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Atualidades Brasil
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ATUALIDADES
Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................4
Atualidades Brasil. . ..........................................................................................................................................................6
1. Parte I – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Humano e População.....6
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia. .............................................................................................6
1.2. A População Brasileira. . ......................................................................................................................................17
1.3. IDH Brasil: 2019...................................................................................................................................................... 24
2. Parte II – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos. ................................................................ 28
2.1. A Política Brasileira............................................................................................................................................. 28
2.2. Economia Brasileira em 2020 e 2021.......................................................................................................49
3. Temas de Atualidades............................................................................................................................................62
3.1. A Operação Lava Jato e seu Fim. . ..................................................................................................................63
3.2. ONGs, Meio Ambiente e Amazônia: Atualidades e Polêmicas....................................................68
3.3. Principais ONGs Ambientais no Brasil. .....................................................................................................71
3.4. O Brasil na Última COP-26: Glasgow, Escócia, Dez/2021.............................................................75
3.5. As Tragédias Ambientais de Mariana e Brumadinho. ......................................................................75
3.6. As Queimadas no Pantanal em 2020........................................................................................................80
3.7. O Caso Marielle: Quatro Anos........................................................................................................................81
3.8. As Milícias no Rio de Janeiro. . ........................................................................................................................ 82
3.9. A Segurança Pública no Brasil: algumas Considerações..............................................................83
3.10. A Reforma da Previdência.. ............................................................................................................................ 97
3.10. A Transposição do Rio São Francisco. .................................................................................................. 110
3.11. O que Foi Feito no Governo Bolsonaro?. ............................................................................................... 114
3.12. Os Avanços com Bolsonaro. . ....................................................................................................................... 114
3.13. Dificuldades Pendentes................................................................................................................................115
3.14. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: alguns Pontos Fundamentais...................... 117
3.15. O Escola sem Partido.....................................................................................................................................120
3.16. A Cultura e Seu Financiamento: a Falácia do Atual Discurso..................................................121
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Luis Felipe Ziriba
Apresentação
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo à
conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público.
Peço licença para me apresentar a vocês. Me chamo Luis Felipe Ziriba. Sou formado em
Geografia desde 2004 pela Universidade de Brasília. Sou, também, servidor do Incra – SEDE,
desde 2008, efetivado no cargo de Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária. Ministro
aulas para concursos desde 2001. Comecei em sala aos 20 anos de idade, lecionando em
pré-vestibulares, para, em pouco tempo ter seguido para os concursos de admissão à carreira
militar, tais como EsPCEx, ESA, entre outros, nas disciplinas de Geografia Geral e do Brasil.
Lecionei também em preparatórios (Geografia Geral e do Brasil) para os principais cursos de
admissão à carreira diplomática – Instituto Rio Branco – de Brasília. Já no início da década
findada (2011-2020), parti rumo ao desafio de lecionar as matérias Atualidades do Brasil e do
Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal.
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão 18 anos preparando alu-
nos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do Brasil.
Bom, obrigado pelo espaço e pela confiança depositada. E vamos então ao que realmente
importa a você(s). E fato, o tempo urge!
Com vistas a auxiliá-los(as) nessa etapa de preparação, eu dividi o nosso material em duas
partes: em sendo assim, na primeira parte destaco aspectos do território nacional (incluindo
transportes e energia) e contextos populacionais; já na segunda parte, serão abordados as-
pectos mais abrangentes, como política, aspectos atinentes à produção de valor e a economia
nacional em Atualidades, além dos temas mais importantes em Atualidades a serem cobrados
em concursos: tais quais; cultura; sociedade; segurança pública; relações internacionais; meio
ambiente; organizações supranacionais, entre outros.
Destaco, caros(as) aluno(as), que realizem sem concessões a leitura integral dos temas
apresentados e, também, que deem a mesma importância aos respectivos Textos Comple-
mentares abaixo apresentados, ok?. Reparem que, mesmo havendo alguns (poucos) editais
que delimitam recortes, balizando assim a compreensão de apenas períodos específicos (e
acontece pouco assim, mas acontece). Ou seja: editais que delimitam os conhecimentos em
Atualidades e os restringem entre tal a tal período, peço a vocês, praticamente de joelhos, juro
– sem exagero - para não caírem nesta esparrela. Fujam dessa pseudo- facilidade, e tenham
em mente, portanto, que somente através da leitura retórica (e integral) dos temas apresenta-
dos - desde seu início até o seu fim é que é possível se obter uma clarificação dos contextos de
Atualidades de forma ampla. Simples assim.!! E juro… não há como fugir disso! Por favor, con-
fiem, confiem (...) e confiem mesmo nessa informação!!! A disciplina de Atualidades não está
restrita, simplesmente, a uma coleta de notícias com base no(s) recorte(s) estipulado(s) pelos
editais (digo quando ocorrer este recorte). Em Atualidades os contextos devem ser, de forma
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mandatória, entendidos desde seu começo até o seu fim. Isso para que possamos exatamente
atingir o nível necessário de conhecimento pedido pelas bancas em concursos. E esse conhe-
cimento amplo e conciso está bem aqui (...) se encontra nas suas mãos. Nosso material é
produzido de forma sintética, didática, clara e fluida, com base em décadas de conhecimento
dessa disciplina. Nós sabemos, de A a Z, como guiar você (s) rumo à aprovação. Então não re-
talhem, apenas me sigam. Confiem nisso! Vamos juntos empreender um conhecimento amplo,
conciso e extremamente útil dentro desta deliciosa disciplina Atualidades Brasil.
Peço ao fim que, por favor, se debrucem sobre o caderno de exercícios apresentado como
fixação de conteúdo e acréscimo didático. E, claro, avaliem o nosso curso em nossa platafor-
ma. Obrigado!
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ATUALIDADES BRASIL
Obs.: o conteúdo desta aula foi atualizado em março de 2022.
Obs.: Os pontos descritos são os nossos pontos extremos nas quatro direções: Norte (Monte
Caburaí, em Roraima), Sul (Arroio do Chuí), Leste (Ponta do Seixas) e Oeste (Nascente
do Rio Moa).
O Brasil faz fronteira com dez (10) países. Dentro do continente sul-americano, não somos
“vizinhos” apenas de dois países: o Chile e o pequeno Equador. No mapa a seguir, temos as
principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e a Bolívia (com mais
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de 3.000 km de fronteira, em boa parte pela Amazônia). Destaca-se que esses dados de tama-
nho das fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão alterações em curto ou médio prazo,
à medida que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil foram ratificados há tempos;
também não vêm ocorrendo reivindicações fronteiriças de nações vizinhas.
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O Brasil possui cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa configu-
ração atende a uma divisão de 1969 do IBGE, a qual levou em conta similaridades humanas e
naturais entre os estados para o agrupamento em regiões:
• MAIOR REGIÃO (2019): Norte (45.2% do território nacional);
• REGIÃO COM MAIOR NÚMERO DE ESTADOS: Nordeste (com 9);
• MAIOR POPULAÇÃO: Sudeste (aproximadamente 86 milhões perfazendo em torno de
42% população do Brasil).
Vale destacar que os estados brasileiros podem se desmembrar internamente em outros me-
nores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a consulta à população dos
estados. Mas eles não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Há pleitos em
torno de desmembramento de estados em análise atualmente para o Piauí, o Maranhão, a
Bahia, entre outros. O pleito que neste sentido fora levado mais adiante deu-se no Pará, em
2011, quando sua população em plebiscito não aceitou a fragmentação do estado em três
outros estados: Carajás, Tapajós e Pará (capitais em Marabá, Santarém e Belém, respectiva-
mente). Tal querela, vale o destaque, novamente, em 2021, ganhou impulso mas não obteve
respaldo considerável. Mesmo assim, em provas de Concursos que versem sobre este tema
da divisão do Pará, não esqueçam que esta díade é a mais avançada em termos nacionais em
Atualidades, ok?
Em 2022, o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios são: Minas
Gerais (853) e São Paulo (645). Na rabeira, temos Roraima, com apenas 15, e o Amapá, com
16 municípios.
O Distrito Federal não é um Estado, e sim uma unidade da Federação, tendo apenas Brasí-
lia (a Capital Federal) como seu único município.
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TEXTO COMPLEMENTAR
O Transporte de Cargas no Brasil em 2020
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 10/12/2019.
O Sistema de transporte de cargas no Brasil é, via de regra, muito desequilibrado.
Vigorando desde 2005 como um plano de Estado, e não de Governo, o PNLT – Plano
Nacional de Logística de Transportes – visa promover um melhor reequilíbrio entre os
modais, alçando metas de eficiência em logística, com redução de custos e da emissão
de poluentes, além do incrementar a segurança.
Uma análise simples em nossa matriz de transportes revela que o meio rodoviário
ainda predomina no total de cargas (peso) transportadas no país. Tal meio (rodoviá-
rio) de transporte leva em torno de 60% de toda a carga. Os principais produtos trans-
portados pelos mais de 1,4 milhão de quilômetros de estradas brasileiras (a segunda
maior malha do mundo) são derivados de petróleo, soja, milho, farelo de soja, alimentos
(industrializados, ou não) e bens de consumo manufaturados diversos. Vale destacar
que a presença do rodoviário vem sendo reduzida bem lentamente, tendo chegado, na
década de 1980, a quase 80% de toda a carga transportada no país. As vantagens do
meio rodoviário estão na capacidade de se entregar produtos porta a porta, o que não
ocorre no meio ferroviário, pois os trens param em terminais, o aquaviário em portos
e os aeroviários em aeroportos. Veja o exemplo da soja: todo grão que sai da portei-
ra das milhares de fazendas plantadoras é escoado exatamente por caminhão. Se,
por opção das empresas, a soja seguir após os caminhões por outro modal, tem-se
o que se chama de transbordo. A implementação originalmente ao de uma estrada é
também mais barata e rápida, daí a preferência de governos desenvolvimentistas ante-
riores, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, por este modal (tipo) de transpor-
te. Como externalidades, tem-se o maior custo de manutenção das estruturas que se
precarizam muito facilmente, a poluição ambiental dos gases pesados e tóxicos emi-
tidos pelos escapamentos a diesel e o maior número de mortes em acidentes que nos
outros modais. Em maio de 2018, uma greve de quase um mês dos caminhoneiros
praticamente parou o país. Tal paralisação revelou-nos o tamanho da dependência
deste meio de transporte no Brasil. Estima-se que em torno de 60% dos caminhonei-
ros no país trabalhem em empresas, não sendo autônomos, portanto. A essa prática
de parada de serviços por parte de empresas dá-se o nome de lockout. Vale destacar
ser proibida tal prática, isso tanto na CLT – Consolidação de Lei Trabalhistas, como na
Lei de greves.
O segundo meio de transporte mais utilizado no Brasil para cargas é o ferroviá-
rio, com algo em torno de 20% do total transportado por 30.000 km de ferrovias (com
metade desta quilometragem sendo subutilizada).
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TEXTO COMPLEMENTAR
A Produção de Energia Elétrica no Brasil em 2022
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/12/2021.
O Brasil é um dos grandes produtores de eletricidade do Mundo. Nosso gigante
parque de produção de energia elétrica possui alta diversificação, e, principalmente,
uma base em matriz limpa: AS HIDRELÉTRICAS.
Das cinco maiores unidades em atividade no Mundo, simplesmente duas dessas:
Belo Monte; e Itaipu, aqui estão localizadas. Ocorrem dentro desse parque algumas
outras peculiaridades. Vejamos abaixo, portanto, as principais:
Em termos gerais, a nossa produção de energia elétrica se situa em torno de 82%
(dados de 2021) de fontes renováveis.
Veja os números abaixo:
hidrelétrica: 62%;
eólica: 11%;
termelétricas a biomassa: 8%;
.....todas são fontes renováveis…
Acrescenta-se, contudo, à nossa matriz energética, mais 13% de termelétricas, 1,5%
nuclear e, o restante, em torno de 5%, de energia hidrelétrica importada - basicamente
proveniente do Paraguai por meio da Usina de Itaipu.
As Hidrelétricas
Em se comparado ao Brasil, são poucos os países no Mundo que detém uma pro-
porção tão elevada em suas matrizes energéticas totais baseadas em hidrelétricas. O
nosso parque hidrelétrico, o qual esteve outrora, e quase integralmente concentrado na
parte Centro-Sul do Brasil além do Vale do Rio São Francisco, agora segue rumo para
o norte e se dispersa. As grandes estruturas, como as usinas de Paulo Afonso-BA e
de Itaipu-PR, permanecem, mas o direcionamento do sistema elétrico nacional atual
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evidencia a subida de novas estruturas que se apropriam dos rios amazônicos. Assim,
nascem ao longo das últimas décadas gigantescos projetos: como Jirau e Santo Antô-
nio, em Rondônia; e Tucuruí e Belo Monte, no Pará. Aliás, esta última usina, em pleno
funcionamento é uma das maiores usina do Brasil e, também, uma das maiores do
mundo em termos de produção total de energia quando atinge o seu ápice. Ao todo, em
2021, temos 219 usinas hidrelétricas em funcionamento no Brasil.
Em auxílio a essas estruturas, temos também as PCHs – Pequenas Centrais Hidrelé-
tricas – e as Centrais Geradoras. Para estas últimas estruturas, tão pequenas, é inte-
ressante perceber que elas não chegam a constituir barragem e, assim, inclusive, pos-
suem, portanto, um licenciamento ambiental muito mais simplificado que o das grandes
estruturas.
Ordem por tamanho de projeto:
HIDRELÉTRICAS > PCH > CENTRAIS GERADORAS
Abaixo, em homenagem ao Dia Mundial da Água de 2021, em 22 de março, um info-
gráfico, com dados recentes sobre a geração de energia por fonte hidráulica no país é
apresentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL.
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O Parque Eólico
A força dos ventos se consolida como a terceira maior fonte de geração de energia
elétrica no país. Em fins de 2021 mais de 750 parques eólicos se encontram em opera-
ção no território brasileiro, com mais de 10 mil torres eólicas. De acordo com o Global
Wind Energy Council (GWEC), o Brasil ocupa a sétima posição no ranking mundial de
geração eólica. O ano de 2021 foi o de maior incremento em potência instalada de pro-
dução de energia em toda a nossa história. Atingimos a cifra histórica de mais de 11%
de energia elétrica total produzida pelos ventos
O destaque da geração eólica para a produção de eletricidade fica com a região Nor-
deste, que sozinha responde por cerca de 90% da capacidade instalada. São da região
as quatro usinas que romperam juntas a marca dos 20 GW: Ventos de Arapuá 1, 2 e 3
(Paraíba), Chafariz 4 (Paraíba), Filgueira II (Rio Grande do Norte) e Ventos de Santa Mar-
tina 11 (Rio Grande do Norte).
Mais de 12 GW de novas eólicas já foram outorgados pela Aneel, distribuídos em
353 empreendimentos. Destes, 170 já estão em construção. A expectativa é de que a
geração eólica alcance a marca de 25 GW nos próximos dois anos.
Predominantes em regiões de vegetação baixa, como no centro da Bahia, ou no lito-
ral do Nordeste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante favorecida, a ener-
gia eólica se utiliza da energia de movimento do vento para produção de eletricidade.
Um princípio simples, mas que requer implementações tecnológicas. Em quase ¾ das
UFs nacionais o eólico já tem presença (...) e só cresce.
Termelétricas
Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo, as com uso de biomassa,
buscam diversificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua potên-
cia composta por hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de papel) e bagaço
de cana são as principais fontes de biomassa (renováveis). Gás natural e derivados de
petróleo são as fontes fósseis mais comuns (não renováveis). Dentro do mapa nacio-
nal de termelétricas, tem-se termelétricas por todo o país, contudo aqueles que se utili-
zam de biomassa estão no Centro-Sul; as que queimam gás natural e petróleo (fontes
não renováveis e poluidoras), via de regra estão na Amazônia. As termoelétricas servem
como subsidiárias ao parque hidrelétrico, tal qual podemos observar ao realizar a leitu-
ra do texto apresentado um pouco mais abaixo:
Texto Complementar – Brasil: Crise Hídrica e Energética 2021. Contextos
Nuclear
Localizadas em Angra dos Reis (RJ), as usinas nucleares Angra 1 e 2 utilizam o
átomo do elemento químico urânio para produção de 1.990 MW de energia elétrica, dis-
tribuída no eixo Rio-São Paulo. Em construção, a Usina de Angra 3 deve fornecer mais
1.350 MW. O Brasil é o 23º país do mundo em potência nuclear instalada (2019). Vale
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TEXTO COMPLEMENTAR
Brasil: Crise Hídrica e Energética 2021. Contextos
Por: Prof. Luis Felipe. 15/09/2021
Caro aluno, para entender de forma simplificada o contexto mais recente da atual
crise hídrica (2021) a qual resulta em consequências na produção de energia elétrica
no país, vamos nos ater a estes pontos inicialmente e explicarei, prometo, de forma
simplificada:
1. A produção de energia no Brasil é fundamentalmente baseada na força das
hidrelétricas, com 70 por cento de toda a capacidade de produção de energia elétrica
instalada oriunda da força das hidrelétricas.
Hidrelétricas são consideradas fontes limpas de produção de energia, pois na pro-
dução diária de energia não ocorre produção direta de gases de efeito estufa e também
renovável, à medida que a água é um recurso natural renovável.
2. As hidrelétricas nacionais dependem (e cada vez mais) de rios de planalto que
nascem na região central do Brasil e possuem regimes de alta variação em sua força
(e quantidade de água). Ou seja, são rios altamente sujeitos ao regime de seca que
impera no país entre os meses de abril a outubro.
3. A gradual substituição da energia oriunda de hidrelétricas por termoelétricas
torna a energia mais cara.
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4. O período de seca se tornou mais severo. Muito disso, bem verdade, por causa
da escalada de desmatamento que acomete o Brasil ao longo das últimas décadas e,
também, em função de fatores de circulação atmosférica global.
O Brasil historicamente atrelou seu parque de produção energia elétrica às hidrelé-
tricas. Somos um país de rios com bom regime de chuvas e expertise na construção
deste tipo de modalidade de produção de energia, isto desde a entrada do século pas-
sado. Tal movimento, em torno de construção de hidrelétricas, projetou um parque
nacional com mais de 60 hidrelétricas de grande porte onde algumas destas constam
dentre as maiores do mundo em capacidade total instalada, tais quais: Itaipu (que é
binacional, com sua produção compartilhada com o Paraguai) e Belo Monte, no Pará.
A questão crucial acerca deste modelo considerado limpo de produção de ener-
gia (pois não emite diretamente gases de efeito estufa) e renovável (pois se utiliza da
água, um recurso renovável) é exatamente a necessidade de abastecimento dos reser-
vatórios. Vamos então entender bem esta questão: A força das águas contidas nos
reservatórios movimenta as turbinas das hidrelétricas. Em sua origem, os reservatórios
são constituídos pelas alterações em cursos de rios que são canalizados com vista as
formar o reservatório. Ao ser realizada esta engenharia os reservatórios passam a exis-
tir e alimentam-se, em boa parte, exatamente pela água das chuvas. São as águas que
caem do céu percorrendo internamente os solos (níveis basais) e os aquíferos, ou que
percorrem o nível superficial, e também, claro, a água que incide diretamente em cima
do reservatório que o alimenta. Vejam bem que as chuvas atuam de diversas maneiras
na formação e manutenção dos reservatórios.
É que aí que mora o perigo. Os reservatórios não vêm conseguindo ser abastecidos
a contento, visto que nossas hidrelétricas se concentram exatamente no Brasil Central
e a seca vem sendo mais severa ano após ano nessa parte do país. Em 2021 vivemos
a maior escassez hídrica em 91 anos e, assim, os reservatórios esvaziam acima do
normal, não possuindo, logicamente, reposição hídrica. Não entra água no solo, nem
corre água de forma superficial e nem chove em cima da lâmina de água de nossos
reservatórios. Alguns reservatórios operaram no limite, em meados de 2021, sendo que
outros se utilizaram do chamado “nível morto”, acarretando, portanto, um maior esforço
das turbinas para a produção de energia.
Outro ponto crucial acerca da atual crise hídrica reside no fato de que, via de regra,
os rios que constituem os reservatórios em sua origem e auxiliam na manutenção dos
reservatórios (junto, tal qual visto, à chuva incidente) nascem exatamente no Brasil
Central. Caso emblemático é o Rio Xingu, que alimenta a megausina hidrelétrica de
Belo Monte no Pará. Esse grande e belo curso hídrico nasce nas serras do Mato Grosso
região que anualmente passa por evento de seca sazonal (entre maio e setembro).
Sendo assim, no período de seca a força de suas águas diminui consideravelmente
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Funcionamento de termoelétricas:
Para falarmos sobre a população brasileira, vale inicialmente lembrarmos de dois pontos
fundamentais que aprendemos na escola, os quais remetem-nos às prazerosas aulas de Geo-
grafia. São os conceitos: POPULOSO e POVOADO
POPULOSO: Este conceito remete à população absoluta de um determinado lugar: o nú-
mero total de habitantes. Dentro deste contexto, se comparamos o Brasil a seus pares, ou seja,
aos outros países do globo, veremos que temos a 6a maior população do mundo (pois fomos
ultrapassados pelo Paquistão, ao que tudo indica). Assim, o Brasil pode ser considerado como
sendo um país populoso.
Em 2019, os meios de comunicação destacaram que caímos do 5,º para o 6º lugar no ranking
populacional dentre os países do globo. Vale destacar que nessa entrada de 2022, ainda não
ocorre uma confirmação precisa acerca desta mudança, até por que os dados do Paquistão, o
país que, ao que tudo indica nos destronou da 5a colocação global em termos populacionais,
ao que parece não disparou dados 100% fidedignos. Além disso, o Brasil ainda não realizou
o seu censo decenal (previsto para 2020, porém adiado para 2022). Mas, ao que tudo indica,
realmente fomos ultrapassados e, após décadas contando como sendo a 5a maior população
global, o Brasil perde este posto, desce uma posição e agora se aninha em 6º lugar no ranking
dos países mais populosos do mundo.
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O Brasil vive hoje a sua fase demográfica do tipo Transição Demográfica (uma fase pós-Ex-
plosão Demográfica, onde as taxas de nascimento caem drasticamente em se comparada ao
período anterior de explosão na fecundidade), mas ainda, justiça seja feita, podemos exaltar
haver um crescimento populacional razoável, mesmo que baixo. Contudo, e isso é loguinho,
loguinho, meu povo, acreditem em mim, o nosso pais ingressará em sua fase final à de transi-
ção para estrear, de imediato, um novo estágio demográfico. Inaugurará, após a transição, fase
demográfica de total estabilização do crescimento populacional. Isso significa que as nossas
taxas de fecundidade: que caem bastante, não conseguirão promover índices minimamente
vigorosos de crescimento vegetativo populacional. Na década seguinte: de 2030, estabilizare-
mos, fiquem atentos! Deixando, assim, a Explosão Demográfica lá para os anais da história e a
Transição Demográfica como lembrança de um passado recente, porém encerrado e sem mais
nenhum reflexo prático. É desse modelo.
Assim, o que se prevê ( e com imensa chance de se realizar), isso em prazo médio de até, mais
ou menos, pouco antes do ano 2050 (talvez em 2047, ou, no máximo em 2048) é que o início
de um processo de depressão populacional ganhará lugar no Brasil caso sejam mantidas as
atuais tendências. E sobre essas tendências trago péssimas notícias: Não há qualquer chance
de alteramos nosso destino demográfico. Com 99% de chance, nosso destino está traçado e,
antes de 2050 já estaremos, segundo o IBGE, perdendo população. As saídas são difíceis e
residem, de um lado, em um projeto estatal (o qual não deu certo em quase nenhum país de-
senvolvido) que consiga promover o estimulo à natalidade com aportes financeiros robustos e
benesses várias aos pais e mães. Ainda na outra ponta, com mesmo intuito de vencer a queda
populacional, se estimular a entrada de imigrantes.
Desculpem, mas é até engraçado pensar que, isso, ao menos em tese: ou seja, um pouco me-
nos de brasileiros não faria mal a ninguém. Mas do ponto de vista prático-estrutural-econômi-
co-realístico é uma tragédia um pais ficar a perder população. Uma depressão populacional,
tal qual atualmente mais de 20 países experimentam ao redor do globo, representa um franco
envelhecimento da população e a incapacidade de se ter renovada a força de trabalho. Uma
sociedade quando vive a depressão demográfica murcha, envelhece, não se renova e, por con-
seguinte empobrece.
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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba
MATÉRIA
Diário Oficial da União trouxe nesta quarta-feira (28) a mais nova estimativa da população
brasileira feita pelo IBGE
O Diário Oficial da União (DOU) traz nesta quarta-feira (28 de agosto) a mais nova estimativa
da população brasileira feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De
acordo com os dados, o País já conta com mais de 210 milhões de habitantes, quantidade
superior aos 208 milhões registrados em 2018. O número atualizado é de 210.147.125 de
habitantes.
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Três Estados do Sudeste estão no topo da lista dos mais populosos. São Paulo lidera com
45.919.049 de habitantes – a capital do Estado tem hoje 12.252.023 pessoas. Em seguida,
vêm Minas Gerais, com 21.168.791 de habitantes, e Rio de Janeiro, com 17.264.943.
Entre outros objetivos, a nova estimativa será utilizada para o cálculo das cotas dos fun-
dos de participação de Estados e municípios. Os dados têm data de referência em 1º de
julho de 2019 e estão organizados por Estados, Distrito Federal e municípios.
De acordo com as estimativas do IBGE, o município de São Paulo continua sendo o mais
populoso do país, com 12,25 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 6,72
milhões de habitantes, Brasília, com 3 milhões, e Salvador com 2,9 milhões de habitantes.
Já os municípios com menor população são Serra da Saudade (MG), com 781 habitantes,
Borá (SP), com 837 habitantes, e Araguainha (MT), com 935 habitantes.
Segundo o IBGE, 324 municípios têm mais de 100 mil habitantes. Juntos eles são apenas
5,8% do total de 5.570 municípios do país, mas respondem por 57,4% da população brasi-
leira ou 120,7 milhões de habitantes, sendo que 48 deles têm mais de 500 mil habitantes.
Por outro lado, 3.670 municípios – 68,2% do total – são habitados por menos de 20 mil
pessoas. Juntos eles têm 32 milhões de habitantes ou 15,2% da população total do país.
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Note haver no mapa anterior, acerca de nosso povoamento relativo, uma nítida concentra-
ção populacional na fachada litorânea (faixa que vai do litoral a mais ou menos 150-200 km
em direção ao interior). Fora isso, os pontos no interior do Brasil que possuem alto índice de
adensamento são os chamados Enclaves Territoriais.
Os Enclaves Territoriais são estruturas artificialmente criadas, tais quais cidades, polos
industriais e até estradas, entre outros. Não importando sua classificação, o que determina
ser um enclave é o fato de que ao surgirem a fórceps dentro dos espaços (incentivadas, via de
regra, pela iniciativa estatal), os enclaves passam a atrair para áreas onde não havia qualquer
desenvolvimento, ou, que seja, para lugares onde havia um baixo nível de desenvolvimento,
uma gama de fatores de indução ao desenvolvimento. Capital, pessoas, bens, serviços.... Dois
exemplos clássicos de enclaves no Brasil são: Brasília e a Zona Franca de Manaus, enclaves
indutores e de enorme sucesso em termos de desenvolvimento e de atração populacional, po-
dendo ser estes, inclusive, bem percebidos no mapa de Densidade Demográfica acima. São os
pontos bastante avermelhados, ou seja, de alto adensamento e que se revelam, em contraste à
grande parte interior de nosso território, como ilhas em meio a regiões praticamente remotas.
Para finalizar, vale destacar que o Brasil possui áreas em ANECÚMENOS, ou seja, em par-
tes de um território onde os fatores naturais são impeditivos ao desenvolvimento humano. Os
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desertos, as áreas congeladas e partes alagadas e as selvas são exemplos globais neste sen-
tido. Em nosso país, temos a Floresta Amazônica e, em menor escala, o semiárido nordestino,
com a vegetação da Caatinga, nossos exemplos de anecúmenos territoriais.
Criado em 1938, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – realiza, a cada de-
cênio (desde 1940), o Censo Demográfico: a contagem de nossa população que nos traz uma
radiografia precisa acerca de uma gigantesca gama de fatores humanos e sociais de nosso
imenso país e de sua população. Nos períodos entre censitários, o Instituto promove amostra-
gens anuais com vistas a se manter atualizada a contagem decenal: o PNAD – Pesquisa Anual
por Amostra de Domicílio.
Para 2020, o IBGE mais uma vez realizaria o Censo decenal (sendo nosso último de 2010). Ou
pelo menos iria, em tese. Contudo, contingenciamentos de recursos e principalmente as difi-
culdades impostas pela Covid fizeram com que os trabalhos fossem adiados.
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de
saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográfi-
co para 2021. A decisão levava em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar
e predominantemente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores
a cerca de 71 milhões de domicílios em todo o território nacional.
Considera, do mesmo modo, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia
de treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de 2020, de
forma centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o mês de julho.
Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com o Mi-
nistério da Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020, em prol das ações
de enfrentamento ao coronavírus mantidas pelo Ministério.
Eis que uma outra reviravolta ocorre, e o Censo, que seria realizado inicialmente em 2020 (se-
guindo tradição histórica de realização do macrolevantamento a cada decênio), após ser adiado
em 2021, sofre outra mudança. Com a simples justificativa emanada pelo Ministro da Econo-
mia, Paulo Guedes, de não haver dinheiro, o Censo será realizado, portanto, somente em 2022.
O Brasil chegou ao ano de 2021 com as seguintes taxas de crescimento populacional, en-
velhecimento e fecundidade:
• Crescimento populacional no Brasil entre 2015-2019: 0,7% ao ano.
