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MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 1

MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

MARCOS MAURICIO CAPELARI


CLÓVIS MARZOLA

“MANUAL DE
TERAPÊUTICA EM
CIRURGIA BUCO
MAXILO FACIAL”

BAURU
2002
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 2
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

AUTORES

MARCOS MAURÍCIO CAPELARI


1. Especialista em Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial.
2. Professor dos Cursos de Especialização em Cirurgia e Traumatologia
Buco Maxilo Facial da APCD Regional de Bauru.
3. Membro do Corpo Clínico do Hospital de Base da Associação Hospitalar de Bauru.

CLÓVIS MARZOLA
1. Professor Titular Aposentado da Faculdade de Odontologia de Bauru da USP.
2. Professor Titular da UNIP de Bauru.
3. Professor dos Cursos de Especialização em Cirurgia e Traumatologia
Buco Maxilo Facial da APCD Regional de Bauru.
4. Membro Titular Praticante do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BMF.
5. Membro Titular da Academia Brasileira de Odontologia.
6. Membro da Academia Mundial de Ciência e Tecnologia.
7. Membro da Academia Pierre Fauchard.
8. Professor "Honoris Causa" da UNIGRANRIO.
9. Life Fellow of the International Association of Oral and Maxillofacial Surgeons.
10. Fellow of the International College of Dentistry.
11. Prêmio "Antonio de Souza Cunha" pela melhor contribuição à literatura especializada pôr 4 vezes pelo
Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia BMF.
12. Membro do Corpo Clínico do Hospital de Base da Associação Hospitalar de Bauru.
13. Autor de 5 livros de Cirurgia já em sua terceira edição pela segunda editora.
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AGRADECIMENTOS

A todos nossos alunos de graduação e pós-graduação,


pelo incentivo, apoio e carinho com que nos animaram
sempre a seguir em mais essa empreitada.
A todos esses anônimos pesquisadores nosso agradecimento
sincero e, a mais profunda demonstração de amor pôr tudo
que fizeram nos animando.

Aos Profs. Drs. João Lopes Toledo Filho,


Cláudio Maldonado Pastori,
Daniel Luís Gaertner Zorzetto,
João Lopes Toledo Neto e
Cássia Omagari,
pelo carinho e incentivo nos levando à confecção
de mais esse manual didático.
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CONTEÚDO
Introdução ..................................................................................................... 006
Grupos Farmacológicos e Indicações Terapêuticas de Interesse
em Cirurgia e Traumatologia BMF .............................................................. 007
Adesivo Tissular .......................................................................................... 007
Adesivo Transdérmico ................................................................................. 008
Adsorventes Intestinais (Antidiarréicos / Antidisentéricos) ........................ 009
Alcalinizantes ............................................................................................... 010
Analgésicos .................................................................................................. 010
Anestésicos Locais ....................................................................................... 018
Anovulatórios (Anticoncepcionais) ............................................................. 019
Ansiolíticos e Tranqüilizantes ...................................................................... 020
Quimioterápicos Antianaeróbios ................................................................. 021
Antimicrobianos, Antibacterianos e Antibióticos ........................................ 022
Antiulcerosos Dérmicos ............................................................................... 082
Anticinetóticos e Antieméticos .................................................................... 083
Antienxaqueca .............................................................................................. 085
Anticoagulantes ............................................................................................ 086
Anticonvulsivantes (Antiepilépticos) ........................................................... 088
Antiinflamatórios ......................................................................................... 089
Antimicóticos ............................................................................................... 098
Anntineuríticos, Antinevrálgicos, Neurotróficos e Neurotrópicos .............. 103
Antiplasmínicos ........................................................................................... 108
Anti-sépticos Bucais .................................................................................... 109
Antiparasitários (Miíase) ............................................................................. 110
Antitoxiplásmóticos ..................................................................................... 111
Antiviróticos ................................................................................................ 113
Coagulantes .................................................................................................. 115
Colírios ......................................................................................................... 117
Descongestionantes Nasais (sistêmicos) ....................................................... 118
Descongestionantes Nasais (Tópicos) .......................................................... 121
Estimuladores e Repositores da Secreção Salivar ....................................... 124
Fórmula Manipulada .................................................................................... 126
Hormônios Supra-renais (sistêmicos e tópicos) Corticosteróides ............... 127
Imunossupressores ....................................................................................... 132
Inalantes ....................................................................................................... 132
Miorrelaxantes ............................................................................................. 134
Mucolíticos .................................................................................................. 136
Pomadas Oftálmicas ..................................................................................... 137
Protetor Labial ............................................................................................. 138
Protetor Solar ............................................................................................... 139
Queratolíticos ............................................................................................... 141
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Vitaminas ..................................................................................................... 141


Hemostípticos .............................................................................................. 149
Antianêmicos antimicrocíticos ..................................................................... 150

o0o
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INTRODUÇÃO
A despeito do que se encontra convencionalmente na literatura
odontológica, com enfoque em FARMACOLOGIA, como: “Guias, Manuais Práticos,
Roteiros, etc, para o Dentista”, ou seja, uma literatura voltada exclusivamente a classe
odontológica, com respeito a um tema sobremaneira amplo, dinâmico, indivisível e
universal, o propósito deste manual é aquele de proporcionar, não somente ao Cirurgião-
Dentista, atuante na área da Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, mas também
àqueles profissionais da odontologia que se dispõem a exercer plenamente o Título de
“CIRURGIÃO-DENTISTA” e, não somente dentista, subsídios para que possam se
nortear diante da vasta e mutável: “TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA”.
Há que se entender que é impossível se reportar à FARMACOLOGIA,
sem que se a inter-relacione outras disciplinas tais como a FISIOLOGIA, PATOLOGIA,
BIOLOGIA, BIOQUÍMICA, HISTOLOGIA, MICROBIOLOGIA, enfim a um TODO, e
indivisível organismo, o CORPO HUMANO. Desta premissa surge a primeira e
inquestionável dificuldade que o Odontólogo ou o Estomatólogo encontra diante desta
temática, pois , não obstante o mesmo possua formação acadêmica constante em grade
curricular em todas as referidas áreas, é indiscutível que o enfoque, a ênfase e o
direcionamento dados às Disciplinas Básicas nos Cursos de Graduação de Odontologia e
de Medicina, profundamente se diferem. Tal dificuldade se impõe principalmente, na já
discutida e, de certa forma pejorativa, colocação de que o “cirurgião-dentista” não
consegue enxergar o paciente como um “todo”, normalmente “alfinetada” por uma
minoria inescrupulosa e antiética, porém existente, de profissionais da área médica, que
em inúmeras vezes coloca o CD numa posição subalterna à do médico. Esta
discriminação profissional enrustida se manifesta principalmente quando o CD se
envereda pela Especialidade da Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, quando a
convivência com a classe médica é mais intensa e altamente relacionada . Desta vivência
nasce a necessidade do CD-BMF de se equiparar e corresponder às expectativas não
somente dos colegas médicos, mas de todo um corpo clínico e uma instituição
Hospitalar, com a qual ele necessariamente convive. Paradoxalmente, este aspecto
deletério do contexto do CD-BMF dentro das Instituições Médico-Hospitalares, o induz
a um aprimoramento científico profissional, uma vez que atua em áreas limítrofes do
corpo humano, a face e suas estruturas, onde existem controvérsias quanto à
competência de atuação, se do Otorrinolaringologista, se do Cirurgião Plástico, ou se do
CD-BMF, embora haja um campo de atuação bem definido e demarcado, onde ele e
somente ele, o CD-BMF, pode e tem habilitação para atuar.
Daí a necessidade do respeito mútuo imperar na convivência ética CD-
Médico, uma vez que ÉTICA é um conceito de conduta e moral que transcende
categorias profissionais correlatas ou não e, sim, deve nortear o bom relacionamento de
EQUIPES, uma vez que em SAÚDE, médicos e CD-BMFs devem se complementar e
não competir.
O intuito deste preâmbulo é o de colocar a necessidade de que o CD se
aprofunde nas áreas básicas, das quais em questão se enfoca a farmacologia, já que o
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paciente visto como um todo , requer do profissional não somente conhecimento das
drogas a serem por ele prescritas, mas as prescritas por outros profissionais e, suas
correlações, enfim o que ele pode e deve prescrever e, tudo aquilo que deve conhecer.
Isto posto, a dificuldade subseqüente ao se redigir um manual de um tema
sobre o qual compêndios são publicados, inevitavelmente aparece. O prisma pelo qual
se abordará o assunto visa objetividade na apresentação, sem que com isto se perca a
profundidade, ou seja, importante se fazer atentar com olhos de ”CLÍNICO” e, não de
“FARMACOLOGISTA”, não confundindo pragmatismo com superficialidade, uma vez
que o texto é direcionado ao CIRURGIÃO. Ao se ler o presente texto deve-se ter em
mente que o “Livro de Cabeceira”, consultório, clínica, cadeira odontológica,
ambulatório, centro cirúrgico, etc..., ainda é o DEF-Dicionário de Especialidades
Farmacêuticas, que será a linha mestra sobre a qual se desenvolverá o tema, de tal forma
que além dos conceitos e informações expostos, uma diretriz objetiva de consulta ao
DEF poderá ser estabelecida.

GRUPOS FARMACOLÓGICOS E INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS


DE INTERESSE EM CIRURGIA TRAUMATOLOGIA
BUCO-MAXILO-FACIAL

As drogas serão agrupadas simultaneamente de acordo com a forma pela


qual atuam no organismo, com o quadro clínico apresentado pelo paciente (sinais,
sintomas, patologias e síndromes) nas quais forem indicadas ou contra-indicadas as suas
utilizações, além de um breve bulário com informações sobre os medicamentos. Eles
serão apresentados pelo nome comercial, oficial ou genérico das substâncias que o
compõem, dando-se ênfase e exemplificando com os principais e, mais freqüentemente
utilizados, dado à gama imensa e dinâmica de drogas comercializadas. As publicações
do DEF são bienais, devendo portanto o profissional estar sempre atento as novas
edições, atualizando e informando-se das possíveis inclusões ou exclusões de fármacos à
disposição no mercado.

ADESIVO TISSULAR

Em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial, por vezes o cirurgião


se depara com áreas cruentas e hemorrágicas, devido à lacerações de mucosas e
tegumentos, nas quais pode haver perda de substância, onde a aproximação das bordas
da ferida pela sutura é inviável. Nestas circunstâncias o uso de adesivos tissulares pode
auxiliar na hemostasia, quando a hemorragia for capilar ou em “lençol”, não havendo
grandes vasos envolvidos, além de promover oclusão da ferida, favorecendo assim a
cicatrização, pela proteção oferecida pelo tamponamento nestas áreas de solução de
continuidade dos meios internos com o ambiente.
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TISSULCOL
FIBRINOGÊNIO HUMANO,
APROTININA BOVINA,
TROMBINA HUMANA

Indicações: hemostasia, vedamento ou aderência em tecidos e promotor


de cicatrização de feridas.
Contra-indicações: hipersensibilidade à proteínas bovinas. Utilização em
mucosa nasal, pela possibilidade de reações alérgicas e anafilactóides graves e
tromboembolia.
Reações adversas: reações alérgicas e anafilactóides.
Posologia e administração: a critério profissional. Somente para uso
cirúrgico.

ADESIVO TRANSDÉRMICO

A utilização de Estrógenos para Hormonoterapia, em pacientes do gênero


feminino, visando reposição hormonal, no climatério ou menopausa, ou em pacientes
submetidas a histerectomia (remoção cirúrgica de útero e ovários), ou ainda outras
patologias nas quais a produção de hormônios femininos esteja comprometida, é
bastante comum. A menopausa é a fase que se refere à parada da função menstrual, que
caracteriza o início do climatério, que ocorre por volta dos 45 aos 50 anos, sendo
acompanhada pela diminuição da produção de progesterona e estrógenos associados
ainda ao aumento das gonadotrofinas e modificações funcionais da tireóide. Nesta fase,
cerca de 80% das mulheres queixam-se de sintomas bucais, dentre outros, tais como
queimação, ardor, glossites, glossodinias, alterações do paladar, dificuldade de tolerar
próteses e, sensação de “boca seca” (xerostomia). Assim, alterações atróficas da
gengiva e da mucosa, podem ocorrer, sendo a manifestação clínica denominada muitas
vezes de “gengivite descamativa”. Esta manifestação clínica inespecífica apresenta
sinais de eritema, ulceração e descamação do epitélio. Este termo é apenas descritivo,
de uma entidade clínica sem etiopatogenia específica ou definida podendo ser uma
manifestação localizada, primária ou frustrada de doenças como o líquen plano, pênfigo
vulgar, penfigóide benigno de mucosa ou mesmo de um eritema multiforme. Portanto,
dificuldades existem quanto ao tratamento e solução deste problema, enfatizando-se o
valor do diagnóstico clínico apoiado em exames complementares. Apesar da
dependência do epitélio vaginal aos estrógenos já ter sido demonstrada, o mesmo não
acontece com o epitélio bucal, cujos resultados são conflitantes, pois a reposição com
estrógenos nem sempre leva ao sucesso aqueles casos de atrofia do epitélio bucal.
O tratamento com pomadas à base de estrógenos, estrógenos associados a
progesterona e placebo, aliviaram os sintomas de certos pacientes, alterando os aspectos
atróficos do epitélio, no entanto, tal resultado parece estar relacionado mais com simples
e repetidas massagens, independentes da associação medicamentosa utilizada. Assim,
após os 40 anos, dado a queda de estrógenos e modificações da queratinização da
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mucosa bucal, as mulheres parecem ser mais suscetíveis ao fumo, desenvolvendo


alterações na mucosa bucal, além de alterações osteoporóticas na maxila e mandíbula. A
forma de administração da reposição ou regulação hormonal nestas pacientes é variada,
podendo ser por via transcutânea, ou seja, através de adesivos aplicados sobre a derme
da paciente, além das vias enterais e parenterais convencionalmente utilizadas, via oral
ou ainda por injeções intramusculares aplicadas com intervalos de tempo variáveis.

CLIMADERM 7 DIAS
ESTRADERM TTS
MENOREST
ESTRADIOL

Indicações: hormonoterapia.
Contra-indicações: o aspecto que diz respeito ao CD-BMF contra-indica
procedimentos cirúrgicos em pacientes sob terapia de reposição hormonal (TRH) que
está associada a um aumento relativo no risco de desenvolvimento de tromboembolismo
venoso, a trombose venosa profunda, ou embolismo pulmonar. Se possível, o estrogênio
deve ser descontinuado pelo menos quatro semanas antes de cirurgias associadas a risco
aumentado de tromboembolismo, ou utilização de medidas profiláticas de prevenção,
administradas a critério do médico assistente envolvido, habitualmente, o Ginecologista.

ADSORVENTES INTESTINAIS
(ANTIDIARRÉICOS/ANTIDISENTÉRICOS)

Fato comum durante antibioticoterapia prolongada, tanto quando


realizada por via enteral ou parenteral, é a ocorrência de distúrbios gastrintestinais, tais
como as diarréias, ocasionados pela alteração da flora bacteriana intestinal, influenciada
pelo poder bactericida ou bacteriostático do quimioterápico empregado (efeito colateral).
Quando descartada a possibilidade de que tal intercorrência não tem um fundo
infeccioso do trato gastrintestinal, sendo puramente relacionada à utilização de
antibacterianos, pode-se lançar mão dos absorventes intestinais cuja atuação está no
restabelecimento da flora bacteriana intestinal saprófita.

FLORAX
Saccharomyces cerevisiae

Indicações : tratamento de diarréias.

FLORATIL
Saccharomyces boulardii-17, liofilizado
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Indicações: adjuvante no tratamento da diarréia produzida por


antibioticoterapia ou quimioterapia.
Contra-indicações: não são conhecidas até o momento.
Interações medicamentosas: não deve ser administrado juntamente com
agentes fungistáticos e fungicidas, por possibilidade de antagonismo e inativação do
produto, anulando seu efeito terapêutico.
Posologia e modo de usar: no caso de pacientes sob tratamento com
antibióticos e quimioterápicos, administrar FLORATIL (100 A 200 mg) um pouco antes
desses agentes.

ALCALINIZANTES

Considerando-se que o meio fisiológico tem o seu pH neutro, ou seja, na


escala de 0-14, em torno de 7, existem situações, como no diabetes, onde predispõe-se à
uma acidose patológica a ser compensada pela administração de drogas alcalinas, ou
seja, com pH acima de 7. Ainda em circunstâncias nas quais um meio alcalino dificulta
a sobrevivência de microrganismos patogênicos com tropismo ou compatíveis com
meios ácidos, à exemplo das infecções fúngicas orais. Além disto, parece que a
alcalinização do meio bucal, também, atua como fator coadjuvante no tratamento
sintomático da hipossialia (xerostomia).

BICABORNATO DE SÓDIO

Indicações: na cetoacidose do diabético descompensado, para restaurar o


equilíbrio ácido/básico como antiácido (gástrico); como alcalinizante de cavidade oral
em quadros de candidíase aguda e, como coadjuvante, associado ou não ao cloreto de
sódio, no tratamento sintomático das xerostomias.
Posologia e modo de usar: à critério do médico assistente, quando de uso
sistêmico, ou diluído em água para bochechos, como colutório, após dieta e higiene oral,
quando em uso tópico.

LEITE DE MAGNÉSIA DE PHLLIPS

HIDRÓXIDO DE ALUMÍNIO

Indicações: excetuando-se a cetoacidose, tem as mesmas indicações do


bicabornato de sódio, sendo que nos quadros de candidíase em hipertensos é aquele mais
indicado por não predispor à crises hipertensivas durante sua utilização.

ANALGÉSICOS

As drogas analgésicas, antiinflamatórias e antipiréticas constituem um


grupo heterogêneo de compostos, geralmente não relacionados quimicamente, embora a
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maioria seja ácida orgânica, que, apesar disto, têm em comum certas ações terapêuticas e
efeitos colaterais. Assim uma classificação de drogas analgésicas e antiinflamatórias é
complexa e controversa, uma vez que todo analgésico tem um potencial
antiinflamatório, e vice-versa. Pode-se de maneira didática dividir-se em dois grupos, as
drogas com efeito antiinflamatório mais acentuado e, as drogas com potencial analgésico
mais exacerbado, estas que podem ter efeito sobre SNC ou atuação periférica, sendo
classificadas como opiódes ou não-opióides, cujo mecanismo de ação também distingüe-
se dos antiinflamatórios propriamente ditos, ou seja, os antiinflamatórios não-esteróides
(AINEs).
Nesta seção, serão enfocados os analgésicos propriamente ditos, opiódes e
não-opióides.
O termo opióide é aqui utilizado para designar um grupo de drogas
semelhantes à morfina (composto puro do ópio que contém mais de 20 alcalóides
distintos, cuja denominação foi dada em homenagem à Morfeu (o deus grego dos
sonhos), em diferentes graus, no que concerne às suas propriedades. Os opióides ou
agonistas opióides são empregados principalmente como analgésicos, embora possuam
muitos outros efeitos farmacológicos. Sua maneira de ação tem a ver com a interação
com diversos receptores que parecem estar intimamente relacionados, compartilhando
com algumas propriedades de determinados peptídios de ocorrência natural, as
encefalinas, as endorfinas, além das dinorfinas. Estes peptídios opióides endógenos
parecem funcionar como neurotransmissores, moduladores da neurotransmissão ou
neuro-hormônios, cuja participação nos processos fisiológicos ainda não foi de todo
esclarecida. As moléculas precursoras e os peptídios delas originados não ficam
confinados ao sistema nervoso central (SNC), estando distribuídos pelo organismo de
maneira específica, explicando assim a ação das drogas opióides principalmente sobre o
SNC, porém não exclusivamente sobre ele.
Dentre os analgésicos não-opióides a aspirina é o protótipo, por essa
razão, tais compostos costumam ser designados drogas tipo aspirina. Com a elucidação
do mecanismo de ação destas drogas, foi possível entender porque drogas tão
heterogêneas possuem as mesmas atividades terapêuticas básicas e, freqüentemente, os
mesmos efeitos colaterais. A atividade terapêutica das drogas tipo aspirina depende da
inibição de uma via bioquímica definida, responsável pela biossíntese das
prostaglandinas e dos autacóides relacionados. O termo autacóide deriva do grego autos
“auto” e akos “agente medicinal ou remédio” designando diferentes substâncias
descritas variavelmente como hormônios locais, agentes autofarmacológicos, além de
outros termos semelhantes.
A inibição da biossíntese das prostaglandinas está relacionada com a
interrupção da biossíntese dos produtos do ácido araquidônico, pelas diversas vias de seu
metabolismo, inibindo prostaciclina, tromboxano A2, leucotrienos, cicloxigenases 1 e 2
(COX 1 e COX 2).
Uma das limitações das drogas semelhantes à aspirina é sua incapacidade
de inibir o metabolismo do ácido araquidônico pelas lipoxigenases. Na verdade, a
inibição das cicloxigenases poderá ocasionar um aumento da síntese de leucotrienos, por
aumentar a quantidade de ácido araquidônico disponível para sofrer a ação das
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lipoxagenases. A despeito disto, ainda existe o conceito atual de seletividade na inibição


de COX 1 e COX 2, mesmo por parte dos antiinflamatórios propriamente ditos (AINEs).
Concluindo-se daí o porquê do efeito principal destas drogas ser a analgesia, em
detrimento de seu baixo poder antiinflamatório.

ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO (AAS)


ASPIRINA

Indicações: analgésico, antitérmico e antiinflamatório. Os salicilatos


promovem o alívio da dor, tanto por sua ação periférica, como pelo seu efeito ao nível
do sistema nervoso central. Como inibidor da síntese de prostaglandinas no tecido
inflamado, impede a sensibilização dos receptores da dor ao estímulo mecânico ou à
ação de substâncias químicas. O AAS inibe a agregação plaquetária, interferindo na
primeira fase do processo de coagulação sangüínea, reduzindo ou mesmo impedindo a
formação do tampão plaquetário indispensável para o início da formação posterior do
coágulo, aumentando o tempo de sangramento (Ts), efeito este, que justifica seu
emprego na profilaxia dos distúrbios trombóticos coronariano e cerebral, inspirando
cuidados nos pacientes com indicação cirúrgica, devido ao risco aumentado de
hemorragias severas. São necessários exames laboratoriais prévios (coagulograma
completo como o Ts-Tempo de Sangramento, Tc-Tempo de Coagulação, Tp-Tempo de
Protrombina, Ttpa-Tempo de Tromboplastina Parcialmente Ativada, Contagem de
Plaquetas, Prova do laço-Rumpel-Leede-função plaquetária)e, se necessário, a suspensão
prévia do medicamento, porém sob supervisionamento do cardiologista assistente.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos salicilatos, último trimestre da
gravidez, dispepsias, lesão da mucosa gástrica, lesão hepática grave, hemofilia,
púrpuras, leucemias sob tratamento quimioterápico, discrasias sangüíneas, uso de
anticoagulantes e suspeita de dengue.
Interações medicamentosas: interage com o álcool, probenecida,
anticoagulantes, sulfinpirazona, sedativos, metotrexato e sulfoniluréias.
Posologia: adultos, de 3.000 a 6.000mg/dia, fracionados em seis
vezes(4/4 horas); crianças, 50 a 500mg até 3 vezes ao dia, de acordo com idade e peso.
Como antiagregante, usualmente 100mg ao dia.

CIBALENA A
ÁCIDO ACETIL SALICÍLICO,
PARACETAMOL,
CAFEÍNA

Indicações: analgésico e antipirético.


Informações técnicas: trata-se da associação de dois analgésicos, o AAS e
o Paracetamol e, um analéptico, a cafeína. A associação de dois analgésicos permite que
propriedades positivas de ambos sejam somadas as negativas diminuídas. O
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Paracetamol é um analgésico particularmente útil no controle da dor que acompanha os


distúrbios da musculatura esquelética, além de sua perfeita tolerância, ao lado da
completa ausência de fenômeno irritativo sobre a mucosa gástrica ou sobre a
musculatura lisa do tubo digestivo, ao contrário do AAS que é altamente irritante da
mucosa do trato gastrintestinal. Embora um tanto mais lento que o AAS, o paracetamol
é mais duradouro e persistente.
Posologia: 1 a 2 comprimidos 3 x ao dia (acima de 14 anos).

CODEIN

FOSFATO DE CODEÍNA

Indicações: a codeína é um analgésico derivado do ópio usado para o


alívio da dor moderada.
Contra-indicações: em casos de diarréia associada à colite
pseudomembranosa causada por cefalosporina, lincomicina ou penicilina, ou ainda
quando provocada por envenenamento. Alergia à codeína ou a outros opiódes. Nos
casos de depressão respiratória, especialmente em presença de cianose e excessiva
secreção brônquica. É contra-indicado quando há dependência à drogas, inclusive
etilismo, nas instabilidades emocionais ou quando da tentativa de suicídio, condições
onde há aumento da pressão intracraniana, arritmia cardíaca, convulsão, função hepática
ou renal prejudicada,inflamação intestinal, hipertrofia ou obstrução prostática,
hipotireoidismo, cirurgia recente do trato intestinal ou urinário.
Posologia: Adultos: 30mg (de 15 a 60 mg) a cada 3 ou 6 horas, com um
limite de administração de até 120 mg/dia. Crianças: 0,5 mg/Kg /peso corporal a cada 4
a 6 horas.

DIMORF

SULFATO DE MORFINA

Indicações: analgésico sistêmico, utilizado para o alívio da dor aguda que


não responde a nenhum outro analgésico narcótico sistêmico.
Contra-indicações: pacientes alérgicos à morfina ou outros opiódes,
bronquite asmática crônica e aguda ou obstrução das vias aéreas superiores, com
depressão ou insuficiência respiratória, arritmia cardíaca, aumento da pressão
intracraniana e cerebroespinhal, danos cerebrais, tumor cerebral, alcoolismo, delirium
tremens, convulsões. Nos casos em que há problemas de coagulação causados por
terapia anticoagulante ou desordens hematológicas e, quando na dependência à
analgésicos opiódes.
Superdosagem: caracterizada pela depressão respiratória com ou sem
depressão concomitante do SNC. Conduta: assegurar e manter as vias aéreas livres,
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auxiliando a ventilação com oxigênio e/ou sistema de ventilação assistida ou controlada.


O antagonista narcótico Naloxona é o antídoto específico.
Posologia: Adultos: 15 a 30 mg a cada 4 horas. Crianças: 0,3 a 0,6
mg/Kg.
Atenção: pode causar dependência física e psíquica.

DIPIRONA
DIPIRONA SÓDICA (ANADOR)
OU MAGNÉSICA (MAGNOPYROL)

Indicações: analgésico e antipirético.


Contra-indicações: dipirona não deve ser usada em pacientes com
intolerância conhecida aos derivados pirazolônicos, ou portadores de determinadas
doenças metabólicas, como porfiria hepática ou deficiência congênita da glicose-6-
fosfato desidrogenase. Como os demais analgésicos, não deve ser utilizada em altas
doses ou por períodos prolongados sem acompanhamento do paciente.
Precauções: o uso de dipirona em casos de amidalite ou qualquer outra
afecção da bucofaringe deve merecer um cuidado redobrado. Esta afecção preexistente
pode mascarar os primeiros sintomas de AGRANULOCITOSE (angina agranulocítica),
ocorrência rara, mas possível, quando se faz uso da dipirona. Seu uso deve ser evitado
no primeiro trimestre e nas últimas 6 semanas de gestação e, mesmo fora destes
períodos, poderá ser administrada a gestante em casos de absoluta necessidade. Em caso
de aleitamento materno, a dipirona passa para o leite materno, porém desconhecem-se
ocorrências de efeitos prejudiciais ao lactente. Pacientes com asma ou infecções
respiratórias crônicas, bem como com hipersensibilidade a qualquer tipo de substância,
podem desenvolver choque. Em pacientes com distúrbios hematopoéticos, as dipironas
poderão ser administradas sob controle do médico assistente. São necessários cuidados
em pacientes com pressão arterial sistólica abaixo de 100 mmHg ou com condições
circulatórias instáveis (ex.: deficiência circulatória incipiente associada ao enfarto do
miocárdio, lesões múltiplas ou choque recente). Usar com cautela em pacientes idosos,
com obstrução pilórica ou intestinal, ou ainda com as funções metabólica, renal ou
hepática debilitadas.
Advertências: interromper imediatamente o uso surgindo manifestações
alérgicas na pele, como prurido e placas eritematosas, se houver algia na faringe ou
qualquer anormalidade na boca ou garganta.
Interações medicamentosas: deve-se evitar o uso concomitante de álcool.
No caso de pacientes fazendo uso de ciclosporina (imunossupressor, (ex.: em
transplantados fazendo uso desta droga), pode ocorrer uma diminuição no nível da
ciclosporina. Produtos contendo dipirona não devem ser administrados a pacientes sob
tratamento com fenotiazínicos, como a Clorpromazina (neuroléptico e antipsicótico, ex.:
em PMD-Psicose Maníaco Depressiva, quando controlada com tal droga), pois pode
ocorrer hipotermia grave.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 15
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Reações adversas: em pacientes sensíveis, independente da dosagem, a


dipirona pode provocar reações de hipersensibilidade. As mais graves embora raras, são
anafilaxia (choque) e discrasias sangüíneas, tais como agranulocitose, leucopenia,
trombocitopenia, anemia hemolítica e meta-hemoglobinemia, além de casos
relatados de aplasia medular, que são sempre quadros muito graves, daí em alguns países
haver sérias restrições e, até mesmo proibição da sua utilização. Quadros de reações de
hipersensibilidade afetando a pele (urticária), a conjuntiva e a mucosa nasofaríngea ,
podem evoluir para reações cutâneas bolhosas, extremamente graves, com risco de vida,
com envolvimento de mucosa tais como a Síndrome de Stevens-Johson ou a Síndrome
de Lyell. Ocasionalmente, principalmente em pacientes com histórico de doença renal
preexistente, ou em caso de superdosagem, foram relatados distúrbios renais transitórios
com oligúria ou anúria, proteinúria e nefrite intersticial. Podem ser observadas crises
asmáticas em pacientes com predisposição a tal condição. Em pacientes com deficiência
de protrombina, a dipirona pode agravar a tendência à hemorragia.
Posologia: Adultos: (solução oral) utilizar 30 a 60 gotas de 6/6 horas.
Crianças: de 3 a 37 gotas, de acordo com peso e idade, até 4 vezes ao dia.
Superdosagem: os cuidados devem ser os classicamente utilizados, como
a lavagem gástrica, monitorização das funções vitais com terapêutica de suporte, quando
necessário e, eventualmente, diurese forçada e diálise, uma vez que dipirona é dialisável,
ou seja, trata-se de emergência médica a ser encaminhada aos cuidados de médico
assistente em pronto-atendimento.

DOLOXENE-A

NAPSILATO DE PROPOXIFENO,
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO

Indicação: alívio de dores leves e moderadas.


Contra-indicação: hipersensibilidade ao propoxifeno e ao AAS.
Ação: a associação dos dois princípios ativos da droga tem efeito
sinérgico, ou seja, proporciona analgesia maior do que aquelas produzidas por ambas as
drogas administradas isoladamente.
Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes do medicamento.
Advertências: o napsilato de propoxifeno pode causar uma diminuição da
capacidade mental e/ou física, necessárias para realização de tarefas potencialmente
arriscadas, tais como dirigir automóvel ou operar maquinaria, especialmente durante os
primeiros dias de tratamento. Seu efeito depressivo sobre o SNC poderá ser cumulativo
com o de outro depressor desse sistema, incluindo o álcool, devendo o paciente ser
devidamente alertado. O propoxifeno isolado ou em combinação com outros
depressores do SNC pode ter efeitos tóxicos ou até mesmo fatais em caso de
superdosagem, principalmente em pacientes com história prévia de distúrbios
emocionais ou de tentativa de suicídio, bem como uso de indevido de tranqüilizantes,
álcool ou outras drogas ativas no SNC. Deve-se ter cautela ao se prescrever propoxifeno
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 16
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em doses elevadas a tais pacientes. Devido à presença da AAS na composição,


doloxene-a deve ser prescrito com cautela na presença de úlcera péptica.
Dependência à droga: têm sido relatados sintomas de dependência
psicológica e física, que quando ocorre é qualitativamente idêntica à da codeína, embora
seja quantitativamente menor e, o seu uso não substitui a morfina nos casos de
dependência a esta droga.
Posologia: Adultos: 1 cápsula por via oral de 4 em 4 horas.

DÓRICO
TYLENOL

PARACETAMOL

Indicação: analgésico e antitérmico.


Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Características: o paracetamol atua predominantemente na inibição da
síntese de prostaglandinas no SNC e, também, no bloqueio dos impulsos dolorosos ao
nível periférico. Como antitérmico age no centro hipotalâmico regulador da
temperatura, provavelmente através da inibição da síntese de prostaglandinas, resultando
em vasodilatação periférica e perda de calor.
Precauções: deve ser administrado com cautela durante a gestação e
lactação, além de casos de insuficiência renal e/ou hepática grave.
Interações medicamentosas: a administração com alimentos retarda a
absorção do fármaco. Interage com anticoagulantes cumarínicos e cloranfenicol. Evitar
utilização concomitante com substâncias hepatotóxicas, inclusive o álcool, devido a seu
potencial hepatoxicidade, que também pode ser aumentado pela administração de altas
doses dos seguintes fármacos: barbitúricos, carbamazepina, hidantoína, rifampicina e
sulfinpirazona.
Reações adversas: a administração prolongada e/ou em doses altas pode
provocar disfunção hepática e discrasias sangüíneas, havendo relatos de êxito letal
devido a fenômenos hepatotóxicos. Reações de hipersensibilidade podem ocorrer
também com o uso do produto.
Posologia: 500 a 1.000 mg de 3 a 4 vezes ao dia, não ultrapassando 8
comprimidos em 24 horas.
Superdosagem: esvaziamento gástrico por aspiração e lavagem. O
antídoto é a N-acetilcisteína.

LISADOR

DIPIRONA, ADIFENINA E PROMETAZINA

Indicação: analgésico, antiespasmódico e antitérmico.


MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 17
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Propriedades: a associação de um analgésico, a dipirona, um


espasmolítico, a adifenina, e um anti-histamínico, a prometazina, permite a
potencialização dos efeitos terapêuticos analgésico-espasmolíticos da droga.
Posologia: Lisador gotas: 30 a 60 gotas de 6/6 horas.

TRAMAL

CLORIDRATO DE TRAMADOL

Indicações: controle da dor de intensidade moderada a severa, de caráter


agudo, subagudo e crônico.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao cloridrato de tramadol;
intoxicações agudas por álcool, hipnóticos, analgésicos e psicofármacos em geral;
pacientes em tratamento com: inibidores da MAO, antidepressivos tricíclicos,
antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, neurolépticos e drogas ou
situações que baixam o limiar para convulsões (carbamazepina, trauma encefálico,
desordens metabólicas, abstinência a álcool e drogas).
Informações técnicas: o mecanismo de ação do tramal não é
completamente conhecido, mas sabe-se que ele pode-se ligar aos receptores opióides u e
também, inibir a recaptação da norepinefrina e serotonina. Seu mecanismo de atuação é
similar ao das endorfinas e encefalinas, agindo nos receptores ao nível de células
nervosas, levando à diminuição da dor.
Precauções e advertências: deve ser utilizado com cuidado nas seguintes
situações: hipersensibilidade aos opióides,pacientes idosos e com insuficiência
respiratória, história prévia de convulsões,dependência de opióides,pressão intracraniana
aumentada,além do rebaixamento de consciência de origem não estabelecida. Seu uso
durante a gestação e amamentação tem indicação bastante restrita. Pacientes sob
tratamento com Tramal devem ser alertados quanto à realização de atividades que
exijam atenção, como operar maquinária ou dirigir veículos, particularmente quando
utilizado concomitantemente com bebidas alcoólicas, devido à possibilidade de
potencialização dos efeitos indesejáveis de ambas as drogas.
Interações medicamentosas: mesmo recebendo as doses recomendadas,
casos de convulsão já foram relatados em alguns pacientes. Há um risco aumentado de
convulsões quando administrado concomitantemente com antidepressivos (amitriptilina,
nortriptilina, selegilina, amoxapina, clorgilina, fluoxetina, sertralina, fluvoxamina
imipramina, moclobemida, etc.) e neurolépticos (sulpirida, clorpromazina, clorprotixeno,
flupentixol, haloperidol, pimozida, risperidona, etc.). Depressores do SNC tais como
codeína, difenidramina, hidrocodona, meperidina, talidomida, morfina, etc, têm seus
efeitos potencializados quando no uso concomitante com Tramal. Outras drogas tais
com o antifúngico Cetoconazol e o antibiótico eritromicina, podem inibir o metabolismo
do tramadol.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 18
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Posologia: Adultos e jovens com mais de 14 anos de idade de 50 mg a


100 mg, quando necessário pode-se repetir a cada 4-6 horas, não devendo exceder doses
de 400 mg/dia.

TYLEX

PARACETAMOL
FOSFATO DE CODEÍNA

Descrição: é a combinação de duas drogas já descritas, que combinam os


efeitos analgésicos de uma substância química com ação central, a codeína, com os de
paracetamol, com uma ação predominantemente periférica, apresentando uma
distribuição uniforme a quase todos os tecidos do organismo.

ANESTÉSICOS LOCAIS
O presente subtítulo que engloba os anestésicos locais, regionais e
tópicos, encontra-se descrito detalhadamente no volume ANESTESIOLOGIA do autor.

ANESTÉSICOS GERAIS

Muito embora o CD-BMF não utilize drogas anestésicas gerais inalantes


ou injetáveis, importante se faz o conhecimento de sua ação e, as possíveis interações
medicamentosas com os medicamentos por ele rotineiramente utilizados.
Das drogas anestésicas inalatórias, as mais freqüentemente utilizadas são
o Halotano, Etrane, Isoflurano e o Sevorane. A importância do conhecimento de que
droga foi selecionada pelo Médico Anestesiologista, se deve ao fato que os anestésicos
inalatórios Halogenados, Halotano, Halothano e Fluothane, possuem elevado risco de
interação medicamentosa com a adrenalina e noradrenalina, que devem ser somente
empregadas com extrema cautela, senão evitadas durante a anestesia geral, uma vez que
o uso simultâneo pode induzir sérias arritmias cardíacas como taquicardia ventricular ou
fibrilação. Portanto em caso de planejamento cirúrgico onde se deseja infiltração
anestésica com vaso constrictor derivado da adrenalina ou noradrenalina, para
diminuição do sangramento trans-cirúrgico e facilitação da hemostasia, há que se
planejar com o Anestesista previamente, para a seleção da droga anestésica geral mais
adequada e, comunicá-lo durante os momentos de utilização das soluções anestésicas
com o vaso constrictor citado, para que se faça uma monitoração do paciente mais
acurada à nível de Oxímetro/pulsímetro e Cardioscópio, instrumentos estes que revelam
possíveis quadros de arritmia cardíaca. Nestas intercorrências de arritmias trans-
operatórias, as drogas mais freqüentemente utilizadas como antiarrítmicos são a
Amiodarona e a xilocaína, esta também administrada por via endovenosa. Outro fator
importante a saber, é que na associação de anestésicos locais com gerais, quando bem
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 19
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

indicada, diminui a quantidade de anestésico geral a ser utilizada pelo Anestesista, o que
favorece a recuperação do paciente após o término da operação, retornando-o à
consciência num tempo mais curto, diminuindo-se assim o tempo anestésico empregado,
além de uma analgesia pós-operatória nos procedimentos cirúrgicos de curta duração.

ANOVULATÓRIOS
(ANTICONCEPCIONAIS)

Além da sua utilização em hormonoterapia os estrógenos e suas


associações são amplamente usados como anovulatórios na anticoncepção e na
regulação de ciclos menstruais, apresentando os mesmos processos metabólicos e
fisiológicos, com as idênticas intercorrências a serem consideradas pelos cirurgiões.

