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LOGÍSTICA
GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA
RESUMO
PALAVRAS- CHAVE
Paradoxo da escolha. Excesso de opções. Escala de m axim ização. Processo
decisório. Diferenças de gênero.
ABSTRACT
I t is com m on t o t hink t hat t he m ore opt ion t he consum er has, t he bet t er.
However, st udies have showed som e undesired effect s when t he consum er
faces t oo m any alt ernat ives. The present paper invest igat es t he effect of
t he num ber of opt ions on consum er sat isfact ion. Moreover, t his art icle
explores t he choice- m aking st rat egies of t he person, who can be eit her a
m axim izer ( one who seeks t he best possible opt ion) or a sat isfi cer ( one
who seeks “ good enough” ) . A quasi- experim ent al st udy was designed t o
relat e consum er sat isfact ion and m axim izing t endencies. Hypot heses t est ing
was conduct ed in a laborat ory environm ent wit h scenarios applied t o 214
undergraduat e st udent s. The result s indicat e t hat m en are m ore likely t han
wom en t o be m axim izers, and t hat m axim izers prefer an ext ensive variet y,
whereas sat isfi cers consider sm all or large set s as equally good. I n sum m ary,
it indicat es t hat an ext ensive assort m ent could be appropriat e for m ales,
but inadequat e for fem ales.
KEYWORDS
Paradox of choice. Choice overload. Maxim izat ion scale. Decision m aking.
Gender differences.
18 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS
R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 19
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS
form a consist ent e, t rabalhos cient ífi cos ESTRUTURA TEÓRICA E HIPÓTESES
t êm sugerido que o prim eiro desses perfi s
Nest a par t e, são feit as associações
acaba sendo, de m aneira cont raint uit iva,
ent re as est rut uras t eóricas pert inent es
o m a i s p r e j u d i ca d o, p o i s a p r e se n t a
ao “ p ar ad ox o d a esco l h a”, a f i m d e
m aior es g r au s d e sen t im en t os com o
form ular as hipót eses a serem t est adas.
arrependim ent o, ansiedade e frust ração
Prim eiram ent e, relaciona- se a sat isfação
c o m a s e s c o l h a s ( CH O W D H U RRY;
d o s co n su m i d o r es d e a co r d o co m o
RATNESHWAR; MOHANTY, 2009; CHUA;
núm er o de alt er nat ivas. Após, t em - se
I YENGAR, 2 0 0 6 ; I YENGAR; W ELLS;
a relação ent re o nível de m axim ização
SCHWARTZ, 2006; SCHWARTZ, 2007) .
do indivíduo e suas percepções quant o à
Os est udos at é ent ão t êm analisado escolha.
os im pact os do ex cesso d e op ções e
co m p r ov a d o seu s ef ei t o s n eg a t i v o s. A satisfação em função do número de
Cont udo, eles com param , na avaliação, opções
em g er a l , u m co n j u n t o p eq u en o d e
No n ív el in div idu al, o au m en t o do
alt ernat ivas cont ra out ro bast ant e am plo
núm er o de alt er nat ivas im plica cust os
( e. g., 6 e 3 0 , 6 e 2 4 ) , de m odo qu e
e benefícios que dependem de fat or es
pouco t em sido considerado em relação
sit uacionais e psicológicos ( REUTSKAJA;
a ce n á r i o s i n t e r m e d i á r i o s. Um d o s
HOGARTH, 2009) . Os fat ores sit uacionais
prim eiros t rabalhos a analisar esse pont o
são d iv id id os em d ois com p on en t es:
– pr opondo um possível núm er o ideal
t em por al e econ ôm ico. O con su m idor
de alt er n at ivas – é o de Reu t sk aj a e
t ípico – lim it ado pelo recurso do t em po
Hogart h ( 2009) , que com para o im pact o
– depar a- se com u m n ú m er o sem pr e
de conj unt os de 5, 10, 15 e 30 opções
cr e sce n t e d e o p çõ e s, q u e v e m l h e
sobre a sat isfação do consum idor com a
exigindo um período de análise cada vez
decisão. Ainda perm anece desconhecido,
m ais ext enso ( HAYNES, 2009) . Fasolo,
ent ret ant o, se o nível de m axim ização do
Carm eci e Misuraca ( 2009) indicam que o
indivíduo infl ui sobre esses result ados.
