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ATUALIDADES

Atualidades Brasil

Livro Eletrônico
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Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

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do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer
outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
230601147395

LUIS FELIPE ZIRIBA

Formado em Geografia pela Universidade de Brasília, leciona desde 2001 em cursos


e plataformas variadas pelo Distrito Federal, tendo começado em pré-vestibulares,
seguindo para preparatórios para o concurso de admissão à carreira diplomática,
escolas de ingresso na carreira militar (ESPCEX) além de lecionar para os mais
concorridos concurso do Brasil, tais quais Câmara dos Deputados, Senado Federal,
BC, PF, PCDF, entre outros, promovendo nestes últimos, principalmente, aulas na
frente de Atualidades e de Realidade do DF

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Nome do Concurseiro(a) - 000.000.000-00, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Atualidades
Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Atualidades Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1. Parte I – Brasil: Território, Posição, Índice de Desenvolvimento Humano e
População . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.1. Território, Fronteiras, Transporte e Energia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.2. A População Brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2. Parte II – Atualidades Brasil: Política, Economia e Fatos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.1. A Política Brasileira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
2.2. Economia Brasileira em 2020 e 2021 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
3. Temas de Atualidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67
3.1. A Operação Lava Jato e seu Fim. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
3.2. ONGs, Meio Ambiente e Amazônia: Atualidades e Polêmicas . . . . . . . . . . . . . 77
3.3. Principais ONGs Ambientais no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
3.4. O Brasil na COP-26: Glasgow, Escócia, dezembro de 2021 . . . . . . . . . . . . . . . 84
3.5. O Brasil na COP-27- Egito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.6. As Tragédias Ambientais de Mariana e Brumadinho. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 85
3.7. As Queimadas no Pantanal em 2020 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
3.8. O Caso Marielle: Cinco Anos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
3.9. As Milícias no Rio de Janeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
3.10. A Segurança Pública no Brasil: Algumas Considerações. . . . . . . . . . . . . . . . . 94
3.11. A Reforma da Previdência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
3.12. A Transposição do Rio São Francisco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
3.14. Cultura e Atualidades no Brasil em 2020: alguns Pontos Fundamentais. . 106
3.15. COVID-19. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
3.16. Outros Temas de Atualidades no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Exercícios. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 155
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172

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Luis Felipe Ziriba

APRESENTAÇÃO
Caro(a) aluno(a), é um prazer imenso estar junto a você nessa etapa de preparação rumo
à conquista de algo tão importante na vida: a estabilidade profissional no serviço público.
Peço licença para me apresentar a vocês: me chamo Luis Felipe Ziriba, sou formado em
Geografia desde 2004 pela Universidade de Brasília. Também sou servidor do Incra – SEDE,
desde 2008, efetivado no cargo de Analista em Desenvolvimento e Reforma Agrária.
Ministro aulas para concursos desde 2001. Comecei em sala aos 20 anos de idade,
lecionando em pré-vestibulares, para, em pouco tempo, seguir para os concursos de admissão
à carreira militar, como EsPCEx, ESA, entre outros, nas disciplinas de Geografia Geral e do
Brasil. Lecionei também em preparatórios (Geografia Geral e do Brasil) para os principais
cursos de admissão à carreira diplomática – Instituto Rio Branco – de Brasília. Já no início
da década findada (2011-2020), parti rumo ao desafio de lecionar as matérias Atualidades
do Brasil e do Mundo, além de Realidade/Atualidades do Distrito Federal.
Assim, entre tantas matérias diferentes e interessantes, lá se vão 18 anos preparando
alunos nos melhores cursos do Distrito Federal para os mais concorridos concursos do Brasil.
Bom, obrigado pelo espaço e pela confiança depositada. E vamos então ao que realmente
importa a vocês. O tempo urge!
Com vistas a auxiliá-los(as) nessa etapa de preparação, dividi o nosso material em duas
partes: na primeira destaco aspectos do território nacional (incluindo transportes e energia)
e contextos populacionais; na segunda parte, por sua vez, serão abordados aspectos mais
abrangentes, como política, produção de valor e a economia nacional, além de temas muito
importantes em Atualidades a serem cobrados em concursos – cultura, sociedade, segurança
pública, relações internacionais, meio ambiente, organizações supranacionais, entre outros.
Destaco, caros(as) aluno(as), que realizem sem concessões a leitura integral dos temas
apresentados, e que deem a mesma importância aos respectivos Textos Complementares
apresentados, ok?
Reparem que mesmo havendo alguns (poucos) editais que delimitam recortes, balizando
a compreensão de períodos específicos (e acontece pouco dessa forma, mas acontece),
peço a vocês, praticamente de joelhos, juro – sem exagero - para não caírem nesta esparrela.
Fujam dessa falsa facilidade e tenham em mente que somente através da leitura retórica
(e integral) dos temas apresentados - desde seu início até o seu fim - que é possível obter
uma clarificação dos contextos de Atualidades de forma ampla. Simples assim!
Juro: não há como fugir disso! Por favor, confiem, confiem e confiem mesmo nessa
informação!
A disciplina de Atualidades não está restrita simplesmente a uma coleta de notícias
com base no(s) recorte(s) estipulado(s) pelos editais (digo quando ocorrer esse recorte).
Em Atualidades, os contextos devem ser, de forma mandatória, entendidos desde seu
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começo até o seu fim. Isso para que possamos atingir exatamente o nível necessário de
conhecimento pedido pelas bancas em concursos.
Esse conhecimento amplo e conciso está bem aqui, se encontra nas suas mãos. Nosso
material é produzido de forma sintética, didática, clara e fluida, com base em décadas de
conhecimento dessa disciplina. Nós sabemos, de A a Z, como guiar vocês rumo à aprovação.
Então, não retalhem, apenas me sigam. Confiem nisso! Vamos juntos empreender um
conhecimento amplo, conciso e extremamente útil dentro dessa deliciosa disciplina que é
Atualidades Brasil.
Peço que ao fim, por favor, se debrucem sobre o caderno de exercícios apresentado,
como forma de fixação de conteúdo e acréscimo didático. E, claro, avaliem o nosso curso
na plataforma. Obrigado!

Obs.: O conteúdo desta aula foi atualizado em julho de 2023.

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1. PARTE I – BRASIL: TERRITÓRIO, POSIÇÃO, ÍNDICE DE


DESENVOLVIMENTO HUMANO E POPULAÇÃO

1.1. TERRITÓRIO, FRONTEIRAS, TRANSPORTE E ENERGIA


O Brasil possui a 5ª maior extensão territorial do mundo. Com mais de 8,5 milhões de
quilômetros quadrados de extensão, somos considerados um país-continente. Dentro da
América do Sul, temos disparado a maior extensão em área total (47%), com mais de três
vezes o tamanho do segundo maior país, a Argentina.
Repare que o enorme território brasileiro é quase equidimensional, ou seja, possui
praticamente as mesmas extensões de Norte-Sul e Leste-Oeste.

Obs.: Os pontos descritos são os nossos pontos extremos nas quatro direções: Norte
(Monte Caburaí, em Roraima), Sul (Arroio do Chuí), Leste (Ponta do Seixas) e Oeste
(Nascente do Rio Moa).

O Brasil faz fronteira com dez (10) países. Dentro do continente sul-americano, não
somos “vizinhos” apenas de dois países: o Chile e o pequeno Equador. No mapa a seguir
temos as principais extensões de fronteiras, com destaque para o Peru (2º lugar) e a

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Bolívia (com mais de 3.000 km de fronteira, em boa parte pela Amazônia). Destaque-se
que esses dados de tamanho das fronteiras são estanques, ou seja, não sofrerão alterações
em curto ou médio prazo, à medida que os tratados com os países fronteiriços ao Brasil
foram ratificados há tempos. Também não têm ocorrido reivindicações fronteiriças de
nações vizinhas.

O Brasil é dividido politicamente em 26 estados mais o DF, totalizando 27 unidades


da Federação (UFs). Os maiores estados são Pará, em segundo lugar, com 1.247.689 km²,
e Amazonas na liderança, com 1.570.745 km². O nosso menor estado é o Sergipe, sendo
o DF, porém, já que não é um estado propriamente dito, a menor unidade da Federação
(com 5.802 km²).

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O Brasil possui cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Essa
configuração atende a uma divisão do IBGE de 1969, a qual levou em conta similaridades
humanas e naturais entre os estados para o agrupamento em regiões. Observe alguns dados:
• MAIOR REGIÃO: Norte (45,2% do território nacional);
• REGIÃO COM MAIOR NÚMERO DE ESTADOS: Nordeste (com 9);
• MAIOR POPULAÇÃO: Sudeste (perfazendo em torno de 42% população do Brasil em
2021, com mais de 87 milhões de habitantes).

Vale destacar que os estados brasileiros podem se desmembrar internamente em outros


menores, bastando haver a aprovação pela Câmara dos Deputados e a consulta à população
envolvida. Mas eles não podem se destacar do Brasil para formar outro país. Esse tema,
inclusive, é abordado no livro Novos estados e a divisão territorial do Brasil: uma visão
geográfica, de autoria do geógrafo José Donizete Cazzolato, de 2011. Embora tenha mais
de 10 anos da edição desse trabalho várias propostas seguem de pé, tais quais a da divisão
da bhai , do Piauí, entre outras UF’s nacionais.

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Importa-nos entender que o pleito que neste sentido fora levado mais adiante deu-se
no Pará, em 2011, quando sua população, em plebiscito, NÃO ACEITOU a fragmentação
em três outros estados: Carajás, Tapajós e Pará (capitais em Marabá, Santarém e Belém,
respectivamente). Tal querela, vale o destaque, em 2021, novamente ganhou impulso,
mas não obteve respaldo considerável. Mesmo assim, em provas de concursos que versem
sobre este tema da divisão do Pará, não esqueçam que essa divisão foi é a mais avançada
em termos nacionais em tempos recentes, ok?
Segue mapa abaixo rejeitado no referendo:

1
Pleito Divisão: estado do Pará em 2011.

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Em 2022, o Brasil possuía 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios são: Minas
Gerais (853) e São Paulo (645). Na rabeira, temos Roraima, com apenas 15, e o Amapá, com
16 municípios.
O Distrito Federal não é um Estado, mas sim uma unidade da Federação, tendo
apenas Brasília (a Capital Federal) como seu único município.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Transporte de Cargas no Brasil em 20222
O Sistema de transporte de cargas no Brasil é, via de regra, muito desequilibrado.
Vigorando desde 2005 como um plano de Estado, e não de Governo, o PNLT – Plano
Nacional de Logística de Transportes – visa promover um melhor reequilíbrio entre
os modais, alçando metas de eficiência em logística, com redução de custos e da
emissão de poluentes, além do incrementar a segurança.
Uma análise simples em nossa matriz de transportes revela que o meio
rodoviário ainda predomina no total de cargas (peso) transportadas no país. Tal
meio (rodoviário) de transporte leva em torno de 60% de toda a carga. Os principais
produtos transportados pelos mais de 1,4 milhão de quilômetros de estradas
brasileiras (nessa que é a segunda maior malha do mundo) são derivados de petróleo,
soja, milho, farelo de soja, alimentos (industrializados, ou não) e bens de consumo
manufaturados diversos. Vale destacar que a presença do rodoviário vem sendo
reduzida, embora de forma lenta, tendo atingido, na década de 1980, quase 80%
de toda a carga transportada no país.
As vantagens do meio rodoviário estão na capacidade de se entregar produtos
porta a porta, o que não ocorre no meio ferroviário, pois os trens param em terminais,
o aquaviário em portos e os aeroviários em aeroportos. Veja o exemplo da soja: todo
grão que sai da porteira das milhares de fazendas plantadoras é escoado exatamente
por caminhão. Se, por opção das empresas, a soja seguir após os caminhões por outro
modal, tem-se o que se chama de transbordo. A implementação de uma estrada é
também mais barata e rápida, daí a preferência de governos desenvolvimentistas
anteriores, como Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek, por este modal (tipo)
de transporte. Como externalidades, tem-se o maior custo de manutenção das
estruturas que se precarizam muito facilmente, a poluição ambiental dos gases
pesados e tóxicos emitidos pelos escapamentos a diesel e o maior número de mortes

2
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 10/12/2019.

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em acidentes que nos outros modais. Em maio de 2018, uma greve de quase um mês
dos caminhoneiros praticamente parou o país. Tal paralisação revelou o tamanho da
dependência deste meio de transporte no Brasil. Estima-se que em torno de 60% dos
caminhoneiros no país trabalhem em empresas, não sendo autônomos, portanto. A
essa prática de parada de serviços por parte de empresas dá-se o nome de lockout,
proibido tanto na CLT – Consolidação de Lei Trabalhistas quanto na Lei de greves.
O segundo meio de transporte mais utilizado no Brasil para cargas é o ferroviário,
com algo em torno de 20% do total transportado por 30.000 km de ferrovias.
As vantagens diretas na utilização do modal ferroviário estão relacionadas a sua
eficiência, pois os trens transportam uma imensa quantidade de carga com baixo
consumo de combustível, baixa emissão de poluentes e níveis altíssimos de segurança,
além de requerem pouca manutenção nas estruturas, principalmente nos trilhos. A
externalidade observada, contudo, reside no alto custo para se construírem novas
ferrovias e sua implementação em geral (custo também dos trens).
Vencer terrenos irregulares e fazer curvas acentuadas não é o forte dos trens.
Atualmente, as 13 linhas férreas do país são administradas por concessões que
duram em média 35 anos, sendo, contudo, livre o direito de passagem a trens que
não pertencerem à concessionária do trecho. O minério de ferro responde por 80%
do total de cargas transportado pelos trilhos no Brasil. Em 2019 haverá o leilão do
trecho que liga Goiás ao Porto de Santos pela ferrovia Norte-Sul.

DICA
Recomendo, caro(a) aluno(a), que para se informar melhor
sobre este tema, promova a leitura do link abaixo, retirado
da versão online do jornal de Goiânia, o Popular:
https://abifer.org.br/ha-mais-de-tres-decadas-sendo-
construida-ferrovia-norte-sul-so-tera-uso-apos-2020/

Em seguida vem o meio de transporte aquaviário, o qual responde por algo


em torno de 10% do transporte de cargas no Brasil, tendo sido aumentada esta
participação ao longo das últimas décadas por meio, principalmente, das iniciativas
promovidas pelo PNLT. A carga transportada internamente pelas hidrovias do país
se encontra atualmente na casa dos 20% na soja; 15% de petróleo; 12% de areia, o
milho representando 10% e o minério de ferro outros 10%. Um dado interessante
é que mais de 40% desse transporte se dá dentro do próprio estado, com destaque
para as operações deste tipo promovidas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Pará e
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Amazonas. Para esses dois últimos estados da Região Norte, vale ressaltar, embora
este texto não seja sobre transporte de passageiros, que o modal aquaviário também
leva muitas pessoas e uma imensa gama de produtos (mudanças, por exemplo,
algo impensável no Centro-Sul do Brasil, que são feitas por barcos). São estados
(principalmente o AM) que não têm expressivas ligações rodoviárias, mas que
possuem rios caudalosos, largos e morosos que auxiliam no transporte aquaviário.
As vantagens do transporte aquaviário residem na sua amplificada capacidade
de carga e custos baixos para o operador. As externalidades são a construção de
hidrovias seguras e, se necessário, de eclusas (um processo muito caro), a ocorrência
de acidentes (principalmente no transporte de passageiros) e a dificuldade de se
chegar a pontos diversificados do território brasileiro. O ideal para o transporte
aquaviário é que se consiga implementar uma logística eficiente para a realização
do transbordo (troca de modal).
No Brasil, uma modalidade de transporte por barcos que esteve relegada em
décadas anteriores vem ganhando força ao longo dos últimos anos: o transporte por
cabotagem, ou seja, quando se leva a carga entre portos marítimos, praticamente
margeando a costa. Os portos e as embarcações no Brasil, na verdade, vêm se
adaptando a essa eficiente modalidade de transporte de cargas.
Por fim, em relação ao aquaviário, destaco que mais de 90% do comércio global
atualmente se deve ao transporte aquático em grandes navios, sejam estes de
contêineres, sejam de graneleiros.
Por último vem o transporte aéreo de cargas, muito importante à medida que,
embora leve algo em torno de apenas 5% das cargas no Brasil, ao somarmos os valores
dessas cargas, tem-se algo em torno de 25% de todos os valores transportados no
Brasil. O modal aeroviário é, de fato, muito eficiente quando se precisa levar cargas
perecíveis (alimentos, flores) ou com alto valor agregado, em que o custo mais alto
do transporte, comparado aos outros meios, compensa.
TEXTO COMPLEMENTAR
A Produção de Energia Elétrica no Brasil em 20223
O Brasil é um dos grandes produtores de eletricidade do Mundo. Nosso gigante
parque de produção de energia elétrica possui alta diversificação, e, principalmente,
uma base em matriz limpa: AS HIDRELÉTRICAS.

3
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, 05/12/2021.

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Atualidades Brasil
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Das cinco maiores unidades em atividade no Mundo, simplesmente duas, Belo


Monte e Itaipu, aqui estão localizadas. Ocorrem dentro desse parque algumas outras
peculiaridades. Vejamos abaixo as principais:
Em termos gerais, a nossa produção de energia elétrica se situa em torno de
82% (dados de 2021) de fontes renováveis. Veja os números abaixo:
hidrelétrica: 62%;
eólica: 11%;
termelétricas a biomassa: 8%;
Acrescenta-se, contudo, à nossa matriz energética, mais 13% de termelétricas,
1,5% nuclear, e o restante, em torno de 5%, de energia hidrelétrica importada -
basicamente proveniente do Paraguai por meio da Usina de Itaipu.
As Hidrelétricas
Em se comparado ao Brasil, são poucos os países no Mundo que detém uma
proporção tão elevada em suas matrizes energéticas totais baseadas em hidrelétricas.
O nosso parque hidrelétrico, o qual esteve outrora e quase integralmente concentrado
na parte Centro-Sul do Brasil além do Vale do Rio São Francisco, agora segue rumo
o Norte e se dispersa. As grandes estruturas, como as usinas de Paulo Afonso-BA
e de Itaipu-PR, permanecem, mas o direcionamento do sistema elétrico nacional
atual evidencia a subida de novas estruturas que se apropriam dos rios amazônicos.
Assim, nascem ao longo das últimas décadas gigantescos projetos, como Jirau e
Santo Antônio, em Rondônia; e Tucuruí e Belo Monte, no Pará. Aliás, esta última
usina, em pleno funcionamento, é uma das maiores usinas do Brasil e do mundo em
termos de produção total de energia quando atinge o seu ápice. Ao todo, em 2021,
temos 219 usinas hidrelétricas em funcionamento no Brasil.
Em auxílio a essas estruturas, temos as PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas –
e as Centrais Geradoras. Para estas últimas estruturas, tão pequenas, é interessante
perceber que elas não chegam a constituir barragem, assim, possuem um licenciamento
ambiental muito mais simplificado que o das grandes estruturas.
Ordem por tamanho de projeto: HIDRELÉTRICAS > PCH > CENTRAIS GERADORAS.
Abaixo, em homenagem ao Dia Mundial da Água de 2023, comemorado todo dia
22 de março, um infográfico com dados recentes sobre a geração de energia por
fonte hidráulica no país é apresentado pela Agência Nacional de Energia Elétrica -
ANEEL. Veja:

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O Parque Eólico
A força dos ventos se consolida como a terceira maior fonte de geração de energia
elétrica no país. Em fins de 2022, mais de 750 parques eólicos se encontravam em
operação no território brasileiro, com mais de 10 mil torres eólicas, um número que
não para de crescer. De acordo com o Global Wind Energy Council (GWEC), o Brasil
ocupa a sétima posição no ranking mundial de geração eólica. O ano de 2021 foi
o de maior incremento em potência instalada de produção de energia em toda a
nossa história, atingimos a cifra histórica de mais de 11% de energia elétrica total
produzida pelos ventos

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O destaque da geração eólica para a produção de eletricidade fica com a região


Nordeste, que sozinha responde por cerca de 90% da capacidade instalada. São na
região as quatro usinas que romperam juntas a marca dos 20 GW: Ventos de Arapuá
1, 2 e 3 (Paraíba), Chafariz 4 (Paraíba), Filgueira II (Rio Grande do Norte) e Ventos de
Santa Martina 11 (Rio Grande do Norte).
Mais de 12 GW de novas eólicas já foram outorgados pela Aneel, distribuídos em
353 empreendimentos. Destes, 170 já estão em construção. A expectativa é que a
geração eólica alcance a marca de 25 GW nos próximos dois anos.
Predominantes em regiões de vegetação baixa, como o centro da Bahia, ou o
litoral do Nordeste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante favorecida,
a energia eólica se utiliza da energia de movimento do vento para produção de
eletricidade. Um princípio simples, mas que requer implementações tecnológicas.
Em quase ¾ das UFs nacionais o eólico já tem presença e não para de crescer.
Termelétricas
Incentivos ao emprego de termelétricas, sobretudo as com uso de biomassa,
buscam diversificar a matriz energética elétrica, que até 2006 tinha 83,2% de sua
potência composta por hidrelétricas. Licor negro (resíduo da produção de papel)
e bagaço de cana são as principais fontes de biomassa (renováveis). Gás natural e
derivados de petróleo são as fontes fósseis mais comuns (não renováveis).
Dentro do mapa nacional de termelétricas, tem-se termelétricas por todo o
país, contudo, aqueles que se utilizam de biomassa estão no Centro-Sul; as que
queimam gás natural e petróleo (fontes não renováveis e poluidoras), em regra estão
na Amazônia. As termoelétricas servem como subsidiárias ao parque hidrelétrico.

TEXTO COMPLEMENTAR
Brasil: Crise Hídrica e Energética 2021. Contextos4
Caro aluno, para entender de forma simplificada o contexto que envolveu a
mais recente crise hídrica de 2021, a qual resultou em consequências na produção
de energia elétrica no país, vamos nos ater inicialmente aos pontos seguintes, e
explicarei, prometo, de forma simplificada:
1. A produção de energia no Brasil é fundamentalmente baseada na força das
hidrelétricas, com 70 por cento de toda a capacidade de produção de energia elétrica
instalada oriunda da força das hidrelétricas.

4
Por: Prof. Luis Felipe, em 15/09/2021.

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Hidrelétricas são consideradas fontes limpas de produção de energia, pois


na geração diária não ocorre produção direta de gases de efeito estufa, também
renováveis, à medida que a água é um recurso natural renovável.
2. As hidrelétricas nacionais dependem (e cada vez mais) de rios de planalto que
nascem na região central do Brasil e possuem regimes de alta variação em sua força
(e quantidade de água). Ou seja, são rios altamente sujeitos ao regime de seca que
impera no país entre os meses de abril a outubro.
3. A gradual substituição da energia oriunda de hidrelétricas por termoelétricas
torna a energia mais cara.
4. O período de seca se tornou mais severo. Muito disso, bem verdade, por causa
da escalada de desmatamento que acomete o Brasil ao longo das últimas décadas
e, também, em função de fatores de circulação atmosférica global.
O Brasil, historicamente, atrelou seu parque de produção de energia elétrica
às hidrelétricas. Somos um país de rios com bom regime de chuvas e expertise na
construção dessa modalidade de produção de energia, isto desde a entrada do século
passado. Tal movimento em torno de construção de hidrelétricas projetou um parque
nacional com mais de 60 hidrelétricas de grande porte - algumas delas constam
entre as maiores do mundo em capacidade total instalada, tais quais: Itaipu (que
é binacional, com produção compartilhada com o Paraguai) e Belo Monte, no Pará.
A questão crucial acerca desse modelo considerado limpo de produção de energia
(pois não emite diretamente gases de efeito estufa) e renovável (pois se utiliza
da água, um recurso renovável) é exatamente a necessidade de abastecimento
dos reservatórios. Vamos entender bem essa questão: a força das águas contidas
nos reservatórios movimenta as turbinas das hidrelétricas. Em sua origem, os
reservatórios são constituídos pelas alterações em cursos de rios que são canalizados
com vista a formar o reservatório. Ao ser realizada essa engenharia, os reservatórios
passam a existir e alimentar-se, em boa parte, pela água das chuvas. São as águas
que caem do céu percorrendo internamente os solos (níveis basais) e os aquíferos,
ou que percorrem o nível superficial, também, claro, a água que incide diretamente
em cima do reservatório, que o alimenta. Vejam bem: as chuvas atuam de diversas
maneiras na formação e manutenção dos reservatórios.
É aí que mora o perigo: os reservatórios não vêm conseguindo ser abastecidos
a contento, visto que nossas hidrelétricas se concentram no Brasil Central e a seca
vem sendo mais severa ano após ano nessa parte do país. Em 2021, vivemos a maior
escassez hídrica em 91 anos, assim, os reservatórios esvaziaram acima do normal,
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não havendo, logicamente, reposição hídrica. Não entrou água no solo nem correu
água de forma superficial, também não choveu em cima da lâmina de água de nossos
reservatórios. Alguns deles operaram no limite em meados de 2021, sendo que
outros se utilizaram do chamado “nível morto”, acarretando, portanto, um maior
esforço das turbinas para a produção de energia.
Outro ponto crucial acerca da crise hídrica reside no fato de que, em regra, os
rios que constituem os reservatórios em sua origem e auxiliam na manutenção dos
reservatórios ( junto, tal qual visto, à chuva incidente) nascem exatamente no Brasil
Central. Caso emblemático é o Rio Xingu, que alimenta a megausina hidrelétrica de
Belo Monte, no Pará. Esse grande e belo curso hídrico nasce nas serras do Mato Grosso,
região que anualmente passa por evento de seca sazonal (entre maio e setembro).
Sendo assim, no período de seca, a força de suas águas diminui consideravelmente
e produz-se menos energia. O solo não é abastecido, muito menos os reservatórios,
e os rios ficam menos caudalosos. A usina, portanto, fica ociosa à medida em que
ocorre menos chuva.
Assim, essa conjunção de fatores, ou seja, a seca e a concentração de rios que
abastecem as maiores hidrelétricas no Brasil Central, transformaram um sistema
gigante em pouco eficiente à medida que seus reservatórios pereceram. Para
amenizar a situação, o Governo Federal passou a suprir a demanda energética por
meio das termoelétricas, que são unidades de produção de energia que queimam
combustível e/ou biomassa (preferencialmente cana), o que torna a energia mais
cara e menos eficiente do ponto de vista ambiental.

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Funcionamento de uma usina hidrelétrica:

Concentração das hidrelétricas no Brasil por produção:

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Funcionamento de termoelétricas:

1.2. A POPULAÇÃO BRASILEIRA

DADOS GERAIS
Para falarmos sobre a população brasileira, vale lembrarmos inicialmente de dois pontos
fundamentais que aprendemos na escola, os quais remetem-nos às prazerosas aulas de
Geografia, são os conceitos de POPULOSO e POVOADO.
POPULOSO: remete à população absoluta de um determinado lugar: o número
total de habitantes. Dentro desse contexto, se comparamos o Brasil a seus pares, ou seja,
aos outros países do Globo, veremos que temos a 6a maior população do mundo (fomos
ultrapassados pelo Paquistão, ao que tudo indica). Assim, o Brasil pode ser considerado
um país populoso.

No longínquo ano de 2019, os meios de comunicação destacaram que provavelmente


havíamos caído do 5º para o 6º lugar no ranking populacional global. Vale destacar, que
nesse meado de 2023 finalmente o Censo do Brasil realizado decenalmente pelo IBGE foi
publicado, isso depois de uma atraso de 3 anos. Essa previsão se confirmou, ou seja, que o
Brasil perderia a 5a posição global em termos populacionais totais. Nós realmente fomos
ultrapassados após décadas sendo a 5ª maior população global. O Brasil perde o posto,
e desce, porém não apenas uma posição. Nossa população se aninha em 7º lugar no
ranking dos países mais populosos do mundo. Como se previa, fomos ultrapassados
por Paquistão e, surpreendentemente, também pela Nigéria.

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Veja a lista dos países mais populosos do mundo (2023)5:


• 1º. ÍNDIA – 1,43 bilhões;
• 2º. CHINA – 1,42 bilhões;
• 3º. EUA – 339 milhões;
• 4º. INDONÉSIA – 277 milhões;
• 5º. PAQUISTÃO – 239 milhões;
• 6º. NIGÉRIA – 223 milhões;
• 7º. BRASIL – 203 milhões.
Dados sobre o Censo 2022:
• A população do país chegou a 203,1 milhões em 2022, com aumento de 6,5% frente
ao censo demográfico anterior, realizado em 2010. Isso representa um acréscimo de
12,3 milhões de pessoas no período.
• De 2010 a 2022, a taxa de crescimento anual da população do país foi de 0,52%.
Trata-se da menor taxa desde o primeiro Censo do Brasil, em 1872.
• A região Sudeste tem 84,8 milhões de habitantes, o que representa 41,8% da população
do país. Os três estados brasileiros mais populosos - São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro - concentram 39,9% da população brasileira.
• A região Centro-Oeste é a menos populosa, com 16,3 milhões de habitantes, ou 8,0%
da população do país.
• Em 2022, as concentrações urbanas abrigavam 124,1 milhões de pessoas, 61%.
• Cerca de 44,8% dos municípios brasileiros tinham até 10 mil habitantes, mas apenas
12,8 milhões de pessoas, ou 6,3% da população do país, viviam em cidades desse porte.
• Dentre as 27 capitais de estado (se levarmos em conta Brasília como capital do DF),
10 tiveram queda em sua população. Isso é um fato inédito, visto que no CENSO 2010
nenhuma capital havia até então perdido população em décadas.

5
https://population.un.org/wpp/

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Abaixo apresento-lhes gráficos/mapas mentais que elucidam alguns dados colhidos


pelo CENSO 2023:

Notem que a população brasileira cresce em ritmo acelerado até a década de 70. Após
esse período, considerado como sendo de EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA, vem a fase demográfica
seguinte, denominada como TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA.

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As perdas populacionais em capitas se deram em todas as regiões, menos a Centro-Oeste.


São Paulo, a nossa maior cidade, perdeu enorme fôlego de crescimento. O Rio de janeiro,
segunda maior cidade e capital até 1960 ,inicia uma fase de perda de população na cidade.

O Brasil vive hoje uma fase demográfica do tipo Transição Demográfica (fase pós-Explosão
Demográfica, onde as taxas de nascimento caem drasticamente se comparadas ao período
anterior de explosão na fecundidade), ainda assim, justiça seja feita, podemos exaltar um
crescimento populacional razoável, mesmo que baixo. Contudo, e isso é loguinho, loguinho,
meu povo, acreditem em mim, o nosso país ingressará em sua fase final de transição para
estrear, de imediato, um novo estágio demográfico. Inaugurará fase demográfica de total
estabilização do crescimento populacional.
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Isso significa que as nossas taxas de fecundidade, que caem bastante, não conseguirão
promover índices minimamente vigorosos de crescimento vegetativo populacional. Na
década seguinte, de 2030, estabilizaremos. Fiquem atentos! Deixaremos, então, a Explosão
Demográfica lá para os anais da história, e a Transição Demográfica como lembrança de um
passado recente, porém encerrado e sem mais nenhum reflexo prático. É desse modelo!
Assim, o que se prevê (e com imensa chance de se realizar), em prazo médio de até, mais
ou menos, pouco antes do ano 2050 (talvez em 2047, ou, no máximo 2048) é que o início
de um processo de depressão populacional ganhará lugar no Brasil caso sejam mantidas
as atuais tendências. E sobre essas tendências trago péssimas notícias: não há qualquer
chance de alteramos nosso destino demográfico. Com 99% de chance, nosso destino está
traçado, e antes de 2050 já estaremos, segundo o IBGE, perdendo população.
As saídas são difíceis e residem, de um lado, em um projeto estatal (o qual não deu certo
em quase nenhum país desenvolvido) que consiga promover o estímulo à natalidade com
aportes financeiros robustos e benesses várias aos pais e mães; na outra ponta, com o
mesmo intuito de vencer a queda populacional, estimular a entrada de imigrantes.
Desculpem, mas é até engraçado pensar que, ao menos em tese, um pouco menos de
brasileiros não faria mal a ninguém. Mas do ponto de vista prático-estrutural-econômico-
realístico é uma tragédia um país perder população. Uma depressão populacional, tal qual
atualmente mais de 20 países experimentam ao redor do globo, representa um franco
envelhecimento da população e a incapacidade de se ter renovada a força de trabalho.
Uma sociedade quando vive a depressão demográfica murcha, envelhece, não se renova e,
por conseguinte, empobrece.

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Brasil. População por estados segundo o Censo 2023: números absolutos, variação no
crescimento anual e países comparados.

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Percebam acima que, diferentemente das capitais de estado tal qual vimos na tabela
apresentada logo acima, onde, em alguns casos, perderam população no interstício 2010-
2022, todas Unidades da Federação tiveram crescimento populacional (mesmo que mínimo).
As que mais cresceram foram Roraima (41%), justificado em grande parte pela massiva
entrada de imigrantes venezuelanos, principalmente ao longo dos últimos 5 anos, onde,
estima-se, já perfizeram em torno de 20 por cento do total da população da Unidade da
Federação e Santa Catarina, em segundo lugar. A U.F que menos cresceu foi Alagoas, com
apenas 0.2% de crescimento total, muito em função da baixíssima força de sua economia.
Alago-as, inclusive apresenta um dos maiores indicadores de população local que evadiu a
Unidade da Federação, ou seja, possui alto saldo migratório negativo.

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Brasil – Densidade Demográfica (2019):

Note haver no mapa anterior, acerca de nosso povoamento relativo, uma nítida
concentração populacional na fachada litorânea (faixa que vai do litoral a mais ou menos
150-200 km em direção ao interior). Fora isso, os pontos no interior do Brasil que possuem
alto índice de adensamento são os chamados Enclaves Territoriais.
Enclaves e Anecúmenos
Os Enclaves Territoriais são estruturas artificialmente criadas, como cidades, polos
industriais e até estradas, entre outros. Não importando sua classificação, o que determina
ser um enclave é o fato de que ao surgirem a fórceps dentro dos espaços (incentivadas,
em regra, pela iniciativa estatal), os enclaves passam a atrair para áreas onde não havia
qualquer desenvolvimento, ou para lugares onde havia um baixo nível de desenvolvimento.
Há uma gama de fatores de indução ao desenvolvimento: capital, pessoas, bens, serviços.
Dois exemplos clássicos de enclaves no Brasil são: Brasília e a Zona Franca de Manaus,
enclaves indutores e de enorme sucesso em termos de desenvolvimento e de atração
populacional, podendo ser estes bem percebidos no mapa de Densidade Demográfica
mostrado anteriormente. São os pontos bastante avermelhados, ou seja, de alto adensamento,

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e que se revelam, em contraste à grande parte interior de nosso território, como ilhas em
meio a regiões praticamente remotas.
Para finalizar, vale destacar que o Brasil possui áreas em ANECÚMENOS, ou seja, em
partes de um território onde os fatores naturais são impeditivos ao desenvolvimento
humano. Os desertos, as áreas congeladas e partes alagadas e as selvas são exemplos
globais neste sentido. Em nosso país, temos a Floresta Amazônica e, em menor escala, o
Pantanal. O semiárido nordestino, com a vegetação da Caatinga, não é um exemplo claro
de anecúmeno, mas sim uma zona de repulsa territorial, visto ser, por incrível que pareça,
o semiárido mais habitado do mundo, com algo em torno de 23 milhões de e habitantes.

1.2.1. A EVOLUÇÃO DA DEMOGRAFIA BRASILEIRA E SEU ATUAL MOMENTO

Criado em 1938, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – realiza, a cada


decênio (desde 1940), o Censo Demográfico: contagem da população que nos traz uma
radiografia precisa acerca de uma gigantesca gama de fatores humanos e sociais de nosso
imenso país e de sua população. Nos períodos entre censitários, o Instituto promove
amostragens anuais com vistas manter atualizada a contagem decenal, o PNAD – Pesquisa
Anual por Amostra de Domicílio.
Em 2020, o IBGE mais uma vez realizaria o Censo decenal (o último foi em 2010. Contudo,
contingenciamentos de recursos e, principalmente, as dificuldades impostas pela Covid
fizeram com que os trabalhos fossem adiados.
Em função das orientações do Ministério da Saúde relacionadas ao quadro de emergência de
saúde pública causado pela COVID-19, o IBGE decidiu adiar a realização do Censo Demográfico
para 2021. A decisão levava em consideração a natureza de coleta da pesquisa, domiciliar e
predominantemente presencial, com estimativa de visitas de mais de 180 mil recenseadores
a cerca de 71 milhões de domicílios em todo o território nacional.
Considere, além disso, a impossibilidade de realização, em tempo hábil, de toda a cadeia
de treinamentos para a operação censitária, cuja primeira etapa se iniciaria em abril de
2020, de forma centralizada, e posteriormente replicada em polos regionais e locais até o
mês de julho.
Para a realização da operação censitária em 2021, o IBGE estabeleceu formalmente com
o Ministério da Saúde o compromisso de realocar o orçamento do Censo 2020 em prol das
ações de enfrentamento ao coronavírus mantidas pelo Ministério.
Eis que uma outra reviravolta ocorre e o Censo, que seria realizado inicialmente em 2020
(seguindo tradição histórica de realização do macrolevantamento a cada decênio), após

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ser adiado em 2021, sofre outra mudança. Com a justificativa emanada pelo Ministro da
Economia, Paulo Guedes, de não haver dinheiro, o Censo começou a ser realizado somente
em 2022. Mais uma vez, o Censo foi adiado tendo seus primeiros resultados vindo a baila
somente em meados de 2023. Gradativamente os dados vêm sendo desde Julho de 2023
divulgados. Estiam-se que essa demora em realizar o Censo e a falta de propagandas efetivas
do governo federal com vistas a estimular a participação da população no recenseamento fez
com que em torno de um milhão de residencias simplesmente se negarem a abrir as portas
para os recenseadores. Assim é bem possível que a população total do Brasil, calculada em
203 milhões esteja, bem verdade, na casa dos 207 milhões.

O Brasil chegou ao ano de 2023 com a seguinte taxa de crescimento populacional,


segundo dados do mais recente CENSO:
• Crescimento populacional no Brasil entre 2015-2019: 0,7% ao ano (e em queda).

Obs.: A atual fase de crescimento populacional do Brasil é denominada como sendo


de TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA, tal qual vimos mais acima. Em 2022, o nosso
crescimento populacional foi de 0.5% a. a. Tal indicador não pode jamais ser
considerado alto se comparado em termos globais. Ao contrário, nossa população
cresce menos que a média global (que cresce a 1.2% a. a.) e menos que quase todos
os países da América do Sul (inclusive menos que a Argentina e Paraguai). Tenham isso
em mente, caro (a) aluno (a) pois vai cair em PROVAS !!!! Ah, vale destacar, também
crescemos menos atualmente que o Canadá e também que os EUA. O Brasil segue
uma rota de países abastados, ou seja, de redução nos indicadores de crescimento
populacional, principalmente impulsionados pela queda na natalidade.

EM relação a outros dados demográficos importantes abaixo, tal qual envelhecimento


da população, expectativa de vida, vale destacar que os levantamentos não vem do CENSO,
pois o mesmo não divulgou tais dados, mas sim das mais recentes informações emanadas
pelo IBGE por suas pesquisas por amostragem e , assim que forem divulgados mais dados
do Censo, trarei para vocês atualizados, ok? Mas sigam comigo!
• BRASIL: População com mais de 65 anos (2020): 9.4%.
Embora a sociedade brasileira não possa ser considerada ainda uma sociedade tipicamente
envelhecida, a população brasileira se encontra em rota acelerada de envelhecimento.
BRASIL: Expectativa de vida média da população brasileira: Em 2021, A EXPECTATIVA
MÉDIA DE VIDA DO BRASILEIRO ERA DE 77 ANOS. Destaco que este indicador precioso
só vem crescendo ao longo das últimas décadas. Em países desenvolvidos, contudo, a
expectativa média de vida já se encontra na casa dos 80 anos.

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Segundo o IBGE, no Distrito Federal, Santa Catarina e São Paulo (as unidades da Federação
com maior IDH), a expectativa de vida já se encontra superior aos 80 anos.
• BRASIL: Taxa de fecundidade: 1,7 filho por mulher.
A taxa de fecundidade representa o número médio de filhos por mulher em idade adulta
(15-49 anos). Ela é considerada repositiva quando se encontra acima de dois filhos por
mulher. No Brasil este indicador é não repositivo há mais de uma década (e nem em mais
de 70 países), segundo a ONU.
É importante compreendermos que à medida que ocorre um padrão comportamental,
o qual vem desde a década de 1980 (quando saímos da EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA para
TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA), onde a contínua REDUÇÃO DA NATALIDADE é evidente em nossa
demografia, há também uma consequente queda nesse indicador.

2. PARTE
PARTE II – ATUALIDADES BRASIL: POLÍTICA, ECONOMIA E
FATOS

2.1. A POLÍTICA BRASILEIRA

INTRODUÇÃO
Forma de governo: republicana.
Sistema de governo: presidencialismo.
O Legislativo Federal, com sede em Brasília, adota o modelo bicameral. Na Câmara dos
Deputados, a composição é determinada pelos chamados representantes do povo, em
número de 513 parlamentares. Lá, busca-se atender a uma representatividade que seja
proporcional à população de cada unidade da Federação. São Paulo, nosso estado mais
populoso, com 45 milhões de habitantes, possui 70 cadeiras na Câmara Federal. Já Roraima,
Acre e Amapá, todas Unidades da Federação com menos de 1 milhão de residentes, possuem
8 deputados federais cada. É interessante notar que a proporção de deputados em estados
com pequena população acaba sendo a estes bem mais favorável quando comparada aos
estados de grandes contingentes populacionais, como São Paulo. Há, portanto, distorções
neste modelo representativo proporcional adotado na Câmara Federal.
Já o Senado Federal, a outra casa do Congresso Nacional, é composto por parlamentares
representantes das Unidades da Federação que foram eleitos para mandato de 8 anos,
em número de três senadores por cada UF. Assim, em um total de 27 UFs, são 81 senadores
no Brasil.
Artur Lira (PP-AL) é o Presidente da Câmara dos Deputados e segundo na linha de
sucessão presidencial. Já o Senado Federal é presidido por Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
sendo também o Presidente do Congresso Nacional. Os dois comandarão suas respectivas

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casas até fevereiro de 2025, tendo sido ambos reeleitos. Eles são expoentes da chamada
política do “centrão”, à qual o ex-presidente Jair Bolsonaro vinha buscando dar força e que
com Lula permanecem fortes no comando do Legislativo Nacional.

2.1.1. OS PARTIDOS EM 2023


Os partidos em 2023: Bolsonarismo e a força do PL, o Novo União Brasil e Federação
vencedora das eleições presidenciais (PT, Pc do B e PV).
Nos últimos dias de novembro de 2021, o ex-presidente Jair Bolsonaro, após 2 anos
sem partido, anuncia sua filiação ao PL, o Partido Liberal, congregação política de direita
e conservadora.
Bolsonaro foi Deputado Federal por sete mandatos, de 1991 a 2018. Concorreu à
Presidência pelo PSL em 2018 e obteve 57 milhões de votos, derrotando Fernando Haddad,
do PT. Em novembro de 2019, deixou o partido, anunciando a intenção de criar uma nova
legenda que nunca saiu do papel: a Aliança Brasil. Não criou a legenda e ficou alguns meses
sem partido, até se filiar ao PL e perder eleições de 2022
Em seu discurso realizado em 30 de novembro de 2021 ao ingressar no PL, o ex-Presidente
proferiu críticas à atuação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara e a políticas de
educação de outros governos. Disse também não estar se lançando candidato à reeleição.
Ou seja, mentiu, pois foi candidato. Veja um trecho:

Fiquei 28 anos dentro da Câmara dos Deputados, como alguns poucos aqui atingiram esse
tempo. Mas há uma semelhança muito grande entre nós. Ninguém faz nada sozinho. E tudo pode
acontecer. O futuro a Deus pertence. Aqui presente, além de vocês, pessoas maravilhosas, tem
outras que são excepcionais, que marcaram mais a nossa vida. Eu vim do PP, Partido Progressista
e confesso, prezado Valdemar, a decisão não foi fácil. Temos cada vez mais aberto um caminho
enorme para construirmos aquela nação que todos nós queremos. Quem tem andado pelo Brasil
vê cada vez mais, em qualquer lugar, as cores verde e amarela predominando e muito sobre o
vermelho. Isso é um sinal de fé, de confiança, de esperança, de honestidade, as cores da nossa
bandeira. Nós todos conseguimos fazer brotar do coração do brasileiro um sentimento de
patriotismo, de amor à pátria.

O União Brasil, o novo partido formado através da fusão do PSL com o DEM - e homologado
pelo TSE em fevereiro de 2022 – possuía 78 deputados já em sua largada, tendo, assim, a
maior bancada de deputados de 2022. Porém, a nova congregação perdeu membros em
função da debandada dos parlamentares ligados a Jair Bolsonaro e ao novo jogo de cadeiras
promovido nas eleições de 2022.
Segundo dados do TSE de maio de 2023, temos a seguinte composição na Câmara dos
Deputados:

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COMPOSIÇÃO: A maior bancada é a do PL, com 99 deputados, o que representa um


crescimento de 23%. Em seguida, vem a Federação formada por PT, PC do B e PV, que elegeu
80 deputados (68 são do PT). A 3ª maior bancada é a do União Brasil, com 59 eleitos. A
sigla que mais sofreu redução de representatividade na Câmara em 2022 foi o PP - elegeu
37 nomes em 2018 e estava com uma bancada de 58 deputados no ano passado, mas só
elegeu 47 de seus candidatos e caiu 11% no ranking das maiores bancadas, estando em 4º
lugar na lista.
PERFIL: O perfil médio dos deputados federais eleitos em 2022 seguiu o padrão dos
últimos anos. Em sua maioria, são homens, brancos, casados e ricos – com patrimônio
declarado igual ou superior a R$ 1 milhão. Candidatos autodeclarados pretos e pardos
representam 26% da nova composição da Câmara a partir de 2023 – crescimento de 10%
em 4 anos. Das 513 cadeiras em disputa, só 91 serão ocupadas por mulheres. A bancada
feminina cresceu 18% em relação à legislatura anterior, em 2018, eram 15%.
A idade média dos eleitos é de 50 anos e a idade mais comum é 46 anos. A maioria dos
deputados eleitos (150) tem entre 41 e 50 anos. Outros 120 eleitos têm de 51 a 60 anos.
No grupo dos mais jovens, 110 têm entre 21 a 40 anos, e na faixa etária de 61 a 87 são 108
eleitos. Sobre as declarações de etnia, 72,12% afirmaram ser brancos; 20,86%, pardos;
5,26%, pretos; e menos de 1% afirmou ser indígena. Outros 3 deputados (0,58%) disseram
ser amarelos e 1 não informou.
No Senado federal, na mesma data (maio de 2023) temos o seguinte quadro: pela primeira
vez em 25 anos, o Senado terá um novo partido como maior bancada da Casa. O PSD tem
16 senadores, seguido pelo PL, legenda do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, com
12 senadores - um salto de 12 senadores em relação ao início da legislatura anterior, em
2019, quando a sigla ainda se chamava PR.
O MDB, atual maior partido do Senado, entrou o ano de 2023 como terceira maior
bancada, seguido pelo União Brasil — com 10 e 9 senadores cada, respectivamente. O ano
de 1998 foi a última vez em que o MDB não iniciou os trabalhos como maior partido do
Senado. Na ocasião, a maior bancada era a do antigo PFL. Desde 1999, esse posto sempre
pertenceu ao MDB.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Financiamento de Campanhas no Brasil: o Fundão em 20226
Ao sancionar o orçamento da União para 2022, o Presidente Jair Bolsonaro
manteve o valor de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral, o chamado Fundão.
O Fundo Eleitoral é destinado aos partidos para financiarem a campanha política
das eleições. Inicialmente, o valor seria de R$ 2,1 bilhões, porém, durante a aprovação
do Orçamento no Congresso, subiu para R$ 4,9 bilhões.

6
Por: Professor Luis Felipe Ziriba, em 01/03/2022.

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O fundo de R$ 4,9 bilhões é mais que o dobro dos cerca de R$ 2 bilhões


empregados nas eleições de 2018 e de 2020. Seu nascedouro se encontra em 2015,
quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu vedar as doações eleitorais por
empresas. A partir de então, o financiamento de campanha no Brasil passou a ser
feito preponderantemente com recursos públicos, por meio do Fundo Especial de
Financiamento de Campanha (FEFC), apelidado como Fundo Eleitoral, ou FUNDÃO.
Contudo, isso não significa que não haja mais financiamento privado de
campanhas, uma vez que é permitido às pessoas físicas fazerem doações a seus
candidatos ou partidos de preferência. Nas eleições gerais de 2018, por exemplo,
19,4% das receitas eleitorais, o equivalente a R$ 1,1 bilhão, possuíram essa origem.
Os próprios candidatos também podem bancar parte de suas próprias campanhas.
Há, porém, limites e condições previstos na Lei da Eleições (Lei n. 9.504/1997) e nas
normas eleitorais aprovadas pelo TSE, que devem ser observados com cuidado pelo
candidato e pelo cidadão que pretende fazer uma doação.
Por mais estranho que pareça, o financiamento público de campanha e a proibição
de financiamento empresarial se encontra em absoluta congruência ao que ocorre
em democracias civilizadas, como França, Alemanha, Japão e Espanha. Aliás, mais
de 100 países no mundo adotam esse modelo de financiamento. Porém, o atual
aporte público brasileiro, de quase 5 bilhões de reais para as campanhas em 2022,
é considerado, em termos globais o maior, disparado. Vale, portanto, a reflexão.

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2.1.2. JAIR BOLSONARO E OS 4 ANOS DE GOVERNO

O INÍCIO
Eleito em segundo turno bradando um discurso: “contra tudo que está aí”, com
vantagem de mais de 10 milhões de votos (55,13% dos votos válidos) sobre o seu adversário,
Fernando Haddad (candidato do PT), o capitão reformado do Exército, Jair Bolsonaro, sai
do baixo clero da Câmara dos Deputados, a casa legislativa em que fora parlamentar por
quase 30 anos, para se tornar nosso 38º Presidente.
O núcleo ministerial mais radical de Jair Bolsonaro em sua origem, é (ou era) todo
composto por seguidores do filósofo Olavo de Carvalho - triunvirato ministerial envolvendo,
portanto, o Ministério das Relações Exteriores (Ministro Ernesto Araújo, demitido em fins
de março de 2021 e substituído por Carlos Alberto França); o da Família e dos Direitos das
Mulheres (Ministra Damares) e o da Educação. Nesta última pasta, Abraham Weintraub,
assume o cargo em abril de 2019 (após a demissão de Ricardo Velez), e sai do governo em

7
Em: https://www.poder360.com.br/congresso/brasil-e-o-pais-com-o-maior-gasto-publico-com-campanhas/
FONTE: Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e considera o orçamento dos fundos eleitoral e partidário.... Leia
mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/congresso/brasil-e-o-pais-com-o-maior-gasto-publico-com-
-campanhas/) © 2022 Todos os direitos são reservados ao Poder360, conforme a Lei n. 9.610/98. A publicação, redistri-
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meados de 2020. Em seu lugar assume, em definitivo, o Pastor Milton Ribeiro (também de
orientação conservadora).