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termos globais. Pelo contrário, afinal a nossa população cresce menos que a média
global (1.2% a. a.) e, também, menos que quase todos os países da América do Sul
(inclusive menos que a Argentina e Paraguai). Crescemos menos atualmente também
que o Canadá e os EUA.
Obs.: Embora não possa ser considerada ainda uma sociedade tipicamente envelhecida, con-
tudo, de fato, a população brasileira se encontra em rota acelerada de envelhecimento.
A taxa de fecundidade é o número médio de filhos por mulher em idade adulta (15-49
anos). Ela é considerada repositiva quando se encontra acima de dois filhos por mulher, não
sendo, portanto, há mais de uma década o caso do Brasil (com taxa em 1,7), nem em mais de
70 países hoje, segundo a ONU.
É importante compreendermos que, à medida que atualmente ocorre um padrão compor-
tamental, o qual vem desde a década de 1980 (quando saímos da EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA
para adentrarmos na TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA), em que a contínua REDUÇÃO DA NATA-
LIDADE é evidente em nossa demografia, há consequentemente uma queda também neste
indicador.
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Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/12/15/brasil-perde-cinco-posicoes-no-ranking-mundial-de-idh.
ghtml
Entre os três critérios tomados como base no IDH – renda, expectativa de vida e escolaridade
–, o que puxa para baixo nossa posição é exatamente o indicador escolaridade. Para se ter
uma ideia, o Brasil, entre os países emergentes, possui escolaridade acima apenas da Índia.
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CHILE 10,4
ARGENTINA 10,60
RÚSSIA 12
URUGUAI 8,70
BRASIL 7,80
COLÔMBIA 8,3
CHINA 7,9
EQUADOR 9
VENEZUELA 10,3
PARAGUAI 8,5
ÍNDIA 6,5
Fonte: Pnud, 2019.
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2.1.1. Os Partidos
Nos últimos dias de Nov/2021 o Presidente Jair Bolsonaro, após 2 anos sem partido, anun-
cia sua filiação ao PL, o Partido Liberal, congregação política de direita e conservadora.
Bolsonaro foi Deputado Federal por sete mandatos, de 1991 a 2018. Concorreu à Presidên-
cia pelo PSL em 2018 e obteve 57 milhões de votos, derrotando Fernando Haddad do PT. Em
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novembro de 2019, deixou o partido, anunciando a intenção de criar uma nova legenda que
nunca saiu do papel: a Aliança Brasil.
Em seu discurso, realizado em 30 de Novembro de 2021, de ingresso finalmente a um novo
partido, o PL, nosso Presidente proferiu críticas à atuação da Comissão de Direitos Humanos
da Câmara e a políticas de educação de outros governos. Disse também não estar se lançando
candidato à reeleição.
Fiquei 28 anos dentro da Câmara dos Deputados, como alguns poucos aqui atingiram esse tempo.
Mas há uma semelhança muito grande entre nós. Ninguém faz nada sozinho. E tudo pode aconte-
cer. O futuro a Deus pertence. Aqui presente, além de vocês, pessoas maravilhosas, tem outras que
são excepcionais, que marcaram mais a nossa vida. Eu vim do PP, Partido Progressista e confesso,
prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. Temos cada vez mais aberto um caminho enorme para
construirmos aquela nação que todos nós queremos. Quem tem andado pelo Brasil vê cada vez
mais, em qualquer lugar, as cores verde e amarela predominando e muito sobre o vermelho. Isso é
um sinal de fé, de confiança, de esperança, de honestidade, as cores da nossa bandeira. Nós todos
conseguimos fazer brotar do coração do brasileiro um sentimento de patriotismo, de amor à pátria”,
afirmou Jair Bolsonaro.
A janela partidária, aberta até o primeiro dia de abril de 2022 vem animando Valdemar Cos-
ta Neto, presidente do PL, o novo partido de Bolsonaro. O cacique liberal tem repetido que seu
partido terá o maior da Câmara dos Deputados já este ano, e com chances de se manter após as
eleições um contingente de parlamentares respeitável.
Atualmente o União Brasil, o novo partido formado através da fusão do PSL com o DEM - e
homologado pelo TSE em Fev/2022 - possui 78 deputados. Em sendo assim essa coligação
é, portanto, a maior bancada de deputados em Mar/2022 (veja os números abaixo). Porém, a
nova congregação, o União Brasil, deverá perder o maior número de parlamentares em função
da debandada dos parlamentares ligados a Jair Bolsonaro. O PL recebeu Jair Bolsonaro e abri-
gará a partir de agora bolsonaristas, antes filiados ao PSL.
PT - 53
PP - 43
PL - 42
PSD - 37
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No Senado Federal, a maior bancada na Casa é o MDB, que começou a legislatura com 13
integrantes e entra em 2022 com 16 Senadores. Logo depois vem o PSD, que tinha 10 senado-
res em 2018 e chega a 11 – entre eles, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
TEXTO COMPLEMENTAR
O Financiamento de Campanhas no Brasil: O Fundão em 2022
Por: Professor; Luis Felipe Ziriba 01/03/2022
Ao sancionar o Orçamento da União para 2022, o Presidente Jair Bolsonaro manteve o
valor de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, o chamado Fundão.
O Fundo Eleitoral é destinado aos partidos para financiarem a campanha política das elei-
ções. Inicialmente, o valor seria de R$ 2,1 bilhões. Porém, durante a aprovação do Orçamento
no Congresso, subiu para R$ 4,9 bilhões.
O fundo de R$ 4,9 bilhões é mais que o dobro dos cerca de R$ 2 bilhões empregados nas
eleições de 2018 e de 2020. Seu nascedouro se encontra em 2015, quando o Supremo Tribunal
Federal (STF) decidiu vedar as doações eleitorais por empresas. A partir de então, o financia-
mento de campanha no Brasil passou a ser feito preponderantemente com recursos públicos,
por meio do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), apelidado como Fundo
Eleitoral, ou FUNDÃO.
Contudo, isso não significa que não há mais financiamento privado de campanhas, uma
vez que é permitido às pessoas físicas fazerem doações a seus candidatos ou partidos de
preferência. Nas eleições gerais de 2018, por exemplo, 19,4% das receitas eleitorais, o equiva-
lente a R$ 1,1 bilhão, possuíram essa origem. Os próprios candidatos também podem bancar
parte de suas próprias campanhas. Há, porém, limites e condições previstos na Lei da Eleições
(9.504/1997) e nas normas eleitorais aprovadas pelo TSE, que devem ser observados com cui-
dado pelo candidato e pelo cidadão que pretende fazer uma doação.
Por mais estranho que pareça, o financiamento público de campanha e a proibição de
financiamento empresarial de campanhas se encontra em absoluta congruência ao que ocorre
em democracias civilizadas, tais quais; França, Alemanha, Japão e Espanha. Aliás, mais de 100
países no mundo adotam este modelo de financiamento. Porém, o atual aporte público brasi-
leiro, de quase 5 bilhões de reais para as campanhas, em 2022, é considerado, simplesmente,
em termos globais o maior, disparado. Vale, portanto, a reflexão.
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Luis Felipe Ziriba
Em: https://www.poder360.com.br/congresso/brasil-e-o-pais-com-o-maior-gasto-publico-com-campanhas/
FONTE: Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e considera o orçamento dos fundos eleitoral e partidá-
rio.... Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/congresso/brasil-e-o-pais-com-o-maior-gasto-
-publico-com-campanhas/) © 2022 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei n. 9.610/98. A
publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia são proibidas
Outro país que possui uma democracia maior que a nossa são os EUA: Uma potência com por
um sistema eleitoral confuso e indireto, no qual o primeiro lugar no voto popular nem sempre
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Luis Felipe Ziriba
leva, visto o ocorrido na eleição de Trump em 2016. O antigo mandatário (Trump) obteve em
torno de 2,8 milhões de votos a menos que a sua rival, a senadora Hillary Clinton. Porém, mes-
mo com menor número de votos, Trump obteve um coeficiente eleitoral baseado em delegados
por estados - onde ele venceu - que o fez ser eleito. Como complemento, destaco que nas elei-
ções de 2020 nos EUA o vencedor, o Senador Joe Biden, obteve além da maioria dos votos dos
delegados e também a maioria dos votos populares frente a seu rival, e candidato à reeleição,
Donald Trump.
Voltando às nossas eleições, em 2018, tivemos o pleito mais concorrido desde as eleições
de 1989. Se, em fins dos anos 1980, após 29 anos sem eleições diretas para Presidente, havia
22 candidatos, 29 anos depois, foram 13 os candidatos.
Alguns dados e fatos chamaram a atenção nesse pleito e podem aparecer em questões ou
futuros temas de redação de Atualidades em concursos. Então, vamos a eles!
Nas eleições de 2018, o número de jovens entre 16 e 17 anos que se inscreveram para vo-
tar caiu proporcionalmente em relação às eleições de 2014. Se antes foram (em 2014) 23% do
contingente total os cadastrados a participar (o voto não é obrigatório nesta idade, e nem para
os acima de 70 anos), (em 2018) foram 21% do total apenas, demonstrando uma nítida queda
no interesse deste grupo etário por participar do processo democrático.
Outro dado chama a atenção, sendo destacado pelo ex-presidente do TSE Luiz Fux, em
seu discurso de despedida do cargo em meados do mês de agosto de 2018. Diz respeito ao
fato de termos atingido o número de 50% de eleitores cadastrados pelo sistema biométrico,
sendo meta do TSE atingir a totalidade dos eleitores até 2022. O TSE realizou também um
enorme avanço, sem dúvidas, ao ter cadastrado mais de 6.000 eleitores pelo seu nome social.
São transexuais e travestis que, pela primeira vez na história, já poderão votar com um nome
escolhido.
Além destes avanços, Luiz Fux, ao passar o bastão para Rosa Weber, destacou que, nas
eleições de 2018, avançamos bastante, pois, com o auxílio de órgãos de investigação e judi-
ciários, como a Polícia Federal, Ministério da Justiça e ABIN, inicia-se, ao menos em tese, o
combate às chamadas fake news, ou seja, a disseminação de notícias e fatos falsos atribuídos
a candidatos. Mas é bem verdade que, mesmo havendo pioneiramente um esforço dos órgãos
oficiais com vistas a contar as fake news, o que vimos, de fato, foi uma enxurrada destes tipos
de mensagens, principalmente por meio do WhatsApp e do Facebook nas eleições. Não à toa,
uma CPI para investigar exatamente estas fake news fora aberta em fins de 2019 na Câmara
dos Deputados.
Em Maio/21, Luis Roberto Barroso, ministro do STF, assume a presidência do TSE para
exercer um mandato de 2 anos.
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Luis Felipe Ziriba
O QUE SÃO FAKE NEWS? Fake news são informações deturpadas emanadas por agentes
que visam disseminar informações, dados, ou notícias falsas. Via de regra, servem para de-
negrir pessoas ou grupos opostos, podendo, logicamente, também promover ações positivas
(de forma falsa) de alguém ou de determinado(s) grupo(s).
Embora em pauta, e como nunca antes visto, as fake news são uma prática antiga. Disse-
minadas historicamente via panfletos, ou veículos específicos de mídia são, contudo, através
das facilidades inerentes à propagação deste tipo de informação que as redes sociais, as fake
news ganharam proporções gigantescas. Foram, como já se sabe, inclusive a tônica das elei-
ções presidências nas duas maiores nações americanas, os EUA (em 2016) e no Brasil (2018).
No caso mais específico brasileiro, a motivação pela criação da CPMI da Fake News foi
a suspeita de uso de notícias falsas e desinformação, além de assédio e incitação a outras
práticas criminosas na internet, durante as eleições de 2018.
A CPMI das Fake News foi instalada em setembro de 2019, com o senador Ângelo Coronel
(PSD-BA) sendo eleito presidente e a deputada Lídice da Mata (PSB-BA) nomeada relatora.
Em abril de 2020, a CPMI foi prorrogada e passou a focar também na disseminação de
desinformação sobre a pandemia do COVID-19 e do negacionismo do coronavírus.
Parada desde a CPI da Covid, que teve seu relatório apresentado em Outubro de 2021, há a
expectativa de retorno da CPMI das Fake News para os meses de Março ou Abril de 2022. Essa
deve se tornar uma das CPMIs mais longevas de todos os tempos no Congresso Nacional.
Em: https://congressoemfoco.uol.com.br/eleicoes/veja-quem-sao-os-governadores-eleitos-em-2018/
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O Início
Eleito em segundo turno bradando um discurso: “contra tudo que está aí”, com vantagem
de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre o seu adversário, Fernando
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Haddad (candidato do PT), o capitão reformado do Exército, Jair Bolsonaro, sai do baixo clero
da Câmara dos Deputados, a casa legislativa que fora parlamentar por quase 30 anos para se
tornar nosso 38º Presidente.
O núcleo ministerial mais radical de Jair Bolsonaro em sua origem, é (ou era) composto
todo por seguidores do filósofo Olavo de Carvalho: Triunvirato ministerial envolvendo, portan-
to, o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo, demitido em fins de março
de 2021 e substituído por Carlos Alberto França); o da Família e dos Direitos das Mulheres
(Ministra Damares) e o da Educação. Nesta última pasta, Abraham Weintraub, ex-Ministro da
Educação, após assumir o cargo, em abril de 2019 (após a demissão de Ricardo Velez) sai do
governo em meados de 2020 e para seu lugar assume, em definitivo, o Pastor Milton Ribeiro
(também de orientação conservadora).
Jair Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha - onde seu gesto mais simbólico
eram o de armas simuladas, com as duas mãos, promove (logo na largada de seu governo)
decretos facilitando a posse de armas. Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas pretensões
armamentistas estavam, de fato, eivadas por inúmeras inconstitucionalidades, embora fos-
sem baseadas, importante destacar tal ponto, no referendo sobre a proibição da comerciali-
zação de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005.
Tal consulta pública não aprovou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei 10826 de
22 de dezembro de 2003). Este artigo apresentava a seguinte redação:
Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacio-
nal, salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.
O referendo estava previsto e tinha, inclusive, data marcada no próprio Estatuto do Desar-
mamento. Como resultado, 64% da população disse “não”. Ou seja, deveríamos seguir poden-
do comercializar armas e munições no Brasil, mas, de fato, não foi o que aconteceu e meio
que de imediato a partir deste referendo as decisões legislativas e do executivo federal sem-
pre foram contra o armamento por parte da população civil, fato. O resultado do referendo em
tela, de 2005, não foi acatado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e o Brasil
longo dos anos seguintes adotou uma política altamente refratária a aquisição de armas de
fogo por parte da população civil. Eis que o Presidente Jair Bolsonaro, ao tomar posse chegou
e por meio de decreto personalista, a versar que fosse facilitada a posse de fuzis por parte da
população civil interessada. Porém, a abertura (e facilidades) por parte da população brasileira
para adquirir armas ainda segue para ser analisada mais profundamente em primeira instância
pelo Congresso Nacional.
Acerca de que se facilite a aquisição de armas de fogo para a população, premissa de campa-
nha que vem sendo arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas pelo
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executivo federal desde a posse do atual Presidente vêm sofrendo um severo controle por
parte do Ministério Público Federal – órgão moderador que emanou uma série de questiona-
mentos sobre isso. Destacou, por exemplo, em outubro de 2019, via nota técnica, parecer em
que considera evidente que, ao flexibilizar-se a aquisição de armas por policiais, terá como
resultado uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias.
As tratativas acerca de flexibilizar o armamento para a sociedade civil seguem em curso, con-
tudo. Bolsonaro, em reunião ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro perseguir a
intenção de armar toda a população (segundo suas próprias palavras). Os decretos armamen-
tistas que o Presidente emanou na entrada de 2021 são os mais sérios e contundentes desde
que assumiu o governo e vêm sendo analisados pelo Congresso Nacional, mas já possuem
vigor a partir de abril de 2021.
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Reforma da Previdência
No plano externo, o governo de Jair Bolsonaro se alinha, como há muito tempo não se via,
com os EUA. Seguindo (de forma nada velada) uma diretriz acima de tudo política, à medida
que o Presidente Bolsonaro, junto a seu ex-chanceler Ernesto Araújo (que ficou à frente do
Min. Rel. Exteriores de janeiro de 2019 a março de 2021), se identificava enormemente com
as plataformas políticas adotadas por Donald Trump (Presidente dos EUA entre 2017-2020).
Bolsonaro, em sua primeira viagem oficial aos EUA, em fevereiro de 2019, volta de Washington
oferecendo vantagens aos turistas americanos, como isenção de custas para vistos a todos
os americanos que aqui desejassem desembarcar como turistas. Além disso, nessa mesma
viagem, garantiu-se a compra de trigo plantado nos EUA, com isenção de taxas alfandegárias
por parte de nosso país. Em contrapartida, Trump devolve apenas uma vaga sinalização de
que apoiaria o ingresso brasileiro na enfraquecida Organização para a Cooperação e o Desen-
volvimento Econômico (OCDE), e ambos encerram os protocolos desta visita trocando entre
eles camisas de suas respectivas seleções de futebol.
O alinhamento escancarado promovido por Bolsonaro em torno de seu parceiro ideológico,
Donald Trump, resultou, meses depois, em declarações de apoio proferidas pelo mandatário
norte-americano a que nosso presidente prosseguisse aguerrido em defesa de seu projeto
pessoal: tornar o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), um de seus filhos, embaixa-
dor do Brasil nos EUA. E Bolsonaro, em 2019, após quase um mês brigando contra a imprensa
e (parte) da opinião pública, se demove da ideia ao ser acusado de promover uma tentativa de
nepotismo.
Em sua primeira viagem oficial com destino ao Fórum Econômico de Davos, na Suíça, em
dezembro de 2019, o Presidente Jair Bolsonaro promoveu um discurso curto. Por lá, no inverno
rigoroso europeu, sem arrancar aplausos nem vaias sinalizou que não iria sair, por enquanto,
do Acordo do Clima de Paris, após ter anunciado em campanha no ano anterior que deixaria o
acordo, caso fosse eleito. Já aqui em 2022 permanecemos, contudo, no acordo.
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1. Socialismo
Bolsonaro abriu seu discurso dizendo que o Brasil “ressurge depois de estar à beira do so-
cialismo”. Ele fez duras críticas a Cuba, especialmente ao programa Mais Médicos, que levou
médicos cubanos para trabalhar no Brasil e na Venezuela.
Os cubanos deixaram o programa, iniciado durante o governo da ex-presidente Dilma Rou-
sseff, com o rompimento do acordo de colaboração por parte de Havana após a eleição de
Bolsonaro.
Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção ge-
neralizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos aos
valores familiares e religiosos que formam nossas tradições.
Segundo Bolsonaro:
A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países para
colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime brasi-
leiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados!
Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a “a
democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente para
que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”.
O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez
para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser com-
batido.
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2. Economia
Não pode haver liberdade política sem que haja também liberdade econômica. E vice-versa. O li-
vre mercado, as concessões e as privatizações já se fazem presentes hoje no Brasil. A economia
está reagindo, ao romper os vícios e amarras de quase duas décadas de irresponsabilidade fiscal,
aparelhamento do Estado e corrupção generalizada. A abertura, a gestão competente e os ganhos
de produtividade são objetivos imediatos do nosso governo. Estamos abrindo a economia e nos
integrando às cadeias globais de valor. Em apenas oito meses, concluímos os dois maiores acordos
comerciais da história do país, aqueles firmados entre o Mercosul e a União Europeia e entre o Mer-
cosul e a Área Europeia de Livre Comércio, o EFTA. Pretendemos seguir adiante com vários outros
acordos nos próximos meses. Estamos prontos também para iniciar nosso processo de adesão à
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Já estamos adiantados,
adotando as práticas mundiais mais elevadas em todo os terrenos, desde a regulação financeira até
a proteção ambiental.
3. Amazônia
Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio ambiente
e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nesta época do ano, o clima
seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar que existem tam-
bém queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua respectiva cultura e
forma de sobrevivência. Problemas, qualquer país os têm. Contudo, os ataques sensacionalistas
que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos de incêndio na Amazônia
despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a Amazônia é patrimônio da hu-
manidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que a nossa floresta é o pulmão do
mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez de ajudar, embarcou nas mentiras da
mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito colonialista. Questionaram aquilo que nos é
mais sagrado: a nossa soberania.
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Um deles por ocasião do encontro do G7 ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem se-
quer nos ouvir”, disse, em alusão indireta ao presidente da França, Emmanuel Macron.
Bolsonaro também reforçou que o Brasil “não vai aumentar para 20% sua área já demar-
cada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse”. Disse
ainda que os indígenas “são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós”.
Também criticou o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de desta-
que internacional.
A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns
desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangei-
ros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.
Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em tratar
e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.
Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou
França e Alemanha.
Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por exem-
plo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de terras para
a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado.
Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de “tolerância zero para com
a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”.
Ele disse que qualquer “iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica,
ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira”.
4. Criminalidade
O presidente brasileiro destacou a redução da criminalidade que, segundo ele, tem ocorrido
em seu governo. “Hoje, o Brasil está mais seguro e ainda mais hospitaleiro”, afirmou.
Citou os quase 70 mil homicídios anuais no Brasil, dizendo que os policiais militares “eram
o alvo preferencial do crime”, sem citar o caso que na semana gerou comoção no Brasil da me-
nina Ágatha Félix, de oito anos, que foi atingida por um tiro e morta no Complexo do Alemão,
no Rio, por policiais.
Também disse que supostos “presidentes socialistas” que o antecederam no Brasil “des-
viaram centenas de bilhões de dólares comprando parte da mídia e do parlamento”.
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E citou seu ministro da Justiça e Segurança Pública, o ex-juiz Sergio Moro, atribuindo a ele
o julgamento e punição dessas pessoas “graças ao seu patriotismo, perseverança e coragem”.
5. Ideologia
Na parte final de seu discurso, Bolsonaro investiu contra o que chamou de “sistemas ideo-
lógicos de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto” e relacionou isso
ao ataque que sofreu durante a campanha, quando foi esfaqueado.
Afirmou que “a ideologia” teria se instalado “no terreno da cultura, da educação e da mídia,
dominando meios de comunicação, universidades e escolas”.
Também teria invadido “lares” para, em suas palavras, “investir contra a célula mater de
qualquer sociedade saudável, a família”.
“Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua identi-
dade mais básica e elementar, a biológica”, afirmou.
O presidente brasileiro destacou também o “politicamente correto” que, segundo ele, “pas-
sou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela manipulação”.
“A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com que
Ele nos revestiu”, afirmou. Essa “ideologia”, segundo ele, deixou “rastro de morte, ignorância e
miséria por onde passou”.
E disse Bolsonaro que ele próprio foi “vítima”, quando foi esfaqueado por um “militante de
esquerda”. O então candidato à Presidência foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira, em
setembro de 2018.
O autor do crime foi detido e julgado incapaz de responder pelos próprios atos, porém se-
gue preso como um preso digamos “normal” na penitenciária de segurança máxima de Campo
Grande, no Mato Grosso do Sul (uma das cinco penitenciárias federais deste tipo no Brasil).
Sua defesa considera que Adélio foi considerado inimputável no julgamento do caso da faca-
da, tendo sido “absolvido impropriamente”, no jargão jurídico. Portanto, seu status não pode
ser considerado como preso, devendo ser levado a um hospital psiquiátrico.
Em setembro de 2020, o Presidente volta a abrir a Conferência da ONU. Pela primeira vez,
a Assembleia Geral das Nações Unidas foi realizada em um ambiente virtual, por causa da
Covid-19. Os líderes mundiais enviaram vídeos gravados com seus pronunciamentos para a
75ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Como tradição, o Brasil foi o primeiro a ser ouvido.
Em seu discurso, de quase 15 minutos, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, lamentou
as mortes provocadas pelo novo coronavírus e falou sobre as medidas adotadas pelo Governo
Brasileiro para enfrentar a doença. “Desde o princípio, alertei, em meu País, que tínhamos dois
problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam ser tratados simulta-
neamente e com a mesma responsabilidade”, disse.
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O Presidente Bolsonaro também lembrou que, apesar da crise mundial, a produção rural
não parou, mantendo a preservação de matas nativas. “Nosso agronegócio continua pujante e,
acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta”.
Destacou ainda a política ambiental brasileira. “Os focos criminosos são combatidos com
rigor e determinação. Mantenho minha política de tolerância zero com o crime ambiental. Jun-
tamente com o Congresso Nacional, buscamos a regularização fundiária, visando identificar
os autores desses crimes”.
Confira os principais temas do discurso do Presidente Jair Bolsonaro:
Covid-19: o Presidente ressaltou a importância de combater o novo coronavírus e o desem-
prego. Para isso, o Governo Brasileiro implementou medidas econômicas para o pagamento de
um auxílio emergencial a 65 milhões de pessoas, além disso destinou mais de 100 bilhões de
dólares para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim como compensou
a perda de arrecadação dos estados e municípios.
Produção rural: mesmo com a crise do novo coronavírus, o Presidente Bolsonaro ressaltou
que a produção rural não parou, e que os caminhoneiros, marítimos, portuários e aeroviários
mantiveram ativo todo o fluxo logístico para a distribuição interna e a exportação.
Meio Ambiente: o Presidente Bolsonaro ressaltou a tolerância zero com crimes ambientais
e que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais com a matriz energética mais lim-
pa e diversificada do mundo. Segundo o Presidente, o País está ampliando e aperfeiçoando o
emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive, com
a participação das Forças Armadas.
Apoio humanitário: o Presidente lembrou que o Brasil vem sendo referência internacional
pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que che-
gam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima com a Operação Acolhida. Segundo
ele, o País já recebeu quase 400 mil venezuelanos.
Operações de paz: Bolsonaro ressaltou que o Brasil tem os princípios da paz, cooperação
e prevalência dos direitos humanos inscritos na Constituição, e, tradicionalmente, contribui, na
prática, para a consecução desses objetivos. Citou que o País já participou de mais de 50 ope-
rações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares, policiais e
civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor-Leste, Haiti, Líbano e Congo. O Brasil
teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da República Centro-Africana pelo trabalho
contra a violência sexual.
Política Externa: o País está comprometido com a conclusão dos acordos comerciais fir-
mados entre o Mercosul e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio,
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segundo o Presidente. Tais acordos possuem importantes cláusulas que reforçam o compro-
misso do Brasil com a proteção ambiental, na visão de Jair Bolsonaro. Ele também disse que
o Brasil está próximo do início do processo oficial de acessão à OCDE (Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Ainda dentro do plano externo, em pouco mais de dois anos e meio de Governo de Jair
Bolsonaro o que se percebe é que Jair Bolsonaro e sua política externa agem revestidos cla-
ramente por um discurso (em tese) soberanista, ao bradar não aceitar qualquer ingerência
internacional sobre a Amazônia, gerando, contudo enorme distensão com organismos estran-
geiros e países centrais. Uma crise de confiança acerca de sua capacidade em gerir de forma
equilibrada o meio ambiente nacional ganha enorme envergadura quando ele, por exemplo,
demite do cargo de Diretor do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – o servi-
dor de carreira Ricardo Galvão, em agosto de 2019, após este haver alertado à imprensa um
contundente aumento em curso nas queimadas na Amazônia em 2019 em comparação aos
dados colhidos pelo mesmo instituto em 2018. Bolsonaro se coloca também em oposição às
iniciativas do Ibama de cunho punitivo, instrumentalizadas por multas (e o próprio presidente
foi multado pelo órgão, ainda deputado, ao realizar a pesca no mar em época e área proibida).
Por fim, Bolsonaro rompe com o Fundo Amazônia em julho de 2019 (e em nossa aula na pági-
na 66 temos um texto sobre esse assunto chamado: AS QUEIMADAS E O FUNDO AMAZÔNIA.
Leia, com atenção, ok?), um mecanismo patrocinado pela Noruega e Alemanha com vistas a
destinar recursos na casa dos bilhões de dólares a serem utilizados em ações de preservação
principalmente do bioma amazônico. Passados praticamente dois anos de tal importante rup-
tura, estima-se que neste período essa ruptura algo em torno de 5 bi. de dólares destinados à
proteção da Amazônia.
Caro(a) aluno(a), um ponto de extrema importância em Atualidades, no que tange à polí-
tica externa do atual governo de Jair Bolsonaro, diz respeito ao fato de que seu molde atual
vem sendo bastante criticado quando em relação a questões sobre o meio ambiente. E os
números não mentem: é fato que todo mês de agosto, época de seca na Amazônia, é o de
maior incidência de queimadas. Contudo, no primeiro de governo de Bolsonaro, em 2019, ao
se detectarem 28.000 focos de incêndio, tivemos o maior número de focos de queimadas
em comparação a qualquer ano da série histórica, para o mesmo mês de agosto, desde 1988
(quando se iniciam as medições pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Bol-
sonaro, ao ser questionado, não perdeu tempo e apontou o dedo em direção às atividades das
ONGs (veremos nesta aula o trabalho das ONGs ambientais no Brasil). Em 2021, outro período
de queimadas e a seca mais severa em décadas no Brasil Central também destroem a biodiver-
sidade pantaneira. Eximindo-se de responsabilidades, o Presidente Jair Bolsonaro fez questão
de deixar no ar desconfiar, mesmo dizendo não ter provas, que o crescimento nos focos de
incêndio percebidos para 2019 estivera em completa associação às atividades criminosas
promovidas por organismos ambientais com vistas a prejudicar a imagem de seu governo. O
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Presidente, tal como seu ex-chanceler Ernesto Araújo e o Ministro do Meio Ambiente, Ricar-
do Salles, sempre enfáticos, destacam considerar haver uma campanha orquestrada por tais
organismos internacionais e pelos próprios governos centrais de países desenvolvidos com
vistas a desmoralizar este governo usando o meio ambiente como argumento.
