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A diversidade das práticas

psicoterápicas
Quando o assunto é psicoterapia, poucas questões são consenso.
Confira nesta edição reportagem sobre as diversas abordagens da psicoterapia, suas
diferenças e semelhanças - Págs. 3 a 11

Novas questões sobre a Psicologia e a informática são dis- CRP-RJ discute Psicologia e Conciliação – Pág. 17.
cutidas no III Psicoinfo – Pág. 12.
Psicólogos do Degase participam de evento no CRP-RJ
Fique de olho: VI Congresso Regional de Psicologia e I Mostra de – Pág. 18.
Práticas em Psicologia – Págs. 13 e 17.
II Seminário de Psicologia e Direitos Humanos de-
A Tesouraria como prática política – Pág. 15. bate a questão da medicalização – Pág. 20.
Conse lho R
nselho Ree g ional d
ional dee Psic
Psicolo
ologg ia d
sicolo oR
do io d
Rio dee

Homenagem Jane ir
aneir o – CRP
iro -05
CRP-05
Rua Delgado de Carvalho, 53 – Tijuca - CEP: 20260-280
Tel/Fax: (21) 2139-5400 - E-mail: crprj@crprj.org.br
Este, inf elizmente, é dos por diversos ativistas e profissionais da área site: www.crprj.org.br
um edit orial dif erente. de saúde durante o evento sobre os seus quase Dir
ireetor ia E
Exxe cu
cuttiva:
José Novaes - Presidente - CRP 05/980
Diferente, p ois n ão 15 anos de t rabalho no pr ograma de pr even- Marília Alvares Lessa - Vice-presidente - CRP 05/1773
estamos – c omo nos an- ção da doença. Maria Christina Magalhães Orrico - Secretária - CRP 05/927
Pedro Paulo Gastalho de Bicalho – Tesoureiro - CRP 05/26077
teriores – colocando as Sua fibra e determinação vem inspirando a
Memb
mbrros Ef
Efeetivos:
perspectivas ético-políti- trajetória deste XI Plenário. Todos nós, conse- Alessandra Daflon dos Santos - CRP 05/26697
cas de nossa gestão e os lheiros deste CRP-RJ, reconhecemos seu valor Ana Lucia de Lemos Furtado - CRP 05/465
Cecília Maria Bouças Coimbra - CRP 05/1780
caminhos por nós percor- como profissional e pessoa, seu compromisso Fabiana Castelo Valadares - CRP 05/28553
José Henrique Lobato Vianna - CRP 05/18767
ridos até aqui. Trata-se de um “editorial-home- social com a profissão, seu engajamento nas lu- Luiz Fernando Monteiro Pinto Bravo - CRP 05/2346
nagem” que ap onta também par a uma de ter- tas pela diversidade traduzida em práticas soli- Maria Beatriz Sá Leitão - CRP- 05/3862
Maria Márcia Badaró Bandeira - CRP 05/2027
minada política ética. Homenagem a uma guer- dárias, seu esforço incansável na direção do de- Nélio Zuccaro - CRP 05/1638
Noeli de Almeida Godoy de Oliveira - CRP 05/24995
reira, amiga e c ompanheira, r esponsável em senvolvimento de uma psic ologia que efetiva- Rosilene Souza Gomes de Cerqueira - CRP 05/10564
muito por este XI Plenário. mente responda e atue na solução d os proble- Membmbrros SSuple
uple nt
uplent es:
ntes:
Margarete de Paiva Simões Ferreira faleceu mas de nosso país. Ana Paola Frare - CRP 05/26474
Carla Silva Barbosa - CRP 05/29635
no dia 2 de dezembro. Foi colaboradora da Co- Fica o ag radecimento de t odos os psicólo- Cynthia Maria da Costa Losada - CRP 05/16800
Marcos Carlos Adissi - CRP 05/28455
missão de Saúde do C onselho Regional de gos pelo trabalho de saneamento político, finan- Mônica Maria Raphael da Roza - CRP 05/22833
Psicologia do Rio de Janeiro e ex-integran- ceiro e étic o do CRP -05, projeto coletivo que Paula Rebello Magalhães de Oliveira - CRP 05/23924
Queiti Batista Moreira Oliveira - CRP 05/29630
te da Comissão Gest ora do C onselho R e- teve em Margarete uma das mais fervorosas atu- Sílvia Helena Santos do Amaral -CRP 05/10287
Valéria da Hora Bessa - CRP 05/28117
gional de Psicologia. Meg, como era conheci- antes. Pode estar c erta, amiga e c ompanheira: Valéria Marques de Oliveira - CRP 05/12410
da, foi militante ativa do Movimento da Luta continuaremos este trabalho. Walter Melo Júnior - CRP 05/19407

contra a AIDS e trabalhava no programa de pre- Comissão Edit


Editoor ial:
Alessandra Daflon dos Santos
venção à doença na Secretaria Estadual de Saú- “Amigo é coisa para se guardar Cecília Maria Bouças Coimbra
de desde 1992. Além disso, foi conselheira pelo No lado esquerdo do peito, Maria Beatriz Sá Leitão

Rio de Janeiro no Conselho Federal de Psicolo- mesmo que o tempo e a distância digam não, Jor nalista R esp
Resp
espoonsáv
nsáveel
Marcelo Cajueiro - MTb 15963/97/79
gia no período de 2001 a 2004. mesmo esquecendo a canção.
Margarete foi homenageada no dia 01 de de- O que importa é ouvir Proje
jetto G ráfic
Gráfic o
ráfico
Octavio Rangel
zembro, Dia Mundial de Luta contra a AIDS, em a voz que vem do coração.”
Redação
um ato público realizado na Cinelândia. Um peque- Canção da América Carolina Selvatici
no filme será produzido com os depoimentos da- Milton Nascimento e Fernando Brandt Wang Pei Yi (estagiária)

Prod ução Edit


Editoor ial
Diagrama Comunicações Ltda.

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que pode ajudar muito aos estudantes e profissi- principal do site e informar seu nome e seu en- 26.000 exemplares
onais que querem se manter sempre atualizados dereço eletrônico.
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sobre a Psicologia: o informativo eletrônico. O serviço, Mais de 500 pessoas já estão inscritas no ser- Trimestral
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dades sobre cursos, eventos, seminários e concur- va-se você também e receba notícias sobre a psi-
sos direto para o e-mail do psicólogo. cologia diretamente em sua caixa de correio ele- Os conceitos emitidos nos artigos assinados são de responsabilidade dos
autores, não refletindo necessariamente a opinião do CRP-RJ.
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Psicologia do Rio de Janeiro.

Erramos Filiado à União Latino Americana de


A edição de número 11 do Jornal do Conselho Regi- logos aprovados no concurso foi feita sem respeitar a Entidades de Psicologia (ULAPSI)
onal de P sicologia do Rio de Janeiro, publicada em ordem d e aprovação. A info rmação está inc orreta. Não
setembro de 2006, trouxe um erro. Na matéria “Não es- houve nenhuma infração cometida por par te da Prefei- Car tas par
artas paraa o JJo
or nal do CRP
do CRP-RJ-RJ ddee vem se
serr een
nv ia-
quecemos: c oncurso SMS-RJ”, publicada na pág ina 15, tura no que diz r espeito à ordem de convocação dos das par
paraa a se
sedde d oC
do Coonselho ou par
nselho paraa o e-mail
consta a informação de que a convocação dos psicó- aprovados. asco
asc m@crp
om@cr rj.o
prj .org
.o rg.b
rg .brr
.b
Jornal do CRP-RJ Pág. 2
A diversidade das práticas
psicoterápicas
Em maio de 2006, a partir de uma demanda do C onselho Regional de
Psicologia do Rio de Janeiro, a Assembléia de Políticas Administrativas e
Financeiras do Sist ema Conselhos decidiu p ela cr iação de um g rupo de
trabalho para discutir as questões da psicoterapia. O grupo, coordenado pelo CRP-
RJ e composto por representantes dos CRPs 02 (PE), 04 (MG)e 07 (RS) e do
Conselho Federal, ficou responsável por discutir e organizar um Fórum Nacio-
nal sobre psicoterapia, com a finalidade de debater essas questões com os
profissionais.
Diversos assuntos foram sugeridos para o debate no GT, e conseqüen-
temente no Fórum. Entre elas, uma série de questões clássicas da psicote-
rapia como a definição do campo, suas diferentes correntes e uma possível
regulamentação. Por acreditar que qualquer iniciativa visando uma regu-
lamentação deve ser precedida de um debate muito amplo e v isando in-
centivá-lo cada v ez mais, o CRP-RJ decidiu le vantar mais uma v ez essas
questões e perguntar: afinal, o que é psicoterapia? Existem padrões de com-
portamento ou diretrizes a serem adotadas pelos profissionais da área?
Na verdade, não. A psicoterapia é muito rica em teorias, que foram sen-
do desenvolvidas através da história. Cada uma gerou uma abordagem te-
rapêutica, que desenvolve um método diferente de terapia. Aqui apresen-
tamos diversas delas. Vale saliantar que além das práticas aqui menciona-
das existem muitas outras correntes neste vasto campo das psicoterapias.
O que se pr opõe é ap resentar algumas delas se m esgotar as discussões e
debates.
Podemos dizer que a t erapia, genericamente definida c omo cura pela
palavra, or iginou-se na psicanálise. Criada no final do século XIX, p elo
médico austríaco Sigmund Freud, a psicanálise inaugurou um conceito de
cura separ ado da cur a médica tr adicional, que tr ata o sint oma ou uma
doença. “Para a psicanálise, o processo de cura implica em passar pela sin-
gular experiência do inconsciente daquele que se submete ao método freu-
diano da associação livre”, diz o psicanalista e analista institucional Eduar-
do Losicer. Para a clínica psicanalítica, a “doença” tem um sentido que está
afastado da consciência. Ao pedir ao paciente que fale livremente, sem cen-
sura ou crítica, ela permite que a pessoa fale mais do que sabe, pois o que o
psicanalista pode ouvir do paciente, “não é apenas o que ele sabe e esconde
de outras pessoas (a c onfissão), mas p rincipalmente o q ue não sab e (o
inconsciente)”. Assim, a cura dos sintomas virá como conseqüência do pro-
cesso analítico e não como seu objetivo. E, longe de criar um diagnóstico
médico de doença, a psicanálise trabalha com a ininquadrável singularida-
de do sujeito. “Apesar de ter nascido da neurologia, com base no diagnós-
(Continua na próxima página)

Jornal do CRP-RJ Pág. 3


(Continuação da página anterior)

tico da patologia orgânica, a psicanálise não é outros autores e teorias. A Psicanálise Junguiana Reich, hoje e xistem
classificatória”, afirma Eduardo, “Ela tem mais a Assim, dentro da própria “Acho qque ue a psicanálise jjunguiana
unguiana se muitas dif erenças en-
ver com o que a pessoa quer (inconscientemen- psicanálise junguiana, os dif difeerencia p prrime
imeiriro
ir oppeela p post
ostur
ost uraa d
ur doo analista tre as int erpretações
te) do que com o que ela tem ou é (identidade)”. analistas trabalham com junguiano
unguiano,, mais ab abeer ta, mais p próxima,
róxima, par paraa sobre o q ue é uma
A partir da teoria freudiana se originaram di- técnicas muit o dif eren- compar ilhar,, eenfr
mparttilhar nfreentar o m
nfr mund
undo
und o. PPoorque o abordagem r eichiana.
versas outras correntes psicanalíticas. Desenvol- tes”. analista é uma p pesso
essoaa qque
esso sofr
ue ‘so free ‘o
fr “Você tem hoje d esde
vidas p or c olaboradores ou não de F reud, elas A psicanálise reichia- inco
inc nscient
onscie ntee da mesma ffo
nt or ma qqueue o reichianos que têm pa-
compartilham suas bases t eóricas com a psica- na também é derivada da pacie
pa cient
cie nte.
nt disso,, JJung
e. Além disso ung p nsavva uma
peensa rentesco c om u ma
nálise, mas têm focos em pontos diferentes (leia teoria freudiana. O aus- concnceepção difdifeerent
ntee d doo psiq uismo
uismo..
psiquismo abordagem estr ita-
box sobre a psicoterapia breve no fim da pági- tríaco Wilhelm Reich, Enq Enquant
uanto
uant o as ououttr as cco
or rent ntes ologgia mente corporalista até
psicolo
es da psic olo
na). A psicanálise junguiana, por e xemplo. De- responsável pela sua ela- t r abalham uma p peersp
speec t iva p pesso
essoal,
esso al, eem
m qqueue reichianos que enten-
senvolvida pelo suíço Carl Gustav Jung, colabo- boração, c olaborou du- manifestações
as manif estações d do inco
o inc nscient
onscie ntee são
nt dem que o trabalho se
rador direto de Freud e responsável por uma sé- rante muito tempo com ubje
sub jettivas, JJung
je ung ggosta
osta d dee ppeensar esse compõe de duas fren-
rie de conceitos ainda adotados da psicanálise Freud, mas c omeçou a inc inco nscient
onscie ntee cco
nt omo oob jettivo, ar
bje arq uetípic
que típico
típic o. E, tes: a análise do cará-
freudiana, ela também trabalha com conceitos buscar alt ernativas par a terceiriro
o, uma inc inclinação
linação a aacceitar ter (uma derivação da
como os de inconsciente e recalque, mas intro- a abor dagem clínica p ersp speec t ivas d dee ou
outtr as esc olas também. Ou análise das r esistênci-
escolas
duz uma dif erença, que J ung c hamava de “in- freudiana q ue, segundo se
sejj a, uma p ré-disp
pré-disp osição a ou
ré-disposição ouvv ir ou
outt r as as) c onjugada a uma
consciente coletivo”. “Enquanto para Freud o in- ele, apresentava insufici- explicações par paraa o psiq uismo.. ”
psiquismo
uismo abordagem corporal”.
consciente é algo recalcado, para Jung o incons- ências e m c ertas c ondi- Car los B
arlos Beer nar di, psicólo
nardi, psicóloggo cclíniclínic
línicoo jjunguiano
unguiano Outra corrente que
ciente tem também algo que não foi v ivido. O ções. “Reich começou a e funda
fundad dor d o ggrr up
do upo oR UBED
RUBED
UBEDO O segue os princípios do
psiquismo par a Jung t em um mo vimento em prestar atenção não só no tratamento psicanalí-
direção a uma totalidade, conteúdo, mas na f orma tico é a winnicottiana. Criada por Donald Woo-
enquanto a consciência é A Psicanálise Freudiana como as coisas eram ditas e a ds Winnicott, um pediatra e psicanalista ing lês,
sempre algo parcial. Tudo perceber q ue det erminadas a psicanálise w innicottiana também usa o ma-
aquilo qu e falta na ‘mi- propriedades, dinâmicas e ca- nejo da transferência, o respeito pela resistência
nha’ par cialidade vai ser racterísticas corporais tinham
expresso por esse incons- relação dir eta c om a v ida
ciente. Então, a psicaná- emocional”, diz Nicolau José A psicoterapia
lise junguiana não traba- Maluf Junior, psicólogo ana-
lha só com o inconscien- lista reichiano, orgonomista e breve
te r ecalcado, mas tam- diretor do In stituto de F or- Desde o inicio , a psicanálise pensa sob re
bém com os potenciais de mação e P esquisa Wilhelm as possibilidades do seu método - a escuta ana-
desenvolvimento psíqui- Reich, “Nesse momento, o lítica - ser aplicado nas instituições em geral e
co”, afir ma C arlos Ber - corpo real, não só o corpo re- nas instituições da saúde pública em particu-
nardi, psicólog o c línico “Acho qque ue a noção qqueue presentado, surge na clínica”. lar. Para verificar estas possibilidades, há mui-
junguiano e fundador do singulariza
singular iza a psicanálise A partir disso, Reich criou um tos anos se mantém uma pesquisa clínica que
grupo RUBEDO. A lém freeudiana é a ttrransf
fr ansfeerência. SSee há instrumental que visava a al- investiga sob re as p ossibilidades d o mét odo
disso, a psicanálise j un- uma tteeor ia, um cco nceeit
onc ito
o qque
ue a cançar, mobilizar e reestrutu- freudiano na gen ericamente c hamada “tera-
guiana é, segundo Carlos, psicanálise rreevelou, ffooi esse. Ela é rar estas dinâmicas e os com- pia breve”. “Investigamos sobre os efeit os do
aberta à d iversidade. um cco nceeit
onc ito usad
o usa do eemm ououttr as portamentos corpóreos, mas tempo curto na clínica analít ica, sem r enun-
“Jung acreditava que ne- abo
ab dageens, mas ap
ordag apeenas na sem aband onar a dime nsão ciar a seus pressupostos básicos”, afirma Eduar-
nhuma teoria dava conta psicanálise eela
la é analisa da.
da.””
analisada. inconsciente. Mas Nicolau sa- do L osicer. “E os r esultados têm sid o bon s”,
do psiquismo . Por isso , Ed uar
Eduar
uarddo L osic
osiceer, psicanalista e
Losic lienta q ue, d evido à g rande completa.
incentivava a leitur a de analista inst it
instit ucio
itucio nal
ucional extensão dos int eresses de