t em po gast o est im ado para se t om ar um a
N e sse se n t i d o , o o b j e t i v o d e st e decisão é afet ado pelo núm ero de opções
e st u d o é e n t e n d e r d e q u e f o r m a o disponíveis. Dessa form a, coloca- se que,
núm ero de opções im pact a na escolha m ant idas const ant es as dem ais variáveis,
d e m ax im izad or es e sat isf icer s. Par a o cust o de t em po para fazer um a escolha
isso, b u sca- se v er if icar q u e ef eit o a aum ent a linearm ent e com o núm ero de
quant idade de alt ernat ivas exerce sobre alt er n at iv as an alisad as ( REUTSKAJA;
a sat isfação – com o result ado da escolha HOGARTH, 2009) . O fat or econôm ico,
e co m o p r o cesso d e esco l h a – d o s por sua vez, relat ivo à noção de ut ilidade
indivíduos, visando t am bém a ident ifi car m a r g i n a l d e cr e sce n t e d a e co n o m i a ,
q u a l a p e r ce p çã o d e a d e q u a çã o d o ap on t a q u e os b en ef ícios au m en t am
núm ero de opções para esses dois perfi s com o núm ero de opções, porém a um a
de consum idor. t axa decrescent e. Assim , cada unidade
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adicional de um bem que é oferecido ao chances de o indivíduo encont rar algo que
consum idor reduzirá o valor que est e dá at enda exat am ent e às suas necessidades
ao conj unt o desses bens ( HOROWI TZ; ( BOTTI ; I YENGAR, 2 0 0 6 ; SCHWARTZ;
LI ST; MCCONNELL, 2007) . WARD; MONTEROSSO et al., 2002) .
Os f at or es ch am ad os p sicológ icos Já os cust os pelo lado psíquico são
t am bém são div ididos em du as r elat iv os à n at u r eza em ocion al. Eles
cat egorias: cognit ivo e psíquico. Segundo p od em ser cau sad os p ela an sied ad e
Bellm an, Johnson, Lohse et al. ( 2006) , a ou desconfor t o sent idos ao decidir em
expansão do núm ero de opções incorre condições de incert eza – acom panhado
no aum ent o dos cust os cognit ivos para de arrependim ent o caso se ent enda que a
o consum idor, t endo em vist a que est e decisão foi equivocada –, o desgost o pelo
dev er á com pr een dê- las, com par á- las, erro e a aut orrecrim inação – as pessoas
difer enciá- las, opt ando, em geral, por podem sen t ir - se ain da pior es qu an do
um a e t endo de elim inar as dem ais. O at ribuem responsabilidade pelo erro a si
am plo sor t im ent o de pr odut os, assim ,
próprias ( LOEWENSTEI N, 1999) . Tam bém
p od e ad icion ar cu st os cog n it iv os t ais
é possível incluir a falt a de experiência
que cheguem a r eduzir a at rat iv idade
ou fam iliaridade com a decisão em um
da ofer t a ( BOYD; BAHN, 2009; KAHN;
det er m inado dom ínio e a pr esença de
WANSI NK, 2 0 0 4 ) , p ois a cap acid ad e
t r ade- offs com plexos, em que é difícil
h u m an a de t om ar decisões de f or m a
det er m inar qual das opções é a m ais
efi cient e é prej udicada à m edida que a
adequ ada ( TVERSKY; SHAFI R, 1 9 9 2 ) .
sit uação se t orna m ais com plexa ( STONE;
Dian t e d isso, o con su m id or cost u m a
KADOUS, 1997) .
