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Interpretação de texto

A interpretação de texto é a capacidade de uma pessoa compreender o que está escrito em uma
mensagem textual, podendo pensar e refletir a partir daquilo que absorveu após a leitura.

Quanto maior for a habilidade de alguém na interpretação de textos, mais facilidade essa pessoa
terá em qualquer atividade da vida que tenha relação com leitura.

De acordo com o site Gestão Educacional, a interpretação de texto é algo que começa a ser
estudado ainda na infância e abrange justamente as situações cotidianas verbais e não-verbais.

O simples fato de atravessar um semáforo quando o sinal está verde e parar diante do vermelho
já é uma interpretação, porém não-verbal.

Em contrapartida, quando estamos diante de uma placa de PARE, nos deparamos com
interpretação de texto. Neste caso, desde crianças somos instruídos a pararmos quando
estamos diante de uma sinalização dessas. Eis um bom exemplo de boa interpretação de texto,
por mais que seja uma única palavra.

De maneira mais ampla, interpretar é determinar com precisão o sentido de um texto, é


descobrir o significado real de algo.

5 dicas para melhorar a interpretação de textos

Embora a interpretação de textos esteja presente o tempo todo em nossa vida, é importante
aprimorarmos essa habilidade quando falamos de textos maiores.

É neles que está a maior dificuldade de interpretação, e, na maioria das vezes, quem desenvolve
uma maior habilidade de compreensão, obtém melhores resultados no vestibular, faculdade,
concursos e até em seleções de emprego que contenham provas escritas.

Confira algumas dicas que vão ajudar você a melhorar na interpretação de textos.

1. Leia bastante diariamente

Pode parecer óbvio, mas quanto mais você ler, melhor ficará sua interpretação de textos. Não
esqueça que a leitura é um exercício, e à medida em que for mais incorporada à rotina, sua
compreensão ficará mais fácil e natural.

Sempre que você terminar de ler um texto, post ou reportagem de jornal, faça uma reflexão
sobre o que aprendeu. Todo o texto tem pelo menos uma mensagem a ser compreendida.

É importante ler devagar e com atenção, pois alguns textos são mais complexos e exigem
bastante concentração para que a compreensão seja plena

2. Escreva seus próprios textos

Tão importante quanto entender é se fazer entender, não é mesmo? Então, que tal expor suas
ideias?

Seja num post na rede social, num blog ou até mesmo num bloco de notas, é importante que a
pessoa também exercite a escrita. Isso fará com que ela sinta a necessidade de criar argumentos
para justificar o que está escrevendo, ampliando o vocabulário.

Desta forma, quando estiver lendo um texto, ao natural acabará se concentrando nos
argumentos de quem escreveu, melhorando a compreensão da leitura.

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3. Use o dicionário

Você já passou por aquela situação de se deparar com uma palavra desconhecida em meio a um
texto? Se sim, o que fez?

Caso tenho buscado a resposta no dicionário, você fez a coisa certa. Hoje em dia, na internet,
existem versões on-line de dicionários famosos, como o Michaelis, por exemplo.

Também estão disponíveis diversos dicionários no formato de aplicativos para celular, tais quais
o Dicio e Aurélio. O site AppGeek separou uma lista com 8 opções de dicionários para baixar no
smartphone.

Uma simples busca pela palavra que causou estranheza já vai aumentar seu vocabulário. Desde
que a interpretação seja boa, claro!

4. Leia com calma e atenção

Vivemos tempos nos quais a rapidez da informação é regra. Entretanto, para uma leitura
adequada e rica em interpretação correta, é necessário que seja feita com calma e atenção.

Se estiver lendo um livro cujo conteúdo cai no vestibular, evite mexer no celular enquanto está
se dedicando à essa leitura. O mesmo vale para a TV e outras distrações. Tente focar sua atenção
numa coisa de cada vez, especialmente quando está lendo.

Para estas situações, a recomendação é buscar um lugar tranquilo, com o mínimo de barulho
possível.

5. Faça pausas

Sabemos que especialmente na faculdade somos expostos a leituras complexas. Tente ler de
maneira pausada, um capítulo após o outro, fazendo pequenos intervalos para que seu cérebro
possa assimilar as informações, tornando o processo de aprendizado mais efetivo.

De nada adianta ler um livro inteiro rápido e sem atenção. Ao chegar à última página,
provavelmente terá aprendido muito pouco. Evite ler “passando os olhos” sobre as palavras.

Interpretação de textos para o vestibular

Quem está se preparando para o vestibular não tem outra maneira de se sair bem na prova se
não praticar a leitura diariamente. Por isso, é fundamental interpretar bem os textos, sejam eles
de literatura e português, de história e geografia, matemática, química e física.

Isso sem falar na redação, que é indispensável para quem busca a aprovação. Para escrever um
bom texto, é importante entender o que diz o enunciado e ter o que escrever sobre o tema
proposto.

Quando falamos de redação para vestibular, o estudante tem que ter um repertório de ideias e
visões de mundo que o permitam uma argumentação consistente e relacionada com o tema
proposto. Para isso, é fundamental ter uma rotina de leitura diária, feita com atenção.

Confira algumas dicas para uma boa redação dissertativa:

Apresente o seu ponto de vista logo na introdução e depois desenvolva a argumentação a partir
do seu conhecimento e opinião sobre o assunto;

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Apresente dados, fatos históricos ou referências atuais para embasar o desenvolvimento de suas
ideias;

Crie perguntas a partir do tema proposto. A ideia é que você possa esses questionamentos como
ponto de partida para apresentar seus próprios argumentos;

Evite opiniões infundadas, sem argumentação. Todo o ponto de vista que você usar numa
redação dissertativa precisa ter o porquê de aparecer no texto.

Interpretação de texto em problemas matemáticos

Quem não se lembra dos famosos problemas matemáticos durante a alfabetização?

A ideia de desenvolver raciocínio lógico a partir de números em situações do cotidiano é


bastante comum.

Com o passar do tempo, especialmente no ensino médio, esses problemas matemáticos ganham
complexidade e, para decifrar as minúcias, é importante entender o que o enunciado da questão
pede.

O site Só Matemática destaca em um artigo que o aluno que não conseguir interpretar
adequadamente as informações de uma questão, dificilmente conseguirá resolver o problema
quanto estiver diante dos números.

Mesmo alguém que tenha facilidade com os números e não tenha o mesmo desempenho com
textos precisa se esforçar para também se sair bem com as palavras.

Faça exercícios sobre interpretação

Digamos que você está lendo de maneira mais atenta, lentamente e tentando extrair ao máximo
o que um texto quer dizer, mas ainda não está seguro se a interpretação está boa.

Uma ótima maneira para descobrir isso é fazer exercícios. Eles podem ajudar você a saber se
está no caminho certo, especialmente os de múltipla escolha.

O portal Brasil Escola separou alguns exercícios para que o estudante consiga avaliar a qualidade
de sua interpretação textual. Caso queira testar como está sua habilidade interpretativa, é
possível fazer os exercícios neste link.

Interpretação de textos no Enem

Quem já fez o Enem sabe que ao longo da prova é necessário fazer muitas interpretações de
texto e enunciados.

E para que todo o seu estudo não vá por água abaixo no dia da prova, é importante interpretar
bem o que as questões e textos querem dizer.

Para isso, é recomendável seguir esses passos:

Identifique os conceitos apresentados em cada parágrafo

Identifique o objetivo do autor do texto.

Sublinhe as principais ideias do texto e comece sua interpretação por elas

Tente reescrever o texto com suas palavras

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Leia e releia o texto quantas vezes forem necessárias até você entender e criar um senso crítico
e opinião sobre o assunto.

Dicas para não fugir do tema


Fugir do tema é algo que pode anular sua redação do ENEM, sabia? Por isso é um dos maiores
medos dos estudantes que se preparam para o exame.

Treinar redações ao longo do período de estudos é uma excelente forma chegar no dia da prova
com a compreensão temática em dia. Mas às vezes é preciso uma ajudinha a mais para evitar
que isso aconteça.

Destrinche a proposta

Toda folha de redação do ENEM possui uma proposta de tema, que deve ser seguido com
algumas regras. Há um enunciado explicando essas normas e você deve destrinchá-las para
partir para sua redação com o tema em foco, sem chance de fugir dele.

Por exemplo: Veja o formato do texto – geralmente é dissertativo-argumentativo; o tipo de


escrita; o título do tema; e o que a proposta pede que tenha em seu texto. O mais comum é que
se peça proposta de intervenção respeitando os direitos humanos, argumentos e fatos para
embasar os seus argumentos.

Ou seja, você deve defender um ponto de vista em relação ao tema, mostrando se concorda ou
discorda, apresentando soluções, fatos e dados.

2 – Encontre a palavra-chave na coletânea

A proposta de redação do ENEM, de modo geral, apresenta uma coletânea para ajudar na
formulação de argumentos e embasar ideias. Pode ser um texto e uma charge, dois textos, uma
matéria jornalística e um gráfico, enfim, são informações que são colocadas ali para auxiliar
você.

São de dois a três dados nessa coletânea, que devem ser analisados muito bem antes de iniciar
a sua redação, pois eles que vão nortear a sua escrita. Eles funcionam para não haver uma
margem grande diante de um tema que pode ser amplo, por exemplo: educação de jovens.

Quando pensamos em educação de jovens pode vir à mente a educação familiar, da formação
do jovem como indivíduo, ou então a educação institucional e a sua formação escolar. O tema
em si pode ser ambíguo e por isso a coletânea de informações vai ajudar você nesse sentido a
dar o foco que o enunciado pede.

3 – Faça a leitura do texto no rascunho

Inicialmente, escreva a sua redação do ENEM na folha de rascunho. Depois de finalizada, faça
uma leitura completa, parte por parte, para verificar não só erros de português, mas para ver se
você fugiu do tema em algum momento.

Perceba no decorrer se você cumpriu todas as exigências do enunciado. Ou seja, se tem


propostas de intervenção, se respeita os direitos humanos, se há soluções apresentadas, etc.

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Descrição
A descrição é uma tipologia textual dedicada a detalhar determinados objetos, pessoas, lugares
ou ações. Assim, o autor, ao utilizar esse recurso, procura transmitir suas impressões e
sensações sobre algo de maneira que o seu leitor possa visualizar a cena relatada como uma
fotografia.

Sobre a noção de tipologia, Marcuschi (professor e linguista) a define como uma “sequência
subjacente ao texto” marcada pela sua natureza linguística (aspectos sintáticos, lexicais,
relações lógicas e de estilo etc.). Em outros termos, a tipologia textual tem marcas linguísticas
que podem ser:

relatar acontecimentos e situações (narração);

apresentar uma tese e argumentos para defendê-la (dissertação);

inserir opiniões e argumentos consensuais (exposição);

realizar pedidos ou sugerir e categorizar uma sequência de ações/atividades (injunção);

expor as características e propriedades de um objeto, pessoa ou ação (descrição).

Em cada uma delas, há uma série de marcações textuais evidenciando suas principais
características. O pesquisador ainda explica que, em uma produção textual, é possível encontrar
diversas tipologias.

Características da descrição

Por se tratar de uma tipologia textual, a descrição está presente em uma diversidade de gêneros
(carta pessoal, conto, notícia etc.) e sua estrutura depende do gênero ao qual ela está associada.
Contudo, há um conjunto de características que nos permite tipificar elementos no texto e
classificá-los como descritivos. Na descrição, temos:

uso de adjetivos, locuções adjetivas e orações adjetivas;

enumeração e comparação entre elementos a serem descritos;

prevalência do tempo verbal localizado no passado;

emprego de orações coordenadas justapostas.

Tipos de descrição

Há duas formas de se descrever um texto: a objetiva e a subjetiva. Vejamos, a seguir, exemplos


que expõem cada uma dessas formas seguidos de uma breve análise.

Descrição objetiva

Na descrição objetiva prevalece a linguagem denotativa, isto é, a descrição mais concreta


possível dos acontecimentos. Não há espaço para figuras de linguagem ou ressignificações dos
termos. A descrição objetiva é usada em situações como laudos médicos e notícias, em que é
preciso informar e detalhar um acontecimento.

Veja um exemplo:

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O acidente ocorreu às 14 h e a vítima encontra-se em estado grave devido às lesões na cabeça
sofridas mediante forte pancada. Até o momento, sabe-se que se trata de um homem, jovem,
com cerca de 30 anos de idade, 1,75 de altura e magro.

Descrição subjetiva

Diferentemente da descrição objetiva, a descrição subjetiva oferece a possibilidade do uso de


uma linguagem conotativa por meio das figuras de linguagem e da pluralidade de significados.
Ela é muito utilizada em obras literárias, como poemas.

Veja um exemplo:

No sonho, eu andava sob um mar de tristezas e, ao chegar à ilha, deitava sobre areias alegres.
Meu humor mudou, do mar para a areia, da tristeza para a alegria. Da turbulência para a
calmaria. Da ansiedade para o sono profundo.

Narração
A Narração é um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e
imaginários. O texto narrativo apresenta personagens que atuam em um tempo e em um
espaço, organizados por uma narração feita por um narrador.

Tudo na narrativa depende do narrador, da voz que conta a história.

Existem três tipos de foco narrativo:

- Narrador-personagem: é aquele que conta a história na qual é participante. Nesse caso ele é
narrador e personagem ao mesmo tempo, a história é contada em 1ª pessoa.

- Narrador-observador: é aquele que conta a história como alguém que observa tudo que
acontece e transmite ao leitor, a história é contada em 3 pessoa.

- Narrador-onisciente: é o que sabe tudo sobre o enredo e as personagens, revelando seus


pensamentos e sentimentos íntimos. Narra em 3ª pessoa e sua voz, muitas vezes, aparece
misturada com pensamentos dos personagens (discurso indireto livre).

É comum que o texto narrativo apresente a seguinte estrutura:

Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas


algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar onde a ação se desenvolverá.

Complicação: é a parte do texto em que se inicia propriamente a ação. Encadeados, os episódios


se sucedem, conduzindo ao clímax.

Clímax: é o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando o desfecho
inevitável.

Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.

Os personagens têm muita importância na construção de um texto narrativo, são elementos


vitais.

As personagens são principais ou secundárias, conforme o papel que desempenham no enredo,


podem ser apresentadas direta ou indiretamente.

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A apresentação direta é quando o personagem aparece de forma clara no texto, retratando suas
características físicas e/ou psicológicas, já a apresentação indireta se dá quando os personagens
aparecem aos poucos e o leitor vai construindo a sua imagem com o desenrolar do enredo, ou
seja, a partir de suas ações, do que ela vai fazendo e do modo como vai fazendo.

Elementos da narração
"Elementos da narrativa

Os textos narrativos podem apresentar cinco elementos que são característicos desse tipo
textual. São eles:

personagens;

narrador ou foco narrativo;

acontecimento;

tempo;

espaço;

modo;

causa;

Embora sejam caracterizados como elementos da narrativa, as ferramentas não se apresentam,


obrigatoriamente, todas no mesmo texto. Isso significa dizer que alguns textos narrativos
podem ocultar um ou mais elementos, a depender do intuito do autor, do contexto de
comunicação ou até da função sociocomunicativa do gênero.

Os elementos que são considerados essenciais aos gêneros narrativos são as personagens, pois
protagonizam os fatos ocorridos; a ação ou fato, pois toda narrativa se baseia em uma sequência
de acontecimentos relacionados entre si; e o narrador ou foco narrativo, que se refere àquele
que conta a história (se participa ou não dos fatos), e a perspectiva pela qual ele conta (com o
olhar infantil, o olhar mais velho, se de uma visão total ou parcial dos acontecimentos).

Além desses, os elementos secundários são relevantes, em diferentes níveis, aos textos
narrativos. O tempo pode dividir-se em tempo cronológico — ordena a sequência de fatos em
ordem linear de horas, dias, meses e anos — ou em tempo psicológico — ordena os fatos a partir
dos pensamentos ou memória de um personagem e/ou narrador.

O espaço é o elemento que marca os locais onde os acontecimentos ocorrem. Essa categoria
pode designar um espaço macro (como cidades grandes, estados, países, etc.) ou micro (como
a casa, o trabalho, a praça, o quarto, etc.).

A categoria modo responde à pergunta “como?”. Ela se propõe a detalhar os meios que
possibilitam ou caracterizam os acontecimentos da narrativa. Por fim, o elemento “causa”
responde à pergunta “Por quê?”."

"Gêneros narrativos

Romance

Conto

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Crônica

Fábula

Parábola

Notícias

Relatos

História em quadrinhos

Filmes

Teatro

Estrutura da narrativa

O tipo narrativo apresenta diferentes estruturas, a depender do gênero textual no qual está
inserido. Em outras palavras, o gênero textual narrativo influencia as características linguísticas
e estruturais, pois pode priorizar alguns aspectos e ignorar outros. Além disso, a organização da
estrutura pode ser modificada intencionalmente, caso muito comum nas narrativas ficcionais.

Ainda assim, de um modo geral, a estrutura narrativa apresenta os seguintes tópicos.

Situação inicial: apresenta as circunstâncias iniciais ou o passado que contextualiza a história e


marca o ponto inicial dos acontecimentos.

Interferência/mudança: indica a parte do texto que apresenta o elemento diferenciador,


responsável por mudar a circunstância inicial dos fatos.

Clímax: ápice da história. É a parte que apresenta o acontecimento máximo, o fato mais
relevante.

Desfecho/resultado: parte final da narrativa, a conclusão da história. O desfecho pode


apresentar um final fechado (todas as principais perguntas são respondidas) ou aberto (não se
sabe o futuro das personagens ou algumas perguntas relevantes ficam sem respostas). O final
ainda pode ser previsível, quando corresponde às expectativas da história, ou imprevisível,
quando quebra a expectativa induzida pela história."

"Passo a passo de como se faz uma narração

A narração representa acontecimentos e ações humanas por meio da linguagem e da


encenação.

Para fazer uma boa narração, é necessário, primeiramente, observar o gênero textual no qual
ela será aplicada. Cada gênero terá suas exigências específicas, que devem ser consideradas.
Feitas as considerações acima, algumas dicas podem ajudar na construção narrativa.

Escolha um fato relevante.

Escolha o narrador e a perspectiva mais adequada.

Delimite a linha temporal que será narrada.

Selecione seus personagens (reais ou não) e analise suas prioridades em relação aos fatos.

Analise as características temporais e espaciais relevantes de serem compartilhadas.

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Selecione as informações.

Abaixo segue alguns exemplos de textos narrativos:

Fábula: O Lobo e o cordeiro

“No tempo em que o lobo e o cordeiro estavam em tréguas, desejava aqueles que se oferecesse
ocasião para as romper. Um dia que ambos se acharam na margem de um regato, indo beber,
disse o lobo mui encolerizado contra o cordeiro:

‘Por que me turais a água que vou beber?’

Respondeu mansamente:

‘Senhor fulano lobo, como posso eu turbar a vossa mercê a fonte, se ela corre de cima, e eu
estou cá mais abaixo?’

Reconheceu o adversário a clareza do argumento, porém, variando de meio, instou dizendo:

‘Pois se não turbastes agora, a turbastes o ano passado.’

Satisfez o cordeiro, dizendo:

‘Como podia eu cometer um crime haverá um ano, se eu não tenho ainda de idade mais que
seis meses?’

Então o lobo, enfadado tanto mais quanto mais convencido disse:

‘Pois, se não fostes vós, foi fulano carneiro vosso pai.’ E, investindo ao pobrezinho, o levou nos
dentes.

Assim fazem os ímpios e maliciosos a quem não há inocência que satisfaça nem desculpa que
contente.”

A fábula acima apresenta os elementos principais da narrativa: personagens, tempo, espaço,


fato, modo e causa. A história começa com o cenário das duas personagens dialogando. A
conversa entre o lobo e o cordeiro segue até o ápice, quando o lobo expõe o argumento final
“foi fulano carneiro vosso pai”, e leva o cordeiro. Além disso, o final apresenta uma “lição
moral”, elemento que se destaca na fábula.

Conto: A Carteira – Machado de Assis

“DE REPENTE, Honório olhou para o chão e viu uma carteira. Abaixar-se, apanhá-la e guardá-la
foi obra de alguns instantes. Ninguém o viu, salvo um homem que estava à porta de uma loja, e
que, sem o conhecer, lhe disse rindo:

-- Olhe, se não dá por ela; perdia-a de uma vez.

-- É verdade, concordou Honório envergonhado.

Para avaliar a oportunidade desta carteira, é preciso saber que Honório tem de pagar amanhã
uma dívida, quatrocentos e tantos mil-réis, e a carteira trazia o bojo recheado. A dívida não
parece grande para um homem da posição de Honório, que advoga; mas todas as quantias são
grandes ou pequenas, segundo as circunstâncias, e as dele não podiam ser piores. Gastos de
família excessivos, a princípio por servir a parentes, e depois por agradar à mulher, que vivia
aborrecida da solidão; baile daqui jantar dali chapéus, leques, tanta cousa mais, que não havia

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remédio senão ir descontando o futuro. Endividou-se. Começou pelas contas de lojas e
armazéns; passou aos empréstimos, duzentos a um, trezentos a outro, quinhentos a outro, e
tudo a crescer, e os bailes a darem-se, e os jantares a comerem-se, um turbilhão perpétuo, uma
voragem.

-- Tu agora vais bem, não? dizia-lhe ultimamente o Gustavo C..., advogado e familiar da casa.

-- Agora vou, mentiu o Honório.

A verdade é que ia mal. Poucas causas, de pequena monta, e constituintes remissos; por
desgraça perdera ultimamente um processo, cm que fundara grandes esperanças. Não só
recebeu pouco, mas até parece que ele lhe tirou alguma cousa à reputação jurídica; em todo
caso, andavam mofinas nos jornais.”

O trecho do conto machadiano também exemplifica o tipo narrativo. Nesse fragmento, é


possível identificar a situação inicial da história, pela retomada ao tempo passado do
personagem central Honório. Antes de dar seguimento ao que ocorre após o encontro com o
objeto, o narrador constrói o contexto da personagem, revelando as informações que serão
relevantes ao enredo."

Dissertação
A dissertação é um gênero textual que utiliza a argumentação como base para a defesa de um
ponto de vista. Dessa forma, o autor, ao discorrer sobre o tema e apresentar a sua tese, deve
afirmá-la com o uso de dados, estatísticas, pesquisas, fatos, exemplos e citações, dentre outros.

Qual é o objetivo de uma dissertação?

A dissertação é bastante requisitada em vestibulares e processos seletivos.

E é fácil entender o porquê este gênero é o “queridinho” dos avaliadores.

A redação dissertativa tem como objetivo convencer o leitor sobre uma perspectiva.

Isso nada tem a ver com o fato de ele concordar com que está escrito, mas, sim, de aceitar que
aquela opinião é válida e tem consistência.

Por essa razão, a partir da dissertação, é possível reconhecer se o candidato tem raciocínio lógico
e é capaz de apresentar os argumentos certos para defender seu ponto de vista.

Além, é claro, de avaliar a aplicação da norma culta da língua portuguesa e a habilidade da


comunicação escrita.

Importância de escrever bem

Só de entender o objetivo da dissertação, já conseguimos refletir sobre a importância de


escrever bem, concorda?

