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APONTAMENTOS DE

INTRODUÇÃO À ECONOMIA

(12ª classe – Curso de Ciências Económicas e Jurídicas)


PARTE 1

AS ORGANIZAÇÕES ECONÓMICAS DA SOCIEDADE

Problemas básicos
A poupança, a produção de bens e serviços, a circulação de riquezas, a distribuição de
rendimentos chamados de actividade económica constituem muitas das vezes problemas para
a economia e para a sociedade. A sociedade apresenta três problemas básicos a saber:
1. O que devemos produzir?

A este problema a economia responde que devemos produzir bens e serviços que
satisfaçam as necessidades humanas.

2. Em que quantidade devemos produzir e com quais recursos?

Devemos produzir uma quantidade de bens e serviços que podem satisfazer as


necessidades da maior parte da população. E quanto maior for a quantidade dos bens e
serviços que uma economia oferece, os preços tendem a ser mais baixos, o custo de vida
torna-se mais baixo e a qualidade de vida aumenta cada vez mais.

Se a economia oferece menos quantidades de bens e serviços, por causa da escasseeis


os preços sobem, o custo de vida aumenta e a qualidade de vida da população torna-se cada
vez mais baixo.

E quanto aos recurso de produção podem ser privados ou estatais.

3. Para quem devemos produzir?

Deve-se produzir para a população toda como de baixa renda, média e de alta renda.
Além de produzir para a nossa população, pode-se produzir para comercializar para o resto do
mundo.

4. Onde produzir?

O produtor deve produzir nas zonas onde há escasseeis do referido bem ou serviço.

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5. Que técnicas devemos utilizar?

O produtor não deve estar preocupado apenas com o lucro. Devemos utilizar técnicas
que vão de acordo com os recursos disponíveis, respeitando sempre o ambiente para que as
gerações vindouras possas também disfrutar dela.

6. Quem deve direcionar a actividade económica?

Existem três opções para esta questão mas, no entanto, vamos abordar apenas duas,
por agora, a “economia de mercado” e a economia de direcção central” que, distinguem-se
pela propriedade dos meios de produção, finalidade, mecanismo de mercado e a resolução de
problemas.

Mode ou sistema de organização económica

Economia de mercado: é aquela em que a empresa e a família são os agentes


económicos, ou seja, os principais intervenientes no processo produtivo. Nesta economia é a
mão invisível, ou seja, a força de mercado que indica o que produzir, em que quantidade e o
preço a comercializar o bem ou serviço.

Nesta economia o Estado apenas regula e fiscaliza a actividade económica, e o facto


de existir no mercado maioritariamente empresas privadas provoca o investimento na
pesquisa e inovação de bens e serviços, consequentemente o consumidor passa a ter várias
alternativas gerando assim um aumento na qualidade de vida.

Economia de direcção central (planificada): é aquela em que o Estado é o único


agente económico, isto é, é ele que decide o que produzir, em que quantidade e em que preço
será comercializado. Visto que nesta economia não há concorrência o consumidor terá
alternativas limitadas.

Economia mista

Este modelo conta com a presença de dois agentes económicos, o Estado e o Privado,
pois os dois concorrem para a produção de bens e serviços tendo em vista a satisfação dos
interesses da população. A presença do privado como concorrente reduz o poder do Estado.

Apesar de parecer um bom modelo e visto por muitos analistas como desleal, porque o
Estado, que estabelece as leis das actividades económicas, també m é concorrente, ao nosso
ver ele criará leis que o favorecerão.
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Diferentes níveis de desenvolvime nto das sociedades

O mundo em que vivemos parece desumano e injusto, se observarmos os países que o


constituem notaremos diversas diferenças, o crescimento e o desenvolvimento económico
globalização não é para todos.

Apesar do trabalho que se tem desenvolvido em vários países, no mundo existe


milhões de pessoas carentes de bens alimentares, saúde, bens económicos, sociais e
educacional. A colonização e a industrialização condicionaram o desenvolvimento.