Historicamente a diplomacia brasileira consolidou como base o conceito de desenvol-
vimento sustentável, expansão de energia limpa e proteção de áreas em todos os biomas.
Havendo quase que completa a partir de 2019, quando Jair Bolsonaro tomou posse como
nosso 38º Presidente. Suas políticas para o meio ambiente consideram que áreas indígenas,
unidades de conservação e políticas de proteção de ecossistemas, ao menos tal qual vinham
sendo implementadas (ou seja, com ganhos consideráveis de envergadura) são a base para o
atraso (isso nas palavras do próprio Presidente) devendo serem reformuladas por completo.
Como consequência, e verdade seja dita, ao embarcar de cabeça em torno de uma ideolo-
gia antiambientalista, Bolsonaro criou em torno de si uma rejeição jamais vista antes por parte
de países desenvolvidos europeus acerca de um, líder brasileiro. Na verdade, eles (os países
europeus em sua maioria) contavam exatamente com um pragmatismo histórico (ou seja,
manutenção de um discurso oficial voltado ao combate ao desmatamento, proteção de áreas
nativas e de indígenas) por parte da política externa brasileira, o que não veio a acontecer pós-
2019, quando a trinca Jair Bolsonaro - Ernesto Araújo (ex-ministro das Relações Exteriores) e
Ricardo Salles (Ex- Ministro do Meio Ambiente) assumiram suas respectivas pastas.
Por fim, em relação à política externa brasileira dois pontos devem ser destacados. O pri-
meiro reside na formação de um amplo ACORDO ECONÔMICO ENTRE MERCOSUL – UNIÃO
EUROPEIA, uma costura que se encontra bastante abalada, em fase de quase término de
relações, bem verdade, após ter caminhado em céu de brigadeiro ao longo de 2018, até os
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primeiros meses de 2019. E não podia ser diferente. Houve por parte de nossa política externa
uma certa falta de maturidade e consenso relacionado aos direcionamentos de nossa políticas
acerca de temas tão sensíveis, tais quais o meio ambiente e os direitos humanos. Tal promo-
ção de um discurso “soberanista” e as viradas de costas por parte de nosso governo atual fren-
te às exigências emanadas por potências europeias que se lançam em defesa, principalmente
da Amazônia, repercutiram gravemente no acordo econômico em tela.
Nessa entrada de nova década. o escopo de negociações (e recentes rusgas e frustrações)
não poderia ser pior. O Parlamento Europeu aprovou, em 7 de outubro de 2020, uma resolução
que manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União Europeia e Mercosul
por preocupações exatamente com a política ambiental no Brasil e seus direcionamentos.
Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que nosso país
vai contra os “compromissos feitos no Acordo de Paris de 2015, particularmente no combate
ao aquecimento global e na proteção da biodiversidade” (ler, nesta mesma aula, sobre o tema
Acordo de Paris).
O alerta consta, na verdade, como emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas co-
merciais do bloco. O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria o po-
tencial de diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado conjunto de
aproximadamente 800 milhões de habitantes.
Outro ponto importante em relação à política externa brasileira diz respeito ao fato de que
atualmente, com Jair Bolsonaro à frente da presidência o nosso Ministério de Relações Exte-
riores vem, sem dúvidas, promovendo uma blindagem acerca da promoção de diálogos com
os países que de esquerda, com exceção à China, embora as relações com o gigante oriental
comunista não sejam as melhores também.
Chega-se ao exagero de praticamente ter se anulado qualquer contato (conversa) entre os pre-
sidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (de direita) e Alberto Fernandez (de esquerda) da Argentina.
No Chile, Gabriel Boric, outro Presidente de esquerda e vencedor das eleições em 2021 tomou
posse em Mar/2022. Assim, como procedemos com o nosso vizinho, a Argentina, também
no país andino não haverá contato direto de nosso Presidente (ligando felicitando pela vitória,
desejando realizar um bom governo, entre outros protocolos) com o deles, somente por causa
de ideologia. Mas, vele destacar que esse fato não está associado apenas a nosso Presidente,
um homem declaradamente de direita.
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Luis Felipe Ziriba
Por fim, quem assume nos primeiros dias de abril de 2021 a pasta como novo chanceler
de Jair Bolsonaro é o diplomata Carlos Alberto Franco França, que afirmou, ao tomar posse,
que o serviço diplomático do Brasil no exterior trabalhará por uma “verdadeira diplomacia da
saúde” com vistas a conseguir vacinas e medicamentos necessários para o enfrentamento da
pandemia da Covid-19 no país. Em quase um ano à frente do MRE, o atual Ministro vem de-
monstrando possuir posições bem menos radicais que as de seu antecessor.
TEXTO COMPLEMENTAR
A OCDE e o Brasil
OCDE é a sigla para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD.
Na sigla em inglês Organization for Economic Co-operation and Development), um órgão inter-
nacional composto por 38 países que trabalham juntos para compartilhar experiências e buscar
soluções para problemas comuns
A organização foi fundada em 1961, com sede em Paris, na França, como um desdobra-
mento da Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OCEE). Criada em 1948,
nasceu para estimular a cooperação e o crescimento entre países europeus impactados pela
Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Basicamente, o papel da OCDE é se dedicar à pesquisa e a estudos para melhorar políticas
públicas em diversas áreas – como política econômica, trabalho, ciência e tecnologia, educa-
ção, meio ambiente e comércio –, além de proporcionar a troca de experiências entre os países
membros e parceiros-chaves, como o Brasil. O intercâmbio desses conhecimentos entre os
países é uma das vantagens de integrar a organização.
PAISES MEMBROS: Atualmente, a organização conta com 38 membros, sendo o último a
integrar a Costa Rica. Os membros buscam uns aos outros, a fim de identificar, discutir e ana-
lisar problemas, promovendo políticas capazes de solucioná-los.
São eles: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coreia do Sul, Costa Rica,
Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia,
Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México,
Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Tur-
quia.
A organização também conta com 5 parceiros estratégicos (parceiros-chaves). São eles:
África do Sul, Brasil, China, Índia e Indonésia.
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A OCDE recebe a alcunha “clube dos ricos”, pois seus integrantes apresentam elevado PIB
per capita (produto interno bruto por habitante) e também elevados indicadores de desenvol-
vimento humano, Para se ter uma ideia a organização representa cerca de 80% do comércio
mundial e investimentos. OCDE corresponde à sigla em português. Dentre o grupo de países
considerados subdesenvolvidos apenas o Chile e a Costa Rica fazem parte.
********************************************
Em 25 de janeiro de 2022, o Conselho da OCDE decidiu iniciar discussões sobre adesão
com o Brasil. Vale destacar que o pedido do Brasil originalmente se dera em 2017, ainda com o
Presidente Michel Temer, mas ganhou força, de fato, em função das tratativas recentes de Jair
Bolsonaro para ser acolhido pelo grupo.
Um roteiro individual para o processo de avaliação detalhada será preparado, assim que o
Brasil confirmar sua adesão aos valores, visão e prioridades refletidas na Declaração de Visão
dos 60 Anos da OCDE e na Declaração do Conselho Ministerial adotada em 2021. Concorre-
mos, contudo, com mais cinco candidatos a integrar a organização Argentina, Bulgária, Cro-
ácia, Peru e Romênia. Calendários de adesão de outros países no passado nos mostram que
tais processos levam, em média, de dois a cinco anos para serem concluídos e somente com
todas as exigências cumpridas pelos candidatos é que a adesão é consumada.
Destaca-se que a OCDE demanda de seus membros o cumprimento das normais interna-
cionais do trabalho e também relacionadas ao meio ambiente. Engajado à OCDE desde 1994,
o Brasil tornou-se um Parceiro-Chave ativo da Organização em 16 de maio de 2007, seguindo a
resolução do Conselho da OCDE (a nível ministerial) para fortalecer a cooperação com o Brasil,
China, Índia, Indonésia e África do Sul (os Brics + Indonésia), através de um programa de maior
engajamento que definiu esses países como “Parceiros-chave” da OCDE. Como um Parceiro-
-Chave,
O Brasil tem tido a possibilidade de participar dos diferentes órgãos da OCDE, aderir aos
instrumentos legais da OCDE, se integrar aos informes estatísticos e revisões por pares de
setores específicos da OCDE, e tem sido convidado a participar de todas as reuniões Minis-
teriais da OCDE desde 1999. O Brasil tem contribuído para o trabalho dos Comitês da OCDE e
tem participado em pé de igualdade com os países membros da OCDE em diversos órgãos e
projetos importantes da Organização.
A Secretaria de Relações Globais da OCDE desenvolveu e supervisionou a orientação estra-
tégica deste relacionamento, assegurando que o diálogo permaneça focado, voltado para o
futuro e mutuamente benéfico. Reuniões têm sido regularmente realizadas entre funcionários
brasileiros, especialistas dos países da OCDE e o Secretariado da OCDE sobre tópicos mutua-
mente acordados. O Brasil tem valorizado a oportunidade de discutir questões e desafios polí-
ticos importantes num contexto multilateral e de aprender com as experiências dos países da
OCDE que enfrentam desafios semelhantes em muitas áreas. O relacionamento também tem
beneficiado os membros da OCDE e as economias não-OCDE, permitindo-lhes adquirir uma
melhor compreensão do Brasil, à medida que este tenha se tornado um ator importante na
economia globalizada.
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Um dos benefícios para o Brasil ao ingressar à OCDE é que, ao ser um membro da organiza-
ção, nosso país teria mais credibilidade junto a investidores internacionais. Isso abre possibili-
dade para captação de recursos a juros mais baixos no exterior. Alguns fundos de investimen-
to exigem que seus ativos sejam aplicados apenas em países membros da OCDE. A posição
de país membro da OCDE é vista como uma chancela de boas práticas políticas, econômicas
e diplomáticas, o que abre possibilidade de estreitar laços econômicos com as nações mais
desenvolvidas e integrar acordos comerciais.
Mas há desvantagens em ingressar a OCDE, como, por exemplo, o Brasil seria obrigado a
desembolsar elevadas contribuições proporcionais ao Produto Interno Bruto (PIB). Além dos
pagamentos compulsórios, os membros podem ser solicitados a fazer aportes voluntários.
Um contexto parecido como ser um membro do FMI.
Além disso, os custos do processo de adesão — comissões técnicas da OCDE precisam
avaliar práticas de gestão fiscal, políticas econômicas, de educação e de saúde brasileiras. E
terão de ser arcados pelo Brasil.
E o país perderia parte da autonomia de gestão em algumas áreas, uma vez que teria de
seguir orientações sobre o grau de interferência do Estado na economia e práticas relaciona-
das ao controle de taxa de juros, de câmbio e tributação de capital estrangeiro.
Por fim, a OCDE é uma organização bastante esvaziada em termos de ações práticas.
Ficou obsoleta. Vem sendo eclipsada, por exemplo, pelo G7 e G20 (onde o Brasil faz parte).
Assim, tal qual expresso nesse texto, em prazo de 2 a 5 anos saberemos como essa demanda
do Brasil se desenrolará frente ao pleito de ingresso efetivo na organização.
TEXTO COMPLEMENTAR
Bolsonaro e a Rússia em 2022
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba 18/03/2022
Eis que em meados de Fev/2022 o Presidente Jair Bolsonaro desembarca em Moscou,
bem no pré-guerra contra a Ucrânia, para realizar uma agenda objetivada em torno do estrei-
tamento comercial nas áreas de defesa e agrícola. Para o primeiro, os ministros das Relações
Exteriores, Carlos França, e da Defesa, Braga Netto, se reuniram em Moscou com seus homó-
logos russos, Serguei Lavrov e Serguei Choigu. O formato da reunião foi classificado de 2+2,
por se tratar de um encontro entre quatro ministros, dois de cada país. Para o ramo agrícola, o
nosso governo busca abertamente extrair do governo russo garantias frente à facilidades na
obtenção de quantias vultuosas de fertilizantes com vistas a auxiliar a nossa crescente produ-
ção de insumos alimentícios.
A visita de Bolsonaro bem à beira de um conflito bélico entre russos e ucranianos gerou
mal-estar. A porta-voz da Casa Branca, Jen PsakA acusou o Brasil de “estar do lado oposto ao
da maioria da comunidade global”. A autoridade americana criticava Bolsonaro por ter mani-
festado “solidariedade” ao governo de Vladimir Putin.
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Luis Felipe Ziriba
Mas a verdade é que Putin gosta de Bolsonaro. O líder russo vê nosso Presidente como
um sustentáculo na América Latina. Bolsonaro espera de Putin, além de fazer negócios, que
o mandatário-quase-autocrata-russo lhe ceda apoio em sua jornada rumo à reeleição que se
desenrola neste ano de 2022. Ambos são conservadores; ambos são donos de economias
emergentes (parceiros no BRIC) e, principalmente; ambos, atualmente, não estão alinhados
aos EUA do democrata Joe Biden.
O único ato assinado durante a visita do presidente Jair Bolsonaro à Rússia foi um protocolo de
emenda a um acordo sobre proteção mútua de informações classificadas entre os dois países,
firmado em 2008. Em resumo, o objetivo é atualizar as definições de documentos, como reser-
vados, secretos e ultrassecretos, de acordo com a Lei de Acesso à Informação (LAI), publicada
em 2012.
Após uma reunião entre Jair Bolsonaro e o russo Vladimir Putin, os governos dos dois
países divulgaram um comunicado conjunto, destacando que o encontro entre Bolsonaro e
Putin “transcorreu em atmosfera de cordialidade e confiança mútua, reflexo dos laços histó-
ricos de amizade e cooperação entre o Brasil e a Rússia”. Os mandatários salientaram que
pretendem fortalecer a parceria estratégica que já existe, ampliar o diálogo político e elevar o
relacionamento bilateral.
“Reafirmaram o compromisso em promover um sistema internacional inclusivo, equitati-
vo e representativo, de acordo com os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas,
voltado à promoção da paz, da democracia e da prosperidade para todos”, diz um trecho do
comunicado
Pesa agora contra as pretensões do Brasil, o fato de que ao ter a Rússia se lançado em
ofensiva contra a Ucrânia ceifaram-se pela raiz a capacidade de trocas comerciais deste país
frente aos outros players globais. Basta-nos ver o imenso conteúdo de sanções que a União
Europeia e os EUA, diariamente promovem contra o gigantesco país Euroasiático. Em suma,
quase tudo que a Rússia agora venha a negociar, por hora, está congelado.
O PIB brasileiro em 2020 apresentou queda de 4.1% em relação ao ano anterior. Reverte-se
com este resultado uma série de três anos de indicadores positivos registrados entre os anos
de 2017 e 2019, após dois anos recessivos, 2015 e 2016. Veja os números abaixo:
• 2015: – 3.8% >>> Governo Dilma.
• 2016: – 3.6% >>> Governo Dilma.
• 2017: + 1.1% >>> Governo Temer.
• 2018: + 1.1% >>> Governo Temer.
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Luis Felipe Ziriba
Entre os setores que tiveram queda no ano de 2020, estão Serviços (-4,5%) e Indústria
(-3,5%). Houve alta somente no setor de Agropecuária (2%).
O mal resultado de nosso crescimento econômico possui relação intrínseca à devastação
que a pandemia de Covid-19 trouxe à tona para, praticamente, todas as economias do mundo.
A seguir, apresento um gráfico contendo o desempenho de algumas economias centrais
no mundo e o Brasil em 2020:
Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/desempenho-do-pib-do-brasil-em-2020-supera-o-de-latinos-e-
-europeus-mas-pais-deve-ficar-para-tras-este-ano.ghtml
Findada a década de 11-20 (e lembrando que uma década só termina ao fim do último ano
com 0), encerramos a nossa pior década desde os anos 1900 em termos de crescimento (PIB)
econômico. Sim, isso mesmo, caro(a) aluno(a). Em 120 anos, a década de 2010 foi a nossa
verdadeira “década perdida”, sendo pior até que a década de 1980 – outra década que recebeu
esta alcunha de “perdida” também em função das perdas econômicas. Sendo assim, caro(a)
aluno(a), para questões de Concurso que abordem o cenário de crescimento econômico em
panoramas gerais no Brasil, fique atento(a) quando afirmarem ter sido a década passada (11-
20) a nova década perdida, pois os resultados já consolidados, de fato, confirmam plenamen-
te tal assertiva, ok?
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E sem querer me estender muito em torno da análise de números, caro(a) aluno(a), mas
é de suma importância analisar, de forma prática e resumida, alguns indicadores acerca dos
cenários mais atualizados de nossa economia. Portanto, observe a seguir o comportamento
dos indicadores de crescimento do PIB nacional agrupado por décadas (não precisa decorar
os números, e sim entender os contextos, ok?). Em 12 décadas, de fato, a pior em termos de
crescimento do PIB foi exatamente a que se encerrou no dia 31 de dezembro de 2020.
Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/com-recessoes-e-pandemia-pib-do-brasil-tem-pior-de-
cada-em-120-anos.ghtml
A recessão econômica de 2020, associada aos nossos fracos desempenhos de anos ante-
riores e uma economia que não consegue sustentar níveis duradouros de crescimento de seu
PIB, rebaixou nosso país nesta entrada de década entre o ranking das maiores economias glo-
bais. Entre os anos de 2012 e 2020, descemos, simplesmente, de um patamar em que éramos
a 7ª maior economia do mundo (2012) para, atualmente, ocupar a 12ª posição.
Nossa política econômica nesta década que inicia precisa recuperar a força do crescimen-
to econômico de forma consistente, perseguindo indicadores robustos. Novamente conseguir
atingir indicadores de crescimento do PIB que possam, além de retomar o crescimento do PIB
(que esteve em alta, entre 2017-2019, mas a níveis modestos), projetar-se em patamares com-
patíveis a nosso imenso potencial.
A retomada do crescimento não deve se apequenar em torno de indicadores minúsculos (e
frustrantes) e que mal conseguem superar o crescimento anual de nossa própria população,
hoje em torno de 0.7%/ano.
Ou seja, devemos buscar crescer ao menos acima de 2.5% a 3% ao ano. Somente assim,
haverá distribuição de riqueza, incremento na renda per capita, além de vermos de volta um
cenário de nossa política econômica em que o rol de certezas, consiga, finalmente, superar o
das incertezas.
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O Brasil não pode mais carregar a pecha (e tal carga vem de longa data, diga-se de pas-
sagem) de ser uma perfeita representação de ter uma economia do tipo “ioiô” – alusão a um
brinquedo que subirá, mas invariavelmente descerá de novo.
A produção de valor dentre os três setores tradicionais – serviços (terceiro setor), indústria
(segundo setor) e agropecuária (primeiro setor) – se distribui da seguinte forma no Brasil em
2021, em números aproximados:
• Serviços: 75%.
• Indústria: 20%.
• Agropecuária: 5%.
Obs.: Um pouco mais à frente nesta aula, falaremos sobre o corrente processo de desindus-
trialização e a produção de valor no agronegócio (de forma resumida), temas também
muito importantes em Atualidades.
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Assim, desembarcamos em 2021 com o modelo neoliberal capitaneado pelo Ministro Pau-
lo Guedes ainda mais fortalecido, havendo rodadas de concessões de aeroportos, terminais
de portos e ferrovias em curso até 2022 (inclusive muito importante que acompanhem tais
iniciativas sobre este assunto, caro(a) aluno(a)). E devem ser levadas a cabo também, ainda
neste mandato do Presidente Jair Bolsonaro, as Reformas Tributária e Administrativa.
Em suma, a nossa economia na entrada desta nova década vem enfrentando os desafios
relativos a um déficit fiscal imenso (veremos sobre este tema um pouco mais abaixo) e de
uma baixa taxa de crescimento econômico (tal qual vimos acima). Estes são, sem dúvida, os
nossos maiores desafios não só para o anos seguintes a 2020, mas também para as décadas
seguintes. Sigamos então!
Veja abaixo o cenário econômico de 2021, com a volta do crescimento econômico e a que-
da drástica no déficit como boas notícias!!
No ano de 2020, não apenas no Brasil, mas por todo o Mundo as notícias econômicas fo-
ram as piores possíveis, com crise econômica em todas as grandes economias globais, exceto
na China. Já em 2021 a economia brasileira surpreendeu positivamente. Além da retomada
do crescimento, isso mesmo com um ano inteiro de pandemia, inclusive com uma terceira
onda de transmissão do vírus, conseguimos baixar o déficit primário fiscal (ou seja, a relação
entre arrecadação e gastos públicos, excetuados os juros da dívida) de forma radical. Aliás,
acerca deste último dado, vale o registro que nem mesmo o governo previa uma queda tão
grande nesse indicador. Vejamos melhor abaixo:
Se em 2020 o déficit primário esteve puxado drasticamente para o alto, exatamente em
função dos gastos com a pandemia e os dispêndios do Governo Federal, principalmente em
função do auxílio emergencial de 6 meses no valor de 600 reais para aquelas pessoas de-
sassistidas de emprego as quais, ao menos em tese conseguissem provar possuir uma baixa
renda familiar, atingindo ao gigantesca cifra de 750 bilhões de reais, para 2021 o déficit foi
reduzido a um indicador menor até que em todos os outros 6 anos anteriores pré- pandemia
(ou seja, entre 2014-2019). Um feito e tanto promovido pelo atual governo, sem dúvida algu-
ma. Veja os números abaixo:
Déficit primário: 2020: R$ 743 bilhões ->>> R$ 2021: 35 bilhões (queda de 95%)
Em suma, o governo conseguiu reduzir a discrepância entra a arrecadação e os gastos,
saldo que vinha pesando enormemente para o lado dos gastos (sempre maiores que a arreca-
dação, gerando altos déficits). É bem verdade que ainda gastamos mais do que arrecadamos,
porém em 2021 esse índice despencou, repito, de forma surpreendente principalmente em se
tratando de um ano de pandemia. Contribuíram enormemente a este excelente resultado o
aumento do consumo de certos produtos com alta taxa de tributação (gerando mais arreca-
dação) e os resultados superavitários nas vendas nacionais de commodities, como minérios e
produtos agrícolas.
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O Que é Neoliberalismo?
Fonte: https://www.politize.com.br/neoliberalismo-o-que-e/
O termo neoliberalismo já era registrado em alguns escritos dos séculos XVIII e XIX, mas
começou a aparecer com mais força na literatura acadêmica no final dos anos 1980, como
uma forma de classificar o que seria um ressurgimento do liberalismo como ideologia pre-
dominante na política e economia internacionais. A ideia é que, durante um certo período de
tempo, o liberalismo perdeu predominância para o keynesianismo, inspirado pelo trabalho de
John Maynard Keynes, que defendeu a tese de que os gastos públicos devem impulsionar a
economia, especialmente em tempos de recessão. Keynes era favorável ao Estado de bem-es-
tar social.
A partir dos anos 1970, o mundo passou a vivenciar um declínio do modelo do Estado de
bem-estar social, o que deu espaço para que ideias liberais aos poucos voltassem a ter pre-
ferência na política. Uma das primeiras experiências consideradas neoliberais no mundo foi
levada a cabo pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto Pinochet entrou em contato com
acadêmicos da Escola de Chicago, que recomendaram medidas pró-liberalização do mercado
e diminuição do Estado. Entre tais medidas, estavam a drástica redução do gasto público,
demissão em massa de servidores públicos e privatização de empresas estatais. As eleições
de Margareth Thatcher no Reino Unido e de Ronald Reagan nos Estados Unidos no início dos
anos 1980 também foram indicativos desse fenômeno. Ambos são considerados até hoje lí-
deres neoliberais.
Mas o conjunto mais claro de ideias chamadas de neoliberais veio no ano de 1989, quando
o economista John Williamson publicou um artigo apresentando um conjunto de regras eco-
nômicas acordadas por economistas de grandes instituições financeiras. Essas regras, que
ficariam conhecidas como Consenso de Washington, seriam o mínimo denominador comum,
os pontos com que todas as principais instituições financeiras do mundo concordavam. Nos
anos seguintes, esse ideário neoliberal orientaria a elaboração das políticas econômicas re-
comendadas por grandes agências internacionais e, de fato, foram implementadas em vários
países em desenvolvimento a partir do início dos anos 1990 – inclusive no Brasil. O conjunto
de regras neoliberais seria:
• disciplina fiscal;
• redução dos gastos públicos;
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• reforma tributária;
• juros de mercado;
• câmbio de mercado;
• abertura comercial;
• investimento estrangeiro direto;
• privatização de empresas estatais;
• desregulamentação (flexibilização de leis econômicas e trabalhistas);
• direito à propriedade intelectual.
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durante o governo Lula, entre 2003 e 2010. Também no governo Lula foram feitas diversas con-
cessões (negociação semelhante à privatização) de infraestrutura à iniciativa privada, como
rodovias federais.
Um artigo de maio de 2016, assinado por dois economistas do próprio FMI, chamou a
atenção justamente por questionar a eficiência do receituário neoliberal. Eles afirmam que em
alguns casos, em vez de entregar crescimento econômico, medidas neoliberais aumentaram a
desigualdade e prejudicaram um crescimento duradouro.
Segundo os autores, dois aspectos do neoliberalismo podem acabar desequilibrando a
trajetória de crescimento econômico de países que adotam tais medidas:
• livre movimento de capitais;
• a austeridade fiscal (redução da dívida pública e do tamanho do Estado).
No longo prazo, essas medidas podem causar instabilidades e também aumentar a desi-
gualdade de renda, o que acaba minando o crescimento econômico – que é o grande objetivo
de medidas neoliberais. Essa visão, apesar de ter sido compartilhada por economistas do FMI,
não reflete o posicionamento da instituição como um todo, mas mostra que, mesmo nessa
organização, há divergências sobre sua eficiência.
A controvérsia sobre a eficácia do neoliberalismo em melhorar a situação de países em
desenvolvimento continua em aberto, visto que muitos economistas discordam desse conjun-
to de medidas econômicas. De qualquer forma, é importante entender que o neoliberalismo é
uma doutrina econômica que continua a influenciar muitas decisões de políticas públicas no
Brasil e no mundo.
TEXTO COMPLEMENTAR
O Saldo Comercial Brasileiro: Algumas Considerações
Nosso saldo comercial, ou seja, a relação entre o quanto exportamos e importamos, em
2021, repetiu-se positivo. Em 2020, a balança comercial brasileira teve superavit de US$ 50,9
bilhões.
No ano de 2021, a balança comercial registrou o maior superávit da sua série histórica, no
valor de US$ 61,2 bilhões. Um acréscimo de US$ 10,8 bilhões em relação ao saldo de 2020.
A corrente de comércio (exportações mais importações) atingiu valor recorde de US$ 500
bilhões, resultado de um aumento de 34,2% nas exportações e de 38,2% nas importações,
entre 2020/2021.
O aumento das exportações foi liderado pela variação dos preços (29,3%), pois a variação
no volume foi 3,2%. Nas importações, a liderança coube ao volume que cresceu 21,9% enquan-
to os preços aumentaram em 13,1%.
As exportações de commodities, com participação de 67,7% nas exportações totais, expli-
cam o desempenho desse fluxo de comércio. Em valor, as vendas de commodities aumenta-
ram 37,3%, sendo a variação dos preços de 38,9% acompanhada de um recuo no volume de
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1,8%. As exportações de não commodities cresceram 28,1%, resultado do aumento dos preços
em 12,4% e do volume em 13,5%. O recuo no volume exportado das commodities foi pequeno,
sendo mais do que compensado pelas variações positivas nos preços das commodities e nos
índices das não commodities.
A China permaneceu na liderança das exportações e importações brasileiras. A sua par-
ticipação nas exportações caiu de 32,4% para 31,3%, entre 2020 e 2021, mas as exportações
aumentaram em 29,4%. O índice de preços aumentou em 38,8%, mas o volume recuou em 6%.
As importações cresceram, em valor, 45,2%, com aumento de preços em 9,9% e de 22,5% no
volume. A participação nas importações foi de 23,4%. Apesar do maior aumento das impor-
tações em relação às exportações, em valor, o superávit passou de US$ 33 bilhões para US$
40,1 bilhões.
Para os Estados Unidos, o segundo maior parceiro, as exportações cresceram 45% e as
importações 41,3%, em valor. No caso das exportações, a variação nos preços foi de 24,4% e
no volume de 20,4%. O déficit comercial aumentou de US$ 6,4 bilhões para US$ 8,3 bilhões.
Para a Argentina, o superávit de US$ 591 milhões de 2020 passou para um déficit de US$ 69,9
milhões. As exportações cresceram 39% e as importações, 57,7%. O volume exportado aumen-
tou 23% e o importado, 34,6%.
A Ásia confirma a sua liderança puxada pela China no comércio exterior brasileiro. A parti-
cipação da região, sem a China, nas exportações do país foi de 15,1%, maior do que a da União
Europeia, de 13%. Nas importações, a participação foi de 12,2%, menor do que a da União Euro-
peia, de 17,4%.
Os principais produtos exportados pelo Brasil em 2021* (todos commodities)
* em valor.
1 – Minério de ferro e seus concentrados;
2- Soja
3 – Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos;
Os principais países consumidores das exportações brasileiras:
1 – China;
2 – Estados Unidos;
3 – Países Baixos;
4 – Argentina;
5 – Japão;
6 – Chile;
7 – México;
8 – Alemanha;
9 – Espanha;
10 – Coreia do Sul.