GYNERA

GESTODENO + ETINILESTRADIOL

MERCILON

DESOGESTREL

ETINILESTRADIOL
MICRODIOL

DESOGESTREL/ETINILESTRADIOL

NORDETTE

LEVONORGESTREL
ETINIESTRADIOL

Indicações: contracepção hormonal oral e controle de irregularidades


menstruais.
Contra-indicações: a exemplo da terapêutica aplicada em
Hormonoterapia, como medida de precaução, em casos de cirurgias programadas, deve
haver a interrupção da medicação, pois segundo conhecimentos atuais não se pode
excluir a possibilidade de que a tomada de contraceptivos hormonais esteja associada a
um aumento de risco de doenças tromboembólicas venosa e arterial. Com relação à
trombose arterial (ex.: apoplexia, infarto do miocárdio) parece aumentar o risco relativo
quando concomitantemente existem outros fatores, tais como intenso consumo de
cigarro (15 ou mais cigarros por dia), idade mais avançada, hipertensão,
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 20
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, pré-eclampsia, tratamento contraceptivo


combinado prolongado por vários anos.
Interações medicamentosas: a administração simultânea e regular de
outros medicamentos tais como a hidantoína, rifampicina ampicilina,
fenoximetipenicilina, tetraciclina, neomicina, cloranfenicol, sulfonamidas,
nitrofurantoína, barbitúricos, fenilbutazona, meprobamato, analgésicos contendo
fenacetina e pirazolona, clorpromazina, diidroergotamina e cordiazepóxido, reduz a
eficácia contraceptiva aumentando a incidência de sangramento intermenstrual, fato este
a ser relatado e orientado ao paciente quanto aos devidos cuidados a serem observados,
quando da necessidade de associação destas drogas, muitas delas de uso rotineiro do
CD-BMF, aos contraceptivos.

ANSIOLÍTICOS E TRANQÜILIZANTES

São drogas freqüentemente utilizadas como medicação pré-anestésica,


para atos cirúrgicos em pacientes com grau de excitabilidade exacerbado, nos quais se
deseja a elevação do patamar de sensibilidade à dor, tornando o limiar de tolerância e
sensibilidade às sensações dolorosas mais altas, quando se utilizam as anestesias locais,
ou como MPA (Medicação Pré-Anestésica) em anestesia geral.

DIENPAX

DIAZEPAN

VALIUM
DIAZEPAN

Indicações: agitação, ansiedade patológica, crises convulsivas, sedação,


espasmos musculares, pela sua ação ansiolítica, sedativa, miorrelaxante e
anticonvulsivante, atuando como depressor do SNC, provavelmente facilitando a ação
inibitória do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA).
Contra-indicações: hipersensibilidade aos benzodiazepínicos, miastenia
gravis , glaucoma de ângulo estreito, gravidez; na insuficiência respiratória, em razão do
efeito depressor dos benzodiazepínicos, não obstante, nos casos de hipoxia onde a
ansiedade agrava o quadro, poderia ter sua indicação, ou ainda em pacientes
dependentes de outras drogas, inclusive o álcool, exceto em crises de abstinência.
Posologia: Adultos: de 5 a10 mg 2vezes ao dia. Crianças: de 2,5 mg três
vezes ao dia.

ANTAGONISTA DOS RECEPTORES H2 DE HISTAMINA

Os antagonistas dos receptores H2 de histamina atuam como protetores


gástricos, na associação medicamentosa antibióticos/antiinflamatórios/analgésicos/etc.,
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 21
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utilizadas pelo CD-BMF rotineiramente e, indiretamente como broncoprotetores, em


casos de risco de broncoaspiração em anestesia geral, para pacientes susceptíveis.

ANTAK

RANITIDINA

TAGAMET

CIMETIDINA

Descrição: ambas as drogas atuam como antagonistas específicos dos


receptores H2 da histamina, inibindo a secreção basal ou estimulada de ácido gástrico,
tanto através da redução de volume da secreção, como de seu conteúdo em ácido e
pepsina.
Indicação: tratamento de úlceras do trato gastrintestinal e, nas condições
nas quais haja conveniência na redução da secreção gástrica e da produção de ácido, tais
como, antes da anestesia geral em pacientes propensos à aspiração ácida, diminuindo o
risco de dano pulmonar quando por ventura ocorrer (Síndrome de Mendelson), ou ainda
como protetor gástrico concomitante ao uso de antibioticoterapia e antiinflamatórios,
devido a atividade citoprotetora, exercendo um efeito benéfico na manutenção da
integridade da barreira mucosa gástrica.
Posologia: Adultos: Antak: 150 mg de12/12 horas. Tagamet: 400 mg 2 x
ao dia.

QUIMIOTERÁPICOS ANTIANAERÓBIOS

Os antibacterianos anaerobicidas têm aplicação específica, além das


genéricas, em BMF, especialmente para infecções peculiares do trato Buco-Maxilo-
Facial, tais como as pericoronarites, nas quais os germes freqüentemente encontrados
são anaeróbios e, a quimioterapia antibiótica pode ser indicada com espectro estreito,
direcionada a tais microrganismos especificamente. Assim, quimioterápicos e não
antibióticos, com espectro antimicrobiano estreito direcionado somente para anaeróbios
podem ser indicados.

FLAGYL

METRONIDAZOL

Indicações: tratamento de infecções causadas por bactérias anaeróbias


como Bacteroides fragilis e outros bacteróides, fusobacterium sp., Clostridium sp.,
eubacterium sp., e cocos anaeróbios; além de tricomonicida, amebicida, giardicida.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 22
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Contra-indicações: hipersensibilidade ao metronidazol ou derivados


imidazólicos. Na amamentação.
Advertências: o metronidazol pode interferir com alguns tipos de
dosagens séricas, como as de TGO, TGP, DHL, triglicérides e glicose hexoquinase.
Recomenda-se a monitorização da contagem leucocitária diferencial em pacientes com
história de discrasia sangüínea ou recebendo altas doses e/ou tratamento prolongado com
metronidazol. Em casos de leucopenia deve-se avaliar a relação risco/benefício da
continuidade do tratamento.
Interações medicamentosas: a administração simultânea de drogas que
induzem enzimas microssomais hepáticas, tais como a fenitoína ou o fenobarbital, pode
acelerar a eliminação do metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos, em
contrapartida drogas que venham a diminuir a atividade destas enzimas, tais como a
Cimetidina, podendo prolongar a meia-vida do metronidazol. A associação com
anticoagulantes orais (warfarina) pode potencializar o efeito anticoagulante e o risco
hemorrágico, resultado do retardo do catabolismo hepático do anticoagulante.
Reações adversas: podem ocorrer alterações gastrintestinais como náusea,
gosto metálico desagradável, anorexia, cólica abdominal, vômito, diarréia e constipação,
entre outras.
Posologia: Adultos: 400 mg de 8/8 horas, durante 7 dias. Crianças: 7,5
mg/Kg, 3 x ao dia, durante 7 dias.

SECNIDAL

TECNID

SECNIDAZOL

Informações técnicas: o princípio ativo secnidazol, é um derivado


sintético da série dos nitroimidazóis, possuindo as mesmas características
farmacológicas inerentes aos Imidazóis, tal como o metronidazol, no tocante as
indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, etc...

ANTIMICROBIANOS

ANTIBACTERIANOS

ANTIBIÓTICOS

A antibiose, ou seja, o conceito de que substâncias produzidas por um ser


vivo possam matar outro ser vivo, é tão velha quanto à ciência da microbiologia. A
antibioticoterapia já era desenvolvida, sem ser reconhecida como tal, pelos chineses, há
mais de 2.500 anos, quando utilizavam as propriedades terapêuticas da coalhada mofada
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 23
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

de soja aplicada em carbúnculos, furúnculos e infecções similares. Assim, durante


séculos, a literatura médica registrou descrições de efeitos benéficos em infecções, da
aplicação de elementos do solo e várias plantas, cuja maioria provavelmente derivava de
mofos e bactérias formadoras de antibióticos.
A era moderna da quimioterapia da infecção começou com a utilização
clínica da Sulfanilamida em 1936 e, a “idade áurea” da terapia antimicrobiana iniciou-se
em 1941 com o advento das Penicilinas, quando este derivado foi produzido em escala
industrial, e tornou-se disponível para o uso clínico.
Atualmente, os antibióticos estão entre as drogas mais usadas na
terapêutica médica, o que paradoxalmente os colocam, também, entre as mais
inadequadamente utilizadas, resultando deste uso generalizado, o surgimento de
patógenos resistentes aos antibióticos, criando a necessidade contínua e freqüente de
novas drogas. Observa-se, então, o dinamismo caracterizado pelo surgimento constante
de novos desafios, seguidos de investigação, descoberta e produção de novas drogas.
Por definição, os antibióticos são substâncias produzidas por diferentes
espécies de microrganismos, bactérias, fungos, actinomicetos, que suprimem o
crescimento de outros microrganismos (efeito bacteriostático), podendo até mesmo
destruí-los (efeito bactericida). Os antibióticos diferem entre si quanto suas
propriedades físicas, químicas e farmacológicas, espectros antibacterianos e mecanismo
de ação.
A classificação e o agrupamento das drogas antimicrobianas podem ser
realizadas por diversos métodos, porém todos são falhos, devido às exceções e os
imbricamentos. Deste modo, os antibióticos podem ser classificados em 7 grupos
distintos:
1. drogas que inibem a síntese das enzimas ou as ativam, a fim de
provocar a ruptura das paredes celulares bacterianas, causando perda de viabilidade e,
freqüentemente, lise celular. Pertencem a esse grupo as penicilinas e cefalosporinas, que
são estruturalmente similares e, drogas não similares, como a vancomicina, bacitracina e
drogas imidazólicas antifúngicas.
2. drogas que atuam diretamente sobre a membrana celular do
microrganismo, afetando sua permeabilidade e, causando extravasamento de compostos
intracelulares. Neste grupo, encontram-se os detergentes (polimixina e colistimetato) e
as drogas antifúngicas poliênicas (nistatina e anfotericina B), que se ligam aos esteróis
da parede celular.
3. drogas que afetam a função dos ribossomas bacterianos, causando
inibição reversível da síntese protéica e, portanto atuando como bacteriostáticos.
Enquadram-se aqui o cloranfenicol, as tetraciclinas, eritromicina e clindamicina.
4. drogas que se ligam à subunidade 30 S dos ribossomas, alterando a
síntese protéica, ocasionando morte celular. Pertencem a este grupo os
aminoglicosídios.
5. drogas que afetam o metabolismo dos ácidos nucléicos. Destacam-se
aqui a rifampicina, que inibe a RNA polimerase dependente do DNA e, as quinolonas
(ácido nalidíxico e congêneres) e o metronidazol, que inibe a síntese de DNA.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 24
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

6. os antimetabólitos, que incluem o trimetropim e as sulfonamidas,que


bloqueiam etapas metabólicas específicas essenciais para os microrganismos.
7. análogos do ácido nucléico, tais como vidarabina e aciclovir, que se
ligam a enzimas virais essenciais para a síntese de DNA, impedindo assim a replicação
viral.
No momento atual, o mecanismo preciso da ação de algumas drogas
antimicrobianas ainda é desconhecido sendo provável que novas categorias venham a
surgir, à medida que sejam elucidados mecanismos de ação mais complexos.
O resultado terapêutico favorável, na antibioticoterapia é influenciado por
diversos fatores, porém, basicamente o êxito depende de se conseguir um nível de
atividade antibacteriana no local da infecção, que seja compatível com uma
concentração antibiótica suficiente para inibir as bactérias, de maneira que se desvie o
equilíbrio em favor do hospedeiro.
Quando é testada a atividade antimicrobiana de uma nova droga, em geral
se define um padrão de “sensibilidade” e “resistência”, contudo, infelizmente, esse
espectro de atividade pode, dinamicamente variar de maneira considerável, pois os
microrganismos desenvolvem uma série de engenhosas alterações que lhe permitem
sobreviver na presença de antibióticos. O desenvolvimento da resistência pode envolver
uma alteração genética estável e hereditária de geração em geração e, embora a mutação
seja a causa mais freqüente de resistência às drogas antimicrobianas, pode também, ser
adquirida através de transferência de material genético de uma bactéria para outra, por
transdução, transformação e conjugação.
A seleção ideal e racional dos antibióticos para o tratamento de doenças
infecciosas é um processo complexo que demanda um julgamento clínico adequado e
conhecimento profundo de fatores farmacológicos, microbiológicos, fisiológicos e de
patologia. A despeito desta gama considerável de fundamentos a serem ponderados, a
decisão para o uso de antibióticos é muitas vezes tomada de maneira leviana, sem
considerar o m.o. infectante potencial ou as características farmacológicas da droga,
além de inúmeras vezes processos patológicos distintos, como infecção e inflamação
isolada, serem grosseiramente confundidos, comprometendo a eficácia da terapia.
Quando um antibiótico é indicado, objetivo é escolher uma droga que seja relativamente
ativa para o(s) mais provável (is) m. o. (s) e, que tenham o menor potencial de ocasionar
toxicidade ou reações alérgicas no indivíduo a ser tratado.
Nem sempre é possível contar com luxo da identificação definitiva de
uma infecção bacteriana, antes de iniciar-se o tratamento, não obstante a instituição ideal
da antibioticoterapia necessite da identificação do agente infectante. Impõe-se então
uma suposição plausível, que determinem quais os mais prováveis m.o.s. responsáveis
pela infecção, compatíveis com o quadro clínico apresentado e, o conhecimento amplo
de patologias prováveis envolvidas. O método mais valioso para a identificação
imediata da bactéria é o exame da secreção ou líquido corpóreo infectado, pelo corante
Gram, que auxilia a reduzir a lista de patógenos potenciais, permitindo escolha mais
racional da terapêutica antibiótica inicial. Isto, em algumas situações pode não ser de
grande valia, pois a identificação da morfologia do organismo infectante pode não ser o
suficiente para uma conclusão diagnóstica bacteriológica específica, podendo a escolha
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 25
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

de um antibiótico de curto espectro ser inadequada. Deve dessa maneira o clínico se


nortear indicando cobertura antibiótica ampla, enquanto se aguarda o isolamento e a
identificação do microrganismo. Todo tratamento baseado em diagnóstico de suposição,
impõe a realização de cultura e antibiograma, antes da instituição da farmacoterapia. Se
o paciente já estiver recebendo antibiótico, deve-se adicionar beta-lactamase aos meios
de cultura ou usar outros mecanismos para a remoção dos antibióticos “dispositivos para
remoção de antibióticos”.
A profilaxia de infecções com antibióticos, ou seja, a quimioprofilaxia, é
primariamente utilizada com três finalidades:
1. para proteger pacientes hígidos contra aquisição ou invasão de m.o.s.
específicos aos quais estão expostos.
2. em tentativas de evitar infecções bacterianas secundárias em pacientes
portadores de outras patologias.
3. para prevenir endocardite em pacientes com lesões valvulares ou
estruturais do coração que se submetem a procedimentos dentários, cirúrgicos ou outros
que produzam elevada incidência de bacteremia.
A quimioprofilaxia para evitar infecções de feridas, após procedimentos
cirúrgicos, tem provocado considerável controvérsia. Existem vários estudos clínicos
bem controlados que apóiam o emprego de drogas antimicrobianas profiláticas em certos
procedimentos cirúrgicos. Em contrapartida existem correntes que contra-indicam o uso
contínuo de drogas após o procedimento cirúrgico. Na prática, entretanto, a diretriz a ser
seguida deve ser norteada pelo bom senso, ou seja, há que se verificar o tipo de
procedimento cirúrgico, se limpo, se contaminado, se sujo e contaminado, ou ainda das
condições do hospedeiro, além da possibilidade ou não de higiene e curativos da ferida
cirúrgica. Ainda podem existir outros fatores peculiares a cada caso, que impliquem em
comprometimento do sucesso do ato operatório realizado.
Dos quimioterápicos e antibióticos mais utilizados com antibacterianos,
pode-se destacar:

FLUORQUINOLONAS

São isósteros das quinolonas, como ácido nalidíxico, consideradas


quinolonas de segunda geração, a exceção do lomefloxacino, tido como de terceira
geração. As fluorquinolonas são bactericidas com atividade antipseudomonas, atuando
contra microrganismos gram-negativos em geral e gram-positivos, tais como os
Staphylococcus e Streptococcus, sendo ativas contra ampla variedade de
microorganismos aeróbios, com amplo espectro antiinfeccioso. Entretanto, são
geralmente inativas contra bactérias anaeróbias atuando intracelularmente inibindo a
unidade A da enzima DNA-girase, essencial para a síntese do DNA bacteriano. Os
microorganismos não desenvolvem resistência a elas rapidamente, mas há resistência
cruzada entre elas, excetuando-se com o ácido nalidíxico. A principal indicação das
fluorquinolonas é no tratamento de infecções bacterianas do trato urinário, atuando
também, em infecções sistêmicas causadas por microorganismos sensíveis a elas.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 26
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CIPROFLOXACINO

CIPRO

CIPROXIL

CINOFLAX

CIPROCIN

CIFLOX

PROCIN

PROFLOX

QUINOFLOX

Informações técnicas: a ciprofloxacina é um antibiótico sintético


quinolônico que tem mecanismo de ação decorrente do bloqueio da função da DNA-
girase, bloqueando o metabolismo bacteriano, uma vez que informações vitais não
podem mais ser lidas a partir do cromossomo bacteriano. A resistência à ciprofloxacina
não é mediada por plasmídeos, desenvolvendo-se lentamente e em estágios. A
ciprofloxacina não apresenta resistência paralela com os demais antibióticos, não
compreendidos no grupo dos quinolônicos, assim ela pode ser eficaz contra bactérias
resistentes a outros antibióticos, como beta-lactâmicos, aminoglicosídios, penicilinas,
cefalosporinas, tetraciclinas, macrolídeos, sulfonamidas e trimetoprima ou derivados do
nitrofurano. A ciprofloxacina pode ser utilizada em associação com outros antibióticos,
como a Azlocilina, ceftazidima, Meezlocilina, Beta-lactâmicos, porém a associação mais
comum, por ampliar o espectro de atuação da terapêutica antibiótica aplicada, atingindo
anaeróbios, é com o Metronidazol e a clindamicina.
Indicações: infecções complicadas e não-complicadas causadas por
microorganismos sensíveis à ciprofloxacina, no tratamento de infecções bacterianas do
trato urinário, ósseas, da pele e tecidos moles e, do trato respiratório, como as sinusites,
especialmente as causadas por Gram-negativos.
Contra-indicações: hipersensibilidade às quinolonas, na gravidez e
lactação, em distúrbios neurológicos, insuficiência hepática e renal, lactentes, crianças e
adolescentes, pois é muito possível que possam causar lesões na cartilagem articular de
organismos imaturos.
Interações medicamentosas: reduz a biotransformação hepática e
depuração da cafeína e da teofilina; pode aumentar o efeito nefrotóxico da ciclosporina;
alcalinizantes urinários como bicabornato de sódio e citratos, podendo reduzir sua
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 27
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solubilidade na urina causando cristalúria ou nefrotoxicidade, antiácidos contendo


alumínio, cálcio e magnésio, sucralfato ou sulfato ferroso reduzem sua absorção. A
nitrofurantoína pode antagonizar seu efeito antibacteriano e, a probenicida pode diminuir
sua secreção tubular renal, vindo a interagir com fenitoína, o que pode elevá-la a nível
tóxico ou reduzir o controle de convulsões. Pode ainda intensificar a ação da warfarina
e, a metoclopramida acelera sua absorção.
Posologia: para infecções ósseas, da pele e tecido mole e trato
respiratório, as doses recomendadas são de 500 a 750 mg de 12/12 horas durante 7 a 14
dias.

GATIFLOXACINO

TEQUIN

Informações técnicas: o princípio de atuação da gatifloxacina é idêntico


ao das fluorquinolonas em geral, porém diferentemente de algumas e, sua atividade
antibacteriana não é afetada pelos inibidores da síntese protéica ou do RNA, não
requerendo divisão celular. Apresenta-se como antiinfeccioso bactericida de amplo
espectro.
Indicações e contra-indicações: são praticamente as mesmas da
ciprofloxacina.
Interações medicamentosas: além das apresentadas pelo ciprofloxacino,
pode aumentar a concentração plasmática da digoxina.
Posologia: dose única V.O ou IV. de 400 mg, por 7 a 10 dias.

LEVOFLOXACINO

LEVAQUIM

TAVANIC

Informações técnicas: a levofloxacina é um agente antibacteriano


sintético de amplo espectro, para administração V.O ou E.V., que quimicamente é o
isômero levógiro (isômero-L) do racemato ofloxacino, um agente antibacteriano
fluorquinolônico. O mecanismo de ação é idêntico ao dos outros derivados
quinolônicos, envolvendo a inibição do complexo DNA-girase (topoisomerase
bactericida IV), uma enzima necessária à replicação, transcrição, restauração e
recombinação do DNA. O isômero-L produz mais ligações de hidrogênio e, portanto
complexos mais estáveis com a DNA-girase do que o isômero-D; microbiologicamente,
isto se traduz numa atividade antibacteriana 25 a 40 vezes maior para o isômero-L , do
que para o isômero-D.
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Indicações e contra-indicações: espectro de ação e interações


medicamentosas, são as comuns aos derivados quinolônicos.
Posologia: as doses recomendadas são de 250 a 500 mg, de 12/12 ou
24/24 horas, por um período de 7 a 14 dias, dependendo do tipo e severidade da infecção
e da sensibilidade do patógeno.

LOMEFLOXACINO

MAXAQUIN

Informações técnicas: é considerada uma quinolona de terceira geração,


seu mecanismo de ação é o mesmo das demais quinolonas, porém tem vida mais longa
do que as outras fluorquinolonas e, por isto, é administrada uma vez por dia.
Indicações e contra-indicações: microbiologia, farmacocinética, dinâmica
e interações medicamentosas, são as mesmas dos derivados fluorquinolônicos.
Posologia: 400 mg ao dia, por via oral, durante 7 a 10 dias.

MOXIFLOXACINO

AVALOX

Informações técnicas: a ação bactericida resulta da interferência com as


topisomerases II e IV, enzimas estas, essenciais que controlam a topologia do DNA e
tomam parte na replicação, reparação e transcrição do mesmo. Portanto, o mecanismo
de ação é similar e comum aos derivados quinolônicos, no entanto o devido a
peculiaridades da sua composição química, apresenta uma maior atividade contra
bactérias Gram-positivas.
Indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, etc., são
similares aos outros derivados fluorquinolônicos.
Posologia: 400 mg ao dia, durante 7 a14 dias.

NORFLOXACINO

CHIBROXIN

FLOXACIN

FLOXINOL

NORACIN
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QUINOFORM

RESPEXIL

UROSEPTAL

Informações técnicas: por atingir concentrações altas apenas na urina e


baixa no plasma, tem indicação e, seu uso maior é, no tratamento de infecções do trato
urinário.
Contra-indicações e interações medicamentosas, já foram descritas em
outros derivados das quinolonas.
Posologia: 400 mg de 8/8 ou 12/12 horas.

OFLOXACINO

FLOXSTAT
OFLOX

OFLOXAN

Informações técnicas: suas ações são semelhantes às do norfloxacino,


embora possa ter indicação também para infecções do trato respiratório, da pele e
tecidos moles. Seu uso está restrito a hospitais.
Contra-indicações, interações medicamentosas, etc., não fogem a regra
das quinolonas.
Posologia: de 200 a 400 mg de 12/12 horas, durante 5 a 10 dias.

PEFLOXACINO

PEFLACIN

Informações técnicas: suas ações são semelhantes às do norfloxacino, e


seu uso é restrito a hospitais.
Indicações, contra-indicações, interações medicamentosas, etc., seguem a
regra das quinolonas.
Posologia: 200 a 400 mg de 12/12 horas , durante 5 a 10 dias.

PENICILINAS

São derivados do ácido 6-aminopenicilânico, que por terem o anel beta-


lactâmico, são conhecidas também, junto com as cefalosporinas, como antibióticos beta-
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lactâmicos. São inativadas por hidrólise e pelas enzimas acilases e beta-lactamases. As


penicilinas mais antigas, como a benzilpenicilina, são extraídas de culturas de
Penicillium chrysogenum e, as mais recentes são semi-sintéticas, obtidas mediante a
incorporação, por via sintética, de grupamentos químicos especiais. A alta eficácia e
baixa toxicidade, fazem delas a classe de antibióticos mais usados e, parecem não ser
teratogênicas, embora nem todas tenham sido submetidas a estudos na gravidez. Sua
ação antibacteriana (a maioria tem ação bactericida) se deve à inibição da enzima
transpeptidase, que catalisa a biossíntese da última etapa da formação da parede celular,
que como resultado, devido a forte pressão interna da bactéria, promove a ruptura da
parede e expulsão do citoplasma bacteriano, com subseqüente morte do m.o.
Assim as penicilinas e outros beta-lactâmicos matam somente as bactérias
em crescimento, sendo irracional administrar concomitantemente a penicilina que é
bactericida, bacteriostáticos, como clindamicina, cloranfenicol, eritromicina,
sulfonamidas ou tetraciclinas. Os principais efeitos adversos das penicilinas são as
reações de hipersensibilidade. A resistência dos m.o.s. às penicilinas limita o seu
espectro de ação, tornando-se resistentes por um ou mais dos seguintes mecanismos:
1. inativação por beta-lactamases bacterianas;
2. permeabilidade diminuída da célula bacteriana à penicilina, o que
impede o antibiótico de atingir as proteínas ligantes apropriadas;
3. alteração nas proteínas ligantes a penicilinas que impedem a ligação à
penicilina e,
4. tolerância.
Do ponto de vista clínico, o mecanismo de resistência adquirida mais
importante é a produção de enzimas (beta-lactamases) inativantes, por estafilococos e
bactérias Gram-negativas. As beta-lactamases estafilocócicas podem ser transferidas de
uma bactéria para outra por transdução e, são consideradas penicilinases verdadeiras
porque inativam as moléculas de penicilinas, mas não as de cefalosporinas, embora
algumas penicilinas, a cloxacilina, a dicloxacilina, a meticilina, a nafcilina e a oxacilina,
sejam resistentes às penicilinases estafilocócicas.
Contra-indicações:
1. hipersensibilidade às penicilinas, cefalosporinas, cefamicinas ou
penicilamina;
2. gravidez e lactação e,
3. insuficiência renal.
Precauções:
1. pacientes intolerantes a uma penicilina, podem ser a outras;
2. pacientes intolerantes a cefalosporinas, griseofulvina ou penicilamina,
podem também ser intolerantes à penicilinas e,
3. em tratamentos prolongados com penicilinas, podendo ocorrer
superinfecção por fungos ou bactérias.
Efeitos adversos:
1. reações de hipersensibilidade, que vão desde erupções cutâneas até o
choque anafilático;
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2. pacientes hipersensíveis a uma penicilina são a todas e, também às


cefalosporinas;
3. anemia, trombocitopenia, púrpura trombocitopênica, eosinofilia,
leucopenia e, agranulocitose;
4. mononucleose infecciosa;
5. náusea, vômito e diarréia;
6. colite pseudomembranosa;
7. erupções maculopapulares eritematosas e, urticária e,
8. em tratamentos prolongados, superinfecção por microrganismos
resistentes.
Interações medicamentosas:
1. doses altas por via endovenosa podem causar alterações hemostáticas e
interferir na coagulação, se tomadas concomitantemente com heparina ou
anticoagulantes orais;
2. beta-bloqueadores podem aumentar o risco e gravidade de reações
anafiláticas;
3. cloranfenicol diminui-lhes o efeito e aumenta a sua própria meia-vida;
4. probenicida diminui sua secreção tubular e prolonga seus níveis
sangüíneos e,
5. a associação com quimioterápicos bacteriostáticos é inócua, podendo
interferir com o efeito bactericida das penicilinas.
O tratamento da superdosagem ou hipersensibilidade, consiste na
administração de anti-histamínicos e corticosteróides sistêmicos, porém nas reações
anafilactóides graves impõe-se tratamento de emergência imediato, com epinefrina
parenteral, oxigênio, adrenocorticóides intravenosos e tratamento das vias aéreas,
incluindo a intubação.

AMOXICILINA

AMOXIL

AMPLAMOX

CIBRAMOX

HICONCIL

NOVOCILIN

NOVOXIL
PENVICILIN
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VELAMOX

Informações técnicas: trata-se de uma penicilina semi-sintética, cuja


estrutura é semelhante, quase idêntica a da ampicilina, que a exemplo desta possue
espectro de ação amplo e bactericida, porém apresentando vantagens, quanto a melhor
absorção no trato gastrintestinal, menor predisposição a diarréias e a presença de
alimento não interfere tanto na sua absorção. É ácido-resistente, mas sofre inativação
por efeito das beta-lactamases produzidas por várias bactérias.
Indicações: tratamento de infecções bacterianas causadas por germes
sensíveis à ação da amoxicilina; infecções da pele e tecido mole, do trato respiratório,
tais como faringites, otites e sinusites.
Contra-indicações: as comuns as penicilinas.
Interações medicamentosas: além das já citadas, o alopurinol aumenta o
risco de acidentes cutâneos.
Posologia: Adultos: de 750 mg a 1,5 g diariamente divididas em 3
tomadas (8/8 horas). Crianças: 20 a 40 mg/kg/dia, administradas de 8/8 horas, durante 7
a 10 dias.

AMPICILINA

AMPICIL

AMPIFAR

AMPLACILINA

AMPLOFEN

BINOTAL

GRAMCILINA

RESPICILIN

TOTACILIN

Informações técnicas: trata-se de uma penicilina semi-sintética com ação


bactericida de amplo espectro de ação, muito maior que o da benzilpenicilina, sendo
ativa contra certas bactérias Gram-negativas aeróbias, além do espectro de gram-
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positivos sensíveis, como estafilococos, estreptococos e pneumococos. No entanto,


sofre inativação por efeito das beta-lactamases produzidas por várias bactérias. Pode ser
utilizada por via oral, intramuscular e endovenosa.
Indicações: em infecções por microrganismos sensíveis; tratamento de
infecções da pele e tecidos moles, abcessos, endocardite bacteriana (terapêutica e
profilaxia) , infecções do trato bucofaríngeo e respiratório, septicemia bacteriana.
Contra-indicações: além das comuns as penicilinas, em infecções por
vírus do grupo herpes.
Efeitos adversos: além dos já citados, lesões da pele, incluindo a síndrome
de Stevens-Johnson.
Interações medicamentosas: além das comuns as penicilinas, podem
diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais contendo estrogênio.
Posologia: Adultos: de 500 mg a 1 g de 6/6 horas. Crianças: de 50 a 100
mg/kg/dia, em tomadas divididas de 6/6 horas.

AMPICILINA BENZATINA

AMPIZAM

AMPLOTAL

BENZOTAL

BINOTINE

BIO-PEN

DURAPEN

OPTACILIN

Informações técnicas: constitui forma de depósito da ampicilina, por se


tratar de um sal pouco solúvel em água, conferindo assim, a base benzatina, uma ação
mais prolongada ao antibiótico; sendo comercializada somente em associação com a
ampicilina sódica, na proporção de 5:1, normalmente.

BENZILPENICILINA

MEGAPEN 1, 5 E 10 MILHÕES DE UI
PENICILINA G POTÁSSICA 5.000.000 E 10.000.000 UI
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Informações técnicas: é uma penicilina natural, ácido-lábil, produzido elo


Penicillium chrysogenum, ativa in vitro contra a maioria das bactérias Gram-positivas
(exceto os estafilococos produtores de beta-lactamase), cocos Gram-negativos e
bactérias anaeróbias (exceto o grupo de Bacteroides fragilis), além de espiroquetas e
certos bacilos Gram-negativos. Apresenta-se como antibiótico bactericida de espectro
estreito, porém com alto índice quimioterápico e preço baixo, sendo ainda utilizado
pelas vias oral, intramuscular e intravenosa, embora por via oral seja absorvida errática e
incompletamente (cerca de 15 a 30%), sofrendo destruição pelo suco gástrico, tendo seu
uso seguro quando administrado pelas outras vias.
Indicações: por via oral: tratamento de erisipelas, faringites bacterianas,
gengivoestomatite ulcerativa necrosante, infecções de pele e dos tecidos moles,
pneumonia, profilaxia de febre reumática. Por via parenteral: além das já citadas, possui
uma gama maior de atividade pela sua melhor absorção e confiabilidade na
administração, sendo indicada para abcesso cerebral, actinomicose e, diversos tipos de
meningites e pneumonias.
Contra-indicações: as comuns às penicilinas.
Interações medicamentosas: além das já citadas, pode interagir com
outras drogas nefrotóxicas como o captopril, diuréticos poupadores de potássio,
enalapril, lisinopril e, outros medicamentos que contêm potássio ou suplementos de
potássio. Quando tomados concomitantemente com a benzilpenicilina potássica por via
parenteral tendem a promover o acúmulo de potássio sérico, podendo causar
hiperpotassemia, sobretudo em pacientes com insuficiência renal. A colestiramina e o
colestipol podem retardar ou diminuir sua absorção. Sucos de frutos ácidos e outras
bebidas ácidas podem inativá-la.
Posologia: Adultos: por via oral a dose recomendada é de 1.600.000 a
3.200.000 UI/dia, de 6/6 horas. Por via parenteral a dose preconizada é de 1.200.000 a
24.000.000 UI/dia em tomadas divididas, a cada 4 horas. Crianças: por via oral: 40.000
a 80.000/kg/dia, divididas em 4 tomadas. Por via parenteral: 100.000 a 250.000
UI/kg/dia, em tomadas divididas a cada 4 horas.

BENZILPENICILINA BENZATINA

BENZETACIL

LONGACILIN

PENICILINA G BENZATINA

Informações técnicas: constitui forma de depósito da benzilpenicilina,


sendo pouco solúvel em água e, por isto é administrada a intervalos mais longos que
essa. É administrada apenas por via intramuscular.
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Indicações, contra-indicações e interações medicamentosas: as mesmas da


benzilpenicilina.
Posologia: Adultos: 1.200.000 UI em dose única. Crianças: 50.000 UI/kg
em dose única.

BENZILPENICILINA PROCAÍNA

BENAPEN

CIBRAMICINA

DESPACILINA

ISACILIN

LINFOCILIN

PENICILINA G POTÁSSICA + PROCAÍNA

WYCILLIN R

Informações técnicas: consiste forma de depósitos da benzilpenicilina,


que são pouco solúveis em água, apresentando nível sérico terapêutico prolongado, por
isto, pode ser usado com intervalos mais longos entre as administrações.
Indicações, contra-indicações e interações medicamentosas: são as
mesmas da benzilpenicilina, porém devido a presença da procaína, pode ocorrer
sensibilidade com outros anestésicos locais do tipo éster.
Posologia: Adultos e Crianças: 600.000 a 1.200.000 UI por dia em uma
ou duas tomadas, durante 10 a 14 dias.

CARBENICILINA

CARBENICILINA

Informações técnicas: é uma penicilina semi-sintética bactericida de


amplo espectro, cuja atividade contra Gram-positivos e cocos Gram-negativos é
consideravelmente menos intensa que a da ampicilina ou benzilpenicilina, porém seu
espectro de ação contra os bacilos aeróbios Gram-negativos é mais amplo que o da
ampicilina. Sua maior vantagem clínica sobre a ampicilina e a benzilpenicilina é sua
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atividade contra as cepas de Pseudomonas aeruginosa. Atua também como inibidora da


agregação plaquetária. É usada somente por via parenteral, pois é lábil no suco gástrico.
Indicações: tratamento de infecções causadas por cepas sensíveis de
Pseudomonoas aeruginosa (tem efeito sinérgico com a gentamicina ou tobramicina),
infecções da pele e tecidos moles, do trato genitourinário, meningites, abcessos
cerebrais, septicemia bacteriana.
Contra-indicações: as comuns as penicilinas.
Interações medicamentosas: além das já citadas, os antibióticos
aminoglicosídios, principalmente a gentamicina e tobramicina, produzem efeito
sinérgico, mas devem ser administrados separadamente, pois se misturados são
inativados pela carbecilina. Os anticoagulantes cumarínicos ou indandiônicos, heparina
ou agentes trombolíticos podem aumentar o risco de hemorragia quando tomados
concomitantemente. Os antiinflamatórios não-esteróides, especialmente o ácido
acetilsalicílico, o diflunisal, outros salicilatos, outros inibidores da agregação plaquetária
ou sulfimpirazona podem aumentar o risco de hemorragia quando administradas
concomitantemente a carbecilina.
Efeitos adversos: além dos já citados, distúrbios hemorrágicos associados
com tempo de sangramento e de protrombina, sobrecarga de sódio.
Posologia: adultos: 4 a 8 g/dia, divididas em tomadas de 6/6 horas;
crianças: 50 a 200 mg/kg/dia em tomadas divididas de 6/6 horas.

DICLOXACILINA

DICLOXACILINA

Informações técnicas: é uma penicilina bactericida de espectro estreito,


ativo contra determinados cocos Gram-positivos, incluindo a maioria de cepas de
estreptococos beta-hemolíticos, pneumococos e estafilococos. Apresenta atividade
antibacteriana intrínseca menor e espectro mais estreito que a benzilpenicilina, porém é
resistente às beta-lactamases e ao suco gástrico.
Indicações: no tratamento de infecções sensíveis a droga, profilaxia de
endocardite bacteriana, infecções por estafilococos, da pele e dos tecidos moles e,
sinusite.
Contra-indicações e interações medicamentosas: são aquelas já descritas
nas demais penicilinas.
Posologia: Adultos, 1 hora antes ou 2 após as refeições, 1 a 2 g/dia,
divididas de 6/6 horas. Crianças: 12,5 a 25 mg/kg/dia, de 6/6horas.

FENOXIMETILPENICILINA

MERACILINA
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ORACILIN

PENCILIN V

PENICILINA V

PEN-VE-ORAL

Informações técnicas: esta penicilina também é conhecida como


penicilina V, obtida inicialmente por via biossintética e, hoje é por via semi-sintética.
Seu espectro de ação é estreito, embora seja bactericida, sua atividade contra bactérias
Gram-positivas é comparável à da benzilpenicilina, sendo entretanto menos ativa contra
as bactérias Gram-negativas. É inativada pela beta-lactamase, porém por ser estável no
suco gástrico, é ativa por via oral. Quando administrada em dose equivalente às da
benzilpenicilina proporciona concentrações plasmáticas 2 a 5 vezes maiores.
Indicações e contra-indicações são semelhantes a da benzilpenicilina.
Interações medicamentosas: além das mencionadas anteriormente, pode
diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais e aumentar a tendência à hemorragia. A
neomicina por via oral pode diminuir sua absorção.
Posologia: Adultos: 125 a 500 mg de 6/6 horas. Crianças: 25 a 50
mg/kg/dia, divididas em tomadas de 6/6 horas.

METAMPICILINA

GRAMCILINA

PRAVACILIN

Informações técnicas: é forma latente mais estável da ampicilina e, em


conseqüência, suas ações e usos, indicações, contra-indicações, interações
medicamentosas e posologia são semelhantes.

OXACILINA

OXACILINA

STAFICILIN-N

Informações técnicas: é uma penicilina semi-sintética, bactericida de


espectro estreito, aparentado da dicloxacilina e, utilizada como alternativa ao uso desta,
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sendo resistente à beta-lactamase e estável ao no suco gástrico, podendo ser utilizada


também por via oral.
Indicações: além das mencionadas nas dicloxacilinas, podem ser
utilizadas em tratamentos de infecções estafilocócicas, principalmente as causadas pelo
S. aureus, septicemia, profilaxia de endocardite bacteriana.
Contra-indicações e interações medicamentosas: são as mesmas das
dicloxacilinas.
Posologia: Adultos, 500 mg a 1g de 4/4 ou 6/6 horas. Crianças: 50 a 100
mg/kg/dia, em tomadas divididas em 6/6 horas.

