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Entomologia Forense

Definição
Durante muito tempo, a disciplina de Entomologia
Forense foi definida como a ciência que aplica o
conhecimento dos insectos (e outros artrópodes) a
procedimentos civis e julgamentos criminais
(Turchetto e Vanin 2004).

A Entomologia Forense procura determinar o Intervalo


Pós - Morte (IPM) por meio do relacionamento dos
estágios de decomposição dos cadáveres utilizando-se
o conhecimento a respeito da deposição dos ovos e
larvas da fauna cadavérica (OLIVEIRA; COSTA, 2003;
PUJOL; LUZ et al., 2008).
Continuação
A Entomologia Forense consiste no estudo de insectos
e outros artrópodes associados às diversas situações
criminais, servindo como uma ferramenta auxiliar, na
investigação de crimes contra pessoas vítimas de morte
violenta. (OLIVEIRA; COSTA, 2003; PUJOL; LUZ et
al., 2008).
Contexto histórico
Segundo a Dra. Ana Maria de Almeida Marques
(entomologa, docente da Universidade de Lisboa e
funcionaria do Instituto de medicina-legal de
Portugal) os primeiros casos de Entomologia Forense
documentados reportam directamente para um
advogado e investigador chinês, o Sung Tz’u, isso no
século XIII, segundo o que descreve seu livro que
retracta a vida de um médico-legal.
Continuação
Porém existem documentos mais antigos que ilustram
imagens de larvas em corpos humanos e que datam da
Idade Média, incluindo talhas em madeira do século
XV “Dances of the Death”, e o intrincado trabalho no
marfim “Skeleton in the Tumba”, do século XVI.
As figuras
ilustram o
tempo da
Idade
Média,
talhas em
madeira do
século XV
“Dances of
the Death”, a
Dança da
Morte
(Benecke
2004).
Escultura de um
esqueleto em
marfim “Skeleton
in the Tumba”,
onde o coração é
substituído por
uma mosca.
Muito comuns
na época da
Renascença
(Benecke 2004).
Continuação
Este tipo de arte segundo a Dra. Ana Maria de Almeida
Marques:

Descreve pormenorizadamente o padrão da redução


de massa corporal mediada pela acção dos insectos,
particularmente a esquelectização do crânio e a
redução dos órgãos internos, com grande parte da pele
ainda intacta (Benecke 2004).

Continuação
 O primeiro registo escrito de um caso decidido pela Entomologia
Forense remonta ao século XIII, em um manual Medicina Chinesa
Legal de Song Ci (também conhecido como Sung Tz'u) relativo a um
caso de assassinato em que:

 - Um agricultor decapitado por uma foice apareceu numa aldeia no


interior da China. Para resolver o caso, chamou - se todos os agricultores
da região, que poderiam estar relacionado com o morto, recolheu – se e
depositou - se as suas foices que usaram para seus trabalhos até a altura
da morte no chão e ao ar livre, num lugar protegido das pessoas,
observando que apenas um deles em que as moscas mais voaram para lá
e acabaram por se estabeleceram em sua lâmina por muito mais tempo
chamando as outras e aumentando ainda mais, o que levou à conclusão
de que o proprietário dessa mesma foice era para ser o possível
assassino.
Continuação
 Isto porque as moscas foram atraídas pelos restos de sangue que
haviam sido anexas a "arma" do crime.

 Song Ci - Era um advogado e investigador de morte que viveu na


China no final do século XIII. Em 1248, Song Ci escreveu um livro
intitulado “A Expiação dos males”. Neste livro são citados alguns casos
nos quais ele faz anotações da cena e elabora causas prováveis. Ele
descreve detalhadamente como examinar um cadáver tanto antes
como depois de ser enterrado, além de explicar o processo de
determinação da possível causa mortis. O propósito do livro era ser
usado como guia por outros investigadores para que pudessem
explorar a cena do crime efetivamente. Seu nível de detalhamento ao
explicar o que havia observado estabeleceu os fundamentos da
Entomologia Forense moderna e é o relacto escrito mais antigo do uso
desta com fins judiciais. Este livro se tornou popular e simboliza a
primeira vez que o público geral se tornou ciente de que os insectos
podem muito bem ser usados em investigações criminais para
identificar aspectos como IPM.
Continuação
Existem vários relatos da aplicação e
experimentação da Entomologia Forense e que
deram resultados satisfatórios, e o conceito desta
remonta meados do século XIII. Tempo de Song
Ci.

No entanto, apenas nos últimos 30 anos é que a


Entomologia Forense tem sido sistematicamente
explorada como uma fonte verossímil de evidência
em investigações criminais.
Continuação
 Pelas suas observações da relação artrópodes/morte e
experimentos, cientistas como o Song Ci, Francesco Redi,
Bergeret d´Arbois, Jean Pierre Mégnin e o médico alemão
Hermann Reinhard ajudaram bastante a fundar os alicerces
da Entomologia Forense actual.

 Durante muitos anos, (apartir do Século XIII), antes mesmo


da Entomologia Forense ser a ciência que hoje é conhecida,
certos curiosos pela arte de investigar descobriram de que
basta uma pessoa morrer que logo de seguida aparece no seu
corpo as larvas e que as tais larvas servem para devorar o
cadáver, que aparecem também do nada, descartando dando
o ponto de início as descobertas até hoje já realizadas,
contudo, o que era estranho na altura é que criaram uma
crença de que as larvas ou vieram de fora ou nascem do
próprio corpo mesmo.
Continuação da história
 Francisco Redi

 Tais crenças persistiram até que Francisco Redi, naturalista e renascentista partiu a
busca da prova de uma forma científica de que essas larvas vieram porque certos
insectos é que depositam seus ovos e que de seguida foram desenvolvendo sobre ou
dentro do cadáver e que de forma alguma existe uma relação entre esses insectos e o
corpo a não ser somente o de servir de hospedagem e alimentação.

 Francesco Redi - Em 1668, o biólogo italiano Francesco Redi (1626-1697)


desbancou a teoria de “geração espontânea”. A teoria aceita na época de Redi alegava
que vermes se desenvolviam espontaneamente de carne apodrecendo.

 Em um experimento, ele usou amostras de carne em decomposição que estariam em


um jarro sem tampa, em um jarro com uma tampa de tela e um jarro com tampa
completamente vedado. Foi constatado que apenas o vaso exposto desenvolveu
larvas de mosca. Essa descoberta mudou completamente o modo como as pessoas
viam a decomposição de organismos e incentivou estudos mais profundos no ciclo
de vida de insectos e Entomologia em geral. Enciclopédia da Google.
Francisco Redi e seus estudos
 Para isso, Francisco Redi realizou o seguinte experimento:

 Expos ao ar livre um grande número de experimentos (testes


com pedaços de carnes) e cada um dos experimentos tinha a
peça de carne colocada dentro de uma caixa, é preciso frisar
que cada carne variava de cru e cozida para que as moscas
fossem atraídas por diferentes cheiro, porém vindo a gerar
em todas elas.

 Descobriu que em um tipo de carne (cru) é que vieram antes


as moscas e que desovaram na presença de Redi, que assistiu
esses ovos postos por certos insectos e que são estes os
primeiros a serem transformados em larvas, pupas e então,
finalmente, indivíduos adultos como os que vieram desovar.
Continuação
 Redi distinguiu quatro tipos de moscas:

- Moscas azuis (Calliphoridae);


- Moscas de listras cinzas com pretas (Sarcophaga Carnaria),
semelhantes aos das nossas casas (Mosca doméstica) e
- Moscas verdes com tiras da cor de ouro (Lucilia caesar).

 Mas é claro que tudo tem seu experimento e reeteste.

 Para fazer isto, os mesmos alimentos foram colocadas em caixas,


mas desta vez coberto com uma gaze hospitalar (que servem para
fazer as talas de gessos), para que eles também ocorressem a
putrefacção, porém, as moscas não teriam acesso a elas ou teriam
dificuldades de lá chegarem.
Continuação
 Redi foi observando durante um tempo e depois, obviamente, observou de
que as gazes passado um tempo se corromperam, putrificou – se a carne
pelo tempo de exposicao e sem conservantes, mas nas carnes não
apareceram qualquer tipo de larva, não houve existência de larvas,
contudo pelo cheiro milhares de moscas, formigas e outros animais
rodeavam a caixa.