post ergar ou m esm o desist ir de fazer a
O segundo com ponent e dos fat or es
escolha ( DHAR, 1997; KAHN; WANSI NK,
psicológicos, o lado psíqu ico, env olv e
2004; SHAH; WOLFORD, 2007) . É com um
tanto benefícios quanto custos. Em term os
as pessoas desenvolverem cert o apego
benéfi cos, o aum ent o das alt er nat ivas
a det erm inadas alt ernat ivas – sensação
pode conferir ao indivíduo m aior liberdade
pré- factual de propriedade –, fazendo com
p er ceb id a n a d ecisão, elev an d o a
que a seleção de um a gere um sent im ent o
sa t i sf a çã o e , co n se q u e n t e m e n t e , o
de perda relat ivo àquilo que deixou de
consum o ( REI BSTEI N; YOUNGBLOOD;
ser escolhido ( CARMON; WERTENBROCH;
FROMKI N, 1975) ; criar m aior senso de
aut onom ia e aut ocont role, fundam ent ais ZEELENBERG, 2003) .
ao b em - est ar e a m o t i v ação d o ser O QUADRO 1 apr esent a com o cada
hum ano ( MOLLER; RYAN; DECI , 2006; com p on en t e d os f at or es sit u acion ais
RYAN; DECI , 2 0 0 0 , 2 0 0 6 ) ; au m en t ar e p sicológ icos in cor r em em cu st os e
a at rat iv idade do conj unt o ( I YENGAR; b en ef ícios em f u n ção d o n ú m er o d e
LEPPER, 2000) ; e t am bém am pliar as alt ernat ivas.
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PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS
H1a, de que essa sat isfação t eria valores o consum idor, envolvendo pr odut os de
m ais baixos, para os conj unt os pequeno e com pra não habit ual ou frequent e ( e.g.,
grande ( respect ivam ent e, 5 e 30 opções) geleias de sabor es ex ót icos, caix as de
e m ais alt os, para os int erm ediários ( 10 p r esen t e, escolh a d e u m p r êm io) , a
e 15 opções) . Cont udo, um a observação present e pesquisa t rat a de um a sit uação
deve ser feit a em r elação à qualidade em que o indivíduo provavelm ent e est ej a
d o p r od u t o t r ab alh ad o: en q u an t o os fam iliarizado, o que facilit aria a t om ada
est udos j á realizados sinalizavam o efeit o de decisão.
negat iv o do ex cesso de opções sobr e
Cenário
Média Desvio-padrão N
(Cardápio)
5 opções 5,96 1,16 47
Satisfação com o 10 opções 5,91 1,09 57
resultado da 15 opções 6,15 0,98 47
escolha 30 opções 6,25 0,86 63
Total 6,07 1,02 214
Cenário
Média Desvio-padrão N
(Cardápio)
5 opções 4,81 1,51 47
Satisfação com o 10 opções 4,56 1,80 57
processo de 15 opções 4,42 1,39 47
escolha 30 opções 4,73 1,61 63
Total 4,64 1,59 214
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A relação entre o gênero do consum idor com 30 opções ( 6,34) em com paração
e am b as as sat isf ações ap r esen t a a 5 e 1 0 al t er n at i v as ( 5 , 7 1 e 5 , 6 2 ,
r esu lt ad os in t er essan t es. Na TAB. 3 , respect ivam ent e) ( F = 4,465, p = 0,005) .