CEFALOSPORINAS

As cefalosporinas são derivados do ácido 7-aminocefalosporânico, cujos


mecanismos de ação e demais propriedades são análogos aos das penicilinas. São
bactericidas de amplo espectro, com alto índice quimioterápico. Embora as estruturas
químicas das cefalosporinas sejam semelhantes às das penicilinas, é baixa a
hipersensibilidade cruzada entre elas. No entanto, deve-se evitar o uso de cefalosporinas
em pacientes que apresentarem reações de hipersensibilidade imediata (urticária,
broncoespasmo, angioedema ou anafilaxia) às penicilinas, devendo estes pacientes ser
tratados com antibióticos que não possuam anel beta-lactâmico.
As cefalosporinas são classificadas em primeira, segunda, terceira e
quarta gerações, grupos estes, que são divididos por espectro bacteriano. Ao progredir
da primeira à quarta geração, amplia-se o espectro contra germes Gram-negativos,
ocorre perda de eficácia contra microrganismos Gram-positivos, aumenta a eficácia
contra m.o.s. resistentes e sobe o custo. Dentro de cada grupo o que diferencia,
principalmente, é a farmacocinética, sendo que aqueles da primeira e segunda geração
não são considerados antibióticos de primeira escolha para o tratamento da maioria das
infecções, preferindo-se antibióticos igualmente ativos e menos dispendiosos.
Contra-indicações:
1. hipersensibilidade às cefalosporinas;
2. gravidez e lactação e,
3. insuficiência renal.
Precauções:
1. pacientes intolerantes a uma cefalosporina, podem ser também a outras;
2. pacientes intolerantes a penicilinas e seus derivados podem também ser
às cefalosporinas;
3. tratamentos prolongados podem favorecer superinfecção por fungos ou
bactérias e,
4. por serem nefrotóxicas, devem ser usadas com cautela na insuficiência
renal.
Efeitos adversos:
1. reações de hipersensibilidade, como erupções cutâneas
maculopapulares;
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2. pirose, anorexia, náusea, vômito, diarréia, glossite, dor abdominal,


flatulência, dispepsia, colite;
3. dor no local da injeção intravenosa ou tromboflebite após
administração intravenosa;
4. eosinofilia, neutropenia transitória, linfocitose, leucocitose, leucopenia,
trombocitopenia, agranulocitose, anemia hemolítica;
5. hipotensão, febre, dispnéia e pneumonia intersticial e,
6. superinfecção, principalmente por Pseudomonas, candida e
enterococos.
Interações medicamentosas:
1. agentes bacteriostáticos podem interferir com sua ação bactericida;
2. agentes nefrotóxicos, como antibióticos aminoglicosídios, colistina,
polimixina B e vancomicina aumentam a probabilidade de nefrotoxicidade;
3. diuréticos de alça potentes podem aumentar a possibilidade de
toxicidade renal e,
4. a probenicida aumenta e prolonga seus níveis plasmáticos, inibindo
competitivamente a secreção tubular renal.

CEFALOSPORINAS DE PRIMEIRA GERAÇÃO

Informações técnicas: as cefalosporinas de primeira geração têm espectro


antibacteriano semelhante, apresentando atividade satisfatória contra bactérias Gram-
positivas e atividade modesta contra alguns m.o Gram-negativos. Possui indicação em
infecções leves e moderadas do trato respiratório, trato urinário, da pele e estruturas da
pele e ósseas causadas por m.o.s. sensíveis nas quais os antibióticos preferenciais são
ineficazes ou não são tolerados. Podem estar associadas com aminoglicosídios. São
drogas alternativas às penicilinas antiestafilocócicas ou antiestreptocócicas, em pacientes
alérgicos às penicilina para infecções como artrite séptica, endocardite causada por
Staphylococcus aureus e Streptococcus viridans e osteomielites. São também utilizadas
na profilaxia antimicrobiana em procedimentos cirúrgicos.
Indicações:
1. tratamento de infecções causadas por bactérias sensíveis, de feridas por
queimaduras, ósseas e das articulações da pele e tecidos moles;
2. bacteremia e endocardite;
3. tratamento de infecções do trato respiratório, tal como as sinusites que
não respondem a outros medicamentos e,
4. profilaxia pré-operatória, quando a contaminação for considerada de
alto risco.

CEFADROXILA

CEFADROXIL
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CEFAMOX

DROCEF

Posologia: Adultos: 1 a 2g/dia, em 2 tomadas de 12/12 horas. Crianças:


30mg/kg/dia, em tomadas divididas a cada 12 horas.

CEFALEXINA

CEFALEN

CEFALEXIN

CEFALEXINA

CEFAPOREX

CEPOREXIN

KEFLEX

Posologia: Adultos: 1 a 4 g/dia, fracionados em quatro tomadas, de 6/6


horas. Crianças: 25 a 50 mg/kg/dia, em 4 tomadas, de 6/6 horas.

CEFALOTINA

CEFALIN

CEFALOT

CEFALOTINA

KEFLIN NEUTRO

Informações técnicas adicionais: embora seja inativada pelas beta-


lactamases das bactérias Gram-negativas, é altamente resistente às beta-lactamases
estafilocócicas. A via de administração é exclusivamente parenteral.
Posologia: Adultos: 4 a 12 g/dia, fracionadas de 6/6 horas. Crianças: 80 a
160 mg/kg/dia, em tomadas divididas de 6/6 horas.
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CEFAZOLINA

CEFAMEZIN

KEFAZOL

Informações técnicas adicionais: inativada também pelas beta-lactamases.


Apresenta propriedades superiores às cefalotinas, tais como ligação mais alta às
proteínas, volume mais baixo de distribuição e velocidade mais lenta de eliminação, que
concorrem para que atinja concentrações séricas mais altas e mais prolongadas. Possue
também administração exclusiva por via parenteral.
Posologia : Adultos: de 1,5 a 8 g/dia, divididas em tomadas de 6/6 ou 8/8
horas. Crianças: 25 a 50 mg/kg/dia em 3ou 4 tomadas.

CEFALOSPORINAS DE SEGUNDA GERAÇÃO

Informações técnicas: são antibióticos bactericidas de amplo espectro de


ação, semelhantes ao das cefalosporinas de primeira geração, por via oral, no entanto,
mais ativas contra bactérias Gram-negativas, não obstante manifestarem atividade
ligeiramente menor ou variável contra a maioria dos cocos Gram-positivos. São
antibióticos estáveis frente à penicilinase estafilocócica e à betalactamase. Ao contrário
das cefalosporinas de primeira geração, que embora se distribuam na maioria dos tecidos
e fluidos orgânicos, mas não atingem concentrações terapêuticas no líquor, mesmo na
presença de inflamação, as de segunda geração (exclusivamente a cefuroxima) penetram
as meninges inflamadas e atingem concentrações no líquor adequadas ao tratamento de
meningites bacterianas. Tal fato é de suma importância para o CD-BMF, quando na
profilaxia antibiótica de reduções cruentas de fraturas de frontal, especificamente,
quando a abordagem cirúrgica se fizer pela incisão bicoronal “SCALP”, onde há um
risco potencial de infecções das meninges, via veias emissárias, que transfixam calota
craniana, colocando em íntimo contato couro cabeludo (onde a incisão é realizada) e as
meninges.
Indicações:
1. tratamento de infecções de feridas por queimaduras, ósseas e das
articulações, da pele e tecidos moles, do trato respiratório e do trato urinário;
2. tratamento de bacteremia, meningite e pneumonias e,
3. profilaxia pré-operatória durante certos procedimentos cirúrgicos.

CEFACLOR

CECLOR
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CECLOR AF

FACLOR

PLECOR

Informações técnicas adicionais: constitui alternativa às associações


eritromicina/sulfisoxasol, sulfametoxazol/trimetoprima e amoxicilina/clavulonato de
potássio para otite média aguda e sinusite aguda, causada por cepas resistentes de
microrganismos. Produz reações semelhantes à doença do soro. É administrada por via
exclusivamente oral.
Posologia: Adultos: 250 a 500 mg de 8/8 horas. Crianças: 6,7 a 13,4
mg/kg de 8/8 horas.

CEFOXITINA

CEFOXITINA SÓDICA

MEFOXIN

Informações técnicas adicionais: na verdade trata-se de uma cefamicina


altamente resistente às betalactamases, cuja via de administração é exclusivamente
parenteral. Possui espectro de ação antibacteriano amplo contra germes patogênicos
Gram-positivos e Gram-negativos, aeróbios e anaeróbios.
Posologia: Adultos: 1g de 6/6 ou 8/8 horas, ou ainda em caso de infecções
mais graves pode ser usada 2g de 4/4 horas ou 3g de 6/6 horas. Crianças: 80 a 160
mg/kg/dia de 4/4 ou 6/6 horas.

CEFPROZILA

CEFZIL

Informações técnicas adicionais: é uma cefalosporina utilizada pela via


oral. Embora apresente discretas alterações de fosfatase alcalina e bilirrubinas, não é
necessária a redução da dose na insuficiência hepática. Em pacientes com disfunção
renal grave, reduzir a dose pela metade ou substituir por antibiótico que não possua
nefrotoxicidade. Pacientes com fenilcetonúria, devem ser alertados de que o cefprozil
contém 28mg de fenilalanina para cada 5 ml.
Posologia: de 250 a 500 mg de 12/12 horas.
CEFUROXIMA
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ZINNAT (CEFUROXIMA AXETILA)

ZINACEF (CEFUROXIMA SÓDICA)

Informações técnicas adicionais: é a única cefalosporina de segunda


geração que penetra adequadamente o líquor, por isto, dentre as parenterais, parece ser a
mais útil clinicamente, sobretudo na profilaxia pré-operatória ou tratamento das
meningites causadas por patógenos comuns. Não causa hipoprotombinemia nem reação
semelhante à provocada pelo dissulfiram. As vias de administração são tanto oral,como
parenteral.
Posologia: Cefuroxima sódica: Adultos: de 750mg a 1,5g, de 8/8 ou 6/6
horas. Crianças: 30 a 100mg/kg/dia, divididos em 3 a 4 doses, sendo a dose de
60mg/kg/dia, normalmente satisfatória. Em caso de terapia única nas meningites
bacterianas, pode ser usado em adultos 3g IV de 8/8 horas; em crianças, 150 a 250
mg/kg/dia IV divididos em 3 a 4 tomadas. Cefuroxima axetila: Adultos: 250 a 500 mg
de 12/12 horas, ou 1.000mg em dose única. Crianças: 20 a 30 mg/kg/dia divididas em 2
doses.

CEFALOSPORINAS DE TERCEIRA GERAÇÃO

Informações técnicas: Geralmente são menos ativas que as cefalosporinas


da primeira e segunda geração contra cocos Gram-positivos, mas são mais potentes
contra as Enterobacteriaceae (Citrobacter, Escherichia coli, Enterobacter, Klebsiella,
Morganella, Proteus, Providencia, Salmonella, Serratia e Shigella), incluindo as cepas
produtoras de beta-lactamases. Em sua grande maioria, apresentam alto grau de
estabilidade na presença de beta-lactamase, manifestando excepcional atividade contra
mais amplo espectro de bactérias Gram-negativas, incluindo cepas produtoras de
penicilinases. Em geral, as cefalosporinas de terceira geração não oferecem vantagens
clínicas sobre as da primeira geração para infecções (outras que não a meningite)
causadas por bactérias Gram-positivas, porém, são quimioterápicos de escolha para
algumas infecções, como, por exemplo, meningite causada por bactérias Gram-negativas
entéricas, todavia, custam mais que outros antibióticos, mas apresentam menor
toxicidade e maior eficácia. Estas cefalosporinas manifestam sinergismo com os
aminoglicosídios (amicacina, gentamicina, netilmicina ou tobramicina) contra certas
cepas suscetíveis e resistentes de Pseudomonas aeruginosa e outras Enterobacteriaceae.
As cefalosporinas de terceira geração são utilizadas nas seguintes circunstâncias:
1. quando as bactérias são resistentes a outros antibióticos, menos
onerosos (penicilinas, cefalosporinas mais antigas), mas são sensíveis a uma
cefalosporina de terceira geração;
2. quando, sendo igualmente eficazes, são preferíveis aos
aminoglicosídios por causa da ototoxicidade e da nefrotoxicidade;
3. em determinadas infecções graves, em lugar de antibióticos menos
onerosos e,
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4. na suspeita de infecções causadas por bactérias possivelmente


produtoras de beta-lactamases.
Impõe-se uso judicioso destas cefalosporinas, uma vez que os
microrganismos desenvolvem rapidamente resistência a elas.
Indicações:
1. tratamento de infecções de feridas por queimaduras, ginecológicas,
intra-abdominais, ósseas e das articulações, da pele e tecidos moles;
2. tratamento de escolha das seguintes infecções pediátricas causadas por
Hemophilus influenzae tipo b: artrite séptica, bacteremia, epiglotite aguda, meningite,
osteomielite e pneumonia;
3. tratamento de bacteremia, pneumonia.

CEFETAMET PIVOXILA

GLOBOCEF

Informações técnicas adicionais: esta cefalosporina bactericida de amplo


espectro, foi obtida por latenciação: a cefetamet, que é ativa, foi quimicamente
transformada em éster inativo; este é suficientemente lipofílico em pH neutro, o que
permite sua absorção passiva do trato gastrintestinal; hidrólise posterior libera o
antibiótico ativo, portanto, a cefetamet pivoxila é um pró-farmaco, uma pró-
cefalosporina. Além das indicações clássicas das cefalosporinas de terceira geração, esta
pode ser indicada para tratamento ou profilaxia de infecções do trato respiratório, tais
como sinusite, rinofaringites, faringoamigdalites, bronquites e infecções do trato
urinário. Tem como via de administração, a via oral.
Posologia: adultos: 500 mg de 12/12 horas, durante 7 dias; crianças: 10
mg/kg de 12/12 horas, durante 7 dias.

CEFIXIMA

CEFNAX

PLENAX

Informações técnicas adicionais: trata-se de antibiótico bactericida de


amplo espectro, que apresenta alta atividade contra S. pyogenes, S. pneumoniae e todos
os bacilos Gram-negativos, incluindo as cepas produtoras de beta-lactamase, no entanto,
tem pouca atividade contra estafilococos e nenhuma contra Pseudomonas aeruginosa.
A via de administração exclusiva, é a oral. Também, além das indicações já
mencionadas, podem ser usadas no tratamento de infecções do trato respiratório superior
e inferior, genitourinárias e gonocócicas.
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Posologia: adultos: 400 mg em dose única diária ou de 12/12 horas,


durante 7 a10 dias; crianças: 8 mg/kg, uma vez ao dia ou em duas tomadas de 12/12
horas, durante 7 a 10 dias.

CEFODIZIMA

TIMECEF 1,0 E 2,0

Informações técnicas adicionais: é uma cefalosporina derivada da


cefotaxima, cujo grupamento R intensifica a atividade antibacteriana, especialmente
contra as Enterobacteriaceae e, o grupo R’aumenta a atividade contra germes Gram-
positivos. A via de administração é exclusivamente parenteral. Suas indicações são as
já descritas.
Posologia: 1 a 2 uma vez ao dia, ou 1g de 12/12 horas.

CEFOPERAZONA

CEFOBID

Informações técnicas adicionais: é uma cefalosporina com amplo espectro


de ação bactericida resistente à degradação por betalactamases, o que permite incluir no
seu espectro de ação patógenos Gram-positivos, gram-negativos e anaeróbicos, com
especial atenção para sua ação contra Pseudomonas aeruginosa. Alcança níveis
terapêuticos em todos os fluidos e tecidos corporais testados, dentre eles, estão os
líquidos ascítico e cerebro-espinhal (em pacientes com meninges inflamadas); amídala
palatina; membrana mucosa sinusal; osso; etc... Está associada a hipoprotombinemia e,
ocasionalmente, hemorragia, e com reação semelhante à do dissulfiram, quando a
cefalosporina é ingerida com álcool. Além das indicações já mencionadas
anteriormente, pode ser utilizada na profilaxia de infecções pós-operatórias em pacientes
submetidos a cirurgias abdominais, ginecológicas, cardiovasculares, ortopédicas e buco
maxilo facial. Sua via de administração é exclusivamente parenteral.
Posologia: Adultos: 2 a 4 g/dia fracionada em tomadas iguais de 12/12
horas, podendo em casos de maior gravidade ser aumentada a dose em até 8g/dia e/ou a
freqüência de administração ser reduzida para 8/8 horas. Crianças: 100 a 150 mg/kg/dia,
fracionadas em tomadas iguais de 8/8 ou 12/12 horas.

CEFOTAXIMA

CEFOTAXIMA SÓDICA
CLAFORAN
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Informações técnicas adicionais: além das peculiaridades inerentes as


cefalosporinas de terceira geração, devido a sua alta penetração no líquido
cefalorraquidiano na presença de inflamação, atingindo concentrações terapêuticas para
vários patógenos, tem sido a medicação de escolha para o tratamento de meningite em
adultos e crianças. Tem como via de administração exclusiva, a parenteral.
Posologia: Adultos: 1 a 4 g/dia em 2 ou 3 aplicações, podendo em casos
de gravidade e risco, ter sua dose aumentada para até 10g/dia. Crianças: 50 a 100
mg/kg, em 2 ou 3 aplicações.

CEFPODOXIMA PROXETIL

ORELOX

Informações técnicas adicionais: esta cefalosporina tem um tropismo para


o trato respiratório superior e inferior, sendo indicada particularmente para infecções
destas regiões. A sua via de administração é exclusivamente oral.
Posologia: Adultos: 200 mg de 12/12 horas. Crianças: 8 mg/kg/dia,
divididas em duas tomadas de 12/12 horas.

CEFTAZIDIMA

FORTAZ

KEFADIM

TAZIDEN

Informações técnicas adicionais: nesta cefalosporina, R é expansão do


grupo R da cefotaxima; apresenta estrutura zwitteriônica, como as cefalosporinas de
quarta geração. A cadeia lateral carboxílica reduz sua atividade contra os cocos Gram-
positivos, mas aumenta sua atividade contra Pseudomonas aeruginosa, e em associação
com um aminoglicosídio, é a cefalosporina de terceira geração mais útil no para o
tratamento de meningite causada por este patógeno, visto apresentar excelente
penetração no líquor na presença de inflamação e atingir concentrações terapêuticas
adequadas. Esta cefalosporina apresenta uma característica sui generis, dentre as de
terceira geração, por ser anaerobicida. A via de administração é exclusivamente
parenteral.
Posologia: Adultos: 1 a 6 g/dia, fracionada em tomadas iguais
administradas de 8/8 ou 12/12 horas. Crianças: 20 a 100 mg/kg/dia, fracionadas em 2 ou
3 tomadas.
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CEFTRIAXONA

CEFTRIAX

CEFTRIAXONA SÓDICA

ROCEFIN (INTRAMUSCULAR E INTRAVENOSO)

TRIAXIN

Informações técnicas adicionais : nesta cefalosporina, o grupo R


aminotiazólico é igual ao da cefotaxima. Sua maior vantagem, sobre as outras
cefalosporinas de terceira geração, é a apresentar meia-vida longa, permitindo esquema
posológico de dose única diária. A sua passagem para o líquido cefalorraquidiano
(LCR), ou seja, sua penetração no líquor, atravessando as meninges inflamadas, faz com
que em pacientes adultos com meningite, a administração de 50 mg/kg, produza, em 2 a
24 horas, concentrações no LCR muitas vezes superiores às concentrações inibitórias
mínimas requeridas pela grande maioria dos germes causadores de meningite. A via de
administração é exclusivamente parenteral.
Posologia: Adultos: 1 a 2 g uma vez ao dia, ou fracionada a cada 12
horas, porém podendo se estender a dosagem máxima de 4g. Crianças: 50 a 100
mg/kg/dia, tomadas em doses iguais divididas de 12/12 horas.

CEFALOSPORINAS DE QUARTA GERAÇÃO

Informações técnicas: Esta classe de cefalosporinas apresenta estrutura


zwitteriônica, isto é, são íons dipolares: com carga negativa no ácido carboxílico do
núcleo e carga positiva no nitrogênio do anel lateral do grupamento R”, o que contribui
para penetração mais rápida nas membranas das células de germes Gram-negativos. A
baixa afinidade pela maioria das betalactamases do tipo I resulta na degradação
enzimática significativamente reduzida em comparação com outras cefalosporinas, isto
se dá pela presença do grupamento R, igual ao da cefotaxima, que por ser volumoso,
impede a aproximação das enzimas ao anel beta-lactâmico, o que lhes confere
estabilidade diante das beta-lactamases, e aumenta a sua atividade contra bactérias
Gram-negativas. A introdução de um grupo de amônio quaternário resulta no aumento
da potência contra germes Gram-positivos. Comparadas às cefalosporinas de terceira
geração, apresentam afinidade acentuadamente reduzida pela beta-lactamase e
permeabilidade à membrana externa da parede celular bacteriana aumentada. Seu
espectro de ação assemelha-se ao das cefalosporinas de terceira geração, mas são mais
ativas contra estafilococos, enterococos, Citrobacter sp., algumas Enterobacteriaceae e
Pseudomonas aeruginosa. Em suma, apresentam espectro mais amplo de atividade
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antibacteriana e são menos sensíveis à hidrólise por beta-lactamases do que as de


terceira geração.
Indicações:
1. tratamento de infecções do trato respiratório;
2. tratamento de infecções complicadas do trato urinário;
3. tratamento de infecções da pele, estruturas cutâneas, ósseos e tecidos
moles;
4. tratamento de septicemia/bacteremia e,
5. tratamento de infecções em pacientes neutropênicos /
imunocomprometidos.

CEFEPIMA

MAXCEF

Informações técnicas adicionais: devido ao seu amplo espectro de


atividade bactericida contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, esta
cefalosporina pode ser utilizada como monoterapia antes da identificação do (s)
patógeno(s). Embora tenha ação anaerobicida para uma variedade de cepas, em
pacientes sob risco de infecções mistas de aeróbios-anaeróbios, particularmente se
bactérias não-sensíveis à cefepima estiverem presentes, terapia inicial concomitante com
um agente antianaeróbio é recomendada antes que o patógeno seja identificado; uma vez
que estes resultados estiverem disponíveis, a terapia concomitante com a cefepima e
outros agentes antiinfecciosos pode ou não ser necessária, dependendo da suscetibilidade
do microrganismo. A via de administração é exclusivamente parenteral.
Posologia: Adultos: 500 mg a 2g de 8/8 ou 12/12 horas. Crianças:
50mg/kg de 8/8 ou 12/12 horas, durante 7 a 10 dias.

CEFPIROMA

CEFROM

Informações técnicas adicionais: embora, a exemplo da cefepima e outras


cefalosporinas, tenha o grupamento R igual ao da cefotaxima, apresenta espectro de ação
extremamente amplo, incluindo cepas bacterianas resistentes à cefotaxima e ceftazidima,
sendo altamente ativa em concentrações baixas contra grupos de bactérias Gram-
negativas aeróbias em que ocorre freqüentemente resistência a cefalosporinas; é também
extremamente ativa contra estreptococos beta-hemolíticos e estafilococos sensíveis à
meticilina. Em suma, seguindo a regra, manifesta in vitro maior grau de atividade que
outras cefalosporinas contra bactérias Gram-negativas, mas menor atividade contra
cocos Gram-positivos. Quando associada com antibióticos aminoglicosídios, manifesta
ação sinérgica contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, sinergismo este,
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também exercido especialmente contra estafilococos resistentes à meticilina, quando


associa-se a cefpiroma com o ofloxacino ou a vancomicina.
Posologia: Adultos, 1 a 2 g de 12/12 horas.

BETA-LACTÂMICOS NÃO-CLÁSSICOS

São antibióticos que contêm anel beta-lactâmico, embora diferindo


estruturalmente das penicilinas e/ou cefalosporinas em uma ou mais características
fundamentais, bem como em propriedades biológicas. A obtenção de tais drogas se faz
por fermentação ou preparação por síntese parcial ou total.

AMOXICILINA + CLAVULONATO DE POTÁSSIO

AMPLAMOX AC

CLAVOXIL

CLAVULIN

NOVAMOX

Informações técnicas: trata-se de uma associação na qual se obtém um


sinergismo entre duas drogas distintas, que muda e amplia o espectro de ação das drogas
quando comparadas a sua ação individual. Assim, a amoxicilina, já descrita, é protegida
pelo ácido clavulânico da degradação enzimática produzida pelas beta-lactamases,
ampliando o seu espectro de ação para incluir as bactérias normalmente resistentes a ela
e outros antibióticos beta-lactâmicos. Isto se deve, pois, o ácido clavulânico produzido
por Streptomyces clavuligerus, que apresenta estrutura aparentada à das penicilinas,
quando usado na forma de sal de potássio, é inibidor das beta-lactamases, atuando como
molécula “suicida” ligando-se irreversivelmente aos centros ativos das beta-lactamases
bacterianas e inativando-as. Manifesta boa atividade contra as beta-lactamases mediadas
por plasmídeos clinicamente importantes e freqüentemente responsáveis pela
transferência de resistência a fármacos. Apresenta-se, portanto, como antibiótico
bactericida de amplo espectro.
Indicações: tratamento de infecções bacterianas dos tratos respiratório e
urinário, feridas por queimaduras, infecções da pele e tecidos moles, ossos e
articulações, profilaxia de procedimentos cirúrgicos tais como os gastrintestinais, da
cabeça e pescoço, otorrinolaringológicos e buco maxilo faciais.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula,
gravidez e lactação e insuficiência renal e hepática.
Interações medicamentosas: são as mesmas apresentadas pelas penicilinas
e seus aparentados.
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Posologia: Adultos: 1g de 6/6 ou 8/8 horas durante 7 a 10 dias. Crianças:


30 mg/kg de 6/6 ou 8/8 horas.

AZTREONAM

AZACTAM

Informações técnicas: é o primeiro antibiótico beta-lactâmico monocíclico


sintético. Possui espectro antibacteriano específico e estabilidade frente à beta-
lactamase, apresentando alta resistência a elas, atuando apenas contra microrganismos
Gram-negativos aeróbios. O mecanismo de ação é similar ao de outros antibióticos
beta-lactâmicos, inibindo a biossíntese da parede celular bacteriana. Tem seu uso
apenas como alternativo aos aminoglicosídios ou cefalosporinas de terceira geração.
Indicações: é utilizado somente como agente de segunda escolha;
tratamento de infecções causadas por bactérias gram-negativas aeróbias; infecções da
pele e das estruturas cutâneas, cistite, infecções das vias urinárias, ginecológicas,
ósseas , das articulações e septicemia.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao aztreonam ou aos antibióticos
beta-lactâmicos; gravidez e lactação; cirrose hepática; insuficiência renal e hepática.
Interações medicamentosas: é quimicamente incompatível com o
metronidazol, nafcilina sódica e vancomicina, quando diluído no mesmo frasco para
infusão intravenosa ou na mesma seringa.
Posologia: Adultos, 1 a2 g de 8/8 ou 12/12 horas. Crianças: 30 a 50
mg/kg, de 6/6 ou 8/8 horas.

IMIPENEM + CILASTATINA

TIENAM IM E IV

Informações técnicas: o imipenem é um carbapenem, cuja fórmula


química é uma variação das penicilinas clássicas, sendo um derivado monoidratado do
N-formimidoil da tienamicina, antibiótico isolado de Streptomyces cattleya. Este
carbapenem é o antibiótico bactericida de espectro mais amplo atualmente disponível,
ativo contra grande variedade de microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos,
aeróbios e anaeróbios. Resiste às beta-lactamases, mas quando administrado
isoladamente, é biotransformado pela enzima renal desidropeptidase I. O mecanismo de
ação é semelhante ao dos outros antibióticos beta-lactâmicos. Por não ser absorvido no
trato gastrintestinal , sua via de administração é exclusivamente parenteral, intravenosa e
intramuscular. O objetivo da associação com a cilastatina, análoga estrutural do
imipenem, é o de inibir a desidropeptidase I renal, bloqueando assim a biotransformação
renal do imipenem, aumentando substancialmente sua concentração no trato urinário.
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Na associação imipenem+cilastatina, ambos os fármacos aparecem na proporção


ponderal de 1:1. Sua utilização esta restrita ao ambiente hospitalar.
Indicações: tratamento de infecções ginecológicas, intra-abdominais,
ósseas e articulares, da pele e dos tecidos moles, do trato respiratório e urinário;
tratamento de endocardite e septicemia bacteriana, e particularmente no tratamento de
infecções polimicrobianas e mistas aeróbias-anaeróbias, assim como na terapêutica
inicial anterior à identificação do organismo causador da infecção, isto devido ao seu
espectro bactericida excepcionalmente amplo, envolvendo uma gama
extraordinariamente diversificada de patógenos.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da associação;
gravidez e lactação; insuficiência renal; distúrbios do sistema nervoso central; devido à
utilização de cloridrato de lidocaína como diluente, nas infusões IM, é contra-indicada
em pacientes com hipersensibilidade a anestésicos locais do tipo amida e, em pacientes
em choque ou bloqueio cardíaco.
Interações medicamentosas: foram relatadas convulsões generalizadas em
pacientes que receberam ganciclovir e Tienam. A mistura no mesmo frasco ou
recipiente com aminoglicosídios pode inativar ambos e, na necessidade de associação
com outros antibióticos, devem ser administrados em locais diferentes. Por ser
bactericida de amplo espectro, deve se evitar associações com outros antibióticos.
Posologia: Adultos: de 250 a 1.000 mg em intervalos variáveis de acordo
com a gravidade da infecção, de 6/6 ou 8/8 ou 12/12 horas. Crianças acima de 3 meses:
15 mg/kg a intervalos de 6 horas, sendo que a dose total diária não exceda 2 g.

MEROPENEM

MERONEM

Informações técnicas: é um carbapenem de amplo espectro bactericida,


diferindo do imipenem em dois radicais químicos, dos quais o grupo metil do C1, possui
maior resistência à diidropeptidase I renal do que o imipenem e o substituto no grupo C2
aumenta sua atividade contra Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias Gram-
negativas, além de reduzir a ação pró-convulsiva relativa ao imipenem. Atua contra
todas as bactérias aeróbias, fastidiosas e anaeróbias, é estável frente às beta-lactamases e
cefalosporinases de germes Gram-positivos e gram-negativos, mas não às metalo-beta-
lactamases, sendo discretamente menos ativo do que o imipenem contra estafilococos e
enterococos. A exemplo do imipenem, devido ao amplo espectro de ação, é usado em
grandes variedades de infecções bacterianas como monoterapia, mas pode ser associado
a glicopeptidícos e aminoglicosídios. Possui ampla penetração e distribuição nos tecidos
e fluidos corporais, inclusive no líquido cefalorraquidiano. A via de administração é a
parenteral.
Indicações: infecções do trato respiratório superior, do trato urinário,
ginecológicas, cutâneas, meningite, septicemia e, infecções em pacientes
imunodeprimidos.
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Contra-indicações: hipersensibilidade ao fármaco ou à penicilina,


carbapenêmicos e outros beta-lactâmicos, crianças menores que 3 meses, gravidez e
lactação.
Interações medicamentosas: a probenicida compete com o meropenem
pela secreção tubular ativa, inibindo a excreção renal, aumentando a meia-vida e a
concentração plasmática daquele em 38% e 56%, respectivamente.
Posologia: Adultos: 505 mg a 2 g de 8/8 horas. Crianças: 10 a 40 mg/kg
de 8/8 horas.

PIPERACILINA + TAZOBACTAM

TAZOCIN

Informações técnicas: é uma associação formada por um antibiótico semi-


sintético, a piperacilina sódica e, por um inibidor da beta-lactamase, o tazobactam
sódico, de uso exclusivo intravenoso e/ou intramuscular, ambos derivados da penicilina.
A piperacilina inibe a síntese das paredes celulares das bactérias Gram-positivas, Gram-
negativas e anaeróbias, já o tazobactam amplia o espectro da piperacilina, portanto, a
associação produz um antibiótico bactericida de amplo espectro.
Indicações: infecções do trato respiratório, urinário, da pele e suas
estruturas, ginecológicas, osteoarticulares, infecções bacterianas em neutropênicos,
septicemia e infecções polimicrobianas.
Contra-indicações: sensibilidade à associação ou a quaisquer penicilinas
e/ou cefalosporinas, ou inibidores da beta-lactamase, gravidez e lactação e crianças com
menos de 12 anos.
Interações medicamentosas: a administração concomitante de probenicida
aumenta a meia-vida da associação e diminui a depuração renal; a tobramicina diminui a
AUC, a depuração renal e a recaptação urinária; pode haver inativação de aminociclitóis;
a piperacilina associada ao uso de vecurônio prolonga o seu efeito bloqueador
neuromuscular.
Posologia: a dose recomendada é de 4,5 g de 8/8 horas, porém
dependendo da gravidade e da localização da infecção, pode ser administrada de 2,25 a
4,5 g a cada 6 ,8 ou 12 horas.

SULBACTAM + AMPICILINA

UNASYN

Informações técnicas: é um inibidor irreversível das beta-lactamases que


ocorre em organismos penicilino-resistentes, embora pareça ser menos potente que o
ácido clavulânico contra diversas beta-lactamases tais como as estafilocócicas. Porém,
como o sulbactam sódico se liga às proteínas ligadoras de penicilinas, algumas cepas
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tornam-se ainda mais suscetíveis à combinação do que aos antibióticos beta-lactâmicos


isolados, caracterizando explicitamente um sinergismo acentuado. A combinação
sulbactam+ampicilina é ativa contra um amplo espectro de bactérias Gram-positivas e
Gram-negativos e anaeróbios (incluindo Bacteroides fragilis). A associação pode
penetrar no líquido cefalorraquidiano na presença de meningite bacteriana. A via de
administração é exclusivamente parenteral.
Indicações: infecções do trato respiratório, incluindo sinusite, otite média
e epiglotite, pneumonias bacterianas, infecções do trato urinário; septicemia bacteriana,
infecções da pele e tecidos moles, ósseas e das articulações, além de seu uso no pré-
operatório para reduzir a incidência de infecções em ferimentos pós-operatórios.
Contra-indicações: alergia à penicilina; afecções hemorrágicas;
insuficiência cardíaca e renal, fibrose cística; doença gastrintestinal ativa; mononucleose
infecciosa.
Interações medicamentosas: as mesmas das ampicilinas quando isoladas.
Posologia: Adultos: 1,5 a 3 g de 6/6 horas. Crianças: 150 mg/kg/dia , em
doses fracionadas de 6/6 horas.

TICARCILINA + CLAVULONATO DE POTÁSSIO

TIMENTIN

Informações técnicas: a ticarcilina é uma penicilina semi-sintética, cujas


propriedades e características são semelhantes às das demais penicilinas, sendo
antibiótico antipseudomonal de amplo espectro contra bactérias Gram-positivas, cocos
Gram-negativos e apresenta espectro maior que o da ampicilina contra bacilos Gram-
negativos. Já o clavulonato de potássio associado na formulação, atua inibindo, como já
mencionado, as beta-lactamases, expandindo assim a atividade da ticarcilina, para incluir
as cepas suscetíveis de bactérias Gram-positivas e Gram-negativas, e até as anaeróbias.
Indicações: tratamento de infecções ósseas e das articulações; infecções
do trato biliar; infecções intra-abdominais causadas por anaeróbios; tratamento de
pneumonia; septicemia bacteriana; infecções da pele e tecidos moles; infecções do
aparelho geniturinário.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da associação,
gravidez e lactação, distúrbios gastrintestinais, menores de 12 anos de idade e disfunção
renal grave.
Interações medicamentosas: a probenicida administrada
concomitantemente retarda a excreção renal da ticarcilina, mas não retarda a do ácido
clavulânico, reduz a secreção tubular renal, elevando, assim, as concentrações séricas e
prolongando a meia-vida sérica do antibiótico.
Posologia: 200 a 300mg/kg/dia em tomadas divididas cada 4 a 6 horas.

ANFENICÓIS
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Nesta classe de antibióticos encontram-se o cloranfenicol e seus análogos


sintéticos, que são antibióticos de amplo espectro, porém com ação bacteriostática,
podendo no entanto ser bactericidas se utilizados em altas concentrações.
O seu mecanismo de atuação baseia-se na propriedade de
lipossolubilidade, atravessando a membrana da célula bacteriana e se ligando
reversivelmente à subunidade 50 S dos ribossomos bacterianos, impedindo assim a
transferência de aminoácidos às cadeias peptídicas crescentes, por inibição da enzima
peptidiltransferase, o que impede a formação da ligação peptídicae, portanto, a
biossíntese protéica, o que lhe confere o efeito antibacteriano.

CLORANFENICOL

CLORANFENICOL

QUEMICETINA

FARMICETINA

SINTOMICETINA

Informações técnicas: foi isolado primariamente do Streptomyces


venezuelae, porém hoje é obtido por síntese. É ativo contra grande variedade de
bactérias, Gram-positivas, Gram-negativas, aeróbias e anaeróbias, riquétsias, clamídias,
espiroquetas e micoplasmas. Por ser muito tóxico e causar discrasias sangüíneas graves
e fatais (anemia aplástica, anemia hipoplástica, trombocitopenia e granulocitopenia),
deve ser reservado para infecções graves em que antibacterianos menos tóxicos são
ineficazes ou contra-indicados. Não devem ser empregadas no tratamento de infecções
triviais, infecções que não as indicadas, nem na profilaxia de infecções bacterianas.
Portanto trata-se de antibiótico bacteriostático de amplo espectro. As vias de
administração são a enteral, parenteral e tópica, na forma de pomadas, solução otológica
e colírio.
Indicações: tratamento de infecções do trato respiratório, intra-
abdominais, ósseas, abcessos, antraz, brucelose, peste bubônica, pústula, septicemia
bacteriana; tratamento tópico de infecções oculares superficiais, blefarite bacteriana,
blefaro-conjuntivite, conjuntivite bacteriana aguda, ceratite bacteriana e
certoconjuntivite bacteriana, tratamento tópico de infecções superficiais otológicas,
tratamento tópico de úlcera dérmica, profilaxia e tratamento de infecções bacterianas da
pele, inclusive nos curativos pós-operatórios.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos anfenicóis; gravidez e lactação;
depressão da medula óssea; insuficiência renal; na aplicação ótica, com a membrana
timpânica perfurada.
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Interações medicamentosas: pode potencializar os efeitos depressores da


medula óssea de anticonvulsivantes hidantoínicos, medicamentos que causam discrasias
sangüíneas, outros depressores da medula óssea ou radioterapia; pode interferir na
eficácia dos anticoncepcionais orais contendo estrogênio, quando utilizados
concomitantemente; inibe a biotransformação de ciclosfosfamida, clorpropamida,
dicumarol, fenitoína, fenobarbital, tolbutamida, antagoniza os efeitos da eritromicina e
lincosamidas; diminui a resposta hematológica dos sais de ferro; reduz a absorção da
hidroxocobalamina; reduz o efeito das penicilinas; pode intensificar o efeito
hipoglicemiante das sulfoniluréias; o paracetamol pode intensificar os seus efeitos; a
rifampicina pode reduzir os seus níveis séricos.
Posologia: Adultos: via enteral e parenteral: 50 a 100 mg/kg/dia
fracionadas de 6/6 horas. Crianças: 50 a 75 mg/kg/dia divididas de 6/6 horas. Via
tópica, no olho, 1 a 2 gotas instiladas no saco conjuntival, 3 a 4 vezes ao dia, no canal do
ouvido, 2 a 3 gotas cada 6 a 8 horas.