Afinal, como mencionamos, a escrita é uma etapa classificatória para os candidatos que
pretendem entrar no ensino superior ou conquistar uma vaga de emprego.

Embora essas sejam ótimas razões para aprender a escrever bem, elas não são as únicas.

A escrita é determinante para o sucesso das nossas comunicações e relacionamentos.

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É só parar para pensar um pouco que você consegue se lembrar de vários momentos do dia em
que envia mensagens de texto e e-mails, por exemplo.

Se você se expressar equivocadamente, seja por um erro ortográfico ou por palavras mal
colocadas, as chances de que o outro não compreenda a sua ideia é grande.

Além disso, pode causar um mal entendimento, fazendo com que a relação seja prejudicada.

Qual a estrutura da dissertação?

A dissertação é estruturada em três partes:

Introdução

A introdução, como o nome já sugere, é o início do texto e a parte em que as ideias são
apresentadas de forma sucinta, geralmente, em um parágrafo.

Nela, o autor deve mencionar o tema da redação e contextualizar o que o leitor verá nas
próximas linhas.

Desenvolvimento

Por sua vez, a etapa de desenvolvimento compreende os parágrafos seguintes.

Considerando o tamanho da redação, o ideal é que o desenvolvimento seja feito em cerca de


três parágrafos.

Cada um deles pode ser baseado em um argumento, por exemplo.

Isso porque, na etapa de desenvolvimento, é onde o autor apresenta todas as cartas que têm
na manga para defender o seu ponto de vista.

Desenvolvimento

Uma das partes mais importantes de uma produção textual é a argumentação utilizada para
defender seu ponto de vista sobre o assunto. Uma dica primordial para que o texto apresente
um conteúdo completo e impressione o leitor é organizar suas ideias de forma lógica e coesa.
Confira a seguir alguns passos importantes para ajudá-lo a criar o “corpo do texto” completo e
bem estruturado.

Estrutura do desenvolvimento e conclusão

O desenvolvimento é um dos elementos que compõem a estrutura de uma redação. Seguido da


introdução, essa é a parte do texto em que você deverá embasar as ideias apresentadas
anteriormente. Por isso, é importante buscar informações sobre o tema e selecionar os tópicos
que considera mais importante.

Um texto dissertativo-argumentativo, que é o modelo mais cobrado nas provas de vestibular e


Enem, exige que o autor apresente argumentos consistentes acerca do assunto. Sendo assim,
estruturar os parágrafos para facilitar esse processo de convencimento do leitor é uma boa
maneira de como fazer o desenvolvimento de uma redação.

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Como o número máximo de linhas exigidas nos processos seletivos costuma ser 30, evite
apresentar muitas ideias. Geralmente dois tópicos são suficientes para desenvolver um bom
texto. Dessa maneira, é possível dividir sua redação em dois parágrafos de desenvolvimento.

A afirmação ou tópico frasal costuma ser o primeiro parágrafo utilizado para abordar a ideia
central do tema. É um período utilizado para resumir os argumentos que serão desenrolados
em seguida. Por isso, a frase deve ser curta e objetiva.

Em seguida, inicia-se a explicação dos tópicos citados e ao longo do desenvolvimento é


permitido e interessante citar exemplos relacionados ao tema. Pode ser um livro, filme, fala de
alguém renomado, dados estatísticos ou algum assunto atual que enriqueça ou fundamente os
seus argumentos. Vale destacar que as partes do texto devem estar interligadas e seguir uma
ordem cronológica dos fatos, então o uso de conectivos é fundamental.

E, por fim, a conclusão! Nessa parte da redação você deverá fazer o desfecho do texto,
apresentando uma síntese do que foi abordado na introdução e desenvolvimento. É
imprescindível que o autor se posicione dentro do contexto, revelando soluções ou resultados
para os possíveis problemas.

Menina de óculos sentada na mesa escrevendo

Adotar o hábito de leitura ajuda a ampliar o repertório cultural e aprimorar a escrita.

(Imagem: Shutterstock)

Como fazer o desenvolvimento de uma redação: tipos de argumentos

Em uma redação, além de dominar o assunto, o autor precisa apresentar ideias convincentes ao
longo do texto. Para dar respaldo às propostas apresentadas, deixar a leitura mais atrativa e,
claro, persuadir o leitor, selecionamos algumas estratégias de argumentos para você que tem
dificuldade ou ainda não sabe como fazer o desenvolvimento de uma redação.

Argumento por Exemplificação: uma das maneiras mais simples de fundamentar sua opinião.
Esse é um recurso argumentativo que pode ser utilizado com o intuito de deixar o ponto de vista
mais compreensível. Geralmente, costuma-se utilizar alguns termos como: para contextualizar,
por exemplo, a título de exemplificação, como acontece no caso, etc.

Argumento por Comparação ou Analogia: Como o próprio nome sugere, são feitas analogias
com obras literárias, filmes, novelas, séries de TV, etc. Ao escolher essa estratégia, o autor do
texto revela uma semelhança ou diferença do assunto abordado com outra situação existente.

Argumento por alusão histórica: apesar de muito parecido com o recurso anterior, essa
estratégia diz respeito a uma comparação específica do argumento com um fato histórico. A
intertextualidade é a palavra-chave desse tipo de argumento, em que o autor da redação deverá
tecer uma opinião crítica em relação ao recorte histórico escolhido.

Argumento por evidência (ou por comprovação): o uso de dados estatísticos ou informações de
domínio público divulgadas em pesquisas de órgãos importantes, são excelentes alternativas
para respaldar o seu ponto de vista na redação. Contudo, vale ressaltar que, ao optar por este
tipo de argumento, a fonte das informações utilizadas no texto deve ser citada.

Argumento de autoridades: esse opção de argumento está relacionada a citação direta e


indireta de fontes consideradas confiáveis sobre o assunto, como um especialista renomado.

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Enumeração: refere-se à listagem de fatos que ratificam a sua tese. Termos como
primeiramente, outro fator importante, além disso, ademais, etc, costumam ser utilizados nesse
contexto.

Conclusão
A conclusão de uma redação é o parágrafo que conecta o que foi apresentado na introdução e
no desenvolvimento do texto. Partindo do princípio de que a estrutura de uma redação deve ter
introdução, desenvolvimento e conclusão, esses três pontos devem estar bem alinhados, sem
contradições.

Portanto, a conclusão de uma redação corresponde ao parágrafo final, com poucas linhas, que
contém a reafirmação do raciocínio desenvolvido. Tem como características ser uma síntese do
que foi apresentado, confirmando a posição abordada no texto.

Como fazer a conclusão de uma redação

A conclusão de uma redação apresenta uma síntese do que foi abordado na introdução e no
desenvolvimento. (Foto: Pixnio).

Depois de ter feito a introdução e desenvolvido o tema, é na conclusão de uma redação que
deve estar o resumo do que foi escrito, de maneira objetiva, fazendo uma conexão com todo o
texto.

A melhor forma de se fazer a conclusão de uma redação é apresentar sugestões de soluções


que, inclusive, são bem aceitas nas redações Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)

Para iniciar uma conclusão, pode-se usar alguma conjunção conclusiva como: logo, portanto,
assim, por isso, em vista disso, conseguinte, etc.

Para exemplificar, veja como exemplo uma redação que tirou nota mil no Enem:

Publicidade infantil em questão no Brasil

Introdução

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Desde o início da expansão da rede dos meios de comunicação no Brasil, em especial o rádio e
a televisão, a mídia publicitária tem veiculado propagandas destinadas ao público infantil,
mesmo que os produtos ou serviços anunciados não sejam destinados a este. Na década de
1970, por exemplo, era transmitida no rádio a propaganda de um banco utilizando personagens
folclóricos, chamando a atenção das crianças que, assim, persuadiam os pais a consumir.

Desenvolvimento

É sabido que, no período da infância, o ser humano ainda não desenvolveu claramente seu senso
crítico, e assim é facilmente influenciado por personagens de desenhos animados, filmes, gibis,
ou simplesmente pela combinação de sons e cores de que a publicidade dispõe. Os adolescentes
também são alvo, numa fase em que o consumo pode ser sinônimo de autoafirmação. Ciente
deste fato, a mídia cria os mais diversos produtos fazendo uso desses atributos, como brindes
em lanches, produtos de higiene com imagens de personagens e até mesmo utilizando atores e
modelos mirins nos comerciais.

Muitos pais têm então se queixado do comportamento consumista de seus filhos, apelando para
organizações de defesa dos direitos da criança e do adolescente. Em abril de 2014, foi aprovada
uma resolução que julga abusiva essa publicidade infantil, gerando conflitos entre as empresas,
organizações publicitárias e os defensores dos direitos deste público-alvo.

Entretanto, tal resolução configura um importante passo dado pelo Brasil com relação ao
marketing infantil. Alguns países cujo índice de escolaridade é maior que o brasileiro já possuem
legislação que limita os conteúdos e horários de exibição dos comerciais destinados às crianças.
Outros, como a Noruega, proíbem completamente qualquer publicidade infantil.

Conclusão

A legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras impostas pela
indústria publicitária, a fim de garantir que o público supracitado não seja alvo de interesses
comerciais por sua inocência e fácil persuasão. No âmbito educacional, as escolas devem auxiliar
na formação de cidadãos com discernimento e capacidade crítica. Desta forma, é importante
que sejam ensinados e discutidos nas salas de aula os conceitos de cidadania, consumismo,
publicidade e etc., adequando-os a cada faixa etária.

Fonte: Guia da carreira. Autor: Gabriela Costa. Enem 2014.

14
É possível perceber nessa redação que o autor usou a conjunção “portanto” para exprimir a
conclusão. Poderia ser “A legislação brasileira necessita, assim, continuar” que não haveria
perda de sentido da frase.

O redator apresenta ainda sugestões de soluções para a problemática que é a publicidade


infantil no Brasil. Tal questão fica perceptível desde o início da conclusão, quando disse que “A
legislação brasileira necessita, portanto, continuar a romper com as barreiras...” e continuou
com os períodos “as escolas devem auxiliar na formação de cidadãos com discernimento e
capacidade crítica” e “Desta forma, é importante que sejam ensinados e discutidos...”.

Por que a redação é tão importante em provas?

A redação é requisito em provas para o ingresso em muitas universidades, em concursos


públicos e, também, no Enem.

É por meio dela que o candidato é avaliado, pois independentemente da área escolhida, faz-se
necessário saber expressar-se pela escrita. Por isso, apesar dos conhecimentos específicos que
serão importantes para o desempenho futuro, também é importante saber usar os recursos da
gramática associando ao conhecimento geral sobre diversos assuntos.

Existem bancas, como a do Enem, que propõem redações pautadas em temas objetivos e, na
maioria das vezes, com abordagem social. Mas, também é possível encontrar redações com
abordagem subjetiva, cujos temas estão relacionados à experiência do redator.

Por isso, saber o tipo de redação que será feita ajuda na hora de fazer a conclusão. Isso porque
cada abordagem pede um fechamento.

Para temas objetivos, como as redações do Enem, em que os temas abordam assuntos de
conhecimentos sociais, a conclusão deve trazer soluções para um determinado problema. Já
para as redações que pedem uma abordagem mais subjetiva, a partir da vivência de cada
redator, a conclusão dispensa sugestões.

Gêneros da esfera publicitária


"Os textos publicitários são aqueles que têm o objetivo de anunciar alguma coisa, fazer com que
uma informação torne-se pública, desde uma campanha de vacinação até os anúncios de
produtos e/ou prestação de serviços. Podemos encontrar os textos publicitários circulando em
diversos suportes de comunicação, como os midiáticos (televisão, internet e rádio) e
jornalísticos (jornais, revistas), e espalhados pelas vias urbanas (outdoors, pontos de ônibus,
postes de iluminação pública etc.).

Linguagem

Podemos dizer que a linguagem, sobretudo no que se refere à sua função e ao tipo, é a
característica mais relevante dos textos publicitários, já que se trata do principal recurso que o
autor da peça (texto) publicitária tem para que os efeitos de sentido gerados sejam aqueles
desejados pelo autor para alcançar os leitores.

Quanto à função da linguagem dos textos publicitários, ela pode ser abordada de várias formas:
linguagem referencial (quando o texto tem o objetivo de divulgar uma informação real),

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linguagem emotiva (quando o texto pretende alcançar seu objetivo por meio da emotividade
dos leitores) e linguagem apelativa ou conativa (quando o texto tem o objetivo de convencer
alguém a fazer ou comprar alguma coisa, é conhecida como retórica).

Com relação ao tipo de linguagem, os textos publicitários podem ser criados a partir das
linguagens verbal (oral ou escrita), não verbal (imagens, fotografias, desenhos) e mista (verbal
e não verbal).

É relevante ressaltarmos também que a linguagem dos textos publicitários é pensada no sentido
de atingir um grande número de interlocutores, ou seja, as massas, e, por essa razão, deve ser
de fácil compreensão, objetiva, simples e acessível a interlocutores de todos as classes e faixas
etárias.

Criatividade

De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e seduzir, chamar a atenção dos
interlocutores, os autores das peças publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens
verbal e não verbal de maneira criativa.

Objetividade

Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzida, já que circulam em suportes
cujo espaço também é reduzido e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção
dos classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é um bom exemplar para
que possamos observar essa característica. Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos
publicitários é a criação de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou manchetes, os
quais resumem em um único enunciado as informações e os objetivos do texto.

Exemplos de slogan:

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips)

Vem pra Caixa você também. Vem! (Caixa Econômica Federal)

A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN)

Publicidade e o público

Em virtude de seu caráter persuasivo e pelo fato de alcançar as grandes massas, o texto
publicitário exerce grande influência e poder sobre o público. Esse texto promove o
compartilhamento de ideias, produtos e serviços e, de certa forma, orientações ideológicas.

Devido ao seu papel importante na nossa cultura, existe uma autorregulamentação para a
divulgação/publicação de textos publicitários, a qual define limites de atuação e aprovação (ou
não) quanto à veiculação de alguns anúncios. Essa autorregulamentação é necessária porque,
conforme o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os textos publicitários respondem pela
qualidade dos produtos e serviços que estão sendo oferecidos, portanto, não devem realizar
propaganda enganosa, que é crime.

Ainda de acordo com o CDC, propaganda enganosa significa qualquer modalidade de informação
falsa, capaz de induzir o consumidor ao erro no que diz respeito à natureza, característica,
qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e
serviços.

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Estrutura do texto publicitário

O texto publicitário é composto, muitas vezes, por imagem, título, texto, assinatura e slogan. A
assinatura é o nome do produto/serviço e do anunciante. Slogan, como já dissemos, é um
enunciado conciso e de fácil associação ao produto e lembrança do leitor. O título/headline é
um enunciado breve com o objetivo de captar a atenção do leitor, incitando sua curiosidade. O
texto deve incitar no consumidor o interesse, o desejo por aquilo que está sendo
oferecido/anunciado.

A extensão do texto publicitário depende da intencionalidade discursiva do autor/anunciante e


do espaço disponível/sugerido pelo suporte de circulação no qual o texto será veiculado: jornal,
revista, outdoors, jingles em rádio (aliado à musicalidade), redes sociais, sites etc.

Vertentes do texto publicitário

Existem duas vertentes filosóficas do texto publicitário, ambas com origens filosóficas: a
apolínea e a dionisíaca.

Apolínea

A vertente apolínea visa ao desenvolvimento de textos que remetem à individualização, ou seja,


descrevendo e/ou narrando, como ocorre com as artes plásticas, fotografia e narração de
histórias.

Dionísica

A vertente dionisíaca busca despertar sentimentos diversos em seus leitores/interlocutores para


que assim possa criar empatia, contradição, terror, carinho etc. Geralmente, para causar esses
efeitos, a música, a dramatização e a expressividade corporal são utilizadas."

Gêneros da esfera jornalística


Os textos jornalísticos são os textos veiculados pelos jornais, revistas, rádio e televisão, os quais
possuem o intuito de comunicar e informar sobre algo.

Nos dias atuais, o texto jornalístico é provavelmente o gênero textual mais lido, pois possui o
maior alcance nos diversos setores da sociedade.

Uma característica importante dos textos jornalísticos é sua efemeridade, visto que favorecem
o conhecimento de informações atuais com o propósito de difundir o que acontece de novo.

Estrutura do Texto Jornalístico

jornais

A composição de um texto jornalístico é dividida em:

Pauta: escolha do tema ou assunto.

Apuração: recolha das informações, dados e verificação da veracidade dos fatos.

Redação: transformação das informações num texto.

Edição: correção e revisão dos textos.

A Linguagem Jornalística

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A linguagem jornalística é em prosa e deve ser clara, simples, imparcial e objetiva de modo a
expor para o emissor as informações mais relevantes sobre o tema.

O jornalista possui a função de “traduzir” e transmitir as informações para o público em geral,


utilizando um método de desenvolvimento textual baseado no critério básico ao responder às
perguntas:

“O quê?” (acontecimento, evento, fato ocorrido);

“Quem?” (qual ou quais personagens estão envolvidos no acontecimento);

“Quando?” (horário em que ocorreu o fato);

“Onde?” (local que aconteceu o episódio);

“Como?” (modo que ocorreu o evento);

“Por quê?” (qual a causa do evento).

No tocante à sua estrutura gramatical, normalmente o texto jornalístico apresenta frases curtas
e ideias sucintas, as quais favorecem a objetividade do texto.

Além disso, trabalham com o recurso das repetições que auxiliam na memorização e assimilação
das informações. O mais comum é o uso da ordem direta nas construções frasais, ou seja: sujeito
+ verbo + complementos e adjuntos adverbiais.

Esses textos possuem uma linguagem denotativa, ou seja, isenta de ambiguidades e que possui
um único sentido,

Aqui, vale lembrar que o jornal é um veículo portador de diferentes gêneros textuais. Portanto,
eles podem apresentar uma linguagem conotativa (figurada), na medida em que desenvolve os
diversos tipos de textos:

narrativo

descritivo

dissertativo-opinativo

injuntivo

expositivo

Veja também: Gêneros Textuais

Lide

Um recurso jornalístico muito utilizado é o “lide” (forma aportuguesada) ou “lead” (no inglês),
que significa “guia”, “principal”, “liderança” ou “o que vem à frente”.

O “lide” representa a primeira parte do texto jornalístico que se encarrega de apresentar as


principais informações da matéria, essenciais para destacar “aos olhos do leitor” o acesso à
informação.

Assim, o “lide” é um recurso jornalístico essencial e que deve ser bem elaborado, objetivo e
coerente. Isso porque favorece o interesse do leitor, sendo comum que muitos dos leitores
leiam apenas o lide de cada matéria jornalística.

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Pirâmide Invertida

A Pirâmide Invertida é um dos recursos jornalísticos utilizados a fim de hierarquizar as


informações no espaço do jornal, onde prevalece a ordem decrescente de importância.

Sendo assim, o conteúdo mais importante localizado na base da pirâmide (parte mais larga),
permanece na parte de cima da folha. Por outro lado, o conteúdo mais superficial ou menos
relevante, chamado de “ápice” ou “vértice”, está situado embaixo do texto.

Texto Informativo

Os textos informativos são um dos gêneros mais presentes nos textos jornalísticos. Eles
englobam as produções textuais objetivas em prosa, baseadas na linguagem clara e direta
(linguagem denotativa).

São textos que têm como objetivo principal transmitir informação sobre algo, estando isento de
duplas interpretações.

Assim, o emissor (escritor) dos textos informativos preocupa-se em expor brevemente um tema,
fatos ou circunstâncias a um, ou vários receptores (leitor).

Veja também: Texto Informativo

Gêneros Jornalísticos

O jornal abriga diversos textos jornalísticos, vulgarmente chamados de “matérias”, sendo


divididos em seções, compostas pelos mais variados gêneros textuais:

editorial

notícia

reportagens

entrevistas

textos publicitários

classificados

artigos

crônicas

resenhas

charges

cartas do leitor

Exemplos de Textos Jornalísticos

Medicamentos Genéricos e Medicamentos de Marca

Diz-se que os medicamentos genéricos têm a mesma qualidade, eficácia e segurança do


medicamento original que lhe serviu de referência. Uma das vantagens dos medicamentos
genéricos encontra-se no preço inferior ao preço praticado pela venda do medicamento de
marca.

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Medicamentos Genéricos

Os medicamentos genéricos estão identificados com a sigla MG nas embalagens. Eles são
aprovados pela INFARMED, que disponibiliza uma lista de medicamentos genéricos online. A
cada medicamento é atribuída uma A.I.M. (Autorização de Introdução no Mercado) com um
respetivo número de registo. Segundo a lei, estes medicamentos podem unicamente ser
comercializados depois do período de proteção de patente do medicamento de referência ter
expirado (um período aproximado de 20 anos).

Medicamentos de Marca

Os medicamentos genéricos podem ter, no entanto, substâncias não ativas diferentes dos
medicamentos originais, como corantes, açúcares e amidos, podendo diferir em tamanho, sabor
ou forma destes. Apesar das substâncias ativas (os chamados excipientes) distinguirem-se entre
medicamentos de marca e medicamentos genéricos, as diferenças não acusam normalmente no
efeito terapêutico

Nem toda a medicação de marca tem um medicamento genérico equivalente.

Medicamentos Genéricos ou Medicamentos de Marca?

Ao adquirir medicamentos genéricos mais baratos, os utentes desfrutam de uma


comparticipação igual ou superior à que já tinham. Os utentes que comprarem medicamentos
mais caros, veem a sua comparticipação ser reduzida.

Pode simular na página da DECO os medicamentos mais baratos entre medicamentos de marca
e medicamentos genéricos.

Gêneros da esfera Digital


Antes de mais nada, é importante compreender o que são esses novos gêneros digitais. Para
isso, vale a pena considerar que todos os gêneros textuais apresentam certas características em
comum. Ou seja, têm uma estrutura própria.

Isso vale também para os novos tipos textuais. Em função das tecnologias mais recentes, como
a internet e o smartphone, novas situações comunicacionais passaram a fazer parte de nosso
cotidiano.

De maneira geral, a comunicação por meio dessas novas ferramentas apresentam estruturas de
textos próprias, adaptadas para os novos veículos de comunicação.

Uma das principais características desses novos formatos é apresentar períodos mais curtos e
diretos. Além disso, é comum notar a presença de elementos audiovisuais e também de
hiperlinks. Abreviaturas e linguagem interativa, como os chamados “emojis”, também fazem
parte desses novos gêneros.

gêneros digitais

Quais os principais gêneros digitais?

Existem diferentes gêneros textuais digitais que estão presentes nas mídias digitais e, com o
passar do tempo, é bem provável que outros surjam. Contudo, quando pensamos em exames
vestibulares, vale a pena conferir aqueles tipos que são citados pela BNCC. Veja abaixo.

Currículo web

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O currículo é uma das principais ferramentas para conseguir um emprego. Durante muito
tempo, era comum que as pessoas entregassem pessoalmente esse documento nos lugares que
pretendiam trabalhar.

Com o avanço da tecnologia, em especial da internet, essa realidade foi alterada. Hoje, grande
parte das pessoas e empresas, optam por trabalhar com currículos web.

