante. A partir de ahí, las actividades se
aplicaron iniciando con la oralidad partiendo hacia la escritura. Al transponer las ocurrencias del
fenómeno fonológico en cuestión para textos verbales, encontramos ejemplos como poco, gusto, chei,
identificando la influencia del hablar sobre el escribir en el borrado de una de las vocales que compone
la forma ortográfica de las palabras. De esta forma, comparando el método utilizado en las clases
durante la experiencia con la fundamentación teórica adoptada en este trabajo, se percibe la
importancia de actividades lúdicas con la finalidad de presentar las características peculiares en la
relación habla-escrita para el proceso de enseñanza-aprendizaje de Lengua portugués.
PALABRAS CLAVE: Monotongación. Oralidad. Escritura. Variación lingüística. Enseñanza y el
aprendizaje.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
Dentre esses fenômenos, ganha destaque nesse estudo a monotongação, que será
apresentada a seguir através da aplicação das atividades propostas nas aulas, das teorias estudadas e
dos resultados obtidos ao longo da realização da experiência em questão.
desvios detectáveis no falar e no escrever, foi motivo determinante para a realização dessa
experiência pedagógica que destacou em sua análise o fenômeno fonológico da
monotongação. Machado (2012) afirma que nesse processo, o glide da sílaba é apagado, o que
resulta a realização de uma única vogal na sílaba, e esta recebe o nome de monotongo. Para
Mattoso Câmara Jr (1977) este fenômeno trata-se de uma
O processo em evidência faz parte dos estudos da Fonologia que, segundo a proposta
teórica de Chomsky, é um dos níveis de representação da gramática ao lado da Sintaxe e da
Semântica. Cristófaro Silva (2003) afirma que a fonologia estabelece os princípios que
regulam a estrutura sonora das línguas, caracterizando as sequências de sons permitidas e
excluídas na língua em questão.
METODOLOGIA
estrutura física, essa instituição conta também com banheiros, pátio, biblioteca, cozinha,
laboratório de informática e quadra poliesportiva.
O público-alvo foi uma turma de 7º ano do ensino fundamental, composta por 22
alunos, sendo 7 meninas e 15 meninos, destes 50% dos alunos encontram-se com idade entre
15 e 18 anos, já ultrapassando a faixa etária apropriada para cursar essa série e ainda
apresentando sérias dificuldades na aprendizagem da língua Portuguesa, o que torna cada vez
mais preocupante a situação, já que de acordo com a orientação do artigo 1º do MEC (2012), 30
“o compromisso previsto no Decreto nº 6.094, de 24 de Abril de 2007, de alfabetizar as
crianças até, no máximo, os oito anos de idade, ao final do terceiro ano do ensino
fundamental”.
A maioria dos alunos da turma tem como pais pescadores e agricultores, moram nos
bairros periféricos da comunidade e é contemplada com o programa do Governo Federal
Bolsa Família, direcionado às famílias em situação de pobreza no Brasil.
Durante a experiência com a turma foi observado que apenas 7 discentes apresentam
leitura e escrita fluentes e desenvoltura quanto ao letramento, os demais enquadram-se num
baixo nível de aprendizagem, muitos ainda com nível de escrita silábico-alfabético.
Com base na observação feita frente a esse último grupo de alunos citado acima, foi
analisado nesse trabalho o repertório sociolinguístico de cada um com foco no processo
fonológico da monotongação e as incorreções ortográficas que esse fenômeno que ocorre na
fala pode apresentar na escrita. Desse modo, percebe-se a importância de estudos desse nível,
pois, segundo Mollica
crianças de um modo geral recorrem à oralidade para fazer várias hipóteses sobre a escrita,
mas usam também a escrita, dinamicamente, para construir uma análise da própria fala.
Na seleção e elaboração das atividades buscou-se aquelas que tivessem palavras
favorecedoras da ocorrência de monotongação, além disso evitou-se também questões
enfadonhas, cansativas, realizando com esse intuito algumas das estratégias propostas por
Mollica (1998) como usar técnicas claras; utilizar exercícios de caráter lúdico/criativo; partir
da fala para a escrita, sempre que possível, nos exercícios. 31
Depois de uma longa conversa com os discentes sobre a identidade deles e as
curiosidades que eles têm em relação à Língua Portuguesa, foi proposta a primeira atividade
numa roda de leitura. O texto foi um trecho de “Parcelada” do Auto da Catingueira, de
Elomar Figueira Mello, compositor baiano, produzido em linguagem regional com marcação
gráfica de fenômenos fonéticos e fonêmicos, para tentar mostrar a relevância desses
fenômenos em textos como esse. Em seguida, propositalmente, algumas lacunas ficaram sem
preenchimento no texto para que os próprios alunos preenchessem de acordo com o que era
lido em pronúncia bem enfatizada, além de solicitar deles que construíssem mais um
parágrafo para continuar o texto. A última atividade foi um ditado-mudo, com figuras de
coisas com as quais eles se deparam cotidianamente, seguindo o que orienta os PCN quando
sugerem que o ensino da ortografia se articule em dois eixos: a distinção entre o que é
produtivo e o que é reprodutivo e a distinção entre palavras de uso frequente e infrequente na
língua escrita.
Durante a realização das atividades, observou-se que os alunos escrevem da forma
como escutam as palavras no seu convívio diário perante a sociedade. No ditado-mudo, por
exemplo, abaixo da figura do “peixe”, alguns escreveram “pexe”, evidenciando a escrita
conforme o seu uso. Sobre a ocorrência desse fenômeno, determinado monotongação, Mollica
(1998) relata que o fenômeno é observável na língua oral e sua ocorrência se transfere à forma
gráfica dos alfabetizandos.
ANÁLISE E DISCUSSÃO
fazem muitas atividades, escrevem demais e ainda recebem notas ruins ao final do bimestre.
Mas, depois de mostrar a importância do ensino da língua materna, a turma resolveu colaborar
na realização das atividades propostas pela experiência desenvolvida.
Durante a conversa com os alunos, já foram observados alguns exemplos de
monotongação como nos casos de cheia pronunciado como /chei/, gostou como /gostô/, ruim
como /rim/, pouco como /poco/, cadeira como /cadera/, entre outros.
É perceptível na fala, o apagamento de uma das vogais presentes na forma ortográfica 32
de algumas palavras, percepção essa evidenciada mais fortemente ainda quando se transcreve
as mesmas palavras para textos verbais. O que ocorreu quando realizamos as atividades de
produção de textos e o ditado-mudo, mesmo pronunciando lentamente as palavras durante a
roda de leitura.
Além das palavras já citadas anteriormente, outras ocorreram no registro da variação
linguística durante a realização das atividades, sendo aplicadas da mesma forma tanto no falar
quanto no escrever dos estudantes. São exemplos dessas ocorrências: deixar como /dexâ/;
roupa como /ropa/; dinheiro como /dinhero/; outros como /otros/; falou como /falô/; cenoura
como /cenora/; manteiga como /mantega/; cabeleireiro como /cabelelero/; tesoura como
/tesora/; chegou como /chegô/; ouro como /oro/; queijo como /quejo/; touro como /toro/;
fogueira como /foguera/, entre outras.
Além disso, foi notadamente comprovado que os usos mais recorrentes de monotongo
pelos alunos da referida turma se deu na sequência [ow] e [ey]. Tal fato pode ser explicado
porque “a vogal assilábica é, então, entendida como uma modificação final do núcleo silábico
(a vogal silábica) e não como um segmento consonântico. Essa visão se justifica, entre outras
causas, pela facilidade com que se passa de um ditongo para um monotongo” (CÂMARA JR.,
2002).
Após a aplicação de todas as atividades propostas nessa experiência pedagógica, foi
feita a correção, utilizou-se para tanto o quadro branco, das palavras trabalhadas nos
exercícios realizados pela turma. Durante a correção tentamos envolver os alunos chamando a
atenção para as diferenças ocorridas da fala para a escrita, refletindo sobre o preconceito
sofrido por aqueles que confundem as letras da palavra e cometem equívocos na escrita dos
vocábulos. Buscamos aqui mostrar que esse preconceito não deve existir, o que deve existir é
uma orientação consciente para a compreensão da ortografia, percebendo sempre que o uso da
língua muda da oralidade para a escrita, da variante para a norma culta padrão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta experiência foi possível refletir que fenômenos fonológicos como o estudado
e evidenciado nas atividades propostas acontecem frequentemente na escrita por causa do seu
uso constante na fala.
Ao final deste trabalho, confirmamos na prática docente o que os estudos realizados
pelos grandes teóricos aqui apresentados revelam sobre a ocorrência da monotongação no
contexto expresso pela fonologia enquanto área de conhecimento da linguística. Afirmando,
ainda, que as estratégias utilizadas durante a experiência contribuíram imensuravelmente para 34
a obtenção dos resultados, mas que essas estratégias e os tipos de atividades podem variar de
acordo com os objetivos que se pretende alcançar. Assim, como dizia o educador e
pedagogista Paulo Freire (1997, p. 32) “a Educação qualquer que seja ela, é sempre uma
teoria do conhecimento posta em prática”.
REFERÊNCIAS
CACLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização & Linguística. 10ª ed. São Paulo: Scipione, 2007.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 3. ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
MARCUSCHI, Luiz Antônio; DIONISIO, Angela Paiva. Fala e escrita. 1 ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2007.
RESUMO
A educação superior desempenha uma função importante na sociedade, dessa forma, o
presente artigo tem como objetivo discutir sobre o PNAES e Programa Bolsa Permanência,
ambos programas considerados políticas públicas de permanência para estudantes do ensino
superior no Brasil. A educação é um direito de todos e através dela o sujeito pode adquirir
habilidades, competências, autonomia, criticidade, sendo um dos vários meios de ascensão
social. Nossa metodologia é focada em uma revisão bibliográfica, construída de acordo com
os referenciais encontrados como Tachibana; Menezes Filho e Komatsu (2015), Palácio
(2012), Brasil (2010), Mariz (2014), assim como também nos levantamentos de dados
baseados no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP),
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre outros documentos. Como
resultados constatou-se que as bolsas permanência disponibilizadas têm contribuído
significativamente com a formação de novos profissionais, porém não são suficientes para
atender a demanda de estudantes com algum tipo de vulnerabilidade social e econômica. E
entendeu-se que o Ensino Superior através de suas entidades estudantis (IES) proporciona a
convivência de seus alunos com a diversidade, com a desigualdade, com diferentes modos de
vivências no mundo educacional.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino Superior; PNAES; Programa Bolsa Permanência.
14
Graduadas em lincenciatura plena em geografia e pós-graduandas em Docencia do Ensino Superior.
Institute of Geography and Statistics (IBGE), among other documents. As results, it was found that the
available scholarships have contributed significantly to the formation of new professionals, but they
are not enough to meet the demand of students with some kind of social and economic vulnerability. It
was understood that Higher Education through its student entities (IES) provides the students'
coexistence with diversity, with inequality, with different ways of living in the educational world.
KEYWORDS: Higher education; PNAES; Permanency Grant Program.
INTRODUÇÃO
sociedade brasileira. Entretanto fica a pergunta a ser discutida neste texto: Quando esses
sujeitos (pobres, negros e índios) conseguirem o acesso, quem irá garantir a permanência dos
mesmos nesses espaços educacionais (IES), tendo em vista que o ensino superior exige
tempo, dinheiro, dedicação entre outros fatores que precisam ser observados?
ser justificada pela busca por maiores conhecimentos acerca das políticas públicas
implementadas para tentar garantir a permanência dos alunos que se matriculam nos cursos de
graduação no nosso país.
Para o entendimento das ideias discutidas neste artigo, este encontra-se dividido em
três partes, além desta introdução e considerações finais. Inicialmente apresenta-se a estrutura
da Educação Superior no Brasil, o perfil estudantil dos alunos dessa modalidade educacional e
as políticas públicas de acesso e permanência para os estudantes do ensino superior.
Posteriormente, aborda o PNAES e Programa Bolsa Permanência, respectivamente,
demonstrando sua atuação, resultados e implicações na efetivação dessas políticas no cenário
sociopolítico atual. Finaliza-se com as considerações finais, contendo as reflexões obtidas e
ênfase dos resultados.
“[...] se mostra crucial, seja pelo fato do maior diferencial de salários observado no país ser
oriundo desse nível de ensino, pela capacidade de incentivar maior desenvolvimento
tecnológico, ou pela redução da pobreza e das desigualdades sociais”.
A educação deveria ser um direito de todos uma vez que através dela, o sujeito pode
adquiri habilidades, competência, autonomia, criticidade e ascensão social. No entanto apesar
das contribuições que a formação de nível superior proporciona ao país e sujeito, observa-se
que ainda há pessoas, em especial jovens de classe social menos favorecida, fora das
instituições que promove essa modalidade de ensino. Em 2015 a taxa de frequência escolar
líquida no ensino superior da população jovem era 18,4%. É importante ressaltar que a
adequação referente a esta faixa etária no ensino superior é bastante desigual e varia de acordo
com as características de cor e raça (IBGE, 2016).
A educação superior demostra ser voltada para a elite. A organização estrutural dos
cursos e das instituições refletem essa realidade. Atualmente ainda existe barreiras a serem
rompidas quanto a melhoria da qualidade de ensino, acesso e permanência dos estudantes
nesse nível educacional. As oportunidades educativas dentro das instituições de ensino não
são oferecidas para todos. Embora que seja visível os avanços estruturais na educação
superior, percebe-se que a mesma continua sendo ofertada para aqueles que podem cursa-la
em tempo integral. Os sujeitos pobres, negros e com filhos tendem a enxergar o ingresso e
permanência destes nas instituições de ensino superior como um desafio.
Palácio (2012, p. 55) acredita que o “[...] sonho de muitos brasileiros de ingressar em
uma universidade está sendo expresso como oportunidade”. Mesmo que exista educação
gratuita não é suficiente para que as pessoas obtenham formação de nível superior. Isso
acontece devido as condições econômicas em que vive a maioria da população brasileira e
pelo fato da educação constituir-se enquanto negócio.
(REUNI). Além destas, há o ENEM e SISU que são consideradas como ações que auxiliam as
políticas de acesso. Enquanto que as políticas criadas para garantir a permanência dos alunos
constitui no Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) e Programa Bolsa
Permanência.
inclusão social (INEP, 2018a). Andrade, Santos e Cavaignac (2015, p. 7) revelam que o
acesso à educação superior se refere “não apenas o ingresso, que tem como principais
indicadores a oferta de vagas e o formato do processo seletivo, mas também a permanência, a
qual pressupõe programas de fixação do estudante, e a qualidade da formação [...]”.
Quadro 1 - Distribuição por ano dos recursos destinados pelo Governo Federal para o
PNAES.
Entre as ações efetuadas pelo Governo Federal que tem prejudicado o PNAES,
destacam-se os cortes no orçamento destinado a Educação Superior. Essa decisão tem
contribuído na intensificação do processo de precarização das instituições públicas de ensino
superior, assim como retrocedendo os avanços na educação. Os cortes financeiros na
educação superior interferem, seja de forma direta ou indireta, na manutenção e permanência
dos estudantes, uma vez que reduz os investimentos em estrutura (ampliação de laboratórios,
aquisição de novos equipamentos, livros para biblioteca, concursos, obras, etc) e no PNAES. 43
Garantir assistência estudantil e educação de qualidade aos alunos das instituições públicas de
ensino superior torna-se cotidianamente mais desafiador diante dos desdobramentos e
incertezas políticas e econômicas no Brasil.
O PNAES não é uma política universal para todos os estudantes de graduação da rede
pública e privada. Existe uma restrição significativa de beneficiários, não atendendo aos
alunos das instituições privadas de ensino superior. Constata-se que nas instituições privadas
há estudantes que precisam ser assistidos por essa política pública.
Cabe assim um olhar mais aprofundado dos gestores políticos e institucionais sobre
essa política pública, reavaliando os resultados, alcance e desafios. O programa consiste numa
política significativa na qual contribui decisivamente para a permanência de estudantes nas
instituições de ensino superior. Diante do contexto atual é imprescindível a expansão de tal
programa para além dos estabelecimentos de ensino federais, visando atender também os
Bolsa Permanência
Criada em 2013 o Programa Bolsa Permanência surge como uma medida para reforçar 44
Os estudantes que não são indígenas e quilombolas para receber a Bolsa Permanência
precisam atender os seguintes quesitos:
De acordo com os dados informados pelo MEC ao jornal G1, no primeiro ano de
atuação dessa política pública, 4.730 estudantes foram beneficiados com a bolsa. Com o
passar dos anos, esse número elevou-se gradativamente, contabilizando 13.931 bolsistas em
2016 (BRASIL/MEC, 2016). Devido a crise política e econômica instalada no Brasil desde
2016, suspenderam a Bolsa Permanência e todos os novos auxílios financeiros. No ano
seguinte a mesma voltou a atuar contemplando 16.000 discentes (BRASIL/MEC, 2017). O
quadro 2 expõe os recursos financeiros que o governo investiu por ano e categoria estudantil
com o Programa Bolsa Permanência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
alunos de ensino superior no Brasil, com políticas de permanência contínuas que valorizem
esse processo.
REFERÊNCIAS
______. Sinopse estatística do Enade 2016. Brasília, 2018a. Disponível em: <
http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopses-estatisticas-do-enade>.
MEC libera R$ 9,5 milhões para Bolsas Permanência. Governo do Brasil online, [S.l], 23 dez.
2017. Disponível em:< http://www.brasil.gov.br/editoria/educacao-e-ciencia/2017/01/mec-
libera-r-9-5-milhoes-para-bolsas-permanencia>..
RESUMO
O presente trabalho tem como objeto de estudo a gestão escolar democrática e participativa na escola e
como questão de pesquisa para balizar a investigação: quais são as principais possibilidades e desafios
enfrentados pelo gestor escolar, no tocante ao trabalho com uma gestão de cunho democrático e
participativo na escola. A partir desse referenciamento, o objetivo desta investigação, no geral, foi o de
analisar as possibilidades e desafios do gestor mediante um trabalho democrático e participativo no
âmbito escolar e os objetivos específicos de identificar as dificuldades encontradas no trabalho com
uma gestão escolar democrática e participativa na escola; compreender a contribuição do Projeto
Político Pedagógico das escolas em meio ao trabalho da gestão escolar e averiguar a qualidade do
ensino a partir das ações desenvolvidas por uma gestão democrática e participativa na escola. Portanto,
compreendemos que os desafios estão ligados a diferentes questões como a falta de participação dos
professores, pouca visibilidade da relevância da coletividade em prol das questões relativas à
qualidade educativa da instituição, bem como a possibilidade desse tipo de gestão ser um instrumento
que dê sustentação para as diferentes vivências, conflitos e desafios do âmbito escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Gestão; Democrática; Participativa; Desafios; Possibilidades.
ABSTRACT
The present work has as object of study the democratic and participative school management in the
school and as a research question to direct the investigation: what are the main possibilities and
challenges faced by the school manager, with regard to the work with a democratic and participatory
management in school. From this reference, the objective of this research, in general, was to analyze
the possibilities and challenges of the manager through a democratic and participative work in the
school context and the specific objectives of identifying the difficulties encountered in the work with a
democratic and participatory school management in school; to understand the contribution of the
Pedagogical Political Project of the schools in the middle of the work of the school management and
to ascertain the quality of the teaching from the actions developed by a democratic and participatory
management in the school. Therefore, we understand that the challenges are related to different issues
such as the lack of participation of teachers, little visibility of the relevance of the community in favor
of issues related to the educational quality of the institution, as well as the possibility of this type of
management be a support tool to the different experiences, conflicts and challenges of the school
environment.
KEYWORDS: Management; Democratic; Participatory; Challenges; Possibilities.
51
RESUMEN
El presente trabajo tiene como objeto de estudio la gestión escolar democrática y participativa en la
escuela y como cuestión de investigación para balizar la investigación: cuáles son las principales
posibilidades y desafíos enfrentados por el gestor escolar, en lo tocante al trabajo con una gestión de
cuño democrático y participativo en la escuela. A partir de esa referencia, el objetivo de esta
investigación, en general, fue el de analizar las posibilidades y desafíos del gestor mediante un trabajo
democrático y participativo en el ámbito escolar y los objetivos específicos de identificar las
dificultades encontradas en el trabajo con una gestión escolar democrática y participativa en la
escuela; comprender la contribución del Proyecto Político Pedagógico de las escuelas en medio del
trabajo de la gestión escolar y averiguar la calidad de la enseñanza a partir de las acciones
desarrolladas por una gestión democrática y participativa en la escuela. Por lo tanto, comprendemos
que los desafíos están vinculados a diferentes cuestiones como la falta de participación de los
profesores, poca visibilidad de la relevancia de la colectividad en favor de las cuestiones relativas a la
calidad educativa de la institución, así como la posibilidad de que este tipo de gestión sea un
instrumento que dé sustentación para las diferentes vivencias, conflictos y desafíos del ámbito escolar.
PALABRAS CLAVES: Gestión; Democrática; Participativa; Desafíos; Posibilidades.
INTRODUÇÃO
Em meio a essa discussão e considerando relevante a temática em estudo por ser uma
necessidade emergente na realidade das escolas públicas e debates educacionais, na medida
em que percebemos que abordar esse assunto, atualmente, é importante para a educação que
temos presenciado nos dias de hoje. Sabendo disso, a escolha da temática justifica-se pela
necessidade de uma sociedade contemporânea que compreenda a relevância da existência de
uma gestão democrática e participativa no âmbito das instituições de ensino.
Estes obstáculos se fazem presentes nas mais diferentes regiões do país, pelos quais se
destacam problemas como o descaso e o desinteresse com a causa da educação, por parte do
Estado, que por sua vez, tem o dever de oferecer uma educação pública e de qualidade para
todos, que possibilite aos educandos, uma formação que lhe permita identificar problemas,
elaborar hipóteses e propor soluções para diferentes vivências que perpassam o seu cotidiano.
Para tanto, docentes e dirigentes públicos precisam refletir sobre o valor da educação,
pois esta requer das autoridades e da própria sociedade, o reconhecimento de sua importância,
já que através dela poderá ocorrer o desenvolvimento humano, a preparação para o exercício
da cidadania e demais aprendizagens, a partir de reflexões e práticas fundamentalmente
potencializadas por meio da organização político-pedagógica da escola.
adequar ao formato que lhe impõe este tipo de sociedade. Assim, o gestor da escola é um
sujeito que tem por função básica organizar e administrar, no sentido de que, “na sociedade
dominada pelo capital, as regras capitalistas vigentes na estrutura econômica tendem a se
propagar por toda a sociedade, perpassando as diversas instâncias do campo social” (PARO,
1990, p. 48).
fatores tais como: a falta de capacidade das pessoas e grupos envolvidos, posturas que
divergem do caminho de uma possível solução, entre outros.
A LDB veio como forma de consolidar lutas e reivindicações que vinham surgindo em
torno da organização e implementação das propostas educativas nas instituições de ensino do
nosso país, como, por exemplo, a gestão democrática, a consolidação dos processos civis de
coesão e organização do trabalho pedagógico na escola e da qualidade da educação.
Grande parte dessas lutas acabou tendo como resultado, algumas discussões que
contemplavam a organização do trabalho a ser desenvolvido pelas instituições de ensino no
que se refere aos objetivos que devem estar presentes no Projeto Político Pedagógico da
escola, como a referência para o alinhamento das ações coletivas a serem desenvolvidas na
escola.
Para Libâneo (2001), dentre os eixos criados para melhor compreensão de como
deveria se dar a organização do trabalho escolar nas instituições de ensino, encontram-se
como principais norteadores desse trabalho, a flexibilidade, responsabilidade, autonomia,
participação e planejamento coletivo. Todos esses aspectos são primordiais para a qualidade
do trabalho que é desenvolvido nas instituições de ensino, a partir da elaboração e
implementação do Projeto Político Pedagógico.
A autonomia por parte das instituições de ensino nos processos decisórios que
competem a diferentes sujeitos presentes nesse espaço deve-se dar de forma espontânea e
coletiva, de modo que a escola possa lidar com o oferecimento de práticas democráticas na
instituição.
A respeito dessa discussão, Arroyo (1979, p.04) nos diz que, “a democratização da
administração da educação não significa eliminar a presença do Estado dos serviços públicos,
mas buscar mecanismos para submeter às decisões de Estado ao debate e ao controle pela
opinião pública, pais, grupos e partidos”.
que atuam no ambiente escolar, a falta de empenho nas ações que orientam a prática docente,
bem como a falta de interação entre os membros da equipe escolar.
Segundo Paro (1990), a gestão democrática da educação requer mais do que mudanças
simples, precisa de uma mudança de paradigmas que sustentam a construção de uma proposta
educacional e o desenvolvimento de uma gestão distinta da que é praticada nos dias de hoje
em muitas instituições. Ela necessita estar além dos padrões vigentes, que são desenvolvidos
pelas organizações burocratizadas.
O intuito é que toda a prática seja consolidada através de ações embasadas na parceria
dos sujeitos no interior da escola, bem como da instituição escolar com a família e a
comunidade como um todo, visando realizar princípios e missão adotados pela escola, dentro
de uma atuação de prudência, porque “o PPP é a própria organização do trabalho pedagógico
da escola” (VEIGA, 2004, p. 22). No trabalho pedagógico da escola, o planejamento escolar é
essencial, uma vez que
[...] mais do que uma atividade técnica é um processo político que deve
incluir o maior número possível de membros da comunidade escolar. A
decisão sobre o futuro da escola deve ser tomada pela maioria. O
planejamento se constitui num processo de formação social, política e
pedagógica. Os problemas da escola são problemas comuns e as soluções
devem ser no coletivo, através do diagnóstico preciso, de objetivos a serem
alcançados, da discussão, da tomada de decisão, da execução e da avaliação
coletivas. O processo é tão ou mais importante do que o plano de ação e as
propostas que resultam desse processo (GADOTTI, 2015, p. 1).
No que diz respeito à participação dos docentes e da gestão nesse processo, a LDB
estabelece que:
Art. 14º. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público
na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola
(BRASIL, 1996).
CONCLUSÃO
Desse modo, a questão-problema desse estudo que foi a de compreender quais são as 59
Nessa perspectiva, compreendemos que é necessário cada vez mais resgatar os espaços
de debate e diálogo no âmago das instituições, ao ponto que esse é um caminho para se chegar
a uma reflexão coletiva das ações – e dos resultados destas – desenvolvidas no cotidiano das
instituições, bem como a um maior entendimento das questões teórico-metodológicas que
perpassam esse espaço.
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz
e Terra, 1999.
HORA, Dinair Leal da. Gestão democrática na escola: artes e ofícios da participação
coletiva. Campinas, São Paulo: Papirus, 1994.
PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. 3. ed. São Paulo: Ática, 2006.
OLIVEIRA, M. M. de. Como fazer pesquisa qualitativa. 2 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
ROGONI, Fátima Gusso. Muda o mundo Brasil: alfabetização de jovens e adultos; ilustrações
Franciele Gusso Rigoni. Curitiba: Ed. Positivo, 2008.
61
RESUMO
Neste artigo objetivamos problematizar a filosofia da educação como disciplina e campo de estudos,
pensando nos seus processos de constituição a partir do discurso acadêmico posto em periódicos
científicos nacionais da área de educação. Sua gênese é o projeto de pesquisa A Constituição da
Filosofia da Educação no discurso acadêmico educacional brasileiro, em desenvolvimento na
Universidade Federal de Campina Grande. Fundamenta-se teórica e metodologicamente no
pensamento de Michel Foucault, envolvendo as noções de problematização, prática discursiva e
governamentalidade, visando: compreender como se constitui a Filosofia da Educação na
contemporaneidade, como esta tem sido pensada pelos sujeitos acadêmicos e o modo como esse
pensado tem sido desenvolvido e descrito. O material empírico constitui-se de artigos publicados em
30 periódicos brasileiros, no período de 2010 a 2015. As análises realizadas de acordo com a análise
do discurso foucaultiana apontam os seguintes resultados: Diversidade de temas e matrizes filosóficas
embasam reflexões acerca da Filosofia da Educação; Percepção de que a maioria das produções
baseia-se num trabalho de exegese filosófica, recapitulando e reinterpretando o já pensado; o
entendimento de que artigos que remetem à educação na contemporaneidade abordam a filosofia na
educação básica no Brasil e as transformações advindas da globalização e neoliberalismo.
PALAVRAS-CHAVE: Filosofia da Educação; Michel Foucault; Análise do discurso.
ABSTRACT
The article discusses the philosophy of contemporary education and its constitution in academic
discourse. It is based on the thought of Michel Foucault. The empirical material are articles published
15
Graduando do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). É membro, discente pesquisador, do Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educação,
Linguagem e Práticas Sociais - GIEPELPS/UFCG, atuando nas linhas de pesquisa: Práticas Sociais em Educação
e Estudos Foucaultianos.
16
Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Universidade Federal de Campina Grande.
17
Professor da Universidade Federal de Campina Grande. Líder do Grupo Interdisciplinar de Estudos e
Pesquisas em Educação, Práticas sociais e Linguagem - GIEPELPS/UFCG
in 30 Brazilian periodicals from 2010 to 2015. The analyzes points to a diversity of themes and
philosophical matrices, philosophical exegesis and reflections on philosophy in basic education,
globalization and neoliberalism.
KEYWORDS: Philosophy of Education; Michel Foucault; Speech analysis.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Este artigo, que tem como gênese o projeto de pesquisa intitulado A constituição da
Filosofia da Educação no discurso acadêmico educacional brasileiro, em desenvolvimento no
âmbito da Unidade Acadêmica de Educação, da Universidade Federal de Campina Grande,
campus de Cajazeiras, tem como objetivo problematizar os modos de constituição da Filosofia
da Educação contemporânea no discurso acadêmico brasileiro.
Todavia, assevera esse pensador português que: “Uma leitura atenta da história da
filosofia não permite concluir pela ausência da filosofia da educação na obra e acção dos
grandes filósofos ocidentais” (PATRÍCIO, 2010, p. 146). Destacando grandes filósofos que se
ocuparam da filosofia da educação, de diversos lugares e tempos, Patrício assinala nomes, tais
como: Platão, Aristóteles, Tomaz de Aquino, Kant, Schiller, Alain, Dewey, Ortega Y Gasset,
entre tantos outros, e arremata essa questão dizendo: “Contudo, mantém-se a realidade de que,
na sua generalidade, a comunidade filosófica não olha com a devida atenção para o espaço
específico da filosofia da educação como sendo digno de consideração filosófica”.
lida com os seus alunos, “aconselham” que esses se dediquem com mais afinco às suas
disciplinas, demonstrando pouca aferição de valor acadêmico para a formação de professores
das áreas referidas.
Não à toa, diversos filósofos têm dedicado parte dos seus esforços intelectuais para
explicar e justificar o para que serve a filosofia, a exemplo de Marilena Chauí que na
introdução do seu livro “Convite à Filosofia” (1997), utiliza como subtítulo a pergunta “Para
que Filosofia?” e constitui tal pergunta como um dos tópicos dessa introdução. É o caso, 65
também, de Maria Lúcia de A. Aranha e Maria Helena P. Martins (2013) que no seu livro
“FILOSOFANDO: Introdução à Filosofia”, no primeiro capítulo, um dos tópicos é
denominado “Para que serve a Filosofia”. Chauí (1997, p. 12-13) assevera que muitos fazem
essa pergunta: “Afinal, para que Filosofia?”. Em relação a tal questão, a pensadora faz as
seguintes considerações:
Quanto ao que vem sendo, a filosofia da educação tem sido considerada como um dos
fundamentos da educação sobre o qual se sustenta, como uma reflexão sobre a educação a
partir da qual se busca entendê-la e explicá-la, ou como um domínio no qual se produz,
também, a educação, na medida em que no campo da educação e para a educação, a filosofia
da educação deva produzir os conceitos que a engendram. Na alegação de Gallo, tomando
como referência o pensamento de Gilles Deleuze e Felix Guattari, o que vem sendo a filosofia
da educação é colocado como problema, pois na condição de reflexão sobre a educação, tal 66
condição empobrece o entendimento e o sentido do que é a filosofia da educação.
Evidenciando as suas palavras, vejamos o que diz o filósofo:
REFERENCIAL TEÓRICO:
68
Assim sendo, neste artigo, inspirando-nos nas visadas foucaultianas acerca do filosofar
e da filosofia, é nossa intenção exercitar o pensamento como ato investigativo crítico que
toma a atualidade como contexto de estudo. Assim, estamos a perguntar sobre a nossa
atualidade ao interrogar sobre a atualidade da filosofia da educação, isto é, a constituição
dessa disciplina-domínio de conhecimentos e saberes na contemporaneidade, entendendo a
constituição, segundo Veiga-Neto (2009, p. 92), “no sentido de formar, organizar,
estabelecer”.
Podemos aqui pensar quanto às ferramentas analíticas desenvolvidas por Foucault, nas
categorias, conceitos e noções que esse filósofo elaborou e pensarmos nas ferramentas que
precisamos e consideramos oportuno mobilizar para pensarmos a constituição da filosofia da
educação brasileira na contemporaneidade. A noção de problematização é uma das noções
basilares do pensamento foucaultiano que estamos assumindo neste trabalho de pesquisa.
Referindo-se ao objetivo dos seus trabalhos, disse-nos Foucault (2013, p. 299) não
querer fazer a história das soluções, mas sim, “fazer a genealogia dos problemas, das 69
problematizações. Minha opinião é que nem tudo é ruim, mas tudo é perigoso, o que não
significa exatamente o mesmo que ruim. Se tudo é perigoso, então temos sempre algo a
fazer”. Buscando caminhar a partir dos pressupostos do pensamento foucaultiano, a
constituição da filosofia da educação pode ser entendida e estudada por nós como
problematizações, no sentido de que, conforme dito por Foucault (2004, p.242),
Foucault pensa o discurso como uma prática, a prática discursiva. Assegura este
filósofo (2013, p. 60) que os discursos são “práticas que formam sistematicamente os objetos
de que falam”. Tal afirmação torna-se compressiva quando entendemos que Foucault é um
filósofo não-representacionista, não-essencialista e não-fundacionalista, como afirma Veiga-
Neto (2009, p.85). Sendo assim, “a verdade é deste mundo”, como assinala Foucault (1999).
Inspirados por Foucault, nos é possível pensar a filosofia da educação como uma
maquinaria de governamentalidade, haja vista que essa, em suas diversas e possíveis
configurações, almeja, propõe e busca instituir modos possíveis de ser humano, de ser
homem, isto é, de ser sujeito, pois a filosofia pensa o homem em seu sentido ontológico e a
educação o pensa na perspectiva da formação humana e da sua educabilidade pretendendo a
sua constituição enquanto sujeito social, político e econômico. Assumindo tal premissa,
postulamos que a filosofia da educação na atualidade se configura no movimento cruzado
entre a modernidade e a pós-modernidade, o liberalismo clássico e o neoliberalismo para
constituir e governar o sujeito contemporâneo. 70
Em relação a tal fato, Foucault, nos seus últimos cursos da década de 1970, no Collège
de France, assinalou a ideia de que estaríamos atravessando, segundo nos informa Leme
(2011, p. 183), “uma crise de governamentalidade e que essa crise se assemelhava, com as
devidas reservas, no seu alcance e intensidade, com a crise vivida nas sociedades ocidentais
no século XV e XVI a propósito da reorganização das formas de governo”.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
destinados aos temas e problemas da educação, publicados entre os anos de 2010 a 2015.
Sobre o discurso, Foucault (2008, p. 122) asseverou que “o termo discurso poderá ser fixado:
conjunto de enunciados que se apoia em um mesmo sistema de formação; é assim que poderei
falar do discurso clínico, do discurso econômico, do discurso da história natural, do discurso
psiquiátrico”. Considerando-se os apontamentos acima sobre discurso, no caso deste estudo
nos centraremos sobre o discurso educacional para tratar o objeto e os objetivos de estudos
propostos. 71
Segundo a descrição elaborada por Fischer (2012, p. 77) acerca da análise do discurso
na perspectiva do pensamento de Foucault, a condição de enunciado seguiria quatro
elementos básicos, que seriam: 1 - “Um referente. A referência a algo que identificamos [No
caso em estudo, a filosofia da educação no Brasil na contemporaneidade]. 2 - “Um sujeito.
Alguém que pode efetivamente afirmar aquilo (o que identificamos) [neste estudo, será o
sujeito acadêmico que pensa a filosofia da educação]. 3 - “Um campo associado. O fato do
enunciado não existir isolado, mas sempre em associação e correlação com outros enunciados,
do mesmo discurso [Neste estudo, o discurso educacional]. 4 - “Uma materialidade específica.
A materialidade do enunciado, as formas muito concretas com que ele aparece em textos.”
começaram a ser percebidas e discutidas como problema, com maior vigor, no início dos anos
de 1990 e assim, no período aqui definido as reflexões e produções sobre essas
transformações devem estar mais apuradas, sistematizadas e amadurecidas.
Dos artigos publicados nesses periódicos no período delimitado para o estudo, serão
selecionados para compor a sua base empírica aqueles que analisam a filosofia da educação.
Para proceder a tal seleção, será lido o título, as palavras-chave a partir dos descritores
Filosofia, Filosofia da educação, Filosofia e educação, Educação e filosofia, Filosofia na
escola e ensino de filosofia e o resumo do artigo, averiguando-se a sua pertinência ao tema, ao
problema de estudo e aos objetivos da pesquisa. Após a seleção dos artigos que tratam do
tema em estudo, cada um será lido na íntegra e de modo sistemático, seguindo-se as
Após a seleção dos artigos que atendem aos objetivos da pesquisa e a primeira leitura
com foco nos enunciados que organizam o pensamento acadêmico dizibilizado e visualizado 73
em tais artigos, as nossas análises desse material empírico ainda está no seu início. Todavia, é
possível empreendermos algumas discussões e considerações analíticas a partir do que já
estudamos e desenvolvemos as nossas primeiras reflexões.
Quanto ao material empírico em início de análise, destacamos aqui três pontos a serem
melhor discutidos e analisados a posteriori, na continuidade do estudo. São eles:
REFERÊNCIAS
______. O cuidado com a verdade. In: ______. Ética, sexualidade, política. Organização e
seleção de textos: Manoel Barros da Motta. Tradução de Elisa Monteiro e Inês A. D. Barbosa.
Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2004. p. 240-251.
______. A Arqueologia do Saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves. 7. ed. Rio de Janeiro:
Forense Universitária, 2008.
______. O Governo de Si e dos Outros. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins
Fontes, 2010.
______. Michel Foucault entrevistado por Hubert L. Dreyfus e Paul Rabinow. In: DREYFUS,
H. L.; RABINOW, P. Michel Foucault: uma trajetória filosófica para além do estruturalismo e
da hermenêutica. 2. ed. ver. Tradução de Vera Portocarrero e Gilda G. Carneiro. Rio de
Janeiro: Forense, 2013.
RESUMO
Os documentos oficiais que regem a educação básica, e de modo especial o ensino de química, nível
médio, enfatizam a necessidade de mudanças que venham aprimorar o processo de
ensino/aprendizagem e a emancipação do sujeito. No entanto, essas mudanças são efetivadas a partir
do momento que o paradigma do ensino tradicional é rompido e/ou aberto para a inserção de novas
ferramentas metodológicas. O presente trabalho teve por objetivo o desenvolver e aplicar de dois
Jogos Didáticos (JD), um de caráter físico e outro digital. Os JDs foram aplicados com 28 alunos do
primeiro período (2018.1) do curso de licenciatura em Química do Centro de Formação de Professores
da Universidade Federal de Campina Grande, campus Cajazeiras/PB. Trata-se de uma pesquisa
descritiva com abordagem qualitativa e quantitativa. A coleta de dados se deu por meio de
questionários semiestruturados, e os dados foram transcritos em figuras e tabelas. Os resultados foram
expressivos e animadores, pois o público envolvido na pesquisa mostrou-se entusiasmado com a
experiência, vivenciada com a utilização dos JDs, todos os 28 pesquisados responderam que vão
utilizar os JDs nas aulas de química quando vierem a ser professores.
Palavras-chaves: Jogos didáticos, química orgânica, hidrocarbonetos.
18
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – CFP - CAJAZEIRAS
enthusiastic about the experience with the use of the EGs. All 28 respondents answered that they will
use the games in chemistry classes when they become teachers.
Keywords: Educational games, organic chemistry, hydrocarbons.
Los documentos oficiales que rigen la educación básica, y de modo especial la enseñanza de química,
escuela secundaria, enfatizan la necesidad de cambios que mejoren el proceso de enseñanza /
aprendizaje y la emancipación del sujeto. Sin embargo, estos cambios se efectúan a partir del
momento en que el paradigma de la enseñanza tradicional se rompe y / o se abre para la inserción de
nuevas herramientas metodológicas. El presente trabajo tuvo por objetivo el desarrollo y aplicación de
dos Juegos Didácticos (JD), uno de carácter físico y otro digital. Los JD fueron aplicados para 28
alumnos del primer período (2018.1) del curso de licenciatura en Química del Centro de Formación de
Profesores de la Universidad Federal de Campina Grande, campus Cajazeiras-PB. Se trata de una
investigación descriptiva con un enfoque cualitativo y cuantitativo. La recolección de datos se dio por
medio de cuestionarios semi estructurados, y los datos fueron transcritos en figuras y tablas. Los
resultados fueron expresivos y alentadores, pues el público involucrado en la investigación se mostró
entusiasmado con la experiencia, vivida con la utilización de los JD, todos los 28 encuestados
respondieron que van a utilizar los JD en las clases de química cuando vengan a ser profesores.
Palabras claves: Juegos didácticos, química orgánica, hidrocarburos.
INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas o ensino de química, assim como as demais áreas afins, bem
como todo sistema de ensino do país vem passando por novas restruturações (reformulações).
As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) estabelecem que os currículos escolares devam
estar em conformidade com as tais, por sua vez, o ensino de química começa a ganhar um
novo direcionamento frente aos desafios contemporâneos e aos anseios de um público mais
necessitado de algo que esteja presente no cotidiano e menos abstrato (BRASIL, 2013).
Sem a tão e necessária aula experimental, desejada pelos alunos, no qual, um dos seus
papeis é reforçar aquilo que foi abordado teoria, dessa forma, tal verdade científica tem sido
tão distante do cotidiano dos discentes, que o torna abstrata, desmotivante e inacreditável.
80
Essa função orgânica pode ser encontrada de diversas formas e são os principais
constituintes de diversos produtos, como por exemplo: gás, gasolina entre outros. A principal
fonte de Hidrocarbonetos são os poços de petróleos, que é uma substancia de cor escura e
originou-se a milhares de anos fruto da decomposição orgânica (MARIA, 2002).
19
Disponível em: <https://www.google.com.br/search?q=CIANATO+DE+
AMONIA&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj9x8jwnMzcAhXEIJAKHVZTAwsQ_AUICigB&b
iw=1137&bih=735#imgrc=0BfLM6oXAQ-xPM:>. Acesso em: 20 jul. 2018.
81
Metodologia do ensino, pois, não é nada mais do que o conjunto de
procedimentos didáticos, representados pelos seus métodos e técnicas de
ensino que visam levar o bom termo a ação didática, que é alcançar os
objetivos de ensino e, consequentemente, da educação, com mínimo esforço
e máximo rendimento.
Jogos Didáticos
A palavra jogo não apresenta um único significado, ou seja, a palavra jogo apresenta-
se como sendo polissêmico, de modo que o termo jogo pode ser utilizado em diferentes
contextos, um dos significados que pode ser atribuído é o caráter lúdico de um dado objeto
(BROUGÉ, 1998).
Entende-se por atividade lúdica, como sendo uma ação que promove divertimento em
qualquer contexto linguístico. Se por acaso essa atividade lúdica apresentar regras torna-se um
jogo, sendo assim, o jogo, por si só, é de natureza lúdica, pautado em regras de natureza
competitivo ou não, de moda a propiciar o ato de brincar, tornando-se em uma brincadeira
(SOARES, 2004).
Não é de hoje que os jogos lúdicos são explorados como intuito de promover a
aprendizado, desde Grécia Antiga o lúdico promove aprendizagem. Porém, jogos voltados
para o ensino de ciências só vieram a ser conhecido no século XVIII, com um detalhe, neste
período o acesso a esses jogos eram restritos a realeza e a aristocracia, mas não demorou e os
jogos popularizaram-se. Só após a revolução francesa no século XIX que os jogos começaram
de maneira tímida ter visibilidade no contexto escolar. Na área das exatas, nível médio, a
matemática e física utilizavam de bolas, cubos e cilindros que pudessem ser relacionados com
conceitos dessas disciplinas (CUNHA, 2012).
utiliza-se a ação lúdica para que aconteça aquisição do conhecimento por parte do aluno
(KISHIMOTO, 1996).
Alguns autores trazem uma pequena diferenciação entre o jogo educacional (JE) e
jogo didático (JD). Segundo Cunha (2012) enquanto que o JE envolve atividade e dinâmica
que promovem e exploram ações corporal, cognitiva e a socialização do aluno. Por sua vez, o
JD tem como principal característica ensinar os conceitos ou conteúdos de uma dada área do
conhecimento, atividade dessa natureza contém regras e deve ser bem elaborada, devendo ser
caracterizada pelo equilíbrio lúdico e educacional, de maneira que possa ser utilizado na sala
de aula.
JDDs passam a ser utilizados como ferramenta metodologica e ganham espaço, fazendo parte
da realidade escolar (ANTUNES, 1998).
Aqueles oriundos do século XXI que vivem rodeados dos mais diversos equipamentos
eletrônicos são denominados de “nativos digitais”, são jovens que vivem a tecnologia
incansavelmente: celulares, computadores, videogames estão presente e são utilizados por
esse público de tal forma que os mesmos não conseguem mais se desprender deles (SOARES;
PERTANELLA, 2012).
Diante dos desafios acima exposto aos docentes de química, o trabalho intitulado
“DESENVOLVIMENTO E APLICAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE
HIDROCARBONETOS”, tem como objetivo: desenvolver e aplicar dois jogos didáticos, um
de caráter físico e outro digital, que possam ser utilizados pelos docentes de química para
ensinar a nomenclatura dos hidrocarbonetos.
METODOLOGIA
84
• O jogo de caráter digital foi criado utilizando o software (Power Point), que além da
sua utilidade principal (edição e apresentação de slides), é possível criar jogos com
perguntas e repostas, utilizando hiperlinks, texto, imagens, animações e vídeos em um
mesmo jogo. Estando o Power Point instalado no Computador o jogo pode ser criado
em qualquer lugar, basta ter acesso a um computador.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
87
Por outro lado 14,3% (04 alunos) ver o estudo dos hidrocarbonetos como sendo difícil,
essa dificuldade apresentada pelos mesmos pode ser decorrente de vários fatores, entre os
quais podem se destacar: falta de atenção por parte dos alunos, o conteúdo exige memorização
e em muitos momentos é abstrato, conteúdo não contextualizado, ausência de recursos
didáticos que atraia a atenção dos alunos entre outros.
demonstram que 93% dos pesquisados (26 alunos) não conheciam nenhum jogo didático de
caráter físico para nomenclatura dos hidrocarbonetos, esse dado aponta que esse tipo de
material didático é pouco utilizado pelos docentes responsável pela disciplina de química
destes alunos, durante o ensino médio na abordagem deste conteúdo. Por sua vez apenas 7%
(02 aluno) dos pesquisados afirmaram conhecer esse tipo de material didático.
didático digital para nomenclatura dos hidrocarbonetos. Por sua vez, apenas 3,6% (01 aluno)
afirmou ter conhecimento de jogos didático digitais para este conteúdo.
Analisado os resultados prévios, estes nos permitem expor que a maioria dos alunos
pesquisados ainda não teve o prazer de participar de atividades lúdicas com JDs para
nomenclatura dos hidrocarbonetos, pois, é possível que o ensino de química continue pautado
no tradicional, de maneira a não contemplar novas metodologias.
dos jogos acerca do conteúdo abordado. Para Kishimoto (1996) o jogo enquanto recurso
metodológico é o caminho que se usa para ensinar um conteúdo, a ação lúdica própria do jogo
favorece a aquisição do conhecimento por parte do aluno.
De acordo com percentual apresentado na Figura 6, para 89% (25 alunos) dos
pesquisados, o jogo didático digital denominado “descobrindo os hidrocarbonetos” foi o que
melhor abordou o conteúdo, apenas 11% (03 alunos) responderam o jogo físico. Diante das
respostas, pode-se afirmar que o jogo digital foi o que melhor abordou o conteúdo.
Figura 6 – Qual dos jogos deu mais ênfase a abordagem do conteúdo, questão 2.
91
92
93
CONCLUSÃO
Diante dos dados apresentados pode-se afirmar que os dois jogos desenvolvidos e
aplicados mostraram-se eficientes para o ensino aprendizagem da nomenclatura dos
hidrocarbonetos, isto fica evidenciado quando todos os alunos afirmaram que os jogos
possibilitaram aquisição de conhecimento, dando suporte para resolução dos questionamentos
trabalhados.
Como trabalho futuro, pretende-se disponibilizar o jogo digital em bases de dados para
ampliação do uso por outros discentes, quanto ao jogo físico almeja-se escrever e publicar um
relatório descritivo com todos os detalhes e regras, permitindo assim a reprodução e aplicação
por outros docentes.
| Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 4, suplementar, jan. 2019.
XIV Seminário Internacional Analítico de Temas Interdisciplinares & VI Seminário de Pesquisa
Inovadora na/para Formação de Professores & I Fórum de Pós-Graduação da UFCG.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, C. Jogos para a estimulação das múltiplas inteligências. 13 ed. Petrópolis, Rio 94
de Janeiro: Vozes, p. 295, 1998.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2011.
MARIA, l. C. S.; et al. Um tema para o ensino de química. Química Nova, n. 15, p.19-23,
2002. Disponível em:< http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc15/v15a04.pdf >. Acessado em: 21 95
jul. 2002.
NÉRICE, I. G. Didática Geral Dinâmica. 9. Ed. São Paulo: Atlas, p. 403, 1983.
PINTO, M. R. Formação e Aprendizagem no Espaço Lúdico. 2 ed. São Paulo: Arte &
Ciência, 2003.
96
RESUMO
O presente artigo busca fazer alguns apontamentos sobre gênero enquanto uma categoria discursiva
pertinente para ser abordada em sala de aula. Traz em seu corpo textual a discussão da temática
levando em consideração gênero enquanto uma prática e construção social. Percebe o plano de aula
enquanto um instrumento essencial para o exercício da docência; na medida em que são colocas os
conceitos, sugerem-se estratégias para trabalhar tais questões em sala de aula, desse modo buscou-se
detalhar cada procedimento um plano de aula, a fim de contribuir para com os profissionais da
educação. Por fim esse artigo traz contribuições para um ensino que seja engajado na realidade social
contemporânea trazendo temáticas sensíveis para dentro do espaço escolar.
PALAVRAS-CHAVE: Plano De Aula; Gênero; Ensino.
ABSTRACT
The present article seeks to make some notes about gender as a relevant discursive category to be
approached in the classroom. It brings in its textual body the discussion of the theme taking into
account gender as a practice and social construction. By perceiving the lesson plan as an essential
instrument for teaching, insofar as the concepts are put forward, strategies are suggested to work on
such questions in the classroom in this way. It was sought to detail each procedure as a lesson plan, the
contribute to education professionals. Finally, this article brings contributions to a teaching that is
engaged in the contemporary social reality bringing sensitive themes into the school.
KEYWORDS: Class Plan; Genre; Teaching.
RESUMEN
20
Atualmente é graduando em licenciatura plena em História no Centro Formador de Professores
(CFP) da Universidade federal de Campina Grande (UFCG), Cajazeiras-Pb.
El presente artículo busca hacer algunos apuntes sobre género como una categoría discursiva
pertinente para ser abordada en el aula. Trae en su cuerpo textual la discusión de la temática tomando
en consideración género como una práctica y construcción social. Al percibir el plan de clase como un
instrumento esencial para el ejercicio de la docencia, en la medida en que se plantean los conceptos, se
sugieren estrategias para trabajar tales cuestiones en el aula de ese modo Se buscó detallar cada
procedimiento un plan de clase, con el fin de contribuir a los profesionales de la educación. Por
último, este artículo trae contribuciones a una enseñanza que sea comprometida en la realidad sociales
contemporánea trayendo temáticas sensibles dentro de la escuela.
PALABRAS CLAVES: Plan De Clase; Género; Educación.
97
INTRODUÇÃO
masculino e o feminino, onde na maioria das vezes são retratados socialmente como mundos
oposto em que cada um assume sua tarefa e funções específicas e, notadamente, observamos
que o feminino ficou resguardado um lugar da exclusão. Romper com os marcadores, que
delimitam e estereotipem o lugar que cada um de nos ocupamos, é tarefa difícil, pois se
tornou elementos de nossa cultura que se tem por base o corpo sexuado, quando estamos nos
referindo ao lugar social do homem e da mulher, que se expressam como limites para ocupar
espaços e desenvolver funções que socialmente são imposto para cada um dos sexos. 98
O espaço escolar enquanto um lugar que porta sociabilidades amplas e como uma
instituição social que está passando por constantes mudanças, e suas funções bem como as
políticas educacionais, também sofrem alterações para atender as necessidades da sociedade
torna-se um lugar pertinente para discutir gênero. Esse fluxo de mudanças é continuo e nos
ajudam a (re) significar o espaço escolar passando a compreendê-lo como local de
sociabilidades mais amplas que vai alem da relação ensino-aprendizagem, mais perpassa
também como um espaço de amparo e proteção as jovens e adultos que ela frequenta21.
Para pensar o plano de aula sugere-se a delimitação de três objetivos que irão nortear a
construção do plano: Conceitual: A partir das discussões de gênero, como este artigo propõe,
mostrou-se importante pensar esta temática a partir das relações de poder e dominação, em
torno dos sexos masculino e feminino, observar como socialmente criamos espaços próprios a
cada sexo e como está presentes em nossa sociedade gerando exclusão, preconceito e
21
Para uma maior reflexão acerca do espaço escolar e as constantes mudanças que estão ocorrendo na
escola pública brasileira nos últimos séculos, ver o livro: LOMBARDI, José C.; SAVIANI, Dermeval;
NASCIMENTO, Maria Isabel Moura. A escola pública no Brasil: história e historiografia. Autores
Associados, 2005.
desigualdade, desse modo podendo obervar que as identidades de gênero são uma construção
social.
Concebendo plano de aula enquanto uma “estratégia política cultural”, estes tópicos do
plano de aula que busca discutir as relações entre: Corpo, Gênero e Sociedade notando os
espaços que são produzidos entre o feminino e o masculino surgem da premência de trabalhar
gênero em sala de aula, este recorte torna-se pertinente pelo fato de vivermos em uma
sociedade que é permeada por desigualdades, entre uns aos outros, e por preconceito em
forma de intolerância as diversidades. As desigualdades de gênero são uma das que estão
presentes em nosso dia a dia, tão comum que chegam a serem naturalizados na sociedade,
dentro dos nossos lares, escolas, na sociedade e universidade. Tão presentes que muitas vezes
produz espaço de silêncio no nosso cotidiano.
Portanto, tudo aquilo for comum aos nossos olhos devemos percebê-los com
estranheza, por traz de toda naturalização existe um sistema de opressão e mando que criam
espaços na nossa sociedade e no nosso cotidiano torna-se naturais. Se descortinarmos os
espaços que ocupamos diariamente como o trabalho, a escola, espaços públicos e nosso
próprio lar podem observar algumas dessas praticas que se naturalizam por possuirmos uma
cultura em que costumamos atribuir papeis ao homem e a mulher e que devem fazer suas
performances sociais, respectivamente, do masculino e o feminino.
[...] padrões ou regras arbitrárias que uma sociedade estabelece para seus
membros e que definem seus comportamentos, suas roupas, seus modos de
se relacionar ou de se portar... Através do aprendizado de papéis, cada um/a
deveria conhecer o que é considerado adequado (e inadequado) para um
homem ou para uma mulher numa determinada sociedade, e responder a
essas expectativas (LOURO, 1997, p. 24).
100
Não sendo diferente com os sexos, desse modo, atribuímos características próprias a
cada um, onde cada qual possui seus costumes, hábitos, atitudes, falas e gestos próprios. Nos
leva ainda a perceber que estas diferenças que são atribuídas e aceitas socialmente, constroem
dois mundos distantes que são marcados pela desigualdade, produzindo misoginia,
preconceitos, agressão, dominação e exclusão.
Essas relações de poder estão inscritas nas nossas falas e atos, nos espaços de trabalho
e estudo. Muito comum ouvir palavras como, “lugar de mulher é na cozinha”, “esse local não
cabe mulher”, “o homem tem que mandar no lar” “homem não cuida do filho isso tarefa da
mulher”, “mulher foi feita para casar” cotidianamente e na mídia observamos essa criticas
veladas às atuações de cada sexo. Como se cada um tivesse o seu local “seu mundo” onde a
anatomia dos corpos define a deia de que se justifica o acesso e permeância de meninos e
meninas em diversos espaços sociais.
construção social da identidade de gênero. Como exemplo, posso citar o vídeo Intitulado de
“Identidade de Gênero e Diferenças Entre Homens e Mulheres”, por Regina Navarro Lins |
Philos TV22. Através desse vídeo e das explicações espera-se provocar os conhecimentos
prévios dos alunos ajudando a refletirem e pensar sobre gênero, quebrando com sua
concepção usual, onde o macho esta para o masculino e a fêmea para o feminino.
Uma concepção onde “nossos corpos constituem-se como referência que ancora, por
força, a identidade. E, aparentemente, o corpo é inequívoco, evidente por si; em consequência, 101
esperamos que o corpo dite a identidade, sem ambiguidades nem inconstância” (LOURO,
2000, p. 8).
Podendo desse modo, levar os alunos a refletir essas construções a partir dos exemplos
do cotidiano, desde a infância ao mundo adulto como atribuímos características diferenciadas
para cada sexo como uma ordem devemos segui-la. As rodas de conversas será proposta para
discutir os conceitos tragos no vídeo, para esse momento de socialização do conteúdo seria de
bom proveito propor rodas de conversas onde poderão ser trabalhados isoladamente os
seguintes pontos:
sexo, no momento que os alunos citam esses trabalhos será jogado no slide figuras de
trabalhadores desempenhando funções que socialmente seria atribuída ao sexo oposto. Desse
modo dialogando e ajudando a romper com esses padrões ou ao menos contribuir que os
alunos aceitem e reconheçam que nem sempre esses marcadores sociais são seguidos.
Por fim esse momento será de reflexão aos alunos pedir para que expressem o que eles
aprenderam sobre gênero e os covidando a pensar sobre os ideais que construímos aos sexos
Após os diálogos prévios, que tem por objetivo estimular os alunos a conversar bem
como notas os seus conhecimentos prévios dos alunos e interagindo como as situações
cotidianas que possibilitem despertar o interesse sobre o conteúdo os fazendo questionar a
importância de debater esse paradigma imposto sob os sexos masculinos e femininos, propõe-
se apresentar um material didático que busque deter a atenção dos alunos de forma mais
lúdica, como proposta sugere-se a utilização de imagens, com o principal propósito de
despertar a curiosidade para os alunos discutirem os elementos visuais e textuais que imagem
traz consigo.
Os conjuntos de imagens apresentadas poderão ser por exemplos: imagens que carrega
elementos visuais que possa fazer os alunos perceberem os locais onde são enraizadas as
teorias que limitam o espaço composto pela mulher e pelo homem, podendo utilizar de
fotografias que façam os alunos refletirem práticas de dentro dos seus próprios lares; das
imagens ainda poderão ser debatidas o conjunto de representações que são criadas do homem
e da mulher que por muita das vezes forma uma imagens negativas e pejorativas da mulher
em suas propagandas como em comerias de cervejas e produtos domésticos. Essas reflexões
poderão ser propostas, pois pode propiciar os alunos a problematizar situações que por muita
das vezes é passada por despercebidas no seu cotidiano.
Analisando as imagens e entendendo como a mulher é vista pela sociedade, como tem
seu local resguardado em um determinado espaço e uma determinada função, poderá abrir
espaço para que os alunos exponham suas opiniões. Em seguida, poderão ser mostradas
imagens que trazem uma visão diferenciada da qual naturalmente é atribuída à mulher e ao
homem poderão ser pensadas ambientes, profissões, que até então é composto em sua maioria 103
por um determinado sexo. Ao trabalhar com essas imagens, possibilitamos os alunos a pensar
que mesmo fazendo e tendo feito diferença na história da humanidade, seja na ciência ou até
mesmo no esporte, a visibilidade adquirida pelas mulheres é pouca quando se comparada ao
sexo masculino, uma desigualdade que necessita ser questionada.
Estes trechos da revista Seleções poderão ser propostos para que os alunos percebam
que as atitudes que “torna a mulher cativante” estão inscritas no nosso cotidiano e
naturalizadas e que o ser uma boa mulher não se limita ao agradar o parceiro. Será pedido que
os alunos problematizem esse poema. E perceber que apesar da revista ser do ano de 1969 até
hoje em dia encontra-se atitudes e falas machistas como essas.
De início será mostrado o sumário da revista que será pedido que seja lido e
expressem suas opiniões ao se depararem com o tópico que traz o titulo: “Que é que torna a
23
Revista Seleções, outubro de 1969.
Mulher Cativante?”. Será pedido que os alunos expressassem suas opiniões e digam o que
possivelmente pode conter no texto. Logo após, o texto poderá ser cortados em trechos e
distribuídos aos alunos que podem ler em voz alta e pedir a opinião da turma.
Parte do texto:
A mulher cativante não recebe o homem com uma longa lista de problemas
que ela teve naquele dia. A mulher cativante nunca deve rejeitar seu marido 104
em favor dos filhos. A mulher cativante sempre avisa onde está e gosta de
esperar o marido em casa com comida pronta. A mulher cativante sabe que o
sexo representa um papel muito importante na vida do marido. Por isso ela
sabe também que:- não pode recusá-lo; - tudo o que fizer na cama dirá que
aprendeu com ele. A mulher cativante aceita que o homem se interesse por
futebol e pela companhia dos amigos. A mulher cativante não desconfia
quando o marido trabalha longas horas e chega tarde. A mulher cativante não
pode exigir que o homem diga que a ama milhões de vezes. A mulher
cativante tem a obrigação de passar batom e se maquiar e aparecer bonita e
perfumada. A mulher cativante deve considerar o homem a pessoa mais
importante de sua vida. Deve dar-lhe mais valor do que a todas as outras
pessoas - inclusive a si mesma (SELEÇÕES, 1969).
✓ Igualdade de gênero
Esse momento poderá ser pensado para os alunos refletirem sobre as desigualdades de
gênero enquanto um elemento que persistem na nossa sociedade. Os alunos serão estimulados
a discutir de que modo contribuímos para que as desigualdades existam e persistam. Desse
modo, levando os alunos a compreenderem que os padrões normativos que atribuímos aos
sexos é um fator de contribuição para as desigualdades, e enquanto estiver pessoas que
limitem os diversos espaços de atuação social seja ele o profissional, o do ensino ou do
político por questões relacionadas a sexo e a identidade a desigualdade entre os gêneros
existirá.
CONCLUSÕES
familiar de uma sociedade patriarcal. Quebra com esta dominação masculina tão onipresente
no nossa sociedade é uma tarefa de todos que sejam comprometidos com uma sociedade
igualitária e justa. Como nos mostra (BOURDIEU, 1999), a dominação masculina não é
sempre uma marca ou dor ligada ao corpo físico mais se expressa, também, como um sistema
de “violência suave, insensível, invisível” (BOURDIEU, 1999, p. 7).
Portanto, tudo que for comum aos nossos olhos devemos questionar, pois por de traz
de toda naturalização existe uma um sistema de dominação, mando e opressão. Fazer a 105
sociedade perceber essas questões é um dos deveres de nós professores preocupados com um
ensino efetivo e problematizador da realidade social. Portento pensar as temáticas voltadas
em gênero na/para sala de aula e dar aos alunos a oportunidade de uma formação mais
“completa” no sentido de que ela também seja ligada a realidade social a qual os sujeitos
estão inseridos.
REFERÊNCIAS
SELEÇÕES do reader´s digest. Revista, "Que é que torna a Mulher Cativante?", Rio de
Janeiro, v.10, 1969 106
RESUMO
O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC) foi criado para suprir a deficiência de
aprendizagem no ciclo de alfabetização. A proposta metodológica do PNAIC tem o potencial de
contribuir para a formação continuada dos professores e consequentemente alfabetização das crianças.
Este trabalho se propõe identificar os impactos e as contribuições do PNAIC para formação dos
professores do município de Uiraúna/PB. Para tanto, buscou descrever as contribuições promovidas
pelo PNAIC para o sistema de ensino e aprendizagem neste munícipio e demonstrar os impactos
positivos na constituição da identidade profissional dos professores, bem como analisar as práticas
didático-pedagógicas adotadas em sala de aula pelos professores que participaram do PNAIC. O
instrumento metodológico utilizado foi um questionário para a condução de uma entrevista, e diversos
documentos e bibliografias, constituindo-se de uma pesquisa qualitativa, documental e bibliográfica. A
análise demonstra que o PNAIC propiciou melhorias no processo de ensino-aprendizagem
possibilitadas pela formação continuada dos professores estimulando-os ao interesse pela prática
docente que supõe melhores condições de trabalho influenciando positivamente na aprendizagem dos
alunos.
PALAVRAS-CHAVE: formação continuada, ensino-aprendizagem, alfabetização 1
The National Pact for Literacy in the Right Age (PNAIC) was created to address the learning disability
in the literacy cycle. The methodological proposal of the PNAIC has the potential to contribute to the
24
Especialista em Gestão de Pessoas – Faculdade Evolução do Alto Oeste Potiguar – FACEP – Bacharel em
Administração – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte – UERN. sharliany@hotmail.com.
25
Pós-graduanda em Auditoria e Controladoria na Gestão Financeira – Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial – SENAI. Especialista em Gestão Ambiental – Universidade Federal de Campina Grande – UFCG.
Bacharel em Direito – Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras – FAFIC.
raiza_thalita@hotmail.com
continuing education of teachers and consequently children's literacy. This paper aims to identify the
impacts and contributions of the PNAIC for the training of teachers in the city of Uiraúna / PB. To do
so, it was sought to describe the contributions promoted by the PNAIC for the teaching and learning
system in this municipality and to demonstrate the positive impacts on the constitution of the
professional identity of teachers, as well as to analyze the didactic-pedagogical practices adopted in
the classroom by the teachers who participated in the PNAIC. The methodological tool used was a
questionnaire for conducting an interview, and several documents and bibliographies, constituting a
qualitative, documentary and bibliographical research. The analysis demonstrates that the PNAIC
provided improvements in the teaching-learning process, made possible by the continuous formation
of the teachers, stimulating them to the interest of teaching practice that supposes better working
conditions, influencing positively in the students' learning. 108
PALAVRAS-CHAVE: continuing education, teaching-learning, literacy 1
El Pacto Nacional por la Alfabetización en la Edad Cierta (PNAIC) fue creado para suplir la
deficiencia de aprendizaje en el ciclo de alfabetización. La propuesta metodológica del PNAIC tiene el
potencial de contribuir a la formación continuada de los profesores y consecuentemente la
alfabetización de los niños. Este trabajo se propone identificar los impactos y las contribuciones del
PNAIC para la formación de los profesores del municipio de Uiraúna / PB.Para ello, buscó describir
las contribuciones promovidas por el PNAIC al sistema de enseñanza y aprendizaje en este municipio
y demostrar los impactos positivos en la constitución de la identidad profesional de los profesores, así
como analizar las prácticas didácticas pedagógicas adoptadas en el aula por los profesores que
participaron en el aula, PNAIC. El instrumento metodológico utilizado fue un cuestionario para la
conducción de una entrevista, y diversos documentos y bibliografías, constituyéndose de una
investigación cualitativa, documental y bibliográfica. El análisis demuestra que el PNAIC propició
mejoras en el proceso de enseñanza-aprendizaje posibilitadas por la formación continuada de los
profesores estimulándolos al interés por la práctica docente que supone mejores condiciones de trabajo
influenciando positivamente en el aprendizaje de los alumnos.
PALAVRAS-CHAVE: formación continua, enseñanza-aprendizaje, alfabetización 1
INTRODUÇÃO
Neste contexto foi criado em 2012 o Plano Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
(PNAIC), sendo executado inicialmente em 2013. O PNAIC é uma iniciativa do Ministério da
Educação contando com a participação articulada dos governos federais, estaduais e 109
municipais, com vistas a mobilizar recursos para a formação dos professores, dando-lhes
apoio pedagógico e fornecendo matérias didáticos às crianças, avaliações adequadas, gestão e
monitoramento (PNAIC, 2015).
Esta pesquisa pode contribuir para uma auto avaliação do munícipio em relação às
práticas pedagógicas tradicionais que são utilizadas, considerando os avanços que as
estratégias do PNAIC possibilitaram para o processo de ensino-aprendizagem culminando
com a alfabetização das crianças no ciclo de alfabetização.
Quero dizer que ensinar e aprender se vão dando de tal maneira que quem
ensina aprende, de um lado, porque reconhece um conhecimento antes
aprendido e, de outro, porque, observando a maneira como a curiosidade do
aluno aprendiz trabalha para apreender o ensinando-se, sem o que não o
aprende, o ensinante se ajuda a descobrir incertezas, acertos, equívocos
(FREIRE, 1997, p.19).
O professor precisa não apenas ter conhecimento do que é ensinado, merece atenção
fundamentalmente a forma como esses conhecimentos são transmitidos. Isso quer dizer que o
método escolhido e a didática são tão importantes quanto o conteúdo trabalhado, pois o fazer
pedagógico do professor é determinante para despertar o interesse e a participação do aluno
(STACCIARINI; ESPERIDIÃO, 1999). 111
De Modo geral, o PNAIC tem como eixo principal a formação continuada dos
professores alfabetizadores de onde decorre quatro eixos de atuação, que compreende a
formação continuada presencial dos professores, uso de materiais didáticos de apoio
pedagógico, avaliações sistemáticas, gestão e controle social e mobilização (PNAIC, 2015).
formação dos orientadores, que são escolhidos pelos municípios, e estes por sua vez são
responsáveis pela formação dos professores alfabetizadores que vão lidar com os alunos os
quais constitui o objetivo principal desse projeto (PNAIC, 2015).
aluno em particular.
Vale salientar que o PNAIC não constitui uma política centralizadora, haja vista que
os municípios têm autonomia para realizarem o processo de gestão no desenvolvimento das
políticas públicas de inovação educacional. As práticas pedagógicas são produções que
acontecem dentro do ambiente escolar, emergindo elementos diversos que confirmam a
evidência da prática sobre o padrão planejado, um fazer pedagógico que coexiste na
experiência viva do cotidiano escolar (PNAIC, 2015).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
objetivos ela é classificada em pesquisa descritiva, pois se preocupam com a atuação prática,
estabelecendo relações entre suas variáveis (FREITAS; PRODANOV, 2013, GIL, 2009).
Quanto aos seus procedimentos esta pesquisa se classifica ainda como bibliográfica e
documental, pois ela vale-se de diversos materiais como livros, artigos, cadernos
informativos, relatórios, relatos e registros de experiências vivenciados no munícipio.
Por meio da entrevista realizada com a equipe composta por duas formadoras e a
coordenadora do município ficou evidente o quanto é importante a adesão do município a
pedagogia do PNAIC, pois conforme consta em sua fala:
Com isso deduz-se que a formação dos coordenadores e formadores é um espelho para
a formação dos professores alfabetizadores, pois os conteúdos trabalhados são equivalentes, a
metodologia e estratégias de ensino e aprendizagem, os materiais e recursos didáticos 116
que a formação dos professores é eficaz para transformar a aprendizagem, o que o professor
aprende na sua formação é transmitido para o aluno com uma riqueza imensurável. O
processo de ensino-aprendizagem é problematizado com isso os alunos aprendem mais e
melhor.
Com isso fica claro que é possível melhorar a abordagem de ensino em prol da
formação social do aluno, quando alfabetizados da forma “certa” e no tempo certo. De acordo
118
com o relatório de atividades observa-se que os professores aprendem a trabalhar a linguagem
e a escrita e conhecimentos matemáticos utilizando métodos variados. De forma
interdisciplinar o professor instiga nos alunos o gosto pela leitura, propondo a leitura de textos
condicionados, por exemplo, por uma roda de leitura onde os alunos podem aprender mais por
meio de discussões, outra forma didática eficaz de explorar os textos trabalhados é através do
canto e da dança propiciando a criatividade
com outros recursos didáticos como jogos, a trilha numérica, facilitando o contato do alunos
com os números, e aprender sobre geometria, grandezas e medidas, tratamento da informação.
Observa-se que as aulas tinham uma estrutura didática coerente e fluida, eram
planejadas para facilitar a apreensão do conhecimento por parte do aluno, pois a temática da
aula, os materiais, recursos e dinâmicas convergiam com o propósito de aprendizagem de
determinada aula.
119
Além do mais foi usado com frequência os jogos didáticos que foram pertinentes para
aumentar a participação dos alunos favorecendo a aprendizagem do sistema alfabética da
leitura e escrita. Nesse sentido, os jogos constituem instrumentos de expressão e socialização
das práticas culturais e inserção no mundo, como também atividades lúdicas que possibilita o
engajamento de crianças e adultos que constrói um mundo imaginário regido por regras
sociais de convivência (BRANDÃO, 2009).
Contudo, pode-se dizer que os recursos, métodos e ações do PNAIC em Uiraúna teve
uma grande contribuição significativa para potencializar o sistema educativo de alfabetização
dos alunos e sua formação cidadão.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a análise dos dados foi visto que o município avançou muito em termos de
planejamento, organização, execução e avaliação das suas ações para assegurar um sistema de
ensino que comtemple as necessidades de aprendizagem das crianças. O processo de ensino-
aprendizagem ficou mais dinâmico e participativo, facilitados pelo uso de metodologias
diversas como atividades de leitura, a ludicidade, rodas de conversa, gêneros literário, etc.
REFERÊCIAS
BRASIL. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Gestão Escolar no Ciclo de
Alfabetização. Caderno para gestores/Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica,
Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 2015.
BRASIL. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A oralidade, a leitura e a escrita
no ciclo de alfabetização. Caderno 05/Ministério da Educação. Secretaria de Educação
Básica, Diretoria de Apoio à Gestão Educacional. Brasília: MEC, SEB, 2015
FREIRE, P. Professor sim, tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo: Olho D’água.
1997.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. de A.. Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo: Atlas,
2003. 121
RESUMO
Este artigo traz uma discussão sobre as contribuições da Análise do Discurso (AD) para a produção de
sentidos do texto, tendo como objeto de estudo Doroteia, a ateia, de Bagno e Bezerra. A relevância da
pesquisa justifica-se pela necessidade de mostrar que os processos discursivos estão na fonte da
produção de sentidos, e que para compreendê-los, precisamos buscar significar o discurso
materializado por meio de uma ideologia. O objetivo deste trabalho é aplicar os conhecimentos
oriundos da Análise do Discurso para compreender os significados do texto que se constitui em nosso
objeto de estudo. Para isso, fizemos uso das contribuições teóricas de Orlandi (2008; 2009), Gregolin
(1995), Pechêux (1999;2006), entre outros, que vêm fundamentar nossa abordagem sobre a definição
da AD e os elementos essenciais nesse estudo, como: a distinção existente entre “texto” e “discurso”,
formações ideológicas e discursivas, sujeito e autor do discurso e outros conceitos importantes para a
realização da análise do corpus. O estudo realizado nos permite concluir que a AD pode trazer grandes
contribuições na prática leitora do cotidiano escolar, visto que conduz o leitor a uma busca pelo
significado do texto, a partir de uma análise detalhada de todos os aspectos presentes na linguagem
materializada.
PALAVRAS-CHAVE: Análise do discurso. Texto. Discurso. Sujeito. Significado.
ABSTRACT
This article presents a discussion about the contributions of Discourse Analysis (AD) to the production
of meanings of the text, with Doroteia, the atheist, of Bagno and Bezerra as the object of study. The
relevance of research is justified by the need to show that discursive processes are at the source of the
production of meanings, and that in order to understand them we must seek to signify the materialized
discourse through an ideology. The objective of this work is to apply the knowledge derived from
Discourse Analysis to understand the meanings of the text that constitutes our object of study. For this,
26
Mestra em Letras pelaa UFCG. Graduada em Letras com habilitação em português e inglês. Professora da
Educação Básica na prefeitura municipal de Icó e na secretaria estadual de educação, ambos no estado do Ceará.
27 Mestra em Letras pela UFCG. Graduada em Letras pela UFC e em Pedagogia pela UECE. Professora da
Educação Básica na prefeitura municipal de Acopiara, Ceará.
we used the theoretical contributions of Orlandi (2008, 2009), Gregolin (1995), Pechêux (1999, 2006),
among others, that support our approach on the definition of AD and the essential elements in this
study,as: The distinction between "text" and "discourse", ideological and discursive formations,
subject and author of the discourse and other concepts important for the accomplishment of the
analysis of the corpus. The study allows us to conclude that the AD can bring great contributions in
the practice of everyday school reading, since it leads the reader to a search for the meaning of the
text, from a detailed analysis of all aspects present in the materialized language.
KEYWORDS: Discourse analysis. Text. Speech. Subject. Meaning.
123
LAS CONTRIBUCIONES DEL ANÁLISIS DEL DISCURSO PARA LA
PRODUCCIÓN DE SENTIDOS DEL TEXTO: UNA BÚSICA SOBRE EL
DÍO Y EL NO DICTO EN DOLOR, LA ATEA, DE BAGNO Y BEZERR
RESUMEN
Este artículo trae una discusión sobre las contribuciones del Análisis del Discurso (AD) para la
producción de sentidos del texto, teniendo como objeto de estudio Dorotea, la atea, de Bagno y
Bezerra. La relevancia de la investigación se justifica por la necesidad de mostrar que los procesos
discursivos están en la fuente de la producción de sentidos, y que para comprenderlos, necesitamos
buscar significar el discurso materializado por medio de una ideología. El objetivo de este trabajo es
aplicar los conocimientos oriundos del Análisis del Discurso para comprender los significados del
texto que se constituye en nuestro objeto de estudio. Para ello, hicimos uso de las contribuciones
teóricas de Orlandi (2008, 2009), Gregolin (1995), Pechêux (1999; 2006), entre otros, que vienen a
fundamentar nuestro enfoque sobre la definición de la AD y los elementos esenciales en ese estudio,
como: la distinción existente entre "texto" y "discurso", formaciones ideológicas y discursivas, sujeto
y autor del discurso y otros conceptos importantes para la realización del análisis del corpus. El
estudio realizado nos permite concluir que la AD puede traer grandes contribuciones en la práctica
lectora del cotidiano escolar, ya que conduce al lector a una búsqueda por el significado del texto, a
partir de un análisis detallado de todos los aspectos presentes en el lenguaje materializado.
PALABRAS CLAVE: Análisis del discurso. Texto. Discurso. Asunto. Significado.
INTRODUÇÃO
Nesse contexto, segundo Gregolin (1995, p. 17) afirma que “através da Análise do
Discurso é possível realizarmos uma análise interna (o que este texto diz? como ele diz?) e
uma análise externa (por que este texto diz o que ele diz?)”.
Por todas essas questões acima explanadas, a temática é relevante para mostrar que os
processos discursivos estão na fonte da produção de sentidos, que nenhuma mensagem é
criada vagamente, cada texto possui uma ideologia e essa ideologia está representada no
discurso.
Por fim, apresentamos nossas considerações com base nos estudos desenvolvidos a
partir da Análise do Discurso, que nos conduziram a essa pesquisa e, consequentemente, a
buscar uma reflexão que nos proporcione compreensão cada vez mais detalhada das
mensagens contidas nos textos com os quais nos deparamos frequentemente.
REFERENCIAL TEÓRICO
A Análise do Discurso de origem francesa, que tem como objeto o discurso, teve
início no século XX, no ano de 1969, por Michel Pêcheux e Jean Dubois. Porém, antes disso,
já existia o estudo da língua funcionando para a produção de sentidos e que permite analisar
unidades maiores que a frase, no caso, o texto, e investigar os significados que ele apresenta.
que mesmo com foco no sentido literário do texto, já começavam a conceber o texto em sua
estrutura, buscando uma lógica interna. Encontramos, ainda, nos anos 50, Z. Harris que,
embora não executasse a análise do texto pelo viés conteudista, apresentava a prática de partir
de unidades menores para unidades maiores para chegar à análise linguística.
aos monumentos textuais surgiram do estruturalismo e que o princípio dessas leituras consiste
em “multiplicar as relações entre o que é dito aqui (em tal lugar), e dito assim e não de outro
jeito, com o que é dito em outro lugar e de outro modo, a fim de se colocar em posição de
‘entender’ a presença de não-ditos no interior do que é dito.
Só então, nos anos 60, surgiu a Análise do Discurso, com base nos pressupostos do
materialismo histórico, conjugando a língua com a história na produção de sentidos. Nessa
perspectiva, a Análise do Discurso se configura como uma área da Linguística que tem como
objeto de estudo a língua em movimento que produz sentido enquanto prática, e procura
também entender não só a palavra ou a frase, mas o contexto social, o espaço em que ocorre o
discurso e seus efeitos de sentidos.
Porém, foi na década de 1970 que a AD conquistou realmente espaço no campo dos
estudos linguísticos, tendo o seu desenvolvimento marcado “a passagem da Linguística da
‘frase’ para a Linguística do ‘texto’, segundo Gregolin (1995, p.13).
Diante de todo esse percurso, passamos a ver a AD como uma disciplina que não
trabalha com a língua fechada em si mesma, e sim com o discurso enquanto objeto sócio-
histórico em que o linguístico intervém como pressuposto. Julga-se necessário, portanto,
refletir sobre as concepções de linguagem existentes, para analisarmos qual delas está
associada aos pressupostos da AD.
Para esse fim, buscamos suporte teórico em Travaglia (1995, p. 21-23), que apresenta
três concepções. A primeira concepção vê a linguagem como expressão do pensamento.
Para essa concepção as pessoas não se expressam bem porque não pensam.
[...] A enunciação é um ato monológico, individual, que não é afetado pelo
outro nem pelas circunstâncias que constituem a situação social em que a
enunciação acontece. [...] Portanto, para essa concepção, o modo como
Nesse caso, já que concebe a língua como um ato social que envolve mais de uma
pessoa, para que ocorra comunicação efetiva, é necessário que o código seja utilizado de
maneira preestabelecida. A terceira concepção vê a linguagem como forma ou processo de
interação. Nessa concepção,
A ocorrência dessa interação leva em conta elementos que precisa ser discutidos,
como o discurso, as formações ideológicas e discursivas, o sujeito discursivo, bem como o
autor do discurso, dos quais tratamos na sequência.
A análise do discurso como seu próprio nome indica, não trata da língua, não
trata da gramática, embora todas essas coisas lhe interessem. Ela trata do
128
discurso. A palavra discurso, etimologicamente, tem em si a ideia de curso,
de percurso, de correr por, de movimento. (ORLANDI, 2009, p. 15)
Nessa concepção, o discurso pode ser visto como “palavra em movimento”, pois a
partir dele se observa o homem falando e, então, se é possível o estudo do discurso. Orlandi
(2009) diz, ainda, que
Com isso, confirmamos que a AD vai muito além do que está dito, considerando
também o não dito, pois ambos são fundamentais para produção dos sentidos do texto.
[...] o discurso deve ser visto como objeto linguístico e como objeto
histórico. Nem se pode descartar a pesquisa sobre os mecanismos
responsáveis pela produção do sentido e pela estruturação do discurso nem
sobre os elementos pulsionais e sociais que o atravessam. Esses dois pontos
de vista não são excludentes nem metodologicamente heterogêneos. A
pesquisa hoje precisa aprofundar o conhecimento dos mecanismos sintáxicos
e semânticos geradores de sentido; de outro, necessita compreender o
discurso como objeto cultural, produzido a partir de certas condicionantes
históricas, em relação dialógica com outros textos. (FIORIN, 1990, p. 177).
Podemos considerar que uma sociedade possui várias formações ideológicas, e a cada
uma delas corresponde uma "formação discursiva", ou seja, aquilo que determina o que pode
e deve ser dito numa dada formação ideológica. Nesse âmbito, Orlandi (2009) considera
necessária a compreensão de dois pontos:
130
Conforme a compreensão oriunda da reflexão provocada por esses dois pontos, vemos
a formação discursiva como grupos de enunciados que mantêm uma regularidade discursiva, e
que por terem condições de produção diferentes são referidos a diferentes formações
discursivas, portanto, a mesma palavra pode produzir diferentes efeitos de sentido,
considerando a formação discursiva em que está inscrita.
Para Gregolin (1995, p. 18), esse pensamento explica o fato de que os processos
discursivos estão na fonte da produção dos sentidos e a língua é o lugar material onde se
realizam os "efeitos de sentido". Para a autora, o discurso, então, “é um dos aspectos da
materialidade ideológica, por isso, ele só tem sentido para um sujeito quando este o reconhece
como pertencente a determinada formação discursiva”. Mas, afinal, quem é o sujeito
discursivo?
Orlandi (2009, p. 63), em suas contribuições teóricas, define texto como “a unidade
que o analista tem diante de si e da qual ele parte”. Conforme o que preconiza a autora, ao
ver-se diante de um texto, o analista
131
[...] o remete imediatamente a um discurso que, por sua vez, se explicita em
suas regularidades pela sua referência a uma ou outra formação discursiva
que, por sua vez, ganha sentido porque deriva de um jogo definido pela
formação ideológica dominante naquela conjuntura.
Assim sendo, constatamos que há uma relação intrínseca entre texto e discurso, sendo
o primeiro a materialização do segundo, deixando claro que essa definição vale para o texto
oral ou escrito, pois o texto é texto porque significa, independente da sua organização
linguística.
O discurso é conceituado por Orlandi (2009, p. 70) como “uma dispersão de textos e o
texto é uma dispersão do sujeito”, considerando ainda que “o sujeito se objetiva de maneiras
diferentes ao longo de um texto”, visto que o discurso não se fecha. Portanto, fica claro que
um só sujeito pode produzir vários discursos dentro de um mesmo texto.
Orlandi (2009, p. 75-76) considera que a autoria é uma função do sujeito, a função-
autor, que se estabelece ao lado de outras funções, as enunciativas, que são o locutor, aquele
que representa o “eu”, e o enunciador, que é a perspectiva que esse “eu” constrói. A autora
complementa, ainda, que é do autor que se exige: “coerência, respeito às normas
estabelecidas, explicitação, clareza, conhecimento das regras textuais, originalidade,
Diante disso, fica claro que o autor deve assumir a responsabilidade pelo que está dito
no texto, visto que ele domina os mecanismos discursivos. No entanto, não basta falar para ser
autor. Aprender a se representar como autor é assumir, diante das instâncias institucionais,
esse papel social na sua relação com a linguagem: constitui-se e mostrar-se autor (ORLANDI,
2008). 132
METODOLOGIA
Tipo de pesquisa
Esta análise se caracteriza como uma pesquisa documental, que segundo Prodanov e
Freitas (2013), baseia-se em materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou
que podem ser reelaborados.
O corpus
28
https://www.facebook.com/photo.php?fbid=618587128235694&set=pb.100002532385353.-
2207520000.1503497915.&type=3&theater
Doroteia é uma personagem caricatural criada por Bagno, a quem se atribui a função
de sujeito do discurso em textos elaborados pelo autor e publicados em sua página na rede
social Facebook, com o intuito de criticar fatos ocorridos no Brasil, principalmente, de cunho
político-sociais. A personagem aparece sempre usando óculos, conferindo-lhe um ar de
intelectual e com uma postura que denota incredulidade, fazendo jus ao aposto “a ateia”.
Sempre na mesma posição em que apoia um braço no outro e segura um cigarro entre dois
dedos, Doroteia direciona o olha para uma só direção, onde se localiza o texto que expressa o 134
fato a ser criticado.
sobre a abolição do acento indicativo de crase, iniciada a partir de um projeto de lei criado
pelo deputado federal João Herrmann Neto (PDT-SP), em novembro de 2005, por considerar
que a maioria dos brasileiros não sabia utilizá-la.
[...] aquilo que, face a um texto que surge como acontecimento a ler, vem
restabelecer os ‘implícitos’ (quer dizer, mais tecnicamente, os pré-
construídos, elementos citados e relatados, discursos transversos, etc., de que
sua leitura necessita: a condição legível em relação ao próprio legível.
Os sujeitos no discurso são dois: a) a justiça brasileira, seriamente criticada por sua
atitude que, na visão do sujeito do discurso, configura-se como contrária às expectativas
geradas pela situação; b) o autor do projeto de lei que tinha como objetivo abolir o acento
indicativo da crase.
Constatamos, ainda, uma interdiscursividade entre o que está dito no texto e o discurso
que permeia a conjuntura atual, no que concerne à corrupção no Brasil, envolvendo políticos e 136
membros do judiciário. Por isso, Orlandi (2009, p. 43-44), afirma que “o interdiscurso
disponibiliza dizeres, determinando pelo já-dito, aquilo que constitui uma formação discursiva
em relação a outra”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final dessa pesquisa, podemos afirmar que uma das principais contribuições da
Análise do Discurso não só para o ensino de Língua Portuguesa, mas primeiramente para
ampliar os conhecimentos dos educadores da área, é mostrar o quanto as relações existentes
entre o interior e o exterior do texto podem aprimorar as práticas de leitura em sala de aula,
desenvolvendo as diversas habilidades esperadas no estudo de língua materna, dentre elas a
compreensão leitora.
uma discussão sobre o acento indicador de crase, lançando duas proposições claramente
críticas contra o fato que desencadeou a produção do texto Doroteia, a ateia.
Diante dessas reflexões, constatamos que a importância da AD não está, pois, apenas
nas teorias que a envolvem, mas na prática leitora do cotidiano escolar, voltada para uma
leitura mais detalhada de todos os aspectos presentes na linguagem materializada, em busca
da significação.
137
É preciso mostrar aos nossos alunos que os sentidos estão além das palavras, que é
preciso estabelecer as relações das condições em que um texto é produzido com a memória
refletida por cada um, a fim de compreender melhor o que está sendo dito. Portanto, devemos
entender que “a linguagem não se dá como evidência, oferece-se como lugar de descoberta”
(ORLANDI, 2009, p. 96).
REFERÊNCIAS
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do saber. Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves, 7ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2008.
ORLANDI, Eni P. Discurso e leitura. São Paulo: Cortez; Campinas, SP: Editora da
Universidade Estadual de Campinas, 2008.
_____. Análise de discurso: princípios & procedimentos. 8. ed. Campinas: Pontes, 2009.
_____. Papel da Memória. In: ACHARD, P. et al. Papel da Memória. (Trad. José Horta
Nunes). Campinas: Pontes, 1999
138
RESUMO
É do nosso conhecimento que o período modernista no Brasil teve início com a Semana de Arte
Moderna, efetuada em São Paulo, em 1922. E nesta época, vários autores receberam destaque, entre
eles, estão os grandes nomes: Mário de Andrade; Rachel de Queiroz; Jorge Amado, Graciliano Ramos
e outros. O movimento foi dividido em três fases, porém, a que trataremos aqui, diz respeito à
segunda, que aborda temáticas nacionalistas e regionalistas, condizentes com a obra A Barragem, de
Ignez Mariz. O romance em destaque tem muito a contribuir, para entendermos o período em vigor
naquela época, principalmente, no que tange aos aspectos do linguajar e da cultura, do estado da
Paraíba, já que o romance passa-se num povoado desta localidade. A pesquisa tem como objetivo
refletir acerca dos costumes e da cultura que permeiam o povoado (São Gonçalo), especialmente da
família do protagonista (Zé Marianno), bem como da linguagem presente na obra. Foi desenvolvida
por alunas do curso de Letras- Língua Portuguesa, da Universidade Federal de Campina Grande. Os
resultados apontam um contraste entre o linguajar das pessoas do campo e daqueles que residiam na
cidade. Além de a mesma ser bastante representativa através dos provérbios e dos ditos populares.
PALAVRAS-CHAVE: Regionalismo; Linguagem; Cultura.
ABSTRACT
It is our understanding that the modernist period in Brazil began with The Modern Art Week realized
in São Paulo in 1922. And at this time, several authors received prominence, among them, are great
names as Mário de Andrade; Rachel de Queiroz; Jorge Amado, Graciliano Ramos, and others. The
movement was divided into three phases, but the one we are dealing with here concerns the second,
which deals with nationalist and regionalist themes, in keeping with the work A Barragem by Ignez
Mariz. The novel highlighted has much to contribute, in order to understand the period in force at that
time, mainly as regards language and culture, besides Paraíba aspects, since the romance happens in a
village that belongs to this locality. The survey aims to reflect about customs and culture that permeate
the village (São Gonçalo), especially the protagonist family (Zé Marianno), as well as the language
present in work. This survey was developed by undergraduate students of Portuguese Language and
Literature course at Universidade Federal de Campina Grande. The results indicate a contrast between
people languages who live in the field and those who lived in the city. Besides the same being quite
representative through the proverbs and popular sayings.
KEYWORDS: Regionalism; Language; Culture.
RESUMEN
Es de nuestro conocimiento que el período modernista en Brasil tuvo inicio con la Semana de Arte
Moderno, efectuada en São Paulo, en 1922. Y en esta época, varios autores recibieron destaque, entre
ellos, están los grandes nombres: Mário de Andrade; Rachel de Queiroz; Jorge Amado, Graciliano
Ramos y otros. El movimiento se dividió en tres fases, pero a la que trataremos aquí, se refiere a la
segunda, que aborda temáticas nacionalistas y regionalistas, concordantes con la obra La Represa, de
Ignez Mariz. La novela en destaque tiene mucho que contribuir, para entender el período en vigor en
aquella época, principalmente, en lo que se refiere a los aspectos del lenguaje y de la cultura, del
estado de Paraíba, ya que la novela se pasa en un pueblo de esta localidad. La investigación tiene
como objetivo reflexionar acerca de las costumbres y la cultura que permean al pueblo (São Gonçalo),
especialmente de la familia del protagonista (Zé Marianno), así como del lenguaje presente en la obra.
Fue desarrollado por los alumnos del curso Letras- portuguesa, la Universidad Federal de Campina
Grande. Los resultados apuntan un contraste entre el lenguaje de las personas del campo y de aquellos
que residían en la ciudad. Además de la misma ser bastante representativa a través de los proverbios y
de los dichos populares.
PALABRAS CLAVE: Regionalismo; idioma; Cultura.
INTRODUÇÃO
É importante frisar que autores como Jorge Amado e Rachel de Queiroz são 141
Foi escrito pela autora sousense Ignez Mariz, que nasceu no dia 26 de dezembro de
1905 e faleceu em 1952, aos 47 anos de idade, vítima de um erro médico. Segundo Ehrich
(2009. p. 28) “a escritora sousense defendia a valorização dos oprimidos sociais, sobretudo
das mulheres”. Em A Barragem, por exemplo, temos essa valorização do papel da mulher na
sociedade, exercido pela personagem Remédios, a qual passar a exercer um papel
representativo e importante ao longo da narrativa. Utilizando-se dessa personagem
encontramos um contraste no papel da mulher, exercido pelas personagens mãe e filha:
Mariquinha (mãe) e Remédios (filha); aquela é totalmente submissa ao marido, desprovida de
voz dentro de casa e na sociedade, ao passo que esta é o inverso da mãe, pois apesar da pouca
idade tem um temperamento forte e possui vida própria, a mesma é dona de suas vontades e
sabe o que é melhor para si.
O presente trabalho tem como objetivo refletir acerca dos costumes e da cultura que
permeiam um determinado povoado (São Gonçalo), especialmente da família do protagonista
do romance (Zé Marianno), bem como da linguagem presente na obra, tendo em vista que a
mesma é típica da nossa localidade, principalmente na fala dos personagens principais: Zé
Marianno (o chefe da família) Mariquinha (esposa de Zé Marianno) e Remédios (filha do 142
casal), bem como mostrar alguns provérbios e ditos populares recorrentes no romance que são
próprios da nossa região.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O romance foi escrito pela paraibana Ignez Mariz. A escritora era colaborada de várias
revistas, como: Eu sei tudo, A Noite, A noite Ilustrada, Alterosa, Letras do Sertão. Escreveu
uma monografia sobre educação infantil denominada: O que leva a curiosidade infantil
insatisfeita, e deixou inacabados os livros Tresloucado gesto e Ruma. Ainda em vida
organizou alguns eventos culturais, denominado: Campanha Pró-Bibliotecas Municipais.
A sua obra não é tão vasta, como a de muitos escritores brasileiros e nem conhecida
em território nacional. Conforme as argumentações de Ehrich (2009), Mariz era uma mulher à
margem da sociedade que ela estava inserida, uma vez que a mesma preocupa-se com o
desenvolvimento social que a cercava e com as injustiças que acontecia entre as organizações
sertanejas, sobretudo com aquelas relacionadas às mulheres. Essas temáticas permeiam o
romance em análise.
O único romance de Ignez Mariz faz parte da estética Modernista, sobretudo da 143
Mesmo fazendo parte do ciclo das narrativas que compõem o período da geração de
30, a obra possui uma temática diferente da grande maioria, uma vez que ao invés da escritora
tratar do fenômeno meteorológico, a seca, e sua interferência na vida cotidiana do sertanejo,
narra como o próprio título do texto nos sugere, o processo de construção de meios de
infraestrutura que visam o combate dos danos que a seca trás para os sertanejos. Assim, o
combate mencionado na obra, ao oposto de alguns romances, é entre os próprios homens;
enquanto que em outros ambientes verossímeis dessa mesma época, o conflito se dava entre o
homem e a natureza.
chama a atenção é o fato que o foco narrativo incorpora em seu discurso gírias, utilizadas
pelos personagens.
Mariz, com o intuito, provavelmente, de trazer realidade ao seu romance, utilizou para
compor seu espaço narrativo São Gonçalo, um distrito que compõe a cidade de Sousa na
Paraíba, e Chabocão, possivelmente, um povoado onde se localiza a fazenda Rancho Dôce,
que pertencia a um dos personagens principais da obra: Zé Mariano. Além desses espaços
primários, temos também outros, como a casa de Zé Mariano, onde se passa a maioria das
cenas do romance e o barracão, lugar onde os operários compravam seus mantimentos do dia
a dia.
Alguns dos personagens que compõem o texto são: Zé Mariano, personagem central
do discurso que representa a figura dos chefes de famílias daquele período; Mariquinha,
Mulher de Zé Mariano e totalmente submissa a vontade de seu esposo; João Liberato (João
Trigueiro), homem da cidade grande (Recife) irmão de Mariquinha e representante do
desenvolvimento social; Remédios, filha do Casal protagonista da história, moça a margem da
sociedade por possuir uma visão diferente dos demais sobre o espaço da mulher, sobretudo na
instituição família; Lina, amante de Zé Mariano visto como um exemplo de chefe de família e
Lenice, melhor amiga de Remédios. Cada um desses personagens citados possui um
comportamento diferente na sociedade.
considerada um ser sem vontade própria, totalmente submissa às vontades do seu esposo.
Esse fato era aceito de bom agrado pelas mesmas, pois era algo que permeava toda a sua
educação.
traição volta-se unicamente para a figura feminina: – Bem que o povo chama esse São
Gonçalo de Sodomia... um home tá quieto tomando seu café, vém uam sirigaita dessa fruticar
por detrás e só falta lhe perdir por caridade o que não presta (MARIZ, 1994, p. 75).
A personagem exercida por Remédios, ganha destaque no discurso, por ser uma moça
dona de suas vontades e decisões. Por ser uma menina/mulher que toma as próprias decisões.
A personagem é vista pela sua vizinhança como uma Santinha do Pau ôco “[...] Ella é uma
santinha do pau ôco” (MARIZ, 1994 p. 147). Essa expressão é utilizada nessa região do país
para se referir a pessoas que escondem seu caráter.
146
por essa razão, a língua portuguesa apresenta uma diversidade expressiva, tanto regional
quanto social.
O que sabemos a respeito dos provérbios e dos ditados populares (ou ditos populares)
é que muitos os consideram tênues, pelo fato de serem pequenos e por fazerem parte de uma
cultura determinada. No entanto, são expressões sinônimas que utilizadas em situações do
cotidiano, podem ter relações com os aspectos da vida do homem, já que se referem a tudo o
quanto podemos imaginar, desde uma simples expressão do dia a dia, até uma situação mais
complexa.
Em expressões como: “—Vôtes! Esse está com o diabo no couro.” (p. 73) ou até
mesmo: “—Mamãe, preciso ter um particular com seu Zé. Vá s’embora.” (p. 185), leva-nos a
acreditar que não são apenas expressões dos nordestinos em seu cotidiano, mas sim uma
herança linguística que ganharam de seus pais e, por isso, as mantém.
CONCLUSÃO
148
REFERÊNCIAS
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1994. p. 383-
149
396.
CALDAS, Ivy Muriel Mattos. De grão em grão a galinha enche o papo: a presença dos
animais nos provérbios brasileiros. 2014. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso -
Universidade de Brasília, Brasília – DF, 2014.
FIORAVANTI, Carlos. Ora pois, uma língua bem brasileira. Revista Pesquisa FAPESP, São
Paulo, edição Nº 230, p.16-23, abr. 2015. Disponível em: Acesso em: 24. julho. 2018.
MARIZ, Ignez. A barragem. 2. ed. João Pessoa: A União, 1994 (Coleção biblioteca
paraibana)
NEVES, Lilia Maria Bitar.; JANKOSKI, Douglas Alex.; SCHNAIDER, Marcelo José.
Tutorial de Pesquisa Bibliográfica. Disponível em:
https://portal.ufpr.br/pesquisa_bibliogr_bvs_sd.pdf. Acesso em: 05. agosto. 2018.
RESUMO
Este artigo tem como objetivo analisar as perspectivas da sexualidade no âmbito escolar, e
investigar a percepção que os docentes possuem sobre a temática com o propósito de que os
alunos se conscientizem em relação a sexualidade. Este trabalho é fruto de uma pesquisa
qualitativa de caráter exploratório por meio de uma pesquisa de campo, onde foi realizada na
disciplina de Sexualidade e Educação do curso de licenciatura plena em Pedagogia do quarto
período da Faculdade São Francisco da Paraíba. As informações foram obtidas por meio de
uma entrevista gravada e elaborada com sete questões. As questões foram respondidas por
uma professora da Educação Infantil de uma escola privada da cidade de Uiraúna-PB. Os
estudos sobre a educação sexual, que seja especialmente voltada para professores da
Educação Infantil, são contribuições que podem favorecer a atuação de professores e outros
profissionais, ofertando-lhes uma melhor preparação e, consequentemente, fazendo com que
as crianças estejam mais bem informadas sobre a sexualidade. Dessa forma, quanto mais for
questionado o tema, mais conscientização será proporcionada a todos.
PALAVRAS-CHAVE: Escola. Sexualidade. Docentes. Educação.
ABSTRACT
This article aims to analyze the perspectives of sexuality in the school environment, and to
investigate the perception that the teachers have on the subject so that the students become
aware of sexuality. This work is the result of a qualitative research of an exploratory nature
through a field research, where it was carried out in the discipline of Sexuality and Education
of the full licentiate course in Pedagogy of the fourth period of the Faculty of São Francisco
da Paraíba. The information was obtained by means of an interview written and elaborated
29
Graduanda no curso de Licenciatura plena em Pedagogia, da Faculdade São Francisco da Paraíba (FASP).
Email: geaneandrade.1@hotmail.com
30
Pedagogoa. Especialista em Docência do Ensino Superior e Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino
Fundamental. Mestranda em Educação. Email: thaisoliveirabst@gmail.com
31
Graduanda no curso de Licenciatura plena em Pedagogia, da Faculdade São Francisco da Paraíba (FASP).
Email: raquelandrade390@gmail.com
with seven questions. The questions were answered by a teacher of Early Childhood
Education at a private school in the city of Uiraúna-PB. Studies on sex education, which are
especially directed at teachers of early childhood education, are contributions that can favor
the performance of teachers and other professionals, offering them better preparation and,
consequently, making children more informed about sexuality. In this way, the more the topic
is questioned, the more awareness will be provided to all.
KEY WORDS: School. Sexuality. Teachers. Education.
151
LA SEXUALIDAD EN EL ÁMBITO ESCOLAR: LA MIRADA DE LOS
DOCENTES
RESUMEN
Este artículo tiene como objetivo analizar las perspectivas de la sexualidad en el ámbito
escolar, e investigar la percepción que los docentes poseen sobre la temática con el propósito
de que los alumnos se concientizen en relación a la sexualidad. Este trabajo es fruto de una
investigación cualitativa de carácter exploratorio por medio de una investigación de campo,
donde fue realizada en la disciplina de Sexualidad y Educación del curso de licenciatura plena
en Pedagogía del cuarto período de la Facultad San Francisco de Paraíba. La información fue
obtenida por medio de una entrevista grabada y elaborada con siete preguntas. Las preguntas
fueron respondidas por una profesora de Educación Infantil de una escuela privada de la
ciudad de Uiraúna-PB. Los estudios sobre la educación sexual, que están especialmente
orientados a los profesores de Educación Infantil, son contribuciones que pueden favorecer la
actuación de profesores y otros profesionales, ofreciéndoles una mejor preparación y,
consecuentemente, haciendo que los niños estén mejor informados sobre la sexualidad. De
esta forma, cuanto más se cuestione el tema, más concientización será proporcionada a todos.
PALABRAS CLAVE: Escuela. La sexualidad. Profesores. Educación.
INTRODUÇÃO
Os pequenos, nos primeiros anos de vida, exploraram mais seu corpo nos órgãos
sexuais, mas isso não quer dizer que apenas as genitálias têm um significado perceptível na
sexualidade das crianças, os seus lábios e a boca também ocupam esse lugar. Pois para elas a
boca não é necessariamente apenas para se alimentar, mas também é uma região que desperta
prazer e bem-estar importante, pode-se notar pela precisão que as crianças têm em levar tudo
o que pegam à boca.
Quando vamos falar de sexualidade infantil, segundo o teórico não pretendemos falar
apenas das excitações e necessidades genitais precoces, do prazer enquanto sexo, mais
também podemos falar que antes que aconteça a maturação das funções reprodutoras, a
criança já se encontra com a sua sexualidade, pois na medida em que elas buscam o prazer
seja independente do exercício da função biológica elas já estão usufruindo da sua
sexualidade.
observa-se que as crianças tendem a justificar o que dizem ou fazem com afirmativas como
“eu vi na TV”.
Nesse seguimento, a mídia intervém crianças que ainda estão formando seu
psicológico, por terem esse acesso frequente aos meios de comunicação, estão sujeita a uma
série de manifestações envolvendo sexo e violência, oportunizando aspectos negativos para o
seu crescimento, podendo então acarretar graves problemas futuros ligados a sexualidade
infantil. Portanto é importante que as crianças sejam sempre monitoradas cotidianamente
quando estiverem desfrutando destes meios, seja em casa ou ate mesmo na escola. E essencial
está cobrança para que as crianças tenham um bom desempenho no desenvolvimento das suas
vidas sexuais sadia.
A educação sexual nas escolas devem ser sempre postas em pautas por meio de um
diálogo, de uma conversa sobre o tema abordado, e os docentes que irão ministrar deverão
ser capacitados e formados para exercer a tarefa formativa e informativa, para que então
possuam o objetivo de transmitir às crianças informações biológicas corretas e verdadeiras,
sobre a sexualidade, ao mesmo tempo que consigam fazer uma ligação ao conceito do sexo
ligado nos aspectos do afeto e do prazer (SUPLICY, 1983).
METODOLOGIA
Este artigo é fruto de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório por meio de uma
pesquisa de campo. De acordo com Minayo (2010), a pesquisa qualitativa atende a questões
muito pessoais. Ela se ocupa, nas Ciências Sociais, com um nível de realidade que não pode
ou não deveria ser quantificado. Ou seja, ela dedica-se ao mundo dos significados, dos
motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes.
Essa união de fenômenos humanos é entendida aqui como parte da realidade social,
pois o ser humano não se é interpretado apenas por agir, mas por também pensar sobre o que
faz e por interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilha com seus
semelhantes. Essa pesquisa foi realizada na disciplina de Sexualidade e Educação do curso de
licenciatura plena em pedagogia do quarto período, as informações foram obtidas por meio de 155
uma entrevista gravada e elaborada com sete questões. Onde as questões foram respondidas
por uma professora da educação infantil de uma escola privada da cidade de Uiraúna-PB.
A entrevista é uma das técnicas de coletas mais eficaz, por ser considerada de uma
forma racional que pode ir além das descrições e extrair uma quantidade muito grande de
dados e informações, proporcionando assim um trabalho rico de conhecimentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
campo da docência; encontra-se terminando o curso de Pedagogia e tem vinte e seis anos de
idade.
A abordagem neste momento foi feita de forma bem direta, assim como também foi
respondida, de uma forma rápida.
segundo ela. E se mostra não fazer distinção sobre as meninas e os meninos, sempre trata os
dois da mesma forma, tudo que o menino faz a menina também tem direito de fazer.
Preparada, preparada, eu não me sinto por que ainda existe aquele tabu. Não
éramos para se sentir assim, por que assim, a sexualidade ou o sexo em si era
para ser trabalhado de uma forma bem natural, mais a gente ainda sentir
aquela dificuldade mesmo porque a maioria dos alunos não tem essa
conversa com os pais em casa, na maioria das vezes e deixada apenas para a
escola. E eu assim, minha formação como eu já estou terminando pedagogia,
estou no último período, ela mim ajudou bastante, mais assim eu ainda tenho
aquele receio de tocar naquele assunto específico, então não tem uma
disciplina como orientação sexual na escola que aborde aquilo, ela vem
surgindo no currículo oculto de acordo com alguma atividade que envolva.
(PROFESSORA)
Dando prosseguimento a nossa entrevista a seguinte pergunta feita a docente foi se ela
acreditava que somente a família deve ser responsável para aborda a temática “educação e
sexualidade”. Em relação a isso obtivemos a seguinte resposta:
Não, a escola eu acredito que ela deve aborda também. Agora inclusive eu
acho que é até obrigado, está até na lei “LDB” que já é para trabalhar na
escola, por que muitos pais eles já sentem estas dificuldades, então tem que
ser uma junção família e escola, para lidar com esse assunto, não só deixar 158
para a família e nem só deixar com a escolar. (PROFESSORA)
A análise da seguinte resposta foi muito produtiva, pois apesar de ela demostrar um
pouco de dúvida em relação a obrigação de falar sobre este tema na escolar, ela citou como os
pais sente-se em relação a esse assunto e fez uma afirmação muito valiosa, de que para tratar
desta temática tem que haver uma relação entre escola e família para que possamos obter o
sucesso.
Ao analisarmos esta resposta identificamos como é construída a idéia que temos sobre
sexualidade. Como as pessoas são desinformadas sobre o assunto e não se interessam a se
informa e informar os filhos e sim a proibir. Por isso os docentes se sentem um pouco
incapazes de lidar com a temática com naturalidade. Notamos também que a professora
mesmo não se sentindo preparada ela demostra tentar agir de uma forma natural,
desconstruindo o que idealizam e contextualizando com o dia-a-dia e mostrando que é um
assunto importante para as crianças aprende a lidar consigo mesmo e a respeitar elas e os
próximos.
Como eu já falei não existe uma disciplina específica, o assunto vai surgindo
no decorre de outras atividades. Eu não tenho aquele método, eu vou
trabalhar somente com isso, mais é no decorre de atividades que a gente faz
em algum diálogo, tipo assim: As crianças fazem aqueles conhecimentos 160
prévios que elas já viram na televisão ou que já escutaram em casa, porque
tem pais que trabalham esse assunto como também tem os que excluir da
vida da criança, que não é pra eles saber. Então assim e dentro de outros
conteúdos, não é específico é por meio de um diálogo mesmo.
(PROFESSORA)
CONCLUSÃO
Nesta perspectiva conclui-se por meio desta pesquisa, que a Sexualidade na Educação
infelizmente é trabalhada de forma lenta, onde também não existe uma relação família e
escolas ligadas a essa temática. Outro ponto que podemos ressaltar é a formação dos docentes
que muitos ainda não são capacitados para lidar com este assunto. Já em relação à família,
pode-se perceber certa rejeição a respeito do assunto, a dificuldade sempre presente tornando-
se vergonhoso conversa com os filhos sobre isso, o tabu ainda e o centro desta temática.
Por meio das análises realizadas é observado também que o docente deve estar
capacitado e preparado para lidar com este tema, evitando opiniões pessoais e reconhecendo a
importância de se falar sobre o assunto dentro das escolas. Para isso, os profissionais da
educação precisam de formações para obter informações a respeito do tema e como lidar com eles de
forma que se adéque em cada fase do desenvolvimento da criança.
Os estudos sobre a educação sexual, que seja especialmente voltada para professores
da Educação Infantil, são contribuições que podem favorecer a atuação de professore
REFERÊNCIAS
161
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural: orientação sexual. 2.ed. Brasília, 2000.
v. 10.
LOPES, Gerson; MAIA, Monica. Conversando com a criança sobre sexo. São Paulo:
Autêntica, 2001. 64 p.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa Social: teoria, método e criatividade.
29.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010. (coleção temas sociais). Resenha.
RESUMO
ABSTRACT
In this article we will discuss teacher education in the Institutional Program of Initiatives for Teaching,
based on the epistemological and ideological understanding of formation. As a methodology we use
32
Graduando do curso de Pedagogia na Universidade Federal de Campina Grande. Estudante pesquisador no
Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educação, Linguagem e Práticas Sociais - CNPq/UFCG.
33
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande
34
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande.
35 Pós-doutora em Educação pela FEBFE/UERJ (2013); do PROFLETRAS UFCG
bibliographical research, using available materials to subsidize the discussions. As results, the
dimensions of knowledge (sociorrelational, normative and gnosiological-pedagogical) that constitute
the thinking-doing within the scope of professional teaching activity have emerged.
KEYWORDS: PIBID; Professional qualification; Dimensions of knowledge.
INTRODUÇÃO
Tendo como aporte teórico as conceituações abordadas por Tardif (2002) e Nóvoa 164
(1992), pode-se definir a profissionalização docente em diferentes percepções, haja vista que
este elemento inerente a formação docente está sempre em constante processo de mudanças e
transformações, em decorrência das modificações que a educação vem sofrendo no decorrer
da história.
Dessa forma, não há um “controle” rígido acerca de como se deve executar o trabalho
pedagógico, diferentemente de outras profissões que possuem essa característica técnica e
procedimental, tendo assim a ausência de conhecimentos teóricos que subsidiem a sua forma
de desenvolver e avaliar suas práxis.
especifica. Bem como, este não se constitui como um saber “pronto” e “acabado”, mas sim
como algo em constante processo de construção e reconstrução.
Por fim, deve-se considerar relevante abordar o aspecto referente ao saber cultural,
este sendo inerente ao próprio docente, uma vez que, faz parte da sua experiência de vida, do
contexto em que ele esteve e está inserido, no qual implica em aspectos tais como: religião,
cultura, crenças, costumes, hábitos, entre outros.
Percebe-se dessa forma então, a necessidade da união que deve haver entre a teoria e a
prática, bem como, é imprescindível que o educador tenha esses saberes muito bem
articulados, de forma a executar um trabalho eficaz.
É importante elucidar acerca das conceituações abordadas por Nóvoa (1992) acerca da
formação e profissionalização docente de forma a possibilitar uma ampliação da compreensão
referente a essa temática.
O referido autor afirma que ao que concerne a formação do educador, esta caracteriza-
se por haver lacunas, isto é, muitas vezes é demasiadamente respaldada na teoria, outras vezes
a ênfase é dada apenas para o aspecto prático. Havendo dessa forma, segundo Nóvoa (1992)
mínima reflexão acerca da prática docente, o que a torna fragilizada. É válido ressaltar, que o
professor saiba o que fazer, como e porque fazer, sendo necessário, então que o docente
exerça a sua práxis, ação-reflexão-ação.
É nesse sentido que julgo que nós podemos e devemos caminhar no sentido
de celebrar um novo contrato educativo com a sociedade, que passa também
pela reformulação da profissão. Pois com certeza, não haverá sociedade do
conhecimento sem escolas e sem professores. Não haverá futuro melhor sem
a presença dos professores e da nossa profissão.
possuí a oportunidade de vivenciar uma experiência ímpar que só seria possível após o
término da graduação. Constituindo-se também como um elemento que contribui de forma
satisfatória para o aperfeiçoamento de professores e alunos da educação básica.
Nessa perspectiva, Fávero (1992, p. 65) aponta que: “Não é só freqüentando um curso
de graduação que um indivíduo se torna profissional. É, sobretudo, comprometendo-se
profundamente como construtor de uma práxis que o profissional se forma”.
Enquanto que com a participação no PIBID, essas dificuldades são minimizadas, uma
vez que, o graduando tem a possibilidade de conhecer a realidade da escola pública de uma
forma muito mais ampla e por um período de tempo maior, de forma continuada.
Percebe-se então o quão importante se faz para o Bolsista ID, inserir-se nesta
integração entre os aspectos teóricos e práticos. Uma vez que, este mediante o exercício desta
articulação, estará causando rupturas com a abordagem tradicional respaldada na mera e pura
transmissão de conhecimentos e, partindo para uma perspectiva construtivista, no qual o
licenciando em formação terá a oportunidade de desenvolver metodologias inovadoras que
irão motivacionar e despertar o interesse dos alunos da educação básica para apreender e
assimilar aquilo que está sendo proposto pelo Bolsista ID.
Dimensões Do Conhecimento
docência compartilhada.
Dimensão Sociorrelacional
Dessa forma, as relações constituídas pelo docente devem ser abrangentes e ilimitadas,
ao passo que este deve estar consciente que suas ações irão influenciar diretamente em sua
prática pedagógica. Como assevera Novikoff (2014, p. 146):
Essas relações construídas a partir de uma instituição inclusiva e uma gestão que
favoreça o ingresso dos bolsistas de forma integral, possibilita experiências de construção de
DIMENSÃO NORMATIVA
170
Dimensão Gnosiológico-Pedagógico
Em sua portaria Nº 096, seção II, referente aos objetivos do programa, em seu Art. 4º,
inciso VI, do regulamento do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência de
julho de 2013, o documento deixa claro justamente essa relação que deve ser feita de forma
sistemática, onde diz que o programa deve: “contribuir para a articulação entre teoria e prática
necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos
de licenciatura” (CAPES, 2013). Deixando transparente a importância dessa relação para a
profissionalização do professor em processo de formação.
Nessas práticas constantes onde o discente agora se insere tanto na docência quanto
consegue estabelecer relações de aprendizagem na parte administrativa da escola, os gestores
e professores efetivos constroem ao lado dos bolsistas conhecimentos significativos que serão
colocados em prática para buscar conquistar objetivos propostos por toda a secretaria de
educação. É nesse espaço de construção prática que a Portaria 096 (2013) estabelece como
Assim, o PIBID se apresenta enquanto espaço que possibilita a constituição de uma 175
REFERÊNCIAS
BRASIL. Resolução n.1, 15.5.2006. Diário Oficial da União, n.92, seção 1, p.11- 12, 16 maio
2006.
NÓVOA, A. Nada substitui o bom professor. Palestra proferida no SINPRO-SP. São Paulo,
2006.
176
RESUMO
O objetivo deste artigo é estudar e cultivar o interesse de alunos leitores para esta extensão da
literatura, bem como tratar o incentivo do letramento literário, utilizando os quadrinhos como
ferramenta. Buscando ressaltar a importância de ler as obras clássicas, como também ler as histórias
em quadrinhos. Dispondo-se principalmente em trabalhar como público infanto juvenil, na qual as
HQs (Histórias em Quadrinhos) vêm ganhando espaço nas escolas, mas é necessária uma ampliação
do seu estudo e da sua utilização em sala de aula.
PALAVRAS-CHAVE: Historias em Quadrinhos; Letramento Literario; Infanto Juvenil
ABSTRACT
The objective of this article is to study and cultivate the interest of student readers for this extension of
literature, as well as to treat the incentive of literary literacy using comic books as a tool. Seeking to
emphasize the importance of reading the classic works, as well as reading the comics. Above all, he is
working as a youthful public, in which comics are gaining space in schools, but it is necessary to
expand their study and use in the classroom.
KEYWORDS: Comic Books; Literary Literature; Infanto Juvenil.
RESUMEN
El objetivo de este artículo es estudiar y cultivar el interés de alumnos lectores para esta extensión de
la literatura, así como tratar el incentivo del literal literario, utilizando los cómics como herramienta.
Buscando resaltar la importancia de leer las obras clásicas, como también leer las historietas. En el
caso de las historietas, las personas con historias de cómics, que se dedican principalmente a trabajar
como público infanto juvenil, en la que las HQ (historietas) vienen ganando espacio en las escuelas,
pero es necesaria una ampliación de su estudio y de su utilización en el aula.
PALABRAS CLAVE: Historias de cómics; Lectura literaria; Infanto Juvenil
178
INTRODUÇÃO
A escolha da realização do tema surgiu de forma pessoal, pelo apreço aos quadrinhos,
por ter adquirido o gosto pela a leitura diante desse gênero, acreditando, além disso, nos seus
aspectos favoráveis, como a linguagem verbal e a linguagem não verbal, que contribui para o
incentivo à leitura, por conter os atributos que estimula a leitura do público infanto juvenil, de
forma atrativa.
O objetivo deste artigo é estudar e cultivar o interesse de alunos leitores para esta
extensão da literatura, bem como tratar o incentivo do letramento leitura utilizando os
quadrinhos como ferramenta. Também busco ressaltar a importância de ler as obras clássicas,
dispondo-se principalmente em trabalhar como publico infanto juvenil, na qual as HQs
(Historias em Quadrinhos) vem ganhando espaço nas escolas mas é necessário um ampliação
do seu estudo e da sua utilização em sala de aula.
METODOLOGIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
179
O interesse deste estudo foi relacionado a um novo olhar para os quadrinhos, há algum
tempo as HQs (história em quadrinhos) fazem parte das diretrizes nacionais de educação e do
currículo das escolas para o processo de aprendizagem, porém elas são pouco utilizadas, em
parte pela falta de incentivo nos colégios. Segundo Paulo Ramos (2016):
Diante destes aspectos, gostaria de tratar a leitura de obras clássicas com uma
abordagem diferenciada utilizando o formato de histórias em quadrinhos, trabalhando na
perspectiva infanto juvenil, também será estudando e utilizando como recurso o letramento
literário como forma de apresentar esse gênero em sala de aula. A literatura em quadrinho
padece de certo preconceito relacionado ao seu público que de certo modo se reduz
notoriamente ao grupo de leitores infanto juvenil, mas isso não deve ser visto de feitio
negativo, mas de forma a atribuir uma nova perspectiva de incentivo à leitura de clássicos da
literatura. Esta pesquisa busca a valorização do gênero quadrinho, e o incentivo da leitura de
clássicos utilizando as HQs. Os dois campos que serão apresentados nessa pesquisa são vistos
de forma convencional, sendo assim o presente projeto procura demonstrar e estudar a
colaboração literária e educacional das adaptações dos clássicos para os quadrinhos como um
estímulo à leitura literária, partindo do público infanto juvenil e do letramento literário.
180
Um Olhar Na Literatura Infanto Juvenil
E essa relação entre o texto visual e o texto verbal é encontrado nos quadrinhos, e por
isso sua utilização em sala de aula é uma grande ferramenta de ensino, principalmente quando
podemos trabalhar com a adaptação de clássicos da literatura para as HQs.
Para Paulo Ramos (2016) os quadrinhos apresentam uma linguagem autônoma, que se
utiliza de mecanismos próprios, que abrigam um grande número de gêneros diferentes, sendo
assim possível o trabalho entre a literatura clássica e os quadrinhos. Os quadrinhos literários
tornam-se uma grande contribuição para a literatura infantil e juvenil, por ser moldável ao
gosto do seu público, e as várias formas apresentada, sem esquecer que os clássicos também
são atemporais, e podemos trabalhar uma percepção diferente da proposta inicial e o seu
público inicial.
Sendo assim uma das propostas desse projeto é trabalhar com os clássicos da literatura
adaptados para os quadrinhos, para incentivar a leitura desses livros. Buscando também
quebrar o preconceito em cima dos quadrinhos e até mesmo na literatura infantil e juvenil.
Ainda busco também observar a importância de ler as obras clássicas, acredito que o crescente
interesse por esta literatura em forma HQ.
CONCLUSÃO
Então o comprometimento desta pesquisa é cultivar o empenho dos leitores por esta
área da literatura, e tratar o incentivo à leitura utilizando as histórias em quadrinhos como
ferramenta para a leitura de clássicos, como já foi citado os quadrinhos contém atrativos que
podem contribuir para essa leitura, buscando assim ressaltar a estima de ler as obras clássicas,
ainda mais no período da vida que os leitores são estudantes do ensino fundamental.
Buscando também o letramento literário como recurso para trabalhar o uso das adaptações de
clássico em quadrinhos em sala de aula, um novo conceito que poderá contribuir no processo
de aprendizagem envolvendo alunos do ensino médio e o uso de quadrinhos em sala de aula.
REFERÊNCIAS
CADEMARTORI, Ligia. O que é literatura infantil. 2 ed.ver. Coleção primeiro passo; São 182
RESUMO
ABSTRACT
University of Campina Grande (UFCG) located in the city of Cajazeiras - PB. The results obtained in
the field of the internship become positive for the construction of the real identity of the teacher in
formation, effecting what concerns the professional preparation for all the obstacles that this individual
will face in the exercise of his profession, be it in the school scope or even in the educational political
context itself, experienced in the present times.
KEYWORDS: Internship; Teaching practice; Experience report.
INTRODUÇÃO
O estágio tem o papel de auxiliar na formação docente, pois, o mesmo proporciona aos
formandos vivenciar a realidade do que é ser um professor, de poder observar todos os
obstáculos e situações vividas pelo docente, mas também de analisar como se dar as
formações das diversas relações que se formam dentro do âmbito acadêmico.
O momento do Estágio Supervisionado em si, deve fortalecer a relação teoria e
prática, com base em todo o principio metodológico, onde todo o desenvolvimento de
competências implica em utilizar conhecimentos adquiridos, e não fragmentar os
conhecimentos, em outras palavras, não tem como fazer a utilização apenas de uma vertente,
Porventura sabemos que ensinar geografia não é uma atividade fácil, já que por muito
tempo ela foi tida como uma disciplina (ciência) apenas descritiva e sem interesse algum,
quase sempre, por parte do alunado. Com isto, é dado aos professores e de certa forma aos
estagiários a missão de desconstruir essa forma tradicional de pensamento, que infelizmente
ainda é um paradigma forte dentro do processo educacional.
Entrar numa sala de aula, sabendo que é o Professor, é bem diferente de entrar como
aluno. E isso, de certa forma, pesa, pois sabemos a nossa responsabilidade como formadores
de cidadãos críticos e atuantes. É nessa hora que lembramos tudo que vimos na Universidade,
e sua importância de colocar em prática ali e agora. Com o embasamento das discussões na
universidade, com as bibliografias lidas e, o planejamento das aulas que é essencial para que o
estagiário possa conseguir ter êxito em sua regência, com o plano de aula, se torna mais
“simples” exercer uma boa aula.
Ensinar é uma tarefa difícil, e quando se trata de uma disciplina que é levada como
uma mera ciência descritiva, a Geografia, torna a ser um desafio maior que qualquer outro.
Esta falta de interesse foi nítida durante as regências, não generalizando, porque houve uma
participação quanti-qualitativa durante a aula. Mas é como afirma Neta e Andrade (2011, p.
06) que “Cabe ao professor buscar caminhos e alternativas para a construção de uma nova
Geografia que tem como fator principal, propiciar aos estudantes a compreensão de aspectos
essenciais do cotidiano e da vida social ao tentar a leitura do espaço e das relações do homem
com seu meio”.
Como foi citado acima, deve-se existir uma responsabilidade em buscar metodologias
que possibilite a construção de um ser critico e possibilite que eles vejam a necessidade de
estudar geografia, já que o ensino da mesma é imprescindível.
A aula de campo também possibilita uma experiência mais profunda sobre o uso dos
conceitos e atividades trabalhadas e observadas no cotidiano do aluno.
Contudo, no último dia de aula, regida pelo estagiário, foi possível a realização de uma
aula de campo em conjunto com a coordenação da ETSC/CFP/UFCG36, com o professor Dr.
Ernani Martins (professor efetivo, na escola, da disciplina de Geografia), com a professora
Dra. Danielle e com os alunos do 1º ano do ensino médio, cuja turma, serviu como laboratório
para aplicação das práticas docentes.
O objetivo desta aula de campo foi permite aos alunos saírem das limitações do livro
didático para observar as paisagens e os contextos socioambientais como forma de
sensibilização, contribuindo para aumentar a curiosidade e o prazer pelas descobertas de
novos saberes. Como é perceptível nas imagens apresentada no Anexo A (Imagens durante as
práticas do Estágio Supervisionado).
Perfil Do Alunado
Gráfico 1: Porcentagem do total de alunos, por sexo, do 1º ano do ensino médio da ETSC/CFP/UFCG
36
Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras-ETSC do Centro de Formação de Professores-CFP da Universidade
Federal de Campina Grande-UFCG.
Alunos
M…
6… 3…
191
A metodologia que foi aplicada nas aulas foram as mais objetivas, coerentes e práticas
possíveis, visando o cumprimento dos objetivos contido no plano de aula desenvolvido para
guiar as respectivas aulas (Apêndice A). Trabalhando para que houvesse uma construção
satisfatória do processo ensino-aprendizagem e, logo manter uma boa relação professor-aluno.
37
Questionário aplicado para coleta de informações a respeito do/s indivíduo/s que no qual estão servindo
como objetos de estudos/pesquisa.
A metodologia sendo usada de forma didática, como por exemplo, as gincanas de perguntas e
respostas e as aulas audiovisuais, agindo assim como um facilitador, e não um transmissor de
informações, apresentando os conteúdos com os auxílios tecnológicos didáticos e, é claro, o
uso do livro didático, onde possibilitou o norteamento dos debates em sala de aula.
Os recursos utilizados para a ministração das aulas foi de forma variável com o
objetivo de não deixar as aulas monótonas e cansativas. Foi usada em primeiro momento a
voz como recurso, sempre tentando manter uma boa entonação com as palavras, em outros
momentos utilizou-se também o Datashow juntamente com caixas de som, onde foram
apresentadas imagens, textos, vídeos, e slides, deixando assim as aulas mais dinâmicas e
menos cansativas e, outros aparelhos extras, como pen drives, quadro-branco, pincel para
quadro-branco e etc. Tudo isto permitindo uma melhor prática em sala de aula.
O livro trabalhado durante a regência das aulas no estágio foi à obra conjunta dos
autores Lúcia Maria Alves de Almeida e Tércio Barbosa Rigolin, livro de Geografia para o 1º
ano do ensino Médio – Fronteiras da Globalização: o mundo natural e o espaço humanizado,
publicado pela Editora Ática, ano de 2013.
O livro didático foi e continua sendo um recurso muito utilizado nas escolas, mesmo
com as tecnologias adentrando o ambiente escolar, tornando-se cada vez mais acessível.
Mesmo assim, podemos afirmar que o livro didático é de suma importância, pois serve como
um guia para planejar as aulas e poder aplicar aquilo que foi colocado no plano de aula.
O livro de geografia pode ser considera como uma “complexidade” para escolher os
conteúdos a estender mais a discussão em sala de aula. Pelo fato dele abranger uma
diversidade de diferenças (naturais e sociais), é o que Menezes (2015, p. 11) afirma:
A partir da afirmação vemos que o livro didático de geografia não tem condições de
discorrer sobre todas as diferenças naturais e sociais do Mundo e do Brasil, de forma
detalhada, já que a geografia se destaca por estudar não somente algo passado, mas
principalmente as transformações que ocorrem na contemporaneidade, as relações da
193
sociedade no meio.
O livro didático, tendo como exemplo o que foi trabalhado durante o estágio, pode não
descrever conteúdos amplos, já que a geografia abrange diversos conteúdos, mas apresentam
em seu corpo estrutural dicas e exemplos de como o professor pode utilizar outros meios para
conciliar com o uso do livro em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante toda esta trajetória foi possível desenvolvermos metodologias que ate então
tínhamos apenas o conhecimento teórico, e isto favoreceu a nosso suporte de conhecimentos.
salas de aula, onde se torna o palco para desenvolver ações de intervenção na formação do ser
cidadão.
REFERÊNCIAS
NETA, Maria da Paz dos Santos; ANDRADE, Ismael Mendes. Estágio em geografia: teoria e
prática na formação de professores. Bahia, 2011.
http://www.uesb.br/eventos/ebg/anais/3o.pdf. Acesso em junho de 2018.
PIMENTA, S. G.; LIMA, M. S. L. Estágio e docência. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
RESUMO
O objetivo desse artigo é analisar a utilização de recursos tecnológicos nas escolas em meio a uma
sociedade digital em que grande parte das pessoas possue algum contato com qualquer tipo de
tecnologia. Pensando nisso, quais os benefícios e oportunidades que ajudariam a fortalecer o ensino-
aprendizagem dos alunos usando recursos tecnológicos? Diante disso, a escola como um meio de
aprendizagem e formação social, será que ela está apta para o uso da tecnologia como recurso
didático? A escola sabe usufruir dos instrumentos tecnológicos? Por que grande parte das escolas e
professores preferem não usar a tecnologia em sala de aula? Sabendo que o Ministério da Educação
possui o programa Proinfo – Programa Nacional de Tecnologia Educacional – que disponibiliza
netbooks para os professores, e o Governo da Paraíba disponibilizou tablets para os estudantes, um
centro de informática equipado, e porque ainda não se faz uso desses recursos? Quais são os
impedimentos? Nossa pesquisa terá como base as informações coletadas e apoiadas em pesquisadores
como: Almeida, Valente, Moran, Vian Jr, Leventhal, Halliday, e Brito, iremos então discutir acerca de
alguns recursos tecnológicos que poderiam estar presentes no cotidiano escolar.
PALAVRAS-CHAVES: Tecnologia; Escola; Professor; Aluno.
such as: Almeida, Valente, Moran, Vian Jr, Leventhal, Halliday, and Brito, we will then discuss about
some technological resources that could be present in school everyday.
KEYWORDS: Technology; School; Teacher; Student.
INTRODUÇÃO
Atualmente vivemos em uma civilização moderna e grande parte das pessoas possue
algum contato com qualquer tipo de tecnologia, seja por uma televisão, computador, ou
celular, oferecendo aos indivíduos a oportunidade de estarem conectados com o mundo.
Pensando nisso, quais os benefícios e oportunidades que ajudariam a fortalecer o ensino-
aprendizagem dos alunos usando recursos tecnológicos? Diante disso, a escola como um meio
de aprendizagem e formação social, será que ela está apta para o uso da tecnologia como
recurso didático? A escola sabe usufruir dos instrumentos tecnológicos? Por que grande parte
das escolas e professores preferem não usar a tecnologia em sala de aula?
Língua(Gem)
Diante disso, a forma como o professor estar trabalhando a linguagem em sala de aula
não tem motivado muito os educandos, pois o método de ensino tradicional voltado apenas
para o quadro negro, lápis, papel e livro não está sendo suficiente para atrair a atenção dos
estudantes, ou seja, não utilizam a língua para manter comunicações. Sendo assim, de certa
forma não há uma interação entre o professor/aluno em sala de aula. Diante disso, uma forma
que poderia melhorar tais interações seria o uso da tecnologia, em que os professores trariam
algo de fora que constantemente os alunos convivem e poderia através disso manter relações
com os mesmos, despertando motivação para aprender cada vez mais.
Motivação
Diante disso, é necessário que o professor conheça os seus alunos para que ele possa
adaptar as suas aulas, Vian Jr (2013) relata que os problemas educacionais são definidos por
indivíduos no meio social, como os professores que analisam os seus alunos e buscam formas
de ensino que se adequem as necessidades dos mesmos. Alunos que se interessam nas aulas
tendem a aprender muito mais, é necessário que os professores reformulem suas aulas,
incluindo recursos que prendam a atenção do aluno. Como por exemplo, o computador que é
um recurso altamente eficiente e propício para a aprendizagem, afirma Valente (1993):
A tecnologia é um suporte muito valioso, tendo em vista que os alunos passam horas
por dia conectados, e esse recurso pode se tornar um agente motivador para os alunos, para
que os mesmos se interessem mais, influenciando diretamente no seu aprendizado. Leventhal
(2009) mostra-nos que “a internet assume, atualmente, um papel essencial na educação, no
aprendizado. A infinidade de possibilidades, a praticidade, a qualidade e seu dinamismo nos
leva a utilização quase obrigatória desse recurso” (LEVENTHAL, 2009, p.25), é essa
infinidade de possibilidades que prende a atenção dos estudantes, por ser um recurso
dinâmico e de fácil acesso, o professor pode implementar esse recurso e fazer um bom uso
dele. Novos métodos de ensino ludibriam, chamam atenção e motivam os educandos. É
indispensável que o professor saiba ensinar com diversos recursos numa sociedade onde o
conhecimento está cada vez mais acessível para todos.
Professor E Tecnologia
possa ser transmitido aos alunos, pois, o uso da tecnologia serve como aporte a mais para o
professor, para que ele possa incrementar as suas aulas, com isso, o educador fortalecerá a
aprendizagem dos alunos, preparando-os para viver em sociedade, Brito (2008) afirma que:
Aliás, um dos grandes problemas das escolas públicas está relacionado à economia, a
falta de professores bem remunerados que são substituídos por professores contratados sem
nenhuma experiência na área tecnológica, ou até mesmo professores remunerados que não
passaram por nenhuma formação em termos de uso da tecnologia em sala de aula. O déficit,
muitas vezes, vem desde a graduação que não prioriza disciplinas voltadas para o uso
tecnológico em sala de aula, e o que vemos em grande massa é a desvalorização de um
instrumento tão importante para a formação profissional, como por exemplo, os laboratórios
que são abandonados, que nem se quer um dia foram usados. Ou então, o professor para suprir
a sua condição financeira, necessita de uma carga horária de trabalho superior ao ideal, que
acarreta problemas como o planejamento e a personalização de suas aulas, além de ter que
conviver com um baixo salário presente nas escolas públicas. Que consequentemente de
acordo com Peña (2004) os professores acabam não reconhecendo que os novos meios de
comunicação potencializam e contribuem para a aprendizagem nos ambientes escolares.
Como por exemplo o uso de aplicativos educacionais que além de serem divertidos, podem
acelerar a aprendizagem dos alunos.
Dos anos 2000 para os dias atuais, os avanços tecnológicos modificaram a sociedade,
201
sendo que grande parte da população mundial faz o uso da tecnologia. Os alunos como
indivíduos em formação não ficam fora dessa situação, e um dos problemas em relação a sua
instituição de ensino, é que em muitos casos, as escolas veem o uso da tecnologia, em geral, o
uso do celular, como um descumprimento às regras escolares. Sendo que não é bem assim,
pois o celular é um recurso que pode muito facilmente ser introduzido nos contextos
escolares, facilitando o processo de ensino e aprendizagem, onde o celular pode ser usado
como uma fonte de pesquisa, ou até mesmo como um dicionário, nas aulas de línguas. Como
por exemplo o aplicativo ABC English, é um jogo educativo gratuito que está disponível no
play store e foi disponibilizado por Gonliapps, que auxilia na aprendizagem do aluno de uma
forma mais lúdica.
Dessa forma, o que se pode fazer é o professor relacionar a sua metodologia com a
realidade dos seus alunos, utilizando recursos usados no dia a dia dos mesmos, preparando-os
para viver em interação com a sociedade.
Portanto, nessa sociedade onde a tecnologia permeia quase todos os campos, são
muitas as opções que os educadores têm em mãos nos dias de hoje para ministrar uma aula
excepcional.
202
CONCLUSÃO
Portanto, espera-se que as reflexões aqui presentes, possam vir de alguma forma a
contribuir para a existência de um uso de mais qualidade e diversificação da informática na
educação, enfatizando, também, o uso desse recurso não só na presença de sujeitos com mais
idade, mas, também, desde a base, que seja aplicado desde a Educação Infantil, para que,
assim, esse possa ser um trabalho mais valorizado desde cedo pelos diferentes sujeitos,
favorecendo de forma significativa o desenvolvimento das habilidades e capacidades pessoais
dos educandos.
REFERÊNCIAS
HALLIDAY, M. A. K. Language structure and language function. In: LYONS, J. ed.: New
horizons in linguistics. Harmondsworth: Penguin Books, 1970. p. 140-164.
LEVENTHAL, Lilian Itzicovitch. Recursos na Internet. In: Inglês é Teen: para professores de
fundamental II e ensino médio. Barueri- SP. Disal, 2009, p. 25.
MORAN, José Manuel et al. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 6. ed. Campinas:
Papirus, 2000, p. 44.
RESUMO
O objetivo desse artigo é relacionar e diferenciar dois gêneros textuais – Poesia e Letra de
Música - será utilizada as teorias da literatura comparada analisando as desigualdades sociais presente
no poema A Grade (1916) de Carl Sandburg e a música Cidadão (1976) de Zé Ramalho. Levando em
consideração o processo de migração ocorrido no contexto histórico dos Estados Unidos e do Brasil no
século XX. Pois, o processo migratório brasileiro teve uma maior propagação no século XX, em que
grande parte dos nordestinos saíram das suas terras em busca de melhores condições de vida nas
grandes metrópoles, tendo sua vida abalada emocionalmente com a mudança de cotidiano, para assim,
fugir dos problemas que afetaram as suas terras. Enquanto que nos Estados Unidos a migração sempre
foi um fenômeno recorrente, no entanto, foi durante o século XX que este se tornou um dos maiores
fenômenos migratórios já presenciados na história. Esse fenômeno fortificou-se a partir do final da
Segunda Guerra Mundial, em especial, após os anos de 1960, com um elevado crescimento da
presença de imigrantes nos Estados Unidos. Consideramos que o poema A grade e a música cidadão,
mesmo sendo de países distintos, de sociedades distintas, ambos retratam as desigualdades sociais e o
processão de migração em busca de melhorias de vida. Percebemos que mesmo as artes sendo
apresentadas de formas distintas, estas possuem as suas semelhanças.
PALAVRAS-CHAVE: Migrações; Desigualdades Sociais; Poesia; Música.
The aim of this article is to relate and to differentiate two textual genres - Poetry and Music Lyrics -
theories of comparative literature analyzing the social inequalities present in the poem A Fence (1916)
by Carl Sandburg and the song Citizen (1976) by Zé Ramalho . Taking into account the migration
process occurred in the historical context of the United States and Brazil in the 20th century. For, the
Brazilian migratory process had a greater spread in the twentieth century, in which a great part of the
Northeasterners left their lands in search of better living conditions in the great metropolis, having
their lives emotionally shaken by the change of daily life, in order to escape of the problems that
affected their lands. While in the United States migration has always been a recurring phenomenon,
however, it was during the 20th century that this became one of the greatest migratory phenomena
ever witnessed in history. This phenomenon was fortified after the end of World War II, especially
after the 1960s, with a high growth of the presence of immigrants in the United States. We consider
that the poem A Fence and the Citizen music, even if of different countries, of distinct societies, both
portray the social inequalities and the procession of migration in search of improvements of life. We
realize that even the arts are presented in different ways, they have their similarities.
KEY WORDS: Migrations; Social differences; Poetry; Music.
INTRODUÇÃO
o que torna possível fazer a aproximação da música e do poema, estes que são o objeto de
estudo em questão.
É importante ressaltar que a música e a poesia mesmo estando ligadas por questões tão
próximas, ao fazer a relação entre essas duas formas de expressão “[...] nada pode alterar a
natureza de um dos elementos relacionados.” (CARVALHAL, 1991. p. 14), pois a música não
irá se converter em poema, nem o poema irá se converter em música, o que irá existir é
apenas uma aproximação dessas áreas, no qual suas características particulares serão 206
Assim, segundo Cicero (2007) a interpretação do poema pode se dar de várias formas,
no qual irá depender da maneira que o leitor irá efetivar a leitura, pois, apenas um texto pode
dar margem a milhares de interpretações e sensações as pessoas que irá acontecer de forma
subjetiva. No caso da música, ela apenas irá se efetivar quando estiver associada a
“instrumentos musicais e a uma orquestração” (FILGUEIRA, 2010 p.41) que irá ser feita
entorno dela. Segundo Filgueira (2010) ao fazer essa relação entre a letra da música e o
poema elas tem como resultado final “[...] um texto escrito que provocará uma emoção
estética.” (FILGUEIRA, 2010 p. 41).
A poesia no início do século XX nos Estados Unidos teve como estilo o Imagismo
com o grande poeta Ezra Pound como representante dessa fase, que procurava exercer nas
suas poesias uma linguagem coloquial e métricas livres. Transmitindo imagens e sons nos
versos através do ritmo, sendo que os poetas optaram a ter liberdade de escolha para os
assuntos que desejariam trabalhar. Como afirma Barros:
Com isso, abriram as portas para o Modernismo que possuía tais características, como
os poetas se desmembraram das estruturas do passado e optaram a produzir poemas com
temas diversos. Como por exemplo, os poemas de Carl Sandburg que possuíam uma ênfase
nos problemas sociais que ocorriam naquela época, como as desigualdades sociais presente na
sociedade estadunidense americana nos anos 20, o qual a sociedade era dividida em dois lados
opostos, o lado das pessoas burguesas, ricas, e do outro as pessoas carentes, pobres. Podemos
perceber esse efeito de critica social no poema A fence (1916) de Sandburg, o qual apresenta
uma grande que de forma concreta separa a sociedade, transmitindo imagem para a estrutura
do poema que dialoga com o tema abordado. De acordo com Howard (1964) o período
realista se posicionava de forma oposta a realidade, regressando de um individualismo
existente no século XIX através das lutas sociais e políticas. (p. 235).
Em relação ao Brasil no início do século XX, um dos estilos musicais que obtinha
mais sucesso era o samba, destacando o contexto das pessoas que moravam nas periferias,
como também, o enredo das escolas de samba que em suas letras abordavam temas sociais. A
música brasileira teve grande influência dos Estados Unidos, principalmente da banda
Beatles, o qual Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Milton Nascimento, e Elis Regina deram
início a Bossa Nova. No ano da ditadura militar brasileira, exatamente em 1964, os músicos
compuseram músicas de protestos, lutando como forma de indignação pelos fatos ocorridos
no momento militar. Ainda seguindo essa linha, na década de 70, os cantores através da MPB
– Música Popular Brasileira – criticaram as desigualdades sociais presente na sociedade da
época, expondo suas opiniões através das letras de músicas.
Umas das grandes manifestações que teve destaque na MPB foi o grupo Tropicália
formado por cantores do Nordeste, que tinham como objetivo inovar os aspectos culturais da
música brasileira em forma de críticas sociais presente na sociedade dos anos 70, idealizando
O processo migratório brasileiro teve uma maior propagação no século XX, em que
grande parte dos nordestinos saíram das suas terras em busca de melhores condições de vida
nas grandes metrópoles, tendo sua vida abalada emocionalmente com a mudança de cotidiano,
para assim, fugir dos problemas que afetaram as suas terras. O grande obstáculo encontrado
na vida dos nordestinos sempre foi à seca, a escassez de água durante quase todo o ano o qual
dificultava na criação de animais e na produção agrícola. Em decorrência disso, o principal
foco dos nordestinos eram os polos econômicos, como por exemplo, São Paulo, que atraiu
milhares de imigrantes que buscavam qualidade de vida, oportunidade de empregos e
ascensão financeira.
De acordo Smith (1879) as famílias que saíam de suas terras e se deslocam em busca
de alimentos apresentava um sofrimento a vista de outras regiões que tinham diversos
recursos, pois nessa caminhada cansativa de fluxo migratório muitos morriam antes de
alcançar os seus objetivos, o qual mostra a tentativa de sobrevivência em um uma região até
aquele momento sem oportunidades. (SMITH, 1879. p. 78). Vivendo de forma híbrida, os
imigrantes através de suas migrações possuíam várias identidades culturais, o qual foi
adquirido a partir dos costumes e hábitos das regiões frequentadas. Tendo que se desprender
de suas raízes, os imigrantes, geralmente os homens de família, abrem mão da vida que
possuía no campo, para se arriscar em um destino incerto nas grandes metrópoles.
Temos como exemplo, a música Asa Branca (1947) de Luiz Gonzaga que retrata
exatamente a ida do pai de família para a grande cidade em busca de trabalho para poder
sustentar a sua família quando este voltar. Diante disso, essas pessoas possuem a sua cultura
de raiz, e ao chegar à outra localidade o qual terá um choque cultural obterá uma nova cultura
em junção com a que possuía, sendo assim, uma cultura híbrida. Para Bosi (1999), o autor
considera que o imigrante é um individuo que não possui raízes, pois no momento em que ele
deixa as suas terras, ele também se desprende de sua cultura, de toda a sua história e de seus
costumes sociais.
provavelmente encontrará atritos que se divergem da sua cultura de origem. Santos (2008)
afirma que no momento de ida para a metrópole em busca de recursos financeiros, o imigrante
passa por um processo de desculturização o que se defronta em um lugar desconhecido, o qual
não o ajudou a erguer. (p. 328).
A imigração aos Estados Unidos sempre foi um fenômeno recorrente, no entanto, foi
durante o século XX que este se tornou um dos maiores fenômenos migratórios já
presenciados na história. Esse fenômeno fortificou-se a partir do final da Segunda Guerra
Mundial, em especial, após os anos de 1960, com um elevado crescimento da presença de
imigrantes nos Estados Unidos. Segundo Cunha (2012, p.12), este movimento estava
caracterizado pela “[...] ascensão do país à condição de maior potência econômica global e os
inúmeros avanços tecnológicos presenciados no decorrer do século XX tornaram o país
extremamente atraente”.
Cafferty (1983) dividiu esse processo de migração em três fases de acordo com as leis
que iam sendo criadas. A primeira fase é referente ao período anterior a 1875, no qual poucas
interferências eram feitas em relação ao processo migratório. A segunda fase estaria situada
entre os anos de 1875 a 1965, quando começaram a barrar a entrada de alguns migrantes,
principalmente pelo país de origem. A terceira fase seria de 1965 até o ano que o livro foi
escrito em 1983, quando as restrições se davam pelo relacionamento familiar.
Em outra perspectiva Magnoli (2008) engloba esses fatores em três ciclos de acordo
com fatos que motivaram esse fenômeno. A primeira fase ocorria entre 1840 e 1860 que foi o
período da descoberta do Ouro na Califórnia. A segunda fase ocorria entre 1870 a 1920
através do Homestead Act de 1862, ato que concedia um pedaço de terra caso o imigrante
atendesse as necessidades exigidas. E a ultima fase iria de 1950 até os dias de hoje, expansão
pelo ato do comercio. Como é possível perceber esse período migratório passa por diferentes
fases segundo Cunha (2012), mas ele se fortifica com o final da segunda guerra em especial
após os anos de 1960.
Os estrangeiros que fizeram parte desse movimento entre os anos de 1955 a 1965
Segundo Portes e Bach (2001) eram provenientes principalmente de países europeus. Nos
anos seguintes, os índices se tornaram menor, “[...] enquanto se incrementou
significativamente a imigração latino americana, asiática e pouco africana” (PORTES E
BACH, 2001, p.52). A imigração passou então a ser um refúgio para aqueles que estavam 210
insatisfeitos com as condições de vida que lhes eram oferecidas pelos seus países de origem.
De acordo com Cervo (2008, p.178), "as migrações das últimas décadas correspondem mais à
migração do trabalho do que ao escopo de instalar a si e aos descendentes em outro país onde
se pretende recomeçar a vida, como ocorria anteriormente".
Carl Sandburg (1878-1967) em um breve resumo, foi um poeta americano, também foi
um folclorista, escritor e historiador. Carl é filho de imigrantes suecos, e desde cedo exerceu
diversas profissões, como engraxate e pedreiro. Sandburg escreveu vários livros de poesia,
porém sem muito êxito, seu reconhecimento enquanto escritor só veio no ano de 1916,
quando lançou Chicago Poems, que lhe rendeu o seu reconhecimento internacional. Carl 211
também se consagrou como autor de ficção, e em 1940 ele ganhou o premio Pulitzer com uma
biografia de Abraham Lincoln. Cerca de 10 anos depois, em 1951, ele volta a receber o
mesmo prêmio, que se deu pela reunião dos seus poemas, conhecida como Complete Poems
(1950). Sandburg em sua poesia relata temas acerca dos trabalhadores comuns, da liberdade
individual e a vida urbana. Enraizado na sua origem popular, o autor encontra sua inspiração
nas questões mais simples de sua terra, revelando assim a sua ligação com os valores
essenciais. O poema que irá ser analisado “A Grade” faz parte da sua Coletânea “Complete
poems (1950)” e foi escrito no ano de 1916.
Na sua estruturação “A Grade” apresenta quatro estrofes, treze versos, que não
apresenta nenhum esquema de rima ou metro, assim o autor opta pela escolha do verso livre.
A forma com que o autor dispõe os versos e as estrofes remetem a estrutura de uma grade. A
primeira linha de cada estrofe é como se formasse uma extremidade pontiaguda que acaba
perfurando toda a estrutura do texto, em sentido conotativo, remete as pontas de ferro que
formam a grade. A grade em uma primeira analise simboliza no poema uma forma de
exclusão, remetendo a desigualdade presente nos Estados Unidos. Essa desigualdade se deu
principalmente por causa das migrações que ocorreram entre o século XIX e XX, no qual a
crise econômica era o fator propulsor. Aumentando assim, o número da população carente nos
Estados Unidos, fora a população pobre que ali existia. Dessa forma, essa grade pode ser vista
como a espécie de barreira que as pessoas ricas dos Estados Unidos impunham contra as
pessoas pobres. No entanto, a grade poderia impedir “entrada de todos os famintos e
vagabundos” na “mansão à beira do lago”, mas também serve como uma forma de exclusão
da pessoa que a manda construir (exclusão dos ricos), pois a única coisa que passara será “a
Morte, a Chuva e o Dia de Amanhã.”, e será a única coisa que essas pessoas irão ver.
Segundo Cunha (2012) em 1880 até 1924 surgiu um forte movimento de migração
europeia para os Estados Unidos que fora superior até mesmo a corrida do Ouro na Califórnia.
Então naquela época, os imigrantes se faziam necessários para fazer os trabalhos que antes era
feitos pelos escravos. Neste período a imigração passou a ser um tema bastante recorrente no
discurso dos estadunidenses, surgindo então uma espécie rejeição por parte da população dos
Estados Unidos em relação aos imigrantes. Dessa forma, a grade descrita por Sandburg, pode
remeter-se a esse período, sendo a grade uma barreira contra esse processo migratório,
podendo-se perceber também que ao mesmo tempo em que os imigrantes exerciam os
trabalhos escravos construindo “as grandes” era também o principal motivo para construção 212
delas. A grade também pode fazer referência da busca frustrada da população pelo chamado
American Dream que segundo White (2003) é a crença que da sociedade norte-americana de
que cada indivíduo pode, através do trabalho e força da mente alcançar tudo, neste caso tudo o
que de “bom” os Estados unidos oferecia. Dessa forma, “Entre as barras e sobre as pontas de
aço nada passará, exceto a Morte, a Chuva e o Dia de Amanhã.”, neste a busca pelo sonho
americano não passava de uma ideologia que ficava pressa do outro lado da grade, a qual nada
passava.
"Tá vendo aquela igreja moço onde o padre diz amém Pus o sino e o badalo,
enchi minha mão de calo. Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena E o padre me deixa
entrar Foi lá que Cristo me disse: "Rapaz deixe de tolice, não se deixe
amedrontar Fui eu quem criou a terra Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada
faltar Hoje o homem criou asas e na maioria das casas Eu também não posso
entrar" (BARBOSA, 1967)
Através das rimas, os músicos obtém a musicalidade composta pelo ritmo de vai e
vem que torna a melodia mais interessante, fato que ocorre durante toda a música. Nos
primeiros trechos, o eu-lírico se coloca como pedreiro, que admira o seu edifício construído e
lembra-se do tempo de trabalho duro que pegava dois ônibus todo o dia para ir e voltar pra
213
casa, no momento em que ele admira o prédio, chega um cidadão questionando se ele quer
roubar o prédio que ele ajudou a construir, diante disso, o eu-lírico ficou bastante entristecido
e voltou para casa. Podemos remeter isso à construção das grandes metrópoles que através das
migrações os nordestinos puderam construir cidades como São Paulo, outro ponto, é a
preconceito em relação ao modo humilde de se vestir dos nordestinos que na música foi
acusado indiretamente de ladrão pelo cidadão. Percebemos isso como estereótipos postulados
a população do Nordeste que de acordo com Albuquerque (2009), são fatores enraizados que
fazem referência à região nordestina, ou seja, a sociedade estereotipa as pessoas que se
vestem de forma humilde ou que tem sotaque diferente e já remetem a pessoas da
criminalidade.
Nos últimos trechos, o qual pode perceber através do corpo do texto presente no
artigo, o pedreiro relata a construção da igreja que ele ajudou a construir, e nessa construção,
ele relata que valeu a pena, pois é o único lugar que ele pode entrar, e em uma conversa com
Cristo, ele o conforta dizendo que Deus deu de tudo aos homens e hoje nem nas casas ele
pode mais entrar da mesma forma que o pedreiro. Podemos relacionar esse trecho com a
imensa fé dos nordestinos em relação a esperança de muitas chuvas no nordeste, como
também, as pessoas que não possuem mais tempo para deixar Deus entrar em suas casas,
caindo no esquecimento da mesma forma que o pedreiro caiu em relação as suas construções.
Temos Cidadão como barreira que separa os ricos dos pobres, pois toda vez que o pedreiro
tenta adentrar nos seus benefícios tidos por direito, mas, sempre há alguém superior para
barrar. Então vemos o Cidadão como a elite que tenta se separar dos pobres.
CONCLUSÃO
214
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE, Durval Muniz de. A invenção do Nordeste e outras artes. São Paulo:
Cortez, 2009.
BARROS, Hudson dos Santos. O legado teórico dos escritores norte-americanos: literatura,
verdade e tradição na crítica dos séculos xix e xx. Anais do XVI CNLF. Rio de Janeiro:
CiFEFiL, 2012.
BOSI, Éclea. Cultura e desenraizamento. In.: BOSI, Alfredo (org.) Cultura Brasileira: temas
e situações. São Paulo: Ática, 1999.
CAFFERTY, Pastora San Juan. The dilemma of American Immigration: beyond the golden
door. New Jersey: Transaction, 1983.
CUNHA, Filipe Brum. Imigração aos Estados Unidos da América: análise histórica e
tendências no início do século XXI. 2012.
MAGNOLI, Demétrio. Geografia para o ensino médio. São Paulo: Atual, 2008.
PORTES, Alejandro; BACH, Robert L. Latin Journey: Cuban and Mexican Immigrants in the
United States. Los Angeles: University of California Press, 2001.
RAMALHO, Zé. Cidadão. In: _____. Frevoador. Columbia Sony Music. Rio de Janeiro,
1992.
SADER, Emir. Século XX: uma biografia não autorizada: o século do imperialismo. Editora
Fundação Perseu Abramo, 2000.
SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço: Técnica e Tempo, Razão e Emoção. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2008.
SMITH, Herbert Huntington. Brazil: the Amazon and the Coast. Nova York: C. Scribner‘s,
1879.
WHITE, John Kenneth. The values divide. New Jersey: Chatham House, 2003.
216
RESUMO
O presente artigo busca investigar o surgimento e estruturação das organizações políticas de lutas em
prol da população afrodescente no Brasil, contextualizando historicamente desde as primeiras
resistências com Zumbi dos Palmares até a formação e institucionalização do Movimento Negro
Unificado (MNU). Ao empreender essa análise histórica, o objetivo central é elucidar a relevância das
lutas travadas pela população negra e quais as suas contribuições referentes à essas lutas para os
afrodescentes no país atualmente, por exemplo: a implementação da Lei N° 10.639/03 que obriga o
ensino da história e cultura afro e indígena nas escolas, a Lei nº 12.711/2012 das cotas raciais com a
inserção da população afrodescente no âmbito universitário, a Lei Nº 12.990/2014 que reserva 20%
(vinte por cento) dos cargos em concursos públicos no âmbito federal para a população negra. Utilizo
como aporte teórico os seguintes autores: Domingues (2005) Guimarães (1999), Gonsalves e Silva
(2000), Freitas (2012) e Mananga (2003) que contribuíram sobremaneira para o desfecho da discussão.
O processo metodológico da escrita está pautado na revisão bibliográfica de artigos, livros e
documentos legislativos.
PALAVRAS-CHAVE: Movimento negro; Resistência; Inclusão social.
217
INTRODUÇÃO
Com base na temática supracitada, busco desenvolver o texto por meio dos seguintes
questionamentos, que são: como se estrutura o movimento negro no Brasil? Quais foram suas
pautas de reinvindicações em determinadas épocas? Quais as conquistas alcançadas até o
presente momento, tento em vista todo o histórico de segregação e racismo sofridos por toda a
população negra no país? E em que essas lutas travadas e conquistas alcançadas ao longo da
história refletem em pleno século XXI para a população negra no país? Com bases nas
questões norteadoras supracitadas referentes a temática, será realizado o estudo.
ênfase a todas essas lutas travadas por parte da população afrodescendente, que apesar de
todas as adversidade existentes ao longo da história, sempre houve resistência e resiliência,
buscando reconhecimento da sua cultura, dos seus costumes, religião e um lugar na sociedade
que não fosse de subserviência ao padrão social eurocêntrico.
Para realizar essa discussão busco aporte teórico nos seguintes autores: Guimarães
(1999); Gonsalves e Silva (2000); Domingues (2005) e (2007); Santos (2008); Freitas (2012)
e Mananga (2003) que contribuíram sobremaneira para o desfecho da discussão em questão. 218
A metodologia utilizada para tal está pautada na revisão bibliográfica de artigos e livros dos
autores citados anteriormente, como também em Projetos de Leis e Leis vigentes. Dessa
forma, fundamentando e dando suporte para realizar a discussão posta na escrita do artigo.
Por esse ato de bravura e resistência, hoje especialmente temos uma data em
comemoração, o dia 20 de novembro, data na qual Zumbi foi morto. Dada referenciada a
Antes de entrar na discussão sobre a formação dos movimentos políticos que estariam
por vir, é importante salientar um dos fatores de suma importância, a questão que fez com que 219
Como cita o autor Kabengele Munanga “O racismo é uma crença na existência das
raças naturalmente hierarquizadas pela relação intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o
intelecto, o físico e o cultural.” (MUNANGA, 2003, p.8). Através das práticas racistas foi
criada uma hierarquia social pautada na cor da pele, definindo o lugar social das pessoas.
No Brasil as práticas racistas até o presente momento ainda se perpetuam, mas não foi
somente no nosso país que isso aconteceu, como Guimarães constatou:
Tais prática de perseguição à cultura negra ainda persiste atualmente, sendo que a
aceitação social é vista através de um “padrão branco” a ser seguido, e na maioria dos casos,
quando o negro foge desses moldes que estão postos, valorizando a cultura africana, as suas
220
origens, acaba sendo perseguido e sofrendo práticas racistas.
38
As teorias e teses racialistas, tinham como principal objetivo defender a pureza racial, compreendendo que a
mistura entre as raças levaria a um processo de declino e enfraquecimento das futuras gerações, no caso em
questão, os descentes brancos dos europeus.
A instauração da república, sem nenhuma dúvida foi pensada para a inclusão da 221
população negra enquanto estava nos seus trâmites, aliás pode até ter sido pensada, mas foi de
forma negativa de modo a camuflar e desaparecer com os afrodescendentes, fazendo com que
os negros que historicamente ocuparam os espaços não valorizados socialmente continuassem
dessa forma. Porém nesse mesmo período começam a surgir as organizações políticas.
Por todo o país começava a se difundir de forma simples e vagarosa a ideia entre a
população negra de que as injustiças deveriam ser combatidas, após séculos em posição de
subserviência os afrodescendentes não deveriam mais se calar e suportar todo o ódio que era
imposto sobre eles.
A Imprensa Negra expos todas as aflições que os negros sofriam na época, seja em 222
ralação as questões de trabalho, moradia, saúde, educação e outros mais que não permitiam
que o bem estar social dos negros fosse equânime aos privilégios da população branca. Na
década de 1930 com essa evolução gradativa na qual o Movimento Negro vinha se
estruturando, surge o primeiro e importante movimento político consolidado, a Frente Negra
Brasil (FNB), alguns anos depois mais especificamente em 1936 “a FNB transformou-se em
partido político e pretendia participar das próximas eleições, a fim de capitalizar o voto da
‘população de cor’.” (DOMINGUES, 2007, p. 106), sempre com o objetivo de incluir toda a
população negra em todos os âmbitos sociais, na qual a representatividade afrodescendente
era escarça.
Mesmo com a luta e o ideário antirracista, a FNB como muitos outros partidos
políticos na época da instauração do “Estado Novo” foram extintos, fazendo com que mais
uma vez a população afrodescendente não tivesse representatividade nas lutas pelas demandas
sociais, econômicas e políticas.
No período da ditadura militar entre (1964-1985) grande parte dos movimentos sociais
e organizações políticas que eram considerados minorias e resistiam, foram perseguidos e
extintos, as organizações que militavam pelas causas da população negra também entraram
nesse grupo, no entendo houve outro processo de fundação de uma das principais
organizações que até o presente momento está engajada dentro das lutas e reivindicações em
prol população negra, o Movimento Negro Unificado (MNU), surge em 1978, esse processo
de fundação e as influências se deram da seguinte forma:
Com todas essas influencias o MNU deu início as lutas em prol da população
afrodescendente, a sua relevância dentro da estrutura social antirracista foi de extrema
relevância nessa luta contínua e histórica, na qual se fazia necessária para reparar ou
223
recompensar vários anos que a população negra sofreu.
Com base nesse contexto Santos (2008) corrobora que, após a abolição da escravatura,
seus descendentes ainda reivindicam medidas compensatórias na área educacional capazes de
eliminar os efeitos persistentes das barreiras impostas no passado, para que assim equiparar-se
numa sociedade onde as oportunidades deveriam ser oferecidas a todos. Essa disparidade
entre pretos e brancos, que existiu e ainda existe só pode ser mudada através de muita
perseverança por parte da população negra e o engajamento nas políticas de base do país, foi
dessa forma que o MNU construiu suas pautas de reivindicação.
Porém como se sabe essa visão é utópica e errônea, levando em consideração todo o
histórico de como o negro foi tratado e visto ao longo de todos os séculos respectivos a 224
Muitas dessas reinvindicações nas quais o MNU colocou em pauta não foram ouvidas
pelas autoridades governamentais da época, outras dessas por terem reforçado os debates
sobre a temática expondo sua relevância social para o benefício da população negra, foram
ouvidas, criando-se projetos de lei e consequentemente sendo aprovados, passando a ser
válida as questões por todo o país. É importante sabermos também que essa discussão sobre
as políticas afirmativas no Brasil foram colocas em pauta e debatidas no âmbito nacional
recentemente, como nos mostra o autor Guimarães:
Existem diversos âmbitos que passaram por modificações através das lutas das
organizações negras, em uma perspectiva inclusiva. Podemos ver também esse caso no
Projeto de Lei 3627/2004 no qual “Institui Sistema Especial de Reserva de Vagas para
estudantes egressos de escolas públicas, em especial negros e indígenas, nas instituições
públicas federais de educação superior e dá outras providências.” (BRASIL, 2004).
Reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos
concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos
no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações
públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União (BRASIL, 2014).
Por fim, podemos ver que as políticas de inclusão para a população afrodescendente
perpassaram todos os âmbitos, inclusive nos meios de comunicação, na qual a
representatividade negra também é pouco vista, com a alteração da Lei nº 12.232, de 29 de
abril de 2010 “para estabelecer cota para representação de afrodescendentes na publicidade
governamental”, a figura dos(as) negros(as) passa a ser representada nos programas de
publicidade governamentais, sendo que nos meios de comunicação midiáticos ainda existe
pouca representatividade negra.
É importante dar ênfase a uma questão relevante, conquistas como essas podem
também ser consideradas como marcos históricos e simbólicos, devido a segregação racial
existente ainda em pleno século XXI, devemos valorizar e reconhecer a ocupação desses
espaços pelos afrodescendentes está acontecendo de forma gradativa, pois a modificação da
estrutura social vigente – pautada no racismo estrutural – irá mudar a partir de ações como
essas que foram realizadas ao longo de todos esses anos de lutas.
CONSIDERAÇÕES
O presente texto teve como objetivo expor de modo prévio alguns apontamentos
históricos referentes ao surgimento do movimento negro no Brasil, de como o mesmo se
estruturou e quais suas pautas de reivindicações em relação as demandas da população negra
no país.
As políticas afirmativas na perspectiva inclusiva, para grande parte da população negra 227
hoje no país é um dos únicos meios de entrada nas universidades, para obtenção de uma vaga
em um concurso a nível federal e serem representados nos meios de comunicação. Hoje
apesar de ainda ser minoritária, a população negra vem ocupando espaços na sociedade nos
quais historicamente foram negados, fruto das lutas e reinvindicações idealizadas nas últimas
décadas.
REFERÊNCIAS
e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 9
jan. 2003.
______. LDB: Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: Senado Federal,
Coordenação de Edições Técnicas, 2017.
______. Projeto de lei nº , de 2015. Altera a Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010, para
estabelecer cota para representação de afrodescendentes na publicidade governamental.
2015. 228
______. Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012. Dispõe sobre o ingresso nas universidades
federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências.
Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF 29 de agosto de 2012.
______. Lei nº 12.232, de 29 de abril de 2010. Dispõe sobre as normas gerais para licitação e
contratação pela administração pública de serviços de publicidade prestados por intermédio de
agências de propaganda e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do
Brasil. Brasília, DF 29 de abril de 2010.
______. Lei nº 12.990, de 9 de junho de 2014. Reserva aos negros 20% (vinte por cento) das
vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos
públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas,
das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 9 de junho de 2014.
MACHADO, L. Zumbi de Palmares e a resistência negra no Brasil. 2017. Disponível em: <
https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/enem/2017/01/03/noticia-especial-
230
RESUMO
O presente estudo tem por finalidade apresentar os resultados de uma atividade desenvolvida no
âmbito da EEEFM Dom Moisés Coelho, em Cajazeiras/PB, no qual se discutiu os conceitos de
Educação Patrimonial, Fiscal e Inclusiva. Para este estudo nos pautamos na perspectiva de Peter Burke
(2011), José D’Assunção Barros (2004), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2007) a fim de nos
acostamos à teoria da História com vistas a compreender a essência desta enquanto ciência e saber
escolar para que, a posteriori desempenharmos, junto com as análises de teóricos como Thais Nivia de
Lima e Fonseca (2011), Selma Andrade de Paula Bedaque (2015) e outros na essência dos saberes que
giram no entorno da Educação Patrimonial, Fiscal e Inclusiva. O trabalho, por sua vez, desenvolveu-se
com o objetivo de se produzir uma História em Quadrinhos, onde os alunos foram os personagens
principais, apresentando um dado patrimônio histórico da cidade de Cajazeiras, num diálogo entre
ouvinte e surdo e versando sobre a sua preservação. Para isso desenvolvemos a atividade em três
momentos onde, além de compreender o que é patrimônio histórico, os alunos tiveram aulas de Libras
e conheceram o aplicativo HagáQuê, desenvolvido pelo Núcleo de Informática Aplicada à Educação
da Unicamp.
PALAVRAS-CHAVE: Patrimônio Histórico; Educação Inclusiva; Educação Fiscal.
ABSTRACT
The purpose of this study is to present the results of an activity carried out within the scope of EEEFM
Dom Moisés Coelho, in Cajazeiras/PB, in which the concepts of Patrimonial, Fiscal and Inclusive
Education were discussed. For this study we are guided by the perspective of Peter Burke (2011), José
D’Assunção Barros (2004), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2007) in order to get acquainted
with the theory of History in order to understand the essence of this as science and scholastic
knowledge so that, a posteriori, together with the analyzes of theorists as Thais Nivia de Lima e
Fonseca (2011), Selma Andrade de Paula Bedaque (2015) and others in the essence of the knowledge
that revolve around the Patrimonial, Fiscal and Inclusive Education. The work, in turn, was developed
with the purpose of producing a comic book story, where the students were the main characters,
presenting a historical heritage of the city of Cajazeiras, in a dialogue between listener and deaf and
talking about its preservation. For this, we developed the activity in three moments where, in addition
to understanding what historical heritage is, the students had classes of Libras and got to know the app
HagáQuê, developed by Center for Computer Science Applied to Unicamp.
39
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
RESUMEN
El presente estudio tiene por finalidad presentar los resultados de una actividad desarrollada en el 231
marco de la EEEFM Dom Moisés Coelho, en Cajazeiras/PB, en el que se discutieron los conceptos de
Educación Patrimonial, Fiscal e Inclusiva. Para este estudio nos basamos en la perspectiva de Peter
Burke (2011), José D’Assunção Barros (2004), Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2007) a fin de
acercarnos a la teoría de la historia con miras a comprender la esencia de ésta en cuanto ciencia y saber
escolar para que, a posteriori desempeñar, junto con los análisis de teóricos como Thais Nivia de Lima
e Fonseca (2011), Selma Andrade de Paula Bedaque (2015) y otros en la esencia de los saberes que
giran en el entorno de la Educación Patrimonial, Fiscal e Inclusiva. El trabajo, a su vez, se desarrolló
con el objetivo de producir una historia en cómics, donde los alumnos fueron los personajes
principales, presentando un determinado patrimonio histórico de la ciudad de Cajazeiras, en un
diálogo entre oyente y sordo y versando sobre su situación preservación. Para ello desarrollamos la
actividad en tres momentos donde, además de comprender lo que es patrimonio histórico, los alumnos
tuvieron clases de Libras y conocieron la aplicación HagáQuê, desarrollado por el Núcleo de
Informática Aplicada a la Educación de la Unicamp.
PALABRAS CLAVES: Patrimonio histórico; Educación Inclusiva; Educación Fiscal.
INTRODUÇÃO
Neste sentido, a educação foi se construindo ao longo do tempo com este sentido de
lapidar o homem, ao tempo que, também se transformou num instrumento de controle de uma
população, isto se pensarmos os governos populistas ainda na primeira metade do século XX,
a saber, o estado hitlerista (1933-1945) de orientação nazista.
A educação, nas palavras de Paulo Freire, é algo que transforma. E por assim
transformar, ela adquire ao longo do tempo uma função social importante que é a de formação
de cidadãos.
| Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 4, suplementar, jan. 2019.
XIV Seminário Internacional Analítico de Temas Interdisciplinares & VI Seminário de Pesquisa
Inovadora na/para Formação de Professores & I Fórum de Pós-Graduação da UFCG.
Por assim dizer, o espírito educativo empreende em seus múltiplos campos ao longo
do tempo, pois também foi sofrendo modificações, pela ação do tempo, dos novos
pensamentos e olhares sobre a sociedade. Assim, vejamos, a própria sociedade pós Revolução
Industrial que voltou seu campo de observação para a uma educação técnica, proposta ainda
bem latente, sobretudo se focarmos na chamada Reforma do Ensino Médio.
Contudo, este não é o foco do nosso estudo. Empreendemos nessa análise da educação
para fundamentar brevemente um conceito atual de uma educação pautada na mistura de 232
saberes. Se, por tempos idos, o saber científico penetrou no campo educacional priorizando o
ofício de cada ciência, atualmente, as diversas formas de conhecimento se imbricam,
semelhante à educação grega antiga que, na sua filosofia centrava saberes históricos,
matemáticos, físicos, geográficos, astronômicos e outros, a fim de perceber o ser humano
naquele espaço social.
Mais do que isso, a própria legislação nos apresenta, em seu artigo 3º, os princípios
basilares e norteadores, a saber:
Focamos nestes artigos da LDB a fim de corroborar com a própria essência do nosso
estudo que é fruto de um trabalho interdisciplinar envolvendo não apenas a relação com
outras áreas do conhecimento, mas saberes dentro da própria área da historiografia, como é o
233
caso da educação patrimonial.
O estudo, por sua vez, traz em sua essência, como bem afirmamos, a ideia de uma
educação patrimonial, fiscal e inclusiva que é fruto de uma ação pontual, dentro do Projeto de
Intervenção Pedagógica da EEEF Dom Moisés Coelho, em Cajazeiras/PB, intitulado
“Educação Fiscal: uma jogada de cidadania”.
Voltando nosso olhar para a Escola dos Annales, Peter Burke (1997), ao chamar os
Annales de “A Revolução Francesa da História” fazia ali muito mais do que uma jogo de
palavras. Necessariamente se estabelecia, naquela obra um convite para a compreensão da
Escola dos Annales, originária na década de 1930 por Marc Bloch e Lucien Febvre, bem
como outros expoentes, a saber, Fernand Braudel, Jacques Le Goff, Pierre Nora, Georges
Duby, Marc Ferro e outros historiadores que buscaram quebrar o paradigma da História
tradicional, convidando-nos a pensar o passado visto por baixo.
Bem sabemos, também, que a própria Revolução Francesa não fora este “mar de
rosas” que pareceu na fala anterior, mas, corresponde a uma mudança radical no modo de se
produzir – política, a título de Revolução Francesa e história, a saber, dos Annales –, assim
como propuseram Bloch, Febvre e as outras duas gerações dessa corrente historiográfica.
que equivale dizer que um período soma-se a outro, um fato liga-se (direta ou indiretamente a
outro), pois tais relações são contínuas e se transformam ao longo do tempo.
discussão, mas o ensino de História se volta mais para a tradição oral, no que diz respeito a
análise dos fatos num tom mais adequado, ou seja, voltado para a faixa etária da qual está se
propondo a lecionar.
O planejamento de uma aula não envolve apenas o saber produzido e contido no livro
didático, pois apenas eles não configuram a aprendizagem do estudante em sua totalidade. Por
isso, envolve-lo na produção do seu conhecimento é um importante aliado para professor e
aluno, uma vez que, o docente ao planejar a sua atividade, partindo de uma questão essencial
(uma problemática que instigue a curiosidade e a necessidade de buscar uma solução),
idealiza momentos que visem dirimir as deficiências dos alunos quanto àquele saber que está
para ser visto através de atividades que envolvam o seu prévio saber. 236
Neste sentido, Muniz Sodré (2012, p.15) nos aponta a educação com o processo de
incorporação intelectual e afetiva e percebe este processo como um equilíbrio de forças que
estruturam o “Bem” de uma formação social. Tais forças “se acham nos sistema nos sistemas
de conhecimento (ciências, artes, narrativas e filosofia) e nas instituições (trabalho,
parentesco, costumes, códigos, leis)”.
Este pensamento de Sodré nos convida a refletir, por sua vez, a própria essência do
ensino de História que, ao longo dos anos 1990 e por este século vem se desvencilhando
daquela propositura de uma disciplina atônita aos acontecimentos do presente e, sobretudo ao
pensamento crítico do passado.
Para além disso, as correntes do atraso do qual nos vemos atualmente envolvidos
politicamente, nos puxam severamente para o retorno a este passado em que se estudava
“quem foi” e “o que ele fez”.
237
Neste sentido, a própria Revolução Francesa da Historiografia, como suscitou Burke –
e que mencionamos anteriormente – colaborou imensamente para esta descolonização do
saber histórico nas salas de aula, visto que, antes de se atrever a pensar o livro didático, o
docente é um ser social e a escola considerada como instituição politizada, ou seja, que tem a
capacidade de se autogerir, bem como de formar cidadãos crítico e reflexivos. E o ensino de
História é um desses saberes que colaboram para a construção desse pensamento e formação.
A educação no século XXI é vista de forma interdisciplinar, o que implica afirmar que,
os saberes não estão isolados com suas competências e habilidades, tal como havia sido
proposto pelos cientistas positivistas do século XIX.
40
Filme dirigido por Eliane Caffé, de 2004, conta a história de um vilarejo ameaçado de sumir devido a
construção de uma barragem. Na narrativa, os moradores de Javé, a fim de salvarem o vilarejo onde nasceram e
se criaram, decidem somar suas histórias – cada uma enaltecendo o mesmo personagem, mas, sobretudo, sua
própria imagem.
238
41
Disponível em <https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-845971523-grandes-vultos-brasileiros-volume-1-
editora-jacomo-_JM>. Acesso em 29 julho 18.
ambos como objetivos básicos da educação, de modo que, a legislação transporta para a
História uma responsabilidade de aviltar os conceitos de cidadania e democracia.
239
Tomando por base a configuração de uma nação miscigenada – olhar dado por
sociólogos e historiadores ao porte de Gilberto Freyre, Capistrano de Abreu e Darcy Ribeiro,
por exemplo – abordar a questão patrimonial nas escolas é, ao mesmo tempo reconhecer a
participação dessas múltiplas culturas num dado espaço.
Mais do que isso, deixar de perceber tais lugares é ter uma identidade local (ou
nacional) em um solilóquio perdido pelo tempo, mas que inócuo à sociedade. Ao tempo que
se reportam como espaços que, em um dado momento, se constituíram fortes e, que de certa
forma, ainda se tornam representatividades na vida quotidiana dos citadinos.
Para tanto, iniciamos a atividade com algumas inquietações que sintetizam a seguinte
problemática: como atuar de forma mais efetiva para garantir o direito à inclusão, ao tempo
que integralizar42 todos os estudantes numa atividade que vise incentivar uma leitura da
cidade de Cajazeiras/PB e atuar como fiscais na preservação da memória coletiva?
Para tal, buscamos focar na interseção dos três conceitos. Sendo assim, ao
trabalharmos Educação Fiscal, nos ancoramos na concepção de cidadania que, para além do
conhecimento de tributações e conscientização quanto ao destino de verbas, por exemplo,
compreende a preservação do bem público, alvo da Educação Patrimonial que, em síntese, se
pauta na (re)memorização do passado através da conservação daquilo que pertence a uma 240
sociedade em particular.
Tínhamos aqui, um desafio, pois, além de englobar três áreas bem amplas – que, diga-
se de passagem merecem estudos próprios – necessitávamos ampliar o leque de conhecimento
dos alunos sobre a história do município de Cajazeiras que ainda se ancora no vulto de Mãe
Aninha, Vital de Sousa Rolim (pais de Pe. Rolim) e do próprio Pe. Rolim.
É obvio que não objetivamos anular essas figuras, nem a sua importância histórica
para a consolidação do município, mas sim mostrar que, em épocas além da fundação da
cidade, outros personagens trataram de dar continuidade a história de Cajazeiras – tudo isso
com o zelo de não cometer o engano de estar reproduzindo uma história tradicionalista. Nosso
objetivo maior era ler a cidade de Cajazeiras em sua quase totalidade.
Vale ressaltar que, a atividade realizada com os alunos do sétimo ano do ensino
fundamental da EEEFM Dom Moisés Coelho apesar de ter em sua proposta abordagem da
inclusão, esta não é, por si só, uma ação isolada, que elaboramos a fim de inserir o aluno com
42
Apesar de não ser adepto deste termo, especialmente quando trabalhamos com alunos com deficiência, pois
tende a denotar uma inserção, estadia, apenas do aluno na sala regular.
surdez. O relato – reiteramos – é apenas uma ação neste viés que, de forma mais aberta, se
transformou em proposta para os nossos alunos.
Dado isto, nos voltamos ao conhecimento de cada área, sempre em conjunto com o
intérprete de Libras e a professora de Língua Portuguesa, visto que, no término da ação, os
alunos deveriam produzir uma História em Quadrinhos.
A atividade uma vez proposta aos alunos pareceu algo complicado, visto que se trata
de muitas coisas a se pensar e desenvolver, contudo, não impossível, tomando como cuidado
aquilo que Cortella (2016), em A escola e o conhecimento aponta:
Contudo, sem dúvidas, esse não fora nosso objetivo, até mesmo porque, ao ensinarmos
a história de um dado lugar, buscamos ponderar seus espaços como lugares de convívio
social, ou seja, um dado patrimônio o é, tão somente pela sua relevância (política, cultural,
histórica ou religiosa) para aquela comunidade e todos que ali estão se percebem nesses
espaços sócio-históricos.
[...] a história – ou a relação com o passado, ou, ainda, com o tempo – tem
um papel importante no panorama das coisas que chamam a nossa atenção e
mobilizam o nosso dinheiro na sociedade moderna. [...] Nas últimas décadas
é possível perceber um esforço assistemático, descontínuo e geograficamente
descentralizado de enfrentar essas questões por meio do instrumento
conceitual intitulado “consciência histórica”. [...] Aron [apud Cerri (2001,
p.23)] toma a consciência histórica predominantemente como uma espécie
de consciência política, traçando um painel de como diferentes historiadores,
cientistas sociais, filósofos e tendências das ciências humanas buscam a
lógica da evolução histórica, compondo um ensaio sobre como diferentes
sentidos são atribuídos ao processo histórico. (CERRI, 2011, p.22-23)
questões, íamos rememorando aquilo que discutimos outrora com relação à Educação Fiscal,
até mesmo como ponto de conexão e fixação da aprendizagem.
Num segundo momento, propusemos que a turma aprendesse o básico de Libras, não
como finalidade de efetivar a atividade, mas sim como forma de se comunicar de forma
coerente com os colegas surdos. O que ficou bem entendido pelo corpo discente. Para tanto,
se fez necessário antes se trabalhar a questão da própria inclusão quando, numa dinâmica
breve, solicitamos aos alunos que fechassem os olhos e, uma vez guiados fossem conduzidos 243
Esta ação serviu para mostrar que a inclusão se faz com equidade e fraternidade, uma
vez que, segundo Bedaque (2015):
Construir uma Educação Inclusiva não é uma ação unilateral, que depende
do esforço de apenas um grupo, a ação inclusiva que provoca mudanças
substanciais é um processo construído por muitas pessoas e neste sentido, a
colaboração é um conceito fundamental e sua prática pode fazer mudanças
significativas no sistema educacional. [...]Sobre a questão - trabalho
colaborativo e cooperativo do professor -, é possível vislumbrar discussões
em diferentes áreas da educação, inclusive na da Educação Especial, as quais
apontam este trabalho como um recurso valioso para o desenvolvimento de
ações prospectivas ao favorecimento do processo educativo inclusivo de
todos os alunos com vistas ao desenvolvimento da autonomia, independência
e aprendizagem, quer seja no espaço escolar, quer seja fora dele.
(BEDAQUE, 2015, p.31)
visto que – tomando por base as observações em sala de aula – muitos deles não conhecem ou
dominam recursos básicos de um micro (ferramentas de edição de texto, por exemplo).
244
245
A atividade proposta foi, deveras desafiadora para ambas as partes, pois buscamos
envolver – como dissemos anteriormente – temáticas que, por si, já são complexas como é o
caso da Educação Patrimonial e Fiscal. No que tange à prática da inclusão, podemos observar
que, apesar desta atividade ter um foco maior neste ponto, a aceitação e a sua posterior
interação por parte dos alunos com os surdos é bem abrangente o que, sem dúvidas, facilitou o
nosso trabalho enquanto docente e mediador da proposta.
Mais do que isso, a receptividade dos alunos quanto a temática (Educação Fiscal e
Patrimonial) foi, em sua maioria bem aceita, de modo que os resultados finais – avaliando
enquanto professor, para além da produção final dos quadrinhos –foram satisfatórios.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
propusemos a narrar é fruto desta prática interdisciplinar. Não apenas porque há uma mescla
de saberes escolares, mas sim de conhecimentos.
Seguindo o pensamento do físico alemão Albert Einstein “não são as respostas que
movem o mundo, são as perguntas”. E a atividade que propomos aos alunos do sétimo ano do
ensino fundamental da EEEFM Dom Moisés Coelho iniciou com uma dessas perguntas, uma
questão essencial, que geraram respostas e, por conseguinte geraram outras perguntas.
246
Mais do que isso, a atividade em questão foi fruto de uma produção significativa do
saber escolar que, em pleno século XXI tende ao instinto altruísta do ser humano que
transforma saber, vivência, experiência em conhecimento a partir da mediação do professor.
REFERÊNCIAS
ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. História: a arte de inventar o passado. Bauru:
Edusc, 2007.
248
RESUMO
Vislumbrando uma discussão sobre a educação superior, suas finalidades, conteúdos e perspectivas,
este trabalho que é um recorde de pesquisa de escopo mais abrangente, analisa “Arte de Educar” em
Kant e sua congruência com a proposta de Educação Geral. Para este ensaio, foi considerada a obra de
Kant sobre Pedagogia, cujos enunciados são analisados à luz da metodologia da análise de conteúdo
proposta por Bardin (2004) e articulados ou confrontados com discussões de alguns estudiosos, como
Pereira (2007;2010), Santos Filho (2007;2010), Almeida Filho (2014), Morin (1999), entre outros.
Observa-se no contexto apresentado por Kant no século XVIII, a similaridade com as discussões sobre
a educação e a Educação Geral na contemporaneidade.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Geral ; Kant ; Educação Superior.
ABSTRACT
Looking at a discussion of higher education, its purposes, contents and perspectives, this work, which
is a more comprehensive research record, analyzes "Art of Educating" in Kant and its congruence with
the proposal of General Education. For this essay, we considered Kant's work on Pedagogy, whose
statements are analyzed in light of the methodology of content analysis proposed by Bardin (2004) and
articulated or confronted with discussions of some scholars, such as Pereira (2007; 2010), Santos Filho
(2007; 2010), Almeida Filho (2014), Morin (1999), among others. It is observed in the context
presented by Kant in the eighteenth century, the similarity with the discussions about education and
General Education in contemporary times.
KEYWORDS: General Education; Kant; College education.
43
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP
44
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP
RESUMEN
En el marco de una discusión sobre la educación superior, sus finalidades, contenidos y perspectivas,
este trabajo que es un récord de investigación de alcance más amplio, analiza "Arte de Educar" en
Kant y su congruencia con la propuesta de Educación General. Para este ensayo, fue considerada la
obra de Kant sobre Pedagogía, cuyos enunciados son analizados a la luz de la metodología del análisis
249
de contenido propuesta por Bardin (2004) y articulados o confrontados con discusiones de algunos
estudiosos, como Pereira (2007; 2010), Santos (2007), Almeida Filho (2014), Morin (1999), entre
otros. Se observa en el contexto presentado por Kant en el siglo XVIII, la similitud con las discusiones
sobre la educación y la Educación General en la contemporaneidad.
PALABRAS CLAVES: Educación general; Kant; Educación universitaria.
INTRODUÇÃO
Santos Filho (2007) indica que o termo Educação Geral ganhou reconhecimento e
respeito nos círculos acadêmicos em 1867 com Stuart Mill, após tratar este assunto em sua
aula inaugural na Universidade de Saint Andrew. Estudiosos como Pereira (2007; 2010),
Goergen (2010) e Santos Filho (2007;2010) afirmam que, dentre as questões mais importantes
para as instituições de educação superior contemporânea, está à compreensão do significado
de educar no contexto do modelo socioeconômico.
Sobre a Pedagogia, de 1803. Becker (2010) sobre a obra Sobre a Pedagogia de Kant, afirma
que “é um verdadeiro compêndio de um Curso de Pedagogia, onde em linguagem clara e
direta, Kant aborda o problema pedagógico sob um ponto de vista racional” (Becker 2010,
p.2). Apresentando, também, questões cruciais sobre a formação humana. Becker (2010)
elucida que: “o estudo mais acurado do pensamento pedagógico de um filósofo da
envergadura de Kant é muito relevante para a atual conjuntura educacional brasileira devido à
contemporaneidade de seu pensamento sobre a educação” (Becker, 2010, p.2). 250
Para Kant entre as descobertas humanas há duas dificílimas, e são: a Arte de Governar
os homens e a Arte de Educá-los. Na perspectiva da Arte de Educar e como conseqüência
direta na Arte de Governar é que estudiosos em todo o mundo estabelecem discussões
pertinentes à educação superior visando retomar o sentido de universidade como campo de
reflexão, responsável por tecer mentes ativas e conscientes do seu papel na sociedade e da
responsabilidade de serem precursoras do desenvolvimento da humanidade centrado no bem-
comum. Neste sentido, que algumas universidades têm experimentado mudanças
administrativas e pedagógicas. O destaque tem sido para o Processo de Bolonha, que tem
como princípio a integração dos sistemas universitários de países da Europa. A Universidade
de Bolonha, fundada em 1088, na Itália, é considerada uma das mais antigas universidades da
história e na avaliação de Dias Sobrinho (2009) é um modelo reconhecido em toda a Europa.
A Universidade de Bolonha no final do século XX engendrou um novo modelo de
universidade que tem suscitado novos estudos no mundo. Pereira (2007) explica que o
Processo de Bolonha tem como núcleo um primeiro ciclo de formação como o objetivo de
propiciar a cultura geral básica ao cidadão europeu para que este se movimente em todo
território, sendo que, o primeiro ciclo não possui caráter profissionalizante e busca formar o
estudante com conhecimentos gerais que se constituem etapa prévia ao prosseguimento da
formação profissional, no segundo ciclo.
Dahl (1979) explica que a diferença entre um indivíduo educado e outro não educado
está no grau de compreensão das questões do mundo presente, tanto no contexto próprio de 251
sua vida como nos contextos sociais, culturais, econômicos e políticos mais amplos. O
estudioso alerta para a necessidade premente da superação destas questões, pois caso contrário
à universidade “continuará formando doutores cada vez mais especialistas em domínios do
saber cada vez mais estreitos para uma sociedade que caminha para a crescente complexidade
de seus problemas.” (Santos Filho, 2007, p.18 e 19).