TIANFENICOL

GLITISOL

FLUIMUCIL BIÓTIC

FLOGOTISOL

Informações técnicas: é obtido pelo método de modificação molecular de


planejamento de fármacos, sendo análogo ao cloranfenicol, dele divergindo
estruturalmente na troca de um grupo metilsulfonila por um nitro. Sua atividade
assemelha-se à do cloranfenicol, entretanto, é igualmente eficaz e mais altamente ativo
contra algumas cepas de Haemophilus e Neisseria. Suas indicações, contra-indicações,
efeitos adversos e interações medicamentosas são semelhantes às do cloranfenicol, com
quem apresenta resistência e sensibilidade cruzada. Contudo, algumas espécies
resistentes ao cloranfenicol podem ser sensíveis ao tianfenicol. Seu poder depressor
reversível da medula óssea dose-dependente é maior do que o do cloranfenicol. O
tianfenicol é usado pelas vias enteral, parenteral e também na forma de supositório, além
de sua utilização tópica ser indicada para deposição do conteúdo do frasco-ampola no
interior dos seios paranasais (maxilares), após irrigação e anti-sepsia dos antros, na
terapêutica clínica preparatória para cirurgia de fechamento de comunicações buco
sinusais, especificamente o Fluimucil Biótic, pois se apresenta na forma livre como
Acetilcisteinato de tianfenicolglicinato, possuindo assim radical derivado da N-
acetilcisteína, mucolítico potente, tanto de ação sistêmica, como tópica, associando,
portanto as ações mucolíticas, descongestionantes e antibacterianas, na mesma droga.
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Posologia: Adultos: via oral: 1,5 g/dia, fracionadas em 3 tomadas;


crianças, 25 a50 mg/kg/dia. Via parenteral: (IV ou IM) 750 mg de 8/8 ou 12/12 horas.
Via tópica: 250mg em cada aplicação, 1 a 2 vezes ao dia.. Crianças, 25 a 30 mg/kg/dia.

TETRACICLINAS

Informações técnicas: As primeiras tetraciclinas foram isoladas de


culturas de espécies de Streptomyces, e melhoradas as suas propriedades a partir de
processos semi-sintéticos, ou mesmo algumas foram obtidas por síntese total. São
antibióticos, geralmente bacteriostáticos nos níveis sangüíneos atingidos clinicamente,
interferem na síntese de proteínas bloqueando a ligação do aminoacil tRNA (RNA de
transferência) ao complexo ribossômico mRNA (RNA mensageiro). Esta ligação
reversível ocorre principalmente na subunidade ribossômica 30 S dos microrganismos
sensíveis. As tetraciclinas apresentam muitas características comuns, as substituições da
estrutura básica determinam as diferenças em ações farmacológicas. Geralmente estes
antibióticos são divididos em 3 classes: de ação curta (8 a 9 horas); de ação
intermediaria (12 a 14 horas), não disponíveis no Brasil; e de ação longa (16 a 18 horas).
Embora apresentem amplo ecpectro de ação, diversas bactérias são resistentes à elas, e a
resistência a uma tetraciclina geralmente implica em resistência a todas.
Indicações: devido ao espectro amplo de ação possui indicação para uma
gama ampla de patologias que vão do simples tratamento de Acne vulgaris, passando por
infecções do trato genitourinário, respiratório superior e inferior, brucelose ,bouba, sífilis
gengivoestomatite necrosante aguda, peste bubônica, infecções intra-abdominais, até
septicemia bacteriana. Enfim, indica-se para o tratamento de infecções cujos germes
sejam sensíveis à elas.
Contra-indicações: hipersensibilidade às tetraciclinas; gravidez e lactação;
crianças abaixo de 12 anos; e na insuficiência renal, exceto doxiciclina e minociclina.
Interações medicamentosas:
1. podem potencializar os efeitos dos anticoagulantes cumarínicos;
diminuir a eficácia dos anticoncepcionais contendo estrogênios;
2. podem aumentar a biodisponibilidade de digoxina; produzir efeitos
fotossensibilizantes aditivos com outros medicamentos fotossensibilizantes;
3. podem reduzir parcialmente o efeito anticoagulante da heparina;
4. podem interferir com o efeito bactericida das penicilinas o bicabornato
de sódio e outros produtos alcalinizantes;
5. podem diminuir sua absorção por alteração do pH gástrico; cátions
divalentes ou trivalentes (ex.: Fe++, Mg++, Zn ++, Ca ++, Al+++);
6. podem quelar as tetraciclinas, formando complexos não absorvíveis,
por isso, não devem ser administrados junto com antiácidos, catárticos contendo tais
cátions, leite ou laticínios, ou preparações minerais e vitamínicas, o colestipol ou
colestiramina e,
7. podem impedir sua absorção a teofilina podendo aumentar a incidência
de efeitos gastrintestinais adversos.
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DOXICICLINA

DOXICICLINA

PROTECTINA

VIBRAMICINA

Informações técnicas adicionais: ao contrário de outras tetraciclinas, sua


absorção não é afetada pela ingestão concomitante de alimentos e leite, pois sua
afinidade pelo cálcio é baixa. Mesmo sendo antibiótico bacteriostático de amplo
espectro, apresenta certas vantagens farmacocinéticas sobre as outras tetraciclinas, sendo
mais ativa contra alguns microrganismos. Sua desvantagem é seu alto custo.
Interações medicamentosas: além das já citadas comuns às tetraciclinas de
maneira geral, os barbitúricos, carbamazepina ou fenitoína podem diminuir suas
concentrações séricas devido à indução da atividade enzimática microssômica.
Posologia: Adultos: via oral: dose inicial de 200 mg, e 100 mg de 12/12
horas.

MINOCICLINA

MINODERM

MINOMAX

Informações técnicas adicionais: apresenta similaridade quase absoluta


com a doxiciclina.
Posologia: Adultos: via oral, dose inicial de 200 mg,e 100 mg de 12/12
horas.

OXITETRACICLINA

TERRAMICINA

Informações técnicas adicionais: é uma tetraciclina natural, isolada de


Streptomyces rimosus, cujas propriedades são semelhantes às da tetraciclina, mas seu
custo e consideravelmente mais alto. Contra-indica-se em pacientes com insuficiência
renal.
Posologia: via oral , intravenosa ou intramuscular, 1 a 2 g/dia divididas de
6/6 horas, ou quando parenteral, 500 mg a 1 g/dia , fracionadas de 12/12 horas.
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TETRACICLINA

AMBRA-SINTO T

HARTICICLIN

INFEX

STATINCLYNE

TETRACICLINA

TETREX

TETRACICLINA POMADA E POMADA OFTÁLMICA

Informações técnicas adicionais: é a tetraciclina mais amplamente


utilizada, principalmente por ser mais barata, sendo indicada como antibiótico
bacteriostático de amplo espectro e agente antiacne.
Indicações: além das já mencionadas, pode ser usado no tratamento de
amebíase extra-intestinal associada ao metronidazol, tratamento de úlcera dérmica,
tratamento de infecções oftalmológicas, tais como blefarite bacteriana, blefaro-
conjuntivite, conjuntivite bacteriana, ceratite bacteriana e ceratoconjuntivite bacteriana.
Posologia: Adultos: via oral: 250 a 500 mg de 6/6 horas. Via intravenosa
ou intramuscular: 250 a 500 mg de 12/112 horas, ou no máximo 500 mg de 6/6 horas;
via tópica, na conjuntiva, fina camada de pomada.

POLIPEPTÍDIOS

Informações técnicas: a atividade antibacteriana destes antibióticos está


intimamente relacionada com sua estrutura química, variação, ainda que diminuta,
freqüentemente resulta em alteração acentuada de suas propriedades biológicas.
Ademais, mesmo apresentando estruturas químicas diferentes, o mecanismo de ação é o
mesmo na inibição do crescimento bacteriano. Dentre os polipeptídios, a teicoplanina e
a vancomicina são glicopeptidícos.

BACITRACINA
BACIGEN
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BACITRACINA ZÍNCICA + SULFATO DE NEOMICINA

CICATRENE

DERACETIN-PED

DERMASE

NEBACETIN

NEOTRICIN

Informações técnicas adicionais: é uma mistura de antibióticos


polipeptídicos produzidos por uma cepa de Bacillus subtilis e B.licheniformis, porém seu
maior componente é a bacitracina A. Atua inibindo a formação das cadeias lineares do
peptidoglicano, que são os componentes principais da parede celular da célula
bacteriana, sendo ativa contra a maioria das bactérias Gram-positivas, incluindo
estafilococos e estreptococos, mas os microrganismos Gram-negativos são, em sua
maioria resistente. A sua ação é bactericida, não sendo significativamente absorvida
quando aplicada por via tópica, por isso, pode ser usada durante a gravidez e lactação.
Por ser altamente nefrotóxica, deve-se evitar sua administração sistêmica. Comumente é
associada a corticosteróides e/ou a outros antibióticos pouco absorvíveis, como a
neomicina e polimixina B, para ampliar seu espectro de ação antimicrobiana. A sua via
de administração é a tópica.
Indicações: infecções oftalmológicas e da pele causadas por bactérias
Gram-positivas sensíveis. Pode, também, ser utilizada como pomada antibacteriana e
lubrificante nos tamponamentos nasais anteriores, das reduções cruentas de fraturas
nasais.

FUSAFUNGINA

LOCABIOTAL

Informações técnicas: é antibiótico depsipeptídico isolado de culturas de


Fusarium lateritium. Exerce ação antimicrobiana estritamente local e, apresenta
também propriedades antiinflamatórias. Mostra-se ativa em infecções causadas por
estreptococos do grupo A, estafilococos, pneumococos, alguns germes anaeróbios,
Candida albicans e Mycoplasma pneumoniae.
Indicações: tratamento de infecções e inflamações do trato respiratório
superior e dos brônquios, tais como sinusite, rinite,faringite, amidalite, laringite,
traqueíte e bronquite.
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Contra-indicações: hipersensibilidade à fusafungina e crianças com idade


inferior a 30 meses.
Posologia: na forma de aerosol, 4 inalações 4 vezes ao dia pela boca e/ou
em cada narina , durante 10 dias.

GRAMICIDINA

OMCILON-A “M”

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA,
SULFATO DE NEOMICINA, GRAMICIDINA, NISTATINA

Informações técnicas: é antibiótico isolado do Bacillus brevis, podendo


ser obtido a partir da tirotricina, da qual é um dos principais componentes. Suas ações
são semelhantes às da bacitracina e da tirotricina, sendo demasiadamente tóxica para
administração sistêmica. É utilizado em associação com outros fármacos para
tratamento de infecções por via tópica.

POLIMIXINA B

CONJUNTIN

ELOTIN

LIDOSPORIN

MAXITROL

OFTICOR

OTOSPORIN

OTOSYNALAR

TERRAMICINA COM SULFATO DE POLIMIXINA B

Informações técnicas: é um dos componentes de um grupo de


polipeptídios aparentados isolados de culturas de cepas de Bacillus polymyxa. Exerce
seu efeito bactericida por interagir com componentes fosfolipídicos nas membranas
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citoplásmicas de bactérias sensíveis, afetando, a integridade osmótica da membrana


celular e alterando sua permeabilidade, o que acarreta o extravasamento do conteúdo
celular. Seu espectro de ação restringe-se as cepas bacterianas Gram-negativas,
especialmente Pseudomonas aeruginosa, dentre outras. A exemplo de outros
polipeptídios, seu uso sistêmico é limitado por ser extremamente nefrotóxica e
neurotóxica. Também, é utilizada em associações com outros antibióticos pouco
absorvíveis e/ou corticóides para tratamento de piodermatoses primárias e secundárias.
Indicações: por via tópica, no tratamento de infecções oftalmológicas,
otológicas e dermatológicas, normalmente associada a neomicina, bacitracina,
gramicidina, oxitetraciclina, dexametasona, hidrocortisona, fluocinolona ou lidocaína.,
nas formas de pomadas (tópica ou oftálmica), colírios e soluções otológicas.

TEICOPLANINA

TARGOCID

Informações técnicas: é um glicopeptídico produzido por cepa de


Actinoplanes teichomyceticus. Atua inibindo a síntese de peptidoglicano da parede
celular das bactérias Gram-positivas. Aparentada estruturalmente à vancomicina, tem
duração de ação mais longa e pode ser administrada pelas vias intramuscular e
intravenosa, porém não é absorvida por via oral. Sua ação é bactericida.
Indicações: como alternativa à vancomicina no tratamento de infecções
graves causadas por germes Gram-positivos em que não se podem usar outros
quimioterápicos; profilaxia e tratamento de endocardite bacteriana e peritonite associada
à diálise peritoneal crônica ambulatorial; tratamento de infecções ósseas e das
articulações, de pele e tecidos moles, e de infecções respiratórias.
Contra-indicações: hipersensibilidade à teicoplanina ou vancomicina;
gravidez e lactação; insuficiência renal.
Interações medicamentosas: as soluções de teicoplanina e
aminoglicosídios são incompatíveis e não devem ser misturadas antes da injeção.
Posologia: Adultos: via parenteral: 400 mg inicialmente, seguida de
200mg de 12/12 horas. Crianças: 6 mg/kg de 12/12 horas.

TIROTRICINA

Informações técnicas: consiste em mistura constituída principalmente por


gramicidina e tirocidina, ambas antibióticos polipeptídicos. É ativa contra bactérias
Gram-positivas, isoladas ou em associação com outros fármacos, sobretudo
antimicrobianos, é usada por via tópica no tratamento de infecções da pele e da boca.
Por ser extremamente nefrotóxica e hepatotóxica, não tem indicação de uso sistêmico, e
não deve ser instilada nas cavidades nasais ou cavidades fechadas do organismo.
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VANCOMICINA

CLORIDRATO DE VANCOMICINA

VANCOCINA

Informações técnicas: trata-se de um glicopeptídio anfotérico tricíclico


isolado de cultura de Nocardia (Streptomyces) orientalis, ativa primariamente contra
cocos Gram-positivos, sendo altamente eficaz contra Staphylococcus aureus e S.
epidermidis, atuando também contra estreptococos e enterococos, porém sendo inativa
contra bacilos Gram-negativos e micobactérias. Por não apresentar relação química com
outros antibióticos, não ocorre resistência cruzada. O mecanismo de ação sobre a parede
celular bacteriana é o comum aos polipeptídios. Na sua farmacodinâmica, é um
antibiótico bactericida para a maioria dos microrganismos Gram-positivos e
bacteriostático para os enterococos.
Indicações: por via oral, tratamento de colite pseudomembranosa
associada a antibióticos, diarréia associada a antibióticos, enterocolite estafilocócica; por
esta via não é eficaz no tratamento de outras infecções sistêmicas. Por via intravenosa,
tratamento de infecções estafilocócicas em pacientes onde os beta-lactâmicos são contra-
indicados ou não responde a eles, infecções ósseas e pré-operatórias, abcesso cerebral,
endocardite bacteriana, meningites estáfilo e estreptocócicas, septicemia bacteriana,
profilaxia de endocardite bacteriana.
Contra-indicações: hipersensibilidade à vancomicina; gravidez e lactação;
insuficiência renal; história de perda de audição ou surdez.
Interações medicamentosas: o AAS e outros salicilatos, ácido etacrínico,
parenteral, aminoglicosídios, anfotericina B parenteral, bacitracina parenteral,
bumetanida parenteral, cefalosporinas, ciclosporina, cisplatina, furosemida parenteral ou
plimixinas podem aumentar o seu potencial para nefrotoxicidade e/ou ototoxicidade;
anti-histamínicos, buclizina, fenotiazínicos, meclozina ou tioxantênicos podem mascarar
os sintomas de ototoxicidade; colestiramina antagoniza a vancomicina por via oral.
Posologia: Adultos: via oral: 125 a 250 mg de 6/6 horas. Por via
intravenosa: 500 mg de 6/6 horas. Crianças: 50 mg/kg/dia, em tomadas divididas a cada
6 horas. Por via intravenosa: 10 mg/kg de 6/6 horas.

MACROLÍDIOS

São antibióticos produzidos a partir de espécies de Streptomyces, com um


traço químico comum característico, de uma lactona macrocíclica, de onde advém o
nome Macrolídico. Estes antibióticos são bacteriostáticos e eficazes somente contra
microrganismos que se dividem ativamente; em concentrações elevadas ou contra
germes altamente sensíveis poderão ser bactericidas. O mecanismo de sua ação se dá
por ligarem-se reversivelmente às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos 70 S ou
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próximo do sítio P ou doador, de modo a bloquear a ligação do tRNA a este sítio; isto
impede a translocação dos peptídios do sítio aceptor A ao sítio doador e, em
conseqüência, a síntese protéica subseqüente é inibida. Não se ligam, todavia, aos
ribossomos 80 S dos mamíferos, o que explica em parte sua toxicidade seletiva. Os
sítios de ligação dos antibióticos macrolídicos se sobrepõem aos dos anfenicóis e
lincosamidas; portanto, a ligação de um destes antibióticos ao ribossomo bacteriano
poderá inibir a atividade do outro. Por isso, estes antibióticos não devem ser utilizados
concomitantemente.

AZITROMICINA

AZIMIX

AZITRAX

AZITROMICINA

AZITROMIN

AZITROXIL

CLINDAL AZ

NOVATREX

OCTAVAX

SELIMAX

ZITROMAX

Informações técnicas: trata-se de um macrolídico aparentado


estruturalmente à eritromicina, obtido por semi-síntese, sendo o primeiro membro da
classe de antibióticos denominados azalídios. Diferencia-se da eritromicina por possuir
um membro a mais no grupo lactona e um átomo de nitrogênio que lhe confere um
caráter afofílico e, facilita sua passagem através das membranas celulares e sua
concentração nos tecidos. A expansão da lactona macrocíclica e a presença do átomo de
nitrogênio como parte do anel lactônico são responsáveis pelas melhores características
farmacológicas e microbiológicas da azitromicina. Seu espectro de ação é mais amplo
frente aos microrganismos Gram-positivos, sua difusão tecidual é mais rápida e mais
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 64
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elevada e sua meia-vida biológica é mais prolongada do que a de outros macrolídicos.


Essas propriedades possibilitam que o tratamento de infecções com a azitromicina se
reduza a apenas três dias. É muito mais estável em meio ácido do que a eritromicina.
Possui um espectro de ação semelhante ao da eritromicina, porém é menos ativa contra
estreptococos e estafilococos, mas tem maior atividade do que esta contra alguns
patógenos Gram-negativos, e apresenta igual atividade contra alguns microrganismos da
família Enterobacteriaceae. Tem também atividade contra o protozoário Toxoplasma
gondii, causador da toxoplasmose. Seu mecanismo de ação é igual ao da eritromicina.
Seu metabolismo se dá à nível hepático, sendo excretado na bile, nas formas íntegra e de
metabólicos, o que lhe permite ser utilizado mesmo na presença de insuficiência renal.
Indicações: tratamento de infecções do trato respiratório inferior
(bronquite, pneumonia); do trato respiratório superior (sinusite, faringite, tonsilite);
infecções odontoestomatológicas; infecções de pele e tecidos moles; e infecções
genitais.
Contra-indicações: hipersensibilidade à azitromicina e ou macrolídicos;
gravidez e lactação; insuficiência hepática.
Interações medicamentosas: pode aumentar os níveis de digoxina;
alcalóides do esporão de centeio podem acelerar o ergotismo; antiácidos reduzem sua
concentração máxima.
Posologia: Adultos: via oral: 500 mg/dia, durante três dias consecutivos
as doses devendo ser administradas pelo menos uma hora antes ou duas depois das
refeições. Crianças: 10mg/kg/dia, durante três dias consecutivos, devendo ser
administradas pelo menos uma hora antes ou duas depois das refeições.

CLARITROMICINA

CLAMICIN

CLARITROMICINA

HELICOCID

KLARICID

LAGUR

Informações técnicas: é derivada da eritromicina dela diferindo pela


presença do grupo metoxila em vez de hidroxila na posição 6 do anel lactônico. Essa
substituição impede a degradação e aumenta a biodisponibilidade deste antibiótico semi-
sintético, em comparação com a eritromicina, que é degradada em meio ácido, dando
produtos tóxicos responsáveis pelos efeitos adversos gastrintestinais. Além disto, é mais
potente que a eritromicina contra muitos microrganismos sensíveis a este antibiótico
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natural. A claritromicina penetra melhor as membranas externas das bactérias Gram-


positivas do que a eritromicina, sendo de natureza mais básica, o que aumenta a
atividade contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas. Sua potência equivale a
duas a quatro vezes à da eritromicina. Age também sobre o Toxoplasma sp. Quando
isolada ou associada com pirimetamina. É amplamente distribuída nos tecidos e líquidos
orgânicos, atingindo concentrações altas na mucosa nasal, amídalas e pulmões.
Indicações: tratamento de infecções da pele e tecidos moles; tratamento
de infecções do trato respiratório inferior e superior, principalmente sinusite maxilar
aguda e infecções nasais; tratamento, em associação com outros antibióticos bacterianos,
do complexo Mycobacterium avium em pacientes com AIDS.
Contra-indicações: hipersensibilidade à claritromicina e outros
macrolídicos; insuficiência renal grave; gravidez e lactação; crianças menores de 12
anos de idade.
Interações medicamentosas: aumenta significativamente a área sob a
curva concentração-tempo (AUC) quando tomada concomitantemente com
carbamazepina ou teofilina; interage com a warfarina, acarretando possivelmente
hemorragia anormal; diminui a concentração sérica máxima, abaixa a AUC e reduz o
tempo para atingir a concentração máxima da zidovudina.
Posologia: Adultos: via oral: 250 a 500 mg de 12/12 horas durante 7 a 14
dias.

DIRITROMICINA

DYNABAC

Informações técnicas: trata-se também de um derivado da eritromicina,


cujas divergências químicas são discretas nuanças do anel macrolídico, é pois, azalídio,
como azitromicina e roxitromicima. É um antibiótico sistêmico com espectro bacteriano
amplo, ativo contra a maioria das cepas de microrganismos Gram-positivos e Gram-
negativos. Seu mecanismo de ação é semelhante ao da eritromicina, porém seu perfil
farmacocinético é melhor, pois seu grau lipofílico explica seu maior volume de
distribuição e sua melhor penetração tecidual, permitindo concentrações teciduais altas e
prolongadas com posologia conveniente de uma dose por dia. A exemplo da
azitromicina, possui metabolização hepática, onde ocorre sua excreção, cerca de 81 a 97
%, e outros restantes, 3 a 19% (+/_ 10%) por via renal.
Indicações: no tratamento de infecções do trato respiratório superior
(rinites, sinusites, faringites, amidalites) e, inferior (bronquites e pneumonias);
tratamento de infecções de estruturas tegumentares causadas por Staphylococcus aureus,
S. epidermis e S. pyogenes (Estreptococos beta-hemolíticos do grupo A).
Contra-indicações: hipersensibilidade a antibióticos macrolídicos;
gravidez e lactação; insuficiência hepática; crianças menores de 5 anos.
Interações medicamentosas: pode diminuir a depuração hepática da
teofilina, acarretando aumento nas concentrações séricas desta; sendo um derivado da
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eritromicina podem reagir com as seguintes drogas: ácido valpróico, alfentanila,


anticoagulantes, astemizol, bromocriptina, carbamazepina, ciclosporina, digoxina,
disopiramida, ergotamina, fenitoína, hexobarbital, levostatina, terfenadina,, triazolan,
warfarina; antiácidos ou anti-histamínicos H2 diminuem sua absorção e sua
biodisponibilidade.
Posologia: Adultos: via oral: 500 mg uma vez ao dia, junto com alimentos
ou dentro de uma hora após a refeição, durante 7 a 14 dias.

ERITROMICINA

ERIBIOTIC

ERIFLOGIN

ERITROMICINA

ERITREX

ERITRIN

ERITROFAR

ILOBRON

ILOCIN

ILOSONE VO OU SOLUÇÃO TÓPICA

ILOTREX

KANAZIMA

LISOTREX

ORTOCICLINA
PANTOMICINA

PLENOMICINA
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STIEMYCIN

TROZYMAN

Informações técnicas: é obtida por fermentação de cultura de uma cepa de


Streptomyces erythreus. Consiste em mistura que contém aproximadamente 90% de
eritromicina A, cerca de 10% de eritromicina B e traços de eritromicina C. O espectro
de ação da eritromicina é relativamente amplo, sendo ativa contra a maioria dos germes
Gram-positivos e alguns Gram-negativos, actinomicetos, micoplasmas, espiroquetas,
clamídias, riquétsias e micobactérias atípicas. É utilizada como fármaco alternativo no
combate a várias infecções para as quais os quimioterápicos de eleição são penicilinas
ou tetraciclinas, quando estas são contra-indicadas ou não toleradas, ou os pacientes são
hipersensíveis a elas. Diversas cepas de microrganismos mostram-se resistentes à
eritromicina, e os mecanismos de resistência são principalmente, a diminuição da
ligação do antibiótico ao seu local alvo e a redução da permeabilidade da parede celular
bacteriana à eritromicina. A sua farmacodinâmica apresenta a peculiaridade de ser
antibiótico bacteriostático de amplo espectro, porém podendo ser bactericida em
concentrações altas.
Indicações: tratamento de infecções oftalmológicas, genitourinárias, de
pele e tecidos moles, do trato respiratório superior (sinusites, rinites) e inferior
(pneumonias, bronquites); sífilis; septicemia bacteriana; endocardite bacteriana; febre
reumática; profilaxia de conjuntivite do recém-nascido(neonatal) e, tratamento de Acne
vulgaris.
Contra-indicações: hipersensibilidade à eritromicina; gravidez e lactação,
insuficiência hepática; porfiria.
Interações medicamentosas: altera a depuração da azatioprina; pode inibir
a biotransformação da carbamazepina, potencializando os seus efeitos; pode deslocar o
cloranfenicol e as lincosamidas da ligação às subunidades 50 S dos ribossomos
bacterianos ou impedir esta ligação, antagonizando os efeitos destes antibióticos;
aumenta as concentrações plasmáticas da ciclosporina. Pode aumentar o risco de
nefrotoxicidade e intensificar o efeito da digoxina; aumenta a concentração plasmática
da disopiramida; inibe a biotransformação da ergotamina e aumenta o vasoespasmo;
interfere com o efeito bactericida das penicilinas no tratamento da meningite ou em
outras situações em que é necessário efeito bactericida rápido; pode prolongar
excessivamente o tempo de protrombina e aumentar o risco de hemorragias,
especialmente nos idosos, quando tomadas concomitantemente com a warfarina; pode
diminuir a depuração hepática da teofilina, resultando em aumento nas concentrações
séricas da teofilina e/ou toxicidade; inibe a biotransformação do triazolan , aumentando
sua concentração plasmática; outros medicamentos hepatotóxicos podem aumentar o
potencial para hepatotoxicidade; outras drogas ototóxicas com doses altas de
eritromicina em pacientes com insuficiência renal, podem aumentar o potencial para
ototoxicidade.
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Posologia: Adultos: via oral: 250 a 500 mg de 6/6 horas, podendo atingir
até 4g/dia, fracionadas; crianças, 30 a 50 mg/kg/dia, fracionadas em 4 doses tomadas de
6/6 horas, podendo em infecções graves a dose ser dobrada. Via intravenosa: 1 a 4g/dia.
Crianças: 15 a 50mg/kg/dia. Aplicação tópica, uma ou duas vezes por dia.

ESPIRAMICINA

ROVAMICINA

Informações técnicas: consiste em mistura de três antibióticos


macrolídicos isolada de culturas de Streptomyces ambofaciens, com espectro de ação
antibacteriano semelhante aos da eritromicina e clindamicina, sendo bacteriostática nas
concentrações séricas, mas podendo ser bactericida nas concentrações teciduais. O seu
mecanismo de ação é pela inibição da síntese protéica por ligar-se à subunidade 50 S dos
ribossomos bacterianos e interferir com a translocação. Os microrganismos
desenvolvem resistência a este antibiótico, inclusive resistência cruzada entre
espiramicina e eritromicina. Farmacodinamicamente é um antibiótico antibacteriano e
toxoplasmicida. É amplamente distribuída a todo organismo, atingindo concentrações
altas nos pulmões, amídalas, brônquios e seios da face, e sua biotransformação é
hepática , sendo excretada pela bile.
Indicações: tratamento de infecções bacterianas causadas por germes
sensíveis e tratamento da toxoplasmose, como alternativa à pirimetamina.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos macrolídicos; disfunção
hepática; gravidez e lactação.
Posologia: Adultos: via oral: 1g de 8/8 horas, podendo ser aumentada a
dose até 2 a 4 g/dia fracionadas em duas a três tomadas.

MIOCAMICINA

MECACIN

MIDECAMIN

Informações técnicas: é antibiótico macrolídico bacteriostático semi-


sintético isolado de cultura de Streptomyces mycarofaciens, que manifesta atividade
contra Staphylococcus aureus, até contra cepas resistentes à eritromicina, como os
macrolídicos em geral, atuando inibindo a síntese protéica.
Indicações: tratamento de infecções do trato respiratório causado por
germes sensíveis.
Contra-indicações: hipersensibilidade à miocamicina; gravidez e lactação;
insuficiência renal e hepática.
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Interações medicamentosas: pode inibir a ação bactericida de


cefalosporinas e penicilinas; antagoniza os efeitos das lincosamidas; pode aumentar os
níveis séricos da carbamazepina e da ergotamina; anticoncepcionais orais podem causar
icterícia e prurido.
Posologia: via oral, 30 a 45 mg/kg/dia, de 12/12 horas.

ROXITROMICINA

FLOXID

ROTRAM

ROXITROM

ROXITROMICINA

RULID

Informações técnicas: é um derivado semi-sintético da eritromicina,


diferindo desta em apenas um grupamento químico e um átomo de oxigênio. Seu
espectro de ação é semelhante ao da eritromicina, sendo tão ativa ou ligeiramente
menos, que esta, e seu mecanismo de ação é igual.
Indicações: tratamento de infecções por germes sensíveis; em
otorrinolaringologia (no trato respiratório superior- sinusites, faringites) , pneumologia e
dermatologia (infecções da pele e tecidos moles).
Contra-indicações: hipersensibilidade à macrolídicos; gravidez e lactação;
insuficiência hepática.
Interações medicamentosas: aumenta as taxas plasmáticas de
bromocriptina e ciclosporina; alcalóides do esporão do centeio podem causar
manifestações de ergotismo; possíveis interações com os antagonistas da vitamina K,
warfarina, disopiramida, digoxina, midazolam, teofilina e terfenadina.
Posologia: Adultos: via oral: 300 mg/dia, em duas tomadas. Crianças: 5 a
8 mg/kg/dia.

AMINOCICLITÓIS

Informações técnicas: esta classe inclui tanto os antibióticos


aminoglicosídios, que contêm um aminoaçúcar, como os antibióticos que possuem um
ciclitol ou aminociclitol, mas não aminoaçúcar. Em sua maioria são preparados por
fermentação, a partir de várias espécies de microrganismos, principalmente
Streptomyces e Micromonospora, e alguns são produtos semi-sintéticos, obtidos por
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modificação molecular de outros aminociclitóis. O mecanismo de ação desta classe de


antibióticos está relativamente bem esclarecido, são transportados ativamente através da
membrana celular bacteriana, unindo-se irreversivelmente a uma ou mais proteínas
receptoras específicas com a subunidade 30 S dos ribossomos bacterianos e interferindo
com o complexo de iniciação entre o RNA mensageiro e a subunidade 30 S, causando
assim leitura errada do DNA; disto resulta biossíntese de proteínas não-funcionais,
impossibilitando a síntese de proteínas e causando morte celular. A despeito de outros
antibióticos que interferem com a síntese protéica serem apenas bacteriostáticos, os
aminociclitóis são bactericidas, ignora-se a causa disto. O seu uso indiscriminado
resultou no surgimento de cepas resistentes, resistência esta, devida a : alteração do
ribossomo, diminuição da captação do antibiótico e inativação enzimática dos
quimioterápicos, sendo esta a mais importante. Os aminociclitóis são ativos contra
bacilos Gram-negativos e alguns Gram-positivos, mas não exercem atividade contra os
microrganismos anaeróbios. São indicados no tratamento de infecções sistêmicas graves
em que antibacterianos menos tóxicos são ineficazes ou contra-indicados, não se
indicando seu uso rotineiro no tratamento de infecções estafilocócicas, pois existem
antibacterianos menos tóxicos. São antibióticos amplamente utilizados em associações
com outros antibióticos, para o tratamento de determinadas infecções, pelas seguintes
razões: obter efeito antibacteriano sinérgico; impedir o surgimento de bactérias
resistentes aos antibióticos; e expandir o espectro antimicrobiano.
As seguintes associações são as mais empregadas:
1. amicacina, gentamicina, netilmicina, sisomicina, tobramicina, com
penicilinas como a carbecilina, ou cefalosporina, para infecções por Pseudomonas
aeruginosa , em pacientes imunocomprometidos leucopênicos febris, ou não;
2. estreptomicina ou gentamicina com benzilpenicilina, ampicilina ou
vancomicina, contra enterococos;
3. aminociclitol com penicilina resistente à beta-lactamase ou
vancomicina contra Staphylococcus aureus;
4. aminociclitol ativo contra pseudomonas com quimioterápico eficaz
contra o grupo de Bacteroides fragilis, ex. a cefoxitina, clindamicina, cloranfenicol,
metronidazol, penicilina ativa contra pseudomonas e,
5. aminociclitol ativo contra pseudomonas com outro antibiótico, quando
se deseja ampliar o espectro antimicrobiano.
Indicações: no tratamento de infecções intra-abdominais (peritonite),
ósseas e das articulações, da pele e tecidos moles, do sistema nervoso central, do trato
biliar e urinárias; pneumonia, septicemia; a estreptomicina é usada no tratamento de
brucelose, peste bubônica e tuberculose.
Contra-indicações:
1. alergia aos aminociclitóis;
2. gravidez e lactação;
3. miastenia grave;
4. parkinsonismo;
5. deterioração do oitavo nervo craniano e,
6. desidratação ou insuficiência renal.
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Precauções:
1. durante o tratamento com aminociclitóis é preciso fazer teste de
audiograma, determinação da função renal, determinação da função vestibular,
determinação da concentração sérica do aminociclitol e exame de urina tipo 1;
2. os pacientes geriátricos podem correr o risco de toxicidade renal por
causa da diminuição da função renal do idoso e,
3. deve-se evitar o uso concomitante de outros medicamentos
nefrotóxicos ou ototóxicos.
Interações medicamentosas:
1. dois ou mais aminociclitóis, administrados concomitantemente, podem
aumentar o potencial para ototoxicidade, nefrotoxicidade e bloqueio neuromuscular;
pode ocorrer perda da audição e esta progredir até surdez, geralmente permanente;
2. neomicina oral pode potencializar a ação dos anticoagulantes
cumarínicos;
3. ácido acetilsalicílico e outros salicilatos, ácido etacrínico, anfotericina
B parenteral, bacitracina parenteral, bumetanida parenteral, cefalotina, ciclosserina,
cisplatina, furosemida parenteral, manitol ou vancomicina podem aumentar o potencial
para ototoxicidade e/ou nefrotoxicidade; à despeito de se necessitar às vezes da
associação entre um aminociclitol e vancomicina na profilaxia da endocardite causada
por estreptococos, no tratamento de infecções estafilocócicas resistentes ou nos
pacientes alérgicos à penicilina, deve-se então, manter vigilância apropriada;
4. anestésicos gerais da classe dos hidrocarbonetos halogenados,
transfusões maciças de sangue contendo citratos, agentes bloqueadores neuromusculares
ou suxametônio, podem intensificar o bloqueio neuromuscular, resultando em fraqueza
prolongada do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória;
5. antibióticos beta-lactâmicos podem inativá-los em pacientes com
insuficiência renal;
6. anti-histamínicos, buclizina, fenotiazínicos, meclozina ou
tioxantênicos, podem mascarar os seus sintomas de ototoxicidade;
7. hipnoanalgésicos podem causar efeitos depressores respiratórios
centrais aditivos, podendo resultar em aumento ou prolongamento da depressão ou
paralisia respiratória e,
8. polimixinas parenterais podem aumentar o potencial para
nefrotoxicidade e/ou bloqueio neuromuscular, resultando em fraqueza do músculo
esquelético e depressão ou paralisia respiratória.

AMICACINA

AMICACIL

AMICACINA
AMIKIN
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BACTOMICIN

NOVAMIN

Informações técnicas adicionais: é um derivado acilado semi-sintético da


canamicina A, cuja modificação molecular protege os grupos hidroxila e amino das
enzimas que inativam os aminociclitóis. Embora seja altamente resistente à inativação
enzimática, é sensível a duas enzimas, a acetiltransferase e a enzima adenililante.
Mesmo assim, é preferida para o tratamento inicial de infecções causadas por bactérias
Gram-negativas aeróbias resistentes a outros aminociclitóis, pois seu espectro de
atividade antimicrobiana é o mais amplo da classe.
Posologia: Adultos e crianças: vias intramuscular e intravenosa: 15
mg/kg/dia, em tomadas iguais de 8/8 ou 12/12 horas, sendo que a dose total não deve
exceder 1,5g/dia.

ESPECTINOMICINA

TROBICIN

Informações técnicas adicionais: contém o grupo actinamina, isolada de


cultura de Streptomyces spectabilis. É Segunda escolha no tratamento de gonorréia,
causada por patógeno penicilino-resistentes ou em pacientes alérgicos à penicilinas.
Posologia: Adultos: via intramuscular profunda: 2g em dose única ou 2g
de 12/12 horas. Crianças: 40mg/kg/dia.

ESTREPTOMICINA

ESTREPTOMICINA

Informações técnicas adicionais: é isolada de cultura de Streptomyces


griseus, cuja atividade bactericida se exerce contra grande variedade de bactérias Gram-
negativas aeróbias e certas micobactérias. Hoje é pouco usada pois existem
aminociclitóis mais eficazes e agentes tuberculostáticos mais seguros (etambutol,
isoniazida e rifampicina).
Posologia: Adultos: via intramuscular: 20 a 40 mg/kg/dia. Crianças: 15 a
25 mg/kg/dia em tomadas divididas de 12/12 horas.
FRAMICETINA

FRAMICETINA
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Informações técnicas adicionais: é também conhecida por neomicina B,


produzida por cepas de streptomyces fradiae ou S. decaris. Suas ações são semelhantes
às da neomicina, sendo utilizada por via tópica no tratamento de infecções
oftalmológicas, dermatológicas e otológicas, principalmente associada com a
gramicidina.

GENTAMICINA

AMPLIGEN

AMPLOMICINA

GARAMICINA

GENTAMICINA
(CREME, TÓPICA, POMADA OFTÁLMICA, INJETÁVEL)

GENTAPLUS

GETAXIL

SEPTOPAL
(PÉROLAS EM FIO CIRÚRGICO C/ 4,5 MG/PÉROLA)

GARASONE
(SOLUÇÃO OFTÁLMICA – GENTAMICINA + BETAMETASONA)

Informações técnicas adicionais: consiste em mistura de três


antibacterianos aparentados, extraídos de culturas de Micromonospora purpurea,
empregada no tratamento de infecções causadas por bactérias Gram-negativas, cuja
associação com benzilpenicilina ou ampicilina exerce efeito sinérgico contra os
enterococos.
Posologia: Adultos: vias intramuscular ou intravenosa: 6 a 7,5 mg/kg/dia,
em tomadas divididas de 8/8 horas. Crianças: 3 a 5 mg/kg/dia, divididas de 8/8 horas.
Via tópica, pode ser usada em vários preparados dermatológicos e oftálmicos, tanto
isolados, como em associação. Ainda há as pérolas de gentamicina em fios cirúrgicos,
que são utilizados em lojas cirúrgicas infectadas, com germes isolados sensíveis à
gentamicina, porém relutantes ao tratamento exclusivamente sistêmico, amplamente
usadas em ortopedia.
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NEOMICINA

NEOMICINA
(COLÍRIO E POMADA)

NEOMICINA + BACITRACINA

BACIGEN

CICATRENE

DERMACETIN-PED

DERMASE

NEBACETIN

NEOTRICIN

NEOMICINA + DEXAMETASONA

DECADRON COLÍRIO

DERMOGEN

DEXACORT

DEXAVISION

NEOCORTIN

OUTRAS ASSOCIAÇÕES

BETNOVATE-N
(NEOMICINA + BETAMETASONA)

DRENISON N
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(NEOMICINA + FLUDROXICORTIDA)

ESPERSON N
(NEOMICINA + DESOXIMETASONA)

LOCORTEN N
(NEOMICINA + FLUMETASONA)

NEOCINOLON
(NEOMICINA + ACETONIDO DE FLUOCINOLONA)

OTOSPORIN
(NEOMICINA + HIDROCORTISONA + POLIMIXINA B)

Informações técnicas adicionais: é o aminociclitol mais tóxico, produzido


a partir da fermentação de Streptomyces fradiae, utilizado com maior freqüência
topicamente para tratar de infecções da pele, olho e ouvido, comumente associado a
outras drogas . por via oral é utilizado para se obter efeitos antibacterianos locais. Não
se utiliza neomicina por via parenteral para infecções sistêmicas devido ao seu alto grau
de nefrotoxicidade e ototoxicidade.
Posologia: via tópica, para infecções oftalmológicas, 1 a 2 gotas de
colírio, em cada olho de 12/12 ou 8/8 horas. Em infecções dermatológicas, fina camada
de pomada uma a duas vezes ao dia.