Nesse sentido, uma plataforma digital é utilizada para fazer o currículo. Nela, são
disponibilizadas ferramentas para que o candidato apresente documentos, fotos e, se
necessário, até mesmo arquivos de vídeo e voz.

GIF (Graphics Interchange Format)

O GIF é um formato bastante comum nos meios digitais, em especial nas redes sociais. De
maneira geral, esse gênero trata-se de uma montagem de imagens que se sucedem de maneira
repetida, como uma espécie de vídeo de curta duração.

Geralmente, os GIFs são utilizados juntamente de textos verbais e não verbais. O principal
objetivo desse tipo textual é tornar a comunicação mais rápida, dinâmica e mais eficiente,
abrindo maior espaço para compreensões subjetivas.

Fanfiction

A Fanfiction, também conhecida apenas pela abreviatura, Fanfic, é um dos gêneros digitais mais
utilizados por fãs de literatura e cinema. Muitas vezes, ela pode ser compreendida como um
novo tipo literário, desenvolvido pelos fãs de determinada obra.

Em geral, aquelas pessoas que consomem um determinado conteúdo (filme, livro, série, game
etc.) se propõem a narrar uma história ficcional a partir dos roteiros e narrativas já existentes.

Dessa forma, esse gênero é fruto das próprias interações no espaço virtual, tendo nascido, se
desenvolvido e se popularizado por meio das plataformas digitais. Quem mantém as fanfics vivas
são os próprios fãs, que também são, ao mesmo tempo, autores e leitores.

Vlog

O vlog é outro gênero muito popular. Em grande parte, ele se assemelha aos famosos “blogs”.
Contudo, existe uma diferença primordial: enquanto os blogs são formatos escritos, os vlogs são
vídeos.

Quem desenvolve um vlog é geralmente conhecido como vlogger ou vlogueiro. Geralmente, os


produtores desse tipo de conteúdo fazem publicações regulares, com o intuito de garantir
engajamento e envolvimento de seu público. Uma das principais plataformas de vlogs é o
YouTube.

Wiki

A Wiki é um gênero bastante antigo dentro da internet, contudo, tem ganhado cada vez mais
espaço com o passar do tempo. De maneira geral, esse formato é marcado pela escrita
colaborativa. Por meio de um código aberto, qualquer pessoa pode editar o conteúdo exposto.

Normalmente, todas as versões da página ficam salvas em uma espécie de histórico da


plataforma em que são publicadas. Isso permite que as modificações sejam revertidas e
recuperadas, caso seja necessário.

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Carta do leitor
A carta do leitor é um tipo de carta veiculada geralmente em jornais e revistas, onde os leitores
podem apresentar suas opiniões.

Esse gênero epistolar possui uma função relevante para os meios de comunicação, de modo que
a carta do leitor assegura uma resposta (feedback) de seus leitores.

Esse espaço reservado aos leitores é um importante instrumento de comunicação, pois eles
podem interagir com o meio de comunicação, expondo assim, seu ponto de vista sobre uma
notícia, reportagem, pesquisa ou qualquer outro assunto atual.

Assim, as opiniões, sugestões, críticas, perguntas, elogios e reclamações dos leitores são
publicadas e podem ser visualizadas por qualquer indivíduo.

Além disso, o leitor pode sugerir algum tema a ser abordado. Por esse motivo, é uma importante
ferramenta de produção de pauta para os veículos de comunicação.

Principais características da carta do leitor

Textos breves e escritos em 1.ª pessoa;

Temas atuais e de caráter subjetivo;

Linguagem simples, clara e objetiva;

Presença de destinatário e remetente;

Texto expositivo e argumentativo.

Estrutura: como fazer uma carta do leitor?

Devemos lembrar que a carta do leitor possui um remetente (emissor ou locutor) e destinatário
(receptor ou interlocutor).

Antes de ser publicada ela passa pela equipe de revisão, a qual adaptará o texto e corrigirá
possíveis erros.

Por esse motivo, não existe um modelo específico, uma vez que segue o padrão de apresentação
e o espaço destinado para esse fim determinado pelo meio de comunicação.

Vale lembrar que a carta do leitor é uma pequena seção do veículo de comunicação, a qual pode
ser publicada na íntegra, ou somente trechos relevantes.

Como será publicada, as expressões de baixo calão, ou posições preconceituosas não devem ser
pronunciadas.

Além disso, o leitor deve evitar expressões populares, gírias, vícios de linguagem, apresentando
seu texto numa linguagem formal, ou seja, que segue a norma culta da língua.

Importante destacar que, de acordo com o público, a linguagem pode ser mais descontraída,
por exemplo, numa revista para adolescentes.

Geralmente as cartas dos leitores não seguem uma estrutura padrão, no entanto, devem
apresentar alguns elementos estruturais:

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Vocativo: aparece o nome da revista ou do jornal e pode vir acompanhada de local e data
(chamado de cabeçalho).

Introdução: pequeno trecho que aborda o assunto que será apresentado e explorado pelo leitor.

Desenvolvimento: desenvolvimento da argumentação do leitor sobre sua ideia central.

Conclusão: o leitor arremata suas ideias, e geralmente inclui uma sugestão para o assunto
abordado.

Despedida: representa as saudações finais do leitor, por exemplo: atenciosamente,


cordialmente, abraços, etc.

Assinatura: O leitor assina seu nome, o qual pode aparecer em forma de sigla, por exemplo,
Afonso Miguel Pereira dos Santos (A.M.P.S.)

Exemplos de carta do leitor

Para compreender melhor o conceito de carta do leitor, segue abaixo dois exemplos, onde o
primeiro apresenta uma linguagem formal e o segundo uma linguagem informal:

Exemplo 1

São Paulo, 12 de dezembro de 2013

Caros Editores da Revista Viagens e Lazer,

Antes de mais nada, gostaria de agradecer a matéria publicada no mês de outubro intitulada
“Lugares Inóspitos do Planeta” pela riqueza de detalhes e beleza das fotos.

Artigo de opnião
Quem costuma ler jornal, revistas ou portais, com certeza já se deparou com um artigo de
opinião.

Isso porque esse gênero textual é habitualmente publicado nesses tipos de veículos.

Normalmente, os artigos de opinião expõem temas de interesse da sociedade. Assim, é usual


que sejam abordados fatos recentes, muitas vezes polêmicos, e de grande repercussão.

Quais são as características?

O artigo de opinião faz parte do grupo de textos argumentativos. Nele, o ponto de vista do autor
sobre determinado assunto é evidenciado.

Para comprovar a tese defendida, devem ser usados dados, fatos e outros elementos.

É fundamental ainda que o artigo respeite as normas da língua portuguesa e utilize uma
linguagem de fácil compreensão.

É permitido usar verbos na primeira pessoa do singular, mesmo que muitos autores optem pela
terceira pessoa.

O artigo de opinião é, geralmente, curto, para se encaixar aos espaços pré-determinados dos
canais de imprensa, e assinado.

Como é a estrutura de um artigo de opinião?

23
Agora que você já sabe o que é um artigo de opinião e conhece as características do gênero,
podemos avançar e entrar em outra parte importante deste conteúdo: a estrutura do texto.

Introdução com tese

Em outros tipos textuais, como a redação dissertativa, por exemplo, a introdução é uma parte
breve do conteúdo - de, em média, um parágrafo -, que introduz o tema do texto.

No artigo de opinião, embora a introdução também seja indicada para falar da tese, o número
de linhas não é tão limitado.

Ou seja, a apresentação do ponto de vista pode ser mais extensa e detalhada.

Desenvolvimento com argumentação

A segunda parte, que representa os parágrafos secundários, é destinada ao desenvolvimento


dos argumentos.

É o momento, portanto, de expor todos os recursos disponíveis para defender o seu ponto de
vista.

Vale dizer que aqui também há espaço para contra-argumentar. Ou seja, se antecipar aos
possíveis questionamentos de leitores com opiniões contrárias.

Conclusão

O artigo de opinião se encerra com uma conclusão. Nela, o autor deve fazer uma síntese do que
foi dito e reforçar a tese defendida.

artigo de opinião quais sao caracteristicas

Como começar o artigo de opinião?

Se você pretende redigir um artigo de opinião, deve saber que é necessário fazer uma pesquisa
completa sobre o assunto em questão.

Afinal, não só a sua teoria precisa de base, como os leitores também querem entender as razões
por trás da sua posição.

Em outras palavras, a sua abordagem não pode, de forma nenhuma, ser rasa. Esse é o primeiro
passo, portanto, para começar um artigo de opinião.

Como escrever um bom artigo de opinião?

Depois de fazer a sua investigação sobre o tema e listar os argumentos relevantes para a defesa
da sua tese, é hora de colocar a mão na massa.

Quando for escrever um artigo de opinião, reflita a respeito do público que vai ler o conteúdo.

Isso, certamente, ajudará a criar uma narrativa adequada.

Faça uma boa introdução, com clareza, para que o leitor possa compreender rapidamente sobre
o que se trata o artigo.

O título não precisa entregar o assunto tão explicitamente, mas deve estar relacionado e ser
criativo.

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Se possível, apresente uma solução para o problema apresentado. Essa proposta pode servir
como desfecho do artigo de opinião.

Passo a passo para construir um artigo de opinião

Agora, de um jeito mais prático, veja como construir o seu artigo de opinião em poucos passos.

Planejamento e projeto de texto

Primeiramente, faça uma reflexão sobre o seu texto. Certifique-se do tema que será abordado,
do seu ponto de vista e dos argumentos que têm na manga.

Em seguida, pense na organização dos parágrafos e defina o conteúdo de cada um deles. Com
esse guia, ficará mais fácil colocar as ideias no papel.

Rascunho

O rascunho é um projeto do artigo, que deve conter todas as informações que serão retratadas
no texto.

Nele, é possível fazer edições na forma como o conteúdo é apresentado, mas não é indicado
que haja grandes desvios na proposta inicial.

Revisão

Depois de pronto, é hora de revisar o artigo de opinião.

Aqui, além de procurar por erros de português, também é importante fazer uma avaliação
minuciosa das ideias apresentadas, a fim de identificar falhas de lógica nos argumentos.

Dicas para escrever melhor

A essa altura, não restam dúvidas sobre como fazer um artigo de opinião, certo?

No entanto, para redigir textos cada vez melhores, é possível adotar técnicas e práticas para
aprimorar a habilidade da escrita.

Tome nota de algumas dicas:

Leia bastante e diversifique os tipos de textos;

Pesquise antes de escrever;

Exercite a escrita em vários momentos do dia;

Experimente ter um diário;

Aprenda a usar corretamente a pontuação;

Desabilite o corretor ortográfico;

Revise seus textos um tempo depois de ter escrito;

Procure ler o que escreveu em voz alta.

artigo de opinião passo a para construir-um

Exemplo de artigo de opinião

Você pode ler artigos de opinião de autores diversos em vários veículos de comunicação.

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Extraímos um trecho de um texto publicado por Cida Barbosa no jornal Correio Braziliense.
Confira!

Um mal camuflado

Somente agora, já adulta, uma professora do interior da Bahia conseguiu superar o temor e
revelar que sofreu abuso sexual na infância e na adolescência. Numa mensagem em vídeo,
denunciou dois tios e um amigo da família. “Tenho 26 anos, e ainda dói bastante”, contou Flávia
Santos. “Todos esses anos sofrendo calada, quieta. Até que minha irmã teve coragem e postou
no grupo da família que foi molestada quando criança pelo mesmo tio que me molestou. Então,
resolvi falar, denunciar.” Ela também registrou um boletim de ocorrência.

Na postagem, a professora alertou para “um mal inserido no nosso dia a dia, um mal silencioso,
camuflado”. É o que apontam estatísticas: a maioria dos abusos ocorre no ambiente familiar, o
que torna o crime ainda mais sórdido e difícil de ser combatido.

Dados do Disque 100 - canal de denúncias do governo federal - mostram que os predadores
sexuais são, principalmente, pais e padrastos. Tios, irmãos, avôs e amigos da família também
aparecem com frequência. Ou seja, a casa, onde deveriam estar em segurança, é o lugar onde
crianças e adolescentes ficam mais à mercê de seus algozes. Os demais integrantes do núcleo
familiar não percebem a atrocidade ou se calam para preservar sua “harmonia”.

As vítimas costumam aguentar tudo em silêncio porque o molestador é alguém da família ou


conhecido, porque são ameaçadas, têm vergonha ou sentem-se culpadas. Muitas não relatam,
também, por não compreenderem que estão sofrendo abusos. “Eu só vim entender que tinha
sido violentada, molestada, estuprada, aos 18, 19 anos”, confirma Flávia, no vídeo.

Há outra face cruel dessa barbaridade. Quando crianças e adolescentes denunciam a violência
são, comumente, desacreditados, inclusive, pela própria família. Foi o que aconteceu, agora,
com Flávia, mesmo já adulta. A mãe questionou as acusações dela, e parte dos parentes a
defenestrou. “Perguntaram como eu tinha coragem de fazer isso, se não pensava na dor deles.
Acaba que não pensam no que aconteceu com a gente”, lamentou.

Vítimas de abusos podem não conseguir denunciar, mas emitem sinais: tornam-se agressivas,
têm comportamentos sexuais, queda de rendimento escolar, depressão, insônia, falta de
apetite. Pais ou responsáveis devem orientar as crianças. Explicar, por exemplo, quais são as
partes do corpo que não podem ser tocadas por outras pessoas e questionar se alguém as
tratam de forma desconfortável. Informadas, elas vão conseguir contar mais rápido se forem
vitimadas. O diálogo ajuda a prevenir ou a descobrir violações.

Quem souber de abusos contra meninos ou meninas deve denunciar nos conselhos tutelares,
em qualquer delegacia, por meio do Disque 100 ou do aplicativo Proteja Brasil. Flávia destacou
a importância da iniciativa. “Esse meu tio está sob suspeita de ter molestado também a enteada
(de 14 anos). Talvez, se eu tivesse falando antes, ele não teria feito isso com ela também. O
melhor a se fazer, gente, é denunciar. Denuncie, denuncie. Vamos proteger nossas crianças.

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Editorial
"Editorial é um texto de cunho jornalístico e opinativo que serve para apresentar o
posicionamento crítico de determinado grupo (empresa, jornal ou direção) sobre os principais
assuntos do momento da publicação. Possui uma linguagem formal e padronizada na norma
culta, com argumentação impessoal. Sua estrutura se compõe na apresentação do tema,
discussão, fundamentação e conclusão, sendo comumente indicada no topo ou canto da página
com algum indicativo como “carta ao leitor”."

"Características e estrutura de um editorial

O editorial é um gênero textual de cunho jornalístico, opinativo e argumentativo que apresenta


a opinião ou o posicionamento crítico da empresa, do jornal ou da direção a respeito dos temas
mais patentes no momento da publicação. Desse modo, é um texto que sintetiza, em certa
medida, a leitura geral do momento no qual o jornal será publicado, ao mesmo tempo em que
apresenta o posicionamento da equipe.

Por ser um texto profissional e direcionado a amplo público, o trato com a linguagem é exigente
e padronizado, buscando garantir, com isso, uma identidade do texto jornalístico, bem como a
impessoalidade e a acessibilidade à leitura, tendo em vista a diversidade de tipos de leitores que
podem se dedicar ao texto.

Nesse sentido, é essencial que se utilize a língua na norma culta, evitando, contudo, palavras e
expressões muito específicas ou arcaicas, pois podem dificultar a inteligibilidade do texto. Ainda
é comum uma estrutura sintática na voz passiva, com verbos na terceira pessoa do presente do
infinitivo. Além disso, por ser um texto que representa um coletivo de pessoas, é escrito
conjuntamente e não apresenta assinatura individual. Comumente aparece nos jornais como
“carta ao leitor”.

O editorial se divide em três partes principais:

introdução;

desenvolvimento;

conclusão.

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Cada uma dessas partes cumpre uma função importante para garantir ao texto sua unidade de
sentido. Abaixo segue uma breve explicação do que deve conter em cada uma das partes.

Introdução: deve apresentar uma contextualização do tema, situando, assim, o leitor dentro do
cenário no qual se insere o ponto de vista apresentado. Por isso, ela deve trabalhar com as
informações mais conhecidas para dar um ponto de partida para a seguinte discussão. Nesse
sentido, também é comum que os editoriais apresentem uma tese a respeito dos problemas ou
questões levantadas.

Desenvolvimento: aprofunda os tópicos indicados na introdução, contextualizando o tema por


meio de novas informações, apresentando suas teses com fundamentação e embasamento,
principalmente com o uso de dados concretos e/ou reais.

Conclusão: faz uma síntese do que foi dito anteriormente, apresentando, em certa medida, um
resumo geral do que se pretendeu afirmar com o texto. É também comum uma reafirmação da

27
tese apresentada, bem como a retomada de informações-chaves, além de indicações de
possíveis caminhos para o enfrentamento das questões.

Tipos de editorial

Os editoriais apresentam-se no topo ou lateral da folha com algum indicativo, como “carta ao
leitor”.

Os editoriais possuem uma estrutura bem semelhante, entretanto é comum, em alguns jornais,
que o editorial venha por setor, ou seja, para cada grande área (economia, esporte, educação,
segurança, etc.), há um editorial. Sendo assim, apesar de não falarmos de tipos em termos de
estrutura, é preciso observar as variações temáticas.

Veja também: Operadores argumentativos – elementos que cooperam para a coesão de um


texto

Como fazer um editorial?

Antes de realizar a escrita, é importante reunir o grupo responsável pelo editorial, a fim de se
debater os assuntos do momento, indicar posicionamentos e ideias, para que, após um primeiro
consenso, o texto possa ser iniciado de fato na escrita. A tarefa de escrita e revisão do texto
pode ser dividida de diferentes modos, a depender do jornal e da equipe envolvida.

Em relação à estrutura, é importante definir qual tese será defendida sobre o momento,
identificar as informações que já são conhecidas e desconhecidas ao grande público, pesquisar
informações e dados que contribuam na defesa do ponto de vista, para organizar o material
dentro da estrutura do editorial.

É pertinente que o texto se inicie com o que é mais conhecido ao leitor, apontando para
problemas que indicarão a sua tese. Em seguida, no desenvolvimento, aproveitar para
aprofundar o assunto, apresentar outras leituras, colocar os argumentos, fundamentar as
defesas, tudo em direção ao convencimento do leitor. Na conclusão, propor um desfecho crítico
ou propositivo para o assunto."

A construção dos Parágrafos


Familiarizados com o tema a ser desenvolvido, elencadas todas as ideias a serem discorridas...
finalmente estamos aptos a começarmos nossa produção. Mas ainda resta outro detalhe de
extrema relevância – a eficácia do texto dependerá da forma pela qual estas ideias se
apresentarão mediante o transcorrer do discurso.

Partindo deste pressuposto, temos a noção de quão importante é a estruturação dos parágrafos,
que permitem que o pensamento seja distribuído de forma lógica e precisa, com vistas a permitir
uma efetiva interação entre os interlocutores. Obviamente que outros fatores relacionados à
competência linguística do emissor participam deste processo, entre estes: pontuação
adequada, utilização correta dos elementos coesivos, de modo a estabelecer uma relação
harmônica entre uma ideia e outra, dentre outros.

Esteticamente, o parágrafo se caracteriza como um sutil recuo em relação à margem esquerda


da folha, atribuído por um conjunto de períodos que representam uma ideia central em
consonância com outras secundárias, resultando num efetivo entrelaçamento e formando um
todo coeso. Quanto à extensão, é bom que se diga que não se trata de uma receita pronta e

28
acabada, visto que a habilidade do emissor determinará o momento de realizar a transição entre
um posicionamento e outro, permitindo que o discurso seja compreendido em sua totalidade.

Em se tratando de textos dissertativos, normalmente os parágrafos costumam ser assim


distribuídos:

* Introdução – também denominada de tópico frasal, constitui-se pela apresentação da ideia


principal, feita de maneira sintética e definida pelos objetivos aos quais o emissor se propõe.

* Desenvolvimento – fundamenta-se na ampliação do tópico frasal, atribuído pelas ideias


secundárias, reconhecidas na exposição dos argumentos com vistas a reforçar e conferir
credibilidade ora em discussão.

* Conclusão – caracteriza-se pela retomada da ideia central associando-a aos pressupostos


mencionados no desenvolvimento, procurando arrematá-los de forma plausível. Pode, na
maioria das vezes, constar-se de uma solução por parte do emissor no que se refere ao instaurar
dos fatos.

Quanto aos textos narrativos, os parágrafos costumam ser caracterizados pelo predomínio dos
verbos de ação, retratando o posicionamento dos personagens mediante o desenrolar do
enredo, bem como pela indicação de elementos circunstanciais referentes à trama: quando, por
que e com que ocorreram os fatos.

Nesta modalidade, a ocorrência dos parágrafos também se atribui à transcrição do discurso


direto, em especial às falas dos personagens.

Referindo-se aos textos descritivos, sua utilização está relacionada pela minuciosa exposição dos
detalhes acerca do objeto descrito, representado por uma pessoa, objeto, animal, lugar, uma
obra de arte, dentre outros, de modo a permitir que o leitor crie o cenário em sua mente.

Colaborando na concretização destes propósitos, sobretudo pela finalidade discursiva – visando


à caracterização de algo –, há o predomínio de verbos de ligação, bem como do uso de adjetivos
e de orações coordenadas ou justapostas.

Tópico Frasal
De maneira resumida, podemos definir tópico frasal como a introdução de uma ideia em um
parágrafo. É a primeira frase que abre cada parágrafo, indicando qual é o argumento ou ideia
principal dele. O restante serve para contextualizar ou explicar melhor a sentença, ampliando o
seu sentido.

É bom lembrar que uma redação do Enem costuma ser dividida em quatro ou cinco parágrafos.
O primeiro é a introdução, o último é a conclusão e os demais são o desenvolvimento, ou seja,
os argumentos que defendem um ponto de vista. No entanto, podemos dizer que cada
parágrafo contém uma ideia central, que pode ter a sua introdução.

Assim, o tópico frasal é importante para apresentar uma ideia de forma mais clara e objetiva. É
um recurso usado em qualquer tipo de texto, mas na dissertação assume um papel fundamental
ao organizar as ideias e reter a atenção do leitor. Afinal, desde o início da leitura do parágrafo

29
ele já consegue identificar qual é a opinião do autor, continuando a ler o texto para entendê-la
melhor.

Quais são os principais tipos?

Os tópicos frasais não devem ser vistos como um limitador da criatividade do autor. Por isso
mesmo, existem formas diferentes de escrevê-los. Conheça cada uma delas a seguir.

Declaração inicial

É o tipo mais comum, que traz uma afirmação ou negação importante logo na abertura do
parágrafo. Costuma ser mais usado nos primeiros parágrafos, com o desenvolvimento dos
argumentos nos seguintes. É preciso ter cuidado nesse tipo de construção, uma vez que muitos
candidatos usam chavões e clichês.

Considere como exemplo o parágrafo: “O derretimento das geleiras no ártico está diretamente
relacionado às mudanças climáticas. Isso porque a grande emissão de gases de efeito estufa tem
provocado o aumento da temperatura em todo o globo, alterando a dinâmica de inúmeros
ecossistemas.”