Outro problema é o constante distanciamento entre os pobres e os ricos. Estes


problemas provocam a divisão ou a existência de países desenvolvidos e países
subdesenvolvidos.

Países desenvolvidos: são aqueles cujos os habitantes têm níveis altos de rendimento,
boa assistência médica, acesso à educação (de qualidade), cultura, formação profissional,
emprego, habitação condigna, etc. Em suma, têm uma excelente qualidade de vida.

Países subdesenvolvidos ou em via de desenvolvime nto: são aqueles cujos os


habitantes não têm níveis altos de rendimento, têm grandes dificuldades no acesso a educação,
assistência médica sem qualidade, não têm preparação profissional especializada e a maior
parte da população vive em condições precárias.

Raízes históricas do subdesenvolvimento

Este facto teve a sua origem com o surgimento do processo do desenvolvimento e a


constante necessidade ou solicitação do capitalismo na Europa.

A revolução industrial, as subsequentes utilizações e explorações dos recursos


coloniais contribuíram de certo modo para o início do afastamento entre os actuais primeiro
mundo(desenvolvidos) e os países do terceiro mundo(subdesenvolvidos).

Devemos levar em conta que até aos finais do século XVII, as divergências ao nível
económico e técnico dos diferentes países não eram significativas.

Os países hoje chamados de desenvolvidos eram mais atrasados quando comparados


com a China e Índia. Com a revolução industrial houve um aumento rápido de produção que
impulsionou o capitalismo.

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Os novos modelos de produção e os baixos custos estimularam o crescimento,
promovendo a procura de novas matérias-primas e novos mercados.

O europeu procurou então novos mercado e mais matérias-primas, dando assim


origem ao processo de colonização, de forma a poder sustentar a sua industria em
crescimento.

Infelizmente o nosso continente e a asiático foram os primeiros a serem colonizados,


para além da proximidade geográfica com a Europa, eram bastante populosos e fortes em
mão-de-obra. No entanto, o processo de colonização não os desenvolveu, pelo contrário, as
metrópoles apenas exploravam quer os recursos naturais, quer recursos humanos.

Dada a insuficiência da densidade populacional nos continentes americano e


australiano, os colonos não tinham como explorar, promoveram métodos de produção das
metrópoles vindo esses países a desenvolveram à nível da Europa, dando origem a países
desenvolvidos que controlam o mundo do ponto de vista político e económico, separados dos
países subdesenvolvidos, dependentes dos primeiros, pois toda a sua produção é exportada
por estes.

Portanto, o subdesenvolvimento não foi um processo autónomo, foi coagido pelos


interesses dos chamados países do centro.

Superação do subdesenvolvime nto

A industrialização económica é a base dos países desenvolvidos, os países menos


desenvolvidos devem optar pela industrialização para atingirem o desenvolvimento, que
permite o crescimento económico mais rápido que as actividades do sector primário
(agricultura, pesca, caça, etc.). Quais são as estratégias concretas para o desenvolvimento?

1. Industrialização por substituição das importações (I.S.I):

Consiste na implementação de uma industria capaz de produzir os bens que hoje o país
tem importado, reduzindo assim, o défice da balança cambial e posterior a acumulação de
riquezas.

2. Industrialização para o mercado externo (I.M.E):

Consiste em desenvolver que possa produzir bens e serviços para o mercado externo
concorrendo através dos preços. Para bom funcionamento dessa estratégia deve haver
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exploração de mão de obra no sentido de se baixar os custos de produção e a preços
competitivos.

Para tal, esses países necessitam de equipamentos industrializados que não têm,
levando assim o aumento da dívida externa e um agravamento da balança comercial.

3. Indústrias industrializadoras (I.I)

Consiste na criação de industrias que estimulem a criação de mais empresas,


aumentando assim a capacidade produtiva da economia e as trocas internacionais através de
um conjunto industrial alargado.