Jornal do CRP-RJ Pág. 4


positivada do pa- A Psicanálise Reichiana como na psica- mana é determinada pela linguagem. Daí sua afir-
ciente e o empre- “A p prát
rática
rát ica rreeic
ichiana
hiana se nálise freudiana, mação de que o inconsciente é estruturado como
go da interpreta- difeerencia das ou
dif outtr as “o que é v isado uma linguagem”. Ela explica ainda que, na psica-
ção do r ecalcado cor rent ntes psico-c
es psic o-co
o-c or por ais no tr atamento nálise, “mais fundamental do que fazer um diag-
como instrumen- não só p poor eela serr a
la se não é tanto a nóstico baseado num saber técnico ou médico é
to para a elabora- iginal,
or ig inal, no se sent
ntid
nt ido
id od dee tteer cura d os sint o- sustentar a singularidade da causa do desejo de
ção dos c onflitos sido
sid oap imeir
prrime ira,
ir a, mas mas, mas um tra- cada sujeito e de cada análise. Nesse sentido cada
afetivos. Só q ue também p poorque tteem uma balho de c ons- análise reinventa a psicanálise. Neste campo, por-
Winnicott e nten- perspspeec t iva tteór
eórica
eór ica mmuit
uito
uit o trução de um sa- tanto, não se tr ata de aplicação de técnicas psi-
dia que o método mais ampla. M Mas,
as, ber inconsciente, coterápicas”. Letícia salienta que, por essas e ou-
clássico psicanalí- incipalment
pr incipalme e, eela
nte,
nt difeerencia p
la se dif poorq ue R Ree ic
ichh que determina o tras esp ecificidades, muit os psicanalistas não
tico era adequado c o nst uiu
nstrr ui u um p pee nsame
nsament nto
nt intrr inse
o int insecame
cament
came ntee
nt sujeito e seu sin- consideram a psicanálise como parte das psico-
às c onfigurações c o e r e nt nte, uzindo
e, p r o d uzind o uma lóg lógii ca qqueue p peer mit ue toma. Nesse sen-
mitee qque terapias. “Enquanto o psicoterapeuta responde à
neuróticas, m as cer tas noções e q questões
uestões p nceent
peer tenc nteses ao p peensame
nsament nto
nt o tido a psicanálise demanda de cur a, identificando-se ao lugar de
não para os paci- ichiano
reic hiano p possam
ossam se serr ttrran
anspspostas
sp paraa ou
ostas par campos.
outtros camp os. não se inc lui no saber em que é colocado pelo paciente - respon-
entes mais r egre- Muitas ououttras ab
aboordag
dageens base iam ssuas
baseiam uas p peersp
speec t ivas campo das psi- dendo, por exemplo, com conselhos e prescrições
didos que se aven- analoggias ou me
em analo metáftáfo
táf or as d dee uma ffo or ma mais coterapias”, afir- que garantem este saber -, o analista se abstém
turava a at ender. oética
poét ica ddo ue qqualq
o qque ualque
ualq ue outtr a cco
uerr ou oisa. “ ma Letícia Balbi, dessa mestria, suspendendo seu saber, suas boas
“Por isso, ele de- Nic olau JJosé
icolau osé MMalal uf JJunio
aluf unio
uniorr, psicólo
psicóloggo, analista psicanalista, intenções e até mesmo suas ambições terapêuti-
senvolveu um es- reic hiano
hiano,, o
ichiano rg
org
rgoono mista e dir
nomista diree tor d doo IInst
nst
nstitit
ituuto d dee membro da Es- cas, par a q ue o analisant e p ossa d esdobrar no
tilo clínic o no For mação e P esq
Pesq uisa Wil
esquisa liam R
illiam Reeic
ichh cola L etra F reu- campo das associações livres, suas questões e sua
qual o psicanalis- diana e professo- posição frente ao desejo e frente aos outros”. (leia
ta se disponibiliza para ser ‘usado’ pelo analisan- ra do Departamento de Psicologia da UFF. “Freud box na próxima página)
do, não no se ntido de um feixe de projeções de funda a psicanálise ao escutar as pacientes histé- Podemos dizer que a terapia cognitivo-com-
fantasmas pré-existentes a serem interpretados, ricas e v erificar portamental ( TCC)
A Psicanálise Winnicottiana
mas no sentido de poder ser reconhecido como que suas q ueixas é outra força entre as
uma substância diferente-de-si”, afirma Daniel eram det ermina- innicott
“Winnic ott p prriv ile
ileggiou o pappapeel psicoterapias. Dife-
Kupermann, psicólogo e psicanalista membro da das por uma outra ambie
do amb ient
ie ntee na cco
nt nstit
onst ituição
it uição da rente da psicanálise,
Formação Freudiana e dout or em t eoria psica- lógica, a lóg ica do ubje
sub jettiv ida
je idad de e d desta
estaccou as
esta a TCC parte do pres-
nalítica pela UFRJ. “O espaço terapêutico, na cor- inconsciente - figuras
figur as d doo ttrrauma, da rreeg ressão suposto que os seres
rente winnicottiana, pode ser definido como uma também responsá- àddeependência e d do joggo no
o jo humanos são r esul-
área d e e xperimentação no meada d e brincar vel p elo tr abalho manejo
mane jo cclínic
línico
línic o. Além dissodisso,, eele
le tados de apr endiza-
compartilhado, e o psicanalista não pr etende se dos sonhos. Lacan atavva pa
t r ata pacie
cient
cie ntes
nt cujaa
es cuj gens. “Cada pessoa
destacar das possibilidades criativas inauguradas propõe uma relei- nfiguração
configur ação ssububje
ub jettiva se
je aprende c omporta-
pela constituição de tal espaço. O que se espera é tura de F reud ba- afastavva das ne
afasta neur
uroses
ur oses cclássicas.
lássicas. mentos, se ntimen-
que o analisand o possa, g radualmente, se d es- seado em que tan- Ele ddese
esen
ese nvololvveu um est estilo
ilo tos e pensamentos. E
pojar das posições reativas rumo ao gesto espon- to os sintomas his- clínic línico o no qqual
ual o psicanalista se disp dispo nibiliza
onib paraa esses nossos se nti-
iliza par
tâneo e ao v iver cr iativo. Em última instância, téricos como os se serr “usa
usad do” p peelo analisand
analisando o, não no se sent
ntid
nt ido
id od dee um mentos depe ndem
que o paciente que não sabe brincar possa apren- sonhos são consti- ixee d
feix dee pprrojeções ddee fantasmas p pré-e
ré-exist
ré-e xisteent
xist ntes
es a de c omo a valiamos
der a brincar com o psicanalista (este, claro, deve tuídos fundamen- se serrem int inteer pre ta
taddos, mas no se sentntid
nt ido
idod dee p
po serr os ac ontecimentos.
o der se
saber brincar, o que muitos preferem esquecer)”. talmente po r ma- reconhe nhecidcido
cid o cco
omo uma ssubstância
ubstância dif difeerentnte-d
e-de-si.
e-d e-si.”” O que ac ontece é
e-si.
Já o psicanalista J acques Lacan pr opõe uma téria verbal. Da Danie Daniell K up
upeer man, psicólo
Kup psicóloggo e psicanalista me membmb
mbrro que m uitos d esses
releitura do texto de Freud, levando às últimas mesma for ma, a da F Foor mação FFrreudiana, d ou
outtor eem
dou m tteeor ia (Continua na
conseqüências a tese do inconsciente. Assim sexualidade hu- psicanalít ica p
psicanalítica peela UFRJ próxima página)

Jornal do CRP-RJ Pág. 5


(Continuação da página anterior)

sentimentos p o- A Psicanálise Lacaniana ansiedade ou apren- to de cura não faz sentido propriamente. O que
dem ocorrer a par- der habilidades soci- faz realmente sentido é você conseguir fazer com
“Naa psicanálise eenc
“N nco
nc ntrramos uma passag
ont passageem da
tir d e a valiações ais. A terapia vai se que o paciente melhore a sintomatologia que o
abo
ab dageem tteecno-t
ordag cno-teer apêu
apêuttica parparaa uma
distorcidas”, afirma oferecer como uma fez procurar o tratamento”, afirma Bernard.
speec t iva ét
p ersp ética, cujaa oorrie
ica, cuj ientação
ntação não é o ttrriunf unfo o
Bernard Rangé, oportunidade de no- A corrente humanista também está e ntre as
rápid
rápido o so
sob bre os sint
sinto omas, ou a rreab eab ilitação
eabilitação
professor d o p ro- vas ap rendizagens”. psicoterapias e tem sua referência clássica na ges-
psicosso
psic ossocial
osso loucura.
cial da loucur a. A psicanálise não lida
grama d e p ós-gra- Nesse sentido, a idéia talt-terapia e na terapia centrada na pessoa. Sur-
apeenas cco
ap om issoisso,, eela
la lida cco alienação
om a alie nação d doo
duação em psicolo- de um diag nóstico gida nos anos 50, a psicoterapia centrada na pes-
ujeit
suje ito
ito na ci civvilização cie científica,
ntífica, qque
ue vvisa
isa cco
om tto o das
gia da UFRJ, “Por- faz par te da t erapia soa foi criada pelo psicólogo e pedagogo Carl Ro-
as ssuas
uas técnicas e apar aparatatos
at os uma cceer ta
tanto, o que c abe cognitivo-comporta- gers e introduziu uma nova perspectiva nas te-
“o bje ificação”” d
jettificação doo ssuje
ujeit
uje ito
ito. UUmama análise d deeve
é ajudar as pessoas ossibilitar mental, mas não exa- rapias, rejeitando a idéia de que todo ser huma-
possib ilitar ao ssujeujeit
uje ito
ito, qque
ue assim o qque ueir
ue ira,
ir a,
a fazerem uma ava- p osicio
osicionar
nar-se
nar -se cco omo d dese
ese antee no laço so
esejjant social
cial ccoom tamente a i déia d e no possui uma neurose básica. Além disso, mo-
liação mais objeti- os ou outtros. Assim, a me medida
dida ét ética dee nossa ação é a cura. “Acho que não
ica d dificou o pap el do t erapeuta, que não de veria
va, mais realista da- relação cco om o d dese
esejo
ese jo qque habita.
ue a hab ita. A apaposta
osta da se pode mais pensa r impor s uas int erpretações. “Aqui, a v ivência, o
quilo, se m a influ- análise é, p po tanto
or tant o, oopper ar cco om o d dese
esejo
ese jo cco
omo em cur a e sim em que o sujeito fala de si é o foco principal da tera-
ência dessas distor- medida
me dida d dee nossa ação e não ap apeenas eem m prejuízo melhor ou pia”, afirma Márcia Alves Tassinari, professora e
ções. A TCC vai, conf nfo midad
or mida de ccoom os id ideais cultur
eais da cult uraa e d
ur uas pior. Pensar em uma
dee ssuas supervisora do Serviço de Psicologia Aplicada da
então, se caracteri- id ologg ias.
ideeolo ias.”” cura para o transtor- Universidade Estácio de Sá e sócia-fundadora do
zar por um questi- Le tícia B alb
Balb
albi, i, psicanalista, me membmb
mbrro da Esc ola L
Escola Lee t r a no o bsessivo c om- Centro de Psicologia da Pessoa. “Rogers parte de
onamento das in- Freudiana e p prrofesso
essorr a d dooD Deepar tame
tament
partame nt
ntood dee pulsivo, por exemplo, um pr incípio de t endência atualizant e ou t en-
terpretações que as Psic olo
ologg ia da UFF
sicolo UFF.. seria t eoricamente dência à realização. Segundo ele, todas as pesso-
pessoas traz em e fazer com que a pes- as têm capacidade de crescimento e desenvolvi-
algo como um treino de habilidades para que as soa deixasse de ser higiênica ou parasse de se pre- mento normais, então não há por que dirigí-las
pessoas possam manejar melhor seus estados de ocupar com detalhes em documentos. O concei- de fora. A tarefa da terapia seria criar um ambi-

