UFBA em movimento

Docência Online

A curadoria
colaborativa de dados
se tornou uma
atividade central desta
década. Tudo aquilo
que fazemos na
internet tem influência
na memória coletiva.
Todos têm este poder,
que vem junto com a
responsabilidade.".

Pierre Lévy
 Seja bem-vindo(a) ao curso:
Apresentação
Docência Online.

Este curso propõem um estudo sobre o

papel docente na educação online,
permeada por questões que emergem
do nosso cotidiano contemporâneo.
Será uma experiência de construção do
conhecimento de forma autônoma, em
um processo de comunicação educativa
com múltiplas tecnologias

Prof. Lanara Guimarães de Souza

Prof. Nubia Pacheco de Oliveira

Prof.
Prof. Valéria Inês Tanajura
Prof. Lorem Ipsum Lobo

Curso aberto 20 horas

Docência Online Professores universitários e da Educação Básica.

Aberto, na modalidade livre

Docência Online

Sumário

1. Introdução

2. Professor(a) Mediador(a)

3. Percursos didáticos

4. Referências
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Introdução
A partir do século XX passamos a conviver em
um cenário em que as tecnologias digitais têm
COLABORAÇÃO INTERAÇÃO
ocupado destaque, tornando-se
progressivamente fundamentais à sociedade
contemporânea. À medida que se ampliam as
funções sociais destas tecnologias, a sua
aquisição tem sido estreitamente relacionada a
uma plena participação dos sujeitos,
aumentando, consideravelmente, a urgência de
CRIATIVIDADE COMUNICAÇÃO
se apropriar dessas tecnologias com
autonomia. É nesse sentido e nesse contexto,
que surge a concepção de Docência Online
como prática pedagógica emancipadora que
insere tecnologias educacionais como AUTORIA
mediadora do processo ensino e aprendizagem,
e que acontece em espaços virtuais na WEB.
Docência Online

Assim, precisamos pensar como essas transformações

tecnológicas influenciaram e influenciam o processo
educacional e como o processo educativo interfere nessas
transformações.
Quais são as possibilidades pedagógicas das tecnologias digitais
na formação docente ?
Como desenvolver saberes, diálogos, interação entre
professores e estudantes que compartilham conhecimento
individual e colaborativo?
Esses são apenas alguns questionamentos que devemos
fazer sobre as mudanças vivenciadas em contextos de
expansão tecnológica e suas implicações para os processos
educacionais. A seguir, vamos refletir sobre as práticas
docentes da educação online.
 Docência Online

• são multirreferenciais;
.
E quando falamos de educação online como uma das
formas possíveis de educação a distância, o que temos
percebido é que nesta modalidade de ensino, antes cheia de • são construídos nas histórias de vida dos sujeitos;
.
limitações específicas, porque era baseada em meios
unidirecionais (impressos, rádio e TV), agora cresce muito
com as potencialidades cada vez mais interativas da internet • aliam a experiência à construção da docência;
.
e das redes sociais online. E nessa discussão, entra em
cena as questões relacionadas ao papel do professor. Ao
• são compreendidos como saberes legítimos do saber-ser e
tentar compreender as implicações que emergem das saber-fazer docente;
.
tecnologias digitais para a educação, e, em especial, para a
atuação do professor, não podemos perder de vista que os
saberes docentes: • Se entalham como um repertório de atuação do educador;
.
 Os saberes docentes, aqui, neste curso estão
contextualizados nas concepções pedagógicas de
Vygotsky e Paulo Freire, expressas nos seguintes
princípios:

Compartilhar Colaborar

Autonomia

Emancipação Diálogo

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Contudo, tais princípios somente acontecerão numa proposta de educação

online a depender do modo como serão explorados pelos professores.
Concordamos com Bonilla e Assis (2005), ao entenderem que o professor na
educação online deixa de ser o centro , ou seja, deixa de ser aquele que
apenas ensina e o aluno aquele que apenas aprende, para constituírem-se em
sujeitos de aprendizagens. Isso significa dizer que o processo pedagógico
deixa de ter um centro fixo, pois este se desloca, se movimenta, de forma que a
dinâmica passa a ser outra, ora destacando-se o professor, ora o aluno.
 A educação online toma como ponto principal
a dialogicidade, a interação, a troca, tendo
como mediação espaços que promovam a
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construção do saber de forma compartilhada,
conjunta, o que faz parte da dinâmica da
Professor(a) cibercultura.

Mediador(a) Aqui, apontamos, inclusive, que o cenário da

cibercultura favorece o compartilhamento e a
colaboração, e o professor, ao estar inserido nesse
contexto, passa a entendê-lo de dentro dele e a
partir dele.
Para Silva e Claro (2010), o professor precisa
compreender esse espaço para nele atuar, assim
como, repensar a mediação da aprendizagem que
vem realizando em sala de aula, seja ela presencial,
seja a distância. Com isso queremos dizer que, na
Lorem ipsum dolor

educação online, os saberes são produzidos

principalmente na interação, no aprender com o
outro, sendo que, com este outro, para professor ou
aluno, é preciso estabelecer e formar redes de
aprendizagens em um "sistema de educacional
aberto, plástico, atemporal e ininterrupto.
 Compreende-se, então, que a dinâmica das interações entre os
sujeitos e o meio provocam transformações mútuas, uma vez que
a mudança de um influencia o outro. Com isto, queremos salientar
que a interação que acontece em uma sala de ambiente de
aprendizagem online, já traz imbricado um pensamento de
unificação afetivo e cognitivo como um novo modelo de prática
educativa em rede.