Poderíamos continuar acrescentando argumentos que expliquem ou ampliem o sentido do


parágrafo, mas a ideia já foi apresentada na primeira frase, a declaração inicial.

Definição

Consiste em uma frase que define o termo central do tema da redação. Assim, seguindo o tema
do exemplo anterior, podemos escrever: “O aquecimento global é a consequência da ambição
e do consumo desenfreado de uma sociedade capitalista. Nele, podemos perceber que a ação
de um grupo de indivíduos não afeta apenas a eles, mas têm impactos negativos em todos os
povos.”.

Nesse caso, o aquecimento global é definido como uma consequência da ambição e do consumo
desenfreado.

Contraste ou comparação

Ocorre quando um mesmo tópico frasal apresenta ideias opostas, mas relevantes para a defesa
de um argumento, organizadas de forma criativa e crítica. Esse tópico frasal é marcado por
expressões como: de um lado, enquanto, se, etc.

Veja o exemplo: “De um lado, estão os grandes capitalistas que anseiam pelo lucro. De outro,
pessoas marginalizadas, que sofrem as consequências de grandes desastres ambientais.”.

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Divisão

Na divisão, a estrutura do tópico frasal traz uma separação de elementos. Ainda que mais
simples, as ideias são apresentadas de forma clara e didática. “Na verdade, as mudanças
climáticas afetam os pobres, a classe média e os ricos. A diferença é que, no curto prazo, a classe
média e os mais ricos podem superá-las mais facilmente, seja por melhores condições de
moradia, seja pela aquisição de produtos que deixem seu dia a dia mais confortável”.

Alusão histórica

Nesse caso, o tópico frasal é relacionado a um fato do passado, servindo tanto para explicar uma
ideia quanto para entreter o leitor. Por exemplo: “Com a assinatura do Protocolo de Kyoto, as
nações indicavam uma tendência à redução na emissão dos gases de efeito estufa. O problema
é que nem todas as metas foram cumpridas, pois, o compromisso com o meio ambiente
esbarrou no protecionismo sobre os meios de produção de muitos países.”

Interrogação

Por fim, o tópico frasal também pode ser escrito na forma de pergunta, que propõe uma reflexão
sobre o tema. Para o sentido não ficar vago, esse questionamento precisa ser respondido no
restante do parágrafo. Veja o exemplo a seguir.

“Os meios de produção poderiam gerar menos impacto ambiental? Ora, diversas iniciativas
demonstram que é possível adotar modelos mais sustentáveis, que emitam menos gases de
efeito estufa e com mais benefícios para a população de modo geral. Entre elas, podemos citar
a produção orgânica de alimentos pela agricultura familiar.”

Como fazer um bom tópico frasal?

Saber o que é um tópico frasal é importante, mas é necessário atentar para certos detalhes.
Confira algumas dicas.

Planeje o texto: antes de começar a escrever a redação, defina as ideias que serão abordadas
em cada parágrafo. Assim, você não fica perdido na construção dos tópicos frasais e na forma
como eles vão ser interligados.

Apresente a ideia principal com clareza: o tópico frasal não deve conter divagações ou ser de
difícil compreensão.

Faça frases curtas: os tópicos frasais devem ser frases curtas, objetivas e que tragam uma ideia
imediata. Caso contrário, podem confundir o leitor.

Use conectivos: os conectivos são fundamentais para dar coesão ao texto e relacionar os
parágrafos, podendo vir no tópico frasal e no restante do parágrafo.

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Varie entre os tipos: não use o mesmo tipo de tópico em todos os parágrafos, pois a leitura pode
ficar chata. O ideal é diversificá-los, dando mais fluidez e criatividade ao texto.

Foque no tema: os tópicos são ótimos recursos para que o candidato se mantenha no tema
proposto, ou seja, use as frases para reforçar a sua opinião sobre o assunto.

Agora que você já entendeu o que é tópico frasal e seus tipos, é hora de treinar bastante a
escrita. Esperamos que os exemplos dados sirvam de inspiração, porém, é fundamental praticar
em temas variados e atuais.

Parágrafos argumentativos
Alguns dos principais vestibulares do país, tais como o Enem e a Fuvest, solicitam a seus
candidatos que façam uma redação no estilo dissertativo-argumentativo, também conhecido
como dissertação escolar. Nesse tipo de texto, o redator deve apresentar um ponto de vista e
defendê-lo com bons argumentos. No caso específico do Enem, é necessário, também,
apresentar propostas de intervenção.

Características

As principais características do texto dissertativo-argumentativo são:

Presença de uma tese (ponto de vista) – em geral, no primeiro parágrafo do texto;

Desenvolvimento com argumentos que comprovem a tese;

Conclusão em forma de síntese ou com propostas de solução para os problemas discutidos no


texto;

Uso da norma-padrão da língua portuguesa.

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Estrutura

O texto dissertativo-argumentativo tem sua estrutura dividida em três – introdução,


argumentação e conclusão – e cada uma delas tem suas particularidades, conforme
explicaremos a seguir:

Introdução

O primeiro parágrafo do texto dissertativo-argumentativo deve conter duas partes – a


apresentação do tema e a explicitação da tese.

Tese é o mesmo que ponto de vista, ou seja, uma opinião do autor do texto acerca do tema
proposto.

Por exemplo, acerca do assunto “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”,
uma tese possível seria “o preconceito contra as religiões de matriz africana dificulta o combate
à intolerância religiosa no Brasil.”

Argumentação

Os parágrafos intermediários das dissertações escolares são reservados para a comprovação da


tese apresentada na introdução. Um argumento é composto duas partes: a fundamentação e a
análise do fundamento.

32
Na fundamentação, o autor deve buscar provas de que seu ponto de vista está correto. São
considerados fundamentos citações de autoridade, referências históricas, conceitos teóricos
consagrados, notícias publicadas em jornais de qualidade, etc.

Na análise do fundamento, o redator deve explicitamente demonstrar qual é a relação entre a


prova levantada e a tese proposta. Um exemplo de argumento para a tese escrita alguns
parágrafos acima seria:

Segundo a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro, 70% de 1.014 casos
de ofensas, abusos e atos violentos registrados no Estado entre 2012 e 2015 são contra
praticantes de religiões de matrizes africanas. Esse dado alarmante comprova que o racismo
estrutural brasileiro, advindo da herança escravocrata do país, é um dos fatores que mais
dificultam o combate à intolerância religiosa no Brasil.

Leia também: Três estratégias argumentativas para melhorar sua redação

Conclusão

O último parágrafo do texto dissertativo-argumentativo pode ser feito de duas maneiras: em


forma de síntese ou com proposta de solução.

No caso da síntese, o autor deve resumir os argumentos e repetir sua tese, concluindo o
raciocínio construído desde a introdução.

No caso da conclusão com proposta de solução, é preciso que o redator apresente soluções
práticas e detalhadas acerca dos problemas levantados no texto. Se, por exemplo, o problema
discutido na argumentação foi o preconceito contra religiões de matriz africana, a solução deve
ser direcionada a essa questão. Uma proposta detalhada, é importante ressaltar, deve
determinar:

Agentes (quem executará);

Ações (o que será feito);

Meios (como a solução será produzida);

Efeitos (o que gerará a aplicação da solução).

Portanto, sugerir que o Ministério da Educação (agente) produza materiais publicitários


combatendo o preconceito contra religiões de matriz africana (ação) por meio de TVs, rádios,
jornais e redes sociais (meio) para que os índices de violência contra centros religiosos afros
diminuam (consequência) seria uma boa proposta de solução para o Enem.

Leia também: Como elaborar uma tese de redação nota 1000

Exemplo de texto dissertativo-argumentativo

Veja, a seguir, um exemplo de dissertação nota mil na prova no Enem de 2017, cujo tema
solicitado foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”:

Na mitologia grega, Sísifo foi condenado por Zeus a rolar uma enorme pedra morro acima
eternamente. Todos os dias, Sísifo atingia o topo do rochedo, contudo era vencido pela
exaustão, assim a pedra retornava à base. Hodiernamente, esse mito assemelha-se à luta
cotidiana dos deficientes auditivos brasileiros, os quais buscam ultrapassar as barreiras as quais
os separam do direito à educação. Nesse contexto, não há dúvidas de que a formação

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educacional de surdos é um desafio no Brasil o qual ocorre, infelizmente, devido não só à
negligência governamental, mas também ao preconceito da sociedade.

A Constituição cidadã de 1988 garante educação inclusiva de qualidade aos deficientes, todavia
o Poder Executivo não efetiva esse direito. Consoante Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a
política serve para garantir a felicidade dos cidadãos, logo se verifica que esse conceito
encontra-se deturpado no Brasil à medida que a oferta não apenas da educação inclusiva, como
também da preparação do número suficiente de professores especializados no cuidado com
surdos não está presente em todo o território nacional, fazendo os direitos permanecerem no
papel.

Outrossim, o preconceito da sociedade ainda é um grande impasse à permanência dos


deficientes auditivos nas escolas. Tristemente, a existência da discriminação contra surdos é
reflexo da valorização dos padrões criados pela consciência coletiva. No entanto, segundo o
pensador e ativista francês Michel Foucault, é preciso mostrar às pessoas que elas são mais livres
do que pensam para quebrar pensamentos errôneos construídos em outros momentos
históricos. Assim, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para transpor as
barreiras à formação educacional de surdos.

Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Cabe ao
Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido nas escolas o qual promova
palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito do cotidiano e dos direitos dos
surdos. - uma vez que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador - a fim de que
a comunidade escolar e a sociedade no geral - por conseguinte - conscientizem-se. Desse modo,
a realidade distanciar-se-á do mito grego e os Sísifos brasileiros vencerão o desafio de Zeus.

Conjunções coordenativas
As conjunções coordenativas são responsáveis por unir dois ou mais termos que exerçam a
mesma função sintática e morfológica, por exemplo, substantivos que sejam sujeitos. Além
disso, elas têm a função de conectar duas orações independentes, isto é, cuja compreensão do
sentido de uma dispensa a observação da outra.

Importante observar que as conjunções, ao promoverem essas ligações, contribuem para a


construção do teor das orações envolvidas, de modo que elas podem ser classificadas como:

aditivas;

adversativas (oposição);

alternativas;

conclusivas;

explicativas.

Tipos de conjunções coordenativas

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Tipos de
conjunções Conjunções mais recorrentes
coordenativas
Aditiva E, nem, não só, mas também.
Mas (sempre no início da oração), porém, entretanto, no entanto,
Adversativa
contudo, todavia, não obstante.
Ou… ou (pode vir duplicada ou não), ora… ora, quer… quer,
Alternativa
seja… seja, nem… nem.
Portanto, logo, assim, pois (após o verbo), por conseguinte, por
isso, diante disso (repare que as três últimas são locuções
Conclusiva
conjuntivas, ou seja, mais de uma palavra exerce o papel de
conjunção).
Explicativa Porque, que, porquanto, pois (antes do verbo).

Classificação e função das conjunções coordenativas

→ Conjunções aditivas: expressam soma. A conjunção permite que à primeira oração seja
acrescida uma informação.

Exemplos

Fui ao shopping e comi um sanduíche.

Ele não me agradece, nem eu lhe dou tempo (Botelho).

→ Conjunções adversativas: estabelecem uma oposição ou um contraste entre a ideia presente


na primeira oração e a que consta na segunda.

Exemplos

Gisele desistiu de comprar um automóvel, porém ela tem vontade de possuir um veículo.

As pessoas gostam de consumir, mas ninguém está comprando roupas atualmente.

Conjunções alternativas: denotam uma alternância de ideias. Também manifestam a exclusão


de um pensamento em prol da ascensão de um outro.

Exemplos

Seja trabalhador, seja estudante, todos merecem respeito.

Ora tem muito sono, ora tem insônia.

Independência ou morte! (D. Pedro I)

→ Conjunções conclusivas: estabelecem uma consequência em relação ao que consta na oração


anterior. Além disso, introduzem o sentido de fechamento de uma ideia.

Exemplos

Encontrei, pois, Alexandre, quando estive no parque Ibirapuera.

O prazo de entrega das atividades termina hoje, logo, conclua-as rapidamente.

→ Conjunções explicativas: apresentam um motivo, uma razão, ou seja, uma das frases justifica
o conteúdo da outra.

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A festa foi um desastre, pois a energia elétrica foi cortada.

A escolha da roupa foi equivocada, porque não foi compatível com a sugestão presente no
convite de casamento.

Veja também: Onde ou aonde?

Vários sentidos das conjunções coordenativas

Apesar de as conjunções coordenativas assumirem majoritariamente determinados sentidos,


elas podem revestir-se de outros significados, conforme o contexto no qual são inseridas. Veja,
a seguir, alguns casos que comprovam essa afirmação:

Trabalhou muito e não ganhou dinheiro.

(Oposição)

Construiu uma casa e mudou-se para lá.

(Consequência/conclusão)

O homem é bonito, e muito bonito!

(Explicação enfática)

E a Marlene, tem notícias dela?

(Situação/assunto)

Passou o pincel no rosto e maquiou-se com cores fortes.

(Finalidade)

Mas

A festa terá comida, mas em pouca quantidade.

(Restrição)

Mas e a casa? Terminou de reformá-la?

(Situação/assunto)

Estava faminto, mas bebia água para enganar a fome.

(Atenuação)

Brigou com a esposa, mas arrependeu-se e não voltou a atormentá-la.

(Retificação)

As conjunções coordenativas são elementos indispensáveis para a coesão e coerência.

As conjunções coordenativas são elementos indispensáveis para a coesão e coerência.

O que é conjunção?

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As conjunções são palavras que, assim como os advérbios e preposições, fazem parte de uma
classe, conforme os linguistas nomearam, heterogênea, tendo em vista a diversidade de funções
e formas que elas desempenham. Além disso, todas têm em comum o fato de serem palavras
tidas como invariáveis, ou seja, mantêm as suas estruturas fonéticas (sons) e gráficas (escrita)
intactas, já que não se modificam para adequar-se ao gênero, número, grau, pessoa e tempo.

Dada a presença dessas características tanto nas conjunções quanto nas preposições e nos
advérbios, é necessário conceituar o primeiro caso, permitindo que ele se diferencie dos demais.
Assim, conjunção é um vocábulo que estabelece uma conexão entre orações ou entre palavras,
desde que elas estejam na mesma oração e exerçam funções sintáticas iguais.

As conjunções podem ser divididas em: subordinativas, as quais conectam duas orações, sendo
que uma delas é fundamental para a construção do sentido completo da outra; e coordenativas,
que ligam elementos independentes, ou seja, unem orações ou termos de idêntica função
gramatical detentores de sentido completo.

Conjunções subordinativas
As conjunções subordinativas são palavras invariáveis, cuja função é unir orações, pois uma
delas exerce o papel principal, e a outra, o papel de subordinada, ou seja, dependente da
primeira para a construção completa de seu sentido. Tendo em vista o tipo de ponte que essas
palavras constroem, pode-se diferenciá-las em integrantes e adverbiais.

As conjunções subordinativas integrantes iniciam sintagmas nominais, enquanto a as


conjunções adverbiais introduzem sintagmas adverbiais e podem ser classificadas como:

causais;

condicionais;

conformativas;

concessivas;

comparativas;

consecutivas;

proporcionais;

temporais;

finais.

Tipos de conjunções subordinativas

37
Conjunções mais recorrentes
Conjunções subordinativas

Causais Porque, pois, por isso que, uma vez que, já que, visto que, que, porquanto.
Condicionais Se, caso, salvo se, desde que, contanto que, dado que, a menos que, a não ser que.
Conformativas Conforme, segundo, como, consoante.
Por mais que, por menos que, apesar de que, embora, conquanto, mesmo que, ainda que, se
Concessivas
bem que.
Mais, menos, menor, maior, pior, melhor, seguidas de que ou do que. Qual depois de tal.
Comparativas
Quanto depois de tanto. Como, assim como, como se, bem como, que nem.
Tal, tão, tamanho, tanto (em uma oração, seguida pelo que em outra oração). De maneira que,
Consecutivas
de forma que, de sorte que, de modo que.
Proporcionais À proporção que, ao passo que, à medida que, à proporção que.
Depois que, até que, desde que, cada vez que, todas as vezes que, antes que, sempre que, logo
Temporais
que, mal, quando.
Finais A fim de que, para que.
Integrantes Que, se.

Classificação e função das conjunções subordinativas

→ Conjunções causais: iniciam a oração que expressa a razão de um determinado


acontecimento exposto em outra oração.

Exemplos

Reescreva este trecho da redação, pois está confuso.

Elaborei o projeto da minha casa, visto que sou engenheiro.

→ Conjunções condicionais: iniciam a oração que contém uma condição ou uma hipótese
relacionada a um acontecimento expresso em outra oração.

Exemplos

Se eu conseguir estudar toda a matéria, poderei sair.

Marina cometeu um erro, a menos que haja duas maneiras de fazer este tipo de bolo.

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→ Conjunções conformativas: introduzem uma oração que expressa uma concordância, uma
associação com o que está contido na outra oração.

Exemplos

Conforme Caetano Veloso canta, “Gente é pra brilhar. Não pra morrer de fome”.

Segundos dados do IBGE, o número de idosos deve dobrar até 2042.

→ Conjunções concessivas: introduzem uma oração na qual se percebe um fato diverso, mas
não capaz de anular o que foi estabelecido na outra oração. Há uma convivência entre as duas
informações.

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Exemplos

Apesar de a empresa estar em crise, ela mantém a carga horária dos funcionários.

Não sei sobre o que você está falando, embora imagine.

→ Conjunções comparativas: iniciam uma oração responsável por fazer um paralelo, uma
comparação com o que foi manifestado em outra oração.

Exemplos

Maria chegou à festa como um belo cisne chega ao lago.

Os estudos mostram uma incidência maior de cloreto de sódio nos alimentos industrializados.

João teve um desempenho melhor do que Cássio.

→ Conjunções consecutivas: apresentam uma consequência, um desdobramento de uma


informação presente numa outra oração.

Exemplos

Os estudos presenciais foram paralisados, de modo que os alunos tiveram um prejuízo no


andamento da matéria.

A violência dos ladrões foi tamanha que levou a mulher a ter um infarto.

→ Conjunções proporcionais: introduzem uma oração, cujos acontecimentos são simultâneos,


concomitantes, ou seja, ocorrem no mesmo espaço temporal daqueles contidos na outra
oração.

Exemplos

À medida que a família cresceu, as despesas aumentaram.

O curso de Medicina continua atraindo muitas pessoas, ao passo que a maioria delas não sabe
sobre as dificuldades enfrentadas pelos médicos.

→ Conjunções temporais: iniciam uma oração que expressa circunstância de tempo.

Exemplos

Quando fui à igreja, encontrei a Chiquinha.

Antes que a noite surja, a roupa precisa secar.

→ Conjunções finais: introduzem uma oração que expõe a finalidade, o objetivo de uma ação
presente numa outra oração.

Exemplos

Victor, faça a tarefa de casa para que a professora não chame a sua atenção.

Escovo os dentes a fim de manter a saúde bucal.

→ Conjunções integrantes: apresentam uma oração que figura como sujeito, objeto direto ou
indireto, predicativo, complemento nominal ou aposto de uma outra oração.

Exemplos

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Tive receio, percebi que tinha cometido um erro.

Veja se me compreende.

Veja também: Demais ou de mais?

Vários sentidos das conjunções

Mesmo que as conjunções subordinativas construam, na maioria das vezes, sentidos específicos,
elas são capazes de assumir outros significados de acordo com a situação na qual se encontram.
Observe, a seguir, alguns casos que exemplificam esse caráter mutável das conjunções
subordinativas:

Como

Maria cozinhava como a apresentadora da TV.

(Comparação)

Como era chato, ninguém veio a sua festa.

(Causa)

Como Fernando afirmou, temos que nos unir neste momento difícil.

(Conformidade)

Se não era muito inteligente, ainda assim conseguiu conquistar muitas coisas.

(Concessão)

Se continuar agindo assim, eu vou embora.

(Condição)

Se

Se não era muito inteligente, ainda assim conseguiu conquistar muitas coisas.

(Concessão)

Se continuar agindo assim, eu vou embora.

(Condição)

As conjunções subordinativas podem apresentar a função semelhante à dos advérbios.

As conjunções subordinativas podem apresentar a função semelhante à dos advérbios.

O que é conjunção?

As conjunções são palavras que, tais quais os advérbios e preposições, integram uma classe tida
como heterogênea, em razão da multiplicidade de formas e funções que exercem. Além disso,
destacam-se pelo fato de que compartilham com os advérbios e preposições a característica de
serem invariáveis, ou seja, de não se alterarem para moldarem-se ao gênero, pessoa, número,
tempo e grau de outros termos que estejam ao seu redor.

Tendo em vista que as classes citadas possuem algumas características iguais, é imprescindível
dizer o que, de fato, são as conjunções, de modo a distingui-las das demais. Assim, conjunção é

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um elemento gráfico, sonoro e semântico que estabelece uma união entre orações ou entre
palavras, desde que elas exerçam idênticas funções sintáticas e estejam na mesma oração.

As conjunções podem ser categorizadas como coordenativas, que conectam elementos


independentes, ou seja, ligam vocábulos de mesma função gramatical ou orações que
apresentem isoladamente uma completa significação. Também podem ser classificadas como
subordinativas, as quais conectam duas orações, sendo que uma delas é base para a composição
do sentido integral da outra.

As conjunções subordinativas ramificam-se, ainda, em integrantes e adverbiais. As primeiras


introduzem sintagmas nominais, ou seja, orações subordinadas, cujas combinações de palavras
têm por núcleo um nome. As segundas servem de ponte entre a oração principal e os sintagmas
adverbiais, que podem ser entendidos como o arranjo de termos que orbitam ao redor de uma
circunstância.

Dicas de coesão
A coesão e a coerência textual são sempre analisadas e tendem a ser elementos decisivos para
a qualidade de um texto. A coesão é a conexão harmoniosa das partes que compõem a estrutura
do texto. Nesse sentido, é um mecanismo linguístico para ligar os elementos dentro do texto.

Assim, para escrever um bom texto, seja uma resposta discursiva, um texto literário, jornalístico
ou uma redação de vestibular, é preciso garantir a coesão. Confira, então, 3 dicas fundamentais
para escrever com coesão.

1. Use conectores

Primeiramente, é indispensável fazer o bom uso dos conectores. Então, busque sempre articular
o seu texto com variados conectores. Além disso, tenha cuidado ao usar articuladores que
tenham carga semântica, pois eles direcionam o texto.

Os conectores podem ser diversos, assim, é possível empregar conjunções, advérbios e


pronomes para ligar orações e parágrafos. As preposições também têm papel importante, pois
têm função de conectores intraoracionais. Ou seja, podem ser usadas para conectar elementos
dentro da oração.

2. Evite ambiguidades

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Outra questão importante para manter o texto coeso é trabalhar a escrita de modo a evitar
ambiguidades. A ambiguidade pode gerar uma interpretação inadequada do conteúdo do texto.
Desse modo, é preciso ter atenção para não criar contextos que gerem confusão de sentidos.
Muitas vezes é melhor ser mais direto e se fazer claro do que tentar “enfeitar” o texto e
confundir o leitor.

