Você está na página 1de 7

OM: 7º BIB PLANO DE SESSÃO DATA: 24 Abr 09

HORA: 1130-1710
CURSO: Formação do Soldado
TURMA: Sd EV da 1ª e 2ª Cia
PERÍODO: Instrução individual
GRUPAMENTO: A e B
FASE: Básica

1. MATÉRIA: Técnicas Especiais


2. UNIDADE DIDÀTICA:
3. ASSUNTOS:
a . Identificar as espécies vegetais e animais comestíveis mais comuns.

4. OBJETIVOS
- Identificar as espécies vegetais comestíveis mais comuns.
- Identificar as espécies vegetais nocivas mais comuns.
- Uso da peconha para obter alimentos - Identificar as espécies animais comestíveis mais comuns.
- Identificar as espécies animais nocivas mais comuns
- Descrever as técnicas para o preparo dos alimentos

5. LOCAL DA INSTRUÇÃO: CCAp.

6. TÉCNICAS DE INSTRUÇÃO:
- Palestra e demonstração.

7. MEIOS AUXILIARES: Mesas, panelas, conchas, material da própria região, redes de camuflagem.

INSTRUTOR (ES): MONITOR (ES): AUXILIAR (ES):


1º Ten IURI MELO 3° Sgt LÍCIO Sd EP Kelin
Sd EP Guilherme

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS: Preparação do local e preparação dos fogões

MEDIDAS DE SEGURANÇA:

FONTES DE CONSULTA:
ASSINATURA VISTO Cmt CCAp VISTO S3

_____________________ ________________________ ________________________


1º Ten IURI MELO Cap DOMINGUES Cap FRANKLIN
MAI
TEMPO DISTRIBUIÇÃO DO ASSUNTO E
OBS
1. INTRODUÇÃO

1. Até o presente momento os senhores vem adquirindo


conhecimentos básicos, que lhes possibilitarão sobreviver em área de
selva. Recordando, os senhores aprenderam a obter água e fogo; a
construir abrigos utilizando para tal o material nativo da região; a obter
caça através do uso de armadilhas improvisadas e arma de fogo; a
rastrear animais em área de selva; higiene e primeiros socorros; etc...
Em suma, s senhores estão comprovando que a fase de vida na selva,
orbita em torno da ÁGUA, do FOGO e dos ALIMENTOS.
2. Na ½ jornada que se segue os senhores serão instruídos sobre
os alimentos de origem animal, sua preparação e conservação assim
como alguma coisa lhes será dita sobre a obtenção de sal em área de
selva. Para tal, seguiremos o seguinte SUMÁRIO - para que possamos,
ao término da sessão atingir o seguinte OBJETIVO.
3. Tendo em vista que o alimento de origem animal é uma única
fonte onde podemos conseguir sais minerais, vitaminas e
principalmente PROTEÍNAS COMPLETAS, ressalta-se a importância
de seu correto preparo e conservação para posterior consumo.
4. Soma-se a essa idéia, o fato de que a obtenção do alimento de
origem animal em ambiente de selva, esta sujeito a fatores muitas vezes
imponderáveis que privam o combatente de um abastecimento na
quantidade e regularidade desejadas.
5. Os fatores que são ponderáveis na preparação do alimento são
os seguintes: o tempo disponível; a necessidade de alimentação; a
quantidade de caça obtida e a higiene do local, da caça e do homem que
prepara o alimento.
2. DESENVOLVIMENTO