 Também observou de que as moscas fêmeas estavam tentando introduzir


pela ponta do abdómen das mesmas, o lugar onde guardam os ovos
através da gaze e fazendo de tudo, tentando de tudo para passar por ela
para por directamente os seus ovos e que algumas moscas em certas caixas
conseguiram passar e conseguiram depositar os ovos e notou de que havia
várias fases larvais, mas as larvas vivas eram de só de duas espécies, dois
dos quais foram introduzidos através do tecido. Redi mostrou também de
que certas espécies de moscas cavaram o solo onde as caixas estavam e as
minhocas sob quaisquer circunstâncias começaram a penetrar nas carnes.

 Porém os estudos eram ambíguos e sem muita consistência.


Continuação
 Bergeret

 Foi só quando, Bergeret em 1805, começou a usar continuamente e em


grande forma a Entomologia Forense como uma grande ajuda na medicina
legal e consequentemente cientificou os seus estudos e as teorias que até
hoje são usadas.

 Ele, junto com Orfila e Redi, deram um grande contributo na realização de


estudos que são o ponto de partida para a aplicação do concurso Brouardel
Megnin, que se expandiu e que apresentou a Entomologia Forense de forma
sistematizada.

 Bergeret d'Arbois - Dr. Louis François Etienne Bergeret (1814-1893) foi um


clínico francês, e o primeiro a aplicar entomologia forense em um caso. Em
um relatório de casos publicado em 1855 ele descreveu ciclos de vida geral
para insectos e fez algumas conclusões sobre seus hábitos de acasalamento.
É o primeiro relacto documentado do uso de conhecimentos entomológicos
como ferramenta para determinar o "post - mortem interval" (PMI)
(Intervalo Pós - Morte - IPM) num indivíduo.
Continuação
 Publicações de Bergeret:

 A primeira publicação foi em "O Diário de medicina hoddomaire et de chirugie" em um artigo


intitulado "De l'aplicação de l'entomologie légale Médicine à la" e, em seguida, numa
comunicação à Academia de Ciências, em 1887, sob o título "La Faune des Tombeaux.“

 Embora, o nascimento real da Entomologia médica - Legal (Forenses) ocorreu em 1894 com
a publicação de "A Fauna da Aplicação Cadáveres da Medicina Legal Entomologia."

 Um livro que deu um grande impulso à ciência.

 Diferentes grupos de artrópodes foram definidos por Bergeret (como professor) e Megnin
(como seu discípulo) como "os esquadrões da morte".

 Segundo o autor, estes suportes são retirados selectivamente e com uma ordem precisa.

 Tão preciso que a população de insectos no cadáver indica o tempo desde a morte.

 Estudos posteriores mostraram que isso não é tão preciso, porém, pode desvendar mistérios
que sem tais estudos não era e é possível serem revelados e que mesmo que a sequência não
seja exacta pois depende de vários factores ambientais e técnicos, pode-se sim definir o IPM.
Continuação
Jean Pierre Mégnin

Jean Pierre Mégnin (1828-1905), veterinário do


exército, publicou livros como:

- “Faune des Tombeaux e La Faune des Cadavres”

Que são considerados dois dos mais importantes livros


sobre Entomologia Forense da história. Em seu
segundo livro La Faune des Cadavres, ele revolucionou
a teoria de etapas previsíveis, ou sucessão de insectos
em cadáveres.
Continuação
 Ao contar o número de ácaros vivos e mortos que se desenvolviam a
cada 15 dias e comparando e comparando com sua contagem inicial no
cadáver, ele era capaz de estimar a quanto tempo o indivíduo estaria
morto.

 Nesse livro, ele afirmava que cadáveres expostos estavam sujeitos a 8


(oito) etapas sucessivas, enquanto cadáveres enterrados apenas a 2
etapas.

 Mégnin fez grandes descobertas que descreviam características gerais


da fauna e flora da putrefacção.

 Seu trabalho e estudo em formas larvais e adultas de famílias de


insectos achadas em cadáveres desencadeou o interesse de futuros
entomologistas e encorajou o patrocínio de pesquisas da ligação de
artrópodes/falecidos, portanto ajudando a estabelecer oficialmente
como disciplina científica a Entomologia Forense.
Continuação
 Hermann Reinhard

 O primeiro estudo sistemático em Entomologia Forense foi


conduzido em 1881, por Hermann Reinhard (1816-1892), um
médico alemão que teve papel vital na história da Entomologia
Forense.

 Ele exumou cadáveres e demonstrou a relação do


desenvolvimento de várias espécies de insecto e corpos
enterrados. Reinhard conduziu seu primeiro estudo no leste da
Alemanha, e colectou várias moscas Phoridae no estudo inicial.

 Também concluiu que o desenvolvimento de apenas algumas


espécies de insectos vivendo sob a terra com cadáveres está
associada a estes, pois havia besouros de 15 anos de idade que
tinham pouco contacto directo com os corpos.
Intervalo Post - Mortem (IPM)
 Fases de decomposição / fenômenos transformativos :
Decadência Inicial – A fase de autólise,
Putrefação – A fase dos fenômenos destrutivos,
Butírico - A fase de fermentação e a
Esqueletização – A fase de osseoficação.
Continuação
 Morte: caracterização e sinais.
 Definição: é a cessação da actividade neurológica e seguida da parada cardíaca e
circulatória irreversível às manobras de ressuscitação e outras técnicas ou vice –
versa.
 Até recentemente aceitava-se a morte como sendo o cessar total e permanente
das funções vitais.
 Actualmente, este conceito foi ampliado a partir do conhecimento de que a
morte não é um puro e simples cessar das funções vitais, mas sim uma gama de
processos que se desencadeiam durante um período de tempo,
comprometendo diferentes órgãos.
 A morte é a cessação completa e definitiva das funções auto conservadoras,
renovadoras e multiplicadoras da matéria orgânica que perde, assim, suas
propriedades vitais.
 Outra definição refere-se à morte como a desintegração irreversível da
personalidade, em seus aspectos fundamentais morfo-fisiológicos, de molde a
fazer cessar a unidade bio-psicológica como um todo funcional e orgânico.
Continuação
 Autólise:
 A evaporação cutânea ou tegumentar (trata-se da observação da perda de
água através da superfície epitelial caracterizada por um decréscimo do peso,
que sofre influência do tipo de morte e das condições ambientais, dando
aparência de couro curtido), a pele desseca e endurece, formando um aspecto
de pergaminho, isso apartir do 1º ao 5º Minuto após a confirmação da morte;
 Os livores hipostáticos (depósito de sangue nas regiões em declive do corpo),
nas primeiras 2 horas;
 A rigidez cadavérica ou rigor mortis (ocorre após a evaporação cutânea e
varia de acordo com a compleição física e a causa da morte), ocorre em 5 ou 6
horas e termina no prazo de 48 a 72 horas;
 O esfriamento corporal (caracterizado pela observação da temperatura do
corpo), nas primeiras12 horas, há uma diminuição de 0,8 a 1,0 grau por hora
e após 12 horas dimuinui 0,3 a 0,5 graus por hora, há casos descritos que
indicam 0,5 a 1,0 grau por hora nas primeiras 3 horas após a morte;
Continuação
 As bactérias que se encontram no intestino comecam a se ploriferar e tal
fenómeno é derivado pela falta de alimentos e protecção natural do corpo e
começam a devorar os intestinos provocando a autólise que se processa pela
liberação de enzimas digestivas e gaseificação, alimentando o inchasso na barriga
do decujos, começando também, a aparecer na fossa ilíaca direita uma coloração
esverdeada pelo facto de existir naquela região um segmento do intestino grosso
solto, isto é, o apêndice, consequência da apendicite provocado pela diálise e
esmolose.
 Com o passar do tempo, isto é, após 3 dias , através de um exame laboratorial
pode se constactar a existência dos ditos cristais de westenböffer-Rocha-Valverde,
que são laminas cristalóides no sangue putrefeito.
 Crescimento da barba – pode se estimar o IPM pelo crescimento dos pelos da
barba, basta saber que a pessoa fez a barba a certa hora e calcular (0,021 mm/h).
 Conteudo estomacal – se a média de tempo que o estomago leva para digerir a
comida é de aproximadamente 5 a 7 hoas, e se encontrar – se o estomago vazio, pode
se concluir que o individuo morreu depois de sete horas após a última refeição, não
se esquecendo dos factores influenciadores do IPM, como drogas, álcool, úlceras e
diabetes que retardam a digestão.
 E pela observação da fauna cadavérica.
Continuação
 Fundo de Olho – Com a paralização da circulação dos vasos
sanguíneos que irrigam a retina, é possivel observar – se após 1 hora,
um risco ou varios pontinhos de samgue no olho e um aparecimento
de um anel sanguinêo e em cada hora vai desaparecendo, ficando o
olho completamente branco.

