Você está na página 1de 25

GESTÃO DE OPERAÇÕES E

LOGÍSTICA
GESTÃO DE OPERAÇÕES E LOGÍSTICA

ANÁLISE ENVOLTÓRIA DE DADOS EM


DECISÕES DE LOCALIZAÇÃO
DATA ENVELOPMENT ANALYSIS IN LOCATION DECISIONS

Marcelo Alvaro da Silva Macedo Kátia de Almeida


Doutor em Engenharia de Produção com Pós-Doutorado em Doutoranda em Engenharia de Produção
Controladoria e Contabilidade da FACC/UFRJ
Professora do DCAC/ICHS/UFRuralRJ
Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências
Contábeis da FACC/UFRJ - Coordenador do Laboratório de
Estudos sobre Desempenho Organizacional (LEDO/FACC/UFRJ)

Data de submissão: 20 dez. 2008  Data de aprovação:


11 nov. 2011  Sistema de avaliação: Double blind review.
 Universidade FUMEC / FACE  Prof. Dr. Henrique Cordeiro
Martins  Prof. Dr. Cid Gonçalves Filho.

RESUMO

É com um a ideia de que m ais opções represent em um benefício para o


consum idor, porém est udos t êm dem onst rado efeit os negat ivos do excesso
de alt ernat ivas. A present e pesquisa invest iga o im pact o do núm ero de
opções na sat isfação do consum idor. Além disso, busca um a relação com
o perfi l do indivíduo, que pode ser m axim izador ( sem pre quer o m elhor)
ou sat isfi cer ( pessoa que se cont ent a com o sufi cient em ent e bom ) . Para
essas avaliações, foi realizado um est udo quase experim ent al. O t est e de
hipót eses foi feit o at ravés de cenários em um experim ent o de laborat ório,
aplicado a 214 est udant es universit ários. Os result ados apont am que os
hom ens apresent am m aior nível de m axim ização do que as m ulheres, e que
m axim izadores preferem um a variedade am pla, enquant o sat isfi cers j ulgam
conj unt os com poucas ou m uit as alt ernat ivas com o adequados de form a
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

equivalent e. Em sínt ese, há indicação de que um a variedade ext ensa de


opções pode ser benéfi ca para os hom ens e cont raindicada para as m ulheres.

PALAVRAS- CHAVE
Paradoxo da escolha. Excesso de opções. Escala de m axim ização. Processo
decisório. Diferenças de gênero.

ABSTRACT
I t is com m on t o t hink t hat t he m ore opt ion t he consum er has, t he bet t er.
However, st udies have showed som e undesired effect s when t he consum er
faces t oo m any alt ernat ives. The present paper invest igat es t he effect of
t he num ber of opt ions on consum er sat isfact ion. Moreover, t his art icle
explores t he choice- m aking st rat egies of t he person, who can be eit her a
m axim izer ( one who seeks t he best possible opt ion) or a sat isfi cer ( one
who seeks “ good enough” ) . A quasi- experim ent al st udy was designed t o
relat e consum er sat isfact ion and m axim izing t endencies. Hypot heses t est ing
was conduct ed in a laborat ory environm ent wit h scenarios applied t o 214
undergraduat e st udent s. The result s indicat e t hat m en are m ore likely t han
wom en t o be m axim izers, and t hat m axim izers prefer an ext ensive variet y,
whereas sat isfi cers consider sm all or large set s as equally good. I n sum m ary,
it indicat es t hat an ext ensive assort m ent could be appropriat e for m ales,
but inadequat e for fem ales.

KEYWORDS
Paradox of choice. Choice overload. Maxim izat ion scale. Decision m aking.
Gender differences.

INTRODUÇÃO cost um a- se ident ifi car um conj unt o de


cinco et apas, pelas quais a pessoa passa:
No dia- a- dia, as pessoas deparam - reconhecim ent o da necessidade, busca de
se o t em po int eir o com a necessidade inform ação, avaliação das alt ernat ivas,
de fazer escolhas, desde esferas m ais d ecisão d e com p r a e av aliação p ós-
relevant es – com o educação e carreira com pra ( KOTLER, 2000; SHETH; MI TTAL;
– at é quest ões corriqueiras. O processo NEW MAN, 2 0 0 1 ; SOLOMON, 1 9 9 9 ) .
de com pra do consum idor é, t am bém , Nessa últ im a fase, est udos recent es t êm
um a sit uação em que o indivíduo precisa t razido inform ações im port ant es sobre a
t om ar decisões, que podem ser de m aior realidade do m ercado.
ou m enor com plexidade, de acordo com A fi m de obt er client es cada vez m ais
a aqu isição a ser feit a. Na lit er at u r a, sat isfeit os, que encont ram exat am ent e o

18 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

que procuram , em presas t êm invest ido a t endência de as pessoas buscar em ,


em um a am pla diversifi cação do leque de f r eq u en t em en t e, o m elh or b en ef ício,
ofert a ( SCHWARTZ, 2007) . Essa condut a est ar ia p osit iv am en t e cor r elacion ad a
p ar t e d e u m p r essu p ost o econ ôm ico com ar r epen dim en t o e depr essão; e,
ocident al, que considera a liberdade de n e g a t i v a m e n t e , co r r e l a ci o n a d a co m
escolha com o fundam ent al para o bem - felicidade, satisfação com a vida, otim ism o
est ar das pessoas, e sua rest rição com o e sat isfação com o result ado das decisões
p r ej u d icial ( BOTTI ; I YENGAR, 2 0 0 6 ) . ( I YENGAR; WELLS; SCHWARTZ, 2006) .
Co m o e x e m p l o d i sso , Cr o ss ( 2 0 0 0 ) Sch w ar t z ( 2 0 0 7 ) v i su al i za, d esse
t raz o r egist r o de que, desde os anos m odo, o que t rat a com o “ paradoxo da
de 1970, o núm ero de it ens diferent es escolha” : a m aior diversidade de opções,
n os su per m er cados n or t e- am er ican os difer ent em ent e do que se supõe, não
t em dobrado aproxim adam ent e a cada est aria sendo bem sucedida, pois exige
década, seguindo um a ideia de soberania dos in div ídu os m ais esfor ço, além de
do consum ism o nas ações da sociedade t or nar os equív ocos m ais pr ov áv eis e
ocid en t al con t em p or ân ea. No Br asil, agravar as consequências psicológicas
houve um a m udança expressiva após a d esses eq u ív ocos. Con f or m e Hay n es
est abilização da econom ia em m eados ( 2009) , quando o núm ero de alt ernat ivas
da década de 1990, que fez com que au m en t a, u lt r ap assan d o d et er m in ad o
a v ar i ed ad e sal t asse d e, em m éd i a, nível, as pessoas com eçam , na verdade,
1.300 it ens, para aproxim adam ent e 10 a t er experiências m enos grat ifi cant es.
m il – ult rapassando 50 m il it ens no caso O paradoxo, assim , fi ca por cont a de os
d os h ip er m er cad os ( SUPERMERCADO consum idor es ser em sim ult aneam ent e
MODERNO, 2009) . at raídos e desest im ulados diant e de m uit a
Co n t u d o , n a m e d i d a e m q u e a s variedade ( FASOLO; HERTWI G; HUBER
o r g a n i z a çõ e s m a n t ê m t a l r i t m o d e et al., 2009) .
reprodução, presum indo, ordinariam ent e, No t ocant e às est rat égias adot adas
q u e “ m ais é m elh or ”, f og em - lh es ao pelas pessoas, para realização de escolhas,
conhecim ent o alguns efeit os indesej ados. na década de 1950, Sim on ( 1955, 1956)
A ch a m a d a d i sso n â n ci a co g n i t i v a – t rouxe um a im port ant e dist inção. Para o
desconfort o ou ansiedade que o client e aut or, haveria a t endência à m axim ização,
sent e depois de com prar algo, em função isto é, o com portam ento no qual o indivíduo
da incert eza de t er feit o a m elhor escolha busca o m elhor – o que exigiria analisar
( SHETH; MI TTAL; NEWMAN, 2 0 0 1 ) – com plet am ent e t odas as alt ernat ivas; e,
é u m dos ef eit os, m as n ão é m ais o em oposição a isso, haveria o suj eit o que
único. Not a- se que o aum ent o excessivo v isa a encont rar algo “ sufi cient em ent e
d e a l t e r n a t i v a s v e m t r a n sf o r m a n d o bom ”, pesquisando at é descobr ir um a
com pras, que ant es podiam ser sim ples opção que at inj a cert os parâm et ros de
e t riviais, em processos m ais com plexos, aceit abilidade. No pr im eir o caso, t em -
dem andando, de t al m odo, t ant o t em po se o com por t am ent o de um indiv íduo
e ener gia, que o consum idor se sent e m axim izador ( m axim izer) , enquant o, no
d esest im u lad o a t om ar u m a d ecisão últ im o, o de um sat isfi cer ( SCHWARTZ;
( I YENGAR; LEPPER, 2000) . Além disso, WARD; MONTEROSSO et al., 2002) . De