1. PREPARO DA CAÇA

a. Ofídios

1) Pode-se abater o ofídio, após capturado, utilizando-se de


um porrete e dando-se várias pancadas na sua cabeça.
2) No abate do ofídio, devemos ter o cuidado de quebrar o
ÖSSO QUADRADO” da cabeça do ofídio, esse procedimento faz com
que se interrompa o fluxo de peçonha das vísceras para as glândulas
existentes na cabeça dos ofídios.
3) Faz-se uma amarração logo abaixo da cabeça sem no
entanto comprometer as glândulas produtoras de peçonha, e sem cortar
o animal, pendurando-se o ofídio numa trave horizontal.
4) Enquanto um combatente traciona a cobra pela cauda, o
outro faz um leve corte transversal em toda a circunferência do ofídio,
logo abaixo da cabeça, atingindo-se apenas o couro. Em seguida é feito
outro corte agora mais profundo que o primeiro, longitudinalmente, em
todo o ventre da cobra, até a ponta da cauda. Este segundo corte é feito
com auxílio da mão esquerda esticando o couro do ofídio.
5) Em seguida é feito o descamisamento ou seja, a retirada
do couro com auxílio da faca, apenas tracionando-o até o final. Isso só
será possível após um esfolamento inicial até que se tenha um bom
apoio para as mãos a fim de iniciar o descamisamento. Esse
esfolamento se caracteriza pela ação da faca separando o couro da
carne do animal.
6) Para a evisceração, corta-se a primeira víscera logo
abaixo da cabeça tracionando-a um pouco de modo que se empunhe
com firmeza e a partir daí, puxa-se as vísceras sem muita força e elas
serão retiradas até a altura da cauda e de uma só vez. É conveniente que
durante todas esse etapas, o animal esteja bem tracionado.
7) Por fim faz-se a separação da cabeça e da cauda na
altura da cloaca, entretanto deve-se ter o cuidado de no momento de se
cortar a cabeça do ofídio colocar o mesmo de cabeça para baixo afim
de se evitar uma possível contaminação pela peçonha do mesmo, caso
seja um ofídio venenoso.
8) Concluída a preparação e a respectiva limpeza o ofídio
estará pronto para ser preparado para o consumo.
9) Não se deve assar a carne da cobra, pois fica muito dura.
10) O couro pode ser utilizado como utensílio, bastando
para isso secá-lo ao sol retirando a gordura existente no mesmo.

b. Peixes

1) Pode ser escamado, sempre da cauda para a cabeça, no


sentido inverso das escamas. Cortem-se as barbatanas, guelras e as
nadadeiras. Nos peixes que possuem escamas grandes poderá ser feita a
escamação, cortando-se finas fatias ao nível das escamas, sem atingir a
carne. É o caso por exemplo do tambaqui.
2) Após a utilização de qualquer um dos processos acima,
faz-se a evisceração pelo ventre, aproveitando-se apenas as ovas,
quando for o caso.
3) Se o peixe for de tamanho médio para pequeno, pode-se
assar sem descamisar, escamar ou mesmo eviscerar.
4) Alguns tipos de peixes não possuem escamas e sim
couros. Estes logicamente não serão escamados, mas podem ser
descamisados. Após a retirada das barbatanas, nadadeiras e guelras e
feita a evisceração, serão levados ao fogo a fim de preparar o alimento
para o consumo. Por exemplo de peixe de couro temos o Surubim,
Piramutaba, Dourados, etc. Quando o peixe é pequeno podemos ainda
fazer a preparação do peixe da seguinte forma: coloca-se o peixe
envolto em folhas de sororoca e tabatinga, diretamente no braseiro.
Quando a tabatinga endurecer e partir o peixe estará pronto para o
consumo. Neste processo o peixe pode ser eviscerado antes ou após a
cocção.

c. Aves

- Nós consideraremos as aves basicamente em duas


situações: com o corpo quente (quando recém abatidas) ou com o corpo
frio.

1) Aves com o corpo quente (as penas se soltam


facilmente).

a) Aproveita-se o corpo ainda quente da ave recém


abatida para retirar através de puxões as penas.
b) Descamisamento: é empregado quando a aves não
está muito estragada. Após se pendurar a aves pelos pés, faz-se uma
incisão na coxa ou pescoço, cortando-se apenas a pele. Por este
pequeno furo coloca-se um tubo oco, soprando-se até separar a pela
com as penas, da carne da ave. A partir daí, faz-se um corte maior e
traciona-se toda a pele juntamente com as penas. A grande
desvantagem desse processo é a perda por completo da pelo do animal
juntamente com um pouco de gordura e sangue.