Psicanálise e Psicoterapia
Várias instituições psicanalíticas não consi- psicanálise e sua práxis da apenas diversidade de
deram a psicanálise par te das psic oterapias e outras práticas psicoterápicas”.
vêm trabalhando para salientar essa difer ença. Consequentemente, est es psicanalistas são
Para estas instituições, a psicanálise contém uma contra qualquer tipo de regulamentação da prá-
outra lóg ica ou, c omo afirmam as psicanalistas tica, por conta de sua formação específica. Di-
paulistas Ana Mariza Fontoura Vidal, Liège Selma versos movimentos foram fundados para discu-
Lise e M aria Benedita R odrigues Pavan no ar tigo tir e lutar c ontra essa r egulamentação. Um dos
“Inocência é um belo romance”, publicado em 04 de mais impor tantes é o M ovimento de Articula-
julho de 2004, quando da votação do projeto de Lei ção de Entidad es Psicanalíticas, d o qual faz em
2347/03 que pretendia regulamentar a profissão de parte entidades como a Associação Brasileira de salvaguardar e manter a especificidade de sua
psicoterapeuta, “uma outra relação entre sujei- Psicanálise, a Associação de Fór uns do Campo disciplina. (...) Entendemos que qualquer en-
to, objeto e v erdade, o que a imp ossibilita de Lacaniano, a Esc ola B rasileira d e Psicanálise, a quadramento da psicanálise a regulamentos acadêmi-
estar correlacionada a outros constructos teóri- Escola de Psicanálise Letra Freudiana, entre ou- cos ou profissionais compromete as condições de
cos, todos pertencentes a uma mesma posição tras. Em carta à revista IstoÉ de nº 1839, em res- seu exercício e de sua transmissão e ressaltamos
lógica. Não se trata de uma questão de diferen- posta à matéria “Enquadrando Freud”, a Articu- que a psicanálise no último século se desenvol-
ça de conteúdo teórico, mas sim de outro para- lação afir ma mant er “uma lu ta ati va c ontra a veu à margem de qualquer regulamentação, na
digma de pensamento lógico. É isso que retira a regulamentação da psicanálise, como forma de base do confronto de idéias e práticas”.

Jornal do CRP-RJ Pág. 6


ente facilitador, para que A Terapia cognitivo-comportamental como modelo psicotera-
o sujeito possa ter opor-
tunidade de mudança,
“As tteer apias
nitiivo-
cog nit
pêutico, a gestalt se u ti-
liza do método fenome-
O teatro do
para que ele possa se r
verdadeiramente quem
mpo
comp tamentais
ortame
têm ssua ua
ntais nológico e c ombina
concepções exist encia- Oprimido
é”. A abordagem dada singularida
singular idad
ida de no listas, dialóg icas e de
O Teatro do Oprimido (TO) é um Método
por Rogers à t erapia de reconhe nhecimeciment
cime nto
nt o campo ao processo de
Estético s urgido no c omeço dos anos 70 no
grupo t ambém f oi i no- impo
da imp or tância transformação e cr esci-
Brasil, que utiliza Exercícios, Jogos e Técnicas
vadora. “Nos anos 60, dos p prro cessos mento dos ser es huma-
Teatrais com o objetivo de desmecanizar fi-
percebendo que os g ru- nitiivos cco
cog nit omo infl influências
uências nos nos. “A gestalt vê c omo
sicamente e int electualmente se us pra ti-
pos p oderiam pot enci- se sent
ntime
nt iment
ime ntos
nt os e cco mpo
omp tament
or tame ntos
nt os qque ue nós o processamento per-
cantes, ao mesmo t empo e m q ue de mo-
alizar a t endência atua- apr
ap r esentamos.
ese ntamos. Não ap
ape e nas isso,
isso , mas a ceptivo que fazemos das
cratiza o teatro. Criado por Augusto Boal,
lizante, ele desen volveu influência
infl uência mútua,
mút ua, re
r e cípr
cíp r o ca, dos
d os coisas pode ser trabalha-
o TO cria condições práticas para que o
uma metodologia muito sent
se ntime
nt iment
ime ntos
nt os em
em re
r e lação aos pe
p e nsament
nsame ntos
nt os do também dentro da
vic
ice-v
e-ve do ef ito sob “oprimido” se aproprie dos meios de produ-
específica para trabalhar e v ic e-v e r sa e d o ef e it o disso so b r e os psicoterapia. Uma p ro-
c o mpo
mp o r tament
tame ntos
nt os e também dos
d os zir teatro e assim amplie suas p ossibilidades
com g rupos, que c ha- posta da gestalt é qu e
c o mpo
mp o r tament
tame ntos
nt os em
em re
re lação a isso.
isso . Essa de expressão, além de estabelecer uma comu-
mou de ‘grupos d e en- você possa e xperimen-
e q uação básica me pare
par e c e ce
ce ntr
nt r al na nicação direta, ativa e propositiva entre espec-
contro’. Na década de 70, tar, ou se ja, vivenciar as
ter apia cco ognit
nitiivo-c
o-co mpo
omp tamental,
or tame ntal, jjunt unto
unt o tadores e atores.
ele começou a trabalhar coisas. Não é algo que
com a idéia d dee qque
ue nós so somos
mos rres esulta
es ultad
ulta dos Dentre as várias técnicas do Teatro do Opri-
com grandes grupos, de passe só por um e nten-
de apaprrendizag
ndizageens e a tteer apia é uma mido, uma que se destaca é o“Arco-Íris do De-
100, 2 00, 5 00, at é 2 000 dimento r acional, mas
unidad
opor tunida de d dee no
novvas ap aprrendizag
ndizageens. ns.”” sejo”, um conjunto de técnicas t erapêuticas e
pessoas, na t entativa de por uma c ompreensão
Ber nar
nard dR ang
Rang
ange, e, p
prrofesso
essorr d op
do prrog r ama d dee teatrais utilizado por psicoterapeutas de todo
usar o s p rincípios d os integral”, afirma Alexan-
pós-grr aduação eem
pós-g m psic
psicoloolo
ologg ia da UFRJ o mundo. A técnica, desenvolvida para traba-
grupos de encontro e da dra Tsallis, psicóloga e
lhar q uestões interpessoais e indi viduais, f oi
terapia na transformação da cultura, o que ele psicoterapeuta e professora da UFRJ. Nesse sen-
criada por Bo al e sua mulher, Cecília, que é
veio a c hamar de ‘workshop d e g rande g rupo’. tido, a gestalt-t erapia espera que o pacient e te-
psicanalista. N ela, os at ores t eatralizam as
Isso é uma terapia com 2000 pessoas? Não. É uma nha a capacidade de perceber o que se passa den-
opressões internalizadas a fim d e resolvê-las.
iniciativa par a pot encializar esses g rupos par a tro e fora de si no mo mento presente, em nível
Estão aí incluídas não só as opressões óbvias,
que ele s p ossam ser corporal, me ntal e
A Terapia centrada na pessoa como a da polícia, mas opressões como a falta
multiplicadores em emocional. “Se pen-
“Acho qque ue o qque ue difdifeerencia a T Teer apia C Ceentntrrada de comunicação, o medo da solidão e a polí-
suas comunidades”. sarmos em uma cura,
na P Pesso
essoa,
esso a, até das ou outtr as tteer apias h humanistas
umanistas e cia interna de cada um. A técnica busca de-
Também cr iada ela é, na v erdade, o
xisteenci
exist nciais,
ais, é uma ‘c e nt ntrr ação
ação’’ no cclie lient
lie nte.
nt e. O compor essas opressões e tr ansformá-las em
nos anos 50, a ges- aumento do leque de
lient
c lie ntee é o guia d
nt doo ttrr abalho d do o ttee r ap
apeeu ta. teatro, e m imagens. Seria a par tir da
talt-terapia foi inici- possibilidades. N o
Ele ttee m o se seu up pooder p pesso
essoal.
esso al. N a vvee r da dadd e, a visualização dessas imagens que se dar ia a
almente baseada nas texto Teoria Parado-
t e r apia não vvai ai dar p poo d e r a ninguém, eela la transformação dessas situações.
idéias da psic ologia prro piciar qque xal da Mudança, Ar-
v ai p ue o cclie lient
lie ntee use se
nt seu u p o der O TO trabalha com diversas outras técni-
da gestalt e consti- essoal,
p esso al, se ap aprropr ie d deele. Assim, eele le vvai
ai se nold Beisse r disc or-
cas e está hoje presente em instituições di-
tuiu sua visão de ho- sent
se ntir
nt cada
ir ca da vvez
ez mais li livvre par
paraa eexxercer o se seuu rendo sobre o proces-
versas c omo o sistema p risional e a r ede
mem a partir da fi- p o der d dee esc
escolha,
olha, d dee au
auttono nomia,
mia, d dee ggeer ir ssua
ua so psicoterápico diz:
de saúd e me ntal. O Centr o d e Teatro d o
losofia humanista- róprria vvida.
próp ida.””
ida. ‘Em outr as pala vras
Oprimido (CTO-Rio) realiza regularmen-
existencial. Dese n- Már
Márcia cia Alves T assinar
Tassinar
assinari, i, p
prrofesso
essorr a e consiste nisso: a mu-
te o ficinas e m sua sed e e vár ios pr ojetos de
volvida por Friederi- sup upeer v iso
isorr a d doo SSeer v iço d dee P sic
Psic olo
ologg ia Aplica
sicolo plicadada dança ocorre quando
capacitação da metodologia do TO no Brasil e
ch Perls, Laura Perls da U Uninivversida
ni sidad de Estácio d dee Sá e sócia- (Continua na
no mundo.
e P aul Goodman funda
fundad dor a d oC
do Ceent
ntrro d dee P sic
Psic olo
ologg ia da P
sicolo esso
essoaa
Pesso próxima página)

Jornal do CRP-RJ Pág. 7


(Continuação da página anterior)

