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6 CURIOSIDADES SOBRE A CIÊNCIA FORENSE

O nome forense vem de um adjetivo em latim que significa “respeitante ao


fórum judicial”, ou seja, aquele que ajuda os tribunais a cumprir sua difícil
missão de fazer justiça. A popularidade do cientista forense surgiu com as
séries de TV, como a popular CSI, mas essa ciência existe desde o século 13.
Conheça esse e outros fatos fascinantes sobre a ciência forense.

6. Perito criminal do século 13

O primeiro livro sobre ciência forense foi escrito no século 13, por um juiz
chinês chamado Song Ci. O “Collected Cases of Injustice Rectified”, que em
português seria algo como “Coletânea de Casos de Injustiça Retificados”, trata
de uma série de regras para que os médicos legistas não cometam erros ou
sejam corrompidos. Também conhecida como “Uma Lavagem dos Erros”, a
obra está dividida em 53 capítulos e 5 volumes. Nela, Song Ci explica como
fazer uma autópsia da maneira correta e conta, por exemplo, a diferença entre
a morte por afogamento ou estrangulação. Tudo baseado em muito estudo e
observação: casos reais da vila em que ele vivia são usados para explicar suas
técnicas. Esse é ainda o primeiro livro que se conhece com informações sobre
a entomologia forense (veja no próximo tópico o que é isso).

5. Insetos que solucionam casos

Como já contamos, Song Ci foi a primeira pessoa no mundo a documentar o


uso da entomologia forense, ou seja, o uso de insetos e outros artrópodes em
investigações criminais. Essa aplicação da biologia na resolução de crimes
estuda a sucessão de insetos necrófagos que atacam o cadáver. Basicamente,
os bichinhos que estão lá ajudam a determinar o local da morte e quando ela
aconteceu.

Moscas, escaravelhos e ácaros são alguns dos animais mais importantes para
essa área de pesquisa. Mas os porcos também ajudam os pesquisadores. Não,
eles não atacam cadáveres por aí. É que os cientistas costumam usar porcos
como cobaias, já que eles comem de tudo, tem poucos pelos e uma pele
parecida com a humana. Ao estudar os corpos dos pobres porquinhos, eles
conseguem descobrir os ciclos de vida de diferentes insetos que comem
cadáveres em todas as regiões do planeta.
4. O poder do DNA

Genética forense é o estudo do DNA para ajudar na resolução de casos


criminais. A fase moderna dessa ciência vem das pesquisas de um médico
chamado Alec Jeffreys, da Universidade de Leicester, na Inglaterra. Em 1984,
ele criou um meio de identificar as pessoas através de fragmentos do material
genético. Foi ele quem nomeou, inclusive, as características únicas do DNA de
uma pessoa como “impressões digitais do DNA”. Com essas descobertas, uma
lasca de unha ou um pelo que os criminosos deixem para trás pode condená-
lo. Ao mesmo tempo, também é possível inocentar pessoas que estavam
presas injustamente.

Claro que, com o tempo, as técnicas foram se aprimorando cada vez mais:
hoje, é possível identificar o DNA de uma pessoa com amostras menores,
como em bitucas de cigarro ou guardanapos usados. Porém, essa técnica de
DNA só funciona com comparação e uma amostra sem suspeito não é de
grande valia. Por isso, países como Inglaterra e Estados Unidos possuem
cadastros de código genético de todas as pessoas que já foram acusadas de
algum delito. No Brasil, um decreto de março de 2013 instituiu o Banco
Nacional de Perfis Genéticos e a Rede Integrada de Bancos de Perfis
Genéticos.
Mas nem tudo são flores. Em 2009, por exemplo, a polícia alemã descobriu que
uma suspeita, que eles perseguiam há 16 anos por conta de vários
assassinatos era, na verdade, uma mulher que trabalhava na fábrica do
algodão usado nos cotonetes da investigação. Ou seja, não tinha nada a ver
com nenhum crime, exceto o descuido da fábrica para não contaminar o
material que produzia.

3. Fazendas de corpos

Atualmente, cinco universidades dos Estados Unidos têm um tipo de centro de


pesquisa nada convencional: são as “fazendas de corpos”, lugares em que os
cientistas estudam cadáveres e os efeitos que o tempo e a natureza têm sobre
os corpos. Apesar de mórbido, esse tipo de pesquisa ajuda a determinar há
quanto tempo a vítima está morta e, consequentemente, a solucionar casos
antigos.

O Laboratório Nacional Oak Ridge, da Universidade do Tennessee, foi o


responsável pela criação da “fazenda de corpos” original, em 1981. Eles
recebem cerca de 100 corpos doados, todo ano. Os cadáveres são colocados
em diferentes condições, como na traseira de carros, no chão de terra, etc, e
deixados para decomposição, de forma que os cientistas conseguem analisar o
que acontece com o corpo humano em várias condições. O pesquisadores já
descobriram, por exemplo, a concentração de cinco ácidos liberados pela
decomposição de músculos e gordura, compostos inorgânicos que escorrem
de ossadas para o solo, entre outras coisas. Esse tipo de informação é
importante porque, segundo os cientistas, ocorre de maneira previsível com
todos os seres humanos.

2. Cães forenses

O precioso olfato canino é de grande ajuda na ciência forense. Além de


detectar drogas, cães treinados conseguem identificar corpos em
decomposição, além de substâncias como querosene e gasolina, mesmo em
quantidades muito pequenas. O olfato é uma arma tão poderosa que uma
tecnologia farejadora já foi desenvolvida, capaz de detectar resíduos menores
que 1 nanograma de odores de decomposição, além de explosivos. Tal
tecnologia, entretanto, não tornou os cães obsoletos. Os cães continuam
sendo, por exemplo, a melhor forma de seguir um rastro até a origem,
enquanto os aparelhos são úteis para identificar o tipo de material encontrado.
Além disso, a tecnologia é necessária em situações em que os cães não estão
disponíveis, como em campos de batalhas.

1. Autopsias não-cirúrgicas

Autopsias acontecem, na maioria dos casos, para determinar a causa da morte


de uma pessoa, mas o procedimento pode ser bastante traumático para os
familiares. Além disso, existem algumas culturas e religiões que são contra
esse tipo de prática. Graças à tecnologia, isso já tem solução: saem os bisturis
e entram os scanners. A tecnologia capaz de produzir uma autopsia digital,
chamada iGene, está em pesquisa há mais de uma década. Em 2010, foi
aberto o primeiro centro, na Malásia, e outro foi inaugurado no final de 2013,
desta vez na Inglaterra.

Com a injeção de um corante no corpo e uma tomografia computadorizada


completa, é possível mapear todos os órgãos, veias e ossos em 3D. Usando
um bisturi virtual, os legistas conseguem rodar a imagem, cortar partes do
corpo e visualizar dentro dos órgãos. A autópsia digital não é indicada em
cerca de 25% dos casos, como quando a causa da morte é envenenamento,
por exemplo. Se a família do morto quiser usar a tecnologia, ao invés do
método tradicional, precisa pagar 500 libras. Porém, se o médico legista indicar
a autópsia digital por conta de um crime, não há custos para os parentes da
vítima.

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