A QUESTÃO DAS ARMAS

Jair Bolsonaro, seguindo promessa feita em campanha - onde seu gesto mais simbólico
era o de armas simuladas, com as duas mãos, promove (logo na largada de seu governo)
decretos facilitando a posse de armas. Contudo, em maio de 2019, viu-se que suas
pretensões armamentistas estavam, de fato, eivadas por inúmeras inconstitucionalidades,
embora fossem baseadas, importante destacar tal ponto, no referendo sobre a proibição da
comercialização de armas de fogo e munições, ocorrido no Brasil a 23 de outubro de 2005.
Tal consulta pública não aprovou o artigo 35 do Estatuto do Desarmamento (Lei n.
10.826, de 22 de dezembro de 2003). Tal artigo apresentava a seguinte redação:

Art. 35. É proibida a comercialização de arma de fogo e munição em todo o território nacional,
salvo para as entidades previstas no art. 6º desta Lei.

O referendo estava previsto e tinha data marcada no próprio Estatuto do Desarmamento.


Como resultado, 64% da população disse “não”, ou seja, deveríamos seguir podendo
comercializar armas e munições no Brasil, mas, de fato, não foi o que aconteceu. Meio
que de imediato, a partir deste referendo as decisões legislativas e do Executivo
federal sempre foram contra o armamento por parte da população civil. O resultado
do referendo em tela não foi acatado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-
2010) e o Brasil ao longo dos anos seguintes adotou uma política altamente refratária
a aquisição de armas de fogo pela população civil.
Eis que o Presidente Jair Bolsonaro, ao tomar posse, por meio de decreto personalista,
facilitou a posse de fuzis por parte da população civil interessada. Porém, a abertura (e
facilidades) por parte da população brasileira para adquirir armas ainda segue para ser
analisada mais profundamente em primeira instância pelo Congresso Nacional.

Acerca da facilitação da aquisição de armas de fogo para a população, premissa de campanha


que foi arduamente perseguida por Jair Bolsonaro, tais medidas emanadas pelo Executivo
federal desde a posse do ex-Presidente vêm sofrendo um severo controle por parte do
Ministério Público Federal – órgão moderador que emitiu uma série de questionamentos
sobre isso. Destacou, por exemplo, em outubro de 2019, via nota técnica, parecer em

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que considera evidente que a flexibilização da aquisição de armas por policiais terá como
resultado uma enorme facilitação ao desvio de armas para milícias.
As tratativas acerca de flexibilizar o armamento para a sociedade civil seguem em curso.
Bolsonaro, em reunião ministerial divulgada em rede nacional, deixou claro perseguir a intenção
de armar toda a população (segundo suas próprias palavras). Os decretos armamentistas
que o Presidente editou na entrada de 2021 são os mais sérios e contundentes desde que
assumiu o governo e vêm sendo analisados pelo Congresso Nacional, mas já possuem vigor
a partir de abril de 2021.

Os Decretos n. 10.627/2021, 10.628/2021, 10.629/2021 e 10.630/2021, que modificam


o Estatuto do Desarmamento, foram publicados em edição extra do Diário Oficial da União
na noite do dia 12 de fevereiro de 2021, entrando em vigor em 60 dias.
As novas normas aumentam de quatro para seis o número de armas de fogo que um
cidadão comum pode comprar e autorizam pessoas com direito ao porte de carregarem
até duas armas de fogo ao mesmo tempo – antes o porte era concedido para uma arma
específica, sem definir a quantidade.
Outra mudança permite que profissionais com direito a porte de armas, como integrantes
das Forças Armadas e das polícias e membros da magistratura e do Ministério Público,
possam adquirir até seis armas de uso restrito, como rifles e submetralhadoras.
Os textos também ampliam o acesso de colecionadores, atiradores e caçadores (CACs)
a armas e munições sem a necessidade de autorização do Exército: até 60 armas para
atiradores e até 30 para caçadores. Os CACs passam ainda a ter direito de comprar, por
ano, insumos para recarga de até 2 mil cartuchos para armas de uso restrito e até 5 mil
cartuchos de armas de uso permitido.
Nessa baila, o número de aquisições de armas regulares por cidadãos no Brasil cresceu
como há muito tempo não se via. Nos três primeiros anos do governo Bolsonaro (2019 a
2021), o registro de armas de fogo pela Polícia Federal mais do que triplicou em relação
aos três anos anteriores (2016 a 2018). Nos três primeiros anos do mandato presidencial
de Bolsonaro foram registradas uma média anual de 153 mil armas novas, aumento de
225% em relação ao triênio anterior, quando a média anual foi de 47.141.

A chamada Bancada da Bala é uma coligação formada por um grupo de parlamentares, em


geral militares, policiais, delegados e ruralistas, que defendem arduamente o armamento
por parte da população e pretendem dar salvaguarda aos projetos de lei neste sentido.

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REFORMA DA PREVIDÊNCIA
Já no plano estrutural/econômico, uma primeira grande vitória do ex-mandatário
se deu quando Bolsonaro, em conluio com seu Ministro da Economia ao longo de todo seu
mandato presidencial de 4 anos, Paulo Guedes, conseguiu a aprovação da Reforma da
Previdência na Câmara dos Deputados, em julho de 2019. Gestada originalmente no governo
anterior (Michel Temer), porém em molde bastante draconiano, foi com Jair Bolsonaro na
presidência que este novo marco, nascido com vistas a promover um ajuste nas contas
públicas nacionais e correções de injustiças, se tornou realidade. Falaremos sobre a Reforma
da Previdência, caro(a) aluno(a), tão importante e de enorme dimensão na vida nacional,
um pouco mais à frente, de forma esmiuçada, ok?
A Política Externa Bolsonarista e as Relações com o Meio Ambiente
No plano externo, o governo de Jair Bolsonaro se alinhou, como há muito tempo não
se via, com os EUA. Seguiu de forma nada velada uma diretriz sobretudo política, à medida
que, junto a seu ex-chanceler Ernesto Araújo (que ficou à frente do Min. Rel. Exteriores
de janeiro de 2019 a março de 2021), se identificava enormemente com as plataformas
políticas adotadas por Donald Trump (2017-2020).
Bolsonaro, em sua primeira viagem oficial aos EUA, realizada no longínquo fevereiro de
2019, volta de Washington oferecendo vantagens aos turistas americanos, como isenção
de custas para vistos a todos os que aqui desejassem desembarcar como turistas. Além
disso, nessa mesma viagem garantiu a compra de trigo plantado nos EUA com isenção de
taxas alfandegárias por parte de nosso país. Em contrapartida, Trump devolve apenas
uma vaga sinalização de que apoiaria o ingresso brasileiro na enfraquecida Organização
para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). Vale o destaque, e muito
importante anotarmos isso, que o pleito de entrada do Brasil no clube dos países ricos da
OCDE permaneceu ao longo de todo o governo do ex-Presidente Bolsonaro, sendo arrefecido
com a entrada de Lula na Presidência
O alinhamento escancarado promovido por Bolsonaro em torno de seu parceiro
ideológico, Donald Trump, resultou, meses depois, em declarações de apoio proferidas
pelo mandatário norte-americano a que nosso presidente prosseguisse aguerrido em
defesa de seu projeto pessoal: tornar o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP),
um de seus filhos, embaixador do Brasil nos EUA. E Bolsonaro, em 2019, após quase um
mês brigando contra a imprensa e (parte) da opinião pública, se demove da ideia ao ser
acusado de promover uma tentativa de nepotismo.
Em setembro de 2019, ao assumir o posto destinado aos presidentes brasileiros e
abrir a Assembleia-Geral anual da ONU em Nova York, por 30 minutos, o ex-Presidente
se dirigiu ao mundo buscando deixar claro, entre outros pontos, que o seu governo
era uma oposição ao socialismo/comunismo. Sobre seu discurso na ONU (24/9/2019),

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destaco dois pontos com vistas a facilitar nosso trabalho em Atualidades do Brasil, e que
dão a exata dimensão do que seria seu governo ao longo dos quatro anos de mandato no
que tange a temas como ideologia e meio ambiente. Veja:

BOLSONARO: A 1ª VEZ NA ONU (2019) E O SOCIALISMO


Bolsonaro abriu seu discurso dizendo que o Brasil “ressurge depois de estar à beira do
socialismo”. Ele fez duras críticas a Cuba, especialmente ao programa Mais Médicos, que
levou médicos cubanos para trabalhar no Brasil e na Venezuela.
Os cubanos deixaram o programa, iniciado durante o governo da ex-presidente Dilma
Rousseff, com o rompimento do acordo de colaboração por parte de Havana após a eleição
de Bolsonaro.

Meu país esteve muito próximo do socialismo, o que nos colocou numa situação de corrupção
generalizada, grave recessão econômica, altas taxas de criminalidade e de ataques ininterruptos
aos valores familiares e religiosos que formam nossas tradições.

Segundo Bolsonaro:

A história nos mostra que, já nos anos 60, agentes cubanos foram enviados a diversos países
para colaborar com a implementação de ditaduras. Há poucas décadas tentaram mudar o regime
brasileiro e de outros países da América Latina. Foram derrotados!

Bolsonaro acrescentou que o Brasil está trabalhando com os Estados Unidos para que a
“a democracia seja restabelecida na Venezuela, mas também nos empenhamos duramente
para que outros países da América do Sul não experimentem esse nefasto regime”.

O Foro de São Paulo, organização criminosa criada em 1990 por Fidel Castro, Lula e Hugo Chávez
para difundir e implementar o socialismo na América Latina, ainda continua vivo e tem que ser
combatido.

Ainda em seu primeiro discurso, investiu contra o que chamou de “sistemas ideológicos
de pensamento que não buscavam a verdade, mas o poder absoluto” e relacionou isso ao
ataque que sofreu durante a campanha, quando foi esfaqueado.
Afirmou, ainda, que “a ideologia” teria se instalado “no terreno da cultura, da educação
e da mídia, dominando meios de comunicação, universidades e escolas”. Também teria
invadido “lares” para, em suas palavras, “investir contra a célula mater de qualquer sociedade
saudável, a família”.
“Tentam ainda destruir a inocência de nossas crianças, pervertendo até mesmo sua
identidade mais básica e elementar, a biológica”, afirmou.
O ex-presidente brasileiro destacou também o “politicamente correto” que, segundo
ele, “passou a dominar o debate público para expulsar a racionalidade e substituí-la pela
manipulação”.
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“A ideologia invadiu a própria alma humana para dela expulsar Deus e a dignidade com
que Ele nos revestiu”, afirmou. Essa “ideologia”, segundo ele, deixou “rastro de morte,
ignorância e miséria por onde passou”.
E disse Bolsonaro que ele próprio foi “vítima”, quando foi esfaqueado por um “militante
de esquerda”. O então candidato à Presidência foi esfaqueado por Adélio Bispo de Oliveira,
em setembro de 2018.
O autor do crime foi detido e julgado incapaz de responder pelos próprios atos, porém
segue preso como um preso “normal” na penitenciária de segurança máxima de Campo
Grande, no Mato Grosso do Sul (uma das cinco penitenciárias federais deste tipo no Brasil).
Sua defesa considera que Adélio foi considerado inimputável no julgamento do caso da
facada, tendo sido “absolvido impropriamente”, no jargão jurídico. Portanto, seu status não
pode ser considerado como preso, devendo ser levado a um hospital psiquiátrico.

BOLSONARO: A 1ª VEZ (2019) NA ONU E A AMAZÔNIA


Bolsonaro defendeu a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Reforçou que a Amazônia
não é um “patrimônio da humanidade”, tampouco “o pulmão do mundo”. Criticou ainda
o que chamou de “os ataques sensacionalistas” de “grande parte da mídia internacional
devido aos focos de incêndio”.

Obs.: Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostraram um aumento


expressivo no número de incêndios florestais nesse ano no Brasil, na comparação
com igual período do ano anterior. Após a divulgação dos números, Bolsonaro demitiu
o então Diretor-Geral do órgão, Ricardo Galvão.

Em primeiro lugar, meu governo tem um compromisso solene com a preservação do meio
ambiente e do desenvolvimento sustentável em benefício do Brasil e do mundo. Nesta época
do ano, o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e criminosas. Vale ressaltar
que existem também queimadas praticadas por índios e populações locais, como parte de sua
respectiva cultura e forma de sobrevivência. Problemas, qualquer país os tem. Contudo, os
ataques sensacionalistas que sofremos por grande parte da mídia internacional devido aos focos
de incêndio na Amazônia despertaram nosso sentimento patriótico. É uma falácia dizer que a
Amazônia é patrimônio da humanidade e um equívoco, como atestam os cientistas, afirmar que
a nossa floresta é o pulmão do mundo. Valendo-se dessas falácias, um ou outro país, em vez
de ajudar, embarcou nas mentiras da mídia e se portou de forma desrespeitosa, com espírito
colonialista. Questionaram aquilo que nos é mais sagrado: a nossa soberania.

“Um deles, por ocasião do encontro do G7, ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil, sem
sequer nos ouvir”, disse, em alusão indireta ao presidente da França, Emmanuel Macron.
Bolsonaro também reforçou que o Brasil “não vai aumentar para 20% sua área já
demarcada como terra indígena, como alguns chefes de Estado gostariam que acontecesse”.
Disse ainda que os indígenas “são seres humanos, exatamente como qualquer um de nós”.

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Também criticou o cacique Raoni Metuktire, do povo caiapó, liderança indígena de


destaque internacional.

A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios brasileiros. Muitas vezes alguns
desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros
na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia.
Infelizmente, algumas pessoas, de dentro e de fora do Brasil, apoiadas em ONGs, teimam em
tratar e manter nossos índios como verdadeiros homens das cavernas.

Bolsonaro afirmou que a mentalidade colonialista não pode regressar à ONU e criticou
França e Alemanha.

Não podemos esquecer que o mundo necessita ser alimentado. A França e a Alemanha, por
exemplo, usam mais de 50% de seus territórios para a agricultura, já o Brasil usa apenas 8% de
terras para a produção de alimentos. 61% do nosso território é preservado.

Segundo o presidente brasileiro, seu governo tem uma política de “tolerância zero para
com a criminalidade, aí incluídos os crimes ambientais”.
Ele disse que qualquer “iniciativa de ajuda ou apoio à preservação da Floresta Amazônica,
ou de outros biomas, deve ser tratada em pleno respeito à soberania brasileira”.

Também rechaçamos as tentativas de instrumentalizar a questão ambiental ou a política


indigenista, em prol de interesses políticos e econômicos externos, em especial os disfarçados
de boas intenções. Estamos prontos para, em parcerias, e agregando valor, aproveitar de forma
sustentável todo nosso potencial.

BOLSONARO E A ONU EM 2020


Em setembro de 2020, o ex-Presidente volta a abrir a Conferência da ONU. Pela
primeira vez, a Assembleia Geral das Nações Unidas foi realizada em um ambiente
virtual, por causa da Covid-19. Os líderes mundiais enviaram vídeos gravados com seus
pronunciamentos para a 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Como tradição, o Brasil
foi o primeiro a ser ouvido.
Em seu discurso de quase 15 minutos, o ex-Presidente da República, Jair Bolsonaro,
lamentou as mortes provocadas pelo novo coronavírus e falou sobre as medidas adotadas
pelo Governo Brasileiro para enfrentar a doença. “Desde o princípio, alertei, em meu País,
que tínhamos dois problemas para resolver: o vírus e o desemprego, e que ambos deveriam
ser tratados simultaneamente e com a mesma responsabilidade”, disse.
O Presidente Bolsonaro também lembrou que, apesar da crise mundial, a produção rural
não parou, mantendo a preservação de matas nativas. “Nosso agronegócio continua pujante
e, acima de tudo, possuindo e respeitando a melhor legislação ambiental do planeta”.

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Destacou ainda a política ambiental brasileira.

Os focos criminosos são combatidos com rigor e determinação. Mantenho minha política de
tolerância zero com o crime ambiental. Juntamente com o Congresso Nacional, buscamos a
regularização fundiária, visando identificar os autores desses crimes.

Confira os principais temas do discurso do Presidente Jair Bolsonaro:


Covid-19: o ex-Presidente ressaltou a importância de combater o novo coronavírus e
o desemprego. Para isso, o Governo Brasileiro implementou medidas econômicas para o
pagamento de um auxílio emergencial a 65 milhões de pessoas, além de destinar mais de
100 bilhões de dólares para ações de saúde, socorro a pequenas e microempresas, assim
como compensou a perda de arrecadação dos estados e municípios.
Produção rural: mesmo com a crise do novo coronavírus, o ex-Presidente Bolsonaro
ressaltou que a produção rural não parou, e que os caminhoneiros, marítimos, portuários e
aeroviários mantiveram ativo todo o fluxo logístico para a distribuição interna e a exportação.

Garantimos a segurança alimentar a um sexto da população mundial, mesmo preservando 66%


de nossa vegetação nativa e usando apenas 27% do nosso território para a pecuária e agricultura.
Números que nenhum outro país possui.

Meio Ambiente: o ex-Presidente ressaltou a tolerância zero com crimes ambientais e


que o Brasil é líder em conservação de florestas tropicais com a matriz energética mais
limpa e diversificada do mundo. Segundo Bolsonaro, o País está ampliando e aperfeiçoando
o emprego de tecnologias e aprimorando as operações interagências, contando, inclusive,
com a participação das Forças Armadas.
Apoio humanitário: o ex-Presidente lembrou que o Brasil vem sendo referência
internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados
venezuelanos que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima, com a
Operação Acolhida. Segundo ele, o País já recebeu quase 400 mil venezuelanos.
Operações de paz: Bolsonaro ressaltou que o Brasil tem os princípios da paz, cooperação
e prevalência dos direitos humanos inscritos na Constituição, e tradicionalmente contribui,
na prática, para a consecução desses objetivos. Citou que o País já participou de mais de
50 operações de paz e missões similares, tendo contribuído com mais de 55 mil militares,
policiais e civis, com participação marcante em Suez, Angola, Timor-Leste, Haiti, Líbano
e Congo. O Brasil teve duas militares premiadas pela ONU na Missão da República Centro-
Africana pelo trabalho contra a violência sexual.
Política Externa: o País está comprometido com a conclusão dos acordos comerciais
firmados entre o Mercosul e a União Europeia e com a Associação Europeia de Livre Comércio,
segundo o Presidente. Tais acordos possuem importantes cláusulas que reforçam o

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compromisso do Brasil com a proteção ambiental, na visão de Jair Bolsonaro. Ele também
disse que o Brasil está próximo do início do processo oficial de acessão à OCDE (Organização
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Ainda dentro do plano externo, em pouco mais de dois anos e meio de Governo de Jair
Bolsonaro o que se percebe é que Jair Bolsonaro e sua política externa agem revestidos
claramente por um discurso (em tese) soberanista, ao bradar não aceitar qualquer
ingerência internacional sobre a Amazônia, gerando, contudo, enorme distensão com
organismos estrangeiros e países centrais.
Uma crise de confiança acerca de sua capacidade em gerir de forma equilibrada o meio
ambiente nacional ganha enorme envergadura, por exemplo, quando ele demite do cargo de
Diretor do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – o servidor de carreira Ricardo
Galvão, em agosto de 2019, após este haver alertado à imprensa sobre um contundente
aumento em curso nas queimadas na Amazônia em 2019 em comparação aos dados colhidos
pelo mesmo instituto em 2018.
Bolsonaro se coloca também em oposição às iniciativas do Ibama de cunho punitivo,
instrumentalizadas por multas (e o próprio Presidente foi multado pelo órgão, ainda
deputado, ao realizar a pesca no mar em época e área proibida). Por fim, Bolsonaro rompe
com o Fundo Amazônia em julho de 2019 (adiante temos um texto sobre esse assunto
chamado: AS QUEIMADAS E O FUNDO AMAZÔNIA. Leia com atenção, ok?), um mecanismo
patrocinado pela Noruega e Alemanha com vistas a destinar recursos na casa dos bilhões de
dólares a serem utilizados em ações de preservação principalmente do bioma amazônico.
Passados praticamente dois anos de tal importante ruptura, estima-se que neste período
se perdeu algo em torno de 5 bi. de dólares destinados à proteção da Amazônia.
Caro(a) aluno(a), um ponto de extrema importância em Atualidades, no que tange à
política externa do governo de Jair Bolsonaro, diz respeito ao fato de que seu molde vem
sendo bastante criticado em relação a questões sobre o meio ambiente. E os números
não mentem: é fato que todo mês de agosto, época de seca na Amazônia, é o de maior
incidência de queimadas. Contudo, no primeiro de governo de Bolsonaro, em 2019, ao se
detectarem 28.000 focos de incêndio, tivemos o maior número de focos de queimadas em
comparação a qualquer ano da série histórica para o mesmo mês de agosto, desde 1988
(quando se iniciaram as medições pelo INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Bolsonaro, ao ser questionado, não perdeu tempo e apontou o dedo em direção às atividades
das ONGs (veremos nesta aula o trabalho das ONGs ambientais no Brasil).
Em 2021, outro período de queimadas e da seca mais severa em décadas no Brasil Central
também destruíram a biodiversidade pantaneira. Eximindo-se de responsabilidades, o
ex-Presidente fez questão de deixar no ar a desconfiança, mesmo dizendo não ter provas,
que o crescimento nos focos de incêndio percebidos para 2019 estivera em completa

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associação às atividades criminosas promovidas por organismos ambientais com


vistas a prejudicar a imagem de seu governo. O ex-Presidente, tal como seu ex-chanceler
Ernesto Araújo e o Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sempre enfáticos, destacam
considerar haver uma campanha orquestrada por tais organismos internacionais e pelos
próprios governos centrais de países desenvolvidos com vistas a desmoralizar seu governo
usando o meio ambiente como argumento.
Historicamente, a diplomacia brasileira consolidou como base o conceito de
desenvolvimento sustentável, expansão de energia limpa e proteção de áreas em
todos os biomas. Havendo quase que completa a partir de 2019, quando Jair Bolsonaro
tomou posse como nosso 38º Presidente. Suas políticas para o meio ambiente consideram
que áreas indígenas, unidades de conservação e políticas de proteção de ecossistemas,
ao menos tal qual vinham sendo implementadas (ou seja, com ganhos consideráveis de
envergadura) são a base para o atraso (isso nas palavras do próprio ex-Presidente), devendo
ser reformuladas por completo.
Como consequência, e verdade seja dita, ao embarcar de cabeça em torno de uma
ideologia antiambientalista, Bolsonaro criou em torno de si uma rejeição jamais vista
antes por parte de países desenvolvidos europeus acerca de um líder brasileiro. Na verdade,
eles (os países europeus em sua maioria) contavam exatamente com um pragmatismo
histórico (ou seja, manutenção de um discurso oficial voltado ao combate ao desmatamento,
proteção de áreas nativas e de indígenas) por parte da política externa brasileira, o que não
veio a acontecer pós-2019, quando a trinca Jair Bolsonaro - Ernesto Araújo (ex-ministro
das Relações Exteriores) e Ricardo Salles (Ex-Ministro do Meio Ambiente) assumiram suas
respectivas pastas.

BOLSONARO E A ONU EM 2021

Na 76ª Assembleia da ONU, sempre abrindo os trabalhos, em cerca de 12 minutos o ex-


Presidente Jair Bolsonaro discursou pela 3ª vez. Nesta feita, atacou a imprensa e passou
informações (segundo foi apurado, não correspondiam à realidade) sobre o combate ao
desmatamento na Amazônia. O presidente enalteceu também as manifestações de 7 de
setembro, onde em Brasília, convocada pelo próprio, uma multidão de todos os lugares
do Brasil foi às ruas protestar contra as ações do STF, consideradas pelo ex-presidente e
seus apoiadores como antidemocráticas, visto que vem impedindo (segundo o mesmo) um
escopo de ações do Executivo.
O ex-presidente, por fim, também insistiu em práticas não recomendadas pela OMS
- Organização Mundial de Saúde no combate à pandemia de Covid-19, com críticas ao
lockdown e apoio ao tratamento precoce.

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Por fim, em relação à política externa brasileira, dois pontos devem ser destacados. O
primeiro reside na formação de um amplo ACORDO ECONÔMICO ENTRE MERCOSUL – UNIÃO
EUROPEIA, uma costura que se encontra bastante abalada, em fase de quase término
de relações, após ter caminhado em céu de brigadeiro ao longo de 2018 até os primeiros
meses de 2019. E não podia ser diferente. Houve por parte de nossa política externa uma
certa falta de maturidade e consenso relacionado aos direcionamentos de nossas políticas
acerca de temas tão sensíveis, como meio ambiente e direitos humanos. A promoção de
um discurso “soberanista” e as viradas de costas por parte de nosso governo frente às
exigências emanadas por potências europeias que se lançam em defesa, principalmente
da Amazônia, repercutiram gravemente no acordo econômico em tela.
Nessa entrada de nova década, o escopo de negociações (e recentes rusgas e frustrações)
não poderia ser pior. O Parlamento Europeu aprovou, em 7 de outubro de 2020, uma
resolução que manifesta oposição à ratificação do acordo comercial entre União
Europeia e Mercosul por preocupações exatamente com a política ambiental no Brasil
e seus direcionamentos.
Aprovado por 345 votos a favor, 295 contra e 56 abstenções, o texto diz que nosso
país vai contra os “compromissos feitos no Acordo de Paris de 2015, particularmente no
combate ao aquecimento global e na proteção da biodiversidade” (ler, nesta mesma aula,
sobre o tema Acordo de Paris).
O alerta consta, na verdade, como emenda a um relatório de 2018 sobre as políticas
comerciais do bloco. O documento concluía que a integração com os sul-americanos teria
o potencial de diversificar as cadeias produtivas da Europa e poderia criar um mercado
conjunto de aproximadamente 800 milhões de habitantes.
Outro ponto importante em relação à política externa brasileira diz respeito ao
fato de que, com Jair Bolsonaro à frente da presidência, o nosso Ministério de Relações
Exteriores, sem dúvidas, promoveu uma blindagem acerca da promoção de diálogos com
os países de esquerda, com exceção à China, embora as relações com o gigante oriental
comunista não sejam as melhores também.
Chegou-se ao exagero de praticamente anular qualquer contato (conversa) entre os
presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro (de direita) e Alberto Fernandez (de esquerda) da
Argentina. No Chile, Gabriel Boric, outro presidente de esquerda e vencedor das eleições
em 2021, tomou posse em março de 2022. Assim como procedemos com o nosso vizinho,
Argentina, também no país andino não houve contato direto de nosso ex-Presidente (ligando
felicitando pela vitória, desejando realizar um bom governo, entre outros protocolos) com o
deles, somente por causa de ideologia. Mas vale destacar que esse fato não está associado
apenas a nosso ex-Presidente, um homem declaradamente de direita.

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O comando do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, do primeiro dia de governo


de Jair Bolsonaro (1º de janeiro de 2019) até os últimos dias de março de 2021, esteve
a cargo do diplomata Ernesto Araújo, bastião de uma política externa fortemente
baseada em uma ideologia de direita. Araújo não se eximia em deixar claro ao que viera:
representar uma fissura em torno de paradigmas e agendas impressas, sustentando a
ferro e fogo o discurso do conservadorismo e antiglobalista.
Em relação ao antiglobalismo, Ernesto Araújo se posicionou de forma contundente com vistas
à promoção de uma ruptura diante de noções consolidadas pelas relações internacionais em
termos globais (ou seja, o globalismo), como o aquecimento global vetorizado por atividades
antrópicas (que ele chama, ridicularizando, de “climatismo”) e as ações conjuntas globais
em defesa da Amazônia.

Por fim, quem assume nos primeiros dias de abril de 2021 a pasta como novo
chanceler de Jair Bolsonaro é o diplomata Carlos Alberto Franco França, que afirmou ao
tomar posse, que o serviço diplomático do Brasil no exterior trabalhará por uma “verdadeira
diplomacia da saúde” com vistas a conseguir vacinas e medicamentos necessários para o
enfrentamento da pandemia da Covid-19 no país. Em quase um ano à frente do MRE, o
Ministro demonstrou possuir posições bem menos radicais que as de seu antecessor.

TEXTO COMPLEMENTAR
As Eleições Gerais de 2022
Nos dias 2 de outubro e 30 de outubro foram eleitos na maior eleição geral
já realizada na história do Brasil o Presidente, Vice-presidente, Governadores e
Congresso (Câmara e Senado). Foram mais de 156 milhões de eleitores inscritos,
elevando o Brasil a 3ª maior democracia do Mundo. O ambiente em torno das eleições
foi parecido, em partes, com 2018, exatamente por ter sido pontuado mais uma
vez por uma bipolaridade e um ambiente de fake-news. O número de candidatos
a presidente desta vez foi menor que em 2018, quando houve 13 candidatos, mas
chegou perto, com um total de 11 candidatos.
Decidiu-se quem seria o presidente somente no segundo turno (tal qual em
2018). Venceu o candidato da FE Brasil Esperança (PT-PSOL-PV), Luiz Inácio Lula da
Silva, sobre o ex-Presidente Jair Bolsonaro (PL). Lula venceu com 50.9 por cento dos
votos, uma diferença de 2 milhões de votos apenas, tomando posse normalmente
no dia 1º de janeiro de 2023.

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No plano Legislativo, o PL – Partido Liberal conquistou o maior número de


cadeiras, com 99 eleitos, à frente da FEDERAÇÃO Brasil Esperança (PT- PSOL- PV),
com 81 lugares, e do União, com 59 lugares. Vale destacar que a Câmara obteve um
coeficiente de renovação inédito de 44%. Já no Senado, a renovação foi de apenas
1/3, visto que a escolha se deu apenas para uma das 3 cadeiras nas UFs, sendo que o
PL também saiu vencedor, com 8 novas cadeiras conquistadas, seguido pelo UNIÃO,
com 5 cadeiras e pelo FEDERAÇÃO Brasil Esperança, com 4.
Por fim, vejam que interessante: nas eleições de 2022 foram eleitas 4 deputadas
transsexuais – duas delas de forma inédita para a Câmara Federal, Erika Hilton (PSol-
SP) e Duda Salabert (PDT-MG, e mais duas pelas assembleias estaduais de Sergipe
e do Rio de janeiro (Linda Brasil, PSol-SE, e Dani Balbi, PCdoB-RJ).
Nos estados, foram eleitos os 27 governadores. O PT e o União Brasil são os
partidos com o maior número de governadores eleitos em 2022. Veja no infográfico
abaixo, lembrando, caros(as) alunos(as), que não é necessário decorar os dados,
porém cabe a nós compreender os contextos associados, ok?

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Tanto Erika Hilton quanto Duda Salabert também foram as primeiras vereadoras
transexuais eleitas em seus municípios e contaram agora entre os 50 deputados
federais mais votados do Brasil.

TEXTO COMPLEMENTAR
A OCDE e o Brasil
OCDE é a sigla da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OECD - em inglês, Organization for Economic Co-operation and Development), um
órgão internacional composto por 38 países que trabalham juntos para compartilhar
experiências e buscar soluções para problemas comuns
A organização, fundada em 1961, tem sede em Paris, na França. Surgiu como
um desdobramento da Organização para a Cooperação Econômica Europeia (OCEE),
criada em 1948 para estimular a cooperação e o crescimento entre países europeus
impactados pela Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Basicamente, o papel da OCDE é se dedicar à pesquisa e estudos para melhorar
políticas públicas em diversas áreas - política econômica, trabalho, ciência e tecnologia,
educação, meio ambiente e comércio –, além de proporcionar a troca de experiências
entre os países membros e parceiros-chaves, como o Brasil. O intercâmbio desses
conhecimentos entre os países é uma das vantagens de integrar a organização.
PAÍSES MEMBROS: atualmente, a organização conta com 38 membros, sendo a
Costa Rica o último a entrar. Os membros buscam uns aos outros a fim de identificar,
discutir e analisar problemas, promovendo políticas capazes de solucioná-los.
Segue a lista de todos os membros: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá,
Chile, Coreia do Sul, Costa Rica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estados
Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel,
Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia,
Portugal, Reino Unido, República Checa, Suécia, Suíça e Turquia.
A organização também conta com cinco parceiros estratégicos (parceiros-
chaves), são eles: África do Sul, Brasil, China, Índia e Indonésia.
A OCDE recebe a alcunha de “clube dos ricos”, pois seus integrantes apresentam
elevado PIB per capita (produto interno bruto por habitante) e elevados indicadores
de desenvolvimento humano. Para se ter uma ideia, a organização representa cerca
de 80% do comércio mundial e investimentos. Dentre o grupo de países considerados
subdesenvolvidos, apenas o Chile e a Costa Rica fazem parte.
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Em 25 de janeiro de 2022, o Conselho da OCDE decidiu iniciar discussões sobre
a adesão do Brasil. Vale destacar que o pedido do Brasil originalmente se dera em
2017, ainda com o Presidente Michel Temer, mas ganhou força, de fato, em função
das tratativas recentes de Jair Bolsonaro para ser acolhido pelo grupo.
Um roteiro individual para o processo de avaliação detalhada será preparado
assim que o Brasil confirmar sua adesão aos valores, visão e prioridades refletidas
na Declaração de Visão dos 60 Anos da OCDE e na Declaração do Conselho Ministerial
adotada em 2021. Concorremos, contudo, com mais cinco candidatos a integrar a
organização: Argentina, Bulgária, Croácia, Peru e Romênia. Calendários de adesão
de outros países no passado nos mostram que tais processos levam, em média,
de dois a cinco anos para serem concluídos e somente com todas as exigências
cumpridas pelos candidatos é que a adesão é consumada. Destaque-se que a OCDE
demanda de seus membros o cumprimento das normas internacionais do trabalho
e as relacionadas ao meio ambiente.
Engajado à OCDE desde 1994, o Brasil tornou-se um Parceiro-Chave ativo da
Organização em 16 de maio de 2007, seguindo a resolução do Conselho da OCDE (a
nível ministerial) para fortalecer a cooperação com o Brasil, China, Índia, Indonésia
e África do Sul (os Brics + Indonésia)
Como um Parceiro-Chave, o Brasil tem tido a possibilidade de participar dos
diferentes órgãos da OCDE, aderir aos seus instrumentos legais, se integrar aos
informes estatísticos e revisões por pares de setores específicos da Organização
e tem sido convidado a participar de todas as reuniões Ministeriais desde 1999. O
Brasil tem contribuído para o trabalho dos Comitês da OCDE e tem participado em
pé de igualdade com os países membros em diversos órgãos e projetos importantes
da Organização.
A Secretaria de Relações Globais da OCDE desenvolveu e supervisionou a
orientação estratégica desse relacionamento, assegurando que o diálogo permaneça
focado, voltado para o futuro e mutuamente benéfico. Reuniões sobre tópicos
mutuamente acordados têm sido regularmente realizadas entre funcionários
brasileiros, especialistas dos países da OCDE e o Secretariado. O Brasil tem valorizado
a oportunidade de discutir questões e desafios políticos importantes num contexto
multilateral e de aprender com as experiências dos países da OCDE que enfrentam
desafios semelhantes em muitas áreas. O relacionamento também tem beneficiado

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os membros da OCDE e as economias não-OCDE, permitindo-lhes adquirir uma melhor


compreensão do Brasil, à medida que este tem se tornado um ator importante na
economia globalizada.
Um dos benefícios para o Brasil ao ingressar à OCDE é que ao ser um membro da
organização, nosso país teria mais credibilidade junto a investidores internacionais,
o que abre possibilidade para captação de recursos a juros mais baixos no exterior.
Alguns fundos de investimento exigem que seus ativos sejam aplicados apenas
em países membros da OCDE. A posição de país membro da OCDE é vista como
uma chancela de boas práticas políticas, econômicas e diplomáticas, o que cria
oportunidades de estreitar laços econômicos com as nações mais desenvolvidas e
integrar acordos comerciais.
Mas há desvantagens em ingressar a OCDE, por exemplo, o Brasil seria obrigado
a desembolsar elevadas contribuições proporcionais ao Produto Interno Bruto (PIB).
Além dos pagamentos compulsórios, os membros podem ser solicitados a fazer
aportes voluntários. Um contexto parecido ao de ser um membro do FMI.
Além disso, os custos do processo de adesão — comissões técnicas da OCDE
precisam avaliar práticas de gestão fiscal, políticas econômicas, de educação e de
saúde brasileiras, terão de ser arcados pelo Brasil.
O país também perderia parte da autonomia de gestão em algumas áreas, uma
vez que teria de seguir orientações sobre o grau de interferência do Estado na
economia e práticas relacionadas ao controle de taxa de juros, de câmbio e tributação
de capital estrangeiro.
Por fim, a OCDE é uma organização bastante esvaziada em termos de ações
práticas, ficou obsoleta. Vem sendo eclipsada, por exemplo, pelo G7 e G20 (do qual
o Brasil faz parte). Assim, tal qual expresso neste texto, em prazo de 2 a 5 anos
saberemos como essa demanda do Brasil se desenrolará frente ao pleito de ingresso
efetivo na organização.
Para o primeiro ano do Governo Lula, a agenda de ingresso na OCDE permanece
de pé, porém um pouco mais enfraquecida. Contudo, o novo Presidente deve dar
ensejo a manter a entrada do Brasil no bloco, mas destaca, sempre que pode, que
suas prioridades não são o liberalismo econômico extremo, e sim a consolidação de
uma agenda econômica mais progressista e inclusiva.

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2.2. ECONOMIA BRASILEIRA EM 2020 E 2021

2.2.1. A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2020: COVID, RECESSÃO E DÉFICIT PRIMÁRIO RECORDE


O PIB brasileiro em 2020 apresentou queda de 4.1% em relação ao ano anterior. Reverte-
se com este resultado uma série de três anos de indicadores positivos registrados entre
2017 e 2019, após dois anos recessivos, 2015 e 2016. Veja os números abaixo:
• 2015: – 3.8% >>> Governo Dilma.
• 2016: – 3.6% >>> Governo Dilma.
• 2017: + 1.1% >>> Governo Temer.
• 2018: + 1.1% >>> Governo Temer.
• 2019: + 1.1% >>> Governo Bolsonaro.
• 2020: – 4.1%.
Entre os setores que tiveram queda no ano de 2020 estão os Serviços (-4,5%) e a
Indústria (-3,5%), houve alta somente no setor de Agropecuária (2%).
O resultado ruim de nosso crescimento econômico possui relação intrínseca com
a devastação que a pandemia de Covid-19 trouxe à tona para praticamente todas as
economias do mundo.
A seguir, apresento um gráfico contendo o desempenho de algumas economias centrais
no mundo e o Brasil em 2020:

8
Em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/desempenho-do-pib-do-brasil-em-2020-supera-o-de-lati-
nos-e-europeus-mas-pais-deve-ficar-para-tras-este-ano.ghtml

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Finda a década de 11-20 (e lembrando que uma década só termina ao fim do último ano
com 0), encerramos a nossa pior década desde os anos 1900 em termos de crescimento
(PIB) econômico. Sim, isso mesmo, caro(a) aluno(a): em 120 anos, a década de 2010 foi a
nossa verdadeira “década perdida”, sendo pior até que a década de 1980 – outra década
que recebeu essa alcunha de “perdida” também em função das perdas econômicas.

Obs.: Sendo assim, caro(a) aluno(a), em questões de concurso que abordem o cenário
de crescimento econômico em panoramas gerais no Brasil, fique atento(a) quando
afirmarem ter sido a década passada (11-20) a nova década perdida, pois os
resultados já consolidados de fato confirmam tal assertiva, ok?
Não quero me estender muito em torno da análise de números, caro(a) aluno(a), mas é
de suma importância analisar de forma prática e resumida alguns indicadores acerca dos
cenários mais atualizados de nossa economia. Portanto, observe a seguir o comportamento
dos indicadores de crescimento do PIB nacional agrupado por décadas (não precisa decorar
os números, mas sim entender os contextos, ok?). Em 12 décadas, de fato, a pior em termos
de crescimento do PIB foi exatamente a que se encerrou no dia 31 de dezembro de 2020.

A recessão econômica de 2020, associada aos nossos fracos desempenhos de anos


anteriores e uma economia que não consegue sustentar níveis duradouros de crescimento de
seu PIB, rebaixou nosso país nesta entrada de década no ranking das maiores economias
globais. Entre os anos de 2012 e 2020, descemos de um patamar em que éramos a 7ª
maior economia do mundo (2012) para atualmente ocupar a 12ª posição.

9
: https://g1.globo.com/economia/noticia/2021/03/03/com-recessoes-e-pandemia-pib-do-brasil-tem-pior-decada-
Em

-em-120-anos.ghtml

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Nossa política econômica nesta década que inicia precisa recuperar a força do crescimento
econômico de forma consistente, perseguindo indicadores robustos. Deve conseguir
novamente atingir indicadores que possam, além de retomar o crescimento do PIB (que
esteve em alta entre 2017-2019, mas a níveis modestos), projetar-se em patamares
compatíveis a nosso imenso potencial.
A retomada do crescimento não deve se apequenar em torno de indicadores minúsculos (e
frustrantes) e que mal conseguem superar o crescimento anual de nossa própria população,
hoje em torno de 0.7%/ano.
Ou seja, devemos buscar crescer ao menos acima de 2.5% a 3% ao ano. Somente
assim haverá distribuição de riqueza, incremento na renda per capita, além de vermos
de volta um cenário de nossa política econômica em que o rol de certezas, consiga,
finalmente, superar o das incertezas.
O Brasil não pode mais carregar a pecha (e tal carga vem de longa data, diga-se de
passagem) de ser uma perfeita representação de economia do tipo “ioiô” – alusão a
um brinquedo que subirá, mas invariavelmente descerá de novo.

A produção de valor dentre os três setores tradicionais – serviços (terceiro setor), indústria
(segundo setor) e agropecuária (primeiro setor) – se distribui da seguinte forma no Brasil
em 2021, em números aproximados:
Serviços: 75%.
Indústria: 20%.
Agropecuária: 5%.

Obs.: Um pouco mais à frente, nesta aula, falaremos sobre o corrente processo de
desindustrialização e a produção de valor no agronegócio (de forma resumida),
temas também muito importantes em Atualidades.
Voltando ao nosso mais recente panorama econômico, a economia brasileira experimenta,
além de um baixo índice de crescimento (que virou crise em 2020 em função da Covid-19),
uma crise fiscal aguda. A busca (volta) pelo superávit orçamentário é algo sério. O Brasil
não consegue, absolutamente, arrecadar mais do que gasta.
A série de déficit orçamentários – os chamados déficit primários – teve seu início em
2014. Em 2020, o cabo de guerra, em que temos em uma ponta os gastos totais do governo
federal e, na outra, a arrecadação total, pendeu francamente a favor do lado dos gastos
como nunca em toda a nossa história republicana. Vivemos uma dura realidade. Abaixo,
antes de analisarmos a série de déficits que se seguem desde 2014 até o recorde de 2020,
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vejamos algumas medidas recentes (e drásticas) que foram tomadas com vistas a tentar
reduzir o déficit fiscal (orçamentário) no Brasil:
• Teto de Gastos (EC n. 95, de 2017);
• Planos de Recuperação Fiscal para estados (RRF, de 2017);
• Reforma Trabalhista (2017) e, mais recentemente, a Reforma da Previdência (2019).
Mesmo assim, não conseguimos sair do atoleiro em nossas contas públicas.
Impressa desde o governo de Michel Temer (2016-2018), sendo seguida por Jair Bolsonaro
(desde 2019), a agenda econômica do governo federal se encontra umbilicalmente ligada
ao discurso NEOLIBERAL (ver texto abaixo sobre o tema). Elege, portanto, como inimigos
figadais, marcos como os gastos com servidores públicos, programas assistenciais e proteção
aos hipossuficientes; além disso, lógico, busca ser a quintessência de uma cartilha que se
opõe ao um conteúdo de ações que envolvam a atuação estatal precípua que, bem ou mal,
é base para que haja a proteção dos direitos e garantias fundamentais.
Assim, desembarcamos em 2021 com o modelo neoliberal capitaneado pelo Ministro
Paulo Guedes ainda mais fortalecido, havendo rodadas de concessões de aeroportos,
terminais de portos e ferrovias em curso até 2022 (inclusive, é muito importante que
acompanhem tais iniciativas sobre esse assunto). E devem ser levadas a cabo também,
ainda no mandato do Presidente Jair Bolsonaro, as Reformas Tributária e Administrativa.
Em suma, a nossa economia na entrada desta nova década vem enfrentando os desafios
relativos a um déficit fiscal imenso (veremos sobre este tema um pouco mais abaixo) e de
uma baixa taxa de crescimento econômico (tal qual vimos acima). Estes são, sem dúvida,
os nossos maiores desafios não só para os anos seguintes a 2020, mas também para as
próximas décadas. Sigamos!
Veja abaixo o cenário econômico de 2021, com a volta do crescimento econômico e a
queda drástica no déficit como boas notícias!

2.2.2. A ECONOMIA BRASILEIRA EM 2021: A RETOMADA DO CRESCIMENTO


No ano de 2020, não apenas no Brasil, mas por todo o Mundo, as notícias econômicas
foram as piores possíveis, com crise econômica em todas as grandes economias globais,
exceto na China. Já em 2021, a economia brasileira surpreendeu positivamente. Além da
retomada do crescimento, mesmo com um ano inteiro de pandemia, inclusive com uma
terceira onda de transmissão do vírus, conseguimos baixar o déficit primário fiscal (ou
seja, a relação entre arrecadação e gastos públicos, excetuados os juros da dívida) de
forma radical. Aliás, acerca deste último dado, vale o registro que nem mesmo o governo
previa uma queda tão grande nesse indicador. Vejamos melhor abaixo:
Se em 2020 o déficit primário esteve puxado drasticamente para o alto em função dos
gastos com a pandemia e os dispêndios do Governo Federal (principalmente por conta do

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auxílio emergencial de 6 meses no valor de 600 reais para aquelas pessoas desassistidas de
emprego que, ao menos em tese, conseguissem provar possuir uma baixa renda familiar)
atingindo ao gigantesca cifra de 750 bilhões de reais, em 2021 o déficit foi reduzido a um
indicador menor até que em todos os outros 6 anos pré-pandemia, ou seja, entre 2014-
2019. Um feito e tanto promovido pelo governo, sem dúvida alguma. Veja os números abaixo:
Déficit primário: 2020: R$ 743 bilhões ->>> R$ 2021: 35 bilhões (queda de 95%).
Em suma, o governo conseguiu reduzir a discrepância entra a arrecadação e os gastos,
saldo que vinha pesando enormemente para o lado dos gastos (sempre maiores que a
arrecadação, gerando altos déficits). É bem verdade que ainda gastamos mais do que
arrecadamos, mas em 2021 esse índice despencou, repito, de forma surpreendente,
principalmente em se tratando de um ano de pandemia. Contribuíram bastante com
esse excelente resultado o aumento do consumo de certos produtos com alta taxa de
tributação (gerando mais arrecadação) e os resultados superavitários nas vendas nacionais
de commodities, como minérios e produtos agrícolas.
Outro indicador positivo de 2021, principalmente frente a 2020, foi o crescimento
econômico. Após um crescimento negativo no ano anterior, tal qual vimos anteriormente,
o crescimento foi retomado. Crescemos em 2021 em comparação a 2020.
Crescimento econômico (PIB): 2020: - 4.1% - >>>>> 2021: + 4.5%.
Outros indicadores econômicos de 2021 não foram tão bons assim. O governo federal
teve que aumentar seguidamente a taxa de juros para conter uma alta inflação (um efeito,
bem verdade, mundial e não apenas do Brasil) de 10% ao ano.

