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Piedade filial
● Nós só existimos por causa dos nossos pais, por isso devemos a nossa própria vida a
eles e durante a nossa existência, temos que agradecer ao fato de estarmos vivos
sendo piedosos com eles. E também fazer isso com os antepassados.
● Tudo o que um pai fala está certo, sempre deve obedecê-lo, não deve maltratá-lo de
maneira alguma, e deve fazer o que ele mandar, mesmo se for algo contra a sua
vontade, principalmente se for em público.
● Ser chamado de “não filial” é uma ofensa grave.
● E a obediência familiar é hierárquica. Se alguém está em um grau de parentesco mais
alto do que o seu, você ainda deve piedade filial a essa pessoa.
Casamentos
● Ser o(a) filho(a) de uma esposa oficial, chamado de filho di. Seria como o filho
verdadeiro do homem é aquele com maior prestígio dentre os irmãos. É esperado que
ele tenha um cargo mais alto e ela arranje um melhor casamento do que os irmãos de
outras mães.
● Ser o(a) filho(a) de uma concubina, chamado de filho shu. Apesar de ter nascido de
uma concubina, essa criança não pode a chamar de mãe, e essa é a esposa principal. A
esposa principal é a responsável pela educação e casamento de um filho shu. É
considerado como inferior a um filho di, e a sociedade em geral sempre vai ver algum
defeito devido a origem inferior.
● Ser o(a) filho(a) de uma mãe solteira. Aí esse sim está ferrado na vida! Mesmo se for
um filho de uma amante e saiba quem é o seu pai, ele não pode ser reconhecido. E se
o pai levar essa criança para casa, tenha certeza que ele será criticado.
Sociedade da hierarquia e obediência
Hierarquia é tudo quando se fala da China Antiga. Existia literalmente uma lista de rankings,
e a forma de viver, se relacionar, o que comer, onde morar, tudo dependia de onde você
estava. Haviam classes sociais que eram dificilmente modificadas, mas havia sim maneiras de
mudar de classe:
Os mercadores eram considerados como uma das classes mais baixas nessa época, e diversas
pessoas dessa classe eram literalmente os mais ricos do reino ou império. Mas mesmo assim,
eles não poderiam viver em certos lugares, comerem certas coisas, vestirem certas roupas ou
adornos. Basicamente, teriam muito dinheiro, mas não poderiam gastar com o que quisessem.
Mas a pessoa sempre deve estar ciente a que classe pertence e agir desse modo.
No palácio era a mesma coisa. O rei ou imperador estava acima de todos, literalmente.
Depois dele, vinham seus parentes mais velhos e irmãos como família. Mas acima de todos
esses, estaria a sua mãe (que pode ser a antiga imperatriz, ou a concubina que foi sua mãe), a
imperatriz viúva, que também seria a pessoa de maior status no harém. Então sim viria a
rainha ou imperatriz, seguida das concubinas, cada uma delas ocupando um ranking.
Como as palavras do imperador eram consideradas como indiscutíveis, era difícil uma
concubina chegar a se tornar uma imperatriz, ainda mais se ela se casou enquanto o seu
marido ainda não era monarca, já que era considerado como uma desobediência ao seu pai.
Etiqueta de nomeação
Era considerado como uma grande falta de respeito com alguém ser chamado pelo próprio
nome em público. É como se essa pessoa não valesse nada. Por isso o Ah para as garotas era
tão popular para as meninas, já que era uma maneira de chamá-las sem ser descortês. Ou
ainda era uma prova de intimidade com a pessoa.
Em uma família, era comum chamar o filho não pelo nome, mas por sua ordem de
nascimento na família patriarcal, o que também vale para primos, tios… E a ordem de
nascimento não se restringe só aos filhos de um pai, mas sim de toda a sua geração, deste
modo incluindo irmãos e primos.
Quando casada, uma mulher pode ser chamada tanto de esposa (furen) junto com o
sobrenome da sua família de origem, quanto a da família do marido. Geralmente é a da
família de origem. Caso seja uma concubina, se não me engano usa-se um dos caracteres do
seu nome, mas ainda continua a ser chamada de esposa.
Caso seja alguém que tenha algum título real concedido, seja um duque, uma princesa, uma
concubina real, a pessoa é referida pelo título. E falando em pessoas importantes, aqueles
com cargos realmente altos (ou seja, o imperador e a imperatriz), nem os caracteres dos
nomes deles podem ser escritos durante o reinado, já que é considerado um crime.
Um ‘velho’, ‘ancião’, ‘tio’, ‘senhor’, ‘senhorita’, ou coisas parecidas também valiam. Só não
chame alguém pelo nome!
Casa de antigamente
A casa da maioria das pessoas, ou seja, povão, é um cercadinho com uma construção no
meio. Geralmente a cozinha ficava em um lugar separado e com parte dela ao ar livre.
Já a casa dos ricos e famosos, é diferente. São os Fu, que eu traduzi simplesmente como
propriedade.
Quando a sociedade estava pautada no confucionismo, a vida de uma mulher não era fácil, e
nem valorizada. Era considerada como inferior a um homem. O confucionismo não é
exatamente a filosofia mais feminista já criada. Um dos textos básicos para as mulheres era
sobre as 3 obediências e as 4 virtudes:
Não era bem visto que as mulheres saiam de casa, ainda mais as solteiras, e muito menos
entrem em contato com homens. Por isso, se você fosse uma filha muito amada e cujos pais
desejam que se case bem, seriam extremamente raras as oportunidades para sair do seu
próprio pavilhão. E isso era para todas as classes sociais, quanto mais uma mulher exibia o
rosto, mas rodada ela seria considerada. Uma das poucas oportunidades que teriam para sair
de casa era para os templos, em festas, fazer compras e talvez ir a restaurantes, sempre em
lugares nos quais haveria uma divisória entre homens e mulheres. Jamais sairiam de casa
sozinhas.
Nas famílias existiam servas jovens, crianças mesmos, que desde novas começavam a
trabalhar para a família. Caso tenha alguma sorte ou talento, essa menina vai ser escolhida
como serva pessoal de um dos membros da família, e com isso terá que aprender a bordar,
costurar, essas coisas que também ajudam no mercado casamenteiro. Filhas de famílias
trabalhadoras também aprendiam o ofício desde cedo, e também a ser uma dona de casa.
Mas essas servas pessoais também tinham uma vantagem/desvantagem. Quando a sua
senhora casava-se, o marido poderia tomá-la como concubina mesmo contra a sua vontade, e
o seu status na família seria extremamente baixo.
Padrão de beleza
Para ser considerada bonita, uma mulher deve ter olhos grandes e pálpebra dupla (a dobrinha
acima dos olhos que os não-asiáticos costumam ter – só para comparar, a modelo Lu Yan não
tem), rosto fino e pequeno, ser magra, baixa, ter a boca pequena, cabelos escuros, pupilas
negras e, principalmente, ter a pele clara. Mimimis à parte, essa é a descrição de qualquer
mulher em um livro que é bonita é exatamente essa. Para quem tem certos níveis de
sensibilidade, saiba que todas as vezes que um “pele escura” é mencionado, é porque o
personagem é feio.
Para os homens é quase a mesma coisa, só muda o ser baixo para ser alto.