Diante de tais discussões, este trabalho tem como objetivo analisar a “Arte de Educar”
em Kant e sua congruência com a proposta de Educação Geral. Para este ensaio, é
considerada a obra de Kant Sobre a Pedagogia, cujos enunciados são analisados à luz da
metodologia da análise de conteúdo proposta por Bardin (2004) e articulados ou confrontados
com discussões de alguns estudiosos, como Pereira (2007;2010), Santos Filho (2007;2010),
Almeida Filho (2014), Morin (1999), entre outros, vislumbrando a discussão da Educação
Superior, sua finalidade, conteúdo e perspectivas.
Goergen (2010) chama atenção para a reflexão de que Universidade e Empresa são
instituições cujos objetivos são distintos. Esta fabrica produtos e serviços, enquanto aquela
gera conhecimentos que promovem o desenvolvimento individual, social e cultural. Portanto,
cabe o cuidado com relação a alguns conceitos comumente utilizados nos processos
avaliativos das empresas – produtividade e eficiência – pois, para o autor, a educação superior
não se destina a produzir, mas a formar. Seu produto é, pois, o conhecimento formativo.
Domingues (2006) aponta que a Universidade de Harvard utiliza, na estruturação curricular,
os princípios da Educação Geral, com base no entendimento de que a Educação Geral deve
formar os estudantes e capacitá-los a desenvolver múltiplas perspectivas sobre si mesmos e
sobre o mundo e dar-lhes conhecimento para imprimir um sadio fundamento para as suas
vidas.
Conforme Drucker (2002), de Platão (em 400 a.C.) a Ludwig Wittgenstein (1889-
1951) e a Karl Popper (1902), há diversas teorias relativas ao que sabemos e como sabemos.
Muitas têm sido as mudanças no significado do conhecimento, porém o que toda teoria tem
em comum é o entendimento de que conhecimento não significa capacidade para fazer, não
significa utilidade; e utilidade não é conhecimento; é habilidade. 252
Pereira (2007;2010), Santos Filho (2007;2010) e Almeida Filho (2014) destacam que,
no ensino convencional, existe a fragmentação do conhecimento e a falta de uma perspectiva
humanista, distanciando-se dos valores de promoção das pessoas e da coletividade.
Na esteira desses entendimentos, Morin (1999, p. 12) explica que não será possível
reformar o pensamento se as instituições não forem previamente reformuladas. Para ele, a
forma atual da estrutura do ensino “impede a formação de espíritos abertos, capazes de
dialogar com a multidimensionalidade da ética, da política, da cidadania cultural e de
revitalizar as relações entre a cultura científica e a cultura humanista”. Destaca o pesquisador
que:
253
A obra de Kant sobre a Pedagogia, de 1803, suscita várias reflexões e revela análises
de questões presentes em nosso tempo histórico. Uma das premissas que orientam essas
reflexões é que o homem deve entender o quanto é bom e o quanto pode fazer de bem a
humanidade, porém é na educação, na “Arte de Educar”, que se encontra a chave desse
entendimento. Assim, ao elucidar os entendimentos e preceitos de Kant lança-se uma
proposição, também, a de resgatar o “bem” no homem e como consequência projetar
esperança de felicidade na (e para) a humanidade.
Kant argumenta que a Providência colocou nos homens disposições para o bem,
porém, estas disposições não estão prontas, “são simples disposições, sem a marca distinta da
moral”.(Kant, 2011, p.19). Portanto é dever do homem tornar-se melhor, mesmo quando
existam disposições para o mal, deve-se educar e produzir em si a moralidade. Observa-se
nesta menção que a educação pode propiciar ao homem o resgate do bem, que é uma
disposição humana e desta maneira conduzir a moralidade.
- O homem é a única criatura que precisa ser educada por outro homem. A cultura
consiste notadamente no exercício das forças da índole, e o homem precisa domar sua índole.
- “Quem não tem cultura nenhuma é um bruto, quem não tem disciplina ou educação é um
selvagem.” (Kant, 2011, p.16).
conveniente recorrer cedo à disciplina, pois, de outro modo, seria muito difícil mudar depois o
homem. (Kant, 2011, p.13). “Quando se deixou o homem seguir plenamente sua vontade
durante toda a juventude e não se lhe resistiu em nada, ele conserva certa selvageria por toda a
sua vida.” (Kant, 2011, p.13-14).
Kant (2011, p. 20) indica que “a educação é o maior e o mais árduo problema que
pode ser proposto ao homem”. Dessa forma, o conceito de “Arte de Educar” só pode surgir à
medida que cada geração transmita suas experiências e seus conhecimentos à geração 254
seguinte, acrescentando alguma característica sua. Kant explica que o conceito em questão
surge muito tarde e que nós mesmos ainda não o elevamos ao seu mais alto grau de pureza.
Cabe lembrar que Kant falava no século XVIII e passados quase três séculos, estamos
discutindo as possibilidades para a educação, o que torna atual outra afirmação de Kant (2011,
p. 19): “A educação é uma arte, cuja prática necessita ser aperfeiçoada por várias gerações”.
Entende-se assim que a educação não é estática; deve acompanhar as gerações e sua evolução.
Para o pensador:
Nesse contexto apresentado por Kant, no século XVIII, encontramos similaridade com
as discussões atuais sobre a educação e sua finalidade, pois o ensino atual ainda não atingiu o
estágio de desenvolver, por intermédio do homem, o bem para toda a humanidade. Não se
trata de responsabilizar a educação por todas as mazelas do mundo, mas sim de entender que
com a educação direcionada ao bem comum, o homem poderá compreender o sentido de sua
existência, resgatar o bem, que é de sua natureza e que Kant aborda em sua obra, para a
contínua evolução do planeta e felicidade da natureza humana. O fato de não haver atingido
tal estágio pode estar na fragmentação do conhecimento e na falta de uma perspectiva
humanista que (ainda) marcam o ensino convencional no Brasil, apontadas por Pereira
(2007;2010), Santos Filho (2007;2010) e Almeida Filho (2014), ao tratarem da Educação
Geral, e que, segundo esses estudiosos, produzem um distanciamento da educação em relação
aos valores de promoção das pessoas e da coletividade. Pereira (2007) esclarece que: 255
Nessa direção, estudiosos apontam para o fato de que as universidades estão longe de
corresponder adequadamente aos desafios da sociedade e esclarecem que os jovens, em sua
grande maioria, concluem o nível superior desprovidos de uma boa formação cultural e de
domínio científico, bem como apresentam dificuldades de elaboração mental e de espírito
crítico. Esses estudos indicam, como causa desse estado de coisas, o enfoque das
universidades nas questões tecnicista da profissão, ou seja, nas habilidades em detrimento de
valores morais e de responsabilidade social.
Retomamos aqui um trecho do texto de Kant (2011, p. 23): “Uma boa educação é
justamente a fonte de todo o bem neste mundo”. Cabe, pois, pensar na educação como ciência
a bem da humanidade, e, assim, importante se faz, também, refletirmos sobre o “todo” na
indicação de Goergen (2010, p. 27):
E Goergen (2010, p.31) citando Adorno (1985), indica que: “O homem, armado
apenas de ciência e tecnologia, de senhor que sempre quis ser, transforma-se em objeto e
vítima de si mesmo”, de modo que “os futuros cidadãos precisam ser os protagonistas de um
grande tratado de paz com o planeta”. E alerta: “É urgente deixar claro aos jovens que, se
continuarmos pelos caminhos que ora trilhamos grande parte da humanidade ou mesmo toda
ela, pode estar se dirigindo ao desastre e à autodestruição.” (GOERGEN, 2010, p.36).
A Educação Geral tem como objetivo tornar o ensino mais criativo e estimulador,
como afirma Moraes (1998), e, dessa maneira, a universidade garante uma formação, e não
um treinamento. O Columbia Report. (citado por BELKNAP; KUHNS, 1977) aponta que
educação geral é simplesmente educação. Seu oposto é o treinamento. Pereira (2007) salienta
que a formação especializada e profissionalizante “apenas treina o estudante para executar
tarefas específicas com a habilidade e competência necessárias a uma sociedade mercantil, ou
para um estreito mercado de trabalho.” (PEREIRA, 2007,p.1). Neste aspecto entende-se que a
formação técnica e especializada oferecida pelos currículos dos cursos figura, a primeira vista,
como de grande importância e valor para o estudante que busca o mercado do trabalho,
porém, tal formação contribui para uma formação alienante que “impedem ao estudante uma
compreensão das questões que transcendem o âmbito do mercado do trabalho” (PEREIRA,
2007, p.1).
Para Belknap; Kuhns (1977, p. 3): “O grande objetivo da Educação Geral é superar a
ignorância dos estudantes sobre aspectos fundamentais da civilização e da cultura humana
ocidental e oriental.” Belknap; Kuhns (1977) indicam que na Columbia a experiência da
educação geral inicia na escola básica e pode ir até o pós-doutorado. Goergen (2010) explica
que cultura é um conjunto de entendimentos sobre o mundo e também sobre o homem.
Entendimentos essências para a reflexão do pertencimento à humanidade e das
responsabilidades para com a evolução do planeta.
Oferecer um sendo crítico geral aos jovens pelo qual possam reconhecer uma
pessoa competente em qualquer área. Em termos mais específicos, a
educação geral visa o desenvolvimento das seguintes habilidades no
estudante: pensar efetivamente, comunicar o pensamento, fazer julgamentos
relevantes e discriminar valores. (HARVARD COMMITTEE, 1945, p.53)
Para Little (1974), a Educação Geral precisa ter, entre outros, os três objetivos:
extensão e aplicações não se esgotam neste trabalho. Também se espera suscitar maiores
estudos sobre a Educação Geral e suas possibilidades, visando encontrar o caminho para uma
educação que promova o homem em sua essência, conduzindo-o à promoção do bem-comum
e à felicidade da espécie humana defendidos por Kant (2011, p. 16): “Causa entusiasmo
pensar que a natureza humana será sempre mais bem desenvolvida e aprimorada pela
educação, e que é possível chegar a dar àquela forma, a qual em verdade convém à
humanidade”.
Alguns poderosos consideram, de certo modo, seu povo uma parte do reino
animal e têm em mente apenas a sua multiplicação. No máximo desejam que
eles tenham certo aumento de habilidades, mas unicamente com a finalidade
de poderem se aproveitar dos próprios súditos como instrumentos mais
apropriados a seus desígnios. (KANT 2011, p. 25)
Nesse sentido a educação dos governantes é um ponto crucial para Kant, pois se estes
forem educados corretamente, terão a preocupação com o bem do mundo, mais até, do que
com o seu próprio bem. Uma importante questão é posta, também, quando Kant indaga: De
quem deve provir o melhoramento social? Dos príncipes, ou dos súditos? E responde: Se
partir dos príncipes, então, comece-se por melhorar sua educação, e aponta como erro não
cortar na juventude a rudeza dos príncipes e indica: “Mais vale que sejam educados por algum
de seus súditos do que por seus pares.”. E explica: “Não se pode esperar que o bem venha do
alto, a não ser no caso em que lá a educação seja primorosa.” E Kant faz alusão com relação
à direção das escolas e sobre a importância das generosas inclinações a bem da sociedade: “A
direção das escolas deveria, portanto, depender da decisão de pessoas competentes e
ilustradas. Toda cultura começa pelas pessoas privadas e depois, a partir delas, se difunde.”
(KANT 2006, p 24). Kant sugere a criação de escolas experimentais, um espaço onde as
crianças pudessem aprender apoiadas em princípios e não de forma puramente mecânica. Esta
sugestão deve-se ao fato de que, segundo ele, não se pode julgar unicamente com a razão se 259
uma coisa é boa ou má, pois a experiência mostra que as tentativas podem produzir resultados
opostos àquilo que esperamos. Portanto, a necessidade de experiência nos assuntos
educacionais tem como razão que uma única geração não pode criar um modelo completo de
educação. Outra preocupação apontada por Kant em sua obra é com relação à formação dos
mestres, pois segundo ele, ocorre que em certos homens a falta de disciplina (homens
selvagens) e de instrução (cultura) torna-os mestres muito ruins de seus educandos.
(Kant,2011, p.15) E Kant indica que: “se um ser de natureza superior tomasse cuidado de
nossa educação, ver-se-ia, então, o que poderíamos nos tornar.” E Kant, alerta para uma
realidade triste para a humanidade “é ver que a maior parte dos grandes (mestres, estudiosos-
homens do saber) não cuida senão de si mesmo e não toma parte nas interessantes
experiências sobre a educação para fazer avançar algum passo em direção à perfeição
humana”. (KANT, 2011 p.13/14)
REFERÊNCIAS
BELL,D. The reforming of general education. New York: Columbia University Press,1966.
BELKNAP, R.L; KUHNS,R. Tradition and innovation: generale education and the
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LITTLE, D.R. Beyond careerism: the revival of general education. The Journal of General
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo apresentar a compreensão de professoras acerca da relação entre
afetividade e o desenvolvimento cognitivo de crianças, em fase inicial de escolaridade. Esta
pesquisa além de permitir o entendimento da relação afetividade e cognição, nos possibilita enfatizar o
papel do professor como imprescindível para a formação da criança, principalmente considerando que
na Educação Infantil à criança tem como referência, inicial, o seu meio familiar e construirá novas
relações a partir do momento em que passa a fazer parte da Creche e/ou da Pré-escola. O estudo se
justifica pela busca de uma maior compreensão da relação professor-aluno, visto que quando esta
interação não leva em conta a relação afetividade, cognição e ato motor poderemos não contemplar
uma ação pedagógica significativa e um desenvlvimento infantil esperado. A pesquisa foi realizada
com quatro professoras da cidade de Cajazeiras/PB, mediante entrevista semiestruturada, contendo
oito questões. Discutimos, neste texto, as primeiras relações afetivas vivenciadas pela criança e os
estágios de desenvolvimento propostos por Henri Wallon (1941/1995). Por fim, percebemos que as
docentes, participantes da pesquisa, se relacionam bem com seus alunos, compreendem a importância
da afetividade nas interações vivenciadas em sala de aula, proporcionam uma boa dinâmica de ensino-
aprendizagem e se preocupam com o desenvolvimento cognitivo de crianças na Educação infantil.
PALAVRAS-CHAVE: Afetividade. Educação Infantil. Docentes.
ABSTRACT
This work aims to present the teachers' understanding of the relationship between affectivity and the
cognitive development of children, in the initial phase of schooling. This research, in addition to
allowing the understanding of the relationship between affectivity and cognition, allows us to
emphasize the role of the teacher as essential for the formation of the child, especially considering that
in Early Childhood Education the child has as an initial reference his family environment and will
build new relationships as soon as it becomes part of the Kindergarten and / or Preschool. The study is
justified by the search for a greater understanding of the teacher-student relationship, as when this
interaction does not take into account the relationship affectivity, cognition and motor act we may not
contemplate a significant pedagogical action and an expected child development. The research was
45
Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE
carried out with four teachers from the city of Cajazeiras / PB, through a semistructured interview,
containing eight questions. We discuss, in this text, the first affective relations experienced by the
child and the stages of development proposed by Henri Wallon (1941/1995). Finally, we perceive that
teachers, who are participants in the research, relate well to their students, understand the importance
of affectivity in the interactions experienced in the classroom, provide a good teaching-learning
dynamic and are concerned with the cognitive development of children in the kindergarten.
KEYWORDS: Affectivity. Child education. Teachers.
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo presentar la comprensión de profesoras acerca de la relación entre
afectividad y el desarrollo cognitivo de niños, en fase inicial de escolaridad. Esta investigación,
además de permitir el entendimiento de la relación afectiva y cognición, nos posibilita enfatizar el
papel del profesor como imprescindible para la formación del niño, principalmente considerando que
en la Educación Infantil al niño tiene como referencia, inicial, su medio familiar y construirá nuevas
relaciones a partir del momento en que pasa a formar parte de la Guardería y / o de la Pre-escuela. El
estudio se justifica por la búsqueda de una mayor comprensión de la relación profesor-alumno, ya que
cuando esta interacción no tiene en cuenta la relación afectividad, cognición y acto motor, no podemos
contemplar una acción pedagógica significativa y un desencadenamiento infantil esperado. La
investigación fue realizada con cuatro profesoras de la ciudad de Cajazeiras / PB, mediante entrevista
semiestructurada, conteniendo ocho cuestiones. Discutimos, en este texto, las primeras relaciones
afectivas vivenciadas por el niño y las etapas de desarrollo propuestos por Henri Wallon (1941/1995).
Por último, percibimos que las docentes, participantes de la investigación, se relacionan bien con sus
alumnos, comprenden la importancia de la afectividad en las interacciones vivenciadas en el aula,
proporcionan una buena dinámica de enseñanza-aprendizaje y se preocupan por el desarrollo cognitivo
de los niños en la escuela Educación Infantil.
PALABRAS CLAVES: La Afectividad. Educación Infantil. Profesores.
INTRODUÇÃO
A partir desta compreensão inicial, é possível destacar que se a criança não estiver em
um ambiente que lhe agrade, que seja significativo, que seja seguro e harmonioso, esta poderá
enfrentar problemas que prejudiquem seu desenvolvimento cognitivo, mais especificamente,
a aprendizagem de conteúdos sistematizados.
Hoje, no meio escolar, para entender a criança na Educação infantil, alguns educadores
procuram compreender teorias psicológicas existentes sobre as primeiras relações afetivas da
criança. Essas relações devem ser de boa qualidade, pois a afetividade é um ponto crucial nas 265
METODOLOGIA DA PESQUISA
O público alvo dessa pesquisa foram quatro professoras de uma creche localizada na
cidade de Cajazeiras – Paraíba. A escolha pelas entrevistadas se deu pelo fato de trabalharem
nessa comunidade escolar, onde é perceptível a necessidade de profissionais bem
qualificados, e com a capacidade de compreender os alunos na sua totalidade e,
principalmente, que os compreenda no seu desenvolvimento afetivo. A escolha desta
instituição ocorreu por estar localizada em uma comunidade carente e com famílias,
aparentemente, desestruturadas, visto que a maioria das crianças demonstravam esses
problemas na sala de aula. Assim sendo as crianças procuram na figura do professor e nos
Uma educação entre professor e alunos que não contemple a relação afetividade e
cognição, em sala de aula, poderá passar por vários problemas tanto na ação pedagógica como
no desenvolvimento das crianças
A partir dessa compreensão entre indivíduo e suas relações afetivas, Tassoni destaca
docentes que trabalham com a Educação infantil entendem sobre este conceito que nos remete
a muitos entendimentos e assim pudemos perceber a importância que a afetividade exerce na
aprendizagem de alunos. De acordo com o entendimento de Safira
De acordo com a professora Safira é importante que a observação seja feita em todos
os espaços da instituição em que a criança possa estar, pois segundo ela, a partir dessas
observações torna-se mais fácil detectar algo que não seja satisfatório para o desenvolvimento
da criança e, assim, procurar primeiramente os pais para compreender o que está acontecendo.
Safira diz: “sempre entro em contato com a família, perguntando como o aluno está em casa e
se aconteceu algo. Procuro trabalhar em cima da problemática existente”. É perceptível a
preocupação da professora com o resultado que o ato de observar pode causar na relação
professor – aluno – família, caso essa criança apresente mudanças no seu comportamento em
sala de aula.
Dessa forma, pudemos perceber que a docente trabalha a parceria família e escola,
pois quando esse contato acontece de forma efetiva é possível que a aprendizagem da criança
ganhe um novo sentido, pois tanto a família, quanto à escola ficarão atentos a qualquer atitude
diferente vivenciada. O professor é um forte aliado no desenvolvimento cognitivo da criança
e, dessa forma, é possível afirmarmos que:
Essas observações feitas pelo professor darão suporte para que possa reconhecer as
necessidades da criança e auxiliá-la quando for preciso. Tendo o conhecimento necessário, o
professor torna-se um sujeito com melhores condições de compreendê-la e entendê-la nas
suas particularidades.
A docente foi bem clara no seu posicionamento, quando defende que a afetividade é
primordial na vida de todo ser humano e para as crianças em fase de desenvolvimento
principalmente. Segundo a professora, a afetividade contribui à medida que a criança se sente
respeitada no seu espaço e nas suas necessidades.
Como vimos à afetividade não se limita apenas ao contato físico, é algo que vai além,
pois à medida que a criança se desenvolve suas relações afetivas também ganham u m novo
sentido. O professor passa a ser visto como agente da construção diária de diferentes
aprendizagens e com o papel de mediador dos seus alunos e os conteúdos sistematizados. A
partir desse entendimento, é possível dizermos que os conjuntos funcionais propostos por
Henri Wallon caminham conjuntamente e a afetividade, a cognição e o ato motor constituem a
pessoa.
Para Diamante “[...] o afeto contribui em todos os aspectos, seja num momento de
discórdia, ou num momento de integração, pois a afetividade rompe as barreiras que existe
entre o educando e o educador”. De acordo com a professora, a afetividade contribui em todos
os aspectos da aprendizagem, além de proporcionar uma aproximação maior entre educador e
educando. Percebemos ao longo desta pesquisa que, embora a criança tenha um
comportamento diferenciado, em sala de aula, é possível que o/a professor/a consiga, por
meio das suas ações, ajudá-la a superar algo que lhe aflige ou até mesmo que atrapalhe seu
desenvolvimento cognitivo.
Na mesma linha de pensamento e de uma forma bem sucinta, mas com clareza, a
professora Rubi diz que a “[...] afetividade contribui em tudo, principalmente no momento das
atividades e brincadeiras”. Quando a docente compreende os movimentos da criança, seja ele
qual for, como maneiras de interagir com o meio e como forma de crescimento, significa que
a criança poderá se sentir protegida e construir uma aprendizagem significativa. Para
Mahoney:
conflitos.
epidérmico e/ou dos elogios, o posicionamento das professoras nos mostra que é possível
repensarmos e refletirmos este conceito, levando em consideração a maneira de enxergar a
educação de crianças da Ensino Infantil, bem como a função do/a professor/a nessa fase de
escolaridade.
Um dos aspectos que podemos pontuar, mediante as informações, e que para nós foi
um problema encontrado, é a falta da família na escola, dificultando, por vezes, o trabalho
pedagógico. É fundamental a parceria da família com a escola, pois, muitas vezes, o desvio de
comportamento que acontece no ambiente escolar é percebido pelo professor, porém só pode
ser respondido pelos pais, visto que essas crianças passam maior parte do seu tempo em casa e
o comportamento inadequado pode ser proveniente de situações vivenciadas no meio familiar.
CONCLUSÃO
Esta pesquisa vem instigar as escolas e os docentes a irem além, a buscarem meios que
não deixem brechas entre as relações estabelecidas no meio escolar, relações de caráter
pedagógico, pessoais e sociais, tanto na sala de aula, quanto na instituição como um
todo, visto que a escola tem como um dos seus objetivos oportunizar um crescimento e
amadurecimento da criança de forma completa. É importante que essa instituição tenha a
responsabilidade de trazer para o meio educacional as oportunidades necessárias que a criança
necessita para mediar às fases de desenvolvimentos vivenciadas a cada idade, com a busca de
novos conhecimentos.
REFERÊNCIAS
277
RESUMO
ABSTRACT
This study aims to problematize the school experience of young students of public schools. Its
theoretical basis is the thinking of Michel Foucault and the methodology consists in the analysis of
student discourses about the school. The results show subjects dissatisfied with excessive discipline,
difficulty to be active in the schooling process and low quality of education, requiring autonomy and
preparation to meet the demands of employability and consumption.
KEYWORDS: Young students; School; Governmentality.
RESUMEN
El estudio problematiza la experiencia escolar de jóvenes estudiantes de escuelas públicas. Su base
teórica es el pensamiento de Michel Foucault y la metodología consiste en el análisis de discursos
discentes sobre la escuela. Los resultados muestran sujetos insatisfechos con la disciplina excesiva,
46
Professor Associado IV da UFCG. Pedagogo e Mestre em Educação pela UFPB.Doutor em Educação Pela
UFSCar. Pós-doutor em Educação pela USP. Professor de Filosofia da Educação no Curso de Pedagogia da
Unidade Acadêmica de Educação/CFP/UFCG. Lider do Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em
Educação, Linguagem e Práticas Sociais, GIEPELPS.
dificultad para ser activos en el proceso de escolarización y baja calidad de la enseñanza, exigiendo
autonomía y preparación para atender a las demandas de empleabilidad y consumo.
PALABRAS CLAVES: Jóvenes estudiantes; La escuela; Gubernamentalidad.
INTRODUÇÃO
278
Nessa perspectiva, seria considerado normal o jovem que vivenciasse essa fase
aceitando a condição de menoridade diante do sujeito adulto, sujeitando-se aos processos de
disciplinarização promovidos pelos sujeitos e instituições encarregados da sua formação,
desenvolvendo-se na conformidade com padrões culturais previamente estabelecidos. Nesse
caso, as circunstâncias sociais e os modos de governamentalidade operavam para produzir
essa conformidade, fazendo coincidir com a condição de aluno, a condição juvenil.
educação escolar moderna e as demandas educacionais do tempo presente têm sido pensados
por diversos autores. Dubet (1998, p. 33), analisando o processo de desinstitucionalização e as
mutações sofridas pela escola atual, afirma: “Os indivíduos são, atualmente, ‘obrigados’ a ser
livres e a construir o sentido de sua experiência”, e acrescenta:
Parece-nos que para a maioria dos jovens estudantes, a confrontação com professores
e gestores é instituída como a tecnologia de governo a constituí-los como jovens estudantes.
Essa confrontação marca a luta pelo reconhecimento de si diante do outro, um si que quer
compartilhar o governo de si, a autoridade sobre si e as decisões sobre si. É possível pensar tal
confrontação como exercício do cuidado de si no presente, em vista ao governo de si para si
no futuro.
A escola, na maioria das vezes, principalmente entre jovens pobres urbanos, apareceu
como chata, aborrecida, autoritária, deficiente e monótona. Porém, ainda que adjetivada na
negatividade, foi na condição de instituição necessária à sobrevivência, ao discernimento e à
possibilidade de favorecer a construção de um futuro produtivo, bom e rentável que a escola é
reconhecida pelos jovens. Entretanto, reconhecer o valor e a necessidade da escola, no plano
da abstração, não significa validá-la na sua concretude cotidiana. 281
Para os jovens urbanos de classe média, estudantes de escolas públicas com qualidade
aferida socialmente, ou privadas, o caminho da escolarização se apresenta de modo linear e
quase sem obstáculos a transpor, configurando, à primeira vista, um fluxo contínuo e
ordenado. O caminho da vida estudantil desses jovens seria concluir o ensino fundamental e
médio, continuar a formação numa universidade e, então, procurar alocação adequada no
mercado de trabalho. Nesse percurso, afora alguma dificuldade com a aprendizagem de um ou
outro conteúdo escolar, duas preocupações atravessam a vida escolar: na escola básica, driblar
o excesso de autoridade de professores e gestores, autoridade considerada por eles necessária,
mas descabido o seu excesso; na universidade, a escolha errada do curso, preocupação essa de
fácil compreensão, pois a maioria desses jovens, com 16 ou 17 anos, está a escolher um curso
superior e uma carreira profissional.
Tal luta, no caso dos estudantes pobres, seria pela perspectiva de poder acessar a um
ensino de qualidade que possibilite desenvolvimento pessoal e inserção no mercado de
trabalho. Perspectiva, não certeza, pois para muitos estudantes, ao considerarem as suas
condições matérias e pedagógicas de estudo, se subjetivam como jovens estudantes sobre a
corda bamba entremeada por desejo e dificuldade, conforme declarou um jovem estudante de
escola pública carioca:
282
Eu venho para a escola por duas razões: uma é porque com estudo muita
gente não está arrumando emprego. Imagine sem? Aí, no mínimo, quero
terminar o ensino fundamental. Eu venho para a escola pra poder terminar o
ensino médio, só. Faculdade e vestibular é bobeira para mim. Não vou
conseguir nada mesmo! Ensino médio, se conseguir!
Até para ser gari tem que ter ensino médio. Até para ser bandido no morro
tem que ter estudo. Hoje em dia, em todos os empregos precisa de ensino
médio. Você tem que saber inglês, tem de saber mexer com computador...
Especialização, por causa que hoje em dia eles não querem qualquer um com
uma faculdadezinha qualquer e se eu tiver curso de inglês, informática, isto e
aquilo, claro, eu vou receber bem mais que uma pessoa comum.
“Pessoa comum” seriam todos/as que fazem parte do grupo de estudantes de escola
pública, principalmente as localizadas nas periferias das cidades, que funcionam com
deficiência de professores e de condições físicas e pedagógicas, como relatou um estudante de
escola pública carioca, afirmando que passara a metade do ano letivo apenas com professores
de História e Matemática e que o professor de Português chegou no início do segundo
semestre do ano letivo. Além da carência de professores, muitos estudantes lidam com
professores sem formação adequada e com a falta de acesso à biblioteca da escola, mesmo
aqui, mesmo salário, mesma função. Mas eu cresci muito com a escola, também, mas fora
daqui, né? Sei mais das coisas, um pouco mais”.
A luta por uma escolarização que tenha validade social e seja convertida em capital
profissional consubstancia uma tecnologia de governo de si para os jovens estudantes.
Todavia, batalhada no confronto com a escola na qual estudam, muitas vezes se faz permeada
pelo desencanto e pelo desengano, essa seria uma luta cruel, sem espaço para muitas ilusões,
mas suscita reações diversas, como o confronto direto e ofensivo, no caso, as agressões ao
patrimônio escolar ou aos sujeitos escolares, a apatia, a evasão e a minimização da
importância e validade social da escola, conforme assinalou um jovem estudante:
A escola serve para estudar e ser alguém na vida, mas muitas vezes ela não é
tão importante, porque existem pessoas que não estudaram e hoje estão bem
de vida. Como exemplos têm o Romário, Silvio Santos, entre muitas outras
pessoas. A escola serve para ensinar, mas hoje em dia não sei se ela está
podendo fazer isso. Serve para ensinar para as pessoas poderem ter um
trabalho melhor, uma situação financeira boa, mas hoje ela não oferece tudo
isso.
perspectiva foi acentuada pelos participantes. Segundo afirmou um participante do Hip Hop:
Aprendi muita coisa, tipo sair da rua, ficar mais em casa, estudar mais.
Quando eu não conhecia o break eu gazeava muita aula, não estudava, mas,
depois que eu conheci o break, as pessoas sempre falavam que tem que
terminar os estudos pra botar pra frente, e é isso aí.
Na escola, parece-nos que o sujeito jovem estudante estaria sendo dividido ao meio,
como na fábula “O visconde partido ao meio”, de Ítalo Calvino (1996). Porém, com uma
diferença. Se o visconde partido ao meio, de um lado representa o bem, e do outro o mal, na
fotografia dos jovens estudantes feita por si sobre si, na escola, o jovem aparece como um
lado do sujeito e o estudante como o outro lado, e em nenhum dos lados a visão de si é boa.
Duas considerações a esse respeito: na primeira, uma estudante afirmou: “A escola vê a gente
como animais, como alunos, e nada mais. Inferiores a eles”. Outro destacou:
Usando também a imagem do castelo, mas poderia ser de qualquer instituição, disse
286
um jovem estudante:
Nesse caso, a condição de juventude dos alunos é refreada, ignorada pela escola no
emprego da tecnologia disciplinar, tomando o aluno como um sujeito de deveres, não de
direitos. Nos estudos sobre juventude, a distinção ainda operada pela escola entre o aluno e o
jovem é evidenciada, demostrando que a sua condição contemporânea de sujeito de direitos
nem sempre é materializada. Se no século XIX até meados do século XX, com exceções, a
governamentalidade da juventude estudantil era assegurada através de tecnologias de
dominação, possibilitando no contexto sociopolítico a convergência entre governo dos outros
e governo de si, no tempo presente a condição de aluno dos jovens é reclamada pelos jovens a
partir de tecnologias de si ancoradas na afirmação de si como sujeito de direitos à
participação, ao protagonismo e à autonomia.
Neste sentido, o aluno se pensa não como sujeito dividido, mas cindido na condição de
jovem estudante, porém, priorizando a condição de jovem nos seus processos de subjetivação,
como asseverado pelo Relatório da UNESCO para a Educação no Século XXI (1999) e
Diretrizes Curriculares do Ensino Médio (2013): o estudante jovem é o jovem que estuda, o
trabalhador jovem é o jovem que trabalha. Esta é a perspectiva assumida pelos jovens na luta
pela afirmação de si enquanto sujeito de direito ao pensamento, ao questionamento e à
participação nas decisões que lhes atinge, e na escola, participar das dinâmicas e metodologias 287
de ensino referentes a sua aprendizagem.
Que o estudo melhora o futuro, a gente sabe. Para muitas coisas precisa de
estudo. Mas penso que o ensinamento poderia ser diferente, o que está nos
livros poderia ser mais parecido com a vida da gente, mais real, mais
brilhante. As professoras e o governo poderiam pensar como as coisas
acontecem na vida. Tem umas coisas que a gente nunca vai usar na vida.
Parece que é só para dificultar as coisas. Eu não queria aprender só o ba, be,
bi, bo, bu, ou abcd. Eu queria o ba, be, bi, bo, bu do mundo... que ajuda o
cara a sair do lugar e ter futuro. Esse jeito de ensinar a escrever e ler só ajuda
o cara a sobreviver, mais nada.
enunciado é intensamente aventado como contraposição a ser aluno: “Como jovem eu sou
feliz”.
Na minha opinião ser jovem é frustração porque você olha pra frente e não
vê nada, é só sonho. Todo mundo sonha em ter um futuro, de chegar lá na
frente e ter uma profissão boa, de você ser estabilizado, só que você olha ao
redor e você fica boiando e você fala “meu Deus do céu, como é que eu vou
conseguir isso?” Ser jovem tá difícil, ainda mais quando você é um jovem
pobre.
Assim, à escola pública não basta favorecer a progressão do aluno de todo jeito e nem
expedir um diploma qualquer: “Eu vou me formar no quê? Formação geral de quê? O governo
pensa que o jovem é besta, idiota em relação à escola? Não interessa que o jovem saiba e
aprenda alguma coisa, mas que passe rápido de ano. E eu saio do colégio sem saber de
nada?”. Esse embate travado pelos jovens estudantes refere-se à validade e à atualidade dos
conhecimentos que precisam adquirir, pautando-se na relação entre conhecimento e seu
proveito visando sobrevivência material no tempo presente e futuro e empregabilidade num
mercado competitivo e incerto.
professor aparece como o sujeito imediato a mediar os seus dilemas. É de acordo com os
comportamentos e posturas assumidas pelos docentes em relação aos estudantes que os jovens
estudantes fazem operar determinadas tecnologias de si, visando o seu governamento e a sua
constituição enquanto estudantes. Esses identificaram diversas modalidades de professor,
destacando-se quatro: o autoritário, o incompetente, o “bobo” ou “sem moral” e o parceiro.
Todo aluno quer um professor que seja exigente, mas que respeite o aluno.
Às vezes acontece de o professor não perceber que está humilhando o aluno.
A diferença entre o professor tratar sem respeito e humilhar é a intenção.
Quando o professor fala com o aluno, manda calar a boca, é falta de respeito,
chamar de burro é humilhar. Uma professora humilhou uma aluna, ela fez
uma pergunta e a professora respondeu que ela deveria pintar o cabelo de
loiro. Teve um caso de uma colega que enfrentou a professora falando
muitas coisas feias para ela. O professor não aceita que o aluno o ofenda, o
aluno fica marcado, enquanto o aluno tem que aceitar as ofensas do
professor.
Essas também são as práticas desenvolvidas pelos alunos quanto aos professores
considerados incompetentes e despreparados. Nesse caso, desaparece a ocupação consigo
pautada no enfrentamento e na exigência com o ensino e a sua aprendizagem, parecendo
colocar, diante da percepção do despreparo docente, o limite da força de reação discente à
adversidade na sua formação, ou a produção de deslocamentos em função de outras
possibilidades formativas.
O bom professor, segundo os estudantes, sabe que sabe, é um estudioso; sabe por que
sabe, é capaz de explicar a utilidade do que ensina e relacionar os saberes transmitidos com os
acontecimentos atuais; sabe onde se encontra e aonde quer chegar como professor,
incentivando os alunos a se desenvolverem. Para tanto, se atualiza e se aperfeiçoa, gosta da
sua profissão, envolve e desafia os alunos nas aulas, que são dinâmicas.
Nesse sentido os estudantes tomam como referência o ensino ministrado nas escolas
particulares “que preparam bem” para o nível superior e o mercado de trabalho. Sob o efeito
de um sentimento de déficit e da constatação da precariedade das suas condições de vida e
estudo, esforço e esperança sem vigor sustêm as tecnologias de si dos jovens estudantes
pobres. O enunciado produzido por um estudante simboliza essa questão: “A gente quer o que
todo mundo quer, que é fazer uma faculdade, mas o problema é fazer...”.
CONCLUSÃO
O estudo possibilitou a construção de uma visão geral sobre os modos como os jovens
estudantes percebem a escola em que estudam e como se percebem nesta e vivenciam o seu
processo de escolarização. Esses sujeitos vivenciam a escola e a escolarização de modo
tencionado entre o desejo de estudar, as suas perspectivas de presente e futuro e as condições
concretas adversas em que vivem e estudam. Se veem insatisfeitos com o disciplinarização
escolar que desatualizam a escola e dificultam a sua condição de sujeito de direitos. São
críticos quanto à pouca qualidade do ensino ministrado, pois dificultam a sua preparação para
atender as demandas do mercado de trabalho e de consumo.
REFERÊNCIAS
292
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patrimônio cultural. Terezina: EdUFPI, 2010.
MEC, 1999.
293
RESUMO
O presente artigo apresenta uma reflexão sobre a Teoria Queer, começando pelas razões de seu
surgimento, quais argumentações seus teóricos usam na construção de conceitos e definições, assim
como da sua importância para suscitar o respeito, a inclusão e compreensão por parte da sociedade em
relação aos sujeitos desviados da heterossexualidade. Para a realização da referida pesquisa e sua
análise, busca-se base teórica através de artigos e obras de autores que discorrem sobre o tema.
Inserido nesta discussão está o ser humano quando se relaciona com questões referentes à sexualidade,
à dualidade sexo/gênero e a não aceitação e imposição de outra parte da sociedade. Desse modo, o
debate envolve uma problemática bastante relevante por tratar-se de uma abordagem que trata do
direito de ser ou apresentar-se da pessoa enquanto homossexual e bissexual. Das análises, a pesquisa
constatou que de uma maneira geral, a discussão ainda gira em torno do preconceito ético-moral e
religioso, mas com grande avanço por parte de movimentos realizados por esses sujeitos em busca de
igualdade de direitos para afirmação de suas identidades na nossa sociedade e no mundo.
PALAVRAS-CHAVE: Teoria Queer. Sexualidade. Gênero. Diferente.
ABSTRACT
This article presents a reflection on the Queer Theory, starting with the reasons for its emergence,
what arguments its theorists uses in the construction of concepts and definitions, as well as its
importance to raise respect, inclusion and understanding on the part of society in relation to the
deviant subjects of heterosexuality. In order to carry out this research and its analysis, a theoretical
basis is sought through articles and works by authors who discuss the theme. Inserted in this
discussion is the human being when it relates to issues related to sexuality, the duality of sex / gender
and the non-acceptance and imposition of another part of society. Thus, the debate involves a very
relevant problem because it is an approach that deals with the right to be or present the person as
homosexual and bisexual. From the analysis, the research found that, in a general way, the discussion
still revolves around ethical-moral and religious prejudice, but with great advance on the part of the
movements made by these subjects in search of equal rights for affirmation of their identities in our
society and the world.
KEYWORDS: Queer Theory. Sexuality. Genre. Different.
47
Universidade Federal de Cmapina Grande - UFCG
RESUMEN
El presente artículo presenta una reflexión sobre la Teoría Queer, empezando por las razones de su
surgimiento, cuáles argumentaciones sus teóricos usan en la construcción de conceptos y definiciones,
así como de su importancia para suscitar el respeto, la inclusión y comprensión por parte de la
sociedad en relación a los sujetos desviados de la heterosexualidad. Para la realización de la referida
investigación y su análisis, se busca base teórica a través de artículos y obras de autores que discurren 294
sobre el tema. Insertado en esta discusión está el ser humano cuando se relaciona con cuestiones
referentes a la sexualidad, a la dualidad sexo / género y la no aceptación e imposición de otra parte de
la sociedad. De este modo, el debate involucra una problemática bastante relevante por tratarse de un
enfoque que trata del derecho de ser o presentarse de la persona como homosexual y bisexual. De los
análisis, la investigación constató que de manera general, la discusión aún gira en torno al prejuicio
ético-moral y religioso, pero con gran avance por parte de movimientos realizados por esos sujetos en
busca de igualdad de derechos para afirmación de sus identidades en la sociedad nuestra sociedad y en
el mundo.
PALABRAS CLAVES: Teoría Queer. La sexualidad. Género. Diferente.
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é trazermos uma reflexão sobre a Teoria Queer, tema
relevante e bastante discutido atualmente, porém desconhecido de muitas pessoas, incluindo
aí acadêmicos e profissionais de todas as áreas e, ainda, não aceito por outros, provocando
preconceito contra àqueles que querem ser e/ou se sentem diferentes do conhecido como
normal, o que traz várias implicações e embates entre esses grupos e outra parte da sociedade,
no que diz respeito à sexualidade.
Estruturado em três partes, este artigo visa, na primeira parte, trazer um diálogo com
os autores que versam sobre a temática, partindo com Miskolci (2009), que se refere ao
surgimento e ao por que da Teoria Queer, seguindo com Louro (2017), ao conceituar Queer
como “estranho, raro, esquisito” e ainda como “sujeito da sexualidade desviante”. E por
último, Butler (2003), que trata sobre a dualidade sexo/gênero e a desconstrução do gênero, e
Weeks (2000) tratando sobre a sexualidade e também sexo/gênero. A segunda parte é
destinada à discussão e análise, partindo-se da abordagem dos autores; e a terceira visa
apresentar uma conclusão de acordo com os dados do diálogo e opinião deste autor.
A Teoria Queer surge nos Estados Unidos no final da década de 1980, como crítica a
estudos da sociologia que tratavam “sobre minorias sexuais e gênero”. Esse projeto passou a
ter reconhecimento a partir de palestras dadas em Universidades, que tratavam sobre a
dinamicidade da sexualidade (MISKOLCI, 2009, p.150).
Nesse sentido:
Com base nos estudos de Foucault (2005), o autor afirma “que a sexualidade não é
proibida, antes produzida por meio de discursos”, porque a forma de organização e de
produção do conhecimento está centrada por parte de quem domina os saberes, tornando a
sexualidade objeto de análise de vários estudiosos (MISKOLCI, 2009, p. 153).
Louro (2015), ao tratar sobre o tema em questão, traz alguns conceitos para a
expressão Queer, como:
Nesse sentido, podemos compreender que as pessoas inseridas nesses grupos citados
pela autora podem ser consideradas estranhas, excêntricas, provocantes, fascinantes pelo fato
de não estarem em grupos considerados normais pela ordem social, ou seja, pelo sexo ou
gênero masculino e feminino, como tradicionalmente se conhece.
A expressão queer também é usada para reconhecer pessoas homossexuais e usada por
elas em oposição e contestação contra a heteronormatividade (LOURO, 2015).
Sujeitos Da Sexualidade
Sobre esses sujeitos, importa saber o que representam os termos atribuídos a eles na
nossa sociedade, para que possamos nos situar neste estudo e tratá-lo com respeito. Assim:
Transexual refere-se ao indivíduo que nasce com determinado sexo, mas se reconhece como
de outro; em relação à pessoa travesti, a diferença entre este e aquele está na autoidentificação
e no valor socioeconômico. Já a pessoa homossexual é aquela que tem uma identidade de
gênero e se interessa por alguém que tem a mesma identidade, diferente da pessoa bissexual
que se interessa pelos dois gêneros. As pessoas drags queens referem-se a artistas que se
vestem para apresentações, o que não depende de sua identidade de gênero (VIEIRA, 2014).
do corpo, o modo de ser e estar, Louro (2015) recorre a dois filmes de Cacá Diegues que
tratam de personagens viajantes, os quais encontram outras pessoas, percorrem lugares e
culturas diferentes, pelo interior do Brasil, passando por diversas experiências, o que lhes dar
condições de prosseguir, sem destino, importando mesmo o movimento que a viagem
provoca.
desviam da direção planejada para todos, se afastam e ao mesmo tempo são criativos, gerando
oportunidades de se posicionarem, quando as suas opções, o seu modo de ser e seus objetivos
marcam limite e espaço (LOURO, 2015, p18).
Após tantos desafios desses sujeitos e de acordo com a autora citada, a sexualidade
torna-se alvo de vários estudiosos, órgãos e instituições através de uma política pós-identitária
com o objetivo de ser explicada, regulada, normatizada, dentre outros argumentos.
298
Sexo E Gênero
A autora vai mais além, quando aponta para a ideia de que gênero quando considerado
independente e não apresentar-se como sistema binário, reflete ou está restrito ao sexo. Por
esse víeis as expressões “homem” e “masculino” poderiam estar tanto para um corpo
feminino quanto para um masculino e vice-versa.
A partir dessas premissas, a autora constrói sua argumentação sobre essa dualidade:
Se o sexo é, ele próprio, uma categoria tomada em seu gênero, não faz
sentido definir o gênero como a interpretação cultural do sexo. O gênero não
deve ser meramente concebido como a inscrição cultural de significado num
sexo previamente dado (uma concepção jurídica); tem de designar também o
aparato mesmo de produção mediante o qual os próprios sexos são
estabelecidos. Resulta daí que o gênero não está para a cultura como o sexo
para a natureza; ele também é o meio discursivo/cultural pelo qual ‘a
natureza sexuada’ ou ‘um sexo natural’ é produzido e estabelecido como
‘pré-discursivo’, anterior à cultura, uma superfície politicamente neutra
sobre a qual age a cultura (BUTLER, 2003, p. 25).
mesma coisa, não havendo distinção entre ambos. Dessa forma, a autora nos leva a pensar no
fim da lógica de que dependendo do órgão sexual da criança, ela será menino ou menina.
Ainda nessa concepção, ao tratar o sexo como natural e o gênero como construído, é
aceitar também que o gênero seja essência do sujeito. O gênero seria também “um ponto
relativo de convergência entre conjuntos específicos de relações, cultural e historicamente
convergentes” (BUTLER, 2003, p. 29).
299
ALGUNS RESULTADOS
Louro (2015) faz uma abordagem mais profunda e detalhista, quando usa o termo
queer para se referir a “estranho”, “esquisito”, fazendo uma referência aos “sujeitos da
sexualidade desviante”, aqueles que se rebelam, quebram regras e não se intimidam diante das
imposições da sociedade.
Em sua sensibilidade, a autora usa aspectos de viagens para levantar sua argumentação
de construção da personalidade do ser humano, pois da mesma forma que numa viagem o
sujeito tem contato com outras pessoas e lugares diferentes, e adquire experiências, assim é na
vida. Construímos nosso jeito de ser, personalidade e caráter ao longo do movimento de nossa
vivência, o que nos dá a direção daquilo que queremos ser.
sexo pode ser discursivo e cultural, assim como o gênero. Nesse sentido, ambos os elementos
são a mesma coisa.
Nesse mesmo raciocínio, para Louro (2015), não é o sexo que vai determinar o gênero
de uma pessoa e nem induzi-la ao desejo.
CONCLUSÃO
Este trabalho proporcionou uma breve discussão sobre questões que envolvem a
sexualidade, através de reflexões da Teoria Queer, que trata do tema a partir de
questionamentos acerca do nascimento, quando dizemos que a criança é menino ou menina,
definindo um padrão de comportamento para ela.
Sobre isso, foi possível compreender que para muitos estudiosos, a questão ser homem
ou mulher não significa ser masculino ou feminino necessariamente, mas um pode assumir a
identidade do outro e vice-versa ou ir mais além, pois a construção da personalidade se dá
através da experiência, das relações com outras pessoas, do desejo, da vivência do dia a dia.
Percebemos que o tema é amplo e envolve muitos outros aspectos, como a posição da
Igreja e o olhar de outros segmentos da sociedade, como psiquiatras, antropólogos e
educadores, por exemplo; por outro lado, a atuação da militância e os movimentos
homossexuais, a pluralização das lutas e a construção de uma comunidade homossexual.Essas
questões nos mostram as dificuldades e preconceitos por que passam os grupos dos
homossexuais e abrem espaço para manifestações desse grupo e seus apoiadores, em busca de
igualdade de direitos, contrariando imposições de uma ordem social que se diz mais ampla
e/ou poderosa, de uma parte da sociedade que não aceita o diferente.
Entretanto, vale ressaltar que independente da opção ou identidade de gênero que cada
um deseje seguir, o importante é vislumbrar o valor do ser humano, respeitá-lo e compreendê-
lo enquanto participante de uma mesma raça e sociedade, pois do contrário os que assim
desejam ser, estariam excluídos e vivendo à margem, e, diante disso, o que pensarmos da
nossa inteligência humana?
Ao final deste estudo e respeitando todos os pontos de vista, ficam dados para nossa
reflexão em relação aos corpos de homens e mulheres, os quais se apresentam fisicamente
parecidos, mas naturalmente distintos em muitos aspectos, como na reprodução por parte das
mulheres e não dos homens, na diferenciação de hormônios, mamas versus mamilos, dentre
outros. 301
REFERÊNCIAS
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2007.
VIEIRA, Valter. Entenda a diferença entre travesti, transexual, cross dresser e drag. Disponível em :
<queenhttp://www.valtervieira.com.br/noticia/saude/41484/entenda-a-diferenca-entre-travesti-
transexual-cross-dresser-e-drag-queen-> Acesso em: 18jun2018.
em:< https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/32200931/guacira_lopes_louro_-
_o_corpo_educado_%28pdf%29_%28rev%29.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2
Y53UL3A&Expires=1530406244&Signature=Z%2FyLMgEVVAGQPxS0WFs93MzJYAc%
3D&response-content-
disposition=inline%3B%20filename%3DO_CORPO_EDUCADO.pdf#page=24> Acesso em:
30jun2018.
302
303
RESUMO
O presente artigo apresenta um recorte da monografia apresentada no curso de Pedagogia da
Universidade Federal de Campina Grande, de Cajazeiras/PB em agosto de 2018. O artigo tem como
objetivo discutir a relevância da parceria família e escola no processo de ensino-aprendizagem diante
dos desafios da atualidade. Utilizou-se inicialmente como metodologia um levantamento bibliográfico,
buscando se familiarizar com o tema, a partir de autores que apontam a importância da parceria entre a
escola e a família para o desenvolvimento do filho/aluno. Assim, o artigo discute a importância da
relação entre escola e família; as dificuldades que ambas enfrentam para que haja a colaboração das
duas instituições; e destaca algumas ações que ajudam no processo de interação. Realizou-se também
a pesquisa de campo numa escola estadual, localizada no município de Sousa/PB, os dados foram
coletados a partir de uma entrevista com a vice-diretora, duas professoras e enviado um roteiro de
entrevista enviado para duas famílias, sendo respondido por duas mães. O resultado que se propõe
através dessa parceria é favorecer o desenvolvimento das aprendizagens do filho/aluno. Para isso, a
escola precisa propor estratégias para estabelecer a parceria com a família, buscando favorecer a
qualidade do ensino.
PALAVRAS-CHAVE: Parceria Escola e Família. Ensino-Aprendizagem. Desafios Atuais.
ABSTRACT
This article presents a clipping of the monograph presented in the course of Pedagogy of the Federal
University of Campina Grande, Cajazeiras / PB, in August 2018. The article aims to discuss the
relevance of the family and school partnership in the teaching-learning process before the current
challenges. It was initially used as a methodology a bibliographical survey, seeking to familiarize itself
with the theme, based on authors who point out the importance of the partnership between the school
and the family for the development of the child/student. Thus, the article discusses the importance of
the relationship between school and family; the difficulties they face in order for the two institutions to
cooperate; and highlights some actions that help in the interaction process. Field research was also
carried out at a state school, located in the municipality of Sousa / PB, data were collected from an
interview with the deputy director, two teachers and an interview script sent for two families, being
48
Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus Cajazeiras-PB.
answered by two mothers. The result that is proposed through this partnership is to favor the
development of the child/student learning. For this, the school must propose strategies to establish a
partnership with the family, seeking to promote the quality of teaching.
KEYWORDS: School and Family Partnership. Teaching-Learning. Current Challenges.
INTRODUÇÃO
estabelecer contato com as famílias de acordo com as especificidades de cada uma delas.
A aproximação entre a família e a escola é uma discussão antiga que surgiu desde o
movimento escolanovista e higienista. Essa relação começou a acontecer por meio da
Associação Brasileira de Educação (ABE), criada por Heitor Lyra da Silva, em 1924, no Rio
de Janeiro, em que tinha a Seção de Cooperação da Família administrada pela presidente
Armanda Álvaro Alberto, na qual eram realizadas atividades para levar a família a se
aproximar da escola. Ainda foi criado em escolas públicas e privadas, o Círculo de Pais e
Professores, que tinha como objetivo a parceria de pais e professores para juntos promoverem
melhor o desenvolvimento da aprendizagem do aluno.
aos pais sobre a importância dos novos métodos utilizados buscando melhores formas de
educar.
Dessa maneira:
307
Entretanto, existem diversos fatores que impedem muitas vezes de manterem essa
parceria, tanto a escola quanto a família têm enfatizado essas dificuldades. A família
permanece desmotivada a ir até à escola por muitas vezes ser chamada apenas para reuniões,
sendo que na reunião é feito comparativos entre melhores e piores alunos. Normalmente os
diálogos que acontecem entre professores e pais são nos horários de entrada ou saída, para
reclamações de seus filhos. Além de serem convidados para arrecadação de dinheiro através
de rifas e bingos para manutenção do prédio ou de recursos da escola e para festinhas de
comemoração.
No que se refere à escola, algumas vezes não reconhece a importância da parceria, por
isso não busca interagir com a família. Já outras reconhecem a relevância da relação, do seu
papel de instruir os pais e da necessidade da família participar de atividades da escola, mas
não contribuem para que haja a parceria. Existem famílias que expressam interesse em
participar das atividades da escola, mas a escola não dialoga com a família e não mostra as
Segundo Carvalho (2004), as famílias são heterogêneas, desse modo, haverá conflitos
não só entre as famílias, mas entre o corpo pedagógico da escola, dado que, todos são
diferentes e não comportam pensamentos iguais. Ainda há outros profissionais da educação
que acreditam que por não estudarem sobre a educação e por alguns sujeitos das famílias
serem analfabetos, eles não têm nada a contribuir. 308
Em alguns casos é perceptível que a escola não tem buscado estabelecer a interação
adequada com a família, de modo que, suas ações têm mantido a família cada vez mais
afastada. Por exemplo, a escola pede para que a família ajude seus filhos em atividades de
“para casa”. Existem problemas que impedem a execução dessas atividades, posto que, alguns
pais podem ser analfabetos, não terem condições de pagar reforço ou por trabalharem muito
não ser possível a realização dessas atividades.
[...] toda pessoa tem direito à educação, é evidente que os pais também
possuem o direito de serem senão educados, ao menos, informados no
tocante à melhor educação a ser proporcionada a seus filhos (PIAGET, 2007
apud SOUZA, 2009, p. 4).
É pertinente destacar que a escola é elemento chave desse processo de interação e que
os professores são os principais responsáveis por isso, sendo que, os docentes são os que
possuem o aprofundamento de conhecimentos sobre a educação escolar e o processo de
aprendizagem. Por terem maior conhecimento sobre a educação devem saber da importância
da relação e promover meios para a integração da família, uma vez que, os pais não são
especialistas em educação, mas conhecem muito bem seus filhos e o conhecimento prévio que
eles têm, por os alunos conviverem maior tempo com a família do que com os professores.
Para que a família participe da escola, a instituição precisa abrir espaço. Sendo assim,
não deve haver autoritarismo, precisando estabelecer um ambiente democrático, em que todos
possam expressar suas opiniões, permitindo aos pais, participarem da educação dos
filhos/alunos.
A avaliação não somente da família, mas de toda a comunidade em que a criança está 310
inserida, é importante para que os professores e a gestão possam rever seu trabalho
pedagógico, o que não está dando certo, o que precisa ser repensado e o que falta melhorar na
escola. A partir dessa avaliação também é possível rever o Projeto Político Pedagógico (PPP)
refletir se estão sendo atingidos os objetivos propostos e atualizá-los.
O Projeto Político Pedagógico (PPP) deve ser elaborado de acordo com a realidade da
comunidade em que a escola está inserida, estando próximo do cotidiano desses alunos, para
isso, é necessário que a escola convide os pais para juntos construírem o PPP, envolvendo os
conhecimentos e valores das famílias das crianças.
A família não deve ser convocada apenas para reuniões ou para reclamações, a
instituição deve chamar a família para participar ativamente da escola: em planejamentos;
para tomar decisões; para dialogar sobre investimentos; para avaliar as práticas pedagógicas;
para conversar sobre o desempenho do aluno/filho, ou ao notar dificuldades ou problema com
o aluno; para participar do Conselho de pais; para elaborar o PPP, entre outros.
Muitos pais têm dificuldades de estarem ativamente na escola, seja por motivos de
trabalho, por não saberem como participar ou por outras razões. A escola erra quando não
busca conhecer os motivos que interferem no envolvimento dos pais com a escola e com a
aprendizagem dos alunos.
Outra questão que precisa ser discutida é a falta de tempo dos pais para ir às reuniões
ou a recusa por ser sempre para reclamações de seus filhos, para o primeiro caso, propõe-se
reuniões em horário em que maior parte dos pais estejam disponíveis. Para o segundo caso,
propõe-se reuniões com pauta antecipada, que mostrem os objetivos da escola, que discutam
as formas que a escola atende os alunos e que conversem sobre o desempenho do aluno.
Além disso, pode ser criado o Conselho de pais; as atividades dos alunos podem ser
compartilhadas com os pais; ainda pode se estabelecer contato e disponibilizar avisos da
escola pelas redes sociais.
Diante disso, é importante destacar que devem existir o diálogo e as discussões entre
escola e família sobre diversos aspectos da escola, não se limitando apenas a reclamações,
mas envolvendo os pais em todas as questões da instituição, posto que, eles têm muito a
contribuir no desempenho de todo essa instituição. Além de ser necessário que haja
democracia na escola, mesmo que não concordem com opiniões uns dos outros, é preciso que
não deixe de promover essa interação, buscando oportunizar uma instituição que inclua a
sociedade.
312
Para conhecer como acontece a relação entre a família e a escola atualmente, realizou-
se uma pesquisa de campo numa escola estadual, localizada no município de Sousa/PB, na
qual procedeu-se uma entrevista com a vice-diretora graduada em História, a professora do 2º
ano denominada de professora 1, graduada em Geografia e Pedagogia, a professora do 4º ano
denominada de professora 2, graduada em Pedagogia. E enviou-se um roteiro de entrevista
para duas famílias, que foi respondido pela mãe de um discente do 2º ano que será chamada
de mãe 1, possui o ensino médio incompleto e a mãe de um discente do 4º ano que será
chamada de mãe 2, possui o ensino médio completo, ambas são dona de casa.
[...] a gente é que ta sempre em busca, dessa parceria, desse contato com a
família. Como eu disse anteriormente, é a responsabilidade da educação, está
sendo transferida literalmente pra a escola, então assim, os pais, eu não sei
se, é em virtude de todo mundo hoje ter uma correria muito grande, pra
poder dá de conta de tudo ou também pelo fator irresponsabilidade.
Ninguém hoje se preocupa. Se você hoje for fazer uma pesquisa, conversar
informalmente com os alunos, eu acho que de uma sala de 20 alunos, eu
acredito, estourando 5 vai dizer a você que a mãe ou o pai, ou alguém da
família senta pra perguntar como foi o dia dele na escola, o que foi que ele
aprendeu, ta entendendo? (Vice-diretora).
De acordo com a vice-diretora, a família não procura a escola, mas a escola está
sempre buscando entrar em contato com a família. Ainda explicita não saber se isso ocorre
devido à correria do dia a dia ou por irresponsabilidade por parte da família, repetindo que a
educação está sendo transferida para a escola e, ainda afirma que poucos pais se preocupam
em perguntar aos seus filhos sobre a escola.
Quanto à expressão dos pais citada pela vice-diretora, essa pode não ser a melhor
palavra para se utilizar sobre o fato que leva a família a se ausentar da educação da criança,
podendo ser devido aos problemas que ocorrem no meio familiar. Assim, não é que a família
não se preocupe com a educação de seus filhos, mas diante da diversidade de modelos de 313
famílias, cada meio familiar tem algo próprio que interfere na sua presença na educação
escolar das crianças, podendo ser devido ao trabalho, violência, baixo nível de escolaridade,
drogas, entre outros fatores, que pode afetar a relação da família com o desenvolvimento
escolar de seus filhos.
No que diz respeito aos momentos que a família procura a escola, a professora 1
respondeu:
Sempre a família vem procurar, saber do filho, como é que tá a escola, o que
está acontecendo [...] (Professora 1).
Apesar dessa contradição, sabe-se que muito(s) pai(s) e/ou mãe(s) não podem está
sempre presente na escola, isso pode decorrer da falta de tempo, por muitos pais trabalharem
atualmente. A instituição pode utilizar diversos meios que facilite a interação com a família,
como por exemplo, as redes sociais para estabelecer a comunicação com os pais, dialogando
sobre o desenvolvimento das aprendizagens e possíveis dificuldades do filho/aluno, passando
informações, etc.
Além disso, os pais podem não procurar a escola pela falta de conhecimento sobre
suas formas de participação dentro da instituição, uma vez que a escola precisa mostrar como
a família pode participar da vida escolar de seus filhos e ainda estabelecer meios de contato de
acordo com o contexto familiar que a escola atende.
314
A partir disso, pode-se destacar que o primeiro passo para que haja a parceria entre a
escola e a família, deve ser da instituição, por possuir profissionais capacitados, com domínio
no assunto educação escolar, e compreenderem a importância da participação da família na
instituição e o quanto essa ligação com a família ajuda no desenvolvimento da aprendizagem
da criança.
Apresenta a seguir às concepções sobre “em que momentos a família é convidada para
ir à escola?” em forma de gráfico, uma vez que a mesma pergunta foi realizada para todos os
sujeitos, sendo uma questão objetiva, na qual podiam marcar mais de uma opção.
Com base no gráfico 1, a maioria das vezes, os pais frequentam a escola na entrega de
boletins e participa das festividades. No que se refere à elaboração de projeto, apenas 60% dos
sujeitos responderam que são convidados.
Existem casos de escolas que não abrem espaço para a família devido ao baixo nível
de escolaridade dos pais, com isso acham que eles não têm o que contribuir de forma efetiva
em atividades da escola. Porém, esse não é o caso das mães entrevistadas.
A família tem muito que contribuir com a instituição, além de saberem muito sobre os
seus filhos, o que ajuda o professor a ter conhecimento sobre a realidade em que o aluno vive
e suas dificuldades de aprendizagem. Eles também sabem sobre questões específicas da escola
que interferem na aprendizagem do aluno, como por exemplo, que uma sala com muitos
alunos, que a ausência de merenda na escola, que falta de recursos materiais e que a
infraestrutura inadequada afetam a aprendizagem do aluno. Essas e outras questões podem ser
facilmente observadas pelas famílias com qualquer grau de escolaridade.
Para reforçar esse pensamento, Reali e Tancredi (2005, p. 241) afirmam que os pais:
Dessa forma, a família normalmente tem sido instruída na escola a participar da 316
educação dos seus filhos através de reuniões e é solicitado aos pais que ajudem seus filhos em
atividades “para casa”. Porém, essas não são as únicas formas de colaboração dos pais na
instituição, além de não serem as formas de participação da família na escola que mais
contribuem no ensino-aprendizagem e na formação do filho/aluno.
Talvez não seja devido à falta de compromisso da família, uma vez que, a escola é
circundada por bairros periféricos, podendo haver lares com problemas (violência, drogas,
divórcio, etc.) que assolam o meio familiar, ocasionando a ausência dos pais na educação
escolar de seus filhos. Diante disso, a escola se sente impossibilitada de estabelecer uma
relação com essas famílias, pela dificuldade de contato.
Subentende-se então, que pode ser devido ao horário em que as atividades da escola são
realizadas.
Diante das falas, a principal dificuldade para estabelecer a relação entre a família e a
escola tem sido o trabalho, na qual a maioria dos pais das crianças de escola pública
trabalham o dia inteiro para garantir a sua renda, tornando impossível participar de atividades
da escola, por causa do horário, como é enfatizado pela mãe 2.
O que tem acontecido muito na educação escolar das crianças é a divisão de papéis da
escola e da família, em que é limitada as formas dos pais participarem na escola. Sendo que,
na maioria das vezes a família é instruída apenas a participar ajudando em tarefas de casa,
além de ser convidada para reuniões que normalmente são realizadas no mesmo turno de aula
do filho/aluno.
Dessa forma, a participação dos pais em reuniões e auxiliando seus filhos em tarefas
de casa são meios ineficazes de parceria, uma vez que, muitos pais trabalham e alguns são
analfabetos ou possuem baixo nível de escolaridade, impossibilitando que realizem as
atividades de “para casa”. Uma proposta para os encontros com as famílias, seria organizar as
atividades da escola em um turno no qual a maioria dos pais pudessem participar.
O docente poderá conhecer um pouco da realidade do aluno a partir dos pais. Assim, o
professor saberá como lidar com o aluno diante das suas dificuldades, poderá levar questões
da realidade para sala de aula, propiciando melhores meios do ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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relação no contexto educacional brasileiro. 2011. Disponível em: <https://ufsj.edu.br/portal2-
repositorio/File/vertentes/v.%2019%20n.%202/Alexandra_ Campos.pdf> Acesso em: 24 de
agosto de 2017.
PARO, Vitor Henrique. Gestão da escola pública: a participação da comunidade. R. bras. Est.
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df> Acesso em: 11 de fevereiro de 2018.
REALI, Aline Maria de Medeiros Rodrigues; TANCREDI, Regina Maria Simões Puccinelli.
A importância do que se aprende na escola: a parceria escola-famílias em perspectiva. 2005.
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UNESCO. Interação escola família: subsídios para práticas escolares. CASRTO, Jane
Margareth; REGATTIERI, Marilza (org). Brasília, 2009. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=4807-esco
la-familia-final&Itemid=30192> Acesso em: 10 de fevereiro de 2018.
RESUMO
O presente artigo é fruto de reflexões teóricas voltadas para o entendimento da(s) infâncias na
Educação Infantil, a partir de um trabalho monográfico, apresentado ao Curso de Pedagogia, campus
Cajazeiras-PB. Para tanto, nosso principal objetivo, foi apresentar algumas reflexões, iniciais, acerca
da temática em estudo. Desse modo, vimos que discorrer sobre as infâncias, é pensar em uma
multiplicidade de sujeitos que vivem em culturas plurais, que nos conduzem a reflexões em que a
criança é construtora da sua cultura e conhecimento. Indagações que nos fazem perceber como a
criança precisa ser tratada e respeitada nas suas particularidades, tanto socialmente, quanto
culturalmente e que tem suas especificidades, advindas de contextos sociais, políticos e culturais
diversos e precisa ser respeitada em suas diversidades no contexto da Educação Infantil.
PALAVRAS-CHAVE: Infâncias; Educação Infantil; Pluralidade
ABSTRACT
This article is the result of theoretical reflections aimed at understanding the childhood (s) in early
childhood education, based on a monographic work, presented to the pedagogy course, Cajazeiras-PB
campus. Therefore, our main objective was to present some initial reflections on the subject under
study. In this way, we have seen that discussing childhoods is to think of a multiplicity of subjects who
live in plural cultures, which lead us to reflections in which the child is the constructor of their culture
and knowledge. Inquiries that make us realize how the child needs to be treated and respected in its
particularities, both socially and culturally and that has its specificities, coming from diverse social,
political and cultural contexts and needs to be respected in its diversity in the context of early
childhood education.
KEY WORDS: Childhood; Child Education; Plurality.
RESUMEN
El presente artículo es fruto de reflexiones teóricas orientadas hacia el entendimiento de las infancias
en la educación infantil, a partir de un trabajo monográfico, presentado al curso de pedagogía, campus
Cajazeiras-PB. Para ello, nuestro principal objetivo, fue presentar algunas reflexiones, iniciales, acerca
de la temática en estudio. De este modo, vimos que discurrir sobre las infancias, es pensar en una
multiplicidad de sujetos que viven en culturas plurales, que nos conduce a reflexiones en que el niño 321
es constructor de su cultura y conocimiento. Indagaciones que nos hacen percibir cómo el niño
necesita ser tratada y respetada en sus particularidades, tanto socialmente, como culturalmente y que
tiene sus especificidades, provenientes de contextos sociales, políticos y culturales diversos y necesita
ser respetada en sus diversidades en el contexto de la educación infantil.
PALABRAS CLAVE: Infancias; Educación Infantil; La pluralidad.
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo principal, apresentar um capítulo da monografia que
tem como título “Infâncias na Educação Infantil: tecendo novas compreensões” apresentada
no Curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, de modo que buscou-se estudar de forma mais
aprofundada acerca das concepções de infâncias, apresentando, inicialmente, essas
concepções e como elas vão se transformando ao longo do século XVI até o século XXI.
Não se trata de algo que a criança nasce, e dará sequência a tudo o que é feito e vivido
pelos adultos, pelo contrário, aqui a criança encontra no mundo a si próprio, iniciando sua
vivência como criança, mesmo que, muitas vezes, não seja respeitada na sua integralidade.
Isso, nos confirma Larrosa (1998, p. 234), destacando que: “[...] o nascimento não é um
momento que se possa se situar numa cronologia, mas aquilo que interrompe toda
cronologia”. Sendo assim, a criança surge e por meio disso, ela começa a viver de forma que a
conduzirá a ser um sujeito único, não levando-a a uma sequência cronológica da vida, mas
será um momento de construção inicial de sua história, pois a criança dará sentido diferente
para tudo o que ela vivenciar no seu dia a dia.
O papel da criança, quem ela era e o que seria, passaram por muito tempo a ser
decididos pelo adulto, que por sua vez, trazia para a criança a função de seguir suas escolhas, 323
pois, ela era vista como um adulto em miniatura e precisaria desenvolver atividades que
submetessem a suas denominações de menino e de menina.
Ao longo dos estudos, nos questionamos inúmeras vezes sobre o que é realmente a
infância. Foucault (1979, p. 235) “[...] se pergunta se infância não constituiria justamente a
liberdade de não ser adulto, de não depender da lei e de poder estabelecer relações polimorfas
com as coisas, com as pessoas e com o corpo.” Nessa linha de pensamento, podemos pensar a
infância como um período onde se caminha contrário da vida adulta, sem grandes
expectativas e ou comprometimento com situações e pessoas.
Discorremos por meio de Àries (1981), três momentos em que podemos localizar a
compreensão em relação à criança. Nesta primeira compreensão vemos o entendimento da
criança por volta do século XII, na qual havia uma indiferença com o ser criança, esta não
tinha sua vida voltada para essa etapa, mas era vista como um adulto e miniatura, sua forma
de vestir e se comportar eram condizentes com essa etapa da vida.
Por volta dos séculos XV ao XVII, foi o período no qual passou a surgir novas
representações da criança, tendo foco em temas voltados para novos trajes para a criança.
Nesse momento a criança não usava roupas que representassem os adultos, agora ela passava
a ter trajes voltados para a sua idade, haja vista que passou a ter uma diferenciação da criança
e do adulto, fazendo parte da vida agora as brincadeiras e os jogos, atividades que se remetem
a diferenciá-la do adulto.
Por um longo período, a criança esteve sobre o poder do adulto, para fazer tarefas
designadas por este, praticamente não sabia o que era ser criança, viver a sua infância, pois
eram expostas a diversas situações de violências, trabalhos que eram de adultos, mas que 324
tinham que fazer para aprender desde cedo o adulto que se tornaria.
Assim, a descoberta da infância passou por vários processos, dilemas, discussões, que
trazem a compreensão de dois sentimentos de infâncias, sendo que estes retratam a criança
como um ser específico, diferenciando-a do adulto. Kramer (2006, p. 18) nos apresenta que o
sentimento de infância vai corresponder de duas formas, a primeira “[...] considera a criança
como ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela “paparicação” [...]”, sendo assim, a
criança é vista como aquela que é um recipiente vazio e a partir disso, é tratada como se
estivesse ali para passar o tempo do adulto, fazendo graça para divertir o momento e assim,
ser mimada.
Nessa perspectiva, Abramowicz e Moruzzi (2013), após essa questão de a criança ser
vista como inocente, as orientações religiosas tiveram uma grande contribuição na questão de
trazer novas ações dos adultos para ela. Por meio disso, a criança foi sendo tirada do ambiente
do adulto, proibindo que esta estivesse presente nas conversas, que dormissem com estes,
proibindo brincadeiras que voltassem para a sexualidade. A criança era tida como um ser
ingênuo e, consequentemente, muitas mudanças ocorreram para que esta fosse resguardada e
protegida.
pois, numa dupla atitude com relação com a criança: preservá-la da corrupção do meio,
mantendo sua inocência, e fortalece-la, desenvolvendo seu caráter e sua razão [...].” Essas
questões são percebidas e vão se complementando para a construção da criança, trazendo,
muitas vezes, uma noção de que as crianças são iguais, e que estas por vez são universalizadas
vista como vazio e que também deve ser resguardada do meio adulto.
pedagógicas que traz a ideia da relação da criança com o adulto, bem como, com a sociedade.
O adulto constitui uma imagem sobre a criança que leva a características voltada para a
natureza infantil, este exerce sobre ela uma relação de poder que tornar-se social em vez de
natural.
Kramer (2006), traz em um segundo momento que a criança, ainda, é vista como um
ser que não é social, consequentemente, não tem nenhuma função na sociedade. Apenas está
ali para desempenhar algumas atividades que lhes são impostas, mas passa, muitas vezes, por
situações de desigualdade social e dificuldades de sobrevivência.
Ao longo do que foi discutido, que a infância surge na idade moderna e com isso,
inicia-se os interesses e questionamentos em compreender, aprofundar-se nessa forma de
conceber a criança. A partir disso, Silva (2009, p. 22-23) afirma que:
A criança por vezes não é compreendida como um sujeito que desenvolve um papel
social, não sendo respeitado na sua essência, mas, é percebida como alguém que,
necessariamente, precisa ser educada e cuidada pelo adulto, para que permaneça no seu
mundo. Sendo assim, esta, só terá voz e vez quando tornar-se um adulto que venha a
desenvolver atividades comprometidas com a sociedade.
conhecimentos e o adulto intervém na sua aprendizagem, busca moldá-la para que, esta, se
enquadre no modelo de educação tradicionalista, a partir da utilização de técnicas autoritárias
e imposição de regras. Já a educação nova compreende a criança como um ser inocente, que
traz consigo sua pureza, e devido a isso, necessita ser cuidada de forma que a preserve da
sociedade para que não se deixe corromper pelo meio social. A educação nova traz
característica de perceber os direitos da criança, respeitando-a para que possa se expressar e
obtenha uma maior valorização das suas ideias. 326
Nessa perspectiva, Kramer (2006, p. 22) discute que a criança é dependente do adulto,
pelo fato de estar ligada ao meio social, em vista disso, a ideia tida como natural é
desconstruída por essas ligações tornarem-se aspectos que são construídos socialmente.
Assim, a autora enfatiza que,
Essa relação do adulto com a criança, é estabelecida pelo fato de acreditar que ela está
ligada a ele pela produção, tornando-se definido que a criança não consegue ser produtiva
para a economia, mas vai trazer gastos e será dependente do adulto para todos os aspectos em
sua sobrevivência.
A partir do que vem sendo discorrido neste trabalho, percebemos a infância na sua
totalidade e suas significações. Nessa construção sobre a infância, Nascimento (2008, p. 9)
ressalta, que “Apenas com a institucionalização da escola é que o conceito de infância começa
lentamente a ser alterado, através da escolarização das crianças [...].” É por meio da escola,
que a construção da infância começa a ser pensada.
Tendo em vista essa discussão de infância a infâncias, que será discorrido é relevante
destacarmos, neste trabalho, e abrir um parêntese para dar enfoque para a sociologia da
infância, mediante as suas perspectivas que muito contribuiu para o desenvolvimento e
compreensão de como a criança se localizaria socialmente. Diante disso, Abramowicz;
Moruzzi (2013, p. 106) retrata explicitamente como a infância começou a surgiu, quais os
seus primeiros passos para que a criança seja percebida como sujeito que tem um papel social
e assim é capaz de construir sua própria infância, afirma ainda que,
As autoras discutem que esses sociólogos dão enfoque acerca da socialização que
interfere diretamente na construção do sujeito, no caso as crianças, no qual havia uma grande
relação de poder que se sobressai nas crianças, em vista disso, os adultos tinham total poder
sobre elas, sendo inferiorizada, marginalizada e desconsiderada.
A partir desse contexto, é que a criança passa a ser notada como sujeito social,
promovedora de múltiplas relações, deixando de ser percebida como uma criança passiva,
guiada pelo adulto. Diante disso, para melhor compreender essas questões de que a criança é
um sujeito social, Sarmento (2007) retrata a infância como sendo uma categoria social, em
que essas crianças são formadoras de opiniões e, ao mesmo tempo, compreendem as questões
que vivenciam no seu dia a dia são promovedoras de novas ações culturais, interações que são
perceptíveis aos olhos da sociedade. 328
Kramer (2006, p. 13) compreende que “[...] a infância é entendida como período da
história de cada um, que se estende na nossa sociedade, do nascimento até aproximadamente
dez anos de idade”, a autora enfatiza que é preciso reconhecer que à criança traz consigo
aquilo que é especifico e voltada para sua idade, para o seu momento de ser criança, de viver
a sua infância a partir da realidade que é propiciada a ela, nisso, não são as realizações dos
desejos e vontades dos adultos que devem predominar, mas entendermos que a criança sabe se
expressar, consegue intervir no espaço em que está situada, mas é necessário que o adulto
reconheça as representações que são desenvolvidas pela criança e que exprimem mensagens
significativas.
A partir do que discutimos até aqui, mediante a leituras e estudos realizados, nota-se
que, muitas vezes, a criança e por sua vez a infância são tratadas de forma única,
universalizando deste modo, tanto a infância, quanto a criança. Nesse momento o que
trazemos nesta ocasião é uma discussão voltada para essas desconstruções que traz a criança e
a(s) infância(s) como se fosse singular, mas a partir do que detalhamos, percebemos que
diversos estudiosos percebem a infância não como única, mas que cada criança tem sua
infância, sendo percebida afinal como infâncias. 329
Vemos que os estudos sobre a infância tendem por vezes a levá-la a ser vista como
algo que a criança não tem, ou que se têm é de forma generalizada Arroyo (2008, p. 11)
indaga que “Os estudos da infância destacam de um lado a construção de um estatuto e de um
perfil de infância que pretende ser único, universal. Reconstroem as estratégias e as
instituições que pretendem configurar esse estatuto e esse perfil universais [...].” Diante desse
pensamento, o estudo da infância passa por construções que tendem a mencionar como algo
único, alguns autores concordam outros não, o fato é que na sociedade em que se vive, é
visível as diferenças, as desigualdades e não podemos enxergar como universal, igualitária.
Para Lustig (2003, p. 10), não há condições de tratar as infâncias como única, pois
Dessa maneira, as infâncias são distintas, justamente por haver tantos aspectos que
divergem a criança em sua totalidade, percebemos que não há como dizer que existe uma
única infância, se quando olhamos para todo o contexto notamos a disparidade que existe na
vida de cada uma delas, em todas as relações que integram a sua vida e as tornam sujeitos
diferentes, não podendo ser medida e generalizada para todas. A partir desse contexto,
Lustig (2003, p. 10) retrata a infância destacando que:
330
Dessa maneira, as infâncias passam por etapas, algumas parecidas, mas não significa
que devido a isso as crianças necessariamente vivam em contexto de vida igual, pois seria
bastante contraditório afirmar que cada uma possui a mesma condição de vida, vivem no
mesmo contexto social e tem os mesmos padrões de vida, mas é importante destacar que
mesmo com essas diferenças, estas crianças têm necessidades, características que se fazem
necessárias para sua vivência cotidiana e deve ser consideradas. De acordo com Silva (2009,
p. 13) ressalva que
A criança passa a ser notada numa perspectiva diferente, pois lhe são
atribuídas características peculiares que não haviam sido percebidas
anteriormente e, assim, dando início à noção de infância. Este olhar voltado
à especificidade diz respeito a um olhar que entende a criança em suas
particularidades, pois nem sempre a criança foi vista diferentemente do
adulto.
Com isso, podemos perceber que a vivência das infâncias nem sempre é vivida e,
331
muitas vezes, a criança é vista de imediato como alguém que se tornará um adulto, mas que
não é dada a sua devida importância com relação as suas experiências. Kuhlmann (2010, p.
30) comunica acerca das infâncias trazendo um pouco para refletirmos que
As vivências das infâncias é uma ocasião única da vida das crianças, na qual elas
passam a ser vista de forma peculiar, sendo atribuídas características que, anteriormente, não
eram vistas como especificidade, como traz o próprio autor, são momentos de pura
experiência do que é ser criança, na qual, este tempo terá um conjunto de ações efetuadas, de
construção em que o autor será a criança e não o adulto.
Por isso, essa compreensão deve ser voltada para o que representará essas infâncias
que poderão ser vividas sem estarmos habituados a sufocar a criança com preocupações
adultas, que muitas vezes acabam abafando e reprimindo a criança, tendo, portanto, de passar
por essa infância de forma frustrada. Desse modo, Sarmento, (2008, p. 15) pontua sobre as
manifestações e expressões que a criança traz consigo quando afirma que
[...] não são apenas os adultos que intervém junto das crianças, mas as
crianças também intervêm junto dos adultos. As crianças não recebem
apenas uma cultura constituída que lhes atribui um lugar e papéis sociais,
mas operam transformações nessa cultura, seja sob forma como a
interpretam e integram, seja nos efeitos que nela produzem, a partir das suas
próprias práticas.
Essa construção da sua própria história, das modificações, é algo específico nas
infâncias das crianças, que se volta para tudo aquilo que envolverá um período de imaginação,
curiosidade, descobertas, que faz jus a essa etapa das infâncias. Partindo, desse pressuposto, o
trabalho docente frente à infância contemporânea precisa contemplar as dimensões sociais,
cognitiva, culturais, lúdicas que envolvem a criança em sua totalidade para estarmos atentos
aos saberes pedagógicos no ato de cuidar e educar. 332
Assim, Arroyo (2008, p. 11) afirma que há uma grande necessidade de perceber que
existem inúmeros debates tanto na questão de reconhecer as infâncias como também na
distinção que o sujeito vive essas infâncias. Com isso, é preciso que “Reconheçam que as
diversas culturas revelam uma variedade de infâncias em vez de um protótipo único. Há
coincidências em que falar em infância única é um equívoco.” Diante do exposto, o autor nos
instiga a repensar acerca das práticas educativas que ocorrem nas instituições, sendo que
estas, por vezes são seguidas de políticas que envolvem um trabalho generalizado mediante a
diversidade de infâncias, de tal modo que, não viabiliza trabalhar de acordo com as
especificidades de cada criança que se encontra nesse espaço.
Por isso, é importante gerar discussões voltadas para essas peculiaridades que trazem
relevância para a criança nesse contexto em que ela se encontra e nem sempre é assistida
naquilo que lhe é de direito, bem como discutir sobre as infâncias propicia uma visão mais
ampla de como esta deve ser percebida mediante a contextos sociais e culturais. Moss (2002,
p. 240), corrobora com a ideia de que, muitas vezes, a infância é vista pela educação como um
meio do adulto conduzir as crianças a fazerem aquilo ele anseia. Assim,
precárias, dando ênfase, a um ensino que predomine moldar o sujeito, com o intuito de que
este seja resposta aos investimentos que são agregados as práticas educativas.
As crianças por anos foram vistas no espaço de educar como um ser, que estaria para
ser depositado conhecimentos, inibindo-as de expressar suas opiniões e suas visões de mundo
mediante a realidade de cada uma. O entendimento da criança ser considerada como ator
social não era discutida, somente quando a surge a sociologia da infância é que a criança
começa a ser entendida como esse sujeito ativo, e suas ações começam a ser levada em conta 333
Moss, (2002, p. 245-246), retrata as instituições para a infância, como um espaço que
possa propagar as culturas, de modo que contribua para que as crianças tenham liberdade de
ser quem são e de viver como autoras de suas próprias histórias. Assim,
Estas questões precisam ser pensadas, para que assim como a educação na infância
não venham a reprimir as crianças. Até onde a Educação Infantil tem propiciado esse espaço
para que a criança tenha as experiências de infâncias no contexto educativo? É necessário
estarmos atentos as práticas educacionais, para que venham a contemplar a pluralidade, tendo
em vista que a criança tem suas formas de expressar-se que não podem ser descartadas,
contudo, o que ocorre, muitas vezes, é uma busca constante para moldar e disciplinar a
criança.
Desta maneira, as creches e pré-escolas como espaço público, devem propiciar uma
gama de trabalho diversificados, trabalhando em espaços, tempos, materiais pedagógicos que
estejam articulados com as experiências das crianças, para que haja uma constante
diálogicidade em meio a realidade dessas infâncias e com esses espaços educativos. Nisso, a
criança passa a exercitar os seus pensamentos, a indagar e a confrontar. Com base a essas
ideias, Moss (2002, p. 246) reitera afirmando que
334
Essa forma de entender essas instituições, trazida pelo autor, nos possibilita
compreender as instituições, como forma de desenvolver as atividades educativas mediante a
diversidade existente nesse espaço, assim, haverá uma construção de saberes provocativos e
diversos, levando em consideração que as crianças terão autonomia para lidar com as
situações desafiadoras no processo de aprendizagem infantil.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando todas as discussões até aqui realizadas para a construção desse trabalho,
o qual apresenta uma relevância significativa para a necessidade de perceber e compreender a
criança na sua pluralidade, vimos que esse estudo, mesmo que, ainda, incipiente, nos mostra a
importância de estudar mais sobre as crianças e a(s) infância(s).
Assim, percebemos que a diversidade de infâncias ainda não são valorizadas na sua
completude na sociedade atual, de tal modo, que a criança em si, ainda é muito negligenciada
e que esse significado da(s) criança(s) e infância(s) precisa ser bastante discutido, para que
haja essas discussões nos próprios espaços da Educação Infantil, já que essas construções
sobre criança e infância(s) são diárias. Contudo, é preciso ter cuidado para que essas
construções não estejam associadas à um discurso tradicionalista e dominante que venha a
inferiorizar a criança, desconsiderando seu papel social.
Sendo assim, evidenciamos a importância desse trabalho sobre a(s) infância(s), tanto
para nós que fizemos todo o percurso, como para o curso de Pedagogia e outros cursos e
sujeitos que dialogam e trabalham nos diversos espaços com a criança.
REFERÊNCIAS
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2 ed. Tradução: Dora Flaksman. Rio de
Janeiro: Afiliada, 1981.
______, et al. Infâncias em Educação Infantil Campinas, v. 20, n. 3 (60), p. 179-197, set./dez.
2009. Disponível em: < file:///G:/%C2%A0/TCC-
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KRAMER, S. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 8 ed. São Paulo: Cortez,
2006.
336
337
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo problematizar aspectos da perspectiva interdisciplinar para o
processo de ensino-aprendizagem na Educação Ambiental, no sentido de propor que saberes práticos e
teóricos podem habitar um mesmo espaço, influenciando-se mutuamente. O intuito é demonstrar que o
fenômeno, que a princípio parece objeto de estudo de uma única disciplina, pode também ser estudado
por outras, evidenciando que, quando diferentes modalidades de conhecimentos convivem em um
mesmo trabalho, essas se modificam de acordo com o tipo de encontro que realizam. Para atingir tal
propósito, será utilizada a noção de pensamento complexo, proposto por Edgar Morin, que valoriza e
restabelece as relações entre os diversos saberes. O potencial teórico da complexidade para o campo
de pesquisa em educação ambiental é um importante instrumento teórico para a educação ambiental.
Pretende-se fazer, ainda, uma aproximação do conceito de rizoma de Deleuze e Guattari com o campo
da Filosofia da Educação a partir dos deslocamentos efetuados por Sílvio Gallo para discutir a questão
da interdisciplinaridade no ensino da educação ambiental. Desse modo, acreditamos que esse estudo
poderá trazer considerações que contribuirão para uma compreensão mais complexa e
multidimensional do problema ambiental, acrescentando a essa compreensão elementos até então
considerados disjuntos na visão de mundo tradicional e disciplinar cartesiana.
Palavras-chave: Educação, Ensino-Aprendizagem, Interdisciplinaridade
ABSTRACT
The present article aims to problematize aspects of the interdisciplinary perspective for the teaching-
learning process in Basic Education, in the sense of proposing that practical and theoretical knowledge
can inhabit the same space, influencing each other. The aim is to demonstrate that the phenomenon,
which at first seems the object of study of a single discipline, can also be studied by others, showing
that when different modalities of knowledge coexist in the same work, these modify according to the
type of Meeting they hold. To achieve this purpose, the notion of complex thinking, proposed by
49
Doutorando em Educação em Ciência e Saúde - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Núcleo de
Tecnologia Educacional para a Ciência e Saúde. Email marcus_nathan1203@hotmail.com
50
Doutoranda em Educação em Ciência e Saúde - Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Núcleo de
Tecnologia Educacional para a Ciência e Saúde. Email eliane.cavalcanti@hotmail.com
Edgar Morin, will be used to valorize and reestablish the relations between the different knowledges.
It is also intended to make an approximation of the concept of rhizome of Deleuze and Guattari with
the field of Philosophy of Education from the displacements made by Silvio Gallo. The research
methodology used in this article is based on poststructuralism.
Keywords: Basic Education, Teaching-Learning, Interdisciplinarity
INTRODUÇÃO
O paradigma mecanicista, que surgiu na modernidade com René Descartes, tem seu
início nos meados do século XVII e promoveu o que entendemos, hoje, por fragmentação do
conhecimento, em que o conteúdo é separado da complexidade da realidade. Isso deu origem
à especialização do conhecimento e, consequentemente, ao formato disciplinar da educação
que conhecemos.
conhecimentos apartados uns dos outros, criando barreiras para que os discentes
experimentem uma concepção do conhecimento como um todo no processo ensino-
aprendizagem.
sob diversos níveis, que se diferenciam no modo e na intensidade com que determinados
conhecimentos irão traçar sua linha de relação e interação.
A educação interdisciplinar tem sido a medida mais corrente para superar essa
fragmentação do saber no processo ensino-aprendizagem. Como resposta a tal problema,
apresentaremos a proposta de uma pedagogia rizomática, a partir dos deslocamentos
efetuados por Sílvio Gallo.com o campo da Filosofia da Educação, principalmente ao criticar
o modelo de conhecimento disciplinar baseado no pensamento cartesiano. Destacaremos,
também, as contribuições de Edgar Morin e sua contribuição para a educação ambiental com
base no pensamento complexo, como propósito, a religação dos saberes disjuntos pelo modelo
hegemônico da racionalidade moderna. Ao adotarmos, no presente trabalho a noção de um
pensamento complexo, objetivamos pensar em uma mudança de paradigmas, passando de um
paradigma de fragmentação, classificação e hierarquização para um paradigma de cooperação,
que valoriza e restabelece as relações entre os diversos saberes.
Stengers (2001) afirma que, no período moderno, com o surgimento da ciência, passa-
se a priorizar a purificação dos saberes. Tudo o que pode ganhar estatuto de verdade deve ser 340
Morin (2000) afirma que a crença de que esse modelo produziria maior objetividade às
análises fez com que a ciência fosse altamente valorizada na modernidade, por se crer em sua
neutralidade, gerando uma crença correlata em seu descompromisso político. A purificação do
mundo foi um empreendimento da modernidade que, até hoje, tem reflexos em nossos corpos
e em nossas vidas. Da modernidade, herdamos a fé de que somos independentes das coisas
que produzimos e que os juízos científicos são realmente verdadeiros, pois sua objetividade
faz com que um fato venha à tona. A maioria dos métodos de pesquisas, nessa época, tem um
caráter quantitativo que visava justamente à classificação (e a hierarquização), a conceituação
(logo a busca da identidade), reforçando a crença de que o pesquisador pode ser neutro em
relação ao estudo que realiza.
autor nos oferece uma problemática dessa metáfora, demonstrando como o processo
arborescente do conhecimento leva, da raiz ao galho, às especializações do conhecimento:
342
Esse modo sistemático de produção de conhecimento representa uma forma mecânica
de apreensão da realidade e está ainda impregnado nas bases de grande parte das entidades
científicas que ainda hoje dominam os veículos de produção e circulação de saberes. O
paradigma mecanicista, que surgiu na modernidade clássica com René Descartes, promoveu o
que entendemos, hoje, por compartimentarização do conhecimento, em que o conteúdo é
tratado em sua forma fragmentada, dividida e separada da complexidade da realidade. Isso
deu origem à especialização do conhecimento e, conseqüentemente, ao formato disciplinar da
educação que conhecemos (GALLO, 2008).
Segundo Chalmers (1981), Francis Bacon foi um dos primeiros a articular o que é o
método da ciência moderna. Propôs que a meta da ciência é o melhoramento da vida do
homem na terra e, para isso, deveria coletar fatos com observação organizada e derivar, a
partir daí, novas teorias. Bacon formulou a teoria da indução, que serve para descrever
minuciosamente os cuidados, técnicas e procedimentos para a investigação dos processos
naturais. A máxima baconiana é: “saber é poder”. Assim, para dominar a natureza, é preciso
conhecer as leis da natureza, por meios comprovados, por intermédio de experimentos.
Descartes parte das ideias para as coisas e não das coisas para as ideias e estabelece a
prioridade da metafísica como fundamento último da ciência. Para Descartes, segundo Santos
(2001, p. 63), “as idéias que presidem a observação e a experimentação são as ideias claras e
distintas a partir das quais se pode ascender a um conhecimento mais profundo e rigoroso da
natureza”. Essas ideias são as ideias matemáticas. A matemática forneceu, para a ciência
moderna, o instrumento de análise, a lógica da investigação e o modelo de representação da
própria estrutura da matéria.
O método cartesiano consiste de quatro regras básicas, que, segundo Descartes, são
capazes de conduzir o espírito à verdade. Em primeiro lugar, a evidência: o objeto deve ser
exposto com clareza; em segundo lugar, a decomposição: é preciso dividir em tantas partes,
O conceito de rizoma foi cunhado por Gilles Deleuze e Félix Guattari (2000) como
resposta à metáfora da árvore que representa o modelo clássico e os procedimentos binários e
dicotômicos. Esse conceito foi deslocado da botânica, que define os sistemas de formações
aéreas, ligadas à parte subterrânea de plantas flexíveis, que dão brotos e raízes na sua parte
inferior. O rizoma possui bulbos e tubérculos de múltiplas ramificações. Serve para designar 344
segundo sua cartografia. O rizoma é devir, pois “não tem começo nem fim, mas sempre um
meio pelo qual ele cresce e transborda” (DELEUZE; GUATTARI, 2000, p. 32).
Deleuze e Guattari dão algumas pistas sobre a produção de um rizoma e fazem isso
elaborando princípios, que visam justamente reafirmar a falta de uma configuração prévia.
51
A linha de fuga marca, ao mesmo tempo, a realidade de um número de dimensões finitas que a multiplicidade
preenche efetivamente; a impossibilidade de toda dimensão suplementar, sem que a multiplicidade se transforme
segundo esta linha; a possibilidade e a necessidade de achatar todas estas multiplicidades sobre o mesmo plano
de consistência ou de exterioridade, sejam quais forem suas dimensões. (DELEUZE & GUATTARI, 2000, p.
17).
podem, no entanto, ser copiados, reproduzidos; colocar uma cópia sobre o mapa nem sempre
garante, porém, uma sobreposição perfeita. O inverso é a novidade: colocar o mapa sobre as
cópias, os rizomas sobre as árvores, possibilitando o surgimento de novos territórios, novas
multiplicidades. Por ser da ordem da representação, o decalque precisa isolar o que lhe serve
como modelo e artificialmente organizar, estabilizar, neutralizar as multiplicidades segundo
as significâncias e subjetivações que já são suas.
Gallo (2008) afirma que se pensarmos o conhecimento como rizoma e não como 347
árvore, as disciplinas já não seriam gavetas que não se comunicam, mas tenderiam a soar
como linhas que se misturam por meio de conexões, de interconexões.
348
O sistema educativo fragmenta a realidade, simplifica o complexo, separa o
que é inseparável, ignora a multiplicidade e a diversidade... As disciplinas
como estão estruturadas só servem para isolar os objetos do seu meio e isolar
partes de um todo. Eliminam a desordem e as contradições existentes, para
dar uma falsa sensação de arrumação. A educação deveria romper com isso
mostrando as correlações entre os saberes, a complexidade da vida e dos
problemas que hoje existem (MORIN 2003, p.22).
De acordo com Morin (2003), a simplificação está a cargo de uma falsa racionalidade
que não leva em consideração as contradições que existem em todos os fenômenos e
principalmente nas relações entre eles. O intelecto formado pelas disciplinas perde sua aptidão
natural tanto para contextualizar os saberes, quanto para agregá-los em seus conjuntos
naturais. A fragmentação das disciplinas impossibilita compreender o que está tecido junto ou
o complexo, o que necessita ser repensado para que se crie a possibilidade de se conceber
abordagens mais próximas da realidade social.
Piva (2005) afirma ainda ser possível notar que a teoria da complexidade de Edgar
Morin na área de pesquisa da educação ambiental é uma ferramenta de grande importância
para a compreensão da complexa realidade ambiental, assim, sua teoria será contributiva para
349
a compreensão das diversas determinações que constituem e organizam o meio ambiente,
reunindo o maior número possível dos elementos que o compõem, abordando dessa forma os
desdobramentos desse entendimento para a consecução de importantes pressupostos da
educação ambiental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Parece que é exatamente essas inquietações que tem condições para estimular as
potencialidades de transição do saber linear para o saber interdisciplinar onde o conhecimento
é produzido por todos de forma colaborativa e participativa. Essa produção individual e,
concomitantemente, coletiva abre caminho para uma nova percepção do saber do outro,
permitindo dessa maneira uma maior valorização do coletivo em proveito do conhecimento. A
compreensão do entendimento do movimento interdisciplinar no que diz respeito a educação
ambiental necessita ser mais do que uma mera aproximação de diferentes disciplinas, ela deve 350
ser uma interação em que a troca de saberes evidencie a interdependência e a importância
dessas áreas do conhecimento.
Por meio de um pensamento mais totalizador, a Educação Ambiental Interdisciplinar,
busca por meio de apostas metodológicas, indicar e estimular a percepção dos educadores
ambientais e profissionais, de maneira a sensibilizá-los para participação em ações nas quais,
em um pleno exercício de cidadania, possam encontrar soluções sustentáveis que assegurem a
manutenção e promoção da qualidade de vida e da capacidade que o ser humano tem de se
integrar.
REFERÊNCIAS
DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Felix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo:
MORIN, Edgar. A Escola mata a curiosidade. [dez., 2003]. Entrevistadora: P. Gentili. Nova
Escola, São Paulo, edição 168, dez. 2003.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Da ciência moderna ao novo senso comum. In: _______. A
crítica da razão indolente. Contra o desperdício da experiência. v. 1, 3. ed. São Paulo. Cortez,
2001.
STENGERS, Isabelle . A Invenção das ciências modernas. São Paulo: Ed. 34, 2001.
351
352
RESUMO
Os objetivos aos quais nos propomos atingir por meio do presente trabalho partem de discussões a
respeito dos aspectos pertinentes para o ensino de língua portuguesa de maneira contextualizada,
sobretudo, pautado no gênero narrativo conto. Sendo estes norteados pelos seguintes questionamentos:
como os fatores de contextualização influenciam positiva ou negativamente no processo de interação
entre o sujeito leitor e as ideias propostas pelo autor mediado pelo texto? Se esses fatores podem ou
não auxiliar na compreensão e produção textual? São perguntas que pretendemos responder a partir do
desenvolvimento da escrita deste trabalho. Para tanto, nossa fundamentação teórica está alicerçada nas
contribuições sobre os gêneros textuais estabelecidas por Marcuschi (2004), também no estudo
realizado por Koch (2012) sobre a contextualização, além de outros escritores que nos possibilitaram
um aparato teórico, visto que, os gêneros são interdisciplinares, portanto, propostos sob variadas
formas. Nessa perspectiva, discorreremos sobre os fatores de contextualização em sala de aula,
levando-se em consideração o gênero conto.
Palavra Chave: Fatores de contextualização; Gênero; Ensino.
RESUMEN
Los objetivos a los que nos proponemos alcanzar mediante este trabajo parte de discusiones sobre los
aspectos pertinentes para la enseñanza de lengua portuguesa de manera contextualizada, sobre todo,
basados en el género narrativo cuento. Siendo guiados por los siguientes cuestionamientos: ¿Cómo los
factores de contextualización influyen de manera positiva o negativamente en el proceso de 353
interacción entre el sujeto lector y las ideas propuestas por el autor mediado por el texto? ¿Y estos
factores pueden o no ayudar en la comprensión y producción textual? Son preguntas que pretendemos
contestar a partir del desarrollo de la escritura de este trabajo. Para hacerlo, nuestra fundamentación
teórica está basada en las contribuciones sobre géneros textuales establecidas por Marcuschi (2004),
también en el estudio realizado por Koch (2012) sobre la contextualización, además de otros escritores
que nos posibilitan un apoyo teórico, puesto que, los géneros son interdisciplinarios, por lo tanto,
propuestos en varias formas. Desde esa perspectiva, discurriremos sobre los factores de
contextualización en sala de clase, teniendo en cuenta el género cuento.
Palabras-clave: Factores de contextualización; Género; Enseñanza.
INTRODUÇÃO
Desde 1998 através dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais – que novas
práticas de ensino vêm sendo introduzidas na escola básica, aprimorando o estudo em sala de
aula por meio dos gêneros. Dessa forma, rompem-se antigas praticas de atuação em tal
ambiente escolar como, por exemplo, a utilização do texto como simples pretexto para o
ensino normativo, como assinala Antunes (2009).
Para tanto, os objetivos que aqui nos propomos atingir partem de discussões a
respeito dos aspectos pertinentes para o ensino de língua portuguesa de maneira
contextualizada, sobretudo, pautado no gênero narrativo conto. Sendo estes norteados pelos
Nossa fundamentação teórica está alicerçada nas contribuições a respeito dos gêneros 354
textuais que foram estudadas por Marcuschi (2004), também no estudo realizado por Koch
(2012) sobre a contextualização, além de outros escritores que nos possibilitaram um aparato
para o desenvolvimento desse trabalho, pois sabemos que os gêneros são interdisciplinares,
logo, são propostos sob variadas formas.
O estudo dos gêneros textuais vem se propagando nas ultimas décadas, constituído
sobre inúmeras perspectivas, portanto, apresenta caráter interdisciplinar por estar inserido nas
múltiplas áreas de pesquisa e voltado para a linguagem em uso. É notável a importância de
estudá-los, tendo em vista ser algo que está intrinsecamente ligado ao cotidiano social, logo,
todas as nossas manifestações se dão por meio deles, assim nos aponta Marcuschi (2004).
Ainda de acordo com esse autor, os gêneros são ferramentas para as nossas interações
comunicativas, caracterizando-se como entidades plásticas, não sendo enrijecidos, isto é, são
adaptáveis as diversas situações e necessidades dos sujeitos, renovando-se através da
“transmutação” das velhas formas, surgindo assim os novos gêneros.
Marcuschi ainda defende que é impossível fazer uma classificação dos gêneros, pois
sabemos que são incontáveis, sendo instrumentos fundamentais para as múltiplas atividades
sociais que envolvem a comunicação. Desde que realizemos uma interação dotada de significação,
haverá no interior desta atividade um gênero específico que possibilitará essa troca de
informações. Dessa forma, não nos comunicamos por tipologias textuais, construtos teóricos
internos a materialização linguística, mas por meio de algo real, concreto e funcional que é o
gênero. 355
Dessa maneira, para que os sentidos sejam impostos ao texto constituindo-se este
enquanto unidade significativa e relevante faz-se necessário que perpassemos a estrutura
superficial, composta por um aglomerado, mas não aleatório, de elementos linguísticos que de
início são palavras, passando-se a frases, orações, parágrafos e ao texto propriamente,
enquanto algo mais elaborado. Em outras palavras, não basta apenas à decodificação das
palavras do texto, pois este, ao restringir-se apenas a estrutura não explica todos os fenômenos
que ocorrem na língua, considerando-se que, em muitos casos, o contexto é fundamental para
o entendimento de um enunciado, de uma manifestação linguística na modalidade escrita.
Com base em Marcuschi (2004), em nossas vidas temos e mantemos contato com os
mais variados gêneros sob os mais diversos suportes, que são distribuídos nos mais distintos
ambientes, constituídos por diferentes estilos e todos eles funcionam como organizadores e
canal para as manifestações em sociedade. Dessa forma, de acordo com Dijk (1992), as nossas
bases cognitivas devem estar “disponíveis” para a interpretação e entendimento das muitas
regras internas e subjacentes nesses processos de ações para que possamos ser capazes de
relacionar o que está a acontecer em um determinado momento em certo contexto e também 356
quais são as características necessárias para tais atos.
Desse modo, ao refletirmos sobre gênero textual e sua funcionalidade deve-se levar em
consideração inúmeros fatores que o constitui como algo relevante para as nossas
manifestações linguísticas. Não basta apenas competência, ou a materialização lingüística em
forma de texto para a apreensão de sentidos, mas outros fatores, os chamados fatores de
contextualização, relevantes nesse processo.
Fatores De Contextualização
Como já foi dito anteriormente neste trabalho, para sermos capazes de produzir
sentidos, muitos fatores além dos aspectos linguísticos tem que se levar em consideração.
Aspectos sociais, históricos, culturais, bagagem cognitiva dos sujeitos presentes em uma
interação, em outras palavras, “tudo aquilo que, de alguma forma, contribui para ou determina
a construção do sentido”. (KOCH, 2012b, p. 77).
Koch (2012b) apresenta uma comparação para podermos ter uma ideia do que seria o
contexto. A autora o compara com um iceberg, para tanto, a parte que flutua na água
representaria o explícito presente em um texto, por outro lado, a parte que possibilita a
interpretação será entendida como o implícito e, o iceberg como um todo seria o contexto.
Dessa forma, parafraseando a autora, podemos dizer que o contexto não determina a produção
de um texto, mas orienta a criação textual.
Koch (2012b) afirma que não se pode falar de texto sem levar em consideração o
contexto, tendo em vista que toda forma de interação – oral ou escrita – para a sua
concretização é necessário fatores sociais, históricos, linguísticos, pragmáticos e interacionais.
Dessa forma, a autora defende que um estudo da materialidade do gênero sem
considerar o contexto pode prejudicar na produção do sentido. Levando esse fator em
consideração, Koch (2012a) aborda que as funções do contexto para a compressão são
necessárias, tendo em vista que: as ambiguidades nos discursos estão presentes em muitos 357
enunciados, para tanto é necessário uma leitura de todas as partes, para que seja possível a
construção do sentido.
Ainda seguindo essa proposta apresentada pela pesquisadora, outra função é
empregada para a utilização do contexto. Agora o ele desempenha o papel de “preencher as
lacunas” nas orações, isto é, não havendo a constante necessidade de ficar repetindo termos
nas frases, considerando que os processos de referenciação – anáfora e catáfora – auxiliam na
construção sintática, alcançando por fim, a semântica.
Em determinadas situações sociais a polissemia de leitura estará presente, haja vista
que, vários fatores estão vinculados nesta produção. Em detrimento desse aspecto, algumas
questões de incompreensão podem acontecer, já que o contexto também é responsável por
alterar determinados entendimentos sobre algo. Uma ultima função desse fator atribuida pela
escritora, é que este justifica e explica a utilização de determinadas palavras, isto é, as
utilizações de certos vocábulos podem ocasionar incompreensão no enunciado.
modo geral, podem sugerir muito a respeito do conteúdo que será desenvolvido, revelando
ainda, a competência do leitor, se com base nisso, ele terá ou não êxito na leitura.
sujeito proporcionando sentidos particulares. Isso pode acontecer tratando-se não somente de
frases e expressões como até mesmo de palavras cujos significados podem diversificar em
situações distintas. Portanto, é necessário de forma cautelosa selecionarmos os vocábulos
adequados ao nos expressarmos em nossos atos sócio-discursivos, principalmente quando se
tratam da elaboração de gêneros mais complexos, sejam orais ou escritos.
O Conto
deste gênero apresentar uma única célula dramática, isto é, seu enredo não tem espaço para
histórias secundárias.
Conto Em Sala De Aula
Rocha (1973) ao abordar o conto como um gênero que apresenta suas origens na oralidade
defende que este detalhe faz com que o conto esteja mais presente no cotidiano das pessoas,
por isso, sua circulação e aceitação – mesmo quando apresentam caráter fantástico – são de 359
Além desse fator e se também considerarmos o caráter popular do conto, este pode servir de
base para a formação de leitores proficientes. Ele é caracterizado por ser uma narrativa curta,
contribuindo para que seja mais aceito por parte dos alunos, incentivando-os ao
desenvolvimento do hábito da leitura, para que assim possam em seguida, partir para
atividades mais extensas sejam ainda de leitura ou já de produção.
Com base nessas contribuições, o professor pode optar por trabalhar esse gênero em sala de
aula, mas sempre atentando-se às orientações levantadas por Koch (2012 a/b), tanto para a
compreensão, como também para a produção textual. Em decorrência do que já foi exposto,
analisaremos os elementos que são necessários para o entendimento de um conto, seja qual for
a sua temática. O leitor deverá antes do primeiro contato com o gênero materializado, ter o
conhecimento de que o ele se desenvolve sob a chamada, única célula dramática, e por isso, é
considerado um texto não tão extenso, a exemplo da novela. Além disso, conhecimentos
prévios sobre o autor da obra bem como a data de publicação, que pode revelar um
determinado contexto – político, social, histórico – que influenciarão no resultado final.
Com base em tudo que foi anteriormente explanado, compreendemos a pertinência dos fatores
de contextualização, do contexto e dos mais variados conhecimentos que compõem as bases
cognitivas. Tais fatores determinam e auxiliam o processo de compreensão textual assim
como também a sua produção.
Nas relações que são estabelecidas entre leitores e autores mediados pelo texto, os
fatores de contextualização serão imprescindíveis para que os leitores possam assim atribuir e
produzir sentidos, resultando assim na efetuação de interações significativas, além da 360
OBSERVAÇÕES FINAIS
Esta é uma preliminar tentativa de aliar teoria e prática com a lucidez de que nenhuma análise
dá conta de tudo. Logo, exploramos o que foi possível, sabendo que torna-se necessário, sem
dúvidas, que toda análise seja ampliada em pesquisas posteriores, não se esgotando, para
tanto, toda a produção de sentidos.
É de fundamental importância para que essas informações a cerca dos gêneros textuais se
propaguem em áreas afins e contribuam, dessa maneira, para o ensino-aprendizagem em sala
de aula de forma contextualizada, adequada e mais interativa, pois “o ensino de língua
portuguesa vê-se levado a promover novas práticas pedagógicas que contemplem os atuais
letramentos demandados pelas práticas que renovam e inovam as relações sociais e instalam
conflitos entre as gerações”. (ROJO; MOURA, 2012, p.152).
Além disso, poderá auxiliar aos estudantes não somente das Letras, mas aos mais diversos
leitores que se sintam contemplados com essas contribuições, tendo em vista, que o
conhecimento é múltiplo e necessário para a formação intelectual dos sujeitos. É pertinente
enxergar o texto e seus implícitos, o conceito de textualidade, os níveis de leitura e os critérios
que a determinam. Portanto, por meio dessa pesquisa apreendemos a importância dos gêneros
textuais para as práticas efetivas que envolvem a linguagem em uso, as suas características e
poder de organizar a vida em sociedade em um sentido mais global.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola, 2009.
COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. 2° ed. ver. Ampl. – Belo Horizonte: Autêntica
Editora, 2009.
KOCK, Ingedore Vilaça; Elias, Vanda Maria. Texto e Contexto. In: Ler e Compreender: Os 361
sentidos do Texto. 3. Ed., 3ª reimpressão, São Paulo: Contexto, 2012a, p.57 – 73.
KOCH, Ingedore Vilaça; Elias, Vanda Maria. Escrita e Contextualização. In: Ler e Escrever:
Estratégias de Produção textual. 2. Ed., São Paulo: Contexto, 2012b, p.75-99.
MOISÉS, M. Dicionário de termos literários. – 12. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Cultrix,
2004.
ZAVAN, Á., ARAÚJO, N. Gêneros escritos e ensino in: Ensino de língua materna na
perspectiva do discurso: uma contribuição para o professor. Fortaleza: Demócrito Rocha,
2008. p. 16.
362
RESUMO
As novas tecnologias estão ocupando cada vez mais espaço em nossa sociedade e é de suma
importância que o ensino acompanhe essas mudanças. O presente estudo tem por objetivo elencar e
discutir as potencialidades e necessidades formativas para produção de conteúdo audiovisual voltado
para o ensino no Youtube. Com base em um referencial teórico o trabalho discute o papel do Youtube
enquanto plataforma de ensino e sua influência na renovação do processo de ensino-apredizagem. São
apresentadas ferramentas a serem utilizadas na produção e edição de uma vídeoaula e a importância de
ter em mente um roteiro bem planejado. Conclui-se que o Youtube contribui significativamente para
democratização do conhecimento e se bem aproveitado pelos professores pode facilitar a
aprendizagem dos alunos, superando as lacunas deixadas pelo ensino tradicional.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia; Conhecimento; Ensino; Aprendizagem.
ABSTRACT
New technologies are increasingly taking up space in our society and it is of the utmost importance
that teaching accompany these changes. The purpose of this study is to list and discuss the potential
and training needs for the production of audiovisual content aimed at teaching on YouTube. Based on
a theoretical framework, the paper discussed the role of YouTube as a teaching platform and its
influence on the renewal of the teaching-learning process. Tools are presented to be used in the
production and editing of a video lesson and the importance of having a well-planned script in mind. It
is concluded that YouTube can contribute significantly to the democratization of knowledge and if
well used by teachers can facilitate the learning of students, overcoming the gaps left by traditional
teaching.
KEYWORDS: Technology; Knowledge; Teaching; Learning.
RESUMEN
Las nuevas tecnologías de la están ocupando cada vez más espacio en nuestra sociedad y es suma
importancia que la enseñanza acompañe esos cambios. El presente estudio tiene por objetivo elencar y
discutir las potencialidades y necesidades formativas para producción de contenido audiovisual
orientado a la enseñanza en Youtube. Con base en un referencial teórico el trabajo discute el papel de
Youtube como plataforma de enseñanza y su influencia en la renovación del proceso de enseñanza-
aprendizaje. Se presentan herramientas a ser utilizadas en la producción y edición de una video aula y
la importancia de tener en mente un guión bien planificado. Se concluye que Youtube contribuye
significativamente a la democratización del conocimiento y si bien aprovechado por los profesores
puede facilitar el aprendizaje de los alumnos, superando las lagunas dejadas por la enseñanza
tradicional.
363
PALABRAS CLAVES: Tecnología; Conocimiento; Enseño; Aprendizaje.
INTRODUÇÃO
A sociedade está em uma constante mudança e a educação enquanto peça chave neste
processo não pode ficar ineste a essa transformação. Nesse sentido, é preciso que a escola e o
ensino se adequem as necessidades de sua época para um processo de ensino aprendezagem
cada vez mais significativo.
Nos últimos anos o Youtube tem um apresentado uma busca crescente por conteúdo
de caráter educacional, evidenciando o papel desempenhado pela plataforma na formação dos
estudantes. Levando, a plataforma a criar um curso para criadores de conteúdo voltado
professores, organizações e qualquer pessoa que queiram ensinar ou compartilhar
conhecimento através de vídeos educativos ou de instrução (YOUTUBE, 2017a).
364
O YouTube não é apenas um lugar onde as pessoas buscam entretenimento. A
plataforma possui uma comunidade de aprendizagem próspera, provendo a educação em
diversas partes do mundo e com uma enorme gama de assuntos. Dados mundiais demonstram
que o Youtube recebe diariamente meio bilhão de visualizações de conteúdos relacionados
com a aprendizagem, além disso, em média, um milhão de vídeos educacionais são
compartilhados na plataforma todos os dias (YOUTUBE, 2017b).
Atualmente, o Youtube Edu conta com diversas categorias de ensino voltadas para o
ensino fundamental e médio: Ciências, Biologia, Química, Física e Matemática (Ciências
Exatas e da Natureza); História, Geografia, Filosofia e Sociologia (Ciências Humanas);
Português, Espanhol e Inglês (Linguagem e códigos) além de dicas de estudo e correção de
provas de vestibulares e do ENEM (OLIVEIRA, 2016).
Para Almeida et al. (2015) vem sendo um grande desafio para os professores atraírem
à atenção do estudante em um modelo ensino tradicional centrado no livro didático que não
mais abarca o interesse dos alunos, e desconsidera as constantes transformações sociais que
interferem no cotidiano individual, independente de qual local se esteja. “Ainda muitos
professores se mostram relutantes em aceitar certas mídias, principalmente a internet,
enaltecendo os problemas e desprezando os benefícios gerados” (NEVES JUNIOR; SIMÕES;
ALMEIDA, 2010, p. 4).
Embora a tecnologia não seja a solução do problema educacional brasileiro, ela pode
contribuir para o desenvolvimento de situações de aprendizagem significativas. O Youtube
por sua vez, pode criar novos espaços de atuação e interação do professor com o estudante,
tornando o aprendizado mais interessante, incentiva a reflexão e compreensão, inclusive, dos
conteúdos considerados difíceis (SCHMITT, 2015).
367
Assim como uma aula tradicional requer a produção de um plano de aula, no caso da
vídeoaula é necessito a criação de um roteiro previamente estruturado com inicio meio e fim.
Segundo o Youtube (2017a), existem quatro pontos que devem ser considerados no processo
criação de uma vídeoaula são eles o Público-alvo: é preciso levar em consideração que muitas
vezes a pessoas não apresentam conhecimento prévio sobre assunto abordado no vídeo;
Conteúdo: deve-se questionar em meio a um grande ecossistema de vídeos educacionais,
como tornar seu conteúdo original? Conhecimento: reconhecer seu nível de domínio do tema
além de buscar meios para aperfeiçoamento; Apresentação: busca e testar novos formatados
de vídeos, apostando na originalidade interatividade como estratégia para atrair a atenção dos
estudantes.
profissionais como Dawince Resolve que pode proporcionar excelentes resultados mesmo em
sua versão gratuita.
O fato de ser uma modalidade de ensino EAD não impede a interação entre o
professor produtor de conteúdo e os estudantes e aprendam um com o outro gerando
discussões interessantes. O Youtube (2017a) recomenda aos professores fazerem uma
pergunta de teste ou discussão em seu vídeo (seja ao longo dele ou no final) e pedir para que o
público use a seção de comentários para responder, ou fixar uma pergunta para o público no 369
topo dos comentários, desse modo é possível ver a opinião do público e interagir.
Outra forma bastante eficaz de promover a interação entre o professor e estudante são
as transmissões ao vivo de conteúdos educativos uma vez que o professor apresenta-se para o
público em tempo real. Conta ainda com o auxilio de uma janela de bate-papo opcional que
pode ser utilizada para interagir como público durante a transmissão, é interessante que o
professor ofereça um tempo para que os estudantes façam perguntas no final (YOUTUBE,
2017a). Independente da estratégia utilizada pelo professor, “o vídeo é uma mídia que pode
auxiliar no processo de ensino e aprendizagem, pois trabalha com uma infinidade de
informações que podem ser exploradas de diversas maneiras” (SCHNEIDER; CAETANO;
RIBEIRO, 2012, p. 3).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
370
REFERÊNCIAS
GOOGLE. O que as marcas podem aprender com os Edutubers? 2017. Disponível em:
<https://www.thinkwithgoogle.com/intl/pt-br/advertising-channels/v%C3%ADdeo/o-que-
marcas-podem-aprender-com-os-edutubers/>. Acesso em: 08 jul. 2018.
RESUMO
A pesquisa versa sobre o uso de jogos pedagógicos que estimulam o pensamento Matemático,
utilizando de uma abordagem bilíngue para surdos, na qual a Língua Brasileira de Sinais e a Língua
Portuguesa funcionam como línguas de instrução. Trata-se de um estudo abordagem qualitativa em
que a coleta de dados foi realizada através de um estudo bibliográfico, em periódicos e monografias,
publicadas em 2017 e 2018, disponibilizadas no Google Acadêmico e no site de busca Google.com.
Após analisar os três trabalhos selecionados, verificamos que são escassas as investigações pautadas
nos jogos físicos visto que, no período, predominaram estudos com jogos digitais. Com relação ao uso
dos jogos físicos ressaltamos que estes favorecem o aprendizado dos conceitos matemáticos e da
Libras sendo, necessária a ampliação da discussão dessa temática de modo a demonstrar a
possibilidade de replicação e adaptação desses recursos para uso nas classes inclusivas, minimizando
as dificuldades de acesso aos conteúdos pelos estudantes surdos.
PALAVRAS-CHAVE: Matemática; Jogos; Bilinguismo; Surdo;
ABSTRACT
The research deals with the use of pedagogical games that stimulate Mathematical thinking, using a
bilingual approach for deaf people, in which the Brazilian Sign Language (Libras) and Portuguese
Language work as languages of instruction. This is a qualitative study in which the data collection was
done through a bibliographic study, in periodicals and monographs, published in 2017 and 2018, made
available in Google Scholar and in the Google.com search site. After analyzing the three papers
selected, we find that there are few investigations based on physical plays since, in the period, studies
with digital games predominated. With regard to the use of physical plays, we emphasize that these
favor the learning of the mathematical concepts and the Libras, being necessary to broaden the
discussion of this theme in order to demonstrate the possibility of replication and adaptation of these
resources for use in the inclusive classes, minimizing the difficulties of access to content by deaf
students.
KEYWORDS: Mathematical; Games; Bilingualism; Deaf.
RESUMEN 373
La investigación versa sobre el uso de juegos educativos que estimulan el pensamiento matemático,
utilizando un enfoque bilingüe para sordos, en el que la Lengua Brasileña de Señales (Libras) y la
lengua portuguesa son usadas como lengua de enseñanza. Se trata de un estudio abordaje cualitativo
en que la colecta de datos fue realizada a través de un estudio bibliográfico, en periódicos y
monografías, publicadas en 2017 y 2018, disponibles en Google Académico y en la página web de
búsqueda Google.com. Después de analizar los tres trabajos seleccionados, verificamos que son
escasas las investigaciones pautadas en los juegos físicos ya que, en el período, predominaron estudios
con juegos digitales. Con respecto al uso de los juegos físicos resaltamos que éstos favorecen el
aprendizaje de los conceptos matemáticos y de la Libras siendo, necesaria la ampliación de la
discusión de esa temática para demostrar la posibilidad de replicación y adaptación de esos recursos
para uso en las clases inclusivas, minimizando las dificultades de acceso a los contenidos por los
estudiantes sordos.
PALABRAS CLAVES: Matemática; Juegos; Bilingüismo; sordo.
INTRODUÇÃO
O ato de contar, medir, classificar entre outros são realizados pelos seres humanos há
muitos séculos e ainda hoje esses conhecimentos matemáticos permeiam diferentes práticas
cotidianas. Contudo, a matemática, enquanto disciplina escolar é apontada como de difícil
apreensão por alunos tornando-se um desafio para os professores selecionar atividades que
proporcionem o aprendizado dos educandos no que se refere a esse componente curricular.
Neste contexto, inserimos outra variável que deve ser considerada na proposta
educacional atual: o atendimento à diversidade humana. Ao utilizar este termo, referimo-nos
não somente aos alunos com deficiência, mas a todos aqueles que necessitam de recursos e
estratégias que permitam o acesso e a compreensão do conteúdo de maneira equânime.
374
Entre as diferentes estratégias existentes, selecionamos o jogo para ensejar as
discussões apresentadas nesse trabalho por acreditar que o caráter lúdico desse material pode
contribuir para maximizar as oportunidades de aprendizado, à medida que esse recurso, seja
em situações formais ou informais dispõe de elementos que podem despertar o interesse dos
estudantes/jogadores.
Comumente associamos o jogo à disputa, à criação de estratégias para que uma pessoa
ou equipe se torne campeã. Além disso, estimula a imaginação, a combinação, a antecipação
das jogadas do outro, a internalização e o respeito às regras tendo como recompensa a vitória.
Desse modo, tratar o jogo como recurso pedagógico insere-se na percepção do conhecimento
como interdisciplinar, tendo em vista que estimula a comunicação, o trabalho em equipe, a
compreensão da importância das regras e a própria internalização do conteúdo que se deseja
trabalhar.
Para tanto, delimitamos 3 experiências com jogos produzidos e/ou adaptados para
favorecer o aprendizado dos conteúdos abordados no componente curricular de matemática.
Optamos por jogos físicos, possíveis de serem replicados com materiais de baixo custo e que
contribuissem para o aprendizado de surdos e ouvintes matriculados em classes inclusivas, ou
seja, turmas nas quais a Língua Portuguesa e a Língua Brasileira de Sinais – Libras, coexistem
como sistemas de comunicação.
Destacamos que os alunos surdos compreendem o mundo de modo visual e, por esta
razão, necessitam que o professor, na seleção de materiais para compor o planejamento das
aulas nas classes inclusivas, utilize-se de materiais que priorizem o aprendizado a partir da
experiência visual.
Para a coleta dos dados realizamos uma pesquisa exploratória, pautado em uma
abordagem qualitativa e na revisão da biliografia existente. A análise dos dados foi realizada
meidante a descrição das experiências selecionadas e discutidas à luz dos autores que
abordam o processo de contrução do conhecimento de maneira bilíngue para surdos. Nesta
perspectiva, utilizamos o conceito de interdisciplinaridade como está disposto nos Parâmetros
Curriculares Nacionais do Ensino Médio, que é a prática de integração do conhecimento
oriundo de diferentes ciências e que permite a compreensão múltiplas de causas ou fatores
que interferem na compreensão do objeto do conhecimento e, para isso, faz uso de diferentes
linguagens para a apropriação da informação, negociação dos significados, intenalização e 375
socialização das conclusões, como também do registro e divulgação dos resultados (BRASIL,
2002).
Matemática E Educação
Não são raros os trabalhos que apontam para a necessidade de revisão de práticas
voltadas para o ensino de matemática ao discorrer sobre ela como disciplina de difícil
compreensão, como destacamos Grando (2000), Lacanallo (2011) e Pacífico e Luiz (2017).
Nesta progressão de investigações, vemos que, apesar de serem publicações separadas por
quase duas décadas, a problemática pesquisada continua a ser apontada pelos investigadores
como atual e requer um maior número de investigações com o intuito de promover a
visibilidade de estratégias para minimização e posterior superação do problema apontado.
Para estes indivíduos a Língua Portuguesa escrita configura-se como uma segunda
língua e, diante dessa especificidade, requer intrumentos que abordem-na em uma perspectiva
bilíngue na sala de aula. Desta maneira, devido a este grupo ter a visão como o sentido que
proporciona maior familiaridade com o conhecimento, a utilização de jogos pautados na
visualidade favorece o aprendizado desses educandos.
Todo ser que joga está buscando prazer, está buscando algo além do que
simplesmente sobreviver. Por isso é que o jogo não tem definição. Pois se
para se definir "o ser" já é necessário um empenho significativo, definir "a
busca de prazer não-material do ser" torna-se uma tarefa impossível.
Antes de discorrer sobre o uso dos jogos, faz-se necessário diferenciar o jogo e o
brinquedo. Uma das primeiras semelhanças é que ambas estão ligadas à cultura de
determinado povo. A segunda é que ambas as palavras, de acordo com os apontamentos do
dicionário, fazem menção ao divertimento (BERTOLDO; RUSCHEL, 2018).
brincadeira, segundo Nallin (2005, p. 13), “[...] é a atividade mais típica da vida humana, por
proporcionar alegria, liberdade e contentamento. [...] Pode-se dizer que é o lúdico em ação.”
Em suma, o ato de brincar pode ser entendido como um elemento contido tanto no contexto
da brincadeira quanto do jogo. Desse modo, a brincadeira está mais próxima da
espontaneidade e o jogo pode entendido pela sistematicidade das execuções das ações, sendo
que ambos trazem em comum reflexos do contexto e das ações culturais humanas.
Jogo E Educação
Associando esta orientação ao conceito de jogo, vemos que este recurso se adequa à
perspectiva metodológica apresentada pelo documento. Grando (2000) afirma que o jogo
instrumentaliza o professor a facilitar o processo de aprendizagem dos conceitos e da própria
linguagem matemática contribuindo ainda para desenvolver habilidades que permitam a
execução de outras habilidades, como a “capacidade de pensar, refletir, analisar, compreender
conceitos matemáticos, levantar hipóteses testá-las e avaliá-las (investigação matemática)
com autonomia e cooperação” (GRANDO, 2000, p. 28).
METODOLOGIA
380
Esta investigação originou-se a partir das leituras desenvolvidas no projeto de
pesquisa desenvolvido na Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, denominado
Recursos e estratégias didáticas para ensino de surdos em classes inclusivas. Neste trabalho,
buscamos identificar os artigos publicados em Trabalho de Conclusão de Curso – TCC,
revistas e anais de encontros nacionais e internacionais, elaborados em Língua Portuguesa,
que envolvessem atividades de ensino de matemática pautados em uso da Libras utilizando-se
de jogos.
381
RESULTADOS E DISCUSSÕES
operações fundamentais. Para isso, foram usados três jogos, o primeiro deles foi a adaptação
da proposta do livro PROMAT 655: o “ganhos e perdas”, o “pega varetas” e o “Mancala”.
Para tanto, o autor iniciou o jogo com operações básicas como de adição e a definição
de números opostos e neutros. Esses conhecimentos foram mediados por um tabuleiro,
382
confeccionado pelo próprio autor, feito em papelão e pintados de tinta guache em várias
faixas e cores (figura 1). Como peças do jogo, poderiam ser utilizados quaisquer objetos
pequenos que pudessem ser lançados como: sementes, milho, feijão, botões, entre outros.
O objetivo foi lançar as peças no tabuleiro e onde as peças caírem, os alunos deveriam
registrar os números formados para em seguida, realizarem as operações para identificar
quanto ganharam e quanto perderam. Para isso, cada aluno recebe uma quantidade de peças,
jogam e onde cair a peça os estudantes devem registrar o número, por exemplo, se caírem 6
peças no círculo negativo, o aluno registra -6 (figura 2).
55
GRASSESCHI, M. C. C.; ANDRETTA, M. C.; SILVA, A. B. dos S. PROMAT: Projeto Oficina de
Matemática. v. 2. 6ª série. São Paulo: FTD, 1999.
383
Figura 3 –Pega-Varetas.
384
final do jogo, foi pedido que os alunos anotassem quantas sementes possuíam, sem revelar ao
seu adversário. Eles tinham que fazer uma subtração a partir da quantidade de peças
inicialmente e a quantidades de peças que tinha ao final do jogo (figura 5).
385
Figura 6 – Identificação
386
Após a identificação das figuras, foi necessário escrever ao lado de algumas figuras, a
representação algébrica (codificação) para que, durante as operações os alunos, eles pudessem
identificar as relações entre a variável e a figura com mais facilidade. Foram entregues, para
cada aluno uma representação algébrica que deveria ser representada por meio das figuras
(figura 7).
O material se diferencia pela cor e por seu valor: o material azul será o valor negativo
e o vermelho o positivo. Neste jogo pode ser aplicada a presença do zero, quando as peças
forem iguais e cores diferentes, as cores diferentes acabam por se anular (figura 8).
Figura 8 – Cores
387
Por meio dessa estratégia, podem ser construídos polinômios com diferentes sinais e
com polinômios opostos para que a subtração e adição de polinômios seja compreendida com
maior facilidade. O professor passa a ter inúmeras formas de aplicação desse jogo,
propiciando um ensino diversificado e chamativo tanto para alunos surdos quantos para os
alunos ouvintes. Na figura 9 vemos o trabalho soma da expressão (2x²-2xy-y²)+ (-x²+4xy)=
x²+2xy-y².
Pelo fato da proposta não ter sido aplicada, a autora acredita que sua pesquisa possa
proporcionar o fortalecimento da relação entre professor e aluno, por meio de uma
aprendizagem diversificada, utilizando diversos recursos como a proposta acima. O jogo
oportuniza ao professor mostrar ao aluno o conteúdo num formato diferente, trazendo a
Todos os recursos e jogos utilizados foram bem aceitos pela turma e principalmente
pelo aluno surdo, os alunos participaram de maneira efetiva, trazendo bons resultados à
pesquisa. Cada recurso foi usado especificamente para a assimilação dos conteúdos
geométricos de maneira simples e direta, por meio da manipulação, construção e exploração
das formas geométricas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante aos dados iniciais para a seleção das pesquisas tratadas nestas identificamos
que a maioria das pesquisas publicadas sobre jogos que estão dispostos na perspectiva do uso
da tecnologia e foram produzidos para serem utilizados em plataformas digitais demonstrando
a primazia do uso das tecnologias como objeto de estudo.
REFERÊNCIAS
BALMANT, O. “Por que somos tão ruins em matemática?”. Estadão: São Paulo. 2011.
Disponível em: <https://www.estadao.com.br/noticias/geral,por-que-somos-tao-ruins-em-
matematica-imp-,728446>. Acesso em: 06/08/2018.
HUYZINGA, J. Homo Ludens: o jogo como elemento da cultura. 4ª ed. São Paulo: Cortez,
1999.
RESUMO
O principal objetivo desse artigo é analisar a peça Pigmaleão (1912), pelo escritor irlandês
George Bernard Shaw (1856-1950). E temos como aporte teórico os autores: Baldick (1996),
Evans (1985), Szondi (2004), Roberts (1959), entre outros. Será discutida a questão de Eliza
Doolittle com uma perspectiva marxista por ela ser tratada como um objeto pelo seu pai, uma
vez que ele tenta vendê-la a um homem rico só porque ela é uma pobre jovem florista, sem
cultura e sem educação. A questão de que ela tinha ido viver na casa do professor de fonética
Henry Higgins em busca de caminhos para uma vida melhor, onde lá ela sofre humilhação,
tortura, fome e punição porque Higgins insiste em que os padrões da fala identificam a classe
social de uma pessoa e mantém o pobres em seus lugares. E, finalmente, a questão de que ela
está sendo exibida como um troféu no momento em que ela aprende a pronunciar
corretamente, ao se comportar e vestir-se bem, tão de repente torna-se aceita por quase todos
como se o que importava na vida era a aparência externa mostrando a divisão da classe social.
Isso é algo que separa as pessoas, tanto na peça como no mundo, porque aqueles que
pertencem às classes mais baixas são tratados como coisas e não são aceitos na sociedade pelo
mais rico. Mas apesar de todos esses comportamentos terríveis em relação a ela, Eliza pôde
mudar o pensamento do professor que se apaixona por ela, embora ela pertença a diferentes
classes sociais que a dele.
PALAVRAS-CHAVES: Pobre, Rico, Classe social, Divisão.
ABSTRACT
The main objective of this paper is to analyze the play Pygmalion (1912), by the Irish writer
George Bernard Shaw (1856-1950). And we have as theoretical support the authors: Baldick
(1996), Evans (1985), Szondi (2004), Roberts (1959), among others. It will be discussed the
issue of Eliza Doolittle with a Marxist perspective, because she is being treated as an object
by her father, since he tries to sell her to a rich man only because she is a poor, young florist,
uncultured and uneducated. The issue that she had gone live in the home of phonetic professor
Henry Higgins in search of ways to a better life where she suffers humiliation, torture,
starvation and punishment because Higgins insists that speech patterns identify the social
class of a person and keeps the poor in their places. And finally, the question that she is being
displayed as a trophy the moment she learns to pronounce correctly, behaves and dresses well,
so suddenly it becomes accepted by almost everyone as if what mattered in life was the
outward appearance showing the social class division. This is something that separates
people, both in the play and in the world, because those who belong to the lower classes are
treated as thing and are not accepted in the society by the richer one. But despite all these
terrible behaviors towards her, Eliza was able change the thinking of the teacher who falls in
love for her although she belongs to different social class of his.
KEY-WORDS: Poor, Rich, Social class, Division.
394
RESUMEN
El principal objetivo de este artículo es analizar la pieza Pigmaleón (1912), por el escritor
irlandés George Bernard Shaw (1856-1950). Y en el caso de que se trate de una de las más
importantes, Se discutirá la cuestión de Eliza Doolittle con una perspectiva marxista por ser
tratada como un objeto por su padre, ya que trata de venderla a un hombre rico sólo porque
ella es una pobre joven florista, sin cultura y sin educación. La cuestión de que había ido a
vivir en la casa del profesor de fonética Henry Higgins en busca de caminos para una vida
mejor, donde allí sufre humillación, tortura, hambre y castigo porque Higgins insiste en que
los patrones del habla identifican a la clase social de una persona y mantiene a los pobres en
sus lugares. Y, finalmente, la cuestión de que ella está siendo exhibida como un trofeo en el
momento en que ella aprende a pronunciar correctamente, al comportarse y vestirse bien, tan
de repente se vuelve aceptada por casi todos como si lo que importaba en la la vida era la
apariencia externa mostrando la división de la clase social. Esto es algo que separa a las
personas, tanto en la pieza y en el mundo, porque aquellos que pertenecen a las clases más
bajas son tratados como cosas y no son aceptados en la sociedad por el más rico. Pero a pesar
de todos esos comportamientos terribles en relación a ella, Eliza puede cambiar el
pensamiento del profesor que se apasiona por ella, aunque ella pertenece a diferentes clases
sociales que la suya.
PALABRAS CLAVES: Pobre, Rico, Clase social, División.
INTRODUÇÃO
O Drama é uma forma de arte que explora os conflitos humanos e suas tensões,
geralmente toma a forma de uma história apresentada para um público através do diálogo e
ação. A história é contada através dos elementos do teatro: atuação, figurino, adereços,
395
Ou seja, o drama na peça, é para ser realizado em um palco na frente de uma plateia
no teatro, a encenação dramática refere-se ao roteiro, enquanto a palavra teatro é o
desempenho do script, e alguém que é dramático é uma espécie de intérprete em um palco,
esperando a atenção de todos.
Os romanos introduziram o drama na Inglaterra durante o período medieval. Um
grande número de auditórios foi construído para o desempenho da arte, quando ela veio para o
país. Peças mascaradas, associadas à dança Morris, tornaram-se uma forma popular de teatro
de rua durante o período. As performances foram baseadas nas histórias antigas de São Jorge,
56
Drama is the general term for performances in which actors impersonate the actions and speech of fictional
or historical characters (or non-human entities) for the entertainment of an audience, either on a stage or by
means of a broadcast; or a particular example of this art, a play. Drama is a major genre of literature, but
includes non-literary forms (in mime), and has several dimensions that lie beyond the domain of the literary
dramatist or playwright. The major dramatic genres in the West are comedy and tragedy, but the several other
kinds of dramatic work fall outside these categories (drama, history play, masque, melodrama, morality play,
mystery play, tragicomedy).
Robin Hood e Dragão. Os artistas se mudaram de cidade em cidade, para realizar esses contos
populares, eles receberam dinheiro e hospitalidade, em troca de seu desempenho. Peças com
temas de mistérios, milagres e moralidade foram de grande destaque durante o período
medieval. Peças de mistério geralmente são relacionadas com os eventos do Evangelho: o seu
assunto principal era à redenção do homem. As peças morais também foram peças religiosas,
mas elas se concentraram sobre o conflito entre o bem e o mal; seu objetivo era melhorar o
comportamento moral das pessoas. Já as peças milagrosas estavam preocupadas com 396
episódios da vida de santos e foi de grande popularidade, as peças deixaram a Igreja e
passaram a ser realizada pela primeira vez no pátio da igreja, em seguida, em outros espaços
abertos da cidade. Como citou Evans:
Cada peça foi repetida várias vezes em diferentes partes da cidade com a ajuda de um
desfile, uma carruagem em forma de uma pequena casa com dois quartos verticais: na sala
menor os atores se prepararam, na superior apresentavam as suas peças.
De grande destaque na literatura inglesa, George Bernard Shaw produziu muitas obras,
ele nasceu em Dublin, Irlanda, em 1856, filho de George Carr Shaw (1814-1885), e Elizabeth
57
Later than these religious dramas were the plays "Morality", in which the characters were abstract vices and
virtues, having a lesson to be thought. Apart the Morality plays there existed short plays named Interludes. They
were mainly pieces to be performed in the houses of the more intelligent Tudor gentry. The Miracle plays, the
Moralities and the Interludes remained popular even when the new, ambitious drama had captured the stage.
Lucinda Shaw (1830-1913) que teve bastante influencia sobre Bernard Shaw, por ela ser
amante das artes. Filho de uma família protestante, Bernard Shaw teve uma instrução
irregular, recebendo aulas particulares de um tio. Aos 16 anos seus pais se separaram e sua
mãe e sua irmã foram morar em Londres. Ele ficou com o pai em Dublin e passou a trabalhar
em um escritório.
Com o desejo de se tornar escritor, também se mudou para Londres em 1876. Shaw
incentivado pela mãe escreveu três romances, sem publicá-los intitulados de "Imaturidade", 397
"O Nó Irracional" e "Amor Entre Artistas. Bernard Shaw começou a se envolver com a
política e, ao fazer comícios, e acabou desenvolvendo um discurso intenso, que era observado
em seus textos. Junto com Beatrice e Webb fundou a Fabian Society, essa organização
objetivava transformar a Grã-Bretanha num estado socialista, com base na educação das
massas. Shaw escrevia panfletos e dava palestras, paralelamente trabalhou como crítico de
arte e crítico musical e,logo após trabalhou como crítico teatral para a "Saturday Review".
George Bernard Shaw foi uma das principais figuras do século XX é considerado
depois de Shakespeare, uma das maiores personalidades da dramaturgia inglesa. Iniciou sua
carreira como dramaturgo publicando em 1892 a peça “Widowers’ Houses”, escrita em
parceria com William Archer. A sua primeira fase de produção, inclui além “Widowers’
Houses” (1892), as peças “The Philanderer” (1893) e “Mrs Warren’s Profession” (1893).
Logo após as suas primeiras peças que tinham caráter crítico aos problemas sociais, vieram
peças de caráter mais divertidos, como Candida(1895) e John Bull's Other Island (1904).
Fazendo fortuna com as suas obras, Shaw casa-se com Charlotte Payne Townshend e vai
morar em uma mansão londrina.
torna-se uma verdadeira dama de sociedade. É uma peça também muito famosa por sua
versão musical: My Fair Lady (1964), da Broadway.
A peça mostra o quanto à maneira de falar de uma pessoa interfere no modo como esta
é vista e tratada pela sociedade de modo geral. Eliza Doolittle morava em bairro pobre de
Londres, Angel Curt- Drury Lane, localidade onde se falavam um inglês diferenciado, um
dialeto próprio chamado cockney, dialeto usado por pessoas de classe baixa que exercem
profissões menos favorecidas, por isso o professor Higgins logo identifica sua origem, pois 398
este é um renomado foneticista capaz de reconhecer a origem de qualquer pessoa apenas pela
fala.
Para conseguir seu objetivo Eliza se muda para casa do professor e torna-se sua pupila.
Lá sofre várias humilhações por causa de sua condição social, chegando até mesmo a ser
oferecida para venda por seu próprio pai. Neste momento da peça entende-se o seu titulo
Pygmalion, o qual faz referencia a uma antiga lenda grega cujo personagem principal tinha
este mesmo nome. Pygmalion era um homem solitário que não encontrou em seu país
nenhuma mulher digna de se tornar sua esposa. Por isso resolver esculpir sua idealização de
mulher perfeita. Esculpiu uma linda estátua de marfim pela qual se apaixonou perdidamente,
mas ele vivia triste por ser ela apenas uma estatua e por isso rezava sempre aos deuses para
que lhe dessem vida. Até que um dia seu pedido foi atendido e a estatua chamada por ele de
Galatéia ganhou vida, então eles se casaram e viveram imensamente felizes.
Eliza é a Galatéia de Higgins, uma simples vendedora de flores que é moldada pelo
professor de fonética e se torna uma mulher elegante, charmosa e que fala corretamente o
inglês em apenas seis meses. Ao final ele percebe que havia moldado sua Galatéia não apenas
superficialmente, mas havia feito aflorar também a sensibilidade e a criticidade. Sem perder
sua pureza, sua dignidade e opiniões. Ele tinha feito dela uma nova mulher, mas com o
mesmo caráter.
Na casa de Higgins, Eliza é obrigada a tomar banho, ato que não fazia parte de seus
costumes, como se pobreza fosse sinônimo de sujeira. Esse banho é o primeiro passo para sua
mudança de vida, na qual todo seu passado, a sujeira, a pobreza, a ignorância e tudo o mais
que vivera até aquele momento estava ficando para trás, saindo como a água que caía ralo a 399
baixo. A partir daí iniciara a criação da "Galatéia". Shaw coloca muita comicidade nesta cena
com o intuito de expor sem agressão, os diferentes costumes entre as pessoas de classes
sociais diferentes e as diversas concepções que cada uma dessas pessoas tem sobre certos
atos. Como tirar a roupa, por exemplo, que para ela significava um ato mundano e indecente.
Higgins só aceita dar aulas de fonética à Eliza por causa de uma aposta feita por um
famoso escritor chamado Pickering. Este garante que se em seis meses ele transformasse ela
numa verdadeira dama proclamaria nos quatro cantos do mundo que ele é o maior e melhor
professor de fonética vivo do mundo, além de arcar com todos os gastos do processo de
transformação de Eliza. Higgins aceita o desafio em benefício próprio, com o intuito de se
tornar famoso mundialmente. Em nenhum momento ele pensa em como transformar a
maneira de ser de um alguém pode ser perigosa. Ele não pensa no que seria de Eliza após sua
transformação. Queria apenas ganhar a aposta e depois ela que se "virasse" para seguir sua
vida. Ela tinha uma vida com certos costumes, amizades, culturas, mas com a transformação
tudo aquilo estava perdido ela não estava mais apta a viver da mesma maneira, tinha que
começar tudo de novo. Então casou com Freddy, a quem havia conhecido no mesmo
momento em que conhecera Higgins e montaram um pequeno negócio com a ajuda de
Pickering, mas Eliza nunca abandonou de vez seu professor, apesar de ele ser muito arrogante
para com ela, foi criado um grande sentimento entre os dois que perdurou mesmo depois de
ela se casar. Ela continuava visitando sempre Higgins e cuidando dele.
Em Pygmalion Shaw nos faz rir, mas também nos faz pensar sobre a sociedade em que
vivemos, cheia de padrões, regras, desigualdades, limites entre seres humanos, uma sociedade
onde valoriza-se mais a aparência do que a essência, que trata gente menos favorecida
economicamente como simplesmente coisas. Ele mostra claramente a discriminação sofrida
por pessoas de classes sociais mais baixas, mostra às pessoas a ciência da fonética e sua
grande utilidade, mas também critica a sociedade em geral que julga as pessoas pela maneira
como falam, bem como às próprias pessoas que pertencem à classe baixa, falam um inglês
insignificante e que após ficarem ricas por algum motivo passam a fingir ser quem não são,
saber falar o que não sabem, negando suas raízes, enganando não só aos outros como a si
próprios.
REFERÊNCIAS 400
BALDICK, Cris. Oxford concise dictionary of literary terms. Oxford: Oxford University
Press, 1996.
ROBERTS, James. L. Pygmalion notes. Cliff' snotes. USA Incorporated Lincoln, Nebraska,
1959.
SZONDI, Peter. Ensaio sobre o trágico; tradução Pedro Sussekind. – Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed, 2004.
RESUMO
O presente trabalho versa sobre a didática da pedagogia histórico-crítica propagada por Dermeval
Saviani (1995). A pergunta de partida é como trabalhar com a dialética no ensino fundamental? O
pressuposto que se estabeleceu foi que por meio da didática, podemos vivenciar o método da dialética
nos anos iniciais do ensino fundamental. O objetivo geral foi experimentar a estratégia dialética no 4º
ano do ensino fundamental de uma escola pública do município de Sousa, PB. Vale esclarecer que a
presente pesquisa faz parte do trabalho de conclusão de curso: Pedagogia histórico-crítica: os desafios
da dialética nos anos iniciais do ensino fundamental no município de Sousa-PB e está vinculada ao
experimento qualitativo da pesquisa intitulada “educação científica nos cursos de pedagogia da
Paraíba: questões teórico-metodológicas e epistemológicas na formação acadêmico-científico-cultural
para a intervenção” (CNPq, 2010-2018) proposta por Novikoff. Os resultados sinalizaram a qualidade
da relação ensino-aprendizagem da pedagogia histórico-crítica, possibilitando verificar a eficiência da
didática mediada pela dialética, bem como a organização do trabalho docente por meio dos cinco
passos (prática social inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final)
sistematizados por Saviani (1995), quais têm tem efeito imediato.
PALAVRAS-CHAVE: Pedagogia histórico-crítica; didática; dialética.
ABSTRACT
The present work deals with the didactics of historical-critical pedagogy propagated by Dermeval
Saviani (1995). The starting question is how to work with dialectics in elementary school? The
assumption that was established was that through didactics, we can experience the method of dialectic
in the early years of elementary school. The general objective was to test the dialectic strategy in the
4th year of elementary school in a public school in the municipality of Sousa, PB. It is worth clarifying
that the present research is part of the work of conclusion of course: Historical-critical pedagogy: the
challenges of the dialectic in the initial years of elementary education in the municipality of Sousa-PB
and is linked to the qualitative experiment of the research titled "scientific education in the courses of
pedagogy of Paraíba: theoretical-methodological and epistemological questions in the academic-
scientific-cultural formation for the intervention "(CNPq, 2010-2018) proposed by Novikoff. The
results showed the quality of the teaching-learning relationship of historical-critical pedagogy, making
it possible to verify the effectiveness of didactics mediated by the dialectic, as well as the organization
of teaching work through the five steps (initial social practice, problematization, instrumentalization,
catharsis and practice social system) systematized by Saviani (1995), wich have immediate effect.
KEYWORDS: Historical-critical pedagogy; didactic; dialectic
RESUMEN
INTRODUÇÃO
58
“Gasparin é professor do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Estadual de Maringá
(UEM). Cursou o doutorado no Programa de Pós-graduação em Educação da PUC/SP, sob a orientação de
Saviani e posteriormente em suas atividades acadêmicas na UEM enfrentou o desafio de traduzir a pedagogia
histórico-crítica para uma possível didática, pensando-a na prática das salas de aula. Os resultados foram
uma didática para esta Pedagogia com o intuito de colaborar com o trabalho docente,
apontando uma alternativa para o pensa-fazer de ações para transpor ao cotidiano escolar, sala
de aula. Concebendo em um procedimento dialético da ação tanto do educador quanto do
educando (ANTONIO, 2008).
Ao considerarmos o processo de aprendizagem para o desenvolvimento do aluno esta
didática da pedagogia histórico-crítica também se fundamenta na perspectiva histórico-
cultural proposta por Lev Semenovich Vigotski e traduzida com lucidez por Duarte (2001), na
qual enfatiza a construção do conhecimento a partir da interação dos sujeitos, mediadas no 404
contexto social e com os signos de uma dada cultura. Noutras palavras ele propõe o modelo
histórico-cultural para a explicação dos fenômenos sociais, como a aprendizagem.
publicados no livro intitulado Uma didática para a pedagogia histórico-crítica, no ano de 2002” (Mello;
Zanchetta, 2015, p.176).
59
Cf. Duarte, Newton. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da
teoria vigotskiana/ Newton Duarte — 2. ed. rev. e ampl. — Campinas, SP: Autores Associados , 2001.
60
Grifo nosso
Vigotski e do baixo impacto nas salas de aula. Um pouco mais de cuidado vale a pena.
Pensemos: se basta uma criança mais velha ou um adulto para que ocorra o aprendizado, qual
o lugar do professor? Observem o esvaziamento da função docente.
É uma constante variação em que as crianças por mediação e interação do seu grupo
cultural, perpassam dialeticamente para o nível de desenvolvimento real, porque o que a
criança não é capaz de fazer na zona de desenvolvimento próximo responderá como funções
permanentes, constituindo o nível de desenvolvimento real, constantemente a cada
aprendizado.
Zona de desenvolvimento
Nível de desenvolvimento Real Nível de desenvolvimento real
próximo
Problematização
Prática social inicial Instrumentalização Prática social final 406
Cartase
O aluno neste momento em relação ao conteúdo tem uma visão sincrética, empírica,
isto é, uma visão caótica, na qual aparentemente é natural. (SAVIANI, 2011).
Sendo assim, este passo é uma oportunidade dos alunos trazerem para o contexto da
sala de aula suas experiências do cotidiano. A aula inicia-se de modo participativo, com
diálogos e oportuniza os educandos expressarem-se, valorizando-os.
Define-se como o processo pedagógico que perpassa da prática social que está sendo
questionada para relacionar com os conteúdos curriculares, articulando-os com a prática
social.
Neste segundo passo além das discussões também é visível às dimensões do conteúdo,
tendo em vista as questões que serão trabalhadas na instrumentalização, levantadas conforme
o tema que está sendo trabalhado.
3 - Instrumentalização
Este passo pode ser traduzido como as ações pedagógicas que o professor irá
estabelecer como resposta imediata às problematizações do segundo passo. É o momento
oportuno para desenvolver-se a ação pedagógica a partir das dimensões dos conteúdos que
foram discutidos. “A instrumentalização é o caminho pelo qual o conteúdo sistematizado é
posto a disposição dos alunos para que o assimilem e o recriem e, ao incorporá-lo,
transformem-no em instrumento de construção pessoal e profissional” (GASPARIN, 2012, p.
51).
4 - Catarse
A partir deste momento começa a constitui-se a síntese por parte do aluno, assim, a
partir da problematização foi proposto para ele pensar, analisar as questões passando pela
teoria e chegar à formação de novos entendimentos, o concreto pensado, isto é, a síntese.
É explicada na nova ação do educando, pois ao retornar a prática social agora com
409
uma nova perspectiva. Além do empírico inicialmente passa a constituir a teoria surgindo a
nova prática. Permitindo que o aluno tenha uma nova ação crítica.
Nesta perspectiva:
Isso pode ser perceptível através de diálogos, o aluno relata o que poderá fazer fora da
sala de aula no seu contexto social com uso do conhecimento estudado. Logo, assumindo um
compromisso social como cidadão, em que ele poderá colocar em prática os novos
conhecimentos, a partir da sua ação social, buscando possíveis transformações do contexto
social.
METODOLOGIA
como proposta de estudo e um viés para buscar possíveis superações para os desafios do
processo de ensino-aprendizagem.
A dimensão técnica é a destinada ao delineamento do estudo. Expõem-se nesta
dimensão, a metodologia utilizada e os instrumentos para coleta os dados que são
apresentados na dimensão morfológica.
Neste contexto, a pesquisa percorreu quatro etapas, após a sua aprovação no Comitê
de Ética para Pesquisa com Seres Humanos (CEP), nº do CAAE: 89381718.8.0000.5575. As
etapas foram: 1) desenvolvimento do estado do conhecimento nas TABDN; 2)Termo de
Assentimento Livre e Esclarecido – TALE (responsáveis dos alunos); 3) experimento do
método da dialética própria da didática da pedagogia histórico numa turma do 4º ano do
ensino fundamental no município de Sousa-PB; 4) tratamento de dados.
Incialmente faz-se necessário enfatizar que os conteúdos abordados que fizeram parte
do experimento foram consentidos e indicados pela professora da sala de aula. Assim, o plano
de unidade foi planejado em relação ao trabalho com o substantivo, adjetivo, gênero,
correlacionando com o racismo.
Como prática social inicial, solidificou-se o ponto de partida da ação pedagógica para
trabalhar os conteúdos indicados (substantivos, adjetivos, gênero) e o racismo. Partiu-se do
pressuposto da necessidade dos alunos do 4º ano do ensino fundamental compreenderem o
assunto. Neste contexto, como enfatiza Saviani (1995) que a escola tem um papel da
seguir:
Assim, o professor irá buscar estratégias para a superação desta fase para um novo
nível de desenvolvimento real de modo ampliado e sistematizado, buscando o enriquecimento
e formação de conceitos científicos. Segundo Rego (2014, p. 77) Vigostki “os conceitos 413
Vale ressaltar, que os conteúdos organizados para mediação em sala de aula, não se
reduzem à mera mecanização, mas permutam dialeticamente com o contexto social, impondo
sentido. E não se reduzem à transmissão vazia de repetição, mas a partir de diálogos,
traduzindo-se em uma ação dialética entre educador-educando para a construção do
conhecimento.
De que modo podemos expressar o que pensamos diferente do colega sem usar
adjetivos pejorativos?
• Psicológica: O racismo é uma questão que prejudica a saúde do colega? Por quê? 414
Estas questões estavam implícitas na prática social inicial, então, tornou-se necessário
mediar estes desafios para os alunos, a fim do conhecimento científico fosse comparado com
os conceitos espontâneos (visão empírica). Para que assim, a partir deste confronto, o discente
pudesse aprender, desenvolvendo-se. Segundo, Gasparin (2012, p. 39) a problematização: “É
o momento de questionar o conteúdo e especificar as razões pelas quais deve ser apropriado
pelos alunos, explicitando, ao mesmo tempo, suas múltiplas dimensões”.
funcionamento da sociedade. Neste momento, uma discente explana: Se não fosse assim,
como saberíamos que a cadeira é para sentar. Diferente de outro objeto tem sua função.
416
Também abrimos espaço para depoimentos das crianças que sofreram racismo.
Interessante na ocasião o posicionamentos dos discentes para expor seus casos:
Discente 1: Um menino disse que meu cabelo era tão duro de bombril que dava para eu lavar
prato.
61
Vale ressaltar, todas as imagens apresentadas neste trabalho foi solicitada a autorização dos responsáveis das
crianças via termo de assentimento livre e esclarecido-TALE.
62
A lei nº 7.716/198 “define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor”. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7716.htm
Apesar da discente 2, não esclarecer a proteção perante a lei para a pessoa que sofre
racismo. Na sistematização do seu discurso é perceptível o entendimento sobre o crime. Na
fala do discente 1: percebe-se o entendimento do racismo afetar o próximo e o respeito ao
outro.
Discente 2: Você sabe que racismo é crime. Você pode ir para a cadeia, se seu pai e sua mãe
não te der educação o conselho tutelar que vai dar. (figura 6)
419
Por meio das informações expostas nas figuras anteriores é visível que os educandos
apropriem-se da denominação do substantivo, o significado do adjetivo e a diferença de
gênero. Também demostraram a compreensão acerca do racismo e suas consequências com
mais clareza. Atingindo o quinto momento, a prática social final, por meio da mediação
sistematizada dos conteúdos no movimento prática-teoria- prática (dialética) pela ação
docente e dos educandos do seu papel na realidade social.
420
No último momento, supõe-se o novo nível de desenvolvimento atual do educando,
simbolizado nas expressões de novas posturas do que foi ensinado e aprendido. Esperam-se
posicionamentos e atitudes críticas para uma mudança social. Dos alunos foram manifestadas
da seguinte forma: respeitar o próximo, explicar para os colegas sobre o racismo,
compreender a denominação dos seres em geral e sua concordância, não usar termos
ofensivos com os colegas, o ser humano é igual, não ofender o outro, racismo é crime, pedir
desculpas e unir-se.
Os educandos assumiram uma nova postura mediante a aquisição dos conteúdos,
diálogos e debates. Expressam-se ações de procedimentos práticos e sociais.
DIMENSÃO ANALÍTICO-CONCLUSIVO
REFERÊNCIAS
DUARTE, N. A escola de Vigotski e a educação escolar: algumas hipóteses para uma leitura
pedagógica da psicologia histórico-cultural. Rev. Psicologia USP, São Paulo, v.7, n.1/2, p.17-
50, 1996. Disponível em: < file:///C:/Users/user/Downloads/34531-Texto%20do%20artigo-
40483-1-10-20120722.pdf > Acesso em: 13 de agosto de 2018.
SAVIANI, D. Escola e Democracia. 29 ed. Campinas, SP: Editora Autores Associados, 1995.
VIGOTSKII, L. S. A Formação social da mente. 4 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Disponível em: <http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/vygotsky-a-
formac3a7c3a3o-social-da-mente.pdf>. Acesso em: 16 de junho 2018.
423
RESUMO
É notório a todos, que cerca de 50% dos alunos do Curso de Licenciatura em Matemática da
UFCG, Campus de Cajazeiras, são do sexo feminino. Fato que não se verificava a alguns anos atrás.
Essa também é a realidade brasileira. Propomo-nos investigar nossa realidade e divulgar esses dados e
desta forma contribuir com difusão deste fato histórico. O quanto mudou? Como se deu esta
mudança? Que fatores as influenciaram? Quem são estas mulheres que fizeram e estão fazendo
história? Como elas conseguiram romper as barreiras? Todos os obstáculos foram superados? Iremos
falar um pouco desses momentos históricos, local e brasileiro, destacando alguns aspectos relevantes e
algumas mulheres que fizeram e fazem parte destes. Vamos fazer um levantamento histórico, por meio
de pesquisa bibliográfica, busca em banco de dados da UFCG, do INEP, do IBGE e a partir de
entrevistas com mulheres de nossa realidade local. Queremos ajudar na compreensão das relações
entre gêneros e ciências, levando em consideração os aspectos sociais e culturais na institucionalização
da matemática brasileira. O que chama mais a atenção é a invisibilidade dessas mulheres e como isso
tem atuado como dispositivo de poder que reitera a matemática como um campo masculino.
PALAVRAS-CHAVE: Preconceitos, Contribuições Matemáticas; Mulheres Matemáticas
ABSTRACT
It is well known to all that approximately 50% of the students of the Degree in Mathematics of the
UFCG, Campus of Cajazeiras, are female, this was not the case just a few years ago. This is also the
reality in Brazil. This paper aims to investigate the current reality and disseminate its data to
contribute to the diffusion of this historical fact. How much has changed? How did this change
happen? What factors influenced them? Who are these women who have made and are making
history? How did they manage to break through the barriers? Have all obstacles been overcome? Some
of these historical moments will be discussed in a local and national panorama, highlighting relevant
aspects and women who have made and are part of these. This research is characterized as
bibliographical and search in the database of UFCG, INEP and IBGE, as well as interviewing women
in the region. This paper also intends to help in understanding the relations between gender and
science, taking into account social and cultural aspects in the institutionalization of Brazilian
mathematics. What is striking is the invisibility of these women and how it has acted as a power
device which reiterates mathematics as a male field.
KEYWORDS: Prejudice; Mathematical Contributions; Female Mathematicians.
RESUMEN
Es notorio a todos, que cerca del 50% de los alumnos del Curso de Licenciatura en
Matemáticas de la UFCG, Campus de Cajazeiras, son del sexo femenino. Hecho que no se produjo
hace algunos años. Esta es también la realidad brasileña. Nos proponemos investigar nuestra realidad y 424
divulgar esos datos y de esta forma contribuir con la difusión de este hecho histórico. ¿Cuánto ha
cambiado? ¿Cómo se dio este cambio? ¿Qué factores la influenciaron? ¿Quiénes son estas mujeres que
han hecho y están haciendo historia? ¿Cómo consiguieron romper las barreras? ¿Se han superado
todos los obstáculos? Vamos a hablar un poco de esos momentos históricos, locales y brasileños,
destacando algunos aspectos relevantes y algunas mujeres que hicieron y forman parte de éstos. En el
marco de la investigación bibliográfica, buscamos en base de datos de la UFCG, del INEP, del IBGE y
de entrevistas con mujeres de nuestra realidad local. Queremos ayudar en la comprensión de las
relaciones entre géneros y ciencias, teniendo en cuenta los aspectos sociales y culturales en la
institucionalización de las matemáticas brasileñas. Lo que llama más la atención es la invisibilidad de
esas mujeres y cómo esto ha actuado como dispositivo de poder que reitera las matemáticas como un
campo masculino.
PALABRAS CLAVES: Preconceptos, contribuciones matemáticas; Mujeres Matemáticas.
INTRODUÇÃO
Destacamos, em nossa realidade local, o fato, notório a todos, que cerca de 50% dos
alunos do Curso de Licenciatura em Matemática da UFCG, Campus de Cajazeiras, é do sexo
feminino. Como é do conhecimento de muitos, isso não se verificava há alguns anos atrás.
Essa mudança de realidade foi averiguada por Leta (LETA, 2003, p. 274, tabela 1) na UFRJ
em vários cursos. Com relação ao curso de matemática, daquela universidade, ela verificou
que em 1977 apenas 1,7% dos estudantes matriculados eram do sexo feminino, enquanto que
em 1990 esse número já era de 36%.
Leta (LETA, 2003, p. 272) também destaca que: “Em relação à literatura brasileira
sobre essa temática vale dizer que ela ainda é incipiente e, em geral, de difícil acesso e muito
dispersa. Dados sistemáticos como os citados anteriormente não existem para o Brasil.”
Segundo Lopes (LOPES, 1998, p. 364), “ainda há muito trabalho para ser feito no Brasil,
começando por uma sistematização do que existe (publicado) sobre o tema, numa área de
estudos que, no país, se caracteriza pela dispersão de suas poucas publicações.” Santos
(SANTOS, 2010, p. 18) reconhece “a necessidade de trabalhos que exponha a participação
das mulheres, seu processo educacional, dando visibilidade às suas ações, que na maioria das
vezes ficam imperceptíveis na história da matemática brasileira.”.
Queremos com este trabalho preencher um pouco dessa lacuna e esperar que outros
trabalhos semelhantes a estes, escritos por nós ou por outros possam aparecer em nossa 425
literatura.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Propomos-nos investigar nossa realidade, pois verificamos que não existe informação
e nem dados a respeito da presença das mulheres no curso de Licenciatura em Matemática do
CFP da UFCG e desta forma estaremos contribuindo com a difusão deste fato histórico. O
quanto mudou? Como se deu esta mudança? Que fatores influenciaram? Quem são estas
mulheres que fizeram e estão fazendo história? Como elas conseguiram romper as barreiras?
Todos os obstáculos foram superados? Iremos falar um pouco desses momentos históricos,
destacando alguns aspectos relevantes e algumas mulheres que fizeram e fazem parte destes,
especialmente iremos dar destaques ao Curso de Licenciatura em Matemática da UFCG,
campus de Cajazeiras.
Por se tratar de uma pesquisa histórica, também está presente o método histórico.
Prodavov e Freitas esclarecem que
Agindo assim, resgatamos a história de algumas mulheres, suas lutas e suas conquistas
para nosso presente e procuramos compreender como a mulher conseguiu ingressar nesse
ramo da sociedade, a Matemática, antes considerada por muitos como exclusivo dos homens.
Não contamos simplesmente a história de algumas mulheres, procuramos contribuir na
compreensão das relações entre gênero e ciência, levando em consideração os aspectos sociais
e culturais na institucionalização da matemática brasileira. Colocamos em perspectiva a
participação feminina na matemática e colaboramos com a compreensão de como isso vem
ocorrendo no decorrer da história.
SÉCULO XX
enquanto as mulheres não tinham acesso a uma instrução escolar formal, aprendiam apenas a
lavar, costurar e fazer renda.
metade do século XX, com o movimento de liberação feminina e a persistência da luta pela
igualdade de direitos entre homens e mulheres, permitindo a elas ao acesso cada vez maior à
educação científica e a carreiras ditas pela sociedade uma ocupação apenas para o cargo
masculino. Assim começa a valorização da mulher. Com as guerras mundiais, o recrutamento
de mão de obra feminina nos locais de conflito, retirou as mulheres dos lares e levou-as ao
espaço público, acarretando assim mudanças sociais. No que diz respeito à participação das
mulheres no desenvolvimento das ciências, principalmente a matemática, algumas se
destacaram, mas a grande maioria destas tinham condições financeiras favoráveis, sendo
apoiadas pela família ou algum estudioso da área.
Nasceu em São Paulo, no dia 20 de agosto de 1925. Passava muito tempo explorando
a biblioteca de sua casa, pois seu pai tinha uma grande quantidade de livros, em português,
francês e inglês. Tendo seus pais morados na França, a professora Elza teve uma forte
influência francesa em sua formação. Seu pai era um homem de espírito aberto, que
considerava natural que as mulheres estudassem e tivessem uma carreira.
Ainda em sua dissertação, Santos, tendo como fonte uma entrevista com a própria 429
professora Elza, esclarece que
Até seus onze anos ela só estudou em casa, estudava junto com sua irmã, e
quem dava as aulas eram os seus pais. Tinham aulas pela manhã, com sua
mãe estudando português, francês e um pouco de alemão e História.
Segundo a professora Elza seus “pais tiveram a percepção de ver que o
inglês era a língua dominante no mundo, embora no Brasil ainda fosse o
francês, então ela teve aulas particulares de inglês.” (SANTOS, 2010, P. 38 e
39)
Logo após Elza Gomide cursou o Ginásio em São Paulo entre os anos de 1937 e 1941.
Segundo Elza, em entrevista concedida a Arnaldo Aragão Santos e Andréa Paula dos
Santos, citada em Santos (SANTOS, 2010, P. 43) os professores marcantes no ginásio, foram
seu pai na Matemática e o professor Febor Gigovatti de História Natural.
KETI TENENBLAT
SÉCULO XXI
O que se tem observado nestes primeiros anos do século XXI é uma crescente
participação de mulheres em instituição de educação superior. No Brasil, a expansão da
comunidade científica e da ciência se deu por volta de 1960. (Para detalhes sobre a
institucionalização da ciência brasileira, sugere-se a leitura de Stepan (1976) e Schwartzman
431
(1978)). Apesar de não dispomos de muitos dados sistematizados para a realidade brasileira, a
participação das mulheres a partir de 1980 e 1990 tem aumentado significativamente. O que é
notório em nossas universidades em nossos dias é que o número de mulheres é às vezes
superior à dos homens. Essa mudança, como já mencionado no início da nossa introdução, foi
verificada por Leta (LETA, página 274, tabela 1) na UFRJ em vários cursos. Ela ainda
observa que
433
Em uma entrevista, a professora Rosinângela nos contou que nasceu em São José de
Piranhas-PB, em 17 de novembro de 1988. Com dois meses de idade foi morar em São Paulo,
onde ficou até os 10 anos e cursou os seus primeiros quatro anos escolares. Era assediada na
escola e chegando a ser seguida até sua casa, por ser loira e paraibana. Sempre estudou em
escola pública. Ao regressar para sua cidade natal, cursou dois níveis médios: Normal, na
Escola Normal São José, na sua cidade natal e o Ensino Médio, em Cajazeiras, no IFPB (na
época CEFET). Não chegou a concluir o curso no CEFET por causa de uma greve e seu
ingresso, no ano de 2006, no Curso de Licenciatura em Ciência do Centro de Formação de
Professores da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Cajazeiras, onde
concluiu sua Habilitação em Matemática no ano de 2010.
Questionada sobre seu gosto pela Matemática, ela relatou que sempre gostou da
disciplina, inclusive desde o 6º ano já tinha afinidade com a matemática e ajudava os colegas
em suas tarefas escolares, gostava de ajudar a professora e participava de projetos que eram
disponibilizados pela instituição. No 8º ano ajudou a organizar um “cantinho da matemática”
na escola onde estudava. Suas principais influências, nessa época, para a matemática veio de
sua irmã e do pai. Apesar do apoio da família, o fato de ser matemática, sempre foi vista com
estranheza pelos “de fora”.
Teve que superar grandes desafios na graduação. Dentre eles, ela cita a existência de
professores que diziam que mulheres vaidosas eram incapazes de concluir o curso de
Matemática. 434
Seguiu sua vida acadêmica, na cidade de João Pessoa, onde obteve o título de mestre
em Matemática pela Universidade Federal da Paraíba no ano de 2012. A percepção dela é que
hoje há uma boa participação de mulheres na pós-graduação. Apesar disso uma das frases que
ouvia era: “a matemática é um navio pirata onde só tem homens e canhões”. Ela se sentia
julgada por se cuidar, com relação a sua beleza e prática de atividade física, pois havia um
pensamento no meio matemático, que as pessoas que estavam ali deviam ser desleixadas.
A escolha da matemática foi uma escolha pessoal, mas que sofreu influência de seu
pai: Nelson Lima Teixeira. Ele Terminou a graduação na UFRGS, por volta de 1956,
trabalhou no ITA, na USP, na UFSC, na UFRGS, na USP de novo e na UFPB a partir de
1972, onde se aposentou. Teve apoio da família, enquanto que “dos de fora” ouvia que
bem visto o fato de ser mulher e está lá”. Chegando a ouviu de professores da sua graduação
que não seria capaz de terminar o curso.
CONCLUSÃO
vitimar as mulheres, mas, sim revelar a matemática como um campo que tem tratado, muitas
vezes, de forma injusta as mulheres que dele participa ou tenta participar. E apesar disso,
encontramos mulheres estão presentes nas graduações, pós-graduações, a frente de núcleos de
pesquisas, colegiados, câmaras, chefia de departamentos e de reitorias.
Nosso estudo, como muitos outros, visa contribuir para uma sociedade mais justa e
menos desigual quanto às diferenças de gênero. Estamos tentando colaborar com quebra dos
mitos de nossa sociedade que tenta separar lugares sociais levando em consideração os 436
gêneros. Sabemos que discutir a participação das mulheres na matemática vai além de afirmar
a participação destas nessa esfera de conhecimento, passa por entender a nossa sociedade e
seus pilares no sexismo e androcentrismo. Devemos, portanto procurar conhecer e, caso haja
necessidade, tentar modificar esses pilares para alcançarmos uma sociedade mais igualitária.
REFERÊNCIAS
LOPES, M. M. "Aventureiras" nas ciências. Refletindo sobre gênero e história das ciências
naturais no Brasil". Cadernos Pagu 10, 1998, pp. 345-368.
438
439
RESUMO
ABSTRACT
This article aims to explore the potential of teacher mediation in the production and acquisition of
mathematical knowledge, in view of the challenges encountered by teachers within the classroom.
Thus, it became necessary to adopt as a methodology the bibliographic research. Teaching mediation
is a decisive action that contributes to the development of innovative methodologies that favor
dialogue, collectiveness and autonomy in mathematics teaching.
KEYWORDS: Mathematics Teaching; Educational mediation; Intentionality.
63
Graduando do curso de Pedagogia na Universidade Federal de Campina Grande. Estudante pesquisador no
Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educação, Linguagem e Práticas Sociais - CNPq/UFCG.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Dessa maneira, para que assim pudéssemos materializar o presente estudo, fizemos um
levantamento bibliográfico e eletrônico. Utilizando, para isso, obras já produzidas por outros
pesquisadores, compreendendo que os textos analisados tornam-se fontes dos temas a serem
pesquisados (SEVERINO, 2007).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Proporcionar uma prática capaz de transformar essa realidade é algo distante para a
maioria dos profissionais que estão inseridos em salas lotadas com dezenas de discentes de
diferentes especificidades. O que podemos defender é uma mediação docente sustentada
numa concepção dialógica e humanista de ensino, que ofereça possibilidades formativas para
a construção do conhecimento a partir da experiência individual de cada sujeito. A
reorientação de uma prática se constitui a partir da necessidade de ressignificar concepções e
ações pragmáticas, que engessam o ensino e transformam o trabalho docente numa prática
mecânica, os espaços escolares devem ser compreendidos enquanto oportunidade de
Por conseguinte, é indispensável que todas essas influências sociais que o educando
traz consigo tornem-se fatores determinantes no processo de elaboração da metodologia
utilizada pelo docente em sala. É necessário caracterizarmos essas experiências como
conhecimentos populares ou conhecimentos prévios, para que assim compreendamos essa
atuação como uma prática significativa que possibilita a aquisição de conhecimentos a longo
prazo, desprezando assim uma aprendizagem mecânica e reprodutivista.
Nessa perspectiva, o olhar superior daquele que sabe e daquele que está aprendendo é
objetivo. Não levar em consideração o que o educando sabe é desqualificá-lo enquanto sujeito
produtor de conhecimento, é também silenciar, desvalorizar e descaracterizar as suas
experiências, considerando-as como fragmentos aleatórios que não tem significado algum se
não estiverem ligadas ao saber axiomático. Esse comodismo tecnicista de não buscar saber o
que o discente já conhece e o que ele precisa articular com o que ainda não conheceu é o que
pode limitar o trabalho docente a uma função instrumental, mecânica, a uma ação
desumanizante.
reprodução, em cada sujeito, das aptidões humanas que são produzidas e desenvolvidas pelo
conjunto dos homens e que, sem a transmissão da cultura, não aconteceria (MELLO, 2004).
Sendo assim, o significado de uma ação pedagógica se constitui a partir dos fatores que estão
além das representações de escola e conhecimento. A construção significativa dos conteúdos
se dá no processo de transformação, de problematização, isto é, no momento em que o sujeito
compreende e adapta aquele conhecimento a sua realidade. Ferreiro (1986, p. 24) apresenta:
o que devemos compreender é que o contexto de toda a situação que sustenta aquela teoria
deve estar materializada no: o que é, por que devo aprender e no que me contribuirá?
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse sentido, o processo de escolarização deve estar vinculado aos aspectos sociais e
culturais dos sujeitos que nele estão inseridos, compreendendo essas especificidades enquanto
características inerentes à identidade do sujeito e necessárias para o direcionamento de ações
pedagógicas que oportunizem a potencialização dos saberes empíricos. Dessa forma, o
processo de ensino-aprendizagem não deve ser apenas didático, mas, acessível, concreto, de
maneira que seja possível evidenciar os fatores sociais, políticos e culturais que podem ser
relacionados com os conhecimentos sistemáticos.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 55. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2017.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
MELLO, Suely Amaral. A Escola de Vygotsky. In: CARRARA, Kester. (Org.). Introdução à
psicologia da educação: seis abordagens. São Paulo: Avercamp, 2004.
PACHECO, Willyan Ramon de Souza.; BARBOSA, João Paulo da Silva.; AMARAL, Maria
Gerlaine Belchior. A autoformação na constituição da identidade do sujeito docente. In:
Congresso Nacional de Educação, 2017, João Pessoa. Anais IV CONEDU. João Pessoa:
Editora Realize, 2017. v. 1, p. 1 - 12. Disponível em:
<https://editorarealize.com.br/revistas/conedu/trabalhos/TRABALHO_EV073_MD1_SA1_ID
6146_07092017153738.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2018.
449
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez, 2007.
VITTI, Catarina Maria. Matemática com prazer: a partir da história e da geometria. 2º ed.
Piracicaba: Unimep, 1999.
RESUMO
Pensar sobre o Ensino Superior no Brasil é instigante e desafiador devido a sua complexidade, pois
pensar sobre sua organização e estrutura implica pensar também sobre as relações sociais, econômicas
e culturais que envolveram o país no momento de sua criação. A sociedade capitalista vigente e os
princípios da economia liberal pautados em uma dinâmica de competição social, passam a exigir
também dinamismo das concepções e práticas educacionais. Nesse sentido, o presente artigo tem
como objetivo refletir sobre a criação do Ensino Superior no Brasil, suas transformações e dinamismo,
a divisão das Instituições de Ensino Superior e seu funcionamento. Para tal, fizemos um resgate
histórico através de revisão bibliográfica, quanto a forma de abordagem essa pesquisa está situada
numa perspectiva qualitativa. Como resultado observamos que embora se tenham avanços
significativos, ainda temos um longo caminho a percorrer no que concerne a uma educação de
qualidade e que atinja igualmente todos os segmentos da sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino Superior; expansão; resgate histórico.
ABSTRACT
This article aims to reflect on the creation of Higher Education in Brazil, its transformations and
dynamism, the division of Higher Education Institutions and its operation. We made a historical rescue
through a bibliographical review, as far as the approach of this research is situated in a qualitative
perspective. As a result, we note that while there have been significant advances, we still have a long
way to go regarding quality education that also reaches all segments of society.
KEYWORDS: Higher Education; expansion; historical rescue.
6464
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
RESUMEN
El presente artículo tiene como objetivo reflexionar sobre la creación de la Educación Superior en
Brasil. Hemos hecho un rescate histórico a través de revisión bibliográfica, en cuanto a la forma de
abordaje esa investigación está situada en una perspectiva cualitativa. Observamos que aunque se
tienen avances significativos, todavía tenemos un largo camino por recorrer en lo que concierne a una
educación de calidad y que alcanza a todos los segmentos de la sociedad. 451
INTRODUÇÃO
O Ensino Superior no Brasil surge, com características bem particulares, em 1808 com
a vinda da família real portuguesa para o país, no entanto, é apenas a partir das décadas de
1920 e 1930 que surgem as primeiras Universidades privadas e públicas tal como conhecemos
hoje65, apontando como instituição cujo objetivo estava atrelado ao desenvolvimento dos
vários campos do conhecimento, a promoção da pesquisa e da ciência. Assim, a universidade
como instituição se mostrou uma condicionante necessária para o desenvolvimento do
Estado/Nação que estava em formação. Nesse sentido Lyotard afirma que:
65
"Nos anos 20 a discussão frente a criação de universidades não se limitava mais a aspectos
restritos a políticas (nível de controle estatal) como anteriormente, mas a conceito de universidade e
suas funções na sociedade." (REBELLO, 2012, p. 10-11)
Dessa forma, inquietos com tais constatações, resolvemos investigar as questões que
originaram este artigo: Como ocorreu a expansão do ensino superior? Qual sua finalidade?
Como é organizado? Como se dá o acesso a esse nível de ensino?
Assim sendo, esse artigo tem como objetivo geral refletir sobre a criação do Ensino
Superior no Brasil, suas transformações, dinamismo, e seu funcionamento, pois, entender
como foi construída historicamente a universidade brasileira é de fundamental importância
para uma melhor compreensão da atual situação do Ensino Superior no Brasil.
Para tal, o artigo proposto buscou através de uma revisão bibliográfica tecer reflexões
acerca da universidade e o Ensino superior brasileiro. Quanto a forma de abordagem, esta
pesquisa está situada numa perspectiva qualitativa. Sob essa ótica, congregamos com Minayo
quando afirma que:
Ainda segundo Minayo (2009) a produção humana que pode ser resumida no universo
das relações, das representações e da intencionalidade é o objeto da pesquisa qualitativa. Esse
objeto dificilmente pode ser traduzido em estatística.
Quanto aos procedimentos técnicos, esta pesquisa está numa perspectiva bibliográfica.
Combinado a essa perspectiva metodológica foi utilizado como instrumento de obtenção de
informações a análise de documentos oficiais (LDB 61, 71 e 96), Decreto-Lei nº 53 que
De acordo com Gil (2002, p. 45) "a principal vantagem da pesquisa bibliográfica
reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais 453
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”. Gil (2002) segue afirmando que
essa vantagem tem, no entanto, uma contrapartida. Muitas vezes, as fontes secundárias
apresentam informações coletados ou processados de forma equivocada, contribuindo para a
reprodução ou mesmo potencialização de erros.
66
Nesse período a família real foi transferida para o Brasil e a colônia foi elevada a condição de Reino.
3
A estes era garantido, além um diploma profissional, uma formação pautada nas doutrinas do Estado
gerando uma elite coesa e grande prestígio social.
Percebe-se assim que existiam projetos para criação de uma universidade, no entanto,
esta só se tornou possível no contexto republicano, segundo Sampaio (1991, p. 9) "em 1920 já
havia sido criada a Universidade do Brasil, e iniciativa anterior ocorrera no Paraná. Mas em
ambos os casos se tratava de reunir formalmente as escolas tradicionais já existentes".
Essa disparidade se daria em grande medida pelo modelo de ensino do setor público
que alia ensino, pesquisa e extensão o que implica no aumento do custo de sua manutenção,
enquanto o setor privado por ter caráter mercadológico estava voltado para atender a demanda
de massa visando a obtenção de lucro e o fazendo em detrimento, muitas vezes, da sua
qualidade de ensino68.
67
As cátedras só vieram a ser substituídas por chefias de caráter rotativo em 1968, quando o
Congresso Nacional aprovou a Lei da Reforma Universitária (Lei n° 5540/68), que discutiremos
posteriormente, com isso houve uma progressão e valorização da carreira docente baseada na
meritocracia.
68
Sampaio (2003) nos incita a pensar sobre a qualidade do ensino nas instituições privadas em virtude
da sua flexibilidade para o ingresso e manutenção dos cursos, também nos remete a pensar no modelo
de ensino dessas instituições que pouco, ou quase nada, contempla a pesquisa e extensão.
Nesse sentido, Sampaio (2003), relata que o setor privado surge com a Constituição de
1891, constituição que descentraliza o Ensino superior. O mesmo autor aponta que a expansão
desse setor acontece no governo Vargas, na década de 30. O setor privado naquela época era
constituído por estabelecimentos isolados, com poucos cursos oferecidos e em sua maioria
eram de iniciativa confessional católica ou de iniciativa de grupos da elite local. Esses
estabelecimentos se concentravam nas grandes regiões do centro-sul do país.
Isto posto, os estudos de Sampaio (2003), Schwartzman (1982), Schwartzman (1984) 456
mostram que o setor privado está inserido no Ensino Superior brasileiro desde o início da
criação desse sistema de ensino. Essa existência é caracterizada por uma complementação
bem evidente entre o público e o privado, entre o Estado e o Mercado, no entanto, essa
relação não é apenas de complementaridade, mas também de ambivalência, pois, notadamente
estão voltadas e tem interesses divergentes. O setor público difunde a ideia de escola pública,
destinada a massa, ao coletivo e está sob responsabilidade do Estado em contraposição ao
setor privado que se relaciona aos interesses da elite e está pautada no princípio do
individualismo.
No que concerne ainda a complementaridade, o setor privado por ser mais dinâmico e
maleável absorveu a grande demanda por ensino superior, o que é inviável ao setor público
por seu número reduzido de instituições, também por ser mais seletivo que o privado, o que
dificulta o ingresso dos estudantes.
O que se observa é que existe um número cada vez maior de estudantes ingressando
no ensino superior e que o setor privado abraça a maior parte dessa demanda, no entanto,
"embora as estatísticas do sistema educacional brasileiro sejam promissoras, atualmente,
apenas cerca de 10% da população entre 18 e 24 anos, que é aproximadamente 20 milhões de
jovens, está matriculado no ensino superior" (Sampaio, 2003, p.156). Essas estatísticas são
transformadas com a lógica mercantilista da política educacional e a implementação de
políticas públicas voltadas para o desenvolvimento e expansão do ensino, fruto das ações de
um governo neoliberal. Segundo Agapito:
Em seu Art. 79, diz: “As universidades constituem-se pela reunião, sob
administração comum, de cinco ou mais estabelecimentos de ensino superior”. Sampaio
(2003) afirma que LDB 4.024/61 reconhece a organização da educação superior em estruturas
De acordo com Sousa (2008) no período pós Ditadura Militar foram criadas várias
458
tentativas de reformulações no ensino superior brasileiro. Os Decretos Lei nº 53, de 18 de
novembro de 1966 e nº 252, de 28 de fevereiro de 1967, foram a gênese das primeiras
medidas da posterior Reforma Universitária de 1968.
Vale a pena ressaltar que uma das preocupações da reforma era relacionar
educação e mercado de trabalho, e o sistema educacional deveria preparar a
força de trabalho para o sistema produtivo, de acordo com a Teoria do
Capital Humano. (2008, p. 120).
A Lei n. 5540/68, segundo Sousa (2008) “que viria a ser a espinha dorsal da Reforma
Universitária”. O mesmo autor segue afirmando que essa lei impulsionou a privatização, criou
a estrutura departamental, inseriu do vestibular como método de inserção na educação
Segundo Sousa (2008) um dos resultados da Reforma Universitária foi a extinção das
cátedras, institucionalização do tripé: ensino, pesquisa e extensão além do estabelecimento de
uma carreira docente. A expansão da rede de ensino superior privada, com o objetivo de
ofertar o acesso à educação superior aos alunos que não conseguiram vagas nas instituições
públicas foi outro resultado alcançado pela Reforma.
Cerca de 10 anos da publicação da primeira LDB uma nova viria a ser publicada. A
LDB Nº 5.692/71 surgiu no contexto da Ditadura Militar, não oferecendo mudanças com
relação a educação superior brasileira, sua publicação modificou a estrutura da educação
básica no país. No Art. 1º, a nova LDB transforma (fundindo) o ensino primário e ginasial em
1º grau e o ensino médio em 2º grau além estabelecer o objetivo geral do ensino de 1º e 2º
grau.
Com relação a organização, atualmente a LDB 9.394/96 diz que no Brasil a educação
superior é ministrada em Instituições de Ensino Superior (IES), sejam elas públicas ou
privadas (universidades, faculdades, institutos tecnológicos, etc.). Deste modo, a LDB
9.394/96, em seu Art. 52, conceitua universidade como instituição pluridisciplinar de
formação de “quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e
cultivo do saber humano”.
Ainda quanto aos/as profissionais docentes, o Art. 67, trata da valorização desses/as
profissionais, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do
magistério público: ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos;
aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado 461
para esse fim; piso salarial profissional; progressão funcional baseada na titulação ou
habilitação, e na avaliação do desempenho; período reservado a estudos, planejamento e
avaliação, incluído na carga de trabalho; condições adequadas de trabalho.
Vinculadas a essas políticas educacionais com lógica mercantil, existe uma massa de
trabalhadores sedentos por qualificação profissional para além da graduação. No tocante aos
cursos de pós de graduação tem-se a lógica inversa, pois o número de matrículas é maior nas
instituições federais e estaduais, como nos diz Soares:
REFERÊNCIAS
465
RESUMO
Somos uma sociedade machista e a nossa ciência não está livre dessa marca, como também a filosofia,
a arte e o esporte. No passado havia pouca participação de mulheres nas atividades científicas. Era
vergonhoso para uma mulher estudar matemática. Neste trabalho olharemos para o passado distante:
século VI a.C., época da escola de Pitágoras; século IV d.C., para a grande Alexandria; passaremos
rapidamente pelos séculos seguintes até chegamos aos séculos XVIII e XIX. Vamos resgatar a história
de algumas mulheres dessas épocas, procuraremos compreender seu contexto histórico, suas lutas e
suas conquistas. Queremos colaborar na compreensão das relações entre gêneros e ciências e auxiliar
na educação matemática, ajudando os alunos a compreenderem a matemática como uma criação
humana e desmistificando a irrelevante crença de que a ciência e a matemática são territórios
exclusivamentes masculinos. Fizemos um levantamento histórico, por meio de pesquisa bibliográfica e
na internet e descobrimos mulheres corajosas que superaram barreiras, lutando pelos seus ideais,
mostrando a verdadeira capacidade e poder do intelecto feminino, defendendo seu gênero em
totalidade. Deixando nítido que sua força de vontade e persistência logrou contribuições para a ciência
e a sociedade e não por ser homem ou mulher.
PALAVRAS-CHAVE: Preconceitos, Contribuições Matemáticas; Mulheres Matemáticas.
Society is largely composed of sexist mentality, where machismo is present in science, philosophy, art
and sport. In the past, scientific activities were attended by few women, and it was shameful for a
woman to study mathematics. Seeking to collaborate with understanding the relationship between
gender and science, assist in mathematics education, help students understand mathematics as a human
creation and demystify irrelevant belief that science and mathematics are exclusively male field, this
paper exposes a historical approach - from the sixth century BC (school of Pythagoras); fourth century
AD (to the great Alexandria), until the eighteenth and nineteenth centuries, approaching the historical
context, struggles and achievements of some female mathematicians of those times. Through a
bibliographical survey researched in printed publications and in the World Wide Web, it were
discovered courageous women who overcame barriers, fought for their ideals, showed the true
capacity and power of the feminine intellect, contributing with a science regardless of gender.
KEYWORDS: Prejudice; Mathematical Contributions; Female Mathematicians.
RESUMEN
Somos una sociedad machista y nuestra ciencia no está libre de esa marca, sino también la filosofía, el
arte y el deporte. En el pasado había poca participación de mujeres en las actividades científicas. Era
vergonzoso para una mujer estudiar matemáticas. En este trabajo miraremos hacia el pasado lejano:
siglo VI a. C., época de la escuela de Pitágoras; siglo IV d.C., para la gran Alejandría; pasaremos
rápidamente por los siglos siguientes hasta llegar a los siglos XVIII y XIX. Vamos a rescatar la 466
historia de algunas mujeres de esas épocas, trataremos de comprender su contexto histórico, sus luchas
y sus conquistas. Queremos colaborar en la comprensión de las relaciones entre géneros y ciencias y
auxiliar en la educación matemática, ayudando a los alumnos a comprender las matemáticas como una
creación humana y desmitificando la irrelevante creencia de que la ciencia y las matemáticas son
territorios exclusivos masculinos. En el caso de las mujeres, la mayoría de las veces, la mayoría de las
veces, la mayoría de las veces, la mayoría de las veces, Dejando nítido que su fuerza de voluntad y
persistencia logró contribuciones para la ciencia y la sociedad y no por ser hombre o mujer.
PALABRAS CLAVES: Preconceptos, contribuciones matemáticas; Mujeres Matemáticas.
INTRODUÇÃO
No passado, essa situação era mais grave, pois “era vergonhoso para uma mulher
estudar matemática. Algumas eram proibidas não só pela sociedade – pelo simples fato de
serem mulheres e não terem direito de freqüentar universidades – mas também pelos pais, já
que a matemática era conhecida como ciência de homens”. (SOUSA, 2006, p. 1).
Os séculos XV, XVI e XVII foram marcados por diversos eventos e mudanças na
sociedade que possibilitaram o surgimento da Ciência Moderna. Leta fala que as mulheres
deste período,
Ela fala da importância deste período para a elaboração da ciência no molde atual e da
pouca participação de mulheres que, quando estavam presentes, eram aristocratas que
exerciam a função de interlocutoras e tutoras de filósofos naturais experimentalistas.