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É possível evitar a ambiguidade com o uso de conectores e com o emprego adequado das regras
de concordância. Além disso, reler o texto distanciando-se do lugar de escritor também ajuda a
identificar possíveis pontos de confusão de sentido para corrigi-los.

3. Tenha atenção aos parágrafos

Por fim, lembre-se que entre os parágrafos também é muito importante fazer uso dos
conectores. As ligações entre os parágrafos deve estar de acordo com o encadeamento lógico
das ideias expostas no texto. Desse modo, cuide para que os conectores garantam a
complementaridade de ideias e a progressão delas a cada bloco do seu texto.

Crase regra geral


A crase (`) serve para evitar a repetição a + a nas situações em que precisamos utilizar “a”, com
a função de vogal, juntamente com “a”, com a função de preposição (a + a = à).

A crase deve ser usada nos seguintes casos:

1. Antes de palavras femininas

Exemplo: Vou à padaria (a + a).

A crase serve para evitar que se escreva a a (vou a a padaria), porque quem vai, vai a algum lugar
e padaria é um substantivo feminino, então, antes dele colocamos um "a" = a padaria.

Agora, repare: Vou a o cabeleireiro = Vou ao cabeleireiro (a + o).

2. Na indicação de horas

Exemplo: A aula começa às 8h.

Usamos crase quando se indica um horário, como no exemplo acima.

No entanto, quando falamos em horas contadas, não usamos crase. Por exemplo: As duas horas
de aula pareciam não ter fim.

A crase também não é usada se antes das horas estiverem as preposições após, desde, entre,
para. Por exemplo: Venha após as 14h.

3. Nas locuções prepositivas e conjuntivas femininas

Exemplos:

Às custas dela, ficou de castigo.

Chorava de rir à medida que falava.

São locuções prepositivas: à(s) custa(s) de, à exceção de, à mercê de, à proporção de, à volta de,
às expensas de.

São locuções conjuntivas: à medida que, à proporção que.

4. Com os pronomes aquele, aquela, aquilo, quando eles fazem contração com a preposição “a”

Exemplo: Não empreste dinheiro àquela pessoa (a + aquela).

Essa contração serve para evitar a repetição a aquela (Não empreste dinheiro àquela pessoa.).

42
Diferenças entre à e há
A dúvida no uso de a, á, à, há e ah surge porque todas essas formas são pronunciadas de igual
maneira. Apesar disso, apresentam sentidos distintos, devendo ser usadas em situações
diferentes.

A: A mãe foi a pé.

Á: A água está fria.

À: Hoje à noite iremos à praia.

Há: Há quantos anos não te via!

Ah: Ah! Que notícia maravilhosa!

Quando usar a?

A vogal a, quando escrita isoladamente e sem acento, indica principalmente um artigo definido
ou uma preposição.

Enquanto artigo, o a determina um substantivo feminino:

a mãe;

a amiga;

a despedida;

a bola;

a verdade;

a escolhida;

Enquanto preposição, estabelece diversas relações de sentido, como direção, distância, modo,
tempo, espaço, entre outros:

a todos;

a Deus;

a prazo;

a pé;

a partir de:

a fim de;

Quando usar á?

A vogal a acentuada com acento agudo é usada apenas em palavras, para marcar a sua sílaba
tônica. Nunca deverá ser escrita isoladamente:

água;

águia;

árvore;

43
sabiá;

sinhá.

lápis;

fácil;

Quando usar à?

Quando a vogal a é escrita com acento grave (à) indica que ocorre crase, ou seja, que ocorre a
contração de duas vogais idênticas. A contração mais comum é a da preposição a com o artigo
definido feminino a. Assim, a contração à nunca é utilizada antes de uma palavra masculina ou
de uma palavra que não se determina, como um verbo.

É usada em diversas expressões adverbiais, locuções prepositivas e locuções conjuntivas:

à tarde;

à esquerda;

às vezes;

à vista;

à exceção de;

à custa de;

à medida que;

É também usada em verbos cuja regência é feita com a preposição a e há um objeto indireto
determinado com um artigo:

ir à praça brincar;

agradecer à amiga;

sujeitar-se às birras da filha;

referir-se à mudança de opinião;

pertencer à classe trabalhadora;

Usa-se ainda a contração à (ou a forma no plural às) na indicação exata e determinada de horas:

à meia-noite;

à uma da tarde;

às quatro da tarde;

às 17h;

às 20h;

À utiliza-se apenas isoladamente, no singular (à) ou no plural (às), e nas seguintes palavras:

àquele;

44
àqueles;

àquela;

àquelas;

àquilo;

àqueloutro;

àqueloutros;

àqueloutra;

àqueloutras.

Quando usar há?

Há é a forma conjugada do verbo haver na 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo. É


usada quando o verbo haver atua como um verbo impessoal, sem sujeito, devendo, assim, ser
conjugado sempre na 3.ª pessoa do singular.

Isso ocorre quando o verbo haver tem sentido de existir:

Há comida na geladeira.

Há uma festa na rua.

Há carros estacionados na calçada.

Há amizades que duram para sempre.

Ocorre também quando o verbo haver indica tempo passado, sendo sinônimo de faz ou tem:

Há quanto tempo!

Há muitos anos que não te via.

Estou esperando há vinte minutos.

Já sou veterinária há quatro anos.

Quando usar ah?

Ah é uma interjeição, ou seja, é uma palavra usada para expressar sensações e emoções,
transmitindo um determinado estado de espírito.

A interjeição ah é muito usada pelos falantes. Pode transmitir alegria, admiração, alívio, dor,
tristeza, indignação,...

Ah! Que bom que está tudo bem!

Ah, quase me esqueci de te dar um recado.

Ah! Que fantástico!

Ah! Tenha mais cuidado, está doendo!

Ah... esqueci do nosso compromisso...

45
Concordância Nominal
Concordância nominal é a relação entre palavras que garante que os substantivos concordem
com artigos, adjetivos, pronomes e numerais.

Exemplo: Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca.

Neste exemplo, o pronome "estas", o numeral "três" e o adjetivo "maravilhosas" concordam


com o substantivo "obras", que é um substantivo feminino e está no plural.

Regras de concordância nominal

1. Concordância entre substantivo e um adjetivo

O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:

Que pintura bonita!

As frutas estão deliciosas.

Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais
próximo. Exemplo:

Que bonita pintura e poema!

Que bonito poema e pintura!

Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural. Exemplo:

Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição dos grandes Roberto Carlos e Erasmo
Carlos em homenagem a Caetano Veloso.

As encantadoras Clarice e Cecília Meireles pertencem ao Modernismo.

Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve
concordar com aquele que está mais próximo ou com todos eles. Exemplos:

Que pintura e poema bonito!

Que poema e pintura bonita!

Que pintura e poema bonitos!

Que poema e pintura bonitos!

2. Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo

Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser
feita das seguintes formas:

Colocando o artigo antes do último adjetivo. Exemplo:

Adoro a comida italiana e a chinesa.

Conhece a literatura brasileira e a inglesa.

Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural. Exemplo:

Adoro as comidas italiana e chinesa.

46
Conhece as literaturas brasileira e inglesa.

3. Concordância entre números ordinais

Nos casos em que há números ordinais ANTES do substantivo, o substantivo pode ser usado
tanto no singular como no plural. Exemplos:

A segunda e a terceira casa.

A segunda e a terceira casas.

Nos casos em que há números ordinais DEPOIS do substantivo, o substantivo deve ser usado no
plural. Exemplo:

As casas segunda e terceira.

Os lugares primeiro e segundo.

4. Concordância entre expressões

Abaixo, explicamos a concordância entre as expressões que trazem mais dúvidas: anexo,
bastante, meio, menos. é proibido, é bom, é necessário.

Anexo

A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos:

Segue anexo o recibo.

Segue anexa a fatura.

Mas, a expressão "em anexo" não varia. Exemplos:

Segue em anexo o recibo.

Segue em anexo a fatura.

Bastante(s)

Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve concordar em gênero e número
com o substantivo. Exemplos:

Recebemos bastantes telefonemas.

Venderam bastantes produtos.

Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia. Exemplos:

Eles cantam bastante bem.

Fomos bastante amigos.

Meio

Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em gênero e número com o
substantivo. Exemplos:

Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo.

Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo.

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Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia. Exemplos:

Ele é meio maluco.

Ela é meio maluca.

Menos

A palavra "menos" não varia. Exemplos:

Hoje, tenho menos alunos.

Hoje, tenho menos alunas.

Tirinha com exemplo de erro de concordância nominal

É proibido, é bom, é necessário

As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser que sejam acompanhadas
por determinantes que as modifiquem. Exemplos:

É proibido entrada.

É proibida a entrada.

Verdura é bom.

A verdura é boa.

Paciência é necessário.

A paciência é necessária.

Concordância Verbal Sujeito simples


"A concordância verbal refere-se à relação de dependência estabelecida entre um termo e outro
mediante um contexto oracional. Os agentes principais desse processo são representados pelo
sujeito, que funciona como subordinante; e o verbo, o qual desempenha a função de
subordinado.

Dessa forma, temos que a concordância verbal caracteriza-se pela adaptação do verbo
aos quesitos “número e pessoa” em relação ao sujeito. Exemplificando, temos:

O aluno chegou atrasado.

Nesse caso, o verbo apresenta-se na terceira pessoa do singular, pois faz referência a um sujeito,
assim também expresso (ele).

Como poderíamos também dizer: os alunos chegaram atrasados.

Esse, portanto, é o princípio básico da concordância verbal. Observe agora os casos de sujeito
simples e sujeito composto:

Casos referentes a sujeito simples:

1) Em caso de sujeito simples, o verbo concorda com o núcleo em número e pessoa:

O aluno chegou atrasado.

48
2) Nos casos referentes a sujeito representado por substantivo coletivo, o verbo permanece na
terceira pessoa do singular:

A multidão, apavorada, saiu aos gritos.

Observação:

- No caso de o coletivo aparecer seguido de adjunto adnominal no plural, o verbo permanecerá


no singular ou poderá ir para o plural:

Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.

Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.

3) Quando o sujeito é representado por expressões partitivas, representadas por “a maioria de


a maior parte de a metade de uma porção de, entre outras”, o verbo tanto pode concordar com
o núcleo dessas expressões quanto com o substantivo que a segue:

A maioria dos alunos resolveu ficar.

A maioria dos alunos resolveram ficar.

4) No caso de o sujeito ser representado por expressões aproximativas, representadas por


“cerca de, perto de”, o verbo concorda com o substantivo determinado por elas:

Cerca de vinte candidatos se inscreveram no concurso de piadas.

5) Em casos em que o sujeito é representado pela expressão “mais de um”, o verbo permanece
no singular:

Mais de um candidato se inscreveu no concurso de piadas.

Observação: no caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que


exprime reciprocidade, o verbo, necessariamente, deverá permanecer no plural:

Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram na campanha de doação de alimentos.

Mais de um formando se abraçaram durante as solenidades de formatura.

6) Quando o sujeito for composto da expressão “um dos que”, o verbo permanecerá no plural:

Esse jogador foi um dos que atuaram na Copa América.

7) Em casos relativos à concordância com locuções pronominais, representadas por “algum de


nós, qual de vós, quais de vós, alguns de nós”, entre outras, faz-se necessário nos atermos a
duas questões básicas:

No caso de o primeiro pronome estar expresso no plural, o verbo poderá com ele concordar,
como poderá também concordar com o pronome pessoal:

Alguns de nós o receberemos. / Alguns de nós o receberão.

Quando o primeiro pronome da locução estiver expresso no singular, o verbo permanecerá,


também, no singular:

Algum de nós o receberá.

49
8) No caso de o sujeito aparecer representado pelo pronome “quem”, o verbo permanecerá na
terceira pessoa do singular ou poderá concordar com o antecedente desse pronome:

Fomos nós quem contou toda a verdade para ela. / Fomos nós quem contamos toda a verdade
para ela.

9) Em casos nos quais o sujeito aparece realçado pela palavra “que”, o verbo deverá concordar
com o termo que antecede essa palavra:

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Nesta empresa somos nós que tomamos as decisões. / Em casa sou eu que decido tudo.

10) No caso de o sujeito aparecer representado por expressões que indicam porcentagens, o
verbo concordará com o numeral ou com o substantivo a que se refere essa porcentagem:

50% dos funcionários aprovaram a decisão da diretoria. / 50% do eleitorado apoiou a decisão.

Observações:

- Caso o verbo aparecer anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com o
numeral:

Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.

- Em casos relativos a 1%, o verbo permanecerá no singular:

1% dos funcionários não aprovou a decisão da diretoria.

- Em casos em que o numeral estiver acompanhado de determinantes no plural, o verbo


permanecerá no plural:

Os 50% dos funcionários apoiaram a decisão da diretoria.

11) Nos casos em que o sujeito estiver representado por pronomes de tratamento, o verbo
deverá ser empregado na terceira pessoa do singular ou do plural:

Vossas Majestades gostaram das homenagens.

Vossa Majestade agradeceu o convite.

12) Casos relativos a sujeito representado por substantivo próprio no plural encontram-se
relacionados a alguns aspectos que os determinam:

Diante de nomes de obras no plural, seguidos do verbo ser, este permanece no singular,
contanto que o predicativo também esteja no singular:

Memórias póstumas de Brás Cubas é uma criação de Machado de Assis.

Nos casos de artigo expresso no plural, o verbo também permanece no plural:

Os Estados Unidos são uma potência mundial.

Casos em que o artigo figura no singular ou em que ele nem aparece, o verbo permanece no
singular:

Estados Unidos é uma potência mundial.

Casos referentes a sujeito composto:

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1) Nos casos relativos a sujeito composto de pessoas gramaticais diferentes, o verbo deverá ir
para o plural, estando relacionado a dois pressupostos básicos:

- Quando houver a 1ª pessoa, esta prevalecerá sobre as demais:

Eu, tu e ele faremos um lindo passeio.

- Quando houver a 2ª pessoa, o verbo poderá flexionar na 2ª ou na 3ª pessoa:

Tu e ele sois primos.

Tu e ele são primos.

2) Nos casos em que o sujeito composto aparecer anteposto ao verbo, este permanecerá no
plural:

O pai e seus dois filhos compareceram ao evento.

3) No caso em que o sujeito aparecer posposto ao verbo, este poderá concordar com o núcleo
mais próximo ou permanecer no plural:

Compareceram ao evento o pai e seus dois filhos.

Compareceu ao evento o pai e seus dois filhos.

4) Nos casos relacionados a sujeito simples, porém com mais de um núcleo, o verbo deverá
permanecer no singular:

Meu esposo e grande companheiro merece toda a felicidade do mundo.

5) Casos relativos a sujeito composto de palavras sinônimas ou ordenado por elementos em


gradação, o verbo poderá permanecer no singular ou ir para o plural:

Minha vitória, minha conquista, minha premiação são frutos de meu esforço. / Minha vitória,
minha conquista, minha premiação é fruto de meu esforço.

Eis que você estabeleceu familiaridade com os casos referentes a ambas as particularidades.
Assim, no intuito de dar prosseguimento aos seus estudos, você poderá conferir outros casos
por meio do texto "Concordância verbal"."

Concordância verbal sujeito composto


"Na concordância verbal temos alguns casos que podem gerar dúvidas quanto ao sujeito
composto e a correta conjugação do verbo.

Os casos especiais do sujeito composto:

a) Quando o sujeito composto estiver antes do verbo, esse último ficará no plural.

Exemplo: Paola e Pedro gostaram do seu interesse em vender a casa.

b) Quando o sujeito vier depois do verbo, esse último ficará no plural ou com o núcleo do sujeito
que estiver mais próximo ao verbo.

Exemplo: Dividiram a comida a mãe, os seus filhos e os amigos de seus filhos.

Dividiu a comida a mãe, os seus filhos e os amigos de seus filhos.

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c) Quando os núcleos do sujeito constituírem uma gradação, o verbo fica no singular.

Exemplo: O sorriso, a paz, a felicidade fez com que me sentisse muito bem hoje.

d) Quando um pronome indefinido (tudo, nada, ninguém, alguém) resumir os núcleos do sujeito,
o verbo fica no singular.

Exemplo: As tribulações, o sofrimento, as tristezas, nada nos separa de quem nos ama e amamos
de verdade.

e) Quando o sujeito composto vier ligado por ou:

• Ou com sentido de exclusão, o verbo fica no singular.

Exemplo: Paola ou Pedro virá aqui em casa hoje.

• Ou com sentido de adição, o verbo fica no plural.

Exemplo: O ingresso ou o ticket são aceitos aqui.

• Ou com sentido de retificação, o verbo concorda com o núcleo mais próximo.

Exemplo: O professor titular ou os professores concordaram com essa decisão.

f) Quando o sujeito for representado pela expressão “um e outro”, o verbo concorda ou no
singular, ou no plural.

Exemplo: Um e outro aluno fez (fizeram) o trabalho manuscrito.

g) Quando o sujeito for representado por uma das expressões “um ou outro”; “nem um nem
outro”, o verbo fica no singular.

Exemplo: Nem um nem outro fez o trabalho manuscrito.

h) Quando o sujeito for formado por infinitivos, o verbo fica no singular. Caso os infinitivos sejam
antônimos, o verbo concorda no plural.

Exemplos: Fumar e beber não traz benefícios ao organismo.

Subir e descer escadas são ações que todos deveríamos praticar mais.

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i) Quando o sujeito composto for ligado por com, o verbo fica ou no singular ou no plural,
dependerá da ênfase que se quer dar: ou a algum dos núcleos do sujeito ou aos dois.

Exemplo: O prefeito com seus assessores fizeram uma boa campanha.

O prefeito, com seus assessores, fez uma boa campanha.

j) Quando o sujeito apresentar as expressões “nem...nem”, “tanto...como”, “assim...como”,


“não só...mas também”, o verbo geralmente vai para o plural.

Exemplo: Não só o uso de drogas, mas também a companhia errada trazem prejuízos
irreversíveis ao indivíduo.

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k) Quando os núcleos do sujeito são representados por pronomes pessoais do caso reto, o verbo
fica no plural.

1. Eu, tu e ele vamos hoje ao dentista. (nós – plural)

2. Tu e ela ireis ficar bem até o final da manhã. (vós – plural)

3. Ela e ele estudam mais do que o necessário por dia. (eles – plural)"

E-mail
O E-mail ou Mensagem Eletrônica é um gênero textual epistolar do meio eletrônico muito
explorado na atualidade.

Do inglês, o termo “e-mail” corresponde a abreviação de “eletronic mail”.

Características do e-mail

O e-mail substitui, em partes, as antigas cartas, enviadas pela agência de correios. Ainda que
tenha se proliferado de uma maneira muito marcante, as cartas ainda fazem parte do mundo
atual.

No entanto, torna-se indiscutível a importância do e-mail como suporte e veículo de


comunicação moderno.

Para que os e-mails sejam enviados, as pessoas o criam numa página específica chamada de
"provedor". Ou seja, as empresas destinadas a esses serviços, por exemplo, o yahoo, hotmail,
globomail, gmail, msn, dentre outras.

Para acessar a página de e-mail, é necessário que a pessoa crie uma senha (“password” em
inglês) que será identificada sempre que quiser entrar na página e verificar sua caixa de e-mail.
Esse sistema de segurança impede a invasão de privacidade.

Gênero Textual E-mail

Exemplo de Caixa de E-mail

A estrutura do endereço de e-mail é definida por nome@provedor.com.br onde o termo “com”


indica a palavra comercial e o “br” refere-se à sigla do país, no caso o Brasil. O símbolo @
(arroba) é essencial para que um endereço de e-mail seja identificado pelo sistema
computacional.

Comumente, acima do espaço destinado à mensagem aparece o destinatário “Para” (“to” em


inglês), que pode ser para uma ou para várias pessoas.

Já na linha abaixo, surge o assunto (“subject” em inglês) do e-mail. Para que ele seja enviado há
uma caixa abaixo com a palavra “enviar” (ou “send” se estiver em inglês).

Além disso, existem dois campos de preenchimento opcionais abaixo do “Para”. Eles são
observados pelas siglas “Cc” (com cópia) e Cco (com cópia oculta). No primeiro caso, pode ser
inserido outro (s) endereço (s) de e-mail (s) onde as pessoas que o recebem conseguem
visualizar para quem ele foi enviado.

Por sua vez, o campo “Cco” indica que a mensagem será enviada com cópia para outros e-mails.
No entanto, as pessoas que o recebem não conseguem visualizar os outros receptores
(remetentes).

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De maneira automática, a data e hora são enviadas com a mensagem. Assim, o usuário não
precisa preencher esses campos ou mesmo indicar acima, como ocorre nas cartas.

Tudo fica gravado no sistema e ainda separados por pastas, por exemplo, os e-mails recebidos
(entrada), enviados, importantes, rascunhos e lixeira. O próprio utilizador pode criar pastas e
organizar as informações da maneira que preferir.

Com o endereço de e-mail, você pode enviar uma mensagem e ainda arquivos em anexo (fotos,
documentos, imagens, vídeos, etc.) em tempo real, sem custo e de maneira eficaz.

Embora seja bastante usado no âmbito pessoal, os e-mails são utilizados largamente por
empresas, instituições, associações, entre outros.

Dependendo da proximidade entre o emissor (remetente) e o receptor (destinatário), a


linguagem utilizada pode ser formal ou informal.

Tal qual as cartas, o e-mail pode ter no final do corpo da mensagem um pós-escrito (sigla P.S.)
que indica informações ou observações que o emissor gostaria de acrescentar. Geralmente, os
e-mails são textos curtos e objetivos e além de seguir uma estrutura parecida com a carta,
podem ser comparados com os bilhetes.

Saiba mais sobre a Arroba (@): significado e símbolo

Estrutura do e-mail e exemplos

A estrutura de produção dos e-mails assemelha-se a das cartas, a saber:

Assunto

Representa o tema do e-mail preenchido na caixa de diálogo que aparece acima do corpo da
mensagem.

Ele é chamado de assunto ("subject" em inglês), por exemplo:

Nota da Prova, Currículo Lattes, Vaga de Emprego, etc.

Vocativo

Já no corpo da mensagem, coloca-se o nome do receptor, ou seja, para quem a mensagem está
sendo destinada, por exemplo:

“Caro Senhor Rodrigues”, numa linguagem mais formal; ou simplesmente o nome do amigo
“Carol” numa linguagem mais coloquial ou informal, que pode surgir de maneira abreviada.

Texto

No corpo de texto (ou corpo da mensagem) são colocadas as informações que o emissor quer
expressar segundo o assunto da mensagem.

Como exemplo, vamos sugerir uma mensagem com o tema “Vaga de Emprego”:

“Venho por meio desta afirmar meu interesse na vaga de Marketing oferecida pela Empresa
Risus. Para tanto, envio em anexo meu currículo para análise.

Desde já agradeço a atenção e aguardo retorno!” (linguagem formal).

Ou ainda um e-mail informal com o assunto “Babados da Festa”:

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“Quero saber como foi o desfecho da festa. Me conte todos os detalhes, por favorrrr!!! Mande
notícias quando puder.

P.S.: Você tem a prova de geografia comentada? Preciso entregar o exercício semana que vem.

Help Me Please!!!”