4. Desenvolvime nto rural (D.R.):

Consiste em produzir bens alimentares de modo a combater a fome e a má nutrição,


aumentar o nível de vida das populações rurais.

Outras me didas

Este problema afeta também a economia mundial. A superação do mesmo permitirá


um crescimento igualitário e um desenvolvimento global mais justo, daí a necessidade de
ajudas que podem ser:

1. Ajuda pública ao desenvolvimento (A.J.D):

É concedida por organismos públicos, sob forma de doação ou empréstimos com


baixas taxas de juros. Ela pode ser:

a) Multilateral (M) – concedida por organismos multinacionais. Exemplo, Banco


Mundial (BM), FMI (Fundo Monetário Internacional, OMS (Organização Mundial da
Saúde).
b) Bilateral – concedida por um país ao outro. Ex.: Ajuda de China à Angola.

2. Ajuda privada

Concedido por instituições empresariais ou bancos privados, visando lucrar.

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3. Ajuda dos projectos das organizações não governamentais

São agentes privados e prestam ajudas humanitárias e emergências, por exemplo,


auxílio alimentar, médico, cultural, educacional, etc. Ex.: A cruz vermelha, ajapraz.

Os países subdesenvolvidos começaram a ter ajudas desde o século XX, ainda se


registam problemas, quais são os seus causadores?

Responsabilidade dos que recebem ajuda

 Uso eficaz dos recursos provenientes das ajudas;

 Política de distribuição, destes mesmos recursos, eficaz;

Crescimento e Desenvolvimento

O crescimento e o desenvolvimento são fenómenos dinâmicos de longo prazo, que


traduzem realidades diferentes, embora tenham sido utilizados como sinónimos.

Crescimento económico: corresponde ao aumento da produção de bens e serviços


numa dada economia e consequentemente, o aumento do consumo. Ex: mais alimentos,
vestuários, etc.

A medida do crescimento económico pode ser feita através da evolução do PNB.


Podemos assim dizer que há crescimento económico quando:

 A produção aumenta;
 O aumento da produção não é meramente ocasional, mantendo-se ao longo dos
anos;
 Crescimento da população, o que implica um aumento da força de trabalho.

Desenvolvime nto económico: é um processo essencialmente humano que engloba


questões de carácter social, emprego e a distribuição de rendimentos, serviços sociais básicos,
como saúde e educação.

François Perroux: Define desenvolvimento como a combinação das mudanças


mentais e sociais de uma população que a torna apta a fazer crescer, cumulativamente e de
forma duradoura, o seu produto real e global..

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O crescimento é essencialmente quantitativo e o desenvolvimento sobretudo
qualitativo.

Factores que determinam o desenvolvimento económico

 Taxa de acumulação de capital em relação ao produto nacional;


 A capacidade de incorporação de progresso técnico à produção.

O crescimento da produtividade de um país depende , directamente da acumulação de


capital e da incorporação de progresso técnico à produção.

Para que haja desenvolvimento económico é essencial que as instituições garantam,


em primeiro lugar a ordem pública, ou estabilidade política, o bom funcionamento do
mercado, e boas oportunidades que estimulem, os empresários a investir e inovar.

O desenvolvimento económico é caracterizado pelo aumento sustentado da


produtividade ou da renda por habitantes, acompanhado por sistemático processo de
acumulação de capital e incorporação do progresso técnico.

Características do crescimento Económico moderno

 Inovação tecnologia
 Aumento da Produtividade;
 Diversificação da Produção
 Alterações da estrutura da actividade económica;
 Modificação do modo de Organização económica.

Fontes do Crescimento económico Moderno

 Progresso técnico: capacidade de inovação das sociedades, e verifica-se através das


alterações no processo de produção ou introdução de novos bens e serviços na
sociedade.
 Aumento da dimensão dos me rcados: Procura organizar a relação entre a capacidade
de aquisição dos residentes do país e do resto do mundo e o crescimento económico.
 Investimento e m capital: O aumento da quantidade de bens de produção a disposição
dos processos produtivos na empresa.