O QUE É NEOLIBERALISMO?10
O termo neoliberalismo já era registrado em alguns escritos dos séculos XVIII e XIX,
mas começou a aparecer com mais força na literatura acadêmica no final dos anos
1980, como uma forma de classificar o que seria um ressurgimento do liberalismo como
ideologia predominante na política e economia internacionais. A ideia é que, durante um
certo período, o liberalismo perdeu predominância para o keynesianismo, inspirado pelo
trabalho de John Maynard Keynes, que defendeu a tese de que os gastos públicos devem
impulsionar a economia, especialmente em tempos de recessão. Keynes era favorável ao
Estado de bem-estar social.
A partir dos anos 1970, o mundo passou a vivenciar um declínio do modelo do Estado
de bem-estar social, o que deu espaço para que ideias liberais aos poucos voltassem a ter
preferência na política. Uma das primeiras experiências consideradas neoliberais no mundo
foi levada a cabo pelo Chile. Em 1975, o ditador chileno Augusto Pinochet entrou em contato

10
Fonte: https://www.politize.com.br/neoliberalismo-o-que-e/

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com acadêmicos da Escola de Chicago, que recomendaram medidas pró-liberalização do


mercado e diminuição do Estado. Entre tais medidas, estavam a drástica redução do gasto
público, demissão em massa de servidores públicos e privatização de empresas estatais. As
eleições de Margareth Thatcher no Reino Unido e de Ronald Reagan nos Estados Unidos no
início dos anos 1980 também foram indicativos desse fenômeno. Ambos são considerados
até hoje líderes neoliberais.
Mas o conjunto mais claro de ideias chamadas de neoliberais veio no ano de 1989,
quando o economista John Williamson publicou um artigo apresentando um conjunto
de regras econômicas acordadas por economistas de grandes instituições financeiras.
Essas regras, que ficariam conhecidas como Consenso de Washington, seriam o mínimo
denominador comum, os pontos com que todas as principais instituições financeiras do
mundo concordavam. Nos anos seguintes, esse ideário neoliberal orientaria a elaboração
das políticas econômicas recomendadas por grandes agências internacionais e, de fato,
foram implementadas em vários países em desenvolvimento a partir do início dos anos
1990 – inclusive no Brasil. O conjunto de regras neoliberais seria:
• disciplina fiscal;
• redução dos gastos públicos;
• reforma tributária;
• juros de mercado;
• câmbio de mercado;
• abertura comercial;
• investimento estrangeiro direto;
• privatização de empresas estatais;
• desregulamentação (flexibilização de leis econômicas e trabalhistas);
• direito à propriedade intelectual.
Enquanto a definição de “liberal” é ampla e abriga formas de pensamento bem diferentes
entre si, a definição de neoliberal é mais específica. Trata-se de uma doutrina prática,
voltada a ações econômicas concretas, já que poucos acadêmicos de fato se definem
como neoliberais ou desenvolvem uma filosofia política ou econômica neoliberal. Também
não existem muitas tentativas de definição rigorosa do termo. Dessa forma, o artigo de
Williamson e as políticas do FMI e do Banco Mundial são o que temos de mais concreto sobre
o que compõe o ideário neoliberal.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) talvez seja a organização mais atrelada ao
chamado Consenso de Washington. Esse fundo foi criado após a Segunda Guerra Mundial
junto com o Banco Mundial, conta com recursos principalmente de países desenvolvidos e é
responsável por supervisionar o sistema monetário internacional. O FMI atende a países com

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problemas de instabilidade financeira – geralmente, países em desenvolvimento. Os recursos


aportados para esses países vêm quase sempre em caráter emergencial, para evitar que o
governo socorrido quebre definitivamente. Em troca desse socorro financeiro, o FMI exige
de seus devedores o cumprimento de condicionalidades, que nada mais são que medidas
alinhadas com o chamado receituário neoliberal (ou seja, as medidas que listamos acima).
Os resultados da implementação de tais medidas ao longo das últimas décadas foram
mistos: por um lado, muitos países alcançaram maior estabilidade econômica ao adotar
as recomendações do FMI; o comércio internacional expandiu muito, tirando milhões de
pessoas da pobreza extrema; e o investimento direto estrangeiro se tornou uma maneira
de transferir tecnologia e conhecimento para países em desenvolvimento. Desde o governo
Collor, o governo brasileiro tem colocado em ação planos como maior abertura comercial,
privatização de empresas estatais, juros, câmbio flexível e maior disciplina fiscal. Medidas
semelhantes foram adotadas nos governos seguintes. Fernando Henrique Cardoso, por
exemplo, privatizou diversas empresas públicas (exemplos: Vale do Rio Doce e Telebras),
criou a Lei de Responsabilidade Fiscal (cujo objetivo é trazer rigor à disciplina fiscal no setor
público) e adotou o tripé macroeconômico, que coloca ênfase no superavit primário (ou seja,
contenção de gastos para gerar economia para o pagamento de juros da dívida pública), além
de tornar o câmbio flutuante, definido pelo mercado. A política do tripé macroeconômico
continuou a ser seguida durante o governo Lula, entre 2003 e 2010. Também no governo Lula
foram feitas diversas concessões (negociação semelhante à privatização) de infraestrutura
à iniciativa privada, como rodovias federais.
Um artigo de maio de 2016, assinado por dois economistas do próprio FMI, chamou a
atenção por questionar a eficiência do receituário neoliberal. Eles afirmam que em alguns
casos, em vez de entregar crescimento econômico, medidas neoliberais aumentaram a
desigualdade e prejudicaram um crescimento duradouro.
Segundo os autores, dois aspectos do neoliberalismo podem acabar desequilibrando a
trajetória de crescimento econômico de países que adotam tais medidas:
• livre movimento de capitais;
• a austeridade fiscal (redução da dívida pública e do tamanho do Estado).
No longo prazo, essas medidas podem causar instabilidades e aumentar a desigualdade
de renda, o que acaba minando o crescimento econômico – que é o grande objetivo de
medidas neoliberais. Essa visão, apesar de ter sido compartilhada por economistas do FMI,
não reflete o posicionamento da instituição como um todo, mas mostra que mesmo dentro
da organização há divergências sobre sua eficiência.
A controvérsia sobre a eficácia do neoliberalismo em melhorar a situação de países
em desenvolvimento continua em aberto, visto que muitos economistas discordam desse
conjunto de medidas econômicas. De qualquer forma, é importante entender que o

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neoliberalismo é uma doutrina econômica que continua a influenciar muitas decisões de


políticas públicas no Brasil e no mundo.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Saldo Comercial Brasileiro: Algumas Considerações
Nosso saldo comercial, ou seja, a relação entre o quanto exportamos e importamos,
em 2021 repetiu-se positivo. Em 2020, a balança comercial brasileira teve superavit
de US$ 50,9 bilhões.
No ano de 2021, a balança comercial registrou o maior superávit da sua série
histórica, no valor de US$ 61,2 bilhões, um acréscimo de US$ 10,8 bilhões em relação
ao saldo de 2020. A corrente de comércio (exportações mais importações) atingiu
valor recorde de US$ 500 bilhões, resultado de um aumento de 34,2% nas exportações
e 38,2% nas importações, entre 2020/2021.
O aumento das exportações foi liderado pela variação dos preços (29,3%), a
variação no volume foi 3,2%. Nas importações, a liderança coube ao volume, que
cresceu 21,9%, enquanto os preços aumentaram em 13,1%.
As exportações de commodities, com participação de 67,7% nas exportações
totais, explicam o desempenho desse fluxo de comércio. Em valor, as vendas de
commodities aumentaram 37,3%, sendo a variação dos preços de 38,9% acompanhada
de um recuo no volume de 1,8%. As exportações de não commodities cresceram
28,1%, resultado do aumento dos preços em 12,4% e do volume em 13,5%. O
recuo no volume exportado das commodities foi pequeno, sendo mais do que
compensado pelas variações positivas nos preços das commodities e nos índices
das não commodities.
A China permaneceu na liderança das exportações e importações brasileiras. A
sua participação nas exportações caiu de 32,4% para 31,3%, entre 2020 e 2021, mas
as exportações aumentaram em 29,4%. O índice de preços aumentou em 38,8%, mas
o volume recuou em 6%. As importações cresceram, em valor, 45,2%, com aumento
de preços em 9,9% e de 22,5% no volume. A participação nas importações foi de
23,4%. Apesar do maior aumento das importações em relação às exportações, em
valor, o superávit passou de US$ 33 bilhões para US$ 40,1 bilhões.
Para os Estados Unidos, o segundo maior parceiro, as exportações cresceram
45% e as importações 41,3%, em valor. No caso das exportações, a variação nos
preços foi de 24,4% e no volume de 20,4%. O déficit comercial aumentou de US$ 6,4

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bilhões para US$ 8,3 bilhões. Para a Argentina, o superávit de US$ 591 milhões de
2020 passou para um déficit de US$ 69,9 milhões. As exportações cresceram 39% e
as importações 57,7%. O volume exportado aumentou 23% e o importado 34,6%.
A Ásia confirma a sua liderança puxada pela China no comércio exterior brasileiro.
A participação da região, sem a China, nas exportações do país foi de 15,1%, maior
que a da União Europeia, de 13%. Nas importações, a participação foi de 12,2%,
menor que a da União Europeia, de 17,4%.
Veja os principais produtos exportados pelo Brasil em 2021* (todos commodities)
*em valor:
1. Minério de ferro e seus concentrados;
2. Soja;
3. Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos.
Principais países consumidores das exportações brasileiras:
1. China;
2. Estados Unidos;
3. Países Baixos;
4. Argentina;
5. Japão;
6. Chile;
7. México;
8. Alemanha;
9. Espanha;
10. Coreia do Sul.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Economia Brasileira nos 4 Anos do Governo Bolsonaro (2019-2022)
Introdução e Pontos Importantes
Para compreendermos os caminhos percorridos pela economia brasileira atinentes
ao nosso contexto de aulas de Atualidades do Brasil ao longo dos 4 anos completos
do Governo Bolsonaro (2019-2022), devemos levar em consideração inicialmente o
fato de que a nossa economia passou por três fases distintas nesse período. Vamos
a eles:

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1. ESTAGNAÇÃO: relacionada ao baixo crescimento de 2019, na casa dos 1.2% e


similar aos dois anos anteriores de Governo Temer;
2. RECESSÃO CAUSADA PELA COVID-19: queda no PIB global e do Brasil;
3. RETOMADA DO CRESCIMENTO (anos de 2021/2022).
Bom, visto isso, vale também levar em consideração dois pontos fundamentais
sobre de nossa economia ao longo dos quatro anos de Jair Bolsonaro à frente da
presidência, os quais, inclusive, deverão ser cobrados em provas de concursos.
Sigamos juntos então, caros alunos.
O primeiro ponto diz respeito ao ministro Paulo Guedes. Esse senhor baixinho e de
óculos foi um dos poucos Ministros ( junto a Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia,
Tarcísio Freitas, da Infraestrutura e “Ministra Damares”) escolhidos por Bolsonaro que
permaneceu nos 4 anos de governo completos. Foi substituído no dia 1º de janeiro de
2023, em função, logicamente, da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, que nomeou em
seu lugar Fernando Haddad. Guedes, ao longo de sua gestão no Ministério da Economia
(pasta que com o novo Ministro Haddad se chama novamente Ministério da Fazenda),
rezou na cartilha do liberalismo e da redução do peso do Estado brasileiro, embora
tenha esbarrado por vezes na sanha de Jair Bolsonaro em segurar esse processo
de redução do tamanho estatal e dos gastos públicos. Para muitos, com o auxílio
emergencial e, posteriormente, com o incremento do Bolsa Família e a criação do
Auxílio Brasil, Bolsonaro rompeu de vez com qualquer estamento da política liberal
tão sonhada e defendida por seu Ministro Paulo Guedes.
Bom, vamos ao segundo ponto. Uma análise sobre os desempenhos, não apenas
de nossa economia, mas das economias globais, necessita que sejam levados em
conta os impactos resultantes de dois anos de pandemia de Covid-19. A recessão
global da pandemia atingiu TODOS OS PAÍSES DO GLOBO. Vivemos ainda, em termos
globais, um cenário de recuperação econômica e de adaptação aos novos tempos.
Por fim, ao analisar o desempenho da economia em 2022, temos de levar em conta
a guerra da Ucrânia, que prejudicou algumas cadeias globais de suprimentos, tal
qual a de combustíveis. Como podemos perceber, nem Bolsonaro muito menos o
seu superministro da Fazenda tiveram vida fácil nesses quatro anos de governo.
Sigamos então à nossa análise imparcial e sintética sobre os anos Bolsonaro
e a economia entre 2019 e 2022 com foco em Atualidades. Para os dados abaixo
apresentados utilizarei principalmente a publicação do FMI World Economic Outlook
e dados do IBGE e FGV, lembrando que os números de 2022 ainda são previsões, visto
que este texto foi escrito na primeira metade do mês de janeiro de 2023.
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Crescimento do PIB, Inflação e Outros Dados Macroeconômicos


CRESCIMENTO DO PIB: no início do governo de Bolsonaro, criou-se (bem verdade,
como em todos os outros governos brasileiros anteriores) por parte dos autocratas
da Esplanada dos Ministérios uma atmosfera de otimismo traduzida em discursos
exagerados. No início de 2019, emanavam factoides que vaticinavam que “o Brasil
voltaria a crescer 3,5% no curto prazo”. Junto a essa promessa, o mercado celebrava
a continuidade de um projeto liberal após os dois anos de Michel Temer, escudado
na escolha de Paulo Gudes como nosso superministro. Jair Bolsonaro dava toda a
liberdade a ele e fundia na pasta, transformada em Ministério da Fazenda (que foi
extinto por Lula e voltou a se chamar Ministério da Economia), as atribuições do
extinto Ministério do Planejamento.
Primeiramente, ao analisarmos o crescimento do PIB no Brasil, levando-se em
conta apenas os anos de 2019 e 2022, pois nos outros dois anos o contexto da
pandemia fez com que os resultados praticamente se anulassem (com perdas no
PIB de 4% em 2020 e ganhos em 2021 perto de 5%), temos que no primeiro ano de
governo de Bolsonaro o resultado foi baixo, com crescimento de 1.2%. Já em 2022,
a estimativa fora em torno de 1.5% de crescimento econômico.

INFLAÇÃO: a inflação no Brasil girou dentro da meta estabelecida pelo Banco


Central em 2019 e 2020 (metas de 4% a.a., com margem de 2% para cima e 2% para
baixo). Em 2021, o governo perde um pouco a mão e a inflação sai da meta, atingindo
10%. Para 2022, a expectativa é que a inflação tenha girado na casa de 5.5% no ano,

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ou seja, ainda dentro da meta. Em suma, nos 4 anos de Bolsonaro a inflação esteve
dentro da meta e em intervalos de 4% estabelecidos pelo Banco Central em 3 dos
4 anos, porém fora do centro das metas nos 4 anos de governo.
Inflação em 2019-2022:

2019 – 4.3%
2020 – 4.5%
2021 – 10.0% (quase o dobro do teto meta de 5.25% para aquele ano)
2022 – 5.8%*
Por fim, em 2022, último ano do governo Bolsonaro, observou-se na segunda
metade do ano (meses de agosto, setembro e outubro) a ocorrência de uma inédita
deflação, ou seja, a queda na inflação para índices abaixo de zero. Tal evento é resultado
direto da Medida Provisória de desoneração dos impostos sobre o combustível,
editada em fins de julho de 2022 com validade de 6 meses (prazo até 31 de dezembro),
editada por Jair Bolsonaro, a qual zerou os impostos federais sobre os combustíveis
e estabeleceu um teto para a cobrança do ICMS por parte dos estados federados.
Assim, a inflação de 2022 ganhou um enorme freio, terminando acima do teto da
meta, contudo, abaixo de 6% ao ano. Segundo a consultoria Austing Rating, como
podem ver abaixo, o Brasil conseguiu se situar neste quesito com um dos menores
índices dentre o G20 (vejam o infográfico).

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TAXA DE JUROS: a taxa nominal de juros, ou taxa SELIC, estipulada a cada 3


meses pelo Banco Central, experimentou uma gangorra ao longo do Governo de
Jair Bolsonaro (2019-2022), tal qual pode ser percebida no gráfico abaixo. Em
um primeiro momento, no início do governo (2019), este indicador esteve na casa
dos 6.5% a.a. Com vistas a estimular o consumo interno, e consequentemente o
desenvolvimento econômico, a taxa foi sendo reduzida até bater os 2% na segunda
metade de 2020, sendo que neste cenário (em meio à epidemia de COVID-19), se
descontada a inflação, tínhamos em vigor no Brasil uma das mais baixas taxas de
juros do mundo. No entanto, em função do fantasma da inflação rondando o país,
como vimos acima, O governo decide elevar a taxa de juros. Quando se eleva a
taxa de juros, em tese, consumo, e, consequentemente, inflação caem. Bom, após
começar com 6.6% e descer a 2% no governo Bolsonaro, os juros terminam com
uma alta taxa de 13.5% a.a.

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COMÉRCIO EXTERIOR: o comércio exterior brasileiro esteve em céu de brigadeiro
nos últimos dois anos. É de certa forma anacrônico esse sucesso nas correntes de
trocas, visto que a política externa brasileira bateu de frente com vários players
internacionais por conta de questões ideológicas, principalmente enquanto Ernesto
Araújo esteve à frente do Ministério das Relações Internacionais. Mesmo assim, a
demanda por produtos primários brasileiros, como soja, ferro e petróleo, auxiliou
bastante os saldos positivos e as correntes recordes de comércio atingidas em 2021
e 2022.
Em 2021, batemos recorde na corrente de comércio desde 2011, com U$$ 500
bi de dólares transacionados. Em 2022, a corrente de comércio brasileira bate outro
recorde e cresce 21,5% no ano, chegando a 607,7 US$ bilhões. O saldo comercial em
2022, assim como em todos os quatro anos de Governo Bolsonaro, foi superavitário
(US$ 62,3 bilhões).
Principais produtos exportados:
Complexo Soja: (16%);
Óleos brutos de petróleo ou de minerais betuminosos, crus: (12%);
Minério de ferro e seus concentrados (9,1%)

11
Fonte: https://euqueroinvestir.com/selic-a-14-eqi-talks

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Óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos crus):


(3,9%);
Carne bovina fresca, refrigerada ou congelada (3,6%).
Principais importadores do Brasil em 2021:
1º. China: 27.5% (1º Soja, 2º Minério de Ferro, 3º Óleo Bruto e Petróleo);
2º. EUA (1º Óleo Bruto, 2º Produtos semiacabados de ferro e aço, 3º Ferro em
grãos);
3º. Argentina (1º Veículos, 2º Peças de veículos).

O Censo Demográfico realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)


é um levantamento estatístico que traz diversos dados populacionais, por exemplo,
socioeconômicos, de modo de vida de uma população e étnicos. É a contagem da população.
Pode parecer simples, mas é basicamente contar cada um dos brasileiros, visitando os
seus domicílios. É, portanto, bastante trabalhoso, caro e demanda um pequeno exército
de recenseadores.
Mais de 70 países realizam seus Censos decenalmente. O Brasil busca seguir essa agenda
desde o Censo de 1940. O de 1990, porém, foi realizado apenas em 1991, e agora o Censo
de 2020 sairá somente, isso se tudo correr bem, em fins de 2022.
Por fim, como sabemos, o órgão responsável pela realização desse meticuloso e hercúleo
trabalho é o IBGE, nosso Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, criado em 1938.

O AGRONEGÓCIO E A DESINDUSTRIALIZAÇÃO
Para que entendamos o movimento da economia nacional em Atualidades, faz-se
necessário haver um entendimento acerca do significado do agronegócio e de como o Brasil
vem se desindustrializando ao longo dos últimos anos. Então, siga comigo, ok?
A Divisão do PIB Nacional e o Agronegócio
A agropecuária (primeiro setor) responde isoladamente por cerca de 6% da produção
do valor total no país (PIB). Encontra-se, portanto, atrás da indústria e do ramo
de serviços.
Sobre estes dados e a agropecuária, valem duas análises muito importantes: mesmo a
agropecuária possuindo uma baixa participação relativa no PIB nacional, ao levarmos em
conta o PIB do agronegócio – ou seja, o encadeamento industrial da produção de alimentos

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e dos serviços prestados pela gama de profissionais que trabalham no campo –, tal
resultado sobe para 25%. Isto é, ao haver uma interação entre o setor primário e/ou os
setores secundário e terciário, o agronegócio representa parcela muito maior que o setor
primário (agropecuária) isoladamente.
O Brasil se tornou uma potência no campo exatamente em função da expansão do
agronegócio. E podemos nos tornar o maior exportador global de alimentos (estamos
ainda bem atrás do EUA) já em 2024. Vale lembrar que já estamos na liderança global na
exportação de café, suco de laranja, açúcar, carne e carne de frango, entre outros produtos.
Em 2019, ultrapassamos os EUA também na produção de soja, já somos também os maiores
exportadores globais desta oleaginosa. Tal avanço em nossas exportações de soja tem sido
auxiliado pela guerra comercial que desde 2017 vem colocando em choque China e EUA. Os
EUA são um grande exportador de soja para o país oriental.
Por fim, em nossa pauta comercial o agronegócio responde por algo em torno de 60%
de nossas exportações
O Brasil, Commodities e o Agronegócio em 2018:

A Desindustrialização
O Brasil vem experimentando uma toada de desindustrialização acelerada.
Repare bem: se nos anos 1980 o peso da indústria de transformação no PIB nacional foi
de 33%, atualmente a participação da indústria foi reduzida a apenas 16%. No contexto
do comércio exterior, também nos últimos cinco anos, a indústria nacional transitou de
superavit para déficit. Em suma, produzimos menos, exportamos menos e dependemos

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mais de produtos estrangeiros. Para piorar, o Real perdeu valor – atualmente vale menos
(um Real) que 0,17 de Dólar e nem 0,14 centavo de Euro (câmbio de abril de 2021).
A relação de manufaturados nas exportações totais do Brasil chegou a atingir 59% em
tempos áureos, para atualmente chegar na casa dos 40%.

Mas quais são os principais fatores que fizeram o Brasil se desindustrializar tão
rapidamente?

Vejamos, portanto, alguns deles:


• políticas voltadas à produção/exportação de commodities;
• baixa capacitação profissional;
• marcos legais que geram insegurança para investimentos externos;
• um capitalismo nacional que privilegia o rentismo e o setor agrário (primeiro setor)
e/ou de serviços (terceiro setor), em detrimento do investimento no setor industrial
(segundo setor).
Dentro desse processo desindustrializante, ocorre também quase que uma completa
nulidade em termos de iniciativas locais com vistas à consolidação de marcas nacionais.
Para piorar, percebe-se a pressão de similares chineses bem mais baratos sobre nossos
produtos aqui fabricados.
O Brasil, em 2021, segue se desindustrializado de forma radical (vide a saída da Ford
do país, por exemplo). Inclusive, é muito provável que atualmente o Brasil seja, em termos
globais, o país que mais rápido vem se desindustrializando.

Obs.: Commodity significa mercadoria. São, de forma genérica, produtos minerais e


agrícolas primários (ou semimanufaturados, como o suco de laranja) de uso global.
Vale destacar que seus preços diariamente são taxados em bolsas específicas de
commodities, como as de Seul, Amsterdam e Chicago.

3. TEMAS DE ATUALIDADES
TEXTO COMPLEMENTAR
Elon Musk e o Brasil12
Elon Musk, o homem mais rico do Mundo, proprietário da Tesla e da Space X,
também recém adquirente do Twitter, visitou o Brasil em fins de maio de 2022. Na
pauta de sua rápida visita ao país, o empresário foi recebido pelo Presidente Jair
Bolsonaro. No discurso acalorado de recepção ao bilionário, o mandatário brasileiro
disse perceber na figura do americano um bastião da liberdade de informação.

12
Por: Luis Felipe Ziriba 28/07/2022.

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A visita de Elon Musk possui um viés muito bem-marcado, isso é fato. Tais
protocolos de gentilezas entre o Brasil e o milionário americano se encontram
relacionados à explícita intenção de nosso país em fechar acordos de sensoriamento
remoto via satélite para verificar o desmatamento ilegal, visto que Elon Musk
atualmente é um player global nesse assunto E O Brasil vem sendo, ao mesmo tempo,
cobrado por entidades e governos internacionais e nacionais acerca da preservação
efetiva da Amazônia. Outro ponto importante é levar a Starlink, a internet global
de Musk, para os pontos mais remotos de nosso território – leia-se Amazônia e,
principalmente, a mais de 19.000 escolas.
Musk, entre outras empresas é dono da Tesla, a primeira empresa automobilística
do mundo a atingir o valor de mercado de 1 trilhão. Fabricando 400.000 carros por
ano em 2021, a Tesla se consolida como a principal empresa global na transição dos
carros movidos à combustão para veículos elétricos.
A Privatização da Eletrobras13
Em meados de junho de 2022, a Eletrobras foi privatizada, tornando-se a primeira
grande empresa pública a ser privatizada ao longo dos quatro anos de Governo
Bolsonaro e com Paulo Guedes à frente do Ministério da Economia.
O governo optou por realizar a privatização por meio de uma capitalização: a
União ofereceu novas ações da Eletrobras na bolsa de valores, com isso deixou de
ser sua acionista controladora. Vejam que é diferente do modelo clássico, em que
uma empresa compra a outra ou detém os direitos de exploração de algum aparelho
público, como é o caso do aeroporto de Congonhas, cedido a um grupo espanhol em
leilão recente pelo período de 20 anos
A privatização da Eletrobras movimentou, na estreia, R$ 33,7 bilhões. Ao longo
dos próximos anos, serão outros mais de R$ 30 bilhões. Estima-se que o valor da
tarifa não será reduzido de forma considerável para o consumidor final.
Dados da Eletrobras
A Eletrobras detém atualmente 43% das linhas de transmissão do país, num
total de 76.230 km, e é responsável por cerca de 29% da geração de energia do Brasil
Em 2020, a empresa teve receita operacional líquida de R$ 29,08 bilhões e lucro
líquido de R$ 6,34 bilhões.
Lula Livre e a Prisão em S egunda Instância14

13
Por: Luis Felipe Ziriba, em 28/07/2022.
14
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, em 12/12/2019.

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Após cumprir mais de um ano e meio de prisão em regime fechado na sede da


Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, condenado pelos crimes de lavagem
de dinheiro e corrupção passiva, com apenação de 12 anos impetrada pelo juiz
Sérgio Moro no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva é solto em novembro de 2019.
À época, Lula estava longe de ser absolvido, já que ainda respondia pelas acusações
de ter recebido em torno de R$ 3.700.000 em vantagens destinados pela empreiteira
OAS, incluindo-se aí um plus na reforma de um apartamento triplex de frente ao mar
no Guarujá, em São Paulo. Lula, contudo, sai da carceragem beneficiado pela decisão
do STF que considerou inconstitucional prisões, ao menos nos casos tipificados,
como corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em segunda instância15.
O estamento jurídico brasileiro determina que se alguém comete um crime e
é levado a julgamento, poderá ser julgado até três vezes por juízes diferentes, na
tentativa de ser considerado inocente em alguma delas. No direito, dá-se o nome
de três instâncias. São elas:
1ª instância: é a principal porta de entrada do judiciário. É onde atua o juiz de
Direito e onde será julgado pela primeira vez o crime cometido.
2ª instância: caso o réu não concorde com a sentença dada pelo juiz de 1ª instância,
ele pode recorrer para que seu caso seja julgado novamente. Quando isso acontece,
o processo sobe para a 2ª instância.
3ª instância: a instância superior (ou 3ª instância) é a última, é onde será julgada
a decisão recorrida pelo réu.
Depois de passar pelas 3 instâncias, o réu não pode mais recorrer para lugar
nenhum. Ou seja, se ele for condenado em 3ª instância, irá cumprir a pena definida
na última decisão, pois já terão sido utilizados todos os seus recursos.
É possível recorrer tantas vezes porque, no Direito, toda e qualquer pessoa é
considerada inocente até o trânsito em julgado da decisão (até ser julgado pelas
três instâncias, caso recorrida). É o chamado “princípio da presunção de inocência”.
Mas como era antes e como fica agora?
Até o início de novembro de 2019, uma pessoa poderia ir para prisão logo após
a condenação em 2ª instância. Então, se o juiz de 1ª instância condenasse o cidadão
e, após recorrer na 2ª instância, fosse condenado novamente, o réu já iria preso.

15
Nos primeiros dias de março de 2022, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski suspendeu a
última ação penal pendente contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) resultante da investigação da Operação
Lava Jato. Esse processo contra Lula trata de um suposto tráfico de influência na compra de caças Gripen, fabricados
na Suécia e destinados à Aeronáutica brasileira.

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O fato é que o condenado ainda poderia recorrer na 3ª instância, como é o caso


de Lula e de vários figurões (empresários e políticos) condenados pela Lava Jato, mas
aguardaria esse julgamento preso. Porém, entre idas e vindas em suas súmulas (tais
quais as ocorridas em 2016, quando, por duas vezes, decidiu o STF pela prisão já em
segunda instância), o Supremo muda seu entendimento e, por 6 votos a 5, decide que
a pessoa só poderá ser presa após a condenação nas 3 instâncias. Ou seja, agora uma
pessoa só pode ser presa após ver esgotados todos os seus recursos, com exceção,
claro, de mandados de prisão provisória e preventiva. Lula, o ex-presidente, havia
sido condenado em 2ª instância e por isso estava preso, mas após a mais recente
mudança, não é mais. Então, por isso ele foi solto e recorre em liberdade.
Por fim, é extremamente importante destacar que tal matéria é, em tese, da
alçada decisória do Congresso Nacional. O STF sumulou porque o momento suscitou,
e quer queiramos ou não, a prisão em segunda instância estava em desconformidade
com o que reza a Constituição. Sendo assim, lembrando possuir o STF o papel
precípuo de defensor de nossa Carta Magna, para que volte a ocorrer a prisão em
segunda instância, o procedimento correto e que irá dirimir uma série de polêmicas,
é promover a discussão no Congresso Nacional com vistas à aprovação de uma
Emenda Constitucional.

3.1. A OPERAÇÃO LAVA JATO E SEU FIM


A Operação Lava Jato foi deflagrada oficialmente em março de 2014 pela Justiça Federal
em Curitiba, com apoio da Polícia Federal, iniciando, assim, a primeira fase daquela que se
tornaria a maior operação anticorrupção da história do Brasil.
A operação possui primeiras instâncias em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, com
esferas recursais nos TRFs de Curitiba e do Rio de Janeiro e Tribunais Superiores em Brasília.
Baseada na Operação Mãos Limpas, realizada na Itália nos anos 1990, e sob o arbítrio do
Juiz Sergio Moro, em suas preliminares foram investigadas (e depois processadas) quatro
organizações criminosas lideradas por doleiros – figuras operadoras do mercado paralelo de
câmbio que possuem condições de lavar o dinheiro sujo com mais facilidade. Tais doleiros
tinham postos de gasolina, inclusive um dos maiores postos de Brasília, bem no centro da
cidade (por isso o nome Lava Jato). Logo em seguida, o Ministério Público Federal recolheu
provas e concluiu por um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobrás,
partidos centrais da base vencedora das campanhas presidenciais de 2010 e 2014 (leia-se
PT, PMDB e PP) e uma série de políticos de diversas esferas, inclusive do PSDB, partido que
era, epicentro da oposição.
Vale destacar que a maior vítima da corrupção, segundo o MPF, foi a Petrobras.

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A Lava Jato denominou suas fases com nomes engraçados: 7ª fase, ou Juízo Final, a 9ª
denominada My Way, a 10ª chamada Que País é Esse, ou a 17ª e 18ª chamadas de Pixuleco
I e II, respectivamente.
Por fim, Gabriela Hardt substituiu o juiz Sergio Moro quando este virou Ministro da
Justiça, tornando-se aos 43 anos a Juíza titular da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Em 2021, após mais de 74 fases, a fim de assegurar estabilidade e caráter duradouro
ao trabalho, a sistemática da força-tarefa é incorporada aos Grupos de Atuação Especial
de Combate ao Crime Organizado (Gaecos).
A ação é a quarta contra o ex-presidente pela Lava Jato. As outras são os casos do
tríplex do Guarujá, que foi arquivado; o sítio de Atibaia, que foi anulado; e o Instituto Lula,
que também sofreu suspensão.

TEXTO COMPLEMENTAR
Moro e a Crise Política16
Sergio Moro se tornou Ministro da Justiça e da Segurança Pública no primeiro
dia de janeiro de 2019. Visto como a “supercontratação” do time de Bolsonaro, o
jovem juiz federal que conduziu com pulso forte a Operação Lava Jato desde o seu
início, em 2014, sai finalmente da magistratura da 13ª Vara de Curitiba, passando
a compor a comissão de frente de ministros do novo governo. Sua nomeação serve,
bem verdade, como resposta à promessa empunhada em campanha pelo candidato
capitão que bradou seguir, caso eleito fosse, o combate absoluto à corrupção. A
nomeação também acabou sendo um prêmio (e suposto trampolim ao STF) àquele
cidadão de fala mansa e sotaque carregado do interior do Paraná que acabou visto
como o maior bastião do combate à corrupção do Brasil.
Moro inicia seu trabalho à frente do ministério tendo de se confrontar com uma
parcela da opinião pública (pois nem tudo são flores) e da imprensa que o acusam
ser o mentor intelectual no afrouxamento nas punições que a (sua) Operação Lava
Jato poderia (deveria) ter promovido acerca de ilícitos também cometidos por
vários outros caciques da política nacional de outras agremiações partidárias que
não apenas o PT, e do grupo aliado peemedebista. Moro prende Lula, Zé Dirceu,
Sérgio Cabral e Eduardo Cunha (este último um inimigo figadal de Dilma Rousseff),
mas vira descaradamente as costas aos ilícitos cometidos por Aécio Neves, Geraldo
Alckmin e toda uma cepa de políticos do PSDB nitidamente envolvidos nos atos de
corrupção que a própria Lava Jato investigou.

16 Prof. Luis Felipe Ziriba, em 15/05/2020.

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No exercício de função como ministro, Moro perde uma queda de braço já na


largada, ao ver a COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – se despedir
de sua pasta e rumar, contra a sua vontade, para a gerência de Paulo Guedes no
recentemente reestruturado Superministério da Economia (o qual fundiu o Ministério
do Planejamento). Em seguida, Moro tem de aceitar a decisão do STF que determina
a ilegalidade (outra pauta contra a qual Moro se colocava declaradamente) das
prisões em segunda instância. Lula, seu algoz, sai da cadeia de imediato em função
da decisão sumulada em novembro de 2019 (ver Texto Complementar).
Dezesseis meses após sua posse como Ministro da Justiça e deixando claro, sempre
que possível, sua intenção de chegar ao STF por indicação do seu chefe Bolsonaro,
ruídos entre o mandatário e o subordinado ocasionam a demissão do Diretor-Geral
da Polícia Federal, o delegado Maurício Valeixo, homem de confiança de Moro. Na
verdade, o fato é que o Presidente Jair Bolsonaro apenas avisa a Moro (isso após o
Ministro ter experimentado várias perdas de força) de sua decisão unilateral de troca
no comando da Polícia Federal. Era a gota d’água de uma relação que, sabia-se em
todo meio político de Brasília, jamais fora pacífica. A força da caneta Bic presidencial
de Bolsonaro impôs a Moro mais uma derrota no âmbito de sua esfera de atuação.
Assim, como um desfecho triste de um romance (pouco duradouro), Moro pede
demissão e sai magoado, levando consigo um pedaço considerável do que resta do
“bolsonarismo”. Mas ele cai atirando, ao afirmar categoricamente em coletiva que
o governo de seu ex-chefe buscara, por meio da Polícia Federal e de outros órgãos,
promover uma gerência absoluta sobre as investigações do órgão. Moro destaca
considerar tal ingerência um absurdo frente à autonomia prevista legalmente nas
investigações no âmbito da Polícia Federal.
Ao deixar o ministério, em mesma coletiva o ex-ministro chega a destacar que
nem em governos anteriores, como dos presidentes Lula e Dilma (que o magistrado
à sua maneira contribuiu diretamente para derrubar), houve ação tão escancarada
direcionada por parte do Chefe do Executivo federal com vistas a influir sobre a
autonomia de investigações garantidas pela constituição.
Por fim, associado à saída de Moro e às recentes baixas de dois Ministros da
Saúde em menos de um mês, os médicos Luiz Mandetta e Nelson Teich, e tudo isso
no auge da pandemia da Covid-19, o governo de Bolsonaro entra em rota de crise
política à medida, entre outros aspectos, que o modus operandi típico do Presidente
se demonstra avesso a opiniões contrárias e a ceder onde quer que seja. Sendo assim,
ele experimenta mensalmente, desde que tomou posse, um sangramento no qual
evadem aliados, alguns, bem verdade, pouco importantes, como Alexandre Frota,
porém outros muitos importantes, como o próprio Sérgio Moro.

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Em tempo, Sergio Moro se candidata a senador nas eleições de 2022 pelo União
Brasil no Paraná e vence. Ferrenho opositor de Lula, na própria campanha já demonstra
ter aparado as arestas com Bolsonaro, apoiando o ex-presidente e dividindo palanque
em seu estado.

TEXTO COMPLEMENTAR
Bolsonaro Versus STF
Inicialmente, caro(a) aluno(a), antes de abordarmos alguns pontos polêmicos
sobre essa guerra fria entre o Judiciário (por conta da ação da corte máxima
Supremo Federal) e o Executivo (na figura do Presidente Jair Bolsonaro), que vem
ganhando muita repercussão em atualidades e possui enorme chance de cair em
provas de concursos, vamos entender primeiro alguns aspectos basilares acerca do
funcionamento de nossa corte suprema.
O Supremo Tribunal Federal é o órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro.
Cabe ao STF, em suma, resguardar a Ordem Constitucional. É composto por 11 (onze)
Ministros escolhidos dentre cidadãos brasileiros natos, que possuam mais de trinta
e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, além de notável saber jurídico
e reputação ilibada (art. 12, § 3º, IV, e art. 101, ambos da Constituição Federal). O
processo de nomeação para o cargo vitalício (art. 95 da Constituição Federal c.c art. 16
do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) de Ministro do Supremo Tribunal
Federal, descrito no art. 101 da Constituição Federal, é iniciado com indicação pelo
Presidente da República, observada a satisfação dos pré-requisitos constitucionais.
Em seguida, o indicado deve ser aprovado pela maioria absoluta do Senado Federal,
cuja deliberação é precedida de arguição pública pela Comissão de Constituição,
Justiça e Cidadania daquela Casa Legislativa. Uma vez aprovado pelo Senado, o
escolhido é nomeado pelo Presidente da República e está habilitado a tomar posse
no cargo em sessão solene do Plenário do Tribunal.
Uma vez empossado, o Ministro só perderá o cargo por renúncia, aposentadoria
compulsória (aos 70 anos de idade) ou impeachment. A Constituição Federal, em
seu art. 52, II, atribui ao Senado Federal a competência para processar e julgar os
Ministros do Supremo Tribunal Federal nos crimes de responsabilidade. O mesmo
dispositivo, em seu parágrafo único, estabelece que a condenação, que somente
será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, limitar-se-á à perda
do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem
prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis.

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Bom, visto tal preâmbulo sobre a mais importante corte do país, introdução que
serve para auxiliar em nossa matéria e é também muito importante para outras
disciplinas, como Direito Constitucional, vamos agora falar sobre os pontos em
Atualidades mais importantes sobre a atuação do STF e onde residem celeumas
graves que confrontam o Supremo Tribunal e o Executivo, mais precisamente na
figura do Presidente Jair Bolsonaro, “talquei”?
Desde que assumiu a Presidência, em 2019 (e agora fora da Presidência), Bolsonaro
disparou deliberadamente contra o que considerar ser “uma ditadura do STF”.
Mas o que o ex-Chefe do Executivo nacional busca ao se lançar abertamente
contra a instância máxima do Judiciário brasileiro?
Vamos lá, é mais simples do que parece, sigamos!
Bolsonaro acredita, de modo inequívoco, que a atuação do STF visava inviabilizar
seu governo de todas as formas, ele fez essa declaração inúmeras vezes a interlocutores
próximos. Suas pautas de costumes, como a liberação de armas a ponto que, em tese,
possuir fuzis e armas de grosso calibre sejam possíveis a “qualquer cidadão de bem”,
como o próprio presidente sempre destaca, vêm sendo, ao longo destes primeiros
anos do seu governo, tolhidas pela corte suprema. Esse é só um exemplo. Outras
emanações de Bolsonaro encampadas por seu séquito também são compelidas a
ferro e fogo pelo STF. Vejamos algumas delas abaixo:

O STF E OS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS


A atuação do STF nos anos de governo Bolsonaro foi de encontro ao combate a
quaisquer manifestações antidemocráticas por parte dos cidadãos e, principalmente,
funcionários públicos e parlamentares. Para alguns, tal disposição da Suprema
Corte é intransigente; para outros e, lógico, para o próprio STF, trata-se apenas
de resguardar o Estado Democrático de Direito. Exemplos de ações severas e
contundentes por parte da corte sobre pessoas e grupos que saíram em defesa de
pautas consideradas antidemocráticas foram as prisões da ativista Sara Winter,
em 2020, e, mais recentemente, do deputado declaradamente bolsonarista Daniel
Silveira.
Daniel, desde que entrou em sua primeira legislatura, em 2019, deixou claro que
sua intenção era causar. Ao longo da campanha em que foi eleito pelo PSL no Rio de
Janeiro (ex-partido de Bolsonaro), partiu ao meio uma placa de rua em homenagem
à vereadora morta a tiros, Marielle Franco, em um crime ainda sem condenados.
Silveira, um ex-cobrador de ônibus e ex-policial militar do Rio de Janeiro, foi preso

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em flagrante (após desafiar o STF a prendê-lo) por crime inafiançável em meados


de fevereiro de 2021, após divulgar em rede social vídeo no qual defendeu o AI-5
— instrumento mais duro da ditadura militar — e a destituição dos ministros do
Supremo Tribunal Federal, o que é inconstitucional, em um dos poucos casos de ilícito
que, de fato, a Constituição não veda a prisão em rito sumário de um parlamentar.
Logo em março de 2021, sua prisão foi substituída por prisão domiciliar com
monitoramento por tornozeleira eletrônica. Daniel, sem sucesso, tenta a candidatura
a Senador pelo Rio de Janeiro, ficando em 4º lugar.

O IMPEACHMENT DE MINISTRO(S) DO STF


O ex-presidente Jair Bolsonaro, em 2021, se dedicou a dar ensejo, de forma
inédita em nossa história recente, ao impeachment de um ministro do STF, no caso
em tela Alexandre de Moraes foi a “vítima”. O impeachment de um Ministro do STF
é um movimento possível, mas o rito é complicado (tal qual vimos no início deste
texto complementar, envolve a atuação do Senado Federal) e, após uma discussão
que desgastou mais ainda a relação entre o Tribunal e o Chefe do Executivo Federal,
o STF, por meio do voto do Ministro Kássio Nunes Marques, este escolhido pelo
próprio Bolsonaro em 2020 para assumir uma cadeira no tribunal, sentenciou em sua
relatoria sua oposição frente à abertura de processo de impedimento do Ministro
Moraes, enterrando de vez esse assunto. No Senado, uma Proposta de Emenda à
Constituição (PEC) cria uma lista tríplice na qual o presidente da República teria
que basear sua escolha de quem ocuparia as próximas cadeiras de Ministro do STF.

O INQUÉRITO DAS FAKE NEWS


Iniciado em 2019, ou seja, poucos meses após Bolsonaro tomar posse, um inquérito
encampado por Alexandre de Moraes, Ministro do STF (processo sem qualquer
aval da Procuradoria-Geral da República, o que surpreendeu muita gente e gerou
desconforto no meio político e jurídico), em mais de 10.000 páginas, identificou
uma rede imensa de apoiadores de Bolsonaro que promove ações explícitas de ódio
contra a corte suprema, sugerindo, inclusive, a morte de Ministros, entre outros
pontos. O chamado “inquérito das fake news”, além de identificar uma rede imensa
de apoiadores anônimos do Presidente e sua rede de ações de todos os tipos na
internet contra o STF e a democracia (em que a maioria dos inquiridos deixa explícito
ser a favor do retorno da ditadura militar defendendo argumentos como a liberdade
associada à ditadura e a democracia como uma prisão), cravou haver a participação

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de políticos como o próprio filho do Presidente, Carlos Bolsonaro, e o ex-ministro da


educação Abraham Weintreaub, que defendeu a prisão de ministros do STF e saiu
(para alguns, ele fugiu mesmo) do país dois dias depois de deixar a pasta.
O mesmo inquérito identificou também a participação do dono da loja Havan,
Luciano Hang, nesses atos e mandou prender o jornalista declaradamente bolsonarista
Oswaldo Eustáquio. Oswaldo era um militante conhecido nas redes sociais que havia
defendido o fechamento do Congresso e do Supremo. De acordo com as investigações,
ele é suspeito de financiar manifestações ao longo dos anos de 2019 e 2020 que
ocorreram em Brasília e que contaram também com a participação de Sara Winter,
presa pelo STF por razões parecidas. O inquérito segue a todo vapor em 2023.

LULA E O STF
O ex-presidente Lula, maior rival de Jair Bolsonaro, obteve ao longo dos anos de
2019, 2020 e 2021 algumas vitórias importantes com as graças do STF. Primeiramente,
foi solto no início de novembro de 2019, após cumprir mais de 500 dias de prisão
por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, à medida que o tribunal
jogou na ilegalidade sua prisão após sumular serem ilegais prisões no caso de seus
crimes em 2ª instância. (Ver texto complementar: Lula Livre e a Prisão em Segunda
Instância nesta mesma aula.)
Por fim, na entrada do mês de abril de 2021, Lula recebeu um salvo conduto da
Suprema Corte para concorrer às eleições de 2022, quando a Corte decidiu por 8
votos a 3 que o processo de condenação de Lula levado a cabo pela Justiça Federal
de Curitiba era irregular por incompetência territorial. Ou seja, Sergio Moro e os
juízes que o acompanhavam não possuíam competência para julgá-lo. O processo
de apenação de Lula nos crimes que já haviam sido julgados retorna à estaca zero
e ele passa a ser potencial concorrente nas eleições de 2022. O resultado, todos
sabemos: Lula vence o pleito sobre Jair Bolsonaro.
Nos últimos dias de agosto de 2021, Lula obteve outra vitória no STF. Após uma
série de vitórias em torno de seus pleitos com vistas a provar sua inocência, a mais
robusta delas foi quando o ministro Edson Fachin anulou todas as condenações do
ex-presidente proferidas pela Justiça Federal no Paraná – os casos relacionados às
investigações da Operação Lava-Jato.

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TEXTO COMPLEMENTAR
A inexibilidade de Bolsonaro pelo TSE por 8 anos
O ex-Presidente Jair Bolsonaro, após bater 4 anos no STF e perder as eleições
para Luis inácio Lula da Silva e, assim, consequentemente, perder o foro privilegiado
teve seus direitos políticos cassados por 8 anos pelo TSE em fins de Jun/2023.
Bolsonaro, vale compreendermos, sempre que pode questionou o processo
eleitoral brasileiro e, na maioria das vezes, vaticinou sem apresentar provas acerca
de suas sérias acusações ao sistema eleitoral. Na visão do TSE, compartilhada
também pelo STF, principalmente na figura do Ministro Alexandre de Moraes, um
Presidente da República não pode assumir tal conduta deliberadamente sem provas.
Somente ao longo do ano de 2021, para se ter uma ideia, Bolsonaro atacou 23
vezes o processo eleitoral brasileiro. Bom, em sendo assim, eis que o partido PDT
submete ao TSE ação declarando inelegível Bolsonaro, e seu vice Braga Netto (este
foi absolvido) por prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de
comunicação durante reunião do presidente Jair Bolsonaro com embaixadores
estrangeiros, no Palácio da Alvorada, em 18 de julho de 2022. O PDT informou que o
encontro de Bolsonaro com os embaixadores foi transmitido, ao vivo, pela TV Brasil
e pelas redes sociais YouTube, Instagram e Facebook, que mantiveram o conteúdo
na internet para posterior visualização. Muito antes, porém, da decisão do TSE, o
Tribunal já alertava ao Presidente que espalhar desinformação e inverdades usando
disparos em massa de mensagens também configurava abuso de poder. E não deu
outra, mesmo com a defesa dos acusados argumentando que no encontro com os
embaixadores estrangeiros, foi praticado “ato de governo”, o que estaria fora do
controle jurisdicional sob a ótica do “fim político” e, ainda de acordo com a defesa,
não existia ato eleitoral a ser apurado, uma vez que, na reunião, não se tratou de
eleições, nem houve pedido de votos, nem foi feito ataque a oponentes nem houve
apresentação comparativa de candidaturas, o Tribunal torna inelegível o ex-Presidente
até as vésperas da eleição de 2030.

3.2. ONGS, MEIO AMBIENTE E AMAZÔNIA: ATUALIDADES E POLÊMICAS


O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, no dia 21 de agosto de 2019, que as organizações
não governamentais (ONGs) poderiam estar por trás de uma série de queimadas na região
amazônica promovidas com vistas a “chamar a atenção” contra o governo do Brasil.
O presidente não citou nomes específicos de ONGs, e questionado se há embasamento
para as alegações, disse não haver registros escritos sobre tais suspeitas, mas deixou tal
questão no ar.

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Segundo dados do Programa Queimadas, publicados no Portal G1 e oriundos do Instituto


Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a Amazônia concentrou 52,5% dos focos de queimada
em 2019 no Brasil. O portal mostrou, após receber os dados do INPE, que o número de
queimadas aumentou 82% em relação ao mesmo período de 2018 (de 1º de janeiro a 18
de agosto).
Ainda de acordo com o ex-Presidente, o governo precisa fazer o possível para que esse
tipo de crime não aumente, mas disse que sua gestão retirou dinheiro que era repassado para
ONGs, o que poderia justificar uma reação das instituições e a deflagração de queimadas
intencionais por parte delas e de grupos que atuam em defesa da floresta. Segundo o
mandatário, sobre a onda de incêndios na região:

O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas
nós tiramos dinheiros de ONGs. Dos repasses de fora, 40% iam para ONGs. Não tem mais.
Acabamos também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo
a falta do dinheiro.

O ex-Presidente Jair Bolsonaro, é bem verdade, não apresentou provas que sustentassem
sua afirmação. Motivado por um relatório governamental que recebera, o qual denunciava
irregularidades em uma gama de repasses para ONGs que lidam com saúde indígena, uma
semana depois reiterou sua posição de completa oposição às atividades das Organizações.
No Congresso Nacional também cresceu a intenção por parte dos parlamentares de se
criar uma CPI das ONGs com vistas a detectar qual o uso de recursos e influência estrangeira
destas instituições no Brasil e, principalmente, na Amazônia.
Vale destacar que tais posturas como a de Bolsonaro – desconfiança em relação ao
trabalho de ONGs – não são uma particularidade do governo que tomou posse em 2019.
Houve, por exemplo, ao longo da administração de Luiz Inácio Lula da Silva, discursos de
que a atuação das ONGs precisava ser vigiada de perto. “Grande parte dessas ONGs não
está a serviço de suas finalidades estatutárias”, afirmou o então Ministro da Justiça, Tarso
Genro, em 2008. “Muitas delas escondem interesses relacionados à biopirataria e à tentativa
de influência na cultura indígena para apropriação velada de determinadas regiões, que
podem ameaçar a soberania nacional” disse o comandante-geral da Amazônia na mesma
época, General Augusto Heleno, um crítico enfático da política indigenista do governo Lula,
por ele vista como: “lamentável, para não dizer caótica”.

Mas qual é o perfil das ONGs na Amazônia, professor?

Para responder este questionamento, tomarei como base, e é importante fazermos este
recorte, matéria publicada pelo Nexo Jornal, um veículo de jornalismo eletrônico brasileiro

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que publica textos jornalísticos multidisciplinares sobre política, economia, acontecimentos


internacionais, cultura, ciência e saúde, tecnologia, arte e outros temas, em perspectiva de
contextualização ( jornalismo de contexto), além da cobertura factual, interatividade com
dados e recursos multimídias, que se encontra inserido como parte da Slow Media (mídia
vagarosa, em tradução livre), em que se declara preconizador de um jornalismo reflexivo e
de profundidade como veículo da mídia independente brasileira.

Sigamos então, ok?

