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Editora Baobá – Guia de Leitura

• Livro das Simpatias •

Autor: Antonio Barreto


Design gráfico, ilustrações e colagens artísticas: Guili Seara
ISBN: 978-85-66653-47-2 • Formato: 15,5 x 23,0 cm
Cores: 4x4 • 72 páginas

Coletânea de simpatias em um texto poético, com surpreenden-


tes recursos literários que levam o leitor a conhecer as muitas sim-
patias que perpassam nossa tradição oral e escrita.
Ao fazê-las, tudo é possível. Já pensou encontrar sua sereia, seu
príncipe encantado ou seu amor que foi embora usando apenas
algumas palavras mágicas?

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APRESENTAÇÃO
As simpatias – assim como as crenças, crendices, lendas, “causos”, rezas,
mantras, orações e superstições – fazem parte da cultura popular. São coi-
sas que o povo diz, mas não são comprovadas pela ciência. Você já ouviu
falar nelas: as simpatias? Conhece alguma? Já pensou em encontrar sua
sereia, seu príncipe encantado ou seu amor que foi embora usando ape-
nas algumas palavras mágicas?
É assim que, combinando rituais e poesia, desejo e fantasia, nonsense e
humor, o escritor Antonio Barreto nos leva, nessas páginas fantásticas,
a imaginar coisas totalmente inusitadas como: ver um disco-voador ou
alcançar a Fonte da Eterna Juventude... Mentira ou verdade? Não interessa.
Como diz o poeta: é só aprender a ler os Livros do Vento. Ou bater na porta
mágica da nossa própria imaginação. Aí está o segredo desse LIVRO DAS
SIMPATIAS... Vamos entrar?

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SOBRE O AUTOR
Antonio de Pádua Barreto Carvalho – talvez por alguma “simpatia” de sua
mãe ou de sua avó materna, que viviam fazendo rezas e magias palavrais
– conseguiu vir ao mundo na cidade de Passos (MG), em 1954. Antes de
vestir a carapuça de escritor tentou se simpatizar com várias outras coisas
importantes na vida. Entre elas, os ofícios de engraxate, balconista, jogador
de futebol, trocador de ônibus, vendedor, datilógrafo, gráfico, revisor,
desenhista e projetista. Já grandinho, mudou-se para Belo Horizonte
onde estudou História, Letras e Engenharia Civil. Mais tarde viajou pela
Ásia, África e Oriente Médio, trabalhando na construção de pontes,
edifícios, rodovias e ferrovias. Depois de ficar morando em um Fusquinha,
abandonou isso tudo. E descobriu que a única coisa que o deixava
realmente feliz da vida era isso: ler, reler e reescrever, até achar que o texto
já não fosse mais seu: pertencia, agora, ao leitor. Assim, desde a década
de 70, vem ganhando vários dos mais importantes prêmios da Literatura
Brasileira, nos gêneros: poesia, conto, romance e crônica. Participou das
Bienais Internacionais do Livro de Frankfurt, Bratislava, Paris, Cidade do
México e Bolonha. Entre seus livros mais recentes podemos destacar: O
papagaio de Van Gogh (crônicas, 2013, Prêmio Nacional “Literatura Para
Todos”/2009-MEC; selecionado para a Bienal Internacional do Livro de
Bolonha/Itália-2014); Orquestra Bichofônica (poesia, 2013, selecionado
pelo PNBE-2013 e Catálogo do IBBY-FNLIJ-Bienal de Bolonha/2014);
Vagalovnis (poesia, 2011, selecionado pelo PNBE-2012); Lua no varal
(poesia, 2013, Prêmio Nacional “João-de-Barro” de Literatura-1985); Isca
de pássaro é peixe na gaiola (poesia, 2013, Prêmio Nacional “Henriqueta
Lisboa”-1987); Um sapo na barriga (conto, 2013) e A noite é um circo sem
lona (poesia, 2014).