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Crescimento económico como fenómeno Moderno

As diferenças de desenvolvimento económico entre os diferentes territórios do mundo


constituem um problema relativamente recente. A sua origem situa-se no século XVIII e está
intimamente relacionada com a revolução industrial.

O crescimento é o resultado da acumulação em períodos longos de taxas de


crescimento de valor relativamente fraco.

Quando há crescimento económico existe:

 Concentração de empresas: Formação de grandes empresas e de grupos económicos, a


nível industrial e financeiro.
 Economia de Escala: Visam reduzir os custos, mantendo o volume de produção;
 Custo de energia: O crescimento económico está relacionado com o aumento de
consumo de energia.
 Inovações: novos produtos, originam novos mercados.

Crescimento e Produtividade

O crescimento de longo prazo é um conjunto de modificações de várias natureza, que


permitem aos consumidores beneficiarem de mais coisas ao mesmo tempo com o mesmo
volume de trabalho e capital

Os estímulos ao crescimento são classificados em três categorias:

 As modificações que incidem sobre a qualidade de trabalho;


 As modificações que afectam os equipamentos;
 Todo o conjunto de outros factores variados: organização do trabalho que permite
mais produtividade; um aumento da relação quantidade de produto
transformado/quantidade de matérias-primas etc.

Como me dir o Crescimento e o Desenvolvime nto

São numerosos índices que nos permitem analisar a importância do fenómeno do


crescimento e desenvolvimento.

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No entanto qualquer um dos indicadores ou índices nos dá uma visão parcial do
crescimento económico, uma vez que nenhum deles cobre todos os aspectos desse
crescimento que vai desde o consumo privado e público ao investimento.

Para medir o crescimento económico o melhor indicador é o PNB, pois representa o


valor total de bens e serviços criados anualmente pelos agentes nacionais.

Medição Da Actividade Económica

Produto Interno Bruto (PIB) – utilizado para mensurar o valor da produção de uma
economia (inclui empresas nacionais ou estrangeiras que actuam no interior do país). Pode ser
calculado em três ópticas: do produto, do rendimento e da despesa.
 Óptica da despesa: PIB = C+I+G+X-M
 Óptica do rendimento: PIB = S+R+J+L
 Óptica do produto: PIB = VAB’S e o VAB = R – CI (recursos – custos
intermédios.
Produto Nacional Bruto (PNB) – foca-se nas entidades nacionais que desenvolvem
as suas actividades quer no interior quer no estrangeiro.
Rendime nto Per capita – é o rendimento (PIB ou PNB) dividido pela população total
de um país.

PIB Nominal: Usa os preços correntes para avaliar a produção de bens e serviços da
economia.

PIB Real: Usa preços constantes de um ano base para avaliar a produção de bens e
serviços na economia.

Medição do Desenvolvimento

Para medir o desenvolvimento utiliza-se o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),


mede as realizações médias de desenvolvimento humano básico. Basea-se em três elementos
essenciais da vida humana:

 Longevidade: é medida pelo nº médio de anos de esperança de vida;


 O Saber: é medido por índice em que intervém a taxa de alfabetização etc;
 O nível de vida: é medito pelo poder de compra.

Para além do IDH, para analisar o desenvolvimento, é utilizado outros indicadores


(sociais, demográfico, etc.) como a Taxa de Mortalidade, Taxa de Desemprego, Taxa de
Natalidade, Taxa de analfabetismo, movimento migratório, etc.
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O crescimento e o desenvolvimento consegue-se medir através de vários indicadores:

 Indicadores económicos: PIB per capita; RNB; etc;


 Indicadores Demográficos e sociais: Taxa de mortalidade, natalidade, taxa de
imigração; taxa de analfabetismo (ferramentas estatísticas do desenvolvimento).

