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CURSO DE DIREITO
DIREITO AMBIENTAL

ROTEIRO DE ESTUDO
VOLUME II

2ª fase

PROF. LAURA MARIA BERTOTI


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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSORA: LAURA MARIA BERTOTI

AULA 10
CÓDIGO FLORESTAL – LEI 12.651/2012

1. INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

A Lei nº 12.651/12 estabelece NORMAS GERAIS sobre:

a) PROTEÇÃO DA VEGETAÇÃO:
- áreas de Preservação Permanente;
- áreas de Reserva Legal;

b) EXPLORAÇÃO FLORESTAL:
- suprimento de matéria-prima florestal;
- controle da origem dos produtos florestais;
- controle e prevenção dos incêndios florestais;

c) PREVÊ INSTRUMENTOS ECONÔMICOS E FINANCEIROS: para o


alcance de seus objetivos (objetivo: desenvolvimento sustentável, art. 1º,
parágrafo único, da Lei nº 12.651/12).

1.2 LIMITAÇÃO DA PROPRIEDADE

A Lei nº 12.651/12, no art. 2º, caput, aponta a limitação do direito da


propriedade privada, pela natureza de bem público das florestas e vegetação nativa,
impondo a necessidade de cumprimento da legislação ambiental. O uso em desacordo
com a legislação ambiental, especialmente, com a Lei nº 12.651/12, é punível com
sanção penal, administrativa e civil. Senão vejamos:

Art. 2º As florestas existentes no território nacional e as demais formas de


vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens
de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os direitos
de propriedade com as LIMITAÇÕES que a legislação em geral e
especialmente esta Lei estabelecem.
§ 1º Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões
contrárias às disposições desta Lei são consideradas uso irregular da
propriedade, aplicando-se o procedimento sumário previsto no inciso II do
art. 275 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo
Civil, sem prejuízo da RESPONSABILIDADE CIVIL, nos termos do § 1º

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do art. 14 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, e das SANÇÕES


ADMINISTRATIVAS, CIVIS E PENAIS.
§ 2º As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são transmitidas
ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de transferência de domínio ou
posse do imóvel rural.

Por fim, insta ressaltar que as imposições da Lei nº 12.651/12 tem natureza
propter rem, ou seja, são transmitidas ao sucessor, seja herdeiro ou novo
proprietário/posseiro.

1.3 PRINCIPAIS ABORDAGENS

 Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia,


Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos
Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do
Maranhão;

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 Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por


vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

 Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,


delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de
modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e
a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
nativa;

 Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica


preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;

 Pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o


trabalho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo
os assentamentos e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art.
3º da Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006;

 Manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de


benefícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando- se os mecanismos de
sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou
alternativamente, a utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de
múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens
e serviços;

1.3 REGRA GERAL E REGRA TRANSITÓRIA

A Lei cria dois grupos de regramentos:

 Regras Gerais: aplicadas para as áreas de interesse ecológico onde ainda


existam remanescentes de vegetação nativa.

 Regras Transitórias: buscam dar enquadramento para as situações de


estabelecimento de atividades humanas iniciadas no passado.

Área Rural Consolidada:


Área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com
edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a
adoção do regime de pousio (Inciso IV Art. 3° Lei 12.651/12).

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2. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP

CONSIDERAÇÕES INICIAIS

2.1 CONCEITO

Área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental
de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas.

2.2 USO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTES

Insta ressaltar que o uso de área de preservação permanente é extremamente


limitado, somente podendo haver intervenção nos casos de utilidade pública, interesse
social ou atividades de baixo impacto ambiental.

 Utilidade pública: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;


b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de
transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo
urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, energia, telecomunicações,
radiodifusão, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de
areia, argila, saibro e cascalho; c) atividades e obras de defesa civil; d)
atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das
funções ambientais de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o
solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; e) outras atividades
similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo
federal;
 Interesse social: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da
vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da
erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas; b)
a exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou
posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não
descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental
da área; c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e
atividades educacionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais
consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei; d) a
regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados
predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas
consolidadas; e) implantação de instalações necessárias à captação e condução
de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes
integrantes e essenciais da atividade; f) as atividades de pesquisa e extração de
areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade competente; g) outras
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atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento


administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à
atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;
 Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental: a) abertura de pequenas
vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia
de um curso d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou
à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal
sustentável; b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de
água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da
água, quando couber; c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do
ecoturismo; d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno
ancoradouro; e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes
de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em
áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio dos
moradores; f) construção e manutenção de cercas na propriedade; g) pesquisa
científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos
na legislação aplicável; h) coleta de produtos não madeireiros para fins de
subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada
a legislação específica de acesso a recursos genéticos; i) plantio de espécies
nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais,
desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a
função ambiental da área; j) exploração agroflorestal e manejo florestal
sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais
não madeireiros, desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa
existente nem prejudiquem a função ambiental da área; k) outras ações ou
atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental
em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA ou dos Conselhos
Estaduais de Meio Ambiente;

REGRA GERAL

2.3 APLICAÇÃO

Aplicadas para as áreas de interesse ecológico onde ainda existam


remanescentes de vegetação nativa. - DEVE MANTER

2.3.1 CURSO D’ÁGUA

A definição da área de APP’S de cursos d’água depende da largura do curso


d’água. Além disso, será contada da borda da calha do leito regular.
Assim, são consideradas APP’s, as faixas marginais de qualquer curso d’água
natural perene (eterno, perpétuo) e intermitente (descontínuo, os leitos secam ou
congelo em determinada época do ano), EXCLUÍDOS os efêmeros (apenas quando
chove – “torrente”), desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima
de:

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a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de


largura;

Fonte: UFLA (2014)

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50


(cinquenta) metros de largura;

Fonte: UFLA (2014)

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a


200 (duzentos) metros de largura;

Fonte: UFLA (2014)

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d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200


(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

Fonte: UFLA (2014)

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura


superior a 600 (seiscentos) metros;

Fonte: UFLA (2014)

OBSERVAÇÃO: COMO O CÓDIGO ESTABELECEU A MEDIDA A PARTIR


DA CALHA DO LEITO REGULAR (E NÃO DA MÁXIMA DE CHEIA), AS
VÁRZEAS TAMBÉM CONTAM PARA EFEITO DE APP.

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RESUMO DE APP DE CURSO D’ÁGUA – REGRA GERAL

Fonte: Cartilha do Código Florestal. Disponível em: < http://www.ciflorestas.com.br/cartilha/APP-o-que-


pode-ser-feito_intervencoes-nas-areas-de-preservacao-permanente.html>

2.3.2 LAGOS E LAGOAS NATURAIS

A definição da área de APP’S de lagos e lagoas naturais dependem da extensão


da superfície do corpo d’água e sua localização.

Observações: nas acumulações naturais ou artificiais de água com superfície


inferior a 1 (um) hectare, fica dispensada a reserva da faixa de proteção,
vedada nova supressão de áreas de vegetação nativa, salvo autorização do órgão
ambiental competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

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Assim, são consideradas APP’s, as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais,
em faixa com largura mínima de:

ZONA RURAL

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais;

Fonte: UFLA (2014)

OBSERVAÇÕES: nas zonas rurais, em regra é 100 metros, EXCETO PARA O


CORPO D’ÁGUA COM ATÉ 20 (VINTE) HECTARES DE SUPERFÍCIE,
cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros;

Fonte: Adaptado de UFLA (2014)

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ZONA URBANA

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

2.3.3 RESERVATÓRIOS ARTIFICIAIS

A) Decorrente de barramento ou represamento de cursos d’água naturais

As áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais, decorrentes de


barramento ou represamento de cursos d’água naturais, na faixa definida na licença
ambiental do empreendimento.

Fonte: Adaptado pela Autora retirada de UFLA (2014).

B) NÃO Decorrente de barramento ou represamento de cursos d’água


naturais

Não é exigida Área de Preservação Permanente no entorno de reservatórios


artificiais que não decorram de barramento ou represamento de cursos d’água naturais.

C) Reservatório destinado à geração de energia ou abastecimento público


Neste caso, as Áreas de Preservação Permanente serão definidas no ato do
licenciamento ambiental, todavia, nos seguintes termos:

 em zona rural a largura da faixa deverá medir entre 30 e 100m;


 em zona urbana, a largura da faixa deverá medir entre 15 e 30 m;

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2.3.4 NASCENTES E OLHOS D’ÁGUA

A definição da área de APP’s de nascentes e olhos d’água perenes não


dependem da extensão da superfície. A diferenciação entre nascentes e olhos d’água
perenes são que as nascentes produzem corpo d’água, e os olhos d’água não produzem
corpos d’água.

No ponto:

 Nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá


início a um curso d’água;
 Olho d’água: afloramento natural do lençol freático;

Assim, são APP’s as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água
perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta)
metros.

Fonte: UFLA (2014)

OBSERVAÇÕES: A supressão de vegetação nativa


protetora de nascentes, dunas e restingas somente poderá ser
autorizada em caso de utilidade pública.

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2.3.5 RESTINGAS

Deve ser definida como APP em sua integralidade quando tiver a função de
fixar as dunas ou de estabilizar os mangues.

Fonte: UFLA (2014)

OBS 1.: A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação


Permanente de restinga e manguezais poderá ser autorizada, excepcionalmente, em
locais onde a função ecológica do manguezal esteja comprometida, para execução de
obras habitacionais e de urbanização, inseridas em projetos de regularização
fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por população
de baixa renda
OBS 2.: Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de carcinicultura
e salinas, desde que a área total ocupada em cada Estado não superior a 10% (dez por
cento) dessa modalidade de fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e
cinco por cento) no restante do País, excluídas as ocupações consolidadas e
salvaguarde em absoluta integridade dos manguezais arbustivos e dos processos
ecológicos essenciais a eles associados, bem como da sua produtividade biológica e
condição de berçário de recursos pesqueiros
OBS 3.: A supressão de vegetação nativa protetora de nascentes,
dunas e restingas somente poderá ser autorizada em caso de
utilidade pública.

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2.3.6 MANGUEZAIS

São APP’s protegidas em sua integralidade.

Fonte: UFLA (2014)

OBS 1.: A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente de


restinga e manguezais poderá ser autorizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do
manguezal esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, inseridas em
projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas urbanas consolidadas ocupadas por
população de baixa renda
OBS 2.: Os apicuns e salgados podem ser utilizados em atividades de carcinicultura e salinas, desde
que a área total ocupada em cada Estado não superior a 10% (dez por cento) dessa modalidade de
fitofisionomia no bioma amazônico e a 35% (trinta e cinco por cento) no restante do País, excluídas as
ocupações consolidadas e salvaguarde em absoluta integridade dos manguezais arbustivos e dos
processos ecológicos essenciais a eles associados, bem como da sua produtividade biológica e
condição de berçário de recursos pesqueiros

2.3.7 VEREDAS

A definição da área de APP’S de veredas não dependem da extensão da


superfície. Em veredas, a APP é a faixa marginal, em projeção horizontal, com largura
mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir do espaço permanentemente brejoso e
encharcado.

Fonte: UFLA (2014)

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Fonte: Cartilha do Código Florestal

2.3.8 ENCOSTAS COM DECLIVIDADE SUPERIOR A 45º

São definidas como áreas de APP’s quando possuem declividade superior a


45°, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior declive.

Fonte: UFLA (2014)

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2.3.9 TOPO DE MORRO, MONTES, MONTANHAS E SERRAS

São definidas como APP’s as áreas no topo de morros, montes, montanhas e


serras, com altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média maior que 25°, as
áreas delimitadas a partir da curva de nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura
mínima da elevação sempre em relação à base, sendo esta definida pelo plano horizontal
determinado por planície ou espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela
cota do ponto de sela mais próximo da elevação.

Fonte: UFLA (2014)

2.3.10 BORDAS DE TABULEIRO

A APP é definida em 100 (cem metros) em projeções horizontais, até a linha


de ruptura do relevo.

Fonte: UFLA (2014)

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2.3.10 ÁREAS EM ALTITUDE SUPERIOR A 1.800M

São consideradas APP’s todas as áreas localizadas em altitude superior a


1.800m.

Fonte: UFLA (2014)

REGRA TRANSITÓRIA

2.4 APLICAÇÃO

Tais regras buscam dar enquadramento para as situações de estabelecimento de


atividades humanas iniciadas no passado, especialmente nas áreas rurais consolidadas.
– RECOMPOSIÇÃO PARA ADEQUAÇÃO

 Área Rural Consolidada: Área de imóvel rural com ocupação antrópica


preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades
agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio
(Inciso IV Art. 3° Lei 12.651/12).