que t rat a da sat isfação com o result ado Em segundo lugar, verifi ca- se que a m édia
da escolha, os t est es indicam não haver fem inina é signifi cat ivam ent e m aior que
diferença signifi cat iva ent re a m édia t ot al a m asculina apenas diant e de 10 opções
de hom ens e m ulheres ( respect ivam ent e, ( 6 , 2 9 e 5 , 6 2 , r esp ect iv am en t e) ( F =
6,01 e 6,16) ( F = 1,069, p = 0,302) . 5,266, p = 0,026) . Com isso, pode- se
Co n t u d o, a n a l i sa n d o - se o s ce n á r i o s inferir que, para as m ulheres, a sat isfação
separadam ent e, algum as const at ações com o result ado da escolha independe
podem ser feit as. Em prim eiro lugar, not a- do t am anho do conj unt o ( apresent ando
se que, enquant o as m édias do público m édia levem ent e acim a de 6) , ao passo
f em i n i n o n ão são si g n i f i cat i v am en t e q u e , p a r a o g ê n e r o m a scu l i n o , e l a
diferent es ( F = 0,285, p = 0,836) , para aum ent a à m edida que o conj unt o se
os h om en s per cebe- se o au m en t o da am plia, t alv ez u lt r apassan do a m édia
sat isfação diant e de cardápios com m ais fem inina em algum pont o ent re 10 e 15
opções: a sat isfação com o result ado da opções. Na FI G. 1, é possível visualizar
escolh a é sig n if icat iv am en t e su p er ior essas const at ações.
Cenário Desvio-
Gênero Média N
(Cardápio) padrão
Masculino 5,71 1,20 24
5 opções Feminino 6,22 1,09 23
Total 5,96 1,16 47
Masculino 5,62 1,04 34
10 opções Feminino 6,29 1,06 21
Total 5,87 1,09 55
Satisfação
com o Masculino 6,22 0,97 27
resultado da 15 opções Feminino 6,05 1,00 20
escolha Total 6,15 0,98 47
Masculino 6,34 0,86 44
30 opções Feminino 6,05 0,85 19
Total 6,25 0,86 63
Masculino 6,01 1,04 129
Total Feminino 6,16 0,99 83
Total 6,07 1,02 212
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7
6,22 6,29 6,22 6,34
6
6,05 6,05
5,71 5,62
5
1
5 opções 10 opções 15 opções 30 opções
Masculino Feminino
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Cenário Desvio-
Gênero Média N
(Cardápio) padrão
Masculino 4,67 1,46 24
5 opções Feminino 4,96 1,58 23
Total 4,81 1,51 47
Masculino 4,38 1,72 34
10 opções Feminino 4,67 1,93 21
Total 4,49 1,79 55
Satisfação
com o Masculino 5,00 1,14 27
processo de 15 opções Feminino 3,65 1,35 20
escolha Total 4,42 1,39 47
Masculino 4,73 1,77 44
30 opções Feminino 4,74 1,19 19
Total 4,73 1,61 63
Masculino 4,68 1,59 129
Total Feminino 4,52 1,60 83
Total 4,61 1,59 212
6
4,96 5,00 4,74
4,67
5
4,73
4,67
4
4,38
3,65
3
1
5 opções 10 opções 15 opções 30 opções
Masculino Feminino
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Fatores
Itens da escala de Maximização
F1 F2 F3 F4
1. Quando assisto à televisão, mudo de canal a toda a hora, e
fico trocando para ver as outras opções disponíveis, mesmo 0,786
enquanto estou assistindo a um programa.
2. Quando estou ouvindo o rádio do carro, geralmente eu
0,733
procuro outras estações para ver se há algo melhor tocando,
mesmo quando estou relativamente satisfeito (a) com o que
estou ouvindo.
3. Para mim, relacionamentos são como roupa: eu espero 0,711
experimentar vários antes de encontrar um que seja perfeito.
4. Não importa o quanto eu esteja satisfeito (a) com meu 0,621
trabalho, é natural para mim ficar procurando oportunidades
melhores.
5. Eu frequentemente imagino que minha vida poderia seguir 0,728
caminhos bem diferentes.
6. Adoro listas que avaliam e classificam coisas (os melhores
filmes, os melhores cantores, os melhores atletas, os melhores 0,448
livros, etc.).
7. Eu geralmente acho difícil comprar um presente para um 0,723
amigo.
8. Quando saio para fazer compras, acho difícil encontrar 0,647
roupas de que eu realmente goste.
9. Alugar filmes é difícil. Sempre me esforço para escolher o 0,690
melhor.
