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social
Introdução
2
Já ouvi dizer – através de um senso comum que, creio, não pode
ser desmerecido, apesar de não possuir rigor científico que o
comprove – que especialistas tendem a supervalorizar os efeitos e os
objetos de suas áreas de atuação. De fato, quando digo: “fazem ser
necessários certos cuidados especiais”, pode-se fatalmente
compreender que caio nessa tendência. Contudo, escrevo o que
escrevo por ter certeza que, na verdade, é o descuido com esses
elementos que causa justamente o que a tendência diz gerar o
cuidado excessivo. É a ignorância acerca dos dados autoevidentes
que constituem a sociologia axiomática que produzem teorias que
dão muito poder aos sociólogos e engenheiros sociais. Os cuidados
que exijo são, na verdade, arestas aparadas que possibilitam o
melhor entendimento sobre as oportunidades e os limites da
investigação sociológica.
3
Não se deve ler o termo “princípio” com leviandade, pois não faço
referência a algum dogma arbitrário. A existência desse princípio
não antecede a análise filosófica que lhe é base, que nos permite crer
constituem tautologias ou juízos analíticos escolhidos ad hoc,
como dizem os neopositivistas. Pelo contrário: a axiomática
estuda as características basilares da constituição real do
mundo simbólico, de tal forma que sua compreensão
representa algo do entendimento acerca da passagem da
esfera subjetiva da vida individual até a objetividade dos fatos
sociais, que possibilitam a existência da sociologia e a
necessidade dela.
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Ensaio escrito dias após a feitura do artigo Sobre uma perspectiva
metodológica em economia: o apriorismo misesiano e o sintético a
priori – apresentado como requisito à obtenção do título de Bacharel
em Ciências Humanas – e durante o pré-lançamento da 2ª edição de
Fundamentos modernos da socialização.