2.3.1 CURSO D’ÁGUA

A definição da área de APP’S de cursos d’água depende da EXTENSÃO DA


PROPRIEDADE. Assim, tem que será obrigado a recomposição das faixas marginais,
contada a partir da calha do leito regular:

Tamanho da propriedade em módulos Largura da APP consolidada (mínima)


fiscais
0a1 5m
1a2 8m
2a4 15 m
Superior a 4 Conforme Programa de Regularização
Ambiental: mín. 20 máx. 100m

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Fonte: Cartilha do Código Florestal. Disponível em: <


http://www.ciflorestas.com.br/cartilha/APP-o-que-pode-ser-feito_intervencoes-nas-
areas-de-preservacao-permanente.html>

OBSERVAÇÃO: COMO O CÓDIGO ESTABELECEU A MEDIDA A PARTIR


DA CALHA DO LEITO REGULAR (E NÃO DA MÁXIMA DE CHEIA), AS
VÁRZEAS TAMBÉM CONTAM PARA EFEITO DE APP.

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2.3.2 LAGOS E LAGOAS NATURAIS

A definição da área de APP’S de lagos e lagoas naturais dependem da extensão


da propriedade.

Tamanho da propriedade em módulos Largura da APP consolidada (mínima)


fiscais
0a1 5m
1a2 8m
2a4 15 m
Superior a 4 30 m

Fonte: Cartilha do Código Florestal

2.3.3 NASCENTES E OLHOS D’ÁGUA

Nos casos de áreas rurais consolidadas em Áreas de Preservação Permanente


no entorno de nascentes e olhos d’água perenes, será admitida a manutenção de
atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo ou de turismo rural, sendo obrigatória a
recomposição do raio mínimo de 15 (quinze) metros.

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Fonte: Cartilha do Código Florestal

2.3.4 VEREDAS

VEREDAS

Tamanho da propriedade em Largura da APP


módulos fiscais consolidada (mínima)

Até 4 30 m

Superior a 4 50 m

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Fonte: Cartilha do Código Florestal

GLOSSÁRIO

Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e


Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins
e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão;

Apicum: áreas de solos hipersalinos situadas nas regiões entremarés superiores,


inundadas apenas pelas marés de sizígias, que apresentam salinidade superior a 150
(cento e cinquenta) partes por 1.000 (mil), desprovidas de vegetação vascular;

Área de Preservação Permanente - APP: área protegida, coberta ou não por


vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora,
proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas;

Área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a
22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris,
admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio;

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Áreas úmidas: pantanais e superfícies terrestres cobertas de forma periódica por águas,
cobertas originalmente por florestas ou outras formas de vegetação adaptadas à
inundação;

Área urbana consolidada: aquela de que trata o inciso II do caput do art. 47 da Lei nº
11.977, de 7 de julho de 2009 ;

Área verde urbana: espaços, públicos ou privados, com predomínio de vegetação,


preferencialmente nativa, natural ou recuperada, previstos no Plano Diretor, nas Leis de
Zoneamento Urbano e Uso do Solo do Município, indisponíveis para construção de
moradias, destinados aos propósitos de recreação, lazer, melhoria da qualidade
ambiental urbana, proteção dos recursos hídricos, manutenção ou melhoria paisagística,
proteção de bens e manifestações culturais;

Atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental: a) abertura de pequenas vias de


acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso
d’água, ao acesso de pessoas e animais para a obtenção de água ou à retirada de
produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal sustentável; b) implantação de
instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que
comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; c) implantação de
trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; d) construção de rampa de lançamento de
barcos e pequeno ancoradouro; e) construção de moradia de agricultores familiares,
remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e
tradicionais em áreas rurais, onde o abastecimento de água se dê pelo esforço próprio
dos moradores; f) construção e manutenção de cercas na propriedade; g) pesquisa
científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos na
legislação aplicável; h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e
produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação
específica de acesso a recursos genéticos; i) plantio de espécies nativas produtoras de
frutos, sementes, castanhas e outros produtos vegetais, desde que não implique
supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área; j)
exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar,
incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não
descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função
ambiental da área; k) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais
e de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA ou dos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente;

Crédito de carbono: título de direito sobre bem intangível e incorpóreo


transacionável;

Faixa de passagem de inundação: área de várzea ou planície de inundação adjacente a


cursos d’água que permite o escoamento da enchente;

Interesse social: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da


vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão,
erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies nativas; b) a exploração

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agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou


por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal
existente e não prejudique a função ambiental da área; c) a implantação de infraestrutura
pública destinada a esportes, lazer e atividades educacionais e culturais ao ar livre em
áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condições estabelecidas nesta Lei; d)
a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por
população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas; e) implantação de instalações
necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos
recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade; f) as atividades de
pesquisa e extração de areia, argila, saibro e cascalho, outorgadas pela autoridade
competente; g) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em
procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional à
atividade proposta, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;

Manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de benefícios


econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do
ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a
utilização de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e
subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços;

Manguezal: ecossistema litorâneo que ocorre em terrenos baixos, sujeitos à ação das
marés, formado por vasas lodosas recentes ou arenosas, às quais se associa,
predominantemente, a vegetação natural conhecida como mangue, com influência
fluviomarinha, típica de solos limosos de regiões estuarinas e com dispersão
descontínua ao longo da costa brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa
Catarina;

Leito regular: a calha por onde correm regularmente as águas do curso d’água durante
o ano;

Nascente: afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a


um curso d’água;

Olho d’água: afloramento natural do lençol freático, mesmo que


intermitente;

Pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o trabalho


pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos
e projetos de reforma agrária, e que atenda ao disposto no art. 3º da Lei nº 11.326, de 24
de julho de 2006; Ainda, recebe o mesmo tratamento destinados às propriedades e
posses rurais com até 4 (quatro) módulos fiscais que desenvolvam atividades
agrossilvipastoris, bem como às terras indígenas e às demais áreas de povos e
comunidades tradicionais que façam uso coletivo do seu território.

Art. 3º Para os efeitos desta Lei, considera-se agricultor familiar


e empreendedor familiar rural aquele que pratica atividades no

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meio rural, atendendo, simultaneamente, aos seguintes


requisitos:
I - não detenha, a qualquer título, área maior do que 4
(quatro) módulos fiscais;
II - utilize predominantemente mão-de-obra da própria família
nas atividades econômicas do seu estabelecimento ou
empreendimento;
III - tenha percentual mínimo da renda familiar originada de
atividades econômicas do seu estabelecimento ou
empreendimento, na forma definida pelo Poder Executivo;
IV - dirija seu estabelecimento ou empreendimento com sua
família.
§ 1º O disposto no inciso I do caput deste artigo não se aplica
quando se tratar de condomínio rural ou outras formas coletivas
de propriedade, desde que a fração ideal por proprietário não
ultrapasse 4 (quatro) módulos fiscais.
§ 2º São também beneficiários desta Lei:
I - silvicultores que atendam simultaneamente a todos os
requisitos de que trata o caput deste artigo, cultivem florestas
nativas ou exóticas e que promovam o manejo sustentável
daqueles ambientes;
II - aqüicultores que atendam simultaneamente a todos os
requisitos de que trata o caput deste artigo e explorem
reservatórios hídricos com superfície total de até 2ha (dois
hectares) ou ocupem até 500m³ (quinhentos metros cúbicos) de
água, quando a exploração se efetivar em tanques-rede;
III - extrativistas que atendam simultaneamente aos requisitos
previstos nos incisos II, III e IV do caput deste artigo e exerçam
essa atividade artesanalmente no meio rural, excluídos os
garimpeiros e faiscadores;
IV - pescadores que atendam simultaneamente aos requisitos
previstos nos incisos I, II, III e IV do caput deste artigo e
exerçam a atividade pesqueira artesanalmente.
V - povos indígenas que atendam simultaneamente aos
requisitos previstos nos incisos II, III e IV do caput do art. 3º ;
(Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
VI - integrantes de comunidades remanescentes de quilombos
rurais e demais povos e comunidades tradicionais que atendam
simultaneamente aos incisos II, III e IV do caput do art. 3º .
(Incluído pela Lei nº 12.512, de 2011)
§ 3º O Conselho Monetário Nacional - CMN pode estabelecer
critérios e condições adicionais de enquadramento para fins de
acesso às linhas de crédito destinadas aos agricultores
familiares, de forma a contemplar as especificidades dos seus
diferentes segmentos. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)
§ 4º Podem ser criadas linhas de crédito destinadas às
cooperativas e associações que atendam a percentuais mínimos

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de agricultores familiares em seu quadro de cooperados ou


associados e de matéria-prima beneficiada, processada ou
comercializada oriunda desses agricultores, conforme disposto
pelo CMN. (Incluído pela Lei nº 12.058, de 2009)

Pousio: prática de interrupção temporária de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou


silviculturais, por no máximo 5 (cinco) anos, para possibilitar a recuperação da
capacidade de uso ou da estrutura física do solo;

Relevo ondulado: expressão geomorfológica usada para designar área caracterizada por
movimentações do terreno que geram depressões, cuja intensidade permite sua
classificação como relevo suave ondulado, ondulado, fortemente ondulado e
montanhoso.

Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural,


delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação
dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o
abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa;

Restinga: depósito arenoso paralelo à linha da costa, de forma geralmente alongada,


produzido por processos de sedimentação, onde se encontram diferentes comunidades
que recebem influência marinha, com cobertura vegetal em mosaico, encontrada em
praias, cordões arenosos, dunas e depressões, apresentando, de acordo com o estágio
sucessional, estrato herbáceo, arbustivo e arbóreo, este último mais interiorizado;

Salgado ou marismas tropicais hipersalinos: áreas situadas em regiões com


frequências de inundações intermediárias entre marés de sizígias e de quadratura, com
solos cuja salinidade varia entre 100 (cem) e 150 (cento e cinquenta) partes por 1.000
(mil), onde pode ocorrer a presença de vegetação herbácea específica;

Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por


outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e
transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras
formas de ocupação humana;

Utilidade pública: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as


obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de transporte,
sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprovados
pelos Municípios, saneamento, energia, telecomunicações, radiodifusão, bem como
mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; c)
atividades e obras de defesa civil; d) atividades que comprovadamente proporcionem
melhorias na proteção das funções ambientais de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e
flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; e) outras
atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento

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administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao


empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo federal;

Várzea de inundação ou planície de inundação: áreas marginais a cursos d’água


sujeitas a enchentes e inundações periódicas;

Vereda: fitofisionomia de savana, encontrada em solos hidromórficos, usualmente com


a palmeira arbórea Mauritia flexuosa - buriti emergente, sem formar dossel, em meio a
agrupamentos de espécies arbustivo-herbáceas;

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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSORA: LAURA MARIA BERTOTI

AULA 11
REGRA TRANSITÓRIA DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE -
CONTINUAÇÃO

2.3.5 ENCOSTAS, BORDAS DE TABULEIRO, TOPOS DE MORROS, ÁREAS


EM ALTITUDE SUPERIOR A 1800 m

Nas áreas rurais consolidadas em ENCOSTAS, BORDAS DE TABULEIRO,


TOPOS DE MORROS, ÁREAS EM ALTITUDE SUPERIOR A 1800 m, será admitida
a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo
longo, bem como da infraestrutura física associada ao desenvolvimento de atividades
agrossilvipastoris, vedada a conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.

2.3.6 MEIO RURAL: RESIDÊNCIAS E DA INFRAESTRUTURA ASSOCIADA


ÀS ATIVIDADES AGROSSILVIPASTORIS, DE ECOTURISMO E DE
TURISMO RURAL

Será admitida a manutenção de residências e da infraestrutura associada às


atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural, inclusive o acesso a
essas atividades, independentemente das determinações contidas no caput e nos §§ 1º a
7º, desde que não estejam em área que ofereça risco à vida ou à integridade física das
pessoas.

2.3.6 MEIO URBANO – REFORMA FUNDIÁRIA URBANA (REURB)

A) DE INTERESSE SOCIAL
Na regularização fundiária de interesse social dos assentamentos inseridos
em área urbana de ocupação consolidada e que ocupam APP, a regularização
ambiental será admitida por meio da aprovação do projeto de regularização fundiária.

OBS.: O projeto de regularização fundiária de interesse social deverá incluir estudo


técnico que demonstre a melhoria das condições ambientais em relação à situação
anterior com a adoção das medidas nele preconizadas.

B) DE INTERESSE ESPECÍFICO

É considerado de interesse específico quando não se enquadrar nas hipóteses


de interesse social. Na regularização fundiária de interesse específico dos
assentamentos inseridos em área urbana consolidada e que ocupam APP não
identificadas como áreas de risco, a regularização ambiental será admitida por meio
da aprovação do projeto de regularização fundiária.

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Contudo, necessita que, ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água, seja
mantida faixa não edificável com largura mínima de 15 (quinze) metros de cada
lado.

OBS.: Em áreas urbanas tombadas como patrimônio histórico e cultural, a faixa não
edificável de que trata o § 2º poderá ser redefinida de maneira a atender aos parâmetros
do ato do tombamento.