Com base em matéria publicada pelo Nexo Jornal, em 1º/09/2019, intitulada


Qual o papel das ONGs ambientais na Amazônia (em: https://www.nexojornal.com.br/
expresso/2019/09/01/Qual-o-papel-das-ONGs-ambientais-na-Am%C3%B4nia), um
levantamento do IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – sobre as ONGs
brasileiras indica que há 102.080 organizações da sociedade civil com sede em municípios
da Amazônia Legal. A imensa estimativa, contudo, difere radicalmente dos números que
o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – revela: 15.919 apenas.
De acordo com o IPEA, 12,4% das ONGs do Brasil são sediadas em municípios da Amazônia
Legal (área do planejamento estatal que envolve todos os estados da Região Norte, mais
o Mato Grosso e parte do Maranhão). E são diversas as áreas de atuação de ONGs na
Amazônia. Outro levantamento do IPEA demonstra que quase metade (49,9%) das ONGs
atua em “defesa de direitos e interesses”, nomenclatura abrangente que inclui associações
de moradores, centros comunitários e organizações de defesa de direitos de grupos de
minorias, meio ambiente e proteção animal. ONGs desse tipo também são majoritárias
(41,3%) no restante do país.
Na Amazônia, a atuação pode se traduzir em ações de vigilância ambiental, capacitação
de povos indígenas para a agricultura, assistência à saúde e projetos de educação, entre
outras atividades. Dessas ONGs, 422 são de defesa do meio ambiente e proteção animal.
“A atuação das ONGs ajuda as populações indígenas, ribeirinhas, extrativistas a conhecer
melhor seus direitos sociais”, disse ao Jornal Nexo Ageu Lobo, beiradeiro e presidente da
Associação de Moradores das Comunidades de Montanha e Mangabal, localizada na região
de Itaituba, Pará. “Ajudam os povos nas aldeias e comunidades com oficinas que realizam
e ajuda as pessoas a irem até as cidades para cobrar seus direitos”.
Atuando na Amazônia ao menos desde a década de 1960, as ONGs e outras entidades
que não estão vinculadas ao governo ocupam a floresta com projetos de infraestrutura
e reprimindo ações contra povos indígenas promovidas desde a ditadura militar (1964-
1985). Exemplo é o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), que mesmo não se definindo
como ONG, nasceu em 1972 após denunciar o chamado Massacre do Paralelo 11, ocorrido

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em 1966 em uma região entre Rondônia e Mato Grosso quando uma empresa seringalista
foi responsável pela chacina de uma aldeia do povo indígena Cinta-Larga. De acordo com
o IPEA, 3.626 organizações que atuam na Amazônia obtiveram verba federal entre 2010
e 2018, no valor de R$ 6,8 bilhões. O aporte representou 5,7% do total destinado a ONGs
pelo governo no período. A destinação de recursos de origem governamental diminuiu com
os anos e tende, tal qual Bolsonaro enfatiza, a secar. As informações do IPEA são relativas
apenas a entidades registradas em municípios da Amazônia Legal, sendo que ainda não
existe um estudo detalhado sobre a atuação de organizações internacionais em território
brasileiro, aponta o instituto de pesquisa. ONGs internacionais que atuam na Amazônia,
por exemplo, também estão sediadas no Sudeste.

3.3. PRINCIPAIS ONGS AMBIENTAIS NO BRASIL


Considerado o maior reservatório de biodiversidade do globo, onde praticamente 20%
de todas as espécies conhecidas de fauna e flora se encontram, o território do Brasil é
foco principal da questão da preservação do meio ambiente no mundo. Há décadas uma
enorme quantidade de ONGs aqui se encontra. Constituíram-se levantando a bandeira da
preservação ambiental e em âmbito que transcende o bioma amazônico.
Vejamos a seguir algumas dessas principais organizações:
• CIMA (www.cima.org.br)
O Centro de Cultura, Informação e Meio Ambiente, CIMA, é uma entidade civil que não
conta com lucro para existir, tal qual afirma em seu estatuto. Possui sua sede no Rio de
Janeiro e desenvolve ações relacionadas à educação, cultura, e meio ambiente, contando
com parcerias com instituições governamentais, privadas e multilaterais.
O objetivo dessa entidade é contribuir por meio de diferenciadas ações e de maneira
eficiente, na busca de uma melhor qualidade de vida, segundo sua página oficial.
Nas áreas de meio ambiente e de educação, o CIMA organizou inúmeros projetos, entre
eles podemos citar o Protetores da Vida e A Natureza e a Paisagem, que são Programas de
Educação para o Desenvolvimento Sustentável, mobilizando vários setores a proteger os
ecossistemas existentes na Bacia da Baía de Guanabara. A expedição do projeto passou por
muitos estados e por sítios paleontológicos do Brasil e teve seu registro compilado numa
exposição realizada no Museu Nacional intitulada “Em busca dos Dinossauros”.
Além dos programas citados, houve ainda a implantação do “Programa Coca-Cola de
Valorização do Jovem” em colégios estaduais e municipais de inúmeros estados, e ainda o
“Gente é pra Brilhar”, que promove a estimulação de ações que buscam incluir o indivíduo
na sociedade, por exemplo, a capacitação de adolescentes na produção de documentários
e na área audiovisual. Esse evento, chamado de “Rio Tecnomídia”, é direcionado ao público
jovem e permite o acesso ao mercado da mídia.

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E finalmente o PROCEL, um programa que promove o combate e a educação para que


não haja o desperdício de energia, sendo este, para o público pouco inteirado sobre as
atividades desta ONG, o maior programa em termos de repercussão de sua atuação em
âmbito nacional.
• WWF (https://www.wwf.org.br/)
O WWF-Brasil é uma organização da sociedade civil brasileira, de natureza não
governamental e constituída como associação civil sem fins lucrativos, que trabalha para
mudar a atual trajetória de degradação ambiental e promover um futuro em que sociedade
e natureza vivam em harmonia.
Criado em 1996, o WWF-Brasil mantém 137 funcionários atuando em 67 projetos na
Amazônia, Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga, além dos ecossistemas marinhos,
na costa brasileira.
A Governança do WWF-Brasil é realizada por meio de órgãos previstos em seu Estatuto
Social e Regimento Interno, com o objetivo de zelar pelos compromissos e relacionamento
com a Rede WWF, cumprir as políticas, os princípios e os objetivos da organização e assegurar,
dessa forma, o cumprimento da Missão Institucional do WWF-Brasil: Contribuir para que
a sociedade brasileira conserve a natureza, harmonizando a atividade humana com a
conservação da biodiversidade e com o uso racional dos recursos naturais, para o benefício
dos cidadãos de hoje e das futuras gerações.
• Greenpeace (https://www.wwf.org.br)
Em 1971, uma equipe de 12 pessoas, entre jornalistas, hippies e ecologistas, partiu
de Vancouver, Canadá, a bordo de um velho barco de pesca rumo ao Ártico. Os ativistas
acreditaram que a ação de indivíduos comuns poderia fazer a diferença, sua missão era
testemunhar e tentar impedir os testes nucleares realizados pelos EUA nas ilhas Amchitka,
no Alaska.
Para levar adiante tal empreitada, o grupo tentou arrecadar fundos com a venda de
broches. Verde (Green) e Paz (Peace) eram as palavras de ordem, mas, segundo eles mesmo
dizem, “não cabiam separadas no broche”. E assim nascia o nome Greenpeace.
Interceptados antes de chegar a seu destino, os ativistas não impediram os Estados
Unidos de detonarem a bomba. Mas sua obstinação e coragem despertou a atenção do
planeta. Após forte pressão popular, os testes nucleares foram suspensos em Amchitka,
então declarada santuário de pássaros.
O protesto pacifista teve consequências muito além das esperadas. A ideia de que
alguns indivíduos podiam fazer a diferença por um planeta mais verde e pacífico se tornou
realidade e arrebatou uma legião de seguidores. Foi também o embrião do que é hoje a
maior organização ambientalista do mundo.

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O Greenpeace oficialmente destaca não aceitar doações de estados, nem de partidos


políticos. Possui atualmente três navios ao redor do mundo: Rainbow Warrior, Arctic Sunrise
e Esperanza.
No Brasil, o Greenpeace chegou em 1992, ano em que o país abrigou a primeira e mais
importante conferência ambiental da história, a Eco-92.
• Conservação Internacional (https://web.conservation.org/global/brasil/Pages/
default.aspx)
É uma organização brasileira sem fins lucrativos que trabalha a proteção da natureza
para o bem-estar humano. Seu trabalho primordial consiste em conservar a natureza
promovendo a sustentabilidade e o bem-estar humano por meio de projetos socioambientais,
educacionais e culturais que concebem uma sociedade mais saudável e sustentável. Segundo
sua página oficial, busca tudo isso a partir de três eixos centrais: Capital Natural, Produção
Sustentável e Governança.
Uma ação interessante que a CI promove consiste na busca por fundos e ações multilaterais
que protejam os hotspots, que, em tradução livre, são os lugares onde se manifestam
imensa biodiversidade de fauna e flora. No Brasil, inúmeras iniciativas foram alçadas por
esta associação com vistas a redimensionar a proteção desses lugares, desde a década de
1990. Vale a pena conhecê-la.
• S.O.S. Mata Atlântica (https://www.sosma.org.br/quem-somos/historia/)
Foi a primeira ONG destinada a defender os últimos remanescentes de Mata Atlântica
no país. O ideal de conservação ambiental da entidade, criada em 20 de setembro de 1986,
associa-se ao objetivo de profissionalizar pessoas e partir para a geração de conhecimento
sobre o bioma. A proposta representa também um passo adiante no amadurecimento do
movimento ambientalista no país.
A história da Fundação SOS Mata Atlântica foi construída por meio da mobilização
permanente e da aposta no conhecimento, na educação, na tecnologia, nas políticas públicas
e na articulação em rede para consolidação do movimento socioambiental brasileiro.
Atualmente, fica o registro, apenas 5% ou menos da Mata Atlântica original ainda
está de pé.

TEXTO COMPLEMENTAR
As Queimadas e o Fundo Amazônia17
Ao longo de 2018, os governos de Alemanha, Noruega e França, sob o lema “O
Brasil Cuida. O mundo apoia. Todos ganham”, destinaram mais de 1,8 bilhões de
recursos com vistas à preservação da maior floresta tropical do planeta para ações
de preservação em 103 projetos.

17
r: Prof. Luis Felipe Ziriba, 15/09/2019.
Po

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Contudo, no dia 15 de agosto de 2019, a Noruega suspendeu o pagamento de


recursos para, em seguida, na mesma esteira, a Alemanha também anunciar sua
intenção de romper com o Fundo. Tudo justificado por ambos os países pela decisão
do Presidente Jair Bolsonaro de promover a extinção dos conselhos que orientam
o Fundo.
Na verdade, o descontentamento por parte dos países apoiadores à causa
de proteção da Amazônia se deve a várias questões relacionadas à forma como
o Presidente vem conduzindo sua política ambiental. Bolsonaro não se furtou de
deixar claro em alto e bom som não compactuar com as ONGs de preservação e que
também não vê com bons olhos qualquer ingerência internacional sobre questões
amazônicas. Há também a presença de Ricardo Salles, o ex-Ministro do Meio Ambiente,
persona non grata pelos setores ambientalistas nacional e internacional.
Além disso, contribuiu, tal qual já vimos em nossa análise sobre o contexto
geral da política externa brasileira e como o meio ambiente afetou as relações (em
parte) com o exterior após Bolsonaro questionar os dados exprimidos pelo INPE
que indicavam um considerável aumento no desmatamento da Amazônia em 2019
comparado aos anos anteriores, e a consequente demissão do Diretor do Instituto,
Ricardo Galvão, que alertou pessoalmente à impressa.
E contra dados fica difícil contestar: entre janeiro e agosto de 2019 houve um
total de 72.800 focos de incêndio na Amazônia, um aumento de 83% em relação ao
mesmo período do ano de 2018.

As queimadas representam em torno de 70% das emissões de gases de efeito estufa do


país. Em 2020, ocorreram novos recordes de queimadas e consequentemente de emissões.
Com vistas a tentar conter tal passivo ambiental, o vice-presidente Hamilton Mourão,
figura central do Conselho da Amazônia – um dispositivo de regulação de políticas de
desenvolvimento sustentável na Amazônia, reeditado por Bolsonaro em janeiro de 2020
–, revelou que em poucos dias (a partir de 15 de julho de 2020), o Presidente editaria um
decreto PROIBINDO AS QUEIMADAS NA AMAZÔNIA PELO PRAZO DE 4 MESES.

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TEXTO COMPLEMENTAR
O Satélite Amazônia-118
Lançado no último dia de fevereiro de 2021, numa base na Índia, o Amazônia-1
é o terceiro satélite brasileiro de sensoriamento remoto em operação, juntando-se
aos CBERS-4 e CBERS-4A. O novo equipamento, contudo, foi totalmente projetado,
integrado e testado pelo país — a partir de então, será também operado exclusivamente
pelo Brasil. Com desenvolvimento sob a responsabilidade do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), o Amazônia-1 integra a chamada Missão Amazônia: um
esforço da entidade em melhorar o sensoriamento remoto da natureza brasileira. Seu
escopo de imagens visa atender ao monitoramento da região costeira, reservatórios
de água, desastres ambientais e estará à disposição da comunidade científica, órgãos
de Governo e quaisquer interessados.
Com lançamento bastante celebrado por Marcio Pontes, nosso astronauta e
ex-Ministro da Ciência e Tecnologia (atualmente Senador eleito por São Paulo),
o equipamento tem por objetivo fornecer dados de sensoriamento remoto para
observar e monitorar especialmente a região amazônica, além da agricultura no
país, a região costeira, reservatórios de água e florestas (naturais e cultivadas). Há
ainda a possibilidade de uso para observação de possíveis desastres ambientais. O
equipamento é projetado para gerar imagens do planeta a cada cinco dias — e, sob
demanda, é capaz de fornecer dados de um ponto específico em no máximo dois dias.
Em caso de um eventual desastre ambiental, por exemplo, como o rompimento da
barragem em Mariana em 2015, o monitoramento poderá ser ajustado para o local.
Focos de queimada também poderão ser visualizados. A estrutura conta com 14
mil conexões elétricas. Se esticados, todos os seus fios chegariam a 6 quilômetros.
A Missão Amazônia pretende lançar, em data a ser definida, mais dois satélites
de sensoriamento remoto: o Amazônia-1B e o Amazônia-2 com vistas a alargar o
horizonte de sensoriamento do meio ambiente nacional e uso do solo e recursos
naturais.

3.4. O BRASIL NA COP-26: GLASGOW, ESCÓCIA, DEZEMBRO DE 2021


A Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso do Solo, assinada por mais
de 100 países, incluindo o Brasil, para deter e reverter a perda florestal e a degradação
do solo até 2030, reconheceu o papel fundamental das florestas para a redução de gases
de efeito estufa. O governo brasileiro também apresentou uma nova meta de redução de

18
Por: Prof. Luis Felipe, em 05/03/2021.

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emissões para 2030, o compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2028 e o objetivo
de longo prazo de zerar emissões líquidas até 2050.
O desmatamento vem aumentando desde 2013. Atualmente, o uso e ocupação da
terra respondem por 46% das emissões nacionais. Prova disso é que em 2020, durante a
pandemia da Covid-19, as emissões globais despencaram quase 7%, enquanto no Brasil
cresceram 9,5%.
O governo brasileiro também anunciou na COP-26 que elevará a meta de corte de
emissões de gases de efeito estufa (GEE) em 2030 de 43% para 50% em relação aos níveis
de 2005, usando como base o quarto inventário nacional.

3.5. O BRASIL NA COP-27- EGITO


Em dezembro, como de praxe há décadas, comitivas de países do globo se reuniram para
discutir o aquecimento global. A 27ª Conferência do Clima foi realizada em 2022, no Egito.
O Brasil voltou, após completo desinteresse por parte de Jair Bolsonaro em relação
à questão ambiental (chegou a negar-se em 2020 a realizar a conferência no Brasil sob
a alegação de ser altamente custosa) a possuir centralidade na questão (lembrem-se de
que COP-27 foi realizada ainda com Bolsonaro presidente, mas sobre os auspícios do novo
governo que desembarcaria no mês seguinte, o de Luiz Inácio Lula da Silva). Para o Egito,
levamos a segunda maior comitiva, e de forma quase inédita, houve a participação de vários
empresários brasileiros. Nosso estande foi feito em cooperação entre CNI – Confederação
Nacional da Indústria; CNA- Confederação Nacional da Agricultura; e Sebrae.
Além de apresentações acerca da integração do Brasil no mercado de créditos de carbono,
o futuro verde da mobilidade urbana, o Projeto Escolas +Verdes, a transição energética, a
descarbonização da indústria, e a relação entre agroindústria e o meio ambiente, o Brasil
buscou ser contundente em demonstrar mais de 800 ações governamentais realizadas no
Brasil nos últimos quatro anos que estão alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas, as quais visam acabar com a pobreza, proteger o meio
ambiente e o clima, e que amparam os trabalhos em curso para que o país possa atingir a
Agenda 2030.
Em suma, as três expressões que pontuaram a ação do Brasil na COP-27 foram Mercado
de Carbono, Agricultura Sustentável e Energia Solar.

3.6. AS TRAGÉDIAS AMBIENTAIS DE MARIANA E BRUMADINHO


No dia 5 de novembro de 2015, ocorreu aquele que seria o maior acidente ambiental
da história do Brasil até então. A Barragem do Fundão de rejeitos de mineração se rompe.
Administrada pela empresa joint-venture Samarco – criada pela união entre a brasileira

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Vale do Rio Doce e a inglesa Bp. Hilton –, a barragem de rejeitos de mineração de ferro, nas
cercanias de Mariana, em área conhecida como o Quadrilátero Ferrífero, nosso maior polo
de produção mineral situado em Minas Gerais, se rompe e leva uma carga de mais de 40
milhões de metros cúbicos de lama para uma área de raio de mais de 700 km. Em rios em
Minas Gerais e no Espírito Santo, mais de 11 milhões de toneladas de peixes mortos foram
retirados das águas em relação direta com a tragédia e 19 pessoas morreram.
Eis que três anos depois, em janeiro de 2019, ocorre uma outra tragédia em Minas
Gerais, e com o mesmo tipo de barragem. Em Brumadinho, exatamente na hora do almoço
e em dia de expediente comum, a barragem da Mina do Feijão, administrada pela Vale do
Rio do Doce, se rompe. A primeira leva de vítimas sucumbe exatamente no refeitório lotado
localizado bem abaixo da barragem. E aqui valem alguns destaques:
I – Essa era, de fato, uma tragédia anunciada, pois embora fosse uma barragem desativada,
o modelo obsoleto de construção era do tipo a montante (o mesmo de Mariana), quando
os diques vão sendo gradativamente construídos para segurar a entrada de novos rejeitos.
Assim, a fiscalização por parte da Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais e de uma
gama de órgãos públicos que lateralmente deveriam servir à proteção a este tipo de tragédia
foi falha;
II – A Vale tinha ciência de que a barragem poderia se romper a qualquer hora. Em
documentos internos da empresa, revelados logo após o acidente, soube-se que essa e
outras várias barragens da mesma companhia estavam em vigente estado de atenção. Em
menos de 10 dias após o acidente, mais de 250 mortes foram confirmadas. Ou seja, um
número superior em mais de 10 vezes às vidas ceifadas em Mariana, revelando-nos uma
lógica perversa que demonstra não termos aprendido com nossos erros. Três anos após,
em janeiro de 2022, o número oficial de mortos é de 263 pessoas;
III – No caso do rompimento em Brumadinho, o RIO PARAOPEBA, um afluente direto do
Rio São Francisco, foi afetado drasticamente.
O Brasil é atualmente o maior produtor de minério de ferro do mundo, quase 10%
das nossas exportações (atrás apenas do complexo da soja) se concentra apenas nessa
commodity. Importa-nos, mais que nunca, questionarmos a que preço sustentamos tal
posição e se vale a pena de fato.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Nuvem Tóxica do Agrotóxico19
Somente no mês de junho de 2019, foram autorizadas 42 novas marcas de
agrotóxicos para atuarem em nosso concorrido mercado de defensivos agrícolas.
Quem libera? A Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins, do Ministério da Agricultura.

19
Por: Prof. Luis Felipe, 05/08/2019.

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Assim, somente nos primeiros seis meses de 2019, 232 novas marcas estão
autorizadas. Um recorde. Entre 2009 até 2018, a média foi alta, vale o destaque,
com 136 novas marcas atualmente. Em 2018 foram 450.
Hoje há, sem dúvidas, um direcionamento na questão dos agrotóxicos, pois, se
vínhamos de um crescimento enorme no uso destes produtos de forma geral nos
anos Lula e Dilma, o que se percebe nos últimos dois, ou três anos (e neste governo
atual se mostra de forma mais aguda) é uma perda de qualquer tensionamento
entre pastas diante desta questão. Antes, o fato é que havia ao menos possibilidades
de salvaguardas e freios ao uso indiscriminado de defensivos tóxicos. Já em 2019,
não há mais tais prerrogativas importantes, prevalecendo única e exclusivamente
o interesse do Ministério da Agricultura.
Entre os anos de 2012-2017, cresceu em 25% a quantidade total (que já era
alta) de agrotóxicos pulverizados no campo nacional. Consumiremos em 2019 mais
de 500.000 toneladas de (centenas) defensivos – o que dá em média 2,5 quilos de
agrotóxicos por habitante em média por ano. É muito agrotóxico em uma conta
que só aumenta.

TEXTO COMPLEMENTAR
Conselho da Amazônia e a Força Nacional Ambiental
Como uma espécie de resposta a tantos olhares desconfiados, nacionais e
internacionais, o governo de Jair Bolsonaro anunciou a criação de duas entidades
para integrar a administração e a defesa da floresta: o Conselho da Amazônia e a
Força Nacional Ambiental.
O Conselho da Amazônia, na verdade foi criado em 1995 (Decreto n. 1.541/1995)
pelo ex-Presidente da República Fernando Henrique Cardoso. Seu objetivo era
controlar e coordenar as atividades dos ministérios federais e dos governos dos
estados que compunham a Amazônia Legal. Subordinado ao Ministério do Meio
Ambiente, nunca chegou a ser realmente utilizado.
Depois das crises envolvendo a ação (ou ausência de ação) na Floresta no final
de 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro anunciou a reativação do Conselho em
janeiro de 2020, por meio das suas redes sociais. Sua mensagem comunicava a
transferência de comando do Conselho, que era do Ministério do Meio Ambiente,
para a Vice-presidência da República. Como na antiga formulação, o órgão teria

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por objetivo: “[…] coordenar as diversas ações em cada ministério voltadas para a
proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia” (Jair Bolsonaro em
postagem no Facebook no dia 21/01/2020).
Até aqui, apenas sabíamos que ele funcionaria como um órgão de controle e
coordenação de atividades já exercidas por outros setores governamentais. Mas o
que seria “controle e coordenação”?
Segundo o Vice-presidente da República à época e chefe do Conselho, Hamilton
Mourão, muitos setores diferentes do Governo realizavam atividades diferentes,
mas conexas, relacionadas à Amazônia. O Ministério da Defesa, por exemplo, entre
outras atividades, cuidava da atuação do exército na mata amazônica, protegendo
seu território. O Ministério da Ciência e Tecnologia, entre muitas outras atividades,
propunha diretrizes de pesquisa e avanço tecnológico na região.
Para que todos começassem a “falar a mesma língua” e cooperar nessas mais
diversas realizações, criou-se um órgão de cúpula com o objetivo de reunir os chefes
de todos esses setores para deliberar e decidir sobre assuntos que envolvem a Floresta
Amazônica. Isto, segundo Mourão, possibilitaria ações mais rápidas de controle
emergencial, o que faltou para as queimadas que ocorreram no fim do ano passado.
Assim, “renasceu” o Conselho Nacional da Amazônia Legal, oficialmente reativado
no dia 12/02 com a publicação do Decreto n. 10.239/2020, que estabeleceu as
competências, o funcionamento e a composição do órgão.
Um conselho é um órgão colegiado que delibera sobre alguns assuntos e toma
decisões. Colegiado significa ser formado por um “colégio”, isto é, membros que
se relacionam como “colegas”, com a mesma dignidade. São canais de discussão e
debate democrático.
Segundo o Decreto n. 10.239/2020, são membros do colegiado que forma o
Conselho da Amazônia Legal, além do Vice-presidente, os chefes dos seguintes
ministérios: Casa Civil, Justiça e Segurança Pública, Defesa, Relações Exteriores,
Economia, Infraestrutura, Agricultura, Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Meio
Ambiente, Desenvolvimento Regional, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria
de Governo e Gabinete de Segurança Institucional da Presidência.
A maior crítica envolvendo o novo Conselho foi a exclusão dos Governadores de
Estado dentre seus membros. Na formação antiga, participavam das deliberações
os governadores dos estados que compunham a Amazônia Legal. Agora participam,
além do Vice-presidente da República, apenas chefes de Ministérios do Poder
Executivo Federal. O Presidente do Conselho, no entanto, afirmou que os governadores
continuarão sendo consultados, embora não participem oficialmente do colegiado.
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Já sabemos que o Conselho é um órgão colegiado, formado pela Vice-presidência


da República e 14 ministérios. Segundo o Decreto n. 10.239/2020, este grupo de
pessoas se reunirá a cada três meses, e excepcionalmente quando o seu Presidente
(isto é, o Vice-presidente da República) o convocar.
Eles discutirão, em relação à Amazônia Legal, assuntos como proteção ambiental,
coordenação e integração de ações dos mais diversos setores governamentais,
desenvolvimento científico e inovação, repressão e prevenção de atividades ilícitas
etc.
Um conselho, além de deliberar, decide sobre alguns assuntos. Normalmente,
as decisões de um conselho são colegiadas, isto é, se resolvem pelo número de
votos dos seus membros. Mas, no caso do Conselho da Amazônia, os membros não
possuem poder de voto. A última decisão sempre ficará a cargo do seu Presidente,
após manifestação dos outros membros (art. 5º do Decreto n. 10.239/2020).
As competências do Conselho da Amazônia estão definidas no art. 3º do Decreto
n. 10.239/2020, e são bastante autoexplicativas. São bastante abrangentes, como
“fortalecer a presença do Estado na Amazônia Legal” (art. 3º, V) ou “coordenar as
ações destinadas à infraestrutura regional” (art. 3º, IX), regras que possibilitam
muitas medidas diferentes.
Algumas das principais competências do Conselho da Amazônia são:
coordenar e integrar as ações governamentais relacionadas à Amazônia Legal;
propor políticas e iniciativas relacionadas à preservação, à proteção e ao
desenvolvimento sustentável da Amazônia Legal;
opinar, quando provocado pelo Presidente da República ou por quaisquer de seus
membros, sobre propostas de atos normativos do Governo Federal relacionados à
Amazônia Legal;
acompanhar a implementação das políticas públicas com vistas à inclusão social
e à cidadania na Amazônia Legal;
apoiar a pesquisa científica, o desenvolvimento tecnológico e a inovação;
coordenar ações de prevenção, fiscalização e repressão a ilícitos e o intercâmbio
de informações;
acompanhar as ações de desenvolvimento sustentável e o cumprimento das
metas globais em matérias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
A Força Nacional Ambiental foi mencionada na mesma mensagem que reativou o
Conselho da Amazônia. No entanto, pouco se sabe ainda sobre o seu funcionamento.
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A informação repassada pelo Governo em coletivas de imprensa é que ela estará


subordinada ao Conselho e funcionará nos moldes da Força Nacional de Segurança
Pública, mas voltada à proteção da Amazônia.
A Força Nacional de Segurança Pública foi criada em 2004, e funciona como
uma tropa de elite em casos emergenciais ou de grande importância para a ordem
pública. É formada por policiais militares, civis, bombeiros militares e profissionais de
perícia dos estados e do Distrito Federal. Ela também atua em casos de calamidades
ambientais e proteção do meio ambiente.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Bioma Pantanal e o Fogo em 2020
A temporada de seca no ano de 2020 (compreendida nos meses do meio do ano,
basicamente) foi a mais drástica de que se tem notícia em décadas em relação às
consequências de queimadas no Bioma Pantanal, como emissão de gases de efeito
estufa e, principalmente, perda de biodiversidade vegetal e faunística.
Antes de abordamos o nosso foco em Atualidades acerca das queimadas
no Pantanal em 2020, é importante nos debruçarmos em torno de dois pontos
fundamentais. Lembrando, claro, que aqui ninguém sairá, não sendo o nosso objetivo,
um especialista em Geografia do Pantanal. Mas vale-nos (e muito) destacar tais
questões: o conceito de Bioma e as características principais do bioma pantaneiro.
Então, sigamos juntos, ok?

O que são biomas?

Na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE):

Bioma é o conjunto de vida (vegetal e animal) definida pelo agrupamento de tipos de vegetação
contíguos e identificáveis em escala regional, com condições geoclimáticas similares e história
compartilhada de mudanças, resultando em uma diversidade biológica própria.

Em outras palavras, ele pode ser definido como uma grande área de vida formada
por um complexo de ecossistemas com características homogêneas.

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3.7. AS QUEIMADAS NO PANTANAL EM 2020


O número de focos de incêndio no Pantanal, que em média se situam na casa dos 5.000
em períodos de seca, em 2020 atingiu a marca de 15.000 focos em setembro, consumindo
algo em torno de 20% da superfície do bioma.
É evidente que mesmo havendo um fenômeno natural que contribuiu enormemente
(a ausência de entrada de qualquer massa úmida, as quais começam a subir e atingir a
região no mês de setembro), fatores antrópicos, como a expansão contínua da fronteira
agrícola em associação às dificuldades por parte da fiscalização, tanto de órgãos federais
(leia-se Ibama), quanto das secretarias estaduais de meio ambiente do Mato Grosso
do Sul e do Mato Grosso, contribuíram para a calamidade. O Ibama, inclusive, segundo
matéria da Revista Veja intitulada “os Campeões do Desmatamento,” de 5 de agosto de
2020, vem imprimindo multas milionárias aos grandes desmatadores, principalmente
no chamado “Arco do Desmatamento” (veja figura abaixo). Entretanto, não consegue
receber os valores à medida que os grandes proprietários rurais notificados conseguem
postergar tais multas dentro da esfera jurídica. Impera a ilegalidade.

20

20 Fi
gura: Arco do Desmatamento e Limites da Amazônia Legal: note que o Pantanal NÃO SE ENCONTRA NESTE ARCO DE
INTENSA ATIVIDADE DE QUEIMADAS.

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A origem das queimadas no Pantanal, como no Cerrado ou na Amazônia, está em sua


maioria relacionada ao que se denomina “queimadas controladas”. Acontece quando os
produtores rurais buscam queimar o mato seco com vistas, exatamente, a não perder
o controle do fogo por meio de queimadas espontâneas (causadas pela secura do ar,
junto à energia eletroestática.) O problema, contudo, reside na perda de controle deste
tipo de limpeza dirigida por parte dos produtores rurais e, principalmente, na sanha
crescente de grandes pecuaristas que visam abrir enormes pastagens na marra. Não por
coincidência, o próprio ministro Ricardo Salles, do Meio Ambiente, em vídeo recentemente
divulgado de uma reunião ministerial realizada em abril de 2020, deixou claro ser importante
que “se deixasse passar a boiada” justamente enquanto a mídia e a opinião pública estivessem
com suas atenções voltadas à Covid-19.

3.8. O CASO MARIELLE: CINCO ANOS


Poucas conclusões efetivas, pressão para federalizar o caso, 5 (cinco!!!) trocas de
delegados e duas de promotores e, principalmente, demora para concluir o inquérito: esse
é o caso da vereadora Marielle, do Rio de Janeiro, um dos assassinatos mais marcantes das
últimas décadas no Brasil e que completou 5 anos em março de 2023 ainda sem solução.
O caso constrange o sistema judiciário e policial do Rio de Janeiro.
A vereadora eleita pelo PSOL e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados em
uma emboscada na noite de 14 de março de 2018, no centro do Rio. Nos dias seguintes ao
crime houve uma enxurrada de fake news associando a vereadora a traficantes e ao crime
organizado. Nada disso foi provado.
Os ex-policiais Ronei Lessa, acusado de realizar os disparos, e Elcio de Queiroz, acusado
de dirigir o carro usado no crime, foram presos, mas daí em diante a polícia e a justiça
carioca jamais conseguiram saber quem foram os mandantes da execução.
Para o Ministério Público Fluminense, a investigação resultou em provas contundentes
sobre a autoria do duplo homicídio por Lessa. O promotor Bruno Gangoni, coordenador do
Grupo de Atuação Especial (Gaeco), se disse convicto de uma possível condenação. O PM
reformado irá a júri popular, ainda sem data marcada.
Sob enorme preocupação das famílias das vítimas e das organizações de direitos
humanos e, por que não, também da sociedade civil como um todo, o caso segue sem
solução. Somente em 2021, dois delegados pediram para sair das investigações. Mas o que
mais preocupa é o fato de que as duas promotoras, Simone Sibilio e Leticia Emille, que
estavam com o caso desde o início, pediram para se retirar da força-tarefa. Sem alegarem
as razões diretamente, o que se suspeita é que ambas tenham sucumbido em função de
pressões externas.

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Visto as situações expostas, familiares de Marielle lançaram a campanha INTERFERÊNCIA


NÃO. Também nasceu o comitê JUSTIÇA POR MARIELLE E ANDERSON, hoje composto pelo
Instituto Marielle Franco, pelas viúvas de Marielle e Anderson e pelas associações Justiça
GLOBAL, Anistia Internacional Brasil, Coalizão Negra por Direitos e Terra de Direitos.

3.9. AS MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO


Em 2020, estima-se que praticamente 2 milhões de pessoas na cidade do Rio de Janeiro
(para um total de 6,5 milhões de habitantes na cidade) vivam em áreas sob o controle de
milícias. Outros dados dão conta que mais da metade da área urbana do município já esteja
sob o comando de alguma milícia.
O conceito de milícia remete a grupos em geral aparamentados por funções de
Estado, como policiais, que, revestidos da justificativa de combate ao tráfico e atividades
criminosas variadas, praticam uma justiça particular. Esses grupos não nasceram no
Rio de Janeiro nestes tempos, como pode parecer. Desde as décadas de 1950 e 1960, é
percebida a ação em grandes centros urbanos de grupos de extermínio que atuam à margem
do devido processo legal. Foi assim, por exemplo, com o Esquadrão da Morte nos anos do
regime militar e que agia no Rio e em São Paulo.
Na verdade, o que acontece no Rio de Janeiro atualmente possui estrita relação com uma
ação da política de segurança pública e a respectiva criação das UPPs, nascidas em 2008 (e
ainda em vigor), e sua incisiva ação repressora ao tráfico de drogas e principalmente à facção
Comando Vermelho. Lateralmente a essas atividades de Estado, ocorrem as iniciativas de
proteção de áreas por parte de policiais, bombeiros e militares, na ativa ou na reserva, mas
fora do serviço, atuando, em uma primeira fase, com vistas a proteger a população da volta
de traficantes. Em seguida, seguindo roteiro exato do que vimos acontecer ao longo desta
década, estes grupos se apoderam das áreas promovendo uma série de novas funções das
quais não estão legalmente incumbidos, quais sejam:
• cobrança da taxa de proteção, marcando com símbolos as casas dos moradores que
a pagam e oferecendo proteção contra quaisquer crimes, seja um roubo ou a venda
de drogas;
• exploração clandestina ao cobrar e centralizar serviços de gás, televisão a cabo,
máquinas caça-níqueis, cocos verdes, crédito pessoal, imóveis e transporte alternativo;
• oposição aos narcotraficantes e ao domínio territorial de facções;
• segurança alternativa provida por policiais, bombeiros, vigilantes, agentes penitenciários
e militares, fora de serviço ou ativos, como integrantes da milícia.
A vereadora Marielle Franco, ao que indica o MP, foi morta exatamente por combater
grupos milicianos, que chegaram até a grilar áreas e construir prédios clandestinos, tal

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qual vimos no bairro da Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro (área de predomínio
absoluto de milícias), onde, em março do ano de 2019, dois prédios construídos em completa
irregularidade por milicianos desabaram, causando a morte de 24 pessoas.

3.10. A SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

3.10.1. A QUESTÃO DOS HOMICÍDIOS. ANTECEDENTES A 2022


Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública - publicação referência em termos
de dados sobre o tema no Brasil - o número de homicídios em 2017 no país atingiu cifra
superior a 60.000 mortes. Um recorde absoluto de perda de vidas em termos globais.
De cada 100 mortos, 71 eram negros. Em termos proporcionais, situávamo-nos
aproximadamente em nono lugar no mundo homicídios, com uma taxa de 30 mortes para
grupo de 100.000 habitantes. Honduras estava em primeiro, com 110/100.000, e El Salvador
em segundo, com 80/100.00.
Há algumas questões importantes a serem levadas em conta na análise desse crescimento
dos homicídios no Brasil até chegarmos ao pico de 2017. São elementos que vão além do
chamado senso comum (via de regra simplista). Sem dúvidas, fatores como o despreparo da
polícia e a morosidade da justiça pesam historicamente, mas outros elementos importam.
Em sendo assim, listo abaixo três fatores que colaboram bastante para que este cenário
de guerra tenha ganhado praça em nosso país:
A interiorização da violência: até algum tempo atrás, o Brasil podia ser considerado um
lugar onde, em regra, a vida nas cidades do interior corria de forma tranquila. Ostentava-se
indicadores de violência somente nas cidades grandes. Havia, portanto, uma metropolização
muito bem-marcada da violência. Contudo, ao longo dos últimos anos, o que se percebe é
que a violência seguiu com força para as cidades do interior, principalmente nas chamadas
fronteiras, ou seja, em áreas de entrada de atividades tanto minerais como de produção
de energia e, principalmente, de atividades agrícolas. Em muitas áreas no país, a vida nas
cidades pequenas já não é mais sinal de tranquilidade. Em regiões metropolitanas, o
mesmo fenômeno ocorre, mas em várias cidades pequenas em estados como Bahia, Goiás,
Alagoas e Pará, só para citar alguns, vê-se números de homicídios superiores aos de muitas
capitais e/ou cidades grandes e médias do Brasil.
A epidemia de crack: o Brasil é hoje considerado no mundo o país com o maior número de
usuários de crack. Essa droga, derivada da cocaína e de alto poder viciante, vem penetrando
as ruas de norte a sul do país ao longo das duas últimas décadas, promovendo um rastro
de violência, tanto por parte dos usuários quanto por parte das facções que buscam o
comando desse lucrativo e crescente negócio. Para se ter uma ideia, estima-se haver algo
perto de 1 milhão de usuários de “pedra”

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A letalidade policial e a cultura do enfrentamento: outro ponto que chama a atenção


acerca da violência no Brasil, e que eleva para cima o número de homicídios no país, é a
quantidade de mortes causadas pela atividade policial. Esta cultura do enfrentamento
das chamadas “forças” vem desde os tempos do Regime Militar, quando a polícia passou a
fazer a vez tanto de opressão criminal como de opressão política, recebendo praticamente
um salvo-conduto para matar. De lá para cá, cresceram os instrumentos de controle sobre
a atividade policial e seus desmandos, tais quais o Ministério Público e corregedorias
especializadas, porém o número de mortes relacionadas à atividade policial não para de
crescer, estimando-se vigorar na casa de 4.000 a 5.000 mortes anuais. Na outra ponta,
cresce o número de mortes de policiais, já estando na casa das 400 mortes ao ano (nem
todos em trabalho) por todo o país. Há aí uma guerra e um contingente de violência e de
vidas ceifadas

3.10.2. A CRISE PRISIONAL E AS FACÇÕES


Somente na entrada de 2017, nos 15 primeiros dias do ano, 134 pessoas morreram em
presídios sob a custódia do Estado. Para muitos, tais dados são irrelevantes, pois, visto
o quanto o Brasil anda violento, o que tem valido mesmo para alguns (mas não para este
que aqui vos fala) é a ótica do “bandido bom é bandido morto”. Contudo, vale a pena nos
atermos a algo que não há como ser negado: o Estado brasileiro gasta muito com presídios
e gasta mal.
Em 2017, o número de presos no país atingiu a casa dos 700.000. Em 2022, este número
atingiu a casa dos 800.000 presos. Se levarmos em conta que em 2002 eram 232.000, tal
evolução no número de presidiários realmente salta aos olhos. Assim, chegamos à terceira
maior população carcerária do mundo, atrás apenas da China e dos EUA, países com
sistemas penais e judiciários infinitamente mais severos que o nosso.
O que também chama a atenção neste quadro é que o número de presos por roubos,
crime que sempre liderou as estatísticas, é hoje menor que o número de presos por tráfico
de drogas. Na população de presidiárias femininas, esse número (presos por tráfico) já é de
40%. Outro dado que puxa para cima o número de presidiários é a quantidade de presos
provisórios ou que já venceram a pena, a qual estima-se que ronde a casa dos 40%.
Ainda em relação à questão prisional no país, um fato drástico também vem sendo
colocado em pauta e merece atenção: as principais organizações criminosas em atuação
no Brasil têm sua origem em presídios. São facções como o PCC – Primeiro Comando da
Capital –, que nasceram com um discurso voltado ao assistencialismo intraprisional,
para em seguida transcender as fronteiras e se lançarem nas ruas, comandando ações
de roubos e tráficos de drogas.

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O crescimento do PCC, hoje disparada a maior organização criminosa do Brasil, suscitou


a formação de outras organizações concorrentes pelo país, as quais atualmente lutam pelo
controle de presídios, do tráfico de drogas e outras atividades criminosas em inúmeras
cidades brasileiras. Assim, como exemplo, temos a luta pelo tráfico de drogas e controle
de presídios no Amazonas promovida entre a Família do Norte versus PCC. No Ceará, a
explosão recente do número de homicídios em Fortaleza está umbilicalmente ligada à luta
por pontos de tráfico de drogas promovida entre os Guardiões do Estado (grupo local) e
o PCC. Já em Natal e Mossoró, ambas no Rio Grande do Norte, o conflito atual reside no
enfrentamento entre o PCC e a facção Sindicato do Crime.
Nessa guerra entre facções, impressiona a forma como o Estado brasileiro não
conseguiu se antecipar em momento algum a ascensão desses grupos e o tanto que se
percebe ser quase impossível conter suas ações no atual nível em que chegaram. Esses
embates se espalharam por praticamente todas as capitais do Brasil.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Queda nos Homicídios em 202121
Os homicídios retomaram a trajetória de queda no Brasil em 2021 e alcançaram
o menor patamar desde 2007, ano em que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública
passou a coletar os dados. Foram 41 mil mortes no ano passado, segundo o índice
nacional de homicídios, com base em dados oficiais dos 26 estados e do Distrito
Federal.
Os números atingiram em 2017 a sangrenta casa de 61.000 homicídios. O Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) é uma organização não-governamental,
apartidária, e sem fins lucrativos, que se dedica a construir um ambiente de referência
e cooperação técnica na área da segurança pública. A organização é integrada
por pesquisadores, cientistas sociais, gestores públicos, policiais federais, civis e
militares, operadores da justiça e profissionais de entidades da sociedade civil que
juntos contribuem para dar transparência às informações sobre violência e políticas
de segurança e encontrar soluções baseadas em evidências.
A única Região com aumento de homicídios no atual levantamento foi a Norte.
Os números totais de homicídio atingiram em 2017 a sangrenta casa de 61.000.
Segundo especialistas do FBSP e do NEV-USP, essa redução - que começou em
2018 e foi interrompida em 2020 - ocorre de forma diferente de acordo com o estado
e é motivada por um conjunto de fatores:

21
Com base em: https://www.defesanet.com.br/front/noticia/43697/Entenda-a-queda-dos-homicidios-no-Brasil-em-2021/

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Profissionalização do mercado de drogas brasileiro: “Mercados criminosos


equilibrados, com competidores que aprenderam a conviver entre si ou que
descobriram formas de regulamentar a relação entre eles, tendem a reduzir o
total de conflitos fatais. (...) A existência de regras e a criação de uma ampla rede de
parceiros, que se expandiu com os contatos com criminosos de outros estados feitos
nos presídios federais, ajudaram (o PCC) a se tornar um importante distribuidor de
drogas e de armas para quadrilhas de outros estados, transformando o mercado de
drogas brasileiro, que passou a replicar o modelo criminoso paulista, se organizando
a partir dos presídios estaduais”, diz Bruno Paes Manso, do NEV-USP.
Maior controle e influência dos governos sobre os criminosos: “O próprio modelo de
negócio criado por esses grupos tornou as lideranças das diversas gangues prisionais
mais vulneráveis e sujeitas a pressões dos governos. Como parte delas estava presa,
suas ordens dadas de dentro do sistema penitenciário para os territórios estavam
sendo mais vigiadas e acompanhadas pelas autoridades. Os governos e sistemas de
justiça estaduais vinham acumulando e trocando informações que permitiram agir
para reduzir os conflitos e punir as lideranças mais truculentas dentro das prisões,
que foram levadas a exercer um comando mais diplomático, racional e lucrativo”,
diz Bruno.
Apaziguamento de conflitos entre facções: “Entre 2016 e 2017 vivemos uma
guerra entre dois grupos criminosos, o PCC e o Comando Vermelho, e essa guerra se
alastrou por todo o país, especialmente em estados do Norte e Nordeste. A gente
tem um apaziguamento desse conflito em alguns territórios e, em outro, tem um
certo monopólio de algum grupo. Quando um grupo único vai se consolidando no
território, tende a reduzir o conflito”, diz Samira Bueno, do FBSP.
Criação de programas de focalização e outras políticas públicas: “Várias unidades
da federação adotaram, ao longo das décadas de 2000 e 2010, programas de redução
de homicídios pautados na focalização de ações nos territórios. O Pacto Pela Vida,
em Pernambuco, o Estado Presente, no Espírito Santo, e o Ceará Pacífico, no Ceará,
são exemplos de projetos que buscaram integrar ações policiais e medidas de caráter
preventivo. Ao longo dos anos, muitos governadores titubearam na manutenção de
tais iniciativas, mas houve um aprendizado organizacional das forças de segurança
que mostra que, quando existe planejamento, integração e metas, os macros objetivos
são mais rapidamente alcançados”, afirmam Samira Bueno e Renato Sérgio de Lima,
do FBSP. Os especialistas também citam outras políticas públicas que estão sendo
desenvolvidas pelas unidades da federação, focadas na integração das forças policiais
com o fortalecimento dos mecanismos de inteligência e investigação.

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Redução do número de jovens na população: “Tem a ver com as mudanças


demográficas, algo que a gente já vem apontando há alguns anos no Atlas da Violência,
que é a redução do número de jovens na população. É sabido que a maior parte da
violência letal atinge jovens do sexo masculino. E o Brasil está diante de uma grande
mudança demográfica.”
Criação do SUSP e mudanças nas regras de repasses: “Em 2018, o governo federal
conseguiu aprovar, depois de tramitar por 14 anos, a lei que criou o Sistema Único
de Segurança Pública, responsável por regulamentar a Constituição de 1988 no que
diz respeito à integração e eficiências das instituições de segurança pública. Ainda
em 2018, (...) houve uma mudança nas regras de repasse de recursos arrecadados
pelas Loterias da Caixa que, na prática, fez com que cerca de 80% de todo o dinheiro
da segurança repassado para estados e Distrito Federal de 2019 a 2021 tenha as
loterias como origem e, com isso, novos recursos puderam ser destinados à área”,
dizem Samira e Renato.
Os pesquisadores destacam que a queda no índice de homicídios pode acontecer
mesmo com a maior introdução de armas no país por conta dos decretos e mudanças
na legislação promovidas pelo Governo Federal. Segundo o Anuário Brasileiro de
Segurança Pública publicado no ano passado, o Brasil dobrou o número de armas nas
mãos de civis em apenas três anos. As armas e munições legais e ilegais – que são
desviadas e ingressam no mercado do crime – não causam, isoladamente, variações
nas taxas. Elas tendem a aumentar os homicídios circunstanciais, em bares, boates
e no trânsito, por exemplo, e os feminicídios. Mas não afetam necessariamente
as dinâmicas criminais nos estados, diz Bruno Paes Manso. O Rio de Janeiro é um
exemplo. Apesar da imensa quantidade de fuzis nas mãos de traficantes e milicianos,
que controlam diversas comunidades do estado graças a esse poder bélico, a atual
força política dos milicianos tem inibido conflitos por poder e mercado, contribuindo
para uma redução de mortes intencionais violentas que persistiu nos últimos quatro
anos – mesmo com as prisões e impeachment dos seus Chefes de Executivo
A Questão do Feminicídio
Mesmo com queda considerável nos índices de homicídios no Brasil nos últimos
dois anos, percebe-se a ocorrência de uma crescente na taxa de feminicídios. O
conceito de feminicídio diz respeito aos crimes contra às mulheres por conta de sua
condição de gênero. Em 2015, o Brasil alterou o Código Penal Brasileiro e incluiu a Lei
n. 13.104, que tipifica o feminicídio como homicídio, reconhecendo o assassinato
de uma mulher em função do gênero.

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Não são todas as mulheres assassinadas que entram na conta dos feminicídios.
Por exemplo, em um acerto de contas de drogas que envolva várias pessoas e que
no meio estejam algumas mulheres, estas não entram nessa conta. Mas, no total, a
conta no Brasil foi drástica: estima-se que em 2019 uma mulher tenha sido vítima
de feminicídio a cada sete horas no Brasil, totalizando 1.314.

Obs.: O Brasil é considerado hoje em dia um dos cinco países mais perigosos do mundo
para ser mulher.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Política Nacional de Segurança Cibernética22
Em 2019, ascendeu no âmbito do governo federal a discussão acerca de se
estruturar finalmente uma estratégia nacional de segurança cibernética com vistas a
conseguir aprovar uma lei que norteie a Política Nacional de Segurança da Informação
e mitigar a ação de hackers sobre máquinas e dados da administração pública em
todas as suas esferas. A promoção dessa estratégia de segurança cibernética estaria
vinculada ao GSI e seria comandada pela ABIN.
Segundo a União Internacional de Telecomunicações, uma agência especializada da
ONU, o Brasil estava em 70O lugar entre 175 nações na classificação de cybersegurança
no ano de 2018, atrás de países como Paraguai e Índia. Tal índice mede a capacidade
de cada nação em se proteger de ataques cibernéticos.
O problema é grande. Hoje, o Centro de Defesa Cibernético ligado ao exército,
criado em 2012, é o único responsável pela guarda das informações de todo o poder
público nacional e possui um orçamento em queda para 2018, com a alocação de
apenas 14 milhões de reais. Como comparação, nos EUA tal área recebe do governo
algo em torno de 9 bilhões de dólares anuais.
Marcos legais acerca da internet e segurança de dados virtuais dos cidadãos
evoluíram ao longo dos últimos anos no Brasil. Em 2014, Dilma Rousseff sancionou
o Marco Civil da Internet, que estabeleceu garantias ao uso da rede no Brasil. Outro
marco importante foi a Lei Geral de Proteção de Dados, sancionada em agosto de
2018 por Michel Temer e que, entre outras coisas, prevê multa de até 50 milhões de
reais a empresas que se utilizem de informações de pessoas (como nome e e-mail)
sem autorização prévia.

22
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, em 07/11/2019.

