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Vibrações Mecânicas
Revisão
de Dinâmica e EDO
Prof. : Fabiano Bianchini Batista
1. Momento de inércia (de massa)
Massa: é uma medida quantitativa da resistência de um corpo (ou partícula) a
uma mudança (variação) na sua aceleração.
Momento de inércia: é uma medida da resistência de um corpo a uma mudança
em sua aceleração angular, ou seja, expressa a dificuldade em se alterar o estado
de movimento de um corpo em rotação.
Considerando o fato que um corpo possui dimensões e formas definidas, ao ser
submetido a um sistema de forças ele poderá: sofrer deformação ou modificar o
estado de repouso ou de movimento (variar a velocidade do seu movimento).
Dentre os movimentos no plano possíveis tem-se: translação, rotação e
movimento plano geral (translação + rotação).
Pela Segunda Lei de Newton, as equações de movimento são:
I z = r dm 2 2
[kg.m no SI]
m
I = r 2 dm
m
l 1
I y = x dm = x 2 ( ρ Adx ) = ρ Al 3
2
m 0 3
1
Logo: I y = I z = ml 2
3
Exemplo 2
Logo: 1
Iz = mR 2
2
Exemplo 3
Determine o momento de inércia em torno do eixo z do anel de densidade
constante ρ, área de seção transversal A e massa m.
2π
I z = R dm = R 2 ρ A ( Rdθ ) = 2πρ AR 3
2
m 0
2π
m = ρ A ( Rdθ ) = 2πρ AR
0
I z = mR 2
Exemplo 4
z'
I = r 2 dm
z m
L/2
L /2 x3 L3
L/2 I y = I z = r dm = x ( ρ Adx ) = ρ A |− L / 2 = ρ A
2 2 L /2
y'
m − L /2 3 12
• G
y L /2
m = dm = ρ Adx = ρ AL
− L /2
x ≡ x'
L2 1
Logo: I y = I z = I G = L ρ A = mL2
12 12
y’
1.1 Teorema dos Considerando que o momento de inércia
do corpo em relação a um eixo que passa pelo
eixos paralelos centro de massa, G, é conhecido, então
o momento de inércia em relação
a qualquer outro eixo paralelo
pode ser determinado utilizando
dm
um teorema conhecido por
r r’ y’ Teorema dos Eixos Paralelos.
A G
d x’ x’
z z’
Logo:
m m m
( )
I z = r 2 dm = ( d + x ' ) + y '2 dm = d 2 + 2dx '+ x '2 + y '2 dm
2
m
( )
I z = x '2 + y '2 dm + 2d ( x ')dm + d 2 dm
m m
m
( )
I z = x '2 + y '2 dm + 2d ( x ' )dm + d 2 dm
m m
I z = I G + md 2
Comentários xm = rx dm ym = ry dm
m m
x=
r dm
m x
=0 y=
r dm
m y
=0
m m
E é isso que ocorre quando z’ passa por G,
conforme foi demonstrado anteriormente, onde:
( x ')dm = x ' m
m
x'=0
1.2 Raio de giração
É uma forma descrita em manuais para descrever o momento de inércia em
relação a um eixo especificado. Quando ele e a massa do corpo são conhecidos,
o momento de inércia é determinado pela seguinte equação:
2
I = mk onde k é o raio de giração.
(
I = I Gi + mi di 2
i =1
) i refere-se a uma forma do corpo
total e N é o número total de formas.
Exemplo 5
I z = I G + md 2
1 1
( I furo ) =
O 2
2
m furo rfuro
2
2 2
+ m furo d 2 = ( 3,927 )( 0,125 ) + ( 3,927 )( 0, 25 ) = 0, 276 kg.m 2
1 1 1
I G = ( I disco )G − ( I furo ) = 2
mdisco rdisco 2
− m furo rfuro ( 2
= mdisco rdisco 2
− m furo rfuro )
G 2 2 2
1
IG =
2
( )
15, 71.0, 252 − 3,927.0,1252 = 0, 46 kg.m 2
I O = 1, 20 kg.m 2
Exemplo 7
Determine o momento de inércia em torno de um eixo perpendicular ao plano
passando pelo ponto O sabendo-se que L = 0,75m, a massa do disco é 6 kg, o raio
do disco é 0,2 m, e que as barras possuem 2 kg/m.