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TEXTO COMPLEMENTAR
Finalmente o Censo
Por: Professor Luís Felipe Ziriba 01/02/2022
E, finalmente, o Censo Demográfico de 2022 tem data para começar: dia 1º de agosto de
2022. Após 2 anos de atrasos, a informação foi divulgada nos últimos dias de Janeiro de 2022
pelo IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – nosso órgão federal vinculado ao
Ministério da Economia e responsável por organizar a consulta que ocorreu pela última vez no
país em 2010. A consulta ocorre a cada dez anos e deveria ter sido realizada em 2020, mas
foi adiada por causa da pandemia. Já em 2021, não ocorreu, segundo o Governo Federal, por
indisponibilidade orçamentária.
Os recenseadores devem visitar mais de 70 milhões de domicílios de todos os municípios
brasileiros para realizar as entrevistas. O governo federal disponibilizou 2,3 bilhões de reais
para tal missão.
Serão selecionados cerca de 183 mil recenseadores, os funcionários que vão de porta em
porta em busca das entrevistas, para coleta de dados, e 23 mil agentes censitários, que desem-
penham função de supervisores.
A Reforma Administrativa
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E tal como a sua irmã, a Reforma Tributária, gestada em mesmo período, a Reforma Ad-
ministrativa buscará contato com temas mais polêmicos apenas em uma segunda fase, tais
quais a diminuição da remuneração de entrada de servidores e cargos que perderão em defi-
nitivo a estabilidade.
Atualmente, vale o destaque: os gastos com servidores são crescentes e se tornam chave
para correções orçamentárias, ainda mais se levando em conta o tamanho do rombo orça-
mentário nacional que já dura 7 anos fiscais. Este representando mais de 12% do orçamento
federal, indicador proporcionalmente superior ao de países desenvolvidos.
O Agronegócio e a Desindustrialização
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A Desindustrialização
Dentro desse processo desindustrializante, ocorre, também, quase que uma completa nu-
lidade em termos de iniciativas locais com vistas à consolidação de marcas nacionais. E para
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piorar, percebe-se a pressão sobre nossos produtos aqui fabricados de similares chineses bem
mais baratos.
O Brasil, em 2021, segue se desindustrializado de forma radical (vide a saída Ford do país,
por exemplo). Inclusive, é muito provável que atualmente o Brasil seja em termos globais o país
que mais rápido vem se desindustrializando.
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3. Temas de Atualidades
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Lula Livre e a Prisão em Segunda Instância
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 12/12/2019.
Após cumprir mais de um ano e meio de prisão em regime fechado na sede da Superinten-
dência da Polícia Federal em Curitiba, condenado pelos crimes de lavagem de dinheiro e cor-
rupção passiva, com apenação de 12 anos impetrada pelo juiz Sérgio Moro dentro do âmbito
das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é solto em
novembro de 2019.
Mas ainda longe de ter sido absolvido e ainda respondendo pelas acusações de ter rece-
bido em torno de R$ 3.700.000 em vantagens destinados pela empreiteira OAS, incluindo-se
aí um plus na reforma de um apartamento triplex de frente ao mar no Guarujá, em São Paulo,
Lula sai da carceragem beneficiado pela decisão do STF que considerou inconstitucional pri-
sões, ao menos nos casos tipificados, tais quais corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em
segunda instância.
O estamento jurídico brasileiro determina que, se alguém comete um crime e é levado a jul-
gamento, poderá ser julgado até 3 vezes por juízes diferentes, na tentativa de ser considerado
inocente em alguma dessas vezes. No direito, dá-se o nome de 3 instâncias. São elas:
1ª instância: essa é a principal porta de entrada do judiciário. É aqui em que atua o juiz de
Direito e em que será julgado pela primeira vez o crime cometido por João.
2ª instância: caso o réu não concorde com a sentença dada pelo juiz de 1ª instância, ele
pode recorrer para que seu caso seja julgado novamente. Quando isso acontece, o processo
sobe para a 2ª instância.
3ª instância: a instância superior (ou 3ª instância) é a última, e é lá em que será julgada a
decisão recorrida pelo réu.
Depois de passar pelas 3 instâncias, o réu não pode mais recorrer para lugar nenhum. Ou
seja, se ele for condenado em 3ª instância, irá cumprir a pena destinada na última decisão, pois
já terão sido utilizados todos os seus recursos.
É possível recorrer tantas vezes porque, no Direito, toda e qualquer pessoa é considerada
inocente até o trânsito em julgado da decisão (até ser julgado pelas três instâncias, caso recor-
rida). Isso é chamado de “princípio da presunção de inocência”.
Mas como era antes e como fica agora?
Até o início de novembro de 2019, uma pessoa poderia ir para prisão logo após a condena-
ção em 2ª instância. Então, se o juiz de 1ª instância condenasse o cidadão e, após recorrer na
2ª instância, o juiz o condenasse novamente, a pessoa já iria presa.
O fato é que o condenado ainda poderia recorrer na 3ª instância, como no caso de Lula e
de vários figurões (empresários e políticos) condenados pela Lava Jato, mas iria aguardar esse
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julgamento preso. Porém, entre idas e vindas em suas súmulas (tais quais ocorridas em 2016,
quando, por duas vezes, decidiu o Superior Tribunal pela prisão já em segunda instância), o STF
muda seu entendimento e, por 6 votos a 5, decide que a pessoa só poderá ser presa após a
condenação nas 3 instâncias. Ou seja, agora uma pessoa só pode ser presa após ver esgotado
todos os seus recursos, com exceção, claro, de mandados de prisão provisória e preventiva.
Lula, o ex-presidente, havia sido condenado em 2ª instância e, por isso, estava preso, mas,
após a mais recente mudança, não é mais. Então, por isso, ele foi solto e recorre em liberdade.
Por fim, vale destacar dois pontos. O primeiro, extremamente importante, diz respeito ao
fato de que tal matéria é, em tese, da alçada decisória do Congresso Nacional. O STF sumulou
porque o momento suscitou, e quer queiramos, ou não, a prisão em segunda instância estava
em desconformidade ao que reza a Constituição. Sendo assim, lembrando possuir o STF o
papel precípuo de defensor de nossa Carta Magna, para que volte a ocorrer a prisão em segun-
da instância, o procedimento correto, e que irá dirimir uma série de polêmicas, é exatamente
se promover a discussão no Congresso Nacional com vistas a se aprovar uma Emenda Cons-
titucional.
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TEXTO COMPLEMENTAR
Moro e a Crise Política
Prof. Luis Felipe Ziriba, 15/05/2020.
Sergio Moro se torna Ministro da Justiça e da Segurança Pública no primeiro dia de janei-
ro de 2019. Visto como a “supercontratação” do time de Bolsonaro, o jovem juiz federal que
conduziu com pulso forte a Operação Lava Jato desde o seu início, em 2014, sai finalmente da
magistratura da 13ª Vara de Curitiba, passando a compor a comissão de frente de ministros
do novo governo do Presidente Jair Bolsonaro. Serve, bem verdade, a sua nomeação como res-
posta à promessa empunhada em campanha pelo candidato capitão que bradou seguir, caso
eleito fosse (e foi), coibindo em absoluto a corrupção. Uma nomeação também, é claro, que
acabou sendo um prêmio (e suposto trampolim ao STF) àquele cidadão de fala mansa e sota-
que carregado do interior do Paraná que acabou sendo visto como o maior bastião do combate
à corrupção do Brasil.
Moro inicia seu trabalho à frente do ministério tendo de se confrontar com uma parcela da
opinião pública (pois nem tudo são flores), e também da imprensa, que o acusam ser o mentor
intelectual no afrouxamento nas punições que a (sua) Operação Lava Jato poderia (deveria) ter
promovido acerca de ilícitos também cometidos por vários outros caciques da política nacio-
nal de outras agremiações partidárias que não apenas o PT, e do grupo aliado peemedebista.
Moro prende Lula, Zé Dirceu, Sérgio Cabral e Eduardo Cunha (este último um inimigo figadal de
Dilma Rousseff), mas vira descaradamente as costas aos ilícitos cometidos por Aécio Neves,
Geraldo Alckmin e toda uma cepa de políticos do PSDB nitidamente envolvidos nos atos de
corrupção que a própria Lava Jato concluiu.
No exercício de função como ministro, Moro perde uma queda de braço já na largada, ao
ver a Coaf – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – se despedir de sua pasta e
rumar, contra a sua vontade, para a gerência de Paulo Guedes no recentemente reestruturado
Superministério da Economia (o qual fundiu o Ministério do Planejamento). Em seguida, Moro
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tem de aceitar a decisão do STF que determina a ilegalidade (outra pauta em que Moro se
colocava declaradamente em oposição) das prisões em segunda instância. Lula, seu algoz,
sai da cadeia de imediato em função da decisão sumulada em novembro de 2019 (ver Texto
Complementar).
16 meses após sua posse como Ministro da Justiça e deixando claro sua intenção, sempre
que possível, de chegar ao STF por indicação do seu chefe o Presidente Jair Bolsonaro, ruídos
entre o mandatário e o subordinado ocasionam a demissão do Diretor-Geral da Polícia Federal,
o delegado Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. Na verdade, o fato é que o Pre-
sidente Jair Bolsonaro apenas avisa a Moro (isso após o Ministro ter experimentado várias
perdas de força) de sua decisão unilateral de troca no comando da Polícia Federal. Era a gota
d’água de uma relação que, sabia-se em todo meio político de Brasília, jamais fora pacífica. A
força da caneta Bic presidencial de Bolsonaro impôs a Moro mais uma derrota no âmbito de
sua esfera de atuação. Assim, como um desfecho triste de um romance (pouco duradouro),
Moro pede demissão e sai magoado, levando consigo um pedaço considerável do que resta do
“bolsonarismo”. Mas ele cai atirando, ao afirmar categoricamente em coletiva que o governo de
seu ex-chefe buscara, por meio da Polícia Federal, e de outros órgãos, promover uma gerência
absoluta sobre as investigações do órgão. Moro destaca considerar tal ingerência um absurdo
frente à autonomia prevista legalmente nas investigações no âmbito da Polícia Federal.
Ao deixar o ministério, em mesma coletiva, o ex-ministro chega a destacar que nem em
governos anteriores, tal qual dos presidentes Lula e Dilma (os quais o magistrado à sua manei-
ra contribuiu diretamente em derrubar), houve ação tão escancarada direcionada por parte do
chefe do executivo federal com vistas a influir sobre a autonomia de investigações garantidas
pela constituição.
Por fim, associado à saída de Moro e também às recentes saídas de dois Ministros da
Saúde em menos de um mês, os médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, e tudo isso justo
no auge da pandemia da Covid-19, o governo de Bolsonaro entra em rota de crise política à
medida, entre outros aspectos, que o modus operandi típico do Presidente, por excelência, se
demonstra avesso a opiniões contrárias e a ceder onde quer que seja. Sendo assim, ele expe-
rimenta mensalmente, desde que tomou posse, um sangramento, no qual evadem aliados,
alguns, bem verdade, pouco importantes, tal qual Alexandre Frota, porém outros muitos impor-
tantes, como o próprio Sérgio Moro.
TEXTO COMPLEMENTAR
Bolsonaro Versus o STF
Inicialmente, caro(a) aluno(a), antes de abordarmos alguns pontos polêmicos sobre essa
guerra fria entre o Judiciário (por meio da ação da corte máxima Supremo Federal) e o Executi-
vo (na figura do Presidente Jair Bolsonaro), que vem ganhando muita repercussão em atualida-
des e possui enorme chance de cair em provas de concursos, vamos entender primeiro alguns
aspectos basilares acerca do funcionamento de nossa corte suprema.
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A atuação do STF nesses anos de governo Bolsonaro vem expondo uma clara orientação
de combate a quaisquer manifestações antidemocráticas por parte dos cidadãos e, principal-
mente, funcionários públicos e parlamentares. Para alguns, tal disposição da suprema corte é
intransigente; para outros e, inclusive, lógico, para o próprio STF, trata-se apenas resguardar o
estado democrático de direito. Exemplos de ações severas e contundentes por parte da corte
sobre pessoas e grupos que saíram em defesa de pautas consideradas “antidemocráticas”
foram as prisões da ativista Sara Winter, em 2020, e, mais recentemente, do deputado declara-
damente bolsonarista Daniel Silveira. Daniel, desde que entrou em sua primeira legislatura em
2019, deixou claro que sua intenção era causar. Ao longo da campanha, em que foi eleito pelo
PSL no Rio de Janeiro (ex-partido de Bolsonaro), partiu ao meio uma placa de rua em homena-
gem à vereadora morta a tiros, Marielle Franco, em um crime ainda sem condenados. Silveira,
um ex-cobrador de ônibus e também um ex-policial militar do Rio de Janeiro, foi preso em fla-
grante (após desafiar o STF a prendê-lo) por crime inafiançável em meados de fev/2021, após
divulgar em rede social vídeo no qual defende o AI-5 — instrumento mais duro da ditadura mili-
tar — e a destituição dos ministros do Supremo Tribunal Federal, o que é inconstitucional em
um dos poucos casos de ilícito que, de fato, a Constituição não veda a prisão em rito sumário
de um parlamentar.
Logo em março de 2021, sua prisão foi substituída por prisão domiciliar com monitoramen-
to por tornozeleira eletrônica.
2 – O IMPEACHMENT DE MINISTRO(S) DO STF
O presidente Jair Bolsonaro em 2021 se lançou com vistas a dar ensejo, de forma inédita
em nossa história recente, ao impeachment de um ministro do STF, no caso em tela Alexandre
de Morais a “vítima”. O impeachment de um Ministro do STF é um movimento possível, mas
o rito é complicado (tal qual vimos no início deste texto complementar, envolve a atuação do
Senado Federal) e, após uma discussão que desgastou mais ainda a relação entre o Tribunal
e o Chefe do Executivo Federal, o STF, por meio do voto do Ministro Kássio Nunes Marques,
ministro este escolhido pelo próprio Bolsonaro em 2020 para assumir uma cadeira no tribu-
nal, sentenciou em sua relatoria sua oposição frente à abertura de processo de impedimento
do Ministro Moraes, enterrando de vez este assunto. No Senado, uma proposta de emenda à
Constituição (PEC) cria uma lista tríplice na qual o presidente da República teria que basear
sua escolha de quem ocuparia as próximas cadeiras de Ministro do STF.
3 – O INQUÉRITO DAS FAKE NEWS
Iniciado em 2019, ou seja, poucos meses após Bolsonaro tomar posse, um inquérito encam-
pado por Alexandre de Moraes, Ministro do STF (processo feito, é bem verdade, sem qualquer
aval da Procuradoria-Geral da República, o que surpreendeu muita gente e gerou desconforto
no meio político e jurídico), em mais de 10.000 páginas, identificou uma rede imensa de apoia-
dores de Bolsonaro que promove ações explícitas de ódio contra a corte suprema, sugerindo,
inclusive, a morte de Ministros, entre outros pontos. O chamado “inquérito das fake news”,
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além de identificar uma rede imensa de apoiadores anônimos do Presidente e sua rede de
ações de todos os tipos na internet contra o STF e a democracia (em que a maioria dos inqui-
ridos deixa explícito ser a favor do retorno da ditadura militar buscando defender argumentos,
tais quais como sendo a liberdade associada à ditadura, e a democracia como uma prisão),
cravou haver a participação de políticos, tais quais o próprio filho do Presidente, Carlos Bolso-
naro e o ex-ministro da educação Abraham Weintreaub, que defendeu a prisão de ministros do
STF e saiu (para alguns, ele fugiu mesmo) do país dois dias depois de deixar a pasta. O mesmo
inquérito identificou também a participação nestes atos do dono da loja Havan, Luciano Hang,
e mandou prender o jornalista declaradamente bolsonarista Oswaldo Eustáquio. Oswaldo era
um militante conhecido nas redes sociais que havia defendido o fechamento do Congresso
ou do Supremo. De acordo com as investigações, ele é suspeito de financiar manifestações
ao longo dos anos de 2019 e 2020 que ocorreram em Brasília e que contaram também com a
participação de Sara Winter, presa também pelo STF por razões parecidas.
4 – LULA E O STF
O ex-presidente Lula, maior rival de Jair Bolsonaro, obteve ao longo dos últimos dois anos
algumas vitórias importantes com as graças do STF. Primeiro foi solto após cumprir mais de
500 dias de prisão por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, à medida que o
tribunal jogou na ilegalidade sua prisão após sumular serem ilegais prisões no caso de seus
crimes em 2ª instância. (Ver texto complementar: Lula Livre e a Prisão em Segunda Instância
nesta mesma aula.)
Por fim, na entrada do mês de abril de 2021, o ex-presidente Lula (2003-2010) recebeu um
salvo conduto da Suprema Corte para concorrer às eleições de 2022, quando a Corte decidiu
por 8 votos a 3 que o processo de condenação de Lula levado a cabo pela Justiça Federal de
Curitiba era irregular por incompetência territorial. Ou seja, Sergio Moro, e seus juízes que o
acompanhavam, não possuía competência para julgá-lo. O processo de apenação de Lula, nos
crimes nos quais já havia sido julgado, retorna à estaca zero e Lula passa a ser potencial con-
corrente nas eleições de 2022.
Nos últimos dias de agosto de 2021 Lula obtém outra vitória no STF. Após uma série de
vitória em torno de seus pleitos com vistas a prover sua inocência, a mais robusta delas foi
quando o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todas as condena-
ções do ex-presidente proferidas pela Justiça Federal no Paraná – os casos relacionados às
investigações da Operação Lava-Jato.
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O presidente não citou nomes específicos de ONGs e, questionado se há embasamento para as ale-
gações, disse não haver registros escritos sobre tais suspeitas, mas deixou tal questão no ar.
Segundo dados do Programa Queimadas, publicados no Portal G1 e oriundos do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia concentra 52,5% dos focos de queimadas
de 2019 no Brasil. O portal mostrou, após receber tais dados do INPE, que o número de queima-
das aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2018 (de 1º de janeiro a 18 de agosto).
Ainda de acordo com nosso Presidente, o governo precisa fazer o possível para que esse
tipo de crime não aumente, mas disse que sua gestão retirou dinheiro que era repassado para
ONGs, o que poderia justificar uma reação das instituições e a deflagração de queimadas in-
tencionais por parte das ONGs e de grupos que atuam em defesa da floresta. Segundo nosso
mandatário sobre a onda de incêndios na região:
O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós
tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos
também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do
dinheiro.
O Presidente Jair Bolsonaro, é bem verdade, não apresentou provas que sustentassem sua
afirmação. Motivado por um relatório governamental que recebera, o qual denunciava irregu-
laridades em uma gama de repasses para ONGs que lidam com saúde indígena, uma semana
depois reiterou sua posição de completa oposição às atividades das Organizações.
No Congresso Nacional, cresce também a intenção por parte dos parlamentares de se criar
uma CPI das ONGs com vistas a se detectar qual o uso de recursos e influência estrangeira
destas instituições no Brasil e, principalmente, na Amazônia.
Vale destacarmos que tais posturas como a de Bolsonaro – desconfianças em relação ao
trabalho de ONGs – não são uma particularidade deste governo que tomou posse em 2019.
Houve, por exemplo, ao longo da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, também discursos
de que a atuação das ONGs precisava ser vigiada de perto. “Grande parte dessas ONGs não
está a serviço de suas finalidades estatutárias”, afirmou, por exemplo, o então Ministro da Jus-
tiça, Tarso Genro, em 2008. “Muitas delas escondem interesses relacionados à biopirataria e à
tentativa de influência na cultura indígena, para apropriação velada de determinadas regiões,
que podem ameaçar, sim, a soberania nacional” disse o comandante-geral da Amazônia na
mesma época, General Augusto Heleno, um crítico enfático da política indigenista do governo
Lula, por ele vista como: “lamentável, para não dizer caótica”.
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eletrônico brasileiro que publica textos jornalísticos multidisciplinares sobre política, econo-
mia, acontecimentos internacionais, cultura, ciência e saúde, tecnologia, arte e outros temas,
em perspectiva de contextualização (jornalismo de contexto), além da cobertura factual, inte-
ratividade com dados e recursos multimídias, que se encontra inserido como parte da Slow
Media (mídia vagarosa, em tradução livre), em que se declara preconizador de um jornalismo
reflexivo e de profundidade como veículo da mídia independente brasileira.
Sigamos então, ok?
Com base em matéria publicada pelo Nexo Jornal de 1º/09/2019 intitulada Qual o papel das
ONGs ambientais na Amazônia (em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/09/01/
Qual-o-papel-das-ONGs-ambientais-na-Am%C3%B4nia), um levantamento do IPEA – Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada – sobre as ONGs brasileiras indica que há 102.080 organi-
zações da sociedade civil com sede em municípios da Amazônia Legal. Esta imensa estimati-
va, contudo, difere radicalmente dos números que o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – revela: 15.919 apenas.
Pelo IPEA, 12,4% das ONGs do Brasil são sediadas em municípios da Amazônia Legal (área
do planejamento estatal que envolve todos estado da Região Norte, mais o Mato Grosso e
parte do Maranhão). E são diversas as áreas de atuação de ONGs na Amazônia. Outro levanta-
mento do IPEA demonstra que quase metade (49,9%) das ONGs atua em “defesa de direitos e
interesses”, nomenclatura abrangente a qual inclui associações de moradores, centros comu-
nitários e organizações de defesa de direitos de grupos de minorias, meio ambiente e proteção
animal. ONGs desse tipo também são majoritárias (41,3%) no restante do país. Na Amazônia,
a atuação pode se traduzir em ações de vigilância ambiental, capacitação de povos indígenas
para a agricultura, assistência à saúde e projetos de educação, entre outras atividades. Dessas
ONGs, 422 são de defesa do meio ambiente e proteção animal. “A atuação das ONGs ajuda as
populações indígenas, ribeirinhas, extrativistas a conhecer melhor seus direitos sociais”, disse
ao Jornal Nexo Ageu Lobo, beiradeiro e presidente da Associação de Moradores das Comuni-
dades de Montanha e Mangabal, localizada na região de Itaituba, Pará. “Ajudam os povos nas
aldeias e comunidades com oficinas que realizam e ajuda as pessoas a irem até as cidades
para cobrar seus direitos”.
Atuando na Amazônia ao menos desde a década de 1960, as ONGs e outras entidades que
não estão vinculadas ao governo ocupam a floresta com projetos de infraestrutura e reprimin-
do ações contra povos indígenas promovidas desde a ditadura militar (1964-1985). Exemplo
é o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que, mesmo não se definindo como ONG, nasceu
em 1972 após denunciar o chamado Massacre do Paralelo 11, ocorrido em 1966 em uma
região entre Rondônia e Mato Grosso, quando uma empresa seringalista foi responsável pela
chacina de uma aldeia do povo indígena Cinta-Larga. De acordo com o IPEA, 3.626 organiza-
ções que atuam na Amazônia obtiveram verba federal entre 2010 e 2018, no valor de R$ 6,8
bilhões. O aporte representou 5,7% do total destinado a ONGs pelo governo no período. A destina-
ção de recursos de origem governamental diminuiu com os anos e tende, tal qual Bolsonaro
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enfatiza, a secar. As informações do IPEA são relativas apenas a entidades registradas em mu-
nicípios da Amazônia Legal, sendo que ainda não existe um estudo detalhado sobre a atuação
de organizações internacionais em território brasileiro, aponta o instituto de pesquisa. ONGs
internacionais que atuam na Amazônia, por exemplo, também estão sediadas no Sudeste.
CIMA
(www.cima.org.br)
O Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, CIMA, é uma entidade civil, que não con-
ta com lucro para existir tal qual versa em seu estatuto. Possui sua sede no Rio de Janeiro e
desenvolve ações relacionadas à educação, cultura, e meio ambiente, contando com parcerias
com instituições governamentais, privadas e multilaterais.
O objetivo dessa entidade é a contribuição por meio de diferenciadas ações e de maneira
eficiente, à busca de uma melhor qualidade de vida, segundo sua página oficial.
Nas áreas de meio ambiente e de educação, o CIMA organizou inúmeros projetos, entre
eles, podemos citar o “Protetores da Vida”, “A Natureza e a Paisagem”, que são Programas de
Educação para o Desenvolvimento Sustentável, mobilizando vários setores a proteger os ecos-
sistemas existentes na Bacia da Baía de Guanabara. A expedição do projeto passou por muitos
estados e ainda por sítios paleontológicos do Brasil e teve seu registro compilado numa expo-
sição realizada no Museu Nacional, intitulada “Em busca dos Dinossauros”.
Além dos programas citados ainda houve a implantação do “Programa Coca-Cola de Valo-
rização do Jovem”, em colégios estaduais e municipais de inúmeros estados e ainda o “Gente
é pra Brilhar”, que promove a estimulação de ações que causam a inclusão do indivíduo na
sociedade, como, por exemplo, a capacitação de adolescentes na produção de documentários
e também na área audiovisual. Esse evento direcionado ao público jovem permite o acesso ao
mercado da mídia, chamado de “Rio Tecnomídia”.
E finalmente o PROCEL, um programa que promove o combate e a educação para que não
haja o desperdício de energia, sendo este, para o público pouco inteirado sobre as atividades
desta ONG, o maior programa em termos de repercussão de sua atuação em âmbito nacional.
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WWWF
(https://www.wwf.org.br/)
O WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira, de natureza não governa-
mental e constituída como associação civil sem fins lucrativos que trabalha para mudar a atual
trajetória de degradação ambiental e promover um futuro em que sociedade e natureza vivam
em harmonia.
Criado em 1996, o WWF-Brasil mantém 137 funcionários atuando em 67 projetos na Ama-
zônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, além dos ecossistemas marinhos, na cos-
ta brasileira.
A Governança do WWF-Brasil é realizada por meio de órgãos previstos em seu Estatuto So-
cial e Regimento Interno, com o objetivo de zelar pelos compromissos e relacionamento com a
Rede WWF, cumprir as políticas, os princípios e os objetivos da organização e assegurar, dessa
forma, o cumprimento da Missão Institucional do WWF-Brasil:
Contribuir para que a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade
humana com a conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais,
para o benefício dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.
Greenpeace
(https://www.wwf.org.br)
Em 1971, uma equipe de 12 pessoas, entre jornalistas, hippies e ecologistas, partiu de Van-
couver, Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico. Esses ativistas acredita-
ram que a ação de indivíduos comuns poderia fazer a diferença e sua missão era testemunhar
e tentar impedir os testes nucleares realizados pelos EUA nas ilhas Amchitka, no Alaska.
Para levar adiante tal empreitada, o grupo tentou arrecadar fundos com a venda de bro-
ches. Verde (Green) e Paz (Peace) eram as palavras de ordem, mas, segundo eles mesmo
dizem, “não cabiam separadas no broche”. E assim nascia o nome Greenpeace.
Interceptados antes de chegar a seu destino, os ativistas não impediram os Estados Uni-
dos de detonarem a bomba.
Mas sua obstinação e coragem despertou a atenção do planeta. Após forte pressão popu-
lar, os testes nucleares foram suspensos em Amchitka, então declarada santuário de pássaros.
O protesto pacifista teve ainda consequências muito além da esperada. A ideia de que
alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou
realidade e arrebatou uma legião de seguidores. Foi também o embrião do que é hoje a maior
organização ambientalista do mundo.
O Greenpeace oficialmente destaca não aceitar doações de estados, nem de partidos polí-
ticos. Possui ainda atualmente três navios ao redor do mundo: Rainbow Warrior, Arctic Sunrise
e Esperanza.
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No Brasil, o Greenpeace chega em 1992, ano em que o país abrigou a primeira e a mais
importante conferência ambiental da história, a Eco-92.
Conservação Internacional
(https://web.conservation.org/global/brasil/Pages/default.aspx)
É uma organização brasileira sem fins lucrativos, que trabalha a proteção da natureza para
o bem-estar humano. Seu trabalho primordial consiste em conservar a natureza promovendo a
sustentabilidade e o bem-estar humano por meio de projetos socioambientais, educacionais e
culturais que geram uma sociedade mais saudável e sustentável. Segundo sua página oficial,
busca tudo isso a partir dos de três eixos centrais: Capital Natural, Produção Sustentável e
Governança.
Uma ação interessante que a CI promove consiste na busca por fundos e ações multila-
terais a que se protejam os hotspots, que, em tradução livre, são os lugares em que se mani-
festam imensa biodiversidade de fauna e flora. No Brasil inúmeras iniciativas desde a década
de 1990 foram alçadas por esta associação com vistas a redimensionar a proteção destes
lugares. Vale a pena conhecê-las.
(https://www.sosma.org.br/quem-somos/historia/)
Essa foi a primeira ONG destinada a defender os últimos remanescentes de Mata Atlânti-
ca no país. O ideal de conservação ambiental da entidade, criada em 20 de setembro de 1986,
associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas e partir para a geração de conhecimento
sobre o bioma. A proposta representa também um passo adiante no amadurecimento do mo-
vimento ambientalista no país.
A história da Fundação SOS Mata Atlântica foi construída por meio da mobilização perma-
nente e da aposta no conhecimento, na educação, na tecnologia, nas políticas públicas e na
articulação em rede para consolidação do movimento socioambiental brasileiro.
Atualmente, fica o registro, apenas 5%, ou menos, da Mata Atlântica original ainda está de pé.
TEXTO COMPLEMENTAR
As Queimadas e o Fundo Amazônia
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 15/09/2019.
Ao longo de 2018, os governos de Alemanha, Noruega e França, sob o lema “O Brasil Cuida.
O mundo apoia. Todos ganham”, destinaram mais de 1,8 bilhões de recursos com vistas à pre-
servação da maior floresta tropical do planeta para ações de preservação em 103 projetos.
Contudo, no dia 15 de agosto de 2019, a Noruega suspendeu o pagamento de recursos
para, em seguida, na mesma esteira, a Alemanha também anunciar sua intenção de romper
com o Fundo. Tudo justificado por ambos os países em função da decisão do Presidente Jair
Bolsonaro de promover a extinção dos conselhos que orientam o fundo.
