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INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS – 3º ANO – 02 PROFESSOR CARLOS ALBERTO

Como Ler e Entender Bem um Texto


Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a
interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo
texto. Dessa leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de
leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes,
bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Esse tipo de procedimento
aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação
deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou
como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de
cultura, outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver essa visão
global dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se
podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são
fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem
diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode estar
certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver
uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser
a base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de
tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar
a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo
autor, dessa maneira a resposta será mais consciente e segura.

Para interpretar bem. 1


Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal, inevitável.
Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás, progredir muito. Leia com atenção
os itens abaixo.
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos publicitários, listas
telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao seu alcance. Mas leia com atenção,
tentando, pacientemente, apreender o sentido. O mal é “ler por ler”, para se livrar.
2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar. Faça exercícios de
sinônimos e antônimos.
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na realidade, eles nos oferecem
um mundo de informações que nos fornecerão grande prazer interior. Abra sua mente e seu coração para
o que o texto lhe transmite, na qualidade de um amigo silencioso.
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes de tentar responder a
qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem, entendê-lo como um todo, e isso não pode
ser alcançado com uma simples leitura. Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias
serão assimiladas. Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões
propostas.
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só para um determinado
trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No primeiro caso, leia não apenas o trecho (às
vezes uma linha) referido, mas todo o parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler,
mais entenderá o texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma.
Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode aludir a uma determinada
personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou
algo que ela tenha feito. Por isso, é importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure
estar atualizado, lendo jornais e revistas especializadas.
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01. As tabelas acima sintetizam os resultados de uma pesquisa com relação à prática da atividade física por
estudantes brasileiros das Instituições Federais de Ensino Superior, em 1997.
Com base nas informações disponíveis, pode-se inferir que: 2
a) a melhoria da saúde é a principal razão que leva os universitários à prática de atividades físicas.
b) os universitários não dispõem de recursos econômicos para a prática de atividades físicas.
c) a busca da eficiência nos movimentos fomenta um interesse maior dos universitários pelas atividades
físicas.
d) em razão da necessidade e possibilidade, os universitários praticam muitos esportes de forma
competitiva.
e) os universitários adotam os esportes competitivos também como forma de lazer.

02. Leia o texto para responder à questão.


Dor de dentista
Dor de dente dá problema, e não é só o paciente que sofre. O medo da cadeira, o barulhinho
insuportável do motor, a boca aberta durante horas são alguns dos incômodos que os pacientes costumam
abominar. Só que o que muita gente não sabe é que as longas sessões no consultório odontológico
causam muitas dores de cabeça, dores lombares, dores de coluna para os próprios dentistas. O incômodo
de ficar de boca aberta, anestesiado, por vezes sequer se aproxima das consequências que o cirurgião-
-dentista tem que enfrentar por permanecer na mesma posição, durante a rotina diária.
Dados de um estudo feito em São Paulo, em 2002, demonstram que 60% dos cirurgiões-dentistas
admitiram sentir dores após o trabalho e 15,5% confirmaram ter adquirido o problema durante o
exercício profissional.
Tendinites ou tenossinovites de punho são as doenças mais comuns, por causa dos movimentos
repetitivos. Os dedos indicador e polegar, em seus movimentos de pinça, sofrem intenso desgaste nos
tendões, que podem levar a inflamações e edemas.
Fonte: COUTINHO, P. Dor de dentista. Jornal da Imprensa. Goiânia. Disponível em:
www. jornaldaimprensa.com. Acesso em 3 de maio de 2009
Com base em seus conhecimentos com relação à prática da atividade física, o agravamento do quadro
citado no texto pode ser minimizado caso os cirurgiões-dentistas:
a) mantenham a rotina profissional, mas procurem realizar os movimentos de forma mais lenta.
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b) intercalem na rotina algumas atividades que estimulem a descontração muscular, principalmente
naquelas regiões envolvidas na tarefa.
c) realizem as tarefas profissionais buscando outras posições corporais.
d) insiram atividades de fortalecimento muscular na rotina diária, principalmente nas partes do corpo
afetadas.
e) iniciem um programa de atividades físicas, visando à melhoria do condicionamento geral.

