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O que é Capoeira?
“Acho que a capoeira ela é resultado de um processo histórico e com características muito pró-
prias da formação, da cultura e da política brasileira, dadas características de sua colonização,
acho que a capoeira emerge de uma realidade única no mundo.” Pop
“E a capoeira que foi forjada aqui, pelos nossos antepassados, que culminou em tudo isso, a
capoeira é o que na verdade? É a nossa identidade, nossa cultura. (...) A capoeira é embate ao
sistema, a escravidão tá aí... ela não acabou, mudaram o cenário... não tem mais chibata, mas
tem! O cara recebe o salário no final do mês mal dá pra pagar o porão. (...) Ser capoeirista é ser
2 Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Capoeira da Ilha – Ilha de Santa Catarina 3
capoeira, a primeira coisa que ela faz com o indivíduo, depois que conquista ele, é perder esse “Comecei a praticar capoeira com Mestre Pop em 77 e em 80 comecei a ensinar. (...) Quando eu
medo, a gente não tem mais medo das coisas. O capoeirista é até uma pessoa muito corajo- comecei o curso de extensão na universidade (UFSC) em 84, a capoeira de Florianópolis se resu-
sa, então isso é uma das coisas mais gratificantes assim que eu vejo pra quem trabalha com mia: o Pop ali na Wadokan e eu lá na universidade, mais nada. Porque era o que tinha na época,
auto-estima com a criançada. Ser capoeirista é compreender que do jeito que foi tratado, as não tinha outra coisa, não tinha referência, qual era a nossa referência? Nossa referência era o
próprias entidades, os antepassados, discriminação racial, sofrimento, nada mudou, a gente Mestre Sergipe e o Burguês lá de Curitiba, lá em Porto Alegre era o Índio e o Cerqueira, e Mestre
sabe que ta aí, que continua, ele só muda mesmo as estratégias cada vez mais pra conseguir Corvão do Rio de Janeiro. Aí o que nós escutava? a música do Suassuna e o Caiçara. (...) Eu dava
as pessoas. Então o capoeira tem que ser desconfiado mesmo, cada vez mais.” Adão aula na universidade e no CIC, o Alemão chegou em 85 (...). Foi aí que eu ofereci pra ele o espaço
“Eu acho que quem consegue se encontrar na capoeira, ele nasce pro novo mundo (...). Você lá na universidade, em 86. (...) A partir de 88 eu fui pra Palmares (de Mestre Nô).” Calunga
nascendo o que vai acontecer? Tudo aquilo que você perdeu, que achava que tinha perdido, “Tem uma história aí, até o final dos anos 80, que é fundamental pra gente entender a identi-
nada! Foi substituído por coisa melhor, que realmente é pra você e você é capaz de viver dade da capoeira da ilha, fundamental. A vinda do mestre Pop, o trabalho que ele inaugura,
dentro daquele mundo sem passar a ser submisso, sem passar ser autoritário, mas andar den- a chegada do Alemão, o Calunga trabalhando junto. E com a chegada do Alemão, todo esse
tro do que é permitido... Então nada é perdido, a capoeira ensina que você não perdeu, só movimento de trazer cabeças, mestres, espíritos, em carne e osso, vindo pra cá, fazer essa tro-
aprendeu a viver.” Gão ca com a ilha, Nô, Ferreirinha, Bobó, João Pequeno, Curió, Bobó, enfim, uma série de mestres
“Podemos dizer que o capoeira é aquele que foi e não tem como deixar de ter sido. Ele tem uma que estiveram por aqui. Isso aí é a substância, é a base, a essência da capoeira que a gente
historia reconhecida e conhecida por todos. Somos aqueles que organizamos a roda do merca- tem na ilha hoje.” Bagé
do desde os anos 80, somos aqueles que escrevemos um manifesto contra o CREF nos anos 90, “Acho que o que mais influenciou essa capoeira foi à vinda dos mestres da Bahia, principal-
somos aqueles que organizamos batizados, encontros e festivais, somos aqueles que jogamos, mente o Mestre Nô, que influenciou muito a nossa capoeira. (...) Essa passagem desses mestres
brigamos ou amamos nas rodas tais e tais... Não dá para fugir de ter feito tanta coisa na e pela por aqui, da gente não ter que ir à Bahia beber dessa fonte e sim a fonte foi trazida pra gente.