Um dos objetivos deste trabalho é mostrar que mesmo com muitas dificuldades
tivemos grandes mulheres corajosas que participaram na construção da matemática,
enfrentando o mundo e deixando sua marca registrada nessa ciência.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste trabalho olharemos para o passado distante: século VI a.C., época da escola de 468
Pitágoras; século IV d.C., para a grande Alexandria; passamos rapidamente pelos séculos
seguintes até chegamos aos séculos XVIII e XIX. Vamos resgatar a história de algumas
mulheres dessas épocas, procuraremos compreender seu contexto histórico, suas lutas e suas
conquistas.
Por se tratar de uma pesquisa histórica, também está presente o método histórico.
Prodavov e Freitas esclarecem que
Século VI a.C.
Theano De Crotona
Theano foi considerada uma mulher modelo para as demais mulheres: mãe, esposa e
filósofa. Escreveu vários tratados sobre matemática, física e medicina, sendo uma das
precursoras da investigação científica.
Uma das características da Escola Pitagórica era que todos os trabalhos levavam o
nome de Pitágoras. Além disto, os originais de tais trabalhos já não mais existem, e as
informações se devem aos escritores Platão e Heródoto. Sendo assim fica difícil ter a certeza
da autoria de certos trabalhos. Apesar disto atribui-se a Theano uma biografia de Pitágoras,
um teorema sobre o “número de ouro”, várias contribuições à teoria de números, à teoria dos
poliedros regulares, à cosmologia, à origem do Universo, à Física, à Medicina, à Psicologia
Infantil e um trabalho intitulado Sobre a Misericórdia.
Após a morte de Pitágoras, em uma revolta, Theano, com a ajuda de sua filha Damo,
foi para o exílio levando consigo uma grande parte dos escritos de seu marido. A partir daí
comandou a Comunidade Pitagórica e se dedicou a expandir seu próprio conhecimento
matemático e filosófico. Ela e suas filhas também se destacaram como médicas (lembrando
que, para os pitagóricos, o corpo humano era uma cópia em miniatura do universo).
Século IV d.C.
O centro de propagação de conhecimentos dos primeiros três séculos da fase cristã foi
a tão conhecida biblioteca de Alexandria. Esta biblioteca reunia os conhecimentos do Egito,
do Norte da África, do Oriente Médio, de Atenas e de Roma, sendo, durante cerca de 940
anos (283 a.C. - 641 d.C.), a maior e mais rica biblioteca do mundo. A cidade de Alexandria
foi criada por Alexandre, o Grande (que teve Aristóteles como tutor), e a biblioteca floresceu
sob a dinastia Ptolemaica do Egito e sob os primeiros séculos da dominação Romana.
Nessa época, existia-se uma divisão sócio-jurídica e moral das mulheres: mulheres
cidadãs, escravas e estrangeiras. Aquelas que eram filhas de pais cidadãos possuíam o caráter
jurídico de cidadãos e eram livres, porém sem direitos políticos, além disso, eram as únicas
dentre as outras que podiam um dia se tornar esposas legítimas e dessa forma recebiam
educação voltada para tornarem-se boas esposas. Como afirma Nikos Vrissimtzis (2002,
p.34), “O mundo da mulher era sua casa e sua família. Em sua casa era soberana e absoluta
como mãe, era respeitada não só pelo seu marido, mas por todos os demais”.
Foi nesse contexto histórico que surgiu umas das primeiras e mais importante mulher a
realizar trabalhos na área das ciências exatas e que dedicou seu tempo também para ter
conhecimentos em medicina e filosofia, Hipácia de Alexandria.
Após Hipácia a história se silencia por cerca de doze séculos sobre a existência de
mulheres matemáticas.
Nessa época, existiram algumas mulheres nobres que demonstraram interesse pela
matemática, vamos citar algumas delas e alguns de seus renomados professores (coisa de dar
473
Século XVIII à XIX
A ciência tomou novo rumo nessa época, baseada no cálculo que Newton e Leibniz
inventaram. Já se tinha uma forma mais rigorosa e eficiente de explicar vários fenômenos da
natureza, através dos conceitos de derivadas e integrais, e para as mulheres terem acesso a tais
conhecimentos, dependiam se fossem esposas ou filhas de algum homem da ciência, assim,
podiam se dedicar aos trabalhos de suporte da ciência, tais como, cuidar das coleções, ilustrar
ou traduzir os experimentos e textos.
O século XIX foi marcado por ganhos modestos no acesso de mulheres às atividades
científicas, como a criação de colégios de mulheres, mesmo assim, elas permaneceram às
margens de uma atividade que cada vez mais se profissionaliza.
Nascida em Paris em 1776, Sophie logo se interessou pela matemática, mas seus pais
logo a desestimularam, inicialmente proibindo-a de estudá-la e, depois, impondo-lhe castigos
diante da desobediência. Mas foi inútil, porque a jovem, ás escondidas em seu quarto,
devorava todos os livros matemáticos que conseguiu obter na biblioteca de seu pai e em
outras fontes. Impedida por ser mulher, de cursar École Polytechnique, ela assistia as aulas do
lado de fora, ouvindo pelas janelas e portas entreabertas as explicações que os professores
davam aos rapazes. Alguns deles compreendendo-a e apoiando-a em seus esforços, passavam-
lhe as anotações das aulas e assim ela foi percorrendo seu árduo caminho rumo a matemática
superior. Logo seus conhecimentos tornaram-se muito grandes e ela começou a ser notada.
Certa vez, sabendo de seu interesse pelas ciências exatas, o astrônomo Joseph Jerôme de 474
Lalande recomendou-lhe que lesse seu livro Astronomie des Dames, muito popular por
fornecer às mulheres explicações elementar sobre os astros. Aos 21 anos, a indignada Sophie
respondeu que já havia lido a Exposition du Système du Monde, profunda obra de Laplace,
publicada um ano antes. Assim que começou a fazer descobertas próprias, Sophie passou a
assinar seus trabalhos sob o pseudônimo masculino Antone Leblanc. Depois de enviar alguns
deles ao grande Lagrange e obter, em resposta, efusivos cumprimentos, Sophie, consciente de
seu talento, decidiu arriscar-se ao voo mais alto possível: escreveu para Gauss, sempre
escondendo sua verdadeira identidade. Entre outras coisas, ela apresentou ao Príncipe dos
Matemáticos comentários sobre alguns tópicos da Disquisitiones Arithmeticae e fez
generalizações e extensões naquela que é considerada uma das maiores obras matemáticas de
todos os tempos. Gauss impressionou-se com o talento de “Monsieur Leblanc” e assim teve
início uma troca de correspondências onde, não raro, o alemão fazia sinceros elogios “ao
jovem matemático francês”. Também sob pseudônimo, Sophie ganhou um prêmio na
Academia Francesa de Ciências, por sua análise da natureza das vibrações em placas elásticas.
Mas, um dia, a verdade veio a público e “Monsieur Leblanc” foi desmascarado. Temerosa da
reação de Gauss, ela escreveu-lhe pedindo que o fato não a privasse “da honra recebida do
senhor sob nome emprestado e que o senhor dedique alguns minutos para mandar notícias
suas”. A resposta de Gauss, compreendendo tudo o que ela havia passado para chegar aonde
chegara, foi generosa e amiga. Inicialmente, declarou-se atônito ao ver “M. Leblanc
metamorfosear-se” em Sophie Germain para, em seguida, dizer:
Outra mulher de destaque, perante os preconceitos e princípios do século XIX, foi Ada
Lovelace.
475
No entanto, Ada não foi reconhecida durante seu tempo de vida. Seu reconhecimento como
pioneira da computação só surgiu após Alan Turing, conhecido como pai da computação
moderna, ter feito referência a seu trabalho. Espera-se que um dia o legado de Ada Lovelace
seja claramente divulgado e reconhecido para que haja a transmissão às novas gerações,
através de filmes ou livros, séries ou jornais, o importante é fazer com que através disso torne-
se maior a participação feminina nas grandes e pequenas empresas de tecnologia como o
facebook, microsoft, google, twitter que em parte dessas empresas, mais que 50% dos 476
funcionários são do sexo feminino, porém não chegando a 20% os que estão designadas ao
foco tecnológico.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
477
ALVES, J. E. D. Hipátia de Alexandria e o dia Internacional da Mulher. Revista será? Penso,
Logo Duvido. 2015. Disponível em: <http://revistasera.ne10.uol.com.br/hipatia-de-alexandria-
e-o-dia-internacional-da-mulher-jose-eustaquio-diniz-alves/>. Último acesso em 10 de julho
de 2017.
BOYER, C.B. História da matemática. Trad. Elza F. Gomide. 3. ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 1974.
HALL, N.; JONES, M.; JONES, G. A vida e o trabalho de Sophie Germain. Gazeta da
Matemática. 2004. Número 146. Disponível em: <http://gazeta.spm.pt/getArtigo?gid=89>.
Último Acesso em 11 de julho de 2017.
LOPES, M. M. “Aventureiras” nas ciências. Refletindo sobre gênero e história das ciências
479
RESUMO
O Contexto de Situação da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF) acomoda as Metafunções
Ideacional, Interpessoal e Textual. No escopo da Metafunção Textual, a oração é considerada como
mensagem, sempre constituída por um Tema e um Rema. Os processos de rematização são tratados
pela Linguística Textual (LT). Conforme essa teoria, a sintonia entre tema e rema favorecem o
processo de coesão, no âmbito do texto. Com base na categorização do Tema e Rema pelas citadas
teorias, este artigo se propõe em analisar a semântica funcional dessas categorias, com base na
identificação nas informações dadas e novas em redações do ENEM 2017. Propomo-nos em
identificar o percentual de ocorrências das informações presentes na proposta, que remetem ao Tema,
e das informações agregadas pelo candidato, que caracterizam o Rema na redação. As redações
selecionadas para esta pesquisa receberam nota 1.000 no ENEM 2017 e são de domínio público. A
análise evidencia os pontos de conexão entre as categorias da LSF e da LT, estando a primeira situada
no âmbito da oração, enquanto a segunda se expande ao texto, de modo que ambas exploram as
informações dadas e novas em redações do ENEM como critérios, para efeito de pontuação.
PALAVRAS-CHAVE: Tema/Rema; Linguística Sistêmico-Funcional; Linguística Textual.
ABSTRACT
The Situational Context of Systemic-Functional Linguistics (LSF) accommodates Ideational,
Interpersonal and Textual Metafunctions. In the Textual Metafunction scope, sentence is considered as
a message, always consisting of a Theme and a Rema. The rematization processes are treated by
Textual Linguistics (LT). According to this theory, the harmony between theme and rema favors the
cohesion process, within the scope of the text. Based on the categorization of Theme and Rema by the
aforementioned theories, this article proposes to analyze the functional semantics of these categories,
based on the identification in the information given and new in essays of ENEM 2017. We propose to
69
Doutoranda em Letras do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, Campus de Pau dos ferros; Mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Pau dos Ferros; Professora efetiva de Língua Portuguesa da educação básica da rede pública
estadual do Ceará.
identify the percentage of occurrences of information present in the proposal, which refer to the
Theme, and the information aggregated by the candidate, which characterize the Rema in the essay.
The selected essays for this survey received a grade of 1.000 in ENEM 2017 and are of public domain.
The analysis shows the points of connection between the categories LSF and LT, the first being placed
within the scope of the sentence, while the second expands to the text, so that both explore new and
given information in the ENEM essay as criteria, for punctuation effect.
KEYWORDS: Theme/Rema; Systemic-Functional Linguistics; Textual Linguistics.
480
TEMA Y REMA: CATEGORÍAS SIMILARES DE LA LINGÜÍSTICA
SISTÉMICO-FUNCIONAL Y DE LA LINGÜÍSTICA TEXTUAL EN
DISTINTOS CONTEXTOS
RESUMEN
El Contexto de Situación de la Lingüística Sistémico-Funcional (LSF) acomoda las Metafunciones
Ideacional, Interpersonal y textual. En el ámbito de la Metafunción textual, la oración es considerada
como un mensaje, siempre constituido por un tema y un rema. Los procesos de reasignación son
tratados por la Lingüística textual (LT). Conforme a esta teoría, la sintonía entre tema y rema favorece
el proceso de cohesión, en el marco del texto. Con base en la categorización del Tema y Rema por las
citadas teorías, este artículo se propone analizar la semántica funcional de esas categorías, con base en
la identificación en las informaciones dadas y nuevas en redacción del ENEM 2017. Nos proponemos
identificar el porcentaje de ocurrencias de las informaciones presentes en la propuesta, que remiten al
Tema, y de las informaciones agregadas por el candidato, que caracterizan al Rema en la redacción.
Las redacciones seleccionadas para esta encuesta recibieron nota 1.000 en el ENEM 2017 y son de
dominio público. El análisis evidencia los puntos de conexión entre las categorías de la LSF y de la
LT, estando la primera situada en el ámbito de la oración, mientras que la segunda se expande al texto,
de modo que ambas explotan las informaciones dadas y nuevas en redacción del ENEM como
criterios, para el efecto de puntuación.
PALABRAS CLAVE: Tema / Rema; Linguística Sistémico-Funcional; Linguística textual.
INTRODUÇÃO
A Linguística Sistêmico-Funcional
Para Fuzer e Cabral (2010, p. 129), a “[...] estrutura está constituída na gramática da
língua e ocorre no nível da oração.” A(s) oração(ões) se encontra(m) situada(a) em textos, dos
quais o pesquisador seleciona trechos para análise.
A informação nova, por sua vez, remete ao desconhecido, àquilo que não é previsível
nem é passível de recuperação pelos interlocutores. Os textos são constituídos por
informações dadas e novas, visto que informações são retomadas e outras são constantemente
inseridas no discurso.
definido pelo falante para produção do enunciado. É esse componente o responsável pela
seleção dos elementos que garantem a progressão da informação, seja em um movimento
indutivo ou dedutivo. O lugar ocupado pelo Tema na oração é sempre a parte inicial, já que
constitui o ponto de partida da mensagem.
distinto de sujeito, esse é denominado como uma realização marcada, pois coloca em posição
de evidência o componente sujeito da oração.
A Linguística Textual
O fato de o nosso objeto de estudo ser constituído por redações do ENEM favorece a
conexão entre a definição de texto apresentada pela LT e o gênero que será analisado, visto
que o domínio específico da estrutura do gênero não se apresenta como suficiente para que o
estudante produza argumentos que dialoguem com a tese e contribuam com a coerência do
recorte adotado pelo candidato na produção da redação.
A ampliação das pesquisas contribui para que Koch e Elias (2016, p. 54) reconheçam
que “a coesão não é condição necessária nem suficiente da coerência”, por ser construída em
situação de interação, constituindo um fenômeno semântico, relacionado às “macroestruturas
textuais profundas.” A coerência, por situar-se em um nível macroestrutural, trata da interação
dos interlocutores, extrapolando os limites do texto escrito, situando-se em uma dimensão 484
mais ampla.
METODOLOGIA
Selecionamos três redações do ENEM 2017, que obtiveram nota mil, para serem
analisadas. O critério de seleção das redações versa sobre a disponibilidade dos textos em
ambiente de domínio público.
provenientes de duas teorias: com base na LSF, analisaremos o Tema e o Rema de orações de
cada parágrafo; da LT adotaremos os processos de rematização para categorizar as
construções nos trechos selecionados.
O espelho das três redações selecionadas para análise está disponível nos anexos desta
produção, como também a transcrição, que foram copiadas do site indicado nas referências.
486
ANÁLISE DE DADOS
A utilização do referencial teórico da LSF tem servido como suporte à parte das
pesquisas situadas no âmbito da LT. Essa pesquisa se caracteriza pela análise do mesmo
fragmento, adotando categorias das citadas teorias linguísticas.
O critério geral apresentado pela LSF para identificação do Tema e do Rema aponta
que o primeiro se refere ao previsível, que em sintonia com os critérios adotados para esta
pesquisa corresponde às informações e/ou dados retirados da proposta de redação. Já o
segundo elemento constitui a informação nova, que correspondem às informações que o
candidato agrega à produção.
Exemplo 1
REMA TEMA
[...] o realista Machado de Assis expõe [...] a maneira como a sociedade brasileira
trata os deficientes.
Com base nas categorias propostas pela LT, o trecho destacado constitui um caso de
Tematização, visto que as informações constantes no início da oração tratam da obra literária
Memórias Póstumas de Brás Cubas, que não estão presentes na proposta de redação, 487
Exemplo 2
TEMA REMA
Esse panorama suscita ações mais efetivas tanto do Poder Público quando das
nefasto instituições formadoras de opinião [...].
Exemplo 3
TEMA REMA
Exemplo 4
TEMA REMA
Exemplo 5
REMA TEMA
A definição do Tema deste parágrafo, com base na LSF, consiste na identificação da 489
informação dada, que constitui a segunda parte da oração. O Rema trata da fragilidade do
sistema educacional brasileiro, como uma situação macro, e se encontra na parte inicial da
oração, colocando em evidência o problema.
Com base na LT, observamos mais uma ocorrência do processo de Tematização, pois
as limitações do sistema educacional brasileiro, que constitui uma informação relevante,
ocupa o início da oração.
Exemplo 6
TEMA REMA
O Tema é constituído pelo sujeito “os deficientes auditivos”, enquanto o Rema trata de
modo geral dos desafios enfrentados por esse grupo ao longo da vida.
Exemplo 7
TEMA REMA
[...] o Estado construa mais escolas para deficientes auditivos em municípios mais
afastados de grandes centros [...]
Exemplo 8
REMA TEMA
O Poder Público, que constitui o Tema se encontra posposto ao Rema, que trata da
garantia de uma formação educacional adequada aos deficientes auditivos.
Acreditamos que a presença desse tipo de construção pode ser relacionado ao perfil
dos candidatos, pois analisamos redações de concludentes ou egressos do Ensino Médio, que
dominam a variação culta padrão do Português brasileiro.
candidatos que tiveram suas redações analisadas, pois se situam em uma faixa de domínio
ampliado da norma culta padrão, já que obtiveram nota mil na redação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Supomos que o nível de construção identificado na análise de dois exemplos de cada 491
unidade retórica realizada com base em orações retiradas de três redações que no ENEM 2017
alcançaram a nota mil não é recorrente nas produções dos candidatos, visto que adotamos
como referência amostras das produções realizadas pelos candidatos que consolidaram
habilidades relativas ao domínio da norma culta padrão do Português brasileiro.
Consideramos oportuno que outras pesquisas possam ser desenvolvidas a partir dos
resultados identificados, explorando redações de candidatos que obtiveram médias variáveis
no Exame, com base nas contribuições teóricas da LSF e LT, para confirmar ou contestar a
declaração apresentada a título de conclusão de que a inversão das categorias Tema e Rema,
ou mesmo a exclusão de uma dessas ocorre com mais frequência em redações produzidas por
candidatos que apresentam um nível de domínio mais amplo da norma culta padrão. A mesma
indicação se aplica à suposição de que ao analisarmos redações de candidatos que obtiveram 492
médias variáveis iriamos identificar ocorrências dos processos de rematização vazia e
circular, visto que nos textos analisados somente foram identificadas ocorrências de
Tematização e Rematização plena.
REFERÊNCIAS
493
494
RESUMO
ABSTRACT
The present work proposes to discuss and analyze the importance of the supervised internship for the
recognition of the pedagogical work, seeking to relate theory and practice, since, one should
complement the other and both help for the better development of the work in the classroom and in the
construction of knowledge. The realization of this work is divided into two stages; the observation and
the pedagogical intervention, mediated by the theoretical studies in room and bibliographical survey. it
was developed in a municipal day care center in the city of São João do Rio do Peixe – PB, in a room
with students in the age group of three years old. Having as main objective, to analyze the importance
of the discipline of supervised internship for the teacher training. The results point to the need to
reexperience our practices, understanding that we must always be renewing ourselves to favor the
development of students, seeing that practice often distances itself from theory.
RESUMEN
El presente trabajo se propone discutir y analizar la importancia del estadio supervisado para
el reconocimiento del trabajo pedagógico, buscando relacionar teoría y práctica, una vez que,
495
una debe complementar la otra y ambas auxilian para el mejor desarrollo del trabajo en el aula
y, en la construcción del conocimiento. La realización de este trabajo está dividida en dos
etapas; la observación y la intervención pedagógica, mediados por los estudios teóricos en
sala y levantamiento bibliográfico. Fue desarrollado en una guardería municipal en la ciudad
de São João do Rio do Peixe - PB, en una sala con alumnos en el grupo de edad de tres años
de edad. Con el objetivo principal, analizar la importancia de la disciplina de Etapa
Supervisada para la formación docente. Los resultados apuntan a la necesidad de repesar
nuestras prácticas, entendiendo que necesitamos estar siempre renovándonos para favorecer el
desarrollo de los alumnos, viendo que a menudo la práctica se aleja de la teoría.
PALABRAS CLAVE: Etapa; Educación Infantil; Enseñanza.
INTRODUÇÃO
O estágio ocorreu em uma creche municipal, tendo como período de observação do dia
dois a nove de agosto de dois mil e dezesseis, e o período de intervenção pedagógica do dia
vinte e dois de agosto ao dia doze de setembro de dois mil e dezesseis na cidade de São João
do Rio do Peixe/PB. O desenvolvimento do estágio ocorreu em uma sala com alunos na faixa
etária de três anos de idade no turno da tarde.
Podemos enfatizar que o estágio é importante para nós, bem como, para todos os
discentes do curso de Pedagogia, pois nos prepara para entrarmos em uma sala de aula com a
competência para ensinar e tentar lidar com os problemas e desafios que com certeza iremos
encontrar no exercício da docência.
É no estágio que muitos entram, pela primeira vez, em contato com a Educação
Infantil, obtendo a oportunidade de observar a rotina de uma sala e ver o que as crianças
devem aprender nesta faixa etária, o contato com as letras, entre outros conteúdos, bem como,
as formas de trabalhá-los, para uma melhor contribuição no processo de ensino-aprendizagem
e muitas outras etapas que serão fundamentais para seu bom desenvolvimento integral. Esta é 496
Com o objetivo de adquirir mais conhecimentos acerca do estágio, vimos que este nos
proporciona a troca de experiências e essa troca é importante para que nós, enquanto
discentes, consigamos colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de
graduação. Nesta perspectiva, abordaremos o tema: a teoria e a prática como mediação do
conhecimento, apresentando as dificuldades, a satisfação e os benefícios de se trabalhar na
Educação Infantil, considerada uma fase importante para o desenvolvimento da criança.
A observação no estágio é uma fase crucial, pois é a partir dela que vemos como
devemos planejar o que trabalharemos durante a intervenção pedagógica e uma vez que
observamos como cada criança se comporta, em determinadas atividades, conseguimos
planejar, visando contemplar a integralidade da turma, bem como, as particularidades de cada
criança. Assim, “Para planejar o trabalho na Educação Infantil é importante conhecer o grupo
de crianças, seus interesses, seu desenvolvimento, o grau de autonomia que elas têm para
resolver problemas diversos, as características próprias de cada faixa etária”. Oliveira (2012,
p. 44).
outras fases da vida acadêmica. Diante disso, em todo o percurso do estágio, trabalhamos com
ações sustentadas nas teorias estudadas, pois acreditamos que apesar de a prática ensinar
muito, precisamos de teorias para nos orientar nas tomadas de decisões.
e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara um estado interior fértil, facilita os
processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento”.
Posteriormente, seguindo toda a rotina trabalhamos a letra “E”, que junto dela,
levamos com o seu próprio dedo para manuseá-la no ar fazendo o formato da letra, mostramos
a letra E; entregamos a letra para que tivessem contato direto com ela, assim uma atividade de
fixação para que identificassem apenas os desenhos que tinham a letra e pintá-las, entregamos
a cada criança o gorro do saci o que chamou, ainda, mais a atenção para a história. Para
finalização as atividades, foram confeccionadas as máscaras do saci.
Já no dia seguinte utilizamos a letra “I” para trabalhar a coordenação motora fina,
usando o macarrão para que eles ligassem os desenhos que começavam com a respectiva letra,
a letra era direcionada, colocando com cola o macarrão. Essa atividade atrai a atenção das
crianças, levando-as a se concentrarem na execução, ajudando não só na coordenação motora,
mas desenvolvendo novas habilidades e técnicas, os levando a sentirem prazer naquele
momento da atividade.
aspecto essencial na Educação Infantil, no qual está entrelaçado com a saúde, a qualidade de
vida e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Por meio do cuidar a criança pode conhecer as mais variadas formas de higiene que
lhe proporciona conforto, desenvolvendo inúmeras habilidades que a higienização requer.
Diante da importância da higiene e a partir da proposta da semana, levamos as crianças a
compreenderem o que é a higiene, reconhecer os objetos que são usados na higienização,
trabalhando cada dia um subtema dentro da temática; levando-as a conhecer o que é a higiene
corporal, bucal, alimentar, e o que pode causar nas pessoas se elas não fizerem uma boa
higienização.
Realizamos o reconhecimento dos objetos utilizados para obtermos uma boa higiene,
proporcionando o recorte e colagem de figuras relacionadas ao tema, mostrando a importância
do cuidado com o corpo, acompanhando, minuciosamente, o desenvolver deles e a atenção na
hora da concretização da atividade.
Essa atividade é importante para fazer com que as crianças compreendam como lavar
as mãos, e a dar sequência na prática da higiene. Assim como nos apontas os PCN’s (1997, p.
33) quando diz que “A higiene das mãos constitui-se um recurso simples e eficiente entre as
atitudes e procedimentos básicos para a manutenção da saúde e prevenção de doenças.”
Ainda nesta semana trabalhamos a higiene alimentar que tinha como ponto de partida
levar os alunos a fazerem a higienização dos alimentos antes do consumo, começamos a
questioná-los sobre o que seria a higiene alimentar, mostrando a importância desse ato antes
de qualquer refeição. Explicando como lavar os alimentos, trabalhando na perspectiva de
levá-los a prática, expondo os alimentos para que fossem lavados, sendo uma atividade
executada individualmente. Ao término, propomos a confecção de um cartaz coletivo,
juntando-se em grupos para identificarem os alimentos e em seguida fazer a colagem
coletivamente, promovendo a interação e participação de todos.
Sabendo das doenças que são causadas pela má higienização ou por falta dela, por
último falamos um pouco sobre o que acontece quando não cuidamos bem do nosso corpo,
dos dentes, dos alimentos que ingerimos e concretizamos esses momentos com a
demonstração de diversas imagens para que identificassem quais seriam as relacionadas à
higiene, e logo após confeccionamos um jogo da memória.
Decorrente a esse trabalho com a higienização, vale ressaltar que nesse processo
educativo se faz necessário ter a participação da família, para que dessa forma, o que se é
trabalhado na Educação Infantil possa ser compartilhado, promovendo tanto para a escola,
alunos, quanto com os pais, uma reflexão acerca dos hábitos de higiene. O trabalho da escola,
juntamente com o professor, precisa acontecer com o intuito de suprir essa falta de
higienização. Dessa maneira, as atividades ministradas com os alunos foram significativas,
trazendo conhecimentos novos e proporcionando às crianças o desenvolvimento de novos
cuidados consigo mesmo.
Diante do tema central trabalhamos, inicialmente, a Arte Musical, tendo como objetivo 502
A forma que trabalhamos causava nas crianças curiosidade, vontade de participar, e ali
adquiriram novas experiências, sensações e sentimentos, pois na arte as atividades tinham um
caráter lúdico, seguido de momento de prazer, socialização e troca de experiências. Neste
sentido, trabalhamos, trazendo algo educativo, mas que não deixasse de ser lúdico, criativo,
na qual usassem a imaginação. A cada aula ministrada, planejada levávamos algo novo, que
os fizesse sonhar, imaginar, inventar e se sentirem abertos para se expressarem nas diversas
formas que atuamos em conjunto com a turma.
Vejamos como é importante levar a criança a ser um indivíduo que usa sua
imaginação, criatividade e emoção. É por meio desses aspectos que estão implícitos no ato de
ensinar, que podemos conhecer melhor a criança e a sua realidade fora do ambiente escolar. E
assim na regência buscamos despertar esse lado que para muitos era novo, e dessa forma,
conhecemos um pouco de cada um.
A indagação feita por Duarte nos mostra que a Arte é fundamental na vida da criança,
conduzindo-a a ser despertada diariamente, ajudando no seu desenvolvimento cognitivo e
emocional. Para as crianças a atividade artística não é um mero momento de fazer coisas, mas
é uma etapa primordial, na qual estão, por meio do desenho, da dança, do teatro, da música
um sentido para tudo aquilo que vivenciam cotidianamente. Assim, a Arte entra com um
papel libertador, que proporciona a comunicação da criança consigo mesma e com os colegas.
Devemos enfatizar que o professor em vez de decidir pela criança como deve colorir
um desenho, dizer se está bem organizado ou não; bonito ou feio, ele deve levar a criança a
conhecer os variados materiais que elas podem ter acesso, mostrando como utilizá-los para
que a Arte aconteça, sem deixar de respeitar o que foi criado.
Logo, o autor descreve uma realidade muito próxima, pois mesmo que se defenda o
ensino da Arte, sabendo da sua importância, contribuição para o desenvolvimento da criança,
todo o desenvolvimento dos alunos não deve estar centralizado somente nessa expectativa, 504
CONSIDERAÇÕES
O estágio nos possibilita repensar nossas práticas, entender que precisamos estar
sempre nos renovando e renovando nossas metodologias, na tentativa de atender a todos,
considerando as mudanças sociais que vão acontecendo no decorrer de nossa vida
profissional. E considerando, principalmente, que as crianças já chegam à sala com uma
bagagem de vivências, trazida de sua vida pessoal, com sua família, com a comunidade ou
com a ausência dela.
Assim, apesar das dificuldades encontradas, o estágio foi muito importante para nossa
formação, pois foi possível percebermos e sentirmos o impacto da teoria com a prática, e
entender mais sobre o que é ser professor. Entendendo que é preciso ajudar o aluno no seu
processo de desenvolvimento integral, dando-lhe a oportunidade de crescer e de se reconhecer
como um indivíduo de direitos. 505
REFERÊNCIAS
DUARTE JR, J. F. Como a Arte Educa. Fundamentos Estéticos da Educação. Campinas, SP:
Papirus, 1998.
506
RESUMO
A prática da avaliação na escola ainda hoje se apresenta com sua face seletiva e excludente e
resistente a inovações no processo pedagógico. A escola precisa amadurecer o olhar sobre a
avaliação formativa com o objetivo de adotá-la nas suas práticas cotidianas. Essa tarefa exige
o envolvimento docente, o trabalho em grupo e a coragem de avaliar e se autoavaliar
constantemente com o objetivo de melhorar as práticas docentes. Autores como Luckesi
(2011), Hoffmann (2005), Perrenoud (1999), Rays (2007), dentre outros, defendem a prática
da avaliação formativa como estratégia de construção de uma escola mais acolhedora,
democrática e inclusiva por se dispor a se questionar continuamente e buscar o
aprimoramento de suas práticas.
Palavras-chave: Educação. Prática docente. Avaliação. Processo.
ABSTRACT
The practice of evaluation in the school still presents itself with its selective and exclusive
face and resistant to innovations in the pedagogical process. The school needs to mature its
gaze on formative evaluation with the aim of adopting it in its daily practices. This task
requires the involvement of teachers, group work and the courage to evaluate and self-
evaluate constantly in order to improve teaching practices. Authors such as Luckesi (2011),
Hoffmann (2005), Perrenoud (1999) and Rays (2007), among others, defend the practice of
formative evaluation as a strategy for building a more welcoming, democratic and inclusive
school by being willing to question continuously and seek to improve their practices.
Keywords: Education. Teaching practice. Evaluation. Process.
70
Professor da rede estadual de ensino do Estado do Ceará. Graduado em Letras. Especialista em Ensino da
Língua Portuguesa. Mestre em Gestão e Avaliação da Educação Pública pela UFJF. Mestrando em Linguística
pela UFRN. robertoclaudiobento@yahoo.com.br
RESUMEN
INTRODUÇÃO
A avaliação deve ser abrangente e estar imbricada nos processos didáticos que se
desenvolvem cotidianamente em sala de aula. Ao passo que o professor desenvolve parte de
um programa de estudos com os alunos em sala, ele deve estar desenvolvendo olhares
avaliativos paralelamente a esse processo, fazendo os registros necessários a uma reflexão
sistemática em um momento posterior, preferencialmente em grupo, com os demais
professores da turma, buscando construir uma visão integral da aprendizagem dos alunos e
dos percursos individuais com o objetivo de conhecer cada aluno, seus progressos e
dificuldades, e zelar para que eles continuem aprendendo, como defende Hoffmann (2007).
É necessário que o professor compreenda que a avaliação não tem como função a
classificação ou exclusão do aluno, mas a inclusão dentro do processo previamente planejado
pela escola, tendo em vista os objetivos e metas a serem alcançados, os quais devem estar
pautados em uma visão de aprendizagem enquanto mudança de comportamento, através do
desenvolvimento das habilidades do aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer e
aprender a conviver.
Um outro aspecto a ser observado em relação à avaliação é que ela deve fornecer
instrumento para reflexão e compreensão do professor sobre a progressão das aprendizagens
dos alunos, as quais devem ser administradas pelo professor através de uma prática docente
que seja capaz de contemplar a diversidade de sala níveis de conhecimento dos alunos da sala
de aula. Para isso, é importante que o professor planeje situações didáticas que prevejam
atividades em que os alunos mais preparados atuem na orientação dos que mais necessitam de
apoio no processo de construção dos conhecimentos previstos pelo professor.
Essa estratégia representa uma situação em que o professor poderá envolver todos os
alunos da sala em situações que representem desafios possíveis de aprendizagem, evitando
situações de indisciplina e comportamentos que não contribuem para a aprendizagem.
509
Para que a avaliação se desenvolva dentro dessa lógica, é importante que ela se dê a
partir de perspectiva que tem como objetivo a inclusão dos alunos no processo de
aprendizagem, contemple uma visão global do aluno, esteja pautada pelo diálogo franco e
aberto entre docente e discente e esteja voltada para o fornecimento de informações visando a
melhoria da atuação tanto do aluno quanto do professor, através da superação da visão de
avaliação como controle para a visão de avaliação enquanto interação e reflexiva pelos
sujeitos envolvidos nesse processo.
A avaliação ainda hoje reflete uma política conduzida pelo professor sem que haja um
direcionamento por parte da instituição e cada profissional faz uso de instrumentos variados,
com pesos variados, conforme o entendimento docente sobre quais elementos devem ser
utilizados, com que frequência, pesos etc.
Não bastasse isso, muitas vezes os alunos são comunicados sobre a pontuação
atribuída a tais instrumentos, dentre os quais conta o bom comportamento em sala, o qual se
traduz por um silêncio sepulcral durante as aulas. Aliado a esse desconhecimento dos alunos
sobre tais processos, frequentemente estes são surpreendidos ao saber, somente no ato de
anúncio das notas pelos professores, que o seu comportamento, por exemplo, vale ponto. Essa
forma de trabalho visa primeiramente a punição porque busca vigiar o alunos, averiguar seus
deslizes para puni-los, ao invés de criar situações que promovam a orientação de forma a
evitar uma boa parte dos problemas apresentados por eles em sala e até mesmo em sua vida
fora da escola.
Rays (2007), por sua vez, afirma que o emprego equivocado de metodologias, técnicas
e instrumentos de avaliação na educação básica tem provocado a exclusão escolar de muitos
alunos que se acham incapazes de aprender algo, quando na verdade, a escola é que não está
sabendo identificar, valorizar e potencializar as suas competências e habilidades. Esse autor
avalia que:
Rays dialoga também com Perrenoud quando defende uma avaliação que seja capaz de
enxergar todos os elementos envolvidos no processo, buscando reforçar aspetos que elevam a
aprendizagem dos alunos ao mesmo tempo em que procura identificar as falhas do processo
para realizar intervenções visando a superação das dificuldades percebidas.
fracasso, negando-lhes o direito a um serviço público que é bancado por ele mesmo.
Nessa mesma linha de reflexão sobre o processo de avaliação que tem sido praticado
nas escolas, Silva e Esposito (1992) constatam, em pesquisa realizada com professores da
educação básica do Estado de São Paulo, que é consenso entre os educadores de que a
avaliação deve se constituir em um processo cuidadoso de acompanhamento sistemático do
desempenho do aluno. Para que esse acompanhamento se concretize, essas mesmas autoras
defendem a avaliação contínua como a forma mais adequada e importante para que o
professor possa, a cada momento, fazer um diagnóstico das dificuldades apresentadas pelos
alunos e utilizar as informações produzidas por esse diagnóstico para planejar o seu trabalho
de sala, corrigir percursos de aprendizagem e organizar estratégias de reforço e de
recuperação dos alunos, de forma a atender o que preconiza a LDB em seu Art. 24, Inc. V,
alíneas a, b, c, d, e, e a Resolução nº 464/2017 do conselho estadual de educação do Ceará.
Nessa mesma linha, Hoffman (2005), falando sobre o uso pedagógico que os professores
fazem dos testes realizados pelos alunos em sala, afirma que os docentes atribuem notas ou
conceitos a tais instrumentos e, às vezes, acrescentam informações do tipo “mais estudo”,
“mais atenção” etc.
Para a autora, essa visão do professor reflete um uso equivocado desse instrumento de
avaliação. O teste, apenas um dos instrumentos avaliativos, deve ser, antes de tudo, um
instrumento para realização de investigação em que se busca identificar as percepções de
mundo dos alunos, seus avanços, incompreensões etc. a partir do momento em que o
professor procura interpretar o desempenho do aluno, buscando respostas para compreender
por que ele respondeu daquela forma, por que não respondeu etc.
Quando não se promove o uso pedagógico da avaliação, conforme apontado acima, o 513
professor acaba por adotar um modelo social que se traduz num modelo pedagógico baseado
em uma avaliação mediada por exames que, segundo Perrenoud (2011. p. 84): “reproduz a
distribuição social das pessoas; os que são considerados “bons”, “médios” e “inferiores” no
início de um processo de aprendizagem permanecerão nas mesmas posições, no seu final”.
Hoffmann defende que as tarefas propostas aos alunos devem ser objeto de questionamento
por parte do educador, tais como:
• Qual a relação que a tarefa sugere com esta e outras áreas do conhecimento?
Dentro dessa mesma lógica, Luckesi (2011) aponta uma situação em que o professor
até já tem conhecimento de que o aluno ainda não domina as habilidades esperadas para um
Uma outra situação acadêmica que é apontada por Luckesi (op.cit.) e que corrobora
com a posição de Hoffmann sobre a utilidade da avaliação enquanto instrumento para
investigação pelo professor refere-se ao fato de que, quando o aluno obtém uma nota baixa 514
em uma avaliação, escola, professor, aluno e pais ficam insatisfeitos e questionam o porquê de
tal nota, onde está o problema etc.
Em situação oposta, quando o aluno obtém nota excelente em uma avaliação, esses
mesmos sujeitos se dão por satisfeitos e não questionam como tal nota foi obtida, até que
ponto tal nota reflete a aprendizagem do aluno, e com base em quais parâmetros o professor
atribuiu nota dez ao aluno, por exemplo. Em qualquer das duas situações, a avaliação requer
um processo cuidadoso de coleta, análise, síntese e interpretação de dados para fundamentar a
tomada de decisão por parte do professor.
Seja qual for a nota obtida pelo aluno, a avaliação deve ser objeto de investigação por
parte do professor e da escola com vista a compreender como o aluno constrói o seu
conhecimento, que caminhos percorre, que estratégias utiliza e como a escola e o professor
podem contribuir mais para que esse aluno aprenda cada vez melhor. Sendo assim, defende
este mesmo autor que a avaliação deve se dar a partir do processo de ensino e ter como foco a
aprendizagem para, a partir daí, se construírem caminhos possíveis de melhoria do trabalho
docente de forma que a escola cumpra com o seu papel na garantia do direito de aprender do
aluno.
E para que a escola possa garantir ao aluno o seu direito, é fundamental que ela supere
a lógica do exame escolar tal como observado nas práticas docentes. Essa forma de avaliação
tem como foco o produto, coloca toda a culpa pelo insucesso no aluno e deixa o processo em
segundo plano. Além disso, o exame é uma forma de avaliação que olha somente para trás
porque busca promover um momento de prestação de contas do que foi apresentado aos
alunos
O conteúdo de ensino deverá ser novo, porém não a ponto de impedir sua
assimilação. O nível de dificuldade deve ser assimilável pelo educando.
Quando o conteúdo apresenta um nível de dificuldade não assimilável, o
educando não aprende. O conteúdo novo proposto para a aprendizagem deve
ser mais avançado que o estágio em que o educando se encontra, porém não
tão novo de forma que o educando não tenha como assimilá-lo. Se o
educando não possuir os mecanismos de avaliação do conteúdo proposto,
não possuirá os meios necessários para penetrar nesse novo conhecimento e,
não o aprenderá, o que significa que o estímulo do conteúdo ultrapassou suas
possibilidades de assimilação, e por isso tornou-se impossível ter acesso a
ele. Então, o ensino terá de trazer algo de novo para os educandos, mas uma
novidade suficientemente dosada de tal forma que seja assimilável.
(PERRENOUD, 2011. p. 153).
A avaliação deve ser abrangente e estar imbricada nos processos didáticos que se 516
É necessário que o professor compreenda que a avaliação não tem como função a
classificação ou exclusão do aluno, mas a inclusão dentro do processo previamente planejado
pela escola, tendo em vista os objetivos e metas a serem alcançados, os quais devem estar
pautados em uma visão de aprendizagem enquanto mudança de comportamento, através do
desenvolvimento das habilidades do aprender a aprender, aprender a ser, aprender a fazer e
aprender a conviver.
Um outro aspecto a ser observado em relação à avaliação é que ela deve fornecer
instrumento para reflexão e compreensão do professor sobre a progressão das aprendizagens
dos alunos, as quais devem ser administradas pelo professor através de uma prática docente
que seja capaz de contemplar a diversidade de sala níveis de conhecimento dos alunos da sala
de aula. Para isso, é importante que o professor planeje situações didáticas que prevejam
atividades em que os alunos mais preparados atuem na orientação dos que mais necessitam de
apoio no processo de construção dos conhecimentos previstos pelo professor.
Essa estratégia representa uma situação em que o professor poderá envolver todos os
alunos da sala em situações que representem desafios possíveis de aprendizagem, evitando
situações de indisciplina e comportamentos que não contribuem para a aprendizagem.
Para que a avaliação se desenvolva dentro dessa lógica, é importante que ela se dê a
partir de perspectiva que tem como objetivo a inclusão dos alunos no processo de
aprendizagem, contemple uma visão global do aluno, esteja pautada pelo diálogo franco e
aberto entre docente e discente e esteja voltada para o fornecimento de informações visando a 517
A avaliação escolar é um processo que tem como objetivo orientar ações de melhoria
da prática docente e consequentemente facilitar a aprendizagem dos alunos.
Todos os autores defendem que a avaliação deve andar lado a lado com o processo de
ensino, ter como foco o professor e o aluno e estar voltado para a garantia da aprendizagem
etc. Isso exige a capacidade docente de refletir sobre o seu papel nesse processo a partir dos
dados colhidos com o processo avaliativo.
Avaliamos para melhorar o processo, para incluir o aluno nesse processo, para garantir
que ele aprenda. E a avaliação vista dessa forma não pode ser tomada como a etapa mais leve
do processo didático. Ao contrário, ela demanda preparação do professor no estabelecimento
de objetivos a serem alcançados, na criação e aplicação de estratégias de ensino, na
administração de situações de aprendizagem, na capacidade de propor atividades capazes de
contemplar a diversidade de habilidades dos alunos em sala de aula, na construção de
Avaliação diagnóstica
A avaliação diagnóstica deverá acontecer nas duas primeiras séries do ensino médio da
seguinte forma: no início da primeira série, preferencialmente durante a primeira semana de
aula, tendo em vista que os alunos que iniciam o ensino médio vem de outra escola. Essa
avaliação deverá ser planejada contemplando descritores do 4º ano do ensino fundamental ao
1º ano do ensino médio em todas as diciplinas. Assim, o aluno terá todo um percurso
previamente planejado e a escola poderá verificar até onde ele será capaz de ir em termos de
demonstração de aprendizagem.
Avaliação formativa
com colegas e professor, capacidades de aceitar críticas, atenção e participação nas aulas,
solidariedade, visão positiva do outro, apoio ao outro, interação com colegas e professor etc, e
os aspectos intelectuais tais como: realização de trabalhos individuais e em grupo,
participação nos debates em sala, apresentação de trabalhos, organização e apresentação de
seminários, resolução de problemas etc.
ele reflita sobre a maneira como ele conduziu a aula, como explanou o conteúdo, como criou
organizou e conduziu as situação de ensino, sempre com o objetivo de melhorar o seu
desempenho em aulas posteriores.
Esses registros devem ser analisados pelos docentes com o objetivo de aprimorar os
processos de ensinar a aprender através da proposição de alterações nos objetivos de
aprendizagem, planos de curso, metodologias e estratégias de trabalho, recursos utilizados e
instrumentos de coleta de informações.
Esses mesmos instrumentos, juntamente com os resultados dos testes serão também
compartilhados com os pais com o objetivo de envolvê-los e corresponsabilizá-los pela
aprendizagem de seus filhos. Isso acontecerá de forma constante durante todo o ano letivo.
Avaliação somativa
521
Esse tipo de avaliação concentra as maiores atenções de professores e alunos nos dias
de hoje. Sua função é classificar os alunos ao final de um período de estudos segundo os
níveis de aproveitamento apresentados.
Ela é pouco abrangente na medida em que produz um olhar para trás buscando
identificar o que foi ou deixou de ser feito, de que forma foi feito etc. e não proporciona
elementos para orientar a tomada de decisões visando o aprimoramento do processo.
O que se propões é que essa avaliação não deixe de acontecer, porém seus resultados
não sejam os únicos produzidos como fruto das atividades de avaliação da escola. A ideia é
que a valoração atribuída a esta modalidade, hoje, seja diluída por todo o processo,
contemplando também a vertente formativa da avaliação, de modo que a verificação somativa
aconteça somente quando o professor não teve condições de colher informações suficientes ao
longo do processo que lhe permitam avaliar o percurso com um olhar individual e grupal
sobre os alunos.
Finalmente, quando da sua aplicação, a avaliação somativa deve estar coerente com os
objetivos propostos no início do processo - os quais devem ter sido comunicados aos alunos -
bem como guardar fidelidade aos conteúdos trabalhados em sala pelo professor.
CONCLUSÃO
Esse olhar holístico sobre o trabalho escolar contribuirá para a construção de novas
práticas e consequentemente de uma nova escola, mais acolhedora e humanizada; de um novo
professor, mais preparado, reflexivo e mais aberto a novas aprendizagens; e de um novo
aluno, mais preparado para a vida em sociedade.
REFERÊNCIAS.
BRASIL. Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), 1996. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm. Acessado em: 04 de março/2018.
HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação: mito e desafio. Porto Alegre: Mediação,
2005. 35ª ed. Revista.
____ Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artmed. 2011.
SANT’ANNA, Ilza Marins. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos. 17. ed.
– Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
SILVA, T. R,; Davis, C.; ESPOSITO, Y. O ciclo básico do estado de São Paulo. In:
SERBINO. R. V. et al. (orgs.) Formação de Professores. São Paulo: Editora UNESP, 1998.
524
RESUMO
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino e aprendizagem que tem como
objetivo a inserção, no ambiente escolar das pessoas, que por algum motivo, não concluíram a
Educação Básica na idade própria. Estes/as estudantes trazem consigo as marcas, as vivências e as
dificuldades de um indivíduo que, em sua maioria, precisa conciliar as atividades laborais e a Escola.
Sua concretização, como todo processo educacional, depende de muitos fatores, dentre eles
destacamos a coordenação pedagógica, como agente mediador entre a prática pedagógica de sala de
aula e a socialização e acolhimento destes/as discentes. Nesta perspectiva, o trabalho em tela analisou,
a partir de uma entrevista semiestruturada com a coordenação pedagógica da EJA de uma Escola de
Ensino Fundamental do município de Cajazeiras-PB, os desafios e os avanços desta modalidade.
Percebemos que as realidades existentes em uma sala de aula da Educação de Jovens e Adultas exibem
grande diversidade. Essa pluralidade pode ao mesmo tempo, colaborar na diversificação das
discussões em sala de aula, por se tratarem de experiências heterogêneas, como também, pode
dificultar a prática pedagógica, pois a disparidade entre os graus de aprendizagem não favorece a
elaboração de planejamentos mais homogêneos.
PALAVRAS-CHAVE: Educação de Jovens e Adultos; Coordenação; Desafios.
ABSTRACT
The Youth and Adult Education is a teaching and learning modality that aims to insert people in the
school environment, who for some reason did not complete Basic Education in their own age. These
students bring with them the marks, experiences and difficulties that, in the majority, needs to
reconcile the work activities and the School. Its implementation, like every educational process,
depends on many factors, among which we highlight the pedagogical coordination, as mediating agent
between the pedagogical practice of the classroom and the socialization and reception of these
students. In this way, this work analyzed, from a semi-structured interview with the pedagogical
coordination from that modality in a School of Basic Education in the Cajazeiras-PB, their challenges
and advances. We perceive that the realities existing in a classroom of the Education of Young and
Adult exhibit a lot diversity. This plurality can at the same time collaborate in the diversification of the
classroom discussions, since they are heterogeneous experiences, but it can also make pedagogical
practice difficult, since the disparity between the learning levels does not favor the elaboration of more
homogeneous plans.
La Educación de Jóvenes y Adultos es una modalidad de enseñanza y aprendizaje que tiene como
objetivo la inserción, en el ambiente escolar de las personas, que por algún motivo, no concluyeron la
Educación Básica a la edad propia. Estos estudiantes traen consigo las marcas, las vivencias y las
dificultades de un individuo que, en su mayoría, necesita conciliar las actividades laborales y la 525
Escuela. Su concreción, como todo proceso educativo, depende de muchos factores, entre ellos
destacamos la coordinación pedagógica, como agente mediador entre la práctica pedagógica de aula y
la socialización y acogida de estos discentes. En esta perspectiva, este trabajo analizó, a partir de una
entrevista semiestructurada con la coordinación pedagógica de la Educación de Jóvenes y Adultos de
una Escuela de Enseñanza Fundamental del municipio de Cajazeiras-PB, los desafíos y los avances de
esta modalidad. Se percibe que las realidades existentes en un aula de la Educación de Jóvenes y
Adultas exhiben gran diversidad. Esta pluralidad puede al mismo tiempo, colaborar en la
diversificación de las discusiones en el aula, por tratarse de experiencias heterogéneas, como también,
puede dificultar la práctica pedagógica, pues la disparidad entre los grados de aprendizaje no favorece
la elaboración de planificaciones más homogéneas.
PALABRAS CLAVES: Educación de Jóvenes y Adultos; Coordinación; Retos.
INTRODUÇÃO
Para tanto, devemos compreender como são estruturadas as diferentes esferas que
englobam o ambiente escolar e suas interações com a comunidade, para então conseguirmos
um retrato das inúmeras realidades que constituem este espaço. Assim este trabalho visa
identificar os avanços e/ou desafios encontrados pela coordenação da Educação de Jovens e
Adultos (EJA) em uma Escola da Rede Municipal de Ensino do Município de Cajazeiras-PB.
cerca de 58.446 pessoas, tendo como área territorial aproximadamente 565,899 km²
(BRASIL, 2010),. O município também é conhecido, metaforicamente, como a “Terra da
Cultura” e/ou a “Terra que ensinou a Paraíba a ler” (ALBUQUERQUE, 2010).
METODOLOGIA
A EJA está amparada pela constituição federal em seu artigo 208 inciso I, que
estabelece os deveres do Estado para com a garantia efetiva da educação, nesta seção, esta
disposto que a “educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos
de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso
na idade própria” (BRASIL, 1988, p. 124). Além disso, segundo o mesmo dispositivo (1998,
p. 124) a “oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando” possibilitou
que as pessoas que se enquadravam nos requisitos da EJA acessassem os sistemas de ensino e
conseguissem concluir seus estudos.
A partir da LDB, a Educação de Jovens e Adultos ganhou uma nova roupagem e passa
a integralizar-se paralelamente com o Ensino Fundamental e Médio regulares, no entanto,
com carga horária reduzida e com outra linguagem que atenda às especificidades do público
que a procurar.
sujeitos da EJA, percebemos que são pessoas que não tiveram acesso ou continuidade de
estudos da idade própria, sendo que na realidade diante da necessidade muitos jovens
inserem-se no mundo do trabalho e acabam desistindo da escola (SOUZA, 2007).
acolher esta parcela da população. A conquista do direito de votar pelos analfabetos motivou
o investimento na alfabetização dos jovens e adultos (SOUZA, 2007).
O saber ler e escrever eram o motivo de maior atenção política, pois com a Lei Saraiva
tornou-se proibido o voto de analfabetos, isso nos anos de 1882, considerando que nesta
época cerca de 80% da população era considerada analfabeta e isso era motivo de vergonha
nacional.
Felizmente ao longo do século XX, a educação popular voltada para a EJA teve uma
valorização política e social, foi criado o Fundo Nacional de Educação Popular (FNEP) e a
Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEA) onde o foco principal era os
membros ruralistas. Na segunda metade do mesmo século, houve uma maior procura da
população pelas escolas, incentivando mais crianças a irem para estes espaços e uma grande
queda no número de analfabetos foi observada (SOUZA, 2017).
Mediar, orientar e nortear faz parte do apoio que a coordenação pedagógica utiliza
para a organização escolar, onde envolve um contexto da aprendizagem e a aplicação de
projetos que possam fazer/trazer uma mudança significativa para o processo de ensino e
aprendizagem.
530
Para tanto, conforme Rodrigues (2015, p. 8),
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esses/as estudantes ou “Alunos EJA” (na fala da coordenação), são discentes que estão
com três anos que estão fora da Escola, nós temos alunas que já são mães. Então tudo isso
dificulta. São aqueles alunos que são evadidos de dois, três anos, então quando ele volta,
quer dizer, é um aluno que ele chega na Escola sem estímulo. Ou seja, a sala de aula
apresenta-se como um espaço plural e receptor da pluralidade, neste ambiente, o docente se
depara com indivíduos diversos e singulares ao mesmo tempo.
as escolas para jovens e adultos recebem alunos e alunas com traços de vida,
origens, idades, vivências profissionais, históricos escolares, ritmos de
aprendizagem e estruturas de pensamento completamente variados. A cada 531
realidade corresponde um tipo de aluno e não poderia ser de outra forma, são
pessoas que vivem no mundo adulto do trabalho, com responsabilidades
sociais e familiares, com valores éticos e morais formados a partir da
experiência, do ambiente e da realidade cultural em que estão inseridos.
Estes/as estudantes, como enfoca a coordenação, são pessoas desmotivadas por não
estarem na Escola na faixa etária própria. Essa desmotivação evolui e pode provocar a evasão
destes/as discentes. No entanto, se a coordenação pedagógica juntamente com os/as
professores/as desenvolverem ações conjuntas para a acolhida destes/as alunos/as no ambiente
escolar, esta desmotivação pode se transformar em combustível para a superação e êxito no
processo de ensino e aprendizagem.
Ao indagar a coordenação sobre “como é coordenar uma Escola com EJA?” nos foi
apresentado, em meio às falas, que,
Quando faz algum evento na Escola a gente procura socializar esse povo, pra
eles participarem, vamos supor, temos uma gincana com o regular da tarde aí
a gente já coloca a EJA também, mas a participação é mínima, eles mesmos
se excluem, não sei por que, mas o aluno EJA tem essa característica, eles
mesmos se excluem das coisas da Escola. (Fragmento da fala da
coordenação).
A sua eventual passagem pela escola, muitas vezes, foi marcada pela
exclusão e/ou pelo insucesso escolar. Com um desempenho pedagógico
anterior comprometido, esse aluno volta à sala de aula revelando uma auto-
imagem fragilizada, expressando sentimentos de insegurança e de
desvalorização pessoal frente aos novos desafios que se impõem. (BRASIL,
2006, p. 16).
É neste direcionamento que a Escola enquanto coordenação e/ou gestão deve refletir
532
sobre o acolhimento do/a estudante da Educação de Jovens e Adultos, uma recepção pautada
na socialização do diverso em seu aspecto singular, compreendendo o sujeito como ser social
imerso em suas próprias concepções de política, cultura e sociedade.
Nesse sentido, Freire (2005 apud BERNARDO & SANTIAGO, 2018, p. 165), enfoca
que a prática da educação libertadora ou promotora da liberdade “[...] só pode ocorrer,
essencialmente, a partir do dialogicidade. Assim, parte-se da égide do diálogo como
fenômeno humano, e da palavra como emanação da ação dialógica”. Este diálogo deve
promover as bases necessárias do planejamento pedagógico para a receptividade do/a discente
da EJA.
O aluno EJA ele é visto de forma especial, por que a gente tem esse olhar
diferenciado, assim, com relação a conteúdo e a aprendizagem. O professor
tem que ter muita paciência com esse aluno da EJA, porque é aquele aluno
que realmente ou ele chega muito cansado, ou ele não consegue acompanhar
os conteúdos, porque ele passou dois, três anos fora da Escola e está
voltando, então o professor, ele atende uma turma muito diversificada.
(Fragmento da fala da coordenação).
Saberes, certamente, não escolares, mas saberes. Saberes a partir dos quais novos
conhecimentos poderão ser construídos” (BRASIL, 2006, p. 20).
Ao analisarmos os fatores que levam o/a aluno/a jovem e/ou adulto buscarem a Escola,
percebemos, na fala da coordenação, que as condições sociais, de trabalho e de
empoderamento pessoal são os fatores mais contundentes nesta decisão.
533
Na nossa realidade de hoje você tem que ter um certificado, você tem que ter
um diploma. [...] Quando você vai fazer a entrevista pergunta logo qual seu
grau de instrução? [...] Então isso faz levar esses alunos a procurar a Escola,
por que eles não querem, eles têm e eu acho que todos nós temos um foco,
um sonho que é crescer e pra você crescer você tem que ter estudo e pra ter
estudo tem que ir a Escola. (Fragmento da fala da coordenação).
Você vê aquele aluno que passou vários anos longe da Escola e retorna e
consegue ser aprovado, ele consegue superar todas as dificuldades,
terminando o ciclo, e a gente vê assim, a alegria deles, é gratificante, por que
a EJA tem essa coisa boa. (Fragmento da fala da coordenação).
Para tanto, a EJA vai além da prática educativa formal, se alicerçando em uma
conjuntura maior, apoiada na educação cidadã e promotora da cidadania. Assim, “desde
Freire, a educação de jovens e adultos vem caminhando na direção de uma educação
democrática e libertadora, comprometida com a realidade social, econômica e cultural dos
mais pobres” (BRASIL, 2006, p. 27). Tendo como produto, a valorização da pessoa enquanto
cidadão que possui direito a Educação Pública como porta para a equidade e dignidade do ser.
534
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Trabalhando com a educação de jovens e adultos: alunos e alunas da EJA: Caderno
1. Brasília, 2006. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja_caderno1.pdf. Acesso em 16 de jul. 2018.
CORREIA, R. C.; KILL, L. H. P.; MOURA, M. S. B.; CUNHA, T. J. F.; JESUS JUNIOR, L.
A.; ARAÚJO, J. L. P. A região semiárida brasileira. Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/54762/1/01-A-regiao-semiarida-
brasileira.pdf-18-12-2011.pdf. Acesso em 5 de set. 2017.
DAYRELL, J. Múltiplos olhares sobre Educação e Cultura. – Belo Horizonte: ed. UFMG,
1996. 194 p.
536
RESUMO
O artigo “A Formação de Professores e as questões étnico-raciais nos componentes curriculares do
Curso de Pedagogia do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina
Grande – UFCG” tem como objetivo compreender qual a centralidade do debate étnico-racial na
formação de professores, a partir do estudo do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia (vigente) do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. O estudo se
insere no campo do Currículo e das Questões étnico-raciais tendo como suporte teórico Cardoso e
Castro (2015), Tomaim e Tomaim (2009), Silva (1996), Silvério (2004), Gomes e Silva (2002) e Pinto
(1999). Parte do reconhecimento do avanço da aprovação da Lei 10.639 de 2003 que, torna
obrigatório, nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e privados, o ensino sobre
História e Cultura Afrobrasileira e Africana, mas, compreende a urgência e importância de iniciativas
de implementação efetiva da lei no cotidiano dos espaços educacionais. Em seus achados o estudo
expõe os desafios e fragilidades no processo de implementação da Lei 10.639/2003 presentes no
Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia do Centro de Formação de Professores da Universidade
Federal de Campina Grande-UFCG.
PALAVRAS-CHAVE: Formação de Professores; Currículo; Relações étnico-raciais.
ABSTRACT
The article aims to understand the centrality of ethnic-racial debate in teacher formation, based on the
study of the Pedagogical Project of the Pedagogy Course (in force) of the Centro de Formação de
Professores from the Universidade Federal de Campina Grande - UFCG. The research methodology is
characterized as documentary. Regarding to the curriculum of the Pedagogy course, we perceive the
71
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG.
theoretical-methodological inconsistency in the applicability of Law 10.639 / 03, when the discussion
focused on ethnic-racial diversity is present in a single discipline.
KEY WORDS: Teacher Formation; Curriculum; Ethnic-racial Relations
LA FORMACIÓN DE PROFESORES Y LAS CUESTIONES ÉTNICO-
RACIALES EN LOS COMPONENTES CURRICULARES DEL CURSO
DE PEDAGOGÍA DEL CENTRO DE FORMACIÓN DE PROFESORES
DE LA UNIVERSIDAD FEDERAL DE CAMPINA GRANDE - UFCG. 538
RESUMEN
El artículo tiene como objetivo comprender cuál es la centralidad del debate étnico-racial en la
formación de profesores, a partir del estudio del Proyecto Pedagógico del Curso de Pedagogía
(vigente) del Centro de Formación de Profesores de la Universidad Federal de Campina Grande -
UFCG. La metodología de la investigación se caracteriza como documental. En lo que se refiere al
currículo del curso de Pedagogía, percibimos la inconsistencia teórico-metodológica en la
aplicabilidad de la Ley 10.639 / 03, cuando la discusión hacia la diversidad étnico-racial está presente
en una única disciplina.
PALABRAS CLAVE: Formación de Profesores; plan de estudios; Relaciones étnico-raciales.
INTRODUÇÃO
72
O documento analisado foi o Projeto Pedagógico do Curso De Pedagogia (vigente atualmente). Disponível em:
<https://goo.gl/6GksFY>
se como um estudo documental. Para tal, utilizamos como aporte e fundamentação teórica
Cardoso e Castro (2015), Tomaim e Tomaim (2009), Silva (1996), Silvério (2004), Gomes e
Silva (2002), Sacristán (2013) e Pinto (1999), em busca de reflexões e diálogos que nos
auxiliem na compreensão do problema proposto.
O movimento negro, a partir dos anos 1980 (...) inovou a luta social no
Brasil a partir de uma ação coletiva descentralizada e não unívoca. (...)
passou a incorporar uma agenda marcada por temas e problemas
transnacionais em especial aqueles relacionados com as diferenças étnico
raciais, com a identidade e a democracia. (SILVÉRIO, 2004, p.2).
e Cultura Afrobrasileira e Africana. O conteúdo a ser estudado deve incluir: História da África
e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação
da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e
política pertinente à História do Brasil.
e atentamos para o fato de que a formação de professores ainda não atende integralmente as
demandas do movimento negro no país, como também, não atende o arcabouço legal
fomentado pelo movimento negro, nomeadamente a Lei 10.639/2003, e assim, continua
formando professores despreparados para lidar com todos os estereótipos negativos em torno
do negro(a) e consequentemente, contribuindo com a estrutura racista e segregacionista
existente em diversos âmbitos sociais, inclusive na escola.
73
É a forma de mecanismo estrutural que garante a exclusão seletiva dos grupos racialmente subordinados (...)
opera de forma a induzir, manter e condicionar a organização e a ação do Estado, suas instituições e políticas
públicas – atuando também nas instituições privadas, produzindo e reproduzindo a hierarquia racial. Ele foi
definido pelos ativistas integrantes do grupo Panteras Negras Stokely Carmichael e Charles Hamilton. Ver mais
em: Racismo institucional uma abordagem conceitual. <https://goo.gl/dDWqBi>
Assim, é nítido que apesar de o período escravocrata ter tido fim há séculos com a
abolição da escravatura, ainda existem resquícios em diversos âmbitos sociais desse domínio
de modo geral, dessa forma, é possível concluir que nas relações educacionais também existe
esse fator influenciador, fazendo com que haja essa interferência também na formação de
professores em todo o país. Esse processo de construção do currículo está intrinsicamente
ligado aos fatores supracitados e outros mais, no que diz respeito as relações de poder e
controle social. Corroborando com a ideia Silva diz que:
formação de professores, levando em consideração tudo que já foi discutido sobre o currículo
e o seu poder influenciador no controle social de classes e etnias.
que existem diversas contribuições advindas do pensamento africano como a própria filosofia
africana e as suas perspectivas, a etnofilosofia, o pan-africanismo e os demais autores negros
que contribuíram para a formulação dos pensamentos.
Como citado anteriormente, ainda existe um fator relevante que contribui de forma
direta ou indireta para que a temática voltada para a diversidade cultural seja negligenciada no
âmbito universitário e escolar. A própria formação de professores na graduação não oferece
suporte teórico-metodológico para que isso ocorra. A formulação dos currículos voltada para 543
as temáticas ainda não engloba todos os assuntos no que diz respeito a discussão da
diversidade étnico-racial, dessa forma, dando continuidade à manutenção do status quo e
imposição do aculturamento europeu. Nos ajudando a compreender melhor essa situação
Tomaim e Tomaim afirmam:
Essa mudança que deveria acontecer através de uma das principais formas de
transformação social, que é a educação, não é colocada em prática, a própria formação dos
professores é precária e não oferece o suporte teórico para que possibilite a intervenção
positiva em relação a discussão.
A década dos anos 1980, foi marcada também pelo início e auge das discussões
relacionadas a temática da discussão relacionada a diversidade étnico-racial, tomando como
base os movimentos sociais que lutavam em prol das causas da população afrodescendente no
74
O conceito de violência simbólica foi criado pelo francês Pierre Bourdieu para descrever o processo pelo qual a
classe dominante impõe seu modo de pensar ao resto da sociedade. Quando se fala em classe dominante, não se
deve restringir a idiea ao processo econômico, há também o domínio cultural e intelectual. Ver mais em:
<http://seculodiario.com.br/21877/14/violencia-simbolica-1>
país. Dessa forma, a discussão toma dimensões em uma perspectiva macro, como constatado
pela autora Pinto:
Outro início dessa maior sensibilidade para com as diferenças pode ser
percebido nas orientações curriculares formuladas na década de 90 por
alguns municípios como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, cujos
princípios ordenados são fortemente ancorados em problemáticas da
sociedade contemporânea, entre as quais, a construção da identidade, o
respeito à diversidade das expressões culturais e a condenação de quais quer 545
forma de descriminação (PINTO, 1999, p. 204).
Desta maneira, é perceptível que as discussões passaram a ter uma maior relevância no
meio educacional, compreende-se a urgência das demandas sociais relativas a todos os
processos de ensino-aprendizado das relações étnico-raciais, gradativamente as pautas que
envolvem as discussões sobre a temática supracitada começam a ser discutidas e
implementadas aos poucos na formulação dos currículos escolares e de graduações. Porém,
apesar de haver essas implementações sobre as discussões na constituição curricular das
instituições de ensino, ainda existem diversos desafios para a concretização de tal realização,
como será mostrado no tópico seguinte.
circunvizinhas e de outros estados, como por exemplo, Ceará, Rio Grande do Norte e
Pernambuco.
Para gerar dados para a análise elencamos palavras-chave e a partir desses dados se
elaborou um quadro com as palavras utilizadas na pesquisa (Quadro1).
Palavras-chave Significado
Racismo Conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia
entre as raças, entre as etnias. Doutrina ou sistema político
fundado sobre o direito de uma raça (considerando pura e
superior) de dominar.
Foi constatado que a palavra “racismo” aparece apenas na página 48, em uma única
página de um documento que contém 74 páginas, o termo aparece na ementa da disciplina
Educação, Cultura e Diversidade, que possui uma carga horária de 60 horas, e apresenta a
seguinte ementa, “Educação, cultura e sociedade brasileira. Conceito de gênero, etnia e sua
pluralidade na sociedade. As diferentes etnias e gêneros presentes no contexto da sala de aula.
Racismos, machismos e intolerância.” (BRASIL, 2009, p.48).
Outra palavra encontrada relativa a discussão foi “etnia”, porém a mesma encontra-se
no enunciado da disciplina “Educação, Cultura e Diversidade”, já citada anteriormente, o que
sugere que a questão étnico-racial encontra limitada a uma única disciplina.
2%
98%
Disciplina(s) que discutem as relações étnico-raciais Discinplinas que não contem a discussão
Fonte: [Autoral]
dos principais fatores que fazem com que a formação dos futuros docentes não atendam as
demandas sociais relativas a temática, a discussão jamais deverá ser reduzida a somente uma
disciplina, como foi o caso analisado, esse processo de ensino-aprendizagem deveria
acontecer de por meio da transversalidade, no tocante de todas as disciplinas ou em grande
parte delas, como é colocado nos Parâmetros Curriculares Nacionais.
549
CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Apesar de muitas conquistas alcançadas pela população negra nas últimas décadas do
século XX e XXI, ainda estamos distantes de auferirmos uma sociedade “igual para todos”,
neste sentido compreendemos o potencial da Lei 10.639/2003 como promotora de uma
sociedade antirracista. Para que isso ocorra o documento curricular do curso deve expor na
sua redação de forma central o problema racial existente no país, agindo de forma transversal
no tocante das disciplinas.
Esta iniciativa se insere nas ações que buscam produzir elementos políticos e
científicos voltados para o estudo da estrutura racista na perspectiva de sua superação.
Pesquisando e adentrando nos âmbitos que permeia a temática, teremos maior probabilidade
de sucesso nas intervenções enquanto futuros educadores. Exercendo práticas educativas que
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 550
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo
oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”,
e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 9
jan. 2003.
551
RESUMO 552
ABSTRACT
The main objective was to show the importance of the role of monitoring in the choice of teaching
profession. It is an integrative review study of the exploratory-descriptive type. Based on these notes,
we sought from the methodological and bibliographical field to confront the authors of the research
field. We conclude that the experience of monitoring allows the student a broader view of teaching,
which may lead to the choice of teaching as a profession.
KEY WORDS: Monitoring. Teaching. Education.
RESUMEN
75
Universidade Federal de Campina Grande
76
Faculdade Vale do Salgado
la investigación. Concluimos que la experiencia de monitoreo permite al estudiante una visión más
amplia de la enseñanza y puede incluso elegir la enseñanza como una profesión.
PALABRAS CLAVE: Monitoría. Enseñanza. Educación.
INTRODUÇÃO
553
A “ética é uma reflexão das práticas que vamos utilizar nas nossas ações” (CHAUÍ,
1996 p.310). Assim, não dá para pensar a ação docente sem pensar na ética como componente
fundamental da formação.
Amorin (2012) diz que a monitoria é também um momento de reflexivo sobre a prática
e sobre o fazer, proporcionando a interação em diversas funções como: estudos e
participações nos programas da disciplina, aprendizagem interdisciplinar em outras áreas de
conhecimentos, esclarecimentos e clareza de conteúdos, metodologias, avaliações no processo
de troca e problemas que surgem na relação professor e estudante, entre outras coisas.
Deste modo, o presente artigo tem como objetivo principal mostrar a relevância do
papel da monitoria na escolha do magistério, com o intuito, de instigar o leitor a compreender
a importância desse programa para a formação do educando/docente que está em processo de
formação.
METODOLOGIA
Os critérios de inclusão para a busca dos artigos foram: Revista Eletrônica Científica
Online, por meio dos Descritores em Ciência da Saúde (DeCS). Utilizando as palavras-chave:
monitoria, docência e educação, publicados na íntegra, em língua portuguesa, entre os anos de
2012 e 2016. Os critérios de exclusão foram: estudos repetidos e que estavam fora da temática 555
A busca dos artigos se deu em Abril de 2016. A seleção e a análise dos estudos foram
realizadas por meio do protocolo que especificava título, descritores, periódico, ano de
publicação, natureza do estudo, autores e formação profissional, característica do sujeito,
resultados encontrados e conclusões/recomendações.
556
A3 2013 A IMPORTÂNCIA Relatar minha experiência Percebeu-se que, devido ao déficit
DA MONITORIA na monitoria da disciplina na busca pela monitoria, foi
NA FORMAÇÃO Sistemas Corporais, da necessário tomar medidas para
ACADÊMICA DO Escola da Saúde da resgatar os alunos, criando, assim,
MONITOR: UM Universidade Potiguar ferramentas metodológicas, como,
RELATO DE por exemplo, o “Portal Monitoria” e
EXPERIÊNCIA o “Momento Refletindo a Prática”
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Dessa forma o aluno começa a ampliar sua visão, tornando-se também contribuinte
ativo do processo de ensino aprendizagem, permitindo não apenas horas extras em seu
currículo, mais experiências novas que iram instiga-lo a buscar mais conhecimento,
contribuindo também para sua formação acadêmica.
De acordo com Dantas (2014) a formação inicial para o magistério configura o período
de preparação formal do aluno em que poderá adquirir e construir competências e
conhecimentos necessários ao desempenho da profissão. É também o momento no qual o
discente é preparado para absorver a profissão que irá exercer ou que já exerce na qualidade
de leigo. O programa de monitoria entra nesse processo como mais um componente de
formação desse profissional motivado em desempenhar a docência superior. Todo processo
preparatório recebido na formação inicial precisa ser acompanhada e respaldada por
A experiência valiosa em está do outro lado, ou seja, deixar de ser aluno e sentir na
pele o ser professor, é imprescindível para a construção do conhecimento do profissional do
magistério. E para isso destacamos que é fundamental o planejamento para a realização de
atividade docente, a fim de alcançar bons resultados. Não apenas ver esse planejamento como
algo apenas técnico e sim como momento de aprendizagem e de reflexão sobre a ação. Desse 561
modo, a profissão docente é frisada por contradições e obstáculos que por um lado pode ser
mais aguda e sentida por sermos um professor iniciante da carreira, e por outro lado assinala a
contrariedade que marca a profissão docente em relação a outras profissões que possuem
melhor remuneração e melhor status (AMORIM, 2012).
Para Freire (1997) a prática docente é exigente, metódica, crítica e ética. A docência,
nessa dimensão, deve traduzir-se em um permanente fazer-se, um descobrir-se, um realizar-se.
Assim, a atividade docente não pode estar limitada a técnicas de ensino, constituindo,
sobretudo uma prática reflexiva.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
uma atividade plena, pois auxilia o mesmo a expansão dos saberes pedagógicos produzidos
durante sua formação profissional, bem como a criatividade, o planejamento, a pesquisa, o
raciocínio, e a sensibilidade na relação com o outro e o desenvolvimento da liderança.
Em virtude do que foi mencionado, foi visto que a monitoria demonstra uma excelente
ocasião em aproximar-se da prática o gosto do aluno em lecionar e ao mesmo tempo,
aprender. Formando assim, profissionais satisfeitos e amantes da profissão, pois cabe ao
mesmo o poder de escolha e de fazer da docência como primeira opção e não como algo que
venha á ser frustrante em sua vida, fazendo com que esse novo docente forme também outra
geração de discentes apaixonados pela profissão.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Senado Federal, Lei Federal n.º 5540, de 28 de novembro de 1968. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-5540-28-novembro-1968-359201-
publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 22 de março de 2016.
BRASIL. Lei Federal n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases
da educação nacional. 1996. Disponível em:
DANTAS, O. M. Monitoria: fonte de saberes à docência superior. Rev. bras. Estud. pedagog.
v. 95, n. 241, 2014.
RESUMO
Apresentamos a Fundação Luiz Antônio Bezerra, cuja iniciativa oferece gratuitamente aulas de karatê,
jiu jitsu, capoeira, futsal, dança, violão, pintura, artesanato e cerâmica, ganhando status de ONG em
2018 na cidade de Cajazeiras-PB, discutindo a relevância entre a promoção do lazer e a educação
infantil. Realizamos tal percurso problematizando a trajetória de vida do Sr. Luiz Gomes e os motivos
que levaram a criar a Fundação. Para realização deste estudo, nos balizamos em entrevista oral com o
Senhor Luís Gomes e no levantamento e revisão bibliográfica por meio dos estudos e debates teóricos
realizados na disciplina Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil I, na Universidade Federal
de Campina Grande (UFCG), no curso de Pedagogia. Enquanto resultados apreendemos que a atitude
de Sr. Luís, um cidadão civil, com um grau de escolarização baixo, investiu em um ato de
humanização, nos inspira enquanto futuras educadoras a sonhar com uma educação melhor e mais
viável ao ser enquanto sujeito.
PALAVRAS-CHAVE: Educação infantil; Lazer; Fundação Luiz Antônio Bezerra
ABSTRACT
77
Graduanda do Curso de Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus
Cajazeiras. E-mail:larissebatistacz1998@gmail.com .
78
Pós Graduanda do Curso Docência no Ensino Superior pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), Campus Cajazeiras; Graduada no Curso de Licenciatura em História e Graduanda do curso de
Pedagogia também pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Cajazeiras. E-mail:
dannielacristinna@gmail.com.
79
Especialista em Geopolítica e História; Graduada no Curso de Licenciatura em História e Graduanda no curso
de Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Cajazeiras. E-
mail:rhayannecaldas@gmail.com .
We address the importance of sports and leisure in early childhood education while studying the case
of the NGO Luis Antônio Bezerra located in Cajazeiras, Paraíba. We used the methodology of
bibliographic review and oral interview. We conclude by stressing the importance of promoting sports
and leisure for all children.
KEY WORDS: Children's education; Recreation; Luiz Antônio Bezerra Foundation
RESUMEN
Abordamos la importancia del deporte y el ocio en la educación infantil teniendo como estudio de caso
de la ONG Luis Antônio Bezerra ubicado en Cajazeiras, Paraíba. Utilizamos la metodología de
revisión bibliográfica y la entrevista oral. Concluimos resaltando la importancia de la promoción del
deporte y el ocio para todos los niño
PALABRAS CLAVE: Educación infantil; ocio; Fundación Luiz Antônio Bezerra
INTRODUÇÃO
A discussão está estruturada em dois tópicos relacionados entre si. No primeiro tópico,
abordamos sobre a importância do lazer na educação infantil, contextualizando a situação de
Cajazeiras com o contexto geral. No segundo tópico, analisamos a entrevista oral realizada
com Sr. Luís fundador da ONG, ressaltando os motivos que o levaram a criá-la e o seu papel
enquanto educador social.
Chamou-nos atenção à história de vida de seu Luiz, pelo fato de ser aposentado, ex-
construtor e serralheiro que, sozinho, teve a própria iniciativa de construir um ambiente que 566
promovesse educação e cidadania para as crianças, até então, invisíveis à sociedade que
estavam à mercê da marginalidade. Tal iniciativa nos inspira, pois reflete a importância do
papel do educador social e, desse modo, ressaltamos que tais contribuições merecem ser
divulgadas e visibilizadas.
A autora ressalta que iniciativas como a de Sr. Luiz contribuem com a Educação
Infantil, porém, de forma alguma, substitui a implementação das políticas públicas adotadas
nas creches, pré-escolas e demais estabelecimentos de ensino da rede regular. Desse modo,
destaca-se a importância da estruturação desse trabalho enquanto incentivo para que políticas
públicas como esta seja destinada à Educação Infantil regular do nosso município.
matriculadas na rede regular de ensino (rural e urbana), sendo 1.179 na Educação Infantil,
destas 890 na zona urbana e 289 na zona rural; e segundo dados da Secretaria de
Desenvolvimento Humano aproximadamente 187 crianças em situação de risco nas ruas.
em situação de vulnerabilidade. Com o objetivo de sanar tal situação o senhor de nome Luiz
Gomes criou a associação Fundação Luiz Antônio Bezerra no ano de 2014, que presta
serviços comunitários oferecendo opções de lazer e esporte para crianças em situações de
vulnerabilidade, que acolhido pela comunidade e após longos anos de esforço, teve seu
trabalho reconhecida enquanto ONG no ano de 2018.
Se realizarmos uma breve análise sobre as bases legais que regulamentam a Educação
Infantil, veremos que a lei determina a proteção dos seus direitos a lazer. No ECA - Estatuto
da Criança e do Adolescente (1990), documento primordial dos direitos infantis em seu
capítulo quatro estabelece no artigo 59: “Os municípios, com apoio dos estados e da União,
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude”. Ainda referindo-se ao ECA,
Corsino (2011) caracteriza os direitos da criança como fundamentais e inalienáveis.
Com base nas reflexões de Oliveira (2002) se hoje se sabe que o lazer é um direito da
criança, anteriormente, não se possuía essa concepção, as primeiras políticas assistencialistas,
as casas de cuidados às crianças, não se preocupavam com a questão da formação da mesma
tão pouco em proporcionar o lazer, limitando-se apenas aos cuidados pessoais destinados as
questões de higiene e saúde. Dessa forma,
O direito de brincar é lei, porém infelizmente os sistemas educacionais não contemplam tais
aspectos, principalmente os da rede pública que em sua maioria não investem em áreas de
lazer por diversos motivos: financeiros, históricos e estruturais.
O Brasil vive hoje se comparado aos séculos passados, sua melhor fase; que graças a
essas mudanças garantiram a efetivação do ensino fundamental, e não só isso, a educação
passou a enxergar e respeitar o sujeito e sua complexidade, seus aspectos sociais emergentes,
de onde parte e onde está inserido o aluno; culturais porque é crucial toda e qualquer
crença/costume que o sujeito traz consigo, e compartilha com a sociedade em que se faz
presente.
569
Sabe-se, ainda, que apesar das inúmeras transformações das quais a educação passou e
passam suas condições não são suficientes. Os reflexos das escolas hoje ainda são em boa
parte do país e principalmente em cidades periféricas, salas de aula lotadas, professores com
pouquíssimas qualificações, e falta de compromisso das gestões com essas garantias pra com
quem mais necessita de ensino e atenção. Parte dessas situações os inúmeros casos de evasões
escolares, retrocedendo o processo educativo de muitas crianças. CAMPOS (2006) ressalta a
precariedade da Educação Infantil nos municípios brasileiros, a maioria dos municípios
principais responsáveis pelo atendimento às crianças na faixa etária de 0 a 6 anos não conta
com recursos suficientes para fomentar uma rede de Educação Infantil de qualidade. É
justamente nesse espaço de pouca visibilidade e maior necessidade que atuam a maioria das
ONGs existentes em nosso país.
O estado não tem tempo hábil para resolver todos os problemas e suprir
todas as necessidades dos administrandos, por essa razão alguém tem que
fazer algo. Diante dessas necessidades que não pode esperar a sociedade
civil se organiza e funda essas organizações (DELGADO, 2014, p. 01).
lembrando que: “não é necessário apenas garantir o direito, mas também a qualidade"
(CORREIA, 2011, p. 133).
Tudo o que me diz respeito a começar pelo o meu nome e que penetre em
minha consciência, vem-me do mundo exterior, da boca dos outros (da mãe),
etc. e me é dado com a entonação, com o tom emotivo dos valores deles.
Tomo consciência de mim originalmente através dos outros: deles recebo a
palavra, a forma e o tom que servirão à formação original da representação
que terei de mim mesma (BAKHTIN apud KRAMER, 2004, p. 501).
571
Quem somos, para Mia Couto, depende de tudo o que vivemos, passamos e levamos
conosco; em um mundo de reprodução, precisamos modificar a realidade que é trazida para
nós e que é apenas imposta; precisamos mudar a maneira que vivemos para alcançar algo que
seja mais de si mesmo, enquanto criança, “[...] um futuro civilizado passa por grandes e
radicais mudanças neste mundo que poderia ser mais nosso” (COUTO, 2011, p. 24).
Pelo o meu sofrimento. Quando nós não tínhamos o que comer, tinha uma
filha de um cidadão, de um vizinho que tinha uma roça perto da que eu
trabalhava e, quando ela ia levar a comida dos trabalhadores deles, ela
levava todos os dias meu prato de comida. Dai, quando fui ficando de maior,
passei a ter a vontade de ajudar a quem estava precisando. Por que quando
eu precisei, achei que me ajudou também. Hoje graças a Deus trabalho para
que nenhuma criança passe o que passei [...] (SR. LUÍS, 2018).
Educar para Sr. Luís é acolher, proporcionar as crianças que foram como o mesmo um 572
dia, o lazer esportivo que não teve, essa característica o assimila ao educador pedagogo e nos
faz lembrar-se de uma característica que é inerente a nossa profissão, o acolhimento. Assim,
É crucial, para ser educador compreender os sonhos do outro, isso também significa
trazer as crianças para perto de nós. As atividades da associação ocorrem em tempo integral
manhã e tarde para que os alunos possam participar sem choques de horários com as
atividades do espaço escolar. Os participantes das atividades são sempre estimulados a se
dedicar aos estudos, estar matriculado em uma escola é um dos critérios para participar da
associação.
Trazer para perto de nós, também significa, respeitar seu tempo de aprendizagem nas
atividades destinadas ao público infantil de quatro a seis anos, na associação respeitam o
tempo da criança, suas habilidades específicas, seus gostos. Em sua fala, Sr. Luís ressalta tais
aspectos quando diz que
Esse comportamento praticado na instituição poderia também ser empreendido por nós
educadores na sala de aula, devemos ter paciência em estimular o aluno. Ter cuidado para não
confundir do esperado na educação infantil com competências que não condizem com seu
grau de aptidão.
É importante frisar que ao contar a história de Sr. Luís, o apresentamos como um ser humano
que buscou e busca, ainda, melhorias para a vida educacional de crianças. Na análise de sua fala,
podemos evidenciar certos posicionamentos políticos e partidários que permitiram que a Associação
ganhasse o status de ONG. Porém, concluímos que tais posicionamentos não retiram a virtude das
suas atitudes, pois não existe ato educativo sem intencionalidade política. Desse modo,
[...] o que nos faz pessoas é o modo como pensamos, como sonhamos, como
somos outros. Estamos, enfim, falando de cidadania, da possibilidade de
sermos únicos e irrepetíveis da habilidade de sermos felizes (COUTO, 2011,
p. 84).
momento da realização das atividades. Quando questionado acerca da relação que a Fundação tem
com os pais das crianças, logo ele responde:
Tais considerações nos remetem a relação escola e família uma vez que se faz crucial
para toda e qualquer forma de aprendizado a interação e o incentivo dos pais, principalmente
no que tange a Educação Infantil. Continuamos o diálogo e perguntamos se ele diferencia a
Fundação do modelo de escola e assim obtivemos a resposta:
Em sua comparação é notório que, o que ele defende vai de encontro ao papel que se
espera da escola, que consiste no educar com base na compreensão de tempo infantil, mas na
maioria das vezes esse tempo não é respeitado á medida que a escola esquece de enxergar a
criança enquanto um sujeito de direitos, cujas ações são norteadas pelos adultos porém, essas
não podem ser impositivas e sim construídas baseadas em uma relação de respeito.
Perguntamos, ainda, o que é importante ensinar a essas crianças? E o Sr. Luiz nos disse que
Para isso é necessário que haja um diálogo entre instituição e aluno a fim de se apurar
as habilidades do aluno e as oficinais que mais lhe atraem, fomentando, ainda mais, o
desenvolvimento. Ao término do diálogo com Sr. Luis, compreendemos que enquanto futuras
profissionais pedagogas o que faz da vida melhor é a busca por melhorias, por transformações
sociais que abrangem a vida de todos, lutando pela educação, saúde e lazer.
575
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos com esse trabalho entendendo que para se construir uma educação e um
mundo melhor é necessário além de políticas públicas que amparem a criança, força de
vontade e empenho, pois ao longo do diálogo com o Sr. Luiz vimos que ele é um cidadão com
um grau de escolarização baixo, investiu em um ato de humanização e educação escolar e que
nos inspirou, enquanto futuras educadora a sonhar com uma educação melhor e mais viável ao
ser enquanto sujeito.
Ao longo das reflexões até aqui suscitadas é possível afirmar que o lazer, a ludicidade,
o preocupar-se com o outro, no caso a criança em fase de desenvolvimento integral,
considerando os aspectos: afetivo, cognitivo e motor, fez com que repensássemos a Educação
Infantil em suas mais diversificadas formas e que trabalhar em prol de uma educação
verdadeiramente transformadora nos torna pessoas melhores com um maior nível de
comprometimento com a criança em suas mais diferentes fases.
REFERÊNCIAS
CORSINO, P. Pensando a infância e o direito e brincar. In: Revista Salto para o futuro; jogos
e brincadeiras: desafios e descobertas, 2 ed. p. 12-24, Mai de 2018.
RESUMO
Discorremos sobre as principais ideias do pensador contemporâneo Edgar Morin em torno do campo
educacional, problematizando os conceitos presentes em suas obras “A cabeça bem-feita: repensar a
reforma, reformar o pensamento”, “Os sete saberes necessários para educação no futuro”. Essas se
destacam em seu legado bibliográfico por se pautarem em um tipo de sistematização feita pelo autor;
Para realização deste estudo, nos balizamos na metodologia de levantamento e revisão bibliográfica, e
nos estudos e debates teóricos realizados na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), no
curso de Pedagogia, especificamente na disciplina de Teorias da Educação. Enquanto resultados dessa
reflexão que surgiu por meio de escritos do próprio Morin e/ou de outros autores, direcionamos a
necessidade de analisar e problematizar aspectos sobre as reformas que a educação brasileira propõe
na atualidade. Concluímos que o seu pensamento oferece contribuições cruciais para entendimento dos
entraves contemporâneos em torno da educação na medida em que propõe pensar criticamente o
conceito de reforma educacional atrelada à reforma do pensamento, destacando a necessidade de
construção de conhecimentos críticos para se pensar uma educação melhor futura.
PALAVRAS-CHAVE: Educação. Edgar Morin. Reformas educacionais
ABSTRACT
We discuss the main ideas of Edgar Morin about the educational field, problematizing the concepts
present in his works. As research methodology we used survey and bibliographic reviews and the
theoretical debates held at the Federal University of Campina Grande (UFCG). We conclude that
Morin offers contributions to understand contemporary obstacles when he proposes to think critically
about the concept of educational reform linked to the reform of thought.
80
Pós Graduanda do Curso Docência no Ensino Superior; Graduada em História e Graduanda do curso de
Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Cajazeiras. E-
mail:dannielacristinna@gmail.com .
81
Especialista em Geopolítica e História; Graduada no Curso de Licenciatura em História e Graduanda no curso
de Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Cajazeiras. E-
mail:rhayannecaldas@gmail.com.
82
Graduanda do Curso de Pedagogia pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus
Cajazeiras. E-mail:larissebatistacz1998@gmail.com .
RESUMEN
Disentramos sobre las principales ideas de Edgar Morin en torno al campo educativo, problematizando
los conceptos presentes en sus obras. En la metodología de levantamiento y revisión bibliográfica, los
debates teóricos realizados en la Universidad Federal de Campina Grande (UFCG). Concluimos que 578
Morin ofrece contribuciones para entender los obstáculos contemporáneos cuando propone pensar
críticamente el concepto de reforma educativa vinculada a la reforma del pensamiento.
.PALABRAS CLAVE: Educación. Edgar Morin. Reformas educativas
INTRODUÇÃO
pautarem em um tipo de sistematização feita pelo autor de suas principais ideias educativas.
No terceiro e último tópico, enfatizamos as concepções de Morin sobre o campo educacional
relacionando com o atual contexto de reformas educacionais que estamos vivenciando.
579
Sociólogo, filósofo e historiador, Edgar Morin foi um grande expoente no campo
educacional, aclamado em diversas áreas do conhecimento pela teoria da complexidade ou
pensamento complexo. Ao expor suas ideias muitos teóricos afirmam ser impossível discernir
o homem de sua obra:
O francês contribuiu imensamente para pensar a educação no seu país. Santos (2012)
também fez essa associação do homem à sua obra:
83
Morin, E. Meus demônios. São Paulo: Bertrand Brasil; 2000.
84
Simplificação para Morin, implica em não reduzir o sujeito aos paradigmas da modernidade, bem como o
conhecimento, pois este é complexo.
“[...] biológica, psíquica, social, afetiva e racional” (SANTOS, 2012, p. 562), nos fazendo,
assim, refletir sobre a nossa própria condição humana e seus modos de agir e pensar por meio
do diálogo e do entendimento. Sendo assim, o homem apresenta-se enquanto ser complexo
fruto do cosmo físico diante da sua multidimensionalidade, o termo complexidade a que
referimos, “[...] surgiu em sua obra só a partir do final dos anos 60, advindo da cibernética, da
teoria dos sistemas e do conceito de auto-organização” (PETRAGLIA, 1995, p.47).
85
As múltiplas logicas do pensamento de Edgar Morin.
Duas obras de Morin nos permite sintetizar várias ideias e trazer contribuições
significativas para as questões levantadas nesta discussão. “São elas: “A cabeça bem-feita:
repensar a reforma, reformar o pensamento”, e” Os sete saberes necessários para educação do
futuro”.
É necessário não pensar apenas no micro, mas também o macro. Enquanto educadores,
reduzimos o conhecimento às disciplinas fragmentadas e não introduzimos no processo de
ensino aprendizagem o contexto em que o sujeito está inserido. “Enfim, um pensamento
unificador abre-se de si mesmo para o contexto dos contextos: o contexto planetário”
(MORIN, 2011, p.25).
No terceiro conceito ele principia o ser humano como um ser complexo e que é
preciso trabalhar enquanto um todo na sua condição humana cultural, física, biológica,
psíquica, social e histórica. Comparando com a educação, ele percebe a desintegralização
existente do ser em relação à fragmentação das disciplinas, não respeitando e nem
reconhecendo o sujeito como um todo e o mesmo devendo ser instrumento de ensino.
No quarto princípio diz respeito à identidade terrena, na qual deveria ser trabalhado o
destino do planeta, que ainda hoje é algo ignorado na educação. Precisamos ensinar, desde
cedo que o sujeito é parte do planeta que habita, assim sendo precisamos abordar a ideia de
sustentabilidade com a finalidade de manter um planeta vivo para gerações futuras, devendo
incentivar o conhecimento sobre a história do planeta e a forma que devemos nos relacionar
com o mesmo para tentarmos “salvar a unidade humana e a biodiversidade”.
Esse quinto saber nos conscientiza quanto às incertezas existentes na vida do sujeito e
no universo como um todo, mostrando que inúmeros imprevistos, acontecem para nos mostrar
que estes fogem do nosso controle e que por isso precisamos lhe dar com tais incertezas. A 583
escola tem em seu programa preparar alunos para trabalharem as certezas em se tratando do
campo as ciências, deixando assim uma lacuna que necessariamente deveria ser preenchido
com um ensino voltado as incertezas, preparando o alunado a conviverem com e perante elas,
uma vez que o mundo se resume em mudanças e oscilações das que iremos conviver sempre.
O seu último saber “a ética do gênero humano” entende o individuo como um ser
ligado por três elementos indivíduo/espécie/sociedade que é preciso ser trabalhado em
conjunto e através do dialogo, da democracia se constituírem enquanto indivíduos da mesma
espécie em meio à sociedade.
Em meio a essas obras podemos dizer que, Morin não traz uma receita pronta e
acabada de como trabalhar a educação, mas nos coloca, enquanto educadores frente aos
problemas existentes, nas quais os educadores devem refletir e trabalhar da melhor forma que
achar possível.
ao ser indagado pelo ministro da frança, em 1990 Edgar Morin analisou o contexto
educacional francês em sua obra “os sete saberes necessários à educação no futuro” que
postula-se como verdadeiro manual para compreensão do sistema educacional do país. os
pensamentos de Morin se fomentam enquanto aportes importantes para se pensar a realidade
atual brasileira como as mudanças propostas ao ensino estabelecidas para o ensino médio
O autor ver na reforma a superação da crise financeira por meio da geração em massa
de mão de obra operária para o empresariado. Nesse sentido a desumanização do currículo
proposto pela reforma voltado para o mercado capitalista são afirmações construídas sobre a
nova proposta para ensino médio por autores como MOTA (2017) e NETO ( 2017).Ambos
defendem que a nova organização do ensino médio não contempla a formação humana do
sujeito.Em suas críticas são categóricos ao afirmar: “O problema do ensino brasileiro não esta
na quantidade de disciplinas que o jovem precisa estudar, mas na falta de estrutura de colégios
e escolas.” (NETO, 2017,p.8714).E quando falamos em estruturas falhas não nos limitamos
as físicas, mas também e principalmente as formativas.
86
Medida Provisória n. 746/2016
São excludentes ações reformistas que fragmentem e excluam ainda mais o conhecimento,
como defende Morin nesses casos apenas ocorre a “desintegralização existente do ser em
relação à fragmentação das disciplinas”, se faz necessário a concretização da mudança na 586
mentalidade dos indivíduos, de modo que se vejam não apenas voltados para si, mas para o
bem social. Sanado esse questionamento finalizamos esse tópico respondendo: Quais sujeitos
objetivamos formar? E o que pretendemos para o futuro? Pretendemos para o futuro formar
seres humanos, críticos, com o “pensamento complexo” e a “cabeça bem feita” capazes de
formular conhecimento e vale-se do mesmo consolidando assim uma sociedade cuja educação
esteja sempre em plena mudança, porém consciente.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E enfim... Quais concepções de Edgar Morin que nos permite pensar e compreender os
processos educacionais no contexto atual e a necessidade de reformas? Concluímos que o
pensamento de Edgar Morin oferece contribuições cruciais para entendimento dos entraves
contemporâneos em torno da educação à medida que propõe pensar criticamente o conceito de
reforma educacional atrelada à reforma do pensamento.
Com isso podemos concluir que “[...] o pensamento complexo, não deixando de
aspirar a multidimensionalidade, comporta no seu cerne um princípio de incompleto e de
incerteza.” (MORIN, 1998. p. 138)
REFERÊNCIAS
RESUMO 588
ABSTRACT
This article is based on a project that had as its theme the formation of childhood educators. Its
purpose is to analyze the constituent elements of teacher education. A semi structured interview was
conducted that enabled us to list categories of analysis that constitute teacher training and practice.
It was observed that life experiences, as well as in the infantile education experiencing the teacher
affectivity, make possible the choice of this profession.
KEYWORDS: Teacher training; Teaching profession; Child education.
87
Graduanda do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG).
88
Graduando do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, pela Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). É membro, discente pesquisador, do Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educação,
Linguagem e Práticas Sociais - GIEPELPS/UFCG, atuando nas linhas de pesquisa: Práticas Sociais em Educação
e Estudos Foucaultianos.
Este artículo se basa en un proyecto que tuvo como tema la formación de educadores infantiles. Su
propósito es analizar los elementos constitutivos de la formación docente. se realizó una entrevista
semiestructurada que nos permitió enumerar categorías de análisis que constituyen la formación y la
práctica docente. Se observó que las experiencias de vida, así como la educación infantil que
experimenta la afectividad del maestro, hacen posible la elección de esta profesión. 589
INTRODUÇÃO
O presente artigo constitui-se como resultado de um projeto que fora utilizado como
critério de avaliação na disciplina de Fundamentos e Metodologia da Educação Infantil II,
sendo desenvolvido no âmbito do curso de Pedagogia, da Unidade Acadêmica de Educação
(UAE), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), campus de Cajazeiras, tendo
como tema central A formação de educadores da infância.
dos seus resultados, da sua contínua experiência e desenvolvimento em sala de aula. Esta
professora dedica a maior parte do seu tempo para aprimorar e atualizar os seus
conhecimentos, sempre buscando novas informações e tentando se superar diante de todas as
dificuldades encontradas na prática docente.
Um Breve Histórico
Abordado por Amorim (2016), no contexto dos anos 80, creches e pré-escolas
divergiam quanto aos seus objetivos. Nas creches prevalecia o assistencialismo, enquanto que
nas pré-escolas as crianças eram preparadas para o 1° grau, mas não necessariamente
recebiam um atendimento específico que abarcasse as necessidades específicas das crianças
pequenas. Quanto aos profissionais da creche não lhes eram exigida formação alguma para
que atendessem às crianças, enquanto que as profissionais que atuavam na pré-escola eram
formadas no nível médio, ou curso Normal, no entanto, não possuíam, também, formação
específica para trabalharem com os pequenos, pois o curso Normal formava docentes para
atuarem na primeira fase do 1° grau.
Observa-se, a partir das respostas às perguntas feitas a Maria, que os conceitos que um
sujeito traz em experiência substanciam uma identidade como sujeito docente, no caso da
formação docente. Dessa maneira, como as concepções de humano, sociedade e criança estão
associadas a desenhar um profissional que visualize um tipo ideal de humano, sociedade e
criança, Maria compreende a infância como: algo situado em determinado tempo cronológico
da vida, ou seja, um período; que possui um significado definido; que possa um dia se perder;
que está atrelada ao brincar e; de um jeito de brincar específico.
Minha infância foi uma fase muito tranquila e prazerosa. Posso afirmar com 593
todas as palavras que eu tive uma infância. Se formos analisar as crianças
nos dias de hoje, o significado da infância está cada vez mais se
desconstruindo. A maioria das crianças está perdendo o sentido/essência da
infância. Tive a oportunidade de consultar algumas pesquisas na minha pós-
graduação, onde apontava que cerca de 80% das crianças não brincam mais,
elas estão ligadas as redes sociais, aos brinquedos eletrônicos e ao mundo
virtual e a minha infância não. Na minha infância a brincadeira era sempre
presente, estas brincadeiras eram fundamentadas nos costumes e passadas de
geração e geração pela minha família, onde a gente chamava de brincadeiras
de “antigamente” (PROFESSORA MARIA, grifos nossos).
Nesse sentido a infância é uma condição onde reina as possibilidades, onde seu estado
conduz o ser ao seu tenro estado de filósofo, em que, como Sócrates, dizia nada saber, pois
sabia disso, e a partir dai foi chamado por todos os seus acusadores de criança e de infantil,
por não seguir, ele como homem e de idade, às determinações para contribuição da polis na
política e nas discussões, quis, no entanto, ser esta criança que perguntava, questionava,
desestabilizava a ordem e não tinha medo das consequências (KOHAN, 2015).
O conceito de infância vem passando por uma transformação durante toda a história da
educação, assim como o próprio conceito do “ser professor”. A escolha da profissão docente
ou até mesmo a falta de escolha, está atrelada à vivência desse profissional desde a sua
infância cronológica, sua família, professores e sua relação no ambiente escolar, bem como à
escassez de oportunidade ou ausência de condições necessárias para ingressar e permanecer
cursando uma universidade pública ou faculdade privada, que acaba por afetar diretamente o
seu desenvolvimento pessoal e profissional. 594
A relação construída pela professora Maria para com a escola e um dos seus
professores da educação infantil foi um fator determinante para a escolha da profissão
docente. A entrevistada diz: “[...] acredito que essa professora me fez escolher a profissão
docente” (PROFESSORA MARIA). Com essa afirmação, podemos perceber o quanto esta
relação contribui para tal escolha.
Outro ponto desta relação saudável entre docente e discente pode ser analisado a partir
do seu processo de aprendizagem. Assim como afirma Kullok (2002),
A influência que um professor atinge num determinado sujeito para que este nele se
espelhe terá uma maior qualidade quando aquele é um genuíno educador dotado de
significativo fundamento teórico, conhecimento de mundo e visão de uma realidade em
constante devir, além de também ser um sujeito que sempre aprende, respeitoso às
diversidades humanas e que saiba lidar com a afetividade daqueles a quem media as
possibilidades para a construção do conhecimento, pois nesta dimensão estão presentes
elementos importantes que constituem a formação do sujeito, e neste caso, do sujeito docente.
Foi dessa forma que a professora Maria foi marcada: “ela era uma professora que trabalhava
com a afetividade, assim como eu trabalho hoje”.
Para Pino (mimeo), “são as relações sociais, com efeito, as que marcam a vida
humana, conferindo ao conjunto da realidade que forma seu contexto (coisas, lugares,
situações, etc.) um sentido afetivo” (p. 130-131 apud LEITE, 2006, p. 19).
A pesquisa de Luciano, et. al. (2013) analisa os discursos discentes que estiveram no
início e final do curso de graduação em Letras, no entanto a professora Maria é um caso que
possui as mesmas compreensões a respeito da profissionalização docente e que concluiu a
Graduação em Letras e a Pós-Graduação em Educação Infantil, dessa forma conclui o autor:
597
[...] apenas uma ampla discussão sobre a formação e profissionalização
docente pode ressignificar conceitos que confundem o ser e fazer docente a
atributos que não fazem parte da função do professor, e, ao discutir
conscientemente sobre essa formação e profissionalização, ao mesmo tempo,
reflete-se criticamente sobre a construção de um currículo que proporciona
verdadeiramente aos professores em formação, espaços para reflexões e
debates, ou seja, uma busca constante de uma formação coerente da
identidade pessoal e profissional (LUCIANO, et al., 2013, p. 13825).
A professora Maria, apesar de não possuir formação específica para atuar no Ensino
Infantil, que é a graduação em Pedagogia, atua há quatro anos em tal etapa da Educação
Básica. A profissional é graduada em licenciatura em Letras com Especialização em
Educação Infantil, como determina o Art. 62 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), Lei n. 9.394/96, o que muitos acham inadequado e incompleto para tal
prática em salas de Educação Infantil já que a professora não possui a graduação em
Pedagogia. A profissional demonstra realização com o trabalho de atuar em seu âmbito. Maria 598
destaca:
A autora Vilela (2010) nos mostra a importância da formação específica dizendo que a
especificidade é tão importante que afirmar não requerê-la é desconhecer a complexidade
humana. E ainda, baseando-se em Machado (1999):
599
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infantil, especialmente no que tange ao tempo presente, tido como a aurora da pós-
modernidade.
REFERÊNCIAS
KOHAN, W. O. Visões de filosofia: infância. ALEA, Rio de Janeiro, vol. 17, n. 2, p. 216-226,
jul./dez. 2015.
LUCIANO, H. J.; et. al. Vocação ou profissão? Representações do ser e fazer docente. In: XI
Congresso Nacional de Educação, EDUCERE, Curitiba. Anais do XI Congresso Nacional de
Educação, EDUCERE, Curitiba: Editora Champagnat, 2013, p. 13818-13827.
601
RESUMO
O presente artigo versa sobre as questões inerentes ao ensino da arte na Educação Infantil, no
qual serão apresentados os resultados das ações docentes realizadas mediante as experiências
vivenciadas no período do estágio em uma instituição pública da rede municipal de ensino,
situada na cidade de Cajazeiras PB. Objetivou-se analisar e, posteriormente, refletir sobre
organização da ação pedagógica mediante o ensino da arte em tal nível. Através de uma
entrevista estruturada realizada com as professoras regentes, passou-se a discorrer sobre a
temática. No decorrer do trabalho, elucidou-se de diversos aspectos inerentes ao processo
educacional transcorrido com as crianças, tais como: uma discussão relativa ao que os
Referenciais Curriculares Nacionais (1998) preconizam, explanou-se algumas das ideias de
autores que discorrem sobre as expressões artísticas e a arte na educação, com o intuito de
abranger a compreensão e reflexões acerca da importância da arte na Educação Infantil.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino da arte; Educação Infantil; Ação pedagógica; Expressões
artísticas.
ABSTRACT
This article deals with the issues inherent to the teaching of art in Early Childhood Education,
in which the results of the teaching actions carried out through the experiences during the
internship period will be presented in a public institution of the municipal school network
located in the city of Cajazeiras PB. The objective was to analyze and, later, to reflect on the
organization of the pedagogical action through the teaching of art at such level. Through a
structured interview carried out with the regent teachers, the topic was discussed. In the
course of the study, we elucidated several aspects inherent to the educational process with
children, such as: a discussion about what the National Curriculum Frameworks (1998)
advocate, some of the ideas of authors that explored expressions and art in education, with the
aim of comprehending and reflecting on the importance of art in Early Childhood Education.
KEYWORDS: Teaching of art; Child education; Pedagogical action; Artistic expressions
RESUMEN
El presente artículo versa sobre las cuestiones inherentes a la enseñanza del arte en la
Educación Infantil, en el cual serán presentados los resultados de las acciones docentes
realizadas mediante las experiencias vivenciadas en el período del estadio en una institución 603
pública de la red municipal de enseñanza, situada en la ciudad de Cajazeiras PB . Se objetivó
analizar y posteriormente reflexionar sobre organización de la acción pedagógica mediante la
enseñanza del arte en tal nivel. A través de una entrevista estructurada realizada con las
profesoras regentes, se pasó a discurrir sobre la temática. En el transcurso del trabajo, se
elucidó de diversos aspectos inherentes al proceso educativo transcurrido con los niños, tales
como: una discusión relativa a lo que los Referenciales Curriculares Nacionales (1998)
preconizan, se explicó algunas de las ideas de autores que discurren sobre las expresiones
artísticas y el arte en la educación, con el propósito de abarcar la comprensión y reflexiones
acerca de la importancia del arte en la Educación Infantil.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza del arte; Educación Infantil; Acción pedagógica;
Expresiones artísticas.
INTRODUÇÃO
A arte nem sempre foi visualizada como um componente curricular essencial ao que
concerne o processo educacional e formativo do ser humano. Esta nova concepção decorreu
mediante intensas transformações na forma de se pensar e ver tal prática como instrumento
relevante na formação humana. A criação de documentos e leis que preconizados a
institucionalização da disciplina Arte como componente curricular obrigatório também foram
fundamentais para que houvesse tais mudanças conceituais.
Deve-se levar em consideração que mesmo uma grande parte da sociedade que admite a
arte como um aspecto importante na vida humana, ainda tem-se que buscar entendimentos mais
completo acerca da dimensão crítica, reflexiva e pedagógica que a arte oportuniza a quem dela
usufrui.
Em diversos contextos a arte é considerada como um ato subversivo, já que acaba por
causar rupturas nos padrões estabelecidos pela sociedade, em que é enfatizado demasiadamente
o aspecto racional em detrimento do emocional. Isto é, o meio social acaba por classificar as
pessoas que possuem maior envolvimento com as questões artísticas como rebeldes,
subversivas, loucas, irresponsáveis, entre outros estereótipos.
Conforme as conceituações elucidadas por Duarte (1998, p. 56), verifica-se que “A arte
é importante para a criança. É importante para seus processos de pensamento, para seu
desenvolvimento perceptual e emocional, para sua crescente conscientização social e para seu
desenvolvimento criador. Evidenciando ainda, que ao que se refere ao processo educacional do
ensino da Arte, é imprescindível que o docente além de oportunizar condições favoráveis a
criação e produção de elementos artísticos, é necessário também que este leve as crianças a
conhecer, explorar e sentir outras experiências de arte elaboradas por outras pessoas
Neste sentido, a criança poderá desenvolver uma maior sensibilização e apreciação com
as diversidades existentes ao que é inerente a arte, instigando os educandos a conhecerem
museus, igrejas, exposições, livros, entre outras formas de expressão artísticas.
Sendo importante realçar que o educador além de ter esse olhar direcionado para o
coletivo, deve também levar em consideração as especificidades de cada criança, uma vez que,
cada uma possui experiências, oportunidades, condições e acessibilidade diferenciada uma das
outras, e que este processo não se dá de forma natural ou automática, visto que é de relevante
importância que o docente efetue uma mediação consistente nesta construção das expressões
artísticas. Frisando ainda, que se deve mencionar o quão essencial é a cultura durante o
processo de construção educativa, em razão de a mesma provocar uma relevante influência na
forma como cada pessoa reconhece e percebe a arte na sua vivência diária.
É perceptível que crianças pertencentes a grupos sociais que estão em constante contado
com culturas distintas, construirão com maior facilidade percepções, conceitos, ideias, imagens
e representações de forma única e peculiar, haja vista que, as suas experiências e formas de
acesso ao que tange o contato com as diferentes expressões artísticas transcorrerão de modo
O propósito que tivemos quanto à execução desta atividade foi possibilitar que as
crianças pudessem compreender e reconhecer as diferenças existentes entre as cores
expressas na bandeira e a importância e significado que estas representam na nossa cultura e
sociedade. Percebe-se que este ponto explanado e abordado em sala de aula vai a
consonância ao que os Referenciais Curriculares Nacionais (1998) preconizam:
“São manifestações feitas por pessoas ligadas a suas percepções, emoções e 608
ideias” (PI).
Nesse sentido, as Artes Visuais devem ser concebidas como uma linguagem
que tem estrutura e características próprias, cuja aprendizagem, no âmbito
prático e reflexivo, se dá por meio da articulação dos seguintes aspectos:
fazer artístico [...], apreciação [...] e reflexão [...] (BRASIL, 1998, p. 82).
É possível verificar que apesar de ter apresentado uma breve resposta acerca do que
lhe foi indagado, mas suas explanações contemplaram de modo preciso e pontual o
questionamento realizado. Demonstrando dessa forma, uma atenção e interesse aos aspectos
Constata-se nas colocações da educadora, que a mesma não utiliza de forma contínua
as diferentes ferramentas existentes para trabalharem-se as questões relativas ao campo
almejávamos, uma vez que, suas disposições não contemplaram de forma satisfatória ao
foco dos questionamentos, nos respondendo de forma extremamente sucinta e breve. Não
explanando de forma completa e reflexiva aos aspectos que lhe foram requisitados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A comunidade escolar, de modo geral, deve oportunizar a todas as crianças que ali
inserem-se, experiências de contato, criação, produção e apreciação que possam desenvolver
todas as potencialidades, habilidades e capacidades que as crianças possuem, e que
necessitam apenas de bons profissionais para que desse modo possam sentir-se satisfeitos e
realizados com a educação que está sendo-lhe promovida.
REFERÊNCIAS 611
BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação: conflitos/acertos. São Paulo: Max Limonad, 1985.
DUARTE JR., João Francisco. Como a Arte Educa. Fundamentos Estéticos da Educação.
Campinas, SP: Papirus, 1998.
612
RESUMO
O presente estudo tem como objetivo refletir acerca de alguns elementos políticos, históricos,
culturais, sociais e econômicos tanto externos, quanto internos ao espaço escolar, como também
fatores subjetivos ao discente e ao docente, que influenciam de forma direta no rendimento escolar dos
alunos, tendo como consequência o fracasso escolar. Além disso, discutiremos a relevância da ação
docente nesse contexto apresentado. Utilizamos como procedimento metodológico a revisão
bibliográfica, fazendo uso da abordagem qualitativa de natureza básica e o método dialético, no qual
analisamos estudos de vários autores entre eles estão Freire (2017), Libâneo (2008), Vigostky (2007),
Galvão (1995). Portanto, concluímos que o fracasso escolar se constitui a partir de um conjunto de
elementos associados. Diante disso, compreendemos que o aluno nunca fracassará sozinho, pois não é
o único agente responsável pelo seu desenvolvimento. Junto com ele fracassará a família, o professor,
a escola, a política, a educação, enfim, todas as relações que constituem e colaboraram, ou deveriam
colaborar, para o seu progresso escolar e social.
PALAVRAS-CHAVE: Fracasso Escolar. Ação Docente. Educação de Qualidade.
ABSTRACT
We aim to reflect on some political, historical, cultural, social and economic elements, both external,
as internal to school space, as well as subjective factors to the student and to the teacher, which
directly influence students' school performance, resulting in school failure. We use a bibliographic
review, a qualitative approach of basic nature and a dialectical method. We conclude that school
failure is constituted from a set of associated elements.
KEYWORDS: School Failure. Teaching action. Quality education.
RESUMEN
90
Universidade Federal de Campina Grande
91
Universidade Federal de Campina Grande
Este estudio se basa en algunos elementos políticos, históricos, culturales, sociales y económicos tanto
externos, como externos a los escolares, como también se pueden considerar los temas que no están
incluidos y que influyen en la forma directa del examen de los dos, como la consecuencia. o fracasso
escolar. Una revisión bibliográfica, un abordaje cualitativo de la naturaleza básica y el método
dialético. Concluímos que o fracasso escolar se constituirá a partir de un conjunto de elementos
asociados.
PALABRAS CLAVE: Fracaso Escolar. Acción Docente. Educación de Calidad.
613
INTRODUÇÃO
Esta problemática também está refletida na prática pedagógica dos docentes, pois
“[...] dependendo do modelo de ensino no qual o professor fundamenta sua ação, este pode
ampliar ou reduzir as chances de o aluno desenvolver seu potencial” (MARQUES, 2010,
p.3). Ao falarmos sobre modelos de ensino, estamos nos referidos as concepções de
educação abordadas por Freire (2017). A primeira denomina-se educação bancária, no qual
o discente é um mero receptor de informações e o docente irá apenas transmitir e depositar
todos seus saberes, valores e conhecimentos. Em outras palavras, o aluno se torna um sujeito
passivo, pois não há produção de saber, mas sim transmissão. O outro modelo é denominado
educação problematizadora e libertadora, nesta o docente é um facilitador e mediador que
propicia ao discente possibilidades para construção e produção do conhecimento, não
construindo ou produzindo para o aluno, mas com ele, em que o ensinar e o aprender
acontecem concomitantemente, colocando-o na posição ativa do seu desenvolvimento.
dos estudantes e de trabalho dos educadores, para induzir o senso comum a acreditar no
mérito espontâneo e individual dos sujeitos” (CNTE, 2013, p. 209).
Diante disso, aprofundando essa concepção, objetivamos neste estudo discutir alguns
fatores que podem contribuir com o fracasso e insucesso dos alunos, fatores estes intrínsecos
ou não ao espaço escolar, por exemplo, as políticas educacionais, estruturas e condições
físicas das escolas, formação docente, qualidade do ensino, métodos de ensino utilizados
METODOLOGIA
houver reprovados é necessário pensar e repensar sobre soluções para sanar tal situação. Caso
contrário, este problema, talvez, irá gerar outro agravante no desenvolvimento do aluno, a
desistência.
Sabemos que durante o ano letivo os alunos são avaliados com o propósito de
demonstrarem todos os conhecimentos apreendidos e construídos durante esse processo.
Essas avaliações mostram ou deveriam revelar, se o discente obteve o desenvolvimento
mínimo (ler, escrever, contar, interpretar, criar, relacionar-se, etc.) para ir ao nível seguinte, 616
não nos referimos apenas ao desenvolvimento cognitivo, mas também ao afetivo e motor.
Assim, o baixo rendimento atribuído apenas ao esforço particular do aluno irá levá-lo à
reprovação e consequentemente ao desestímulo escolar, que futuramente poderá ocasionar a
desistência. Dessa forma,
Nesse sentido, é necessário que a avaliação seja uma prática cotidiana que
diagnostique as dificuldades dos alunos tanto no processo de apreensão do conteúdo
curricular, quanto no desenvolvimento das demais habilidades e, assim, o professor irá
acolhendo essas dificuldades a cada aula. Pois, tanto a reprovação, quanto sua aprovação para
outro ano escolar, sem ter desenvolvido minimamente as habilidades necessárias ao seu
desenvolvimento, irá levá-lo ao fracasso. Logo, compreendemos que a aprovação automática
não é a solução para sanar o fracasso escolar, ao contrário, acaba intensificando as
dificuldades dos alunos, deixando lacunas no seu processo de desenvolvimento integral. Por
exemplo, como o aluno compreenderá o conteúdo matemático de expressão numérica, se não
aprendeu as quatro operações? Ou seja, estará presente na sala de aula, mas não se sentirá
incluso neste espaço e no processo de ensino-aprendizagem, pois os conteúdos não farão
sentido. Não haverá uma aprendizagem significativa. E assim, constrói-se um sentimento de
exclusão e pouco interesse pela escola, levando-o a desistência.
617
Segundo a LDB (BRASIL, 2017, p.9), o ensino brasileiro tem como princípios:
A partir disso, podemos refletir acerca das seguintes questões: Os governantes estão,
realmente, oferecendo condições necessárias para um ensino de qualidade garantindo a
permanência dos alunos nas escolas? Há valorização profissional dos docentes no Brasil,
assegurando a estes, salários justos, condições de trabalho favoráveis para o desenvolvimento
de uma prática educacional de qualidade, formação continuada por meio de cursos de
qualificação oferecido pelo poder público?
618
Nessa acepção, percebemos que os discursos de qualidade que é assegurado por lei
nem sempre são materializados, ou seja, “[...] nem sempre se tornam realidade, não passando
de meras ilusões e uma pseudoeducação” (PIANA, 2009, p. 57). Não podemos negar a
gratuidade da educação, mas é impossível aceitarmos que isso seja suficiente para que os
alunos permaneçam na escola e se desenvolvam de forma concreta e integral.
sejam acessíveis para sujeitos com deficiências, salas amplas e arejadas, não havendo
superlotação, com espaços para lazer, bibliotecas, laboratórios, refeições dignas, salas de
Atendimento Educacional Especializado (EAA), etc. Ou seja, a escola deve ser um espaço
acolhedor oportunizando a socialização e valorização dos conhecimentos trazidos pelos
alunos das mais diversas culturas e formas de expressão, do respeito a diversidade. Um
espaço que oportunize efetivamente a ascensão social dos sujeitos nos estudos posteriores, no
mercado de trabalho e no exercício da cidadania (BRASIL, 2017). 619
Além disso, é necessário investir também na formação dos profissionais que atuam
nessas instituições, gestores, coordenadores, professores, todos estes devem ser capacitados
para realizar um trabalho pedagógico com propriedade e competência. Investir nas
universidades oferecendo aos futuros profissionais uma formação com uma base concreta.
Portanto, investir na formação inicial e continuada dos professores deve ser uma das
prioridades, pois para que a educação seja de qualidade é preciso também que os docentes
sejam competentes e qualificados. Garantindo condições de trabalho favoráveis, oferecendo
estímulos materiais, como, boas estruturas do ambiente de trabalho, atualização profissional,
salários dignos, etc.
Dessa forma, à medida que as instituições de ensino não são espaços acolhedores e
inclusivos e quando a mediação docente não é realizada de forma concreta, ou seja, quando os
alunos, devido ausência de fatores positivos não conseguem dar significado a sua vida escolar,
não encontram incentivos necessários que colaborem para o seu desenvolvimento, estes
elementos acabam influenciando diretamente no desestímulo do aluno, que ao se sentirem
excluídos, consequentemente são afetados na autoestima, gerando um sentimento de
inferioridade, acreditando ser incompetente, incapaz e inepto, acarretando no fracasso e
insucesso escolar (BARBOSA; REZ; JOCA, 2017).
fracasso escolar dos alunos. O modelo educacional utilizado por muitos educadores há
décadas tem como base a memorização e a reprodução, neste os alunos não são educados para
pensar criticamente, pelo contrário, são obrigados a decorar inúmeros conteúdos curriculares,
que na maioria das vezes não faz nenhum sentido para os discentes e o professor assume a
posição de um ser supremo, detentor de todo conhecimento. Este é o método tradicional,
denominado por Freire (2017, p. 80) como a “concepção ‘bancária’ da educação, em que a
única margem de ação que se oferece aos educandos é a de receberem os depósitos, guardá- 620
los e arquivá-los.”
Assim, é preciso que o docente tenha a consciência que “[...] ensinar não é transferir
conhecimento, mas criar possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”
621
(FREIRE, 2017, p.47). Nessa concepção, podemos refletir que ao possibilitarmos que o aluno
assuma-se como sujeito ativo no seu desenvolvimento, estimulando o processo de busca,
investigação, relacionando sua vida social com o espaço escolar, provocando o discente e
despertando sua curiosidade, estaremos, então, estimulando para sua permanência e progresso
na vida escolar. Portanto, é determinante que o docente realize uma avaliação diagnóstica
contínua, para que possa dia a dia perceber as dificuldades dos alunos e sanar esse problema.
Nesta mediação existe outro elemento que pode influenciar no fracasso escolar, este
está centrado na relação professor-aluno. Nesta relação o professor deve muito mais que
apenas estimular o aluno a ser aprovado, mas também fazer com que o discente encontre um
sentido na escola, sinta o prazer em poder compreender melhor as situações que se
apresentam no seu cotidiano buscando conscientemente crescer socialmente.
Com isso, é preciso que esta relação seja verdadeira, pois está motivada por uma
questão afetiva. O discente precisa sentir confiança e descontruir a ideia de que o docente
tudo sabe, sendo necessário ao professor romper com padrão de aluno ideal, pois o processo
de ensino-aprendizagem acontece concomitantemente entre professor e aluno. Ou seja, a
relação professor-aluno não deve ser constituída por uma relação de poder, no qual um manda
e o outro obedece, pelo contrário, é necessário construí-la a partir de uma Pedagogia
dialógica, compreendendo que cada sujeito tem seu próprio tempo para se desenvolver e que
ambos se constroem simultaneamente, educador e educando, em comum acordo,
considerando seres inconclusos vivendo em uma constante busca (FREIRE, 2017).
Isto posto, é essencial que o docente compreenda as crises e os conflitos que farão
parte deste percurso de desenvolvimento do aluno, para que assim, possa resolvê-los
facilmente e ao invés de se deixar afetar pelo descontrole emocional do discente, deverá
contagiá-lo com sua racionalidade, sem impor uma “ditadura postural” como uma única forma
de aprendizagem (GALVÃO, 1995).
Além da relação professor-aluno e de todos os elementos que citamos até aqui, outros
fatores afetam diretamente no desenvolvimento do discente. A relação familiar, que está
fortemente ligada a dimensão afetiva. Assim queremos dizer que em alguns casos, um lar
familiar que oferece uma estabilidade emocional, por meio da atenção, do carinho, da
preocupação com o sujeito escolar, terá maiores possibilidades de fornecer subsídios para o 622
Como viemos discutindo desde o início texto, o fracasso escolar é constituído por
inúmeros elementos, portanto, a condição social não será um fator determinante. O que
queremos dizer é que, este fator poderá oferecer condições favoráveis para o sucesso, quanto
para o fracasso escolar. Pois, sabemos que existem sujeitos das camadas populares que
conseguem superar as dificuldades socioeconômicas enfrentadas cotidianamente ingressando
no ensino superior e no mercado trabalho. Isso dependerá dos outros fatores que são
associados a esse.
Desse modo, os fatores que constituem o fracasso escolar não são poucos e não estão
dicotomizados, estão relacionados. Portanto, o aluno nunca fracassará sozinho, pois não é o
único agente responsável pelo seu desenvolvimento. Junto com ele fracassará a família, o
professor, a escola, a política, a educação, enfim, todas as relações que constituem e
colaboraram, ou deveriam colaborar, para o seu progresso.
623
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante disso, acreditamos que este trabalho poderá servir para uma reflexão acerca do
contexto educacional, social, econômico, político e cultural, ao qual os discentes estão
inseridos, oportunizando um redimensionamento de práticas que influenciam na constituição
de sujeitos capazes de atuarem com competência no mercado de trabalho, ingressarem nos
estudos posteriores e manter uma relação com meio social, reconhecendo-se como sujeitos
históricos que assumem seus deveres e lutam por seus direitos.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, João Paulo da Silva; REZ, Tereza Karine dos; JOCA, Alexandre Martins. A
diversidade na educação infantil: questões para a prática pedagógica em sala de aula. Anais
JOIN (Edição Brasil). Fortaleza: editora realize, 2017.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 64ª. Ed. – Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra,
2017.
_______ Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 55ª. Ed. – Rio de
Janeiro / São Paulo: Paz e Terra, 2017.
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. 4º.
ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, - (Coleção magistério. Sério formação
do professor), 2008.
educacional [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 233
p. ISBN 978-85-7983-038-9. Available from SciELO Books < http://books.scielo.org/>.
ROTHER, Edna Terezinha. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta Paul Enferm, n. 20,
v.2, 2007. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/ape/v20n2/a01v20n2.pdf > Acesso em
28 maio 2018.
625
626
RESUMO
ABSTRACT
This article presents the description of the development of the internship activities from the
application of a teaching project and the report of the difficulties faced in the Internship by
the teachers in formation, seeking to improve the learning of Functional education based on
the difficulties faced by the students to understand and apply this content on a daily basis and
thus show its importance and applications in the different areas of teaching in a dynamic and
meaningful way. The methodologies adopted during the classes were based on the use of
dynamic activities, games, discussion and resolution of exercises and construction of posters,
so that the student felt motivated to participate in the class and also not to have monotonous
classes and to be instigated to participate and build your own knowledge. The application of
the project was positive, as it was remarkable the performance and approval of the students
during the classes and evaluations.
KEY WORDS: Internship; Challenges; Mathematics.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Não apenas nos anos iniciais, mas em todos os níveis de ensino, a matemática está
presente no cotidiano do aluno. E isto é algo que deve ser abordado o tempo todo, pois a cada
novo ano de ensino os conhecimentos adquiridos vão apenas sendo aprimorados, não são
esquecidos e abordados novos, pois tudo que é estudado ao longo dos anos são coisas que se
complementam e é por isto que podemos observar o fracasso que se apresenta em Matemática
no Ensino Médio, nos dias atuais, pois o que os alunos estudam neste período, necessita de
conhecimentos que deveriam ter sido anteriormente adquiridos no Ensino Fundamental.
Conteúdos como funções que é visto no 1º ano do ensino médio, deveriam ser introduzidos no
9º ano do ensino fundamental, porém, por diversas vezes, este assunto não é dado. Os
professores não compreendem que ao ter uma noção de tal conteúdo desde o ensino
fundamental, o aluno chegará para estudar no Ensino Médio com uma boa base, e assim não
sentirá tanta dificuldade. Leal (1990, p. 13) afirma que “a falta de uma preparação dos alunos
para a construção do conceito, ao longo dos primeiros sete anos de escolaridade, é uma das
principais responsáveis pelas dificuldades de aprendizagem desse tópico”.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) trazem que o Ensino Médio é o período 628
Com base nisto, o estudo das funções no ano inicial do ensino médio necessita ser
abordado de forma que abranja toda e qualquer dificuldade que os alunos venham a ter em sua
compreensão, por meio de atividades diferenciadas, contextualizações, uso de mídias, e
recursos que venham melhorar as aulas monótonas e rotineiras, as quais os alunos e
professores já são habituados, e transformá-las em aulas dinâmicas, criativas e diferenciadas.
Pois é necessário que os alunos sejam instigados a construir seu próprio conhecimento para
que assim ele não seja apagado de sua memória pouco tempo após as aulas. Gravina e
Santarosa (2008, p. 9) afirmam que “Vê-se isto observando os livros ou assistindo uma aula
‘clássica’. Este caráter estático muitas vezes dificulta a construção do significado, e o
significante passa a ser um conjunto de símbolo e palavra ou desenho a ser memorizado”.
Além disto, o ensino de funções deve sempre estar interligado com as diversas áreas
do conhecimento e devem ser mostradas suas aplicações no cotidiano e nas outras disciplinas
com as quais se interliga, fazendo sempre um elo com o meio em que o aluno está inserido.
O uso de jogos também pode ser algo essencial, pois ajuda na fixação da
aprendizagem, além de desenvolver o raciocínio lógico, e levar os alunos a terem mais
organização, atenção e concentração, nas atividades propostas pelos professores. Assim como
leva o professor a produzir uma aula diferenciada e estimula os alunos a terem mais interesse
pela matemática.
630
Com isto ao ensinar de forma abrangente o ensino das funções, em particular da
função afim, de maneira que o aluno consiga suprir suas dificuldades e ter um conhecimento
bem fundamentado, através de situações problemas contextualizadas, com aplicações no dia a
dia e nas outras áreas do saber, como na física, na telefonia, na economia, entre outras, e
usando recursos pedagógicos diferentes dos habituais, como jogos, será possível produzir
aulas melhores, que tenham um rendimento maior, dessa forma, o aluno saberá que o
conteúdo é importante para a sua vida cotidiana, e terá maior interesse em estudá-lo.
DESENVOLVIMENTO
Hoje, no Brasil, a educação não tem recebido boas avaliações, quando se trata do
ensino médio a situação é ainda mais precária, portanto para desenvolver o estágio foram
feitas observações prévias, onde já foi visível os desafios que seriam enfrentados. O primeiro
foi a estrutura da escola, pois as salas não continham ventiladores, o quadro branco não
apagava com o apagador, além de portas e janelas quebradas. O segundo desafio foi o tão
grande desinteresse dos alunos, pois estando no ensino médio, fase a qual se deve pensar em
uma carreira para seguir no futuro, os alunos não tinham perspectiva alguma, nem em
ingressar em um ensino superior, ou ao menos fazer o ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio) que se trata de uma avaliação de desempenho dos estudantes de escolas públicas e
particulares do ensino médio, para por meio do mesmo ingressar em um ensino superior. E o
terceiro, foi o pouco tempo das aulas, pois as aulas eram nos dois últimos horários e era difícil
conseguir ficar até o fim, tendo em vista que os outros professores geralmente liberam mais
cedo que o horário normal de acabar a aula.
Enfrentando estes desafios, o conteúdo função foi abordado inicialmente vendo sua
aplicabilidade no cotidiano e a importância em estudá-lo, através de um exemplo
contextualizado utilizando o nome dos alunos para assim chegar ao que é uma função. Foi
estudado o gráfico de uma função onde foram levados cartazes para mostrar quando o gráfico
representa uma função e quando não representa e para abordar sua construção. Os alunos
ficaram bem prestativos durante a explicação, porém o maior obstáculo da aula foi a
dificuldade que todos tiveram no momento de resolver cálculos para encontrar as imagens da
função e foi utilizado jogo de sinal, algo que a maioria da turma não sabia e isso dificultou um
pouco o aprendizado e tirou o foco da aula. 631
Para dar início ao conteúdo função afim, foram abordados exemplos do cotidiano
apresentados através de slides e resolvido no quadro com a participação de todos, também
foram estudados exemplos de funções afins para mostrar quando a mesma é constante,
polinomial do 1º grau, assim como a função linear e identidade. E para revisar todo o
conteúdo foi abordado um jogo de dominó, chamado dominó das funções, motivando os
alunos e trazendo uma aprendizagem significativa.
CONCLUSÃO
Observando o ensino médio das escolas públicas atualmente foi possível notar que os
alunos estão cada vez mais sem perspectivas para ingressar em um ensino superior, não são
motivados e nem preparados para tentar ao menos um vestibular, A partir disso, percebe-se
que, é necessário ter um bom preparo antes de atuar como professor, para que os futuros
professores estejam qualificados para mudar este quadro que a educação está hoje e inovar o
que anda bem ultrapassado.
A partir do desenvolvimento das atividades planejadas foi bem visível que o objetivo
de levar aulas que prendessem a atenção do aluno e que lhes motivassem a fazer as tarefas e a 632
enxergar a matemática como algo que está presente no cotidiano das mais variadas formas,
nos lugares, objetos, até mesmo em uma ida a padaria, ou em uma loja de roupas, foi
cumprido, assim também como motivar os alunos a ingressarem em um ensino superior ao
citar que o assunto abordado era algo que sempre estava presente nos vestibulares, inclusive
no ENEM.
Além de tudo o estágio proporciona uma experiência prática, onde é possível saber
como é a realidade das escolas, saber como é ser um professor, e aprender desde cedo a
enfrentar todos os desafios que aparecem como a estrutura da escola, os dias de atraso de aula
que ocorrem devido a problemas externos e internos a escola, o horário das aulas, entre tantas
outras coisas, que sem o estágio não seriam possíveis serem descobertas durante a graduação.
Portanto, através do estágio foi possível observar que por mais que se tenha planejado
uma aula e a metodologia que será aplicada, é necessário estar apto para situações imprevistas
que podem ocorrer, por isto é preciso ter um pensar lógico e eficaz para que venha saber se
posicionar nas mais diversas situações que ocorrem durante o período das aulas, e
principalmente ter o comprometimento com si mesmo e com o aluno, pois tudo o que se
aplica na sala de aula afeta diretamente o saber do educando, e o professor deve sempre
transmitir o conteúdo de forma prática e de mais fácil entendimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CANAL, Denise Cristina; CRUZ, Leandra Barcelos da; GOSTENSKI, Hilda Maria de
Carvalho; BARBIERI Marcia; CAMARGO, Edson Carpes. O ensino da matemática nos anos
iniciais numa pespectiva ludopedagógica. Canoas- Rio Grande do Sul, outubro de 2013.
Disponivel em
<http://www.conferencias.ulbra.br/index.php/ciem/vi/paper/viewFile/624/152> .Acesso em
28 de junho de 2018.
DANTE, Luiz Roberto. Projeto Teláris: Matemática. 8º ano. São Paulo: Editora ÁTICA,
2016. 633
LEONARDO, Fabio Martins de. Conexões com a matemática. 1º ano. 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2017.
REIS, Adinilson Marques. Uma proposta dinâmica para o ensino de função afim a partir de
erros dos alunos no primeiro ano do ensino médio. São Paulo, 2011. Disponível em
http://www.pucsp.br/sites/default/files/download/posgraduacao/programas/educacaomatemati
ca/adinilson_reis.pdf. Acesso em: 24 de maio de 2018.
SOARES, Maria Teresa Carneiro Soares e PINTO, Neuza Bertoni. Metodologia da resolução
de problemas. ANPED - GT19. Disponível em
<http://www.ufrrj.br/emanped/paginas/conteudo_producoes/docs_24/metodologia.pdf>.
Acesso em 28 de junho de 2018.
Damiana Layane Furtado dos Santos, Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
634
RESUMO
O presente artigo foi desenvolvido com base na aplicação do projeto Tratamento da Informação
aplicado em uma turma do sétimo ano do Ensino Fundamental, como uma exigência da disciplina de
Estágio Supervisionado I do Curso de Licenciatura em Matemática do CFP/UFCG, com o objetivo de
mostrar a importância do tratamento de informações para compreensão do mundo e desenvolver nos
alunos a compreensão de gráficos, tabelas, médias, possibilidades e probabilidade para análise de
situações do cotidiano, bem como suas aplicações nas várias áreas do conhecimento. Para isso, foi
utilizada uma metodologia diferenciada com o uso da História da Matemática, construção de cartazes,
produção textual, desenvolvimento de jogo e utilização da interdisciplinaridade com estudo e
interpretação de gráficos e tabelas relacionados a Geografia. Os resultados foram produtivos, pois
mesmo diante dos desafios enfrentados pelo professor com a atual geração, os alunos mostraram
boa compreensão quanto ao conteúdo, participaram das atividades, mostraram-se empolgados com o
desenvolvimento do jogo e conseguiram compreender o conteúdo por meio de uma metodologia
diferenciada e inovadora.
PALAVRAS-CHAVE: Matemática; Tratamento de informação; Interdisciplinaridade.
ABSTRACT
The present article was developed based on the application of the Information Processing applied in a
seventh year class of the Fundamental Teaching (7th Grade of Middle School), as a requirement of the
Supervised Internship I of the Mathematics Degree Course of the CFP / UFCG, with the objective of
showing the importance of the treatment of information to understand the world and develop in
students the understanding of graphs, tables, averages, possibilities and probability for the analysis of
everyday situations, as well as their applications in the various areas of knowledge. For this, a
differentiated methodology was used with the use of History, Mathematics, poster construction,
textual production, game development and use of interdisciplinarity with study and interpretation of
graphs and tables related to Geography. The results were productive because even in the face of the
challenges faced by the teacher with the current generation, the students showed a good understanding
of the content, participated in the activities, were enthusiastic about the development of the game and
were able to understand the content through a methodology differentiated and innovative.
KEYWORDS: Mathematics; Information processing; Interdisciplinarity.
RESUMEN
El presente artículo fue desarrollado con base en la aplicación del proyecto Tratamiento de la
Información aplicado en una clase del séptimo año delEnsino Fundamental, como una exigencia de la
disciplina de Etapa Supervisada I del Curso de Licenciatura en Matemáticas del CFP / UFCG, con el
objetivo de mostrar la importancia del tratamiento de informaciones para la comprensión del mundo y
desarrollar en los alumnos la comprensión de gráficos, tablas, promedios, posibilidades y
probabilidades para el análisis de situaciones de lo cotidiano, así como sus aplicaciones en las diversas
áreas del conocimiento. Para ello, se utilizó una metodología diferenciada con el uso de 635
laHistoriaMaútica, construcción de carteles, producción textual, desarrollo de juego eutilización de la
interdisciplinariedad con estudio e interpretación de gráficos y tablas relacionadas con la Geografía.
Los resultados fueron produtivos, pues aun ante los desafíos enfrentados por el profesor con la actual
generación, los alumnos mostraron boomcomprensión en cuanto al contenido, participaron de las
actividades, se mostraron entusiasmados con el desarrollo del juego y lograron comprender el
contenido por medio de una metodología diferenciada e innovadora.
PALABRAS CLAVE: Matemáticas; Tratamiento de la información; Interdisciplinariedad.
INTRODUÇÃO
636
Para que tais objetivos sejam alcançados, são exigidos do professor superação das
antigas metodologias de ensino, dedicação, estudo e criatividade, pois os métodos tradicionais
não são mais suficientes para motivar o aluno quanto ao estudo dos conteúdos e sua
continuidade.
Além de novos saberes e competências, a sociedade atual espera que a escola
também desenvolva sujeitos capazes de promover continuamente seu próprio
aprendizado. Assim, os saberes e os processos de ensinar e aprender
tradicionalmente desenvolvidos pela escola mostra-se cada vez mais
obsoletos para os alunos. O professor vê-se desafiado a aprender a ensinar de
modos diferentes do que lhe foi ensinado. (FREITAS et al., 2005, p. 89)
637
DESENVOLVIMENTO
Para o estudo sobre tabelas e gráficos foi utilizado a História da Matemática, para
mostrar todas as necessidades e progressos dessa linguagem matemática, uma dinâmica com
pequenas construções de cartazes, onde os dados foram colhidos na sala de aulas, como a
idade dos alunos e os sabores preferidos de sorvete. Foi notável a empolgação dos alunos para
estudar o conteúdo, pois se sentiam evolvidos nas dinâmicas e construções.
Algo que pode ser destacado é a grande dificuldade de interpretação dos alunos em
meio a questões contextualizadas e que envolvam outras disciplinas por eles estudadas, pois
os alunos não estão acostumados com esses questionamentos, Também foi possível
observar que para alcançar os resultados esperados no Ensino Fundamental, o professor deve
buscar novos suportes além do livro didático, pois eles não devem ser o único recurso para o
ensino, por isso durante as aulas, foram utilizadas diferentes metodologias para melhorar o
processo ensino aprendizagem como uso de material impresso e concretos, com isso os alunos
se sentiram motivados, principalmente por não ficar apenas copiando e repetindo o que o
professor escreve no quadro. 638
Foi estudada média aritmética e média ponderada com o uso de situações problemas e
como aplicações diretas no dia a dia, como no ambiente escolar, já que os alunos se deparam
todo bimestre e final de ano letivo com cálculos de médias, No entanto, mesmos assim,
apresentam grande dificuldade quanto à interpretação. Pode-se ver grande resistência dos
alunos quanto ao uso de metodologias não tradicionais, pois os mesmos estão habituados a
esse modelo.
Foi realizada uma pesquisa em grupos sobre temas presentes na realidade dos alunos e
a partir desses dados foi feita a construção de cartazes com gráficos e tabelas expondo a
pesquisa, a construção da maioria dos gráficos foi um sucesso o que mostra que os recursos
utilizados as aulas anteriores, apresentaram bom resultado. Além disso, foi feita uma
apresentação da pesquisa para a turma, com o intuído de desenvolver a comunicação e
discussão entre os discentes, os alunos se empenharam em mostrar seus resultados e trabalhos
para a classe e isso ficou claro com a produção textual feita posteriormente expondo suas
expectativas e aprendizagem quanto ao conteúdo.
CONCLUSÃO
objetivo de vida. Com isso, o professor em formação pode tentar amenizar esse quadro,
buscando sempre apresentar ao educando uma Matemática mais real, ou seja, que esteja
aplicada em sua realidade e que para que isso seja alcançado são de suma importância o uso
de metodologias diferenciadas como a história da matemática e a resolução de
problemas, pois as mesmas atuam nesse papel de significação.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Joamir Roberto de. PATARO, Patricia Rosana Moreno. Vontade de Saber
Matemática. 7º ano. São Paulo: Editora FTD, 2015.
640
RESUMO
As an activity of the Supervised Stage III course of the Licentiate Course in Mathematics, the
following project was elaborated: Affine Function: Understanding the Concept and Solving Problems
of Daily Life based on the observations of the classes of the High School of a Public School of
Paraíba, where the regency stage was held. Considering the importance of mathematical knowledge, as
well as its application in daily life, through the actions of the project, we sought to bring to the
classroom with the content of Affine Function a differentiated methodology that allows the student to
explore knowledge dynamically. Starting from the objective that the learner begin to see this science
no longer as that discipline that he reproves, but see it as a tool that he can explore, build and better
understand the applicability in the construction and formation of the world around him. The project
was developed at the school with a methodology that facilitated the student learning, teaching content
dynamically with play activities: assembling posters, games, graphs on graph paper, problem
situations, among other activities, obtaining, in the end, good results in addition to being an
experience that has brought an even more centralized look at the quest for quality teacher
training.
Como una actividad de la disciplina Etapa Supervisada III del Curso de Licenciatura en Matemáticas,
se elaboró el proyecto: Función Afín: Entendiendo el Concepto y Resolviendo Problemas del
Cotidiano basado en las observaciones de las clases de la Enseñanza Media de una Escuela pública de 641
Paraíba, donde se realizó el proyecto la etapa de regencia. En cuanto a la importancia del
conocimiento matemático, así como su aplicación en el cotidiano, a través de las acciones del proyecto
se buscó traer al aula junto al contenido de Función Afín una metodología diferenciada que
proporcione al alumno explorar el conocimiento de forma dinámica. A partir del objetivo de que el
educando comience a ver esa ciencia no más como aquella disciplina que reprocha, sino que vea como
una herramienta que él puede explorar, construir y entender mejor la aplicabilidad en la construcción y
formación del mundo a su alrededor. El proyecto fue desarrollado en la escuela con una metodología
que facilitó el aprendizaje de los educandos, ministrando los contenidos de forma dinámica con
actividades lúdicas: montaje de carteles, juegos, gráficos en papel milimetrado, situaciones
problemáticas, entre otras actividades, obteniendo al final, buenos resultados además de haber sido una
experiencia que trae una mirada aún más centralizada en la búsqueda de una formación docente de
calidad.
PALABRAS CLAVE: Matemáticas; función; Dinámico.
INTRODUÇÃO
A Função Afim, também entendida como uma transformação linear é um conteúdo que
trás consigo uma vasta aplicação na Matemática e no cotidiano. Desta forma a ministração
desse conteúdo deve ser apresentada de forma mais dinâmica, no qual o educando também
possa ver aplicações do cotidiano e aí comece despertar o interesse pela Matemática e deste
modo junto ao professor possa fazer do ensino algo mais interativo e proveitoso na construção
de um novo modelo de ensino pelo qual o educando esteja apto a construir coisas novas, a
explorar e desenvolver o raciocínio. De acordo com Brasil (1998, p. 19) “A Matemática
escolar não é ‘olhar para coisas prontas e definitivas’, mas a construção e apropriação de um
conhecimento pelo aluno, que se servirá dele para compreender e transformar sua realidade.”
Contudo, o ensino de Função Afim deve ser ministrado de forma que busque explorar
a criatividade do aluno para que o ensino de Matemática se torne algo prazeroso com uma
expectativa de evolução no que diz respeito a um avanço no processo de ensino aprendizagem
no qual deixe de lado a prática conservadora de ensino em busca de algo mais dinâmico e
interessante.
DESENVOLVIMENTO
Com base nas observações das aulas de Matemática do Ensino Médio das Escolas
públicas, nas informações que temos com relação ao atual modelo de ensino e tendo em vista
a importância do conhecimento matemático, bem como sua aplicação no cotidiano, foi
Esse trabalho foi planejado com o intuito de colaborar com a superação das
dificuldades enfrentadas pelos educandos com relação ao aprendizado na disciplina de
Matemática, focando na formação desses educandos, trazendo para sala de aula a
contextualização, a interdisciplinaridade e o lúdico.
Para dar continuidade ao assunto foi discutida uma situação problema junto com a
turma, alguns compreenderam bem, já outros demostraram muita dificuldade. Posteriormente
foi mostrado o Zero da Função, por meio de exemplos. Em seguida foi entregue umas fichas
com algumas situações problemas para serem resolvidas em duplas, tendo o auxílio no que
precisavam para chegarem a solução esperada. Como sequência das atividades foi feito um
circulo na sala para assim revisar de forma dinâmica os conteúdos estudados, através de
jogos.
Foi levado pra sala de aula um cartaz para assim construir o gráfico, onde todos participaram
da construção por meio de questionamentos, alguns educandos foram bem participativos,
outro preferiram só observar, em seguida foi feito a construção de gráficos com papel
milimetrado, feito isso foi proposta uma atividade escrita com duas questões onde os alunos
identificaram a diferença entre elas através das características dos gráficos, classificando as
funções em função crescente e decrescente e fizeram a representação de situações problemas.
Os alunos demostraram muita dificuldade na construção do gráfico, principalmente na 644
construção de tabela de valores para assim determinar os pontos do gráfico.
Foi organizada também uma gincana envolvendo todo o conteúdo já ministrado, para
isso foram levadas varias provas, tais como: Stop das Funções, Embaixadinha Matemática,
questões em balões, Passa ou Repassa, entre outras atividades. Alguns alunos participaram
outros não quiseram interagir na aula. Por fim foi feito o estudo do sinal da função afim das
inequações, utilizando também uma situação problema e na sequência uma atividade escrita.
Foram vários os desafios enfrentados durante o período de estágio, entre eles pode-se
citar: intervenção do professor supervisor durante algumas aulas, sem necessidade, tendo em
vista que não é esse o papel do supervisor; outro problema que pode se destacar é a falta de
interesse por parte de alguns alunos, pois não vão à escola com frequência e se comparecem
ao ambiente escolar, muitas vezes não participam das aulas, porém outros se interessam
bastante em participar, em compreender o conteúdo, mas outro fato que ainda atrapalha o
diálogo e a interação durante a aula é o nervosismo, muitos deles ainda não tem o costume de
falar pra turma, de apresentar seminário, de expressar seu pensamento, e isso deve ser
compreendido e o educador deve auxiliá-los para uma evolução no processo de ensino
aprendizagem.
CONCLUSÃO
Diante de tudo, pode-se dizer que ser professor não é somente ir pra sala de aula,
aplicar um conteúdo, fazer uma avaliação e achar que dessa forma a educação vai evoluir, é
preciso estudar e trazer práticas pedagógicas que torne o conhecimento mais prazeroso, algo
que o aluno queira sempre estar buscando mais, através de aulas dinâmicas, contextualizadas,
além disso é necessário haver uma boa relação entre professor e aluno.
ensino, ideias essas que devem ser implantadas nas escolas desde os anos iniciais, para que
assim os alunos possam desenvolver o interesse por pesquisar, explorar, construir e
compreender a presença da Matemática no cotidiano e que a mesma está aplicada em tudo a
sua volta.
REFERÊNCIAS
RESUMO
O presente artigo pretende analisar o ensino do conteúdo de função afim através de resoluções
de situações problemas e construção de gráficos, numa turma do 1º ano do ensino médio, bem
como considerar os aspectos decorrentes da vivência do estágio, mediante a realidade da
escola. O trabalho pautou-se nas propostas dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)
para o ensino da Matemática e na análise de referenciais teóricos da Educação Matemática, a
fim de produzir aulas mais significativas e capazes de estimular a participação e
aprendizagem dos alunos. Por conseguinte, foram apresentadas formas de incumbir os alunos
acerca do estudo de função afim e o quanto a escolha dessas estratégias de ensino
contribuíram para o processo de ensino-aprendizado.
PALAVRAS-CHAVE: Função afim; Situações problemas; Estágio;
ABSTRACT
The present article intends to analyze the teaching of the content of related function through
resolutions of problems situations and construction of graphs, in a class of the 2nd year of
high school, as well as to consider the aspects deriving from the experience of the internship,
through the reality of the school. The work was based on the proposals of the National
Curricular Parameters (PCNs) for the teaching of Mathematics and the analysis of theoretical
references of Mathematics Education, in order to produce more meaningful classes capable of
stimulating student participation and learning. Therefore, ways were presented to instruct
students about the related function study and how much the choice of these teaching strategies
contributed to the teaching-learning process.
KEYWORDS: Related function; Situations problems; Internship;
92
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
RESUMEN
El presente artículo pretende analizar la enseñanza del contenido de función afín a través de 647
resoluciones de situaciones problemáticas y construcción de gráficos, en una clase del primer
año de la enseñanza media, así como considerar los aspectos resultantes de la vivencia del
estadio, a través de la realidad de la escuela. El trabajo se basó en las propuestas de los
Parámetros Curriculares Nacionales (PCNs) para la enseñanza de las Matemáticas y en el
análisis de referencias teóricas de la Educación Matemática, a fin de producir lecciones más
significativas y capaces de estimular la participación y el aprendizaje de los alumnos. Por lo
tanto, se presentaron formas de encomendar a los alumnos acerca del estudio de función afín
y en cuanto a la elección de estas estrategias de enseñanza contribuyeron al proceso de
enseñanza-aprendizaje.
PALABRAS CLAVES: Función afín; Situaciones problemáticas; Fase;
INTRODUÇÃO
É por esse motivo que o professor precisa ter em mente que deve ser feita uma
avaliação da sua forma de ensino e perceber onde os alunos sentem dificuldades, buscando
formas de produzir aulas mais significativas. E assim, se faz imprescindível o conhecimento
sobre as metodologias de ensino que são pensadas e analisadas por pesquisadores que se
dedicam a esses estudos a fim de sugerir métodos que sejam realmente eficazes para o
648
aprendizado, até porque “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades
para a sua produção ou a sua construção” (FREIRE, 2003, p. 47).
No entanto, segundo Thomas Butts (apud, Dante 1998) “estudar Matemática é resolver
problemas. Portanto, a incumbência dos professores de Matemática, em todos os níveis, é
ensinar a arte de resolver problemas”, mas não basta apenas utilizar os problemas em sala, é
necessário ensinar os alunos a resolvê-los. Assim, concordo com Dante (1998), que é papel do
professor fazer perguntas para que os alunos consigam interpretar o problema e encorajá-los a
fazerem perguntas uns aos outros e ao próprio professor.
ensino-aprendizagem, pois através deles é possível criar situações que permitem ao aluno
desenvolver formas de resolução, estimulando a criatividade e motivando a compreensão do
conteúdo, a medida em que se divertem e interagem com os colegas.
Conforme os PCN’S (1998) uma vantagem relevante nos jogos é o desafio, que faz
com que os alunos sintam mais interesse e prazer pela disciplina. Logo, os jogos são peças
fundamentais para que a sociedade tenha indivíduos capazes de buscar soluções, enfrentarem
desafios, serem criativos e com estratégias para se tornarem pessoas críticas.
Além dos jogos, é interessante o uso dos softwares educativos, como recursos que
auxiliam na execução da aula e chamam a atenção dos alunos, é por esse motivo que se pode
perceber que utilizando nas aulas sobre Função Afim um software como o “GEOGEBRA –
aplicativo gratuito de matemática dinâmica que combina geometria e álgebra em uma única
GUI (Interface Gráfica do Utilizador)” – é interessante para construir gráficos com facilidade
e precisão, bem como fazer comparações do seu comportamento mediante as funções. Sem
desconsiderar a construção manual geométrica dos gráficos, pois ela é necessária para
evidenciar a relação entre as funções e sua representação gráfica, essencial no processo de
interpretação de gráficos.
O ensino das funções gera, muitas vezes, a falsa ideia de que o assunto não está
relacionado ao cotidiano, assim como acontece na maioria dos conteúdos de matemática. Mas
a verdade é que as funções retratam muito bem situações do dia-a-dia. Em se tratando de
função afim, é possível relacionar, por exemplo, o valor recebido pelo funcionário de acordo
com o valor líquido e o adicional por horas-extras trabalhadas, assim como o valor pago por
uma corrida de táxi de acordo com o valor da bandeira e a valor acrescido conforme os
quilômetros percorridos.
Desafios Do Estágio
atenção durante a aula e até mesmo o bloqueio para a continuação dos estudos, levando os
discentes a avançarem de série sem ter os conhecimentos básicos necessários.
Tendo em vista esse obstáculo o planejamento de atividades foi também um grande
desafio, uma vez que se fez necessária a elaboração de atividades relacionadas ao conteúdo de
função afim, atreladas à recursos e metodologias que fossem realmente eficazes na promoção
da participação, do interesse e aprendizado, por parte do aluno.
Outro problema foi a indisponibilidade de recursos, não por ausência, mas pelo mal 652
funcionamento como foi o caso dos computadores que se encontravam em desuso por falta de
manutenção corretiva, o que dificultou algumas atividades planejadas pelo estagiário,
havendo necessidade de replanejamento, ademais os alunos sentem necessidade de usar tais
equipamentos e acabam sendo isentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
E assim, o estágio é tido como uma etapa para se observar o ambiente escolar,
identificar a necessidade de fazer prática a teoria e reconhecer a realidade de que ser professor
é, de fato, uma tarefa árdua e que há muito que se enfrentar, mas para isso é de suma
importância se comprometer a dar o melhor de si para se alcançar melhores resultados na
educação. 653
REFERÊNCIAS
GARBI, Gilberto G. Para que serve isso? Revista do Professor de Matemática. Rio de
Janeiro, nº 63, 1-5, 2007.
IMENES, Luiz M.; LELLIS, Marcelo C. Manual Pedagógico. In: Matemática Imenes e Lellis:
Livro do Professor. São Paulo: Scipione, 1997. p. 8.
RESUMO
O referido trabalho visa explanar acerca das questões inerentes a ação pedagógica no ensino de
matemática, no qual serão apresentados os resultados de uma observação efetuada em uma instituição
pública municipal de ensino, na cidade de Cachoeira dos Índios/ PB. Abordar-se-á aspectos como:
interações entre professor e aluno, disponibilidade de materiais pedagógicos e o ensino de matemática.
Tal área do conhecimento constitui-se como um espaço de intensas aprendizagens, no qual constrói-se
conhecimentos e saberes por meio de interações. Este trabalho objetivou apresentar o papel do
professor de matemática na atualidade, bem como analisar sua práxis pedagógica na mediação do
processo de ensino aprendizagem na disciplina de matemática. A metodologia utilizada foi uma
observação estruturada, realizada em uma sala de aula em uma turma do 7° ano do Ensino
Fundamental. No decorrer das discussões e análises, elucidar-se-á diversos aspectos inerentes ao
processo educacional dos alunos, fazendo uma breve explanação acerca da formação docente e seus
respectivos desafios e a relação entre o processo formativo e o exercício da profissão. Iremos articular
os resultados da pesquisa com alguns elementos que os PCN’s preconizam com o intuito de associar a
teoria com a prática, a fim de constatar aspectos análogos e controversos entre ambos.
PALAVRAS-CHAVE: Formação docente; Ensino aprendizagem; Ensino de matemática.
ABSTRACT
This paper aims to explain the issues inherent to the pedagogical action in the teaching of
mathematics. The objective is to show the role of the mathematics teacher nowadays, as well as to
analyze their pedagogical praxis in the mediation of the process of teaching learning in the
mathematics discipline. In the course of the discussions and analyzes, we will elucidate several aspects
inherent to the students' educational process. We will articulate the results of the research with some
93
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
elements that the NCPs advocate in order to associate theory with practice, in order to verify similar
and controversial aspects between both.
KEYWORDS: Teacher training; Teaching learning; Mathematics teaching;
RESUMEN
El objetivo de este artículo es explicar las cuestiones de la acción pedagógica en la enseñanza de las
matemáticas. El papel del profesor de matemáticas hoy y analizar su práctica pedagógica en la
mediación del proceso de enseñanza aprendizaje. En el transcurso de las discusiones y análisis,
elucidar varios aspectos inherentes al proceso educativo de los alumnos. Articular los resultados de la
investigación con algunos elementos que los PCNs defienden con el objetivo de asociar teoría y
práctica
PALABRAS CLAVES: Formación docente; Enseñanza aprendizaje; Enseñanza de matemáticas.
INTRODUÇÃO
os métodos tradicionais atualmente não apresentam mais tanta eficácia, pois mediante as
inúmeras transformações sociais, a escola também precisa adequar-se a tais mudanças de
forma a atender satisfatoriamente às necessidades do educando nos dias atuais.
Contudo, tais habilidades não são desenvolvidas de forma satisfatória, devido a forma
como o ensino de matemática é mediado no qual o docente inicia a abordagem do conteúdo já
com a definição e conceitos estabelecidos do assunto, seguido de alguns exemplos abstratos,
sem nenhum tipo de contextualização. E assim, aplicam-se exercícios somente de questões
mecanizadas, dificultando de forma demasiada na apreensão do conteúdo apresentado pelo
professor.
Nesse sentido, aprender apenas a reproduzir procedimentos mecânicos não garante aos
alunos que eles aprenderam a disciplina de matemática, pois a mesma perpassa para além de
fórmulas, meios rígidos e descontextualizados que alguns professores insistem em fazer uso.
de organizador de aprendizagem”.
Uma das ferramentas que podem ser aplicadas no âmbito escolar que podem vir a
auxiliar o professor no processo de mediação do ensino na disciplina de matemática é ensiná-
la por intermédio da utilização dos jogos matemáticos, uma vez que tais meios podem
proporcionar uma aprendizagem mais expressiva nos alunos.
Os erros são vistos como uma forma de aprendizagem, pois o mais importante não é
acertar, mais sim participar do jogo, as tentativas a partir do erro irão gerar a aprendizagem. A
participação, a criação de ideias, a troca de experiências, a socialização são sim fatores
importantes, que transcendem o puro acerto no jogo matemático. Portanto, tais fatores
constituem-se como relativamente necessários para uma aprendizagem sólida na matemática.
Descrição Da Observação
[...] não basta a prática, a partir de certo momento sente-se a necessidade de 661
desenvolver reflexões para além da prática, que fizessem uma ligação
também com as teorias pedagógicas que fundamentam e alimentam o “que
fazer” e o “como fazer” (CALIMAN, 2010, p. 346)
Observa-se então o quão importante é que haja intencionalidade e objetivos nas ações
do professor de matemática, de forma que este desenvolva a consciência crítica acerca do
porquê está executando determinada ação. É um fazer pedagógico, respaldado em um aporte
teórico que lhe favoreça os subsídios necessários para um trabalho de qualidade. Estes foram
aspectos verificados a partir da observação realizada com um docente que leciona a disciplina
de Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental.
Sua metodologia caracterizava-se por ser expositiva dialogada, pois ele sempre
buscava mediar o conteúdo por meio da exposição dos conceitos, fazendo uso do livro
didático para desenvolver tais atividades e a partir do diálogo com os alunos desenvolver os
exercícios no quadro. A participação dos alunos nessas discussões era razoável, pois a maioria
além de responder as perguntas feitas pelo professor, também apresentavam suas dúvidas para
esclarecer em sala de aula.
Contudo, essa participação não se dava por parte de todos os alunos. Era frequente que
durante as discussões do assunto abordado, alguns ficassem com conversas paralelas,
brincadeiras entre si o que acabava prejudicando o aproveitamento da aula, pois dispersava a
atenção daqueles que estavam interessados, bem como era necessário que o professor parasse
a explicação para reclamar tais comportamentos.
Assim sendo, Vasconcellos (1997, p.103) aponta que: “As diversas manifestações da
indisciplina são o desafio para os educadores em sala de aula e na escola e tem sido a causa de
muitos problemas de caráter qualitativo e/ou quantitativo para o processo de ensino-
aprendizagem”. A escola tem um importante papel no processo de ensino aprendizagem do
aluno, bem como na sua formação moral, pois esta deve ser um ambiente de formação e de
desenvolvimento de valores, ou ainda, que tem por função trabalhar aspectos que as crianças
ou adolescentes já trazem de sua formação familiar, as quais são percebidas quando estes
ingressam à escola.
Nesse sentido, é importante que a escola em conjunto com a família possa mediar da
melhor maneira possível esses aspectos negativos no educando, complementando e
possibilitando uma nova construção de conhecimentos, como também o desenvolvimento de
aspectos referentes a moral e ética do discente.
escola contra os colegas e professores, pois geralmente as crianças procuram na escola meios
de externalizar os atos de agressividade sofridos ou presenciados em outros lugares.
Quando a escola não tem regras claras, definidas; quando a escola não
transforma em conhecimento de todos o que pode e o que não; quando a
escola não viabiliza canais para que o aluno possa levar a sua crítica; quando
a escola não oferece ao aluno a perspectiva de construir junto com ela as
regras de um convívio, de interação, ela está agindo como um foco de
indisciplina. (ANTUNES, 2001, p. 19)
O professor na maioria das vezes não consegue desenvolver uma boa aula sem que os
alunos estejam atentos ao que está sendo exposto. A indisciplina causa transtorno e perda de
tempo nas escolas, os professores se aborrecem, ficam nervosos e até perdem o controle da
aula por causa da indisciplina dos alunos.
Vale frisar também que, o fato da família dos alunos não participarem de forma ativa
das atividades realizadas pela instituição influencia negativamente em tais comportamentos,
pois delegam boa parte da responsabilidade de educar e de ensinar apenas a escola, não
cumprindo de forma consistente com o papel que lhe é cabível. Desse modo, é preconizado
pela Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 em seu Art. 2º que:
Percebe-se a partir da referida lei o quão essencial é que exista uma estreita relação
entre as duas instâncias família e escola. E que é função de ambas oportunizar uma educação
qualitativa que prepare a criança não apenas para a memorização de saberes sistematizados,
mas também e principalmente para o exercício do seu papel enquanto cidadão.
correlação em que haja igualdade, respeito, diálogo e atenção para que desse modo ocorra um
processo de ensino-aprendizagem eficaz.
Nessa perspectiva, o docente deve ser e agir como um elo entre o discente e o
conhecimento. Daí a importância de entender que este processo de construção do saber não se
dá de forma mecânica, pois é necessário que o educador mantenha o diálogo e proximidade
com os discentes.
Ao término da observação foi possível verificar como está sendo mediado o ensino da
disciplina de Matemática nos dias atuais em uma turma do 7° ano do Ensino Fundamental,
sendo que os métodos de ensino adotados pelo docente observado não foram tão condizentes
com aquilo que está preconizado no aporte teórico.
como data show, pois a escola dispõe de apenas um equipamento para todos os professores
utilizarem em suas aulas.
Em decorrência da grande quantidade de turmas e professores, não era possível inserir
esse recurso nas aulas de matemática, fazendo do livro didático, quadro branco e pincel seus
principais meios de mediar o ensino. E que o professor fez uso apenas uma vez dos
seminários para a mediação do conteúdo.
Observando-se assim que no âmbito escolar precisa-se trabalhar mais com esta e 666
outras ferramentas pedagógicas, que venham a trabalhar a partir de questões concretas,
facilitando assim a apreensão do conteúdo exposto pelo educador, estimulando assim nos
discentes o interesse pela disciplina de matemática.
Nessa perspectiva, pode-se analisar de forma crítica e verificar quais metodologias não
são mais eficazes e quais podem vir a ser aplicadas e desenvolvidas no âmbito da sala de aula.
Bem como, a partir desta observação, torna-se possível desenvolver a capacidade de análise e
de percepção acerca do processo de dinâmica da organização e desenvolvimento do trabalho
docente no que concerne ao ensino da disciplina de matemática nos anos finais do Ensino
Fundamental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desta observação foi possível verificar as inúmeras formas que o professor
pode abordar o mesmo assunto, a importância das relações interpessoais, do diálogo, das
trocas de experiências, a fim de que assim possibilite aos educandos um processo de ensino
aprendizagem em matemática, eficaz e satisfatório.
Devem entender o quanto é relevante, estar sempre inovando, uma vez que, somente
pela procura incansável de novos conhecimentos é que será possível realizar práticas
pedagógicas eficazes, produtivas e apropriadas, para contemplar o maior número de
educandos possível, advindos dos mais diversos contextos sociais, econômicos e culturais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, C. Os focos da indisciplina escolar. Jornal Mundo Jovem, Porto Alegre, ago.
2001.
SANTOS, E.F.; GIROTTI, M.T.; Indisciplina em sala de aula: o jogo como instrumento
metodológico para uma possível solução de uma problemática. Disponível em:
668
http://www.fatece.edu.br/arquivos/arquivos%20revistas/trilhas/volume3/8.pdf. Acesso em:
30/06/2018.
669
RESUMO
As mídias digitais fazem cada vez mais parte do nosso cotidiano e com isso o surgimento de diversos
gêneros digitais e em sua maioria de hipertextos, pois estes têm mais de uma modalidade, por isso, a
escola precisa formar estudantes competentes não só na leitura e escrita de gêneros escritos, mas
estudantes que sejam competentes nas diversas modalidades que os gêneros se manifestam, assim, há a
necessidade de estudante multiletrados. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo
compreender os multiletramentos como estratégia para a aprendizagem significativa de língua
portuguesa. Quanto à metodologia é uma pesquisa bibliográfica de cunho qualitativo, tendo por
finalidade mostrar como os multiletramentos podem ser trabalhados em sala de aula. Por isso,
apresentamos uma proposta de intervenção a ser realizada em uma turma de 1º ano do Ensino Médio,
utilizando os multiletramentos como estratégia de ensino aprendizagem. Os resultados dos estudos
apontam que, o ensino de língua portuguesa através de gêneros textuais, em particular dos digitais,
ocorre de forma mais significativa, uma vez que estes fazem parte da realidade dos estudantes e por
isso as aulas se tornam mais atraentes, divertidas, resultando em uma boa aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Multiletramentos; Gêneros digitais; Aprendizagem.
ABSTRACT
Digital media are becoming more and more part of our daily life and with this the emergence of
several digital genres and mostly hypertexts, since these have more than one modality, so the school
must train competent students not only in reading and writing of written genres, but students who are
competent in the various modalities that the genres manifest, thus, there is a need for multilevel
students. Therefore, the present work aims to understand multilearning as a strategy for meaningful
learning of Portuguese language. The methodology is a qualitative bibliographical research, with the
purpose of showing how the multiletraments can be worked in the classroom. Therefore, we present a
proposal of intervention to be carried out in a class of 2nd year of High School, using the
multiletraments as strategy of teaching learning. The results of the studies show that Portuguese
language teaching through textual genres, particularly digital ones, occurs more significantly, since
94
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
these are part of the reality of students and therefore the classes become more attractive and fun,
resulting in good learning.
KEYWORDS: Multiletraments; Digital genres; Learning.
INTRODUÇÃO
No que se refere ao ensino de língua, centrado no texto, esse deve ocorrer por meio
dos gêneros textuais e agora digitais, isso porque faz do ensino algo mais atrativo, por isso é
importante questionarmos quais são os gêneros que mais circulam na sociedade atual? Essa
pergunta é facilmente respondida, considerando a Era digital em que vivemos, e que os
gêneros também acompanham esta sociedade, portanto eles estão cada vez mais híbridos e
digitais. Nesse sentido, para que o aluno seja competente na leitura e produção desses novos
gêneros, ele precisará de habilidades e competências múltiplas, ou seja, surge à necessidade 671
de formar alunos multiletrados.
Sabemos que o texto é, atualmente, um grande aliado nas aulas de Língua Portuguesa,
uma vez que este passou a ser o centro dos estudos a partir da Linguística Textual. Portanto, é
por meio dele que podemos transitar os mais vários gêneros textuais que circulam na nossa
sociedade, através de um ensino contextualizado.
O uso do texto nem sempre foi tão comum quanto é atualmente, com o surgimento da
Linguística Textual. Esse foi o marco inicial para que os estudiosos da língua passassem das
teorias, que se detinham a um estudo da língua centrado em palavras e frases, para o estudo 672
através do texto. Nesse sentido, Oliveira fala como surgiu à Linguística Textual:
[...] além da ênfase dada aos processos de organização global dos textos,
assumem a importância particular as questões de ordem sociocognitiva, que
englobam temas como referenciação, inferenciação, acessamento ao
conhecimento prévio etc.
Desta forma, percebemos um novo modo de conceber o texto nas escolas, seja ele na
modalidade oral ou escrita, diferentemente dos estudos anteriores que contemplavam somente
análises de palavras e frases isoladas, sempre com destaque para o ensino da gramática. Sendo
assim, a preocupação passou a ser com a compreensão e interpretação do texto, reflexão
acerca das suas condições de produção, seus interlocutores e o conhecimento prévio do leitor.
falamos a respeito de uma educação através de textos, Antunes (2009) confirma que é
necessário o trabalho com o texto se queremos desenvolver a competência comunicativa de
nossos alunos.
É importante ressaltar ainda que, no início dos estudos da Linguística Textual, o texto
passou a ser usado nas aulas de língua, no entanto ainda era usado apenas como um pretexto
para ensinar gramática, pois não existiam reflexões sobre ele. Foi então que, só a partir dos
anos 90, o texto passou a ser efetivamente estudado nas escolas como um agente importante
da língua, ao considerar seus aspectos linguísticos, contextuais e sociais.
Concluímos que a Linguística Textual deu uma grande contribuição para que o ensino
de língua passasse a ser significativo para os alunos, já que não estava reduzido ao ensino de
normas gramaticais. Este foi muito mais além, ao mostrar a importância do trabalhar os
diferentes gêneros textuais nas diversas situações comunicativas da vida cotidiana, destacando
a relevância de formar sujeitos críticos e participativos na leitura e compreensão dos variados
textos que circulam a sociedade.
Com o passar dos anos, deu-se inicio uma inquietação entre os estudiosos da língua ao
perceberem que esse domínio do código escrito se dava em diferentes níveis, algumas pessoas
dominavam a escrita com competência linguística para as mais diversas situações de uso,
outras sabiam decodificar e escrever pequenos bilhetes e outras apenas dominava a escrita do
próprio nome. Foi então que surgiu o termo letramento, para complementar o trabalho da
alfabetização, ao considerar de suma importância trazer para a escola os conhecimentos
prévios de cada aluno, como também seus valores, crenças, culturas, etc.
Para Jung (2007, p. 85) “[...] as práticas de letramento são aspectos da cultura e das
estruturas de poder. É preciso observar, então, o processo de socialização das pessoas na
construção de significado pelos participantes”. Tendo em vista o letramento como um
processo presente nas práticas sociais, podemos perceber que este conceito ultrapassa os
meios escritos e falados e adentra também aos meios sociais e todas as práticas que estes
envolvem, destacando as questões culturais que atingem de maneira direta às práticas de
letramento.
Tendo em vista o letramento como uma prática social, refletir sobre as instituições que
promovem esta prática é de extrema importância, uma vez que a criança que em casa tem uma
família letrada e está em constante contato com leituras de diversos gêneros no dia a dia,
podendo ser desde um bilhete aos pais realizando leituras frequentes, isso fará com que essa
criança mesmo antes de conhecer a escrita e desenvolvê-la, compreenda suas funções sociais.
Como confirma Kleimam:
Percebemos assim, que o letramento de crianças que tem em família contato com o
mundo letrado, ocorre de maneira mais espontânea e natural, desde antes desta ser inserida na
escola. Confirmando isto, Rojo (1998) diz que o processo de letramento da criança depende
parcialmente do grau de letramento da família a qual esta criança faz parte.
Cabe aqui, pensarmos na sociedade atual, pois vivemos em uma Era digital que exige
domínio das mais diversas ferramentas, sejas estas tecnológicas ou não. Diante dessa
sociedade Rojo apresenta o conceito de multiletramentos, ao mesmo tempo em que o
diferencia do já conhecido termo letramento:
Como resultado desse crescente acesso aos meios digitais, também houve um
progresso no que se refere ao ensino de língua portuguesa, agora, mais preocupado e centrado
em práticas de letramento e centradas no texto, través dos gêneros textuais. Com isso, os
gêneros digitais ficaram cada vez mais individualizados, fazendo-se necessário um estudo
mais aprofundado das novas estéticas e critérios para esses textos.
Entendemos aqui a necessidade de falantes da língua que não sejam apenas letrados, 677
mas que sejam multiletrados, usuários capazes de dominar diversas linguagens, no sentido de
compreender, analisar e produzir textos dentro desses novos padrões da Era digital, assim
pessoas capazes de escrever um texto a lápis e também de produzir um texto digital que
precise de edição, animação, imagens, sons, texto escrito. Esse usuário da língua que é
competente em todos esses processos é uma pessoa multiletrada.
É uma necessidade atual a prática dos multiletramentos, pois estes capacitam os alunos
para as situações de comunicação nas quais sejam necessários conhecimentos
contemporâneos e digitais de leitura e escrita, principalmente quando nos referimos ao estudo
da linguagem e dos gêneros textuais. Cabe, então, à escola preparar jovens para essa Era
Digital e essa preparação deve ocorrer por meio dos multiletramentos.
Nesta aula, o professor irá propor aos estudantes a criação de um blog com a sua dupla
da primeira aula, nesse momento, as duplas dirigiram-se para os computadores e devem criar
um blog, em seguida, devem fazer a primeira publicação, esta deve conter um texto de
apresentação do blog e pelo menos uma imagem.
O professor irá propor a segunda publicação do blog que deve conter um texto sobre o
conteúdo decidido pela dupla que falará o blog, seja esporte, vida pessoal, moda, maquiagem,
fofocas, notícias, etc.
Enfim, esperamos que essa proposta permita aos estudantes e ao professor interação
com os conteúdos e com as novas tecnologias, para assim, desenvolver cidadãos críticos e
competentes nos diferentes usos da língua.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
oral ou digital. Sendo essa proposta justificada pela necessidade da sociedade atual de estar
sempre sem contato com os meios digitais.
REFERÊNCIAS
JUNG, N. Letramento: Uma concepção de leitura e escrita como prática social. In: CORREA,
D.; SALEH, P. Práticas de letramento no ensino: leitura, escrita e discurso. São Paulo:
Parábola Editorial, 2007.
KOCH, I. Introdução à linguística textual: trajetória e grandes temas. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
______. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial,
2008.
______. Gêneros textuais: definição e contextos. In: DIONISIO, A.; MACHADO, A.;
BEZERRA, M. (Orgs). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
681
RESUMO
A presente investigação tem como foco a análise do uso da escrita por alunos da Educação de Jovens e
Adultos (EJA), modalidade de ensino que atende às etapas do ensino fundamental e médio em escolas
públicas brasileiras. Os alunos desta modalidade, por diversos motivos não conseguem frequentar a
escola na idade adequada e isto lhes confere sérias dificuldades de participação social pelos usos da
linguagem. Assim, a presente pesquisa tem como objetivo analisar e descrever os usos da escrita
destes alunos à luz da abordagem interacionista. A pesquisa é qualitativa, aplicada e de cunho
etnográfico. Os sujeitos são alunos dos 1º e 2º segmentos da EJA de uma escola pública do município
de Cachoeira dos Índios (PB). O arcabouço teórico advém do campo da Psicologia Cognitiva e da
Linguística Aplicada a partir de Antunes (2003), Oliveira (2010), Ferreiro e Teberosky (1999), Bakhtin
(1992), Bronckart (1999), Soares (2013) etc. O estudo apontou para o processo de compreensão da
escrita enquanto ferramenta de ação social nas diversas práticas de linguagem no dia a dia dos
participantes do estudo, e que, portanto, não dominar as etapas que compõe tal modalidade da língua é
empecilho à efetivação de práticas cidadãs.
PALAVRAS-CHAVE: EJA. Escrita. Abordagem Interacionista.
ABSTRACT
This paper aims at analyzing the use of writing of EJA (Education of young adults and adults
program) students, which is a specific government teaching program for a group of people away
behind the regular school years that would be elementary and \ or high school years. The students
targeted by this program had difficulties in attending school in the expected age due to several reasons,
and that has cause them serious problems concerning social practices in the context of language usage.
Thus, this research has the objective of describing and analyzing their writing usages from an
interactionist perspective. This is a research of qualitative and applied natures and ethnographic in
95
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
character. The subjects are students of the first and second years of the EJA program from a public
school in the municipality of Cachoeira dos Indios in the state of Paraíba (PB). The theoretical support
comes from the cognitive psychology and applied Linguistics, based on the studies of Antunes (2003),
Oliveira (2010), Ferreiro and Teberosky (1999), Bakhtin (1992), Bronckart (1999), Soares (2003),
among others. This study focused on the process of understanding writing as a social action tool in the
multiple daily language practices of the participants. Since they do not have developed the necessary
writing skills, that fact has prevented them from some effective practices as citizens.
KEY WORDS: EJA. writing. interactionist approach.
683
ESCRITA Y CIUDADANÍA: EXPERIENCIAS CON CLASES DE LA
EDUCACIÓN DE JÓVENES Y ADULTOS (EJA) EN EL MUNICIPIO DE
CACHOEIRA DOS INDIOS (PB)
RESUMEN
La presente investigación tiene como foco el análisis del uso de la escritura por alumnos de Educación
de Jóvenes y Adultos (EJA), modalidad de enseñanza que atiende a las etapas de la enseñanza
fundamental y media en escuelas públicas brasileñas. Los alumnos de esta modalidad, por diferentes
motivos no logran frecuentar la escuela en la edad adecuada y esto les confiere graves dificultades de
participación social por los usos del lenguaje. Así, la presente investigación tiene como objetivo
analizar y describir los usos de la escritura de estos alumnos a la luz del enfoque interactivo. La
investigación es cualitativa, aplicada y de cuño etnográfico. Los sujetos son alumnos de los 1º y 2º
segmentos de la EJA de una escuela pública del municipio de Cachoeira dos Indios (PB). El marco
teórico proviene del campo de la Psicología Cognitiva y de la Linguística Aplicada a partir de Antunes
(2003), Oliveira (2010), Ferreiro y Teberosky (1999), Bakhtin (1992), Bronckart (1999), Soares
(2013), etcétera. El estudio apuntó al proceso de comprensión de la escritura como herramienta de
acción social en las diversas prácticas de lenguaje en el día a día de los participantes del estúdio. Por lo
tanto, no dominar las etapas que componen tal modalidad de la lengua es obstáculo a la efectividad de
prácticas ciudadanas.
PALABRAS-CLAVE: Educación de Jóvenes y Adultos. Escritura. Enfoque Interaccional.
INTRODUÇÃO
nos moldes europeus religiosos e culturais, aos índios que habitavam nosso país. Os objetivos
desses colonos não eram apenas comunicativos, havia um interesse dominador e econômico
por trás desse ensino.
O público alvo da modalidade EJA exige, além de outras habilidades, ter na escrita
uma forma de se relacionar com o mundo e pessoas a sua volta. A possibilidade de acesso a
maior quantidade de textos que circulam em sua vida social significa maior autonomia a esse
aluno, enquanto cidadão, que tem direitos e deveres a cumprir perante a sociedade, sendo a 684
escola, neste contexto, uma das instituições responsáveis por mediar o ensino-aprendizado e
por possibilitar, muitas vezes, a ascensão social e pessoal deste aprendiz, sobretudo, através
do acesso e uso da leitura e da escrita.
Sobre o domínio da escrita, ela traz êxito ao homem e lhe promove autossuficiência e
poder de persuasão, que se agregam ao modo de enxergar e transmitir o mundo que o cerca.
Antunes (2003) apresenta a escrita como algo que está vinculado à interação humana, à
necessidade de envolvimento entre os sujeitos, de troca de ideias, informações, sentimentos,
com fins interativos. Assim, a escrita, por ser uma atividade interativa, requer do indivíduo
uma série de mecanismos que a tornem realmente uma troca de saberes comunicativos.
Essa pesquisa surgiu da ideia de que os alunos que integram a EJA buscam interação
social, vendo na escola importante espaço para sanar uma série de dificuldades impostas
socialmente e de que a escrita é um mecanismo significativo da linguagem, pois sua aquisição
tem uma grande relevância social e comunicativa, bem como possibilita o sujeito se tornar
apto ao domínio dos diversos textos que circulam na sociedade, o que culmina numa
formação cidadã plena.
Os sujeitos são 22 alunos das turmas de dois seguimentos (1° ao 5° ano e 6º ao 9°). Os dados
foram coletados a partir da produção de dois gêneros textuais, o bilhete e o relato pessoal,
textos comuns às vivências dos sujeitos da pesquisa.
Neste mesmo contexto foi criado no Rio de Janeiro, em 1881, o Decreto nº 3.029,
nomeado como “Lei Saraiva”, para homenagear o Ministro do Império, José Antônio Saraiva,
encarregado de realizar a primeira reforma eleitoral no Brasil, instaurando pela primeira vez o
titulo de eleitor. Porém, esta lei proibia que os analfabetos pudessem votar por considerar a
Segundo Friedrich et al. (op.cit), com o afastamento dos jesuítas no século XVIII, o
ensino de adultos sofreu impacto e foi colocado em pauta de discussão na mudança do
Império-República entre os anos de 1887e 1897. Nesse período aconteceu a propagação da 686
Ao final de 1945, após a ditadura de Vargas, a educação para adultos teve seu
reconhecimento na sociedade, na versão de uma campanha que atendesse às massas
populacionais. Em 1947 o governo lançou a Campanha Nacional de Educação de Adultos e as
intenções eram ambiciosas. “Esperava-se alfabetizar os alunos em um tempo médio de três
meses, por meio de uma cartilha que constituiu o primeiro material didático produzido para
adultos no país.” (EJA MODERNA, 2013, p. 295). Apesar dos esforços em proporcionar uma
alfabetização em massa, a Campanha chega ao fim em 1950, devido a diversas críticas, entre
elas, as propostas inadequadas ao público adulto e a falta de traquejo referente à diversidade
cultural brasileira. Nesta época, o analfabetismo era considerado como causa e não
consequência da situação econômica, social e cultural do país. “Essa concepção legitimava a
visão do adulto analfabeto como incapaz e marginal identificado psicológica e socialmente
como uma criança.” (BRASIL, 2001, p. 20).
Desse modo, o ensino voltado para adultos obedeceria a pressupostos ligados à vida
cotidiana dos educandos em seu contexto social, a partir de suas experiências vivenciadas, 687
visando o compromisso ético atrelado ao comprometimento do educador com os educandos.
A partir dos estudos de Paulo Freire, surgiu uma nova concepção sobre o
analfabetismo: “[...] antes apontado como causa da pobreza e da marginalização, o
analfabetismo passou a ser interpretado como efeito da situação de pobreza gerada por uma
estrutura social não igualitária” (BRASIL, 2001, p. 23). Em janeiro de 1964, ocorreu a
aprovação do Plano Nacional de Alfabetização que objetivava propagar pelo país a proposta
do estudioso que contava com a mobilização de diversos grupos e movimentos em prol da
alfabetização e educação popular. Os programas de alfabetização e educação popular foram
precocemente interrompidos pelo golpe militar de 1964, e, em seu lugar, foi implantado pelo
governo militar o Movimento Brasileiro de Alfabetização (Mobral). Porém, as intenções
governamentais eram outras: o apoio popular já substituído por outros campos de interesse do
governo, entre eles, a formação de mão de obra que cumprisse às demandas do mercado de
trabalho e do modelo econômico atual (EJA MODERNA, 2013).
conferências internacionais. Mais tarde o termo Supletivo foi extinto pela Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), de 1996, que declarou a EJA como modalidade da Educação
Básica do Ensino Fundamental e Médio. Desde então, a modalidade EJA vem sendo
reconhecida em suas especificidades em forma de documentos com funções norteadores a
esse ensino (EJA MODERNA, 2013).
A escrita é uma forma de interação social entre o sujeito e o mundo que o cerca. Seu
domínio possibilita a inclusão comunicativa exigida em diversos momentos da participação
social, porém, a insuficiência no domínio dos textos escritos pode ocasionar a exclusão social
do indivíduo, como também, sua dependência comunicativa, tendo em vista que a interação se
dá mutuamente. Segundo Antunes (2003), a escrita é uma atividade interativa que requer uma
relação entre sujeitos, com o intuito de compartilhar ideias, sentimentos e intenções por meio
da manifestação verbal.
Desta forma, para que a escrita possa possibilitar a interação entre as pessoas, é
preciso que haja uma mediação entre os sujeitos envolvidos nesse processo, e essa mediação
não se limita apenas às palavras. Segundo Antunes (2003), a visão interacionista da escrita
considera que existe o outro, a quem dividimos o momento da escrita, o sujeito ao qual
dirigimos nossa produção textual; mesmo que ele não esteja presente no momento da
produção escrita, sempre haverá um interlocutor, alguém que direcionamos a escrita de
maneira interativa. Esse momento da interação é o que determina o que dizer e como dizer,
tornando assim o ato de escrever uma tarefa multimodal.
Partindo do pressuposto de que o ato de escrever deve ser regido por uma interação
entre sujeitos, com um propósito comunicativo, “o professor não pode, sob nenhum pretexto,
insistir na prática de uma escrita escolar sem leitor, sem destinatário [...].” (ANTUNES, 2003,
p. 47). Tal prática acarreta em consequências desastrosas nas produções escritas, tornando o
ato de escrever uma tarefa difícil.
Oliveira (2010) ressalta o papel da escola no que diz respeito ao ensino do português,
pois é dever dela incluir seus educandos nas práticas e situações sociais que envolvam o 689
letramento. Deve ser também papel do professor auxiliar seu aluno que, ao chegar à escola, já
possui conhecimento sobre a língua, carecendo apenas de práticas e subsídios para o
conhecimento da escrita de textos.
Ensinar a redigir é um processo que, de acordo com Rocha (s/d, p. 80), requer, “[...]
antes de mais nada, que o professor tenha em mente que a escrita é uma atividade
comunicativa”, cada vez mais abrangente no cotidiano de uma sociedade letrada. É possível
notar, inclusive, que a escrita permeia nossa vida diária e que somos levados a conviver com
diversos textos relacionados ao contexto social. Outro aspecto a considerar é que a escrita
existe para desempenhar diversas funções comunicativas presentes nas nas diversas
comunidades discursivas que encontram nos gêneros textuais um método prático de
organização social, portanto, para viver em sociedade é fundamental o reconhecimento dos
gêneros, escritos ou orais, vinculados às práticas sociais.
Para as autoras o aprendiz passa por diferentes níveis de construção da escrita, que são
classificados em cinco níveis: a) no primeiro nível a escrita confunde-se com o objeto
referido; nesse ponto o sujeito espera, por exemplo, que a escrita do nome seja correspondente
ao tamanho da pessoa, o sujeito ainda não tem a percepção que a escrita seja representação
das partes sonoras da fala; b) no segundo nível, percebe-se um avanço na concepção da
escrita, pois o sujeito começa a entender a relação entre objeto e a escrita como forma de
representação nominal, há a aquisição de certas formas fixas e o aprendiz tende a usar as
letras que compõem o seu nome para escrever outras palavras; c) no terceiro nível, hipótese
silábica, há uma tentativa de valor sonoro nas letras que compõem a escrita e o aprendiz passa
a compreender que a escrita representa partes sonoras da fala; d) no quarto nível há a
passagem da hipótese silábica para a alfabética. A hipótese silábica entra em discrepância
com o valor sonoro referente às letras e uma sílaba pode ter valor sonoro de uma letra. Neste
processo o aprendiz compreende que faz falta o número de letras para que algo possa ser lido
e escrever algo é ir representando, progressivamente, as partes sonoras desse nome; por fim,
e) no quinto nível, o sujeito apresenta a escrita alfabética. Ao atingir esse nível, ele 690
compreende que cada um dos caracteres da escrita equivale a valores sonoros dos fonemas
das palavras que vai escrever, porém, as dificuldades não se findam e o aprendiz enfrentará
problemas de ordem ortográficos, mas não terá problemas específicos com a escrita.
Nesta esteira, seguindo Bakhtin (1992), sobre os estudos com os gêneros, Marcuschi
(2008) explica que toda a nossa comunicação verbal se dá a partir de textos e
consequentemente, dos gêneros textuais. Assim sendo, o trabalho de apropriação e produção
dos gêneros textuais na escola deve ser incitado, especialmente na EJA, pois dentre as
especificidades deste público está a busca por inserção social, por vezes omitida, por não
possuírem domínio de textos diversos.
Neste sentido, os gêneros estão vinculados à vida social de cada cultura, adequando-se
e se moldando de acordo com a necessidade da sociedade e atingindo graus de complexidade
conforme a situação comunicativa, sendo ela que vai determinar a formalidade do gênero.
Dessa forma, “[...] a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização,
de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” (BRONCKART, 1999, p. 103). O
indivíduo que domina os mais diversos gêneros tem maior possibilidade de êxito em suas
atividades associadas às comunidades discursivas que participa. Assim, é salutar que gêneros
sejam objeto de análise, leitura, discussão e produção por turmas da EJA.
Diante das apregoações de Bakhtin (op.cit), que concebe o sujeito como um ser que
possui necessidades dialógicas de interação em sua formação psicossocial, a Coordenação de
Educação de Jovens e Adultos (COEJA) desenvolveu, junto ao Ministério da Educação, uma
Proposta Curricular para o Segundo Segmento da EJA, tendo como propósito subsidiar as 691
Por envolver sujeitos, a pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética da
UFCG/CFP, e cada aluno participante assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(TCLE) concordando em participar dela. O levantamento do corpus se deu através da tarefa
de produção escrita dos gêneros textuais bilhete e relato pessoal, coletados durante uma
oficina de produção de textos nos dois segmentos. Para fins de análise, procedemos com a
escolha intencional de uma amostragem de textos para discutir qualitativamente a natureza
dialógica e interacional da escrita de tais sujeitos, as condições de produção de textos, além de 692
outros aspectos pertinentes ao processamento da escrita.
Na turma do 1° segmento, foi solicitado aos alunos que produzissem um bilhete, cuja
proposição foi: escreva um bilhete convidando um amigo para ir com você a uma excursão de
férias na praia de Canoa Quebrada, Ceará. O texto abaixo ilustra a produção textual do
aluno RSB.