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Nesse campo cibernético, uma outra novidade ganhou força dentro do âmbito
legislativo com a discussão, no segundo semestre de 2019, acerca da instalação de
uma CPI das Fake News com vistas a apurar o uso ilegal de WhatsApp na campanha
de 2018 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Mas, como pau que dá em Chico também
dá em Francisco em nossa esfera política, mesmo protocolada pelo PT a iniciativa de
abrir tal CPI, vale destacar que o candidato Fernando Haddad, do PT (o qual foi rival
direto de Bolsonaro nas eleições) também possuía um teto de vidro nessa questão,
tendo sua chapa sido condenada a pagar multa por uso ilegal do aplicativo para
impulsionar de forma irregular conteúdo contra seu rival.
Por fim, aprovada pelo Decreto n. 9.637/2018, a Política Nacional de Segurança
da Informação (PNSI) abrange segurança cibernética, defesa cibernética, segurança
física e a proteção de dados organizacionais.
Essa política é implementada por intermédio da Estratégia Nacional de
Segurança da Informação (ENSI) e pelos planos nacionais. Por sua vez, a ENSI será
construída em módulos, contendo as ações estratégicas e os objetivos relacionados
à segurança da informação, em consonância com as políticas públicas e os programas
do Governo federal. Os módulos versarão sobre segurança cibernética, defesa
cibernética, segurança das infraestruturas críticas, segurança da informação sigilosa,
e proteção contra vazamento de dados.

3.11. A REFORMA DA PREVIDÊNCIA


PREVIDÊNCIA
A previdência brasileira entrou em rota de crise e déficit em fins da década de 1990,
e as previsões até 2060, ou seja, para os próximos 40 anos, são (ao menos eram, antes da
reforma) sombrias. Há praticamente um consenso relacionado à Reforma da Previdência
de Jair Bolsonaro: era algo imprescindível, inevitável e inadiável. E foi, em tese, preciso
cortar na carne, isto é, o brasileiro terá de trabalhar mais tempo, poupar mais dinheiro e
conformar-se em receber benefícios menores do que os pagos atualmente. A intenção das
mudanças é, antes de tudo, tornar o sistema sustentável. Se mantidas as regras anteriores,
as despesas continuariam crescendo muito mais rápido do que a arrecadação e passariam a
consumir quase todos os recursos da União. Em 2026, chegaria a quase 80% do Orçamento
para o pagamento de previdência, segundo projeções da Consultoria Legislativa do Senado.
A fatia atual é de 56%.
O aspecto demográfico é o principal fator de pressão. A fatia da população com mais de
65 anos subirá dos cerca de 9% atuais para 25% em 2060, um acréscimo de 50 milhões de
pessoas. O fenômeno é resultado da queda nos nascimentos e o aumento da expectativa
de vida. Atualmente, a razão entre contribuintes e beneficiários é positiva, em 1,2, ou

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seja, há mais pessoas que pagam do que recebem. Em 2060, a conta ficará negativa,
será 0,8 pagante para cada aposentado. Mais importante que se antecipar a problemas
futuros, a urgência é corrigir distorções do passado, por exemplo: durante anos, servidores
federais e estaduais se beneficiaram da regra que permitia a aposentadoria com o último
salário, enquanto os trabalhadores da iniciativa privada ficavam limitados ao teto do INSS,
hoje em R$ 5.839,00.
No governo federal, a limitação só foi igualada em 2013. Nos estados, há casos que
chegam a superar a regra do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), os dados revelam
o abismo nos números. A despesa per capita média estatal com a aposentadoria de um
funcionário público é dez vezes maior do que a de um trabalhador de uma empresa privada.
É isso o que explica o peso muito mais elevado dos servidores aos cofres públicos. O déficit
das aposentadorias e pensões de trabalhadores de Estados e da União se aproxima do
rombo acumulado em todo o sistema privado. O que torna a diferença gritante é que o
primeiro grupo é composto de cerca de 4 milhões de beneficiários, ante os 35 milhões do
INSS. Sem contar que na administração federal, cerca de 40% dos servidores têm direito a
se aposentar com o salário integral, por terem entrado na carreira pública antes de 2003.
A Reforma Previdenciária prevê a mudança de regras de aposentadoria tanto para
trabalhadores do INSS como para servidores públicos, policiais, professores e políticos.
lembrando que para a nova Previdência entrar em vigor, foi necessária a aprovação final
em dois turnos no Senado.

3.12. A TRANSPOSIÇÃO DO RIO SÃO FRANCISCO


A transposição do Rio São Francisco foi iniciada em 2007, pelo Presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, sendo a principal obra do governo federal para combater os efeitos da seca.
Vale lembrar que esse tipo de política hidráulica já esteve em vigor em vários momentos
históricos (sendo esta obra de transposição do Rio São Francisco pensada desde os tempos de
Dom Pedro II) com, por exemplo, obras de açudamento na maioria dos estados do Nordeste.
Para se ter uma ideia, o Ceará é considerado a região mais açudada do mundo atualmente.
Seu objetivo é desviar algo em torno de 3% das águas do “Velho Chico”, por meio de
dutos e canais, para o abastecimento de rios menores e açudes que secam durante o período
de estiagem no semiárido nordestino. Basicamente, busca perenizar rios intermitentes.
O governo aposta que a obra, orçada em 9,6 bilhões de reais (4 bilhões era o seu orçamento
inicial), beneficiará 12 milhões de pessoas em 390 municípios e estimulará a agricultura nas
áreas atingidas. Para isso, são necessários 27 reservatórios, nove estações de bombeamento
e nove subestações elétricas, ao longo de 477 quilômetros de canais, divididos em dois
eixos (norte e leste).

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OS DOIS EIXOS DO PROJETO


Para redistribuir as águas do Rio São Francisco, o projeto está dividido em dois eixos:

A TRANSPOSIÇÃO EM ATUALIDADES E AS METAS

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A EXECUÇÃO DO EIXO NORTE


• Meta 1N

O trecho de 140 km, maior do eixo, vai da captação do Rio São Francisco, no município
de Cabrobó (PE), até o reservatório de Jati, em Jati (CE). No eixo norte, foi o maior avanço
do governo Bolsonaro, que hoje tem 96,6% da meta cumprida. Quando recebeu a obra do
governo Temer, a meta estava em 92,5%.
• Meta 2N

O trecho é menor. São 39 km, que começam no reservatório Jati e terminam no


reservatório Boi II, no município de Brejo Santo (CE). Foi o maior avanço do governo Temer
no eixo norte. Em dezembro de 2018, no fim do mandato do peemedebista, 99,5% do trecho
estava feito. Quando ele assumiu, a meta estava em 80,6%.
• Meta 3N

Os 81 km do terceiro trecho se estendem do reservatório Boi II até o reservatório


Engenheiro Ávidos, no município de Cajazeiras (PB). No eixo norte, foi o maior avanço dos
governos petistas. Em abril de 2016, três meses antes de Dilma ser afastada da Presidência,
93,3% do trecho estava feito.
Na análise do eixo como um todo, quase 88% do eixo norte foram realizados nos governos
do PT, considerando-se o relatório executivo do empreendimento de abril de 2016. Com
Temer, a obra atingiu 95,4% do que havia sido projetado. Atualmente, no governo Bolsonaro,
estima-se que a transposição esteja 97,5% pronta.

A EXECUÇÃO DO EIXO LESTE


• Meta 1L

Era a meta piloto. O trecho de 16 km compreende a captação no reservatório de Itaparica


até o reservatório Areias, ambos em Floresta (PE).
• Meta 2L

É o maior trecho, com 167km. Começa na saída do reservatório Areias e segue até o
reservatório Barro Branco, em Custódia (PE).
• Meta 3L

Com 34 quilômetros, o trecho está situado entre os reservatórios Barro Branco e Poções,
em Monteiro (PB).
Em termos globais, aproximadamente 84% das obras foram realizadas nas gestões Lula e
Dilma, até abril de 2016. O governo Temer afirmou ter chegado aos 100% e inaugurou o eixo.

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3.12.1 O QUE FOI FEITO NO GOVERNO BOLSONARO?


Durante a gestão do ex-Presidente Jair Bolsonaro, a abertura da comporta entre
Pernambuco e Ceará foi o terceiro marco de avanço do projeto de transposição, maior obra
hídrica do país.
Quando chegou ao governo federal, Bolsonaro assumiu a obra quase pronta em termos
de “avanço físico” do projeto, isto é, a construção das grandes estruturas que permitem a
transposição das águas. Nesse aspecto, faltava menos de 5% do eixo norte, e o eixo leste
já estava entregue.
Mas ainda estavam pendentes serviços complementares, como a construção de muretas
de proteção dos canais e de sistemas de drenagem de águas pluviais, tratamento de taludes,
melhorias nas estradas de serviço e conclusão das ações ambientais.
Também faltavam consertos de estruturas que, segundo a metodologia de
acompanhamento da obra do Ministério do Desenvolvimento Regional, já são consideradas
100% executadas.
1,3% foi o percentual da estrutura física do eixo norte que avançou em 2019, primeiro
ano do governo Bolsonaro.
Em 2019, de janeiro a novembro, a gestão Bolsonaro investiu R$ 582 milhões no projeto
da transposição (R$ 300 milhões apenas para a energia necessária ao bombeamento da
água em uma topografia com grandes alturas). Os investimentos das gestões anteriores,
somados, passaram dos R$ 10 bilhões.
5% foi o valor investido pela gestão Bolsonaro em 2019, em relação ao total já
investido pela União no projeto.
Ao longo de seus 13 anos de execução e depois de diversos adiamentos de entrega,
o custo do projeto foi de R$ 4,5 bilhões para R$ 12 bilhões. O salto orçamentário pode
ser atribuído a diversos fatores, como erros de projeto, problemas contratuais com as
empreiteiras responsáveis e dificuldades administrativas para a desapropriação de terrenos.

3.12.2 OS AVANÇOS COM BOLSONARO NA TRANSPOSIÇÃO

• Bomba em Sertânia (PE)

A bomba, que permite que as águas cheguem ao município de Monteiro (PB) e à região de
Campina Grande, no eixo leste, havia sido colocada em funcionamento em março de 2017.
No entanto, em razão de vazamentos na barragem Cacimba Nova, na cidade de Custódia
(PE), ficou desligada de abril a julho e depois de agosto a outubro de 2019. Em novembro
daquele ano foi religada, depois de adaptações e reparos no sistema.

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• Bomba em Salgueiro (PE)


Outra bomba foi religada no final de agosto de 2019, mas no eixo leste. Ela também já
havia sido inaugurada, mas ficou em obras durante nove meses, porque vazões anormais
haviam sido detectadas na barragem Negreiros, no município de Salgueiro (PE).
• Comportas do Trecho Milagres-Jati (PE)
Com a inauguração da obra em junho de 2020, a água do reservatório Milagres, também
no município de Salgueiro (PE), começa a chegar ao reservatório de Jati, em município
homônimo no Ceará.

O que falta fazer para concluir a obra?

O governo Bolsonaro promete a conclusão do eixo norte do projeto para 2021. Ainda
precisam ser implantados sistemas de drenagem e de operação e controle.
Também falta instalar nas três estações de bombeamento do eixo o restante das bombas
previstas no projeto, de forma a garantir a vazão projetada. “Só há uma bomba em cada
estação, o que implica numa capacidade de pouco mais de 10% da vazão prevista”, afirmou
ao jornal Folha de S. Paulo o professor o da UFPB Francisco Sarmento, que coordenou por
14 anos os estudos e planejamentos hidrográficos da transposição.
Além do projeto de transposição, o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco prevê
a necessidade de mais R$ 30 bilhões, do poder público e da iniciativa privada, para garantir
a revitalização da bacia. O plano do Comitê cobre o período de 2016 a 2025, mas já prevê
que as iniciativas de revitalização tomem mais tempo do que isso.
Os projetos incluiriam, por exemplo, obras de saneamento, ações de monitoramento
ambiental e diversificação da matriz elétrica na região da bacia, dependente do São Francisco.

3.12.3. DIFICULDADES PENDENTES

• Deterioração
Em setembro de 2019, reportagem do jornal Folha de S. Paulo revelou que trechos da
obra apresentavam sinais de deterioração no eixo leste: paredes de concreto rachadas,
estações de bombeamento paralisadas, barreiras de proteção rompidas, sistema de drenagem
obstruído e assoreamento do canal. Técnicos atribuem os problemas à má qualidade dos
materiais, bem como à inauguração prematura da obra, que entrou em funcionamento
sem estar plenamente pronta para a operação. O bombeamento de água pelos canais do
eixo já foi interrompido em razão de riscos e acidentes técnicos, o que também expôs o
concreto às intempéries do semiárido.

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• Obras Estaduais
Para que o projeto atinja as 12 milhões de pessoas previstas, é necessário que sejam
concluídas também as obras complementares em cada um dos estados beneficiados
pelo projeto (Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte). Os cronogramas estão
atrasados, segundo o portal UOL.
• Manutenção
Dada a topografia da região, o gasto com energia para bombeamento das águas para
grandes alturas chega a R$ 300 milhões anuais, segundo o governo federal. O governo
Bolsonaro estuda a possibilidade de privatizar ao menos parte da operação da estrutura
construída pelo governo federal, um plano já aventado pela gestão Temer.
• A Paternidade do Projeto
Em março de 2017, o então presidente Michel Temer inaugurou todo o eixo leste do
projeto, que corta Pernambuco e Paraíba.
Nove dias depois, Dilma e Lula, já ex-presidentes, organizaram uma “inauguração
popular” da obra. O evento simbólico, com grande público, foi uma forma de os petistas
reivindicarem o mérito pelo projeto. Pensada desde que o Brasil ainda era um Império, a
transposição ganhou projeto efetivo e saiu do papel nos governos petistas.
Em abril de 2016, menos de um mês antes de Dilma ser afastada da Presidência em
razão da abertura de processo de impeachment contra ela, a maior parte da construção
do eixo leste já estava pronta.
83,8% era o percentual das obras físicas do eixo leste que estavam concluídas em
abril de 2016.
Para Temer, ninguém pode ter a paternidade da obra. Disse o então presidente, em
viagem à Paraíba para a cerimônia de inauguração:

Nós empreendemos muitos esforços nesses poucos meses de governo para que pudéssemos
chegar a este ponto. Mas não quero a paternidade dessa obra, porque ninguém pode tê-la. A
paternidade é do povo brasileiro e do povo nordestino.

3.14. CULTURA E ATUALIDADES NO BRASIL EM 2020: ALGUNS PONTOS


FUNDAMENTAIS
O conceito de cultura diz respeito a todo o complexo que inclui o conhecimento, a arte,
as crenças, a lei, a moral, os costumes, hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano não
apenas em família, mas também por ser parte de uma sociedade da qual é membro.
As culturas têm sua produção assimilada por grupos sociais ao longo das suas
histórias, como forma de sua subsistência, na organização da vida social e política, nas

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suas relações com o meio e com outros grupos, na produção de conhecimentos e suas
manifestações artísticas etc. A diferença entre culturas é fruto da singularidade desses
processos em cada grupo social.
No cenário mundial, o Brasil é expoente de uma coexistência de ampla diversidade
étnica, linguística e religiosa. E exatamente por se tratar de um ambiente de enorme
diversidade cultural, é dever de todos reconhecê-la, valorizá-la e atuar sobre os mecanismos
de exclusão.
Acerca dos povos e continentes formadores da origem multicultural do Brasil, estes
constituem-se basicamente por:
• Europeus, oriundos dos primeiros anos de nossa colonização (portugueses, holandeses
e franceses), e os imigrantes (principalmente alemães, italianos, japoneses e espanhóis),
trazidos no imediato pós-Independência (1822) com vistas a ocupar a Região Sul, servir
de mão de obra nas lavouras (também na Região Sudeste) e como gesto explícito de
busca por um embranquecimento da população no recém-fundado Império do Brasil.
• Seus povos nativos que, além de possuírem uma ocupação imemorial, carregam
enorme diversidade cultural – estima-se haver mais de 200 etnias indígenas
presentes em nosso território, sendo que boa parte desses grupos teve sua própria
identidade cultural atacada de forma contundente pelos processos de catequização,
aldeamentos, entradas e bandeiras pelo interior do território. Em tempos atuais, o
contato da civilização branca com índios originou uma nova toada de destruição de
seus patrimônios materiais e culturais por meio da conquista do “eldorado amazônico”,
tal qual visto ao longo de nossas aulas anteriores sobre Geografia do Brasil.
• A matriz africana, berço da humanidade, complexa organização socioeconômica e
política que aqui ingressa sob a forma da pior barbaridade possível, a escravidão, e
que mesmo assim lutou enormemente com vistas a manter suas tradições culturais
variadas e sua religião (promovendo um interessante processo de sincretismo religioso
em nosso país).
• Há também, em menor quantidade, mas de grande importância, os grupos oriundos
do Oriente Médio que, em sua maioria, professam a segunda maior religião do Mundo
(o Islamismo), os quais ingressaram no Brasil no século passado e estão presente na
vida urbana das cidades brasileiras. E não podemos nos esquecer dos asiáticos e suas
fortes raízes espirituais milenares e influenciadas por espírito de paz e resignação.
Ocorre também no Brasil um fenômeno interessante que se dá em função de nossa
imensidão territorial. A formação de grupos culturais internos, muito relacionados a
uma tradição oral, como os caipiras, ribeirinhos, sertanejos, caboclos, pantaneiros,
habitantes dos mangues, entre outros. Nestes grupos, observa-se também a criação

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de uma identidade marcada por instrumentos típicos de suas tradições, como o gibão
(o chapéu de couro do sertanejo), o berrante, a viola caipira etc.
Por fim, assim como o conceito de cultura não é estanque, a nossa imensa diversidade
cultural ainda recebe novas influências, seja pelo fato de termos alçado uma posição central
tanto no campo econômico como geopolítico na América do Sul, o que nos projeta como
um país atrativo à entrada de contingentes populacionais oriundos de países vizinhos
(povos estes, diga-se de passagem, com legado de enorme enraizamento cultural, tal qual
os peruanos e os bolivianos), seja pelo fato de termos estado ao longo das últimas décadas
cada vez mais abertos ao mundo e em crescente disposição à recepção de imigrantes e
refugiados, ao menos até a entrada do Presidente Jair Bolsonaro.

A CULTURA E O EXECUTIVO NACIONAL: TEMER E BOLSONARO


Entre impasses e alterações, a pasta da Cultura na Esplanada dos Ministérios bate
como uma bola de pinball de uma parede a outra, passando por idas e vindas constantes
desde o governo do ex-presidente Michel Temer (2016-2018), seguindo-se em mesmo
processo no governo de Jair Bolsonaro (2019 - 2022). Decreto publicado no Diário Oficial
da União transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania (antigo
Ministério da Cultura), comandado por Osmar Terra (atualmente o titular é Onix Lorenzoni),
para o do Turismo, chefiado por Marcelo Álvaro Antônio. Conforme Terra disse à época, a
troca de pasta ocorre por motivos operacionais, pois as demandas da secretaria o estavam
sobrecarregando. No fundo, a extinção do Ministério da Cultura e sua transformação em
Secretária é um nítido esforço de enfraquecimento da pasta.
Assinada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, a mudança ocorreu um dia após o economista
Ricardo Braga ter sido exonerado da subpasta. Quem assumiu a secretaria foi o dramaturgo
Roberto Alvim, substituído em fins de fevereiro de 2020 pela atriz Regina Duarte, após
ter, em 17 de janeiro de 2020, parafraseado Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da
Alemanha Nazista, em vídeo institucional da Secretaria de Cultura, fato que gerou diversas
manifestações de repúdio no Brasil e até no exterior. Antes disso, a cultura perdeu status
de ministério e passou por tensões, em especial em relação às políticas de incentivo, que
culminaram com a alteração da chamada Lei Rouanet, além de controvérsias que reacenderam
a discussão sobre censura à produção artística.

A VOLTA DA CENSURA?
Iniciativas com vistas a tolher expressões culturais ganham dimensionamento em 2019
como há tempos não era visto. Seja por parte de governos locais, do governo federal ou por
grupos conservadores, pipocam pelo país iniciativas com vistas a limitar manifestações,
seja em exposições, livros, meio audiovisual, entre outros.

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Em setembro de 2019, o Prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, determinou que


fossem recolhidos todos os livros “Vingadores: A cruzada das crianças”, uma obra infantil
que continha um beijo entre dois homens, sendo tal determinação logo revogada pela
Justiça. Nessa celeuma, o youtuber Felipe Neto comprou 10.000 exemplares e distribuiu
os livros por conta própria.
Em seguida, Carlos Bolsonaro, vereador e filho de Jair Bolsonaro, tuitou considerar ser
difícil realizar as tais “transformações” em meio ao ambiente democrático.
No campo do audiovisual, Jair Bolsonaro determinou que se suspendesse editais de
patrocínio a séries de TV e filmes que contivessem temática gay em tela. Há, na verdade,
uma cruzada nítida impressa pelo Governo Federal em torno de obstaculizar produções
culturais mais liberais, visto o cunho conservador do atual governo.
Grupos radicais de direita intensificaram sua atuação em 2020. Houve, até a entrada
do mês de maio, uma série de manifestações em fins de semana seguidos, sendo a imensa
maioria com a participação, inclusive, do Presidente Jair Bolsonaro, as quais bradam pela
Intervenção Militar, fechamento do STF e até reedição do AI-5, entre outras bandeiras
totalitárias. Esses grupos possuíam em 2020 a liderança de um grupo principal denominado
“Brasil dos 300”, uma organização que, segundo a Polícia Civil do DF, possui cunho paramilitar
com atuação ativa em defesa dessas bandeiras e que há meses se encontra acampado na
Esplanada dos Ministérios.
O que se constata, de fato, em termos globais, é que a Internet deu voz a discursos de
vários tipos. Muitos deles trazem incutidos em si visivelmente um combate direto à razão,
à ciência – e veja o absurdo, por exemplo, do caso dos defensores do terraplanismo. Ou
seja, aqueles que defendem sem a menor base teses que vão contra princípios basilares
da sociedade ocidental, tais quais o humanismo e o progresso. Esses discursos vêm sendo
denominados de “novo obscurantismo”.

A CULTURA NO GOVERNO LULA 3

No dia 26 de janeiro de 2023, após visitar o Museu Nacional do Rio de Janeiro, atingido
por um incêndio em 2018, e anunciar a intenção de concluir as obras de reconstrução
até 2026, o Presidente Lula seguiu para o Theatro Municipal para dar início às festividades
de início da nova política cultural.
No evento, foi assinado o decreto que regulamenta o financiamento cultural no país e
estabelece regras e procedimentos gerais para os mecanismos de fomento direto (Lei Paulo
Gustavo, Lei Aldir Blanc, Cultura Viva) e indireto (Lei Rouanet), além de outras políticas
públicas para o setor.

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O principal objetivo das novas regras é simplificar os procedimentos e facilitar o acesso


aos recursos, além de privilegiar a avaliação dos resultados obtidos.
Principal ferramenta de fomento à cultura no Brasil, a Lei Rouanet injeta na economia
criativa cerca de R$ 2 bilhões por ano e é responsável pelo patrocínio anual de cerca de
3.500 ações culturais. Relativamente esvaziada pelo Governo Bolsonaro, com Lula 3 a Lei
Roaunet volta à tona com força
Por fim, o destaque maior fica por conta da recriação do Ministério da Cultura, que
após ser reduzido a uma secretaria por Jair Bolsonaro, retorna como um Ministério tendo
Margareth Menezes como mandatária.

TEXTO COMPLEMENTAR
A Polêmica da Linguagem Neutra ou Linguagem Inclusiva23
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino
(CONTEE) protocolou no STF, em fins de 2021, petição contra um Projeto de Lei
do Governo de Rondônia que proíbe a adoção nas escolas estaduais da linguagem
neutra ou linguagem inclusiva.
Tal recurso, a linguagem neutra, vem à luz com vistas a promover maior inclusão ao
abolir-se, por exemplo, o gênero em pronomes como “todos”, ou “todas” por “todes”.
Já se propôs que além de o “a” e “o” serem substituídos, os pronomes, substantivos
e adjetivos neutros sejam substituídos por “x” ou “@”, permitindo que além de “ele”
ou “ela” houvesse um pronome pessoal “elx” ou “el@”. Inclusive, o Museu da Língua
Portuguesa (MLP), em São Paulo, que será reinaugurado em julho de 2021, colocou
mais lenha na fogueira do debate ao publicar um post em suas mídias sociais em
que usava “todes”. No discurso dos defensores da linguagem neutra, ou linguagem
inclusiva, consegue-se com sua adoção a inserção daqueles que não se identificam
com nenhum dos gêneros – conhecidos como não-binários.
No início de 2022, tramitavam 34 Projetos de Lei contra a adoção da linguagem
neutra, sendo que a AGU já deu pareceres contrários à adoção da linguagem neutra.
O Ministério da Educação também declarou ser contra a medida que, segundo análise
do órgão, representa, entre outros pontos, uma tremenda distorção na gramática
portuguesa consolidada.

23
Por: Prof. Luis Felipe Ziriba, em 01/12/2021.

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Em artigo publicado na revista IstoÉ, a Academia Brasileira de Letras se pronunciou


acerca do assunto, dizendo “que a gramática é como um edifício, você mexe na parte
externa, que é a pintura, que são as palavras, mas não na estrutura, na parte interna”,
palavras do professor, filólogo e gramático Evanildo Bechara. Já os defensores da
linguagem neutra debatem que, além de se promover a inserção de pessoas que
não se definem com um ou outro gênero, pelo fato de a língua ser viva ela deve se
adaptar às mudanças na sociedade.
E você? O que acha?

TEXTO COMPLEMENTAR
A Linguagem Neutra em Discursos Oficiais24
Desde o dia 1º de janeiro, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
adotou novas práticas em cerimônias oficiais realizadas no Palácio do Planalto e
nos ministérios. Uma das principais mudanças notadas foi a inserção da famosa
“linguagem neutra de gênero”.
A linguagem foi utilizada durante as posses do primeiro escalão de Lula, além
da solenidade em que o próprio presidente assumiu como o 39º Chefe do Executivo
Federal. O ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
foi um dos primeiros a aderir à neutralidade de gêneros. Quando tomou posse, o
petista começou seu discurso com a frase: “Boa tarde a todas, a todos e a todes”.
As expressões neutras foram usadas nas posses de Lula e de ministros para que
pessoas não binárias ou intersexo se sentissem representadas.
A linguagem neutra, tida como polêmica por uma parte mais conservadora da
população, consiste em uma adaptação da regra pronominal normativa para que
pessoas não binárias se sintam identificadas na comunicação verbal e não verbal.
Atualmente, 15 projetos de lei que citam a linguagem neutra tramitam na
Câmara dos Deputados. Essas propostas, no entanto, foram todas apresentadas
com o objetivo de banir a inserção dessa linguagem em políticas públicas. Apesar de
os discursos do atual governo terem, em sua maioria, só o uso do “todes” em suas
introduções, a linguagem neutra não se resume apenas à adoção de uma palavra.

24
Em: https://www.metropoles.com/brasil/todos-todas-e-todes-entenda-a-linguagem-neutra-usada-no-governo-lula

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Popularizada na internet, a linguagem altera os artigos masculino e feminino


pelo “e”, a fim de que as palavras se tornem neutras. Em alguns casos, as pessoas
também substituem os artigos pelo “x” ou por um “@”.
Na seara dos pronomes pessoais, ainda há o uso do “u” para indicar alguém que
não se identifica como mulher ou homem, em casos nos quais a letra “e” já está em
uso, por exemplo “ele”. Um exemplo claro de como a regra seria aplicada em uma
frase seria: “Elu é bonite”.
Gramaticalmente, na forma culta do português, utiliza-se o pronome masculino
quando se fala de mais de um gênero. Por exemplo, se em um grupo de pessoas
há mulheres e homens, não será dito “eles e elas”, mas apenas “eles”, o mesmo
acontecerá com “todos”.
Para Jefie Oliveira, formada em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e que
se identifica como pessoa não binária, a tentativa de impedir o uso da linguagem
neutra é uma das pautas do movimento conservador. Jefie defende que a linguagem
é uma questão de “reconhecimento”.
Para a advogada, a sociedade foi construída com base em preconceitos estruturais
e, por isso, as vivências de grupos minoritários são reprimidas.
“Reconhecer a necessidade de uma linguagem neutra é reconhecer que existe
uma demanda de uma população, de um grupo, que não se identifica dentro de
uma narrativa social binária que foi imposta pela sociedade colonial, pela sociedade
ocidental, que apagou outras identidades nos processos históricos”, diz.
Sara Wagner York, doutoranda e mestre em educação pela Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), explica que o próprio termo “neutro” vem com o
intuito de despertencer a “todos”. “A linguagem neutra aparece justamente numa
tentativa de atenuar esse peso de uma língua pseudo hegemônica que seria para
atender a todos, todas e todes, mas acaba atendendo apenas a um certo grupo
historicamente visibilizado”, evidencia.
“A linguagem neutra – o neutro em sua raiz etimológica – tem a ver com ‘nem um
nem outro’. Compreende-se linguagem neutra todas aquelas formas que tirariam
de expressões da nossa língua uma estrutura que fosse marcadamente masculina,
masculinista, machista ou que colocasse, sem hierarquia, corpos de diferentes ordens
daquele corpo marcado pelo que chamamos de ‘homens históricos’”, completa a
especialista em Gênero e Sexualidades.
Para Jefie, o movimento da linguagem neutra veio justamente para contrariar a
regra normativa, que utiliza o pronome masculino como representante de “todes”.
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“A gente aprende desde a escola que as palavras no masculino, nas conjugações,


adjetivos, substantivos, pronomes terminados no masculino são uma forma de
trazer um caráter neutro para uma construção de oração ou frase em determinados
contextos, e a linguagem neutra vem questionar justamente isso”, diz.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Escola sem Partido
O movimento denominado Escola sem Partido foi constituído em 2004. Após anos
atrelado a um obscurantismo, o movimento acabou ganhando enorme projeção ao ser
encampado como uma das principais bandeiras do atual presidente Jair Bolsonaro.
Os defensores do Escola sem Partido vociferam para combater aquilo a que
chamam de “doutrinação ideológica” nas escolas e universidades.
Visam estabelecer marcos legais com vistas a conter o que eles consideram
ser doutrinações político-partidárias ideológicas em escolas e universidades no
Brasil. Sendo assim, anseiam promover um regramento à atividade de expressão
de professores, principalmente em ciências humanas, como História, Geografia,
Antropologia, Filosofia e Sociologia.
Bastante criticado por pedagogos, professores e parte da sociedade civil
organizada, mas aplaudido também por muitos conservadores, o Escola sem Partido,
em sua página na internet, se declara como uma organização declaradamente de
combate a professores que praticam a “doutrinação ideológica”. Vários municípios
e até o estado de Alagoas (com projeto de lei neste sentido votado em 2016 em sua
Assembleia Legislativa) já embarcaram nessa onda, promovendo legislações que
trazem em seus textos esses combates a “doutrinações ideológicas”, porém todos
esbarraram na inconstitucionalidade da matéria, já que legislar sobre princípios da
educação é privativo à União.

TEXTO COMPLEMENTAR
Democracia em Vertigem no Oscar 202025
Eis que, pela primeira vez em toda sua história, o Oscar seleciona um documentário
produzido no Brasil para concorrer ao prêmio máximo do cinema. Em sua 92a edição,
junto a mais 4 obras (todas feitas nos EUA), o festival incluiu o documentário

25
r: Prof. Luis Felipe Ziriba, em 05/05/2020.
Po

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Democracia em Vertigem na categoria de melhor documentário de 2019. Dirigido


por Petra Costa e produzido pela plataforma americana de streaming Netflix, por
120 minutos, o que se vê na tela é nossa história política nos últimos anos que
culminou no impeachment da primeira presidente mulher do Brasil, Dilma Rousseff.
O filme não levou a estatueta, perdendo a competição para American Factory, ou
Indústria Americana (disponível no Netflix), mas não deixa de ser interessante que
nossa primeira indicação na categoria de documentários seja exatamente sobre a
crônica polarização política que experimentamos ao longo dos últimos anos.
Aqui neste texto, caro(a) aluno(a), faço minha única incursão de tom personalíssimo
em toda nossa matéria e peço, portanto, licença a você: ASSISTA AO FILME! Pronto.
É uma obra muito bem-feita, que não é narrada em tom panfletário (recebendo
críticas muito elogiosas por quase a totalidade dos veículos especializados em cinema
no Brasil e no mundo), fundamental para a compreensão de um dos processos
mais importantes de nossa história e que se encontra diretamente ligado a vários
aspectos de nossa aula de Atualidades Brasil.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil dos 300 e o Radicalismo de Ultradireita
O Brasil experimentou em 2020 um processo similar ao que fora vivenciado à época
do impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff, o qual se encontra umbilicalmente
relacionado ao momento que vivemos de extrema divisão ideológica em nossa
sociedade. Com a ascendência do pensamento de ultradireita ao longo dos últimos
anos, eis que, entre os meses de maio e junho de 2020, vimos ocorrer uma série de
manifestações em que, tal qual relatado no filme que concorreu ao Oscar de melhor
documentário, Democracia em Vertigem, de Petra Costa, que relata momentos da
deposição de Dilma Rousseff, novamente foi necessário dividir-se grupos antagônicos
em manifestações com vistas a se garantir a integridade física de todos os envolvidos.
Em meio à maior pandemia dos últimos 100 anos, manifestantes foram às ruas
das maiores cidades brasileiras: de um lado, os apoiadores incondicionais de Jair
Bolsonaro; de outro, seus opositores.
Dentro desse contexto, chamou a atenção a presença de um grupo denominado
Brasil dos 300, comandado pela ex-ativista de esquerda e ex-feminista que se
autodenomina Sara Winter.
“Olá, nós somos os 300 do Brasil, o maior acampamento contra a corrupção e
a esquerda do mundo” disse Sara Fernanda Giromini, mais conhecida como Sara
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Winter, a uma reportagem entre as várias que se interessaram em cobrir esse curioso
(e porque não esquisito) grupo que se autoproclama também como bastiões da
defesa da pátria.
As bandeiras do Brasil dos 300 saíram apenas no plano ideológico, ou de defesa
de valores já consagrados pelo Presidente Jair Bolsonaro, tais quais a defesa da
família, do direito ao armamento e ao amor à pátria e seguem em colisão com os
poderes constitucionais constituídos. Ao longo das várias manifestações conduzidas
por apoiadores do Presidente, os manifestantes bradaram xingamentos ao ministro
Alexandre de Moraes e, entre outros devaneios, expressaram fragorosamente suas
pautas, como o retorno da ditadura militar, com gestos em completa e escancarada
alusão à Klu Klux Klan – grupo antissemita branco dos EUA. Também saem em defesa
de atos institucionais tirânicos, tal qual o AI-5 (Ato Institucional número 5, de 13 de
dezembro 1968, que, entre outros pontos, determinava o fechamento por tempo
indeterminado do STF).
Diante disso, Sara Winter acabou sendo expulsa do DEM, acusada formalmente
pelo presidente do partido a que era filiada e pelo qual chegou a concorrer a uma
vaga de mandato de Deputada Federal em 2018 (sem sucesso na empreitada, obteve
17.000 votos) de envolvimento em movimentos contra o Estado de Direito e o regime
democrático. Para piorar a situação de Sara Winter, a jovem de 27 anos foi presa em
15 de junho a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República). A prisão decorre
das investigações que apuram o financiamento de manifestações que defendem
pautas antidemocráticas e ataques a instituições públicas. Dias depois, ela foi solta,
mas teve instalada uma tornozeleira eletrônica.
Junto à soltura de Sara, contudo, a justiça determinou o fim definitivo do
acampamento dos 300 do Brasil na Esplanada dos Ministérios e desbaratou um
bunker do grupo em uma área rural do Distrito Federal. Após meses de intensa
atividade de grupos radicais, com epicentro no Brasil dos 300 ao que tudo indica,
o Judiciário, os órgãos de segurança pública e a Abin se encontram alinhados mais
do que nunca no combate a tais organizações.

TEXTOS COMPLEMENTAR
O 8 de janeiro de 2023
Desde a derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, um clima de que “algo”
aconteceria ficou no ar. Os partidários do ex-Presidente acampados no QG do Exército
em Brasília e outras localidades bradavam que não estavam contentes com a derrota.

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Diziam, entre outras coisas, que a eleição (e nada nesse sentido foi provado) havia
sido fraudada. Ao longo dos meses que se seguiram, os manifestantes causaram
atos de vandalismo isolados na Capital Federal com queima de carros e de ônibus
e até tentativa de invasão da sede da Polícia Federal.
Uma semana após a posse do Presidente Lula, onde mais de 100.000 pessoas se
reuniram de forma pacífica para ver a troca de governo, no domingo, dia 8 de janeiro,
eis que os acampados no QG do Exército saíram sob escolta de autoridades rumo à
Praça dos Três Poderes e sob um apagão das autoridades da Segurança Pública do
Distrito Federal e simplesmente depredaram as sedes dos três poderes.
Entremeando trechos do Hino Nacional com gritos de “Lula, ladrão, seu lugar
é na prisão”, os criminosos escalaram a mesma rampa de acesso ao prédio usada
pelo presidente na solenidade de posse, quebraram os vidros e entraram no prédio
sem qualquer dificuldade. Havia menos de uma dezena de seguranças no local. Os
criminosos arrombaram as salas, arremessaram objetos pelas janelas, usaram as
mangueiras de incêndio para inundar o piso, rasgaram fotografias, perfuraram
quadros valiosos, quebraram esculturas, abriram armários e furtaram equipamentos.
O gabinete do Presidente da República só não foi violado porque as portas dele são
reforçadas, os vidros blindados e há um sistema de segurança especial.
As reações internacionais foram todas na mesma linha, criticando os bolsonaristas,
a ausência de apontamentos por parte de Jair Bolsonaro (embora o ex-presidente
tenha timidamente dito considerar um absurdo o ocorrido) e defendendo a democracia
e o novo governo de Lula. De imediato o governador do Distrito Federal foi afastado
do cargo por 90 dias e prisões começaram a ser feitas, tais quais a do ex-comandante
da PMDF Fabio Augusto Vieira.
CPMI dos Atos Golpistas
Composta por 32 membros — 16 senadores e 16 deputados federais (além de
seus suplentes) —, a CPMI terá maioria de congressistas aliados do governo Lula.
São 18 parlamentares alinhados ao Planalto no total (9 senadores e 9 deputados
federais) e 9 de oposição, além de 5 independentes (ou seja, que não se declaram
alinhados nem com um lado nem com o outro).
A presidência da comissão, que define os trabalhos, ficou com um destes
considerados independentes: o deputado Arthur Maia (União-BA), aliado do presidente
da Câmara, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL).

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O que se busca nessa Comissão é estabelecer a relação entre militares e agentes


públicos, além de financiadores e responsáveis na sociedade civil aos atos de
depredação praticados em 8 de janeiro de 2023. Além disso, a Comissão visa apontar
os responsáveis em todas as esferas com supostas tentativas de golpe de estado.
CPI do MST
Outra CPMI que vem dando o que falar é a CPI do MST. A CPI, instalada em Maio
de 2023, vem com vistas a investigar as invasões do MST. O colegiado é presidido pelo
deputado Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS) e tem como relator o deputado
Ricardo Salles (PL-SP), ex-ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro.
Audiencias públicas vem sendo realixadas com vistas a discutir a questão da terra
no país e as ações consideradas arbitrárias por parte dos movimentos campesinos
de luta pela terra, em especial o MST.

TEXTO COMPLEMENTAR
Temos uma Santa: Irmã Dulce
Embora o Brasil venha perdendo número de fiéis católicos proporcionalmente
ao longo das últimas décadas, ainda somos considerados o país com maior número
de católicos em números absolutos no mundo todo. Estima-se que, em 2020, o
Brasil possuía em torno de 50% de sua população professando a fé católica (esse
número era de 90% nos anos 1950), para um pouco mais de 30% de evangélicos.
O fenômeno de crescimento dos evangélicos é uma realidade no país, já havendo
formado bancadas grandes (e que só crescem) tanto no Congresso Nacional quanto
em Assembleias Legislativas. Podem decidir eleições e determinam comportamentos
ao longo do território. Assembleia de Deus e Igreja Universal dominam a maioria dos
fiéis, mas há milhares de núcleos pentecostais espalhados principalmente pelas
periferias das mais de 5.000 cidades brasileiras.
Visto isto, eis que um alento chega aos céus católicos do Brasil: em 2019, temos
consagrada a nossa primeira santa. Pois é, o Brasil teve atendido seu pleito (que
perdurou por muitos anos,) para finalmente ver canonizada Irmã Dulce.
Irmã Dulce, nascida rica em Salvador em 1914 e falecida pobre na mesma cidade
em 1992, veio ao mundo em berço de ouro para dedicar sua vida aos doentes e
mendigos das calçadas manjedouras, carentes de pão e prece.
Dentre a vastidão de milagres relatados em seu nome, dois deles foram basilares.
Ao dar à luz, Cláudia dos Santos, hoje com 41 anos, sofreu uma hemorragia ao
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longo de dezoito horas e acabou desenganada pelos médicos. Ela conta que um
padre foi visitá-la no hospital e lhe perguntou se acreditava que Irmã Dulce poderia
salvá-la. A resposta foi sim. Segundo Cláudia, o religioso clamou por sua vida e o
sangue estancou. O outro milagre é relatado pelo maestro José Maurício Moreira,
50 anos. Em entrevista ao Vatican News, ele afirmou que era deficiente visual, não
enxergava nada, e que certa vez pediu em pensamento para a Irmã lhe aliviar a dor
do glaucoma: “de um momento para o outro, passei a enxergar normalmente”. Uma
outra história vale destaque porque não deixa de ser curiosa, envolve uma senhora
que tinha unha encravada no pé e tropeçara em um altar. Enquanto blasfemava e
clamava por Dulce, a unha desencravou.
Irmã Dulce, além de estar umbilicalmente envolvida com populações de miseráveis
e de enfermos, sabia transitar muito bem entre poderosos e políticos, contando
com a admiração e capacidade de receber apoio às suas causas de figurões não tão
santos quando necessário de modo formidável. Era amiga pessoal, por exemplo, de
José Sarney e Antônio Carlos Magalhães; entre “globais”, era comum ver o escritor
Paulo Coelho a exaltá-la, além de Fafá de Belém, Fernanda Montenegro, entre outros.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil e o Canabidiol: Parte 126
O Brasil é um dos países que produz uma das maiores quantidades de pesquisas
acerca do uso de canabidiol no mundo, o santo elixir que é uma das 113 substâncias
químicas canabidioides encontradas na Cannabis Sativa. Contudo, após mais de 30
países aprovarem o uso da substância para fins medicinais (inclusive nossos vizinhos
Uruguai, Argentina e Colômbia), foi somente no início de dezembro de 2019 que a
Anvisa – órgão oficial de regulação de medicamentos no Brasil – liberou finalmente
a prescrição legal de remédios feitos da maconha.
A importação de medicamentos com base na maconha (que bem verdade já
ocorria desde 2015, mas era cara e demorada), a partir de agora fica facilitada com
a chancela oficial. O Brasil, porém, ainda discutirá o uso da maconha para fora do
âmbito medicinal (ou seja, recreativo) em fase futura. Holanda, EUA (em alguns
estados) e Uruguai, entre outros países, já legalizaram a cannabis também para seu
uso recreativo. A nova regulamentação no Brasil (atendendo a pleitos conservadores)
não permite que a cannabis seja plantada em território nacional para nenhum fim.

26 Prof.: Luis Felipe Ziriba, em 03/01/2020.

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O canabidiol é usado com bastante eficiência para tratamentos diversos, como


epilepsia, esquizofrenia, psicose, ansiedade, artrite, entre outros. Segundo a Anvisa,
a eficiência é ultracomprovada e não produz efeitos colaterais conhecidos na
maconha quando fumada, como perda de memória e fome incessante, conhecida
também como “larica”.
Mesmo perdida a batalha por parxte dos grupos conservadores liderados por
Osmar Terra, o ex-Ministro da Cidadania de Bolsonaro, eles foram até o fim na seara
de discussões no Congresso Nacional empreendidas em fase pré-liberalização pela
Anvisa, defendendo a não legalização do uso medicinal da maconha com a alegação de
que, entre outros motivos, na maioria dos países que permitiram o uso medicinal da
maconha, o que se viu como resultado direto (comprovadamente) foi uma abertura
rápida ao uso recreativo.
Polêmicas à parte, abre-se com a regulamentação um enorme mercado no Brasil.
Os remédios à base de canabidiol já representam algo em torno de 7% dos ganhos
da indústria farmacêutica global, criando por aqui uma expectativa de faturamento
na casa dos R$ 5 bilhões até 2023 e solução para ao menos 500.000 crianças que
possuem epilepsia e não se adaptam a tratamentos tradicionais.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil e o Canabidiol: Parte 227
O debate sobre a prescrição e acesso a Cannabis medicinal e canabidiol para
tratamentos médicos deve mobilizar senadores na nova legislatura. O assunto volta
ao debate com a apresentação de um novo projeto pelo senador Paulo Paim (PT-
RS), que institui a Política Nacional de Fornecimento Gratuito de Medicamentos
Formulados de Derivado Vegetal à Base de Canabidiol pelo Sistema Único de Saúde
(SUS)
De acordo com o PL n. 89/2023, a política assegura o direito ao medicamento,
nacional ou importado, à base de Cannabis para uso medicinal, em associação com
outras substâncias canabinoides, incluindo o tetrahidrocanabinol, nas unidades de
saúde públicas e privadas conveniadas ao SUS. Para receber o medicamento ou a
substância, o paciente deve estar cadastrado no Sistema Único de Saúde (SUS), não
ter condições financeiras de comprá-lo e apresentar pedido médico acompanhado
de laudo com as razões da prescrição.

27
Por: Professor Luís Felipe, em 29/04/2023.

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Na justificativa do projeto, Paim cita que o Judiciário avança ao conceder medidas


liminares autorizando a importação desses medicamentos e o auto-cultivo, assim
como a produção por associações para distribuição a seus associados, mediante
prescrição médica.
Ele ainda argumenta que desde 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) aprovou diversas normas para regulamentar o acesso a esse tipo de
medicamento, e hoje já são mais de 20 produtos autorizados pela agência. Além
disso, de acordo com o senador, alguns estados já implementaram iniciativas que
facilitam o acesso a tratamento à base de Cannabis.
“A legislação dos entes subnacionais vem avançando a passos largos. Municípios
como Salvador, Porto Alegre, Mogi das Cruzes, Ribeirão Pires, São Paulo, Goiânia, entre
outros, e estados como São Paulo, Alagoas, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio
Grande do Nortes, DF e Piauí, vêm avançando nessa direção por meio da discussão
ou mesmo aprovação de programas ou políticas para incluir tais medicamentos
entre os assegurados pelo Sistema Único de Saúde”, diz Paim.
No Brasil, não há regulamentação para o plantio da erva e a produção de
medicamentos. A Anvisa libera apenas a importação controlada de remédios a
partir de pedidos de pacientes.
Objetivos
A política tem o objetivo de proporcionar maior acesso à saúde, além de
acolhimento e atendimento adequado aos pacientes que necessitem de tratamento
com a Cannabis medicinal. Segundo Paim, a intenção é adequar o atendimento aos
padrões mais modernos e de referência internacional. Ele cita, entre os pacientes a
serem beneficiados, portadores de doenças e patologias para as quais o medicamento
comprovadamente tenha eficácia, como epilepsia, transtorno do espectro autista
(TEA), esclerose, Alzheimer e fibromialgia.
O projeto ainda prevê a promoção de políticas públicas de debate e fornecimento
de informação sobre o uso da medicina canábica por meio de palestras, fóruns,
simpósios e cursos de capacitação de gestores e profissionais de saúde. O texto
sugere a realização de parcerias público-privadas com entidades, de preferência,
sem fins lucrativos.
Outros projetos
Também tramitam no Senado iniciativas como o PL n. 4.776/2019, do senador
Flávio Arns (PSB-PR), que dispõe sobre o uso da Cannabis para fins medicinais e sobre
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a produção, o controle, a fiscalização, a prescrição, a dispensação e a importação de


medicamentos à base da substância, seus derivados e análogos sintéticos. O relator
na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) ainda não foi designado.
Outra proposta que tramita na mesma comissão, o PL n. 5.158/2019, do senador
Eduardo Girão (Podemos-CE), prevê a distribuição do canabidiol pelo SUS, mas não
contempla outras substâncias medicinais produzidas a partir da maconha.
Além das matérias em tramitação, senadores se mobilizaram em outubro passado
quando o Conselho Federal de Medicina (CFM) baixou uma norma estabelecendo
que os médicos poderiam receitar esse tipo de medicamento só para dois tipos
de epilepsia e nenhuma outra doença. Vários parlamentares protestaram contra
a medida. A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) chegou a apresentar um projeto de
decreto legislativo (PDL n. 361/2022) para derrubar a resolução. Diante do protesto
de parlamentares, doentes, familiares e associações, o CFM suspendeu a norma e
decidiu ouvir sugestões da sociedade para redigir uma nova regra.
Fonte: Agência Senado.

TEXTO COMPLEMENTAR
Orgulho gay, contextos e políticas no Brasil28
Todos os anos, no dia 28 de Junho é comemorado o dia internacional do Orgulho
Gay, hoje ampliado para Orgulho LGBTQIAP+ (veja abaixo o que significa cada uam
dessas letras que se identificam com o universo da diversidade sexual). A data foi
escolhida em função de uma revolta opondo frequentadores do bar StoneWall, em
NovaYork, e a polícia, em 1968. Nesse período, no estado de NY, era considerada
subversão grave manter relacionamento homoafetivos, sendo que os gays locais, em
função da repressão severa viviam em guetos sendo um destes esse bar localizado
no icônico bairro de GrenwithVillage. Eis que nesse fatídico dia, a polícia deu uma
batida no bar Stone Wall, reprimindo o público homossexual que ali se encontrava.
Essa prática era encarada até como normal ao longo daqueles tempos em NovaYork,
mas a multidão que se encontrava no bar StoneWall simplesmente se rebelou
neste dia, sucedendo a um confrontamento entre gays, a polícia de Nova York e
a sociedade civil que se opunha aos homossexuais ao longo dos dias seguintes no
bairro Greenwitch Village e cercanias. A este evento deu-se o nome de StoneWall
celebration.