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 19
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

form a consist ent e, t rabalhos cient ífi cos ESTRUTURA TEÓRICA E HIPÓTESES
t êm sugerido que o prim eiro desses perfi s
Nest a par t e, são feit as associações
acaba sendo, de m aneira cont raint uit iva,
ent re as est rut uras t eóricas pert inent es
o m a i s p r e j u d i ca d o, p o i s a p r e se n t a
ao “ p ar ad ox o d a esco l h a”, a f i m d e
m aior es g r au s d e sen t im en t os com o
form ular as hipót eses a serem t est adas.
arrependim ent o, ansiedade e frust ração
Prim eiram ent e, relaciona- se a sat isfação
c o m a s e s c o l h a s ( CH O W D H U RRY;
d o s co n su m i d o r es d e a co r d o co m o
RATNESHWAR; MOHANTY, 2009; CHUA;
núm er o de alt er nat ivas. Após, t em - se
I YENGAR, 2 0 0 6 ; I YENGAR; W ELLS;
a relação ent re o nível de m axim ização
SCHWARTZ, 2006; SCHWARTZ, 2007) .
do indivíduo e suas percepções quant o à
Os est udos at é ent ão t êm analisado escolha.
os im pact os do ex cesso d e op ções e
co m p r ov a d o seu s ef ei t o s n eg a t i v o s. A satisfação em função do número de
Cont udo, eles com param , na avaliação, opções
em g er a l , u m co n j u n t o p eq u en o d e
No n ív el in div idu al, o au m en t o do
alt ernat ivas cont ra out ro bast ant e am plo
núm er o de alt er nat ivas im plica cust os
( e. g., 6 e 3 0 , 6 e 2 4 ) , de m odo qu e
e benefícios que dependem de fat or es
pouco t em sido considerado em relação
sit uacionais e psicológicos ( REUTSKAJA;
a ce n á r i o s i n t e r m e d i á r i o s. Um d o s
HOGARTH, 2009) . Os fat ores sit uacionais
prim eiros t rabalhos a analisar esse pont o
são d iv id id os em d ois com p on en t es:
– pr opondo um possível núm er o ideal
t em por al e econ ôm ico. O con su m idor
de alt er n at ivas – é o de Reu t sk aj a e
t ípico – lim it ado pelo recurso do t em po
Hogart h ( 2009) , que com para o im pact o
– depar a- se com u m n ú m er o sem pr e
de conj unt os de 5, 10, 15 e 30 opções
cr e sce n t e d e o p çõ e s, q u e v e m l h e
sobre a sat isfação do consum idor com a
exigindo um período de análise cada vez
decisão. Ainda perm anece desconhecido,
m ais ext enso ( HAYNES, 2009) . Fasolo,
ent ret ant o, se o nível de m axim ização do
Carm eci e Misuraca ( 2009) indicam que o
indivíduo infl ui sobre esses result ados.
t em po gast o est im ado para se t om ar um a
N e sse se n t i d o , o o b j e t i v o d e st e decisão é afet ado pelo núm ero de opções
e st u d o é e n t e n d e r d e q u e f o r m a o disponíveis. Dessa form a, coloca- se que,
núm ero de opções im pact a na escolha m ant idas const ant es as dem ais variáveis,
d e m ax im izad or es e sat isf icer s. Par a o cust o de t em po para fazer um a escolha
isso, b u sca- se v er if icar q u e ef eit o a aum ent a linearm ent e com o núm ero de
quant idade de alt ernat ivas exerce sobre alt er n at iv as an alisad as ( REUTSKAJA;
a sat isfação – com o result ado da escolha HOGARTH, 2009) . O fat or econôm ico,
e co m o p r o cesso d e esco l h a – d o s por sua vez, relat ivo à noção de ut ilidade
indivíduos, visando t am bém a ident ifi car m a r g i n a l d e cr e sce n t e d a e co n o m i a ,
q u a l a p e r ce p çã o d e a d e q u a çã o d o ap on t a q u e os b en ef ícios au m en t am
núm ero de opções para esses dois perfi s com o núm ero de opções, porém a um a
de consum idor. t axa decrescent e. Assim , cada unidade

20 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

adicional de um bem que é oferecido ao chances de o indivíduo encont rar algo que
consum idor reduzirá o valor que est e dá at enda exat am ent e às suas necessidades
ao conj unt o desses bens ( HOROWI TZ; ( BOTTI ; I YENGAR, 2 0 0 6 ; SCHWARTZ;
LI ST; MCCONNELL, 2007) . WARD; MONTEROSSO et al., 2002) .
Os f at or es ch am ad os p sicológ icos Já os cust os pelo lado psíquico são
t am bém são div ididos em du as r elat iv os à n at u r eza em ocion al. Eles
cat egorias: cognit ivo e psíquico. Segundo p od em ser cau sad os p ela an sied ad e
Bellm an, Johnson, Lohse et al. ( 2006) , a ou desconfor t o sent idos ao decidir em
expansão do núm ero de opções incorre condições de incert eza – acom panhado
no aum ent o dos cust os cognit ivos para de arrependim ent o caso se ent enda que a
o consum idor, t endo em vist a que est e decisão foi equivocada –, o desgost o pelo
dev er á com pr een dê- las, com par á- las, erro e a aut orrecrim inação – as pessoas
difer enciá- las, opt ando, em geral, por podem sen t ir - se ain da pior es qu an do
um a e t endo de elim inar as dem ais. O at ribuem responsabilidade pelo erro a si
am plo sor t im ent o de pr odut os, assim ,
próprias ( LOEWENSTEI N, 1999) . Tam bém
p od e ad icion ar cu st os cog n it iv os t ais
é possível incluir a falt a de experiência
que cheguem a r eduzir a at rat iv idade
ou fam iliaridade com a decisão em um
da ofer t a ( BOYD; BAHN, 2009; KAHN;
det er m inado dom ínio e a pr esença de
WANSI NK, 2 0 0 4 ) , p ois a cap acid ad e
t r ade- offs com plexos, em que é difícil
h u m an a de t om ar decisões de f or m a
det er m inar qual das opções é a m ais
efi cient e é prej udicada à m edida que a
adequ ada ( TVERSKY; SHAFI R, 1 9 9 2 ) .
sit uação se t orna m ais com plexa ( STONE;
Dian t e d isso, o con su m id or cost u m a
KADOUS, 1997) .
post ergar ou m esm o desist ir de fazer a
O segundo com ponent e dos fat or es
escolha ( DHAR, 1997; KAHN; WANSI NK,
psicológicos, o lado psíqu ico, env olv e
2004; SHAH; WOLFORD, 2007) . É com um
tanto benefícios quanto custos. Em term os
as pessoas desenvolverem cert o apego
benéfi cos, o aum ent o das alt er nat ivas
a det erm inadas alt ernat ivas – sensação
pode conferir ao indivíduo m aior liberdade
pré- factual de propriedade –, fazendo com
p er ceb id a n a d ecisão, elev an d o a
que a seleção de um a gere um sent im ent o
sa t i sf a çã o e , co n se q u e n t e m e n t e , o
de perda relat ivo àquilo que deixou de
consum o ( REI BSTEI N; YOUNGBLOOD;
ser escolhido ( CARMON; WERTENBROCH;
FROMKI N, 1975) ; criar m aior senso de
aut onom ia e aut ocont role, fundam ent ais ZEELENBERG, 2003) .
ao b em - est ar e a m o t i v ação d o ser O QUADRO 1 apr esent a com o cada
hum ano ( MOLLER; RYAN; DECI , 2006; com p on en t e d os f at or es sit u acion ais
RYAN; DECI , 2 0 0 0 , 2 0 0 6 ) ; au m en t ar e p sicológ icos in cor r em em cu st os e
a at rat iv idade do conj unt o ( I YENGAR; b en ef ícios em f u n ção d o n ú m er o d e
LEPPER, 2000) ; e t am bém am pliar as alt ernat ivas.

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 21
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

QUADRO 1 – Benefícios e custos da escolha em função do número de alternativas

Fatores Benefícios Custos


Crescentes
Temporal –
(linearmente)
Situacional
Econômico Crescentes –
(taxa decrescente)

Psicológico Cognitivo – Crescentes


Crescentes
Psíquico Crescentes
(taxa decrescente)
Fonte: Adaptado de Reutskaja e Hogarth (2009, p. 199).

