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O ABANDONO INTELECTUAL: SUAS CONSEQUÊNCIAS PENAIS E CIVIS A LUZ

DO DIREITO À EDUCAÇÃO

INTELLECTUAL ABANDONMENT: ITS PENAL AND CIVIL CONSEQUENCES


THE LIGHT OF THE RIGHT TO EDUCATION

Thiago Jorge Cavalcanti da Fonseca*


Susyara Medeiros de Souza**

RESUMO

O presente artigo tem por objetivo analisar o crime de abandono intelectual e suas
consequências penais e civis a luz do Direito à educação, que é um preceito
constitucional é uma garantia essencial ao ser humano. Deve-se compreender que o
abandono intelectual fere a formação moral e profissional do menor em idade escolar,
por falta de compromisso dos seus genitores com o pátrio poder, ou seja, o dever de
prestar educação ao seu filho, o Código Penal Brasileiro de 1940, trouxe,
expressamente, a criminalização daqueles que não prestam educação aos seus filhos
em idade escolar. O estudo apresente a importância do crime de abandono intelectual
em coibir a ruptura da regularidade escolar do menor. Para o desenvolvimento do
assunto, observou-se os objetivos da investigação, realizou-se pesquisa bibliográfica,
com analise das doutrinas referentes ao tema e obras que tratam de assuntos
correlacionados e estudo da legislação pertinente, a fim de expor os entendimentos
do tema proposto numa abordagem qualitativa que trabalha com o universo dos
significados, dos motivos, dos valores e das atitudes, como parte da realidade social,
para a compreensão da complexidade gerada pelo objeto do estudo. Diante do
exposto a pesquisa responde as intenções propostas nos objetivos, demonstrando a
importância das consequências penais e civis geradas pela consumação do crime de
abandono intelectual. Como conclusão, constatamos que o Estado não possui
políticas públicas para garantir as condições adequadas que facilitariam a
permanência de crianças na escola e a de gerar algumas mudanças, mesmo que
muitas vezes por determinações judiciais.
___________________
*Bacharelando no 10º período do curso de direito do Unipê (Centro Universitário de João Pessoa),
thiagojorge96@hotmail.com
**Professora do Centro Universitário de João Pessoa e mestre em Pericias Forenses.

Palavras-chave: Conduta ilícita. Abandono Intelectual. Consequências.


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ABSTRACT

This article aims to analyze the crime of intellectual abandonment and its criminal and
civil consequences in the light of the right to education, which is a constitutional precept
is an essential guarantee to the human being. It should be understood that intellectual
abandonment impairs the moral and professional formation of the school-age minor,
due to the lack of commitment of his parents to the father's power, that is, the duty to
provide education to his son, the Brazilian Penal Code of 1940 , has explicitly brought
about the criminalization of those who do not provide education to their school-age
children. The study presents the importance of the crime of intellectual abandon in
restraining the rupture of the school regularity of the minor. For the development of the
subject, the objectives of the research were observed, bibliographical research was
carried out, with analysis of the doctrines referring to the theme and works that deal
with related subjects and study of the pertinent legislation, in order to expose the
understandings of the theme proposed in a qualitative approach that works with the
universe of meanings, motives, values and attitudes, as part of the social reality, in
order to understand the complexity generated by the object of the study. Given the
above, the research responds to the intentions proposed in the objectives,
demonstrating the importance of the criminal and civil consequences generated by the
consummation of the crime of intellectual abandonment. As a conclusion, we find that
the State does not have public policies to guarantee the adequate conditions that would
facilitate the permanence of children in school and to generate some changes, even if
often by judicial determinations.

Keywords: Unlawful conduct. Intellectual Abandonment. Consequences.

1 INTRODUÇÃO

O presente artigo apresenta um estudo sobre o abandono intelectual, e suas


consequências penais e civis a luz do Direito à educação. Neste sentido pretende-se
fazer com este estudo uma análise da responsabilidade penal e civil decorrente do
crime de abandono intelectual, conceituar o abandono intelectual, prever os casos que
não configura crime e estabelecer os elementos que tipificam a conduta criminosa e
como comprovar o fato.
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O abandono intelectual é um crime presente no Código Penal Brasileiro que


tem seu fato gerador nos casos em que o pai, mãe, ou responsável deixa de garantir
a educação do seu filho, devendo a omissão acontecer sem justa causa, isto é, sem
motivo válido para a excludente de ilicitude. A criminalização da conduta tem como
principal objeto coibir a prática e garantir que toda criança tenha educação em idade
escolar. A legislação procura proteger o menor em idade escolar, e assegurar o seu
direito de acesso a instrução inicial.
O artigo 229, da Constituição Federal, enaltece que os pais têm o dever de
assistir, criar e educar os filhos menores. Esse tema é de grande importância uma vez
que se questiona a falta de providência dos pais em garantir o ensino do menor,
conforme o tipo penal disciplina no artigo 246 do Código Penal.
Além da responsabilidade familiar, destaca-se sim o papel do Estado no
contexto educacional para que junto das famílias o processo ensino-aprendizagem
ocorra de maneira que exercendo o direito proposto na Lei maior que é o Direito à
educação. Espera-se que o Estado possa exercer o seu poder de garantir ao menor
o seu direito a escolaridade, utilizando-se da legislação pertinente, como a Lei de
diretrizes e bases da educação nacional, Estatuto da Criança e do Adolescente,
Código Civil e o Código Penal.
Segundo o estatuto da criança e do adolescente, considera-se como criança a
pessoa com até doze anos incompletos e é considerado adolescente entre os doze e
dezoito anos de idade.
Dos vários tipos de abandono, destaca-se o abandono intelectual a luz da
legislação brasileira, apresentar-se como este crime se caracteriza e como o Estado
pode atuar junto as famílias nos casos de negligência familiar. Este contexto e de
muita importância, onde a ação do Estado no cenário educacional junto das famílias
possa transcorrer da melhor maneira possível, exercendo o direito proposto na Lei
maior que é o Direito à educação.
O Direito à educação é garantido pela legislação brasileira para que o indivíduo
tenha a oportunidade de adquirir conhecimentos, de agir como cidadão para expressar
suas opiniões na sociedade.
A legislação pertinente procura proteger o menor em idade escolar, e assegurar
o seu Direito de acesso a instrução inicial, afastando-se a punibilidade da prática da
ilicitude quando a conduta dos pais em deixar de prover a instrução primária dos filhos,
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é causada por motivo justificável (distância da escola e ausência de meio de


locomoção para a mesma).
Desta maneira após todos os procedimentos praticados pela escola para a
proteção do menor e acompanhados pelo conselho tutelar e não havendo
cumprimento as solicitações encaminhadas a família da criança, seguirão os tramites
legais para os procedimentos cabíveis de cardo com a legislação vigente.
Segundo o inciso V do art. 129 ressalta que é dever dos pais além da matrícula,
acompanharem a frequência escolar de seus filhos, pois de nada adianta matricular
se não houver acompanhamento. A responsabilidade da escola neste caso descreve-
se no artigo 20 do Estatuto da Criança e do Adolescente, os gestores de unidades de
ensino fundamental devem comunicar ao Conselho Tutelar os casos de maus-tratos
envolvendo seus alunos; reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
esgotados os recursos escolares, e de acordo como ECA, a escola encaminha a
denúncia ao Ministério Público para providencias.
Diante do contexto é prevista a tipificação em casos da negligência dos pais
sem justificativa plausível a omissão da instrução primária do filho, praticando o crime,
e embora estando matriculado deixe de frequentar a escola, mesmo se tratando de
um crime de menor potencial omissivo, sua prática causa danos irreparáveis no
desenvolvimento moral e intelectual do menor em idade escolar.
Atualmente o Brasil convive com um grande problema educacional gerado pela
desigualdade social, o abandono intelectual, um crime gerado a partir da omissão dos
responsáveis em não proporcionar a instrução primária ao menor, fazendo com que o
Estado tome medidas coercitivas para assegurar a educação e evitar a evasão
escolar, pois a educação básica é fundamental para a formação do cidadão no
convívio social.
O Estado tenta proteger direitos intrínsecos da criança e do adolescente em
idade escolar, por meio da sua Constituição Federal, Estatuto da Criança e do
Adolescente, Código Civil e do Código Penal Brasileiro com a finalidade de combater
os grandes índices de analfabetismo no país e tem como missão incentivar o ensino
constituindo deveres aos genitores para assegurar a continuidade da frequência da
criança na escola, com fins de evitar a evasão escolar, que hoje é uma preocupação
mundial.
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O Estatuto da Criança e do Adolescente regulamentou a Constituição e passou


a ter força de lei, criando as condições para que as crianças e os adolescentes tenham
educação humanizada.
Entende-se que o abandono do menor não é apenas caracterizado em casos
de expulsão de casa, mas também em deixar de prestar os requisitos necessários
para o pleno desenvolvimento, que caracteriza abandono intelectual, a família tem a
obrigação de atender as necessidades fundamentais do menor.
Importante dizer que é garantida a "educação básica obrigatória e gratuita dos
4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade” (art. 208, I, da CF), sendo dever da
família assegurar à criança e ao adolescente o direito à educação (art. 227, da CF).
Diante do exposto, não há dúvida da importância da instrução fundamental a
criança e adolescente, com vistas a sua formação intelectual.
A educação é o principal instrumento de conscientização do homem como um
ser social, não há valor naquilo que desconhecemos. Além disso, a socialização com
seus pares contribui para desenvolvimento humano.
Para alcançar um resultado satisfatório foi realizada uma pesquisa cuja
abordagem classifica-se, como bibliográfica, escolha feita por entender que esta é a
mais adequada para alcançar os objetivos esperados. O foco da pesquisa é de caráter
descritivo.
A partir deste contexto, a escolha do tema foi motivada pela aproximação com
a realidade vivida em meio a questionamentos os quais a minha formação acadêmica
não me credenciou a responder. Dentre os questionamentos mais pertinentes à
temática em questão, destacamos: Por que os pais negligenciam o direito à educação
ou matriculam os seus filhos e depois de alguns meses não dão continuidade ao
acompanhamento educacional perante a escola? O artigo foi dividido em quatro
capítulos: Conceito e características do abando intelectual, elementos tipificadores do
crime, analisar a responsabilidade penal e civil decorrentes do abandono intelectual e
mecanismos de proteção do menor.

2 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO ABANDONO INTELECTUAL

Os primeiros vestígios a respeito do sentimento da infância ocorreram no final


do século XVI, a criança era tida com todas as atenções e tudo era direcionado a ela
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como permitido, nesse sentido aos sete anos de idade a criança passava a ser
monitorada por meio de uma postura diferente com deveres e responsabilidades de
um adulto. (Alberton, 2005). Assim por volta do século XVIII apareceu o significado de
infância, no século XIX a criança foi considerada como individuo necessitado de
afetividade com apoio econômico e educativo.
Nos dias contemporâneos ocorreram avanços nos conceitos de proteção da
criança e o adolescente, tratando como pessoas peculiares em desenvolvimento,
tendo o Estado desenvolvido normas para garantir a efetiva proteção do menor
através de obrigações coletivas.
O Abandono intelectual é um crime tipificado no artigo 246 do Código Penal e
ocorre quando o pai, mãe ou responsável deixa de garantir a instrução primária de
seu filho. A criminalização da conduta tem como principal objetivo coibir a prática e
garantir que toda criança tenha direito à educação, auxiliando o combate à evasão
escolar e garantindo o desenvolvimento intelectual do menor para a vida adulta.
No Brasil o ensino primário é obrigatório entre os quatro e dezessete anos,
ficando os pais responsáveis por matricular seus filhos e zelar pela sua permanência
no ambiente escolar. O artigo 1.634 do Código Civil diz que compete aos pais, quanto
aos filhos menores, dirigir-lhes a criação e a educação. O artigo 22 do Estatuto da
Criança e do Adolescente expõe que aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores. E o artigo 55 do Estatuto da Criança e do Adolescente
diz que os pais ou responsáveis têm a obrigação de matricular seus filhos nas
instituições de ensino regular.
A partir desse entendimento podemos compreender que o conceito de
abandono intelectual rege entorno da falta de continuidade do desenvolvimento
intelectual no ambiente escolar de forma indesculpável.

“De acordo com o artigo 246 do CP o abandono intelectual


consiste em deixar, sem motivo justificável, de prover à instrução
primária de filho em idade escolar. O direito ao ensino
fundamental do filho que se encontra em idade escolar é o bem
que se procura proteger por meio da incriminação contida no tipo
penal”. (Greco, 2017, p. 902)
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Segundo Bitencourt (2014, p. 255) “tutela-se, enfim, educação dos filhos


menores, procurando assegura-lhes a educação necessária para facilitar-lhes o
convívio social”.

O abandono intelectual é um crime em que os pais respondem


administrativamente quanto judicialmente quando de forma omissa não matriculam
seus filhos em instituição de ensino, ou seja, causando situação de evasão escolar, a
questão está fundamentada na obrigatoriedade do ensino fundamental de acordo com
a Constituição Federal e assegurado no Direito à Educação, firmado pelo Estatuto da
Criança e do Adolescente Esse fato é criminalizado no Brasil através do Decreto Lei
n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, do Código Penal, descrito em seu artigo 246.
Criminalizar o abandono intelectual visa proteger o desenvolvimento intelectual
dos menores em idade escolar, garantindo o acesso à educação de fundamental,
transferindo a responsabilidade de prover à educação do filho aos seus genitores ou
responsáveis legais. Em resumo, a educação dos filhos menores é de grande
preocupação do Estado, transformando em crime de omissão aos seus responsáveis,
pois a educação básica facilita o convívio social, familiar e ao direito da escolarização
obrigatória da menor em idade escolar.
O CNJ confirma que o abandono intelectual ocorre quando o pai, a mãe ou o
responsável deixa de garantir a educação primária de seu filho sem justa causa. O
objetivo da norma é garantir que toda criança tenha direito à educação, evitando a
evasão escolar, dessa forma, os pais têm a obrigação de assegurar a permanência
dos filhos na escola dos 4 aos 17 anos.
As alterações ocorridas na Emenda Constitucional de número 59/09
trouxeram mudanças no inciso I do artigo 208 da Constituição Federal, no que se
refere ao dever do Estado com educação básica obrigatória e gratuita dos quatro
aos dezessete anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos
que a ela não tiveram acesso a ela na idade própria.
Nesse sentido o Estado está assegurando o ensino gratuito e aos pais cabe
a responsabilidade de matricular seus filhos na rede de ensino, cabendo aos
mesmos zelar pela assiduidade da frequência escolar do filho.
Os familiares respondem administrativamente e judicialmente pelo crime de
abandono intelectual, onde não observarem a obrigatoriedade de matricularem seus
filhos em instituição de ensino e ao mesmo tempo acompanhar a sua frequência,
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caso a criança ou o adolescente se evadir da escola, os pais são responsabilizados


diretamente de acordo com a legislação pertinente, a pena se constitui de quinze
dias a um mês, ou multa.
Para se configurar um processo de abandono intelectual deve haver uma
verificação de provas que caracterize o delito, através de: comprovação da ausência,
frequência escolar com as faltas registradas, visita de assistentes sociais, equipe
pedagógica nas residências dos menores e avaliações, análises psicológicas ou
documentos encaminhados pelo conselho tutelar.
É bom saber a diferença entre do delito apresentado no artigo 244 do Código
Penal que trata do abandono material, se caracterizando quando os pais deixam de
fornecer os recursos materiais para a subsistência dos filhos, diferente do crime
previsto no artigo 246 de quando os genitores não se responsabilizam em matricular
e acompanha a criança na escola primando pelo seu desenvolvimento intelectual, ou
seja, havendo a ocorrência dos filhos em idade escolar não estarem matriculados sem
justa causa caracteriza o crime de abandono intelectual.
Os conceitos e características passaram por evoluções conforme as mudanças
ocorridas nas relações familiares contemporâneas, mas o poder familiar continua
sendo constituído da mesma maneira e o objetivo maior é a proteção do
desenvolvimento intelectual do menor, assegurando a formação integral para a vida
adulta, não apenas garantindo o acesso a instituições de ensino, mas também a
permanência na escola para a continuidade dos estudos.

3 ELEMENTOS TIPIFICADORES DO CRIME

No Brasil e obrigação dos pais ou responsáveis é de colocar as crianças na


escola a partir dos quatro anos e por sua permanência até os dezessete anos, não
garantindo a educação primaria do filho cometerá o crime conhecido como abandono
intelectual, tipificado no artigo 246 do no Código penal, a tipificação do crime
estabelece a penalidade respectiva de quinze dias a um mês, ou multa.
A redação do artigo fala em "deixar de prover instrução” com a análise do verbo
"deixar de", torna lucido que é exercido por omissão, e só pode ser realizado pelos
pais: é um crime omissivo próprio. O crime se configura por causa de um
comportamento negativo dos pais, deixando de cumprir com suas de fazer suas
obrigações.
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Ressalta-se que a criança mesmo não morando com os pais, ainda estarão
obrigados a promover a assistência intelectual da criança, pois é um dever inerente
do poder familiar e a falta deste caracteriza o crime de abandono intelectual.
É importante dizer que o Código Civil brasileiro em seu artigo 1634, explique
que é competência dos pais ou responsáveis em relação aos filhos menores dirigir-
lhes a criação e educação. O artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente dá
incumbência aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores até
o seu amadurecimento. Como podemos ver abaixo:

Podemos observar que o papel dos pais e de grande valia para garantir o
pleno desenvolvimento do menor na sua formação intelectual e a preparação
para o cidadão do amanhã. Melhor dizendo, a ação tipificada consiste em
deixar de prover, ou seja, de providenciar a instrução primária de seu filho. O
tipo apresenta um elemento normativo, contido na expressão "sem justa
causa", isto é, omitir as medidas necessárias para que seja ministrada
instrução ao filho em idade escolar, indevidamente, injustificadamente.
(BITENCOURT, 2004, p.154).

“A tipificação prover a omissão da instrução primária do filho. Praticará o crime


omissivo, portanto, quem não providenciar, diligenciar, acudir para que o menor tenha
a instrução adequada em escolares públicas ou particulares”. (MIRABETE; FABBRINI,
2011, p. 41)

É importante ressaltar a tipificação dita pelos teóricos: Bitencourt (2014) diz


que não se pode omitir as medidas necessárias para que seja ministrada instrução ao
filho em idade escolar, e o teórico Mirabete (2011) fala da omissão de quem não
providenciar a devida instrução dos filhos. Na verdade, o pensamento dos teóricos se
conjuga, em realizar condições para não haver a falta dos pais ou responsáveis em
promover as condições para que haja a instrução das crianças e adolescentes.
Já aduz Silva (2009): “A restrição da responsabilidade abre margem para a
impunidade, pois deixa de considerar segmentos relevantes da sociedade”.
Nesse contexto podemos compreender que a restrição da responsabilidade do
abandono intelectual traz consigo a impunidade para casos em que os pais não sejam
os responsáveis pelos menores, como em situações que existam tutores.
O elemento fundamental para a ocorrência da tipificação do crime é a
expressão sem “justa causa”, ou seja, a omissão ou negligência dos pais em dar
provimento para que seja fornecido a instrução devida ao filho.
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A justa causa se dá em relação a situações em que os pais deixam de promover


a instrução do menor, ou seja, em que os pais não matriculam os filhos por estarem
situações de extrema pobreza, por não haver escola perto de sua moradia, sendo não
punidos pelo crime de abandono intelectual.
Deve ser evidenciado a não habitualidade da frequência escolar, pois os
genitores são obrigados a tomarem medidas concretas para garantir a assiduidade da
criança ou adolescente na escola, desta maneira garantindo que o filho tem o apoio
familiar devido para o completo desenvolvimento integral do mesmo.

Segundo (Yuri Carneiro Coelho, 2017, p. 901): As hipóteses de justa causa


aptas do crime a excluir a tipicidade deste crime são extremamente reduzidas
nos dias de hoje, tendo em vista a série de obrigações que tem o Estado para
garantir a educação primária de nossas crianças, seja pela manutenção de
escolas públicas seja pela existência de programas sociais e verbas
destinadas exclusivamente aos Municípios para desenvolvimento da
educação básica, como nós temos o exemplo do Fundeb. Desta sorte, até
mesmo nos casos em que existe dificuldade de transporte escolar público,
para o deslocamento de crianças que moram em zona rural, este deve ser
cobrado dos Municípios que tem condições de prove-lo através de recursos
provenientes do Fundeb e/ou outras fontes. Neste sentido, fica improvável
que os pais possam se recusar a enviar os filhos para a escola justificando-
se nessa situação apenas quando o próprio estado cumpra suas funções.

De acordo com as palavras de Yure Carneiro, os pressupostos para a exclusão


da tipicidade do crime em relação a obrigação do Estado com a educação primária de
nossas crianças e adolescentes são mínimas, seja pela manutenção das escolas
públicas, dos programas sociais ou as verbas destinadas aos Municípios como o
exemplo do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
Diante do exposto fica difícil os pais terem elementos para justificar a omissão de não
matricular seus filhos na instituição escolar, exclusivamente quando o Estado não
exercer suas obrigações.
“O elemento subjetivo é o dolo, representado pela vontade consciente de não
cumprir o dever de dar educação, ou seja, deixar de prover a instrução primária de
filho em idade escolar, sem justa causa”. (BITENCOURT, 2004, p. 154)
De acordo com o texto acima, os pais conscientes da ação do não provimento
ao filho de matriculá-lo numa escola com o objetivo do desenvolvimento pleno da
criança, será responsabilizado criminalmente com pena que pode ser de quinze dias
a um mês, ou multa, conforme preceitua o artigo 246 do Código Penal.
É importante dizer que o poder familiar consiste em um conjunto de deveres e
obrigação relativos a proteger e assistir os interesses da criança e do adolescente.
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Nas palavras de fragoso (2005) o bem jurídico tutelado “através da figura


criminosa em questão é o interesse do Estado na instrução a ser ministrada aos
menores que constitui aliás, dever jurídico dos pais “ e que trata de crime omissivo
puro, pois a conduta consiste em deixar de prover a instrução primaria, sem justa
causa, isto e, em omitir as medidas necessárias para que seja ministrada ao filho
instrução de nível primário”
A prática da conduta ilícita presente no dispositivo legal do crime de abandono
intelectual responsabiliza somente os pais que tenham filhos em idade escolar
caracterizando os sujeitos ativos, no entanto, os sujeitos passivos são caracterizados
somente os filhos naturais ou adotivos que dependem de instrução primária, ou seja,
as crianças e adolescentes em fase de ir à escola, com idade entre os 4 e os 17 anos.
A adoção é caracterizada como um ato jurídico que vincula o menor a uma
família dando plenos direitos e deveres adquiridos com a qualificação de filho nessa
nova família, priorizando o que for para o menor.
“A adoção é um ato solene pelo qual se cria entre adotante e adotado relação
fictícia de paternidade e filiação. Trata-se, pois, de um ficto iures”. (MIRANDA, 1983,
p. 153)
“A adoção como um ato civil através do qual alguém aceita um estranho na
qualidade de filho”. (BEVILÁQUA, 1976, p. 351)
Desta forma a adoção só se concretiza no último caso, pois é desconstituído o
poder familiar para que a criança possa ser adotada, com isso criando um ato jurídico
que constitui um laço de filiação parental com a nova família.
“O filho adotivo tem os mesmos direitos, garantias e deveres do filho biológico.
Com a adoção, ocorre o total desligamento da família de origem, adquirindo o
adotando, como diz a norma, a condição de filho daquele núcleo familiar”. (PACHI,
2013, p. 197)
“Art. 227, §6°. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações
discriminatórias relativas à filiação”. (BRASIL, 1988)
O filho adotivo recebe os mesmos direitos e deveres do filho natural, ou seja, a
adoção dá condições para que seja assegurado os direitos da criança adotada e com
isso os pais têm responsabilidade em garantir a criança ou adolescente o
desenvolvimento pleno da educação básica.
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4 ANÁLISE DA RESPONSABILIDADE PENAL E CIVIL DECORRENTES DO CRIME


DE ABANDONO INTELECTUAL

Os anos passaram e os estilos familiares foram modificados de acordo com a


evolução da sociedade e a aceitação de novos padrões, porém, o poder familiar é
igual para todos, tem por finalidade a proteção do menor, garantindo-lhe formação
integral de caráter, moral e educacional, proporcionando uma vida segura e tranquila,
mas com as mudanças sociais a educação dos filhos vem sendo entregue a outras
pessoas, com isso os genitores transferem para a escola a obrigação de educar os
menores, fugindo do seu propósito, que seria agregar conhecimento para a formação
escolar da criança ou adolescente, ao analisarmos as responsabilidades referentes
ao abandono intelectual devemos entender que o constituinte delimitou diretrizes para
o amparo daquele atingido por esse crime, aumentando a formação da criança e do
adolescente a um nível de matéria absoluta, visando o objetivo final para formação do
menor em idade escolar.
Conforme evidenciado na Constituição Federal:

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança,


ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde,
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,
exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 1988)

É de grande relevância que a família brasileira tenha consciência do seu dever


de pais ou responsáveis para assegurar os direitos para a formação intelectual do
menor em idade escolar. De acordo com o Código Penal em seu art. 246 o crime de
abandono intelectual, sua conduta típica e a responsabilidade são decorrentes da
prática omissiva do ato ilícito, levando a consumação do crime.
“Art. 246. Deixar, sem justa causa, de prover à instrução primária de filho em
idade escola: Pena – detenção, de 15 (quinze) dias a 1 (um) mês ou multa”. (BRASIL,
1940)
“É direito dos filhos menores que os pais lhe propiciem educação. Tutela-se,
pois, com a incriminação do abandono intelectual, o direito de os filhos receberem a
instrução primária”. (CAPEZ, 2016, p. 171)
Dessa forma, faz-se necessário compreender que a lei responsabiliza
diretamente o genitor ou responsável que não cumpre com seus deveres familiares
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de forma omissiva, deixando de prover a instrução primária do seu filho em idade


escolar, ou seja, todo aquele que não tomar medidas para providenciar ou auxiliar
para que o menor tenha regularidade da instrução de forma adequada em escola
pública ou particular.
O tipo penal pune aquele que não matricula o seu filho em idade escolar sem
justa causa, ou seja, o menor dos quatro aos dezessete anos tem por obrigatoriedade
estar matriculado no ensino regular público ou privado, a exceções em casos quando
a família é pobre e o genitor não consegue vaga em local de ensino público mais
próximo ou quando a instrução é ministrada em casa, pois o local em que se
encontram a escola pública é inacessível, portanto a responsabilidade penal está
voltada diretamente aos pais ou responsáveis que deixarem de prover a educação
dos menores sem motivo justificável.
Por se tratar de um crime de menor potencial ofensivo o julgamento do delito
de abandono intelectual ocorrerá nos moldes do art. 62 da lei 9099/95, com a
competência dos Juizados Especiais Criminais e a condenação desse ato delituoso é
a detenção de quinze dias a um mês, ou multa, não se pode transferir a
responsabilidade desse crime, sendo os genitores os sujeitos ativos da conduta
omissiva.
“Consuma-se como abandono, ainda que temporário desde que haja risco
concreto para a vida ou a saúde da vítima. Trata-se de crime instantâneo de efeitos
permanentes. Nada impede que incida o instituto do arrependimento posterior [mesmo
que os pais cometam o abandono intelectual podendo se arrepender da prática do
ato].” (CAPEZ, 2014, p. 288)
“Consuma-se o crime no momento em que o filho em idade escolar deixa de
ser matriculado ou, embora esteja matriculado para de frequentar definitivamente a
escola”. (CAPEZ, 2016, p. 172)
O artigo 246 do Código Penal penaliza tanto os genitores que deixam de prover
a matricula do filho, quanto aqueles que não auxiliam ou prestam assistência para o
filho ter a regularidade na frequência escolar, sendo um crime instantâneo em ambos
os momentos, pois consuma-se no momento que a omissão em não prover educação
ao menor é praticado.
O termo “deixar” no início do artigo 246 caracteriza um delito omissivo próprio
e assim afastando sua prática por comissão.
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Ressaltamos também a importância do artigo 129 da Constituição Federal que


delimita funções do Ministério Público em defesa dos interesses coletivos individuais,
denunciando os casos de prática do ato ilícito, protegendo de forma indireta o pleno
desenvolvimento da Criança e do Adolescente sobre o poder familiar.
É um dever obrigacional dos pais acompanharem os filhos na escola, como é
o direito do menor ter a chance de possuir ensino e ser assistido no processo
educacional. É um dever específico aos genitores ou responsáveis prestar auxílio ao
desenvolvimento intelectual da criança e adolescente, visando o desenvolvimento
completo para o pleno exercício da vida adulta.
Conforme expresso no Estatuto da criança:“Art. 55. Os pais ou responsável têm
a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino”. (BRASIL,
1990)
Neste cenário é de grande importância observar a Lei 8.069/90 que trata do
dever familiar dos pais, em garantir a educação do filho, de maneira que seja
amparado o seu direito na proteção do desenvolvimento intelectual e moral da criança
e do adolescente.
Cujo o papel dos genitores é de tomarem medidas para garantir a permanência
dos filhos nos bancos escolares, promovendo a criação completa dos mesmos, sem
deixar de ampará-los no seu desenvolvimento educacional, familiar e social. O estado
interfere nessa relação ao se comprovar que os genitores trataram de forma omissa
as responsabilidades do poder familiar, interferindo para assegurar à criança o seu
desenvolvimento, a dignidade, a moral, a liberdade e salvá-las de toda ou qualquer
forma de negligência ou omissão.
Ao matricular os filhos na escola os pais tem a obrigação de monitorar a
frequência escolar, como também os estimular a irem ao ambiente escolar
promovendo estímulo ao mesmo.

0003727-93.2014.8.19.0026 - APELAÇÃO Des(a). CARLOS


EDUARDO MOREIRA DA SILVA - Julgamento: 09/05/2017 -
VIGÉSIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL APELAÇAO CÍVEL.
TRATA-SE DE REPRESENTAÇÃO PROPOSTA PELO
CONSELHO TUTELAR DE ITAPERUNA POR INFRAÇÃO À
NORMA DE PROTEÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 249 DA LEI
Nº 8.069/90. RELATA O CONSELHO TUTELAR O
ABANDONOINTELECTUAL DOS PAIS, TENDO EM VISTA O
NÃO COMPARECIMENTO DO MENOR À ESCOLA. [...] In casu,
não há que se falar em vontade do adolescente, cabendo aos
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pais, independente da sua capacidade financeira, impor o


comparecimento do seu filho à escola, o que não ocorreu no
presente caso, sendo certo que cabe ao Poder Judiciário, em
casos extremos como esse, intervir por meio de medidas que
garantam ao adolescente a efetivação dos direitos
constitucionais. Assim, na presente hipótese, restou evidente
que o apelante violou o disposto no art. 249 do ECA. O julgador
monocrático observou a situação financeira do apelante ao fixar
a multa abaixo do valor mínimo exigido no art. 249 do ECA. [...]

Observa-se na decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ)


proferiu a decisão pelo juízo de primeiro grau que condena a prática do crime de
abandono intelectual, apesar do filho estar matriculado, deixava de ir à escola por
desinteresse dos pais sem motivá-los através do seu poder como responsável.
“Tem-se claro, portanto, que o Estatuto assegura, coerentemente, uma
educação voltada para o pleno desenvolvimento da pessoa, o que torna explicita a
prática para a cidadania e a capacitação para o trabalho”. (CARVALHO, 2013, p. 264)

“Ao tratar do direito à educação, hierarquiza os objetivos da ação educativa,


colocando me primeiro lugar o pleno desenvolvimento do educando como pessoa, em
segundo lugar o preparo para o exercício da cidadania e em terceiro lugar a
qualificação para o trabalho”. (VASCONCELOS, 2013, p. 264)
A legislação trouxe uma previsão mais ampla, abrangendo todas as causas em
que há uma prática de ilícito civil, e por consequência uma responsabilização
prevista. A responsabilidade no âmbito civil tem como base os artigos 1634 inciso I
do Código Civil e o artigo 22 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que dispõe
sobre o poder familiar, e a competência de criação e educação quanto aos filhos,
apresentando os deveres dos pais com seus filhos e evidenciando a educação em
seus textos.
O artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente, prevê multa aos pais
que descumprirem, dolosa ou culposamente, as obrigações pertinentes ao poder
familiar de forma dolosa ou culposa, abrangendo toda modalidade de negligência,
imprudência ou imperícia de ambos tipos previstos, como forma de coibir o
descumprimento dos deveres familiares. E constitucionalmente os pais têm que
observar a responsabilidade em garantir a vida com qualidade e segurança para os
seus filhos, cumprindo as obrigações descritas na carta magna em seu artigo 229
“Assistir, criar e educar os filhos”. Também o Estatuto da Criança e do Adolescente
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em seu artigo 53 traz as garantias de que a criança e o adolescente têm referentes ao


direito à educação para sua formação, elencando direitos com o fim de assegurar o
acesso e a permanência no ambiente escolar e prepará-los para a vida adulta, tendo
esse desenvolvimento intelectual grande importância para o exercício da cidadania e
do trabalho.
“O caráter do poder familiar, na verdade, transcende a órbita do Direito Privado
para ingressar na órbita do Direito Público. É um múnus público imposto pelo Estado
aos pais, a fim de que zelem pelo futuro de seus filhos”. (VERONESE, 2013, p. 1178)
A proteção dos interesses do menor referentes à educação não é apenas só
uma obrigação imposta por lei, mas sim um dever moral referente àqueles que estão
em formação, tendo os pais o papel fundamental nesse desenvolvimento, pois
auxiliam esse processo participando e orientando os seus filhos para poderem no
futuro exercerem seus direitos civis, sociais, trabalhistas e políticos, por fim,
compreende-se a sua importância, pois a educação não é só a alfabetização, mas
sim o preparo da criança e do adolescente para um vida toda visando sua formação
moral e profissional em que o Estado, a sociedade e a família tem o dever de proteger
esse direito para que o objetivo final seja cumprido, a formação do menor em idade
escolar.

5 MECANISMOS DE PROTEÇÃO AO MENOR

Os mecanismos de proteção ao menor no Brasil, em relação ao abandono


intelectual se apoiam no artigo 208 da Constituição Federal, que traz o dever do
Estado em assegurar a criança e o adolescente o ensino fundamental e artigo 22 do
Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece os deves dos genitores. Neste
sentido destacamos a responsabilidade dos pais em matricular seu filho na escola.
Segundo Santin (1991): é evidente que as obrigações de alfabetizar e evitar a
evasão escolar são dos pais ou responsáveis (art. 55), do Ministério da Educação ,
das Secretarias Estaduais e Municipais de Educação e das escolas, com destinação
específica no campo educacional, inclusive para recensear os educandos, fazer-lhes
a chamada e zelar pela frequência à escola (art. 53, §3°, ECA).
A escola por sua vez tem a responsabilidade de garantir uma educação de
qualidade e monitorar a frequência dos alunos, incentivando-as a vivenciar e
frequentar a escola, participando das atividades socioeducativas.
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Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN (BRASIL,


1996) prevê em seu artigo 12, inciso VII, que as escolas devem informar o pai e a mãe
sobre a frequência dos filhos, pois é compartilhada a responsabilidade entre os
responsáveis, Estado, onde o mesmo investe em diversos setores governamentais,
principalmente em educação sem identificar a eficácia desejada.
Neste caso quando a escola identifica os alunos que possuem um percentual
alto de falta, devem procurar os pais para tomarem ciência da situação dos menores.
Se não houver sucesso na escola em buscar solução para evitar a evasão, a
instituição encaminhará o caso para as providencias do Conselho Tutelar, que é
responsável por zelar os direitos da criança e do adolescente e o cumprimento das
suas normas, apontando a importância do papel dos pais e da família no
desenvolvimento saudável e harmonioso das crianças e adolescentes.
É valioso a importância do Conselho Tutelar como um órgão fiscalizador que
não faz parte do poder judiciário e exerce suas funções de maneira administrativa,
sendo encarregado pela comunidade de apoiar e proteger a efetividade dos
cumprimentos dos direitos da criança e adolescente através da legislação federal
8.069 de 1990, que apresenta o Estatuto da Criança e do Adolescente.
O Conselho Tutelar é vinculado ao poder executivo através de sua voz na
esfera municipal pela prefeitura, as duas decisões não dependem de nenhuma outra
instituição do poder público, se algum pai ou um cidadão se sentir afetado por este
conselho a instância a se recorrer é a justiça da infância e da juventude que compete
avaliar as situações ocorridas no processo do conselho tutelar, com base no artigo
137 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Conforme a Constituição Federal:


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, e exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio. (BRASIL, 1988).
Neste sentido o Estado tem o dever de assegurar a ordem pública e cabe a
polícia a preservação da ordem, a proteção da sociedade contra atos infracionais
praticados por parte de adultos, adolescentes e crianças, cabendo a polícia civil
averiguar as denúncias de atos infracionais contra a lei criminal e reunir provas para
que possa encaminhar para o Conselho Tutelar, também tem o dever de adotar o
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Estatuto da Criança e do Adolescente garantindo os direitos fundamentais previstos


em lei.
De acordo Nunes (2011, p. 264) afirma que: o Ministério Público pode e deve
ser o órgão articulador para garantir ao cidadão, em especial a crianças e
adolescentes, o direito à educação de qualidade, pois é instituição autônoma,
independente e defensora da ordem jurídica, dos interesses sociais difusos e
coletivos, conforme dispõe a Constituição Federal.
Sendo assim os direitos da criança e do adolescente são assegurados através
do Ministério Público que fiscaliza a função do Estado em relação ao direito à
educação e as crianças e adolescentes, promovendo a articulação com os demais
órgãos de interesse com o objetivo de assegurar e proteger.
As instituições de proteção as crianças e adolescentes tem o objetivo de
garantir a permanência dos menores no ambiente escolar, com vistas a diminuir o
número crescente de abandono intelectual, e proteger a continuidade e a
habitualidade do ensino das crianças, ou seja, constituindo-se em uma rede de
proteção sólida onde o menor afetado possa ser amparado, dando a devida garantia
socioeducativa.

Art. 205. A educação direito de todos e dever do Estado e da família, será


promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988).

A Constituição Federal expõe que o desenvolvimento intelectual do menor deve


ser garantido pela sua família, Estado e a sociedade, ou seja, a educação deve ser
protegida por todos, pois o aprendizado escolar é a garantia de um futuro melhor para
o menor, fazendo com que tenha oportunidade de se aperfeiçoar para galgar um
trabalho digno e futuramente poder exercer de forma correta seus direitos na
sociedade.

Foi lançado em 2005 o Programa de Mobilização para Inclusão Escolar e a


Valorização da Vida 1, com o nome Fica Comigo, que teve como principal
propósito o enfrentamento à evasão e exclusão escolar, sendo revisto,
atualizado e ampliado em 2009 2 e substituído posteriormente pelo Programa
de Combate ao Abandono Escolar. (A. FERNANDES, A. MEHRET, 2018)

É importante destacar a experiência do Estado do Paraná, através de sua


secretaria de educação que implementou políticas públicas educacionais de
prevenção ao combate de abandono escolar. Nesse sentido o programa do Estado do
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Paraná procurou implementar ações com o objetivo de desenvolver um trabalho


pedagógico e o aprendizado como prioridade. Nesse sentido o Estudante que
ultrapassar 30% (trinta por cento) das faltas do ano letivo, automaticamente estará
reprovado, mas o citado programa dará o direito ao aluno de participar da recuperação
como os demais e se o seu desenvolvimento for satisfatório a escola reprovará por
faltas, oportunizando no ano seguinte uma avaliação para reclassificação, objetivando
valorizar o desenvolvimento intelectual do aluno como prioridade essencial à vida na
formação de futuros cidadãos.
“Nesse sentido a lei 9.394 de 20 de dezembro de 1996, recomenda em seu
artigo 12, inciso VIII – “notificar ao Conselho Tutelar do Município a relação dos alunos
que apresentem quantidade de faltas acima de 30% (trinta por cento) do percentual
permitido em lei”. (BRASIL, 1996)
A Lei de diretrizes e bases da educação nacional orienta as escolas que nos
casos em que os alunos não cumprirem os dias letivos e hora aula estabelecidas, com
no máximo trinta por cento de faltas, deverá a instituição de ensino informar ao
Conselho Tutelar municipal para tomar as devidas providencias.
O abandono intelectual constitui-se em uma agressão contra a criança e o
adolescente, ferindo os direitos garantidos constitucionalmente aos menores,
afetando o seu desenvolvimento educacional, devendo a sua prevenção ser feita
pelos os órgãos administrativos e judiciais do Estado.
É importante dizer que instituições como: A Escola, Conselho Tutelar e o
Ministério Público, integram-se e contribuem com intuito de subsidiarem profissionais
quanto a prevenção do combate à evasão escolar.
O Estado brasileiro vem produzindo formas de trabalhos integrados dos seus
órgãos, com ações que buscam garantir o cumprimento dos dias letivos e hora aula
estabelecidas pela legislação, garantindo assim que o aluno matriculado permaneça
na escola usufruindo do convívio social com os outros estudantes. Caso ocorra a
evasão a escola deverá avaliar a situação e a partir daí serem tomadas as medidas
devidas, tentando de todas as formas legais garantir o retorno no menor ao ambiente
escolar e sua habitualidade na frequência.
Caso as tentativas de reintegrar o menor no ambiente escolar não surtirem
efeitos, o Ministério Público deverá ser acionado, que irá instaurar um procedimento
para tomar as medidas cabíveis.
20

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e novas


propostas relativas a calendário, seriação currículo, metodologia, didática e
avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
ensino fundamental obrigatório. (BRASIL, 1990)

Compreendo a importância do Ministério Público como agente do Estado nos


casos de abandono intelectual é de promover a educação do menor, analisando o
caso da melhor forma possível, para que a criança ou o adolescente retorne ao
ambiente escolar sem grandes prejuízos.
Caso não ocorra o retorno do menor para a instituição de ensino, o Ministério
Público deverá denunciar o caso, averiguando se é cabível as sanções previstas. Os
pais que forem denunciados, poderão responder um procedimento judicial
administrativo, estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente no artigo 249,
consistindo a pena entre três a vinte salários mínimos, os mesmos também poderão
responder um processo criminal no Juizado da Infância e Adolescência e ao final
podendo ser penalizados com detenção de quinze a trinta dias, conforme consta no
artigo 246 do Código Penal.
O Poder Judiciário por meio do Juizado da Infância e Adolescência deverá
trabalhar junto com o Ministério Público, da melhor forma possível na tramitação do
processo criminal para atender as necessidades do menor que está em situação de
abandono intelectual.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou analisar o abandono intelectual e suas consequências


penais e civis a luz do direito à educação. Verificamos vários fatores, compor exemplo
a falta de responsabilidade dos pais em função de cumprir os deveres inerentes ao
poder familiar.
Foi possível conhecer com este estudo, o conceito de abandono intelectual,
que é caracterizado por um crime cometido pelos pais que deixarem de proporcionar
aos seus filhos à instrução primária, ou seja, os pais que não matriculam os filhos, na
idade escolar, nos estabelecimentos de ensino da rede pública ou da rede particular.
Neste sentido o artigo 53 do Estatuto da Criança e do Adolescente, traz uma
discussão relevante, presente também na constituição no artigo 205, são direitos
que não podem ser esquecidos, tratados como desnecessário ou simplesmente
programáticos, uma vez que são prioritários para o desenvolvimento pleno de
21

crianças e adolescentes. e só através da educação e cultura que poderemos formar


adultos com qualificação para o trabalho e consciente dos seus direitos e deveres
na sociedade. E do mesmo modo o esporte e o lazer contribui para prevenir e afastar
o adolescente das drogas e da marginalidade
Neste sentido as compreendemos que as ações do Estado devem ser
integradas entre os órgãos: escola, conselho tutelar e o com o acompanhamento do
Ministério público, para coletivamente terem maior êxito.
Acho importante a criação de um programa educacional onde a escola deverá
orientar essas famílias, com o apoio de profissionais como assistência, psicólogos e
atender os alunos que precisem desse apoio, como adolescentes rebeldes, e com
problemas de drogas.
Constatamos através da pesquisa que o Estado não possui políticas públicas
para garantir condições adequadas que facilitariam a permanência de crianças na
escola e a de gerar algumas mudanças, mesmo que muitas vezes por determinações
judiciais.
Diante do exposto sugerimos que o Estado crie mecanismos protetivos
para assegurar a criança e do adolescente das opressões do abandono intelectual e
violência para que seja assegurada a sua infância e adolescência orientada e
garantidos pela legislação brasileira.
É de suma importância que o Estado garanta o Ensino Fundamental obrigatório
e gratuito a toda criança e adolescente, promove um ensino de qualidade, para todos
os segmentos com salas de aula equipadas e adequadas para que essa fermenta
contribuía com o processo de aprendizagem dos alunos, assim como também
profissionais qualificados para ajudar os mesmos a desenvolverem suas habilidades
na formação do cidadão do amanhã.
O estudo mostrou a relevância social de trabalhar com atividades
que sensibilize as famílias através de debates e campanhas educativas de combate a
evasão escolar, trazendo em tela a responsabilidade dos pais de matricular seus filhos
em idade escolar e acompanhar a frequência e o desenvolvimento intelectual
desempenho dos mesmos, com a forma de medidas de apoio e proteção e não
aplicação de ações conforme ações punitivas em consonância com a legislação
brasileira., como por exemplo, o conselho tutelar poderá trabalhar em consonância
com a escola ,ministério público com o desejo de mostrar pais ou responsáveis a
importância do dever da família, como também do estado para assegurar à criança
22

e ao adolescente o direito à vida, à saúde, educação, ao lazer, à cultura, à dignidade,


e cuidar para que não haja à, discriminação, exploração e maldade.
É urgente o Estado faça cumprir a legislação, não podendo admitir crianças
fora da escola, sem o acompanhamento necessário por parte da família, pois caso
contrário tal situação poderá se caracterizar como abandono intelectual.
Recomenda-se que os tomadores de decisões criem mecanismos para que
haja mais dignidade em relação as crianças que estão a margem da sociedade sem
escola e junto a isso os pais recebessem um acompanhamento psicossocial com
objetivo de dar subsídios aos mesmos, quanto a importância de garantir o seu filho na
escola para impedindo o aumento gradativo da evasão escolar e o analfabetismo.
Diante do exposto do torna-se necessário que os pais encontrem apoio, em
grupos de discussão, conselhos tutelares e da comunidade. Não é só a educação dos
filhos que é necessária, mas também apoiar os pais no desenvolvimento intelectual e
por fim, entendo que não se pode ficar impune aquele pai ou responsável, utilize de
motivos irrelevantes para suprimir a condução da matrícula do seu filho na rede de
ensino, seja pública ou privada.

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Vade Mecum Saraiva / Obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a


colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha
– 21. Ed. atual. ampl. – São Paulo: Saraiva, 2016.
26

FICHA CATALOGRÁFICA

F673a
Fonseca, Thiago Jorge Cavalcanti
O abandono intelectual: suas consequências penais e civis a luz do
Direito à Educação.
Thiago Jorge Cavalcanti da Fonseca - Joao Pessoa, 2019
Orientador (a): Prof. Susyara Medeiros de Souza
Centro Universitário de João Pessoa – UNIPÊ.
O Trabalho de Conclusão de Curso (Curso de Direito)
2. Abandono Paterno. 3. Reincidência. I. Título.

UNIPÊ / BC CDU – 342.733

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