2.4 FORMAS DE RECOMPOSIÇÃO – REGRA TRANSITÓRIA

• Pode ser feita isolada ou conjuntamente:


I – Regeneração natural;
II – Plantio de espécies nativas;
III - Plantio de espécies nativas e regeneração natural;
IV – Plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes exóticas com nativas de
ocorrência regional, em até 50% (cinquenta por cento) da área total a ser recomposta.

Aos proprietários e possuidores dos imóveis rurais que, em 22 de julho de 2008,


detinham até 10 módulos fiscais é garantido que a exigência de recomposição, não
ultrapassará:
I - 10% da área total do imóvel, para imóveis rurais com área de até 2 módulos
fiscais.
II - 20% da área total do imóvel, para imóveis rurais com área superior a 2 e de
até 4 módulos fiscais.

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES SOBRE ÁREA DE PRESERVAÇÃO


PERMANENTE
A) É OBRIGAÇÃO PROPTER REM A RECUPERAÇÃO DAS APP’S, OU SEJA,
O PROPRIETÁRIO, POSSUIDOR OU HERDEIRO DEVEM FAZER
INDEPENDENTE DE TEREM COMPRADO O IMÓVEL JÁ DEGRADADO.
B) AS HIPÓTESES DE INTERVENÇÃO HUMANA NAS ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE SÃO CONSIDERADAS EXCEÇÕES
LEGAIS, QUAIS SEJAM: CASOS DE UTILIDADE PÚBLICA, INTERESSE
SOCIAL OU ATIVIDADE DE BAIXO IMPACTO.
C) SÃO ÁREAS ESPECIALMENTE PROTEGIDAS EM RAZÃO DA SUA
FUNÇÃO AMBIENTAL;
D) AS APP’S PREVISTAS NO CÓDIGO FLORESTAL SÃO GERAIS, PODEM
AINDA, OS ESTADOS E MUNICÍPIOS DEFNINIR EM SUA LEGISLAÇÃO
OUTRAS APP’S.
E) É PERMITIDO O ACESSO DE PESSOAS E ANIMAIS ÀS ÁREAS DE
PRESERVAÇÃO PERMANENTE PARA OBTENÇÃO DE ÁGUA E PARA
REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE BAIXO IMPACTO AMBIENTAL.
F) AS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE SÃO CONSIDERADAS
ÁREAS NÃO TRIBUTÁVEIS PARA FINS DE ITR.
3. DAS ÁREAS DE USO RESTRITO – PANTANAL E DECLIVIDADE ENTRE

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25º E 45º

1) Nos pantanais e planícies pantaneiras: é permitida a exploração ecologicamente


sustentável, devendo-se considerar as recomendações técnicas dos órgãos oficiais de
pesquisa.

2) Em áreas com declividade entre 25° e 45º: observadas boas práticas agronômicas e
de conservação de solo e água, as atividades antrópicas existentes nessas áreas poderão
ser mantidas sendo vedadas novas supressões de vegetação nativa.

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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSORA: LAURA MARIA BERTOTI

AULA 12
ÁREA DE RESERVA LEGAL

1. CONCEITO:

Reserva Legal é a área localizada no interior de uma PROPRIEDADE OU


POSSE RURAL, que deve ser mantida com cobertura de vegetação nativa, com a
função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do
imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e
promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna
silvestre e da flora nativa.
Ademais, as áreas de Reserva Legal são excluídas da base tributável do
Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), compreendendo esta uma função
extrafiscal do tributo.
Por fim, insta ressaltar que sua área deve ser mantida sem prejuízo da aplicação
das normas sobre as Áreas de Preservação Permanente.

2. REGRA GERAL

2.1 Imóvel localizado na Amazônia Legal:

• 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas;


• 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado;
• 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais.

Fonte: Cartilha do Código Florestal

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Fonte: https://nosenossascoisas.wordpress.com/2008/12/22/desconhecida-amazonia/

OBSERVAÇÕES:
1. Nos casos Do imóvel localizado na Amazônia legal em área de floresta, o poder
público poderá reduzir a Reserva Legal para até 50% (cinquenta por cento), para
fins de recomposição, quando o Município tiver mais de 50% (cinquenta por
cento) da área ocupada por unidades de conservação da natureza de domínio
público e por terras indígenas homologadas.
2. Nos casos da alínea a do inciso I, o poder público estadual, ouvido o Conselho
Estadual de Meio Ambiente, poderá reduzir a Reserva Legal para até 50%
(cinquenta por cento), quando o Estado tiver Zoneamento Ecológico-Econômico
aprovado e mais de 65% (sessenta e cinco por cento) do seu território ocupado
por unidades de conservação da natureza de domínio público, devidamente
regularizadas, e por terras indígenas homologadas.
3. CONVERSÃO PARA USO ALTERNATIVO DO SOLO: é possibilitado
quando as Áreas de Preservação Permanente conservadas ou em processo de
recuperação, somadas às demais florestas e outras formas de vegetação nativa
existentes em imóvel, ultrapassarem 80% (oitenta por cento) do imóvel rural
localizado em áreas de floresta na Amazônia Legal;

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2.2 Imóvel localizado nas demais regiões do País:

• 20% (vinte por cento).

Fonte: Cartilha do Código Florestal

2.3 Não será exigida Reserva Legal:

a) dos empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto;

b) das áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou


autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem
empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas
de transmissão e de distribuição de energia elétrica;

c) das às áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de implantação e ampliação


de capacidade de rodovias e ferrovias;

3. CÁLCULO DA RESERVA LEGAL

Cálculo da área de Reserva Legal admite soma com as APPs, desde que estejam
preservadas ou em processo de recomposição, não implique a conversão de novas áreas
para o uso alternativo do solo, tenha a inclusão do imóvel no Cadastro Ambiental Rural.

3.1 Observações:

3.1.1 Área Excedente:

O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal conservada e inscrita no


Cadastro Ambiental Rural - CAR, cuja área ultrapasse o mínimo, poderá utilizar a área
excedente para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva
Ambiental e outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.

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a) SERVIDÃO AMBIENTAL

Conceito e características: O proprietário ou possuidor de imóvel, pessoa natural ou


jurídica, pode, por instrumento público ou particular ou por termo administrativo
firmado perante órgão integrante do Sisnama, limitar o uso de toda a sua propriedade
ou de parte dela para preservar, conservar ou recuperar os recursos ambientais
existentes, instituindo servidão ambiental. Tal instituto definirá os direitos e deveres
do proprietário. Aplica-se a servidão somente ao EXCEDENTE de reserva legal e área
de preservação permanente, e pode ser onerosa ou gratuita (podendo alienar, ceder ou
transferir, total ou parcialmente, inclusive para entidade pública ou privada que tenha a
conservação ambiental como fim social), temporária ou perpétua.
Quando utilizada para compensação, deverá ser averbada na matrícula de todos os
imóveis envolvidos, bem como, em caso de alienação, cessão ou transferência da
servidão ambiental, o contrato deve ser averbado na matrícula do imóvel.
A servidão ambiental perpétua equivale, para fins creditícios, tributários e de
acesso aos recursos de fundos públicos, à Reserva Particular do Patrimônio Natural –
RPPN.
Em caso de transmissão do imóvel, a área de servidão não poderá ter
destinação diversa, até que termine o prazo previsto.

Previsão legal: Além da Lei 12.651/12, tem previsão na Lei 6.938/81 (art. 9º-A e
seguintes);

Prazo Mínimo: 15 (quinze) anos.


OBS.:

Deveres do proprietário do imóvel serviente (além dos previstos no contrato):

I - manter a área sob servidão ambiental;


II - prestar contas ao detentor da servidão ambiental sobre as condições dos
recursos naturais ou artificiais;
III - permitir a inspeção e a fiscalização da área pelo detentor da servidão
ambiental;
IV - defender a posse da área serviente, por todos os meios em direito admitidos.

Deveres do detentor da servidão (além dos previstos no contrato):

I - documentar as características ambientais da propriedade;


II - monitorar periodicamente a propriedade para verificar se a servidão ambiental
está sendo mantida;
III - prestar informações necessárias a quaisquer interessados na aquisição ou aos
sucessores da propriedade;
IV - manter relatórios e arquivos atualizados com as atividades da área objeto da
servidão;
V - defender judicialmente a servidão ambiental.

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COTA DE RESERVA AMBIENTAL

Conceito: A Cota de Reserva Ambiental – CRA é um título nominativo representativo


emitido pelo órgão competente do Sisnama em favor de proprietário de imóvel incluído
no CAR, que mantenha área com vegetação nativa, existente ou em processo de
recuperação. Cada cota representa 1ha de área com vegetação nativa primária ou com
vegetação secundária em qualquer estágio de regeneração ou recomposição ou, ainda,
de áreas de recomposição mediante reflorestamento com espécies nativas. Sendo criadas
a partir do excesso de área de reserva legal, a fim de negociar tais cotas com aqueles
proprietários que não possuem o mínimo de reserva legal. Ademais, a CRA só poderá
ser utilizada para compensar Reserva Legal de imóvel rural situado no mesmo bioma
da área à qual o título está vinculado.

Nestes termos pode ser instituída:

I - sob regime de servidão ambiental, instituída na forma da Lei nº 6.938/81;


II - correspondente à área de Reserva Legal instituída voluntariamente sobre a
vegetação que exceder os percentuais exigidos no art. 12 desta Lei;
III - protegida na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN;
IV - existente em propriedade rural localizada no interior de Unidade de Conservação
de domínio público que ainda não tenha sido desapropriada.
OBS.: A CRA não pode ser emitida com base em vegetação nativa localizada em
área de RPPN instituída em sobreposição à Reserva Legal do imóvel.

Registro: O vínculo da área submetida à CRA será averbado na matrícula do respectivo


imóvel no registro de imóveis competente. Outrossim, quando utilizada para
compensação da reserva legal, será averbada na matrícula do imóvel no qual se situa a
área vinculada ao título e na do imóvel beneficiário da compensação.

Uso da CRA: A CRA pode ser transferida, onerosa ou gratuitamente, a pessoa física ou
a pessoa jurídica de direito público ou privado, mediante termo assinado pelo titular da
CRA e pelo adquirente.

Responsabilidade do proprietário do imóvel: o proprietário do imóvel rural em que


se situa a área vinculada à CRA tem responsabilidade plena pela manutenção das
condições de conservação da vegetação nativa da área que deu origem ao título. Bem
como, a transmissão inter vivos ou causa mortis do imóvel não elimina nem altera o
vínculo de área contida no imóvel à CRA.

Cancelamento: O cancelamento da CRA deve ser averbado na matrícula do imóvel no


qual se situa a área vinculada ao título e do imóvel no qual a compensação foi aplicada.
Assim, a CRA somente poderá ser cancelada nos seguintes casos:
I - por solicitação do proprietário rural, em caso de desistência de manter áreas nas
condições necessárias;
II - automaticamente, em razão de término do prazo da servidão ambiental;

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III - por decisão do órgão competente do Sisnama, no caso de degradação da vegetação


nativa da área vinculada à CRA cujos custos e prazo de recuperação ambiental
inviabilizem a continuidade do vínculo entre a área e o título.

3.1.2 SOMA DAS APP’S:

O cômputo das APP’S aplica-se a todas as modalidades de cumprimento da


Reserva Legal, abrangendo a regeneração, a recomposição e a compensação.

4. LOCALIZAÇÃO DA RESERVA LEGAL

Deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios:

 o plano de bacia hidrográfica;


 o Zoneamento Ecológico-Econômico
 a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área
de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra
área legalmente protegida;
 as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
 as áreas de maior fragilidade ambiental.

A localização da Reserva Legal deverá ser aprovada pelo órgão estadual


integrante do Sisnama ou instituição por ele habilitada após a inclusão do imóvel no
CAR.

5. REGISTRO DA RESERVA LEGAL

 Através da inscrição no CAR (Cadastro Ambiental Rural), sendo vedada a


alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de
desmembramento.
 A transferência da posse implica a sub-rogação das obrigações assumidas no
termo de compromisso.
 O registro da Reserva Legal no CAR desobriga a averbação no Cartório de
Registro de Imóveis.

6. USO DA RESERVA LEGAL E O MANEJO SUSTENTÁVEL DA


VEGETAÇÃO FLORESTAL DA RESERVA LEGAL

A) COLETA DE PRODUTOS FLORESTAIS NÃO MADEIREIROS

O Código Florestal possibilita a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais


como frutos, cipós, folhas e sementes, devendo-se observar:
I - os períodos de coleta e volumes fixados em regulamentos específicos, quando
houver;

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II - a época de maturação dos frutos e sementes;


III - técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de indivíduos e da
espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, resinas, cipós, bulbos,
bambus e raízes.