Rafaeu
eu estou covindando você palas e a plaia vai sebo vamo
divirti muito beigo a baso
Ronaldo dos Santos Belén
Denise
Vamos com migo para uma excursão de férias você vai diverti muito i eu tan bem
eu maca fui para uma excursão como esa de canoa quebrada, ceará. assina Sua
amiga i irmã de coração fica com Deus ate logo.
Cicera
Partindo ainda dos expostos de Bakhtin (op.cit) sobre o dialogismo, todo discurso está
envolvido, mergulhado em outros discursos e ainda que existam as vozes sociais, aquelas
concepções de sentidos que o enunciador traz em seu discurso proveniente de outros 694
discursos. Assim, em diálogo com outras vozes, também é mostrado no texto que a ideia de ir
à praia é divertida, “você vai diverti muito i eu também”, numa espécie de contrato social.
posso contar com você ela falou meu filho eu estou aqui para o que de i vier
agradeci, obrigado mãe não sei como uma pessoa pode ser mãe e pai ao
mesmo tempo.
Certo dia eu estava, em um lugar próximo onde eu morava, comecei bricar com
meu falecido pai que hoje está com Deus comecei a correr e pular acabei caindo
de uma árvore, com essa queda quebrei um braço que áte hoje, meda um
defeito, ou seja um problema, logo com meu pai que a tempo não u via. fui para
o hospital com muitas dores que nunca tinha sentido na vida, mas isso passou
como tudo na vida passa momentos bons e momentos ruins. se passaram dois
anos meu pai morreu, voltei a cair quebrando novamente o braço. ja não tenho
mais meu pai e pensei o que faço, logo minha mãe falou “eu estou aqui para o
que der e vier” me tranquilizou com suas palavras como se fosse a fala de
Deus eu falei obrigado mãe sei que não tenho mais meu pai, mas como sempre
posso contar com você ela falou “meu filho eu estou aqui para o que der e vier”
agradeci obrigado mae, não sei como uma pessoa pode ser mãe e pai ao mesmo
tempo.
Observando os trechos que dizem “[...] não sei como uma pessoa pode ser pai e mãe
ao mesmo tempo”, “[...] suas palavras como se fosse a fala de Deus eu falei obrigado mãe
[...]”, percebe-se a presença do superdestinatário (uma espécie de consciência discursiva
ligada a grupos sociais) o qual a teoria de Bakhtin destaca, pois a imagem da mãe que cria um
filho sem pai perante a sociedade é de assumir o papel de mãe e pai, ao mesmo tempo,
concepção esta que ela passa para o filho, evidenciando ainda mais a perspectiva de que os
discursos se entrelaçam perpassam de época, lugar e falantes. Ainda na passagem “[...] mas 696
isso passou como tudo na vida passa momentos bons e momentos ruins”, há nesse discurso
ainda a noções de vozes sociais de que se fala a teoria de Bakhtin, muitos discursos religiosos,
culturais, dentre outros, fazem essa relação dos momentos da vida indistintamente serem
passageiros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, a breve análise dos textos dos alunos sinalizou para o fato de que
dominar a escrita é dominar relações necessárias ao convívio em sociedade que se efetivam
através do uso das enunciações. Por meio delas, contexto de produção, interlocutor e sentidos
são acionados para fins de interação. Bakhtin (1992) e Antunes (2003) nos chamam atenção
para o papel do interlocutor, aquele a quem vislumbramos quando redigimos um texto, ele
sempre vai estar presente mesmo que não esteja explícito, sempre haverá um interlocutor,
alguém a quem direcionamos a escrita de maneira interativa. Esse momento da interação é o
que determina o que dizer e como dizer. O ato de escrever deve ser marcado ainda pela
necessidade de conhecer sobre aquilo que se propõe a escrever. Tudo isto nos levou à
conclusão de que os textos analisados, à luz da teia teórica aqui defendida, de fato podem ser
indicativos da importância de se trabalhar a escrita na perspectiva interativa na educação de
jovens e adultos (EJA).
REFERÊNCIAS
697
ANTUNES, I. Aula de Português: encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
EJA Moderna: Educação de Jovens e Adultos: anos finais do ensino fundamental. Manual do
professor educador/ organizadora Editora Moderna: obra coletiva concebida, desenvolvida e
produzida pela Editora Moderna: editora responsável: Virginia Aoki. São Paulo: Moderna,
2013.
OLIVEIRA, L. A. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática.
São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
698
RESUMO
Neste trabalho, objetivamos analisar como um Livro Didático (LD) do 9º ano do Ensino Fundamental
II de Língua Portuguesa (LP) trabalha a argumentação através da leitura e produção do gênero artigo
de opinião sob a perspectiva das ideologias e pontos de vista presentes nos textos de uma de suas
unidades, buscando refletir sobre uma estratégia de como devemos trabalhar esse gênero nesse
aspecto. Para tanto, como forma de análise, verificamos se os textos trazem variados pontos de vista e
ideologias sobre o tema central da unidade. No que diz respeito à metodologia da investigação, esta é
uma pesquisa de cunho documental, descritiva e de abordagem quanti-qualitativa. Diante disso, nossas
categorias de análise se apoiam nas teorias abordadas sobre a Semântica Argumentativa. Os resultados
apontaram para o fato de que, no tocante aos pontos de vista dos textos do tema da produção textual
requerida, apenas 26% deles o abordam, restando 74% que exploram temas aleatórios. O problema é
que dos 26% que discutem o tema central da unidade, 100% possuem um ponto de vista único, o que
se torna negativo em um trabalho de produção de gêneros argumentativos.
PALAVRAS-CHAVE: Livro Didático. Argumentação. Pontos de Vista. Artigo de Opinião.
ABSTRACT
In this work, we aim to analyze how a textbook of the 9th grade of Elementary Education of
Portuguese Language works the argumentation through the reading and production of opinion article
genre from the perspective of the ideologies and points of view present in the texts of one of its units,
96
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
trying to reflect on a strategy of how we must work this genre in this aspect. For this, as a form of
analysis, we verify if the texts bring varied points of view and ideologies on the central theme of the
unit. With regard to research methodology, this is a documentary, descriptive and quantitative-
qualitative research. Given this, our categories of analysis are based on the theories about
Argumentative Semantics. The results pointed to the fact that, with regard to the textual points of view
of the required textual production, only 26% of them deal with it, remaining 74% who explore random
themes. The problem is that of the 26% that discuss the central theme of the unit, 100% have a unique
point of view, which becomes negative in a work of producing argumentative genres.
KEYWORDS: Textbook. Argumentation. Points of view. Opinion article.
700
RESUMEN
En este trabajo tiene como objetivo evaluar como libro de texto del noveno grado de la primaria de
Lengua portuguesa funciona el argumento mediante la lectura y la producción de artículo de opinión
desde la perspectiva de las ideologías y puntos de vista presentes en los textos de una de sus unidades,
buscando reflexionar sobre una estrategia de cómo debemos trabajar ese género. Para eso, verificamos
si los textos de ese trabajo con la argumentación traen variados puntos de vista e ideologías sobre el
tema central de la unidad. En lo que se refiere a la metodología, ésta es de cuño documental,
descriptivo y de abordaje cuantitativo. Frente a eso, nuestras categorías de análisis se apoyan en las
teorías abordadas sobre la Semántica Argumentativa. Los resultados apuntaron al hecho de que, en lo
tocante a los puntos de vista de los textos del tema de la producción textual requerida, sólo el 26% de
ellos abordan el asunto, restando el 74% que exploran temas aleatorios. El problema es que del 26%
que discute el tema central de la unidad, el 100% tiene un punto de vista único, lo que se vuelve
negativo en un trabajo de producción de géneros argumentativos.
PALABRAS CLAVES: Libro de Texto. Argumento. Puntos de vista. Artículo de opinión.
INTRODUÇÃO
mesmo é enxergado como um dos principais materiais didáticos utilizados na escola, espaço
onde, no contexto do ensino da língua materna, o objetivo principal é tornar o aluno um
conhecedor da mesma, de maneira contextualizada, que o transformará em um cidadão crítico,
capaz de argumentar sobre diversas temáticas e em diferentes situações sociais.
Dessa forma, nosso objetivo com este trabalho é analisar como o LD do 9º ano do
Ensino Fundamental II trabalha a argumentação através da leitura e produção do gênero artigo
de opinião sob a perspectiva das ideologias e pontos de vista presentes nos textos da unidade
selecionada, buscando refletir sobre uma estratégia de como devemos trabalhar esse gênero
nesse aspecto. No que diz respeito à metodologia, esta é uma pesquisa de cunho documental,
descritiva e de abordagem quanti-qualitativa, que tem, como universo de pesquisa, quatro LDs
da coleção Singular & Plural: Leitura, produção e estudos de linguagem, em que
selecionamos, como corpus, o LD do 9º ano, pelo motivo de ser o último manual didático
dela, focando na Unidade 1, do Caderno de Leitura e produção, onde encontramos o trabalho 702
com o gênero argumentativo artigo de opinião.
Desde sua criação e implantação, o LD possui uma relação com o professor sustentada
por muitos encontros e desencontros, visto que ambos estão sempre em fase de transição,
tentando se adequarem às teorias que surgem e às transformações que acontecem no país,
como o PNLD, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e vários sistemas de avaliação
implantados nos últimos anos. (DIONÍSIO, 2002). Essa questão de constante adequação e
atualização está ligada ao fato do manual didático, desde seu surgimento, ser considerado um
dos recursos mais utilizados pelos professores em sala de aula na maioria das escolas
brasileiras.
Em relação ao que foi posto, Santos (2007) observa que o LD, nos últimos tempos,
vem recebendo um grande espaço na escola, além de um grande valor social e, como constam
em muitas pesquisas e investigações, ele é tido como o principal meio impresso utilizado pela
maior parte dos docentes e discentes. Dessa forma, o mesmo faz parte de um papel importante
na cultura escolar do país, por envolver todas as áreas da vida em sociedade.
Pelo fato da importância do LD na escola, Lajolo (1996) afirma que um manual não
deve trazer informações incorretas no que se refere a tudo o que está sendo ensinado e sobre o
que existe em sociedade, além de não poder reproduzir preconceitos contras grupos sociais ou
incentivar, mesmo que indiretamente, comportamentos e valores que firam a ética social.
Apesar disso, a estudiosa afirma que, mesmo que o LD não deva conter informações
equivocadas e nem consentir com alguns valores e comportamentos, em alguns casos, nas
últimas décadas e, até nos anos atuais, temos percebido que eles trazem esses equívocos e,
mesmo assim, ainda são usados em diferentes instituições escolares no Brasil, o que
compromete a construção de conhecimentos. Ao diferenciar um livro considerado bom de um
livro considerado ruim, a autora afirma que:
[...] o bom livro didático diferencia-se do livro didático ruim pelo tipo de
diálogo que estabelece com o professor, durante o planejamento do curso. Não 703
obstante, o livro didático bom, adequado e correto, [...] pressuponha que o
professor personifique o uso que dele faz na sala de aula, o livro didático ruim
exige que o professor interfira de forma sistemática nos conteúdos e atividades
propostos e considerados inadequados. (LAJOLO, 1996, p. 7).
A diferença entre o LD bom e o LD ruim está na interação entre ele e o professor e a
quantidade de interferência que o mesmo deve fazer ao usá-lo, como ainda afirma a
pesquisadora. Porém, isso não significa que em um bom manual não haja essa mesma
interferência também, afinal, apesar de ser considerado bom, ele precisa de adaptação e
contextualização constantes em vários sentidos como, por exemplo, em relação ao perfil da
turma em que o docente está atuando.
Sendo assim, no tocante ao trabalho com esse material, precisamos ter um cuidado
especial na questão de como o aluno é preparado para ler e escrever determinados gêneros
textuais e de como ele se colocará em sua produção final, o que é observável em produções
argumentativas como o artigo de opinião. Conforme Bräkling (2000), para a produção desse
gênero em específico, uma condição necessária é ter uma questão controversa a ser discutida,
causando uma polêmica em círculos sociais específicos. Quanto ao objetivo dele, a
pesquisadora explica que:
dados novos, que passam por um processo de inferência, guiando para uma nova tese ou
conclusão. Vejamos o quadro a seguir para entendermos melhor todo o processo:
ELEMENTO EXEMPLO
Dessa forma, o pesquisador afirma que a força da conclusão vai depender do peso dos
suportes e das restrições no processo de inferência. Ainda no que concerne à estrutura do
texto argumentativo, o modelo da sequência argumentativa se mostra como uma série de
quatro fases:
705
Para o autor, esse modelo pode ser realizado de maneira simplificada, não
considerando algumas fases que ficarão implícitas, ou de maneira mais complexa, como o
desenvolvimento da relação dos argumentos com os contra-argumentos, etc. Assim, o gênero
artigo de opinião se apropria de temas que causarão um debate, em que autor deve tomar uma
determinada posição, ter uma ideologia, e possuir um ponto de vista através desse processo
mostrado.
Por outro lado, sabemos que não é somente em textos argumentativos em que há uma
ideologia ou uma intencionalidade. De acordo com Koch (2011), o estudo sobre a
argumentação ou retórica ocupou o centro das pesquisas sobre a linguagem a partir do
surgimento da Pragmática. Segundo a autora, vários linguistas estão dando certa relevância à
função social da linguagem, visto que os humanos possuem a necessidade de interagir
socialmente através dos seus discursos para promover a comunicação.
Dessa forma, “[...] a linguagem passa a ser encarada como forma de ação, ação sobre o
mundo dotada de intencionalidade, veiculadora de ideologia, caracterizando-se, portanto, pela
argumentatividade.” (KOCH, 2011, p. 15). Assim, percebemos que os nossos discursos
possuem uma intenção com um conjunto de convicções e que, a partir deles, agimos em um
determinado local social, pois as coisas que falamos para os outros não surgem do nada, mas
sim de tudo o que acumulamos com o passar do tempo e de acordo com a cultura que
adquirimos durante nossa trajetória. A pesquisadora ainda afirma que:
Não é novidade o fato de que todo discurso possui uma ideologia e, com a falta de
706
conhecimentos básicos e letramentos diversificados por parte de alguns indivíduos, em uma
sociedade considerada “elitista”, isso se torna bastante perigoso. Em primeiro lugar, porque os
discursos propagados pela mídia ou por pessoas “poderosas”, formando juízos de valor,
determinando quais concepções devem ser consideradas, julgando outras, sempre através de
“bons” argumentos, podem acarretar em uma crença coletiva de que o que eles falam é o que
deve ser considerado “correto”. Em segundo lugar, porque pessoas que não estão preparadas
ou que não estão suficientemente capacitadas socialmente e linguisticamente, no que diz
respeito a essas estratégias da argumentação, podem ser facilmente enganadas e manipuladas
por um grupo.
Por isso a ideia de que estamos sempre transmitindo uma ideologia adquirida de
acordo com o que já vivenciamos. Assim, ainda segundo o autor, a formação do ponto de
vista: a) desenrola-se do fato de um indivíduo realizar, de um determinado lugar social, o
entroncamento de muitas formações discursivas, que são ideias e opiniões que adquirimos de
variados discursos ao longo de nossa vida; b) é resultado de um discurso que, mesmo sendo
707
dito de forma individual, traz marcas de outros discursos; c) tem relação com o que fazemos
em nosso cotidiano, como leituras feitas, convivências variadas e informações acumuladas.
Dessa forma, ter um ponto de vista implica possuir uma posição diante de problemas,
tendo em vista os itens explicados acima. A sua formação tem uma trajetória complexa,
porém necessária ao se construir um texto argumentativo, sendo acrescentado a isso um
trabalho de pesquisa e busca de referências, informações e conhecimentos sistematizados e
devidamente analisados, para haver uma transposição concreta de ideias, fazendo as pessoas
acreditarem no que estamos dizendo e argumentando. (CITELLI, 1994).
Haja vista que é necessário o trabalho com a argumentação em sala de aula pelos
diversos motivos citados no decorrer desta pesquisa, é imprescindível que nos debates
promovidos pelo professor, ou em materiais como o LD, os recursos para que um ponto de
vista seja criado pelo aprendiz através da argumentação se mostrem presentes, ou seja, que
não haja apenas uma ideologia nos gêneros estudados e na metodologia aplicada, mas
diversas, para que o estudante se mostre capaz de poder formar uma opinião e, com isso, ter
competência para argumentar.
desenvolver na produção de seu texto, apenas 05 dos 19 trazem o tema a ser discutido, e
somente um deles é um artigo de opinião.
De acordo com o Gráfico 1, apenas 26% dos textos abordam o tema discutido na
unidade, restando 74% que exploram temas aleatórios. O problema maior é que, dos 26% que
discutem a gravidez na adolescência, 100% possuem um ponto de vista único: gravidez
precoce é algo negativo. Ao recorrermos ao Quadro 3, poderemos observar que os 05 textos
correspondentes a essa porcentagem (03 reportagens, 01 artigo de opinião e 01 romance)
possuem ideologias muito parecidas, que trazem um valor negativo ao tema tratado, não
abrindo espaço para outras opiniões e posições a respeito disso, o que afetará na produção
textual de um aluno que não terá acesso a outros tipos de opinião relacionadas à gravidez na
adolescência, não havendo uma real tomada de posição através da argumentação, mas sim
uma “transcrição” de uma ideologia que já veio pronta.
712
Em relação às ideologias de um texto, Koch (2011) frisa que a argumentatividade está
intrínseca à linguagem e que a argumentação está dentro de todo e qualquer discurso, mesmo
o texto não sendo do tipo argumentativo, como as reportagens vistas, que trazem um recorte
do que é ruim em uma gravidez quando se é jovem e o trecho do romance em que a mãe perde
todas as oportunidades e sonhos por engravidar precocemente97. Ainda relacionado a isso, os
PCN (1998) comentam que, na produção textual, é necessário que haja debate de questões
sociais como essa, mas com uma pluralidade ideológica, pois algumas das possibilidades que
o discente terá é a de poder perceber “a diversidade dos pontos de vista e as formas de
enunciá-los [...] [, além de ter] a convivência com outras posições ideológicas, permitindo o
exercício democrático.” (BRASIL, 1998, p. 40), o que não há no tema dos textos da unidade.
Dito isso e, apesar de tudo, sabemos que o assunto é delicado e que pontos negativos
de uma gravidez precoce são muito maiores. Porém, como qualquer tema e em qualquer
situação de trabalho com a argumentação, é preciso a apresentação dos dois lados da moeda
na construção de uma verdade, como afirma Citelli (1994). O LD poderia, por exemplo, trazer
artigos de opinião de jovens que passaram por essa situação contando que, apesar de terem
enfrentado problemas, estão felizes por serem mães, e que ficar grávida na adolescência não é
chegar ao “fundo do poço”. Analisando mais de perto, notamos que umas das preocupações
maiores da unidade através da leitura e produção do gênero, além do aprendizado dos recursos
argumentativos da língua, é a prevenção contra a gravidez precoce, como uma
conscientização ou “doutrinação” implícita para os estudantes através de textos com um ponto
de vista único, o que é ruim em um trabalho de produção de um texto argumentativo.
Sendo assim, a principal estratégia que o professor deve ter em mente ao se trabalhar
com a leitura e produção do gênero artigo de opinião, além de exercitar os aspectos
gramaticais, linguísticos e discursivos da argumentação, como o processo do raciocínio
97
Ver os pontos de vista dos textos no Quadro 3 desta pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
713
Como vimos no decorrer deste artigo, pela importância que esse material possui no
contexto escolar, o professor precisa ter um cuidado especial com o LD, possuir criticidade e
saber lidar com ele para obter uma eficiência em sala de aula e não apenas segui-lo sem
planejamento. Isso porque, muitas vezes, o mesmo pode trazer informações erradas,
descontextualizadas e conter muitas inadequações como, por exemplo, o fato de não trazer
textos com variadas ideologias sobre um determinado tema sugerido para a produção de um
gênero argumentativo, que deveria auxiliar na construção de um ponto de vista por parte do
aluno.
REFERÊNCIAS
DIONÍSIO, Ângela Paiva. Livros didáticos de Português formam professores?. In: MARFAN,
Marilda Almeida (Org.). Congresso Brasileiro de Qualidade na Educação: formação de
professores – Simpósios. Brasília: MEC, SEF, 2002. p. 82-88.
FIGUEIREDO, Laura de; BALTHASAR, Marisa; GOULART, Shirley. Singular & Plural:
Leitura, produção e estudos de linguagem. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2012.
KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. Argumentação e linguagem. 13. ed. São Paulo: Cortez,
2011.
LAJOLO, Marisa. Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, Brasília, v. 16,
n. 69, p. 3-9, jan./mar. 1996. Disponível em:
<http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/2061/2030> Acesso em: 20
ago. 2017.
SANTOS, Cibele Mendes Curto dos. O livro didático do ensino fundamental: as escolhas do
professor. 2007. 236 f. Dissertação de Mestrado, Setor de Educação, Universidade Federal do
Paraná, Curitiba, 2007.
715
RESUMO
Neste trabalho, objetivamos analisar qual o tratamento dado à competência gramatical pelo livro
didático (LD) do 8° ano do Ensino Fundamental, para que possamos refletir sobre uma estratégia de
como devemos trabalhar esse conteúdo em sala de aula. Para tanto, dirigimos o nosso olhar ao LD por
completo devido compreendermos que a abordagem gramatical, o foco de nossas investigações, não é
encontrada apenas no Caderno de Estudos de língua e linguagem, parte que se destina a um trabalho
mais especifico com a análise linguística. No que diz respeito à metodologia, esta é uma pesquisa
documental, de caráter descritivo e de abordagem quanti-qualitativa. As nossas categorias de análise
tiveram como base a gramática da Língua Portuguesa a partir das principais perspectivas teóricas
abordadas em nossa revisão de literatura. Os resultados apontaram que 84% das atividades do LD
trabalham a gramática contextualizada totalmente, o que corresponde a 100 atividades, e 16%
trabalham parcialmente, o que corresponde a 19 atividades. Com base nesse resultado, consideramos
um percentual alto para um trabalho efetivo com a gramática contextualizada.
PALAVRAS-CHAVE: Livro Didático. Gramática. Gramática Contextualizada.
ABSTRACT
In this work, we aim to analyze the treatment given to grammatical competence by the textbook of the
8th grade of Middle School to reflect on a strategy of how we should work this content in the
classroom. For this, we analyze the textbook completely because we understand that the grammatical
approach, the focus of our investigations, is not only found in the Language and Language Study
Book, part of which is aimed at a more specific work with linguistic analysis. As far as the
methodology is concerned, this is a documentary research, of descriptive character and quantitative-
qualitative approach. Our analysis was based on the grammar of the Portuguese Language from the
main theoretical perspectives addressed in our literature review.The results indicated that 84% of the
activities of the textbook work the contextualized grammar totally, which corresponds to 100
98
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
activities, and 16% work partially, which corresponds to 19 activities. Based on this result, we
consider a high percentage for an effective work with contextualized grammar.
KEYWORDS: Textbook. Grammar. Contextualized Grammar.
LIBRO DE TEXTO PORTUGUÉS 8º GRADO: UN ANÁLISIS DEL
ENFOQUE GRAMATICAL
RESUMEN
En este trabajo tiene como objetivo evaluar que el tratamiento dado a la competencia gramatical por el 717
libro de texto del octavo grado de la primaria para que podamos reflexionar sobre una estrategia de
cómo debemos trabajar ese contenido en el aula. Para eso, dirigimos nuestra mirada hacia el libro de
texto por completo por comprender que el enfoque gramatical, el foco de nuestras investigaciones, no
se encuentra sólo en el Cuaderno de Estudios de lengua y lenguaje, parte que se destina a un trabajo
más específico con el análisis lingüístico. En lo que se refiere a la metodología de la investigación,
esta es una investigación documental, de carácter descriptivo y de abordaje cuantitativo. Nuestras
categorías de análisis se basan en la gramática de la Lengua Portuguesa de las principales perspectivas
teóricas discutidas en nuestra revisión de la literatura. Los resultados apuntaron que el 84% de las
actividades del libro de texto trabajan la gramática contextualizada totalmente, lo que corresponde a
100 actividades, y el 16% trabaja parcialmente, lo que corresponde a 19 actividades. Con base en ese
resultado, consideramos un porcentaje alto para un trabajo efectivo con la gramática contextualizada.
PALABRAS CLAVES: Libro de Texto. Gramática. Gramática Contextualizada.
INTRODUÇÃO
Por ter se tornado um dos instrumentos principais para o trabalho docente e também
devido ao fato de que em muitos casos ele é o primeiro e único livro de leitura do aluno, o LD
tem sido constantemente avaliado, a partir de importantes referências que guiam o ensino. No
Diante da complexidade a que perpassam tais questões, é que nos perguntamos sobre 718
quais seriam os fatores que contribuem para as críticas apontadas pelos alunos da turma
atendida, pois conforme sugerem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (1998), a
exploração de aspectos ortográficos e categorias gramaticais não devem ser abordadas como
fator determinante para o bom aprendizado da língua e nem devem se dar de modo
desarticulado das práticas de linguagem, ou seja, seu uso no cotidiano. Esse posicionamento
vai de encontro à abordagem de Antunes (2003, p. 92), que afirma que é por meio dos textos
“[...] que as regularidades da gramática encontram inteira relevância e aplicabilidade”.
A gramática faz parte do nosso cotidiano e as discussões em torno dela se dão desde as
séries iniciais, mas apesar disso muitas pessoas têm a ideia equivocada de que ela é
extremamente complexa e, por isso, sabem pouco ou quase nada sobre esse assunto.
Entretanto, essa concepção parte da visão equivocada de que ela é apenas um conjunto de
regras que determinam o que é certo ou errado, sem compreender que não existe uma única
definição para o termo e que toda língua tem a sua gramática. Por isso, se desde pequenos a
utilizamos em nossa comunicação e sabemos nos expressar e fazer com que o outro nos
compreenda, isso nos torna competentes diante de nossa língua.
Nesse direcionamento, nosso objetivo com este trabalho é analisar qual o tratamento
dado à competência gramatical pelo LD do 8° ano do Ensino Fundamental, para que
possamos refletir sobre uma estratégia de como devemos trabalhar esse conteúdo em sala de
aula. Para tanto, temos como fundamentação teórica a gramática contextualizada a partir de
Travaglia (2009), Antunes (2003, 2009), os PCN (1998), sem desconsiderar os demais autores
que seguem esta vertente e que nos auxiliarão nas teorias que fundamentam a construção da
nossa pesquisa.
de auxiliar uma disciplina, através de um ensino pautado em uma progressão que se dá através
de unidades ou lições, de forma a favorecer tanto o uso coletivo ou individual em sala de aula,
quanto o uso em casa. Com esse caráter pedagógico, muitas vezes é ele que acaba
determinando o conteúdo a ser estudado e as metodologias empregadas em sala de aula, sendo
um fator decisivo para a qualidade do aprendizado fruto do âmbito escolar. (LAJOLO, 1996).
Cavalcante (2011) destaca, ainda, que o processo de avaliação desses livros pelo
PNLD busca privilegiar, em seus editais, o que preconiza o ensino de Língua Portuguesa
segundo os PCN, visando com isso uma forma de controle de qualidade e de adequação a
essas diretrizes. Além disso, através dessas avaliações tem-se buscado que pelo menos os
materiais didáticos estejam conforme a mudança de paradigma no ensino de Língua
Portuguesa. Dessa forma, a partir desse novo paradigma, os LD têm “[...] a função social de
re(a)presentar, para cada geração de professores e estudantes, o que é oficialmente
reconhecido ou autorizado como forma de conhecimento sobre a língua(gem) e sobre as
formas de ensino-aprendizagem.” (BUNZEN; ROJO, 2008, p. 87).
Entretanto, como frisam os PCN (1998), a prática de análise linguística “[...] não é
uma nova denominação para ensino de gramática.” (BRASIL, 1998, p. 78). Essas mudanças
vão além de uma simples nomenclatura e proporcionaram um avanço no ensino escolar, pois,
diferentemente do trabalho descontextualizado que até então era realizado com a gramática, a
análise linguística possibilita a ampliação do estudo da linguagem, tendo em vista que por
meio dela se pode abordar:
Como afirma Geraldi (2006), o estudo da língua não se limita apenas ao ensino
gramatical isolado, mas envolve leitura, produção e refacção de textos, através de um trabalho
de reflexão sobre a linguagem e sobre os recursos linguísticos. Nesse sentido, indo de
encontro a esse posicionamento, os PCN reforçam que “[...] as práticas de linguagem são uma
totalidade e que o sujeito expande sua capacidade de uso da linguagem e de reflexão sobre ela
em situações significativas de interlocução, [...]” (BRASIL, 1998, p. 59). Para tanto, as
Travaglia (2009) comenta que sempre que nos comunicamos ocorre a reflexão,
considerando que “[...] temos de fazer corresponder nossas palavras às do outro para nos fazer
entender e para entender o outro.” (TRAVAGLIA, 2009, p. 107). Portanto, é impossível um
ensino de língua que não leve o aluno a refletir sobre ela, pois desse modo ele não encontrará 722
aplicabilidade para o que é ensinado. Nessa perspectiva, como comenta Antunes (2009), um
ponto importante no que se refere ao modo como a gramática é utilizada nas escolas, é o fato
de que, por meio dos gêneros, as regras gramaticais seriam mais bem trabalhadas, pois são
muito mais notórias e concretas as suas funções para o aprendizado de modo geral:
ainda mais a necessidade do conhecimento de outras variedades tendo cuidado para não tratar
as variações que se distanciam da norma padrão como sendo desvios ou incorreções.
Finalmente, é muito importante que os educadores estejam em sintonia com cada uma
dessas questões, pois são eles os responsáveis por mediar o processo de ensino em sala de
aula, mediação que se inicia já no processo de escolha dos seus materiais de trabalho, entre os
quais está o LD.
723
Roda de leitura
Leitura
Leitura
Capítulo 1 5 Produção
Produzindo o texto
Unidade 3 Roda de leitura
Leitura
Capítulo 2 4 Produção
Produzindo o texto
Roda de leitura
724
necessários para vida pessoal, escolar e também para a vida em sociedade dos alunos. A partir
disso, elas dialogam diretamente com eles enfatizando que este caderno é um lugar em que
poderão falar de si, da relação com outros e também da relação que eles mantêm com o
mundo. Esse diálogo é retomado na abertura do caderno, quando elas frisam que os alunos
poderão ler e produzir textos que irão ajudá-los “[...] a se conhecer melhor, a expressar seus
sentimentos, seus conhecimentos e suas opiniões.” (FIGUEIREDO; BALTHASAR;
GOULART, 2012, p. 12). 725
escolher os caminhos a seguir com sua turma, ora dando ênfase a um aspecto do uso da língua
ora enfatizando outros.” (FIGUEIREDO; BALTHASAR; GOULART, 2012, p. 2).
A avaliação feita pelo PNLD (2014) sobre a coleção a qual este LD faz parte e sobre
outras mais, além de comentários, traz em seu guia um quadro esquemático no qual aponta as
principais características das obras analisadas. No quadro referente a esta coleção, essa
proposta de divisão dos conteúdos em três cadernos é ressaltada no quesito destaque devido a
“flexibilidade permitida ao professor no planejamento para uso dos três cadernos.” (GUIA DE 726
ATIVIDADES
NÚMERO DE POR SEÇÃO,
NÚMERO DE
UNIDADES CAPITULOS SEÇÕES ATIVIDADES QUE
SEÇÕES
POR SEÇÃO ABORDAM A
GRAMÁTICA
CADERNO DE LEITURA E PRODUÇÃO
Leitura 5 3
Unidade 1 Capítulo 1 4 Produção 6 3
Realizando o 3 2
debate
Roda de leitura 3 2
Leitura 7 3
Capítulo 1 4 Leitura 2 2
Produção 5 2
Unidade 2 Roda de leitura 2 1
Leitura 4 3
Capítulo 2 4 Produção 6 4
Produzindo o texto 1 1
Roda de leitura 1 1
Leitura 5 5 727
1 Leitura 2 1
Capítulo 1 5 Produção 3 1
Produzindo o texto 2 1
Roda de leitura 1 1
Unidade 3 Leitura 5 3
Capítulo 2 4 Produção 2 2
Produzindo o texto 3 2
Roda de leitura 2 2
CADERNO DE PRÁTICAS DE LITERATURA
Sim, contos de
enigma são leituras
elementares para a 4 2
Capítulo 1 5 formação do leitor!
Jogo 1 4 1
Edgar Alan Poe 0 0
Jogo 2 3 1
Por que nem tudo
Unidade 1 é elementar 0 0
Do maravilhoso ao
fantástico – Quem 1 0
Capítulo 2 4 conta um conto...
Leitura 4 2
Em outro tempo e
espaço 0 0
Leitura 4 0
CADERNO DE ESTUDOS DE LÍNGUA E LINGUAGEM
Sinonímia 9 8
Capítulo 1 2 Antonímia 5 5
Unidade 1 Capítulo 2 1 Gradação,
repetição, 11 11
eufemismo e
antítese
Conceito de 4 3
Capítulo 1 3 período
Período composto 2 2
Períodos com
Unidade 2 conjunção 4 3
Orações
Capítulo 2 1 coordenadas 13 10
sindéticas e
assindéticas
Outros tipos de
Capítulo 3 1 operadores 6 5
argumentativos
Grafia das palavras:
-ansa ou -ança? 4 4
Capítulo 1 3 Grafia das palavras:
-ice ou -isse? 4 4 728
Grafia das palavras:
quando usar -ção? 4 4
Unidade 3 Acentuação das
Capítulo 2 1 palavras: 4 4
relembrando as
regras já estudadas
Uso da vírgula com
adjunto adverbial
Capítulo 3 2 ou oração 4 3
subordinada
adverbial
Vírgula e ênfase 2 2
166 119
TOTAL
Fonte: Dados da Pesquisa, 2018.
Com base na Tabela 1, podemos observar que das 166 atividades que compõem o LD,
119 delas abordam algum aspecto da gramática. Entre essas atividades estão incluídas tanto as
que se destinam a uma interpretação escrita para aprofundamento do conteúdo quanto as que
são propostas para serem discutidas oralmente, visando proporcionar a reflexão inicial ou a
socialização da temática trabalhada em cada seção.
730
CONSIDERAÇÕES FINAIS
pode se dar a partir dos velhos moldes com palavras e frases isoladas e descontextualizadas,
pois, diante dos avanços dos estudos linguísticos ocorridos nos últimos anos e do que sugerem
os PCN de Língua Portuguesa, é preciso que o texto seja tomado como objeto de ensino, visto
que a língua é uma forma de interação e é a partir do texto que essa interação se concretiza e
os estudos gramaticais ganham aplicabilidade.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009.
______. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
BATISTA, Antonio Augusto Gomes; ROJO, Roxane; ZÚÑIGA, Nora Cabrera. Produzindo
livros didáticos em tempo de mudança (1999-2002). In: VAL, Maria da Graça Costa;
MARCUSCHI, Beth (Orgs.). Livros didáticos de língua portuguesa: letramento, inclusão e
cidadania. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2008. p. 47-72.
BUNZEN, Clecio; ROJO, Roxane. Livro Didático de Língua Portuguesa como Gênero do
Discurso: Autoria e Estilo. In: VAL, Maria da Graça Costa; MARCUSCHI, Beth (Orgs.).
Livros didáticos de língua portuguesa: letramento, inclusão e cidadania. Belo Horizonte:
Ceale; Autêntica, 2008. p. 73-117.
FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. Ainda uma leitura dos parâmetros curriculares
nacionais de língua portuguesa. Revista do Instituto Brasileiro de Edições Pedagógicas, v. 2,
p. 20-27, 2001.
FIGUEIREDO, Laura de; BALTHASAR, Marisa; GOULART, Shirley. Singular & plural:
leitura, produção e estudos de linguagem. 1. ed. São Paulo: Moderna, 2012.
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Ática, 2006.
LAJOLO, Marisa. Livro didático: um (quase) manual de usuário. Em Aberto, Brasília, v. 16,
n. 69, p. 3-9, jan./mar. 1996. Disponível em:
<http://emaberto.inep.gov.br/index.php/emaberto/article/view/2061/2030> Acesso em: 20
ago. 2017.
734
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de
gramática. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
735
RESUMO
A disciplina de química é um dos componentes curriculares que mais provoca descontentamento nos
alunos do ensino médio, provavelmente este fato está associado a forma tradicional e
descontextualizada em que os conteúdos são ministrados. Sabendo do interesse de jovens e crianças
por jogos, sejam eles eletrônicos ou físicos, a utilização de práticas lúdicas, quando utilizado de
maneira correta, pode ser um facilitador no processo de ensino aprendizagem, auxiliando professores e
alunos. Este trabalho possui como objetivo facilitar o entendimento dos alunos quanto à nomenclatura
de hidrocarbonetos e despertar o interesse destes para a química orgânica através de práticas lúdicas e
a contextualização do conteúdo. A aplicação do jogo de nomenclatura dos hidrocarbonetos foi
realizada em uma turma do terceiro ano do ensino médio. Na primeira etapa os alunos deveriam
montar as cadeias carbônicas e em uma segunda etapa, deveriam montar o nome dos compostos,
através de cartões. Para analisar os resultados da prática lúdica foi utilizado um questionários prévios e
um questionário pós-prática, sendo possível constatar que a atividade promoveu resultados
significativos quanto a aprendizagem dos alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Jogos educativos; Contextualização; química orgânica.
ABSTRACT
The use of playful practices when used correctly, can be a facilitator in the process of teaching
learning. This work aims to facilitate the understanding and interest of the students in the
nomenclature of hydrocarbons. The application of the hydrocarbon game occurred in a group of the
twelfth grade. From the play activity it was possible to verify that the practice obtained significant
results regarding the students' learning.
KEY WORDS: Educational games; Contextualization; organic chemistry
99
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
100
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
101
Profª Drª em Química UACEN/CFP/UFCG
RESUMEN
La utilización de prácticas lúdicas cuando se utiliza de manera correcta, puede ser un facilitador para
el aprendizaje de la química. Este trabajo tiene como objetivo facilitar el entendimiento y despertar
interés de los alumnos en cuanto a la nomenclatura de hidrocarburos. La aplicación del juego de
hidrocarburos ocurrió en una clase del tercero. A partir de la actividad lúdica fue posible constatar que
la práctica obtuvo resultados significativos en cuanto al aprendizaje de los alumnos. 736
INTRODUÇÃO
É da natureza das crianças e jovens o gosto por jogos, sejam eles eletrônicos ou jogos
físicos, com isto, a utilização do lúdico para o ensino pode promover uma aprendizagem
significativa. As atividades lúdicas representam um recurso didático no qual pode ser
utilizado para diversas finalidades, entre elas, revisão do conhecimento já adquirido,
introdução à um novo conteúdo, revisão para uma avaliação, um momento para promover o
trabalho em equipe, entre outras.
REFERENCIAL TEÓRICO
As atividades lúdicas, tanto no ensino médio como no fundamental, são práticas que
ocorrem para apenas alguns privilegiados, pois não são todas as escolas, professores ou até
mesmo alunos que se disponibilizam para efetuar essas práticas. Alunos que participam deste
tipo de atividade são tidos como privilegiados, pois possuem a oportunidade de aprender se
divertindo, onde muitas vezes este tipo de ensino pode ser até mais efetivo.
Práticas lúdicas são de suma importância para alunos de qualquer série e em qualquer
disciplina, devido este favorecer o raciocínio, reflexão e desenvolvimento do aluno. Além
disto, estas atividades promovem a construção do conhecimento cognitivo, físico, social e
psicomotor, o que o leva a compreensão mais eficaz e facilitada do assunto abordado (LIMA,
et al, 2012, p. 3). Um dos principais benefícios do uso de práticas lúdicas para o ensino é o
desenvolvimento do trabalho em equipe, proporcionado por atividades em grupo que
necessitam da cooperação de todos, até mesmo daqueles mais tímidos que possuem
dificuldade em interagir com os demais colegas.
Segundo Cunha (2012, p. 92), o lúdico voltado para o ensino de química é menos
utilizado quando comparado a outras disciplinas. Ainda segundo o autor, esta prática voltada à
739
química vem crescendo com o passar dos anos, desde uma de suas primeiras referencias como
a de Craveiro, publicada no ano de 1993, com o jogo: Química: um palpite inteligente, até
autores mais atuais como, por exemplo, Sousa e Soares.
Vários objetivos podem ser atingidos a partir da utilização do lúdico para o ensino de
química, como os relacionados à cognição, à afeição, à socialização, à motivação, e à
criatividade (MIRANDA, 2001, p. 2). Nota-se que a utilização do lúdico vai além de somente
facilitar o compreendimento do aluno, mas também possui finalidades éticas e sociais, através
do desenvolvimento da sensibilidade, da auto-estima e atuação no sentido de estreitar laços de
amizade e afetividade proporcionadas pelo trabalho em grupo.
Muitas vezes estes alunos que são considerados como os melhores na disciplina não
conseguem associar o conteúdo visto em sala de aula, por mais simples que seja com o seu
cotidiano. As reformas metodológicas devem ocorrer para resolver problemas como este,
onde o aluno apenas absorve o conteúdo superficialmente, e muitas vezes nem isso. O uso do
lúdico no ensino de química pode mudar esta realidade, gerando assim alunos interessados e
instigados a estudar química.
O objetivo geral do trabalho foi facilitar o entendimento dos alunos quanto à 740
METODOLOGIA
Para o jogo foram utilizados cartões feitos em folha A4 e cartolina. Nestes cartões
continham perguntas, peças para formar a cadeia carbônica e para formar o nome do
hidrocarboneto.
Figura 1. Cartões. nomenclatura Figura 2. Cartões pergunta Figura 3. Cartões para montar
741
Fonte: Próprio autor (2018) Fonte: Próprio autor (2018) Fonte: Próprio autor (2018)
2º fase do jogo
Esta fase do jogo é constituída por:
✓ Duas rodadas para formar cadeias carbônicas através dos cartões, desta vez não houve
disputa por tempo e o grupo que acertasse, ganharia um ponto;
✓ Três rodadas para nomear, através dos cartões de nomenclatura, as cadeias carbônicas
expressas no quadro;
✓ Três rodadas para resolução de cartões pergunta, onde o grupo que respondesse
primeiro ganharia um ponto;
✓ O grupo com maior pontuação nesta fase é o campeão.
Após a aplicação do jogo os alunos responderam um novo questionário, buscando
assim determinar se a utilização de aulas lúdicas podem facilitar o processo de ensino-
aprendizagem.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Formas primitivas para o ensino de química, utilizando apenas quadro e livro, pode ser
classificados uma um dos fatores que provocam a falta de interesse dos alunos quanto a
disciplina. Quando questionado o quanto eles gostavam da disciplina de química foi possível
notar certo descontentamento por parte dos alunos. Os resultados estão expressos na figura
abaixo.
O jogo foi aplicado a uma grupo amostral de 18 alunos, onde estes estavam
matriculados no terceiro ano do ensino médio, com isso já haviam uma experiência quanto a
química orgânica. Os alunos deveriam possuir conhecimentos sobre a nomenclatura de
hidrocarbonetos, pois no jogo haveriam etapas que eles deveriam montar a cadeia carbônica e
em outra deveriam montar os nomes dos compostos, tudo isso para somarem pontos e
avançarem na competição.
para auxiliar e facilitar este processo, uma alternativa interessante é a utilização de atividades
lúdicas. Após a aplicação do jogo os alunos foram convidados a responderem um
questionário. Foi perguntado novamente se eles sabiam da aplicação de algum composto
orgânico, e a partir dai foi possível notar uma melhora significativa quanto à contextualização
do conteúdo. Inicialmente 11% dos alunos disseram saber alguma aplicação desses
compostos, após a aula de revisão e aplicação do jogo, 72%, citaram aplicações, entre as
respostas destaca-se, “acetona, para a retirada de esmaltes”; “cafeína, presente no café”, 744
“...etanol, como combustível”, ...” propano e butano nos botijões de gás”.
QUESTÃO. Na sua opinião a utilização de jogos pode facilitar o aprendizado dos alunos?
Explique.
“Sim. O conteúdo fica mais “Sim, por que da pra aprender “Sim, pois faz com que não
fácil, por que estamos de forma divertida”. fiquem tensos, como numa
deixando um pouco de lado prova, por exemplo”.
os conceitos difíceis e pouco
claros”.
A partir da resposta do aluno(a) 4 foi possível comprovar que o jogo foi bem aceito pelos
alunos, onde este respondeu que “Depois da experiência em sala, com certeza iria usar”.
Quando perguntado o que eles acharam do jogo todos descreveram a prática de forma
positiva, mas a partir da resposta de alguns alunos, como o aluno(a) 5 e aluno (a) 6 é possível
observar que a utilização do lúdico promoveu o conhecimento e divertimento ao mesmo
tempo. A partir da resposta do aluno (a) 7 é possível observar a carência dos alunos por novas
práticas pedagógicas. O Quadro 2 abaixo apresenta as respostas de alguns alunos. 745
“Muito bom, além da “Achei maravilhoso, aprendi “Muito bom, poderia ser
diversão ainda aprendemos o muitas coisas que não sabia praticado em nossa escola”.
conteúdo”. ou que tinha muita
dificuldade. É dinâmico e
divertido”.
CONCLUSÃO
A partir da atividade foi possível demonstrar para os alunos a química presente em seu
cotidiano, os resultados evidenciaram que a maioria dos alunos passaram a observar e
compreender que a química orgânica está ao seu redor, o que além de favorecer um maior
interesse dos alunos quanto a disciplina, também despertou o senso crítico do aluno para
temas nos quais a química está presente.
O jogo é tido como viável tanto pelos resultados positivos obtidos, mas também pelo
fato da fabricação do jogo ser simples e de baixo custo, fazendo com que fique acessível para
os professores.
REFERÊNCIAS
LIMA, E.C.; Mariano, D.G.; Pavan, F.M. ; Lima, A.A.; Arçari, D.P. Uso de Jogos Lúdicos
Como Auxilio Para o Ensino de Química. Disponível em:
http://www.unifia.edu.br/projetorevista/artigos/educacao/ed_foco_Jogos%20ludicos%20ensin
o%20quimica.pdf. Acesso em: 27 de julho de 2018.
SOARES, Márlon Herbert Flora Barbosa. O lúdico em química: jogos e atividades no ensino
de química.. 2004. 218 f. Tese (Doutorado em Ciências Exatas e da Terra) - Universidade
Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo geral apontar os possíveis obstáculos no processo efetivo da leitura e
compreensão do gênero histórias em quadrinhos no Exame Nacional do Ensino Médio a fim de
intensificar os estudos da temática em pauta. Enquanto objetivos específicos, destacamos: a)
questionar os métodos de abordagem deste gênero; b) verificar a maneira de como se dá a instauração
de sentidos por meio da leitura de tirinhas; e c) propiciar discussões a respeito do ensino deste gênero
textual. Apresentaremos algumas contribuições de autores voltadas para a linguística textual adotando
o gênero textual como elemento central para o ensino de línguas e, portanto, um ensino-aprendizagem
contextualizado, possibilitado também graças aos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), visando,
por meio da análise das questões, observar como está sendo inserido este gênero em tal avaliação
nacional. Todavia, vale ressaltar como pertinente os elementos característicos do gênero estudado,
desde os verbais aos não verbais, dos fatores contextualizadores e ainda, os critérios defendidos por
Beaugrande e Dressler (1981). Foram analisadas as provas do ENEM durante as edições de 2013 a
2017 na área de Linguagens, Códigos e suas tecnologias, para observar como as questões envolvendo
HQs foram abordadas.
PALAVRAS-CHAVE: Tirinhas; Ensino; Avaliação.
This work has the general objective of pointing out the possible obstacles in the effective process of
reading and understanding the comic strips genre in the Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM,
National Examination of High School) in order to intensify the studies of the subject in question. As
for the specific objectives, they are: a) to question the methods of approach of this genre; b) to verify
the way meanings are built by means of the reading of comic strips; and c) to promote discussions
about the teaching of this textual genre. We will present some contributions of authors focused on
textual linguistics adopting textual genres as a central element for language teaching and, doing so, a
contextualized teaching-learning. Besides, this is made possible because of the Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN, National Curricular Parameters), and so we aim, from the analysis of
the questions, to observe how this genre is being inserted in such a national test. In addition, it is
important to emphasize as pertinent the characteristic elements of the studied genre, from verbal to
nonverbal, contextualizing factors and also the criteria defended by Beaugrande and Dressler (1981).
The ENEM tests analyzed were from 2013 to 2017 editions in the area of Languages, Codes and its
technologies to observe how issues involving comics were addressed.
KEYWORDS:Comics; Teaching; Evaluation.
RESUMEN
Este trabajo tiene como objectivo general apuntar los posibles obstáculos en el proceso efectivo de la
lectura y comprensión del género historietas del Examen Nacional de la Enseñanza Media a fin de
intensificar los estudios de la temática en discusión. Mientras los objectivos específicos, destacamos:
a) cuestionar los métodos de enfoque de este género; b) verificar la manera de como se establece los
sentidos por medio de la lectura de viñetas; y c) propiciar discusiones al respecto de la enseñanza de
este género textual. Presentaremos algunas contribuciones de autores enfocadas para la linguística
textual adoptando el género textual como elemento clave para la enseñanza de lenguas y, por lo tanto,
una enseñanza y aprendizaje contextualizada posibilitando también gracias a los PCN (Parámetros
Curriculares Nacionales), con vistas, por medio del análisis de las cuestiones, observar cómo está
siendo insertada este género en tal evaluación nacional. Sin embargo, es importante destacar los
elementos característicos del género estudiado, desde los verbales a los no verbales, de los factores
contextuales y aún, criterios defendidos por Beaugrande y Dressler (1981). Se analizaron las pruebas
del ENEM durante las ediciones 2013 hasta 2017 en el área del Lenguajes, Códigos y sus Tecnologías,
para observar como las cuestiones que involucran historietas se abordarán.
Palabras-clave: Viñetas; Enseñanza; Evaluació.
INTRODUÇÃO
trabalhada por meio de cartilhas, que visavam uma repetição de palavras com a mesmas
sílabas mas que não configuravam sentido.
DESENVOLVIMENTO
que sentidos pudessem ser atribuídos dentro das possibilidades, sempre na perspectiva da
interação autor e leitor com intermédio do texto.
Além disso, Orlandi (1988) vai apresentar a leitura como um processo que confronta o
leitor que foi pensado pelo autor (leitor virtual) com o leitor que se apropria realmente dos
textos (leitor real). É dessa maneira que as ideias sobre tal assunto podem ser construídas,
sempre levando em consideração que a obra da autor não é um produto, mas algo que será
continuado a partir da leitura e das reflexões feitas pelos leitores. 750
Os textos são manifestados plenamente, sejam na modalidade oral ou escrita, por meio
dos gêneros textuais. Zavam & Araújo (2008) apresentam que desde as primeiras
organizações sociais, até os dias onde vivemos sob a era digital, todos nós nos comunicamos e
atuamos por meio dos gêneros textuais. Marcuschi (2002) vai expressar que os gêneros são
resultados dos esforços da coletividade e que sem eles, a comunicação seria comprometida ou
até inexistente.
Os gêneros textuais estão sempre surgindo, e por isso são incontáveis. Entretanto,
Marcuschi (2002) apresenta que os gêneros não são concebidos de maneira exclusiva. Surgem
alicerçados em gêneros já existentes, mas com novas funcionalidades e novos objetivos a
serem traçados. E com o surgimento das inovações digitais e aumento das necessidades
cotidianas, ampliarem-se consideravelmente a quantidade de gêneros textuais.
Zavam e Araújo (2008), sugerem que trabalhemos a língua a partir dos vários gêneros
existentes, tais como: o do narrar, relatar, do expor, do argumentar e do instruir ou prescrever.
Partindo dessas considerações, Scheneuwly e Dolz (1996), justificam a utilização dos mais
variados gêneros pertencentes a estas tipologias e, principalmente do gênero tirinha, por
defenderem a ideia de um ensino voltado para a realidade do aluno, levando em consideração
os gêneros que fazem parte do cotidiano destes. Sendo assim, as tirinhas são excelentes não só
por fazerem parte da realidade dos alunos e serem de fácil acesso, como também por
proporcionar o desenvolvimento de habilidades pertinentes ao aluno, sobretudo, o de língua
portuguesa, como a interpretação textual, a distinção dos elementos verbais e não verbais, a
importância desses e outros fatores de contextualização já apresentados.
Por um bom tempo, as Histórias em Quadrinhos, como nos apresenta Cirne (1970),
foram vistas por muitos sociólogos e outros profissionais como fontes prejudiciais para o
desenvolvimento das crianças e jovens. No Brasil, houve dificuldades no processo de
consolidação das Histórias em Quadrinhos, apesar de por quase sessenta anos ter em
circulação a Revista Tico Tico, que veiculava histórias em quadrinhos, como nos apresenta
Cirne (1970) e Bibe-Luyten (1985). Devido à importação de muitas HQs dos Estados Unidos,
havia uma dificuldade de se produzir trabalhos por um longo período de tempo. Mas mesmo
com as dificuldades, autores como Maurício de Souza, Ziraldo e Henfil ganham destaque.
Temos nos anos 1980 uma intensificação dos estudos sobre a linguística textual, como nos
fala Zavam e Araújo (2008). E com a publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais no
ano de 1998, as HQs que passaram a ser vistas como gêneros textuais, iriam também fazer
parte da formação dos alunos brasileiros a partir de então.
O ENEM adota uma Matriz de Referência para elaborar as questões dentro do que
propõe a formação dos alunos durante a Educação Básica (Ensino Fundamental e Médio). Há
cinco eixos cognitivos que são comuns a todas as áreas. Já na área de Linguagens, Códigos e
Suas Tecnologias há nove competências e trinta habilidades que devem ser exploradas na
elaboração das questões e que os alunos precisam ter para respondê-las de modo conveniente.
A Matriz Curricular (BRASIL, 2012) traz dentro da competência 7( Confrontar opiniões e
pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas) a Habilidade 752
21 que diz o seguinte: “Reconhecer em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não-
verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos”. Logo, as
tirinhas, as charges, os cartuns estão dentro das possibilidades de gêneros que podem ser
utilizadas visando à habilidade acima e outras referentes à área.
Voltando a temática das HQs, Bibe-Lutyen (1985) apresenta que esses gêneros foram
utilizados em muitos momentos históricos e com diversas finalidades, sendo que dois
exemplos são marcantes para marcar esse entendimento: O uso das tirinhas contra as
ideologias Nazistas e Fascistas na década de 1930 e o uso HQs na Revolução Cultural da
China ( Década de 1960), no período de Mao Tsé Tung.
meio do que foi exposto na tirinha, lançar a esta, os sentidos, que são conseqüências também,
dos vários tipos de conhecimentos armazenados na cognição do leitor, pois:
METODOLOGIA
Dentro da proposta do trabalho, optou-me por uma abordagem qualitativa das questões
realizadas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), mais precisamente as da área de
Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias, durante as edições que aconteceram entre 2013 a
2017, abordando as aplicações acrescidas que aconteceram durante esses anos. As provas se
encontram no Portal do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (INEP).
ANÁLISE
Na edição de 2013, tivemos onze questões em duas aplicações. Das cinco questões que
apresentaram tirinhas, duas delas (A questão 94 de Língua Inglesa do Caderno 6 Cinza e a
questão 128 do Caderno 6 Cinza, ambas da 1ª aplicação) exploraram tanto a linguagem
verbal como a linguagem não verbal. Tivemos uma questão com tirinha que enfatizou o
contexto (A questão 94 de Língua Inglesa do Caderno 6 Cinza da 2ª aplicação) enquanto
outras duas questões envolvendo tirinhas exploraram mais a linguagem verbal (questões 96 e
122 do Caderno 6 Cinza da 2ª aplicação). Sobre as charges, tivemos três questões que
exploraram de modo simultâneo os dois aspectos deste gênero ( A questão 91 de Língua
Espanhola e questão 107 do Caderno 6 Cinza da 1ª aplicação, além da questão 91 de Língua
Espanhola do Caderno 6 Cinza da 2ª aplicação). Houve uma questão envolvendo charge que
explorou mais a linguagem verbal (a questão 106 do Caderno 6 Cinza da 1ª aplicação) e uma
outra que deu mais ênfase a linguagem não-verbal (A questão 101 do Caderno 6 Cinza da 2ª
aplicação). A única questão que utilizou o gênero cartum explorou com mais ênfase a
Linguagem não-verbal (A questão 100 do Caderno 6 Cinza da 1ª aplicação).
Em 2014, a única questão com tirinha (A questão 119 do Caderno 6 Cinza da 2ª
aplicação) explorou tanto a parte verbal como a parte não-verbal para que a questão fosse
solucionada. Sobre as charges, tivemos duas questões que focaram tanto na linguagem verbal
como na linguagem não-verbal para que a questão fosse resolvida (As questões 114 e 135 do
Caderno 6 Cinza da 1ª aplicação). Na 2ª aplicação da prova do ENEM tivemos uma charge
como texto motivador e outra charge trabalhada em uma questão na área de Língua
Espanhola, com intuito de saber dos participantes qual crítica estava sendo feita, sendo que no
caso, houve uma associação dos aspectos verbal e não verbal para a possível resolução da
questão (questão 94 do Caderno 6 Cinza da 2ª aplicação).
Por sua vez, as edições de 2015 em suas duas aplicações tiveram um total de dois
quesitos trabalhando tirinhas e dois quesitos trabalhando charges. Na 1ª aplicação, houve
apenas uma questão que utilizou tirinha e que por sua vez explorou mais o aspecto da 755
linguagem verbal (Questão 95 de Língua Inglesa do Caderno 6 Cinza da 1ª aplicação). Já na
2ª aplicação tivemos uma questão envolvendo charge que explorou mais a linguagem não-
verbal (Questão 96 do Caderno 14 Cinza da 2ª aplicação) e uma outra questão que envolveu
os dois aspectos na composição deste gênero para o entendimento desta a fim de ser
respondida (A questão 107 do Caderno 14 Cinza da 2ª aplicação). Já a questão que trabalhou
com tirinha nesta 2ª aplicação explorou o aspecto verbal e o não verbal, além do contexto
sociocultural, para que o item em que a pergunta foi estabelecida.
Na edição de 2016, não tivemos tirinhas, charges e cartuns na 1ª aplicação na área de
Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias, sendo que a ocorrência destes gêneros foi
observada na 2ª e 3ª aplicações do Exame. Das questões que foram notadas, tivemos cinco
charges e uma tirinha. Na segunda aplicação, uma questão explorou a linguagem verbal da
tirinha com o contexto da época em que foi produzida (Questão 97 do Caderno 6 Cinza da 2ª
aplicação). A primeira questão envolvendo charge na 3ª aplicação apareceu na área de Língua
Espanhola e explorava com mais ênfase a linguagem verbal e o contexto (Questão 93 do
Caderno 16 Cinza da 3ª aplicação) e a outra questão também na área de Língua Espanhola
relacionava o um elemento social que era a Crise Econômica que a Espanha enfrentava
associando aos elementos verbais e não verbal da charge (Questão 94 do Caderno 16 Cinza da
3ª aplicação). A parte de Língua Portuguesa trouxe duas questões envolvendo charges, sendo
que uma delas abordava a relação do conteúdo da charge com o conteúdo de uma notícia
(Questão 103 do Caderno 16 Cinza da 3ª aplicação) e a outra questão explorava os aspecto
verbal e não-verbal da charge utilizada (Questão 113 do Caderno 16 Cinza da 3ª aplicação). Já
a questão envolvendo tirinha relacionava o conjunto de imagens com a linguagem verbal que
estava colocada em forma de uma pergunta sequenciada de uma resposta (Questão 120 do
Caderno 16 Cinza da 3ª aplicação).
Por fim, a edição de 2017 apresentou apenas na 2ª aplicação, uma questão envolvendo
charge e duas questões envolvendo tirinhas. A questão sobre charge explorava mais o aspecto
verbal, já que esta abordava a temática dos trocadilhos populares (Questão 2 de Língua
Espanhola do Caderno 1 Azul da 2ª aplicação). A primeira questão envolvendo tirinhas era
sobre os relacionamentos afetivos e as redes sociais sendo que tanto o aspecto verbal quanto o
não verbal foram considerados para a o entendimento e resolução da questão (Questão 21 do
Caderno 1 Azul da 2ª aplicação). A outra questão envolvendo tirinha, além de explorar os dois 756
aspectos centrais de composição da tirinha, tentava manter uma relação com o contexto da
época que era voltado para as tecnologias e as redes sociais (Questão 39 do Caderno 1 Azul
da 2ª aplicação).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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materna na perspectiva do discurso: uma contribuição para o professor/ Organizadores:
Antônio Luciano Pontes, Maria Aurora Rocha Costa – Fortaleza/CE: Edições Demócrito
Rocha, 2008.
RESUMO
ABSTRACT
Whereas that the use of appropriate teaching strategies can facilitate the learning process, the main
objective of this research was to evaluate the level of use and contribution of the teaching strategies
used by the teachers of the CCJS-UFCG Business Administration course for student learning. This is a
quantitative, exploratory and descriptive study of applied nature, using the case study strategy. We
chose documentary research and survey, based on data collected from 108 students enrolled in the
102
Bacharela em Administração pela Universidade Federal de Campina Grande- UFCG-CCJS
103
Professora da Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, no Centro de Ciências Jurídicas e Sociais da UFCG
2017.1 and 2017.2 semesters. As a result, the most usual strategies were: Expositive Class, Targeted
Study, Case Study, Workshop, Exercise Resolution, Discussion and Debate, Exhibitions, Excursions
and Visits, Business Gaming, Individual Education, Problem Based Learning, Conceptual Map,
Seminar, Panel, Forum, Small Group Teaching, Lectures and Brainstorm. It was also observed that the
strategies with the highest rate of utilization were expository class, seminar, discussion and debate,
while the ones that contribute most to students' learning in their perception are: expository class,
resolution of exercises and lectures. It is concluded that the teaching strategies used by teachers are, in
the students' perception, contributing to their learning.
Keywords: Teaching-Learning; Business Administration Course; Teaching Strategies.
759
ESTRATEGIAS DE ENSEÑANZA Y SUS CONTRIBUCIONES EN EL
APRENDIZAJE DE ALUMNOS DE ADMINISTRACIÓN EN LA
UNIVERSIDAD FEDERAL DE CAMPINA GRANDE¹
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Nesse sentido, David Kolb (1984) com o objetivo de compreender como as pessoas
aprendem, desenvolveu o modelo de estilos de aprendizagem, também chamado de modelo de
aprendizagem vivencial. A partir dele, o círculo de aprendizagem experiencial, e
posteriormente o Inventário de Estilos Aprendizagem – IEA (Learning Style Inventory – LSI)
(KOLB, 1984; BATISTA; SILVA, 2008; SILVA; DELFINO, 2017).
Ainda nesse estudo, as autoras indicaram algumas estratégias de ensino para melhorar o
processo de ensino-aprendizagem desses alunos.
Nessa pesquisa será utilizado o termo Estratégias de Ensino, estando de acordo com a
percepção de Anastasiou e Alves (2005, p. 69) quando defendem que “o professor deverá ser
um verdadeiro estrategista, o que justifica a adoção do termo estratégia, no sentido de estudar,
selecionar, organizar e propor as melhores ferramentas facilitadoras para que os estudantes se
apropriem do conhecimento”.
APRENDIZAGEM HUMANA
Os estilos de aprendizagem individual idealizados por Kolb (1994) estão relacionados com
habilidades, as quais se desenvolvem primeiramente em nível de indivíduo. Sendo assim
observou-se e foram identificadas quatro habilidades individuais: sentir, observar, pensar e
agir. Foi a partir dessa análise que se originou o círculo de aprendizagem experiencial
formado por (Experiência Concreta - EC, aprender experimentando; Observação Reflexiva -
OR, aprender observando, Conceituação Abstrata - CA, aprender pensando e a
Experimentação Ativa - EA, aprender fazendo. Posteriormente, com a combinação dessas
quatro habilidades divididas em pares, teve-se como resultado os estilos de aprendizagem
individual: Divergente (EC+OR); Assimilador (OR+CA); Convergente (CA+EA) e o
Acomodador (EA+EC) (SILVA; DELFINO, 2017; KOLB; KOLB, 2005), conforme
apresentado na Figura 1.
Acomodador Divergente
Observa-se que todos os estilos acima mencionados estão voltados para o processo de
ensino e aprendizagem, e seja qual for o pressuposto utilizado para uma pesquisa sobre
aprendizagem faz-se necessário utilizar estratégias de ensino capazes de atender as
necessidades do aluno, no intuito de desenvolver habilidades, competências ou melhorar o
processo de ensino-aprendizagem.
Mais comumente utilizado também nas universidades, o método tradicional é criticado quanto
à possibilidade de envolver a prática e a aplicação dos conteúdos transmitidos, sendo o
método construtivista utilizado muitas vezes para complementar o método tradicional
(KRÜGER; ENSSLIN, 2013).
O construtivismo, para Leão (1999), não é um método ou uma técnica, mas sim uma
atitude ligada a aquisição do conhecimento, sendo também a aposta para um novo paradigma
de ensino, onde o sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem deixa de ser o professor e
passa a ser o aluno.
Neste sentido, Bacich e Moran (2017) afirmam que, em algum grau, toda
aprendizagem é ativa, pois se faz necessário ao docente e ao aprendiz selecionar, interpretar,
comparar, avaliar e aplicar de diferentes formas o conhecimento.
Muitos estudos sobre aprendizagem nos cursos de administração têm sido voltados à
aprendizagem em ação (Action Learning). Alguns autores como Antonello (2007), Lima
(2011), Silva et al (2012), Lang, Marinho e Boff (2014), Silva (2014), defendem a
aprendizagem em ação como uma estratégia eficiente, justamente por o aluno ser o sujeito
Barbosa e Moura (2013) atentam ao fato de que as estratégias ativas podem ser
algumas vezes adotadas sem que haja uma compreensão do docente quanto a isso, visto que
muitos deles utilizam projetos e solução de problemas sem a percepção de que estas se tratam
de metodologias ativas de aprendizagem.
METODOLOGIA
Quanto aos meios, utilizou-se o estudo de caso como estratégia de pesquisa, além da
pesquisa documental e survey como métodos (FREITAS et al, 2000; VERGARA, 2005;
GERHARDT; SILVEIRA, 2009). Empregou-se a pesquisa documental para a verificação dos
métodos de ensino descritos nos planos de curso de cada disciplina ministrada nos semestres
2017.1 e 2017.2. Em sequência, a verificação documental ofereceu subsídios para a
elaboração do instrumento de coleta de dados na etapa da pesquisa de levantamento do tipo
survey, no sentido de identificar as percepções dos discentes acerca da utilidade e 765
contribuição das estratégias de ensino para sua aprendizagem.
A amostra foi constituída por conveniência (FREITAS et al, 2000) e contou com 108
alunos respondentes, sendo o nível de confiança de 95% e o erro amostral de 4%, calculados a
partir da equação:
Onde:
n = amostra calculada;
N= população;
e = erro amostral
respectivas estratégias de ensino utilizadas pelos docentes, de acordo com os seus planos de
curso, foram repassadas para software Microsoft Word. Em seguida, foi utilizado o recurso
“localizar” para identificar as estratégias de ensino que mais se repetiam.
Utilizou-se uma escala Likert (em que a opção 1, correspondia a “não utilizam”, 2 a
“pouco utilizam”, 3 a “utilizam razoavelmente”, 4 a “utilizam muito” e 5 a “melhor
utilizam”), os respondentes deveriam indicar a resposta que melhor representasse a sua
percepção sobre o nível de utilização da estratégia pelo docente. Em seguida, os respondentes
deveriam identificar o nível de contribuição da estratégia para sua aprendizagem (de modo
que se marcasse 1 corresponderia a “não contribui”, 2 a “pouco contribui”, 3 a “contribui
razoavelmente”, 4 a “contribui muito” e 5 “melhor contribui”).
A coleta dos dados foi realizada no período de 4 a 14 de junho de 2018, sua tabulação
foi feita a partir de técnicas de estatística descritiva, por meio das análises de frequência
utilizando-se o software Microsoft Excel, e os resultados foram distribuídos em tabelas para
melhor visualização.
O perfil dos respondentes foi traçado de acordo com o gênero, faixa etária, ano que iniciou o
curso, período ao qual está matriculado, se exerce atividade remunerada e se realiza ou
realizou alguma atividade de estágio não obrigatório. Para uma melhor visualização, os dados
foram apresentados na Tabela 1.
Observa-se que a maioria dos respondentes é do gênero masculino, com idade entre 20
e 25 anos, e ingressou no curso em 2014. A maior concentração de respondentes da pesquisa
se encontra no 9º período, o que reflete a definição da amostra por conveniência ou
disponibilidade. Quanto ao exercício de atividade profissional, percebe-se que a maioria
trabalha, com jornada parcial de até 30 horas, sendo também considerável o percentual de
alunos que não exercem atividade remunerada.
Quanto a realização de estágio não obrigatório, a maioria não realiza/realizou estágio
durante o curso. Este resultado pode evidenciar o fato de que muitos desses alunos já realizam
atividade remunerada. Dentre os que realizam ou realizaram estágio não remunerado, este
ocorreu em período acima de 10 meses.
ESTRATÉGIAS DE ENSINO MAIS UTILIZADAS PELOS DOCENTES
As estratégias de ensino que mais se repetiram nos planos de curso das 50 disciplinas
ministradas nos semestres de 2017.1 e 2017.2 para o 3º, 5º, 7º e 9º períodos são apresentadas
no Quadro 1. A descrição de cada uma delas foi elaborada com base nos estudos de
Anastasiou e Alves (2005) e Berwing et al (2013). 768
ESTRATÉGIAS
DESCRIÇÃO
DE ENSINO
Oficina Reunião de pequeno número de pessoas com interesses comuns, a fim de estudar e
(laboratório ou trabalhar para o conhecimento ou aprofundamento de um tema, sob orientação de
workshop) um especialista.
Problemas
Fonte: Dados da pesquisa, adaptado de Anastasiou; Alves (2005), Berwing et al (2013) e Leal et al (2017).
770
Tabela 1: Utilização X Contribuição das Estratégias de Ensino
Estratégias de Ensino
Nível de Utilização Nível de Contribuição
Melhor utilizam Melhor contribui
Resolução de exercícios - 30%
Seminário - 31% Seminário - 28%
Resolução de exercícios - 30% Exposição, excursões e visitas - 28%
Aula Expositiva - 23% Discussão e Debate - 28%
Estudo de caso - 21%
Utilizam muito Contribui muito
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como perfil do curso, seus alunos são em maioria do gênero masculino, estando na
faixa etária entre 20 e 25 anos. A maior parte iniciou o curso em 2014 e está nos últimos
períodos, considerando-se ainda que poucos estagiam, mas muitos trabalham. 772
Os professores fazem mais uso das seguintes estratégias de ensino: Aula Expositiva,
Estudo Dirigido, Estudo de Caso, Oficina (laboratório ou workshop), Resolução de
exercícios, Discussão e Debate, Exposições, Excursões e Visitas, Jogos de Empresas, Ensino
Individualizado, Aprendizagem Baseada em Problemas, Mapa Conceitual, Seminário, Painel,
Fórum, Ensino em Pequenos Grupos, Palestras e Tempestade Cerebral (Brainstorm).
Dentre estas, as estratégias mais utilizadas na percepção dos alunos são a aula
expositiva, o seminário e as discussões e debates, sendo a aula expositiva, a resolução de
exercícios e as palestras apontadas como as que mais contribuem.
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 6.ed. São
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775
RESUMO
Com o foco no desinteresse crescente dos alunos pela Geometria e o estudo das formas, a baixa
participação nas aulas e as notas baixas, sendo a última um dos fatores que mais influenciam a
desordem em sala de aula nos períodos finais do ano letivo, buscou-se através de um estudo com o
foco na realidade e no cotidiano dos alunos, chamar a atenção destes e mostrar através de atividades
diferenciadas e interativas que a geometria é importante e presente no dia a dia dos estudantes.
Trazendo representações tangíveis e desapegando do uso do livro nas aulas é possível traduzir a
geometria para situações mais próximas e que façam mais sentido para os alunos. Trabalhando com
atividades concretas e de construção, usando instrumentos adequados para as medições e
comprovando que o que está escrito no livro realmente é verdade, não apenas algo que foi dito e não
testado, procura-se instigar o aluno a uma abordagem mais investigativa da geometria. Tentando
durante todo o tempo despertar a atenção dos alunos e mostrar que a matemática pode e deve ser
trabalhada de forma divertida e interessante.
PALAVRAS-CHAVE: Geometria; Matemática; Cotidiano.
ABSTRACT
With the focus on the students' growing disinterest in Geometry and the study of forms, low
participation in classes and low grades, the latter being one of the factors that most influence the
disorder in the classroom in the final periods of the school year, it is based on a study with the focus
on the reality and the daily life of the students to draw their attention and show through differentiated
and interactive activities that geometry is important and present in the students' daily life. Bringing
tangible representations and detachment from the use of the book in class is possible to translate
geometry to situations that are closer and make more sense for students. By working with concrete
activities and building, using appropriate instruments for measurements and proving that what is
written in the book is indeed true, not only something that has been said and not tested, seeks to
instigate the student to a more investigative approach to geometry. Trying all the time to get students'
attention and show that math can and should be worked out in a fun and interesting way.
KEYWORDS: Geometry; Mathematics; Daily life.
RESUMEN
Con el foco en el desinterés creciente de los alumnos por la Geometría y el estudio de las formas, la
baja participación en las clases y las notas bajas, siendo la última uno de los factores que más
influencian el desorden en el aula en los períodos finales del año escolar, a través de un estudio con el
foco en la realidad y en el cotidiano de los alumnos llamar la atención de éstos y mostrar a través de
actividades diferenciadas e interactivas que la geometría es importante y presente en el día a día de los 777
estudiantes. Trayendo representaciones tangibles y desapegando del uso del libro en las clases es
posible traducir la geometría a situaciones más cercanas y que tengan más sentido para los alumnos.
Trabajando con actividades concretas y de construcción, usando instrumentos adecuados para las
mediciones y comprobando que lo que está escrito en el libro realmente es verdad, no sólo algo que se
ha dicho y no probado se busca instigar al alumno a un enfoque más investigativo de la geometría.
Intentando durante todo el tiempo despertar la atención de los alumnos y mostrar que las matemáticas
pueden y deben ser trabajadas de forma divertida e interesante.
PALABRAS CLAVE: Geometría; Matemáticas; Todos los días
INTRODUÇÃO
Trazer a matemática para a realidade dos alunos e valorizar seu conhecimento prévio é
de extrema importância para a aula, observar lugares onde o conteúdo pode estar incluído no
dia a dia dos alunos, desde construções, na arte e em séries e desenhos animados de TV.
Partindo de coisas simples como o suporte do telhado em forma de triângulo retângulo até as
formas triangulares e quadradas na estrutura do hall de entrada do museu do Louvre em |Paris.
É preciso trazer para a sala de aula a presença de formas geométricas como tema de obras de
arte até estudo de diversos eruditos ao longo dos séculos. Trazer conceitos visto como
abstratos diversas vezes e os traduzimos de forma visual, transformando assim a aula em um
ambiente interessante, diferente e que estimula a criatividade, valorizando todo o
conhecimento que o aluno possa trazer consigo.
A participação dos alunos durante as aulas e o estimulo para que estes participassem
da construção dos conceitos foi de extrema importância para que assim ele se sentisse
valorizado e estimulado pelo conteúdo, buscando a interação e mostrando o importante papel
do aluno na sala de aula, não apenas como ouvinte, mas também como sujeito que tem
opinião e busca o conhecimento através de suas experiências pessoais e consegue melhor que
qualquer professor fazer a adaptação do conteúdo a sua realidade. Trazer atividades
diferenciadas para sala de aula, buscando fazer com que eles se sintam menos pressionados
com relação a suas notas e se divertissem ao invés de ficar centrado apenas em fazer uma
avaliação ao final.
Traduzir a matemática para que essa não se torne abstrata e pouco atrativa para os
alunos é dever do professor e recai sobre ele a responsabilidade de apresentar o assunto de
forma interessante, baseado nas opiniões ouvidas durante as discursões levantadas em sala de
aula e trazendo problemas e situações que sejam interessantes para os alunos, transformando
aulas que na maioria das vezes são monótonas em algo atrativo e que influencia os alunos a
quererem sempre aprender mais, trazer conhecimentos anteriores à tona fazendo a ligação
devida com o novo assunto torna-se essencial para mostrar que a matemática está sim
presente e que é necessária para resolver situações cotidianas.
a ideia de abstração tão enraizada e reforçada pelas aulas presas a livros que não são escritos
para condizer com a realidade das escolas do Nordeste, que trazem pouca ou quase nenhuma
associação à realidade dos alunos.
DESENVOLVIMENTO
780
O desenvolvimento do projeto teve a duração de quatro semanas, sendo três dias por
semana de regência em sala de aula e um dia para debates com colegas e supervisora com
acompanhamento de planos de aula e discussões sobre a aplicação do projeto.
Foi feita observação de aulas na sala onde seria realizado o estágio, durante duas
semanas, através do acompanhamento e reconhecimento da turma sob a regência do professor
supervisor responsável pela turma na instituição de ensino. A partir daí, foi redigido um
projeto de ensino, que serviu de base para o desenvolvimento do Estágio Curricular
Supervisionado II.
transferidor ou para que este servia. Trabalhou-se a construção do triângulo a partir da medida
de dois de seus lados e um ângulo, a medida de um lado e dois ângulos e a medida dos três
lados do triângulo. Foi revisada a classificação dos triângulos e usando os que foram
construídos pelos alunos para reforçar o assunto.
Na aula seguinte, foram levados três cartazes, em cada um desses havia o título que
era um tipo de triângulo, classificado de acordo com a medida de seus lados e abaixo do título
haviam três colunas com a classificação dos triângulos pelos seus ângulos. Os alunos foram 781
divididos em três equipes e cada uma recebeu um dos cartazes junto com algumas folhas que
continham triângulos previamente construídos para que os recortassem e colassem nas
respectivas colunas que cabiam a sua classificação, para isso precisavam usar a régua para
medir os lados do triângulo e selecionar somente aqueles com a classificação que coube a
equipe e depois deviam medir os ângulos para fazer a segunda classificação. Poucos alunos
trouxeram os transferidores e os mesmos demonstraram dificuldade em usá-lo. A atividade
diferenciada ajudou a perceber os alunos que estavam mais interessados e também que muitos
não queriam saber do assunto, independente da forma como ele é abordado.
Na última questão foi explicado o que era a altura e pedido que os alunos a traçassem
usando o transferidor. Os alunos não liam as questões e pediam ajuda, uns não prestavam
atenção na explicação dada e ficavam pedindo para que fosse repetida. Na aula seguinte os
alunos se recusam a trazer o material pedido (régua e transferidor) e mesmo aqueles que os
trazem não queriam usar, deram a parecer que entenderam os conceitos de cevianas, porém
nem todos realizaram a atividade corretamente, bagunçaram muito e foi necessária a
intervenção do supervisor, já que os alunos não queriam obedecer.
No sexto dia, o assunto foi congruência de triângulos, como sempre foi pedido que os
alunos usassem a régua e o transferidor, mas esses se recusaram a usá-lo, os que trouxeram
demonstraram ainda ter dificuldade no manuseio, após a explicação dos tipos de congruência 782
os alunos receberam uma atividade para reforçar o conteúdo. Durante a resolução da atividade
os alunos são auxiliados com explicações individuais, os mesmos demonstraram saber os
conceitos básicos dos ângulos e conseguiram identificar seus tipos. Porém, ainda persiste a
dificuldade para conseguir o silêncio. Durante a atividade, notou-se um melhor controle da
desordem, alguns alunos não quiseram fazer a atividade apesar de ter sido frisado que isso
valeria nota. Os alunos quando questionados do motivo de não fazerem a atividade dizem já
estar reprovados ou com notas muito baixas, sendo assim não acreditam que valha o esforço
de realizar a atividade. No geral, boa parte dos alunos entende o conteúdo, mas a parte
desinteressada ainda consegue fazer bastante bagunça em sala e acaba atrapalhando o
rendimento dos demais.
Em sequência, a aula foi sobre a soma dos ângulos internos do quadrilátero, foi
aplicada uma atividade que foi realizada em grupo, os alunos iam respondendo e também
fazendo junto a correção, percebeu-se uma participação significativa por parte dos alunos,
mas voltaram a fazer bagunça e atrapalhar a aula, sendo preciso pedir silêncio por diversas
vezes, ao fim da aula foi feita uma lista dos nomes daqueles que fizeram a atividade e estes
foram novamente avisados que como nos outros casos a atividade valeu pontos que seriam
usados na formulação da nota deles.
No nono dia, a aula foi sobre as propriedades dos triângulos retângulo e do isósceles,
foi falado sobre as características desses triângulos e sobre como identificá-los, e iniciou-se a
explicação de suas principais propriedades, alguns alunos deram suas opiniões e realmente
mostraram interesse, a maior parte demonstrou que consegue classificar os triângulos sem a 783
Na aula seguinte, o tema foi soma dos ângulos internos do triângulo, os alunos foram
divididos em duplas e receberam as atividades, a explicação foi feita por duplas, muitos
alunos apresentaram dificuldades em resolver equações de primeiro grau e alguns não
assimilaram muito bem o que era necessário ser feito, outros queriam usar os transferidores
para medir os ângulos ao invés de resolver os problemas através das equações. Percebeu-se
que o uso do transferidor não é mais algo estranho ou difícil para os alunos e que os mesmos
demonstram grande interesse em utiliza-lo. Os alunos estavam mais comportados que o
normal. Um aluno de outra turma entrou na sala e se recusou a sair mesmo depois de receber
tanto a ordem da estagiaria quanto do supervisor causando um pequeno constrangimento por
parte destes, como a diretoria não estava presente no dia, não restou alternativa a não ser
prosseguir a aula e tentar ignorar ao máximo a bagunça do aluno extra.
No último dia, foi aplicada a última atividade do projeto, um trabalho composto por
cinco questões sobre triângulos, usando os instrumentos pedidos em cada questão (régua e
transferidor). Todos fizeram a atividade, como nem todos trouxeram os instrumentos pedidos,
foi concedido que o material (réguas e transferidores) poderia ser repassado entre os colegas,
porém, cada um deveria fazer suas próprias construções. Foi oficialmente o último dia da
regência. Por fim, foi feita uma avaliação contínua com todas as atividades desenvolvidas no
estágio e entregue os resultados ao professor supervisor.
RESULTADOS
784
CONCLUSÃO
Percebe-se além do receio pela disciplina, que os alunos trazem consigo uma carga
bastante negativa que é apenas reforçada com o acúmulo de conteúdo. Os alunos passam por
um assunto sem saber o anterior e assim seguem durante a vida escolar até as series finais
com dificuldades básicas, e quando se torna necessário recorrer aos conhecimentos
previamente adquiridos em séries anteriores, os alunos demonstram dificuldade e a recusa em
voltar àquilo que já os incomodou no passado.
Foi possível observar os efeitos de metodologias muito apegadas aos livros, as aulas
expositivo-dialogadas, onde o professor fala e os alunos escrevem, muitas vezes sem sequer
ouvir e entender o que foi dito. Habituados a aulas teóricas, os alunos mostram resistência em
experimentar novas formas de aprender a disciplina, o uso de jogos e atividades dinâmicas é
algo incomum a eles. Foi difícil conseguir fazer com que os alunos usassem material
matemático simples (réguas e transferidores), a maioria, no começo, demonstrou nem sequer
saber manusear tais instrumentos, o que contribui ainda mais para a resistência desses as
aulas.
Depois de uma necessária adaptação, tanto por parte dos alunos quanto da estagiaria
foi possível chegar a bons resultados. Ao fim da regência, os alunos já conseguiam e
gostavam de manusear os materiais, reconheciam e classificavam triângulos de forma
desejável e conseguiram assimilar o assunto com aquilo que estava presente em seu convívio,
na escola, nas ruas e até mesmo em suas casas, o reconhecimento das formas estudadas em
obras de arte, construções e na ficção foi algo que veio aos poucos, mas que foi muito
proveitoso.
O número de aprovações apesar de ultrapassar a faixa dos 50% ainda foi relativamente
baixo, visto que em alguns casos os alunos realmente se recusaram a participar de tudo que foi
proposto durante as aulas. A avaliação contínua realizada em cada aula, através da realização
das atividades e pelo uso do material se mostrou efetiva e teve ótimo aproveitamento, após o
fim do estágio, percebe-se o quanto é importante este tipo de avaliação. O acompanhamento
do desempenho e do progresso constante dos alunos é algo que traz uma melhor percepção da
importância do trabalho. Ao fim da regência, é possível se sentir mais madura para enfrentar 786
as dificuldades de uma sala de aula.
REFERÊNCIAS:
QUEIROZ, Amélia Maria Noronha Pessoa de. Matemática Transparente/ Amélia Maria
Noronha Pessoa de Queiroz. – São Paulo: Editora Livraria da física, 2011.
SILVEIRA, Ênio. Matemática: compreensão e pratica/ Ênio Silveira – 3 ed. – São Paulo:
Moderna, 2015. 8º ano.
RESUMO
O processo de alfabetização da maior parte das crianças que estudam em escolas da rede pública
cearense é consolidado no Ciclo de Alfabetização. Essa etapa também é marcada por um investimento
significativo no processo de letramento. Muitos fatores contribuem para a construção desses
resultados, como: formação continuada de professores; disponibilidade de materiais didáticos
específicos para os estudantes das turmas de 1º e 2º ano; aquisição e distribuição de obras literárias da
coleção PAIC Prosa e Poesia; sistematização da Proposta Curricular de Língua Portuguesa. O objetivo
deste artigo é comparar o currículo dessa Proposta e os eixos do Pró-Letramento: Alfabetização e
Linguagem. Adotamos como base teórica as contribuições de Soares (2004) e Soares e Batista (2005).
A pertinência desta pesquisa está relacionada à importância da sistematização do currículo do Ciclo de
Alfabetização, que serve como referência aos professores do 1º e 2º ano no planejamento de sua
práxis. O currículo contempla as habilidades relativas aos eixos de ensino norteadores dos processos
de alfabetização e letramento das crianças que estudam nas escolas públicas cearenses. Esses
documentos tratam das orientações teóricas e práticas que fundamentam os referidos processos, com
foco na produção de sentido e função social da escrita.
PALAVRAS-CHAVE: currículo; alfabetização; letramento.
ABSTRACT: The literacy process of the majority of the children who study in public schools in Ceará
is consolidated in the Literacy Cycle. This stage is also marked by a significant investment in the
lettering process. Many factors contribute to the construction of these results, such as: continuing
teacher training; availability of specific didactic material for students in the 1st and 2nd year classes;
acquisition and distribution of literary works from the PAIC Prose and Poetry collection;
systematization of the Portuguese Language Curriculum Proposal. The purpose of this article is to
compare the curriculum of this Proposal and the axes of Pro-Literacy: Literacy and Language. We
adopted as theoretical basis the contributions of Soares (2004) and Soares and Batista (2005). The
104
Doutoranda em Letras do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, Campus de Pau dos Ferros; Mestre em Letras pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte,
Campus de Pau dos Ferros; Professora efetiva de Língua Portuguesa da educação básica da rede pública estadual
do Ceará.
105
Doutoranda em Letras do Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte, Campus de Pau dos Ferros; Mestre em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
Professora efetiva de Língua Portuguesa da educação básica da rede pública estadual do Rio Grande do Norte.
pertinence of this research is related to the importance of the systematization of the curriculum of the
Literacy Cycle, which serves as reference to the teachers of the 1st and 2nd year in the planning of
their praxis. The curriculum includes the skills related to the teaching axes guiding the processes of
literacy and lettering of the children who study in public schools of Ceará. These documents deal with
the theoretical and practical orientations underlying these processes, focusing on the production of
meaning and social function of writing.
KEYWORDS: curricular proposal; lettering; literacy.
INTRODUÇÃO
os anos iniciais do ensino Fundamental sem dominar a leitura e a escrita, já que não existia
um currículo sistematizado que garantisse a consolidação desse processo das crianças.
Este artigo se encontra organizado com base na seguinte estrutura: a primeira subseção
teórica apresenta definições dos processos de alfabetização e letramento; a segunda seção
trata desses processos à luz do material disponibilizado por meio do Pró-Letramento:
alfabetização e linguagem; a terceira seção trata dos referidos processos com base na
proposição presente na Proposta Curricular de Língua Portuguesa do 1º ao 5º ano, organizada 790
de construção dos aspectos que estão relacionados à apropriação da leitura e escrita como
práticas sociais.
O letramento, por sua vez, é definido por Soares (2004, p. 97) como “[...] o
desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita
em práticas sociais [...]”. Logo o investimento em estratégias que contemplem os aspectos
situados no plano do desenvolvimento de habilidades que tratam da leitura e escrita como
prática social é pertinente para o desenvolvimento das habilidades que possibilitam situar esse
leitor no âmbito dos leitores letrados, ou seja, um sujeito que lê e faz uso social das leituras
que realiza.
escrita como caderno, lápis e borracha. Temos ainda a indicação de que nessa etapa deve-se
investir no desenvolvimento das habilidades específicas situadas no campo da escrita.
Conhecer o alfabeto:
O quadro apresentado acima contempla os aspectos que por muito tempo foram
considerados o centro do processo de alfabetização, especialmente no Brasil. Para os
professores, o domínio das técnicas relacionadas ao domínio da escrita era suficiente para que
o aluno fosse considerado alfabetizado.
Quadro 3: Leitura
Compreender textos.
(ii) Antecipar conteúdos de textos a serem lidos em função de seu suporte, seu gênero e sua
contextualização.
(iii) Levantar e confirmar hipóteses relativas ao conteúdo do texto que está sendo lido.
(iv) Buscar pistas textuais, intertextuais e contextuais para ler nas entrelinhas (fazer inferências),
ampliando a compreensão.
Quadro 4: Produção
Produzir textos escritos de gêneros diversos, adequados aos objetivos, ao destinatário e ao contexto de
circulação:
(i) Dispor, ordenar e organizar o próprio texto de acordo com as convenções gráficas apropriadas.
(vi) Usar recursos expressivos (estilísticos e literários) adequados ao gênero e aos objetivos do
texto.
(vii) Revisar e reelaborar a própria escrita, segundo critérios adequados aos objetivos, ao
destinatário e ao contexto de circulação previstos.
É um trabalho sistemático que precisa ser mediado pelo professor, quando a escola se
propõe em contribuir com o processo de formação de estudantes que articulam ideias e
informações para produzir textos dotados de sentido, que vão aos poucos se adequando às
normas da escrita e orientação estrutural do gênero.
Respeitar a diversidade das formas de expressão oral manifestas por colegas, professores e
funcionários da escola, bem como por pessoas da comunidade extra-escolar.
Usar a língua falada em diferentes situações escolares, buscando empregar a variedade linguística
adequada.
Realizar com pertinência tarefas cujo desenvolvimento dependa de escuta atenta e compreensão.
a escrita, e hoje atua, como profissional em uma escola que exige um trabalho também com
foco na oralidade. No entanto, é inconcebível a permanência da abordagem marginal que o
eixo de oralidade vem sofrendo na escola contemporânea, onde o foco tem sido apenas o
trabalho com a escrita. Esse é certamente, o eixo que carece de um investimento mais
suntuoso, a fim de que a escola possa contemplar os conhecimentos, capacidades e atitudes
que constituem o eixo.
proposição curricular.
A construção dessa Proposta se deu de forma participativa, pois sua sistematização foi
realizada a partir do resultado das discussões efetivadas no âmbito da formação continuada
em serviço para professores que atuam no Ciclo de Alfabetização, iniciada em 2007. Logo a
referida Proposta contempla não somente os conteúdos, que serviram como base para a
construção das habilidades, mas também os pressupostos que fundamentam determinadas
abordagens.
Essa Proposta traz ainda as orientações didáticas que colaboram com o planejamento
da atividade linguística, visto que no contexto educacional contemporâneo se faz necessário
delimitar o referencial teórico adotado na construção de uma proposta de trabalho,
complementada pelos encaminhamentos práticos, possibilitando a conexão entre a teoria e a
prática.
Considerando que o detalhamento adotado pelos autores da citada proposta ser ainda
mais pormenorizado que o adotado pelos autores do material do Pró-Letramento: 799
Logo a criança deve ser orientada desde cedo a planejar a produção do texto falado,
visto que a oralidade também se estrutura em contextos que exigem o cuidado com a
produção de sentido. Outro aspecto geral relacionado ao eixo é a necessidade de o professor
explorar a importância de se considerar os recursos corporais na potencialização da
comunicação, visto que gestos, expressão facial e postura corporal devem ser considerados na
compreensão das realizações linguísticas orais.
Embora essa proposição constitua ainda um grande desafio para os docentes de 800
Língua Portuguesa, é pertinente que esses profissionais compreendam que fala e escrita
constituem realizações que se ancoram em parâmetros distintos, sem que ele possa esperar
que a fala seja uma representação da escrita, e também o contrário.
Manusear com adequação materiais de leitura e de escrita nas diversas situações de aprendizagem.
Conhecer o alfabeto.
Trabalhando o processo por etapas, com segurança e metas bem definidas, o professor 801
Retirar informações.
Relacionar informações.
802
Monitorar a compreensão.
803
Tabela 1: Eixos linguísticos referenciados no curso de formação continuada de Língua
Portuguesa do 1º ao 5º ano - Pró-Letramento: Alfabetização e Linguagem (2008).
5. Desenvolvimento da oralidade
A compreensão dos usos sociais da escrita contribui para que o estudante apresente
interesse pelas atividades que contribuem com o desenvolvimento das habilidades
concernentes à leitura e escrita, visto que possibilita a formação de um cidadão letrado. O
trabalho com uma diversidade de suportes e gêneros textuais contribui com a ampliação do
nível de letramento das crianças que participam dessas ações já no Ciclo de Alfabetização.
As atividades com foco na escrita devem ser precedidas por provocações que
possibilitem ao aluno compreender o contexto de produção de cada gênero, como também sua
importância para a vivência do indivíduo em sociedade. Na sequência, o professor explora a
pertinência do gênero para o trabalho no contexto escolar, sempre mantendo o cuidado para
manter uma satisfatória conexão entre o gênero e a realidade do estudante. 804
CONCLUSÃO
No entanto, não podemos ignorar que a análise comparativa dos documentos adotados
como referência ao desenvolvimento das habilidades concernentes aos processos de
alfabetização e letramento evidencia que a abordagem sistemática da função social da escrita
pode está sendo contemplada nas atividades de planejamento da rotina escolar do Ciclo de
Alfabetização eventualmente, já que na Proposta Curricular de Língua Portuguesa: 1º ao 5º
ano não há uma referência direta a esse eixo.
Esse fato pode servir como objeto de investigação de outras pesquisas, pois possibilita-nos
acreditar que tão importante quanto o desenvolvimento das habilidades relativas ao processo
de alfabetização do estudante seria a compreensão da importância da função social da escrita,
cujo domínio amplia as possibilidades de ascensão pessoal e social.
REFERÊNCIAS
806
RESUMO
O tempo atual comporta a família de ontem? Há indícios de uma linguagem que represente
o novo modo de ser e agir na sociedade mediada pelo cinema que pode expressar outras
formas/eidos da sociedade. O objetivo do presente artigo é justamente analisar o filme Deadpool 2 e
a família, fazendo uma analogia desses dois termos com o livro “A Ordem do Discurso” de Michel
Foucault. Para o método de estudo adotou-se a revisão bibliográfica com análise de discurso
francesa. A interpretação do anti-herói como novo “modelo” de sociedade é inquietante e convida a
outras leituras.
PALAVRAS-CHAVE: Análise de discurso; Deadpool2; Família.
Does the current time hold the family of yesterday? There is evidence of a language that
represents the new way of being and acting in the society mediated by the cinema that can express
other forms / eidos of the society. The aim of this article is to analyze the film Deadpool 2 and the
family, making an analogy of these two terms with the book "The Order of the Discourse" of
Michel Foucault. For the study method the bibliographic review was adopted with French discourse
analysis. The interpretation of the anti-hero as a new "model" of society is uncanny and invites
other readings.
KEYWORDS: Discourse analysis; Deadpool2; Family.
¿El tiempo actual comporta a la familia de ayer? Hay indicios de un lenguaje que represente
el nuevo modo de ser y actuar en la sociedad mediada por el cine que puede expresar otras formas /
eidos de la sociedad. El objetivo del presente artículo es justamente analizar la película Deadpool 2
y la familia, haciendo una analogía de estos dos términos con el libro "La Orden del Discurso" de
Michel Foucault. Para el método de estudio se adoptó la revisión bibliográfica con análisis de
discurso francés. La interpretación del anti-héroe como nuevo "modelo" de sociedad es inquietante
e invita a otras lecturas.
INTRODUÇÃO
As pessoas não conseguem viver sem outros a sua volta, é praticamente uma
807
necessidade básica vivermos em conjunto, afinal desde os primórdios da humanidade viver
em sociedade tornou-se a melhor solução. Contudo não há uma liberdade no sentido literal,
afinal não podemos simplesmente fazer o que temos vontade ou falar o que nos vem à
cabeça, nós somos sujeitos sociais, viventes em sociedades com regras herdadas.
Geralmente somos levados a seguir “regras” sobre como transmitir nossas ideias e,
praticamente viver de acordo com que nos foi imposto de certo ou errado por nossa
sociedade.
Quando algo ou alguém foge da ordem do discurso imposta podemos ter dois tipos
de atitude: a primeira seria a de repudiar tal pessoa ou tal coisa como um invasor da política
da boa vizinhança; a segunda seria absorver o novo discurso imposto e divulgá-lo como a
mais nova fórmula do certo e errado na sociedade.
Visando isso este artigo tem como objetivo analisar o filme Deadpool 2 e a família,
fazendo uma analogia desses dois termos com o livro “A Ordem do Discurso” de Michel
Foucault.
social- histórico das séries textuais escritas com as imagens (desenhos) de Deadpool 2.
Quem É Deadpool?
Deadpool, é um personagem fictício que age como um anti-herói, criado por Rob
Liefeld e Fabian Nicieza em 1991. Sua primeira aparição foi numa revista em quadrinhos
dos X-Men. Entretanto, em 1998, ganhou seu título próprio nas mãos de Joe Kelly e Ed 808
Conhecido pelos fãs, como “Mercenário Tagarela”, não há nenhum assunto que não
esteja presente, principalmente se for algo polêmico e com sua forma nada convencional de
transmitir a informação, o personagem acabou se tornando um portador de notícias
aclamado pela maioria. Afinal o mesmo aborda assuntos que para muitos são considerados
tabus, como a sexualidade, a homofobia e entre outros.
106
Cf.: https://observatoriodocinema.bol.uol.com.br/quadrinhos/2017/11/deadpool-beija-o-justiceiro-nas-hqs-
saiba-como-aconteceu
O Conceito De Família
Podemos dizer que esse era o modelo de família que tínhamos até alguns anos atrás,
mas mudanças constantes ocorrem o tempo todo. Novos conceitos são apresentados e
atualmente temos uma mente mais aberta para aceitá-los. Claro que ainda não há barreiras,
porque são anos e mais anos convivendo com o sistema patriarcal incrustrado em nossas
mentes. Infelizmente muitos preferem continuar em suas zonas de conforto em vez de abrir
os olhos para novas formas, ou seja, a minorias das pessoas prefere se conformar com o seu
papel na sociedade assumindo um discurso muitas vezes que não são delas e fazendo isso
os tomando para si.
811
Ordem Do Discurso
Vale perguntar: sabe aquela receita pronta que sabemos que nunca pode dar errado?
Bem, ela se aplica a tudo em nossas vidas, principalmente na nossa forma de falar ou agir.
Usamos esses “discursos” prontos para não saímos de nossa zona de conforto, afinal
mesmo que sejamos contra e a maioria a favor não temos coragem para pensar fora da
caixinha, aceitamos aquilo que nos é oferecido e não retrucamos nada. Por que fazemos
isso? Porque queremos fazer parte de algo, não queremos ser excluídos, acima de tudo
somos seres sociais que desejam sempre fazer parte da sociedade.
elo sujeito que fala: temos aí o jogo de três tipos de interdições que se cruzam,
se reforçam ou se compensam, formando uma grade complexa que não cessa
de se modificar. Notaria apenas que, em nossos dias, as regiões onde a grade é
mais cerrada, onde os buracos negros se multiplicam, são as regiões da
sexualidade e as da política: como se o discurso, longe de ser esse elemento
transparente ou neutro no qual a sexualidade se desarma e a política se
pacifica, fosse um dos lugares onde elas exercem, de modo privilegiado,
alguns de seus mais temíveis poderes. Por mais que o discurso seja
aparentemente bem pouca coisa, as interdições que o atingem revelam logo,
rapidamente, sua ligação com o desejo e com o poder. (FOUCAULT, 2004,
p.5). 812
CONSIDERAÇÕES FINAIS
vezes no filme que ele não é um bom exemplo a ser seguido, mas a sua forma “livre de
pensar” o coloca no pódio para que muitos o sigam e perpetuem o seu discurso.
O longa apresenta situações que nunca irão fazer parte do nosso cotidiano, mas a
forma que o discurso do personagem é introduzido mostra a força que ele tem em ser
ouvido. Por isso o filme abala as estruturas da sociedade, pois ele pode revolucionar um
sistema que nos move há anos, não só Deadpool 2, mas outros também que adotam a
mesma forma de pensar.
REFERÊNCIAS
RESUMO
A evolução dos estudos sobre a linguagem traz para as escolas uma nova metodologia a ser
trabalhada, descartando uma visão puramente estruturalista da língua, trabalhada de forma
descontextualizada, para um ensino em que o aluno deve participar ativamente na construção dos seus
conhecimentos. Nesse contexto o objetivo deste trabalho é compreender como ocorre a aprendizagem
dos conteúdos gramaticais na escola, sob a influência do processo de construção da reflexão sobre a
língua e seus usos sociais, bem como na compreensão de um ensino e aprendizagem de gramática
com foco no uso. Para fundamentar a pesquisa nos embasamos principalmente em: Bakhtin (1998);
Antunes (2003) e Travaglia (2009). A metodologia é uma pesquisa bibliográfica de cunho
qualitativa pesquisada em livros e sites oficiais acadêmicos no que se refere a Língua
Portuguesa no Ensino Fundamental. Como resultado dessa pesquisa, constatamos que o ensino da
gramática, em grande parte das práticas docentes, ainda está atrelado atrelado ao método tradicional,
não significativo para o aluno. Por isso a importância dessa pesquisa no trazer uma reflexão para o
fazer pedagógico do docente de Língua Portuguesa.
PALAVRAS-CHAVE: Linguagem. Reflexão. Uso.
ABSTRACT
The evolution of the studies on language brings to schools a new methodology to be worked,
discarding a purely structuralist view of the language, worked in a decontextualized way, for a
teaching in which the student must participate actively in the construction of their knowledge. In this
context, the objective of this work is to understand how learning of grammatical contents occurs in
school, under the influence of the process of construction of reflection on the language and its social
uses, as well as in the understanding of a grammar teaching and learning with a focus on the use. To
base the research, we rely mainly on: Bakhtin (1998); Antunes (2003) and Travaglia (2009); The
methodology is a bibliographical research of a qualitative nature researched in official academic books
and sites with regard to Portuguese Language in Elementary Education. As a result of this research, we
verified that the teaching of grammar, in most of the teaching practices, are still tied to the traditional
107
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
method, not significant for the student. Therefore, the importance of this research in bringing a
reflection to the pedagogical make of the Portuguese Language teacher.
KEYWORDS: Language. Reflection. Use.
LA GRAMÁTICA CON FOCO EN EL USO: UNA ESTRATEGIA DE
INNOVACIÓN DE LA ENSEÑANZA DEL PORTUGUÉS
RESUMEN
La evolución de los estudios sobre el lenguaje, traen a las escuelas una nueva metodología a ser 815
trabajada, descartando una visión puramente estructuralista de la lengua, trabajada de forma
descontextualizada, para una enseñanza en la que el alumno debe participar activamente en la
construcción de sus conocimientos. En este contexto el objetivo de este trabajo es comprender cómo
ocurre el aprendizaje de los contenidos gramaticales en la escuela, bajo la influencia del proceso de
construcción de la reflexión sobre la lengua y sus usos sociales, así como en la comprensión de una
enseñanza y aprendizaje de gramática con foco en el uso . Para fundamentar la investigación nos
basamos principalmente en: Bakhtin (1998); Antunes (2003) y Travaglia (2009); La metodología es
una naturaleza cualitativa de la literatura investigado en libros y sitios web oficiales académicos en
cuanto a la lengua portuguesa en la Educación Primaria. Como resultado de esta investigación,
constatamos que la enseñanza de la gramática, en gran parte de las prácticas docentes, todavía están
ligadas al método tradicional, no significativo para el alumno. De ahí la importancia de esta
investigación para poner algunas preguntas a la práctica pedagógica de la enseñanza de la lengua
portuguesa.
PALABRAS CLAVES: Lenguaje. Reflexión. Usos.
INTRODUÇÃO
A norma culta revela a noção do falar e escrever de acordo com o padrão socialmente
estabelecido, constituindo uma representação daquilo que seria falar exemplar. Isso mostra
ainda mais uma tentativa, que em muitas escolas se torna realidade, de prescrever as aulas de
Língua portuguesa, pois tal normatividade segue um padrão legitimado, impedindo, pois, a
expressão e a valorização do conhecimento prévio do aluno em termos de língua e linguagem.
Antunes (2007, p. 47), ao falar sobre o caráter normativo do tratamento da língua, afirma que
“há um contraste, embora não tão explícito, entre a norma culta e a norma popular, que
caracteriza a primeira como certa e a segunda como errada”. A autora destaca ainda que:
É por meio do domínio da língua que o sujeito torna-se participativo, atuando 816
criticamente em sociedade, podendo dela ser protagonista no que diz respeito à opiniões e
transformações sociais veiculadas pela argumentação. Nesse contexto, a escola, enquanto
lugar de discussões acerca dos aspectos formais e informais da língua cumpre o importante
papel de expandir, ao longo de toda vida escolar do aluno, a sua capacidade de ler diferentes
textos com ênfase na interpretação, produzir textos os quais sirvam para comunicar com
eficácia e circular nos diferentes contextos de presença da escrita.
Nesse contexto, tornar o aluno competente no uso de sua própria língua não se resume
ao trabalho com os aspectos simplesmente gramaticais, descontextualizados da realidade ou
interesses, restringindo-se à classificação entre o certo e o errado. Ensinar para a competência
requer um olhar apurado sobre o que se ensina e seu nível de relevância para a vida do sujeito
envolvido nessa relação entre a língua e suas reflexões no espaço escolar. E é disso que este
capítulo versará ao tentar mostrar que é possível um ensino de língua materna com foco no
uso, a partir de uma proposta metodológica elaborada com base na aprendizagem
significativa.
um breve histórico da gramática normativa e como esse tipo de escolha gramatical vem se
instaurando como a forma mais privilegiada no ensino de Língua Portuguesa. No segundo
capítulo, contrastamos a ideia apresentada no primeiro, valendo-nos de uma proposta para
reflexão metodológica, visando um trabalho com foco no uso. Para tal investigação optamos
pela pesquisa de cunho bibliográfico e falas constantes de professores para, então, relacionar
ao tema em questão.
817
Vale esclarecer, no entanto, que trabalhos linguísticos anteriores aos dos alexandrinos
eram de caráter filosófico e careciam de análise das línguas, diferentemente do que ocorre
com os estudos que deram origem à gramática normativa. No entanto, Neves (2004) faz a
ressalva quanto ao fato de que os conceitos nos quais se ancora a gramática normativa – o
verdadeiro e o falso – já estavam presentes nas discussões filosóficas anteriores ao surgimento
da gramática normativa. A autora reforça essa afirmativa com uma análise dos principais
textos que tratam de questões da língua, datados de períodos anteriores aos dos estudos
prescritivo-normativos da língua grega.
Como exemplo, a pesquisadora cita Crátilo, célebre obra de Platão (428-347 a.C.), em
que, conforme afirma a autora, a questão da justeza do nome não teria sido o cerne da
discussão, mas, sim, a da relação entre “convenção e natureza”, em última instância, onde se
manifesta o verdadeiro e o falso. Nos estudos linguísticos da contemporaneidade, a o
verdadeiro e o falso em língua estão igualmente presentes através da norma explícita, que é
convencionada, e das normas implícitas, que são naturais ao falante.
Essa busca pela verdade nas palavras e pelas palavras também teria encontrado lugar
no estoicismo (séc. III a.C.), pois, para os estóicos, “[...] o fundamental é falar
adequadamente. A linguagem tem de ser reta, justa, para ser natural, o que constitui o ideal
estóico.” (Ibid., p. 30). Podemos constatar, ainda, nessas obras, os conceitos de justeza e
adequação linguística, que viriam a ser, mais tarde, o ideal buscado pelas gramáticas. Assim,
para que as regras das gramáticas normativas levassem os textos a esse ideal de língua, elas
somente poderiam basear-se nos grandes escritores literários. Essa é uma tradição que se
estende às gramáticas de nossos tempos. Basta folhearmos tais compêndios e nos deparamos
com exemplificações extraídas dos grandes clássicos da literatura, seja ela portuguesa ou
brasileira.
Podemos dizer, assim, que a concepção fundadora da gramática já esteve presente nas
obras filosóficas anteriores ao surgimento desta. A constituição da gramática normativo-
prescritiva inaugura, pois, uma nova forma de estudar os fatos da língua, porque “pela
primeira vez – na obra dos alexandrinos – se encontra uma atividade técnica de trabalho com
a língua.” (Ibid., p. 31).
Nossas escolas são extremamente silenciosas. Haveria por aí alguma exceção 819
verdadeiramente significativa? Deve haver. Não conheço, mas gostaria de
conhecer. Falo do silêncio. Mas, não do silêncio da boca, apenas. É preciso
compreender o silêncio de uma forma mais ampla para entender o que quero
expressar. Na verdade, os professores desses alunos, especialmente os de
língua materna, estavam tão ocupados ensinando gramática a as demais “antes
do silêncio” que não houve tempo para deixar que esses alunos
desenvolvessem os ruídos que fazem a vida ser vida.
A norma culta revela a noção do falar e escrever de acordo com o padrão socialmente
estabelecido, constituindo uma representação daquilo que seria falar exemplar. Isso mostra
ainda mais uma tentativa, que em muitas escolas se torna realidade, de prescrever as aulas de
Língua portuguesa, pois tal normatividade segue um padrão legitimado, impedindo, pois, a
expressão e a valorização do conhecimento prévio do aluno em termos de língua e linguagem.
Antunes (2007, p. 47), ao falar sobre o caráter normativo do tratamento da língua, afirma que
“há um contraste, embora não tão explícito, entre a norma culta e a norma popular, que
caracteriza a primeira como certa e a segunda como errada”. A autora destaca ainda que:
É importante lembrar que os manuais didáticos contribuem, de certa forma, para que a
820
escola valorize a gramática normativa, esquecendo completamente que a língua é um
organismo vivo que independe de qualquer passo a passo de como esta deve acontecer e,
sobretudo, qual será a contribuição do ensino de Língua portuguesa para a formação de um
sujeito crítico. Não deve ser os manuais os determinantes da concepção de linguagem que
subsidiará e norteará a prática; isso pode colocar o ensino e a aprendizagem significativos em
risco, pois a espontaneidade e o olhar para as várias vertentes da comunicação humana não
fariam parte da pauta das discussões em sala de aula. O manual didático não é, pois, um
inimigo das aulas de língua materna, mas algo que deve ser encarado com mais maturidade
por parte dos professores, entendendo que privilegiam, em sua maioria, a norma-padrão da
língua, estabelecendo um abismo entre o discurso teórico e uma prática efetiva em sala de
aula.
No que se refere ao trabalho com a gramática nas escolas, Antunes (2003, p. 31-33)
elenca as seguintes formas de tratamento didático:
822
Sabemos que a gramática que se ensina hoje em muitas escolas é demonstrada como
aquela que concentra e detém todas as regras de uso de uma língua. Tudo parte da gramática,
como se fosse ela o início e o fim do pensamento acerca da comunicação. Vale lembrar que a
língua, enquanto meio de comunicação, veio antes de toda e qualquer regra gramatical, sendo
organizada por esta para atender as necessidades dos padrões sociais e culturais, arraigados na
história. Antunes (2007, p. 63) afirma: “Qualquer pessoa que fala uma língua fala essa língua
porque sabe a sua gramática, mesmo que não tenha consciência disso.” Pensando dessa forma,
ensinar gramática perde o sentido, já que o sujeito, ainda que inconscientemente, já domina
tais mecanismos e estruturas.
Nesse contexto, não é papel do professor julgar que apenas a norma culta segue
fidedignamente uma gramática. Pensar assim é reduzir a reflexão sobre a língua à listagem de
regras e/ou pensá-la do ponto de vista estético. Ser competente gramaticalmente é saber fazer
escolhas para uma comunicação eficaz, capaz de transmitir qualquer mensagem, cumprindo o
seu objetivo e função social.
Tornar o aluno competente no uso de sua própria língua não se resume ao trabalho
com os aspectos simplesmente gramaticais, descontextualizados da realidade ou interesses,
restringindo-se à classificação entre o certo e o errado. Ensinar para a competência requer um
olhar apurado sobre o que se ensina e seu nível de relevância para a vida do sujeito envolvido
nessa relação entre a língua e suas reflexões no espaço escolar. E é disso que este capítulo
versará: tentar mostrar que é possível um ensino de língua materna com foco no uso, a partir
de uma proposta metodológica elaborada com base na aprendizagem significativa.
visam desenvolver a interpretação das entrelinhas, além de provocar uma análise dos
elementos não verbais.
PROPOSTA METODOLÓGICA
Há apenas uma única ocorrência verbal, pois os verbos vai (ir) e dormir se unem para
construir uma única ideia futura que pode ser substituída por dormirá. A essa realização dá-se
o nome de predicado complexo.
O plano de aula que segue tenta mostrar, de forma concreta, como o professor pode
tratar a temática com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental.
Plano de aula
• OBJETIVOS: Geral:
• Específicos:
que o anúncio cumprisse a sua função, uma única oração não seria suficiente, necessitando,
pois, de outra, dentro da mesma estrutura, para a efetivação e entendimento da mensagem
central do anúncio.
implicada na semântica, assim esses dois aspectos da língua serão abordados “lado a lado”.
Após essa análise, solicitar que voltem à estrutura conjunta do enunciado “Passe a
mão aqui e pense duas vezes”. Questioná-los acerca de quantas orações estão contidas nesse
período. Normalmente, o aluno do 9º ano poderá dizer que há duas orações, pela presença de
dois verbos, o mediador deverá enfatizar que toda a sentença constitui uma oração, que se
subdivide em mais duas, separando-as.
Dar outros exemplos no quadro para serem analisados juntamente com os alunos.
Explicar o que é um predicado complexo. Apresentar algumas orações simples e solicitar eu
os alunos transforme-as em orações complexas. Após as transformações, questioná-los: que
elemento foi necessário para as transformações de orações simples em orações complexas?
• Recursos Didáticos: Quadro branco, pincel para quadro, cartaz com um anúncio
publicitário e data show.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Aula de português: encontro & interação. São Paulo: Parábola, 2003.
______. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São
Paulo: Parábola, 2007.
AUSUBEL, D.P. Psicologia educativa: um ponto de vista cognitivista. México: Trillas, 1983.
CÂMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. 36ª ed. Petrópolis: Vozes, 2004.
CIPRO NETO, P.; INFANTE, U. Gramática da língua portuguesa. São Paulo: Scipione,
2008.
FERRAREZI JR, C. Semântica para a educação básica. São Paulo: Parábola, 2008.
RESUMO
ABSTRACT
This study aimed to analyze the educational practices directed to students of elementary and
middle school, emphasizing the application of the National Curricular Common Base and the
understanding of meaningful learning through a documentary and bibliographic study of
BNCC proposals and relevant works of the educational area. It is necessary to build a
contextualized, democratic education that guarantees a new vision for future generations.
KEYWORDS: Educandos, contextualization, compartmentalization.
RESUMEN
Este estudio tuvo como objetivo analizar las prácticas educativas dirigidas a estudiantes de
primaria y secundaria, enfatizando la aplicación de la Base Común Curricular Nacional y la
comprensión del aprendizaje significativo a través de un estudio documental y bibliográfico
de propuestas de BNCC y trabajos relevantes del área educativa. Es necesario construir una 831
educación contextualizada y democrática que garantice una nueva visión para las
generaciones futuras.
PALABRAS CLAVES: Educandos, contextualización, compartimentación.
INTRODUÇÃO
Nesse contexto faz-se necessário pensar numa prática pedagógica norteada em três
vértices: a contextualização, o pensamento complexo e a aprendizagem significativa. Partindo
dessa base, esse estudo tem como objetivo analisar esses vértices do ensino, pensando em
uma prática educativa inserida no contexto histórico, social e cultural do semiárido brasileiro,
bem como, chamar atenção para a BNCC e sua proposta de padronizar um currículo a nível
nacional para escolas públicas e privadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
832
Essa situação promove uma inadequação do ensino gerada pelos saberes separados e
compartimentados entre disciplinas, de um lado e, de outro, realidades ou problemas
polidisciplinares, globais e planetários. Ademais, alicerçado em Morin (2002) vale ressaltar
que a divisão dos conhecimentos escolares, que tem como objetivo, torná-los mais acessíveis
e compreensíveis por parte daqueles que o estudam, tornam esse método insuficiente para
tratar os problemas mais graves da humanidade, devido ao fato de que este saber
Desafio este que conduz os indivíduos a pensar e repensar em como levar isso a
termo. Logicamente que se esse objetivo fosse atingido, a reforma do pensamento,
poderíamos esperar e observar por uma modificação na sociedade. Surgira a construção de
uma educação contextualizada, democrática que garantiria uma nova visão para as futuras
gerações.
Para Moreira (2009, p.9) a aprendizagem significativa é “um processo pelo qual uma
nova informação se relaciona, de maneira substantiva (não literal) e não arbitrária, a um
aspecto relevante a estrutura cognitiva do indivíduo.” Ou seja, a aprendizagem significativa
ocorre quando os novos conhecimentos que se adquirem relacionam-se com o conhecimento
prévio que o (a) aluno (a) possui, ancorando-se, portanto, em conceitos relevantes 834
Em sumo, a Aprendizagem Significativa de David Ausubel cria uma nova visão sobre
o aluno, onde o mesmo deixa de ser uma máquina pronta para receber informações de seu
professor, enfocando a necessidade da utilização, por parte dos educadores, de ferramentas
que propiciem o acontecimento de um processo desmistificador e diversificador da
aprendizagem.
Tal pensamento tem por base considerar que cada pessoa é portadora de
conhecimentos que nascem consigo e de conhecimentos que se desenvolvem no cotidiano
devido ao contato com novas experiências, e isso as tornam possuidoras de habilidades e
competências que se despertadas e partilhadas podem contribuir significativamente para a
construção de um ser mais crítico, ativo e reflexivo dentro do meio social em que vive.
É necessário então aproveitar tudo aquilo que ele já tem armazenado no seu campo
cognitivo e utilizar como norte para o desenvolvimento da aprendizagem, tornando os saberes
aprendidos algo com as características e marcas do próprio sujeito.
A Contextualização Do Ensino
835
não for trabalhado de forma correta pode fazer o contrário do que era esperado. Segundo
Paulo Blikstein , um dos maiores especialistas em tecnologia aplicada à educação do mundo,
professor na Universidade Stanford, nos EUA:
Ter uma base de alta qualidade é fundamental para reduzir a desigualdade 837
educacional brasileira. A BNCC [Base Nacional Comum Curricular] é um dos
poucos instrumentos de política pública que podem transformar um sistema
educacional de forma abrangente. De uma vez só, ela muda provas nacionais,
incentivos e materiais didáticos (RIGHETTI, 2017).
Pode-se perceber que, se executada de forma correta, essa base tem como objetivo
garantir uma educação com igualdade para cada estudante da educação básica, tornando a
complexidade do conhecimento acessível a todos, permitindo que o indivíduo sai da sua
passividade e torne-se um sujeito atuante.
Nesse âmbito a educação deve conduzir o homem a ser cidadão responsável e que
compreenda seu espaço e o espaço que o envolve. Para tal e necessário promover a mudança
do pensamento, educar dentro de uma visão sistêmica, onde os conhecimentos estejam ligados
e o conhecimento envolva o conhecimento, culminando com a união entre o pensamento
científico e o pensamento cotidiano, em um sistema aberto, vivendo e enfrentando as
incertezas dentro de uma visão transdisciplinar.
Tudo isso exige uma nova forma de pensar a escola, dando-lhe outro sentido e
função social, como agente ativo na construção do sujeito reflexivo sobre o seu papel na
sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
conhecimentos globais relacionados com o regional, construindo na escola uma visão positiva
para este lugar, enfatizando suas especialidades, potencialidades naturais e históricas. Como
exposto por Braga (2004) temas geralmente esquecidos pela mídia e pelos instrumentos
didáticos, que ignoram os saberes e a capacidade do povo que nesta região sobrevive, mesmo
diante das adversidades climáticas.
uma abertura de pensamento que permita a estes construir uma opinião própria, socialmente
ativa. Entretanto colocar na prática tais ideias não é tarefa simples, exige do educador
planejamento, pesquisas, estratégias qualificação, habilidades, compromisso e tempo que
viabilizem o estudo do objeto em pauta sob os mais diversos aspectos.
Quando foi citado a BNCC, anteriormente, ficou claro que o desafio seria sua
implementação. A nível mundial, uma nova base exige um investimento muito alto em
treinamento de professores e na elaboração de materiais didáticos. Nosso país precisa fazer
esse investimento, dando uma nova visão para a aprendizagem. Porém se a base não tiver uma
boa execução pode desorganizar a educação brasileira, deixando novamente, a
responsabilidade do processo de ensino contextualizado sob a pessoa do professor, que talvez
não tenha o tempo ou a formação necessária para conseguir trabalhar, de forma adequada, os
conteúdos propostos para aquele determinado nível escolar.
REFERÊNCIAS
MORIN, E. Os Desafios; A cabeça bem feita. In: MORIN, Edgar. A Cabeça Bem – feita:
repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand, 2002. p. 13-34.
RIGHETTI, S. 'Em ciências, base curricular é trágica', avalia especialista de Stanford. 2017.
Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2017/04/1873204-em-ciencias-base-
curricular-e-tragica-avalia-especialista-de-stanford.shtml. Acesso em: 17/08/18.
RESUMO
840
As relações com base nas religiões de matrizes africanas ainda possuem certo misticismo, chegando a
sofrer preconceitos variados sobre os que fazem parte dela. Na atualidade, esse ponto ganha novos
questionamentos que, em muitos casos, chegam a investigar até a vida pessoal dos sujeitos. Mesmo
com a diminuição do preconceito, o Candomblé ainda é enquadrado num espaço discriminado e com
algumas visões distorcidas, mas a abertura de um terreiro em determinado espaço consegue influenciar
na dinâmica da vida dos moradores próximos, assim como no pensamento destes. O desenvolvimento
deste trabalho busca conhecer a história do Candomblé em Cajazeiras – PB através do Ylé Axé Runtò
Rumbôci e as visões que cercam este espaço religioso. Para se alcançar tal resultado utilizou-se de
referências que estavam disponíveis de modo impresso e através da internet, além de entrevistas com
pessoas que estão diretamente envolvidas com a temática. Esta pesquisa encontrou materiais
considerados riquíssimos, conseguindo descrever desde a entrada da religião no Brasil até sua
operacionalização na atualidade, dessa forma, tem-se uma reflexão que não foi somente inspirada na
história encontrada nos livros, mas também na história construída concretamente e resguardada na
memória e no pensamento dos sujeitos que nela estão envolvidos.
PALAVRAS-CHAVE: Candomblé, Religião Afrodescendente, Cajazeiras, Ylé Axé Runtò Rumbôci.
ABSTRACT
The relations based on the religions of African matrices still have a certain mysticism, getting to suffer
diverse prejudices on which they are part of it. At present time, this topic gains new questions that, in
many cases, even investigate the personal life of the subjects. Even with the reduction of prejudice,
Candomblé is still framed in a discriminated space and with some distorted visions, but the opening of
a terreiro in a certain space can influence the dynamics of the life of the next residents, as well as their
thinking. The development of this work seeks to know the history of Candomblé in Cajazeiras - PB
through the Ylé Ax Runtò Rumbôci and the visions that surround this religious space. In order to
achieve this result, references were made available through print and online, as well as interviews with
people who are directly involved with the subject. This research found materials considered very rich,
being able to describe from the entrance of the religion in Brazil until its operation in the present time,
in this way, there is a reflection that was not only inspired by the history found in the books, but also
in the history constructed concretely and sheltered in the memory and the thinking of the subjects who
are involved in it.
KEYWORDS: Candomblé, African Matrix, Cajazeiras, Ylé Axé Runtó Rumbôci.
108
Universidade Federal de Campina Grande
RESUMEN
Las relaciones con base en las religiones de matrices africanas todavía poseen cierto misticismo,
llegando a sufrir preconceptos variados sobre los que forman parte de ella. En la actualidad, ese punto
gana nuevos cuestionamientos que, en muchos casos, llegan a investigar hasta la vida personal de los
sujetos. A pesar de la disminución del prejuicio, el Candomblé todavía está encuadrado en un espacio
discriminado y con algunas visiones distorsionadas, pero la apertura de un terreiro en determinado
espacio logra influenciar en la dinámica de la vida de los vecinos cercanos, así como en el
pensamiento de éstos. El desarrollo de este trabajo busca conocer la historia del Candomblé en
841
Cajazeiras - PB a través del Ylé Axé Runtò Rumbôci y las visiones que rodean este espacio religioso.
Para alcanzar ese resultado se utilizó referencias que estaban disponibles de modo impreso ya través
de internet, además de entrevistas con personas que están directamente involucradas con la temática.
Esta investigación encontró materiales considerados riquísimos, logrando describir desde la entrada de
la religión en Brasil hasta su operacionalización en la actualidad, de esa forma, se tiene una reflexión
que no fue solamente inspirada en la historia encontrada en los libros, sino también en la historia
construida concretamente y resguardada en la historia memoria y en el pensamiento de los sujetos que
en ella están involucrados.
PALABRAS CLAVES: Candomblé, África Matrix, Cajazeiras, YLE Axe Runto Rumboci.
INTRODUÇÃO
Questões voltadas à imposição católica fizeram com que visões pejorativas sobre as
religiões vindas da África – e mais especificamente sobre o Candomblé – fossem
desabrochadas, o que influenciou determinantemente na realização do xangô de Pernambuco,
no tambor-de-mina do Maranhão, no batuque do Rio Grande do Sul e em tantos outros
exemplos espalhados em todo o território nacional, sendo que todos esses passaram a ser
jornal online BCC (2016) quando apresenta texto intitulado por “Por que as religiões de
matriz africana são o principal alvo de intolerância no Brasil?”110, da Mídia News (2016)
com a reportagem “Preconceito leva 70% dos terreiros e viverem na clandestinidade”111 ou
ainda o jornal O Estado do Espírito Santo (2017) que apresentou aos seus leitores a
reportagem “Religiões de origem africana lutam contra a intolerância religiosa”112.
109
Disponível em https://www.brasil247.com/pt/247/favela247/167362/Candombl%C3%A9-e-Umbanda-as-
maiores-v%C3%ADtimas-da-intoler%C3%A2ncia-religiosa.htm
110
Disponível em
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/01/160120_intolerancia_religioes_africanas_jp_r
111
Disponível em http://www.midianews.com.br/cotidiano/preconceito-leva-70-dos-terreiros-a-viverem-na-
clandestinidade/273002
112
Disponível em http://www.oestadoes.com.br/_conteudo/2017/05/cotidiano/geral/11712-religioes-de-origem-
africana-lutam-contra-intolerancia-religiosa.html
PERCURSO METODOLÓGICO
RESULTADOS E DISCUSSÕES
porém somente duas113 delas eram registradas pela Federação de Cultos Africanos, o que não
implica dizer que as outras quatro não atendam ao público e sigam as tradições vindas da
África.
Silva Júnior (2015), numa pesquisa efetuada também dentro do Ylé Axé Runtó
Rumbôci e que chegou a ser solidificada enquanto seu Trabalho de Conclusão de Curso, diz
que o Ylé Axé Runtò Rumbôci está inserido na Nação Ketu e recebe seu nome na língua Jeje;
esta é a Casa de Candomblé ativa mais velha no estado da Paraíba, sendo aberta no ano de 844
1974114. Freitas, Medeiros, Silva e Silva Neto (2013, p. 218) entram em conflito com tais
dados ao contar que:
Pai Jackson Ricarte esclareceu, através de entrevista115, que está inserido na nação
Ketu, que segundo Barros (2009) busca preservar as tradições religiosas que eram cultuadas
na antiga cidade Ketu, hoje nomeada como Benin. Porém a Casa Espiritual recebe seu nome
na língua Jeje porque o Zelador possui raízes vindas desta nação.
Freitas, Medeiros, Silva e Silva Neto (2013) contam que, em entrevista com o
babalorixá, foram informados que Jackson Ricarte foi feito no Candomblé aos 12 anos de
idade e adentrou a esta religião após procurá-la por problemas de saúde. Era portador de uma
enfermidade (epilepsia) e buscou a religião como uma saída, já que a medicina dizia que não
havia nada que pudesse ser feito. Ao ser curado através da espiritualidade, passou a dedicar-se
unicamente à religião, chegando a tornar-se Babalórìsà aos 19 anos de idade, em 1970.
Silva Júnior (2015) diz que os participantes do terreiro no qual Jackson é zelador
aprendem sobre os Orixás que governam suas cabeças e sobre os outros, tendo sempre o
113
A casa do Babalorixá Jackson e a casa do Babalorixá Valdemir.
114
Registrada em documento somente dois anos após, mais precisamente em 1976.
115
Entrevista cedida no dia 21 de março de 2017, as 16 horas, no Ylé Axé RuntòRumboci.
respeito sobre essas divindades enquanto o principal fundamento. São fomentados a alimentá-
los em seus dias específicos116, seguindo assim as tradições que são passadas há anos, pois:
845
Na entrevista dada a Freitas, Medeiros, Silva e Silva Neto (2013), Jackson afirma
nunca ter sofrido preconceito com sua religião e ter frequentadores de diferentes classes
sociais em seu Ylé Axé instalado em Cajazeiras, chegando a atender pessoas que moram até
mesmo nos Estados Unidos da América, Japão, Europa e Venezuela. O que faz com que se
perceba que este centro religioso conseguiu realmente solidificar-se e ser visto enquanto um
espaço que merece respeito, tanto por participantes do Candomblé, quanto por frequentadores,
como também pela sociedade cajazeirense em geral. Buscaram-se fontes de jornais e revistas
locais que pudessem expor a abertura da Casa, porém não foram encontrados registros.
Assim como nas outras Casas de Candomblé, Pai Jackson Ricarte constrói e executa
seu próprio calendário anual, podendo haver algumas datas alteradas ou a inserção de outros
rituais em momentos que sejam considerados necessários. Normalmente o barracão deste
zelador está com rituais abertos à população nos meses de janeiro, fevereiro, julho, agosto e
setembro.
116
Cada Orixá é detentor de um dia específico da semana. Sendo a segunda-feira destinada à Exú, Omolu, Nanã
e Irôko. A terça-feira é o dia de Ogum. Quarta-feira se saúdam Xangô e Oyà. Na quinta-feira as homenagens são
para Oxóssi, LogunEdé, Oxumaré e Ossaim. A sexta-feira é o dia de Oxalá; enquanto no sábado se
homenageiam Oxum, Yemanjá, Obá e Ewá, e no domingo Ibêjí.
acordo com o contexto no qual ele faz parte, onde “(...) o esquema completo dos ritos de
passagem admite em teoria ritos preliminares (separação), liminares (margem) e pós-liminares
(agregação) (...)” (VAN GENNEP, 1978, p. 30).
Os rituais que antecedem a festa das obrigações iniciam-se através do jogo de búzios
feito pelo zeladors, onde o abyìan117 tem a oportunidade de saber mais sobre a relação
existente entre ele o seu Orixá, bem como decidir se dará continuidade ou não ao processo
religioso118, depois do jogo de búzios e de uma conversa onde as regras da casa ficam 846
O ritual que ocorre em seguida seria para limpeza espiritual e oferendas. Esses rituais
podem acontecer de diversas formas – a depender do Orixá e do zelador – mas acontecem em
sub-etapas, cada uma com sua finalidade e cercada por diversas crenças. A partir desse
momento o filho de santo que está sendo “feito” perde o contato com o mundo externo do
barracão, as pessoas que possuem cargo na Casa são responsáveis pela organização geral, os
ouros filhos de santo efetuam atividades – no cozimento de alimentos para alimentação de
todos, na lavagem das roupas, na lavagem dos utensílios da cozinha, lavagem do barracão,
entre outros – que auxiliam no funcionamento do espaço e dos rituais.
O filho de santo que está sendo feito fica recolhido no Runkó119, juntamente com
alguns objetos e comidas que possuem significados para aqueles momentos que estão sendo
vivenciados. O momento de se recolher é, além de uma oportunidade para reflexão sobre a
vida espiritual que se inicia oficialmente, um espaço no tempo em que se aprendem as bases
relacionadas com a organização e o respeito dentro do Candomblé, sendo agora de maneira
mais direcionada. Essas orientações são repassadas pela “mãe criadeira”. Todos necessitam
estar vestidos com roupas brancas/claras e é vedada a utilização de aparelhos eletrônicos ou
quaisquer outros meios que possam estabelecer a relação do Ìyàwô que está nascendo com o
mundo externo.
117
Frequentador do Candomblé que ainda não passou pelo ritual de iniciação.
118
Esta decisão também depende do Babalorixá.
119
Quarto sagrado.
847
Tal liminaridade é iniciada pelo Borí121, que pode ser considerado o marco da
passagem entre o profano e o sagrado. Deve ser entendido enquanto sendo um momento de
sacrifício – tanto dos animais que fazem parte das oferendas quanto do filho de santo que
passa por diversas restrições, assim como descreve Mauss e Hubert (1981, p. 16-17):
O próximo ritual que acontece nesse tempo está voltado para o transe do Ìyàwô, onde
este é levado a uma sensação de sonolência – alguns relatam ouvir os sons do barracão de
modo bastante distante, conseguindo se situar nas ações que ocorrem ao seu redor, mas não
tendo plena dominação sobre seu próprio corpo. A partir daí acontecem o farí122, as curas123, a
colocação do adoshu124, do kelê125, do mokã126 e os xaorôs127.Logo após há o sacrifício dos
120
Rituais de limpeza específicos, sendo que cada Orixá possui sua especificidade nesses ritos.
121
Dar de comer à cabeça.
122
Ato em que se raspam os cabelos do noviço (Ìyàwô). Esse ato simboliza o renascimento para nova vida no
culto aos Orixás, bem como o crescimento dos novos cabelos é tida como uma nova oportunidade de refazer seu
caminho na nova doutrina.
123
Incisões que marcam o corpo do Ìyàwô. Essas marcas dizem respeito à nação de origem da qual o noviço faz
parte.
124
Massa cônica feita de especiarias e limo da costa (banha de ori) que simboliza o cordão umbilical, que liga o
noviço ao seu orixá (divindade).
125
Sendo a cabeça a parte mais importante do corpo (como local onde se processa todos os rituais de iniciação),
no pescoço é onde se coloca o kelê, que representa a jóia do orixá, que é feito de miçangas, búzios e tem o
significado de separar a cabeça do corpo. Nesse caso a cabeça (orí) é pertencente ao orixá.
animais acompanhados por rezas e pedidos de iluminação na caminhada que está sendo
iniciada para o filho de santo e o Orixá.
A partir de então, pode-se dizer que o Ìyàwô está realmente iniciado na religião,
principalmente quando busca-se uma visão através da interpretação de Mauss e Hubert (1981)
quando afirmam que a religião tem enquanto principal intuito religar e restabelecer a relação
entre o mundo mortal e o mundo divino.
848
Há momentos dentro desse período de recolhida em que o Ìyàwô é retirado do Runkó
e levado para o salão principal, onde irá incorporar seu Orixá para que estes – Ìyàwô e Orixá –
consigam acostumar-se com as energias que integram esses momentos, além de haver os
ensinamentos referentes à dança que aquele determinado Orixá deverá executar e os
comandos que lhes serão dados nos momentos de efetuar certas movimentações para que,
dessa forma, no dia da festa e apresentação da divindade ao público e em momentos
posteriores ele consiga contar sua história através das danças e pontos (músicas).
O ritual de iniciação é finalizado com a saída do Ìyàwô, onde ocorre a festa pública.
Nela o santo diz seu nome, primeiro somente para uma pessoa do barracão – escolhida pelo
Babalórìsà – que tem acesso a essa informação que lhe é repassada do Orixá direto ao seu
ouvido em tom de voz baixo e em seguida o orixá, depois de repetir esse ato duas vezes, fala
em voz alta uma única vez o seu nome para que todos escutem, nesse momento todos os mais
novos de santo incorporam em seus respectivos orixás. Durante a festa, o orixá veste duas
roupas diferentes: uma branca para a apresentação do seu nome e outra roupa mais luxuosa
nas suas cores para a apresentação ao público será do santo que nasceu naqueles dias. Essa
festa tem uma duração média de 05 a 06 horas, podendo variar de acordo com a quantidade de
filhos que estão sendo feitos no santo, bem como com a forma na qual o zelador decidiu
organizá-la.
126
Cordão no formato de uma trança feita com palha da costa colocada no pescoço e que se estende até o umbigo
do filho de santo, este deverá carregá-lo até o seu deká, como forma de identificação nas casas onde o iniciado
chegar .
127
Guizos que são presos aos tornozelos do Ìyàwôs com palha da costa, que servem para localizar o recolhido e
avisar aos criadores do iniciado sempre que este ou seu orixá, realizarem um movimento indevido.
seu resguardo, ou seja, o que lhe é permitido fazer ou não após sair daquela Casa e por quanto
tempo aquelas ações devem ser tomadas. Esse resguardo pode incluir continuar dormindo na
esteira de palha da costa no chão, não aparecer em público com a cabeça descoberta, não
alimentar-se utilizando talheres, rezar sempre antes de cada refeição, não ter relações sexuais,
não ingerir bebida alcoólica e outras substâncias, vestir somente roupas de tecidos claros,
entre outras indicações.
É importante que se saiba que a duração dos rituais que antecedem a festa das 849
Prandi, Vallado e Souza (2004) dizem que as cantigas dedicadas aos caboclos refletem
um samba de roda, onde os caboclos incorporados dançam de frente aos atabaques129 com
saltos e variações de passos, em alguns momentos com cantigas conhecidas por todos e
noutros momentos com versos improvisados. O que fortifica o caráter sagrado desse momento
128
Bebida feita com casca da árvore de jurema, alguns tipos de bebida alcoólica, canela, leite condensado, entre
outros ingredientes.
129
Tambores existentes no barracão que dão o ritmo a cada cantiga.
Festa de Yemanjá
No primeiro sábado de fevereiro de todos os anos, o Ylé Axé Runtò Rumbôci realiza a
850
festa dedicada à Orixá Yemanjá, independentemente da data, pensando-se na conveniência
dos integrantes da Casa, já que a maioria – se não todos – possuem atividades profissionais
durante a semana. O dia dedicado a ela é 02 de fevereiro e chega a ser festejado por todo o
Brasil, onde as homenagens feitas à “Rainha do Mar” são diversas. Nesse momento de festa
dentro do barracão há oferendas de espelhos, jóias, perfumes, comidas e objetos ligados com a
vaidade e beleza feminina.
Severiano e Mello (1997) dizem que essas oferendas acontecem por que os adeptos da
religião tentam agradá-la – assim como a outros Orixás – na tentativa de alcançar seus
pedidos. Existe a crença de que quando algo é jogado no mar e consegue agradar a Rainha, ele
é levado para o fundo, onde se localiza seu reino; porém se não for algo que a agrade, ela o
devolve para a areia da praia.
O dia da Festa de Yemanjá no Ylé Axé é de muito trabalho entre seus integrantes, onde
se prepara desde rituais que acontecem de maneira interna – alguns com a presença de todos e
outros somente com pessoas que possuem cargos – além da organização do espaço para a
recepção da comunidade à noite. O barracão é todo enfeitado nas cores azul claro e branco, os
filhos da Casa vestem roupas brancas e é pedido que os visitantes evitem usar roupas com
tonalidades escuras. As comidas oferecidas são – em sua maioria – doces, chegando a haver
bolo e brigadeiros de festa, porém ainda há o oferecimento de um jantar após a festa para
todos – participantes ou não da religião.
Por volta de 1960, a Igreja Católica incentivou movimentos que iam contra a Festa de
Yemanjá por acreditar que era um ritual pagão, porém não teve efeito, já continua
acontecendo até os dias atuais, com mais destaque na Bahia, em Santa Catarina e no Rio
Grande do Sul (ALBERTI, 2006). Porém o sincretismo religioso ainda se impõe, o que faz
com que esse Orixá ganhe diversos nomes por todo o território nacional, como Nossa Senhora
da Glória no Rio de Janeiro, Nossa Senhora da Conceição na Bahia e Nossa Senhora dos
Navegantes nos estados que estão localizados mais ao sul do país. 851
Feijoada de Ogum
Verger (2000) diz que a Feijoada de Ogum e os rituais que acontecem em sua
preparação pouco tem haver com a tradição inicialmente incorporada na religião, pois se fez
necessário que houvesse adaptações para cada Casa e localização. Porém o conselho que
sempre está presente no momento em que é ensinado o preparo da feijoada é que ela deve ser
feita com calma e paciência, ao mesmo tempo em que o cozinheiro necessita estar com muito
amor no coração e pedidos que façam com que todos que cheguem a comer dela possam vir a
crescer. Acredita-se que o cozimento dessa feijoada deve ser encarado como a criação de uma
obra de arte.
Há uma história que conta a trajetória de um pai de santo conhecido por Procópio,
sendo que este era filho de escravos, porém nasceu em território brasileiro. Esse
candomblecista era responsável por um grande barracão existente num espaço chamado
Festa de Omolú
130
Atualmente chamado de Vale do Ogunjá, sendo que este Orixá era o santo de Procópio. Fica localizado na
cidade de Salvador – BA.
131
Afilhada de Procópio.
Uma lenda mítica do Olubajé133 diz que certa vez Xangô ofereceu um grande banquete
e convidou todos os Orixás, com exceção de Omolu; ao perceberem sua falta, todos tentaram
pedir-lhe desculpas levando-o comida e bebida, pois possuíam medo de sua ira. Omolu 853
aceitou os presentes e os pedidos de desculpas, porém dividiu tudo o que havia recebido com
o povo do seu reino (BENISTE, 2013).
Acredita-se que o ritual do Olubajé acontece pela sua totalidade, porém este pode ser
dividido em três momentos diferentes, sendo eles: o xirê, que seria a entrada de todos os
participantes da Casa no barracão de acordo com seus cargos e tempo de iniciação e a
sequência ritualística de louvação aos orixás dançada em roda, inicia-se cantando para Ogum
e finaliza-se com Oxalá; o Olubajé ou a distribuição do banquete propriamente dito; e o orí,
onde todos os Orixás que foram incorporados dançam ao som de seus cânticos, iniciando
sempre por Omolu, o dono da festa.
Festa de Yansã
Essa é uma festa consideravelmente quente, onde a sensação relatada por muitos que
estão dentro do barracão é de que o espaço está pegando fogo. Mas essa é um Orixá
132
Tudo que se passa no corpo (grãos) é para que volte a terra e renasça, a intenção é purificar o corpo e
retornar a terra para que renasça em forma de nova energia.
133
Também chamado de Olubayê é um ritual anual para Omolú e só é feito em casas de Candomblé, sendo
obrigatório em casas onde haja feito um Ìyàwô de Obaluaiyê há menos de sete anos ou o próprio Zelador ou
Zeladora seja deste Orixá. É uma palavra de origem Iorubá e significa Olú : Aquele Que; Ba : Aceita; Je : Comer.
originalmente quente, onde suas comidas – geralmente – possuem muita pimenta, suas cores
são fortes, seu ilá134 é firme e alto dentre tantas outras características que a apresentam de
maneira marcante.
Pelo sincretismo católico, Yansã também é chamada por Santa Bárbara, chegando a ter
em algumas de suas cantigas – aquelas que foram adaptadas do Yorubá para o português
utilizado no Brasil – o nome da santa da Igreja Católica sendo entoado.
854
A festa de Yansã no Ylé Axé Runtó Rumbôci acontece basicamente da mesma forma
que as outras, iniciando-se durante a semana com rituais internos e havendo a festa aberta à
comunidade no final de semana enquanto encerramento. Durante a festa é oferecido acarajé
com vatapá aos participantes e no final da festividade é oferecido o jantar.
REFERÊNCIAS
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CARMO, J. C. do. O que é candomblé. São Paulo: Brasiliense-Coleção Primeiros
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134
Uma espécie de grito que é dado pelos Orixás, sendo que cada um deles tem um específico.
EXTRA. Estudante agredida por intolerância religiosa dentro da escola não quer voltar ao
colégio. 2015. Disponível em https://extra.globo.com/noticias/brasil/estudante-agredida-por-
intolerancia-religiosa-dentro-de-escola-nao-quer-voltar-ao-colegio-17650415.html Acesso em
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FREITAS, J. P., MEDEIROS, M. C. S., SILVA, J. A. L., SILVA NETO, M. F. Religiões
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855
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O ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. Religiões de origem africana lutam contra a
intolerância religiosa. 2017. Disponível em
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OLHOS DE OXALÁ. Conhecendo Procópio de Ogum. 2012. Disponível em
http://olhosdeoxala.blogspot.com.br/2012/04/conhecendo-procopio-de-ogum.html Acesso em
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REIS, J. J.. Bahia de todas as Áfricas. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Fé na
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em 27 de junho de 2017.
VERGER, P. F. Notas sobre o culto aos orixás e voduns. Tradução de Carlos Eugenio
Marcondes de Moura. São Paulo: Edusp, 2000.
856
RESUMO
O processo de alfabetização garante à criança o conhecimento inicial para a aquisição da leitura e da
escrita, no entanto, não a prepara para inserir-se na sociedade. Nessa conjuntura questiona-se por que a
alfabetização é alvo de sucessivas mudanças, baseadas, sobretudo, nos altos índices de fracasso
escolar. Para isso, o objetivo desta pesquisa é mostrar que alfabetizar letrando é o processo mais eficaz
para desenvolver cidadãos competentes e críticos, uma vez que, a partir de suas práticas, aborda todo o
contexto social em que está inserida a criança. A pesquisa está fundamentada nos aportes teóricos de
Dias (2001), Mortatti (2008), Soares (2017) e Kleiman (2007. Quanto à metodologia, adotou-se a
pesquisa bibliográfica, com caráter descritivo e exploratório sob uma abordagem qualitativa. Os
resultados apontam que alfabetizar não é apenas ensinar a ler e escrever, através de um método que a
cartilha propõe, e sim formar alunos críticos e capazes de interagir na sociedade, por isso a
importância do alfabetizar letrando.
PALAVRAS CHAVE: Alfabetização; Métodos; Letramento.
ABSTRACT
The literacy process guarantees the child the initial knowledge for the acquisition of reading and
writing, however, it does not prepare him to enter into society. In this context, it is questioned why
literacy is the subject of successive changes, based, above all, on the high rates of school failure. For
this, the objective of this research is to show that alphabetizing literacy is the most effective process to
develop competent and critical citizens, since, from its practices, it addresses the entire social context
in which the child is inserted. The research is based on the theoretical contributions of Dias (2001),
Mortatti (2008), Soares (2017) and Kleiman (2007). As for the methodology, the bibliographic
research was adopted, with a descriptive and exploratory character under a qualitative approach point
out that literacy is not only teaching reading and writing, through a method that the booklet proposes,
but to train students who are critical and capable of interacting in society, hence the importance of
alphabetizing literacy.
135
Professora Doutora do Curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS do
Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
RESUMEN
858
El proceso de alfabetización garantiza al niño el conocimiento inicial para la adquisición de la
lectura y la escritura, sin embargo, no la prepara para insertarse en la sociedad. En este
contexto se cuestiona por qué la alfabetización es objeto de sucesivos cambios, basados, sobre
todo, en los altos índices de fracaso escolar. Para ello, el objetivo de esta investigación es
mostrar que alfabetizar letrando es el proceso más eficaz para desarrollar ciudadanos
competentes y críticos, ya que a partir de sus prácticas, aborda todo el contexto social en que
está el niño. La investigación está fundamentada en los aportes teóricos de Días (2001),
Mortatti (2008), Soares (2017) y Kleiman (2007. En cuanto a la metodología, se adoptó la
investigación bibliográfica, con carácter descriptivo y exploratorio bajo un abordaje
cualitativo. que apuntan que alfabetizar no es sólo enseñar a leer y escribir, a través de un
método que la cartilla propone, sino formar alumnos críticos y capaces de interactuar en la
sociedad, por eso la importancia del alfabetizar letrando.
PALABRAS CLAVE: Alfabetización; Métodos; Letramiento.
INTRODUÇÃO
Este artigo está baseado, sobretudo, nas práticas de Alfabetização, desenvolvidas pelas
escolas brasileiras, desde o período da Proclamação da República, passando pelos métodos
sintéticos e analíticos até as práticas de letramento.
Diante da forma de como a alfabetização vem sendo construída, por meio dos métodos
e concepções da época, questiona-se sobre a contribuição que o letramento pode dar a
alfabetização. Nessa perspectiva, a pesquisa mostra que o alfabetizar letrando pode
proporcionar uma educação significativa para seus alunos, uma vez que envolve as suas 859
práticas sociais, contribuindo para que haja uma relação na construção do conhecimento
unindo a experiência da criança com os novos conhecimentos adquiridos na escola.
Para a realização deste trabalho, traçou-se como objetivo geral mostrar que o
alfabetizar letrando é o processo mais eficaz para desenvolver cidadãos competentes e críticos
no que fazem, uma vez que, a partir de suas práticas, aborda todo o contexto social em que
está inserida a criança. Já como objetivos específicos pretende-se descrever os procedimentos
dos métodos sintético e analítico e expor a prática do letramento, ressaltando a
responsabilidade do professor letrador para com o sucesso da alfabetização.
Para uma melhor organização, este trabalho está dividido em introdução, fundamentos
teóricos sobre a Alfabetização no Brasil, as contribuições dos métodos sintético e analítico e o
alfabetizar letrando como caminho para uma alfabetização significativa. Além disso, uma
impressos para se trabalhar a alfabetização, constando apenas de uma folha em que estava
escrito o alfabeto manuscrito, maiúsculo e minúsculo.
Foi então que, no final do século XIX, o Brasil passou a produzir suas primeiras
cartilhas que foram baseadas, a princípio, nas concepções do método sintético e
posteriormente no método analítico. Por muitos anos estas cartilhas foram utilizadas como
norte para o processo de Alfabetização.
861
Método Sintético
Para a autora este material era de responsabilidade do Governo Estadual que por sua
vez tinha uma equipe composta de professores especializados na parte didática e por editores
que se ocupavam de toda a formatação do livro até a sua publicação. Após a publicação este
material era distribuído às escolas públicas para serem adotadas pelos professores.
Para Dias (2001), o método sintético alfabético, primeiro a ser difundido em nossas
escolas, iniciava o processo de ensino da leitura pelas letras do alfabeto, apresentando-as aos
alunos bem como seus respectivos nomes. Era um método preocupado com a memorização e
fonético, também de abordagem sintética, preocupado com os sons das letras e não com os
nomes das mesmas. Uma das dificuldades na leitura e escrita foi ver que nem sempre o nome
correspondia à grafia da letra apresentada. Esse método iniciava com a apresentação das
vogais, associando o nome e o som, para poder depois realizar uma combinação entre elas
formando encontros vocálicos, mas sempre de forma isolada. Nesta abordagem, a
apresentação das letras era acompanhada por gravuras para que o aluno pudesse associar a
letra ao som inicial da palavra.
Mesmo diante das mudanças ocorridas, as dificuldades continuaram a surgir, por isso
adotou-se o método silábico ainda de abordagem sintética. Esse processo de aprendizagem era
introduzido por sílabas que repetidas ou combinadas uma com as outras formariam palavras e
frases, ilustradas por imagens cujos nomes iniciavam-se pelas mesmas, mas sempre de forma
descontextualizada.
Como se pode observar estas abordagens do método sintético pouco contribuíram com
o processo de alfabetização. Diante desse contexto, Mortatti (2008) defende que esse
momento foi marcado por intensos debates em torno de soluções para a educação oferecida
pelas escolas brasileiras. Esses incluíam discussões sobre a organização metodológica dessas
escolas, bem como a profissionalização dos professores e seus saberes. Era preciso superar os
fatores responsáveis pelo fracasso educacional, principalmente no tocante à escrita e à leitura.
Foi então que, os professores paulistas passaram a divulgar programaticamente o método
analítico, difundindo-o para os demais estados da nação.
Método Analítico
apresentava aos alunos listas de palavras ilustradas, que seriam memorizadas, para depois
serem divididas em sílabas, que por sua vez, serviriam de base para a formação de novas
palavras. Já o processo de sentenciação, era iniciado a partir de frases para serem
memorizadas, sem recursos visuais. Depois disso, estas frases eram fragmentadas em palavras
e sílabas que, isoladas seriam analisadas em relação aos seus grafemas e fonemas. A sua
preocupação era fazer o aluno aprender a partir de algo que tinha significação para ele.
Apesar das expectativas que se estabeleceram em torno do método analítico, este não
passou, para muitos estudiosos do assunto, de uma adaptação dos métodos sintéticos, pois de
toda forma, ao fragmentar uma palavra e expor suas partes constitutivas, o processo
novamente apresentava as letras, sílabas e assim, voltava a ser sintético novamente.
Compreendeu-se então, que o conceito de alfabetização estava restrito, por isso era
necessário ampliá-lo, ou seja, a cada dia a sociedade tornava-se mais complexa, cada vez mais
grafocêntrica e assim, exigia outras perspectivas na aprendizagem do código da língua, indo
além do ler e escrever.
Foi então que segundo Soares (2017), surge no Brasil, em meados da década de 80, as
864
primeiras ideias sobre letramento que vinham escritas no livro da autora Mary Kato, No
mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística de 1986. Ainda neste ano, Leda Verdiani
Tfouni traz no livro Adultos não alfabetizados - o avesso do avesso, a definição de letramento
e tenta mostrar a diferença que há entre essa prática e a alfabetização oferecida nas escolas até
então, passando dessa forma a ser um referencial para muitos professores.
Estes livros traziam a definição de letramento como sendo uma prática que tem um
sentido bem mais amplo que as práticas escolares propriamente ditas, mas, as incluía como
necessárias para que o uso da escrita contemplasse também as profundas mudanças que
ocorriam na sociedade.
O letramento passou então a ser abordado como um ato complexo que requer a 865
Toda essa mudança conceitual na forma de alfabetizar, que agora centrava a educação
nas práticas sociais e na vivência dos próprios alunos, causou muita polêmica, uma vez que
muitos professores comparavam letramento e alfabetização, dizendo que os conceitos
propostos pelo letramento estavam, de certa forma, incluídos na definição de alfabetização.
Soares (1998), explica que estes conceitos são associados, porém distintos e assim demonstra
que há uma grande diferença entre alfabetizar e letrar, entre o alfabetizado e o letrado:
Alfabetizar Letrando
Segundo Soares (1998, p. 47) alfabetizar e letrar não é a mesma coisa, no entanto, são
ações que estão interligadas, portanto “o ideal seria ensinar a ler e escrever no contexto das
práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo,
alfabetizado e letrado”. 866
Para isso, pensar em alfabetizar letrando, significa mais do que defender a volta dos
antigos métodos (analíticos ou sintéticos), por isso torna-se necessário o trabalho específico
de ensino do sistema de escrita alfabética inserido em práticas de letramento, ou seja, em
práticas que envolvam todos os aspectos da vida da criança.
A criança que vive em um ambiente estimulador (seja em casa ou na escola) terá mais
facilidade para realizar as práticas de letramento. Ao ter contato frequente com livros, jornais,
revistas em quadrinhos, filmes, entre outros, essa criança amplia sua capacidade de adquirir o
domínio dos signos linguísticos, facilitando assim, sua alfabetização. Conforme diz Kleimam
(2005):
Para Rojo (2010), o letramento implica em uma ação de acolhimento aos usos e
práticas sociais de linguagem, esta contempla qualquer que seja o tipo de escrita, abrange
contextos sociais diversos, como também a diversidade cultural que existe, logo a escola
precisa estar adaptada à essas novas práticas de letramento.
Para isso, o processo de ensino aprendizagem inicia pela investigação das práticas
sociais dos seus alunos, adaptando-as aos conteúdos que serão trabalhados cotidianamente.
Nesse caso é necessário desenvolver práticas pedagógicas que indiquem a serventia da
linguagem escrita através de diferentes gêneros textuais. Outro fator importante que a autora
destaca é a relevância de estimular o aluno a desenvolver a leitura e a escrita, respeitando o
conhecimento empírico que este vivencia em seu dia a dia.
Nesse caso, não se poderia deixar de enfatizar que o processo de globalização do uso
das tecnologias e mídias digitais nunca foi tão vivenciado na rotina de nossos alunos como
esse tempo, portanto a relevância em considerar estes instrumentos como ferramentas
pedagógicas a serem trabalhadas com os alunos.
Baseada nas ideias de Soares (2000), a proposta visa acima de tudo, inserir a criança
em práticas reais de leitura e de escrita que as motive a ler e escrever, tornando assim a
aprendizagem significativa.
Dados Básicos
✓ A aula deverá ser iniciada com a proposta de uma roda de conversa, onde será feita pelo
professor a leitura do livro “O passeio na cidade de Cajazeiras - PB”, de Josefa Veríssimo
Rolim (2013).
✓ O livro utilizado neste primeiro momento da prática pedagógica, conta a história da
cidade de Cajazeiras - PB, de forma sucinta, porém, bastante atrativa para as crianças,
uma vez que traz inúmeras ilustrações.
✓ Depois da leitura será feita a socialização com as crianças por meio de perguntas como: 870
Depois da leitura será feita a socialização com as crianças por meio de perguntas
como:
Passeio pela cidade visitando os pontos turísticos e históricos abordadas na aula anterior.
Desta feita, pedir aos alunos que registrem por meio de fotos os momentos vivenciados
durante o passeio.
✓ Organizar novamente uma roda de conversa e instigar o relato oral de como aconteceu o
passeio a partir de questionamentos como:
1 Onde fomos passear?
2 O que vocês viram de interessante?
871
3 Alguém quer falar o que aprendeu?
✓ Após esse momento de relatos orais, propor aos alunos a construção de uma produção de
texto narrativo, a partir dos relatos feitos por eles e abordando os elementos que
compõem o gênero narrativo como: título, personagens, parágrafos e desfecho.
✓ Em seguida, ilustrar a produção com as fotos que foram feitas durante o passeio.
✓ Organizar o ambiente da sala com todo material produzido pelos alunos e convidar os
pais para uma culminância da atividade em que as crianças terão a oportunidade de ler
suas produções e de socializar a sua aprendizagem com a comunidade, que neste caso
serão os pais.
Refletindo a proposta:
Portanto, é importante ressaltar que a questão da alfabetização não está no método a ser
usado, no como se ensina, mas na maneira como a criança aprende, ou seja, a partir de algo 872
que tenha significado para ela.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio deste artigo foi possível fazer um retrospecto do processo de alfabetização
oferecido pelas escolas brasileiras desde a Proclamação da República até os dias atuais,
passando pelos Métodos sintético e analítico, bem como as práticas de letramento,
observando-se para isso, as principais características das ações praticadas pelos professores no
ato de alfabetizar crianças.
Após a análise feita, foi possível perceber que o método sintético, primeiro a ser
difundido nas nossas escolas não era eficiente, uma vez que alfabetizava as crianças a partir
de letras e sílabas até se chegar à elaboração de palavras e frases, apresentadas sempre de
forma descontextualizada, causando um total desinteresse por parte dos alunos.
Em seguida, surge o método analítico, que por sua vez, traz uma inovação para a
educação, passando a promover a alfabetização a partir de palavras, frases e historietas, o que
de certa forma, faz a educação avançar, porém ainda não surte o desempenho esperado. Logo
percebe-se que, por meio destes métodos as crianças apenas aprendiam a codificar e
decodificar o sistema de escrita alfabética, porém não conseguiam fazer a relação necessária
deste conhecimento com as práticas de leitura e escrita do dia a dia.
Nessa conjuntura, surgem as ideias do alfabetizar letrando que tem por base uma
educação voltada para práticas que envolvam todos os aspectos da vida da criança, partindo
da concepção de escrita até o seu uso nas práticas sociais.
REFERÊNCIAS 873
DIAS, Ana Iorio. Ensino da linguagem no Currículo. Fortaleza: Brasil Tropical, 2001.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. –São
Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.
_______. Preciso ensinar o letramento? Não basta ensinar a ler e escrever? Cefiel/Unicamp
& MEC, 2005.
_______. Letramento, um tema em três gêneros. Magda Soares. Belo Horizonte, Editora
Autêntica, 1998.
ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola
Editorial, 2009. 128 p.
RESUMO
874
Os rituais e festas que ocorrem numa casa de Candomblé podem variar de acordo com cada terreiro e
com as nações nas quais eles estão inseridos, sendo que esta é uma questão determinada pelo
responsável pelo terreiro. O desenvolvimento desta pesquisa busca enquanto principal objetivo
discorrer sobre alguns rituais que ocorrem em meio ao Candomblé, sendo que metodologicamente
utilizou-se de pesquisa bibliográfica com bases científicas através de referências que puderam ser
encontradas impressas e outras através da Rede Mundial de Computadores e de materiais
disponibilizados de maneira impressa, além de utilizar-se de coleta de dados empíricos, através de
falas informais de pessoas que possuem cargo dentro da religião e a própria vivencia do pesquisador.
Através desta pesquisa se fez possível perceber que há vários ritos dentro do candomblé, sendo que
estes podem sofrer variações de acordo com o espaço onde estão inseridos, bem como de acordo com
as normas da Casa. Entretanto, verificou-se que - mesmo havendo a variação, não há modificação no
sentido para o qual estes ocorrem, pois as variações surgem de acordo com a nação ou com as
possibilidades seguidas pelos Pai de Santo.
PALAVRAS-CHAVE: Rituais; Candomblé; Atualidade; Brasil.
ABSTRACT
The rituals and festivals that take place in a house in Candomblé can vary according to each terreiro
and with the nations in which they are inserted, this being a question determined by the person in
charge of the terreiro. The development of this research aims as a principal objective discuss some
rituals that take place in the midst of Candomble, and methodically made use of literature on scientific
grounds by references that might be found printed and others through the World Wide Web and
materials made available in printed form, in addition to using empirical data collection, through
informal speeches of people who hold positions within the religion and the very experience of the
researcher. Through this research it was possible to perceive that there are several rites within the
candomblé, which can vary according to the space where they are inserted, as well as according to the
rules of the House. However, it has been found that - even if there is variation, there is no change in
the sense in which they occur, for the variations arise according to the nation or the possibilities
followed by the Pai-de-Santo (Father of Saint/Shaman/Voodoo Priest).
KEYWORDS: Rituals; Candomblé; Present; Brazil.
RESUMEN
Los rituales y fiestas que ocurren en una casa de Candomblé pueden variar de acuerdo con cada
terreiro y con las naciones en las que están insertados, siendo que ésta es una cuestión determinada por
el responsable del terreiro. El desarrollo de esta investigación busca como principal objetivo discurrir
sobre algunos rituales que ocurren en medio del Candomblé, siendo que metodológicamente se utilizó
de investigación bibliográfica con bases científicas a través de referencias que pudieron ser 875
encontradas impresas y otras a través de la Red Mundial de Computadoras y de materiales que se
distribuyen de manera impresa, además de utilizarse de recolección de datos empíricos, a través de
hablas informales de personas que poseen cargo dentro de la religión y la propia vivencia del
investigador. A través de esta investigación se hizo posible percibir que hay varios ritos dentro del
candomblé, siendo que éstos pueden sufrir variaciones de acuerdo con el espacio donde están
insertados, así como de acuerdo con las normas de la Casa. Sin embargo, se verificó que, aun habiendo
la variación, no hay modificación en el sentido para el cual estos ocurren, pues las variaciones surgen
de acuerdo con la nación o con las posibilidades seguidas por el Padre de Santo.
PALABRAS CLAVES: Rituales; Candomblé; Hoy En Día; Brasil.
INTRODUÇÃO
O Candomblé é na verdade uma adaptação do que havia sido praticado na África pelos
povos negros para manter certa ligação com seus ancestrais, isso ocorre pela mistura de
famílias que houve na chegada ao Brasil e pela proibição que foi imposta, já que a religião
que deveria ser cultuada por todos em terras brasileiras seria o catolicismo (MOTTA, 2002).
É importante chamar a atenção para a existência forte de três religiões em meio a este
contexto: a católica, a indígena e o candomblé; sendo que este último apresenta na atualidade
um misto com as duas anteriores.
Muitos líderes religiosos – tanto indígenas quanto negros – acabaram por criar cultos
sincréticos, adicionando a eles o catolicismo, para que, desse modo, pudessem cultuar suas
crenças de maneira camuflada e fugir das ameaças brancas que surgiam por todas as partes
(RODRIGUES, 1982). “Na concepção judaico-cristã, os povos africanos foram classificados
como animistas, o que quer dizer que para eles haveria anima – alma – em tudo: animais,
pedra, água, vegetais...” (SILVA; CALAÇA, 2007, p. 12).Rodrigues (1982) complementa que
o principal objetivo dessas novas formas de cultos era fazer com que seus seguidores se 876
sentissem bem ao estarem inseridos nelas, podendo responder suas dúvidas e ainda
condizentes com a situação econômica e social na qual estavam inseridos.
Este contexto faz com que surja uma sensação de sincretismo, já que as divindades
religiosas negras eram interligadas aos santos católicos, sincretismo este que foi explorado
pela primeira vez através de Nina Rodrigues (1935) apud Rodrigues (1982) por uma visão
culturalista e que passou a explorar quais as reais heranças que ainda resistiam em meio a esta
mistura de crenças religiosas. A maioria das visões lançadas sobre tal questão corrobora com
Bastide (1973, p. 33) que “ao procurar entender o sincretismo entre orixás e santos, tem-se,
inicialmente, a impressão de que o catolicismo é um disfarce e que realmente seria a ilusão da
catequese de que trata Rodrigues”.
Havia o desenvolvimento dos centros urbanos e este era um ambiente propício para a
aglomeração de moradias negras, o que consequentemente fez com que as trocas de
experiências religiosas se tornassem mais estáveis, e a implantação de terreiros de Candomblé
acontecesse mais naturalmente (REIS, 2005). E dessa maneira, esse culto religioso veio a dar
seus primeiros passos para ser solidificado enquanto uma religião afrodescendente legalmente
reconhecida em solo brasileiro.
Durante o século XX, o Brasil passava por diversas novas experiências em relação ao
culto de religiões, porém os cultos que foram trazidos da África através dos escravos somente
passaram a ter sua legalidade e conquistar espaço concreto no fim de 1950, assim como
explica Maggie (2005). Esta mesma autora afirma que antes desse momento, a Constituição
Republicana garantia o culto de quaisquer religiões, mas o candomblé e as outras religiões
que chegaram ao Brasil através dos negros eram vistas comofeitiçaria e enquadradas no crime
de exercício ilegal da medicina, já que – em muitos casos – buscavam ofertar melhoria na
saúde das pessoas através de rituais específicos, sendo que este papel não deveria ser exercido
pela religião e somente pela medicina.
Ortiz (1991) afirma que a Umbanda possuiu melhor aceitação no momento de sua
solidificação, pois esta estava mais próxima do espiritismo Kardecista; chegando a sofrer
preconceitos na posterioridade ao ser rotulada enquanto “baixo espiritismo” e também
acusada por feitiçaria e curandeirismo. O principal motivo para tais acusações era que o
espiritismo desenvolvido por Allan Kardec era praticado por pessoas intelectuais, nobres e 877
Silva Júnior (2015) afirma que muitas batalhas foram travadas para que a
descaracterização das religiões vindas através dos negros africanos enquanto algo ruim
136
Muitos escravos que fugiam das senzalas durante a escravidão buscaram refúgio nos terreiros
candomblecistas aos quais estavam integrados.
137
Também conhecida como Lei Aurea, sancionada em 13 de maio de 1888. Disponível em
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM3353.htm
138
Como, por exemplo, no caso de senhores de engenho que vieram a ter filhos com escravas e perderam o
contato com os mesmos após a libertação dos escravos e saída destes de sua fazenda.
acontecesse e que maior prova de vitória sobre essas lutas é a criação da Lei nº 10.639/2003
que garante espaço para a cultura e história africana nas escolas, além do Decreto nº 4.887 de
20 de novembro de 2003 que passou a regular a identificação e titulação dos espaços
ocupados por remanescentes quilombolas. Este mesmo autor ainda cita a Lei nº 12.519,
datada de 10 de novembro de 2011, que passou a definir o dia 20 de novembro enquanto
celebração oficial pela consciência negra no Brasil.
Porém é interessante que se ressalve que a existência das Leis e Decretos referente à 878
PERCURSO METODOLÓGICO
Este estudo é caracterizado enquanto uma revisão bibliográfica, sendo que a pesquisa
foi realizada nas bases de dados Scielo (Scientific Eletronic Library OnLine) e LILACS
(Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências Sociais e da Saúde), além da utilização
de materiais encontrados de maneira impressa, além de coleta empírica através de
depoimentos de integrantes do Candomblé e da própria vivencia do pesquisador. Os
descritores utilizados nas bases de dados OnLine foram “Rituais”; “Candomblé”;
“Atualidade”; “Brasil”. Para a seleção dos estudos foram aplicados os seguintes critérios de
inclusão (a) materiais brasileiros, (b) materiais em português e (c) materiais disponibilizados
na íntegra. Como critérios de exclusão foram considerados: (a) materiais repetidos, (b)
materiais com idiomas em inglês ou outros, (d) resumos de congressos, (e) materiais que
constam outras temáticas, (f) materiais incompletos, e (g) materiais que não possuam cunho
científico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Beniste (2012) diz que os visitantes de uma casa de Candomblé em dia de festa devem
se vestir de maneira informal e ao mesmo tempo sem utilizar-se de decotes e roupas curtas, no
caso das mulheres, assim como os homens devem evitar usar bermudas; devem buscar vestir
tecidos com cores claras, evitando preferencialmente o vermelho, preto e roxo; sentar-se nos 879
espaços reservados para visitantes, respeitando assim a hierarquia existente no lugar; caso não
encontre um espaço para sentar-se, evitar ficar na porta, já que este lugar possui importância
mística à religião.
Quanto aos integrantes do Candomblé, Beniste (2012) fala que seu comportamento
deve seguir de acordo com a hierarquia da casa e que a forma de organização é
demasiadamente complexa, mas chama a atenção para o cumprimento das regras existentes no
local, onde os filhos da casa já estarão esclarecidos sobre elas, enquanto os iniciados em
outros terreiros devem observar e seguir a mesma conduta. Este mesmo autor diz “que nada se
pergunta, tudo se aprende, vendo-se e ouvindo-se” (BENISTE, 2012, p. 83).
139
Folha do dendezeiro, sua função é proteger e espantar as energias negativas e espíritos perturbadores nas casas
de Axé.
140
Alàgbé é o ogãn responsável por conduzir os rituais na Casa de Candomblé, sejam estes públicos ou
reservados aos possuidores de cargos.
comemorações sobre a iniciação de um filho de santo, como também ocorre a celebração dos
sete anos do iniciado, quando o mesmo se tornará Ègbónmi, Bàbálórìsà ou Ìyálórìsà, quando
este receberá ou não o seu DEKÁ142 durante a obrigação de sete anos ou oduIjè. Ainda
segundo o Alàgbé acima citado, a obrigação de sete anos é tão grande e importante quanto a
feitura e pode acontecer de duas formas.
A primeira forma possível para comemorar os sete anos de iniciado que deixará de ser
Ìyàwó para se tornar um Ègbónmi (pessoa que ingressará no grupo dos mais velhos mas não 880
abrirá seu próprio ilê). É importante lembrar que a escolha de abrir ou não uma casa de axé, se
dá pelo orixá do iniciado, que reponde esse questionamento ao Bàbálórìsà e seus auxiliares da
roça, através do jogo de búzios.Só quando fizer a obrigação de sete anos ou OduIjè é que será
considerado um Ègbónmi e continuará na roça onde normalmente receberá um posto para
ajudar a Ìyálórìsà.
A segunda forma dessa obrigação é quando o orixá responde novamente através dos
búzios, que o iniciado deverá abrir sua casa de axé e assim o Ìyàwó se tornará Bàbálórìsà ou
Ìyálórìsà. O responsável pela casa entregará para o Ègbónmino ato da festa seus pertences
(jogo de búzios, pembas, favas, sementes, tesoura, navalha, tudo que vai precisar para iniciar
Ìyàwós) no Ketu é chamado OduIjê com Oyê, em outras nações é chamado de Deká, Peneira,
Cuia, etc. Nesse caso, o novo sacerdote terá que providenciar uma casa para onde será levado
seu Orixá e iniciar um novo Ilê axé.Todo Bàbálórìsà ou Ìyálórìsà é obrigatoriamente um
Ègbónmi, mas um Ègbónmi não necessita ocupar um dos postos outrora citados.
Descrever todos os rituais possíveis numa Casa de Candomblé é uma tarefa longa e –
provavelmente – interminável, porém será descrito a seguir alguns destes rituais que, em sua
maioria, acontecem em todas as casas, independente da nação a qual pertençam143.
Ìpètè
141
As informações apresentadas sobre as duas formas de comemorar os sete anos de iniciado foram expostas por
este e colhidas de maneira oral, através de uma conversa informal durante a produção desta pesquisa. O mesmo é
Alàgbé do Ilè Asé Adagawrá, na cidade de João Pessoa – PB.
142
Deká ou oyê (título) sacerdotal outorgado ao Ìyàwó que cumpriu seus primeiros sete anos dentro da
comunidade, comparado a vida social, seria uma cerimônia de formatura na qual permite posteriormente o Ìyàwó
seja de fato e de direito um Bàbálórìsà ou uma Ìyálórìsà.
143
Alguns rituais podem chegar a sofrer alterações de acordo com a nação na qual acontecem e/ou de acordo
com a organização do terreiro no qual ele é cultuado, porém a simbologia continua sendo sempre a mesma.
Ìpètè é o nome dado à comida de Oxum144 e ao ritual que acontece após as festas de
todas as Àyabas145, com exceção de Nanã que é festejada junto a Omolu; acontece somente
após a festa das Águas de Oxalá; não possui sacrifícios; proporciona maior calmaria ao
barracão, já que durante as outras festas a agitação é bem maior; durante toda a festividade há
cantos e danças que em alguns momentos são levadas pelos próprios Orixás e noutros
momentos pelos participantes iniciados (BENISTE, 2012).
881
Olúbáje
Ajere
Esta festa é dedicada a Xangô e possui uma duração de 12 dias, havendo rituais em
todos eles; a maioria das casas inicia estes rituais no dia 29 de junho; necessariamente sua
esposa Iansã está presente neste ritual, pois é ela quem sai com a panela de Ajere na cabeça; o
Àmálá é a principal comida dos rituais por ser a preferida do Orixá homenageado nesta
ocasião (BENISTE, 2012).
Estes dois rituais se fundem para finalizar os rituais de Xangô; há uma procissão
dentro do próprio espaço interno do barracão, onde há características próprias destes
144 Feita com inhame cozido e amassado, temperado com camarão, dendê e sal.
145Orixás femininas.
146
Um dos cargos masculinos mais importantes na Casa de Omolu.
Lórògun
Acontece no primeiro domingo após o Carnaval; não há sacrifícios, somente comidas 882
148
secas; após esta festa as atividades ritualísticas do barracão são suspensas , voltando a
acontecer somente em 29 de junho com a festa de Xangô; ao final da festa o jogo de búzio
indica o único Orixá que poderá estar presente na Casa para tomar conta de seus filhos nesse
período de “recesso”; enquanto o barracão estiver fechado, é deixada uma bacia grande com
pipocas na casa ou no assentamento de Xangô para garantir a paz no ambiente (BENISTE,
2012).
Segundo Beniste (2012), o ìbèrè é o ritual que determina a iniciação de uma pessoa
dentro do Candomblé, é a partir deste ritual que pode-se dizer que aquele indivíduo foi feito
na religião, ou seja, que ele está inserido no meio místico de maneira concreta; não há data
para que este ritual ocorra durante o ano, pois são diversos fatores referentes ao pai ou mãe de
santo, aos orixás e ao próprio indivíduo que será iniciado que influenciam para que a iniciação
aconteça; ela é marcada – principalmente – pela reclusão social do sujeito, para que esse
possa aprender as regras que fazem parte da religião e da casa a qual está adentrando, tomar
conhecimento sobre rituais e orações que acontecem periodicamente, ordenação e controle
sobre suas manifestações espirituais, entre outros ensinamentos que lhes são passados pelas
pessoas mais velhas que participam ativamente desse momento de recolhimento; esse tempo
de reclusão pode variar, dependendo de cada barracão e das tradições seguidas pelo zelador da
147
Uma grande coroa enfeitada com búzios em sua estrutura e sete tiras de búzios que caem na face de quem a
utiliza.
148
Durante o período de escravidão no Brasil os negros eram forçados a não dançar durante a Semana Santa,
demonstrando sentimento de tristeza de acordo com as simbologias empregadas pela igreja católica. Desse
modo, as tradições que foram repassadas durante todos esses anos mantiveram esse espaço de tempo vazio
dentro da religião, preservando somente a oferenda de Àmàlà para Xangô nas quartas-feiras.
casa; após tal obrigação149 aquela pessoa torna-se um Ìyàwó150; durante todo este ritual
participam todos aqueles que fazem parte do barracão e – em alguns casos – pessoas de outros
barracões que tenham ligação com aquele que está em obrigação, sendo que todos auxiliam
em algo151, pois assim como afirma o autor supracitado, sempre há algo a ser feito num
barracão durante uma obrigação.
883
Bólónan – Bolar no Santo
Este mesmo autor diz que existe um ritual específico de Bólónan antes das obrigações,
onde os principais objetivos dele são: definir se as pessoas apontadas a serem Oganse Ekéjìs
realmente não incorporam; certificar-se de que o Orixá indicado no jogo de búzios é
realmente aquele que comanda a cabeça daquele filho de santo; e determinar a composição de
pessoas que estarão inseridas no barco156 que será recolhido. No Ylê Axé RuntóRumbôci, o
149
Maneira como são chamados alguns rituais que ajudam a elevar o nível espiritual dos praticantes do
Candomblé.
150
Fala-se Iaô
151
Há quem fique responsável pela compra dos animais utilizados durante as oferendas aos Orixás, outra pessoa
fica responsável pela limpeza dos espaços, outras pelos ensinamentos a quem está recolhido, outras pela
alimentação de todos os presentes, e assim por diante, onde cada participante recebe uma função a ser
desempenhada.
152
Quarto onde ficam recolhidas as pessoas que estão em obrigação.
153
Quarto onde fica a maioria dos símbolos que representam os Orixás.
154
Há algumas palavras na língua Yorubá que ao ser ditas ao Orixá ele entende que é o momento de “sair do
corpo” daquela pessoa e deixá-la consciente novamente.
155
Expressão utilizada que indica quando um sujeito entregou-se, através do Candomblé e da iniciação, ao
Orixá.
156
Pode ser entendido enquanto um coletivo para pessoas iniciadas em grupo.
As Águas de Oxalá
Beniste (2012) diz que este ritual carrega consigo três grandes características:
festividade sobre as colheitas agrárias, abertura do barracão para a realização das festas dos
outros Orixás e purificação do ambiente e das pessoas presentes; sendo que dura uma média
de 17 dias onde será relembrada e vivenciada a vida de Oxalá, desde certa aventura onde ele
foi preso e maltratado, perpassando por “uma odisséia assentada num mito consagrado e de
forte expressão religiosa” (BENISTE, 2012, p. 235).
A Procissão do Àlà157
É mais um dos rituais que acontece em meio ao ritual “As Águas de Oxalá”; no dia
que antecede a procissão do àlà colocam-se todos os assentamentos de volta no quarto de
Oxalá envolvidos por um pano branco; nesse momento comemora-se a volta de Oxalá após
sua prisão e tortura; acontece logo após o Ìpàdè, antes que o sol se ponha e com as luzes
apagadas; são momentos acompanhados por orações e cânticos remetentes àquele momento
de maneira específica, além da cobertura de tudo e de todos com um pano branco grande
durante os momentos que simbolizam a procissão para trazer Oxalá de volta ao seu reino; o
ritual é finalizado com a presença de todos os Orixás incorporados dentro do barracão
(BENISTE, 2012).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
157
Pano Branco.
REFERÊNCIAS
ALBERTI, V. “Histórias dentro da História”. In: Fontes Históricas. 2ª ed. São Paulo:
Contexto, 2006.
ORTIZ, R.A morte branca de um feiticeiro negro: Umbanda e sociedade brasileira. São
Paulo: Brasiliense, 1991.
REIS, J. J.. Bahia de todas as Áfricas. In: Revista de História da Biblioteca Nacional. Fé na
África. Religiões Afro-Brasileiras: um encontro de crenças, raças e etnias. Ano 1, nº 6, dez.
2005.
RESUMO
Ensinar nos tempos modernos está sendo um desafio para os profissionais da educação, os educandos
não são mais os mesmos de outrora, as novas expectativas de formação pressupõem ruptura com
padrões e modelos rígidos, isso tanto no ensino fundamental, médio como no superior. O processo de
aprendizagem ocorre quando acontece a ação do sujeito com o objeto. Nesse contexto, a aprendizagem
não é um processo simples, envolve concepções e memorização e nem todas as pessoas tem facilidade
para compreender, elaborar e armazenar esses conhecimentos no cérebro. No que tange aos processos
de aprendizado, Vigotsky afirma que desde o nascimento da criança o aprendizado esta relacionado ao
desenvolvimento e é um aspecto necessário e universal ao processo de desenvolvimento das funções
psicológicas da espécie humana. Para ele o aprendizado possibilita o despertar de processos internos
de desenvolvimento que, não fosse o contato do individuo com certo ambiente cultural, não
ocorreriam, sendo assim o aprendizado ou aprendizagem caracteriza se por ser um processo pelo qual
o individuo adquire informações, habilidades, atitudes, valores etc. Este artigo objetivou discutir o
processo de ensino-aprendizagem através de uma reflexão utilizando conceitos teóricos e tratando-se,
portanto, de um estudo teórico-reflexivo
PALAVRAS-CHAVE: ensino; aprendizagem; educação.
ABSTRACT
Teaching in modern times is a challenge for education professionals, learners are no longer the same
as in the past, new expectations of training presuppose a rupture with rigid patterns and models, both
in elementary, middle and higher education. The learning process occurs when the action of the
subject occurs with the object. In this context, learning is not a simple process, it involves conceptions
and memorization and not all people have an easy way to understand, elaborate and store that
158
Professor da Universidade Federal De Campina Grande – Pós-Graduação em Docência do Ensino Superior
knowledge in the brain. Regarding learning processes, Vigotsky affirms that from the birth of the child
the learning is related to the development and is a necessary and universal aspect to the process of
development of the psychological functions of the human species. For him, learning enables the
awakening of internal processes of development that would not occur if the individual did not contact
a certain cultural environment, so learning is characterized by being a process by which the individual
acquires information, skills, attitudes, values etc. This article aims to discuss the teaching-learning
process through a reflection using theoretical concepts and, therefore, a theoretical-reflective study.
KEY WORDS: teaching; learning; education.
888
RESUMEN
La enseñanza en los tiempos modernos está siendo un desafío para los profesionales de la educación,
los educandos ya no son los mismos de otrora, las nuevas expectativas de formación presuponen
ruptura con patrones y modelos rígidos, tanto en la enseñanza fundamental, media como en el
superior. El proceso de aprendizaje ocurre cuando ocurre la acción del sujeto con el objeto. En este
contexto, el aprendizaje no es un proceso simple, implica concepciones y memorización y no todas las
personas tienen facilidad para comprender, elaborar y almacenar esos conocimientos en el cerebro. En
lo que se refiere a los procesos de aprendizaje vigotsky afirma que desde el nacimiento del niño el
aprendizaje está relacionado al desarrollo es y un aspecto necesario y universal al proceso de
desarrollo de las funciones psicológicas de la especie humana. Para él el aprendizaje posibilita el
despertar de procesos internos de desarrollo que, no fuera el contacto del individuo con cierto
ambiente cultural, no ocurrir, siendo así el aprendizaje o el aprendizaje se caracteriza por ser un
proceso por el cual el individuo adquiere informaciones, habilidades, actitudes, valores, etc. Este
artículo objetivó discutir el proceso de enseñanza-aprendizaje a través de una reflexión utilizando
conceptos teóricos y tratándose, por lo tanto, de un estudio teórico-reflexivo.
PALABRAS CLAVE: enseñanza; aprendizaje; educación.
INTRODUÇÃO
O Que É Ensinar?
Ensinar nos tempos modernos está sendo um desafio para os profissionais da 889
Neste contexto Freire (2005,p.68) relata: “Não é de estranhar, pois, que nesta visão
“bancária” da educação, os homens sejam vistos como seres da adaptação, do ajustamento.”
Em outras palavras para Freire o ensino-aprendizagem aconteceria se houvesse liberdade de
expressão, o dialogo entre as pessoas seria fundamental para a construção do conhecimento,
sem comunicação não teria progresso.
Atualmente está metodologia está ficando escassa e dando margem a outras vertentes
focado na troca do conhecimento, agora o aluno não será um mero receptou, mas também um
interlocutor de informações, ele dialoga e argumenta junto com o professor, o ensino passa ser
compartilhado. Nessa nova metodologia alternativa, o professor necessita estudar como seu
aluno aprende. O método de ensino está voltado para a pesquisa. Nessa perspectiva, cabe ao
docente promover situações para que o discente aprenda buscar informações analisá-las,
relacioná-las ao conhecimento já obtido anteriormente, e assim, construir significativo
próprio.
entender que alguns serão mais rápidos no raciocínio e nas realizações das atividades, serão
mais organizados do que outros, que as funções determinadas serão finalizadas de maneira
diferente, pois a turma não é homogênea, cada ser humano tem um jeito singular de ser. Nesta
visão possibilitar situações problemas para que este aluno sinta-se desafiado e motivado na
busca de soluções para o problema.
Vários estudiosos defendem a ideia das aulas serem dinâmicas, interativas e materiais
lúdicos pedagógicos bem selecionados e a organização do espaço. Inclusive a teoria de 890
Wallon trás a ideia de que os estudantes precisam estar livres sem a padronização das cadeiras
em fileiras para que a fluidez das emoções e os pensamentos aconteça para o desenvolvimento
completo do indivíduo.
O Processo De Aprendizagem
Sabe-se que quando fala de aprendizagem essa função cognitiva, envolve potenciais de
concepções, visões e cultura. A criança desde 3 a 4 anos de idade já começa perceber o
mundo ao seu redor, mesmo sem uma noção completa de sentido;com o apoio dos pais e
familiares, estás crianças começam traçar seus valores atitudes e sentimentos.
no contexto social e histórico. Na escola os alunos irão aos poucos desenvolvendo habilidades
de socialização aprendizado, autonomia, criticidade na formulação de hipóteses, planejamento
e resolução de situação problema. É no ambiente escolar que o aprendiz consegue codificar e
dá sentido as palavras. Assim a escola é uma instituição claramente a serviço da sociedade.
O que acontece muito nas escolas, são questões relacionado a indisciplina, o educando
as vezes não obedece os professores, conversa de mais na hora das aulas, está interessado em
qualquer assunto menos o conteúdo explorado, e ainda quando chega em casa não faz as
atividades proposta pelo professor para que ponha em prática o assunto discutido em sala, e
possa superar as dificuldades.
Essa situação está complicando o resultado do IDEB das instituições, mesmo com
vários projetos e programas de educação do Governo Federal, para suprir essas dificuldades
de aprendizagem dos alunos, ainda assim, a situação está um caos, e o corpo docente das
escolas procurando estratégias para conseguir vencer esses obstáculos.
Porém deve salientar que aprendizagem formal é aquela que recebemos nas escolas,
está aprendizagem formal é a que estrutura todas as informais e nosqualifica para desenvolver
com autonomia profissões que exige capacitação intelectual, e cognitiva, para desempenhar
determinadas funções. Reportando-se ao tema do nosso trabalho que é a diferença do ensino e
aprendizagem e reflexão do ensino-aprendizagem.
892
A Aprendizagem À Luz Dos Conceitos De Vigotsky
No que tange aos processos de aprendizado Vigotsky afirma que desde o nascimento
da criança o aprendizado esta relacionado ao desenvolvimento é e um aspecto necessário e
universal ao processo de desenvolvimento das funções psicológicas da espécie humana.
Tal processo na academia deve ser construído tomando como partida o nível real de
desenvolvimento do individuo em um dado momento e a concepção do conteúdo abordado a
esse nível de desenvolvimento. No ambiente universitário, assim como no ambiente escolar, o
aprendizado é o resultado desejado e o próprio objetivo do processo escolar.
Diante desse quadro, qualquer modalidade de interação social, quando integrada no 893
Levando em consideração seu meio sócio cultural e sua experiência de vida o que
possibilita o crescimento interpessoal através da troca de conhecimento se distanciando assim
de uma educação bancaria onde o aluno seja visto apenas como um depósito de conhecimento
inerte. Fazem-se necessários outros estudos que abordem essa temática e outros aspectos
envolvidos, pois é algo pujante para que os professores/mediadores do conhecimento tenham
um olhar sempre critico e reflexivo na sua práxis
REFERÊNCIAS
PIAGET, J. Para onde vai a educação? Trad. Ivete Braga, 2. ed. Rio de Janeiro: José
Olympio, 1975.
894
Cristina Novikoff161
RESUMO
159
O presente trabalho conta com apoio financeiro de bolsa CNPq - PIBIC para sua realização.
160
Graduanda do curso de Pedagogia no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de
Campina Grande. Foi bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES) no
período de setembro/2017 a fevereiro/ 2018. Monitora bolsista da disciplina de Introdução a Filosofia.
161
Professora do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande –
CFP/UFCG
ABSTRACT
It studies the modus operandis and faciendis of scientific education in the state of Paraíba. This is the 896
continuity of the project started in 2017, with the support of the Edital PIBIC / CNPq-UFCG Edict 9 /
2017. From the first survey data in 2017 until March 2018, there was no end-of-course work within
the standards requiring studies that involve human beings to pass through the Ethics Committee (2010-
2017); the board formed in 87% by the same examining board with results between grades 100 and 90,
however the works were not published in scientific journals. The starting question is: What are the
social representations of research for teachers in training in the course of Pedagogy of the CFP? It
aims initially to identify the social representations of research for teachers in formation of the
Pedagogy course of the Training Center of teachers of the University of Campina Grande to discuss
the scientific education subject to intervention. It follows to elaborate a cartography of the scientific
education in Paraíba in front of the teaching of scientific research in Pedagogy (UEPB, UFPB,
UFCG). The study is of mixed nature (quantitative-qualitative research) and with ethnographic
approach, involving thematic oral history. The instruments have been applied in three groups of
participants-collaborators (120 teachers in training in the Pedagogy course, Cajazeiras campus of
UFCG). To know: 1) group that passed the qualitative experiment but was not oriented at all phases of
the research by this researcher; 2) group that underwent the experiment and was oriented in all phases
of the research and; 3) group of students who did not undergo the experiment and were not oriented in
the dimensions. A triangulation of the data will be performed.
KEYWORDS: Social Representations. Scientific Education. Teacher training. Pedagogy
RESUMEN
Estudia los módus operandis y faciendis de la educación científica en el estado de Paraíba. Se trata de
la continuidad del proyecto iniciado en 2017, con apoyo del Edicto Edicto PIBIC / CNPq-UFCG 9 /
2017. A partir de los primeros datos de la encuesta en 2017 hasta marzo de 2018 se verificó la
ausencia de trabajos de final de curso dentro de las normas de exigencia de estudios que involucran
seres humanos pasen por el Comité de Ética (2010-2017); las bancas formadas en el 87% por las
mismas bancas evaluadoras con resultado entre las notas 100 y 90, sin embargo los trabajos no fueron
publicados en revistas científicas. La pregunta de partida es: ¿Cuáles son las representaciones sociales
de investigación para los profesores en formación en el curso de Pedagogía del CFP? Objetivo
inicialmente, identificar las representaciones sociales de investigación para profesores en formación
del curso de Pedagogía del Centro de Formación de profesores de la Universidad de Campina Grande
para discutir la educación científica pasible de intervención. Se sigue para elaborar una cartografía de
la educación científica en Paraíba frente a la enseñanza de la investigación científica en la Pedagogía
(UEPB, UFPB, UFCG). El estudio de naturaleza mixta (cuantitativa) con enfoque etnográfico,
involucrando la historia oral temática. Los instrumentos vienen siendo aplicados en tres grupos de
participantes-colaboradores (120 profesores en formación en el curso de Pedagogía, campus
Cajazeiras de la UFCG). A saber: 1) grupo que pasó por el experimento cualitativo, pero no fue
orientado en todas las fases de la investigación por esta investigadora; 2) grupo que pasó por el
experimento y fue orientado en todas las fases de la investigación y; 3) grupo de estudiantes que no
pasaron por el experimento y no fueron orientados en las dimensiones. Se realizará una triangulación
de los datos. 897
PALABRAS CLAVES: Representaciones Sociales. Educación Científica. Formación de profesores.