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Luis Felipe Ziriba
As queimadas representam em torno de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país.
Em 2020, ocorrem novos recordes de queimadas e consequentemente de emissões. Com vis-
tas a tentar conter tal passivo ambiental, o vice-presidente Hamilton Mourão, figura central do
Conselho da Amazônia – um dispositivo de regulação de políticas de desenvolvimento susten-
tável na Amazônia, reeditado por Bolsonaro em janeiro de 2020 –, revelou que, em poucos dias
(a partir de 15 de julho de 2020), o Presidente editaria um decreto PROIBINDO AS QUEIMADAS
NA AMAZÔNIA PELO PRAZO DE 4 MESES.
TEXTO COMPLEMENTAR
O Satélite Amazônia 1
Por: Prof. Luis Felipe, 05/03/2021.
Lançado no último dia de fevereiro de 2021, numa base na Índia, o Amazônia-1 é o terceiro
satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, juntando-se ao CBERS-4 e ao CBER-
S-4A. O novo equipamento, contudo, foi totalmente projetado, integrado e testado pelo país —
e, a partir de então, será também operado exclusivamente pelo Brasil. Com desenvolvimento
sob a responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Amazônia 1
integra a chamada Missão Amazônia: um esforço da entidade em melhorar o sensoriamento
remoto da natureza brasileira. Seu escopo de imagens visa atender o monitoramento da região
costeira, reservatórios de água, desastres ambientais e estará à disposição da comunidade
científica, órgãos de Governo e quaisquer interessados.
Com lançamento bastante celebrado por Marcio Pontes, nosso astronauta e Ministro da
Ciência e Tecnologia, o equipamento tem por objetivo fornecer dados de sensoriamento remoto
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Luis Felipe Ziriba
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Eis que três anos depois, em Janeiro de 2019 uma outra tragédia em Minas Gerais, e com
o mesmo tipo de barragem ocorre. Em Brumadinho, exatamente na hora do almoço e em dia
de expediente comum, a barragem da Mina do Feijão, administrada pela Vale do Rio do Doce
se rompe. A primeira leva de vítimas sucumbe exatamente no refeitório lotado localizado bem
abaixo da barragem. E aqui valem alguns destaques:
1 - Essa era, de fato, uma tragédia anunciada pois embora fosse uma barragem desativada,
o modelo obsoleto de construção desta era do tipo a montante (o mesmo de Mariana). Nesta
feita, os diques vão sendo gradativamente construídos para segurar a entrada de novos rejei-
tos. Assim, a fiscalização por parte da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais e de uma
gama de órgãos públicos que lateralmente deveriam servir à proteção a este tipo de tragédia
foi falha;
2 - A Vale tinha ciência que a barragem poderia se romper a qualquer hora. Em documen-
tos internos da empresa Vale do Rio Doce, revelados logo após o acidente, soube-se que esta
e outras várias barragens da mesma empresa estavam em vigente estado de “atenção”. Em
menos de 10 dias após o acidente, mais de 250 mortes foram confirmadas. Ou seja, um nú-
mero superior em mais de 10 vezes as vidas ceifadas em Mariana, revelando-nos uma lógica
perversa que demonstra não termos aprendido com nossos erros. 3 anos após (em Jan/2022),
o número de mortos oficialmente é de 263 pessoas;
3 - No caso do rompimento em Brumadinho, o RIO PARAOPEBA, um afluente direto do Rio
São Francisco, foi afetado drasticamente.
O Brasil é atualmente o maior produtor de minério de ferro do mundo, quase 10% das nos-
sas exportações (atrás apenas do complexo da soja) se concentra apenas nessa commodity.
Importa-nos, mais que nunca, questionarmos a que preço sustentamos tal posição e se vale a
pena de fato.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Nuvem Tóxica do Agrotóxico
Por: Prof. Luis Felipe, 05/08/2019.
Somente no mês de junho de 2019, foram autorizadas 42 novas marcas de agrotóxicos
para atuarem em nosso concorrido mercado de defensivos agrícolas. Quem libera? A Coorde-
nação-Geral de Agrotóxicos e Afins, do Ministério da Agricultura.
Assim, somente nos primeiros seis meses de 2019, 232 novas marcas estão autorizadas.
Um recorde. Entre 2009 até 2018, a média foi alta, vale o destaque, com 136 novas marcas atu-
almente. Em 2018 foram 450.
E há sem dúvidas hoje um direcionamento na questão dos agrotóxicos, pois, se vínhamos
de um crescimento enorme no uso destes produtos de forma geral nos anos do Lula e da Dilma,
o que se percebe nos últimos dois, ou três anos (e neste governo atual se mostra de forma mais
aguda) é uma perda de qualquer tensionamento entre pastas diante desta questão. Antes, o fato é
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TEXTO COMPLEMENTAR
Conselho da Amazônia e a Força Nacional Ambiental
Como uma espécie de resposta a tantos olhares desconfiados, nacionais e internacionais,
o governo de Jair Bolsonaro anunciou a criação de duas entidades para integrar a administra-
ção e a defesa da floresta: o Conselho da Amazônia e a Força Nacional Ambiental.
O Conselho da Amazônia, na verdade, foi criado em 1995 (Decreto n. 1.541/1995) pelo
ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Seu objetivo era controlar e coor-
denar as atividades dos ministérios federais e dos Governos de Estado que compunham a
Amazônia Legal. Subordinado ao Ministério do Meio Ambiente nunca chegou a ser realmente
utilizado.
Depois das crises envolvendo a ação (ou ausência de ação) na Floresta no final do ano pas-
sado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou a reativação do Conselho em janeiro de 2020, por
meio das suas redes sociais. Sua mensagem comunicava a transferência de comando do Con-
selho, que era do Ministério do Meio Ambiente, para a Vice-presidência da República. Como na
antiga formulação, o órgão teria por objetivo:
[…] coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a proteção, defesa e
desenvolvimento sustentável da Amazônia. (Jair Bolsonaro em postagem no Facebook no dia
21/01/2020).
Até aqui, apenas sabíamos que ele funcionaria como um órgão de controle e coordena-
ção de atividades já exercidas por outros setores governamentais. Mas o que seria “controle e
coordenação”?
Segundo o Vice-presidente da República e chefe do Conselho, Hamilton Mourão, muitos
setores diferentes do Governo realizam atividades diferentes, mas conexas, relacionadas à
Amazônia. O Ministério da Defesa, por exemplo, entre outras atividades, cuida da atuação do
exército na mata amazônica, protegendo seu território. O Ministério da Ciência e Tecnologia,
entre muitas outras atividades, propõe diretrizes de pesquisa e avanço tecnológico na região.
Para que todos começassem a “falar a mesma língua” e cooperar nestas mais diversas rea-
lizações, criou-se um órgão de cúpula com o objetivo de reunir os chefes de todos esses seto-
res para deliberar e decidir sobre assuntos que envolvem a Floresta Amazônica. Isto, segundo
Mourão, possibilitará, inclusive, ações mais rápidas de controle emergencial, o que faltou para
as queimadas que ocorreram no fim do ano passado.
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opinar, quando provocado pelo Presidente da República ou por quaisquer de seus mem-
bros, sobre propostas de atos normativos do Governo Federal relacionados à Amazônia Legal;
acompanhar a implementação das políticas públicas com vistas à inclusão social e à cida-
dania na Amazônia Legal;
apoiar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação;
coordenar ações de prevenção, fiscalização e repressão a ilícitos e o intercâmbio de infor-
mações;
acompanhar as ações de desenvolvimento sustentável e o cumprimento das metas glo-
bais em matérias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
A Força Nacional Ambiental foi mencionada na mesma mensagem que reativou o Conse-
lho da Amazônia. No entanto, pouco se sabe ainda sobre o seu funcionamento. A informação
repassada pelo Governo em coletivas de imprensa é a de que ela estará subordinada ao Conse-
lho e funcionará nos moldes da Força Nacional de Segurança Pública, mas voltada à proteção
da Amazônia.
A Força Nacional de Segurança Pública foi criada em 2004, e funciona como uma tropa
de elite em casos emergenciais ou de grande importância para a ordem pública. É formada
por policiais militares, civis, bombeiros militares e profissionais de perícia dos estados e do
Distrito Federal. Ela também atua em casos de calamidades ambientais e proteção do meio
ambiente.
TEXTO COMPLEMENTAR
O Bioma Pantanal e o Fogo em 2020
A temporada de seca no ano de 2020 (compreendida pelos meses do meio do ano, basica-
mente) foi a mais drástica de que se tem notícia em décadas em relação às consequências de
queimadas no Bioma Pantanal, tais quais emissão de gases de efeito estufa e, principalmente,
perda de biodiversidade vegetal e faunística.
Antes de abordamos o nosso foco em Atualidades acerca das queimadas no Pantanal em
2020, contudo, é importante nos debruçarmos em torno de dois pontos fundamentais. Lem-
brando, claro, que aqui ninguém sairá, não sendo o nosso objetivo, um especialista em Geo-
grafia do Pantanal. Mas vale-nos (e muito) destacar tais questões: o conceito de Bioma e as
características principais do bioma pantaneiro. Então, sigamos juntos, ok?
O que são biomas?
Na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bioma é o “conjunto
de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e iden-
tificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história compartilhada
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de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria”. Em outras palavras, ele pode
ser definido como uma grande área de vida formada por um complexo de ecossistemas com
características homogêneas.
Figura: Arco do Desmatamento e Limites da Amazônia Legal: note que o Pantanal NÃO SE ENCONTRA NESTE
ARCO DE INTENSA ATIVIDADE DE QUEIMADAS:
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Instituto Marielle Franco, pelas viúvas de Marielle e Anderson e pelas associações Justiça
GLOBAL, Anistia Internacional Brasil, Coalizão Negra por Direitos e Terra de Direitos
A vereadora Marielle Franco, ao que indica o MP, foi morta exatamente por combater gru-
pos milicianos, que chegaram até a grilar áreas e construir prédios clandestinos, tal qual vimos
no bairro da Muzema na Zona Oeste do Rio de Janeiro (área de predomínio absoluto de milí-
cias), onde, em março do ano de 2019, dois prédios construídos em completa irregularidade
por milicianos desabaram, causando a morte de 24 pessoas.
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Somente na entrada de 2017, nos 15 primeiros dias do ano, 134 pessoas morreram em pre-
sídios sob a custódia do Estado. Para muitos, tais dados são irrelevantes, pois, visto o quanto o
Brasil anda violento, o que tem valido mesmo para alguns (mas não para este que aqui vos fala)
é a ótica que versa que “bandido bom é bandido morto”. Contudo, vale a pena nos atermos a
algo que não há como ser negado. O Estado brasileiro gasta muito com presídios e gasta mal.
Em 2017, o número de presos no país atingiu a casa dos 700.000. Em 2022 este número
atingiu a casa dos 800.000 presos. Se levarmos em conta que em 2002 eram apenas 232.000,
tal evolução no número de presidiários realmente salta aos olhos. Assim, chegamos à terceira
maior população carcerária do mundo, atrás apenas da China e dos EUA, países com sistemas
penais e judiciários infinitamente mais severos que o nosso.
O que chama a atenção neste quadro também é que o número de presos por roubos, crime
que sempre liderou as estatísticas, é hoje menor que o número de presos por tráfico de drogas.
Na população de presidiárias femininas, esse número (presos por tráfico) já é de 40%. Outro
dado que puxa para cima o número de presidiários é o número de presos provisórios, ou que já
venceram a pena, o qual se estima também que ronde a casa dos 40%.
Ainda em relação à questão prisional no país, um fato drástico também vem sendo colo-
cado em pauta e merece atenção: as principais organizações criminosas em atuação atual-
mente no Brasil têm sua origem em presídios. São facções como o PCC – Primeiro Comando
da Capital –, que nasceram com um discurso voltado ao assistencialismo intraprisional, para
em seguida transcender as fronteiras e se lançarem nas ruas, comandando ações de roubos
e tráficos de drogas.
O crescimento do PCC, hoje disparada a maior organização criminosa do Brasil, suscitou a
formação de outras organizações concorrentes pelo país, as quais atualmente lutam pelo con-
trole de presídios e também do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em inúmeras
cidades brasileiras. Assim, como exemplo, temos a luta pelo tráfico de drogas e controle de
presídios no Amazonas promovida entre a Família do Norte versus PCC. No Ceará a explosão
recente do número de homicídios em Fortaleza está, umbilicalmente, ligada na luta por pontos
de tráfico de drogas promovida entre os Guardiões do Estado (grupo local) e o PCC. Já em Na-
tal e Mossoró, ambas no Rio Grande do Norte, o conflito atual reside no enfrentamento entre o
PCC e a facção Sindicato do Crime.
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E, nessa guerra entre facções, impressiona a forma como o Estado brasileiro não conse-
guiu se antecipar em momento algum a ascensão destes grupos e o tanto que se percebe ser
quase impossível conter estes grupos criminosos e suas ações no atual nível em que chega-
ram. Esses embates se espalharam por praticamente todas as capitais do Brasil.
Wilson Witzel, um juiz federal nascido em São Paulo com atuação em inúmeras varas no
estado do Rio de Janeiro, se lançou em 2018 pela primeira vez como candidato a um cargo
eletivo. Com apenas 1% das intenções de votos no início da campanha, Witzel se elege como
Governador do Rio de Janeiro com 60% dos votos no segundo turno, derrotando o ex-prefeito
da capital Eduardo Paes, do DEM.
Witzel, logo nos primeiros dias de seu governo (de viés declaradamente de ultradireita),
anuncia medidas radicais no combate ao crime no estado. Apoiado por um descontentamento
geral da população carioca assolada por indicadores crescentes de violência ao longo dos últi-
mos dois anos, o governo adota uma política de completa chancela às ações da polícia militar
e civil no estado, com vistas a eliminar do mapa bandidos em áreas onde o poder paralelo do
tráfico é evidente.
Autoriza-se, a que qualquer suspeito em áreas de risco ou pontos conhecidamente de
tráfico de drogas, caso seja visto portando armas (fuzis principalmente), seja sumariamente
executado. O Estado abre mão, bem verdade, do processo legal dando as costas a ditames
relativos aos direitos humanos e ao preceito basilar que determina ser direito do cidadão o de-
vido processo legal. O governo do Rio de Janeiro – tanto com Witzel, que fora impichado em
definitivo como com o seu substituto Claudio Catro – justifica agir com tamanha veemência
exatamente para colocar sob controle uma situação considerada perdida.
E a política de segurança do atual governo recebe apoio de parte da sociedade carioca
que reza a cartilha do “bandido bom, é bandido morto” e do próprio governo federal. Incentiva
sem concessões o extermínio de suspeitos em áreas tomadas pelo poder paralelo do tráfico
no Rio de Janeiro. Mas como tal medida drástica não poderia deixar de ser alvo de críticas, o
governador é acusado de promover um genocídio nas comunidades mais pobres e ir contra
a dispositivo constitucional que versa encabeçando o art. 5º de que todos são iguais perante
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade.
Como resultado direto dessa política, nos anos de 2019 e 2020, desde que são atualizados
os dados anuais de mortes em função da ação policial no Estado, o número de casos sus-
peitos de mortes relacionadas à ação da polícia chega à enorme média de 5 mortes por dia,
transformando a polícia do Rio de Janeiro em uma das mais letais do mundo. Eis que, no dia 6
de maio de 2021, a Polícia Civil do Rio de janeiro invade a “comunidade” do Jacarezinho com
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Vale destacar que, em meio a essa iniciativa de enrijecer a lei penal, principalmente para crimes
de corrupção e terrorismo, como vimos acima, o STF iniciou pela 3a vez a discussão acerca de
se extinguir a prisão em segundo instância (ver o Texto Complementar: Lula e o STF). E o pró-
prio Tribunal Superior já havia sumulado a possibilidade de prisão em segunda instância em
fevereiro e outubro de 2016. Por fim, em novembro de 2019, súmula ao contrário, ou seja, não
permitindo mais a prisão antes de esgotados todos os três graus de jurisdição judiciária, salvo
prisões preventivas e provisórias, foi emitida pelo Superior Tribunal.
Eis que, finalmente, a Lei n. 13.964/2019, conhecida como Pacote Anticrime, é aprovada
pelo Congresso e sancionada pelo presidente da República Jair Bolsonaro, entrando em vigor
nos primeiros dias de 2020 e reunindo um conjunto de propostas e reformas apresentadas
pelo ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, e por uma comissão de juristas
coordenada pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
Pelas redes sociais, o ex-Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse que a
nova lei tem avanços importantes e afirmou que nem todas as medidas propostas foram apro-
vadas pelo Congresso, dizendo que “em 2020, vamos resgatar o que ficou de fora”.
Bolsonaro manteve a criação da figura do juiz de garantias (ainda sub judice diante da
possibilidade de execução de tal dispositivo), mas vetou um dos pontos desse trecho. Esse
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juiz passará a ser o “responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais”. O ponto vetado pelo presidente previa que presos em
flagrante ou por força de mandado de prisão provisória seriam encaminhados à presença de
um juiz de garantias no prazo de 24 horas, para realização da audiência de custódia. O texto
também vedava o uso de videoconferência nesses casos. Caberá ao juiz de garantias atuar
na fase da investigação e decidir, por exemplo, sobre a autorização de quebra dos dados res-
guardados por sigilo constitucional. Atualmente, o juiz que participa da fase de inquérito é o
mesmo que determina a sentença posteriormente.
Legítima Defesa: altera o Código Penal e passa a considerar a legítima defesa de agentes
de segurança pública quando se “repele agressão ou risco de agressão a vítima mantida re-
fém durante a prática de crimes”. O código entende como legítima defesa, inclusive para civis,
se uma pessoa usa com moderação meios necessários para se defender ou proteger uma
vítima, repelindo “injusta agressão, atual ou iminente”.
Tempo Máximo de Cumprimento da Pena: amplia o limite de tempo de cumprimento das
penas privativas de liberdade (prisão, impedimento do direito de ir e vir) de 30 para 40 anos.
As penas privativas de liberdade são reclusão (crimes graves), detenção (crimes menos gra-
ves) e prisão simples (contravenções penais).
Comércio Ilegal de Arma de Fogo: o projeto também endurece a pena nos casos de venda
ilegal de arma. A punição atual é reclusão de quatro a oito anos e multa. O projeto aumenta
para 6 a 12 anos e multa. De acordo com o texto, esta pena valerá também para quem entregar
arma, acessório ou munição, sem autorização, para policial disfarçado.
Cadeia de Custódia: cria um conjunto de regras da chamada cadeia de custódia (ações
para manter e documentar vestígios coletados em locais onde ocorreram crimes). As regras
vão disciplinar a atuação das autoridades desde a coleta de material no local do crime até
o descarte.
Presos Perigosos em Presídios Federais: amplia o período de permanência de presos pe-
rigosos em presídios federais. A lei previa prazo máximo de 360 dias. Agora, o período foi
ampliado para três anos, renováveis por mais três.
Presídios de Segurança Máxima: estados e Distrito Federal poderão construir presídios de
segurança máxima ou adaptar as instalações já existentes ao regime de segurança máxima.
“Informante do Bem”: determina que a administração pública, direta ou indireta, manterá
ouvidorias para garantir que “qualquer pessoa tenha o direito de relatar informações sobre cri-
mes contra a administração pública, ilícitos administrativos ou quaisquer ações ou omissões
lesivas ao interesse público”.
Confisco Alargado de Bens: nos casos com pena máxima superior a seis anos de prisão, a
Justiça poderá decretar a perda dos bens obtidos a partir do crime. Os bens recolhidos serão
equivalentes à diferença entre o valor do patrimônio do condenado e o valor da sua renda.
Decisões Colegiadas em Casos de Organização Criminosa: amplia os crimes que podem
ser julgados por varas criminais colegiadas. A possibilidade de decisão colegiada já existe em
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lei, para o caso de crimes de organização criminosa. A nova redação prevê o uso desse recur-
so também no caso do crime de associação criminosa armada.
Prescrição da Pena: inclui uma nova hipótese em que pode ser suspensa a contagem
da prescrição de penas: quando houver recursos pendentes de julgamento em tribunais su-
periores. A prescrição ocorre quando termina o prazo para que a Justiça promova a punição
contra um acusado de crime. A prescrição varia de acordo com o delito e a pena aplicada no
caso concreto.
Saída Temporária: o texto proíbe a saída temporária da prisão aos condenados por crime
hediondo que resultaram em morte. A saída temporária é um benefício concedido a quem
cumpre pena em regime semiaberto, em datas específicas.
Delação Premiada: muda regras sobre delação premiada. Pelo texto, há a obrigação de o
colaborador narrar apenas os atos ilícitos relacionados diretamente com os fatos investiga-
dos. Lembrando, caro(a) aluno(a), que há uma Lei de 2013, a Lei de Organizações Criminais
(Lei n. 12.850/2013), que esmiuçou a questão da chamada “colaboração premiada”.
Seguem as 17 leis alteradas pelo Pacote Anticrime (Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com
entrada em vigor em 23/01/2020)
Fonte: https://anamariaprates.com.br/conheca-as-17-leis-alteradas-pelo-pacote-anticrime/
I – CÓDIGO PENAL (DECRETO-LEI N. 2.848 DE 07/12/1940) – alterações pela Lei n. 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020, e pela Lei n. 13.968/19 de 26/12/2019,
entrada em vigor na data da publicação.
Parte Geral
1. Legítima defesa protetiva para agentes de segurança pública no caso de risco de agres-
são (artigo 25).
2. Competência para execução da pena de multa é do juízo de execução penal (artigo 51).
3. Tempo do cumprimento máximo da pena privativa de liberdade passa de 30 para 40
anos (artigo 75).
4. Livramento condicional – acréscimo do requisito de não cometimento de falta grave nos
últimos doze meses para que haja a concessão (artigo 83).
5. Novos efeitos da condenação penal: poderá ser decretada a perda, como produto ou
proveito do crime, dos bens correspondentes à diferença entre o valor do patrimônio do conde-
nado e aquele que seja compatível com o seu rendimento lícito (artigo 91-A).
6. Novas causas suspensivas (impeditivas) da prescrição: na pendência de embargos de
declaração ou de recursos aos Tribunais Superiores, quando inadmissíveis e enquanto não
cumprido ou não rescindido o acordo de não persecução penal (artigo 116).
Parte Especial
7. Roubo – novas majorantes quando há emprego de arma branca e de arma de fogo de
uso restrito ou proibido (artigo 157).
8. Estelionato – como regra, torna-se de ação penal pública condicionada à representação
(artigo 171).
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12. Nulidade: necessidade de fundamentação das decisões penais sob pena de nulidade
(artigo 564).
13. Recursos: da decisão que recusa homologação à proposta de acordo de não persecu-
ção penal, previsto no art. 28-A cabe recurso em sentido estrito e inclusão do recurso especial
no mesmo dispositivo do recurso extraordinário (artigos 581 e 638).
III – LEI DE EXECUÇÃO PENAL (LEI N. 7.210 DE 11/07/1984) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Material genético: não submissão à coleta constitui falta grave (artigo 9º-A).
2. Falta grave: inserção da recusa à submissão à coleta de material genético (artigo 50).
3. Regime disciplinar diferenciado: novas regras (artigo 52).
4. Progressão de regime: percentuais diferenciados conforme características do conde-
nado; interrupção da contagem para progressão de regime com o cometimento de falta grave
(artigo 112).
5. Saída temporária: impossibilidade para o condenado que cumpre pena por praticar crime
hediondo com resultado morte (artigo 122).
IV – LEI DE CRIMES HEDIONDOS (LEI N. 8.072 DE 25/07/1990) – alterações pela Lei 13.964
de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Inclusão de diversos tipos penais do rol dos crimes hediondos: a) várias espécies de
roubo; b) extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima; c) furto qualificado pelo
emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause perigo comum; d) comércio ilegal de
armas de fogo; e) tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição; f) organização
criminosa, quando direcionado à prática de crime hediondo ou equiparado (artigo 1º).
2. Novas regras de progressão de regime conforme artigo 122 da LEP (artigo 2º).
V – LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA (LEI N. 8.429 DE 02/06/1992) – alterações
pela Lei 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de celebração de acordo de não persecução cível na improbidade.
VI – INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS (LEI N. 9.296 DE 24/07/1996) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Regulamentação captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos
(artigo 8-A).
2. Novo tipo penal: realização de captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos
ou acústicos (artigo 10-A).
VII – LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS (LEI N. 9.613 DE 03/03/1998) – alterações pela Lei
13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de ação controlada e da infiltração de agentes no crime de lavagem
de capitais.
VIII – ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI N. 10.826 DE 22/12/2003) – alterações pela
Lei n. 13.964 de 24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
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1. Alteração de pena para o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido
(artigo 16), para o crime de comércio ilegal de arma (artigo 17), para o crime de tráfico interna-
cional de arma (artigo 18).
2. Conduta equiparada a comércio ilegal de arma e a tráfico internacional de arma para
quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, em operação de importação,
sem autorização da autoridade competente, a agente policial disfarçado, quando presentes
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente (artigos 17 e 18).
3. Aumento de pena para o reincidente específico (artigo 20).
4. Criação do Banco Nacional de Perfis Balísticos (artigo 34-A).
IX – LEI DE DROGAS (LEI N. 13.343 DE 23/08/2006) – alterações pela Lei n. 13.964 de
24/12/2019, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Novo tipo penal: venda ou entrega de drogas a agente disfarçado.
X – LEI DO SISTEMA PENITENCIÁRIO FEDERAL (LEI N. 11.671 DE 08/05/2008) – altera-
ções pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Competência do juízo federal da execução penal para apreciar fatos ou incidentes rela-
cionados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no estabelecimento penal federal
(artigo 2º).
2. Inclusão de presos em estabelecimentos penais federais – novas regras: regime fecha-
do; cela individual; visitas em dias determinados com comunicação por interfone, com filma-
gem e gravação; duas horas diárias de banho de sol; monitoramento dos meios de comunica-
ção (artigo 3º).
3. Período de permanência do preso em estabelecimento penal federal de segurança máxi-
ma passa de 360 dias para 3 anos (artigo 10).
4. Competência de órgão colegiado para decisões relativas aos presos em estabelecimen-
to penal federal de segurança máxima (artigo 11-A).
5. Possibilidade de estabelecimentos penais de segurança máxima serem construídos pe-
los Estados e DF (artigo 11-B).
XI – LEI DE IDENTIFICAÇÃO CRIMINAL (LEI N. 12.037 DE 1º/10/2009) – alterações pela Lei
11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Prazo para exclusão do perfil genético no caso de condenação: 20 anos após o cumpri-
mento da pena, independente do crime (artigo 7º-A).
2. Criação do Banco Nacional Multibiométrico e de Impressões Digitais (artigo 7º-C).
XII – JULGAMENTO DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI N. 12.694 DE 24/07/2012) – al-
terações pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
1. Possibilidade de criação de varas criminais colegiadas para julgamento de casos que
envolvam organizações criminosas e infrações conexas.
XIII – LEI DE ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI N. 12.850 DE 02/08/2013) – alterações
pela Lei 11.671 de 08/05/2008, com entrada em vigor em 23/01/2020.
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TEXTO COMPLEMENTAR
A Queda nos Homicídios em 2021
Com base em: https://www.defesanet.com.br/front/noticia/43697/Entenda-a-queda-dos-homicidios-no-Brasil-em-2021 /
Os homicídios retomaram a trajetória de queda no Brasil em 2021 e alcançaram o menor
patamar desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública passou a coletar os
dados. Foram 41 mil mortes no ano passado, segundo o índice nacional de homicídios, com
base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.
O números atingiram em 2017 a sangrenta casa de 61.000 homicídios. O Fórum Brasileiro
de Segurança Pública (FBSP) é uma organização não-governamental, apartidária, e sem fins
lucrativos, que se dedica a construir um ambiente de referência e cooperação técnica na área
da segurança pública. A organização é integrada por pesquisadores, cientistas sociais, gesto-
res públicos, policiais federais, civis e militares, operadores da justiça e profissionais de enti-
dades da sociedade civil que juntos contribuem para dar transparência às informações sobre
violência e políticas de segurança e encontrar soluções baseadas em evidências.
A única Região com aumento de homicídios no atual levantamento foi a Norte. Os números
totais de homicídio atingiram em 2017 a sangrenta casa de 61.000.
Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, essa redução - que começou em 2018 e foi
interrompida em 2020 - ocorre de forma diferente de acordo com o estado e é motivada por
um conjunto de fatores:
Profissionalização do mercado de drogas brasileiro: “Mercados criminosos equilibrados,
com competidores que aprenderam a conviver entre si ou que descobriram formas de regu-
lamentar a relação entre eles, tendem a reduzir o total de conflitos fatais. (...) A existência de
regras e a criação de uma ampla rede de parceiros, que se expandiu com os contatos com
criminosos de outros estados feitos nos presídios federais, ajudaram (o PCC) a se tornar um
importante distribuidor de drogas e de armas para quadrilhas de outros estados, transforman-
do o mercado de drogas brasileiro, que passou a replicar o modelo criminoso paulista, se orga-
nizando a partir dos presídios estaduais”, diz Bruno Paes Manso, do NEV-USP.
Maior controle e influência dos governos sobre os criminosos: “O próprio modelo de negó-
cio criado por esses grupos tornou as lideranças das diversas gangues prisionais mais vulne-
ráveis e sujeitas a pressões dos governos. Como parte delas estava presa, suas ordens dadas
de dentro do sistema penitenciário para os territórios estavam sendo mais vigiadas e acompa-
nhadas pelas autoridades. Os governos e sistemas de justiça estaduais vinham acumulando e
trocando informações que permitiram agir para reduzir os conflitos e punir as lideranças mais
truculentas dentro das prisões, que foram levadas a exercer um comando mais diplomático,
racional e lucrativo”, diz Bruno.
