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Os 7 Sacramentos

1) Batismo. 5) Extrema-Unção.
2) Confirmação. 6) Ordem.
3) Eucaristia. 7) Matrimônio.
4) Confissão.

O Sacramento da Extrema-Unção
A Extrema-Unção é o Sacramento instituído para alívio espiritual e também temporal dos
enfermos em perigo de morte.

O Catecismo exorta os fiéis a entreterem-se com a assídua meditação da morte (Eclo 7, 40):

“Em todas as tuas obras, lembra-te dos teus novíssimos, e nunca chegarás a pecar”.

Novíssimos são as últimas coisas que acontecem ao homem:


morte, julgamento, céu e inferno.

Como o Sacramento da Extrema-Unção traz forçosamente consigo a recordação daquele


último dia, desde logo se compreende a necessidade de sempre tornar a explicá-lo, não só
pela máxima conveniência de versar os mistérios relativos à salvação, como também para
que os fiéis reprimam as paixões desordenadas, quando se recordam de que a todos foi
imposta a necessidade de morrer.

Outro efeito dessa explicação é que os fiéis se sentem menos pertu bados na iminência da
morte, e dão até infinitas graças a Deus, porque instituiu o Sacramento da Extrema-Unção,
para que tivéssemos, na saída desta vida mortal, um caminho mais rápido para o céu

RAZÃO DO NOME:

Porque de todas as sagradas unções (Batismo, Crisma, Ordem…), prescritas por Nosso
Senhor em sua Igreja, esta é a última na ordem de administração.

NAS ESCRITURAS:

"Há entre vós a gum enfermo? Mande chamar os sacerdotes da Igreja para rezarem sobre
ele, e ungirem-no com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o
Senhor lhe dará alívio. E, se estiver em pecados, ser-lhe-ão perdoados" (Tg 5, 14).

Quando o Apóstolo diz que os pecados são perdoados, quer por aí declarar a ação e a
natureza de um Sacramento.






MATÉRIA:

Óleo consagrado pelo Bispo, não qualquer líquido consistente e gorduroso, mas só o azeite
extraído dos b gos de oliveira.

Significado: assim como o azeite doce serve, otim mente, para mitigar as dores do corpo,
assim também a virtude do Sacr mento atenua a dor e aflição da alma. O azeite tem ainda
por efeito restituir a saúde, despertar alegria, al mentar o clarão da luz; presta-se, também,
para revigorar o corpo alqu brado pela fadiga. Ora, todas estas qualidades simbolizaram os
efeitos que, por virtude divina, produz no enfermo a administração deste Sacramento.

FORMA:

"Por esta santa Unção, Deus te perdoe tudo quanto fizeste de mal
pela vista... pelo olfato... pelo tato… etc.”

Tal é a forma autêntica e própria deste Sacramento, como o dá a e tender o Apóstolo São
Tiago com as palavras: "E rezem sobre ele, e a or ção da fé salvará o enfermo".

Ninguém deve estranhar o seguinte. Nos demais Sacramentos, a forma declara, de modo
absoluto, o efeito que ela produz - por exemplo, quando dizemos: "Eu te bat zo", "Eu te
assinalo com o sinal da Cruz" - ou vem expressa em termos de intimação, como acontece no
Sacramento da Ordem: "Recebe o poder, etc."

Como os enfermos nem sempre conseguem recobrar a sa de, emprega-se a forma


deprecatória (precor: pedido), para alcançar da bondade de Deus um efeito que a virtude do
Sacramento não costuma produzir.







ú­


Nenhum outro Sacramento é ministrado


com a recitação de tantas preces. Sobejam
razões para isso, pois nessa ocasião é que
os fiéis mais precisam de ser ajudados
com piedosas súplicas. Por conseguinte,
todas as outras pessoas que assistirem ao
ato, mas principalmente o próprio pároco,
devem rezar a Deus de todo o coração, e
com muito fervor recomendar à Sua
misericórdia a vida e a saúde do enfermo.

Quem instituiu: Cristo Nosso Senhor,


pois os Apóstolos não inventaram nada.
Ao que parece, Cristo já havia instituído
uma unção semelhante, quando enviou
Seus Discípulos, dois a dois, diante de Si.
Deles escreveu o Evangelista:

"Postos a caminho, pregavam que f zessem penitência. Expulsavam muitos


demônios. Ungiam com óleo mu tos enfermos, e eles saravam". (Mc 6, 12).