uma pessoa se torna o cada de 30, nos Estad os novas e adequadas às situações, compreendendo
A gestalt-terapia
que é, e não q uando Unidos, para onde More- e levando em conta a si próprio, ao outro e à so-
tenta converter-se no “ A c ho que
q ue a gestalt-
g estalt- no emigrou e se estabe- ciedade (espontaneidade e a criatividade), desen-
que não é’. Nesse sen- t e r apia está leceu até se u falecimen- volvendo a responsabilidade do homem por si e
tido, ‘a terapia é o pro- p r incipalment
incipalme nte
nt e to em 1974. O psicodra- por todos os outros e sua capacidade de viver en-
cesso pelo qual a pes-
v olta
oltadada par
para a o aq ui
aqui e ma teve influência da fe- contros” (ver box sobre Teatro do Oprimido na
soa pode ser o que ela
ago
ag o r a, ent
e nte
nt e nde
nd e ndo
nd o nomenologia e da filoso- página anterior).
já é’”, diz Alexandra.
q ue o aqui
aq ui e o ago
ag o r a A clínica transdisciplinar é um outro tipo de
fia existencialista e tam-
A t erapia s istêmi-
não são sinônimos abordagem baseada em idéias desenvolvidas por
bém traz uma v isão sis-
do p prrese
esentnte,
nt e, mas sim
ca, iniciada a partir da têmica, do homem como Espinoza, Nietzsche, Michel Foucault, Giles De-
do qqueue está p prrese
esent
ntee
nt
terapia d e família um ser-em-relação. “O leuze e Félix G uattari. No entanto, longe de s er
mome
no mo ment
me nto
nt o. NNesse sent
esse se ntid
nt ido
id o, eela
la ttrrabalha cco om
também nos anos 50, psicodrama funciona uma t écnica d iferente, “sustentada p or t eorias
o ffeenôme
nômeno
no e eela la ttrrabalha eenfat nfatizand
nfat izando
izand oa
trouxe uma visão me- através da dr amatização repletas de categorias universais modeladoras, ela
dimensão
dime nsão vviivencial, ou se sejja, se p peensar
nsarmosmos
nos intr apsíquica e espontânea de cenas das é uma prát ica preocupada com a pr odução de
didaticame
didat icament
icame nte,
nt e, cco
om aq aquilo
uilo qqueue é uma mist mistururaa
ur
mais relacional às t e- questões trazidas por um modos singulares e potentes de viver, agir e pen-
do p peensar
nsar,, agagir
ir e sesent
ntir
nt ir..”
ir
rapias. “A terapia sis- cliente ou p or t odo um sar – out ros mo dos de subje tivação”, afir ma a
Ale xandr
xandraa T
lexandr sal
Tsal lis, psic
sallis, psicot ot
oteer ap
apeeuta e p prrofesso
essorr a
têmica c onsidera o grupo, nas quais são pos- médica e analista Ana Rego Monteiro, “Enten-
da UFRJ
mundo interno como tos em ação, no contexto demos que a clínica sempre se produz criando
parte de um mundo de relações. A forma de cada dramático, os papéis privados e sociais dos mem- ao mesmo tempo o objeto de sua intervenção,
um pensar é derivada de uma forma de relação e bros do grupo. Segundo Moreno, nosso ego é for- ou seja, uma certa concepção de subjetividade”.
implica outras formas de relação”, afirma Rosa- mado pelos diversos papéis que desempenhamos Nesse sentido, a necessidade de um diagnóstico
na Rapizo, psicóloga, mestre em psicologia clí- na vida: filho, pai, mãe, profissional, amigo, po- não cabe: “Partimos do pr essuposto de que os
nica e diretora do Instituto de Terapia de Famí- lítico, cidadão, etc. Estes papéis podem estar bem quadros psicopatológicos descritos pela psiqui-
lia do Rio de J aneiro. “Então não usamos quase desenvolvidos e harmo- atria contemporânea
A Terapia Sistêmica
as categorias de diagnósticos no tratamento, por- nizados entre si, ou po- fazem par te do pr o-
que elas foram pensadas para o indivíduo e não dem e star m al d esen- “ O pr
p r incipal da te
t e o r ia cesso de produção da
para relações”. Assim, segundo Tania Martins, psi- volvidos, conflitivos, ge- sistêmica, o que
que a subjetividade domi-
cóloga e terapeuta de casal e família, não há um rando sofr imento. O singular
singulariza, iza, é esse nante. D esta m anei-
objetivo fechado na t erapia sistêmica, mas “ele desempenho dos papéis d eslocame
eslo cament
came nto
nt o de
d e uma visão
v isão ra, afirmamos uma
vai sendo co-construído com o cliente na tera- no contexto dramático intr
int r a-indiv
a-indi v idual
id ual para
par a uma prática clínica micro-
pia. O terapeuta sai da posição de especialista e leva o cliente a entender v isão re
r e lacio
la cional,
cio nal, que
q ue colo
c oloca
olo ca política, nos afastan-
vê o paciente como especialista de seu próprio como seus papéis se for- o indivíd
indi víduo
víd uo semp
se mpr
mp r e em
em do assim d e uma
sofrimento. O diag nóstico é , então , p ensado maram no contexto fa- c o nte
nt e xto
xt o . E que
q ue ent
e nte
nt e nde
nd e até perspectiva d e cur a
como uma hipótese dinâmica e provisória, a ser miliar e social e se t or- esse mund
m undo
und o inte
int e r no de
d e le co
c o mo um mmund
undo
und o de
d e para afir mar uma
explorada no processo terapêutico. Ele pode ser naram fonte de proble- r e lações, co
c o mo se cco
o nstrói
nst rói um indi víduo
indivíd
víd uo a prática de sustenta-
revisto e transfor mado à medida e m que o tra- mas e e xperimentar, par
part t ir d essas
dessas r
ree lações.
lações.” ” ção de passagens.
balho vai se desenvolvendo, já que o ser humano através da dr amatiza- R osana R apiz
Rapiz
apizo o , mest
mestr r e e
emm psic
psicoloolo
olog g ia clínica
clínica e Analisamos em cada
está sempre em transformação”. ção, formas de ir trans- dir
diree t o r a d
doo Inst
Inst
nstit it
ituu t o d
de e T
Tee r apia d
dee F amília
Família d
doo caso, com cada clien-
O psicodrama é outra abordagem importan- formando satisfat oria- R io d
dee J ane
Jane
aneir ir
iroo te, a trajetór ia d e
te. Criado por Jacob Levy Moreno, médico psi- mente os seus papéis”, afirma Vitória Pamplona, constituição do sintoma, como experiência sin-
quiatra r omeno, o psic odrama or iginou-se d e psicoterapeuta psicodramatista e coordenadora gular de sofr imento que necessariamente se re-
suas experiências em Viena, em 1924, com um de grupos de gestantes e casais grávidos. “Assim, laciona ao combate experimentado entre forças:
novo tipo de teatro, chamado de “Teatro da Es- a terapia psicodramática tem como objetivo pro- forças aprisionadoras da vida e forças liberado-
pontaneidade”, e desenvolveu-se a partir da dé- piciar a capacidad e do sujeit o de dar r espostas ras da potência coletiva de uma vida”. Ana tam-

Jornal do CRP-RJ Pág. 8


bém explica que essas diferenças da clínica trans- com o pacie nte: o O Psicodrama de uma ética é um
disciplinar influem no modo como a ética é pen- respeito à aut ono- andee problema do mercado,
“Creio qque ue a ggrrand
sada: “Definimos a clínica não como um espaço mia do pacient e e o marca
mar ca ddo psico
o psic ama não do ofício. O mer-
drama
o dr
delimitado por fr onteiras mor ais dadas, mas conhecimento sobre dicot
otimizar serr cado e xige uma nor-
é não dic ot imizar o se
como atitude desviante que passa a afirmar uma as p róprias limita- inteeg r ar malização na p rática,
humano e sim int
ética em oposição à moral. Nosso trabalho com- ções são pontos cen- ment nte/c
e/co que garanta a qualida-
me nt e/c or p o, ação/
porta a distinção e escolha entre dois modos pos- trais nessa questão. É flexão
xão,, eemoção/ de do ‘serviço’ a uma
refle xão moção/
síveis de subjetivação: o modo ascético e moral e como afirma Daniel r azão
azão,, ho je/o
hoje/o
je/ont nt
nteem/ clientela”. André Mar-
o modo de vida ético. No primeiro, temos um Kupermann: “O psi- ciência/artte. tins, filósofo, psicana-
amanhã, ciência/ar
modo assujeitado às prescrições do que “te- canalista deve se di- Tal alvvez a pprrincipal dif
difeerença eem outtr as lista e professor da Fa-
m rreelação a ou
nho que” fazer, pensar e crer de acordo com recionar pelo q ue ter apias se sejja int
inteeg r ar ciência e ar po
artte, p urgiiu culdade d e M edicina
ois ssurg
urg
os modelos difundidos como metas d e “su- podemos chamar de eatrro e se cco
do tteat
eat onst itui
nstit
it uiu
uiu ccoomo um cco or p o da UFRJ, concorda e
cesso”. E um segundo, marcado pela atividade uma ‘ética do cuida- cie científic
ntífico
ntífic sem
o, se mp peerder a vveeia arartíst
tística
tíst ica e a ale ia.”” aponta que se o paci-
aleggr ia.
crítica como condição de criação de outras ma- do’. Seu compromis- Vitór ia P
itória amplo
Pamplo
amplona, na, psic
psicotot
oteer ap
apeeuta ente chega ao consul-
neiras de v iver. É est e último que define o q ue so maio r é c om a psic psicoo dr amat ista e cco
amatista
dramat o ordenanad dor a d dee ggrr up os d
upos dee tório com essa idéia de
poderíamos c hamar de atitud e crítico-clínica: pessoa que padece, e gestant
estanteses e casais ggrávráv
rávidid os
idos uma ét ica, de um
uma atitude que implica em escolhas ativas e de- da q ual se dispõe a comportamento fecha-
fine uma ética pela potência de afirmar um con- tratar, buscando transformar o sofr imento res- do, cabe ao t erapeuta transformá-la: “Em um c erto
tínuo e incessante processo de diferenciação”. tritivo e facilitar a emergência de processos cria- sentido, isso é o que acontece sempre. Acho que cabe
Apesar de terem visões tão diferentes quanto tivos.” Do mesmo modo, Bernard Rangé afirma ao psicoterapeuta observar essa demanda não en-
ao método, a maioria das abordagens concorda que “ética é respeitar o que o paciente traz. Acei- trando nela. Se o p aciente chega com uma d e-
em relação ao objetivo das psicoterapias. Segun- tar a queixa que ele traz como algo significativo, manda de uma normalização, não cabe ao tera-
do A na Monteiro, fazê-lo ver que você peuta negá-la e nem tampouco corresponder a
A Clínica Transdisciplinar
toda clínica trabalha está interessado em ela. Cabe sim acolhê-la e ajudar a transformá-la.
“A cclínica
línica ttrransdiciplinar
“com o sof rimento sua melho ra, mos- Cabe a ele dizer, ‘vamos descobrir juntos’ o sen-
distingue
se dist ingue das p prát
ráticas
rát icas
humano”. Do mes- trar c ompreensão tido de sua demanda”.
disciplinares
disciplinar es e se cco nfiguraa
onfigur
mo mo do, Már cia empática par a que Para alguns,“a linha teórica importa mais para
como uma p prát
rática
rát étic
ica ét ico-
ico-
Tassinari afirma que ele s e a bra e p ossa o terapeuta, porque ela é uma r eflexão que ele
olítica.
polít Entrretant
ica. Ent tanto o, cco
omo
“todas as c orrentes compartilhar”. vai fazer a posteriori, então ele tem que se sentir
não se ttrrata d dee tteeor ia, é a
visam uma mudan- Mas Eduar do confortável. Claro que as linhas são distintas e
parttir ddos
par os impasses, d dos
os
ça, s eja n a personali- Losicer salienta que isso faz diferença no modo de intervir, mas elas
incômod
incômo dos
dade, seja no compor- nem sempre a ética não são hierarquicamente organizáveis, são ape-
xpeer ime
exp imenta
ntad
nta dos no p prro cesso d dee dif
difeerenciação d dee
tamento”. Ou como é vista pela socieda- nas diferentes”, como afir ma Alexandra Tsallis.
si qque somos
ue so mos cchama
hamad
hama dos a intinteer v ir Mas,
ir.. M as, se falamos
Tania M artins r esu- de em seu sentido O importante na verdade para que a terapia seja
de impasse, falamos d dee ffo
orças d dee rresistência
esistência qque ue
me, toda terapia pro- clássico: “A psicaná- ética, em qualquer corrente, é pensar em garan-
se eexp
xprressand
xp essando o eem meio
m me io a uma llu uta nos faz fazeem
cura “criar um bom lise semp re t eve tir o respeito ao paciente. “Pensar só no resulta-
exp imentar
xpeer ime ntar uma cr crise.
ise. Assim, cr crise,
ise,
encontro e ntre te ra- mais a ver com um do seria dizer que os fins justificam os meios e
esestabilização
desestab ilização,, d
ilização desv
esvio
esv indicatiivos d
io são indicat dee
peuta e c liente, d e rompimento c om dentro da idéia d e ética é exatamente o contrá-
mome
mo ment
me ntos
nt os d dee passag
passageem qque ue ooccor rem na
modo que se crie um determinadas éticas rio. Fim nenhum justifica um caminho que não
xpeer iência p
exp prro cess
essual
ual da cco nstit
onst ituição
it uição d dee si,
espaço fa vorável – a moral vitoriana seja ético”, afirma André Martins.
marcand
mar cando
cand o o tteemp
mpo od dee uma m mu tação..”
utação
para que as mudan- da época do F reud,
ças aconteçam”.
Ana R Ree go MMo ont
nteeir o, médica e analista.
iro As eentntrre v istas ffeeitas par
nt paraa esta
por e xemplo - d o
Além disso, as diferentes abordagens também que com uma ética própria pré-definida. Mas o
matéria
matér ia estão disp dispo níveeis na ínt
onív ínteeg r a
concordam quanto à relação ética do terapeuta que constatamos hoje é que a definição formal no sitsitee www
www.cr .crp
.cr rj.o
prj .org
.o rg.b
rg .brr
.b