Apaziguamento de conflitos entre facções: “Entre 2016 e 2017 vivemos uma guerra entre
dois grupos criminosos, o PCC e o Comando Vermelho, e essa guerra se alastrou por todo o
país, especialmente em estados do Norte e Nordeste. A gente tem um apaziguamento desse
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conflito em alguns territórios e, em outro, tem um certo monopólio de algum grupo. Quando
um grupo único vai se consolidando no território, tende a reduzir o conflito”, diz Samira Bueno,
do FBSP.
Criação de programas de focalização e outras políticas públicas: “Várias unidades da
federação adotaram, ao longo das décadas de 2000 e 2010, programas de redução de homicí-
dios pautados na focalização de ações nos territórios. O Pacto Pela Vida, em Pernambuco, o
Estado Presente, no Espírito Santo, e o Ceará Pacífico, no Ceará, são exemplos de projetos que
buscaram integrar ações policiais e medidas de caráter preventivo. Ao longo dos anos, muitos
governadores titubearam na manutenção de tais iniciativas, mas houve um aprendizado orga-
nizacional das forças de segurança que mostra que, quando existe planejamento, integração
e metas, os macros objetivos são mais rapidamente alcançados”, afirmam Samira Bueno e
Renato Sérgio de Lima, do FBSP. Os especialistas também citam outras políticas públicas que
estão sendo desenvolvidas pelas unidades da federação, focadas na integração das forças
policiais com o fortalecimento dos mecanismos de inteligência e investigação.
Redução do número de jovens na população: “Tem a ver com as mudanças demográficas,
algo que a gente já vem apontando há alguns anos no Atlas da Violência, que é a redução do
número de jovens na populacão. É sabido que a maior parte da violência letal atinge jovens do
sexo masculino. E o Brasil está diante de uma grande mudança demográfica.”
Criação do SUSP e mudanças nas regras de repasses: “Em 2018, o governo federal con-
seguiu aprovar, depois de tramitar por 14 anos, a lei que criou o Sistema Único de Segurança
Pública, responsável por regulamentar a Constituição de 1988 no que diz respeito à integração
e eficiências das instituições de segurança pública. Ainda em 2018, (...) houve uma mudança
nas regras de repasse de recursos arrecadados pelas Loterias da Caixa que, na prática, fez
com que cerca de 80% de todo o dinheiro da segurança repassado para estados e Distrito
Federal de 2019 a 2021 tenha as loterias como origem e, com isso, novos recursos puderam
ser destinados à área”, dizem Samira e Renato.
Os pesquisadores destacam que a queda no índice de homicídios pode acontecer mesmo
com a maior introdução de armas no país por conta dos decretos e mudanças na legislação
promovidas pelo governo federal. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública publi-
cado no ano passado, o Brasil dobrou o número de armas nas mãos de civis em apenas três
anos.” As armas e munições legais e ilegais – que são desviadas e ingressam no mercado do
crime – não causam, isoladamente, variações nas taxas. Elas tendem a aumentar os homicí-
dios circunstanciais, em bares, boates e no trânsito, por exemplo, e os feminicídios. Mas não
afetam necessariamente as dinâmicas criminais nos estados”, diz Bruno Paes Manso.” O Rio
de Janeiro é um exemplo. Apesar da imensa quantidade de fuzis nas mãos de traficantes e
milicianos, que controlam diversas comunidades do estado graças a esse poder bélico, a atual
força política dos milicianos tem inibido conflitos por poder e mercado, contribuindo para uma
redução de mortes intencionais violentas que persistiu nos últimos quatro anos – mesmo com
as prisões e impeachment dos seus chefes de executivo
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A Questão do Feminicídio
Mesmo com queda considerável nos índices de homicídios no Brasil nos últimos dois anos,
percebe-se, contudo, a ocorrência no país de uma crescente na taxa de feminicídios. O con-
ceito de feminicídio diz respeito aos crimes relacionados às mulheres enquanto sua condição
de gênero. Em 2015, o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a Lei n. 13.104, que
tipifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato de uma mulher em função
do gênero. Não são todas as mulheres assassinadas que entram na conta do feminicídios.
Por exemplo, em um acerto de contas de drogas que envolva várias pessoas e que, no meio,
estejam algumas mulheres, não entra nessa conta. Mas, no total, a conta no Brasil foi drástica
e estima-se que em 2019 uma mulher tenha sido vítima de feminicídio a cada sete horas no
Brasil, totalizando 1.314 casos em 2019.
Obs.: O Brasil é considerado hoje um dos cinco países mais perigosos do mundo para
ser mulher.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Política de Segurança Cibernética
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 07/11/2019.
Em 2019 ascende no âmbito do governo federal a discussão acerca de se estruturar final-
mente uma estratégia nacional de segurança cibernética com vistas a que se consiga aprovar
uma lei que norteie a Política Nacional de Segurança da Informação, com vistas a mitigar ação
de Hackers sobre máquinas e dados da administração pública em todas as suas esferas. Tal
promoção desta estratégia de segurança cibernética estaria vinculada ao GSI e seria coman-
dada pela ABIN.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações, uma agência especializada da ONU,
o Brasil está em 70O lugar entre 175 nações na classificação de cybersegurança no ano de
2018, atrás de países como Paraguai e a Índia. Tal índice mede a capacidade de cada nação
em se proteger de ataques cibernéticos.
O problema é grande. Hoje o Centro de Defesa Cibernético ligado ao exército, criado em
2012, é o único responsável por ser guardião das informações de todo o poder público nacio-
nal e possui um orçamento em queda para 2018, com a alocação de apenas 14 milhões de
reais. Como comparação, nos EUA, tal área recebe do governo algo em torno de 9 bilhões de
dólares anuais.
Marcos legais acerca da internet e segurança de dados virtuais dos cidadãos evoluíram ao
longo dos últimos anos no Brasil. Em 2014 Dilma Rousseff sancionou o Marco Civil da Inter-
net que estabeleceu garantias ao uso da rede no Brasil. Outro marco importante foi a Lei Geral
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de Proteção de Dados, sancionada em agosto de 2018 por Michel Temer e que, entre outras
coisas, prevê multa de até 50 milhões de reais a empresas que se utilizem de informações de
pessoas (como nome e e-mail) sem autorização prévia.
Por fim, nesse campo cibernético, uma outra novidade ganha força dentro do âmbito legis-
lativo, com a discussão no segundo semestre de 2019 acerca da instalação de uma CPI das
Fake News, com vistas a se apurar o uso ilegal de WhatsApp na campanha de 2018 pelo atual
Presidente Jair Bolsonaro. Mas, como pau que dá em Chico também dá em Francisco em
nossa esfera política, mesmo protocolada pelo PT a iniciativa de se abrir tal CPI, vale destacar
que o candidato Fernando Haddad, do PT (e rival direto de Bolsonaro nas eleições), também
tem um teto de vidro nessa questão, tendo, inclusive, sido condenada a sua chapa a pagar
multa por ter usado ilegalmente o WhatsApp para impulsionar de forma irregular conteúdo
contra seu rival.
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explica o peso muito mais elevado dos servidores aos cofres públicos. O déficit das aposen-
tadorias e pensões de trabalhadores de Estados e da União se aproxima do rombo acumulado
em todo o sistema privado. O que torna a diferença gritante é que o primeiro grupo é compos-
to de cerca de 4 milhões de beneficiários, ante os 35 milhões do INSS. Sem contar que, na
administração federal, cerca de 40% dos servidores têm direito a se aposentar com o salário
integral, por terem entrado na carreira pública antes de 2003.
A Reforma Previdenciária prevê a mudança de regras de aposentadoria tanto para trabalha-
dores do INSS como para servidores públicos, policiais, professores e políticos. Confira como
devem ficar as regras da aposentadoria. Lembrando que, para a nova Previdência entrar em
vigor, foi necessária a aprovação final em dois turnos no Senado.
Entenda a seguir como fica a reforma em seus principais pontos, lembrando que nosso
propósito aqui em Atualidades não é sairmos especialistas no tema. Não precisamos aqui,
portanto, decorar esmiuçadamente os pontos abaixo, mas vale entender o contexto geral das
mudanças, ok?
Principais Pontos
Homens:
• 65 anos de idade;
• 15 anos de contribuição.
Para os servidores públicos, a idade mínima é a mesma, mas o tempo mínimo de contribui-
ção é de 25 anos para homens e mulheres.
A aposentadoria por tempo de contribuição, em que não é preciso ter idade específica,
vai acabar.
Valor do benefício:
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Com isso, são necessários 40 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.
Com isso, são necessários 35 anos de trabalho para ter direito a 100% da aposentadoria.
Regras de transição: para quem está no mercado de trabalho, no entanto, há quatro opções
de transição para usar as regras da aposentadoria por tempo de contribuição.
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EXEMPLO
Uma mulher de 57 anos e 28 anos de contribuição se aposentaria daqui a dois anos com as
regras vigentes atualmente. Com essa transição, ela poderá se aposentar após quatro anos
depois de a reforma começar a valer (2 anos que faltam + 2 anos de pedágio).
No caso dos servidores que entraram no funcionalismo antes de 2003, a regra garante inte-
gralidade de salários na aposentadoria (ou seja, não fica sujeito ao teto do INSS).
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EXEMPLO
Um homem com 33 anos de recolhimentos ao INSS se aposentaria daqui a dois anos. Com o
pedágio, ele se aposentaria daqui a três (dois anos que faltam + 1 ano de pedágio).
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Na transição serão exigidos 52 anos para mulheres e 55 anos para os homens, mais pedá-
gio de 100% do tempo que falta para se aposentar hoje.
É preciso cumprir um pedágio de 30% do tempo que falta para se aposentar hoje.
As mudanças foram suspensas e, com isso, idosos e deficientes de baixa renda têm direito
a receber um salário mínimo (998 reais, hoje).
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Como é hoje:
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O fator é uma fórmula que leva em conta a expectativa de vida, idade e tempo de contribui-
ção. Quanto mais novo o segurado, mais desconto ele terá na aposentadoria.
Obs.: *Soma o tempo de contribuição à idade do segurado. Essa tabela é progressiva e pas-
sará a ser 87/97 em 2021 se a reforma da Previdência não for aprovada.
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Para todas as contas, são considerados 80% das maiores contribuições de 1994 em dian-
te. O período anterior a isso é contado apenas como tempo e o valor não entra no cálculo.
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Pedro II) com, por exemplo, obras de açudamento na maioria dos estados do Nordeste. Para se
ter uma ideia, o Ceará é considerado a região mais açudada do mundo atualmente.
Seu objetivo é desviar algo em torno de 3% das águas do “Velho Chico”, por meio de dutos
e canais, para o abastecimento de rios menores e açudes que secam durante o período de es-
tiagem no semiárido nordestino. Basicamente se busca perenizar rios intermitentes.
O governo aposta que a obra, orçada em 9,6 bilhões de reais (em que 4 bilhões era o seu
orçamento inicial), beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios e estimulará a agri-
cultura nas áreas atingidas. Para isso, são necessários 27 reservatórios, nove estações de
bombeamento e nove subestações elétricas, ao longo de 477 quilômetros de canais, divididos
em dois eixos (norte e leste).
Para redistribuir as águas do Rio São Francisco, o projeto está dividido em dois eixos:
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Fonte: https://arte.folha.uol.com.br/poder/2019/12/09/projeto-integracao-rio-sao-francisco/
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Meta 1N
O trecho de 140 km, maior do eixo, vai da captação do Rio São Francisco, no município
de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE). No eixo norte, foi o maior avanço do
governo Bolsonaro, que hoje tem 96,6% da meta cumprida. Quando recebeu a obra do governo
Temer, a meta estava em 92,5%.
Meta 2N
O trecho é menor. São 39 km, que começam no reservatório Jati e terminam no reservató-
rio Boi II, no município de Brejo Santo (CE). Foi o maior avanço do governo Temer no eixo norte.
Em dezembro de 2018, no fim do mandato do peemedebista, 99,5% do trecho estava feito.
Quando ele assumiu, a meta estava em 80,6%.
Meta 3N
Meta 1L
Meta 2L
É o maior trecho, com 167km. Começa na saída do reservatório Areias e segue até o reser-
vatório Barro Branco, em Custódia (PE).
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Meta 3L
Com 34 quilômetros, o trecho está situado entre o reservatório Barro Branco e o reservató-
rio Poções, em Monteiro (PB).
Em termos globais, aproximadamente 84% das obras foram realizadas nas gestões Lula e
Dilma, até abril de 2016. O governo Temer afirmou ter chegado aos 100% e inaugurou o eixo.
A bomba, que permite que as águas cheguem ao município de Monteiro (PB) e à região de
Campina Grande, no eixo leste, havia sido colocada em funcionamento em março de 2017. No
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Outra bomba foi religada no final de agosto de 2019, mas no eixo leste. Ela também já havia
sido inaugurada, mas ficou em obras durante nove meses, porque vazões anormais haviam
sido detectadas na barragem Negreiros, no município de Salgueiro (PE).
O governo Bolsonaro promete a conclusão do eixo norte do projeto para 2021. Ainda preci-
sam ser implantados sistemas de drenagem e de operação e controle.
Também falta instalar nas três estações de bombeamento do eixo o restante das bombas
previstas no projeto, de forma a garantir a vazão projetada. “Só há uma bomba em cada esta-
ção, o que implica numa capacidade de pouco mais de 10% da vazão prevista”, afirmou ao jor-
nal Folha de S. Paulo o professor o da UFPB Francisco Sarmento, que coordenou por 14 anos
os estudos e planejamentos hidrográficos da transposição.
Além do projeto de transposição, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco prevê
a necessidade de mais R$ 30 bilhões, do poder público e da iniciativa privada, para garantir a
revitalização da bacia. O plano do Comitê cobre o período de 2016 a 2025, mas já prevê que as
iniciativas de revitalização tomem mais tempo do que isso.
Os projetos incluiriam, por exemplo, obras de saneamento, ações de monitoramento am-
biental e diversificação da matriz elétrica na região da bacia, dependente do São Francisco.
Em setembro de 2019, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que trechos da obra
apresentavam sinais de deterioração no eixo leste: paredes de concreto rachadas, estações de
bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem obstruído e
assoreamento do canal. Técnicos atribuem os problemas à má qualidade dos materiais, bem
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como à inauguração prematura da obra, que entrou em funcionamento sem estar plenamen-
te pronta para a operação. O bombeamento de água pelos canais do eixo já foi interrompido
em razão de riscos e acidentes técnicos, o que também expôs o concreto às intempéries do
semiárido.
Obras Estaduais
Para que o projeto atinja as 12 milhões de pessoas previstas, é necessário que sejam con-
cluídas também as obras complementares em cada um dos estados beneficiados pelo projeto
(Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Os cronogramas estão atrasados, segun-
do o portal UOL.
Manutenção
Dada a topografia da região, o gasto com energia para bombeamento das águas para gran-
des alturas chega a R$ 300 milhões anuais, segundo o governo federal. O governo Bolsonaro
estuda a possibilidade de privatizar ao menos parte da operação da estrutura construída pelo
governo federal, um plano já aventado pela gestão Temer.
A Paternidade do Projeto
Em março de 2017, o então presidente Michel Temer inaugurou todo o eixo leste do projeto,
que corta Pernambuco e Paraíba.
Nove dias depois, Dilma e Lula, já ex-presidentes, organizaram uma “inauguração popular”
da obra. O evento simbólico, com grande público, foi uma forma de os petistas reivindicarem o
mérito pelo projeto. Pensada desde que o Brasil ainda era um Império, a transposição ganhou
projeto efetivo e saiu do papel nos governos petistas.
Em abril de 2016, menos de um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência em razão
da abertura de processo de impeachment contra ela, a maior parte da construção do eixo leste
já estava pronta.
83,8% era o percentual das obras físicas do eixo leste que estavam concluídas em
abril de 2016.
Para Temer, ninguém pode ter a paternidade da obra. Disse o então presidente, em viagem
à Paraíba para a cerimônia de inauguração:
Nós empreendemos muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos che-
gar a este ponto. Mas não quero a paternidade dessa obra, porque ninguém pode tê-la. A paternida-
de é do povo brasileiro e do povo nordestino.
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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Entre impasses e alterações, a pasta da Cultura na Esplanada dos Ministérios bate como
uma bola de pinball de uma parede a outra, passando por idas e vindas constantes desde o
governo do ex-presidente Michel Temer (2016-2018), seguindo-se em mesmo processo no
atual governo de Jair Bolsonaro (2019-atual). Decreto publicado no Diário Oficial da União
transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania (antigo Ministério da Cul-
tura), comandado por Osmar Terra (atualmente o titular é Onix Lorenzoni), para o do Turismo,
chefiado por Marcelo Álvaro Antônio. Conforme Terra disse à época, a troca de pasta ocorre
por motivos operacionais, pois as demandas da secretaria o estavam sobrecarregando. No
fundo a extinção do Ministério da Cultura e sua transformação em Secretária é, na verdade, um
nítido esforço de enfraquecimento da pasta.
Assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, a mudança ocorreu um dia após o economista
Ricardo Braga ter sido exonerado da subpasta. Quem assumiu a secretaria foi o dramaturgo
Roberto Alvim, substituído em fins de fevereiro de 2020 pela atriz Regina Duarte, após ter em
17 de janeiro de 2020 parafraseado Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha
Nazista em vídeo institucional da Secretaria de Cultura, fato este que gerou diversas manifes-
tações de repúdio no Brasil e até no exterior. Antes disso, a cultura perdeu status de ministério
e passou por tensões, em especial em relação às políticas de incentivo, que culminaram com a
alteração da chamada Lei Rouanet, além de controvérsias que reacenderam a discussão sobre
a censura à produção artística.
A Volta da Censura?
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grupos conservadores, pipocam pelo país iniciativas com vistas a limitar manifestações, seja
em exposições, livros, meio audiovisual entre, outros.
Em set/2019, o Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, determinou que fossem reco-
lhidos todos os livros “Vingadores: A cruzada das crianças”, uma obra infantil que continha um
beijo entre dois homens, sendo logo revogada pela Justiça tal determinação. Nessa celeuma,
o youtuber Felipe Neto comprou 10.000 exemplares e distribui os livros por conta própria.
Em seguida Carlos Bolsonaro, vereador e filho de Jair Bolsonaro tuitou considerar ser difícil
realizar as tais “transformações” em meio ao ambiente democrático.
No campo do audiovisual, Jair Bolsonaro determinou que se suspendessem editais de pa-
trocínio a séries de TV e filmes que contivessem temática gay em tela. Há, na verdade, uma
cruzada nítida impressa pelo Governo Federal em torno de obstaculizar produções culturais
mais liberais, visto o cunho conservador do atual governo.
Grupos radicais de direita intensificaram sua atuação em 2020. Houve, até a entrada do mês de
maio, uma série de manifestações em fins de semana seguidos, sendo a imensa maioria com a
participação, inclusive, do Presidente Jair Bolsonaro, as quais bradam pela Intervenção Militar,
fechamento do STF e até reedição do AI-5, entre outras bandeiras totalitárias. Esses grupos
possuíam em 2020 a liderança de um grupo principal denominado “Brasil dos 300”, uma or-
ganização que, segundo a Polícia Civil do DF, possui cunho paramilitar com atuação ativa em
defesa exatamente destas bandeiras que há meses se encontra acampado na Esplanada dos
Ministérios.
O que se constata, de fato, em termos globais é que a Internet deu voz a discursos de vários
tipos. Muitos destes trazem incutidos em si visivelmente um combate direto à razão, à ciência
– e veja o absurdo, por exemplo, do caso dos defensores do terraplanismo. Ou seja, aqueles
que defendem sem a menor base teses que vão contra princípios basilares da sociedade oci-
dental, tais quais o humanismo e a progresso. Esses discursos vêm sendo denominados como
um “novo obscurantismo”.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Polêmica da Linguagem Neutra ou Linguagem Inclusiva
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba 01/12/2021
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee) pro-
tocolou no STF, em fins de 2021, petição contra um Projeto de Lei do Governo de Rondônia que
proíbe a adoção nas escolas estaduais da linguagem neutra ou linguagem inclusiva.
Tal dispositivo, a linguagem neutra, vem à luz com vistas a que ocorra maior inclusão ao
abolir-se, por exemplo, o gênero em pronomes, por exemplo, como “todos”, ou “todas” por
“todes”. Já se propôs que além de o “a” e “o” fossem substituídos nos pronomes, substantivos
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e adjetivos neutros sejam substituídos por “x” ou “@”, permitindo que além de “ele” ou “ela”
houvesse um pronome pessoal “elx” ou “el@”. Inclusive, o Museu da Língua Portuguesa (MLP),
em São Paulo, que será reinaugurado em Jul/2021, colocou mais lenha na fogueira do debate
ao publicar um post em suas mídias sociais em que usava um “todes”. No discurso dos defen-
sores da linguagem neutra, ou linguagem inclusiva, consegue-se com sua adoção a inserção
daqueles que não se identificam com nenhum dos gêneros – conhecidos como “não-binários”.
Hoje (em Dez/2021) tramitam 34 Projetos de Lei contra a adoção da linguagem neutra,
sendo que a AGU - Advocacia já deu pareceres contra a adoção da linguagem neutra e o Minis-
tério da Educação emitiu ser também contra a medida que, segundo análise do órgão, repre-
senta, entre outros pontos, uma tremenda distorção na gramática portuguesa consolidada.
Em recente artigo publicado na revista Istoé (de 30/07/21), a Academia Brasileira de Letras
se pronunciou acerca do assunto, dizendo “que a gramática é como um edifício, você mexe
na parte externa, que é a pintura, que são as palavras, mas não na estrutura, na parte interna”,
palavras do professor, filólogo e gramático Evanildo Bechara. Já os defensores da linguagem
neutra debatem que, além de se promover, tal como vimos acima, a inserção de pessoas que
não se definem com um ou outro gênero, pelo fato de a língua ser viva ela se adaptar as mudan-
ças na sociedade. E você o que acha?
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Estima-se que mais de um milhão de famílias possuam no imenso rol das atividades culturais
em curso atualmente no Brasil fonte de sustento primário.
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Pensando nessa relação entre Estado e cultura e seus mecanismos de fomento, o legisla-
dor criou a possibilidade, por meio da chamada Lei Rouanet (que se tornou Lei de Incentivo
à Cultura, e veremos isso à frente), que grupos empresariais associem suas marcas a inves-
timento em cultura, tendo como retorno direto uma série de isenções fiscais além de uma
melhora na sua relação com o público em geral, à medida que passam, assim, a ser vistos
como os verdadeiros mecenas do Brasil. Aos que se opõem à tal prática, é importante disse-
minar que este mecanismo funciona muito bem, porém com erros e distorções que devem
ser corrigidos e que já vêm sendo. Vale dizer, e precisamos compreendermos também que
todos os setores industriais no Brasil recebem isenções governamentais. Assim, a geladeira
que você tem, o carro que dirige e até o fósforo que usa foram fabricados com isenções muito
superiores às relativas à indústria cultural. Em números, o conjunto de isenções no Brasil des-
tinados à cultura não responde nem a 1% das que são oferecidas a todas as outras atividades
industriais somadas.
Por fim, vale destacar que o principal fundo atualmente de fomento à atividade audiovisual
(de longe aquela com maior força em termos financeiros no Brasil), o FSA – Fundo Setorial do
Audiovisual –, possuiu uma capacidade arrecadatória da ordem de mais de 1 bilhão de reais,
sendo que ele se encontra totalmente vinculado à própria atividade. Ou seja, quem produz au-
diovisual contribui para o próprio fundo. E ele mesmo redistribui os valores dentro da própria
atividade gerando, assim, um ciclo sustentado e cada vez mais forte de fomento à própria
atividade.
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Os termos Indústria Cultural e Cultura de Massa, embora similares, não são a mesma coisa.
Vamos analisá-los, pois as provas podem cobrar tais congruências (e incongruências) e, sendo
assim, não vale a pena perder uma questão de concurso por causa disso.
O primeiro termo, ou seja, Indústria Cultural, advém de uma busca iniciada por marxistas, isto
lá pelas décadas de 20 e 30 do século passado, rezando na cartilha da Escola de Frankfurt,
com vistas a popularizar o acesso a atividades culturais. A indústria cultural é um termo re-
lacionado às mídias e comunicações de massa. A crítica marxista imposta vai no sentido de
perceber que diferentes grupos sociais dominantes começavam a utilizar a cultura e as artes
a partir da lógica de mercado capitalista. Para os autores (Theodor Adorn e Max Horkhermeir,
autores do livro “Dialética do Esclarecimento” de 1944), isso é extremamente nocivo, pois, ao
atender aos ideais de lucro, mercado, aceitabilidade, esses produtos da cultura serão consumi-
dos como os demais e perdem seu potencial de crítica social e de crítica ao próprio sistema,
criando uma alienação cada vez maior em seus consumidores. Para os mesmos autores, a
arte é um processo de reflexão sobre uma situação e, por isso mesmo, demanda momento
para a sua produção, técnicas e estudos. A arte como produto industrializado e produzido em
massa, consequentemente, carece de alguns elementos pela necessidade do mercado de ser
constantemente abastecido e renovado. Com isso, o próprio processo criativo se torna meca-
nizado e sempre orientado para agradar ao mercado, ao consumidor, as classes que dominam
o mercado e ao lucro, dessa forma seu potencial crítico é minimizado.
Visto isto, tem-se a crítica também à Cultura de Massa que é, exatamente, a formação de gru-
pos hegemônicos, voltados ao interesse tão somente do capital, os quais reproduzem modelos
culturais que promovem uma homogeneização dos indivíduos. De certa maneira, a indústria
cultural produz a cultura de massa.
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TEXTO COMPLEMENTAR
Democracia em Vertigem no Oscar 2020
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/05/2020.
Eis que, pela primeira vez em toda sua história, o Oscar seleciona um documentário produ-
zido no Brasil para concorrer ao prêmio máximo do cinema. Em sua 92a edição, junto a mais
4 obras (todas feitas nos EUA), o festival incluiu o documentário Democracia em Vertigem na
categoria de melhor documentário de 2019. Dirigido por Petra Costa e produzido pela platafor-
ma americana de streaming Netflix, por 120 minutos, o que se vê na tela é nossa história polí-
tica nos últimos anos que culminou no impeachment da primeira presidente mulher do Brasil,
Dilma Rousseff. O filme não levou a estatueta, perdendo a competição para American Factory,
ou Indústria Americana (disponível no Netflix), mas não deixa de ser interessante que nossa
primeira indicação na categoria de documentários seja exatamente sobre a crônica polariza-
ção política que experimentamos ao longo dos últimos anos.
Aqui neste texto, caro(a) aluno(a), faço minha única incursão de tom personalíssimo em
toda nossa matéria e peço, portanto, licença a você:
ASSISTA AO FILME!
Pronto.
É uma obra muito bem-feita, que não é narrada em tom panfletário (recebendo críticas
muito elogiosas por quase a totalidade dos veículos especializados em cinema no Brasil e no
mundo), fundamental para a compreensão de um dos processos mais importantes de nossa
história e que se encontra diretamente ligado a vários aspectos de nossa aula de Atualidades
Brasil.
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TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil dos 300 e o Radicalismo de Ultradireita
O Brasil experimenta em 2020 um processo similar ao que fora vivenciado a época do
impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff, o qual se encontra umbilicalmente relacionado
ao momento que vivemos de extrema divisão ideológica em nossa sociedade. Com a ascen-
dência do pensamento de ultradireita ao longo dos últimos anos, eis que, entre os meses de
maio e junho de 2020, vimos ocorrer uma série de manifestações em que, tal qual relatado
no filme que concorreu ao Oscar de melhor documentário, Democracia em Vertigem, de Petra
Costa, que relata os momentos da deposição de Dilma Rousseff, novamente foi necessário
dividir-se grupos antagônicos em manifestações com vistas a se garantir a integridade física
de todos envolvidos. Em meio à maior pandemia dos últimos 100 anos, foram às ruas das
maiores cidades brasileiras manifestantes; de um lado, os apoiadores incondicionais de Jair
Bolsonaro; de outro, seus opositores.
Dentro desse contexto, chamou a atenção a presença de um grupo denominado Brasil dos
300, comandado pela ex-ativista de esquerda e ex-feminista que se autodenomina Sara Winter.
“Olá, nós somos os 300 do Brasil, o maior acampamento contra a corrupção e a esquerda
do mundo” disse Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara Winter, a uma reporta-
gem entre as várias que se interessaram em cobrir esse curioso (e porque não esquisito) grupo
que se autoproclama também como bastiões da defesa da pátria.
As bandeiras do Brasil dos 300 saíram apenas no plano ideológico, ou de defesa de valo-
res já consagrados pelo Presidente Jair Bolsonaro, tais quais a defesa da família, do direi-
to ao armamento e a amor à pátria (...) e seguem em colisão aos poderes constitucionais
constituídos. Ao longo das várias manifestações conduzidas por apoiadores do Presidente, os
manifestantes bradaram xingamentos ao ministro Alexandre de Moraes e, entre outros deva-
neios, expressaram fragorosamente suas pautas, tais quais o retorno da ditadura militar, com
gestos em completa e escancarada alusão a Klu Klux Klan – grupo antissemita branco dos
EUA. Também saem em defesa de atos institucionais tirânicos, tal qual o AI-5 (ato institucional
número 5, de 13 de dezembro 1968, que, entre outros pontos, versava o fechamento por tempo
indeterminado do STF.