 A rigidez cadavérica (1ª e 2ª hora depois do óbito; membros


superiores: 2ª a 4ª hora; músculos torácicos e abdominais: 4ª a 6ª
hora; membros inferiores: 6ª a 8ª hora. Já a flacidez cadavérica
aparece progressivamente na mesma ordem, ou seja, inicialmente
pela mandíbula e pela nuca, surgindo em torno de 36 a 48 horas
depois da morte) é um fenômeno consecutivo, constituindo-se em
sinal preciso de morte, mas que possui valor relactivo e limitado
quando se objectiva a determinação da hora da morte, por ser
avaliada através de critérios qualitativos e seu estudo diante da
cronotanatognose não deve ser considerado isoladamente.
Continuação
 Os livores ou manchas de hipóstase (em geral surgem de 2 a 4 horas postmortem) são
originados pela deposição de sangue nas partes em declive do corpo. Estudos mostram que a
análise dos livores, seu aparecimento e fixação podem contribuir de alguma forma no estudo
da cronotanatognose, constituindo-se também em método complementar, sujeito a possíveis
falhas em sua caracterização, devido à subjectividade que permeia esta avaliação.

 Gases de putrefação: no 1º dia surgem gases não são inflamáveis, justificando corresponder à
actividade de bactérias aeróbicas, produtoras de gás carbônico. Do 2º ao 4º dia, gases
inflamáveis, esclarecendo que além das bactérias aeróbicas, surgem àquelas facultativas, de
cuja ação gera o hidrogênio e os hidrocarbonetos de potencial inflamável. Do 4º dia em
diante: gases não inflamáveis: ocasião em que são produzidos os gases amoniacais
hidrogenados (impropriamente chamados de azoto).

 Perda de peso: é um componente de estimativa muito imprecisa e relativa, pois depende de


vários fatores. Contudo no estudo de recém-nascidos a estimativa é de que haja perda de
8g/kg de peso por hora nas primeiras 24 horas post mortem.

 Mancha verde abdominal: Em média surge entre 24 e 36 horas depois da morte, sendo mais
precoce em regiões de clima quente. Registros de seu surgimento em climas tropicais dão
conta de 18 horas depois da morte. Estende-se por todo o corpo depois do 3º ao 5º dia, com a
coloração verde enegrecida no corpo, com presença de líquido hemoglobínico e
destacamento de amplos retalhos de epiderme, quando surgem os desenhos vasculares em
Os livores ou
manchas de
hipóstase são
originados
pela
deposição de
sangue nas
partes em
declive do
corpo.
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Continuação
CLASSIFICAÇÃO DOS FENÔMENOS CADAVÉRICOS
DENOMINAÇÃO FENÔMENOS
IMEDIATOS Inconsciência
Insensibilidade
Imobilidade
Parada da Respiração
Parada da Circulação
CONSECUTIVOS Algidez
Rigidez
Hipóstase ou Livor
Mancha Verde Abdominal
TARDIOS DESTRUTIVOS Autólise
Maceração
Putrefação: Coloração, Gasoso,
Coliquativo, Esqueletização
TARDIOS CONSERVADORES Mumificação Saponificação
Continuação
 Fazes de evolução:
 A) Perda de Peso: Observações comprovam que os cadáveres perdem em
média 8 Kg/dia.
 B) Algidez: Em nosso meio estima-se, por observações, que nas primeiras 3
horas a queda de temperatura do cadáver é de meio grau (0,5° C) por hora. A
partir da quarta hora é de 1° C por hora.
 C) Livores de Hipóstase: Surgem em geral 2 a 3 h. após a morte, fixando-se
definitivamente em torno de 8 a 10 h."post mortem".
 D) Rigidez Cadavérica: Surge na mandíbula depois da 2ª hora; em seguida
nuca (2-4 h.); nos membros (4-6 h.) e nos músculos do tórax (6-8 h.).
 E) Mancha Verde Abdominal: Em média surge entre 18 a 36 horas. Tem
início na fossa ilíaca direita.
 F) Gases de Putrefação: do lº minuto até 1 DIA, liberação de Gases não
inflamáveis como o CO2 e H2O, do 1º minuto ao 4º DIA, liberação de Gases
inflamáveis: H2CO3 e Hidrogénio e do 1º minuto até o 5º DIA: Nitrogénio e
NH4 (Amoníaco), este ultimo vai aumentando a sua quantidade ao passar do
tempo.
 G) Cristais de Sangue Putrefeito: (WESTENHOFFER-ROCHA). Surgem
depois do 3º dia e permanecem até o 35º dia depois da morte.
Continuação
 H) Crescimento dos Pelos da Barba: Crescem 0,021
mm/hora.
 I) Conteúdo Estomacal: A digestão se faz no estômago
em torno de 4-7 horas.
 J) Fauna Cadavérica:
 1ª Legião: Dipteros, Calliphoridae (1º minuto - 15 dias);
 2ª Legião: Lucila coesar (15 a 20 dias);
 3ª Legião: Dermester lardarins 20 a 30 dias/3 a 6 meses;
 4ª Legião: Pyophila patasionis. Depois da fermentação;
 5ª Legião: Tyreophora Cyrophila. Na liquefação;
 6ª Legião: Uropoda nummularia. Absorvem os humores;
 7ª Legião: Aglossa cuprealis (12 a 24 meses);
 8ª Legião: Tenebrio Obscurus (3 anos após a morte).
LESÕES "INTRA VITAM" E "POST MORTEM"
INTRA VITAM POST MORTEM
Escoriação (crosta) Lesões brancas
Retração dos tecidos Bordas justas posta
Coagulação do Sangue Não coagula
Hemorragia Pergaminhamento
Equimose Mesma tonalidade ou livores

Reação inflamatória Autólise, maceração, putrefação

Embolias Não ocorre


Consolidação óssea Não ocorre
Queimaduras (eritema) Não apresentam reacção vital
Continuação
Fenômenos destrutivos ou de putrefação:
Podem ser classificados em:

 Período de coloração - (com mancha verde abdominal);


 Período gasoso - com bolhas epidérmicas ou inchaço abdominal decorrente de
acúmulo de gases nas cavidades internas do corpo;
 Período coliquativo ou activo - quando há dissolução pútrida e as partes moles do
cadáver progressivamente reduzem de volume ao desintegrarem os tecidos;
 A maceração - específica para corpos submersos em meio líquido como nos casos de
afogados e de recém-nascidos;
 A saponificação - que se caracteriza por um processo conservador do cadáver, o que
ocorre principalmente em função do meio e do clima a que o mesmo está exposto tendo
os tecidos aspecto untoso;
 O período de esqueletização - quando se evidencia a resistência da ossada como
resultado do processo destrutivo cadavérico.

 Ainda hoje, o médico legista e a perícia baseiam-se quase que exclusivamente na


observação das alterações macroscópicas que se sucedem na decomposição dos corpos,
sujeitas a inúmeros tipos de variações. Além disso, quando um corpo é encontrado dias,
semanas, meses ou anos após a morte, a temperatura do corpo e outras condições
deixam de ser ou não são mais tão apropriadas para estimar o tempo de morte .
Noções da Dipterologia
 A Ordem Diptera (Di=dois, ptera=asa), uma das maiores e mais
diversas ordens de insectos, reúne os mosquitos e as moscas,
estas ultimas representando o grupo de insectos de maior
importãncia para estudos de Entomologia Forenses.