2) Aves com corpo frio: (as penas não saem facilmente).

a) Fervura: é um processo caseiro onde se utiliza água


quente.
b) Envolta em tabatinga: é um processo usado
principalmente para aves pequenas. Envolve-se a aves em tabatinga e
coloca-se diretamente na brasa; quando o barro quebrar, as penas serão
retiradas junto com ele.

3) Sapecar: Nada mais é do que chamuscar a ave no fogo e


ao mesmo tempo retirar as penas já queimadas com a mão ou pela
raspagem. É utilizado pelo índio e pelo caboclo.
4) Após a utilização de qualquer dos processos descritos,
procede-se a evisceração através de um corte longitudinal no ventre da
ave. Poderão ser aproveitados para o consumo: o coração, a mela
(obtenção do sal), fígado e ovos.

d. Animais de pelo

1) Processos de preparação
a) Esfolamento ou descamisamento.

- Uma vez abatido o animal, pendura-se pelos


membros posteriores, abrindo-os, para facilitar o trabalho. Faz-se uma
incisão transversal na parte mais alta dos mesmos, abaixo dos
tornozelos e outra longitudinal até a entrepernas, descendo esse corte
pela “linha branca”, do ventre do animal. Com a ponta da faca inicia-se
o esfolamento, liberando a pele dos músculos. Assim que se tiver apoio
para tracionar com as mãos. O descamisamento poderá ser iniciado.
b) Sapecar

Do mesmo modo que na ave, o animal é chamuscado


no fogo e feito em seguida a raspagem do pelo com uma faca ou objeto
cortante até a pelo ficar esbranquiçada. É o processo mais usado em
macacos pelos índios e pelo caboclo.

c) Fervura

Processo muito utilizado em para, cutia e cutiara que


tem a pele muito saborosa. Joga-se água quente em cima do animal e
simultaneamente faz-se a raspagem do pelo até a pele ficar branca.
Devemos tomar cuidado para evitar que o couro venha a “encruar”;
para tal, devemos jogar água somente nas partes (quartos) que serão
imediatamente raspadas.

2) Evisceração

- Após utilizar qualquer dos processos vistos acima, o


animal seja grande ou pequeno, será aberto pelo peito para a
evisceração. Nesta operação dever-se-á ter o cuidado com a vesícula
biliar e a bexiga.

3) Cuidados a serem observados

a) Por medida de segurança as vísceras dos animais de


pelo não devem ser consumidas tendo em vista serem prováveis focos
de doenças.
b) Existem alguns tipos de animais que possuem além
da vesícula biliar e bexiga, glândulas subaxilares que se não forem
retiradas corretamente poderão comprometer a carne obtida.
c) Deveremos ter especial atenção quando da preparação
dos alimentos de origem animal com uma doença chamada
TOXOPLASMOSE. (Protozoário toxoplasma gondhi). Toxoplasmose
tem um período de incubação entre 10 a 13 dias.

e. Quelônios

1) Podem ser levados inteiro ao fogo, utilizando o casco


como panela, após o que, é feito a separação das vísceras. Não é um
processo higiênico.
2) Separação da casca

a) Apoia-se o quelônio no chão com o ventre para cima.