QUEM PODE RECEBER:

Outro ponto que os fiéis devem aprender. Este


Sacramento destina-se para todos, mas
excetuam-se certas classes de pessoas a que não
pode ser ministrado.

Em primeiro lugar, são excluídas as pessoas


que estejam em gozo de perfeita saúde. Não se
deve administrar-lhes a Extrema-Unção, de
acordo com o ensinamento do Apóstolo:

"Há algum enfermo entre vós?" Prova-o


também um simples raciocínio, porquanto foi
instituída para remédio, não só da alma, mas
também do corpo.

Como só precisam de medicação os que estão d entes, assim também este Sacramento só
pode ser ministrado aos que sofrem de doença tão grave, que para eles haja o perigo de um
desenlace fatal. Isto não obstante, cometem falta muito grave os responsáveis que, para
ungir o doente, aguardam o momento em que o mesmo, já sem nenhuma esperança de
salvar-se, começa a perder a vida e os sentidos.




Se chamar tarde é pecado, que dizer então dos que deixam de chamar o sacerdote!

Pois é certo que muito concorre para intensificar a graça sacramental, se o doente recebe a
unção dos Sagrados Óleos com plena lucidez de espírito, e pode ainda despertar sentimentos
de fé e piedade.

QUEM NÃO PODE RECEBER:

Não se deve, pois, dar o Sacramento da Extr ma-


Unção a quem não estiver gravemente enfe mo, ainda
que se exponha a perigo de vida, como acontece aos
que se aprestam para uma navegação arriscada, ou que
e tram em batalha, com perigo de morrer, ou que são
levados ao suplício, por sentença capital.

Além disso, não são capazes de receber este Sa-


cramento todos os que estão privados do uso da razão: as crianças que não cometem
pecados, cujos resíduos devam ser purificados por este Sacramento; os alienados e loucos
furiosos, a não ser que tenham intervalos lúcidos, durante os quais mostrem sentimentos
rel giosos, e peçam a Extrema-Unção.

Não é condição essencial que o doente peça os Santos Óleos; basta que os aceite de bom
grado, ou pelo menos não os repila, quando lhe oferec mos os Santos Sacramentos.

Não pode, porém, receber a Extrema-Unção que é louco de nascença. Deve todavia ser
ungido o enfermo que pedira o Sacramento, enquanto estava com juízo perfeito, e só depois
caiu em loucura furiosa.

RITO:

Não se devem ungir todas as


partes do co po, mas
somente aquelas que a
natureza assin lou no
homem, como instrumentos
dos sentidos: os olhos, por
causa da vista; as orelhas,
por causa da audição; o
nariz, por causa do olfato; a
boca, por causa do paladar e
da linguagem; as mãos, por
causa do tato que, e bora
distribuído pelo corpo
inteiro, tem nessa parte sua
esfera principal.








A Igreja conserva esta maneira de ungir, porque se adapta, engenhosamente, ao caráter deste
Sacramento, instituído à semelhança de um remédio. Nas doenças corporais, ainda que o
corpo esteja todo atacado, não se aplica o remédio senão na parte onde está localizada a
fonte e causa da enfermidade. Assim, também, não se unge o corpo inteiro, mas só os
membros, que são os órgãos principais das sensações; por igual, são ung dos os rins como
centro das paixões libidinosas, e os pés como instr mentos naturais de transporte e
locomoção.

IRREPETÍVEL?

Na mesma doença, e quanto o doente estiver no mesmo perigo de vida, só se pode ministrar
uma vez a Extrema-Unção. Se convalescer depois da Unção, o doente poderá ter o socorro
deste Sacramento, todas as vezes que cair em novo perigo de vida.

Alguns autores opinam, com S. Afonso de Ligório, que a Extrema-Unção pode repetir-se
após um mês, porque nesse ínterim o primeiro perigo já passou. Noldin afirma que, em
certas doenças, como asma e tuberculose, o perigo pode passar em menos tempo, digamos,
após uma semana. Nesse caso, pode repetir-se a Extrema-Unção, para que o doente não
fique privado de todos os seus frutos.

DISPOSIÇÕES:

É preciso cuidar, com todo o escrúpulo, que a graça deste Sacramento não seja sustada por
nenhum óbice. Ora, como nada lhe faz maior ob táculo, do que a consciência de um pecado
mo tal, cumpre observar o costume que a Igreja Católica sempre manteve, de ministrar-se
antes da Extrema-Unção os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia.