Namoro
O melhor do namoro, claro, é o ridículo. Vocês dois no telefone:
− Desliga você.
− Não, desliga você.
− Você.
− Você.
− Então vamos desligar juntos.
− Tá. Conta até três.
− Um... Dois... Dois e meio...
Ridículo agora porque na hora não era não. Na hora nem os apelidos secretos que vocês tinham
um para o outro, lembra? Eram ridículos. Ronron, Suzuca, Alcizanzão, Surusuzuca, Gongonha
(Gongonha!), Mamosa, Purupupuca...
Não havia coisa melhor do que passar tardes inteiras num sofá, olho no olho, dizendo
− As dondozeira ama os dondozeiro?
− Ama.
− Mas os dondonzeiros ama as dondonzeiras mais do que as dondonzeiras ama os dondonzeiros.
− Na-na-não. As dondozeira ama os dondozeiro mais do que etc.
E, entremeando o diálogo, longos beijos, profundos beijos, beijos mais do que de línguas, beijos
de amígdalas, beijos catetéricos. Tardes inteiras. Confesse: ridículo só porque nunca mais.
Depois de ridículo, o melhor do namoro são as brigas. Quem diz que nunca, como quem não 3
quer nada, arquitetou um encontro casual com a ex ou o ex só para ver se ela ou ele está com alguém ou
para fingir que não vê, ou para ver e ignorar, ou para dar um abano amistoso querendo dizer que ela ou
ele agora significa tão pouco que podem até ser amigos, está mentindo. Ah, está mentindo.
E melhor do que as brigas são as reconciliações. Beijos ainda mais profundos, apelidos ainda
mais lamentáveis, vistos de longe. A gente brigava mesmo era para se reconciliar depois, lembra? Oito
entre dez namorados transam pela primeira vez fazendo as pazes. Não estou inventando. O IBGE tem as
estatísticas.
(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio Braziliense. 13/06/1999.)
03. No texto, considera-se que o melhor do namoro é o ridículo associado
a) às brigas por amor. b) às mentiras inocentes.
c) às reconciliações felizes. d) aos apelidos carinhosos.
e) aos telefonemas intermináveis.

Todo ponto de vista é à vista de um ponto


Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a
partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus
olhos e qual é sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura.
A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar
social de quem olha. Vale dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que
trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e que esperanças o animam.
Isso faz da compreensão sempre uma interpretação.
BOFF, Leonardo. A águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999
04. A expressão “com os olhos que tem”, no texto, tem o sentido de
a) enfatizar a leitura. b) incentivar a leitura.
c) individualizar a leitura. d) priorizar a leitura.
e) valorizar a leitura.
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Canguru
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de uma língua nativa australiana e quer dizer “Eu
Não Sei”. Segundo a lenda, o Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele estranho animal
dando saltos de mais de dois metros de altura, perguntou a um nativo como se chamava o dito. O nativo
respondeu guugu yimidhirr, em língua local, Gan-guruu, “Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas
divertidas origens, pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala nisso. Só
no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão. Definição precisa encontrei, como quase sempre,
em Partridge:
Kangarroo; wallaby
As palavras kanga e walla, significando saltar e pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo e by,
dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes.
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores.
Quando comuniquei a descoberta a Paulo Rónai, notável linguista e grande amigo de Aurélio
Buarque de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas acrescentou: “Que
pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. Também acho.
Millôr Fernandes, 26/02/1999, In http://www.gravata.com/millor.

05. Pode-se inferir do texto que


a) as descobertas científicas têm de ser comunicadas aos linguistas.
b) os dicionários etimológicos guardam a origem das palavras.
c) os cangurus são quadrúpedes de dois tipos: puladores e saltadores.
d) o dicionário Aurélio apresenta tendência religiosa.
e) os nativos desconheciam o significado de canguru.

RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro, 4
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,


tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,


Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida
a minha face?
Cecília Meireles: poesia, por Darcy Damasceno. Rio de Janeiro: Agir, 1974. p. 19-20.

06. O tema do texto é


a) a consciência súbita sobre o envelhecimento. b) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
c) a falta de alternativa face ao envelhecimento. d) a recordação de uma época de juventude.
e) a revolta diante do espelho.

Senhora
(Fragmento)
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava uma desculpa qualquer para justificar sua
ausência. A menina que não pensava em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis inventos. Ao
contrário buscava afastar da conversa o tema desagradável.
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Conhecia a moça que Seixas retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe consentia
queixar-se. Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas pela posição especial
em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a ser amada por Seixas; e pois toda a afeição que lhe
tivesse, muita ou pouca, era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor a poupara à
degradação de um casamento de conveniência, nome com que se decora o mercado matrimonial, tinha
impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus e redentor.
Parecerá estranha essa paixão veemente, rica de heróica dedicação, que entretanto assiste calma,
quase impassível, ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se deixa abandonar, sem
proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica, de cuja investigação nos abstemos; porque o
coração, e ainda mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral. Ninguém sabe que
maravilhas ou que monstros vão surgir nesses limbos.
ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __. Senhora. São Paulo: FTD, 1993. p. 107-8.

07. O narrador revela uma opinião no trecho


a) “Aurélia passava agora as noites solitárias.”
b) “...buscava afastar da conversa o tema desagradável.”
c) “...tinha impulsos de adorar a Seixas, como seu Deus...”
d) “...e se deixa abandonar, sem proferir um queixume,...”
e) “Esse fenômeno devia ter uma razão psicológica,...”

Ciça, In: Folha de São Paulo, 7 jul. 1985, Suplemento Mulher.

08. O comportamento da personagem Pina no terceiro quadrinho sugere


a) caridade. b) entusiasmo. c) gratidão.
d) interesse. e) satisfação.

Em cada uma das questões 09 e 10 encontra uma série de cinco diagramas que seguem uma sequência
lógica. Deverá escolher qual dos diagramas completa a sequência. Para responder, selecione um dos
diagramas de A a E.

09.

A B C D E
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10.

A B C D E

ALUN@: ______________________________________ TURMA: __________ TURNO: _________

CARTÃO-RESPOSTA
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08
09
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