28
Por: Professor Luís Felipe

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Eis que por volta do mês de Junho, em alusão a StoneWall, são comemoradas
ao redor do mundo as paradas gays. No Brasil, a Parada do orgulho LGBT de São
Paulo acontece na Avenida Paulista, no município de São Paulo, desde 1997. No
ano de 2006, essa parada foi nomeada a maior parada do orgulho LGBT do mundo
pelo Guinness World Records. A parada e seus eventos associados são organizados
pela Associação da Parada do Orgulho de Gays, Lésbicas, Bissexuais e Travestis e
Transexuais, desde a sua fundação em 1999. A marcha é a atividade principal do
evento e aquela que atrai a maior atenção da imprensa, autoridades brasileiras e
de centenas de milhares de pessoas curiosas que se alinham ao longo da rota do
desfile. Outras paradas também são realizadas em mesmo período em várias cidades
brasileiras, destacando-se a do Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Os direitos LGBTQIAP+ fazem parte dos direitos humanos, sendo uma demanda
histórica longo para um processo que só ganhou corpo mais recentemente. A
criminalização do relacionamento entre pessoas do mesmo sexo ainda é realidade
em vários países e, somente em tempos recentes é que, em algumas nações apenas
(a maioria no mundo ocidental) é que o relacionamento entre pessoas do mesmo
sexo deixou de ser crime pairando ainda, contudo, muito preconceito.
Em 2011 a ONU reconheceu que a violência contra o público LGBTQIAP+ como
sendo uma violação contra os direitos humanos, mas chama a atenção ainda não
haver tratados específicos internacionais nesse sentido. Aliás a carta dos Direitos
Humanos da ONU, de 1948 – documento muito antigo, não faz nenhuma menção a
discriminação de pessoas do mesmo sexo.
O Brasil e a questão LGBT: direitos e políticas públicas
Anotem bem este dado caro(as) alunos (as), o Brasil é considerado dos países
mais inseguros do mundo para ser LGBTQIAP+. Estima-se, e apenas pautando um
dos vários dados que demonstram a insegurança vivida por esse enorme número
de pessoas, que somente no ano de 2021 140 transsexuais foram assassinados
puramente por preconceito contra sua condição. Esses números, fica o registro, são
considerados subnotificados, podendo chegar a mais de 500 mortes, ou quase 2
mortes por dia no país, em função apenas desse tipo de discriminação (fora as várias
outras que ocorrem e afetam substancialmente a segurança do público LGBTQIAP+)
,dizem especialistas em segurança pública.
Os direitos LGBTQIAP+ Brasil são timidamente resguardos em leis e mal amparados
por políticas públicas. Os crimes praticados contra LGBT são, na sua maior parte,
crimes de ódio, e devem ser referidos como crimes homofóbicos, tendo como motivo

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a não aceitação e ódio por parte do agressor em relação à vítima por ser lésbica,
gay, bissexual, travesti ou transexual. Em 2019, o STF decidiu que a homofobia é um
crime imprescritível e inafiançável. Na decisão, o STF entendeu que se aplicava aos
casos de homofobia e transfobia a lei do Racismo (Lei n 7.716/1989). O artigo 20 da
lei em questão prevê pena de um a três anos de reclusão e multa para quem incorrer
nessa conduta. Há, ainda, a possibilidade de enquadrar uma ofensa homofóbica
como injúria, segundo o artigo 140, §3º do CP”
No âmbito das políticas públicas para o público LGBTQIAP+, o que se vê é um
cenário muito tímido ainda em relação à promoção de ações governamentais, com
políticas frágeis e descontinuadas. Contribui com isso o preconceito da sociedade
gerando o afastamento da imensa maioria de políticos pela luta pela instauração
de marcos legislativos de proteção ao público LGBTQIAP+. Ao redor do mundo vários
países avançaram, alguns até mais que o Brasil, na proteção do direito, por exemplo,
de transexuais poderem usar aparelhos públicos como escolas e repartições pública
sem serem discriminados. Por falar em transexuais novamente, estima-se que
no Brasil mais de 90 por cento dos transexuais possuam a prostituição como sua
atividade de renda principal. Destaque para as eleições gerais de 2018 no Brasil, ao
ter sido a primeira vez onde fora permitido a adoção do nome social (e não apenas
o nome de batismo) como identificação de eleitor.
Bom, retomando a questão de direitos e políticas para o público LGBTQIAP+,
vale destacar a o retrocesso vivido pela extinção do Conselho Nacional de Combate
a Discriminação e Proteção dos direitos LGBT (criado em 2010) e extinto por Jair
Bolsonaro em 2020. Vale lembrar que em 2018, políticas para LGBTI+ foram novamente
destaque na disputa pela presidência da República. Já em campanha, em entrevista
ao Jornal Nacional, o então candidato Jair Bolsonaro relembrou a controvérsia em
torno da política que grupos conservadores apelidaram de “kit gay” ainda em 2011,
mostrando às câmeras um livro erroneamente associado a essa política. Com a vitória
de Jair Bolsonaro, o Min. do Desenvolvimento Humano foi renomeado, passando a
se chamar MMFDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos). Sua
chefia foi atribuída a Damares Alves, pastora e advogada que nos últimos anos havia
integrado esforços de oposição a políticas LGBTI+ como assessora vinculada à FPE
no Congresso Nacional e integrante de organizações cristãs conservadoras. Em
comemoração junto a apoiadores após sua posse como ministra, Damares prometeu:
“É uma nova era no Brasil. Menino veste azul e menina veste rosa”.

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Por fim Após quatro anos sem políticas públicas direcionadas à comunidade
LGBTQIA+, no último dia 6 de abril de 2023, o presidente Lula assinou o Decreto Nº
11.471, que instituiu o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers, Intersexos, Assexuais e Outras.
O órgão colegiado de natureza consultiva e deliberativa tem por finalidade
colaborar na formulação e no estabelecimento de ações, de diretrizes e de medidas
governamentais referentes às pessoas LGBTQIA+.
Ao Conselho compete colaborar com a Secretaria Nacional dos Direitos das
Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania na elaboração
de critérios e parâmetros de ações governamentais, em níveis setorial e transversal,
que visem assegurar as condições de igualdade, de equidade e de garantia de
direitos fundamentais às pessoas LGBTQIA+; propor estratégias para a avaliação
e o monitoramento das ações governamentais voltadas às pessoas LGBTQIA+;
acompanhar proposições legislativas que tenham implicações sobre as pessoas
LGBTQIA+ e apresentar recomendações sobre as referidas proposições; promover a
realização de estudos, debates e pesquisas sobre a temática de direitos e a inclusão
das pessoas LGBTQIA+; entre outros.
O Conselho é composto observando a paridade entre os representantes do Poder
Público federal e da sociedade civil. Por esta razão, é integrado por representantes da
Advocacia-Geral da União; da Casa Civil da Presidência da República; dos Ministérios
das Cidades; da Cultura; do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à
Fome; dos Direitos Humanos e da Cidadania; da Educação; da Gestão e da Inovação em
Serviços Públicos; da Igualdade Racial; da Justiça e Segurança Pública; das Mulheres;
do Planejamento e Orçamento; da Previdência Social; dos Povos Indígenas; das
Relações Exteriores; da Saúde; do Trabalho e Emprego; do Turismo; e da Secretaria
Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República; além de
19 representantes de organizações da sociedade civil.

MATÉRIA
O que é etarismo29
Os idosos correspondem a quase 15% da população brasileira. Apesar das
estatísticas de aumento da longevidade nos últimos tempos, eles ainda sofrem
preconceito.

29
Em: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/o-que-e-etarismo-e-como-a-discriminacao-por-idade-impacta-a-vida-de-
-idosos/

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Em meio às limitações no mercado de trabalho e estereótipos que ditam os locais,


roupas e estilo de vida que devem ser adotados, essa parcela da população tem se
mostrado cada vez mais ativa, revelando como a longevidade pode ser positiva.
“A gente já vivenciou tanta coisa, que muitas delas se tornaram assim: o depois
é agora, tem que ser agora. E para a gente decidir isso, realmente temos que ter
coragem e segurança, porque os medos e as inseguranças, nós já tivemos. Agora,
o nosso pensamento está mais estável e seguro”, contou a modelo Rosa Saito em
entrevista à CNN.
Embora seja positiva para Rosa, a velhice pode chegar junto a apontamentos
que definem a forma como pessoas com mais de 60 anos devem agir. Conforme
descrito no Relatório Mundial sobre Idadismo, da Organização Mundial da Saúde
(OMS), o etarismo se refere a “estereótipos (como pensamos), preconceitos (como
nos sentimos) e discriminação (como agimos) direcionadas às pessoas com base
na idade que têm”.
O tema ganhou repercussão no Brasil na última semana após a divulgação de um
vídeo em que estudantes do curso de Biomedicina de uma universidade particular
de Bauru, no interior de São Paulo, debocham de uma colega de 40 anos.
No vídeo, uma das estudantes ironiza: “Gente, quiz do dia: como ‘desmatricula’
um colega de sala?”. Logo na sequência, outra jovem responde: “Mano, ela tem 40
anos já. Era para estar aposentada”. “Realmente”, concorda a terceira fazendo
uma cara de deboche.
Consequências do etarismo
Segundo a médica e presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia,
Ivete Berkenbrock, o etarismo aumenta a cada ano que a pessoa envelhece, tendo
consequências até mesmo psicológicas.
“O preconceito afeta a saúde mental da pessoa, porque ela tende a ficar em
isolamento, não se sente confortável no ambiente onde ela é basicamente rejeitada
por de ter mais de 60 anos. Isso pode levar à depressão, porque a cada vez que a
pessoa pensa em fazer algo, ela interioriza isso”.
Além do impacto na saúde mental da população idosa, o etarismo também afeta
o cotidiano. Em entrevista, Ivete explicou que atividades de lazer e locais para
prática de atividade física, por exemplo, não contam com acessibilidade. Para a
especialista, promover acesso apenas à área da saúde é uma forma de resumir
os idosos às doenças, negligenciando a realização de seus prazeres.

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Ainda assim, a saúde da pessoa idosa também é algo a se orgulhar: “O aumento


da longevidade é a maior conquista coletiva da humanidade nos últimos tempos.
Isso é um privilégio e mostra o quanto nós já fomos capazes de vencer doenças
infecciosas, de passar por guerras e fenômenos climáticos, de vencer doenças”,
afirmou Ivete.
Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
em 2019 a expectativa de vida no Brasil era de 76,6 anos.
Dando força para essa perspectiva positiva sobre o envelhecimento, a modelo
Rosa Saito afirma aos 71 anos que vive realizações e lembra a importância de
pessoas jovens combaterem o etarismo.
“Mesmo que esteja na flor da juventude, é o momento de a pessoa realmente
parar, pensar, pôr a mão na cabeça, porque são pessoas que já vivenciaram, que
têm experiência. Então seja no trabalho ou dentro de casa, são pessoas que têm
uma carga tão grande de sabedoria, de vivência, que têm que ser respeitados.
As pessoas têm que se pôr no lugar”, diz.
Além de desfilar nas passarelas, Rosa se mostra como um modelo a ser seguido
por quem não quer se limitar aos estereótipos sobre quem tanto assiste o tempo
passar.
“Enquanto tiver alegria de viver, não tem essa de ‘ai eu estou com x idade’. O que
é x idade? É um mero tempo? A idade está na sua cabeça. Eu acho que não existe.
Enquanto você estiver viva, tem que tentar ser feliz, correndo atrás daquilo que
você um dia teve vontade de fazer. Dê motivação para você viver, motivação para
você se sentir feliz”, afirma.
Impactos no mercado de trabalho
A gerente de projetos da Maturi Fabiana Granzotti explica a origem do termo. “O
etarismo ou ageísmo, que é derivado do termo aging, do inglês, é o preconceito
por idade”, disse.
Segundo ela, o preconceito contra pessoas mais velhas interfere em todas as
idades – como uma pessoa vista como jovem demais para ocupar um cargo de
liderança, por exemplo.
“No entanto, ele é mais acentuado para os mais velhos, devido a estereótipos, de
que eles são desatualizados, desconectados da tecnologia e não acompanharam
as mudanças. Mas isso não está ligado à idade, mas às oportunidades de cada
um”, completou.

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Fabiana, que comanda uma empresa especializada no tema, afirma que o Brasil
já tem 37,7 milhões de idosos, que estão aptos a contribuir de diversas formas
para o mercado de trabalho, incluindo a mentoria.
“Ela é muito positiva, uma pessoa com mais experiência passou inclusive por
situações mais difíceis, pode contribuir para aqueles que estão começando
agora no mercado de trabalho, que não conseguem ter visão mais sistêmica, e
os jovens, por outro lado, que já nasceram conectados, conseguem dar o suporte
tecnológico”.
Esta parceria é positiva, segundo ela, para a criação de novos produtos, resiliência
e ambientes mais produtivos e felizes. “Hoje em dia se fala da necessidade da
saúde mental e se observa bastante como a troca é positiva, cada qual tem sua
vivência, esse aporte é superimportante”.
As mudanças, no entanto, não devem partir apenas do profissional. “As corporações
olham de forma estereotipada, de custo maior, mas tem um outro ponto que o
mercado vem oferecendo, os dois lados chegam a um comum acordo, o que as
pessoas maduras esperam e como as corporações podem ser remanejadas para
absorver as pessoas mais experientes, com programas de consultores, por exemplo”.
“O mercado de trabalho não é mais o que era há dois anos, a pandemia acelerou
todo esse processo. A população 50+ deve se manter atualizada, buscar carreiras
transversais e as corporações devem ter essa visão de novas formas de contratações,
com aporte de conhecimento, sem sofrer com altos salários”, avaliou.
A especialista afirma acreditar que é necessária a “queda de paradigmas dos
dois lados” para absorver a população que daqui a pouco será maioria no Brasil.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil nos Jogos Olímpicos de Tóquio30
Vinte e uma medalhas, esse é o maior número já obtido pelo Brasil em Jogos
Olímpicos. Foi esse o saldo dos jogos de Tóquio 2020 (realizados em 2021 em função
da Pandemia).
Das 21 medalhas desta edição dos Jogos Olímpicos, sete foram de ouro, seis de
prata e oito de bronze, o que garantiu ao Brasil a 12ª colocação no ranking de países.
Elas foram alcançadas em 13 modalidades. Nos jogos anteriores, no Rio 2016, o Brasil
somou 19 medalhas e ficou na 13ª colocação.

30
Em: h t t p s : / / w w w. g o v. b r/ p t - b r/ n o t i c i a s /c u l t u r a - a r t e s - h i s t o r i a - e - e s p o r t e s / 2 0 2 1 / 0 8 /
com-21-medalhas-nos-jogos-olimpicos-de-toquio-brasil-tem-seu-melhor-resultado

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O Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal, está conectado


a 90,4% dos pódios do Brasil. Isso porque, das 21 medalhas conquistadas no Japão,
19 têm participação de atletas com apoio do programa que é considerado um dos
maiores do mundo de patrocínio individual. Foram seis ouros, cinco pratas e oito
bronzes com a presença de atletas contemplados pelo programa. O incentivo do
Governo é o medalhista de ouro na canoagem de velocidade C1 1000m, Isaquias
Queiroz, que recebe o Bolsa Pódio. Ele resumiu o sentimento de muitos atletas que
subiram ao pódio nos Jogos de Tóquio: “Pra mim, tudo que fiz na minha vida hoje
valeu a pena”, disse.
Isaquias Queiroz falou sobre o início da carreira e do apoio que teve do Bolsa
Atleta. “Foi a primeira entidade a me ajudar financeiramente. Isso foi o ponto chave
para eu não abandonar a canoagem. Quando comecei a ganhar o Bolsa Atleta eu
tinha 15 anos, estava morando no Rio de Janeiro sem nenhum centavo no bolso e
isso me deu tempo para eu continuar. Pude estabilizar um pouco mais a minha parte
financeira e dar tranquilidade para o treinamento”, relatou.
Bolsa Atleta nas Olimpíadas
Do grupo dos 302 atletas convocados para os Jogos Olímpicos, 242, o que
corresponde a 80%, fazem parte do programa. Nos Jogos de Tóquio, o programa só
não esteve presente em dois pódios brasileiros, um deles foi o ouro do bicampeonato
olímpico do futebol, porque o masculino não integra o Bolsa Atleta; e a prata do
skate street de Rayssa Leal, já que a jovem tem 13 anos e a idade mínima para fazer
parte do programa é 14 anos.
Um levantamento do Ministério da Cidadania aponta que no ciclo entre os Jogos
Rio 2016 e Tóquio 2021, o grupo de medalhistas das modalidades individuais e em
dupla, responsável por 19 das 21 medalhas, recebeu R$ 8,3 milhões de forma direta,
via Bolsa Atleta. Quando se leva em conta a relação histórica dos esportistas com o
programa desde 2005, o montante investido sobe para R$ 12,7 milhões.
Medalhas do Boxe
O boxe teve a melhor campanha de sua história em Tóquio, com um ouro, uma
prata e um bronze. Herbert Conceição, pugilista da categoria até 75 quilos, foi um
dos atletas que obteve o ouro no sábado. Ele venceu a luta por nocaute no terceiro
assalto e conta que, no momento da conquista, a sensação foi de que valeu a pena
todo o esforço.
O boxeador citou o apoio do Bolsa Atleta na sua formação. Ele tem o Bolsa Atleta
Internacional e integra o Programa de Alto Rendimento da Marinha do Brasil.

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“Com 15 anos comecei a receber o Bolsa Atleta e era a minha única e principal
fonte de renda. Era quando eu conseguia somente focar nos treinamentos. Eu não
precisava trabalhar com outras coisas simultaneamente aos meus treinos. Senão, o
meu rendimento não seria o mesmo. Então, eu sou muito grato ao programa Bolsa
Atleta. O Bolsa Atleta apoia, mata a fome e alimenta o sonho de muitos jovens
brasileiros e isso é muito importante”, disse.
Esportes Estreantes
O surfe e o skate tiveram uma estreia de peso nas Olimpíadas garantindo quatro
medalhas para o Brasil. Do surfe veio o ouro com Ítalo Ferreira, que recebe o Bolsa
Pódio. E o skate somou três pratas, duas delas de esportistas do Bolsa Pódio, Pedro
Barros na categoria skate park e Kelvin Hoefler, no skate street. A outra medalhista
é Rayssa Leal.
Fazendo História
A passagem do Brasil pelos Jogos de Tóquio teve feitos inéditos. A ginasta Rebeca
Andrade, que tem o Bolsa Pódio, conquistou as duas primeiras medalhas da história
na ginástica artística feminina na competição, um ouro e uma prata.
Um pódio sem precedentes foi o da dupla do tênis feminino Laura Pigossi e
Luisa Stefani, que obtiveram medalha de bronze. Luisa Stefani recebe Bolsa Atleta
Internacional do Governo Federal.
Ainda teve a prova de 400 metros com barreiras do atletismo em que Alison dos
Santos conquistou a medalha de bronze em uma prova disputadíssima que foi a mais
rápida da história da categoria. Ele recebe o Bolsa Pódio e faz parte do Programa de
Alto Rendimento das Forças Armadas, da Marinha do Brasil.
Cerimônia de Encerramento
Na cerimônia de encerramento, no domingo (8), a porta-bandeira do Brasil foi
a ginasta Rebeca Andrade, que conquistou o ouro no salto e a prata no individual
geral. Rebeca é a primeira atleta mulher brasileira a garantir duas medalhas em uma
mesma edição de jogos. Ela tem o apoio do Bolsa Pódio.
No encerramento, houve a passagem do bastão para a próxima sede, que será
Paris, em 2024. Em Paris, atletas celebraram ao lado da Torre Eiffel.
No dia 24 de agosto ocorrerá a abertura dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, que
acontecem até o dia 5 de setembro.
Investimento no Esporte
O Ministério da Cidadania assegurou para o Bolsa Atleta, no ano de 2021, um
orçamento de R$ 145,2 milhões, o maior desde 2014. O valor é superior, inclusive, ao
de 2016, ano dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio, que foi de R$ 143 milhões.
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O Governo Federal é o maior patrocinador do esporte olímpico e paralímpico


no país, com um investimento anual superior a R$ 750 milhões. Nesse valor estão
abrigados o tripé que hoje representa a maior fonte de investimento do esporte
brasileiro: Lei das Loterias, Bolsa Atleta e Lei de Incentivo ao Esporte
Programa de Atletas de Alto Rendimento
Os atletas militares representam 30% da delegação brasileira em Tóquio, com
mais de 90 esportistas. Segundo o Ministério da Defesa, o programa é integrado
por 551 militares atletas em 30 modalidades.
Ao fazer parte do programa, os atletas militares têm os benefícios da carreira, que
são salário, férias, assistência médica e odontológica, nutricionista e fisioterapeuta.
Eles ainda têm à disposição instalações esportivas em organizações militares das
Forças Armadas para treinar.
Medalhistas
O Brasil recebeu 21 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e oito de bronze.
Confira os vencedores:
Medalha de Ouro:
Ana Marcela Cunha – maratona aquática. Recebe o Bolsa Pódio e é integrante do
programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, pela Marinha.
Isaquias Queiroz - canoagem de velocidade C1 1000m. Recebe o Bolsa Pódio do
Governo Federal.
Ítalo Ferreira – surfe. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Herbert Conceição – boxe na categoria peso médio. Recebe o Bolsa Atleta
Internacional. É atleta do Programa de Alto Rendimento da Marinha do Brasil.
Martine Grael e Kahena Kunze – vela. Recebem o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Kahena faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, na Marinha
do Brasil.
Rebeca Andrade – medalha no salto da ginástica artística. Recebe o Bolsa Pódio
do Governo Federal.
Time de Futebol Masculino.
Medalha de Prata:
Kelvin Hoefler – skate street. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.
Pedro Barros – skate park. Recebe o Bolsa Pódio do Governo Federal.

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Rayssa Leal – skate street. Com 13 anos, não integra o programa. A idade mínima
para fazer parte do Bolsa Atleta é 14 anos.
Rebeca Andrade – medalha na ginástica artística feminina individual. Recebe o
Bolsa Pódio do Governo Federal.
Beatriz Ferreira – boxe categoria peso leve. Recebe o Bolsa Pódio do Governo
Federal. Também integra o quadro de atletas do Programa de Alto Rendimento das
Forças Armadas, na Marinha do Brasil.
Time de Vôlei Feminino.
Medalha de Bronze:
Abner Teixeira – boxe, peso pesado. Recebe o Bolsa Atleta na categoria Internacional
e participa do Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas, no
Exército Brasileiro.
Alison dos Santos – atletismo: 400 metros com barreiras. Recebe o Bolsa Pódio
do Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas,
na Marinha do Brasil.
Bruno Fratus – natação, nos 50 metros livre. Recebe o Bolsa Pódio do Governo
Federal.
Daniel Cargnin – judô, na categoria peso meio-leve, até 66 kg. Recebe o Bolsa
Pódio do Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças
Armadas, na Marinha do Brasil.
Fernando Scheffer – natação, nos 200 metros livre. Recebe o Bolsa Pódio do
Governo Federal. Faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas,
no Exército Brasileiro.
Luisa Stefani e Laura Pigossi – dupla de tênis. Luisa recebe o Bolsa Atleta
Internacional do Governo Federal.
Mayra Aguiar – judô, na categoria meio-pesado, de até 78 kg. Recebe o Bolsa
Pódio do Governo Federal.
Thiago Braz – salto com vara. Recebe o Bolsa Atleta na categoria Pódio.

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3.15. COVID-19

TEXTO COMPLEMENTAR
A Covid-19 no Brasil 1: 2 Anos - Histórico, Politização, Lockdown, Mortes e
Vacina
O Ministério da Saúde, ainda sob o comando do Ministro Luiz Mandetta, confirmou
no dia 26 de fevereiro de 2020 o primeiro caso de novo coronavírus no Brasil, em
São Paulo. Um homem de 61 anos deu entrada no Hospital Israelita Albert Einstein,
com histórico de viagem para Itália, região da Lombardia. Dois anos e um mês após
o primeiro caso de Covid registrado no país, o Brasil acumula oficialmente mais de
670.000 mortes. O número total de casos chega perto de 30 milhões, o que perfaz
quase 15% da população brasileira (contudo, há pessoas que foram infectadas mais
de uma vez). Sem dúvida, vem sendo uma epidemia de lascar!
Para começarmos este histórico, vale destacar que logo na origem ocorre
uma politização do assunto que recebe contornos imensos, desde oficializados os
primeiros casos de Covid-19. O ex-Presidente Jair Bolsonaro, temeroso acerca das
perdas econômicas que se avizinhavam (e ocorreram realmente), já na largada se
posiciona de forma radicalmente contra as medidas que em uníssono foram sendo
tomadas por todos os 27 governadores de estado do país com vistas a promoção
do isolamento social.
Os Chefes dos Executivos locais expediram decretos entre os meses de março
e início de abril de 2020, ou seja, logo no início dos esforços do combate ao vírus,
determinando a realização de medidas de isolamento social, com o consequente
fechamento de vários tipos de comércio. Na outra ponta, pairou discurso emanado
pelo presidente Jair Bolsonaro acerca de “se preservar vidas ou empregos”, como se
um fato estivesse dissociado do outro, ou seja, na ilusão de que houvesse de fato
uma opção real. Para piorar o campo de batalhas, o STF sumulou ser de incumbência
dos governos estaduais (e não do governo federal) a decisão acerca de se promover
ou não o lockdown.
O ex-Presidente da República defendeu o chamado “isolamento vertical”, ou
seja, isolar-se apenas crianças, idosos e pessoas nos chamados grupos de risco, em
vez de se imprimir o “isolamento horizontal” - quando o maior número possível de
pessoas deve permanecer dentro de casa, independentemente de apresentarem
fatores de risco ou não para a doença. O distanciamento horizontal pode ser feito
em diferentes níveis de rigidez.

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O rígido termo, já bem conhecido como LOCKDOWN, ocorre quando somente as


atividades consideradas essenciais (como farmácias e supermercados) são permitidas
a funcionarem normalmente. Pode-se, inclusive, haver um monitoramento das
ruas pela polícia frente ao movimento de pessoas em atividades consideradas não
essenciais: o chamado toque de recolher. No Brasil tivemos dois grandes períodos de
lockdown: nos primeiros meses de Covid em 2020, entre março e julho, e depois em
lugares selecionados (tal qual o Distrito Federal) entre Fevereiro e março de 2021.
Nessa toada, o ex-governador de São Paulo (João Doria) e de Goiás (Ronaldo Caiado,
reeleito em 2022), aliados de primeira hora do ex-Presidente desde a campanha à
Presidência, chegaram a romper com Bolsonaro por discordarem dessas modalidades
de isolamento. O ex-mandatário nacional retrucou, chamando todos os governadores
que procederam tal qual era orientação da OMS – Organização Mundial de Saúde
(realizando o isolamento horizontal) de “irresponsáveis”, alegando nas entrelinhas
estarem promovendo um complô contra o seu governo ao intencionarem “quebrar
a economia nacional”.
Ainda dentro desse raciocínio negacionista, que vai inclusive contra sua própria
política de estado para a saúde, outrora comandada por Ministros da Saúde (o
oncologista Nelson Teich assumiu em 16/04/20 no lugar de Luiz Henrique Mandetta,
mas não durou nem um mês no cargo, sendo demitido em 14/05/20), que versa
exatamente que seja promovido o isolamento social, o ex-Presidente Bolsonaro
imprime um modus operandi peculiar, passando a se locomover cada vez mais
pelas ruas da capital federal (e também pelo país), seja comendo pastel em feira,
inaugurando obras, a passeio ou a trabalho remoto (como no fim do ano de 2020, no
Guarujá), sem qualquer proteção frente ao contágio por Covid (leia-se uso máscara
e qualquer prática de distanciamento). Em pronunciamento nacional, Bolsonaro
chegou a dizer que essa pandemia apenas uma “gripezinha”, exaltando, em sequência,
se encontrar imune aos efeitos da Covid por possuir “um histórico de atleta”.
A politização em relação à Covid-19 seguiu em torno da decisão acerca da(s)
vacina(s) a ser(em) aplicada(s) e aderida(s) pelo Governo Bolsonaro. Em fins de 2020,
se digladiariam em tom de embate público o ex-Presidente Jair Bolsonaro e João
Dória, o governador de São Paulo. O Presidente dizia ser totalmente contra a vacina
chinesa, que por aqui teve colaboração do Instituto Butantan, situado na capital
paulista, em sua feitura. Já Dória, como havia de se supor, dizia não abrir mão da
vacina que seu estado havia dado suporte na confecção. Venceu o governador. O
Governo Federal, acusado de procrastinar a entrada das vacinas no Brasil, sofre até
uma CPI, com relatório apresentado em outubro de 2021. Mas isso é outra história.

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ECONOMIA E AUXÍLIO
Dentro do âmbito inevitável de paralisia econômica que assolou o país (as previsões eram
de redução do PIB a taxa em torno de 6% a 8% em 2020, mas se confirmou em “apenas”
4.1% de queda do PIB em 2020), o governo federal se apressou e enviou ao Congresso
Nacional medida emergencial de auxílio à população de informais, que beirou, segundo
últimas estimavas, a casa de 100 milhões de pessoas. Foi o chamado “coronavoucher” de
600 reais, distribuído já em abril de 2020 em sua primeira parcela, com seguimento por
mais três meses (e prorrogação por mais 3 parcelas de 600 reais), nas agências da Caixa a
todos que se encaixassem no seguinte perfil:
• ser maior de 18 anos;
• não possuir emprego formal;
• a renda familiar per capita deveria ser de até meio salário-mínimo (R$ 522,50), ou a
renda total de até 3 salários-mínimos (R$ 3.135,00);
• não ter recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano de 2018;
• exercer atividade na condição de microempreendedor individual (MEI);
• ser ou não contribuinte do Regime Geral de Previdência Social (RGPS);
• ser trabalhador informal inscrito no Cadastro Único de Programas Sociais do Governo;
• ter cumprido o requisito de renda média até 20 de março de 2020;
• não receber benefício previdenciário ou assistencial como seguro-desemprego ou
programas de transferência de renda federal, exceto Bolsa Família.
Além disso, a proposta do governo aprovada pelo Congresso Nacional estabeleceu que
até dois membros da mesma família poderiam receber o benefício, somando uma renda
de R$ 1.200. E as mulheres que sustentassem seus lares sozinhas poderiam acumular dois
benefícios individualmente.
Outras medidas econômicas em 2020 com vistas a assistir à população diante do abalo
econômico gerado pelo coronavírus foram as antecipações do 13º salário de aposentadorias
do INSS e do PIS/Pasep. No âmbito estadual, bancos regionais, como o BRB – Banco de
Brasília –, lançaram linhas de créditos com juros mais baixos para suporte a empresários
de pequeno e médio porte.

Obs.: Em março de 2021, o Governo Federal anunciou a reedição do Auxílio Emergencial,


contudo com valor mais baixo. Ao todo, foram quatro parcelas de R$ 250, com duas
exceções: mulheres chefes de família receberam R$ 375 e quem mora sozinho terá
R$ 150.

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INVESTIGAÇÕES E CPI
Neste mar de notícias ruins, inclui-se ainda a investigação conduzida pelo Ministério
Público Federal, com auxílio da Polícia Federal, de que respiradores em alguns estados, como
Pará e Rio de Janeiro, foram adquiridos em regime de emergência de forma superfaturada.
Nos dois estados, os governadores foram intimados a depor pela Polícia Federal. No DF, a
situação é parecida, tendo sido preso o Secretário de Saúde, Francisco Araújo, em setembro
de 2020, em operação que buscava apontar culpados de irregularidades em compra de
testes para Covid-19 dentro do âmbito da Operação Falso Negativo.
No Governo Federal, o Senado aprova, nos primeiros dias de maio de 2021, o início
da CPI da Covid, presidida pelo Senador Osmar Aziz (MDB-AM), com vistas a apurar as
responsabilidades do Governo Federal em relação ao surto de Covid no país. Em setembro de
2021, ela segue dando indicativos de que irá indiciar o Presidente Jair Bolsonaro. Finalmente,
em outubro de 2021, após 67 reuniões em mais de seis meses de atividade, com mais de
500 requerimentos e 190 quebras de sigilo aprovados, a Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) da Pandemia apresentou as conclusões do trabalho por meio de relatório final que foi
lido pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL).
Renan, responsável pelo documento, realizou a leitura da conclusão com mais de mil
páginas. Ao longo da leitura, o relator afirmou que “a mais grave omissão do governo federal
foi o atraso na compra de vacinas”. O documento aponta ainda que o governo federal teria
agido de forma não técnica no enfrentamento à pandemia “expondo deliberadamente a
população a risco concreto de infecção em massa”. O nome do ex-presidente Jair Bolsonaro
é mencionado 80 vezes ao longo do relatório. Outras 68 pessoas foram indiciadas e devem
apresentar suas defesas.
Veja abaixo, caro(a) aluno(a), as diferenças entre surto, epidemia, pandemia e endemia:
• Surto: acontece quando há aumento repentino do número de casos de uma doença
em uma região específica. Para ser considerado surto, o aumento de casos deve ser
maior do que o esperado pelas autoridades. Em algumas cidades, como Itajaí-SC,
a dengue é tratada como surto (e não como epidemia), pois acontece em regiões
específicas (um bairro, por exemplo).
• Epidemia: se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Uma epidemia
a nível municipal acontece quando diversos bairros apresentam uma doença; a nível
estadual, acontece quando diversas cidades têm casos. Na entrada de 2020, o Brasil
experimentou um surto de dengue. Somente em janeiro desse ano foram mais de
30.000 casos suspeitos de dengue no país. Outra doença que tem como vetor o
Aedes Aegypti, a Chikungunya, apresentou 959 casos prováveis no início de 2020, a
taxa de incidência é de 0,46 casos por 100 mil habitantes. O Nordeste e o Sudeste
são as regiões mais afetadas, com índices de 0,58 por 100 mil e 0,52 por 100 mil,

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respectivamente. O estado do Rio de Janeiro registra 28,5% das notificações, onde


também foi registrada uma morte pela infecção.
• Endemia: não está relacionada a uma questão quantitativa. Uma doença é classificada
como endêmica (típica) de uma região quando acontece com muita frequência no
local. As doenças endêmicas podem ser sazonais. A febre amarela, por exemplo, é
considerada uma doença endêmica da região Norte do Brasil.
• Pandemia: em uma escala de gravidade, a pandemia é o pior dos cenários. Ela acontece
quando uma epidemia se espalha por diversas regiões do planeta. Em 2009, a gripe A
(ou gripe suína) passou de epidemia para pandemia quando a OMS começou a registrar
casos nos seis continentes do mundo. A AIDS, apesar de ter diminuir no mundo,
também é considerada uma pandemia, assim como o atual surto de coronavírus,
que virou uma pandemia.

Obs.: O Brasil espera ver sua situação interna rebaixada de pandemia para endemia em
abril de 2022. Segundo o Presidente Bolsonaro, as medidas mais radicais frente ao
vírus “não se justificam mais”, pois, segundo ele, a pandemia “chegou ao fim”. Já a
OMS defende que a pandemia está longe de acabar no mundo. Para especialistas,
a mudança de status é precoce.

Dentro do enorme bojo de assuntos (e controvérsias) acerca da Covid no Brasil e das


medidas emanadas pelo governo federal no combate ao vírus, entram, como não poderia
deixar de ser, os tratamentos preventivos propalados insistentemente pelo ex-presidente
Bolsonaro. Perdendo força em 2022, a defesa do tratamento precoce e da Cloroquina
chegou, contudo, a constar no discurso de Bolsonaro proferido na 76ª Assembleia Geral da
ONU, a qual ele abriu pela terceira vez.

A VACINAÇÃO

Por fim, o Brasil iniciou, em janeiro de 2021, em período em torno de um mês atrasado
em relação aos países da União Europeia e aos EUA, a vacinação em massa com vistas a
combater a pandemia de Covid-19. As 7 vacinas aprovadas pela Anvisa (entre registros
definitivos e emergenciais) por terem cumprido os protocolos relacionados à 3ª fase de
experimentação eram, na entrada de maio de 2021, Pfizer/BioNTech e Covishield (Fiocruz/
AstraZeneca/Oxford), as quais possuem um registro definitivo concedido pela agência.
Agora, a vacina da Janssen (Johnson & Johnson), a CoronaVac (Instituto Butantan/Sinovac)
e a Covishield (com IFA produzido na Índia) receberam autorização para uso emergencial.
Posteriormente, os imunizantes contra o coronavírus da Moderna e da Sinopharm foram
autorizados por meio do consórcio COVAX Facility. Dessa forma, “sete vacinas poderão ser
usadas no país com a aprovação da Anvisa”.

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COVAX Facility e a Vacinação contra a Covid-19 no Brasil


Para facilitar o recebimento de doses dos imunizantes distribuídos pelo COVAX Facility, a
Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 465 foi aprovada no dia 9 de fevereiro de 2021. “A
proposta tem por objetivo deixar clara a dispensa de registro ou da autorização temporária
de uso emergencial para as vacinas importadas pelo Ministério da Saúde provenientes da
iniciativa global Covax Facility”, afirmou a diretora da Anvisa, Meiruze Freitas, na ocasião.
Nestes casos, as vacinas poderão ser distribuídas ao Plano Nacional de Imunização (PNI)
e precisarão apenas da avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde
(INCQS), órgão associado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
E o Governo Federal comemora a vacinação. Até 15 de Março de 2022, o Brasil ostentava
um bom indicador, com 75% de sua população adulta vacinada com as duas doses. Um
número superior ao de países como os EUA, por exemplo, e até ao Reino Unido, onde, mesmo
tendo sido o primeiro país a iniciar a vacinação (ao menos de forma simbólica), a cobertura
não passou de 73% até então. Nos EUA (país oficialmente com maior número de mortes por
Covid em todo o mundo), esse indicador era de 63% em março de 2022. Já na Rússia, era de
apenas 50%. A Argentina e o Chile estão à nossa frente aqui na América do Sul (com 80%
e 90%, respectivamente). Porém, é inegável que o Brasil atendeu a contento o desafio
de vacinar a sua população.

BRASIL: VACINAÇÃO E PRIORIDADES. O CASO DOS PCDS


A vacinação em massa contra a Covid-19 no Brasil teve início na alvorada de 2021. A
discussão acerca de quais vacinas e sobre a decisão (livre arbítrio) de cada brasileiro em se
vacinar ou não, passou também por um ponto fundamental: a qual(is) grupo(s) dar-se-ia
prioridade, além das faixas etárias mais elevadas, visto que as vacinas eram, ao menos numa
fase inicial, um recurso escasso? Nessa seara de discussões, o Governo Federal aprovou,
em fins de fevereiro de 2021, a prioridade na vacinação às PCDs – Pessoas com Deficiência.
Vale destacar que esse enorme grupo, que chega a aproximadamente 8 milhões de
indivíduos, não esteve incluído no primeiro Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19
apresentado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2021. Contudo, em atualizações
deste documento oficial norteador da vacinação contra a Covid, após reivindicações de
defensores dos direitos das PCDs, esse imenso grupo fora incluído na prioridade de vacinação
juntos a outros, tais quais os portadores de comorbidades como diabetes e obesidade.
Para fins de inclusão na população-alvo da vacinação, foram considerados indivíduos com
deficiência permanente aqueles que apresentavam uma ou mais das seguintes limitações:
• Limitação motora que cause grande dificuldade ou incapacidade para andar ou subir
escadas;
• Grande dificuldade ou incapacidade de ouvir mesmo com uso de aparelho auditivo;

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• Grande dificuldade ou incapacidade de enxergar mesmo com uso de óculos;


• Alguma deficiência intelectual permanente que limite as atividades habituais, como
trabalhar, ir à escola, brincar etc.

O REFORÇO E A TERCEIRA DOSE


Visando ao aumento da proteção de todos os brasileiros contra a variante Ômicron, o
Ministério da Saúde passará a recomendar a redução do intervalo, de cinco para quatro
meses, entre a segunda dose e a dose de reforço da imunização contra a Covid-19. O anúncio
foi feito pelo ministro Marcelo Queiroga em dezembro de 2021.
“A dose de reforço é fundamental para frear o avanço de novas variantes e reduzir
hospitalizações e óbitos, em especial em grupos de risco. Informem-se sobre o calendário
vacinal de seu município e veja se já chegou a sua vez”, escreveu Queiroga em seu perfil
numa rede social.
O reforço poderá ser aplicado em qualquer pessoa maior de 18 anos que tenha recebido
as duas doses de vacina, respeitando o prazo mínimo dos quatro meses após a segunda
aplicação. Além disso, o Ministério reitera a importância de se completar o ciclo vacinal e
pede àqueles que tomaram apenas a primeira dose para retornarem aos postos de vacinação.
Conforme as orientações emitidas pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento
à Covid-19 (Secovid), a vacina da Pfizer será utilizada como dose de reforço em pessoas
vacinadas com os imunizantes Coronavac, AstraZeneca e Pfizer. A opção por essa vacina
levou em consideração o aumento da resposta imunológica no esquema heterólogo. De
maneira alternativa, os imunobiológicos da Janssen e AstraZeneca também poderão ser
utilizados na dose de reforço.
Inicialmente destinada a ser de aplicação única, a vacina da Janssen também deverá
ser reforçada. Quem a recebeu entre dois e seis meses atrás pode comparecer ao posto
de saúde para a segunda dose. Nesse caso, o imunizante utilizado deverá ser do mesmo
fabricante.

A VACINAÇÃO INFANTIL
Iniciada no dia 14 de janeiro de 2022, quando o menino Davi Seremramiwe Xavante, de
8 anos, foi imunizado em São Paulo —, a aplicação de doses nessa faixa etária de 5 a 11
anos segue em ritmo lento no país, apesar da alta capacidade do sistema de saúde.
O país tem usado duas vacinas na campanha infantil: a versão pediátrica da Pfizer,
aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para pessoas de 5 a 11 anos
em dezembro de 2021, e a Coronavac, aprovada no mês seguinte para a faixa de 6 a 17. Desde
setembro de 2021, adolescentes a partir de 12 anos já estavam se vacinando com a Pfizer.
Ambas são seguras e eficazes na prevenção dos sintomas da Covid-19, segundo as
autoridades sanitárias. A Coronavac é contraindicada apenas para crianças imunossuprimidas

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— nesse caso, há a opção de usar a Pfizer. Não há dados ainda sobre os percentuais de cada
vacina usada no país.
Um motivo para o ritmo lento da vacinação infantil é a desinformação. Apesar de terem
filhos já elegíveis para se imunizar, diversos pais ou responsáveis têm relatado sentir medo
das vacinas por não as considerar seguras ou eficazes ou por pensar que são experimentais
— o que não é verdade. A aplicação das vacinas da Pfizer e da Coronavac em crianças foi
autorizada pela Anvisa apenas depois de técnicos do órgão terem pedido, analisado e
aprovado estudos sobre o uso dos imunizantes nesse grupo. Os testes, feitos em milhares
de voluntários observados durante meses, atestaram a segurança e a eficácia das doses
no público infantil.

MATÉRIA
A Covid-19 no Brasil II: 3 Anos31
3 anos de pandemia de Covid-19: o que esperar da doença daqui em diante no Brasil
Com o alívio nos números de casos, hospitalizações e mortes, a doença causada
pelo coronavírus passou a ser vista como menos ameaçadora. Entenda, em quatro
pontos, como chegamos até aqui — e quais são as perspectivas para os próximos
anos.
No dia 11 de março de 2020, o biólogo etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus,
diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), fez um discurso que entraria
para a história.
Num momento em que haviam sido registrados 118 mil casos e 4,2 mil mortes por
covid-19 em 114 países, ele anunciou que estávamos, de fato, em uma pandemia.
“Essa é a primeira pandemia causada por um coronavírus. [...] Nós estamos soando
o alarme em alto e bom som”, declarou.
Três anos, 676,5 milhões de casos e 6,8 milhões de mortes depois, o mundo se
encontra num momento completamente distinto da crise sanitária.
Com o desenvolvimento de vacinas, testes e remédios em tempo recorde, o
coronavírus deixou de representar uma ameaça mortal para a maioria das pessoas
— apesar de ainda ser um problema grave e preocupante para os grupos mais
vulneráveis, como idosos e indivíduos com o sistema imunológico comprometido.
E o próprio Brasil é um exemplo dessa mudança de cenário: a taxa de mortalidade,
que chegou a 201 por 100 mil habitantes em 2021, caiu para 36 no ano passado

31
MATÉRIA EM: https://g1.globo.com/saude/coronavirus/noticia/2023/03/11/3-anos-de-pandemia-de-covid-19-o-que-
-esperar-da-doenca-daqui-em-diante-no-brasil.ghtml. Acesso em 11/03/2023, às 16h24.

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e, neste primeiro trimestre de 2023, encontra-se em três, segundo o painel do


Conselho Nacional de Secretários da Saúde (Conass).
Nesse período, a letalidade caiu de 2,9% para 0,7%.
Mas como chegamos até aqui? E o que esperar da covid-19 para os próximos anos?
A BBC News Brasil ouviu pesquisadores para entender as perspectivas futuras
desta doença e o que precisa ser feito para diminuir ainda mais o impacto dela
na sociedade.
Casos, hospitalizações e mortes: apesar de alívio nos números, acompanhamento
é primordial.
Até o momento, 2021 foi o pior ano da pandemia no Brasil. No auge, o país chegou
a registrar um total de 21 mil mortes por covid em uma única semana.
Desde então, as estatísticas nunca mais chegaram a patamares tão elevados —
apesar do crescimento em internações e mortes registrado no início de 2022,
relacionado ao espalhamento da variante Ômicron.
Se os dados continuarem na tendência atual, o país deve fechar o ano de 2023
com menos da metade das mortes que foram notificadas em 2022 — que, por
sua vez, já havia registrado 84% menos óbitos em comparação com 2021.
O alívio no cenário epidemiológico, inclusive, levou a mudanças importantes na
forma como as estatísticas são apresentadas.
Recentemente, o Ministério da Saúde e o próprio Conass deixaram de publicar
boletins diários sobre os números da pandemia e passaram a divulgar relatórios
semanais.
O estatístico Leonardo Bastos, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz),
vê a mudança com bons olhos.
“Os boletins diários são por vezes um tanto ruidosos, já que eles podem trazer
dados incompletos de acordo com o dia e a disponibilidade de profissionais para
atualizar os sistemas”, avalia.
“Quando os dados estão consolidados por semana, fica mais fácil fazer as análises
e entender as tendências de casos, hospitalizações e mortes”, complementa.
Mesmo diante desse maior espaçamento das estatísticas, o especialista entende
que é vital manter ativa a vigilância sobre o coronavírus — assim como ocorre
para vários outros patógenos, como os causadores de gripe ou dengue.

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“Nossos sistemas são bons para detectar os casos mais graves de infecções
respiratórias, que exigem hospitalizações. Mas precisamos desenvolver recursos
capazes de flagrar os quadros mais leves, que sinalizam o início de uma potencial
nova onda”, diz Bastos, que também integra o Observatório Covid-19 BR.
O pesquisador ainda destaca uma última tendência que deve se confirmar nos
próximos anos: a sazonalidade do coronavírus, ou os períodos do ano em que o
número de infecções e óbitos tende a subir.
“Os três primeiros anos da pandemia foram um tanto conturbados. M a s
com a situação relativamente mais controlada, será possível observar esse
comportamento sazonal do patógeno”, acredita Bastos.
“Assim como acontece com outros vírus respiratórios, a tendência é que os casos
de Covid-19 aumentem nos períodos mais frios do ano, conforme nos aproximamos
do inverno. Porém, isso é algo que ainda precisa ser confirmado”, completa.
Vacinação: doses atualizadas para alguns, reforço urgente para os
demais.
Entre os especialistas, não há dúvidas de que o momento mais favorável da
pandemia que vivemos agora está relacionado a dois fatores principais: a vacinação
e o grande número de infectados pelo coronavírus.
Esses dois eventos permitiram criar um bom nível de imunidade — com isso,
mesmo que o vírus consiga invadir o organismo, as células de defesa são capazes
de conter o problema antes que ele se transforme em algo mais sério na maioria
das vezes.
Segundo os dados compilados pelo portal CoronavirusBra1, mais de 183 milhões de
brasileiros (ou 86% da população) tomaram pelo menos uma dose do imunizante
que protege contra o coronavírus.
O problema está na continuidade da campanha. Apenas 175 milhões (82% do
total) completaram o esquema inicial de duas doses. Para piorar, só 125 milhões
(59%) voltaram aos postos de saúde para tomar o reforço (ou a terceira dose),
tão necessário para diminuir o risco de pegar a variante Ômicron.
“É natural que, com o passar do tempo, a proteção conferida pela vacina diminua.
Por isso, é essencial estar com o esquema de doses atualizado para garantir uma
boa imunidade”, explica a pediatra Isabella Ballalai, da Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIm).

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A médica conta que as doses de reforço funcionam como uma espécie de “lembrete”,
para fazer com que o sistema imunológico siga com uma boa capacidade de
combater o coronavírus.
Diante desse cenário de baixas coberturas, o Ministério da Saúde lançou
recentemente uma nova campanha para melhorar as estatísticas da vacinação
contra a Covid.
E há dois objetivos principais nesse esforço. Primeiro, garantir que toda a população
atualize a caderneta de vacinação e tome a segunda, a terceira ou a quarta dose
atrasadas. Nesses casos, são aplicadas as vacinas monovalentes, usadas desde
o início da campanha.
A segunda parte da iniciativa envolve os imunizantes bivalentes, que trazem
uma proteção ampliada contra as variantes mais recentes do coronavírus, como
a Ômicron.
Por ora, essas doses atualizadas estão disponíveis apenas para grupos mais
vulneráveis, como idosos, indivíduos que moram em instituições de longa
permanência, pacientes com o sistema imunológico comprometido, indígenas,
ribeirinhos, quilombolas, gestantes, puérperas (mulheres que tiveram um filho
nos últimos 45 dias), trabalhadores da saúde, pessoas com deficiência, população
privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.
“A vacina bivalente é uma conquista muito grande e mostra que somos capazes
de atualizar a formulação dos imunizantes de acordo com o surgimento das novas
variantes”, considera Ballalai.
Ainda que a chegada das vacinas bivalentes sinalize o primeiro passo sobre o futuro
das campanhas de imunização contra a Covid, a estratégia para os próximos anos
ainda não está clara.
Não se sabe, por exemplo, se todos — ou alguns grupos em específico — precisarão
tomar um reforço a cada ano, ou se a proteção conferida pelas doses disponíveis
hoje será suficiente por um tempo extra.
Só a observação da realidade e as pesquisas que estão em andamento poderão
determinar a periodicidade das campanhas — e quem será contemplado nelas.
“A tendência é que tenhamos uma vacinação anual, ou eventualmente até duas
vezes ao ano, para alguns públicos. Mas isso é algo que ainda precisa ser definido”,
completa Ballalai.
Prevenção: a transição do esforço coletivo para a iniciativa individual

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Outro fenômeno que marcou os meses mais recentes da pandemia foi a mudança
nas políticas públicas que tentam conter as cadeias de transmissão do coronavírus.
Num período em que as vacinas ou os remédios não estavam disponíveis e a taxa
de mortalidade permanecia em alta, a única alternativa de governos e instituições
de saúde era determinar o lockdown e pedir que as pessoas permanecessem em
casa.
As máscaras, obrigatórias a todos em qualquer local público, eram uma maneira de
se proteger — ou diminuir o risco de espalhamento do patógeno pelos indivíduos
que estavam infectados.
Com o passar do tempo, a realidade se modificou. “Foi a partir daí que as
recomendações de prevenção deixaram de ser coletivas para ganharem um
aspecto mais individualizado”, comenta a infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen,
professora do Departamento de Medicina Tropical da Universidade Federal de
Pernambuco.
Isso, claro, tem a ver com o tópico anterior: a criação de um bom nível de imunidade
por meio da vacinação (e do número de indivíduos infectados) permitiu com que
as exigências da lei fossem substituídas por sugestões e orientações de saúde
pública.
Atualmente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados
Unidos preconiza que a prevenção da covid-19 deva estar de acordo com o nível
de transmissão do coronavírus em cada região e o risco individual de desenvolver
as formas mais graves da doença.
O órgão até disponibiliza gratuitamente um arquivo em inglês e espanhol para o
“planejamento pessoal da covid-19”, que cada um pode preencher com informações
de acordo com as necessidades próprias.
Nesse mesmo manual, o primeiro passo das estratégias preventivas é “conversar
com o profissional de saúde para saber se você tem um alto risco de ficar gravemente
doente”.
A partir dessa informação, é possível desenvolver as ações necessárias para cada
caso. Um indivíduo com alto risco pode, por exemplo, sempre usar máscaras em
locais fechados e cheios de gente, ou suspeitar dos sintomas assim que aparecerem.
A partir daí, ele pode buscar um serviço de saúde, fazer o diagnóstico e iniciar o
tratamento — o que diminui o risco de hospitalização e morte.