B) MANEJO FLORESTAL SEM PROPÓSITO COMERCIAL

Nas propriedades de até 4 MF Nas propriedades com mais de 4 MF


Independentemente de autorização Independe de autorização dos órgãos
(bastando simples declaração), desde que competentes (bastando simples declaração
sejam respeitados os seguintes limites: prévia com o motivo e o volume
explorado), com seguinte limite:
• 2 metros cúbicos por hectare (por
unidade familiar); • exploração anual a 20 (vinte)
• 15 metros cúbicos por ano; metros cúbicos.
• 15% da biomassa;

C) MANEJO FLORESTAL COM PROPÓSITO COMERCIAL

Depende de autorização do órgão competente e deverá:


• não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação da
vegetação nativa da área;
• assegurar a manutenção da diversidade das espécies;
• conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que favoreçam
a regeneração de espécies nativas.

7. REGRA TRANSITÓRIA

7.1 DEFINIÇÃO DA ÁREA DE RESERVA LEGAL

Imóveis com até 4 MF Imóveis com mais de 4 MF


Imóveis rurais com vegetação nativa com Imóveis rurais com vegetação nativa com
área inferior ao mínimo legal em 22 de área inferior ao mínimo legal em 22 de
julho de 2008: julho de 2008, devem seguir as seguintes
alternativas:
I- a Reserva Legal será constituída com
a área ocupada com a vegetação nativa I - recompor a Reserva Legal (em até 20
existente em 22 de julho de 2008, anos);
vedadas novas conversões para uso
alternativo do solo. II - permitir a regeneração natural da
vegetação na área de Reserva Legal;

III - compensar a Reserva Legal.

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7.1.1 RECOMPOSIÇÃO DE RESERVA LEGAL

A recomposição poderá ser realizada mediante o plantio intercalado de espécies


nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema agroflorestal, observados os seguintes
parâmetros:

 o plantio de espécies exóticas deverá ser combinado com as espécies


nativas de ocorrência regional;
 a área recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a 50%
(cinquenta por cento) da área total a ser recuperada.

7.1.2 COMPENSAÇÃO DA RESERVA LEGAL

Poderá ser feita mediante:


 aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
 arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva Legal;
 doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de
Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária;
 cadastramento de outra área equivalente e excedente à Reserva Legal, em
imóvel de mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiro, com
vegetação nativa estabelecida, em regeneração ou recomposição, desde
que localizada no mesmo bioma.

Ademais, as áreas a serem utilizadas para compensação deverão:


 ser equivalentes em extensão à área da Reserva Legal a ser compensada;
 estar localizadas no mesmo bioma da área de Reserva Legal a ser
compensada;
 se fora do Estado, estar localizadas em áreas identificadas como
prioritárias pela União ou pelos Estados.

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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSORA: LAURA MARIA BERTOTI

AULA 13
SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO PARA USO ALTERNATIVO DO SOLO

• A supressão de vegetação nativa: dependerá do cadastramento do imóvel no


CAR e de prévia autorização do órgão estadual.
• Flora ou da fauna ameaçada de extinção: dependerá da adoção de medidas
compensatórias e mitigadoras que assegurem a conservação da espécie.

CADASTRO AMBIENTAL RURAL

• Obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as


informações ambientais das propriedades e posses rurais, compondo base de
dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental e econômico e
combate ao desmatamento.
• Data limite: 31 DE DEZEMBRO DE 2020.

EXPLORAÇÃO FLORESTAL

A) EXPLORAÇÃO DE FLORESTAS NATIVAS

O manejo florestal sustentável, com finalidade comercial, é a técnica que deve ser
usada por pessoas que visam, simplesmente, à exploração da vegetação nativa para
carvoejamento e obtenção de lenha e madeira. Ademais, tal exploração dependerá:

• Licenciamento;
• Aprovação do Plano de Manejo Florestal Sustentável - PMFS.

Fonte: Cartilha do Código Florestal

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B) EXPLORAÇÃO DE FLORESTAS PLANTADAS

Deverão ter o Plano de Suprimento Sustentável – PSS aprovado pelo órgão


competente. A produção será equivalente ao consumo de matéria-prima florestal pela
atividade industrial.
Ademais, nos casos de carvão vegetal ou lenha, estabelecerá utilização
EXCLUSIVA de matéria-prima oriunda de florestas plantadas ou de Plano de
Manejo Florestal Sustentável.

DO CONTROLE DA ORIGEM DOS PRODUTOS FLORESTAIS

1. EXTRAÇÃO DE MADEIRA, CARVÃO E OUTROS PRODUTOS


FLORESTAIS
A) CONSIDERAÇÕES INICIAIS

É livre a extração nas áreas não consideradas Áreas de Preservação


Permanente e Reserva Legal.
Extração de espécies nativas plantadas em área de uso alternativo do solo
serão permitidos independentemente de autorização prévia, devendo o plantio ou
reflorestamento estar previamente cadastrado no órgão ambiental competente e a
exploração ser previamente declarada nele para fins de controle de origem.

Fonte: Adaptado de Cartilha do Código Florestal

B) TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO

• Requer licença do órgão competente;


• A licença será formalizada por meio da emissão do DOF, que deverá
acompanhar o material até o beneficiamento final;

C) COMÉRCIO (plantas vivas ou flora nativa)

• Depende de licença do órgão estadual e registro no Cadastro Técnico Federal


de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos
Ambientais;

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• Para exportação de plantas vivas e outros produtos da flora dependerá de


licença do órgão federal;

PROIBIÇÃO DO USO DE FOGO E DO CONTROLE DOS INCÊNDIOS

USO DE FOGO NA VEGETAÇÃO

I - em locais ou regiões cujas peculiaridades justifiquem (agropastoris ou florestais –


aprovação do órgão estadual);

II - emprego da queima controlada em Unidades de Conservação (plano de manejo


e prévia aprovação do órgão gestor da UC);

III - atividades de pesquisa científica (projeto de pesquisa devidamente aprovado


pelos órgãos competentes e realizada por instituição de pesquisa reconhecida).

DO CONTROLE DO DESMATAMENTO

O órgão ambiental competente, ao tomar conhecimento do desmatamento em desacordo


com o disposto nesta Lei, deverá EMBARGAR a obra ou atividade que deu causa ao
uso alternativo do solo, como medida administrativa voltada a impedir a continuidade
do dano ambiental, propiciar a regeneração do meio ambiente e dar viabilidade à
recuperação da área degradada.

DA AGRICULTURA FAMILIAR

a) A intervenção e a supressão de vegetação em APP ou RL para as atividades


eventuais ou de baixo impacto ambiental, dependerão de simples declaração ao
órgão ambiental competente, desde que esteja o imóvel devidamente inscrito no
CAR.
b) Para cumprimento da manutenção da área de RL, poderão ser computados os
plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, compostos por
espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em consórcio com
espécies nativas da região em sistemas agroflorestais.
c) O manejo sustentável da Reserva Legal para exploração florestal eventual, para
consumo próprio, independe de autorização dos órgãos ambientais competentes,
limitada a retirada anual de material lenhoso a 2 m³/há, não podendo
comprometer mais de 15% da biomassa da Reserva Legal nem ser superior a 15
m³/ano de lenha para uso doméstico.
d) É desobrigado a reposição florestal se a matéria-prima florestal for utilizada para
consumo próprio.
e) O manejo florestal madeireiro sustentável da RL com propósito comercial direto
ou indireto depende de autorização simplificada do órgão ambiental competente.

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DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
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AULA 14
LEI DE AGROTÓXICOS

1. CONCEITO

A Lei nº 7.802/1989 (Lei dos Agrotóxicos) define agrotóxicos e afins os produtos


e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores
de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas
pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e
também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a
composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres
vivos considerados nocivos, bem como, substâncias e produtos, empregados como
desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento.

2. PREVISÃO LEGAL

Em nível Federal tem-se:

 Lei nº 7.802/89;

Dispõe sobre a pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e


rotulagem, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial,
a utilização, a importação, a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o
registro, a classificação, o controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus
componentes e afins, e dá outras providências.

 Decreto nº 4.074/02;

Regulamenta a Lei no 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a


pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação,
a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o
controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins, e dá
outras providências.

 Decreto nº 5.549/05;

Dá nova redação e revoga dispositivos do Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de


2002, que regulamenta a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre a
pesquisa, a experimentação, a produção, a embalagem e rotulagem, o transporte, o
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armazenamento, a comercialização, a propaganda comercial, a utilização, a importação,


a exportação, o destino final dos resíduos e embalagens, o registro, a classificação, o
controle, a inspeção e a fiscalização de agrotóxicos, seus componentes e afins.

3. INFORMAÇÕES

Fonte: Texto 2, Redação, Concurso Vestibular UFSC 2019

Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_nacional_vigilancia_populacoes_expostas_agrotoxic
os.pdf

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Fonte:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/relatorio_nacional_vigilancia_populacoes_expostas_agrotoxic
os.pdf

4. REGISTRO DE NOVOS PRODUTOS

Atualmente o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),


IBAMA, e ANVISA são responsáveis pela aprovação do registro de novos produtos, de
forma conjunta, cada qual responsável pela análise do produto na sua área de atuação,
respectivamente, agricultura, meio ambiente e saúde.
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Somente será registrado novo produto quando sua ação tóxica sobre o ser
humano e o meio ambiente for comprovadamente igual ou menor do que a
daqueles já registrados.
Ademais, serão aprovados somente se:
a) houver métodos para desativação de seus componentes no Brasil, de modo a
impedir que os seus resíduos remanescentes provoquem riscos ao meio ambiente e à
saúde pública;
b) haja antídoto ou tratamento eficaz no Brasil;
c) não revelem características teratogênicas (danos ao feto ou gravidez),
carcinogênicas ou mutagênicas, de acordo com os resultados atualizados de
experiências da comunidade científica;
d) não provoquem distúrbios hormonais, danos ao aparelho reprodutor, de acordo
com procedimentos e experiências atualizadas na comunidade científica;
e) não se revelem mais perigosos para o homem do que os testes de laboratório,
com animais, tenham podido demonstrar, segundo critérios técnicos e científicos
atualizados;
f) cujas características não causem danos ao meio ambiente.

Sendo assim, tem-se o seguinte:

5. IMPUGNAÇÃO E CANCELAMENTO DE REGISTRO

Possuem legitimidade para requerer o cancelamento ou a impugnação, face


prejuízos ao meio ambiente, à saúde humana e dos animais:
I - entidades de classe, representativas de profissões ligadas ao setor;
II - partidos políticos, com representação no Congresso Nacional;
III - entidades legalmente constituídas para defesa dos interesses difusos
relacionados à proteção do consumidor, do meio ambiente e dos recursos naturais.

6. COMPETÊNCIA DE LEGISLATIVA E ADMINISTRATIVA

Atualmente a competência é estendida à União, Estados, Municípios e Distrito


Federal.

7. EMBALAGEM

As embalagens dos agrotóxicos devem conter os seguintes requisitos:


I - devem ser projetadas e fabricadas de forma a impedir qualquer vazamento,
evaporação, perda ou alteração de seu conteúdo e de modo a facilitar as operações de
lavagem, classificação, reutilização e reciclagem;
II - os materiais de que forem feitas devem ser insuscetíveis de ser atacados pelo
conteúdo ou de formar com ele combinações nocivas ou perigosas;
III - devem ser suficientemente resistentes em todas as suas partes, de forma a não
sofrer enfraquecimento e a responder adequadamente às exigências de sua normal
conservação;

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IV - devem ser providas de um lacre que seja irremediavelmente destruído ao ser


aberto pela primeira vez.

8. RÓTULO

O rótulo deve conter as seguintes indicações para a identificação do produto:


a) o nome do produto;
b) o nome e a percentagem de cada princípio ativo e a percentagem total dos
ingredientes inertes que contém;
c) a quantidade de agrotóxicos, componentes ou afins, que a embalagem contém,
expressa em unidades de peso ou volume, conforme o caso;
d) o nome e o endereço do fabricante e do importador;
e) os números de registro do produto e do estabelecimento fabricante ou importador;
f) o número do lote ou da partida;
g) um resumo dos principais usos do produto;
h) a classificação toxicológica do produto;

9. CLASSIFICAÇÃO

Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/4016300/GUIA++Elabora%C3%A7%C3%A3o+de+R%C3%B3tulo+e+Bula+-
+vers%C3%A3o+28-9-2017+DIARE.pdf/85a0fb5f-a18b-478c-b6ea-e6ae58d9202a?version=1.0

10. PROPAGANDA

Deve apontar os riscos ao homem, animais e meio ambiente.

11. VENDA

Somente com receituário.

12. RESPONSABILIZAÇÃO

Caberá aos infratores que causarem danos à saúde das pessoas e ao meio
ambiente, responsabilização CIVIL, PENAL e ADMINISTRATIVA, quando a
produção, comercialização, utilização, transporte e destinação de embalagens vazias de
agrotóxicos, seus componentes e afins, não cumprirem o disposto na legislação
pertinente.