Jornal do CRP-RJ Pág. 9


A psicologia como dispositivo etopoiético
a propalada ideologia do time is money, mas ra- mo d e obe diência e o rientação no motética, a
dicalmente necessário ao estranhamento ético, partir dos já elaborados códigos de ética profis-
fundamental à manutenção daquele que preten- sional e a outra que aposta no recurso e na sus-
da velar pelo direito à vida e à liberdade. tentação prescrita pelos numerosos sistemas éti-
Uma infinidad e de questões — e xplicamo- cos pr oduzidos pelas o bras da filosofia mo ral.
nos, q uestões j urídicas, ed ucacionais, políticas, Deste modo, percebemos o que se tem entendi-
administrativas, c ientíficas, religiosas, d entre do como discurso ético indo desaguar, por um lado,
outras tantas — é ender eçada aos pr ofissionais numa espécie de teia de normatização institucional e,
de psicologia que se vêem ocupados, recorrente- por outro, numa erudição estéril que está muito
mente, c om uma pr odução maciça de r egula- aquém, quiçá além do mundo dos mo rtais (pa-
Filome
Nádia Filo mena
me na RRib
ibeeir
ib iro
o da SSil
ilvva, M
il Mar
arccelo SSantana
ar antana mentação de suas práticas cotidianas. As respos- lavra dos alunos entrevistados!). Isto posto, res-
iraa e M
Fer reir Mar
aria
ar pareecida d
ia Apar dos
os SSant
antos*
ant os*
tas, como era de se esperar, tendem a encarnar ta-nos indagar: afinal, ética é normatização, eru-
Sabemos que se há uma marca indelével nes- os pressupostos fundamentalistas distribuídos de dição ou trata-se de outra coisa?
te campo de diversas práticas que é a Psicologia, forma opo rtunamente ir refletida e dil uída nas Em linhas gerais, podemos perceber o avan-
decerto estamos nos referindo às implicações de diferentes ár eas d e atuação, engendr ando uma ço de preocupações de natureza ética no discur-
sua heterogeneidade epistemológica. Tal hetero- espécie de est etização do comportamento ético so d e pr ofissionais distr ibuídos e m dife rentes
geneidade, moeda corrente nos manuais de his- profissional do psicólogo, ou seja, uma caricatu- segmentos das p ráticas psic ológicas institucio-
tória da psicologia, nos aparece hoje de forma rização da dimensão ética de seu exercício pro- nalizadas. Na medida em que a pergunta sobre o
monumental na profusão de práticas credencia- fissional. Lamentáv el! Os códigos d e ét ica são destino dos homens e mulheres esbarra, neces-
das pelas agências de formação. Mal saída da in- tomados como um fim em si mesmos. Para mui- sariamente, nos efeitos do progresso tecnológi-
fância acolhedora que o século vinte lhe propor- tos profissionais, basta c onsultar, cumprir e r e- co sobre a natureza e os modos de existência de
cionou, dando-lhe uma fac e eminen temente duzir o s i mpasses c om o s q uais s e d efrontam contingentes significativos de indi víduos, prin-
adaptacionista e solícita aos int eresses de uma cotidianamente à obstáculos b urocraticamente cipalmente, em se tratando do campo da saúde,
sociedade q ue soube p rofessar, como n unca, o superáveis por todo um enredo jurídico-moral. o tema da ética se impõe na iminência de redefi-
mito da salvação individual e do controle coleti- A fim de c ompreendermos o que t em sido nição do estatuto do conceito de vida e em todo
vo, vemos a Psicologia, neste início de século, em defendido como formação ética do profissional o aparato terapêutico proposto que vai orbitar
sua tão esperada maturidade, atingida, justamen- de psicologia, realizamos uma pesquisa sobre éti- esta questão. As prát icas psic oterápicas, nest e
te, no centro nevrálgico de seu funcionamento, ca na formação, em faculdades e universidades contexto, não se dissolvem devido a pregnância
isto é, em sua dimensão ética. Isto significa que, que oferecessem cursos de psicologia, no estado de questões que seriam estrangeiras ao seu pró-
se posta à prova, sua própria legitimidade passa do Rio de Janeiro. Apesar de termos encontrado prio território, mas se vêem “convocadas” a pro-
a estar em jogo. algumas dificuldades de inserção nestas agênci- duzir fór uns de r eflexão sob re o que t em sid o
O ensino da ética neste contexto sofre retra- as de formação, conseguimos entrevistar coor- proposto e realizado com indivíduos que procu-
ção. Para a r eflexão ética é e xigido um t empo. denadores de curso, coordenadores de SPA, pro- ram os serviços dos profissionais da psicologia.
Um t empo ethopoiético (Gros, 2006) c ompro- fessores de Ética e al unos de psic ologia q ue já A atualidade, marcada pela mercantilização da
metido não apenas com os regimes de aquisição tivessem cursado a disciplina de Ética. vida e pela restrição do raio de ação de profissio-
de conhecimento, mas um tempo que engendre Por conseguinte, convidamos o leitor a uma nais que tomam exatamente a v ida como seu
modificações no modo de ser do sujeito, garan- reflexão sobre o que temos encontrado nas pro- “objeto” d e m anipulação r equer u ma a tenção
tindo um r edimensionamento mais afinad o de postas de trabalho ético dos profissionais envol- cuidadosa no que se refere à reflexão ética. Espe-
sua conduta. Ou seja, o tempo oportuno de ma- vidos na formação dos psicólogos. Didaticamen- cialmente, no caso das psic oterapias, apesar de
turação do eu ético, oposto ao modelo individu- te, apesar de pequenas variantes, podemos agru- suas especificidades, não p odemos deixar de
alista do ethos narcisista do cuidado contempo- par estas pr opostas em duas g randes vertentes, compreendê-las em suas duas dimensões, ou seja,
râneo. Tempo provavelmente ocioso e inútil para quais sejam, uma que toma a ética como sinôni- como um campo de atuação prát ica e um cam-

Jornal do CRP-RJ Pág. 10


po d e p roblematização é tica, f ormando u ma a vítima inconseqüente da pedagogização da exis- Foucault”. In: Rago, M. & Veiga-Neto, A. Figu-
unidade inconsútil. A formação do profissional, tência humana, já que o exercício ético da pro- ras de Foucault. B.H.: Autêntica, 2006. p. 133.
tema cr ucial em nossa p rópria p esquisa, d eve fissão pressupõe um certo “debruçar-se” sobre o
garantir os subsídios mínimos para que o psicó- próprio tempo histórico em que nos situamos. mte-
Comt Spo
e- Sp ille,
onv il ndré. A felicidade deses-
le, André
logo – independente da escola a que se filie, no Para nós é notável no discurso de muitos pro- peradamente. São Paulo. Martins Fontes, 2001.
caso das psic oterapias – possa c ompreender o fissionais de psic ologia a nec essidade do e xpli-
sentido histórico de sua própria época e não acate car-se e de justificar o caos ético-político insta-
a banalização do sofrimento humano e nem des- lado nas sociedades contemporâneas. No senti- * Este texto é resultado das reflexões acontecidas
conheça o atual estágio das pesquisas sobre a vida do moral, são t entativas de s uportar, ao menos no Grupo de Trabalho “Ética na formação do psicó-
humana, já que tais pesquisas produzem impor- em tese, a indiferença e a deformação (processo logo” que vem funcionando neste CRP-RJ.
tantes impactos sobre aquilo que pensamos so- inverso de formação) moral inerentes aos mo-
bre homens e mulheres e a relação entre a exis- dos de subje tivação, ao e thos do cuidad o con-
tência e o sofrimento. temporâneo, que hoje se c onstituem como um Autores:
O profissional da psicologia, historicamente tributo à caixa registradora, ao mito da salvação Nádia Filomena Ribeiro da Silva
situado em determinados campos de atuação em e do sucesso individual, projeto nada ético, diga- Psicóloga da Universidade Federal Fluminense,
que o c ontrole d as e xistências é d eterminante, se de passagem. Pós-doutoranda em Psicologia Social pelo Instituto
não é apenas um técnico em relações humanas. Para nós, repensar o projeto ético da psicolo- de Psicologia da UERJ e professora da UNILAS-
Para que se possa interpretar a sua própria épo- gia trata-se, como diz Sp onville (2001), não do SALE/RJ (nadifilio@yahoo.com.br)
ca, o profissional necessita de instrumentos for- desejo do que não temos ou do que não é (a fal-
necidos por outros campos de problematização ta, a esperança, a nostalgia), mas o conhecimen- Marcelo Santana Ferreira
do “humano” a fim de se desprender da incômo- to do que é, a vontade do que p odemos (tentar Psicólogo, Doutor em Psicologia pela PUC-RJ
da identidade do “administrador de conflitos” e compreender!). Não mais a falta, mas potência e Professor de Psicologia Social do Departa-
do “apaziguador das tensões”. O discurso biolo- (deste tipo de análise), não mais a esperança, mas mento de Psicologia da UFF
gizante e cientificizante da atualidade foi incor- a confiança e a coragem (de verdade!), não mais (mars.ferreira@uol.com.br)
porado pelas próprias práticas cotidianas, levan- a nostalgia, mas a fidelidad e e a g ratidão (pelo
do-nos a crer que um remédio, uma cirurgia ou que podemos pensar, ver e fazer). Ainda... Maria Aparecida dos Santos
mesmo uma terapia de última geração possam Psicóloga, Pós-graduanda em Psicossomática e
nos eximir da responsabilidade sobre aquilo que Cuidados Transdisciplinares do Corpo pela
somos, o que nos tornamos e o que pr ecisamos Referências bbib
iblio
liogg ráficas:
iblio Faculdade de Enfermagem da UFF
modificar. As diferentes psicoterapias não podem ser Gros, FFrédér
rédéric.
rédér ic. “O cuidado de si em Michel (irisapa@hotmail.com)

Ética na Formação do Psicólogo


O g rupo de tr abalho do CRP -RJ “Ética na no auditório da sede do CRP-RJ, uma jornada com o para a problematização das questões tr atadas.
Formação do Psicólogo: questões contemporâ- tema “Ética na Formação do Psicólogo”. A psicó loga Maria Aparecida dos Santos , ós-
neas”, vem realizando, desde maio de 2005, uma Durante a jornada, a psicóloga e coordena- graduanda em P sicossomática e C uidados
pesquisa junt o às inst ituições de graduação dora do GT , Nádia Filo mena Rib eiro da Sil va, Transdisciplinares do Corpo pela Faculdade de
em psicologia do estado do Rio de Janeiro explicou a proposta e o trabalho que vem sendo Enfermagem da UFFapresentou dados referen-
para c onhecer o modo c omo a Ética v em desenvolvido pelo GT, problematizando o proje-
tes às análises parciais da pesquisa realizada com
sendo apresentada e discutida nos cursos de to ét ico c ontemporâneo e s uas implicações na
alunos, professores de ética e coordenadores dos
formação em psic ologia. Com o objet ivo de ap re- formação e no exercício da profissão do psicólo-
cursos de psic ologia em algumas inst ituições
sentar dados parciais desta pesquisa e realizar uma go. Em se guida, Marcelo Santana F erreira, pro-
do Rio de Janeiro.
reflexão crítica s obre como a é tica v em send o fessor adjunto do departamento de Psicologia da
Uma nova jornada de ética esta sendo pre-
trabalhada nos centros de formação acadê- UFF, apresentou as bases teóricas usadas pelo GT,
parada pelo GT. Fique atento ao site do CRP-
mica, o GT r ealizou, no dia 21 d e outubro, consideradas fundamentais para as discussões e
RJ (www.crprj.org.br) para mais informações.

Jornal do CRP-RJ Pág. 11


Psicologia e Informática CRP-RJ realiza
jornada em Campos
Nos dias 15 e 16 de novembro de 2006, o Con- so dos CRP s em dar c ontinuidade e apr imora-
selho Federal de Psicologia (CFP) promoveu na mento à validação de site s que prestam serviços
cidade de São P aulo o III Seminár io Br asileiro psicológicos mediados por computador (ver box abai-
de Psicologia e I nformática (PsicoInfo), t endo xo), a necessidade de se estimular produções de sabe-
como objetivo estimular o contato dos profissi- res nas universidades que promovam o avanço da
onais da Psicologia com o universo da Informá- relação entre a Psicologia e a Informática, e a di-
tica. Estiveram presentes no evento aproximada- vulgação de trabalhos produzidos no âmbito das
mente 300 psicólogos, incl usive o c onselheiro- interfaces Psicologia/Informática com o intuito
presidente da Comissão de Orientação e Fiscali- de avançar neste campo de atuação.
zação do CRP-RJ José Henrique Lobato e a psi- O Se minário apr esentou t emas var iados
cóloga e funcionária da COF Anne Meller. como: Softwares, Jogos Eletrônicos, Tecnologia,
O V Congresso Nacional de Psicologia (CNP) Inclusão Digital, Internet, Ensino à Distância, Como parte da iniciativa de se aproximar dos
já h avia a pontado a n ecessidade d e d iscutir o Cibercultura, Testes Informatizados, Teleavalia- psicólogos do estado, o Conselho Regional de Psi-
tema da Psicologia e Informática, tendo em vista ção, Sociedade em Rede e Ser viços Psicológicos cologia do Rio de J aneiro (CRP-RJ) realizou, no dia
21 de outubro, uma jornada na cidade de Campos. O
a crescente utilização dos se rviços tecnológicos mediados por c omputador, mostrand o c omo
evento teve a participação do conselheiro presidente do
nas mais var iadas profissões. Foram levantados novos conceitos se aproximam a passos largos da
CRP-RJ, José Novaes, da conselheira atualmente res-
no encontro alguns pontos como o compromis- Psicologia.
ponsável pela Comissão Regional de Direitos Hu-
manos (CRDH), Cecília Coimbra, e da c olabo-
Psicoterapia “on-line” radora da CRDH, Helena do Rêgo Monteiro.
O CFP ainda não r e conhe nhecce o at endi- A rresol
esol ução estab
esolução estabeele lecce ainda q ue se serr v i- A jornada foi aberta por José Novaes, que ex-
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rápicos os p poo dem se serr rrealiza-
ealiza- plicou aos presentes o funcionamento do Siste-
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esol ução d
esolução o CFP d
do dee nº 12/2005, dos vvia
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taddor, ccoomo se serr v iços d dee oorr i- ma Conselhos e lembrou a todos da impor tân-
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psicológ ica, p
ológica, prrofissio nal, d
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aprren- cia da par ticipação nos p ré-Congressos Regio-
pico e ou
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rg onômica, nais de Psicologia e no próprio Corep, que serão
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ultoor ias a e mpmprresas, r eab ilitação c og-
eabilitação realizados em 2007. Em seguida, entregou as car-
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esteses teiras de identidade profissional aos novos ins-
sigaa as r egras da C omissão N
quisa sig Naacio nal d
cional dee infor mat
info matiivos. critos presentes no evento (foto).
Saúd
aúde,e, d o M inistér
inistério io da S aúd aúdee e d o CFP CFP,, Mais inf or mações so
info sobbre esse ass unt
assunt
unto op o-
po- Depois de Novaes, Cecília Coimbra tomou a
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Ética Prrofissio nal d
fissional doo dem seserr oob esol
btidas na rresol ução CFP 12/2005
esolução palavra, explicando os objetivos da CDRH e sa-
psicólo
psicóloggo e qque ue não se sejjam cco obr ados ho no-
hono- e também p pee lo sit e www . p ol.o
ol.orr gg.. bbrr e
pol.o lientando a impor tância, par a o ple nário atual
rár ios, eent
rários, nt
ntrre ou
outtr as eexigências.
xigências. www .cfp
www.cfp
.cfp.o.o rg
.org .b
rg.b r/se
.br/se lo
lo..
r/selo do Conselho, da defesa d os Direitos Humanos
na prática da psicologia. Em seguida, foi exibido