Classificação dos indicadores

 Simples: são aqueles usados isoladamente e que medem atracções específicas relactivo
ao desempenho social e cultural. Ex: PNB, RN, PIB, etc.
 Compostos: são o conjunto de indicadores simples, como o IDH.

Os indicadores são importantes porque reflectem a vivência em diferentes áreas e


permitem comparar o desenvolvimento do país.

Características dos países subdesenvolvidos

As características dos países subdesenvolvidos constituem obstáculos à sua


modernização, traduzindo-se em factores de subdesenvolvimento. Segue-se os principais
factores:

1. Crescimento populacional

Os países subdesenvolvidos apresentam uma taxa de natalidade muito elevada, crenças


religiosas, falta de informação sobre métodos anticoncepcionais, casamentos muito jovens e
ainda o facto de os filhos serem encarados como fonte de rendimento e um sustento na velhice
dos pais.

Ora, o forte crescimento demográfico constitui um obstáculo ao desenvolvimento


quando o aumento da produção não acompanha o aumento da população, pois o rendimento
per capita diminui. Outras consequências desta situação são: o agravamento da pobreza e da
desigualdade, a fraca educação das crianças, a degradação da saúde (das mães e das crianças),
e a maior pressão sobre os solos, com repercussão na alimentação e no ambiente.

É preciso encontrar um equilíbrio entre a capacidade de criação de riqueza e, portanto,


de criação de rendimentos e a população do país.

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2. Compartime ntação da economia

Deformação das estruturas económicas, provocada pelo colonialismo que, visando os


seus interesses, forçou a monoprodução e a monoexportação.

Nestes países o sector primário (agricultura, pesca e caça) ocupa um peso elevado na
estrutura de produção, verifica-se que, a par de uma agricultura moderna e produtiva
(frequentemente ligada ao capital estrangeiro), predomina uma agricultura de subsistência e
pouco produtiva.

Quanto ao sector secundário, é, em regra, pouco significativo, com excepção de


algumas industrias ligeiras, muitas vezes resultantes da descolonização, para beneficiar da
mão-de-obra barata. O sector terciário é pouco relevante.

O desequilíbrio e a desarticulação entre os sectores, a par do dualismo económico


impedem a modernização da economia.

3. Estrutura deficiente da actividade económica

Para além do desequilíbrio entre os sectores de actividade económica, a baixa


produtividade dos factores produtivos, falta de infraestrutura, com a colheita e distribuição de
água para a indústria, redes de energia e transportes, equipamentos assistenciais e de saúde
para o pessoal. Também, a falta de abastecimentos adequado de matérias primas e o apoio na
repartição e manutenção de equipamentos.

4. Desigual repartição dos rendimentos

Uma pequena parte da população tem grandes rendimentos ao passo que a maior parte
fica com muito pouco rendimento. Os primeiros consomem bens e serviços importados e a
maior parte da sua poupança investem no estrangeiro, o outros não conseguem poupar, pois
gastam seus rendimentos na compra de produtos importados, com conservantes que
prejudicam a saúde humana.

5. Dependência externa

O saldo da balança comercial destes países é geralmente deficiente, a saída de lucros


das empresas estrangeiras, dos juros dos empréstimos dificultam mais os países
subdesenvolvidos, provoca fuga de divisas e agrava a dívida externa. Estes países são
caracterizados pela forte dependência comercial, financeira, política, etc.
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6. Insuficiência de formação de mão-de-obra

Nas estruturas económicas subdesenvolvidas, o trabalho é pouco produtivo. Basta


pensar nas elevadas taxas de analfabetismo e nas grandes carências a nível da educação e
formação. Ora, é a escolarização e a formação profissional que permitem ao trabalhador
adquirir competências imprescindíveis para criar condições de empregabil idade, além da
melhor produtividade em geral.