 São insectos neópteros e holometábolos, cujo o carácter mais


marcante é a presença de apenas um par de asas funcionais
mesotorácicas membranosas, enquanto o par metatorácico e
reduzido e pequeno, modificado em um órgão de equilíbrio, na
forma de clava, chamado balancin.

 Consequentemente, apresntam o mesotórax bastante


desenvolvido, mas protórax e metatórax reduzidos.
Ondas de sucessão ecológica
 São oito as ondas de sucessão ecológica, partindo do princípio de que insetos
visitavam fases específicas do processo putrefativo, onde o esgotamento protéico do
recurso (humano) se dava de um a quatro anos no clima temperado como o da Europa
diferente do nosso que é tropical o primeiro insecto a chegar ao cadaver é a Musca
domestica, Muscina stabulans (Diptera: Muscidae) e Calliphora vomitoria (Diptera:
Calliphoridae) eram os “trabalhadores da primeira legião” e ocupavam o cadáver entre
16 e 23 dias (tanto as fases de larva quanto de pupa, dependendo da temperatura
ambiente), pois preferiam os estágios iniciais da morte onde a carne era fresca,
podendo ser vistos oviporem adicionalmente em carnes imperfeitamente salgadas.

 A segunda legião iniciava a colonização logo que o odor cadavérico se fazia sentir,
concomitante ao abandono pelas espécies da primeira legião, por Lucilia coesar
(Diptera:Calliphoridae), Sarcophaga carnaria, S. arversis, S. laticrus (Diptera:
Sarcophagidae),Cynomyia mortuorum (Diptera: Psilidae) e Onesia sp. (Diptera:
Calliphoridae).

 A terceira legião, composta pelos coleópteros Dermetes lardarius, D. frishii,


D.undulatus e D. apinguindis, tinha início quando os dípteros Sarcophaga
terminavam de cumprirsua função, de 3 a 6 meses depois da morte.

 Dai por diante . . .


Continuação
 As moscas pertencem à Ordem Diptera e possuem apenas um par de asas
membranosas correspondente às asas anteriores, daí o nome da ordem (di
= duas, ptera = asas).

 O par posterior transformou-se em duas estruturas, de tamanho reduzido,


chamadas de halteres ou balancins, os quais dão equilíbrio ao inseto
durante o voo.

 Os dípteros pertencem a um dos quatro maiores grupos de organismos


vivos, existindo mais moscas do que vertebrados. Não ocorrem somente
nas regiões ártica e antártica.

 Os dípteros apresentam metamorfose completa, isto é, apresentam as


fases de ovo, larva, pupa e adulto.

 Conhece-se aproximadamente 120.000 espécies de dípteros e estima-se


que existam mais 1 milhão de espécies viventes.
Continuação
Estas espécies estão divididas em 188 famílias e
aproximadamente 10.000 gêneros, sendo que por volta de
3.125 espécies são conhecidos apenas por registros fósseis.

O mais antigo destes data de 225 milhões de anos atrás.


Podemos reconhecer as moscas pela cabeça, nitidamente
distinta e móvel, com dois grandes olhos facetados, isto
é, como se fosse dividido em várias partes (facetas).

Algumas moscas possuem o aparelho bucal com


capacidade para absorver líquidos enquanto que em
outras o aparelho bucal é do tipo picador.
Continuação
 Do ponto de vista benéfico alguns dípteros são importantes
para o homem, tais como as espécies de Drosophila que são
utilizadas como animais experimentais principalmente para
estudos genéticos.

 Algumas espécies são utilizadas como agentes de controle


biológico de plantas daninhas bem como de insetos pragas.

 Algumas moscas são hematófagas, isto é, alimentam-se de


sangue, como por exemplo, as mutucas, mosca-dos-estábulos,
mosca-do-chifre, etc.

 Entretanto, algumas moscas, mesmo não sendo hematófagas,


são muito importantes na saúde pública, como a mosca
doméstica e a mosca varejeira.
Continuação
 As primeiras actuam como transportadores mecânicos de agentes
patogênicos (vírus, protozoários, bactérias, rickétsias e ovos de helmintos),
as últimas causam as míiases, também conhecidas por bicheiras ou bernes.

 Moscas são muito comuns em áreas rurais e urbanas.

 No ambiente urbano algumas espécies adaptaram-se bem às condições


criadas pelo homem, mantendo uma dependência chamada de sinantropia.

 Algumas espécies são altamente sinantrópicas, isto é, possuem grande


adaptação ao ambiente urbanizado, enquanto outras são pouco
sinantrópicas, ou seja, não apresentam tolerância ao processo de
urbanização.

 Dentre as altamente sinantrópicas estão a mosca doméstica (Musca


domestica), as moscas-dos-filtros (Telmatoscopus albipunctatus, Psychoda
alternata, Psychoda cinerea, Psychoda satchelli), as mosquinhas
(Drosophila spp.) e as moscas Chrysomya.
CICLO DE VIDA
CICLO DE VIDA
 O tempo de vida varia de espécie para espécie, em geral de 25 a 30 dias. A fêmea
coloca seus ovos (cerca de 100 a 150) em carcaças de animais, fossas abertas, depósitos
de lixo, e outros locais ricos em substâncias orgânicas.

 Após aproximadamente 24 horas, ocorre o nascimento das larvas.

 Estas geralmente ficam agrupadas, são cilíndricas, esbranquiçadas, movimentam-se


muito, não gostam de luz e alimentam-se ativamente.

 Após um período de 5 a 8 dias, as larvas abandonam a matéria orgânica onde estavam


instaladas.

 A camada externa de pele das larvas se endurece formando uma casca (casulo),
dentro da qual começa a haver transformação para mosca adulta, recebendo o nome
de pupa.

 As pupas tem coloração marrom clara, não se movimentam, e, nem se alimentam. As


moscas permanecem nesta fase por um período de 4 a 5 dias.

 Cabe ressaltar que quanto maior a temperatura e a umidade, mais rápido ocorrerá o
ENTOMOLOGIA FORENSE E
SUAS SUBCATEGORIAS
ENTOMOLOGIA FORENSE E SUAS SUBCATEGORIAS
 Para melhor estudo da Entomologia Forense houve a
necessidade de especificar exactamente em que campo de
estudo cada um deveria caber, pois, por mais que um
Entomólogo estudasse o desenvolvimento larval não era
suficiente para tirar conclusões certas, depende muito os tais
estudos dos locais onde os estudos estão a ser realizados, a
temperatura, factores ambientais, etc., por isso foi necessário
subdividir as áreas de estudos para que fosse possível encontrar
– se respostas cabíveis para cada circunstancia e que se pudesse
desenvolver as ciências envolvidas em casa uma delas sem que
houvesse interferência de uma com a outra mas sim uma
interligação.

 Hermann Reinhard, Lord e Stevesson (1986), em Washington,


classificaram essa ciência em 3 categorias distintas: urbana, de
produtos estocados e médico-legal.
Continuação
 URBANA – inclui acções cíveis envolvendo a presença de
insectos em imóveis, danificando-os, como, por exemplo,
a presença de cupins. Essa modalidade é muito utilizada
em acções envolvendo compra e venda de imóveis;

 DE PRODUTOS ESTOCADOS – trata-se da


contaminação em grande extensão de produtos
comerciais estocados, como, por exemplo, o caruncho,
que é uma espécie de besouro que ataca os cotilédones
do feijão, arroz, etc;

 MÉDICO-LEGAL – é a categoria que mais nos interessa,


visto que, envolve a área criminal, principalmente, com
relação à morte violenta. E é a essa categoria que se
dedica o presente trabalho.
Continuação
A Entomologia Forense Médico-Legal - estuda
evidências susceptíveis baseada em estudos de
artrópodes (como as moscas domesticas) em eventos
como assassinato, suicídio, estupro, abuso físico e
contrabando.