Pedagogía
INTRODUÇÃO
especial, para possibilitar compreender essa atividade e o seu impacto na realidade estudada.
linha crítica da relação entre pesquisa e seus impactos na educação básica, Castro e Oliveira
(2009) destacam a ausência do fortalecimento de políticas para a educação brasileira ser “tão
fraquinha”.
Para Gatti (2003, 2010, 2011) os estudos acadêmicos, geralmente são de pouca valia
para transformar a educação ou melhorar o ensino básico porque ainda, esse processo
científico ocorre de forma incipiente com ausência de rigor no planejamento da pesquisa e em
seu desenvolvimento, bem como na sua análise e dificuldades de generalizações. 899
Acreditamos que a cultura científica da Pedagogia possa ser apreendida com estudo
mediado pela Teoria das Representações Sociais – TRS de Moscovici (2003), que considera
que as representações sociais devem ser consideradas não como conceitos, mas como
fenômenos sociais. Portanto, elas devem ser vistas como uma maneira específica de
compreender e comunicar o que já sabemos. Eles ocupam, com efeito, uma posição curiosa,
em algum lugar entre os conceitos, que têm como seu sentido objetivo abstrata do mundo e
entrou na ordem de percepções, que reproduzem o mundo de uma forma significativa (p.43).
Ela, também torna familiar o não familiar, expressa o modo de conhecer, de comunicar e agir
impacta no agir. Assim, as representações sociais de alguém sobre alguma coisa tem impacto
no agir.
Outro importante aspecto das representações sociais diz respeito que ela se forja como
produto e produtora de cultura. Então, é crível que os estudos sobre as representações sociais
e a sua cultura científica de um dado espaço formador com suas experiências sejam
importantes objetos de estudo.
REFERENCIAL TEÓRICO
900
O cuidado com as tabelas das dimensões, acima apontadas, vem ao encontro de muitos
pesquisadores que já trabalham na ideia de valorar o estudo do conhecimento e estado da arte
no bojo de atividades científicas (ANDRÉ et al., 2006; PIMENTA, 2009; ROMANOWSKI;
ENS, 2006).
Concordamos com Santos (2007) ao pontuar que a ciência por englobar diferentes
atores sociais vai propiciar diferentes formas de compreensão desse campo, pois “depende da
análise das inter-relações entre esses atores e pode-se considerar que a compreensão dos
propósitos da educação científica passa por uma análise dos diferentes fins que vêm sendo
atribuídos a ela pelos seus diversos atores.” (p.476)
Em relação à ideia de verdade, Quéré, também pontua que a ciência não nos ensina a
verdade, mas nos diz o que não é verdade. E continua a elucidar que a humanidade só poderá
se desenvolver se aprender a introduzir na sua visão do mundo a ideia da verdade, uma
verdade concebida como fundamentalmente polifônica, incluindo harmônicas (poéticas,
religiosas, artísticas ou filosóficas) que não científico.
significativas.
METODOLOGIA
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Marli et al. Pesquisas sobre formação de professores: uma análise das
racionalidades. Educação & Linguagem, v. 14, p. 90-104, 2006.
CASTRO, C.M.; OLIVEIRA, J.B.A. Porque a educação brasileira é tão fraquinha? In: O
Sociólogo e as Políticas públicas: Ensaios em Homenagem a Simon Schwartzman. Luisa
Farah Schwartzman, Isabel Farah Schwartzman, Felipe Farah Schwartzman, Michel Lent
Schwartzman (Org.). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009. Pp 135-154. ISBN 904
978O85O225O0736O8.
______. Vigiar e punir: nascimento da prisão. Tradução de Raquel Ramalhete. 35. ed.
Petrópolis: Vozes, 2008.
GIROUX, Henry A. Os Professores Como Intelectuais. Porto Alegre: Artmed Editora, 1997.
PIMENTA, Selma Garrido. Professor Reflexivo: construindo uma crítica. In: PIMENTA,
Selma Garrido; GHEDIN, Evandro (orgas.). Professor Reflexivo no Brasil: gênese e crítica de
um conceito. 3ª Ed., São Paulo: Cortez, p.17-57 S/P, 2009.
SANTOS, Boaventura de Sousa (Org.). Conhecimento prudente para uma vida decente: Um
discurso sobre as ciências revisitado. São Paulo: Editora Cortez, 2007.
TARDIF, M.; LESSARD, C. O Trabalho Docente: Elementos para uma teoria da docência
como profissão de interações humanas. Petrópolis: Vozes: 2005.
UNESCO. Science for the twenty-first century. Paris, 2000. Disponível em:
http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001207/120706e.pdf> Acesso em 20 de maio de 2016
_________, Kenneth M.; PEREIRA, Júlio Emílio Diniz. Pesquisa dos educadores e formação
docente voltada para a transformação social. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/%0D/cp/v35n125/a0535125.pdf> Acesso em 20 de abr.,2011.
RESUMO
Pretendemos, neste trabalho, abordar aspectos teóricos que norteiam o processo de contextualização na
produção de sentidos do gênero “Editorial” em sala de aula. Para tanto, temos como objetivos:
reconhecer o que é contexto; identificar os fatores de contextualização; examinar o gênero editorial à
luz dessa fundamentação teórica. A princípio, discorremos acerca da noção de contexto, fatores de
contextualização, recorrendo, principalmente, as contribuições de Koch & Elias (2012, 2013),
Marcuschi (2002), Biasi-Rodrigues (2008), dentre outros, posteriormente, apresentamos uma breve
noção da estrutura do gênero Editorial; por fim, aplicamos no editorial, escolhido para análise,
intitulado: “Voto Facultativo” as abordagens discutidas na teoria identificando se estas contribuem, de
fato, para a produção de sentidos. Os resultados apontam que apenas o conhecimento linguístico ou a
noção de tipos e gêneros textuais, embora importantes, são limitados, para que autores e leitores
alcancem seus propósitos comunicativos. Em suma, é por meio do conhecimento linguístico, do
contexto e dos fatores de contextualização que os sentidos do texto poderão ser compreendidos pelos
interlocutores.
PALAVRAS-CHAVE: Editorial; Contextualização; Sentidos.
ABSTRACT
We intend, in this work, to address theoretical aspects that guide the process of contextualization in the
production of meanings of the “editorial” genre in the classroom. To do so, we have as objectives: to
recognize what is context; identify contextual factors; to examine the editorial genre in the light of this
theoretical foundation. In the beginning, we will discuss the notion of context, contextual factors,
using mainly the contributions of Koch and Elias (2012, 2013); as well as Marcuschi (2002), Biasi-
Rodrigues (2008), Barreto (2016) among others, later, we will bring a brief notion of the structure of
the genre Editorial; finally, we will apply in the editorial, chosen for analysis, installed: “Optional
Vote” the approaches discussed in the theory, identifying if these contribute, in fact, to the production
of meanings. In, short, it is through linguistic knowledge, context and contextualization factors that the
explicit and implicit meanings in the text can be understood by the interlocutors.
KEYWORDS: Editorial; Contextualization; Meanings.
RESUMEN
Pretendemos, en este trabajo, abordar aspectos teóricos que orientan el proceso de contextualización
en la producción de sentidos del género "Editorial" en el aula. Para ello, tenemos como objetivos:
reconocerlo que es contexto; identificar los factores de contextualización; examinar el género editorial
a la luz de esta fundamentación teórica. al principio, fuimos hacer una investigación para definicación
de la palabra contextualización, factores de ella, haciendo búsqueda principalmente, por lãs 907
contribuciones de Koch & Elias (2012, 2013), bem como Marcuschi (2002), Biasi-Rodrigues (2008),
Barreto (2016)además de otros, posteriormente, traeremos una breve noción de la estructura del
género Editorial; por último, aplicaremos en el editorial, escogido para análisis, titulado: "Voto
facultativo" los enfoques discutidos enlateoría identificando si éstascontribuyen, de hecho, a
laproducción de sentidos. En suma, es por médio del conocimiento linguístico, del contexto y de los
factores de contextualización que los sentidos explícitos e implícitos em el texto podrán ser
comprendidos por los interlocutores.
PALABRAS CLAVES: Editorial; contextualización; Sentidos.
INTRODUÇÃO
O estudo acerca da teoria dos gêneros textuais durou por exatamente dois períodos
letivos, o que especificamente, contabiliza um ano de estudos. Nesse sentido, este trabalho
apresenta-se como fechamento do estudo teórico, bem como avaliação quantitativa dessa
disciplina. O critério para se analisar o gênero textual “Editorial” ocorreu mediante sorteio
realizado em sala de aula. Desse modo, colocamos em prática o nosso aprendizado a partir da
constatação da relevância das leituras e discussões realizadas ao longo destes semestres.
O estudo dos gêneros textuais torna-se necessário para a formação docente, pois, o
ensino através dos gêneros possibilita formar cidadãos pensantes, críticos, que se impõem em
meio à sociedade. Além disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) orientam que o
ensino de Língua Portuguesa deve partir de quatro eixos fundamentais: leitura, escrita,
oralidade e análise linguística, e esse processo deve ocorrer a partir dos gêneros textuais/ 908
discursivos. Por causa disso, é imprescindível conhecer e estudar a teoria dos gêneros, realizar
leituras e análises como a que fizemos neste trabalho, para maior eficácia da prática docente.
Convém, antes de tudo, que façamos um breve histórico acerca da compreensão dos
gêneros textuais. De acordo com Biasi- Rodrigues (2008), durante muito tempo, os gêneros
eram compreendidos, divididos e classificados a partir de uma trilogia, a qual era composta
por: narração, descrição e dissertação, constituindo, assim, os gêneros escolares. No entanto,
com o passar dos anos, a compreensão e a classificação tradicional de gênero foi
desmistificada, visto que autores como Adam, Marcuschi, Silva, dentre outros, trouxeram a
noção de que a trilogia ensinada por anos nas escolas como formas de escrever e produzir
sentidos, na verdade, são “tipos textuais” ou “sequências textuais”, ou ainda “tipologias
textuais”, assim sendo, servem para estruturar e caracterizar internamente o texto, e nesse
processo de caracterização não existe apenas a dissertação, a descrição e a narração, mas,
podemos citar também a sequência injuntiva, e expositiva ou ainda a conversacional.
Para Bakhtin (1979, p. 280), os gêneros são entendidos como “tipos relativamente
estáveis de enunciados”, pois se estruturam a partir de três aspectos, a saber: conteúdo 909
temático, estilo verbal e construção composicional. Isso quer dizer que todo gênero possui
uma seleção de tema, um estilo verbal que lhe é próprio ou mais adequado e uma estrutura
mais ou menos definida e que é reconhecida socialmente. Porém, apenas reconhecer os
gêneros textuais a partir desses três aspectos não é suficiente para obtermos êxito nas nossas
atividades de interação social, é preciso ir além deles, para que tenhamos uma boa
comunicação, sobretudo na escrita. É preciso que no momento da compreensão de sentidos ou
produção escrita consideremos, cuidadosamente, o contexto do gênero que estamos lendo ou
escrevendo, que saibamos a função do contexto, os fatores de contextualização e a focalização
do gênero etc.. Diante disso, pergunta-se: o que é contexto? Quais são as suas funções? No
decorrer desta pesquisa, buscamos repontar tais perguntas, bem como tratamos cada aspecto
citado anteriormente.
Por outro lado, no terreno da Pragmática ocorre uma virada em sua perspectiva de
focalização, à medida que as ações de um usuário de uma língua passaram a ser vistas como
atividades intencionais que objetivavam determinados fins. Esses estudos contribuíram para
que, a princípio, ganhasse espaço o contexto imediato: que compreende participantes, local e
tempo de interação, objetivo da comunicação e meio de propagação; compreende também o
contexto mediato, ou seja, o entorno sócio-histórico-cultural.
Vale salientar que a noção de contexto foi sendo reconfigurada a partir dos estudos e 910
Ainda sobre o contexto sociocognitivo, as autoras afirmam que, para que exista
compreensão mútua entre duas pessoas, é necessário que os contextos sociognitivos de ambas,
sejam no mínimo parecidos. É preciso que o conhecimento linguístico, enciclopédico,
sociointeracional, procedural, textual, sejam ao menos em parte compartilhados, comum entre
ambos os atores da interação.
Koch &Elias (2012) afirmam que para a produção de um texto, seu produtor deverá
necessariamente focalizar sua atenção em propriedades específicas da situação, as quais são
de grande relevância para permitir ao leitor encontrar pistas para interpretar de forma
satisfatória, tanto o significado quanto as intenções e os objetivos de quem produziu o texto
lido. No entanto: “Assumir tal posicionamento não quer dizer que devamos ver o contexto
como um elemento que determina a produção do texto, mas, isto sim, como um componente
que orienta a produção, e que é modelado e remodelado à medida que o texto avança” (KOCH 911
& ELIAS, 2012, p. 82-83).
Como quarta função, as autoras apontam: “possibilita explicar ou justificar o que foi
dito” (KOCH & ELIAS, 2012, p.87). É através do contexto que aquilo que é dito na oralidade
ou na escrita é explicado, e também justificado, assim como o não dito muitas vezes pode ser
compreendido analisando-se apenas o contexto.
determinado gênero, uma vez que são elementos disponibilizados pelo autor, para que o
interlocutor consiga produzir sentido em relação ao texto.
Além dos fatores que dão coerência ao texto, podemos citar também os fatores
prospectivos que nos permitem criar interpretação ou significação prévia de determinado
conteúdo que tratará o texto. Dentre esses elementos, podemos citar: título, conteúdo, estilo,
nome do autor, etc. Ao se deparar com o título do texto, o leitor de imediato pode assimilar de
que trata determinado conteúdo, e ao tomar posse da leitura, esse leitor pode comprovar se o
texto condiz com o que está sendo explícito no título ou não, assim pode comprovar se sua
primeira impressão estava certa ou não.
O Gênero “Editorial”
das passagens aéreas, atingiu especial visibilidade -e, talvez, seu ponto de máxima saturação-
um fenômeno que se tornou crônico no sistema político brasileiro.
Regras cada vez mais rígidas de transparência constituem sem dúvida a arma mais
914
eficiente para combater essa situação. Mesmo assim, e apesar das recorrentes vagas de
repúdio que cada novo escândalo suscita, um problema básico permanece.
Isso ocorre sem que, por outro lado, a população abandone sua permanente
repugnância pelos políticos que, entretanto, consente em reeleger. A superação desse estado
de coisas depende, como é óbvio, de um longo processo de desenvolvimento da maturação
política e do mais amplo acesso à informação.
O indivíduo que vota apenas por obrigação não se coloca no papel de soberano, e sim
de subordinado no processo político.
Retornando ao título, vale destacar que ele apresenta duas possíveis teses que
poderiam ser defendidas ou abordadas no texto, dessa forma, o título é sugestivo tanto para
aqueles que são contrários à adoção do voto facultativo como para aqueles que são favoráveis,
somente através da leitura, o leitor poderá conhecer a posição adotada e decidir se concorda
ou discorda. De qualquer forma, o título embora simples, resume o tema central que será
defendido pelo veículo e não causa repulsa aos leitores, pois, embora adiante o conteúdo,
preserva a incógnita quanto aos argumentos, posições ideológicas e propósitos comunicativos.
Na produção de sentidos deste gênero, faz-se necessário que olhemos não somente
para o gênero em si e por si mesmo. Convém que façamos a contextualização adequada a
começar pelo cotexto que nada mais é do que o ambiente ou o entorno verbal do gênero,
aquilo que é dito, que está explicito ou que é sugerido ou recuperado por meio de referentes
imediatos. Do ponto de vista do contexto imediato, esse gênero é constituído por autor e/ ou
autores, em “Voto Facultativo” não temos a assinatura de um nome, de um autor. Portanto,
a(s) opinião(es) nele expressa(s) são assumidas pela editoria ou pelo conselho editorial do
jornal Folha de São Paulo; os participantes do processo de contextualização são o autor ou o
conselho editorial do veículo de imprensa e o(s) leitor(es) - que pode ser qualquer pessoa que
tenha o conhecimento da língua em que ele foi escrito e que tenha acesso ao jornal; o local
que constitui esse contexto é a metrópole de São Paulo, capital do estado de São Paulo que é o
coração financeiro e cultural do país, ditando regras e costumes para os outros estados; o
tempo de interação é o momento da leitura do texto, mas não somente se restringe ao espaço-
162
F. https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2604200901.htm
temporal em que ela acontece, visto que o texto poderá ser lido e relido em diferentes
situações por um mesmo leitor; o objetivo da comunicação desse editorial é convencer os
leitores acerca da necessidade do Estado retirar a obrigatoriedade do voto no território
brasileiro, permitindo assim que os cidadãos possam não apenas escolher em quem irão votar,
como também se irão votar ou não como mostra o sétimo parágrafo: “[...] O Brasil é um dos
raros países do mundo onde vigora o sistema do voto compulsório. Não há sentido em encarar
um direito dos cidadãos - o de participar livremente das eleições de seus representantes - 916
como um dever imposto pelo Estado”. Por fim, o meio de propagação é o jornal (Folha de
São Paulo) – outro meio de propagação é o livro didático, por exemplo, como o volume 2 da
coleção Ser Protagonista, como também a internet.
Quanto aos fatores de contextualização, o presente editorial, até mesmo pelo título,
permite que o leitor crie expectativas sobre o conteúdo, isso se aplica aos leitores brasileiros
que estão em interação com os fatos recorrentes do nosso país, assim, pelo título, o leitor já
tem ideia do que se trata, e pode antes mesmo de ler, inferir sua opinião sobre o assunto
abordado, pois é um texto coerente, em que podemos perceber data, local, e o seu suporte. Em
relação ao tema, percebemos a autoridade que o escritor tem de escrever sobre tal tema,
observamos seus conhecimentos e seu domínio de conteúdo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No decorrer deste trabalho, que teve como foco principal, o estudo do gênero
jornalístico “Editorial”, discorremos acerca da ampla noção de contexto, sobre as funções do
contexto, sobre os fatores de contextualização e, também sobre a focalização, na perspectiva,
sobretudo das contribuições de Koch e Elias (2012-2013); e pudemos comprovar que apenas o
conhecimento linguístico ou a noção de tipos textuais ou gêneros, embora importantes, são
insuficientes, para que autores e leitores alcancem seus propósitos comunicativos. E que
somente por meio do conhecimento linguístico, do contexto e da contextualização é que os
sentidos ditos e não ditos no texto poderão ser compreendidos pelos interlocutores, ou seja,
não é possível a produção de sentidos sem a interação desses conhecimentos.
E podemos de fato, afirmar, que tomando posse do contexto e do arcabouço por ele
trazido para a produção de sentidos, é possível realizar uma leitura mais abrangente e
significativa do gênero “Editorial”. Portanto, entendemos que sem o contexto, perderíamos a
possibilidade de mergulharmos nas camadas ocultas do texto, cujos fatos, opiniões e
informações nos possibilitam avaliar e reavaliar a realidade e os dizeres que permeiam nossa
existência, e nos posicionarmos de forma crítica ante toda ideologia e partidarismo oculto por
trás do signo verbal que está no discurso de um veículo como a Folha de São Paulo.
Vale salientar também, a relevância deste trabalho para nossa formação pessoal e
acadêmica, certamente, após este estudo, temos a compreensão adequada, no que se refere ao
conhecimento dos gêneros textuais, das funções e dos fatores de contextualização.
Entendemos que sem texto não há comunicação, visto que a todo o momento, durante todo o
dia, desde que despertamos até adormecermos, nós nos comunicamos através de gêneros, quer 918
orais quer escritos, e esses gêneros não existem sem um contexto de produção ou de
circulação e que somente por meio do contexto podemos falar, ouvir, ler e escrever com
autonomia no exercício de nossa cidadania.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Ricardo Gonçalves (Org.). Português, 2º ano: ensino médio. 3 ed., São Paulo:
Edições SM, 2016.
BAKHTIN, Michael. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1979.
KOCH, Ingedore G. Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e Compreender: os sentidos do texto.
3. ed. São Paulo : Contexto, 2013.
_______. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. 2. ed. São Paulo : Contexto, 2012.
EDITORIAIS. VOTO facultativo, Folha De S. Paulo. São Paulo, 26 de abril de 2009. Opinião,
A2.
919
RESUMO
Objetiva-se neste artigo discutir de forma conceitual questões relacionadas à formação de mestres e
doutores no Brasil, em meio a um cenário instável e desafiador que o Brasil e seu sistema educacional
vigente atravessam. Esse estudo foi desenvolvido por meio de uma abordagem qualitativa, a partir de
uma revisão da literatura pertinente à temática proposta. Diante dos últimos dados do senso da
educação superior, em levantamento feito pelo Ministério da Educação (MEC), através do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) publicados em 2016, que
apontam crescimento nos número de mestres e doutores formados no Brasil, levantou-se algumas
questões sobre os desafios ainda enfrentados, à luz do que Viotti, Galvão e outros autores já
apontaram, procurando retomar o tema e ampliar a discussão. Nesse sentido, citou-se alguns
problemas como a qualidade da produção científica e seu reconhecimento principalmente no país, a
empregabilidade e as condições de trabalho e pesquisa oferecidas aos egressos dos cursos de pós-
graduação, o número de mestres e doutores no Brasil em relação aos números internacionais, a
consolidação e integração dos cursos e programas de mestrado e doutorado criados e a criação de
novos, de modo a promover o aparelhamento e fortalecimento desses cursos.
PALAVRAS-CHAVE: Universidade; educação; ensino; pesquisa; extensão.
The objective of this article is to discuss in a conceptual way questions related to the training of
masters and doctors in Brazil, in the midst of an unstable and challenging scenario that Brazil and its
current educational system cross. This study was developed through a qualitative approach, based on a
literature review pertinent to the proposed theme. Given the latest data from the census of higher
education, in a survey carried out by the Ministry of Education (MEC), through the National Institute
of Studies and Educational Research Anísio Teixeira (INEP) published in 2016, which show growth in
the number of masters and doctors trained in the Brazil, some questions were raised about the
163 Licenciado em ciências. Pós-graduado em Gestão de Recursos Humanos. Pós graduando em docência no
ensino superior pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
164 Administradora. Pós graduando em docência no ensino superior pela UFCG. Mestranda em Recursos
Naturais pela UFCG.
165 Enfermeira. Pós graduando em docência no ensino superior pela UFCG.
challenges still faced, in the light of what Viotti, Galvão and other authors have already pointed out,
seeking to return to the topic and expand the discussion. In this sense, we mentioned some problems
such as the quality of scientific production and its recognition mainly in the country, the employability
and the working and research conditions offered to graduate students, the number of masters and
doctors in Brazil in relation to the international numbers, the consolidation and integration of courses
and master's and doctoral programs created and the creation of new ones, in order to promote the
equipping and strengthening of these courses.
KEYWORDS: University; education; teaching; search; extension.
921
ESTAMOS FORMANDO MÁS MESTROS Y DOCTORES EN BRASIL Y
AHORA?
RESUMEN
Se pretende en este artículo discutir de forma conceptual cuestiones relacionadas a la formación de
maestros y doctores en Brasil, en medio de un escenario inestable y desafiante que Brasil y su sistema
educativo vigente atravesan. Este estudio fue desarrollado por medio de un abordaje cualitativo, a
partir de una revisión de la literatura pertinente a la temática propuesta. En el marco de los últimos
datos del sentido de la educación superior, en una encuesta realizada por el Ministerio de Educación
(MEC), a través del Instituto Nacional de Estudios e Investigaciones Educativas Anísio Teixeira
(INEP) publicados en 2016, que apuntan crecimiento en el número de maestros y docentes formados
en el " Brasil, se plantearon algunas cuestiones sobre los desafíos aún enfrentados, a la luz de lo que
Viotti, Galvão y otros autores ya apuntar, buscando retomar el tema y ampliar la discusión. En este
sentido, se citó algunos problemas como la calidad de la producción científica y su reconocimiento
principalmente en el país, la empleabilidad y las condiciones de trabajo e investigación ofrecidas a los
egresados de los cursos de postgrado, el número de maestros y doctores en Brasil en relación a los
números internacionales, la consolidación e integración de los cursos y programas de maestría y
doctorado creados y la creación de nuevos, para promover el apareamiento y fortalecimiento de esos
cursos.
PALABRAS CLAVES: universidad; la educación; la educación; la investigación; extensión.
INTRODUÇÃO
Apesar de apenas 40% dos alunos que ingressam na graduação concluírem, o número
de concluintes do ensino superior aumentou 53% nos últimos dez anos, ainda segundo a
pesquisa, e isso é um aumento no número de candidatos a pós-graduações, sejam elas lato
sensu ou stricto sensu.
Nesse sentido, este estudo tem como objetivo levantar questionamentos, de forma
conceitual à luz de autores como Viotti, os desafios enfrentados pela educação superior no
Brasil, especialmente na pós graduação, frente ao seu papel enquanto agente de mudança e
promotor de transformação social, principalmente em meio a um cenário instável e desafiador
que o Brasil e seu sistema educacional vigente atravessam.
A Educação Superior
De acordo com a Lei nº 9.394/1996, a educação superior tem por finalidade estimular
a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo e
estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e
regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de
reciprocidade.
referindo-se a 2014. Em plena era digital, onde conseguimos transmitir em tempo real de uma
ponta a outra do planeta e até do espaço, analisar dados de 5 anos atrás já prejudicam a
análise, pois em 5 anos, as mudanças são enormes e questionamos se esses dados não
poderiam ser atualizados em uma frequência de tempo menor pelo Ministério da Educação.
titulação de mestre, o crescimento foi de 379%. O relatório revela ainda que o número de
programas de mestrado e doutorado também cresceu 205% e 210% respectivamente, no
mesmo período, conforme verificamos nos gráficos 1, 2 e 3 abaixo:
925
que neste mesmo período em que a universidade pública brasileira demonstrou uma notável
capacidade de gerar conhecimento e de formar pessoal de alto nível, a sua imagem na
sociedade sofreu uma progressiva deterioração.
Isso ocorreu, segundo o autor, devido a alguns fatores espúrios e devido à própria
característica de nossa produção científica. Pois num mundo globalizado e de forte
desenvolvimento tecnológico, a produção de conhecimento tem sido direcionada, muitas
vezes ao desenvolvimento da inovação tecnológica e à aplicabilidade imediata dessas 926
Refletindo sobre essa questão dos desafios científicos atuais e futuros, Sobral (2003)
lembra que se, por um lado, é a busca da competitividade no mundo atual que leva à maior
importância do conhecimento cientifico e tecnológico, por outro lado, é a democratização da
sociedade que requer uma maior responsabilidade social do conhecimento.
Uma dos instrumentos utilizados para medir a qualidade da produção científica e dos
cursos de pós-graduação no país é a classificação da Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (Capes) que avalia os cursos e publicações atribuindo-lhes notas.
Analisando os números publicados pelo relatório da CGEE, verificamos que apesar de um
maior crescimento no percentual de cursos de doutorado com nota máxima (7) que aconteceu
entre os anos de 1998 e 2014, o maior crescimento que aconteceu, tanto em
representatividade, quanto em números absolutos, foi o da porcentagem de cursos com nota 4,
frente uma diminuição da porcentagem de cursos com notas 6 e 5, como mostrado no Gráfico
4 abaixo, elaborado pelo CGEE, com dados da CAPES e da Plataforma Sucupira:
927
Gráfico 5 – Média e mediana mensal de mestres titulados no Brasil a partir de 1996, 2009-
2014 (R$ correntes)
928
Outro ponto que merece nossa reflexão é a representatividade dos números de mestres
e doutores titulados no Brasil em relação aos números globais. Barral-Netto (2003) afirma que
embora demonstre uma saudável expansão nos últimos anos, à produção cientifica no Brasil
ainda é muito reduzida em termos internacionais.
Pode-se constatar que apesar dos avanços, nossos números ainda são incipientes,
quando comparados aos países considerados desenvolvidos.
país com a maior quantidade de títulos de doutorado por habitantes, tem 7,4 vezes mais que o
Brasil, mostrando nossa clara necessidade de crescimento.
Gráfico 6 – Número de títulos de doutorado por 100 mil habitantes, Brasil e países da OCDE,
2013
929
Ainda segundo Viotti (2010), quanto à formação de doutores no Brasil: uma política
de Estado em busca de maior integração com o Sistema Nacional de Inovação, ainda pontua
que um dos principais desafios que precisará ser enfrentado nos próximos anos será a
consolidação dos programas criados nos últimos anos em locais sem maior tradição na pós-
graduação. Isso será essencial para fortalecer o processo em curso de redução da ainda
elevadíssima concentração na formação de doutores em algumas poucas unidades da
federação.
930
Diante dos dados apresentados e analisados sobre a realidade atual dos programas de
pós-graduação no país, percebe-se que apesar dos avanços numéricos alcançados nos últimos
anos, os desafios ainda são muitos. Neste sentido, citou-se apenas alguns como aumentar a
qualidade da produção científica e seu reconhecimento principalmente no país, garantir
empregabilidade e condições de trabalho e pesquisa oferecidas aos egressos dos cursos de
pós-graduação, aumentar o número de mestres e doutores no Brasil e com isso a
expressividade dos números nacionais em relação aos internacionais, além de consolidar e
integrar os cursos criados e criar mais cursos, promovendo a descentralização dos programas
de mestrado e doutorado, fortalecendo-os e melhor aparelhando-os.
A pós-graduação brasileira precisa ser revista, então. E isso não é apenas considerando
as áreas de Educação e Ensino, que no Brasil são separadas e demonstram esquizofrenias.
Assim, além de melhorar os números e propor apoio aos programas já existentes, deve-se
exigir também qualidade através de tensos processos avaliativos (BOMFIM; VIEIRA;
DECCACHE-MAIA, 2018).
Para tanto, a Capes, por exemplo, precisa superar a ideologia do seu caráter
centralizador, intervencionista, de políticas e medidas que privilegiam regiões específicas do
Brasil, com as mais desenvolvidas, conforme críticas de professores e pesquisadores das
universidades públicas brasileiras, visto que o sucesso quantitativo desta organização
apadrinha a alienação da universidade do Brasil, principalmente través dos programas de pós-
graduação de Mestrado e Doutorado (TOURINHO; PALHA, 2014).
Essa é uma discussão necessária e atual, tendo em vista que, a pós-graduação depende
da própria graduação, pela qual é alimentada, e do fortalecimento da universidade em todos os
seus níveis e esferas. E esse fortalecimento também é uma questão a ser debatida no Brasil,
demandando que seja ressaltada a acelerada expansão da pós-graduação que, por sua vez, tem
implicações ou relaciona-se à ampliação de programas de pós-graduação no Brasil, bem como
maior distribuição de bolsas de auxílio e alto índice de títulos de mestres e doutores (SILVA;
BARDAGI, 2015). Conforme afirma Weber (2003) a consolidação da pós-graduação e sua
realimentação contínua pelo intercâmbio e pela própria dinâmica inerente ao processo de
produção do conhecimento raramente se fez acompanhar de medidas para a melhoria dos
cursos de graduação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Resolver os problemas aqui levantados ou propor soluções mirabolantes não é objetivo deste
estudo, mas entende-se que para tais questões ora abordadas há necessidade de mais investimentos e
novas políticas na educação, bem como o envolvimento de todos os atores sociais envolvidos,
inclusive o Estado, bem como a Universidade como principal meio social propício para o
debate e a reflexão acerca da temática discutida. Assim, apresentaram-se as algumas
necessidades, em vez de propor caminhos, pois esses podem ser muitos e variados, cada um
adequado a determinada realidade e particularidades distintas no nosso país. 932
Para encontrar esses caminhos pode ser necessário, pois, primeiramente, conhecer a
realidade de cada região, analisá-la, refletir e debater o presente, questionando sempre os
números e tendo uma visão holística e ao mesmo tempo crítica sobre eles, afinal os números
apontam de fato que está se formando mais mestres e doutores, todavia os próximos passos,
desafios e incertezas destes profissionais instigam diversas reflexões e sugestões para futuras
pesquisas.
Portanto, considerando o número de mestres e doutores no país nos últimos anos, cria-
se, principalmente, uma necessidade muito maior de conhecimento sobre como ocorre essas
formações, como as relações entre os diferentes atores envolvidos são estabelecidas, bem
como avaliar os impactos da pós-graduação a nível pessoal, social e institucional.
REFERÊNCIAS
MORHY, L. (2003a) Universidade na Encruzilhada. ComCiência. No. 40; fev. Brasília. DF.
Brasil
RESUMO
O presente artigo tem por objetivo discutir o papel da mulher na sociedade, a forma como ela foi e
continua sendo tratada historicamente, bem como discorrer sobre as lutas, conquistas e principais
nomes que foram determinantes para sua emancipação. O mesmo utiliza-se de textos que evidenciam
sua trajetória e função em diferentes sociedades antigas descrevendo sobre os principais movimentos e
nomes que foram determinantes para que a sociedade começasse a enxergá-las e a tratá-las sobre um
novo olhar. Apresenta ainda, reflexões acerca das Leis 11.340/06 intitulada lei Maria da Penha e, a Lei
13.104/15 conhecida como Lei do feminicídio que asseguram a segurança feminina e a punição para
quem praticar crimes contra elas, refletindo sobre como essas Leis resultaram em uma maior
participação da mulher em sociedade.
PALAVRAS- CHAVE: Mulher, Gênero, Sociedade, Emancipação.
ABSTRACT
This article aims to discuss the role of women in society, the way it has been and continues to be
treated historically, as well as discuss the struggles, achievements and the main names that were
decisive for their emancipation. It uses texts that show their trajectory and function in different past
societies describing on the main movements and names that were determinants so that the society
began to see them and to treat them on a new look. It also presents reflections on Laws 11.340 / 06
entitled Law Maria da Penha and Law 13.104 / 15 known as the Law of feminicide that ensure female
safety and punishment for those who commit crimes against them, reflecting on how these Laws
resulted in a greater participation of women in society.
KEY WORDS: Woman, Gender, Society, Emancipation.
RESUMEN
El presente artículo tiene por objetivo discutir el papel de la mujer en la sociedad, como ella fue y fue
siendo tratada históricamente, así como discursar sobre las conquistas, los principales nombres que
fueron determinantes para su emancipación. El mismo se utiliza de textos que evidencian su
trayectoria y función en diferentes sociedades antiguas describiendo sobre los principales movimientos
y nombres que fueron determinantes para que la sociedad empezara a verlas y tratándolas sobre una 935
nueva mirada. En el caso de las mujeres, la mayoría de las personas que sufren de crímenes contra
ellas, reflejándose sobre que las Leyes 11.340 / 06, titulada Ley Maria da Penha y la Ley 13.104 / 15
conocida como Ley del feminicidio que aseguran la seguridad femenina y el castigo para quienes
cometieron crímenes contra ellas y una mayor participación de la mujer en sociedad.
PALABRAS CLAVE: Mujer, Género, Sociedad, Emancipación.
INTRODUÇÃO
exercício, as mulheres ainda são minoria com 45,5%. Já na Educação Básica as mulheres são
maioria, com 49,1% do corpo de professores (INEP, 2018).
lugar de mulher é na cozinha”. Observa-se que a despeito das conquistas profissionais e com
o desempenho qualificado nas mesmas profissões e com carga horária de trabalho igual aos
dos homens, a mulher continua a receber salários inferiores aos deles. Porém, é fundamental
compreendermos que mesmo com tamanha descriminação e preconceito existente na
atualidade, muita mudança ocorreu em comparação com séculos passados, onde a mulher
“não tinha voz” e “nem vez”.
Para o desenvolvimento da discussão, o texto foi dividido em três partes que se 937
articulam para uma melhor compreensão sobre o tema em questão, na qual inicialmente
discorremos sobre como surgiu o preceito da subordinação da mulher ao homem,
apresentando um histórico sobre a participação feminina nas sociedades antigas. Em seguida
apresentam-se as principais conquistas adquiridas dando ênfase nos nomes que foram
determinantes para a obtenção desses direitos, e por fim, analisa-se criticamente as Leis
11.340/06 intitulada lei Maria da Penha e, a lei 13.104/15 conhecida como lei do feminicídio
que asseguram os direitos da mulher relacionando-as a um quadro de evolução da participação
destas na sociedade.
Ser mulher atualmente é viver perante uma sociedade excludente e machista e em luta
constante na busca de que nossos direitos sejam respeitados. Todavia, a mulher de hoje tem
seus direitos impostos por Lei e sua voz ultrapassa as paredes de seu lar, onde não somos mais
simplesmente mães, esposas e donas de casa.
Mas nem sempre foi assim, no passado era comum que as mulheres ficassem em casa
encarregadas de trabalhos do lar e dedicadas à criação dos filhos. A elas também ficavam
restritos o direito a escolha de maridos, ou da expressão de ideias, em que ficavam a margem
do julgamento da sociedade, muitas vezes restritas do convívio social.
Pode-se dizer que a ideia de superioridade dos homens em relação às mulheres teve
sua origem desde os primórdios da humanidade, a partir da descrição bíblica sagrada que traz
em seus relatos a criação humana, no qual narra que “formou o Senhor Deus o homem do pó
da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida e o homem foi feito alma vivente.”
(Gênesis 2:7) e em seguida “da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma
mulher, e trouxe-a a Adão” (Gênesis 2:22). Com isto, a mulher foi colocada em posição de
subordinação ao marido e, a associação de que somos fruto da matéria prima do homem foi e
é o suficiente para que sejamos rotuladas como “menos importantes e até menos capazes do
que eles”. Mas é óbvio que essa subordinação com base na narração bíblica só será visível a
partir da interpretação que cada pessoa fará da mesma.
Outra passagem bíblica que evidencia o pecado como responsabilidade da mulher 938
encontra-se no livro de Gênesis quando que influenciada pela serpente Eva come do fruto
proibido e incentiva a Adão a comer também, desobedecendo as ordens de Deus e, como
consequência desse ato, Deus castiga a Eva ao dizer: “Mulher, vou aumentar o seu sofrimento
na gravidez, e com muita dor você dará à luz filhos. Apesar disso, você terá desejo de estar
com o seu marido, e ele a dominará” (Gênesis 3:16). Desta forma, somos responsáveis
também pelo pecado do mundo e este é mais um agravante para que sejamos minimizadas e
consideradas “consequências do mal”.
Com a chegada do Brasil Colônia, a mulher via-se limitada ao papel de dona de casa,
filha, mãe e esposa dedicada. Araújo (1993, apud BASTOS et al, 2016, p. 7) discorre que:
A mulher neste período era tida como as portas para o inferno, essa crença foi
herdada dos portugueses que acreditavam que por descender de Eva, a mulher
carregava o pecado original. A alfabetização era quase inexistente no Brasil
colônia para a maioria dos habitantes. A que existia era permeada por alta
rigidez disciplinar, e ainda assim, quando se tratava de homens, pois em
relação à mulher, a educação não se fazia muito presente, pois ela era criada
para ser uma esposa boa, e não para pensar e discutir.
Durante esse período, era comum que as mulheres fossem oferecidas aos homens
pelos seus pais como pagamento de dívidas para serem esposas e até escravas dos mesmos, a
Ainda nas civilizações antigas as mulheres não tinham direito ao convívio social e, em
algumas ocasiões, ficavam impedidas de transitarem em certos cômodos da própria casa.
Também tinham que aceitar o fato de que o marido tinha o direito de possuir quantas esposas
quisessem. As mulheres atenienses mudavam da tutela do pai para a do marido com o
casamento. Quando viúvas, passavam à autoridade do filho mais velho. Não podiam ir ao
mercado, nem aos banquetes com o marido. A ocupação delas era dar ao marido e aos filhos o
que eles quisessem ter e educar as filhas no gineceu.
reproduz ideologicamente a própria estrutura de classes que tende sempre a se mostrar aos
atores sociais de forma linear e não antagônica” (p.121).
Os direitos adquiridos pelas mulheres não se materializaram de uma hora para outra, 941
passeatas, protestos e manifestações, foram alguns exemplos de tudo que diversas mulheres
determinadas e valentes tiveram que enfrentar para garantir sua participação na sociedade.
A passagem do século XIX para o século XX foi o principal cenário que protagonizou
as lutas dos movimentos feministas em busca de igualdade e valorização social. A mulher
deixou de ser vista como coadjuvante e passou a ser aceita como protagonista de sua própria
história. Esta passou a reivindicar seus direitos e seu espaço social, passando a ter novas
possibilidades, responsabilidades e status social.
Com isso, listaremos aqui em ordem cronológica, algumas das principais conquistas
femininas pelo mundo no decorrer do tempo que serviram de alicerce para o cenário social em
que estamos inseridos hoje, onde, de maneira bastante abrangente, estas conquistaram o seu
espaço perante a sociedade.
Em 1405 Christine de Pisan viúva e mãe de três filhos escreveu o livro "La Cité des
Dames", sendo considerada pelas feministas como a primeira mulher a protestar contra o
preconceito e discriminação. Em 1622 Marie de Gournay propõe a igualdade entre homens e
mulheres, destacando a importância da educação para elas na luta pelos seus direitos.
Falls, o primeiro encontro sobre direitos das mulheres. Em 08 de março de 1857 operárias da
indústria têxtil de Nova Iorque (EUA) se mobilizaram e protestaram contra os baixos salários,
o direito a licença-maternidade e exigiram a redução da carga horária de trabalho para 12
horas por dia. No acontecimento cerca de 129 operárias morreram queimadas pela força
policial numa fábrica têxtil.
jornalista alemã Clara Zetkin em união com mulheres vindas de 17 países. Durante o governo
de Getúlio Vargas no Brasil em 1932, é intitulado o direito feminino ao voto, e em 1940 as
brasileiras passam a se unificar em prol de mais participação na vida política e econômica do
país.
Em 1985 é criado no Brasil o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e tinha como
proposta “[...] promover, em âmbito nacional, políticas para assegurar à mulher condições de
liberdade, igualdade de direitos, e plena participação nas atividades políticas, econômicas e
culturais do país” (MIRANDA, 2009, p. 10).
direitos da mulher são direitos humanos”. Ainda no ano de 1993 é realizada a IV Conferência
Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher em Beijing, na China, esta marcou o
reconhecimento definitivo do papel econômico e social da mulher, abriu os caminhos do
futuro e consagrou todas as conquistas das mulheres.
O papel da mulher politizada ainda está por ser feito, uma vez que pode ser entendido
como prioridade na formação de professores, considerando que a vida profissional ou
acadêmica da mulher não a eximiu de seus papeis de “dona-de-casa” ou de “empregadas do
lar”, ocasionando sobrecarga de trabalho denominada de “terceiro turno” que dificultam as
atividades acadêmicas.
Portanto, a formação docente deve considerar o contexto social e cultural das mulheres
que chegam no ensino superior, como já demonstraram os estudo de Takahara, Mendes e
Rinaldi (2016), ao “perceber que as escolhas para cursos de ensino superior das mulheres
avaliadas, ainda se enquadram nas opções postas como “profissões femininas”,
provavelmente pela cultura enraizada pela história de nosso país. (p. 605).
Os direitos que asseguram a mulher hoje em dia foram conquistados durante muitos
anos de lutas e sofrimentos, hoje temos várias Leis que garantem a participação destas nos
mais diversos lugares antes considerados “impróprios” ou “coisas que só um homem é capaz
de fazer”. Atualmente, existem cerca de 100 mil Leis em vigor, segundo Costa (2014) e
algumas foram criadas exclusivamente para garantir os direitos femininos e promover a
inclusão desta socialmente. A seguir discorremos sobre a Lei “Maria da Penha” e a Lei do
“Feminicídio” que asseguram a segurança feminina e a punição para os que cometem crimes
contra estas por motivos torpes.
pessoa pelo simples fato dela ser do sexo feminino. O agente violador desses
direitos não distingue suas vítimas através de sua raça, classe social, religião,
idade ou nenhum outro fator condicionante que não seja apenas, o fato delas
serem mulheres. Ainda, segundo este órgão, é possível reconhecer a violação
de direitos direcionados ao gênero feminino como a conduta que – tanto de
forma omissiva como comissiva – discrimine, agrida ou coaja uma pessoa
especificamente devido a esta ser mulher, causando sua morte, dano,
constrangimento, limitação e/ou sofrimento de cunhos físico, sexual, moral,
psicológico, social, econômico/patrimonial e também político.(COSTA, 2014,
p.159).
944
A lei recebeu esse nome como forma de homenagear à farmacêutica Maria da Penha
que após sofrer agressões por parte do seu marido durante vários anos, nunca desistiu de ver
seu agressor condenado. Essa Lei também serve para todas as pessoas que se identificam com
o sexo feminino, heterossexuais e homossexuais. Isto quer dizer que as mulheres transexuais
também estão incluídas.
De acordo com Juliana Bezerra (2011) “anos depois de ter entrado em vigor, a lei
Maria da Penha pode ser considerada um sucesso. Apenas 2% dos brasileiros nunca ouviram
falar desta lei e houve um aumento de 86% de denúncias de violência familiar e doméstica
após sua criação”.
Outra Lei que veio para assegurar a punição aos responsáveis por crimes cometidos
contra as mulheres foi a Lei Nº 13.104, de 9 de março de 2015 intitulada como Lei do
Feminicídio. Esta inclui o feminicídio no rol dos crimes hediondos e foi criada devido a
necessidade de providencias mais rigorosas refletidas nos altos índices de violência contra as
mulheres no Brasil.
No âmbito jurídico a atuação das mulheres está cada vez mais frequente, já se tem um
número cada vez mais de magistradas em todas as varas jurídicas que seu profissionalismo se
tornou famoso, como o caso do goleiro Bruno, no qual a juíza que acompanhou o caso era
mulher, ainda acompanhamos o desempenho cada vez mais eficiente da mulher nas
delegacias, como policiais que vão para a rua e são capazes de enfrentar confrontos etc.
mulheres nas forças armadas brasileiras, na força aérea, na marinha onde em novembro de
2012 foi a promoção da primeira mulher ao cargo de general das forças Armadas.
Nas redes comerciais as mulheres se destacam, nos ramos de cosméticos, spars, nas
áreas executivas, há mulheres à frente da diretoria e até na presidência de grandes
conglomerados espalhados por todo o mundo, dessa forma, compreendemos a influência e a 946
Os movimentos sociais tem sido um dos acontecimentos mais comentados nos últimos
anos, são manifestações da população reivindicando seus direitos como cidadãos, onde, a
participação feminina é maioria significativa para esses grandes movimentos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os direitos conquistados pelas mulheres não surgiram do dia para a noite, e para
chegar aonde chegamos hoje, muitas batalhas foram travadas e graças à garra daquelas que
não desistiram de lutar pela igualdade, podemos hoje trabalhar, estudar, votar, decidirmos o
que é melhor para nosso corpo e alma, e principalmente conseguimos receber da sociedade o
respeito que realmente merecemos ter.
É claro que ainda temos muito que lutar pelo direito a igualdade, seja no campo da
política, da educação da vida privada, apesar de significativas conquistas em espaços
distintos. E, especialmente, como acadêmicos e pesquisadores, se observa a luta a ser
fortalecida no campo da educação aonde ainda somos restringidas a trabalhar com menores
salários.
947
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Juliana. Lei Maria da Penha. Toda Matéria: conteúdos escolares. 2011.
Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/lei-maria-da-penha/>. Acesso em: 27 de
ago. 2018.
GREGORY, Maria. Uma viagem feminista no tempo. In: Lado M. 2016. Disponível em:
http://www.lado-m.com/uma-viagem-feminista-no-tempo-grandes-mulheres-demarco/.
Acesso em: 06 de jul. 2018.
SOUZA, D. A., Kazmierczak, M., & Couto, R. Mulher e sociedade: Como podemos
compreender as mulheres à luz de seus direitos sociais na contemporaneidade?. Revista
Eletrônica. v. 3, n. 1, p. 3, Set de 2012. Disponível em:
<file:///C:/Users/Guilherme/Desktop/Artigo%20de%20Joca/REVISTA%20ELETRÔNICA.p
df>. Acesso em: 02 jul. 2018.
WEBGRAFIA
RESUMO
Este estudo tem por finalidade refletir acerca das contribuições que o PIBID oportuniza as escolas da
educação básica por meio das ações desenvolvidas nessas instituições educacionais, que por vezes são
vistas pela sociedade de forma dicotomizadas no processo de formação dos docentes, tanto inicial,
quanto no exercício contínuo de formação na construção da identidade docente. O estudo está pautado
em análises bibliográficas de cunho exploratório e conhecimentos empíricos advindos das
experiências vivenciadas nas escolas da rede pública de ensino assistidas pelos discentes bolsistas de
iniciação à docência do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande, Campus
Cajazeiras PB. Concluímos que a relação Escola-Universidade exerce um papel importante para o
processo de ensino-aprendizagem do discente de Licenciatura e aos alunos atendidos pelo programa.
Dar-se por meio de uma inter-relação entre estes indivíduos e as instituições de ensino superior e
educação básica.
PALAVRAS-CHAVE: Escola-Universidade, PIBID, Formação docente.
ABSTRACT
We will reflect on the contributions made by PIBID to basic education schools. The study is based on
bibliographic analyzes of an exploratory nature. We conclude that the School-University relationship
plays an important role for the teaching-learning process of undergraduate students and the students
served by PIBID.
KEY WORDS: School-university, PIBID, Teacher training.
RESUMEN
Reflexionamos sobre las contribuciones que el pibid permite a las escuelas de educación básica. El
estudio está pautado en análisis bibliográficos de cuño exploratorio. Concluimos que la relación
INTRODUÇÃO
951
Podemos dizer que essas instituições supracitadas são vistas pela sociedade de forma
dicotomizadas no processo de formação dos docentes, tanto no processo inicial, quanto no
exercício contínuo de formação, são separadas em um mesmo contexto educacional na qual
supervalorizam a universidade como a única mediadora da construção de saberes científicos,
conhecimentos sistematizados e práticas fundamentadas, e desvalorizam o processo de
construção que ocorre na escola, ignorando a produção de saberes, conhecimentos e práticas
que são constituídos no espaço escolar.
Este estudo tem por finalidade refletir acerca das contribuições que o PIBID
oportuniza aos envolvidos no programa junto às escolas de educação básica, por meio das
ações desenvolvidas nesses ambientes. Para a organização do texto são apresentadas
considerações legais sobre o PIBID, a relação imbricada entre a vivência na escola, de teorias
e orientações, práticas apreendidas na universidade como possibilidade de os alunos bolsistas 952
Por meio dessa vivência nas escolas da educação básica, os bolsistas possuem a
possibilidade de relacionar as teorias e práticas apreendidas na sua formação em sala de aula,
adequá-las a realidade que a escola está inserida de acordo com o contexto social,
compreender as singularidades que cada aluno possui e, assim, desenvolver metodologias que
atendam às necessidades específicas dos discentes, potencializando e possibilitando
desenvolverem seus múltiplos saberes e especificidades, construindo uma práxis docente
significativa que qualificará o processo de ensino-aprendizagem . Nesse sentido, podemos
pensar que:
por meio da prática compensando possíveis lacunas existentes na matriz curricular dos cursos
de licenciatura.
educativo.
Sem dúvida alguma, é visível a importância e contribuições que este programa possui em
relação a uma formação diferenciada de professores nos cursos de licenciaturas oferecidos por tal
instituição de Ensino Superior. Fundamenta-se a partir de instrumentos e matérias socioeducativos
construídos em plantões pedagógicos, desenvolvimento de projetos, pesquisas, orientações, trabalho
em equipe, problematização, resolução e resultados que são alcançados através da proposta oferecida
pelo PIBID.
A partir disso, podemos entender essa interação como um processo dialógico na qual
há uma reciprocidade entre o ensinar e o aprender, em que ambos se constituem
concomitantemente. Assim, tanto a universidade, quanto a escola são responsáveis pela
construção dos múltiplos saberes, conhecimentos e práticas, sejam eles científicos,
sistematizados e fundamentados.
possui a prática pedagógica reflexiva nas abordagens e mediações das atividades com os
alunos no processo de ensino-aprendizagem. Assim,
Segundo Barros, (1990, p. 21) é necessário “[...] clarear o que entendemos por
iniciação científica, o seu papel e sua dimensão nos cursos de graduação ou na vida
universitária em geral”. No qual irá apresentar o conceito de “iniciação” que segundo o autor
significa “[...] ato de adentrar numa fase nova em que se necessita de uma preparação
preliminar para tal” (Idem).
Essa modificação do indivíduo que em meio à globalização, sempre tem relação com
diferentes culturas e é motivado por ela, isto é, por outros fatores, passa por um processo de
transformação. Portanto, a construção da identidade é influenciada por vários fatores que
permeiam os mais diversos espaços socias, e tanto a universidade, quanto a escola, colaboram
para essa construção que se apresenta historicamente estando sujeita a transformações.
959
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
TARDIF, M.; LESSARD, C.. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência
como profissão de iterações humanas. 4. ed. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
961
RESUMO
ABSTRACT
This article aims to analyze and reflect the perceptions about Learning Assessment in Higher
Education. A brief historical context as well as the analysis of the different definitions of the
evaluation methods in the universities, and on the evaluation and its methodologies, contemplated in
this study. We can guarantee that in the history of education, evaluation has continuously played the
role of qualifying, labeling and classifying learners. But, over time, there was an expansion of studies
in this area, this connotation gave room to a broader concept of the act of evaluating. Bringing a
perspective equipped with a set of research regarding the evaluation of learning in the context of
166
Graduada em Ciências exatas habilitada em Química, Pós- Graduanda Em Docência Do Ensino Superior Pela
Universidade Federal De Campina Grande.
167
Graduado Em Letras, Pós- Graduando Em Docência Do Ensino Superior Pela Universidade Federal De
Campina Grande – UFCG.
168
Professor Adjunto Do Curso De Licenciatura Em Química Da UACEN/CFP/UFCG.
university education, we meditate the influence that the evaluation practices have on the approach of
university students in relation to learning. In the end, we discuss some concepts about the importance
of the evaluative choices made by undergraduate students.
KEYWORDS: evaluation; higher education; learning.
RESUMEN
El presente artículo tiene el objetivo de analizar y reflejar las percepciones sobre la Evaluación del
Aprendizaje en la Enseñanza Superior. Un breve contexto histórico así como el análisis de las distintas
definiciones de los métodos de evaluación en las universidades, y sobre la evaluación y sus
metodologías, contemplada en este estudio. Podemos asegurar que en la historia de la educación, la
evaluación continuamente ejerció el papel de calificar, etiquetar y clasificar a los educandos. Pero, con
el paso del tiempo, hubo una expansión de los estudios en esa área, esa connotación citada dio espacio
a un concepto más amplio del acto de evaluar. Tratándose de una perspectiva equipada por un
conjunto de investigaciones sobre la evaluación del aprendizaje en el contexto de la enseñanza
universitaria, meditamos la influencia que las prácticas de evaluación ejercen sobre el enfoque de los
universitarios en relación al aprendizaje. Al final, abordamos algunos conceptos acerca de la
importancia de las elecciones evaluativas desempeñadas por los alumnos que actúan en la graduación.
PALABRAS CLAVE: evaluación; enseñanza superior; el aprendizaje.
INTRODUÇÃO
Conforme Vasconcellos (2000, p. 44), o ato de avaliar deve ser discutido, uma vez
que, a avaliação tem uma enorme complexidade, visto que está permeada de subjetividade do
ser humano, logo, interferi no processo avaliativo e, também nos resultados obtidos. Nessa
concepção, propor uma reflexão da avaliação em suas diversas formas, etapas, modalidades
etc. é pertinente.
consciência de toda comunidade acadêmica a respeito dessa prática avaliativa que deve ser de
qualidade nesse nível de ensino, enfim estamos discutindo da formação de formadores.
sua vez, impede o avanço e desenvolvimento do setor educacional. Neste sentido, o estudo e
consequente transformação dos métodos avaliativos se fazem necessários para o avanço da
sociedade (RAYMUNDO, 1998).
Perante tal realidade, a qualidade do ensino torna-se parte das discussões educacionais
na sociedade como um todo. Chaves (2003) ao aprofundar os estudos sobre a questão da
avaliação da aprendizagem no ensino superior salienta que tanto na teoria, quanto na prática, a
avaliação da aprendizagem nesse nível de ensino se reveste de rituais e atitudes
discriminatórias.
O período dos anos 90 foi um momento de repensar a educação e seus métodos tendo
em vista melhorias no processo ensino-aprendizagem. Já não eram eficientes os métodos
tradicionais como forma de avaliação (BONNIOL E VIAL, 2001). A avaliação passaria não
apenas a classificar e selecionar alunos burocraticamente, mas uma alternativa pedagógica
dentro do processo formativo.
A avaliação é vista em modalidades diferentes com certa distinção entre cada uma.
Ferreira et al. (2017) coloca que “o ato de avaliar exige, antes que se defina aonde se quer
chegar, que se estabeleçam os critérios, para, em seguida, selecionar os procedimentos”.
VIAL, 2001).
Que instituição formadora queremos? A quem ela pertence? Como avaliar? São
perguntas pertinentes ao diálogo, e é através desses questionamentos que nos faz seguir setas
Não é julgar em certo ou errado os métodos avaliativos existentes, cada educador com
sua flexibilidade naquilo que ele acha pertinente a usar como meios avaliativos. Mas, é
ressignificar-los em uma visão de que o aluno é ser singular nesse processo de ensino-
aprendizagem. É ir mais além da uniformização que o educando se submete através deste
sistema de exames avaliativos tradicionais como as provas e exames avaliativos (MORHY,
2003).
Não é através deste acumulo de provas que o aluno terá um resultado concreto sobre
sua real aprendizagem, mas é preciso sobre tudo avaliar sua singularidade como ser social e
todas as suas atribuições nesse processo da aprendizagem.
Nesta visão de Libâneo, as avaliações devem ser objetivas no que diz respeito ao que o
conhecimento do aluno possa ser comprovado nas mais variadas esferas do conhecimento.
Que não seja apenas adquirido para aquelas semanas de provas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim, a importância de refletir sobre o ato de avaliar nos induz a oportunidades
de mudanças de perfil diante a uma prática avaliativa que muitas vezes tem como principal
objetivo medir o conhecimento dos educandos. Possibilitando a melhoria na didática em sala
de aula aliando o processo ensino-aprendizado que é essencial para que haja uma
transformação no cenário de uma avaliação que tem exclusivamente uma finalidade de
aprovar e reprovar.
Contudo, é um enorme desafio adotar uma prática avaliativa diferenciada, por que não
se trata apenas de aplicar uma avaliação desestruturada, é necessário pensar em uma avaliação
que exerça um papel com responsabilidade e que inclua um compromisso com a qualidade da
educação.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 56ª. Ed.
Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. 15. Ed. São Paulo: Cortez, 1999.
OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo Professor de Português Precisa Saber: a teoria
na prática. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
970
RESUMO
O presente artigo visa descrever uma entrevista realizada com uma professora da Educação infantil e
um professor das séries finais do Ensino Fundamental II, em escolas diferentes. Tendo por objetivo
analisar as relações presentes no cotidiano escolar nos dias atuais na visão dos professores.
Entendendo que o desempenho e conquista alcançada no ambiente de trabalho advém boa parte, das
relações que estabelecemos nesse contexto. Veremos opiniões, algumas vezes, contrarias entre os dois
entrevistados, representando assim, as diferentes visões encontradas no mesmo ambiente. Reforçando
que as boas relações dentro do ambiente escolar contribuem com o bem estar pessoal e, além disso, é
fator determinante no aprendizado do aluno. As conclusões apontam para a necessidade de se
estabelecer uma equipe harmoniosa que vise um mesmo objetivo para o atendimento das metas da
escola, como também é preciso que a sala de aula seja um ambiente amistoso tanto para professor,
como para aluno.
PALAVRAS-CHAVE: Relações interpessoais; Ambiente escolar; Cotidiano escolar.
ABSTRACT
The present article aims to describe an interview conducted with a teacher of early childhood
education and a teacher of the final grades of Middle School, in different schools. The objective of this
study is to analyze the present relations in the daily school life in the present day in the view of the
teachers. Understanding that the performance and achievement attained in the work environment
comes from much of the relationships we establish in this context. We will see opinions, sometimes
contradictions between the two interviewees, thus representing the different views found in the same
environment. Reinforcing good relationships within the school environment contributes to personal
well-being and, moreover, is a determining factor in student learning. The conclusions point to the
need to establish a harmonious team that aims at the same objective to meet the goals of the school, as
well that the classroom needs to be a friendly environment for both teacher and student.
KEY WORDS: Interpersonal relations; School environment; School daily.
169
Graduanda de licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Campina Grande - Campus Cajazeiras.
170
Doutora em Educação (UFRN). Professora do PROFLETRAS e da Unidade Acadêmica da Educação –
UFCG/CFP. Coordenadora do projeto de pesquisa e extensão: Integração ensino-serviço na humanização do
cuidado às crianças e adolescentes hospitalizados na UFCG/CFP.
marillacrs@gmail.com
RESUMEN
El presente artículo pretende describir una entrevista realizada con una profesora de Educación infantil
y un profesor de las series finales de la Enseñanza Fundamental II, en escuelas diferentes. Con el
objetivo de analizar las relaciones presentes en el cotidiano escolar en los días actuales en la visión de
los profesores. Entendiendo que el desempeño y logro alcanzado en el ambiente de trabajo viene
buena parte, de las relaciones que establecemos en ese contexto. Veremos opiniones, algunas veces,
contrarias entre los dos entrevistados, representando así las diferentes visiones encontradas en el
mismo ambiente. Reforzando que las buenas relaciones dentro del ambiente escolar contribuyen con el 971
bienestar personal y, además, es un factor determinante en el aprendizaje del alumno. Las
conclusiones apuntan a la necesidad de establecer un equipo armonioso que apunte a un mismo
objetivo para la atención de las metas de la escuela, como también es necesario que el aula sea un
ambiente amistoso tanto para el profesor, como para el alumno.
PALABRAS CLAVE: Relaciones interpersonales; Ambiente escolar; Cotidiano escolar.
INTRODUÇÃO
O tema a ser abordado no decorrer deste trabalho será a importância das relações
dentro do ambiente escolar, enfatizando a afetividade e o companheirismo como fatores
determinantes no cotidiano escolar não só de professores, mas também de alunos e de toda a
equipe. Tendo em vista que, as relações que estabelecemos em nosso ambiente de trabalho,
interferem diretamente em nosso desempenho, principalmente quando não conseguimos
“separar” ou entender como cada relação estabelecida deve ser vivida, nos diferentes
ambientes em que nos encontramos.
171
Andreia (Profa. da Educ. Infantil) e Marcos (Prof. do Fund. I)
Responderam o seguinte:
É o que Coutinho (2005) chama de “conforto ambiental”, ou seja, para que o professor
consiga desenvolver seu trabalho da melhor maneira possível, ele necessita de um ambiente,
que lhe proporcione conforto. Esse conforto gira em torno das boas condições da estrutura
física da escola e do bem-estar, individual e coletivo, do profissional. O ambiente também 973
Marcos: Tenho uma boa relação com meus colegas. Sempre conseguimos
entrar em acordos referentes às ações que serão desenvolvidas na escola.
Como por exemplo, nos planejamentos e projetos.
Diante das respostas obtidas nesta indagação é possível notar que há diferenças entre
as opiniões e estabelecimento das relações entre os entrevistados e seus colegas de trabalho. O
fato de essas relações se estabelecerem de maneiras diferentes podem acontecer por diversos
fatores, tais como a visão que o profissional tem da participação de seus colegas no convívio
diário, ou seja, se o professor ver ou não, importância no trabalho dos demais profissionais,
Andreia: A minha relação com a direção está boa. Tudo o que preciso falo
diretamente com a direção e coordenação. Como também tenho uma relação
de amizade com a diretora, e isso também ajuda no ambiente de trabalho.
Marcos: Conseguimos estabelecer uma boa relação com direção. Ela estar
sempre disposta a nós (professores) ajudar no desenvolvimento do nosso
trabalho.
Percebemos que ambos os professores, possuem uma relação boa com a direção da
escola onde trabalham. No que diz respeito a sua relação com os colegas de trabalho e
direção, disse manter um bom relacionamento com todos, buscando parceria, estabelecendo
diálogo e também companheirismo, sabendo que essa boa relação lhe traz um melhor
desempenho profissional e também contribui para uma melhor organização do trabalho
escolar. É possível notar ainda que a entrevistada, a professora Andreia, afirma manter uma
boa relação com a gestão, porém essa boa relação advém de outra relação estabelecida entre
elas, a amizade, que parece estar em primeiro lugar.
Nessa perspectiva, Madalena Freire (1992, p.50), em seu livro Paixão de Aprender,
cita Pichon-Rivière que afirma o seguinte, “pode-se falar em um grupo quando um conjunto
de pessoas movidas por necessidades semelhantes se reúne em torno de uma tarefa
especifica”. Ou seja, mesmo esses indivíduos possuindo a mesma finalidade, que os fazem
tornar um grupo com um objetivo em comum, cada um possui sua especificidade e diante do
outro mostra essa diferença, construindo a sua própria identidade. Pois, essa identidade “é um
produto das relações com os outros”, já que estamos falando em grupo.
975
Andreia: A relação com meus alunos é de extrema importante. Amo cada um
deles. Sei da vida de cada um. Tenho convivência com eles dentro e fora do
ambiente escolar. Ganho muitos presentes, carinhos e abraços.
A relação professor e aluno é vista aqui como uma relação de respeito mútuo e afetivo,
a professora ressalta que se diverte em sala de aula, o que nos dá a entender que esta
proporciona aos alunos um ambiente agradável tanto para ela como para os alunos o que
contribui nitidamente para um melhor aprendizado.
Segundo Alves, C. M. et al. (2012, p.4), “um aspecto importante da auto-estima diz
respeito às relações interpessoais. A maneira pela qual você se relaciona com as pessoas de
seu convívio é diretamente afetada pela forma como você se sente a seu respeito.”
O ponto a ser debatido a seguir é a questão da relação entre professor e pais, ou ainda
da relação escola-família. Sabemos da importância da relação ativa-positiva entre os
profissionais da escola e a família dos alunos, para o melhor desempenho do trabalho dos
profissionais, como também para juntos auxiliarem no melhor desenvolvimento dos alunos. 976
Andreia: A minha relação com os pais dos meus alunos é maravilhosa. Eles
me tratam super bem. Ganho muito elogios, presentes. Me sinto da família.
Algum aluno vem para a minha residência nos finais de semanas. Sei da vida
de cada um. A minha relação é além da sala de aula. Criamos laços que nunca
será desfeito. Amo a minha profissão.
A entrevistada, fala ainda da sua relação com as famílias de seus alunos, destacando
que procura manter diálogo entre ambos, como forma de aproximá-los da escola, na tentativa
de fazê-los mais presentes no processo de aprendizado e no acompanhamento do rendimento
de seus filhos.
Por último e não menos importante, foi perguntado como é a relação com os familiares
a sua profissão. 977
Ninguém melhor que nossa família para nos auxiliar e incentivar na vida profissional
que “escolhemos”. Ela conhece nossas competências e capacidades. A família tem um papel
fundamental no tocante ao incentivar seus filhos, por se tratar do primeiro grupo de convívio
dos mesmos, a recusa ou aceitação, por parte dos pais, diante da profissão que o filho escolhe,
diz muito do percurso profissional do mesmo.
Muitas vezes a família influencia na escola da profissão. Isso pode ser visto, tanto
como positivo quanto negativo. Negativo, no sentido de família tirar a autonomia do
indivíduo, e esse deixar de exercer algo que ele queria de verdade. Positivo, porque o
indivíduo se espelha em pais, tios, tornando algo comum, sem colocar pressão na escola. E
apesar de escola ser influenciada, se torna mais livre, pelo meio em que vive.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É nítido que as boas relações dentro do ambiente escolar contribuem com nosso bem
estar pessoal e, além disso, é fator determinante no bom aprendizado do aluno. É necessária
uma equipe harmoniosa que vise um mesmo objetivo para o atendimento das metas da escola,
como também é preciso que a sala de aula seja um ambiente amistoso tanto para professor,
como para aluno.
REFERÊNCIAS
ALVES, C. M.; et al. A auto-estima no trabalho. Revista Jurídica Online 2007 da Faculdade
Atenas, v. 5, p. 15, 2012. Disponível em: <
http://faculdadeatenas.edu.br/arquivos/NucleoIniciacaoCiencia/RevistaCientifica/REVISTA%
20CIENTIFICA%202007/1A%20AUTO-ESTIMA%20NO%20TRABALHO.pdf>. Acesso
em: 01/02/2018.
DAVIS, C; Silva, M e Espósito, Y. Papel e valor das interações na sala de aula. Cadernos de
pesquisa, 71.1989. p. 49-54.
FREIRE, Madalena. O que é um grupo. in: paixão de aprender [at al.:Esther Pillar Grossi,
org, Petrópolis, RJ: vozes, 1992.
PATTO, Maria Helena Souza. Introdução a psicologia/ Maria Helena de Souza Patto – 4. Ed.
--- São Paulo: Casa do Psicólogo, 2016.
979
RESUMO
INTRODUÇÃO
172
Nos estudos sobre os aspectos afetivos, motores e cognitivos do desenvolvimento infantil, podemos encontrar
o termo domínios, campos ou conjuntos funcionais.
Essa concepção de desenvolvimento defendida pelo autor, nos traz subsídios para
analisá-la sob à luz de uma perspectiva transdisciplinar de compreensão do desenvolvimento
infantil, pois, considera que o sujeito não se desenvolve de forma fragmentada, mas sim a
partir de uma integração dos diferentes domínios funcionais que o compõem, e que, desse
modo, necessitam ser considerados como partes relevantes nesse processo. A
transdisciplinaridade ao enfatizar a complexidade que perpassa todas as coisas, reflete, assim,
nos pressupostos da teoria walloniana, de modo que ambas enxergam o que está para além do 982
que é posto, considerando o que tende a ser excluído e/ou deixado em lugar de menos
importância pelas pessoas e diferentes instâncias políticas e sociais.
Henri Wallon além de uma grande figura acadêmica, foi também um homem político,
porém, sua participação na humanidade foi marcada mais por sua dedicação enquanto
pesquisador. O teórico na busca incessante por compreender o psiquismo humano, encontrou
nos estudos sobre a criança, uma forma de chegar a seus reais objetivos, pois, através de um
estudo do desenvolvimento infantil, é possível ter acesso a gênese dos processos psíquicos
dos sujeitos. Wallon (1941) focou sua análise numa perspectiva de desenvolvimento
abrangente e global, que considera os diferentes domínios – afetivo, cognitivo e motor –, que
dele são resultantes, pelo qual todos estes nas suas diferentes etapas, implicam com o todo do
processo de desenvolvimento infantil – a construção da personalidade.
fora dos ambientes escolares e, por fim, nas influências deste trabalho no processo de
desenvolvimento das crianças.
É certo que desde muito cedo as crianças se comunicam com seu entorno por meio de
choro, espasmos, gestos e sinais particulares, tornando-se assim sujeitos funcionais que
precisam ser compreendidos pelos pais ou responsáveis, para um atendimento imediato das
suas necessidades fisiológicas, psicológicas e afetivas. Com isso, o seu desenvolvimento
ocorre por meio de uma inter-relação entre a sua condição orgânica e sua condição enquanto
sujeito social inserido em uma determinada cultura, com costumes, valores e crenças
particulares do seu grupo. Em meio a esta realidade, vê-se a necessidade de uma maior
compreensão das concepções em torno da afetividade e sua epistemologia, o que requer,
também, uma discussão dos demais conjuntos funcionais que compõe o que Wallon (1973)
chama de pessoa integral.
Vemos aqui uma das principais características da teoria psicogenética walloniana, que
considera o caráter biológico e social do desenvolvimento infantil, na medida em que essa
abordagem abarca um desenvolvimento não-fragmentado do sujeito, pelo qual tanto fatores
biológicos quanto sociais, ou seja, internos e externos ao indivíduo, contribuem para esse
984
processo de desenvolvimento contínuo.
Nessa perspectiva Prandini (2004) reforça o pensamento e nos diz que a teoria
walloniana enfatiza que o processo de ensino-aprendizagem dos educandos se dá por meio de
uma integração em duas direções. A primeira diz respeito às relações que o indivíduo
estabelece com o meio, na qual o outro é sujeito indispensável no seu desenvolvimento. Esse
processo é chamado de integração organismo-meio, na qual se integra o potencial genético
dos sujeitos com as relações que o mesmo irá estabelecer com o meio em está inserido. Uma
integração da criança com o meio em que vive, de modo a estabelecer uma íntima relação dos
fatores orgânicos e socioculturais.
173
O genótipo diz respeito às características genéticas do sujeito, enquanto que o fenótipo é resultado da
interação do genótipo com as condições do meio em que o indivíduo se encontra inserido.
inseparáveis na constituição do quarto conjunto funcional que ele chamou de pessoa, – que se
caracteriza pela integração de ambos no processo de desenvolvimento do sujeito. Assim, “Os
domínios funcionais, portanto, são constructos de que se lança mão para analisar o homem
como objeto de estudo, por meio do agrupamento de funções em categorias, de acordo com
suas características predominantes” (PRANDINI, 2004, p.30).
constituem o sujeito integral. É desta forma que o conceito de pessoa na teoria walloniana
deve ser compreendido.
Para Wallon (1973) no que compete ao conjunto motor, este trata-se de uma
combinação de todos os movimentos executados pelo corpo do sujeito, que o permite
deslocar-se de acordo com o tempo e o espaço, de modo a expressar suas emoções e
sentimentos, auxiliando, assim, o seu pleno equilíbrio. Já o conjunto cognitivo é o campo que
transforma em conhecimento todas as ações exercidas pelos sujeitos, auxilia e organiza as
representações do vivido. Enquanto que o conjunto afetivo envolve os componentes do ato
motor e cognitivo, e é onde estão presentes as emoções, os sentimentos e a paixão.
Essa predominância ora do cognitivo, ora do afetivo, se dar de forma a no decorrer do 986
A autora Prandini (2004, p. 43) de acordo com a teoria walloniana, discorre que é
dever do professor “[...] reconhecer as condições de seus alunos, em especial seus afetos, seus
desejos, a fim de procurar canalizá-los para que colaborem na produção do conhecimento”.
Uma boa relação dos sujeitos que fazem parte do cenário educativo é imprescindível para
transformar o ambiente escolar em um local agradável e que esteja favorável para o pleno
desenvolvimento da aprendizagem dos educandos
Para Saltini (2008, p.98), o educador sensível é aquele que questiona suas ações
baseando-se na abordagem que a criança faz da realidade, verbalizando uma realidade vista a
seu modo (criança), com as suas capacidades estruturais, funcionais e afetivas. Portanto, isso
ganha maior significado ao pensarmos no ambiente da sala de aula, principalmente infantil,
pelo qual percebemos que esse é um local em que estão centrados todos os tipos de emoções.
Sujeitos que necessitam de afeto, que veem na escola uma alternativa para suprirem tais
desejos e carências, que, muitas vezes, são condições do seu próprio ambiente familiar.
174
O que Wallon (1973) chama de movimento centrípeta.
175
O que Wallon (1973) chama de movimento centrifuga.
Desde meados do século XIV que o paradigma vigente na nossa sociedade é aquele
apontado por René Descartes, em que considera que para se obter um real conhecimento sobre
algo, é preciso dividirmos esse “algo”, ou seja, fragmentá-lo em partes distintas para
podermos entendê-lo. Este paradigma tornou-se dominante e influenciou de forma
determinante a concepção de educação formulada pelas instituições de ensino, de modo que a
organização estruturante e inflexível dos currículos destas, em disciplinas, é resultado de tais
influências.
176
Segundo Nicolescu (2000), o prefixo trans de transdisciplinaridade indica o que está ao mesmo tempo entre
as disciplinas, através delas e além de qualquer uma delas, dando uma ideia de transcendência e de inter-
relações no mundo e na vida. A transdisciplinaridade está relacionada ao mundo acadêmico, pois se preocupa
com aquela parte do mundo real que trata do conhecimento, de sua organização em disciplinas, das
superposições e espaços vazios entre elas.
[...] as mentes formadas pelas disciplinas perdem suas aptidões naturais para
contextualizar os saberes, do mesmo modo que para integrá-los em seus
conjuntos naturais. O enfraquecimento da percepção do global conduz ao
enfraquecimento da responsabilidade (cada qual tende a ser responsável
apenas por sua tarefa especializada), assim como ao enfraquecimento da 988
solidariedade (cada qual não mais sente os vínculos com seus concidadãos).
Uma nova concepção de compreensão da realidade passou a ser analisada no que diz
respeito ao modo como as disciplinas presentes nos currículos das instituições de ensino, eram
compartimentadas e não estabeleciam nenhum tipo de relação complementar umas com as
outras, de modo que ao mesmo tempo emergia cada vez mais a necessidade de uma maior
articulação entre estas, ao ponto que isso resultou numa grande e significativa mudança de
percepção em relação às ciências humanas e da natureza. O que pudemos ver na proposta da
discussão do tópico anterior, em que Wallon (1941) propõe a compreensão de um
desenvolvimento que não compartimentalize as dimensões humanas, mas sim estabeleçam
relações entre estas.
Em meio a essas e tantas outras críticas, surge o paradigma emergente, que requer que
saibamos que a necessidade de uma nova compreensão da organização das relações existentes
no mundo e seus efeitos para com este, é condição do ser humano, ao ponto que somos
resultado das interações decorrentes do espaço em que vivemos, e, portanto indissociável ao
funcionamento deste. Com essas críticas e em meio aos avanços na área da Mecânica
Quântica, segundo Santos e Sommerman (2009) os alicerces que asseguravam o pensamento
cartesiano de um mundo uno e imutável dão lugar ao múltiplo e ao mutável - que propõe o
pensamento complexo das coisas -, de modo que trouxe consigo uma ruptura radical em
relação a até então mecânica clássica que se tinha conhecimento.
Os respectivos pilares nos atentam para o fato de que todo e qualquer objeto ou
fenômeno está suscetível à contrariedade, ao antagonismo, de maneira que ambos os pólos
dessa complementaridade, encontram em algum momento um ponto de equilíbrio que os
subsidiam na busca por uma coexistência dinâmica, formando, assim, um sistema aberto e
sujeito a criação de outros níveis de realidade perante essa interação de pólos opostos.
Desse modo, pensar numa educação pautada numa abordagem transdisciplinar, requer
que saibamos que isso acarretará em uma transformação do modo de se conceber as finalidade
educacionais, o que implica uma mudança de atitude, ao ponto que resultará em um novo
olhar sob os diferentes aspectos que são, muitas vezes, desconsiderados na lógica cartesiana
do paradigma dominante. Aspectos como, por exemplo, a compreensão do desenvolvimento
infantil de forma integrada – a partir da integração dos domínios cognitivo, motor e afetivo.
990
organismo, e é a partir dela que o conceito de pessoa de Wallon como um domínio funcional
que integra os outros três deve ser entendido”. É nessa perspectiva que Wallon (1941) foi um
teórico transdisciplinar, considerando as relações que os conjuntos afetivo, cognitivo e motor
estabelecem entre si e com o todo que os compõem – que nesse caso, seria a formação da
personalidade infantil.
Em relação a essa discussão Santos e Sommerman (2009), nos trazem a ideia de unitas
multiplex, um termo essencialmente contemporâneo que promove o pensar complexo e 991
reafirma a noção de ser completo que pensa numa realidade universal e múltipla, ou seja, um
pensar que vai além de uma visão reduzida e fragmentada. Para os autores, baseados em
estudos de Edgar Morin, o sujeito é um ser paradoxo e múltiplo.
CONCLUSÃO
mecanicista do mundo em que vivemos. No entanto, se optarmos por uma mudança nesse tipo
de pensamento, necessitamos compreender que isso será possível, na medida em que
pudermos perceber a necessidade de ver o mundo de forma global e transdisciplinar. O que
requer uma ruptura na ideia de um pensar fragmentado, individualista e reducionista, para
uma atitude que gere um pensamento complexo do vivido.
Desse modo, concordo com Santos (2010) quando diz que os anseios da sociedade
atual requerem um novo tipo de paradigma, um paradigma que esteja condizente com a
complexidade do vivido, que além de científico seja também social, de modo que se deve
haver um diálogo constante e interdependente entre os diversos âmbitos que compõem a nossa
sociedade, na medida em que estes estão interligados entre si, compondo, assim, o relógio
transdisciplinar do mundo atual, que é resultado das mudanças decorrentes das relações
políticas, econômicas, culturais e sociais da nova era, e que, portanto, almejam uma nova
concepção de mundo e de funcionamento deste. Temos aqui uma significativa convergência
com a teoria psicogenética walloniana, ao considerar o desenvolvimento infantil a partir de
uma interdependência dos diferentes domínios que o constitui.
ter, de modo que isso requer uma mudança de postura mediante a forma de se compreender o
mundo e os diferentes níveis de realidade que nele coexistem. Vemos assim ao final da
discussão, as significativas contribuições que o presente trabalho acarreta para a prática
vivenciada nos diferentes espaços educativos, bem como para a formação dos profissionais da
educação, pois, possibilita um encontro com uma discussão atual e pautada em teóricos de
grande relevância social.
994
REFERÊNCIAS
Rayanne Batista
Gianinni Martins Pereira Cirne 995
177
Islania Lira Delfino
RESUMO
A contabilidade começou seu desenvolvimento no Brasil por meio do surgimento dos centros de ensino
especializados na área. Contudo, durante a graduação o estimulo e desenvolvimento a pesquisa científicas tem
sido ampliada aos jovens para que se possam desenvolver novas ideias e novos resultados relevantes à
Contabilidade, sendo a pesquisa acadêmica uma das principais formas de desenvolver o aluno ao conhecimento
mais aprofundado da Ciência Contábil. Assim a presente pesquisa teve como objetivo principal averiguar o perfil
da pesquisa contábil nos periódicos de contabilidade com Qualis Capes nível A e B do período de 2010 à 2016.
Os dados foram retirados de 1292 artigos compreendidos entre 10 periódicos classificados para análise. O
procedimento Utilizado para a coleta foi a Bibliometria, constituindo a identificação das grandes áreas da
Contabilidade por meio do conteúdo contido nos títulos, palavras-chaves, resumos e corpo do texto, neste
critério de ordem, sendo apresentados os resultados em tabelas individuais por revistas, anualmente, e por último
uma tabela com o montante total consolidado das 10 revistas. Como resultado final pôde-se observar que as
principais áreas de pesquisa contábil no Brasil estão voltadas a Educação, Ensino e Pesquisa e a Contabilidade
Pública.
PALAVRAS-CHAVE: Pesquisa em Contabilidade; Produção Científica; Bibliometria.
177
Universidade Federal de Campina Grande
journals. As a final result, it can be observed that the main areas of accounting research in Brazil are focused on
Education, Teaching and Research and Public Accounting.
KEYWORDS: Research in Accounting; Scientific production; Bibliometria.
INTRODUÇÃO
REFERENCIAL TEÓRICO
A evolução das pesquisas em contabilidade é significativa para o seu progresso como 998
campo científico. De acordo com Chow e Harrison (2002), há consonância na comunidade
acadêmica sobre a contribuição considerável das pesquisas científicas para a literatura
existente no campo científico e para o entendimento de um problema no mundo real. Nessa
perspectiva, Inanga e Schneider (2005) declaram que a pesquisa é um ponto de vista relevante
para o desenvolvimento tanto na educação quanto pratica de um determinado ramo de
conhecimento. No que se refere especificamente a contabilidade Schroeder, Clark e Cathey
(2005) evidenciam a relevância e serventia da relação entre a pesquisa, a educação e a prática.
Outra concepção geralmente complexa nas ciências sociais e que tem relações estreitas
com os ideais da pesquisa é a escolha do (s) método (s) mais adequado (s) para o
desencadeamento da sua pesquisa. Ressalta-se que, neste contexto, a definição de método está
sendo utilizada em um sentido restrito, como uma técnica de coleta de dados, assim como
destaca Alencar (2007).A decisão sobre qual método utilizar em uma pesquisa depende de
fatores específicos, por exemplo a teoria que dá suporte ao estudo, o seu problema de
pesquisa, assim como seus pressupostos epistemológicos. Há uma diversidade de
classificações dos métodos em ciências sociais.
científico, sendo que sem ela não existiria ciência e nem seria capaz de somar os esforços
individuais dos integrantes das comunidades científicas.
Beuren e Souza (2006) afirmam, que a publicação em periódicos tem sido a forma
mais usada para se realizar a comunicação científica. São publicações definitivas e têm um
papel importante para incentivar a qualidade da pesquisa e corroborar para o conhecimento
científico, representando uma parte significativa do fluxo de informações originado da
atividade científica (OLIVEIRA, 2002).
A classificação dos periódicos da área emprega uma serie de critérios que propiciam a
avaliação qualitativa que mais se adequa a cada um dos periódicos nos quais os pesquisadores
da área publicam, do qual cada periódico é segmentado em um dos seguintes estratos
(seguindo uma ordem crescente de qualidade): A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. Estes
critérios estão relacionados a número de edições, fator de impacto, indexadores definidos e
fator de impacto (CAPES, 2015).
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
UNB
1984-3925 Contabilidade, Gestão e Governança B1
-CGG
As áreas que foram identificadas nas publicações analisadas podem ser observadas no Quadro
4, salienta-se que nem todas as revistas contemplaram todos os assuntos abordados.
Revista 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 Freq.Abs Freq.Rela
RUC 27 29 30 33 30 33 22 204 15,79% 1003
RUAC 8 15 29 21 16 29 24 142 10,99%
UNB-CGG 14 20 19 21 19 19 22 134 10,37%
ERC 17 16 15 24 21 22 22 137 10,60%
VC&R 23 22 19 18 15 14 13 124 9,60%
RE&F 11 14 16 12 15 17 15 100 7,74%
RCC-UFSC 15 16 15 13 22 23 21 135 10,45%
CONTEXTO 13 15 14 18 21 18 18 117 9,06%
PC 12 15 17 14 14 16 13 101 7,82%
RCAT 11 14 13 19 13 13 15 98 7,59%
Total 151 176 187 203 186 204 185 1292 100%
QUANTIDADE DE
ASSUNTOS DESTAQUES DE
REVISTAS PUBLICAÇÕES
PUBLICAÇÕES
ANALISADAS
Educação, Ensino e Pesquisa (14,52 %);
Contabilidade Vista & Contabilidade Financeira (14,52%);
124 publicações
Revista Contabilidade de Custo (9,68%) e
Contabilidade Gerencial (8,06%).
Contabilidade Financeira (17%);
Contabilidade & Contabilidade Gerencial (11%); Governança
100 publicações
Finanças corporativa (11%) e Contabilidade
Internacional e Normas Contábeis (10%).
Educação, Ensino e Pesquisa (12,59%);
Governança Corporativa (10,37%);
Contemporânea de
Contabilidade (UFSC)
135 publicações Contabilidade Gerencial (10,37%) e 1004
Contabilidade Internacional e Normas
Contábeis (9,63%).
Educação, Ensino e Pesquisa (17,16%);
Foram analisados 204 Disclosure (10,29%); Contabilidade
Universo Contábil
publicações Internacional e Normas Contábeis (8,33%) e
Contabilidade Pública (7,84%).
Gestão (14,93%); Governança corporativa
Contabilidade, Gestão
134 publicações (13,43%); Contabilidade Pública (11,94%) e
e Governança
Educação, Ensino e Pesquisa (9,70%).
Educação, Ensino e Pesquisa (20,44%);
Enfoque: Reflexão
137 publicações Teoria da Contabilidade (8,76%); Disclosure
Contábil
(8,03%) e Contabilidade Ambienta (8,03%).
Educação, Ensino e Pesquisa (17,82%);
Contabilidade de Custo (12,87%);
Pensar Contábil 101 publicações
Contabilidade Pública (8,91%) e Disclosure
(6,93%).
Contabilidade Pública (16,33%); Educação,
Catarinense da Ciência Ensino e Pesquisa (15,31%); Contabilidade
98 publicações
Contábil Tributária (11,22%) e Contabilidade de
Custo (8,16%).
Educação, Ensino e Pesquisa (16,90%);
Contabilidade Pública (12,68%); Disclosure
(10,56%); e Contabilidade Financeira,
Ambiente Contábil 142 publicações
Contabilidade de Custos e Contabilidade
Internacional e Normas Contábeis (8,45%
cada).
Educação, Ensino e Pesquisa (19,66%);
Contabilidade Pública (11,97%);
CONTEXTO 117 publicações
Contabilidade de Custo (11,97%) e
Disclosure (11,97%)
De maneira geral, observa-se que o assunto mais trabalhado e abordado nestes sete
anos de pesquisas analisados foram a Educação, Ensino e Pesquisa com 200 artigos
publicados, gerando uma frequência de 15,48%, a Contabilidade Pública com 116 artigos. Em
seguida vem o Disclosure com 100 publicações, a Contabilidade de Custo com 94 e a
Governança Corporativa com 89 publicações.
Frequência Frequência
Abrangência 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Absoluta Relativa 1005
Educação, Ensino e
24 33 30 37 24 30 22 200 15,50%
Pesquisa
Contabilidade Pública 9 18 22 14 19 18 16 116 8,99%
Disclosure 6 14 12 20 16 19 13 100 7,75%
Contabilidade Custo 8 11 10 18 10 18 19 94 7,29%
Governança
9 13 8 12 17 18 12 89 6,90%
Corporativa
Contabilidade
Internacional e 6 8 11 15 20 16 10 86 6,67%
Normas Contábeis
Contabilidade
10 9 12 8 13 12 15 79 6,12%
Financeira
Contabilidade
8 12 8 8 11 13 14 74 5,58%
Gerencial
Gestão 13 8 11 10 7 11 5 65 5,04%
Contabilidade
9 11 12 12 8 6 4 62 4,81%
Ambiental
Auditoria 5 3 9 7 9 8 11 52 4,03%
Contabilidade
4 9 4 4 6 8 15 50 3,88%
Tributária
Teoria Da
10 5 6 4 2 5 4 36 2,79%
Contabilidade
Mercado De Capitais 5 2 6 9 2 4 7 35 2,71%
Análise e
Demonstrações 5 4 5 7 5 5 3 34 2,64%
Contábeis Financeiras
Controladoria 4 5 5 5 5 4 3 31 2,40%
Orçamento 3 3 4 5 3 5 4 27 2,09%
Ética 3 4 4 3 0 0 4 18 1,40%
Balanço Social 6 2 1 1 1 1 0 12 0,93%
Contabilidade
0 1 3 2 2 1 2 11 0,85%
Comportamental
Contabilidade Agrária 1 0 2 1 4 1 1 10 0,78%
Perícia Contábil 0 0 2 1 2 0 1 6 0,47%
Contabilidade Atuarial 3 1 0 0 0 1 0 5 0,39%
Contabilidade
0 1 1 0 0 0 0 2 0,16%
Societária
TOTAL 151 176 187 203 186 204 185 1292 100,00%
pouquíssima escala. O mesmo ocorreu com uma área muito importante que é a Perícia, todos
os 6 trabalhos analisados na área apresentaram percepções sobre os profissionais peritos,
sobre a importância da perícia e a detecção dos erros contábeis.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em sua totalidade os assuntos mais trabalhados e abordados dentre 2010 a 2016 foram
a Educação, Ensino e Pesquisa, seguido da Contabilidade Pública. Em seguida vem a área de
Disclosure, a Contabilidade de Custo e a Governança Corporativa. Em contrapartida os
assuntos menos trabalhados no decorrer do período analisados foram a Contabilidade Agraria,
seguida da Perícia Contábil e Ativos Intangíveis com 6 publicações cada; em penúltimo lugar
encontra-se a Contabilidade Atuarial e Dividendos com somente 5 publicações cada e em
último está a Contabilidade Societária com apenas 2 publicações.
Tais resultados mostram que há uma forte vertente a pesquisa na área Educacional,
abordando muito questões sobre a percepção dos alunos sobre o futuro na contabilidade e
Pode-se observar que assuntos também importantes poderiam ser mais evidenciados e
trabalhados como a Perícia Contábil, tendo no cenário brasileiro, grandes escândalos de
corrupção, seria uma ótima alternativa de pesquisa por algo que infelizmente está em alta no 1007
Brasil. A Reforma da Previdência também seria uma ótima alternativa para alavancar
pesquisas nessa área, podendo esclarecer aos leitores as principais diferenças entre os modelos
e regras antigas para as atuais por exemplo. A Contabilidade Atuarial, por seu nível de
complexidade e técnica elevado, também apresentou resultados pouco satisfatórios em relação
a produção acadêmica.
Apesar dos resultados finais demonstrarem uma convergência sobre 5 áreas contábeis,
não se pode negar que houve a identificação de temas novos e inusitados como a evidenciação
da contabilidade dos times de futebol, a história e desenvolvimento da contabilidade em
Portugal e a análise da saúde dos profissionais contábeis de uma empresa, mostrando a grande
variedade de opções e possibilidade de novas pesquisas científicas. É necessária uma
migração maior às áreas com menos visibilidade detectadas, para que haja um melhor
nivelamento de informações e desenvolvimento científico de maneira igualitária em todos os
setores da contabilidade.
REFERÊNCIAS
AVELAR, Ewerton Alex et al. Análise dos Artigos Publicados nos Principais Periódicos
Brasileiros de Contabilidade no Século XXI. Sociedade, Contabilidade e Gestão, Rio de
Janeiro, v. 10, n. 3, p. 63-79, set. 2015. Disponível em:
<http://www.spell.org.br/documentos/ver/40254/analise-dos-artigos-publicados-nos-
principais-periodicos-brasileiros-de-contabilidade-no-seculo-xxi>. Acesso em: 03 nov. 2017.
CHOW, C. W.; HARRISON, P. D. Identifying meaningful and significant topics for research
and publication: a sharing of experiences and insights by ‘influential’ accounting authors.
Journal of Accounting Education, [S.l.], v. 20, p. 183-203, 2002.
CUNHA, P. R.; MAGRO, C. B. D.; DIAS, D. R. Análise do problema de pesquisa dos artigos
científicos publicados no 11º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade. Revista de
Contabilidade e Organizações, Ribeirão Preto, v. 6, n. 15, p. 123-141, 2012.
LEITE FILHO, G. A.; SIQUEIRA, R. L. Revista Contabilidade e Finanças USP: uma análise
bibliométrica de 1999 a 2006. Revista de Informação Contábil, v. 1, n. 2, p. 102-119, 2007.
1010
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o processo de aquisição da escrita em textos de adultos
não escolarizados, a fim de entender como ocorre esse conhecimento da escrita alfabética ali presente.
Para tanto, nos fundamentamos nos estudos sobre a alfabetização de Ferreiro (1985), que abrangem
ideais e dados oriundos da psicogênese, amparada nos fundamentos teóricos da psicolinguística e da
hipótese de aprendizagem. E também buscamos apoio na abordagem da proposta de alfabetização para
Freire (2006), que está ligada à cultura e faz parte da realidade do sujeito. Levando-se em conta o
processo metodológico, nossa pesquisa se caracterizou como sendo etnográfica, seguindo uma
abordagem qualitativa. Levantamos um universo de nove textos, entre os quais foram selecionados
sete como corpus para análise, com a contribuição de cinco sujeitos. Utilizamos como instrumentos de
pesquisa um questionário contendo perguntas abertas e fechadas. Como categorias de análise,
voltamo-nos para os métodos e níveis de alfabetização. Da análise, ficou evidente que os sujeitos, em
seu processo de aquisição da escrita, usaram o método analítico, encontrando-se, no momento da
pesquisa, nos níveis silábico alfabético e alfabético.
PALAVRAS-CHAVE: Aquisição da escrita; Métodos analítico e sintético; Níveis de alfabetização.
ABSTRACT
This research’s main objective is to analyze the writing acquisition process on texts from adults with
no schooling, aiming to understand how the knowledge of the alphabetical writing present on the texts
occurs. For such, we use as basis the studies on literacy by Ferreiro (1985), which cover ideas and data
deriving from psychogenesis, backed by the theoretical foundations of psycholinguistics and learning
hypothesis. We based the research on the literacy proposal approach by Freire (2006), which is tied to
culture and is part of the subject’s reality. Regarding the methodological process, our research is
ethnographic, following a qualitative approach. We collected a universe of nine texts and, among
them, seven were selected as corpus for the analysis, contributed by five subjects. As research
instrument, we used a survey form containing open and closed questions. For the analysis categories,
we selected the methods and levels of literacy. From the analysis, it was evident that the subjects, in
their process of writing acquisition, used the analytical method, being between the syllabic-alphabetic
and alphabetic stages at the moment of the research.
KEYWORDS: Writing acquisition; Analytical and synthetic methods; Literacy levels.
RESUMEN
Esta investigación tiene como objetivo general analizar el proceso de adquisición de la escritura en
textos de adultos no escolarizados, a fin de entender cómo ocurre ese conocimiento de la escritura
alfabética allí presente. Para ello, nos basamos en los estudios sobre la alfabetización de Ferreiro
(1985), que abarcan ideales y datos oriundos de la psicogénesis, amparada en los fundamentos teóricos
de la psicolingüística y de la hipótesis de aprendizaje. Y también buscamos apoyo en el abordaje de la
propuesta de alfabetización para Freire (2006), que está ligada a la cultura y forma parte de la realidad
del sujeto. Teniendo en cuenta el proceso metodológico, nuestra investigación se caracterizó como
siendo etnográfica, siguiendo un abordaje cualitativo. Levantamos un universo de nueve textos, entre
los cuales se seleccionaron siete como corpus para análisis, con la contribución de cinco sujetos.
Utilizamos como instrumentos de investigación un cuestionario que contiene preguntas abiertas y
cerradas. Como categorías de análisis, nos volvemos a los métodos y niveles de alfabetización. Del
análisis, quedó evidente que los sujetos, en su proceso de adquisición de la escritura, usaron el método
analítico, encontrándose, en el momento de la investigación, en los niveles silábico alfabético y
alfabético.
PALABRAS CLAVES: Adquisición de la escritura; Métodos analíticos y sintéticos; Niveles de
alfabetización.
INTRODUÇÃO
Outra abordagem é a proposta de alfabetização para Freire (2006), que está ligada à
cultura e faz parte da realidade do sujeito, tornando-o participante, levando-se em conta o 1012
O artigo está dividido em três partes: na primeira, discorremos sobre a escrita como
um sistema e um produto cultural que resulta de uma atividade do sujeito no mundo, um ser
consciente, reflexivo e construtivo. Na segunda, apresentamos a aquisição da escrita de 1013
acordo com os autores: Freire (1979) com uma sequência proposta de cinco fases
metodológicas e Emília Ferreiro (1985) com os níveis de aprendizagem silábico, pré-silábico,
silábico-alfabético e alfabético.E na terceira, apresentamos a análise empreendida na pesquisa.
A Concepção De Escrita
O sujeito é um ser de conhecimento adquirido em seu meio através das cores, dos
objetos, da vida, do convívio familiar, das crenças, dos costumes, da linguagem, isto é, num
contexto amplo que abarca toda sua existência. E, sendo assim, é um leitor em constante
atuação. Assim, a leitura e, consequentemente, a escrita produzem pessoas conectadas a
práticas vividas cotidianamente. Nessa direção,
Significa dizer que alfabetizar-se é compreender tudo que nos rodeia. A leitura e a
escrita expandem o conhecimento e expõem o sujeito a uma vasta aprendizagem que vai além
de mera decodificação, tornando-o crítico, consciente e ativo na sociedade. O processo de
alfabetização se agrega ao sujeito através de sua criatividade e de sua responsabilidade na
construção dos discursos. A aprendizagem envolve o conhecimento daquilo que está a sua
volta, fazendo-o refletir sobre o objeto estudado.
texto; e o método analítico, com uma abrangência na leitura, que parte de um ato global e
audiovisual, ou seja, a leitura é um ato visual, um reconhecendo palavras e orações, partindo
de unidades de significação até alcançar unidades menores de decomposição.
entre as formas gráficas e a leitura dessas formas: a identidade de som não garante a
identidade de letras, nem vice-versa. No quarto nível, o Alfabético, a criança já é capaz de
identificar o código, ou seja, compreende que cada caractere corresponde a valores sonoros
menores que a sílaba, ou seja, faz relações sonoras das palavras.
Ferreiro e Teberosky (1985) alertam que a leitura e a escrita têm sido tratadas por
questões de métodos, e a procura por um método melhor e mais eficaz é preocupante. Além
disso, certas discussões acerca de melhorias estabeleceram ênfase a muitos debates, fazendo 1016
Essa é a abordagem como proposta de alfabetização para Freire (2006), algo ligado à
cultura, que faz parte da realidade do sujeito, tornando-o participante, levando em conta seu
conhecimento prévio, incentivando-o a ser criador no processo de escrita. Uma alfabetização
pela conscientização que parte de princípios norteadores que percorrem um caminho para se
chegar à aprendizagem, uma proposta ligada à vida do trabalhador e não a meros signos
gráficos.
Nesse sentido, para Freire (1979), a primeira fase é conhecer o universo vocabular em
que o sujeito está inserido. O coordenador deve conhecer palavras e contextos que façam
parte do cotidiano e da extensão das experiências do sujeito, despertando o interesse. A
segunda fase é a seleção de palavras dentro do universo vocabular, devendo-se obter critérios
para a escolha como: riqueza silábica, dificuldades fonéticas e palavras com conteúdos que 1017
Freire (1979) possibilita ao homem criar possibilidade e condição para abranger um caminho
de
Nessa perspectiva, Freire (1996) explica que a alfabetização deve estar voltada para a
escolarização, tanto quanto a formação da consciência, contemplando o ato de pensar, um
sinônimo de reflexão e criticidade. De fato, nessa concepção:
1018
A alfabetização não pode se fazer de cima para baixo, nem de fora para
dentro, como uma doação ou uma exposição, mas de dentro para fora pelo
próprio analfabeto, somente ajustado pelo educador. Esta é a razão pela qual
procuramos um método que fosse capaz de fazer instrumento também do
educando e não só do educador (FREIRE, 1979, p. 52).
Como se vê, todo aprendizado ajuda o educando a refletir sobre o assunto proposto, e
não apenas decodificá-lo através de repetição e palavras isoladas. As experiências do sujeito
são um caminho para a ação em decorrência do aprendizado. Portanto, a aprendizagem em
processo expõe conteúdos significativos que envolvem todo um sistema de formação de
conhecimento em que o sujeito está envolvido.
METODOLOGIA
Esta pesquisa se caracteriza por ser etnográfica e qualitativa. Segundo Godoy (1995),
na pesquisa etnográfica, o pesquisador deve ter uma experiência direta e intensa com a
situação em estudo, ou seja, a relação do pesquisador com a pesquisa em si abrange o seu
objetivo de aprendizagem, o conhecimento e a coleta de dados. E qualitativa porque
interpretou dados.
Teve como colaboradores cinco sujeitos, denominados ficticiamente por Dora, Maria,
José, Manuel e Joana. Todos casados e acima de 50 (cinquenta) anos. Manuel é pedreiro e
José, aposentado. E todas as mulheres declaram que eram do lar. Dora e Joana declaram não
terem renda e os demais declaram renda de um salário mínimo. Conforme a condição para
participar da pesquisa, nenhum deles frequentaram a escola.
O Método De Alfabetização
Ao questionarmos Dora sobre Como aprendeu a escrever? ela afirmou que ouvia
através de outras pessoas a leitura que ela chamava de livrinhos de anedotas (a literatura de
cordel). Dora cita as histórias de Cordel de João acaba-Mundo, como referência na sua época
de aprendizagem. Ela diz “eu sabia ler, mais não conhecia todas as letras”. Começam os
desafios enfrentados pelos sujeitos desejosos de praticar sua própria alfabetização.
À pergunta O que a levou a querer escrever?,ela responde que foi o desejo de escrever
cartas para a mãe. Percebemos que Dora significa social e culturalmente sua realidade. Entra
nesse contexto o que lhe é muito claro, sua intimidade com a família. É esse sentir que ela
almeja registrar, assim como propõe Emília Ferreiro (1985), quando indica que o sujeito se
baseia naquilo que quer escrever, formula a ideia como um todo e constrói, buscando
cognitivamente o que poderia ser escrito, partindo de um todo para as partes de construção.
Entendemos que essa ideia de Ferreiro (1995) dialoga com a proposta de alfabetização
de Freire (1979) quando diz que, a partir da ideia do próprio conhecimento do educando, é
que vão surgindo as novas possibilidades de descobertas. Veja que, ao perguntarmos Você
acha que, se tivesse ido à escola, sua vida seria melhor? Porquê?,ela afirmou que, por falta
de estudo, perdeu muitas oportunidades de empregos e conclui: - quem não sabe ler é cego”. 1020
Maria, interessada em registrar a palavra Tarzan, quem ela já nomeava, sentiu mais
facilidade e, a partir de uma sílaba da palavra, com ajuda de um mediador, ela foi registrando
outras como Zaza. Podemos afirmar que esse método coincide com a proposta de Freire
(1979) em consonância com a segunda fase, a dos níveis de aplicação de alfabetização.
Embora não estivesse num estudo institucionalizado, Ocorreu nesse fato uma preferência pela
palavra, que estava presente no universo vocabular do sujeito, ou seja, palavra que ela já tinha
conhecimento, uma palavra relacionada à sua realidade e que a levou a construir novos
vocábulos.
Ao questionarmos José sobre Como ele aprendeu a escrever?,ele responde que a mãe
contratou um professor para ensiná-lo em casa, mas José só aprendeu a assinar o nome. Então,
questionamos sobre a aprendizagem para realização dos textos que ele nos forneceu como
corpus, ele disse que a mãe o ajudou a praticar a escrita e a reconhecer as letras. E pelo seu
Assim, como aconteceu com Dora e Maria, José também começou a escrever movido
pelo desejo e pelo conhecimento do universo vocabular. Esse acontecimento também está em
consonância com o método analítico de alfabetização de Emília Ferreiro (1985) e com a
proposta de Freire (1979) que afirma que o sujeito é o próprio autor de sua aprendizagem.
1021
À perguntar Qual a idade tinha quando aprendeu a escrever?, José responde que
começou com dez anos de idade. Ao perguntarmos: Você acha que se tivesse ido à escola sua
vida seria melhor? Por quê?, ele afirmou que sim, dizendo “porque hoje tinha vez pra resolve
alguma coisa, possui emprego, também pensando em viajar, quem sabe lê, não se aperreia.”
José termina dizendo que “uma pessoa analfabeto de tudo é feio e hoje pior, naquele tempo já
era feio, e já hoje não existe mais, analfabeto hoje não tem valor pra nada!” Vemos aqui o
receio de ser considerado feio e sem valor, estigma socialmente construído ao pobre e que não
conhece a técnica da escrita.
Para a pergunta Qual a idade tinha quando aprendeu a escrever?,ele afirma que tinha
vinte e oito anos, À perguntar O que o levou a querer escrever? Alguém o ajudou?,ele
responde que foi a vontade de ler a Bíblia e que só teve a ajuda de Deus. Perguntamos, Você
acha que se estivesse ido à escola sua vida seria melhor? Por quê?, ele respondeu “não,
porque emprego não é pra todo mundo, nem com leitura, nem sem leitura, sempre tem
alguém sobrando”.
Joana, na hora da produção, pediu para deixá-la se concentrar, pois sentiu dificuldade
em construir a ideia por causa do barulho a sua volta e solicitou silêncio para terminar o seu
texto. José, na hora da entrevista, escreveu a palavra “amor”. No decorrer da escrita, ele
repetiu a palavra três vezes em voz alta, tentando se apropriar do som para construí-la. Ao
escrevê-la, ele silabava “amore”, sugerindo uma relação ora com o latim “amare”, ora com o
italiano “amore”, perguntando logo em seguida se estava correta. Constatamos então, que seu
conhecimento partiu do método analítico de Ferreiro (1985), em que se pensou na palavra
para executá-la na escrita, se utilizando de um todo, para poder concretizá-la através do som.
No texto que foi escrito por Maria a autora começa relatando como foi que aprendeu a 1023
ler e escrever sem ter ido à escola. A temática aqui retratada é a necessidade da escrita e
história de vida, ela descreve em detalhes como a alfabetização aconteceu. Durante todo o
texto, podemos perceber o esforço cognitivo e a vontade própria de se apoderar de algo tão
valioso.
Manuel, assim como Dora, apresenta um texto que expressa uma temática voltada para
religiosidade. O sujeito descreve uma passagem Bíblica que está contida no livro de
Apocalipse (22 versículo 12) do Novo Testamento. Nessa construção de escrita está
característico o nível de escrita alfabética, mas, em seu contexto, encontramos a palavra ve
(versículo), que se levasse em consideração a quantidade de letras para a escrita da palavra,
poderíamos dizer que era característico da escrita silábica alfabética. No entanto,
presenciando o processo de escrita, entendemos que foi uma abreviação. Já para a escrita
alfabética, podemos ver no geral que o texto apresenta transcrições fonéticas entre grafia e
som no caso das letras: i (e); di (de); sedo (cedo).
O texto, assim como os de Dora, Maria José e Manuel, denuncia a vitória sobre a
barreira de apresentação do código escrito, com apenas uma falha e confusão entre grafia e
sons de algumas palavras, como também presentes no texto de Joana: disce (disse); di (de);
nacer (nascer).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
caminho para vencer desafios de atuação social. Os adultos não escolarizados, quando usam a
técnica da escrita, o fazem despertados pelo desejo de adquirir outras habilidades, que não
apenas a oral, para interagir melhor com o mundo que os rodeia.
Nesse contexto, ouvimos pessoas adultas não escolarizadas, mas que são alfabetizadas,
e constatamos, com base no primeiro olhar sobre os dados levantados a partir das entrevistas,
que o processo de aquisição da escrita deles esteve em consonância com o método analítico de
Ferreiro (1985), em que se pensou na palavra para executá-la na escrita, se utilizando de um 1025
todo, para poder concretizá-la através do som. Assim, em todos os textos, o nível de
alfabetização predominante foi o nível alfabético, No entanto, dentro dos textos, também
encontramos vestígios do nível silábico alfabético que podemos confirmar nas palavras
encontradas como: tijou (tijolo), em que a vogal “u” representa a sílaba “ lo”, ou seja, uma
letra representando uma sílaba.
Nos textos analisados, o domínio da língua tem relação com a possibilidade de plena
participação social, pois, é através dela, que o homem se comunica, tem obtenção à
informação, divide ou constrói visões de mundo, construindo conhecimento.
REFERÊNCIAS
FERREIRO, Emília.; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes
médicas, 1985.
FREIRE, Paulo. Conscientização: Teoria e pratica da libertação. São Paulo: Cortez &
Moraes, 1979.
______. Pedagogia do oprimido. 47. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
______. Pedagogia da autonomia. Saberes necessários à pratica educativa. São Paulo: Paz e
Terra, 1996.
______. A importância do ato de ler: Os três artigos que se completam. 48. ed. São Paulo:
Cortez, 2006
1026
RESUMO
O trabalho analisou as políticas de formação continuada para professores do Ensino Fundamental I
com o propósito de ampliar o conhecimento sobre este tema, uma vez que a discussão acerca da
literatura permitiu refletir sobre a necessidade de ampliação da formação continuada de professores no
Brasil como garantia de mudanças na prática pedagógica desenvolvida pelo professor enquanto
profissional da docência. Para isso, realizou-se um levantamento de textos publicados entre 1996 e
2018, em livros, biblioteca virtual, artigos em pdf, e Banco de artigos da Scientifc Eletronic Library
(SciELO). Dos 100 trabalhos encontrados, apenas 4 foram selecionados e analisados de forma
qualitativa. Para tanto, foram incluídos os livros, artigos, dissertações e teses relacionados ao tema
proposto e publicados no Brasil, disponibilizados como texto completo e excluídos os arquivos
coincidentes. Os resultados evidenciaram a necessidade de implantação de uma política global para
formação de professores que atenda a realidade educacional em que os professores estão inseridos, e
que corroborem com a formação destes profissionais. Destaca-se que o conhecimento está em
movimento contínuo, assim como os desafios e a necessidade de reformulação e elaboração de novas
políticas públicas de formação continuada para professores que atendam aos desafios impostos pelo
momento histórico em que se encontram os sujeitos da educação.
PALAVRAS-CHAVE: Professor, Formação Continuada, Prática Pedagógica.
ABSTRACT
The study analyzed the policies of continuing education for elementary school teachers with the
purpose of increasing knowledge about this topic, since the discussion about the literature allowed to
reflect on the need to expand the continuing education of teachers in Brazil as a guarantee of changes
in the pedagogical practice developed by the teacher as a teaching professional. For that, a survey of
texts published between 1996 and 2018 was carried out in books, virtual library, articles in pdf, and
Bank of articles of Scientifc Eletronic Library (SciELO). Of the 100 papers found, only 4 were
selected and analyzed in a qualitative way. For that, the books, articles, dissertations and theses related
to the proposed theme and published in Brazil, made available as full text and excluded the duplicated
files. The results evidenced the need to implement a global policy for teacher training that meets the
educational reality in which teachers are inserted, and which corroborate with the training of these
180
Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
professionals. It should be noted that knowledge is in continuous movement, as well as the challenges
and the need to reformulate and elaborate new public policies for continuing education for teachers
that meet the challenges imposed by the historical moment in which the subjects of education are.
KEYWORDS: Teacher, Continuing Education, Pedagogical Practice
El trabajo analizó las políticas de formación continuada para profesores de la Enseñanza Fundamental
I con el propósito de ampliar el conocimiento sobre este tema, una vez que la discusión acerca de la
literatura permitió reflexionar sobre la necesidad de ampliación de la formación continuada de
profesores en Brasil como garantía de cambios en la práctica pedagógica desarrollada por el profesor
como profesional de la docencia. Para ello, se realizó un levantamiento de textos publicados entre
1996 y 2018, en libros, biblioteca virtual, artículos en pdf, y Banco de artículos de la Scientifc
Eletronic Library (SciELO). De los 100 trabajos encontrados, sólo 4 fueron seleccionados y analizados
de forma cualitativa. Para ello, se incluyeron los libros, artículos, disertaciones y tesis relacionados al
tema propuesto y publicados en Brasil, disponibles como texto completo y excluidos los archivos
coincidentes. Los resultados evidenciaron la necesidad de implantación de una política global para la
formación de profesores que atienda la realidad educativa en que los profesores están insertados y que
corroboren con la formación de estos profesionales. Se destaca que el conocimiento está en
movimiento continuo, así como los desafíos y la necesidad de reformulación y elaboración de nuevas
políticas públicas de formación continuada para profesores que atiendan a los desafíos impuestos por
el momento histórico en que se encuentran los sujetos de la educación.
PALABRAS CLAVE: Profesor, Formación continua, Práctica pedagógica
INTRODUÇÃO
A partir destas considerações, o presente artigo propõe discutir sobre a formação continuada
1029
do professor garantida conforme política educacional, formação essa que objetiva levar docente a
atuar como sujeito pesquisador de sua prática e sua formação, permitindo a este refletir de forma
crítica e reflexiva sobre a sua atuação docente e as possibilidades de uma política global para formação
de professores que atenda a realidade educacional que os professores estão inseridos.
As políticas públicas para formação continuada têm sido fomentadas com base na
LDB/96 atual, no se retrata a formação continuada:
A referida Lei vem garantindo que as políticas públicas para formação de professores
dos anos iniciais sejam pensadas e efetivadas para garantia da formação da demanda de
professores que estão em sala de aula nos anos iniciais e não tem a formação necessária
exigida pela LDB. Na mesma perspectiva o governo garante a formação como direito do
docente e valorização profissional ao assegurar no plano de cargos e carreiras com amparo na
legislação para a sua formação continuada.
Vale ressaltar que o governo cumprindo com a LDB disponibiliza aos professores
através de políticas públicas programas para formação continuadas de professores, disponíveis
para acesso na página oficial do portal do Ministério da Educação (MEC). Atendendo a esse
contexto, as políticas do MEC têm sido fomentadas para continuidade dos programas de
formação continuada, sendo estes:
continuada e os reais interesses dessas políticas educacionais governamentais, uma vez que
existem demandas de profissionais que atuam na sala de aula sem formação específica.
É necessário enfatizar que os programas que atende essas reais necessidades existem,
mas não estão deixando a desejar ao refletirmos que ainda encontramos professores atuando
sem a formação mínima para os anos exigida pela LDB.
O contexto histórico atual nos permite refletir que os programas para formação inicial
1031
e continuada são pensados e efetivados pelo governo, mas no que se refere a condições de
trabalho, carreira e a valorização dos professores são heranças do processo histórico que
continua a ser realidade nos dias atuais.
DISCUSSÃO
A LDB 9.394/96 nos Artigos 63 e 67 garante que as políticas públicas para formação
continuada sejam sempre pensadas para garantia de atendimento educacional qualificado, na
mesma perspectiva o governo garante a formação como direito do docente e valorização
profissional ao lhe assegurar no plano de cargos e carreiras com amparo da lei para a sua
formação continuada. 1032
REFERÊNCIAS
RESUMO 1034
Este artigo propõe-se analisar os Parâmetros Curriculares Nacionais- temas transversais, destinado aos
alunos do quinto ao nono ano do ensino fundamental, com ênfase na discussão de gênero e
sexualidade por ele apresentado, buscando observar os conceitos e propostas colocados no material em
questão, tendo em vista que ambos se constroem culturalmente. Para isso, trago uma nova proposta
para essa discussão: “identidade de gênero”. Para Louro (2008, p. 18): “não é o momento do
nascimento e da nomeação de um corpo como macho ou como fêmea que faz deste um sujeito
masculino ou feminino. A construção do gênero e da sexualidade dá-se ao longo de toda a vida,
continuamente, infindavelmente”. Desse modo, pude notar que a discussão sobre gênero e
sexualidade, apresenta-se de modo excludente, prevalecendo uma visão conservadora que veta a
multiplicidade e particularidade dos indivíduos presentes dentro e fora da sala de aula, de modo que,
para a construção de uma escola e sociedade livres de discriminação e desigualdade de gênero, faz-se
necessário a atualização do PCN com estudos recentes, melhor preparação dos professores sobre o
tema, uso de novos estudos, debates e reflexões frequentes, bem como, a disponibilização de materiais
para os professores.
PALAVRAS-CHAVE: PCN; gênero e sexualidade; identidade de gênero.
ABSTRACT
This article proposes to analyze the National Curricular Parameters (PCN)- cross-cutting issues, for
students from the fifth to the ninth year of education, with emphasis on the discussion of gender and
sexuality presented by it, seeking to observe the concepts and proposals placed on the material in
question, considering that both are built culturally. To do this, bring a new proposal for this
discussion: “gender identity”. For Louro (2008, p. 18): “it is not the moment of birth and the
appointment of a body as male or as female who makes this a subject male or female. The construction
of gender and sexuality takes place throughout life, continuously, endlessly”. That way, I could see
that the discussion about the gender and sexuality presents itself in an exclusive mode, prevailing a
conservative vision that vetoes the multiplicity and particularly of individuals present inside and
outside the classroom, so that, for the construction of a school and society free of discrimination and
gender inequality, it is necessary to upgrade the PCN with recent studies, the preparation of teachers
on the topic; use of new studies, frequent debates and reflections, as well as, the availability of
materials for teachers.
181
aluna do curso de Letras- Língua Portuguesa, da Universidade Federal de Campina Grande- UFCG, campus
CFP, Cajazeiras.
RESUMEN
Este artículo se propone analizar los Parámetros Curriculares Nacionales- temas transversales,
destinado a los estudiantes del quinto al noveno año de la enseñanza fundamental, con énfasis en la 1035
discusión de género y sexualidad por él presentado, buscando observar los conceptos y propuestas
colocados en el material en cuestión, con el fin de que ambos se construyen culturalmente. Para ello,
traigo una nueva propuesta para esa discusión: "identidad de género". Para Louro (2008, p. 18): "no es
el momento del nacimiento y de la designación de un cuerpo como hombre o como mujer que hace de
éste un sujeto masculino o femenino. La construcción del género y de la sexualidad si da a lo largo de
toda la vida, continuamente, infrecuentemente ". De ese modo, pude notar que la discusión sobre
género y sexualidad, si presenta de modo excluyente, prevaleciendo una visión conservadora que veta
la multiplicidad y particularidad de los individuos presentes dentro y fuera del aula, de modo que, para
la construcción de una visión escuela y sociedad libres de discriminación y desigualdad de género, se
hace necesaria la actualización del PCN con estudios recientes, la preparación de los profesores sobre
el tema; el uso de nuevos estudios, debates y reflexiones frecuentes, así como la disponibilidad de
materiales para los profesores.
PALABRAS CLAVES: PNC; género y sexualidad; identidad de género.
INTRODUÇÃO
Assim, o PCN, mais precisamente “os temas transversais”, ao qual irei me deter,
englobam assuntos, como: ética, pluralidade cultural, meio ambiente, saúde, orientação
sexual, trabalho e consumo, temas que devem ser do conhecimento dos professores das
diferentes áreas de ensino básico: Língua Portuguesa, Língua estrangeira (inglês e/ou
espanhol), Matemática, Ciências Naturais, História, Geografia, Arte e Educação Física. Neste
artigo, tratarei mais especificamente do tema intitulado como “orientação sexual”, sem me
dirigir apenas a minha área de graduação Letras- Língua Portuguesa, já que, proponho-me
aqui a analisar este material tendo em vista, que todos os professores devem estar a par da
temática em questão , já que a utilizará em sala de aula. Para isto, aprofundei-me no tema 1036
utilizando especialistas no assunto como aporte teórico, sendo elas: Guacira Lopes Louro e
Judith Butler.
Contudo, apesar dos diversos estudos que possuímos atualmente, a desigualdade entre
os gêneros masculino e feminino, sendo: cis ou trans e a orientação sexual: homossexual,
bissexual ou heterossexual, quando diferente da “normalidade” imposta culturalmente na
nossa sociedade: homem ou mulher cis heterossexual, é motivo de intolerância e violência.
Nas escolas, muitos foram os casos de alunos que sofreram bullying e agressão (física, verbal
ou psicológica) e ainda sofrem, decorrente de sua identidade e/ou orientação sexual, tornando
o período escolar uma experiência para muitos, dolorosa e até mesmo traumatizante em que, o
aluno ainda em muitos casos, não recebe da escola o ensinamento sobre essas questões.
O PCN traz a sexualidade como algo essencial a vida e a saúde, ao qual é dado ao
indivíduo o direito do prazer e o exercício responsável da sexualidade, assim como, a
importância da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, propondo-se ainda a
contribuir na superação de tabus e preconceitos presentes no nosso país. O material em
questão divide-se em duas partes: a primeira, justifica a importância de incluir a orientação
sexual como tema transversal e a segunda, contém orientações para o trabalho da temática em
espaços específicos.
É visível que o termo orientação sexual se prende a apenas informar, ao invés de,
esclarecer novos conceitos ou novas formas de se relacionar, por exemplo. Um dos ideais
levantados pelo PCN seria a contribuição nas superações de preconceitos arraigados na nossa
nação. Assim, na primeira parte (dedicada do primeiro ao quinto ano), em sua justificativa,
apenas motivos relacionados à saúde são apresentados, como o vírus da AIDS ou uma
gravidez indesejada na adolescência, tendo como meta, esclarecer e informar sobre questões
relacionadas à sexualidade, que por sua vez, se mostram de forma limitada: a de como nós
devemos nos comportar sexualmente e de entender o que é um órgão genital masculino ou
feminino, restringindo o termo “orientação sexual” a prevenção e orientação quanto ao ato
sexual.
A segunda parte está direcionada para as séries a partir do sexto ano do ensino
fundamental, em que se observam maiores questionamentos da problemática, como:
masturbação, prostituição, erotismo, homossexualidade, desempenho sexual, aborto, gravidez
e tratamento de doenças sexualmente transmissíveis, mais especificamente a AIDS, voltando- 1038
se mais uma vez para o campo da saúde. Para a organização dos debates, formam-se três
blocos: As dimensões do corpo, relações de gênero e tratamento das doenças sexualmente
transmissíveis/AIDS.
Muitos são os conceitos para gênero e sexualidade e formas de abordar esse assunto,
porém a mais comum destina-se a reconhecer gênero identificando como feminino ou
masculino tal como, a sexualidade como questões ligadas ao corpo e ao ato sexual. 1039
Paulatinamente esses conceitos são questionados, segundo (GOHN, 1995 apud BEZERRA, et
al., 2013, p. 40), por não serem aceitos por grupos organizados que compõem a sociedade,
outros grupos são estabelecidos com o intuito de protestar, lutar e reivindicar direitos em
busca de mudanças em prol do respeito e igualdade entre gêneros.
A luta no terreno cultural define-se como uma luta por ressignificação, atribuídos
inicialmente através das relações de poder. Esse combate se torna totalmente complexo, pois
está inserido em um meio de constantes mudanças. No campo dos gêneros e da sexualidade, o
grande desafio é a aceitação dos demais, quanto as mudanças e multiplicidades, sendo
inviável a eficácia dessas lutas a partir do sistema binário (masculino/feminino ou
heterossexual/homossexual), afinal, como aponta Louro (2004): “Talvez o grande desafio seja
aceitar que as fronteiras das questões de gênero e sexualidade estejam sendo atravessadas, ou
ainda mais complicado a de que sujeitos vivem nessa barreira, sendo essa fronteira um lugar
escolhido por eles.”
Focamos então na definição de gênero e sexualidade, como algo conjunto que anda de
mãos dadas e se formam culturalmente:
Da mesma forma, por meio de uma percepção pós-estruturalista dos estudos culturais
– principalmente em questão do gênero, têm-se o conceito de performance de Judith Butler
1040
(2003), que enfatiza que nós não nos tornamos e nem nascemos homem e mulher, mas nós
nos construímos continuamente homens e mulheres, quando nos vestimos de uma certa
maneira, quando andamos ou falamos de certa forma, sempre referenciados a uma norma
hegemônica de gênero, ao qual Judith atribui a isso a ideia de performance, aonde se cria a
ilusão de uma essência do masculino e feminino, ou de qualquer outro gênero. A consciência
dessa dimensão performática é fundamental para a desconstrução de essencialismos
biológicos ou culturais, que limitam a compreensão e a ação de preconceitos e tabus.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As propostas por ele levantadas tendem a se tornar utópicas na maioria dos âmbitos
escolares, já que, para concretização destas ideias faz-se necessário outros fatores, como: a
preparação durante a formação dos professores, os orientando para diversas situações
advindas do contexto social encontrado em sala de aula; a utilização de estudos recentes para
o professor se fundamentar e propôr o debate com os alunos; a discussão entre alunos e
professores partindo do objetivo de informar o aluno e ele por sua vez, buscará refletir e
formar sua opinião a partir dos estudos científicos apresentados, além da resistência de
determinados professores com visões conservadoras de abordar essa temática em sala. Uma
pesquisa realizada pela UNESCO em 2004, no Rio de Janeiro “apontava para um alto índice
de imagens homofóbicas e de intolerância quanto à homossexualidade entre professores e
estudantes”. A pesquisa revela que “25% dos alunos entrevistados afirmaram que não
gostariam de ter colegas homossexuais” e que “esse percentual cai muito entre professores,
mas há ainda um grande número de educadores que rejeitam a ideia de ter um aluno
homossexual”.
Com isso, esperamos que os estudos comparativos aqui realizados, a análise do PCN,
os novos conceitos encontrados, aliado com os fatos recentes, como a proibição do uso dos
termos “orientação sexual” e “gênero” em algumas escolas, possam servir para a reflexão e
reconhecimento da necessidade de discussão em sala, contribuindo não só para o aluno,
visando um melhor entendimento sobre a sua identificação sexual e a de seus colegas, como
também, para as demais pessoas que usufruem desse meio, favorecendo o estudo e discussão
coletiva.
REFERÊNCIAS
PALMA, Y. et. al. Parâmetros Curriculares Nacionais: Um estudo sobre Orientação Sexual,
Gênero e Escola no Brasil. Temas em Psicologia, v. 23, n, 3, p. 727-738, 2015.
RESUMO 1044
O presente artigo buscou refletir acerca de ações implementadas com o intuito de identificar um
processo de aprendizagem mais ampliado para alunos com dificuldades educacionais e transtornos
funcionais (dislexia, disortografia, disgrafia, discalculia, déficit de atenção, hiperatividade, entre
outros). Utilizou-se como objeto de análise o trabalho realizado pelo Colégio Militar do Rio de
Janeiro – CMRJ, através da Nova Seção de Apoio Pedagógico – NSAP. Tendo como objetivos
destacar suas ações inclusivas no cotidiano escolar do Colégio Militar do Rio de Janeiro; levantar o
perfil do aluno assistido pela NSAP; analisar as demandas e especificidades do alunado
mencionado e identificar alternativas na relação ensino-aprendizagem de alunos com dificuldades
de aprendizagem. Cabe apontar ainda que se empregou a metodologia de pesquisa de campo com a
observação e coleta de fontes do nosso objeto de análise, que é a experiência organizada pelo
CMRJ, a Nova Seção de Apoio Pedagógico – NSAP. Assinala-se também que foi utilizado o
aporte teórico pertinente ao tema em questão.
PALAVRAS-CHAVE: Trabalho Docente; Salas de Apoio Pedagógico; Dificuldades de
Aprendizagem.
ABSTRACT
The present article sought to reflect on actions implemented with the aim of identifying a wider
learning process for students with educational difficulties and functional disorders (dyslexia,
dysortography, dysgraphia, dyscalculia, attention deficit, hyperactivity, among others). The work
carried out by the Military College of Rio de Janeiro - CMRJ, through the New Section of Pedagogical
Support - NSAP was used as the object of analysis. Having as objectives to highlight their inclusive
actions in the school daily life of the Military College of Rio de Janeiro; raise student profile assisted
by NSAP; analyze the demands and specificities of the student mentioned and identify alternatives in
the teaching-learning relationship of students with learning difficulties. It should also be pointed out
that the methodology of field research was used with the observation and collection of sources of our
object of analysis, which is the experience organized by the CMRJ, the New Pedagogical Support
Section - NSAP. It is also pointed out that the theoretical contribution pertinent to the subject in
question was used.
KEYWORDS: Teaching Work; Pedagogical Support Rooms; Learning difficulties.
182
Colégio Militar do Rio de Janeiro - CMRJ
RESUMEN
El presente artículo buscó reflexionar acerca de acciones implementadas con el intuito de identificar
un proceso de aprendizaje más ampliado para alumnos con dificultades educativas y trastornos
funcionales (dislexia, disortografía, disgrafía, discalculia, déficit de atención, hiperactividad, entre
otros). Se utilizó como objeto de análisis el trabajo realizado por el Colegio Militar de Río de Janeiro -
CMRJ, a través de la Nueva Sección de Apoyo pedagógico - NSAP. Teniendo como objetivos 1045
destacar sus acciones inclusivas en el cotidiano escolar del Colegio Militar de Río de Janeiro; levantar
el perfil del alumno asistido por la NSAP; analizar las demandas y especificidades del alumnado
mencionado e identificar alternativas en la relación enseñanza-aprendizaje de alumnos con dificultades
de aprendizaje. Cabe señalar que se empleó la metodología de investigación de campo con la
observación y recolección de fuentes de nuestro objeto de análisis, que es la experiencia organizada
por el CMRJ, la Nueva Sección de Apoyo pedagógico - NSAP. Se señala también que se utilizó el
aporte teórico pertinente al tema en cuestión.
PALABRAS CLAVES Trabajo Docente; Salas de Apoyo Pedagógico; Dificultades de Aprendizaje.
INTRODUÇÃO
Nesta direção, utilizou-se como como objeto de análise o trabalho realizado pelo
Colégio Militar do Rio de Janeiro – CMRJ, através da Nova Seção de Apoio Pedagógico –
NSAP, que buscou assumir um perfil inclusivo e de apoio no seu perfil pedagógico.
Nesta perspectiva, cabe apontar que tal busca se inicia com a criação da Nova Seção
de Apoio Pedagógico – NSAP, que objetiva dar suporte pedagógico aos alunos com
dificuldades educacionais ou que apresentem transtornos funcionais. Desta forma, entende-se
que tipificar os tipos de dificuldades/transtornos não é o mais importante, busca-se, para além
de nomenclaturas, a investigação das razões das situações que se apresentaram e, que
posteriormente, culminou na criação da NSAP.
A NSAP é um espaço que conta com uma equipe exclusiva, materiais adequados e
ambiente estimulador. Os professores são alocados de acordo com identificação de perfis
escolhidos através de um perfil compatível com processos de aprendizagem diferenciados. 1046
Vale destacar ainda que, as turmas contam com um número reduzido de alunos, com
monitores voluntários e estagiários.
Portanto, no presente artigo busca-se refletir sobre as ações da Nova Seção de Apoio
Pedagógico – NSAP, destacando assim, suas ações inclusivas no cotidiano escolar do Colégio
Militar do Rio de Janeiro; levantar o perfil do aluno assistido pela NSAP; analisar as
demandas e especificidades do alunado mencionado e identificar alternativas na relação
ensino-aprendizagem de alunos com dificuldades de aprendizagem.
Como informa o site do Colégio Militar do Rio de Janeiro, a Nova Seção de Apoio
Pedagógico – NSAP tem
Nesta direção, é necessário apontar que a ênfase do trabalho não reside no resultado
das avaliações, mas sim na possibilidade de dar atenção diferenciada ao alunado, ou seja, um
maior apoio, com atendimento, muitas vezes, individualizado.
Alunos183 que muitas vezes não se expressam, por vergonha ou outras razões, nas
atividades realizadas no contra turno conseguem verbalizar melhor os entraves em seu
aprendizado. Pode-se assim levar o aluno a esclarecer suas dúvidas e até mesmo compreender
o conteúdo que havia se perdido durante a aula no turno regular. Assim essa seção foi criada
para atender alunos com dificuldade de aprendizagem com o propósito de ajudar os alunos a
183
Vivemos na era dos nativos digitais e nossos alunos, indivíduos da “geração z”, nos ensinam que precisam de
professores hábeis nas tecnologias de informação. São jovens criativos, competitivos e habitantes de um mundo
compartilhado virtualmente. Ser professor nos dias atuais é ser, antes de tudo, um cidadão do mundo, que precisa
estar disposto a aprender a lidar com esses jovens. Pessoas da Geração Z, em sua maioria, nunca conceberam o
planeta sem a tecnologia, sua maneira de pensar foi influenciada desde cedo pelo mundo complexo e veloz que a
tecnologia engendrou. Outra característica essencial dessa geração é o conceito de mundo que possui,
desapegado das fronteiras geográficas (TAPSCOTT, 2010).
caminhar junto aos seus colegas da sua turma de origem no turno regular. Vale salientar que
alguns alunos têm diagnóstico de TDHA, e, que inclusive há um aluno com transtorno mental.
Atualmente não existe mais espaço para aulas totalmente expositivas, onde o professor
é detentor do saber, autoritário e temido. Agora os jovens preferem aulas interativas, desejam
aprender de formas mais ágeis e dinâmicas, diferentemente das formas que grande parte dos
professores que lecionam hoje é capaz de ensinar. Torna-se condição fundamental conhecer
os jovens de hoje e aprender como motivá-los e ensiná-los. 1049
E ainda:
184
Alunos graduados do Colégio, que, voluntariamente, auxiliam atendendo aos colegas.
PESSOAL DE APOIO: duas mesas, cada uma com um computador, impressora, geladeira,
fotocopiadora, ar condicionado, 4 cadeiras e duas estantes, com prateleiras. SALA
TEMÁTICA (Matemática): monitor de parede ou Datashow, 36 conjuntos de mesas com
cadeiras, ar-condicionado, títulos de vídeo aula, títulos de games educativos. PESSOAL: dois
professores de Matemática, 1 monitor e 1 professor de Língua Portuguesa.
E, também:
Portanto, acredita-se que um projeto como esse somente terá êxito com a integração
dos professores regentes de turmas e da equipe do NSAP, o apoio constante da instituição,
inclusive com materiais e espaços adequados e da equipe direcionada para as atividades
cotidianas no NSP.
É neste contexto que se insere o presente artigo, pois ele é fruto dos anseios e
questionamentos em relação às possibilidades que se pode oferecer aos professores no seu
cotidiano em sala de aula.
Vale apontar que, embora o aluno com alguma dificuldade tenha especificidades
como, por exemplo, ter a necessidade de um mediador, ele, no entanto, também está inserido
como sujeito da sua própria avaliação, ou seja, cabe aos professores, possibilitar ao aluno
condições de refletir sobre como o avaliar e quais os aspectos que se considera mais
importantes neste processo de aprendizado.
A partir das considerações tecidas acima, o presente artigo tem por objetivo apresentar
uma proposta de pesquisa, na qual tenciona-se questões relativas ao processo de
Vale indicar ainda que, se soma a este cenário a abordagem pedagógica dos conteúdos,
que quase sempre fogem da área de interesse dos alunos e muitas dificuldades se contrapõem
a quem deseja promover situações de aprendizagem com um significado efetivo, a fim de
reforçar conteúdos não devidamente assimilados, ou para desenvolver um ambiente propício
ao surgimento de relações afetivas e sociais, tanto entre professores e alunos quanto entre os
próprios alunos (TOGNI e SOARES, 2007).
sobre os quantitativos, e que os resultados que o aluno obtém ao longo do ano escolar,
devem ser mais valorizados do que uma nota de final de bimestre (período), pois não há
uma avaliação produtiva se ela não trouxer um diagnóstico que contribua para melhorar a
aprendizagem.
de maneira mais aprofundada as condições do ensino e a nossa atuação como docente da área
da matemática. Permitiu ainda, refletir acerca do próprio estatuto da profissão docente e das
questões que perpassam o processo de aprendizagem (FACION, 2013).
É necessário salientar que em toda sala de aula existem alunos com diferentes
dificuldades, independentemente do nível de complexidade dos conteúdos ou da metodologia.
A esses alunos têm-se atribuído vários conceitos como: crianças-problema, indisciplinadas,
alunos com distúrbios de aprendizagem, déficit de atenção, etc. Podem ser rotulados como
“burros” pelos colegas, os quais costumam isolá-los nos trabalhos de grupo e nas interações
em geral. Nos últimos anos aumentou o número de alunos que apresentam características
diversificadas, associadas às dificuldades de aprendizagem e, muitas das vezes, não são
compreendidos pelos pais e professores, até porque, um percentual desses educadores não está
preparado para trabalhar com tais problemas, consistindo assim, num aumento dessas
dificuldades. 1054
de fraqueza, mas aqueles que não tiverem níveis adequados de estímulo e apoio em casa, têm
bem menos área de recurso para recorrer (CORREA, 2001).
Observar, educar seu olhar na perspectiva do outro, adotar a escrita como meio de
conhecer mais o seu aluno, refletir sobre sua práxis, buscar em pesquisas e em outros
profissionais a resposta para suas questões, resgatar o seu aluno, conduzindo-o ao prazer de
conhecer e aprender. Estas são ações que poderão ser implementadas pelos professores.
1055
Na interação com o aluno, o professor poderá observar se há alguma alteração visual,
auditiva, motora que modificariam a forma de perceber as coisas. Através de uma relação
dialógica, é possível entender como se estrutura o pensamento do sujeito que está aprendendo
ou não, bem como quais as suas habilidades, interesses, valores e vínculos; que medos,
conflitos, defesas, ansiedade está vivenciando, como se relaciona com o saber anterior e o
novo e qual o seu modelo de aprendizagem, seu método. O significado, a razão de aprender
para ele e para sua família, como cada um valoriza a escola e que expectativas tem em relação
ao trabalho desenvolvido na instituição, também são dados que o professor poderia obter para
organizar seu trabalho visando a favorecer a aprendizagem (SMITH, 2001).
A escola inclusiva não se trata apenas de admitir a matrícula, o que significa realmente
é oferecer serviços complementares, adotar práticas criativas na sala de aula, adaptar o projeto
pedagógico, rever posturas e construir uma nova filosofia educativa (MILLS, 1999).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
a presente reflexão, com o intuito de indagar que escola é vivenciada pelos alunos brasileiros,
optando por analisar as relações estabelecidas por seus alunos e a aprendizagem no cotidiano.
Portanto, as mudanças são fundamentais para inclusão, mas exige esforço de todos
para possibilitar que a escola possa ser vista como um ambiente construtor de conhecimento.
Para isso, a educação deverá ter um caráter amplo e complexo, favorecendo a construção ao
longo da vida, e todo aluno, independente das dificuldades, poderá beneficiar-se dos
programas educacionais, desde que sejam dadas as oportunidades adequadas para o 1057
Conclui-se assim que para o processo de inclusão escolar é preciso que haja uma
transformação no sistema de ensino que vem beneficiar toda e qualquer pessoa, levando em
conta a especificidade do sujeito e não mais as suas deficiências e limitações.
REFERÊNCIAS
TOGNI, Ana Cecília & SOARES, Marie Jane. A Escola Noturna de Ensino Médio no Brasil.
Revista Ibero-americana de Educação, n. 44, p. 61 – 76, 2007.
WERNECK, Claudia. Ninguém mais vai ser bonzinho na sociedade inclusiva. Rio de janeiro:
WVA, 1997.
YUS, Rafael - Educação Especial Uma Educação Holística para o século XXI, Tradução.
Daisy Vaz de Moraes - Porto Alegre, ARTIMED, 2002.
1060
RESUMO
ABSTRACT
The expansion of higher education in Brazil is based on the principles of democratization and
inclusion, where institutions should collaborate intensively in the democratization of students' access
and living conditions appropriate to the socioeconomic, ethnic-racial, gender, cultural and
accessibility, in order to implement the right to meaningful learning, ensuring greater integration of
citizens and professionals throughout life. In these terms, the present work consists of a conceptual
analysis of the discourse of expansion of higher education in Brazil, based on literature review,
185 Administradora. Pós graduando em docência no ensino superior pela UFCG. Mestranda em Recursos
Naturais pela UFCG. E-mail: rosy.alves@bol.com.br
seeking to discover the main information and debates about the theme. The main works that deal with
this issue point, to a certain extent, to an improvement in higher education in Brazil, mainly due to the
qualification of the professionals involved in this process, as well as the increase in investments,
although not yet expected, in infrastructure and incentive to research. Thus, better public policies are
needed to encourage research, teaching and extension, as well as aimed at the qualification of teachers,
among other aspects, which are also capable of connecting the student to the true protagonist spirit,
capable of raising the not only quantitatively, but also qualitatively.
KEYWORDS: Administration, Higher education, Quality of teaching
1061
RENDIMIENTO ACADÉMICO EN LA ENSEÑANZA SUPERIOR: UN
ANÁLISIS CONCEPTUAL
RESUMEN
INTRODUÇÃO
aqueles que não as tem e apresentar uma maior capacidade para enfrentar os desafios frente à
modernização (SIMÕES, 2013).
Nesse sentido, uma pesquisa publicada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) mostra que em 2011, 8,5% dos funcionários das empresas brasileiras
possuíam nível superior e a diferença salarial, comparado com os que não possuíam a
graduação, chega a 219,4% (REVISTA VEJA/ECONOMIA, 2013).
1062
O ensino superior é, por sua vez, um dos motores que movem o desenvolvimento
econômico, principalmente. Todavia, é visto a importância transformadora que a universidade
exerce, também, no desenvolvimento socioambiental da região onde atua. A universidade é
considerada, pois, um dos principais fatores que transmitem a experiência cultural e científica
à sociedade (Ferreira, 2009), na qual possibilita a colaboração, o diálogo e integração, como
sua verdadeira missão e, ainda, busca a verdade e o bem da pessoa humana (WEBER, 2003).
Entre 2002 e 2015 o número de IES federais aumentou mais de 100%, passando de
2.047 para 4.867 (PORTAL BRASIL, 2015). Essa expansão faz parte, também, do Programa
de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) do
Ministério da Educação. Tal programa foi criado com o intuito de oferecer condições de
ampliação do acesso e permanência na educação superior, pelo melhor aproveitamento da
estrutura física e de recursos humanos das universidades federais (BRASIL, 2015).
As Instituições de Ensino Superior (IES) ofertam a cada ano milhares de vagas para
diversos cursos em todos os cantos do país. O Censo da Educação Superior de 2014 realizado
pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), contabilizando as
instituições públicas e privadas, aponta que 3.110.840 estudantes ingressaram em cursos de
graduação, sendo que, 2.562.306 na rede privada e 548.542 na pública. O Censo mostrou
ainda, que na rede federal, 114.000 vagas não foram ocupadas (INEP, 2016).
Ainda segundo o Censo, 39,42% das matrículas efetivadas nas IES públicas e privadas
em todo país são nas áreas de ciências sociais, negócios e direito, representando3.086.000de
um total de 7.828.013 matrículas (INEP, 2016). Os cursos relacionados à administração
apontam comopreferidos não só entre as áreas citadas, como também, lideram o número de
matrículas em todo o país com 1.348.616 vagas ocupadas nas IES o que representa 17,22% da
escolha dos novos universitários, deixando para traz cursos relacionados à saúde e
engenharias, por exemplo (INEP, 2016). 1063
Em 2009, uma pesquisa realizada pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e a ONG
Ação Educativa, pesquisa essa que resulta no Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf),
mostra que 38% dos estudantes de IES não conseguem dominar a leitura e a escrita
(REVISTA EXAME, 2012), essa é a herança do ensino médio no país, onde o Estado se
preocupa mais com quantidade em detrimento da qualidade.
DESIGN DA PESQUISA
Após a conclusão dessa busca nas bases de dados disponíveis no Portal de Periódicos
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, sendo: Scielo,
Biblioteca digital de teses e dissertações – BDTD e Portal para periódicos de livre acesso na
internet. Selecionou-se os trabalhos excluindo os repetidos. Em seguida, analisou-se o quanto
os títulos estavam alinhados ao objetivo deste estudo.
O ensino superior no Brasil não teve seu início nas universidades, como é comum
observar em outros países. Surgiu em faculdades isoladas, onde a prioridade era o ensino
profissionalizante. Com a chegada da Coroa portuguesa ao Brasil, em 1808, foram criadas três
escolas de formação profissional: as Escolas de Cirurgia e Anatomia da Bahia e do Rio de
Janeiro (hoje Faculdades de Medicina das Universidades da Bahia e do Rio de Janeiro) e a
Academia de Guarda da Marinha, com o intuito de suprir as demandas da corte. Iniciou-se
assim, de certa forma, o ensino superior no país, porém, sem uma formalização (SILVA, 1065
2007).
Ainda de acordo com o autor, por medo que a colônia se tornasse independente, o rei
Dom João VI não quis implantar no Brasil o ensino superior já existente em Portugal,
contudo, também não aceitou que seus oficiais médicos e engenheiros fossem formados com
base no ensino médio existente na colônia à época. Em 14 de dezembro de 1810 por meio de
Carta Lei, foi criada a Academia Real Militar, com o propósito de formar oficiais
especializados para o exército e atender as reais necessidades do Brasil. Sua criação,
instalação e estatuto foram delineados por D. João VI, tornando-se, juridicamente, a primeira
faculdade do país. Posteriormente, em 1927, foram fundadas as faculdades de Direito de São
Paulo e Olinda.
crescimento das camadas médias e às novas oportunidades de trabalho no setor mais moderno
da economia” (SANTOS; CERQUEIRA, 2009, p. 5).
A grande demanda da população pela formação superior não pôde ser absorvida por
completo pelo Estado por falta de estrutura, com isso, segundo Santos e Cerqueira (2009), as
instituições privadas aproveitaram a oportunidade, e com a oferta de cursos de baixo custo e
exigências acadêmicas menores, tanto para o ingresso como na formação, conseguiram atrair
um grande número de pessoas.
O Exame não foi visto com bons olhos pelas instituições particulares, pois os
resultados poderiam interferir negativamente na visão do público em relação à qualidade de
ensino da universidade, já que nos primeiros resultados, os cursos das IES públicas ficaram
bem melhor classificados. Além de ser duramente criticado por conta da divulgação desses
resultados pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que para as IES particulares,
promovia os cursos das universidades públicas, pois atingiam médias superiores.
Segundo Cunha (2003) o governo de FHC ao longo dos seus oito anos, teve como
principais medidas relacionadas ao ensino superior: a normatização fragmentada, que é um
conjunto de leis que regulam os mecanismos de avaliação; a criação do Exame Nacional de 1067
No momento vivido pelo país a época, muito se refletiu acerca da iniciativa de criação
do GT e “a forma como iniciaram as discussões sobre o ensino superior foi atabalhoada,
conflituosa e incoerente com as relações históricas do presidente Lula com os movimentos
sociais, associações científicas, sindicatos e centrais sindicais” (SANTOS; CERQUEIRA,
2009, p. 8). Quanto à Reforma Universitária, um dos aspectos mais debatidos é a
democratização do acesso. Em 2001, o Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu como
meta o aumento no número de matrículas nas IES, passando de 12% para 30% de jovens com
idades entre 18 e 24 anos, e que 40% dessas matrículas fosse efetuadas no ensino público
(SANTOS; CERQUEIRA, 2009).
As metas previstas pelo PNE eram desafiadoras para o governo. As duras críticas
relacionadas aos trabalhos exercidos pelo GT, como também a desconfiança quanto à
qualidade do plano de ação para a “Reforma Universitária”, fizeram com que houvesse um
alunos oriundos de escolas públicas, negros e indígenas nas IES públicas e a criação, por
Medida Provisória, do Programa Universidade Para Todos (Prouni), que tem como objetivo
oferecer bolsas de estudo em universidade privadas. Com a saída deste, o ministro Tarso
Genro do MEC, assumiu o cargo, priorizando: a alfabetização com inclusão; a reforma do
ensino superior; a reorganização do ensino técnico; e a aprovação do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica, FUNDEB (SANTOS; CERQUEIRA, 2009).
públicas, até o nível superior, para que assim o país possa desenvolver uma conduta de
crescimento ligado ao conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
No ensino superior a busca constante pela qualidade nas universidades precisa 1070
acontecer, de fato, mostrando-se, pois, essencial para a produção de conhecimento,
conhecimentos estes que ajudam e permitem novas estratégias para elevar cada vez mais a
qualidade total no conhecimento, processo pelo qual agiu-se como facilitador para se chegar
as metas no sistema educacional com eficácia e competência.
Os principais trabalhos que tratam da temática apontam, de certa forma, para uma
melhora no ensino superior no Brasil, sobretudo, decorrente da qualificação dos profissionais
envolvidos neste processo, como também pelo aumento dos investimentos, embora não seja
ainda o esperado, em infraestrutura e incentivo à pesquisa.
REFERÊNCIAS
1073
RESUMO
Nos cursos de licenciatura ofertados pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, no Centro de
Formação de Professores - CFP, são ministradas as disciplinas Língua Portuguesa ou Leitura e Produção de
Texto, a depender da graduação. Nestes cursos, ministro essas disciplinas, com o intuito de contribuir para
formação de leitores. Para tanto, adoto uma metodologia de acompanhamento às produções textuais, com
orientação e revisão, e discussão de leituras orientadas. Assim, neste trabalho relato minha experiência em
dez anos ministrando essas disciplinas, algumas implicações, limites e contribuições para os graduandos.
SUMMARY
In the undergraduate courses offered by the Federal University Of Campina Grande - UFCG, in the center
for the training of teachers - CFP, the subjects are taught Portuguese language or reading and text production,
depending on the degree. In these courses, minister these disciplines, with the intention of contributing to the
formation of readers. To do so, I adopt a methodology to follow the textual productions, with orientation and
revision, and discussion of guided reading. Thus, in this work I report my experience in ten years ministering
these disciplines, some implications, limits and contributions for undergraduates.
RESUMEN
En los programas de formación del profesorado que imparte la Universidad Federal de Campina
Grande - UFCG en el Centro de Formación de Profesores - PPC, los sujetos se les enseña lengua
portuguesa o de lectura y producción de textos, dependiendo del grado. En estos cursos, ministro esas
disciplinas, con el propósito de contribuir a la formación de lectores. Para ello, adopto una
metodología de acompañamiento a las producciones textuales, con orientación y revisión, y discusión
de lecturas orientadas. Así, en este trabajo relato mi experiencia en diez años ministrando esas
disciplinas, algunas implicaciones, límites y contribuciones para los graduandos.
PALABRAS CLAVE: formación de lectores; enseñanza de lectura y producción de texto.
1074
INTRODUÇÃO
Nessas disciplinas, cujas ementas são semelhantes, trabalho com objetivos também
assemelhados, que, resumidamente, visa formar leitores para leitura de estudo no universo
acadêmico. Pois que o foco da referida disciplina no ensino superior, é, justamente, contribuir para
a inserção dos leitores no universo da produção acadêmica.
Assim, ao longo do relato, eis que se pretende responder essa questão que norteia a
produção.
Nos cursos de graduação, de algum modo, é esperado que o discente chegue a esse nível de
ensino como um leitor funcional, ou seja, um leitor que leia e compreenda o quê lê e ainda possa
interpretar. No entanto, geralmente, mesmo tendo sido selecionados por um vestibular ou pela
seleção do exame nacional de ensino médio, o ENEM, os estudantes mesmo já considerados leitores
e produtores de texto, sentem dificuldade no universo acadêmico, pois os textos de cunho científico
são gêneros não utilizados, habitualmente, até o ensino médio. De modo que, como coloca Castello-
Pereira (2003, p. 17), no universo em que estão ingressando: 1075
Ponto que merece atenção, pois o próprio curso de graduação exige do estudante a leitura de
estudo, a prática do estudar, que, como afirma Freire (2001, p.10), requer disciplina intelectual e
postura crítica.
Segundo Freire (2001), estudar implica em colocar-se como sujeito da leitura, indagando-se
diante do texto e da realidade, realizando leituras correlacionadas, em diálogo com quem escreveu o
texto, em atitude de reconhecimento da necessidade de reler o texto para construir a compreensão
do mesmo.
Sobre isso, Martins (1994) coloca que a releitura é a chave da compreensão, pois cada leitor
constrói a capacidade de dar o pulo do gato, ao desenvolver seu jeito próprio de ler e compreender o
que lê. Nesse sentido, aprender a realizar a leitura de estudo é uma necessidade na vida acadêmica,
para que se torne possível formar-se leitor e produtor de texto, haja vista que a produção dos
gêneros acadêmicos está relacionada a uma significativa implicação do tornar-se leitor.
Ainda mais, a formação do leitor é uma construção a ser desenvolvida em toda vida escolar,
como afirma Carvalho (2002), pois que há uma evidente preocupação com a formação do leitor
durante toda a vida da escola, e, de algum modo, isso é uma questão complexa. Pois é sabido que a
1076
escola têm dificuldades em formar leitores funcionais ainda hoje, mesmo que isso seja uma
constatação já dada (PERINI, 1988).
Assim, esses conteúdos são trabalhados com o empenho dos estudantes, de modo que sob
minha orientação, é realizada revisão e reelaboração das produções, e, desse modo, a formação dos
leitores vai se construindo, considerando o objetivo principal de desenvolver a leitura como
compreensão e interpretação dos textos lidos.
Ao ingressar no ensino superior, o estudante selecionado por exame, que inclui uma
produção textual, denominada de redação, nesse exame, é submetido a uma etapa limite entre o
ensino médio e o ensino superior. Sendo aprovado e matriculado, já recebe a denominação de
universitário e associada a essa nova identidade, dele/a é esperado determinado nível de
competência leitora e escritora.
| Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 4, suplementar, jan. 2019.
XIV Seminário Internacional Analítico de Temas Interdisciplinares & VI Seminário de Pesquisa
Inovadora na/para Formação de Professores & I Fórum de Pós-Graduação da UFCG.
A leitura de estudo, entre diferentes formas de leitura, é a leitura que, geralmente, não é
ensinada na escola e é necessária por toda vida escolar. Essa leitura é a leitura que exige do leitor
1077
envolvimento com o objeto lido, no sentido de requerer atenção, diálogo, questionamento,
criticidade. Para tanto, essa leitura precisa ser ensinada dentro da disciplina de língua
Portuguesa/Leitura e Produção de Texto.
Questões dessa natureza vão sendo alimentadas no planejamento das aulas, organização das
atividades da disciplina e acompanhamento das produções dos estudantes, de modo que cada
atividade produzida é dialogada, é discutida como situação de aprendizagem. Nesse contexto, esse
processo não é simples, mas como processo, exige paciência tanto no próprio ensino de leitura e
produção de texto, como na compreensão do processo de aprender e suas várias interfaces, que vão
desde o empenho pessoal de cada estudante, seu desejo de aprender, incluindo as limitações
individuais, as dificuldades de frequentar com assiduidade as aulas, pouca valorização dos
conteúdos estudados, entre outros fatores.
Considerar que os estudantes estão em processo de formação, implica compreender, que não
apenas enquanto leitores, mas enquanto sujeitos sociais, a formação é sempre processual. Ainda
mais, pensar na formação em processo é reconhecer que, como estamos inseridos em práticas de
letramento, essas práticas também mudam as pessoas e, dialeticamente, as práticas de letramento
são modificadas. Tendo em vista estarmos inseridos em uma cultura, em uma sociedade
contemporânea, em que há novas exigências para formação do profissional, visando sua atuação
profissional. (BARTON & HAMILTON, 2000).
Outro ponto bastante significativo nesse contexto, é considerar a realidade que rodeia e que
exige diferentes capacidades do profissional para sua atuação profissional. Uma entre várias, é1078
a
capacidade de se sensibilizar com o outro, para quem todas as profissões se voltam. O ser humano,
que carece de ser respeitado nas suas individualidades e necessidades.
Durante a ministração da disciplina sempre há a exigência de, pelo menos, um livro a ser
lido. E a escolha do livro já tem propósitos estabelecidos, que são, geralmente, além do próprio
exercício de leitura, da leitura de estudo, objetivos relacionados às temáticas que discutem questões
humanas e sociais, como: preconceito e suas diversas faces e implicações, a exemplo disso, a leitura
de livros como Preconceito linguístico: o que é, como se faz, da autoria de Marcos Bagno; Irmão
Negro, da autoria de Walcyr Carrasco; variações linguísticas, consequências e imbricações no
ensino e na sociedade, a exemplo disso, a leitura de A língua de Eulália, da autoria de Marcos
Bagno; violência contra a mulher e formas de enfrentamento/superação da violência, como
exemplo, a leitura do livro, Eu sou Malala: a história da garota que defendeu o direito à educação e
foi baleada pelo Talibã, da autoria de Malala Yousafzai e Christina Lamb. Exemplos de títulos lidos
além da obra O que é leitura, da autora Maria Helena Martins. Assim, a partir de leituras como
essas, são discutidas questões ligadas às relações sociais, às práticas sociais sejam na instituição
escolar, seja em diversos outros espaços da vida em sociedade. Por fim, acreditamos que, com base
em leituras como as apresentadas anteriormente, é possível trazer para o espaço da sala, espaço de
formação, discussões propícias para a construção do sujeito leitor, em diferentes perspectivas, de
modo que possa compreender a necessidade de enxergar o outro/a como ser também em construção,
que precisa ser considerado e respeitado dentro de sua condição, seja ela qual for, pois é um ser
humano com limitações e necessidades.
1079
Em meio a esse relato de experiência, é preciso que fique claro, que aqui estão sendo
colocadas experiências, as quais nos proporcionaram profunda alegria e satisfação em realizar essa
atividades. O que vai além de qualquer cumprimento de obrigação. Até porque, o cumprir por
cumprir obrigação, faz perder o valor afetivo e o comprometimento com o público, especialmente,
quando se tem consciência que, na licenciatura, estamos contribuindo para formação de
profissionais que, também, contribuirão para formação de outros, agora, sujeitos que nem sempre
chegarão ao ensino superior, mas que, indubitavelmente, viverão diversas situações da vida em
sociedade, em que poderão ter contribuído para uma vivência mais humanizada, respeitosa e
sensível à realidade das pessoas como seres humanos, com limites e necessidades, que precisam ter
noção de que o que se adquire materialmente não é eterno, mas o que construímos intelectualmente,
o que realizamos em favor do melhor para os outros, o que podemos fazer para uma melhor
sobrevivência, isso sim, a traça não corrói e nem o tempo desgasta.
Assim, eis que sugestões para trabalhar a formação de leitores no ensino superior vão no
caminho da leitura e debate em torno de pontos que discutam questões relacionadas aos problemas
sociais, que, de algum modo, possam ser levantadas discussões para permitir reflexões ligadas às
práticas sociais, de modo a encaminhar olhares sensíveis aos humanos, pensando em colocar-se no
lugar do outro, pensando em poder contribuir, dentro das próprias limitações, com o melhor para o
outro, que passa, primeiramente, pelo respeito ao outro e a sua condição.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final desse relato, espero ter deixado claro, que nossas práticas em sala de aula, nunca
atingem a totalidade, mas que importa continuar trabalhando e revendo a própria prática com a
finalidade de atingir os objetivos propostos. Compreendendo que a formação de leitores é um
processo, que, portanto, tem percalços, mas que precisam ser superados. Ainda mais, acreditar que
pela leitura de estudo isso é possível, nos conduz ao entendimento que aprender a estudar permite
alçar voos antes não imaginados, talvez até sonhados, mas sem viabilidade prática. Até porque,
quem ingressa no ensino superior tem determinados ideais e para estes serem viabilizados, aprender
1080
a estudar é uma necessidade premente e crucial.
REFERÊNCIAS
BARTON, D.; HAMILTON, M. Literacy Practices. In: BARTON, D.; HAMILTON, M.;
IVANIC, R. Situated Literacies: reading and writing in context. London: Routledge, 2000.
CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo, SP: Ática, 2002.
FREIRE, Paulo. Considerações em torno do ato de estudar. In: ______. Ação Cultural para a
liberdade e outras escritas. 9. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2001.
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. 15. ed. São Paulo: Brasiliense, 1993.
PERINI, M. A. A leitura funcional e a dupla função do texto didático. In: ZILBERMAN, R.;
RESUMO
Tendo por princípio motivador a observação de como as metodologias tradicionais ainda se fazem
presentes nas escolas da atualidade e com o intuito de poder contribuir para mudanças nesta
realidade, oferecendo suporte informativo de como inserir a metodologia ativa na sala de aula no
primeiro ciclo do Ensino Fundamental. Temos por objetivo analisar como o uso de diferentes
recursos metodológicos e a metodologia ativa pode contribuir com o processo de ensino
aprendizagem na primeira fase do Ensino Fundamental, busca contribuir para a inserção de novas
propostas nesta etapa do ensino e facilitar a aquisição de aprendizagem pelos alunos. Este estudo
dialoga com Passini (2011), Cavalcanti (2000), Castellar e Vilhena (2010) Torres (2007) e
Bergmann e Sams (2017), que discorrem sobre possíveis recursos metodológicos, o papel do
docente na superação do ensino tradicional e a inserção da metodologia ativa como recurso
facilitador do ensino/aprendizagem nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Seguimos um
percurso metodológico que adotou a pesquisa bibliográfica. No que concerne ao uso do método
ativo, ou metodologia ativa no processo de ensino, importa destacar que não é algo novo, posto
que trata-se de uma abordagem de ensino com fundamentos teóricos consagrados.
PALAVRAS-CHAVE: Metodologia ativa; Ensino; Aprendizagem.
ABSTRACT
Having as motivating principle the observation of how traditional methodologies are still present in
today's schools and with the intention of being able to contribute to changes in this reality, offering
informative support on how to insert the active methodology in the classroom in the first cycle of
Basic Education. We aim to analyze how the use of different methodological resources and the active
methodology can contribute to the process of teaching learning in the first phase of Elementary
School, seeks to contribute to the insertion of new proposals in this stage of teaching and facilitate the
acquisition of learning by students. This paper discusses with Passini (2011), Cavalcanti (2000),
Castellar and Vilhena (2010) Torres (2007) and Bergmann and Sams (2017), who discuss possible
methodological resources, the role of teachers in overcoming traditional teaching and the insertion of
187
Secretaria de Educação do Governo do Estado da Paraíba.
the active methodology as a facilitator of teaching / learning in the Early Years of Primary Education.
We followed a methodological course that adopted the bibliographical research. Regarding the use of
the active method, or active methodology in the teaching process, it is important to emphasize that it is
not something new, since it is a teaching approach with established theoretical foundations.
KEYWORDS: Active methodology; Teaching; Learning.
RESUMEN
Teniendo por principio motivador la observación de cómo las metodologías tradicionales todavía se
hacen presentes en las escuelas de la actualidad y con el propósito de poder contribuir a cambios en
esta realidad ofreciendo soporte informativo de cómo insertar la metodología activa en el aula en el
primer ciclo de la Enseñanza Fundamental . Se pretende analizar cómo el uso de diferentes recursos
metodológicos y la metodología activa puede contribuir con el proceso de enseñanza aprendizaje en la
primera fase de la Enseñanza Fundamental, busca contribuir a la inserción de nuevas propuestas en
esta etapa de la enseñanza y facilitar la adquisición de aprendizaje por los alumnos . Este estudio
dialoga con Passini (2011), Cavalcanti (2000), Castellar y Vilhena (2010) Torres (2007) y Bergmann y
Sams (2017), que discuten sobre posibles recursos metodológicos, el papel del docente en la
superación de la enseñanza tradicional y la inserción de la metodología activa como recurso facilitador
de la enseñanza / aprendizaje en las Series Iniciales de la Enseñanza Fundamental. Seguimos un
recorrido metodológico que adoptó la investigación bibliográfica. En lo que concierne al uso del
método activo, o metodología activa en el proceso de enseñanza, es importante destacar que no es algo
nuevo, puesto que se trata de un abordaje de enseñanza con fundamentos teóricos consagrados,
PALABRAS CLAVE: Metodología activa; la educación; El aprendizaje.
INTRODUÇÃO
O ensino nas Séries Iniciais do Ensino fundamental I nas escolas básicas passou
por várias transformações ao longo do tempo adquirindo um novo olhar para com o aluno,
suas necessidades, priorização e conhecimento. A forma como os professores ensinam
vem avançando, e procurando substituir o ensino baseado na memorização pelo ensino
crítico, reflexivo e que contribua para uma melhor formação e aprendizagem do aluno,
buscando formar cidadãos ativos e participativos na sociedade (BEHNERS, 2015).
Este estudo trata-se de uma pesquisa bibliográfica que segundo (GIL, 2008, p. 44)
infere sobre investigação e análise de diversos posicionamentos acerca de um problema e
Fonseca (2002) acrescenta
A Metodologia Ativa Como Uma Possibilidade Para Ensinar E Aprender Nos Anos
Iniciais
Na mesma linha, Zabala (2008) salienta que a instituição é ativa quando se propõe
aprender e mudar, e enfatiza que a universidade, mesmo com toda a sua complexidade,
aprende como qualquer outra instituição. O autor diferencia, porém, essa aprendizagem de
uma adaptação a novas circunstâncias, como os novos marcos de financiamento ou a
necessidade de ajuste ao mercado de trabalho. Os atos de ensinar e aprender compõem um 1085
1087
Percebe-se que é preciso garantir aos estudantes uma participação ativa no
processo de ensino e de aprendizagem para que estes alcancem os objetivos e as
competências traçadas para cada etapa escolar, conforme nos estabelece a BNCC e para
que alcancemos as metas previstas no Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005, de 25
de junho de 2014) para o Ensino Fundamental, ou seja, universalizar o ensino para todas
as crianças e jovens de 6 a 14 anos, garantindo que 95% desses estudantes concluam essa
etapa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
autonomia.
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SILVA, Eunice Isaias da. Charge, Cartum e Quadrinhos: linguagem alternativa no ensino
de geografia. Revista Solta a Voz. V. 18, n° 1, 2007. Disponível em:
http://revistas.ufg.br/index.php/sv/article/view/2512/2482 . acessado em: 15 mar. 2018.
RESUMO
Na busca por práticas metodológicas que possam superar questões como o processo de ensino-
aprendizagem caracterizado como mecânico e de transmissão, os velhos currículos, instrumentos
didáticos, entre outros. Declaramos nosso interesse pelas Metodologias Ativas de Ensino e
Aprendizagem, pois se mostram diferenciadas em muitos aspectos, entre eles, colocar o/a estudante
como centro do processo de ensino-aprendizagem, conferindo-lhe autonomia e responsabilidade na
construção dos saberes sobre os conteúdos, também sociais, dando destaque a Aprendizagem
Cooperativa. Dessa forma temos como objetivo refletir sobre as metodologias ativas de ensino e
aprendizagem em especial a Aprendizagem Cooperativa, tratando-se portanto de um trabalho teórico
reflexivo que tem como base os estudos dos irmãos Johnsons e discussões paralelas através das teorias
de aprendizagem construtivista de Ausubel e de aprendizagem por interação de Vygotsky, Freire,
Charlot, entre outros. Entendemos que a metodologia de Aprendizagem Cooperativa é totalmente
diferente, tanto em termos de ensino como da forma de aprender apresentando uma enorme
capacidade de desenvolver um processo de ensino-aprendizagem construtivo, de valorização de
conhecimentos prévios de desenvolvimento, de tornar o/a estudante independente para construir ideias
e aprender a aprender, além de habilidades sociais.
PALAVRAS-CHAVE: Processo de ensino-aprendizagem; Metodologias ativas; Aprendizagem
Cooperativa.
ABSTRACT
188
Pós-Graduanda pela UFCG/APPG/CFP. Graduada em Física - Licenciatura/Unidade de Ciências Exatas e da
Natureza/ Universidade Federal de Campina Grande/Centro de Formação de professores.
189
Pós-Graduanda pela UFCG/APPG/CFP. Graduadada en Serviço Social pela Faculdade de Filosofia, Ciências
e Letras.
190
Graduado em serviço Social pela Facudade de Filosofia, Ciências e Letras.
In the search for methodological practices that can overcome issues such as the teaching-learning
process characterized as mechanical and transmission, old curricula, didactic tools, among others. We
declare our interest in the Active Teaching and Learning Methodologies, since they are differentiated
in many aspects, among them, to place the student as the center of the teaching-learning process,
granting him / her autonomy and responsibility in the construction of the knowledge about the
contents, also social, highlighting Cooperative Learning. In this way we aim to reflect on the active
methodologies of teaching and learning, especially Cooperative Learning, which is therefore a
theoretical reflective work based on the studies of the Johnsons brothers and parallel discussions
through the constructivist learning theories of Ausubel and of learning through the interaction of
Vygotsky, Freire, Charlot, among others. We understand that Cooperative Learning methodology is
totally different, both in terms of teaching and learning, presenting an enormous capacity to develop a 1091
constructive teaching-learning process, valuing prior knowledge of development, making the student
independent to build ideas and learn to learn, as well as social skills.
KEYWORDS: Teaching-learning process; Active methodologies; Cooperative Learning.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
A sociedade atual apresenta-se cada vez mais repleta de desafios para os/as jovens.
Exige-se pessoas cada vez mais qualificadas, bem informadas sobre o mundo em geral, que
dominem bem as tecnologias, tenham bons conhecimentos específicos de suas funções no
mercado de trabalho, de informática, habilidades sociais, que sejam críticos e consigam
resolver os problemas que surgem ao seu redor, sejam sociais ou relacionados ao trabalho,
entre outros. Isso recai diretamente nas funções da escolas e universidades, como instituições
formadoras de sujeitos para a vida social e para o trabalho. Assim, tais instituições devem 1092
buscar formas e metodologias que preparem o/a estudante para todas essas exigências da
sociedade.
Na busca por práticas que possam superar tais questões, declaramos nosso interesse
pelas Metodologias Ativas de Ensino e Aprendizagem, pois se mostram diferenciadas em
muitos aspectos, entre eles, colocar o/a estudante como centro do processo de ensino-
aprendizagem, conferindo-lhe autonomia e responsabilidade na construção dos saberes. Ao
mesmo tempo, isso não significa que o/a professor/a não tem um papel importante, tem, mas
agora o de conduzir e orientar o processo de ensino-aprendizagem.
individual e de todos/as. Tem como princípio a construção dos conhecimentos pelo próprio
aluno/a, onde ele/a buscará estratégias próprias.
Dessa forma temos como objetivo refletir sobre as metodologias ativas de ensino e
aprendizagem em especial a Aprendizagem Cooperativa, traçando de forma breve suas
características para assim compreendermos suas potencialidades para o desenvolvimento de
aprendizagem construtiva e efetiva do sujeito de forma completa.
1093
METODOLOGIA
Trata-se de um trabalho teórico que tem como base os estudos dos irmãos Johnsons
sobre a Metodologia de Aprendizagem Cooperativa e como discussões paralelas as teorias de
aprendizagem construtivista de Ausubel e de aprendizagem por interação de Vygotsky, Freire,
Charlot, entre outros.
REFERENCIAL TEÓRICO
A Aprendizagem Cooperativa surge como uma metodologia que pode contribuir para
isso. Aprendizagem Cooperativa (AC), que de acordo com Johnson, Johnson & Holubec
(1999) constitui em:
191
Tradução: Trabalhar em conjunto para alcançar objetivos comuns. Em uma situação cooperativa, os
indivíduos procuram obter resultados que são benéficos para si e para todos os outros membros do
grupo. A aprendizagem cooperativa é o uso instrucional de pequenos grupos em que os estudantes
trabalham em conjunto para maximizar sua própria aprendizagem e a dos outros.
Já em relação ao seu uso em sala de aula de faculdades, já vem sendo teorizada, desde
o final dos anos 1940, mas foi somente a partir dos anos 1970 que essa metodologia também
ganhou espaço nas categorias de 1° e 2° grau, e, nos anos 1990, voltou novamente o interesse
para utilização nas Faculdades (JOHNSON, JOHNSON & SMITH, 2000; p. 96). Mas, apesar
de ser uma metodologia já muito utilizada há alguns anos em alguns países como Estados
Unidos e Portugal, entre outros, em nosso país, ela é pouco disseminada tanto teórica como
também em termos de aplicação prática em sala de aula. Ainda conforme Firmiano (2011):
tecnologias e telecomunicações, que impõem a todos nós desafios para construirmos uma
sociedade justa, de valores diversos e com princípios de uma humanidade digna e de paz. De
acordo com os PCNEM:
A teoria de Ausubel têm como base as concepções alternativas, que são as ideias
prévias, ou seja, anteriores ao processo de aprendizagem escolar que os/as mesmos/as têm
sobre determinado fenômeno ou conteúdo a ser estudado, são explicações pessoais que eles/as
têm a partir de observações cotidianas ou de experiências vivenciadas. Para Pozo (1998,
p.87): “Assim, entendemos que conhecimentos prévios são todos aqueles conhecimentos
(corretos ou incorretos) que cada sujeito possui e que adquiriu ao longo de sua vida na
interação com o mundo que o cerca e com a escola [...]”.
duradouros, logo são esquecidos rapidamente. Uma aula tendo como ponto de partida os,
subsunçores; que são os conhecimentos já presentes na estrutura cognitiva, ou melhor,
dizendo as concepções alternativas; é importante e essencial para os/as estudantes entenderem
os novos conceitos. Se o/a professor/a conhecer essas concepções ele/a pode a partir das
mesmas, começar sua aula problematizando e questionando os/as discentes, propondo aos/às
educandos/as a explicação de algum fenômeno de acordo com as suas ideias prévias, até que
suas concepções alternativas não consigam mais dar explicações, ai vem o papel do professor 1096
na tentativa de incorporar os novos conhecimentos de forma a reestruturá-los na sua estrutura
cognitiva. No processo de ensino-aprendizagem o/a estudante não pode ser visto/a como
“tábula rasa”, ou seja, sem conhecimento algum.
Torres, Alcantara & Irala (2004) resumem de forma geral que a cooperação é um conjunto de
técnicas e processos, ou seja, um método de ensino bem estruturado e hierárquico, com regras e
normas bem definidas, onde cada componente tem uma função deliberada, objetivam algo em comum
e o processo é mais direcionado e controlado pelo/a professor/a.
Os irmãos Jonhsons a partir da década de 90, foram uns dos principais defensores e
disseminadores da utilização da metodologia de ensino cooperativo, sendo que os mesmos
têm publicado diversos livros sobre o assunto, inclusive de experiências deles com aplicação
do método cooperativo.
Sabemos que há vários tipos de grupos que são utilizados frequentemente em aulas
para facilitar a aprendizagem ou conseguir determinado objetivo, mas a realidade é que na
maioria das vezes não trabalham verdadeiramente como equipes e nem são avaliados como
tal. Para direcionarem e instruírem grupos de AC. Johnson, Johnson & Holubec (1999) dizem
que os/as professores/as devem saber o que é e o que não é um grupo cooperativo e quais suas
principais características:
De acordo com Johnson, Johnson & Holubec (1999) no processo de AC, em todos os
métodos e técnicas a serem utilizadas, o/a professor/a sendo o/a mediador/a da aprendizagem
de conteúdos deve seguir alguns passos para que os estudantes aprendam os conteúdos e
habilidades previstas pelos métodos cooperativos. (JONHSON, JOHNSON & HOLUBEC,
1999; FIRMIANO, 2011; PRECE, 2013).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante deste cenário, faz-se necessário conhecer e explorar esta metodologia, para que
suas possíveis potencialidades em relação à aprendizagem construtivista sejam conhecidas e
explicitadas, gerando, assim, novos saberes acadêmicos úteis para o conhecimento de novas
práticas metodológicas que busquem a superação das lacunas hoje existentes no processo de
ensino-aprendizagem, também, na bibliografia sobre o assunto em nosso país.
Sendo assim, a Educação pode ser apresentada como uma saída para uma possível
mudança neste quadro. A metodologia de AC pode tornar-se um afastamento a essas questões,
pois uma de suas competências é desenvolver a interação social, o trabalho em equipe, a ajuda
solidária para com as dificuldades dos colegas, a luta por um objetivo comum a todos e o
respeito uns com os outros e suas diferenças. É nesse sentido que Johnson; Johnson e Holubec
(1999) diferenciam esta metodologia de aprendizagem daquelas individualistas de caráter
competitivo: 1100
A cooperação prega deixar de lado ações e conquistas mais individuais que passam
agora a ser coletivas por todos/as e para todos/as. Isso contribui na relação entre estudantes
sejam quais forem suas identidades sociais e culturais, e faz com que saibam conviver
socialmente com pessoas diferentes do seu grupo de amigos/as, contribuindo, também, com a
diminuição do preconceito e da violência; ensina a aceitar o outro na sua diferença. Assim,
trabalhando com a diversidade dos grupos, os/as estudantes estarão exercitando a vida em
sociedade, quebrando de certa forma o muro existente entre a mesma e a escola.
É importante salientar que a metodologia de AC é bastante complexa, pois não necessita 1101
apenas da descrição das técnicas a serem seguidas, mas também de uma boa preparação dos/as
professores/as e também um engajamento verdadeiro dos/as estudantes, para a partir de então
conseguir os objetivos conteudinais e as competências e habilidades exigidas por cada um desses
métodos, podendo assim, apresentar problemas e dificuldades durante sua execução e nem sempre
alcançar êxito.
REFERÊNCIAS
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2006.
CHARLOT, B. Da relação com o saber às práticas educativas. 1. ed. – São Paulo: Cortez,
2013.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido. 17. ed. – Rio de Janeiro: Paz e Terra; 1987.
_____. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39. Ed. - São
Paulo: Paz e Terra, 1996.
_____. Ensino Cooperativo: Espaço Físico. In: XXXIV COBENGE: Ensino de Engenharia:
1102
empreender e preservar. Passo Fundo: Editora Universidade de Passo Fundo; 2006.
POZO, J. I. (org.). A solução de problemas: aprender resolver, resolver para aprender. São
Paulo: ARTMED, 1998.
RESUMO
Desde sua criação no Brasil, em meados da década de 1960, constituindo um dos níveis do sistema
educacional do país, a pós-graduação é considerada uma necessidade à carreira dos docentes de ensino
superior, principalmente os que atuam nas instituições públicas federais. A Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional, o Plano Nacional de Educação e os Planos Nacionais de Pós-graduação
possuem orientações no sentido de estimular a titulação como requisito de preparação do docente para
atuação nesse nível de ensino. Nesse contexto, propõe-se um estudo teórico reflexivo com o objetivo
de discorrer sobre a pós-graduação stricto sensu como um processo de escolarização do docente de
ensino superior baseando-se na perspectiva filosófica de Ivan Illich (1985). Evidencia-se que a
estruturação da carreira docente institucionalizada, estimula a obtenção de graus em detrimento da
aprendizagem continuada, de forma que titulação se confunde com competência, e não há incentivo ao
desenvolvimento e a formação complementar do docente no decorrer da carreira, o que dependerá do
seu comprometimento.
PALAVRAS-CHAVE: Carreira docente institucionalizada; Pós-graduação; Filosofia da Educação;
Ivan Illich; Escolarização.
ABSTRACT
Since its creation in Brazil in the mid-1960s, one of the levels of the country's educational system,
postgraduate studies are considered to be a career need for higher education teachers, especially those
working in federal public institutions. The Law of Directives and Basis for National Education, the
National Education Plan and the National Postgraduate Plans have orientations in order to stimulate
the degree as a prerequisite for teacher preparation to perform at this level of education. In this
context, a reflective theoretical study is proposed with the aim of reflecting on the stricto sensu post-
graduation as a process of schooling of the higher education teacher based on the philosophical
perspective of Ivan Illich (1985). It is evident that the structure of institutionalized teaching career
stimulates obtaining degrees at expense of continued learning, so that the titling is confused with
192
Professora da Unidade Acadêmica de Ciências Contábeis, no Centro de Ciências Jurídicas e Sociais da UFCG
193
Graduado em serviço Social pela Facudade de Filosofia, Ciências e Letras
competence and there is no incentive for further training over the course of the teaching career, which
will depend on the teacher’s commitment.
KEYWORDS: Institutionalized teaching career; Postgraduate studies; Philosophy of Education; Ivan
Illich; Schooling.
RESUMEN
Desde su creación en Brasil, a mediados de la década de 1960, constituyendo uno de los niveles del
sistema educativo del país, el posgrado es considerado una necesidad a la carrera de los docentes de
enseñanza superior, principalmente los que actúan en las instituciones públicas federales. La Ley de
Directrices y Bases de la Educación Nacional, el Plan Nacional de Educación y los Planes Nacionales
de Postgrado poseen orientaciones en el sentido de estimular la titulación como requisito de
preparación del docente para actuación en ese nivel de enseñanza. En este contexto, se propone un
estudio teórico reflexivo con el objetivo de discurrir sobre el postgrado stricto sensu como un proceso
de escolarización del docente de enseñanza superior basándose en la perspectiva filosófica de Ivan
Illich (1985). Se evidencia que la estructuración de la carrera docente institucionalizada, estimula la
obtención de grados en detrimento del aprendizaje continuado, de forma que la titulación se confunde
con competencia, y no hay incentivo al desarrollo y la formación complementaria del docente en el
curso de la carrera, lo que dependerá de su compromiso.
PALABRAS CLAVE: Carrera docente institucionalizada; Posgraduación; Filosofía de la Educación;
Ivan Illich; Escolarización.
INTRODUÇÃO
Percebe-se assim, nesse panorama normativo, que o título parece ser mais relevante
que a busca pela formação docente continuada durante a vida. Sendo formação contínua aqui
entendida como um constante processo durante a trajetória de carreira do professor, com o fim
de aperfeiçoar sua prática pedagógica e sua identidade profissional docente (ROSSI;
HUNGER, 2012; NÓVOA, 2000).
Neste sentido, será que, para o docente de ensino superior, a pós-graduação stricto
sensu não seria o retrato da educação universal tão criticada por Illich (1985)? E que o sistema 1106
não estaria escolarizando o docente ao instituir nos marcos legais e nas regulamentações
complementares posteriores, referentes à profissão docente, que o mestrado o prepararia para
o ensino e o doutorado o capacitaria à pesquisa? Assim, a carreira docente, por vezes, não fica
confinada à títulos de pós-graduação, se o professor não tiver o comprometimento com sua
própria aprendizagem de forma continuada ao longo da carreira? Como consequência, isso
poderá impactar no processo de mediação da aprendizagem discente (MASETTO, 2004).
Com este direcionamento, este estudo tem o objetivo de discorrer sobre a pós-
graduação stricto sensu como um processo de escolarização do docente de ensino superior
baseando-se na perspectiva filosófica de Ivan Illich (1985).
Assim sendo, a proposta que ora se apresenta trata-se de um estudo teórico reflexivo,
adotando uma abordagem qualitativa, a partir de uma revisão de literatura. Além dos aspectos
introdutórios e da explicação quanto ao caminho metodológico adotado, seu desenvolvimento
aborda os aspectos da pós-graduação e suas representações para a carreira docente, além de
discutir uma proposta de desescolarização de illich (1985) para o docente de ensino superior,
finalizando com seus aspectos conclusivos e as referências utilizadas.
MÉTODO
Esta proposta adotou uma abordagem qualitativa, para construir um estudo teórico
reflexivo. Esta forma de pesquisar orienta-se, não pela pela procura de respostas e asserções 1107
verdadeiras, mas sim, pelos questionamentos que norteiam os sujeitos para as reflexões mais
aprofundadas (MENEGHETTI, 2011).
Registre-se seu embasamento teórico nas ideias de Ivan Illich (1985), refletidas na sua
obra “Sociedade sem escolas”, em que propõe a desescolarização do ensino como modo de
fomentar a aprendizagem contínua e ampla, baseada no contexto de atuação do sujeito, em
detrimento da orientação curricular burocratizada praticada pelo sistema de ensino.
Reflete-se também as possíveis consequências que essa auto limitação pode trazer ao
profissional, considerando que o sistema instituiu que o mestrado e o doutorado são, não
Não se pretende desta forma minimizar a relevância e qualidade dos cursos de pós-
graduação, e sim, questionar e alertar sobre a necessidade da busca do profissional docente 1108
por uma aprendizagem continuada, no decorrer da sua carreira, considerando, não somente as
modalidades de educação formal (ARANHA, 2010).
O termo desescolarização é utilizado por Illich (1985) para defender que escolarização
se diferencia de educação e aprendizagem, e que a estruturação e exigência de afiliação a uma
instituição de ensino atrapalha e inviabiliza o aprendizado, posto que o que se tem na escola é
um acúmulo de conhecimento, um confinamento e uma monopolização da educação.
Illich concorda que o ensino escolar pode contribuir em alguns aspectos a depender
das circunstâncias, mas ressalta o fato de que as aprendizagens mais importantes da vida não
acontecem no ambiente educacional, mas sim no que chama de teias de aprendizagem, ou
seja, nas vivências a partir de relacionamentos provenientes de fora desse ambiente. Na visão
dele, a escola é mundialmente uma instituição fracassada e é errôneo pensar que, dos 1109
Chaves (2010) levanta estas questões filosóficas sobre ensino sem aprendizagem,
fazendo depois a reflexão sobre educação sem ensino e aprendizagem e vice-versa. Chama a
atenção ainda à pertinente diferenciação entre o sujeito autodidata e o sujeito auto aprendiz,
destacando que o termo “didata” significa ensinar, e esse processo não se concebe, dado que
se a pessoa já sabe algo não vai ensinar a si mesma. Na reflexão ainda deste mesmo
autor, pode haver ensino e educação sem aprendizagem, quando não há compreensão do
aprendiz acerca do que se intentou ensinar, ou quando os métodos utilizados e o conteúdo a
ser ensinado estejam inadequados ou desvinculados da realidade, capacidade ou da
necessidade do que deveria ser educado. Da mesma forma, afirma que pode haver
aprendizagem sem ensino e relembra o auto aprendiz como aquele que ensina a si mesmo ou
aprende determinadas coisas por si próprias.
Os direcionamentos das instituições de ensino para a ação docente neste sentido, por
sua vez, são provenientes das exigências governamentais, por meio dos seus órgãos de
fomento, financiamento, avaliação e regulação da pós-graduação.
Neste sentido, Xavier, Toti e Azevedo (2017) destacam que a pedagogia universitária
têm procurado, no meio acadêmico, conscientizar quanto a capacitação própria exigida para a
atuação na docência, dadas as suas competências especificas, que não se limitam à aquisição
de um diploma ou título.
cada aprendiz tem de reunir, de forma autônoma, os recursos disponíveis, permite que cada
um consiga arquitetar sua própria experiência educacional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considera-se que a busca do professor não deve resumir-se à títulos, mas ancorar-se na
consciência de que essa aprendizagem no decorrer da carreira e ao longo da vida, ampliará
uma visão e reflexão mais contextualizada da sociedade, sem distinção à educação, política e
economia, como idealiza Illich (1985) na defesa da desescolarização.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA JUNIOR, A. et al . Parecer CFE nº 977/65, aprovado em 3 dez. 1965. Rev. Bras.
Educ., Rio de Janeiro , n. 30, p. 162-173, 2005. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
24782005000300014&lng=en&nrm=iso> Acesso em: 27 Mar. 2018.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2010.
HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: NÓVOA, A. (Org.). Vidas
de professores. 2. ed. Porto: Porto, 2000. p.31-61.
NÓVOA, A. Os professores e as histórias de sua vida. In: (Org.). Vidas de professores. 2. ed.
Porto: Porto, p.11-30, 2000.
XAVIER, Amanda Rezende Costa; TOTI, Michelle Cristine da Silva; AZEVEDO, Maria
Antonia Ramos de. Institucionalização da formação docente: análise de um programa de
desenvolvimento profissional. Rev. Bras. Estud. Pedagog., Brasília, v. 98, n. 249, p. 332-
346, 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-
66812017000200332&lng=en&nrm=iso Acesso em: 01 ago 2018.
RESUMO
Este artigo emerge de larga discussão acerca da ideia de metodologias ativas e seus equívocos
conceituais com reminiscências da Ratio Studiorum indiciadas nas representações sociais. Objetiva,
assim, apresentar uma reflexão sobre a relação entre um método pedagógico de origem jesuítica do
século XVI, as representações sociais, a autoformação docente e as metodologias ativas. Questiona-se
sobre quais indícios das representações sociais na literatura suscitam a adesão de metodologias ditas
ativas? Qual o lugar das representações sociais na autoformação? O ponto de partida foi uma sucinta
abordagem sobre a presença de fragmentos do ensino jesuítico na atual atividade docente indicados
nas representações sociais configuradas na formação docente. O pressuposto teórico é de que somente
o processo de autoformação docente é capaz de libertar o professor da adesão de modismos
pedagógicos. A metodologia eleita de natureza qualitativa foi a exploratória de cunho bibliográfico
para aprofundar o tema naquilo que ainda é pouco discutido na academia – autoformação como
estratégia política inter(ativa). No bojo das análises de conteúdo concluiu-se que a autoformação é um
caminho para se pensar as escolhas metodológicas e colocá-las em questão a partir da identificação
das representações sociais que se originam no exercimento da profissão, para além de modismos
pedagógicos.
PALAVRAS-CHAVE: Ratio Studiorum, autoformação docente, Representações Socias e
Metodologias Ativas.
ABSTRACT
This article emerges from a wide discussion about the idea of active methodologies and their
conceptual misconceptions with reminiscences of the Ratio Studiorum indicted in social
representations. It aims to present a reflection on the relationship between a pedagogical method of
Jesuit origin of the sixteenth century, social representations, teacher self-training and active
methodologies. It is questioned about what evidence of social representations in the literature give rise
to the adherence of so-called active methodologies? What is the place of social representations in self-
formation? The starting point was a succinct approach on the presence of fragments of Jesuit teaching
in the current teaching activity indicated in the social representations configured in teacher education.
The theoretical assumption is that only the process of teacher self-training is able to free the teacher
from adherence to pedagogical idioms. The chosen methodology of qualitative nature was the
exploratory one of bibliographical aspect to deepen the subject in what is still little discussed in the
academy - self-formation as an inter-active political strategy. In the context of content analysis, it was
concluded that self-training is a way to think about the methodological choices and to question them
from the identification of the social representations that originate in the exercise of the profession, in
addition to pedagogical idioms.
KEYWORDS: Ratio Studiorum, teacher self-training, Social Representations and Active
Methodologies. 1115
RESUMEN
Este artículo emerge de amplia discusión acerca de la idea de metodologías activas y sus equívocos
conceptuales con reminiscencias de la Ratio Studiorum indiciadas en las representaciones sociales.
Objetivo, así, presentar una reflexión sobre la relación entre un método pedagógico de origen jesuítico
del siglo XVI, las representaciones sociales, la autoformación docente y las metodologías activas. ¿Se
cuestiona sobre qué indicios de las representaciones sociales en la literatura suscita la adhesión de
metodologías dichas activas? ¿Cuál es el lugar de las representaciones sociales en la autoformación?
El punto de partida fue un sucinto enfoque sobre la presencia de fragmentos de la enseñanza jesuítica
en la actual actividad docente indicados en las representaciones sociales configuradas en la formación
docente. El supuesto teórico es que sólo el proceso de autoformación docente es capaz de liberar al
profesor de la adhesión de modismos pedagógicos. La metodología elegida de naturaleza cualitativa
fue la exploratoria de cuño bibliográfico para profundizar el tema en lo que aún es poco discutido en la
academia - autoformación como estrategia política inter (activa). En el seno de los análisis de
contenido se concluyó que la autoformación es un camino para pensar las elecciones metodológicas y
ponerlas en cuestión a partir de la identificación de las representaciones sociales que se originan en el
ejercicio de la profesión, además de modismos pedagógicos.
PALABRAS CLAVES: Ratio Studiorum, autoformación docente, Representaciones Socias y
Metodologías Activas.
INTRODUÇÃO
simplesmente Ratio Studiorum, a qual desde a sua formação inicial vem perpassando pela
continuada e, se configura dinamicamente entre sujeitos, grupos sociais e, por força das
políticas de governo.
Entretanto o cotidiano carregado de tarefas além da sala de aula pouco abre espaço
para o pensar em si enquanto ser em constante formação e gerador de si mesmo, de seu
conatus194 e afetos (SPINOZA, 2009) com medos, ansiedades, conflitos, sucessos e alegrias.
É a ausência de espaço-tempo na formação do indivíduo e de seus impactos na forma como o
mesmo irá se relacionar no âmbito sociocultural em que se situa e com os sujeitos a seu
derredor que emergem nas diferentes representações sociais.