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Neste sentido poderão ser responsabilizados:

a) ao profissional, quando comprovada receita errada, displicente ou indevida;


b) ao usuário ou ao prestador de serviços, quando proceder em desacordo
com o receituário ou as recomendações do fabricante e órgãos registrantes e sanitário-
ambientais;
c) ao comerciante, quando efetuar venda sem o respectivo receituário ou em
desacordo com a receita ou recomendações do fabricante e órgãos registrantes e
sanitário-ambientais;
d) ao registrante que, por dolo ou por culpa, omitir informações ou fornecer
informações incorretas;
e) ao produtor, quando produzir mercadorias em desacordo com as
especificações constantes do registro do produto, do rótulo, da bula, do folheto e da
propaganda, ou não der destinação às embalagens vazias em conformidade com a
legislação pertinente;
f) ao empregador, quando não fornecer e não fizer manutenção dos
equipamentos adequados à proteção da saúde dos trabalhadores ou dos equipamentos na
produção, distribuição e aplicação dos produtos.

Sanções específicas:

Art. 15. Aquele que produzir, comercializar, transportar, aplicar, prestar serviço, der
destinação a resíduos e embalagens vazias de agrotóxicos, seus componentes e afins,
em descumprimento às exigências estabelecidas na legislação pertinente estará
sujeito à pena de reclusão, de dois a quatro anos, além de multa.

Art. 16. O empregador, profissional responsável ou o prestador de serviço, que


deixar de promover as medidas necessárias de proteção à saúde e ao meio ambiente,
estará sujeito à pena de reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, além de multa de
100 (cem) a 1.000 (mil) MVR. Em caso de culpa, será punido com pena de
reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, além de multa de 50 (cinqüenta) a 500
(quinhentos) MVR.

Art. 17. Sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis, a infração de
disposições desta Lei acarretará, isolada ou cumulativamente, nos termos previstos
em regulamento, independente das medidas cautelares de estabelecimento e
apreensão do produto ou alimentos contaminados, a aplicação das seguintes
sanções:
I - advertência;
II - multa de até 1000 (mil) vezes o Maior Valor de Referência - MVR, aplicável em
dobro em caso de reincidência;
III - condenação de produto;
IV - inutilização de produto;
V - suspensão de autorização, registro ou licença;
VI - cancelamento de autorização, registro ou licença;

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VII - interdição temporária ou definitiva de estabelecimento;


VIII - destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, com resíduos acima do
permitido;
IX - destruição de vegetais, partes de vegetais e alimentos, nos quais tenha havido
aplicação de agrotóxicos de uso não autorizado, a critério do órgão competente.

13. PROJETO DE LEI 6.299/02

REQUISITO LEI 7.802/89 PL 6.299/02

REGISTRO DE NOVOS MAPA, ANVISA E órgão federal responsável


PRODUTOS IBAMA pelo setor da agricultura

RISCOS Não será aprovado se sua Não será aprovado se


ação tóxica sobre o ser apresentar risco
humano e o meio inaceitável para os seres
ambiente for humanos ou para o meio
comprovadamente igual ambiente, ou seja,
ou menor do que a permanecer inseguro
daqueles já registrados; mesmo com a
Bem como riscos implementação das
teratogênicas (danos ao medidas de gestão de
feto ou gravidez), risco
carcinogênicas ou
mutagênicas

RESPONSABILIZAÇÃO CIVIL, PENAL E CIVIL, PENAL E


ADMINISTRATIVA ADMINISTRATIVA –
aplicada pelo órgão
registrante

COMPETÊNCIA União, Estados, DF e União e supletivamente


LEGISLATIVA E Municípios Estados e Distrito Federal
FISCALIZATÓRIA

PROPAGANDA Deve apontar os riscos ao Somente informações


homem, animais e meio técnicas
ambiente

Registro por equivalência e --- Formulação diferente


genérico

14. TÉCNICAS PARA EVITAR O USO DE AGROTÓXICO


a) Controle Biológico

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Trata-se de introduzir parasitas, predadores ou patógenos das pragas existentes


no meio rural.

b) Manejo Integrado de Pragas


Para que isso aconteça, é necessário compreender as relações existentes entre
as espécies da plantação, os insetos invasores e os predadores.
A colheita em épocas do ano desfavoráveis às infestações ajuda a melhorar os
resultados, sem que seja necessária a aplicação de agroquímicos.
O uso de sementes mais resistentes é uma prática importante. Algumas plantas
desenvolveram mecanismo de defesa com o passar do tempo e não são afetadas pelas
infestações. Antes de adotar essa prática, tenha cuidado, pois alguns resultados não são
duradouros e o desenvolvimento de sementes demanda tempo.
A utilização de barreiras físicas não pode ser deixada de lado também. Valas e
coberturas plásticas ajudam na proteção da lavoura porque dificultam a locomoção de
insetos. Não se esqueça da importância da rotação de cultura e da seleção das áreas de
cultivo. Essas práticas melhoram a qualidade do solo.

c) Técnicas Agrícolas
A rotatividade é uma técnicas agrícolas que auxilia no controle de pragas.

PARA REFLETIR:
Levantamento do MPSC aponta que 22 municípios do estado recebem água com
agrotóxicos: https://www.mpsc.mp.br/noticias/levantamento-do-mpsc-aponta-que-
22-municipios-do-estado-recebem-agua-com-agrotoxicos

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CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
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AULA 15
RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS AMBIENTAIS

1. CONCEITO

Trata-se da responsabilização do autor do fato de forma a condená-lo à


reparação ou indenização dos danos causados ao meio ambiente. O objetivo da
responsabilidade civil é de reparar o meio ambiente, não tendo caráter punitivo.

2. NATUREZA JURÍDICA

A reponsabilidade civil por danos ambientais tem natureza OBJETIVA, sendo


adotada a TEORIA DO RISCO INTEGRAL, ou seja, o poluidor deverá reparar ou
indenizar os danos causados ao meio ambiente independentemente da constatação de
dolo ou culpa.

2.1 Teoria do Risco Integral

Na teoria do risco integral não há necessidade de comprovação de dolo ou


culpa, vez que, são suficientes os pressupostos do dano e do nexo causal. A atividade
realizada pode ser lícita ou não, todavia, em hipótese da ocorrência de danos ao meio
ambiente deverá repará-lo.
O pressuposto de sua aplicação nos casos de danos ambientais é de que aquele
que explora atividade econômica é considerado GARANTIDOR, devendo, portanto,
prevenir os riscos para o meio ambiente, caso não o faça, deverá reparar ou indenizar os
danos causados. Assim, esta teoria aplica simultaneamente os princípios da prevenção e
do poluidor pagador.

3. PREVISÃO LEGAL

Art. 14, §1º, da Lei nº 6.938/91:

Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação


federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas
necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e
danos causados pela degradação da qualidade ambiental
sujeitará os transgressores:
(...)

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§ 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste


artigo, é o poluidor obrigado, INDEPENDENTEMENTE DA
EXISTÊNCIA DE CULPA, a indenizar ou reparar os danos
causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá
legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e
criminal, por danos causados ao meio ambiente.

Art. 225, § 3º, da CF:


§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio
ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a
sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.

4. REPARAÇÃO OU INDENIZAÇÃO?

A preferência será sempre da reparação do meio ambiente, todavia, nos casos


em que a reparação não for possível, o agente causador do dano deverá promover a
indenização. Esta indenização será revertida em favor do meio ambiente.

5. EXCLUDENTES DA RESPONSABILIDADE CIVIL

Por adotar-se a teoria do risco integral NÃO SÃO APLICÁVEIS, nos casos de
dano ambiental, as excludentes da responsabilidade civil como CASO FORTUITO
(proveniente de atos humanos como greve e guerra), FORÇA MAIOR (decorrente de
força da natureza como chuva, vento, raio), CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA
(acidente de trânsito), conforme entendimento pacificado no STJ (RESP 1.114.398-PR;
RESP 1.354.536 – SE).

6. POLUIDOR

O Art. 3º, inciso IV da Lei nº 6.938/81, pontua:

IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou


privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade
causadora de degradação ambiental;

É considerado poluidor, a pessoa física ou jurídica, de Direito Público ou


Direito Privado, que cause direta ou indiretamente danos ao meio ambiente através de
sua atividade.

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7. SOLIDARIEDADE

Nas ações de responsabilidade civil, não há necessidade de litisconsórcio


passivo e, por isso, os poluidores podem ser demandados de forma conjunta ou isolados.

8. AÇÃO CIVIL PÚBLICA

8.1 Conceito

É um instrumento processual destinado à proteção de direitos difusos, coletivos


e individuais homogêneos, ou seja, é a ação utilizada para a responsabilização civil por
danos morais e patrimoniais referente aos danos causados ao meio ambiente é a AÇÃO
CIVIL PÚBLICA.

8.2 Previsão Legal

É regida pela Lei nº 7.347/85.

8.3 Legitimidade Ativa (quem pode propor)

Art. 5° da Lei nº 7.347/85:

1. o Ministério Público;
2. a Defensoria Pública;
3. a União, os Estados, os Municípios;
4. autarquias, empresas públicas, fundação pública, sociedade de economia mista;
5. associação constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil, e que
inclua entre as suas finalidades institucionais a proteção a um dos interesses de
que cuida a lei;

8.4 Atuação do Ministério Público

O Ministério Público na Ação Civil Pública poderá configurar (Art. 5°, §1° da
Lei nº 7.347/85):

• como parte autora;


• fiscal da lei;
Convém registrar que mesmo o Ministério Público atue como fiscal, em caso
de desistência da ação por parte do autor, este poderá assumir a titularidade.
Ainda, o Ministério Público para propor a Ação Civil Pública poderá valer-se
do INQUÉRITO CIVIL (Art. 8°, §1° da Lei nº 7.347/85).

INQUÉRITO CIVIL: procedimento administrativo e investigatório, com objetivo


de recolher provas e/ou elementos de convicção para fundamentar a Ação Civil
Pública.

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8.5 Consequências da procedência da ação civil pública

Art. 3° da Lei nº 7.347/85 :

• condenação em dinheiro;
• cumprimento de obrigação de fazer e/ou não fazer (sob pena de multa diária
– Art. 11 da Lei nº 7.347/85);

8.6 Foro competente


Em regra será àquele do local onde ocorreu o dano.
8.7 Cautelares e pedido de liminar (art. 4° da Lei nº 7.347/85):
São pedidos judiciais urgentes a fim de evitar danos irreparáveis ou de difícil
reparação, geralmente requerendo obrigação de fazer ou não fazer em desfavor do
causador do dano.

8.8 Termo de ajustamento de conduta (TAC) ou termo de


compromisso de ajustamento de conduta (TCA) – art. 5°, §6° Lei nº 7.347/85:

• Órgãos legitimados;
• Conterá cominações;
• Título executivo extrajudicial;

8.9 Estrutura do Pedido Inicial

 ENDEREÇAMENTO ao juiz e local competente(foro):

 QUALIFICAÇÃO DAS PARTES (Descrição dos envolvidos):

a)Inicia pelo(s) autor(es) (quem está propondo a ação), podendo ser qualquer
um daqueles citados no art. 5° da Lei
7.347/85;

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b)em face do(s) réu(s)(aqueles que causaram o dano ambiental);

• NARRAÇÃO DOS FATOS (narração do fato e do dano causado):

• CABIMENTO DA AÇÃO (em que se demonstra a previsão legal para a


proposição da ação civil pública), há a citação do art. 129, III da CF (se o MP for autor
da ação) e arts. 1° e 5° da Lei 7.437/85:

• DO DIREITO (cita a legislação violada e como o fato viola tais


dispositivos legais, fundamentando/justificando a ação, a necessidade de punição de
fazer/não fazer/indenizar):

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• TUTELA ANTECIPADA (pode existir ou não, depende do caso, se for


necessária a antecipação de uma ordem a fim de evitar dano irreparável ou de difícil
reparação, pedindo a aplicação da multa diária em caso de descumprimento do réu da
ordem concedida pelo juiz):

• INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA(o réu deve comprovar que não


cometeu a infração, medida aplicada para garantir o acesso à justiça):

• PEDIDOS (momento em que requer-se ao juiz a citação da parte ré, a


condenação da parte ré, a aplicação de multa, etc):

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8.10 Procedimento

Obedece à Lei nº 7.347/85 e subsidiariamente o Código de Processo Civil.

DANO DENÚNCIA INQUÉRITO ARQUIVAME


AMBIENTAL CIVIL NTO

CUMPRIMENT DECISÃO TUTELA PEDIDO


O OU RECURSO INTERLOCUTÓ ANTECIPADA JUDICIAL
RIA
CUMPRIMENT SENTENÇA INSTRUÇÃO DO
O OU RECURSO PROCESSO E
AUDIÊNCIA
(PERÍCIA,
TESTEMUNHAS,
ETC)

9. AÇÃO POPULAR

Previsão Legal: Art. 5º, inciso LXXII da CF e Lai nº 4.717/65.


Polo Ativo: Qualquer cidadão (pessoa física, nacional, e com fruição plena de seus
direitos políticos);
Objetivo: Anular ato lesivo ao patrimônio público, patrimônio de entidade que o Estado
participe, moralidade administrativa, meio ambiente e patrimônio histórico e cultural.
Foro: Local do ato.