7. Estruturas me ntais tradicionais

Apego a crenças de feitiçaria, religiosas, visão determinística da vida, não aceitação


das modificações e pouca difusão do ensino.

Factores de subdesenvolvime nto


Factores externos
O subdesenvolvimento constitui grande caso para os países não desenvolvidos, os
torna fiéis dependentes dos países desenvolvidos, não evoluem em qualidade nem em
qualidade, em geral.
Os factores externos do subdesenvolvimento são:

1) A expansão do comercio internacional;


2) Processo de cumulação de capital;
3) Dependência estrutural relactivamente ao centro - Traduz-se na incapacidade de um
país por si só e de forma autónoma superar o Estado de dependência em que se
encontra face ao exterior. Pode ser: Dependência externa, tecnológica, financeira,
política, cultural e commercial.

O comércio fez-se sentir entre os países ricos, depois da II guerra mundial. A


participação de economias subdesenvolvidas no comércio internacional teve uma grande
quebra, o total das exportações baixou de 30% em 1950 para 17% em 1970, ao passo que nos
países desenvolvidos passou de 50% para 70%. Actualmente, os países em via de
desenvolvimento estão marcados pela monoexportação (de matéria prima), não gerando
requeza. Existe desigualdedes de trocas.

Segundo dados da ONU, que investigou a evolução económica em 1870 e 1946, em


1870, cem unidades de matérias primas eram trocadas por cem unidades de produtos

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fabricados ou industrializados, não obstante, no período final do estudo (1946) as cem
unidades de matérias primas podiam comprar apenas 60 unidades de bens industriais.

As trocas entre os países efectua-se segundo uma relação denominada razão de trocas,
que pode ser calculado em quantidade ou em valor. É representado pelo cociente de ídice de
preço de exportação pelo índice de preço da importação.

A maioria das razões de trocas é caracterizada por uma taxa superior à 100 (significa
que vende-se ao estrangeiro mais caro do que se lhe compra) uma taxa inferior a 100 indica
uma deterioração daquelas razões.

Factores internos do subdesenvolvime nto

1. Estrutura económica e social deformada

Esta estrutura económica deformada apresenta os seguintes traços:

 Monoprodução – desenvolvimento unilateral e relactivamente exagerado de um


dos dois ramos da produção pertencentes ao sector primário ou à industria
extrativa.
 Monoexportação – exportação de um ou dois produtos do sector primário, cujas
receitas são quase a única fonte de divisas. Esta estrutura conduz a uma enorme
dependência dos mercados estrangeiros.
 Monomercado – normalmente a exportação dos países subdesenvolvidos be
como as sua importações estão dependentes de um único país desenvolvido a
quem se encontra ligado por razões históricas – é metrópole económica.
2. Dualismo económico – Traduz-se na coexistência, dentro da mesma economia
nacional, de um vasto sector de economia pré-capitalista assente numa agricultura de
subsistência e em actividades artesanais, paralelamente com um pequeno sector de
economia capitalista integrado na economia mundial como a exploração mineira,
petrolífera, etc.
3. Impreparação da mão de obra – mão-de-obra mairitariamente não qualificada, pela
falta de especialização, formação proficional, etc.

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4. Explusão demgráfica – este constitui um grave problema na maioria dos países
subdesenvolvidos, uma vez que a população cresce a um rítmo superior à produção,
não permitindo a alimentação de todos.
5. Estrutura agrícula desequilibrada - distribuição desigual das terras para produzir, as
pequenas parcelas de terreno disponíveis para a maioria da população propiciam
apenas a possibilidade de um agricultura de subsistência manifestame nte insuficiente.
6. Estrutura social heterogénia – nos países subdesenvolvidos a disparidade de
rendimento e consequentes níveis de vida é enorme. À opulência de uma maioria
corresponde a grande miséria da maioria da população, não se verificando a existênci a
de um classe média significativa.