Para tanto, no caso do professor, faz-se necessário o mesmo ter ciência da força de
potência da autoformação docente como crucial para auxiliar no seu preparo e de seus
discentes, tanto profissional quanto pessoal (BASTOS e RODRIGUES, 2016), onde não
194
O Conatus é o próprio ser, para além da matéria física, pois atinge a esfera psíquica do ser, a potência de agir
em que atuam ora para autopreservação ora para aprimoramento pessoal.
fragmentos deste modelo encontrado nas representações que os professores têm para si sobre
o ensinar.
Portanto, neste trabalho questiona-se sobre quais indícios das representações sociais na
literatura suscitam a adesão de metodologias ditas ativas. Qual o lugar das representações
sociais na autoformação? O ponto de partida foi uma sucinta abordagem sobre a presença de
fragmentos do ensino jesuítico na atual atividade docente indicados nas representações sociais
configuradas na formação docente. Objetiva-se apresentar uma reflexão sobre a relação entre
um método pedagógico de origem jesuítica do século XVI, as representações sociais, a
autoformação docente e as metodologias ativas.
como estratégia política inter(ativa). No bojo das análises de conteúdo concluiu-se que a
autoformação é um caminho para se pensar as escolhas metodológicas e colocá-las em
questão a partir da identificação das representações sociais que se originam no exercimento da
profissão, para além de modismos pedagógicos.
Com isso a História, neste aspecto, cumpre o seu papel que é resgatar o que há muito
foi esquecido contrapondo-se aos atuais cursos de formação que se prendem a um presente
continuo (SAVIANI, 2008, p.152).
Considerando que é pela historia que nós nos formamos como homens; que é
por ela que nós nos conhecemos e ascendemos a plena consciência do que
somos; que pelo estudo do que fomos no passado descobrimos, ao mesmo
tempo, o que somos no presente e o que podemos vir a ser no futuro, o
conhecimento histórico emerge como uma necessidade vital de todo ser
humano. (SAVIANI, 2008, p.151).
Portanto, vale entender que o ensino jesuítico do século XVI, o qual teve como
modelo pedagógico a Ratio Studiorum, foi um conjunto de normas pedagógicas que, a partir
de uma série de regras, estabeleciam os parâmetros comportamentais de um programa com a
finalidade de padronizar o ensino nas escolas católicas. Tal movimento norteador do ensino se
espalhava conjuntamente com a expansão portuguesa e espanhola, para além do continente
europeu, colaborando tanto para com o discente, quanto para o educador da época com o
surgimento da representação de um modelo que futuramente será considerado um método
conservador que faz do aluno um mero reprodutor daquilo que o professor ensina em sala de
aula (BRIGHENTE, MESQUIDA, 2016, p.161).
1119
E como citado anteriormente o modelo, quando criado no século XVI, para aquele
momento era um avanço, pois ao estudar o que foi a Ratio Studiorum e como se dava o
funcionamento de tal método pedagógico chegamos a conclusão de que a representação
apresentada estava mais próxima a um método de ensino em que o docente possuía uma
flexibilidade para trabalhar os conteúdos que faziam parte do programa da época usando dos
conceitos que lhe possibilitavam não apenas entender mas trabalhar as perspectivas humanas,
fosse no campo do conhecimento, com o preparo para atividades profissionais diversas
necessárias a sociedade tanto na Metrópole quanto na Colônia, fosse na formação de cidadãos
obedientes e fiéis a Santa “amada” Igreja e ao Rei.
Mesmo com o surgimento da Escola Nova, no final do século XIX e que teve o seu
impulso na primeira metade do século XX com educadores como Anísio Teixeira (DUTRA,
2017, p.27) a prática da Ratio Studiorum, não deixou de estar presente em sala de aula pois
acreditamos que a representação do exercício da docência, no que se refere alguns aspectos
relacionados principalmente ao exercimento da autoridade docente em sala de aula, migra das
escolas religiosas para as de ordem laica a partir da Constituição de 1891, pois devemos
lembrar que o ensino religioso, embora afastado das escolas públicas, não se rendeu ao
laicismo, disputando espaço no universo republicano a partir de mobilizações que trouxe,
entre outros, o estabelecimento do ensino religioso nas escolas públicas por Decreto publicado
em 1931 e por determinação Constitucional em 1934 (GOMES, FILHO, 2011, p.1223)
portanto mantendo fragmentos de suas representações nos meios educacionais do país, fosse
em instituições religiosas ou não.
2015, p.1003) onde observamos que a ação do ensinar ocupa o lugar do educar.
Com isso não fica difícil de deduzir que as práticas disciplinares atuais refletem ações
que aparecem como o resultado, de entre outros aspectos, oriundos das bases pedagógicas
introduzidas para o desenvolvimento do educar, no Brasil.
Prova disso é ainda observado nos Colégios que continuam a se apresentar como
sendo de orientação católica e nas Escolas Militares.
Ao nos remeter a autoformação docente devemos lembrar que o conhecimento adquirido pelo
ser humano que é levado para a sala de aula surge como o resultado do aprendizado recebido desde o
momento de seu nascimento, pois ao contrário dos animais que já nascem com um instinto
significativamente desenvolvido os seres humanos, devido a sua racionalidade, constroem ao longo do
tempo os conceitos que irão definir sua aprendizagem do respirar a exprimir um pensamento
(BASTOS, RODRIGUES, 2016, pp. 2-3).
educação. Essa educação nos vem da natureza, ou dos homens ou das coisas.
O desenvolvimento interno de nossas faculdades e de nossos órgãos é a
educação da natureza; o uso que nos ensinam a fazer desse desenvolvimento
é a educação dos homens; e o ganho de nossa própria experiência sobre os
objetos que nos afetam é a educação das coisas. (ROUSSEAU, 1979, p.12).
No caso da formação docente estas experiências tem origem desde os primeiros passos
enquanto aluno, pois ao longo da jornada estudantil e tomando por base uma visão dialética
das relações vivenciadas em sala de aula é que o docente vai construindo a sua praxis no que
pensa ser o metodo que atenda a sua atividade no ensino.
Não raro, docentes remetem a experiências pessoais para direcionarem atividades que
almejam construirem com a finalidade de trabalhar os saberes a ques estão vinculados.
Com isso, a vivência pessoal do docente que não está concatenada com estas questões
tornam-se incompativeis levando, não raro, a uma relação de conflito.
Com isso, a memória historica apenas não basta como instrumento de auto formação se não
tiver em si uma reflexão sobre esta memoria, pois como diz Sousa, Freitas e Xavier no trabalho
História de Vida e Autoformação Docente: Relato de Um Professor de Alunos Cegos No Cadv –
Mossoró
Dentro desta dinâmica, as representações do ser professor, mais do que nunca tem de
ser completada com metodos pedagógicos que possibilitem ao docente exercer sua atividade
de forma produtiva, pois, assim como as representações da praxis docentes encontram-se em
boa parte defasadas com as novas dinâmicas apresentadas pelos discentes, o espaço do
exercimento desta praxis também está em descompaço com as novas tecnologias oferecidas
cotidianamente que colocam o discente em contato com diversas partes do mundo em tempo
real.
da solução de problemas onde o docente demanda uma situação problematica com o objetivo
de envolver o aluno em estratégias para poder chegar ao seu objetivo que é o conhecimento
sobre o que está sendo estudado.
A autoformação do docente neste processo tem um peso significativo pelo fato de que
a sua experiência será necessária na hora de planejar as estratégias que melhor atendam os
objetivos a serem alcançados em sala de aula.
Lembrando que quando remetemos a metodologias ativas estamos nos referindo não a
uma estratégia que tem por base um planejamento que atenda as normas da instituição, mas
sim, onde os currículos a serem trabalhados sejem estruturados dentro da ótica do estudante.
Isso significa que o docente deve pensar ferramentas pedagógicas que levem o
discente a aprender e não apenas absorver, ou seja, que no processo ensino aprendizagem não
seja apenas um observador sobre o que está sendo ensinado em sala de aula e sim
participativo com atividade, por exemplo, relacionadas à discussão, escrita, leitura,
compartilhamento, etc.
As metodologias ativas não são uma atividade recente, na verdade, por uma certa ótica
já eram praticadas na antiguidade com filosófos como Sócrates no século Va.C., daí a
denominação de método socrático.
E assim como Sócrates instigava seus discípulos (ROUSSEAU, 1979, p.143) levando
os mesmos a investigação e reflexão, o professor, nas metodologias ativas, também o faz com
seus alunos lançando uma pergunta ou estimulando uma curiosidade sobre um determinado
assunto.
compartilhamento sobre o que foi aprendido. Portanto, dentro deste processo o aluno sai da
condição passiva, pois se transforma em sujeito engajado no processo de aprendizagem e
mobiliza sua intencionalidade para ser ativo, autonomo e criativo.
Devemos destacar que um dos fatores que em muito tem auxíliado cada vez mais na
aplicação das metodologias (inter)ativas é o apoio de novas tecnologias digitais que
proporcionam um dimensionamento que vai desde a dinamização da pesquisa até a forma
como os conteudos serão trabalhados em sala de aula. 1125
Alguns docentes podem pensar que as metodologias ativas vieram para ocupar
definitivamente o lugar das aulas expositivas, as quais doravante cada vez mais passarão a
integrar a esfera do ultrapassado e consequentemente, como que se tornando um elemento
demonizado que não terá outra condição senão a de perder o seu lugar no processo de ensino
aprendizagem.
Na verdade ainda existe e com certeza existirá sempre muito espaço para aulas
expositivas, pois são através delas que os docentes compartilham o seu arcabouço de
conhecimento adquirido na sua jornada docente com os seus discentes, pois mesmo em um
processo de construção do conhecimento, como é proposto nas metodologias ativas, ainda
assim o discente irá necessitar da explicação do docente que no final torna-se a orientação
necessária ao aluno quando estiver fazendo sua reflexão seja de forma individual ou em
grupo, logo ficando provado que sempre haverá espaço para a oralidade do docente quando
transmitir os seus conhecimentos nas tão utilizadas aulas expositivas para a transmissão da
cultura.
Acreditamos que as metodologias ativas devam fazer parte da formação docente e não
se tornar uma norma imposta por alguns órgãos de ensino, caso o contrário passam para o
mesmo destino ocorrido com a interdisciplinaridade que após a discussão do mesmo e
implantação nos PCNs durante os anos noventa foram aplicados de forma equivocada por
alguns administradores de ensino que praticamente pressionavam os docentes a trabalhar de
forma interdisciplinar não por opção e sim por obrigação. Com isso muitos docentes ao invés
Por fim, nos questionamos em que medida a metodologia ativa pode corroborar na
autoformação docente.
Com relação à Serge Moscovici, apesar de sua formação, também deu grande
contribuição na área de História e Psicologia Social (OLIVEIRA, 2004, p.180) ao trabalhar
essa questão chegou à conclusão quê um elemento no meio em que se situa constrói as suas
características interagindo com este meio e vice-versa, ou seja, como sita Oliveira (2004),
preocupou-se em compreender como o tripé grupos/atos/ideias constitui e transforma a
sociedade.
Para Rafael Augustus Sêga, em seu trabalho O Conceito de Representação Social nas
obras de Denise Jodelet e Serge Mosocovici (2000) coloca que para Jodelet as representações
sociais apresentavam cinco características fundamentais que eram:
A nossa afirmação decorre no fato de que quando o docente, com uma formação que
lhe permita juntamente com a experiência adquirida durante a ação do ensinar, usar as
metodologias ativas de forma não a atender uma necessidade burocrática pedagógica e sim os
objetivos de se proporcionar ao discente no que se referem as suas necessidades de como, em
uma forma mais dinâmica, se chegar ao conhecimento.
Porém, como já dito também anteriormente essas representações tem o seu valor
quando acompanhadas de uma reflexão caso contrário tornam-se paradigmas inquebrantáveis,
preso a valores que não se interagem com o universo que o cerca e, portanto, acarretando em
um mau uso ou até desconhecimento do próprio uso das metodologias ativas inviabilizando o
objetivo de sua funcionalidade, ou seja, permitir que o discente, de uma forma ativa, se 1129
Neste contexto o aluno até pode se envolver, mas estará na verdade apenas exercendo
uma atividade burocrática pedagógica em sala de aula como um instrumento em quê o
professor vai exercitar a metodologia ativa como o comprimento de uma etapa de sua
atividade pedagógica em sala de aula e não um método com fim de fazer com que os seus
alunos se interessem pelo conhecimento buscando aprender a aprender.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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ROUSSEAU, J.-J. Emílio ou da Educação. Tradução de Sérgio Milliet, 3.ª edição, DIFEL,
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SPINOZA, Benedictus de. Ética. Traduzido por Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica,
2009.
1132
TOYSHIMA, A. M. da S. O Humanismo Católico e a Educação: Companhia de Jesus e
Portugal no Século XVI. (138 f.). Dissertação (Mestrado) – Curso de Educação –
Universidade Estadual de Maringá. Maringá – PR . 2014 p.p. 101,102,103.
1133
RESUMO
Pretende-se neste trabalho evidenciar a continuidade das questões humanas ao longo do tempo,
mostrando que marcas do passado estão presentes em nossos dias, e que a literatura é o lugar ideal
para o conhecimento desta ligação. Para tal, buscou-se construir uma ligação entre corrupção e
literatura, por meio de textos retirados dos Sermões de Vieira, jesuíta que viveu no Brasil e na Europa
no século dezessete. A pesquisa foi feita por meio de uma revisão de literatura de textos que tratassem
da corrupção, de modo a conseguir melhor compreensão quanto ao seu significado, e da literatura, de
modo a apresentar suas funções. Foram buscados então fragmentos dos Sermões de Vieira nos quais é
fácil reconhecer nas aflições de então a mesma problemática vivida em nossa época. Com esse
material, estabeleceu-se o liame ensejado neste do trabalho. Acredita-se que a percepção da atualidade
dos textos de Vieira possa enfatizar o valor do monumento literário, cujo texto pode ser apresentado
como um reflexo do passado em nossos dias, sendo sua leitura e discussão, portanto, justas e
esclarecedoras.
PALAVRAS-CHAVE: corrupção; literatura; Padre Antonio Vieira.
195
Centro Universitário de Volta Redonda (UNIFOA), Brasil
Este documento pretende mostrar las marcas del pasado en nuestros días al vincular, en una revisión
de la literatura, la corrupción, la literatura y textos de Pe. Antonio Vieira, un jesuita del siglo XVII. El
corpus recogido creó la conexión deseada. La percepción de la relevancia actual de los textos de Vieira
puede enfatizar el valor del monumento literario, por lo tanto, su lectura y discusión son justas e
iluminadoras.
PALABRAS CLAVE: corrupción; literatura; Antonio Vieira
1134
INTRODUÇÃO
Neste trabalho pretende-se argumentar quanto a isso fazendo uma ligação entre
corrupção e literatura, por ser repositória de todo o conhecimento da história da humanidade e
que está aqui representada pelos sermões do Padre Antonio Vieira (1608- 1697), de modo a
evidenciar a continuidade das questões humanas ao longo do tempo, mostrando aflições do
passado presentes em nossos dias. Para tal, foi feita uma revisão de literatura de textos que
tratassem da corrupção, de modo a conseguir melhor compreensão quanto ao seu significado,
e da literatura, de modo a apresentar suas funções. Foi trazido em seguida o Padre Vieira que,
após uma contextualização biográfica, fala-nos por meio de fragmentos de dois de seus
sermões.
Corrupção
Segundo Oliveira (2003), no Direito brasileiro a palavra “corrupção” tem dois significados:
perversão, ou indução à libertinagem, como acontece no crime de corrupção de menores (art. 218 do
Código Penal), e suborno, ou pagar ou prometer algo não devido para conseguir a realização de ato de
ofício.
implica trocas entre quem detém poder decisório na política e na administração e quem detém
poder econômico, visando à obtenção de vantagens ilícitas, ilegais ou ilegítimas para os
indivíduos ou grupos envolvidos” (SCHILLING, 1999, p. 351, apud COSTA, 2017, s/p).
Ainda que a corrupção possa estar nos três poderes do governo, legislativo, judiciário
e executivo, é preciso lembrar que ela não se restringe ao espaço político, mas pode estar
presente em todas as relações humanas.
Pode haver ainda o sujeito conivente, aquele que sabe do ato de corrupção, mas nada
faz para evitá-lo. Esse também pode ser atuado e acusado, conforme o artigo 180 da
Convenção Federal do Brasil (BRASIL, 2018).
A palavra “corrupção” também pode ser usada para atos antiéticos ou imorais, como em
corrupção de hábitos ou costumes (STUKART, 2003).
O TEXTO LITERÁRIO
A literatura pode ser entendida como as ervas daninhas. É difícil dizer o que são ervas
daninhas. Em sua aparência, em sua estrutura, não há nessas plantas um elemento comum que
as distinga das outras. É difícil dizer o que é literatura, já que textos literários podem ser tão
diferentes entre si e, ao mesmo tempo, tão parecidos com outros tipos de texto (CULLER,
1999). Desse modo, o que importa é conhecer as funções do texto de literatura.
A literatura também funciona como como imitação da vida, sua leitura possibilitando
uma prática lúdica que pode diminuir possibilidades de erros na vida real. Esse ensaio da
experiência é como os jogos de “faz-de-conta”, em que crianças treinam diferentes papéis da
vida. Seu texto também identifica o leitor como membro de uma comunidade. As velhas
histórias, as canções de ninar, atravessam limites de tempo, e mesmo de espaço. E mesmo as
Por outro lado, Umberto Eco (2003) volta-se para a estabilidade do texto ao apontar aí
sua função de “educar para o Fado e a morte”. Nenhum leitor poderá alterar o destino de Ana
Karenina. Qualquer releitura terá essa, a original, como pano de fundo.
O Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, Portugal, em 1608, mas veio para o Brasil
− Salvador, Bahia − aos seis anos de idade, e naquela cidade faleceu em 1697. Estudou no
Colégio dos Jesuítas de Salvador, destacando-se por seu brilhantismo. Estudou línguas,
filosofia, teologia, retórica e dialética, tendo sido considerado um dos maiores oradores de sua
época. Seguindo sua vocação religiosa, tornou-se padre jesuíta e foi professor no Colégio dos
jesuítas de Olinda, em Pernambuco (VAINFAS, 2011).
Vieira presenciou a invasão holandesa no Brasil, a partir de 1624. Foi chamado para
visitar a Holanda como embaixador da paz. Em 1640, retorna a Portugal, chamado por Dom
João IV. Destaca-se naquele país com suas pregações e sermões, alcançando grande influência 1138
junto ao rei, o que lhe angariou inveja e ameaça de expulsão da Ordem dos Jesuítas. Buscando
protegê-lo, Dom João IV o nomeou “Pregador Régio” (idem).
Vieira foi certamente, além de uma mente brilhante, um homem à frente de seu tempo.
Contra a escravidão, defendia índios e a liberdade dos judeus − isso em tempos da Inquisição
da igreja Católica (ibdem).
[...] Pediu o Bom Ladrão a Cristo que se lembrasse dele no seu reino:
Domine, memento mei, eris in regnum tuum. E a lembrança que o Senhor
teve dele foi que ambos se vissem juntos no Paraíso: Hodie mecum eris in
Paradiso. Esta é a lembrança que devem ter todos os reis, e a que eu quisera
lhes persuadissem os que são ouvidos de mais perto. Que se lembrem não só
descesse logo da árvore, porque lhe importava ser seu hóspede naquele dia
[...]. Entrou, pois, o Salvador em casa de Zaqueu, e aqui parece que cabia
bem o dizer-lhe, que então entrara a salvação em sua casa; mas nem isto,
nem outra palavra disse o Senhor. Recebeu-o Zaqueu e festejou a sua vinda
com todas as demonstrações de alegria [...], e guardou o Senhor o mesmo
silêncio. Assentou-se à mesa abundante de iguarias, e muito mais de boa
vontade, que é o melhor prato para Cristo, e prosseguiu na mesma
suspensão. Sobretudo disse Zaqueu que ele dava aos pobres a metade de
todos seus bens [...]. Pois, Senhor, se vossa piedade e verdade tem dito tantas
vezes que o que se faz aos pobres se faz a vós mesmo, e este homem na
vossa pessoa vos está servindo com tantos obséquios, e na dos pobres com 1140
tantos empenhos, se vos convidastes a ser seu hóspede para o salvar, [...] por
que o não acabais de absolver, por que lhe não assegurais a salvação? Porque
este mesmo Zaqueu, como cabeça de publicanos: Princeps publicanorum,
tinha roubado a muitos, e como rico que era [...], tinha com que restituir o
que roubara, e enquanto estava devedor e não restituía o alheio, por mais
boas obras que fizesse, nem o mesmo Cristo o podia absolver. [...]
Acrescentou Zaqueu que tudo o que tinha mal adquirido restituía em quatro
dobros: Et si aliquem defraudavi, reddo quadruplum. E no mesmo ponto o
Senhor, que até ali tinha calado, desfechou os tesouros de sua graça e lhe
anunciou a salvação: Hodie salus domui huic facta est. De sorte que, ainda
que entrou o Salvador em casa de Zaqueu, a salvação ficou de fora, porque,
enquanto não saiu da mesma casa a restituição, não podia entrar nela a
salvação. A salvação não pode entrar sem se perdoar o pecado, e o pecado
não se pode perdoar sem se restituir o roubado. [...] Respondo — diz Santo
Tomás — que se os príncipes tiram dos súditos o que segundo justiça lhes é
devido para conversão do bem comum, ainda que o executem com violência,
não é rapina ou roubo. Porém, se os príncipes tomarem por violência o que
se lhes não deve, é rapina e latrocínio. Donde se segue que estão obrigados à
restituição, como os ladrões, e que pecam tanto mais gravemente que os
mesmos ladrões, quanto é mais perigoso e mais comum o dano com que
ofendem a justiça pública, de que eles estão postos por defensores. [...] O
texto de Ezequiel é parte do relatório das culpas por que Deus castigou tão
severamente os dois reinos de Israel e Judá, [...] e a causa que dá, e muito
pondera, é que os seus príncipes, em vez de guardarem os povos como
pastores, os roubavam como lobos [...]. O texto de Santo Agostinho fala
geralmente de todos os reinos, em que são ordinárias semelhantes opressões
e injustiças, e diz que, entre os tais reinos e as covas dos ladrões — a que o
santo chama latrocínios — só há uma diferença. E qual é? Que os reinos são
latrocínios, ou ladroeiras grandes, e os latrocínios, ou ladroeiras, são reinos
pequenos. [...] Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo Mar
Eritreu a conquistar a Índia, e como fosse trazido à sua presença um pirata
que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre
de andar em tão mau ofício; porém, ele, que não era medroso nem lerdo,
respondeu assim −Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou
ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? [...] Mas
Sêneca [...] a uns e outros definiu com o mesmo nome: [...] Se o Rei de
Macedônia, ou qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata, o ladrão, o
pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome. Quando
li isto em Sêneca, [...] o que mais me admirou, e quase envergonhou, foi que
os nossos oradores evangélicos, em tempo de príncipes católicos e timoratos,
ou para a emenda, ou para a cautela, não preguem a mesma doutrina. Saibam
estes eloquentes mudos que mais ofendem os reis com o que calam, que com
o que disserem, porque a confiança com que isto se diz é sinal que lhes não
toca e que se não podem ofender; e a cautela com que se cala é argumento de
que se ofenderão, porque lhes pode tocar. [...] Não são só ladrões, diz o
santo, os que cortam bolsas ou espreitam os que se vão banhar, para lhes
colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este
título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões, ou o
governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com
manhã, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões
roubam um homem: estes roubam cidades e reinos; os outros furtam debaixo
do seu risco: estes sem temor, nem perigo; os outros, se furtam, são 1141
enforcados: estes furtam e enforcam. [...] E quantos ladrões teriam enforcado
estes mesmos ladrões triunfantes? De um, chamado Seronato, disse com
discreta contraposição Sidônio Apolinar: Nou cessat simul furta, vel punire,
vel facere: Seronato está sempre ocupado em duas coisas: em castigar furtos,
e em os fazer. — Isto não era zelo de justiça, senão inveja. Queria tirar os
ladrões do mundo, para roubar ele só. [...] Mas se os reis tão fora estão de
tomar o alheio, que antes eles são os roubados, e os mais roubados de todos,
como levam ao inferno consigo estes maus ladrões a estes bons reis?
[...]primeiro, porque os reis lhes dão os ofícios e poderes com que roubam; o
segundo, porque os reis os conservam neles; o terceiro, porque os reis os
adiantam e promovem a outros maiores; e, finalmente, porque, sendo os reis
obrigados, sob pena de salvação, a restituir todos estes danos, nem na vida,
nem na morte os restituem. (VIEIRA; NETO MAJOR, 1993)
Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra:
e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O
efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta
como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou
qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou
porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os
pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa
salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem
receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e
fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem
antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não
salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não
deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites.
Não é tudo isto verdade? Ainda mal!196 (VIEIRA, 2005).
RESULTADOS
196
O Sermão de Santo Antonio aos peixes foi dirigido aos indivíduos do Maranhão. Vieira combateu,
veementemente, a corrupção maranhense.
práticas antiéticas e ilegais. Sua voz se levanta também contra os reis que falham na tarefa de
ensinar seus súditos, tirando os ladrões do erro, mas, pelo contrário, juntam-se a tais
malfeitores e com eles caminham “para o inferno”.
Não vê diferença entre quem pratica tais ações condenadas; diz que reis e ladrões, se
fazem a mesma coisa, merecem o mesmo nome.
Antes de concluir, este trabalho traz duas citações. A primeira, de Vieira: “Nós somos
o que fazemos. O que não se faz não existe. Portanto, só existimos quando fazemos. Nos dias
que não fazemos, apenas duramos” (VEIGA, 2014, p. 157).
Finalmente, trazemos Barthes: “Se, por não sei que excesso de socialismo ou de
barbárie, todas as nossas disciplinas devessem ser expulsas do ensino, é a disciplina literária
que devia ser salva, pois todas as ciências estão presentes no monumento literário”
(BARTHES, 2001. p.18).
CONCLUSÃO
século dezessete. A possibilidade de pensar estudos unindo esse corpus já seria indicativa de
sua pertinência; mas a leitura dos textos não permite dúvida.
Nela, o passado está presente, e o passado sempre pode ser um bom mestre.
REFERÊNCIAS
BRITTON. J. Prospect and Retrospect – Selected Essays of James Britton. Edited by Gordon
M. Pradl. Londres: Heinemann Educational Books, 1982.
CHAIA, Vera; TEIXEIRA, Marco Antônio. Democracia e escândalos políticos. São Paulo:
Perspectiva, v. 15, n. 4, p. 64, 2001.
EAGLETON, T. Teoria da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 2001, pp. 30-33.
ECO, U. Sobre a literatura. Tradução de Eliana Aguiar. Rio de Janeiro – São Paulo: Editora
Record, 2003.
ISER, W. Teoria da recepção: reação a uma circunstância histórica. Rio de Janeiro: EDUERJ,
1999.
NISKIER, Arnaldo. Padre Antônio Vieira e os judeus. Rio de Janeiro: Consultor, 2004.
VAINFAS, Ronaldo; GASPARI, Elio. Antônio Vieira. São Paulo: Companhia das Letras,
2011.
VIEIRA, Padre António. “Sermão do Bom Ladrão”. Editoração eletrônica: Verônica Ribas
Cúrcio. 18 de setembro de 2005.
<http://www.cce.ufsc.br/~nupill/literatura/BT2803039.html>
1145
RESUMO
ABSTRACT
The teaching of Arts in the educational sphere in practice is restricted to the act of mechanically
drawing a landscape that is always the same. It aimed to reflect about the restructuring of the teaching
of Arts in Brazilian schools. As methodological course was used the methodological approach of
bibliographical research and the construction of an intervention project having as base to approach the
art with the musical language in the school.
KEYWORDS: Teaching Arts; Artistic Thinking; Music.
RESUMEN
INTRODUÇÃO 1146
Nesse sentido, pode-se observar que o ensino de Arte na prática educacional tem sido
considerado como uma disciplina menos importante no currículo, porquanto nos Anos Iniciais
do Ensino Fundamental limita-se ao pintar desenhos geralmente prontos e preferencialmente
nas sextas-feiras. Dessarte, faz-se necessário a discussão acerca do ensino de Artes nas
escolas para que essa prática seja rompida, para isso é pertinente que na formação do
pedagogo este perceba as contribuições que o ensino de Arte tem aos aspectos cognitivos,
afetivos, sociais e motores.
METODOLOGIA
197
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) no Centro de Formação de Professores (CFP)
Unidade Acadêmica de Educação (UAE)
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A disciplina de Artes na educação básica, limita-se na maioria das vezes ao ato de 1148
Por conseguinte, segundo a BNCC (2017, p. 192) a Arte contribui para a “interação
crítica dos alunos com a complexidade do mundo, além de favorecer o respeito às diferenças e
o diálogo intercultural, pluriétnico e plurilíngue, importantes para o exercício da cidadania”.
Além de propiciar a troca entre culturas e favorece o reconhecimento de semelhanças e
diferenças entre elas, para que esse componente curricular, possibilite tais contribuições aos
estudantes nessa etapa de educação é necessário que seja redimensionando o ensino na prática
dessa disciplina nas unidades escolares. Romper com a ideia de considerar a arte como menos
importante na sala de aula.
A música é uma linguagem universal que por meio dos sons e silêncios produzem
ritmos diferenciados, na história da humanidade, a música fazia-se presente nas manifestações
sociais nas celebrações de casamentos, nascimentos, etc.
Por conseguinte, vivemos no mundo em que a música faz parte das diferentes culturas,
antes mesmo do nascimento, o bebê é exposto a estimulação sonora, por meio de cantigas de
ninar, aguçando assim a percepção auditiva. Na educação a música torna-se um instrumento
indispensável no processo de ensino aprendizagem, porquanto fomenta ao desenvolvimento
de habilidades como percepção sonora, a criatividade, a imaginação, a criticidade, a oralidade.
Nesse sentido, a música na educação além do desenvolvimento de tais habilidades pertinentes
ao ser humano, possibilita a valorização das diferentes culturas.
Nesse mesmo contexto, com o domínio dos romanos ao território grego, a música foi
influenciada pela cultura romana diferenciando da cultura grega, pois os homens romanos
preparavam-se para a guerra, nesse cenário ocorre o rompimento da música como promotora
da expressividade, então a esta passa a ter um teor sistemático preocupando-se com
conhecimento científico. 1151
Segundo Loureiro (2001, p. 40) na Idade Média, “a Igreja Católica demonstra grande
interesse pela música incluindo-a nos cultos cristãos, pois acreditava que a música fosse capaz
de exercer forte influência sobre os homens”. Nessa acepção, a música recupera novamente a
linguagem expressiva dos sentimentos humanos assim como era na Grécia, ocorre outra
mudança passando a ser inserida nos cultos religiosos, neste sentido, a música é utilizada para
externa lizar os sentimentos, articulado a fé, além, de inserida como disciplina nas ciências
matemáticas.
Segundo a BNCC (2017, p. 194) conceitua a música como “expressão artística que se
materializa por meio dos sons, que ganham forma, sentido e significado no âmbito tanto da
sensibilidade subjetiva quanto das interações sociais, como resultado de saberes e valores
diversos estabelecidos no domínio de cada cultura.
Nesse sentido, os ensinos de Artes por meio da música proporcionam aos educandos
novas vivências para construírem novas aprendizagens, estando este inserido no processo de
forma ativa e participativa. Assim, com o ensino da Artes sendo trabalhado de forma
intencional, desenvolve-se a percepção, a interpretação. Ao trabalhar diversos códigos e
signos culturais, utiliza-se a Arte como uma forma romper com preconceitos, e estimular a
criatividade e ao trabalho coletivo. Especificamente a música tem a capacidade de promover o
desenvolvimento da sensibilidade, da autoestima, da atenção dos alunos, bem como despertar 1153
seu interesse ao pensamento artístico.
de trabalho pedagógico “que promove o diálogo de saberes, a conversa entre as diversas áreas
do conhecimento e seus conteúdos, o entrelaçamento entre os diversos fios que tecem o
currículo escolar” de modo a fortalecer, e contextualizar o processo de aprendizagem dos
discentes em seus respectivos níveis de ensino. Nessa perspectiva, o projeto dialoga com as
disciplinas de Geografia, História e Português, por meio de instigar o conhecimento
geográfico através das diversas músicas que as crianças ouvirão. Além de contar o surgimento
da música, para isso são necessários os conhecimentos históricos. 1154
O projeto foi pensado para ser desenvolvido durante cinco dias, dentre as atividades
propostas estão a construção de poesia, instrumentos musicais com materiais recicláveis, com
auxílio da música oportunizar os conhecimentos de diferentes repertórios musicais, a exemplo
de apreciar músicas brasileiras dos cantores Luiz Gonzaga, Sandy, Kell Smith, Sandy,
Toquinho e até músicas clássicas do compositor Ludwig van Beethoven, e Mozart.
CONSIDERAÇÕES PROVISÓRIAS
Com o presente estudo, percebe-se que a obrigatoriedade do Ensino de Artes nos anos
Iniciais do Ensino Fundamental foi significativo para esta etapa de escolarização, assim como
ao processo de construção do pensamento artísticos dos alunos, no entanto, observa-se ainda
que na prática escolar há um distanciamento no que asseguram os documentos e parâmetros
curriculares,, na qual, a Arte resume-se ao ato de desenhar ou pintar mecanicamente, deixando
de lado a interlocução entre as outras linguagens que compõem a Arte como a música, teatro,
dança, e artes visuais.
1155
REFERÊNCIAS
FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
Apostila.
PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Tecnologia, currículo e projetos. in: ALMEIDA,
Maria Elizabeth Bianconcini. MORAN, José Manuel.Integração das Tecnologias na
Educação. Secretaria de educação a Distância. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005.
RESUMO:
Tendo em vista a maneira como o ensino de gramática vem sendo abordado em sala de aula há muito
tempo e também atualmente, sabendo que muitas das vezes fatores de ordem histórica e social são
desconsiderados, e considerando que a língua é um fenômeno social e discursivo, objetivamos, no
presente artigo, colocar em questão o ensino de gramática que priorize a relação com o texto e com o
discurso, compreendo que estes fatores estão intimamente ligados de tal maneira que um não se
concebe sem o outro. O trabalho em questão tem como ancoragem teórico metodológica principal a
Análise do Discurso (AD) relacionada com alguns estudiosos dedicados a reflexão do binômio
gramática e ensino. Este trabalho teve como suporte alguns pesquisadores, tais como Orlandi (2003) e
Fernandes (2005) apresentando abordagem qualitativa e natureza descritiva. O corpus de análise se
constitui do texto “É proibido proibir”, letra de música composta por Caetano Veloso em meados dos
anos 60, com o intuito de protestar contra a censura imposta pelo regime militar. Os dados
preliminares apontam para a importância de se considerar diversas manifestações linguísticas no
ensino de gramática, possibilitando aos alunos e alunas perceberem a importância da utilização de
aspectos gramaticais na construção de efeitos de sentido do texto.
PALAVRAS-CHAVE: Efeitos de sentido. Gramática. Ensino.
Given the way in which grammar teaching has been addressed in the classroom for a long time and
also nowadays, knowing that many times historical and social factors are disregarded, and considering
that language is a social and discursive phenomenon, in the present article, to call into question the
teaching of grammar that prioritizes the relation with the text and the discourse, I understand that these
factors are intimately linked in such a way that one is not conceived without the other. The work in
question has as theoretical methodological anchorage the Discourse Analysis (AD) related to some
scholars dedicated to the reflection of the binomial grammar and teaching. This work was supported
by some researchers, such as Orlandi (2003) and Fernandes (2005) presenting qualitative approach and
descriptive nature. The corpus of analysis consists of the text "It is forbidden to prohibit", lyrics
198
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/ Campus Pau dos Ferros
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Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/ Campus Pau dos Ferros
composed by Caetano Veloso in the mid 60s, in order to protest against the censorship imposed by the
military regime. The preliminary data point to the importance of considering several linguistic
manifestations in grammar teaching, allowing the students to understand the importance of using
grammatical aspects in the construction of text sense effects.
KEYWORDS: Sense effects. Grammar. Teaching.
INTRODUÇÃO
pressupostos abarcados pela linguística funcional, que propõe um estudo de língua pautado no
funcionamento da língua.
A Análise Do Discurso
A Análise do Discurso teve início na década de 60, na França, por Michel Pêcheux.
Fundamentada por três pilares teóricos, que são a linguística, o marxismo e a psicanálise,
adota como objeto de estudo o próprio discurso. Como uma vertente teórica interdisciplinar
oferece reflexão sobre determinada produção e os efeitos de sentidos que ocorrem em sua
atividade comunicativa. A AD não trata a língua isoladamente, e sim com uma exterioridade
sobre o discurso, como Fernandes (2005, p. 20) nos mostra:
Outro ponto de suma importância para a análise do discurso, está no trabalho com a
forma material, e acaba trazendo para a sua prática o trabalho com a metáfora e a paráfrase.
Como Orlandi (2003, p. 5) nos mostra:
A Gramática Funcional
Os sentidos das palavras se formam nas discussões linguísticas, e a gramática não tem
um sentido único de ver a palavra, pois são múltiplos os sentidos que se pode obter.
Precisamos destacar as mudanças que ocorrem na nossa língua e as transformações que
ocorrem na gramática, para assim adquirir o conhecimento necessário de uso e apropriação da
linguagem.
informação qualquer sem nenhum tipo de contexto, não existe na situação comunicativa.
Seção De Análises
verbos que a intercalam. Esse uso de palavras da mesma família logo no título da canção
ajuda a reforçar o sentido de ironia e crítica que a música pretende repassar.
Nos primeiros versos da canção, “A mãe da virgem diz que não/ E o anúncio da
televisão/ Estava escrito no portão/ E o maestro ergueu o dedo/ E além da porta/ Há o
porteiro, sim...”. Podemos perceber a existência de metáforas, já que há deslizamentos de
sentidos no que diz respeito ao conteúdo das expressões contidas em cada estrofe, proibição,
dominação/manipulação e obstáculo/barreira que impedem, que aprisionam e que advertem, 1164
Nos versos que foram explicitados até aqui, nota-se que as orações estão organizadas
como independentes sintaticamente, mas semanticamente, não, isso porque elas juntas
completam o sentido pretendido pelo interlocutor do texto, porém, algumas orações estão
sendo ligadas pela conjunção “e” denotando uma noção de acréscimo de informações, mas
nem por isso podem ser classificadas como orações coordenadas, levando-se em consideração
o sentido literal do texto, pois a conjunção, como já explicado anteriormente, adiciona
informações que encaminham um mesmo objetivo e isso implica a dependência semântica
que existe entre as orações. Diferentemente do que acontece nos dois últimos versos da
primeira estrofe, nos quais podemos constatar que, além da dependência semântica, existe
Nos versos apresentados acima, as escolhas lexicais e seus usos são carregados de
ideologias revelados pelos sujeitos envolvidos, e esses discursos são colocados frente a
discordância ao uso abusivo de outros discursos utilizados antes para fazer o receptor aderir
ao que estava sendo imposto, ou seja, recursos linguísticos (utilizados em outro contexto)
utilizados com o propósito de romper com o que estava sendo pregado pela cultura de massa
da época, assim, de acordo com as palavras de Fernandes (2005, p. 20) “o discurso não é a
língua(gem) em si, mas precisa dela para ter existência material e/ou real.”, pois é a través da
linguagem que o discurso se realiza e é através do discurso que a ideologia é materializada.
sintática é o sujeito da oração E eu digo não. Este pronome coloca o interlocutor em posição
de sujeito discursivo, sujeito assujeitado localizado histórica, cultural, social e
linguísticamente, no qual seu discurso é permeado por material ideológico concretizado
através da língua. O efeito enfático que a utilização do pronome trás para a construção
ideológica que a letra quer repassar é um traço evidente da inserção direta do sujeito
(classificado sintaticamente como sujeito expresso simples) com sua tomada de posição e
confere ao eu lírico um ato de fala revolucionário. Essa escolha léxico-gramatical do sujeito 1166
reforça o efeito discursivo pretendido pela música de incentivar os jovens a se rebelar contra
as imposições e intervenções do Estado, intensificados com a ditadura militar. Vale destacar
também a diferença entre os agentes da primeira estrofe (a mãe o maestro e o porteiro) figuras
que aparecem com voz, com autoridade de dizer não, de erguer o dedo, ou seja, como
entidades simbólicas com poder, dominação e proibição, e a resistência com que o sujeito se
coloca na estrofe, ao dizer “não” se contrapondo às vontades do Estado, e ainda no segundo
verso da estrofe de dizer “não” ao “não: E eu digo não ao não. Esta segunda colocação do
advérbio de negação neste verso, adquire um outro sentido, o sentido de tudo o que, na época,
estava sendo proibido e essa interpretação só é possível quando interligamos aos sentidos
proporcionados pela primeira estrofe.
A partir daqui, o refrão se completa com a repetição do verso É proibido proibir, essa
expressão corresponde a uma figura de linguagem denominada paradoxo, que é uma figura de
oposição por apresentar ideias contraditórias, essa figura de linguagem se diferencia da
antítese (outra figura de linguagem que designa oposição/contraste) por se tratar de uma
oposição que une ideias contrárias, ao invés de distanciá-las, as une para intensificar e
conciliar os contrários e assim enfatizar a verdade da informação. É esse o efeito causado por
essa expressão, pois a necessidade dessa figura de linguagem evidencia a reafirmação do
efeito de sentido pretendido pelo interlocutor e o tom de ironia passa a ser gradualmente
construído na repetição e progressão dos sentidos que o texto permite que o seu interlocutor
formule. Durante todo o refrão prevalece o discurso direto, o que nos leva a perceber a
utilização do tempo verbal, o presente do indicativo, característica determinante do discurso
direto, o que acaba transmitindo autenticidade e espontaneidade, pois o eu lírico toma pra si a
responsabilidade do que está sendo dito.
A terceira estrofe se estrutura com os versos: “Me dê um beijo, meu amor/ Eles estão
nos esperando/ Os automóveis ardem em chamas/ Derrubar as prateleiras/ As estantes, as
estátuas/ As vidraças, louças, livros, sim...”, no primeiro verso notamos a presença de um
sentimentalismo, mais especificamente um lirismo amoroso perceptível pelo pedido de um
beijo e pela presença do vocativo “meu amor”, no entanto, logo esse lirismo é encerrado nos
versos seguintes. Na expressão Eles estão nos esperando, a utilização do pronome masculino
da segunda pessoa do plural nos permite classificá-lo sintaticamente como o sujeito expresso 1167
simples da oração, mas só podemos deduzir a quem o pronome se refere (quem ele substitui)
pelas condições de produção e pelo contexto no qual a música se inscreve, nos levando a
compreender que o pronome “eles” se refere aos manifestantes, que esperam para realizar os
manifestos, atirando bombas contra a burguesia da época. Essa interpretação é confirmada no
verso seguinte, que corresponde a um ato de manifesto de atear fogo nos carros da sociedade
burguesa.
Ainda nesta terceira estrofe, nos três últimos versos temos a centralização no verbo
“derrubar”, (verbo transitivo direto) que exige os complementos (objetos diretos) que seguem
nos versos: as prateleiras, as estátuas, as estantes, as vidraças, louças e livros. É possível
perceber a relação entre o sentido da palavra “derrubar” com o emblema “Abaixo a ditadura”
que os jovens, influenciados pelo movimento estudantil francês de 68, gritaram e picharam
muros, construções públicas e viadutos. É possível ainda estender os sentidos ao percebermos
a ampla significação no uso desses complementos do verbo, quando correlacionamos, por
exemplo, as palavras “prateleiras” e estantes” no que se refere ao objetivo de derrubar
barreiras ou da palavra “estátuas” no sentido de romper com os modelos vigentes, e ainda
com as palavras “louças” e “livros”, que podem se referir muito bem, respectivamente, ao que
é tido como objeto de valor e como objeto histórico, correspondendo aos desejos de dar-se um
fim às políticas repressoras e recomeçarem, tomarem um novo início.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatamos, por meio das discussões aqui travadas, que o ensino de gramática
tradicional não supre as necessidades comunicativas interativas da língua, principalmente
porque se trata de uma abordagem que exclui toda a dinamicidade linguística, deixando de
fora aspectos semânticos, contextuais e pragmáticos, os quais são de extrema necessidade
para a produção dos sentidos do texto, realçando a estrutura e a sintaxe como autônomas. A
língua, entendida pela linguística funcional como real instrumento de comunicação e produto
de trocas comunicativas, defende métodos de análises e de estudos que se façam dentro do
uso, ou seja, do seu funcionamento real. Ao estabelecer como principal objeto de estudo
apenas frases soltas, descontextualizadas que não suportam toda a manifestação discursiva
que as palavras, quando articuladas, carregam, o que se tem é um equívoco e o insucesso no
ensino de língua portuguesa. Em contrapartida, a linguística funcional defende um ensino
pautado no texto, porque é através do deste que a linguagem acontece e por isso, é preciso
considerar fatores internos e também externos à materialidade textual.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, I. Muito além da gramática: por um ensino sem pedras no caminho. São Paulo:
Parábola Editorial, 2007.
FERNANDES, C. A. A noção de discurso: discurso, ideologia e efeito de sentido. In: ______. 1169
A análise do discurso: reflexões introdutórias. Goiânia: Trilhas urbanas, 2005, p. 19-30.
RESUMO
Nos dias atuais trabalhar com jovens e adultos é um desafio que exige muita dedicação por parte dos
educadores, pois, trata-se de um universo em que o aluno não está habituado em vivencias ao ambiente
escolar e sua rotina diária, desta forma, o professor tem como missão buscar meios que visem integra
os educandos tanto à vida educacional como inseri-los na sociedade. Esse artigo tem como objetivo
fazer um breve relato das experiências vivenciadas por um educador integrante do programa EJA-
Educação para jovens e adultos (Brasil Alfabetizado), na cidade de Cajazeiras, Paraíba. Os resultados
aqui relatados evidenciam os desafios e perspectivas encontrados em um programa que vem
auxiliando a jovens e adultos que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola ainda quando
criança e adolescente, exigindo assim uma atenção especial para os educadores que pretendem atuar
nos programas de alfabetização de jovens e adultos e EJA.
PALAVRAS-CHAVE: Professor; Educação básica; Educação de jovens e adultos.
ABSTRACT
Nowadays, working with youth and adults is a challenge that requires a lot of dedication from
educators, because it is a universe in which the student is not accustomed to experiencing the school
environment and his daily routine, in this way, the teacher has as its mission to seek means that aim at
integrating students into the educational life as well as inserting them into society. This article aims to
give a brief account of the experiences of an educator who is part of the EJA - Education program for
youth and adults (Literate Brazil), in the city of Cajazeiras, Paraíba. The results reported here highlight
the challenges and perspectives found in a program that has been helping young people and adults who
have not had the opportunity to attend school even as a child and adolescent, thus requiring special
attention for educators who intend to work in literacy programs of young people and adults and EJA.
KEYWORDS: Teacher; Basic education; Education of young people and adults.
RESUMEN
En los días actuales trabajar con jóvenes y adultos es un desafío que exige mucha dedicación por parte
de los educadores, pues, se trata de un universo en que el alumno no está habituado en vivencias al
ambiente escolar y su rutina diaria, de esta forma, el profesor tiene como misión buscar medios que
visen integra a los educandos tanto a la vida educativa como a insertarlos en la sociedad. Este artículo
tiene como objetivo hacer un breve relato de las experiencias vivenciadas por un educador integrante
del programa EJA-Educación para jóvenes y adultos (Brasil Alfabetizado), en la ciudad de Cajazeiras,
Paraíba. Los resultados aquí relatados evidencian los desafíos y perspectivas encontrados en un
programa que viene ayudando a jóvenes y adultos que no tuvieron la oportunidad de asistir a la
escuela aún cuando niño y adolescente, exigiendo así una atención especial para los educadores que 1171
pretenden actuar en los programas de alfabetización de jóvenes y adultos y EJA.
PALABRAS CLAVES: Maestro; Educación básica; Educación de jóvenes y adultos.
INTRODUÇÃO
Propor a educação para jovens e adultos no século XXI é o que estados e municípios
devem enfrentar e atualizar-se para minimizar os efeitos negativos que por anos e anos de
exploração embutiram as classes populares e as camadas em situação vulnerável. É direito de
todos terem acesso à informação por meio dos avanços tecnológicos e educacionais, e para
isso é necessário criar condições para que homens e mulheres desenvolvam suas
competências para criar, dialogar e intervir como diferente, assumir seus lugares no mundo,
compreendendo e (re) significando a realidade.
Para que tudo isso aconteça é necessário um aprendizado por toda a vida. No momento
de aceitar o desafio de ensinar deve-se ter em mente que essa missão não será realizada
apenas por meio de transmissão mecânica de conceitos. Torna-se indispensável ensinar a
pensar, ou seja, nós professores temos de mostrar como é ser cidadão.
O presente artigo surgiu a partir das observações e interação com professores da EJA
(Brasil Alfabetizado), com a finalidade de expor as experiências vivenciadas durante o tempo
em que alguns desses educadores lecionarão na Escola Municipal De Ensino Fundamental
Costa e Silva, no período de maio de 2016 a Dezembro de 2016 como aluno do curso de
especialização em alfabetização e letramento.
Tem como objetivo geral mostrar que o papel do professor da Educação de Jovens e
Adultos vai além do simples ensinar, requerendo uma reflexão sobre os educandos, propondo
uma “educação libertadora” (FREIRE, 1982), que resgate a cidadania do sujeito,
considerando que só dessa forma que o homem faz sua história e recria a mesma, muda o
mundo de forma livre, buscando inserir o indivíduo na sociedade, convivendo com seus
semelhantes, pensando sua existência e transformando sua realidade.
A educação de Jovens e Adultos (EJA) apresenta-se como uma modalidade de ensino 1172
que foi criada pela grande necessidade de oferecer uma chance a mais na vida de pessoas que
por algum motivo não tiveram acesso ao estudo, principalmente ao ensino fundamental.
Tendo como tarefa Sua tarefa é estimular jovens e adultos proporcionando acesso à sala de
aula aqueles que muitas vezes não tiveram acesso no período em que eram jovens e
adolescentes.
METODOLOGIA
desafios que surgiram durante todo o período de aula e ter a capacidade de (re) aprender e
ensinar e (re) ensinar.
O atendimento aos alunos muitas vezes acontecia na sala de aula da escola e outras
vezes nas residências dos mesmos, ou em localidades próximas das residências da maioria dos
educandos matriculados. Pois os alunos da EJA que faziam parte de algumas das turmas
também tinham uma característica geral de alunos da EJA, que é tratar-se de um grupo
relativamente homogêneo, onde abandonaram os estudos nas primeiras séries do fundamental 1174
um, que por algum motivo fora privados da escolarização regular e formados em sua maioria
por trabalhadores, que ainda almejam se alfabetizar e a ampliar sua visão de mundo. Sendo
que a maioria dos educandos da EJA apresentam características diferenciadas em razão de
algum que vivenciaram durante sua adolescência e juventude.
Então, os educadores devem ser sensível aos saberes que os educandos apresentam,
reconhecendo sua legitimidade, intimamente ligados ao contexto sociocultural no qual estão
inseridos.
Dessa forma, o papel dos professora da EJA visou levar em conta o repertório dos alunos com
o apoio de toda equipe pedagógica, a qual proporcionou um suporte que contribuiu para o
fortalecimento da auto imagem desses sujeitos que por tantas vezes se sentem desvalorizados.
Freire (1997) vem dizer que muitas vezes isso acontece pela “auto desvalia” e também pelo
“fatalismo”. Ou seja, são questões que afetam os menos favorecidos e que acaba influenciado
no seu futuro e profissional e como cidadão crítico pensante.
estivessem de acordo com suas trajetórias de vida, suas concepções de mundo e suas
expectativas em relação a escola e aos estudos.
RESULTADOS
Com a convivência na EJA passei a dar mais credibilidade a esse programa de 1175
educação que veio para assistir as pessoas que dele necessitam para corrigir algumas das
muitas distorções sociais, uma vez que não tiveram oportunidade de estudar na idade. Dada à
especificidade dessa clientela, é muito importante a formação dos profissionais que atuam no
programa, que alcançou status de modalidade de ensino.
Alguns autores expõem seus pontos de vista sobre a educação, destacando que
lecionar na modalidade de Educação de jovens e adultos é um desafio, pois, nessa área, o
profissional precisa estar se questionando durante sua trajetória, analisando e reanalisando
conceitos, revendo concepções e acima de tudo quebrando paradigmas e buscando desfazer
alguns tabus que são construídos pela sociedade.
Com esse trabalho na EJA, observei que para atuar nesse segmento, o professor deve
estar convicto de suas aptidões para a pesquisa e estar aberto para novos conhecimentos e
mudanças metodológicas. E para esse contexto Freire (1997) afirma que a partir do momento
em que buscamos o conhecimento este deve derivar-se do ensino, do aprendizado com a
docência. Porém, produzir conhecimento só se dá por meio da pesquisa, do instinto de se
informar, da vontade de ir atrás das indagações e dessa forma construir meios para chegar
próximo do conhecimento da verdade. O referido autor infere que “toda docência implica
pesquisa e toda pesquisa implica docência” (FREIRE, 1997, p.192).
O que mais me chamou atenção quanto ao trabalho na EJA é que devemos trabalhar de
acordo com a realidade, saberes e cultura dos educandos, e nesse contexto Freire (1997)
apresenta a opção de:
DISCUSSÃO
sociedade da qual fazem parte, esta sociedade que é repleta de tecnologias renovadoras e uma
grande diversidade de linguagens sonoras e visuais, as quais são bastante representativas, e
para trabalhar o contexto social com esses educando Fátima Rogoni (2008) propõe que:
[...] como alfabetizador (a) devemos estudar uma metodologia que objetive o
(a) alfabetizando (a) trabalhador (a) como um todo- homem/mulher social,
global e cultural, na qual o diálogo e as reflexões possam estabelecer-se não
apenas na sala de aula, mas também no seu quintal (ROGONI, 2008, p.07).
1177
Dessa forma a alfabetização se tornará muito mais que uma mera função social, uma
forma de auxiliar os educando com sua identidade, sua autonomia, para assim viver com mais
facilidade em meio às imposições culturais e sociais no decorrer de sua vida.
E para assistir a esse público, a escola deve se apresentar diversa e atrativa, pois esses
alunos podem trazer consigo um conceito da escola tradicional e impositiva, como afirma
Aoki (2013, p. 13) “Muitas vezes, os alunos de EJA esperam um modelo tradicional, em que
o professor detém o saber que transfere aos alunos por meio de atividades como cópias e
ditados”. E, dentro desse contexto, os professores de EJA devem possibilitar situação em que
possam desconstruir esse conceito de forma que o aluno perceba que a aprendizagem requer a
participação deles nas atividades, pois eles também já trazem consigo uma boa bagagem de
conhecimentos “em geral adquiridos de modo informal por sua experiência de vida
acumulada na família, na comunidade ou no trabalho” (AOKI, 2013, p.07).
visando o que deve ou não ser aplicado, buscando sempre chamar a atenção do público alvo e
levar algo útil para eles. É importante também ser capaz de compreender as respostas dos
mesmos às didáticas propostas.
áreas do conhecimento, textos jornalísticos, literários, relatos históricos, dentre outros, sempre
com finalidade de ampliar os conceitos e conhecimentos dos alunos.
Um dos desafio encontrados por educadores da EJA é mostrar aos seus sujeitos nesse
programa que só ler e escrever não serão suficientes; que os mesmos devem sair desse
programa sabendo ler, escrever, compreendendo informações, produzindo seus próprios
textos, formulando novas ideias e conceitos. Cagliari relata que pra que isso aconteça:
grupos sociais desfavorecidos economicamente, fazendo-os compreender que sua vida pode
mudar depois desse processo.
CONCLUSÃO
ser pensada como um processo educacional específico, que não esteja apenas fundamentado
na idade das pessoas participantes, mas sim por características socioculturais que apontam à
necessidade de uma proposta político pedagógica diferenciada daquela que voltada para a
criança do ensino fundamental regular.
esse trabalho, refletimos sobre sua responsabilidade em conceber uma prática individual, mas
também coletiva, para assim buscar interferir e modificar a realidade desses sujeitos que
passam a vida tentando se encaixar na sociedade.
Muito ainda se precisa fazer para que todos os educandos tenham acesso à educação e,
dessa forma, entendemos que o professor de educação de Jovens e Adultos deve se utilizar de
estratégias diversificadas para trabalhar diferentes atividades diariamente em sala de aula e até
mesmo fora dela; a utilização de materiais e textos diversos que circulam na sociedade e que
estão relacionados com a vivência e realidade destes em sua comunidade; desenvolver
projetos que estimulem a permanência na escola, e ainda, que os professores devem buscar
formação específica continuada para o desenvolvimento e aprimoramento da sua leitura para
assim estimular seus alunos, possibilitando o despertar dos educandos pela modalidade de
ensino, fazendo com que os mesmos sinta-se integrandos.
REFERÊNCIAS
AOKI, Virgínia. Educação de jovens e adultos: alfabetização. São Paulo: Moderna, 2013.
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bú. São Paulo: Scipione, 1998.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 24. ed. São
Paulo: Paz e Terra, 1997.
FREIRE, P. e SHOR, I. Medo e ousadia: cotidiano do professor. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1986.
VÁSQUES. Adolfo Sanches. Filosofia da Práxis. 2 ed. Rio de Janeiro: Faz e Terra, 1977.
ROGONI, Fátima Gusso. Muda o mundo Brasil: alfabetização de jovens e adultos; ilustrações
Franciele Gusso Rigoni. Curitiba: Ed. Positivo, 2008.
1182
RESUMO
O artigo tem como objetivo refletir sobre a forma como a comunidade do campo compreende o
Programa Mais Educação (PME) e analisar as possíveis relações entre o projeto de Educação Integral
e os princípios da Educação do Campo. Nesse sentido, o presente estudo assume o desafio de articular
esses projetos de educação a partir de observações realizadas no contexto de uma escola municipal
localizada na comunidade rural do Patamuté, no município de Cajazeiras-PB, onde em 2014 foi
implantado o Programa Mais Educação. Foram selecionados 12 pais de estudantes que cancelaram e
ou não efetivaram a matrícula nas turmas de tempo integral entre os anos de 2014 a 2015. A discussão
teórica visou refletir sobre a organização, os desafios, potencialidades e fragilidades desse programa
na oferta de uma formação integral em escolas localizadas em áreas rurais. Para ampliar a discussão,
foram articuladas as propostas de Educação Integral e Educação do Campo, destacando o caráter
emancipatório desses projetos. Os resultados evidenciaram que os pais dessa comunidade percebem
que as atividades desenvolvidas no PME não implicam em um deslocamento que contemple as
realidades e os sujeitos do campo.
ABSTRACT
The article aims to reflect on how the rural community understands the More Education Program
(PME) and to analyze the possible relationships between the Integral Education project and the
principles of Field Education. In this sense, the present study assumes the challenge of articulating
these education projects based on observations made in the context of a municipal school located in
the rural community of Patamuté, in the municipality of Cajazeiras-PB, where in 2014 the More
Education Program was implemented. We selected 12 parents of students who canceled and / or did
not enroll in full-time classes between 2014 and 2015. The theoretical discussion aimed to reflect on
the organization, challenges, potentialities and fragilities of this program in the offer of an integral
formation In schools located in rural areas. To broaden the discussion, the proposals of Integral
Education and Field Education were articulated, highlighting the emancipatory character of these
projects. The results showed that the parents of this community perceive that the activities developed
in the PME do not imply a displacement that contemplates the realities and the subjects of the field.
El artículo tiene como objetivo reflexionar sobre la forma en que la comunidad del campo comprende
el Programa Más Educación (PYME) y analizar las posibles relaciones entre el proyecto de Educación
Integral y los principios de la Educación del Campo. En este sentido, el presente estudio asume el
desafío de articular esos proyectos de educación a partir de observaciones realizadas en el contexto de
una escuela municipal ubicada en la comunidad rural del Patamuté, en el municipio de Cajazeiras-PB,
donde en 2014 se implantó el Programa Más Educación. Se seleccionaron a 12 padres de estudiantes
que cancelaron y o no efectúan la matrícula en las clases de tiempo completo entre los años 2014 a
2015. La discusión teórica pretendió reflexionar sobre la organización, los desafíos, potencialidades y
fragilidades de ese programa en la oferta de una formación integral En escuelas ubicadas en áreas
rurales. Para ampliar la discusión, fueron articuladas las propuestas de Educación Integral y Educación
del Campo, destacando el carácter emancipatorio de esos proyectos. Los resultados evidenciaron que
los padres de esa comunidad perciben que las actividades desarrolladas en la PYME no implican un
desplazamiento que contemple las realidades y los sujetos del campo.
PALABRAS CLAVES: Programa Más Educación, Educación del Campo, Educación Integral.
INTRODUÇÃO
hipótese de que os pais não entendem o Programa Mais Educação como uma experiência que
acrescente e alargue a formação dos seus filhos.
200
O conceito de omnilateralidade é de grande importância para reflexão sobre educação em Marx. Ele trata da
formação humana oposta a formação unilateral decorrente do trabalho alienado, da divisão social do trabalho, da
reificação e das relações burguesas.
sociedade capitalista. Frigotto (2012, p.22) pontua que Educação omnilateral significa, “[...] a
concepção de educação ou de formação humana que busca levar em conta todas as dimensões
que constituem a especificidade do ser humano e as condições objetivas e subjetivas real para
seu pleno desenvolvimento histórico”.
como Anísio Teixeira. Este deixou um legado importante de postulados e de experiências que
via Educação Integral propunham a ampliação das tarefas sociais e culturais da escola capazes
de provocar transformações e mentalidades dos sujeitos.
A segunda concepção vincula-se a uma visão autoritária, na qual a escola teria o papel
de formar o estudante para o trabalho como uma espécie de instituição de prevenção ao crime.
Por sua vez, a terceira visão é pautada na escola como um instrumento democrático, pois, a
partir do tempo integral, o educando pode ter uma formação emancipatória.
Por fim, a quarta concepção baseia-se na ideia de que o ensino pode ocorrer dentro ou
fora do espaço escolar e que o horário integral independe do ambiente escolar, caracterizando
uma visão multissetorial.
superando o caráter parcial e limitado que as poucas horas diárias proporciona, em estreita
associação com o reconhecimento das múltiplas dimensões que caracterizam os seres
humanos.
Além disso, é preciso que as propostas de Educação Integral das escolas do campo ou
da cidade, sejam elaboradas com a participação coletiva, de forma a reconhecer a comunidade
como em um espaço educador. Partindo desse pressuposto Coelho (2000, s.p) afirma que:
1186
Entretanto, sabe-se que muitas escolas da rede pública de ensino por diversas razões
não conseguem se organizar na perspectiva da formação em múltiplas dimensões. Isto ocorre,
por motivos diversos, desde a visão hegemônica que cria uma redoma em torno da escola à
não compreensão da concepção de Educação Integral como instrumento de libertação. Quanto
a essa afirmação Pistrak (2011,p.52) corrobora:
A escola sempre foi uma arma nas mãos das classes dirigentes. Mas, essas
não tinham nenhum interesse em revelar o caráter de classe da escola..., e é
por isso que se esforçavam para mascarar a natureza de classes da escola,
evitando colaborar na destruição de sua própria dominação.
Recriar a escola numa perspectiva de formação para a emancipação requer mais que
arranjos de tempos e espaços, requerem intencionalidade, e isso nenhuma política pública vai
garantir. É preciso romper com a ideologia urbanista/capitalista que ainda resiste nas escolas.
E esse é um processo em movimento que transita entre a educação enquanto prática e
enquanto condicionante de liberdade. Nesse sentido Ghedin (2004,p.78) afirma:
Educação para liberdade é aquela que em seu fazer pedagógico oportuniza aos sujeitos
se reconhecerem como seres sociais, integrados e inseridos em seu contexto histórico e nos
contextos de produção da sua existência. É a partir desse pressuposto que se articula a
1187
proposta de Educação Integral defendida pela Educação do Campo.
A pesquisa a que este artigo se reporta foi construída tendo como base a Educação
Integral prevista na concepção da Educação Popular, que emerge a partir de 1970 e se
apresenta como movimento de classe dos trabalhadores e trabalhadoras, contra o modelo
reprodutivista da ideologia do Estado que se baseia em privilégios dos ricos sob os pobres.
Para Bourdieu e Passeron (1975,p.123).
Ademais a escola reproduz uma aprendizagem carregada dos velhos modos de fazer,
primando pela repetição. Reproduzindo saberes impregnados da ideologia dominante que são
estabelecidos como legítimos numa dinâmica afastada do mundo real, num descompasso entre
o ritmo da escola e o ritmo da vida no campo.
Com vistas a romper com essa lógica começa a emergir na década de 1940 e se fortalecer na
década de 1950, o Movimento de Educação Popular defendendo a concepção que associa os processos
educativos às ações sociais e políticas da classe trabalhadora com vistas à intervenção e transformação
social.
A educação destinada aos povos do campo foi durante décadas negligenciada e seus
sujeitos invisibilizados, condenados a conviver com uma prática escolar atravessada por um
sistema de estereotiparão da dinâmica de vida e dos sujeitos do campo.
METODOLOGIA
O tratamento dos dados foi realizado por meio da técnica de análise de conteúdo
proposta por Bardin (2009). Após a leitura exploratória do material, foram identificadas
categorias que serviram para um primeiro processo de codificação do material. Na sequência
algumas categorias foram reagrupadas e organizadas em três eixos temáticos, a saber:
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1190
O PME foi pensado para ser executado nas escolas urbanas, onde as condições de
produção da vida se diferem das do campo. A proposta desse programa se pauta
especialmente na ampliação da jornada escolar. Esta é uma questão delicada, pois a escola
pode cair no equívoco de ofertar a Educação Integral somente considerando a ampliação do
tempo na escola, sem qualificar a oferta de atividades, situação que pode estar contribuindo
para que os pais as reconheçam como não significativas.
“Mas assim é porque igual tô te falano com a senhora do jeito que ta não adianta eu mandá eles pra
escola pra ficá o dia todo pra brincá de bola”. (Pai).
No excerto acima se percebe, que o pai não reconhece a atividade lúdica como
atividade lúdica como atividade educativa. Por outro lado, há uma crítica à escola que “só
brinca”. Estaria esse pai pensando que o Tempo Integral se resume a ficar brincando na
escola? Ou essa crítica viria de uma visão utilitária do ensino?
1191
“[...] num sei, as vez fizesse uma reunião assim com os pais, eu penso de um jeito e outra pessoa
pensa de outro jeito, num sei. [...] É igual eu tôfalano com a senhora eu acho que assim né se
chamasse o pai dos menino tudo, fizesse uma reunião, a gente pudesse falar assim, falar oque a gente
acha, podia melhorar, né, miorou bastante, né?”( Pai)
Nas falas dos pais percebe-se a falta de diálogo da escola com a comunidade na
implementação do programa, que ao invés de ser uma construção coletiva e contextualizada,
passa a ser um projeto imposto de cima para baixo. No caso do PME, o modelo prioriza a
realidade urbana, não contemplando das dinâmicas sociais dos povos do campo, a relação
trabalho-família, os tempos e espaços de formação, os valores que perpassam as relações
interpessoais e grupais, enfim, não cria nenhuma possibilidade de adesão das comunidades
campesinas.
“Eu não deixo meus filhos, pois fica o dia todo na escola. Eles precisam de alguma coisa da
1192
roça, precisa de aprendê alguma coisa”. (Pai)
“É, nois que nossos ficresceno na sabiduria pra vivêmelhó. Aprendeno na iscola e aqui cum nois”.
(Pai)
Propor uma Educação Integral com base nos conceitos de territórios educativos
significa considerar que, não raro, a escola representa o único equipamento público que existe
na comunidade, revelando sua fragilidade em dar conta sozinha da formação na perspectiva
da integralidade, assim cabe o reconhecimento e fortalecimento dos espaços da comunidade
como espaços educativos.
“Mas tem muita coisa que a filha precisa é de casa além do que ela aprende na escola ela tem que
aprender em casa com a mãe ou com o pai na rotina do dia a dia”. (Mãe)
“Na minha época a gente aprendia um monte de coisa com os nossos pais, agora tá difícil ensinar, os
meninos hoje é diferente se ficar na escola o dia todo, a semana interinha ai que não tem jeito
mesmo”. (Pai ). 1193
“E se lá tivesse um tempinho para aprendê as coisa daqui a gente garantia que nossa historia não
morria”. (Pai).
Verifica-se a partir da análise das entrevistas que o Programa não estimula a valoração
dos saberes locais e das muitas identidades que constituem o homem do campo, porque não
compreende que o homem do trabalho é, também, o homem da escola. Padilha (2012)
comenta “Se educarmos sem dialogar com os saberes e experiências que os alunos trazem
para a escola, estaremos contribuindo para dificultar as suas aprendizagens e para aumentar os
índices de exclusão escolar”.
“Nem eu estou falano com ocê, o que ele aprende lá nóis não ensina aqui, aqui a gente ensina outras
coisa”. (Mãe).
“As aulas podiam ser fora da escola, podia ser nas coisas que a gente faz junto com nós eu acho que
dava certo”. (Pai B).
CONCLUSÃO
O Estado, devido a sua abrangência tem grandes desafios no sentido de dar conta das
especificidades locais. Esperar respostas do Estado faz parte de uma lógica paternalista,
assistencialista e que exclui o potencial de transformação dos atores sociais postos em cena. É
preciso reverter essa lógica para que se instale um processo participativo, de
corresponsabilidades, de comprometimento coletivo, buscando a emancipação dos sujeitos,
estimulando o exercício da cidadania de maneira consciente e participativa.
Nesse sentido, se o Programa Mais Educação tivesse sido pensado como um programa
de fomento à Educação Integral para as escolas do campo, certamente seria diferente da forma
como se apresenta hoje.
REFERÊNCIAS
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MORIN, E. (2004). A cabeça bem feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de
Janeiro: Bertrand Brasil;
RESUMO 1199
O conhecimento da flora apícola de uma determinada região constitui uma ferramenta essencial para
que o apicultor aperfeiçoe a sua produção. O presente trabalho tem como objetivo realizar o
levantamento fitossociológico e florístico do bioma caatinga no Município de Aparecida – PB, no
Assentamento Acauã, com as seguintes coordenadas geográficas 06°48’46” S e 38°04’ 53.3” W, a 138
metros ao nível do mar. Foram adotadas por 10 parcelas, cada uma com as dimensões de 10x20 m e a
distância de 50 m entre cada parcela, identificando todos os indivíduos, com circunferência a partir de
10 cm, feito a medida de CAB. Os parâmetros florísticos e fitossociológicos, foram: diversidade,
densidade, dominância, frequência, índice de valor de importância e de cobertura. Foi proposto um
calendário das floradas apícolas com os meses do ano e o material ofertado para as espécies de
abelhas, como: néctar, cera e pólen.
PALAVRAS-CHAVE: Apicultura; Calendário apícola; Fitossociologia.
Knowledge of the apicultural flora of a certain region is an essential tool for the beekeeper to improve
its production. The present work has the objective of performing a phytosociological and floristic
survey of the caatinga biome in the Municipality of Aparecida - PB, in the Acauã settlement, with the
following geographic coordinates 06 ° 48'46 "S and 38 ° 04 '53.3" W, 138 meters at sea level. They
were adopted by 10 plots, each with the dimensions of 10x20 m and the distance of 50 m between
each plot, identifying all the individuals, with circumference starting from 10 cm, made to measure
CAB. The floristic and phytosociological parameters were: diversity, density, dominance, frequency,
importance value index and coverage. It was proposed a calendar of the beehives with the months of
the year and the material offered for the species of bees, such as: nectar, wax and pollen.
KEYWORDS: Beekeeping; Apiculture calendar; Phytosociology.
201
Professora Doutora do Curso de Pedagogia e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu PROFLETRAS
do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande – CFP/UFCG.
El conocimiento de la flora apícola de una determinada región constituye una herramienta esencial
para que el apicultor perfeccione su producción. El presente trabajo tiene como objetivo realizar el
levantamiento fitosociológico y florístico del bioma caatinga en el Municipio de Aparecida - PB, en el
Asentamiento Acauã, con las siguientes coordenadas geográficas 06 ° 48'46 "S y 38 ° 04 '53.3" W, a
138 metros a nivel del mar. Se adoptaron por 10 parcelas, cada una con las dimensiones de 10x20 m y
la distancia de 50 m entre cada parcela, identificando a todos los individuos, con circunferencia a
partir de 10 cm, hecha a medida de CAB. Los parámetros florísticos y fitosociológicos, fueron:
diversidad, densidad, dominancia, frecuencia, índice de valor de importancia y de cobertura. Se
propuso un calendario de las floradas apícolas con los meses del año y el material ofrecido para las
especies de abejas, como: néctar, cera y polen.
PALABRAS CLAVES: Apicultura; Calendario apícola; Fitosociología. 1200
INTRODUÇÃO
Com relação a fitossociologia, é importante destacar uma das atividades mais antigas
do mundo, a apicultura que vem contribuindo para a humanidade por meio da produção de
mel, pólen, própolis, cera e outros produtos apícolas de grande valor comercial e
farmacológico. Quando relacionado à preservação do meio ambiente, a apicultura tem seu
papel grandioso, mediante a polinização, perpetuando grande número de espécies vegetais,
garantindo a sua conservação e a produção de frutos e sementes de valor ambiental para
Bioma.
MATERIAL E MÉTODOS
1202
Assentamento Acauã.
A referida área como se pode observar na figura 3, apresenta uma maior densidade da
vegetação conservada, foi doada a Congregação Sagrada Família, formada por freiras que
residem na comunidade. Com a permissão das mesmas, os apicultores utilizam para
atividades apícolas, na qual foi registrado um total de 28 apiários distribuídos na área.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Análises Da Flora
Arcoverde, Pernambuco, Guedes et al. (2012), em uma área do Seridó da Paraíba (2,54) e
CORDEIRO (2017), de 2,99.
Handroanthus
Bignoni 6.7 2.2
impetiginosus 6 30.0 1.82 20.00 4.44 0.09 0.44
aceae 0 6
Mattos
Jatropha mollissima Euphorb 6 30.0 1.82 10.00 2.22 0.31 1.58 5.6 3.3
Anadenanthera
Fabacea 3.7 1.4
colubrina (Vell.) 1 5.0 0.30 10.00 2.22 0.23 1.17
e 0 8
Brenan
Nind (No de indivíduos), AbsDe (Densidade absoluta), RelDe (Densidade relativa), AbsFr, (Frequência absoluta), RelFr (Frequência
relativa), AbsDo (Dominânciaab soluta), RelDo (Dominância relativa), IVI (Índice de valor de importância), IVC (Índice de valor de
cobertura)
Segundo Lima et al. (2015), em seu trabalho, apresenta a Croton sonderianus a maior
dominância relativa (33,0%), seguido da Mimosa caesalpiniifolia (15,7%) e Combretum
leprosum (12,3%).
Flora Apícola
Quadro 1: Calendário da florada apícola e oferta pelas plantas de; néctar, pólen e cera no
Assentamento Acauã, Aparecida/PB, 2018
CALENDÁRIO APÍCOLA
Fornecedora
Período de
Nome científico – Espécies Popular 1206
floração
Néctar Polén Cera
Feijão- Setembro /
Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl X
bravo Dezembro
Pinhão –
Jatropha mollissima (Pohl) Baill Maio / Novembro X X
bravo
Pilosocereus gounellei
Xiquexique Dezembro / Janeiro X
(F.A.C.Weber)
realizado revelou que há uma diversidade de espécies arbustivas e arbóreas, com grande
potencial apícola para ser explorado, e que essa atividade pode ser desenvolvida pelos
agricultores familiares da região, a partir de um planejamento, ao longo do ano,
potencializando assim, sua produção de mel, ao conhecer os períodos de grandes e baixas
floradas.
Tabela 2 – Lista de família e espécies, amostrados no Assentamento Acauã, com os respectivos nomes
populares. 1207
FAMÍLIA/ESPÉCIES NOME POPULAR
Apocynaceae
Aspidosperma pyrifolium Mart. Pereira
Bignoniaceae
Handroanthus impetiginosus Mattos Pau d’arco roxo
Cactaceae
Cereus jamacaru DC. Mandacaru
Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber) Byles & G.D.Rowley Xiquexique
Capparaceae
Cynophalla flexuosa (L.) J.Presl Feijão- bravo
Combretaceae
Combretum leprosum Mart Mofumbo
Euphorbiaceae
Croton sonderianus Müll. Arg Marmeleiro
Jatropha mollissima (Pohl) Baill Pinhão – bravo
Fabaceae
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. Mororó
Caesalpinia pyramidalis Tul. Catingueira
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir Jurema-preta
Rhamnaceae
Ziziphus joazeiro Mart Juazeiro
CONCLUSÃO
A área estudada possui uma considerável riqueza de espécies, ao ser comparado com
outros estudos realizados no bioma caatinga. Embora, apresente uma rica flora, é importante
mais estudos que avaliem se esse número de espécies é possível suprir as necessidades 1208
nutricionais das colmeias durante o ano.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, M.V.M.; ANDRADE, A.P.; SILVA, D.S.; BRUNO, R.L.A.; GUEDES, D.S.;
Levantamento florístico e estrutura fitossociológica do estrato herbáceo e subarbustivo em
áreas de caatinga no cariri paraibano. Revista Caatinga, v.22, n.1, p.229-237, 2009.
CORDEIRO, J. M. P.; SOUZA, B..I. de; FELIX, L. P.. Florística e fitossociologia em floresta
estacional decidual na Paraíba, nordeste do Brasil. GAIA SCIENTIA (2017). VOLUME 11(1):
01-16. Disponível em: <
MEYER, C. R.; WIESE, H. Breves noções de morfologia e anatomia das abelhas. In: WIESE, H.
Nova Apicultura, Porto Alegre: ed. Agropecuária, Cap. 3, 1985.
PRADO, D.E. As caatingas da América do Sul. In: LEAL, I.R.; TABARELLI, M.; SILVA, J.M.C.
(Eds.) Ecologia e conservação da Caatinga. Recife: Editora Universitária da UFPE. p.3-74, 2003.
WOLFF, L. F. et al. Localização do apiário e instalação das colmeias. Teresina: Embrapa Meio-
Norte, 2006. 30 p. (Embrapa Meio-Norte. Documentos, 151)
RESUMO
Umas das formas de aumentar a produção agrícola adotada pelos agricultores, é utilização de insumos
que atuam no combate as pragas que afetam o desenvolvimento do cultivo. No entanto, o uso
inadequado dos agrotóxicos pode acarretar problemas ao meio ambiente, tendo em vista, que
apresentam substâncias tóxicas no qual podem entrar em contato direto com o solo afetando assim os
lençóis freáticos. Nessa perspectiva, objetiva-se investigar as consequências da utilização dos
pesticidas nas proximidades do açude de São Gonçalo PB. Para o desenvolvimento do trabalho,
adotou-se um método de entrevista com os moradores da localidade, com questionamentos que
relacionava a apropriação dos agrotóxicos nas práticas agrícolas daquela região. Com isso, observou-
se alguns problemas na manipulação e descarte dos produtos químicos utilizados no combate dos
agentes inibidores da cultivação, tendo o coco como principal cultura. Nesse contexto, há a
necessidade de uma intervenção informativa, ou seja, apresentar aos entrevistados e demais moradores
os métodos ideais de manipulação dos agrotóxicos, para que não venha causar problemas a saúde
humana e ambientais, levando em conta que no local encontra-se recursos hídricos com significativa
aparagem, o açude.
PALAVRAS-CHAVE: Agrotóxico1; Manipulação2; Recursos Hídricos 3.
ABSTRACT
The objective of this study is to investigate the consequences of pesticide use in the vicinity of the São
Gonçalo PB dam. For the development of the work, an interview method was adopted, with questions
related to the adoption of pesticides in the agricultural practices of that region. With this, some
problems were observed in the handling and disposal of the chemical products used to combat the
inhibitory agents of cultivation, with coconut being the main crop.
KEYWORDS: Agrotoxic 1; Manipulation 2; Water resources 3.
RESUMEN
El objetivo es investigar las consecuencias del uso de plaguicidas en las cercanías de la presa são
1211
gonçalo pb. Para el desarrollo del trabajo, se adoptó un método de entrevista, con preguntas
relacionadas con la apropiación de pesticidas en las prácticas agrícolas de esa región. Con esto, se
observaron algunos problemas en el manejo y eliminación de los productos químicos utilizados para
combatir los agentes inhibidores del cultivo, siendo el coco el cultivo principal.
PALABRAS CLAVES: Agrotóxico 1; Manipulación 2; Recursos Hídricos 3.
INTRODUÇÃO
Os agrotóxicos podem ser classificados de acordo com ABNT NBR 1004, como sendo
resíduos sólidos perigosos, por apresentarem substâncias tóxicas que afetam a saúde pública e
alteram, de forma significativa, o meio ambiente. Estes defensivos agrícolas são
caracterizados por apresentarem uma problemática de envergadura, ou seja, seus efeitos serão
perceptíveis nos sujeitos do campo enquanto produtores e consumidores e os sujeitos do meio
urbano enquanto consumidores desses produtos tratados com agrotóxicos (FERNANDES;
STUANI, 2015).
Os agrotóxicos são compostos sintéticos que têm por objetivo refrear a ação de
espécie, organismo animal ou vegetal, que limita o desenvolvimento da produção agrícola.
Segundo Scorza Júnior (2009), estas substâncias ainda que aplicadas diretamente nas plantas,
têm o solo como destino em função do arraste das partículas tóxicas suspensas no ar e da
lavagem das folhas pela ação da chuva ou pelas águas da irrigação. Bortoluzzi et al (2006)
confere que aproximadamente 20% do total de agrotóxicos aplicados contra pragas
causadoras de doenças em plantas chega ao solo e, em sequência, podem alcançar as águas 1212
subterrâneas e superficiais por lixiviação e por escoamento superficial, respectivamente.
Nessa perspectiva, o presente trabalho tem por finalidade avaliar os impactos hídricos
decorrentes do uso de agrotóxicos nas atividades agrícolas do perímetro irrigado de São
Gonçalo – PB. E assim, destacar dados qualitativos e quantitativos sobre os agrotóxicos no
espaço investigado, compreendendo a mobilidade dos componentes tóxicos no ciclo
hidrológico. Com isso, mobilizar a população acerca dos riscos ocasionados pelo uso de
agrotóxicos nas proximidades de um manancial fornecedor de água para o consumo humano.
METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado em três etapas: a primeira consistiu num estudo
bibliográfico para a aquisição de conhecimentos necessários a elaboração do texto que
fundamenta este trabalho; a segunda correspondeu à pesquisa em si, e a terceira, a uma análise
e interpretação dos dados coletados. Do ponto de vista dos objetivos, foi escolhida a pesquisa
descritiva, que trata da exposição de características do fato pesquisado e com relação aos
procedimentos técnicos, trata-se de uma investigação, tendo em vista uma que envolve a
interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer (LAKATOS, 1994).
nos sítios Belo Horizonte Carnaúba, Queimadas, Pitombeira e Rua do Túnel, áreas que
circundam o açude de São Gonçalo, compreende dez produtores agrícolas aleatoriamente
escolhidos.
RESULTADOS E DISCUSÃO
1214
Da análise e interpretação dos resultados obtidos Figura 01, verifica-se que o cultivo,
produção e beneficiamento do coco e da banana constituem a principal fonte de renda dos
agricultores do perímetro irrigado do Açude de São Gonçalo. A rápida colheita do coco que
pode ocorrer entre 35 e 45 dias é visto como uma vantagem para os pequenos produtores, ou
seja, há a garantia de uma renda mensal com a venda da produção, algo que não acontece com
algumas culturas cultivadas. Outro aspecto que favorece a produção do coco é pôr a região
apresentar condições hídricas favoráveis atribuídas ao açude (ARAÚJO; GOMES, 2016).
naturais como meio de controlar os vetores que afetam a produção, por perceberem que os
produtos naturais no combate às doenças da cultura são pouco eficazes quando comparados
com os agrotóxicos sintéticos. Além das plantas, o solo também é um receptor dos
agrotóxicos, a interação entre eles dependerá das propriedades físico-química de ambos
(BELCHIOR, et al, 2017).
1215
Figura 02 - Medidas adotadas pelos agricultores contra as pragas agrícolas
1216
De acordo com Araújo (et al, 2015), essas atividades realizadas indiscriminadamente
tem provocado o surgimento de graves problemas de saúde pública. Assim como as famílias
que mantem sua renda através da agriculturas, os consumidores que ingerem os alimentos
provenientes do uso de agroquímicos também são vítimas dos efeitos patológicos oriundos
dos agrotóxicos nos alimentos.
perspectiva, o Gráfico 04, apresenta a não utilização dos EPIs por parte de alguns agricultores
do perímetro de São Gonçalo PB.
1217
Outro aspecto preocupante, evidenciado na Figura 05, diz respeito à curta distância
entre as águas do açude e o local onde se processa a diluição dos agrotóxicos. Essa
proximidade requer uma análise apurada pelos órgãos competentes tendo em vista a iminente
contaminação da água com os resíduos sólidos provenientes da lavagem inadequada dos
recipientes usados no preparo das soluções, que através da irrigação e/ou ação da chuva serão
conduzidos para águas superficiais e subterrâneas, contaminando o solo e lençóis freáticos.
1218
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1219
ARAUJO, Julyanner Leite Mélo Regis de et al. Ação educativa contra o uso de agrotóxicos na
universidade aberta à Maturidade–UAMA/UEPB/BRASIL. In: V Congreso Latinoamericano de
Agroecología-SOCLA (La Plata, 2015). 2015.
BELCHIOR, Diana Cléssia Vieira et al. Impactos de agrotóxicos sobre o meio ambiente e a saúde
humana. Cadernos de Ciência & Tecnologia, v. 34, n. 1, p. 135-151, 2017.
SOARES, Dayane Fonseca; FARIA, Anízio Márcio; ROSA, André Henrique. Análise de
risco de contaminação de águas subterrâneas por resíduos de agrotóxicos no município de
Campo Novo do Parecis (MT), Brasil. Engenharia Sanitária e Ambiental, v. 22, n. 2, 2017.
1220
RESUMO
A poluição ambiental vem se tornando o maior problema da atualidade e novas metodologias, capazes
de minimizar efeitos negativos ao meio ambiente, tem sido objeto de várias pesquisas gerando, muitas
vezes, um investimento alto para se resolver problemas ambientais que poderiam ser evitados através
da conscientização. Um poluente que vem chamando a atenção dos pesquisadores é o óleo de cozinha,
considerado por muitos habitantes inócuo. As residências e estabelecimentos que utilizam diariamente
o óleo de cozinha apresentam dificuldades na hora de descartá-lo, com isso acabam se desfazendo
desses resíduos de maneira incorreta contaminando a água e o solo. Tendo em vista a preocupação
com o meio ambiente, esse trabalho visa buscar formas de conscientizar alunos da Residência
Universitária Masculina da UFCG, campus Cajazeiras, através de questionários aplicados, discussões
sobre o tema e práticas de reciclagem do óleo de cozinha. Antes da intervenção desta pesquisa, era
realizado um descarte inadequado do óleo utilizado, atualmente o sabão é produzido através de uma
reação de saponificação, utilizando o rejeito de óleo. O produto obtido é suficiente para suprir as
necessidades da residência universitária.
Palavras-chave: Educação ambiental, reciclagem, água, resíduos oleosos.
ABSTRACT
Environmental pollution has become the biggest problem today and new methodologies that minimize
negative effects on the environment have been the object of several researches, often generating a high
investment to solve environmental problems that could be avoided through awareness. One pollutant
that comes to catch the attention of researchers is cooking oil, considered by many inhabitants to be
innocuous. Residences and establishments that use kitchen oil on a daily basis have difficulties in
discarding it, so they end up disposing of these residues incorrectly contaminating the water and soil.
Considering the concern with the environment, this work aims to find ways to raise awareness of
students at the UFCG Male University Residence, Cajazeiras campus, through questionnaires applied,
discussions on the subject and recycling practices of cooking oil. Before the intervention of this
research, was carried out the inappropriate disposal of the oil used. The soap is now produced through
202
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
203
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
204
Profª. Drª. em Química da UACEN/CFP/UFCG
a saponification reaction, using the oil waste. The product obtained is sufficient to meet the needs of
the university residence.
Keywords: Environmental education, recycling, water, oily residues.
RESUMEN 1222
La contaminación ambiental viene siendo el mayor problema de la actualidad y nuevas metodologías,
capaces de minimizar efectos negativos al medio ambiente, ha sido objeto de varias investigaciones
generando, muchas veces, una inversión alta para resolver problemas ambientales que podrían ser
evitados a través de la concientización . Un contaminante que viene llamando la atención de los
investigadores es el aceite de cocina, considerado por muchos habitantes inocuo. Las residencias y
establecimientos que utilizan diariamente el aceite de cocina presentan dificultades a la hora de
descartarlo, con ello acaban deshaciéndose de esos residuos de manera incorrecta contaminando el
agua y el suelo. En cuanto a la preocupación por el medio ambiente, este trabajo busca buscar formas
de concientizar alumnos de la Residencia Universitaria Masculina de la UFCG, campus Cajazeiras, a
través de cuestionarios aplicados, discusiones sobre el tema y prácticas de reciclaje del aceite de
cocina. Antes de la intervención de esta investigación, se realizaba un descarte inadecuado del aceite
utilizado, actualmente el jabón se produce a través de una reacción de saponificación, utilizando el
rechazo de aceite. El producto obtenido es suficiente para suplir las necesidades de la residencia
universitaria.
Palabras clave: Educación ambiental, reciclaje, agua, residuos oleosos.
INTRODUÇÃO
Tanto nas residências como nos estabelecimentos que utilizam diariamente grandes
quantidades de óleos vegetais existem dificuldades na hora de descartá-lo, com isso acabam
se desfazendo desses resíduos de maneira incorreta, como em por exemplo, pias, ralos, rios,
esgoto ou diretamente no solo.
Segundo LOPES (2009), A partir da Educação Ambiental em seus vários aspectos que
pode se atingir, através da conscientização e sensibilização, a meta do desenvolvimento
sustentável, assim pode-se oferecer condições para que as gerações futuras tenham recursos
naturais suficientes para sobreviver em harmonia com o meio ambiente.
A água é o bem mais precioso que temos além de ser essencial para nossas vidas,
porém, este recurso está se tornando cada vez mais escasso, tanto pelo manuseio inapropriado,
como também devido à poluição da mesma.
FOGAÇA 2016, o tratamento para a retirada desses resíduos além de ser de alto custo,
correspondendo assim a cerca de 20% do custo total do tratamento, não é considerado
eficiente, pois apenas 68% da água é livre do poluente (FOGAÇA, 2016).
O óleo de cozinha possui uma densidade inferior à da água, assim, quando os dois
estão em forma de mistura, o óleo posiciona-se sobre a água, formando uma película capaz de
causar problemas ambientais graves. Quando estes resíduos orgânicos chegam até os rios e
lagos, essa camada de resíduos que ficam sobre a água dificulta a passagem de luz e a
oxigenação da água, dessa forma, os seres aquáticos do local poluído terão uma menor
quantidade de gás oxigênio disponível para sua sobrevivência. A diminuição da incidência de
luz no ambiente aquático, por sua vez, prejudica todos os processos fotoquímicos presentes no
ecossistema aquático, Além de prejudicar a cadeia alimentar aquática (BORTOLUZZI, 2011).
Reciclagem do óleo
Segundo D'Avignon (2007), quanto mais o cidadão evitar o descarte do óleo no lixo
comum, mais estará contribuindo para preservar o meio ambiente, onde, uma das soluções é
entregar o óleo usado a um catador de material reciclável ou diretamente a associações que
façam à reciclagem do produto.
METODOLOGIA
Após esse primeiro momento, foi realizado discussões abordando os efeitos negativos do
descarte incorreto do óleo de cozinha.
Fabricação do sabão
Para a produção do sabão foi utilizado uma receita simples e prática. Como
ingredientes foram utilizados:
I- 3 litros de óleo;
II- 1,5 litros de água quente;
III- 800 g de soda caustica (hidróxido de sódio comercial);
IV- 1,5 copos de sabão em pó;
V- 1,5 copos de desinfetante ;
VI- 1,5 copos de detergente .
Modo de preparo
I- Em um balde de plástico foram adicionados: a água previamente aquecida, o óleo, o
sabão em pó, o detergente, o desinfetante e por último a soda cáustica nas proporções
indicadas;
RESULTADOS E DISCUSSÕES
descarte incorreto do óleo de cozinha. Um percentual de 61,11% destes afirmaram não saber
sobre os problemas ambientais causados por este tipo de resíduo, os demais 38,89% se dizem
cientes desses impactos ambientais.
Quando perguntado sobre como ocorre o descarte de óleo em suas casas, observa-se
que 22,0% dos estudantes realizam um descarte adequado enquanto que 78,0% utilizam
técnicas inadequadas para o descarte do rejeito.
reciclagem do óleo de cozinha, onde a partir deste processo é possível impedir o contato de
milhares de litros desses resíduos com o meio ambiente. No Brasil não se tem uma forte
cultura de reciclagem, muito menos a reciclagem do óleo, contudo, a partir de práticas
mitigadoras como a produção de sabão a partir de resíduos de fritura é possível diminuir o
impacto relacionado a este poluente.
Produção do sabão
1228
O óleo de cozinha é bastante utilizado para frituras na RUM, onde em uma semana de
coleta foram recolhidos 3 L de resíduos oleosos utilizados no preparo das refeições pelos
próprios estudantes, durante os finais de semana. Residem na residência universitária
masculina 54 alunos, destes cerca de 25 permanecem durante o final de semana.
O óleo recolhido foi utilizado para a fabricação de sabão, onde a produção foi efetuada
junto os residentes, para que os estudantes aprendessem o processo, podendo assim agir como
agentes multiplicadores do conhecimento.
A fabricação do sabão foi realizada com êxito. Para cada síntese foram utilizados 3L
de óleo de cozinha usado, gerando cerca de 4,0 kg de sabão em barra.
CONCLUSÃO
tema, muitos discentes que desconheciam os problemas ambientais causados pelo descarte
incorreto do óleo de cozinha, hoje se dizem despostos a realizar práticas voltadas a minimizar
esses efeitos.
residentes.
REFERÊNCIAS
BERKENBROCK, Paulo Egydio. Projeto de reciclagem de óleo. Itajaí, 2009. Disponível em: <
http://www.sc.senac.br/talento/projetospremiados/2009/tec_3.pdf >, aceso em: 20 de agosto de 2017.
BERTOLUZZI, O.R.S. Poluição dos Subsolos e Água Pelos Resíduos dos Óleos de Cozinha.
Trabalho de conclusão de curso. Universidade de Brasília. Brasília, 2011.
BIOCOLETA. Aspectos ambientais causados pelo óleo de cozinha. Disponivel em: <
http://www.biocoleta.com/novosite/impactos-ambientais-causados-pelo-oleo-usado-de-fritura/ >.
Acesso em: 02/09/2017.
CUNHA, F. S. et al. Ensino de química para uma educação ambiental: Exercício de cidadania e
sondagem para sustentabilidade. In: IX congresso de iniciação cientifica do IFRN tecnologia e
inovação para o semiárido, 2014, Rio Grande do Norte. Anais... Rio Grande do Norte. [s.n.], 2014. p.
1082 – 1089.
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. "Óleo de cozinha usado e o meio ambiente"; Brasil Escola.
Disponível em < http://brasilescola.uol.com.br/quimica/oleo-cozinha-usado-meio-ambiente.htm >.
Acesso em 16 de setembro de 2017.
FUNVERDE, Organização não governamental. Receita de sabão com óleo de cozinha usado.
Disponível em: <http://www.funverde.org.br/blog/projetos-funverde/receita-de-sabao-com-
oleo-de-cozinha-usado/>. Acesso em 16 de setembro de 2017.
LOPES, R. C.; BALDIN, N. Educação ambiental para a reutilização do óleo de cozinha na produção
de sabão – projeto “Ecolimpo”. In: Anais do IX Congresso Nacional de Educação (EDUCERE) – III 1230
Encontro Sul Brasileiro de Psicopedagogia. Paraná: PUC, 2009.
RESUMO
O presente artigo visa contribuir de maneira efetiva para a sociedade que vivemos, discutindo
características envolvendo o ensino da química e suas relações com a educação ambiental, bem como
a química ambiental, delineando essa discussão através de aportes teóricos. A realização de uma
revisão ampla e abrangente da literatura visando sintetizar resultados obtidos em pesquisas e trabalhos
sobre um determinado tema, de forma sistemática. Este tipo de revisão proporciona informações mais
amplas acerca de um assunto/problema, e pode ser constituída para diversas finalidades. Foi verificado
os conceitos e relações substanciais para tal discussão, levando a inferir que os profissionais que
trabalham com essa vertente da química na educação básica, terão que ser profissionais com trânsito
entre a Química e o Meio Ambiente, através da conscientização de seus alunos, fazendo com que os
mesmos, sintam-se capazes de mudar a nova sociedade, intelectualizando a criticidade, solidariedade e
competência, visando a busca por uma formação cidadã.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química; Educação Ambiental; Química Ambiental.
This article aims to contribute effectively to the society we live in, discussing characteristics involving
the teaching of chemistry and its relation to environmental education, as well as environmental
chemistry, delineating this discussion through theoretical contributions. The accomplishment of a wide
and comprehensive review of the literature aiming to synthesize results obtained in researches and
works on a certain subject, in a systematic way. This type of review provides broader information
about a subject / problem, and can be constituted for various purposes. It was verified the concepts and
substantial relationships for such a discussion, leading to infer that professionals working with this
chemistry element in basic education, will have to be professionals with transit between Chemistry
and the Environment, through the awareness of their students, making with which they feel able to
change the new society, intellectualizing the criticality, solidarity and competence, aiming at the
search for a citizen formation.
205
Universidade Federal De Campina Grande/ Centro De Formação De Professores
206
Faculdades Integradas Do Ceará-FIC
207
Universidade Federal De Campina Grande/ Centro De Formação De Professores
RESUMEN
El presente artículo pretende contribuir de manera efectiva a la sociedad que vivimos, discutiendo 1232
características que involucran la enseñanza de la química y sus relaciones con la educación ambiental,
así como la química ambiental, delineando esa discusión a través de aportes teóricos. La realización de
una revisión amplia y amplia de la literatura con el objetivo de sintetizar resultados obtenidos en
investigaciones y trabajos sobre un determinado tema, de forma sistemática. Este tipo de revisión
proporciona información más amplia sobre un asunto / problema, y puede ser constituida para diversas
finalidades. Se verificó los conceptos y relaciones sustanciales para tal discusión, llevando a inferir
que los profesionales que trabajan con esa vertiente de la química en la educación básica, tendrán que
ser profesionales con tránsito entre la Química y el Medio Ambiente, a través de la concientización de
sus alumnos, haciendo con que los mismos, se sienten capaces de cambiar la nueva sociedad,
intelectualizando la criticidad, solidaridad y competencia, buscando la búsqueda de una formación
ciudadana.
PALABRAS CLAVES: Enseñanza de Química; Educación ambiental; Química Ambiental.
INTRODUÇÃO
Nessa perspectiva, a ética, como unidade fundamental da moral e dos bons costumes, é
de fundamental importância para a construção de uma nova sociedade, desenvolvendo valores
de respeito a vida com equidade, garantindo o compromisso de co-operação e
corresponsabilidade, para que em conjunto possa tornar cidadãos mais participativos na
resolução ou minimização de problemas da sociedade (CASTRO et. al., 2000). Para sanar
essas demandas, que os professores e alunos enfrentam, que a conscientização ambiental pode
fornecer às ações visando minimizar os prejuízos ao meio ambiente, é preciso entender como
todas essas ações se dão, isso que dizer, como acontece os processos de poluição dor ar, das
águas e do solo e consequentemente o reflexo que isso provoca na nossa saúde e na nossa
forma de vida. Neste contexto o propósito deste trabalho é apresentar uma análise com base
em pesquisas bibliográficas acerca da importância da química ambiental na educação básica.
1233
METODOLOGIA
Na realização deste trabalho, foram feitas revisões integrativas das literaturas a respeito do
assunto, utilizando para tanto, livros, artigos, trabalhos científicos de diferentes autores, que alicerçam
e dão credibilidade as ideias aqui expostas.
Para delinear a pesquisa, não se seguiu critérios datais de publicação das obras analisadas,
levando em consideração que toda escrita cientifica, seja ela mais antiga ou não, tem relevância para o
aporte teórico, prático e metodológico na construção de novos conhecimentos, hipóteses, conceitos e
teorias, a fim de desenvolver o conhecimento cientifico que sempre é mensurável e mutável. Após a
seleção dos artigos e/ou matérias, os dados foram analisados conforme sua contribuição para a
pesquisa, confrontando ideias de autores, amparado de uma avaliação crítica de todos, para que se
obtivesse resultados e considerações importantes para o engrandecimento da temática em questão.
Segundo Souza, Silva e Carvalho (2010, p.105), a revisão integrativa direciona a prática
fundamentando-se em conhecimento científico, adequando vários dados de delineamento de pesquisa,
por meio da inclusão de uma sistemática e rigorosa abordagem do processo, principalmente, através da
análise de dados, o que pode resultar na diminuição de vieses e erros para o trabalho. Posteriormente
se sucedeu uma análise dos trabalhos selecionados, onde se buscou discutir, a partir das ideias dos
autores alguns critérios, ambos focalizados em conhecer e divulgar os principais resultados.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
natureza à ação do homem. Nesse sento, professores de educação básica sentem-se mais
desafiados a procurar meios para conscientizar e formar cidadãos mais sensíveis as questões
ambientais.
De acordo com os PCNs Ensino Médio (BRASIL,2000, p.30), sem a química não
teríamos um avanço científico-tecnológico como temos hoje em dia, ela faz parte do nosso dia
a dia, desde um simples chá que se toma até a forma como nos comunicamos. Muitas vezes, e
na maioria das vezes a química se torna a vilã nesse processo de desenvolvimento,
enfatizando-se os efeitos poluentes ao seu conhecimento, pois, ao longo do tempo se descarta
muitos resíduos na natureza, como a exemplo, o lixo, que é composto por todas as coisas
produzidas e consumidas pela sociedade, que após algum tempo ficam inutilizadas, além dos
descartáveis, que aumenta a cada dia, poluindo cada vez mais o meio ambiente e uma série de
resíduos que saem das indústrias e da construção civil. Além de todos esses resíduos que são
gerados, temos ainda os esgotos domésticos, comerciais e industriais que polui as águas e o
solo. Temos também os resíduos produzidos na produção agropecuária como a utilização de
agrotóxicos e o mau descarte dessas embalagens. Todos esses resíduos causam a poluição das
águas, do ar e do solo.
Ao mesmo tempo, que a química é a vilã, ela nos ajuda no papel de controle das fontes
poluidoras, no tratamento dos efluentes e reprocessamento de muitos resíduos gerados. A
química não é a vilã, e sim os maus hábitos da sociedade em geral, desde quem produz até
quem consome. A mudança de hábitos e o aumento das oportunidades de se escolher o que
quer comprar é uma questão de educação (BRASIL, 2000, p. 30).
2010, p.15). “[...] educar para a cidadania é preparar o indivíduo para participar em uma
sociedade democrática, por meio da garantia de seus direitos e do compromisso de seus
deveres. Isso quer dizer que educar para a cidadania é educar para a democracia.” (SANTOS;
SCHNETZLER, 2010, p.30-31).
dessa forma o papel do ensino de Química é contribuir para uma postura crítica a respeito da
temática Química Ambiental. Leite e Rodrigues (2011, p.146) afirmam que “[...] o
desenvolvimento da Educação Ambiental, no contexto da escola, pode ser uma das
possibilidades de provocar mudanças, consideradas tão necessárias no pensar e agir dos
sujeitos com relação ao ambiente.”. Dessa maneira são de suma importância a formação da
cidadania e o estudo da química, ambas interligadas para o fim comum da educação básica,
que é formar cidadão críticos, conscientes de seus direitos e deveres, para uma vida plena em
sociedade (SANTOS; SCHNETZLER, 2010, p.45).
Diante dos fatos, o ensino e aprendizagem em química busca refletir as ações que
podem contribuir para atingir as metas da educação bem como ao bem comum de toda a
humanidade.
1237
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e
sua sustentabilidade.
Nessa perspectiva, a ética, como unidade fundamental da moral e dos bons costumes, é
de fundamental importância para a construção de uma nova sociedade, desenvolvendo valores
de respeito a vida com equidade, garantindo o compromisso de co-operação e
corresponsabilidade, para que em conjunto possamos nos tornar cidadãos mais participativos
na resolução ou minimização de problemas (CASTRO et al., 2000, p. 32). Castro (2000, p.33)
ainda afirma que “o estudo de conceitos químicos permite compreender melhor alguns
problemas sociais, fazendo uso desses conhecimentos, você será um cidadão mais crítico, que 1238
muito poderá contribuir para a melhoria da qualidade de vida de sua região.”
Para sanar com essas demandas, que professores e alunos enfrentam, que é a
conscientização quanto às ações que prejudicam o meio ambiente, é preciso entender como
todas essas ações se dão, isso que dizer, como acontece à poluição dor ar, das águas e do solo
e consequentemente o reflexo que isso provoca na nossa saúde e na nossa forma de vida. Para
tanto, temos a Química ambiental, que é definida:
1239
Diante de tudo isso, foi detectado uma carência muito grande quanto a materiais e,
consequentemente, a profissionais qualificados para trabalhar tal temática na educação básica,
pois o que se encontra é uma forma mais genérica da coisa em si, e isso se deve a qualidade
das informações e abordagem didática, em que por exemplo, no Ensino Médio a abordagem
da Química Ambienta tem um foco voltado para as temáticas Poluição, Energia e Reciclagem,
não sendo eficaz para a formação de uma sociedade mais consciente, faltando uma relação
mais filosófica, sociológica e pedagógica de sensibilização da Causa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BAIRD, Colin; CANN, Michael. Química ambiental. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política
Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/CCIVil_03/LEIS/L9795.htm>. Acesso em: 01 ago. 2018.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (Ensino Médio) – Parte III: Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC, 2000. Disponível em: 1240
<http://portal.mec.gov.brsebarquivospdfciencian.pdf>. Acessado em: 28 Jul. 2018.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002. Disponível
em:
<https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elaborar_pr
ojeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf>. Acessado em: 30 Jul. 2018.
LEITE, Rosana Franzem; RODRIGUES, Maria Aparecida. Educação ambiental: reflexões sobre a
prática de um grupo de professores de química. Ciência & Educação, v.17, n. 1, p. 145 – 161, 2011.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da educação. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011.
SANTOS, Wildson Luiz Pereira dos; SCHNETZLER, Roseli Pacheco. Educação em química:
compromisso com a cidadania. 4ª ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2010.
SOUZA, Joselma Maria Ferreira de. Educação ambiental no ensino fundamental: metodologias e
dificuldades detectadas em escolas de município no interior da Paraíba. João Pessoa: Editora
Universitária, 2007.
SOUZA, M. T.; SILVA, M. D. S. & CARVALHO, R. Revisão integrativa: o que é e como fazer.
Einstein, 8(1 Pt 1):102-6, 2010.
RESUMO
A intenção de transformar a realidade é um dos maiores objetivos de quem trabalha com a temática
socioambiental. A formação de um educador socioambiental, além de técnico-metodológica, deve ser
político-filosófica, pois é necessário que o professor seja uma liderança capaz de romper com as
persistentes contradições entre o discurso e a prática do educador, que o leva a manifestar-se a favor
de uma educação socioambiental crítica. Sendo assim, o trabalho teve como objetivo compreender a
percepção de professores da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) sobre a importância
das ações que os mesmos desenvolvem em seus projetos de extensão universitária com a temática
ambiental voltada para o ensino e à formação de licenciandos. Os professores informaram ter entre 7 e
35 anos de experiência no desenvolvimento de projetos de extensão na área de Educação Ambiental.
Todos consideraram de suma importância a efetiva participação de alunos nas práticas educativas para
o fortalecimento da própria formação dos mesmos. Por outro lado, todos os professores reconheceram
a falta de recursos e investimentos (i.e., poucas bolsas) nas atividades de extensão, como sendo um dos
principais pontos negativos na condução de projetos junto a alunos.
PALAVRAS-CHAVE: Meio ambiente; formação de professores, extensão universitária.
The intention to transform reality is one of the major objectives of those who work with the socio-
environmental theme. The formation of a socio-environmental educator, as well as a technical-
methodological one, must be political-philosophical, since it is necessary that the teacher be a
leadership capable of breaking with the persistent contradictions between the discourse and the
practice of the educator, in favor of a critical socio-environmental education. Thus, the objective of
this study was to understand the perception of teachers of the Federal Rural University of Pernambuco
(UFRPE) on the importance of the actions they develop in their extension projects with the
environmental theme focused on the teaching and training of graduates of UFRPE. The teachers had
208
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Rua Dom Manoel de Medeiro, Dois
Irmão, Recife, PE. CEP 52171-900.
209
Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Formação de Professores, Unidade Acadêmica de
Ciências Exatas e da Natureza, Rua Sérgio Moreira de Figueiredo, Casas Populares, Cajazeiras 58900-000,
Paraíba, Brasil.
among 7 and 35 years of experience in the development of extension projects in the area of
Environmental Education. All considered as extremely important the effective participation of students
in educational practices to strengthen their own formation. On the other hand, all teachers recognized
the lack of resources and investments (i.e., few scholarships) in extension activities, as being one of
the main negative points in conducting projects with students.
KEYWORDS: Environment; teacher training; university extension.
La intención de transformar la realidad es uno de los mayores objetivos de quien trabaja con la
temática socioambiental. La formación de un educador socioambiental, además de técnico-
metodológica, debe ser político-filosófica, pues es necesario que el profesor sea un liderazgo capaz de
romper con las persistentes contradicciones entre el discurso y la práctica del educador, que lo lleva a
manifestarse, a favor de una educación socioambiental crítica. Siendo así, el trabajo tuvo como
objetivo comprender la percepción de profesores de la Universidad Federal Rural de Pernambuco
(UFRPE) sobre la importancia de las acciones que los mismos desarrollan en sus proyectos de
extensión universitaria con la temática ambiental orientada a la enseñanza ya la formación de
licenciandos. Los profesores tenían entre 7 y 35 años de experiencia en el desarrollo de proyectos de
extensión en el área de Educación Ambiental. Todos consideraron de suma importancia la efectiva
participación de alumnos en las prácticas educativas para el fortalecimiento de la propia formación de
los mismos. Por otro lado, todos los reconocieron la falta de recursos e inversiones (es decir, pocas
becas) en las actividades de extensión, como uno de los principales puntos negativos en la conducción
de proyectos junto a alumnos.
PALABRAS CLAVES: Medio ambiente; formación de profesores, extensión universitaria.
INTRODUÇÃO
Tudo nos leva a importância da formação de um educador que se perceba como tal e
tenha noção de seu papel principalmente socioambiental. A intenção de transformar a
realidade é um dos maiores objetivos de quem trabalha com a temática socioambiental. A
formação de um educador socioambiental, além de técnico-metodológica, deve ser político-
filosófica, rompendo com as posturas de persistente contradição entre o discurso e a prática do
educador, levando-o a manifestar-se a favor de uma educação socioambiental crítica e
articulada com o pleno exercício da cidadania (MELLO; TRAJBER, 2007).
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BUCK S.; MARIN A.A. Educação para pensar questões socioambientais e qualidade de vida.
Rev.Educar, v. 25, p. 197-212, 2005.
DOTTO, B.C. A educação socioambiental como tema gerador a partir do lugar de vivência.
Rev. Educação, Santa Maria, v. 41, n. 3, p. 631-644, 2016.
RESUMO
ABSTRACT
The use of pesticides provides positive and negative contributions, so this work aims to analyze the
conceptions of undergraduate students in chemistry and biological sciences on the subject. A semi-
structured questionnaire was applied in which the respondents were able to express their ideas about
the subject. With this, the concern they showed with the effects of pesticides on the environment was
evident, as well as the importance of addressing this issue in basic education.
RESUMEN
La utilización de agrotóxicos proporciona contribuciones positivas y negativas, de este modo se
objetiva en ese trabajo analizar las concepciones de los alumnos de Licenciatura en Química y
Ciencias Biológicas sobre el asunto. Se aplicó un cuestionario semiestructurado en el que los
encuestados pudieron expresar sus ideas sobre el tema. Con ello, fue perceptible la preocupación que
demostraron con los efectos de los agrotóxicos al medio ambiente, además de la importancia de
abordar esa temática en la enseñanza básica.
INTRODUÇÃO
questões ambientais, mas também sociais, políticas, econômicas e de saúde pública. Países
como o Brasil que tem parte da sua economia envolvida no agronegócio, sofrem com
surgimento de doenças que afetam direto ou indiretamente a população, principalmente os
trabalhadores que conduzem a aplicação de tais substâncias nas plantações. (ANDRADE et
al., 2016).
Diante disso, a problemática dos agrotóxicos pode ser discutida nos assuntos
que envolve o ensino de ciências, possibilitando uma melhor compreensão dos efeitos que 1250
Nessa perspectiva, o presente trabalho tem por finalidade analisar as concepções dos
alunos dos cursos de Licenciatura em Química e Licenciatura em Ciências Biológicas da
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus Cajazeiras, no que se refere a
utilização de agrotóxicos na agricultura, comparando as concepções dos alunos de ambos os
cursos, visto que esta temática ainda é tão pouco abordada nos diversos níveis de ensino.
Nesse sentido, a construção das práticas educativas devem estar voltadas para o
contexto social em que os alunos estão evolvidos, pois para que haja um envolvimento do
aluno nessas práticas é necessário que os assuntos estejam ligados a problemas presente no
seu cotidiano, ou seja, que já tenham visto em um determinado lugar (GERMANO et al.,
2010). Nesse sentido, a temática dos agrotóxicos pode e deve ser discutida e em sala de aula,
pois é um assunto que envolve toda a população.
METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste trabalho foram coletados os dados por meio de um 1251
questionário de caráter objetivo e subjetivo, sendo aplicado aos alunos dos cursos de
Licenciatura em Química e Licenciatura em Ciências Biológicas da Universidade Federal de
Campina Grande - UFCG, Campus Cajazeiras PB. Sendo que, as turmas no qual a pesquisa
foi realizada é das disciplinas de Tópicos em Química ambiental, para os discente do cursam
Química, Meio Ambiente e Sociedade para os alunos que cursam Ciências Biológicas.
Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa pode ser classificada como aplicada
(SILVA E MENEZES, 2005), a qual gerará conhecimentos conduzidos para a solução de
problemas locais.
Quanto aos objetivos, a pesquisa é descritiva, pois utiliza um padrão de técnicas para a
coleta de dados. No tocante aos procedimentos técnicos usados para a coleta dos dados, trata-
se de um levantamento, já que envolve a interrogação direta das pessoas, das quais serão
estudados seus comportamentos (SILVA E MENEZES, 2013)
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1252
É relevante que temas como o que vem sendo discutido esteja envolvido nas práticas
docentes, pois é importante que os alunos tenham conhecimento dos fatos que estão
ocorrendo ao seu redor, contribuindo com essa ideia Lourenço e Dos Reis (2013, p.03),
destacam que “esses temas polêmicos passaram a ser discutidos também no âmbito escolar.
Atualmente tanto os cientistas, como educadores, creem que a sociedade deveria descobrir e
interatuar com a ciência e a tecnologia”.
Figura 01 – Concepções dos alunos de Química e Biologia sobre o uso agrotóxico na agricultura
Da analise e intepretação dos dados da Figura 01, verifica-se que 50 % das respostas
dos alunos de ciências biológicas consideram que de alguma forma os agrotóxicos
prejudicam, seja a saúde humana ou o meio ambiente. Já 57% dos discentes do curso de
química citam prejudicar a saúde humana. Com isso, percebe-se que existe uma maior
preocupação com as questões ambientais tanto nos alunos de biologia quanto nos alunos de
química , porém, para 28% dos discentes de química a utilização dos agrotóxicos deve ser de
acordo com a necessidade.
efeitos contraproducentes.
Figura 02 – Os efeitos que podem o correr na prática agrícola com o uso de agrotóxicos
Com base nas informações apresentadas na Figura 02, observa-se que para os 57 %
dos discentes de química e os 67% dos alunos de ciências biológicas citam a contaminação de
água e dos lençóis freáticos como os efeitos negativos ocasionados pela apropriação de
agrotóxico na agricultura. É notório na Figura 02, que os discentes de química apresentam
opiniões divididas quanto ao uso de agrotóxico, visto que 57 % indicaram a contaminação dos
lençóis freáticos e além de destacar os efeitos com as pragas que afetam a produção, a geração
de mais poluentes e os efeitos na qualidade de frutas e legumes tratados com produtos
químicos.
Com base nas análises, da Figura 03, percebe-se que em ambos os cursos mais de 80%
dos alunos caracterizam a abordagem da temática como sendo importante para despertar o
senso crítico dos alunos, contribuindo assim para uma melhor formação cidadã. Deste modo,
Um ponto positivo que pode ser destacado nas respostas dos entrevistados ilustrada na
Figura 03 é o posicionamento crítico dos professores em formação com os dilemas
socioambientais, favorecendo assim possíveis mudanças nas visões acerca da atuação docente
(SILVA, et al, 2017).
1255
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse trabalho foi possível observar a presença dessa temática no grupo de alunos que
responderam satisfatoriamente as questões que foram propostas, podendo destacar que mais
de 50% dos discentes tem noção sobre os possíveis efeitos que os agrotóxicos podiam
proporcionar.
REFERÊNCIAS
DA COSTA, Roberta Dall Agnese et al. Paradigmas da educação ambiental: análise das
percepções e práticas de professores de uma rede.Revista Electrónica de Enseñanza de las
Ciencias, v. 17, n. 1, p. 248-262, 2018.
LOURENÇO, Anete Pedro; DOS REIS, Lucilene Geralda. Transgênicos na sala de aula:
concepções e opiniões de alunos do Ensino Médio e uma prática pedagógica. Revista Vozes
dos Vales da UFVJM: Publicações Acadêmicas–MG–Brasil–Nº. 2013
MACIEL, Leidiane Marques et al. Agricultura, saúde e ambiente: análise sobre o consumo e
comercialização de agrotóxico no Ceará. Encontro Regional de Agroecologia do Nordeste, v.
1, n. 1, 2017.
RESUMO
Neste trabalho, desenvolvido a partir da disciplina – Novas Tecnologias e Formação Docente buscou
identificar e estabelecer relações entre as diversas maneiras que as escolas trabalham com a tecnologia
na Educação de Língua Portuguesa. As tecnologias são vistas como ferramentas de grande importância
para dinamização das aulas de língua portuguesa, tornando-as mais atrativas. Nesse contexto, faz-se
necessário o uso das tecnologias no processo ensino aprendizagem, para que assim, os alunos possam
tornar-se seres críticos, reflexivos, autônomos, tanto dentro como fora da escola. A metodologia usada
foi a pesquisa qualitativa e quantitativa com análise de dados extraídos da aplicação de questionários.
A proposta deste trabalho consiste em identificar os limites e potencialidades das diversas dimensões
implícitas no uso dos computadores na sala de aula de Língua Portuguesa. Os questionários foram
idealizados e aplicados por professores da disciplina em questão.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia da Informação e Comunicação-(TIC); Língua Portuguesa; Práticas
docentes.
ABSTRACT
In this work, developed from the discipline - New Technologies and Teacher Training, was sought to
identify and establish relationships between the various ways that schools works with technology in
Portuguese Language Education. The technologies are seen as tools of great importance for the
dynamization of Portuguese language classes, making them more attractive. In this context, it is
necessary to use the technologies in the teaching-learning process, so that students can become critical,
reflexive, autonomous beings both inside and outside the school. The methodology used was the
qualitative and quantitative research with analysis of data extracted from the application of
questionnaires. The purpose of this work is to identify the limits and potentialities of the various
210
Instituto Federal do Ceará
dimensions implicit in the use of computers in the Lingua Portuguesa (Portuguese Language)
classroom. The questionnaires were designed and applied by teachers of the subject in question.
KEYWORDS: Information and Communication Technology (ICT); Portuguese language; Teaching
practices.
RESUMEN
En este trabajo, hemos desarrollado a partir de la disciplina - Nuevas Tecnologías y Formación del
Profesorado tratado de identificar y establecer relaciones entre las diferentes formas escuelas trabajan
con la tecnología en la educación portugués. Las tecnologías son vistos como herramientas de gran
importancia para impulsar las clases de portugués, haciéndolos más atractivos. En este contexto, se
hace necesario el uso de las tecnologías en el proceso de enseñanza aprendizaje, para que así los
alumnos puedan convertirse en seres críticos, reflexivos, autónomos, tanto dentro como fuera de la
escuela. La metodología utilizada fue la investigación cualitativa y cuantitativa con análisis de datos
extraídos de la aplicación de cuestionarios. El propósito de este estudio es identificar los límites y el
potencial de las diversas dimensiones implícitas en el uso de ordenadores en el aula de idioma
portugués. Los cuestionarios fueron idealisados y aplicados por profesores de la disciplina en cuestión.
PALABRAS CLAVES Tecnología de la información y la comunicación (TIC); Lengua portuguesa;
Prácticas docentes]
INTRODUÇÃO
Sendo esta uma pesquisa qualitativa-ação, pretende-se com ela contribuir para o
enriquecimento do conhecimento nesta área, tomando-a como uma contribuição para o
aprendizado dos discentes melhorando a qualidade das aulas.
O uso das TICs depende não apenas dos equipamentos disponibilizados, mas também
do grau de conhecimento dos professores sobre o uso das mesmas. BELLONI (2003, p. 59),
afirma sobre as tics que elas:
1260
Com o presente estudo busca-se fazer um levantamento do uso das TICs nas aulas de
Língua Portuguesa do 5º ano, na Escola de Ensino Infantil e Fundamental Dr. João Gonçalves
de Sousa no Distrito de Mangabeira na Cidade de Lavras da Mangabeira do Estado do Ceará.
1261
Mas se sabe que o uso do processador de texto, em sala de aula, ainda é escasso,
mesmo sabendo dos seus inúmeros benefícios que proporciona ao educador, a exemplo disto é
o editor de texto Word, pode ser explorado de diversas formas pelo professor de Língua
Portuguesa tais como: um simples treinamento ortográfico que a professora possa fazer e
como Word já tem a ferramenta corretor gramatical e ortográfico, chamando a atenção para o
aluno quando a palavra errada ficar vermelha, e sendo orientado a usar a ferramenta corretor
fator da não aplicabilidade das ferramentas em sala de aula, e estas apresentam subsídios que
podem ser trabalhadas principalmente nas aulas de Língua Portuguesa. Vem acentuar a
importância de todas as instâncias educacionais trabalharem para a implementação das novas
ferramentas tecnológicas nas escolas.
Todo o âmbito escolar deve estar preparado para as novas tecnologias. Sendo o
professor o mediador do processo de aprendizagem, se faz necessário o mesmo obter
formações voltadas para o trabalho com as tecnologias em sala de aula, pois este precisa se
familiarizar com esta nova ferramenta para poder executar atividades com as mesmas.
A literatura também tem mostrado que a condição para o uso bem sucedido
das TIC nas escolas reside, antes de tudo, em saber utilizá-las e aplicá-las
nas atividades curriculares, evidenciando que o acesso é importante, mas não
suficiente (LIVRO ELETRÔNICO, 2016, p.18)
uma mudança quanto à prática em sala de aula, por ser algo novo para as duas partes
presentes no processo educacional.
1263
Os alunos já mudaram, nascem num mundo onde as teclas, para eles,
substituem os livros e a vida deles cabe inteira num telemóvel. Assim temos
de ser nós os próximos a mudar, pois ensinar já não pode ser transmitir
conhecimentos, tem de ser uma colaboração entre professores e alunos para
que estes transformem as suas vidas em processos permanentes de
aprendizagem. (SALGUEIRO, 2013. P.42)
METODOLOGIA
bibliográficos de fontes secundárias, como livros, artigos, dissertações e teses, alguns dos
quais foram publicados em redes eletrônicas.
Este questionário foi elaborado de forma que permitisse analisar fatos tais como: a
disponibilidade dos computadores, os softwares utilizados e, principalmente, o interesse e o
envolvimento dos docentes.
O questionário foi enviado para a escola escolhida nesta pesquisa e entregue aos
professores de Língua Portuguesa do 5º ano, que retornaram as respostas em duas semanas.
Após o recebimento do questionário, os dados obtidos foram analisados, sendo que a dupla
discutiu os possíveis caminhos na busca de soluções para o problema proposto. No segundo
momento, essas ideias foram baseadas na fundamentação teórica, procurando descrever um
cenário educacional que mostre o processo inicial de formação de professores utilizando a
tecnologia em sala de aula.
RESULTADOS/DISCUSSÃO
Estado do Ceará, utilizam as TIC em suas práticas pedagógicas. Observou-se que na escola
existe uma sala de informática com 20 computadores, e dois Notebooks na sala dos
professores, estes últimos conectados à internet e para uso exclusivo dos mesmos.
Iniciou-se com uma amostra de dois professores de Língua Portuguesa, os quais têm
idade acima de 30 anos com mais de 15 anos de magistério e lecionou no fundamental I.
Dos entrevistados um tem computador em casa o outro não, nenhum dos dois tem
1265
internet banda larga, ambos utilizam o sistema operacional Windows.
Observa-se que ambos têm pouco ou quase nada conhecimento de manuseio com as
novas tecnologias, embora saibam que o uso das mesmas desperte a motivação dos alunos
para aprendizagem, facilitando a receptividade dos educandos ao conteúdo. Apresentam-se
algumas sugestões tais como: cursos, formação continuada.
CONCLUSÕES
O uso das TIC possibilita novas leituras adequadas da informação, as mesmas devem
estar na escola para diversificar as formas de atingir os conhecimentos; ser estudadas como
objetos e como meios de chegar ao conhecimento; familiarizar os educandos com as
tecnologias existentes na sociedade; desmistificar e democratizá-las.
1266
Sabe-se da necessidade do professor procurar se qualificar através de cursos de
formação em novas tecnologias, para que possam dinamizar as suas aulas através de novas
ferramentas que possibilitem uma melhor aprendizagem para os seus alunos, segundo Oliveira
e Villardi (2005) as TIC possibilitam a interação multidirecional e o confronto entre as novas
situações de aprendizagem exigindo assim uma nova construção de ensino. Levam
obrigatoriamente a uma nova elaboração de aula, onde a interação entre o aluno e professor
seja priorizada. Logo, o professor necessita ter formação continuada para auxiliar o uso das
TIC em sala.
REFERÊNCIAS
POCINHO, Ricardo Filipe da Silva; GASPAR, João Pedro Marceneiro. O uso das TIC e as
alterações no espaço educativo. Exedra: Revista Científica, n. 6, p. 143-154, 2012. Disponível
em: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=3936744 Acessado em 17/05/2018.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 3. Ed. São
Paulo: Atlas, 1999.
MELO, Manoel Messias Moreira; ANTUNES, Márcia Cristina Tenório. Software livre na
educação. Mercado LPL org, p. 63-86, 2002. Disponível em
https://books.google.com.br/books?hl=pt-
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d+do+Office++como+ferramenta.&ots=uBlZhig5d8&sig=pWIamWanaahm2lQB0xoOiW9ja
90#v=onepage&q=O%20editor%20de%20textos%20Microsoft%20Word%20do%20Office%
20%20como%20ferramenta.&f=false. Pesquisado em 01/05/2018.
1268
RESUMO
A Educação Ambiental deve ser desenvolvida como prática educativa integrada e interdisciplinar,
contínua e permanente em todas as fases e modalidades de ensino como determina a Política Nacional
da Educação Ambiental e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio. Dessa forma, a
utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) para promoção de uma Educação
Ambiental representa na sociedade contemporânea uma mudança no ensino, posto que a interação das
TICs propicia a sensibilização e o conhecimento de ambientes diferenciados. Destarte, o presente
artigo tem como objetivo analisar a importância da utilização das TICs no processo de ensino-
aprendizagem vivenciados por docentes do ensino Médio da Escola Municipal Vereador Américo dos
Santos, localizada na Cidade de Mesquita, Rio de Janeiro, no período de fevereiro a junho de 2017.
Trata-se de um estudo qualitativo, a partir da pesquisa-ação. Para coleta de dados empíricos utilizou-
se entrevistas com professores da rede pública de ensino médio, sendo essa pautada pela
análise de conteúdo de Bardin (1977). A análise dos dados obtidos revelou que, na perspectiva dos
professores, as TICs contribuem para divulgação tanto dos problemas ambientais como para a
conscientização das formas de preservação ambiental.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Ambiental, Tecnologias, Ensino-Aprendizagem
ABSTRACT
211
Graduado em Administração de Empresas. Possui especialização em Gestão de Suprimentos. Mestrando em
Desenvolvimento Local pela Universidade Augusto Motta - UNISUAM - RJ
secondary school teachers of the Municipal School Vereador Américo dos Santos, located in the city
of Mesquita, Rio de Janeiro, in the period from February to June 2017. This is a qualitative study,
based on action research. For the collection of empirical data, interviews with teachers of the public
secondary school were used, which was based on the content analysis of Bardin (1977). The analysis
of the data showed that, from the perspective of teachers, ICTs contribute to the dissemination of both
environmental problems and the awareness of the ways of preserving the environment.
KEYWORDS: Environmental Education, Technologies, Teaching-Learning
RESUMEN
La Educación Ambiental debe ser desarrollada como práctica educativa integrada e interdisciplinaria,
continua y permanente en todas las fases y modalidades de enseñanza como determina la Política
Nacional de Educación Ambiental y los Parámetros Curriculares Nacionales para la Enseñanza Media.
De esta forma, la utilización de las Tecnologías de la Información y Comunicación (TIC) para la
promoción de una Educación Ambiental representa en la sociedad contemporánea un cambio en la
enseñanza, puesto que la interacción de las TIC propicia la sensibilización y el conocimiento de
ambientes diferenciados. El presente artículo tiene como objetivo analizar la importancia de la
utilización de las TICs en el proceso de enseñanza-aprendizaje vivenciados por docentes de la
enseñanza media de la Escuela Municipal Vereador Américo dos Santos, ubicada en la Ciudad de
Mesquita, Río de Janeiro, en el período de febrero a febrero junio de 2017. Se trata de un estudio
cualitativo, a partir de la investigación-acción. Para la recolección de datos empíricos se utilizaron
entrevistas con profesores de la red pública de enseñanza media, siendo esta pautada por el análisis de
contenido de Bardin (1977). El análisis de los datos obtenidos reveló que, en la perspectiva de los
profesores, las TIC contribuyen a la divulgación tanto de los problemas ambientales y de la
concientización de las formas de preservación ambiental.
PALABRAS CLAVE: Educación Ambiental, Tecnologías, Enseñanza-Aprendizaje
INTRODUÇÃO
Destarte, o presente artigo tem como objetivo analisar a importância da utilização das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino-aprendizagem
vivenciados, por docentes e de uma escola pública do ensino Médio da Escola Municipal
Vereador Américo dos Santos, localizada na Cidade de Mesquita, Rio de Janeiro, no período
de fevereiro a junho de 2017.
1271
Educar com novas tecnologias é um desafio que até agora não foi enfrentado com
profundidade, são feitas apenas adaptações, pequenas mudanças. “Ensinar com novas
tecnologias será uma revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais
do ensino, que mantêm distantes professores e alunos” (MORAN, 2012, p. 28).
diferenciados e dos seus problemas intrínsecos, por parte dos alunos, por
mais distantes espacialmente que eles estejam.
MATERIAL E MÉTODOS
A presente pesquisa foi realizada em uma Escola Pública, dos anos finais, das
modalidades de ensino médio, no Município de Mesquita, do Estado do Rio de Janeiro, no
período de fevereiro a junho de 2017. A escola possui um laboratório de informática, que
necessitava reparos e aperfeiçoamento. Participaram da pesquisa 09 (nove) professores do
ensino médio.
Nessa pesquisa, portanto, a investigação social foi feita como diz o autor, tendo em
vista que os professores foram os participantes. O método adotado para coleta de dados foi o
questionário, o qual foi aplicado aos professores. Para Lakatos e Marconi (1991, p.201)
questionário é “um instrumento de coleta de dados, construído por uma série ordenada de
perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. A
análise dos dados foi baseada nas informações apresentadas no questionário através das falas
contidas neste.
Os dados obtidos foram de caráter qualitativo. Para análise dos dados, utilizamos os
procedimentos de Bardin (1977) que nos possibilitaram a compreensão do sentido das
comunicações, sistematizando o conteúdo das mensagens, na intenção de inferir as
características específicas das mesmas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
aprendizagem, falar sobre essa temática é ditar um novo contexto escolar, adaptado a
sociedade da informação, na qual se está inserido.
Com relação aos professores do Ensino Médio, vale dizer que: a) um possui nível
básico de conhecimento em informática; b) três têm nível intermediário; c) dois revelam ter
nível avançado, e, d) três não responderam. Com efeito, todos que responderam possuem
acesso à internet em casa e na escola, todavia, não ministram suas aulas em laboratório de
informática, embora utilizem alguma ferramenta de informática em suas disciplinas.
Os dados obtidos revelam o que Kenski (2010) afirma: que o maior problema não está
na dificuldade de domínio das competências para o uso das Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) pelos professores. O grande desafio está em encontrar formas produtivas
e viáveis para integrar as TICs no processo de ensino–aprendizagem.
agilidade e praticidade. Identificou-se também a utilização das TICs nas práticas educativas,
como instrumentos que contribuem com a melhoria do processo ensino-aprendizagem.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1277
MORAN, José Manuel, MASSETTO, Marcos T., BEHRENS Marilda Aparecida. Novas
tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas, SP. Papirus, 2012.
REIGOTA, M. A Floresta e a escola – por uma educação ambiental pós-moderna. São Paulo:
Cortez, 1999.
RESUMO
O presente estudo traz como tema a importância da Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs)
nas práticas de ensino-aprendizagem dos alunos. O objetivo é investigar as práticas pedagógicas
efetivas que conduzem à qualidade no processo de ensino e de aprendizagem, verificando a função dos
recursos tecnológicos nesse processo. Trabalhamos metodologicamente com a pesquisa bibliográfica,
baseadas nas contribuições de Imbérnom (2010), Silva (2010), Vieira (2011), Moran (2012), Pierre
Levy (2008, 2010). Concluímos através deste estudo que o uso das tecnologias proporciona novos
caminhos para o ensino e aprendizagem dos alunos
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia da Informação e Comunicação, Educação, Ensino-Aprendizagem.
ABSTRACT
The present study brings as a theme the importance of Information and Communication Technology
(ICTs) in the teaching-learning practices of students. The objective is to investigate the effective
pedagogical practices that lead to quality in the teaching and learning process, verifying the function
of technological resources in this process. We work methodologically with the bibliographical
research, based on the contributions of Imbérnom (2010), Silva (2010), Vieira (2011), Moran (2012),
Pierre Levy (2008, 2010). We conclude from this study that the use of technologies provides new
avenues for teaching and learning of students
KEYWORDS: Information and Communication Technology, Education, Teaching-Learning
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Cada vez mais a tecnologia se faz presente na escola e no aprendizado do aluno, seja
pelo uso de equipamentos tecnológicos seja por meio de projetos envolvendo educação e
tecnologia. A anexação das TICs na vida dos alunos, trouxe uma série de informações que as
escolas e os professores muitas vezes, não estão preparados para absorver. A adaptação das
escolas ao uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), ainda é um desafio para
alguns educadores, pois muitos não possuem domínio das ferramentas tecnológicas.
podem ser beneficiados por essas tecnologias, como por exemplo, a internet, que traz uma
diversidade de informações, mídias e softwares, que auxiliam nessa aprendizagem.
das TICs são variadas, oportunizando que o professor apresente de forma diferenciada as
informações. As Tecnologias da Informação e Comunicação quando são utilizadas,
melhoraram o processo de ensino, pois criam ambientes virtuais de aprendizagem,
colaborando com o aluno na assimilação dos conteúdos. O computador e a internet atraem a
atenção dos alunos desenvolvendo neles, habilidades para captar a informação. Essa
informação manifesta-se de forma cada vez mais interativa e cada vez mais depressa, que os
envolvidos no processo de ensino, muitas vezes, não conseguem assimilar (MORAN, 2012). 1283
Muitos vêem nas TIC, uma perspectiva transformadora e determinante para melhorar a
educação, mas deve-se considerar que há muitos problemas ainda associados à incorporação
de tecnologias nas escolas. Imbérnom (2010) afirma que é um desafio para os professores
mudar sua forma de conceber e pôr em prática o ensino, através de uma nova ferramenta.
Para que o uso das TIC signifique uma transformação educativa que se
transforme em melhora, muitas coisas terão que mudar. Muitas estão nas
mãos dos próprios professores, que terão que redesenhar seu papel e sua
responsabilidade na escola atual. Mas outras tantas escapam de seu controle
e se inscrevem na esfera da direção da escola, da administração e da própria
sociedade.
As escolas devem fazer uso das TIC como novos meios de aprendizagem em todos os
aspectos do currículo. É necessário então começar a pensar no que realmente pode ser feito a
partir da utilização dessas novas tecnologias no processo educativo. Para isso, é necessário
compreender quais são suas especificidades técnicas e seu potencial pedagógico.
As TICs quando articuladas a uma prática formativa que leva em conta os saberes
trazidos pelo aluno, associando aos conhecimentos escolares se tornam essenciais para a
construção dos saberes. Além disso, favorece aprendizagens e desenvolvimentos, além de
oportunizar melhor domínio na área da comunicação permitindo aos mesmos construírem e
partilharem conhecimentos.
Para que os recursos tecnológicos façam parte da vida escolar é preciso que alunos e
professores o utilizem de forma correta, e um componente substancial é a formação e
atualização de professores, de modo que a tecnologia seja de fato incorporada no currículo
escolar, e não vista apenas como um complemento ou aparato marginal. É preciso pensar
como incorporá-la no dia a dia da educação de forma definitiva. Em seguida, é preciso levar
em conta a construção de conteúdos inovadores, que usem todo o potencial dessas tecnologias
(MORAN, 2012).
aluno sem que aja a imposição do seu ponto de vista (MORAN, 2012).
Vieira (2011) afirma que o uso da informática na educação implica em novas formas
de comunicar, de pensar, ensinar/aprender, ajuda aqueles que estão com a aprendizagem
muito aquém da esperada. A informática na escola não deve ser concebida ou se resumir a
disciplina do currículo, e sim deve ser vista e utilizada como um recurso para auxiliar o
professor na integração dos conteúdos curriculares, sua finalidade não se encerra nas técnicas
de digitações e em conceitos básico de funcionamento do computador, a tudo um leque de
oportunidades que deve ser explorado por aluno e professores. O autor ressalta duas
possibilidades para se fazer uso das TICs, a primeira é de que o professor deve fazer uso deste
para instruir os alunos e a segunda possibilidade é que o professor deve criar condições para
que os alunos descrevam seus pensamentos, reconstrua-os e materialize-os por meio de novas
linguagens, nesse processo o educando é desafiado a transformar as informações em
conhecimentos práticos para a vida.
passa a ser um ambiente mais interessante que aprontaria o aluno para o seu futuro. A
aprendizagem centra-se nas diferenças individuais e na qualificação do aluno para torná-lo um
utilizador independente da informação, capaz de usar vários tipos de fontes de informação e
meios de comunicação (SILVA, 2010).
O uso das TIC na escola auxilia na promoção social da cultura, das normas e
tradições do grupo, ao mesmo tempo, é desenvolvido um processo pessoal
que envolve estilo, aptidão, motivação. A exploração das imagens, sons e
movimentos simultâneos ensejam aos alunos e professores oportunidades de
interação e produção de saberes.
A chegada das TIC, na escola, pode ser compreendida de várias formas. A visão dos
1288
sujeitos sobre esses aparatos, o contexto, os fenômenos, a forma de apresentação aos discentes
são elementos norteadores da política de implementação das tecnologias. O docente deve
entender o ensino como processo permanente de concepção de aprendizagem, o que requer
elementos múltiplos, como a construção da identidade dos discentes, caminhos, projetos de
vida, capacidades emocionais, espaços pessoais e profissionais, no sentido do exercício da
cidadania (MORAN, 2012).
As tecnologias nos redimensionam, nesse ambiente nosso mundo não se define mais
dentro de uma sala, de aula, ou em nossa formação na faculdade, hoje temos um leque aberto,
possibilidades, às vezes temos medo mais apesar disso temos que escolher e aprender que o
mundo de hoje não e o mesmo de ontem, precisamos aprender a aprender.
Silva (2010) conceitua as TICs como todas as tecnologias que interferem e medeiam
os processos informacionais e comunicativos dos seres. No sentido conceitual, os autores
seguem o mesmo raciocínio no tocante ao conceito sobre TICs, e conceituam que as TICs,
Observamos que nas conceituações acima, dos mencionados autores, que os mesmos
definem de forma congênere as TICs, destacando assim sua importância. As vantagens de se
utilizar as tecnologias como ferramenta pedagógica é estimular os alunos, dinamizar o
conteúdo, e fomenta a autonomia e a criatividade.
No tocante aos professores e sua formação, Imbernón (2010) ressalta que o professor
tem o papel de se tornar um facilitador do processo de ensino aprendizagem do aluno. O
termo facilitador foi empregado para indicar que o professor ajuda a facilitar o
desenvolvimento cognitivo do aluno, por meio de indagações que desequilibram as certezas
inadequadas e que propiciam a busca de alternativas para encontrar a solução mais apropriada
ao problema e ao estilo individual de pensamento.
É fato que se faz necessário à capacitação dos professores para a implantação dessas
novas tecnologias, pois é comum o professor desenvolver em sala de aula uma prática
tradicional, e em outro momento utilizar os recursos tecnológicos, como uma ferramenta de
apoio na aula. São atitudes que revelam a integração das mídias na prática pedagógica. Vieira
(2011, p. 134) afirma que “temos que cuidar do professor, porque todas essas mudanças só
entram bem na escola se entrarem pelo professor, ele é a figura fundamental”.
Segundo Moran (2012), o professor é mais importante do que nunca nesse processo de
inclusão da internet na educação, pois ele precisa se aprimorar nessa tecnologia para
introduzi-la na sala de aula, no seu dia a dia, da mesma forma que professor, que um dia,
introduziu o primeiro livro em uma escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o
conhecimento – sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a 1290
ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade, pelos textos lidos
e escritos, pela televisão, mas agora também pelo computador, pela informação em tempo
real, pela tela em camadas, em janelas que vão se aprofundando as nossas vistas.
CONCLUSÃO
aliar as tecnologias às novas metodologias, pois é nesse momento que o professor deixa de
lado seu antigo papel de detentor do conhecimento e passa a ser o mediador, facilitador, de
modo que os alunos explorem as informações, socializem o saber e construam seu
conhecimento.
REFERÊNCIAS
1291
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4. ed. 11. reimpr. São Paulo:
Atlas, 2010. IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a
mudança e a incerteza. 7. Ed. São Paulo: Cortez, 2010.
MORAN, José Manuel, MASSETTO, Marcos T., BEHRENS Marilda Aparecida. Novas
tecnologias e mediações pedagógicas. Campinas, SP. Papirus, 2012.
LÉVY, Pierry. A inteligência coletiva: Por uma antropologia do ciberespaço. São Paulo:
Loyola, 2010.
SILVA, Marco. Sala de aula interativa: a educação presencial e a distância em sintonia com a
era digital e com a cidadania. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA COMUNICAÇÃO, 24,
2001, Campo Grande. Anais do XXIV Congresso Brasileiro da Comunicação, Campo
Grande: CBC, set. 2001.
1292
RESUMO
ABSTRACT
213
Acadêmico do curso de licenciatura em Matemática pela Universidade Federal de Campina Grande.
214
Universidade Federal de Campina Grande
great potential, a factor that can bring great changes in the teaching/learning process, if it is introduced
in the correct way. It still gives a classroom a characteristic of renewal space, allowing it to be thought
of as a true learning community.
KEYWORDS: Computing; Teaching resource; Teaching/learning.
INTRODUCCIÓN DE LA INFORMÁTICA COMO RECURSO
PEDAGÓGICO EN LA ENSEÑANZA FUNDAMENTAL SERIES
FINALES
1293
RESUMEN
INTRODUÇÃO
A grande utilidade do ensino com auxílio da informática é que pode ser possível tornar
aulas monótonas e cansativas, que só transmitem os conteúdos básicos, em aulas mais
chamativas que atraem a atenção dos alunos. Aulas exploratórias trazem consigo uma
infinidade de informações que podem ser utilizadas como recurso para aprimorar os
conteúdos trabalhados em sala de aula.
O presente trabalho tem como objetivo designar alguns aspectos no que concerne os
conceitos de introdução da informática como recurso pedagógico nas escolas de ensino
fundamental, em um contexto local, partindo do conceito comum de benefícios e mecanismos
que podem ser adquiridos ao ser posta em prática nas escolas.
INCORPORAÇÃO DIGITAL
Cogita-se com frequência, a informática vem adquirindo cada vez mais relevância na
vida de cada ser. A partir daí pode se perceber, a informática na educação pode ser utilizada
como um instrumento de aprendizagem, aonde a mesma vem enfrentando grandes avanços a
fim de auxiliar e facilitar na busca de novos conhecimentos e informações no ambiente
estudantil.
Hoje, não é possível fugir deste grande avanço tecnológico, com a informática é
admissível realizar infinitas ações, por exemplo: é fácil realizar uma comunicação, obter
inúmeras pesquisas, redigir textos, criar desenhos, efetuar cálculos e até mesmo simular
[...] muitos educadores ainda não sabem o que fazer com os recursos que a
informática oferece. E, neste sentido a chave do problema é a questão da
formação, preparação dos educadores para saberem como utilizar esta
ferramenta como parte das atividades que realizam na escola (VALENTE,
2003, p.15).
Atualmente a sociedade convive em uma era digital, repleta de recursos tecnológicos e com
isso os alunos obtêm maior facilidade e rapidez de manusear tais tecnologias, diferentemente
dos professores. Resta o professor aprender tais recursos e desenvolver atividades para
colocar em pratica com os alunos. Mas, para isto acontecer, é necessário o professor dominar
estas novas ferramentas educacionais, além disso, é preciso, enquanto profissional, ele seja o
mediador no processo de interação aluno, computador e conhecimento, isso sugere uma
formação distinta para o exercício deste papel. Segundo Tajra:
Além disto, é cabível considerar a proposta pedagógica que a escola traz. Todas as
1296
pessoas envolvidas no sistema educacional precisam debater e definir como será a forma de
utilização da informática no ambiente escolar e qual o seu objetivo, considerando as
exigências e os interesses propostos pela comunidade e a sociedade.
Para que a escola possa integrar a tecnologia no seu contexto educacional é preciso
diversos fatores, é necessário debater o ponto de vista dos professores e dos funcionários em
relação ao impacto que a mesma vai impulsionar, assim como, observar o que a tecnologia vai
causar na vida cotidiana dos alunos e saber como eles se dão em meio aos diversos aspectos
tecnológicos, além do mais submeter uma interação com as famílias e os demais membros da
sociedade no processo de implementação dos meios tecnológicos na escola.
Um quesito que deve ser questionado é o real objetivo de sua aplicação. As formas de
utilização do computador devem variar de acordo com a necessidade de alcançar seus
objetivos, sendo importante sua utilização pelas várias possibilidades que o mesmo nos
disponibiliza. O importante é questionar o que se quer atingir ao utilizar um dispositivo tão
valioso na pratica pedagógica, avaliando suas qualidades e suas limitações.
São muitas qualidades e situações positivas que a informática vai trazer pra dentro da
sala de aula através do seu uso, que deve variar de acordo com a proposta dada e a dedicação
dos profissionais envolvidos. Dentre elas os fatores que se mais destacam é o princípio em
que o aluno vai ganhar mais autonomia nos trabalhos, podendo desenvolver boa parte dos
é de sua responsabilidade uma formação constante sobre o assunto, visto que a informática
está sempre inovando, avançando e se reinventando. Isto acontece em um intervalo de tempo
momentâneo, a partir daí é importante registrar a respeito o que Gouveia afirma:
O professor será mais importante do que nunca, pois ele precisa se apropriar
dessa tecnologia e introduzi-la na sala de aula, no seu dia-a-dia, da mesma
forma que um professor, que um dia, introduziu o primeiro livro numa
escola e teve de começar a lidar de modo diferente com o conhecimento –
sem deixar as outras tecnologias de comunicação de lado. Continuaremos a
ensinar e a aprender pela palavra, pelo gesto, pela emoção, pela afetividade,
pelos textos lidos e escritos, pela televisão, mas agora também pelo
computador, pela informação em tempo real, pela tela em camadas, em
janelas que vão se aprofundando às nossas vistas. (GOUVÊA, 1999, p.08)
CARACTERIZAÇÕES DA PESQUISA
CLASSIFICAÇÕES DA PESQUISA
1298
O desenvolvimento desta pesquisa classifica-se como aplicada em relação a sua
natureza, descritiva quanto aos objetivos. Os procedimentos técnicos caracterizaram-se pela
pesquisa bibliográfica e de campo. Do ponto de vista da natureza a pesquisa é quantitativa.
A pesquisa, em relação aos seus objetivos, baseou-se no tipo descritivo, na qual foi
possível registrar fatos através de um questionário, onde os professores responderam por livre
e espontânea vontade. Com o uso desta técnica foi lícito descrever através dos dados
coletados, algumas características sobre o fato de programarem o meio tecnológico no
ambiente estudantil. Segundo Prodonov e Freitas a pesquisa é descritiva:
sistematizar e distinguir todos os dados informados pelos sujeitos da pesquisa. De acordo com
Gil (2002, p. 44) a pesquisa é bibliográfica quando: “[...] é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em
quase todos os estudos seja exigido algum tipo de trabalho desta natureza, há pesquisas
desenvolvidas exclusivamente a partir de fontes bibliográficas”.
Quanto à abordagem dos dados, a pesquisa foi do tipo quantitativo, considerando que
com as informações coletadas através da pesquisa de campo foram classificadas, analisadas e
posteriormente representadas numericamente de forma percentual. O que relaciona ao que
Prodonov e Freitas (2013, p.51), consideram “[...] que tudo pode ser quantificável, o que
significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las”.
Com a amostragem destes métodos foi possível desenvolver todas as etapas deste
trabalho, utilizando os artifícios e mecanismos disponibilizados pelos mesmos.
majoritária representada por 60% dos professores, ao contrário dos outros 40% restantes,
responderam positivamente, afirmando que o uso da informática só traz benefícios a
aprendizagem, se for trabalhada de maneira correta.
Gráfico 1 – Opinião dos professores sobre o uso da informática como recurso pedagógico
1301
1302
Atualmente parte dos docentes utiliza-se das novas tecnologias digitais para lecionar,
onde buscam meios para se capacitar, a partir daí podem utilizar dos computadores que a
escola dispõe. Com a informática o aluno vai habilitar-se em novos conhecimentos e em
novas oportunidades, facilitando o processo de ensino/aprendizagem, a informática pode ser
um complemento nos conteúdos curriculares, possibilitando um melhor desenvolvimento
intelectual do mesmo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que até o momento a função da escola continua da mesma forma: o ensino,
tendo a questão pedagógica na base de todos os esforços para a obtenção de uma melhor
qualidade. Porém a escola precisa abdicar o seu papel possibilitando uma relação harmoniosa
entre o conhecimento e o saber, transformando-se em um espaço de produção e não apenas
apropriação de conhecimento e cultura.
Visto que a presente pesquisa de campo teve como objetivo investigar o uso da
informática como recurso pedagógico no ensino fundamental, pôde-se concretizar que a
utilização da tecnologia computacional na área da educação é indiscutível e necessária.
Ademais percebeu-se que a mesma é um recurso de grande incentivo na aprendizagem e está
a cada dia mais presente no nosso cotidiano, sendo que os professores precisam estar
preparados e dispor de muitas ferramentas para usufruir da tecnologia, de tal forma que possa
ajudá-lo no processo de ensino, visando à possibilidade de auxiliar os alunos que enfrentam
muitas dificuldades na aprendizagem. Além disso, o educador necessita de um universo de
conhecimento, uma pluralidade de atitudes e valores que o possibilita agir e compreender o
mundo tecnológico.
mais valorizada, ainda é prescindível uma troca ativa de ideias o que aumenta o compromisso
e o interesse de todos. As deliberações são mais ricas, pois reúnem as propostas e soluções de
muitos alunos, transformando a aprendizagem numa atividade social. Uma vez que no uso
excessivo das tecnologias pode se construir uma precisão pedagógica mais adequada.
É importante continuar mudando a educação, porém esta ação deve ser continua e
fruto da interação professor-aluno e não uma imposição do sistema educacional. É
responsabilidade dos professores desenvolverem novas competências e habilidades em seus
alunos, tornando-os capazes de sobreviver num mundo globalizado e fazendo-os perceberem-
se como construtores das suas próprias histórias, capazes de terem nesse mundo uma imagem
significativa.
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
1304
RESUMO
A inserção de recursos digitais no ambiente escolar tem ganhado espaço à medida que a sociedade
contemporânea encontra-se imersa na realidade tecnológica, em que tudo é processado em tempo
instantâneo, assumindo amplas dimensões. Nesse contexto, informação, comunicação e educação são
três pilares sociais totalmente influenciados pelas mídias digitais. Inúmeras pesquisas afirmam a
importância dos jogos educativos como suporte eficiente no processo de ensino e aprendizado, e
quando estes assumem características digitais são mais potencializadores, considerando as crianças e
jovens atuais como nativos digitais. Desenvolveu-se a presente pesquisa com o objetivo de apresentar
12 jogos educativos digitais disponíveis na Play Store para o ensino das quatro operações
matemáticas. Classifica-se como um estudo bibliográfico, descritivo com análise qualitativa dos
dados. Os jogos apresentados se mostraram produtivos para o ensino de matemática, em especial para
uso das quatro operações básicas desta disciplina: adição, subtração, multiplicação e divisão. Todos os
jogos foram lançados no intervalo dos últimos cinco anos e apresentam boa quantidade de downloads.
PALAVRAS-CHAVE: Jogos educativos digitais. Play Store. Quatro operações matemáticas.
ABSTRACT
The inclusion of digital resources in the school environment has gained space as contemporary society
is immersed in the technological reality, where everything is processed in instantaneous time and takes
on ample dimensions. In this context, information, communication and education are three social
pillars strongly influenced by digital media. Several researches affirm the importance of educational
games as an efficient support in the process of teaching and learning, and when these assume digital
characteristics they are more potentials, considering the current children and young people as digital
natives. Classified as bibliographical, descriptive with qualitative data analysis, this research aims to
present 12 digital educational games available in the Google Play Store for teaching the four
mathematical operations. The games analyzed proved themselves productive for teaching
mathematics, especially for use of the four basic operations of this discipline: addition, subtraction,
multiplication and division. All games have been released in the last five years and have a good
amount of downloads.
KEYWORDS: Educational digital games. Play Store. Four mathematical operations.
215
Universidade Federal de Campina Grande -UFCG/CFP
RESUMEN
La inserción de recursos digitales en el ambiente escolar ha ganado espacio a medida que la sociedad
contemporánea se encuentra inmersa en la realidad tecnológica, en que todo es procesado en tiempo
instantáneo, asumiendo amplias dimensiones. En este contexto, la información, la comunicación y la
educación son tres pilares sociales totalmente influenciados por los medios digitales. Las numerosas
encuestas afirman la importancia de los juegos educativos como soporte eficiente en el proceso de 1306
enseñanza y aprendizaje, y cuando éstos asumen características digitales, son más potenciadores
considerando a los niños y jóvenes actuales como nativos digitales. Se desarrolló la presente
investigación con el objetivo de presentar 12 juegos educativos digitales disponibles en la Play Store
para la enseñanza de las cuatro operaciones matemáticas. Se clasifica como un estudio bibliográfico,
descriptivo con análisis cualitativo de los datos. Los juegos presentados se mostraron productivos para
la enseñanza de matemáticas, en especial para el uso de las cuatro operaciones básicas de esta
disciplina: adición, sustracción, multiplicación y división. Todos los juegos fueron lanzados en el
intervalo de los últimos cinco años y presentan una buena cantidad de descargas.
PALABRAS CLAVE: Juegos educativos digitales. Play Store. Cuatro operaciones matemáticas.
INTRODUÇÃO
aquisição do conhecimento. Moran; Masetto; Behrens (2000, p.144-145) afirmam que: "por
mediação pedagógica entendemos a atitude, o comportamento do professor que se coloca
como um facilitador, incentivador ou motivador da aprendizagem, que se apresenta com a
disposição de ser uma ponte entre o aprendiz e a aprendizagem".
maneira, a educação passa a ser desenvolvida de forma conjunta, pela família e escola, e não
somente pela escola, como pensa a maioria das pessoas. Souza (2009, p. 25) explica que: “A
interação família/escola é necessária, para que ambas conheçam suas realidades e suas
limitações, e busquem caminhos que permitam e facilitem o entrosamento entre si, para o
sucesso educacional do filho/aluno”.
Nesse viés os jogos educativos digitais podem ser inseridos nas práticas pedagógicas
por professores de matemática, tanto para introdução, revisão e aprimoramento de diferentes
conteúdos, como também se configuram como uma ponte de aproximação/interação entre
aluno/escola/conteúdos/família. Neste contexto, Desenvolveu-se a presente pesquisa com o
objetivo de apresentar 09 jogos educativos digitais disponíveis na Play Store para o ensino
das quatro operações matemáticas.
REFERENCIAL TEÓRICO
É comum o ensino de matemática ser visto como algo irritante, repetitivo e monótono,
pois a maioria dos alunos apresentam muitas dificuldades na disciplina e maior índice de
reprovação. “A dificuldade na aprendizagem da Matemática provoca fortes sentimentos de
aprovação ou de rejeição nos alunos” (SANTOS; FRANÇA; SANTOS, 2007, p.09). Com isso
os professores desta disciplina encontram-se empenhados para dirimir o medo/repudia dos
alunos em relação à matemática.
Uma das causas da repudia e/ou dificuldade dos alunos para com a disciplina de 1308
As dificuldades que envolvem esta disciplina começam já nos anos inicias, desde
ensino das quatro operações fundamentais da matemática: adição, subtração, multiplicação e
divisão. SILVA (2013 p.4) ressalta que:
Porém muitas vezes, essas operações não são assimiladas e compreendidas de forma
satisfatória, pelos alunos sendo que muitos deles são promovidos para as séries subseqüentes
sem adquirir o domínio dos pré-requisitos, para o enfrentamento das próximas etapas de
ensino aprendizagem. Muitas vezes, situações do dia a dia que envolve a Matemática passa 1309
Portanto, é muito importante que os alunos aprendam as quatro operações básicas, pois
é a partir delas que todos os outros conteúdos são formulados, dessa maneira, pode-se afirmar
que essas quatro operações se constituem como o alfabeto da matemática, ou seja, estas dão
sentido aos números e perpetuam durante toda a vida do indivíduo. Silva; Lourenço; Côgo
(2004, p.71) afirmam que:
Deste modo, percebe-se que os jogos digitais se configuram como uma ferramenta
metodológica didática, auxiliando os alunos a aprender se divertindo e visando a necessidade
da assimilação das operações matemáticas e a ampliação do vocabulário, os jogos trabalham 1310
METODOLOGIA
Triviños (1987) relata que a abordagem qualitativa dispõe os dados buscando seu
significado, baseando-se na percepção do fenômeno pesquisado dentro do seu contexto. Para
Malhotra (2001, p.155): “a pesquisa qualitativa proporciona uma melhor visão e compreensão
do contexto do problema [...]”. 1311
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1312
responder as expressões e/ou também ter uma resposta para identificar que número somado,
subtraído, multiplicado e/ou dividido corresponde a resposta apresentada no aplicativo.
Publicado em 24 de janeiro de 2017, foi atualizado em 11 de setembro de 2017,
contabilizando mais de 100.000 instalações.
Checo, Inglês, Italiano, Polonês, Russo e Turco. Lançado em 23 de julho de 2014, atualizado
em 27 de maio de 2018, apresenta mais de 10.000.000 de downloads.
Figura 2- Telas inicias dos jogos: “Jogo Matemático”, “MathChallenge”, “Jogos de Matemática”.
O recurso “Jogos Educativos Matemática” foi desenvolvido para crianças de até sete
anos que acabaram de aprender a somar, subtrair, e multiplicar na escola, permite o
jogos, no primeiro o usuário/aluno deve escolher o número que responde a operação (com
apenas um algarismo de 0-9) apresentada na parte superior da tela. O segundo jogo é um teste
de múltipla escolha sendo as expressões a ser respondidas, apresentadas com dois ou até três
dígitos. Lançado em 15 de maio de 2018, ainda não foi atualizado, constando 100 instalações.
Figura 3- Telas iniciais dos jogos: “SAMD- As 4 operações”, “Jogos Educativos Matemática”,
“Aprender matemática- jogos de matemática básica”.
Figura 4- Telas iniciais dos jogos: “Jogos de Matemática”, “Taabuu Tabuada” e “Jogos para 2: Jogo
Matemático”.
Quanto aos idiomas abordados nos jogos apresentados destacam-se os: “Jogo
Matemático”, “Jogos de Matemática” e “Taabuu Tabuada” que abordam além do português,
outros idiomas, se constituindo como mais completos neste requisito.
Quantidade 02 03 01 04 02
Sobre as datas de atualização dos jogos, na Tabela 2, destaca-se que 09 jogos foram
atualizados no corrente ano e 03 em 2017. Diante destes dados, afirma-se que todos os
aplicativos são atualizados, apresentam boa quantidade de downloads, o que significa que
estão sendo bem acessados e aceitos pelos usuários.
CONCLUSÕES
Diante dos jogos apresentados afirma-se que o Play Store disponibiliza uma boa
quantidade de jogos educativos gratuitos para a componente curricular matemática,
especificamente para a abordagem das quatro operações básicas da matemática: adição, 1317
subtração, multiplicação e divisão.
Destaca-se que o objetivo proposto neste estudo foi alcançado, na medida em que,
apresentou-se os doze jogos educativos digitais disponibilizados na Play Store para o ensino
das quatro operações matemáticas, sendo as informações apresentadas baseadas na descrição
que cada aplicativo oferece, portanto, não averiguou-se todas as premissas destes recursos.
Almeja-se também desenvolver, validar e aplicar novos jogos educativos que abordem
as quatro operações matemáticas, no Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Objetos
Virtuais de Aprendizagem da Universidade Federal de Campina Grande, campus
Cajazeiras/PB, para tanto, será utilizado como softwares de autoria, o Hot Potatoes, Scratch e
o PowerPoint.
REFERENCIAS
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tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas, SP: Papirus, 2012. - 8ª ed. - (Coleção
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da Matemática: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão. Lapa- PR, 2013. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2
013_utfpr_mat_pdp_vilmar_silva_da_silva.pdf> Acesso em: 23 jul. 2018.
SILVA, V. S. da. A Importância dos Jogos no Ensino das Quatro Operações Fundamentais
da Matemática: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão. 2013. Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Campus Curitiba. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/
portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2013/2013_utfpr_mat_pdp_vilmar_silva_da_sil
va.pdf>. Acesso em: 23 jul. 2018.
RESUMO
ABSTRACT
The research was developed with the objective of identifying and presenting the applications
developed for the teaching of signal language available, free in the Play Store and accessible to
smartphones. For that, a bibliographic, documentary, descriptive study with quantitative data analysis
was developed. 27 applications were described, of which 09 are translators, 06 signatories / glossaries
and 12 digital games. The resources were built in the bilingual perspective, allowing the use by
listeners or even deaf people who wish to have fun or to increase knowledge in Libras. Among
activities, the datilology and vocabulary expansion are recurrent, and the various resources are
available in different formats, for different ages.
216
Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CFP
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Os aparelhos celulares, nos últimos anos, foram reconfigurados para atender diferentes
necessidades do ser humano, passando de um recurso inicialmente utilizado apenas para a
interação, por meio de áudio (entre pessoas distantes fisicamente) e que favorecia a
comunicação síncrona dos usuários para, atualmente, ampliar as possibilidades de uso com os
diferentes aplicativos que foram incorporados nas versões mais recentes desses aparelhos.
Este aparelho incorpora diversos recursos que podem ser utilizados em distintas
situações, sejam de forma síncrona ou assíncrona, para interação com pessoas ou com os
outros aplicativos: que funcionam como objetos do conhecimento.
Ao tratar dos recursos síncronos cita-se as ligações viabilizadas somente por áudio ou
por áudio e vídeo (estas últimas viabilizadas por diferentes aplicativos como o WhatsApp, o
Facebook, o Skype, entre outros...) e destaca-se que esta última contribuiu para proporcionar
autonomia dos surdos em comunicações à distância e mediadas pela Língua Brasileira de
Existem ainda os aplicativos de uso individual, que não se baseiam na interação entre
indivíduos, como as agendas, arquivos na nuvem, aplicativos de entretenimento etc. Entre
estes usos dos aparelhos celulares, nos dias atuais, apresentam-se os aplicativos desenvolvidos
para apoiarem atividades educacionais ou mesmo aqueles que podem ser aproveitados para
esta função e são disponibilizados, gratuitamente, nas lojas virtuais. Esses recursos 1322
Nesse contexto, o uso de smartphones é repensado, à medida que passa a ser visto
como um recurso de apoio ao aprendizado e, por esta razão, pode ser valorizado e incorporado
nos planejamentos para garantir a sua permanência no ambiente educacional. Além disso,
pode servir como estratégia para a inserção dessas tecnologias digitais utilizadas para a
interação em práticas sociais fora do ambiente escolar, aproveitando-se assim, dos
conhecimentos prévios do estudante.
1323
REFERENCIAL TEÓRICO
A Play Store é uma loja virtual do Google que disponibiliza aplicativos - App para
aparelhos que funcionam no sistema android. Dispõe de recursos pagos e gratuitos que
encontram-se classificados em Apps, filmes, música, livros e banca (referindo-se à banca de
jornal que disponibiliza periódicos), sendo estes de uso individual ou coletivo, de forma
síncrona ou assíncrona.
Para comprar os produtos oferecidos pela Google na Play Store é necessário cadastrar
um cartão de crédito ou adquirir um cartão-presente (gift card), vendido em livrarias e
supermercados. Entre esses aplicativos encontram-se aqueles que viabilizam a comunicação e
o aprendizado por meio da Libras.
Libras
A experiência visual é definida por Perlin e Miranda (2003, p. 218) como a utilização
da visão em substituição à audição e que, por este motivo, vê na Libras o sistema linguístico
que reflete a Cultura Surda, ou seja, o “modo diferente de ser, de se expressar, de conhecer o 1325
METODOLOGIA
analisadas e publicadas em diferentes meios, tais como livros, anais de eventos, revistas entre
outros, a segunda utiliza-se de fontes diversas que, nem sempre, receberam tratamento
analítico, tais como: “tabelas estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais,
cartas, filmes, fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de
televisão, etc” (FONSECA, 2002, p. 32).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Quantidade 09 06 12
217
O tradutor automático é um software que realiza a conversão de uma língua sinalizada para uma língua oral,
traduzindo o “conteúdo escrito ou falado de Língua Portuguesa para Língua Brasileira de Sinais (Libras) por
meio de agentes animados 3D, sob a condição de intérpretes virtuais” (CORRÊA; GOMES; RIBEIRO, 2017, p.
1).
1328
218
Tecnologia Assistiva é um termo utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que
contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente
promover vida independente e inclusão (BERSCH, 2008).
O tradutor “Giulia” foi desenvolvido com a intenção de permitir que as pessoas com
deficiência auditiva, usuários da Libras, possam ser compreendidas por ouvintes que não se
comunicam através desse sistema linguístico permitindo, desse modo, uma melhor interação
entre ambos, em ambientes como: hospitais, escolas, delegacias de polícia, entre outros. Foi
atualizado em junho de 2018, apresenta mais de 5.000 instalações.
219
A audiodescrição (AD) é um dispositivo linguístico desenvolvido para atender as necessidades das pessoas
com deficiência visual (PcDVs), quer cegas ou com baixa visão, favorecendo-lhes a acessibilidade a produtos
(audio)visuais e contribuindo, assim, para o seu empoderamento, especialmente como fruidoras de arte
(OLIVEIRA JÚNIOR; PRAXEDES FILHO, 2016, p. 23).
220
Stumpf (2005) define sinalário como um conjunto de expressões que compõe o léxico de uma determinada
língua de sinais.
1333
O “Fala Libras” é um sinalário digital que dispôs do sinal em Libras de oito cores,
(branco, azul, verde, lilás, vermelho, rosa, amarelo e marrom), além da datilologia 221 do
alfabeto. Atualizado em agosto de 2016, consta mais de 10.000 instalações.
221
A datilologia, o alfabeto manual ou a soletração manual correspondem a apresentação das letras do alfabeto
por sinais que a representam.
1334
1335
O glossário “Libras 1.0” dispõe de 100 sinais que possibilitam a comunicação básica
em Libras. Divide os sinais em ações, comidas, casa, lugar, frutas, pronomes, sentimentos,
transporte, profissões, números, animais e alfabeto. Atualizado em julho de 2018 e consta
mais de 50 downloads.
A Play Store, dispõe de 12 jogos para ensino de Libras, que serão apresentados por
meio da imagem das telas iniciais e texto descritivo: Quiz de Libras, Jogo da Libras Memória,
Alfabeto Kids LIBRAS, Jogo de Memória para Surdos, Jogo de Libras, ForcaBras, Ler e
contar, LilliPlay Alfabeto, Aprenda Libras Jogando, Alfabeto Libras, Libras Memory Game e
1336
Libras Visual.
1337
O “Alfabeto Kids LIBRAS” foi criado com o objetivo de ensinar o alfabeto em Libras
de maneira divertida, configurado principalmente para o uso por crianças e adolescentes. Tem
como intuito de promover a acessibilidade para favorecer a comunicação entre as pessoas que
se utilizam dessa comunicação. Segundo observa-se na figura 17, disponibiliza atividades
como Teclado Libras, Jogo da Forca Libras e Soletrando (com versões da Libras para o
Português e do Português para a Libras). A última atualização data de setembro de 2017 e foi
instalado em mais 10.000 aparelhos.
1339
número ao sinal em Libras. O trabalho com a soma e a subtração é realizado com atividades
mediadas pelo dominó com números registrados na Língua de Sinais.
1341
1342
O jogo “alfabeto Libras” foi desenvolvido pelo Projeto Beethoven com o objetivo
principal de incentivar o desenvolvimento e uso de tecnologias sirvam para ampliar
acessibilidade e aproximar pessoas. Mediante o disposto na figura 25, apresenta teclado
Libras, o jogo da forca em dois níveis (fácil e intermediário) e um espaço para interação entre
o usuário e os desenvolvedores do software. Atualizado em outubro de 2016, conta com mais
de 50.000 instalações.
O jogo “Libras: Memory Game” também foi desenvolvido pelo Projeto Beethoven,
com o intuito de ensinar o alfabeto manual da Libras, de maneira divertida. Assim como o
“Alfabeto Libras”, visa utilizar-se da tecnologia para aproximar pessoas usuárias de sistemas
de comunicação diferentes. Atualizado em dezembro de 2017, conta com mais de 1.000
downloads.
1343
O jogo “Libras Visual” constitui-se em uma extensão do Curso de Libras Visual, mas
apresenta recursos disponibilizados para o público em geral, a fim de ampliar a capacidade de
comunicação mediada pela Libras e, assim, promover a inclusão e a acessibilidade.
Atualizado em fevereiro de 2018, conta com mais de 500 downloads.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O maior número de aplicativos disponibilizados na Play Store são do tipo jogo. Dentre 1344
eles, a atividade mais recorrente é a de ampliação do vocabulário em Libras. Estes foram
desenvolvidos para atender crianças e adultos, contudo, destaca-se que o layout da maioria
deles assinala para o público infantil, fato que não impede o acesso para o aprendizado da
Libras do público de diferentes idades.
Favorecem tanto a busca por palavras como a construção de sentenças que não estão
disponíveis na base de dados, unindo palavras, contudo, em uso, precisa-se advertir que nos
âmbitos semântico e sintático, estes recursos precisam ser utilizados com cautela, tendo em
vista que existem regionalismos na Libras, ou seja, palavras ou expressões que, em um dado
lugar ou em determinado contexto, assumem significados diferentes daqueles registrados em
dicionários.
REFERÊNCIAS
BAGNO, M. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. São Paulo, Ed. Loyola: 2007.
BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -
Libras e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10436.htm>. Acesso em: 10 ago. 2018.
PERLIN, G.; MIRANDA, W. Surdos: o narrar e a política. In: Estudos Surdos: Ponto de
1346
Vista. Revista de Educação e Processos Inclusivos. n. 5, UFSC/NUP/CED, Florianópolis,
2003.
1347
RESUMO
Neste artigo abordam-se os Jogos Educativos Digitais como um dos recursos para trabalhar a
Educação Alimentar na Educação Infantil. A pesquisa é um recorte da mesma proposta da temática do
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)223. O objetivo é discorrer a importância e/ou auxílio destas
temáticas na Educação Infantil. Percebe-se que os recursos tecnológicos podem auxiliar no processo
de ensino e aprendizagem e que propiciam às crianças o contato com estes recursos, desenvolvendo
habilidades e conhecimento sobre o assunto trabalhado, aqui especificamente, os hábitos alimentares
saudáveis, um tema pertinente para os alunos terem uma compreensão desde os anos inicial do que se
trata, e os malefícios de alguns alimentos para sua saúde o que pode acarretar problemas de saúde,
dificultando o seu desenvolvimento. Como procedimento metodológico primeiramente fez-se um
levantamento bibliográfico, abordando uma pesquisa aplicada e descritiva. Conclui-se, que os
docentes precisam conhecer os Jogos Educativos Digitais como um dos auxílios a motivação de
hábitos alimentares saudáveis as crianças na Educação Infantil.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Alimentar. Jogos Educativos Digitais. Educação Infantil.
ABSTRACT
This article is part of a proposal for a Final Term Paper that approaches the Digital Educational Games
as one of the resources to teach about Food Education in Early Childhood Education, discussing the
importance and/or aid of these themes in that school stage. It is noticed that technological resources
can be a facilitator of the educational process, helping the learning of children on the importance of
adopting healthy diet and the dangers of certain foods for health, which can cause health problems,
hindering their intellectual and physical development. As a methodological procedure, a bibliographic
survey was conducted, being this characterized as applied and descriptive research. The results of this
study conclude that teachers need to know the Digital Education Games as one of the motivational
aids to healthy eating habits of children in Early Childhood Education.
KEYWORDS: Food Education. Educational Digital Games. Early Childhood Education
222
Universidade Federal de Campina Grande
Trabalho de Conclusão de Curso intitulado: “Jogos Educativos Digitais na Educação Infantil como
223
motivadores para hábitos alimentares saudáveis.”. Defendido no dia 16 de Julho de 2018 às 14:00, Local:
Universidade Federal de Campina Grande, Campus Cajazeiras.
RESUMEN
En este artículo se aborda el tema los videojuegos Educativos como uno de los recursos para trabajar
la Educación Alimentar en la Educación Infantil. Esta investigación científica es un recorte de la
misma propuesta de la temática del Trabajo de Conclusión del Curso (TCC). El objetivo es analizar la 1348
importancia y/o auxilio de estas temáticas en la Educación Infantil. Destacándose la percepción de que
los recursos tecnológicos pueden auxiliar en el proceso de enseñanza y aprendizaje y que propiciar el
contacto de los niños con estos recursos, desarrolla las habilidades y conocimiento sobre el asunto
trabajado, aquí específicamente, los hábitos alimenticios saludables, este es un tema pertinente para
que en los años iniciales los alumnos tengan una comprensión de lo que se trata en este asunto y luego,
tomen conciencia de los maleficios de algunos alimentos para su salud, además, que algunos hábitos
pueden acarrear problemas de salud, dificultando su desenvolvimiento. Como procedimiento
metodológico primeramente se hizo un levantamiento bibliográfico, abordando una pesquisa aplicada
y descriptiva. Concluyéndose, que los docentes necesitan conocer los videojuegos Educativos como
uno de los recursos para motivar el desenvolvimiento de hábitos alimenticios saludables en los niños
de la Educación Infantil.
PALABRAS-LLAVE: Educación Alimentar. Juegos Educativos Digitales. Educación Infantil.
INTRODUÇÃO
É notório o uso dos meios tecnológicos no cotidiano das crianças, que estão
constantemente imersas nesse mundo, com tecnologias presente a todo o momento, seja
através do contato com os adultos que muitas vezes estão utilizando os recursos tecnológicos
ou até o próprio manuseio de um aparelho celular e/ou acessando a internet, por exemplos.
Além disso, outro tema pouco abordado em sala de aula neste nível de ensino é a
Educação Alimentar, que possibilita as crianças terem uma compreensão inicial de distinguir
os alimentos saudáveis e não saudáveis, a fim de motivar a aquisição de hábitos alimentares
saudáveis. Já que na atualidade há uma preocupação com muitas crianças que estão com a
alimentação inadequada, prejudicando a saúde e afetando negativamente o desenvolvimento
integral destas.
Mesmo com as facilidades que os recursos tecnológicos, entre eles os jogos digitais,
podem trazer no uso de novas metodologias de ensino, ainda existem muitas dificuldades para
implementação dessas práticas em função de problemas como infraestrutura, falta de apoio
técnico e/ou pedagógico, ausência de formação para usos desses recursos no ensino infantil.
Além disto, muitos professores não têm conhecimento sobre jogos educativos digitais,
não sabem qual é o seu objetivo e, provavelmente, não acreditam que essas ferramentas
auxiliem na aprendizagem da criança, principalmente os jogos referidos, que possibilita
trabalhar a questão da alimentação saudável. Também, os docentes pouco sabem da
relevância de trabalhar a educação alimentar na educação infantil para motivação de práticas
alimentares saudáveis.
Então veio uma reflexão acerca de como motivar as crianças desde a educação infantil
a terem hábitos alimentares saudáveis utilizando-se de recursos tecnológicos: os Jogos
Educativos Digitais. Portanto, esta prática é um desafio importante por saber que ainda
existem muitos professores com pouco conhecimento das tecnologias como recursos
pertinentes para utilização pelo docente nos dias atuais, entre elas, o uso dos Jogos Educativos
Digitais, na perspectiva de auxiliar no processo de ensino e aprendizagem.
Verifica-se a possibilidade de uso dos jogos educativos digitais como ferramenta para
trabalhar não só a educação alimentar aqui enfatizada, mas também outros tipos de conteúdos
de modo interdisciplinar e individual.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esta seção da pesquisa está estruturada em três tópicos para melhor compreensão do
que se tratam os assuntos: O primeiro fala da Educação Alimentar, inicialmente traz uma
breve discussão de quando começou-se a pensar essa perspectiva no Brasil, também citando
as primeiras políticas e programas implementados, valorizando a educação alimentar e
nutricional. Especificando para a fase da criança que estuda na Educação Infantil, o foco do
trabalho, torna-se pertinente discutir a educação alimentar neste período em que a criança está
em desenvolvimento na construção do seu pensamento.
Por fim, dedica-se a apresentar Jogos Educativos Digitais que auxilia no processo de
ensino e aprendizagem, enfatizando a temática da educação alimentar e outros assuntos para o
desenvolvimento das crianças conhecerem e aprenderem na Educação Infantil sobre os
alimentos saudáveis.
Educação Alimentar
1351
Um assunto pertinente a ser discutido e trabalhado nos dias atuais é a educação
alimentar. O consumo constante de alimentos industrializados, com pouco valor nutricional é
preocupante, pois acarreta problemas de saúde no futuro. Por isso, há necessidade das pessoas
manter-se informadas do quanto estes alimentos são prejudiciais e quando evitados ajudam a
ter uma vida saudável e prolongada.
No Brasil, este assunto começou a ser estudado pelo pesquisador Josué de Castro, em
1930, período da industrialização, da alta produtividade. Este já chamava a atenção da fome e
miséria que os operários passavam. Deste modo, Andrade (1997, p.175) destaca:
Assim, Castro preocupado com o bem estar da população, demonstrado nas ações
políticas, em 1940, Getúlio Vargas pelo Decreto nº 2.478, em 5 de fevereiro criou o Serviço
de Alimentação e de Previdência Social (SAPS) que foi um restaurante popular que durou 27
anos, voltado às famílias das classes trabalhadoras, proporcionando alimentos nutritivos
necessários com um custo mínimo. Além de disponibilizar consultório com um profissional
para orientação nutricional com propósito de motivá-las o contínuo consumo de alimentos
com propriedades benéficas ao organismo (FOGAGNOLI, 2011).
Na educação infantil, que tem como foco nesta pesquisa, faz-se necessário trabalhar a
perspectiva da educação alimentar e nutricional. Para desde crianças começarem a perceber os 1353
malefícios que certos alimentos contêm e a seletividade do que vai consumir é um processo
pelo qual trará benefícios a saúde das crianças. Em vista disso:
Sendo assim, é na infância que a criança está mais propicia a iniciar novos hábitos
alimentares. Entretanto, para que isso aconteça o educador tem o papel ativo nessa construção
e a família também não pode se isentar nesse processo, que geralmente os adultos são o
espelho durante a infância. Além das crianças terem contato com alimentos saudáveis em
algumas escolas, o professor deve direcionar ações para trabalhar a educação alimentar.
Por isso, para o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil o professor da
educação infantil deve selecionar temas pertinentes na construção de hábitos e costumes
socioculturais, articulando, com o que as crianças já conhecem. O tema educação alimentar
possibilita nos educandos ter conhecimentos e experiências que pode perpassar por gerações,
por ser uma fase de grande absorção das ideias e do compartilhamento (BRASIL, 1998).
O uso das Tecnologias Informação e Comunicação (TIC) torna-se algo relevante a ser
utilizado no âmbito escolar. Estes recursos digitais são ferramentas que podem auxiliar no
processo de ensino e aprendizagem, sendo algo que aproxima os alunos por ser bem próximo
da realidade da maioria destes, já que muitos manuseiam dispositivos como celular, tablet ou
computador, diretamente ou têm acesso através dos seus familiares, no entanto, para os que
não têm acesso, a escola deve proporcionar meio de inseri-los neste contexto. Entretanto,
“Percebemos, também, que em qualquer área do conhecimento, em especial na Educação,
leva-se um tempo para a apropriação e a adequação das tecnologias disponíveis, que criam um
novo e amplo espaço de possibilidades.” (CALDAS; NOBRE; GAVA, 2011, p. 15)
Paulo Freire (1921 – 1997) também pedagogo e filósofo, trouxe reflexões a frente de
seu tempo, que são pertinentes na contemporaneidade. Este faz crítica as tecnologias,
entretanto, viabilizam a importância destas. Destaca:
por ser de caráter lúdico, obtêm informações que facilita a aprendizagem no decorrer do jogo,
além de proporcionar prazer, incentivando a obter pontuação, passar de fase, etc. Assim:
O professor tem o papel de selecionar jogos que esteja dentro da proposta pedagógica
planejada. A interação com os alunos deve ser contínua, fazendo mediação durante o
processo. É interessante ressaltar o professor atentar a leitura proposta nos jogos, pois os
alunos geralmente estão em fase de alfabetização. Por isso, Aragão e Nez (2010, p. 11),
ressalvam:
crianças, ao mesmo tempo propicia a apreensão, sente prazer em jogar. Diante isto, Navarro
(2016, p.42) traz a ideia que:
Desse modo, a internet disponibiliza variados Jogos Educativos Digitais que trabalham
variados conteúdos e/ou assuntos pertinentes (matemática, português, ciências, etc.) no
âmbito educacional.
O que propõe este trabalho é trazer Jogos referidos que abordem a questão da
alimentação saudável. Uma proposta de Jogo que trata deste tema, encontra-se no site Escola
Games, que volta-se para as crianças de faixa etária de 5 anos. O jogo do “monstro come
fruta” Figura 1, é uma maneira divertida de apresentar as frutas e seus benefícios para as
crianças na Educação Infantil. E com a mediação da professora, papel importante durante o
processo.
1359
O jogo possibilita a criança raspar um balão acima do monstro, dentro do tempo
estipulado do jogo, e ao desvelar a fruta, automaticamente traz a imagem da fruta e seus
benefícios. Assim, este permite trabalhar a coordenação motora, ao ter que raspar a fruta,
conhecimentos, no qual caracteriza as vantagens de cada fruta.
Portanto, o Jogo Educativo Digital traz esse caráter lúdico, chamando a atenção da
criança. A concentração também é outro fator que envolve a criança, a exemplo do jogo
descrito acima, precisa-se de concentração para raspar a fruta dentro do tempo proposto, uma
vez que, se passar o tempo, o monstro fica enfraquecido.
Na Figura 2, outro jogo que também faz parte do site Escola Games, chamado
“Frutas”. Ele apresenta um caráter lúdico, com música, fazendo a criança através de um
quebra-cabeça deslizar as partes físicas da fruta que a compõem. Ao integrar a fruta,
aparecerá seu benefício ao organismo.
1360
Fonte: Escola Games. Disponível em: <http://www.escolagames.com.br/jogos/ frutas/>. Acesso em: 09 nov. de
2017.
Como descrito no jogo, além de montar as frutas, é um quebra-cabeças que não atribui
pontuação, e sim, que promove conhecimentos sobre as frutas. Trabalha o raciocínio lógico,
coordenação motora e percepções (ESCOLA GAMES, 2014).
Vale salientar, que estes jogos apresentados são desenvolvidos sob orientação
pedagógica em conjunto com profissionais técnicos em informática. Sendo importante ter a
parceria entre os profissionais das áreas de educação, psicologia e tecnologia para oferecer um
melhor ensino e aprendizagem aos alunos.
A pirâmide alimentar é importante para desde crianças saberem o valor nutricional dos
alimentos, os que estão mais próximos e/ou no topo da pirâmide devem ser consumidos
moderadamente.
1361
Viabilizando esta proposta de utilizar os Jogos Educativos Digitais para auxílio no processo
de ensino-aprendizagem com o tema referente à Educação Alimentar, desenvolveu-se o Jogo
Quiz Saudável. A motivação de deu-se através do Grupo de Estudo e Desenvolvimento de
Objetos Virtuais de Aprendizagem (GEDOVA)224 tem o intuito de aprofundar o estudo ao
pesquisar e desenvolver objetos de aprendizagem (simuladores e jogos educativos), usando
software de autoria colaborativa, como exemplo em destaque deste trabalho que
desenvolveu-se o Jogo Quiz Saudável usando o PowerPoint como ferramenta.
224
Projeto de pesquisa formado com a participação dos graduandos e graduados das licenciaturas: Matemática,
Pedagogia, Química, Ciências Biológicas. O projeto é vinculado a Unidade Acadêmica de Ciências Exatas e da
Natureza do Centro de Formação de Professores – CFP da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG,
campus Cajazeiras – PB.
autonomia de desenvolver diversos jogos relacionados a algum tema específico, além de ser
fácil de elaborar o jogo para os educandos que ainda não possui destreza para utilizar as
ferramentas tecnológicas.
O Jogo Quiz Saudável consiste de perguntas e respostas sobre alguns alimentos, sem
atribuição de pontos. Caso a resposta esteja errada, exibe uma dica para cada pergunta,
facilitando identificar a resposta certa em outra tentativa caso não selecione a alternativa
correta. Todavia, se o educando optar pela resposta correta, instantaneamente, na tela
mostrará os benefícios do determinado alimento escolhido. Em que contém tanto a imagem
quanto o texto referente o alimento nos Feedbacks de cada alternativa selecionada.
A proposta do jogo foi aliar assuntos referentes à Educação Alimentar com o caráter
lúdico, contempla ilustrações, animações e cores atrativas. Vale ressaltar, que devido a
presença de textos ao longo do jogo é indispensável a mediação do professor para o aluno ter
acesso o conhecimento.
Dessarte, o Jogo Quiz Saudável possibilita ter um bom rendimento para os discentes a 1364
partir dos 5 (cinco) anos, tudo depende do desenvolvimento específico de cada aluno, no
processo de ensino-aprendizagem. E a mediação do professor na leitura e na construção do
raciocínio é indispensável. Vale ressaltar, que:
CONCLUSÃO
Durante o processo de produção da pesquisa, como trabalhos futuros validar o “Jogo 1365
Quiz Saudável” através dos membros do GEDOVA, depois pedir uma avaliação com
professores regentes em Instituições de Ensino (Educação Infantil), para possibilitar a
reflexão dos educadores sobre a temática e disponibilizando alternativas de trabalho sobre o
conteúdo, possibilitando uma capacitação para uso dos jogos. Posteriormente aplicá-lo aos
alunos estudantes neste nível de Ensino, e por fim, fazer os possíveis ajustes e disponibilizar
na internet para uso de forma gratuita.
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MARIZ, Lucy Maia de Albuquerque. et al. Educação Alimentar e Nutricional para crianças
com idade pré-escolar. ISSN 2176-1396, 2015.
NAVARRO, Laura Milena Parra. Jogo Digital Educacional para apoio no processo de
ensino˗aprendizagem nas escolhas alimentares de pré-escolares e escolares. Florianópolis –
SC, 2016. Dissertação (Mestrado em Engenharia Elétrica) - Universidade Federal de Santa
Catarina, Centro Tecnológico.
PADILHA, Maria do Rosário de Fátima; et al. Educação alimentar para crianças na idade
escolar. III Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade SENAC PE, 2009.
SENA, Samara et al. Aprendizagem baseada em jogos digitais: a contribuição dos jogos
epistêmicos na geração de novos conhecimentos. Revista Novas Tecnologias na Educação. V.
14 Nº 1, julho, 2016.
RESUMO
Na atualidade estão surgindo cada vez mais ferramentas inovadoras para auxiliar os professores no
âmbito educacional. Uma dessas inovações são os recursos disponíveis no Banco Internacional de
Objetos de Educacionais, um repositório digital que disponibiliza objetos virtuais de aprendizagem em
diversos idiomas e uma variedade de tipos de mídias, distribuídos em oito categorias que abrange
todas as disciplinas e níveis de ensino do currículo escolar e também alguns temas transversais. A
presente pesquisa teve como objetivos: quantificar os objetos virtuais de aprendizagem do banco
internacional de objetos educacionais, com base na lógica didático-curricular da interdisciplinaridade
para os anos iniciais do ensino fundamental; apontar as eventuais contribuições desses objetos para os
anos iniciais do ensino fundamental a partir da interdisciplinaridade. A pesquisa classifica-se como
uma abordagem quantitativa, tendo por técnica levantamento bibliográfico e pesquisa descritiva.
Constatou-se a partir de uma análise quantitativa, entre outros resultados, que o Banco Internacional
de Objetos de Educacionais contabiliza mil seiscentos e vinte oito objetos virtuais de aprendizagem
que podem ser aplicados aos anos iniciais do ensino fundamental de modo interdisciplinar.
PALAVRAS-CHAVE: interdisciplinaridade. Banco Internacional de Objetos Educacionais. Anos
inicias, Ensino fundamental
At the present time, more and more innovative technologies are emerging to assist teachers in the
educational field. One of these innovations is the resources available at the International Bank of
Educational Objects, a digital repository that provides virtual learning objects in multiple languages
and media, organized into eight categories and covering all disciplines and levels of teaching of the
school curriculum as well as some cross-curricular subjects. Classified as bibliographic, descriptive
and quantitative, this study aimed to quantify the virtual learning objects of the international bank of
educational objects, based on the didactic-curricular logic of the interdisciplinarity for the initial years
225
Universidade Federal de Campina Grande
of elementary school, in addition to pointing out the possible contributions of these objects from the
perspective of interdisciplinarity. Among other results from a quantitative analysis, the research
concludes that the International Bank of Educational Objects counts one thousand six hundred and
twenty-eight virtual learning objects that can be applied to the initial years of elementary education in
an interdisciplinary approach.
KEYWORDS: Interdisciplinarity. International Bank of Educational Objects. Early years. Primary
school.
En la actualidad están surgiendo cada vez más herramientas innovadoras para auxiliar a los profesores
en el ámbito educacional. Una de esas innovaciones son los recursos disponibles en el Banco
Internacional de Objetos Educacionales, un repositorio digital que disponibiliza objetos virtuales de
aprendizaje en diversos idiomas y una variedad de tipos de midias, distribuidos en ocho categorías y
abarca todas las disciplinas y niveles de enseñanza del currículo escolar y también algunos temas
transversales. La presente investigación científica tuvo como objetivos: cuantificar los objetos
virtuales de aprendizaje del banco internacional de objetos educacionales, con base en la lógica
didáctico-curricular de la interdisciplinaridad para los años iniciales de la enseñanza fundamental;
apuntar las eventuales contribuciones de esos objetos para los años iniciales de la enseñanza
fundamental a partir de la interdisciplinaridad. La investigación se clasifica como bibliográfica,
descriptiva y cuantitativa. Esta investigación constató a partir de un análisis cuantitativo, entre otros
resultados, que el Banco Internacional de Objetos de Educacionales contabiliza mil seiscientos veinte
y ocho objetos virtuales de aprendizaje que pueden ser aplicados a los años iniciales de enseñanza
fundamental de modo interdisciplinar.
PALABRAS-LLAVE: interdisciplinaridad. Banco Internacional de Objetos Educacionales. Años
Iniciales, Enseñanza fundamental
INTRODUÇÃO
Atentos ao uso das TICs como mecanismo potencializador do ensino nos anos inicias
do ensino fundamental, surgiu o interesse pela temática durante o ingresso das pesquisadoras
no projeto de pesquisa intitulado Grupo de Estudos e Desenvolvimento de Objetos Virtuais de
Aprendizagem (GEDOVA) no Centro de Formação de Professores (CFP) da Unidade
Acadêmica de Ciências Exatas e da Natureza (UACEN) Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), campus de Cajazeiras/PB. Durante levantamento sobre objetos educacionais
verificou-se a existência do BIOE que versam sobre ferramentas pedagógicas em diversas
mídias para todos os níveis de ensino.