CRIMES AMBIENTAIS

1. PREVISÃO LEGAL:

• CONSTITUIÇÃO FEDERAL: ART. 225, §3°: “§ 3º As condutas e


atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas
físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.”

• Lei nº 9.605/98;

2. PENALIDADES:

a) PESSOA FÍSICA:

I – multa;
II – restritivas de direito; (Art. 8° da Lei nº 9.605/98)
III - privativas de liberdade;

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b) PESSOA JURÍDICA (Art. 21 da Lei nº 9.605/98):

I - multa;
II - restritivas de direitos;
III - prestação de serviços à comunidade. (Art. 23 da Lei nº 9.605/98)

Obs.: Empresas com o fim de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime, sofrerão
liquidação forçada da empresa, sendo seu patrimônio considerado instrumento de crime.
(Art. 24 da Lei nº 9.605/98)

2.1 Penas restritivas de direito:

a) PESSOA FÍSICA (Art. 8° da Lei nº 9.605/98):

I - prestação de serviços à comunidade; (Art. 9° da Lei nº 9.605/98)


II - interdição temporária de direitos; (Art. 10 da Lei nº 9.605/98)
III - suspensão parcial ou total de atividades; (Art. 11 da Lei nº 9.605/98)
IV - prestação pecuniária; (Art. 12 da Lei nº 9.605/98)
V - recolhimento domiciliar. (Art. 13 da Lei nº 9.605/98)

b) PESSOA JURÍDICA (Art. 22 da Lei nº 9.605/98):

I - suspensão parcial ou total de atividades; (§1°)


II - interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade; (§2°)
III - proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter
subsídios, subvenções ou doações. (§3°)

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3. FASE ANTERIOR AO PROCESSO AMBIENTAL

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4. FASE PROCESSUAL

TRANSAÇÃO PENAL (Art. 27):


- Anterior ao processo;
- Menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a 2 (dois) anos);
- Pena restritiva de direito ou multa;
- Desde que haja prévia composição do dano (salvo comprovada impossibilidade);

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (Art. 28)

- Aplica-se a suspensão de processo por dois a quatro anos, desde que o


acusado não esteja sendo processado ou não tenha condenação por outro crime,
não seja reincidente em crime doloso, bem como, a culpabilidade, os
antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, e os motivos e as
circunstâncias autorizem a concessão do benefício;

- Previsão:

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Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de


1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos nesta
Lei, com as seguintes modificações:

I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o 5º do artigo


referido no caput, dependerá de laudo de constatação de reparação do dano
ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no inciso I do 1º do
mesmo artigo;
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido completa
a reparação, o prazo de suspensão do processo será prorrogado, até o
período máximo previsto no artigo referido no caput, acrescido de mais um
ano, com suspensão do prazo da prescrição;
(...)
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo laudo
de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, conforme seu
resultado, ser novamente prorrogado o período de suspensão, até o máximo
previsto no inciso II deste artigo, observado o disposto no inciso III;
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção de
punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter o
acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do dano.

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA (Art. 16):


- Posterior à condenação;
- Pena privativa de liberdade não superior à 3 anos;
- Desde que o condenado não seja reincidente em crime doloso;
- A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente,
bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do
benefício;
- Não seja indicada ou cabível a substituição por pena restritiva de direito;

TERMO DE COMPROMISSO (Art. 79):


- Órgãos Ambientais do SISNAMA;
- Título executivo extrajudicial;
- Elementos: qualificação, prazo de duração, descrição do objeto, valor,
cronograma, valor da multa, foro;

5. DOSIMETRIA DA PENA (SISTEMA TRIFÁSICO):

Após verificada a PENA ABSTRATA (prevista direto no artigo) com ou sem


qualificadora:

• Fixação da Pena Base; (Art. 6° da Lei 9.605/98 e Art. 59 do Código Penal: “Art.
59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime”)

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• Análise das atenuantes (Art. 14) e agravantes (Art. 15) – circunstâncias legais e
só aplicadas se não se enquadrarem como demais institutos (1/6);

• Análise das causas de aumento e diminuição (previstas nos artigos das infrações.
Ex.: Art. 29, §4° da Lei 9.605/98)

6. INFRAÇÕES:

a) Crimes contra a fauna (Art. 29 a 37);


Ex.: Art. 29. Matar, perseguir, caçar, apanhar, utilizar espécimes da fauna silvestre,
nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da
autoridade competente, ou em desacordo com a obtida:
Pena abstrata: de detenção de 6 meses a 1 ano;

b) Crime contra a flora (Art. 38 a 53);


Ex.: Art. 40. Causar dano direto ou indireto às Unidades de Conservação e às áreas de
que trata o art. 27 do Decreto nº 99.274, de 6 de junho de 1990, independentemente de
sua localização:
Pena - reclusão, de um a cinco anos.

c) Poluição e outros crimes ambientais (Art. 54 a 61)


Ex.: Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou
possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais
ou a destruição significativa da flora:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

d) Crimes contra o Ordenamento Urbano e o Patrimônio Cultural (Art. 62 a


65)
Ex.: Art. 65. Pichar ou por outro meio conspurcar edificação ou monumento urbano:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.

e) Contra a Administração Ambiental (Art. 66 a 69)


Ex.: Art. 68. Deixar, aquele que tiver o dever legal ou contratual de fazê-lo, de cumprir
obrigação de relevante interesse ambiental:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.

INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS

1. PREVISÃO LEGAL:

- Lei 9.605/98: Arts. 70 a 76

- Decreto 6.514/08

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2. CONCEITO (Art. 70 da Lei 9.605/98 ): “Art. 70. Considera-se infração


administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas
de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio ambiente.”;

3. PROCESSO ADMINISTRATIVO PRÓPRIO (Art. 71 da Lei 9.605/98 );


O processo administrativo para apuração de infração ambiental:

 Constatada a ocorrência de infração administrativa ambiental, será


lavrado auto de infração, do qual deverá ser dado ciência ao autuado,
assegurando-se o contraditório e a ampla defesa
 O autuado será intimado da lavratura do auto de infração: pessoalmente,
por seu representante legal, por carta registrada com aviso de
recebimento, por edital, se estiver o infrator autuado em lugar incerto,
não sabido ou se não for localizado no endereço.
 Por ocasião da lavratura do auto de infração, o autuado será notificado
para, querendo, comparecer ao órgão ou à entidade da administração
pública federal ambiental em data e horário agendados, a fim de
participar de audiência de conciliação ambiental.
 O não comparecimento do autuado à audiência de conciliação ambiental
será interpretado como ausência de interesse em conciliar e dará início ao
prazo para apresentação da defesa contra o auto de infração.
 Ainda, o autuado poderá, no prazo de vinte dias, contado da data da
ciência da autuação, apresentar defesa contra o auto de infração, cuja
fluência fica sobrestada até a data de realização da audiência de
conciliação ambiental.
 Ao autuado caberá a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do
dever atribuído à autoridade julgadora para instrução do processo.
 Encerrada a instrução, o autuado terá o direito de manifestar-se em
alegações finais, no prazo máximo de dez dias. .
 A autoridade competente terá trinta dias para julgar o auto de infração,
contados da data da sua lavratura, apresentada ou não a defesa ou
impugnação;
 Após, o infrator terá vinte dias para recorrer da decisão condenatória à
instância superior do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,
ou à Diretoria de Portos e Costas, do Ministério da Marinha, de acordo
com o tipo de autuação, OU cinco dias para o pagamento de multa,
contados da data do recebimento da notificação.

4. PENALIDADES (Art. 72 da Lei 9.605/98 e Art. 3° do Decreto 6.514/08):


 advertência; (Art. 5° do Decreto 6.514/08)
 multa simples;
 multa diária;
 apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e flora, instrumentos,
petrechos, equipamentos ou veículos de qualquer natureza utilizados na
infração;

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 destruição ou inutilização do produto; (Art. 14 do Decreto 6.514/08)


 suspensão de venda e fabricação do produto;
 embargo de obra ou atividade;
 demolição de obra;
 suspensão parcial ou total de atividades;
 restritiva de direitos.

- Multa (Art. 72):


1. Espécies:
a) multa simples (Art. 72, §3°): o agente, por negligência ou dolo:
I - advertido por irregularidades que tenham sido praticadas, deixar de saná-las
no prazo determinado;
II - opuser embaraço à fiscalização dos órgãos do SISNAMA ou responsáveis;
OBS.: Pode ser convertida em serviços de preservação, melhoria e
recuperação da qualidade do meio ambiente.
b) multa diária (Art. 72, §5° da Lei 9.605/98 e Art. 10 do Decreto 6.514/08) :
o cometimento da infração se prolongar no tempo;
2. Base para fixação do valor: a unidade, hectare, metro cúbico, quilograma
ou outra medida pertinente, de acordo com o objeto jurídico lesado. (Art. 74 da
Lei 9.605/98 e Art. 8° do Decreto 6.514/08)
3. Deve ser fixada no mínimo em R$ 50,00 (cinquenta reais) e no máximo
em R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais). (Art. 75 da Lei 9.605/98 e
Art. 9° do Decreto 6.514/08)

- Pena restritiva de direito (Art. 72, §8°):


I - suspensão de registro, licença ou autorização;
II - cancelamento de registro, licença ou autorização;
III - perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
IV - perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
V - proibição de contratar com a Administração Pública, pelo período de até
três anos.

5. PRESCRIÇÃO DO PODER PUNITIVO

- Prescreve em cinco anos a ação da administração objetivando apurar a prática


de infrações contra o meio ambiente, contada da data da prática do ato, ou, no
caso de infração permanente ou continuada, do dia em que esta tiver cessado.
(Art. 21 do Decreto 6.514/08)

- Incide a prescrição no procedimento de apuração do auto de infração


paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho, cujos
autos serão arquivados de ofício ou mediante requerimento da parte interessada,
sem prejuízo da apuração da responsabilidade funcional decorrente da
paralisação. (Art. 21, §2° do Decreto 6.514/08)

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- Quando o fato objeto da infração também constituir crime, a prescrição de


que trata o caput reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. (Art. 21, §3° do
Decreto 6.514/08)

6. INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS:

• Contra a Fauna: Arts. 24 a 42 do Decreto 6.514/08;


• Contra a Flora: Arts. 43 a 60 do Decreto 6.514/08;
• Relativas à poluição e outras infrações administrativas: Arts. 61 a 71-A do
Decreto 6.514/08;
• Contra o Ordenamento Urbano e Patrimônio Cultural: Arts. 72 a 75 do
Decreto 6.514/08;
• Contra a Administração Ambiental: Arts. 76 a 83 do Decreto 6.514/08;
• Cometidas exclusivamente em Unidades de Conservação: Arts. 84 a 93 do
Decreto 6.514/08;

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACVEST


CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL
PROFESSORA: LAURA MARIA BERTOTI

AULA 16
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO

Previsão Legal:

Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000


Regulamenta o art. 225, § 1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal,
institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras
providências.

1. SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (SNUC)

1.1 Conceito

Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza - SNUC é


constituído pelo conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e
municipais, de acordo com o disposto nesta Lei.

1.2 Gerência

O SNUC será gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:


I – Órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio
Ambiente - Conama, com as atribuições de acompanhar a implementação do
Sistema;
II - Órgão central: o Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de
coordenar o Sistema;
III - Órgãos executores: o Instituto Chico Mendes e o Ibama, em caráter
supletivo, os órgãos estaduais e municipais, com a função de implementar o
SNUC, subsidiaras propostas de criação e administrar as unidades de
conservação federais, estaduais e municipais, nas respectivas esferas de
atuação.

1.3 Objetivos

O SNUC tem os seguintes objetivos:

 contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos;


 proteger as espécies ameaçadas de extinção;
 contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas
naturais;
 promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;

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 promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no


processo de desenvolvimento;
 proteger paisagens;
 proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
 proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
 recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
 proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e
monitoramento ambiental;
 valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
 favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação
em contato com a natureza e o turismo ecológico;
 proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e
economicamente.

2. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

2.1 Conceito

É definido como o espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as


águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituído pelo
Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de
administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção.

2.2 Criação de uma Unidade de Conservação

As unidades de conservação são criadas por ato do Poder Público. Para tanto,
deverá ser precedida de estudos técnicos e de consulta pública que permitam identificar
a localização, a dimensão e os limites mais adequados para a unidade. Ainda, o subsolo
e o espaço aéreo, sempre que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os
limites das unidades de conservação. Por fim, as unidades de conservação devem
dispor de um Plano de Manejo aprovado e publicado.

2.3 Desafetação ou Redução de uma Unidade de Conservação

A desafetação ou redução dos limites de uma unidade de conservação só pode


ser feita mediante lei específica.