Em investigações de assassinato, faz a ligação entre


insectos que depositam ovos num corpo humano para
saber quando e onde o fez, e em que ordem aparecem
nos cadáveres. Dito isso, pode ajudar a determinar o
Intervalo Post - Mortem (IPM) e o local da morte em
questão.
Continuação
Ajudando, assim, a determinar a cadeia de custódia,
até que todos os pontos da possível infestação sejam
examinados para determinar quem é o culpado.

Cadeia de custódia - é um processo de documentar a


história cronológica da evidência, esse processo visa a
garantir o rastreamento das evidências utilizadas em
processos judiciais, registrar quem teve acesso ou
realizou o manuseio desta evidência. É a sistemática de
procedimentos que visa à preservação do valor
probatório da prova pericial caracterizada.
Local da morte
 Baseado na distribuição geográfica, habitat natural e
biologia das espécies colectadas na cena da morte, é
possível verificar o local onde a morte ocorreu.

 Por exemplo, certas espécies de dípteros da família


Calliphoridae são encontradas em centros urbanos. E, em
vista disso, a associação dessas espécies a corpos
encontrados em meio rural sugere que a vítima tenha sido
morta no centro e levada para o ponto onde foi encontrada.

 Da mesma forma que, algumas moscas apresentam habitat


específico, além de distinta preferência em realizar postura
em ambientes internos ou externos, e até mesmo, em
diferentes condições de sombra e luz.
Modo da morte
 Drogas e tóxicos presentes nos corpos afectam a velocidade do
desenvolvimento de insectos necrófagos. Cocaína, heroína,
“methamphetamina”, “amitriptylina” e outros metabólitos têm
mostrado efeitos no desenvolvimento das larvas e da decomposição,
podendo indicar um caso de morte por ingestão de dose letal dessas
substâncias (“over dose”) (Goff , 1989).

 Pela voracidade das larvas, os fluidos do corpo e partes macias


necessárias para as análises toxicológicas desaparecem, sendo então,
necessário identificar esses medicamentos e substâncias tóxicas no
corpo de larvas de insectos necrófagos que se alimentaram desses
cadáveres contaminados (Goff, 1989).

 Podendo, também, a presença de certas substâncias, como o


arseniato de chumbo e o carbonato de diferentes substâncias,
impedir a colonização do cadáver por certos insectos necrófagos
(Goff, 1989).
Intervalo Post - Mortem (IPM)
Na medicina legal uma das questões mais críticas reside em “Quando a morte se deu?”

 A determinação do Intervalo Post - Mortem é, frequentemente dada por


patologistas e antropólogos forenses e, raramente um entomólogo é consultado
(Goff, 1991).

 Circunstâncias intrínsecas e extrínsecas fazem variar a marcha e a fisionomia


particular dos fenómenos putrefactivos.

 Desta forma, não se pode imaginar um problema que é de mais difícil solução e
que exija maior reserva dos peritos do que a cronologia da morte.

 Para responder a esse quesito, os Peritos podem se valer da evolução da rigidez


cadavérica, resfriamento do corpo, livores cadavéricos, evolução das fases de
decomposição e, mais recentemente, da fauna cadavérica. Normalmente, nos
métodos tradicionais, o IPM e a sua estimativa são inversamente proporcionais,
isto é, quanto maior for o IPM, menor é a possibilidade de acurada
determinação. Porém, com auxílio de conhecimentos entomológicos, quanto
maior o intervalo mais segura é a estimativa (Goff, 1987).
Continuação
 O método entomológico pode ser muito útil, sobretudo, com
um tempo de morte superior a 3 dias.

 Das técnicas de cronotanatognose como relatório policial,


necropsia, e entomológica, estatisticamente, a entomológica é a
mais eficiente (Goff , 1987).

 O Intervalo Pós - Morte (IPM) corresponde ao período de


tempo entre a ocorrência da morte e o momento em que o
corpo é encontrado. Em casos de morte suspeita, a estimativa
do IPM tem importância na reconstrução de eventos e de
circunstâncias da morte, na conexão do suspeito à cena do
crime ou à vítima e no estabelecimento da veracidade das
informações fornecidas por testemunhas. O IPM também tem
aplicações na área cível, em casos de morte natural, acidental
ou suicídio, por ter implicações em questões de herança
Continuação
 A estimativa do IPM por métodos entomológicos baseia-se em
padrões conhecidos de sucessão de insectos e no estágio de
desenvolvimento dos insectos imaturos colectados no corpo em
decomposição (VOSS et al., 2011).

 Portanto, o conhecimento dos factores que podem interferir na


decomposição e na colonização do cadáver é de suma importância
para o estabelecimento do IPM com precisão.

 O modelo mais aceito para o cálculo do IPM é o linear, também


chamado grau - dia acumulado (GDA), no qual são relacionados o
tempo transcorrido para o desenvolvimento do insecto e a
temperatura a que o insecto foi submetido.

 A multiplicação destes dois factores fornece a quantidade de energia


ou calor acumulado que é requerido para completar etapas do ciclo de
vida do insecto (OLIVEIRA-COSTA, 2008).
Continuação
 Nas fases iniciais da decomposição, a estimativa do IPM é
realizada com base no estágio de desenvolvimento mais
adiantado dos espécimes encontrados no cadáver
(SMITH, 1986), geralmente, representados pelas larvas
de moscas mais crescidas obtidas no corpo.

 Estas são então criadas até a fase adulta em condições


controladas de temperatura e humidade para a
identificação da espécie e estimativa da idade das larvas
colectadas por meio da aplicação do cálculo do grau dia
acumulado, considerando as condições de temperatura
do local e dados da literatura sobre o tempo de
desenvolvimento da espécie analisada (OLIVEIRA-
COSTA, 2008).
Entorpecentes

Entorpecentes

Identificar a origem da Cannabis sativa (droga -


maconha), com base na identificação dos insectos
acompanhantes da droga que, no momento da
prensagem do vegetal, ficaram ali retidos, traçando a
rota do tráfico através da distribuição geográfica dos
mesmos (Goff , 1987).
Maus tratos
Maus tratos

A ciência pode, ainda, ser utilizada em casos de maus


tratos a crianças. É possível precisar o número de dias,
durante os quais, o bebê foi privado de cuidados de
higiene baseando-se na determinação da idade das
larvas de moscas achadas nos cueiros e camas, como
também o uso da bioquímica forense. (Goff , 1987).
RESULTADOS
Estádios de decomposição
 - No 1º dia, o cadáver apresenta-se fresco, sem sinais externos de
alterações em relação à hora da morte.
 - No dia seguinte, houve uma precipitação do sangue, o que
levou à formação do livor mortis, isto é, uma ruborização do
cadáver nas zonas de contacto com o solo. Nesta altura também
era visível o rigor mortis.
 - Do terceiro ao oitavo dias, observa-se o início da
decomposição, com o início da formação de gás no interior do
cadáver e com uma colonização de insectos mais acentuada.
 - Ao nono dia, a produção de gás no interior do cadáver
aumentou muito e começou-se a observar a presença de
manchas verdes, especialmente na zona de contacto do cadáver
com o solo e na zona do tórax entre os membros anteriores e
posteriores.
 - O odor a decomposição intensificou-se a partir do 30º dia.
Continuação
 - Começou-se também a notar a presença de larvas no interior do
cadáver, os tecidos moles dos orifícios naturais de entrada (língua,
olhos, genitais) começaram a desaparecer.
 - No 37º dia, notou-se a exposição dos tecidos vermelhos e um escape
dos gases do interior do cadáver.
 - O odor a decomposição atinge o seu máximo.
 - Até ao 45º dia houve a exposição de mais de 80% do cadáver ao
ambiente, sendo visíveis os agregados de larvas particularmente nas
zonas do tórax e coxas.
 - Deu-se o início da migração das larvas, uma vez que estas
começaram a ser observadas na zona circundante da armadilha.
 - A partir do 46º dia iniciou-se a última fase de decomposição
observada, onde os tecidos vermelhos começaram a desaparecer e a
secar, as larvas continuaram a sua migração para longe do cadáver,
enterrando-se no substrato ou na camada de folhas secas sobre o
solo.
 - O odor a decomposição desapareceu gradualmente e por fim
Fotos ilustrativas das principais
alterações sofridas pelo cadáver em
cada estádio de decomposição.