I Encontro de Arte e Saúde Mental o vídeo “Medicalização da vida escolar”, realiza-


do por Helena do Rêgo Monteiro.
À t arde, J osé Novaes r ealizou u ma p alestra
Nos dias 21 e 22 de setembro foi realizado, no reflexão f oram di vididos e m quatr o mesas-r e-
Teatro Noel Rosa do Centro Cultural da Uni- dondas temáticas: Literatura, Artes Plásticas, Ci- sobre Ética e Psicologia, quando explicou como
versidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), nema e Teatro, e foram discutidos por diversos foi revisto o código de ética profissional, que pas-
o I Encontro de Arte & Saúde Mental. O even- profissionais de P sicologia e d e Artes q ue sou a vigorar em 2005, e salientou a importância
to foi organizado pelo Espaço Artaud em par- compuseram as mesas. Além disso, os parti- de não se pensar em ética só pelo código: “A prá-
ceria com o Departamento de Psicologia Clíni- cipantes puderam assistir a comunicações tica ética é muito mais do que seguir o código. É
ca d o I nstituto d e P sicologia da Ue rj, c om orais, performances e participar de uma fei- preciso pensar o que o código diz dentro de um
apoio do CRP-RJ, do Departamento Cultural da ra de artesanato e de alimentos produzidos por contexto”.
Uerj e da Faperj. usuários de di versas instituições do campo da Novas visitas à região já estão sendo programadas
O encontro teve como objetivo pensar as prá- saúde mental. com o objetivo de aproximar o Conselho da ca-
ticas nos dispositivos de Saúde Mental que, em No ano que vem, o Espaço Artaud promove- tegoria no Norte Flumimense. Fique atento ao site
grande par te, ut ilizam a linguagem ar tística rá outros eventos, Fique atento ao site do CRP- do CRP-RJ (www.crprj.org.br) para a divulgação da
como int ervenção no t ratamento. Os pólos de RJ (www.crprj.org.br) para mais informações. datas.
Jornal do CRP-RJ Pág. 12
VI Congresso Nacional de Psicologia
A cada três anos, os psicólogos brasileiros são discurso do compromisso social à pr odução de Os Pré-Congressos do Rio de Janeiro estão
convidados a repensar sua prática profissional e referências para a prática: construindo um pro- programados para março de 2007 e ,em maio de
sua organização enquanto profissão regulamen- jeto coletivo para a profissão” no VI Congresso 2007, acontecerá o VI Congresso Regional de Psi-
tada e ainda a p ropor metas, questões e suges- Nacional de Psicologia (CNP). cologia (Corep), a etapa regional do VI CNP. Par-
tões para os próximos três anos de gestão do Sis- O VI CNP será precedido, a partir de janeiro, ticipe! Inscreva suas pr opostas e c olabore par a
tema Conselhos de Psicologia. por uma série de eventos preparatórios de livre pensar a psic ologia c omo uma p rática que
O ano de 2007 traz pela sexta vez esse mo- participação em seis regiões do estado do Rio de pode colaborar na trasnformação de si e do
mento d e discussão e r eflexão, c ongregando e Janeiro. Nesses eventos, os psicólogos terão opor- mundo.
estimulando todos os psicólogos do país a deba- tunidade de receber orientações, assistir a pales- Mais inf ormações no site d o CRP -RJ
ter, através de seus representantes, o tema “Do tras, entre outras atividades. (www.crprj.org.br) ou pelo telefone: 2139 – 5400.

ntos
Event prrepar
os p paratór
atórios
atór ios Local: Universidade Estácio de Sá Local: Universidade Estácio de Sá
27/01/2007 – N ova IIguaçu
No guaçu De 9h às 18hs De 9h às 18hs
Local: Subsede de Nova Iguaçu 10/02/07 - R ese
Rese nd
ndee
esend 17/03/07 – R ese
Rese nd
ndee
esend
De 9h às 18hs Local: Universidade Estácio de Sá Local: Universidade Estácio de Sá
02/02/07 - PPee tróp olis
rópolis De 9h às 18hs De 9h às 18hs
Local: Universidade Católica de Petrópolis 24/03/07 - C amp
Camp
amposos
A partir das 18hs ré-Co
Pré-C ngrressos
ong Local: Universidade Estácio de Sá
03/02/07 – N Noova FFrr iburg
iburg o
urgo 17/03/2007 – N Noova IIguaçu
guaçu De 9h às 18hs
Local: Universidade Estácio de Sá Local: Subsede de Nova Iguaçu Consulte o site do CRP-RJ para informa-
De 9h às 18hs De 9h às 18hs ções sobre os eventos do Rio e de Niterói.
10/02/07 - C amp
Camp
ampos os 17/03/2007 – N Noova FFrr iburg
iburg o
urgo Entrada Franca.

O psicólogo e a mobilidade humana Fórum Nacional pela


A Comissão de Orientação e Fiscalização
Democratização da
(COF) do C onselho Regional de P sicologia do Comunicação
Rio de Janeiro realizou uma pesquisa para ten-
tar estabelecer o perfil do psicólogo que tra- O Fórum Nacional pela Demo cratização da
Comunicação (FNDC) realizou entre os dias 20
balha no trânsito. A iniciativa visa avaliar a
e 22 de outubro, em Florianópolis, a XIII Plená-
situação do atendimento psicológico nas clí-
ria, que debateu o tema “Políticas Públicas e Or-
nicas credenciadas pelo DETRAN e pr opiciar a ganização Social”.
discussão do trânsito dentro da perspectiva da O e vento contou com a par ticipação de di-
necessidade de se d ebater as relações sociais e versas entidades , entre elas os CRPs de São Pau-
questões relativas aos aspectos subjetivos pre- lo (06), Rio de Janeiro (05)e Minas Gerais (04) e
sentes nos espaços de circulação e mobilida- o Conselho Federal. Durante o evento foram dis-
de humana. cutidos temas como o cenário atual das políticas
A pesquisa foi realizada durante o Seminário O CRP-RJ orienta e fiscaliza, periodicamen- públicas para a comunicação, os aspectos do mer-
“Mobilidade Humana e cidadania: tr ansitando te, as clínicas do Rio de J aneiro registradas ou cado de tr abalho, a pr ofissionalização e a
capacitação das pessoas c om a dig italização e o
pela psicologia”, que aconteceu em agost o, pelo cadastradas no Conselho. Estes questionários aju-
avanço dos grupos internacionais na mídia bra-
CRP-RJ. Os dados obtidos foram apresentados darão a nortear ações de orientação e contribuir
sileira. Foram apresentadas na Ple nária sete te-
no último Congresso Psicologia: Ciência e Pro- para as discussões que vêm sendo feitas, em con- ses que foram analisadas e aprovadas para serem
fissão, ocorrido em setembro deste ano, na cida- sonância com o Conselho Federal de Psicologia, colocadas em prát ica pela gestão r eeleita d o
de de São Paulo. sobre a Psicologia e Mobilidade Humana. FNDC, com mandato até 2008.
Jornal do CRP-RJ Pág. 13
CRP-RJ prestando contas
É preciso ter a clareza de que o mo do como volve a certeza de que nossas práticas têm sem- sobretudo, político. Em todas as edições do jor-
ocupamos os espaços envolve uma concepção de pre efeitos. D esta forma, ocupar o lugar de te- nal publicamos um balancete de forma resumi-
mundo, exigindo um posicionamento sobre a fi- soureiro não se r esume a ser “vigia d o da, mas estamos sempre à disposição para quais-
nalidade da intervenção que fazemos, a qual en- patrimônio”. A p restação de c ontas é um at o, quer dúvidas ou esclarecimentos.

Jornal do CRP-RJ Pág. 14


A tesouraria como GT se reúne para
decidir alterações
prática política no CPD
Um Grupo de Trabalho, formado por repre-
sentantes dos CRPs 04(MG), 05 (RJ), 06 (SP) e
ano, atingindo um nível significativo no início do Conselho Federal de Psicologia, é o responsá-
da Comissão Gestora e, desde então , tal índic e vel por sistematizar alterações no Código de Pro-
vem diminuindo progressivamente, apesar do cessamento Disciplinar (CPD) do Sistema Con-
percentual d e psicólogos ati vos c ontinuar e m selhos de Psicologia. O GT foi criado na última
Assembléia de Políticas Administrativas e Finan-
crescimento. Analisando os dados da tesoura-
ceiras (APAF), em maio de 2006.
ria, ele concluiu que esses números não eram
Após uma série de discussões, foi decidido que
obra do acaso, mas refletiam a relação dos psi-
o atual CPD seria mantido e que os integrantes
cólogos com o próprio Conselho, fato que tem
do GT pr oporiam alt erações nos po ntos que
sido evidenciado pelo número de psicólogos
necessitam de aperfeiçoamento. O grupo deu
que participa de nossos eventos, ser cada vez início à discussão destes pontos em uma reu-
maior. nião realizada no dia 26 de outubro, na sede
Diferentemente da idéia que a sociedade tem do CFP, e m B rasília, dand o maio r ênfase à
sobre o trabalho burocrático da tesouraria, Pedro discussão sobr e as alt erações no t exto d o
Paulo busc ou, a par tir d o olhar da análise Processo Disciplinar Ético, por ter sido con-
institucional, desnaturalizar e pensar a tesoura- siderado o mais complexo e de maior incidência
ria c omo um analisad or. “Eu que ria cr iar essa nos processos que chegam às Comissões de Éti-
“Acreditar no mundo significa
análise para que as Comissões pudessem enten- ca dos CRPs.
principalmente suscitar der que o tr abalho que eu esta va realizando ti- Atualmente, o GT está sistematizando as su-
gestões e as enviará aos Conselhos Regionais de
acontecimentos, mesmo pequenos nha conseqüências no trabalho delas, que a ges-
tão da tesouraria embasa as ações políticas”, dis- Psicologia para análise e posterior votação na
(...) ou engendrar novos espaços”. se o Conselheiro.
APAF de dezembro, em Brasília.