I O = ( I disco )o + ( I AB )o + ( I CD )o
( 2
I O = I Gdisco + mdisco d disco ) + (I
o
G AB
2
+ mAB d AB ) +(I
o
GCD
2
+ mCD dCD ) o
1 2 2 1 2 2 1 2 2
I O = mdisco rdisco + mdisco d disco +
m l
AB AB + m d
AB AB + m l
CD CD + m d
CD CD
2 o 12 o 12 o
1 2 2 1 2 2 1 2 2
I O = mdisco rdisco + mdisco d disco +
m l
AB AB + m d
AB AB + m l
CD CD + m d
CD CD
2 o 12 o 12 o
1 1 1
( 6 )( 0, 2 ) + ( 6 )(1) + ( 2 )(1,3)(1,3) + ( 2 )(1,3)( 0,15) + ( 2 )( 0, 75)( 0, 75 ) + ( 2 )( 0, 75 )( 0,5) = 6,99 kg.m2
2 2 2 2 2 2
IO =
2 12 12
Exemplo 8
O pêndulo consiste de uma barra delgada de 3kg e de uma placa fina de 5kg.
Determine a localização do centro de massa G do conjunto e calcule o momento
de inércia desse corpo em relação a um eixo que é perpendicular à página e passa
por G.
Cálculo do centro de massa (origem do sistema de
referência está em O):
x =0
(
I G = Σ I G + md 2 ) i
1 1
IG = (3)(2) 2 + 3(1, 78 − 1) 2 + (5)(0,52 + 12 ) + 5(2, 25 − 1, 78) 2
12 12
I G = 4, 45kg.m 2
2. Equações da dinâmica do movimento plano
2.1 Equação do movimento de translação
Translação retilínea:
ΣF = m aG
ΣFx = m (aG)x
ΣFy = m (aG)y
ΣMG = 0 (centro de massa)
ΣMA = (m.aG) d (para um ponto qualquer)
ΣMG = IG α
A soma dos torques de todas as forças externas em relação ao centro de massa G é igual ao produto do momento de
inércia do corpo pela aceleração angular.
Translação curvilínea:
ΣFn = m(aG)n
ΣFt = m(aG)t
ΣMG = 0 (centro de massa)
ΣMB = e[m(aG)t] - h[m(aG)n]
2.2 Equação do movimento de rotação em torno de
um eixo fixo.
Logo:
ΣFn = m(aG )n ∴TB + TD − 981cos 300 = 100(18)
Solucionando o sistema (3 incógnitas, e 3 equações):
Resolvendo as 3 equações:
Solução alternativa:
T = 106N Σ M O = Σ ( M k )O
a = 4,52m/s 2 20(9, 81)(0, 4) = 3, 75(α ) + [20(0, 4α )](0, 4)
2 α = 11, 3rad/s 2
α = 11,3rad/s
2.2 Equação do movimento plano geral
ΣFx = m(aG)x
ΣFy = m(aG)y
ΣMG = IGα
y Equações de movimento em relação a um
ponto qualquer P diferente de G:
ΣFx = m(aG)x
ΣFy = m(aG)y
x’
ΣMP = Σ(Mk)P = -y’m(aG)x+x’m(aG)y+ IGα
y’
P x
Indica que quando os momentos das forças externas são somados em relação
a um ponto qualquer P, eles são equivalentes à soma dos “momentos cinéticos’
Σ(Mk)P das componentes de m(aG) em relação a P mais o momento de inércia
de IGα. Ou seja, quando os momentos cinéticos, Σ(Mk)P , são calculados, os
vetores m(aG)x e m(aG)y são tratados como vetores deslizantes (aqueles que
podem atuar em qualquer ponto ao longo de sua linha de ação).
Rolamento
Nos problemas de rolamentos, que estão associados a corpos como rodas, cilindros, discos, ou formas
semelhantes, que rolam, giram sobre uma superfície plana e áspera (com atrito) devido aos
carregamentos aplicados, haverá duas possibilidades de movimentos:
Diante disso, podemos não saber a princípio em qual desses dois movimentos o corpo se enquadra.
