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Trabalho final entregue ao professor Alexandre Aranha Arbia para fins avaliativos da
disciplina Seminário em Pesquisa (2022.1).
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Antes mesmo de chegar ao final desta disciplina, meu pré-projeto já havia passado por
algumas reflexões críticas. Desde quando ele foi escrito, mais ou menos entre agosto e
setembro de 2021, até o início das aulas, em abril de 2022, muitas coisas estavam
atravessando tanto o meu pensamento de uma maneira geral, mas também nas
particularidades que tais considerações me traziam como novas possibilidades de me
apropriar do meu objeto de pesquisa.
O primeiro ponto que eu trago de contribuição desta disciplina foi o entendimento de
que eu não havia um objeto de pesquisa bem elaborado e compreendido por mim. Desta
forma, meu percurso para a apreensão de algo que não estava muito delimitado desencadeou
em um caminho para lugar nenhum. Se fazia mais do que necessário que eu me debruçasse
sobre esta questão tão elementar para a construção científica de qualquer coisa.
Meu tema central girava em torno da relação entre estado de capitalismo dependente e
a precarização das relações de trabalho no Brasil. Eu havia traçado algumas hipóteses, uma
colocada no começo do texto orientando que a hipótese era de que "as políticas sociais foram
constituídas mais para o gerenciamento das mazelas sociais do que para a superação desta
condição de se produzir e reproduzir a sociedade.". Mais ao final do texto, quando entro mais
na explanação sobre a precarização das condições de trabalho, outra hipótese é elaborada para
dizer que "há um processo de formalização do informal para naturalizar relações de trabalho
cada vez mais aviltantes e precárias.". O uso da formulação de hipóteses em demasia e de
forma equivocada, colocou a estreiteza própria da minha forma de apreender essa relação. O
que eu coloquei como hipóteses, na verdade eram acúmulos de leituras que já haviam me
dado algumas informações e análises sobre a formação social brasileira. Logo, eu já estava
antecipando algo que, de certa forma, eu já sabia que iria encontrar ali. Eu acho que não se
trata disto.
Todas estas questões são válidas e têm materialidade posta, tanto que é possível se
relacionar com tais objetividades para além do que a consciência individual possa apreender
sobre tal coisa. Entretanto, apesar do fenômeno social conter elementos da essência das
coisas que estão postas na socialidade concreta, ele por si só não é suficiente para se
apreender a totalidade unitária, mas apenas de um momento deste processo. Então, é preciso
ir além do ser-propriamente-assim, abstraindo e depois retornando com este concreto pensado
para o confronto com o movimento da realidade, para assim apreendê-lo como
ser-propriamente-assim novamente, mas agora, entendendo suas determinações concretas.
---------------REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
LUKÁCS, György. Para uma ontologia do ser social v. 2. São Paulo: Boitempo Editorial,
2013 [Edição em PDF, havendo distinção no número das páginas com o livro físico]