2.4 Espécies de Unidade de Conservação

As unidades de conservação integrantes do SNUC dividem-se em dois grupos,


com características específicas:

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I - Unidades de Proteção Integral:

O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é preservar a natureza,


sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais como, por exemplo,
pesquisa científica e turismo ecológico.

a) Estação Ecológica:

Seu objetivo é a preservação da natureza e a realização de pesquisa


científica. É proibida a visitação pública, exceto quando tiver objetivo educacional e
obedecer ao plano de manejo. Ademais, para execução de pesquisas no local é
necessária a aprovação do órgão gestor. A estação ecológica é criada por iniciativa do
Poder Público e não permite a existência de moradores no local protegido. Assim, as
terras que possuem proprietários são desapropriadas para a criação da Estação
Ecológica, tornando-se objeto público.
Na Estação Ecológica só podem ser permitidas alterações dos ecossistemas
no caso de:
 medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
 manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
 coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
 pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que
aquele causado pela simples observação ou pela coleta controlada de
componentes dos ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo
três por cento da extensão total da unidade e até o limite de um mil e
quinhentos hectares.

b) Reserva Biológica:

A Reserva Biológica tem como objetivo a preservação integral da biota e


demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana
direta ou modificações ambientais, excetuando-se as medidas de recuperação de
seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar e
preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos
naturais.
O uso compatível, além da conservação ambiental, é somente para pesquisa e
educação ambiental. É proibida a visitação pública, exceto quando tiver objetivo
educacional e obedecer regulamento específico. Ademais, para execução de pesquisas
no local é necessária a aprovação do órgão gestor. A reserva biológica é criada por
iniciativa do Poder Público e não permite a existência de moradores no local protegido.
Assim, as terras que possuem proprietários são desapropriadas para a criação da Estação
Ecológica, tornando-se objeto público.

c) Parque Nacional:

O Parque Nacional tem como objetivo a preservação de ecossistemas


naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização
de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e
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interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo


ecológico.
O Parque Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites serão desapropriadas. A visitação pública está
sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas
estabelecidas pelo órgão responsável por sua administração, e àquelas previstas em
regulamento. A pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão responsável
pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por este
estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento. As unidades dessa
categoria, quando criadas pelo Estado ou Município, serão denominadas,
respectivamente, Parque Estadual e Parque Natural Municipal.

d) Monumento Natural:

O Monumento Natural tem como objetivo básico preservar sítios naturais


raros, singulares ou de grande beleza cênica.
O Monumento Natural pode ser CONSTITUÍDO POR ÁREAS
PARTICULARES, desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade
com a utilização da terra e dos recursos naturais do local pelos proprietários.
Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas
ou não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas, a área deve ser
desapropriada.
Permite a visitação pública, desde que esteja sujeita às condições e restrições
estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
responsável por sua administração e àquelas previstas em regulamento.

e) Refúgio de Vida Silvestre:

O Refúgio de Vida Silvestre tem como objetivo proteger ambientes naturais


onde se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécies ou
comunidades da flora local e da fauna residente ou migratória.
Pode ser constituído por ÁREAS PARTICULARES, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos recursos naturais
do local pelos proprietários. Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as
atividades privadas ou não havendo aquiescência do proprietário a área deve ser
desapropriada.
Permite a visitação pública, todavia está sujeita às normas e restrições
estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo órgão
responsável por sua administração, e àquelas previstas em regulamento.
Ademais, a pesquisa científica depende de autorização prévia do órgão
responsável pela administração da unidade e está sujeita às condições e restrições por
este estabelecidas, bem como àquelas previstas em regulamento.

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II - Unidades de Uso Sustentável:

O objetivo básico das Unidades de Uso Sustentável é compatibilizar a


conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais.
São definidas como:

a) Área de Proteção Ambiental:

A Área de Proteção Ambiental é uma ÁREA EM GERAL EXTENSA, com um


certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos, bióticos, estéticos ou
culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos
recursos naturais.
A Área de Proteção Ambiental é constituída por terras públicas ou privadas.
Podem ser estabelecidas normas e restrições para a utilização de uma propriedade
privada localizada em uma Área de Proteção Ambiental.
As condições para a realização de pesquisa científica e visitação pública nas
áreas sob domínio público serão estabelecidas pelo órgão gestor da unidade.
Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao proprietário estabelecer as
condições para pesquisa e visitação pelo público, observadas as exigências e
restrições legais.
A Área de Proteção Ambiental disporá de um Conselho presidido pelo órgão
responsável por sua administração e constituído por representantes dos órgãos públicos,
de organizações da sociedade civil e da população residente, conforme se dispuser no
regulamento desta Lei.

b) Área de Relevante Interesse Ecológico:

A Área de Relevante Interesse Ecológico é uma ÁREA EM GERAL DE


PEQUENA EXTENSÃO, com pouca ou nenhuma ocupação humana, com
características naturais extraordinárias ou que abriga exemplares raros da biota
regional, e tem como objetivo manter os ecossistemas naturais de importância
regional ou local e regular o uso admissível dessas áreas, de modo a compatibilizá-lo
com os objetivos de conservação da natureza. Pode ser constituída por terras públicas ou
privadas, sendo que, as propriedades privadas poderão sofrer restrições em sua
utilização.

c) Floresta Nacional:

A Floresta Nacional é uma área com cobertura florestal de espécies


predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável
dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para
exploração sustentável de florestas nativas.
A Floresta Nacional é de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que
dispõe a lei. Ainda, é admitida a permanência de populações tradicionais que a

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habitam quando de sua criação, em conformidade com o disposto em regulamento e no


Plano de Manejo da unidade.
A visitação pública é permitida, condicionada às normas estabelecidas para o
manejo da unidade pelo órgão responsável por sua administração. E a pesquisa é
permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e àquelas
previstas em regulamento.
A Floresta Nacional disporá de um Conselho Consultivo, presidido pelo órgão
responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos,
de organizações da sociedade civil e, quando for o caso, das populações tradicionais
residentes.
Quando for criada pelo Estado ou Município, será denominada, respectivamente,
Floresta Estadual e Floresta Municipal.

d) Reserva Extrativista:

A Reserva Extrativista é uma área utilizada por populações extrativistas


tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na
agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como
objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e
assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade.
Reserva Extrativista é de domínio público, com uso concedido às populações
extrativistas tradicionais conforme o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação
específica, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser
desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
A Reserva Extrativista será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido
pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos
públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na
área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.
A visitação pública é permitida, desde que compatível com os interesses
locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área. Assim como, a pesquisa
científica é permitida e incentivada, sujeitando-se à prévia autorização do órgão
responsável pela administração da unidade, às condições e restrições e o disposto em
regulamento.
São proibidas a exploração de recursos minerais e a caça amadorística ou
profissional.
A exploração comercial de recursos madeireiros só será admitida em bases
sustentáveis e em situações especiais e complementares às demais atividades
desenvolvidas na Reserva Extrativista, conforme o disposto em regulamento e no Plano
de Manejo da unidade.

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e) Reserva de Fauna:

A Reserva de Fauna é uma área natural com populações animais de espécies


nativas, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias, adequadas para estudos
técnico-científicos sobre o manejo econômico sustentável de recursos faunísticos.
Caracteriza-se como terras de posse e domínio públicos, sendo que as áreas
particulares incluídas em seus limites devem ser desapropriadas de acordo com o que
dispõe a lei.
A visitação pública PODE ser permitida, desde que compatível com o manejo
da unidade e de acordo com as normas estabelecidas pelo órgão responsável por sua
administração. Ainda, é proibido o exercício da caça amadorística ou profissional.
Poderá haver a comercialização dos produtos e subprodutos resultantes das
pesquisas desde que de acordo ao disposto nas leis sobre fauna e regulamentos.

f) Reserva de Desenvolvimento Sustentável:

A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é uma área natural que abriga


populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de
exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados
às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na
proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável tem como objetivo básico preservar
a natureza e, ao mesmo tempo, assegurar as condições e os meios necessários para
a reprodução e a melhoria dos modos e da qualidade de vida e exploração dos
recursos naturais das populações tradicionais, bem como valorizar, conservar e
aperfeiçoar o conhecimento e as técnicas de manejo do ambiente, desenvolvido por
estas populações.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as
áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário,
desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei.
A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho
Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por
representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações
tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de
criação da unidade.
As atividades desenvolvidas nestas áreas obedecerão às seguintes condições:

I - é permitida e incentivada a visitação pública, desde que compatível com os


interesses locais e de acordo com o disposto no Plano de Manejo da área;
II - é permitida e incentivada a pesquisa científica voltada à conservação da
natureza, à melhor relação das populações residentes com seu meio e à educação
ambiental, sujeitando-se à prévia autorização do órgão responsável pela
administração da unidade, às condições e restrições por este estabelecidas e às normas
previstas em regulamento;
III - deve ser sempre considerado o equilíbrio dinâmico entre o tamanho da
população e a conservação;

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IV - é admitida a exploração de componentes dos ecossistemas naturais em regime


de manejo sustentável e a substituição da cobertura vegetal por espécies
cultiváveis, desde que sujeitas ao zoneamento(zonas de proteção integral, de uso
sustentável e de amortecimento e corredores ecológicos), às limitações legais e ao Plano
de Manejo da área (o qual define as áreas supracitadas).

g) Reserva Particular do Patrimônio Natural.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural é uma área privada, gravada com


PERPETUIDADE, com o objetivo de conservar a diversidade biológica.
O gravame constará de termo de compromisso assinado perante o órgão ambiental,
que verificará a existência de interesse público, e será averbado à margem da inscrição
no Registro Público de Imóveis.
Só poderá ser permitida, conforme se dispuser em regulamento: a pesquisa
científica e a visitação com objetivos turísticos, recreativos e educacionais.
Os órgãos integrantes do SNUC, sempre que possível e oportuno, prestarão
orientação técnica e científica ao proprietário de Reserva Particular do Patrimônio
Natural para a elaboração de um Plano de Manejo ou de Proteção e de Gestão da
unidade.

INFORMAÇÕES RETIRADAS DO PORTAL ELETRÔNICO DO INSTITUTO


DO MEIO AMBIENTE:
RESERVA BIOLÓGICA ESTADUAL DO AGUAÍ
Localizada nos contrafortes da Serra Geral, em altitudes que variam de 200 a 1470 metros, esta
Reserva Biológica (Rebio) abrange os municípios de Morro Grande, Nova Veneza, Siderópolis e
Treviso. Criada em 1º de julho de 1983, por meio do Decreto nº 19.635, protege uma área de 7.672
hectares.
A Reserva está inserida no Bioma Mata Atlântica, um dos mais ameaçados em todo o mundo, com
apenas 8% da sua área original em bom estado de conservação no território latino americano .
A criação da Reserva Biológica do Aguaí justificou-se pelo seu relevo acidentado, a presença de
diversos canyons, pela riqueza de ecossistemas e pela grande variedade de espécies de plantas e
animais, que fazem da região um cenário valioso para a conservação da biodiversidade.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/90-
reserva-biologica-estadual-do-aguai

RESERVA BIOLÓGICA ESTADUAL DA CANELA PRETA


A Reserva Biológica Estadual da Canela Preta é a terceira Unidade de Conservação mais antiga do
Vale do Itajaí e da Mata Atlântica do Estado de Santa Catarina. Fuoi fundada em 20 de junho de
1980, pelo Decreto nº 11.232, para proteger a canela-preta (Ocotea catharinensis), árvore que
predomina na área, mas esta ameçada de extinção, e dá nome à Unidade.
Com área de 1.899 hectares, estende-se pelos municípios de Botuverá e Nova Trento, atuando como
divisor das bacias hidrográficas dos Rios Itajaí-açu e Tijucas.
Além de ser coberto pela Floresta Atlântica, pesquisadores encontraram mais de 70 espécies
diferentes de árvores em um único hectare, com destaque para o palmito juçara e exemplares de
bromélias e orquídeas.
As pesquisas científicas também apontaram mais de 170 espécies de aves, como o ameaçado Sabiá-
cica e o endêmico Trepador-de-coleira.
Por abrigar e proteger espécies de vegetação que estão desaparecendo em nosso Estado, o local não
está aberto ao público, mas funciona como uma importante reserva genética e área para pesquisa
científica. A sede da Reserva tem capacidade para acomodar seis pessoas, simultaneamente, e está
localizada junto ao Parque Municipal das Grutas de Botuverá.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/reserva-biologica-estadual-da-
canela-preta

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RESERVA BIOLÓGICA ESTADUAL DO SASSAFRÁS


