Caio Prado Jr. discute a questão agrária no Brasil e argumenta que (1) a tributação da terra pode forçar sua mobilização e barateamento, tornando-a acessível aos trabalhadores rurais, e (2) isso pode melhorar as condições de vida dos trabalhadores e desencadear um processo que leve a uma transformação socialista da economia agrária.
Descrição original:
Título original
Trabalho de Sociologia Rural - Caio Prado Jr. - Humberto Geocze
Caio Prado Jr. discute a questão agrária no Brasil e argumenta que (1) a tributação da terra pode forçar sua mobilização e barateamento, tornando-a acessível aos trabalhadores rurais, e (2) isso pode melhorar as condições de vida dos trabalhadores e desencadear um processo que leve a uma transformação socialista da economia agrária.
Caio Prado Jr. discute a questão agrária no Brasil e argumenta que (1) a tributação da terra pode forçar sua mobilização e barateamento, tornando-a acessível aos trabalhadores rurais, e (2) isso pode melhorar as condições de vida dos trabalhadores e desencadear um processo que leve a uma transformação socialista da economia agrária.
• Pensador sobre a formação da sociedade brasileira
contemporânea;
• Formou-se em Direito, estudou política e economia;
• Filiou-se ao Partido Democrata em 1928 e filiou-se ao Partido
Comunista Brasileiro em 1930;
• Influências de ideias de Karl Marx.
79 “Não há pois como se esperar do desenvolvimento do capitalismo na agropecuária brasileira uma elevação dos padrões da massa trabalhadora rural”
“Essa elevação somente virá através da luta desses trabalhadores,
sejam quais forem suas relações de trabalho e natureza da remuneração que recebem, por melhores condições de trabalho e de vida.”
“O maior embaraço de natureza econômica, e de ordem geral no
caminho dessa luta, é sem dúvida é a concentração de propriedade agrária que contribui fortemente para colocar o trabalhador em uma posição muito desfavorável” 80 “O trabalhador somente irá deixar de se colocar a serviço da grande propriedade e aceitar suas condições, quando o acesso aos trabalhadores à propriedade agrária se tornar uma possibilidade.”
“O problema da reforma agrária tem suas raízes no
antagonismo entre a minoria de grandes proprietários, que detém o monopólio virtual da terra, e controlam as oportunidades de ocupação e trabalho na agropecuária e do outro lado a massa trabalhadora do campo que depende dessas oportunidades”. 81 • Isenção fiscal para propriedades fundiárias rurais.
• Taxação da terra (Imposto Territorial Rural)
• Taxação dos proventos derivados da propriedade da
terra.
“A tributação constitui assim a maneira principal, no momento de
golpear a concentração e virtual monopólio da terra, tornando-a acessível à massa trabalhadora rural." 82
“... Nas atuais teses a tributação é apresentada como medida
central a ser adotada como passo inicial e estímulo preliminar à reforma agrária.” (Tese 41)
A tributação territorial leva ao aumento da produtividade em
grandes propriedades, mas não traz uma reforma na melhoria de condições de vida da massa trabalhadora rural.
Aumento da produtividade x piores condições de trabalho.
83
• Legislações trabalhistas, regulamentação da parceria em
benefício do trabalhador;
• Luta dos trabalhadores;
• Barateamento e mobilização comercial da terra;
• Aproveitamento da terra (impreciso);
• Substituição das culturas por pasto ou canaviais.
84
• Trabalho recorrente x trabalho sazonal;
• A produtividade volta-se contra o trabalhador;
• O “aproveitamento” da terra vai contra as ideias
marxistas;
• Adequada tributação territorial que leve ao acesso à terra
a massa trabalhadora e impeça o acúmulo especulativo;
• Inversão do fluxo de capitais na agropecuária.
85
• Tese 41 x inversão de fluxo de capitais na agropecuária;
• Trabalho Tributação territorial excluindo as benfeitorias;
• Venda da terra e baixa do preço.
86
• Imposto sobre a terra:
• Imposto de 3% sobre uma terra nua com valor de
R$100.000,00 = R$3000 = 3%.
• Imposto de 3% sobre uma terra de R$100.000,00 +
R$100.000,00 em benfeitorias = R$3000 = 1,5%.
• Imposto de 3% sobre uma terra de R$100.000,00 +
R$200.000,00 em benfeitorias = R$3000 = 1%. 86
• Inversão do fluxo de capitais levando ao aumento da
capacidade de produção da terra e consequência acidental é o desenvolvimento capitalista;
• Valorização da força de trabalho.
"Tributação territorial para forçar o barateamento e mobilização
comercial da terra, o que a tornará acessível à massa trabalhadora, e indiretamente determinará a melhoria das condições de vida do trabalhador empregado." 87
• “O progresso capitalista marchará com a valorização da
força de trabalho que constitui sua negação.”
• Esse processo dialético que a reforma agrária
desencadeará e levará a economia agrária para sua transformação socialista. È assim que em termos marxistas e revolucionários se propõe a questão agrária no Brasil e no atual momento histórico".