NETILMICINA

NETROMICINA

Informações técnicas adicionais: é derivada da sisomicina, obtida por via


semi-sintética; como a amicacina, não sofre biotransformação pela maioria das enzimas
inativantes de aminociclitóis.
Posologia: vias intramuscular ou intravenosa, adultos, 4 a 6,5 mg/kg/dia,
divididas em tomadas de 8/8 ou 12/12 horas; crianças, 6 a 7mg/kg/dia, de 8/8 horas.

TOBRAMICINA

TOBRAMINA

TOBREX
(COLÍRIO OU POMADA OFTÁLMICA)
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TOBRAMICINA + DEXAMETASONA
TOBRADEX
(SOLUÇÃO OFTÁLMICA OU POMADA OFTÁLMICA)

Informações técnicas adicionais: é um complexo produzido por


Streptomyces tenebrarius, cuja atividade antimicrobiana e várias outras propriedades são
semelhantes às da gentamicina. A maioria dos microrganismos Gram-positivos, com
exceção de Staphylococcus aureus, é resistente à tobramicina.
Posologia: Adultos: vias intramuscular ou intravenosa: 3 a 5mg/kg/dia,
em 3 tomadas divididas de 8/8 horas. Crianças, 6 a 7,5 mg/kg/dia, em 3 tomadas de 8/8
horas. Via tópica, um centímetro da pomada no olho afetado 2 a 3 vezes ao dia, ou a
cada 3 ou 4 horas em infecções mais graves ou uma a duas gotas da solução no olho
afetado a cada 4 horas, ou em casos mais graves, 2 gotas no olho afetado de hora em
hora.

LINCOSAMIDAS

Informações técnicas: As lincosamidas são agentes bacteriostáticos,


porém em concentrações elevadas ou quando utilizadas contra microrganismos
altamente sensíveis, podem ser bactericidas. O mecanismo de ação se pauta na ligação
exclusiva às subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos e impedem a formação da
ligação peptídica, inibindo assim a síntese protéica. A possibilidade de m.o.s.
desenvolverem resistência às licosamidas é eminente, inclusive a resistência cruzada.
As lincosamidas têm uso limitado devido aos seus graves efeitos adversos,
principalmente a colite pseudomembranosa, ocasionada pela toxina secretada por cepas
de Clostridium difficile, quadro este, apresentado também por ampicilina e
cefalosporinas, que pode ser fatal. Por esta razão elas são reservadas para as infecções
graves em que os agentes antimicrobianos menos tóxicos não são apropriados; em
contrapartida o tratamento da colite pseudomembranosa utiliza-se a vancomicina. O
espectro de ação das lincosamidas é relativamente amplo, sendo ativas contra a maioria
das bactérias Gram-positivas e diversas Gram-negativas anaeróbias. A clindamicina é
mais potente que a lincomicina. As bactérias Gram-negativas aeróbias , na maioria são
resistentes.
Contra-indicações:
1. hipersensibilidade às lincosamidas ou doxorrubicina;
2. gravidez e lactação;
3. patologia gastrintestinal e,
4. insuficiências renal e hepática grave.
Interações medicamentosas:
1. podem antagonizar o efeito de antimiastênicos sobre o músculo
esquelético;
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2. podem causar efeitos depressores respiratórios centrais aditivos dos


hipnoanalgésicos opióides, possivelmente acarretando depressão ou paralisia respiratória
aumentada ou prolongada;
3. anestésicos gerais inalantes ou agentes bloqueadores neuromuscular,
resultando em fraqueza do músculo esquelético e depressão ou paralisia respiratória;
4. antidiarréicos adsorventes intestinais podem diminuir a absorção das
lincosamidas quando estas são administradas concomitantemente por via oral;
5. antidiarréicos antiperistálticos (como opiáceos, difenoxilato,
loperamida), podem prolongar ou piorar a colite pseudomembranosa por retardar a
eliminação da toxina;
6. o cloranfenicol ou eritromicina pode deslocá-las da ligação às
subunidades 50 S dos ribossomos bacterianos ou impedir essa ligação, antagonizando
seu efeito.

CLINDAMICINA

DALACIN-C
(VIA ORAL, INJETÁVEL E CREME VAGINAL)

Informações técnicas adicionais: derivado semi-sintético da lincomicina,


sendo mais ativa e com menos efeitos adversos que esta. A sua farmacodinâmica
determina um antibiótico antibacteriano e antiprotozoário.
Indicações: tratamento de infecções intra-abdominais, ósseas e das
articulações, da pele e tecidos moles, do trato genitourinário; tratamento de Acne
vulgaris, actinomicose, malária, infecções do trato respiratório superior e inferior;
septicemia; toxoplasmose do sistema nervoso central, úlceras dérmicas.
Posologia: Adultos: via oral: 150 a 450 mg de 6/6 horas. Via parenteral,
intravenosa e intramuscular: 600 mg a 1,2g/dia de 6/6 ou 8/8 horas, podendo se estender
para até 1, 2 a 2,7 g/dia igualmente fracionadas as doses. Crianças: 8 a 20 mg/kg dia, de
6/6 ou 8/8 horas. Via parenteral: 15 a 40 mg/kg/dia de 8/8 ou 6/6 horas.

LINCOMICINA

FRADEMICINA

LINCOMICINA

LINCO-PLUS
MACROLIN
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Informações técnicas adicionais: é obtida a partir de culturas de


Streptomyces lincolnensis, que atualmente foi substituída por agentes antibacterianos
mais seguros e mais eficazes, sendo considerada obsoleta com relação ao seu derivado a
clindamicina.
Indicações: é utilizada no tratamento de infecções graves causadas por
cepas sensíveis de estafilococos, estreptococos e pneumococos.
Posologia: Adultos: via oral: 500 mg de 6/6 ou 8/8 horas Via
intramuscular ou intravenosa: 600 mg a 1g de 8/8 ou 12/12 ou 24/24 horas, dependo da
gravidade da infecção. Crianças: 30 a 60 mg/kg/dia, 6/6 ou 8/8 horas. Via
intramuscular ou intravenosa: 10 a 20 mg/kg/dia de 12/12 ou 8/8 horas.

RIFAMICINAS

As rifamicinas foram primeiramente isoladas do actinomiceto chamado


então de Streptomyces mediterranei, porém reclassificado como nocardia mediterranea.
As rifamicinas fazem parte de complexo de aproximadamente 5 antibióticos diferentes,
dos quais os mais importantes são as ansamicinas. São ativas contra bactérias Gram-
positivas, o Mycobacterium tuberculosis e o M. leprae.

RIFAMICINA

RIFOCINA COLÍRIO

RIFOCINA SPRAY

RIFOCORT (RIFAMICINA + PREDNISOLONA)

Informações técnicas: é antibiótico antibacteriano de amplo espectro


semi-sintético derivado da rifamicina S, podendo ser obtido também diretamente de
certos mutantes de Nocardia mediterranea. É ativa contra os microrganismos Gram-
positivos e alguns Gram-negativos, e também contra M. tuberculosis. Sua ação é
bactericida.
Indicações: tratamento de infecções causadas por germes sensíveis Gram-
positivos, principalmente estafilococos, sempre em associação com outros
quimioterápicos e Gram-negativos.
Contra-indicações: hipersensibilidade às rifamicinas; icterícia; gravidez e
lactação; insuficiências hepática e renal.
Efeitos adversos: náusea ,vômito, erupção cutânea, coloração vermelho-
alaranjada da urina.fezes, saliva, escarro, suor e lágrimas, elevação da bilirrubina e/ou
das transaminases.
Posologia: via intravenosa (desaconselhada), adultos: 500 mg a 1g/dia;
crianças, 10 a 30 mg/kg/dia, igualmente fracionadas. Via tópica, pulverizar a área
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 79
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afetada a cada 6 a 8 horas (aerossol) ou instilar 2 gotas no conduto auditivo, 2 a 3 vezes


ao dia (solução otológica), ou fazer 3 a 4 aplicações ao dia nas partes infectadas
(pomada dermatológica).

RIFAMIDA

RIFOCINA M

Informações técnicas: derivado da rifamicina B, com atividade contra M.


tuberculosis e várias outras bactérias.
Indicações: tratamento de processos específicos por M . tuberculosis , em
associação com outros quimioterápicos; tratamento por infecções por germes Gram-
positivos (estafilococos, estreptococos, pneumococos), sempre em associação com
outros quimioterápicos; tratamento de infecções por germes Gram-negativos.
Contra-indicações: hipersensibilidade às rifamicinas; icterícia; gravidez e
lactação; insuficiência hepática grave; obstrução total dos ductos biliares.
Interações medicamentosas: reduz a eficácia, por diminuir a concentração
sérica, de anticoagulantes, anticoncepcionais orais, antidiabéticos orais, glicósidos
digitálicos.
Posologia: via parenteral, 300 a 450 mg de 8/8 ou 12/12 horas; crianças: 6
a 30 mg/kg/dia, de 8/8 ou 12/12 horas.

RIFAMPICINA

RIFALDIN

RIFAMPICINA

RIFAMPICINA + ISONIAZIDA

Informações técnicas: este antibiótico semi-sintético possui características


similares as demais Rifamicinas, com mecanismo de ação comum a todas elas, ou seja,
inibe a biossíntese do RNA bacteriano por ligar-se fortemente à subunidade beta da
RNA polimerase dependente do DNA, impedindo a ligação da enzima ao DNA,
bloqueando assim a iniciação da transcrição do RNA e, por conseqüência, a síntese do
RNA em bactérias sensíveis. Atua como antibiótico de amplo espectro.
Indicações: tratamento da tuberculose, hanseníase, meningite tuberculosa,
tratamento de infecções microbacterianas atípicas, sempre em associação a outros
quimioterápicos; tratamento de infecções causadas por espécies de Staphylococcus, em
associação com vancomicina intravenosa.
Contra-indicações: hipersensibilidade à rifamicina; gravidez e lactação;
alcoolismo; insuficiência renal; porfiria; menores de um mês de idade.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 80
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Interações medicamentosas:
1. pode aumentar a biotransformação de anestésicos gerais
hidrocarbônicos por inalação (exceto isoflurano), acarretando risco maior de
hepatotoxicidade;
2. acelera a biotransformação e reduz a eficácia, por diminuir a
concentração sérica, de anticoagulantes cumarínicos e indandiônicos, anticoncepcionais
orais contendo estrogênios, azatioprina, carbamazepina, cetoconazol, ciclosporina,
cimetidina, clofibrato, cloranfenicol, corticosteróides, corticotropina, dacarbazina,
dapsona, diazepan, digitoxina, digoxina, disopiramida, doxiciclina,estrogênios,
fenitoína, glicósidos digitálicos, haloperidrol, hexobarbital, metoprolol, propanolol,
quinidina, sulfoniluréias, tiroxina, trimetoprima, warfarina, verpamil, xantinas;
3. pode reduzir a meia-vida e aumentar a atividade leucopênica da
ciclofosfamida;
4. pode intensificar os efeitos adversos da etionamida;
5. aumenta a degradação hepática da levotiroxina; álcool ou paracetamol.
6. pode aumentar a incidência de hepatotoxicidade induzida pela
rifampicina e a sua biotransformação; cetoconazol oral, isoniazida ou miconazol
parenteral podem aumentar o risco de hepatotoxicidade; depressores da medula óssea
podem aumentar os efeitos leucopênicos e/ou trombocitopênicos; dissulfiram inibe a sua
biotransformação e pode causar o seu acúmulo e,
7. outros fármacos hepatotóxicos podem aumentar o potencial para
hepatotoxicidade.
Posologia: Adultos: via oral: 600 mg de 12/12 horas. Via intravenosa,
mesma dose que na via oral. Crianças: 10 mg/kg de 12/12 horas.

POLIÊNICOS

Os antibióticos poliênicos são produzidos por cepas de Streptomyces, que


devido à sua estrutura macrolídica, poder-se-iam estuda-los como subclasse dos
antibióticos macrolídicos e, não, como uma classe separada. Não possuem atividade
antibacteriana e anti-riquétsias, mas agem contra fungos e leveduras e, por esta razão,
estão descritos na seção ANTIFÚNGICOS. Os comercializados no Brasil são
anfotericina B, mepartricina e nistatina.

ANTRACICLINAS

Estes antibióticos são derivados da antraquinona, geralmente produzidos


por Streptomyces e, são comercializadas no Brasil a daunorrubicina, a doxorrubicina e
epirrubicin e, além disso todas são utilizadas como antineoplásicos.

DIVERSOS
São os antibióticos cuja estrutura não é aparentada à de antibióticos já
descritos.
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ÁCIDO FUSÍDICO

VERUTEX

Informações técnicas: possui estrutura esteróide isolada de culturas de


Fusidium coccineum, e exercem ação potente contra estafilococos, incluindo algumas
cepas resistentes à meticilina e outros antibióticos e, algumas bactérias Gram-negativas
são também sensíveis ao ácido fusídico. Atualmente está sendo submetido a ensaios
clínicos no tratamento da AIDS; nesta infecção, seu mecanismo de ação é desconhecido.
Sua atividade antibacteriana se deve à inibição da síntese protéica, exercendo ações,
tanto bacteriostática, quanto bactericida. Farmacodinamicamente atua como antibiótico
de ação tópica exclusivamente.
Indicações: tratamento de infecções de feridas por queimaduras, de
eritrasma e, de infecções bacterianas menores da pele causadas por estafilococos e
estreptococos.
Contra-indicação: hipersensibilidade ao ácido fusídico, gravidez e
lactação.
Precauções: não se deve introduzir a pomada nos olhos, pois o fusidato
sódico provoca irritação conjuntival.
Posologia: aplicar sobre a área afetada da pele 2 a 3 vezes ao dia, durante
7 dias.

FOSFOMICINA

MONURIL

Informações técnicas: isolada de culturas de Streptomyces fradiae, ativa


contra bactérias Gram-positivas e Gram-negativas e, algumas cepas de pseudomonas.
Atua como inibidor da enzima piruviltransferase, que catalisa a primeira fase da
formação da parede celular bacteriana e causa lise da bactéria. Os microorganismos
desenvolvem resistência à fosfomicina rapidamente e, para retardar este processo, é
indispensável a associação com outros antibióticos. Na sua farmacodinâmica apresenta-
se como antibiótico bactericida de amplo espectro.
Indicações: tratamento de infecções não complicadas das vias urinárias
baixas.
Contra-indicações: hipersensibilidade à fosfomicina, lactação e lactentes
até 4 kg de peso.
Interações medicamentosas: vários antibióticos (aminociclitóis,
cefalosporinas, cloranfenicol, eritromicina, lincomicina, penicilinas, rifampicina,
tetraciclinas) exercem efeito sinérgico, sendo que a metoclopramida diminui sua
absorção.
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Posologia: Adultos: via oral, 3 g em tomada única.

MUPIROCINA

BACTROBAN

Informações técnicas: isolada de culturas de Pseudomonas fluorescens,


manifesta atividade contra a maioria das cepas de estafilococos e estreptococos, bem
como contra algumas bactérias Gram-negativas. Atua inibindo a síntese protéica das
bactérias ligando-se reversível e especificamente à isoleucil transfer-RNA sintetase
bacteriana. Não se observou resistência cruzada da mupirocina com os grupos principais
de outros antibióticos. Farmacodinamicamente apresenta-se como bacteriostático e
bactericida de amplo espectro.
Indicações: tratamento tópico de várias infecções dermatológicas
bacterianas.
Contra-indicações: hipersensibilidade à mupirocina, gravidez e lactação,
além de insuficiência renal.
Precauções:
1. evitar uso em lesões extensas, pois o veículo macrogol é nefrotóxico;
2. não é indicada para uso oftalmológico ou intranasal e,
3. caso ocorra sensibilização ou irritação química, deve-se interromper o
tratamento.
Posologia: aplicar fina camada do creme sobre a área afetada 3 vezes ao
dia, durante 3 a 5 dias.

ANTIULCEROSOS DÉRMICOS

A ação de fármacos com propriedades antiulcerosas dérmicas é


questionada por muitos autores. Com esta finalidade são usadas, as enzimas
proteolíticas colagenase e fibrinolisina associada à desoxirribonuclease e o clostebol, um
esteróide anabolizante. O uso destes agentes tem por finalidade a remoção do tecido
necrótico, exsudatos purulentos, sangue e o acúmulo de fibrina, além de facilitar a
cicatrização. Outros métodos de debridação são mais eficazes, contudo, parecem
exercer melhor ação nas úlceras com tecido necrótico conjuntivo amarelado. Devem ser
suspensos quando a base da úlcera apresenta-se limpa. São usados em associações com
tiomersal, cloranfenicol, ou gentamicina. Embora a associação de fibrinolisina com
antibióticos seja considerada irracional, muitos produtos são utilizados há anos, pois os
resultados clínicos às vezes são controversos. Já o princípio esperado da colagenase,
baseia-se na sua atuação durante uma das três fases do processo cicatricial (inflamatória,
fibroblástica e de remodelação ou maturação), especificamente a Fibroblástica, na qual
há proliferação de fibroblastos e síntese de colágeno, assim o efeito da enzima
colagenase interferiria na degradação de possíveis acúmulos de colágeno no processo
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cicatricial, o que teoricamente impediria a formação de cicatrizes hipertróficas e,


diminuiria a tendência à formação de quelóides.
As associações com fibrinolisina com antibióticos são:

CAUTEREX COM GENTAMICINA

FIBRASE

GINO CAUTEREX

GINO FIBRASE

PROCUTAN

As associações de fibrinolisina com tiomersal são:

FIBRABENE

As associações de colagenase e protease são:

IRUXOL MONO

As associações de colagenase com cloranfenicol:

IRUXOL

KOLLAGENASE
COLAGENASE

As associações de clostebol com neomicina são:

TROFODERMIN CREME E CREME GINECOLÓGICO

ANTICINETÓTICOS E ANTIEMÉTICOS

As drogas anticinetóticas e antieméticas têm aplicação dentro da Cirurgia


e Traumatologia Buco Maxilo Facial quando há necessidade de intervenção em regiões
próximas a orofaringe, onde estímulos podem provocar náusea e vômitos, em pacientes
com limiar de tolerância baixo para tal intercorrências. Além disto, pode ser utilizado
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 84
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em pacientes com bloqueio maxilo-mandibular rígido (fio de aço), onde em caso de


vômito há o risco iminente de broncoaspiração.

DRAMIN

DIMENIDRATO

DRAMOXINA

DIMENIDRINATO

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

Indicações: anticinetótico e antiemético, atuam na prevenção e tratamento


das cinetoses e suas manifestações como os enjôos devidos à viagens marítimas,
terrestres e aéreas. Na prevenção de náuseas e vômitos no pré e pós- operatório, além de
nas náuseas e vômitos da gravidez.
Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Interações medicamentosas: o uso concomitante pode potencializar a ação
dos depressores do SNC. Evitar associação com inibidores da enzima
monoaminoxidase.
Posologia : Adultos: 1 comprimido 4/4 horas. Crianças: de 10 a 20 gotas
de 6/6 horas.

PLASIL

CLORIDRATO DE METOCLOPRAMIDA

Indicações: distúrbios da motilidade gastrintestinal. Náuseas e vômitos


de origem central e periférica (cirurgias, doenças metabólicas e infecciosas, secundárias
e medicamentosas).
Contra-indicações: na síndrome de Parkinson e outras doenças
extrapiramidais. Em pacientes com antecedentes de hipersensibilidade aos componentes
da fórmula. Não deve ser usado em pacientes epilépticos ou que estejam recebendo
outras drogas que possam causar reações extrapiramidais.
Interações medicamentosas: os efeitos da metoclopramida são
antagonizados pelas drogas anticolinérgicas e analgésicos narcóticos. Libera
catecolaminas em pacientes com hipertensão essencial e, sugere-se que nesses casos
deve ser usado com cautela. Pode ser responsável pela dificuldade de controle de alguns
diabéticos. Pode diminuir a absorção de drogas que são absorvidas pelo estômago (ex.:
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digoxina) e, acelerar aquelas que são absorvidas pelo intestino delgado (ex.:
paracetamol, tetraciclina, levodopa, etanol).
Posologia: Adultos: 1 comprimido 3x ao dia. Crianças: 0,5 mg/kg/dia.

ANTIENXAQUECA

Dado a ampla gama de patologias, sistêmicas e locais, envolvendo o


complexo Buco Maxilo Facial, cujo reflexo sintomatológico principal são as dores
faciais e cefaléias, cabe ao CD-BMF o diagnóstico diferencial e, o tratamento destas
patologias, tanto no aspecto sintomático, quanto curativo, embora muitas vezes o
tratamento deva ser multidisciplinar. Envolve por vezes, o neurocirurgião, o
oftalmologista, o otorrinolaringologista, o ortopedista, ou mesmo o médico clínico.
Nesta seção, enfoca-se o tratamento e o diagnóstico diferencial, pelo quadro
sintomatológico apresentado pelo paciente, das enxaquecas, com relação a outras
patologias tais como as nevralgias de trigêmeo e glossofaríngea, disfunção crânio-
mandibular, sinusites, odontalgias, alterações visuais congênitas e adquiridas (miopia,
hipermetropia, etc.), cervicopatias e outras.

MIGRANE

ÁCIDO ACETILSALICÍLICO, CAFEÍNA, METILBROMETO DE


HOMATROPINA, TARTARATO DE ERGOTAMINA

Indicação: tratamento das cefaléias de origem vascular, sobretudo


enxaquecas. Sendo a enxaqueca uma desordem hereditária de descontrole vasomotor ou
dos mecanismos antinociceptivos, responde bem ao tartarato de ergotamina, associado a
outras drogas que atuam como coadjuvantes da sua absorção e ação, que abortam a crise
ou previnem sua ocorrência. A enxaqueca é uma síndrome com sinais e sintomas
variados, podendo ser classificada em comum e clássica. Pode apresentar sinais e
sintomas característicos, por se não dizer, patognomônicos, tais como a história familiar,
cefaléia recorrente, latejante, acompanhada de náusea, vômitos, fotofobia, fonofobia,
com desordem neurológica como aura e, fenômenos visuais (pródromos, escotomas,
visões espectrais, “moscas volantes”).
Contra-indicação: afecções vasculares obliterantes, insuficiência
coronariana, hipertensão arterial, insuficiência hepática severa e nefropatias. Distúrbios
gástricos, hemofilia e, em grávidas no final da gestação.
Posologia: 2 comprimidos nos primeiros sinais da crise e, em casos de
insucessos, administrar mais 2 comprimidos de 30 em 30 minutos, no máximo 6 em 24
horas.

PARCEL
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MESILATO DE DIIDROERGOTAMINA,
PARACETAMOL, CAFEÍNA

ORMIGREIN

TARTARATO DE ERGOTAMINA, CAFEÍNA, PARACETAMOL,


SULFATO DE HIOSCIAMINA, SULFATO DE ATROPINA

Informações técnicas: o tartarato de ergotamina é um alcalóide do ergot


que apresenta ação bloqueadora alfa-adrenérgica e, uma potente atividade
vasoconstritora, além de antagonista da serotonina. A cafeína é um vaso constritor
cerebral que reduz o fluxo sangüíneo cerebral. Um efeito sinérgico é obtido na
associação da cafeína com o tartarato de ergotamina. Os alcalóides anticolinérgicos e
antiemético de beladona (sulfatos de hiosciamina e atropina) são responsáveis pelo
alívio de náuseas e vômitos induzidos pela enxaqueca. O paracetamol é uma substância
analgésica e antipirética que alivia a dor de várias origens, incluindo a cefaléia,
aumentando o efeito vasoconstritor.
Indicação: tratamento das crises de enxaqueca.
Contra-indicações: gravidez, doença vascular periférica oclusiva, doença
cardíaca coronariana, hipertensão arterial grave, disfunção renal ou hepática grave,
estados sépticos, hipersensibilidade aos componentes da fórmula, sensibilidade elevada
do SNC aos efeitos da cafeína, glaucoma, hipertrofia prostática, obstrução pilórica. Uso
profilático.
Posologia: 2 comprimidos aos primeiros sinais da crise e, em seguida 1
comprimido a cada 30 minutos, não ultrapassando a dose máxima de 6 ao dia, e 10 por
semana.

ANTICOAGULANTES

Para o CD-BMF a importância do conhecimento das drogas


anticoagulantes se faz necessário devido sua ampla utilização pela Ortopedia. Assim, os
pacientes politraumatizados que estiverem sob os cuidados de ambas as especialidades,
Ortopedia e Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial, devem ser analisados com
cautela quanto ao planejamento e, tempo cirúrgico a ser programado, em conjunto ou em
tempos distintos.

CLEXANE

ENOXAPARINA SÓDICA

LIQUEMINE
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HEPARINA SÓDICA

MAREVAN

WARFARINA SÓDICA

Indicações: tratamento e profilaxia das afecções tromboembólicas de


qualquer etiologia e localização, bem como após um tratamento trombolítico, com
estreptoquinase, por exemplo, na coagulação intravascular disseminada, no infarto do
miocárdio, na inibição da coagulação ao utilizar a circulação extracorpórea ou a
hemodiálise. Profilaxia e terapêutica das hiperlipidemias.
Interações medicamentosas: evitar a administração concomitante de
antiinflamatórios não-esteróides ou medicamentos que atuem na coagulação e agregação
plaquetária, como por exemplo a ticlopidina. Em tratamentos prolongados, evitar o uso
de corticóides.

ANTICOAGULANTES TÓPICOS

Os anticoagulantes tópicos têm sua utilização em Cirurgia e


Traumatologia Buco Maxilo Facial, como coadjuvantes na regressão de hematomas
faciais importantes, no pós-trauma ou pós-cirúrgico, acelerando o processo de
reabsorção de coleções de sangue intratecidual, hematomas, ou intersticial e, equimoses.
Podem ser associados à aplicação de calor úmido aumentando sua capacidade revulsiva,
além de massagem, direcionando o deslocamento destas coleções sangüíneas para as
regiões cervical e torácica, uma vez que é sabido que os hematomas são dissipados em
planos teciduais profundos, que por sua vez não ocorrem na face, havendo a necessidade
de que tal evento se suceda no mediastino (plano profundo mais próximo da face).

HIRUDOID (POMADA E GEL)

Propriedades: Hirudoid contém como substância ativa o ácido


mucopolissacárido-polissulfúrico tópico, com propriedades farmacológicas específicas
para terapêutica percutânea. O ácido mucopolissacárido-polissulfúrico possui ação
anticoagulante ao agir sobre a tromboplastina e trombina, inibindo ou retardando a
formação de trombos e seu posterior crescimento. Por outro lado, ao evitar a plasmina e
plasminogênio, o ácido mucopolissacárido-polissulfúrico estimula a fibrinólise.
Adicionalmente, o ácido mucopolissacárido-polissulfúrico bloqueia as enzimas
proteolíticas, inibe a hialuronidase, ativa o fluxo sangüíneo local e a corrente linfática e
promove a rápida e segura absorção de hematomas, o que lhe confere características
antiinflamatória e antiexsudativa.
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Indicações: processos inflamatórios localizados, varizes, flebites pós-


infusão e pós-venóclise, tromboflebites, tromboses superficiais, úlceras varicosas,
linfangites, linfadenites, hematomas , mastite e furúnculos.
Posologia: espalhar 5 a 10 cm de pomada ou gel na região afetada com
leve fricção.

DOLOBENE GEL

HEPARINA SÓDICA, DIMETILSULFÓXIDO E DEXAPANTENOL

Indicações: edemas, hematomas, luxações e inflamações consecutivas a


traumatismo muscular, em tendões, bainhas tendinosas, ligamentos e articulações.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula,
pacientes com insuficiência renal ou hepática severa; asmáticos; deficiência no sistema
circulatório ou com lúpus eritematoso.
Posologia: deve ser aplicado 1 a 2 x ao dia nas áreas afetadas, espalhando
sem friccionar.

ANTICONVULSIVANTES
(ANTIEPILÉPTICOS)

A necessidade do conhecimento de drogas anticonvulsivas pelo CD-BMF,


diz respeito à enorme gama de interações medicamentosas que tais drogas apresentam
com a terapêutica freqüentemente usada pelos cirurgiões, além, da alta incidência de
hiperplasias gengivais ocasionadas (gengivite dilantínica), podendo ser confundidas, por
profissionais menos avisados, como tumorações bucais.

GARDENAL

FENOBARBITAL

HIDANTAL

FENITOÍNA
(DIFENIL-HIDANTOÍNA)

Indicações: controle e supressão das crises epilépticas tonicoclônicas, tipo


grande mal, psicomotoras e que possam ocorrer durante ou após neurocirurgias.
Contra-indicações: hipersensibilidade a qualquer anticonvulsivante
hidantoínico.
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Reações adversas: os efeitos colaterais mais comuns da fenitoína estão


ligados ao SNC. Após tratamentos prolongados, a fenitoína pode ainda causar discrasias
sangüíneas, com febre e icterícia, anemia megaloblástica e macrocitose. O uso contínuo
de fenitoína leva a um quadro de hiperplasia gengival severa.

ANTIINFLAMATÓRIOS

Como já discutido na seção ANALGÉSICOS, os antiinflamatórios se


diferem destes, pelo potencial de analgesia ser suplantado pelo efeito antiinflamatório
mais pronunciado destas drogas, referenciadas como Antiinflamatórios propriamente
ditos, ou ainda, Antiinflamatórios Não-Esteróides (AINEs). Embora, o princípio de ação
seja semelhante, inibindo a síntese de prostaglandinas e seus autacóides, hoje se tem o
conceito de que os momentos de interrupção do metabolismo do ácido araquidônico, em
seus subprodutos mediadores da inflamação, prostaglandinas, prostaciclina, tromboxano
A2, leucotrienos, e mais recentemente as cicloxigenases, com ênfase dada a
cicloxigenase 2 ou COX 2, especificamente, torna estas drogas mais eficazes, efetivas e
principalmente mais seletivas, eliminando também efeitos colaterais indesejáveis.

BENFLOGIN

CLORIDRATO DE BENZIDAMINA

Informações técnicas: o cloridrato de benzidamina e um fármaco


antiinflamatório não-esteróide derivado do indazol, indicado para uso sistêmico ou
tópico, possuindo eficácia analgésica, antipirética e anestésica local. A ação
antiinflamatória controla os processos exsudativo e produtivo sem inibir ou modificar a
reatividade normal do organismo.
Indicações: estados inflamatórios tumefativos e dolorosos no pós-
operatório de cirurgia geral, otorrinolaringológica e buco maxilo facial, entre outras;
processos inflamatórios tumefativos e dolorosos em ORL, BMF, entre outras, tais como:
estomatites, gengivites, alveolites, luxações, fraturas, contusões, hematomas, periartrite,
tenossinovites.
Contra-indicações: hipersensibilidade à benzidamina, disfunções renais e
hepáticas.
Interações medicamentosas: álcool, AAS, e outros fármacos que
provoquem irritação gástrica.
Posologia: Adultos: 1 drágea ou 40 gotas de 6/6 horas. Crianças: 1 gota
por kg de peso de 6/6 horas. Gel: aplicar uma fina camada sobre a área afetada 3 vezes
ao dia.

ALGIPROFEN
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BI-PROFENID

PROFENID
PROFENID ENTÉRICO

PROFENID RETARD

PROFENID I. V.

CETOPROFENO

CETOPROFENO

Informações técnicas: o cetoprofeno é um antiinflamatório não-esteróide


que possui atividade antiinflamatória, antiálgica e antipirética. A sua maneira de ação é
pela inibição da síntese de prostaglandinas e tem atividade inibitória sobre a agregação
plaquetária.
Apresentação: os diversos produtos com o princípio ativo Cetoprofeno,
apresenta-se de variadas formas, como comprimidos de 2 camadas, cada uma contendo
75 mg, totalizando 150mg, nas quais a liberação do princípio ativo a partir da camada
interna se sobrepõe à liberação a partir da camada externa, atingindo concentrações
plasmáticas superiores àquelas observadas com as cápsulas; comprimidos de 100 mg e
200 mg, que possuem um revestimento gastrorresistente, que evita o contato do
cetoprofeno com a mucosa gástrica, possibilitando uma melhor tolerabilidade. Nesta
forma de apresentação há uma associação com uma matriz hidrófila
(hidroxietilcelulose), que se hidrata no trato intestinal, liberando, de maneira
progressiva, o princípio ativo (formas: entérica e retard), cápsulas de 50 mg, ampolas de
100 mg de uso parenteral convencional dos antiinflamatórios, I.M. (intramuscular), ou
ainda a opção I.V., além de supositórios de 100 mg e gotas.
Indicações: processos otorrinolaringológicos e Buco Maxilo Faciais, tais
como sinusites, rinites, lesões traumáticas como contusões, fraturas, luxações,
esmagamentos, algias diversas, pós-operatórios diversos, processos reumáticos como
artrite reumatóide, osteoartrite, capsulites, sinovites, tensinovites, tendinites, e ainda
processos odontológicos como periodontites, pulpites, pericementites, abcessos,
exodontias convencionais.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao cetoprofeno, ao AAS ou a outros
antiinflamatórios não-esteróides inibidores da síntese de prostaglandinas. Asmáticos,
Úlcera gastroduodenal e, Insuficiência hepática e renal grave. Antecedentes de
retorragia (para supositórios). Crianças menores de 15 anos, gravidez e amamentação.
Interações medicamentosas: diuréticos, inibidores das enzimas
conversoras da angiotensina, inibidores da angiotensina II, antiinflamatórios não-
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esteróides, heparina, ciclosporina, AAS, anticoagulantes orais. Dispositivos intra-


uterinos (DIUs), lítio. Metotrexato, zidovudina, anti-hipertensivos (beta-bloqueadores e
diuréticos).
Posologia: Adultos: de 150 a 300 mg /dia, em 2 ou 3 tomadas,
dependendo da forma de apresentação e via de administração. Crianças: 1 gota/kg de
peso de 6/6 ou 8/8 horas.

CATAFLAM

DICLOFENACO POTÁSSICO

Informações técnicas: o diclofenaco de potássio é um composto não-


esteróide com propriedades analgésica, antiinflamatória e antipirética, cujo mecanismo
de ação envolve a inibição da biossíntese das prostaglandinas, substâncias inter-
relacionadas com a fisiopatologia da inflamação, dor e hipertermia.
Indicações: tratamento em curto prazo de quadros agudos associados a
estados dolorosos inflamatórios pós-traumáticos, inflamação, dor, tumefação e edema no
pós-operatório de cirurgias buco maxilo faciais.
Contra-indicações: úlcera gástrica ou intestinal; hipersensibilidade à
substância ativa; crises asmáticas; rinite ou urticária agudas por AAS ou por outros
medicamentos com atividade inibidora da prostaglandina-sintetase.
Interações medicamentosas: lítio, digoxina, diuréticos, anticoagulantes,
metotrexato, ciclosporina, antibacterianos quinolônicos.
Posologia: Adultos: de 100 a 150 mg /dia em 2 a 3 tomadas. Crianças: 1
gota/kg de peso corporal de 8/8 horas. CATAFLAM EMUGEL para uso tópico pode ser
utilizado como adjuvante das outras apresentações, aplicado de 3 a 4 vezes ao dia.

CELEBRA

CELECOXIB

Informações técnicas: o celecoxib é uma nova classe de agentes


antiinflamatórios que atua através de mecanismo singular, como inibidor específico da
cicloxigenase-2 (COX-2), que é induzida em resposta a estímulos inflamatórios, e leva à
síntese e ao acúmulo de prostanóides inflamatórios, em particular a prostaglandina E2,
que conseqüentemente causa inflamação, edema e dor. Portanto o celecoxib age como
agente antiinflamatório, analgésico e antipirético por bloquear a produção de
prostanóides inflamatórios, via inibição da COX-2. Além disto, o celecoxib tem baixa
afinidade pela enzima cicloxigenase-1 (COX-1), não tendo efeito sobre prostanóides
sintetizados pela ativação desta enzima, não interferindo, portanto, nos processos
fisiológicos normais relacionados à COX-1 nos tecidos, particularmente no estômago,
intestino, plaquetas e rins.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 92
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Indicações: analgesia em pós-cirurgia buco maxilo facial, entre outras.


Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou
sulfonamidas. Asma, urticária ou reações alérgicas à AAS ou AINEs (antiinflamatórios
não-esteróides), insuficiência renal e ou hepática severa.
Interações medicamentosas: antidepressivos tricíclicos e inibidores da
recaptação de serotonina, neurolépticos, inibidores da ECA (enzima conversora de
angiotensina), furosemida, fluconazol, lítio, rifampicina, carbamazepina e barbitúricos.
Posologia: 100 a 200 mg, conforme necessário, a cada 4 a 6 horas, não
ultrapassando a dose máxima diária de 400 mg.

FELDENE

PIROXICAM

INFLAMENE

INFLAX

PIROXICAM

Informações técnicas: o piroxicam é um agente antiinflamatório não-


esteróide que possui também propriedades analgésicas e antipiréticas, inibindo reações
características de processos inflamatórios tais como edema, eritema, proliferação
tecidual, hipertermia e dor. Interage em vários níveis da resposta imune e da inflamação
através: da inibição de prostanóides, incluindo as prostaglandinas, por inibição
reversível da enzima cicloxigenase; da inibição da agregação dos neutrófilos; da inibição
da migração das células polimorfonucleares e monócitos para a área de inflamação; da
inibição da liberação de enzimas lisossomais de leucócitos estimulados; da inibição da
formação do ânion superóxido pelo neutrófilo; da redução da produção do fator
reumatóide sistêmico e sinovial em pacientes com artrite reumatóide soropositiva.
Indicações: condições que requeiram atividade antiinflamatória e/ou
analgésica, dor pós-operatória e pós-traumática.
Contra-indicações: úlcera péptica; hemorragia gastrintestinal;
hipersensibilidade à droga; sensibilidade cruzada com aspirina e outros AINEs;
distúrbios hepáticos e renais graves; insuficiência cardíaca grave; hipertensão arterial
severa; alterações hematológicas graves; diátese hemorrágica; gravidez; lactação; uso
concomitante com anticoagulantes; asma, rinite, urticária, angioedema e pólipo nasal,
desencadeado por AAS e AINEs.
Posologia: 20 a 40 mg/dia em dose única ou fracionada.

CICLADOL
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MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

BETACICLODEXTRINA PIROXICAM

Informações técnicas: é uma formulação de piroxicam, na qual a


substância ativa forma um complexo com beta-ciclodextrina, que é um oligossacarídio
cíclico que deriva da hidrólise enzimática do amido comum, graças à particular estrutura
química da qual é provida, pode formar complexos de inclusão (“encapsulamento
molecular”) com vários fármacos melhorando-lhes as características de solubilidade,
estabilidade e biodisponibilidade. Assim, Cicladol apresenta solubilidade elevada em
água e uma absorção mais rápida quando comparado ao piroxicam convencional, após
administração oral e retal. A melhor solubilidade, estabilidade, aumentam sua
biodisponibilidade, níveis plasmáticos e sua meia-vida plasmática, o que torna possível a
administração em uma única dose diária. Além disto, Cicladol é geralmente melhor
tolerado a nível gastroenteral, do que o piroxicam isolado.