Diante das novas exigências educacionais que tornam o uso das TICs como fator
imprescindível para atuação docente, visto que sua inserção na mediação dos conteúdos
Para tanto, se faz necessário que o professor atento a sua prática pedagógica selecione
os melhores objetos a serem trabalhados, intencionando abordar a temática trabalhada por
intermédio de uma linguagem acessível e atraente a seu contexto, a sua turma, haja vista que
esses recursos digitais na concepção de Aguiar e Florês (2014, p.14) “podem ser criados em
qualquer mídia ou formato, podendo ser simples como uma animação ou uma apresentação de
slides, ou complexos como uma simulação. Normalmente, eles são criados em módulos que
podem ser reusados em diferentes contextos”.
que o ensino ocorra sob os seguintes princípios: II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar
e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; III – pluralismo de ideias e de concepções
pedagógicas.
O Banco Internacional de Objetos de Educacionais foi criado como recurso digital que
visa disponibilizar objetos educacionais em diversos idiomas e uma variedade de tipos de
mídias que podem assessorar os professores. Ele é composto por seis modalidades de ensino
que abrangem os níveis de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, educação
superior, educação profissional e as modalidades de ensino educação indígena e Educação de
Jovens e Adultos.
Partindo do pressuposto que o ensino nos anos iniciais é essencial para a base
valorativa, política e estética dos educandos mediante a interdisciplinaridade, é essencial que
a prática pedagógica do professor seja condizente com princípios interdisciplinares,
promovendo a aproximação com o conhecimento por processos de socialização. Nesse
contexto os Objetos de Aprendizagem Virtual podem em uma dinâmica socializadora conferir
meios/recursos para que os conteúdos trabalhados na aula possuam conexão.
METODOLOGIA
Esta pesquisa classifica-se como descritiva quanto aos objetivos, bibliográficas quanto
aos procedimentos técnicos/metodológicos e abordagem quantitativa
Quanto aos objetivos é uma pesquisa descritiva. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p.
52) “tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena os dados, sem manipulá-los, isto é, sem
interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua
natureza, suas características, causas, relações com outros fatos”. Partindo do pressuposto
que as tecnologias estão avançando a cada dia, a presente pesquisa busca, a partir dos seus
objetivos, descrever os OVAS dos anos iniciais do ensino fundamental, considerando suas
quantidades por componentes curriculares interdisciplinares e as categorias de OVAs do 1374
BIOE.
Desse total, quantificou-se 394 desenvolvidos para os temas transversais: ética, meio
ambiente, orientação sexual e saúde, considerados interdisciplinares pelos PCN: MEC/SEF,
1997. Considerando também as quantidades pelas categorias definidas pelo BIOE que são as
seguintes: áudio, vídeo, animação/simulação, experimento prático, imagem, hipertexto,
softwares educacionais, mapas.
1375
Quadro 2 - Quantidade de OVAs do BIOE temas transversais – anos iniciais do ensino fundamental.
Animações/Simulações 1 52 0 29 1 83
Áudios 2 98 0 5 0 105
Experimentos Práticos 0 23 0 10 0 33
Hipertextos 0 0 0 0 0 0
Imagens 0 2 0 0 0 2
Mapas 0 8 0 22 3 33
Softwares Educacionais 1 3 0 0 0 4
Vídeos 3 67 2 52 10 134
Totais 7 253 2 118 14 394
história e geografia.
CONCLUSÃO
Concluindo que apesar da separação por eixos e categorias os objetos trazem em sua
caracterização subsídios para que o professor utilize dos objetos de forma interdisciplinar.
Respondendo os nossos objetivos da pesquisa quanto a quantificar os objetos virtuais de
aprendizagem do banco internacional de objetos educacionais, com base na lógica didático-
curricular da interdisciplinaridade para os anos iniciais do ensino fundamental; apontar as
eventuais contribuições desses objetos para os anos iniciais do ensino fundamental a partir da
interdisciplinaridade.
REFERÊNCIAS
1377
AGUIAR, Eliane Vigneron Barreto; FLÔRES, Maria Lucia Pozzatti Flôres. Objetos de
Aprendizagem: conceitos básicos. In: TAROUCO, L. M. R, et al. (orgs). Objetos de
Aprendizagem: Teoria e prática. Porto Alegre: Evangraf, 2014.
RESUMO
A contextualização aproxima a química dos alunos, através das metodologias ativas de ensino, pode-se
proporcionar aos docentes experiências significativas no campo do conhecimento, da motivação e do
aprendizado dos discentes. Conhecendo os avanços da tecnologia dentro da sociedade e
principalmente a inclusão dos recursos da informática nas modalidades de ensino, propôs-se a
utilização de softwares educacionais livres no ambiente de sala de aula. A pesquisa visa caracterizar
os objetos virtuais de aprendizagem sobre o tema água, para facilitar e divulgar aos docentes da área
de química os diferentes elementos virtuais que são dispostos no BIOE. Os resultados mostram a
presença de 27 elementos virtuais, que podem ser utilizado na prática docente, sendo o número de
vídeos e experimentos práticos virtuais iguais a 8 elementos. Os objetos de aprendizagem são de
grande eficácia para o desenvolvimento educacional, contribuindo para o constante desenvolvimento
dos alunos no que diz respeito ao processo de aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Objetos de Aprendizagem. TIC´s. BIOE
ABSTRACT
The contextualization brings the chemistry to the students, through the active teaching methodologies,
it is possible to provide the teachers with significant experiences in the field of knowledge, motivation
and learning of the students. Knowing the advances of technology within society and especially the
inclusion of computer resources in teaching modalities, the use of free educational software in the
classroom environment was proposed. The research aims to characterize the virtual learning objects on
the water theme, to facilitate and disseminate to the teachers of the chemistry field the different virtual
elements that are arranged in the BIOE. The results show the presence of 27 virtual elements, which
can be used in the teaching practice, being the number of videos and virtual practical experiments
equal to 8 elements. Learning objects are of great efficacy for educational development, contributing
to the constant development of students with regard to the learning process.
RESUMEN
La contextualización aporta la química de los alumnos, a través de las metodologías activas de la 1379
docencia, pueden aportar a los docentes experiencias significativas en el campo del conocimiento, la
motivación y el aprendizaje de los alumnos. Conociendo los avances de la tecnología en la sociedad y
especialmente la inclusión de los recursos informáticos en las modalidades de enseñanza, se propuso
el uso del software educativo libre en el ambiente de aula. La investigación pretende caracterizar los
objetos virtuales de aprendizaje sobre el tema agua, facilitar y difundir a los docentes del área de
química los diferentes elementos virtuales que se organizan en el BIOE. Los resultados muestran la
presencia de 27 elementos virtuales, que pueden ser utilizados en la práctica docente, siendo el número
de vídeos y experimentos prácticos virtuales igual a 8 elementos. Los objetos de aprendizaje son de
gran eficacia para el desarrollo educativo, contribuyendo al desarrollo constante de los estudiantes con
respecto al proceso de aprendizaje.
PALABRAS CLAVE: análisis. TIC ´ S. BIOE
INTRODUÇÃO
Sobre o uso adequado do computador em sala de aula, Masetto (2000) acrescentam que,
quando o computador é utilizado como ferramenta pedagógica passa a ser de uma
simples máquina a um poderoso recurso educacional, sendo a tecnologia vista como um
meio, instrumento de colaboração no processo de aprendizagem. Ao pensar sobre essas
formas de inovação, vários materiais digitais são lançados todos os anos, objetivando apoiar o
processo de aprendizagem, dentre esses, destacam se os Objetos de Aprendizagem (OA),
METODOLOGIA
Foram construídas tabelas para facilitar a análise dos resultados e a discussão dos
mesmos.
1381
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir de obtenção dos resultados foi produzido tabela 1 para catalogar todos os
trabalhos existentes sobre o tema água. Foram analisados os seguintes tipos de objetos sobre
a água na disciplina de química.
DATA DE
TIPO TÍTULO AUTORES TAMANHO
PUBLICAÇÃO
Experime
O repelente de água e a
16/04/2011 nto Fantini, Leandro 501.3Kb
areia mágica: Parte 1
Prático
O repelente de água e a
16/04/2011 Vídeo areia mágica: parte 2: Fantini, Leandro 203.8Mb
vídeo
Animaçã Aline; Luma; Arlei; Cibele;
22/11/2008 Água e óleo se misturam? 407.1Kb
o Flávia
Experime
Deu a louca na água: parte COLTEC M26, Marina, 1382
08/11/2013 nto 168.6Kb
1: Experimento Prático Jessica
Prático
17/10/2012
Ligação de hidrogênio na
Imagem Mateus, Alfredo Luis 62.72Kb
molécula de água
C. E. C - Escola Superior de
Experime
Biotecnologia da
04/11/2010 nto Alcalinidade de uma água 37.92Kb
Universidade Católica
Prático
Portuguesa
Experime
Fogo de água: parte 1:
24/06/2011 nto Alves, João Marcelo Peito 1.828Mb
experimento prático
Prático
Fogo de água: parte 2:
24/06/2011 Vídeo Alves, João Marcelo Peito 65.98Mb
vídeo
Centro Experimental de
Experime Ciência - Escola Superior de
04/11/2010 nto Acidez de uma água Biotecnologia da 124.1Kb
Prático Universidade Católica
Portuguesa
Canesin, Fátima de Paiva;
Santos, Maria Bernadete
Animaçã
22/11/2010 Jogo das Águas Pinto dos;, UFF - Química; 4.831Mb
o
Projeto Condigital MEC -
MCT;
Fantini Leandro
09/07/2010 Vídeo Cristais de água: parte 2 20.33Mb
Experime
Fazendo a água subir: Parte
12/06/2012 nto Buccini, Daniela 205.3Kb
1
Prático
Fazendo a água subir: Parte
12/06/2012 Vídeo Buccini, Daniela 133.6Mb
2
Experime
27/06/2011 nto Água em pó: Parte 1 Alves, João Marcelo Peito 994.3Kb
Prático
27/06/2011 Vídeo Água em pó: Parte 2 Alves, João Marcelo Peito 85.28Mb
28/07/2008 Animaçã Água: solvente universal (CECIERJ) 31.58Kb
Na classificação dos artigos sobre água, foram obtidas várias citações, conforme pode
ser observado na Tabela 2, devido ao fato de um mesmo artigo apresentar mais de um OAs.
Dos dados coletados, apresenta-se na Tabela 2 o número de artigos em relação ao tipo de OAs 1383
tratado.
RECURSOS N° DE ARTIGOS
Animações 6
Áudios 0
Experimentos Práticos 8
Hipertextos 0
Imagem 5
Mapa 0
Vídeo 8
Software Educacional 0
A falta de recursos auditivos, hipertextos também é notável, no entanto tais recursos são
de muita importância para a aprendizagem dos discentes que possuem deficiências visuais e
auditivas respectivamente.
CONCLUSÃO
Deve-se incluir tais ferramentas com objetivos e planejamentos prévios, tecendo pontos
acerca de sua utilização nas atividades didáticas, sempre levando em consideração os
benefícios que possam trazer para o desenvolvimento do estudante.
REFERÊNCIAS
Colabor@ - Revista Digital da CVA - Ricesu, ISSN 1519-8529 Volume 8, Número 31, Julho
de 2014. 1385
WEISS, Alba Maria Lemme; CRUZ, Maria Lúcia R. M. da. A informática e os problemas nas
escolas deaprendizagens. Rio de Janeiro DP&A editora, 1999.
RESUMO
Na atualidade a Educação Química deve ser trabalhada no meio escolar objetivando criar nos
discentes ações de reflexão que possam contribuir para uma melhor aprendizagem do
conteúdo. Abordar a temática rotulagem de produtos químicos também significa versar sobre
objetivos da Educação Química. O presente trabalho salienta o conceito, normas de
segurança, forma de manusear, riscos a saúde humana e do meio ambiente ao trabalhar com
produtos químicos no meio educativo e apresentar os resultados obtidos a partir de um
conjunto de atividades didáticas com a utilização dos Objetos Virtuais de Aprendizagem na
modalidade vídeos nas aulas de Química aplicados nos anos finais do ensino fundamental. Na
perspectiva de uma educação cientifica na metodologia fez-se uso da pesquisa bibliográfica,
através de material já publicado sobre o tema. Trata-se de uma pesquisa ação, pois
diagnosticou um problema e em seguida buscou metodologias para solucioná-lo. Caracteriza-
se também como descritiva a pesquisa, pois descreve as características de determinado grupo
de indivíduos, empregando técnicas como coleta de dados, tais como a observação e o
questionário. Os resultados da pesquisa revelam que a utilização de vídeos a serviço do
processo de ensino e aprendizagem possibilita a interação entre conhecimento e tecnologia
tendo como tema contextualizador a rotulagem de produtos químicos.
Palavras-chave: Ensino, Química, Vídeos.
ABSTRACT
At present time the Chemical Education should be worked in the school environment aiming to create
in the student’s reflection actions that can contribute to a better learning of the content. Addressing the
thematic labeling of chemicals also means addressing Chemical Education objectives. The present
work highlights the concept, safety standards, handling, risks to human health and the environment
when working with chemicals in the educational environment and present the results obtained from a
set of didactic activities with the use of Virtual Objects of Learning in the form of videos in the classes
of Chemistry applied in the final years of elementary school. In the perspective of a scientific
education in the methodology, bibliographical research was used through material already published
about the subject. It is an action research because it diagnosed a problem and then sought
methodologies to solve it. This research is also characterized as descriptive, as it describes the
characteristics of a particular group of individuals, using techniques such as, data collection,
observation and questionnaire. The results of the research reveal that the use of videos in the service of
the teaching process and learning process enables the interaction between knowledge and technology,
having as a contextualizing theme the labeling of chemical products.
KEYWORDS: Teaching, Chemistry, Videos. 1387
RESUMEN
En la actualidad la Educación Química debe ser trabajada en el medio escolar objetivando crear en los
discentes acciones de reflexión que puedan contribuir a un mejor aprendizaje del contenido. Abordar
el temático del etiquetamiento de productos químicos también significa versar sobre objetivos de la
Educación Química. El presente trabajo subraya el concepto, normas de seguridad, forma de
manipular, riesgos a la salud humana y del medio ambiente al trabajar con productos químicos en el
medio educativo y presentar los resultados obtenidos a partir de un conjunto de actividades didácticas
con la utilización de los Objetos Virtuales de Aprendizaje en la modalidad videos en las clases de
Química aplicados en los años finales de la enseñanza fundamental. En la perspectiva de una
educación científica la metodología hizo uso de la investigación bibliográfica, a través de material ya
publicado sobre el tema. Se trata de una investigación de acción, ya que diagnosticó un problema y
luego buscó metodologías para solucionarlo. Se caracteriza también como descriptiva la investigación,
pues describe las características de determinado grupo de individuos, empleando técnicas como
recolección de datos, tales como la observación y el cuestionario. Los resultados de la investigación
revelan que la utilización de videos al servicio del proceso de enseñanza y aprendizaje posibilita la
interacción entre conocimiento y tecnología teniendo como tema contextualizador el etiquetado de
productos químicos.
PALABRAS CLAVE: Enseñanza, Química, Videos.
INTRODUÇÃO
Tendo como objetivo sensibilizar a população para os cuidados com o meio ambiente
começou-se a falar na questão ambiental em nível mundial no ano de 1972 em Estocolmo na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente. Já no ano de 1975 em Belgrado
REFERENCIAL TEÓRICO
No que se referem aos OVAs na modalidade vídeos, ainda são pouco utilizados em
sala de aula em relação a outras tecnologias como, por exemplo, a televisão e o computador,
como versam diversas pesquisas, devido à falta de consonância das tecnologias com a prática
pedagógica. Neste âmbito o ensino de Química considerado por uma significativa quantidade
de alunos de difícil compreensão, teórico e pouca prática se distância do seu conceito de
ciência experimental e que usa as tecnologias para a realização de novas descobertas quando o
professor utiliza apenas o método tradicional de ensino.
O alquimista Paracelson no século XVI afirmou que não existe nenhuma substância 1390
química que não seja tóxica a diferença em sua utilidade está apenas na concentração, dessa
forma é possível considerar que todas as substâncias naturais ou sintetizadas são perigosas.
Conforme Radichi e Lemos (2009) produtos perigosos são substâncias ou compostos de
origem natural ou sintéticos que devido suas peculiaridades químicas, fisicas e toxicologicas
podem causar riscos a saúde e ao meio ambiente. A Organização das Nações Unidas (ONU)
classificou os produtos perigosos e dispôs em nove classes distintas de acordo com o risco,
como mostra a Quadro 1 abaixo.
CLASSES PRODUTOS
1 Materiais explosivos
2 Gases
3 Líquidos inflamáveis,
7 Materiais Radioativos
8 Substâncias Corrosivas
provocar sérios problemas de saúde como queimaduras, lesões e promover danos ambientais
irreparáveis, como por exemplo, contaminação e infertilidade do solo.
quatro formas: através da inalação (via respiratória), por absorção cutânea (via cutânea ou
dérmica), pela ingestão (via digestiva ou oral) e através de ferimento (via parenteral).
Qualquer uma dessas formas de contaminação pode gerar graves alterações bioquímicas
nocivas ao homem.
Diante das formas de intoxicação elucidadas algumas ações devem ser voltadas para
evitar acidentes com produtos químicos como adoção de medidas específicas de segurança e
conscientização humana na qual seja desenvolvido um maior controle dos riscos de produtos
químicos como também um melhoramento em questões de saúde humana e do meio
ambiente.
Neste sentido foi criado o The Globally Harmonized System of Classification and
Labelling of Chemicals - Sistema Harmonizado Globalmente para a Classificação e
Rotulagem de Produtos químicos chamado também de GHS adotado na Convenção das
Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Esse tratado propiciou a criação de
programas mundiais para a concordância da classificação e rotulagem de produtos químicos.
O principal objetivo dessa ferramenta de comunicação foi mostrar conhecimentos que
garantem a segurança durante o manuseio de produtos químicos, como também enfatizar
técnicas e práticas corretas que apresentam os riscos dos produtos químicos de forma a serem
adotadas medidas de prevenção e proteção para a saúde.
• Perigos físicos: são os explosivos, gases inflamáveis, gases oxidantes, gases sob
pressão, líquidos inflamáveis, sólidos inflamáveis, substâncias auto-reativas, líquidos
pirofóricos, sólidos pirofóricos, substâncias auto-aqueciveis, substâncias que em
contato com a água emitem gases inflamáveis, líquidos oxidantes, sólidos oxidantes,
peróxidos orgânicos, corrosivo aos metais;
Frases de perigo
Recomendações de Prudência
Outras informações
Além dos rótulos contidos nos produtos químicos os meios de transporte que fazem a
condução dos mesmos devem seguir as mesmas exigências de informações e alertas, pois em
caso de acidente as substâncias químicas expostas podem causar graves danos ambientais,
extinção de espécies locais e área de locomoção inabitável por algum tempo.
xx
CLASSE E
SUBCLASSE DE
NÚMERO DA
ONU
xxxx RISCO
virtude dos riscos de cada estabelecimento. Além de que mapas de risco com símbolos e
criptogramas que são adaptados aos riscos inerentes a cada trabalho específico e expostos em
locais visíveis para o conhecimento em geral.
PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
A primeira etapa da atividade consistiu em duas aulas expositivas dialogadas com 1396
duração de 45 minutos cada. O Objetivo da aula foi expor a teória, considerando-se o
conhecimento prévio dos alunos e levar os mesmos a questionarem, interpretarem e
discutirem o objeto de estudo.
O objetivo desta parte da atividade foi promover um melhor entendimento sobre o que
é um produto químico perigoso e favorecer uma reflexão sobre a necessidade de cuidados, na
hora da manipulação de produtos químicos. Caracterizando-se como uma pesquisa ação, pois
a partir problematica buscaram-se metodologias para a solução. Salienta Fonsenca (2002)
que:
1397
RESULTADOS E DISCUSÕES
Aluno A: “São muitos os danos causados a saúde. Um Aluno B: “Ao ser humano pode
desses danos é o contato com a pele que dependendo do provocar lesões graves e até a morte.”
produto pode causar queimaduras e feridas, esses
ferimentos podem ser leves ou profundos.”
Aluno F: “Em aulas anteriores falou-se dos acidentes Aluno G: “Quando não ocorre o
radioativos, lembrou-me que o vídeo que vi em sala de descarte de maneira correta das
aula sobre o Césio que é um elemento químico embalagens de produtos químicos, o solo
radioativo e causa queimaduras na pela se tocamos.” é contaminado e ficar infértil.”
1399
Fonte: Próprios Autores.
Quadro 4 - Principais produtos químicos citados pelos discentes que são usados em suas casas e o
perigo que eles proporcionam a saúde.
Quanto às ações que devem ser realizadas para evitar acidentes com produtos
químicos perigosos, 66% dos alunos destacaram como principal a leitura do rótulo do
Gráfico 2 – Ações que na opinião dos discentes devem ser realizados para evitar acidentes com
produtos químicos.
Gráfico 3 – Opinião dos discentes frente a utilização dos vídeos como mediador da
aprendizagem.
1401
CONCLUSÕES
Foi possível constatar, no decorrer do estudo que os discentes antes da aplicação dos
vídeos apresentavam poucas informações relacionados à rotulagem de produtos químicos,
maneira correta de manusear e riscos a saúde humana e ao meio ambiente, além de não terem
o hábito de lerem os rótulos contidos na embalagem dos produtos.
aprendizagem.
REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, Mauro. A dimensão ambiental na educação. 12° ed. Campinas, SP: Papirus,
2015.
RADICHI, Antônio Leite Alves, LEMOS, Alysson, Feliciano. Saúde ambiental. Editora
Coopmed – Nescon, UFMG, Belo Horizonte: 2009.
1403
RUPPENTHAL, Janis Elisa. Toxicologia. Universidade Federal de Santa Maria, Colégio
Técnico Industrial de Santa Maria ; Rede e-Tec Brasil, 2013. 128 p. : il. ; 28 cm ISBN 978-
85-63573-40-7
1404
RESUMO
ABSTRACT
The ludic activity helps in the construction of social, physical, cognitive knowledge and facilitates the
memorization of the exposed content, besides providing reflection, logical reasoning, psychomotor
and contributes to the acquisition of knowledge. The teacher being in the role as the mediator of the
knowledge, must use the playful one for the socialization and development of the student. The
objective of this work is to present to the professionals of the educational area and students the game
Domino of Dengue X Environmental Chemistry and show the results of the use of the game in the
teaching of Environmental Chemistry in the Chemistry classes as an approach for prevention,
awareness and combat of Dengue in the years end of elementary school. It is a bibliographical
research that tries to explain a problem through theories already published in the literature. It is also
characterized as an action research, since it detected a problem and then sought resolution through an
action. The results presented in tables and graphs show that the students present knowledge about
Dengue, but their relationship with Environmental Chemistry is not explored in Chemistry classes.
The research reinforces the use of games in the teaching of chemistry as a strategy that allows the
teacher to make teaching dynamic, differentiated so that the acquisition of theoretical knowledge by
the student arises.
KEY WORDS: Education; chemistry, dengue.
RESUMEN
La actividad lúdica auxilia en la construcción del conocimiento social, físico, cognitivo y facilita la
memorización del contenido expuesto, además de proponer la reflexión, el razonamiento lógico,
psicomotor y contribuye con la adquisición del conocimiento. El profesor teniendo como papel
interlector de los saberes debe utilizar el lúdico para la socialización y desarrollo del alumno. El
objetivo desde trabajo es presentar a los profesionales del área educativa y los alumnos el juego
Dominó de la Dengue X Química Ambiental y mostrar los resultados de la utilización del juego en la
enseñanza de Química Ambiental en las clases de Química como abordaje para prevención,
concientización y combate del Dengue en los años finales de la enseñanza fundamental. Se trata de
una investigación bibliográfica la cual intenta explicar un problema por medio de teorías ya publicadas
en la literatura. Se caracterizó también como una investigación-acción, pues constató un problema y
luego se buscó la resolución por medio de una acción. Los resultados presentados en formas de tablas
y gráficos muestran que los discentes presentan conocimientos sobre la temática Dengue, pero su
relación con la Química Ambiental no es explotada en las clases de Química. La investigación viene a
reforzar la utilización de los juegos en la enseñanza de química como estrategia que permite al
profesor hacer la enseñanza dinámica, diferenciada para que así suda adquisición del conocimiento
teórico por parte del alumnado.
PALABRAS CLAVE: Educación; Química; Dengue.
INTRODUÇÃO
Uma sociedade mesmo que primitiva necessita de água de boa qualidade para suas
necessidades básicas. No território nacional as águas foram classificadas de acordo com sua
salinidade segundo a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA 20 de
18/06/1986 como águas doces (salinidade igual ou inferior a 0,50%), salinas (salinidade
acima de 0,50% até 30,0%) e salgadas (salinidade superior a 30,0%) (Rocha, Rosa &
Cardoso, 2004). Segundo as Organizações das Nações Unidas (ONU) mais de 2,5 bilhões de
pessoas no mundo não tem acesso à água limpa e tratada, coleta e tratamento de esgotos, o
que acarreta a disseminação de doenças vinculadas às más condições de saúde (Rocha, Rosa
& Cardoso, 2004). Tais dados demonstram não apenas um problema da falta de políticas
públicas como também um problema ambiental.
doença. No entanto os primeiros registros de casos datam do século XVIII nos Estados
Unidos, na Filadélfia e no Sudoeste Asiático, em Java (Mourão, 2010). O Aedes aegypti é o
mosquito transmissor da Dengue, este pica durante o dia e também à noite. A reprodução
ocorre em recipientes de água parada seja limpa ou suja, próximo a habitações ou até mesmos
dentro das residências como, por exemplo, em vasos de plantas, cisternas, pneus e tampas de
garrafas.
1407
METODOLOGIA
É de fundamental importância que o processo educativo esteja com seu cerne fincado
no questionamento reconstrutivo e a pesquisa é o meio de oportunizar a aprendizagem e o
progresso emancipatório intelectual e crítico do aluno. Assim o indivíduo constrói o
Diante deste contexto para a realização do trabalho foi necessário uma pesquisa com
um olhar investigativo tendo como objetivo conhecer melhor as dificuldades dos alunos,
comunidade escolar em lidar com temática Dengue e além de buscar soluções assentados em
critérios científicos. Em relação à questão, Freire elucida:
1408
Muito se fala sobre a Dengue, porém ainda surgem frequentemente dúvidas, mesmo
com o avanço da pesquisa científica descobrem-se novas formas de desenvolvimento do
mosquito transmissor. Neste âmbito a realização da palestra teve como objetivo despertar nos
alunos e comunidade escolar o interesse sobre a responsabilidade que se deve ter com o
combate a dengue. A palestra provocou nos discentes a interação entre eles e o palestrante,
onde dúvidas foram esclarecidas, como: O que é a Dengue? Formas de Transmissão? Como
combate-la? E também Qual a relação da Dengue com a Química Ambiental. Ainda durante a 1409
palestra foi esclarecido à importância de jogos didáticos na educação, aplicado ao ensino
como forma de prevenção e combate à dengue.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1410
1413
das cartas reafirmaram o que foi exposto na palestra e na aula teórica, como apresenta o
quadro 1.
Quadro 1 – Relação da dengue com a Química Ambiental após a utilização do Dominó da Dengue X
Química Ambiental.
Aluno L: “Foi à primeira vez que em sala de Aluno O: “Muito se fala sobre dengue,
aula utilizei um jogo para aprender um quando brinquei lembrei do que foi dito na
conteúdo, na frente no dominó tinha a figura palestra e entendi a importância de cuidar do
e atrás a explicação assim ficou fácil lixo que esta ao nosso redor.”
entender a relação.”
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
BERTOLDI, Maria. Água: Presevação e uso consciente. São Paulo: Núcleo de Edições, 2015.
CUNHA, Marcia Borin da. Jogos no Ensino de Química: Considerações Teóricas para sua
Utilização em Sala de Aula. Química Nova na Escola. Vol. 34, N° 2, p. 92-98, MAIO 2012.
Disponivel: <www.cienciamao.usp.br/dados/eneq/_ousodejogosnoensinoeapre.trabalho.pdf>
Acesso em 04 jul 2018.
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Paulo: Paz e Terra, 1996. 156 p.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MOURÃO, Emanuela Moureira. A Dengue junto à Educação Amiental. Rio de Janeiro, 2010.
<www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T205726.pdf> Acesso em 25 julh 2017.
OLIVEIRA, Vera Barros de. Jogos de regras e resoluções de problemas. Editora: Vozes, 2ª
edição –2004.
PAIVA, Simone Aparecida de. SILVA, Sônia Cristina Santiago da. LIMA, Suleima Vieira.
Educação Ambiental como Ferramenta no Controle da Dengue – Formando Multiplicadores
Ambientais no Distrito Sanitário Noroeste Goiânia Goiás. III Congresso Brasileiro de Gestão
Ambiental Goiânia/GO – 19 a 22/11/2012. Disponível em <
www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2012/VII-020.pdf>. Acesso em 26 julh 2017.
ROCHA, Julio Cesar. ROSA, André Henrique. CARDOSO, Arnaldo Alves. Introdução à
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ZARA, Ana Laura de Sene Amâncio; SANTOS, Sandra Maria dos; OLIVEIRA, Ellen
Synthia Fernandes; CARVALHO, Roberta Gomes; COELHO, Giovanini Evelim. Estratégias 1416
de controle do Aedes aegypti: uma revisão. Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 25(2):391-404,
abr-jun 2016. Disponível em:< http://www.scielo.br/pdf/ress/v25n2/2237-9622-ress-25-02-
00391.pdf> Acesso em 04 jul 2018.
1417
RESUMO
A tecnologia vem progressivamente ganhando espaço dentro da sociedade, sua função é de descobrir e
aprimorar novos instrumentos capazes de melhorar a qualidade de vida social. O movimento CTSA
apresenta como característica um modelo de ensino mais produtivo, utilizando metodologias com
maior nível de aprimoramento, associando o ensino de ciências a realidade social, e fazendo uma
aplicação ao estudo tecnológico e ambiental. A nanotecnologia é um campo de pesquisa que apresenta
muitas de suas aplicações em beneficio da sociedade, a sua inclusão ao processo de
ensino/aprendizagem tem sido discutida por muitos pesquisadores da educação, em razão da mesma
exibir atribuições que fortalecem o nível de conhecimento adquirido pelos alunos. A presente pesquisa
tem o objetivo de realizar uma revisão literária de trabalhos acadêmicos encontrados em ferramentas
de busca digital e fazer uma análise desses trabalhos utilizando alguns critérios elaborados, todos esses
trabalhos devem apresentar como temática a nanotecnologia com base no enfoque CTSA/CTS e fazer
uma discussão a partir das idéias dos autores. A discussão dos trabalhos incorporada à abordagem
CTSA em propostas de ensino da nanotecnologia, apresentou idéias para o avanço da educação
cientifica, buscando não apenas inserir o tema ao conteúdo disciplinar, mas também, relacioná-lo a
questões sociais.
PALAVRAS-CHAVE: nanotecnologia; CTSA; ensino de ciências.
ABSTRACT
Technology is progressively gaining space within society, its function is to discover and improve new
instruments capable of improving the quality of social life. The STSE (Science, Technology, Society
and Environment education) movement presents as characteristic a more productive teaching model,
using methodologies with a higher level of improvement, associating science education with social
reality, and making an application to the technological and environmental study. Nanotechnology is a
field of research that presents many of its applications for the benefit of society, its inclusion in the
teaching / learning process has been discussed by many researchers of education, because of the same
view attributions that strengthen the level of knowledge acquired by students. The present research
226
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
227
Professor UACEN/CFP/UFCG
aims to carry out a literary review of academic works found in digital search tools and to make an
analysis of these works using some elaborated criteria, all of these works should present as thematic
the nanotechnology based on the STSE/STS approach and make a discussion from the authors' ideas.
The discussion of the works incorporated into the STSE approach in proposals of teaching of
nanotechnology, presented ideas for the advancement of scientific education, seeking not only to insert
the subject to the disciplinary content, but also to relate it to social issues.
KEYWORDS: nanotechnology; STSE; science teaching;
ENFOQUE CTSA
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Os avanços tecnológicos são cada vez mais constantes na sociedade atual, a procura
por ferramentas mais sofisticadas tem crescido consideravelmente, o meio cientifico busca
sempre criar e aprimorar novos materiais que se mostram cada vez mais eficientes para o qual
foram destinados.
A preocupação ambiental vem aos poucos tendo papel significativo dentro da ciência,
com as inúmeras catástrofes que o mundo vem sofrendo e todos os impactos ambientais
provocados pela ação humana, tem-se aumentado o alerta pela elaboração de novos
instrumentos que estejam de acordo com o estabelecido por leis ambientais. Materiais com
estrutura nanométrica têm sido utilizados em inúmeros sistemas com fins de melhoria na
qualidade ambiental tais como os catalisadores “three way” que são catalisadores utilizados
em motores a combustão com fins de converter gases tóxicos produzidos na combustão dos 1419
automóveis em gases não tóxicos.
O pensamento científico ainda está distante do meio social, apesar de suas descobertas
e pesquisas serem destinadas em sua maioria ao interesse coletivo, falta a compreensão da
sociedade sobre boa parte do que esta sendo realizado. O movimento ciência tecnologia
sociedade e ambiente (CTSA) procura desenvolver um ensino mais enriquecedor, trazendo
para o meio educacional metodologias mais elaboradas centradas em pensamentos mais
amplos e contextualizados. Nesta concepção o ensino torna-se mais atrativo e a aprendizagem
é baseada no contexto social, politico, econômico, ambiental e cientifico, onde possibilita ao
aluno ter uma visão mais ampla do conteúdo e abrindo a possibilidade de envolvê-los a
problemas de caráter público, que é apresentado a ele de acordo com a sua vivencia e da
sociedade como um todo, desta forma a aprendizagem se torna cada vez mais significativa
(AKAHOSHI, 2012, p.15). O conhecimento cientifico está de acordo com esse movimento,
pois o aluno precisa está cada vez mais ciente daquilo que acontece a sua volta,
principalmente o que pode agregar na sua formação.
A nanotecnologia é uma área de pesquisa que está cada vez mais ligada ao meio social
suas descobertas são focalizadas na melhoria de equipamentos e a criação de novos materiais
destinados ao bem-estar social, é considerada uma das mais revolucionárias descobertas
cientificas que se tem se tem relato. Esta área apresenta inúmeras aplicações com fins
diversos e que estão em constante avanço e essas ideias serão consideradas como atuais por
décadas. A mesma se estende como uma ciência de materiais para a manipulação de partículas
com tamanhos minúsculos, que variam de 1 a 100 nanômetros. Partículas desta dimensão
dispõe de propriedades químicas e físicas diferentes daquilo que é observado em dimensões
superiores (QUINA, 2004, p.1028).
discussão do tema.
METODOLÓGIA
Além da busca nos portais de pesquisa, também foi realizado uma análise dos
trabalhos selecionados, os critérios analisados foram os seguintes:
apresentavam o tema, que é base dessa pesquisa, incorporado nos seus principais objetivos de
discussão, expondo-o apenas de forma superficial.
Dos trabalhos selecionados 5 são artigos (DE JESUS; LORENZETTI; HIGA, 2015;
SIQUEIRA-BATISTA et al, 2010; REBELLO, 2012; PEREIRA, 2010; SANTOS, 2013); 3
dissertações (DE JESUS, 2016; DA SILVA, 2011; BERNARDINELLI, 2014) e 1 monografia
(BEZERRA, 2014) , todos foram publicados no período de 2010 a 2018, e todos apresentam
em suas principais discussões o ensino da nanotecnologia baseada no enfoque CTSA/CTS. 1421
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A nanotecnologia é uma nova área de conhecimento por meio dela o ser humano
procura resolver alguns problemas existentes no meio social e também pretende aprimorar
novas técnicas que vão ocasionar um grande avanço para a ciência. Conforme destaca
Valadares, Chaves e Alves (2005, p. 51-52),
indagações é oferecer aos alunos um maior conhecimento tanto em pesquisas cientificas como
também servir como estimulo para entender conteúdos explanados dentro da ciência. Segundo
de Jesus, Lorenzetti e Higa (2015, p. 2),
Existe uma série de metodologias que podem ser aplicadas para propostas de um
ensino de nanotecnologia baseadas em conteúdos disciplinares. Bezerra, 2014 emprega o
conceito de escala decimal como ferramenta para inclusão da nanotecnologia ao processo de
ensino. O seguinte autor inicialmente faz uso de uma história em quadrinhos para
contextualizar o tema e em seguida se procedeu à configuração de uma escala de
comprimento, especificando as dimensões de macro, micro até o nano.
1423
Os possíveis riscos que esta área de conhecimento pode trazer estão relacionados a
conceitos como ética, política, saúde e meio ambiente, que são objetos de profundos debates e
objeções pautadas na sociedade.
tem gerado uma intensa preocupação no planeta, onde tem crescido a busca pela criação de
novas tecnologias que hajam de forma sustentável e no qual gerem baixo custo à sociedade.
A educação ambiental tem sido cada vez mais inserida no contexto educacional, sua
finalidade é orientar e desenvolver projetos que visam incentivar a prevenção de recursos
naturais.
Em um dos trabalhos analisados durante esta pesquisa ficou bem claro a preocupação
ambiental por parte do autor. No mesmo houve a utilização de uma metodologia inovadora no
qual se fez uso de uma Web Quest, recurso didático online utilizado em atividades de
pesquisa, o mesmo é baseado na química verde com a utilização de nanocápsulas.
CONCLUSÃO
Os autores aqui relatados por meio de suas pesquisas buscam de uma forma geral
estimular uma educação alicerçada ao uso de novas metodologias, a contextualização do
1425
ensino e que ainda desenvolve em seus fundamentos a relação de todo esse processo ao
contexto social e ambiental.
REFERÊNCIAS
AKAHOSHI, Luciane Hiromi. Uma análise de materiais instrucionais com enfoque CTSA
produzidos por professores em um curso de formação continuada. 2012. 162f. Dissertação
(Mestrado) – Ensino de Ciências, Faculdade de Educação Instituto de Física, Instituto de
Química, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.
BATISTA, Rodrigo Siqueira; SILVA, Luciana Maria da; SOUZA, Roberto Rômulo de
Medeiros; PRADO, Henrique Jannuzzelli Pires do; SILVA, Cláudio Aprígio da; RÔÇA,
Giselle; OLIVEIRA, Alexandre Lopes de; NETO, José Abdalla Helayël. Nanociência e
nanotecnologia como temáticas para discussão de ciência, tecnologia, sociedade e ambiente.
Revista Ciência e Educação, Viçosa, MG, v. 16, n. 2, p. 479-490, julho 2010.
Da Silva, Ícaro Ilo. Tópicos de física moderna no ensino médio sob uma perspectiva do
nanomagnetismo. 2011.76f. Dissertação (Mestrado) – Pró-reitora de Pós-Graduação Pesquisa
e Extensão Área de Ciências Tecnológicas, UNIFRA, Santa Maria – RS, 2011.
JESUS, Isabela Paulini de; LORENZETTI, Leonir; HIGA, Ivanilda. A abordagem CTS em
propostas de ensino da nanotecnologia. X Encontro nacional de pesquisas em educação em
ciências – X ENPEC, Águas de Lindóia – SP, 2015.
JESUS, Izabela Paulini de. Nanotecnologias como conhecimento escolar no ensino médio em
1426
livros didáticos e por professores de biologia. 2016. 247f. Dissertação (Mestrado) - Setor de
Educação da Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
1427
RESUMO
ABSTRACT
With the advancement of Information and Communication Technologies (ICTs) and the whirlwind of
technological resources that, especially, the new generations make use of, changes in the education
system are necessary, so that from the reflection and analysis of the experience accumulated
historically, may be established educational practices increasingly present in contemporary times. In
this context, this work aims to investigate the use of tutorial videos that can be produced by students
and teachers and made available on the Internet, in social networks, to contribute to the teaching and
learning process in academic training, valuing the use of these technologies in the processes of
construction of autonomous learning, existing as an aid to the traditional classroom teaching.
228
Graduado Engenheiro Civil Na Universidade Federal De Campina Grande.e Especialista Em Docência Do
Ensino Superior.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Diante do cenário atual, onde ocorre a vulgarização do acesso a internet, “Quase que
obrigatoriamente, a informática passa a ser um elemento essencial para a ação humana”
(AMARILLA FILHO, 2008, p. 1). Considerando isso, é necessário repensarmos o papel da
educação, muito especialmente, no que tange a forma de ensinar.
O fato de não estar integrada ao mundo, na visão dos alunos a escola é apenas uma
instituição, irrelevante a vida cotidiana. Enquanto que Freire (1987) afirma que, para
compreender a teoria é preciso experienciá-la.
Neste contexto, o propósito deste trabalho é realizar uma pesquisa bibliográfica acerca
do uso e da relevância da produção de vídeos tutoriais por professores e alunos, que
disponibilizados na internet, nas redes sociais, possam facilitar a vivência, a assimilação do
conteúdo acadêmico, estimular e favorecer a autonomia na aprendizagem.
este artigo pretende fazer reflexões sobre a relação entre Tecnologias de Informação e
Comunicação e o Processo Educacional.
METODOLOGIA
Na realização deste trabalho foram feitas revisões integrativas das literaturas a respeito
do assunto estudado, utilizando para tanto, livros, artigos, trabalhos científicos de diferentes
autores, que alicerçam e dão credibilidade as ideias aqui expostas. As obras analisadas para
delinear a pesquisa não seguiram critérios datais de publicação, levando em consideração que
toda escrita cientifica, seja ela mais antiga ou não, tem relevância para o aporte teórico,
prático e metodológico na construção de novos conhecimentos, hipóteses, conceitos e teorias,
a fim de desenvolver o conhecimento cientifico que sempre é mensurável e mutável. Após a
seleção dos artigos e/ou matérias foram analisadas os dados conforme sua contribuição para a
pesquisa, confrontando ideias de autores, amparado de uma avaliação crítica de todos, para
que se obtivessem resultados e considerações importantes para o engrandecimento da temática
em questão.
RESULTADOS
Vídeos Tutoriais
Considerando que não há “causa sem efeitos” e nem “efeitos sem causa”,
consequentemente, o sistema educacional tradicional também é impactado por estas
alterações.
229 Estudo recente da Business Software Alliance (BSA), afirma que 2,5 quintilhões de bytes são criados todos
os dias. Mas o potencial pleno dessa transformação digital só pode ser realizado se explorarmos o potencial
dos dados gerados por essas inovações. Fonte: http://cio.com.br/noticias/2015/10/27/tome-nota-2-5-
quintilhoes-de-bytes-sao-criados-todos-os-dias/. Em 02/04/2018.
Fonte: http://www.livrosepessoas.com/2014/09/26/professora-usa-celular-como-material-didatico-em-sala-de-
aula/. Acesso em: 04 abril 2018.
“Se não pode vencer o inimigo, junte-se a ele!” Foi desta forma inovadora, que a
professora de literatura Ciléa Tavares França, do Colégio Padre Machado, em Belo Horizonte,
conseguiu vencer a disputa entre a atenção dos para os celulares e para a sua aula.
230
O Dicionário Houaiss regista o termo cibernauta e a sua formação. Cibernauta significa utilizador de um
espaço virtual ou de uma rede internacional de telemática. Trata-se de um palavra composta de ciber(nético) +
nauta. Ciber é um elemento de composição proveniente do inglês “cybernetics” (1948) < gr. “kubernétés”,
“piloto, dirigente” (ver govern), que ocorre em palavras importadas do inglês bem como em neologismos
biblioteca e manusear aqueles livros enormes”, foi assim que como tudo começou. “O uso de
recursos tecnológicos que estão presentes no dia a dia dos alunos pode ajudar a aproximá-los dos
temas tratados em sala, além de servir como estímulo para o estudo”, afirma Marly Navas Soriano,
professora de Informática Educativa da EMEF Cleómenes Campos, em São Paulo (PECHI, 2011, p.
1).
formados no português, como cibercafé, ciberespacial, ciberespaço, cibernauta, ciberpirata ou... Ciberdúvidas. O
termo cibernética tem origem grega 'kubernétikê' (sc. 'tekhnê'), «arte de pilotar, arte de governar» e, na acepção
actual, foi introduzido no inglês em 1948 pelo matemático norte-americano Norbert Wiener (1894-1964) e
depois aceite pelas outras línguas. O elemento -nauta provém também do grego 'naútés, ou' (marinheiro,
marujo), através do latim 'nauta, ae' (ver “nau”-), port. nauta, em compostos como aeronauta, argonauta,
astronauta, cosmonauta, lunauta, protonauta.
Os vídeos tutoriais são parte importante do ensino a distância (EAD), por que não
utilizar também no ensino presencial? O não uso desta e outras ferramentas é negar à
realidade contemporânea, implicando em obsolescência da forma de ensinar.
1433
Segundo Pechi (2011, p. 1), são oito os bons motivos para incluir a rede social
YouTube no planejamento escolar, para complementar a rotina profissional educacional:
Educar com novas tecnologias é um desafio que até agora não foi enfrentado com
profundidade. Agora, na escola, no trabalho e em casa, podemos aprender continuamente, de 1435
forma flexível, reunidos numa sala ou distantes geograficamente, mas conectados através de
redes de televisão e da Internet. O presencial se torna mais virtual e a educação à distância se
torna mais presencial. Os encontros em um mesmo espaço físico se combinam com os
encontros virtuais, à distância, através da Internet e da televisão. Estamos aprendendo,
fazendo (MORAN apud SILVA, 2018). Nesse raciocínio, o uso de vídeos tutoriais não é
novidade, o Ministério da Educação coloca à disposição a TV Escola231, um canal de televisão
com vídeos. Assim, segundo Casal (2013, p. 10):
231
Disponível em: www.tvescola.mec.gov.br.
CONCLUSÃO
As novas gerações devem ser moldadas sobre novos paradigmas, estando inclusas em
uma educação ativa e interativa, que, entre outros aspectos, precisa desencadear o
desenvolvimento de habilidades compatíveis com a capacidade de resolver problemas,
compreendendo criticamente desde as especificidades de cada interação particular até suas
implicações globais, podendo trabalhar de forma autônoma como um aprendiz independente,
assim como inserido no trabalho coletivo, empreendedor, possuindo competências para uso da
internet e tecnologias contemporâneas.
O uso de vídeos de tutoriais produzidos através dos próprios alunos e/ou por seus
professores é uma forma da construção do conhecimento, dentro de um contexto colaborativo,
da educação ativa, fomentando a autonomia intelectual.
“por descoberta” e ao professor cabe à interação final com o aluno, para “ordenar” os
conhecimentos apreendidos pelos alunos nos outros espaços do saber.
REFERÊNCIAS
1437
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro, RJ. Editora Paz e Terra, 1987.
GIRAFFA, Lucia Maria Martins. Uma odisseia no ciberespaço: o software educacional dos
tutoriais aos mundos virtuais. Porto Alegre, RS. Revista Brasileira de Informática na
Educação. Volume 17, Número 1, 2009. Faculdade de Informática - PUCRS VIRTUAL.
VEEN, W.; VRAKKING, B. Homo Zappiens: educando na era digital. Trad. de Vinícius
Figueira. Porto Alegre: Artmed, 2009.
KENSKI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e à distância. Campinas, São Paulo:
Papirus, 2003.
AZEVEDO, Suami Paula de; OLIVEIRA, Carlos Alberto. Analfabetismo digital funcional:
perpetuação de relações de dominação?. Revista Brasileira de Linguística, v.15, n. 2, 2007,
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PECHI, Daniele. 8 razões para usar o Youtube em sala de aula. Nova Escola, nov. 2011.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/8-razoes-usar-youtube-sala- aula-
647214.shtml . Acesso em: 15 mai. 2015.
1438
RESUMO
No atual cenário educacional o professor deve atuar como mediador da aprendizagem, buscando novos
métodos de ensino que proporcione prazer aos seus alunos com as disciplinas. A química é uma
disciplina na qual se criou um tabú, onde é vista como um vilão no ensino médio, buscar métodos para
mudar essa concepção dos alunos talvez seja um dos principais desafios para os professores da área. O
uso de meios tecnológicos como uma ferramenta de auxilio no ensino de química se faz necessário,
pois, muitas vezes é preciso mostrar de uma forma mais real como tais fenômenos ocorrem. Baseado
nessa perspectiva, essa pesquisa foi realizada a fim de identificar ferramentas tecnológicas que
poderão ser utilizadas para auxiliar o professor de química durante suas aulas. A fim de investigar
novas ferramentas educacionais que auxiliem no ensino de química foi feita uma revisão bibliográfica,
considerando algumas características relevantes que são vista como fundamentais para o aprendizado.
Os softwares aqui apresentados proporcionam um ensino mais interativo entre professor e aluno, pois
necessita de um dialogo constante entre ambas as partes, tornando o ambiente da sala de aula mais
agradável e divertido, favorecendo assim o processo de ensino e aprendizagem.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de química, ferramentas tecnológicas, softwares educacionais.
ABSTRACT
The use of technological means as a tool of assistance in the teaching of chemistry becomes necessary,
because it is often necessary to show in a more real way how such phenomena occur. In order to
investigate new educational tools that aid in the teaching of chemistry, a bibliographic review was
done, considering some relevant characteristics that are seen as fundamental for learning. Based on
this perspective, this research was carried out in order to identify technological tools that could be
used to assist the chemistry teacher during his classes. The software presented here provides a more
interactive teaching between teacher and student.
KEYWORDS: Chemistry teaching, technological tools, educational software.
232
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
233
Graduando em Licenciatura em Química UACEN/CFP/UFCG
234
Profº. Dr. em Química da UACEN/CFP/UFCG
RESUMEN
El uso de medios tecnológicos como una herramienta de auxilio en la enseñanza de química se hace
necesario, pues, muchas veces hay que mostrar de una forma más real como tales fenómenos ocurren.
En base a esta perspectiva, esta investigación fue realizada a fin de identificar herramientas
tecnológicas que podrán ser utilizadas para auxiliar al profesor de química durante sus clases. Los
softwares aquí presentados proporcionan una enseñanza más interactiva entre el profesor y el alumno. 1439
INTRODUÇÃO
A química é uma disciplina na qual se criou um tabu, onde é vista como um vilão no
ensino médio. Buscar métodos para mudar essa concepção dos alunos talvez seja uma das
principais vertentes para os professores. A inserção da tecnologia no ensino é uma alternativa
muito viável a ser adotada para promover o ensino e aprendizagem, já que a sala de aula não
está isolada do restante do âmbito social com relação os novos meios tecnológicos.
muitas vezes torna-se complicado, o uso de softwares educacionais como Avogadro podem
auxiliar nesse contexto, essa ferramenta é possível visualizar as moléculas em um modelo
tridimensional da mesma maneira de como elas estão dispostas espacialmente.
Diante dos avanços tecnológicos, na educação brasileira está surgindo novos meios
que dão suporte ao professor para exercer sua função com alta integridade, a maior ênfase
desses recentes meios é visto pela a utilização dos novos recursos tecnológicos.
Os softwares proporcionam aos alunos simulações que contribuem para uma melhor
construção do conhecimento, resultando em novas e melhores condições de aprendizagem,
que ajuda tanto o professor como também os alunos, e assim se cria um ambiente escolar
interativo.
Baseado nessa perspectiva, essa pesquisa foi realizada a fim de identificar ferramentas
tecnológicas que poderão ser utilizadas para auxiliar o professor de química durante suas
aulas, além de ajudar na construção do conhecimento cientifico do aluno, onde o mesmo pode
manipular e observar a ocorrência de vários fenômenos químicos, influenciando
positivamente no processo de aprendizado, na qual podem relacionar o ambiente virtual com
o seu cotidiano.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo Morais (2003, p. 22) software educativo “é uma das classes do software
educacional, tendo ele como objetivo principal o de facilitar o processo de ensino-
aprendizagem, fazendo com que o aluno construa determinado conhecimento relativo a um
conteúdo didático. ” Os softwares educativos são classificados em vários tipos, de acordo com
seus objetivos pedagógicos, são eles: Tutoriais, programação, aplicativos, exercícios e 1442
line
LabVirt AV http://www.labvirtq.fe.usp.br/indice.asp Gratuito/On
line
Kalzium/Linux DA community.linuxmint.com/software/view/kalzium Gratuito
Crocodile EX crocodile-chemistry-605-pt.software.informer.com/ Gratuito
chemistry
Carbópolis JE http://www.iq.ufrgs.br/aeq/carbopDownload.htm Gratuito
Ptable AV https://www.ptable.com/?lang=pt Gratuito/On
line
Jmol CM https://www.baixaki.com.br/site/dwnld49047.htm Gratuito 1443
LABIQ AV http://labiq.iq.usp.br/ Gratuito/On
line
*CM = Construção de Moléculas; EX = Experimentos; TP = Tabela Periódicas; JE = Jogos Educacionais; PG =
Produção de Gráficos; AV = Ambiente Virtual; DA = Diversas Aplicações.
Diante do levantamento feito, e que estão listados na tabela acima, percebes que existe
vários recursos tecnológicos disponíveis que podem auxiliar o professor de química no dia-a-
dia dentro da sala de aula.
6% 6%
31%
13%
Ambiete Virtual
Construção de Moléculas
13%
Experimentos
12% 19% Jogos Educacionais
Tabela Periódica
Produção de Graficos
Diversas Aplicações
Por fim existe softwares como o PhET e LabVirt que são gratuitos e disponibilizados
online para sistemas operacionais como Linux e Windows que oferecem diversos recursos
que podem contribuir de maneira significativa para o processo de ensino-aprendizagem em
química.
CONCLUSÕES
Os softwares listados em uma tabela no presente artigo passaram por uma análise 1445
crítica, na qual o objetivo foi verificar sua potencialidade, bem como sua adequação aos
conteúdos escolares.
REFERENCIAS
SANTOS, Danilo Oliveira; WARTHA, Edson José; SILVA FILHO, Juvenal Carolino da.
Softwares educativos livre para o ensino de química: análise e categorização. Anais do XV
Encontro Nacional de Ensino de Química, p. 1-11, 2010.
RESUMO
A Educomunicação, objeto deste estudo, pode ser uma grande aliada no processo de ensino-
aprendizagem juntamente com publicidade e propaganda. Buscou-se compreender como os produtos
publicitários e as mídias podem ser usados como estratégias de metodologias ativas na
Educomunicação, e isso, por meio da oferta da Oficina PEAD: Publicidade e Educomunicação para
Autoformação Docente. Indagou-se: O uso de materiais publicitários, comunicação midiática e mídias
sociais são percebidos pelos docentes investigados como ferramenta para o ensino-aprendizagem?
Eles sabem identificar como as peças publicitárias e as mídias poderão ser utilizadas no processo de
ensino-aprendizagem? O que vem sendo apresentado como metodologia de ensino no contexto da
Educomunicação associada à publicidade? O desenvolvimento e a aplicação de uma oficina
pedagógica voltada para autoformação docente poderá contribuir com a autonomia e a
profissionalização? Trata-se de pesquisa-ação de natureza mista do tipo exploratória pautada nas
dimensões da pesquisa-científica propostas por Novikoff, Levantamento de Estado do Conhecimento,
entrevista e desenvolvimento de projeto prático. Constatou-se a viabilidade do uso de materiais
publicitários e midiáticos como metodologia ativa que poderá ser usada como estratégia de
Educomunicação.
PALAVRAS-CHAVE: Educomunicação; Publicidade e Propaganda; Metodologias Ativas.
ABSTRACT
Educommunication, object of this study, can be a great ally in the teaching-learning process along
with advertising and propaganda. We sought to understand how advertising products and media can be
used as strategies of active methodologies in Educommunication, and this, through the offer of the
HDPE Workshop: Publicity and Educommunication for Self-Teaching. It was questioned: Is the use of
advertising materials, media communication and social media perceived by teachers investigated as a
235
UniFOA
236
LAGERES - O Laboratório do Grupo de Estudos e Pesquisas em Representações Sociais na/para Formação
de Professores.
tool for teaching-learning? Do they know how advertising and media can be used in the teaching-
learning process? What has been presented as a teaching methodology in the context of
Educommunication associated with advertising? Can the development and application of a
pedagogical workshop geared towards teacher self-training contribute to autonomy and
professionalization? It is an action research of mixed nature of the exploratory type based on the
dimensions of scientific research proposed by Novikoff, State Survey of Knowledge, interview and
development of practical project. It was verified the viability of the use of advertising and media
materials as an active methodology that could be used as a strategy of Educommunication.
KEYWORDS: Educommunication; Advertising and marketing; Active Methodologies.
1447
RESUMEN
La Educomunicación, objeto de este estudio, puede ser una gran aliada en el proceso de enseñanza-
aprendizaje junto con publicidad y propaganda. Se buscó comprender cómo los productos publicitarios
y los medios pueden ser usados como estrategias de metodologías activas en la Educomunicación, y
eso, a través de la oferta del Taller PEAD: Publicidad y Educomunicación para la Autoformación
Docente. Se indagó: ¿El uso de materiales publicitarios, comunicación mediática y medios sociales
son percibidos por los docentes investigados como herramienta para la enseñanza-aprendizaje? ¿Saben
identificar cómo las piezas publicitarias y los medios pueden ser utilizados en el proceso de
enseñanza-aprendizaje? ¿Qué viene siendo presentado como metodología de enseñanza en el contexto
de la Educomunicación asociada a la publicidad? ¿El desarrollo y la aplicación de un taller pedagógico
orientado a la autoformación docente podrá contribuir con la autonomía y la profesionalización? Se
trata de investigación-acción de naturaleza mixta del tipo exploratoria pautada en las dimensiones de
la investigación científica propuestas por Novikoff, Levantamiento de Estado del Conocimiento,
entrevista y desarrollo de proyecto práctico. Se constató la viabilidad del uso de materiales
publicitarios y mediáticos como metodología activa que podrá ser usada como estrategia de
Educomunicación.
PALABRAS CLAVES: Comunicación Educativa; Publicidad y Propaganda; Metodologías Activas.
INTRODUÇÃO
Busca-se compreender de que forma os produtos publicitários podem ser usados como
estratégias de metodologias ativas na Educomunicação por meio da oferta de oficina;
Trata-se de pesquisa teórica que se desdobra em projeto prático trazendo diversos 1449
Educomunicação
Tanto os adultos como as crianças estão em contato constante com as mídias, o que
ratifica a importância de utilizá-las como recurso nas escolas para ensinar, enriquecer o
conhecimento e auxiliar na construção de uma visão crítica de mundo (MARTINS;
SPECHELA, 2012). 1450
Publicidade E Propaganda
Citelli (2002) diz que o intuito da publicidade e/ou da propaganda consiste em levar o
público a aceitar uma ideia e pode vir até mesmo tentar alterar atitudes e comportamentos. A
Lei Nº 9.394/96 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, em seu artigo nº
22, determina que "a educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-
lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para
progredir no trabalho e em estudos posteriores" (BRASIL, 1996, s/p).
1451
Mídias Sociais
Portanto, independente da forma com que ocorra a interação entre os indivíduos, esta
ação de edição, criação e compartilhamento de conteúdo e interesses potencializa o
funcionamento das mídias sociais ampliando assim o seu alcance, disseminando
conhecimento e cultura (CASTELLS, 2003).
Autoformação Docente
Para Gatti (2010, p. 1375) "no que concerne à formação de professores, é necessária
uma verdadeira revolução nas estruturas institucionais formativas e nos currículos da
formação", seguindo essa lógica, a formação docente continuada deve ser fomentada
independente da área de atuação docente.
2017).
CAMINHO METODOLÓGICO
seguir.
Módulo Ações
Data (Carga Horária: Presencial 2h / EAD 3h)
Módulo III Noções básicas de linguagem visual e design para a organização de mural escolar
29/09/2017 Criação e produção do Vlog (vídeo de relato de experiência)
Constatou-se que “os educadores ainda se encontram perdidos nesse novo campo de
ensino por não conhecerem os conceitos e formas de aplicação da Educomunicação (SILVA;
COUTINHO, 2017, p. 137).
O acesso à internet no local de trabalho, 62,5 % possui e 37,5 % não possuir. Todas as
entrevistadas possuem conta rede social: Facebook (100%); WhatsApp (62,5 %) e Google
Plus (12,5%). Na questão que solicitava a identificação de imagens como peças publicitárias
87,5% conseguiram identificar o flyer, 12,5 % identificaram o e-book, 87,5% distinguiram
mídia alternativa como sendo peça publicitária, 87,5% apontaram o anúncio como tal e 25 %
rede social Facebook.
Quanto aos meios de comunicação: jornal (75%), revista (100%), rádio (87,5%),
televisão (100%), internet (50%), computador/notebook (100%), celular (75%) e tablete (0%).
Avaliação da oficina 75% reconheceram que fariam outras similares, pois o tema
abordado é importante. Outras 25% declararam que fariam outras similares, mas com
dinâmicas diferentes.
A opinião sobre os recursos utilizados (slides, vídeos, áudios e material impresso) foi
registrada como 87,5% muito satisfatório e 12,5% satisfatório. Atividades desenvolvidas
(exercícios práticos, debates, vlog): 87,5% muito satisfatório e 12,5% satisfatório.
CONSIDERAÇOES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Paulinas, 2014
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dos pesquisadores em formação. São Paulo: Intercom, 2017.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 18ª edição. São Paulo: Cortez, 2011.
1461
1462
RESUMO
Trata-se de um ensaio que busca compreender de que maneira o jornalismo especializado e as mídias
sociais corroboram para o conhecimento e desenvolvimento da educomunicação. Para isso, utiliza-se
como lócus de pesquisa o canal Bibotalk, no podcast, que tem como eixo temático a teologia
disponibilizando ao público diversos quadros. Entre os quais destaca-se o “BTCast” e o “Fora do
Éden” que referem-se, respectivamente, a debates teológicos e conteúdos noticiosos. Assim sendo,
questiona-se: há estratégias educomunicativas nesses quadros? De que modo eles são tecnicamente
produzidos? Acredita-se que se faça uso dos princípios educomunicativos e de que, sendo
especializado, seja mais adequado para a implantação de estratégias educomunicativas. O estudo se
pauta nas Dimensões da Pesquisa Proposta por Novikoff (2010), juntamente com uma apuração
bibliográfica, Levantamento do Estado e do Conhecimento e pesquisa mista, além de uma entrevista
estruturada com o fundador do canal. Foi constatado que apesar do idealizador estar diretamente
ligado ao âmbito educativo e digital, não tem nenhum conhecimento sobre a educomunicação. Além
disso, por não se limitarem a um único segmento, o canal apresenta evidências de que uma mídia
especializada é um dos caminhos para o conhecimento e desenvolvimento da educomunicação.
PALAVRAS-CHAVE: Educomunicação; Teologia; Podcast.
ABSTRACT
It is an essay that seeks to understand how specialized journalism and social media corroborate to the
knowledge and development of education. For this purpose, the Bibotalk channel is used as a locus of
research in the podcast, whose thematic axis is theology, making available to the public several
pictures. These include "BTCast" and "Out of Eden", which refer respectively to theological debates
and news content. Thus, the question is: are there educommunication strategies in these frameworks?
How are they technically produced? It is believed that the use of educommunication principles is used
and that, being specialized, it is more appropriate for the implementation of educommunication
237
O presente trabalho não contou com apoio financeiro de nenhuma natureza para sua realização.
238
UniFOa
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LAGERES - O Laboratório do Grupo de Estudos e Pesquisas em Representações Sociais na/para Formação de
Professores.
strategies. The study is based on the Dimensions of Research Proposed by Novikoff (2010), along
with a bibliographic assessment, Survey of the State and Knowledge and mixed research, in addition
to a structured interview with the channel's founder. It was found that although the idealizer is directly
connected to the educational and digital spheres, he has no knowledge about educommunication. In
addition, because they are not limited to a single segment, the channel presents evidence that
specialized media is one of the ways to the knowledge and development of education.
KEYWORDS: Educommunication; Theology; Podcast.
RESUMEN
Se trata de un ensayo que busca comprender de qué manera el periodismo especializado y los medios
sociales corroboran para el conocimiento y desarrollo de la educomunicación. Para ello, se utiliza
como locus de investigación el canal Bibotalk, en el podcast, que tiene como eje temático la teología
disponibilizando al público diversos cuadros. Entre los que destaca el "BTCast" y el "Fuera del Edén"
que se refieren, respectivamente, a debates teológicos y contenidos noticiosos. Así pues, se cuestiona:
¿hay estrategias educomunicativas en esos cuadros? ¿De qué modo son técnicamente producidos? Se
cree que se hacen uso de los principios educomunicativos y de que, siendo especializado, sea más
adecuado para la implantación de estrategias educomunicativas. El estudio se basa en las dimensiones
de la investigación propuesta por Novikoff (2010), junto con un recuento bibliográfico, el
levantamiento del estado y del conocimiento y la investigación mixta, además de una entrevista
estructurada con el fundador del canal. Se constató que a pesar del idealizador estar directamente
ligado al ámbito educativo y digital, no tiene ningún conocimiento sobre la educomunicación.
Además, por no limitarse a un solo segmento, el canal presenta evidencias de que un medio
especializado es uno de los caminos para el conocimiento y desarrollo de la educomunicación.
PALABRAS CLAVES: Educomunicación; Teología; Podcast.
INTRODUÇÃO
que o indivíduo precise ir até ela para checar novos conteúdos. Os podcasts podem ser feitos
em formato de áudio ou vídeo, sendo o último denominado “vídeocast” (LOPES, 2015).
Definido como um canal com a missão de ensinar teologia para jovens e adultos, e
levando em consideração que a teologia é uma disciplina acadêmica, o Bibotalk caracteriza-se
como uma mídia com grande potencial para a educomunicação. Segundo Soares (2011), o
termo pode ser entendido como um novo campo de intervenção social que tem como objetivo
a formação do senso crítico do indivíduo mediante os meios de comunicação, sejam eles
tradicionais ou digitais.
Importa ressaltar que as redes sociais devem ser diferenciadas dos sites que as
suportam. Segundo Recuero (2011), o termo “rede social” é apenas uma metáfora criada
como referência aos grupos que ocupam o site. Já os sites de redes sociais são os espaços
onde os usuários utilizam para expressar e estabelecer laços sociais. Sendo assim, as redes
sociais podem ser utilizadas a favor da educação, que em concordância com Aparici (2014, p.
59) como vive-se em uma era digital, “precisa ser atualizada, adotar as novas tecnologias,
valer-se dos modernos meios de comunicação” para alcançar novos indivíduos que estão cada 1465
dia mais imersos no espaço digital, pois as redes sociais causam a sensação de proximidade,
liberdade, influência e segurança, fatores essenciais para o processo de ensino e
aprendizagem, conforme destaca Castells (2013).
Além disso, Gómez (2014, p. 281) também afirma que o simples contato do indivíduo
com a plataforma exige que ele saiba manejar as ferramentas dispostas, fazendo com que
“estejamos sempre em condições de educar-nos e de aprender”. Desse modo, a
educomunicação apresenta-se como um novo campo do saber social vinculando a educação e
comunicação colaborando para a construção de um ecossistema comunicativo. Segundo
Soares (2011), o termo refere-se a um
[...] oferecem um campo criativo no qual o que foi mostrado em rede por um
membro da comunidade se questiona, recria, parodia e move uma cadeia de
ações e reações que tecem a narração coletiva a partir de conteúdos
emotivos, sociais e cognitivos. Os jovens ativam sua capacidade de
empoderamento, assumindo suas decisões, organizando seu trabalho, 1466
concretizando seus objetivos e desenvolvendo um processo que culmina na
expressão do grupo (BARROSO, 2014, p. 237).
METODOLOGIA
O estudo se ancora nas Dimensões da Pesquisa Propostas por Novikoff, que segundo a
autora, “[...] trata-se de uma abordagem teórico-metodológica, com todas as dimensões de
preparação, estudo, desenvolvimento e apresentação de pesquisa acadêmico-científica”
(NOVIKOFF, 2010, p. 3). Essas dimensões são organizadas em cinco momentos: dimensão
epistemológica, dimensão teórica, dimensão técnica, dimensão morfológica e dimensão
analítico-conclusiva. A primeira, diz respeito ao esclarecimento do problema da pesquisa, o
objeto, objetivo e os pressupostos a serem investigados a partir da problemática exposta.
Como primeira etapa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica que, de acordo com
Cervo, Bervian e da Silva (2007, p. 60) consiste em “explicar um problema a partir de
referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses”. Logo após,
apresentamos dados a respeito do canal Bibotalk, que é um programa semanal de teologia, no
Posteriormente, uma pesquisa descritiva do tipo mista que atinge os dois tipos de
pesquisas metodológicas existentes: a qualitativa e quantitativa. De acordo com Creswell
(2010), a pesquisa quantitativa é o método utilizado para testar teorias objetivas, examinando 1468
a relação entre as variáveis, enquanto que a qualitativa, diz respeito ao que não pode ser
contado, como opiniões e comentários. Em seguida, fizemos um estudo de caso, nos dois
principais quadros do Bibotalk, o “BTCast” e “Fora do Éden”, onde descrevemos trechos dos
conteúdos para análise crítica, que culminará nas considerações finais.
Vale apontar que para Yin (2001, p. 32) “o estudo de caso é uma investigação
empírica de um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, sendo que os
limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos”. A partir dos dados
coletados realizamos a análise de conteúdo que para Bardin (1994, p.18) trata-se de “uma
técnica de investigação que tem por finalidade a descrição objetiva, sistemática e quantitativa
do conteúdo manifesto da comunicação”, chegando à conclusão da monografia que apresenta
ao fim, um podcast como produto.
Metodologia Do Produto
Logo após, definimos o nome e fizemos uma pauta, que visa orientar o apresentador
na condução de seu trabalho explicando o que deve ser feito, como por exemplo, o tema, o
local de gravação, as pessoas a serem entrevistadas, perguntas e etc. Nesse caso, o tema
abordado consiste em uma reunião denominada “célula”, que é realizada por acadêmicos dos
cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda do UniFOA. Em seguida, realizamos uma
pesquisa em torno do assunto para nos contextualizarmos sobre o que é e determinarmos as
pessoas a serem entrevistadas que, nesse caso, são as responsáveis pela organização da 1469
reunião: Paôla Fernandes e Ana Luíza Ramos, ambas estudantes do 2º ano do curso de
Publicidade e Propaganda. Posteriormente, foi feito a gravação do programa em uma sala.
Como última etapa, o programa passou por um processo de edição de áudio no programa
Audacity, onde colocamos os efeitos sonoros que consistem em dois fundos musicais e, enfim,
disponibilizamos na plataforma online de publicação de áudios, o SoundCloud.
Criado em 2011 por Rodrigo Luíz de Aquino o canal lócus dessa pesquisa classifica-se
como um programa com a missão de ensinar teologia para jovens e adultos (BIBOTALK,
2015). Assim como a maioria dos podcasts, o Bibotalk surgiu primeiramente no formato de
blog após Bibo, como é chamado o idealizador do canal, sair de uma rádio evangélica onde
trabalhava apresentando um programa sobre teologia e ouvintes entrarem em contato pedindo
a continuidade.
De acordo com Bibotalk (2017), entre os anos de 2011 a 2015, o blog recebeu 14,5 mil
visitas por mês e 35 mil pageviews, contabilizando uma média de 5.000 novos usuários
mensalmente. Com relação ao podcast, uma pesquisa mostra que o canal atingiu a marca de
55 mil downloads por mês, resultando um total de 3 milhões de downloads desde o
surgimento. O Bibotalk também está presente nas principais redes sociais (Facebook,
Instagram, Twitter e YouTube) que somadas, contam em setembro de 2017, com 48.214
seguidores.
fazem do espaço um bate-papo entre amigos que gostam de teologia”. Já o segundo, refere-se
a parte informacional do canal, onde quinzenalmente reúne as principais notícias do período.
Após uma entrevista realizada com o idealizador do canal identificamos que ele não 1470
foi pensado como um programa destinado a um único público, sendo essa a principal
característica de uma mídia especializada. Entretanto, consideramos que apesar da
abrangência do assunto e da ampla variedade de quadros temáticos que o canal proporciona, o
público-alvo são os evangélicos, até porque é assim que os criadores se denominam. Outro
ponto a se destacar é o total desconhecimento do conceito de educomunicação.
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YIN, R. K. Estudo de caso – planejamento e métodos. 2ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
1473
RESUMO
ABSTRACT
The communication relations today differ by expanding the digital resources that require new
literacies for insertion in literate practices of reading and writing. Thus, educational activities, in
formal and non-formal spaces, need to include digital resources to favor the education of the citizen
for inclusion and action in the literate society. The present research aims to present three digital games
developed in the bilingual perspective (Brazilian Sign Language – Libras, in PT-BR and Portuguese)
for literacy and available in the Google Play Store. This study is classified as a bibliographic,
explanatory study - for it have been restricted to a specific approach, and considered as a case study, in
which the data were analyzed qualitatively. The games "Read and Write" (Ler e Contar), "ForcaBras"
and "LilliPlay Alphabet" (LilliPlay Alfabeto) were productive for inclusion in the literacy process, in
240
Universidade Federal de Campina Grande UFCG/CFP
regular classrooms, allowing the accessibility of hearing and / or deaf children. The layout of the
resources is attractive for the children's audience, as it has colorful images, perceptible in everyday
life, as well as instrumental sound that focuses attention on the execution of the game without
compromising the purpose of children’s literacy.
KEYWORDS: Digital Resources; Bilingual; Play Store.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
atividades educacionais, seja em espaços formais e não formais, necessitam inserir recursos
digitais para favorecer a educação do cidadão quanto a sua inclusão e a atuação na sociedade
letrada.
uso dessa habilidade de leitura e escrita para a “participação efetiva e competente nas práticas
sociais e profissionais que envolvem a língua escrita” (SOARES, 2004, p. 6). De acordo com
a pesquisadora, no Brasil, a compreensão do processo de alfabetização tem se ampliado de
modo a integrar o conceito de letramento, assim, ser alfabetizado não restringe à competência
de ler e escrever, mas de fazer uso efetivo desse sistema de comunicação nas interações
cotidianas.
Diante disso, a autora adverte que o letramento digital é um desafio a ser enfrentado
pela sociedade nas quais as práticas de leitura e escrita, são propiciadas pelo uso do
computador. Para promover esta habilidade nos alunos, o professor precisa buscar a formação
inicial e continuada, com o intuito de compreender o seu papel “insubstituível de mediador e
problematizador do conhecimento, que adota uma posição aberta e ao mesmo tempo crítica
diante do que essa tecnologia digital oferece” (FREITAS, 2010, p. 1).
formas de ser, conviver, fazer e aprender dos estudantes, visando a “cidadania global, plena e
livre de preconceitos” (MANTOAN, 2015, p. 24).
Para discutir o processo de aprendizado da língua escrita pelas crianças, pautou-se nas
pesquisas sobre a psicogênese da língua escrita desenvolvidas e divulgadas por Emilia
Ferreiro e Ana Teberosky.
Para discutir a aquisição da língua oral do país, na modalidade escrita, pelo surdo é
necessário entender que refere-se à um processo que envolve dois sistemas de significação: a
língua de sinais (adquirida com a base biológica que o surdo dispõe) e a língua portuguesa
1480
(permeia o cotidiano do indivíduo surdo mas que, diferente do ouvinte, não se constitui uma
representação escrita de um sistema de comunicação internalizado, naturalmente, a partir da
das condições do seu aparato biológico).
É importante destacar que as crianças surdas, por estarem imersas em uma sociedade
grafocêntrica, criam as suas próprias hipóteses sobre o registro escrito, tendo em vista que, a
todo o momento, se deparam com esses elementos em diferentes práticas sociais. Entretanto,
diferente do ouvinte que se utiliza de uma única língua para a comunicação e o registro, o
surdo desenvolverá a língua escrita em uma segunda língua: o Português.
apropriarem de letras do código escrito, as crianças surdas inserem na sua escrita, sendo a
ampliação vocabular na segunda língua mediada através da leitura global e não silábica.
Neste estudo, também é evidenciado que as pessoas surdas se apropriam, com maior
facilidade, dos vocábulos que em ambas as línguas, apresentam relações de construção mais
próximas como a inicialização (na qual a configuração de mãos é representada pela primeira
letra da palavra em Língua Portuguesa) e a manutenção do número de radicais que compõem
a palavra ou o sinal. Nesta última situação, aborda-se os significantes que em uma língua
caracterizam-se por ser uma palavra não-composta (simples/com um radical), mas no segundo
sistema linguístico apresenta dois ou mais radicais na sua composição (palavra composta).
METODOLOGIA
O estudo de caso envolve uma pesquisa detalhada de forma intensa e minuciosa. Para
Prodanov e Freitas (2013, p. 60) "o estudo de caso abrange o estudo intenso e cansativo de um
ou poucos objetos de maneira que permita o seu amplo e detalhado conhecimento".
1483
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após uma busca inicial, escolheu-se os três jogos descritos a seguir. Na figura 1,
destacam-se as telas iniciais do jogo denominado “Ler e Contar”, que aborda os conteúdos:
alfabeto, vogais e consoantes, sílabas, números, operações matemáticas de soma e subtração,
formas, cores, animais e instrumentos musicais. Para o ensino da Língua Portuguesa, o
aplicativo dispõe de atividades que utilizam-se das modalidades oral e escrita, de maneira
lúdica (mediante a inserção de outras semioses como músicas instrumentais e áudio
descrevendo a imagem).
Ressalta-se a relevância dada à Libras, tendo em vista que essa língua compõe a
ferramenta, possibilitando o conhecimento e a difusão desse sistema de comunicação como
componente curricular nas atividades de alfabetização de crianças.
1484
Fonte: Dados da Pesquisa (2018).
Logo abaixo, vê-se uma atividade de múltipla escolha que visa relacionar a datilologia
em Libras e a Língua Portuguesa na modalidade escrita. Nesta tarefa, o aplicativo mostra uma
representação da letra do alfabeto manual e três opções de letras em português na qual apenas
uma das alternativas está correta. O usuário deve clicar e arrastar a letra em Português até o
local indicado e, ao responder corretamente, recebe feedback positivo por meio de balões
coloridos que se movimentam na tela e, para o aprendizado de ouvintes, além desse incentivo,
é disposto, simultaneamente, o som de palmas e a indicação, por meio de áudio que a resposta
está correta.
1485
Contudo, destaca-se que ao evidenciarem o trabalho com letras, é mais adequado aos
educandos do nível pré-silábico e silábico, que precisam consolidar a relação fonema/grafema
(tratando-se de ouvintes) e a relação entre os elementos que se associam na composição do
significante e significado (quando se refere aos surdos).
Na figura 3, observa-se as telas iniciais do jogo intitulado “ForcaBras”, que tem como
objetivo ensinar o alfabeto em Libras e Português (em uma perspectiva bilíngue) e de forma
lúdica. Foi desenvolvido para crianças, mas pode despertar o interesse de joves e adultos que
buscam aprender as línguas envolvidas nas atividades. O aplicativo trabalha dois conteúdos
(letras e números), cada um apresentando atividades que correspondem a dois níveis: normal
e difícil.
1486
Indicado para o nível alfabético, esse jogo objetiva a identificação da palavra dada,
dispondo de uma dica escrita em Língua Portuguesa, a qual é informada a quantidade de letras
mediante as lacunas dispostas. O estudante deve utilizar o teclado que demonstra, em cada
tecla, a imagem da letra em datilologia e em Português, a fim de ser selecionados os grafemas
que constituem a resposta.
Permite apenas cinco erros e, no sexto, é dado o feedback negativo com o nome
“perdeu”, um áudio (para ouvintes que indica decepção) e informa a palavra correta. Diante
dos acertos apresenta a palavra “parabéns” e o áudio de palmas. No canto esquerdo e superior
da tela, os acertos e erros são contabilizados dentro de uma nuvem e o jogo pode ser
reiniciado a qualquer momento, no qual um vocábulo diferente, associado à outra dica é
disponibilizado ao jogador.
Na figura 5, observa-se as telas iniciais do jogo “LilyPlay Alfabeto”, que visa ensinar
o alfabeto em Libras. É composto por seis atividades que são mediadas pelo avatar de uma
gatinha chamada Lily. Na tela inicial, no canto inferior direito, traz a opção de habilitar ou
desabilitar a música intrumental de fundo. Em todas as telas, durante a realização das
atividades, dispõe de um ícone que permite retornar ao menu iniciar sem que que o usuário
tenha que reiniciar o aplicativo.
Ao clicar no ícone circular das atividades, onde aparece o avatar da gatinha Lily, na
parte superior direita das telas são descrita, em áudio, as instruções necessárias para a
realização de cada atividade.
1489
Na terceira coluna, vê-se duas atividades: uma que visa relacionar letras do alfabeto
em português e quantidade e a segunda que relaciona a datilologia à representação em
Português, dispostas na figura 7.
A quinta atividade mostra círculos coloridos com letras do alfabeto em portugês (em
bastão e maiúscula). Na parte central superior da tela informa a letra e a quantidade de
ocorrências que ela aparece. A cada clique, são contabilizadas regressivamente, aquelas que
faltam ser encontradas pelo jogador.
Nesse jogo, a quantidade de chances é ilimitada sendo que o feedback negativo é dado
apenas por meio de um áudio (selecionado pelos desenvolvedores) e a letra não clicada de
forma errônea permanece no jogo. Quando o aluno identifica a letra correta, o feedback
positivo é dado pelo desaparecimento da letra, outro som e, ao término da jogada (quando
todas as letras são encontradas), estrelas surgem e a próxima tela surge, reiniciando o jogo.
Observa-se que as letras aparecem de forma aleatória, não seguindo critérios como ordem
alfabética ou qualquer distinção como entre vogais e consoantes.
Na sexta atividade, dá-se uma imagem (destacada) do alfabeto manual para que, entre
as seis opções que contém grafemas do alfabeto em português, o usuário possa relacionar as
duas línguas (Libras e Português). O jogador tem até seis chances de relacionar corretamente,
considerando que, a cada erro, a letra escolhida é retirada das opções. O feedback negativo é
dado em áudio e o positivo, além do som instrumental, da imagem em movimento de estrelas,
é ensinada a relação entre as letras descoberta pelo aluno.
1490
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quanto ao item instruções sobre uso do jogo observa-se que o “Ler e Contar”
disponibiliza aúdio à medida que o jogo é executado. O “LilliPlay Alfabeto” oferece
instruções por meio de áudio, sendo que para ter acesso o usuário necessita clicar no avatar
do jogo. Diante dessas afirmações, conclui-se que as instruções dos dois jogos supracitados
estão acessíveis apenas para alunos ouvintes.
responder as lacunas através do alfabeto manual, dessa maneira o usuário necessita estar no
nível alfabético que identifique a leitura e posterior construção de vócabulos.
“ForcaBras” não corresponde ao objetivo dado nas instruções, tendo em vista que na
descrição é afirmado que o alfabeto em Libras será ensinado de forma lúdica, contudo, sua
estruturação conta com perguntas em Português torna-se acessível apenas crianças
alfabetizadas, sejam elas surdas ou ouvintes.
Contudo, para que estes recursos sejam aplicados de forma a utilizar o potencial
educativo e, assim contribuir para a formação do educando, faz-se necessária a capacitação
continuada dos docentes. Além do uso da tecnologia, o professor precisa conhecer a Libras e a
sua importância para a inserção social da criança surda, a fim de utilizar estratégias de ensino
que venham a favorecer a inserção das duas línguas no ambiente escolar de forma lúdica.
REFERÊNCIAS
RESUMO
Este trabalho apresenta uma metodologia para verificar a eficácia dos procedimentos que empregam
técnicas estatísticas e inteligência artificial ao monitoramento e diagnóstico de para-raios de óxido de
zinco. Os procedimentos baseados na medição da corrente de fuga total, determinação da corrente
resistiva e conteúdo harmônico da corrente são avaliados. A metodologia proposta visa validar os
procedimentos que utilizam análise estatística ou inteligência artificial no monitoramento ou
diagnóstico de para-raios. Para este trabalho, os procedimentos foram implementados em ambiente
computacional e foram realizados ensaios em laboratório de alta tensão, a fim de fazer a aquisição dos
sinais de tensão e corrente de fuga total considerando o para-raios em estado de operação normal e
defeituoso. Assim, o resultado de monitoramento e diagnóstico fornecido por cada um dos
procedimentos avaliados pode ser verificado a partir dos dados obtidos em laboratório. Embora os
procedimentos baseados na medição da corrente de fuga, que aplicam técnicas estatísticas e
inteligência artificial, sejam largamente adotados pelas empresas, não existe consenso sobre o
procedimento mais confiável. Os testes realizados até momento indicam que a eficácia dos
procedimentos pode ser verificada por meio de simulações de condições operacionais que um para-
raios pode estar submetido ao longo de sua vida útil.
PALAVRAS-CHAVE: para-raios de óxido de zinco; técnicas estatísticas; inteligência artificial.
This research introduces a methodology to verify the effectiveness of the procedures that use statistical
techniques and artificial intelligence to the metal oxide surge arresters degradation level monitoring
and diagnostic. Procedures based on the measurement of the total leakage current, determination of the
resistive current and analysis of the current harmonic content are evaluated. The purpose of this
241
Aluno do curso de graduação em Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande
242
Pós-Graduando no Programa de Mestrado em Processamento de Energia em Engenharia Elétrica na
Universidade Federal de Campina Grande e realiza atividades de pesquisa e desenvolvimento no LAT -
Laboratório de Alta Tensão - UFCG.
243
Professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Campina Grande
academic work is to validate procedures that apply statistical techniques or artificial intelligence to the
surge arresters monitoring and diagnostic by means of proposed methodology. For this work, the
procedures were implemented in a computational environment and high voltage laboratory tests were
carried out in order to measure and record the voltage and total leakage current signals considering the
surge arrester in normal and defective operational state. Thus, the monitoring and diagnostic provided
results by each of the evaluated procedures can be verified from the collected data in the laboratory.
Although procedures based on leakage current measurement, which apply statistical techniques and
artificial intelligence, are widely adopted by electricity companies, there is no consensus on the most
trusted procedure. The performed tests so far indicate that the effectiveness of the monitoring and
diagnostic procedures can be verified by means of simulations of operational states that a surge
arrester can be subjected to throughout its useful life. 1494
KEYWORDS: metal oxide surge arrester, statistical techniques, artificial intelligence.
Este trabajo presenta una metodología para verificar la eficacia de los procedimientos que emplean
técnicas estadísticas e inteligencia artificial al monitoreo y diagnóstico de para-rayos de óxido de zinc.
Los procedimientos basados en la medición de la corriente de fuga total, la determinación de la
corriente resistiva y el contenido armónico de la corriente se evalúan. La metodología propuesta
pretende validar los procedimientos que utilizan análisis estadístico o inteligencia artificial en el
monitoreo o diagnóstico de para-rayos. Para este trabajo, los procedimientos fueron implementados en
ambiente computacional y se realizaron ensayos en laboratorio de alta tensión, a fin de hacer la
adquisición de las señales de tensión y corriente de fuga total considerando el para-radios en estado de
funcionamiento normal y defectuoso. Así, el resultado de monitoreo y diagnóstico proporcionado por
cada uno de los procedimientos evaluados puede ser verificado a partir de los datos obtenidos en
laboratorio. Aunque los procedimientos basados en la medición de la corriente de fuga, que aplican
técnicas estadísticas e inteligencia artificial, son ampliamente adoptados por las empresas, no existe
consenso sobre el procedimiento más confiable. Las pruebas realizadas hasta el momento indican que
la eficacia de los procedimientos puede ser verificada por medio de simulaciones de condiciones
operacionales que un para-rayos puede estar sometido a lo largo de su vida útil.
PALABRAS CLAVES: para-rayos de óxido de zinc; técnicas estadísticas; inteligencia artificial.
INTRODUÇÃO
para-raios de Óxido de Zinco (ZnO) (GUPTA, 1990). Dessa forma, os para-raios de ZnO têm
sido largamente utilizados nos SEP.
aprimorados. Contudo, não existe consenso sobre a eficácia de cada um dos procedimentos
existentes.
degradação, bem como, o correspondente conteúdo harmônico (LIRA et al., 2014; LIMA
JÚNIOR, 2014; KHODSUZ & MIRZAIE, 2015; LOPES et al., 2017).
Este trabalho apresenta uma metodologia para verificar a eficácia dos procedimentos
que empregam técnicas estatísticas e inteligência artificial ao monitoramento e diagnóstico do
nível de degradação de para-raios de ZnO. Os procedimentos baseados na medição da
corrente de fuga total, determinação da corrente resistiva e conteúdo harmônico da corrente
são avaliados. Para tanto, os procedimentos foram implementados em ambiente 1496
METODOLOGIA
A eficácia de cada uma das técnicas será verificada por meio de comparação dos
resultados (informação sobre a condição operacional do para-raios) obtidos do monitoramento
e diagnóstico com as informações adotadas como referência, sendo estas obtidas a partir de
ensaios realizados em laboratório. Essa análise da eficácia será realizada a partir de duas
etapas. A primeira consiste em obter a corrente de fuga total do para-raios de ZnO em estado
de operação normal e defeituoso por meio de ensaios em laboratório de alta tensão. Para o
caso defeituoso, serão obtidos os sinais de corrente de fuga para os vários tipos de defeitos
possíveis. A segunda etapa reside em implementar os procedimentos baseados em técnicas
estatísticas e inteligência artificial ao monitoramento e diagnóstico de para-raios,
considerando as condições de operação simuladas na etapa anterior. Essas etapas são
ilustradas no fluxograma da metodologia proposta, conforme a Figura 1.
1497
MATLAB®. Para validar o monitoramento e diagnóstico dos para-raios por meio de análise
estatística e inteligência artificial, os procedimentos que se baseiam na corrente de fuga total,
corrente de fuga resistiva e conteúdo harmônico da corrente serão avaliados. Os resultados
obtidos por meio da implementação computacional dos procedimentos serão confrontados
com os dados obtidos na primeira etapa da metodologia, os quais serão adotados como
referência.
1498
Procedimentos Avaliados
Ensaios E Medições
1499
Foi necessária a aquisição dos sinais da tensão aplicada sobre o para-raios de ZnO e a
corrente de fuga total que ele conduz para a implementação e validação dos procedimentos
avaliados. Para aplicar a metodologia proposta neste trabalho, foram realizadas medições do
nível de tensão próximo da Máxima Tensão de Operação Contínua (MCOV, do inglês
Maximum Continuous Operating Voltage). Como objeto de teste, foi utilizado um para-raios
de ZnO com encapsulamento em porcelana, cuja MCOV é de 76,50 kVrms.
Para a realização dos ensaios em laboratório de alta tensão, foi empregado o diagrama
esquemático do arranjo experimental apresentado na Figura 2. O circuito é composto por uma
mesa de controle, um transformador de tensão (0 a 100 kVrms), um resistor de proteção (282
kΩ), um divisor capacitivo, o objeto de teste (para-raios de ZnO) em série com um resistor
shunt (Rshunt) e um osciloscópio digital. A fim de medir a tensão aplicada sobre o para-raios é
utilizado o divisor capacitivo, para fazer a aquisição do sinal de tensão. De forma indireta, é
empregado o resistor shunt para obter o sinal da corrente de fuga total por meio da aquisição
do sinal de tensão aplicado sobre o mesmo.
Ao se aplicar uma tensão próxima a MCOV (74,51 kVrms) foram obtidos os sinais de
tensão e corrente de fuga total do para-raios de ZnO representados no gráfico da Figura 3.
Essas medições foram realizadas para a condição operacional do para-raios sem defeito, isto
é, em condição normal de operação. Para as condições operacionais de um para-raios
consideradas neste trabalho, foram realizadas medições da corrente de fuga para valores
próximos de 74,51 kVrms, com tipos de defeitos distintos, sabendo que a amplitude da tensão
variou no máximo 0,8% do valor desejado (74,51 kVrms, isto é, valor eficaz, rms, do sinal de
tensão aplicado sobre o para-raios sem defeito), conforme apresentado na Figura 4.
120 3
80 2
Corrente (mA)
Tensão (kV)
40 1
0 0
-40 -1
PC -80 -2
-120 -3
0 5 10 15 20 25 30
Tempo (ms)
Osciloscópio
282 k C1 Para-raios
de ZnO
V2
1500
V1
C2 RShunt
60 Hz Mesa de
220 V controle
Figura 3 – Formas de onda dos sinais da tensão e Figura 4 – Formas de ondas de algumas
corrente de fuga no para-raios a ZnO quando correntes de fuga medidas, considerando as
submetido à tensão de 74,51 kVrms. condições operacionais possíveis.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para empregar a metodologia proposta neste trabalho, foi necessário obter e analisar o
comportamento numérico dos indicadores propostos pelos procedimentos avaliados,
considerando o para-raios sem defeito e defeituoso. Eles foram obtidos a partir de ensaios
realizados em laboratório e emprego da plataforma computacional MATLAB®. Uma vez
determinado os indicadores e constatado o seu comportamento conforme o estado operacional
do para-raios, eles foram utilizados como dados de entrada para verificar a eficácia dos
procedimentos avaliados, considerando que estes se baseiam em técnicas estatísticas e 1501
inteligência artificial.
Outro resultado relevante para avaliar o desempenho da SOM e sua eficácia consiste
no comportamento das evoluções dos parâmetros de avaliação do treinamento do classificador
de estado de operação. Dentre os possíveis de serem avaliados, foram selecionados o tempo
de treinamento, Tp, e a taxa de erro, Esom, na classificação da amostra dos indicadores
propostos. Tendo em vista a Figura 6, constata-se o aumento exponencial de Tp com a
dimensão da grade neural devido a maior quantidade de unidades de processamento a serem
tratadas.
Ainda considerando à Figura 6, a taxa de erro, Esom, iniciou-se com valores modestos
(entre 12% e 18%) para grades neurais com dimensão entre 2x2 e 5x5 e alcançou taxas
consideravelmente menores (1% e 5%) para grades com dimensão entre 7x7 e 22x22. O
resultado obtido coincide com o esperado, já que ao passo que se aumenta a quantidade de
elementos de processamento (neurônios de grade), elevam-se as chances do classificador
conseguir codificar e representar adequadamente determinado comportamento do conjunto de
dados utilizado no treinamento.
Figuras 7-(a), 7-(b) e 7-(c), para o para-raios sem defeito e defeituoso. Nessas figuras são
apresentados os resultados do treinamento e classificação fornecidos pela SVM.
(a)
(b)
Ir1/It1 80 78 2 97,50
Ir3/Ir5 80 75 5 93,75
It3/It5 80 77 3 96,25
Tabela 3 - Estatística descritiva dos valores da It3 medidos para o para-raios sem defeito e defeituoso.
Suspeito
34,52 ou
defeituoso
27,12
Condição
20,17 21,77 normal
20,13 19,72 20,24 19,69
17,39
Ótimo
estado
CONCLUSÃO
O trabalho apresentado propõe uma metodologia para verificar a eficácia das técnicas
de monitoramento e diagnóstico de para-raios de ZnO baseadas na medição da corrente de
fuga total, sua componente resistiva e o conteúdo harmônico da corrente. Este trabalho se
restringiu aos procedimentos que empregam inteligência artificial ou análise estatística ao
monitoramento e diagnóstico.
REFERÊNCIAS
BARGIGIA, A. et al. A. Study of the performance of metal oxide arresters for high voltage
systems. In: INTERNATIONAL CONFERENCE ON LARGE HIGH VOLTAGE
ELECTRIC SYSTEMS. 1986.
DUGAN, R. C. et al. Electrical Power Systems Quality. New York, NY: McGraw-Hill, 2º ed.,
p. 181-183, 2004.
GUPTA, T. K. Application of zinc oxide varistors. Journal of the American Ceramic Society,
v. 73, n. 7, p. 1817-1840, 1990.
IEC 60099-5. Surge Arresters - Selection and Application Recommendations. [S.l.], 2000.
IEC 60099-4. Surge Arresters - Part 4: Metal-oxide Surge Arresters Without Gaps for A.C.
Systems. [S.l.: s.n.], 2001.
XU, Z. N. et al. A current orthogonality method to extract resistive leakage current of MOSA.
In: IEEE Transactions on Power Delivery, v. 28, n. 1, p. 93-101, January 2013.
ZHAO, T.; LI, Q.; QIAN, J. Investigation on Digital Algorithm for On-Line Monitoring and
Diagnostics of Metal Oxide Surge Arrester Based on an Accurate Model. IEEE Transactions
on Power Delivery, v. 20, n. 2, p. 751-756, April 2005.
RESUMO
Com a elevação demográfica da população urbana nos últimos anos, as cidades produzem cada vez
mais resíduos. O lixão é uma forma inadequada de deposição final de restolho sólido, essa condição
insalubre expõe diversos sujeitos a riscos de saúde em detrimento da sua atuação nos lixões a céu
aberto, sendo esta uma das preocupações vigente no município de Cajazeiras- PB, precipuamente nos
cuidados a Saúde da Mulher. Objetiva-se socializar experiências bem sucedidas na utilização de
Tecnologias educativas como ferramenta na construção de saberes. Trata-se de um relato de
experiência vivenciado por docentes e discentes do curso de Pós- graduação em Saúde Coletiva, ao
realizarem visita de campo no lixão de Cajazeiras para efetivação de intervenções no contexto de
Saúde da Mulher com ênfase nos procedimentos recomendados para prevenção do câncer de mama e
do colo do útero. A utilização de Tecnologias educativas em saúde é imprescindível para superação
dos modelos tradicionais, a partir desse cenário as mulheres tornam-se protagonistas e autônomas para
efetivarem as ações assistenciais na prática do cuidado.
PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde; Mulheres; Tecnologia em Saúde.
244
Enfermeira Formada Pela Universidade Federal De Campina Grande, Pós- Graduada Em Saúde Coletiva Pela
Faculdades Integradas De Patos, Pós- Graduanda Em Docência Do Ensino Superior Pela Universidade Federal
De Campina Grande, Membro Do Grupo De Pesquisa Vinculado Ao Cnpq Latics, Atua Como Docente
Substituta Da Universidade Federal De Campina Grande Das Disciplinas De Enfermagem Cirúrgica Ii E
Semiologia E Semiotécnica De Enfermagem II.
245
Acadêmica do curso de Bacharelado em Nutrição pela Faculdade Santa Maria.
246
Especialização em Enfermagem Obstétrica pela Faculdade Santa Maria. Possui Bacharelado em Enfermagem
pela Universidade Federal de Campina Grande (2015).
With the demographic rise of the urban population in recent years, cities are increasingly producing
waste. The dump is an inadequate form of final solid stubble deposition. This unhealthy condition
exposes several subjects to health risks in detriment of their performance in the open air dumps, being
one of the current concerns in the municipality of Cajazeiras - PB, mainly in the care the Women's
Health. It aims to socialize successful experiences in the use of educational technologies as a tool in
the construction of knowledge. An experience report by teachers and students of the Postgraduate
Course in Collective Health, during a field visit at the Cajazeiras dump to carry out interventions in the
context of Women's Health, with emphasis on the recommended procedures for prevention of breast
and cervical cancer. The use of educational technologies in health is essential to overcome traditional
models, from this scenario women become protagonists and autonomous to carry out care actions in
the practice of care. 1511
KEYWORDS: Health education; Women; Technology in Health.
Con la elevación demográfica de la población urbana en los últimos años, las ciudades producen cada
vez más residuos. El basurero es una forma inadecuada de deposición final de restricción sólida, esa
condición insalubre expone diversos sujetos a riesgos de salud en detrimento de su actuación en los
basurales a cielo abierto, siendo esta una de las preocupaciones vigente en el municipio de Cajazeiras-
PB, precipitadamente en los cuidados la salud de la mujer. Se pretende socializar experiencias exitosas
en la utilización de Tecnologías educativas como herramienta en la construcción de saberes. Se trata
de un relato de experiencia vivido por docente y discentes del curso de Postgrado en Salud Colectiva
al realizar una visita de campo en el basurero de Cajazeiras para la efectividad de intervenciones en el
contexto de Salud de la Mujer con énfasis en los procedimientos recomendados para prevención del
cáncer de mama y del cuello del útero. La utilización de Tecnologías educativas en salud es
imprescindible para la superación de los modelos tradicionales, a partir de ese escenario las mujeres se
vuelven protagonistas y autónomas para efectivizar las acciones asistenciales en la práctica del
cuidado.
PALABRAS CLAVES: Educación en Salud; Las mujeres; Tecnología en Salud.
INTRODUÇÃO
coleta desses materiais descartados nesses terrenos por veículos de coleta urbana, onde não há
intervenções no que cerne aos cuidados necessários para efetivação do recolhimento desses
materiais.
METODOLOGIA
“Construindo o Papanicolau”; onde este era executado por intermédio da fixação de imagens
que compõe o sistema reprodutor feminino: útero, colo uterino, anexos e vagina,
posteriormente a exposição visual onde ocorriam à fixação ordenada das ilustrações e
demonstração da realização do exame citoncológico.
No segundo momento foi instaurado a TE “Toque de cuidado”, na qual uma das discentes
vestia a camiseta com seios produzidos manualmente, uma das mamas era de aspecto
saudável e a outra apresentava as manifestações de uma neoplasia mamária. Após discussão
da temática as alunas demonstravam a realização do auto-exame das mamas, as alterações
fisiológicas e os sinais indicadores de lesão, igualmente, a relevância da Atenção Básica (AB)
como percussora desse processo de cuidado a saúde.
RESULTADOS/ DISCUSSÃO
No entanto, verifica-se a necessidade de um maior debate sobre a saúde feminina para grupos
vulneráveis, precipuamente porque a utilização de TE favorecem o engendramento das
mulheres envolvidas nesse processo de concepção dialógica de saberes. Para tanto é essencial
fomentar estratégias de cuidados através das mídias e profissionais de saúde mediada por
programas educativos que elucidem a relevância do exame citoncológico e do auto exame das
mamas, minimizando a resistência em realizá-los, ademais, torna-se imprescindível a
disponibilidade desses serviços na AB a saúde (CAMPOS; SCHALL; NOGUEIRA, 2013, p.
340).
Entre os mitos que surgiram no cenário educativo em saúde estava ancorada ao saber dessas
mulheres a isenção do exame das mamas e Papanicolau quando em condição conjugal de
divórcio e viuvez, histerectomizadas, idade acima de 50 anos, uma vez que o Ministério da
Saúde (MS) indica a realização do exame até os 64 anos de idade quando num intervalo de
três anos apresentarem dois resultados negativos, para as mulheres que efetuaram o exame
pela primeira vez a partir dos 64 anos de idade considera-se desnecessário após dois
resultados negativos num intervalo de cinco anos (BRASIL, 2011).
Foi possível notar durante a participação das mulheres no jogo, a aceitabilidade das mesmas
em relação à metodologia utilizada, o ambiente descontraído proporcionado pela TE, em que
participavam do diálogo com verbalização de dúvidas, sem olhares julgadores,
compartilhando com o grupo cada informação ou pergunta, havendo assim a aquisição e a
construção concomitante de conhecimento. Para que isso ocorra, a educação em saúde é um
instrumento imprescindível. Na medida em que proporciona o empoderamento do sujeito para
que o mesmo possa modificar as suas condições de vida (SOARES et al., 2015, p. 50 ).
Figura 1- Demonstração do exame citoncológico e auto exames das mamas para as mulheres coletoras
de resíduos no Lixão de Cajazeiras- PB, 2018.
1517
Nessa perspectiva, pôde-se observar que o uso de TE é primordial para a superação dos
modelos de educação em saúde tradicionais, onde as mulheres se tornam protagonistas no ato
educativo, considerando a sua autonomia, integralidade e diversidade, tornando-se essencial
para mais eficiência e eficácia na práxis cuidativa.
CONCLUSÃO
de vulnerabilidade.
A partir desta experiência, foi possível inferir que as TE em saúde se evidenciou como
relevante instrumento para a aquisição de saberes. Tornando a atividade educativa mais
atrativa, gerando o interesse das mulheres sobre a temática discutida, o que proporciona que
sejam multiplicadoras de conhecimentos e aptas a realizarem decisões autônomas
responsáveis para a melhoria da sua qualidade de vida, satisfazendo o que se define como
promoção da saúde.
e atitudes a respeito dos métodos para prevenção e diagnóstico precoce para o câncer de
mama e do colo do útero.
]
REFERÊNCIAS
DOLK H., et al. Risk of congenital anomalies near hazardous-waste landfi ll sites in Europe:
the EUROHAZCON study. Lancet, v. 352, n. 9126, p. 423-7, 1998.
PALMER S. R., et al. Risk of congenital anomalies after the opening of landfi ll sites.
Environ Health Pesp, v. 113, n. 10, p. 1362- 65, 2005.
SOARES, T. M. S., et al. Educação Sexual Para Adolescentes: Aliança Entre Escola E
Enfermagem/Saúde. Revista Espaço Para A Saúde, Londrina, v. 16, n. 3, p. 47-52, 2015.
1520
RESUMO
O câncer de colo de útero (CCU) é considerado como um grave problema de saúde pública. A alta
incidência estar atrelada a falta adesão das mulheres a realização do exame citopatológico. Objetivo:
Uso de práticas de educação a luz da teoria de Paulo Freire como medida de empoderamento para a
assiduidade de mulheres na realização do exame citopatologico. Metodologia: Estudo de reflexão
teórica elaborado a partir da filosofia Freireana da educação libertadora. Após abordagem da temática
foram elaboradas duas categorias analíticas. Resultados e Discussão: Seguindo a filosofia freireana, a
melhor forma de construção do conhecimento é por meio do diálogo e da problematização da
realidade. O uso desse meio de educação, baseada no círculo de cultura como método de educação em
saúde, pode sanar lacunas no que diz respeito a assiduidade das mulheres ao exame, pois com a
participação das mulheres na construção do conhecimento, bem como escuta ativa sobre vivencias
delas, se tornaria uma arma poderosa, na maior assiduidade. CONCLUSÃO: Através da produção de
conhecimentos, respostas a questionamentos e a desmitificação de medos, desenvolvem o
empoderamento, autonomia e confiança de comparecer a Estratégia Saúde da Família para prevenção
do câncer de colo de útero.
ASTRACT
Cervical cancer (UCC) is considered a serious public health problem. The high incidence is linked to
the lack of adherence of women to cytopathological examination. Objective: Use of education
practices in light of Paulo Freire's theory as a measure of empowerment for the attendance of women
in the cytopathological examination. Methodology: Study of theoretical reflection based on the
Freirean philosophy of liberating education. After analyzing the topic, two analytical categories were
elaborated. Results and Discussion: Following the Freirean philosophy, the best way of building
knowledge is through dialogue and problematization of reality. The use of this means of education,
based on the culture circle as a method of health education, can remedy gaps in the attendance of
women to the examination, since with the participation of women in the construction of knowledge, as
well as active listening on experiences of them, would become a powerful weapon, in the greatest
assiduity. Final considerations: Through the production of knowledge, answers to questions and the
demystification of fears, they develop the empowerment, autonomy and confidence to attend the
Family Health Strategy for the prevention of cervical cancer.
1522
RESUMEN
El cáncer de cuello de útero (CCU) se considera un grave problema de salud pública. La alta
incidencia está vinculada a la falta de adhesión de las mujeres a la realización del examen
citopatológico. Objetivo: Uso de prácticas de educación a la luz de la teoría de Paulo Freire como
medida de empoderamiento para la asiduidad de mujeres en la realización del examen citopatológico.
Metodología: Estudio de reflexión teórica elaborado a partir de la filosofía Freireana de la educación
liberadora. Después del abordaje de la temática se elaboraron dos categorías analíticas. Resultados y
Discusión: Siguiendo la filosofía freireana, la mejor forma de construcción del conocimiento es por
medio del diálogo y de la problematización de la realidad. El uso de ese medio de educación, basado
en el círculo de cultura como método de educación en salud, puede sanar lagunas en lo que se refiere a
la asiduidad de las mujeres al examen, pues con la participación de las mujeres en la construcción del
conocimiento, así como escucha activa sobre vivencias de ellas, se convertiría en un arma poderosa, en
la mayor asiduidad. Consideraciones finales: A través de la producción de conocimientos, respuestas a
cuestionamientos y la desmitificación de miedos, desarrollan el empoderamiento, autonomía y
confianza de comparecer la Estrategia Salud de la Familia para la prevención del cáncer de cuello de
útero.
PALABRAS CLAVES: Neoplasias del cuello del útero; la educación; Atención Primaria a la Salud.
INTRODUÇÃO
No Brasil, o CCU vem a ser o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres,
ficando atrás somente do câncer de mama, e a quarta causa de morte. A cada ano são
diagnosticados em média 18.430 novos casos e aproximadamente 4.800 pessoas são vitimas 1523
A redução dessa incidência somente se dar através do rastreio ainda quando as lesões
são assintomáticas, ou seja, em sua forma subclínica (AMARAL et al, 2014). Tendo em vista
que esse tipo de câncer apresenta curso lento para se desenvolver e que as taxas de cura e
prevenção são significativas, chegando a quase 100% se diagnosticado precocemente, dessa
forma o exame citopatológico revela-se como uma arma poderosa de rastreamento e
diagnóstico precoce (NASCIMENTO, ARAÚJO, 2014).
Em uma reunião de Consenso realizada em 1988 pelo Ministério da Saúde, que contou
com a participação de diversos especialistas de âmbito nacionais e internacionais e
representantes de sociedades de cunho cientifico e instancias ministeriais, decidiram que no
Brasil o exame citopatologico deveria ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos de idade,
uma vez a cada ano, caso o exame seja negativo duas vezes seguidas, fica preconizado a
periodicidade de três em três anos (BRASIL, 2016).
mulheres não teria impacto na redução da incidência ou mortalidade pelo câncer (BRASIL,
2016).
Diante dessa pesquisa observa-se o quão vulneráveis ao câncer de colo uterino estão
essas mulheres, uma vez que mulheres adultas e com vida sexualmente ativa que não fazem
uso de preservativo durante as relações sexuais estão propensas a adquirir o vírus do HPV,
responsável pelas lesões malignas, surgindo a necessidade de se trabalhar essa temática para
que possa servir de subsídios para a prática da equipe de saúde com vistas a prevenção e
detecção precoce dos casos de CCU.
A partir desses constructos, podemos afirmar que esse estudo é relevante, pois a
aplicação de praticas educativa a luz da teoria da Educação Libertadora proposta por Paulo
Freire são capazes de propiciar e incentivar a utilização de tecnologias leves na promoção e
prevenção de saúde para as mulheres, assim como, fomenta a socialização de saberes e
concomitantemente a assiduidade das mulheres a pratica regular do exame de citopatologico.
O presente estudo tem como objetivo refletir acerca do uso de praticas de educação a
libertadora como medida de empoderamento para a assiduidade de mulheres na realização do
exame citopatologico.
METODOLOGIA
1525
RESULTADO E DISCUSSÃO
Embora a educação tradicional ainda esteja presente não somente nas escolas mas
também no âmbito da saúde vários artifícios estão sendo utilizados para a mudança desse
cenário, como a utilização de metodologias capazes de aproximar a comunidade, estimulando
a participação de todos, objetivando a participação ativa no processo de aprendizagem,
levando em consideração a importância do diálogo, da escuta ativa para com o ator social e a
subjetividade dos sujeitos na elaboração do conhecimento, utilizando ferramentas que
fomentam a ampliação de saberes e a produção de sentidos (SOARES,2017). 1526
Dentro da Estratégia saúde da família diversas práticas educativas são feitas visando,
principalmente em época de campanha, a conscientização quanto à vacinação em dia, a luta
contra doenças degenerativas, doenças sexualmente transmissíveis, entre vários outros
assuntos abordados conforme solicitado pelo Ministério da Saúde. As ações realizadas, apesar
de uma boa proposta ainda tem um caráter tradicional de disseminação de conteúdo, o que
torna o ator social passivo e não um protagonista de sua saúde.
de experiência, sentidos, emoções e saberes dos envolvidos, onde o profissional não é mais a
pessoa que detém todo o conhecimento , ele somente é o mediador do grupo, permitindo que
o conhecimento seja fluente entre todas as partes, e assim aprendendo junto com o ator social.
mais velhas e traz consigo uma bagagem de herança patriarcal de que a mulher não deve se
expor se não para o marido, além da timidez, diante disso muitas acabam por não comparecer
a unidade de saúde (NASCIMENTO, ARAÚJO, 2014).
O medo é um fator crucial que impede a prevenção desse tipo de câncer, por acreditar
que sempre que o exame for realizado poderá encontrar alguma alteração, mulheres deixam
de realizar o citopatologico, justamente por receio de receber diagnostico de alterações. Esses
fatores prejudicam muito o rastreamento e consequentemente, vão refletir na taxa de 1528
incidência desse câncer, que por mais que seja de evolução lenta e grau de regressão muito
alto, a falta de rastreio aumenta as chances de diagnósticos da patologia quando essa já estiver
em estágios muito avançados.
O uso desse meio de educação Freireana, baseada no círculo de cultura como método
de educação em saúde, poderia ser uma maneira de sanar de forma significativa a lacuna no 1529
que diz respeito a assiduidade das mulheres ao exame Papanicolau, pois com a participação
das mulheres na construção do conhecimento, com o incentivo a reflexão, bem como escuta
ativa sobre vivencias das próprias, se tornaria uma arma poderosa, na maior frequência no
exame.
Com o conhecimento necessário saberiam discernir o que é melhor para sua saúde e
através dos círculos de cultura poderiam expor seus medos e receios, para que através da
educação essas questões fossem supridas, à medida que se tornam mais confiantes,
potencializam o empoderamento dessas mulheres, preparadas para a realização de forma
tranquila e para lidar com os resultados.
CONCLUSÃO
Por meio das reflexões realizadas pode-se observar a relevância da prática da educação
libertadora como subsidio e alicerces para se construir um senso critico, bem como o
compartilhamento de informações de maneira ativa e participativa, envolvendo tanto o ator
social quanto o profissional de saúde, fazendo com que dessa forma, através da produção de
conhecimentos sobre como o exame é realizado, respostas a questionamentos relacionados ao
exame e seus resultados e a desmitificação de medos, desenvolvem o empoderamento,
autonomia e confiança de comparecer a Estratégia Saúde da Família para prevenção do câncer
de colo de útero.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, O.D.; VIEIRA, C.P.B.; JÚNIOR, F.J.G.S.; SALES, J.C.S.; BEZERRA, S.M.G.;
ROCHA, S.S. Círculo de cultura Paulo Freire: experiência na pós-graduação em
Enfermagem Círculo de cultura Paulo Freire: experiência en postgrado de Enfermería. Rev
Enferm UFPI, Teresina, v.4,n.2,p. 107-110, 2015.
RESUMO
O sujeito em adoecimento evidencia maneiras distintas de enfrentar o seu Quadro patológico, além de
amparar-se em diferentes recursos e estratégias de enfrentamento, que modulam sua resposta e modo
de ajustar-se a determinada realidade. Diante disso, a presente produção teórica tem como objetivo
compreender a contribuição das estratégias de enfrentamento na qualidade de vida e os principais
recursos utilizados no processo de enfrentamento. Dessa forma, as falas mais expressadas
concentravam-se nas temáticas referentes à rede social familiar e profissional, fé/crenças e
religiosidade, qualidade de vida, no qual enfatizavam de modo incisivo a autonomia e utilidade, e de
modo implícito, a resiliência. Tais recursos eram considerados fonte de amparo, tranquilidade,
conformidade e estímulo ao enfrentamento e aceitabilidade, contribuindo para o enfrentamento efetivo
e fortalecedor, assim como, para a qualidade de vida.
247
Trata-se de um relato de experiência produzido mediante a realização de uma monitoria em Processos de
Saúde.
248
Graduanda do 10º período em Psicologia na Faculdade Santa Maria.
249
Graduanda do 10º período em Psicologia na Faculdade Santa Maria.
250
Emanuela Alves da Silva - Professora Orientadora. Pedagoga e Psicóloga. Especialista em Psicologia da
Saúde e Hospitalar pela UFRN. Mestranda em Educação pela UFRN.
KEY WORDS: Coping strategies. Social support. Resilience. Hemodialysis. Psychology of Health.
INTRODUÇÃO
O campo da Psicologia manteve-se por muito tempo imbricado aos campos de atuação
clínico e educacional, secundarizando contextos e elementos que constituem o sujeito e
influenciam na sua estruturação, desenvolvimento e condições psicológicas e
comportamentais, assim como, nos processos de saúde e doença. Alimentando concepções
dicotômicas e biomédicas, que separavam o físico e o mental enxergando-os como aspectos
isolados, bem como, atribuindo os fatores patogênicos a causas estritamente orgânicas. No
entanto, com a ascensão da psicologia da saúde, novas perspectivas foram estabelecidas e,
outras foram refutadas, amplificando o alcance e reconhecimento da psicologia da saúde.
Diante disso, a psicologia ingressou em contextos e linhas teóricas até então distantes
e inacessíveis, dentre elas, o campo da saúde, abrangendo do setor primário ao terciário,
fornecendo contribuições do fórum preventivo ao terapêutico. Compreendendo que o sujeito
precisa ser reconhecido a partir de uma visão biopsicossocial e holística, visto que fatores
ambientais, sociais, psicológicos, biológicos, emocionais e comportamentais estão
intrinsecamente relacionados, e, representam influencias significativas na vida do sujeito.
Com isso, a psicologia da saúde conquistou espaço relevante frente às questões de processos 1533
de saúde e doença.
Este escrito resulta da realização de uma monitoria acadêmica em processos de saúde 1534
METODOLOGIA
ajustamento.
uma área que debruça seus conceitos e habilidades teóricas e práticas no campo da saúde, e
precisamente, nos cuidados básicos à saúde (RIBEIRO, 2011).
Dessa maneira, por sua amplitude, a psicologia da saúde abrange e irrompe sua
atuação aos pacientes/pessoas em estado de adoecimento, familiares e equipe de profissionais,
reforçando a concepção holística e integral. Resgatando as emoções presentes no processo de
adoecimento, possibilitando que o sujeito elabore e enfrente de maneira adaptativa e
adequada. Esse suporte emocional também mante-se disponível para os familiares e para a 1537
equipe profissional, visto que ambos vivenciam intenso sofrimento, sobrecarga e alterações
emocionais. E, além disso, faz-se necessário enfatizar que o profissional precisa manusear os
conhecimentos da psicologia de modo que atenda as necessidades do paciente e do ambiente,
adequando-as ao contexto ambiental, o tempo e as relações que emergem (RUDNICKI;
SANCHEZ, 2014).
A doença renal afeta os rins, órgãos vitais para os seres humanos, sendo responsáveis
pela filtração e eliminação de toxinas do sangue, regulação do sangue e da pressão sanguínea
e por controlar o equilíbrio de substâncias químicas do corpo e os líquidos ingeridos pelo
organismo. As doenças renais podem apresentar-se enquanto lesões e doenças leves à
moderadas, quando ocorrem de modo pontual, tratável e reversível ou a insuficiência renal
aguda e crônica, quando o funcionamento renal é gravemente comprometido, uma condição
gradativa e irreversível; vindo a prejudicar e interromper permanentemente o funcionamento
renal, demandando adesão de tratamentos que supram a função dos rins. Diante disso, a
doença renal acarreta demasiadas alterações emocionais, causadas prioritariamente pelo
sendo referenciado exclusivamente pela sua doença. Além do mais, os Quadros patológicos
apresentam-se acompanhados por reações emocionais e desequilíbrios psíquicos intensos,
tornando o sujeito adoentado fragilizado e vulnerável emocionalmente, e concomitantemente,
dificultando o processo de enfrentamento, ajustamento e aceitação (MATURANA;
CALLEGARI; SCHIAVON, 2016).
Devido a sua irreversibilidade, a insuficiência renal crônica não possui cura total, no
entanto, são oferecidos tratamentos para manutenção da qualidade de vida e da saúde do
sujeito. Entretanto, os tratamentos disponibilizados são predominantemente invasivos e
dolorosos, tornando o processo terapêutico desgastante e muitas vezes, angustiante.
Momentos de intenso sofrimento e desafios, no qual o sujeito lida com questões referentes a 1539
vida e a morte. Diante disso, muitos sujeitos almejam e visualizam o transplante de rins como
a alternativa mais considerável e desejada, visto que é tipificada enquanto um passo
importante para conquistar e recuperar sua integridade e qualidade de vida. Uma idealização
um tanto romantizada e estagnante, pois o transplante nem sempre é uma realidade, e o sujeito
precisa ajustar-se e aprender a viver com a sua doença (NASCIMENTO; MANTOVANI;
OLIVEIRA, 2018; MATURANA; CALLEGARI; SCHIAVON, 2016).
religiosas são utilizadas como meio de lidar com as adversidades e as situações estressoras a
partir de pensamentos divinos e fantasiosos, atuando como uma válvula de escape que
possibilita um enfrentamento mais positivo, otimista, confiante e reconfortante, pois
acreditam em um retorno transcendental e divino.
Diante disso, destaca-se que os relatos dos pacientes relacionam-se com a resiliência,
processo no qual o sujeito mantém sua estabilidade e equilíbrio em situações de crise e
estresse. E nessa conjectura, a resiliência permite que os indivíduos compreendam a sua
condição, atribuindo significados que oportunizem o crescimento e a mudança positiva,
deixando de ver a condição de adoecimento a partir da perspectiva de finitude (SILVA et al.,
2016).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
RESUMO 1545
O uso crônico do álcool se tornou um problema de saúde mundial, visto que acarreta sérios danos à
qualidade de vida dos indivíduos que, quando não tratados previamente, gera complicações que podem
levar à morte, sendo um dos órgãos mais afetados o fígado, visto sua responsabilidade em metabolizar
moléculas, inclusive o etanol. Esse trabalho tem como objetivo apresentar os principais danos
provocados pelo uso crônico do etanol nas mitocôndrias de hepatócitos, visto que essa organela é a
principal responsável pela produção de energia para a célula. Para tanto, foi realizada uma pesquisa
tendo como base de dados a BVS, sendo filtrados 6 artigos em inglês para compor esse estudo. Foi
encontrado que os danos causados a essa organela são complexos e de grande relevância, gerando uma
grande quantidade de EROS e induzindo a apoptose celular. Portanto, torna-se imprescindível novos
estudos que visem o funcionamento e inibição dessas moléculas, para auxiliar no tratamento de
pacientes com enfermidades hepáticas devido ao alcoolismo.
PALAVRAS-CHAVE: Mitocôndrias Hepáticas; Alcoolismo; Danos Hepáticos.
ABSTRACT
This literature review exposes the main damages to hepatic mitochondria with chronic use of ethanol,
since its performance in cellular energy production. It is composed of 6 articles in English obtained in
the VHL. The impact caused to this organelle generates a large amount of ROS and induces cellular
apoptosis. It is essential to further studies aimed at the functioning and inhibition of the affected
mitochondria molecules, for the treatment and prevention of diseases.
KEYWORDS: Hepatic mitochondria; Alcoholism; Liver damage.
RESUMEN
251
Discente de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
252
Discente de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).
253
Professor Associado II, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) / Centro de Formação de
Professores (CFP) /Doutor em Bioquímica.
Esta revisión de literatura expone los principales daños a las mitocondrias hepáticas con uso crónico
del etanol, visto su actuación en la producción de energía celular. Se compone de 6 artículos en inglés
obtenidos en la BVS. El impacto causado a esa organela genera una gran cantidad de EROS e induce
la apoptosis celular. Se hace imprescindible más estudios visando funcionamiento e inhibición de las
moléculas mitocondrias afectadas, para el tratamiento y prevención de enfermedades.
PALABRAS CLAVE: Mitocondrias Hepáticas; alcoholismo; Daños Hepáticos
INTRODUÇÃO 1546
METODOLOGIA
exclusão. Destes 6 foram em inglês. Ainda foi utilizado para consulta o livro “Princípios de
Bioquímica de Lehninger”, 6ª edição, 2014.
RESULTADOS
1548
de uma relação direta com aumento da indução apoptótica mitocondrial e a variação nos
níveis das proteínas da família Bcl-2: “Additionally, the Bcl2 protein family is increasingly
believed to be associated with mitochondrial apoptosis pathway. [...] Level of Bax was
increased in ethanol-treated group [..] On the contrary, Bcl-2 was decreased in ethanol-
treated group.” (N. GE et al., 2013)
aumento significativo nos níveis de proteínas NOX4 (da família das NADH oxidase) nas
mitocôndrias hepáticas, do aldeído tóxico 4-hidroxinonenal (4HNE) nas mitocôndrias, e da
glutationa peroxidase 1 (GSH-Px 1), por conseguinte, aumentando o número de EROS. O uso
do álcool diminuiu a expressão do complexo IV da cadeia respiratória mitocondrial, do DNA
mitocondrial e ATP. Corroborando com a apoptose mitocondrial, obtiveram um aumento da
expressão da Bax e diminuição da proteína canal aniônico voltagem-dependente (VDAC),
como pode ser considerado em: “TUNEL staining showed that ethanol treatment significantly
increased number of apoptotic cells indicated by red fluorescence in H4IIEC3 cells [...]”
N. Eid et al. (2013) alimentaram ratos adultos com 5% de etanol por 10 semanas para
o seu estudo, expondo esteatose hepática associada a um dano mitocondrial (na região
perinuclear). Ainda trazem que lesões nessa organela podem induzir a formação de vacúolos
autofágicos (AV) em hepatócitos. Com uma análise mais profunda dos AVs, foi possível
revelar acúmulos de material mitocondrial perinucleares, um indicativo de mitofagia
(autofagia mitocondrial). Para confirmação foi realizado testes de expressão da PINK1, que é
um biomarcador de mitofagia e danos mitocondriais, obtendo resultado positivo nos
hepatócitos tratados com álcool:
8g/kg que permaneceu durante 3 semanas, totalizando 4 semanas. Com isso foi possível
evidenciar a redução de enzimas que participam do metabolismo antioxidante: GSH-Px, SOD,
GST e MDA (Malondialdeído) mitocondriais, agravando processos lesivos hepáticos por
EROS.
DNA, clivando bases danificadas por EROS) nas células tratadas com etanol: “ IL-6 and Neil-
1 were decreased in the ethanol treated mature hepatocytelike cells derived from human
iPSCs in a dose dependent manner and a cell cycle check point P53 was also reduced.”
Portanto esses danos mitocondriais acabam prejudicando os hepatócitos totalmente.
DISCUSSÃO
Com a análise dos resultados obtidos nos estudos, foram observados que, em
aproximadamente 67%, ocorreu uma diminuição na concentração de Glutationina S-
Transferase (GSH), que representa uma falha evidente nos mecanismos de controle as
espécies reativas de oxigênio, assim como a inibição da Superóxido Dismutase 2 (SOD-2) que
é um conhecido antioxidante, que foi visualizado em aproximadamente 33% dos artigos.
As alterações moleculares observadas nos trabalhos indicam que a apoptose pode estar 1551
relacionada com o aumento das concentrações de Bax (cerca de 33% das pesquisas), liberação
do citocromo C mitocondrial (por volta de 33%) e modificações na proteína mitocondrial Bcl-
2 (aproximadamente 17 % dos trabalhos). A Bcl-2 funciona como antiapoptótico acaba por
não conseguir atuar efetivamente como mostrado por N. Ge et al. (2013), levando que a
atividade da Bax e liberação do citocromo C, ocorram sem relação efetiva.
O uso crônico de etanol ainda promove uma diminuição nos complexos I, III e IV da
Cadeia de Transportes de Elétrons, como mostrado em aproximadamente 33% dos resultados
analisados, o que provoca uma diminuição na quantidade de ATP produzido, revelado por Q.
Sun et al (2017); esse decréscimo na concentração de ATP leva a uma série de mudanças
metabólicas para a célula se adequar a isso, que acaba por causar ainda mais danos a longo
prazo.
CONCLUSÃO
Os estudos sobre os danos provocados pelo uso crônico do etanol no tecido hepático
tomam cada vez mais espaço e relevância no âmbito científico, visto que através deles, acaba
sendo possível entender melhor como são efetuadas as lesões á nível celular, tecidual e
maiores. Então, torna-se necessário a elaboração de estudos mais aprofundados acerca dessas
moléculas afetadas, seu mecanismo de ação e inibições, a fim de buscar soluções, tanto no
âmbito da prevenção como no tratamento, visto que o uso crônico do álcool é um problema de
saúde pública mundial.
REFERÊNCIAS
EID, Nabil et al. Elevated autophagic sequestration of mitochondria and lipid droplets in
steatotic hepatocytes of chronic ethanol-treated rats: an immunohistochemical and electron
microscopic study. Journal of Molecular Histology, [S.l.], v. 44, n. 3, p. 311-326, jun. 2013.
Disponível em: <https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs10735-013-9483-x>. Acesso
em: 15 ago. 2018.
GE, Na et al. Protective effect of Aplysin on hepatic injury in ethanol-treated rats. Food and
Chemical Toxicology, [S.l.], v. 62, p. 361-372, ago. 2013. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1016/j.fct.2013.08.071>. Acesso em: 15 ago. 2018.
LIU, Hesheng et al. Protective effect of flavonoid extract from Chinese bayberry (Myrica
rubra Sieb. et Zucc.) fruit on alcoholic liver oxidative injury in mice. Journal of Natural
Medicines, [S.l.], v. 68, n. 3, p. 521-529, jul. 2014. Disponível em:
<https://link.springer.com/article/10.1007%2Fs11418-014-0829-9>. Acesso em: 15 ago.
2018.
TIAN, Lipeng et al. Alcohol Increases Liver Progenitor Populations and Induces Disease
Phenotypes in Human IPSC-Derived Mature Stage Hepatic Cells. International Journal of
XINYAO, Tian et al. Carnosic acid attenuated acute ethanol-induced liver injury via a
SIRT1/ p66Shc-mediated mitochondrial pathway. Canadian Journal of Physiology and
Pharmacology, [S.l.], v. 94, n. 4, p. 416-425, abr. 2016. Disponível em:
<https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26845416>. Acesso em: 15 ago. 2018
1553
1554
RESUMO
Na prática educacional as Tecnologias Educativas (TE) é uma excelente estratégia para promover a
mudança no estilo de vida de crianças e adolescentes, dado que, este tipo de estratégia está
intimamente associado com a minimização do uso de serviços de saúde e de medicamentos. A TE
favorece o processo de aprendizagem, de forma lúdica, seguramente dota o desenvolvimento da
linguagem, do raciocínio, da socialização, da iniciativa e da auto estima, concebendo capacidade de
enfrentamento de desafios e soluções. O brincar e jogar são ações inerentes à saúde física, emocional e
intelectual do ser humano. O objetivo deste estudo é relatar a vivência das autoras na aplicação
de TE com crianças na práxis educativa no cenário nutricional.
PALAVRAS-CHAVE: Educação Alimentar e Nutricional; Consumo Alimentar; Nutrição do
Adolescente.
RESUMEN
En la práctica educativa las Tecnologías Educativas (TE) es una excelente estrategia para promover el
cambio en el estilo de vida de niños y adolescentes, dado que este tipo de estrategia está íntimamente
asociado con la minimización del uso de servicios de salud y de medicamentos. La TE favorece el
proceso de aprendizaje, de forma lúdica, seguramente dota el desarrollo del lenguaje, del raciocinio, de
la socialización, de la iniciativa y de la autoestima, concebiendo capacidad de enfrentamiento de
desafíos y soluciones. El jugar y jugar son acciones inherentes a la salud física, emocional e intelectual
del ser humano. El objetivo de este estudio es relatar la vivencia de las autoras en la aplicación de TE
con niños en la praxis educativa en el escenario nutricional.
1555
PALABRAS CLAVE: Educación Alimentaria y Nutricional; Consumo de alimentos; Nutrición del
Adolescente.
INTRODUÇÃO
O Brasil passa por uma fase de transição, com ascendência das Doenças Crônicas não
Transmissíveis (DCNT) cuja morbimortalidades concatena-se com a alimentação e o estilo de
vida. Favorecer a saúde e o estado nutricional de crianças e adolescentes delineiam um novo
perfil para as futuras gerações no cenário da implementação do cuidado, portanto, para a
nação. As instituições escolares ofertam, em sua maioria, inúmeras possibilidades para
promoção da alimentação saudável além de favorecer a prática de atividade física entre
crianças e adolescentes.
1556
METODOLOGIA
O grupo elencado para atividade educativa foram alunos do sexto ano do ensino
fundamental regulamente matriculados com faixa etária de 10 a 14 anos, de ambos os sexos.
A amostra compreendida para ação foi de 22 alunos com faixa etária de 10 a 14 anos
de ambos os sexos. A prática em saúde torna-se relevante, ao ponto que, demonstra para
crianças e adolescentes a importância do consumo de frutas, verduras e legumes, alimentos 1557
estes, considerados indispensáveis a adequabilidade do estado nutricional.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CONTENTO, I. R. Nutrition Education: Linking Research, Theory, and Practice. Asia Pac J 1558
Clin Nutr; 2018.
OLIVEIRA, J.E. D; MARCHINI, J. S. Ciências Nutricionais. São Paulo, São Paulo, Sarvier;
p. 218, 2006.
RESUMO
ABSTRACT
In the profession of nursing, the communication process is imperative for a better understanding of the
patient / community situation and articulation of actions among professionals. This paper aimed to
analyze what national literature point about the nursing records in the health institutions last years.
This is an integrative analysis of the literature done in July 2018 on the Analyzes and Search Online
System of Health Literature, also the Caribbean and Latin American Literature in Heath Science and
the Nursing Database, by crossing the descriptors "health communication", "nursing records" and
"nursing care" using the Boolean operator "AND". As criteria of inclusion were used articles in
Portuguese that deal with the subject under study, published between 2013 and 2017; and as exclusion
criteria, works not available in full and duplicate articles. It was evidenced the importance of the
records made by the nursing team in contrast to the weaknesses for its effectiveness in the proper way.
It is important to emphasize the need of improving nursing records in order to maximize the quality of
the work process and as a result the health status of the individual / community.
RESUMEN
INTRODUÇÃO
Em todos os aspectos sociais, a comunicação, seja ela verbal, não verbal, por meio de
danças, obras literárias ou arte em geral, tem uma grande importância, haja vista ser um meio
pelo qual as pessoas interagem umas com as outras em ações do cotidiano, partilhando suas
ideias com os demais. Segundo Coelho e Sequeira (2014) vivemos hoje numa sociedade em
que a comunicação é essencial, porém, o fato do homem estar se comunicando mais não
significa dizer necessariamente que ele esteja se comunicando melhor.
mesma seja repassada a todos os integrantes de maneira clara, rápida e objetiva (BROCA;
FERREIRA, 2012).
METODOLOGIA
2ª Etapa: Adoção dos critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa foi realizada no mês
de julho do corrente ano por meio de busca de publicações indexadas nas bases de dados:
Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE); Literatura Latino
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quadro 1 - Caracterização dos artigos segundo título, autor(es)/ano, fonte, tipo de estudo, nível de
evidência e resultados. Cajazeiras- PB, 2018.
1563
Observou-se que a maior parte das produções científicas foram realizadas no ano de
2013, sendo em sua maioria provenientes de estudos qualitativos, com nível de evidência seis,
considerado um dos níveis mais fracos, porém, de boa evidência para responder ao
questionamento do presente estudo. Os artigos trouxeram como resultados, a importância dos
registros realizados pela equipe de enfermagem em contraste com as dificuldades para a sua
efetivação de maneira adequada.
Caveião et al. (2014); Seignemartin et al. (2013); Leitão et al. (2013) e Costa, Barros e
Santos (2013) concordam no que diz respeito a importância das anotações de enfermagem,
que além de fornecerem dados que vão subsidiar o enfermeiro em seu trabalho, asseguram
também a comunicação e continuidade da assistência por toda a equipe de saúde e contribui
para a identificação de alterações no estado de saúde do paciente, favorecendo a detecção de
possíveis complicações, avaliação dos cuidados prescritos e das respostas do paciente.
profissional com o número do Conselho Regional de Enfermagem; deve ser realizado com
caneta, de forma legível, clara e objetiva com abreviaturas previstas na literatura e não devem
conter rasuras, linhas em branco ou espaços (COFEN, 2016).
No estudo desenvolvido por Caveião et al. (2014) sobre a perspectiva dos auxiliares de
enfermagem em relação as anotações de enfermagem, foi evidenciado também sua
importância como respaldo legal ao exercício da profissão, fonte de informações para
questões jurídicas, obtenção de dados estatísticos e não menos importante para educação e 1566
Costa, Barros e Santos (2013) afirmam no recebimento de cada paciente após o início
do plantão, os profissionais de enfermagem levam em conta apenas o que foi captado com os
olhos no momento de aproximação dos leitos, fazendo uso de um olhar um pouco sólido,
como se o paciente fosse um objeto a ser entregue e protocolado. Esse fato confirma uma
visão superficial, tecnicista e fragmentada. Silva et al. (2012) e Françolin et al. (2012)
concordam ao afirmar que as anotações em enfermagem não são realizadas de forma
consistente e por serem segmentadas e incompletas acabam por não retratar a realidade
completamente.
Caveião et al. (2014) afirmam que frequentemente os registros são realizados de forma
subjetiva, sem critérios, não oferecendo todas as informações necessárias para a avaliação dos
cuidados prestados, tornando-se um texto de difícil entendimento, formado por frases mal
elaboradas, composta de palavras que possam gerar múltiplos sentidos e abreviações
irreconhecíveis. Essa afirmação corrobora com o estudo de Seignemartin et al. (2013), que
reconhece rasuras e letras ilegíveis como contribuintes para erros assistenciais, pois além de
desestimular a leitura e compreensão do prontuário por outros profissionais da equipe, causam
prejuízos aos pacientes.
Outro grande problema se relaciona a falta de registro dos eventos adversos. Isso
acontece devido ao medo de ser exposto e repreendido dentro de uma cultura punitiva nas
instituições de saúde (Leitão et al., 2013). Sabe-se, no entanto, que a identificação e registro 1567
dos eventos adversos contribui diretamente para que o erro não se repita, sendo fundamental
que as instituições acreditem e adotem uma cultura não punitiva, por meio de abordagem
acolhedora ao profissional, ouvindo-o e fornecendo-lhe condições e orientações para que as
falhas não aconteçam novamente. Só dessa forma, o profissional se perceberia inserido e
participante no processo de busca pela segurança no cuidado dos pacientes e consciente da
necessidade e importância da notificação (SIMAN; CUNHA; BRITO, 2017).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1568
RUBEN, N.R. A evolução da enfermagem e o processo saúde doença no brasil. Rev. ed.
popular, Uberlândia, v. 7, p.54-63, jan./dez. 2008.
SILVA, J.A.; GROSSI, A.C.M.; HADDAD, M.C.L.; MARCON, S.S. Avaliação da qualidade
das anotações de enfermagem em unidade semi-intensiva. Esc. anna nery, Rio de Janeiro, v.
16, n. 3, p. 576-581, jul./set. 2012.
1570
RESUMO
Primeiros socorros são os cuidados imediatos que devem ser dispensados à vítima de acidente ou de
mal súbito, e se destinam a salvar a vida. O trabalho teve como objetivo verificar o conhecimento dos
discentes sobre primeiros socorros antes e após processo educativo. Trata-se de um estudo de caráter
exploratório, descritivo e quantitativo, realizado na Escola Técnica de Saúde de Cajazeiras do Centro
de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande. A amostra foi formada por
discentes da ETSC totalizando 50 sujeitos. O instrumento utilizado foi um roteiro estruturado,
chamado pré-teste e pós-teste contendo questões objetivas contendo 54 questões inerentes aos
conteúdos sobre primeiros socorros. Esta pesquisa foi desenvolvida em três etapas no ano de 2016.
Após análise, os resultados mostraram que a maioria era do sexo feminino, apresentando idade entre
15 e 16 anos; com melhora considerável no conhecimento de ações de primeiros socorros após a
intervenção educativa. Constatou-se nesse trabalho que os participantes já detinham conhecimento
acerca dos temas abordados, porém, as atividades deste possibilitaram uma expansão de conhecimento
acerca do ensino das medidas de primeiros socorros, fazendo com que discentes da instituição se
tornassem importantes multiplicadores deste conhecimento.
256
ESCOLA TÉCNICA DE SAÚDE DE CAJAZEIRAS - ETSC/UFCG
El trabajo tuvo como objetivo verificar el conocimiento de los discentes sobre primeros auxilios antes
y después del proceso educativo. Se trata de un estudio de carácter exploratorio, descriptivo y
cuantitativo, realizado en la Escuela Técnica de Salud de Cajazeiras. Después del análisis, los
resultados mostraron que la mayoría era del sexo femenino, entre 15 y 16 años. Se constató que los
participantes ya tenían conocimiento acerca de los temas abordados, sin embargo, las actividades de
éste posibilitar una expansión de conocimiento. 1571
INTRODUÇÃO
Primeiros socorros são os cuidados imediatos que devem ser dispensados à pessoa,
vítima de acidente ou de mal súbito, e se destinam a salvar a vida ameaçada e a evitar que se
agravem os males de que a vítima está acometida. Vidas são perdidas por falta de cuidados
imediatos que poderiam ser prestados por qualquer pessoa com treinamento adequado no
local da ocorrência, até a chegada de profissionais qualificados (FERREIRA; GARCIA, 2011,
p. 220).
O trabalho teve como objetivo verificar o conhecimento dos discentes sobre primeiros
socorros antes e após processo educativo. Além de possuir como objetivos específicos,
sensibilizar alunos quanto à importância dos primeiros socorros; mostrar o funcionamento dos
serviços especializados no atendimento de urgência/emergência; instruir quanto à
ressuscitação cardiopulmonar, queimaduras, hemorragias, ferimento leves e superficiais,
ferimentos extensos e profundos, fraturas e convulsões.
aos alunos exercitarem a cidadania e a reflexão crítica sobre a temática. Com essa iniciativa e
difusão para aplicabilidade dos primeiros socorros, percebe-se então a importância da
promoção de ações educativas como o intuito de discutir os potenciais de riscos e os mais
frequentes no cotidiano escolar, bem como estimular a autonomia dos alunos acerca dos
primeiros cuidados em situações de urgência/emergência.
MATERIAL E MÉTODOS
selecionados para a primeira etapa do pré-teste 50 discentes. A segunda etapa foi realizada no
dia 20 de abril de 2016, onde foram ministradas as ações educativas, abordando os temas em
pauta. Na terceira etapa foi aplicado o roteiro denominado pós-teste com a finalidade de
averiguar a eficácia da educação sobre primeiros socorros, nesta etapa, após desistências, ou
por terem falhado na segunda etapa, alguns participantes foram retirados da pesquisa,
restando apenas 40 sujeitos.
A análise dos dados quantitativos ocorreu através da estatística descritiva, sendo 1573
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que diz respeito ao Suporte Básico de Vida (SBV), os números mostram que a
diferença do percentual de acerto das proposições não apresentou diferenças significativas e
não causou surpresa, pois este resultado mostra que a maioria dos participantes tinha
conhecimento acerca da avaliação primária e das compressões torácicas nos casos de Parada
Cardio Respiratória (PCR). A PCR poderá ser reversível se houver uma assistência eficaz
(GRÁFICO 01).
1574
A grande maioria dos pacientes acometidos por uma PCR apresenta risco de vida, o
que necessitam de um atendimento rápido, efetivo e eficiente. E isso é algo imprescindível
para a manutenção da sua vida, que nem sempre acontece, devido a vários fatores, sejam eles
humanos ou estruturais (GONZALEZ et al, 2013).
No que tange os conhecimentos sobre obstrução das vias aéreas por copos estranhos
(OVACE), observamos no gráfico 02 os percentuais apresentados antes e após a ação
Gráfico 2 - Conhecimento sobre obstrução de vias aéreas por corpo estranho (OVACE), antes e
após a ação educativa – Cajazeiras - PB, 2016.
1575
Gráfico 3 - Conhecimento sobre desmaio (síncope) e hipoglicemia, antes e após a ação educativa
– Cajazeiras - PB, 2016.
1576
Gráfico 4 - Conhecimento sobre queimaduras, antes e após a ação educativa – Cajazeiras - PB,
2016.
No que diz respeito a choque elétrico, no gráfico 5, os resultados mostram que tiveram
diferença significativa de 18,9% no apanhado geral. Pereira e Lima (2006, p.280) as
ocorrências com choque elétrico são de baixa ocorrência nos serviços de urgência e
emergência.
Gráfico 5 - Conhecimento sobre choque elétrico, antes e após a ação educativa – Cajazeiras - PB,
2016.
1577
Gráfico 6 - Conhecimento sobre choque anafilático, antes e após a ação educativa – Cajazeiras -
PB, 2016.
ates da ação o percentual era de 76%, o que nos indica que os participantes já tinham
conhecimento acerca do tema, após a ação, esse número subiu para 94%, perfazendo um
acréscimo total de 18% do conhecimento geral adquirido.
geral.
Gráfico 7 - Conhecimento sobre cortes e perfurações, antes e após a ação educativa – Cajazeiras -
PB, 2016.
Gráfico 8 - Conhecimento sobre crise convulsiva, antes e após a ação educativa – Cajazeiras - PB,
2016.
1579
Gráfico 9 - Conhecimento sobre fraturas, entorses e luxações, antes e após a ação educativa –
Cajazeiras - PB, 2016.
Gráfico 10 - Conhecimento sobre todos os temas abordados, antes e após a ação educativa –
Cajazeiras - PB, 2016.
1580
CONCLUSÕES
Durante as ações educativas, foi notório o entusiasmo dos participantes, visto que a
exposição de conhecimento adotada pelos pesquisadores foram as mais sucintas possíveis, de
uma forma que qualquer leigo pudesse entender. A presença de manequins vivos, ferimentos
artificiais, uma simulação de acidente com apoio do SAMU e Corpo de Bombeiros, revelou-
se êxito na comunicação tornou o processo educativo dinâmico e mais interessante, atingimos
os objetivos entre articuladores e participantes.
Desse modo, espera-se que este trabalho contribua para a produção e fonte de mais
pesquisas, na prática e no atendimento pré-hospitalar, atuando no socorro imediato a pessoas
em situações adversas e/ou acidentes, a propagação dos temas repassados ao público alvo,
sejam ponte que ligação entre conhecimento científico ao conhecimento popular.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, A. V. S; GARCIA, E. Suporte básico de vida. Rev Soc Cardiol .Estado de São
Paulo. 2011; 11(2): 214-25.
NARDINO, J. et al. Atividades educativas em primeiros socorros. Revista Contexto & Saúde,
v. 12, n. 23, p. 88-92, 2014.
1582
1583
RESUMO
Estudo teórico-reflexivo, construído com a partir da leitura crítica de produções científicas sobre o
papel do enfermeiro no cuidado integral à mulher, com base na Política Nacional de Atenção integral
Saúde da Mulher (PAISM). O objetivo foi proporcionar reflexão e discussão sobre as práticas de
cuidado à saúde das mulheres, segundo pressupostos da integralidade. Realizou-se pesquisa na
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), na qual foram utilizados 08 trabalhos relevantes, disponibilizados
na íntegra e publicados nos últimos dez anos. Os estudos apontam para a fragilidade dos enfermeiros
na adoção de práticas integrais na assistência a saúde da mulher, embasados na política pública.
Portanto, o cuidado de enfermagem deve ser voltado para a mulher e suas singularidades.
PALAVRAS-CHAVE: Integralidade; Saúde da Mulher; Políticas de Saúde; Enfermagem.
Theoretical-reflexive study, basado en la crítica crítica de las actividades científicas en el rol de las
enfermeras en la integral care de las mujeres. El objetivo fue proporcionar reflexión y discusión sobre
las necesidades de salud de las mujeres, a la integridad de los compromisos. La investigación se llevó
a cabo en la Biblioteca Virtual de la Biblioteca Virtual (VHL), en la que funcionaban. Los puntos de
257
Escola Técnica De Saúde De Cajazeiras - ETSC/UFCG
258
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
259
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB)
INTRODUÇÃO
1584
Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM) concebido em 1984, fruto da luta feminista
que construiu, ao longo do tempo, conhecimento sobre as demandas das mulheres para além
das especificidades reprodutivas (COSTA,2009, p 1075).
Nesse sentido, o cuidado deve ser permeado pelo acolhimento com escuta sensível de
suas demandas, valorizando-se a influência das relações de gênero, raça/cor, classe e geração
no processo de saúde e de adoecimento das mulheres. A Enfermagem, enquanto categoria
profissional diretamente ligada ao cuidado e, portanto, muito próxima ao cliente em todos os
níveis de atenção do sistema, tem papel fundamental na implementação da integralidade em
todos os sentidos (MELO et al, 2011, p. 2555).
METODOLOGIA
A segunda etapa consistiu na seleção dos artigos, seguindo os critérios de inclusão 1586
RESULTADOS
Observa-se, também, que grande parte das amostras das pesquisas, (90%), era
composta por enfermeiros da atenção básica, utilizando abordagem qualitativa (62,%), com
50% apresentando o ano das publicações entre os 2011 a 2012.
QUADRO 01: Distribuição dos artigos/dissertações selecionados de acordo com o título, autores, ano,
tipo de estudo e resultados.
Com isso, observa-se que a integralidade é fruto das ações das equipes
multiprofissionais e das ações dos serviços de saúde e em consonância com as diretrizes
públicas (COSTA; LOPES, 2012, p. 192). A exemplo, a integralidade da atenção às mulheres
vítimas de violência no espaço rural deve ser embasada no esforço e trabalho da equipe
envolvida em traduzir e atender, da melhor maneira possível, as necessidades e sofrimentos
dessas mulher (COSTA et al, 2016, p. 4572).
integralidade, ainda é restrito, com déficit nos mecanismos que facilitem a referência e contra-
referência.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CARNUT, L. Cuidado, integralidade e atenção primária: articulação essencial para refletir sobre o
setor saúde no Brasil. Saúde em Debate, v. 41, p. 1177-1186, 2017.
COSTA, A. M. Participação social na conquista das políticas de saúde para mulheres no Brasil.
Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, p. 1073-1083, 2009.
MELO, M. C. P. et al. Integralidade e gênero como base teórica para o cuidado à saúde de
adolescentes grávidas. REME rev. min. enferm, v. 17, n. 3, p. 731-735, 2013.
SOUZA, K. V. et al. Consulta puerperal: demandas das mulheres sob a perspectiva da enfermeira-
estudo exploratório. 2012.
1591
RESUMO
A hospitalização restringe e isola a criança de muitos estímulos, nesse sentido, a brincadeira podem
implicar positivamente no desenvolvimento da criança hospitalizada. Objetivou-se analisar o que a
literatura nacional evidencia sobre a utilização da brincadeira como estratégia de desenvolvimento
infantil no âmbito hospitalar nos últimos anos. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura
realizada no mês de julho do corrente ano na Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da
Saúde e no Banco de Dados em Enfermagem, via Biblioteca Virtual em Saúde, pelo cruzamento dos
descritores “criança hospitalizada”, “desenvolvimento da criança” e “jogos e brinquedos” mediante o
uso do operador booleano “AND”. Teve-se como critérios de inclusão artigos que abordaram a
temática em estudo, publicados em português entre os anos de 2013 a 2017; e de exclusão, trabalhos
não disponibilizados na íntegra e artigos duplicados. Evidenciou-se visão positiva e valorização por
parte dos profissionais, pais e crianças acerca do desenvolvimento de jogos, brinquedos e atividades
lúdicas no ambiente hospitalar bem como todas as suas implicações multidimensionais na saúde e no
desenvolvimento seus aspectos físico-motor, intelectual, afetivo-emocional e social da criança.
Ressalta-se a necessidade de investimento e valorização das brinquedotecas, capacitação profissional e
humanização da assistência.
ABSTRACT
Hospitalization restricts and isolates the child from many stimuli, in that sense, the play can positively
imply the development of the hospitalized child. The objective of this study was to analyze what the
national literature shows about the use of play as a child development strategy in the hospital
environment in recent years. This is an integrative review of the literature carried out in july of the
current year in Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences and in the Nursing
Database, via Virtual Health Library, by the cross-reference of the descriptions "hospitalized child",
260
Graduanda do curso de Bacharelado em Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande - UFCG,
Campus Cajazeiras.
261
Universidade Federal de Campina Grande
"child development" and "games and toys" by using the boolean operator "and". Inclusion criteria
were articles that addressed the theme under study, published in portuguese between the years of 2013
and 2017; and exclusion, works not available in full and duplicate articles. It was evidenced a positive
vision and appreciation by professionals, parents and children about the development of games, toys
and recreational activities in the hospital environment as well as all its multidimensional implications
in health and in the development of its physical-motor, intellectual, affective- emotional and social
development of the child. The need for investment and valuation of toy libraries, professional
qualification and the humanization of care is highlighted.
RESUMEN
La hospitalización restringe y aísla al niño de muchos estímulos, en ese sentido, el juego puede
implicar positivamente en el desarrollo del niño hospitalizado. Se objetivó analizar lo que la literatura
nacional evidencia sobre la utilización del juego como estrategia de desarrollo infantil en el ámbito
hospitalario en los últimos años. Se trata de una revisión integrativa de la literatura realizada en el mes
de julio del presente año en la Literatura Latinoamericana y del Caribe en Ciencias de la Salud y en el
Banco de datos en Enfermería, vía Biblioteca Virtual en Salud, por el cruce de los descriptores "niño
hospitalizado", "desarrollo del niño" y "juegos y juguetes" mediante el uso del operador booleano
"and". Tuvo como criterios de inclusión de artículos que abordan el tema en estudio, publicado en
portugués en los años 2013 a 2017; y de exclusión, trabajos no disponibles en su totalidad y artículos
duplicados. Se evidenció una visión positiva y valoración por parte de los profesionales, padres y
niños acerca del desarrollo de juegos, juguetes y actividades lúdicas en el ambiente hospitalario así
como todas sus implicaciones multidimensionales en la salud y en el desarrollo sus aspectos físico-
motor, intelectual, afectivo- emocional y social del niño. Se resalta la necesidad de inversión y
valorización de las juguetes, capacitación profesional y humanización de la asistencia.
INTRODUÇÃO
vida da criança e está atrelada ao seu desenvolvimento, de modo que permite que a criança
experiencie e conheça a si, ao próximo e o mundo. Segundo Lima, Maia, Mitre (2015) o
brincar e o desenvolvimento se relacionam e entrelaçam o tempo inteiro, permitindo que
através da experiência, sejam construídos conhecimentos cada vez mais complexos.
podem trazer implicações diversas ao seu desenvolvimento, sendo que durante esse processo
o que se passa com a criança é fruto da combinação de aspectos iniciais a hospitalização,
condições orgânicas e posteriores a hospitalização (BORTOLOTE; BRÊTAS, 2007; BÜLOW
et al 2012).
A hospitalização traz estresse e transtornos que podem perdurar após a alta, porque
durante esse período, encontra-se afastada da família, amigos e lugares rotineiramente
frequentados, necessitando adaptar-se a procedimentos dolorosos, ingestão de medicamentos
e alimentos não habituais, convívio com pessoas estranhas e rotina rígida, que podem
interferir negativamente no desenvolvimento da criança hospitalizada. Então diante da
necessidade de reafirmar e valorizar o papel e necessidades da criança hospitalizada, em 24 de
março de 2005, o Congresso Nacional aprovou a Lei nº 11.104, que tornou realidade a
Brinquedoteca Hospitalar reconhecendo a brincadeira como necessidade da criança saudável
ou comprometida e independente do ambiente em que se faça presente (BRASIL, 2005;
FIORETI; MANZO; REGINO, 2016; GESTEIRA et al, 2014; SOUSA et al, 2015).
No hospital, o próprio Quadro clínico da criança lhe restringe e lhe isola de muitos
estímulos a qual estaria exposta se estivesse em ambientes de seu comum convívio. Isso
porque o hospital tem uma estruturação global, que não considera as especificidades do
contexto de cada criança. Então, a estimulação produzida pelo hospital e direcionada a criança
envolve além do espaço físico, os objetos e pessoas que nele se fazem presentes. Nesse
sentido, o desenvolvimento de estratégias de estimulação de comportamentos, organização do
espaço e planejamento de atividades podem implicar positivamente no desenvolvimento da
criança hospitalizada (FALBO et al, 2012; BÜLOW et al 2012;).
METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão integrativa da literatura a qual tem como finalidade a 1594
2ª Etapa: Adoção dos critérios de inclusão e exclusão. A pesquisa foi realizada no mês
de julho do corrente ano por meio de busca de publicações indexadas nas bases de dados:
Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados
em Enfermagem (BDENF), via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) pelo cruzamento dos
descritores “criança hospitalizada”, “desenvolvimento da criança” e “jogos e brinquedos”
mediante o uso do operador booleano “AND”.
pelo menos um ensaio clínico randomizado controlado bem delineado; Nível III – ensaios
clínicos bem delineados sem randomização; Nível IV – estudos de coorte e de caso controle
bem delineados; Nível V – revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; Nível VI
– evidências derivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo e Nível VII – opinião de
autoridades ou relatório de comitês de especialistas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para organizar e discutir os dados foi mapeado em cada artigo quatro elementos de
análise. São eles: autor(es)/ano, fonte, tipo de estudo/nível de evidência e resultados da
pesquisa.
Quadro 1 - Caracterização dos artigos segundo título, autores/ano, fonte, tipo de estudo, nível de
evidência e resultados. Cajazeiras- PB, 2018.
(5) Social SOUSA, L.C. Journal of Estudo Na visão das crianças a ludicidade está
Observou-se que a maior parte das produções científicas foi realizada nos anos de
2014 e 2015, sendo em sua maioria provenientes de estudos qualitativos, com nível de
evidência seis, considerado um dos níveis mais fracos, porém, de boa evidência para
responder ao questionamento do presente estudo. Os artigos trouxeram como resultados, a
visão positiva e valorização por parte dos profissionais, pais e crianças acerca do
desenvolvimento de jogos, brinquedos e atividades lúdicas no ambiente hospitalar bem como
todas as suas implicações multidimensionais na saúde e desenvolvimento infantil.
Ferreira et al (2014), Fioreti; Manzo; Regino (2016), Gesteira et al (2014), Lima; Maia;
Mitre (2015) e Sousa et al (2015) concordam que pelo uso de brinquedos e jogos as crianças
puderam afastar repercussões negativas acerca da hospitalização, melhorar a sanidade mental
e desenvolver sentimentos e ações favoráveis a um bom desenvolvimento, como alegria,
satisfação, esperança, conforto, adaptação, reconhecimento da realidade. Esses achados
complementam estudos de Groth (2013), Oliveira et al (2009) e Vygotsky (1998), que
demonstram ser o brinquedo um caminho para o amadurecimento funcional infantil e
desenvolvimento de autonomia, onde a imaginação, fantasia e realidade se misturam e
interagem para criar novas possibilidades de entendimento, exteriorização e atuação.
Ferreira et al (2014) e Lima; Maia; Mitre (2015) revelam que através da ludicidade pode
acontecer a socialização e o estreitamento de vínculos familiares, principalmente entre mãe e
filho. Estudos de Groth (2013) confirmam e ambos associam que além criança aprender as
primeiras palavras e decifrar o mundo partindo da referência familiar, em virtude da
dependência da criança, com a perda da saúde os pais fazem-se mais presentes e dedicam um
tempo maior de atenção e companheirismo para com ela e abre-se espaço para maiores
Lima; Maia; Mitre (2015) ao evidenciarem que a utilização do brinquedo terapêutico foi
responsável por estimular habilidades nas crianças hospitalizadas entram em consonância com os
estudos de Bortolote; Brêtas (2007), Bülow et al (2012) e Groth (2013) no sentido de que
criança aprende de quando a criança aprende brincando de maneira prazerosa, há maior
tendência de que ela manifeste e desenvolva seu potencial e suas habilidades, principalmente 1598
físicas.
Lima; Maia; Mitre (2015) e Sousa et al (2015) puderam destacar que ainda se percebe
demasiadamente o brinquedo, jogos e brincadeiras restritos a um único espaço físico no
ambiente hospitalar, o que pode ser explicado no contexto de Mehry (2002), no sentido de que 1599
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FERREIRA, N.A.S. et al. Social representation of the hospital ludic: look of the child.
1601
Journal of Human Growth and Development, São Paulo, v.24, n.º 2, p. 188 – 194, fevereiro
2014. Disponível em: < http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-
12822014000200011>. Acesso em: 15 de julho de 2018.
GESTEIRA, E.C.R. et al. Contos infantojuvenis: uma prática lúdica de humanização para
crianças hospitalizadas. Revista Brasileira de Enfermagem da UFSM, Santa Maria, v.4, n.º3,
p. 575-588, setembro 2014. Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/12071>. Acesso em: 15 de julho de 2018.
LIMA, V.B.R.; MAIA, F.N.; MITRE, R.M.A. A percepção dos profissionais sobre o
brinquedo em uma unidade intermediária de um hospital de média e alta complexidade.
Cadernos Brasileiros de Terapia Ocupacional, São Paulo, v. 23, n.º 4, p. 701-709, abril 2015.
<http://www.cadernosdeterapiaocupacional.ufscar.br/index.php/cadernos/article/view/1110>
Acesso em: 15 de julho de 2018.
MERHY, E. E. Saúde: a cartografia do trabalho vivo. 3º ed. São Paulo: Editora Hucitec,
2002.
SOUSA, L.C. et al. The act of playing within the hospital context in the vision of the
accompanying persons of the hospitalised children. Journal of Human Growth and
Development, São Paulo, v.25 n.º1, p. 41-49, novembro 2015. Disponível
em<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
12822015000100005>. Acesso em: 15 de julho de 2018.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6º ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
1602
1603
RESUMO
262
O presente trabalho contou com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), com concessão de bolsa de Iniciação Científica, para sua realização.
263
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
19.6% and 19.6%, respectively. The study points out peculiarities of the profile of the institution that
can collaborate in the proposal of policies that will be adopted in the assistance line.
KEYWORDS: Health profile; Hospitalization; Pediatrics; Epidemiology.
INTRODUÇÃO
mostram estabilização dos gastos do SUS com estes procedimentos (SOUZA; PEIXOTO,
2017).
Como objetivo geral buscamos descrever o perfil clínico epidemiológico das internações
infanto-juvenis que ocorreram entre janeiro e março de 2013, no Hospital Universitário Júlio
Maria Bandeira de Mello. E como objetivos específicos: identificar as características
MÉTODO
2008). Constituindo-se como uma pesquisa envolvendo seres humanos, optou-se por uma
abordagem quantitativa, pois, está sendo realizado um levantamento sobre os dados das
internações de crianças e adolescentes, entre zero e 18 anos, na referida instituição.
1607
RESULTADOS E DISCUSSÕES
1 1 0,9 % 0,9 %
2 27 24,1 % 25,0 %
3 51 45,5 % 70,5 %
4 20 17,9 % 88,4 %
5 9 8,0% 96,4 %
6 2 1,8 % 98,2 %
7 2 1,8 % 100,0 %
Fonte: Elaborada pelos autores.
72 64,3 % 64,3 %
Cajazeiras – PB
4 3,6 % 67,9 %
Bernardino Batista – PB
1 0,9 % 68,8 % 1609
Monte Horebe – PB
4 3,6 % 72,3 %
Cachoeira dos Índios – PB
11 9,8 % 82,1 %
São José de Piranhas – PB
4 3,6 % 85,7 %
São João do Rio do Peixe
– PB
1 0,9 % 86,6 %
Poço José de Moura – PB
2 1,8 % 88,4 %
Serra Grande – PB
2 1,8 % 90,2 %
Marizópolis – PB
1 0,9 % 91,1 %
Triunfo – PB
1 0,9 % 92,0 %
Guapimirim – RJ
4 3,6 % 95,6 %
Santa Helena – PB
3 2,7 % 98,2 %
Uiraúna – PB
1 0,9 % 99,1 %
Poço Dantas – PB
1 0,9 % 100,0 %
Santarém – PB
Cabe destaque o fato de que 2,7% dos casos de internamentos ainda sejam por
condições como desidratação (depleção de volume) e desnutrição proteico-calórica, mesmo
tratando-se de hospital secundário. Estudo similar no Ceará evidenciou estas morbidades
como a 3ª causa de internamentos por condições sensíveis entre menores de cinco anos
(COSTA; PINTO JÚNIOR, 7SILVA, 2017).
Embora haja avanços nas políticas públicas de combate à desigualdade social aliada a
uma expansão da rede de atenção primária, ambas propiciadas pelo desenvolvimento 1610
econômico nos últimos anos (SOUSA; LEITE FILHO, 2008; PAIM, 2011), ainda prevalecem
características que favorecem Quadros de desnutrição como a desigualdade de renda e
dificuldade de acesso a água potável em várias localidades do semiárido brasileiro
(CARVALHO ET AL., 2014).
1612
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
COSTA, L. Q.; PINTO, E. P.; SILVA, M. G. C. Tendência temporal das Internações por
Condições Sensíveis à Atenção Primária em crianças menores de cinco anos de idade no
Ceará, 2000 a 2012. Epidemiologia e Serviços de Saúde, [s.l.], v. 26, n. 1, p.51-60, jan. 2017.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
PAIM, J. et al. The Brazilian health system: history, advances, and challenges. The Lancet, v.
377, n. 9779, p. 1778-1797, 2011.
SOUZA, D. K.; PEIXOTO, S. V. Estudo descritivo da evolução dos gastos com internações
hospitalares por condições sensíveis à atenção primária no Brasil, 2000-2013. Epidemiol.
Serv. Saúde, Brasília, v. 26, n. 2, p. 285-294, jun. 2017.
VICTORA, C. G. et al. Maternal and child health in Brazil: progress and challenges. The
Lancet, v. 377, n. 9780, p. 1863-1876, 2011.
1615
RESUMO
A mortalidade materna é definida como a morte durante a gravidez ou até quarenta e dois dias após o
término da gestação e representa um evento de grande magnitude no Brasil e no mundo. Objetivou-se
avaliar o perfil epidemiológico de óbitos maternos no Brasil. Trata-se de um estudo descritivo,
retrospectivo e de abordagem quantitativa, realizado no mês de julho de 2018, por meio do Sistema de
Informação sobre Mortalidade referente ao período de 2012 a 2016, disponível no Departamento de
Informática do Sistema Único de Saúde. Verificou-se prevalência da mortalidade materna na região
Sudeste do país, em mulheres entre 20 a 29 anos de idade, da raça/cor parda, com ensino fundamental,
estado civil solteira, e decorrente de causa obstétrica direta. Ressalta-se a importância da realização de
uma assistência integral à saúde da mulher durante o ciclo gravídico-puerperal, com realização de
educação em saúde e implementação de políticas públicas efetivas e eficazes com vistas à manutenção
da saúde materna.
PALAVRAS-CHAVE: Gravidez; Mortalidade materna; Epidemiologia.
ABSTRACT
Maternal mortality is defined as death during pregnancy or up to forty-two days after the end of
gestation and represents a major event in Brazil and the world. The objective of this study was to
evaluate the epidemiological profile of maternal deaths in Brazil. This is a descriptive, retrospective
and quantitative study, carried out in July 2018, through the Mortality Information System for the
period from 2012 to 2016, available at the Department of Informatics of the Unified Health System.
Prevalence of maternal mortality in the southeastern region of the country was found among women
between 20 and 29 years of age, of brown race / color, elementary education, single marital status, and
due to direct obstetric causes. It is important to realize an integral assistance to women's health during
the pregnancy-puerperal cycle, with health education and the implementation of effective and efficient
public policies aimed at maintaining maternal health.
KEYWORDS: Pregnancy; Maternal mortality; Epidemiology.
264
Universidade Federal de Campina Grande
La mortalidad materna se define como la muerte durante el embarazo o hasta cuarenta y dos días
después del término de la gestación y representa un evento de gran magnitud en Brasil y en el mundo.
Se objetivó evaluar el perfil epidemiológico de muertes maternas en Brasil. Se trata de un estudio
descriptivo, retrospectivo y de abordaje cuantitativo, realizado en el mes de julio de 2018, a través del
Sistema de Información sobre Mortalidad referente al período de 2012 a 2016, disponible en el
Departamento de Informática del Sistema Único de Salud. - la prevalencia de la mortalidad materna en
la región Sudeste del país, en mujeres entre 20 a 29 años de edad, de la raza / color parda, con 1616
enseñanza fundamental, estado civil soltera, y derivada de causa obstétrica directa. Se resalta la
importancia de la realización de una asistencia integral a la salud de la mujer durante el ciclo
gravídico-puerperal, con realización de educación en salud e implementación de políticas públicas
efectivas y eficaces con miras al mantenimiento de la salud materna.
PALABRAS CLAVES: Embarazo; Mortalidad materna; Epidemiología.
INTRODUÇÃO
O óbito materno é toda morte causada pela gravidez ou por eventos relacionados à
mesma, que pode ocorrer durante a gestação ou até quarenta e dois dias após o término da
gravidez. É considerado um forte indicador de saúde e desigualdades, sendo sua ocorrência
mais elevada em áreas subdesenvolvidas ou que se apresentam em desenvolvimento (ÁFIO
ET AL., 2014).
A mortalidade materna pode ser classificada quanto à causa obstétrica direta, quando
ocorre durante a gravidez, parto ou puerpério, decorrentes de tratamentos inadequados e
práticas mal realizadas; ou indireta, quando são provenientes de doenças que já existiam antes
da gestação, ou alguma patologia que evoluiu durante a gravidez, não estando relacionadas
com as causas obstétricas diretas, porém se agravaram devido às condições fisiológicas de
uma gravidez (MARTINS, 2018).
essa taxa de mortalidade materna ainda considerada elevada, impactando diretamente nos
direitos humanos femininos (BRASIL, 2018).
METODOLOGIA
A análise dos dados se deu por estatística descritiva utilizando o programa Microsoft
Excel 2013©, que tem como finalidade a organização de planilhas eletrônicas. Os dados
obtidos foram organizados em tabelas, para uma melhor visualização e entendimento do
estudo, e foram analisados e discutidos à luz da literatura pertinente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados 8.416 casos de óbitos maternos que encontram-se distribuídos por
região na Tabela 1.
Região f % 1618
Fonte: SIM/SUS.
O estudo em tela corrobora com os resultados encontrados por Dias et al. (2015) que
constataram que 66,9% dos casos de óbitos maternos foram registrados na região Sudeste.
Fato que pode ser explicado devido à região apresentar altas proporções de partos cesáreos,
expondo as mulheres a mais riscos, onde se incluem lesões acidentais, infecções e reações a
anestesia (BRASIL, 2010).
Tabela 2 – Distribuição dos óbitos maternos por faixa etária, raça/cor, escolaridade e estado civil,
notificados no período entre 2012 a 2016. Cajazeiras – PB, 2018.
Variáveis f %
1619
Faixa etária
10 a 14 anos 85 1,0
15-19 anos 1.070 12,1
20-29 anos 3.357 40,0
30-39 anos 3.251 38,7
40-49 anos 647 7,5
50-59 anos 5 0,6
Ignorada 2 0,1
Raça/cor
Branca 2.671 31,7
Preta 909 11,0
Amarela 14 0,1
Parda 4.383 52,0
Indígena 130 1,5
Ignorado 309 3,7
Escolaridade
Nenhuma 231 2,7
1 a 3 anos 947 11,2
4 a 7 anos 2.079 25,0
8 a 11 anos 2.960 35,1
12 anos e mais 779 9,0
Ignorado 1.420 17,0
Estado civil
Solteiro 3.963 47,1
Casado 2.266 27,0
Viúvo 60 0,7
Separado judicialmente 142 1,6
Outro 1.260 15,0
Ignorado 725 8,6
TOTAL 8.416 100
Fonte: SIM/SUS.
Quanto a faixa etária, o estudo em tela corrobora com os resultados encontrados por
Lima et al. (2017) em uma pesquisa intitulada Alterações maternas e desfecho gravídico-
Quanto ao estado civil, o estudo corrobora ao de Saito et al. (2016), intitulado Análise
da assistência hospitalar dos casos de óbitos maternos: uma reflexão crítica, no qual verifica-
se que a maioria das mulheres eram solteiras (57,2%). Este fato pode estar relacionado a
quebra de vínculo entre a mãe e o pai do bebê e consequentemente tomadas de decisões sem
conhecimento apropriado sobre os riscos, após a descoberta da gravidez. Destaca-se ainda a
ausência de aporte afetivo, social, financeiro e estímulo ao autocuidado da mulher
(MASCARENHAS et al., 2017).
Tabela 3 – Distribuição dos casos de óbitos maternos de acordo com a causa, notificados no
período entre 2012 a 2016. Cajazeiras – PB, 2018.
Causa obstétrica f %
Fonte: SIM/SUS.
No que se refere à causa do óbito, o estudo de Saito et al. (2016) mostra que 100% dos
casos decorreram de causas obstétricas direta, sendo os transtornos hipertensivos a principal
causa. Ressalta-se que estes transtornos podem ser evitados durante a gestação quando ocorre
uma assistência de pré-natal de qualidade, detectando possíveis anomalias e prevenindo
agravos, em especial quando verificados precocemente, sendo de fundamental importância
para a manutenção da vida das mulheres.
CONCLUSÃO
1622
REFERÊNCIAS
CANUTO, L. C.; Mortalidade materna entre negras aumentou no Brasil [Internet]. Brasília;
2015 [acesso 2018 Ago 13].
LOPES, F. B. T. et al.; Mortes maternas por causas sensíveis a atenção primária. Ciências
Biológicas e da Saúde, Maceió – AL, v. 3, n. 3, p. 201-214, 2016.
PEREIRA, L. M.; Mortalidade materna: como o descaso com a saude da mulher impede a
igualdade de gênero. Saúde & Transformação Social, Florianópolis – MG, v. 6, n. 1, p. 70-78,
2016.
RESUMO
A hanseníase é uma doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo bacilo
Mycobacterium leprae, de alta infectividade e baixa patogenicidade. Desde a década de 1980, foi
preconizado pela Organização Mundial de Saúde a Poliquimioterapia para tratamento da doença,
sendo composta pela combinação das drogas dapsona, clofazimina e rifampicina. Diante disso, esse
estudo teve por objetivo geral verificar os efeitos adversos às drogas usadas na Poliquimioterapia para
tratamento da hanseníase. Trata-se de um estudo de caráter retrospectivo e documental, com
abordagem quantitativa, que foi desenvolvido nas unidades básicas de saúde, com maior percentual de
casos, no município de Cajazeiras - PB. Foram coletados dados de prontuários de 48 pacientes. Os
efeitos cutâneos relacionados à clofazimina foram os mais frequentes dentre os efeitos adversos, tais
como a hiperpigmentação da pele (45,8%) e ictiose/xerose (37,5%). Dentre as reações adversas
encontradas em exames laboratoriais, se destaca a anemia (25%), geralmente associada ao uso da
dapsona. O surgimento de reações adversas medicamentosas interferiu na adesão ao tratamento, sendo
confirmado o abandono de dois pacientes. Logo, as equipes de saúde deverão estar bem preparadas
para diagnosticar os efeitos adversos e tomar a melhor conduta em cada situação.
PALAVRAS-CHAVE: Abandono. Efeitos Adversos. Hanseníase. Poliquimioterapia
INTRODUÇÃO
Estudo realizado por Goulart et al. (2002), sobre os efeitos adversos da PQT em 187
pacientes com hanseníase, revelou que as reações adversas ocorreram em sua maioria nos
primeiros seis meses de tratamento (74,5%), sendo a dapsona a que causou mais efeitos
adversos (70,8%). A gastrite foi o efeito adverso mais frequente relacionado ao uso da
dapsona, presente em 18 (22,5%) pacientes, seguido pela anemia hemolítica, presente em 15
(18,8%) pacientes.
METODOLOGIA
Nascente situada na Rua Raimundo Moesia Rolim, UBS Simão de Oliveira situada na Rua
Coronel Juvêncio Carneiro e UBS João Bosco Braga Barreto situada na Rua Luiz Paulo e
Silva.
pesquisa se deve ao fato da mesma ser a porta de entrada principal das redes de atenção à
saúde, e por estarem localizadas em um município hiperendêmico para hanseníase.
A coleta de dados foi feita a partir de informações obtidas pela revisão de prontuários
de pacientes tratados com PQT/PB e PQT/MB para hanseníase nas unidades básicas de saúde
preestabelecidas. Também foi elaborado um formulário de investigação de eventos adversos,
para organizar os dados obtidos nos prontuários.
Após a coleta, os dados obtidos a partir da revisão dos prontuários foram processados
quantitativamente e posteriormente apresentados em tabelas e gráficos, procurando
correlacionar as variáveis pesquisadas. Todos os dados obtidos foram analisados de forma
descritiva, recorrendo à literatura pertinente.
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade
Federal de Campina Grande (UFCG), campus Cajazeiras-PB, parecer nº 1.703.202, conforme
estabelecem as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres
Humanos, adequado a Resolução 466/, 2012 em seus aspectos éticos (BRASIL, 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
1629
Foram coletados dados de 48 prontuários de pacientes com hanseníase de 5 UBSs, no
município de Cajazeiras-PB. Para alcance dos objetivos propostos pelo estudo foi realizada
análise quantitativa, com caracterização demográfica, epidemiológica e clínica dos pacientes
que concluíram o tratamento; análise de prontuários de tratamento para quantificar e tipificar
efeitos adversos, associando-os a mudança de esquema terapêutico e adesão ao tratamento.
Dos 48 pacientes estudados, a faixa etária predominante foi entre 15 e 40 anos, com
21 (43,8%) indivíduos, que concentra a maior parcela da população economicamente ativa
Cada paciente apresentou pelo menos um tipo de reação adversa. A ocorrência de efeitos
adversos em faixa etária economicamente ativa pode levar ao absenteísmo e tornar-se
dispendioso (GOULART et al, 2002). O sexo masculino predominou entre os gêneros, com
um total de 30 (62,5%). A forma clínica mais frequente foi a HD, com 16 (33,3%) casos.
Quanto à classificação operacional, 26 (54,2%) pacientes foram classificados como
paucibacilar, representando a maioria. Na realização da baciloscopia admissional, 35 (72,9%)
pacientes tiveram resultado negativo. Em 2 (4,2%) casos não foi realizado o exame 1630
baciloscópico (tabela 1).
Estudo realizado por Miranzi, Pereira e Nunes (2010), sobre o perfil epidemiológico
de hanseníase em município brasileiro, com 455 casos de hanseníase, apontou que 252
(55,4%) dos pacientes eram homens. A forma clínica prevalente foi a dimorfa (69,1%), apesar
de que na classificação operacional, a forma multibacilar predominou com 396 (87,1%) casos,
divergindo deste estudo apenas na classificação operacional.
sugerindo que possa haver vários eventos adversos não constados nos prontuários de
tratamento.
Manaus, sobre efeitos adversos das drogas utilizadas na quimioterapia alternativa, foi
observado hiperpigmentação cutânea relacionada à clofazimina em 100% dos pacientes.
No gráfico 1, podemos observar que dos eventos adversos laboratoriais o que teve
maior frequência foi a anemia, presente em 12 (25%) pacientes, sendo que 3 (6,2%) pacientes
apresentaram anemia hemolítica, alterações que, em geral, estão relacionadas à dapsona.
Segundo os dados apresentados nos exames laboratoriais dos pacientes estudados, a variação
de queda de Hemoglobina (Hb) entre os pacientes com anemia foi de 0,7 a 2,7 g/dl, com
média de 1,71 g/dl. A dapsona é apontada como principal causadora de efeitos indesejáveis,
dentre as medicações utilizadas no tratamento para hanseníase, com destaque para anemia e
efeitos gastrintestinais (GOULART et al., 2002).
Irregular 3 (6,2) 1
Abandono 2 (4,2) 2
Vários estudos relacionados a efeitos adversos na PQT apontam para a possibilidade 1635
de associação entre efeitos adversos e taxas e de abandono do tratamento (DEPS et al., 2007).
No estudo realizado por Franco (2014), sobre efeitos adversos na PQT para hanseníase, não
foi encontrada nenhuma associação entre irregularidade do tratamento e surgimento de efeitos
adversos, sugerindo o autor, que o fato de ter sido um estudo de cunho prospectivo, pode
proceder com busca ativa de forma eficaz. Esse achado também justifica o fato de o presente
estudo ter encontrado associação entre essas duas variáveis, pois se trata de um estudo
retrospectivo, em que o paciente não pode ser acompanhado durante o tratamento.
CONCLUSÃO
Mesmo com os grandes avanços feitos nos últimos anos em relação ao tratamento
com PQT para hanseníase, ainda faz-se necessário que se crie sistemas de vigilância de
eventos adversos mais eficazes, esquemas terapêuticos mais eficientes, com menos efeitos
adversos e menor duração de tratamento, além de busca ativa aos pacientes, para redução das
taxas de abandono e irregularidade de tratamento.
REFERÊNCIAS
______. Ministério da Saúde. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. – 8. ed. rev.
Brasília: Ministério da Saúde, 2010.
______. Ministério da Saúde. Resolução N° 196/96, versão 2012. Brasília, 2012. Disponível
em:<http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/resolucoes/23_out_versao_fi 1637
DEPS, P. D. et al. Adverse effects from multi-drug therapy in leprosy: a Brazilian study.
Leprosy review; 78 (3): 216. 2007.
GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.
VIRMOND, M. C. L.. Uma nova etapa para a eliminação da hanseníase como problema de
saúde pública?. Rev. Salusv. (Online), v. 32, p. 3-8, 2013.
WHO. Global leprosy update, 2014: need for early case detection. Weekly Epidemiological
Record; 90(36):461-76. 2015.
RESUMO
Este artigo propõe-se apresentar abordagens tradicionais; discutir práticas; compreender o uso das
tecnologias - TICs e apreender a contribuição de metodologias ativas ao ensino de Ciências/Biologia.
Citou-se Nascimento e Coutinho (2016); Rangel (2007); Real e Menezes (2007); Lizuka (2008);
Ferreira e Kempner-Moreira (2017) e outros. A metodologia foi um estudo teórico-reflexivo diante da
prática docente. Concluiu-se que metodologias ativas propiciam o aprendizado científico.
ABSTRACT
This article proposes to present traditional approaches; discuss practices; understand the use of ICT
technologies and learn the contribution of active methodologies to the teaching of Science / Biology.
Cited was Nascimento and Coutinho (2016); Rangel (2007); Real and Menezes (2007); Lizuka (2008);
Ferreira and Kempner-Moreira (2017) and others. The methodology was a theoretical-reflexive study
before the teaching practice. It was concluded that active methodologies promote scientific learning.
265
Doutora em Medicina e Saúde pela UFBA. Professora Associada II da UFCG/CFP. Professora Pesquisadora
do Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Educação, Linguagem e Práticas Sociais - GIEPELPS -
CNPq e Membro do Conselho Editorial da Revista de Pesquisa Interdisciplinar - RPI do CFP/UFCG.
266
Graduando do curso de Ciências Biológicas do CFP/UFCG e Membro do Programa de Monitoria da
Disciplina Zoologia dos Invertebrados I.
RESUMEN
Este artículo se propone para presentar un tradicional acercamiento; discusiones prácticas; el uso de las
TIC y el aprendizaje de la contribución de las metodologías activas a la enseñanza de la ciencia y la
biología. Cited was Nascimento y Coutinho (2016); Rangel (2007); Real y Menezes (2007); Lizuka 1640
(2008); Y en el caso de las mujeres. El ensayo fue un estudio reflexivo reflexivo antes de la práctica
práctica. Se ha establecido que las acciones activas promueven el aprendizaje del aprendizaje.
INTRODUÇÃO
Segundo Ward et al. (2010), alunos do ensino básico, estudando, aprendem sobre o
mundo usando métodos básicos semelhantes àqueles usados por cientistas, quando eles
também aprendem sobre o mundo, trabalhando, embora o nível dos testes e as ferramentas
usadas sejam diferentes. Neste contexto, o professor de Ciências/Biologia do ensino básico,
atualmente, deve incitar seus discentes a praticarem esses métodos, de modo que o
aprendizado do vasto universo que são essas disciplinas torne-se significativo e faça parte do
arcabouço intelectual do aluno durante toda a sua vida.
É certo que para desempenhar um bom papel docente, é preciso deixar a zona de
conforto, pois, o ensino tradicional pode ser mais cômodo, mas não prioriza o papel do
educando como protagonista do próprio aprendizado, enquanto o ensino construtivista
sociointeracionista exige mais esforços, no entanto, permite ao aluno expressar suas opiniões
e se posicionar frente a assuntos discutidos em sala, podendo aliá-los à sua realidade.
Neste sentido, o estudo em questão ojetivou discutir metodologias ativas para o ensino
de Ciências e Biologia, tendo em vista uma ressignificação para a prática docente. Para tanto,
inicialmente, apresenta-se as abordagens tradicionais do ensino de Ciências/Biologia; discute-
se práticas de ensino; compreende-se a importância das TICs e, finalmente, apreende-se a
contribuição das metodologias ativas para o ensino de Ciências/Biologia.
Por isso, o docente deve estar sempre apto a conhecer e avaliar o livro didático que ele
irá usar no decorrer do ano com os alunos, visto que ele pode contribuir para uma educação
básica de qualidade e pode proporcionar a inclusão social mediante textos e sugestões de
exercícios (ARAÚJO; SOUSA; SOUSA, 2011b).
É importante que o docente não dedique suas aulas apenas à abordagem do livro
didático, buscando outros métodos que também favoreçam o aprendizado. Todavia, quando os
docentes tentam se desprender um pouco deste método, acabam se deparando com um grande
desafio, pois associam atividades práticas de ensino à uma infraestrutura adequada das
escolas, mas isso nem sempre encontra-se disponível (DELIZOICOV; ANGOTTI, 1994).
As mesmas autoras reforçam que esta metodologia não é muito adequada, a não ser em
momentos em que se precise apresentar um conteúdo novo, resumir um tópico, partilhar
experiências pessoais ou encerrar um conteúdo, e mesmo nessas ocasiões, ela pode ser
substituída por uma adaptação sua mais didática, a aula expositiva dialogada, em que o aluno
não somente escuta o professor, mas também participa ativamente do próprio aprendizado,
podendo opinar e criticar.
avaliação adotada. Conforme Lima e Vasconcelos (2006), não se leva em conta o raciocínio e
a aprendizagem mediante critérios que ultrapassem a prova para a documentação e atribuição
de notas aos alunos.
O docente pode usar outros métodos, como aplicar a prova escrita não só no fim do
bimestre, mas, também no início, quando ele pode verificar os conhecimentos prévios dos
alunos sobre um assunto, ou mesmo no decorrer de uma unidade didática, processo chamado
avaliação formativa, em que ele propõe aos alunos atividades adicionais, como trabalhos em
grupo; pesquisas em sites, livros, revistas; relatórios de aulas práticas e outras, garantindo ao
aluno obter melhores resultados na avaliação final (ARAÚJO, SOUSA; SOUSA, 2011b).
para ele. Mas, isso não é possível se o docente não tentar libertar-se das correntes tradicionais
e da desmotivação que muitas vezes o âmbito escolar em que ele atua propicia. Neste sentido,
Pedroso (2009, P.3189) afirma que:
Assim, nota-se que atividades como a experimentação muito contribuem para o ensino
de Ciências/Biologia, destacando-se a compreensão dos assuntos que ela fornece aos
discentes, mas também pelo caráter motivacional, pois quando o aluno participa de uma aula
experimental, ele vê de perto um ser vivo, por exemplo, visto outras vezes apenas em
fotografias, adicionando-se um atributo emocional à sua base cognitiva (BIZZO, 2012). Em
Ciências/Biologia, as atividades investigativas, proporcionadas pela experimentação, também
propiciam o trabalho em grupo (WARD et al., 2010).
Bizzo (2012), também cita atividades práticas que podem ser facilmente realizadas
pelos alunos, como a construção de um modelo tridimensional de uma molécula de DNA,
utilizando-se peças facilmente encontradas em mercados, ou uma aula prática em que os
alunos poderiam extrair o DNA de morangos, utilizando-se também materiais de fácil acesso.
Essas atividades colaboram para ressaltar que, para se realizar uma boa aula experimental, não
é preciso dispor de laboratórios bem equipados, com materiais caríssimos, mas, apenas de
boas doses de motivação e criatividade.
Todavia, para os jogos e outras atividades lúdicas alcançarem seu verdadeiro potencial
didático como instrumento na sala de aula do ensino básico, em especial nas disciplinas de
Ciências Naturais, elas não devem ser apenas lúdicas, mas também educativas (PEDROSO,
2009).
Segundo a mesma autora, um docente que não tem certeza dos objetivos almejados
com a atividade proposta, não sabe como prossegui-la, e corre mais riscos de obter resultados
ruins na execução. Visto isso, ressalta-se o uso de jogos com base numa metodologia, pois,
com isso o docente terá mais certeza dos objetivos que deseja alcançar e, assim, terá mais
sucesso ao fim do processo. Ward et al. (2010) argumenta que a utilização de jogos contribui
para o aprimoramento de habilidades cognitivas, propicia aos alunos construírem laços
interativos e deve estimular a cooperação, e não a competição. 1646
Os docentes também podem desenvolver métodos para fazer seus alunos fixarem
significativamente os conteúdos, fazendo ligações entre conceitos, e assim, aprendendo-os
efetivamente. Para isso, ele pode instigá-los a construírem mapas conceituais. Contudo, um
mapa conceitual não é um elemento autoexplicativo, portanto, deve ser explicado por quem o
idealizou e produziu (ARAÚJO; SOUSA; SOUSA, 2011a). Caso contrário, ele pode se tornar
uma ferramenta que cause nada mais do que uma confusão na cabeça dos alunos.
experimentar coisas que não podem ser vivenciadas na sala de aula, o que é uma vantagem.
Conforme Lévy (1999), com o auxílio desses programas, podemos simular fenômenos
complexos ou abstratos que não podem ser ilustrados naturalmente, como por exemplo, a
evolução biológica.
O uso das TICs nem sempre foi visto com bons olhos, pois os críticos em relação às
TICs afirmavam que elas confundem e impossibilitam que os alunos pensem (WARD, et al.,
2010). Também acreditavam que a tecnologia prejudica a saúde física e mental dos discentes
e consequências, como o bullying cibernético, eram inevitáveis ao uso das TICs, o que
realmente não é. De outro lado, há os que se posicionam em prol do uso das TICs, defendendo
que os espaços virtuais possibilitam o desenvolvimento de habilidades humanas incitadas pela
criatividade, cooperação e empreendedorismo (BIZZO, 2012).
Com isso, nota-se que o professor de Ciências/Biologia, antes de usar as TICs como
recurso, deve refletir sobre até que ponto seu uso pode garantir a aprendizagem significativa,
mesmo que suas ferramentas virtuais sejam capazes de provocar nos alunos o pensamento
cooperativo mediante o rápido avanço dos meios de comunicação em massa, pois, conforme
Lévy (1999, p.28), “[...] o crescimento do ciberespaço não determina automaticamente o
desenvolvimento da inteligência coletiva, apenas fornece a essa inteligência um ambiente
propício.”
Segundo Freitas et al. (2014), atividades práticas também podem ser vistas como
metodologias ativas, pois, elas inserem o discente no cerne do processo de ensino-
aprendizagem. Contudo, há outros procedimentos que também permitem a participação ativa
do discente no próprio aprendizado.
envolve toda a estrutura curricular de um curso ou escola, em que cada membro dessa grande
equipe desempenhará um papel diferente (ARAÚJO; SOUSA; SOUSA, 2011a).
âmbito profissional, permitindo que ele vivencie ocasiões reais com as quais se defrontará
após o término de sua graduação. Ademais, essa metodologia possui o potencial de
desenvolver, no discente, habilidades, como o raciocínio lógico, a capacidade de decidir, e o
desenvolvimento de atitudes empreendedoras (RANGEL, 2007).
Já o Método do Caso é uma metodologia ativa que foi criada na Harvard Business
School, e consiste em um método em que os discentes podem exercitar suas habilidades,
inseridos em grupos encarregados de buscar a resolução de desafios sugeridos em um caso.
Os questionamentos e informações insuficientes, assim como os diferentes posicionamentos
dos discentes, propiciam o desenvolvimento de capacidades de análise, síntese, conciliação de
diferentes pontos de vista e a priorização de objetivos. Desta forma, o discente participa
crítica e ativamente do processo (LIZUKA, 2008).
Há também uma metodologia ativa conhecida como Peer Instruction, ou instrução por
pares, que foi desenvolvida pelo professor Eric Mazur, da Universidade de Harvard, na
década de 1990. O principal foco deste método é a aprendizagem mediante a interação entre
os alunos para a resolução de um problema. É considerada uma abordagem simples e
eficiente, que possibilita ao docente ministrar aulas mais interativas, envolventes e práticas
(FERREIRA; KEMPNER-MOREIRA, 2017).
1650
CONCLUSÃO
O ensino básico de Ciências/Biologia envolve práticas que devem ser mediadas pelo
professor visando a aprendizagem significativa do aluno. O docente, para garantir um
aprendizado de qualidade a seus educandos, deve demonstrar compromisso e responsabilidade
pela profissão que assumiu e também é essencial que ele sempre se preocupe em variar seus
métodos de ensino, não se restringindo apenas ao uso de abordagens tradicionais.
Estas não consistem em metodologias que façam com que o aluno possa aprender a
aprender, de forma efetiva, e sim são usadas apenas para formar repetidores de fórmulas
prontas e seu caráter tipicamente monótono e desmotivante contribuem para que os discentes
não despertem interesse pela carreira científica, uma vez que eles podem considerar a Ciência
uma área muito difícil e chata, dependendo da forma como o processo de ensino-
aprendizagem for desenvolvido.
O docente deve se esforçar para variar seus métodos, de modo que seus alunos
encontrem sentido nas vivências em sala de aula, laboratório e campo, aliando-as ao seu
cotidiano. Se o aluno contextualizar os conteúdos científicos com sua realidade, ele deixará de
ver a Ciência como a disciplina abstrata, inquestionável, e perceberá que ele tem como
presenciá-la em tudo que ele fizer. Com isso, as concepções negativas a respeito da Ciência
podem ser abandonadas e o professor de Ciências/Biologia contribuirá, dessa forma, para a
formação de cidadãos compromissados consigo mesmos, com a sociedade e com o meio
ambiente.