Despedida

Indica a finalização da mensagem com expressões de despedida como:

"Atenciosamente"' ou "Saudações" (linguagem formal);

"beijos grandes" ou "com carinho" (linguagem informal)

Assinatura

Ao final da mensagem, o emissor assina seu nome. Dependendo do teor da mensagem, a


linguagem deve ser mais formal, onde o emissor assina seu nome completo; ou informal, com
abreviações, nomes no diminutivo, apelido, etc.

Ata
A ata é um instrumento utilizado para que empresas, instituições, congressos, ONG, entre
outros, possam fazer um registro expositivo de fatos e decisões tomadas em uma reunião,
assembleia ou sessão.

Ela é um documento de grande importância porque é responsável por registrar todas as


informações e decisões tomadas, servindo para consulta sempre que necessário. O documento
precisa ter a anuência de todos os participantes e, sendo assim, ele é assinado por todos os que
estão presentes.

A ata possui alguns mecanismos para evitar fraudes, como não deixar espaços em branco para
que informações sejam preenchidas e não escrever números em algarismos arábicos ou
romanos. Em caso de erros, não se pode rasurar, mas existem algumas recomendações
específicas a serem tomadas que explicaremos mais adiante.

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Como fazer uma ata de reunião?

A ata possui uma forma fixa, isto é, ela não admite abertura de parágrafo. Essa medida é utilizada
para evitar que a ata possa ser alterada ou falsificada. Ela também precisa conter dados sobre a
data e o local da reunião.

Na ata, evita-se a utilização de algarismos arábicos ou romanos devido à facilidade em alterá-


los. Dessa forma, os números são expressos por extenso. Assim, ela pode ser classificada em ata
de reunião formal e ata de reunião informal.

Ata de reunião formal

É extremamente formal e deve ser assinada por todos os integrantes e registrada em cartório
como um documento oficial. Possui cinco partes:

1) Abertura: consta data, local, horário e nome da instituição.

2) Legalidade: autenticação de legalidade da reunião, de acordo com os devidos estatutos.

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3) Expediente registro informativo: apresentação dos nomes presentes e ausentes e devidas
justificativas, caso hajam.

4) Ordem do dia: é o corpo do texto propriamente dito com todas as discussões a serem feitas
ou mesmo as decisões tomadas durante a reunião.

5) Encerramento e desfecho: feitos após o registro de todos os acontecimentos.

Ata de reunião informal

Ela é informal e tem como característica o registro das informações consideradas mais
relevantes ou importantes durante a reunião. Seus principais tópicos são:

1) Abertura: assim como na ata formal, essa parte é reservada para informações como a data, o
local, o horário e o nome da instituição.

2) Participantes e seus cargos: registro da situação de cada participante na reunião.

3) Discussão: exposição dos principais assuntos abordados na reunião.

4) Fecho: encerramento da reunião com as decisões tomadas ou a serem tomadas.

Leia também: Redigindo corretamente uma declaração

Exemplos de ata

ATA

Às 10h15, do dia 24 de maio de 2004, na Sala de Reunião do Cedi, a Sra. Maria da Silva, Diretora
da Coordenação, deu início aos trabalhos com a leitura da ata da reunião anterior, que foi
aprovada, sem alterações. Em prosseguimento, apresentou a pauta da reunião, com a inclusão
do item “Projetos Concluídos”, sendo aprovada sem o acréscimo de novos itens. Tomou a
palavra o Sr. José da Silva, Chefe da Seção de Marketing, que apresentou um breve relato das
atividades desenvolvidas no trimestre, incluindo o lançamento dos novos produtos. Em seguida,
o Sr. Mário dos Santos, Chefe da Tipografia, ressaltou que nos últimos meses os trabalhos
enviados para publicação estavam de acordo com as normas estabelecidas, parabenizando a
todos pelos resultados alcançados. Com relação aos projetos concluídos, a Diretora esclareceu
que todos mantiveram-se dentro do cronograma de trabalho preestabelecido e que serão
encaminhados à Gráfica na próxima semana. Às 11h45 a Diretora encerrou os trabalhos, antes
convocando reunião para o dia 2 de junho, quarta-feira, às 10 horas, no mesmo local. Nada mais
havendo a tratar, a reunião foi encerrada, e eu, Ana de Souza, lavrei a presente ata que vai
assinada por mim e pela Diretora.

Diretora

Secretária

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Ofício
Em manuais anteriores, havia três tipos de expedientes, os quais se diferenciavam pela sua
finalidade, sendo eles: aviso, o qual era expedido apenas pelos Ministros de Estado para
autoridades de mesma hierarquia; ofício, utilizado pelas demais autoridades; além do
memorando, o qual era expedido entre unidades administrativas de um mesmo órgão.

Entretanto, a última revisão do Manual de Redação da Presidência trouxe uma uniformização,


havendo agora apenas o chamado Padrão Ofício, em substituição às três formas anteriores.

Desse modo, selecionamos um documento oficial presente no próprio Manual de Redação, com
o intuito de analisar as diferentes partes do Padrão Ofício, bem como a sua formatação e
apresentação:

1 – Cabeçalho

O cabeçalho é utilizado apenas na primeira página de cada documento, centralizado, com o


brasão de Armas da República na parte superior da página, juntamente com o nome do órgão
oficial e de órgãos secundários, caso precise.

2 – Identificação do expediente

Os documentos oficiais devem possuir identificação, sendo necessário a presença do nome do


documento, o qual é formado pelo nome do expediente, pela abreviatura Nº, além do número,
ano e a sigla usual do setor que está expedindo, sendo estes últimos separados por uma barra
(/). Tudo isso alinhado à margem esquerda da página.

3 – Local e data

Alinhados à margem direita da página, é necessário informar a cidade em que está sendo
expedido o documento, sem nenhuma menção sobre o estado, além de informar a data do
documento.

4- Endereçamento

Nesta parte haverá a informação de quem receberá o documento. Desse modo, é necessário a
presença de alguns dados do destinatário, como o vocativo correto, o seu nome, cargo e
endereço. Sendo estas informações alinhadas à esquerda da página.

5 – Assunto

O assunto deve dar uma ideia geral do conteúdo do documento, de forma sucinta.

6- Texto do documento

Em um documento oficial, é necessário que a sua estrutura contenha introdução, apresentando


o objetivo do documento; o desenvolvimento, onde o assunto será detalhado; bem como uma
conclusão, de modo a afirmar a posição sobre o assunto.

7 – Fechos

Os fechos de comunicações oficiais objetivas são utilizados para saudar o destinatário, além de
arrematar o texto. É utilizado o termo “Respeitosamente” para autoridades de hierarquia
superior e “Atenciosamente” para hierarquia inferior e demais casos.

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8 – Identificação do signatário

Salvo as comunicações assinadas pelo Presidente da República, todos os ofícios devem conter o
signatário, ou seja, a identificação do remetente, com o seu nome e cargo ocupado. Seu
alinhamento é centralizado.

Além disso, a partir da segunda página, é necessário haver numeração.

A formatação do documento está grafada no ofício acima, com o distanciamento necessário


entre as bordas e alguns elementos do documento.

Tipos de Documentos

Variações dos documentos oficiais

Os documentos oficiais possuem algumas variações, a depender no número de remetentes e/ou


destinatários:

Circular: documento enviado por um órgão a mais de um órgão receptor;

Conjunto: documento enviado por mais de um órgão, conjuntamente, a apenas um órgão


destinatário.

Conjunto Circular: quando mais de um órgão envia o mesmo expediente para mais de um órgão
destinatário.

Exposição de Motivos

A exposição de motivos é um documento oficial enviado por um Ministro de Estado ao


Presidente ou Vice Presidente da República. Ele pode ser expedido para propor alguma medida,
submeter projeto de ato normativo para consideração, além de ser utilizado como informativo
de determinado assunto.

FIQUE ATENTO: Este tipo de expediente é a principal modalidade de comunicação oficial dirigida
pelos ministros ao Presidente da República, sendo que, em alguns casos, é possível o
encaminhamento de uma cópia aos demais Poderes da União (Poder Legislativo e Judiciário).

A sua estrutura deve obedecer, obrigatoriamente, a algumas regras. Por exemplo, é importante
apontar, já na introdução, o problema ou tema principal, detalhar o assunto no
desenvolvimento, além de propor a medida a ser tomada na conclusão.

FIQUE SABENDO: No seu endereçamento pode ser utilizado apenas o pronome de tratamento,
sem o nome e o cargo do receptor. Além disso, não há o campo de assunto.

Atualmente, com a evolução tecnológica, foi criado um sistema de comunicação eletrônica entre
os Ministérios e a Presidência da República, o qual é utilizado na elaboração, redação, alteração,
controle, tramitação, administração e gerência das exposições de motivos, sendo ele chamado
de Sistema de Geração e Tramitação de Documentos Oficiais (SIDOF).

Mensagem

A mensagem é utilizada apenas para a comunicação oficial entre os Chefes dos Três Poderes
Públicos. Desse modo, quando o Presidente da República, o Presidente do Congresso Nacional
e o Presidente do Supremo Tribunal Federal quiserem se comunicar de maneira oficial sobre
assuntos que sejam de interesse da Nação, será utilizada a mensagem.

58
Um exemplo é a mensagem que o Presidente da República pode enviar para o Congresso
Nacional durante a análise pelo Poder Legislativo do orçamento público anual, com o intuito de
alterar algum elemento das leis orçamentárias.

Além disso, o Poder Executivo pode enviar ao Legislativo, através da mensagem, propostas de
emenda constitucional ou projetos de lei, bem como a comunicação de veto ou de sanções de
leis, entre outras situações.

De maneira similar aos outros atos assinados pelo Presidente da República, a mensagem não
precisa conter a identificação do signatário.

Correio Eletrônico

Aqui está o meio de comunicação formal mais utilizado atualmente, não só na administração
pública, mas também no meio empresarial particular, devido ao seu baixo custo e celeridade.

É importante pontuar que, para que uma mensagem eletrônica via e-mail possua valor
documental, é necessário a presença de certificação digital, de modo a atestar a identificação
do remetente.

Mas não pense que as comunicações entre os órgãos da administração pública pela internet
podem ser realizadas de qualquer maneira. Apesar de haver uma maior flexibilidade ao redigir
um texto por e-mail em relação aos demais expedientes oficiais, é importante que algumas
orientações sobre sua estrutura sejam seguidas.

Assim, é recomendado que o seu assunto, preenchido no seu campo correspondente, seja o
mais claro e específico possível, de modo a indicar o tópico principal da mensagem. Além disso,
saudações iniciais e fechos devem ser utilizados, bem como a assinatura do e-mail, com o nome
completo do remetente, órgão, unidade e telefone. Por outro lado, não é necessário colocar o
local e a data da mensagem, sendo elas apresentadas pelo próprio sistema.

Introdução ao novo acordo


A Língua Portuguesa figura entre os idiomas mais falados no mundo, interligando-nos a vários
povos e, simultaneamente, separando-nos conforme alguns aspectos históricos e culturais de
cada povo. Por isto mesmo, com o decorrer do tempo, a Língua Portuguesa vem sofrendo
constantes mudanças, das quais, algumas serão abordadas neste artigo, mais especificamente,
o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado pelos países da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), para unificar as duas ortografias oficiais do português, uma
adotada pelo Brasil e outra, pelos demais países lusófonos.Este trabalho, depois de apresentar
uma retrospectiva dos acordos ortográficos do português, seguida da revisão da literatura sobre
a reforma ortográfica vigente, apresenta também alguns dos problemas e opiniões que
emergem com o Novo Acordo. Assim, a orientação teórico-metodológica está direcionada para
a questão ortográfica da língua, sem atenção para uma análise de considerações sobre
indefinições, incoerências ou incompletudes que o Novo Acordo possa oferecer.

ABSTRACT

Objective / methodology / reference / problem / completion

The Portuguese language among the languages spoken in the world, linking us to various people
and simultaneously separated us according to some historical and cultural aspects of each
nation. For this very reason, over time, the Portuguese language has undergone constant

59
change, of which some will be discussed in this article, more specifically, the New Orthographic
Agreement of the Portuguese language signed by the countries of the Community of Portuguese
Language Countries (CPLP ), to unify the two spellings of the Portuguese officers, one adopted
by Brazil and another, by other countries lusophone. This work, after presenting a retrospective
of the Portuguese spelling of the agreements, then the literature review on the current spelling
reform, it also and reviews some of the problems that emerge with the New Accord. Thus, the
theoretical and methodological guidance is directed for the spelling of the language question,
without attention to an analysis of considerations about vagueness, inconsistencies or
incompleteness that the New Accord may offer.to the issue of spelling language without
attention to an analysis of considerations about vagueness, inconsistencies or incompleteness
that the New Accord may offer.

2. INTRODUÇÃO

O Brasil possui grande extensão territorial e, conseqüentemente, apresenta uma gama de


falares bastante variável. Falares e formas expressivas da língua escrita estão em constantes
transformações não apenas no Brasil, mas em muitos outros países que têm a Língua Portuguesa
como instrumento oficial de comunicação.

Desde tempos remotos o sistema ortográfico passou por grandes mudanças, especialmente, na
tentativa de uniformizar os mecanismos de comunicação. Se é um fato a variação lingüística na
fala o seu registro ideal em termos da representação escrita é, também, um grande problema
para os países usuários do português, uma vez que as distinções vocabulares tendem por minar
as formas escritas desses vocábulos e, assim, oferecer certas dificuldades em termos operativos,
sobretudo quando de transações comerciais e/ou sistemáticas de comunicação internacional.

As mudanças e variações sempre existiram. São parte das línguas vivas. Mesmo assim,
estudiosos buscam uma maneira de unificar a escrita, melhorando-a para torná-la mais acessível
e lógica.

Seguindo esta linha, no ano de 2009, entrou em vigor o Novo Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa que visa a unificação da escrita nos países que adotam o Português como língua
oficial, respectivamente Portugal, São Tomé e Príncipe, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-
Bissau, Cabo Verde e Timor-Leste, países integrantes da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CLPL), cuja criação oficial data de 17 de julho de 1996 (SANTOS IN SARAIVA,
2001:17).

Entretanto percebemos que embora amplamente divulgado pela mídia, o conteúdo da nova
reforma ortográfica, bem como a Lei que a regulamenta, ainda é desconhecida ou ignorada
pelos usuários da língua, até mesmo no universo acadêmico. Desconhecemos os fatores que
possam servir de entrave aos ditames do que é exigido para o conhecimento das regras oficiais
implicadas na reforma ortográfica, mas inferimos ser um problema possível em matéria de
investigação sobre a língua.

Assim, este trabalho visa transpor a barreira existente entre o novo acordo e o público falante,
mais especificamente estudantes dos níveis fundamental, médio e superior.

O nosso trabalho monográfico não está ordenado em capítulos segmentados. Os segmentos


tópicos refletem a forma organizacional e constitutiva de laudas seqüenciais para o tratamento
do assunto.

60
Para efeito de desenvolvimento do nosso tema e para melhor determinar as nossas
considerações o texto aqui apresentado compreende, inicialmente, a exposição da
problemática, seguida de breve uma revisão da literatura sobre a reforma ortográfica.

Após uma breve fundamentação teórica, passaremos a tratar das referências de ordem do
acordo em função dos países que fazem parte da comunidade internacional de língua
portuguesa e sobre os principais problemas que o mesmo poderá estar fazendo aflorar.

Por fim, apresentaremos as nossas considerações finais tecidas com base no que estudamos ao
longo da vivência em termos operativos para a elaboração do presente estudo. Claro, não são
formulações conclusivas cabais, mas um modo de manifestar um ponto de vista bem pessoal
sobre o assunto.

3. O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

3.1. Problemática

Concordar com algo implica, grosso modo, a existência de uma questão divergente ou, ao
menos, problemática em termos de uniformização. Certamente, em termos do Novo Acordo
Ortográfico da Língua Portuguesa as mudanças estão ainda, em termos operativos, seguindo
caminhos bastante divergentes em termos de conhecimento e aceitação por parte dos usuários
da língua materna.

Quais as principais mudanças implantadas mediante o Novo Acordo Ortográfico? Qual o grau de
aceitação no universo estudantil e até que o ponto a sua aplicação é viável para o ensino de
Língua Portuguesa, são parte dos questionamentos que nos fazemos no momento de trabalhar
com a materialidade do Novo Acordo Ortográfico. Para tanto, traçamos os seguintes objetivos,
a saber:

3.2. Objetivos:

3.2.1. Geral:

Promover a socialização do conhecimento acerca das regras do Novo Acordo Ortográfico, bem
como da sua importância enquanto mecanismo de aproximação entre os países lusófonos.

3.2.2. Específicos:

-Identificar as principais mudanças na ortografia usada no Brasil;

-Apresentar opiniões de especialistas, professores e alunos a respeito do tema;

-Propagar entre os alunos a relevância da universalização da Língua Portuguesa;

-Contribuir para a divulgação das bases do novo acordo ortográfico nas instituições de ensino.

3.3. UM BREVE HISTÓRICO DOS ACORDOS ORTOGRÁFICOS

Em 1907, Medeiros e Albuquerque, membro da Academia Brasileira de Letras, propôs um


sistema de grafia simplificadora em termos fonográficos, que não alcançou adeptos nem obteve
êxito.

Mas os passos iniciais para a construção de um sistema ortográfico, com fundamentos


científicos, remontam em 1885, elaboradas pelos foneticistas Gonçalves Viana e Vasconcelos de
Abreu. As ideias deste livro foram melhoradas e orientaram a primeira reforma oficializada pelo
governo, em 1911, mas os brasileiros não participaram deste diálogo e só então em 1940 foram

61
elaborados os vocabulários ortográficos das duas academias, o português em 1940 e o brasileiro
em 1943. No entanto, houve divergências neste acordo que mais atendia a ortografia de
Portugal, e o Brasil decidiu ficar com as bases de seu vocabulário de 1943.

Depois dessa divergência, em 1945, no governo de Gaspar Dutra, o Decreto – lei nº 8286 de 05
de fevereiro de 1945 regulamentava o acordo ortográfico com a cisão dos dois sistemas oficiais,
o do Brasil de 1943 e o de Portugal, acompanhadas pelos africanos em 1945.

Os dois países procuravam buscar a unificação ortográfica da Língua Portuguesa, e em 1971


houve o primeiro Simpósio Luso-Brasileiro sobre a Língua Portuguesa que tinha como proposta
solucionar algumas divergências ortográficas: como o excesso do emprego do acento circunflexo
(êle, dêle, nêle), os tremas dos hiatos átonos (vaïdade, saüdade), entre outras divergências.

Finalmente, em maio de 1986, reúnem-se no Rio de Janeiro, na Academia Brasileira de Letras,


os representantes das sete instituições que tem a Língua Portuguesa como veículo oficial de
expressão, e mais os representantes governamentais, dando início aos trabalhos de que
resultaram as bases do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Mas o texto mereceu
emendas e correções que resultaram no documento preparado, em 1990, pela Academia das
Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e as demais delegações. O novo acordo de
1990 previa sua entrada em 1994, se todos os membros o assinassem, mas apenas Brasil,
Portugal e Cabo verde ratificaram o documento e sua entrada em vigor ficou pendente. Desde
1990 foram assinados vários protocolos para modificação do texto e para todas as assinaturas
dos países que falam o português. Mas foi em 2008, depois de 17 anos que foi estabelecida o
decreto nº 6583/08, publicada em 29 de setembro de 2008, que promulgou o Acordo
Ortográfico no Brasil. A mais Nova Reforma Ortográfica entrou em vigor em 1º de janeiro de
2009, pondo em prática as regras do decreto para todos os países falantes da Língua Portuguesa.

O DECRETO 6583/08- PROMULGAÇÃO DO NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA


PORTUGUESA

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e

Considerando que o Congresso Nacional aprovou, por meio do Decreto Legislativo no 54, de 18
de abril de 1995, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de
dezembro de 1990;

Considerando que o Governo brasileiro depositou o instrumento de ratificação do referido


Acordo junto ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da República Portuguesa, na qualidade de
depositário do ato, em 24 de junho de 1996;

Considerando que o Acordo entrou em vigor internacional em 1o de janeiro de 2007, inclusive


para o Brasil, no plano jurídico externo;

DECRETA:

Art. 1o O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, entre os Governos da República de Angola,


da República Federativa do Brasil, da República de Cabo Verde, da República de Guiné-Bissau,
da República de Moçambique, da República Portuguesa e da República Democrática de São
Tomé e Príncipe, de 16 de dezembro de 1990, apenso por cópia ao presente Decreto, será
executado e cumprido tão inteiramente como nele se contém.

Art. 2o O referido Acordo produzirá efeitos somente a partir de 1o de janeiro de 2009.

62
Parágrafo único. A implementação do Acordo obedecerá ao período de transição de 1o de
janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica
atualmente em vigor e a nova norma estabelecida.

Art. 3o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em
revisão do referido Acordo, assim como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do
art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional.

Art. 4o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação

Brasília, 29 de setembro de 2008; 187o da Independência e 120o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Celso Luiz Nunes Amorim

ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Considerando que o projeto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa aprovado em


Lisboa, em 12 de outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira
de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e
Príncipe, com a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui um passo importante
para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional,

Considerando que o texto do acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos
Países signatários,

a República Popular de Angola,

a República Federativa do Brasil,

a República de Cabo Verde,

a República da Guiné-Bissau,

a República de Moçambique,

a República Portuguesa,

e a República Democrática de São Tomé e Príncipe,

acordam no seguinte:

Artigo 1o

É aprovado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que consta como anexo I ao presente
instrumento de aprovação, sob a designação de Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990)
e vai acompanhado da respectiva nota explicativa, que consta como anexo II ao mesmo
instrumento de aprovação, sob a designação de Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa (1990).

Artigo 2o

Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências


necessárias com vista à elaboração, até 1 de janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfico

63
comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto
possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.

Artigo 3o

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1o de janeiro de 1994, após


depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da República
Portuguesa.

Artigo 4o

Os Estados signatários adotarão as medidas que entenderem adequadas ao efetivo respeito da


data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3o.

Em fé do que, os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, aprovam o presente


acordo, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igualmente autênticos.

Assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990.

4. REVISÃO DA LITERATURA

4.1. O Novo Acordo Ortográfico

O texto sobre o Novo Acordo Ortográfico prevê a padronização da grafia das palavras entre os
países de Língua Portuguesa: Brasil, Portugal, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Angola,
Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste. Todos estes, antigas colônias de Lisboa.

De início, é necessário compreender que a integração e a unidade política e econômica dos


países que compõem a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CLPL) se dá por meio da
língua oficializada que, simultaneamente, ressalta a unidade lingüística servindo também como
espaço de diversidade, permitindo que as comunidades linguísticas se expressem de modo
singular.

Nesse aspecto, Saraiva afirma que:

(...) qualquer prática de línguas deverá trabalhar a unidade e a diversidade. Não se trata de pólos
de contradição, mas de eixos de transição. A unidade é uma razão do Estado e a diversidade
ou variedade é a matéria lingüística própria da comunidade, pois reflete a língua em uso, ou
seja, as linguagens verbais, por meio das quais os indivíduos se comunicam. A unidade é
resguardada pelo padrão oficializado em um modelo de gramática e a variedade se faz
representar nas diversas gramáticas práticas e pragmáticas de um Estado lingüístico
(FAULSTICH, In.: SARAIVA, 2001, p.107).