Desse m odo, t em - se que os benefícios ( REUTSKAJA; HOGARTH, 2009) .


e cu st os au m en t am à p r op or ção Assi m , f o r m u l am - se as seg u i n t es
qu e o n ú m er o de opções se eleva; o hipót eses:
p r im eir o, p or ém , a u m a t ax a m en or
H1a: A sat isfação com o result ado da
( t axa decrescent e) que o segundo ( t axa
escolha t erá o form at o de U invert ido em
crescent e) . O result ado disso leva à ideia
função do núm ero de opções.
de sat isfação defi nida com o o benefício
H1b: A sat isfação com o processo de
líquido ( i.e., o saldo dos benefícios m enos
escolha t erá o form at o de U invert ido em
os custos) , cuj o gráfi co, por consequência,
função do núm ero de opções.
t erá um form at o de U invert ido em função
d o n ú m er o d e o p çõ es ( REUTSKAJA;
O nível de maximização do indivíduo e as
HOGARTH, 2009) .
percepções quanto à escolha
Em sum a, custos e benefícios im pactam
n a sat i sf ação d o co n su m i d o r co m a I y en g ar, Wells e Sch w ar t z ( 2 0 0 6 )
escolha de for m a negat iva e posit iva, not am que os m axim izadores, em função
respect ivam ent e. Essa sat isfação, por sua do anseio pela escolha perfeit a, em geral
vez, pode ser dividida em dois elem ent os: conseguem obt er result ados m elhores do
a sat isfação com o result ado da escolha que os satisfi cers, m as acabam reportando
( o u t co m e sa t i sf a ct i o n ) – e m q u e o m enores índices de sat isfação. Os aut ores
consum idor avalia o quant o gost ou da ai n d a co l o cam q u e o s i n d i v íd u o s d o
opção que decidiu escolher; e a sat isfação prim eiro grupo t am bém se m ost ram m ais
com o p r ocesso d e escolh a ( p r ocess “ p essim ist as, est r essad os, can sad os,
sat isfact ion) – em que o indivíduo indica a n si o so s, p r eo cu p a d o s, o p r i m i d o s e
o quant o apreciou fazer a escolha, ist o d esan i m ad o s ao l o n g o d o p r o cesso ”
é, o p r ocesso d e d ecisão d e com p r a ( I YENGAR; WELLS; SCHWARTZ, 2006,

22 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

p. 1 4 7 ) . Dian t e d e m u it as op ções, o at é ent ão encont rada, ou sej a, signifi ca


pot encial para arrependim ent o aum ent a inv est ir esf or ço a fi m de in cr em en t ar
p a r a o m a x i m i za d o r, p o i s el e t en d e a q u alid ad e d as d ecisões ( DI AB;
a cr iar ex pect at iv as m u it o alt as, qu e GI LLESPI E; HI GHHOUSE, 2008) . Assim ,
difi cilm ent e são sat isfeit as na realidade m ax im izad or es t êm m aior m ot iv ação
( CHUA; I YENGAR, 2 0 0 6 ; I YENGAR; a ex am in ar as alt er n at ivas ex ist en t es
WELLS; SCHWARTZ, 2006; SCHWARTZ, ( C H O W D H U R R Y; R A T N E S H W A R ;
2007) e a sofrer com out ras infl uências, MOHANTY, 2009) . Para eles, m elhor es
com o a com paração social e a difi culdade result ados vêm de um a pesquisa m ais
em decidir sozin h o ( PARKER; BRUI N; abrangent e ( FASOLO; HERTWI G; HUBER
FI SCHHOFF, 2007; SCHWARTZ; WARD; et al., 2009) . Esses indivíduos, port ant o,
MONTEROSSO et al., 2002) . preferem explorar um núm ero m aior de
Em co n t r a p a r t i d a , o s sa t i sf i ce r s, opções e inform ações, pois isso torna m ais
con f or m e Ch ow d h u r r y, Rat n esh w ar e provável a descobert a da alt ernat iva ideal
Moh an t y ( 2 0 0 9 ) , ap r esen t am m en or ( CHUA; I YENGAR, 2006; KI ESEKOMS;
dissonância pós- com pra, pois não seguem PANDELAERE; MI LLET, 2009) .
se quest ionando sobre as decisões, após Co m b a se n i sso, f o r m u l a m - se a s
elas t erem sido t om adas. Para os aut ores, seguint es hipót eses:
a inevit ável presença de t rade- offs nas H2: Para m axim izadores, a sat isfação
decisões que envolvem m últ iplos it ens dim inui à m edida que o núm ero de opções
ou at ribut os afet a m ais as pessoas com aum ent a.
tendência à m axim ização, pois as deixa na
H3: Diant e de conj unt os com m uit as
“ et erna dúvida” se conseguiram ot im izar
op ções, m ax im izad or es ap r esen t ar ão
det er m in ada escolh a. Aqu eles qu e se
índices m enor es de sat isfação do que
con t en t am com alg o su f icien t em en t e
sat isfi cers.
bom , por out ro lado, raram ent e reavaliam
H4: Para m axim izadores, conjuntos que
escolhas feit as, preocupando- se m enos
apresent arem m aior núm ero de opções
com a descober t a de alt er nat ivas que
ser ão j u lgados com o m ais adequ ados
poderiam ser m elhores e sent indo m enor
em relação aos que apresent arem m enor
a r r e p e n d i m e n t o ( LUSK; NORW OOD,
núm ero de opções.
2007; SCHWARTZ, 2007) . As expectativas
m ais baixas e a m enor preocupação em
MÉTODO
at ribuir culpa fazem com que indivíduos
desse grupo t endam a ser m ais felizes: Pa r a a n á l i s e d a s a v a l i a ç õ e s d o
enquant o sat isfi cers conseguem esquecer consum idor quant o à escolha e a relação
um erro, m axim izadores fi cam rem oendo com os d ois p er f is d e con su m id or
um a experiência negat iva ( DESMEULES, ( m ax im izador e sat isfi cer ) foi ut ilizado
2002) . um est udo quase experim ent al, ist o é,
Out ra diferença ent re os dois grupos sem dist r ibuição aleat ór ia dos suj eit os
e st á n a p r e f e r ê n ci a p e l a a m p l i t u d e – difer indo, por t ant o, do ex per im ent o
d o sor t im en t o. Max im ização en v olv e puro, m as não inviabilizando inferências
g ast ar m ais r ecu r sos p ar a en con t r ar e est ab elecim en t o d e cau salid ad e
um a opção que sej a m elhor que aquela ( SAMPI ERI ; COLLADO; LUCI O, 1 9 9 4 ) .

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 23
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

O i n st r u m e n t o d e co l e t a d e d a d o s hom ogêneas. Para obt er isso, a variação


d est a p esq u i sa co m b i n o u el em en t o s ent re as opções apresent adas deveria ser
dos t rabalhos de Reut sk aj a e Hogar t h de apenas um elem ent o, im pondo, desse
( 2 0 0 9 ) – t am an h o d os con j u n t os ( 5 , m odo, cust os ao indivíduo, para conseguir
10, 15 e 30 opções) , além das m edidas d et er m i n ar q u al a m el h or d i an t e d e
d e sat isf ação d o con su m id or ( com o ou t r as t ão sem elh an t es. Assim , após
result ado da escolha e com o processo levant am ent o de várias possibilidades, o
de escolha) e percepção de adequação cenário de com pra, envolvendo a escolha
da quant idade ofert ada – e de Schwart z, de um sabor de t ort a doce, m ost rou- se o
Ward, Mont erosso et al. ( 2002) – escala m ais apropriado.
p ar a m ed ir n ív el d e m ax im ização d o O p r odu t o con sist iu , p or t an t o, em
indivíduo. um a fat ia de t or t a de chocolat e, com
As m e d i d a s, o r i g i n a i s e m l ín g u a alt erações som ent e em um com plem ent o
inglesa, foram traduzidas para o português ( e. g ., t or t a d e ch ocolat e com av elã,
por m eio da t écnica da t radução reversa, com coco, com m en t a, et c. ) . Os 3 0
subm et ida, após, a um a validação de d i f er en t es sab o r es f o r am esco l h i d o s
face. Dois acadêm icos de m arket ing, com ent re os m ais com um ent e encont rados,
sufi cient e dom ínio da língua est rangeira, em um levant am ent o ent re confeit arias,
ver ifi caram a clar eza e a validade das pela int er net . A m et odologia ut ilizada
quest ões. O inst rum ent o ainda foi pré- para defi nir que variedades est ariam em
testado com 14 indivíduos pertencentes ao cada cenário com binou a lógica de dois
público- alvo ( est udant es universit ários) , t rabalhos. Com base em I yengar e Lepper
visando a verifi car sua adequação. ( 2000) , fez- se um a pesquisa prelim inar,
O t e st e d a s h i p ó t e se s, n a e t a p a com consum idores, para det erm inar quais
quant it at iva da pesquisa, deu- se com eram os sabores m ais e m enos preferidos.
a f o r m u l a çã o d e ce n á r i o s p a r a u m Ao t odo, foram consult adas 15 pessoas,
experim ent o de laborat ório. Para t ant o, sen do 8 m u lh er es e 7 h om en s. Cada
e visando aos m elhores result ados para um a delas recebeu um a folha com as 30
est e m ét odo, foi im port ant e propor aos variedades list adas, sendo solicit ado que
ent revist ados um a sit uação de com pra as elencasse por ordem de preferência.
com a qual t ivessem fam iliaridade, ist o Com essa seleção defi nida, era necessário
é, adequada à realidade em que vivem est ab elecer u m p r oced im en t o p ar a a
( DABHOLKAR, 1996; MALHOTRA, 2006) . escolha de 5, 10 e 15 dessas alt ernat ivas,
Assi m sen d o, e t en d o co m o b a se o a fi m de com por os cardápios. Para isso,
t rabalho de Reut skaj a e Hogart h ( 2009) , ut ilizou- se, com o base, o t rabalho de
pr im eir am en t e bu scou - se u m pr odu t o Kiesekom s, Pandelaere e Millet ( 2009) ,
cuj a var iedade de opções no m er cado que form ava os conj unt os sem pre com
f o sse, d e f at o, am p l a, p er m i t i n d o a as m elh or es opções dispon ív eis, par a
com posição de con j u n t os com at é 3 0 que aquele com o m aior t am anho não
d i f er en t es t i p o s. Em seg u n d o l u g ar, f osse ev iden t em en t e o f av or it o. Essa
a lógica do t r abalh o, desses au t or es, lógica, de fat o, parece a m ais apropriada
r equer ia colocar o indiv íduo diant e de dent ro do m ercado, no sent ido de que
u m a escolh a com alt er n at iv as q u ase u m a em pr esa est ar ia in t er essada em

24 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

ofert ar, prim eiram ent e, aquilo que é m ais RESULTADOS


dem andado pelos consum idores.
Caracterização da amostra
Assim sendo, o m enor car dápio de
t ort as cont inha as 5 opções m ais bem A am ost r a f in al con sist iu em 2 1 4
elencadas pelos respondentes ( brigadeiro, est udant es universit ários. O núm ero de
branquinho, doce de leite, leite condensado obser vações para cada um dos quat r o
e bom bom ) ; no de 10 eram incluídas m ais ce n á r i o s f o i o se g u i n t e : 4 7 p a r a o
cinco subsequent es ( m orango, chocolat e cardápio com 5 opções ( 22% ) ; 57 para o
branco, avelã, chocolat e m eio am ar go de 10 opções ( 26,6% ) ; 47 para o de 15
e crem e de baunilha) ; no de 15, m ais opções ( 22% ) ; e 63 para o de 30 opções
cinco seguint es ( cerej a, coco, crocant e, ( 29,4% ) . O público é predom inant em ent e
m ousse de m aracuj á e am êndoas) ; e j ov em , com m éd ia d e id ad e d e 2 2 , 6
no de 30, as r est ant es ( m ar shm allow , anos ( d. p. = 4,53) , sendo que 61% dos
bolacha, fram boesa, am endoim , nozes, respondent es são hom ens. Ainda, 16,8%
laranj a, ovos m oles, banana, dam asco, dos respondent es t êm renda fam iliar de
pêssego, café, m ent a, uva passas, am eixa at é t rês m il reais, 29% m ais de R$3 m il a
e pist ache) . A fi m de que a ofert a fosse R$5 m il, 29,4% m ais de R$5 m il a R$10
hom ogeneizada, destacava-se, no cenário, m il e 23,8% acim a de R$10 m il.
que t odas as t ort as eram feit as com os Relativo à escolha de sabores das tortas
m esm o ingr edient es, difer indo apenas pelos respondent es, o m ais escolhido no
em um desses com plem ent os. Visando car dápio de 5 opções foi de bom bom
à m enor infl uência sobre a escolha do ( com 38,8% dos casos) , enquant o para
indivíduo, os sabores eram list ados em t odos os dem ais conj unt os predom inou
ordem alfabét ica. Para dar m aior realism o a preferência pelo sabor m orango ( com
ao cenário, incluiu- se t am bém preço e frequência de 22,8% no cardápio de 10
fot o m eram ent e ilust rat iva do produt o. opções; 27,7% no de 15; e 17,5% no de
A am ostra total desta pesquisa consistiu 30) , seguido pelo sabor avelã ( 19,3% ;
em 2 2 0 est udant es de graduação, do 21,3% ; e 11,1% , respect ivam ent e) .
curso de Adm inist ração. Houve cuidado, O im pact o do núm ero de opções na
por part e dos pesquisadores, em aplicar sat isfação
os quest ionários em t urm as de diferent es Par a an alisar o n ív el de sat isfação
sem est r es e em u m cu r t o espaço de dos r espondent es, em r elação a cada
t em po, ev it an do com en t ár io en t r e os cenár io, r ealizou- se o t est e ANOVA. A
alunos sobr e a ex ist ência de cenár ios escala u t ilizada é de t ipo Lik er t de 7
d i v er so s ( i . e., co m m ai o r o u m en o r pon t os, com ex t r em os v ar ian do de 1
n ú m e r o d e o p çõ e s) , o q u e p o d e r i a ( Pouco) a 7 ( Muit o) . Na TAB. 1, apesar
i n f l u en ci ar as r esp o st as o b t i d as. Os de um apar ent e aum ent o do nív el de
dados foram digit ados e preparados no sat isfação com o r esult ado da escolha
soft ware SPSS 14.0. Após a análise de para conj unt os m aiores, não se const at ou
valores om issos ( m issing values) e casos difer ença signifi cat iva ent r e as m édias
ext rem os ( out liers) , foram excluídas seis dos cenár ios ( F = 1,421, p = 0,238) .
observações. Com isso, não se confi r m a a hipót ese

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 25
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

H1a, de que essa sat isfação t eria valores o consum idor, envolvendo pr odut os de
m ais baixos, para os conj unt os pequeno e com pra não habit ual ou frequent e ( e.g.,
grande ( respect ivam ent e, 5 e 30 opções) geleias de sabor es ex ót icos, caix as de
e m ais alt os, para os int erm ediários ( 10 p r esen t e, escolh a d e u m p r êm io) , a
e 15 opções) . Cont udo, um a observação present e pesquisa t rat a de um a sit uação
deve ser feit a em r elação à qualidade em que o indivíduo provavelm ent e est ej a
d o p r od u t o t r ab alh ad o: en q u an t o os fam iliarizado, o que facilit aria a t om ada
est udos j á realizados sinalizavam o efeit o de decisão.
negat iv o do ex cesso de opções sobr e

TABELA 1 – Satisfação com o resultado da escolha em função do número de opções

Cenário
Média Desvio-padrão N
(Cardápio)
5 opções 5,96 1,16 47
Satisfação com o 10 opções 5,91 1,09 57
resultado da 15 opções 6,15 0,98 47
escolha 30 opções 6,25 0,86 63
Total 6,07 1,02 214

Na TAB. 2, que apresent a os valores p = 0,637) . Em out ras palavras, o


para a sat isfação com o processo de t am anho do conj unt o não infl ui no quant o
escolha, em função do núm ero de o consum idor aprecia fazer a decisão
opções, observa- se não haver diferença ( negando, assim , a hipót ese H1b) .
signifi cat iva ent re as m édias ( F = 0,568,

TABELA 2 – Satisfação com o processo de escolha em função do número de opções

Cenário
Média Desvio-padrão N
(Cardápio)
5 opções 4,81 1,51 47
Satisfação com o 10 opções 4,56 1,80 57
processo de 15 opções 4,42 1,39 47
escolha 30 opções 4,73 1,61 63
Total 4,64 1,59 214

26 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

A relação entre o gênero do consum idor com 30 opções ( 6,34) em com paração
e am b as as sat isf ações ap r esen t a a 5 e 1 0 al t er n at i v as ( 5 , 7 1 e 5 , 6 2 ,
r esu lt ad os in t er essan t es. Na TAB. 3 , respect ivam ent e) ( F = 4,465, p = 0,005) .
que t rat a da sat isfação com o result ado Em segundo lugar, verifi ca- se que a m édia
da escolha, os t est es indicam não haver fem inina é signifi cat ivam ent e m aior que
diferença signifi cat iva ent re a m édia t ot al a m asculina apenas diant e de 10 opções
de hom ens e m ulheres ( respect ivam ent e, ( 6 , 2 9 e 5 , 6 2 , r esp ect iv am en t e) ( F =
6,01 e 6,16) ( F = 1,069, p = 0,302) . 5,266, p = 0,026) . Com isso, pode- se
Co n t u d o, a n a l i sa n d o - se o s ce n á r i o s inferir que, para as m ulheres, a sat isfação
separadam ent e, algum as const at ações com o result ado da escolha independe
podem ser feit as. Em prim eiro lugar, not a- do t am anho do conj unt o ( apresent ando
se que, enquant o as m édias do público m édia levem ent e acim a de 6) , ao passo
f em i n i n o n ão são si g n i f i cat i v am en t e q u e , p a r a o g ê n e r o m a scu l i n o , e l a
diferent es ( F = 0,285, p = 0,836) , para aum ent a à m edida que o conj unt o se
os h om en s per cebe- se o au m en t o da am plia, t alv ez u lt r apassan do a m édia
sat isfação diant e de cardápios com m ais fem inina em algum pont o ent re 10 e 15
opções: a sat isfação com o result ado da opções. Na FI G. 1, é possível visualizar
escolh a é sig n if icat iv am en t e su p er ior essas const at ações.

TABELA 3 – Satisfação com o resultado da escolha (número de opções e gênero)

Cenário Desvio-
Gênero Média N
(Cardápio) padrão
Masculino 5,71 1,20 24
5 opções Feminino 6,22 1,09 23
Total 5,96 1,16 47
Masculino 5,62 1,04 34
10 opções Feminino 6,29 1,06 21
Total 5,87 1,09 55
Satisfação
com o Masculino 6,22 0,97 27
resultado da 15 opções Feminino 6,05 1,00 20
escolha Total 6,15 0,98 47
Masculino 6,34 0,86 44
30 opções Feminino 6,05 0,85 19
Total 6,25 0,86 63
Masculino 6,01 1,04 129
Total Feminino 6,16 0,99 83
Total 6,07 1,02 212

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 27
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

7
6,22 6,29 6,22 6,34
6
6,05 6,05
5,71 5,62
5

1
5 opções 10 opções 15 opções 30 opções

Masculino Feminino

FIGURA 1 – Satisfação com o resultado da escolha (número de opções e gênero)

Si t u a ç ã o s e m e l h a n t e é v i s t a n a m ulheres diant e de um cardápio de 15


sat isfação com o pr ocesso de escolha op ções ( 3 , 6 5 ; en q u an t o, n os ou t r os
( TAB. 4 e FI G. 2) . Nela, novam ent e, não cenários, esse índice é sem pre superior
se ver ifi ca difer ença signifi cat iva ent r e a 4 , 6 ) ( F = 2 , 8 9 4 , p = 0 , 0 4 0 ) . Esse
a m édia t ot al do gên er o m ascu lin o e cenár io t am bém é o único em que se
fem inino ( 4,68 e 4,52, respect ivam ent e) r egist ra difer ença signifi cat iva ent r e a
( F = 0,536, p = 0,465) , m as, observando- m édia de hom ens e m ulheres ( 5,00 cont ra
se cad a cen ár io, n ot a- se o v alor 3,65, respect ivam ent e) ( F = 13,746, p =
signifi cat ivam ent e m ais baix o para as 0,001) .

28 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

TABELA 4 – Satisfação com o processo de escolha (número de opções e gênero)

Cenário Desvio-
Gênero Média N
(Cardápio) padrão
Masculino 4,67 1,46 24
5 opções Feminino 4,96 1,58 23
Total 4,81 1,51 47
Masculino 4,38 1,72 34
10 opções Feminino 4,67 1,93 21
Total 4,49 1,79 55
Satisfação
com o Masculino 5,00 1,14 27
processo de 15 opções Feminino 3,65 1,35 20
escolha Total 4,42 1,39 47
Masculino 4,73 1,77 44
30 opções Feminino 4,74 1,19 19
Total 4,73 1,61 63
Masculino 4,68 1,59 129
Total Feminino 4,52 1,60 83
Total 4,61 1,59 212

6
4,96 5,00 4,74
4,67
5
4,73
4,67
4
4,38
3,65
3

1
5 opções 10 opções 15 opções 30 opções

Masculino Feminino

FIGURA 2 – Satisfação com o processo de escolha (número de opções e gênero)

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 29
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

O nível de maximização 3, 4, 5 e 6 ( m ais associados a decisões


de ordem pessoal e profi ssional) ( TAB.
Para verifi car o nível de m axim ização
5) . O índice KMO, ut ilizado para avaliar
do indivíduo, ut ilizaram - se os 13 it ens a adequação da análise fat orial, at ingiu
da escala cr iada por Schw ar t z, War d, valor sat isfat ór io de 0,657. A hipót ese
Mon t er osso et al. ( 2 0 0 2 ) ( t ipo Lik er t nula, de que a m at riz de correlação da
de 7 pont os) . Para o exam e da escala, população sej a um a m at riz ident idade,
realizou- se a análise fat orial explorat ória. foi rej eit ada pelo t est e de esfericidade
At ravés da rot ação VARI MAX, observou- de Bar t let t . A est at íst ica qui- quadrado
se o a g r u p a m en t o d a s 1 3 v a r i á v ei s aproxim ada é de 401,002, signifi cat iva ao
em 4 subfat or es, obt endo- se var iância nível de 0,05. Por fi m , o Alfa de Cronbach
ex p l i cad a d e 5 2 , 8 8 % . Em r el ação à apresent ou confi abilidade de consist ência
pr opost a or igin al de Sch w ar t z, War d, int er na da escala sat isfat ór ia de 0,68.
Mont er osso et al. ( 2002) , not a- se que Esse v alor f icou t am b ém p r óx im o d o
apenas o segundo fat or ( F2) agrupou- se obt ido por Schwart z, Ward, Mont erosso
de m aneira diferent e, fi cando subdividido et al. ( 2002) ( i.e., 0,71) , det erm inando,
em dois na present e pesquisa – os it ens 1 assim , a adequação da escala para o
e 2 ( ligados à escolha de ent ret enim ent o) pr esent e est udo, sem necessidade de
form aram um fat or separado dos it ens redução de it ens.

30 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

TABELA 5 – Análise fatorial da escala de maximização – rotação VARIMAX)

Fatores
Itens da escala de Maximização
F1 F2 F3 F4
1. Quando assisto à televisão, mudo de canal a toda a hora, e
fico trocando para ver as outras opções disponíveis, mesmo 0,786
enquanto estou assistindo a um programa.
2. Quando estou ouvindo o rádio do carro, geralmente eu
0,733
procuro outras estações para ver se há algo melhor tocando,
mesmo quando estou relativamente satisfeito (a) com o que
estou ouvindo.
3. Para mim, relacionamentos são como roupa: eu espero 0,711
experimentar vários antes de encontrar um que seja perfeito.
4. Não importa o quanto eu esteja satisfeito (a) com meu 0,621
trabalho, é natural para mim ficar procurando oportunidades
melhores.
5. Eu frequentemente imagino que minha vida poderia seguir 0,728
caminhos bem diferentes.
6. Adoro listas que avaliam e classificam coisas (os melhores
filmes, os melhores cantores, os melhores atletas, os melhores 0,448
livros, etc.).
7. Eu geralmente acho difícil comprar um presente para um 0,723
amigo.
8. Quando saio para fazer compras, acho difícil encontrar 0,647
roupas de que eu realmente goste.
9. Alugar filmes é difícil. Sempre me esforço para escolher o 0,690
melhor.
10. Para mim, escrever é uma tarefa muito difícil, mesmo 0,530
quando se trata de uma simples mensagem para um amigo – é
duro encontrar as palavras certas! Geralmente faço rascunhos
mesmo de assuntos mais simples.
11. Não importa o que eu faça, me pauto pelos padrões mais 0,823
altos.
12. Nunca me contento com o segundo melhor. 0,797
13. Sempre que me vejo diante de uma escolha, tento 0,434
imaginar quais são todas as outras possibilidades, mesmo
aquelas que não estão presentes no momento.

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 31
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

Baseado no m esm o m ét odo adot ado ao grupo int erm ediário, por não serem
pelos criadores da escala, as m édias dos ident ifi cáveis nem com o m axim izadores,
en t r ev ist ados, n os 1 3 it en s, ser v ir am nem com o sat isfi cers, foram descart ados
para dividir a am ost ra em t r ês gr upos ( correspondent e a 75 pessoas) , seguindo
dist int os. Os respondent es pert encent es o m esm o princípio dos aut ores.
ao t erço superior ( com m édia variando Assim , r elacion an d o- se o n ív el d e
d e 4 , 6 2 a 6 , 0 8 ) f o r am cl assi f i cad o s m axim ização do indivíduo e o gênero (TAB.
co m o m a x i m i za d o r e s, co m a m é d i a 6 ) , con st at a- se difer en ça sign ifi cat iva
do gr upo em 5 , 0 3 ( d. p. = 0 , 3 8 ) . Já entre hom ens e m ulheres, de m odo que os
os pert encent es ao t erço inferior ( com prim eiros apresent am m aior m édia que os
m édia variando de 1,69 a 3,85) foram segundos ( 4,28 e 3,98, respect ivam ent e)
classif icad os com o sat isf icer s, com a ( F = 7 , 5 8 2 , p = 0 , 0 0 6 ) . I sso v ai de
m édia do grupo em 3,28 ( d. p. = 0,53) . en co n t r o a o s a ch a d o s d e Sch w a r t z,
Nesse g r u p o, f i ca r a m 7 2 i n d i v íd u o s Ward, Mont erosso et al. ( 2002) , que não
( sendo 35 m ulheres, correspondent e a hav iam ident ifi cado t al diver gência no
49,3% ) , enquant o, no pr im eir o, foram cont ext o nort e- am ericano – e pode ser
6 7 – co m p r ed o m i n ân ci a d o g ên er o considerado um pont o r elevant e, um a
m asculino ( 48 indivíduos, correspondent e vez que a present e pesquisa aborda a
a 71,6% ) . Os respondent es pert encent es realidade brasileira.

TABELA 6 – Nível de maximização e gênero

Gênero Média Desvio-padrão N


Masculino 4,28 0,79 129
Nível de
Feminino 3,98 0,80 83
Maximização
Total 4,16 0,81 212

O nível de m axim ização e o im pact o prim eiro obt endo 5,96 e o segundo, 6,12
na sat isfação ( F = 0,801, p = 0,372) .
Re l a c i o n a n d o , p r i m e i r a m e n t e , a Na sat isfação com o processo de
sat isfação com o result ado da escolha e o escolha, novam ent e const at am - se valores
núm ero de opções do cardápio, verifi cou- signifi cat ivam ent e não diferent es, t ant o
se não haver diferença signifi cat iva ent re ent re sat isfi cers ( F = 1,300, p = 0,281)
as m édias de sat isfi cers ( variando de 5,76 quanto entre m axim izadores ( F = 0,259, p
a 6,17) ( F = 0,511, p = 0,676) . O m esm o = 0,855) . A m édia t ot al do grupo de nível
foi ident ifi cado para m axim izadores ( F = de m axim ização baixo t am bém não foi
1,198, p = 0,318) . A m édia t ot al de um signifi cat ivam ent e diferent e em relação
grupo em relação ao out ro t am bém não ao de alt o ( F = 0,006, p = 0,938) , fi cando,
foi signifi cat ivam ent e difer ent e, com o inclusive, bast ant e próxim as ( 4,49 e 4,51,

32 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

r espect ivam ent e) . Dessa for m a, esses Assim , para as pessoas com baix o
result ados dem onst ram que o nível de nível de m ax im ização, obser va- se não
m ax im ização do in div ídu o n ão ex er ce h av er dif er en ça sign if icat iv a en t r e as
infl uência sobre a sua sat isfação quant o m édias ( v ar ian do de 4 , 0 0 a 4 , 7 2 ) ( F
à escolha. Com isso, não são confi rm adas = 0 , 4 8 0 , p = 0 , 6 9 7 ) , o qu e sign ifi ca
as hipót eses H2 ( de que a sat isfação, para d i ze r q u e ce n á r i o s co m p o u ca s o u
os m axim izadores, dim inuiria à m edida m u i t a s a l t e r n a t i v a s sã o t i d o s co m o
que o núm er o de opções aum ent a) e adequados de for m a equivalent e. Para
H3 ( de que, diant e de m uit as opções, a os m ax im izador es, em con t r apar t ida,
sat isfação de m axim izadores seria inferior h á u m a con st at ação d ist in t a: q u an t o
a de sat isfi cers) . m aior o n ú m er o d e op ções, m aior a
adequação per cebida pelos indiv íduos.
Adequação do número de opções A m édia para o cardápio m ais ext enso
é signifi cat ivam ent e superior à dos que
Com os quat ro cenários t rabalhados,
cont êm 5 ou 10 opções ( respect ivam ent e,
cada um env olv endo um det er m inado
5,13 cont ra 3,69 e 3,80) , m as não chega
n ú m er o d e alt er n at iv as, av aliou - se a
a apresent ar diferença signifi cat iva em
percepção dos dois perfi s de consum idor
relação ao de 15 ( F = 2,752, p = 0,050) .
( m ax i m i zad o r e sat i sf i cer ) q u an t o à
Dessa for m a, ver ifi ca- se a pr efer ência
ad eq u ação d o t am an h o d o con j u n t o.
de m ax im izador es por um sor t im ent o
Para isso, os ent revist ados respondiam o
am plo, o que confi r m a a hipót ese H4.
quant o achavam adequada a quant idade
Por fi m , cabe dest acar que não houve
d e op ções of er ecid as n o car d áp io d e
diferença signifi cat iva ent re a m édia t ot al
que dispunham ( a escala ut ilizada foi
de m axim izadores e sat isfi cers ( 4,40 e
t ip o Lik er t d e 7 p on t os) . I m p or t an t e
4,43, respect ivam ent e) ( F = 0,008, p =
ressalt ar que os respondent es não t inham
0,929) . A TAB. 7 e a FI G. 3 apresent am
conhecim ent o da exist ência de cenários
esses dados.
diversos.

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 33
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

TABELA 7 – Percepção da adequação do número de opções


para maximizadores e satisficers

Nível de Cenário Desvio-


Média N
Maximização (Cardápio) padrão
5 opções 3,69 1,65 13
10 opções 3,80 1,47 15
Alto
Eu acho que 15 opções 4,50 1,90 16
(maximizadores)
havia uma 30 opções 5,13 1,77 23
quantidade Total 4,40 1,78 67
adequada de 5 opções 4,00 1,77 17
opções no 10 opções 4,57 2,15 23
cardápio. Baixo
15 opções 4,36 1,69 14
(satisficers)
30 opções 4,72 1,81 18
Total 4,43 1,88 72

6
4,50 5,13
4,57
5
4,00 4,72
4
4,36
3,69 3,80
3

1
5 opções 10 opções 15 opções 30 opções

Maximizadores Satisficers

FIGURA 3 – Percepção da adequação do número de opções para


maximizadores e satisficers

34 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

O QUADRO 2 resum e os result ados obt idos para cada um a das hipót eses t est a-
das nest a pesquisa.

QUADRO 2 – Resultado do teste de hipóses

Hipóteses Resultado
H1a: A satisfação com o resultado da escolha terá o formato de U invertido Não
em função do número de opções. Confirmada
H1b: A satisfação com o processo de escolha terá o formato de U invertido Não
em função do número de opções. Confirmada
H2: Para maximizadores, a satisfação diminui à medida que o número de Não
opções aumenta. Confirmada
H3: Diante de conjuntos com muitas opções, maximizadores apresentarão Não
índices menores de satisfação do que satisficers. Confirmada
H4: Para maximizadores, conjuntos que apresentarem maior número de
opções serão julgados como mais adequados em relação aos que Confirmada
apresentarem menor número de opções.

CONSIDERAÇÕES FINAIS encont rar ou envolver- se em um a busca


exaust iva por t odas as possibilidades, at é
Est e t r a b a l h o p r o cu r o u e x p l o r a r, ident ifi car aquela que considera a m elhor.
p r im eir am en t e, com o con j u n t os com No pr im eir o caso, t em - se a descr ição
difer ent e núm er o de opções im pact am de um indivíduo com baixa t endência à
na sat isfação do consum idor quant o à m axim ização – sendo classifi cado com o
escolha. Conform e a lit erat ura, exist em sat isf icer ; en q u an t o q u e, n o ú lt im o,
in dícios de qu e u m sor t im en t o am plo apr esent a- se o com por t am ent o de um
pode, ao cont rário do que norm alm ent e suj eit o qualifi cado com o m ax im izador.
se im ag in a, af et ar n eg at iv am en t e as Dessa form a, a presente pesquisa tam bém
ex per iências pós- com pra do indiv íduo, t rouxe um a abordagem sobre o im pact o
gerando, por exem plo, m aior incert eza, d o n ú m er o d e op ções p ar a cad a u m
ansiedade e arrependim ent o após um a desses perfi s, aprofundando os result ados
d e ci sã o . O cr e sci m e n t o d e m a si a d o at é ent ão exist ent es sobre o t em a.
da of er t a acaba t am bém ex igin do do Pa r a t a n t o, f o r a m cr i a d o s q u a t r o
com prador m ais t em po, pois ele busca, de cenários de com pra, cada um envolvendo
algum a form a, com parar as alt ernat ivas u m n ú m e r o d i f e r e n t e d e o p çõ e s. O
at é d ef in ir su a escolh a. Com r elação t am anho dos conj unt os podia ser de 5
a esse pr ocedim ent o, obser va- se um a ( pequeno) , 10, 15 ( am bos interm ediários)
dist inção ent re as est rat égias adot adas ou 30 alt ernat ivas ( ext enso) , sendo que
por um a pessoa: ela pode sim plesm ent e cada ent r ev ist ado r espondia a apenas
o p t a r p e l a p r i m e i r a b o a o p çã o q u e u m d eles, sem t er con h ecim en t o d a

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 35
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

exist ência dos dem ais. Na est rut uração de que eles podem ocorrer apenas em
d a s h i p ó t eses, f o i co n si d er a d o q u e, sit uações de com pra não habit ual.
à m e d i d a q u e o n ú m e r o d e o p çõ e s Em relação ao gênero dos entrevistados,
aum ent asse, elevar- se- iam t am bém os a p e sq u i sa i n d i co u d i st i n çõ e s e n t r e
cust os ( t em poral, cognit ivo e psíquico) e hom ens e m ulheres, em alguns pont os.
os benefícios ( econôm ico e psíquico) para Prim eiram ent e, ident ifi cou- se, para eles,
os com pradores. Est es últ im os cresceriam um aum ento da satisfação com o resultado
a um a t axa decrescent e, e os prim eiros, a da escolha diant e de conj unt os com m ais
um a t axa crescent e. Assim , a sat isfação, opções – a m édia foi signifi cat ivam ent e
com o result ado disso, t eria um form at o su p er ior p ar a o car d áp io d e 3 0
de U invert ido em função do núm ero de alt er nat ivas, em com paração aos de 5
opções. Os conj unt os ofert ados envolviam e 10. O gêner o m asculino, ao m esm o
alt er n at iv as qu ase h om ogên eas, com t em po, apresent ou nível de m axim ização
variação de apenas um elem ent o ent re signifi cat ivam ent e superior ao fem inino, o
elas, criando, dessa m aneira, o cust o para que pode ser explicado pelo seu carát er
o indivíduo em ident ifi car a m elhor diant e m ais com pet it iv o, asser t iv o e racional
de out ras t ão sim ilares. ( PALAN, 2001) , além da obst inação e
O q u e se ob ser v ou , a p ar t i r d o foco na realização de t arefas ( BARLETTA,
experim ent o, cont udo, não foi o efeit o 2 0 0 3 ; DI TTMAR; LONG; MEEK, 2 0 0 4 ;
negat ivo do sor t im ent o am plo sobr e o UNDERHI LL, 1999) . A m ulher, por sua
com p or t am en t o d o con su m id or. Par a vez, cost um a lim it ar a gam a de opções,
am bas as sat isfações t est adas – com o pois valor iza at r ibu t os com o a m ar ca
result ado da escolha e com o processo e t ende a ser m ais leal ao que aprecia
de escolh a – con st at ou - se n ão h av er ( BARLETTA, 2 0 0 3 ; DI TTMAR; LONG;
diferença signifi cat iva ent re os cenários MEEK , 2 0 0 4 ; MELN YK ; OSSELAER;
pr opost os. No ent ant o, ant es de fazer BI JMOLT, 2009; WADJA; HU; CUI , 2008) ,
gen er alizações, é im por t an t e n ot ar a signifi cando que a est rat égia de busca
peculiaridade do produt o t rabalhado ( i.e., exaust iva é m enos com um na realidade
t ort as de chocolat e) . Diferent em ent e dos fem inina. Nesse sent ido, ident ifi ca- se,
estudos existentes, os entrevistados desta para as m ulheres, que a sat isfação com
pesqu isa depar avam - se com u m it em o r esu lt ado da escolh a in depen de do
que lhes era fam iliar, ou sej a, com um a t am anho do conj unt o. Na com paração
sit uação de com pra sem elhant e a out ras ent re os gêneros, dest aca- se, ainda, o
que j á vivenciaram . Desse m odo, t rat ava- cenário de 10 opções com o aquele em
se de um cenário no qual o com prador que essa sat isfação é signifi cat ivam ent e
possuía um aprendizado cum ulat ivo de m aior para elas, em relação aos hom ens.
experiências passadas, cuj as lem branças A l é m d i s s o , é c a r a c t e r ís t i c o d o
facilit avam a t om ada de decisão ( SHETH; com por t am ent o fem inino o desej o por
MI TTAL; NEWMAN, 2 0 0 1 ) . Esse d ad o obser v ar at en t am en t e e com par ar os
dev e ser con sider ado par t icu lar m en t e at r ibut os ofer ecidos por cada pr odut o,
im por t an t e, pois r ev ela u m a possív el ant es de t om ar um a decisão ( UNDERHI LL,
lim it ação dos efeit os negat ivos do excesso 1999) . Não obst ant e, parece haver um
de opções para o consum idor, no sent ido det erm inado lim it e para realização desse

36 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

procedim ent o. Os result ados m ost raram alt ernat ivas, com o adequados de m aneira
que a satisfação da m ulher com o processo equivalent e, m axim izadores apresent am
de escolha é signifi cat ivam ent e m enor m édia signifi cat ivam ent e super ior para
quando ela se vê diant e de um conj unt o car dápios com 30 opções, em r elação
com 15 opções. Acredit a- se que, nesse aos de 5 e 10. I sso confi rm a a suposição
pont o, há um excesso de alt er nat ivas, de que, para indivíduos desse grupo, um
de t al m odo que o cust o da análise das m aior sort im ent o é preferível, um a vez
opções sobressaia m uit o em relação aos qu e f acilit a o en con t r o da alt er n at iva
benefícios. Diant e do m aior conj unt o ( 30 ideal, ist o é, daquela que pode at ender
opções) , porém , isso não m ais se verifi ca, exat am ent e às suas necessidades.
possivelm ent e porque t am anha am plit ude
t orne inviável as com parações, e a m ulher Limitações do estudo
passe, então, a escolher de m aneira m enos
Es t e e s t u d o a p r e s e n t a a l g u m a s
crit eriosa. Cabe ressalt ar que o m esm o
não acont ece para os hom ens, que não lim it ações que dev em ser sinalizadas.
regist ram diferença signifi cat iva ent re as Pr i m e i r a m e n t e , d e s t a c a - s e q u e
m édias dessa sat isfação, provavelm ent e o ex p er im en t o u t ilizav a p r od u t os
pela caract er íst ica de lidar com m aior sim ples, não considerando, port ant o, o
facilidade diant e da variedade ( WADJA; com port am ent o para sit uações de com pra
HU; CUI , 2008; YASI N, 2009) . Em sum a, m ais com plex as. Por se t rat ar de um
os valores obt idos, t ant o para sat isfação experim ent o de laborat ório, a análise da
com o result ado da escolha quant o para sat isfação do consum idor, em especial a
com o processo de escolha, indicam que relacionada ao result ado da escolha, não
um a am pla variedade pode ser prej udicial avalia as per cepções após o consum o
ao gênero fem inino, enquant o que, ao de fat o do produt o. O cenário propost o
m asculino, pode t razer reais benefícios. t am bém envolvia um a sit uação em que o
ent revist ado t eria de fazer um a escolha,
Por fi m , é im por t ant e sinalizar que
não sendo considerado, dessa form a, o
não houve diferença signifi cat iva ent re
com por t am ent o com um de desist ência
a sat isf ação d e in d iv íd u os com n ív el
ou adiam ent o da decisão, quando essa se
de m ax im ização alt o ( m ax im izador es)
t orna m ais com plexa ( I YENGAR; LEPPER,
e b aix o ( sat isf icer s) , con t r ar ian d o as
2000) .
hipót eses feit as. Novam ent e, os cenários
t rabalhados, que envolviam a escolha de Out ra lim it ação relevant e ao t rabalho
um produt o pelo qual o consum idor t inha são as caract eríst icas da am ost ra, não
pr efer ências pr é- est abelecidas, podem probabilíst ica e com post a por est udant es
explicar t ais result ados, m ost rando que o universit ários, ou sej a, por um público
“ paradoxo da escolha” encontra lim itações pr edom inant em ent e j ovem e de r enda
nesse sent ido. Porém , na avaliação desses relat ivam ent e alt a. Além disso, o t am anho
dois perfi s de client es quant o à adequação da am ost ra foi not adam ent e pequeno
do núm ero de opções, percebe- se um a para algum as análises. São feit as crít icas,
real preferência dos m axim izadores por t am bém , quant o à adequação da escala
um a ofert a am pla. Enquant o os sat isfi cers criada por Schwart z, Ward, Mont erosso
j ulgam conj unt os, com poucas ou m uit as et al . ( 2 0 0 2 ) p ar a m ed i r o n ív el d e

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 37
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

m ax i m i zação d o i n d i v íd u o. Seg u n d o para hom ens e m ulheres ( e.g., roupas,


Diab, Gillespie e Highhouse ( 2008) , ela cosm ét icos, elet rônicos, vinhos, form as
descreve os t raços da pessoa em t erm os de ent r et enim ent o) . Ainda, é possív el
b i p o l a r e s, i st o é , d e m o d o q u e u m t razer out ras variáveis às análises ( e.g.,
suj eit o não pode ser, ao m esm o t em po, a t r a t i v i d a d e d a o f er t a , ex p ect a t i v a s
m axim izador e sat isfi cer, o que im plica quant o à escolha e fr ust ração sent ida
um a unidim ensionalidade. Sinaliza- se, ao d eci d i r ) o u , i n cl u si v e, i n co r p o r ar
ain d a, q u e a con sid er ação d e cu st os escalas diversas para t raçar o perfi l do
e benefícios da escolha em função do respondente – com o a de arrependim ento,
núm ero de alt ernat ivas ( QUADRO 1) é a d e sat isf ação com a v id a ou a d e
um a propost a sim plifi cada e prelim inar de felicidade subj et iva, apr esent adas por
Reut skaj a e Hogart h ( 2009) , devendo ser Schwart z ( 2007) .
aprofundada em novas pesquisas. Ou t r a su g est ão, p ar a cap t ar m ais
n it id am en t e as r eações d as p essoas
Sugestões para pesquisas futuras du r an t e a escolh a, é a aplicação dos
quest ionários de form a individual, o que
Te n d o e m v i st a q u e e st e e st u d o
p ossib ilit ar ia av aliar, p or ex em p lo, a
abordou um a sit uação de com pra com a pressão do fat or t em po sobre a decisão.
qual o consum idor j á t inha preferências Em r e l a çã o a i sso , é p r o v á v e l q u e
defi nidas – não se const at ando, nesse haj a um com port am ent o dist int o ent re
caso, o efeit o negat ivo do excesso de m axim izadores e sat isfi cers, no sent ido
opções –, t rabalhos fut uros podem t rat ar de que os pr im eir os dem orar iam m ais
de circunst âncias em que o indivíduo não a f azer u m a escolh a q u e os ú lt im os.
t enha t al fam iliaridade. Novas pesquisas Por fi m , sobr e a escala par a m edir o
p od em , além d e t r ab alh ar com u m a n ív e l d e m a x i m i za çã o d o i n d i v íd u o,
am ost r a m ais h et er og ên ea, ex p lor ar seria int eressant e que t rabalhos fut uros
cont ex t os difer ent es – com o o var ej o pensassem em aper feiçoá- la, com o j á
elet r ônico – ou abor dar pr odut os cuj a iniciaram Nenk ov, Mor r in, War d et al.
escolha envolva m ot ivações difer ent es ( 2009) . >

38 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)
VINÍCIUS COELHO LIMA . CRISTIANE PIZZUTTI DOS SANTOS

REFERÊNCIAS

BARLETTA, M. Como as mulheres DABHOLKAR, P. A. Consumer HAYNES, G. A. Testing the


compram: marketing para evaluations of new technology- boundaries of choice overload
impactar e seduzir o maior based self-service options: An phenomenon: the effect of
segmento do mercado. Rio de investigation of alternative number of options and time
Janeiro: Campus, 2003. m o d e l s of s e r v i c e q u a l i t y. pressure on decision difficulty
BELLMAN, S.; JOHNSON, E.; International Journal of and satisfaction. Psychology &
LOHSE, G.; MANDEL, N. Designing Research in Marketing, [S. l.], v. Marketing, [S. l.], v. 26, n. 3, p.
marketplaces of the artificial 13, n. 1, p. 29-51, 1996. 204-212, 2009.
with consumers in mind: four DESMEULES, R. The impact of HOROWITZ, J. K.; LIST, J. A.;
approaches to understanding MCCONNELL, K. E. A test of
variety on consumer happiness:
consumer behavior in electronic diminishing marginal value.
marketing and the tyranny of
e n v i ro n m e n t s . J o u r n a l of Economica, [S. l.], v. 74, n. 296,
freedom. Academy of Marketing
Interactive Marketing, [S. l.], v. p. 650-663, 2007.
20, n. 1, p. 21-33, 2006. Science Review, [S. l.], n. 12, p.
1-18, 2002. IYENGAR, S. S.; LEPPER, M. When
BOTTI, S.; IYENGAR, S. S. The choice is demotivating: can one
dark side of choice: when choice DHAR, R. Consumer preference
desire too much of a good thing?
impairs social welfare. American for a no-choice option. Journal
Journal of Personality and
Marketing Association, [S. l.], v. of Consumer Research, v. 24, n.
Social Psychology, [S. l.], v. 79,
25, n. 1, p. 24-38, 2006. 2, p. 215-232, 1997.
n. 6, p. 995-1006, 2000.
BOYD, D. E.; BAHN, K. D. When do DIAB, D. L.; GILLESPIE, M. A.; IYENGAR, S. S.; WELLS, R.;
large product assortments benefit HIGHHOUSE, S. Are maximizers SCHWARTZ, B. Doing better
consumers? An information- really unhappy? The measurement but felling worse: looking for
processing perspective. Journal o f m a x i m i z i n g t e n d e n c y. the “best” job undermines
of Retailing, [S. l.], v. 85, n. 3, p. Judgment and Decision satisfaction. Psychological
288-297, 2009. Making, [S. l.], v. 3, n. 5, p. 364- Science, [S. l.], v. 17, n. 2, p. 143-
CARMON, Z.; WERTENBROCH, 370, 2008. 150, 2006.
K.; ZEELENBERG, M. Option DITTMAR, H.; LONG, K.; MEEK, R. KAHN, B.; WANSINK, B. The
attachment: when deliberating Buying on the internet: gender influence of assortment structure
makes choosing feel like losing. differences in on-line and on perceived variety and
Journal of Consumer Research,
conventional buying motivations. consumption quantities. Journal
[S. l.], v. 30, n. 1, p. 15-29, 2003.
Sex Roles, [S. l.], v. 50, n. 5-6, p. of Consumer Research, [S. l.], v.
CHOWDHURRY, T.; RATNESHWAR, 423-444, 2004. 30, n. 4, p. 519-533, 2004.
S.; MOHANTY, P. The time-
FASOLO, B.; CARMECI, F. A.; KIESEKOMS, J.; PANDELAERE, M.;
harried shopper: exploring the
MISURACA, R. The effect of choice MILLET, K. The attractiveness of
differences between maximizers
and satisficers. Market Lett, [S. complexity on perception of time large assortments: maximizers
l.], v. 20, n. 2, p. 155-167, 2009. spent choosing: when choice versus satisficers. In: ANNUAL
takes longer but feels shorter. CONFERENCE OF THE EUROPEAN
CHUA , R. Y.; IYENGAR, S. S. MARKETING ACADEMY, 38., 2009,
Psychology & Marketing, [S. l.],
Empowerment through choice? Nantes. Proceedings... Nantes:
v. 26, n. 3, p. 213-228, 2009.
A critical analysis of the effects of EMAC, 2009. 1 CD-ROM.
choice in organizations. Research FASOLO, B.; HERTWIG, R.; HUBER,
in Organizational Behavior, [S. M.; LUDWIG, M. Size, entropy, and KOTLER, P. Administração de
l.], v. 27, p. 41-79, 2006. density: what is the difference marketing: a edição do novo
t h a t m a ke s t h e d i f f e re n c e milênio. 10. ed. São Paulo:
CROSS, G. An all-consuming Prentice Hall, 2000.
century: why commercialism between small and large real-
won in modern America. New world assortments? Psychology LOEWENSTEIN, G. Is more choice
York: Columbia University Press, & Marketing, [S. l.], v. 26, n. 3, p. always better? Social Security
2000. 254-279, 2009. Brief, [S. l.], n. 7, p. 1-8, 1999.

R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa) 39
PARADOXO DA ESCOLHA: O NÚMERO DE OPÇÕES PARA MAXIMIZADORES E SATISFICERS

LUSK, J.; NORWOOD, F. B. The REIBSTEIN, D. J.; YOUNGBLOOD, SHETH, J. N.; MITTAL, B.; NEWMAN,
dual nature of choice: when S. A.; FROMKIN, H. L. Number of B. I. O comportamento do cliente:
consumers prefer less to more. choices and perceived decision indo além do comportamento
In: SOUTHERN AGRICULTURAL freedom as a determinant of do consumidor. São Paulo: Atlas,
ECONOMICS ASSOCIATION satisfaction and consumer 2001.
ANNUAL MEETING, 2007, Mobile. behavior. Journal of Applied SIMON, H. A. A behavioral model
Proceedings... Mobile: SAEA, Psychology, [S. l.], v. 60, n. 4, p. of rational choice. Quarterly
2007. p. 1-23. 434-437, 1975. Journal of Economics, [S. l.], v. 69,
MALHOTRA, N. K. Pesquisa de REUTSKAJA, E.; HOGARTH, R. n. 1, p. 99-118, 1955.
marketing: uma orientação Satisfaction in choice as a function SIMON, H. A. Rational choice and
aplicada. 4. ed. Porto Alegre: of the number of alternatives: the structure of the environment.
Bookman, 2006. when “goods satiate”. Psychology Psychological Review, [S. l.], v. 63,
& Marketing, [S. l.], v. 26, n. 3, p. p. 129-138, 1956.
MELNYK, V.; OSSELAER, S. M.
197-203, 2009. SOLOMON, M. R. Consumer
J.; BIJMOLT, T. H. A. Are women
more loyal customers than men? RYAN, R. M.; DECI, E. L. Self- behavior: buying, having, and
Gender differences in loyalty determination theory and the being. 4. ed. Upper Saddle River,
to firms and individual service facilitation of intrinsic motivation, New Jersey: Prentice Hall, 1999.
providers. Journal of Marketing, social development, and well- STONE, D. N.; KADOUS, K.
[S. l.], v. 73, n. 4, p. 82-96, 2009. being. American Psychologist, [S. T h e j o i n t e f f e c t s of t a s k-
l.], v. 55, n. 1, p. 68-78, 2000. related negative affect and
MOLLER, A. C.; RYAN, R. M.; DECI,
RYAN, R. M.; DECI, E. L. Self- task difficulty in multiattribute
E. L. Self-determination theory
regulation and the problem choice. Organizational Behavior
and public policy: improving the
of human autonomy: does & Human Decision Processes, [S.
quality of consumer decisions l.], v. 70, n. 2, p. 159-174, 1997.
without using coercion. Journal psychology need choice, self-
of Public Policy & Marketing, determination, and will? Journal SUPERMERCADO MODERNO.
[S. l.], v. 25, n. 1, p. 104-116, 2006. of Personality, [S. l.], v. 74, n. 6, p. Aniversário: o melhor do
1557-1585, 2006. autosser viço. Supermercado
NENKOV, G.; MORRIN, M.; WARD, Moderno, São Paulo, v. 40, n. 1,
A.; SCHWARTZ, B.; HULLAND, J. SAMPIERI, R. H.; COLLADO, C. F.;
jan. 2009, p. 18-25.
Re-examination of maximization: LUCIO, P. B. Metodología de la
investigación. México: McGraw- TVERSKY, A.; SHAFIR, E. Choice
psychometric assessment and
Hill, 1994. under conflict: the dynamics of
derivation of a short form of the
deferred decision. Psychological
maximization scale. Advances SCHWARTZ, B. O paradoxo da Science, [S. l.], v. 3, n. 6, p. 358-
in Consumer Research, [S. l.], v. escolha: por que mais é menos. 361, 1992.
36, 2009. São Paulo: A Girafa Editora, 2007.
UNDERHILL, P. Vamos às compras:
PALAN, K. M. Gender identity S C H WA RT Z , B . ; WA R D, A . ; a ciência do consumo. 18. ed. Rio
in consumer behavior research: MONTEROSSO, J.; LYUBOMIRSKY, de Janeiro: Elsevier, 1999.
a literature review and research S.; WHITE, K.; LEHMAN, D.
WADJA, T. A.; HU, M. Y.; CUI, A. P.
agenda. Academy of Marketing Maximizing versus satisficing:
Gender differences on the “width”
Science Review, [S. l.], n. 10, p. happiness is matter of choice. dimension of category structure: a
1-23, 2001. Journal of Personality and Social case of brand typically. Marketing
PA R K E R , A . ; B R U I N , W. B . ; Psychology, [S. l.], v. 83, n. 5, Management Journal, [S. l.], v. 18,
F I S C H H O F F, B . M a x i m i z e r s p.1178-1197, 2002. n. 1, p. 14-29, 2008.
versus satisficers: decision- SHAH, A. M.; WOLFORD, G. YASIN, B. The role of gender on
making styles, competence, Buying behavior as a function of Turkish consumers’ decision-
and outcomes. Judgment and parametric variation of number making styles. Advances in
Decision Making, [S. l.], v. 2, n. of choices. Psychological Science, Consumer Research, [S. l.], v. 8,
6, p. 342-350, 2007. [S. l.], v. 18, n. 5, p. 369-370, 2007. p. 301-308, 2009.

40 R. Adm. FACES Journal Belo Horizonte · v. 10 · n. 4 · p. 17-40 · out./dez. 2011. ISSN 1984-6975 (online). ISSN 1517-8900 (Impressa)

Você também pode gostar