Teorias explicativas do subdesenvolvime nto

A questão do subdesenvolvimento é um problema recente, tal como as teorias


explicativas, elas surgiram após a II Guerra Mundial (1945), como consequência da
colonização e estão directamente ligadas as preocupações políticas.

Este problema começou a preocupar a humanidade nos anos 50 do século XX. Esta
problemática é vista não só como um problema económico, mas também, cultural, histórico,
antropológico e político.

Por estas razões, a origem do subdesenvolvimento tem sido atribuída a factores


diversos:

 Subdesenvolvimento como fenómeno natural;


 Subdesenvolvimento como atraso de desenvolvimento;
 Subdesenvolvimento como bloqueamento ao crescimento.

Esta diversidade de factores deram origem ao teorias explicativas do


subdesenvolvimento que podem ser classificadas em dois grandes grupos:

1. Teoria economicistas:
 Teoria do crescimento económico de Rostow
 Teoria do Ciclo vicioso da Pobreza
2. Teoria Marxista:
 Teoria do Imperialismo
 Teoria do dualismo Económico
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Teorias economicistas

Teoria Economicista – pretendem explicar o subdesenvolvimento como fenómeno


autónomo, independente de quaisquer factores externo. Ignoram as circunstâncias históricas,
culturais e sociológicas buscando apenas uma explicação económica.

 Teoria do Crescimento económico de Rostow

Segundo este autor, cada país percorre, ou é levado a percorrer várias etapas até se
tornar num país desenvolvido:

1º. Sociedade tradicional – produção muito baixa, tecnologia rudimentar e fraca


produtividade;
2º. Criação de condições de arranque – fase mais ou menos longa em que a
acumulação de capital assume particular importância. A divisão do trabalho e o
aumento de produtividade teriam de ocorrer.
3º. Arranque (take off) – assiste-se um aumento das taxas de investimento e
modernização da tecnologia; aumento da produtividade e consequente aumento
do rendimento per capita.
4º. Maturidade – Intensa actividade comercial e industrial; elevada
produtividade; crescimento do PIB.
5º. Era do consumo de massa: afirmação do sector terciário , que abrange a
maioria da população activa. Trocas intensas.
 Teoria do ciclo vicioso da pobreza

Esta teoria pretende explicar o subdesenvolvimento de um país a partir da sua pobreza


“ característica”: um país é pobre porque é pobre. O rendimento nacional baixo seria a causa e
consequência do subdesenvolvimento. O raciocínio desenvolvido era o seguinte:

Baixa produtividadeFraca produção Baixo rendimentoPoupança reduzida  Escassez


de capitalFraco InvestimentoBaixa Produtividade.

Teoria Marxista

Teoria Marxista – teorias que consideram o subdesenvolvimento de alguns países


como consequência do desenvolvimento dos outros. Desenvolvimento e subdesenvolvimento
seriam assim o verso e o reverso da mesma moeda.

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 Teoria do Imperialismo (Lenine, Peirre Jallée, Samir Amin, entre outros)

Para esta teoria o colonialismo constitui a verdadeira causa da actual situação que se
vive nos países subdesenvolvidos.

Durante cinco século, os monopólios das metrópoles exploraram não só as matérias-


primas como os próprios seres humanos (escravatura, nomeadamente) desses territórios. Os
lucros obtidos dessa exploração teriam beneficiado exclusivamente as metrópoles que,
inclusivamente, impediram o desenvolvimento das colónias. Basta pensar em dois factores: a
industrialização das colonias foi impedida co receio da concorrência; à dada independência, as
metrópoles deixaram as populações quase a 100% analfabetas. Isto após o século de
denominação.

 Teoria do dualismo económico (de Celso Furtado)

Segundo Celso Furtado, o capitalismo europeu destruiu o equilíbrio das sociedades


colonizadas, a autossuficiência alimentar e a estrutura socioeconómica.

