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Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre

Técnicas de Avaliação Psicológica I – Professoras: Adriana Jung Serafini e Caroline


Tozzi Reppold

Gabriela Barbosa do Amaral - 15 de junho de 2021

RESENHA: Aumento da inteligência ao longo do tempo: efeito Flynn e suas


possíveis causas

O artigo "Aumento da inteligência ao longo do tempo: efeito Flynn e suas possíveis


causas", escrito por Patrícia Waltz Schelini, da Universidade Federal de São Carlos;
Leandro S. Almeida, da Universidade do Minho e Ricardo Primi, da Universidade São
Francisco, no ano de 2013, trata de uma descrição acerca do efeito Flynn, que consiste no
aumento constante dos ganhos nas medidas de inteligência ao longo do tempo. Os autores
iniciam seu artigo falando sobre o fato de que a inteligência carrega consigo uma certa
polêmica, uma vez que que quando a pesquisa se centra na análise das diferenças
interindividuais, há algumas controvérsias. Estas permeiam a ideia daqueles que
idealizam a inteligência como uma forma de construto social, como por exemplo para
privilegiar classes e, também, dos que fundamentam as diferenças em termos ambientais
e biológicos, abrangendo fatores genéticos (Gottfredson, 2006).

No que se refere ao efeito Flynn, os autores enfatizam o fato de que ele é destaque
nas pesquisas de inteligência, mostrando que nos últimos anos as pesquisam apontam que
em mais de 25 países as gerações posteriores superaram as anteriores em relação ao
número de escores em testes de inteligência (Flynn, 2006a). Além disso, trazem a ideia
de que de acordo com Flynn, um dos motivos que explica o aumento da inteligência ao
redor do mundo é o fator dos multiplicadores sociais, destacando o fato de que na
contemporaneidade o pensamento abstrato é mais valorizado e incentivado. Por fim, é
possível, de acordo com o artigo, refletir acerca da necessidade de estudos relacionados
às possíveis causas do efeito Flynn, uma vez que os autores explicitam que seria
necessário muito empenho na verificação dos diversos bancos de dados de diferentes
países e populações de épocas diferentes.
Diante disso, é necessário reafirmar o fato de que os estudos acerca do efeito Flynn
não estão concluídos, portanto ainda é possível que sejam descobertas novas evidências
que reforcem ou excluam algumas ideias de James Flynn. Entretanto, é plausível refletir
também acerca dos dados trazidos por James Flynn em uma TED (Technology;
Entertainment; Design), que é uma palestra curta e eficaz que normalmente trata de um
único assunto, sendo este o efeito Flynn nessa TED específica. Flynn retrata que hoje em
dia a educação mudou, tendo agora mais foco em itens hipotéticos e abstrações e suas
associações lógicas. Por conseguinte, é possível que os testes de inteligência estejam
também captando resultado diferentes, o que não necessariamente quer dizer que as
pessoas estão de fato mais inteligentes, apenas que a demanda tanto em relação à trabalhos
quanto em relação aos estudos aumentou, exigindo maior flexibilidade cognitiva da
população contemporânea.

Por fim, do mesmo modo que retratado no artigo, Flynn reflete acerca dos diferentes
testes e do fato de que os ganhos em testes de Q.I foram obtidos em áreas específicas, por
exemplo em testes que avaliam a associação lógica da abstração. Entretanto, os avanços
não foram vistos em todas as áreas, uma vez que ainda, por exemplo, para refletir acerca
da política é necessário que seja feita uma leitura da história dos países e populações, esta
que vem sendo menos frequente entre os jovens atualmente. Portanto, é possível afirmar
que os autores do artigo são completamente coerentes ao afirmar que pesquisas ainda
devem ser feitas para que se chegue à uma resposta em relação às causas do efeito Flynn,
porém James comprova que de certa forma a inteligência pode sim ter sido “aumentada”,
uma vez que os estímulos aumentaram e o ambiente se torna cada vez mais acolhedor e
incentivador em relação à cognição e a compreensão distinta de fenômenos.
Referências

Schelini, P. W., & Almeida, L. S. & Primi, R. (2013). Aumento da inteligência ao longo
do tempo: efeito Flynn e suas possíveis causas. 18 (1), 45-52.

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