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OM: 7º BIB PLANO DE SESSÃO DATA: 24 Abr 09

HORA: 1130-1710
CURSO: Formação do Soldado
TURMA: Sd EV da 1ª e 2ª Cia
PERÍODO: Instrução individual
GRUPAMENTO: A e B
FASE: Básica

1. MATÉRIA: Técnicas Especiais


2. UNIDADE DIDÀTICA:
3. ASSUNTOS:
a . Identificar as espécies vegetais e animais comestíveis mais comuns.

4. OBJETIVOS
- Identificar as espécies vegetais comestíveis mais comuns.
- Identificar as espécies vegetais nocivas mais comuns.
- Uso da peconha para obter alimentos - Identificar as espécies animais comestíveis mais comuns.
- Identificar as espécies animais nocivas mais comuns
- Descrever as técnicas para o preparo dos alimentos

5. LOCAL DA INSTRUÇÃO: CCAp.

6. TÉCNICAS DE INSTRUÇÃO:
- Palestra e demonstração.

7. MEIOS AUXILIARES: Mesas, panelas, conchas, material da própria região, redes de camuflagem.

INSTRUTOR (ES): MONITOR (ES): AUXILIAR (ES):


1º Ten IURI MELO 3° Sgt LÍCIO Sd EP Kelin
Sd EP Guilherme

MEDIDAS ADMINISTRATIVAS: Preparação do local e preparação dos fogões

MEDIDAS DE SEGURANÇA:

FONTES DE CONSULTA:
ASSINATURA VISTO Cmt CCAp VISTO S3

_____________________ ________________________ ________________________


1º Ten IURI MELO Cap DOMINGUES Cap FRANKLIN
MAI
TEMPO DISTRIBUIÇÃO DO ASSUNTO E
OBS
1. INTRODUÇÃO
a. Apresentação do assunto

b. Ligações com a sessão anterior


- Alimento animal
- Obtenção de água

c. Sumário
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
a. Generalidades
b. Regras Gerais
c. Regras Específicas
d. Vegetais consumíveis
e. Vegetais cultivados
f. Nozes
g. Chás

3. CONCLUSÃO

d. Objetivos
 Idt as características e peculiaridades dos vegetais
comestíveis encontrados assim como os chás.

2. DESENVOLVIMENTO
a.Generalidades
- Existem catalogados no mundo inteiro, aproximada
mente umas 300.000 espécies de vegetais silvestres.
Considerando as áreas de selva existentes no mundo e que a
selva AMAZÔNICA é a maior delas, inclusive cobrindo 57%
do território brasileiro, pode-se dizer que uma grande parte
desses vegetais encontram-se em solo brasileiro.
- É, portanto, de fundamental importância que o
combatente de selva conheça, pelo menos, os vegetais mais
comuns da área, usados pelos nativos para a sua subsistência.
Desta forma, quando em uma situação real de sobrevivência,
terá mais uma opção para nutrir seu organismo e manter um
bom estado psicológico, para suportar a adversidade dessa
situação.
- Por outro lado, deve-se levar em consideração que
a alimentação animal nem sempre será uma fonte de
alimentação fácil de ser obtida. Os animais de sangue quente
são astutos, ardilosos e sagazes, não se deixando abater com
facilidade, dificultando ao sobrevivente nutrir-se com esse tipo
de alimentação.

b. Regras Gerais
1) CAL
- Em princípio, os vegetais cabeludos, amargos ou
leitosos, devem ser motivo de uma melhor investigação para
depois serem ingeridos, mesmo os vegetais que apresentem
uma das três características.
- Lembre-se que CAL é a sigla utilizada para a
memorização dessa regra geral; todavia, como toda regra, essa
também tem suas exceções.
Ex: Abiu, sapoti, maçaranduba, mamão e etc.
- Os vegetais apresentam uma defesa química ou
uma defesa mecânica, de forma a inibir a ação dos seus
predadores.
Ex: Mandioca Brava, Abiu, Mamão - Defesa
Química.
Castanha do Pará, Pequiá, Tucumã - Defesa
Mecânica.