Diante disso, Sara Winter acabou sendo expulsa do DEM, acusada formalmente pelo pre-
sidente do partido a que era filiada e pelo qual chegou a concorrer a uma vaga de mandato de
Deputada Federal em 2018 (sem sucesso na empreitada, obteve 17.000 votos) de envolvimen-
to de movimentos contra o Estado de Direito e o regime democrático. Para piorar a situação de
Sara Winter, a jovem de 27 anos, líder do movimento 300 do Brasil, foi presa em 15 de junho,
a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). A prisão decorre das investigações que
apuram o financiamento a manifestações que defendem pautas antidemocráticas e ataques a
instituições públicas. Dias depois, ela foi solta, mas teve instalada uma tornozeleira eletrônica.
Junto à soltura de Sara, contudo, a justiça determinou em definitivo o fim do acampamento dos
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300 do Brasil na Esplanada dos Ministérios e desbaratou um bunker do grupo em uma área
rural do Distrito Federal. Após meses de intensa atividade de grupos radicais, com epicentro
no Brasil dos 300, ao que tudo indica, o Judiciário, os órgãos de segurança pública e a Abin se
encontram alinhados mais do que nunca no combate a tais grupos.
TEXTO COMPLEMENTAR
Temos uma Santa: Irmã Dulce
Embora o Brasil venha perdendo número de fiéis católicos proporcionalmente ao longo
das últimas décadas, ainda somos considerados o país com maior número de católicos em
números absolutos no mundo todo. Estima-se que, em 2020, o Brasil possuía em torno de 50%
de sua população professando a fé católica (estima-se que esse número era de 90% nos anos
1950), para um pouco mais de 30% de evangélicos. O fenômeno de crescimento dos evangéli-
cos é uma realidade no país, já havendo formado bancadas grandes (e que só crescem) tanto
no Congresso Nacional, quanto em Assembleias Legislativas. Podem decidir eleições e deter-
minam comportamentos ao longo do território. Assembleia de Deus e Igreja Universal domi-
nam a maioria dos fiéis, mas há milhares de núcleos pentecostais espalhados principalmente
pelas periferias das mais de 5.000 cidades brasileiras.
Visto isto, eis que um alento chega aos céus católicos do Brasil e, em 2019, temos con-
sagrada a nossa primeira santa. Pois é, o Brasil teve atendido seu pleito (que vigorava fazia
muitos anos,) para finalmente ver canonizada Irmã Dulce.
Irmã Dulce, nascida rica em Salvador em 1914 e falecida pobre na mesma cidade em 1992,
veio ao mundo em berço de ouro para dedicar a sua vida aos doentes e mendigos das calçadas
manjedouras, carentes de pão e prece.
Dentre a vastidão de milagres relatados em seu nome, dois deles foram basilares. Ao dar à
luz, Cláudia dos Santos, hoje com 41 anos, sofreu uma hemorragia ao longo de dezoito horas
e acabou desenganada pelos médicos. Ela conta que um padre foi visitá-la no hospital e lhe
perguntou se acreditava que Irmã Dulce poderia salvá-la. A resposta foi sim. Segundo Cláudia,
o religioso clamou por sua vida e o sangue estancou. O outro milagre é relatado pelo maestro
José Maurício Moreira, 50 anos. Em entrevista ao “Vatican News”, ele afirmou que era defi-
ciente visual, não enxergava nada, e que certa vez pediu em pensamento para a Irmã lhe ali-
viar a dor do glaucoma: “de um momento para o outro, passei a enxergar normalmente”. Uma
história, digamos, que vale destaque porque não deixa de ser curiosa, envolve uma senhora
que tinha unha encravada no pé e tropeçara em um altar. Enquanto blasfemava e clamava por
Dulce, a unha desencravou.
Irmã Dulce, além de estar umbilicalmente envolvida a populações de miseráveis e de enfer-
mos, sabia transitar muito bem entre poderosos e políticos, contendo a admiração e capacida-
de de receber apoio às suas causas quando necessário de modo formidável de figurões não
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tão santos. Era amiga pessoal, por exemplo, de José Sarney e Antônio Carlos Magalhães, e,
entre “globais”, era comum ver o escritor Paulo Coelho a exaltá-la, além de Fafá de Belém, Fer-
nanda Montenegro, entre outros.
3.17. Brics e o Brasil
A coordenação entre Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC) iniciou-se de maneira informal em
2006, com reunião de trabalho entre os chanceleres dos quatro países à margem da Assem-
bleia Geral das Nações Unidas. Desde então, o acrônimo, criado alguns anos antes pelo merca-
do financeiro, não mais se limitou a identificar quatro economias emergentes. O BRIC passou
a constituir mecanismo de cooperação em áreas que tenham o potencial de gerar resultados
concretos aos brasileiros e aos povos dos demais membros.
Desde 2009, os Chefes de Estado e de governo do agrupamento se encontram anualmente.
Em 2011, na Cúpula de Sanya, a África do Sul passou a fazer parte do agrupamento, acrescen-
tando o “S” ao acrônimo, agora BRICS.
Nos últimos 10 anos, ocorreram 10 reuniões de Cúpula, com a presença de todos os líderes
do mecanismo:
I – Cúpula: Ecaterimburgo, Rússia, junho de 2009;
II – Cúpula: Brasília, Brasil, abril de 2010;
III – Cúpula: Sanya, China, abril de 2011;
IV – Cúpula: Nova Délhi, Índia, março de 2012;
V – Cúpula: Durban, África do Sul, março de 2013;
VI – Cúpula: Fortaleza, Brasil, julho de 2014;
VII – Cúpula: Ufá, Rússia, julho de 2015;
VIII – Cúpula: Benaulim (Goa), Índia, outubro de 2016;
IX – Cúpula: Xiamen, China, setembro de 2017;
X – Cúpula: Joanesburgo, África do Sul, julho de 2018; e
XI – Cúpula: Brasília, Brasil, novembro de 2019.
Desde a primeira cúpula, em 2009, o BRICS tem expandido significativamente suas ativi-
dades em diversos campos, mas foi o campo financeiro que garantiu, desde o início, maior
visibilidade ao agrupamento. Os então quatro países-membros passaram a atuar de forma
concertada, a partir da crise de 2008, no âmbito do G20, FMI e Banco Mundial, com propostas
concretas de reforma das estruturas de governança financeira global, em linha com o aumento
do peso relativo dos países emergentes na economia mundial. O papel desempenhado pelo
BRICS foi fundamental para a reforma das quotas do FMI, aprovada em Seul, em 2010.
No mesmo campo, a cooperação BRICS levou ao lançamento das duas primeiras insti-
tuições do mecanismo: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o Arranjo Contingente de
Reservas (ACR). A criação do banco visou a responder ao problema global da escassez de
recursos para o financiamento de projetos de infraestrutura.
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A partir de 2015, o BRICS passou a buscar novas áreas de cooperação, sempre tendo pre-
sente a necessidade de obter benefícios palpáveis para os cinco países. Para o Brasil, as áreas
de saúde, ciência, tecnologia e inovação, economia digital e cooperação no combate ao crime
transnacional são prioritárias nesse esforço de avançar novas áreas de atuação.
A XI Cúpula foi realizada em Brasília, em 13 e 14 de novembro de 2019, no Palácio Ita-
maraty, sob o lema “BRICS: crescimento econômico para um futuro inovador”. Antecedendo o
encontro de líderes, a presidência brasileira organizará dezenas de encontros que terão como
prioridades: (i) o fortalecimento da cooperação em ciência, tecnologia e inovação; (ii) o refor-
ço da cooperação em economia digital; (iii) o adensamento da cooperação no combate aos
ilícitos transnacionais, em especial ao crime organizado, à lavagem de dinheiro e ao tráfico de
entorpecentes; e (iv) o incentivo à aproximação entre o Novo Banco de Desenvolvimento e o
Conselho Empresarial.
TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil e o Canabidiol
Prof.: Luis Felipe Ziriba, 03/01/2020.
O Brasil é um dos países que produz uma das maiores quantidades de pesquisas acerca
do uso de canabidiol no mundo, o santo elixir que é uma das 113 substâncias químicas cana-
bidioides encontradas na Cannabis Sativa. Contudo, após mais de 30 países aprovarem o uso
da substância para fins medicinais (inclusive nossos vizinhos Uruguai, Argentina e Colômbia),
foi somente no início de dezembro de 2019 que a Anvisa – órgão oficial de regulação de medi-
camentos no Brasil – liberou finalmente a prescrição legal de remédios feitos da maconha.
A importação de medicamentos com base na maconha (que bem verdade já ocorria, desde
2015, mas era cara e demorada), a partir de agora, fica facilitada com a chancela oficial. O
Brasil, porém, ainda discutirá o uso da maconha para fora do âmbito medicinal (ou seja, recre-
ativo) em fase futura. Holanda, EUA (em alguns estados) e Uruguai, entre outros países, já
legalizaram a cannabis também para seu uso recreativo. A nova regulamentação no Brasil
(atendendo a pleitos conservadores) não permite que a cannabis seja plantada em território
nacional para nenhum fim.
O canabidiol é usado com bastante eficiência para tratamentos diversos, como epilepsia,
esquizofrenia, psicose, ansiedade, artrite, entre outros. Segundo a Anvisa, a eficiência é ultra-
comprovada e não produz efeitos colaterais conhecidos na maconha quando fumada, tais
como perda de memória e fome incessante, conhecida também como “larica”.
Mesmo perdida a batalha por parte dos grupos conservadores, liderados por Osmar Terra,
o Ministro da Cidadania de Bolsonaro, eles foram até o fim na seara de discussões no Con-
gresso Nacional empreendidas em fase pré-liberalização pela Anvisa, defendendo a não legali-
zação do uso medicinal da maconha com a alegação de que, entre outros motivos, na maioria
dos países que permitiram o uso medicinal da maconha, o que se viu como resultado direto
(comprovadamente) foi uma abertura rápida ao uso recreativo.
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TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio
Em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/cultura-artes-historia-e-esportes/2021/08/com-21-medalhas-nos-jo-
gos-olimpicos-de-toquio-brasil-tem-seu-melhor-resultado
Vinte e uma medalhas, esse é o maior número já obtido pelo Brasil em Jogos Olímpicos.
Foi esse o saldo dos jogos de Tóquio 2020 (realizado em 2021 em função da Pandemia).
Das 21 medalhas desta edição dos Jogos Olímpicos, sete foram de ouro, seis de prata e
oito de bronze, o que garantiu ao Brasil a 12ª colocação no ranking de países. Elas foram alcan-
çadas em 13 modalidades. Nos jogos anteriores, no Rio 2016, o Brasil somou 19 medalhas e
ficou na 13ª colocação.
O Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal, está conectado a 90,4%
dos pódios do Brasil. Isso porque, das 21 medalhas conquistadas no Japão, 19 têm partici-
pação de atletas com apoio do programa que é considerado um dos maiores do mundo de
patrocínio individual. Foram seis ouros, cinco pratas e oito bronzes com a presença de atletas
contemplados pelo programa. O incentivo do Governo é o medalhista de ouro na canoagem de
velocidade C1 1000m, Isaquias Queiroz, que recebe o Bolsa Pódio. Ele resumiu o sentimento
de muitos atletas que subiram ao pódio nos Jogos de Tóquio. “Pra mim, tudo que fiz na minha
vida hoje valeu a pena”, disse.
Isaquias Queiroz falou sobre o início da carreira e do apoio que teve do Bolsa Atleta. “Foi a
primeira entidade a me ajudar financeiramente. Isso foi o ponto chave para eu não abandonar a
canoagem. Quando comecei a ganhar o Bolsa Atleta eu tinha 15 anos, estava morando no Rio
de Janeiro sem nenhum centavo no bolso e isso me deu tempo para eu continuar. Pude esta-
bilizar um pouco mais a minha parte financeira e dar tranquilidade para o treinamento”, relatou.
Bolsa Atleta nas Olimpíadas
Do grupo dos 302 atletas convocados para os Jogos Olímpicos, 242, o que corresponde a
80%, fazem parte do programa. Nos Jogos de Tóquio, o programa só não esteve presente em
dois pódios brasileiros, um deles foi o ouro do bicampeonato olímpico do futebol, porque o
masculino não integra o Bolsa Atleta. E a prata do skate street de Rayssa Leal já que a jovem
tem 13 anos e a idade mínima para fazer parte do programa é 14 anos.
Um levantamento do Ministério da Cidadania aponta que, no ciclo entre os Jogos Rio 2016
e Tóquio 2021, o grupo de medalhistas das modalidades individuais e em dupla, responsável
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por 19 das 21 medalhas, recebeu R$ 8,3 milhões de forma direta, via Bolsa Atleta. Quando se
leva em conta a relação histórica dos esportistas com o programa, desde 2005, o montante
investido sobe para R$ 12,7 milhões.
Medalhas do boxe
O boxe teve a melhor campanha de sua história em Tóquio, com um ouro, uma prata e um
bronze. Herbert Conceição, pugilista da categoria até 75 quilos, foi um dos atletas que obteve
o ouro no sábado. Ele venceu a luta por nocaute no terceiro assalto e conta que, no momento
da conquista, a sensação foi de que valeu a pena todo o esforço.
O boxeador citou o apoio do Bolsa Atleta na sua formação. Ele tem o Bolsa Atleta Interna-
cional e integra o Programa de Alto Rendimento da Marinha do Brasil.
“Com 15 anos comecei a receber o Bolsa Atleta e era a minha única e principal fonte de
renda. Era quando eu conseguia somente focar nos treinamentos. Eu não precisava trabalhar
com outras coisas simultaneamente aos meus treinos. Senão, o meu rendimento não seria o
mesmo. Então, eu sou muito grato ao programa Bolsa Atleta. O Bolsa Atleta apoia, mata a fome
e alimenta o sonho de muitos jovens brasileiros e isso é muito importante”, disse.
Esportes estreantes
O surfe e o skate tiveram uma estreia de peso nas Olimpíadas garantindo quatro medalhas
para o Brasil. Do surfe veio o ouro com Ítalo Ferreira que recebe o Bolsa Pódio. E o skate somou
três pratas. Duas delas de esportistas do Bolsa Pódio, Pedro Barros na categoria skate park e
Kelvin Hoefler, no skate street. A outra medalhista é Rayssa Leal.
Fazendo história
A passagem do Brasil pelos Jogos de Tóquio teve feitos inéditos. A ginasta Rebeca Andra-
de, que tem o Bolsa Pódio, conquistou as duas primeiras medalhas da história na ginástica
artística feminina na competição. Um ouro e uma prata.
Um pódio sem precedentes foi o da dupla do tênis feminino Laura Pigossi e Luisa Stefani
que obtiveram medalha de bronze. Luisa Stefani recebe Bolsa Atleta Internacional do Governo
Federal.
Ainda teve a prova de 400 metros com barreiras do atletismo em que Alison dos Santos
conquistou a medalha de bronze em uma prova disputadíssima que foi a mais rápida da his-
tória da categoria. Ele recebe o Bolsa Pódio e faz parte do Programa de Alto Rendimento das
Forças Armadas, na Marinha do Brasil.
Cerimônia de encerramento
Na cerimônia de encerramento, no domingo (8), a porta-bandeira do Brasil, foi a ginasta
Rebeca Andrade, que conquistou o ouro no salto e a prata no individual geral. Rebeca é a pri-
meira atleta mulher brasileira a garantir duas medalhas em uma mesma edição de jogos. Ela
tem o apoio do Bolsa Pódio.
No encerramento, houve a passagem do bastão para a próxima sede que será Paris, em
2024. Em Paris, atletas celebraram ao lado da Torre Eiffel.
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No dia 24 de agosto ocorrerá a abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio que vão até o
dia 5 de setembro.
Investimento no esporte
O Ministério da Cidadania assegurou para o Bolsa Atleta, no ano de 2021, um orçamento de
R$ 145,2 milhões, o maior desde 2014. O valor é superior, inclusive, ao de 2016, ano dos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que foi de R$ 143 milhões.
O Governo Federal é o maior patrocinador do esporte olímpico e paralímpico no país, com
um investimento anual superior a R$ 750 milhões. Nesse valor estão abrigados o tripé que hoje
representa a maior fonte de investimento do esporte brasileiro, formado pela Lei das Loterias,
Bolsa Atleta e Lei de Incentivo ao Esporte
Programa de Atletas de Alto Rendimento
Os atletas militares representam 30% da delegação brasileira em Tóquio, com mais de 90
esportistas. Segundo o Ministério da Defesa, o programa é integrado por 551 militares atletas
em 30 modalidades.
Ao fazer parte do programa, os atletas militares têm os benefícios da carreira que são salá-
rio, férias, assistência médica e odontológica, nutricionista e fisioterapeuta. Eles ainda têm à
disposição instalações esportivas em organizações militares das Forças Armadas para treinar.
Medalhistas
O Brasil recebeu 21 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e oito de bronze. Confira
os vencedores.
Medalha de Ouro:
Ana Marcela Cunha – maratona aquática. Recebe o Bolsa Pódio e é integrante do programa
de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, pela Marinha.
Isaquias Queiroz - canoagem de velocidade C1 1000m. Recebe o Bolsa Pódio do Governo
Federal.
Ítalo Ferreira – surfe. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Herbert Conceição – boxe na categoria peso médio. Recebe o Bolsa Atleta Internacional. É
atleta do Programa de Alto Rendimento da Marinha do Brasil.
Martine Grael e Kahena Kunze – vela. Recebem o Bolsa Pódio do Governo Federal. Kahena
Kunze faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha do Brasil.
Rebeca Andrade – medalha no salto da ginástica artística. Recebe o Bolsa Pódio do Gover-
no Federal.
Time de Futebol Masculino
Medalha de Prata:
Kelvin Hoefler – skate street. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Pedro Barros – skate park. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Rayssa Leal – skate street. Com 13 anos, não integra o programa. A idade mínima para
fazer parte do Bolsa Atleta é 14 anos.
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Rebeca Andrade – medalha na ginástica artística feminina individual. Recebe o Bolsa Pódio
do Governo Federal.
Beatriz Ferreira – boxe categoria peso leve. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Também integra o quadro de atletas do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na
Marinha do Brasil.
Time de Vôlei Feminino
Medalha de Bronze:
Abner Teixeira – boxe, peso pesado. Recebe o Bolsa Atleta na categoria Internacional e par-
ticipa do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, no Exército Brasileiro.
Alison dos Santos – atletismo: 400 metros com barreiras. Recebe o Bolsa Pódio do Gover-
no Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha do
Brasil.
Bruno Fratus – natação, nos 50 metros livre. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Daniel Cargnin – judô, na categoria peso meio-leve, até 66 kg. Recebe o Bolsa Pódio do
Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha
do Brasil.
Fernando Scheffer – natação, nos 200 metros livre. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Fede-
ral. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, no Exército Brasileiro.
Luisa Stefani e Laura Pigossi – dupla de tênis. Luisa Stefani recebe Bolsa Atleta Internacio-
nal do Governo Federal.
Mayra Aguiar – judô, na categoria meio-pesado, de até 78 kg. Recebe o Bolsa Pódio do
Governo Federal.
Thiago Braz – salto com vara. Recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Covid-19 no Brasil: 2 Anos
Histórico, Politização, Lockdown, Mortes e Vacina
O Ministério da Saúde, ainda sob o comando do Ministro Luiz Mandetta, confirmou no
dia 26 de fevereiro de 2020 o primeiro caso de novo coronavírus no Brasil, em São Paulo. Um
homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein, com histórico de viagem
para Itália, região da Lombardia. Dois anos e um mês após o primeiro caso registrado de Covid
no país, o Brasil acumula oficialmente mais de 670.000 mortes. O número total de casos chega
perto de 30 milhões o que, perfaz, quase 15% da população brasileira (contudo, ocorrem pes-
soas que forma infectadas mais de uma vez). Sem dúvida, vem sendo uma epidemia de lascar.
Para começarmos este histórico, vale destacar que, e isso logo na origem ocorre uma
politização do assunto que recebe contornos imensos, isto desde oficializados os primeiros
casos de Covid-19. O Presidente Jair Bolsonaro, temeroso acerca das perdas econômicas que se
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Além disso, a proposta do governo aprovada pelo Congresso Nacional estabelece que
até dois membros da mesma família possa receber o benefício, somando uma renda de R$
1.200. E as mulheres que sustentam seus lares sozinhas poderão acumular dois benefícios
individualmente.
Outras medidas econômicas em 2020 com vistas a assistir a população diante do abalo
econômico gerado pelo coronavírus são as antecipações do 13º salário de aposentadorias do
INSS e do PIS/Pasep. No âmbito estadual, bancos regionais, como o BRB – Banco de Brasília
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–, lançaram linhas de créditos com juros mais baixos para suporte a empresários de pequeno
e médio porte.
Obs.: Em março de 2021, o Governo Federal anunciou a reedição do Auxílio Emergencial, con-
tudo a valor mais baixo: Ao todo, FORAM quatro parcelas de R$ 250, com duas exce-
ções: mulheres chefes de família receberão R$ 375 e quem mora sozinho terá R$ 150.
Veja abaixo, caro(a) aluno(a), as diferenças entre surto, epidemia, pandemia e endemia.
Surto: acontece quando há o aumento repentino do número de casos de uma doença em uma
região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser maior do que o
esperado pelas autoridades. Em algumas cidades (como Itajaí-SC), a dengue é tratada como
surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões específicas (um bairro, por exemplo).
Epidemia: a epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma
epidemia a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença, a
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epidemia a nível estadual acontece quando diversas cidades têm casos. Na entrada de 2020,
o Brasil experimentou um surto de dengue. Somente em janeiro deste ano, foram mais de
30.000 casos suspeitos de dengue no país. Outra doença que tem como vetor o Aedes Aegypti,
a Chikungunya, apresentou 959 casos prováveis no início de 2020. A taxa de incidência é de
0,46 casos por 100 mil habitantes. O Nordeste e o Sudeste são as regiões mais afetadas, com
índices de 0,58 por 100 mil e 0,52 por 100 mil, respectivamente. O estado do Rio de Janeiro
registra 28,5% das notificações, onde também foi registrada uma morte pela infecção.
Endemia: a endemia não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classifi-
cada como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no local.
As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por exemplo, é considerada uma
doença endêmica da região Norte do Brasil.
Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece quan-
do uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A (ou gripe
suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar casos nos seis
continentes do mundo. A AIDS, apesar de diminuir no mundo, também é considerada uma pan-
demia. Assim como o atual surto de coronavírus, que virou uma pandemia.
Obs.: O Brasil espera ver sua situação interna rebaixada de Pandemia para Endemia em Abril
de 2022. Segundo o Presidente Bolsonaro, as medidas mais radicais frente ao vírus
“não se justificam mais”, pois, segundo ele, a pandemia “chegou ao fim”. Já a OMS
defende que a pandemia está longe de acabar no mundo. Para especialistas, mudança
de status é precoce.
Dentro do enorme bojo de assuntos (e controvérsias) acerca da Covid no Brasil e das me-
didas emanadas pelo governo federal no combate ao vírus, entram, como não podia deixar de
ser tem-se os tratamentos preventivos, tais quais propalados insistentemente pelo Presidente
Bolsonaro. Perdendo força em 2022, a defesa do tratamento precoce e da Cloroquina chegou,
contudo, até a constar no discurso de Bolsonaro proferido na 76a Assembleia Geral da ONU a
qual ele abriu pela terceira vez.
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Para facilitar o recebimento de doses dos imunizantes distribuídos pelo COVAX Facility, a
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 465 foi aprovada no dia 9 de fevereiro de 2021. “A pro-
posta tem por objetivo deixar clara a dispensa de registro ou da autorização temporária de uso
emergencial para as vacinas importadas pelo Ministério da Saúde provenientes da iniciativa
global Covax Facility”, afirmou a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, na ocasião.
Nestes casos, as vacinas poderão ser distribuídas ao Plano Nacional de Imunização (PNI)
e precisarão apenas da avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS), órgão associado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
E o Governo Federal comemora a vacinação. Até 15 de Março de 2022, o Brasil ostenta-
va um bom indicador, com 75% de sua população adulta vacinada com as duas doses. Um
número superior ao de países como os EUA, por exemplo, e até ao Reino Unido, onde, neste
último mesmo tendo sido o primeiro país a iniciar a vacinação (ao menos de forma simbólica),
a cobertura não passou de 73% até então. Nos EUA (país oficialmente com maior número de
mortes em todo o mundo por Covid) este indicador é de 63% em Mar/2022. Já na Rússia, de
apenas 50%. A Argentina e o Chile estão, contudo, a nossa frente aqui na América do Sul (com
80% e 90% respectivamente). Porém é inegável que o Brasil atendeu a contento o desafio de
vacinar a sua população.
A vacinação em massa no Brasil contra a Covid-19 tem início na alvorada de 2021. A dis-
cussão acerca de quais vacinas, ou sobre a decisão (livre arbítrio) de cada brasileiro em se va-
cinar, ou não, passou também por um ponto fundamental. Qual(s) grupo(s) dar-se-ia prioridade,
além das faixas etárias mais elevadas visto que as vacinas são, ao menos numa fase inicial,
um recurso escasso? Nessa seara de discussões, o Governo Federal aprovou em fins de Feve-
reiro de 2021 a prioridade na vacinação aos portadores de PCDs – Pessoas com Deficiência.
Vale destacar que esse enorme grupo, que chega a aproximadamente 8 milhões de indiví-
duos, não esteve incluído no primeiro Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, apresen-
tado pelo Ministério da Saúde em Dezembro de 2021.
Contudo, em atualizações deste documento oficial norteador da vacinação contra Covid,
após reivindicações de defensores dos direitos dos PCDs, esse imenso grupo fora incluído na
prioridade de vacinação juntos a outros, tais quais os portadores de comorbidades como dia-
betes e obesidade.
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A Vacinação Infantil
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O país tem usado duas vacinas na campanha infantil: a versão pediátrica da Pfizer, apro-
vada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para pessoas de 5 a 11 anos em
dezembro de 2021, e a Coronavac, aprovada no mês seguinte para a faixa de 6 a 17. Desde
setembro de 2021, adolescentes a partir de 12 anos já estavam se vacinando com a Pfizer.
Ambas são seguras e eficazes na prevenção dos sintomas da covid-19, segundo as au-
toridades sanitárias. A Coronavac é contraindicada apenas para crianças imunossuprimidas
— nesse caso, há a opção de usar a Pfizer. Não há dados ainda sobre os percentuais de cada
vacina usada no país.
Um motivo para o ritmo lento da vacinação infantil é a desinformação. Apesar de terem
filhos já elegíveis para se imunizar, diversos pais ou responsáveis têm relatado sentir medo das
vacinas por não as considerar seguras ou eficazes ou por pensar que são experimentais — o
que não é verdade.
A aplicação das vacinas da Pfizer e da Coronavac em crianças foi autorizada pela Anvisa
apenas depois de técnicos do órgão terem pedido, analisado e aprovado estudos sobre o uso
dos imunizantes nesse grupo. Os testes, feitos em milhares de voluntários observados durante
meses, atestaram a segurança e a eficácia das doses no público infantil.
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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-
ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Atualmente, o massivo investimento em ciência e tecnologia tem feito o setor secundário do
Brasil desempenhar papel de grande destaque no produto interno bruto nacional, que, atual-
mente, está entre os dez maiores do mundo.
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III – As referidas rebeliões ocorreram devido às precárias condições e falhas do sistema car-
cerário, não guardando relação com disputas entre grupos do crime organizado de outras re-
giões do país.
IV – Para assegurar o controle do sistema carcerário, a privatização ou terceirização dos presí-
dios tem sido apresentada como opção para solucionar a atual crise desse sistema.
Estão certos apenas os itens:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
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IV – Apesar de não adotar políticas restritivas, o Brasil não é um país de interesse para os imi-
grantes, sendo os maiores fluxos de imigrantes destinados aos países europeus.
Estão certos apenas os itens
a) I e II.
b) I e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.
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013. (CESPE/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem o Brasil e o mundo, julgue o
item seguinte.
O fato de os países árabes serem grandes importadores de produtos da cadeia produtiva do
agronegócio brasileiro pode influenciar a política externa brasileira relativa ao Oriente Médio.
016. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) Com relação à aplicação dos recursos oriundos do
Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
a) Deve ser usado na manutenção das residências dos membros do partido.
b) Permite a transferência de recursos para outros partidos.
c) Não é permitido o pagamento de despesas com alimentação.
d) Pode ser destinado à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política.
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pode ser uma opção, mas os agricultores atualmente estão estocando grãos antes das próxi-
mas eleições.
Já há evidências de um aperto na oferta. Os estoques de soja do Brasil estão 80% abaixo do
nível registrado no mesmo período do ano passado, e as exportações do país caíram 8% até
julho. Para a China, as exportações mostram queda de 11%. Os prêmios dos preços para em-
barques do país estão em alta.
(Adaptado. Acesso em agosto de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2yZRUiV)
Com base no texto ‘SOJA’, leia as afirmativas a seguir:
I – De acordo com o texto, Donald Trump iniciou uma disputa comercial com a China há alguns
anos, determinando o aumento das tarifas de importação de produtos desse país asiático.
Naquele período, o Brasil havia registrado uma queda expressiva de estoques devido à proxi-
midade das eleições.
II – A partir da leitura atenta do texto, o leitor pode concluir que a China está diante do risco
de não ter sua demanda por soja completamente atendida. Entre as causas desse fenômeno,
o autor cita os problemas climáticos no período de cultivo na Argentina, as sanções aos pro-
dutos agrícolas brasileiros impostas por Donald Trump e a redução de 11% nos estoques dos
países asiáticos produtores desse cereal.
Marque a alternativa CORRETA:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.
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027. (INÉDITA/2020) A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em
taxa superior a 1% ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou
seja, acima da média de 2 filhos por mulher em idade reprodutiva.
029. (INÉDITA/2020) O Brasil em termos globais pode ser ainda classificado como um país
tipicamente populoso, visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre
um dos dez maiores do mundo em 2019.
