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Universidade Federal do Paraná Departamento

de Artes

Curso de Artes Visuais


O Espaço no Desenho: Articulações
internas
Fichamento – Maria Angélica Simões D’amico

GONÇALVES, Flávio R. Através. Revista-Valise, Porto Alegre, v. 3, n. 5, ano 3, julho de 2013

01- Qual a área do texto?


O texto encontra-se na área das Artes Visuais.

02- Qual a especialidade do(s) autor(es) deste texto?


Flávio Roberto Gonçalves nasceu em Porto Alegre em 1966. É bacharel em Artes Plásticas
(1988) e mestre em Artes Visuais (1993) pela UFRGS; obteve seu doutorado em arte (2000)
pela Universidade de Paris I, França. É Professor Associado do Instituto de Artes da UFRGS,
trabalhando nas disciplinas de desenho e junto ao Programa de Pós Graduação em Artes
Visuais no mesmo instituto. Tem participado desde 1988 de exposições coletivas e individuais.
Como pesquisador sua atividade está centrada no estudo dos documentos de trabalho e do
desenho como meio de expressão.

03- Quais as partes principais do texto?


No texto, encontram-se 3 partes essenciais: uma primeira introdução ao conteúdo do texto e
ao pensamento do autor, seguido de uma análise do que seria o desenho para ele, sua
realização e seus significados, finalizado por um reconhecimento do autor dos elementos mais
tratados em seus desenhos, que mais aparecem em seus documentos, combinado com uma
auto reflexão derivada dessas escolhas.

04- Como o(s) autor(es) organiza(m) o texto para dar conta dos objetivos propostos?
Para dar conta dos objetivos propostos, o artista faz justamente o que foi lhe proposto pela
exposição, pois, ao rever seus trabalhos como um conjunto, ele faz uma nova análise do que
eles significam e como tratar dos problemas apresentados por esse processo, como seu valor
mnemônico e como isso é incorporado de formas diferentes ao longo de seus trabalhos.

05- Quais os principais conceitos-chave apresentados no texto? Defina-os conforme o(s)


autor(es) ou conforme a literatura pertinente.
Acredito que o texto não trata de “conceitos-chave” no seu sentido tradicional, pois traz uma
análise, ainda muito aberta, do trabalho de um artista, feita por ele mesmo. Desse modo,
acredito que os conceitos trazidos pelo texto, como o valor intrínseco da memória com o
desenho, ou a arbitrariedade de sua realização são demais subjetivos para serem formalmente
conceituados. Há, claro, uma tentativa de categorizar, de um certo modo, o processo de
produção do artista, porém, seguindo suas palavras, esse processo também é marcado de
“desvios”, assim enfatizando seu valor subjetivo e experimental.
06- Quais as questões principais colocadas pelo(s) autor(es)?
Acredito que a principal questão colocada pelo autor seria justamente a classificação do
desenho como experiência, único para cada artista e impossível de se aprender baseando-se
apenas em escrituras e regras. Acredito que o artista deixa claro que o desenho depende, mais
que de técnica e conhecimento, de perspectiva e memória, da auto reflexão e da perspectiva
pessoal, afirmando o caráter subjetivo e em constante mudança.

07/08- Quais as principais reflexões que o texto provocou em você? Baseando-se em


outro(s) autor(es) e outra(s) obra(s) formule um comentário crítico sobre o texto.
Ao ler o texto, a principal questão que ficou comigo foi justamente o caráter transeunte do
desenho, que está em constante mudança e evolução não só ao longo da carreira do artista,
como também o conceito como um todo. Isso me fez refletir e buscar, na minha trajetória e no
meu relacionamento (meio complicado) com o desenho, a origem dos meus problemas com o
meio. Nessa reflexão, acredito que o problema principal que eu encontrei foi a minha
impossibilidade de repensar o desenho como um meio livre e não “preso” à representação
“objetiva e realista” do mundo. Seguindo minha tendência à planificação e ao uso da
geometria nos meus estudos de pintura, meus desenhos sempre sentiam “inacabados” ou
“simples demais”. Isso acabou me limitando à insegurança vista na linha do desenho rápido e o
distanciamento do campo do desenho como um todo. Foi nos experimentos de desenho
realizados pela professora Luana, de modelo vivo, de 2 minutos e de 30 segundos que acabei
por ver que a simplificação da forma e sua planificação é um recurso do desenho rápido, assim
como o enquadramento de uma parte, não sendo essencial a representação do todo. Acredito
que os textos dessa aula ajudaram ainda mais a desfazer a ideia de que um desenho bom tem
que ser “realista” e totalmente “perfeito”, até porque uma perfeita representação da
realidade é impossível até na fotografia. Comecei a aceitar essas minhas tendências na arte,
tentando fugir da tentativa de cópia perfeita de uma foto ou do objeto em si. E acho que é
disso que o texto trata, dessa trajetória pessoal de transformação, incorporação, projeção, e
muitos outros processos envolvidos nesse meio, todos totalmente emaranhados com o ato de
relembrar e refazer, de memorizar os seus passos, não num sentido mimético, de cópia, mas
sim de “evolução”.

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