NAPROSYN

FLANAX

NAPROXENO

Informações técnicas: o naproxeno é um agente não-esteróide, que atua


como analgésico não-narcótico com ação antiinflamatória e antipirética; exibe a
prostaglandina-sintetase, do mesmo modo que outros AINEs.
Indicações: tratamento das condições agudas, atuando como agente
antiinflamatório, antiexsudativo, analgésico e antipirético. Em pós-operatório cirúrgicos
e em traumatismos, para o alívio dos sinais e sintomas da inflamação.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao naproxeno; em pacientes nos
quais o AAS ou AINEs, podem desenvolver reações alérgicas.
Interações medicamentosas: anticoagulantes (dicumarol,heparina);
hidantoínas; furosemida; lítio; propanolol e outros beta-bloqueadores; probenecida;
metotrexato; inibidores da ECA.
Posologia: Adultos: 550 a 1100 mg/dia, de 12/12 horas. Crianças: 2,75 a
5,5 mg/kg de 8/8 horas

ALGI-DANILON

ALGIFLEX

IBUPROFENO

MOTRIN
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IBUPROFENO

Informações técnicas: trata-se de um derivado do ácido propiônico, tal


como o naproxeno, indoprofeno, cetoprofeno, que apresenta atividade antiinflamatória,
analgésica e antipirética, por ser eficaz inibidor de cicloxigenase responsável pela
biossíntese de prostaglandinas.
Indicações: como droga antiinflamatória, especificamente em artrite
reumatóide e osteoartrite.
Contra-indicações: hipersensibilidade à droga, gestantes, lactação, úlceras
gastrintestinais, sensibilidade cruzada aos AINEs e AAS.
Interações Medicamentosas: hipoglicemiantes orais e Warfarina,
furosemida, diuréticos tiazídicos, antagonistas beta-adrenérgicos, captopril.
Posologia: de 1.200 a 2.400 mg/dia, fracionadas de 4 a 6 tomadas.

INDOCID

INDOMETACINA

INDOMETACINA

Informações técnicas: corresponde a derivado do ácido indolacético,


possuindo propriedades antiinflamatórias, analgésica e antipirética semelhantes às dos
salicilatos, sendo um dos inibidores mais potentes da cicloxigenase produtora de
prostaglandinas. Da mesma forma que a colchicina, inibe a motilidade dos leucócitos
polimorfonucleares, e como outras drogas a exemplo da aspirina, ela desacopla a
fosforilação oxidativa em concentrações supraterapêuticas e diminui a biossíntese de
mucopolissacarídios.
Indicações: embora a indometacina seja amplamente usada e eficaz, sua
toxicidade freqüentemente limita seu uso, sendo recomendada apenas para os pacientes
que não respondem bem a AINEs menos tóxicos. Artrite reumatóide, outros tipos de
artrite, inclusive gota aguda.
Contra-indicações: hipersensibilidade à droga, gravidez, lactação,
distúrbios psíquicos, epilepsia ou doença de Parkinson, doença renal ou úlceras
gastrintestinais, e menores de 14 anos.
Interação medicamentosa: probenicida; furosemida; diuréticos tiazídicos;
beta-bloqueadores e AAS.
Posologia: a dose inicial é de 25 mg, administrado 2 a 3 vezes ao dia,
podendo ser aumentada semanalmente até atingir dosagem de 100 a 200 mg por dia.

INICOX

MELOXICAM
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MOVATEC

MELOXICAM

Informações técnicas: o meloxicam é um novo agente AINE pertencente à


classe do ácido enólico, um derivado de oxicam, que apresenta propriedades
antiinflamatórias, analgésicas e antipiréticas, e em comparação a outros AINEs,
demonstrou margem terapêutica superior entre dose ulcerogênica e dose antiinflamatória
eficaz, pois inibe a biossíntese de prostraglandinas mais intensamente no local da
inflamação, que na mucosa gástrica ou nos rins. Tal efeito se deve a uma inibição
preferencial da COX-2 em relação a COX-1. Acredita-se que a inibição da COX-2
proporciona os efeitos terapêuticos dos AINEs, enquanto a inibição da COX-1, é
responsável pelos efeitos colaterais gástricos e renais.
Indicações: é utilizado como antiinflamatório em todos os modelos
clássicos de inflamação, além de ter indicação específica para osteoartrites e artrite
reumatóide.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao meloxicam, sensibilidade
cruzada com o AAS e outros AINEs, ou que desenvolveram distúrbios como asma,
pólipos nasais, edema de Quincke ou urticária após seu uso; úlcera péptica ativa,
insuficiência hepática ou renal grave; crianças menores de 15 anos; gravidez ou lactação.
Interações medicamentosas: AINEs, AAS, Anticoagulantes orais,
ticlopidina, heparina parenteral, trombolíticos, antidiabéticos orais, lítio, metotrexato,
contracepção (uso de DIU), diuréticos, anti-hipertensivos (betabloqueadores, inibidores
da ECA, vasodilatadores diuréticos), ciclosporina.
Posologia: 15 mg uma vez ao dia.

NIMESULIDA

NISULID

SCAFLAM

NIMESULIDA

Informações técnicas: a Nimesulida é um fármaco AINE, que difere dos


outros compostos desta categoria por apresentar um radical sulfonamida em lugar de um
radical carboxílico, possuindo também ação analgésica e antipirética. A Nimesulida
inibe seletivamente a enzima Cicloxigenase-2 (COX-2), reduzindo a síntese de
prostaglandinas relacionadas à inflamação, influenciando também a agregação
plaquetária, causando sua inibição. Devido a sua estrutura química, indica um
mecanismo no qual o fármaco neutraliza a formação de radicais livres de oxigênio
produzidos ao nível da cascata do ácido araquidônico e liberados em grande quantidade
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 96
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na origem do processo inflamatório por diversos tipos de células (granulócitos,


neutrófilos, macrófagos), sem influenciar a quimiotaxia e a fagocitose.
Indicações: como antiinflamatório clássico.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao produto, ao AAS, ou aos AINEs;
úlcera péptica ativa; discrasias sangüíneas; disfunção renal ou hepática grave; gravidez e
lactação.
Interações medicamentosas: AAS, ácido valpróico, metotrexato, AINEs,
fenitoína, lítio, probenecida, ciclosporina, álcool.
Posologia: Adultos: 50 a 100 mg de 12/12 horas, podendo alcançar até
200 mg, 2 vezes ao dia. Crianças: 1 gota/kg de peso, de 12/12 horas. Apresenta-se
também na forma gel para aplicação tópica coadjuvante.

TANDREX

OXIFENILBUTAZONA

Informações técnicas: trata-se de um derivado Pirazolônico, tal como a


fenilbutazona, a antipirina e a dipirona. Suas propriedades farmacológicas, indicações,
contra-indicações, interações medicamentosas e posologia, são as mesmas já discutidas
em seus similares (derivados Pirazolônicos).

TENOXICAM

TILATIL

TENOXICAM

Informações técnicas: a substância ativa pertence à classe das drogas


AINEs e apresenta propriedades antiinflamatórias, analgésicas e inibidoras da agregação
plaquetária, cuja ação baseia-se na inibição da biossíntese das prostaglandinas, podendo
atuar na neutralização do oxigênio ativo produzido no local da inflamação, além de ser
um inibidor das metaloproteinases humanas (estromelisina e colagenase) que induzem o
catabolismo da cartilagem, efeitos estes que explicam, em parte, a eficácia no tratamento
das doenças inflamatórias e degenerativas dolorosas do sistema musculoesquelético e
articular.
Indicações: dor pós-operatória, doenças inflamatórias e degenerativas
dolorosas do sistema musculoesquelético e articular.
Contra-indicações: hipersensibilidade à droga, aos salicilatos e AINEs,
principalmente quando estes tenham já induzido sintomas de asma, rinite, ou urticária,
gastrite, úlceras gastrintestinais; pacientes com tendência à quelóides, por inibir a
colagenase.
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Advertência e precaução: o tenoxicam inibe a agregação plaquetária e


pode ocasionar perturbação na hemostasia.
Interações medicamentosas: AAS, AINEs, metotrexato, lítio,
hidroclorotiazida, anti-hipertensivos (bloqueadores alfa-adrenérgicos e inibidores da
ECA).
Posologia: 20 a 40 mg uma vez ao dia.

VIOXX

ROFECOXIB,MSD

Informações técnicas: é mais um potente inibidor específico, ativo por via


oral, da cicloxigenase-2 (COX-2), enzima responsável pela produção de prostaglandinas,
que são potentes mediadores biológicos envolvidos em diversas funções fisiológicas
bem como em condições patológicas. Duas isoformas de cicloxigenase foram até o
momento identificadas: COX-1 e COX-2. A COX-1 é constitutivamente expressa e
enzimaticamente ativa em vários tecidos, inclusive o estômago, intestinos, rins e
plaquetas. Sugere-se que a COX-1 é responsável pelas funções fisiológicas normais
mediadas pelas prostaglandinas, tais como citoproteção gástrica e agregação plaquetária,
e está envolvida na função renal, portanto a inibição da COX-1 por inibidores
inespecíficos da cicloxigenase (os AINEs), tem sido associada à lesão gástrica e
toxicidade renal, incluindo necrose papilar renal. Em contrapartida, a COX-2 é
constitutivamente expressa em apenas um número limitado de tecidos, incluindo o
cérebro e o rim; é a isoforma indutível da enzima e sua manifestação é exacerbada e
desencadeada por estímulos pró-inflamatórios, sendo supostamente responsável
principalmente pela síntese de mediadores prostanóides da dor e inflamação.
Indicações: tratamento agudo e crônico dos sinais e sintomas da
inflamação e alívio da dor.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Interações medicamentosas: Warfarina, rifampicina, metotrexato.
Posologia: de 12,5 a 25 mg uma vez ao dia.

VOLTAREN

DICLOFENACO DE SÓDIO

Informações técnicas: é um composto AINE com propriedades anti-


reumáticas, antiinflamatória, analgésica e antipirética, baseadas na inibição da
biossíntese das prostaglandinas.
Indicações: inflamações pós-traumáticas e pós-operatórias dolorosas e
edema, como, por exemplo, após cirurgia Buco Maxilo Facial, entre outras.
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Contra-indicações: úlcera gástrica ou intestinal, hipersensibilidade à


droga, em pacientes com crise de asma urticária ou rinite desencadeadas pelo AAS ou
AINEs.
Interações medicamentosas: lítio, digoxina, anticoagulantes, diuréticos,
metotrexato, ciclosporina e antibacterianos quinolônicos.
Posologia e modo de usar: a dose diária é de 100 a 150 mg, divididas em
2 ou 3 tomadas. Além das apresentações por via oral ou parenteral, possui a forma Gel
para uso tópico coadjuvante.

ANTIMICÓTICOS

A utilização de antimicóticos pelo CD-BMF, implica principalmente no


tratamento das candidíases orais e peribucais, que tratam-se de infecções oportunistas,
determinadas por diversos fatores, dentre eles: o uso de próteses acrílicas antigas, mal
higienizadas, mal adaptadas, com perda de dimensão vertical, mal acrilizadas (tempo de
polimerização insuficiente que causa liberação tardia de monômero, com conseqüente
irritação e acidez da mucosa em contato, meio propício a proliferação da Candida
albicans, utilização de antibioticoterapia prolongada (que desequilibra a flora bacteriana
competitiva), queda de resistência imunológica do paciente pela utilização de drogas (ex.
imunossupressores em transplantados), ou ainda por patologias imunodepressoras (ex.
AIDS).
Ainda é oportuno citar o uso dos antimicóticos ou antifúngicos, no
tratamento sistêmico e local da Blastomicose, que normalmente tem como porta de
entrada a cavidade bucal, manifestando freqüentemente e inicialmente lesões bucais
importantes, a terem diagnóstico diferencial definido, com relação aos Carcinomas
Espinocelulares (CEC), que por vezes apresentam características clínicas semelhantes,
diagnóstico este, a ser determinado por exame anatomopatológico. Além disto, cabe
salientar que a blastomicose é uma patologia de envolvimento sistêmico, onde as lesões
primariamente diagnosticadas, normalmente estão em cavidade oral, por ser, como já
dito, porta de entrada, mas outros órgãos freqüentemente estão envolvidos, sendo os
mais comuns, pertencentes ao trato respiratório, os pulmões, o que representa para o
paciente um risco de óbito, caso não haja tratamento adequado, este a ser normalmente
estabelecido em equipe com um médico clínico, ou pneumologista, ou ainda com outras
especialidades a serem determinadas de acordo com os órgãos envolvidos pela infecção,
por exemplo, um neurologista, quando possa haver comprometimento de encéfalo.

AMBISOME

ANFOTERICINA B LIPOSOMAL LIOFILIZADA

FUNGIZON
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ANFOTERICINA B

Informações técnicas: A anfotericina B é um antibiótico macrocíclico,


poliênico, com atividade antifúngica produzida por Streptomyces nodosus. É uma droga
fungistática ou fungicida, dependendo da concentração alcançada nos fluidos corporais e
da suscetibilidade dos fungos. Seu mecanismo de ação é parcialmente devido à sua
ligação com um esterol (ergosterol) presente na membrana do fungo sensível, que resulta
em mudança na permeabilidade de membrana, permitindo vazamento dos componentes
celulares. Os liposomas são vesículas esféricas, fechadas, formadas quando certos
lipídeos polares, tais como os fosfolipídeos e o colesterol, são dispersos em água;
possuem aproximadamente 60 mm de diâmetro, e podem se manter intactos na
circulação por períodos de tempo prolongados e se distribuir nos tecidos onde infecções
fúngicas ocorrem, se associando preferencialmente com a superfície externa da parede
da célula fúngica, e subseqüentemente liberando a droga (anfotericina B).
Indicações: tratamento de micoses profundas e/ou sistêmicas severas;
tratamento de infecções fúngicas em pacientes imunodeprimidos (AIDS ou câncer);
terapia primária da leishmaniose visceral; candidíase disseminada, aspergilose,
mucormicose, micetoma crônico, leishmaniose, meningite criptococócica e
blastomicose.
Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Cuidados e precauções: quando terapia prolongada for requerida,
avaliações laboratoriais das funções renal, hepática e hematopoiética devem ser
realizadas regularmente, pelo menos uma vez por semana, principalmente pelo alto
potencial nefrotóxico, da anfotericina convencional.
Posologia e via de administração: doses diárias que variam de 1 a 3
mg/kg, em tratamentos que podem variar de 5 a 42 dias de duração dependendo de cada
caso. A via de administração é endovenosa.

CETONAX

CETONIL

CETOZAN

CETOZOL

NIZORAL

CETOCONAZOL
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MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Informações técnicas: é um derivado imidazólico sintético, com eficácia


comprovada em infecções causadas por dermatófilos, leveduras e outros fungos
patogênicos, após administração oral. O cetoconazol inibe a biossíntese do ergosterol no
fungo e altera a composição de componentes lipídicos na membrana.
Indicações: micoses da pele, couro cabeludo e unhas por dermatófilos ou
leveduras; infecções da boca e do trato gastrintestinal por leveduras (candidíase oral,
esofagite moniliásica e outras); formas clínicas agudas, crônicas e recidivantes da
candidíase vaginal; infecções micóticas sistêmicas, tais como paracoccidioidomicose
(blastomicose sul-americana), candidíase sistêmica, histoplasmose, coccidioidomicose e
outras.
Contra-indicações: hipersensibilidade conhecida à droga; pacientes com
patologia hepática aguda ou crônica; meningites fúngicas, pois o cetoconazol não
penetra bem no SNC.
Interações medicamentosas: deve ser administrado durante uma das
refeições diárias para absorção máxima, assim a absorção é prejudicada quando a acidez
gástrica está diminuída, em pacientes recebendo antiácidos; em pacientes com AIDS e
pacientes recebendo supressores da secreção ácida, recomenda-se administrar
cetoconazol com bebida à base de cola. A administração concomitante de isoniazida ou
indutores enzimáticos, como rifampicina,, com cetoconazol reduz os níveis sangüíneos
deste último. Interações potencialmente graves: terfenadina, astemizol, cisaprida,
midazolam orais e triazolam; ciclosporina, anticoagulantes, metilprednisolona.
Posologia: de 200mg a 400mg ao dia por períodos que podem variar de 5
dias a 12 meses, dependendo do tipo e gravidade da micose.

FLUCONAL

FLUCONEO

FLUNAZOL

FLUCONAZOL

ZOLTEC

FLUCONAZOL

Informações técnicas: antifúngico oral, triazólico, que age na inibição da


síntese de esteróide fúngico.
Indicações: candidíases agudas crônicas ou recorrentes.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes triazólicos.
Interações medicamentosas: as comuns aos imidazóis e triazóis.
Posologia: 150mg/semana, por 4 semanas.
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ITRACONAZOL

ITRANAX

ITRAZOL

SPORANOX

TRANAZOL

TRACONAL

ITRACONAZOL

Informações técnicas: é um derivado triazólico sintético ativo em


infecções causadas por dermatófilos, leveduras (Candida ssp., incluindo Candida
albicans), Paracoccidioides brasiliensis, e uma variedade de outras leveduras e fungos.
Em sua ação inibe a síntese do ergosterol em células fúngicas, sendo o ergosterol um
componente vital da membrana celular dos fungos, sua inibição tem como conseqüência
um efeito antifúngico.
Indicações: tratamento de : candidíase vulvovaginal; pitiríase versicolor,
dermatomicoses, ceratite micótica, candidíase oral, onicomicose; e micoses sistêmicas :
aspergilose e candidíase sistêmica, criptococose (incluindo meningite criptocócocia),
histoplasmose, esporotricose, paracoccidioidomicose, blastomicose e outras micoses
sistêmicas e tropicais.
Contra-indicações e interações medicamentosas: seguem via de regra as
dos derivados imidazólicos e triazólicos.
Posologia e modo de usar: a biodisponibilidade oral do itraconazol é
máxima quando a ingestão se faz imediatamente após uma refeição, visto sua absorção
ser mais efetiva quanto maior for a acidez gástrica, o que ocorre subseqüentemente às
refeições. Candidíase oral: a dose diária é de 100mg, por 15 dias; nas blastomicoses a
dose diária é de 100 a 200 mg uma ou duas vezes ao dia, por 6 meses.

NISTATINA

Informações técnicas: é um antifúngico poliênico isolado do


Streptomyces noursei, com ação fungistática e fungicida contra fungos e leveduras.
Provavelmente age ligando-se aos esteróis da membrana celular do fungo, com
subseqüente alteração da permeabilidade dessa membrana. É usada tanto por via oral
quanto topicamente. Não tem efeito sobre a flora normal do intestino. Seu uso limita-se
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 102
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ao tratamento de infecções da pele e das mucosas causadas por todas as espécies do


gênero Candida.
Indicações: no tratamento de infecções por Candida albicans.
Contra-indicações: hipersensibilidade a nistatina.
Precauções: não sendo a nistatina absorvida pelo trato gastrintestinal, as
formas de drágeas e suspensão oral não devem ser indicadas em tratamentos sistêmicos.
Posologia: 500.000 a 1.000.000 UI 6/6 horas.

DAKTARIN GEL ORAL

MICONAZOL

Informações técnicas: é um derivado imidazólico, com potente atividade


contra as diversas espécies de Candida , possuindo também atividade antifúngica contra
dermatófilos e outras leveduras. Sua atividade é baseada na inibição da biossíntese do
ergosterol na célula fúngica, o que ocasiona necrose e morte celular.
Indicações: tratamento da candidíase da cavidade bucofaríngea.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao miconazol, disfunção hepática.
Precauções, advertências, interações medicamentosas e reações adversas
são as comuns aos derivados imidazólicos.
Posologia: aplicar o gel por toda mucosa afetada, em torno de 4 a5 vezes
ao dia, ou após dieta e higiene oral de rotina, por um período aproximado de 7 dias, ou
até desaparecerem os sinais e sintomas.

OMCILON-A “M”

ONCIPLUS

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA + SULFATO DE NEOMICINA


+ GRAMICIDINA + NISTATINA

Informações técnicas: trata-se de uma associação de um corticosteróide,


dois antibióticos e um antifúngico, de uso tópico.
Indicações: alívio de manifestações inflamatórias e pruriginosas de
dermatoses, com probabilidade de se tornarem ou já estarem infectadas por
microorganismos sensíveis aos antibióticos e antifúngico da fórmula (cepas Gram-
negativas, Gram-positivas e Candidas), queilites actínicas úlceradas e/ou infectadas,
queilites angulares por perda de dimensão vertical, queilites angulares traumáticas (pós-
cirúrgicas), além da úlcera aftosa recorrente (afta).
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, e a
pacientes com lesões de tuberculose e infecções virais tópicas ou sistêmicas (p. ex.:
Herpes simples ou Zóster), uso oftalmológico.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 103
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Precauções: como em qualquer preparação antibiótica, o seu uso


prolongado pode resultar no crescimento de organismos resistentes, incluindo outros
fungos que não do grupo Candida. Corticosteróides, além disso, podem aumentar as
infecções microbianas.
Posologia: aplicar sobre a área afetada de 2 a 5 vezes ao dia.

ANTINEURÍTICOS

ANTINEVRÁLGICOS

NEUROTRÓFICOS

NEUROTRÓPICOS

Esta seção enfocará drogas que, embora heterogêneas, possuem potencial


neuroestimulador no sentido de reabilitação da função normal da transmissão dos
impulsos nervosos alterados tanto por distúrbios traumáticos, como patológicos
infecciosos, ou ainda de origem idiopática. São drogas que podem ser utilizadas tanto
de maneira isolada ou associadas, buscando o efeito individual de cada uma ou seus
possíveis sinergismos. Assim pode-se utilizar os efeitos: antiinflamatórios dos AINEs e
corticosteróides, dos miorrelaxantes, dos analgésicos, dos reabilitadores de bainha de
mielina do axônio das células nervosas ou dos regeneradores neuronais, obtendo-se
desta forma ação: antiinflamatória (antineurítica), analgésica (antinevrálgica), cicatricial
e neuroreabilitadora (neurotrófica e neurotrópica).

CARBAMAZEPINA

Informações técnicas: Classe terapêutica: antiepileptico, agente


psicotrópico e neurotrópico. Como agente antiepiléptico, o espectro de atividade da
carbamazepina inclui as crises parciais, crises tonicoclônicas generalizadas, bem como a
combinação de ambas. Como agente psicotrópico, provou ter eficácia clínica em
distúrbios afetivos, como por exemplo no tratamento da mania aguda, e também na
manutenção do tratamento de distúrbios afetivos bipolares (maníaco-depressivo). Do
ponto de vista do CD-BMF, tem importância o seu uso como agente neurotrópico, pois a
carbamazepina é clinicamente eficaz em vários distúrbios neurológicos, por exemplo, a
prevenção de crises paroxísticas de dor em nevralgia idiopática e secundária do trigêmeo
e glossofaríngeo, parestesia pós-traumática e nevralgia pós-herpética.
O mecanismo de ação da carbamazepina só foi parcialmente elucidado;
assim com o seu uso há estabilização da membrana do nervo hiperexcitado, inibição da
descarga neuronal repetitiva e redução da propagação sináptica dos impulsos
excitatórios. Considera-se que a prevenção de estímulos repetitivos dos potenciais de
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 104
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

ação sódio-dependentes na despolarização dos neurônios via bloqueio do canal de sódio


voltagem-dependente, pode ser o principal mecanismo de ação.
Indicações: epilepsia. Mania aguda e tratamento em distúrbios afetivos
bipolares. Síndrome da abstinência alcoólica. Neuralgia idiopática do trigêmeo e
neuralgia trigeminal em decorrência de esclerose múltipla (típica e atípica). Neuralgia
glossofaríngea idiopática. Neuropatia diabética dolorosa. Parestesia pós-traumática e
nevralgia pós-herpética. Além de Diabetes insípido central, poliúria e polidpsia de
origem neuro-hormonal.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Pacientes com bloqueio atrioventricular, história de depressão de medula óssea ou
história de porfiria aguda intermitente. Em associação com IMAOs.
Advertências e precauções: agranulocitose e anemia aplástica foram
associadas ao uso da carbamazepina. A diminuição transitória ou persistente de
leucócitos ou plaquetas pode ocorrer. Deverá ser obtido o valor basal da contagem de
células sangüíneas no pré-tratamento, incluindo plaquetas e possivelmente reticulócitos
e ferro sérico, também periodicamente. Se durante o tratamento forem observadas
reduções ou baixas definitivas na contagem de plaquetas ou de leucócitos, o quadro
clínico do paciente e a contagem completa das células sangüíneas devem ser
rigorosamente monitorizadas, e deverá ser descontinuado se ocorrer alguma evidência
significativa de depressão medular. O estado basal e as avaliações periódicas da função
hepática, particularmente em pacientes com história de doença hepática e em pacientes
idosos, devem ser monitorados durante o tratamento com a carbamazepina. Os
pacientes devem estar orientados sobre os sinais e sintomas tóxicos precoces de um
problema hematológico potencial, assim como dos sintomas de reações dermatológicas
ou hepáticas, portanto se ocorrerem reações tais como febre, dor de garganta, erupção,
úlceras na boca, equimose, púrpura petequial ou hemorrágica, o paciente deverá
consultar seu clínico imediatamente.
Interações medicamentosas: agentes que podem aumentar o nível
plasmático da carbamazepina: verapamil, fluoxetina, cimetidina, acetazolamida,
nicotinamida, antibióticos macrolídeos (eritromicina, josamicina, claritromicina), azóis
(itraconazol, cetoconazol e fluconazol); agentes que podem diminuí-lo: fenobarbitona,
fenitoína, teofilina, rifampicina, clonazepan, ácido valpróico. A posologia dos seguintes
fármacos pode sofrer ajuste conforme exigência clínica: clonazepan alprazolan,
corticosteróides, ciclosporina, digoxina doxiciclina, haloperidrol, metadona,
anticoncepcionais e anticoagulantes orais.
Reações adversas: leucopenia, trombocitopenia e eosinofilia, leucocitose,
linfadenopatia e deficiência de ácido fólico, agranulocitse, anemia aplástica , aplasia de
eritrócito pura, anemia megaloblástica e anemia hemolítica.
Posologia: na neuralgia do trigêmeo: 200 a 400 mg por dia, deve ser
elevada lentamente até a obtenção de analgesia, em geral de 200mg, 3 a 4 vezes ao dia ,
podendo atingir até 1.200 mg/dia no máximo. Reduzir então gradualmente a dosagem
para o menor nível de manutenção possível; em pacientes idosos, indica-se a dose inicial
de 100mg de 12/12 horas.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 105
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

CITONEURIN 5.OOO
MONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

CIANOCOBALAMINA

COMPLEXO B

MONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA

CIANOCOBALAMINA

Informações técnicas: as vitaminas do complexo B : vitamina B1


(tiamina), vitamina B6 (piridoxina) e vitamina B12 (cianocobalamina), atuam como
regeneradores da bainha de mielina do axônio das células nervosas, tanto aferentes,
como eferentes, acelerando seu processo de regeneração pós-traumática e atuando como
antineurítico e antineurálgico.
Indicações: antineurítico, antineurálgico, como coadjuvante no tratamento
de nevralgia de trigêmeo, parestesias , paralisia de nervo facial de origem traumática ou
idiopática, nevralgias pós-herpéticas.
Contra-indicações: hipersensibildade à tiamina; pacientes parkinsonianos
em uso de levodopa isolada.
Interações medicamentosas: salicilatos, colchicina, aminoglicosídeos,
cloranfenicol, anticonvulsivantes, suplementos de potássio, podem diminuir a absorção
intestinal da vitamina B12.
Posologia e modo de usar: via oral: 1 comprimido de 12/12 horas durante
30 a 60 dias ou enquanto persistirem os sinais e sintomas. Via parenteral : uma ampola
por via intramuscular profunda, diariamente, até o desaparecimento dos sintomas
dolorosos. A seguir, uma ampola a cada 2 ou 3 dias.

DEXACITONEURIN

DEXAMETASONA
MONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 106
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

CIANOCOBALAMINA
Informações técnicas: a dexametasona é um glicocorticóide que reduz ou
previne as respostas do tecido aos processos inflamatórios, diminuindo assim a
manifestação dos sintomas da inflamação. A tiamina (vit. B1) se combina com o
adenosina trifosfato (ATP), formando uma coenzima denominada pirofosfato de tiamina
(difosfato de tiamina, cocarboxilase), que é fundamental para o metabolismo dos
carboidratos. A carência de tiamina compromete a estrutura e funcionamento do SNP e
SNC. A piridoxina (vit. B6) é convertida em fosfato de piridoxal que atua como
coenzima em inúmeros processos relacionados com o metabolismo de proteínas,
carboidratos e lipídios. O fosfato de piridoxal age como coenzima na síntese de
esfingosina, essencial na formação de esfingolipídios, que por sua vez participam na
composição das bainhas mielínicas. A carência de piridoxina provoca alterações na pele
e mucosas, no SNC e SNP e na hematopoiese. A cobalamina cronoativa (vit. B12) atua
como coenzima em inúmeras funções metabólicas, incluindo o metabolismo de lipídios,
carboidratos e síntese de proteínas. A carência de cobalamina determina anemia
megaloblástica e alterações degenerativas no SNC e SNP. Doses elevadas de vitaminas
B1, B6, B12 exercem efeito antiálgico em casos de neuropatias dolorosas, além de
favorecerem a regeneração das fibras nervosas lesadas. Soma-se a isto o potente efeito
antiinflamatório da dexametasona.
Indicações: nos processos inflamatórios, neurites e nevralgias.
Contra-indicações: hipersensibilidade à tiamina e a procaína, gravidez,
pacientes com história de úlcera péptica, hipertensão arterial, Diabetes, insuficiência
cardíaca, bloqueio auriculoventricular, bradicardia e infecção micótica sistêmica.
Reações adversas: a dexametasona pode ocasionar: retenção de
água/sódio, edema, caliurese aumentada ou hipocaliemia, hipertensão, insuficiência
cardíaca, hiperglicemia, glicosúria, hiperfagia, hiperlipidemia, mobilização do cálcio e
fósforo ósseos, retardo do crescimento em crianças, risco de aumento e mascaramento
de infecções, retardo na cicatrização, leucopenia, tromboembolismo, aumento da pressão
intra-ocular, glaucoma, catarata. A inibição das supra-renais e da hipófise é minimizada
pela administração dos corticóides em dose única, pela manhã, ocasião em que ocorre o
pico máximo de secreção endógena de corticosteróide. Em caso de tratamento
prolongado e/ou altas doses, evitar interrupção brusca, reduzindo gradativamente a
posologia.
Posologia: e modo de usar : uma injeção a cada 2 ou 3 dias, por via
exclusivamente intramuscular ,de preferência intragluteal profunda. Na maioria dos
casos são suficientes 3 injeções. Sempre que possível as administrações devem ser
feitas pela manhã, para acompanhar o ritmo circadiano de produção endógena dos
corticosteróides.

DEXALGEN

VIT. B12
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 107
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

DEXAMETASONA
DIPIRONA

MIONEVRIX

VIT. B1, B6 E B12

DIPIRONA

CARISOPRODOL

Obs.: seguem as indicações e os princípios farmacológicos das


substâncias utilizadas individualmente, porém em associação, atuando como
antineurítico, antiinflamatório , antiálgico e miorrelaxantes.

SINAXIAL

GANGLIOSÍDEOS:

MONOSIALOTETRAESOSILGANGILOSÍDEO

DISIALOTETRAESOSILGANGILOSÍDEO (GD1A)

DISIALOTETRAESOSILGANGLIOSÍDEO (GD1B)

TRISIALOTETRAESOSILGANGLIOSÍDEO

SYGEN

MONOSIALOTETRAESOSILGANGLIOSÍDEO

Informações técnicas: o princípio ativo, gangliosídeo, contido em Sinaxial


e Sygen, pertence a uma família de glicolipídios complexos que são os componentes
naturais da membrana celular humana e particularmente da membrana neuronal. Os
gangliosídeos são indispensáveis para o desenvolvimento, diferenciação e regeneração
neuronal. Demonstra-se que estimulam o processo de reinervação do sprouting neuronal
e o da restauração do contato sináptico. Os gangliosídeos exógenos se inserem de forma
fisiológica e estável na membrana nervosa. Esta inserção promove uma ativação de
enzima de membrana (Na+, K+) ATPase, cuja atividade é essencial no processo de
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 108
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

condução nervosa. Foi demonstrado também que a administração de gangliosídeos em


animais de laboratórios, promove uma marcada atividade antiálgica a nível periférico.
Indicações: neuropatias periféricas; neuropatia tóxica; neuropatias
ocupacionais; neuropatia traumática; neuropatias idiopáticas: Paralisia facial (Bell’s
Palsy), nevralgia do trigêmeo, paralisia dos nervos cranianos, parestesias idiopáticas ou
traumáticas; neuropatia infecciosa: pós-herpética (Herpes Zóster); neuropatias por
doenças sistêmicas.
Contra-indicações: desordens genéticas do metabolismo glicolipídico
(doença de Tay-Sachs).
Advertências e precauções: raros casos isolados da síndrome de Guillain-
Barré foram relatados em pacientes em uso do produto, a despeito de que o tratamento
de tal patologia utiliza os princípios ativos dos gangliosídeos.
Interações medicamentosas: não foram relatadas.
Posologia: neuropatias crônicas e subagudas: 10 a 40 mg/dia por via
intramuscular, durante 20 a 30 dias. Neuropatias agudas e dolorosas (terapia de ataque):
100mg/dia intramuscular nos primeiros 10 dias de tratamento, e manutenção com
40mg/dia por via intramuscular por mais 2 0 dias.

ANTIPLASMÍNICOS

Os antiplasmínicos podem ser enquadrados na classe dos coagulantes ou


hemostáticos sistêmicos que atuam na preservação do coágulo, impedindo desta forma
hemorragias trans e pós-cirúrgicas ou secundárias, em pacientes sujeitos a fibrinólise,
pós-hemostasia.

IPSILON

ÁCIDO ÉPSILON-AMINOCAPRÓICO

TRANSAMIN

ÁCIDO TRANEXÂMICO

Tanto o ácido tranexâmico como o ácido épsilon-aminocapróico, possuem


forte atração pelo sítio de ligação da lisina no plasminogênio e na plasmina, inibindo por
competição tanto a ativação, quanto a ação da plasmina. Sua ação, portanto se faz na
fase posterior à formação do coágulo ou, mais precisamente, alargando o tempo de
dissolução da rede de fibrina. Preserva também o coágulo, tornando a hemostasia mais
efetiva, diminuindo riscos de sangramento em cirurgias, traumatismos e discrasias
sangüíneas onde a fibrinólise é fator atuante, como p. ex.: nas hemorragias das vias
respiratórias e gástricas (epistaxe e hemoptise).
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 109
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Indicações: controle e prevenção de hemorragias provocadas por


hiperfibrinólise e ligadas a várias áreas como cirurgias otorrinolaringológicas,
neurológicas, Buco Maxilo Faciais, e das vias aéreas.
Contra-indicações: portadores de coagulação intravascular ativa,
vasculopatia oclusiva aguda e em casos de hipersensibilidade aos componentes da
fórmula.
Posologia: a dose deve ser ajustada individualmente, porém recomenda-se
com diretriz: adultos: injetável de 500 a 1.000 mg por via EV de 8/8 horas, continuando-
se, quando necessário, por mais 3 dias por via oral, na dose de 15 a 25 mg/kg, de 2 a 3
comprimidos de 12/12 ou 8/8 horas.

ANTI-SÉPTICOS BUCAIS

Os anti-sépticos ou colutórios bucais tem sua utilização em Cirurgia e


Traumatologia Buco Maxilo Facial, como antimicrobianos de ação tópica, atuando tanto
de maneira terapêutica em processos infecciosos já instalados, quanto profilaticamente
em infecções primárias, secundárias, oportunistas ou pós-operatórias. Assim, nos pós-
cirúrgicos com abordagens intra-orais ou solução de continuidade com a cavidade bucal
de abordagens extra-orais, locais estes (intra-orais), onde os curativos oclusivos estéreis
são inviáveis e, por possuírem variada e farta flora bacteriana potencialmente capaz de
desenvolver infecções de origem oportunista ou meramente patogênica, têm seu
emprego inquestionável.

ALBOCRESIL

ÁCIDO METACRESOLSULFÔNICO

CEPACAÍNA PASTILHAS

CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO, BENZOCAÍNA

CEPACOL SOLUÇÃO OU PASTILHAS

CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO

FLOGORAL COLUTÓRIO
CLORIDRATO DE BENZIDAMINA

HEXOMEDINE COLUTÓRIO
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MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

HEXAMIDINA, CLORIDRATO DE TETRACAÍNA

LISTERINE ANTI-SÉPTICO BUCAL

TIMOL, EUCALIPTOL, SALICILATO DE METILA, MENTOL

MALVONA SOLUÇÃO OU PASTILHAS


CLORETO DE CETILPIRIDÍNIO, BENZOCAÍNA,

EXTRATO FLUIDO DE MALVA,MENTOL

PERIOGARD

DIGLUCONATO DE CLOREXIDINA 0,12%

ÁGUA OXIGENADA

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 10 VOLUMES 1:1


C/ SORO FISIOLÓGICO

Indicações: tratamento e profilaxia local das infecções bucofaríngeas, tais


como faringites, aftas, estomatites, anginas, alveolites, abcessos, e no pós-cirúrgico de
Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial.
Contra-indicação: pacientes com candidíase oral aguda, pela possibilidade
de exacerbação do quadro, devido ao incremento de desequilíbrio da flora bucal,
favorecendo a proliferação fúngica em detrimento da população bacteriana, pela
diminuição da competitividade. Hipersensibilidade aos componentes dos produtos.
Posologia: o uso tópico dos colutórios e pastilhas anti-sépticas orais, se
faz necessário sempre após a dieta enteral do paciente, quando substrato alimentar é
oferecido tanto ao hospedeiro, como para os microorganismos nele existentes em sua
cavidade oral, não obstante, a higiene oral convencional deva ser rigorosamente
observada, uma vez que nos pós-cirúrgicos, a somatória dos atos da Higiene e
Fisioterapia Oral (HFO) traduzem, nada mais que, os curativos que a região não permite
que sejam executados. Nos casos de infecções, o tratamento deve ser continuado até a
regressão total do quadro clínico e sintomatológico exibido pelo paciente; nos casos de
profilaxia de infecções pós-operatórias, seu uso deve ser estendido até a cicatrização
completa dos tecidos envolvidos, moles ou duros.

ANTIPARASITÁRIOS
(MIÍASE)
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 111
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

As miíases enquadram-se entre as zoonoses que podem acometer o


homem na forma de infestações, de interesse ao CD-BMF, na face, e cavidades anexas,
boca, nariz e seios paranasais, produzidas por larvas de dípteros (moscas varejeiras), que
se apresentam com uma cor azulada ou verde, com um brilho metálico, causando a
comumente chamada “bicheira”. O agente causal sempre foi a espécie Cochliomyia
homnivorax, Cochliomyia macellaria, ou ainda raramente originário de larvas da Lucilia
macellaria. O tratamento tem sido preconizado com diversos produtos de aplicação
tópica, tais como : o cloreto de etila, líquido de Dakin (Hipoclorito de sódio a 0,5%),
anti-sépticos, soro fisiológico e Tergentol à 10 %, não obstante, o êxito se dá com a
remoção cirúrgica completa das larvas e debridamento da ferida cirúrgica, além do
tratamento ou profilaxia de infecções secundárias. Mais recentemente, inspirado na
terapêutica em animais, na linha veterinária, surgiram adequações posológicas de drogas
antiparasitárias de uso veterinário, para a utilização em humanos, por via sistêmica de
administração.