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Além desses cuidados individualizados, as entidades nacionais e internacionais


de saúde seguem recomendando outras medidas básicas, como lavar as mãos
com regularidade, ventilar bem os ambientes fechados e preferir reuniões em
lugares abertos.
Esses cuidados, aliás, não protegem apenas contra o causador da covid-19, mas
também são efetivos contra vários outros patógenos que provocam infecções,
como o influenza e o vírus sincicial respiratório.
“Além de manter as regras básicas de higiene e etiqueta respiratória, é importante
que as pessoas continuem a observar os sintomas típicos da doença (febre, coriza,
tosse, espirros, dor no corpo…) e busquem o diagnóstico”, acrescenta Hinrichsen.
“Se o exame confirmar a covid, vale evitar o contato com outros indivíduos e fazer
o isolamento para não transmitir os vírus adiante”, complementa.
Variantes: na fronteira entre a calmaria e a vigilância
Nos últimos três anos, o coronavírus passou por uma série de mudanças em sua
estrutura.
Essas mutações genéticas, que aumentaram o potencial do patógeno de se
transmitir ou driblar a imunidade, levaram ao surgimento das variantes de
preocupação (VOC, na sigla em inglês).
Até o momento, cinco linhagens do agente infeccioso foram classificadas como
VOC: a alfa, a beta, a gama, a delta e a Ômicron. Cada uma delas provocou uma nova
onda de casos, hospitalizações e mortes em alguns países ou no mundo inteiro.
A gama, por exemplo, surgiu no Estado do Amazonas e foi corresponsável por
um dos piores momentos da pandemia registrados até o momento no Brasil e
na América do Sul (embora não tenha sido tão impactante em outras partes do
globo).
A última versão do vírus a ser classificada como VOC foi a Ômicron, em novembro
de 2021.
De lá para cá, nenhuma outra linhagem causou uma preocupação tão grande na
comunidade científica. Mas isso não quer dizer que a ômicron tenha permanecido
intocada nesses últimos tempos.
“Quase todas as variantes que circulam desde o final de 2021 são descendentes
da linhagem B.1.1.529, a Ômicron ancestral”, explica o virologista Anderson Brito,
pesquisador do Instituto Todos Pela Saúde.

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“No Brasil, tivemos surtos causados pela Ômicron BA.1 no início de 2022. Em maio
do ano passado, vimos uma nova subida das infecções causada por BA.2, BA.4
e BA.5”, exemplifica.” Em outubro, passamos por surtos da BQ.1, que descende
da BA.5. E agora enfrentamos a XBB, uma variante derivada da BA.2”, completa.
Essa sopa de letras e números reforça um aspecto importante: o estudo e a
vigilância das mutações que aparecem no coronavírus é essencial para detectar
linhagens perigosas antes que elas se espalhem demais.
“Investimentos em pessoal, treinamento, equipamentos e principalmente na
coordenação das ações são essenciais para que o Brasil seja capaz de realizar
uma vigilância genômica ampla, representativa e em tempo oportuno, não só
das variantes do coronavírus, como também de vários patógenos, como os vírus
de dengue, zika e outros que geram grandes impactos à saúde pública, mas são
negligenciados”, diz Brito.
Mas será que existe o risco de novas VOCs aparecerem daqui em diante?
“Quanto mais o vírus infecta seus hospedeiros, mais chances ele tem de adquirir
novas mutações vantajosas para a disseminação”, responde o virologista.
“Em populações com imunidade, seja por vacinas ou infecções prévias, o coronavírus
tem enfrentado barreiras para se disseminar. Com isso, devido ao seu poder de
adaptação via mutações, ele só tem conseguido se manter em circulação sob a
forma de variantes com maior transmissibilidade e/ou maior capacidade de evadir
parte de nossas defesas imune”, continua.
E a melhor ferramenta para evitar um cenário pessimista, em que novas VOCs
provocam ondas de casos e mortes por covid, está, mais uma vez, na vacinação.
“As vacinas representam uma vitória contra o coronavírus, e dificilmente viveremos
cenários tristes como o de abril e maio de 2021, quando a variante gama ceifou
milhares de vidas todos os dias no Brasil”, conclui o pesquisador.

3.16. OUTROS TEMAS DE ATUALIDADES NO BRASIL

TEXTO COMPLEMENTAR
As Cores Temáticas dos Meses e o Janeiro Branco 2023
O uso de cores nos meses vem ganhando força ao longo das duas últimas décadas.
Quem nunca viu uma campanha ou parte de sua cidade pintada ou iluminada
lembrando o cuidado com determinada área do corpo? Pois é, e sendo a branca a

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primeira das cores e a cor primária, nada mais natural que ela fosse a cor do primeiro
mês do ano. Saiba abaixo quais são as 12 cores e suas representações ao longo do
ano, lembrando que esses simbolismos são mundiais.
Janeiro branco – Saúde mental
A primeira das cores é a branca. O “Janeiro Branco” tem como objetivo chamar a
atenção para a saúde mental. A intenção é conscientizar as pessoas de que depressão,
ansiedade, cansaço mental, burnout e entre outras enfermidades são assuntos
sérios e que precisam de atenção e acompanhamento de especialista.
Fevereiro Roxo – Alzheimer
O “Fevereiro Roxo” chama a atenção para os casos de Alzheimer, uma doença
que mexe com a fala, mas principalmente com a memória. É estimado que, no Brasil,
mais de um milhão de pessoas tenha Alzheimer.
Março Lilás – Câncer do colo do útero
Lilás é mais uma das cores que aparece durante o ano. Ela vem para falar da
conscientização sobre a prevenção do câncer do colo do útero, que é hoje, no Brasil,
a quarta maior causa de morte de mulheres.
Abril Azul – Autismo
Azul aparece duas vezes durante o ano e a primeira delas é em abril, no mês da
conscientização do autismo - escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU)
como uma forma de chamar a atenção das pessoas sobre esse assunto e sobre o
Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Maio Amarelo – Acidentes de trânsito
Uma das cores mais chamativas da paleta é o amarelo, e ele aparece em maio
para chamar a atenção das pessoas sobre um assunto muito importante: o alto
índice de mortos e feridos no trânsito em todo o mundo. A intenção é fazer com
que as pessoas tenham mais consciência ao dirigir para fazer do trânsito um local
mais seguro para todos.
Junho Vermelho – Incentivo à doação de sangue
Doar sangue é muito importante, pois salva vidas. Por conta disso, o mês de
junho é vermelho para lembrar às pessoas de que a doação ajuda a todos e pode
fazer a diferenças na vida de quem recebe – ainda mais no inverno, uma época em
que os bancos de sangue tem uma redução no estoque.

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Julho Amarelo – Hepatites virais


O amarelo aparece de novo, mas dessa vez para tratar de um assunto relacionado
à saúde: as hepatites virais. Elas têm um impacto muito grande na vida da população
brasileira, e conscientizar o público é de extrema importância. Só no Brasil, a hepatite
B e C já se encontram em quase dois milhões de pessoas.
Agosto Lilás –Proteção à mulher
O objetivo é promover e chamar a atenção para um problema sério: a violência
contra a mulher. Por conta disso, aprovado pelo Senado, esse mês é conhecido por
todo o Brasil como o período de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Setembro Amarelo – Combate ao suicídio
Uma das cores mais importantes do ano e que tem mais destaque é o Setembro
Amarelo. Esse mês apresenta consigo muita história, reconhecimento e cuidado
para os temas de saúde mental.
Outubro Rosa – Câncer de mama
O “Outubro Rosa” é uma campanha de prevenção e diagnóstico precoce do
câncer de mama conhecida mundialmente Desde os anos 90, as ações preventivas
sobre este tema têm levado mais informações sobre a importância dos cuidados
com o corpo da mulher.
Novembro Azul – Câncer de próstata
Se um mês tem a cor focada nas mulheres, outro tem nos homens – é o caso do
“Novembro Azul”. Esse período tem como objetivo levar os homens a se preocuparem
mais consigo mesmos e ir até um médico para checar se está tudo bem com seu
corpo, principalmente a próstata. É uma das cores mais importantes do ano.
Dezembro Laranja – Câncer de pele
O laranja do sol pode danificar sua pele e causar câncer, por conta disso, dezembro,
que é um mês em que as pessoas costumam ir à praia e tomar banho de sol, é chamado
de “Dezembro Laranja”. O foco é conscientizar as pessoas sobre o câncer de pele.

TEXTO COMPLEMENTAR
O Brasil Volta ao Mapa da Fome da ONU
A falta de acesso regular a uma alimentação adequada por grande parte da
população brasileira tem sido um dos principais desafios enfrentados pela sociedade
ao longo dos últimos anos. O país havia saído do Mapa da Fome da Organização das

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Nações Unidas (ONU) em 2014, por meio de estratégias de segurança alimentar


e nutricional aplicadas desde meados da década de 1990. Mas voltou a figurar
no cenário a partir de 2015, apresentando um especial agravamento ao longo da
pandemia de Covid-19 que afetou o mundo todo por dois anos a partir de 2020.
Em 2022, o Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto
da Pandemia de Covid-19 no Brasil apontou que 33,1 milhões de pessoas não têm
garantido o que comer — o que representa 14 milhões de novos brasileiros em situação
de fome. Conforme o estudo, mais da metade (58,7%) da população brasileira convive
com a insegurança alimentar em algum grau: leve, moderado ou grave.
Os dados do Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, divulgados
em junho, foram coletados entre novembro de 2021 e abril de 2022, por meio de
entrevistas em 12.745 domicílios em áreas urbanas e rurais de 577 municípios
distribuídos nos 26 estados e no Distrito Federal. Pesquisa anterior, de 2020, mostrava
que a fome no Brasil tinha voltado para patamares equivalentes aos de 2004. A piora
no cenário econômico, o acirramento das desigualdades sociais e o segundo ano da
epidemia do coronavírus agravaram a situação.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) instituiu
16 de outubro como o Dia Mundial da Alimentação, no intuito de promover uma
reflexão mundial sobre o assunto. Em 2009, o Congresso Nacional aprovou a Lei
n. 12.077, que estabelece 16 de outubro como o Dia Nacional da Alimentação. A
finalidade é mobilizar o poder público e conscientizar a sociedade brasileira sobre
a importância do combate à fome e à desnutrição, bem como autorizar órgãos
públicos responsáveis por essas políticas a desenvolverem atividades educativas e
de estímulo à participação social. Na data seguinte, 17 de outubro, celebra-se o Dia
Internacional para a Erradicação da Pobreza — instituído também pela Assembleia
Geral da ONU em 1992.
Enquanto organismos internacionais e nacionais tentam estimular passos à
frente na luta contra o déficit nutricional, o Brasil recua. Numa análise do consultor
legislativo do Senado Henrique Salles Pinto, o panorama da fome no Brasil mostra
que o país regrediu a um patamar equivalente ao da década de 1990. De acordo com
o especialista, mesmo o fato de sermos o segundo maior exportador de alimentos do
mundo no ranking da Organização Mundial do Comércio (OMC) não tem sido suficiente
para erradicar o problema no território nacional. Henrique acredita que essa situação
poderia ser mudada se não houvesse tanto desperdício de alimentos no país.
De fato, em todo o território nacional, 39 mil toneladas de comida em condições
de serem aproveitadas vão para o lixo diariamente em mercados, feiras, fábricas,

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restaurantes, quitandas, açougues e fazendas. O número leva em conta dados de


vários setores: agricultura, indústria, varejo e serviços. São vários alimentos, como
iogurtes perto do vencimento, tomates manchados, pães “amanhecidos”, carne
esquecida no congelador e milhares de itens que, por diversas razões, acabam
descartados. Tamanha quantidade é suficiente para prover três refeições diárias a,
aproximadamente, 19 milhões de pessoas — dimensiona Henrique Salles.
O Congresso Nacional tem iniciativas de combate à fome que vão desde o
amplamente difundido aumento do valor do Auxílio Brasil (antigo Programa Bolsa
Família) para R$ 600, instituído pela Lei n. 14.284/2021, à Lei n. 14.016/2020, que
autorizou supermercados, restaurantes e outros estabelecimentos dedicados
à produção e fornecimento de alimentos a doar os excedentes para pessoas em
situação de vulnerabilidade ou de risco alimentar ou nutricional. Por essa norma, os
alimentos ou refeições não comercializadas podem ser doados, desde que próprios
para o consumo humano.
É fato que a Lei n. 14.016 ajudou a modernizar a legislação, garantindo mais
segurança jurídica ao ato de doação, seja para o doador, seja para as famílias a serem
beneficiadas. O consultor legislativo observa, no entanto, que medidas assim só são
efetivas, levando essa comida ao prato dos brasileiros, quando indústrias, mercados
e restaurantes estão dispostos a doar seu excedente aproveitável e as instituições,
públicas ou privadas, estabelecem sistema de logística para recolher doações e as
destinam a quem delas precisa, antes de o alimento estragar.
Um tema que apresenta relação direta com o combate ao desperdício de alimentos
diz respeito às estratégias de estoques de produção. Para Henrique Salles, o estímulo
ao armazenamento poderia ser alcançado complementando-se a lei que instituiu
o Alimenta Brasil. Isso porque, segundo ele, uma alteração no artigo 39 da Lei
n. 14.284/2021 permitiria à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no
âmbito das operações do Programa Alimenta Brasil, continuar articulando-se junto
a cooperativas e demais organizações formais da agricultura familiar, inclusive com
a apresentação de metas de ampliação de seus estoques públicos para o alcance
dos objetivos do Alimenta Brasil, nos termos de regulamento. A modificação da lei,
no entanto, cabe a senadores e deputados.
Outro assunto frequente nos debates do Congresso, conforme o consultor, refere-
se a medidas financeiras para agricultores (principalmente familiares) aumentarem
sua produção e destinarem essa produção a pessoas de baixa renda. Ele citou como
referências a Lei n. 11.326/2006, que estabelece as diretrizes para a formulação

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da Política Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais,


e a Lei n. 14.284/2021, que concede auxílio financeiro aos agricultores familiares
brasileiros, de modo a auxiliá-los em suas atividades produtivas.
Garantir recursos suficientes no Orçamento da União para o referido programa ao
longo dos próximos anos deve ser uma das prioridades dos parlamentares brasileiros.
Nesse mesmo sentido, a garantia de, no mínimo, R$ 600 mensais às famílias inscritas
no Auxílio Brasil é fundamental para reduzir os índices de insegurança alimentar e
nutricional no país, lembrando que esse valor está previsto apenas até dezembro
de 2022 — alerta o consultor do Senado.

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A FOME NO MUNDO EM RESUMO


A fome mundial aumentou em 2020 sob a sombra da pandemia de COVID-19. Depois
de permanecer praticamente inalterada por cinco anos, a prevalência de desnutrição (PoU)
aumentou de 8,4 para cerca de 9,9% em apenas um ano, aumentando o desafio de atingir
a meta de Fome Zero até 2030.
Estima-se que entre 720 e 811 milhões de pessoas no mundo passarão fome em 2020.
Considerando o meio da faixa projetada (768 milhões), cerca de 118 milhões de pessoas a
mais passariam fome em 2020 do que em 2019 – ou até 161 milhões mais, considerando
o limite superior do intervalo projetado.
A fome afeta 21,0% da população na África, em comparação com 9,0% na Ásia e 9,1%
na América Latina e no Caribe. Em termos de números, mais da metade dos subnutridos
do mundo estão na Ásia (418 milhões) e mais de um terço na África (282 milhões).
Em comparação com 2019, cerca de 46 milhões de pessoas a mais na África, 57 milhões
a mais na Ásia e cerca de 14 milhões a mais na América Latina e no Caribe foram afetadas
pela fome em 2020.
Embora a prevalência global de insegurança alimentar moderada ou grave (medida
usando a Food Insecurity Experience Scale) tenha aumentado lentamente desde 2014, o
aumento estimado em 2020 foi igual ao dos cinco anos anteriores combinados. Quase uma
em cada três pessoas no mundo (2,37 bilhões) não teve acesso à alimentação adequada
em 2020 – um aumento de quase 320 milhões de pessoas em apenas um ano.
Os aumentos mais acentuados na insegurança alimentar moderada ou grave em 2020
ocorreram na América Latina e Caribe e na África. Na América do Norte e na Europa, a
insegurança alimentar aumentou pela primeira vez desde o início da coleta de dados do
FIES em 2014.
Dos 2,37 bilhões de pessoas que enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave,
metade (1,2 bilhão) encontra-se na Ásia, um terço (799 milhões) na África e 11% (267
milhões) na América Latina e no Caribe.
Cerca de 12% da população global sofria de insegurança alimentar grave em 2020,
representando 928 milhões de pessoas – 148 milhões a mais do que em 2019.
Em nível global, a diferença de gênero na prevalência de insegurança alimentar moderada
ou grave aumentou ainda mais no ano da pandemia do COVID-19, com a prevalência de
insegurança alimentar moderada ou grave sendo 10% maior entre mulheres do que homens
em 2020, em comparação com 6% em 2019.
O alto custo de dietas saudáveis, juntamente com altos níveis persistentes de desigualdade
de renda, colocaram dietas saudáveis fora do alcance de cerca de 3 bilhões de pessoas,
especialmente os pobres, em todas as regiões do mundo em 2019 – um pouco menos do
que em 2017.

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Notavelmente, apenas a África e a América Latina mostram um aumento na inacessibilidade


de dietas saudáveis entre 2017 e 2019, mas é provável que haja aumentos na maioria das
regiões em 2020 devido à pandemia do COVID-19.

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EXERCÍCIOS

001. (INÉDITA/2020) Julgue a assertiva.


A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em taxa superior a 1%
ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou seja, acima da
média de dois filhos por mulher em idade reprodutiva.

002. (INÉDITA/2020) Julgue o item a seguir.


A demografia em vários países em desenvolvimento vive uma fase em que, ao longo das
últimas décadas, ganhou corpo o “bônus ou janela demográfica”. Este fenômeno demográfico
ocorre pela predominância nas pirâmides etárias locais (sendo o Brasil um destes países)
de população em grupo de idade adulta (20-59 anos) em contraposição aos grupos de
jovens e idosos.

003. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


O Brasil, em termos globais, pode ser ainda classificado como um país tipicamente populoso,
visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre um dos dez maiores
do mundo em 2019.

004. (INÉDITA/2020) Julgue o item a seguir.


Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população global, o World Population
Prospects-2019, o grupo de países que atualmente experimenta uma depressão demográfica,
ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado fundamentalmente em áreas
onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmen.

005. (INÉDITA/2020) Julgue o item a seguir.


Governos que se posicionam declaradamente à esquerda comandam imensa parcela dos
países da América do Sul atualmente. Em larga medida, tal tomada de poder logrou êxito
no subcontinente por vias não democráticas, com expedientes golpistas e auxílio de grupos
paramilitares.

006. (INÉDITA/2020) Julgue a assertiva.


A política externa de Donald Trump é declaradamente refratária a acordos comerciais
multilaterais, mas se posiciona positivamente a que haja a ampliação do leque de intervenções
militares por parte das Forças Armadas ao redor do globo.

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007. (INÉDITA/2020) Julgue o item subsecutivo.


A China e os Estados Unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores produtores industriais e
as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial unificado entre estas
duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os países não vêm
medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais liberalizantes em
quase todas as esferas e, assim, sedimentar um modelo de trocas comerciais estruturado
praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre eles.

008. (INÉDITA/2020) Julgue a assertiva.


A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Geral, em mandato
que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.

009. (INÉDITA/2020) Há uma guerra comercial em curso no mundo envolvendo os EUA e


a China, as duas maiores economias globais. Um conflito que preocupa investidores em
inúmeras praças financeiras e prejudica investimentos diretos por partes de empresas. Com
relação aos principais elementos desta crise de comércio atual envolvendo dois gigantes
globais, julgue o item.
O combate aos produtos made in China é uma bandeira de campanha do presidente dos EUA,
Donald Trump. Desde 2018, ele começou a colocar em prática, de fato, sua política America
First (América Primeiro, na tradução livre), que tem entre seus focos o fortalecimento da
indústria americana em detrimento de produtos importados.

010. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


Os EUA intensificam as sanções econômicas em relação à China, já que ocorre ano a ano,
desde 2010, um distanciamento do tamanho do PIB norte-americano frente a de seu rival
oriental. A década que se encerra (2010-2020) marca, portanto, a consolidação de uma
dianteira disparada do tamanho do PIB chinês em relação ao PIB dos EUA.

011. (INÉDITA/2020) Julgue o item subsequente.


É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de escalas atrativas de
consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comunista local, os gastos
com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se encontram longe do
que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo a Argentina.

012. (INÉDITA/2020) Julgue o item subsequente.


A política relativa ao comércio global se encontra rendida atualmente à cotação de moedas,
tais quais o Yuan – a moeda chinesa. Quando a moeda da China se valoriza em relação ao
dólar dos EUA, fato que aconteceu muitas vezes em 2019, o mercado norte-americano
perde capacidade de compra de produtos e, como consequência, os EUA promovem sanções
e aumentos de taxas a produtos de fora.
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013. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue o item abaixo
conforme seus conhecimentos.
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas
sobremaneira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e
Venezuela (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países,
por prazo aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.

014. (INÉDITA/2020) INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil,


julgue o item abaixo conforme seus conhecimentos.
Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios
atualmente são Minas Gerais e São Paulo.

015. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue o item abaixo
conforme seus conhecimentos.
No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário possui predominância
sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga transportada.

016. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue o item abaixo
conforme seus conhecimentos.
A ausência de incentivos à entrada de empreendimentos com vistas a ampliar o parque
nacional de produção eólica no Brasil criou um impasse. Tal querela pode ser percebida
tendo em vista que vivemos um aumento considerável da produção de energia por fontes
que produzem gases de emissão de estufa causando a quase ausência na participação desta
matriz limpa da força dos ventos.

017. (INÉDITA/2020) O PNAD – Programa Nacional de Amostragem Domiciliar – visa acompanhar


as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho,
e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País.
Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi planejada para produzir indicadores trimestrais
sobre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas suplementares permanentes
(como trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres domésticos,
tecnologia da informação e da comunicação etc.), investigados em um trimestre específico
ou aplicados em uma parte da amostra a cada trimestre e acumulados para gerar resultados
anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre outros
temas suplementares. Tem como unidade de investigação o domicílio.
A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir
de janeiro de 2012, em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra
foi planejada de modo a produzir resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da

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Federação, Regiões Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de
Desenvolvimento – RIDE Grande Teresina, e Municípios das Capitais. Desde sua implantação,
a pesquisa, gradualmente, vem ampliando os indicadores investigados e divulgados.
Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas tendências atuais e
panoramas, julgue o item.
A densidade demográfica do Brasil revela-nos um país povoado em comparação a outras
nações do globo, com grande adensamento populacional em quase todas as porções de
nosso imenso território.

018. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do Brasil o tamanho
continental do país e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de pessoas é dificultada
por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.

019. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
O padrão de crescimento populacional no Brasil revela-nos que em 2045-2050 o país deva
adentrar ao rol de países em depressão populacional.

020. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
Os estados mais populosos do Brasil se encontram primeiramente nas regiões mais populosas:
Sudeste e Nordeste.

021. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
A maior taxa de crescimento entre os municípios brasileiros está em São Paulo, onde a
população atinge, em 2019, 40 milhões de habitantes.

022. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que o Comando Vermelho,
maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e Bombeiros, em favelas
da Zona Sul e Centro.

023. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


Os acordos de leniência e delações premiadas eram instrumentos jurídicos bastante comuns
na Lava Jato.

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024. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


O fundo partidário brasileiro representa um movimento inédito em termos globais no
financiamento de campanhas. O Brasil inova ao criar um modelo onde apenas recursos
públicos podem ser usados para o financiamento de campanhas.

025. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


O saldo da balança comercial brasileira é puxado para cima visto a desvalorização de nossa
moeda frente ao dólar e a alta contínua das comodities. Em 2021, registramos um recorde
histórico: pela primeira vez na história a soma das importações e exportações ultrapassou
os 500 bilhões de reais.

026. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


Até 15 de Março de 2022, o Brasil ostentava um bom indicador, com praticamente 75% de
sua população adulta vacinada com as duas doses de vacina contra a Covid-19. Um número
superior ao de países como os EUA, por exemplo.

027. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


A economia brasileira depende do agronegócio, visto que o PIB nacional possui mais de
metade de seu valor atrelado ao campo em 2021.

028. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


O destaque atual da geração eólica para a produção de eletricidade fica com a região
Nordeste, que sozinha responde por cerca de 90% da capacidade instalada do país.

029. (AMEUSE/CRESCIM-SC/PSICOLOGO E EDUCADOR/2021) “Após ter iniciado em setembro


a aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19 em idosos e imunossuprimidos,
o Brasil está expandindo a vacinação com dose adicional. O ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, anunciou que o governo vai aplicar uma dose de reforço da vacina para toda a
população acima de 18 anos”.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/terceira-dose-da-vacina-saiba-quem -vai
-tomar-reforco-contra-covid/

A terceira dose da vacina contra Covid-19 será aplicada a todos que tomaram a segunda
dose há:
a) mais de dois meses.
b) mais de três meses.
c) mais de quatro meses.
d) mais de cinco meses.

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030. (AMEUSE/CRESCIM-SC/PSICOLOGO E EDUCADOR/2021) A preocupação com os problemas


ambientais é hoje um dos assuntos mais discutidos em todo o mundo, principalmente
por causa da COP 26, que aconteceu recentemente em Glasgow, na Escócia. Na ocasião,
representantes de todos os países debateram sobre acordos e elaboraram um texto, com
este fim, que não agradou a muitos defensores de atitudes mais rígidas. Porém, na discussão
sobre a emissão de gases de efeito estufa vislumbrou-se alguma esperança, devido a um
acordo bilateral feito entre os dois países que mais os emite na terra. São eles:
a) China e Brasil.
b) Estados Unidos e Rússia.
c) Canadá e China.
d) Estados Unidos e China.

031. (AMEUSE/CRESCIM-SC/PSICOLOGO E EDUCADOR/2021) Em novembro de 2021 aconteceu


a maior e mais importante Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, um
evento de extrema importância para o meio ambiente no cenário mundial. O evento em
questão é conhecido como:
a) G20.
b) ONU21.
c) Acordo de Paris.
d) COP26.

032. (IESES/TJ-RO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) Em janeiro de 2019, a


barragem de rejeitos de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), pertencente à mineradora
Vale, se rompeu e cerca de 14 milhões de toneladas de lama e rejeitos de minério de ferro
percorreram aproximadamente oito quilômetros em poucos dias, poluindo severamente o rio:
a) Paraopeba.
b) Peruaçu.
c) Paraíba do Sul.
d) Piracicaba.

033. (IESES/TJRO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) Após mais de três


anos de impasses, o Reino Unido oficializou a saída da União Europeia. A saída do Reino
Unido da União Europeia (UE) ficou conhecida mundialmente como:
a) BREAKUE
b) BREXIT
c) BRICS
d) UKEXIT

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034. (IESES/TJRO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) É certo afirmar:


I – O britânico Stephen Hawking foi laureado pelo prêmio Nobel de Física no ano de 2019
mediante a sua contribuição às teorias que revolucionaram os estudos sobre o cosmo e as
leis do universo.
II – No ano de 2020, debaixo de uma tempestade na capital, Macapá, uma explosão seguida
de incêndio comprometeu os três transformadores na mais importante subestação do
estado. Em razão disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou que as eleições no
Macapá fossem adiadas.
III – Joe Biden, ao vencer a eleição presidencial dos Estados Unidos pelo partido republicano,
tornou-se a nova voz mundial de centro-esquerda, com uma pauta progressista para uns
e conservadora para outros.
IV – Ao ser canonizada pelo Papa Francisco, a religiosa conhecida como Irmã Dulce se tornou
a primeira brasileira a ser declarada santa pela Igreja Católica.
Analisando as proposições, pode-se afirmar:
a) Somente as proposições I e III estão corretas.
b) Somente as proposições II e IV estão corretas.
c) Somente as proposições II e III estão corretas.
d) Somente as proposições I e IV estão corretas.

035. (IESES/TJRO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) Analisando as


proposições, pode-se afirmar:
I – A tragédia de Brumadinho, com o rompimento da barragem pertencente à mineradora
do estado de Minas Gerais, além de ceifar a vida de mais de 100 (cem) pessoas, ocasionou
um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.
II – George Floyd, um norte-americano, faleceu após um policial imobilizá-lo com o joelho
em seu pescoço. A morte de Floyd causou revolta e levou manifestantes às ruas em mais
de 75 cidades dos Estados Unidos, protestos que clamavam pelo fim da violência policial
contra pessoas negras. As manifestações deram força ao movimento “Black lives matter”
(“vidas negras importam”, em tradução livre), que se espalhou pelo mundo todo.
III – João Gilberto, pai da Bossa Nova, tornou-se durante o isolamento social causado pela
pandemia do Coronavírus, um dos mais influentes artistas nacionais ao se utilizar das
plataformas sociais para divulgar os seus antigos e recentes trabalhos.
IV – Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do Rio, Wilson
Witzel, foi afastado do cargo por suspeita de participação em esquema de corrupção, por
supostos desvios nos contratos emergenciais para a Covid-19: em uma das operações
suspeitas, havia a contratação de empresas investigadas que deveriam construir hospitais
de campanha.

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a) Somente as proposições II e IV estão corretas.


b) Somente as proposições III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I e III estão corretas
d) Somente as proposições I e II estão corretas.

036. (IBADE/ISE-AC/TEC. ADMINISTRATIVO OPERACIONAL/2021) “Talibã é um grupo


fundamentalista islâmico formado no fim da invasão soviética do Afeganistão (1979-1989)
por estudantes que defendiam uma rígida interpretação do Alcorão para governar o país.
Talibã inclusive, significa “estudantes” em pashto, uma das línguas faladas no Afeganistão.”
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades.
A formação do Talibã, no Afeganistão, é um dos muitos efeitos colaterais da:
a) Guerra do Vietnã, que durou de 1955 até 1975.
b) Bipolarização entre Israel e Palestina.
c) Guerra dos Seis dias, conflito que envolveu Israel e os países árabes — Síria, Egito,
Jordânia e d- Iraque.
d) Guerra Civil da Síria, presente até hoje.
e) Bipolarização entre Estados Unidos e URSS durante a Guerra Fria.

037. (PREFEITURA DE TIJUCAS/ADVOGADO/2021) O mais recente relatório do Painel


Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que as consequências do
aquecimento global que hoje vivenciamos são uma pequena amostra do que está por vir.
Assinale a alternativa que indica uma solução para a diminuição do ritmo do aquecimento
global, segundo o IPCC.
a) Proibição dos chamados métodos alternativos de produção de energia que têm contribuído
significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
b) A utilização de termoelétricas para a produção de energia, substituindo as hidrelétricas
que causam enormes danos ambientais.
c) Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO2) e outros gases
de efeito estufa.
d) O incentivo ao crescimento das cidades, uma vez que a dispersão da população em
grandes territórios com baixa densidade populacional aumenta as emissões de gases que
produzem o efeito estufa.
e) A redistribuição da população global, possibilitando a migração em massa das áreas mais
quentes do planeta para a mais fria, onde os gastos energéticos são menores.

038. (IBADE/ISE-AC/ASSISTENTE SOCIAL/2021) O Brasil anunciou, em Glasgow, um aumento


das suas metas de redução de emissões de gases. “Nós tínhamos um compromisso de reduzir
em 43% as emissões, até o ano de 2030, com base nas emissões de 2005. Em Glasgow nós

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elevamos isso para 50%.” (Ronaldo Costa Filho, Embaixador do Brasil nas Nações Unidas.
https://news.un.org/pt/interview/2021/)
Acerca do assunto, podem ser citadas algumas ações dos governos necessárias para diminuir
a emissão de gás carbônico como, EXCETO:
a) Implantação de energia renovável.
b) Incentivo, à agricultura sustentável.
c) Incentivo a diminuição do uso de agrotóxicos.
d) Ampliação da produção de energia termelétrica.
e) Redução do desmatamento e queima das florestas.

039. (IBADE/ISE-AC/ASSISTENTE SOCIAL/2021) As Olimpíadas de 2020, em Tóquio, foram


realizadas em 2021 em função da pandemia que assolou e assustou o mundo. Mesmo sem
o público presente fisicamente, os jogos mantiveram a emoção de sempre; além disso,
esses jogos trouxeram novidades com a inclusão de algumas modalidades esportivas no
mundo olímpico, como:
a) basquete, natação revezamento 4x4, surf, baseball/softball.
b) natação revezamento 4x4, karatê, surf, capoeira.
c) karatê, skate, escalada esportiva, surf.
d) baseball/softball, capoeira, natação revezamento 4x4, escalada esportiva.
e) capoeira, surf, skate, baseball/softball.

040. (IBADE/ISE-AC/ASSISTENTE SOCIAL/2021) A operação Lava Jato foi o maior escândalo


de lavagem e desvio de dinheiro da história brasileira; entretanto, viu seu fim em março
de 2021, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a anulação das decisões do
caso. (https://www.todamateria.com.br/atualidades-enem/).
Pode-se afirmar que a decisão do STF:
I – Reconheceu que o ex-juiz Sérgio Moro não atuou com equidistância e imparcialidade.
II – Reconheceu que o ex-juiz Sérgio Moro conduziu a condenação de Lula no caso Triplex
com parcialidade em função de motivação política.
III – Defendeu a premissa de que o sítio de Atibaia não pertencia a Lula.
De acordo com o tema intensamente divulgado pela imprensa, pode-se dizer sobre os itens
acima que:
a) I e II apenas estão corretos.
b) III apenas está correto.
c) II apenas está correto.
d) II e III apenas estão corretos.
e) I, II e III estão corretos.

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041. (FGV/PREF. PAULINEA/ASSISTENTE SOCIAL/2021) O Brasil não avançou satisfatoriamente


em nenhuma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da chamada
Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). É o que aponta o Relatório Luz 2021,
apresentado na Câmara dos Deputados. O documento foi produzido pelo Grupo de Trabalho
da Sociedade Civil para a Agenda 2030, formado por organizações não governamentais,
movimentos sociais, fóruns e universidades. O GT faz o monitoramento das metas previstas
no compromisso assinado por inúmeros países, entre eles o Brasil, durante a Cúpula das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015. (Adaptado de https://www.
ecodebate.com.br/2021/07/20/)
As afirmativas a seguir indicam as principais metas que devem ser alcançadas em 2030, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
b) Alcançar a igualdade de gênero e adotar medidas de empoderamento para todas as
mulheres.
c) Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.
d) Expandir a economia e garantir para todos a extração e o processamento de combustíveis
e alimentos.
e) Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres e combater
a desertificação.

042. (FGV/PREF. PAULINEA/ASSISTENTE SOCIAL/2021) Três grandes conflitos forjaram a


história recente do Afeganistão – os dez anos de resistência dos mujahidin contra a URSS
(1979- 1989), os quatro anos de guerra civil entre os senhores da guerra afegãos (1992-
1996) e os 20 anos de ocupação americana, após o 11 de Setembro (2001-2021). Nessas
quatro décadas, o Talibã figurou como o principal protagonista do país.
Sobre o Talibã, assinale a afirmativa correta.
a) É uma organização terrorista responsável por ataques às embaixadas ocidentais no
Paquistão e na Europa, em retaliação à publicação de charges sobre o profeta Maomé.
b) Formou-se nas madrassas, escolas corânicas xiitas afegãs e paquistanesas, de onde se
origina o termo talib, que significa estudante.
c) Surgiu enquanto milícia na década de 1990, no norte do Paquistão, sob a liderança do
mulá Mohammed Omar, que se destacou combatendo as forças da OTAN.
d) É um movimento fundamentalista e nacionalista islâmico, que zela pela imposição da
interpretação rígida da sharia, incluindo a obrigação do uso da burka pelas mulheres.
e) É um grupo político jihadista islamista, que se autoproclama um califado e pretende
ter autoridade religiosa sobre todos os muçulmanos, além das fronteiras do Afeganistão.

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043. (FGV/PREF. PAULÍNEA/ASSISTENTE SOCIAL/2021) Em abril de 2020, a pressão de


economistas, parlamentares e setores da sociedade civil, no contexto da crise provocada pela
pandemia do novo coronavírus, levou o Governo a instituir uma Renda Básica Emergencial de
R$600 per capita a grupos vulneráveis da sociedade.
Este programa visava, particularmente,
a) garantir um rendimento adicional para todos os brasileiros que possuem rendas mensais
baixas.
b) auxiliar os brasileiros do setor de serviços, que perderam suas fontes de renda, devido
à paralisação das atividades.
c) ajudar trabalhadores em crise e sem acesso à rede de proteção social dos empregados
formais.
d) amparar trabalhadores formais de baixa renda e aqueles que tiveram suas jornadas e
salários reduzidos.
e) complementar o seguro-desemprego ou a aposentadoria dos setores de baixa renda da
sociedade brasileira.

044. (MC/ATIVIDADES TÉCNICAS DE COMPLEXIDADE INTELECTUAL/2022) O agronegócio


brasileiro tem grande produtividade. Em 1990, o Brasil colhia 1,5 tonelada de grãos por
hectare; em 2020, esse valor passou para quase 4 toneladas. Se voltarmos mais no tempo,
em 1950, um agricultor alimentava cerca de 16 brasileiros na cidade; em 2020, foram cerca
de 200 pessoas no asfalto para cada produtor rural. Antonio Cabrera. Os canários da Rússia.
In: O Estado de S. Paulo, 8/3/2022, p. A4 (com adaptações).
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, e considerando diversos aspectos
do atual cenário nacional e mundial, julgue o item seguinte.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, em curso no leste europeu, é irrelevante para o agronegócio
brasileiro, pois o Brasil alcançou, há algum tempo, a autossuficiência na produção de
fertilizantes.

045. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
Sendo o maior produtor mundial de alimentos e autossuficiente na produção de fertilizantes,
o Brasil não sofre impactos do conflito.

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046. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
Na economia de mercado, a escassez de produtos eleva seu preço, impulsionando a inflação.

047. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
A guerra acabou colocando em risco, mundialmente, o fornecimento de combustíveis, de
bens variados e, especialmente, de alimentos essenciais e fertilizantes.

048. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
O Brasil apoiou oficialmente a investida russa, seja pela manifestação do Itamaraty, seja
no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

049. (FUB/ADMINISTRADOR/2022) Julgue o item subsequente, levando em consideração


temas diversos da atualidade.
Em 2022, comemora-se o centenário da Semana de Arte Moderna, evento de relevante
impacto na cultura e na produção cultural do Brasil.

050. (FUB/ADMINISTRADOR/2022) Julgue o item subsequente, levando em consideração


temas diversos da atualidade.

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A alta no preço da cenoura em março de 2022, no Brasil, foi consequência das fortes chuvas
que atingiram regiões produtoras em janeiro e fevereiro, o que consequentemente impactou
a produção desse alimento.

051. (FUB/ADMINISTRADOR/2022) Julgue o item subsequente, levando em consideração


temas diversos da atualidade.
No Brasil, o sucesso da aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 foi um dos
fatores que impulsionaram a campanha de aplicação de uma quarta dose do imunizante,
já disponível para imunossuprimidos e idosos.

052. (FUNPRESP/ANALISTA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR/2022) Em meio à circulação da


variante Ômicron, países ricos e de média renda apressam a aplicação da dose de reforço
das vacinas. Enquanto isso, os mais pobres têm menos de 10% de suas populações com
uma dose e dependem de doações para acelerar a imunização. No entanto, 2022 começa
com menos de 50% das vacinas prometidas entregues em 2021. Apenas pelo mecanismo
Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta era entregar 2 bilhões de
doses doadas pelos países ricos às nações de baixa renda. Menos de 30% foram entregues.
O Estado de S. Paulo, 2/1/2022, p. A9 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes do cenário
mundial contemporâneo, julgue o item seguinte.
Independentemente de posições político-ideológicas, as autoridades governamentais
mundo afora, como o francês Macron, a alemã Merckel e, sobretudo, o norte-americano
Trump, compreenderam a gravidade da covid-19, aliaram-se à ciência e estimularam as
respectivas populações a obedecer aos protocolos sanitários para o adequado enfrentamento
da pandemia.

053. (FUNPRESP/ANALISTA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR/2022) Em meio à circulação da


variante Ômicron, países ricos e de média renda apressam a aplicação da dose de reforço
das vacinas. Enquanto isso, os mais pobres têm menos de 10% de suas populações com
uma dose e dependem de doações para acelerar a imunização. No entanto, 2022 começa
com menos de 50% das vacinas prometidas entregues em 2021. Apenas pelo mecanismo
Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta era entregar 2 bilhões de
doses doadas pelos países ricos às nações de baixa renda. Menos de 30% foram entregues.
O Estado de S. Paulo, 2/1/2022, p. A9 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes do cenário
mundial contemporâneo, julgue o item seguinte.

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Embora, ao longo da História, tenha havido vários surtos epidêmicos, como o da peste
negra e da gripe espanhola, a covid-19 é considerada a primeira pandemia por que passou
a humanidade.

054. (FUNDATEC/PREF. PARAISO DO SUL/RS/FISIOTERAPEUTA/2022) Qual país teve seu


presidente assassinado em casa, no dia 7 de julho de 2021?
a) Colômbia.
b) Gana.
c) Guatemala.
d) Haiti.
e) Jamaica.

055. (CEBRASPE/SEE-PE/PROF. GEOGRAFIA/2022) No que concerne às relações de trabalho,


à agropecuária, à indústria e à espacialidade da população, julgue o item a seguir.
O volume da produção agropecuária mundial é suficiente para alimentar os quase oito
bilhões de habitantes do planeta, mas pesquisas mostram que milhares de pessoas ainda
se encontram em condições de insegurança alimentar, devido às desigualdades sociais e à
exploração humana.

056. (CEBRASPE/SEE-PE/PROF. GEOGRAFIA/2022) Julgue o item a seguir, acerca da economia


e das desigualdades socioespaciais em escala mundial, assim como suas repercussões
no Brasil.
Apesar da alta inflação do período pós-pandemia, da guerra na Ucrânia e das incertezas
políticas em ano eleitoral, o Brasil tem dado sinais de recuperação no mercado de trabalho,
e a estimativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é
que, neste ano, o crescimento econômico brasileiro seja um pouco maior que o crescimento
da economia mundial.

057. (CEBRASPE/SEE-PE/PROF. GEOGRAFIA/2022) Julgue o item a seguir, acerca da atual


guerra na Ucrânia e de seus desdobramentos geopolíticos e econômicos.
As sanções impostas à Rússia têm motivado a emigração de muitos bilionários russos para
os Emirados Árabes Unidos.

058. (FUNDATEC/PREF. DE SÃO JOÃO DE URTIGA-RS/MONITOR/2023) Em 2023, ocorre a 9ª


edição da Copa do Mundo Feminina de Futebol, entre os dias 20 de julho a 20 de agosto.
Neste ano, o evento terá uma novidade, será a primeira vez que:
a) A copa terá menos seleções na disputa do que na edição anterior, sendo 24 no total.
b) A copa terá dois países como sede, Austrália e Nova Zelândia.

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c) A disputa começará com os países divididos em quatro grupos.


d) Cada partida terá dois tempos de 30 minutos cada.
e) Não terá a participação da seleção brasileira.

059. (FUNDATEC/PREF. DE SÃO JOÃO DE URTIGA-RS/MONITOR/2023) Um desastre natural de


grande magnitude deixou mais de 50 mil pessoas mortas na Turquia e na Síria em fevereiro
de 2023. Qual das alternativas a seguir corresponde a tal desastre?
a) Vulcão em erupção.
b) Tsunami.
c) Furacão.
d) Enchente e deslizamento.
e) Abalo sísmico.

060. (QUADRIX /PROCON-DF/ADMINISTRAÇÃO/2023) No que se refere aos aspectos atuais


e relevantes do Brasil e do mundo, julgue o item.
A Ucrânia, liderada por Vladimir Putin, invadiu as terras russas, sob a alegação de que elas
lhe pertenciam historicamente, o que deu início ao conflito que já se prolonga há cerca de
um ano.

061. (FUNDATEC/PREF. CAMPO BOM-RS /PROCURADORIA GERAL/2023) O Rio Grande do Sul


(RS) se comprometeu, na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas, em diminuir as emissões de carbono do estado em 50% até 2030 e em agir
para neutralizá-las até 2050. Qual o principal motivo pelo qual, assim como o RS, diversos
estados e países estão se unindo para atingir metas de diminuição da emissão de carbono?
a) Porque a emissão de carbono é um fator que gera a poluição direta dos sistemas
hidrográficos.
b) Devido à degradação da biodiversidade natural diretamente afetada pela emissão do
carbono, principal responsável pelos incêndios florestais.
c) Pois a emissão de carbono é o principal fator que determina que fontes de energia se
tornem não renováveis.
d) Porque a emissão de carbono impacta o aquecimento global por meio da emissão de gases
que resultam no efeito estufa, o que está diretamente atrelado às mudanças climáticas.
e) Devido aos danos à saúde causados pela inalação do carbono e ingestão de alimentos
com agrotóxicos à base de carbono.

062. (FUNDATEC/PREF. CAMPO BOM-RS /PROCURADORIA GERAL/2023) No início de abril


de 2023, foi sancionada e entrou em vigor a Lei n. 14.541, que se refere ao atendimento
de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar nas Delegacias Especializadas de

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Atendimento à Mulher (DEAM). Este tópico atual e nacional sobre a área política e social
do país foi tema difundido em grande escala pelos meios de comunicação brasileiros. Qual
a principal medida determinada pela nova lei de atendimento às mulheres vítimas de
violência no Brasil.
a) Prisão preventiva e imediata do assediador durante o período de sete dias logo após a
denúncia, enquanto o caso relatado pela vítima é investigado.
b) Funcionamento das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher ininterruptamente,
24h por dia, sete dias por semana, incluindo feriados.
c) Funcionamento obrigatório de pelo menos uma Delegacia Especializada de Atendimento
à Mulher em todos os municípios do Brasil até o fim de 2023.
d) Oferta de cursos de especialização na área de violência contra mulher às agentes femininas
de delegacias do Brasil.
e) Atendimento às mulheres nas delegacias realizado em sala reservada e apenas por
policiais do gênero feminino.

063. (FUNDATEC/PREF. CAMPO BOM-RS /PROCURADORIA GERAL/2023) No contexto da


matriz de transporte brasileira, analise o seguinte trecho:
“Cabotagem é uma atividade intrínseca do país, que esteve presente desde a colonização.
Ela desempenhou papel relevante no transporte de mercadorias durante séculos. Porém, nas
últimas décadas, perdeu importância relativa em comparação a outros meios de transporte
de mercadorias, como o rodoviário, apesar de ser o meio de movimentação de carga mais
competitivo, menos poluente e com o menor número de acidentes” (Fonte: BNDES).
Diante das informações do Banco Nacional do Desenvolvimento, constata-se a relevância
histórica e econômica da cabotagem como modalidade de movimentação de cargas no
Brasil. O que é a cabotagem?
a) Transporte de carga viva, ou seja, o deslocamento de animais, como bois, vacas, cavalos
e aves entre municípios de um mesmo país.
b) Transporte de cargas através de navegação entre os portos de um mesmo país ou a
pequenas distâncias, no qual não se perde de vista a costa do país.
c) Transporte de cargas em carroças puxadas por um ou mais animais ou nas costas dos
próprios animais, como cavalos e burros, por exemplo.
d) Transporte de cargas através de bondes elétricos, mais tarde modernizado pelo modal
ferroviário.
e) Transporte de cargas através da navegação entre diferentes continentes para exportação
de matérias-primas, minérios, itens valiosos e escravos na época da colonização.

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GABARITO
1. C 36. e
2. C 37. c
3. C 38. d
4. E 39. c
5. E 40. a
6. E 41. d
7. E 42. d
8. C 43. c
9. C 44. E
10. E 45. E
11. E 46. C
12. E 47. C
13. C 48. E
14. C 49. C
15. C 50. C
16. E 51. E
17. E 52. E
18. C 53. E
19. C 54. d
20. C 55. C
21. E 56. E
22. E 57. C
23. C 58. b
24. E 59. e
25. C 60. E
26. C 61. d
27. E 62. c
28. C 63. b
29. d
30. d
31. d
32. a
33. b
34. b
35. a

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GABARITO COMENTADO

001. (INÉDITA/2020) Julgue a assertiva.


A população mundial cresce nesta entrada de nova década ainda em taxa superior a 1%
ao ano em média, ostentando indicadores de fecundidade repositivos, ou seja, acima da
média de dois filhos por mulher em idade reprodutiva.

Estima-se que a média de filhos por mulher em 2019, muito puxada pela África, esteja em
torno dos 3,2.
Certo.

002. (INÉDITA/2020) Julgue o item a seguir.


A demografia em vários países em desenvolvimento vive uma fase em que, ao longo das
últimas décadas, ganhou corpo o “bônus ou janela demográfica”. Este fenômeno demográfico
ocorre pela predominância nas pirâmides etárias locais (sendo o Brasil um destes países)
de população em grupo de idade adulta (20-59 anos) em contraposição aos grupos de
jovens e idosos.

Bônus demográfico é exatamente quando ocorre a predominância de população adulta na


sociedade. É uma fase que vem após a “explosão demográfica”.
Certo.

003. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


O Brasil, em termos globais, pode ser ainda classificado como um país tipicamente populoso,
visto que o nosso contingente populacional total está ranqueado entre um dos dez maiores
do mundo em 2019.

Temos o sexto contingente, atrás do Paquistão.


Certo.

004. (INÉDITA/2020) Julgue o item a seguir.


Segundo a ONU, em seu mais recente estudo sobre a população global, o World Population
Prospects-2019, o grupo de países que atualmente experimenta uma depressão demográfica,

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ou seja, a queda em seus totais populacionais, está localizado fundamentalmente em áreas


onde ocorrem guerras, tais quais a Síria, o Iraque, o Iêmen.

A depressão demográfica ocorre em aproximadamente 30 países atualmente, em regra,


nações europeias e Japão.
Errado.

005. (INÉDITA/2020) Julgue o item a seguir.


Governos que se posicionam declaradamente à esquerda comandam imensa parcela dos
países da América do Sul atualmente. Em larga medida, tal tomada de poder logrou êxito
no subcontinente por vias não democráticas, com expedientes golpistas e auxílio de grupos
paramilitares.

Houve uma massiva entrada de governos à esquerda na América do Sul na década anterior
(2000-2010), no entanto, tais governos entraram no poder por via democrática.
Errado.

006. (INÉDITA/2020) Julgue a assertiva.


A política externa de Donald Trump é declaradamente refratária a acordos comerciais
multilaterais, mas se posiciona positivamente a que haja a ampliação do leque de intervenções
militares por parte das Forças Armadas ao redor do globo.

O direcionamento da política externa de Trump é refratário a acordos multilaterais, mas


também busca diminuir o leque intervencionista dos EUA, demonstrando um imenso
isolacionismo.
Errado.

007. (INÉDITA/2020) Julgue o item subsecutivo.


A China e os Estados Unidos são hoje ao mesmo tempo os maiores produtores industriais e
as maiores economias do mundo. A formação de um campo comercial unificado entre estas
duas potências se encontra em fase inédita, tendo em vista que ambos os países não vêm
medindo esforços com vistas a consolidar, já para 2020, acordos comerciais liberalizantes em
quase todas as esferas e, assim, sedimentar um modelo de trocas comerciais estruturado
praticamente sem qualquer entrave aduaneiro entre eles.

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Embora seja longo o texto do item, vale destacar que não há, por parte dos dois países,
iniciativas claras com vistas a liberalizar o comércio entre ambos.
Errado.

008. (INÉDITA/2020) Julgue a assertiva.


A ONU tem atualmente como chefe máximo no cargo de Secretário-Geral, em mandato
que se sucede entre o quinquênio 2017-2021, o português António Guterres.

Esse é o atual Secretário-Geral da ONU. Mandato de 4 anos.


Certo.

009. (INÉDITA/2020) Há uma guerra comercial em curso no mundo envolvendo os EUA e


a China, as duas maiores economias globais. Um conflito que preocupa investidores em
inúmeras praças financeiras e prejudica investimentos diretos por partes de empresas. Com
relação aos principais elementos desta crise de comércio atual envolvendo dois gigantes
globais, julgue o item.
O combate aos produtos made in China é uma bandeira de campanha do presidente dos EUA,
Donald Trump. Desde 2018, ele começou a colocar em prática, de fato, sua política America
First (América Primeiro, na tradução livre), que tem entre seus focos o fortalecimento da
indústria americana em detrimento de produtos importados.

Ao convocar a população dos EUA com o lema America First, Trump venceu as eleições de
2016, impulsionado por votos de uma massa de americanos ansiosos em recuperar postos
de empregos perdidos em função da dispersão de parques industriais para outros países,
principalmente a China.
Certo.

010. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


Os EUA intensificam as sanções econômicas em relação à China, já que ocorre ano a ano,
desde 2010, um distanciamento do tamanho do PIB norte-americano frente a de seu rival
oriental. A década que se encerra (2010-2020) marca, portanto, a consolidação de uma
dianteira disparada do tamanho do PIB chinês em relação ao PIB dos EUA.

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A guerra comercial tem a ver com déficit dos EUA na balança comercial frente à China e
o avanço em curso da tecnologia 5G comandada pelo país. Em relação ao PIB, o Produto
Interno Bruto dos EUA ainda é maior que o da China, numa razão de 40%, devendo haver
a ultrapassagem do PIB chinês sobre o norte-americano até 2030.
Errado.

011. (INÉDITA/2020) Julgue o item subsequente.


É fato inequívoco que o mercado interno chinês ainda prescinde de escalas atrativas de
consumo e renda. Em função das imposições restritivas do partido comunista local, os gastos
com bens de consumo por parte da imensa população local ainda se encontram longe do
que se observa em países bem menores, tais quais a Bélgica, ou mesmo a Argentina.

O mercado interno chinês cresce espantosamente e já é muito maior em gastos que qualquer
país, com exceção dos EUA. Aliás, no mercado de consumo de luxo, a China lidera o ranking
global faz alguns anos.
Errado.

012. (INÉDITA/2020) Julgue o item subsequente.


A política relativa ao comércio global se encontra rendida atualmente à cotação de moedas,
tais quais o Yuan – a moeda chinesa. Quando a moeda da China se valoriza em relação ao
dólar dos EUA, fato que aconteceu muitas vezes em 2019, o mercado norte-americano
perde capacidade de compra de produtos e, como consequência, os EUA promovem sanções
e aumentos de taxas a produtos de fora.

Na verdade, a premissa inicial do item está correta, mas depois há erros. Há um balanceio
nas relações comerciais que se deve, entre outros fatores, à cotação de moedas importantes,
como a chinesa. Contudo, o que se percebe é que a cotação dela se encontra desvalorizada
frente ao dólar, o que torna mais competitivos os produtos fabricados na China. A China
controla a inflação global, de certa forma, e sua moeda subvalorizada contribui para que
ocorra superavit em sua balança comercial, principalmente com os EUA. Sendo assim, é
errado afirmar que a moeda chinesa vem se valorizando ostensivamente frente ao dólar. Por
fim, vale destacar que os EUA reclamam enormemente frente ao processo de desvalorização
de sua moeda, o qual consideram artificial, imposto pela China para vender mais barato
seus produtos ao exterior.
Errado.

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013. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue o item abaixo
conforme seus conhecimentos.
Algumas díades (questões fronteiriças) ganharam espaço no ano de 2019, causadas
sobremaneira em função dos posicionamentos antagônicos ideológicos de Brasil (a direita) e
Venezuela (a esquerda). Uma delas se deve ao fechamento da fronteira entre os dois países,
por prazo aproximado de 3 meses, por parte da Venezuela no primeiro semestre de 2019.

Embora não haja questões em voga em Atualidades acerca de limites territoriais entre o
Brasil e seus países vizinhos (são 10), o ano de 2018/2019 expôs algumas questões sobre
imigrantes venezuelanos que aqui adentraram fugindo da Crise Econômica por lá instalada.
O Brasil, como forma de tripudiar do vizinho (se utilizando marotamente do argumento
da “ajuda humanitária”), disse que enviaria mantimentos para o país, sendo tal proposta
rechaçada por Nicolas Maduro que, logo em seguida, ficou “emburrado” e promoveu o
fechamento (por sua livre e espontânea vontade) das fronteiras com o Brasil entre os meses
de março a julho de 2019.
Certo.

014. (INÉDITA/2020) INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil,


julgue o item abaixo conforme seus conhecimentos.
Em 2019, o Brasil marcou um total de 5.570 municípios. Os Estados com mais municípios
atualmente são Minas Gerais e São Paulo.

Os dados acima conferem com a realidade de nossa malha urbana em 2019, com SP e MG
na liderança em número total de municípios.
Certo.

015. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue o item abaixo
conforme seus conhecimentos.
No balanço dos modais de transporte em 2019, o meio rodoviário possui predominância
sobre todos os outros meios no país, com algo em torno de 60% da carga transportada.

No Brasil, depois do modal rodoviário vem o ferroviário, que transporta em torno de 20-
25% da carga no país, seguido pelo hidroviário e o aéreo.
Certo.

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016. (INÉDITA/2020) Acerca dos principais pontos de Atualidades Brasil, julgue o item abaixo
conforme seus conhecimentos.
A ausência de incentivos à entrada de empreendimentos com vistas a ampliar o parque
nacional de produção eólica no Brasil criou um impasse. Tal querela pode ser percebida
tendo em vista que vivemos um aumento considerável da produção de energia por fontes
que produzem gases de emissão de estufa causando a quase ausência na participação desta
matriz limpa da força dos ventos.

A produção de energia pela força dos ventos (eólica) ganhou impulso no Brasil ao longo
dos últimos 15 anos. Hoje, essa matriz em crescimento responde por praticamente 10%
da energia do Brasil em média.
Errado.

017. (INÉDITA/2020) O PNAD – Programa Nacional de Amostragem Domiciliar – visa acompanhar


as flutuações trimestrais e a evolução, no curto, médio e longo prazos, da força de trabalho,
e outras informações necessárias para o estudo do desenvolvimento socioeconômico do País.
Para atender a tais objetivos, a pesquisa foi planejada para produzir indicadores trimestrais
sobre a força de trabalho e indicadores anuais sobre temas suplementares permanentes
(como trabalho e outras formas de trabalho, cuidados de pessoas e afazeres domésticos,
tecnologia da informação e da comunicação etc.), investigados em um trimestre específico
ou aplicados em uma parte da amostra a cada trimestre e acumulados para gerar resultados
anuais, sendo produzidos, também, com periodicidade variável, indicadores sobre outros
temas suplementares. Tem como unidade de investigação o domicílio.
A PNAD Contínua foi implantada, experimentalmente, em outubro de 2011 e, a partir
de janeiro de 2012, em caráter definitivo, em todo o Território Nacional. Sua amostra
foi planejada de modo a produzir resultados para Brasil, Grandes Regiões, Unidades da
Federação, Regiões Metropolitanas que contêm Municípios das Capitais, Região Integrada de
Desenvolvimento – RIDE Grande Teresina, e Municípios das Capitais. Desde sua implantação,
a pesquisa, gradualmente, vem ampliando os indicadores investigados e divulgados.
Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas tendências atuais e
panoramas, julgue o item.
A densidade demográfica do Brasil revela-nos um país povoado em comparação a outras
nações do globo, com grande adensamento populacional em quase todas as porções de
nosso imenso território.

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Atualidades Brasil
Luis Felipe Ziriba

Nesse quesito, o Brasil não está listado em posição alta no ranking dos mais populosos, ao
contrário.
Ao diluirmos a enorme população brasileira por nosso gigante território nacional, em um
ranking de mais ou menos 190 países o Brasil se encontra por volta do 159º lugar.
Errado.

018. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
Contribui para ser baixa atualmente a taxa de densidade demográfica do Brasil o tamanho
continental do país e a presença de anecúmenos, áreas onde a fixação de pessoas é dificultada
por fatores naturais, tais quais a Floresta Amazônica.

Lembre-se que anecúmenos são áreas como desertos, selvas e geleiras.


Certo.

019. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
O padrão de crescimento populacional no Brasil revela-nos que em 2045-2050 o país deva
adentrar ao rol de países em depressão populacional.

É isso que o IBGE prevê caso mantidas as atuais tendências de crescimento.


Certo.

020. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
Os estados mais populosos do Brasil se encontram primeiramente nas regiões mais populosas:
Sudeste e Nordeste.

São os estados mais populosos do Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia.
As regiões mais populosas são Sudeste e Nordeste.
Certo.

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021. (INÉDITA/2020) Com relação aos aspectos relacionados à população brasileira, suas
tendências atuais e panoramas, julgue o item.
A maior taxa de crescimento entre os municípios brasileiros está em São Paulo, onde a
população atinge, em 2019, 40 milhões de habitantes.

São Paulo é o maior município do Brasil e tem a maior Região Metropolitana (respectivamente
12,5 milhões e 21 milhões), longe de possuir 40 milhões de habitantes.
Errado.

022. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


As milícias no Rio de Janeiro possuem estrita relação com áreas em que o Comando Vermelho,
maior facção criminosa no estado, se uniu a militares tais quais PMs e Bombeiros, em favelas
da Zona Sul e Centro.

As milícias atuam principalmente na Zona Oeste. Sua ação, em primeira fase, se deve à
expulsão de traficantes e do poder paralelo por parte de grupos de militares, na ativa ou não.
Errado.

023. (INÉDITA/2020) Julgue o item.


Os acordos de leniência e delações premiadas eram instrumentos jurídicos bastante comuns
na Lava Jato.

São instrumentos de acordos já existentes em nosso estatuto jurídico que, contudo, vêm
sendo usados ostensivamente na Lava Jato. Acordos de Leniência são para pessoas jurídicas,
delações premiadas são para pessoas físicas.
Certo.

024. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


O fundo partidário brasileiro representa um movimento inédito em termos globais no
financiamento de campanhas. O Brasil inova ao criar um modelo onde apenas recursos
públicos podem ser usados para o financiamento de campanhas.

Este item possui dois erros. O primeiro diz respeito ao fato de que o Fundo Partidário não
é uma inovação brasileira, sendo utilizado por vários países ao redor do globo. Como vimos

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em nossa aula, contudo, nosso fundo é o mais robusto do mundo, ou seja, aquele que mais
destina dinheiro público a partidos (QUASE 5 BI. DE REAIS PARA AS ELEIÇÕES DE 2022). O
outro erro reside no fato de que não é apenas dinheiro público, visto que pessoas físicas
também podem fazer doações. O que se proíbe, desde 2006, são aportes de dinheiro
oriundos de pessoas jurídicas em campanhas.
Errado.

025. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


O saldo da balança comercial brasileira é puxado para cima visto a desvalorização de nossa
moeda frente ao dólar e a alta contínua das comodities. Em 2021, registramos um recorde
histórico: pela primeira vez na história a soma das importações e exportações ultrapassou
os 500 bilhões de reais.

Esse é o panorama de nosso saldo comercial em 2021.


Certo.

026. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


Até 15 de Março de 2022, o Brasil ostentava um bom indicador, com praticamente 75% de
sua população adulta vacinada com as duas doses de vacina contra a Covid-19. Um número
superior ao de países como os EUA, por exemplo.

O Brasil vem conseguindo vacinar a contento, e superou, faz meses, a cobertura vacinal dos
EUA, país líder em mortes por Covid no mundo. NA DATA A QUE O ITEM SE REFERE (15/03/22)
A COBERTURA VACINAL DE DUAS DOSES ESTAVA NA CASA DOS 75%.
Certo.

027. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


A economia brasileira depende do agronegócio, visto que o PIB nacional possui mais de
metade de seu valor atrelado ao campo em 2021.

A economia brasileira depende do agronegócio por vários motivos. Os principais são que
a atividade promove empregos e saldos positivos na balança comercial. Mas o que o item
afirma sobre haver uma dependência em função de um PIB acima de 50% atrelado ao
campo está errado. O setor de serviços leva quase 75% do PIB nacional.
Errado.

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028. (INÉDITA/2022) Julgue o item.


O destaque atual da geração eólica para a produção de eletricidade fica com a região
Nordeste, que sozinha responde por cerca de 90% da capacidade instalada do país.

O parque eólico nacional é predominante em regiões de vegetação baixa, como no centro


da Bahia, ou no litoral do Nordeste e Região Sul, onde a incidência de ventos é bastante
favorecida. A energia eólica se utiliza da energia do movimento do vento para produção de
eletricidade, um princípio simples, mas que requer implementações tecnológicas. Em quase
¾ das UFs nacionais o eólico já tem presença, e só cresce. Por fim, do total produzido por
esta fonte, em torno de 90% ainda se concentra na Região NE em 2021
Certo.

029. (AMEUSE/CRESCIM-SC/PSICOLOGO E EDUCADOR/2021) “Após ter iniciado em setembro


a aplicação da terceira dose da vacina contra Covid-19 em idosos e imunossuprimidos,
o Brasil está expandindo a vacinação com dose adicional. O ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, anunciou que o governo vai aplicar uma dose de reforço da vacina para toda a
população acima de 18 anos”.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/terceira-dose-da-vacina-saiba-quem -vai
-tomar-reforco-contra-covid/

A terceira dose da vacina contra Covid-19 será aplicada a todos que tomaram a segunda
dose há:
a) mais de dois meses.
b) mais de três meses.
c) mais de quatro meses.
d) mais de cinco meses.

Numa primeira fase, este foi o prazo estipulado pelo Governo Federal, contudo, em algumas
localidades esse prazo foi reduzido. (Na data da prova esse prazo era realmente de 5 meses).
Letra d.

030. (AMEUSE/CRESCIM-SC/PSICOLOGO E EDUCADOR/2021) A preocupação com os problemas


ambientais é hoje um dos assuntos mais discutidos em todo o mundo, principalmente
por causa da COP 26, que aconteceu recentemente em Glasgow, na Escócia. Na ocasião,
representantes de todos os países debateram sobre acordos e elaboraram um texto, com
este fim, que não agradou a muitos defensores de atitudes mais rígidas. Porém, na discussão

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sobre a emissão de gases de efeito estufa vislumbrou-se alguma esperança, devido a um


acordo bilateral feito entre os dois países que mais os emite na terra. São eles:
a) China e Brasil.
b) Estados Unidos e Rússia.
c) Canadá e China.
d) Estados Unidos e China.

Os maiores emissores globais de GEE em quantidade total são Estados Unidos e China.
Letra d.

031. (AMEUSE/CRESCIM-SC/PSICOLOGO E EDUCADOR/2021) Em novembro de 2021 aconteceu


a maior e mais importante Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, um
evento de extrema importância para o meio ambiente no cenário mundial. O evento em
questão é conhecido como:
a) G20.
b) ONU21.
c) Acordo de Paris.
d) COP26.

As COPs são as Conferências das Partes. Reuniões são realizadas anualmente desde 1994
para se discutir o aquecimento global. A 26a foi realizada em fins de 2021 em Glasgow, na
Escócia. Em fins de 2022, já com LULA representando o Brasil (mesmo sem estar empossado)
realizou-se a 27ª edição, no EGITO.
Letra d.

032. (IESES/TJ-RO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) Em janeiro de 2019, a


barragem de rejeitos de Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), pertencente à mineradora
Vale, se rompeu e cerca de 14 milhões de toneladas de lama e rejeitos de minério de ferro
percorreram aproximadamente oito quilômetros em poucos dias, poluindo severamente o rio:
a) Paraopeba.
b) Peruaçu.
c) Paraíba do Sul.
d) Piracicaba.

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Saibam: rompimento de Barragem de Mariana - rio principal prejudicado foi o Rio Doce.
Barragem de Brumadinho: Rio Paraopeba.
Letra a.

033. (IESES/TJRO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) Após mais de três


anos de impasses, o Reino Unido oficializou a saída da União Europeia. A saída do Reino
Unido da União Europeia (UE) ficou conhecida mundialmente como:
a) BREAKUE
b) BREXIT
c) BRICS
d) UKEXIT

Se chama BREXIT ou Britain Exit.


Letra b.

034. (IESES/TJRO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) É certo afirmar:


I – O britânico Stephen Hawking foi laureado pelo prêmio Nobel de Física no ano de 2019
mediante a sua contribuição às teorias que revolucionaram os estudos sobre o cosmo e as
leis do universo.
II – No ano de 2020, debaixo de uma tempestade na capital, Macapá, uma explosão seguida
de incêndio comprometeu os três transformadores na mais importante subestação do
estado. Em razão disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou que as eleições no
Macapá fossem adiadas.
III – Joe Biden, ao vencer a eleição presidencial dos Estados Unidos pelo partido republicano,
tornou-se a nova voz mundial de centro-esquerda, com uma pauta progressista para uns
e conservadora para outros.
IV – Ao ser canonizada pelo Papa Francisco, a religiosa conhecida como Irmã Dulce se tornou
a primeira brasileira a ser declarada santa pela Igreja Católica.
Analisando as proposições, pode-se afirmar:
a) Somente as proposições I e III estão corretas.
b) Somente as proposições II e IV estão corretas.
c) Somente as proposições II e III estão corretas.
d) Somente as proposições I e IV estão corretas.

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Vejamos por que as afirmativas I e III estão erradas. Na I, o físico Stephen Hawking, até
onde sabemos, nunca ganhou nenhum Nobel. Ele morreu em 2018.
Na III, o erro é afirmar que Joe Biden, presidente eleito nos EUA, é do partido Republicano,
já que ele é do Partido Democrata.
Letra b.

035. (IESES/TJRO/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E REGISTRO/2021) Analisando as


proposições, pode-se afirmar:
I – A tragédia de Brumadinho, com o rompimento da barragem pertencente à mineradora
do estado de Minas Gerais, além de ceifar a vida de mais de 100 (cem) pessoas, ocasionou
um dos maiores desastres ambientais da história do Brasil.
II – George Floyd, um norte-americano, faleceu após um policial imobilizá-lo com o joelho
em seu pescoço. A morte de Floyd causou revolta e levou manifestantes às ruas em mais
de 75 cidades dos Estados Unidos, protestos que clamavam pelo fim da violência policial
contra pessoas negras. As manifestações deram força ao movimento “Black lives matter”
(“vidas negras importam”, em tradução livre), que se espalhou pelo mundo todo.
III – João Gilberto, pai da Bossa Nova, tornou-se durante o isolamento social causado pela
pandemia do Coronavírus, um dos mais influentes artistas nacionais ao se utilizar das
plataformas sociais para divulgar os seus antigos e recentes trabalhos.
IV – Por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o governador do Rio, Wilson
Witzel, foi afastado do cargo por suspeita de participação em esquema de corrupção, por
supostos desvios nos contratos emergenciais para a Covid-19: em uma das operações
suspeitas, havia a contratação de empresas investigadas que deveriam construir hospitais
de campanha.
a) Somente as proposições II e IV estão corretas.
b) Somente as proposições III e IV estão corretas.
c) Somente as proposições I e III estão corretas
d) Somente as proposições I e II estão corretas.

O item I está errado, já que a barragem que eclodiu não era pertencente a Minas Gerais,
mas, sim, à Vale do Rio Doce. Já o item III está errado porque João Gilberto não era “hypado”
nas redes sociais; estava recluso e morreu em 2019. Em tempo, o nome da operação que
levou ao impeachment de Witzel é Placebo.
Letra a.

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036. (IBADE/ISE-AC/TEC. ADMINISTRATIVO OPERACIONAL/2021) “Talibã é um grupo


fundamentalista islâmico formado no fim da invasão soviética do Afeganistão (1979-1989)
por estudantes que defendiam uma rígida interpretação do Alcorão para governar o país.
Talibã inclusive, significa “estudantes” em pashto, uma das línguas faladas no Afeganistão.”
Fonte: https://guiadoestudante.abril.com.br/atualidades.
A formação do Talibã, no Afeganistão, é um dos muitos efeitos colaterais da:
a) Guerra do Vietnã, que durou de 1955 até 1975.
b) Bipolarização entre Israel e Palestina.
c) Guerra dos Seis dias, conflito que envolveu Israel e os países árabes — Síria, Egito,
Jordânia e d- Iraque.
d) Guerra Civil da Síria, presente até hoje.
e) Bipolarização entre Estados Unidos e URSS durante a Guerra Fria.

A guerra entre afegãos e URSS possui relação com a bipolarização vigente na Guerra Fria
entre os EUA e a União Soviética.
Letra e.

037. (PREFEITURA DE TIJUCAS/ADVOGADO/2021) O mais recente relatório do Painel


Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) alerta que as consequências do
aquecimento global que hoje vivenciamos são uma pequena amostra do que está por vir.
Assinale a alternativa que indica uma solução para a diminuição do ritmo do aquecimento
global, segundo o IPCC.
a) Proibição dos chamados métodos alternativos de produção de energia que têm contribuído
significativamente para o aumento das emissões de dióxido de carbono (CO2).
b) A utilização de termoelétricas para a produção de energia, substituindo as hidrelétricas
que causam enormes danos ambientais.
c) Reduções fortes e sustentadas na emissão de dióxido de carbono (CO2) e outros gases
de efeito estufa.
d) O incentivo ao crescimento das cidades, uma vez que a dispersão da população em
grandes territórios com baixa densidade populacional aumenta as emissões de gases que
produzem o efeito estufa.
e) A redistribuição da população global, possibilitando a migração em massa das áreas mais
quentes do planeta para a mais fria, onde os gastos energéticos são menores.

Acho que esta questão não deixa dúvidas. Compreendam bem, caros(as) alunos(as), as
questões que versarem sobre os meios para se mitigar os efeitos do aquecimento global

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sempre irão nessa linha do item C. Ou seja: Reduções fortes e sustentadas na emissão de
dióxido de carbono (CO2) e outros gases de efeito estufa. As outras são bem absurdas, se
vermos bem, ou não possuem relação com a realidade do assunto.
Letra c.

038. (IBADE/ISE-AC/ASSISTENTE SOCIAL/2021) O Brasil anunciou, em Glasgow, um aumento


das suas metas de redução de emissões de gases. “Nós tínhamos um compromisso de reduzir
em 43% as emissões, até o ano de 2030, com base nas emissões de 2005. Em Glasgow nós
elevamos isso para 50%.” (Ronaldo Costa Filho, Embaixador do Brasil nas Nações Unidas.
https://news.un.org/pt/interview/2021/)
Acerca do assunto, podem ser citadas algumas ações dos governos necessárias para diminuir
a emissão de gás carbônico como, EXCETO:
a) Implantação de energia renovável.
b) Incentivo, à agricultura sustentável.
c) Incentivo a diminuição do uso de agrotóxicos.
d) Ampliação da produção de energia termelétrica.
e) Redução do desmatamento e queima das florestas.

As termelétricas, em regra, queimam combustíveis fósseis. Assim, dá para inferir que o


ITEM D está errado.
Letra d.

039. (IBADE/ISE-AC/ASSISTENTE SOCIAL/2021) As Olimpíadas de 2020, em Tóquio, foram


realizadas em 2021 em função da pandemia que assolou e assustou o mundo. Mesmo sem
o público presente fisicamente, os jogos mantiveram a emoção de sempre; além disso,
esses jogos trouxeram novidades com a inclusão de algumas modalidades esportivas no
mundo olímpico, como:
a) basquete, natação revezamento 4x4, surf, baseball/softball.
b) natação revezamento 4x4, karatê, surf, capoeira.
c) karatê, skate, escalada esportiva, surf.
d) baseball/softball, capoeira, natação revezamento 4x4, escalada esportiva.
e) capoeira, surf, skate, baseball/softball.

Sem muito a acrescentar, esses são os novos esportes olímpicos: karatê, skate, escalada
esportiva e surf. Lembrando que o Brasil arrasou no Skate (duas medalhas de prata) e no Surf
(ouro). Em nosso material coloquei o texto: “O BRASIL NOS JOGOS OLÍMPICOS DE TOQUIO”.
Letra c.

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040. (IBADE/ISE-AC/ASSISTENTE SOCIAL/2021) A operação Lava Jato foi o maior escândalo


de lavagem e desvio de dinheiro da história brasileira; entretanto, viu seu fim em março
de 2021, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a anulação das decisões do
caso. (https://www.todamateria.com.br/atualidades-enem/).
Pode-se afirmar que a decisão do STF:
I – Reconheceu que o ex-juiz Sérgio Moro não atuou com equidistância e imparcialidade.
II – Reconheceu que o ex-juiz Sérgio Moro conduziu a condenação de Lula no caso Triplex
com parcialidade em função de motivação política.
III – Defendeu a premissa de que o sítio de Atibaia não pertencia a Lula.
De acordo com o tema intensamente divulgado pela imprensa, pode-se dizer sobre os itens
acima que:
a) I e II apenas estão corretos.
b) III apenas está correto.
c) II apenas está correto.
d) II e III apenas estão corretos.
e) I, II e III estão corretos.

Os itens I e II são premissas atuais da Lava Jato.


Letra a.

041. (FGV/PREF. PAULINEA/ASSISTENTE SOCIAL/2021) O Brasil não avançou satisfatoriamente


em nenhuma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da chamada
Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). É o que aponta o Relatório Luz 2021,
apresentado na Câmara dos Deputados. O documento foi produzido pelo Grupo de Trabalho
da Sociedade Civil para a Agenda 2030, formado por organizações não governamentais,
movimentos sociais, fóruns e universidades. O GT faz o monitoramento das metas previstas
no compromisso assinado por inúmeros países, entre eles o Brasil, durante a Cúpula das
Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em 2015. (Adaptado de https://www.
ecodebate.com.br/2021/07/20/)
As afirmativas a seguir indicam as principais metas que devem ser alcançadas em 2030, à
exceção de uma. Assinale-a.
a) Tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima e seus impactos.
b) Alcançar a igualdade de gênero e adotar medidas de empoderamento para todas as
mulheres.
c) Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades.

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d) Expandir a economia e garantir para todos a extração e o processamento de combustíveis


e alimentos.
e) Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres e combater
a desertificação.

Os ODSs contemplam uma agenda com 17 Objetivos e 169 metas para serem atingidos
até 2030. Os 193 Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) adotaram
formalmente a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável composta pelos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os 17 ODS são:
Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os
lugares;
Fome zero e agricultura sustentável: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar,
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável;
Saúde e bem-estar: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e
todos, em todas as idades;
Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade, e
promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todas e todos;
Igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e
meninas;
Água potável e saneamento: assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e
saneamento para todas e todos;
Energia Limpa e acessível: assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e a preço
acessível à energia para todas e todos;
Trabalho decente e crescimento econômico: promover o crescimento econômico sustentado,
inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos;
Indústria, Inovação e Infraestrutura: construir infraestruturas resilientes, promover a
industrialização inclusiva e sustentável e fomentar a inovação;
Redução das desigualdades: reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos humanos
inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis;
Ação contra a mudança global do clima: tomar medidas urgentes para combater a mudança
climática e seus impactos;
Vida na água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares e dos recursos marinhos
para o desenvolvimento sustentável;

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Vida terrestre: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres,
gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a
degradação da terra e deter a perda de biodiversidade;
Paz, justiça e instituições eficazes: promover sociedades pacíficas e inclusivas para
o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir
instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis;
Parcerias e meios de implementação: fortalecer os meios de implementação e revitalizar
a parceria global para o desenvolvimento sustentável.
Letra d.

042. (FGV/PREF. PAULINEA/ASSISTENTE SOCIAL/2021) Três grandes conflitos forjaram a


história recente do Afeganistão – os dez anos de resistência dos mujahidin contra a URSS
(1979- 1989), os quatro anos de guerra civil entre os senhores da guerra afegãos (1992-
1996) e os 20 anos de ocupação americana, após o 11 de Setembro (2001-2021). Nessas
quatro décadas, o Talibã figurou como o principal protagonista do país.
Sobre o Talibã, assinale a afirmativa correta.
a) É uma organização terrorista responsável por ataques às embaixadas ocidentais no
Paquistão e na Europa, em retaliação à publicação de charges sobre o profeta Maomé.
b) Formou-se nas madrassas, escolas corânicas xiitas afegãs e paquistanesas, de onde se
origina o termo talib, que significa estudante.
c) Surgiu enquanto milícia na década de 1990, no norte do Paquistão, sob a liderança do
mulá Mohammed Omar, que se destacou combatendo as forças da OTAN.
d) É um movimento fundamentalista e nacionalista islâmico, que zela pela imposição da
interpretação rígida da sharia, incluindo a obrigação do uso da burka pelas mulheres.
e) É um grupo político jihadista islamista, que se autoproclama um califado e pretende
ter autoridade religiosa sobre todos os muçulmanos, além das fronteiras do Afeganistão.

A letra D é que melhor corresponde ao conceito de Talibã. Lembrando que o grupo nasce
no Afeganistão com apoio do Paquistão. Sua origem étnico religiosa é Sunita e não Xiita.
Letra d.

043. (FGV/PREF. PAULINEA/ASSISTENTE SOCIAL/2021) Em abril de 2020, a pressão de


economistas, parlamentares e setores da sociedade civil, no contexto da crise provocada pela
pandemia do novo coronavírus, levou o Governo a instituir uma Renda Básica Emergencial de
R$600 per capita a grupos vulneráveis da sociedade.
Este programa visava, particularmente,
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.

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a) garantir um rendimento adicional para todos os brasileiros que possuem rendas mensais
baixas.
b) auxiliar os brasileiros do setor de serviços, que perderam suas fontes de renda, devido
à paralisação das atividades.
c) ajudar trabalhadores em crise e sem acesso à rede de proteção social dos empregados
formais.
d) amparar trabalhadores formais de baixa renda e aqueles que tiveram suas jornadas e
salários reduzidos.
e) complementar o seguro-desemprego ou a aposentadoria dos setores de baixa renda da
sociedade brasileira.

O viés do AUXÍLIO EMERGENCIAL é esse: “ajudar trabalhadores em crise e sem acesso à rede
de proteção social dos empregados formais”.
Letra c.

044. (MC/ATIVIDADES TÉCNICAS DE COMPLEXIDADE INTELECTUAL/2022) O agronegócio


brasileiro tem grande produtividade. Em 1990, o Brasil colhia 1,5 tonelada de grãos por
hectare; em 2020, esse valor passou para quase 4 toneladas. Se voltarmos mais no tempo,
em 1950, um agricultor alimentava cerca de 16 brasileiros na cidade; em 2020, foram cerca
de 200 pessoas no asfalto para cada produtor rural. Antonio Cabrera. Os canários da Rússia.
In: O Estado de S. Paulo, 8/3/2022, p. A4 (com adaptações).
Tendo esse fragmento de texto como referência inicial, e considerando diversos aspectos
do atual cenário nacional e mundial, julgue o item seguinte.
A guerra entre Rússia e Ucrânia, em curso no leste europeu, é irrelevante para o agronegócio
brasileiro, pois o Brasil alcançou, há algum tempo, a autossuficiência na produção de
fertilizantes.

Uma guerra dessa dimensão sempre é ruim para os negócios agrícolas brasileiros.
Transacionamos alimentos para mais de 100 países e a Rússia e Ucrânia estão dentre os nossos
maiores importadores de alimentos do Brasil. No caso específico do uso de fertilizantes,
de fato, o Brasil é um cliente russo, visto que o gigante global é um enorme produtor de
fosfato. Na entrada do ano de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro esteve pessoalmente
na Rússia com vistas a garantir o abastecimento de fertilizante russo.
Errado.

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045. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
Sendo o maior produtor mundial de alimentos e autossuficiente na produção de fertilizantes,
o Brasil não sofre impactos do conflito.

Este item vai na direção do anterior. Notem a preocupação da banca de em provas diferentes
dar destaque ao conflito Rússia X Ucrânia.
Errado.

046. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
Na economia de mercado, a escassez de produtos eleva seu preço, impulsionando a inflação.

Item bem fácil, mostrando, inclusive, que o CESPE não é um bicho papão. Apresentou uma
das lógicas de mercado e regulação de preços
Certo.

047. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).

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Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência


do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
A guerra acabou colocando em risco, mundialmente, o fornecimento de combustíveis, de
bens variados e, especialmente, de alimentos essenciais e fertilizantes.

Uma guerra dessa dimensão, envolvendo uma potência mineralógica como a Rússia e de
produção de combustíveis fósseis e uma província localmente importantíssima de produção
de alimentos, como a Ucrânia, sempre traz prejuízos globais. Não é diferente neste caso.
Um problema já enfrentado pelos países europeus é uma pressão inflacionária em função
do aumento no valor dos combustíveis trazido pelos prejuízos que a guerra vem causando.
Certo.

048. (FUB/TÉCNICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO/2022) A invasão da Ucrânia pela


Rússia afetou duramente o mercado mundial de alimentos e fez crescer a população
mundial ameaçada pela insegurança alimentar. A guerra tornou real o risco de escassez
de alimentos em escala planetária e fez a população mundial que passa fome, já ampliada
expressivamente durante a pandemia, aumentar em algumas dezenas de milhões de pessoas
em poucas semanas. O Estado de S. Paulo, 23/3/2022, p. A3 (com adaptações).
Tendo o fragmento de texto precedente como referência inicial, e considerando a abrangência
do tema por ele abordado, julgue o item seguinte.
O Brasil apoiou oficialmente a investida russa, seja pela manifestação do Itamaraty, seja
no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Interessante este Item. A guerra começou com Jair Bolsonaro na Presidência, lembram?
Pois é, e o antigo presidente e seu órgão de representação diplomática jamais apoiou a
investida Russa. Mesmo tendo feito uma visita ao gigante país dias antes de se iniciar a
guerra, Bolsonaro não esteve lá com vistas a apoiar a ação russa e, sim, negociar a compra
de fertilizantes e assinar mais outros pequenos acordos protocolares. No governo Bolsonaro,
o Itamaraty ofereceu auxílio e asilo a mais de 1.500 ucranianos, diga-se de passagem. Já na
gestão LULA, o Itamaraty e o próprio presidente vêm tentando encabeçar uma ação para
propor um plano de paz, se aproximando mais ainda da Ucrânia.
Errado.

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049. (FUB/ADMINISTRADOR/2022) Julgue o item subsequente, levando em consideração


temas diversos da atualidade.
Em 2022, comemora-se o centenário da Semana de Arte Moderna, evento de relevante
impacto na cultura e na produção cultural do Brasil.

Esses marcos ou jubileus costumam ser cobrados por todas as bancas, ATENÇÃO! Ainda
mais um evento tão importante como esse, ou seja, a Semana de Arte Moderna, que fez
100 anos.
Certo.

050. (FUB/ADMINISTRADOR/2022) Julgue o item subsequente, levando em consideração


temas diversos da atualidade.
A alta no preço da cenoura em março de 2022, no Brasil, foi consequência das fortes chuvas
que atingiram regiões produtoras em janeiro e fevereiro, o que consequentemente impactou
a produção desse alimento.

Sempre que ocorre um evento climático inesperado ou mais intenso que o normal, os preços
dos alimentos aumentam. A cenoura repete este ciclo de aumento um ano depois, entre
fevereiro e março de 2023.
Certo.

051. (FUB/ADMINISTRADOR/2022) Julgue o item subsequente, levando em consideração


temas diversos da atualidade.
No Brasil, o sucesso da aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 foi um dos
fatores que impulsionaram a campanha de aplicação de uma quarta dose do imunizante,
já disponível para imunossuprimidos e idosos.

A segunda dose de reforço, também chamada de quarta dose, é aplicada em pessoas com
mais de 40 anos ou profissionais de saúde.
Errado.

052. (FUNPRESP/ANALISTA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR/2022) Em meio à circulação da


variante Ômicron, países ricos e de média renda apressam a aplicação da dose de reforço
das vacinas. Enquanto isso, os mais pobres têm menos de 10% de suas populações com

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uma dose e dependem de doações para acelerar a imunização. No entanto, 2022 começa
com menos de 50% das vacinas prometidas entregues em 2021. Apenas pelo mecanismo
Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta era entregar 2 bilhões de
doses doadas pelos países ricos às nações de baixa renda. Menos de 30% foram entregues.
O Estado de S. Paulo, 2/1/2022, p. A9 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes do cenário
mundial contemporâneo, julgue o item seguinte.
Independentemente de posições político-ideológicas, as autoridades governamentais
mundo afora, como o francês Macron, a alemã Merckel e, sobretudo, o norte-americano
Trump, compreenderam a gravidade da covid-19, aliaram-se à ciência e estimularam as
respectivas populações a obedecer aos protocolos sanitários para o adequado enfrentamento
da pandemia.

Na verdade, um bastião do chamado “negacionismo” frente à questão da Covid- 19 foi


Donald Trump, presidente dos EUA entre 2018-2021. Os outros líderes das potências
mundiais, com exceção a Boris Johnson, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, se colocaram
pró-mandamentos emanados pela OMS - Organização Mundial de Saúde frente ao combate
ao vírus, tais quais isolamento, uso de máscaras/assepsia e vacinação.
Errado.

053. (FUNPRESP/ANALISTA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR/2022) Em meio à circulação da


variante Ômicron, países ricos e de média renda apressam a aplicação da dose de reforço
das vacinas. Enquanto isso, os mais pobres têm menos de 10% de suas populações com
uma dose e dependem de doações para acelerar a imunização. No entanto, 2022 começa
com menos de 50% das vacinas prometidas entregues em 2021. Apenas pelo mecanismo
Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta era entregar 2 bilhões de
doses doadas pelos países ricos às nações de baixa renda. Menos de 30% foram entregues.
O Estado de S. Paulo, 2/1/2022, p. A9 (com adaptações).
Tendo o texto acima como referência inicial e considerando aspectos marcantes do cenário
mundial contemporâneo, julgue o item seguinte.
Embora, ao longo da História, tenha havido vários surtos epidêmicos, como o da peste
negra e da gripe espanhola, a covid-19 é considerada a primeira pandemia por que passou
a humanidade.

A pandemia de COVID-19 se caracterizou como uma pandemia a partir do momento que


se tornou moléstia global. Em outras épocas houve pandemias, como a da gripe espanhola,

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100 anos atrás e a de varíola, em 1817. para conhecer mais sobre as outras pandemias,
acesse o interessante link a seguir:
https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Saude/noticia/2020/03/conheca-5-maiores-
pandemias-da-historia.html
Errado.

054. (FUNDATEC/PREF. PARAISO DO SUL/RS/FISIOTERAPEUTA/2022) Qual país teve seu


presidente assassinado em casa, no dia 7 de julho de 2021?
a) Colômbia.
b) Gana.
c) Guatemala.
d) Haiti.
e) Jamaica.

O assassinato em tela ocorreu no Haiti. Outro evento importante relativo à morte de um


político se deu com assassinato de Shinzo Abe, o mais longevo primeiro-ministro japonês
em décadas. Ele fazia um discurso quando um homem de 41 anos, com um único tiro, o
matou em 7 de julho de 2022
Letra d.

055. (CEBRASPE/SEE-PE/PROF. GEOGRAFIA/2022) No que concerne às relações de trabalho,


à agropecuária, à indústria e à espacialidade da população, julgue o item a seguir.
O volume da produção agropecuária mundial é suficiente para alimentar os quase oito
bilhões de habitantes do planeta, mas pesquisas mostram que milhares de pessoas ainda
se encontram em condições de insegurança alimentar, devido às desigualdades sociais e à
exploração humana.

Em nosso material há um texto sobre a questão da segurança alimentar e fome no Brasil


e Mundo. Leia, por favor!
Certo.

056. (CEBRASPE/SEE-PE/PROF. GEOGRAFIA/2022) Julgue o item a seguir, acerca da economia


e das desigualdades socioespaciais em escala mundial, assim como suas repercussões
no Brasil.

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Apesar da alta inflação do período pós-pandemia, da guerra na Ucrânia e das incertezas


políticas em ano eleitoral, o Brasil tem dado sinais de recuperação no mercado de trabalho,
e a estimativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é
que, neste ano, o crescimento econômico brasileiro seja um pouco maior que o crescimento
da economia mundial.

Na verdade, as previsões de crescimento da economia global giravam em torno de 2.5% e


a do Brasil (previsão) ficou na casa dos 2.0%.
Errado.

057. (CEBRASPE/SEE-PE/PROF. GEOGRAFIA/2022) Julgue o item a seguir, acerca da atual


guerra na Ucrânia e de seus desdobramentos geopolíticos e econômicos.
As sanções impostas à Rússia têm motivado a emigração de muitos bilionários russos para
os Emirados Árabes Unidos.

Esse é um fenômeno interessante. Milionários russos que, além de fugirem do país,


abandonaram suas posses, como iates bilionários, em marinas do Oriente Médio.
Certo.

058. (FUNDATEC/PREF. DE SÃO JOÃO DE URTIGA-RS/MONITOR/2023) Em 2023, ocorre a 9ª


edição da Copa do Mundo Feminina de Futebol, entre os dias 20 de julho a 20 de agosto.
Neste ano, o evento terá uma novidade, será a primeira vez que:
a) A copa terá menos seleções na disputa do que na edição anterior, sendo 24 no total.
b) A copa terá dois países como sede, Austrália e Nova Zelândia.
c) A disputa começará com os países divididos em quatro grupos.
d) Cada partida terá dois tempos de 30 minutos cada.
e) Não terá a participação da seleção brasileira.

Seguindo o que já ocorrera na Copa de Futebol Masculina de 2002, realizada entre Japão
e Coreia, em 2023 a copa feminina será nos dois países da Oceania.
Letra b.

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059. (FUNDATEC/PREF. DE SÃO JOÃO DE URTIGA-RS/MONITOR/2023) Um desastre natural de


grande magnitude deixou mais de 50 mil pessoas mortas na Turquia e na Síria em fevereiro
de 2023. Qual das alternativas a seguir corresponde a tal desastre?
a) Vulcão em erupção.
b) Tsunami.
c) Furacão.
d) Enchente e deslizamento.
e) Abalo sísmico.

Como sabemos bem, um terremoto ocorreu em fevereiro de 2023. Para maiores informações
sobre esse desastre, leia nosso texto complementar na aula de Atualidades Mundo.
Letra e.

060. (QUADRIX /PROCON-DF/ADMINISTRAÇÃO/2023) No que se refere aos aspectos atuais


e relevantes do Brasil e do mundo, julgue o item.
A Ucrânia, liderada por Vladimir Putin, invadiu as terras russas, sob a alegação de que elas
lhe pertenciam historicamente, o que deu início ao conflito que já se prolonga há cerca de
um ano.

Não foi bem essa justificativa dada por Putin. O presidente russo alega que a Ucrânia estava
se aproximando demais da OTAN e, assim, colocando em risco seu país. Em nosso material,
há vasta leitura sobre a guerra do seu início até os tempos atuais.
Errado.

061. (FUNDATEC/PREF. CAMPO BOM-RS /PROCURADORIA GERAL/2023) O Rio Grande do Sul


(RS) se comprometeu, na 26ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças
Climáticas, em diminuir as emissões de carbono do estado em 50% até 2030 e em agir
para neutralizá-las até 2050. Qual o principal motivo pelo qual, assim como o RS, diversos
estados e países estão se unindo para atingir metas de diminuição da emissão de carbono?
a) Porque a emissão de carbono é um fator que gera a poluição direta dos sistemas
hidrográficos.
b) Devido à degradação da biodiversidade natural diretamente afetada pela emissão do
carbono, principal responsável pelos incêndios florestais.
c) Pois a emissão de carbono é o principal fator que determina que fontes de energia se
tornem não renováveis.

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d) Porque a emissão de carbono impacta o aquecimento global por meio da emissão de gases
que resultam no efeito estufa, o que está diretamente atrelado às mudanças climáticas.
e) Devido aos danos à saúde causados pela inalação do carbono e ingestão de alimentos
com agrotóxicos à base de carbono.

É a velha máxima da busca por reduzir as emissões de gases de efeito estufa em função de
que a sua concentração na atmosfera gera aumento do efeito estufa. Assim, países, unidades
da federação, empresas e entidades vêm se comprometendo a gerar uma economia mais
limpa e verde, que passa, fundamentalmente, por reduzir as emissões de GEE.
Letra d.

062. (FUNDATEC/PREF. CAMPO BOM-RS /PROCURADORIA GERAL/2023) No início de abril


de 2023, foi sancionada e entrou em vigor a Lei n. 14.541, que se refere ao atendimento
de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar nas Delegacias Especializadas de
Atendimento à Mulher (DEAM). Este tópico atual e nacional sobre a área política e social
do país foi tema difundido em grande escala pelos meios de comunicação brasileiros. Qual
a principal medida determinada pela nova lei de atendimento às mulheres vítimas de
violência no Brasil.
a) Prisão preventiva e imediata do assediador durante o período de sete dias logo após a
denúncia, enquanto o caso relatado pela vítima é investigado.
b) Funcionamento das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher ininterruptamente,
24h por dia, sete dias por semana, incluindo feriados.
c) Funcionamento obrigatório de pelo menos uma Delegacia Especializada de Atendimento
à Mulher em todos os municípios do Brasil até o fim de 2023.
d) Oferta de cursos de especialização na área de violência contra mulher às agentes femininas
de delegacias do Brasil.
e) Atendimento às mulheres nas delegacias realizado em sala reservada e apenas por
policiais do gênero feminino.

As delegacias especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM) terão funcionamento 24


horas por dia, inclusive em feriados e finais de semana. A determinação está na Lei n.
14.541, publicada nesta terça-feira (4), no Diário Oficial da União.
As delegacias deverão prestar atendimento em salas reservadas e, preferencialmente,
por policiais mulheres. O texto define ainda que os policiais encarregados do atendimento
deverão receber treinamento adequado para permitir o acolhimento das vítimas de maneira
eficaz e humanitária.

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Também ficou estabelecido que as delegacias especializadas disponibilizarão número de


telefone ou outro mensageiro eletrônico destinado ao acionamento imediato da polícia
em casos de violência contra a mulher.
Nos municípios onde não houver DEAM, a delegacia existente deverá priorizar o atendimento
da mulher vítima de violência por agente feminina especializada
O Diário Oficial da União de hoje também trouxe outras medidas de proteção às mulheres:
aquelas que estiverem em situação de violência doméstica terão prioridade no atendimento
pelo Sistema Nacional de Emprego (Sine); lei instituiu programa de prevenção e enfrentamento
ao assédio sexual na administração pública.
Letra c.

063. (FUNDATEC/PREF. CAMPO BOM-RS /PROCURADORIA GERAL/2023) No contexto da


matriz de transporte brasileira, analise o seguinte trecho:
“Cabotagem é uma atividade intrínseca do país, que esteve presente desde a colonização.
Ela desempenhou papel relevante no transporte de mercadorias durante séculos. Porém, nas
últimas décadas, perdeu importância relativa em comparação a outros meios de transporte
de mercadorias, como o rodoviário, apesar de ser o meio de movimentação de carga mais
competitivo, menos poluente e com o menor número de acidentes” (Fonte: BNDES).
Diante das informações do Banco Nacional do Desenvolvimento, constata-se a relevância
histórica e econômica da cabotagem como modalidade de movimentação de cargas no
Brasil. O que é a cabotagem?
a) Transporte de carga viva, ou seja, o deslocamento de animais, como bois, vacas, cavalos
e aves entre municípios de um mesmo país.
b) Transporte de cargas através de navegação entre os portos de um mesmo país ou a
pequenas distâncias, no qual não se perde de vista a costa do país.
c) Transporte de cargas em carroças puxadas por um ou mais animais ou nas costas dos
próprios animais, como cavalos e burros, por exemplo.
d) Transporte de cargas através de bondes elétricos, mais tarde modernizado pelo modal
ferroviário.
e) Transporte de cargas através da navegação entre diferentes continentes para exportação
de matérias-primas, minérios, itens valiosos e escravos na época da colonização.

O transporte de cabotagem é um tipo de transporte dentro do modal aquaviário entre


portos próximos e que evita se afastar da costa. No Brasil seria útil, por exemplo, para
transporte de passageiros, cargas de mudanças, entre outros, mas não se adaptou a
estrutura portuária a esse modelo.
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