SOBRE O ILUSTRADOR
Guili Seara nasceu em Serra do Navio (Amapá), em plena selva amazônica.
É designer gráfico há 30 anos, atuando nas áreas: editorial, de arte, cultura
e identidade visual. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais
de design e imagem, dentre estes, dois pelo Instituto de Altos Estudos em
Artes Plásticas da França; dois Grandes Prêmios Nacionais em duas Bienais
de Design Gráfico da ADG-São Paulo e Prêmio Luis Jardim, em 2006, pela
Fundação Nacional do Livro Infanto-Juvenil (melhor livro de imagem: A
linha de Mario Vale, Ed. RHJ). Para ilustrar este livro, ele utilizou a técnica da

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colagem. A base para a elaboração das ilustrações são desenhos em bico
de pena dos autores Thiebault, H. Emy, Coste, datados de 1898 e que, em
conjunto a recortes digitais de imagens fotográficas, proporcionam um
diálogo com as inusitadas simpatias de Antonio Barreto.

VAMOS ESQUENTAR?
1. Antes de ler o livro e já ficar pensando sobre como, quando e por que
o autor o escreveu, que tal bater um papo com seus colegas? Indague,
pergunte, questione:
a) O que é uma simpatia?
b) Quais seriam os sentidos dessa palavra?

2. Leia o verbete do Dicionário “Aurélio”:

Simpatia. S. f. - 1. Tendência ou inclinação que reúne duas ou mais


pessoas. 2. As relações que há entre pessoas que instintivamente se
sentem atraídas entre si. 3. Sentimento caloroso e espontâneo que
alguém experimenta em relação a outrem. 4. Primeiros sentimentos
de amor. 5. Faculdade de compartir as alegrias ou tristezas de
outrem. 6. Atração que uma coisa ou uma idéia exerce sobre
alguém. 7. Bras. Interesse em atender às pretensões de alguém.
8. Pessoa muito simpática. 9. Bras. Tratamento intencionalmente
amistoso dado a alguém. 10. Bras. Ritual posto em prática, ou objeto
supersticiosamente usado, para prevenir ou curar uma enfermidade
ou mal-estar.

Em que sentido a palavra “simpatia” foi usada no Livro das Simpatias?


# Sentido da acepção “10. Bras. Ritual posto em prática, ou objeto
supersticiosamente usado, para prevenir ou curar uma enfermidade ou
mal-estar.”.
3. Você conhece alguma simpatia? Qual? Quem lhe ensinou? Por quê?
4. Já fez alguma? Para conseguir o quê?
5. Conte para sua turma o que fez? A simpatia funcionou?

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VAMOS PENSAR, REFLETIR E EXTRAPOLAR O TEMA?
Converse com os colegas a respeito dos seguintes temas: O que é um fato
fantástico? O que é um fato imaginário? O que é fantasia?
• “Por que o fantástico, o imaginário e a fantasia são tão importantes em
nossas vidas”?

VAMOS LER E COMPREENDER O TEXTO?


1. Organizando a leitura
Manuseie o livro e leia-o com bastante atenção. Se necessário, use um
marcador de texto ou um lápis para destacar alguma palavra, expressão,
frase ou trecho que possam ter ficado obscuros. Anote no caderno (ou
numa folha de papel) tudo que, durante a leitura, tenha lhe causado
dúvida ou chamado sua atenção.

2. Organizando um Glossário
Assim que terminar de ler, mostre a um colega as palavras e expressões
que você considerou estranhas, ou desconhecidas. Peça que ele, também,
lhe aponte as dele. De comum acordo, anotem-nas numa folha à parte
e tentem dar seus respectivos significados. Se necessário, consultem
dicionários ou pesquisem em livros, internet, enciclopédias etc. Depois,
coloquem-nas em ordem alfabética e organizem um glossário. Se
preferirem – e com a ajuda do professor - essa atividade também poder
ser feita em grupos, ou com a turma toda.
3. Manuseie novamente o livro. Preste bastante atenção na capa, na quarta
capa, nas orelhas, nas ilustrações etc. Depois, comente com os colegas:
a) O que mais chamou a sua atenção no Livro das Simpatias?
b) Que personagens você identificou na capa? E na folha de rosto?
c) Algumas dessas figuras são personagens de alguma história que você
conhece? Qual? Quais?
4. Releia a frase: “A porta mais bem fechada é aquela que se pode deixar
aberta.”
a) Explique essa frase para seus colegas.
b) Você concorda ou não com essa afirmativa? Explique.
5. O que você deixa sempre fechado? Por quê?

