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Índice
Introdução ......................................................................................................................... 2
Noção ............................................................................................................................ 3
Função ........................................................................................................................... 3
Características ............................................................................................................... 3
O saque .................................................................................................................. 7
O Aceite ................................................................................................................. 8
O Endosso .............................................................................................................. 8
O aval ..................................................................................................................... 9
Conclusão ....................................................................................................................... 15
Bibliografia ..................................................................................................................... 16
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Introdução
No presente trabalho faremos uma abordagem em torno dos títulos de crédito que
na sua fase embrionária eram regulados pelo código comercial, nomeadamente nos
artigos 278.º a 343.º. Porém, numa fase posterior passaram a ser instrumentos de
regulação por diplomas legislativos internacionais autónomos, designadamente a Lei
Uniforme relativa às Letras e Livranças aprovada pela Convenção de Genebra de 7 de
Junho de 1931 e a Lei Uniforme relativa ao Cheque, aprovada pela Convenção de
Genebra de 19 de Março de 1931.
Embora tenham passado a ser regulados pelos diplomas internacionais, tal facto
não retirou o carácter comercial dos títulos de crédito, razão pela qual, os mesmos são
qualificados como actos objectivamente comerciais.
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Títulos de crédito
Noção
Os títulos de crédito consistem em documentos que representam ou incorporam
um direito de crédito literal e autónomo e que legitima o seu titular a exercê-lo, servindo
de suporte à sua circulação.
Função
Para se compreender de forma nítida as funções dos títulos de crédito, é necessário
que se faça um recurso ao esboço histórico.
Já na 2.ª fase, tornou-se possível que este documento (cartulae), fosse utilizado
como meio de pagamento perante terceiros, directamente pelo comerciante, circulando
no tráfego jurídico através do seu endosso. A partir deste momento, os títulos de crédito
passaram a assumir uma função de definição, circulação, cobrança e de financiamento.
Características
Tradicionalmente, as principais características dos títulos de crédito apontadas como
interdependentes e coordenadas, são:
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Art. 14.º nº3, da Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças.
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Sofia, V.(2015), As Empresas No Direito Angolano-Lições de Direito Comercial, onde o endosso
consiste numa declaração escrita e assinada no verso do titulo, podendo consistir tão só na assinatura
do endossante, no verso do titulo (endosso em branco, tendo como efeito a transmissão dos direitos do
tomar para a pessoa indicada ou para o detentor do titulo).p. 305.
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O saque
É o negócio jurídico cambiário constitutivo do direito cartular, consistindo numa
ordem emitida pelo sacador e dirigida ao sacado para que pague uma determinada quantia
ao beneficiário (ou tomador), ou para que pague ao próprio sacador, bem como uma
promessa emitida pelo sacador e dirigida ao beneficiário ou tomador de que o sacado irá
aceitar e pagar a letra e de que caso tal não se verifique, o sacador garantirá o pagamento.
(art.9º da Lei Uniforme relativa as Letras e Livranças).
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O Aceite
É um negócio jurídico cambiário unilateral e abstracto, que deve ser escrito na
própria letra mediante o qual o sacado aceitante, aceita a ordem de pagamento que lhe foi
dirigida pelo sacador e promete pagar a letra no vencimento (ao tomador ou a ordem do
sacado), ficando responsabilizado pelo pagamento da letra no vencimento. (artigo 28.º e
ss da Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças).
O Endosso
À semelhança do saque e do aceite, também o endosso é um negócio cambiário,
unilateral e abstracto, entrementes, distingue-se daqueles pela sua função de circulação
de título.
O endosso consiste, pois, num novo saque, que apenas se distingue do saque
originário por não ter um efeito constitutivo do título de crédito.
- Uma nova ordem dada ao sacado (ou aceitante, depois do aceite ) pelo tomador
da letra( o endossante, que pode ser o sacador , no caso de letra a ordem) para que pague
a outra pessoa (o endossatário);
- Uma promessa emitida pelo endossante, que pagará a letra se o sacado não
aceitar ou não pagar ou se algum dos demais co-obrigados cambiários não o fizer.
Tipos de endosso
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O aval
É o negócio cambiário unilateral e abstracto, que se caracteriza por constituir uma
garantia pessoal de pagamento, pelo avalista, da obrigação cambiária resultante da letra a
que o avalizado se encontra adstrito. O aval tem de ser prestado a favor de um dos
obrigados, considerando-se prestado ao sacador se do aval não resultar a identificação do
avalizado (artigo 31.º nº3 da Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças).
Como qualquer acto cambiário, o aval tem uma relação subjacente, que funda a
prestação do aval e que pode ser invocada nas relações entre o avalista e o avalizado.