10. Para mim, escrever é uma tarefa muito difícil, mesmo 0,530
quando se trata de uma simples mensagem para um amigo – é
duro encontrar as palavras certas! Geralmente faço rascunhos
mesmo de assuntos mais simples.
11. Não importa o que eu faça, me pauto pelos padrões mais 0,823
altos.
12. Nunca me contento com o segundo melhor. 0,797
13. Sempre que me vejo diante de uma escolha, tento 0,434
imaginar quais são todas as outras possibilidades, mesmo
aquelas que não estão presentes no momento.
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Baseado no m esm o m ét odo adot ado ao grupo int erm ediário, por não serem
pelos criadores da escala, as m édias dos ident ifi cáveis nem com o m axim izadores,
en t r ev ist ados, n os 1 3 it en s, ser v ir am nem com o sat isfi cers, foram descart ados
para dividir a am ost ra em t r ês gr upos ( correspondent e a 75 pessoas) , seguindo
dist int os. Os respondent es pert encent es o m esm o princípio dos aut ores.
ao t erço superior ( com m édia variando Assim , r elacion an d o- se o n ív el d e
d e 4 , 6 2 a 6 , 0 8 ) f o r am cl assi f i cad o s m axim ização do indivíduo e o gênero (TAB.
co m o m a x i m i za d o r e s, co m a m é d i a 6 ) , con st at a- se difer en ça sign ifi cat iva
do gr upo em 5 , 0 3 ( d. p. = 0 , 3 8 ) . Já entre hom ens e m ulheres, de m odo que os
os pert encent es ao t erço inferior ( com prim eiros apresent am m aior m édia que os
m édia variando de 1,69 a 3,85) foram segundos ( 4,28 e 3,98, respect ivam ent e)
classif icad os com o sat isf icer s, com a ( F = 7 , 5 8 2 , p = 0 , 0 0 6 ) . I sso v ai de
m édia do grupo em 3,28 ( d. p. = 0,53) . en co n t r o a o s a ch a d o s d e Sch w a r t z,
Nesse g r u p o, f i ca r a m 7 2 i n d i v íd u o s Ward, Mont erosso et al. ( 2002) , que não
( sendo 35 m ulheres, correspondent e a hav iam ident ifi cado t al diver gência no
49,3% ) , enquant o, no pr im eir o, foram cont ext o nort e- am ericano – e pode ser
6 7 – co m p r ed o m i n ân ci a d o g ên er o considerado um pont o r elevant e, um a
m asculino ( 48 indivíduos, correspondent e vez que a present e pesquisa aborda a
a 71,6% ) . Os respondent es pert encent es realidade brasileira.
O nível de m axim ização e o im pact o prim eiro obt endo 5,96 e o segundo, 6,12
na sat isfação ( F = 0,801, p = 0,372) .
Re l a c i o n a n d o , p r i m e i r a m e n t e , a Na sat isfação com o processo de
sat isfação com o result ado da escolha e o escolha, novam ent e const at am - se valores
núm ero de opções do cardápio, verifi cou- signifi cat ivam ent e não diferent es, t ant o
se não haver diferença signifi cat iva ent re ent re sat isfi cers ( F = 1,300, p = 0,281)
as m édias de sat isfi cers ( variando de 5,76 quanto entre m axim izadores ( F = 0,259, p
a 6,17) ( F = 0,511, p = 0,676) . O m esm o = 0,855) . A m édia t ot al do grupo de nível
foi ident ifi cado para m axim izadores ( F = de m axim ização baixo t am bém não foi
1,198, p = 0,318) . A m édia t ot al de um signifi cat ivam ent e diferent e em relação
grupo em relação ao out ro t am bém não ao de alt o ( F = 0,006, p = 0,938) , fi cando,
foi signifi cat ivam ent e difer ent e, com o inclusive, bast ant e próxim as ( 4,49 e 4,51,
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r espect ivam ent e) . Dessa for m a, esses Assim , para as pessoas com baix o
result ados dem onst ram que o nível de nível de m ax im ização, obser va- se não
m ax im ização do in div ídu o n ão ex er ce h av er dif er en ça sign if icat iv a en t r e as
infl uência sobre a sua sat isfação quant o m édias ( v ar ian do de 4 , 0 0 a 4 , 7 2 ) ( F
à escolha. Com isso, não são confi rm adas = 0 , 4 8 0 , p = 0 , 6 9 7 ) , o qu e sign ifi ca
as hipót eses H2 ( de que a sat isfação, para d i ze r q u e ce n á r i o s co m p o u ca s o u
os m axim izadores, dim inuiria à m edida m u i t a s a l t e r n a t i v a s sã o t i d o s co m o
que o núm er o de opções aum ent a) e adequados de for m a equivalent e. Para
H3 ( de que, diant e de m uit as opções, a os m ax im izador es, em con t r apar t ida,
sat isfação de m axim izadores seria inferior h á u m a con st at ação d ist in t a: q u an t o
a de sat isfi cers) . m aior o n ú m er o d e op ções, m aior a
adequação per cebida pelos indiv íduos.
Adequação do número de opções A m édia para o cardápio m ais ext enso
é signifi cat ivam ent e superior à dos que
Com os quat ro cenários t rabalhados,
cont êm 5 ou 10 opções ( respect ivam ent e,
cada um env olv endo um det er m inado
5,13 cont ra 3,69 e 3,80) , m as não chega
n ú m er o d e alt er n at iv as, av aliou - se a
a apresent ar diferença signifi cat iva em
percepção dos dois perfi s de consum idor
relação ao de 15 ( F = 2,752, p = 0,050) .
( m ax i m i zad o r e sat i sf i cer ) q u an t o à
Dessa for m a, ver ifi ca- se a pr efer ência
ad eq u ação d o t am an h o d o con j u n t o.
de m ax im izador es por um sor t im ent o
Para isso, os ent revist ados respondiam o
am plo, o que confi r m a a hipót ese H4.
quant o achavam adequada a quant idade
Por fi m , cabe dest acar que não houve
d e op ções of er ecid as n o car d áp io d e
diferença signifi cat iva ent re a m édia t ot al
que dispunham ( a escala ut ilizada foi
de m axim izadores e sat isfi cers ( 4,40 e
t ip o Lik er t d e 7 p on t os) . I m p or t an t e
4,43, respect ivam ent e) ( F = 0,008, p =
ressalt ar que os respondent es não t inham
0,929) . A TAB. 7 e a FI G. 3 apresent am
conhecim ent o da exist ência de cenários
esses dados.
diversos.
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6
4,50 5,13
4,57
5
4,00 4,72
4
4,36
3,69 3,80
3
1
5 opções 10 opções 15 opções 30 opções
Maximizadores Satisficers
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O QUADRO 2 resum e os result ados obt idos para cada um a das hipót eses t est a-
das nest a pesquisa.
Hipóteses Resultado
H1a: A satisfação com o resultado da escolha terá o formato de U invertido Não
em função do número de opções. Confirmada
H1b: A satisfação com o processo de escolha terá o formato de U invertido Não
em função do número de opções. Confirmada
H2: Para maximizadores, a satisfação diminui à medida que o número de Não
opções aumenta. Confirmada
H3: Diante de conjuntos com muitas opções, maximizadores apresentarão Não
índices menores de satisfação do que satisficers. Confirmada
H4: Para maximizadores, conjuntos que apresentarem maior número de
opções serão julgados como mais adequados em relação aos que Confirmada
apresentarem menor número de opções.
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PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS
exist ência dos dem ais. Na est rut uração de que eles podem ocorrer apenas em
d a s h i p ó t eses, f o i co n si d er a d o q u e, sit uações de com pra não habit ual.