Bate-se com o facão nas laterais para separar as duas carapaças.
b) Ainda com o quelônio na mesma posição, retira-se a
carapaça ventral, puxando-as com as mãos e auxiliando com uma faca.
O mesmo é feito com o casco dorsal.
c) Após ser liberado, o corpo do quelônio é retirado
como um todo de dentro do casco. Num local com mais visibilidade e
apoio, é realizado a evisceração. Após a evisceração, só restará
praticamente os músculos dos membros locomotores, o fígado, o
coração e ovos, que deverão ser preparados numa vasilha com um
pouco d’água e algum tempero (sal) caso se disponha. Não se deve
assar a carne do jabuti, pois ela fica muito dura.

f. Jacarés e Lacertídeos

1) Deve-se tomar alguns cuidados na preparação do jacaré:

a) Amarrar a boca, mesmo depois de morto. Se a morte


foi recente, um auxiliar deverá imobilizar a cauda do animal para evitar
surpresas desagradáveis.
b) No jacaré só é possível fazer a retirada do couro
através esfolamento. Isso é feito colocando-se o animal estirado com o
ventre para cima. Poderá ser feito semelhantemente aos animais de
pelo. A evisceração poderá ser feita pelo ventre, já que o couro nessa
parte não é tão duro quanto no dorso. Uma parte muito apreciada
principalmente nos jacarés é a cauda.

2) Nos casos de aproveitamento comercial do couro, o


jacaré deverá ser eviscerado pelo dorso..

g. Tatu

1) Fervura

Da mesma maneira que é feito com a cutia e a paca,


joga-se água quente por sobre a sua carapaça e no ventre,
simultaneamente é feita a raspagem até ficar esbranquiçada.

2) Sapecar

Semelhante ao processo anterior, coloca-se o animal


diretamente no fogo, procurando queimar seus pelos e
simultaneamente é feita a raspagem.

3) Após ter seguido um dos processos anteriormente


descrito, será feita a evisceração do animal pelo ventre. Em seguida,
será esquartejado e colocado numa panela para cozinhar.

3. TEMPEROS
a. Quando do preparo de alimentos, a presença de temperos na
selva constituirá um problema, embora alguns vegetais possuem
salinidade.

b. Na selva o sal poderá ser encontrado:

1) Nas cinzas - possuem pequeno teor salino na sua parte


mais branca.
2) No caruru - planta que secada ao sol queimada e lavada
fornecerá alguns resíduo de sal.
3) Na moela das aves - após picada e fervida até a
evaporação da água, por várias vezes, deixará um pequeno depósito
com certo teor de sal.
4) No sangue dos animais: com o mesmo processo que se
utiliza para as moelas, poderá se utilizar o sangue para obtenção do sal
Obs: Co a finalidade de se evitar zoonoses transmitidas
pelo sangue d animais devemos evitar seu consumo em natural.

3. CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS

a. Por um período curto, de algumas horas, as carnes padrões,


poderão ser conservadas, deixando-as amarradas e protegidas no
interior de igarapés, cujas águas são normalmente frias.
b. Para um período de um dia ou mais, a carne bastará ser bem
salgada e envolvida em folhas ou pano.
c. Para um período de vários dias, a desidratação deverá ser
mais apurada, seja pela defumação, salga ou moquém e posta ao sol
para secar. Após o que, a carne será enterrada, envolta em pano ou
folhas. Caso acumule mofo, será necessário apenas raspá-la antes do
preparo para o consumo.
Obs: Em todos os casos descritos, é aconselhável cotar a carne
em fatias de no máximo dois dedos.
d. Os ovos poderão ser conservados por té 30 dias, quando
cozidos em água e guardados em salmoras ou então, após cozidos são
esfarelados e postos ao sol para melhor desidratação.
Uma outra maneira de conservar ovos é enterrá-los em local
úmido, ou mesmo, no leito de um igarapé.
Obs: Michira - Processo de conservação de carne que consiste
em derreter a banha do animal em um recipiente, retirar o torresmo,
cozinhar a carne separadamente, por fim, mergulhar a carne na banha
ainda líquida. Deixar a banha solidificar-se. Duração de uma ano ou
mais Ex: carne de Anta.

5. CONSUMO E PRÁTICA

Preparação das caças existentes por parte do Alunos.

Você também pode gostar