GILLES DELEUZE, em No trabalho, o psicól ogo mostrou que zelar

“Conversações”.
pela boa ge rência dos r ecursos financ eiros da Conselheiros dos CRPs se
instituição e fazer demonstrativos das movimen-
A Psicologia Brasileira se reuniu entre os dias tações disponíveis numa linguagem mais simples
encontram em Brasília
5 e 9 de setembro em São Paulo, no II Congresso para que possa ser entendida por toda a catego- Nos dias 16 e 17 d e dezembro, os conselhei-
ros presidentes e t esoureiros de t odos os CRP s
Brasileiro Psicologia: C iência & P rofissão, que ria devem ser os objetivos da tesouraria.
do Brasil se reuniram na Assembléia de Políticas
este ano discu tiu o t ema “Enfrentando as dív i- Recebido com entusiasmo pelo plenár io do
Administrativas e Financ eiras (Apaf). Em pau-
das histór icas da sociedad e b rasileira”. Dentr e CRP-RJ, por se r uma p esquisa pioneir a e um ta: a realização do Fórum Nacional de Psicotera-
outros conselheiros deste CRP presentes, esteve desafio, o tr abalho foi também apr esentado na pia e o r egimento par a o pr ocesso eleitoral do
o professor adjunto do Instituto de Psicologia da reunião de tesoureiros do Sistema Conselhos du- Sistema Conselhos de Psicologia de 2007, entre
UFRJ Pedro Paulo Gastalho de Bicalho que apre- rante a Assembléia de Políticas Administrativas outros assuntos.
sentou su a pesquisa “Tesouraria c omo p rática e Financeiras (APAF), realizada em dezembro, em As APAFs foram instituídas pelo II Congres-
política no Conselho Regional de Psicologia – 5ª. Brasília. “Quero t ornar este t rabalho público, so Nacional de Psicologia, realizado em 19 96, e
acontecem duas vezes por ano. Seus objetivos são,
Região”. colocar em e vidência que o tr abalho do t esou-
entre outros, propor diretrizes para os orçamen-
De acordo com Pedro Paulo, a idéia da pes- reiro é político. Aliás, como nos ensinou a pro- tos dos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia,
quisa surgiu quando assumiu o cargo de Conse- fessora Sílvia Lane, toda ação humana é política fixar parâmetros para a c obrança da anuidade e
lheiro-Tesoureiro do XI Plenário e verificou que porque o u c onserva o u t ransforma”, a firmou acompanhar a execução regional das políticas apro-
o percentual de inadimplência aumentava a cada Pedro Paulo. vadas nos Congressos Nacionais da Psicologia.
Jornal do CRP-RJ Pág. 15
Ética e Psicologia
O Código de Ética Profissional dos Psicólogos precisa ser interpretado; ele é uma
“obra aberta”, sempre em construção
Entre as finalidades dos Conselhos Regionais de tar a Comissão de Instrução em sua análise. Não podemos aceitar “in limine” o pressuposto
Psicologia, inscritas em Lei, está a de “orientar, dis- Concluída a instrução do processo ético-disci- de que o psicólogo denunciado esteja sendo injus-
ciplinar e fiscalizar o exercício profissional e zelar plinar, é designado pelo Plenário um Conselheiro tiçado, de que a acusação contra ele seja caluniosa,
pela observância dos princípios éticos e disciplina- Relator e mar cada a sessão d e julgamento. Neste, falsa, traiçoeira, leviana, etc. Trata-se justamente,
res da classe” (Lei 5.766 de 20 de dezembro de 1971, a(s) parte(s) dispõe(m) de tempo para sustentação ao longo dos di versos momentos e fases por q ue
Artigo 1º). Está, portanto, claramente estabelecida oral. O Plenário pode deliberar pelo arquivamento passa a denúncia, até se transformar num processo
a competência legal dos Conselhos, por suas COE, do processo no caso de não existência de infração (se isso ocorrer, pois ela pode ser excluída liminar-
nesta tarefa. ética ou aplicação de p enalidade ao psicólog o – mente e arquivada) e daí até o julgamento (se che-
O Código de Ética, o Código de Processamento variando de advertência até a cassação do exercício gar a este momento, pois pode ser que o já proces-
Disciplinar, bem como as R esoluções do Sistema profissional. so seja considerado não-fundamentado) de cons-
Conselhos são elaborados após extensas discussões De toda decisão, cabe recurso ao Conselho Fe- truir um corpo de fatos e argumentações que se
com a categoria, através de Fóruns e Reuniões Re- deral de P sicologia, que r eexamina o pr ocesso e aproxime o mais possível do acontecido, garantido
gionais e Nacional ou dos Congressos Regionais e emite sua posição, como última instância. o amplo direito de defesa ao denunciado; e é isso
Nacional de Psicologia. A participação da catego- Demanda-se do CRP-05 fundamentos práticos que ocorre.
ria é fundamental para que tais documentos repre- que embasem, orientem e protejam os psicólogos Os Conselheiros do Conselho Regional de Psi-
sentem o pensamento dos psicólogos brasileiros. em qualquer área de atuação. Podemos perguntar: cologia não têm que ter formação jurídica para jul-
Cabe à COE r eceber e conduzir as representa- o que significa “proteger” os psicólogos? Não aceitar a gar os psicólogos jurídicos; se assim fosse,teríamos
ções e processos éticos com base no Código de Ética e denúncia ou representação que nos é enviada? Ou de- que ter formação clínica para julgar os psicólogos
nas Resoluções do Conselho Federal de Psicologia. longar o seu trâmite, “engavetá-la”, levá-la à prescri- clínicos, formação em Psicologia Organizacional e
Havendo d enúncia de infr ação ao Códig o de ção por t empo decorrido além dos prazos previstos do Trabalho para julgar os psicólog os desta ár ea,
Ética é protocolada representação em um CRP, en- no Código de Processamento Disciplinar? Assumi- em Psicologia do Esporte para julgar os psicólogos
caminhada à COE e distribuída a uma Comissão mos o CRP-05 justamente para reorganizá-lo e sa- que aí atuam, etc. Nosso julgamento não é técnico:
de Instrução. Esta é a fase inicial de análise da de- neá-lo, expurgando as práticas que eram comuns é ét ico. Estas c onsiderações se fundamentam e m
núncia; não configura obrigatoriamente a existên- nas gestões anteriores; uma delas era essa. Encon- uma visão crítica dos especialismos em psicologia,
cia de infração nem aponta para uma punição. tramos, ao assumir a Comissão Gestora em março que tendem a isolar g rupos de psicólogos em ni-
A seguir, considerando uma possível infração ao de 2003, mais de 90 (noventa) processos na COEpara- chos de suas especialidades, torres de marfim que
Código de Ética, a Comissão de Instrução cita o lisados, e ngavetados ( não é f orça d e e xpressão), os protegem de considerações críticas, etc. que ve-
psicólogo denunciado para apresentar defesa pré- vários deles já prescritos. nham de fora da especialidade.
via e passa a analisar o caso, podendo convocar a(s) Não temos um viés punitivo, muito pelo con- Quanto à atuação d o CRP-05 junto aos psicó-
parte(s) par a esclar ecimento. Tanto a defesa prévia trário: pretendemos enfatizar e priorizar a atitude logos das mais diferentes áreas, reconhecemos: es-
quanto a(s) entrevista(s) de esclarecimento possibilitam de orientação e acompanhamento do Conselho, por tamos apenas no início de um trabalho que estabe-
ampla defesa e a elaboração de argumentos confir- meio da C omissão d e Or ientação e Fiscalização leça normas e padrões de atuação e relação entre
matórios / contestatórios acerca da denúncia. (COF) e da Comissão de Orientação e Ética (COE). nós. No entanto, afirmamos: não é o CRP-05 que
É elaborado parecer, lido em reunião plenária, Não nos é possív el, no e ntanto, não ac eitar uma vai estabelecer e baixar as normas, esclarecer, siste-
indicando a exclusão da denúncia e arquivamento denúncia ou representação com base na suposição matizar e determinar as atribuições dos psicólogos
da representação ou instauração de processo ético. de que ela é apenas um expediente oportunista; por em qualquer área de atuação. Os profissionais que
Se um par ecer indicando o p rocesso ético for exemplo, usado por uma das partes num processo nelas atuam é que devem fazê-lo, em conjunto com
aprovado, instaura-se o processo ético-disciplinar que tramita na justiça, visando atacar os fundamen- o CRP-05, que atuará mais como facilitador.
e é designada outra Comissão de Instrução para tos da parte contrária, entre os quais estaria a posi- A exemplo do que já fazemos com vários outros
conduzí-lo. O Psicólogo denunciado é citado para ção assumida pelo ps icólogo. Não e ntramos, não psicólogos que atuam em diversas áreas: do DESI-
apresentar de fesa escr ita, toma-se o depoiment o podemos entrar na discussão do mérito aí envolvi- PE, do DEGASE e c om psicólogos que atuam e m
da(s) parte(s) e da(s) testemunha(s) buscando pro- do. O q ue analisamos e julgamos é o tr abalho do instituições q ue at endem cr ianças e ad olescentes
vas que esclareçam o fato e suas circunstâncias. psicólogo denunciado, - a elaboração do laudo que vítimas de maus tratos, pretendemos fazer encon-
Nesta fase de trabalho, abre-se espaço para realizou, como no exemplo hipotético acima -, e tros com outros segmentos.
que a(s) par te(s) p roduzam t odo o mat erial do ponto de vista ético, segundo os princípios e nor-
que considerem fundamental para basear suas mas contidas no Código de Etica Profissional. O José NNoovaes – cco nselhe
onse lheir
lhe iro-p
ir o-prresid
o-p esideent
ntee d
do
o
alegações c om pr ovas do cumentais, t estemu- psicólogo que, submetido a tal processo, o enfrenta CRP-RJ
CRP -RJ
nhais e, se necessário, periciais. A abertura de e sai dele incólume, deve se sentir fortalecido, pois Ana LLucia
ucia FFur
urta
ur tad
tado – cco nselhe
onse lheir
lhe iraa cco
ir o ordena-
processo é oportunidade para novas argumen- terá confirmado o estofo ético no seu exercício pro- dor a da Comissão d
Co dee Or
Orieientação e Ét
ientação ica d
Ética o
do
tações ser em elab oradas, v isando instr umen- fissional. CRP-RJ
CRP -RJ..
-RJ
Jornal do CRP-RJ Pág. 16
Psicologia, Mediação e Conciliação
O e vento “Psicologia, Mediação e C oncilia- tante do Instituto Mediare. Vera foi a primeira a
ção” foi realizado em 24 de novembro na Uni- falar, t raçando u m p anorama g eral d a h istória
versidade Estadual do Rio de J aneiro. O evento, do sistema judiciário. Segundo ela, durante toda
que faz parte de uma iniciativa do Conselho Fe- a história, o sistema penal se adaptou às necessi-
deral de P sicologia em par ceria com a Associa- dades do mercado. “As penas e os discursos jurí-
ção Brasileira de Ensino de Psicologia, a Associ- dicos são pendulares, dependendo da necessida-
ação Brasileira de Psicologia Jurídica e o Minis- de de mão-de-obra. Assim, por exemplo, na épo-
tério da Justiça, teve como objetivo pensar criti- ca das colônias, a extradição e as galés eram pe-
camente sobre os espaços de atuação dos psicó- nas comuns”. Vera também explicou que, apenas
logos nos p rocessos de mediação e c onciliação, a partir dos anos 70 do último século, o sentido
no Judiciário e fora dele. econômico do trabalho na prisão é perdido, as-
Uma mesa composta pelo conselheiro-presi- sim, começa-se a pensar em penas alternativas e e conciliação. Segundo ela, o objetivo da media-
dente do CRP-RJ, José Novaes, pela conselheira em processos não-judiciais como a mediação e a ção é pensar em um processo “ganha-ganha”, ou
e memb ro da C omissão R egional de Dir eitos conciliação. No entanto, ela salient ou a impor - seja, em que todas as partes saiam da negociação
Humanos, Cecília Coimbra, e pelo representan- tância de se e vitar que essas alternativas expan- satisfeitas. “Podemos comparar a decisão judici-
te regional d a ABEP, S ávio Valviesse d a Motta, dam a mentalidade judicial a outras esferas, que al e a mediação a jogos. Enquanto a decisão ju-
abriu o e vento. Os três e xplicaram o objeti vo e judicionalizem a so ciedade, p ois é o que v em dicial é um jogo de tênis, ou seja, você joga de
funcionamento d o e ncontro. C ecília s alientou acontecendo na c ontemporaneidade com a e x- maneira a fazer o outro perder, a mediação é um
que “não se pode pensar a mediação ou concili- pansão do c hamado Estado P enal. “Há que se jogo de frescobol, em que os d ois ganham en-
ação como algo eminentemente técnico. Não in- pensar em novas metodologias de resolução de quanto não deixarem a bola cair”.
teressa abrir mais campos de trabalho para o psi- conflitos, mais d o que em penas alternativas. A Após as palestras, houve um debate entre os
cólogo se ele os vai ocupar de forma acrítica, re- mediação não deve ser mais um instrumento presentes. À tarde, os participantes foram divi-
produzindo m odelos e p reconceitos. É p reciso para punir”, afirmou ela. didos em grupos de trabalho, que discutiram e apre-
pensar o técnic o não c omo neu tro, mas c omo Vânia iniciou sua fala e xplicando o que é o sentaram propostas sobre conciliação e mediação. A
político”. trabalho da instituição M ediare, uma e mpresa proposta final foi encaminhada ao Enc ontro Nacio-
Em seguida, deu-se início a uma mesa de de- privada que faz treinamentos e acompanha me- nal “Psicologia, mediação e c onciliação”, que foi
bates com a participação de Vera Malagutti Ba- diações. Em seguida, explicou as diferenças en- realizado nos dias 7 e 8 de dezembro, em Brasília,
tista, pr ofessora da U niversidade F ederal tre os di versos nív eis p ossíveis d e nego ciação por dois delegados eleitos durante o evento regi-
Fluminense (UFF) e membro do Instituto Cari- entre partes, antes do recurso à uma decisão ju- onal: os psicólog os José Eduardo Menescal Sa-
oca de Criminologia, e de Vânia Izzo, represen- dicial, e esclareceu as diferenças entre mediação raiva e Lindomar Expedito Silva Darós.

I Mostra Regional de Práticas Quart’ética: O


em Psicologia psicólogo e a escrita
A Comissão de Orientação e Ética (COE)do
A I Mostra Regional de Práticas em Psicolo- evento de tão g rande porte, o C onselho Regio- CRP-RJ realizou, no dia 6 de dezembro, a últi-
gia pretende abrir um canal de diálogo, promo- nal de Psicologia do Rio de Janeiro decidiu mu- ma Quart’ética do ano. O evento discutiu o
vendo u m g rande e ncontro entre os p rofissio- dar a data da I Mostra. O evento passará de mar- tema “O psicólogo e a escr ita – possibilida-
nais do Rio d e Janeiro. Além dos psicólogos, o ço, como havia sido noticiado no último jornal, des e limit es d e int ervenção” a par tir da
evento também será aberto a estudantes de Psi- para jjunho
unho ddee 2007
2007. produção da subjetividade que confronta a pro-
cologia, que poderão enviar trabalhos desen- Além disso, a M ostra será mais um inst ru- dução escrita e influencia a vida dos indivíduos.
volvidos nos diversos campos de atuação da mento para o Centro de Referências Técnicas em Segundo a conselheira da COE Ana Lucia Furta-
psicologia, incluindo ati vidades d e e xtensão Políticas Públicas (CREPOP), que vem realizan- do, o tema foi escolhido por aparecer muitas ve-
acadêmica que promovam reflexões sobre os de- do um mapeamento das práticas dos p rofissio- zes sob forma de denúncias o u d úvidas n a
safios e impasses identificados por parte de seus nais no estado do Rio de Janeiro. COE. O evento foi dedicado a psicóloga e co-
proponentes. laboradora da C omissão de Saúd e do CRP -RJ,
Devido à grande dificuldade de conseguir um Para mais inf ormações ac esse o sit e Margarete de Paiva Simões Ferreira, falecida no
local com espaço suficiente para abrigar um www.crprj.org.br ou pelo telefone 2139 -5438. dia 2 de dezembro.
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Seminário Nacional: A atuação dos psicólogos
junto aos adolescentes privados de liberdade
O Conselho Regional de Psicologia do Rio de A psicóloga Lig ia Ayres f oi a segunda
Janeiro promoveu, no dia 28 de novembro, a ter- debatedora a falar . Ela disser tou sob re o papel
ceira r eunião c om os psicólogos do Sist ema político da P sicologia dentro do sistema sócio-
DEGASE para discutir sua participação no siste- educacional, sobre a importância do psicólogo e
ma sócio-educativo. O encontro, uma iniciativa da produção de um olhar não infl uenciado por
do CRP-RJ para dar c ontinuidade à campanha medo e rótulos. Aparecida f oi a t erceira
nacional promovida pela Comissão Nacional de debatedora da mesa-r edonda, apr esentando o
Direitos Humanos (CNDH) do Conselho Fede- trabalho no C riam de Santa C ruz, o funciona-
ral de P sicologia (CFP) dest e ano, fez par te da mento da instituição e o relacionamento com os
preparação regional para o “Seminário Nacional: meninos internos.
A atuação dos psicólogos junto aos adolescentes O debate que se seguiu contou com a partici-
privados de liber dade”, realizado nos dias 8 e 9 pação de psicólogos de diversas instituições, de
de dezembro de 2006, em Brasília. nacional c ontra o e ncarceramento e as ou tras representantes do Sindicato dos Psicólogos e do
O e vento c ontou c om a par ticipação de reuniões realizadas anteriormente. movimento Moleque (Mães do DEGASE). Dis-
Cristiana de F aria Cordeiro, juíza no estad o do Em seguida, os participantes assistiram a um cutiu-se sobre a capacidade de indig nação com
Rio de Janeiro; da psicóloga Ligia Ayres, técnica vídeo documental de Cristiana de Faria, juíza as situações dent ro do DEGASE, a nec essidade
do Serviço de Psicologia Aplicada da UFF e dou- da Vara de Infância e Família de Nilópolis. Se- de trazer a discussão par a a so ciedade a fim de
tora em P sicologia So cial pela UERJ , e de gundo ela, os r elatos dos adolescentes nas au- promover uma prática mais justa e humana, ga-
Aparecida Kazue Ezaki, psicóloga do Criam/San- diências causavam incômodo, por isso resol- rantindo o direito dos adolescentes e tornando-
ta C ruz/Degase. As palestras f oram iniciadas e veu realizar o vídeo. “Eu queria mostrar ima- os sujeito da narrativa.
coordenadas p ela psicólog a e c olaboradora da gens reais das condições desumanas, os abu- Ao final da r eunião foram eleitos os dele ga-
Comissão R egional d e Dir eitos H umanos d o sos e maus tratos que acontecem no sistema só- dos que r epresentaram o CRP -RJ no enc ontro
CRP-RJ, Suyanna Baker. Suyanna falou sob re a cio-educativo para colegas e outros profissionais. de Brasília. Foram escolhidas Vanda Vasconcellos
inspeção no I nstituto Padre Severino, realizada Depois do vídeo que eu fiz, alguns juizes muda- Moreira, psicólog a do C riam d e N ilópolis e a
no dia 15 de março deste ano, sobre a campanha ram de pensamento”, afirmou Cristiana. psicóloga e pesquisadora Ligia Ayres.