à m e d i d a q u e o n ú m e r o d e o p çõ e s Em relação ao gênero dos entrevistados,
aum ent asse, elevar- se- iam t am bém os a p e sq u i sa i n d i co u d i st i n çõ e s e n t r e
cust os ( t em poral, cognit ivo e psíquico) e hom ens e m ulheres, em alguns pont os.
os benefícios ( econôm ico e psíquico) para Prim eiram ent e, ident ifi cou- se, para eles,
os com pradores. Est es últ im os cresceriam um aum ento da satisfação com o resultado
a um a t axa decrescent e, e os prim eiros, a da escolha diant e de conj unt os com m ais
um a t axa crescent e. Assim , a sat isfação, opções – a m édia foi signifi cat ivam ent e
com o result ado disso, t eria um form at o su p er ior p ar a o car d áp io d e 3 0
de U invert ido em função do núm ero de alt er nat ivas, em com paração aos de 5
opções. Os conj unt os ofert ados envolviam e 10. O gêner o m asculino, ao m esm o
alt er n at iv as qu ase h om ogên eas, com t em po, apresent ou nível de m axim ização
variação de apenas um elem ent o ent re signifi cat ivam ent e superior ao fem inino, o
elas, criando, dessa m aneira, o cust o para que pode ser explicado pelo seu carát er
o indivíduo em ident ifi car a m elhor diant e m ais com pet it iv o, asser t iv o e racional
de out ras t ão sim ilares. ( PALAN, 2001) , além da obst inação e
O q u e se ob ser v ou , a p ar t i r d o foco na realização de t arefas ( BARLETTA,
experim ent o, cont udo, não foi o efeit o 2 0 0 3 ; DI TTMAR; LONG; MEEK, 2 0 0 4 ;
negat ivo do sor t im ent o am plo sobr e o UNDERHI LL, 1999) . A m ulher, por sua
com p or t am en t o d o con su m id or. Par a vez, cost um a lim it ar a gam a de opções,
am bas as sat isfações t est adas – com o pois valor iza at r ibu t os com o a m ar ca
result ado da escolha e com o processo e t ende a ser m ais leal ao que aprecia
de escolh a – con st at ou - se n ão h av er ( BARLETTA, 2 0 0 3 ; DI TTMAR; LONG;
diferença signifi cat iva ent re os cenários MEEK , 2 0 0 4 ; MELN YK ; OSSELAER;
pr opost os. No ent ant o, ant es de fazer BI JMOLT, 2009; WADJA; HU; CUI , 2008) ,
gen er alizações, é im por t an t e n ot ar a signifi cando que a est rat égia de busca
peculiaridade do produt o t rabalhado ( i.e., exaust iva é m enos com um na realidade
t ort as de chocolat e) . Diferent em ent e dos fem inina. Nesse sent ido, ident ifi ca- se,
estudos existentes, os entrevistados desta para as m ulheres, que a sat isfação com
pesqu isa depar avam - se com u m it em o r esu lt ado da escolh a in depen de do
que lhes era fam iliar, ou sej a, com um a t am anho do conj unt o. Na com paração
sit uação de com pra sem elhant e a out ras ent re os gêneros, dest aca- se, ainda, o
que j á vivenciaram . Desse m odo, t rat ava- cenário de 10 opções com o aquele em
se de um cenário no qual o com prador que essa sat isfação é signifi cat ivam ent e
possuía um aprendizado cum ulat ivo de m aior para elas, em relação aos hom ens.