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6. O que você deixa sempre aberto? Por quê?
7. Você tem segredos? Para quem os conta? Sabe guardar os segredos que
as pessoas lhe confiam? Comente isso com a turma.
8. O livro que você leu:
a) conta uma história inventada, sobre personagens que acreditam em
simpatias.
b) ensina, de forma humorística, como realizar desejos e resolver
problemas.
c) apresenta simpatias poéticas, ficcionais (inventadas).
d) brinca com a imaginação das pessoas.
# As alternativas c e d estão corretas.

VAMOS APROFUNDAR MAIS O ASSUNTO?


Painel de palavras mágicas
Antigamente, as simpatias eram passadas de bisavós para avós, pais, filhos
e netos. Esses, por sua vez, continuavam a tradição do “passa-e-repassa”
de receitas pra isso, promessas ou rituais para aquilo, orações e sacrifícios,
velas acesas e coisa e tal. E sempre com muitas palavras mágicas... Ou seja:
pura poesia. Poesia pura! Se dessem certo, bem. Se não: amém!
Apesar de sua importância cultural e folclórica, hoje em dia as simpatias
quase não existem mais em sua forma original, ou seja: a da magia e
da fantasia, a de promover curas e doenças, realizar desejos através de
“palavras mágicas” etc. Dito isso, responda:
• Que palavras mágicas você conhece? Quais? De onde as conheceu?
• Invente palavras mágicas e faça com seus colegas um Painel de palavras
mágicas.

VAMOS CURTIR AS SIMPATIAS?


1. De que conto, muito conhecido pelas crianças, o sapo é personagem e
acaba sofrendo uma grande transformação?
# O Príncipe Sapo.
2. Se você encontrasse um sapo encantado, em que você o transformaria?
Que simpatia faria para fazer essa transformação?

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3. Qual das simpatias do livro apresenta a organização de uma receita
culinária?
# Para eliminar cravos, espinhas etc.
4. Você gosta de ouvir o canto dos pássaros? Se tivesse que escolher um
pássaro, para ouvi-lo cantar, qual seria? Por quê?
5. Você acredita em duendes? Por quê?
6. Decifre as palavras mágicas da simpatia Para enxergar duendes no
jardim. Como elas foram grafadas?
# “Duende, duende meu,/ se você existe,/ vem provar dessa/ bebida!”.
Foram grafadas de trás para a frente, ou seja, espelhadas.
7. Você já brigou com alguém de quem gostava muito e gostaria de fazer
as pazes? Escreva uma simpatia para recuperar seu amigo ou sua amiga.
8. Você já sabe como ir ao Japão por meio de uma simpatia poética,
imaginária. Crie outra simpatia para ir a seu país preferido.
9. Que perguntas você gostaria de fazer para um feiticeiro ou uma
feiticeira?
10. Que semelhança há entre as palavras “borboleta” e “rinoceronte”?
11. Que outros animais e plantas têm essa mesma semelhança?
12. Crie uma simpatia para fazer uma criança feliz.
13. Você acredita em discos voadores? Gostaria de embarcar em um?
Com quem? Para onde iriam? O que levariam? Conte essa aventura para
os colegas.
14. Você acredita em sereias? Faça uma simpatia para conhecer um ser
imaginário do folclore brasileiro como: saci, curupira, mula-sem-cabeça
etc.
15. Que segredo você gostaria de descobrir? Por quê?
16. Você já observou que há pessoas mais velhas que gostariam de ser
mais jovens... e adolescentes que gostariam de ser mais novos? Em sua
opinião, por que isso acontece? Você gostaria de se ser mais velho(a) ou
mais novo(a)? Por quê?

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17. O que te faz feliz? É preciso fazer simpatias e mágicas para ser feliz?
Conte o que pensa a esse respeito.
18. Que fatos imaginários e fantásticos você gostaria que acontecessem?
Que problemas gostaria de resolver na humanidade, se você tivesse poder
para isso? Comente.
19. De qual simpatia gostou mais? Por quê?
VAMOS ESCREVER?
Faça de conta que você, agora, é um médico-feiticeiro, uma espécie de
“xamã” de uma tribo totalmente desconhecida pela humanidade – e que
nunca teve contato com a civilização.
a) Que simpatia você ensinaria para as pessoas que visitassem sua
comunidade?
b) Que simpatia ensinaria para os seus descendentes?
• Escreva-as, faça ilustrações e mostre-as para os colegas.
• Peça que façam uma revisão no seu texto e ajude-os a revisar os que
produziram.