capoeira. Por isso somos o que fizemos. Entretanto, isso que fizemos contamina o presente que Essa é uma diferença que foi um marco na capoeira da ilha. Um marco, porque a gente nun-
somos em cada uma de nossas atitudes e continuamos a fazer a capoeira e a nos fazer neste ca ia imaginar que a Bahia vinha pra ilha,
processo... agora, por exemplo, estamos fazendo um livreto sobre a nova cartografia.” Bagé naqueles eventos da década de 80... Essa
“Já foi vergonhoso andar com um berimbau na mão... Hoje é orgulho andar com o berimbau história do respeito aos mestres, aquelas
na mão, o capoeirista. Tu andas com um berimbau na mão no meio de uma multidão, já tens figuras, nossa, que ficou assim na nossa
uma identidade, o capoeirista.” Pinóquio memória...” Jô
“Capoeira é capoeira, mas os grupos de capoeira trabalham outras manifestações culturais “Se tu for pensar na vinda desses Mestres,
de origem afro, o maculelê, a puxada de rede, outras danças populares, samba de roda, são Ferreirinha, do Bobó, do João Pequeno,
presentes nos grupos, mas isso não é capoeira. Samba de roda é samba de roda, capoeira é Curió... Acho que tem essa coisa da Bahia
capoeira, mas como a cultura é dinâmica e o povo inventa, tem gente que canta música de e naquela época quando a gente inicia,
samba de roda em roda de capoeira, não tá certo e não tá errado entendeu?” Jô não era nem uma preocupação nossa na
verdade ficar dizendo eu sou regional, eu
sou de angola, isso não era uma coisa...
A história e a construção da capoeira da ilha era capoeira entendeu? O que era a pre-
“Capoeira na perspectiva ilhéu, pode se pensar mais ou menos por aí. Não dá para falar ape- ocupação? Era o respeito aos mestres, era
nas em grupo, mas em movimento, algo que implica e valoriza as pessoas e suas ações no tradição que eles vinham trazendo, era
mundo. Mas, a gente não pode omitir, não mencionar, a existência desses grupos que fazem o porque era da Bahia, isso foi uma coisa 3º Batismo de Capoeira Palmares Sul do Contra –
Mestre Alemão. 1990. Lona Azul Aterro da Baía Sul, Centro
movimento. Ajagunã, Quilombola e Ilha Palmares expressam essa identidade e constituem a muito importante pra nós, porque vieram
Arquivo Alemão
nossa história. Esse movimento que se intitula ora angola ora nem angola e nem regional, ele através do Nô que já era, pra nós afinal,
transcende a tudo isso, mas não deixa de se posicionar frente à história.” Bagé era o nosso mestre, tinha essa importância, o Nô tá trazendo. Era todo um fundamento que
“Eu cheguei em 1977, sou de Campo Grande, MS, vim pra Camboriú inicialmente, trabalhar com passava obviamente pelo instrumento, pelo ritmo, por uma bateria, mas que a história deles
artesanato... Em 76 eu chego na ilha, na Praça XV e ali eu fico convivendo com os artesãos da Pra- de vida na roda da capoeira e na roda da vida, era o principal, o que a gente precisava, e isso
ça XV e sempre com berimbau, tocando berimbau. Já no final de 76, início de 77, eu conheci um é uma marca fundamental na nossa história, é uma página, não tem como apagar.” Danuza
professor, o nome Nóbrega Fontes, ele era ligado à secretaria da cultura, Fundação Cultural (...). “A gente não teve mestres assim que todo tempo tivemos como ser influenciado, então a
E ele que me convidou pra dar aula no Educandário 25 de Novembro, onde eu iniciei no dia 01 gente conheceu esses mestres com grande saber em termos de capoeira, respeito, educação,
de agosto de 1977 pra prática de capoeira lá... A partir desse período, a gente ficou praticamente incomparáveis... E aí não teve outro mestre que influenciou com outro estilo de capoeira.”