Portanto, vale salientar e reforçar que as metodologias ativas só têm a contribuir para o
aprimoramento do ensino de Ciências/Biologia, pois elas fornecem importantes subsídios para
REFERÊNCIAS
RESUMO
ABSTRACT
Considering the importance of the Health Information Systems (HIS), this research intended to make a
literature review about the creation and operation of the Hospital Informations System (HIS) and the
Mortality Information System (MIS), by using 19 studies, selected from 2000 to 2017. As results, the
MIS was created in 1975 motivated by the need of knowing the national mortality indicators and the
HIS was implanted in 1991, in order to avoid corruption in the health expenditures.
KEYWORDS: Morbidity; Mortality; Health Information Systems; History.
Acerca de los Sistemas de Información en Salud (SIS), este estudio buscó realizar una revisión de
literatura centrándose en la creación y funcionamiento del Sistema de Informaciónes Hospitalares
(SIH) y del Sistema de Información sobre Mortalidad (SIM), utilizando 19 artículos, de 2000 a 2017.
Como resultados, el SIM fue creado en 1975, a fin de conocerse los índices nacionales de mortalidad y
el SIH/SIS fue instituido en 1991, a fin de evitar la corrupción en los gastos con la salud.
PALABRAS CLAVES: Morbilidad; Mortalidad; Sistemas de Información en Salud; Historia.
INTRODUÇÃO
Atualmente, são inúmeros os SIS existentes no Brasil e por volta da década de 1980,
esses SIS eram praticamente sistemas isolados, somente a partir da década de 1990 passou a
existir uma maior comunicação entre eles devido à incorporação paulatina dos recursos
tecnológicos, proporcionada pelo desenvolvimento da área de informática no país e
popularização da internet, que trouxeram um considerável salto na qualidade das informações 1655
Após as etapas de captação, análise e interpretação, os dados desses sistemas são então
reunidos e difundidos de forma organizada pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS) e pela Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA)
(PEREIRA ET AL., 2015).
METODOLOGIA
DESENVOLVIMENTO
uma crise política nacional. A população mobilizou-se por transformações políticas e sociais,
motivada principalmente pela diminuição do orçamento destinado ao MS e consequente
agravamento da questão sanitária do país (PAIN ET AL., 2012).
(BRASIL, 2015).
Diante dessa situação, em 1975 foi promulgada a Lei Nº 6.229 de 30/10, que criara o
Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica, para o qual seria necessário um subsistema
de informação em mortalidade, até então inexistente no país. O primeiro passo para a criação
desse sistema foi avaliar a situação dos atestados de óbitos do país. Como resultado, foram
detectados surpreendentes 43 tipos diferentes de modelos e, a partir de então, estabeleceu-se
um único modelo a ser seguido, o qual utilizaria como causa de morte a classificação
internacional proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1948 (JORGE;
LAURENTI; GOTLIEB, 2007).
Nesse mesmo ano, 1975, foi então criado o primeiro SIS do Brasil, o Sistema de
Informação sobre Mortalidade (SIM), fruto da 1ª Reunião Nacional sobre SIS, cuja finalidade
foi definir objetivos e planos de ações para o desenvolvimento de um SIS, e dessa forma,
suprir a deficiência de registros e poder tornar público os indicadores de mortes em todo o
país (SANTOS, 2009).
O SIM, criado pelo MS, atualmente é gerenciado em instância federal pelo Centro
Nacional de Epidemiologia (Cenepi), da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), de acordo
seus campos devidamente preenchidos por médicos e, nos casos de morte por causa não
natural, por peritos legistas, após necropsia. (BRASIL, 2009).
Segundo estatísticas, constatou-se que no ano de 2011 a cobertura do SIM era próxima
dos 100% em quase todos os estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, estando apenas
o Mato-Grosso (95,8%) e o Distrito Federal (94,8%) abaixo da média. Já em relação aos
estados da região Norte e Nordeste, esse percentual diminui bastante, pois Acre, Amapá, Pará
e Sergipe apresentaram cobertura acima de 90% e outros oito estados entre 80 e 90%
(BRASIL, 2013).
Além do local, mês, ano e causa do óbito, o SIM também fornece informações a
respeito das características biológicas e socioculturais dos indivíduos a partir das informações
da DO como faixa etária, cor/raça, sexo, escolaridade e estado civil. Tais dados mostram-se
essenciais para a construção dos perfis de mortalidade por diversas doenças que incidem sobre
populações específicas e, dessa forma, podem nortear a construção de intervenções em saúde
que possam vir a alterar essas estatísticas.
Por volta de 1977, devido aos esquemas de corrupção e fraudes no INPS, implantou-se
o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), cujo pagamento
dos serviços hospitalares passou a ser realizado pelo Sistema Nacional de Controle e
Pagamento de Contas Hospitalares (SNCPCH), operado pela Empresa de Tecnologia e
Informação da Previdência Social (DATAPREV). Nesse novo sistema, o repasse monetário
passou a ser de acordo com valores pré-estabelecidos para os diagnósticos ou procedimentos
realizados, e com a Tabela de Honorários Médicos, que definia os valores de remuneração dos 1659
profissionais expressos em Unidades de Serviços (US) (BRASIL, 2015).
Entretanto, ainda era possível ocorrer intervenção humana nos dados de alimentação
desse sistema e não demorou muito tempo para serem constatadas fraudes em 90% nos
documentos analisados. Como exemplos, foram encontrados registros de pacientes
inexistentes, falsificações de diagnósticos, excessiva cobrança de diárias, serviços não
realizados, exames desnecessários e cobrança indevida de honorários médicos, entre outros
(SANTOS, 2009).
Acerca do SIH, apesar da grande e crescente utilização de seus dados no que se refere
a produção de conhecimento no campo da Saúde Coletiva, ainda há controvérsias sobre a
utilização das informações desse SIS, referentes à confiabilidade do diagnóstico na internação
devido a problemas inerentes à codificação pela Classificação Internacional de Doenças; às
fraudes para aumentar o reembolso financeiro às instituições e ao limite de emissão de AIH
para cada estado, estipulado em 9% da população residente, o que pode ser insuficiente para
cobrir toda a demanda (BITTENCOURT; CAMACHO; LEAL, 2006).
REFERÊNCIAS
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Revista Fatec Zona Sul, v. 1, n. 3, p. 16-31, 2015.
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RIPSA. REDE Interagencial de Informação para a Saúde. Indicadores básicos para a saúde
no Brasil: conceitos e aplicações / Rede Interagencial de Informação para a Saúde - Ripsa. –
2. ed. – Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2008.
RESUMO
A sífilis é uma doença infectocontagiosa, causada pelo Treponema pallidum, durante o período
gestacional a mulher pode ser infectada e transmitir o bacilo para o feto por via transplacentária,
desencadeando sífilis do tipo congênita. O presente estudo objetiva analisar o perfil epidemiológico
dessa infecção na Paraíba, do mesmo modo que, as práticas cuidativas do profissional enfermeiro.
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica retrospectiva com abordagem descritivo-analítica de caráter
quantitativo, realizado com dados disponibilizados pelo Departamento de Informática do Sistema
Único de Saúde (DATASUS), no período de 01 de janeiro de 2013 a 31 de dezembro de 2017. No
período pesquisado 1691 casos de sífilis congênita foram notificados na Paraíba, destes 72% eram
pardos, em relação à assistência pré-natal 1471 mulheres realizaram as consultas e 193 não tiveram
acompanhamento. Ademais, os valores demonstram que 40% (n=670) dos homens se submeteram ao
tratamento. Torna-se imprescindível a concepção de estratégias que favoreçam a adesão e tratamento
precoce dessa enfermidade, igualmente, o empoderamento do sujeito diante do processo saúde doença.
PALAVRAS-CHAVE: Sífilis congênita; Enfermagem; Cuidado.
ABSTRACT
The present study aims to analyze the epidemiological profile of congenital syphilis in Paraíba, as well
as the care practices of the nurse practitioner. This is a retrospective epidemiological investigation
with a descriptive-analytical approach of a quantitative nature, performed with data provided by
DATASUS. In the period under investigation, 1691 cases of syphilis were reported in Paraiba, 72%
were brown, 1471 women had prenatal consultations and 193 had no follow-up, 40% (n = 670) of the
men underwent treatment.
267
Discente da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, monitora de UTI, bolsista do Probex e
membro do grupo de pesquisa violênica e saúde.
268
Discente da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
269 Docente da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG
RESUMEN
El presente estudio tiene como objetivo analizar el perfil epidemiológico de la sífilis congénita en
Paraíba, al igual que las prácticas cuidantes del profesional enfermero. Se trata de una investigación 1665
epidemiológica retrospectiva con abordaje descriptivo-analítico de carácter cuantitativo, realizado con
datos disponibilizados por el DATASUS. En el período investigado 1691 casos de sífilis fueron
notificados en Paraíba, de los 72% eran pardos, 1471 mujeres realizaron las consultas de prenatal y
193 no tuvieron seguimiento, el 40% (n = 670) de los hombres se sometieron al tratamiento.
PALABRAS CLAVES: Sífilis congénita; Enfermería; Cuidado.
INTRODUÇÃO
Sudeste com o maior número de casos informados, seguido do Espírito Santo, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Pernambuco, essas localidades representam
relevância epidemiológica para detecção da sífilis congênita (BRASIL, 2017, p. 6).
protege o feto de infecções e traumas. Dessa forma, ascendendo o risco de aborto espontâneo,
natimorto ou morte perinatal em 40% dos conceptos infectados (SÃO PAULO, 2016, p.59).
METODOLOGIA
Para a análise dos dados, foram construídas tabelas, por meio do programa Excel 1667
versão 2007, para melhor representar as variáveis como ano de diagnóstico, raça, realizou o
pré-natal e tratamento dos parceiros.
Para fundamentação teórica e discussão das variáveis sobre a luz da literatura foi
efetivada perquirição de estudos na base de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE), biblioteca virtual Scientific Electronic Library Online (Scielo) e Google
Acadêmico, os critérios de inclusão para esta pesquisa foi periódicos com relevância e
coerência para a temática discutida e publicações no máximo seis anos anteriores para
corroborar com este estudo.
Por se tratar de um banco de domínio público, não foi necessário submeter o projeto
ao Comitê de Ética Em Pesquisa.
RESULTADOS/ DISCUSSÃO
Com base no período considerado para o estudo de 2013 a 2017, foram notificados no
DATASUS no estado da Paraíba 1691 casos de sífilis congênita. A Tabela 1 revela os dados
delineando a quantidade de casos por cada ano do período compreendido. Observa-se que no
ano de 2013 foram 237 casos (14%), em 2014 apresentou 301 (18%), 2015 revelou 433
(26%), 2016 exibiu 205 casos (12%), no ano de 2017 apontou 515 diagnósticos (30%) de
sífilis congênita.
Ao analisar os dados no transcurso dos anos percebe-se a elevação dos casos de sífilis
durante o período gestacional, porém, em 2016 há um decréscimo no número de notificações,
o ano de 2017 revela o maior número de casos, representado 30% (515) do total. Essa
prerrogativas anteriores, justifica-se o menor quantitativo de casos notificados por parte dos
profissionais, condição essa que resulta em infidedignidade sobre a situação de saúde e o
monitoramento desses indicadores.
A tabela 2 apresenta as variáveis de raça das crianças que foram diagnosticadas com
sífilis congênita. De acordo com os dados as crianças declaradas com raça branca foram 225
(13%) indivíduos, preta 41(2%), amarela 4 (0,2%), parda 1220 (72%) e indígena apresentou
apenas 2 (0,1%) crianças. Os valores apontados na tabela revelam que essa infecção se
caracteriza por uma doença que acomete todas as raças e camadas sociais. No entanto, a parda
se destacou com 72% dos casos, sendo consoante com o estudo de Silva (2017, p 384 e 385),
em que a população estudada na sua pesquisa 67, 97% era declarada parda.
Preta 41 2%
Amarela 4 0,2%
Indígena 2 0,1%
O estudo de Suto e Lafetá (2016, p 26 e 71) revela que a maior parte das mulheres
realizou consulta de pré-natal, contudo, o concepto adquiriu a doença durante a fase
gestacional, revelando que a assistência a mulher grávida não está sendo conduzida
corretamente. Nessa conjuntura as estratégias devem ser analisadas pela equipe para que
sejam criadas condutas que melhorem o perfil epidemiológico, evitando que ocorra a
transmissão vertical.
Ao avaliar na Tabela 4 os parceiros das mulheres diagnosticadas com sífilis que foram
submetidos a tratamento e acompanhados durante a infecção pelo Treponema pallidum. Os
dados apontam que apenas 670 (40%) dos homens receberam tratamento e 829 (49%) foram
medicados e instruídos com relação às complicações oriundas do processo infeccioso, e (11%)
tiveram essa variável ignorada. O estudo de Beck (2017, p 22) afirma que o tratamento
inadequado ou o não tratamento dos parceiros sexuais das gestantes é o principal obstáculo
para o combate a sífilis congênita, afirmando que o profissional e a ESF devem instruir o
parceiro e sempre incluí-lo na assistência periodicamente.
1671
Tabela 4- Parceiros diagnosticados com sífilis e submetidos a tratamento apresentado no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação – Paraíba, 2013-2017.
CONCLUSÃO
Este estudo evidenciou que existem diversas variáveis que afetam direta e
indiretamente o processo saúde doença durante o período gestacional. Ressaltam-se as falhas
na assistência ao pré- natal fato este que contribui para o diagnóstico tardio da sífilis e as
subnotificações dos casos que deveriam está em tratamento para ruptura do ciclo infeccioso.
REFERÊNCIAS
RESUMO
O objetivo desse trabalho é refletir sobre as tecnologias educativas como instrumento capaz de
prevenir o sofrimento mental dos estudantes universitários. Trata-se de um estudo de reflexivo,
construído com base na leitura crítica de artigos científicos que apontam as tecnologias educativas
como ferramenta inovadora no processo formativo, fazendo a reflexão de como as mesmas podem ser
utilizadas como estratégias de prevenção do sofrimento mental. A aplicabilidade destas tecnologias
favorece resultados satisfatórios sobre a educação, além de proporcionar ambiente prazeroso de
estudos, bem como minimizar o desgaste mental dos estudantes. Essa ferramenta também pode ser
utilizada na abordagem de aspectos relacionados à educação e saúde corroborando com o
compartilhamento de informações que podem ser cruciais para processos de prevenção, reabilitação e
promoção da saúde. É imprescindível ressaltar a relevância das tecnologias educacionais na
capacitação e empoderamento dos educandos, por meio de inovações nas metodologias de ensino,
possibilitando melhor interação entre professores e alunos, de forma que o conhecimento seja
alcançado de maneira lúdica. Outro aspecto importante do uso das tecnologias educativas está
relacionado ao uso dessas ferramentas para educação em saúde em saúde mental.
PALAVRAS-CHAVE: Tecnologia educacional; Saúde mental; Estudantes.
INTRODUÇÃO
O cotidiano universitário exige dos estudantes quase que dedicação exclusiva para
com as atividades estudantis, levando ao desgaste físico e mental dos educandos, fato este que
pode gerar grandes problemáticas no âmbito da saúde. Com essa grande demanda exigida pela
universidade, juntamente com as inúmeras mudanças na vida destes indivíduos em relação ao
ingresso ao universo acadêmico, pode haver desequilíbrio mental, devido principalmente a
grande carga de atividades e exigências requeridas.
Mesquita et al. (2016, p. 227) mostram que os estudantes de nível superior têm
dificuldade de dormir no turno da noite, desta forma necessitam de maiores esforços para
realizar as atividades cotidianas exigidas pela universidade, estes eventos acarretam em
desgaste físico e principalmente mental, sendo considerado aspecto contribuinte para
sentimentos de angustia e alterações subjetivas.
juntamente com a falta de tempo para vida social e lazer comprometem a qualidade de vida
dos mesmos, e pode também contribuir para o desenvolvimento de alguns transtornos mentais
(TENÓRIO ET AL., 2016, p. 575).
Existem inúmeras metodologias de ensino que podem ser utilizadas como ferramenta
no processo ensino-aprendizado, no entanto a mais comumente utilizada nas universidades é o
método tradicional de ensino, que consiste no repasse de informações de maneira
verticalizada, por meio de aulas teóricas, na qual o professor é o detentor de todo
conhecimento, e repassa esse conhecimento aos alunos, os tonando sujeito passivo em todo
processo (KRÜGER; ENSSLIN, 2013, p. 222).
Com base no exposto o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre as
tecnologias educativas como instrumento capaz de prevenir o sofrimento mental dos
estudantes universitários.
1677
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
avanço nesse processo. Os jogos educativos nessa conjuntura se mostram como tecnologia de
aplicabilidade viável, para trabalhar conteúdos diversos. Acredita-se que o estudante
confortável e confiante em seu ambiente de estudo, tem menor tendência de desenvolver
sofrimentos mentais, visto que metodologias que rompem com o modelo tradicional podem
causam esse conforto.
1679
As Tecnologias Educacionais Como Ferramenta De Prevenção De Sofrimento Mental
Dos Universitários
Os jogos educativos são exemplos de tecnologias educativas que podem ser utilizadas
na perspectiva de ações que possam empoderar os acadêmicos com relação ao sofrimento
psíquico, como causas, sinais e sintomas, tratamento e, principalmente, a prevenção. Uma vez
que os jogos são capazes de fomentar processos comportamentais, funções motivadoras, além 1680
CONCLUSÃO
Outro aspecto importante do uso das tecnologias educativas está relacionado ao uso
dessas ferramentas para proporcionar o conhecimento acerca de fatores que afetam a saúde
REFERENCIAS
CASTRO, V.R. Reflexões sobre a saúde mental do estudante universitário: estudo empírico
com estudantes de uma instituição pública de ensino superior. Revista Gestão em Foco. nº 9,
p. 380- 401, 2017. Disponível em:
http://unifia.edu.br/revista_eletronica/revistas/gestao_foco/artigos/ano2017/043_saude_menta
l.pdf . Acesso em: 14 agosto 2018.
TENÓRIO, L.P et al. Saúde Mental de Estudantes de Escolas Médicas com Diferentes
Modelos de Ensino. Revista Brasileira de Educação Médica, Brasília, v.40, n. 4, p. 574-582;
2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
55022016000400574&lng=en&nrm=iso&tlng=pt . Acesso em: 14 agosto 2018.
1683
RESUMO
A cárie em dentes decíduos constitui um grave problema de saúde e necessita receber atenção especial.
O objetivo deste estudo foi avaliar os conhecimentos dos pais/responsáveis sobre cuidados com saúde
bucal na primeira infância. Estudo descritivo transversal, cuja amostra composta por 106 pais
residentes na área de abrangência de quatro UBSs, em Cajazeiras – PB, utilizado questionário
estruturado. Entre os entrevistados, 38,31% afirmaram ter recebido informações sobre saúde bucal.
Quanto ao agente transmissor, 41,46% relataram ser o cirurgião-dentista, 12,19% o pediatra, 9,75% o
enfermeiro, 9,8% o agente de saúde, 26,8% adquiriram conhecimentos através da mídia. Dentre os
métodos mais utilizados, a escovação foi o mais frequente, 64,48%. Quanto higiene bucal, 47,66%
iniciaram antes da irrupção do primeiro dente decíduo, 35,5% a partir do surgimento do primeiro dente
e 16,82% após a completa irrupção de todos os dentes. Com relação à frequência, 22,42%, higienizam
a cavidade bucal da criança três vezes ao dia, 33,64% duas vezes, 43,92% uma única vez. Quanto
adição de açúcar no leite e/ou suco 60,74% faz uso. Conclui-se que pequena parcela do grupo recebeu
informações sobre saúde bucal, sendo clara a necessidade de ações de promoção mais eficazes.
PALAVRAS-CHAVE: Promoção da saúde, Educação em Saúde, Higiene Bucal.
ABSTRACT
Caries in deciduous teeth is a serious health problem and needs special attention. The objective of this
study was to evaluate the knowledge of parents/guardians about oral health care in early childhood.
Descriptive cross-sectional study, whose sample was composed of 106 parents residing in four UBSs
(Basic Health Unit), in Cajazeiras - PB, using a structured questionnaire. Among the interviewees,
38.31% reported having received information about oral health. As for the transmitting agent, 41.46%
reported being the dentist, 12.19% the pediatrician, 9.75% the nurse, 9.8% the health agent, 26.8%
acquired knowledge through the media. Among the most used methods, brushing was the most
frequent 64.48%. Regarding oral hygiene, 47.66% started before the onset of the first deciduous tooth,
35.5% from the first tooth and 16.82% after the complete eruption of all teeth. Regarding the
frequency, 22.42%, they clean the child's oral cavity three times a day, 33.64% twice, 43.92% once.
As for the addition of sugar in milk and/or juice, 60.74% makes use. It is concluded that a small part
of the group received information about oral health, being clear the need for more effective promotion
actions.
KEY WORDS: Health Promotion, Health Education, Oral Hygiene.
RESUMEN 1685
La carie en dientes primarios constituye grave problema de salud y necesita recibir atención especial.
El objetivo de este estudio fue evaluar conocimientos de padres/responsables sobre cuidados con salud
bucal en la primera infancia. Estudio descriptivo transversal, cuya muestra compuesta por 106 padres
residentes en área de cobertura de cuatro UBSs, en Cajazeiras-PB, utilizado cuestionario estructurado.
Entre entrevistados, el 38,31% afirmaron haber recibido informaciones sobre salud bucal. Sobre
agente transmisor, un 41,46% relató ser el cirujano-dentista, un 12,19% el pediatra, un 9,75% el
enfermero, un 9,8% el agente de salud, un 26,8% adquirieron conocimientos por medios de
comunicación. Entre métodos más utilizados, cepillado fue el más frecuente, el 64,48%. Sobre higiene
bucal, el 47,66% se inició antes de irrupción del primer diente primario, el 35,5% a partir del
surgimiento del primer diente y el 16,82% después de completa irrupción de todos dientes. Con
respecto a frecuencia, el 22,42%, higieniza la cavidad bucal del niño tres veces al día, el 33,64% dos
veces, el 43,92% una sola vez. La adición de azúcar en leche y/o jugo el 60,74% hace uso. Se
concluye que pequeña parte del grupo recibió informaciones sobre salud bucal, siendo clara necesidad
de acciones de promoción más eficaces.
PALABRAS CLAVE: Promoción de la salud, Educación en Salud, Higiene Bucal.
INTRODUÇÃO
A educação em saúde desenvolve nas pessoas a consciência crítica das reais causas de
seus problemas, fazendo com que estas despertem interesse pela manutenção da saúde
(MOYSÉS, WATT, 2010; PETRY, PRETTO, 2013).
Há a corresponsabilidade dos pais nas condições de saúde bucal dos seus filhos,
quanto a promoção e manutenção. Vale ressaltar que a educação e orientação dos
pais/responsáveis em relação a saúde bucal é uma forma prática e de baixo custo, além de
muito eficaz para se chegar ao objetivo discutido, que é a saúde permanente dos bebês, sendo
as políticas de saúde coletiva uma ferramenta importante. Sabe-se que grande parte das
doenças bucais e maus hábitos são obtidos durante a primeira infância, em especial a cárie, o
que revela um problema de saúde pública (LOLLI, 2011).
Sabe-se que só a oferta de serviços apenas curativos não é suficiente para que a
incidência de cárie diminua, sendo necessária ações de promoção e educação para saúde
coletiva e individual, com ênfase no incentivo ao desenvolvimento de hábitos saudáveis
(GUARIENTI, BARRETO e FIGUEIREDO, 2009). Nessa esfera, políticas públicas por meio
de programas de prevenção à saúde atingem resultados satisfatórios na maioria das vezes,
além de terem baixo custo operacional e atingirem maior parte da população (GARCIA,
RODRIGUES e DOVIGO, 2004).
A atenção à saúde bucal deve ser iniciada em uma idade precoce, preferencialmente no
primeiro ano de vida (BONECKER et al., 2014). Dessa forma, se os pais forem informados
dos prováveis efeitos negativos da utilização da mamadeira noturna com líquidos açucarados,
concomitante à higiene deficiente, da importância da dieta equilibrada, do uso do flúor e dos
cuidados quanto à higiene bucal, assim como da necessidade da visita ao cirurgião-dentista
quando do irrompimento dos primeiros dentes decíduos, tornar-se-á mais fácil impedir o
estabelecimento de maus hábitos. 1687
Deste modo, este trabalho tem como objetivo verificar o grau de conhecimento e
percepção dos pais e responsáveis de bebês com até 36 meses de idade sobre a higiene bucal,
enfatizando a importância da promoção da saúde bucal na primeira infância.
Delineamento/Métodos
A pesquisa foi realizada com 106 pais/responsáveis atendidos nas Unidades Básicas de
Saúde do município de Cajazeiras - PB. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um
questionário estruturado composto por questões fechadas, relativas ao conhecimento dos
pais/responsáveis sobre temas básicos em saúde e higiene bucal, a forma de aquisição destes
conhecimentos, questão relacionada com as medidas que contribuem para a prevenção da
cárie dentária.
RESULTADOS
Dentre os métodos mais utilizados, a escovação foi o mais frequente 64,48% e, quando
indagadas o início da higienização 47,7% afirmaram que foi antes da irrupção dos dentes,
35,5% a partir do surgimento do primeiro dente, e 16,82% após o surgimento de todos os
dentes.
Com relação à frequência, 22,42%, higienizam a cavidade bucal do bebê três vezes ao
dia, 33,64% duas vezes e 43,92% uma única vez.
Quanto ao consumo de açúcar 60, 74% adiciona açúcar ao leite do bebê e quanto a
informação que não há necessidade da adição de açúcar ao leite, 44,85% diz ter
conhecimento.
Tabela 1. Distribuição da frequência relativa dos resultados obtidos com relação aos
conhecimentos das entrevistadas sobre saúde bucal.
VARIÁVEIS %
Sim 38,31%
Não 61,69%
Enfermeira 3,79%
Agente de Saúde 3,78%
Meios de Comunicação 7,19%
Escovação 64,48%
Algodão úmido 4,67%
Cotonetes úmido 8,41%
Fralda úmida 22,44% 1689
Sim 60,74%
Não 39,26%
Sim 44,85%
Não 55,15%
Fonte: Pesquisa
DISCUSSÃO
A saúde é resultado de vários fatores, dentre eles estão envolvidos a cultura, interação
social, estilo de vida, padrões socioeconômicos e regionais. O conhecimento que o indivíduo
possui sobre os procedimentos para a boa saúde bucal interfere diretamente na conduta deste
neste âmbito (GUARIENTI; BARRETO; FIGUEIREDO, 2009). As políticas de saúde devem
ser propostas respeitando o princípio da equidade de cada território, tanto na esfera coletiva,
quanto na individual, permitindo a maior eficácia.
higiene são passados de pai para filho, por meio da observação e da convivência, ao longo das
gerações (BRANDÃO; SUNDEFELD; MOIMAZ, 2006). Sendo assim, a orientação dos
pais/responsáveis deve ter prioridade nas ações de promoção de saúde voltadas à primeira
infância, em prol da redução da cárie e outras doenças, além da melhor qualidade de vida
(GUARIENTI; BARRETO; FIGUEIREDO, 2009).
Diante dos resultados obtidos pode-se afirmar que ações de promoção de saúde
voltadas à primeira infância, devem priorizar a educação dos pais/responsáveis, auxiliando na
construção de hábitos saudáveis que irão diminuir a ocorrência de doenças e melhorar a saúde
de toda a família.
Mais da metade, 61,69%, das mães que foram questionadas alegaram que não
receberam informações sobre higiene bucal. Estes resultados corroboram com resultados de
Gomes et al. (2012) e Cavalcanti e Rodrigues (2014), cujos valores indicaram,
respectivamente, que 61,3% e 65% dos entrevistados não haviam recebido instruções sobre a
higiene bucal da criança. No entanto, diverge do estudo Cavalcanti e Rodrigues (2014) onde
demonstra que foi o pediatra o agente transmissor mais frequentemente citado.
Em relação aos métodos de higienização bucal, a escovação foi a mais utilizada nesta
pesquisa, sendo, quando realizada da maneira correta, bastante eficaz na prevenção por
remoção mecânica do biofilme dental. No entanto, também foram relatados a adoção de
outros métodos pelas entrevistadas, com base na higiene com fralda, cotonete e algodão
úmidos.
ser obrigatório (LOLLI, 2011). No estudo, as mães entrevistadas, em maioria, referem que a
higienização bucal deve começar antes da irrupção dos dentes. Está de acordo com o estudo
de Beltrão (2009), onde maioria dos pais realiza escovação dental como método de higiene
bucal; contudo, diverge do estudo de Duarte e Santos (2010), 56,3% afirmaram que a higiene
bucal deve ser iniciada a partir da irrupção do primeiro dente. Vale ressaltar que, no presente
estudo, uma parcela considerável, 16,82% das questionadas disseram que a higienização deve
ser realizada após o surgimento de todos os dentes, o que é preocupante devido do grande
risco de instalação da placa bacteriana que poderá ocasionar em cárie e outras doenças.
Nesse sentido, apropriar-se dos conhecimentos, percepções e saberes dos pais e/ou
responsáveis sobre os cuidados com a saúde bucal dos seus filhos, torna-se uma ferramenta
estratégica importante para avaliação e planejamento das ações em saúde para esse grupo da
população.
CONCLUSÕES
1. Apenas uma pequena parcela das mães entrevistadas recebeu informações sobre a
higiene bucal do bebê, sendo o cirurgião-dentista o principal agente transmissor;
REFERÊNCIAS
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2000. Cap.08 p.222-238.
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Paulo, v. 5, n. 2, p. 87-92, 2010.
MARTIN V.B, ÂNGELO M. A organização familiar para o cuidado dos filhos: percepção
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MOYSÉS ST, WATT R. Promoção de saúde bucal. In:Buisch YP. Promoção de saúde bucal
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PETRY PC, PRETTO SM. Educação e motivação em saúde bucal. In: Kriger L. Promoção de
saúde bucal. São Paulo: Artes Médicas; 2013. Cap. 12, p.504-518.
1694
RESUMO
O Programa Saúde na Escola (PSE), uma política pública intersetorial, surge como resultado do
trabalho integrado entre os Ministérios da Saúde e Educação, com a finalidade de contribuir para a
formação integral dos estudantes da rede pública de educação básica através de ações de prevenção,
promoção e atenção à saúde, e tentativa de trabalho intersetorial entre saúde e educação. Este trabalho
teve como objetivo descrever os principais entraves e facilidades para a implantação do PSE ao olhar
dos profissionais envolvidos no mesmo. O estudo baseia-se em relato de experiência vivenciado em
visitas às Equipes de Saúde da Família (ESF) do município de Juazeiro do Norte- CE, para a
sensibilização e orientação sobre os princípios normativos e linhas de atuação do PSE, durante os
encontros foram montadas oficinas descentralizadas entre ESF/Escola de acordo com a realidade e
necessidade local. Conclui-se que há desafios a serem vencidos para que o PSE atue de forma plena,
entre eles estão a capacitação dos envolvidos no programa, divergências das informações entre os
níveis central, regional e local e experiências isoladas dos sistemas de educação e de saúde, que
dificultam o contato.
PALAVRAS-CHAVE: Educação em Saúde; Intersetorialidade; Política Pública; Saúde Escolar.
The Health at School Program (PSE in Portuguese), an intersectoral public policy, emerges as a result
of the integrated work between the Ministries of Health and Education, with the purpose of
contributing to the integral formation of students of the public basic education network through
prevention actions, promotion and health care, and attempted intersectoral work between health and
education. This study, aimed to describe the main obstacles and facilities for the implementation of the
PSE in the eyes of the professionals involved in it, is based on the experience of visits to the Family
Health Teams (ESF in Portuguese) in the city of Juazeiro do Norte, CE, to raise awareness and
guidance on the normative principles and lines of action of the PSE during the meetings and
decentralized workshops between ESF/school according to local reality and need. It is concluded that
there are challenges to be overcome if the PSE is to act fully, among them are the training of those
involved in the program, divergences of information between the central, regional and local levels and
isolated experiences of the education and health systems, that make contact difficult.
KEY WORDS: Health Education; Intersectionality; Public policy; School Health.
RESUMEN
El Programa Salud en la Escuela (PSE), una política pública intersectorial, surge como resultado del
trabajo integrado entre Ministerios de Salud y Educación, con la finalidad de contribuir a la formación
integral de los estudiantes de la red pública de educación básica a través de acciones de prevención,
promoción y atención a la salud, e intento de trabajo intersectorial entre salud y educación. Este
trabajo tuvo como objetivo describir los principales obstáculos y facilidades para la implantación del 1695
PSE al mirar de los profesionales involucrados en el mismo. El estudio se basa en un relato de
experiencia vivido en visitas a los Equipos de Salud de la Familia (ESF) del municipio de Juazeiro do
Norte- CE, para la sensibilización y orientación sobre los principios normativos y líneas de actuación
del PSE, durante los encuentros montadas talleres descentralizados entre ESF/Escuela de acuerdo con
la realidad y necesidad local. Se concluye que hay desafíos a ser vencidos para que el PSE actúe de
forma plena, entre ellos están la capacitación de los involucrados en el programa, divergencias de las
informaciones entre los niveles central, regional y local y experiencias aisladas de los sistemas de
educación y de salud, que dificultan el contacto.
PALABRAS CLAVES: Educación en Salud; Intersectorialidad; Política Pública; Salud Escolar.
INTRODUÇÃO
A educação em saúde faz parte do cotidiano das práticas de saúde há séculos, através
do repasse de conhecimentos empíricos a priori por civilizações antigas tais como: gregos,
chineses e egípcios. Posteriormente foi alvo do uso de sacerdotes e boticários e no século XIX
passou a ser objeto de estudo nas Universidades enquanto vertente das ações de saúde, porém
não era explorada em sua totalidade enquanto disciplina e meio de pesquisa e estudo de forma
mais específica (GAZZENELLI, 2006).
Apenas a partir do Século XX, essa visão das práticas pedagógicas, tecnologias e
metodologias de ensino passaram a ser voltadas à prevenção de agravos com planejamento
prévio e avaliação de seus impactos. A educação em saúde atualmente tem duas grandes
vertentes: a prevenção de doenças e a promoção da saúde. Através das ações de promoção à
saúde são multiplicados hábitos de vida saudáveis para a garantia de qualidade de vida aos
cidadãos (HELMAN, 2009).
A educação em saúde na sua visão ampliada rediscute além que questões relativas à
promoção da saúde, ela promove políticas públicas, ambiente favorável trabalhando a
educação ambiental e a reorientação dos serviços de saúde.
É sabido que, a Educação e Saúde são direitos sociais estatuídos pela Constituição
Federal de 1988, de acordo com o Artigo 6º. Ambas são, igualmente, direito de todos e dever
Interdisciplinaridade
Acolhimento
O acolhimento deve iniciar-se desde a recepção da UBS, onde é direito do cliente ter
acesso a informações sobre horários de funcionamento do serviço, atendimento e profissionais
disponíveis, devendo o mesmo ser respeitado em sua plenitude e atendido na sua integralidade
de forma rápida e resolutiva (BRASIL, 2008).
1) Avaliação das Condições de Saúde das crianças, adolescentes e jovens que estão na
escola pública;
O PSE propõe uma nova política de saúde e educação onde ambos são integrais como
parte de uma formação ampla para a cidadania e o usufruto pleno dos direitos humanos; é
permitida a progressiva ampliação das ações executadas pelos sistemas de saúde e educação
com vistas à atenção integral à saúde de crianças e adolescentes; e promovemos a articulação
de saberes, com a participação de estudantes, pais, comunidade escolar e sociedade em geral
na construção e controle social da política pública (BRASIL et al., 2018).
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Durante a implantação do PSE foi observado uma maior participação dos recursos
humanos da educação e efetiva evasão do NASF, com uma participação de apenas 34.21%
dos profissionais, enquanto que a participação da ESF foi de 41.17%, com a
representatividade de todas as gerentes de enfermagem, os demais profissionais não puderam
participar devido a convocação emergencial para a implantação de outro programa “O saúde
do Homem”.
A abertura da educação em promover parcerias com a saúde foi visível nos eventos
desenvolvidos. O que representa uma facilidade do acesso dos recursos de saúde na educação.
Tais dados foram levantados através de análises nas frequências dos eventos de implantação
do PSE tais como oficinas, capacitações e reuniões para planejamento local. Vale salientar
também maior envolvimento com perguntas e permanência durante toda a atividade. O que
pode ser observado no Quadro abaixo:
Fonte: Direta
Apesar do NASF ter sido implantado para complementar as ações da atenção básica o
processo de integração do NASF a ESF onde observa-se a falta articulação e comunicação,
como proposta para a melhoria da assistência do NASF e articulação do mesmo com os outros
membros da ESF foi promovida uma sensibilização entre NASF e ESF no nosso município
onde são apresentadas as ações desenvolvidas pelo NASF às equipes e é feita a articulação par 1704
a um trabalho multidisciplinar nos projetos futuros que foram construídos nos fóruns. Este
projeto veio buscar mudar esta visão de que um membro a mais na equipe permanece isolado
e não soma as ações apenas divide espaço físico.
O repasse para a logísticas do PSE aconteceu em tempo hábil o que permitiu a compra
de equipamentos e alocações de materiais para as ESFs e Escolas para o início das atividades.
Por fim, houve a aceitação da comunidade escolar e seus familiares em receber a ESF
no ambiente de estudo para a realização das atividades.
CONCLUSÃO
Muito tem sido proposto com relação a estratégias de ensino aprendizagem nas ações
de educação em saúde. Sabe-se que a aplicação destas ações não depende apenas de domínio
técnico sobre as temáticas, mas sim da aplicação de metodologias inovadoras que promovam
uma educação transformadora, longe dos moldes ultrapassados de simples transmissão de
conhecimento. Busca-se, portanto, o empoderamento da comunidade, com a abertura nas
ações de momentos para discussão de realidades locais com a participação de todos os
sujeitos no processo de construção de um novo saber. 1707
Concretizar novas práticas pedagógicas no ambiente escolar não é tarefa fácil para os
profissionais de saúde, é um desafio ir além dos muros da UBS, adentrar a comunidade,
praticar ações educativas em escolas, redes sociais e religiosas. Não é fácil modificar um
hábito de assistência meramente ambulatorial, mas se houver a busca pela sensibilização dos
profissionais e capacitá-los para utilizarem novas técnicas educativas, será possível garantir
uma Educação em Saúde de qualidade em nossa nação.
O Programa Saúde na Escola não deve ser uma obrigação da ESF mas uma ação
inovadora na construção do SUS do povo para o povo.
REFERÊNCIAS
______. Ministério da Saúde. Cartilha da PNH: Acolhimento nas Práticas de Produção de 1708
Saúde. Brasília, Ministério da Saúde, 2008.
CHIARI, Antônio Paulo Gomes et al. Rede intersetorial do Programa Saúde na Escola:
sujeitos, percepções e práticas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.34, n.5, e00104217,
2018.
HELMAN, C. G. Cultura, saúde e doença. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, p.432, 2009.
Ministério da Saúde. 2010. Acolhimento nas Práticas de Produção de Saúde. Brasília, DF:
Ministério da Saúde.
SANTOS, Debora de Souza; MISHIMA, Silvana Martins; MERHY, Emerson Elias. Processo
de trabalho na Estratégia de Saúde da Família: potencialidades da subjetividade do cuidado
para reconfiguração do modelo de atenção. Ciênc. Saúde Colet, v.23, n. 3, p.861-870, Mar.
1709
2018.
TRAD, Leny Alves Bomfim; ROCHA, Ana Angélica Ribeiro de Meneses e. Condições e
processo de trabalho no cotidiano do Programa Saúde da Família: coerência com princípios
da humanização em saúde. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.16, n. 3, p. 1969-1980,
mar. 2011.
RESUMO 1710
ABSTRACT
The violence is a present phenomenon in great social scale and it is bringing serious
consequences. To combat it requires collective effort in several fields of knowledge and
action. This article investigates the discussion of violence by several authors associating this
universe of discussion to the field of the public health. It was developed from the analysis of
scientific publications that dealt with the subject in question. The discoveries revealed that
although the violence is not a health issue in all publications, it brings striking features of the
association of these two universes.
KEYWORDS: Violence; Discusses; Public Health;
RESUMEN
La violencia es un fenómeno actual en la gran escala social y está causando las consecuencias
serias. Combatirlo / él es el esfuerzo colectivo necesario en varios que los campos de usted
saben y del rendimiento. Este artículo es revelado por la investigación de la discusión de la
violencia por algunos escritores que asocian ese universo de discusión al campo de la salud
pública. Fue desarrollado empezando del análisis de publicaciones científicas que usted / ellos
trataron del tema en el tema. Los descubrimientos revelaron que aunque la violencia no es la
discusión en la salud en todas las publicaciones, traen líneas sobresalientes de la asociación de
estos dos universos.
PALABRAS CLAVES: La Violencia; Debate; Salud Pública;
1711
INTRODUÇÃO
Em 1968 ao falar da tão discutida violência Dom Hélder Câmara, então arcebispo de
Olinda, explanou que o fenômeno violência compreendia um fato onipresente com muitas
formas, pois podia ser visto em todo e qualquer lugar, além do mais, nas palavras do próprio
Dom Hélder “... brutal, aberta, insidiosa, escondida, racionalizada, científica, condensada,
solidificada, anônima, abstrata, irresponsável” (NUNES, 1999, p. 24).
METODOLOGIA
1712
ANÁLISE E DISCUSSÃO
para obrigá-la a submeter-se à vontade de outrem; coação. E Em Harper, (2001, on-line, apud
Lira, 2004, p 08), tem-se que “o termo violentia origina-se de vis que significa energia em
ação, que se traduz por potência exercida sobre outro.”.
Esta discussão de acordo com Hayeck (2009) iniciou-se a partir do século XIX não
porque a temática surgiu neste período, mas porque seu conceito pode variar em sociedades
distintas e mesmo presente na antiguidade, só na atualidade ela passou a ser banalizada, quer
seja, fazer parte do cotidiano do homem.
Trazendo como foco para discussão as relações pessoais, políticas, sociais e culturais
que envolvem as pessoas e a complexidade das relações e das construções vividas nas
sociedades em que estão inseridas, Minayo e Souza (1999); Minayo e Souza (2005), ratificam
ser difícil a conceituação do fenômeno violência, pondo ainda quão complexo, controverso e
ambíguo é tal fenômeno. Estas mesmas autoras (op cit), demonstram tais características a
A questão é que a violencia se constrói pelo conflito nessas idéias, que establece um
pacto social transgressor e desigual (FALEIROS, 2007; ARAÚJO e LOBO FILHO, 2009;
ARAÚJO, SÁ e AMARAL, 2011).
Nessa linha de pensamento, Waiselfisz (2011), Arendt (1994), traz que à medida que
há desigualdade na construção do pacto social, há também a utilização de coersão ou força,
quer seja, a violência pode surgir a partir do exercício de coação daquele que detém
autoridade sobre o que não detém.
O fato é que a violência existe, de acordo com Michaud, 1989 apud Waiselfisz (2011),
quando se denigre, em qualquer aspecto a existência do outro, o que pode acontecer
individualmente ou em uma coletividade. Além do mais, a violência pode se traduzir em duas
modalidades, quais sejam, por ação, mas também pode acontecer por omissão (BARRERA,
ESPITIA e GAITÁN, tradução nossa, 2012).
Nesta abordagem Minayo e Souza (1998), cruzam a violência com a relação humana
pautando-se na pluralidade do fato, e explicam-na a partir de ações geradoras de
desigualdades que constroem sacrifícios, e que de acordo com elas, precisam ter suas
especificidades esclarecidas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
FREUD, S. "Psicologia de grupo e a análise do ego", Edição Standard Brasileira das Obras
Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Rio de Janeiro: Imago, vol. XVIII, 1976.
HAYECK, C. M. Refletindo sobre a violência. Rev. Bras. de História & Ciências Sociais. Ano
I - n. I - julho, 2009.
1716
KRUG, E.; DAHLBERG, J. A. MERCY, A. B. Z. LOZANO, R. Relatório mundial sobre
violência e saúde. Brasília: OMS/OPAS/UNPD, 2002.
LIRA, P Índice de violência criminalizada (IVC). In: II Congresso Consad de Gestão Pública
– Painel 62: Gestão em segurança pública. Espírito Santo, SESP, 2004.
MINAYO, M. C. de S. (Org.). et al. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade. 30. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
MINAYO, M. C. de S.; SOUZA, E. R. de. Violência contra idosos: É possível prevenir. in:
Impacto da violência na saúde dos brasileiros. Brasília: Ministério da Saúde, p. 141-170. 340
f., 2005.
OMS. Relatório Mundial sobre Violência e Saúde. Genebra, Organização Mundial da Saúde,
1999.
OMS. Relatório Mundial sobre Violência e Saúde. Genebra, Organização Mundial da Saúde,
2002.
RESUMO
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade de o coração
manter o débito cardíaco (DC) adequado ao suprimento das necessidades metabólicas basais, ou
consegui-lo à custa de elevadas pressões de enchimento. Objetivou-se descrever o perfil de
internamentos por IC nas macrorregiões brasileiras. A pesquisa é descritiva com uma abordagem
quantitativa, epidemiológica do tipo ecológica. O objeto deste estudo foram os dados sobre
hospitalizações por IC entre os anos de 2010 e 2014 disponibilizados no Departamento de Informática
do Sistema Único de Saúde – DATASUS. O levantamento realizado mostrou pequena redução no
número total de internações, que passou de 264.802 no ano 2010 para 224.377 em 2014. Em relação
ao caráter de atendimento as urgências despontaram, responsáveis por 95% das internações. O mais
alto índice de hospitalizações ocorreu nos pacientes acima dos 60 anos de idade. No período dos cinco
anos contabilizados o investimento total foi de R$ 1.536.423.169. Os resultados deste estudo podem
auxiliar no desenvolvimento de estratégias que visem melhora do manejo das hospitalizações de
pacientes com IC, com vistas à uma redução nas cifras apresentadas, o que resultaria em benefícios
para redução dos impactos previdenciários e dos gastos em saúde pública de forma eficiente.
PALAVRAS-CHAVE: Insuficiência Cardíaca. Hospitalização. Perfil de Saúde. Epidemiologia.
ABSTRACT
Heart failure (HF) is a clinical syndrome characterized by the inability of the heart to maintain
adequate cardiac output (CO or DC in Portuguese) to meet basal metabolic needs, or to achieve it at
the expense of high filling pressures. The objective of this study was to describe the profile of
hospitalizations due to HF in Brazilian macro regions. The research is descriptive with a quantitative,
epidemiological approach of the ecological type. The objective of this study was the data on
hospitalizations for HF between the years 2010 and 2014 available in the Department of Informatics of
the Unified Health System - DATASUS. The survey carried out showed a small reduction in the total
number of hospitalizations, from 264,802 in 2010 to 224,377 in 2014. Regarding the character of care,
emergencies occurred, accounting for 95% of hospitalizations. The highest rate of hospitalization
occurred in patients over 60 years of age. In the five-year period, the total investment was R$
1,536,423,169. The results of this study can aid in the development of strategies aimed at improving
the management of hospitalizations of patients with HF, with a view to reducing the figures presented,
which would result in benefits to reduce social security impacts and public health spending efficiently.
KEYWORDS: Heart Failure. Hospitalization. Health Profile. Epidemiology.
RESUMEN
La insuficiencia cardíaca (IC) es un síndrome clínico caracterizado por la incapacidad del corazón para
mantener el débito cardíaco (DC) adecuado para el abastecimiento de las necesidades metabólicas
basales, o conseguirlo a costa de altas presiones de llenado. Se objetivó describir el perfil de
internamientos por IC en las macrorregiones brasileñas. La investigación es descriptiva con un
enfoque cuantitativo, epidemiológico del tipo ecológico. El objetivo de este estudio fueron los datos
sobre hospitalizaciones por IC entre los años 2010 y 2014 disponibles en el Departamento de
Informática del Sistema Único de Salud - DATASUS. El levantamiento realizado mostró pequeña
reducción en el número total de internaciones, que pasó de 264.802 en el año 2010 a 224.377 en 2014.
En relación al carácter de atención las urgencias despuntar, responsables por el 95% de las
internaciones. El más alto índice de hospitalizaciones ocurrió en los pacientes por encima de los 60
años. En el período de los cinco años contabilizados la inversión total fue de R $ 1.536.423.169. Los
resultados de este estudio pueden ayudar en el desarrollo de estrategias encaminadas a mejorar el
manejo de las hospitalizaciones de pacientes con IC con vistas a una reducción en las cifras
presentadas, lo que resultaría en beneficios para reducción de los impactos previsionales y de los
gastos en salud pública de forma eficiente.
PALABRAS CLAVES: Insuficiencia Cardiaca. Hospitalización. Perfil de Salud. Epidemiología.
INTRODUÇÃO
A insuficiência cardíaca (IC) pode ser considerada como uma complexa síndrome
clínica de natureza progressiva e comumente irreversível, que cursa com alterações estruturais
e/ou funcionais do músculo cardíaco, e que se caracteriza pela incapacidade da manutenção
de uma adequada perfusão tecidual suficiente para suprir as necessidades metabólicas do
organismo, ou que alcance tal propósito em razão do aumento das pressões de enchimento das
câmaras cardíacas. Etiologicamente a IC traduz-se como um desfecho comum às diversas
Nos Estados Unidos, são diagnosticados anualmente em torno de 550 mil novos casos,
o que confere à IC a quinta colocação no ranking das causas mais frequentes de
hospitalização (POFFO, et al., 2017). No Brasil existem cerca de dois milhões de pacientes
com IC (segundo dados do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde -
DATASUS), e as projeções apontam que, em 2025, o Brasil será o detentor da sexta maior
população de idosos no mundo, aproximadamente, 30 milhões de pessoas, ocasionando tanto
uma possível multiplicação do número de casos de IC no país quanto um estrondoso aumento
nos gastos com essa síndrome (NOGUEIRA; RASSI; CORRÊA, 2010,).
Como objetivo geral buscamos caracterizar o perfil de internamentos por insuficiência 1721
MÉTODO
RESULTADOS
Diversos estudos epidemiológicos apontam que as taxas, tanto de incidência quanto de 1722
Gráfico 1 – Distribuição das internações por Insuficiência Cardíaca segundo macrorregião brasileira
entre 2010-2014. Cajazeiras, PB – 2018.
De acordo com Carlos et al. (2009) deve-se considerar o fato de que o registro de
internações do SUS sofre com algumas limitações, entre as quais: avaliação apenas dos
pacientes internados atendidos pelo sistema público de saúde; desconsideração dos pacientes
do setor privado em regime de tratamento ambulatorial; dificuldades de diagnóstico e
codificação; problemas culturais regionais. Além disso, para estes autores, a tendência à
estabilidade no número de hospitalizações por IC reflete também a quantidade reduzida do
número total de leitos disponibilizados pelo SUS nos últimos 11anos.
em estudo, o Gráfico 3 evidencia este fato ao mostrar que aproximadamente 70% dos casos
registrados situam-se na faixa etária acima dos 60 anos de idade.
Gráfico 3 – Distribuição dos internamentos por faixa etária e macrorregião no Brasil 2010-2014.
Cajazeiras, PB – 2018.
1724
1725
Gráfico 5 – Distribuição dos internamentos por sexo e por macrorregião no Brasil entre 2010-2014.
Cajazeiras, PB – 2018.
1726
Gráfico 6 – Distribuição dos internamentos por regime de atendimento e macrorregião no Brasil entre
2010-2014. Cajazeiras, PB – 2018.
1727
O estudo publicado por Stevens et al. (2018) mostrou que as condições cardíacas no
Brasil, entre elas a IC, são responsáveis por um impacto financeiro significativo, com um
custo de R$ 56,2 bilhões apenas em 2015. Durante o período considerado por este
levantamento, o investimento total foi de R$ 1.536.423.169 somente com hospitalizações
(Tabela 1). Nordeste, Sudeste e Sul aparecem na tabela com os maiores valores por
hospitalização, sendo possível observar queda nos valores de investimento médio entre 2010
– 2012, o que pode ser considerado como reflexo do período de alta inflação que afligiu o país
nesse dado instante (Gráfico 7).
Tabela 1 – Valor total das hospitalizações por Insuficiência cardíaca no Brasil entre
2010-2014. Cajazeiras, PB – 2018.
CONCLUSÕES
Os dados apresentados por este estudo podem ser úteis à elaboração de políticas de
prevenção e estratégias de cuidado direcionadas à IC, tendo em vista a redução de sua
incidência, possibilitando melhor atenção aos grupos em maior risco, como os homens acima
de 60 anos, bem como uma assistência centrada em ações locais, nas macrorregiões de maior
prevalência, no intuito de diminuir o número de internações e, de maneira geral, os gastos
com essa síndrome.
O estudo deixa claro que, no Brasil, as hospitalizações por insuficiência cardíaca 1729
exercem significativo impacto financeiro não apenas no SUS, mas também na previdência
social. Estratégias de prevenção ou melhor manejo da IC poderia resultar em benefícios para
preservação do bom andamento dos gastos em saúde pública.
REFERÊNCIAS
1731
RESUMO
As plantas medicinais vêm sendo utilizadas desde o início da civilização, e são bastante importantes
para o tratamento de diversas doenças, sendo variadas as substâncias de origem vegetal que possuem
atividade anti-inflamatória e analgésica comprovada cientificamente e que são utilizadas na prática
popular. Sida galheirensis Ulbr, conhecida popularmente como “malva-branca” é utilizada na
medicina popular para tosse, febre, dores e inflamação. O objetivo desse estudo foi avaliar a atividade
antinociceptiva do extrato alcóolico (50, 100 e 200 mg/kg, v.o) da Sida galheirensis ULBR em
modelos de nocicepção em animais. No teste de formalina, o extrato conseguiu reduzir o tempo de
lambedura de pata na segunda fase apenas com a dose de 200 mg/kg e com significância. O extrato na
dose de 200 mg/kg apresentou uma melhor atividade antinociceptiva representada pelos testes
estatísticos. Estes resultados sugerem que o extrato alcóolico da Sida galheirensis ULBR, na dose de
200 mg/kg, apresenta atividade antinociceptiva na qual não esta ligada a mecanismos centrais e deve
estar relacionada ao processo inflamatório que pode ser atribuída à síntese/degradação de mediadores
inflamatórios, como PGs, caracterizando uma atividade antinociceptiva a nível periférico.
PALAVRAS-CHAVE: Sida galheirensis. Anti-inflamatório. Antinociceptivo. Plantas Medicinais
ABSTRACT
Medicinal plants have been used since the beginning of civilization and are quite important for the
treatment of several diseases, being varied the substances of vegetal origin that have anti-inflammatory
activity and analgesic proven scientifically and are used in popular practice. Sida galheirensis Ulbr,
popularly known as "white mallow", is used in folk medicine for cough, fever, pain and inflammation.
The objective of this study was to evaluate the antinociceptive activity of the alcohol extract (50, 100
and 200 mg / kg, v.o) of Sida galheirensis ULBR in nociception models in animals. In the formalin
test, the extract was able to reduce paw licking time in the second phase only at a dose of 200 mg / kg.
The extract at the dose of 200 mg / kg presented better antinociceptive activity represented by the
statistical tests. These results suggest that the alcoholic extract of Sida galheirensis ULBR at a dose of
200 mg / kg presents antinociceptive activity in which it is not linked to central mechanisms and
should be related to the inflammatory process that can be attributed to the synthesis / degradation of
inflammatory mediators, as PGs, characterizing an antinociceptive activity at the peripheral level.
KEY-WORDS: Sida galheirensis. Anti-inflammatory. Antinociceptive. Medicinal plants.
RESUMEN
Las plantas medicinales vienen siendo utilizadas desde el inicio de la civilización y son bastante
importantes para el tratamiento de diversas enfermedades, siendo variadas las sustancias de origen
vegetal que poseen actividad antiinflamatoria y analgésica comprobada científicamente y que se 1732
utilizan en la práctica popular. Sida galheirensis Ulbr, conocida popularmente como "malva-blanca" se
utiliza en la medicina popular para tos, fiebre, dolores e inflamación. El objetivo de este estudio fue
evaluar la actividad antinociceptiva del extracto alcóolico (50, 100 y 200 mg / kg, v) del Sida
galheirensis ULBR en modelos de nocicepción en animales. En la prueba de formalina, el extracto
logró reducir el tiempo de lamedura de pata en la segunda fase sólo con la dosis de 200 mg / kg y con
significancia. El extracto en la dosis de 200 mg / kg presentó una mejor actividad antinociceptiva
representada por las pruebas estadísticas. Estos resultados sugieren que el extracto alcóolico de la Sida
galheirensis ULBR a la dosis de 200 mg / kg presenta actividad antinociceptiva en la que no está
ligada a mecanismos centrales y debe estar relacionada al proceso inflamatorio que puede atribuirse a
la síntesis / degradación de mediadores inflamatorios, como PGs, caracterizando una actividad
antinociceptiva a nivel periférico.
PALABRAS CLAVE: Sida galheirensis. Anti-inflamatorio. Antinociceptivo. Plantas medicinales
INTRODUÇÃO
As plantas medicinais vêm sendo utilizadas desde o inicio da civilização, desde que o
homem começou a modificar os produtos naturais para o próprio beneficio. A busca pelo
alívio e cura de doenças pela ingestão de ervas e folha talvez tenha sido uma das primeiras
formas de utilização dos produtos naturais (FIRMO, 2014). O conhecimento convencional de
uso de produtos naturais tem contribuído de forma importante na produção de drogas
terapêuticas utilizadas atualmente pela medicina; entretanto, este potencial é ainda bastante
inexplorado (PAIVA, 2013), o que desperta o interesse de pesquisadores em estudos
multidisciplinares para o enriquecimento dos conhecimentos sobre a inesgotável fonte
medicinal natural (CHAVES, 2010; ROSSATO et al., 2012).
o teste de formalina.
Tipo de estudo
Preparação do extrato
Animais
DROGAS E REAGENTES
Drogas/ reagentes
Equipamentos
Drogas/ reagentes
Seringas descartáveis
Cânula intragástrica
Cronômetro
Teste da formalina
1735
Camundongos, divididos em 4 grupos de 6 animais cada, foram tratados com veículo
(2% Tween 80 em água destilada, 10mL/kg,v.o.), extrato da Sida galheirensis Ulbr ou
morfina (7,5mg/kg, s.c.). O extrato da Sida galheirensis Ulbr foi administrado nas doses de
50, 100mg/kg e 200mg/kg por via oral. A morfina foi utilizada como padrão positivo. Após
30 min (s.c) ou 60 min (v.o) em relação a estes tratamentos, a nocicepção química foi
induzida com uma injeção subplantar de formalina 1% (20μL/animal) na pata traseira direita e
o tempo gasto, em segundos, pelo animal lambendo a pata, foi registrado durante os períodos
de 0-5 min (1ª. fase) e 20-25 min (2ª. fase) após administração da formalina (HUNSKAAR;
HOLE, 1987).
Análise Estatistica
Para comparação múltipla dos dados paramétricos foi utilizada análise de variância
(ANOVA) uma via, seguida do teste de Student-Newman-Keul. Em todas as análises
estatísticas, foi considerado o nível crítico para rejeição da hipótese de nulidade menor que
0,05 (p<0,05). Os asteriscos (*p<0,05; **p<0,01 e ***p<0,001) servirão para caracterizar o
grau de significância.
Aspectos Éticos
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para uma melhor caracterização e estudo das ações analgésicas do extrato da Sida
galheirensis (SD) foi realizado o teste da formalina em camundongos como descrito por
Hunskaar et al. (1985). Esse modelo é considerado um modelo de dor persistente, produzida
pela injeção intraplantar da solução de formalina. Esse método pode ser dividido em duas
fases onde. Na primeira fase, durante os cinco primeiros minutos após a aplicação do estímulo
nóxico, formalina 1%, os animais exibem comportamento nociceptivo evidenciado pela
1736
lambedura da pata onde foi aplicada a injeção. A nocicepção nessa fase é resultado do
estímulo químico direto de fibras aferentes nociceptivas mielinizadas e não mielinizadas,
principalmente as fibras do tipo C, a qual pode ser suprimida por drogas analgésicas opioides
como a morfina (HUNSKAAR et al, 1985; AMARAL et al. 2007).
Figura 1. Efeito do extrato da Sida gualerensis (SG) na primeira fase do teste da formalina.
Formalina 1a fase
Tempo da lambedura da pata(s) 150
100
50
***
1737
0
e kg kg kg kg
ol g/ g/ g/ g/
tr
on m 0 m 0 m m
C 50 10 20 7.
5
SG SG SG fin
a
or
M
Figura 2. Efeito do extrato da Sida gualerensis (SG) na segunda fase do teste da formalina
Formalina 2a Fase
100
Tempo da lambedura da pata(s)
80
60
40 *
20
***
0
le
kg
kg
kg
kg
tro
g/
g/
g/
g/
0m
0m
m
m
on
50
5
C
10
20
7.
SG
SG
SG
a
fin
or
M
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
HUNSKAAR, S.; HOLE, K. The formalin test in mice: dissociation between inflammatory
and non-inflammatory pain. Pain, v. 30, n. 1, p. 103 – 114, 1987.
RESUMO
Objetivo: Refletir sobre Filosofia e as Teorias de Enfermagem na abordagem do holismo/holístico
como instrumento teórico reflexivo na execução das práticas do cuidado de enfermagem. Método:
Estudo de reflexão teórica elaborado a partir da imersão filosófica nas teorias de enfermagem na
abordagem do holismo/holístico. Após análise foram elaboradas duas categorias analíticas: Paradigma
holístico e concepções filosóficas e Holismo/Holístico e saúde: teorias de enfermagem. Resultados: A
transdisciplinariedade reata a ligação entre o viés da ciência com os caminhos da espiritualidade,
sendo um encontro entre ciência e tradição, e ciência e sabedoria, fazendo surgir um novo profissional
que deverá ser cientista e filósofo, contrapondo-se ao modelo clássico. Conclusão: As teorias de
enfermagem apresentaram-se como mecanismo útil na aplicabilidade do cuidado no contexto holístico,
sendo categóricas ao demonstrarem as nuances dos modos de cuidado e a filosofia do
holismo/holístico.
PALAVRAS-CHAVES: Cuidado; Filosofia; Teoria de Enfermagem.
ABSTRACT
Objective: Reflect on Philosophy and Nursing Theories in the approach of holism / holistic as a
reflexive theoretical instrument in the execution of nursing care practices. Method: Theoretical
reflection study elaborated from philosophical immersion in nursing theories in holism / holistic
approach. After analyzing were elaborated two analytical categories: Holistic paradigm and
philosophical conceptions and Holism / Holistic and health: nursing theories. Results:
Transdisciplinarity links the connection between the bias of science and the paths of spirituality, being
a meeting between science and tradition, and science and wisdom, giving rise to a new professional
who should be a scientist and philosopher, opposing the classic model. Conclusion: Nursing theories
presented as a useful mechanism in the applicability of care in the holistic context, being categorical in
showing the nuances of care modes and the philosophy of holism / holistic.
KEYWORDS: Care; Philosophy; Nursing Theory.
INTRODUÇÃO
MÉTODO
RESULTADOS
religião, nem uma nova filosofia, nem uma nova ciência, nem uma nova política e nem uma
nova forma de pensamento (...). Holístico é o calor das mãos, do coração unido por cima das
diferenças (...)”.
O novo paradigma holístico relaciona-se a ruptura filosófica emergente da crise da
ciência, de uma crise de paradigma cartesiano-newtoniano, que caracteriza a objetividade,
racionalidade e quantificação como meios únicos de se chegar ao conhecimento. Esse
paradigma busca novos caminhos numa ótica de dissolver toda a espécie de reducionismo. E a 1742
visão holística irá constituir-se numa força de promoção de novas atitudes no âmbito das
ciências, e terá as ciências da saúde como principais percussoras dessa nova atitude filosófica
(TEIXEIRA, 1996).
Estudiosos estabeleceram princípios para o novo paradigma holístico, e o físico Brian
Swimme exemplificou alguns:
Para Pierre Weil (1991) a conceituação holística parte de uma hologia, tratando da
dimensão do saber, e uma holopráxis, se destina a dar conta da dimensão do saber. O autor
Stanley Krippner afirma existir quatro princípios básicos no contexto do paradigma holístico,
são eles (CREMA, 1989):
Essa introdução aos sistemas é necessária para podermos compreender que a saúde
para tornar-se holística precisa ser estudada como um grande sistema multidimensional,
articulando aspectos psicológicos, físicos, culturais e sociais, todos interdependentes,
buscando atender as mais variadas dimensões. O holismo e a saúde despertam para uma
aproximação entre os saberes, reconhecendo a interdependência fundamental das
manifestações físicas, biológicas e emocionais do corpo, valorizando este como um sistema.
Trazendo essa reflexão para o contexto da enfermagem, a incorporação das teorias de 1744
enfermagem na abordagem da filosofia do holismo/holístico é de suma importância na
compreensão dos métodos de cuidado executados pelos profissionais de enfermagem e de
como a enfermagem está preocupada em avaliar os sujeitos considerando todos os aspectos,
fazendo da junção teoria e prática uma perfeita harmonia assistencial. E para melhor
desempenho e atuação dos profissionais de enfermagem eis que criou-se as teorias de
enfermagem, embasamentos teóricos que subsidiam o cotidiano além das práticas.
A organização dos serviços de enfermagem principiou em meados do século XIX, sob
o comando da enfermeira Florence Nightingale (1989), que atuou durante a Guerra da
Criméia, tendo por base o humanismo como foco principal. Seu cuidado era baseado na inter-
relação com o meio ambiente, envolvendo fatores como desnutrição, fome e condições
precárias de higiene (NIGHTINGALE, 1989).
Nightingale (1989) defendia que a enfermagem deveria agir com o encargo de por a
pessoa na melhor condição para que a natureza agisse sobre ela, e que a prática do cuidado
não poderia ser feita de forma arbitrária ou espontânea, mas através da implementação de
ações de cujo objetivo fosse alcançar resultados já antevistos, dando origem ao Processo de
Enfermagem, mundialmente conhecido.
Embora em nenhum momento Nightingale (1989) tivesse falado em seus trabalhos
sobre a abordagem holística, a mesma deixava claro em sua teoria a abordagem técnico-
prática. Holisticamente, Florence Nightingale (1989) destinava sua atenção ao cuidado numa
dimensão generalizada, onde o indivíduo estava em constante harmonia e interação com o
ambiente político, social e ecológico.
A evidência da abordagem holística dar-se quando contemplados os componentes
ambientais, pois a mesma considerava que tais componentes levariam ao surgimento das
nosologias e, desta forma, poderia-se inferir o conhecimento técnico para aplicabilidades das
ações da enfermagem.
Hildegard Peplau (1988), por sua vez, considera a enfermagem como um processo
interpessoal de ação terapêutica, onde cada indivíduo é visto como um ser
biopsicossocioespiritual, dotado de costumes, crenças e modo de vida singular voltado para
determinado ambiente e cultura, estabelecendo uma relação humana entre um individuo que
se encontra doente e um enfermeiro preparado para o reconhecimento das necessidades de
saúde deste.
A teorização de Peplau perfaz sobre a visão holística a partir do momento em que se 1745
passa a considerar tanto o profissional como o paciente. O processo interativo é por si só um
processo holístico, onde as verdades são respeitadas, compreendidas e aceitas, facilitando a
relação e assistência ao individuo doente.
Lydia E. Hall trabalhou na teoria do desenvolvimento de aspectos filosóficos básicos
de enfermagem, procurando garantir a qualidade dos cuidados prestados pelos profissionais
nesta área (GEORGE, 1993). Hall para exemplificar sua teoria utilizou simbolicamente da
interlição de três círculos, cada qual, individualmente, referenciam aspectos da enfermagem.
A teoria do círculo de Cuidados que representa claramente o envolvimento do
enfermeiro no cuidado as necessidades humanas básicas. No círculo da essência, o enfermeiro
desenvolve uma relação interpessoal e terapêutica com o paciente, visando desenvolver no
paciente a capacidade de tomada de decisão. O círculo da cura baseia-se na nosologia, no
modo de tratamento e na integração do enfermeiro junto à família do paciente e aos demais
membros da equipe multiprofissional de saúde (GEORGE, 1993). A visão holística da teoria
de Hall apresenta-se nas ações a serem desenvolvidas pelo enfermeiro com o objetivo de
recuperar o indivíduo enfermo, enxergando o individuo como um todo e encorajando ações
para a manutenção da vida.
A teoria de Virginia Henderson (1969) insere-se na linha das necessidades humanas
básicas, tendo o cuidado baseado em quatorzes componentes de cuidados básicos de
enfermagem, garantindo a teoria uma visão totalitária sobre o indivíduo. Henderson faz uso da
abordagem holística para estabelecer um plano assistencial globalizado.
Henderson (1969) utilizando-se da abordagem holística estabelece que o cuidado de
enfermagem deriva das necessidades humanas, assim como, de todos os serviços de saúde
prestados ao sujeito. Holisticamente, nesta teoria, cria-se um ambiente harmonioso e
interativo entre os profissionais, pacientes e sociedade, estando em constante inter-
relacionamento.
CONCLUSÃO
Com base em uma atitude transdisciplinar e uma visão sistêmica, o novo paradigma
tem provocado novas reflexões nas diversas áreas do saber. E a enfermagem com suas bases
histórica, teóricas, filosóficas, espirituais e sócias ao longo de sua consolidação pode envolver
Nesse sentido o novo rumo para a saúde deve partir do paradigma holístico,
ressaltando a premissa de rever os atuais modelos de serviços ofertados pelas instituições de
ensino, pesquisa e cuidado em saúde, uma vez que em decorrência do enorme poder
simbólico do modelo biomédico em nossa cultura ocidental, torna-se necessário que a todo o
momento seja enfatizado os pilares do sistema de saúde, reforçando a ideia de que a saúde é 1748
para todos e a assistência a ser prestada deve priorizar a saúde e o bem-estar dos indivíduos.
Ressalta-se, porém, que são necessários maiores estudos a respeito dessa temática,
maiores discussões, e, de modo especial, reflexões no campo da enfermagem da utilização da
abordagem holística no processo do cuidado para que dessa forma novos métodos possam ser
criados, aprimorados e aprofundados buscando sempre a interlição do saber científico e
filosófico dos sujeitos.
REFERÊNCIAS
CREMA, R. Introdução à visão holística. "2 ed." São Paulo, Summus, 1989.
NIGHTINGALE, F. Notas sobre enfermagem: o que é e o que não é. São Paulo: Cortez;
1989.
OREM, D. E. Nursing, concepts ofpractice. 4 ed. SI. Louis: Mosby, 1991 . 385p.
RESUMO
As intervenções do cuidado à saúde devem se sustentar no conhecimento bio-psico-social; assim, a
assistência à saúde passa a ter a características interdisciplinares e multiprofissionais. Nesse contexto,
o Agente Comunitário de Saúde (ACS) desempenha papel relevante dentro da Equipe de Saúde da
Família (ESF), interferindo na qualidade do trabalho prestado por ser o elo entre a população e a
equipe. Objetivou-se desenvolver educação em saúde a um grupo de ACSs; fortalecer o contato da
equipe; elevar a qualidade de trabalho dos ACSs. Trata-se de relato de experiência desenvolvido em
uma Unidade Básica de Saúde com oito ACSs do município de Barbalha-CE. Para tal, foram
preparadas palestras expositivas, e apostilas, durante quatro meses sobre: aleitamento materno; asma;
tuberculose; dengue; hipertensão arterial sistêmica; diabetes mellitus; saúde do idoso; detecção
precoce de doenças e saúde bucal. Na oportunidade, os ACSs relataram experiências e tiraram dúvidas
sobre como orientar a comunidade. Conclui-se que a capacitação foi de extrema importância para
melhor execução de trabalhos futuros dos ACSs, contribuindo para a extensão da atenção à saúde.
Assim, continuar investindo nesse tipo de educação se faz necessário, pois são fundamentais no
processo de consolidação do Sistema Único de Saúde.
PALAVRAS-CHAVE: Agentes Comunitários de Saúde; Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde.
ABSTRACT
Health care interventions should be based on bio-psycho-social knowledge; thus, health care will have
interdisciplinary and MULTIPROFESSIONAL characteristics. In this context, the Community Health
Agent (ACS) plays a relevant role within the Family Health Team (ESF), interfering in the quality of
work provided by being the link between the population and the team. The objective was to develop
health education for a group of ACSs; strengthen team contact; increase the quality of work of the
ACSs. It is an experience report developed in a Basic Health Unit with eight ACSs of the municipality
of Barbalha-CE. To this end, expository lectures and handouts were prepared for four months on:
breastfeeding; asthma; tuberculosis; dengue; systemic arterial hypertension; diabetes mellitus; health
of the elderly; early detection of diseases and oral health. At the time, the ACSs reported experiences
and questioned how to guide the community. It is concluded that the training was extremely important
for the better execution of future work of the ACSs, contributing to the extension of health care. Thus,
to continue investing in this type of education becomes necessary, since they are fundamental in the
process of consolidation of the Unified Health System.
RESUMEN
1751
Las intervenciones del cuidado de la salud deben sostenerse en el conocimiento bio-psico-social; así,
la asistencia a la salud pasa a tener características interdisciplinares. En este contexto, el Agente
Comunitario de Salud (ACS) desempeña un papel relevante dentro del Equipo de Salud de la Familia
(ESF), interfiriendo en la calidad del trabajo prestado por ser el eslabón entre la población y el equipo.
Se pretendió desarrollar educación en salud a un grupo de ACSs; fortalecer el contacto del equipo;
elevar la calidad de trabajo de los ACSs. Se trata de relato de experiencia desarrollado en una Unidad
Básica de Salud con ocho ACSs del municipio de Barbalha-CE. Para ello, se prepararon conferencias
expositivas, y apostillas, durante cuatro meses sobre: lactancia materna; asma; la tuberculosis; el
dengue; hipertensión arterial sistémica; diabetes mellitus; salud del anciano; detección precoz de
enfermedades y salud bucodental. En la oportunidad, los ACSs relataron experiencias y tomaron
dudas. Se concluye que la capacitación fue de extrema importancia para la mejor ejecución de trabajos
futuros de los ACSs. Así, continuar invirtiendo en ese tipo de educación se hace necesario, pues son
fundamentales en el proceso de consolidación del Sistema Único de Salud.
PALABRAS CLAVE: Agentes Comunitarios de Salud; Salud de la Familia; Atención
Primaria a la Salud.
INTRODUÇÃO
como orientador educacional, é mais abrangente quando reforçada pela participação desses
profissionais. É nesta relação de complementaridade e interdependência, e ao mesmo tempo
de autonomia relativa, que se baseia a criação do presente projeto de intervenção.
Partindo-se dessa ideologia, nada mais prático que tornar a equipe de agentes
comunitários de saúde “disseminadores de saúde”, capacitados a orientar a população em
questões básicas de saúde, dividindo a responsabilidade de um bem-estar completo com todos
da equipe, incluindo a própria população, sem perpassar sua área de conhecimento.
a qualidade de trabalho dos ACSs, uma vez que estes são o elo entre o serviço de saúde e a
comunidade (TOMAZ, 2002).
METODOLOGIA
Este relato de experiência foi desenvolvido na Unidade Básica de Saúde do Moreira, 1754
situada na zona rural de Barbalha/Ceará, mais precisamente no Sítio Porteiras, com início em
26 de agosto de 2016 e término em 23 de novembro do mesmo ano. A população participante
do estudo constou de 8 ACSs da referida UBS, sendo este o único critério de inclusão, não
havendo critério excludente.
Foram ministradas aulas teóricas sobre alguns agravos de saúde frequentes em nível de
atenção básica à saúde. Durante um período de dois meses foram abordados os seguintes
temas: aleitamento materno; asma; tuberculose; dengue; hipertensão arterial sistêmica;
diabetes mellitus; saúde do idoso; detecção precoce de doenças e saúde bucal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na oportunidade da primeira aula foi entregue a cada Agente uma apostila com os
temas a serem discutidos, uma pasta transparente, uma caneta azul, um marca-texto e um lápis
com borracha. Pois, conforme Duarte, Silva e Cardoso (2007), capacitações para Agentes de
Saúde devem estar pautadas no estímulo das habilidades dos mesmos, para o amplo
desenvolvimento de suas atribuições. Para isso, portanto, achou-se necessário começar o
incentivo lhes resguardando de materiais simples, mas que são fundamentais para o bom
aproveitamento do curso. Ainda na primeira sessão, o tema abordado foi o aleitamento
materno. Nas subsequentes, falou-se de asma, tuberculose, dengue, hipertensão arterial
sistêmica, diabetes mellitus, saúde do idoso e detecção precoce de doenças e saúde bucal; a
saber, detalhadamente:
1755
Aleitamento Materno, Em Nove De Agosto De 2016:
Aula sobre Aleitamento Materno foi realizada em dois de agosto de 2016 na sala de
reuniões da USB do Moreira. Antes da aula, foi solicitado que as ACSs escrevessem o que
elas sabiam sobre o tema e, ao longo da aula, puderam tirar dúvidas e relatar experiências
vividas no dia a dia.
Essa abordagem se faz essencial, pois, segundo Braga e Valle (2007, p. 117) o
Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD) tem como estratégia a integração dos
Agentes Comunitários de Saúde no controle da dengue, através da mobilização dos mesmos e
do Programa Saúde da Família (PSF). 1756
Nesse dia, eles puderam aprender muito mais que fazer a limpeza das caixas d’água,
papel visto, de forma preconceituosa, como única função do ACS. Firmou-se também meios
de analisar os hábitos familiares, a atuação do morador no combate à dengue, os sinais e
sintomas da doença. Além disso, frisou-se que mesmo quando estamos trabalhando um tema,
outras queixas e problemas relatados pela população não podem ser negligenciados pontos
muitos importantes, segundo Baglini (2005).
Hoje, sabe-se que não faz mais parte do trabalho dos Agentes a aferição da pressão
arterial, no entanto, eles podem atuar no combate a HAS por meio da identificação dos novos
casos e no acompanhamento dos Quadros antigos. Pois, toda a ESF possui atribuição
fundamental neste processo, ao fazer levantamento epidemiológico e propor medidas
preventivas, de controle e tratamento (BRASIL, 2000).
Falar desses temas se faz muito importante pelo número de casos que são
acompanhados nas UBSs. Nada obstante, existe o HIPERDIA, um programa de
1757
Neste novo encontro, foi discutido o conteúdo Leishmaniose, uma doença febril
infecciosa que tem números crescentes no Ceará. Como evidencia o Jornal Diário do Nordeste
(2018) ao relatar que no presente anos mais de cem casos foram registrados no estado do
Ceará, e a capital Fortaleza é a que lidera esses números.
Assim como nas atividades anteriores, a discussão foi muito produtiva. E aproveitando
o encontro do dia, foi discutido sobre Tuberculose (TB), seus aspectos sintomáticos,
tratamento e prevenção. Nesse contexto, evidenciou-se o importante papel dos ACSs, pois,
assim como para as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT), segundo Ruffino-Netto
(2001), as equipes de Saúde da Família representam, hoje, uma forma de acesso ao tratamento
gratuito contra a Tuberculose. O mesmo autor, ainda atenta para a epidemiologia desta
doença, que se compreende entre 8 a 9 milhões de casos novos ao ano em todo o mundo,
destes, 124 mil casos por ano ocorrem no Brasil. Assim, TB é doença considerada problema
de saúde pública no Brasil. Assim, a busca ativa de sintomas no diagnóstico e tratamento
precoce é uma das tarefas realizada pelo agente comunitário de saúde que trarão muitos
benefícios, tanto ao paciente como o sistema de saúde (MACIEL et al, 2008).
Observações E Fechamento
Após a exposição das aulas de caráter teórico, os pesquisadores avaliaram o projeto, o que foi
feito durante as discussões em equipe e também na oportunidade de visita domiciliar
acompanhando os ACSs. Com isso, observou-se uma melhor desenvoltura dos Agentes no
orientar da população ao longo dos encontros.
Também recebemos muitos elogios pela iniciativa em buscar meios capacitantes e por
valorizar a profissão, uma vez que é demandada, ainda, pouca atenção a estes trabalhadores.
Um exemplo bem prático do benefício trazido por este tipo de atividade foi a
orientação dada por uma ACS da equipe à puérpera, no tocante à importância do aleitamento
1758
materno exclusivo até os seis meses de vida do lactente. O profissional comunitário foi mais
habilidoso ao falar do tema que acabara de estudar, enfatizou os benefícios e desmistificaram
algumas situações, além de orientar sobre a relação afetiva mãe-lactente, o custo zero,
anticoncepção durante o período de amamentação, a proteção contra doenças, entre outros.
CONCLUSÃO
No atual contexto do setor saúde, o Agente Comunitário de Saúde (ACS) tem uma
atribuição importante, tecer e/ou fortalecer os elos entre a comunidade e os serviços.
Antigamente, acreditava-se que saúde era somente a ausência de doença, mas posteriormente
viu-se que precisa haver uma correlação da saúde com o meio ambiente em que se vive e das
condições favoráveis de alimentação e higiene (5). A partir dos ACSs podemos levar
conhecimentos que, muitas vezes, a comunidade desconhece, mas que são de extrema
importância para a manutenção da saúde.
A capacitação das ACSs foi de extrema valia para a execução dos seus trabalhos no
primeiro nível de atenção à saúde, garantindo os cuidados corretos à população, com grau de
resolubilidade compatível com sua função, contribuindo para a extensão da atenção à saúde.
Tais intervenções mostraram-se positivas, sendo motivo de continuar investindo nesse tipo de
educação dos ACSs, trabalhadores fundamentais no processo de consolidação do Sistema
Único de Saúde (SUS). Pois, o próprio Ministério da Saúde lançou o Plano de Ações
Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis, no qual 1759
constam ações de incentivo ao aleitamento materno e prática de atividades físicas, aspectos
estes abordados durante as ações com os Agentes.
Vale salientar que o ACS não é uma alternativa a menores gastos ou aos frágeis
sistemas de saúde, como é pensado por muitos; ao contrário, eles são essenciais no trabalho de
toda Equipe de Saúde da Família. Para uma maior efetividade de seu papel, direcionamentos,
treinamentos, supervisões e participação ativa com as comunidades são elementos chave
(HAINES, 2007).
REFERÊNCIAS
COSTA, S. D. M.; ARAÚJO, F. F.; MARTINS, L. V.; NOBRE, L. L. R.; ARAÚJO, F. M.;
1760
RODRIGUES, C. A. Q. Agente Comunitário de Saúde: elemento nuclear das ações em saúde.
Ciência & Saúde Coletiva, v. 18, p. 2147-2156, 2013.
HAINES, A.; SANDERS, D.; LEHMANN, U.; ROWE, A. K.; LAWN, J. E.; JAN, S.;
BHUTTA, Z. Achieving child survival goals: potential contribution of community health
workers. The Lancet, v. 369, n. 9579, p. 2121-2131, 2007.
MACIEL, E. L. N.; VIEIRA, R. D. C. A.; MILANI, E. C.; BRASIL, M.; FREGONA, G.;
DIETZE, R. O agente comunitário de saúde no controle da tuberculose: conhecimentos e
percepções. Cadernos de Saúde Pública, v. 24, p. 1377-1386, 2008.
SILVA, J.A.; DALMASO, A.S.W. Agente comunitário de saúde: o ser, o saber, o fazer. In:
Agente comunitário de saúde: o ser, o saber, o fazer. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2002a,
p.1433-1434.
TOMAZ, J. B. C. O agente comunitário de saúde não deve ser um" super-herói". Interface-
Comunicação, Saúde, Educação, v. 6, p. 84-87, 2002.
1761
RESUMO
O presente trabalho aborda, através de uma revisão de literatura, as esferas socioeconômicas e
ambientais que atuam sobre o acometimento acidental ou proposital de pacientes atingidos por
intoxicações por organoclorados e piretroides. Para a elaboração desta revisão de literatura, realizou-se
uma busca por artigos científicos e revisões bibliográficas entre fevereiro e março de 2018 nas bases
de dados PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), sendo utilizados os descritores:
“Inseticideintoxication”, “Pyrethroidintoxication” e “Organochlorinesintoxication”. Ao final, foram
selecionados 15 artigos para serem lidos completamente. Diante dos estudos analisados foi possível
observar como os trabalhadores rurais são uma população vulnerável para sofrer com a toxidade dos
inseticidas, mesmo aqueles com baixa toxicidade como os piretroides. Além disso, os estudos
utilizados apontam os prejuízos ao meio ambiente pela utilização dessas substâncias. Foram relatados
também os graves efeitos sistêmicos gerados pela ingestão oral ou inalação acidental desses
inseticidas, demonstrando, através do Quadro clínico e da ausência de antídotos para o tratamento,
como essas substâncias podem ser fatais para os seres humanos. Conclui-se que as dificuldades do
acesso a educação e informação refletem no adoecimento de agricultores. Além disso, os estudos
abordados neste trabalho apontam os prejuízos ao meio ambiente pela utilização dessas substâncias.
PALAVRAS-CHAVE: Inseticidas; Intoxicação; Piretroides; Organoclorados; Pesticidas.
270
Universidade Federal de Campina Grande
the sickness of farmers. In addition, the studies addressed in this study point out the environmental
damage caused by the use of these substances.
RESUMEN
El presente trabajo aborda, a través de una revisión de literatura, las esferas socioeconómicas y
ambientales que actúan sobre el acometimiento accidental o intencional de pacientes afectados por
intoxicaciones por organoclorados y piretroides. Para la elaboración de esta revisión de literatura, se
realizó una búsqueda por artículos científicos y revisiones bibliográficas entre febrero y marzo de
2018 en las bases de datos PubMed y Biblioteca Virtual de Salud (BVS), siendo utilizados los
descriptores: "Inseticideintoxication", "Pyrethroidintoxication "Y" Organochlorinesintoxication ". Al
final, se seleccionaron 15 artículos para ser leídos completamente. Ante los estudios analizados fue
posible observar cómo los trabajadores rurales son una población vulnerable para sufrir con la
toxicidad de los insecticidas. Además, los estudios utilizados apuntan a los daños al medio ambiente
por la utilización de estas sustancias. Se han reportado también los graves efectos sistémicos
generados por la ingestión oral o la inhalación accidental de estos insecticidas. Se concluye que las
dificultades del acceso a la educación e información reflejan en la enfermedad de los agricultores.
Además, los estudios abordados en este trabajo apuntan los perjuicios al medio ambiente por la
utilización de esas sustancias.
PALABRAS CLAVES: Insecticidas; Intoxicación; Piretroides; Organoclorados; Pesticidas.
INTRODUÇÃO
Desde segunda metade do século XIX, a demanda por alimentos tem aumentado o
consumo de agrotóxicos no controle de diversas pragas. Por isso, discussões sobre os efeitos
desses químicos no corpo humano têm aumentado. O Brasil ganhou localização em destaque
entre os países consumidores de produtos xenobióticos, colocando-se atrás somente do Japão
e dos Estados Unidos (DAMS, 2006). Um dado que dimensiona, a gravidade dessa
problemática é o fato de que um terço dos alimentos consumidos diariamente pelos brasileiros
está contaminado pelos agrotóxicos, esse foi um alerta realizado pela Associação Brasileira de
Saúde Coletiva (Abrasco) no ano de 2012.
Diante desse contexto, indivíduos como agricultores, bem como, seus familiares se
encontram vulneráveis durante a prática laboral ao desconhecer os perigos quanto ao uso dos
agrotóxicos. E reconhecer a inerente complexidade da questão dos agrotóxicos e analisar suas
diversas esferas, enfocando interações entre as variáveis ambientais e socioeconômicas e
culturais é urgente. (PREZA; AUGUSTO, 2012). Portanto, o presente trabalho aborda,
através de uma revisão de literatura, as esferas socioeconômicas e ambientais que influenciam
no acometimento acidental ou proposital de pacientes atingidos por intoxicações pelo uso de
duas importantes classes desses químicos, os organoclorados e os piretroides.
METODOLOGIA
Para a elaboração desta revisão de literatura, realizou-se uma busca por artigos
científicos e revisões bibliográficas entre fevereiro e março de 2018 nas bases de dados
PubMed e Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), sendo utilizados os descritores:
“Inseticideintoxication”, “Pyrethroidintoxication” e “Organochlorinesintoxication”. Foram
encontrados 98 artigos científicos quando utilizado apenas o descritor
“pyrethroidintoxication”, este número reduziu para 25 artigos quando selecionou-se apenas
estudos voltados para seres humanos, e enquanto isso, utilizando o descritor
"Organochlorinesintoxication”, foram encontrados 787 artigos científicos, destes, este número
reduziu para 301 artigos quando limitado para humanos. Quando foi limitado o período de
2012 à 2017, o número de artigos foi reduzido para 26, o qual foi reduzido para 10 após a
seleção dos artigos completos que apresentavam acesso livre ou gratuito.
Em seguida, todos os artigos selecionados tiveram o seu resumo lido e, destes, foram
selecionados 15 artigos para serem lidos completamente. Os critérios de inclusão foram
artigos publicados nos últimos cinco anos que abordassem sobre aspectos clínicos da
intoxicação por organoclorados e piretroides.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em uma revisão realizada por Hernández et al, 2013, abordou-se uma série de
interações toxicológicas de misturas de pesticidas a nível molecular. Exemplos de tais
interações incluem os mecanismos que explicam a potencialização da toxicidade de alguns
herbicidas. Exemplos dessas interações incluem os mecanismos postulados para a
potencialização da toxicidade de herbicidas piretroides, carbaryl e triazina por organofosfatos;
a toxicidade de alguns organofosforados pode ser potencializada por exposição anterior a
organoclorados; o sinergismo entre compostos de piretroides e carbamatos; e a toxicidade
cumulativa de organofosforados e organoclorados resultando em efeitos estrogênicos.
modo e tipo de envenenamento. E conteúdo das informações desejadas pelos ligantes eram
medidas de primeiros socorros, natureza do produto consumido, sinais e sintomas prováveis,
tratamento, antídotos específicos, sua dosagem e disponibilidade. A incidência das
intoxicações era muito maior em homens, com 62,19%, O modo comum de envenenamento
foi intencional, com cerca de 64,60%. Entre o grupo de pesticidas agrícolas, os organofosfatos
(9,79%) foram mais utilizados, seguido de fosforeto de alumínio (9,65%), organoclorados
(9,31%) e piretróides (3,87%). 1767
Não existem antídotos específicos para tratar este tipo de intoxicação, contudo,
algumas medidas podem ser realizadas, como o tratamento sintomatológico, lavagem da pele
intoxicada, descontaminação gástrica nos casos de ingestão (OLSON, 2014).
1769
CONCLUSÕES
Diante dos estudos analisados foi possível observar como os trabalhadores rurais são
uma população vulnerável para sofrer com os efeitos tóxicos do uso de inseticidas, mesmo
aqueles que apresentam baixa toxicidade como os piretroides. Esses efeitos tóxicos
geralmente ocorrem devido ao uso incorreto desses produtos químicos, pela falta de
fiscalização do Estado na produção, distribuição e comercialização dessas substâncias, e como
as dificuldades do acesso a educação refletem no adoecimento deste grupo, visto que o baixo
grau de escolaridade proporciona o desconhecimento da importância do uso dos equipamentos
de segurança individual e coletiva, a leitura dos rótulos dos produtos e o descarte inadequado
das embalagens dos inseticidas utilizados pelos trabalhadores.
REFERÊNCIAS
AISSAOUI, Y. et al. Une intoxication peut en cacher une autre plus grave. Exemple d’une
intoxication fatale à l’éthylène glycol masquée par une intoxication à un insecticide
pyréthrinoïde. Pan African Medical Journal. 2013; 14: 128.
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DAMS, R.I. Pesticidas: usos e perigos à saúde e ao meio ambiente. Rev. Saúde Ambiental.
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HERNANDEZ A., PARRON T., TSATSAKIS A. M., REQUENA M., ALARCON R.,
HU, R. et al. Long - and Short - Term Health Effects of Pesticide Exposure: A Cohort Study
from China. PLoS ONE, v. 10, n. 6, 2015.
MARICONI, F.A.M. Insenticidas e seu emprego no combate as pragas. 3. ed. São Paulo: A
Gazeta Maconica, 1971. 305p.
RESUMO
ABSTRACT
Leprosy is a millennial disease, infectious and contagious, with a high stigma, which presents a great
difficulty for the individual diagnosed with leprosy. The study aims to identify, from the literature, the
effects of the social stigma of leprosy on the patient's life, presenting the main difficulties for coping
with the disease. This work consists of an integrative review of the literature, where the articles were
selected from the following databases: VHL, LILACS and MEDLINE, with publication date between
2013 and 2018. Six articles were chosen to be included in the sample using the following guiding
question: What scientific evidence portrays the implications of the stigmatization of leprosy on the life
271
Universidade Federal de Campina Grande
of the individual diagnosed with the disease? From the reading of the articles it was observed that they
evidenced the feelings, experiences and perceptions presented by the individual with leprosy, as well
as the impact of stigma and prejudice on the life of this person. With the study developed, the strong
stigma still exists in view of leprosy and the need to carry out more scientific studies that address the
issue in question, and it is also important to develop health education activities as a way to increase the
population’s knowledge about the disease.
KEYWORDS: Leprosy; Social Stigma; Nursing
RESUMEN
La lepra se trata de una enfermedad milenaria, infectocontagiosa, cargada de un elevado estigma, el
cual representa una gran dificultad para el individuo diagnosticado con lepra. El estudio tiene como
objetivo identificar, a partir de la literatura, los efectos del estigma social de la lepra para la vida del
enfermo, presentando las principales dificultades para el enfrentamiento de la enfermedad. Este trabajo
consiste en una revisión integrativa de la literatura, donde los artículos fueron seleccionados a partir de
las siguientes bases de datos: BVS, LILACS y MEDLINE, con fecha de publicación entre 2013 y
2018. Fueran elegidos 6 artículos para ser incluidos en la muestra utilizando la siguiente: ¿Cuáles son
las evidencias científicas que retratan las implicaciones de la estigmatización de la lepra para la vida
del individuo diagnosticado con la enfermedad? A partir de la lectura de los artículos se observó que
éstos evidenciaron los sentimientos, vivencias y percepciones presentadas por el individuo con lepra,
así como el impacto del estigma y prejuicio para la vida de este sujeto. Con el estudio desarrollado se
percibió el fuerte estigma aún existente frente a la lepra y la necesidad de realizar más trabajos
científicos que aborden el tema en cuestión, siendo importante también el desarrollo de actividades de
educación en salud como forma de aumentar el conocimiento de la población sobre la enfermedad.
PALABRAS CLAVE: Lepra; Estigma Social; Enfermería
INTRODUÇÃO
No intervalo entre 2012 e 2016 foram diagnosticados 151.764 novos casos da doença
no Brasil, o que mostra que esta ainda é um grave problema de saúde pública. No mundo, o
Brasil encontra-se como o segundo país com maior quantidade de casos novos registrados 1774
(BRASIL, 2018).
No ano de 1995, como forma de reduzir o estigma associado à doença, foi sancionada
a lei nº 9.010/1995 que oficializou a alteração do termo lepra para hanseníase (FEMINA,
2007).
METODOLOGIA
O estudo trata-se de uma revisão integrativa da literatura que tem por finalidade
analisar e sintetizar os conhecimentos científicos encontrados em relação a determinado
assunto, direcionando a prática clínica a partir de suporte dado para a tomada de decisões.
Este método compreende a realização de uma pesquisa seguida de análise dos diversos
Buscando a identificação dos estudos que comporiam a amostra desta revisão, foram
realizadas, no mês de agosto de 2018, buscas online na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS),
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Sistema Online
de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE). Para o levantamento das publicações,
foram utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DECS): “hanseníase”, “estigma
social”, “preconceito”, “isolamento social”, “adesão ao tratamento”, “desistência ao
tratamento”. Estes descritores foram associados através do operador boleano AND.
Foram encontradas 972 publicações após a realização da pesquisa nas bases de dados.
Em seguida, foram observados quais artigos estavam disponíveis gratuitamente, em idioma
português e publicados entre 2013-2018, sendo pré-selecionados 118 artigos. Com a leitura
dos títulos e resumos destes para observar quais se adequavam à questão norteadora e
aplicados os critérios de exclusão, foram selecionados 11 artigos. Após ser feita a leitura na
íntegra destes artigos apenas 6 artigos se adequavam ao estudo e foram incluídos na amostra.
sido publicados entre 2013 e 2018; 107 excluídas após aplicados os critérios de exclusão e
lidos os títulos e os resumos das publicações; 5 excluídas após a leitura dos artigos na íntegra.
A análise dos artigos deu-se por meio da construção de uma tabela, a qual apresenta os
seguintes dados: título, ano de publicação, autor(es), objetivo(s) e resultados. Os mesmos
foram analisados por meio da literatura acerca da temática em questão.
Figura 1- Fluxograma explicativo do processo de seleção dos estudos. Cajazeiras, Paraíba, Brasil-
2018.
Pergunta Norteadora
Pesquisa utilizando os
descritores
Carneiro et al. (2017) observaram, em sua pesquisa, que a maioria dos participantes
desta apresentaram percepções negativas frente à doença e foi relatada por estes a rejeição dos
familiares e amigos íntimos para com eles, resultando em sofrimento, autorejeição e (auto)
isolamento social. Além disso, os usuários retrataram o longo caminho percorrido entre a
suspeita do diagnóstico até o início do tratamento. 1779
Lana et al. (2015) observaram em sua pesquisa, a partir da fala dos gestores e
profissionais de saúde, que a conservação de pensamentos errôneos acerca da hanseníase
contribui para a propagação do estigma ao qual está atrelado a doença, gerando assim uma
contribuindo assim para uma redução do preconceito e discriminação. Além disso, estas ações
contribuem para sanar dúvidas, aliviar sentimentos de angústia, elevar a autosuspeição de
hanseníase, reduzir o tempo de diagnóstico, sensibilizar os indivíduos frente à importância e
necessidade do tratamento contínuo, bem como proporcionar elo entre usuário-profissional
(LANZA; LANA, 2011).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4 ed. São paulo: Atlas, 2002.
Disponível em:
https://professores.faccat.br/moodle/pluginfile.php/13410/mod_resource/content/1/como_elab
orar_projeto_de_pesquisa_-_antonio_carlos_gil.pdf. Acesso em: 17 ago.2018.
LANA, Francisco Carlos Félix et al. O estigma em hanseníase e sua relação com as ações de
controle. Revista de enfermagem da UFSM, UFSM, v. 4, n. 3, p.556-565, 2014. Disponível
em: <https://periodicos.ufsm.br/index.php/reufsm/article/view/12550/pdf>. Acesso em: 17
ago. 2018.
LEITE, Soraia Cristina Coelho; SAMPAIO, Cristina Andrade; CALDEIRA, Antônio Prates.
“Como ferrugem em lata velha”: o discurso do estigma de pacientes institucionalizados em
decorrência da hanseníase. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 25, n. 1,
p.121-138, nov. 2015. Disponível em:
<https://www.scielosp.org/article/ssm/content/raw/?resource_ssm_path=/media/assets/physis/
v25n1/0103-7331-physis-25-01-00121.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2018.
MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina De Campos Pereira; GALVÃO,
Cristina Maria. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na
saúde e na enfermagem. Texto & Contexto enfermagem, Florianópolis, v. 17, n. 4, p.758-764,
out. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/tce/v17n4/18.pdf>. Acesso em: 17 ago.
2018.
SILVA, Regina Célia Pinheiro da et al. História de vida e trabalho de pessoas atingidas pela
hanseníase em serviços de saúde do estado de São Paulo. Hansenologia internationalis
(online), Bauru, v. 33, n. 1, p.9-18, maio 2008. Disponível em:
<http://periodicos.ses.sp.bvs.br/pdf/hi/v33n1/v33n1a02.pdf>. Acesso em: 17 ago. 2018.
SOUZA, Emyle Brito de et al. Percepções da doença e do tratamento pelos pacientes tratados
de hanseníase residentes em Palmas-Tocantins. Hansenologia internationalis (online), Bauru,
v. 38, n. 1-2, p.56-60, 2013. Disponível em:
<http://www.ilsl.br/revista/detalhe_artigo.php?id=12219>. Acesso em: 17 ago. 2018.
1784
RESUMO
Trata-se de uma revisão de literatura acerca dos principais aspectos da intoxicação por lítio, efeito
comum em pacientes em uso de fármacos à base dessa substância no tratamento de transtorno de
humor bipolar. Objetivo: Reconhecer manifestações clínicas dessa condição e detectar precocemente
alterações orgânicas que possam evoluir com comorbidades graves. Método: consiste em uma revisão
bibliográfica de natureza descritiva tendo como suporte de pesquisa arquivos científicos disponíveis
no Google Acadêmico e nas bases de dados LILACS, SiELO e Pubmed Central, dentre os quais foram
escolhidos 21 artigos de conteúdo relevante sobre o contexto da intoxicação por lítio, suas
manifestações clínicas e tratamento. Resultados e discussão: O lítio compõe fármacos que contemplam
a primeira linha de escolha do tratamento de transtorno bipolar, agindo como estabilizador de humor
efetivo. No entanto, devido ao seu estreito índice terapêutico e à sua meia-vida variável, pode ser
bastante tóxico, causando distúrbios renais, tireoidianos, além de efeitos nefrotóxicos, que podem ser
irreversíveis, prejudicando a qualidade de vida do usuário e podendo levá-lo à óbito. É necessário
extremo cuidado e monitoração em pacientes que fazem uso desse tipo de fármaco, de forma que seja
possível evitar manifestações clínicas que agravem o estado de saúde do paciente.
PALAVRAS-CHAVE: Intoxicação; Lítio; Carbonato de lítio; Toxicologia clínica
ABSTRACT
Literature review about the main aspects of lithium intoxication, whose objective is to recognize
clinical manifestations and to detect early organic alterations of this condition. Method: consists of a
bibliographic review with descriptive nature supported by scientific files available in databases.
Results and discussion: Lithium compounds mood stabilizing drugs used in bipolar disorder. However,
it can be quite toxic, requiring high care and monitoring in patients who use this type of drug.
KEYWORDS: Intoxication; lithium; lithium carbonate; clinical toxicology
272
Universidade Federal de Campina Grande
RESUMEN
Revisión de literatura sobre la intoxicación por litio, cuyo objetivo es reconocer manifestaciones
clínicas y detectar precozmente alteraciones orgánicas de esa condición. Método: Es una revisión
bibliográfica descriptiva cuyo soporte archivos científicos disponibles en bases de datos. Resultados y
discusión: El litio compone fármacos estabilizadores de humor usados en el trastorno bipolar. Sin
embargo, puede ser muy tóxico, necesitando de mucho cuidado en pacientes que hacen uso de ese
fármaco.
PALABRAS CLAVES: intoxicación; litio; carbonato de litio; toxicología clínica
1785
INTRODUÇÃO
O uso terapêutico do lítio iniciou-se há quase 150 anos. No século XIX, Garrod e
Hammond defendiam a utilização de sais de lítio para o tratamento de gota e litíase renal por
ácido úrico. Quase um século depois, Cade, após observar o efeito calmante do lítio em
cobaias, relatou resultados extremamente bem-sucedidos em 10 pacientes maníacos que
receberam a droga em 1949. No entanto, neste mesmo ano, o Food and Drug Administration
(FDA) retirou a droga do mercado americano devido à morte de vários pacientes por
intoxicação por lítio. Esses pacientes, portadores de insuficiência cardíaca ou hipertensão,
receberam sais de cloreto de lítio como substituto do sal de cozinha. Por conseguinte, as
pesquisas dos efeitos do lítio na estabilização do humor progrediram vagarosamente e apenas
em 1970 o FDA liberou sua utilização no tratamento da mania. Atualmente. O lítio é o
tratamento de primeira escolha para o transtorno bipolar, prevenindo recorrências e tentativas
de suicídio (FERRIER; FERRIE; MACRITCHIE, 2006, p. 258).
Na fase inicial do tratamento por lítio, temos como efeitos adversos: sede
excessiva, dor epigástrica, náuseas, diarreia, fadiga, fraqueza muscular, tremores (25% a
50% dos usuários) e achatamento ou inversão de onda T no eletrocardiograma, sendo os
efeitos cardiovasculares mais importantes presentes nos casos de intoxicação (PRICE;
HENINGER, 1994, p. 594).
METODOLOGIA
A presente pesquisa é uma revisão bibliográfica de natureza descritiva que teve como 1787
RESULTADOS E DISCUSSÕES
filtração glomerular (TFG) normal, mas podendo se prolongar até 60 horas em idosos que
fazem uso crônico da substância (OKUSA; CRYSTAL, 1994, p. 385).
O lítio filtrado entra na célula do ducto coletor, não é exportado para fora da célula
pela Na/K-ATPase e se acumula intracelularmente. A célula se torna menos responsiva aos
efeitos da aldosterona e da vasopressina (GRUNFELD; ROSSIER, 2009, p. 273),
corroborando para o surgimento do diabetes insipidus nefrogênico induzido pelo lítio. O
tratamento de escolha do diabetes insipidus nefrogênico induzido pelo lítio é feito com
amilorida, que bloqueia a entrada de sódio, mas também inibe a entrada de lítio na célula
principal do ducto coletor. A amilorida parcialmente restaura a capacidade de concentração
urinária, e isto está associado com o aumento da excreção urinária de aquaporinas
(BEDFORD et al, 2008, p. 1327; STONE, 1999, p. 44).
creatinina a cada dois meses nos seis primeiros meses de terapia e, posteriormente, mensurada
de forma anual (FREEMAN; FREEMAN, 2006, p.479).
Uma alternativa de conduta para o caso de nefropatia induzida por lítio é a troca do
medicamento por outro menos nefrotóxico. A probabilidade de recuperação da função renal
após a retirada do lítio aumenta quando o clearance de creatinina estimado é maior que 40
ml/min24 e quando os níveis séricos de creatinina são inferiores a 220 μmol/l19. Existe
provavelmente um ponto no qual a interrupção do uso de lítio não modifica o curso da doença 1789
renal, ou seja, o processo de fibrose renal progride, não obstante a supressão do agente
agressor (PRESNE et al, 2003, p. 589).
uma afinidade especial pelo cerebelo e o uso crônico pode levar à ataxia cerebelar permanente
mesmo com os níveis de litemia dentro da faixa normal, sendo o mecanismo de lesão
cerebelar induzido por lítio mediado pela entrada de cálcio nas células deste órgão. Em
biópsias post mortem, notou-se lesões das células de Purkinje cerebelares, gliose no núcleo
denteado e desmielinização axonal (MICHELI et al, 1999, p. 178).
CONCLUSÕES
Diante do que foi exposto, é possível concluir a importância do manejo adequado dos
fármacos à base de lítio, com o fito de garantir o tratamento dos pacientes com transtorno de
humor bipolar, tendo em vista tanto sua utilidade como estabilizador de humor, quanto seu
efeito causador de intoxicação, o qual pode desencadear diversas consequências clínicas
maléficas ao usuário, prejudicando sua qualidade de vida.
Desse modo, é importante estar atento às condições do paciente que podem estar
associadas ao aumento da meia-vida do lítio, de forma que os níveia séricos não ultrapassem o
limiar tóxico ao organismo. Nesse contexto, ressalta-se o cuidado que deve existir em
situações nas quais o paciente faz uso de outras drogas que podem ocasionar interações
medicamentosas e efeitos indesejados ao usuário – especialmente as nefrotóxicas -, bem como
a presença de comorbidades como idade avançada, doenças tireoidianas e renais.
REFERÊNCIAS
ALEXANDER, M. P. et al. Lithium toxicity: a double-edged sword. Kidney Int. v.73, p. 233-
237, 2008.
BORKAN, S.C. Extracorporeal therapies for acute intoxications. Crit Care Clin. v 18, p. 393-
420, 2002
FERRIER N.; FERRIE L.J.; MACRITCHIE K.A. Lithium therapy. Adv Psychiatr Treat. v.12,
p. 256-264, 2006.
GITLIN, M. Lithium and kidney. Drug Saf .v. 20 p. 231-243, 1999. 1792
GOODWIN F. K.; et al. Suicide risk in bipolar disorder during treatment with lithium and
divalproex. JAMA. 2003.
KIROV G.; et al. A cross-sectional and a prospective study of thyroid disorders in lithium-
treated patients. J. Affect. Disord. 2005.
OKUSA M.D.; CRYSTAL L.J.T. Clinical manifestations and managementof acute lithium
intoxication. Am J Med. v. 97, p. 383-389, 1994.
OLIVEIRA J.L.; JUNIOR G.B.S.; ABREU K.L.S.; Nefrotoxicidade por lítio. Revista
Associação Médica Brasileira. v. 56, n. 5 p. 600- 606, 2010.
PRESNE C.; et al. Lithiuminduced nephropathy: rate of progression and prognostic factors.
Kidney Int. v.64, p. 585-592, 2003.
PRICE, L.H.; HENINGER, G.R. Lithium in the treatment of mood disorders. N Engl J Med.
v. 331, p. 591-598, 1994.
TIMMER R.T.; SANDS J.M. Lithium Intoxication. J Am Soc Nephrol. v.10, p. 666-674,
1999.
1793
RESUMO
Entre as diversas Infecções Sexualmente Transmissíveis existentes, encontra-se a sífilis, uma doença
infectocontagiosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Embora de fácil diagnóstico e
prevenção, a sífilis gestacional corresponde a um grave problema de saúde pública tendo a sua forma
de transmissão congênita, um grande impacto nas redes públicas de saúde devido a sua alta frequência.
Com base neste entendimento, o objetivo do estudo está centrado em conhecer o perfil epidemiológico
da sífilis em gestantes, a fim de identificar os desafios ainda existentes para a redução da
transmissibilidade. Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva com abordagem quantitativa.
Foram explorados dados dentro de um universo formado por novos casos notificados de sífilis na
gravidez registrados no DATASUS no período de 2013 a 2017 no estado da Paraíba. A gestante
quando não tratada adequadamente tem um alto percentual de transmissão por via placentária em
qualquer estágio da doença, principalmente o estágio primário e secundário. Destaca-se a importância
da capacitação de profissionais para o reconhecimento desse tipo de doença e a orientação sobre o
assunto para a sociedade, pois muitas vezes a sífilis congênita passa despercebida. Nisto, considera-se
relevante a inserção da discussão da temática proporcionando a promoção da saúde para a população.
PALAVRAS-CHAVE: Sífilis Congênita; Pré-Natal; Fatores de Risco.
ABSTRACT
Among the various Sexually Transmitted Infections, there is syphilis, an infectious disease caused by
the bacterium Treponema pallidum. Although easy to diagnose and prevent, gestational syphilis is a
serious public health problem and its form of congenital transmission has a major impact on public
health networks due to its high frequency. Based on this understanding, the objective of the study is
centered on knowing the epidemiological profile of syphilis in pregnant women, in order to identify
the remaining challenges for the reduction of transmissibility. This is a descriptive, retrospective
research with a quantitative approach. Data were explored within a universe formed by new reported
cases of syphilis during pregnancy registered in DATASUS from 2013 to 2017 in the state of Paraíba.
The pregnant woman, when not adequately treated, has a high percentage of placental transmission at
any stage of the disease, especially the primary and secondary stages. The importance of the training
of professionals for the recognition of this type of disease and the orientation on the subject for society
is emphasized, since congenital syphilis often goes unnoticed. In this, it is considered relevant the
insertion of the discussion of the theme providing the promotion of health for the population.
RESUMEN
Entre las muchas Infecciones Sexualmente Transmisibles existentes, se encuentra la sífilis, una
enfermedad infectocontagiosa causada por la bacteria Treponema pallidum. Aunque de fácil
diagnóstico y prevención, empero la sífilis gestacional corresponde a un grave problema de salud
pública que tiene su forma de transmisión congénita, un gran impacto en las redes públicas de salud
debido a su alta frecuencia. Con base en este entendimiento, el objetivo del estudio está centrado en
conocer el perfil epidemiológico de la sífilis en gestantes, a fin de identificar los desafíos aún
existentes para la reducción de la transmisibilidad. Se trata de una investigación descriptiva,
retrospectiva con abordaje cuantitativo. Se exploraron datos dentro de un universo formado por nuevos
casos notificados de sífilis en el embarazo registrados en el DATASUS en el período de 2013 a 2017
en el estado de Paraíba. La embarazada cuando no tratada adecuadamente tiene un alto porcentaje de
transmisión por vía placentaria en cualquier etapa de la enfermedad, principalmente el estadio
primario y secundario. Se destaca la importancia de la capacitación de profesionales para el
reconocimiento de ese tipo de enfermedad y la orientación sobre el asunto para la sociedad, a menudo
la sífilis congénita pasa desapercibida. En esto, se considera relevante la inserción de la discusión de la
temática proporcionando la promoción de la salud para la población.
PALABRAS CLAVES: Sífilis Congénita; prenatal; Factores de riesgo.
INTRODUÇÃO
Um grande detalhe a ser observado são os seus estágios, pois sua transmissão, muitas
das vezes, ocorre nos estágios primários, com presença de úlceras ou cancro, estágio
secundário, com manifestações de lesões cutâneas e linfoadenopatia. Há também a fase
latente da doença, período correspondente ao estágio inativo da sífilis, em que não há
sintomas, porém ela tende a se desenvolver para o estágio terciário, considerado o mais grave
de todos. Entre elas, também há a sífilis congênita, quando ocorre a transmissão de mãe para
filho durante a gestação ou parto, chamado de transmissão vertical (SECRETARIA DE 1796
ESTADO DA SAÚDE, 2016).
METODOLOGIA
coleta de dados foi realizada por meio de consulta a base de dados do departamento de
informática do SUS (DATASUS), sendo utilizado o sistema SINAN. Foram analisados dados
dentro de um universo composto por novos casos notificados de sífilis na gravidez registrados
no DATASUS no período de 2013 a 2017, no estado da Paraíba. Foram exploradas as
variáveis: mulher, gestante, faixa etária, escolaridade e raça. O presente estudo foi realizado
em julho de 2018.
Após a coleta dos dados, estes foram processados e analisados utilizando o programa
Microsoft Excel 2013, onde foram feitas análises descritivas. Posteriormente, os resultados
obtidos foram plotados em tabela, para uma melhor visualização da apresentação dos casos de
sífilis na gravidez no estado da Paraíba, e analisados com base na literatura publicada sobre o
tema.
Uma vez que esta pesquisa utilizou dados secundários, expostos na base de dados
públicos, DATASUS, não houve a necessidade de envio do projeto para o Comitê de Ética.
No que tange à pesquisa em bases de dados, os preceitos éticos foram respeitados.
RESULTADOS
Tabela 1. Casos confirmados de sífilis na gestação no estado da Paraíba, nos anos de 2013 a 2017.
2013 24 1,51%
Branco 3 0, 18%
Tabela 2. Casos confirmados de sífilis na gestação por faixa etária no estado da Paraíba, nos anos de
2013 a 2017.
2013 1 7 16 - 24
Branco - 1 2 - 3
A tabela 2 mostra que a faixa etária mais acometida é entre 20 e 39 anos, com 71,33% 1799
dos casos e a menos acometida é entre 40 e 59 anos, com 1,89% dos casos.
Tabela 3. Casos confirmados de sífilis na gestação por escolaridade no estado da Paraíba, nos anos de
2013 a 2017.
Ano de Ignorado/ Analfa Ensino Ensin Ensin Ensin Educaç Educa TOT
diagnósti Branco beto fundam o o o ão ção AL
co/ ental fund médio médio superio superi
Escolari incompl amen incom compl r or
dade eto tal pleto eto incompl compl
comp eta eta
leto
Branco 2 - - 1 - - - - 3
2013 4 - 16 1 - 2 - 1 24
Nota se que os casos de sífilis na gestação acometem mais mulheres com o ensino
fundamental incompleto, com cerca de 38,25% dos casos e possui uma menor incidência em 1800
mulheres com educação superior completa, com cerca de apenas 0,44% dos casos (tabela 3).
No caso de indígenas percebe-se que a raça mais atingida é a parda, com cerca de
70,70% dos casos e a menos atingida é a raça indígena com cerca de 0,50% dos casos (tabela
4).
Tabela 4. Casos confirmados de sífilis na gestação por raça autodeclarada no estado da Paraíba, nos
anos de 2013 a 2017.
Branco - - - - 3 - 3
2013 2 2 - - 20 - 24
De acordo com os dados obtidos, constatou-se que houve uma melhora nos sistemas
de diagnóstico, o que fez com que os casos de sífilis na gravidez fossem notificados, também
foi percebido de acordo com as variáveis utilizadas que a faixa etária mais acometida foi a de
20-39 anos, que o público com maior número de casos, levando em conta o grau de
escolaridade, foi o que possui de 5ª a 8 ª séries do ensino fundamental incompletas e que a
raça mais atingida é a parda, logo pode-se perceber que por essas mulheres não terem o
fundamental completo, muitas delas não tem o conhecimento necessário para poderem se
prevenir, o que consequentemente irá influenciar também no fato que entre as faixas etárias de
20 à 39 anos, fase na qual a maioria estão com suas vidas sexuais mais ativas, tendo assim
mais chances de serem mais acometidas, também deve-se ressaltar que a cor parda foi a cor 1801
mais prevalente devido a maioria da população estar classifica na mesma, por fim, houveram
mais casos durante o ano de 2017 pois houve menos subnotificações.
DISCUSSÃO
necessária a assistência pré-natal de qualidade, uma vez que sua inadequação é o principal
fator responsável pela incidência de sífilis congênita em todo mundo (NONATO, 2015).
Nogueira et.al (2014) relatam que o número alarmante de grávidas com sífilis está
associado a fatores como baixa escolaridade, início tardio do pré-natal, terem realizado menos
de seis consultas, a não realização do VDRL (VenerealDiseaseResearchLaboratory) e título
do primeiro e último VDRL igual ou superior a 1:8. Gravidez indesejada e na adolescência,
além de condições de vida desfavoráveis, contribui para o início tardio do pré-natal. 1802
CONCLUSÃO
Entretanto, para promover uma melhoria dessa realidade que agrava a saúde pública, é
necessária uma maior participação multidimensional dos profissionais e comunidade por meio
de educação em saúde que busque incentivar os indivíduos maior participação nas medidas
preventivas com realização de um melhor fluxo de ações e minimizando o diagnóstico
precoce de sífilis em mulheres gestantes.
compreensão dos fatores determinantes para esta doença e, trabalhado junto à comunidade
não somente em época de campanhas, mas no que tange um atendimento continuado.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes para controle da sífilis congênita: manual de bolso.
Ministério da Saúde, Secretaria deVigilância em Saúde, Programa Nacional de DST/Aids. –
2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde,2006.
NOGEIRA, M.G.S.; CARMO, R.A.; NONATO, S.M. Guia técnico sífilis: sífilis adquirida,
sífilis na gestante, sífilis congênita. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde; 2014.
1805
RESUMO
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo Mycobacterium leprae,
cuja magnitude e o alto poder incapacitante a colocam como um relevante problema de saúde pública
no Brasil. Este recorte epidemiológico de cunho descritivo e transversal, das notificações de casos de
hanseníase na faixa etária de menores de quinze anos, residentes no estado da Paraíba, entre os anos de
2014 e 2017 tem como objetivo analisar e discutir a incidência desta enfermidade em menores de
quinze anos, comparando com os números correspondentes às demais faixas etárias, a partir dos dados
obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), do DATASUS. Foi possível
concluir, a partir da análise dos dados obtidos, que a alta taxa de detecção de casos novos de
hanseníase na Paraíba entre 2014 e 2017 para todas as faixas etárias, e em particular entre 0 e 15 anos,
sugere fragilidade no combate ao agravo, constituindo-se em um indicador de endemicidade local e
apontando o incremento na transmissão, bem como as fragilidades na vigilância e no tratamento da
doença como vulnerabilidades dos serviços de saúde.
PALAVRAS-CHAVE: hanseníase; SINAN; vigilância em saúde.
273
Universidade Federal de Campina Grande - Campus Cajazeiras
INTRODUÇÃO
A transmissão ocorre de forma direta, por via respiratória, por meio de um paciente
bacilífero sem tratamento, que elimina o bacilo por gotículas de aerossol e infecta as pessoas
susceptíveis, fato este relacionado aos fatores genéticos, ambientais, estado nutricional e a
vacinação contra o Bacillus Calmette Guérin (BCG) (MELÃO et al., p. 79, 2011; SOUZA et
al., p. 64, 2010). Acredita-se que apenas uma parte dos indivíduos em contato com o bacilo
manifeste a doença, que além de acometer nervos e pele, pode também ter manifestações
sistêmicas, afetando articulações, olhos, testículos, gânglios e outros (NUNES; OLIVEIRA;
VIEIRA, p. 1312, 2011).
Devido as suas diferentes manifestações clínicas, que variam de acordo com a resposta
do hospedeiro ao parasita e a capacidade de multiplicação bacilar, essa patologia é 1807
considerada polimorfa (DE SOUSA LIMA et al., p. 75, 2009; LASTÓRIA; ABREU, p. 173,
2012). As formas clínicas Paucibacilares são a Tuberculóide (HT) e a Indeterminada (HI),
caracterizadas por lesões hipopigmentadas e anestésicas. A Hanseníase MB possui a forma
Virchowiana (HV) e Dimorfa (HD) como múltiplas lesões de pele, geralmente associada a
grande acometimento neural, com alterações mais graves e incapacitantes (PEREIRA et al.,
p.57, 2012).
casos detectados e o segundo lugar em números absolutos (DE SOUSA LIMA et al., p. 76,
2009). Segundo a OMS, o número de casos detectados nas Américas em 2011 foi de 4,18 por
100.000 habitantes, com o Brasil apresentando 33.955 casos novos e desses 2.165, com grau
de incapacidade II (PINHEIRO et al., p. 2, 2016).
correspondente a todas as faixas, no Estado da Paraíba, a partir dos dados obtidos no Sistema
de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Essa pesquisa é de grande relevância
social, por realizar um levantamento epidemiológico de uma patologia bastante prevalente a
nível nacional e de grande impacto na morbidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Ministério da Saúde instituiu valores de referência para essa variável, de acordo 1810
com a seguinte classificação das taxas de detecção: baixa (menor que 2,00), média (2,00 a
9,99), alta (10,00 a 19,99), muito alta (20,00 a 39,99) e situação hiperendêmica (maior ou
igual a 40,00) (BRASIL, 2012). Segundo essa classificação, a Paraíba possui níveis altos de
incidência de hanseníase, o que corrobora com o que foi afirmado por Souza et al. (p.2, 2018)
que revela que o Nordeste faz parte das áreas focais de maior risco, e com o estudo de Brito et
al. (p. 25, 2015), que revela a Paraíba como parte dos clusters com altas taxas de detecção
para hanseníase, com maior endemicidade na mesorregião do Sertão Paraibano. Por meio do
Quadro 1, é possível analisar a quantidade de indivíduos acometidos de acordo com o ano e a
forma clínica apresentada. As formas multibacilares foram mais notificadas considerando os
números absolutos, com todas as faixas etárias.
A forma clínica mais notificada foi a Dimorfa, com 27,5% dos casos e de acordo com
Pereira et al. (p.64, 2012), essa forma é classificada como multibacilar e está entre as formas
Quadro 2: Casos novos em menores de 15 anos por forma clínica segundo Ano de Notificação
1812
Em relação a faixa etária, os dados revelam que a faixa etária mais acometida é aquela
que compreende dos 35 aos 49 anos (28%) seguido da faixa de 50 a 64 anos (26%) e 20 a 34
anos (17%), fechando em uma faixa compreendida entre 20 e 64 anos. Esse dado corrobora
com o que foi encontrado na literatura que, segundo Brito et al., (p. 2690, 2014) e Lima et al.,
(p. 325, 2010), a maioria da população acometida pela doença compreende a faixa etária
economicamente ativa, fato de grande impacto econômico e social. Por isso, a hanseníase é
considerada uma doença de adultos, o que não descarta a possiblidade de acontecimentos na
infância. Geralmente, em locais endêmicos e em casos familiares, o risco de acometimento de
menores de 15 anos aumenta devido ao aumento do contato com o bacilo.
estudada. A taxa de prevalência da hanseníase no recorte analisado foi de 1,31. Este indicador
considera o número de casos existentes de hanseníase em pessoas residentes, por 10 mil
habitantes e auxilia a compreender a dimensão da hanseníase na população. A taxa é
considerada baixa (<1); média (1 – 4); alta (5 – 9) muito alta (10 – 15); e situação
hiperendêmica (15), estando a Paraíba com prevalência média entre 2014 e 2017.
Quadro 4: Casos novos em menores de 15 anos por faixa etária segundo ano de Notificação 1813
Total 13 51 78 142
2014 3 8 16 27
2015 0 13 15 28
2016 3 10 12 25
2017 7 20 35 62
CONCLUSÃO
Foi possível concluir, a partir da análise dos dados obtidos, que a alta taxa de detecção
de casos novos de hanseníase na Paraíba entre 2014 e 2017 para todas as faixas etárias, e em
particular entre 0 e 15 anos, sugere fragilidade no combate ao agravo, constituindo-se em um
indicador de endemicidade local e apontando o incremento na transmissão, bem como as
fragilidades na vigilância e no tratamento da doença como vulnerabilidades dos serviços de
saúde.
REFERÊNCIAS
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LIMA, Hívena Maria Nogueira et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase
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4, p. 323-7, 2010.
MELÃO, Suelen et al. Perfil epidemiológico dos pacientes com hanseníase no extremo sul de
Santa Catarina, no período de 2001 a 2007. Rev Soc Bras Med Trop, v. 44, n. 1, p. 79-84,
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NEVES, Tiago Veloso et al. Perfil de pacientes com incapacidades físicas por hanseníase
tratados na cidade de Palmas-Tocantins. Revista Eletrônica Gestão & Saúde, v. 4, n. 2, p.
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PEREIRA, Diogo Lima et al. Estudo da prevalência das formas clínicas da hanseníase na
cidade de Anápolis-GO. Ensaios e Ciência: C. Biológicas, Agrárias e da Saúde, v. 16, n. 1,
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SOUZA, Eliana Amorim de et al. Leprosy and gender in Brazil: trends in an endemic area of
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Universidade de Sao Paulo Sistema Integrado de Bibliotecas - SIBiUSP.
http://dx.doi.org/10.11606/s1518-8787.2018052000335.
WORLD HEALTH ORGANIZATION et al. Global strategy for further reducing the leprosy
burden and sustaining leprosy control activities (2006-2010): Operational Guidelines. WHO
Regional Office for South-East Asia, p. 25-27, 2006.
RESUMO
A diabetes mellitus e a hipertensão configuram-se como dois importantes agravantes de
saúde, sobretudo quando medidas de regulação e de intervenção não são adotadas. Nesse
contexto, se faz importante o papel da atenção básica de saúde, como elemento primário de
assistência aos portadores dessas doenças. Para tanto, o presente trabalho objetiva abordar as
funções da atenção primária no controle e tratamento da diabetes e hipertensão e analisar os
impactos dessas ações na evolução dessas doenças. Trata-se de uma revisão integrativa da
literatura, na qual os artigos foram buscados em agosto de 2018 a partir dos descritores
“DIABETES MELLITUS”, “HIPERTENSÃO” e “ATENÇÃO BÁSICA” em português,
(“DIABETES MELLITUS’’ “PRIMARY HEALTH CARE” e “HYPERTENSION”) em
inglês, e espanhol (“DIABETES MELLITUS’’ ‘‘ATENCIÓN PRIMARIA DE SALUD” E
“HIPERTENSION”), nas bases de dados Scielo, Pubmed e Lilacs. A partir disso, constatou-se
que é necessária a busca pelo adequado uso de medicamentos, procedimentos ou
equipamentos que visem tratar essas patologias. Verificou-se a exigência de certos atributos e
habilidades por parte dos profissionais de saúde, quem nem sempre estão preparados para
assumir tal atributo. Evidenciou-se, por fim, a relevância de mudanças no estilo de vida por
parte dos portadores, o que é fundamental para o progresso da terapêutica.
PALAVRAS-CHAVE: Atenção básica, Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial
present study aims to address the primary care functions in the control and treatment of
diabetes and hypertension and to analyze the impacts of these actions on the evolution of
these diseases. It is an integrative review of the literature, in which the articles were searched
in August 2018 from the descriptors "DIABETES MELLITUS", "HYPERTENSION" and
"BASIC ATTENTION" in Portuguese ("DIABETES MELLITUS '' PRIMARY HEALTH
CARE "And" HYPERTENSION ") in English, and Spanish (" DIABETES MELLITUS ","
PRIMARY HEALTH CARE "and" HYPERTENSION ") in the databases Scielo, Pubmed
and Lilacs. From this, it was found that it is necessary to search for the adequate use of drugs,
procedures or equipment that aim to treat these pathologies. The requirement of certain
attributes and abilities was verified by health professionals, who are not always prepared to 1817
assume such an attribute. Finally, the relevance of lifestyle changes on the part of patients was
demonstrated, which is fundamental for the progress of therapy.
KEYWORDS: Diabetes mellitus, hypertension e primary health care
INTRODUÇÃO
Para tanto, a atenção básica de saúde (ABS) tem sido considerada uma das principais
estratégias para enfrentar a maioria dos casos de diabetes e hipertensão, de forma que ela
precisa incorporar e utilizar tecnologias capazes de interferir não somente no tratamento e
reabilitação do indivíduo, mas também em fatores que visem à integralidade do cuidado ao
paciente (BRASIL, 2008).
Dessa forma, o presente estudo visa abordar as funções da atenção primária, na figura
da unidade básica de saúde, no controle e tratamento da diabetes e hipertensão e, assim,
conseguir analisar os impactos dessas ações na evolução dessas doenças. Para tanto, busca-se
entender quais são os empecilhos para a completa adesão, tanto da população quanto da
equipe de saúde da família, às políticas hoje aplicadas na unidade básica, o que compromete
um melhor prognóstico das doenças estudadas.
METODOLOGIA
Sendo assim, após mencionar os descritores, 905 artigos foram contabilizados nas bases de
dados. Contudo, foram excluídos os que apresentassem desvio do eixo temático, resumo
online indisponível ou indisponibilidade nos idiomas mencionados. Após isso, foi realizada a
leitura de 15 artigos, sendo descartados os que não obedecessem aos critérios de inclusão e
exclusão supracitados. Por fim, dentre os trabalhos escolhidos, 12 artigos foram selecionados
por conter os dados mais relevantes da pesquisa. Esses artigos detinham as informações mais
específicas e pertinentes para a construção do trabalho, ao passo que os demais, que foram 1819
desconsiderados, tratavam de outros aspectos relativos às doenças, como dados
epidemiológicos gerais, correlações clínicas e outros que tangenciavam a temática em
questão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Todavia, quando não aplicadas no sentido de se oporem aos fatores de risco, essas
ferramentas podem intensificar a severidade da doença. Nesse sentido, segundo Barbosa e
Lima (2006), alguns dos aspectos que contribuem para os agravos da Hipertensão Arterial e
da Diabetes Mellitus são o uso inadequado dos medicamentos e os riscos de eventos adversos
ligados a estes, de forma que deve haver uma manutenção constante do tratamento
medicamentoso.
Isso ocorre porque, conforme WHO (2003 apud Freitas, 2018), a intervenção necessita
de longos períodos e esquemas terapêuticos que incluem polifarmácia, por exemplo, além do
fato de essas enfermidades serem altamente prevalente nas faixas mais avançadas de idade.
Sobre este aspecto, Malta et. al (2011) ponderam que essas doenças atingem de forma mais
intensa aqueles pertencentes a grupos vulneráveis, como os idosos e os de baixa escolaridade
e renda. Por esses motivos, existe uma dificuldade de adesão à terapia medicamentosa.
grupos acometidos pelas DCNTs, na medida em que esta prática exige atributos e habilidades,
imprescindíveis para a interpretação dos fenômenos grupais, muito além de cuidar da doença
e promover saúde nos grupos identificados a partir do diagnóstico médico. Para tanto, é
exigido dos profissionais a apropriação de tecnologias para viabilizar a aprendizagem de
forma criativa e o manejo do tratamento pelos sujeitos (FERNANDES et. al, 2009).
A tecnologia deve trazer consigo algo que seja interessante e atrativo para maior
efetividade do cuidado na perspectiva de grupo. Ao mesmo tempo, deve facilitar a escuta, o
acolhimento, a integração e o vínculo, considerando crenças e valores e a disseminação do
conhecimento bilateral de culturas e do cuidar.
Além disso, conforme propõe Silva et. al (2006), o descontrole dessas doenças está
ligado à negligência com relação às mudanças no estilo de vida por parte dos portadores, ou
seja, pela não adesão consciente à dieta e às práticas de atividade física, o que pode levar a
complicações de saúde e psicossociais. Isso pode culminar com o agravamento do Quadro,
resultando em busca de serviços de emergência e hospitalizações.
Saúde, que diminuiria o risco de internações. Sendo assim, a Atenção Básica em Saúde
desempenha um papel de coordenadora da rede de saúde (ALFRADIQUE et. al, 2009).
Dessa forma, segundo Freitas et. al, (2018), a equipe de Saúde da família é a
responsável por fazer um levantamento epidemiológico dessas doenças, por propor medidas
preventivas, medidas de controle dos fatores de risco e o tratamento dessas patologias.
1821
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde (MS). Plano de ações estratégicas para enfrentamento das
Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022, 2011. Disponível
em:<http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?lng=pt&pid=S1679-
49742011000400002&script=sci_arttext>. Acesso em: 19 de agosto de 2018
<http://www.scielo.br/scielo.phpscript=sci_arttext&nrm=iso&lng=pt&tlng=pt&pid=S1413-
81232018000702383#B14>. Acesso em: 15 de agosto de 2018.
SILVA, T. R. et. al, controle de diabetes mellitus e hipertensão arterial com grupos de
intervenção educacional e terapêutica em seguimento ambulatorial de uma Unidade Básica de
Saúde.Saúde e Sociedade, 2006. Disponível em:
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Geneva: WHO Press, 2003. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?hl=pt-
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DNODTmZSJLIPLxYaUBtEN8&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 17 de
agosto de 2018.
RESUMO
Sabendo-se que a manifestação clínica da erosão dental é modificada por fatores biológicos e
comportamentais, torna-se importante conhecer os comportamentos de risco adolescentes para propor
mudanças comportamentais. O objetivo deste estudo é conhecer a percepção dos adolescentes em
relação à erosão dentária, e investigar os comportamentos de risco para a erosão dentária de acordo
com a alimentação. Realizou-se um estudo observacional de corte transversal, de abordagem
quantitativa, com 94 jovens entre 14 e 19 anos, cujos dados foram submetidos a análise estatística.
Analisando os resultados, 57,44% os entrevistados já tiveram cárie ou realizaram restaurações
dentárias; 9,89% dos jovens não consultam o dentista ou não souberam informar; 71,28 % deles nunca
ouviram falar em erosão dentária; 36,17% afirmaram não apresentar nenhum sinal de erosão,
entretanto, observou-se o consumo diário de bebidas ácidas, que podem aumentar os riscos de erosão
dental. Portanto, recomenda-se a implementação de medidas educativas de prevenção e promoção da
saúde bucal, bem como a realização de estudos de abordagem qualitativa para se conhecer os impactos
da qualidade dos dentes na vida dos adolescentes da região.
PALAVRAS-CHAVE: erosão dental; adolescentes; comportamentos de risco.
ABSTRACT
Knowing that the clinical manifestation of dental erosion is modified by biological and behavioral
factors, it is important to know the adolescent risk behaviors to propose behavioral changes. The
objective of this study is to know the adolescents' perception regarding dental erosion, and to
investigate the risk behaviors for dental erosion according to the diet. A cross-sectional, quantitative-
based observational study was conducted with 94 youngsters between 14 and 19 years of age, whose
data were submitted to statistical analysis. Analyzing the results, 57.44% of those interviewed had
dental caries or dental restorations; 9.89% of the young people do not consult the dentist or did not
275
Universidade Federal de Campina Grande
276
Faculdade de Odontologia da Associação Paulista De Cirurgiões-Dentistas
know how to inform; 71.28% of them have never heard of tooth erosion; 36.17% reported no signs of
erosion, however, daily consumption of acidic beverages was observed, which may increase the risk of
dental erosion. Therefore, it is recommended the implementation of educational measures to prevent
and promote oral health, as well as qualitative approach studies to know the impacts of tooth quality
on the life of adolescents in the region.
KEY WORDS: dental erosion; adolescents; risk behaviors.
RESUMEN
Sabiendo que la manifestación clínica de la erosión dental es modificada por factores biológicos y
comportamentales, es importante conocer los comportamientos de riesgo adolescentes para proponer
cambios conductuales. El objetivo de este estudio es conocer la percepción de los adolescentes en
relación a la erosión dental, e investigar los comportamientos de riesgo para la erosión dental de
acuerdo con la alimentación. Se realizó un estudio observacional de corte transversal, de abordaje
cuantitativo, con 94 jóvenes entre 14 y 19 años, cuyos datos fueron sometidos a análisis estadístico.
Analizando los resultados, 57,44% los entrevistados ya tuvieron caries o realizaron restauraciones
dentales; 9,89% de los jóvenes no consultan al dentista o no han sabido informar; El 71,28% de ellos
nunca oyeron hablar de erosión dental; El 36,17% afirmó no presentar ningún signo de erosión, sin
embargo, se observó el consumo diario de bebidas ácidas, que pueden aumentar los riesgos de erosión
dental. Por lo tanto, se recomienda la implementación de medidas educativas de prevención y
promoción de la salud bucal, así como la realización de estudios de abordaje cualitativo para conocer
los impactos de la calidad de los dientes en la vida de los adolescentes de la región.
PALABRAS CLAVE: erosión dental; adolescentes; comportamientos de riesgo.
INTRODUÇÃO
Esse desgaste químico pode estar relacionado a uma dieta rica em bebidas e/ou
alimentos ácidos, a medicamentos, bebidas isotônicas e a alterações sistêmicas como a
| Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 4, suplementar, jan. 2019.
XIV Seminário Internacional Analítico de Temas Interdisciplinares & VI Seminário de Pesquisa
Inovadora na/para Formação de Professores & I Fórum de Pós-Graduação da UFCG.
Portanto, este estudo tem como propósito conhecer a percepção dos adolescentes em
relação à erosão dentária, bem como investigar quais comportamentos de risco em relação à
alimentação que, de alguma forma podem ser fator de risco para a erosão dentária, através da
descrição das características do consumo e comportamento alimentar de adolescentes.
METODOLOGIA
apresentam alguma superfície fina, com fraturas, quais alimentos e bebidas costuma consumir
entre as refeições, quais líquidos que costuma ingerir entre outras.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
14 a 16 anos 39 48 87
17 a 19 anos 02 05 07
Frequência de ida ao serviço odontológico
Menos de uma vez por ano 03 05 08
1 vez por ano 11 08 19
2 vezes por ano 04 07 11
3 vezes por ano 03 08 11
4 vezes por ano 02 00 02
5 vezes por ano 01 02 03 1828
> 5 vezes por ano 13 15 28
Não consulta um dentista 03 04 07
Não sabe ou tem dificuldade em responder 00 02 02
A tabela 2 descreve a situação atual da dentição dos jovens quanto a sua percepção;
onde poderiam marcar mais de uma opção. De acordo com o pesquisado, 93 afirmam que os
dentes se tornaram mais amarelados e 30 não perceberam esta alteração. Quando foi
perguntado se acham que os dentes estão mais brilhantes, 91 afirmaram que sim, e 28 acham
que não; quanto a percepção de bordas mais finas, 13 acreditam que sim e 30 acham que não;
se apresenta fratura nas bordas 6 acham que sim e 36 não consideram; quando indagados se
apresentam os dentes doloridos ou com dor ao beber líquido gelado/quente ou ingerir
alimentos ácidos e/ou doces, 21 afirmaram que sim 21 não sentem nada.17 afirmaram que não
tem nenhuma das situações descritas.
Baldani et al (2008) observaram em seu estudo sobre fluorose dental, com 180
estudantes universitários, que os entrevistados tinham uma auto-percepção sobre alterações
dentárias, dentre elas, mudanças na coloração, na forma e na posição dos dentes, entretanto, o
incômodo com a situação atual dos dentes não ocorreu em casos leves da doença.
Silva (2007) trabalhou sobre a percepção que adolescentes com fluorose dental têm
sobre os próprios dentes, e percebeu que, assim como no estudo anterior, apesar da diferença
de público-alvo, as alterações na qualidade da dentição apresentam um grau de insatisfação
mais presente em indivíduos com acometimento mais grave da doença, que, inclusive, o
comprometimento dental nem sempre é percebido em casos mais leves ou muito leves da
fluorose dental.
1829
Tabela 2. Situação atual da dentição dos adolescentes
Situação atual Masculino Feminino Total
Tornaram-se mais amarelados
Sim 17 19 36
Não 24 33 57
Tornaram-se mais brilhantes
Sim 12 19 31
Não 28 32 60
Tem bordas mais finas?
Sim 11 14 25
Não 29 34 63
Tem fratura nas bordas?
(extremidades)
Sim 05 12 17
Não 35 38 73
Dentes doloridos ou com dor ao beber líquido gelado/quente ou ingerir
alimentos ácidos e/ou doces?
Sim 20 24 44
Não 20 27 47
Nenhuma das situações descritas
Sim 06 06 12
Não 11 13 24
Fonte: Dados da Pesquisa
Referindo-se aos fatores que influenciam na situação dos dentes dos adolescentes, o
estudo de Fernandes et al (2016), que entrevistou jovens de 15 anos, abordou como os hábitos
de vida durante a fase da adolescência podem trazer riscos para a saúde bucal, sendo um dos
motivos a redução do controle dos pais na saúde bucal dos adolescentes.
da vida que podem causar prejuízos à saúde bucal. Durante essa fase, os jovens podem
apresentar práticas perigosas desencadeada por transtornos alimentares, como bulimia e
anorexia, que vão afetar suas vidas, inclusive a sua saúde bucal (XIMENES et al, 2004).
De acordo com a tabela 3, que aborda sobre o desenvolvimento de cárie dentária e/ou
tratamento, conhecimento dos jovens sobre o que é erosão ácida dos dentes e cárie dentária,
pode-se observar que 54 entrevistados afirmaram que já tiveram cárie ou submeteram-se a
tratamento restaurador e 40 responderam que não. Quando perguntado se já ouviram falar em 1830
erosão dentária 27 afirmaram que sim, enquanto que 67 adolescentes afirmaram que nunca
ouviu falar.
Em relação a diferença entre erosão e cárie, 14 acham que erosão e cárie são a mesma
coisa e 80 acham que não.
Tabela 3. Cárie dentária ou restaurações, e conhecimento dos jovens sobre erosão ácida e
cárie.
Situação atual Masculino Feminino Total
Cárie ou restaurações
Sim 20 34 54
Não 21 19 40
Erosão ácida dos dentes
Sim 16 11 27
Não 25 42 67
(continuação)
Erosão igual a Cárie?
Sim 07 07 14
Não 34 46 80
Fonte: Dados da Pesquisaos
Lima et al (2016) justificaram seu estudo sobre cárie dentária com adolescentes, por
observarem na literatura que o aumento da presença de cárie é diretamente proporcional ao
aumento da idade, de modo que eles são mais acometidos pela cárie do que as crianças, por
exemplo. Em relação ao gênero, Bonotto et al (2015) perceberam, em seu estudo com 584
adolescentes, que não houve diferença significante dos casos de cárie entre os sexos, contudo,
Quando perguntado se sentem algum sintoma de erosão dental ácida, 64 não tem
conhecimento, 19 acreditam que os dentes se tornaram mais amarelados, 13 acham que as
superfícies estão mais lisas e brilhantes, 15 acreditam que as bordas estão mais finas, 17
percebem que têm fratura na borda; 26 afirmam sentir sensação de dor ou de sensibilidade ao
beber líquidos quentes ou gelados ou comer alimentos ácidos ou doces e 2 acham que ter cárie
dentária é um sintoma da erosão.
Após obterem algumas informações sobre erosão dental, 12 acreditam que tem o sintoma da
erosão há um ano ou menos; 4 afirmaram já ter há 2 ou 3 anos; 4 de quatro a cinco anos; não
consegue lembrar ou não sabe foram 39 e 34 não apresenta nenhum sinal de erosão.
Quando perguntado se têm preocupação com os dentes por surgir sinais e sintomas
como: dentes amarelados 47 afirmaram que sim; dentes com superfície mais lisa e brilhante
foram 12; Dentes com uma extremidade (borda, ponta) mais fina foram 25; Dentes com
fraturas nas extremidades (bordas, pontas) 25 responderam que sim; dentes diminuindo de
tamanho por causa da erosão ácida foram 19; e 21 não tem preocupação nenhuma em relação
aos sintomas citados Tabela 5.
Enquanto estudava sobre a influência do aspecto dos dentes para jovens entre 14 e 19
anos, Rodrigues (2017) percebeu que a preocupação com a saúde bucal está relacionada com
o grau de instrução, fatores culturais, status social, e que a aparência do sorriso representa um
impacto na autoestima, sendo, inclusive, alvo de situações de Bullying e discriminação.
Zamboni et al (2015) observaram, em seu estudo com adolescentes, que apenas 38%
das jovens estão satisfeitas com a própria situação dentária, diferentemente dos jovens do
sexo masculino que apresentaram 54, 2% dos indivíduos satisfeitos com a aparência dentes.
Os estudiosos apontaram a interferência de fatores socioculturais nesses índices de satisfação
das adolescentes, devido a imposição social de padrões estéticos sobre a condição física da
mulher.
Café da manhã 36 42 78
Almoço 41 51 92
Jantar 39 47 86
Analisando a tabela 6, pode-se observar que 82, 97% dos entrevistados tomam café da
manhã, 97, 87% almoçam e 91, 49% jantam diariamente. Avaliando a diferença entre os
sexos, 87, 8% dos meninos afirmaram tomar café da manhã todos os dias, enquanto isso, 79,
24% das meninas fizeram a mesma afirmação. Em relação ao almoço, 100% dos meninos
entrevistados afirmaram almoçar diariamente, e 96, 22% das meninas afirmaram o mesmo.
No jantar, 95, 12% dos meninos relataram realizar esta refeição diariamente, diferente das
meninas que 88, 68% afirmaram o mesmo.
40
30 Várias
vezes
20
ao dia
10
0
FR SU RE EM AA TT
1835
FR: fruta; SU: sucos; RE: refrigerantes; EM: energéticos; AA: alimentos ácidos; TT: total.
TT
Não sabe
AA
Nunca
EM Esporadicamente
RE Várias vezes na
semana
1 vez na semana
SU
1 vez ao dia
FR
Várias vezes ao dia
0 10 20 30 40
FR: fruta; SU: sucos; RE: refrigerantes; EM: energéticos; AA: alimentos ácidos; TT: total.
Assis; Barin; Ellensohn (2010) realizaram um estudo in vitro para avaliar o potencial
erosivo de bebidas ácidas sobre os dentes. Os pesquisadores utilizaram 10 bebidas ácidas, que
incluíram refrigerantes, bebidas alcoólicas e suco de laranja, e perceberam, através da
simulação das condições bucais e o uso de dentes humanos conservados em formol, que todas
as bebidas estudadas apresentaram o pH abaixo do valor crítico para erosão dentária, que
houve lesão no esmalte dos dentes. Ao final do estudo, eles demonstraram que as bebidas
testadas possuem potencial erosivo e cariogênico, além da capacidade de realizar 1836
desmineralização dental.
Em um relato de casos de crianças com erosão dentária, Fontes et al (2016) concluíram que o
prejuízo na saúde bucal dos envolvidos no estudo estava diretamente relacionado ao elevado
consumo de bebidas ácidas, dentre as quais, destacaram-se os refrigerantes de cola, os sucos
de laranja, maracujá e acerola.
Delmonego e Maurici (2012) mostraram que o esmalte dos dentes submetidos à ação
de bebidas testadas apresentava aspecto morfológico diferente do apresentado no grupo
controle, o que permitiu que os autores concluíssem que a bebida energética possui um
potencial erosivo sobre a superfície do esmalte dentário.
CONCLUSÃO
Com este estudo foi possível conhecer a percepção dos adolescentes em relação à
situação dos próprios dentes, o nível de conhecimento sobre erosão dental e cárie, e discutir
como a falta de conhecimento sobre higiene bucal pode, de alguma forma, ser fator de risco
para a erosão dentária.
Este estudo nos permitiu identificar os comportamentos de risco para a erosão dentária
em relação à alimentação dos adolescentes de Cajazeiras, visto que, ao menos uma vez ao dia,
os jovens consomem alguma bebida diferente de água. Nos dois gêneros investigados,
identificou-se o consumo de bebidas ácidas presentes no cotidiano, como refrigerantes, sucos
e energéticos.
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RESUMO
Trata-se de um artigo de revisão bibliográfica que tem como objetivo acrescentar e discutir a relação
entre a química e as plantas medicinais, destacando a correlação que ambos os assuntos têm em
comum, e como pode ocorrer a ligação com o ensino de química na disseminação desse contexto. Foi
feita uma revisão integrativa da literatura a respeito do assunto estudado relativo a química e as plantas
medicinais, utilizando para tanto, livros, artigos, trabalhos científicos de diferentes autores, que
alicerçam e dão crédito as ideias aqui construídas. Conclui-se que o uso das plantas medicinais teve
início nas antigas civilizações e são consumidos sem nenhuma verificação quanto as suas propriedades
farmacológicas e os seus princípios ativos, muitos desconhecem os malefícios que os mesmos podem
ocasionar se usado de forma errônea, razão pela qual deve se adaptar um novo padrão de ensino,
levando em conta as necessidades dos discentes e a importância de sempre relacionar os conteúdos
com o cotidiano onde estão inseridos.
PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Química, Princípios Ativos. Contextualização.
ABSTRACT
It is a bibliographical review article that aims to add and discuss the relationship between chemistry
and medicinal plants, highlighting the correlation that both subjects have in common, and how the
connection with the teaching of chemistry can occur in the dissemination of this context. An
integrative review of the literature on the subject of chemistry and medicinal plants was made, using
books, articles, and scientific works of different authors, which support and give credence to the ideas
277
Licenciada em Química-CFP/UFCG. Especialista em Química Tecnológica e Ambiental–FIC. E-mail:
erycavanessagd@gmail.com
Licenciado em Química-CFP/UFCG. Especialista em Química Tecnológica e Ambiental – FIC. E-mail:
278
manoelvandersonprojetos@gmail.com
279
Químico Industrial. Doutor em Ciência e Engenharia de Materiais-UFRN. Mestre em Química-UFPB.
Professor Associado I da UACEN/CFP/UFCG. E-mail: luciano_sales@hotmail.com
constructed here. It is concluded that the use of medicinal plants began in ancient civilizations and are
consumed without any verification as to their pharmacological properties and their active principles,
many are not aware of the harm they may cause if used erroneously, which is why to adapt a new
teaching pattern, taking into account the needs of the students and the importance of always relating
the contents with the daily life where they are inserted.
KEYWORDS: Teaching Chemistry, Active Principles. Contextualization.
RESUMEN
Es un artículo de revisión bibliográfica que tiene como objetivo agregar y discutir la relación entre la
química y las plantas medicinales, destacando la correlación que ambos temas tienen en común, y
cómo la conexión con la enseñanza de la química en la diseminación puede ocurrir en el contexto. Se
realizó una revisión integradora de la literatura sobre el tema de la química y las plantas medicinales,
utilizando libros, artículos y trabajos científicos de diferentes autores, que respaldan y dan credibilidad
a las ideas construidas aquí. Se concluye que el uso de plantas medicinales se inició en las
civilizaciones antiguas y se consumen sin ninguna verificación en cuanto a sus propiedades
farmacológicas y sus principios activos, muchas desconocen las perjudiciales que pueden causar si se
usan de forma errónea, por lo que se debe adaptar un nuevo patrón de enseñanza, teniendo en cuenta
las necesidades de los estudiantes y la importancia de relacionar siempre los contenidos con la vida
cotidiana donde se insertan.
PALABRAS CLAVES: Enseñanza de química, principios activos. Contextualización.
INTRODUÇÃO
Ao longo dos anos, as plantas medicinais ainda estão sendo utilizadas por uma parte
da população, pois muitas são as dificuldades encontradas por eles, desde o acesso aos centros
hospitalares, como também o pouco alcance de medicamentos, estes fatos relacionados com a
tradição existente desde os nossos ancestrais, a única alternativa encontrada para alguns povos
é a utilização dessas plantas para a cura de determinadas doenças (JUNIOR et al,2005). São
consideradas plantas medicinais, aquelas que já foram usadas por habitantes de uma
comunidade, seguindo uma tradição dos seus antepassados, com o intuito de aliviar, prevenir
e buscar a cura de algumas doenças (NICOLETTI et al,2007).
respeitando assim os riscos toxicológicos, para que não coloque em risco a saúde humana
(JUNIOR et al,2005).
METODOLOGIA
Na realização deste trabalho foram feitas revisões integrativas das literaturas a respeito
do assunto estudado relativo à química e as plantas medicinais, utilizando para tanto, livros,
artigos, trabalhos científicos de diferentes autores, que alicerçam e dão credibilidade as ideias
aqui expostas. As obras analisadas para melhorar a pesquisa não seguiram critérios datais de
publicação, levando em consideração que toda escrita cientifica, seja ela mais antiga ou não,
tem relevância para o aporte teórico, prático e metodológico na construção de novos
conhecimentos, hipóteses, conceitos e teorias, a fim de desenvolver o conhecimento cientifico
que sempre é mensurável e mutável. Após a seleção dos artigos e/ou matérias foram
analisados os dados conforme sua contribuição para a pesquisa, confrontando ideias de
autores, amparado de uma avaliação crítica de todos, para que se obtivesse resultados e
considerações importantes para o engrandecimento da temática em questão.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As plantas medicinais são aquelas que exercem ação terapêutica na cura de doenças, e
que é administrada ao ser vivo por qualquer via. O tratamento realizado através das plantas
medicinais é chamado de Fisioterapia, sendo que fisioterápicos são os medicamentos que vão
ser produzidos a partir dessas plantas (LOPES ET AL,2005).
Diversas comunidades rurais fazem o uso das plantas medicinais em virtudes de vários
fatores que influenciam, muitas das vezes são pessoas que não possuem recursos, as vezes
nem para descolamento e sem falar que o custo de consultas e medicamentos são bastantes 1844
elevados; Existem ainda pessoas que acreditam que os remédios extraídos das mata, são
saudáveis e que não existem nenhum tipo de veneno, e chegam a ser até mais curativos que os
medicamentos vendidos em farmácias. (GUERRA ET AL,2010).
A grande parte da população tem a certeza que os produtos de origem vegetal, não
possuem reações adversas e seus efeitos toxicológicos, ou seja, desconhecem e acaba
tornando-se um dos principais problemas, com o passar dos anos os cientistas identificaram
através de pesquisas que as plantas medicinais possuem substancias potencialmente perigosas
e agressivas e que por esse motivo devem ser utilizadas de forma cuidadosamente,
observando e respeitando os seus riscos e seus efeitos adversos (JÚNIOR ET AL., 2005).
Diante da capacidade do Brasil sobre cultura popular a respeito das plantas medicinais
e a disponibilidades dessas plantas para a produção de fito farmacêuticos e do
desenvolvimento de políticas e dos programas na área das plantas medicinais, o Ministério da 1845
As plantas medicinais podem ser trabalhadas como um tema transversal nas aulas de
química orgânica, por se trata de uma temática que faz parte do cotidiano dos discentes,
possibilitando aos estudantes uma contextualização e bom processo de ensino e 1846
aprendizagem, fazendo, com que os mesmos relacionem o seu dia-a-dia com o assunto de
ministrado em sala (BECHER E KOGA, 2012)
Segundo Cotton (1996, p.423) “é o estudo das relações mútuas entre as plantas e
culturas humanas, incluindo estudos sobre como as plantas são classificadas, nomeadas,
usadas e manejadas, e como sua exploração pelos homens influenciou a sua evolução.”
É muito importante trabalhar nas aulas de química a temática das plantas medicinais,
pois esse tema não deve ser relacionado apenas com as aulas de química orgânica, mais
também com o dia-a-dia do discente, pois são comuns seus familiares, amigos, conhecidos
achar que as plantas medicinais por ser utilizadas por muitos, é natural, ou seja, não possui
substancias químicas, sendo que, muitas pessoas desconhecem quais são os compostos
químicos existente nas plantas os efeito que elas podem causar no organismo caso seja
ingerida em grande quantidade, outras pessoas não são conhecedoras dos riscos que podem
ser acarretado com o uso incorreto e que pode provocar efeitos adversos, intoxicação, muitos
desconhecem que o uso frequente e inadequado pode levar a óbito como qualquer outro
medicamento. Por isso é importante trabalhar em sala, os tipos, as espécies das plantas, suas
propriedades, os compostos químicos, a parte da planta que deve ser utilizada para o
consumo, as precauções no preparo; E que através das aulas os alunos possam levar essas
informações a outras pessoas que fazem uso dessas plantas (FIGARO E LINDEMANN,
2015).
Algumas ações podem ser utilizadas nas aulas para que seja assimilado e relacionado
os conteúdos com o dia-a-dia dos alunos. De acordo com o Programa Nacional de Plantas
Medicinal e Fitoterápico (PNPMF, 2009), podemos desenvolver materiais didáticos sobre as
plantas medicinais e seus fitoterápicos, dentre elas:
CONCLUSÃO
O ensino de química deve ser adaptado a um novo padrão e as novas necessidades dos
discentes, sempre percebendo que o ato de educar, vai além de transmitir apenas os conteúdos
programáticos, é fundamental a utilização de novos recursos para que os alunos relacionem o 1848
os conteúdos com o seu dia a dia, tornando-se indivíduos críticos e dinâmicos.
O uso das plantas medicinais para a cura de doenças, como na civilização antiga, ainda
está sendo colocadas em pratica nos dias de hoje, ou seja, preservam conhecimento
adquiridos, é de extrema importância trabalhar esse tema em sala de aula e principalmente
relacioná-lo com o assunto, visto que muitas pessoas fazem o uso de forma errônea.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 9394.Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: Congresso
Nacional,1996.
1851
RESUMO
ABSTRACT
This paper discusses, from a literature review, the biological activities of plant lectins on bacterial
resistance process. Lectins are glycoproteins capable of binding specifically and reversibly to
carbohydrates and/or glycoconjugates of non-immunological origin. It was found that the lectins
present several biological activities, being able to inhibit the bacterial growth and that the study of new
vegetable lectins, can result in the improvement of the fight against bacteria.
KEYWORDS: Bacterial resistance; Plant lectins; Biological activities.
280
Graduada em Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais e Matemática pela Universidade Federal do
Cariri (UFCA); Graduanda do segundo ciclo do curso Licenciatura Interdisciplinar em Ciências Naturais e
Matemática (Licenciatura em biologia), pela Universidade Federal do Cariri (UFCA).
281
Possui curso de Licenciatura (2008) e Bacharelado (2009) em Ciências Biológicas pela Universidade
Regional do Cariri - URCA, Mestrado em Bioquímica (2011) e Doutorado em Bioquímica (2014) pela
Universidade Federal do Ceará - UFC. Atualmente é Professor Assistente A da Universidade Federal do Cariri -
UFCA.
RESUMEN
Este artículo discute, a partir de una revisión de la literatura, las actividades biológicas de lectinas de
plantas en el proceso de resistencia bacteriana. Las lectinas son glicoproteínas capaces de unirse a
carbohidratos y/ o glicoconjugados de origen no inmunológico. Se encontró que las lectinas presentan
varias actividades biológicas, pudiendo inhibir el crecimiento bacteriano y que el estudio de nuevas
lectinas vegetales puede resultar en la mejora de la lucha contra las bacterias. 1852
INTRODUÇÃO
Diversas plantas têm sido avaliadas não apenas para demonstrar seu potencial
antimicrobiano de forma direta, mas também como fontes de substâncias com potencial de
serem agentes capazes de modificar a ação antibiótica (GIBBONS, 2004; GURIB-FAKIM,
2006). Produtos vegetais, como extratos ou seus compostos isolados, apresentam atividade
antibacteriana (COSTA, ET AL., 2010; MOURA, ET AL., 2011; GOMES, ET AL., 2013).
RESISTÊNCIA BACTERIANA
LECTINAS VEGETAIS
Sharon e Lis (1990) definiram lectinas como sendo todas as proteínas de plantas que
possuem pelo menos um domínio não catalítico que se liga reversivelmente a mono ou
oligossacarídeos específicos.
Enfim, a definição mais aceita atualmente foi descrita por Peumans e Van Damme
(1995), onde lectinas são classificadas como proteínas ou glicoproteínas de origem não imune
com pelo menos um sítio não catalítico de ligação que reconhecem e interagem de forma
reversível com carboidratos específicos. Lectinas foram definidas como um dos grupos mais 1856
importantes de proteínas responsáveis por decifrarem o glicocódigo (GABIUS, 2000).
O primeiro relato de lectinas provindas de estruturas vegetais ocorreu em 1888,
quando Stillmark, ao estudar a toxicidade e extratos de Ricinus communis (mamona),
observou sua capacidade para aglutinar eritrócitos, devido à presença de uma proteína
extraída, a ricina (KENNEDY, ET AL., 1995). Pouco tempo depois, outra hemaglutinina,
chamada abrina, foi encontrada em sementes de Abrus precatorius (jequiriti) (GABOR, ET
AL., 2004).
Em 1919 James B. Summer isolou do feijão do gênero Canavalia ensiformes uma
lectina que a denominou de concanavalina A (ConA). Assim, foi obtida pela primeira vez
uma hemaglutinina pura. Quase duas décadas depois eles demonstraram que a ConA era
inibida por sacarose, apresentando assim especificidade por açucares (SHARON; LIS, 2004).
Karl Landsteiner e H. Raubitishek identificaram diferenças nas atividades
hemaglutinantes em vários extratos de sementes, frente a hemácias de diversas espécies,
evidenciando a seletividade das aglutininas vegetais (SELL; COSTA, 2000). Renkonen
(1948), Boyd e Reguera (1949) descobriram que algumas hemaglutininas exibiam uma certa
preferência a eritrócitos de um grupo particular de tipo sanguíneo dentro do sistema ABO
(VAN DAMME, ET AL., 1998). Após essa conclusão Boyd e Shapleigh, foram os primeiros a
utilizarem o termo lectina (derivado do latim “legere”, escolher) (SHARON; LIS, 2004).
ATIVIDADES BIOLÓGICAS
Na natureza, as lectinas são largamente distribuídas nas mais diversas classes de seres
vivos, incluindo plantas, algas, fungos, animais (vertebrados e invertebrados) e
microrganismos (SANTI-GADELHA ET AL., 2006; WONG; CHAN, 2008).
Nos vegetais, as lectinas têm sido encontradas nas folhas (NAPOLEÃO, ET AL.,
2012), flores (SANTOS, ET AL., 2009), sementes (SILVA, ET AL., 2012), cascas (VAZ, ET
AL., 2010), raízes (AGRAWAL, ET AL., 2011) e rizomas (YANG, ET AL., 2011);
(SANTANA, ET AL., 2012).
2004), bem como uma variedade de aplicações de diagnóstico para um amplo espectro de
patologias ou anomalias (GEMEINER, ET AL., 2009).
CONCLUSÃO
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1863
RESUMO
O uso de plantas com finalidade medicinal já existe desde antes de Cristo, povos antigos utilizavam
essas plantas devido aos benefícios gerados ao organismo. O alho (Allium Sativum L.) tem sido muito
usado na culinária na forma de tempero, mas o seu uso não se restringe somente a isso, estudos
mostram que ele possui substâncias capazes de agir sobre diversas doenças, isso porque possui poucos
efeitos colaterais. O objetivo deste trabalho é, portanto, apresentar as propriedades farmacológicas do
alho sobre o processo inflamatório mostrando quais os seus principais benefícios, uma vez que seu uso
terapêutico tem crescido na prevenção e tratamento de diversas patologias, entre elas o uso no
processo inflamatório como ação anti-inflamatória. Esta pesquisa é de base qualitativa e bibliográfica
realizada a partir de livros e periódicos. Este tipo de pesquisa permite um aprofundamento maior sobre
o tema proposto. Como resultado podemos citar os inúmeros benefícios gerados pela allicina no
processo de recuperação da inflamação, como também a importância do uso adequado do alho para
que ele não perca suas propriedades terapêuticas.
282
Faculdade São Francisco da Paraiba -FASP
RESUMEN
El uso de plantas con finalidad medicinal ya existe desde antes de Cristo, pueblos antiguos utilizaban
esas plantas debido a los beneficios generados al organismo. El ajo (Allium Sativum L.) ha sido muy
usado en la culinaria en forma de condimento, pero su uso no se restringe solamente a eso, estudios
muestran que él posee sustancias capaces de actuar sobre diversas enfermedades, porque tiene pocos
efectos colaterales. El objetivo de este trabajo es, por lo tanto, presentar las propiedades 1864
farmacológicas del ajo sobre el proceso inflamatorio mostrando cuáles son sus principales beneficios,
una vez que su uso terapéutico ha crecido en la prevención y tratamiento de diversas patologías, entre
ellas en el proceso inflamatorio como acción anti-inflamatoria. Esta investigación es de base
cualitativa y bibliográfica realizada a partir de libros y periódicos. Este tipo de investigación permite
una profundización mayor sobre el tema propuesto. Como resultado podemos citar los innumerables
beneficios generados por la allicina en el proceso de recuperación de la inflamación, así como la
importancia del uso adecuado del ajo para que no pierda sus propiedades terapéuticas.
PALABRAS CLAVE: Propiedades terapéuticas. Proceso inflamatorio. Allicina.
INTRODUÇÃO
Na idade média e na segunda guerra mundial, o alho foi de suma importância, sendo
utilizado como um preventivo da peste e nas feridas dos soldados para evitar infecções
respectivamente. Registros antigos demonstram que o alho era usado como remédio desde os
tempos antes de Cristo pelos babilônios, chineses, gregos e romanos.
Populações de todo o mundo tem se utilizado do alho de forma empírica como anti-
inflamatórios, por apresentar inúmeras propriedades benéficas à saúde. Dessa forma,
“Afirma-se que o alho apresenta propriedades diuréticas, expectorantes, antiespasmódicas,
antissépticas, bacteriostáticas, antivirais, hipotensoras e anti-helmínticas e é um promotor da 1866
O alho ao ser cortado ou amassado tem suas propriedades químicas ativadas. Quando
o bulbo, conhecido por cabeça em algumas regiões é desintegrado libera a aliina que reage
com a enzima alliinase formando um agregado de substâncias essenciais à saúde, com 1867
valores nutritivos e farmacológicos, essa reação produz a aliicina.
Podemos ainda perceber que ele apresenta também na sua constituição química
proteínas, minerais, lipídios, aminoácidos, prostaglandinas, óleo volátil. Terpenos incluindo
citral, geraniol, linalol, alfa e beta-fellandreno (CARVALHO, 2004). É possível ainda
encontrar diversos outros compostos presentes na allicina dando a este princípio ativo
benefícios medicinais de grande importância para o tratamento de saúde, como é o caso da
Sabe-se que o efeito anti-inflamatório do alho está relacionado aos seus constituintes
ativos. O ajoeno, dialiltrisulfeto, e a allicina são os principais compostos ativos que o 1869
Portanto, como vimos, o alho é rico em vitamina B6, essa vitamina é responsável
pela pelo crescimento e surgimento de novas células, assim, como, ela é fundamental para o
bom funcionamento do sistema imunológico. Suas propriedades anti-inflamatórias auxiliam
no combate de diversos tipos de infecções como as bacterianas, virais e fúngicas. Desta
forma, podendo citar como exemplo o uso do alho contra a congestão nasal e problemas
respiratórios entre eles a gripe, a bronquite e a asma, nesses casos o efeito expectorante do
alho auxiliam no tratamento.
CONCLUSÃO
Portanto, podemos concluir que o efeito anti- inflamatório do alho está relacionado
aos seus constituintes ativos. O ajoeno, dialiltrisulfeto, a alliina e a allicina são os principais
compostos ativos que o compõem, eles possuem atividade antibacteriana e antifúngica,
sendo este último o composto mais ativo.
REFERÊNCIAS
BARNES, Joanne; ANDERSON, Linda A.; PHILLIPSON, José David. Fitoterápicos. 3 ed.
Porto Alegre: Artmed, 2012.
1871
RESUMO
O estresse na contemporaneidade do âmbito universitário se caracteriza por poder provocar alterações
no aspecto biopsicossocial dos discentes. Alguns fatores podem levar ao consequente
desencadeamento do estresse, como o de se estar adentrando no meio acadêmico e vivenciando novos
desafios. Diante disso foi realizada uma revisão integrativa, cujo trabalho utilizou três descritores:
estresse psicológico, alunos e universidades. Como critério de inclusão, foram escolhidos artigos
originais entre os anos 2015 a 2018, nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola, e que estivessem
disponíveis completos para leitura, sendo excluídos os artigos repetidos e que não atendessem ao
objetivo do estudo, este sendo conhecer os fatores que desencadeiam o estresse em universitários,
tendo como questão norteadora seus fatores desencadeantes. A partir da leitura dos textos observamos
a miríade de fatores que podem desencadear o aparecimento do estresse, pois no processo de formação
de enfermeiros, os fatores acadêmicos, clínicos e socioeconômicos podem impactar no desempenho do
discente e na sua saúde. Os resultados permitem analisar o caráter multifatorial no âmbito do ensino
superior, se observado a necessidade de pesquisas centradas no aspecto humano e biopsicossocial dos
indivíduos.
283
Universidade Federal de Campina Grande.
INTRODUÇÃO
Atualmente o estresse tem sido uma das principais causas que afeta, de forma
negativa, direta ou indiretamente a vida das pessoas e assume um papel relevante na área da
saúde.
A palavra estresse deriva do latim “stringere” = tensionar, desde o século XVII vem
sendo utilizada pelos ingleses para se referir a termos como “adversidade” ou “infelicidade”.
Alguns teóricos da física do século XIX empregam ao estresse o significado de “força
resultante de um corpo submisso a uma força contrária, que tende a deformar tal corpo”
(OLIVEIRA ET AL., 2015, p. 39-55).
Monteiro et al. (2007, p. 66-72) afirma que a partir do momento em que se adentra no
âmbito universitário inevitavelmente o estudante passará por momentos de mudança, tanto
positivas quanto negativas, como por exemplo, angústia e cobrança para lidar com tudo o que 1874
a universidade exige. Dessa forma o meio acadêmico caracteriza-se como um ambiente que
pode provocar alterações em aspectos biopsicossociais dos discentes, levando ao
desencadeamento de distúrbios patológicos, déficit na capacidade de concentração e
memorização.
Assim, caso nada seja feito para aliviar o efeito dos estressores durante o período
universitário, o discente estará cada vez mais cansado, estando propício a patologias, que
podem ter origem a partir de situações de estresse. Já que um indivíduo que tenha consciência
do como está sua saúde e deseja procurar ajuda ainda encontra o estigma da sociedade que o
considera como alguém sem condições psicológicas e emocionais de estar inserido no meio.
Esse estudo de revisão integrativa teve por motivação a ser desenvolvida pelo interesse
em disponibilizar para os discentes universitários e que passam por tal situação de estresse, 1875
MÉTODO
O levantamento dos dados ocorreu durante o mês de agosto nas bases de dados
SciELO (Scientific Electronic Library Online), LILACS (Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde), Index psicologia e Medline (Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online).
psicologia e 1 no Medline e após a leitura de títulos e resumo dos artigos encontrados foi
retirado em estudo por não responder ao objetivo, por fim foi feita a leitura completa do
material onde se constatou que todos correspondiam ao tema pesquisado e respondiam a
questão norteadora.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise dos dados obtidos, expressos resumidamente na tabela 01, alguns
resultados puderam ser traçados e discutidos.
Tabela 01: Artigos coletados nos bancos de dados sobre estresse e estudantes universitários.
Durante a leitura dos textos observamos a miríade de fatores que podem desencadear o
aparecimento do estresse, este urge como um evento de muitas origens e bases, a vivência
individual, os anseios e a maneira particular com a qual os indivíduos respondem às situações
de mudança condicionam características muito particulares no aparecimento de distúrbios de
relacionamento interpessoal com os docentes e o medo de não obter êxito”. O autor aponta
diversos fatores associados ao desenvolvimento de distúrbios na saúde dos discentes e entre
eles os de ordem psicológica, fatores extraclasse influem diretamente nesse contexto e
corroboram o caráter multifatorial do estresse, sendo este um distúrbio complexo e
multifacetado.
Liébana-Presa, ET AL. (2014, p.715-722), diz que podemos encontrar diversos outros
elementos contribuintes para o que a autora denomina “mal-estar mental”, “entre as fontes
mais comuns se encontram, ente outros, a carga de trabalho e os problemas associados com o
estudo, o medo das situações desconhecidas ou as dificuldades apresentadas em suas práticas
clínicas”. A autora traz um elemento relevante à discussão o medo enfrentado pelos
estudantes frente às situações novas e desconhecidas apresentadas pela vivencia acadêmica.
ansiedade e estresse.
Segundo Costa, et al. (2017), “O contato com a assistência permite ao aluno, por
exemplo da enfermagem, vivenciar desafios inerentes à atuação do enfermeiro, levando a
sentimentos de insegurança quanto à sua formação profissional”. O explicitado acima
corresponde a um fator presente durante todo o processo formativo, o questionamento do
profissional se este será capaz de realizar as atividades a que se propõe, se conseguirá 1880
Por fim, uma análise assertiva e consciente deve ser realizada, é necessário encontrar
um equilíbrio entre a qualidade na formação e a preservação do bem-estar mental dos
indivíduos, estes devem se tornar atuantes na construção do saber, buscar a eficiência e a
competitividade porem atentando a preservação da saúde mental, estratégias como um ensino
orientado à complementaridade do ser, uso de metodologias ativas e maneiras de avaliação
diferentes que não estejam interessadas na apresentação de resultados frios e pragmáticos,
mas que sejam abalizadas na pratica do conhecimento, orientada à aplicabilidade em 1881
contextos reais e que levem em consideração as experiências e vivências dos indivíduos
surgem como alternativas possíveis e bem vindas.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, M. N. et. al. Por que não procurar terapia? O papel do estigma e sintomas
psicológicos em estudantes universitários. Paidéia (Ribeirão Preto) [online]. 2017, vol.27,
n.67 [citado em 2018-08-16], pp.76-83. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 1882
863X2017000200076&lng=en&nrm=iso>. ISSN0103-863X. http://dx.doi.org/10.1590/1982-
43272767201709.
LIPP, M. E. N. Manual do Inventário dos sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL). 3ª
Edição. São Paulo: Casa do Psicólogo. 2005.
MENDES, Karina Dal Sasso; SILVEIRA, Renata Cristina de Campos Pereira; GALVAO,
Cristina Maria. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na
saúde e na enfermagem. Texto contexto - Enferm., Florianópolis , v. 17, n. 4, p. 758-764,
Dec. 2008 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-
07072008000400018&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 22 Ago. 2018.
http://dx.doi.org/10.1590/S0104-07072008000400018.
1884
RESUMO
Houve enorme avanço medicina, multiplicação de médicos e serviços, mas a credibilidade do médico
apresenta-se em declínio e isso pode ter sido ocasionado pelo fracasso do modelo flexneriano, que
demonstrou insuficiências na formação dos médicos. Metodologia: essa pesquisa é uma revisão
bibliográfica, foram usadas as bases de dados scielo, lilacs e pubmed. Foram usados os descritores:
metodologia ativa, educação, aprendizagem baseada em problema e medicina. Os filtros usados foram:
artigos na integra e gratuitos, publicados no intervalo de 2010-2018, escritos na língua portuguesa e
espanhola. Após isso, foram aplicados os critérios de inclusão que foram artigos que tivessem a
temática central a educação médica e exclusão os que não suportavam os descritores. Resultados e
discussão: o ensino da medicina no país vem passando por intensas mudanças devido as soluções
apresentadas pela DCN e a adoção da ABP que vem sendo implantada nas escolas com o intuito de
associar as competências técnico-cientificas com as humanísticas. Conclusão: é fundamental que o
ensino em saúde incorpore metodologias ativas para integração entre a teoria e a prática, além de
oferecer um ambiente favorável para o desenvolvimento do espiríto crítico, capacidade de reflexão e
participação dos estudantes na construção de seu conhecimento.
PALAVRAS-CHAVE: metodologias ativas; aprendizado baseado em problemas; educação médica.
ABSTRACT
The education model had to be reformulated because of the failure of the traditional model. Method:
this is a bibliographical review, using the bases: scielo, lilacs and pubmed. The descriptors: active
methodology, education, problem-based learning. Only articles in Portuguese and Spanish were used
in the time span of 2010-2018. The article highlights the recent changes in teaching in the country
caused by DCN and the importance for more humane training of physicians.
KEYWORDS: active methodologies; problem-based learning; medical education.
284
Universidade Federal de Campina Grande
RESUMEN
El modelo de educación necesitó ser reformulado debido al fracaso del modelo tradicional. Método: se
trata de una revisión bibliográfica, usando las bases: scielo, lilacs y pubmed. Los descriptores:
metodología activa, educación, aprendizaje basada en problemas. Sólo se utilizaron artículos en
portugués y español en el intervalo de tiempo 2010-2018. El artículo resalta los últimos cambios en la
enseñanza en el país causados por la DCN y la importancia para la formación más humana de los 1885
médicos.
PALABRAS CLAVES: metodologías activas; aprendizaje basado en problemas; educación médica.
INTRODUÇÃO
Diante disso, esse estudo tem como objetivo estudar o impacto do uso da metodologia 1886
ativa no ensino médico e verificar sua contribuição para tais profissionais. Diante da
importância da figura médica na sociedade e de seu impacto na população vê se necessário
aprofundar os estudos nesse assunto.
METODOLOGIA
Esta pesquisa é uma revisão bibliográfica que teve como suporte de pesquisa as bases
de dados Scielo, Lilacs e Pubmed Central. Foram usados os descritores: metodologia ativa,
educação, aprendizagem baseada em problema e medicina. Os filtros usados foram: artigos na
íntegra e gratuitos, publicados no intervalo temporal de 2010-2018, escritos nas línguas
portuguesa e espanhola. A partir dessa busca foram achados 39 artigos, sendo então aplicados
os critérios de inclusão e exclusão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A criação do Sistema único de Saúde (SUS) colocou o estado como responsável pela
manutenção da saúde da população. Por ser um modelo traçado em princípios como a
universalidade, integralidade e a equidade, trouxe mudanças profundas na maneira como os
médicos deveriam fazer saúde. Os profissionais que atuam nesse sistema devem estar aptos a
atender uma série de exigências, como: trabalhar em diferentes níveis da atenção à saúde,
dominar o conhecimento biomédico de maneira satisfatória, integralidade no atendimento e
ações para promoção em saúde. Nesse contexto, para que houvesse a aproximação dos ideais 1887
do SUS e da formação de recursos humanos, o Ministério da Educação (MEC) lançou as
Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina com o objetivo de
orientar o sistema educacional das faculdades em todo o país (MOREIRA; MANFROI, 2011,
p. 478).
O ensino da medicina brasileira já sofreu intensas mudanças nos últimos anos, devido
principalmente as soluções propostas pela DCN e a adoção da Aprendizagem Baseada em
Problemas (ABP) que vem sendo implantada nas escolas com o intuito de associar as
competências técnico-cientificas com as humanísticas. Algumas dessas mudanças observadas
no modelo educacional com essas medidas são: integração dos currículos disciplinares,
reposicionamento dos locais de práticas médicas dos hospitais para os diferentes níveis da
saúde e a maior visibilidade da atenção básica, inserção no serviço de saúde nos primeiros
anos de curso, e inclusão de disciplinas que visem a ética humana. (GOMES, 2011, p. 95)
A ABP vem sendo empregada desde 1969 nos cursos de medicina, os cursos pioneiros
foram implantados na Universidade de McMaster, no Canadá, e na Universidade de
Maastricht, na Holanda. No brasil o objetivo do MEC em propor esse modelo é colocar o
estudante como construtor do seu conhecimento, levando-o a desenvolver uma postura ética e
humana, tornando-o um agente de transformação social. Essa metodologia consiste na criação
de situações-problema que se aproximem da realidade vivida na prática e que integrem várias
disciplinas para agregação do conhecimento dos estudantes (CEZAR; GUIMARÃES, 2010,
p. 300).
sempre foi criticado pela sua simplificação ao aspecto biológico da doença, sem levar em
consideração fatores psicológicos, culturais e sociais do paciente. Desde o Renascimento, o
ensino de clínica se organizava a partir da transmissão de um professor diretamente para os
alunos, em hospitais. Os casos deviam ser reunidos num “corpo da nosologia”, e a clínica se
fechava sobre a totalidade didática de uma experiência ideal. Mais importante do que o
encontro entre o doente e o médico era o de uma verdade a decifrar uma ignorância: o papel
do médico de hospital era descobrir a doença. O paciente era visto apenas como o portador de 1888
uma doença. Por isso, a importância da ABP na construção de um problema que estimule a
atenção aos aspectos particulares do paciente e na construção da integralidade do atendimento
(NETA, 2016, p. 222).
Estudos sugerem fortemente que os estudantes de ABP estão mais bem preparados
para a prática médica, de acordo com a avaliação de seus supervisores. Os alunos de
graduação do ABP estão sujeitos a situações incertas e, em longo prazo, podem desenvolver a
capacidade de lidar com tais dificuldades, o que é uma ferramenta muito importante para a
prática médica (MILLAN, 2012, p. 595).
CONCLUSÃO
Diante do que foi exposto e dos estudos analisados, é possível concluir que as
metodologias ativas de ensino demonstram aspectos positivos na sua transformação,
motivando o discente a promover o seu próprio desenvolvimento, percebendo que a nova
aprendizagem é um instrumento significativo e necessário para ampliar suas habilidades,
possibilidades e caminhos. Por meio do emprego de metodologias ativas, o aprendizado e a
retenção do conhecimento podem ser mais exitosos, bem como sua inserção na rotina prática
e na sociedade, transformando o aprendizado em uma ferramenta multiplicadora de
mudanças.
REFERÊNCIAS
1890
DUARTE, Ana Lúcia dos Anjos; MONACO, Cauê Freitas; MANSO, Maria Elisa Gonzalez.
A Aprendizagem Baseada em Problemas no ensino das ciências básicas: experiência no
segundo semestre do curso de Medicina de um Centro Universitário. Mundo saúde. Vitória, v.
37, n. 1, p. 89-96, 2013.
SILVA S.L. ET AL. Estratégia educacional baseada em problemas para grandes grupos:
relato de experiência. Revista Brasileira de Educação Medica. Brasilia v. 39, n. 4, p. 607-
613, 2015.
1892
RESUMO
Objetivo: analisar as publicações científicas sobre os impactos na saúde das mulheres vítimas de
violência doméstica. Método: Trata-se de um estudo do tipo revisão integrativa de literatura, na qual
foram utilizadas as bases de dados MEDLINE, LILACS, BDENF, por meio dos descritores em saúde:
saúde da mulher and violência contra a mulher and mulheres agredidas. Os critérios de inclusão
definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados nos idiomas português, inglês ou
espanhol, disponibilizados online na íntegra, publicados e indexados nos bancos de dados supracitados
contemplando os anos 2013 a 2017. Para realização do estudo 07 artigos compuseram a amostra.
Resultados: Observou-se que as principais consequências à saúde da mulher proveniente ao agravo
sofrido, foram os danos psicológicos, causando um forte impacto negativo em sua vida. Constatou-se
também que muitos artigos sobre a temática abordam mais o perfil sociodemográfico e o tipo de
violência sofrida e poucos são os que realmente tratam acerca das consequências dessa violência e o
que pode ser feito a essas mulheres.
ABSTRACT
Objective: to analyze the scientific publications on the health impacts of women victims of domestic
violence. Method: This is an integrative review of the literature, in which the MEDLINE, LILACS and
BDENF databases were used, through the descriptors in health: women's health and violence against
women and women who were attacked. The inclusion criteria defined for the selection of articles
were: articles published in the Portuguese, English or Spanish languages, made available online in full,
published and indexed in the abovementioned databases, covering the years 2013 to 2017. For the
study, 07 articles sample. Results: It was observed that the main consequences to the health of the
woman from her suffering were the psychological damages, causing a strong negative impact on her
life. It was also found that many articles on the subject are more about the sociodemographic profile
and the type of violence suffered, and few are really those about the consequences of this violence and
what can be done to these women.
285
Enfermeira. Mestra em Saúde Pública. Professora da Universidade Federal de Campina Grande.
286
Enfermeira. Professora da Universidade Federal de Campina Grande.
287
Enfermeira. Doutoranda em Enfermagem. Professora da Universidade Federal de Campina Grande.
RESUMEN
Objetivo: analizar las publicaciones científicas sobre los impactos en la salud de las mujeres víctimas 1893
de violencia doméstica. Método: Se trata de un estudio del tipo revisión integrativa de literatura, en la
cual se utilizaron las bases de datos MEDLINE, LILACS, BDENF, por medio de los descriptores en
salud: salud de la mujer y violencia contra la mujer y las mujeres agredidas. Los criterios de inclusión
para la selección de los artículos fueron: artículos publicados en portugués, Inglés o Español,
disponible online en su totalidad, publicados e indexados en las bases de datos anteriores
correspondientes a los años 2013 a 2017. Para realizar el estudio 07 artículos fueron incluidos en el
muestra. Resultados: Se observó que las principales consecuencias para la salud de la mujer
proveniente del agravio sufrido, fueron los daños psicológicos, causando un fuerte impacto negativo
en su vida. Se constató también que muchos artículos sobre la temática abordan más el perfil
sociodemográfico y el tipo de violencia sufrida y pocos son los que realmente trata sobre las
consecuencias de esa violencia y lo que puede hacerse a esas mujeres.
INTRODUÇÃO
Assim, esse tipo de violência se diferencia das demais, pois é praticada no domicílio
da vítima e por um agressor que compartilha relações íntimas e afetuosas com a mulher.
Desse modo, simbolicamente o lar que deveria ser um ambiente seguro e que a fizesse se
sentir protegida, passar a representar um risco em sua vida (SCOOT ET AL., 2016).
Esse tipo de agravo pode gerar consequências drásticas na vida das vítimas, tanto
físicas quanto psicológicas, desde exposição às infecções sexualmente transmissíveis,
gravidez indesejada a traumas, lesões, depressão, distúrbios mentais, suicídio, configurando- 1894
se como um problema de saúde pública, devido a magnitude do problema e pelo mesmo não
distinguir suas vitimas, pois todas as mulheres, independente de idade, cor, profissão, religião
estão sujeitas a essa situação (BRASIL, 2012).
Portanto, aos poucos o estigma acerca dessa temática está diminuindo e a mesma está
cada vez mais recebendo a devida importância que necessita, possibilitando uma intervenção
ativa e efetiva na minimização da violência contra a mulher. Conhecer os principais
problemas que circundam essas mulheres podem auxiliar no atendimento prestado, pois os
mesmos podem dar indícios de que a violência está acontecendo, além de que problemas de
saúde sendo identificados serão trabalhados e tratados para que as mulheres consigam superar
momento tão difícil em suas vidas (PEREIRA ET AL., 2015).
MÉTODO
base de dados MEDLINE, foram utilizados os mesmos descritores, porém traduzidos para o
idioma inglês.
Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados
nos idiomas português, inglês ou espanhol, disponibilizados online na íntegra, publicados e
indexados nos bancos de dados supracitados contemplando os anos 2013 a 2017. Em relação
aos critérios de exclusão foram artigos duplicados, que não respondessem a questão
norteadora do estudo e os que não estivessem disponibilizados na íntegra em meio eletrônico,
como também monografias, dissertações e teses. A coleta dos dados ocorreu no mês de agosto
de 2018.
A análise dos artigos deu-se por meio da construção de uma tabela, a qual apresenta os
seguintes dados: Título, ano, autor, objetivos e resultados. Os mesmos foram analisados por
meio da literatura acerca da temática.
RESULTADOS
As buscas levaram ao encontro de 328 artigos que após a filtragem reduziram para 61
artigos, que passaram por uma análise inicial, com a leitura de títulos e resumos, para a
seleção de pesquisas que respondessem ao objetivo. Após essa primeira leitura foram
selecionados 18 artigos que ao serem lidos na íntegra, 07 compuseram a amostra final. Os
mesmos foram analisados por meio da literatura acerca da temática.
Notou-se que muitos artigos sobre a temática abordam mais o perfil sociodemográfico
e o tipo de violência sofrida e poucos são os que realmente tratam acerca das consequências
dessa violência e o que pode ser feito a essas mulheres. Estudar o perfil é muito importante,
pois ele proporciona indícios que norteiam as práticas e ações em relação a um problema, mas
analisar os danos é tão importante quanto, já que a partir dos mesmos pode ser mais fácil a
identificação de quando algo não está indo bem e que deve ser investigado.
Isso revela uma atenção maior que se deve ter em relação a essas mulheres, já que
quando ocorre à violência física, a lesão causada pelo agressor cicatriza, mas o mal que a
violência psicológica causa a essas mulheres ultrapassam todas as dores físicas que elas
venham a sentir, pois é algo que fere a sua alma. Logo, esse tipo de violência caracteriza-se
por se apresentar através de várias formas, como a rejeição, indiferença, o que muitas vezes
deixa marcas e irá estar com a pessoa pelo resto da vida, podendo tornar-se irrecuperáveis em
indivíduos antes considerados saudáveis. E geralmente ela vem acompanhada de agressões
físicas (ALBUQUERQUE ET AL., 2013).
Mulheres que sofrem pelo menos uma vez, uma situação de violência, já estão
propensas a desenvolverem pensamentos negativos, medo, ou seja, sinais de sofrimento
psíquico devido a magnitude que o agravo afeta sua vida. Desse modo, as mesmas apresentam
um risco aumentado para várias morbidades psíquicas, entre elas o uso nocivo de drogas
(lícitas e ilícitas), depressão, ansiedade, fobias. O que se estende para consequências que
afetam atividades vitais para o desenvolvimento do seu organismo, como transtornos
alimentares e de sono, como também prejuízos na autoestima, autoagressão (BARROS ET
AL., 2016)
Algo que está relacionado a esses achados correspondem a dois artigos que
evidenciaram a quantidade de casos de mulheres que fazem uso de medicamentos
psicotrópicos, principalmente para ansiedade e depressão quando comparadas com mulheres
que não sofrem violência, indo em consonância aos estudos encontrados, já que a maioria das 1899
CONCLUSÃO
Considerando a prática de violência contra as mulheres nas suas diversas formas, uma
problemática para o âmbito da saúde pública ainda tão persistente, percebe-se a necessidade
de profissionais capacitados para realizarem um atendimento de qualidade a estas vítimas, não
somente para os danos físicos resultantes, como também aos danos psicoemocionais para a
vida destas mulheres, promovendo ainda o encorajamento para enfretamento da realidade.
1900
O profissional de saúde apresenta papel de grande importância dentro deste contexto,
especialmente aqueles atuantes nos serviços que atuam como de entrada ao sistema de saúde,
por estarem inseridos dentro da comunidade, havendo dessa forma o estabelecimento de
vínculo com a população, especialmente com o público feminino por meio do atendimento as
mulheres através dos programas existente na Unidade de Saúde voltados à esta população.
Portanto estes profissionais podem identificar tais situações de sofrimentos vivenciadas por
estas mulheres, se fazendo necessário preparo para o atendimento das mesmas, e detecção de
vítimas que sofrem em silêncio, promovendo atendimento de modo que suas necessidades
sejam atendidas por meio da articulação dos serviços constituintes da Rede de Atenção à
Saúde.
REFERÊNCIAS
GARCIA, L. P. ET AL. Violência doméstica e familiar contra a mulher: estudo de casos e 1901
controles com vítimas atendidas em serviços de urgência e emergência. Cad Saúde Pública, v.
32, n. 4. 2016.
GIL, A. P. ET AL. Estudo sobre pessoas idosas vítimas de violência em Portugal: sociografia da
ocorrência. Cad Saúde Pública, v. 31, n. 6. 2015.
MADUREIRA, A. B. ET AL. Profile of men who commit violence against women who are
arrested in delicto flagrante: contributions to confronting the phenomenon. Esc Anna Nery, v.
18, n. 4, p. 600-6. 2014.
1902
RESUMO
ABSTRACT
In this study, the context of the professional performance of pharmacists in the process of
medicalization of patients is discussed. Data collection took place in bibliographic sources,
and it is possible to understand the importance of investigating medication errors and their
potential causes, including strategies to reduce them.
KEYWORDS: Pharmacists. Medicalization. Medication errors.
RESUMEN
288
Faculdade São Francisco da Paraíba
INTRODUÇÃO
Estes erros também podem ser abordados de acordo com seu nível de severidade.
Neste tipo de abordagem não são mutuamente exclusivos e não há fortes evidências para
apoiar métodos de definir ou classificar erros especificamente na atenção primária/básica.
METODOLOGIA
1904
A pesquisa teve caráter bibliográfico. Foi realizada a coleta de dados sobre o tema em
fontes bibliográficas diversas, sendo elas: artigos científicos e livros buscados em bases de
dados, publicados no idioma português e inglês, com o uso das palavras chave:
medicalização; eventos adversos; farmacêutico; prevenção.
DESENVOLVIMENTO
Erros de prescrição
Erros de dispensação
farmacêutico) para o atendimento pode ser insuficiente para que sejam prestadas as devidas
orientações, contribuindo também para que haja erros. Diante disso e dever do farmacêutico
que atua na dispensação, buscar estratégias para auxiliar em uma melhor atenção
farmacêutica.
Erros de administração
1906
Os erros de adm