De acordo com Maturana (2009, p. 64):

“Quando estamos em interações
recorrentes na convivência, mudamos de
maneira congruente com nossa
congruência, com o meio, e num sentido
estrito nada é obra do acaso, porque tudo
nos ocorre num presente interconectado
que se vai gerando continuamente uma
transformação do espaço de congruências
a que pertencemos.”

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Esta prática em rede apresenta-se para o docente
(educador) como desafio na sua profissão, pois está
relacionados à compreensão de que a presença das
tecnologias na/para educação precisam ser incorporadas
para além de meras ferramentas adicionais ou meras
animadoras dos tradicionais processos de ensinar e
aprender. Nos diversos ambientes virtuais de
aprendizagens (AVA), professores e alunos têm
construído conhecimento de forma colaborativa.
Criar conteúdos hipertextuais, trazer narrativas,
possibilitar meios para que novas narrativas e
experiências de vida sejam socializadas; provocar
situações novas de aprendizagens e de troca, apesar de
não serem práticas fáceis, elas somente se tornarão
concretas e interativas, se de fato, este professor se
tornar coautor desse processo.
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A docência em rede aqui apresentada deve observar

as condições de ensino dos professores, bem como
as condições de estudo e de acesso dos estudantes
online. Como são o espaço e o tempo disponíveis
destes estudantes para cursar? Eles dispõem de
condições de acesso e permanência tecnológicos
adequados?
Também devem-se levar em conta as condições
sociais, didáticas e psico-afetivas do contexto.
De posse de todas estas informações, poderemos
então situar como e quais tecnologias utilizaremos
como ferramentas à disposição dos
encaminhamentos didáticos. Tais encaminhamentos
devem superar o uso da tecnologia e dos ambientes
virtuais de aprendizagens como espaços-tempos de
transmissão de conhecimento apenas, para que
sejam desenvolvidas atitudes de protagonismo
docente e discente, resultantes da autonomia no
processo de ensinar e aprender
Se o objetivo é que
Na aula online: Proponha no AVA MOODLE:
seu/sua aluno(a):

fóruns de discussão ou produção de textos

Organize um debate orientado
Reflita sobre ideias analíticos / comparativos apresentando
ou seminários
diversos pontos de vista

Explique etapas de
tarefa com uso de infográficos, manuais
Desenvolva processos processos, mostrar
exemplos e tire dúvidas ou fluxo de esquemas

Oriente como realizar as Um glossário em forma de banco de

Construa produtos produções, e organize uma produções como: vídeo, podcasts, cards,
mostra virtual de trabalh os ou outros com uso de app.

Faça uma exposição dialogada Um questionário ou uma lição com Listas

com linguagem didática:
Aprenda conceitos de exercícios , sínteses e críticas e
explane, explique e
exemplifique Estudos Dirigidos .
 Se você pretende atuar ou já atua como um docente
online, deve, a partir dos referenciais teóricos que
vimos anteriormente, planejar percursos de
Docência Online aprendizagem variados de criação; desenvolver uma
elaboração em que os alunos operem durante sua rota
de aprendizagem em um curso, disciplina, oficina ou
qualquer outro tipo de prática educativa, formal ou não

Percursos didáticos formal. Nos exemplos a seguir, usaremos o MOODLE e

suas ferramentas como sala online onde a docência vai
se realizar.

Percursos de
exploração

Percursos de
aprofundamento

Percursos de
ancoragem
 PERCURSO DE EXPLORAÇÃO
envolve as atividades voltadas para o entendimento primário das
informações e identificação dos elementos básicos do tema tratado,
incluindo aquelas que visam familiarizar o aluno com os assuntos
abordados, preparando-o e motivando-o para seguir em frente na sua
rota de aprendizagem. No AVA MOODLE A tarefa e o Diário do
MOODLE são recursos adequados para utilizar nessas atividades.

Atividades de compreensão: voltadas para o entendimento dos aspectos básicos dos assuntos tratados; criadas para familiarizar o aluno
com os assuntos e as discussões que os cercam;

Atividades de relação e associação: voltadas para a busca, a identificação e o estabelecimento de conexões entre componentes de
um tema ou entre informações, conhecimentos e ideias diversas;

Atividades de comparação: voltadas para a análise comparativa entre dois ou mais fenômenos, pelo cotejamento de dados,
informações, conhecimentos e ideias;

Atividades de transferência: voltadas para o aporte de conhecimentos e habilidades de um contexto para outro, como por exemplo, de
conhecimentos espaciais desenvolvidos em Geografia para o estudo de conjunturas históricas.
PERCURSO DE APROFUNDAMENTO
envolve as atividades concebidas e elaboradas para
expansão vertical ou longitudinal, isto é, de
aprofundamento dos conhecimentos construídos nas
atividades de exploração. O fórum, o glossário e a tarefa
do MOODLE são recursos adequados para utilizar nessas
atividades.