REVECTINA

IVERMECTINA

Informações técnicas: a ivermectina, mesmo princípio ativo do IVOMEC,


da linha animal, é uma lactona macrocíclica semi-sintética produzida pelo Streptomyces
avermitilis. Resulta de uma mistura de diidroavermectina maior que 24% e de menos de
20 % de diidroavermectina B1b. Produz uma maior liberação de GABA (ácido
gamaminobutírico) com a conseqüente abertura do canal de cloro ao nível da membrana
neuronal do parasita. O GABA liga-se mais fortemente às junções neurônicas dos
parasitas, interrompendo o impulso nervoso. O aumento da permeabilidade da
membrana ao cloro produz ainda hiperpolarização das células musculares. Como
resultado, induz à paralização e morte do parasita.
Indicações: além da miíase em questão, também tem sua aplicação no
tratamento da filariose, oncocercose, estrongiloidíase, escabiose, pediculose e larva
migrans cutânea.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao fármaco; gravidez e lactação; em
portadores de afecções do SNC que possam afetar a barreira hematoencefálica; e em
crianças com menos de 15 kg.
Interações medicamentosas: administrar com cautela em pacientes
fazendo uso de fármacos depressores do SNC.
Posologia e modo de usar: as doses podem variar entre 150 a 400 ug/kg,
sendo o usual em adultos, 1 comprimido de 6mg de 8/8 horas, até que se verifique a
morte parasitária, e obviamente a interrupção da continuidade do processo cavitário
pelas larvas, para que procedimento cirúrgico subseqüente seja estabelecido, como
tratamento definitivo, com a enucleação das larvas infestantes mortas.

ANTITOXOPLASMÓTICOS
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 112
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

A Toxoplasmose é uma zoonose universalmente distribuída, causada por


um protozoário intracelular obrigatório da ordem Coccidia, com uma única espécie, o
Toxoplasma gondii. Atinge praticamente todas as ordens de mamíferos e aves. Seu ciclo
biológico é bastante complexo, havendo as formas biologicamente importantes : oocisto,
taquizoíto e bradizoíto (cisto tecidual). Seus hospedeiros definitivos são os felinos que se
infecta através da ingestão de carne contaminada com cistos do Toxoplasma gondii. A
reprodução sexuada ocorre no trato gastrintestinal dos felinos, culminando com a
eliminação fecal de oocistos para o ambiente. Tanto o homem quanto qualquer outro
animal adquire a infecção pela ingestão dos oocistos, presentes no solo e vegetais; ou
dos cistos presentes nos tecidos de animais infectados. Os taquizoítos são as formas
responsáveis pelas manifestações clínicas agudas, havendo transformação para
bradizoítos e encistamento tecidual com a cronificação da infecção. A apresentação
clínica da toxoplasmose é bastante polimorfa, podendo em sua manifestação benigna, ser
autolimitada e assintomática, porém quando sintomática, apresenta-se como doença
febril de curso insidioso com sintomas gerais moderados, linfadenopatia generalizada,
hepatoesplenomegalia e “rash” cutâneo eventual. A confirmação diagnóstica após a
suspeita clínica fundamenta-se em métodos indiretos, imunológicos, já que a
demonstração direta do parasita quer por exame anatomopatológico, quer por cultura ou
inoculação em cobaia e bastante infreqüente. A técnica imunológica mais usada
atualmente é a reação de imunofluorescência indireta, com pesquisa de anticorpos das
classes IgG e IgM.
A toxoplasmose tem interesse para o CD-BMF nos diagnósticos
diferenciais de patologias bucais, faciais e cervicais acompanhadas de importante
enfartamento ganglionar (linfadenopatia) destas regiões; muito embora seja uma
patologia sistêmica, com manifestações peribucofaciais freqüentes e de grande
importância, o tratamento deve ser conduzido pela clínica Médica.

FANSIDAR

SULFADOXINA + PIRIMETAMINA

DARAPRIM

PIRIMETAMINA

ROVAMICINA

ESPIRAMICINA

Indicações: tratamento das infestações parasitárias, tais como a Malária e


a Toxoplasmose.
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ANTIVIRÓTICOS

Os fármacos antivirais tem a sua aplicação em CTBMF voltada para as


manifestações do herpes simplex, tanto na primo-infecção herpética, mais comumente
incidente na primeira infância, como a GEHA (gengivo estomatite herpética aguda),
quanto nas formas recorrentes nas idade subseqüentes a da primo-infecção; além das do
Herpes zoster. A primo-infecção herpética é momento no qual o paciente poderá
adquirir imunidade permanente ao vírus do herpes, ou estar fadado a desenvolver as
recorrências da infecção herpética ao longo de toda a vida. Tais recidivas estão
associadas a fatores predisponentes. Assim, em situações de baixa de imunidade
orgânica, imunossupressão, estados febris, alterações hormonais no gênero feminino
( ovulação- onde também há oscilação de temperatura corpórea para, em média, +1º C –
e menstruação), traumatismos locais e contato com objetos ou indivíduos infectados,
podem determinar o aparecimento do herpes recorrente.
Os antiviróticos podem ser utilizados também como medicação
coadjuvante no tratamento de nevralgias (ex.: do Trigêmeo) pós-herpéticas, na medida
em que sua atuação se faz diretamente sobre o agente etiológico da nevralgia,
diferentemente das nevralgias de fundo idiopático, onde o tratamento é sintomático,
principalmente.

ACICLOVIR

ZOVIRAX

EZOPEN

ACICLOVIR

Informações técnicas: o aciclovir é um agente antivirótico altamente ativo


contra o vírus Herpes simplex (VHS), tipos I e II, e Varicella zoster.
Indicações: tratamento de infecções pelo vírus Herpes simplex na pele e
nas mucosas, inclusive herpes genital inicial e recorrente. Supressão (prevenção de
recidivas) de infecções recorrentes por Herpes simplex em pacientes imunocompetentes.
Profilaxia de infecções por Herpes simplex em pacientes imunocomprometidos.
Modo de ação: o aciclovir, após penetrar na célula infectada pelo vírus, é
fosforilado em seu componente ativo, o trifosfato de aciclovir., que age como inibidor e
substrato para o DNA- polimerase específico do Herpes, impedindo nova síntese do
DNA virótico e a replicação viral, sem interferir com os processos celulares normais.
Contra–indicações: hipersensibilidade ao aciclovir.
Posologia: a dosagem recomendada pode variar de 200 a 400 mg por via
oral ou intravenosa, cinco vezes ao dia, com intervalos de aproximadamente 4 horas,
omitindo-se a dose noturna, devendo ser usado por cinco dias ou estendido em casos de
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 114
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infecções mais sérias; na forma de apresentação Creme, segue-se o mesmo esquema de


intervalos de aplicação.

VALTREX

VALACICLOVIR

Informações técnicas: o valaciclovir é o éster L-valina do aciclovir, um


agente antivirótico altamente ativo contra o vírus Herpex simplex, tipos I e II, e
Varicella zoster.
Modo de ação: o valaciclovir é rápida e quase completamente convertido
em aciclovir pela enzima valaciclovir hidrolase, e a partir daí segue a maneira de atuação
do aciclovir, convencionalmente.
Indicações: tratamento de infecções pelo vírus Varicella zoster (Herpes
Zóster). Valtrex reduz a duração e a proporção de pacientes com dor associada ao
Herpes Zóster, o que inclui Neuralgia aguda e pós-herpética (inclusive a de Trigêmeo),
acelerando assim a resolução da dor. Tratamento das infecções pelo vírus Herpes
simplex na pele e mucosas, inicial ou recorrente incluindo o genital. Valtrex pode
prevenir o desenvolvimento de lesões quando administrado no início dos sinais e
sintomas da recorrência do herpes simples, eritema, ardor, prurido e início de formação
vesicular.
Contra-indicações: hipersensibilidade ao valaciclovir ou ao aciclovir.
Posologia: para o tratamento do herpes zóster administra-se 1.000 mg (2
comprimidos de 500 mg) de 8/8 horas, durante 7 dias. Para o tratamento do Herpes
simples deve-se administrar 500 mg de 12/12 horas, de 5 a 10 dias, dependendo-se de
ser recorrência ou episódio inicial, respectivamente.

FAMVIR TILTAB

FAMCICLOVIR

Informações técnicas: o princípio ativo famciclovir é a forma oral de


penciclovir, ocorrendo rapidamente a conversão in vivo. Penciclovir dirige-se às células
infectadas pelo vírus, onde é rápida e eficientemente convertido em trifosfato (mediado
via timidina quinase induzida pelo vírus), permanecendo nas células infectadas por mais
de 12 horas, inibindo a reprodução de DNA virótico.
Indicações: tratamento de infecções agudas por Herpes zoster.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Precauções: deve-se dispensar atenção especial a pacientes com função
renal comprometida.
Posologia: adultos, 250 mg 8/8 horas, durante 7 dias, por via oral
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FAMVIR P

PENCICLOVIR

Indicações: tratamento do Herpes simplex (herpes labial).


Advertências: o creme só deve ser usado em Herpes simplex sobre os
lábios e em volta da boca. Não é recomendado o uso em membranas mucosas. É
preciso ter cuidado especial para evitar aplicação dentro ou próxima dos olhos.
Posologia: deve ser aplicado em intervalos de aproximadamente 2 horas,
durante 4 dias, no período de vigília do paciente.

COAGULANTES

Da mesma forma que os já citados antiplasmínicos, os coagulantes, tanto


de aplicação sistêmica enteral, quanto parenteral, ou ainda tópica, têm a sua aplicação
como coadjuvantes no tratamento e profilaxia de hemorragias trans e pós-operatórias,
favorecendo a hemostasia. A despeito da possibilidade do uso de tais drogas, o cirurgião
não deve negligenciar os princípios básicos da cirurgia, ou seja, os tempos cirúrgicos
fundamentais JAMAIS devem ser preteridos com relação a possibilidade do uso dos
coagulantes; portanto a seqüência: DIÉRESE, HEMOSTASIA E SÍNTESE, não deve
ser desobedecida, muito menos omitida. Embora, uma anamnese bem realizada, possa
evitar a grande maioria dos dissabores ocasionados por hemorragias causadas por
distúrbios sistêmicos (p.ex.: discrasias sangüíneas, uso de anticoagulantes, história de
hemorragias prévias, etc.) apresentados pelo paciente, passíveis de serem detectados em
questionamentos na avaliação e planejamento pré-cirúrgico.

ADRENOPLASMA

CARBAZOCROMO, FOSFATO ÁCIDO DE SÓDIO E POTÁSSIO,


FOSFATO DE POTÁSSIO MONOBÁSICO, CLORETO DE SÓDIO
GLICOSE MONOIDRATADA

Informações técnicas: o carbazocromo é um produto da oxidação da


adrenalina, que embora relacionado quimicamente à adrenalina, não tem efeitos
simpatomiméticos, não altera os componentes do sangue, não modifica a pressão
sangüínea, nem o volume cardíaco. Controla a hemorragia, diminuindo a
permeabilidade capilar, provocando a retração dos capilares lesionados. Atua mantendo
a integridade capilar , por ação direta sobre o cemento intercelular. Ainda, auxilia no
tratamento da desidratação, corrigem o desequilíbrio eletrolítico através do fornecimento
de sódio, potássio, fosfato e cloreto.
Indicações: como hemostático capilar e no tratamento dos choques
hemorrágicos e não-hemorrágicos (traumático, cirúrgico, tóxico). No tratamento das
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discrasias sangüíneas que se acompanham de permeabilidade e resistência capilar


alteradas.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Precauções: não sendo vasoconstritor, não tem ação sobre a lesão de
grandes vasos. Deve ser administrado com cautela em pacientes com toxemia, edema
periférico e pulmonar, hipertensão, insuficiência cardíaca e renal, e no diabetes.
Posologia: habitualmente administra-se de 250 a 2000 ml nas primeiras
24 horas; na prevenção de hemorragias cirúrgicas, utiliza-se 500 ml na noite anterior e
500 ml antes da intervenção.

DICINONE

ETANSILATO

Propriedades: trata-se de um fármaco angioprotetor e anti-hemorrágico


sintético, não relacionado quimicamente com hemostáticos de origem hormonal,
vasoconstritores ou antifibrinolíticos, que exerce sua ação sobre o primeiro passo da
hemostasia, ou seja, na interação plaqueta-endotélio, fundamental na coagulação,
especialmente nos sangramentos provenientes de pequenos vasos, onde a hemostasia
cirúrgica apresenta dificuldades. O tempo de sangramento e perda sangüínea, são
reduzidos devido ao aumento da adesividade plaquetária e da restauração da resistência
capilar.
Indicações: prevenção e tratamento de sangramentos pré e pós-
operatórios em todas as cirurgias realizadas em áreas altamente vascularizadas:
otorrinolaringologia, plástica, CTBMF, oftalmologia ginecologia, prevenção e
tratamento de hemorragias capilares de qualquer origem e localização (epistaxe,
gengivorragia).
Contra-indicações: não são conhecidas.
Posologia e modo de usar: Adultos, pré-cirúrgico: 1 a 2 ampolas EV ou
IM 1 hora antes do procedimento; durante a cirurgia: 1 a 2 ampolas EV, repetindo-se
quando necessário; pós-cirúrgico: 1 a 2 ampolas. Ou ainda 2 comprimidos, repetindo-se
de 4/4 ou 6/6 horas, enquanto houver risco de sangramento. O tratamento local é
realizado umedecendo-se um tampão de algodão com o conteúdo de uma ampola e
aplicando-se na área hemorrágica ou no alvéolo após exodontia. Crianças: a dosagem é
a metade da dose adulta.

GELFOAM

ESPONJA DE GELATINA ABSORVÍVEL

Propriedades: é um preparado poroso de gelatina, que usado localmente


apresenta ação hemostática. Também pode ser usado embebido em trombina, tornado-se
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mais ativo. O material é absorvível com facilidade em um período médio entre 3 a 5


semanas.
Indicações: hemostático tópico, úlceras pépticas sangrantes, em cirurgia
ou sobre lesões cutâneas ou de mucosas sangrantes.

IPSILON

ÁCIDO ÉPSILON-AMINOCAPRÓICO
(ANTIPLASMÍNICOS)

TRANSAMIN

ÁCIDO TRANEXÂMICO
(ANTIPLASMÍNICOS)

KANAKION

FITOMENADIONA,VITAMINA K, NOVA FÓRMULA MM


(MICELAS MISTAS)

Informações técnicas: a vitamina K1 (fitomenadiona) é um fator de pró-


coagulação, como componente ativo do sistema carboxilasehepático, a vitamina K1 está
envolvida na carboxilação pós-translacional dos fatores de coagulação II (protrombina),
VII, IX e X, e dos inibidores de coagulação, proteínas C e S; além de ser um antagonista
dos anticoagulantes tipo cumarina, todavia não neutraliza a atividade da heparina, esta
sim, antagonizada pela protamina.
Indicações: tratamento e profilaxia de hemorragia resultante de severa
hipoprotrombinemia (deficiência de fatores de coagulação II, VII, IX e X), de etiologias
variadas, tais como sobredosagem de anticoagulantes cumarínicos, ou hipovitaminose K
(p. ex.: icterícia obstrutiva, disfunções hepáticas e intestinais, e após tratamento
prolongado com antibióticos, sulfonamidas ou salicilatos).
Posologia: a via de administração é somente a intravenosa, na dose de 10
a 20 mg, 3 horas após deve-se verificar o nível de protrombina e repetir a dose se
necessário, porém não ultrapassando 50 mg em 24 horas.

COLÍRIOS

A associação de um antibiótico e um corticóide, como antiinflamatório,


ou seu uso isolado, na composição de alguns colírios, é comum em oftalmologia, e de
suma importância para o CD-BMF, no tocante a profilaxia de infecções e complicações
oftalmológicas nos procedimentos cirúrgicos invasivos das fraturas de zigoma, orbitárias
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ou naso-órbito-etmoidais, a serem prescritos na terapêutica medicamentosa coadjuvante


do trauma facial, não obstante, uma interconsulta com a Oftalmologia, possa ser de
grande valia, para o paciente, nos casos de lesões oculares mais severas.

BIAMOTIL-D

CLORIDRATO DE CIPROFLOXACINO, DEXAMETAZONA

FENIDEX

CLORANFENICOL, DEXAMETAZONA, CLORIDRATO DE


TETRAZOLINA

GARASONE

SULFATO DE GENTAMICINA, FOSFATO DISSÓDICO DE


BETAMETASONA

MAXITROL

SULFATO DE NEOMICINA, SULFATO DE POLIMIXINA B,


DEXAMETASONA
TOBREX

SULFATO DE TOBRAMICINA

Indicações: tratamento ou profilaxia de infecções bacterianas


oftalmológicas, edema de esclera, edema e hematomas subconjuntivais, nos pós-
operatórios de fraturas faciais envolvendo órbita ocular.

LACRIMA

DEXTRANO 70, HIPROMELOSE

Indicação: lubrificante oftálmico em ceratoconjuntivites secas, p. ex.:


Síndrome de Sjögren; olhos secos, em decorrência, p.ex.: de lagoftalmia ocasionada por
paralisia de Nervo Facial (Sinal de Bell).

DESCONGESTIONANTES NASAIS
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(SISTÊMICOS)

Os descongestionantes nasais, e paralelamente, dos seios paranasais, têm


sua aplicabilidade em CTBMF, na medida em que nos traumas faciais envolvendo terços
médio e superior da face, portanto nariz e seios paranasais ( seios maxilares, seio frontal
e células etmoidais), há uma congestão de mucosas nasal e paranasais, pelo edema
mucoso e de cornetos nasais, em decorrência do processo inflamatório inerente ao
trauma, que induz a uma obstrução nasal respiratória, e de drenagem de secreções e
coleções sanguinolentas ou coágulos, à nível nasal ou de antros, que podem estar
sujeitos a processos infecciosos secundários pela estagnação de substratos passíveis de
proliferação microbiana. Além disto, a utilização sistêmica dos descongestionantes
promove um bem estar ao paciente com potencial para apresentar obstrução nasal, com
conseqüente respiração bucal reflexa. Têm ainda sua utilização nas crises de
sinusopatias agudas ou crônicas, de origem otorrinolaringológica ou odontológica, e
como coadjuvantes no tratamento das comunicações buco sinusais e buconasais.

ALLEGRA D

CLORIDRATO DE FEXOFENADINA, CLORIDRATO DE


PSEUDOEFEDRINA

Informações técnicas: o cloridrato de fexofenadina é um anti-histamínico


não-sedativo, metabólito farmacologicamente ativo da terfenadina, que possui atividade
seletiva antagônica aos receptores H1 periféricos. A pseudoefedrina é uma amina
simpatomimética eficaz por via oral como descongestionante da mucosa nasal, com
alívio da congestão nasal associada às rinites, que produz efeitos periféricos similares
àqueles da efedrina e similares também aos efeitos centrais, no entanto em menor
intensidade do que as anfetaminas, não obstante, apresente potencial para efeitos
colaterais excitatórios. Nas doses orais recomendadas, apresenta pouco ou nenhum
efeito pressórico em adultos normotensos.
Indicações: alívio dos sintomas associados aos processos congestivos das
vias aéreas superiores, tais como: espirros, coriza, prurido nasal e ocular, e obstrução
nasal, comuns em rinites de ordem infecciosa, traumática, e principalmente alérgica.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. A
pseudoefedrina está contra-indicada em pacientes hipertensos ou coronariopatas graves,
glaucoma, retenção urinária, ou em pacientes com sensibilidade aos agentes
adrenérgicos, ou em tratamento com IMAOs.
Interações medicamentosas: antiácido contendo hidróxido de alumínio e
magnésio associado a fexofenadina, causa redução na sua biodisponibilidade. O uso
concomitante de pseudoefedrina com drogas anti-hipertensivas que interferem na
atividade simpatomimética, como a metildopa, mecamilamina e reserpina, podem
reduzir os seus efeitos anti-hipertensivos; e sua associação com agentes
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 120
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simpatomiméticos pode provocar efeitos sinérgicos, com reflexos cardiovasculares


adicionais.
Posologia e modo de usar: a dose recomendada é de 1 comprimido de
12/12 horas.

CLARITIN-D

LORATIDINA

PSEUDOEFEDRINA

ZYRTEC-D

DICLORIDRATO DE CETIRIZINA

CLORIDRATO DE PSEUDOEFEDRINA

Informações técnicas: no CLARITIN-D e no ZYRTEC-D, os anti-


hitamínicos loratidina e cetirizina, substituem, respectivamente, a fexofenadina do
produto Allegra D, porém apresentando efeitos similares, com atividade seletiva
antagônica à dos receptores H1 periféricos.
Indicações, Contra-indicações, Interações medicamentosas e Posologia,
do CLARITIN-D e do ZYRTEC-D, são as mesmas do ALLEGRA D.

FLUVIRAL

PARACETAMOL

CITRATO DE PENTOXIVERINA,
MALEATO DE CARBINOXAMINA

NALDECON

PARACETAMOL

CLORIDRATO DE FENILEFRINA

MALEATO DE CARBINOXAMINA
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Informações técnicas: em sua nova formulação, o cloridrato de


fenilpropanolamina e o citrato diácido de feniltoloxamina, é substituído pelo
paracetamol, com suas propriedades analgésica e antitérmica. O cloridrato de fenilefrina
atua predominantemente por ação direta sobre os receptores alfa-adrenérgicos, e em
doses terapêuticas apresenta efeito estimulante significativo sobre os receptores beta-
adrenérgicos do coração; após administração oral promove vasoconstrição na mucosa
nasal aliviando a congestão nasal. O maleato de carbinoxamina possui atividade anti-
histamínico sobre os receptores H1 e efeitos discretos como anticolinérgico e sedativo.
Indicações: alívio da congestão nasal associada ao resfriado comum,
sinusites e infecções das vias aéreas superiores.
Contra-indicações: em pacientes com hipertensão grave, cardiopatas, em
terapia com IMAOs, glaucoma, retenção urinária úlcera péptica, asmáticos em crise,
hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Interações medicamentosas: IMAOs, metildopa, mecamilamina,
reserpina, alcalóides, álcool, antidepressivos tricíclicos, barbitúricos, e outros
depressores do SNC.
Posologia: adultos, 1 comprimido amarelo e um laranja, ao mesmo
tempo, de 8/8 horas. Crianças, 0,25 ml/kg, da apresentação líquida do produto, de 6/6
horas.

DESCONGEX PLUS

MALEATO DE BRONFENIRAMINA

CLORIDRATO DE FENILEFRINA

Informações técnicas: a exemplo dos demais descongestionantes nasais


sistêmicos disponíveis no mercado atualmente, trata-se da associação de um anti-
histamínico e uma amina simpatomimética, cujas indicações, contra-indicações,
interações medicamentosas, são similares.
Observação: Cabe salientar que, os três últimos produtos citados, Fluviral,
Naldecon e Descongex plus, foram retirados do mercado recentemente, embora figurem
no DEF 2000/01, juntamente, com Descon, Dimetapp, Ornatrol Spansule, Sinutab, e
outros produtos nos quais em sua fórmula figuravam a Fenilpropanolamina, porém,
reeditados com nova fórmula, sem a Fenilpropanolamina, que se tratava de um dos
descongestionantes nasais orais mais freqüentemente usados, no entanto devido a seus
efeitos colaterais indesejados, teve sua proibição decretada.

DESCONGESTIONANTES NASAIS
(TÓPICOS)
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O princípio básico de utilização dos descongestionantes nasais tópicos é


semelhante ao dos sistêmicos, ou seja, o de promover a desobstrução das cavidades
nasais em ambas as narinas, sem efeito de báscula (desobstrução alternada fisiológica
das narinas congestionadas), tornado-as livres, permeáveis e desobstruídas
simultaneamente, e por tempo prolongado. Alguns fármacos são associados ao princípio
ativo descongestionante, aqui por vasoconstrição na rede capilar de mucosa nasal, com o
intuito de promover efeito anti-séptico, mucolítico e antiinflamatório, que evita a
formação crostosa e de acúmulo de secreções, sujeitas a processos infecciosos locais,
pela ação anti-séptica e de drenagem facilitada pela mucólise das secreções nasais e
paranasais, além de potencializar o efeito descongestionante pela atuação tópica de
antiinflamatórios (corticóides), que promovem a redução do edema de mucosa e de
cornetos nasais.

AFRIN SOLUÇÃO NASAL

CLORIDRATO DE OXIMETAZOLINA

Informações técnicas: o princípio ativo possui atividade


simpaticomimética, promovendo constrição da rede arteriolar da mucosa nasal,
produzindo assim efeito descongestionante, aumentando a permeabilidade das narinas e
conseqüentemente a desobstrução da cavidade nasal.
Indicações: alívio sintomático da congestão nasal e nasofaríngea,
decorrentes do resfriado comum, sinusite, alergias do trato respiratório superior; sob a
forma de tampão nasal, previamente ao exame intranasal (rinoscopia comum ou óptica),
antes de cirurgia nasal, ou intubação anestésica naso-traqueal, com a finalidade de
retração de cornetos, para melhor visualização e diminuição dos obstáculos mecânicos
representado por edema da mucosa de cornetos nasais; além da diminuição do
sangramento durante os procedimentos intranasais, proporcionado pela vasoconstrição.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, deve
ser utilizado com cautela em cardiopatas, hipertensos, hipertireoidianos, diabéticos e
associação aos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs ).
Posologia: 2 a 3 atomizações em cada narina de12/12 horas.

ATURGYL

FENOXAZOLINA

Informações técnicas: possui como princípio ativo, também um


simpaticomimético com ação vasoconstritora na mucosa rinofaríngea. Manifesta uma
ação da mesma ordem que os anti-hitamínicos, e analgésica local secundária que reduz a
sensação de prurido nasal, característico das rinites; além de não modificar a função
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autodepuradora da mucosa nasal, não comprometendo a drenagem das secreções nasais


e sinusais, normais ou patológicas.
Indicações: tratamento de corizas agudas e subagudas; rinites crônicas
vasomotoras e sazonais; rinopatias alérgicas, sinusites agudas, subagudas e crônicas, e
nas cirurgias rinológicas.
Contra-indicações: glaucoma de ângulo fechado.
Precauções: não deve ser usado por tempo prolongado, devido ao risco do
efeito rebote e de rinite iatrogênica. Deve ser utilizado com cautela em casos de
hipertensão, cardiopatias e hipertireoidismo, devido a presença de um
simpaticomimético.
Interações medicamentosas: não deve ser usado em associação aos
IMAOs, devido ao risco de desenvolvimento de crises hipertensivas.
Posologia: Adultos, 2 a 4 instilações diárias de 2 gotas (10mg/10ml – uso
adulto). Crianças, 2 a 4 instilações diárias (5mg/10ml – uso pediátrico).

FREENAL

CLORIDRATO DE OXIMETAZOLINA

Informações técnicas: a oximetazolina é uma amina simpaticomimética


com ação adrenérgica, derivada da imidazolina, porém, é um agente simpaticomimético
incompleto, com ações vasoconstritora e relaxante da musculatura lisa intestinal,
desprovido, no entanto, de atividade sobre o miocárdio, a musculatura lisa dos brônquios
e vasos da musculatura esquelética, exercendo ação sobre as fibras musculares lisas das
arteríolas existentes na mucosa nasal, quando aplicado sobre a mucosa congestionada
por processos alérgicos, infecciosos, traumáticos e alterações vasomotoras, reduzindo a
vasodilatação responsável pelo edema da mucosa e hipersecreção, desobstruindo e
facilitando o fluxo de ar.
Indicações, contra-indicações, interações medicamentosas e posologia,
são as da oximetazolina (vide AFRIN).

FLUIMUCIL

N-ACETILCISTEÍNA

RINOFLUIMUCIL

N-ACETILCISTEÍNA

SULFATO DE TUAMINOEPTANO
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ACETETO DE FLUDROCORTISONA

CLORETO DE BENZALCÔNIO

Informações: é um preparado utilizado para o tratamento das lesões


inflamatórias das cavidades nasais e paranasais, de origem infecciosa, alérgica ou
traumática (ex. fraturas), com produção de secreções mucosas mucopurulentas ou
formações mucocrostosas.
Propriedades: a atividade mucolítica da N-acetilcisteína é adicionada nas
ações antiinflamatórias da fludrocortisona, descongestionante do tuaminoeptano e anti-
séptica do cloreto de benzalcônio, facilitando a desobstrução nasal e alívio dos sintomas.
Indicações: rinites agudas, subagudas e crônicas, com exsudato mucoso,
mucopurulento e de formação mucocrostosa; sinusites agudas e crônicas, tratamento
clínico pré e pós-cirurgico das comunicações buconasais e bucosinusais, além de outras
intervenções cirúrgicas nas cavidades nasais e paranasais.
Contra-indicação: hipersensibilidade aos componentes da fórmula.
Posologia e modo de usar: pode ser usado por instilações nas cavidades
nasais ou por inalação; instilação nasal : 1 a 3 gotas nas crianças 3 a 4 gotas nos adultos,
em cada narina, de 8/8 ou 6/6 horas; inalação : 1 a 2 ml por inalação, a 2 vezes ao dia.

RINOSORO E SORINE

CLORIDRATO DE NAFAZOLINA

CLORETO DE SÓDIO

CLORETO DE BENZALCÔNIO

Propriedade: por não conter substâncias vasoconstritoras, não produz


hábito, hiperemia reacional (efeito rebote), nem há riscos de rinites medicamentosas.
Indicações: descongestionante nasal e anti-séptico em rinites, sinusites,
gripes e resfriados.
Contra-indicação: não há.
Posologia: instilação ou nebulização nasal, várias vezes ao dia, a critério
do clínico.

ESTIMULADORES E REPOSITORES

DA SECREÇÃO SALIVAR
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Ao CD-BMF , quando na condição de estomatologista, cabe não somente


o reconhecimento e diagnóstico de patologias envolvendo o complexo sistema das
glândulas salivares, mas também o tratamento das possíveis afecções benignas destas
entidades. Dentre as diversas condições que envolvem as glândulas salivares, as
alterações do seu fluxo, ou seja, a secreção salivar, é uma das situações mais
freqüentemente encontradas e de prognóstico duvidoso. A secreção salivar sofre
variações quantitativas sob influência de diferentes estímulos e condições, podendo
apresentar um quadro de diminuição do fluxo salivar, a xerostomia ou hipossialia, ou
aumento da secreção salivar, a sialorréia ou hipersialia. Ambas as condições possuem
causas fisiológicas e patológicas para o seu desenvolvimento:
Na sialorréia têm-se:
1. fisiológicas – pequenas emoções, gravidez, menstruação, erupção
dental, por estimulação reflexa da mastigação ou visualização de alimentos agradáveis.
2. Patológicas:
2.1 locais- lesões ulcerativas da mucosa bucal (estomatite herpética ou
aftas recorrentes), uso recente de próteses totais, macroglossia, processos inflamatórios-
infecciosos de glândulas salivares ou cálculo salivar, obliterando parcialmente o ducto
excretor;
2.2 sistêmicas - distúrbio neurológicos como retardo mental,
parkinsonismo, neoplasias bucais e drogas.
As condições de hipersialia apresentam desconforto ao paciente, porém a
xerostomia acarreta problemas mais sérios (predisposição a infecções bacterianas ou
fúngicas, cáries, boca seca, dificuldade para deglutir sólidos, perda do paladar, etc.),
além do desconforto também presente; portanto é a situação na qual a intervenção do
profissional na terapêutica é mais solicitada. Como causas da xerostomias têm-se:
1. Fisiológicas – sono, menopausa, velhice, conversação prolongada,
trabalho mental excessivo, grandes emoções, aumento de temperatura ambiente, pouca
ingestão de líquido, medo e ansiedade.
2. Patológicas:
2.1 Locais – processos inflamatórios-infecciosos e obstrutivos
glandulares, radiação ionizante, ausência de tecido glandular por anomalia de
desenvolvimento;
2.2 Sistêmicas – doenças inflamatória auto-imune como a síndrome de
Sjögren, onde a tríade “Xerostomia, ceratoconjuntivite seca e doenças reumáticas
autoimunes com poliartrite” são sinais patognomônicos; hipovitaminoses A e B;
anemias perniciosa e ferropriva; hipotireoidismo; como resposta a condições patológicas
que provocam alterações no fluido ou balanço eletrolítico (desidratação, poliúria por
diabete melito e insípido, deficiência cardíaca, uremia e edema); em resposta à perda de
líquido como nas hemorragias, diarréia, vômito e estados febris; além de condições que
afetam o controle nervoso glandular nos casos de neurocirurgias, neuroses, encefalites,
neoplasias cerebrais e drogas, especialmente tranqüilizantes, sedativos, agentes
bloqueadores ganglionares e as de uso em anestesia geral, anti-hipertensivos,
descongestionantes, antiespasmódicos, psicotrópicos, controladores do apetite,
diuréticos e antidepressivos tricíclicos.
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Tanto na hipo, quanto na hipersialia, o tratamento deve ser primeiramente


da causa principal, porém especificamente na xerostomia, procedimentos coadjuvantes
são necessários para se melhorar o prognóstico do caso. A xerostomia provocada por
processos patológicos sistêmicos e radiação ionizante, determina secura das mucosas da
boca e dá à língua um aspecto “carnoso” róseo e fissuras nas comissuras labiais. O
tratamento coadjuvante indicado nestes casos quase sempre é paliativo e sintomático, no
entanto melhora as condições de vida do paciente, e minimiza os problemas causados
pela falta do fluxo salivar normal.

FÓRMULA MANIPULADA

Ácido cítrico......................................... 12,5g


Essência de limão................................. 20 ml
Glicerina................................................. 01 litro

Informações técnicas: bochechos de glicerina e limão, ou o consumo in


natura de frutas cítricas ajudam a aliviar os sintomas e secundariamente estimulam a
secreção salivar.
Indicação: xerostomia.
Contra-indicações e interações medicamentosas: não existem.
Posologia: usar constantemente na forma de bochechos enquanto
persistirem os sintomas.

BICABORNATO DE SÓDIO

(VER ALCALINIZANTES)

SALIVA SINTÉTICA

CARBOXIMETILCELULOSE

SORBITOL

CLORETO DE SÓDIO

Informações técnicas: atuam como lubrificante e umidificante da boca


para o alívio sintomático da hipossialia, sem a pretensão da reposição da saliva
propriamente dita, já que a composição química desta é muito mais complexa e
impossível de ser reproduzida.
Indicações: alívio sintomático das xerostomias.
Contra-indicações e interações medicamentosas: não existem.
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Posologia: usar a critério da necessidade do alívio dos sintomas.

PILOCARPINA 2%

CLORIDRATO DE PILOCARPINA

Informações técnicas: a Pilocarpina é o principal alcalóide obtido dos


folículos dos arbustos sul-americanos do gênero Pilocarpus. Embora os nativos
soubessem, há muito tempo, que mascar folhas das plantas de Pilocarpus causava
salivação, as primeiras experiências foram realizadas aparentemente, em 1874 por um
médico brasileiro chamado Coutinho. O alcalóide foi isolado em 1875, e logo após as
ações da pilocarpina na pupila (ação miótica), assim como no suor e nas glândulas
salivares, foram descritas por Weber. A pilocarpina tem uma ação dominante
muscarínica, sendo um parassimpatomimético de uso tópico. A princípio é amplamente
utilizado na forma de soluções aquosas em colírios no tratamento de Glaucoma, porém
seus efeitos secundários de estimulação da secreção das glândulas salivares podem ser
aproveitados com benefícios, quando utilizado no local-alvo (cavidade oral) para esta
finalidade.
Indicações: estimulador da secreção salivar em quadros de xerostomia,
sem resposta ao tratamento do fator causal do quadro.
Contra-Indicações: asmáticos, pois o seu uso pode precipitar severas
crises típicas; cardiopatas, devido as ações indesejáveis sobre o sistema cardiovascular;
hipertensos e pacientes com tendência à hipoglicemia e hipotensão arterial.
Reações adversas: a saliva normal é hipotônica, e também é o único
líquido que contém quantidade de potássio maior que de líquido extracelular, de onde se
deriva, porém após a administração da pilocarpina, a composição da saliva tende a
aproximar-se da composição do ultrafiltrado do plasma.
Interações medicamentosas: a pilocarpina produz queda na pressão
arterial, entretanto, se for precedida por uma dose apropriada de uma droga bloqueadora
nicotínica, produz aumento acentuado da pressão; tanto a resposta vasopressora, quanto
a pressora são evitadas pela atropina, sendo o último efeito abolido pelas drogas
bloqueadoras alfa-adrenérgicas.
Posologia: utiliza-se o colírio de pilocarpina 2%, por via sublingual, 2
gotas a cada 8 horas. É importante a monitorização e aferição da pressão arterial
freqüente e sistematicamente, durante o seu uso.

HORMÔNIOS SUPRA-RENAIS

(SISTÊMICOS E TÓPICOS)

CORTICOSTERÓIDES
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Informações técnicas: São esteróides derivados do núcleo


ciclopentanoperidrofenantreno. Os glicocorticóides exercem potentes efeitos
antiinflamatórios estimulando a biossíntese de macrocortina e da proteína lipomodulina
que, por sua vez, inibe a ação enzimática da fosfolipase A2. Deste modo é impedida a
liberação do ácido araquidônico e, em conseqüência, não se formam seus metabólitos,
como prostaglandinas, tromboxanos e leucotrienos, que são mediadores da inflamação.
A ação imunossupressora dos glicocorticóides pode ser explicada pela inibição da
quimiotaxia (inibição da síntese de leucotrieno) e pelo efeito antimitótico que, por
enquanto, não está completamente esclarecido. A inibição da síntese de prostaglandinas
vasodilatadoras ou a potencialização do efeito vasoconstritor da adrenalina resulta,
finalmente, em sua atividade vasoconstritora. Os glicocorticóides apresentam atividade
mineralocorticóide, ou retentora de sódio, e atividade glicocorticóide, ou
antiinflamatória. Os glicocorticóides são administrados por: via sistêmica; inalação
local; instilação nasal; aplicação oftálmica; aplicação ótica e aplicação tópica.
Indicações: atuam como antiinflamatórios potentes em processos
inflamatórios inespecíficos ou clássicos, como distúrbios reumáticos, tratamento de
insuficiência adrenocortical, de choque; distúrbios alérgicos, dermatológicos
(p.ex.:dermatite alérgica), do colágeno (quelóides), hematológicos (púrpuras
trombocitopênicas idiopáticas), oftálmicos (edema de esclera pós-traumática – pós-
cirúrgica), orais (líquen plano), respiratórios (sinusites alérgicas); tratamento de doenças
neurológicas ou traumatismos crânio-encefálico, antiinflamatório potente em pós-
operatórios traumáticos; além de sua ação imunossupressora.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos glicocorticóides; gravidez e
lactação; gastrite e úlcera gástrica; diabetes melito; cardiopatias, insuficiência cardíaca
congestiva (devido ao aumento da retenção de líquidos), hipertensão (podem causar
retenção de sal e água e aumento da excreção de potássio), insuficiência renal grave;
glaucoma; infecções fúngicas ou viróticas sistêmicas; insuficiência hepática,; miastenia
grave; osteoporose; síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).
Precauções e advertências: durante o tratamento com glicocorticóides
pode ocorrer supressão da função hipotálamo-hipófise-adrenal, induzida de acordo com
a dose e duração do tratamento. O restabelecimento ocorre gradualmente após redução
da dose e interrupção do tratamento, no entanto após terapia prolongada, a retirada de
glicocorticóides deve ser lenta e gradual para evitar a síndrome de retirada: febre,
mialgia, artralgia e mal-estar geral.
Interações medicamentosas: pode ocorrer diminuição dos níveis de
salicilato, aumento do risco de hipocalcemia com o uso concomitante com digitálicos ou
diuréticos, anticolinesterásicos; substâncias que alteram o metabolismo dos
glicocorticóides como: rifampicina, barbituratos e difenil-hidantoína; a eritromicina e os
estrógenos podem aumentar os efeitos dos corticosteróides, e estes, alterar os efeitos dos
anticoagulantes cumarínicos; podem aumentar a depleção de potássio causada pela
anfotericina B.
Reações adversas: são relacionadas com a dose e duração do tratamento:
aumento da suscetibilidade às infecções, efeitos gastrintestinais, alterações do equilíbrio
hidroeletrolítico, balanço negativo do nitrogênio, fraqueza musculoesquelético (miopatia
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 129
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e fraturas), fragilidade e afinamento da pele, atraso no processo de cicatrização, acne,


alterações neuropsiquiátricas, reações oftálmicas, supressão da função hipotalâmica-
hipófise-adrenal, alterações corporais (distribuição cushingóide, aumento de peso e
“cara-de-lua-cheia), hirsutismo, amenorréia, diabetes melito, diminuição de crescimento
em crianças. Embora possam ser utilizados na terapêutica do Líquen Plano, tanto por
via sistêmica ou tópica de administração, os corticosteróides podem induzir reações
liquenóides intra-orais em pacientes submetidos a terapêutica prolongada com tais
drogas.