2) Cozimento dos Vegetais:


O processo mais simples utilizado para suprimir a
nocividade ou a letalidade do vegetal é o seu cozimento. Desta
forma, cozinhe-o durante 5 (cinco) minutos, realizando a troca
da água 02 ou 3 vezes nesse período. Após isso, o vegetal
poderá ser consumido. Excetuam-se os cogumelos, que tem
efeito alucinógeno.

3) Uso do paladar:
Em caso de encontrar alimento estranho e não
dispondo de fogo, proceda da seguinte forma:
- Retire uma pequena quantidade ou pequeno
pedaço do vegetal ou fruto, mastigue-o e conserve-o pelo
período de 5 a 10 minutos na boca. Se passado esse tempo o
paladar não estranhar o gosto da porção, o restante poderá ser
consumido.

4) Vegetais consumidos pelo animais:


- Os vegetais e frutos consumidos pelos animais
poderão ser consumido pelo homem, em pequena quantidade.
Os animais considerados generalistas, tais como os roedores
(Cutia, Paca) ou ruminantes (anta, veado), geralmente
contornam a toxidez, ingerindo pequenas quantidades de
espécies diferentes. Seus metabolismos são capazes de lidar
com pequenas doses de substância tóxica, talvez por
apresentarem uma variada flora bacteriana no intestino.

c. Regras Específicas:
1) Hábitos Alimentares
- O combatente oriundo das regiões urbanas,
naturalmente tendo que consumir vegetais, irá mudar de forma
brusca seus hábitos alimentares. Assim sendo, quando da
ingestão de alimentos de origem vegetal, deverá fazê-lo de
forma moderada para que seu organismo acostume-se à nova
dieta. Essa conduta é muito importante para que sejam evitados
os distúrbios estomacais ou intestinais. Preservar sua saúde é
uma das preocupações constantes do combatente em situação
de sobrevivência.

2) Cursos dos Igarapés:


- Nos cursos dos igarapés são encontrados os mais
variados tipos de palmeiras. Das palmeiras, podemos retirar o
fruto e o palmito. Todos os frutos de palmeiras são comestíveis.

3) Distribuição Geográfica:
- Os alimentos vegetais dependem da área
geográfica. Apresentam restrições quanto à sua frutificação ou
até mesmo sua existência. Assim sendo, quando em
determinadas regiões ou áreas encontramos determinados
vegetais, poderá ocorrer desses mesmos vegetais não existirem
em outras áreas. Como exemplo, podemos citar o babaçu, o
qual na área compreendida entre BI/2 e BI/3 existe em
abundância; o mesmo não se pode dizer quando percorremos a
área compreendida entre BI/3 e BI/4.

4) Época do ano:
- Influi diretamente na frutificação dos vegetais.
Desta forma, não se deve partir da idéia falsa de que os
vegetais são encontrados com facilidade em todos os meses do
ano.

d. Vegetais silvestres consumíveis:


1) Açaí (juçara no MARANHÃO)
Apresentação
- O fruto é uma baga arredondada de cor atroviolácea
(escura). Quando madura, retirada a casca, a polpa apresenta-se com
uma camada muito fina de cor escura.

Preparação
- Por processos manuais, podemos obter do açaí o vinho.
Para isso, retira-se do cacho a quantidade necessária para satisfazer as
necessidades diárias. Coloca-se água no fogo para amornar e, nesta
condição, colocar os frutos do açaí, de forma a amolecer a casca. O
tempo de permanência do fruto na água morna é de aproximadamente
15 minutos. Após isso, joga-se a água fora e, com auxílio de um
porrete de madeira, macera-se o açaí, separando a polpa e casca do
caroço. Coloca-se água na quantidade necessária para o consumo
imediato e obtém-se o vinho do açaí. A cor do vinho é semelhante ao
vinho da uva.