A impossibilidade do desenvolvimento normal das economias derivaria da existência


de duas economias paralelas: uma virada para exportação e maximização dos lucros e outra,
mantendo formas-pré capitalistas de produção, virada para subsistência. A desarticulação
gerada constituiria um obstáculo ao desenvolvimento.

Disparidade de situações

As tentativas de desenvolvimento levadas a cabo pelos países em vias de


desenvolvimento não seguiram todas o mesmo caminho, nem conduziram ao mesmo
resultado.

Países de produção pré-Industrial: São aqueles a que hoje corresponde a designação


de Países menos Avançados ( PMA). Caracterizam-se pela:

 Desarticulação do aparelho produtivo;


 Forte dependência do Exterior;
 Fraca Industrialização.
 Produção limitada a produtos agrícolas e matérias-primas, não estratégicas destinadas
à exportação, cujas cotações no mercado internacional estão sujeitas a grandes
flutuações.
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Países Produtores de Petróleo

Trata-se de países em que a indústria petrolífera se sobrepõe a todas as outras


estruturas de produção.

A grande viragem nestes países deu-se a partir da criação da OPEP(Organização dos


Países Exportadores de Petróleo) em 1960. Na qual a OPEP teve como objectivo a unificação
das políticas petrolíferas dos diversos membros, determinando melhores formas de
salvaguardar os seus interesses.

Na prática a OPEP funciona como um cartel do lado da oferta, controlando, assim o


preço do petróleo no mercado mundial.

Nesta categoria de países incluem-se dois casos distintos:

 Aqueles cuja actividade produtiva é inteiramente dominada pela extracção petrolífera.


Ex: Angola Arábia Saudita.
 Aqueles que já apresentam um grau de industrialização razoável, sendo menor o peso
das receitas petrolíferas no PIB, uma vez que a produção é mais diversificada, em outros
sectores exemplo sector agrícola. Ex: Venezuela.

Os principais países exportadores de petróleo são: Argélia, Angola, Arábia Saudita,


Barheim, Brunei, Congo, Emiratos Árabes Unidos, Equador, Gabão, Indonésia, Iraque, Irão,
Nigéria, Qatar, Síria, Venezuela,etc.

Países com Indústrias viradas para o mercado Interno

É constituído por aqueles que orientam o seu processo de industrialização sobretudo


para o mercado interno, através da substituição de Importação.

Novos Países Industrializados Virados para o Mercado Externo.

A designação genérica de NPI aplica-se a um conjunto de Estados muito heterogéneos,


quer quanto a superfície e a população; quer quanto a recursos naturais, características
culturais e sistemas políticos. Os primeiros foram os Tigres e Dragões asiáticos, Korea do Sul,
Singapura, Hong Kong e Formosa, seguido da Malásia, Tailândia, Indonésia e China que, no
início da década de 60 do século XX eram considerados países subdesenvolvidos, e chegaram
aos anos 90 do século XX no grupo dos países mais avançados do mundo.

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No processo de industrialização de novos países Industrializados podemos considerar
duas fases:

 Iniciou-se com produtos de consumo corrente: que exigiam pouco capital,


aproveitando sobre tudo a mão-de-obra barata e alfabetizada. (Ex: brinquedos,
têxtil, etc.)
 Orientação da indústria para sectores mais sofisticados (Ex: electrónica, construção
naval, automóveis) e selecionam os seus mercados, conquistando quotas no
mercado mundial.

As elevadas taxas de poupança e investimento e a ênfase na acumulação de capital


humano e na internacionalização da economia são, numa primeira análise factores
fundamentais. Com todas as imperfeições foram consolidando com o processo de
industrialização por substituição de importação.

Países de Regime Misto: São aqueles em que o estado assume um papel importante,
quer na definição de políticas de incentivo ao desenvolvimento tecnológico, quer através de
grandes empresas públicas, com todas as vantagens e desvantagens que daí advêm; na qual
abertura ao capital estrangeiro é grande.

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