a) Estádio inicial;

b) Estádio de Putrefacção;

c) Estádio de Putrefacção
escuro;

d) Estádio de Fermentação
butírica

(foto de A. Marques)
Continuação
Duração dos diferentes estádios de decomposição no
cadáver de porco doméstico, através da observação das
fotografias diárias do local de amostra:

Estádio de decomposição Intervalo de cada estádio Dias em cada estádio


Inicial (fresco) Dia 1 a 8 8
Putrefacção Dia 9 a 36 27
Putrefacção escura Dia 37 a 45 7
Fermentação butírica Dia 46 a 64 18
Seco Não se apresentou 0
Estorial da chegada das moscas
 A estoria começa da seguinte forma:

 As primeiras ondas de insectos chegam a carcaça (cadáver) atraídas pelo cheiro


dos gases liberados no processo de degradação imediata, logo após a pessoa
morrer, (degradação de carbohidratos, lipídios e proteínas), gases tais como o
amoníaco (NH3) que deveria ser liberto através da urina, ácido sulfúrico (SH2)
pela urina e pelo suor, azoto disponível (N2) e dióxido de carbono (CO2) já que
as vias respiratórias ficaram congestionadas pela retracção dos músculos por
não haver estímulos, já que o cérebro parou de exercer a sua função.

 Esses gases são detectados pelos insectos, principalmente as moscas (curiosas)


muito antes do nariz humano perceber porque ainda em vida quotidiana
libertamos tais gases, mas em pequenas quantidades.

 As pessoas em fase de paragem ou colapso dos sistemas cardio - respiratório ou


com défice do mesmo têm a tendência de começar a liberar com maior
quantidade ou percentagem desses gases, tanto no leito da morte como em
casos de doenças graves (HIV).
Continuação
 Qualquer ausência de uma das etapa, como encontrar pupas vazias,
no caso de encontrar adultos mortos, deve obrigar aos
pesquisadores a formular certas hipóteses como as seguintes:

 Que o corpo foi transferido e, mesmo neste caso alguma outra


dessas moscas seriam encontradas e haveria de apresentar diferentes
tipos de estádios larvais.

 Que o lugar da morte é suficientemente escuro e inacessível para


estas grandes moscas o que é improvável isto porque os callifóridos
estão sempre dentro de uma casa durante todo o ano,
principalmente em África.

 Os restos mortais de Diptera desapareceram pela acção do necrófilo


(predadores ou parasitas de Ghouls) ou animais (aves insectívoras,
formigas, vespas).
Continuação
 Isso não acontece quase nunca por completo, a menos que o Intervalo
Pós - Morte seria muito longo. E mesmo nestes casos, tem que ter em
mente que a cutícula de artrópodes é praticamente indestrutível,
pode permanecer por milhares de anos.

 Que o corpo tenha sido impregnada com produtos repugnatórios aos


insectos, que impediam o acesso das primeiras ondas de insectos por
um período de tempo.

 Nestes casos, continuam a ser exibidos ou visíveis vestígios no corpo


de tais produtos, como arsénio, chumbo ou formaldeído, difíceis de
serem decompostos e grandes inibidores de certos insectos.

 Os insectos mais valiosos para a Entomologia Forense são, sem


dúvida alguma, as moscas varejeiras (da família Calliphoridae), pois
são geralmente as primeiras a colonizar um corpo após a morte,
muitas vezes num espaço de horas.
Fases de crescimento da mosca,
desde a larva até uma mosca
adulta, o ciclo de vida de uma
mosca varejeira Calliphorídae
(no sentido horário, da esquerda
em baixo): adultos, ovos, larvas
de primeiro estádio, larvas de
segundo estádio, larvas de
terceiro estádio, pupários
contendo pupas. (Benecke
2004).
Factores de alteração do IPM
 Contudo, existem muitos factores adicionais que afectam a taxa de
desenvolvimento de larvas num cadáver:

 Temperatura (que pode depender da localização geográfica,


exposição dentro ou fora de casa, sol ou sombra, altura do dia e
estação do ano)

 Calor gerado pela “massa larval”’

 Fonte alimentar (tipo de tecido, por exemplo: fígado, coração,


pulmões)

 Contaminantes e toxinas (externos e internos)

 Enterramento ou outras obstruções (ex.: sacos de plástico, água) que


Continuação
 Ao investigar uma morte suspeita, as principais perguntas a que um entomólogo forense tem de
responder são:

 Que espécies de MOSCAS estão presentes no corpo?


 Os espécimes recolhidos têm de estar correctamente identificados, para que possa ser utilizada toda a
informação relevante acerca da fisiologia, comportamento e ecologia da espécie. A resposta a esta
questão é dada pela taxonomia, uma das ciências naturais mais negligenciadas, mas que é a base para
todas as outras.

 Quais as espécies mais velhas de MOSCAS ?


 Podem ainda estar a alimentar-se no corpo; podem ter deixado o cadáver para se transformar em pupa
noutro local; ou podem já ter emergido como adultos, deixando para trás as cápsulas de pupário vazias.

 Qual a idade dos espécies mais velhos?


 A estimativa da idade envolve estudos morfológicos detalhados recorrendo a um microscópio binocular,
para determinar o seu estado de desenvolvimento e para o comparar com dados standard relacionando
estado de desenvolvimento e idade a diferentes temperaturas (ver próxima questão).

 Quais eram as temperaturas-ambiente no local quando as moscas se estavam a desenvolver no cadáver?


 Coloca-se um registador electrónico de temperatura no local do crime durante sete a dez dias, e
comparam-se as leituras com dados da estação meteorológica local para o mesmo período.

 Esta comparação pode ser utilizada, juntamente com os dados da estação meteorológica para o período
anterior à descoberta do corpo, para estimar as temperaturas no local do crime durante esse período.
Continuação

Também determina-se a temperatura a que as larvas se


desenvolveram.

Sendo a Entomologia Forense, uma ciência


relativamente nova, existem ainda muitas áreas em
que é necessária mais investigação.

Estão actualmente a realizar-se estudos de ADN para


determinar diferenças genéticas entre espécies de
mosca e também entre populações da mesma espécie,
o que poderá ajudar a determinar se um corpo foi
movido após a primeira infestação.
Continuação
 A extracção e análise do aparelho digestivo de larvas que
tenham estado a alimentar-se de um cadáver humano poderá
ajudar a verificar a existência ou não de drogas no corpo,
indicando um possível suicídio ou overdose.

 Resíduos de pólvora no aparelho digestivo das larvas


indicariam um tiroteio mesmo quando as provas físicas já
não existem. É até possível que pudesse extrair-se ADN
humano das larvas, demonstrando a presença de um corpo
mesmo depois de ter sido removido, deixando as larvas para
trás.

 As espécies mais comuns de varejeira encontram-se durante


todo o ano, mas os efeitos do frio nos diferentes estados de
vida das varejeiras têm sido pouco estudados.
Condições Climáticas
A temperatura constitui o principal factor que
influencia a velocidade de decomposição e de
colonização do corpo, devido à sua grande influência
sobre a putrefação e a actividade dos insectos.

