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Resumo de Gravitação

André Pelais Oliveira

Força e campo gravitacional

Dado um corpo de massa M e um de massa m, podemos demonstrar a interação gravitacional


entre eles através da força gravitacional que é diretamente proporcional ao produto de suas
massas multiplicado por uma constante física G e inversamente proporcional ao quadrado da
distância r entre os mesmos. Matematicamente,
GM m
F~ = − r̂ (1)
r2
O sinal negativo demonstra a característica de atração da força gravitacional. G possui
N m2
dimensão de e foi medida inicialmente por Cavendish(1731-1810) em 1798. Seu valor atual
kg 2
N m2
é de G = 6, 673 ± 0, 010 × 10−11 .
kg 2
Pela Segunda Lei de Newton, temos
GM m
m~g = − r̂
r2
GM
~g = − r̂ (2)
r2
Que é o campo gravitacional de um corpo pontual de massa M. Para uma distribuição con-
tínua de matéria, temos
Z
ρ(~a)
~g = −G r̂dV
V r2
que é a integral de volume do corpo com dM = ρ(~a)dV e ~a é o vetor posição do innitesimal
de volume.

Potencial gravitacional

Um campo vetorial ~γ será conservativo se satiszer a condição ∇


~ × ~γ = ~0, nesse caso, temos que
o campo ~γ está associado a uma função potencial ψ da forma ~γ = ∇ψ
~ .
Como o campo gravitacional ~g satisfaz a condição acima, podemos denir uma função po-
tencial ψ a ele

~
~g = −∇ψ (3)

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Utilizando (3), temos

~ = −G M
~g = −∇ψ r̂
r2
Como o campo só tem variação em r, o gradiente da função potencial se torna uma derivada
em uma dimensão multiplicada pelo versor r̂, com isso, integrando em relação a r, temos
M
ψ = −G (4)
r
De maneira análoga ao campo, o potencial denido por uma distribuição contínua de matéria
será
Z
ρ(~a)
ψ = −G dV
V r
Como o potencial só tem sentido física quando calculamos a diferença dele, não há necessidade
da inclusão de uma constante de integração. Se usarmos r → ∞ teremos ψ → 0, logo, o resultado
(4) está correto.
Para uma visão mais geral e precisa do potencial, podemos denir o trabalho gerado por
ele. Tomando um corpo de massa unitária imerso em um campo magnético ~g , o trabalho dW
necessário a ser feito por um agente externo com o intuito de deslocá-lo em d~r será dado por

~
dW = −~g .d~r = ∇ψ.d~
r
Utilizando a notação de somatório e a característica radial do campo
X ∂ψ
dW = dxi = dψ
∂xi
i

Portanto, o trabalho necessário para mover o corpo de uma posição para outra no campo é igual
a variação do potencial.
Podemos denir também a energia potencial U como

U = mψ
que resulta em
F~ = −∇U
~ (5)

Linhas de força e superfícies equipotenciais

Um campo ~g associado a uma massa pontual M pode ser representado através das linhas de força
de maneira análoga a feita no eletromagnetismo. No caso de ~g , temos que essas linhas de força
são radiais "para dentro", como se em M houvesse um sorvedouro como visto na gura abaixo.
As superfícies equipotenciais são denidas pela superfície na qual o potencial possui o mesmo
valor, ou seja, se um corpo qualquer percorrer essa superfície ele não perceberá variação no
potencial. No caso de uma corpo pontual, as superfícies equipotenciais são cascas esféricas.

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Figura 1: Linhas de força de campo gravitacional

Resolução do exercício 5.16

Como vemos no Exemplo 5.1 em "Dinâmica Clássica de Partículas"(Thorton and Marion, ) para
uma esfera sólida e maciça de massa M, seu campo gravitacional será como o de uma partícula
pontual de mesma massa M, portanto, trataremos o nosso corpo como pontual.
Inicialmente colocaremos a folha innita como sendo o plano xy, a partir dessa simetria se
torna fácil observar que Fx = Fy = 0 devido a simetria do problema, essas forças se cancelam,
atuando assim somente a componente em z da força. Queremos calcular através do raio da
folha (que pode ser considerado um disco de raio innito), com isso, tomando uma contribuição
innitesimal de massa dm desse disco teremos
Z Z ∞
GM cos(θ)dm
Fz = dFz =
r=0 r 2 + h2
onde a distância entre os corpos é = r2 + h2 . dm pode ser encontrado a partir de
d2
h
dm = ρs 2πrdr. O cosseno pode ser substituído por cos(θ) = √ . Com isso,
2 2 r +h
Z ∞
rdr
Fz = 2πρs GM h
0 (r2 + h2 )3/2
que pode ser facilmente integrado por uma substituição simples, resultando em
 ∞
1
Fz = −2πρs GM h
(r2 + h2 )1/2 0

Fz = 2πρs GM
Ou seja, a esfera atrai a folha innita somente no eixo z.

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Figura 2: Simetria do problema 5.16.

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