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FICHA DE LEITURA

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOGRAFIA


DISCIPLINA: Fundamentos e Desenvolvimento da Aprendizagem
PROFESSOR: Me. Maria Solange Melo de Sousa

Discente: Anísio Loiola Gonçalves Leite Polo: Itapetininga/SP

Data: 01/04/2022

1. Referência Bibliográfica do texto (ABNT):

Mota, Márcia Elia da. Psicologia do Desenvolvimento – uma perspectiva histórica”.


Revista Temas em Psicologia, Vol. 13, nº 2, páginas 105-111. 2005.

2. Objetivo (s) do texto:

O objetivo geral do texto é delimitar de maneira conceitual o campo de estudo do


desenvolvimento humano, considerando as tendências mais atuais relativas a essa
área. A autora também se preocupa em oferecer um panorama histórico do
desenvolvimento desta ciência, e ao final, procura mapear as perspectivas da
produção nacional neste campo do conhecimento.

3. Conceitos principais (mínimo de 5 e máximo de 7):


Psicologia do desenvolvimento, História da psicologia do desenvolvimento,
Desenvolvimento humano, Epistemologia da psicologia do desenvolvimento, Estado
de arte da psicologia do desenvolvimento no Brasil.

4. Estrutura e linha de desenvolvimento do texto (breve síntese):


No que diz respeito ao primeiro objetivo do texto, a autora procura atingir uma
definição do campo de estudos da psicologia do desenvolvimento através de uma
avaliação das diversas tendências que colaboraram para a construção deste campo
científico, incorporando também as tendências mais contemporâneas à análise.
Assim, parte do pressuposto de que o desenvolvimento humano possui uma série de
variáveis capazes de manifestar sua influência. Daí a enorme dificuldade para a
delimitação deste objeto. A autora lembra que, tradicionalmente, os estudos sobre o
desenvolvimento humano tiveram como foco o desenvolvimento infantil – como se
faz até hoje – pois levam em consideração as próprias origens deste campo de
estudos: os pioneiros consideravam a infância uma etapa especial no
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desenvolvimento da inteligência. A virada ocorre quando os estudos sobre
desenvolvimento consideram este processo como algo inerente a todo ciclo vital, e
não apenas como algo restrito à infância e à adolescência. A partir daí, a psicologia
passa a dialogar com outros campos do saber para melhor lidar com o grau
crescente de complexidade do objeto.
Surge, inclusive, uma corrente que se torna independente da própria psicologia,
conhecida como “Ciência do desenvolvimento humano”. A reivindicação por este
“lugar” no panteão das ciências se faz a partir da crítica dirigida aos psicólogos, que
ao abordarem o problema do desenvolvimento, não conseguem responder questões
fundamentais ao tema.
Assim, variáveis internas e externar passam a ocupar o centro das atenções nas
análises desses estudiosos. As variáveis internas são entendidas como os
processos e aspectos ligados à maturação fisiológica do indivíduo. Já as variáveis
externas correspondem à influência do meio ambiente onde o indivíduo se
desenvolve, na qual se inclui também o próprio momento histórico. Outra
contribuição importante desse grupo de pesquisadores foi no tocante à aplicação do
levantamento destas variáveis em momentos de transição do desenvolvimento
humano: da infância para a adolescência, da fase adulta para a velhice, etc. Apesar
de mudanças ocorrerem ao longo de toda vida humana, é neste períodos de
transição que elas ocorrem de maneira mais acelerada. Ao final destas
considerações, a autora propõe sua definição de Psicologia do desenvolvimento: “O
estudo, através de metodologia específica e levando em consideração o contexto
sóciohistórico, das múltiplas variáveis, sejam elas cognitivas, afetivas, biológicas ou
sociais, internas ou externas ao indivíduo que afetam o desenvolvimento humano ao
longo da vida.” (pág. 107).
Na sequência, a autora estabelece uma ordem cronológica para explicar a ascensão
dos estudos de Psicologia do Desenvolvimento na história. Ela define 4 fases e
acrescenta um período formativo aos períodos já existentes na bibliografia:
- Período formativo: Período de origem das primeiras sociedades de estudo do
desenvolvimento humano n França e nos Estados Unidos, além do surgimento das
primeiras publicações a respeito do tema, na forma de livros e revistas
especializadas.
- 1ª fase: Corresponde a um momento de grande investimento no estudo do
desenvolvimento da criança, e na institucionalização da psicologia
- 2ª fase: Devido ao período da Depressão nos anos 30, ocorre uma carência de
investimentos em pesquisas científicas. A temática da infância ainda mantém grande
atenção, mas através dos estudos correlacionais de variáveis.
- 3ª fase: Neste momento, há uma grande influência da teoria behaviorista e dos
conceitos ligados à Aprendizagem Social, além da “re-emergência” da teoria
piagetiana. O impacto da Revolução Cognitiva também se manifesta nos estudos do
desenvolvimento. No campo da metodologia, há um aumento dos métodos
experimentais e de técnicas correlacionais associadas a cortes longitudinais da vida
do indivíduo.
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- 4ª fase: Surgem novos paradigmas, e a perspectiva interdisciplinar se impõe como
um aspecto permanente nos estudos sobre o desenvolvimento humano. Agora,
também importa estudar todo o ciclo vital do ser humano para atingir uma melhor
compreensão do tema.
Por último, a autora analisa o desenvolvimento desse ramo da psicologia no Brasil.
Para isto, ela toma como parâmetros as publicações em base de dados
internacionais (no caso, a Psyclit), os grupos de pesquisa registrados no CNPq e os
Grupos de Trabalho inscritos na Associação Nacional de Pesquisa e Pós-
Graduação.

5. Conclusões do/s autor/es:


Diante da evolução histórica da Psicologia do Desenvolvimento, sua atual fase
implica a necessidade de uma nova linguagem capaz de facilitar o diálogo
interdisciplinar com outras áreas do conhecimento. No que diz respeito à
metodologia, ficou clara a relevância das variáveis externas ao indivíduo para seu
desenvolvimento, além da necessidade de utilizar abordagens mais sistêmicas para
atingir esta compreensão. A importância dos estudos nessa área também foi
constada, de modo prático, para elaboração de políticas referentes à saúde. Por fim,
a autora constata a timidez da produção científica brasileira nesse campo,
apontando para a necessidade de sua internacionalização.

6. Críticas ao texto:
O texto tem como objetivo sintetizar mais de cem anos de produção científica na
área de Psicologia do Desenvolvimento, classificando em períodos para fins
didáticos. É claro que não se pode esperar muita profundidade neste tipo de
proposta, mas ainda assim, a autora poderia ter aprofundado mais alguns aspectos
relevantes até hoje na própria história desta ciência. Além disso, alguns termos não
foram devidamente esclarecidos.

7. Dúvidas/ indagações:
O que seria a Revolução Cognitiva (página 108) à qual a autora se referiu no texto?
E qual sua relevância para a evolução da Psicologia do Desenvolvimento?

8. Pontos interessantes para debate em aula:


Um ponto interessante seria analisar as referências e principais correntes de
pensamento da Psicologia na construção deste campo do saber, tentando fazer um
balanço de qual delas ainda tem um maior peso ou influência na produção científica
brasileira, e de que modo podemos perceber isso no cotidiano dos meios
educacionais.

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