Na estimativa do IPM, o cálculo do mesmo, é sem


duvida um reflexo da imperatividade do factor
temperatura no desenvolvimento dos insectos.
Continuação
Temperaturas baixas

Temperaturas muito baixas como do deserto do


sahara, no continente africano, no corno de africa,
preservam de certa forma o corpo dos fenômenos
putrefactivos, isso devido à inibição da actividade da
microbiota (afasta as barcerias, vírus, fungos e outros
microseres), além de interferir directamente na
actividade e na taxa de desenvolvimento dos insectos,
uma vez que estes são animais pecilotérmicos
Continuação
 Temperaturas altas

 O mesmo acontece quando se trata de temperaturas


muito altas como o caso das temperaturas polares,
preservam de certa forma o corpo dos fenômenos
putrefactivos, isso devido à inibição da actividade da
microbiota (afasta as barcerias, vírus, fungos e outros
microseres), congelando as vezes no total o corpo, além de
interferir directamente na actividade e na taxa de
desenvolvimento dos insectos, uma vez que estes são
animais pecilotérmicos, houve casos como o do achado do
antepassado dos elefantes, um filhote de um mamunte em
um estado de conservação altíssima que pelos estudos é
da decada de 2.500 anos a.C. só para eluncidar.
Relação entre o tipo de interferência provocada pelas diversas
variáveis analisadas e o efeito geral na estimativa do IPM.
Tipo de Interferência Variáveis Efeitos no IPM
- Sobterramento do corpo
- Embrulhamento do corpo
Retardo no tempo de
Restrição ao acesso das - Confinamento do corpo em
colonização
espécies necrófagas ambiente fechado
- Chuvas fortes
- Comportamento noturno
- Temperatura Retardo ou aceleração do
Alteração do tempo de
- Drogas tempo de desenvolvimento
desenvolvimento das
- Predatismo larval, pupação e emergência
espécies necrófagas
do adulto
- Temperatura
Alteração da taxa de - Local Retardo ou aceleração na
decomposição do corpo - Vestimentas taxa de decomposição do
- Tamanho do corpo corpo
- Ferimentos
- Sazonalidade
- Local
Alteração na composição da Interfere no padrão de
- Predatismo
entomofauna sucessão entomológica
- Confinamento do corpo
em ambiente fechado
Local
 Quando as condições do tempo são favoráveis, a chegada dos dípteros ao
corpo e a oviposição ocorre dentro de poucos minutos após a morte, quanto a
isso não há o mínimo de duvidas segundo o que já se abordou anteriormente,
no entanto, se no local em que o cadáver estiver exposto for um espaço que
pode afectar a velocidade de decomposição ou dificultar o acesso da
entomofauna ao corpo, a situação de oviposição ocorrer dentro de poucos
minutos após a morte muda de figura e é de certa forma imprescindível de que
todo entomologo ou medico legista saiba ou tenha conhecimento sobre esse
factor. (Goff, 1993).

 Porém, em geral, em locais onde o corpo é exposto à insolação directa, exposto


aos raios solares directo, o processo de decomposição é favorecido, devido ao
aumento da temperatura, o que verificaram que a decomposição é bem mais
rápida em carcaças expostas ao sol, tendo sido atingido o estágio final de
esqueletização duas semanas mais cedo em relação a carcaças expostas em
região sombreada e ao examinarem este factor (sol) em diferentes estações do
ano, concluí-se de que embora haja uma decomposição mais acelerada em
habitats com insolação directa, a variação da temperatura ambiente
provocada pela sazonalidade apresenta um maior peso na taxa de
decomposição da carcaça.(Goff, 1993).
Tóxicos
 A entomotoxicologia constitui uma nova área dentro da Entomologia Forense que consiste na
utilização de métodos de análise toxicológica em artrópodes envolvidos na decomposição
cadavérica para identificar a presença de drogas e toxinas nos tecidos do cadáver.

 A entomotoxicologia também se dedica a investigação do efeito dessas drogas no


desenvolvimento dos insectos, já que essa constatação tem implicações na estimativa do IPM.

 Nos casos em que não se dispõe de tecidos para análise toxicológica devido ao avançado
estado de decomposição do corpo, os insectos podem fornecer uma importante alternativa
para a pesquisa de toxicantes.

 A pesquisa de toxicantes em insectos apresenta alguns aspectos vantajosos como a facilidade


de colecta e a presença de menor quantidade de contaminantes do que os tecidos do corpo em
degradação, que poderiam provocar interferência nos ensaios químicos.(Goff, 1993).

 É importante frisar de que:

 “Diversas substâncias podem interferir na taxa de desenvolvimento das larvas, o que


pode levar a erros na estimativa do IPM por métodos entomológicos. (Goff, 1993).”
Continuação
 As alterações podem envolver diferentes aspectos no desenvolvimento das
larvas, sendo que nos trabalhos de entomotoxicologia as variáveis analisadas
são o peso e comprimento das larvas em relação ao tempo de
desenvolvimento, tempo para atingir a pupação, taxa de mortalidade larval e
pupal, e tempo total de desenvolvimento.(Goff, 1993).

 Atenção:

 “Em trabalhos de GOFF et al. (1989; 1991), foi verificado que a cocaína e
a heroína aceleram a taxa de desenvolvimento larval em moscas
Sarcophagidae, podendo provocar grande alteração na estimativa do
IPM.”

 Alguns antibióticos, como cefazolina e gentamicina, provocam redução na


velocidade de desenvolvimento e na sobrevivência larval.

 O diazepan, uma droga do grupo dos benzodiazepínicos, muito utilizado


com tranquilizante e sedativo em Moçambique, aumenta a taxa de
desenvolvimento larval e retarda a pupação e a emergência do adulto. (Goff,
Vestimentas
 A presença de vestimentas pode alterar a velocidade de decomposição e
colonização do corpo acelerando ou retardando o processo. De um modo geral,
apesar da escassez de trabalhos, pode-se afirmar que o embrulhamento do corpo
entre camadas de tecido funciona como uma barreira à chegada dos insectos, o
que pode atrasar a decomposição e a sucessão em vários dias (GOFF, 1992).

 No entanto, em corpos trajando roupas comuns, não há impedimento à invasão


dos insectos, além de se obter um microambiente mais protegido e com melhores
condições de umidade e temperatura que favorecem o desenvolvimento larval, o
que pode levar a um aumento na velocidade de decomposição do corpo (GOFF,
1992).

 Em trabalho de (GOFF, 1992), sobre a influência das vestimentas, constituídas por


roupas folgadas, sobre a decomposição e a sucessão em carcaças de suínos, foi
verificado que a duração do estágio coliquativo foi marcadamente maior nas
carcaças vestidas, com diferença de seis dias em relação às carcaças sem
vestimentas.

 Além disso, os autores verificaram que a presença de roupas permitiu manter parte
dos tecidos ressecados sobre o esqueleto no estágio seco
Ferimentos
 Os dípteros preferencialmente colocam seus ovos nas cavidades naturais do corpo
(boca, narinas, ouvidos, olhos, ânus e vagina), ou em suas adjacências de modo a
oferecer um local protegido e húmido para o desenvolvimento de sua prole (GOFF,
1992).

 A presença de ferimentos também constitui um local atractivo para a oviposição.

 No entanto, há divergências quanto à influência dos ferimentos na velocidade de


decomposição do corpo.

 De acordo com (GOFF, 1992), os traumas atraem preferencialmente os


insectos para a oviposição e aceleram a taxa de decomposição do corpo.

 Em trabalhos mais recentes, como o de (GOFF, 1994), não foram verificadas


diferenças entre os grupos com ferimentos e sem ferimentos, sendo apontados
problemas metodológicos de falta de dados quantitativos nos trabalhos anteriores.
De qualquer modo, os ferimentos, de um modo geral, fornecem um local atractivo e
propício à oviposição e ao desenvolvimento larval, o que constitui um factor que
dificulta a análise de circunstâncias da morte com base nas características dos
ferimentos encontrados no corpo.
Sobterramento
 O sobterramento do corpo constitui uma forma comum de ocultação do
cadáver em casos de morte criminosa e pode restringir o acesso de muitos dos
artrópodes envolvidos na sucessão cadavérica (GOFF, 1992).

 As espécies necrófagas encontradas em cadáveres enterrados podem ser


decorrentes de uma colonização do corpo previamente ao sobterramento, ou da
chegada de espécies que têm a habilidade de penetrar o solo até alcançar o
substrato.

 (GOFF, 1992) refere a LUNDT (1964) que relactaram de que certas moscas da
família Phoridae conseguem perfurar o solo e atingir directamente os corpos
enterrados em profundidade de até 50 cm em quatro dias, tais moscas são
frequentes encontrar em cemiterios e ajudam as Calliforidae de certa forma
também que presseguem as que perfuram, ao passo disso, existe moscas como
as moscas da família Muscinaspp que realizam a postura de ovos na superfície e
as larvas eclodidas migram pelo solo até chegar à carcaça.