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030. (INÉDITA/2020) Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população glo-
bal, o World Population Prospects-2019, o grupo de países atualmente que experimenta uma
depressão demográfica, ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado funda-
mentalmente em áreas onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmem.
033. (INÉDITA/2020) A China e os Estados unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores pro-
dutores industriais e as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial
unificado entre estas duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os
países não vêm medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais
liberalizantes em quase todas as esferas e, assim, consolidar um modelo de trocas comerciais
estruturado praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre estes dois gigantes globais.
034. (INÉDITA/2020) A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Ge-
ral, em mandato que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.
037. (INÉDITA/2020) A política impressa por Donald Trump, desde seus primeiros dias de go-
verno frente ao comércio exterior, pode ser considerada agressiva e isolacionista.
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038. (INÉDITA/2020) É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de es-
calas atrativas de consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comu-
nista local, os gastos com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se
encontram longe do que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo
a Argentina.
040. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue como certo
ou errado os itens abaixo conforme seus conhecimentos:
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas sobrema-
neira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e Venezue-
la (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países, por prazo
aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.
041. (INÉDITA/2020) Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com
mais municípios atualmente são Minas Gerais e São Paulo.
042. (INÉDITA/2020) No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário pos-
sui predominância sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga
transportada.
resultados anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre
outros temas suplementares. Tem como unidade de investigação o domicílio.
A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janei-
ro de 2012, em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra foi planejada de
modo a produzir resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões
Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento –
RIDE Grande Teresina, e Municípios das Capitais. Desde sua implantação, a pesquisa, gradual-
mente, vem ampliando os indicadores investigados e divulgados.
Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas tendências atuais e pa-
noramas, julgue os itens.
A densidade demográfica do Brasil revela-nos um país povoado em comparação a outras na-
ções do globo, com grande adensamento populacional em quase todas as porções de nosso
imenso território.
045. (INÉDITA/2020) Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do
Brasil o tamanho continental do Brasil e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de
pessoas é dificultada por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.
049. (INÉDITA/2020) Acerca dos temais mais importantes de Atualidades em 2019 no Brasil,
julgue os itens abaixo.
A Operação Lava Jato tem suas instâncias iniciais em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
050. (INÉDITA/2020) A Petrobras deve ser vendida por completo até fins de 2019, saindo das
mãos estatais e indo por completo para a iniciativa privada.
052. (INÉDITA/2020) As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que
o Comando Vermelho, maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e
Bombeiros, em favelas da Zona Sul e Centro.
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056. (INÉDITA/2022) O crescimento econômico de 2021 pode ser aferido como superior as
perdas de 2020. Assim, em tese, O Brasil já recuperou seu PIB pré-pandemia.
057. (INÉDITA/2022) O saldo da balança comercial brasileira é puxado para cima visto a des-
valorização de nossa moeda frente ao dólar e a alta contínua das comoditties. Em 2021 re-
gistramos um recorde histórico onde pela primeira vez na história a soma das importações e
exportações ultrapassou os 500 bilhões de reais.
058. (INÉDITA/2022) Até 15 de Março de 2022, o Brasil ostentava um bom indicador, com
praticamente 75% de sua população adulta vacinada com as duas doses. Um número superior
ao de países como os EUA, por exemplo.
059. (INÉDITA/2022) A economia brasileira depende do agronegócio, visto que o PIB nacional
possui mais de metade de seu valor atrelado ao campo em 2021.
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compromisso assinado por inúmeros países, entre eles o Brasil, durante a Cúpula das Nações
Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015.
(Adaptado de https://www.ecodebate.com.br/2021/07/20/)
As afirmativas a seguir indicam as principais metas que devem ser alcançadas em 2030, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
b) Alcançar a igualdade de gênero e adotar medidas de empoderamento para todas as mulheres.
c) Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
d) Expandir a economia e garantir para todos a extração e o processamento de combustíveis
e alimentos.
e) Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres e combater
a desertificação.
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c) ajudar trabalhadores em crise e sem acesso à rede de proteção social dos emprega-
dos formais.
d) amparar trabalhadores formais de baixa renda e aqueles que tiveram suas jornadas e salá-
rios reduzidos.
e) complementar o seguro-desemprego ou a aposentadoria dos setores de baixa renda da
sociedade brasileira.
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GABARITO
1. E 37. C 73. d
2. C 38. E 74. d
3. C 39. E 75. c
4. C 40. C
5. C 41. C
6. b 42. C
7. d 43. E
8. a 44. E
9. C 45. C
10. C 46. C
11. E 47. C
12. E 48. E
13. C 49. C
14. C 50. E
15. C 51. E
16. d 52. E
17. b 53. C
18. a 54. C
19. d 55. E
20. d 56. C
21. b 57. C
22. d 58. C
23. c 59. E
24. a 60. C
25. a 61. d
26. d 62. d
27. C 63. d
28. C 64. a
29. C 65. b
30. E 66. b
31. E 67. a
32. E 68. e
33. E 69. c
34. C 70. d
35. C 71. c
36. E 72. a
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/FUB/CONHECIMENTOS BÁSICOS/CARGOS DE NÍVEL SUPERIOR/2018) Acer-
ca de temas diversos da atualidade, julgue o próximo item.
Atualmente, o massivo investimento em ciência e tecnologia tem feito o setor secundário do
Brasil desempenhar papel de grande destaque no produto interno bruto nacional, que, atual-
mente, está entre os dez maiores do mundo.
O Brasil se tornou o maior exportador de soja em tempos recentes sendo o segundo maior
produtor global. Provavelmente deveremos consolidar, contudo, primeiro lugar no ranking de
produção em pouco tempo, vale o destaque.
Certo.
O Brasil possui em sua pauta de exportações uma participação de 50% de commodities. O con-
ceito de commodities se refere a produtos primários minerais e agrícolas de uso global, com
valor de venda determinado por bolsas específicas, sendo a principal a Bolsa de Chicago. As
commodities não possuem valor agregado nem pesquisa em manufatura e tecnologia indus-
trial, além disso, impactam enormemente o meio ambiente.
Certo.
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A área de influência de Brasília alcança GO e MG. Não à toa, a RIDE – Região Integrada de De-
senvolvimento Econômico do Entorno e DF –, que faz as vezes de Região Metropolitana do DF,
possui municípios de ambas as UFs (29 do GO e 4 de MG).
Certo.
Ponto interessante em Atualidades. Não confundir com megalópoles, conceito que se refere
à aglomeração de metrópoles. No caso, as megacidades são exatamente estas cidades (não
aglomerações) com mais de 10 milhões de habitantes. A maioria destas estão na Ásia. O lugar
onde mais crescem é, justamente, na Ásia e na África. O Brasil possui apenas uma: São Paulo,
considerada uma das 6 maiores cidades do mundo.
Certo.
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Os itens errados são o I e o III. No I, o erro está ao afirmar que a população carcerária advém
de pessoas que, em sua totalidade, cumprem penas já sentenciadas pela justiça. O que temos
hoje no Brasil é, na verdade, um contingente enorme de pessoas ainda esperando julgamento,
presos em prisão temporária e/ou preventiva com prazos em muito expirados.
Letra b.
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comandada por Alberto Fernandez Presidente, com Cristina Kirchner Vice, para 2020-2023.
Bolsonaro já se antecipou e disse não telefonar parabenizando seu maior parceiro no bloco.
Letra d.
Os itens III e IV estão errados, porque, respectivamente, a questão migratória global é uma
pauta conflituosa em política internacional, ao contrário do que o item afirma, e também o
Brasil faz parte do jogo migratório, sendo receptor atualmente de quase 100.000 venezuelanos
em apenas três anos, além de ter recebido ao longo desta década que se encerra imigrantes
haitianos, bolivianos, peruanos, entre outros.
Letra a.
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A assertiva não deixa dúvidas. A preservação do patrimônio cultural em todas suas formas,
com sua guarda em museus, possui, de fato, um viés fundamental também muito bem-marca-
do à salvaguarda de nossos bens.
Certo.
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Com a participação no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, o Brasil firmou impor-
tantes acordos bilaterais com países estratégicos.
Primeiramente, o Fórum Econômico de Davos, realizado anualmente na Suíça, não possui mis-
são que sirva como praça que acordos comerciais sejam firmados. Outro ponto importante a
ser destacado é que o atual Presidente Jair Bolsonaro, em sua primeira participação em Davos,
teve uma atuação morna, sem arrancar aplausos nem críticas.
Errado.
As redes sociais, como sabemos bem, proporcionam (em tese) debates, mas não vêm favore-
cendo consensos acerca de temas relevantes.
Errado.
013. (CESPE/2019) Acerca de temas da atualidade que envolvem o Brasil e o mundo, julgue o
item seguinte.
O fato de os países árabes serem grandes importadores de produtos da cadeia produtiva do
agronegócio brasileiro pode influenciar a política externa brasileira relativa ao Oriente Médio.
Em tese, o que se espera de nossa política externa, comandada atualmente pelo Ministro Er-
nesto Araújo, é que ocorra maturidade por nossa parte acerca de temas sensíveis do Oriente
Médio, tais quais religião e costumes. Em termos comerciais, houve, ao compararmos com
20 anos atrás, um crescimento considerável tanto em termos absolutos como proporcionais
entre o Brasil e o Oriente Médio. Além do mais, a nossa balança comercial com eles é do tipo
superavitária.
Certo.
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A reforma trabalhista completou dois anos em setembro de 2019 após ser aprovada pelo Con-
gresso Nacional.
Certo.
É o que se percebe: com mais de 60.000 homicídios em 2017, o Brasil, ao liderar com folga tal
ranking macabro globalmente, ainda se equiparou ao que se estima de perdas humanas em
um ano na pior guerra civil (na Síria) em curso atualmente no mundo. Vale destacar que em
2019 o governo federal anuncia ter havido, em comparação a 2017, uma queda de mais de 20%
nos homicídios totais no país.
Certo.
016. (IESES/PREF SÃO JOSÉ-SC/2019) Com relação à aplicação dos recursos oriundos do
Fundo Partidário assinale a alternativa correta:
a) Deve ser usado na manutenção das residências dos membros do partido.
b) Permite a transferência de recursos para outros partidos.
c) Não é permitido o pagamento de despesas com alimentação.
d) Pode ser destinado à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de dou-
trinação e educação política.
Art. 17. Constituem gastos partidários todos os custos e despesas utilizadas pelo órgão do partido
político para a sua manutenção e consecução de seus objetivos e programas.
§ 1º Os recursos oriundos do Fundo Partidário somente podem ser utilizados para pagamento de
gastos relacionados (Lei n. 9.096/1995, art. 44):
I – à manutenção das sedes e serviços do partido;
II – à propaganda doutrinária e política;
III – ao alistamento e às campanhas eleitorais;
IV – à criação e manutenção de instituto ou fundação de pesquisa e de doutrinação e educação
política;
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As queimadas podem até ocorrer por fatores naturais, como raios e energia eletroestática no
ar, mas, na imensa maioria das vezes, são de origem humana. Na Amazônia, em 2019, verifica-
-se um aumento destes eventos em comparação a anos anteriores. Seus danos se dão tanto
em relação ao quase banimento de organismos que enriquecem o solo, quanto em relação ao
aumento da emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, como também prejuízos estrutu-
rais, tal qual citado na letra b.
Letra b.
Estão erradas a III e a IV respectivamente porque o número de brasileiros nos EUA é o maior
entre todos os países no globo e a influência norte-americana nas Américas se consolidou não
apenas nos países mais desenvolvidos, mas de forma praticamente hegemônica.
Letra a.
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Quando Donald Trump deu início à disputa de tarifas no ano passado, o Brasil havia acabado
de registrar uma supersafra, o que permitiu ao maior exportador de soja do mundo atender
quase que exclusivamente à voraz demanda da China. Mas, depois dos volumes recordes ex-
portados e de problemas climáticos no período de cultivo, os estoques brasileiros estão em
queda e a próxima safra está a meses de distância.
Isso poderia criar um problema para a China, o maior consumidor de soja do mundo. Depois
que Trump intensificou a disputa comercial na semana passada, o gigante asiático decidiu
suspender as compras de produtos agrícolas dos EUA. A Argentina (um país sul-americano)
pode ser uma opção, mas os agricultores atualmente estão estocando grãos antes das próxi-
mas eleições.
Já há evidências de um aperto na oferta. Os estoques de soja do Brasil estão 80% abaixo do
nível registrado no mesmo período do ano passado, e as exportações do país caíram 8% até
julho. Para a China, as exportações mostram queda de 11%. Os prêmios dos preços para em-
barques do país estão em alta.
(Adaptado. Acesso em agosto de 2019. Disponível em: http://bit.ly/2yZRUiV)
Com base no texto ‘SOJA’, leia as afirmativas a seguir:
I – De acordo com o texto, Donald Trump iniciou uma disputa comercial com a China há alguns
anos, determinando o aumento das tarifas de importação de produtos desse país asiático.
Naquele período, o Brasil havia registrado uma queda expressiva de estoques devido à proxi-
midade das eleições.
II – A partir da leitura atenta do texto, o leitor pode concluir que a China está diante do risco
de não ter sua demanda por soja completamente atendida. Entre as causas desse fenômeno,
o autor cita os problemas climáticos no período de cultivo na Argentina, as sanções aos pro-
dutos agrícolas brasileiros impostas por Donald Trump e a redução de 11% nos estoques dos
países asiáticos produtores desse cereal.
Marque a alternativa CORRETA:
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.
Atualmente a Rússia se encontra suspensa do G8, como retaliação em função das ações em-
preendidas pelo país na questão da Crimeia, em 2014, sendo estes, portanto, os atuais pa-
íses do G7.
Letra b.
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Macri não conseguiu colocar a economia do país nos trilhos. Há recessão (queda do PIB em
2017 e 2018 na casa dos 2% ao ano), inflação galopante (uma das maiores do mundo, em
torno de 40% para 2019) e derretimento do valor do peso frente ao dólar. Como resultado, ele
experimentou níveis baixíssimos de popularidade chegando ao fim do mandato em que tenta-
va ser eleito novamente, perdendo, contudo, o posto para o grupo rival de Alberto Fernandez,
com Cristina Kirchner Vice.
Letra c.
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Angela Merkel se tornou uma das principais lideranças globais. Postulada quase unanimemen-
te como sendo a mulher mais importante do mundo ao longo destes últimos 15 anos, destila
na condução de seu governo um estilo conciliador e umbilicalmente ligado aos preceitos de
unicidade europeia. No comando de uma das maiores potências globais, e país mais rico e
populoso da Europa desde 2005, declara perceber ser a hora de passar o bastão em 2021.
Seu partido, acima citado, se chama União Democrática Cristã (CDU), de viés ideológico cen-
tro-direita.
Letra a.
Trump segue com maioria na Câmara e, assim, busca se sustentar no recente processo de
impeachment contra ele aberto em dez/2019.
Letra a.
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Benítez possui um direcionamento político parecido com nosso presidente Jair Bolsonaro, de
viés de direita radical. Seu pai foi auxiliar de primeira mão do último ditador do país, Alfredo
Strossner.
Letra d.
027. (INÉDITA/2020) A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em
taxa superior a 1% ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou
seja, acima da média de 2 filhos por mulher em idade reprodutiva.
Estima-se que a média de filhos por mulher em 2019, muito puxada pela África, esteja em tro-
no dos 3.2.
Certo.
029. (INÉDITA/2020) O Brasil em termos globais pode ser ainda classificado como um país
tipicamente populoso, visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre
um dos dez maiores do mundo em 2019.
030. (INÉDITA/2020) Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população glo-
bal, o World Population Prospects-2019, o grupo de países atualmente que experimenta uma
depressão demográfica, ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado funda-
mentalmente em áreas onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmem.
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Houve uma massiva entrada de governos à esquerda na América do Sul na década anterior
(2000-2010). Estes governos entraram no poder por via democrática.
Errado.
033. (INÉDITA/2020) A China e os Estados unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores pro-
dutores industriais e as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial
unificado entre estas duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os
países não vêm medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais
liberalizantes em quase todas as esferas e, assim, consolidar um modelo de trocas comerciais
estruturado praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre estes dois gigantes globais.
Embora seja longo o texto do item, vale destacar que não há, por parte dos dois países, inicia-
tivas claras com vistas a liberalizar o comércio entre ambos.
Errado.
034. (INÉDITA/2020) A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Ge-
ral, em mandato que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.
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Ao convocar a população dos EUA nas eleições com este lema, America First, Trump vence as
eleições de 2016 impulsionado por votos de uma massa de americanos ansiosos em recupe-
rar postos de empregos perdidos em função da dispersão de parques industriais para outros
países, principalmente a China.
Certo.
A guerra comercial tem a ver com déficit dos EUA em balança comercial frente a China e o
avanço da tecnologia 5G comandada pela China em curso. Em relação ao PIB, o Produto Inter-
no Bruto dos EUA ainda é maior que o da China, numa razão de 40%, devendo, contudo, haver
a ultrapassagem do PIB chinês sobre o norte-americano até 2030.
Errado.
037. (INÉDITA/2020) A política impressa por Donald Trump, desde seus primeiros dias de go-
verno frente ao comércio exterior, pode ser considerada agressiva e isolacionista.
Sem sombra de dúvidas. É um isolacionismo que se demonstra por meio de saída de blocos
econômicos e revisões tarifárias várias, frente, por exemplo, ao Nafta, o acordo de livre comér-
cio firmado com EUA e México em 1994.
Certo.
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038. (INÉDITA/2020) É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de es-
calas atrativas de consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comu-
nista local, os gastos com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se
encontram longe do que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo
a Argentina.
O mercado interno chinês cresce espantosamente e já muito maior em gastos que qualquer
país, com exceção dos EUA. Aliás, no mercado de consumo de luxo, a China lidera o ranking
global faz alguns anos.
Errado.
Na verdade, a premissa inicial do item está correta, mas há erros após. Há um balanceio nas
relações comerciais que se deve, entre outros fatos, sem dúvidas, à cotação de moedas im-
portantes, tais quais a moeda chinesa. Contudo, o que se percebe é que a cotação dela se
encontra desvalorizada frente ao dólar, o que torna mais competitivos os produtos fabricados
na China. A China controla a inflação global, de certa forma, e sua moeda subvalorizada contri-
bui a que ocorra superavit comerciais em sua balança comercial principalmente com os EUA.
Sendo assim, é errado afirmar que a moeda chinesa vem se valorizando ostensivamente frente
ao dólar. Por fim, vale destacar que os EUA reclamam enormemente frente ao processo que
consideram artificial imposto pela China de desvalorização de sua moeda exatamente para
vender mais baratos seus produtos ao exterior.
Errado.
040. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue como certo
ou errado os itens abaixo conforme seus conhecimentos:
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas sobrema-
neira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e Venezue-
la (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países, por prazo
aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.
Embora não haja questões em voga em Atualidades acerca de limites territoriais entre o Bra-
sil e seus países vizinhos (são 10), o ano de 2018/2019 expôs algumas questões acerca de
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imigrantes venezuelanos que aqui adentraram fugindo da Crise Econômica por lá instalada.
O Brasil, como forma de tripudiar o vizinho (se utilizando marotamente do argumento da “aju-
da humanitária”), disse que enviaria mantimentos para o país, sendo tal proposta rechaçada
por Nicolas Maduro que, logo em seguida, ficou “emburrado” e promoveu o fechamento (por
sua livre e espontânea vontade) de suas fronteiras com o Brasil entre os meses de mar a ju-
lho de 2019.
Certo.
041. (INÉDITA/2020) Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com
mais municípios atualmente são Minas Gerais e São Paulo.
Os dados acima conferem com a realidade de nossa malha urbana em 2019 com SP e MG na
liderança em número total de municípios.
Certo.
042. (INÉDITA/2020) No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário pos-
sui predominância sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga
transportada.
Depois do modal rodoviário no Brasil, vem o modal ferroviário que transporta em torno de 20-
25% da carga no país seguido pelo hidroviário e o aéreo.
Certo.
A produção de energia pela força dos ventos (eólica) ganhou impulso no Brasil ao longo dos
últimos 15 anos. Hoje essa matriz em crescimento responde por praticamente 10% da energia
do Brasil em média.
Errado.
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Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi planejada para produzir indicadores trimestrais so-
bre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas suplementares permanentes (como
trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres domésticos, tecnologia
da informação e da comunicação etc.), investigados em um trimestre específico ou aplicados
em uma parte da amostra a cada trimestre e acumulados para gerar resultados anuais, sendo
produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre outros temas suplementa-
res. Tem como unidade de investigação o domicílio.
A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir de janei-
ro de 2012, em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra foi planejada de
modo a produzir resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação, Regiões
Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de Desenvolvimento –
RIDE Grande Teresina, e Municípios das Capitais. Desde sua implantação, a pesquisa, gradual-
mente, vem ampliando os indicadores investigados e divulgados.
Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas tendências atuais e pa-
noramas, julgue os itens.
A densidade demográfica do Brasil revela-nos um país povoado em comparação a outras na-
ções do globo, com grande adensamento populacional em quase todas as porções de nosso
imenso território.
Nesse quesito o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos mais populosos. Aliás,
muito pelo contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um
ranking de mais ou menos 190 países, o Brasil se encontra por volta do 159º lugar.
Errado.
045. (INÉDITA/2020) Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do
Brasil o tamanho continental do Brasil e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de
pessoas é dificultada por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.
Os estados mais populosos do Brasil são São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. As
regiões mais populosas são Sudeste e Nordeste.
Certo.
São Paulo é o maior município do Brasil e Região Metropolitana (respectivamente 12,5 milhões
e 21 milhões), longe de possuir 40 milhões de habitantes.
Errado.
049. (INÉDITA/2020) Acerca dos temais mais importantes de Atualidades em 2019 no Brasil,
julgue os itens abaixo.
A Operação Lava Jato tem suas instâncias iniciais em Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.
A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com esferas
recursais nos TRF-4 de Curitiba e TRF-2 do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Certo.
050. (INÉDITA/2020) A Petrobras deve ser vendida por completo até fins de 2019, saindo das
mãos estatais e indo por completo para a iniciativa privada.
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052. (INÉDITA/2020) As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que
o Comando Vermelho, maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e
Bombeiros, em favelas da Zona Sul e Centro.
As milícias possuem atuação principalmente na Zona Oeste. Sua ação, na verdade, em primei-
ra fase, se deve à expulsão de traficantes e do poder paralelo por parte de grupos de militares
na ativa ou não.
Errado.
São instrumentos de acordos já existentes em nosso estatuto jurídico que, contudo, vêm sen-
do usados ostensivamente na Lava Jato. Acordos de Leniência são para pessoas jurídicas e as
delações premiadas são para pessoas físicas.
Certo.
O novo Ministério tem o economista liberal Paulo Guedes como chefe da pasta.
Certo.
Esse item possui dois erros. O primeiro diz respeito ao fato de que o Fundo Partidário não é
uma inovação brasileira, sendo utilizado por vários países ao redor do globo. Como vimos em
nossa aula, contudo, nosso fundo é o mais robusto do mundo, ou seja, aquele que mais destina
dinheiro público a partidos (QUASE 5 BI. DE REAIS PARA AS ELEIÇÕES DE 2022). O outro erro
reside no fato de que não é apenas dinheiro público, visto que pessoas físicas podem fazer
doações. O que se proíbe, desde 2006, são aportes de dinheiro em campanhas oriundos de
pessoas jurídicas.
Errado.
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056. (INÉDITA/2022) O crescimento econômico de 2021 pode ser aferido como superior as
perdas de 2020. Assim, em tese, O Brasil já recuperou seu PIB pré-pandemia.
Em tese é isso mesmo. O Crescimento de 2021 de 4.5% superou as perdas de 2020 de – 4.1.%.
Certo.
057. (INÉDITA/2022) O saldo da balança comercial brasileira é puxado para cima visto a des-
valorização de nossa moeda frente ao dólar e a alta contínua das comoditties. Em 2021 re-
gistramos um recorde histórico onde pela primeira vez na história a soma das importações e
exportações ultrapassou os 500 bilhões de reais.
058. (INÉDITA/2022) Até 15 de Março de 2022, o Brasil ostentava um bom indicador, com
praticamente 75% de sua população adulta vacinada com as duas doses. Um número superior
ao de países como os EUA, por exemplo
O Brasil vem conseguindo vacinar a contento, e superou, faz meses, a cobertura vacinal dos
EUA, o país líder em mortes por Covid no Mundo. NA DATA QUE O ITEM VERSA (15/03/22) A
COBERTURA VACINAL DE DUAS DOSES ESTAVA NA CASA DOS 75%.
Certo.
059. (INÉDITA/2022) A economia brasileira depende do agronegócio, visto que o PIB nacional
possui mais de metade de seu valor atrelado ao campo em 2021.
A economia brasileira depende do agronegócio por vários motivos, claro. Os principais são que
a atividade promove empregos e saldos positivos na balança comercial. Mas o que o item afir-
ma acerca de haver um a dependência em função de um PIB acima de 50 % atrelado ao campo
está errado. O Setor de Serviços leva quase 75% PIB nacional.
Errado.
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Numa primeira fase este foi o prazo estipulado pelo Governo Federal, contuDo em algumas loca-
lidades esse prazo foi reduzido, porém, na data da prova erra esse prazo realmente de 5 meses
Letra d.
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Maiores emissores globais de GEE abaixo em quantidade total: Estados Unidos e China.
Letra d.
As COP são as Conferencias das Partes. Reuniões realizadas anualmente desde 1994 para se
discutir o aquecimento global. A 26a foi realizada em fins de 2021 em Glasgow, na Escócia.
Letra d.
Saibam!! Rompimento de Barragem de Mariana - rio principal prejudicado foi o Rio Doce. Bar-
ragem de Brumadinho foi o Rio Paraopeba
Letra a.
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Vejamos por que a 1 e 3 estão erradas. Na I, o físico Stephen Hawking, até onde sei, nunca
ganhou nenhum Nobel. Ele morreu em 2018.
No III o erro é afirmar que Joe Biden, presidente eleito nos EUA é do partido Republicano. Ele é
do Partido Democrata.
Letra b.
III – João Gilberto, pai da Bossa Nova, tornou-se durante o isolamento social causado pela pan-
demia do Coronavírus, um dos mais influentes artistas nacionais ao se utilizar das plataformas
sociais para divulgar os seus antigos e recentes trabalhos.
IV – Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do Rio, Wilson Wit-
zel, foi afastado do cargo por suspeita de participação em esquema de corrupção, por supos-
tos desvios nos contratos emergenciais para a Covid-19: em uma das operações suspeitas,
havia a contratação de empresas investigadas que deveriam construir hospitais de campanha.
a) Somente as proposições II e IV estão corretas.
b) Somente as proposições III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I e III estão corretas
d) Somente as proposições I e II estão corretas.
O item I está errado porque a barragem que eclodiu não era pertencente à Minas Gerais e, sim,
Vale do Rio Doce. Já o III está errado à medida que João Gilberto não era “hypado” nas redes
sociais. Estava recluso em morreu em 2019. Há tempo, o nome da operação que impeachmou
Witzel se chama Placebo
Letra a.
A guerra entre afegãos e URSS possui relação com a bipolarização vigente na Guerra Fria entre
os EuA e a União Soviética
Letra e.
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Assinale a alternativa que indica uma solução para a diminuição do ritmo do aquecimento glo-
bal, segundo o IPCC.
a) Proibição dos chamados métodos alternativos de produção de energia que têm contribuído
significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
b) A utilização de termoelétricas para a produção de energia, substituindo as hidrelétricas que
causam enormes danos ambientais.
c) Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO2) e outros gases de
efeito estufa.
d) O incentivo ao crescimento das cidades, uma vez que a dispersão da população em grandes
territórios com baixa densidade populacional aumenta as emissões de gases que produzem o
efeito estufa.
e) A redistribuição da população global, possibilitando a migração em massa das áreas mais
quentes do planeta para a mais fria, onde os gastos energéticos são menores.
Acho que esta questão não tem dúvidas. Compreendam bem, caros (as) alunos (as), que sem-
pre as questões que versarem sobre os meios para se mitigar os efeitos do aquecimento glo-
bal irão nessa linha do item C. Ou seja: Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido
de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa. As outras são bem absurdas se formos ver
melhor ou não possui relação coma realidade do assunto.
Letra c.
As termelétricas, via de regra, queimam combustíveis fósseis. De onda dá pra inferir que o
ITEM D está errado
Letra d.
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Sem muito a acrescentar estes são os novos esportes olímpicos: karatê, skate, escalada es-
portiva, surf. Lembrando que o Brasil Arrasou no Skate (duas medalhas de prata) e no Surf
(ouro). Em nosso material coloquei o texto: “O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE TOQUIO”.
Letra c.
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Os ODSs contemplam uma agenda com 17 Objetivos e 169 metas para serem atingidos até
2030. Os 193 Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram formal-
mente a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável composta pelos Objetivos de De-
senvolvimento Sustentável (ODS). Os 17 ODS são:
Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares;
Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar, me-
lhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;
Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos,
em todas as idades;
Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e promo-
ver oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos;
Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
Água potável e saneamento: assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e sane-
amento para todas e todos;
Energia Limpa e acessível: assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço aces-
sível à energia para todas e todos;
Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico sustentado,
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos;
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Essa questão é a que corresponde melhor ao conceito de Talibã. Lembrando que o grupo nas-
ce no Afeganistão com apoio do Paquistão. Sua origem étino religiosa é Sunita e não Xiita
Letra d.
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O viés do AUXÍLIO EMERGENCIAL É ESSE: “ajudar trabalhadores em crise e sem acesso à rede
de proteção social dos empregados formais”
Letra c.
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