- Protesto por falta de aceite: certifica-se que sacado não aceitou a letra que lhe foi
apresentada para aceite (ou que o seu aceite foi parcial), sendo oponível ao sacador, que
prometeu e garantiu que a letra seria aceite.
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-Protesto por falta de pagamento: atesta-se que, apesar de a letra ter sido aceite,
uma vez apresentada a pagamento, este foi recusado pelo aceitante.
3- A acção cambiária
4- Prescrição
Fala-se de prescrição, nos casos em que finda o prazo, isto é, o período de tempo em
que p titular tem o direito de agir. Findo este prazo, aplica-se o disposto no art. 70.º da
Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças, que varia em função das diferentes posições
dos obrigados cambiários6.
No que toca o objecto da prescrição, deve ter-se em atenção o facto de que não é a
letra que prescreve, mas antes, os referidos direitos cambiários nela incorporados.
Entretanto, o seu período é mais extenso dado a autonomia do direito bancário, deste
modo o portador da letra que vir o seu direito prescrito poderá exigir a satisfação do seu
direito subjacente.
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Art. 46º al.c) do CPC.
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Art. 479º nº 2 da LURLL.
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Art. 479 nº 1 da LURLL.
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Aponta-se como excepção, a obrigação do avalista cujo prazo prescricional é estabelecido por remissão ao
regime previsto no art. 32.º da LURLL.
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Assim, podem criar repercussões nos casos de desaparecimento ou nos casos em que
se tornam ilegíveis com o uso e com a circulação. Deste modo, tratando-se de uma
vicissitude do título de crédito enquanto documento, o direito incorporado pelo título não
se extingue pelo simples facto de o seu suporte se encontrar fragilizado, mas o seu
portador não conseguirá, em regra, exercer os seus direitos cambiários sem o referido
titulo.
Sobre a reforma próprio sensu, note-se que, para todos os efeitos, o titulo reformado
é juridicamente o mesmo título, operando-se a modificação apenas no pano do respectivo
suporte material não cabe neste contexto analisar qual enquadramento legal aplicável a
verdadeira reforma e determinar os tipos de títulos cuja reforma é admitida e qual o
procedimento aplicável.
Desta forma, o regime jurídico aplicável à reforma dos títulos de créditos encontra-se
disperso por vários diplomas. Na medida em que os títulos de crédito consubstanciam
documentos escritos, tem, desde logo, aplicação a norma geral constante do código civil,
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segundo a qual, podem ser reformados judicialmente os documentos escritos que por
qualquer modo tiverem desaparecido. Esta norma é especificada a propósito dos títulos
de crédito no artigo 484.º do Código Comercial, segundo o qual “as letras, acções,
obrigações e mais títulos comerciais transmissíveis por endosso, que tiverem sido
destruídos ou perdidos, podem ser reformados judicialmente, a requerimento do
respectivo proprietário, justificando o seu direito e o facto que motiva a reforma”.
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2- Não sendo emitidos novos títulos, porque não foi requerido ou porque o
emitente não o fez, a certidão do auto de reforma fica a servir de título (
artigo 1070.º nº 1 do Código de processo civil).
c) No caso de os títulos terem sido perdidos ou se encontrarem desaparecidos,
publicar-se-ão avisos num dos jornais mais lidos da localidade em que se presuma
ter ocorrido o facto da perda ou do desaparecimento, identificando-se o título e
convidando-se qualquer pessoa que esteja na posse dele a apresentá-lo durante um
prazo fixado (artigo 1072.º al. a) do código de processo civil).
d) O requerente deverá prestar caução à restituição do valor do título e respectivos
juros ou dividendos, antes de lhe ser entregue o novo título emitido( artigo 484.º
nº 5 do código comercial).
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Conclusão
Depois da pesquisa efectuada, podemos inferir que os títulos de crédito
representam documentos destinados a comprovar que foi estabelecida uma relação de
crédito gerando assim uma obrigação ao devedor e um direito ao credor e têm uma grande
importância económica, pois, aparecem relacionados a uma transacção no mercado,
facilitando e impulsionando a economia, substituindo a moeda corrente ou o dinheiro em
espécie, dando segurança ao negócio realizado.
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Bibliografia
Vale, S.(2015), AS EMPRESAS NO DIREITO ANGOLANO, LIÇÕES DE
DIREITO COMERCIAL, gráfica MaiaDouro.
Legislações:
Código Comercial;
Código Civil
Código de Processo Civil
Lei Uniforme relativa às Letras e Livranças;
Lei Uniforme relativa ao Cheque;
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