Por exemplo, na figura acima, supondo a hipótese do corpo se mover para direita, ele deverá girar no
sentido horário. A força de atrito deverá apontar para esquerda, sentido oposto ao movimento e ao
sentido do escorregamento para a direita. Então:
- Se a força de atrito F for suficientemente intensa para garantir que o disco role sem escorregar,
então aG estará relacionada com α pela equação cinemática: aG = αr (4)
Resolvendo temos: NA
α = 1,3rad/s 2 FA < µe N
aG = 0,52m/s 2 ∴ N A = 981N ∴ FA = 2N ( FA ) max = 0, 2(981) = 196, 2N > 2N _ OK
3. Energia
3.1 Energia Cinética
1 2 1
A fórmula geral para a energia cinética é: T= mvG + I Gω 2
2 2
1 2
T= mvG
2
Rotação em torno de um ponto fixo. Considera-se a energia cinética de
translação e rotação:
1 2 2
1 2 1 T = ( mr + I )ω
T = mvG + I Gω 2 2
G G
2 2
1
T= I Oω 2
2
1 2 1
T= mvG + I Gω 2
2 2
Vg = ±W . yG
W é o peso: W = mg
1
Ve = + ks 2
2
Exemplo 12
O sistema de três elementos consiste em um bloco B de 6kg, um disco D de 10kg e um cilindro C de
12kg. Se não há escorregamento, determine a energia cinética total do sistema na situação mostrada.
Para este sistema a energia cinética total será: T = TB + TD + TC
Onde: cilindro E – movimento plano geral:
1 1 1
TC = mC vG2 + I G ω C2 ; IG = mC rC2
2 2 2
1
Bloco B – translação: TB = mB vB2
2
1 11
disco D – rotação em torno de um eixo fixo: TD = I DωD2 = mD rD2 ωD2
2 22
Para calcular a energia cinética do disco e do cilindro é necessário determinar: ωD, ωC e vG.
vB = vD = rDω D 0,8m/s = (0,1m)ωD ∴ ωD = 8rad/s
vE = vD. Como o cilindro E rola sem escorregar, o centro instantâneo de velocidade
nula (CI) está no ponto de contato com o solo, logo:
vG = rG / CI ωC ∴ vG = (0,1m)(4rad/s) = 0, 4m/s
Bloco:
1 1
TB = mB vB2 = (6kg)(0,8m/s) 2 = 1,92 J
2 2
Disco:
1 11
TD = I DωD2 = mD rD2 ωD2 = 1, 60 J
2 22
1 1 1
Cilindro: TC = mC vG2 + I G ω C2 ; IG = mc rC2 TC = 1, 44 J
2 2 2
Assim: T = TB + TD + TC = 4,96 J
4. EDO (equações diferenciais ordinárias)
d2 dn
d
dt dt dt
( )
F t , y ( t ) , y ( t ) , 2 y ( t ) ,..., n y ( t ) = F t , y ( t ) , y′ ( t ) , y′′ ( t ) ,..., y ( n ) ( t ) = 0
onde envolve uma função incógnita, y(t), e suas derivadas. Aqui, t é a variável
independente, y é a variável dependente e n representa a ordem da equação
diferencial (é a ordem mais alta da equação).
Define-se grau o valor do expoente para a derivada mais alta da equação quando
a equação tem a forma de uma polinômio na função incógnita, y(t), e suas
derivadas.
( y′′) + 3 ( y′ ) + 6 y = tg ( t )
3 10
Ex: Esta EDO tem ordem 2 e grau 3
Para um sistema linear (equações com grau até 1), de parâmetros concentrados,
invariantes no tempo e em tempo contínuo, o modelo matemático é descrito na
forma da equação diferencial ordinária do tipo:
Solução total:
solução particular
Depende da função do outro
solução homogênea
lado da igualdade. Em
vibrações, esta solução inclui a
+ excitação, ou seja, representará
resposta natural do sistema a resposta forçada do sistema.
Pode-se dizer que esta solução
apresenta a mesma “forma” da
função de excitação.
A equação diferencial homogênea é satisfeita por:
Assim, suas derivadas são: