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4.

A NATALIDADE, FECUNDIDADE, NUPCIALIDADE E


DIVÓRCIO

Objetivos

1. Conhecer a lógica do cálculo das taxas Brutas de Natalidade, enquanto medidas


elementares de análise;

2. Aplicar o conceito de taxa às Taxas de Fecundidade Geral;

3. Conhecer alguns tipos particulares de fecundidade;

4. Conhecer medidas elementares de análise da nupcialidade e divórcio.

4.1. A NATALIDADE E A FECUNDIDADE

A procriação, ou fecundidade, das populações tem recebido mais atenção dos


demógrafos do que qualquer outro tópico, e há várias razões para isso.

Primeiro, a fecundidade determina em grande parte a estrutura etária de uma


população: uma alta fecundidade é responsável pela dependência de jovens em algumas
regiões; o declínio da fecundidade é responsável por um envelhecimento das populações
noutras regiões. A variável fecundidade também criou grandes flutuações em tamanho
de coorte, como os baby-booms, em muitos países.

Uma segunda razão para o interesse na fecundidade é a sua contribuição para o


crescimento populacional: continuando uma alta fecundidade, depois da mortalidade
começar a diminuir, produziu-se o episódio de crescimento populacional mais explosivo
dos tempos modernos. Uma razão é que o potencial biológico para a procriação, ou seja,
a fertilidade, está cada vez mais sob controlo voluntário, desde o século passado. Como
resultado, as pessoas podem planear as suas gravidezes e os formuladores de políticas
podem razoavelmente tentar influenciar essas escolhas.

Embora a fecundidade continue a ser a força motriz do crescimento da população


mundial, a fecundidade mundial provavelmente nunca foi tão baixa como é hoje, e é
improvável que aumente muito no futuro próximo. Mais de um terço de todas as nações
e praticamente todas dos países mais desenvolvidos, têm níveis de fecundidade abaixo
daqueles que substituiriam as suas populações existentes. Além disso, o declínio da
fecundidade espalhou-se para muito menos países desenvolvidos (Nações Unidas,
2013). As causas, as consequências e o futuro curso provável desta transição da
fecundidade mundial estão entre as questões demográficas mais atraentes do nosso
tempo (Lundquist, Anderton, Yaukey, 2015, p. 219).

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Tal como acontece com a mortalidade, a característica principal da natalidade no século
XX e XXI é o seu declínio, declínio esse que é em geral posterior ao da mortalidade. Em
muitos países não desenvolvidos esse declínio ainda não ocorreu ou está ainda no início
do processo.

Nos países não desenvolvidos, esse declínio, quando já ocorreu, é relativamente recente.
A África, no conjunto do continente, tem os níveis mais elevados o que nos indica que
na maior parte dos países africanos o declínio da natalidade ainda não ocorreu. Ao
observarmos as diferenças entre as regiões, facilmente nos damos conta de que existe
uma grande diversidade de situações; nos restantes continentes, além de valores globais
bastante mais baixos, as diferenças deixam de ser tão acentuadas.

Como consequência, desenvolveram-se estudos para procurar as causas do declínio da


natalidade. Mas a procura dessas causas não é tão simples como no caso da mortalidade.
Se nesta última podemos encontrar uma variável global - as condições gerais de saúde
- com diferentes variáveis específicas, o mesmo não acontece com a natalidade, onde
existem vários fatores bastante diferenciados responsáveis pela sua evolução: fatores
biológicos, relações sexuais, leis e costumes, divórcio, viuvez e abstinência, contraceção
e aborto, fatores económicos, fatores sociais, fatores culturais, urbanismo e
escolaridade.

A fecundidade não é alheia ao meio. Existem determinantes diretos e indiretos que


influem na fecundidade. A educação/escolaridade é um determinante indireto da
fecundidade enquanto que os métodos contracetivos são determinantes diretos.

Os demógrafos estão interessados em saber onde e como, e que fatores sociais,


económicos, culturais e ambientais influenciam tanto a probabilidade de uma mulher ter
um bebé, ou ficar grávida, ou qual o número de bebés que ela terá na sua vida. Foi
demonstrado, por exemplo, que a classe social, o status económico, as crenças
religiosas, a disposição psicológica, os artifícios sobre crianças e outros fatores
influenciam a decisão de ter um bebé, bem como o número de bebés (de zero a alguns)
uma mulher terá. Os demógrafos mostraram, por exemplo, que quanto mais anos de
educação uma mulher tem, menos filhos ela terá. Por que seria? Por que mais anos de
educação completa resultariam, ao contrário, numa mulher que tinha poucos filhos? Um
dos motivos é que as mulheres que ficam mais tempo na escola tendem a se casar mais
tarde e adiar os filhos, em comparação com as mulheres que frequentaram a escola por
um menor período de tempo. Assim, a variável educacional tem uma influência na
fecundidade através das chamadas variáveis proximais ou intermediárias que se
encontram entre a fecundidade e as variáveis sociais, económicas, culturais e
ambientais. Em 1956, dois demógrafos muito famosos, Kingsley Davis e Judith Blake,
escreveram um artigo influente sobre as variáveis comportamentais e biológicas que são

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"intermediárias" e que influenciam diretamente a fecundidade. Essas variáveis
particulares foram diferenciadas de todos os outros tipos de variáveis porque, mais por
necessidade, influenciam a fecundidade operando por meio das poucas variáveis
imediatas especificadas por Davis e Blake (1956). Kingsley Davis e Judith Blake listaram
os determinantes próximos da fecundidade na ordem da sequência de tempo envolvida
na produção de bebés em três estágios: (1) relação sexual, (2) conceção e (3) gestação
e parto. Foi determinado que os seguintes fatores explicam a grande maioria da variação
na fecundidade entre grupos: proporção das uniões; uso de anticoncecionais;
infertilidade pós-parto e aborto (Bongaarts, 1982). Davis e Blake (1956) chamaram esses
determinantes próximos de "variáveis intermediárias". Isso ocorre porque a explicação
da fecundidade até a introdução de sua lista tinha em grande parte explicado pelo fundo.
Eles enfatizaram que a única maneira de uma diferença (por exemplo, na riqueza,
religião, etc.) produzir uma diferença de fecundidade foi causando variação num ou mais
dos determinantes próximos na sua lista. Se especificarmos os determinantes próximos
da fecundidade de coorte muito alta ou muito baixa para um grupo de pessoas, estamos
numa posição melhor para direcionar uma política para influenciar essa fecundidade. Se
os pobres têm mais filhos porque têm menos acesso a equipamentos contracetivos
modernos, podemos fornecer esses anticoncecionais com mais facilidade do que
podemos melhorar o padrão de vida, embora este seja certamente um objetivo digno
por si só. Na verdade, a maioria das políticas modernas de redução da fecundidade nas
regiões menos desenvolvidas tem sido baseada em programas de planeamento familiar
com base nesta explicação causal (Lundquist, Anderton, Yaukey, 2015, pp 245- 245;
Poston & Bouvier, 2017, pp 74-77).

4.1.1. A Taxa Bruta de Natalidade

A Taxa Bruta de Natalidade mede a frequência anual da natalidade por cada mil
habitantes. Este instrumento de medida refere-se à relação entre os nascimentos
ocorridos num determinado espaço geográfico e a respetiva população média1, durante
um determinando período, normalmente um ano civil (habitualmente expressa em
número de nados-vivos por 1000 (10^3) habitantes).

As taxas brutas de natalidade possibilitam a observação das tendências da natalidade ao


longo de períodos mais ou menos longos, apresentando-se como bons instrumentos de
comparação.

1
População calculada pela média aritmética dos efectivos em dois momentos de observação, habitualmente
em dois finais de anos consecutivos (INE-Metainformação).

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Taxa bruta de natalidade
Que países têm mais e menos bebés por 1.000 residentes?
Grupos/Países Taxa bruta de natalidade

Anos 1960 2019


Pro 9,3
UE27 (2020) - União Europeia 27 (desde 2020) -
DE - Alemanha 17,4 Pro 9,4
AT - Áustria 17,9 9,6
BE - Bélgica 16,8 10,1
BG - Bulgária 17,8 8,8
CY - Chipre - Pro 10,9
HR - Croácia 18,4 8,9
DK - Dinamarca 16,6 10,5
SK - Eslováquia 21,7 10,5
SI - Eslovénia 17,6 9,3
ES - Espanha 21,7 Pro 7,6
EE - Estónia 16,7 10,6
FI - Finlândia 18,5 8,3
FR - França 17,9 Pro 11,2
GR - Grécia 18,9 Pro 7,8
HU - Hungria 14,7 9,5
IE - Irlanda 21,5 s 12,1
IT - Itália 18,1 Pro 7,0
LV - Letónia 16,7 9,8
LT - Lituânia 22,5 9,8
LU - Luxemburgo 16,0 10,0
MT - Malta 26,2 8,6
NL - Países Baixos 20,8 Pro 9,7
PL - Polónia 22,6 9,9
PT - Portugal 24,1 8,4
CZ - República Checa 13,4 10,5
RO - Roménia 19,1 Pro 9,6
SE - Suécia 13,7 11,1
UK - Reino Unido 17,5 Pro 10,7
IS - Islândia 28,0 12,3
NO - Noruega 17,3 10,2
CH - Suíça 17,7 10,0
Taxa bruta de natalidade
Fontes de Dados: Eurostat | NU | Institutos Nacionais de Estatística - Recolha de
Dados Rapid, Joint, Nowcast
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2020-11-09

A taxa bruta de natalidade obtém-se através do quociente entre o número dos


nascimentos (nados-vivos) ocorridos, durante um período em análise, e a população
média desse período.

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TBN = Nascimentos /População Média *1000

Exemplo:
Total de Nados-vivos (1990): 116 383 População média total (1990): 9 862 540

TBN1990 = _116383_ *1000=11,8‰


9 862 540

Apesar de ser um indicador muito utilizado, sobretudo como medida comparativa, deverá
ter-se em conta que a taxa bruta de natalidade, tal como todas as taxas brutas, é
enviesada pelos efeitos de estrutura das populações (quanto às diferenciações existentes
por idade e sexo).

4.1.2. A Taxa de Fecundidade Geral

A Taxa de Fecundidade Geral mede a frequência da fecundidade no conjunto da


população feminina em idade de procriar. Este instrumento de medida refere-se à
relação entre o número de nados-vivos observado durante um determinado período de
tempo, normalmente um ano civil, e o efetivo médio de mulheres em idade fértil (dos
15 aos 49 anos) desse período (habitualmente expressa em número de nados-vivos por
1000 (10^3) mulheres em idade fértil).

Taxa de fecundidade geral


Quantos filhos existem em cada 1.000 mulheres em idade fértil?
Anos Taxa de fecundidade geral
1961 95,7
1962 96,6
1963 93,0
1964 95,3
1965 93,0
1966 92,7
1967 91,7
1968 89,6
1969 88,3
1970 84,6
1971 84,6
1972 81,0
1973 79,1
1974 77,8
1975 80,0
1976 82,2

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1977 79,0
1978 72,3
1979 68,5
1980 ┴ 66,9
1981 63,7
1982 62,7
1983 59,5
1984 58,5
1985 53,1
1986 51,4
1987 49,8
1988 49,2
1989 47,6
1990 46,5
1991 46,3
1992 45,5
1993 44,9
1994 42,8
1995 41,8
1996 42,8
1997 43,6
1998 43,7
1999 44,6
2000 45,9
2001 43,0
2002 43,6
2003 42,9
2004 41,8
2005 42,1
2006 40,7
2007 39,7
2008 40,8
2009 39,0
2010 40,0
2011 38,6
2012 36,3
2013 33,9
2014 34,3
2015 36,0
2016 37,1
2017 37,2
2018 37,9
2019 37,9

Taxa de fecundidade geral


Fontes de Dados: INE - Estatísticas de Nados-Vivos
INE - Estimativas Anuais da População Residente
Fonte: PORDATA
Última actualização: 2020-06-15

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A taxa de fecundidade geral obtém-se através do quociente entre o número dos
nascimentos (nados-vivos) ocorridos numa população, durante um período em análise,
e a população média total feminina em idade fértil (dos 15 aos 49 anos) desse período.

TFG = Nascimentos/ População média feminina dos 15 aos 49 anos*1000

Exemplo:

Total de nados-vivos (1990): 116 383

População média total feminina dos 15-49 anos (1990): 2 479 494

TFG1990 = ___116 383___ * 1000= 46,9‰

2 479 494

A taxa de fecundidade geral, referida ao total da parcela de mulheres dos 15 aos 49


anos, anula em parte os efeitos perturbadores da estrutura. Todavia, tal como a taxa
bruta de natalidade, pode ser considerada uma medida de tipo global. Numa análise
mais fina do comportamento da fecundidade, são as taxas de fecundidade por idades
das mulheres que assumem maior pertinência.

As taxas de fecundidade geral por idades ou taxas especificas de fecundidade medem a


frequência da fecundidade que ocorre em grupos da população feminina determinados
em função da idade. As taxas obtêm-se através dos quocientes entre o número dos
nados-vivos por idades das mães ocorridos numa população, durante um período em
análise, e a população média feminina por idades, desse período.

Exemplo:

Para a classe etária dos 15 aos 19 anos

TFG (15-19) = Nados-Vivos por idades das mães (15-19)/População Média


Feminina (15-19)*1000

É a partir das taxas de fecundidade por idades que se podem calcular os indicadores
relativos à intensidade e ao calendário da fecundidade.

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4.1.3. O Índice Sintético de Fecundidade

O Índice Sintético de Fecundidade (ISF) consiste numa estimativa do número médio de


filhos que uma mulher tem ao longo da vida. Nesse sentido, esse indicador relativo à
intensidade da fecundidade expressa a condição reprodutiva média das mulheres de um
determinado local, sendo um dado importantíssimo para a análise da dinâmica
demográfica.

O ISF define-se como o número médio de crianças vivas nascidas por mulher em idade
fértil, admitindo que as mulheres estariam submetidas às taxas de fecundidade
observadas no momento. É o valor resultante da soma das taxas de fecundidade por
idades, ano a ano ou grupos quinquenais, entre os 15 e os 49 anos, observadas num
determinado período (habitualmente um ano civil). No caso de grupos quinquenais,
multiplica-se o valor da soma por 5 (amplitude de cada grupo etário).

ISF = (∑ taxas de fecundidade por idades/1000) *5

Exemplo:

∑ Taxas de Fecundidade Geral por idades * 5 anos = Índice Sintético de Fecundidade,


ou seja, ∑ T.F.G. * 5 = I.S.F.

1.º. Calcula-se as TFG em cada um dos grupos etários (nascimentos em cada um dos
grupos etários / população média feminina em cada um dos grupos etários), ou seja,
TFG (GE) = Nados-Vivos por idades das mães (GE)/População Média Feminina (GE)

2.º. Somam-se todas as TFG calculadas para os grupos etários

3.º. Multiplica-se o somatório das T.F.G. por grupos etários por 5 que corresponde à
amplitude de cada grupo etário.(*)

(*) Nota: No caso de já se ter multiplicado por 1000 as TFG por GE, é necessário dividir o seu somatório
por 1000 para calcular o valor do ISF = (somatório tx de fecundidade por grupos etários *5) /1000

Para que a reposição populacional seja assegurada, convencionou-se que o ISF não pode
ser inferior a 2,1 filhos por mulher, pois as duas crianças substituem os pais e a fração
0,1 é necessária para compensar os indivíduos que morrem antes de atingir a idade
reprodutiva.

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Conforme dados do Relatório sobre a Situação da População Mundial 2010, do Fundo de
População das Nações Unidas (Fnuap), o ISF é de 2,52 filhos por mulher. Esse resultado
confirma uma tendência mundial de redução no número de filhos, contudo, a ritmos
diferenciados segundo as grandes áreas geográficas. Com efeito, a Organização das
Nações Unidas (ONU), baseada em dados de 2009, divulgou os seguintes resultados:
Europa (1,52), Canadá e Estados Unidos da América (2,02), América Latina (2,17), Ásia
(2,3), Oceânia (2,42), África (4,45). No Brasil, o ISF é de 1,94 filho por mulher.

A queda do ISF é consequência de vários fatores, tais como projetos de educação sexual,
planeamento familiar, utilização de métodos contracetivos, maior participação da mulher
no mercado de trabalho, expansão da urbanização, entre outros. Fatores que evoluem
de forma diferenciada segundo as realidades culturais e socioeconómicas dos vários
países.

4.1.4. A Taxa Bruta de Reprodução

A intensidade da fecundidade remete para a capacidade de autorreprodução de uma


população. Neste sentido e tratando-se de fecundidade feminina, a taxa bruta de
reprodução permite medir essa capacidade incidindo sobre a proporção de nados-vivos
do sexo feminino.

A taxa bruta de reprodução resulta da multiplicação entre o ISF e um coeficiente


determinado para a proporção de nascimentos do sexo feminino ou taxa de feminilidade
ao nascimento. Este valor é universalmente estabelecido em 488 por mil nascimentos.

Taxa Bruta de Reprodução: R= ISF*0,488

O R é o número médio de filhas procriadas por cada mulher, na ausência de mortalidade.


Com um valor igual ou superior a 1 remete para uma substituição das gerações
assegurada. Todavia, este indicador deve ser lido com alguma prudência, pois não
integra a interferência da mortalidade2.

2
Deste modo, implica, sempre que possível, a confirmação complementar através do cálculo da denominada
Taxa Liquida de Reprodução.

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Índice sintético de fecundidade e taxa bruta de reprodução
Quantos filhos existem, em média, por mulher em idade fértil?
Quantas filhas tem, em média, cada mulher em idade fértil?
Índice Taxa Bruta
Anos Sintético de de
Fecundidade Reprodução
1960 3,20 1,56
1970 3,00 1,46
1971 2,99 1,46
1972 2,85 1,39
1973 2,76 1,35
1974 2,69 1,31
1975 2,75 1,34
1976 2,81 1,37
1977 2,68 1,31
1978 2,45 1,20
1979 2,31 1,13
1980 2,25 1,10
1981 2,13 1,04
1982 2,08 1,02
1983 1,96 0,96
1984 1,91 0,93
1985 1,73 0,84
1986 1,67 0,81
1987 1,63 0,80
1988 1,62 0,79
1989 1,58 0,77
1990 1,57 0,77
1991 1,56 0,76
1992 1,54 0,75
1993 1,52 0,74
1994 1,45 0,71
1995 1,41 0,69
1996 1,45 0,71
1997 1,47 0,72
1998 1,48 0,72
1999 1,51 0,74
2000 1,55 0,76
2001 1,45 0,71
2002 1,47 0,72
2003 1,44 0,70
2004 1,41 0,69
2005 1,42 0,69
2006 1,38 0,67
2007 1,35 0,66
2008 1,40 0,68
2009 1,35 0,66
2010 1,39 0,68
2011 1,35 0,66
2012 1,28 0,62
2013 1,21 0,59
2014 1,23 0,60

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2015 1,30 0,63
2016 1,36 0,66
2017 1,37 0,67
2018 1,41 0,69
2019 1,42 0,69
Fonte: PORDATA/ Indicadores de Fecundidade: Índice sintético de fecundidade e taxa bruta de reprodução
Fontes de Dados: INE - Indicadores Demográficos
Última actualização: 2020-06-16

4.1.5 Idade média das mães ao nascimento dos filhos

A idade média das mães ao nascimento dos filhos é um indicador do calendário da


fecundidade. Obtém-se através do quociente entre a soma total dos anos vividos pelas
mães até ao nascimento dos filhos (convencionando-se que, em média, os nascimentos
ocorreram no meio do intervalo entre dois aniversários) a multiplicar pelas taxas de
fecundidade por idades e a soma total de todas as taxas de fecundidade por idades. No
caso de grupos quinquenais, multiplica-se o valor de cada taxa por 5 (amplitude de cada
grupo etário).

I = ∑pontos médios*(taxas de fecundidade por idades*5)/ ∑taxas de


fecundidade por idades*5

Exemplo:

Grupos de idade: 15-19 ponto médio = 17,5 17.5 * Taxa*5

…. ….

45-49 ponto médio = 47.5 47,5 * Taxa*5

IMF= Σ (Pontos médios * tx *5)/ Σ tx*5

A idade média das mães ao nascimento dos filhos remete na atualidade para a
problemática do adiamento do momento de procriar. Nos países mais desenvolvidos a
tendência atual é para que as mulheres adiem o momento de procriar para idades, em
média, acima dos 30 anos. Em Portugal, em 2020, a idade média das mulheres ao
nascimento de um filho situou-se nos 31,6 anos.

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Idade Média ao Nascimento de um filho, Portugal 2000-2020

Anos IMNF

2000 28,6
2001 28,8
2002 28,9
2003 29
2004 29,2
2005 29,3
2006 29,4
2007 29,5
2008 29,6
2009 29,7
2010 29,8
2011 30,1
2012 30,2
2013 30,4
2014 30,7
2015 30,9
2016 31,1
2017 31,2
2019 31,4
2018 31,4
2020 31,6

Fonte: INE – Indicadores demográficos

Ao tentar avaliar se a fecundidade é alta ou baixa, as pessoas não ficam satisfeitas


simplesmente a comparar populações. Em vez disso, procuram algum nível ou padrão
mais absoluto para comparar a fecundidade atual, que mostra as implicações desse nível
de fecundidade para o bem-estar da população. O padrão atual é a fecundidade ao nível
de reposição, que é o nível em que as mulheres, em média, têm filhas suficientes para
"substituir-se” a si próprias na população (Lundquist, Anderton, Yaukey, 2015; Poston &
Bouvier, 2017).

Para estar no nível de reposição, o ISF deve estar acima de 2,0, uma vez que, em pelo
menos, um filho nasce para cada filha, e algumas mães em potencial morrem antes de
terem os seus filhos, mesmo na coorte hipotética mais saudável. Como estimativa geral,
o ISF de reposição é considerado 2,1 nas regiões mais desenvolvidas e 2,3 nas regiões
menos desenvolvias, onde as taxas de mortalidade são mais altas. Países com o ISF
abaixo desses níveis são considerados abaixo da fecundidade de substituição. Os países
que se encontram com fecundidade abaixo do nível de reposição tendem a preocupar-
se com os problemas do lento crescimento populacional e declínio populacional. Existem

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atualmente onze países ou territórios que começaram a experimentar níveis de
fecundidade mais baixos sem precedentes, caindo abaixo de 1,3 filhos por mulher.

No entanto, a fecundidade é apenas uma fonte de mudança no crescimento populacional


de um país. Seria um erro supor que a fecundidade abaixo da reposição sempre resultará
em tamanho da população em declínio. Entre os setenta e cinco países que agora têm
menos fecundidade de substituição (48% da população mundial), muitos continuarão a
experimentar um crescimento populacional devido quer à imigração, quer às estruturas
de idade mais jovem, com grandes coortes entrando na idade reprodutiva. Não são
apenas as regiões mais desenvolvidas que têm baixa fecundidade. Um terço dos países
menos desenvolvidos do mundo têm uma substituição abaixo dos níveis de fecundidade
(Nações Unidas, 2011). Incluem alguns dos mais populosos países em desenvolvimento,
como China, Brasil, Irão, Tailândia, Vietname e Coreia do Sul (Nações Unidas, 2013).

Figura 3. Número de filhos por mulher – Índice Sintético de Fecundidade

Regiões geográficas 2000-2005 2005-2010 2010-2015 2015-2020


Africa 5,08 4,90 4,73 4,44
Asia 2,45 2,33 2,21 2,15
Europa 1,43 1,56 1,60 1,61
América latina e caribe 2,49 2,26 2,14 2,04
América do Norte 1,99 2,01 1,85 1,75
Oceânia 2,46 2,54 2,44 2,36
Fonte: adaptado de https://www.statista.com/statistics/1034075/fertility-rate-world-continents-1950-2020/

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4.2. NUPCIALIDADE E DIVÓRCIO: MEDIDAS ELEMENTARES DE
ANÁLISE

A melhor maneira de apresentar a nupcialidade é através da história conjugal imaginária


de uma coorte de nascimento (Cherlin, 2010b, 1981). Todo mundo começa a sua vida
sem ter casado ou solteiro. Uma vez que esta é uma história de um casamento, vamos
ignorar alternativas ao casamento, como coabitar. No entanto, queremos mencionar que
a coabitação está se a tornar cada vez mais comum em muitas nações industrializadas,
especialmente para casais de 20 a 34 anos, que estão nos primeiros anos de
fecundidade. Nalguns países, como a Dinamarca e a Finlândia, parceiros coabitantes
podem entrar numa união civil legalizada, e os registros mostram que cerca de três em
cada dez casais em idade avançada vivem em tais uniões civis (OCDE, 2012). Membros
da coorte, viúvos ou divorciados podem reingressar no atualmente casado pelo processo
de novo casamento. Assim que estiverem de volta ao estatuto de casados, podem
reingressar num novo ciclo de não casamento pela morte de seu novo cônjuge ou por
divórcio. Alguns desses estatutos combinam-se em categorias maiores. Por exemplo, os
demógrafos usam o termo solteiro ou não casado para combinar “nunca casado,
divorciado e viúvo”. Já casado, inclui os atualmente casados, divorciados e viúvos.
Anteriormente casado significa aqueles atualmente divorciados ou viúvos. Da mesma
forma, os processos de primeiro casamento e novo casamento combinam-se para formar
o processo de casamento. Os processos de mortalidade do cônjuge e divórcio combinam-
se para fazer o processo de dissolução conjugal.

A nupcialidade não é uma variável micro demográfica autêntica na medida em que o seu
aumento ou a sua diminuição não afetam diretamente a dinâmica populacional. Esta
variável intervém na dinâmica populacional indiretamente através da fecundidade, se
bem que, neste princípio de milénio, é cada vez mais forte a tendência para a separação
entre os comportamentos da nupcialidade e da fecundidade.

4.21. Taxa bruta de nupcialidade

O processo mais simples que existe para medirmos o nível da nupcialidade consiste em
dividir o total de casamentos observados pela população média.

TBNup = Casamentos/População média*1000

Exemplo:

Casamentos: 72330 População total média: 9 675 573

T.B.Nup. = 72330/9675573 * 1000 = 7,48‰

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Outras taxas de nupcialidade:

• Taxa de Nupcialidade geral: casamentos/pop. média com + 15 anos * 1000

• Taxa de Primonupcialidade: casamentos de ordem 1 (primeiros casamentos) /


solteiros com + 15 anos * 1000

• Taxa de recasamentos: casamentos de ordem superior a 1/ viúvos e divorciados


* 1000

• Taxa de Nupcialidade por idades ou grupos de idades e sexos: exemplo:


casamentos H (25-29 anos) / população média H (25-29 anos) * 1000

• Taxa Bruta de Divórcio: Divórcios/ população média * 1000

• Taxa Bruta de Viuvez: Viúvos / população média * 1000

4.2.2 Casamento e família

Até ao século XVII, os casamentos eram usados principalmente para ganhar legitimidade
ancestral e estabelecer laços militares e comerciais. A poliginia foi proibida por volta do
século XVII, e o número de famílias extensas diminuiu. No final do século XVIII na
Europa Ocidental, a “união por amor” tornou-se normativa, com o marido cuidando da
família e a esposa concentrando-se na vida familiar (família tipo “Ozzie e Harriet”).

Primeiras uniões: coabitação e casamento

Houve pouca mudança, entre 1995 e 2010, nas percentagens de mulheres com idades
entre 15 e os 44 anos que não estão numa união (28%), mas houve mudanças drásticas
nas percentagens de casamentos e coabitações. Na coabitação, de um terço das
mulheres, em 1995, passou-se para metade das mulheres em 2006-2010, nos Estados
Unidos. Quanto ao casamento, passou de 39% em 1995 para 23% em 2006-2010. Da
metade das mulheres que coabitam, 40% fizeram a transição para casar, 32%
permaneceram coabitantes e 27% romperam o relacionamento. De acordo com Wendy
Manning (2013), apenas 11% das mulheres com idades entre os 19 e os 44 anos
relataram coabitar, em 1965-74, antes de seu primeiro casamento, percentagem que
subiu para 46% em 1985-89, para 59% em 1995-99 e para 66% em 2005- 2009. A
coabitação é o “novo normal” nos dias de hoje, as taxas são diferentes dependendo dos
níveis de educação. Continuando com o exemplo dos Estados Unidos, em 2009-10, 74%
das mulheres, com habilitações abaixo do ensino secundário, declararam coabitar ou já
ter coabitado, o mesmo também declararam 57% das mulheres com um a três anos de
faculdade, e 50% das mulheres com 4 ou mais anos de faculdade.

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Em relação ao número de bebés nascidos fora do casamento, em 2013, nos Estados
Unidos, quase 41% de todos os bebés nasceram de mães solteiras. Enquanto, no final
da década de 1950, apenas 5% dos nados-vivos eram filhos de mães solteiras, passando
para 14% e 30% em meados da década de 70 e da década de 1980, respetivamente.

Houve grandes mudanças neste panorama: a legalização do aborto, a contraceção


amplamente disponível e eficaz, o aumento da percentagem de mães solteiras, a
mudança de atitudes sociais em relação à paternidade solteira.

Quanto às idades das mães solteiras, em 2013, nas mulheres com menos de 15 anos,
praticamente todos os nascimentos foram de solteiras; nas mulheres dos 15 aos 19 anos,
a percentagem é de 89% de nascimentos referidos a solteiras; nas mulheres entre 20 e
24 anos, são mais de 65% dos nascimentos; nas mulheres dos 25 aos 29 anos são
quase 36% e no grupo dos 30 aos 34 anos são mais de 32%. Quanto mais velha for a
mulher, maior a probabilidade de ela se casar e menos probabilidade de não estar casada
ao dar à luz (Poston & Bouvier, 2017, p. 95-110).

4.2.3. Sexualidade

As três dimensões da sexualidade são a autoidentificação da sexualidade, a preferência


sexual/ desejo sexual e o comportamento sexual real. Todas as dimensões não
concordam necessariamente umas com as outras.

A dimensão comportamental pode ser a heterossexual (ter apenas parceiros do sexo


oposto e nenhum parceiro do mesmo sexo), homossexual (ter apenas parceiros do
mesmo sexo e nenhum parceiro do sexo oposto). A dimensão de autoidentificação, a
preferência/desejo, pode ser heterossexual (aqueles que se sentem atraídos apenas ou
principalmente pelo sexo oposto) ou homossexual (aqueles que se sentem atraídos
apenas ou principalmente pelo mesmo sexo).

Existem diversas parcerias familiares: duas pessoas vivendo juntas como um homem e
uma mulher casados, um homem e uma mulher que coabitam, um homem casado ou
coabitando com um homem, uma mulher casada ou coabitando com uma mulher (Poston
& Bouvier, 2017, p. 110-112).

4.2.4. Contraceção e controlo da natalidade

Hoje, a maioria das mulheres e homens casados e solteiros, sexualmente ativos nos
Estados Unidos e em outros países desenvolvidos estão a limitar o tamanho das suas
famílias e / ou a controlar o tempo e o espaçamento de seus nascimentos por meio
do controlo da natalidade. Poucas pessoas nos países em desenvolvimento usam

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métodos de prevenção dos nascimentos. Há uma variedade de métodos disponíveis para
mulheres e homens para prevenir partos, e os mais populares em todo o mundo são
a contraceção, a esterilização e o aborto. A eficácia desses métodos difere uns dos outros
e cada um tem as suas vantagens e desvantagens (Poston & Bouvier, 2017, p. 123).

A noção de prevenção do nascimento apareceu no início da história humana. Os cinco


melhores livros que fornecem relatos abrangentes de contraceção são: Medical History
of Contraception de Norman Himes, publicado pela primeira vez em 1936, com uma
edição em brochura em 1970; este é o clássico. É uma pesquisa exaustiva de
contraceção cobrindo muitas culturas em todo o mundo ao longo de três mil anos;
Contracepção: uma história de seu tratamento pelos teólogos católicos e canonistas de
John T. Noonan foi escrita em 1966. Traça a história da contraceção desde a era pré-
cristã até à década de 1960, com ênfase na interpretação e receção da contraceção na
Igreja Católica; Contracepção: Uma História de Robert Jutte, escrito em 2008. A versão
original foi publicada em alemão alguns anos antes. Ele estende e atualiza muito do
trabalho de Himes e Noonan; História da contracepção: da antiguidade aos dias
atuais, escrito por McLaren em 1992; um importante tratamento histórico; Ervas de Eva:
uma história de contraceção e aborto no Ocidente, escrito por West em 1999. Este livro
também é um relato histórico e também enfoca o uso de plantas e produtos à base de
ervas para regular a fecundidade. Além desses cinco livros, há também registos escritos
de remédios anticoncecionais e técnicas de aborto em papiros egípcios (1900–1100 aC),
nas obras latinas de Plínio, o Velho (23-79 dC) e Discórides (40-90 dC), nos escritos
gregos de Sorano (ca. 100), e em obras que tratam da medicina árabe no século X
(Poston & Bouvier, 2017, p. 123-124).

A maioria dos métodos de controlo de fecundidade documentados nesses tratamentos


foram relativamente ineficazes, com exceção do aborto induzido e da abstinência.
Praticamente todos os métodos anticoncecionais, exceto os métodos baseados em
hormonas, estavam disponíveis e eram usados no final do século XIX. Os preservativos
estavam disponíveis desde meados do século XVII. Os dispositivos intrauterinos (DIU)
foram desenvolvidos pela primeira vez na Alemanha na década de 1920. A pesquisa de
DIU não foi possível nos Estados Unidos até muito mais tarde, devido a restrições legais
e outros tipos de restrições. O método de aspiração manual para aborto foi descrito pela
primeira vez pelo ginecologista da Rainha Vitória da Inglaterra. Os princípios fisiológicos
por detrás dos anticoncetivos orais foram desenvolvidos na década de 1920, “mas o
método não progrediu, em parte devido à falta de uma fonte barata de esteroides e
também porque a pesquisa de anticoncetivos não era academicamente aceitável”
(Poston & Bouvier, 2017, p. 125).

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De acordo com dados de vários países recolhidos entre 2002 e 2012, 63% das mulheres
casadas em todo o mundo estavam a usar métodos de planeamento familiar: 72% das
mulheres nos países desenvolvidos e 62% nos países em desenvolvimento.

É digno de nota que, embora o uso de anticoncetivos nos países em desenvolvimento já


tenha quase atingido o nível atingido no mundo desenvolvido, o uso de métodos de
planeamento familiar é bastante desigual nos vários países. A percentagem de mulheres
casadas que usam métodos modernos varia dos 1% no Sudão do Sul e Somália e 2%
no Chade aos 84% no Reino Unido e China. Os dois países com as maiores percentagens
de mulheres casadas que usam qualquer método de planeamento familiar são a Noruega
com 88% e Portugal com 87%.

Os métodos anticoncecionais podem ser divididos em métodos modernos e tradicionais.


Os principais métodos modernos de planeamento familiar são o contracetivo oral (isto
é, pílula), o dispositivo intrauterino (DIU), injeção de contraceção, o preservativo, e a
esterilização masculina e feminina. Outros métodos modernos incluem
o diafragma, anticoncecionais vaginais, incluindo várias espumas e gel, vários tipos de
implantes anticoncecionais, o preservativo feminino e métodos de planeamento familiar
"naturais", também conhecidos como métodos de conscientização da fecundidade, como
o Standard Days Method e o método Billings e ovulação. Os métodos tradicionais de
planeamento familiar incluem métodos “naturais” menos eficazes, como o método do
ritmo do calendário (isto é, a abstinência periódica), coito interrompido (isto é, a
retirada), abstinência de longo prazo e amamentação prolongada.

Relativamente às diferenças no uso de anticoncetivos, embora as mulheres em


diferentes regiões do mundo variem nos principais métodos anticoncetivos utilizados, os
padrões de seu uso não mudaram muito entre 1990 e 2012. A esterilização feminina é
comum na Ásia, América Latina, Caribe e América do Norte, e 18% das mulheres casadas
em todo o mundo em idade reprodutiva foram esterilizadas, sobretudo através da
laqueação de trompas, muitas vezes sem consentimento da própria. Os outros métodos
mais populares são o DIU (13%), o anticoncetivo oral e o preservativo masculino (ambos
com 8%), injetáveis (5%) e esterilização masculina (3%). O DIU continua a ser
importante na Ásia e na Europa, e a pílula tem a distribuição geográfica mais ampla de
todos os métodos. De particular interesse é o facto de que, entre quase todos os países
do mundo, um ou dois métodos anticoncecionais representam metade ou mais do uso
total de anticoncetivos entre as mulheres casadas ou em união de facto: a pílula é o
método dominante em 20 países e os métodos tradicionais são dominantes em 11 países
(Poston & Bouvier, 2017, p. 125-162).

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ATIVIDADE FORMATIVA

1. Temos duas taxas brutas de natalidade:

TBN (País A- desenvolvido) = 778 526/61 283 600 *1000= 12,70 por mil

TBN (País B- não desenvolvido) = 54 043/1 428 082 *1000= 37,84 por mil

Segundo estes dois resultados, poderíamos dizer que a diferença de nível entre os dois
países seria de 198 %.

Comente este resultado e explique porque o resultado foi este.

2. TFG (País A - desenvolvido) = 778 526/14 309 800 *1000 = 54,41 por mil

TFG (País B - não desenvolvido) = 54 043/319 084 *1000 = 169,37 por mil

Segundo estes dois resultados, poderíamos dizer que a diferença de nível entre os dois
países seria de 211% em vez de 198%. Compare as diferenças de nível entre os dois
países e entre os dois tipos de taxas.

Se utilizarmos a TBN estamos a subestimar a diferença em 13%. A que se deve esta


diferença?

3. Defina os conceitos de Natalidade e de Fecundidade.

4. Com base nos dados do quadro seguinte relativos à população a meio do ano de
1991 e aos nados vivos de 1991, calcule:
Idade das População
Nascimentos
mães Feminina
15-19 12888 102
20-24 19392 1099
25-29 22465 2695
30-34 22367 2047
35-39 16802 654
40-44 10904 61
45-49 5954 3
Total 110772 6662

a) A Taxa de Fecundidade Geral. Interprete.

b) As taxas de fecundidade por grupos de idade. Interprete os dados.

c) O Índice Sintético de Fecundidade e a Taxa Bruta de Reprodução. Interprete cada


um dos resultados.

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5. Observe os dados respeitantes à População Francesa em 1960:
Idade das População
Nascimentos
mães Feminina
15-19 1 700 913 37 366
20-24 1 339 837 225 183
25-29 1 492 444 268 780
30-34 1 633 472 175 269
35-39 1 636 435 87 394
40-44 1 421 557 26 719
45-49 1 132 994 1 344
Total 10 357 652 822 055

População total média: 46 997 703

a) Calcule a Taxa Bruta de Natalidade.

b) Calcule a Taxa de Fecundidade Geral.

c) Calcule as Taxas de Fecundidade Geral por Grupos de Idades.

d) Calcule o Índice Sintético de Fecundidade e a Taxa Bruta de Reprodução.


Interprete os resultados obtidos.

e) Calcule a Idade Média de Fecundidade.

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