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30.out.2017
A Lei nº 13.334, de 13.9.2016, criou, junto ao Executivo federal, o Programa de Parcerias de Investimentos –
PPI, com o objetivo de ampliar e consolidar a relação entre o governo federal e o setor privado, empregando
como ferramenta contratos de parceria para a execução de empreendimentos públicos de infraestrutura e de
outros mecanismos de desestatização.
Posteriormente, foi editada a Lei nº 13.448, de 5.6.2017, que, complementando aquele diploma, dispõe sobre as
diretrizes para prorrogação e relicitação dos contratos de parceria já mencionados.
No que tange à prorrogação, a lei introduziu uma novidade: a prorrogação antecipada, modalidade que se situa
ao lado da prorrogação contratual (art. 4º, I e II). Esta última é a prorrogação clássica, prevista no art. 57, da
Lei 8.666/1993, em que a relação contratual chega ao fim, mas é estendida além do prazo primitivamente
ajustado, continuando a produzir seus efeitos.
Na oportuna advertência de Diógenes Gasparini, essa prorrogação tradicional “indica uma ampliação de prazo
e só tem sentido quando este está próximo da extinção, não muito antes e nunca depois”. (1)
A prorrogação antecipada, no entanto, retrata a alteração do prazo de vigência do contrato quando é prevista no
edital ou em outro instrumento convocatório e as partes resolvem, no curso do prazo original, ajustar, desde
logo, e, pois, antecipadamente, a extensão do prazo contratual.
Na disciplina que estabeleceu, a lei referiu-se à figura da “relicitação”, conforme se observa no texto legal, a
qual foi assim definida: “procedimento que compreende a extinção amigável do contrato de parceria e a
celebração de novo ajuste negocial para o empreendimento, em novas condições contratuais e com novos
contratados, mediante licitação promovida para esse fim”. (2)
O termo “relicitação” é totalmente incompatível com a definição firmada na lei, o que comprova a usual falta
de técnica dos legisladores. O sentido real do termo “relicitação” é claro: a instauração de novo processo
licitatório. Mas não é isso que consta da definição legal.
O núcleo da definição, como se extrai do dispositivo, é a extinção amigável do contrato para a celebração de
novo ajuste. Ora, extinção amigável, no caso, traduz a rescisão amigável do contrato, que, como já
assinalamos, “é a que decorre da manifestação bilateral dos contratantes”, inexistindo conflito entre eles. (3)
O que a lei quer dizer é que, por consenso, as partes decidem rescindir amigavelmente o contrato para celebrar
um novo ajuste “em novas condições contratuais” e com novos contratados, como consigna o dispositivo.
Então, em última análise, a perspectiva da lei é, isto sim, de proceder a uma “recontratação”,ou seja, a um novo
ajuste resultante de outra relação contratual.
E a “relicitação” ? Esta foi uma evidente impropriedade da lei. “Relicitação” haveria se mais de um
procedimento licitatório fosse adotado para um mesmo contrato. Não é o caso, porém.O que há é uma nova
licitação em virtude da celebração de um novo contrato – que, como diz a lei, é firmado em condições diversas
das constantes do ajuste original.
Portanto, inexiste qualquer novidade. A única novidade é o emprego de novo vocábulo que, ao invés de ajudar,
pode causar mais confusão sobre o já confuso sistema de licitações. Aliás, não custa lembrar que o só fato de
ser celebrado novo contrato já implicaria a incidência do princípio da obrigatoriedade de licitação (4), sendo
esta obrigatória para obras, compras e serviços. Ou seja: a lei nada precisaria informar a respeito.
A considerar a impropriedade vocabular da lei, teríamos que dizer que o Estado fez uma “relicitação” a cada
vez que faz um novo contrato – o que seria rematada patetice…
(3) JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, Manual de direito administrativo, Gen/Atlas, 31ª ed., 2017, p. 225.
Veja também:
1. Responsabilidade do estado pela desastrosa gestão por organizações sociais (OS) GEN
Jurídico disse:
dezembro 22, 2017 às 16:06
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É Mestre em Direito. Professor Direito Administrativo e Direito Constitucional de cursos de graduação, pós-
graduação e de cursos preparatórios para concursos públicos. Expositor em congressos, seminários, simpósios e
conferências. Autor de vários trabalhos jurídicos e obras na área do Direito Público. Foi Procurador de Justiça
do Rio de Janeiro e Consultor Jurídico do MPRJ. Advogado e consultor jurídico no campo do direito público.
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