I Fórum Nacional de Psicologia e Saúde Pública


Para se discutir “Contribuições Técnicas e observadora. O CRP-RJ também par ticipou da zar e ap resentar destaques de cerca de 70 t eses
Políticas d os Psicólogos par a avançar o SUS – Comissão Org anizadora N acional do e vento, antes destas serem submetidas à ple nária final,
Sistema Único de Saúde”, foi realizado, nos dias através da psicóloga Patrícia Jacques Fernandes, no dia 22 de outubr o. Nela, todos os dele gados
20, 21 e 22 de outubro, em Brasília-DF, o I Fórum colaboradora da Comissão de Saúde. reunidos tiveram nova oportunidade de apreci-
Nacional de Psicologia e Saúde Pública. O objetivo do Foram le vadas ao Fór um 577 p ropostas ar as pr opostas debatidas nos GT s par a então
evento era promover a discussão das p olíticas públi- oriundas dos Fór uns Regionais, q ue, após um decidir se as apr ovariam na ínt egra ou se apr e-
cas de saúd e implantadas em t odo o país e pr o- trabalho de sistematização por par te da c omis- sentariam destaques de alteração do texto ou re-
duzir propostas de intervenção da Psicologia. são organizadora, resultaram em 208 propostas jeição integral da tese.
Estiveram presentes ao Fór um 50 dele gados encaminhadas aos C onselhos R egionais par a Foram analisadas na plenária final 108 propostas,
vindos dos 16 CRP s, além de três delegad os do apreciação dos delegados. sendo 16 rejeitadas, 48 aprovadas sem emendas, 27
Conselho Federal. A representação do CRP-RJ foi Conforme organização prévia e levando em aprovadas com alterações e 17 não apreciadas.
composta pelo d elegado designado pelo ple ná- conta o s e ixos d o F órum ( Desafios, Avanços, AC Coomissão d dee SSaúd
aúdee d
aúd do CRP-RJ
o CRP -RJ
rio, conselheiro Nélio Z uccaro, e pelas psicólo- Formação e Prática), os delegados foram distri- dispo
disp nibilizará,
onib ilizará, eemm bbrre ve, um ca cadder no d dee
gas eleitas no Fórum Regional, Ana Carla Souza buídos em três Grupos de Trabalho. O eixo Prá- xtos
textos cco
om as falas d dos partticipant
os par icipanteses das
S. da Silva e Marise Leão Ramoa – suplente subs- tica, por conter um maior número de propostas, Mesas RReedondas d dosos eevvent
ntos prrepar
os p paratór
atórios
atór ios
tituta da psicóloga Margarete de Paiva Simões -, teve o seu conteúdo dividido entre os GTs. Cada paraa o Fór
par Fórumum R Reeg ioional. Co
nal. C nfiraa o sit
onfir sitee
além da psicóloga Sônia B atista, na função de GT teve como tarefas apreciar, votar, sistemati- www.cr
www .crp
.cr rj.o
prj .org
.o rg.b
rg .brr par
.b paraa mais infinfoor mações.

Jornal do CRP-RJ Pág. 18


Em 2006, o CRP-RJ...
José NNoovaes (*)
Se fôssemos, como é de praxe no final do ano, dos profissionais psicólogos foi uma demonstra-
fazer a p restação d e c ontas das ati vidades d o ção de que o esgarçamento em nossas relações já
CRP-RJ do ano que finda à cat egoria e à socie- está sendo superado. Recebemos de volta v inte
dade de modo formal e protocolar comumente sete mil e noventa cartas com documentos, que fo-
utilizado, seria assim que c omeçaríamos a ma- ram arquivados nos pr ontuários. O r elatório do
téria. Afinal, somos um órgão públic o e nossas recadastramento está à disposição do público.
comunicações e c ontatos com outros órgãos e Ainda no número de março de 2005, faláva-
instituições públicas e particulares, com a cate- mos do necessário trabalho de nossa C omissão
goria e com a sociedade devem se pautar por es- de Recursos Humanos para organizar o processo
tes padrões. Segue, portanto, a lista c omentada de desenvolvimento profissional dos funcionári-
brevemente de nossas realizações e atividades em os do CRP-05, processo este no qual se destacava
2006, começando por... a construção de normas e processos de avaliação
Bem, se fôssemos, mas não vamos. Tentemos, de desempenho. Este objetivo foi ampliado e foi
de novo, sair desta camisa-de-força, como já o elaborado, através de uma consultoria, um novo
tentamos ano passado (ver nosso jornal de de- plano de cargos, carreiras e salár ios, que c ome-
zembro de 2005). Continuemos e xercitando a çará a ser implem entado no início de 2007, já
transparência: estamos intencionalmente usan- aprovado pelo plenário do CRP-RJ em sua reu- palmente os que t rabalham no judiciár io, para
do este tom porque ele permite que nos aproxi- nião ordinária de novembro. discutir a questão da Mediação e Conciliação, e
memos de modo mais amistoso e atraente, em- Esta p restação de c ontas não p retende se r com os psicólogos do DEGASE, que atuam com
bora respeitoso, à categoria e à so ciedade, após exaustiva; a se guir, destacamos as at ividades de crianças e adolescentes em estabelecimentos de-
anos de inércia, descaso e irregularidades na ges- alguns setores. Os que não foram mencionados, nominados sócio-educativos.
tão do CRP-05. Este período, que se prolongou perdoem-nos. Não é omissão, é falta de espaço. A Comissão de Orientação e Fiscalização
demais, p roduziu desinteresse, desc onfiança e A Comissão Regional de Direitos Humanos (COF), além de suas tar efas rotineiras, realizou
descrédito dos profissionais psicólogos(as) e dos continuou a ter um papel central na definição de um encontro sobre mobilidade humana, reunindo
usuários de seus serviços com relação ao Conse- nossa política: o eixo de nossas atividades conti- principalmente psicólogos do trânsito. Nele, estiveram
lho. E, já que nos r eferimos a esta situação , co- nua sendo a defesa d os Direitos Humanos, pro- presentes cerca de sessenta participantes, discu-
meçamos pela atividade de recadastramento. curando ampliar seu alcance. A CRDH não ape- tindo questões ligadas às atividades da área.
No jo rnal d e março de 2005, já tínhamos nas define nossa política; ela também a executa. A Comissão de Orientação e Ética (COE), sem
apontado para esse problema, acumulado devi- Realizou o II Seminário de Psicologia e Direitos prejuízo de suas at ividades precípuas de análise
do à incúria administrativa em sucessivos anos Humanos, em novembro, na Uni-Rio, com mais e tramitação das denúncias e representações que
no CRP-05: o cadastro dos psicólogos estava pro- de 400 participantes; os “Trocando em Miúdos”, a ela chegam, realizou vários encontros para dis-
fundamente desorganizado, faltando documen- encontros em que se discu tiram questões como cutir questões ligadas à Ética Profissional. Estes
tos e informações, dificultando o contato com a o dir eito à di versidade se xual, o Fór um So cial encontros ocorreram em forma de oficinas, com
categoria. Tivemos que contratar uma empresa Mundial e a situação das cr ianças de rua. Esteve o título de “Ética para além das normas”, permi-
através de processo licitatório, que durante oito em reuniões em Nova Iguaçu, na subsede da Bai- tindo um debate livre e vivo baseado nas experi-
meses, de 09 de janeiro a 09 de setembro de 2006, xada Fl uminense, e em C ampos, por d emanda ências dos pr esentes – pr ofissionais, estudantes
realizou este trabalho, sanando grandes dificul- dos psicólogos do Norte-Fluminense para a cri- ou qualquer pessoa interessada no tema.
dades e impedimentos que tínhamos no conta- ação de uma subsede do CRP na região; e, final- A Comissão de Saúde, afora inúmeros outros
to com a categoria, visando informá-la e orientá- mente, deu um fecho de ouro em suas atividades eventos, organizou e realizou o Fórum Regional
la. Mais de 31 mil pr ontuários foram trabalha- do ano organizando e realizando, por solicitação de Psicologia e Saúde Pública, em que se discu-
dos/manuseados, mais d e 27 mil car tas for am do Conselho Federal de Psicologia, que por sua tiu a inserção da Psicologia no Sistema Único de
enviadas pedindo a r egularização da situação e vez atendia a demanda do Ministério de Justiça e Saúde (SUS).
o envio de documentos faltantes, etc. A resposta do Conanda, fóruns com os psicólogos, princi- (*) C
Coonse lhe
nselhe ir
lheir o- p
iro- prresid
esideent
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doo CRP
CRP-RJ-RJ

Jornal do CRP-RJ Pág. 19


II Seminário Regional de Psicologia e Direitos
Humanos discute a medicalização da vida
Mais de 400 pessoas, entre psicólogos, estu- duação em Educação da Uni-Rio e, representando a
dantes e outr os profissionais, se r euniram, nos decania da Universidade, o professor do Departamen-
dias 10 e 11 de novembro, para debater a ques- to de Museologia da Uni-Rio, Marcos Miranda.
tão da medicalização da vida no II Seminário Re- Após a mesa, foi r ealizada uma c onferência,
gional de Psicologia e Direitos Humanos. O even- que contou com a presença da psicóloga e p ro-
to, realizado no auditór io Paulo Freire da U ni- fessora da PUC-SP, Suely Rolnik, e foi coordena-
versidade Federal do Estado do Rio de J aneiro da pela psicóloga, membro da CRDH, Ana Carla
(Uni-Rio), foi organizado pela Comissão Regio- Souza Silveira da Silva. Partindo do tema “Medi-
nal de Direitos Humanos (CRDH) e pela coor- calização: Estratégias contemporâneas de contro-
denadoria técnica (Cotec) do CRP-RJ le da vida”, Suely falou sobre como o capitalismo
O evento foi aberto pela psicóloga e membro atual vem controlando as forças da s ubjetivida-
da CRDH, Suyanna Barker. Em seguida, foi rea- de, impedindo a criatividade e, consequentemen- cida Moysés, pediatra e professora da Unicamp;
lizada uma mesa de abertura com a presença de te, a potência de vida. Michel Lotrowska, representante da iniciativa de
José Novaes, conselheiro-presidente do CRP-RJ; O segundo dia de atividades começou com a Medicamentos para Doenças Negligenciadas no
Cecília Coimbra, membro da CRDH; Vera Do- mesa-redonda “Biopoder e Saúde ”, coordenada Brasil e membr o da organização Médic os Sem
debei, coordenadora do P rograma de Pós-g ra- pela psicóloga Neide Ruffeil, membro da CRDH. Fronteiras e de Paulo Amarante, psiquiatra e pro-
duação em Memória Social da Uni-Rio; Guara- A mesa foi composta pelo filósofo, psicanalista e fessor da Esc ola Nacional d e Saúd e Pública da
cira Gouvêa de Sousa, do Programa de Pós-gra- professor da Faculdade de Medicina da UFRJ, FioCruz. A mesa foi c oordenada pela psicóloga
André Martins; pelo filósofo e fundad or da Es- Claudia Tallemberg, membro da C omissão Re-
cola Nômade de Filosofia de São Paulo, Luiz Fu- gional de Direitos Humanos.
ganti; e pelo militante do Movimento da Luta Anti- Todas as mesas realizaram debates após as
manicomial e mestr ando em M emória Soci- exposições dos palestrantes. O e vento se e ncer-
al da Uni-Rio, Edvaldo Nabuco (foto à esquerda). rou com a apresentação da orquestra de cordas
A programação do II SRPDH continuou à tar- da Grota, formada por jovens da Grota do Suru-
de com a e xibição do vídeo “Medicalização da cucu, em Niterói (foto acima).
Vida Escolar”, de Helena do Rego Monteiro, e a As eexp
xposições
xp osições oorrais d
dos palestrrant
os palest antes
es
realização da t erceira mesa d o e vento. C om o
tema, “Medicalização da Vida e Direitos Huma-
dispo
estão disp níveeis na ínt
onív ínteeg r a no sit
sitee
nos”, esta mesa teve a presença de Maria Apare- www.cr
www .crp
.cr rj.o
prj .org
.o rg.b
rg .brr
.b
Dia 10 de dezembro foi o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Por acreditar que as práticas psicológicas e os Direitos Humanos
não podem ser desvinculados, o CRP-RJ convoca a todos os estudantes e profissionais a comemorar não só esta data, mas a celebrar os
Direitos Humanos sempre.

MUDOU-SE Impresso
DESCONHECIDO Especial
RECUSADO
050200039-2/2001-DR/RJ
ENDEREÇO INSUFICIENTE
NÃO EXISTE O Nº INDICADO DEVOLUÇÃO CRP - 5ª REGIÃO
GARANTIDA
INFORMAÇÃO ESCRITA PELO
CORREIOS
PORTEIRO OU SÍNDICO CORREIOS
FALECIDO
AUSENTE
NÃO PROCURADO

REINTEGRADO AO SERVIÇO
POSTAL EM ___/___/___

EM___/___/___ __________________
CARTEIRO

CONSELHO REGIONAL DE PSICOLOGIA - 5 ª REGIÃO


RUA DELGADO DE CARVALHO,53 TIJUCA
RIO DE JANEIRO - RJ - CEP: 20260-280

IMPRESSO

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