Em primeiro lugar, devemos pedir a salvação da alma, depois a saúde do corpo, mas com a
ressalva: "Se a saúde for útil para a glória eterna".





MINISTRO:

Conforme bem explicou o Concílio de Trento, quando o Apóstolo São Tiago diz "chame os
presbíteros”, estava se referindo ao sacerdote ordenado.

No entanto, por determinação da Santa Igreja, não é lícito a qualquer sacerdote administrar
este Sacramento, mas somente ao próprio pároco jurisdicionado, ou a outro s cerdote que
receba dele a autorização de substituí-lo.

EFEITOS DO SACRAMENTO:

I - Perdoa dos pecados

A graça confer da por este Sacramento, apaga os pecados, principalmente os mais leves, os
que se conhecem por veniais; as faltas mortais são tiradas pelo Sacr mento da Penitência.

A Extrema-Unção não foi instituída com o fito primordial de extinguir pecados graves;
somente o Batismo e a Penitência é que o fazem, em virtude de sua própria finalidade.

Acidentalmente, a Extrema-Unção confere a graça primeira, quando já não é possível a


Confissão, contanto que haja contrição e o desejo de confessar-se, se fora possível. Quando
recebida em boas disposições, a Extrema-Unção e tingue os castigos temporais do pecado;
livra, portanto, do Purgatório.





II - Dá coragem e confiança na hora da morte

Outro fruto da Sagrada Unção é


livrar a alma da indolência e
fraqueza, contraída por seus
pecados, bem como de todos os
outros remanescentes do
pecado. Certamente, o tempo
mais oportuno para essa cura é
a ocasião em que somos
atormentados por doença grave,
qua do nos ameaça o perigo de
morte.

Por natureza, o homem nada


mais teme, neste mundo, do que
a morte. Esse temor agrava-se,
sobremaneira, com a lembrança
dos pecados passados,
mormente quando a consciência
nos oprime com temerosas
recriminações; pois está escrito:
"Comparecerão m drosos com
a lembrança de seus pecados, e
suas iniquidades levantar-s -ão
contra eles, para os acusar".
(Sb 4, 20)

Muito aflitiva é também a lembrança de que, de tro em breve, é preciso apresentar-nos ao


tribunal de Deus que, segundo nossos merecimentos, há de proferir sobre nós uma sentença
de inexorável justiça. Não raras vezes acontece que, sob a influência desse terror, os fiéis
sentem uma perturbação extraordinária.

De outro lado, nada contribui tanto para uma morte tranquila, como o lançarmos fora a
tristeza, e aguardarmos com alegria a vinda do Senhor, prontos a restituir-Lhe de boa
vontade o nosso depósito, em qualquer hora que o queira exigir. Ora, o Sacramento da
Extrema-Unção tem por efeito livrar dessa angústia os corações dos fiéis, e encher-lhes a
alma de santa e piedosa alegria.

III - Dá força contra o inimigo infernal

Pela Extrema-Unção, conseguimos ainda outro fruto que, por boas razões, é considerado
como o maior de todos. Enquanto vivemos, o inimigo do gênero humano não deixa jamais
de premeditar a nossa ruína e destruição; mas, para alcançar nossa perda completa, e,




possivelmente, para nos tirar toda a esperança na mis ricórdia divina, em tempo algum
investe com mais força, senão quando vê aproximar-se o último dia de nossa vida. Por isso é
que este Sacramento fornece aos fiéis armas e recursos com que possam quebrar a violenta
a rancada do inimigo, e opor-lhe a mais tenaz resistência. A alma toma novo alento pela
esperança na bondade divina, e, assim confortada, suporta mais facilmente todos os
incômodos da doença, e com menos custo desfaz a rija astúcia do próprio demônio, que lhe
insídia o calcanhar.

IV - Recupera a saúde, conforme a vontade de Deus

Nem sempre acontece esse milagre, muitas vezes por falta de fé por parte das pessoas.
Nosso Senhor deixou de fazer muitos milagres, entre os seus comp triotas, "por causa da
incredulidade que havia entre eles".

Sem embargo do que Deus, em Seus desígnios, aprouver determinar acerca da saúde
corporal, cumpre que os fiéis tenham a firme esperança de alcançar a saúde espirit al, e de
sentirem em si, quando sobrevier a morte, os salutares efeitos d quelas palavras das
Escrituras:

"Bem-aventurados os mortos que morrem no Senhor!"






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