experiências passadas, cuj as lem branças A l é m d i s s o , é c a r a c t e r ís t i c o d o
facilit avam a t om ada de decisão ( SHETH; com por t am ent o fem inino o desej o por
MI TTAL; NEWMAN, 2 0 0 1 ) . Esse d ad o obser v ar at en t am en t e e com par ar os
dev e ser con sider ado par t icu lar m en t e at r ibut os ofer ecidos por cada pr odut o,
im por t an t e, pois r ev ela u m a possív el ant es de t om ar um a decisão ( UNDERHI LL,
lim it ação dos efeit os negat ivos do excesso 1999) . Não obst ant e, parece haver um
de opções para o consum idor, no sent ido det erm inado lim it e para realização desse
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procedim ent o. Os result ados m ost raram alt ernat ivas, com o adequados de m aneira
que a satisfação da m ulher com o processo equivalent e, m axim izadores apresent am
de escolha é signifi cat ivam ent e m enor m édia signifi cat ivam ent e super ior para
quando ela se vê diant e de um conj unt o car dápios com 30 opções, em r elação
com 15 opções. Acredit a- se que, nesse aos de 5 e 10. I sso confi rm a a suposição
pont o, há um excesso de alt er nat ivas, de que, para indivíduos desse grupo, um
de t al m odo que o cust o da análise das m aior sort im ent o é preferível, um a vez
opções sobressaia m uit o em relação aos qu e f acilit a o en con t r o da alt er n at iva
benefícios. Diant e do m aior conj unt o ( 30 ideal, ist o é, daquela que pode at ender
opções) , porém , isso não m ais se verifi ca, exat am ent e às suas necessidades.
possivelm ent e porque t am anha am plit ude
t orne inviável as com parações, e a m ulher Limitações do estudo
passe, então, a escolher de m aneira m enos
Es t e e s t u d o a p r e s e n t a a l g u m a s
crit eriosa. Cabe ressalt ar que o m esm o
não acont ece para os hom ens, que não lim it ações que dev em ser sinalizadas.
regist ram diferença signifi cat iva ent re as Pr i m e i r a m e n t e , d e s t a c a - s e q u e
m édias dessa sat isfação, provavelm ent e o ex p er im en t o u t ilizav a p r od u t os
pela caract er íst ica de lidar com m aior sim ples, não considerando, port ant o, o
facilidade diant e da variedade ( WADJA; com port am ent o para sit uações de com pra
HU; CUI , 2008; YASI N, 2009) . Em sum a, m ais com plex as. Por se t rat ar de um
os valores obt idos, t ant o para sat isfação experim ent o de laborat ório, a análise da
com o result ado da escolha quant o para sat isfação do consum idor, em especial a
com o processo de escolha, indicam que relacionada ao result ado da escolha, não
um a am pla variedade pode ser prej udicial avalia as per cepções após o consum o
ao gênero fem inino, enquant o que, ao de fat o do produt o. O cenário propost o
m asculino, pode t razer reais benefícios. t am bém envolvia um a sit uação em que o
ent revist ado t eria de fazer um a escolha,
Por fi m , é im por t ant e sinalizar que
não sendo considerado, dessa form a, o
não houve diferença signifi cat iva ent re
com por t am ent o com um de desist ência
a sat isf ação d e in d iv íd u os com n ív el
ou adiam ent o da decisão, quando essa se
de m ax im ização alt o ( m ax im izador es)
t orna m ais com plexa ( I YENGAR; LEPPER,
e b aix o ( sat isf icer s) , con t r ar ian d o as
2000) .
hipót eses feit as. Novam ent e, os cenários
t rabalhados, que envolviam a escolha de Out ra lim it ação relevant e ao t rabalho
um produt o pelo qual o consum idor t inha são as caract eríst icas da am ost ra, não
pr efer ências pr é- est abelecidas, podem probabilíst ica e com post a por est udant es
explicar t ais result ados, m ost rando que o universit ários, ou sej a, por um público
“ paradoxo da escolha” encontra lim itações pr edom inant em ent e j ovem e de r enda
nesse sent ido. Porém , na avaliação desses relat ivam ent e alt a. Além disso, o t am anho
dois perfi s de client es quant o à adequação da am ost ra foi not adam ent e pequeno
do núm ero de opções, percebe- se um a para algum as análises. São feit as crít icas,
real preferência dos m axim izadores por t am bém , quant o à adequação da escala
um a ofert a am pla. Enquant o os sat isfi cers criada por Schwart z, Ward, Mont erosso
j ulgam conj unt os, com poucas ou m uit as et al . ( 2 0 0 2 ) p ar a m ed i r o n ív el d e
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REFERÊNCIAS
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