Atividades de detalhamento: voltadas para o tratamento da informação com maior grau de detalhe, isto é, “quebrando” ou decompondo
a informação mais geral em informações mais específicas

Atividades de complexidade: voltadas para o tratamento e análise das ideias e informações abordadas em outras atividades,
ligadas ao “aprender desmontando”: como se estrutura, como funciona etc., o aluno encontra os princípios que o ajudarão na
construção de novos conhecimentos.

Atividades de ressignificação: criadas para permitir a construção, pelo aluno, de novos significados, a partir da crítica a algo dado,
externo a ele, ou mesmo às suas próprias elaborações anteriores.

Atividades de análise crítica: voltadas para o exercício da crítica e sua fundamentação, com relação a qualquer objeto que enfoque,
sejam ideias ou materialidades.
 PERCURSO DE ANCORAGEM envolve as atividades que
incentivem o aluno a relacionar os temas estudados com sua vida
profissional, pessoal e social. Por meio destas atividades, os
alunos poderão situar os temas estudados em contextos
específicos, nos quais adquirem novo valor e significados, ligados
à resolução de problemas e projetos de vida.

Atividades de síntese: por meio das quais o aluno seleciona, descreve e justifica o que de fato é significativo para si, dentre tudo o que
estudou, buscando os fundamentos essenciais do que foi aprendido.

Atividades de aplicação: voltadas para a aplicação prática e contextualizada dos conhecimentos em construção; dirigidas para a
construção de significados em múltiplas dimensões – cognitivas, operativas e atitudinais, na resolução de problemas.

Atividades de invenção (heurísticas): voltadas para a criação do novo a partir de recursos, técnicas e informações dadas; o trajeto é
mais importante do que o produto final.

Atividades de socialização: voltadas para elaboração de projetos coletivos , o compartilhamento e a soma de recursos, habilidades,
capacidades, competências, saberes e práticas, de forma cooperada e/ou colaborativa.
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Sobre a carga horária do trabalho docente, ela é

composta pelo planejamento, pela mediação das
atividades síncronas e assíncronas e pela correção
das atividades com fechamento das atividades.
A atribuição do tempo para as atividades síncronas
segue a hora aula, isto é, hora relógio.
As atividades assíncronas seguem a ideia de hora
produção, ou seja, quanto tempo os estudantes
levam para realizar aquela atividade.
Uma mesma atividade pode ter durações de tempo
diferentes, a depender das condições materiais e do
nível de aprofundamento exigido nos critérios de
avaliação. Segue abaixo uma tabela com referência
de tempo médio para algumas atividades, com
margem de cálculo para mais ou para menos:

Atividade CH

Fórum de discussão 4h

Pesquisa, leitura de texto com 5h

fichamento
Apresentações online 5h

Trabalhos em grupo 8h

Produção de mídias 15h

Pesquisa e produção de texto 10h

Questionário 2h

Aula online 1h
 Do exposto, pudemos compreender que a atuação do
docente online ultrapassa a visão puramente técnica.
O seu papel supera, então, o conceito reducionista de
explicador técnico, principalmente porque
compreendemos que é ele quem coordena a seleção
de conteúdos; que discute estratégias de
aprendizagem, que conduz a criação de percursos de
aprendizagens e que problematiza o conhecimento.
Nessa perspectiva, a ação docente no ensino online
pode ampliar as possibilidades da educação online, na
medida em que a mediação visa promover a troca e a
construção de novos espaços e formas de ensino e
aprendizagem.

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Referências
BONILLA, Maria Helena Silveira; ASSIS, Alessandra. Construindo novas educações. In: PRETTO, Nelson De
Luca. Tecnologia e novas educações. Salvador: EDUFBA, 2005, p. 217-230
Docência e tutoria na EAD Online. Disponível em:
https://www.moodle.ufba.br/pluginfile.php/258675/mod_resource/content/1/Docencia_e_Tutoria_na_EAD_Onli
ne.pdf. Acesso em: abril/2020
FILATRO, Andrea; CAVALCANTI, Carolina Costa. Metodologias Inovativas na educação presencial, a
distância e corporativa. 1.ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018.
Introdução A Educação A Distância. Disponível em:
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/174995/5/eBook_Introducao_a_EaD_UFBA.pdf. Acesso em:
Abril/2020
MATURANA, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política . Belo Horizonte: UFMG, 2009
SILVA, M., & CLARO, T. (2017). A docência online e a pedagogia da transmissão. Boletim Técnico Do
Senac, 33(2), 81-89. Recuperado de https://www.bts.senac.br/bts/article/view/301
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Como citar este material:

SOUZA, Lanara; OLIVEIRA, Nubia; TANAJURA, Valéria. Docência Online

Curso Aberto da Universidade Federal da Bahia ‐ SEAD/UFBA, 2020.
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