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LICENCIATURA EM QUÍMICA

PRÁTICA DE ENSINO: INTRODUÇÃO À DOCÊNCIA (PEID)

POSTAGEM 2: ATIVIDADE 2

REFLEXÕES REFERENTES AO TEXTO SELECIONADO

Cristiane Cabral de Melo / RA: 1851783

Polo Tatuapé II – Silvio Romero


2018
Sumário
1. “O menininho” .................................................................................................................... 1
2. Reflexões referentes ao texto selecionado .......................................................................... 3
3. Referências ........................................................................................................................... 5
1. “O menininho”

Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava com a escola
bastante grande. Quando o menininho descobriu que podia ir à sua sala caminhando pela
porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão grande quanto antes. Uma manhã a
professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho!
-Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar. Leões, tigres, galinhas,
vacas, trens e barcos... Pegou sua caixa de lápis de cor e começou a desenhar. A professora
então disse:
- Esperem, ainda não é hora de começar! Ela esperou até que todos estivessem
prontos e disse:
- Agora nós iremos desenhar flores. O menininho começou a desenhar bonitas
flores com seus lápis rosa, laranja e azul, quando escutou a professora dizer:
- Esperem! Vou mostrar como fazer! E a flor era vermelha com o caule verde.
Assim, disse a professora. Agora vocês podem começar a desenhar. O menininho olhou
para a flor da professora, então olhou para a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não
podia dizer isso. Virou o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha
com o caule verde. Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a
professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar com barro. Podia fazer com ele
todos os tipos de coisas: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar
e amassar a sua bola de barro. Então a professora disse:
- Esperem! Não é hora de começar! Ela esperou até que todos estivessem prontos.
Agora, disse a professora, nós iremos fazer um prato.
-Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e
tamanhos. A professora disse:
- Esperem! Vou mostrar como se faz. Assim, agora vocês podem começar. E o
prato era um prato fundo. O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o
próprio prato e gostou mais do seu, mas ele não podia dizer isso. Amassou seu barro numa
grande bola novamente e fez um prato fundo igual ao da professora. E muito cedo o
menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora.

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E muito cedo ele não fazia mais coisas por si próprio. Então, aconteceu que o menininho
teve que mudar de escola. Esta escola era maior ainda que a primeira. Ele tinha que subir
grandes escadas até a sua sala. Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho. Que bom! Pensou o menininho e esperou
que a professora dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala. Quando
veio até o menininho perguntou:
-Você não quer desenhar?
-Sim, o que nós vamos fazer?
-Eu não sei até que você o faça
-Como eu posso fazê-lo?
-Da maneira que você gostar
-E de que cor?
-Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como eu posso
saber qual é o desenho de cada um?
-Eu não sei! Respondeu por fim o menininho e começou a desenhar uma flor
vermelha com o caule verde.

Helen E. Buckley

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2. Reflexões referentes ao texto selecionado

Esse texto foi escolhido porque ele traz vários aspectos para discussão. Um deles
é a necessidade que o ser humano ou mais precisamente, a sociedade, tem em querer
moldar as pessoas, de acordo com o que se define “coletivamente” como sendo “o
correto”. Sem entrar na questão se é o homem que molda a sociedade ou a sociedade que
molda o homem, o fato é que ninguém é igual a ninguém e é essa diversidade de
intelectualidade, de preferências, de crenças, que nos garante a nossa identidade em si e
nos diferencia dos demais. E não somente isso, é ela também a força motriz do
desenvolvimento e do progresso de uma sociedade.
É impossível pensar em desenvolvimento científico e cultural em uma sociedade
“paralisada” onde todos pensam e agem iguais, uma vez que é “o pensar diferente”, “é o
agir diferente” que faz a sociedade refletir e reanalisar suas teorias e modelos. A história
por sua vez está repleta desses exemplos. Copérnico ousou em pensar que a terra girava
ao redor do sol e não o contrário. Sua teoria heliocêntrica pode ser considerada um marco
na astronomia, sobretudo se pensarmos que no século XV ele literalmente “nadava contra
a correnteza”; não havia equipamentos sofisticados e o cenário político-científico era
baseado na teoria aristotélica geocêntrica, a qual a “igreja católica” assumia
convenientemente como verdade absoluta. Eu poderia até ousar e dizer que na minha
opinião, são pessoas assim que fazem parte dos 5% e que, portanto, são capazes de operar
mudanças na sociedade, mas infelizmente, como o texto acima mostra, isso não era
valorizado e sobretudo, estimulado na primeira escola. Por conseguinte, isso me remete
a uma outra reflexão, que é a escolha do modelo ou “molde” educacional a ser adotado.
Afinal, moldar uma sociedade é um aspecto, mas com qual “forma” torna-se uma outra
estória. A primeira escola nega ao aluno o seu direito a reflexão e abstração e o molda
segundo a postura positivista de condicionamento e controle de comportamento e
aprendizagem.
O texto expõe em si um paradigma, onde são apresentados dois modelos
educacionais completamente opostos. O primeiro onde o aluno atua como ser passivo,
absorvendo apenas conteúdos prontos e pré-estabelecidos pelo professor e o segundo no
qual o aluno é também protagonista da sua educação junto com os outros alunos e
professores. Nesse último modelo, a estória não vem pronta, a rosa não vem pronta. Tudo
passa a ser construído em tempo real, como resultado das abstrações da mente de cada

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aluno. A aprendizagem não ocorre somente em nível individual, ela também é produto da
diversidade de ideias, mais especificamente das interações que ocorrem em sala de aula,
oriundas do trabalho em equipe, e também fora dela. É importante que o professor esteja
consciente de que todos somos capazes de ensinar algo, e que seu papel como professor
será o da criação de oportunidades e transformação dos conhecimentos trazidos. Todo
professor deve crer na capacidade de seus alunos de transformar o meio, e que o papel
destes não se limita simplesmente a receber algo pré-estabelecido, aprender e fixar.

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3. Referências

http://www.ufrrj.br/leptrans/arquivos/O_menininho.pdf

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