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Mediação de Primeira Ordem e Capital - Relação Com o Racismo Ambiental
Mediação de Primeira Ordem e Capital - Relação Com o Racismo Ambiental
EDUCAÇÃO
RESUMO: A mediação foi escolhida como tema desse trabalho para análise de suas
possibilidades da utilização da educação na lógica de uma mediação de primeira ordem,
fazendo uma crítica direta à educação enquanto método que visa formar indivíduos que
atendam apenas o interesse do Capital. Para tal, foi feito um levantamento bibliográfico no
site da Scielo, da Unesp e bibliografias trabalhadas durante o semestre para concretização do
pensamento. Dessa maneira, considerando os aspectos das mediações de primeira e segunda
ordem, é demonstrado no trabalho que a mediação de segunda ordem pode ser superada,
sendo substituída pela de primeira ordem.
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Graduanda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Recôncavo da Bahia - UFRB. E-mail:
yarlasantos720@gmail.com
instrumentaliza e constrói modos para se desenvolver. E, na concepção de Marx, essa
mediação entre homem-natureza é realizada pelo trabalho.
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Para explanação mais completa o conceito de alienação é brevemente citado para contextualizar e, de maneira
mais breve, chegar na relação de mediação e racismo ambiental.
O trabalho na sociedade capitalista está permeada por uma relação completamente
alienadora, onde as mediações de segunda ordem se sobrepõem às de primeira, podendo ser
compreendidas como mediações que se sobrepõem aos próprios seres humanos. Essa relação
de alienação provocada pelas mediações de segunda ordem cumprem papel no qual o
indivíduo, engendrado a lógica do capital tem em sua atividade vital - o trabalho - a
desumanização o subordinando ao principal de ter, fazendo com que a lógica seja a de
trabalhar para ter as coisas subestimando o papel do ser, colocando o trabalhador no lugar de
mercadoria.
Nenhuma sociedade pode perdurar sem seu sistema de educação próprio. Mencionar
apenas os mecanismos de produção e troca para explicar o funcionamento real da
sociedade capitalista é procedimento inadequado. As sociedades existem através
dos atos dos indivíduos, que buscam realizar seus próprios fins. Em consequência, a
questão crucial, para qualquer sociedade, é a reprodução bem-sucedida desses
indivíduos (...). Assim, além da reprodução, numa escala ampliada, das múltiplas
habilidades sem as quais a atividade produtiva não poderia ser realizada, o
complexo sistema educacional da sociedade é também responsável pela produção e
reprodução da estrutura de valores dentro da qual os indivíduos definem seus
próprios objetivos e fins específicos.
Dessa forma, pode se julgar que a educação é uma mediação e é capaz de transmitir a
cultura produzida na história da humanidade para novas gerações, tendo também o caráter de
formar seres humanos de acordo com as necessidades e interesses sociais. Numa sociedade
em que a educação está intimamente ligada ao trabalho, como a nossa, podemos afirmar que
o trabalho interfere diretamente na educação. O que de fato busco fazer aqui, é criar uma
linha de pensamento em que sejamos críticos a hegemonia da ideologia dominante, que
internaliza no indivíduo as acepções capitalistas de que os valores do capital são seus
próprios valores e que o lugar que ocupamos na sociedade é natural. Nessa lógica, estamos
fadados a assimilar que a formação que buscamos deverá apenas funcionar numa lógica de
servidão e manutenção do capital. Nesse cenário, a educação aparece enquanto uma
mediação de segunda ordem, pois não garante que o ser humano se forme enquanto figura
emancipação e consciente de si, coisa que só seria possível em um cenário em que a
educação aparecesse enquanto uma mediação de primeira ordem, longe do conceito de
alienação.
Nesse sentido, a educação incorporada à lógica do capital - mediação de segunda
ordem -, serve para amparar o discurso de que o trabalhador deve estar em constante estado
de aprendizado, não para emancipação, mas para servir os interesses do mercado de trabalho,
uma vez que mais que nunca o trabalhador precisa se adequar ao mecanismo geradores de
mudanças devendo sempre ser produtivo. Esse discurso, por sua vez, apenas escancara o
desemprego provocado pela lógica capitalista. Mas o que de fato pretendo aqui é demonstrar,
a partir do conceito de mediação de primeira e segunda ordem, a necessidade da superação
da lógica de que a educação deve servir aos interesses econômicos, não apenas por criar
critérios irreais, mas também porque ao contrário do que se prega no capitalismo, o
desemprego também atinge trabalhadores qualificados. Por fim, quando colocamos a
educação no plano de uma mediação de primeira ordem, voltamos para a concepção de
Mészáros na qual o mesmo acredita que “a aprendizagem é a nossa própria vida”, mas que
temos que reivindicar uma educação plena para toda a vida, de maneira que esta sirva para
desafiar as formas dominantes de internalização consolidadas a favor do capital pelo próprio
sistema educacional (MÉSZÁROS, 2005).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MÉSZÁROS, István. Marx: A teoria da Alienação. Rio de Janeiro: Zahar, 1981. Tradução de
Waltensir Dutra.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005. Tradução
de Isa Tavares.