 Os dípteros não tem as capacidades acima mencionadas, o de colonizar corpos


enterrados em profundidade superior a 30 cm, e acima de 60 cm não há
qualquer sinal de actividade entomológica desta mosca em estudos ate hoje
Predatismo
 A interação larval entre as espécies da entomofauna que colonizam o
cadáver também constitui um factor importante a ser considerado no
comportamento das moscas, já que, na competição por espaço e
alimento, algumas espécies podem realizar predatismo facultativo sobre
outras. (GOFF, 1992).

 Em estudos comparativos de (GOFF, 1992), entre colônias puras e


mistas de larvas da espécie de C. albiceps com larvas da espécie C.
macellaria, foi verificado que as larvas abandonam a dieta mais
precocemente nas culturas mistas, o que provoca uma redução de peso
das larvas maduras, além disso, estes autores registraram uma queda de
mais de 70 % na taxa de sobrevivência de C. macellaria nas culturas
mistas com C. albiceps.

 A taxa de mortalidade pode chegar a 99% para larvas de L. sericata


devido à actividade predatória de C. Albiceps. (GOFF, 1992), ao avaliar o
predatismo de C. albicepsem diferentes condições de abundância de
alimento, verificaram que houve a completa eliminação de larvas de C.
megacephala e C. macellariaem todos os experimentos.
Continuação
 O risco de predação constitui um factor que também pode
influenciar na oviposição dos dípteros. (GOFF, 1992).

 Algumas espécies de formigas, particularmente


Solenopsissp, podem provocar um efeito significante de
redução na velocidade de decomposição, devido à remoção
de ovos colocados pelos dípteros no corpo (GOFF, 1992).

 Sendo assim, na presença de espécies predadoras, a


composição da entomofauna cadavérica pode ser bastante
alterada, havendo a possibilidade de redução e até mesmo
eliminação de populações larvais de outras espécies, o que
deve ser considerado na estimativa do IPM (GOFF, 1992).
Ciclo de vida da mosca, a
mosca que pode se
encontrar todos os dias
nas nossas casas basta
expor um pedaço de
carne, peixe ou camarão.
Análise crítica
 Foram apresentados na palestra todos os pontos importantes sobre a Entomologia
Forense que é a aplicação do estudo da biologia de insectos e outros artrópodes
em processos criminais, onde os peritos na área estudam o cadáver (post mortem)
de modo a ajudar a determinar o intervalo post mortem (IPM) e local da morte em
questão, pois é normal num crime descobrir – se a partir deste método de que o
corpo da pessoa que foi por exemplo assassinada (Homicídio) num local (local do
crime ou de sucesso) foi removido para um outro local e exposto a outros agentes
físicos, que provavelmente são diferentes do anterior.

 Casos como esses já aconteceram no nosso país e podem vir a acontecer, tendo
em conta que o crime organizado tende a ter novos contornos e serem mais
violentos e sofisticados, longe das capacidades normais da nossa Polícia de
Investigação Criminal (PIC).

 O mais agravante é saber que a peritagem no local de sucesso pode apresentar


lacunas por não uso ou desconhecimento desta técnica, trazendo e tornando as
provas ou as conclusões (Laudos e Autos) susceptíveis de não apresentar os
detalhes chaves e cruciais para uma decisão susceptível de ser justa e
juridicamente aceitável.
Continuação
Ora vejamos, foi dito anteriormente que por exemplo
pode ser que um indivíduo morreu por overdose
devido a uma falha médica e consequentemente para
incubrir a cena do crime o medico conseguiu fazer com
que o corpo fosse enterrado sem se saber ao certo a
causa da morte pois conseguiu manobrar todas as
evidencias no momento de autopsia, contudo, não
existe um crime perfeito neste mundo, o mesmo
medico comete outros erros e acaba por ser descoberto
e há suspeitas tanto quanto possíveis de provar de que
o individuo que foi enterrado possa ser mais uma das
vitimas da negligencia do medico, mas como provar?
Continuação
 Se o corpo já esta enterrado e provavelmente numa fase muito
avançada de decomposição, para esse e outros casos a
Entomologia Forense, concretamente no estudo a biologia de
insectos e outros artrópodes em processos criminais, pode
muito bem trazer mecanismos de poder descobrir, é só fazer a
exumação do corpo e procurar por larvas, fazer as analises
necessárias e se for comprovado de que existe vestígios da
droga administrada pelo medico, pode – se suspeitar e se
calhar provar de que houve erros na autopsia e
automaticamente abrir – se uma nova investigação no sector
da medicina – legal na morgue do hospital que efectuou a
autopsia e responsabilizar os possíveis cúmplices ou autores,
pois também recai a responsabilidade de responder pelo acto
criminal o medico que efectuou a autopsia se for comprovado
de que não prestou melhor atenção em relação a respectiva
autopsia.
Continuação
 É desses e outros casos como os que acontece com
frequência na cidade e província de Maputo e em outros
cantos remotodos do nosso país que se assiste em programas
de televisivos, em jornais e outros órgãos de informação de
que foi achado um corpo num local muito longe da cidade,
dentro de vilas, cravados de balas, esfaqueado, retirado os
órgãos e por falta, não uso ou desconhecimento da
Entomologia Forense acaba por se dizer que onde foi achado
o corpo é o local do crime, as vezes, incrível que pareça pode
– se notar de que o mesmo não morreu naquele local, pois
juntando outras informações acabam sabendo dum outro
possível local onde possa ter sido morto, mas se não se
auxilia esta ciência bela e importante em conjunto com a
medicina – legal ao estudo do caso – morte, não há como
saber onde de facto foi morto o tal individuo.
Continuação
 E como sabemos nem laboratórios simples de toxicologia para
não dizer que não existe no país, referimos a não prática da
toxicologia como teremos esta arte de entomológica, isto é,
para desenvolver esta arte requer investimentos e formação por
parte das universidades ou mesmo órgãos dos estados ligados a
investigação criminal do seu recurso humanos.

 Mas faz – se uma auto - critica em torno desse dilema que


afecta sem duvida alguma a investigação criminal, o que se nota
não é a falta de financiamento, pois isso pode – se conseguir
basta se ter forca de vontade e fortificar os nossos interesses
neste sentido, só que fortificar a nossa PIC pode de certa
maneira prejudicar as redes que existe no nosso país de
criminosos protegidos por altas individualidades, logo, o
aspecto falta de vontade também cai por terra, haver pode
haver, mas fica na gaveta e até um dia . . .
Continuação
 Esta claro que existe muitas dificuldades para se lidar com o crime no nosso
país, pois, mexe com todos os sectores, alguns que nem o nome se deve
mencionar e quando existe este tipo de situação, requer tempo e pressão
tanto nacional como internacional para fazer com que os documentos
arquivados possam ser resgatados da gaveta e se por em pratica.

 É sem duvida um insólito e rígido processo, mas processa – se, embora


lento, murcho, vagaroso, mas lá chegaremos, hoje já se fala desta arte nas
universidades e institutos superiores, já se defende dissertações,
monografias, temas, apresentam – se palestras, dá-se lições, falando da
Entomologia Forense, sem duvida alguma amanha essa matéria vai
despertar a quem de direito o interesse em ter um laboratório CSI em todas
as províncias e se calhar os formandos do ISCTAC em investigação
criminal, possam ser designados como detectives dos CSI nesses
laboratórios.

 Até lá, continuaremos a transmitir o conhecimento nesta área,


demonstrando o quão é relevante o estudo da mesma e quais as suas
especificações e mecanismos de trabalho
Continuação
 Porém, fica a ideia de que a aplicabilidade da Entomologia à
perícia criminal depende de alguns factores. O primeiro deles
é reconhecer os insectos presentes em um local de crime
como um vestígio.

 Algumas outras questões devem ser de conhecimento dos


policiais que frequentam o local de crime, como o que fazer
(ou não fazer), o que e como colectar e preservar, que tipo de
informação os insectos podem fornecer.

 É impressionante a quantidade e diversidade de informações


que um insecto pode trazer à investigação criminal.

 OBRIGADO . . .

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