Para Enilde Faulstich, diretora do Departamento de Linguística, Línguas Clássicas e Vernácula da


Universidade de Brasília, a unificação da escrita nos países da CLPL beneficiará tanto o ensino
quanto a aprendizagem do português. De acordo com Faulstich,“O Acordo é uma simplificação,
aliviando as palavras de acentos e consoantes que não se lêem. Não mexe com a língua falada,
porque a ortografia é apenas um código, sobre o qual os governos podem legislar” (idem).

Em outras palavras, compreende-se que os padrões da escrita resultam de um conjunto de


convenções que estabelecem as regras para a grafia correta das palavras, conforme nos
reafirma Irandé Antunes, “a escrita, enquanto sistema de codificação, é regida por convenções
ortográficas, oficialmente impostas” (ANTUNES, 2003, p.60).

64
Em vista disso, observa-se que o tema gerou certa polêmica. No âmbito estudantil as discussões
em torno da aceitação (ou não) do Acordo Ortográfico consideram principalmente a adaptação
às novas regras gramaticais.

A propósito, em pesquisa realizada, colhemos depoimentos de professores e alunos que opinam


sobre a questão. Vejamos o que alguns dos alunos responderam quando questionados sobre o
ensino-aprendizagem das regras do Novo Acordo:

“Acredito que esse acordo irá dificultar o processo de ensino-aprendizagem, uma vez que os
alunos já estão adaptados com a gramática antiga”.

“O Novo Acordo facilita para as crianças que estão iniciando o ensino-aprendizagem, mas para
nós que já temos conhecimento sobre a língua causa uma certa confusão”

“Facilita sim, o problema é que as pessoas não entendiam as regras do Acordo anterior”

“Sim facilita, pois a retirada do acento de algumas palavras diminuirá as dificuldades na Língua
Portuguesa”

“ Na minha opinião complica o processo de ensino-aprendizagem, pois todos nós já estávamos


acostumados com as regras antigas, sendo difícil uma adaptação às mudanças ortográficas”.

“Dificulta, pois a mesma terá que ser trabalhada minuciosamente que possa haver rendimento
no processo de ensino-aprendizagem”.

Os dados apontam uma preocupação com o ensino- aprendizagem das normas gramaticais.
Nesse sentido, vale lembrar que, segundo Irandé Antunes:

(...) nenhuma regra gramatical tem garantida a sua validade incondicional. O valor de qualquer
regra gramatical deriva de sua aplicabilidade, de sua funcionalidade na construção dos fatos
sociais da comunicação verbal, aqui e agora. Por isso, tais regras são flexíveis são mutáveis,
dependem de como as pessoas as consideram. Assim, essas regras vêm e vão. Alteram-se cada
vez que os falantes descobrem alguma razão, mesmo inconsciente, para isso. (ANTUNES, 2003,
p.89)

Para Ivo Castro, professor de Faculdade de Letras na Universidade de Lisboa “qualquer


ortografia é boa, desde que seja útil na sociedade que serve”(CASTRO, apud FAULSTICH, 2001,
p.129).

A jornalista Maria do Céu Novaes, da Agência Lusa, mostrou-se favorável a essa ideia
acrescentando que, “de resto não tem conseqüências na língua que se fala, sendo basicamente
um mecanismo que a torna fácil de ser ensinada” (idem).

Assim sendo, ainda que a maioria dos estudantes considere a dificuldade de aprendizagem das
novas regras, as respostas dadas no questionário de atividade prática mostram que, embora a
grande afirme desconhecer as regras do Novo Acordo ortográfico, são capazes de utilizá-las
adequada e implicitamente, e, portanto, parecem corroborar com as afirmações dos estudiosos
da língua.

Quando interrogado sobre o grau de relevância atribuído às mudanças implantadas mediante o


Novo Acordo, tanto professores de diversos níveis quanto estudantes universitários sustentam
que o Novo Acordo facilitará as relações entre os países da CLPL, conforme veremos em alguns
dos depoimentos a seguir:

65
“A uniformização da escrita da língua em toda a comunidade da Língua Portuguesa é um fato
política e mercadologicamente importante”.

“O Novo Acordo unificará a ortografia dos países de Língua Portuguesa, e isso é muito
enriquecedor para o intercâmbio entre esses países”.

“O Novo Acordo possibilitará uma maior amplitude da Língua Portuguesa, ou seja, uma maior
divulgação do que é produzido nos países que falam essa língua”.

As respostas dadas pelos entrevistados demonstram existir uma identificação com a visão de
especialistas no assunto, a exemplo de José Gonçalves, angolano com vasta experiência nos dois
lados do Atlântico Sul que, ao escrever sobre as Relações Econômicas e Cooperação na CLPL,
esclarece que:

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Os laços econômicos entre os países da CLPL têm bases culturais criadas por um passado colonial
semelhante. A existência de aspectos culturais muito próximos – como a língua e parte do
comportamento dos consumidores – é bastante importante para o estabelecimento e reforço
das ligações econômicas (GONÇALVES,In.: SARAIVA, 2001, p.149).

Um dos responsáveis pela elaboração do Acordo, professor Malaca Casteleiro, também da


Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, aponta dentre os diversos benefícios do Acordo
as vantagens para o mercado editorial pois permitirá maior circulação de livros entre os países
da CLPL (IDEM).

No texto que compõe a Declaração Constitutiva da Comunidade dos Países de Língua


Portuguesa, de 17 de julho de 1996, chefes de Estado e de Governo dos países Lusófonos,
apresentam, dentre seus objetivos, o incentivo à difusão e enriquecimento da Língua
Portuguesa, classificando-a como patrimônio de todos os falantes e importante meio de
divulgação da cultura. Além disso, consideram-na um “(...) instrumento de comunicação e de
trabalho nas organizações internacionais que permite a cada um dos países no contexto
regional, ser o intérprete de interesses e aspirações que a todos são comuns”.

Sabe-se que o português é a quinta língua mais falada do mundo. Com o Novo Acordo, os
signatários pretendem dar um passo importante para a defesa da unidade essencial da Língua
portuguesa e seu prestígio internacional, pois a existência de duas ortografias atrasaria sua
difusão.

Desde o século XX, Portugal e Brasil defendem que a ortografia deveria estar o mais próximo
possível da pronúncia das palavras, e, portanto, uma simplificação na ortografia das palavras
seria o passo essencial para alcançar esse objetivo. E cabe às reformas ortográficas esse papel
de simplificação e unificação na ortografia lusófona.

4.2. Países que ainda não aderiram à reforma

O referido acordo ainda não entrou em vigor nos países lusófonos por causar muitas
divergências e pela dificuldade em se implantar uma mesma proposta em vários países
diferentes.

As editoras precisarão reimprimir livros, dicionários, e outros materiais, contendo a Nova


Reforma Ortográfica. Tudo a custo social e financeiro elevadíssimo;

66
Sabemos que a maioria dos falantes do português no mundo tem baixa escolaridade, e a maior
parte dos países lusófonos são pobres, e prestam serviços educacionais fracos.

Nem todos estão convencidos da necessidade da reforma. Há dificuldades políticas em países


africanos paupérrimos, para eles, um acordo ortográfico está longe de ser um assunto
importante.

4.3. O que muda com a Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa

4.3.1. O alfabeto e os nomes próprios estrangeiros e seus derivados:

As letras k, y e w serão reconhecidas no nosso alfabeto, que passará a ter 26 letras. Dessa forma,
nos nomes próprios derivados de outros idiomas, bem como nas siglas, símbolos e medidas
internacionais serão empregadas normalmente. Quanto à classificação, o “k” seráconsoante. Já
o “w”, nas palavras de origem inglesa será vogal ou semivogal com pronúncia idêntica ao “u”.
Entretanto, é consoante, pronunciado como o “v” em palavras de origem alemã. (BECHARA,
2008).

O trema:

O uso do trema foi abolido da Língua Portuguesa, todavia poderá aparecer em casos específicos,
a exemplo das palavras derivadas de nomes próprios estrangeiros, como Müller, Hübner, entre
outros. Nos dicionários e vocabulários ortográficos o trema poderá ainda figurar apenas para
marcar a pronúncia do “u” em palavras como lingüiça, pois vale lembrar que as mudanças serão
apenas na ortografia, de modo que as pronúncias típicas variam de acordo com cada país (Idem).

4.3.2. Acentuação das palavras:

– Não houve alterações significativas na acentuação das oxítonas. Assim continuam acentuadas:

Oxítonas terminadas em a, e ou o, seguidas ou não de s.

Ex: avó (s), paletó (s), olá, até chaminé (s), só (s), está etc.

Oxítonas terminadas em –em ou –ens.

Ex: acém, retêm, porém, haréns, harém, refém, reféns etc.

Oxítonas terminadas nos ditongos abertos –éis, -éu(s) ou -ói(s).

Ex: réu, herói, anéis, chapéu (s), papéis, céu, véu etc.

Paroxítonas – Algumas regras foram alteradas e outras permaneceram.

Mudam:

Perdem o acento os ditongos ei e oi da sílaba tônica das paroxítonas.

Ex: heroico, ideia, assembleia, alcaloide etc.

Quando houver um verbo com um e seguido de –em, não se usa acento.

Ex: creem, veem, leem, deem etc.

Nos hiatos que possuam oo, seguido ou não de s, o acento deixa de ser usado.

Ex: enjoo, povoo, voo, enjoos etc.

67
Perdem o acento as palavras homógrafas (que são escritas de forma igual) a artigos, contrações,
preposições e conjunções átonas.

Ex: para (á – flexão de parar) e para (preposição); pela (é – substantivo e flexão de pelar) e pela
(ê – combinação de per+la) etc.

Continuam:

as palavras terminadas em –l, -n, -r, -x e –ps, bem como suas respectivas formas do plural (exceto
as terminadas em –ens) continuam acentuadas.

Ex: éden, ímpares, âmbar, amável, índex, bíceps etc.

Palavras terminadas em –ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -on(s), -um, -uns ou us

Ex: órfã, fáceis, vírus, jóquei, sótão, próton, júri etc.

Continuam acentuadas as formas verbais têm e vêm nas 3ª pessoas do plural presente do
indicativo ou 2ª pessoas do singular do imperativo afirmativo para diferenciarem-se das formas
tem e vem.

Ex: abstêm, convêm, entretêm etc.

Pôde continua acentuado para se diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente do
indicativo), assim como pôr (verbo) e por (preposição);

Continuam sem acento as palavras homógrafas e heterofônicas dos tipos a seguir.

Ex: cerca (substantivo,advérbio,e elemento da locução prepositiva cerca de) e cerca (flexão de
cercar); piloto (substantivo) e piloto (flexão de pilotar); deste (flexão de dar) e deste (contração
da preposição de com o demonstrativo este) etc.

ATENÇÃO: Agora existe o acento opcional na palavra forma (substantivo) ou fôrma (substantivo
e verbo). O circunflexo deve ser usado apenas quando houver ambiguidade.

4.3.3. O hífen em compostos, locuções, sequências de palavras e formações com prefixos e


sufixos

Nos compostos, emprega-se o hífen:

Quando o 1° termo está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbo:

Exemplos

Nas formas empregadas adjetivamente : afro, anglo, luso , euro, etc., continuarão a ser grafadas
sem hífen nos casos:

Ex.: afrodescendente, anglofalante, lusofonia

Porém escreve-se com hífen: afro-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático;

Passarão a se escrever sem hífen: paraquedas (e afins) e mandachuva;

68
Entretanto, os outros compostos com a forma verbal para- seguirão separados por hífen: para-
brisa, para-choque, para-lama

Quando há o uso do apóstrofo:

Ex: cobra-d’água, olho-d’água.

Quando o 1° elemento está representado pelas formas além, aquém, bem e sem.

Ex: além-mar, além-fronteira, recém-casado, recém-nascido, bem-vindo, bem-humorado, sem-


vergonha, etc.

Quando o 1° elemento está representado pela forma mal e o 2° elemento começa por vogal, h
ou l:

Ex: mal-entendido, mal-humorado, mal-limpo.

Porém quando o 2° elemento começa por outro diferente destes citados acima, não se usa hífen:

Ex: malcriado, malgrado, malnascido, etc.

Nos nomes geográficos começados por grã, grão, ou por forma verbal, ou ainda por artigo:

Ex: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Quebra-dentes, Baía de Todos-os-Santos.

Nos adjetivos que se referem ao lugar onde se nasce (adjetivos gentílicos) derivado de nomes
geográficos:

Ex: belo-horizontino, mato-grossense, etc.

Nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas:

Ex: couve-flor, feijão-verde, bem-te-vi, erva-doce, etc (Ibidem)

2. Nas locuções:

2.1 Não se emprega o hífen nas locuções:

a) Locuções substantivas: fim de semana, cão de guarda, etc;

b) Locuções adjetivas: cor de vinho, cor de café com leite;

c) Locuções pronominais: nós mesmos, cada um, etc;

d) Locuções adverbiais: à parte, à vontade, etc;

e) Locuções prepositivas: abaixo de, acerca de, etc;

f) Locuções conjuncionais: a fim de que, ao passo que, etc;

· g) Locuções latinas, não substantivadas ou aportuguesadas: data vênia, habeas corpus,


etc (Ibidem).

3. Nas sequências de palavras: Emprega-se o hífen para ligar duas palavras que se combinam
formando encadeamentos vocabulares ou combinações históricas. Ex: Liberdade-Igualdade-
Fraternidade, Austro-Hungria, Angola-Brasil, etc.

4. Nas formações com prefixos, emprega-se o hífen:

Quando o 1° elemento termina por vogal igual à que inicia o 2° elemento:

69
Ex: anti-ibérico, auto-observação, micro-ondas, contra-almirante, etc.

Incluem-se nesse princípio todos os prefixos terminados por vogal.

Porém, se o 1° elemento terminar por vogal diferente daquela que inicia o 2° elemento,
escreve-se junto, sem hífen:

Ex: antiaéreo, autoestrada, extraescolar, semiárido, socioeconômico, etc.

Nas formações com os prefixos co-, pro- e pre-, estes se unem ao 2° elemento, mesmo quando
iniciado por e ou o:

Ex: coautor, preestabelecer, coedição, preexistir, cofator, etc.

Entretanto, nos casos em que ocorre o prefixo pré- (acentuado), emprega-se o hífen:

Ex: pré-natal, pré-requisito, pré-escolar, pré-datado, etc.

Além destes,há ainda outros casos em que devemos empregar o hífen:

Quando o 1° elemento termina por consoante igual à que inicia o 2° elemento:

Ex: hiper-requintado, inter-racial, sub-base, inter-regional, ad-digital, etc.

Quando o 1° elemento termina acentuado graficamente, pós e pró:

Ex: pós-tônico, pró-europeu, etc.

Quando o 1° elemento termina por m ou n e o 2° elemento começa por vogal, h, m, n, b ou p:

Ex: circum-hospitalar, circum-navegação, pan-americano, pan-brasileiro, etc.

Quando o 1° elemento é um dos prefixos ex-, sota-, vice-, vizo- e soto-.

Ex: ex-presidente, vice-presidente, ex-diretor, vice-reitor, etc.

Quando o 1° elemento termina por vogal, r ou b e o 2° elemento se inicia por h:

Ex: ante-histórico, anti-herói, geo-história, sub-humano, super-homem, etc.

Devem ficar como estão: reidratar, reumanizar, reabitar, pois são formas já consagradas.

Todavia, não se emprega hífen com os prefixos des- e in- quando o 2° elemento perde o h- inicial:

Ex: desumano, inábil, etc

Emprega-se ainda o hífen, quando o 1° elemento é ab-, ob-, sob-, sub- ou ad-:

Ex: ab-rogar, ad-renal, sub-rogar, sub-reitor, etc.

Nos casos em que o 1° elemento termina por vogal e o 2° elemento começa por r- ou s-, não se
usa o hífen e essas consoantes devem duplicar-se:

Ex: minissaia, macrorregião, contrarregra, antissocial, contrassenha, antirregligioso,


suprarrenal, microssistema, etc (Ibidem).

5. Nas formações com sufixos:

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Emprega-se o hífen apenas nas palavras terminadas por sufixos de origem tupi-guarani, que
representam formas adjetivas, quando o 1° elemento termina por vogal ou quando a pronúncia
exige distinção dos dois elementos. Ex: capim - açu, Ceará - mirim, etc.

Considerações finais

Nesse texto refletimos acerca da mutabilidade da Língua Portuguesa, que, assim como outros
idiomas, surgiu do Latim e passou por uma série de mudanças. Para Possenti, “ (...) o português
não foi sempre o português, não foi sempre como é. (...) não há língua que permaneça uniforme.
Todas as línguas mudam.” (POSSENTI, 1996, p. 37-38).

Com base nesse ponto de vista, fica claro que inúmeros termos linguísticos- bem como muitas
regras- foram substituídas por outras, cujo domínio se deu através de práticas significativas, à
medida que foram sendo incorporadas no cotidiano. A esse respeito, invocamos novamente as
considerações de Possenti, que afirma: “(...)como aprendemos a falar? Falando e ouvindo. Como
aprenderemos a escrever? Escrevendo e lendo, e sendo corrigidos, e reescrevendo, e tendo
nossos textos lidos e comentados muitas vezes, com uma freqüência semelhante à freqüência
da fala e das correções da fala. (Idem).

Sustentamos ainda que essas mudanças nos ajudarão a nos socializarmos mais com a nossa
língua, reconhecendo-a não apenas como traço definidor de nacionalidade, mas como um
importante símbolo da unidade essencial dos povos da CPLP.

5. Levantamento estatístico de questionário aplicado sobre o Novo Acordo Ortográfico da Língua


Portuguesa

Para a execução desse trabalho, inicialmente, elaboramos um questionário anônimo, com


estrutura padronizada de modo a assegurar uma aplicação eficaz e facilmente comparável, visto
que o público alvo é bastante diversificado e consta de professores universitários, bem como
docentes do Ensino Fundamental e Médio, além de alunos dos níveis já citados e pessoas de
outras categorias.

O referido questionário foi utilizado como instrumento para a coleta de dados, e as questões
relacionadas aos objetivos do estudo de forma a abranger diferentes pontos de vista.

De acordo com o levantamento dos conhecimentos dominados pelos usuários da língua


portuguesa acerca do novo Acordo Ortográfico, desenvolvemos o estudo comparativo com
ênfase na lei regimental da Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa e nos principais aspectos
da ortografia que tendem a unificar-se mediante a universalização da forma escrita pelos países
que formam a CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

Iniciamos os estudos a partir da obra de Evanildo Bechara, “O que muda com o novo Acordo
Ortográfico”(2008), cujo conteúdo teórico nos serviu de base para a elaboração dos
questionários. Discutimos ainda algumas publicações de periódicos nacionais no intuito de
desvendar as principais dúvidas e posicionamentos críticos a respeito do assunto.

Observamos certa urgência por parte do público, principalmente estudantil, em conhecer e


dominar as novas regras que passam a vigorar com o Novo Acordo Ortográfico. Assim,
consideramos que a validação dos conceitos teóricos se dará de forma progressiva e contínua à
medida que projetos dessa natureza forem desenvolvidos por pesquisadores e estudiosos da
área.

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Acento diferencial
Como o próprio nome já diz, o acento diferencial faz a distinção entre palavras que têm a mesma
grafia.

Com a reforma ortográfica, este acento caiu em alguns pares, como: para (á) (do verbo parar) e
para (preposição); pela (é) (do verbo pelar) e pela (proposição); pelo (ê) (substantivo) e pelo
(preposição), etc.

Assim, os pares acima ficam sem acento e são distinguidos apenas pelo contexto, como em:

Ela para na hora de fazer comida! (verbo)

Ele pegou comida para ela! (preposição)

O pelo desse cachorro está crescendo muito rápido!(substantivo)

Não era nada, pelo que entendi! (preposição)

Observação: O acento diferencial do par pôde/ pode prevalece. Dessa forma, pôde (pretérito
perfeito do indicativo da 3ª pessoa do singular) é acentuado com circunflexo e pode (presente
do indicativo da 3ª pessoa do singular) não. Isso aconteceu para que o tempo verbal de “poder”
possa ser identificado em uma oração.

Fique atento: a pronúncia não mudou, apenas a acentuação. Portanto, as vogais que eram
pronunciadas fechadas (pêlo de animal = pelo) e as abertas (pára com isso = para) continuam da
mesma forma!

Hífen
Você já deve ter percebido que nossa querida língua portuguesa, apesar de bela e única,
apresenta inúmeras especificidades que fazem dela uma língua completamente analítica.
Diferentemente de muitos idiomas, o português apresenta vários sinais gráficos-, entre eles um
sinal que é bastante comum, o famoso (e complicado!) hífen.

Mas você sabe dizer qual é a utilidade do hífen na língua portuguesa? Ora, se cada sinal
apresenta sua função, não seria diferente com o hífen. Muitas pessoas apresentam dúvidas
sobre como e quando usá-lo, sobretudo após a recente reforma ortográfica pela qual passou
nosso idioma. Para ajudar você a sanar possíveis dificuldades, o sítio de Português preparou um
guia prático e fácil sobre como usar o hífen. Bons estudos!

Por que, como e quando usar o hífen:

O hífen é um sinal gráfico complementar de união semântica utilizado nas seguintes situações:

→ Em substantivos compostos: Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o hífen, que é empregado


na formação de substantivos compostos através de justaposição, será mantido nas palavras
compostas por justaposição sem elementos de ligação. Observe os exemplos: Matéria-prima;
guarda-chuva; quarta-feira;

→ Em palavras formadas por derivação prefixal: Conforme o Novo Acordo Ortográfico, o hífen
deverá ser utilizado quando:

O segundo elemento iniciar com a letra “h”: Anti-higiênico; pré-história; super-homem;

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O prefixo do primeiro elemento terminar com a mesma vogal que inicia o segundo: arqui-
inimigo; auto-observação;

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O prefixo do primeiro elemento for “circum” e “pan” e a primeira letra do segundo elemento
for uma vogal ou as consoantes “h”, “m” ou “n”: pan-americano; circum-navegação;

O prefixo do primeiro elemento for “hiper”, “inter” e “super” e o segundo elemento for iniciado
pela letra “r”: hiper-realismo; inter-racial; super-romântico;

Nas palavras cujo prefixo for “e” e “vice”: ex- marido, vice-diretor.

O prefixo do primeiro elemento for “pós”, “pré” e “pró”: Pós-doutorado; pró-reitoria; pós-
modernismo;

→ Em locuções: Será empregado nas locuções com significado próprio. Exemplos: água-de-
colônia; cor-de-rosa; mais-que-perfeito. Não será empregado nas locuções adjetivas,
pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais. Exemplos: dia a dia, café com leite, à
vontade;

→ Na colocação pronominal-: Será empregado nos casos de ligação dos pronomes pessoais
oblíquos aos verbos, criando assim a mesóclise e a ênclise. Exemplos: Falar-nos-ão; tornou-se;

→ Na divisão silábica- e translineação: Na translineação, o hífen será escrito ao final da linha,


dividindo assim as sílabas restantes, que serão transferidas para a próxima linha.