Consumo
- É muito apreciado pelo nativo. O vinho do açaí poderá
ser consumido da seguinte forma:
. Com farinha de mandioca ou de tapioca e açúcar
. Com farinha de mandioca e peixe assado
. Com mingau ( cozido com farinha de mandioca)
apresenta um forte teor de vitamina “A”.

Obs: O Chá da raiz do açaí é usado para tratamento de


hepatite, reumatismo e inflamação.

Conservação
- O cacho do açaí, após colhido, dura no máximo 04 dias.
Após isso, o fruto seca, não se produzindo mais o vinho. A confecção
do vinho deverá ser feito para consumo imediato. Valor calórico do
açaí é superior ao do Leite. Rico em cálcio, ferro e fósforo.
Obs: Pode ser consumido o palmito do açaí, que é
retirado do tronco, próximo à palheira. O palmito não apresenta
grandes valores nutritivos.

2) Bacaba
Apresentação
- Frutifica em cachos com frutos arredondados ou
elipsóides, na cor violeta escura com uma leve camada cinza. Sua
polpa apresenta-se na cor branca - amarela.

Preparação
- Tendo em vista a dureza da casca, há
necessidade de se colocar em água morna para amolecer, por um
tempo de 15 minutos aproximadamente. Após o amolecimento, joga-se
o líquido fora e, com auxílio de um porrete, macera-se o fruto,
separando-se a polpa e a casca do caroço. Adiciona-se água fria ao
fruto macerado, obtendo-se desta forma o vinho na cor creme leitosa,
muito semelhante ao leite com nescau.

Consumo
- Sob a forma de vinho é também muito apreciado,
particularmente quando adicionado açúcar. É um alimento rico em
vitamina “A” e com 25% de gordura.

Conservação
- Para a conservação do fruto, deve ser retirado do cacho
apenas o necessário para o consumo do dia.
- O cacho, após retirado da palmeira, tem uma duração de
quatro dias. Após isso, secam os frutos.

3) Bacabinha
Apresentação
- Semelhante à bacaba, havendo diferença na forma do
fruto (arredondada) e no tamanho do cacho (menor).

Preparação/ Consumo/ Conservação


- Semelhante à bacaba

4) Buriti
Apresentação
- Frutifica em longos cachos, com frutos de forma ovóide
e na cor vermelha escura. Retirada a casca, apresenta a polpa na cor
amarela.
Preparação
- Casca dura e resistente. É necessário ser imergido em
água morna para amolecimento da casca, por um tempo de 15 minutos.
Identificado o amolecimento, da casca joga-se fora a água morna para,
em seguida, macerar-se o fruto, separando-se a polpa e casca do caroço.
Adicionando-se água, teremos o vinho do buriti. Pode-se obter desse
fruto o doce de buriti, também muito apreciado.

Consumo
- Consome-se o buriti ao natural, sob forma de vinho ou
ainda como doce. É rico em vitamina “A “.

Conservação
- Esse fruto deve ser colhido quando caído no chão.
Caso haja necessidade de retirá-lo da palmeira, pode ser feito, porém
com a preocupação de cobri-lo com folhas para acelerar sua maturação.
5) Babaçu
- Do fruto dessa palmeira extrai-se a larva de um
besouro, muito rico em gordura e com gosto semelhante ao coco.
- Para extração da larva (tapuru), utiliza-se o terçado
batendo vigorosamente no coco até cortá-lo.

·Vegetais Cultivados

1) Abacate
2) Abacaxi
3) Abricó
4) Abiu
5) Biribá
6) Castanha do Pará
7) Cupuaçu
8) Graviola
9) Ingá Cipo/Açu e Titica
10) Jenipapo
11) Mamão
12) Sapoti

f. Nozes
1) Castanha de caju.
a) Apresentação: Caju com a castanha
b) Preparo/Consumo:
- Assar a castanha na brasa ou dentro de uma
fogueira. Quando houver a liberação de gases e estando a
mesma enegrecida, retira-se as castanhas da fogueira. Após
isso, quebra-se a parte enegrecida e consome a polpa.

c) Conservação
- Estando assada, mantê-la em lugar arejado, o
que proporcionará o consumo por um prazo de seis meses ou
mais.
- Antes de assar e mantida em lugar arejado,
permanecerá em condições para o consumo pelo prazo de seis
meses ou mais.

2) Castanha do Pará (Brasil) e de Sapucaia:


a) Apresentação:

- Ouriço (de 10 a 20 castanhas dentro)

b) Preparo:

- Quebrando-se o tampão do ouriço com o


terçado, as castanhas encontram-se já em estado para o
consumo.

c) Chá da semente (umbigo):


- Inflamação no ovário, cólicas intestinais,
hepatite.

g. Chás:
1) Casca da Carapanaúba
(a) Apresentação: Lasca de Carapanaúba
(b) Preparo: Cortar lascas pequenas, colocá-las
em uma vasilha com água fresca ou morna e deixá-las imersas
durante 15 a 20 minutos.
(c) Consumo: tomar ao natural (poderá ser
filtrado).

Obs: Usado como anti-inflamatório (pesquisa do


INPA). Utilizado na região para febre, infecção no fígado e
também para malária.

2) Caule da Preciosa:
(1) Apresentação: Pedaços de lascas da
preciosa.
(2) Preparo: Idem a Carapanaúba, podendo-se
ferver a água e acrescentar açúcar.
(3) Consumo: Beber ao natural ou com açúcar.
(4) Uso medicinal: Excitante e anti-
espasmódico.

3) Cipós
a) Cravo
(1) Apresentação: cipós que, seccionados
transversalmente, mostram a “Cruz de Malta” na sessão.
(2) Preparo: Corta-se o cipó descascando-o em
lascas. Coloca-se em uma vasilha (panela) com água morna,
deixando - as imersas por uns 15 a 20 minutos. Quanto mais
lascas, mais forte ficará o chá, proporcionando gosto
semelhante ao cravo da Índia.
(3) Conservação: Mantê-lo em lugar fresco;
quando secar, não servirá mais para fazer o chá.
(4) Consumo: Ao natural ou acrescentando
açúcar.
(5) Utilizado na região como diurético e anti-
diarréico.
b) Xexuá
Apresentação: Cipó estriado com nervuras e
esverdeado; quando raspado, sua casca apresentará uma cor
amarela. Seccionado, aparecerão círculos vermelhos
concêntricos.
Preparo: Idem ao cipó cravo.
Conservação: duas a três semanas, quando, a
partir daí, começará a secar.
Consumo: Idem ao cipó cravo.
Utilizado pelos regionais para anemia, que
também imergem lascas em aguardente e guardam 15 dias para
o consumo. Também é considerado afrodisíaco.

4) Raiz
a) Saracura-muirá (cerveja-do-índio)
(1) Apresentação: arbusto
(2) Preparo: limpa-se a raiz (parte vermelha
que fica soterrada), raspa-se esta parte em um recipiente com
água fresca; bate-se com um pedaço de graveto ou a própria
raiz, até espumar, quando a bebida estará pronta.
(3) Consumo: Tomar ao natural.
(4) Conservação: Retirar o vegetal somente
quando for consumir.
(5) Utilização pela região: eficaz contra febre e
contra a malária(segundo estudos realizados pelo INPA).
. Tomar no máximo um caneco
. Tomar em excesso, causa efeito narcótico.

3. CONCLUSÃO
Outros vegetais podem ser encontrados em ramais de
estradas, sítios e roças abandonados por regionais ou indígenas. É
importante ressaltar a utilização das regras gerais e regras específicas.
Essas regras proporcionaram ao sobrevivente condições de realizar um
estudo, mais aprofundado dos vegetais, antes de consumi - los.

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