A Reserva Biológia Estadual do Sassafrás (REBES) foi criada em 04 de fevereiro de 1977 pelo
Decreto nº 2.221, com uma área de aproximadamente 5.229 hectares, dividida em duas glebas . A
menor possui cerca de 1.361 hectares e está localizada na comunidade de Alto São João, no
município de Benedito Novo. A gleba maior possui cerca de 3.868 hectares e está localizada na
comunidade de Alto Forcação, no município de Doutor Pedrinho.
Por meio do Decreto nº. 4.847 foi anexada à gleba maior da REBES uma área com cerca de 8
hectares, doada pela MODO Battistella Reflorestamento S/A (MOBASA) em setembro de 1994.
O nome da UC faz referência à espécie arbórea (Ocotea odorifera), conhecida popularmente como
canela-sassafrás ou simplesmente sassafrás, pertencente à família das Lauráceas. Presente em
elevada abundância na região, a canela-sassafrás foi sobre-explorada a partir do início do século XX
em função da qualidade da sua madeira para a construção civil e de sua grande capacidade de
produção do óleo essencial Safrol, com aplicabilidades diversas para a farmacologia, cosmetologia e
medicina, fatores que resultaram na sua inclusão na Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira
Ameaçada de Extinção.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/reserva-biologica-estadual-do-
sassafras

PARQUE ESTADUAL ACARAÍ


Criado em 23 de setembro de 2005, pelo Decreto Estadual Nº 3.517, localizado no município de
São Francisco do Sul, o Parque Estadual Acaraí é uma ação propositiva para o estabelecimento
de uma política territorial direcionada, em especial, para o turismo e para o desenvolvimento
Considerando que a Mata Atlântica é um dos biomas mais ameaçados do planeta e, por isso, as
ações para sua preservação, recuperação e restauração são prioridades nas políticas de
conservação de biodiversidade, a criação do Parque Estadual Acaraí representa uma conquista
para todos os catarinenses.
Esta unidade de conservação com uma área aproximada de 6.667 hectares, localizada na planície
litorânea da ilha de São Francisco, somado o arquipélago Tamboretes, pertencentes ao município
de São Francisco do Sul, é mais uma iniciativa governamental e da sociedade civil no sentido de
garantir a preservação de áreas de valor cênico, de relevância em biodiversidade e do mais
importante remanescente contínuo de ecossistemas costeiros em Santa Catarina formado pela
restinga da Praia Grande, e de ampliar o conhecimento de nossa história pré-colonial e colonial.
O complexo hídrico existente nesta área, formado pelo rio Acaraí, que dá o nome ao Parque,
nascentes do rio Perequê e lagoa do Capivaru, é responsável pelo abrigo, reprodução e
alimentação de várias espécies aquáticas, que somado à Vegetação de Restinga e de Floresta das
Terras Baixas do Domínio da Mata Atlântica, constituem local para proteção da flora e fauna, entre elas as endêmicas e ameaçadas
de extinção.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/parque-estadual-acarai

PARQUE ESTADUAL DAS ARAUCÁRIAS


Criado pelo Decreto nº 293, de 30 de maio de 2003, o Parque Estadual das Araucárias localiza-se nos
municípios de São Domingos e Galvão, na Bacia do Rio Chapecó. A Unidade de Conservação,
composta por uma área de 612 hectares, foi criada visando a proteção e conservação de uma amostra
da Floresta Ombrófila Mista.
É importante ressaltar a ocorrência de duas espécies em extinção na UC, a araucária angustifólia
(araucária) e dicksonia sellowiana (xaxim). Dentro do Parque encontra-se o Rio Jacutinga, afluente do
Rio Bonito. Além de ser um importante afluente do rio Chapecó, é responsável pelo abastecimento de
água do município de São Domingos.
O Parque Estadual das Araucárias foi aberto à visitação pública no dia 07 de Abril de 2016 e conta
com infraestrutura para o recebimento de visitantes (centro de visitantes, sala de ambientação),
eventos (auditório e espaço aberto) e pesquisadores (casa de alojamento). Atualmente a UC conta com
três trilhas ecológicas: Trilha do Mirante das Araucárias, Trilha da Cascata e Trilha da Corredeira do
Rio Araçá.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-
conservacao/parque-estadual-das-araucarias

PARQUE ESTADUAL FRITZ PLAUMANN


O Parque Estadual Fritz Plaumann (PEFP) é uma unidade de conservação brasileira, situada em
Concórdia, no oeste do Estado de Santa Catarina, em uma área de 741 hectares.
Criado por meio do Decreto Estadual nº 797, de 24 de setembro de 2003, como medida de compensação
ambiental pelos impactos ambientais gerados pelo aproveitamento hidrelétrico da Usina Itá, localizada
entre os municípios de Itá/SC e Aratiba/RS, na Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai.
O nome da Unidade de Conservação é uma homenagem ao entomólogo alemão Fritz Plaumann pelos
trabalhos ambientais entomológicos desenvolvidos na região e com significativa contribuição para todo o
Brasil. A floresta Estacional Decidual é uma das formações florestais mais ameaçadas do Bioma Mata
Atlântica e a mais ameaçada no estado de Santa Catarina.
Nos remanescentes de florestais do Parque e de seu entorno já foram registradas 232 espécies de aves, 25
espécies de mamíferos de grande e médio porte e 35 espécies de répteis e anfíbios, muitos deles
ameaçados de extinção, como o Gato-maracajá (Leopardus wiedii), o Veado (Mazama nana), e a Paca (Cuniculus paca). Já o

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tamanduá-mirim (Tamdua tetradactyla), o Cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) e a Cutia (Dasyprocta azarae), representantes dos
mamíferos, são menos ameaçados.
No grupo das aves, o Macuco (Tinamus solitarius), a Tietinga (Cissopis leverianus), o Pavó (Pyroderus scutatus) e o Anu-Coroca
(Crotophaga major) apresentam algum grau de ameaça em sua conservação. Por outro lado o Jacu-açu (Penelope obscura), o
Surucuá-Variado (Trogon surrucura) e o Tucano-de-Bico-Verde (Ramphastos dicolorus) são avistados com frequência nas trilhas
do Parque.
Por fim, dentre o grupo dos anfíbios ameaçados, estão as pererecas Boana curupi, e a Proceratophrys bigibbosa, e dos répteis, as
serpentes Jararaca-Pintada (Bothrops diporus) e Jararaca-da-Mata (Bothrops jararaca).
Em relação à vegetação o Parque abriga espécies típicas como a Canafístula (Pelthoporum dubium), Grápia (Apuleia leiocarpa),
Angico-Vermelho (Parapiptadenia rigida) e o Cedro (Cedrela fissilis). Ainda resguarda em sua área a bromélia do estreito (Dyckia
distachya), espécie endêmica da calha do rio Uruguai.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/parque-estadual-fritz-plaumann

PARQUE ESTADUAL RIO CANOAS


O Parque Estadual Rio Canoas (PAERC), criado pelo Decreto nº 1.871, de 27 de maio de 2004, localiza-
se no município de Campos Novos. É uma unidade de Conservação da Floresta Ombrófila Mista ou
Floresta de Araucária. A área de 1.133,25 hectares foi adquirida pela Campos Novos Energia S.A. -
Enercan e doada ao Governo do Estado de Santa Catarina como compensação ambiental pelo
aproveitamento hidrelétrico de Campos Novos na Bacia Hidrográfica do Rio Canoas.
Boa parte das riquezas naturais de Santa Catarina está abrigada nessa área. Pertencente ao bioma Mata
Atlântica, esta Unidade de Conservação tem a finalidade de proteger a biodiversidade da Floresta
Ombrófila Mista (Floresta de Araucária), formada por araucária (Araucaria angustifolia), xaxim
(Dicksoniasellowiana), imbuia (Ocotea porosa), cedro (Cedrelafissilis) e demais espécies arbóreas.
Serve de abrigo para diversas espécies da fauna, desde cervídeos (Mazama sp.) a felinos, dentre eles o
gato-maracajá (Leopardus wiedii), gato-mourisco (Puma yagouaroundi) e a onça-parda (Puma
concolor). Espécies que fazem parte de uma paisagem exuberante, formada por paredões rochosos e
cânions, onde se predomina a presença de cactos, como o Ora-pro-nóbis (Notocactus linkii).
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/parque-estadual-rio-canoas

PARQUE ESTADUAL DO RIO VERMELHO


O Parque Estadual do Rio Vermelho (PAERVE) é uma unidade de conservação de proteção
integral, criado pelo Decreto Estadual nº 308/2007. Situa-se no município de Florianópolis, no
nordeste da Ilha de Santa Catarina, entre a Praia de Moçambique (12,5 km de extensão), à leste, e a
Lagoa da Conceição, à oeste, com área de 1.532 ha.
Conforme o Decreto Estadual nº 308/2007, o Parque Estadual do Rio Vermelho visa conservar
amostras de Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), das Formações Pioneiras (Vegetação de
Restinga) e da fauna associada do domínio da Mata Atlântica, manter o equilíbrio do complexo
hídrico da região, além de propiciar ações ordenadas de recuperação de seus ecossistemas alterados
e proporcionar a realização de pesquisas científicas e a visitação pública com o desenvolvimento de
atividades de educação e interpretação ambientais, de recreação em contato com a natureza e de
turismo ecológico.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-
conservacao/parque-estadual-do-rio-vermelho
PARQUE ESTADUAL DA SERRA DO TABULEIRO
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, maior unidade de conservação de proteção integral do
Estado, foi criado em 1975, com base nos estudos dos botânicos Pe. Raulino Reitz e Roberto Miguel
Klein, com o objetivo de proteger a rica biodiversidade da região e os mananciais hídricos que
abastecem as cidades da Grande Florianópolis e do Sul do Estado.
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro ocupa cerca de 1% do território catarinense. Abrange áreas
dos municípios de Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São Bonifácio,
São Martinho, Imaruí e Paulo Lopes. Fazem parte do Parque as ilhas do Siriú, dos Cardos, do Largo,
do Andrade e do Coral, e os arquipélagos das Três Irmãs e Moleques do Sul.
O nome da Unidade de Conservação é emprestado de uma das serras da área do Parque que possui um
cume de formato tabular, bastante visível da região de Florianópolis: a Serra do Tabuleiro.
Localizado em uma região estratégica, única e muito especial da Mata Atlântica, o Parque Estadual da
Serra do Tabuleiro possui uma ampla diversidade de habitats. Cinco das seis grandes formações
vegetais do bioma Mata Atlântica encontradas no Estado estão representadas no Parque. Por essa
razão, ele abriga uma biodiversidade ainda maior que seus 84.130 hectares poderiam sugerir.
No litoral, sob forte influência marítima, são encontradas as formações de restinga e manguezal. A Floresta Ombrófila Densa,
riquíssima em plantas epífitas, cobre as serras e ocupa a maior parte da área do Parque. Nas encostas superiores da serra, envolta em
neblina formada pela condensação da umidade que chega do mar, aparece a matinha nebular. Nas partes mais altas do Parque se faz
presente a Floresta Ombrofila Mista (Floresta com Araucárias) e os campos de altitudes. Cada ecossistema tem sua fauna e flora
características, assim como suas espécies dominantes. As ilhas costeiras que fazem parte da unidade também apresentam suas
singularidades.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/parque-estadual-da-serra-do-
tabuleiro

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Pública.

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PARQUE ESTADUAL DA SERRA FURADA


O Parque Estadual da Serra Furada (PAESF) é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral
criada em 20 de junho de 1980, por meio do Decreto nº 11.233. A área de 1.330 ha abrange os
territórios municipais de Orleans e Grão-Pará. Paisagens exuberantes da Serra Catarinense podem ser
observadas nessa região.
Situado nas escarpas da Serra Geral, o Parque Estadual da Serra Furada está ligado geograficamente
na porção oeste à área do Parque Nacional de São Joaquim (49.300 ha), aumentando a área
conservada e favorecendo a biodiversidade existente no local.
A geomorfologia do PAESF é caracterizada por relevo escarpado nas áreas mais elevadas juntamente
com vales íngremes, evidenciados por forte erosão fluvial, o que remonta às formações geológicas da
Serra Geral e Botucatu. Nas áreas onde predominam as rochas sedimentares, a superfície é
caracterizada por formas de colinas arredondadas. Seu relevo extremamente acidentado, com
altitudes que variam de 400 a 1480m, lhe confere grande beleza cênica, tornando o Parque um local
de grande potencial turístico.

Devido à sua localização geográfica, a umidade relativa do ar é alta, em torno de 85%, resultando em uma pluviosidade anual média
de 1500 mm. O Parque contribui para a preservação de inúmeras nascentes de córregos alimentadores de importantes rios locais,
como do Minador que deságua no Rio Laranjeiras e contribui para a sub-bacia dos Formadores do Tubarão e, dos Rios do Meio e
Braço Esquerdo que vão drenar para a sub-bacia do Rio Braço do Norte.
O PAESF tem este nome devido a uma fenda arenítica com proximadamente 45 m de altura e 8 m de largura que pode ser vista a
alguns quilômetros de distância. Essa fenda e o nome do Parque são muitas vezes confundidos com a Janela Furada, outra rocha
também com um grande vão, avistada costumeiramente a partir do Morro da Igreja e pertencente ao Parque Nacional de São
Joaquim.
MAIS INFORMAÇÕES: http://ima.sc.gov.br/index.php/ecosistemas/unidades-de-conservacao/parque-estadual-da-serra-furada

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