→ Em encadeamentos vocabulares: Quando determinadas palavras se juntam em algumas


situações, formando assim encadeamentos vocabulares com significados diversos, o hífen
deverá ser empregado. Exemplos: rodovia Fernão-Tavares, Belém-Brasília, ponte Rio-Niterói.

Temas gerais e características


Além dos gêneros textuais, existem os tipos de redação.

Os três principais são:

Redação narrativa

Narra uma história, real ou fictícia, em primeira ou terceira pessoa.

Nessa redação, também há enredo, personagens, espaço e tempo.

Redação dissertativa

Apresenta um tema a partir de um ponto de vista.

Pode ser dissertativo-argumentativa, que utiliza argumentos para defender uma tese, e
dissertativo-expositiva, que expõe as informações com o intuito de informar o leitor.

Conheça outras características da redação dissertativa.

Redação descritiva

Descreve algo ou alguém.

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Pode ser descritiva objetiva, que utiliza elementos concretos como características físicas, ou
descritiva subjetiva, que utiliza opiniões pessoais do autor.

O que é tema em uma redação?

A maioria das redações solicitadas em vestibulares, concursos públicos e até mesmo em


processos seletivos sempre vêm acompanhadas de um tema.

Se você já fez alguma redação assim, deve saber do que se trata.

Mas há quem desconheça o conceito ou confunda com título.

E, embora sejam parecidos, eles são coisas distintas.

Por isso, vale esclarecermos o que é o tema.

Bem, o tema é o assunto a ser abordado no texto.

É a partir dele que o autor vai discorrer.

Ele funciona, portanto, como uma diretriz de conteúdo.

Os temas podem ser infinitos.

Em provas, eles costumam estar relacionados a algumas categorias, como educação, saúde,
meio ambiente, cultura, economia, entre outros.

>>> Leia também: como fazer a proposta de intervenção da redação do Enem + Exemplos

Como estudar temas de redação?

temas de redacao como estudar temas

Agora que você já sabe o que é um tema de redação e conhece as características dos diferentes
tipos, podemos avançar ainda mais no assunto deste artigo.

Vamos, então, descobrir como estudar temas de redação:

Fique atento aos fatos

É muito comum as bancas definirem os temas de redação com base em assuntos atuais e
controversos.

Por isso, é fundamental se manter atualizado sobre o que acontece no Brasil e no mundo.

Crie o hábito de assistir aos noticiários e ler diariamente alguns portais ou jornais impressos.

Também vale recorrer aos podcasts.

Enem e Direitos humanos


A redação é uma das provas mais importantes do Enem e a sua nota, estudante, pode fazer a
diferença entre a aprovação e a reprovação no vestibular ou SiSU. Para conseguir nota 1000 na
redação do Enem é necessário atender a alguns requisitos, entre os quais não ferir os direitos
humanos.

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Primeiro, você precisa saber como é a redação do Enem: você recebe um tema, que geralmente
é uma questão problema, e textos motivadores. Em seguida, tem que dissertar sobre o assunto,
lançando, ao final, uma proposta de intervenção para solucionar o referido problema.

Veja também: 10 dicas para a redação do Enem

O seu texto será corrigido pelo corretor, que levará em conta as cinco competências avaliadas
na redação do Enem. O respeito aos direitos humanos faz parte da competência nº 5:

“Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos


humanos”.

De acordo com o Manual de Redação do Enem, quando o participante apresenta a sua proposta
de intervenção, deve respeitar os direitos humanos, ou seja, não romper com os valores de
cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural.

Até o Enem 2016, desrespeitar os direitos humanos era um dos motivos que zeravam e
anulavam a redação do Enem. Às vésperas da aplicação do exame, em decisão polêmica, o
Superior Tribunal Federal (STF) manteve liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-
1) que impedia a redação ser zerada por esse motivo.

Como não ferir os direitos humanos?

Desrespeitar os direitos humanos não pode mais zerar a redação do Enem, porém quem comete
esse deslize continua perdendo pontos.

Ao longo do texto, é fundamental respeitar a identidade de cada indivíduo e as diferenças entre


raças, sexos, gênero, cultura etc. Você deve entender que o cidadão possui direitos e deveres e
isso deve ser considerado de forma igualitária.

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Então, para evitar comprometer sua nota, a recomendação é que revise seu texto e analise,
cuidadosamente, se sua proposta incita ódio, preconceito ou crime. Se sim, altere seus
argumentos quanto antes.

Confira dicas para não ferir os direitos humanos:

• Respeite a identidade de cada pessoa

• Considere que cada um tem sua raça, sexo e cultura

• Tenha tolerância com as diferenças entre os indivíduos

• Entenda que cada pessoa tem seus direitos e deveres

• Revise sua redação de forma crítica

Exemplos

Durante a produção da redação do Enem, alguns participantes podem se exaltar e expressar


pensamentos muitas vezes extremistas e que podem ferir os direitos humanos.

Confira alguns exemplos do que não escrever:

• “Ser massacrado na cadeia”

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• “Fazer sofrer da mesma forma que a pessoa que cometeu o crime”

• “As mulheres fazerem justiça com as próprias mãos”

• “Acabar com esses bandidos”

• “Acabar com a liberdade de expressão”.

• “O caminho certo que se tem a tomar é acabar com todas as religiões”.

• “O governo deveria punir e banir essas outras “crenças”, que não sejam referentes a Bíblia”

O que mais pode prejudicar?

Além dos direitos humanos, é necessário ficar atento a outros itens. Veja alguns:

• Não fugir ao tema

• Ter domínio da língua portuguesa

• Atender à estrutura do texto dissertativo-argumentativo

• Mostrar coerência textual na redação do Enem

A proposta de intervenção
Uma proposta de intervenção é uma sugestão de ação ou medida direcionada a determinado
problema social, com o intuito de atuar positivamente na questão.

Para que uma proposta seja considerada boa, ela precisa estar bem contextualizada com a
realidade do problema, apresentando propostas coerentes e viáveis.

Para isso, você deverá recorrer a todo conhecimento aprendido na escola nas diversas
disciplinas, sempre considerando a diversidade sociocultural.

A proposta deve estar bem detalhada e apresentar conexão com os argumentos desenvolvidos
ao longo do texto.

Se você ficar em dúvida no momento de elaborá-la, responda às seguintes perguntas:

O que é possível apresentar como proposta de intervenção na vida social?

Como viabilizá-la?

Como fazer a sua proposta de intervenção na redação do Enem

A proposta de intervenção necessita de uma abordagem completa e contextualizada para ser


considerada legítima e produtiva.

É necessário estar atento aos detalhes que são exigidos no Enem, pois cada elemento serve para
responder a perguntas essenciais da medida.

Assim, a proposta de intervenção deve dividir-se em cinco elementos:

Agente;

Ação;

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Modo/meio;

Finalidade;

Detalhamento.

Os elementos exigidos são respostas essenciais para o sentido da proposta. É preciso evidenciar:

Agente: quem fará?

Ação: o que será feito?

Modo/meio: como será feito? De que modo será feito?

Finalidade: qual o intuito? Como isso pode ajudar? Qual o propósito disso no problema?

Detalhamento: quais são os detalhes importantes para essa ação dar certo? Como as coisas
serão relacionadas? Com ajuda ou participação de quem será feito?

Todas essas respostas são essenciais para a proposta de intervenção.

O detalhamento deve ser amplo e instigar o aprofundamento da proposta, exigindo do


estudante que reflita e construa de modo sólido uma medida de ação.

Uma dica importante é colocar a proposta de intervenção em um parágrafo separado – a


conclusão –, uma vez que a competência 5 avalia unicamente a proposta de intervenção, o que
a faz valer, sozinha, 200 pontos do texto inteiro

Tema: O papel da mulher no século XXI

Situações-problema:

A igualdade de gêneros é garantida pela Constituição de 1988, mas, na prática, o pensamento


conservador ainda prevalece em grande parte da população.

Os movimentos feministas no século XX possibilitaram à mulher um maior empoderamento


político e social. Contudo, alguns pensamentos machistas projetam uma imagem pejorativa
sobre o feminismo.

A 1ª Guerra Mundial possibilitou a entrada da mulher no mercado de trabalho, no entanto, ainda


existe uma grande disparidade entre os salários de um homem e de uma mulher.

Propostas de intervenção:

O debate de obras literárias nas escolas que reflitam sobre o papel da mulher ao longo das
épocas e como essa ganhou grande destaque no campo artístico e social, a fim de promover sua
valorização;

A mídia, como meio de comunicação e elemento persuasivo, pode promover maiores


informações acerca de movimentos feministas e a importância deste para promover uma
sociedade mais igualitária;

O poder público deve criar medidas que fiscalizem a desigualdade de salários entre os gêneros
nas empresas e atribuir uma multa àqueles que não cumprirem com os anseios da Constituição.;

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A fim de criar uma sociedade mais reflexiva, a instalação de projetos culturais com a presença
de atrizes influentes na mídia pode atrair o público a participar de rodas de debate sobre o papel
da mulher na sociedade contemporânea;

A mídia pode contribuir com a exposição de mulheres que fizeram a diferença ao longo dos
séculos e inspiram jovens a persistirem a lutar pelo respeito ao próximo e conscientizar os
indivíduos de que devemos ter uma sociedade ética e democrática. Mulheres como Frida Kahlo,
Madre Tereza de Calcutá, Zuzu Angel, Evita Perón, Joana D’arc, entre outras, podem ser
utilizadas como referência.

Tema: A redução da maioridade penal no Brasil

Situação-problema:

Com o aumento do caso de crimes cometidos por jovens, o debate sobre a redução da
maioridade penal dos 18 para os 16 anos foi levantado.

No entanto, essa não é a solução para os crimes, e os muitos países que já reduziram a
maioridade penal são o maior exemplo disso.

Além disso, esse debate revela que nós, brasileiros, temos a péssima mania de preferir o
tratamento – insuficiente – à prevenção.

Agimos apenas depois que os problemas acontecem e estão fora de controle, além de
querermos atacar as extremidades do problema, evitando encarar a raiz.

Propostas de intervenção:

O melhor caminho para esse caso é, sem dúvida, investir na educação do Brasil, que é muito
deficitária. Tirar os jovens das ruas e colocar na escola é o caminho.

Além disso, é importante tornar a punição, já existente para os jovens infratores, mais eficaz.
Uma boa alternativa seria investir na ressocialização, fazendo-os aprender uma profissão,
estudar, praticar esportes.

Tema: Viver em rede no século 21 e os limites entre o público e o privado

Situações-problema:

Os impactos da globalização e a internet possibilitaram às pessoas uma maior exposição de sua


vida nas redes sociais, entretanto, é preciso ter cautela com o comportamento do usuário no
mundo virtual.

A questão do anonimato proporciona ao indivíduo um maior encorajamento e poder para atacar


a imagem do próximo.

Propostas de intervenção:

A conscientização do indivíduo sobre a responsabilidade de sua conduta no mundo virtual é


fundamental para evitar possíveis danos;

Em casos extremos, como incitações de intolerância na rede e a exposição de nudez


proporcionada por postagens anônimas ou perfis falsos, a fiscalização do órgão público faz-se
necessária para punir os agentes causadores;

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A mídia pode ajudar na exposição da internet como difusora de conhecimento e informação,
além de abordar casos que contribuíram para o engajamento político dos internautas na
sociedade, como as Manifestações de 2013 e a Primavera Árabe, em 2011;

ONGs devem ser mais ativas nas redes sociais, a fim de que fiquem mais próxima do contato
entre os jovens e estimule-os a participar de projetos educacionais e culturais, como a presença
de cursos online e a orientação de encontros em grupo para debates.

Tema: A crise hídrica no Brasil

Situações-problema:

A crise hídrica no Sudeste;

A questão do consumo desregulado da água pelos cidadãos;

O chamado “consumo virtual”, ou seja, a quantidade utilizada de água pelas empresas para a
produção de produtos.

Propostas de intervenção:

O incentivo a projetos escolares que ensinem a reutilização da água é uma ótima maneira para
incentivar os pequenos a adquirirem consciência sobre o uso desse bem hídrico;

O tratamento de águas de esgoto pode ser uma medida eficaz para que as empresas reutilizem
esse líquido para a produção de seus produtos, a fim de evitar os impactos do consumo virtual;

O estímulo a descontos no valor das contas de água e luz faz com que os usuários busquem
economizar neste momento de crise e comecem a refletir sobre a situação atual do Brasil;

Como há distribuição irregular de água entre os países, uma maneira de promover uma
harmonização e alavancar a economia entre os estados seria a troca de interesses de cada
região. Assim, todas as áreas seriam beneficiadas e ajudariam a reduzir a crise hídrica frente aos
estados que estão com os reservatórios de água em situação de carência.

Projeto de texto

Segundo a cartilha do participante do ENEM, um projeto de texto é:

[…] planejamento prévio à escrita da redação. É o esquema que se deixa perceber pela
organização estratégica dos argumentos presentes no texto. É nele que são definidos quais os
argumentos que serão mobilizados para a defesa de sua tese, quais os momentos de introduzi-
los e qual a melhor ordem para apresentá-los, de modo a garantir que o texto final seja
articulado, claro e coerente. Assim, o texto que atende às expectativas referentes à
Competência 3 é aquele no qual é possível perceber a presença implícita de um projeto de texto,
ou seja, aquele em que é claramente identificável a estratégia escolhida por quem está
escrevendo para defender seu ponto de vista.

Assim, o projeto de texto refere-se à organização da argumentação. Ele funciona como uma
espécie de “mapa”, onde são estabelecidos os principais pontos a serem expostos na redação.
Nele, também devem ser determinados os momentos de introduzir argumentos e a melhor
ordem para apresentá-los, de modo a garantir a progressão textual.

Alguns procedimentos básicos auxiliam no momento de criar um projeto de texto

Confira o que pode ajudar você a desenvolver um projeto de texto:

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ler a proposta de redação, como tema e textos motivadores que o acompanham;

interpretar, com muita atenção, todas as informações que acompanham o tema proposto;

determinar quais são as possibilidades de análise do tema;

optar por uma via de análise, tomando por base as informações analisadas e as possibilidades
de desenvolvimento;

integrar à análise outras informações pertinentes que não tenham sido fornecidas com o tema
proposto.

É importante salientar que o projeto de texto não é um rascunho. Trata-se de um plano geral,
onde são expostos aspectos essenciais a serem abordados e, além disso, do tipo de relação que
você irá estabelecer entre as informações que serão apresentadas na redação.

Dessa forma, o grau de detalhamento de um projeto de texto dependerá do seu conhecimento


sobre determinado tema.

Intertextualidade
"A intertextualidade se refere à presença de elementos formais ou semânticos de textos, já
produzidos, em uma nova produção textual. Em outras palavras, refere-se aos textos que
apresentam, integral ou parcialmente, partes semelhantes ou idênticas de outros textos
produzidos anteriormente.

Essa intertextualidade pode ser indicada explicitamente no texto ou pode vir “disfarçada” pela
linguagem do autor. Em todo caso, para que o sentido da relação estabelecida seja
compreendido, o leitor precisa identificar as marcas intertextuais e, em alguns casos, conhecer
e compreender o texto anterior.

Em trabalhos científicos, como artigos e dissertações, é comum haver citação de ideias ou


informações de outros textos. A citação pode ser direta, cópia integral do trecho necessário, ou
indireta, quando se explica a informação desejada com suas próprias palavras. As duas formas
compreendem a intertextualidade, pois aproveitam ideias já produzidas para contribuir com as
novas informações.

A intertextualidade também pode ocorrer no nível formal, quando o autor repete elementos da
estrutura anterior, mas altera outros aspectos, construindo, com isso, um novo texto, com
ligações explícitas com a produção anterior. É muito comum nos gêneros artísticos, como poesia
e música, em textos publicitários etc.

Tipos de intertextualidade

A intertextualidade também ocorre com textos visuais, como nesta releitura de “A Última Santa
Ceia”.

Alusão – é o ato de indicar ou insinuar um texto anterior sem, no entanto, aprofundar-se nele.
Esse método de intertextualidade apresenta de forma superficial e objetiva informações, ideias
ou outros dados presentes em texto ou textos anteriores.

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Exemplo: Como diria o poeta, amanhã é outro dia.

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Paródia – é o tipo de intertextualidade em que se apresenta uma estrutura semelhante à de um


texto anterior, mas com mudanças que interferem e/ou subvertem o sentido do texto, o qual
passa a apresentar forte teor crítico, cômico e/ou sátiro. Desse modo, além de construir-se um
novo texto, com semelhanças a um anterior, procura-se também evidenciar uma mudança de
sentido.

Exemplo:

“Minha terra tem macieiras da Califórnia

onde cantam gaturanos de Veneza.

Os poetas da minha terra

são pretos que vivem em torres de ametista,

os sargentos do exército são monistas, cubistas,

os filósofos são polacos vendendo a prestações.

A gente não pode dormir

com os oradores e os pernilongos.

Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda

Eu morro sufocado

em terra estrangeira.

Nossas flores são mais bonitas

nossas frutas mais gostosas

mas custam cem mil réis a dúzia.

Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade

e ouvir um sabiá com certidão de idade!”

Murilo Mendes

Paródia da “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias

Paráfrase – é o processo de intertextualidade no qual o sentido do texto original é reafirmado,


porém com pouca ou nenhuma semelhança estrutural. Nesse tipo, o intuito é reescrever o
assunto do texto original, aproveitando principalmente os elementos semânticos já existentes,
para produzir uma nova linguagem com o mesmo tema.

Exemplo:

“Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’.

Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’?

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Eu tão esquecido de minha terra…

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá!”

Carlos Drummond de Andrade

Paráfrase da “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias

Epígrafe – é a reprodução de um pequeno trecho do texto original no início de um novo texto.


Ela, comumente, vem alocada no início da página, no canto direito e em itálico. Apesar de ser
um trecho “solto”, a epígrafe sempre tem uma relação com o conteúdo do novo texto.

“Apesar de você

amanhã há de ser

outro dia.”

Chico Buarque

Citação – é quando o autor referencia outro texto por ter pertinência e relevância com o
conteúdo do novo texto. A citação pode ocorrer de forma direta, quando se copia o trecho na
íntegra e o destaca entre aspas, ou pode ser indireta, quando se afirma o que o autor do texto
original disse, mas explicando os conceitos com novas palavras, relacionando a abordagem com
o novo conteúdo.

Exemplo:

Segundo Sócrates, “Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância”, logo, de nada
adianta ter acúmulo de informações, quando não se aplica a autocrítica e a reflexão como
ferramentas de reconhecimento das potências e limites do nosso conhecimento.

Veja também: Anúncio publicitário – gênero cuja função é de apresentar produtos/marcas para
um público amplo

Diferenças entre intertextualidade implícita e intertextualidade explícita

A intertextualidade pode se expressar de dois modos: implícito ou explícito. O modo implícito


enquadra as produções que, apesar de referenciarem informações, conceitos e dados já
apresentados por textos anteriores, não o farão com cópias integrais nem com indicação
explícita.

Assim como a paráfrase de Drummond, a intertextualidade implícita cita sem evidenciar ou


anunciar. Caso o leitor não conheça o texto anterior, pode encontrar dificuldades de perceber
alguma relação estabelecida.

Já a intertextualidade explícita é aquela que se expressa diretamente na superfície textual, ou


seja, apresenta semelhanças ou cópia de trechos do texto original. Nesse processo, mesmo que
o autor não conheça o primeiro texto, ele identificará, ao menos, que existe uma referência a
outra produção.

Exemplos de intertextualidade

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A intertextualidade é presente em diferentes gêneros textuais, mas tem um espaço privilegiado
nos gêneros artísticos. Nesses contextos, ela é utilizada, também, como ferramenta de
inspiração e criatividade, pois provoca uma ressignificação de textos já conhecidos, em novos
contextos. Segue alguns exemplos de intertextualidade em gêneros textuais artísticos:

Na música:

“De Jackson do Pandeiro, nem Cremilda

De Michael Jackson, nem a Billie Jean

De Jimi Hendrix, nem a doce Angel

Nem Ângela nem Lígia, de Jobim

Nem Lia, Lily Braun nem Beatriz

Das doze deusas de Edu e Chico

Até das trinta Leilas de Donato

E de Layla, de Clapton, eu abdico

Só você,

Canto e toco só você

Só você

Que nem você ninguém mais pode haver”

(Lenine)

A música do cantor brasileiro Lenine apresenta uma declaração de amor do eu lírico à sua musa
inspiradora. Na letra, o poeta faz referência a diferentes musas, já reconhecidas socialmente,
que são inspirações de outros, mas não dele, pois a sua única musa é sua amada, verdade
confirmada em “só você”, contrapondo-se à enumeração de musas referenciadas.

Na literatura:

“Minha terra tem palmares

onde gorjeia o mar

Os passarinhos daqui

Não cantam como os de lá

Minha terra tem mais rosas

E quase que mais amores

Minha terra tem mais ouro

Minha terra tem mais terra”

(Oswald de Andrade)

No segundo exemplo, poema de Oswald de Andrade, encontramos a intertextualidade com o


poema “Canção do Exílio”, publicado anteriormente pelo poeta Gonçalves Dias. O segundo texto

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apresenta elementos que evidenciam essa relação, como a repetição de expressões como
“Minha terra”, "palmares”, “gorjeia”, “daqui”, “lá”."

Coerência
Coerência é a característica daquilo que tem lógica e coesão, quando um conjunto de ideias
apresenta nexo e uniformidade.

Para que algo tenha coerência, este objeto precisa apresentar uma sequência que dê um sentido
geral e lógico ao receptor, de forma que não haja contradições ou dúvidas acerca do assunto.

A origem da palavra “coerência” está no latim cohaerentia, que significa “conexão” ou “coesão”.

Coerência textual

Na gramática, a coerência textual é responsável por dar um sentido lógico ao texto.

Para que um texto seja compreensível e faça sentido para quem está lendo, este precisa
apresentar uma continuação lógica das ideias que são apresentadas ao longo da narrativa.

Cada palavra tem um significado individual, porém quando estão juntas em uma frase ou texto,
formam um significado diferente. Se a construção das palavras não forem feitas de modo
correto, o sentido geral da oração fica incompreensível.

A coerência textual consiste justamente no modo como aplicar cada palavra em um texto para
que este tenha a intencionalidade pretendida.

Quando um texto apresenta erros na sua coerência textual, o sentido da frase não tem lógica.

Exemplo: “Estava muito calor que até começou a nevar” / “A parede estava sentada” / “Eu odeio
comer carne, por isso vou pedir um bife mal passado”.

Diferença entre coerência e coesão

A coerência textual é a não contradição das ideias das palavras de um texto, sendo a coesão
parte essencial para esta função.

A coesão textual se limita ao uso correto dos conectivos e articulação gramaticais, que permitem
um sequenciamento harmonioso das frases e dos parágrafos de um texto.

Saiba mais sobre o coesão e sobre coesão e coerência.

Tipos de coerências

Para que uma redação tenha coerência textual, o cumprimento de algumas regras são
necessárias, como a coerência sintática, temática, semântica, pragmática, genérica e estilística.

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