oito anos, 77 a 85, dando aula na FUCABEM. Mas aí nesse meio tempo eu abri a primeira academia Adão. “(capoeira da ilha) É o estilo da pessoa, não é capoeira que te molda, não, é a pessoa
de capoeira no estado... Era na rua Francisco Tolentino, perto do Mercado Público. (...) Paralelo a que se adapta à capoeira, essa é a questão. A nossa aqui, por exemplo, nosso estilo é o estilo
esse trabalho eu fundei a academia Berimbau de Ouro (1980) e depois eu montei o grupo Nação de Florianópolis, é o jeito de Florianópolis de cantar, é o jeito de Florianópolis de andar, é o
Capoeira. (...) Aí eu fiquei uns nove anos com o Nação quando eu fundei o Aú Capoeira.” Pop jeito de Florianópolis de levar as coisas, de ter essa tranqüilidade, bem típico daqui, da região,
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Manifestações
Município Localidade / Bairro Grupo de Capoeira Símbolo Símbolo
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JoséPra ia Capoeirista - Professor culturais
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Associação Cultural Capoeira Luis Eduardo Batista Maculelê, Samba
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Associação Cultural Capoeira Valdemiro Pereira Filho - Maculelê, Samba
Ponta do Florianópolis Balneário
Saco dos Limões Quilombola Mestre Pinóquio de Roda
Associação dos Moradores da
Florianópolis Ponta do Leal João Luiz Oliveira - Gão Maracatu
Baía Sul Ponta do Retiro Ponta do Leal
Aú Capoeira - Associação Maculelê, Puxada
Joaquina Florianópolis Agronômica Cultural Aú Entidade Afro-
Lourival Fernando A.
de Rede, Samba
Leite - Meste Pop
brasileira (ACAÚ) de Roda
Aú Capoeira - Associação Maculelê, Puxada
Lourival Fernando A.
a Florianópolis Areias do Campeche Cultural Aú Entidade Afro-
Leite - Meste Pop
de Rede, Samba
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Danuza Meneghello / Maculelê, Samba
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Florianópolis Trindade: UFSC Capoeira Angola Palmares
Arnaldo Rita - Khôrvo de Roda
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Florianópolis Pantanal Capoeira Angola Palmares Edson Sioff - Polegar Samba de Roda
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Florianópolis Mocotó (Boca do Vento) Capoeira Angola Palmares Edson Sioff - Polegar Samba de Roda
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Florianópolis Coqueiros Capoeira Angola Palmares Jô
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Morro do Maciço: Morro da Capoeira Angola Palmares: Maculelê, Puxada
Miguel Horácio Adão -
Florianópolis Caixa, Morro do Horácio, Associação Cultural Ilha de de Rede, Samba
Contra - Mestre Adão
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Morro do Mocotó e Serrinha Palmares de Roda
Capoeira Angola Palmares:
Florianópolis Carianos Associação Cultural Ilha de Sidmar Marques Dias Maculelê
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Palmares
Capoeira Angola Palmares: Wilson R. A. Calunga - Maculelê, Samba
Florianópolis Barra da Lagoa Associação Cultural Ilha de Mestre Calunga de Roda
Palmares
Capoeira Angola Palmares:
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Palhoça
Palhoça Madrid Palhoça Associação Cultural Ilha de Wagner Freitas Samba de Roda
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Maculelê, Puxada
Associação Cultural Capoeira Douglas Martins - Pai de
São José Areias de Rede, Samba
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Quilombola Santo
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Mangue do Rio Tavares u Associação Cultural Capoeira Renato Ferrara da Silva -
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be Quilombola Parrulha
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Rio Tava o nio Valmir Ari Brito - Jimmy
da nto São José Forquilhas e Forquilhinhas Capoeira Angola Palmares Samba de Roda
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São José Potecas Capoeira Angola Palmares Samba de Roda
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Legenda
Roda de Capoeira - MERCADO Praça XV - Marco inicial da Capoeira - 1977 - Mestre Pop
Década de 70
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Roda de Capoeira - FIGUEIRA Educandário 25 de Novembro - 1° espaço
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de ensino de capoeira - 1977
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Roda de Capoeira - CALÇADÃO 2 - Academia Wadokan
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4 - Projeto de Extensão CDS/UFSC
Roda de Capoeira - CATEDRAL Contra-Mestre Alemão - da décade de 80 a meados de 90
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5 - CIC - Calunga
Santa Catarina Roda de Capoeira - LAGOA 6 - SAL - Sociedade Amigos da Lagoa
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Capoeira da Ilha - Florianópolis - SC 3 - Colégio de Aplicação - UFSC
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Associação Cultural Capoeira Projeto Ginga UFSC - capoeira numa perspectiva ilhéu
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4 - Saco Grande
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8 Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Capoeira da Ilha – Ilha de Santa Catarina 9
“Acho também uma diferença bastante grande de quem é capoeirista,
é quem se aventura a jogar nas rodas de rua. Quem vivencia a capoeira
na rua tem outra visão da capoeira.” Jô
“Acho que a roda de rua, ela é um espaço mais democrático (...). Hou-
ve um passado aqui bem recente em que havia muito confronto (...).
Eventualmente até acontece, um confronto ou outro, mas isso não
tá demarcado como objetivo primordial... Não existe isso... O que é
muito bom, as pessoas vão e permanecem, e as rodas elas passam a
Foto Jô Capoeira
a roda tradicional da ilha.” Pop
“O objetivo é a rua... Como na nossa vertente a capoeira é depois do
portão, é pra rua, então como a gente vê a vida em sucessão de ro- Oficina de Mapa: 4º encontro, out 2009 Roda do Mercado, mar 2008. No jogo Dudu e Biel
das, a gente tá sempre jogando, dirigindo, andando, enfim (…). Em
particular a roda da capoeira me dá sabedoria, malandragem, me dá grupos que cultivam a Capoeira Angola. Seu objetivo principal é organizar, incentivar e pre-
visão, pra eu poder viver nas outras rodas. (...) A gente elucida pra servar o caráter cultural e artístico da Capoeira Angola, ressaltando seu valor histórico. Somos
rua, pra vida, a capoeira é pro cara andar sozinho... Isso é capoeira, é um grupo de pessoas que deseja realizar eventos significativos à Capoeira, principalmente
malandragem... O capoeirista, ele tem certos jeitos e trejeitos que são os que buscam politizar e capacitar os capoeiristas. A iniciativa de organizar a Central foi dos
Roda da Figueira, jan 2008. particulares. (...) Quando vem outras pessoas de outras vertentes nas Grupos Palmares e Quilombola.” Central de Capoeira
No jogo Mestre Pinóquio nossas rodas, a roda é de rua, não é uma roda na rua, a diferença é
e Polegar que a gente faz uma roda pra cobras e lagartos, entendes?” Pinóquio
Foto Fábio Eduardo Por que Cartografia Social?
“...Fôrma pra qualquer pé.” Jimmy Wall
“A cartografia, bom para isso, pra registrar. O bom da cartografia é que são várias falas... Isso que é le-
“Às vezes, o que acontece nessas rodas de rua? O próprio mestre co- gal, é a nossa fala que vai tá ali, não é alguém que vai tá fazendo o recorte ali, é a nossa cara, eu disse
loca mais medo, muitos professores dizem assim, pô, mas na rua que isso, eu disse aquilo (...) O que eu vejo que pra essa cartografia o fundamental é mostrar as rodas de
é perigoso (…). Então muitos capoeiristas quando vão pra rua, aí é rua, porque capoeira, ela veio das ruas para as academias, então é fundamental mostrar as rodas...
culpa dos próprios mestres deles, dos formados... Coloca pros alunos Porque a cultura popular ela tá na rua, é importante que a gente mantenha e prestigie essas rodas.
deles como na roda que tá o perigo, só que ele se esquece que quan- (...) Então a rua é onde o capoeirista vai aprender a capoeira.” Jimmy Wall
do ele coloca medo na roda, ele tá colocando o medo no dia a dia,
na vida. Então esse cara vai ter muito medo também no dia a dia na
verdade, porque não passa da extrema da rua, então esse cara ele Preconceito – “A Capoeira não é vista como parte da cultura. É por isso que
só tá seguro fechado, no quarto. Aí é que tá o perigo... Pra rever esse ela é discriminada. Porque é vista como, é coisa de negão, e se é de negão não
processo é muito difícil.” Adão presta, isso nós temos muito arraigado na nossa sociedade.” Jimmy Wall
10 Projeto Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil Capoeira da Ilha – Ilha de Santa Catarina 11