VAMOS DESENHAR?
Como vimos, ao longo dos séculos a humanidade se encarregou de criar
uma série de fórmulas mágicas para resolver situações difíceis, prevenir
doenças etc. Algumas delas são muito curiosas. Por exemplo:
• Passar debaixo de escada dá azar.
• Levantar da cama com o pé esquerdo faz o dia ficar ruim.
• Colocar uma vassoura atrás da porta espanta as visitas chatas.
• Ter um trevo de quatro folhas traz sorte.
• Quebrar um espelho traz sete anos de azar.
• Comer manga com leite dá dor de barriga.
• Se um passarinho fizer titica na sua cabeça, você terá sorte.

Instruções para a atividade:


• Pense, imagine ou escolha uma “simpatia” que tenha lhe chamado a
atenção.

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• Conte-a para um(a) colega e convide-o(a) para ilustrar a simpatia que
escolheram.
• De comum acordo, tentem desenhar a cena em que a simpatia aconteceu.
• Mostrem a cena desenhada para os outros colegas.

COLETA DE SIMPATIAS
Leiam o texto:

Simpatia para acabar com verrugas


• Conte quantas verrugas você tem. Depois, olhe para o céu e escolha
tantas estrelas quantas verrugas encontrou em você. Então, pegue o
mesmo número de pedrinhas de sal e jogue-as para o céu. Quando
as pedrinhas caírem no chão, as verrugas devem sumir. (Tradição
oral/Domínio público)

1. Baseando-se no texto lido, dividam-se em grupos (de acordo com a


orientação do professor) para fazer uma “coleta de simpatias”. As simpatias
podem ser:

• escritas ou impressas: pesquisadas em livros, enciclopédias, internet etc.

• orais: gravadas, com depoimentos de adultos próximos à sua família


(pais, avós, tios etc.) ou outras pessoas: vizinhos mais velhos, figuras
lendárias de sua cidade etc.

• recriadas: as simpatias que você conheceu e que poderiam ser recriadas


ou reescritas por você e os colegas: a partir de modelos já existentes –
como fez Antonio Barreto.

2. Se quiserem, ilustrem-nas com desenhos, colagens, fotografias, recortes


etc.

3. As simpatias selecionadas serão apresentadas à turma e, depois, podem


ser expostas em cartazes, para todos lerem.

4. Tentem imprimi-las, fotografá-las ou colocá-las em seus blogs e redes


sociais. Ou no próprio site da escola, de modo que o tema “simpatias” seja
bem explorado por todos.

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ANTOLOGIA DE SIMPATIAS
Peçam aos colegas que escolham as “melhores simpatias” que
conheceram ou gostaram. Se quiserem, vocês podem ainda criar ou
inventar outras, como:
• Uma simpatia para que seu time seja campeão, por exemplo.
• Uma simpatia para conquistar o coração de uma garota ou um garoto
da escola.
• Uma simpatia para que um desejo antigo seu se realize, e nesta semana.
Etc.

Depois, organizem uma Antologia de Simpatias, sob a orientação do


professor.

Orientações para o trabalho


• A antologia (entre outras acepções do dicionário), é uma coleção de
textos em prosa ou em verso que reúne num mesmo título determinados
assuntos ou temas. Que tal reunirmos, agora, todas as simpatias já
escolhidas pela turma numa única “antologia”?
Siga o passo-a-passo para confeccionar o livro:
• Após a seleção dos textos (que nessa altura do campeonato já foram
escolhidos e fotografados), façam uma capa bem bonita para o livro.
• Descubram na turma quem gosta de desenhar, fotografar ou tem algum
domínio sobre as tecnologias ou programas de imagem e de texto: para
fazer a capa.
• Escolham um título bem legal para a antologia, de forma que ele possa
resumir o “espírito” dos textos de todo mundo que participou dela.
• Se quiserem, façam um “sumário” geral. Ou dividam o sumário de
acordo com os assuntos. Por exemplo: saúde, educação, ecologia, amor,
transportes etc.
• Se possível, façam uma festa de lançamento da Antologia na biblioteca
da escola.

Guia elaborado por Graça Sette


Revisão: Libério Neves

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