CALCORT

CORTAX

DEFLANIL

DENACEN

DEFLAZACORT

Posologia: a dose necessária deve ser individualizada de acordo com a


patologia e a resposta do paciente ao tratamento. A dose recomendada inicialmente é
de: adultos : 6 a 90 mg/dia; crianças : 0,22 a 1,65 mg/kg/dia.

BETNELAN

CELESTONE

BETAMETASONA

Posologia: pode variar de 0,25 a 8 mg/dia, no adulto, ou 0,017 a 0,25


mg/kg/dia, na criança, à critério necessidade posológica da patologia a ser tratada.

DECADRON

DECADRONAL

DEXAFLAN

DEXAMETASONA
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Posologia: adultos : doses de 0,5 a 8 mg/dia; crianças : de 20 a 300


microgramas/kg de peso/dia.

CORTISONAL

CORTIZOL

FLEBOCORTID

HIDROCORTISONA

SOLU-CORTEF

HIDROCORTISONA

Posologia: as doses variam de acordo com a patologia, situando-se com


amplos limites: 35 a 40 mg a 12 a 15g/dia. A dose inicial é de 100 a 500mg, e pode ser
repetida em intervalos de 2, 4 a 6 horas.

ARTINIZONA

METICORTEN

PREDNISONA

PREDNISONA

Posologia: adultos: a dose inicial pode variar de 5 a 60 mg/dia; crianças:


de 0,14 a 2 mg/kg de peso/dia.

ADVANTAN

DEPO-MEDROL

SOLUPREN

SOLU-MEDROL

METILPREDNISOLONA
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METILPREDNISOLONA

Posologia: 10 a 40 mg, repetida se necessário.

BECLOSOL NASAL SPRAY

DIPROPIONATO DE BECLOMETASONA

Posologia: 2 aplicações em cada narina 2 vezes ao dia (400mcg/dia), ou 1


aplicação em cada narina, 3 a 4 vezes ao dia, não devendo exceder a 8 aplicações.

BUSONID AQUOSO NASAL

BUDESONIDA

Posologia: 1 aplicação em cada fossa nasal, 2 vezes ao dia, ou seja,


200mcg/dia; a dose máxima é de 4 aplicações, 2 vezes ao dia, 800 mcg/dia.

OMCILON-A EM ORABASE

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA

Propriedades: A orabase atua como um veículo adesivo para aplicar o


princípio ativo nos tecidos orais, além disto, proporciona uma cobertura protetora que
pode servir para reduzir temporariamente a dor, associada a irritação oral.
Posologia e administração: aplicar uma pequena quantidade, sem
esfregar, sobre a lesão até que se desenvolva uma fina película, de 2 a 3 vezes ao dia, de
preferência após as refeições e higiene oral.

OMCILON-A “M”

ONCIPLUS

ACETONIDO DE TRIANCINOLONA

SULFATO DE NEOMICINA

GRAMICIDINA
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NISTATINA

(VER ANTIMICÓTICOS)

IMUNOSSUPRESSORES

Ao CD-BMF importa saber, além dos cuidados convencionais a serem


tomados com o paciente imunodeprimido, as interações medicamentosas possíveis entre
os imunossupressores (ex.: a ciclosporina) e: ex.: antibióticos ou outros medicamentos
com efeitos nefrotóxicos, tais como os aminoglicosídeos e a anfotericina B; a
trimetropina que quando administrada simultaneamente, provoca deterioração reversível
da função renal; o cetoconazol que aumenta as concentrações plasmáticas da
ciclosporina; ao contrário da fenitoína, da rifampicina e da isoniazida as quais reduzem
sua concentração sérica. Também, ocorre interação com: ciprofloxacino, melfalan,
colchicina, agentes antiinflamatórios não-esteróides, lovastatina, eritromicina,
josamicina, doxiciclina, contraceptivos orais, propafenona, bloqueadores do canal de
cálcio, barbitúricos, carbamazepina e metamizol.
Outro fator relevante é a predisposição que os pacientes em terapia
imunossupressora apresentam para desenvolver processos infecciosos tanto de origem
bacteriana, quanto fúngica, ou ainda viral, que paradoxalmente pode levar a necessidade
de tratamento antimicrobiano, com os mesmos produtos de interação medicamentosa
deletéria. Ainda no caso específico de transplantados que utilizam os
imunossupressores, onde o metabolismo das drogas a serem prescritas por ocasião de
tratamento com o CDBMF, pode ser realizado à nível do órgão transplantado, o que é
contra-indicado, por exemplo, são contra-indicadas drogas de metabolismo hepático para
os pacientes transplantados de fígado, ou as de excreção renal, para os transplantados de
rim.

CICLOSPORINA BIOSINTÉTICA

CICLOSPORINA

Informações técnicas: a ciclosporina é um potente Imunossupressor


utilizado no tratamento de pacientes com transplantes alogênicos de rim , medula óssea,
fígado, coração, coração-pulmão e pâncreas.
Indicações: transplantes de órgãos e doenças auto-imunes.

INALANTES

O emprego de inalantes em CTBMF tem como objetivo a utilização do


poder revulsivo do calor úmido do vapor, associado a descongestão de mucosas nasais e
paranasais promovida por substâncias vasoconstritoras, e o efeito anti-séptico de
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 133
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substâncias volatilizadas pelo calor, que penetram por toda as cavidades nasal e
paranasal, como coadjuvantes no tratamento de sinusopatias de caráter agudo ou
crônico, além de sua utilização pré e pós-cirúrgica nas comunicações buco sinusais e
buconasais.

INHALANTE YATROPAN

EFEDRINA

MENTOL

EUCALIPTOL

TINTURA DE BÁLSAMO-DE-TOLU

TINTURA DE ALFAZEMA

TINTURA DE BENJOIM

SULFANILAMIDA GUAIACOLADA SÓDICA

ÁLCOOL

Informações técnicas: as inalações a vapor tem como finalidade a


aplicação dos agentes terapêuticos na maior área possível da mucosa das vias aéreas
superiores com um mínimo de irritação. Este objetivo é amplamente preenchido pelo
Inhalante Yatropan. Nas afecções das vias aéreas superiores têm-se em mira a obtenção
de uma vasoconstrição duradoura, mas não acompanhada de modificações patológicas
da mucosa nasal. Tal efeito é obtido pela volatilização e arrastamento pelos vapores
hidroalcoólicos da efedrina. A ação do Inhalante Yatropan é exercida tanto pelos
componentes voláteis da fórmula, como pelo arrastamento pelos vapores hidroalcoólicos
da sulfanilamida guaiacolada sódica. Desse modo, obtém-se um efeito vasoconstritor da
mucosa nasal e livre penetração nas fossas nasais, paranasais e faringe, dos princípios
anti-sépticos constantes da fórmula.
Indicações: tratamento de sinusites e rinofaringites.
Posologia e modo de usar: uma colher das de café numa xícara das de chá
de água fervente, para inalação, duas vezes ao dia.

PENETRO INALANTE
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EUCALIPTOL

TERPINOL

MENTOL

ÁCIDO BENZÓICO

Ação terapêutica: a mesma dos descongestionantes nasais, sem provocar


rinite alérgica e efeitos colaterais.
Indicações: rinites, sinusites, faringites e laringotraqueítes.
Posologia e modo de usar: uma colher das de chá em um pouco de água
fervente, em inalações, 3 vezes ao dia.

MIORRELAXANTES

As drogas miorrelaxantes com uso em CTBMF freqüentemente estão


associados a analgésicos, antiinflamatórios e antineurítcos, uma vez que as patologias da
área, a necessitarem da sua utilização, vem acompanhadas de inflamação, dor, ou
alteração de condução de estímulos nervosos. Portanto, na DCM (Disfunção Crânio-
Mandibular), quando em seus estágios iniciais, onde a miosite e mialgia (da musculatura
mastigatória) é predominante, a utilização de um antiinflamatório e um analgésico, tem
um efeito sinérgico ao do miorrelaxante empregado com a finalidade de diminuir a
contratura espástica muscular, decorrente da parafunção exercida pelos músculos nesta
fase da doença. Sua utilização parece colaborar na diminuição do tempo de duração de
trismos musculares causados por patologias bucais diversas, comumente encontrados
nos abcessos, ou pericoronarites. É controversa sua aplicação em DCMs com quadro de
luxações da ATM (Articulação Têmporo-Mandibular) recidivantes, uma vez que o
miorrelaxamento promovido poderia exacerbar o quadro, e as possibilidades de recidivas
aumentarem.

BESEROL

CARISOPRODOL

DICLOFENACO

PARACETAMOL

CAFEÍNA
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Características: possui um miorrelaxante, o carisoprodol; um


antiinflamatório não-esteróide, o diclofenaco de sódio que inibe a síntese de
prostaglandinas, fonte de sua ação antiinflamatória, analgésica e antitérmica; o
paracetamol apresentando ação antitérmica e analgésica, tanto por mecanismo periférico,
como central; e a cafeína que estimula o SNC, produz alerta mental, corrigindo a
sonolência potencialmente desencadeada pelo carisoprodol, além de potencializar o
efeito analgésico central das demais substâncias.
Indicações: miorrelaxante, analgésico e antiinflamatório, na Disfunção
Crânio Mandibular (DCM), trismos musculares.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, úlcera
péptica ativa, discrasias sangüíneas, insuficiência cardíaca, renais ou hepáticas graves,
hipertensão arterial grave, asmáticos e alérgicos de uma maneira geral ou com crises
desencadeadas pelo AAS, gravidez e lactação.
Interações medicamentosas: com o lítio, digoxina, diuréticos,
glicocorticóides, AAS, anticoagulantes orais, metotrexato.
Posologia: um comprimido de 12/12 horas, não ultrapassando 10 dias de
tratamento.

DORFLEX

ORFENADRINA

DIPIRONA

CAFEÍNA

Indicações: no alívio da dor associada a contraturas musculares


decorrentes de processos traumáticos ou inflamatórios, em cefaléias tensionais, trismos
musculares, DCM.
Contra-indicações: além das já citadas referentes ao uso da dipirona e
cafeína, devido a orfenadrina , o produto deve ser utilizado com cautela em pacientes
com taquicardia, arritmias cardíacas, insuficiência coronariana ou descompensação
cardíaca.
Posologia: 1 a 2 comprimidos 3 a 4 vezes ao dia.

MIO-CITALGAN

MONONITRATO DE TIAMINA

CLORIDRATO DE PIRIDOXINA
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CIANOCOBALAMINA

PARACETAMOL

CARISOPRODOL

CAFEÍNA

Propriedades: a fórmula do mio-citalgan substitui o diclofenaco sódico do


Beserol, pelo complexo B, ou seja, pelas vitaminas B1, B6 e B12, adquirindo assim,
propriedades de um antineurítico, em substituição a ação antiinflamatória do
diclofenaco.
Indicações: miorrelaxante, antiálgico e antineurítico, trimos, DCM.
Contra-indicações: além das já citadas, deve ser contra-indicado também
na Miastenia gravis.
Posologia: 1 a 2 comprimidos de 6/6 horas.

SIRDALUD

CLORIDRATO DE TIZANIDINA

Informações técnicas: a tizanidina é um relaxante muscular de ação


central, o seu principal local de atuação é a medula espinhal, além de exercer um efeito
analgésico central moderado.
Indicações: espasmo muscular doloroso, trismos e DCM.
Contra-indicações: hipersensibilidade a tizanidina e na disfunção
hepática.
Posologia: 2 a 4 mg , de 8/8 horas.

MUCOLÍTICOS

As substâncias mucolíticas utilizadas em CTBMF, como já exposto, têm a


finalidade de fluidificação de secreções mucosas ou mucopurulentas provenientes de
rinorréia ou sinusites infecciosas, das fossas nasais e seios paranasais, facilitando sua
drenagem e eliminação.

FLUIMUCIL

N-ACETILCISTEÍNA
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Informações técnicas: a N-acetilcisteína fluidifica as secreções mucosas e


mucopurulentas das vias respiratórias, mediante mecanismo de lise físico-química,
atribuível à presença na molécula de um grupo sulfídrico livre, que interage com as
ligações S-S das cadeias mucoprotéicas, provocando a cisão destas e determinando,
dessa maneira, uma diminuição da sua viscosidade.
Indicações: sinusites de origem odontológica, otorrinolaringológica,
comunicação buco-sinusal e buco-nasal, rinites mucocrostosas e mucopurulentas, além
de outras mais afecções do trato respiratório.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula. Não
deve ser administrado por via aerossólica em pacientes em crise de asma. Uso sistêmico
em casos de úlcera péptica ativa.
Interações medicamentosas: há incompatibilidade em se misturando na
mesma solução a N-acetilcisteína com penicilinas, cefalosporinas de 1a geração,
tetracliclinas, anfotericina B, gentamicina, devendo ser, se necessário associação,
administradas separadamente; fato este que não ocorre quando a associação é de
cefalosporinas de 3ª geração, carbecilina, eritromicina ou tianfenicol. Porém, a
administração por via sistêmica simultânea com a cefalexina (1ª geração) e os
aminoglicosídeos, diminui a biodisponibilidade destes, em contrapartida, aumenta a da
amoxicilina e da doxiciclina. Há incompatibilidade química entre o Fluimucil e a água
oxigenada.
Posologia e modo de usar: fluimucil pode ser utilizado por via sistêmica
oral ou parenteral (IM ou EV ), ou ainda topicamente por aerossolterapia, instilações
nasais, ou deposição direta em seios paranasais. A dosagem em adultos pode variar de
200 a 600mg/dia, podendo estas doses ser dobradas, se necessário.

CARBOCISTEÍNA

CARBOCISTEÍNA

Indicação: fluidificante das secreções das mucosas das vias respiratórias.


Trata-se de um tratamento fisiológico de todas as hipersecreções mucosas dos
brônquios, das vias aéreas superiores e auriculares médias.
Contra-indicações: hipersensibilidade aos componentes da fórmula, e em
casos de úlcera gastroduodenal.
Posologia: Adultos: 15ml de 8/8 horas. Crianças: 5 ml 3 x ao dia.

POMADAS OFTÁLMICAS

As pomadas oftálmicas têm o seu emprego nos curativos oclusivos nas


órbitas oculares submetidas a procedimentos cirúrgicos abertos de redução de fraturas
orbitárias, de zigomas e naso-órbito-etmoidais, ou ainda de frontal, quando o acesso é
pela abordagem cirúrgica de Brown, em supercílios, pois em todas estas incisões, o
contato da pomada utilizada nos curativos é direto com a mucosa conjuntival, e deve ser
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 138
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compatível com a sensibilidade da região. A exemplo dos colírios, tais produtos podem
apresentar antibióticos e antiinflamatórios em sua composição, com as mesmas
finalidades já descritas.

EPITEZAN

VITAMINA A

AMINOÁCIDOS

CLORANFENICOL

Indicações: atua como epitelizador e regenerador dos tecidos oculares,


além de profilaxia de infecções oftalmológicas nos pós-operatórios de fraturas de
zigoma e órbita ocular.

TOBREX

SULFATO DE TOBRAMICINA

Informações técnicas: contém como princípio ativo a trobramicina, um


antibiótico aminoglicosídeo obtido a partir da cultura de Streptomyces tenebrarius, que
atua como bactericida. Seu espectro de atuação envolve bactérias Gram-positivas e
Gram-negativas.
Indicações: tratamento de blefarites, conjuntivite e ceratites causadas por
bactérias sensíveis ao principio ativo. Em CTBMF tem seu uso na profilaxia de
infecções oculares pós-operatórias das fraturas de Zigoma e órbitas.
Contra-indicações: sensibilidade aos componentes da fórmula.
Posologia: aplicar nas incisões, subpalpebrais, subciliares e trans-
conjuntivais, e conjuntiva da órbita operada e, ocluir com curativo oftálmico
(“monóculo”).

PROTETOR LABIAL

Os protetores labiais têm como finalidade de uso, a profilaxia das


queilites actínicas, que por sua vez podem se transformar, ao longo do tempo de trauma
pela exposição solar, em carcinomas labiais.

CHAPSTICK
PROTETOR LABIAL
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 139
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P-DIMETILAMINOBENZOATO DE 2-ETILHEXILA

VASELINA, ETC

Indicação: auxilia na proteção dos lábios contra a ação do vento, sol e


frio.

CHAPSTICK * 15

PROTETOR SOLAR LABIAL

P-DIMETILAMINOBENZOATO DE 2-ETILHEXILA

2-HIDROXI-4-METOXIBENZOFENONA

VASELINA; ETC.

Indicação: para lábios secos e rachados, protetor solar com FPS (Fator de
Proteção solar) 15, auxilia na proteção dos lábios contra a ação do vento e do sol.

SPECTRABAN LABIAL

PROTEÇÃO SOLAR

PRINCÍPIO ATIVO: ESCALOL 507-7,5%

PARSOL 1789-2,5%

Indicação: proteção dos lábios contra os raios UVA e UVB, com FPS 15.
Como todo protetor labial, tem a função profilática de queilites actínicas e carcinomas
labiais.
Modo de usar: aplicar sobre os lábios quando exposto ao sol.

PROTETOR SOLAR

A finalidade da utilização dos protetores ou bloqueadores solares é a


mesma que a dos protetores labiais, diferindo-se apenas da área de aplicação do produto,
além de que seu uso pode ser estendido para as regiões de abordagens cirúrgicas faciais
expostas ao sol, afim de que durante o processo cicatricial não ocorra o surgimento de
marcas aparentes das cicatrizes das incisões em pele, pela ação dos raios solares.
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 140
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SPECTRABAN

SPRAY E GEL FPS 20

2-HIDROXI-4-METOXIBENZOFENONA (FILTRO UVA)

HOMOSSALATO E OCTILMETOXICINAMATO

(FILTROS UVB)

SPECTRABAN FPS 15

LOÇÃO CREMOSA

P-DIMETILAMINOBENZOATO DE 2-ETILHEXILA

4-T-BUTIL-METOXIDIBENZOILMETANO

ETC.

SPECTRABAN T

FPS 30

DIÓXIDO DE TITÂNIO 5%

ÓXIDO DE FERRO 0,2%

PARSOL 1789 2,5%

ESCALOL 507-7 7,5%

Indicação: Filtro solar, profilaxia de neoplasias de pele, atenua a ação dos


raios solares sobre as incisões faciais em fase de cicatrização, diminuindo a
possibilidade de cicatrizes aparentes.
Propriedades: contêm a associação de três filtros solares que
proporcionam máxima proteção à pele contra os efeitos dos raios solares, pois filtram as
radiações nocivas à pele (UVA e UVB).
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 141
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Modo de usar: aplicar sobre a pele quando exposta ao sol.

QUERATOLÍTICOS

Os queratolíticos, como o nome sugere, são substâncias que promovem a


lise da proteína tegumentar Queratina, presente em toda a derme e mucosas
queratinizadas normais, e em processos proliferativos teciduais benignos ou malignos,
formando hiperqueratose ou paraqueratose, ou seja, uma produção excessiva de tal
proteína. Algumas lesões benignas de lábios ou regiões peribucais(a exemplo de outras
áreas mais do corpo, e a exceção das mucosas), quando de proporções não avantajadas,
podem ser tratadas conservadoramente com a aplicação clínica dos queratolíticos. A sua
ação se faz pela “cauterização” química com a lise da queratina abundante nestas lesões,
que sofrem processo de descamação e posterior cicatrização do local, sem deixar
cicatrizes ou marcas, e nem havendo perda de substância tecidual da área afetada.

DUOFILM

ÁCIDO SALICÍLICO 27%

ÁCIDO LÁTICO 5%

Indicação: tratamento de verruga vulgar de pele ou papilomas de


pseudomucosas , entre Linha de Klein e limite da pele (“Vermelhão dos Lábios”).
Posologia: aplicar uma camada sobre a lesão uma vez ao dia.

VITAMINAS

Além dos aspectos enfocados nas seções de Antineuríticos e Coagulantes,


referentes às vitaminas do complexo B e vitamina K, respectivamente, a importância do
conhecimento e indicação das vitaminas pelo CDBMF, se faz na medida em que os
tecidos bucais são afetados precocemente no curso de deficiências nutricionais e,
geralmente, a queixa principal dos pacientes que sofrem destas deficiências é constituída
por sinais e sintomas bucais.
O sistema estomatognático pode, dessa maneira, ser afetado por
alterações patológicas produzidas pelo estado de deficiência nutricional, em lábios,
língua, gengivas, região jugal, mucosa palatina e dentes, isoladamente, ou em geral de
forma simultânea e em graus variáveis.
1. alterações nos lábios – A degeneração e a inflamação da mucosa labial,
as queilites, estomatite ou queilose angular, são um sinal importante na deficiência de
riboflavina. Estas lesões foram observadas freqüentemente associadas com a pelagra.
A queilite angular não é uma manifestação exclusiva da deficiência de riboflavina e não
deve ser considerada patognomônica desta doença, pois em alguns casos de anemia
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 142
MANUAL DE TERAPÊUTICA EM CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

ferropriva, ela ocorre clinicamente idêntica e desaparece quando se corrige a anemia, o


que também se observou, com o desaparecimento de lesões labiais após a administração
de niacina, piridoxina, ácido pantotênico, ácido ascórbico, ácido fólico ou vitamina
B12. Outros fatores, que não nutricionais, também podem produzir as queilites, e devem
ser diferenciadas diagnosticamente, como por exemplo, as queilites causadas por
radiações actínicas, cosméticos, antibioticoterapia causando desequilíbrio da flora
microbiana bucal, irritação produzida pelo hábito de passar-se a língua pelas comissuras
e os lábios, e perda da dimensão vertical no terço médio da face.
2. Alterações na língua – uma grande variedade de alterações, que
incluem alterações da cor, tamanho, estrutura e sensibilidade na língua, ocorre como
resultado de vários estudos de deficiência nutricional. As alterações de cor variam desde
a palidez extrema a um avermelhamento intenso podendo chegar a ser azul púrpura e
ainda magenta, porém por si mesmas não são indicativas de uma deficiência específica.
Assim, um vermelho escarlate pode caracterizar a pelagra aguda, anemia perniciosa e
anemia macrocítica megaloblástica associadas com anemias ferroprivas ou por
deficiência de ácido fólico, vitaminaB12 (cianocobalamina) ou ainda, ácido ascórbico
(vitamina C); uma língua magenta ocorre nos casos de arriboflavinose e durante a
etapa regressiva da pelagra; uma língua cor de “carne” pode indicar deficiências
crônicas de vários componentes do complexo B. Assim como as alterações de cor, as
alterações topográficas no dorso da língua são variáveis em sua origem, afetando desde
as papilas fungiformes às filiformes, apresentando, hipertrofia, achatamento, fusão e
atrofia , e respondem bem a complementação com ácido fólico, vitamina B12 e
riboflavina. O diagnóstico diferencial das alterações linguais por problemas nutricionais
se impõe principalmente diante de neoplasias malignas, glossites do terciarismo luético,
úlceras tuberculosas, lesões herpéticas e aftosas, blastomicose, reações adversas a
medicamentos, alterações radioterápicas, alergia, discrasias sangüíneas, amígdalas
linguais, tiróide lingual, etc.
3. Alterações nas gengivas – são freqüentemente o primeiro sinal de
escorbuto e alteração inicial de pelagra. A gengivite do escorbuto responde à
administração oral de 500mg de ácido ascórbico (vitamina C) por dia, podendo se
associar a vitamina P (rutina ou hespiridina). Na deficiência aguda de niacina a ação
protetora do epitélio está diminuída e é comum observar-se a invasão bacteriana por
estreptococos proteolíticos, estafilococos ou união fusoespirilar. A estomatite úlcero-
membranosade Vincent está associada à estomatite aguda pelagrosa, sendo a
niacianamida em dose de 10mg/dia por via oral efetiva para controlar a infecção de
Vincent secundária à estomatite pelagrosa, cabendo salientar que a deficiência de
niacina não constitui per se um fator contribuinte à estomatite úlcero-membranosa de
Vincent. Inflamação gengival e estomatite aftosa combinadas com glossite e anemia
macrocítica, tem sido demonstradas como sinais de deficiência de ácido Fólico. A
gengiva, mucosa bucal e faríngea e, língua, com coloração avermelhada e com dor
aguda, tem estado associada a casos de anemia perniciosa, que por sua vez respondem
rapidamente à administração de cianocobalamina (vitamina B12). A deficiência de
vitamina K, que se produz como resultado de patologias hepáticas do trato biliar
intestinal, assim como , em casos de terapêutica prolongada com Dicumarol, pode
MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 143
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predispor ao sangramento gengival, o que se observa em alguns distúrbios da


coagulação.
4. Alterações na região jugal e mucosa palatina – os transtornos
nutricionais que causam distúrbios destas áreas incluem deficiências de vitaminas do
complexo B, vitamina C, ferro e riboflavina. As alterações se caracterizam por serem
sensíveis, avermelhadas, edemaciadas, parecendo desnudadas, podendo ulcerar e
infectar-se secundariamente. A vitamina A tem como função a manutenção da
integridade do tecido epitelial especializado. Quando há uma deficiência desta vitamina,
as células basais proliferam para produzir um epitélio queratinizado, que é
extremamente suscetível à invasão bacteriana. Em estados de deficiência de vitamina A,
observam-se o desenvolvimento de hiperplasia e hiperqueratose das gengivas,
“leucoplasias” e infecção severa da mucosa bucal. Em estudos realizados em pacientes
portadores de câncer bucal, 76% possuíam baixos níveis da vitamina A, sendo
considerado a sua deficiência como um fator adjuvante na instalação das neoplasias
malignas da cavidade bucal.
5. Alterações nos dentes – a deficiência de vitamina D , está relacionada
ao raquitismo e a osteomalácia. As alterações nas peças dentais no escorbuto afetam
principalmente a polpa e a dentina, causando hiperemia ,edema, calcificação e necrose.
Excetuando-se o flúor, as deficiências dos elementos dietéticos conhecidos atualmente,
que ocorrem durante o período de formação do dente, não conduzem a uma
suscetibilidade à cárie dental. Já as deficiências de cálcio, fósforo e proteínas, durante o
período de desenvolvimento, não são capazes de produzir distúrbios no esmalte, embora
possam afetar a dentina e o osso.

VITAMINAS LIPOSSOLÚVEIS

VITAMINA A

BETA CAROTENO

BETACAROTENO

Informações técnicas: Trata-se de um carotenóide que atua como


precursor da vitamina A.
Indicações: as já mencionadas.
Contra-indicações: sensibilidade ao betacaroteno, insuficiência renal e
hepática, hipervitaminose A.
Interações medicamentosas: óleo mineral ou neomicina podem interferir
com sua absorção, a vitamina E pode facilitar sua absorção e utilização e reduzir a
toxicidade da vitamina A.
Posologia: via oral, às refeições, adultos, 30 a 300 mg/dia, em dose única
ou 2 tomadas; crianças, 30 a 150 mg/dia.
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AROVIT

NALFAN

VITAMINA A

RETINOL

Informações técnicas: também encontrado em outra forma como ácido


retinóico, é um terpenóide.
Indicações: as já citadas.
Contra-indicação: hipervitaminose A.
Interações medicamentosas: além das já relatadas, anticoagulantes
cumarínicos ou indandiônicos podem causar hipoprotrombinemia, anticoncepcionais
orais podem aumentar sua concentração plasmática.
Posologia: via oral de 5.000 a 10.000 UI/dia, podendo as doses serem
adequadas de acordo com a gravidade do quadro de deficiência para até 100.000 UI/dia.

VITAMINA D

ALFAD

ALFACALCIDOL

CALCIJEX

ROCALTROL

CALCITROL

SOLUÇÃO DE VITAMINA D2

ERGOCALCIFEROL

Informações técnicas: a vitamina D pode ser obtida por exposição da pele


aos raios solares e também por ingestão de alimentos ou medicamentos que a
contenham. A vitamina D atribui-se o controle ativo do mecanismo de homeostase, que
por sua vez controla o metabolismo do cálcio, principalmente da mobilização do cálcio
ósseo, além de regular a sua absorção intestinal.
Indicações: as citadas.
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Contra-indicações: hipercalcemia, hipervitaminose D, osteodistrofia renal


com hiperfosfatemia, gravidez e lactação.
Interações medicamentosas: podem antagonizar o efeito da calcitonina no
tratamento de hipercalcemia, podem potencializar os efeitos dos glicósidos digitálicos,
resultando em arritmias cardíacas, antiácidos contendo alumínio podem precipitar os
ácidos biliares no intestino delgado superior, diminuindo a absorção de vitaminas
lipossolúveis, antiácidos contendo magnésio podem causar hipermagnesemia,
anticonvulsivantes hidantoínicos, barbitúricos ou primidona podem reduzir seu efeito,
preparações contendo cálcio, em doses elevadas, ou diuréticos tiazídicos podem
aumentar o risco de hipercalcemia, colestiramina ou óleo mineral podem reduzir sua
absorção intestinal, preparações contendo fósforo, em doses elevadas, podem aumentar o
potencial para hiperfosfatemia, isoniazida e rifampicina interferem com seu
metabolismo.
Posologia: a manutenção diária é de 400 UI/dia, porém para tratamento de
deficiência pode a dose atingir a casa de até 200.000 UI/dia.

VITAMINA A+D

ADEDOIS

ADEROGIL D3

AD-TIL

GADUOL

GOTIL-AD

MORRUETIL ORAL

VITAMINAS A+D

Informações técnicas: trata-se da associação de duas vitaminas


lipossolúveis para deficiências nutricionais concomitantes.

VITAMINA E

VITAMINA E

EPHYNAL
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VITA E 400

TOCOFEROL

Informações técnicas: é considerado um elemento nutricional essencial,


embora não se conheça sua função exata. Atribuem-lhe a intensificação da utilização da
vitamina A e supressão da agregação plaquetária, além de outras especulações de sua
atividade no organismo.
Indicações: profilaxia e tratamento de deficiência da vitamina E.
Contra-indicações: hipersensibilidade a vitamina E, hipoprotrombinemia
devido à deficiência de vitamina K. anemia feropriva.
Interações medicamentosas: além das mesmas citadas para vitamina D,
pode prejudicar a resposta hematológica em pacientes com anemia ferropriva.
Posologia: para deficiências, 4 a 5 vezes a quantidade dietética
recomendada, 4 a 5 x 20 a 30 mg (UI).

VITAMINA K

(VER SEÇÃO COAGULANTE)

VITAMINAS HIDROSSOLÚVEIS

VITAMINA C

ASCORTIL

CEBION

CETOZONE

CEWIN

CITRINHO

CITROVIT

REDOXON

VI-CÊ
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VITAMINA C

VITASCORB

ÁCIDO ASCÓRBICO

Informações técnicas: atua como coenzima e, sob determinadas


condições, como agente redutor e antioxidante. Direta ou indiretamente fornece elétrons
a enzimas que requerem íons metálicos reduzidos. Age como cofator para prolil e lisil
hidroxilases na biossíntese do colágeno. Participa, também, do metabolismo de ácido
fólico, fenilalanina, tirosina, ferro, histamina, norepinefrina e alguns sistemas
enzimáticos de fármacos, bem como da utilização de carboidratos; da síntese de lipídios,
proteínas e carnitina; da função imune; da hidroxilação da serotonina e, da preservação
da integridade dos vasos sangüíneos.
Indicações: as mencionadas nas alterações da cavidade bucal, além de
outras de origem sistêmica.
Contra-indicações: não existem, porém algumas precauções devem ser
observadas, pois doses altas podem causar anemia hemolítica, aumentar a absorção de
ferro nos pacientes com anemia sideroblástica, hemocromatose ou talassemia, pode
causar o risco de precipitação de pedras de oxalato em pacientes com hiperoxalúria ou
oxalose, ou naqueles com cálculos renais; megadoses podem produzir crise de anemia
falciforme e se administradas por via parenteral, causar dano renal grave e oxalose
metastática com arritmias cardíacas.
Interações medicamentosas: pode interferir com a interação álcool-
dissulfiram, especialmente com uso crônico ou quando tomado em altas doses; aumenta
os níveis plasmáticos de etinilestradiol; pode intensificar a toxicidade do ferro tecidual
quando tomado com deferoxamina; barbitúricos, primidona ou salicilatos podem
aumentar sua excreção urinária.
Posologia: as doses variam dentro de uma gama extensa, podendo da
quantidade diária recomendada de 40 a 60 mg, ser aumentada até 500 mg/dia.

ÁCIDO NICOTÍNICO OU

NIACINA

NICOTINAMIDA

Informações técnicas: é rara a deficiência por dieta inadequada, em geral


está associada à má absorção em alcoólatras ou dietas especiais em que são abolidas as
fontes de vitamina. A quantidade dietética recomendada para adultos é de 13 a 20 mg/
dia. A ingestão excessiva ocasiona rubor facial e do pescoço, urticária, erupções
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cutâneas e distúrbios gastrintestinais. São comercializadas geralmente na forma de


associações com outros fármacos, sobretudo complexos vitamínicos.
Indicações: as já mencionadas.
Contra-indicações: disfunção hepática, úlcera péptica, hipotensão grave,
predisposição à hemorragia.
Interações medicamentosas: pode ter efeito vasodilatador aditivo e causar
hipotensão postural quando tomado concomitantemente com beta-bloqueadores; pode
inibir o efeito uricosúrico da probenicida; a isoniazida pode causar sua deficiência por
inibir sua incorporação no NAD (adenina dinucleotídio); a levastatina pode aumentar o
risco de rabdomiólise e insuficiência renal aguda.
Posologia: Adultos, 300 a 500 mg/dia. Crianças, 100 a 300 mg/dia, em
tomadas divididas.

ÁCIDO PANTOTÊNICO

PANTOTENATO DE CÁLCIO

Informações técnicas: é precursor da coenzima A, importante no


metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídios, utilizado também na biossíntese de
esteróides, porfirinas, acetilcolina e outras substâncias, e necessário para a função
epitelial normal. Não há indicação do ácido pantotênico isolado, sendo comercializado
na forma de associações com outras vitaminas, sobretudo as do complexo B.

RIBOFLAVINA

Informações técnicas: também chamada vitamina B2, cujos metabólitos


atuam como coenzimas necessárias para a respiração tecidual normal. A quantidade
recomendada diária é de 1,3 a 1,7 mg/dia, e a sua hipovitaminose caracteriza-se por
alterações da pele e da mucosa, com estomatites, glossites, dermatites, etc.; por ocorrer
geralmente em associação com outras deficiências do complexo B, é comercializada em
associação com outras vitaminas, especialmente as do complexo B.

VITAMINAS DO COMPLEXO B

(Encontram-se descritas na seção ANTINEURÍTICOS)

FOLATOS

ÁCIDO FÓLICO

ACFOL
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ÁCIDO FÓLICO

ENDOFOLIN

FOLACIN

FOLIN

IBERIN FÓLICO

NORIPURUM FÓLICO

ÁCIDO FÓLICO

Informações técnicas: participa nas funções metabólicas, com seus


derivados na forma de coenzimas que agem como portadores de unidades
monocarbônicas em diversas metilações, especialmente na biossíntese de metionina,
colina, serina, histidina, purinas e pirimidinas e, por extensão, na biossíntese de DNA e
RNA.
Indicações: as já descritas.
Contra-indicações: não são relatadas.
Interações medicamentosas: pode diminuir os efeitos dos
anticonvulsivantes hidantoínicos, como fenitoína; o uso prolongado de adrenocorticóides
e analgésicos, o uso de anticonvulsivantes hidantoínicos ou estrogênios (inclusive
anticoncepcionais orais) podem aumentar as exigências de ácido fólico; metrotexato,
pirimetamina, triantereno ou trimetoprima atuam como antagonistas de folatos por inibir
a diidrofolato redutase; este antagonismo é mais significante com doses altas ou uso
prolongado; os pacientes que recebem estes medicamentos devem ser tratados com ácido
folínico em vez de ácido fólico; sulfas inibem a absorção de folatos.
Posologia: via oral: adultos e crianças: 0,25 a 1 mg/dia.

HEMOSTÍPTICOS

São fármacos com suposto efeito sobre a fragilidade capilar. Alega-se


que reduzem a permeabilidade capilar. Por esta pretensa propriedade, são usados como
protetores de capilares em ampla gama de distúrbios circulatórios, porém para a maioria
deles, é inconcludente a prova de valor terapêutico.

HESPERIDINA
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DAFLON 500

Informações técnicas: é flavanóide encontrado em limões e limas (Citrus


sinensis), que tem sido usado no tratamento da fragilidade capilar e, é utilizada em
associação medicamentosa indicada como venotônico e vasculoprotetor, em varizes,
hemorróidas e hemorragias.
Indicações: as mencionadas.

RUTINA OU RUTÓSIDO/ TROXERRUTINA

VENORUTON

VENALOT

TROXERRUTINA + CUMARINA

Informações técnicas: é flavanóide com propriedades similares à


hesperidina.
Indicações: as já mencionadas.

ANTIANÊMICOS ANTIMICROCÍTICOS

Também chamados agentes hematínicos, são fármacos que fornecem


ferro ao organismo. O ferro é constituinte normal do organismo humano onde se
distribui amplamente na forma tanto inorgânica quanto orgânica, no total de cerca de 3,5
a4,5 g , onde 70% deste total são considerados ferro funcional ou essencial, no
desempenho das funções fisiológicas, e ocorre na hemoglobina, mioglobina e enzimas
intracelulares, os outros 30% restantes constituem forma de armazenamento, ocorrendo
com ferritina ou hemossiderina.
Indicações: profilaxia e tratamento de anemias ferropriva.

FERRIPROTINATO

FISIOFER

FERROMALTOSE

NORIPURUM

FUMARATO FERROSO
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FERRIN

GLUCONATO FERROSO

FERRIN

QUELATO DE GLICINATO DE FERRO

NEUTROFER

SULFATO FERROSO

FER-IN-SOL

SULFATO FERROSO

Das patologias mencionadas nesta seção, onde as alterações da mucosa da


cavidade bucal são parte de um problema maior sistêmico, por exemplo as anemias, o
tratamento clínico deve ser realizado pelo médico assistente, porém situações nas quais
as patologias sistêmicas apresentam exclusivamente sinais e sintomas orofaciais, é
perfeitamente plausível que o CD-BMF pratique a terapêutica indicada, como por
exemplo, nas queilites, hiperplasias ou hiperqueratoses, de língua ou mucosa bucal, e
outras mais, causadas por avitaminose ou hipovitaminose.
Cabe salientar, que a despeito da existência de diversas fórmulas,
vitaminas e complexos vitamínicos comercializados, a melhor fonte destes nutrientes
encontram-se nos alimentos e numa dieta balanceada, e no que toca às alterações da
mucosa da cavidade bucal, a não ser nas situações de deficiência crônica e aguda destes
complexos vitamínicos, tais drogas devem ser abolidas, optando-se pela forma natural
proveniente das fontes alimentares.

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MARCOS MAURÍCIO CAPELARI E CLÓVIS MARZOLA 152
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Endereço dos autores:


Faculdade de Odontologia de Bauru da USP
Av. Otávio Pinheiro Brizolla 9-75
17012-901 - Bauru - SP
E-mail: drclovys@uol.com.br

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