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PENAL
TEORIAS DA CONDUTA
1. Introdução
Recomenda-se conglobar o estudo com outros tópicos da parte geral, a fim de obter
uma investigação aprofundada e contextualizada de cada uma dessas teorias. Dessa
forma, é altamente indicado cotejar o estudo das teorias sociais da ação com o estudo
dos modelos/sistemas do fato punível; e, da mesma forma, cotejar o estudo das teorias
pessoal e negativa com o estudo das teorias do funcionalismo penal.
Mãos à obra!
A essa concepção, que levará o título de teoria social da ação, a muitas vezes se
chega partindo de premissas típicas do modelo clássico do fato punível (Eberhard
Schmidt, por exemplo, assim o faz); mas também se parte de premissas do modelo
finalista (é Hans-Heinrich Jeschek, por exemplo, quem assim procede).
O ponto central de todas essas formulações deve ser circunscrito ao fato de que, na
teoria social, a ação sempre teria uma relevância ou um sentido social.
Atenção!
É por esse motivo que a teoria da ação social se mostrou fecunda entre muitos autores
típicos do sistema/modelo neokantiano/neoclássico, em razão da ampla preferência
pelos teóricos dessa época por elementos valorativos.
O conceito “teoria social da ação”, então, acaba por designar uma espécie de moldura,
dentro da qual cabem inúmeras construções, sempre permeadas pela ideia de
significado social, significado sociológico, transcendência social e outros. Como
palavras-chave, poderemos encontrar, por exemplo, as seguintes:
Essa vagueza – falta de critérios seguros para designar a ação penalmente relevante (o
que é o fenômeno social, o comportamento humano socialmente relevante, a conduta
valorada socialmente etc.?) – leva grande parcela da doutrina a tecer críticas severas
ao modelo. Juarez Cirino dos Santos (2018, p. 110-111) aponta, por exemplo, no sentido
de que essas teorias são propostas conciliadoras, que não visam excluir, mas incluir
Como exemplos de uma conduta não abarcada pela teoria social da ação, a doutrina
tende a apontar manifestações de ação que não transcendem o âmbito do próprio autor,
como as autolesões, o barbear-se ou não se barbear etc. No âmbito das teorias de ação
mais difundidas atualmente entre nós – sobretudo a teoria finalista –, essas categorias
seriam tratadas majoritariamente no âmbito dos princípios da insignificância e/ou da
adequação social; e, eventualmente, no âmbito da tipicidade conglobante de Eugenio
Raúl Zaffaroni.
Percebamos a análise de Juarez Cirino dos Santos sobre esse modelo de conduta.
Recomenda-se máxima atenção, pois os exatos dizeres desse importante professor
brasileiro já foram objeto de cobrança em diversas provas objetivas que abordaram o
tema:
Mais uma vez chamamos a atenção para as palavras de Juarez Cirino dos Santos, que, a
partir de uma análise crítica sobre o tema, já foram muitas vezes objeto de cobrança
literal em provas objetivas:
Atenção!
Esses delineamentos nos permitem dizer que a teoria negativa da ação, de acordo com
o princípio da evitabilidade do tipo de injusto, acaba por transformar todos os
autores em garantidores, atribuindo a todos aqueles sujeitos à ordem jurídica um
dever de evitar o resultado, possível evitá-lo, dever este que, por óbvio, só pode ser
extraído da norma.
No contexto de seu funcionalismo radical, Günther Jakobs formula seu conceito de ação
em uma perspectiva vinculada ao extremo normativismo, fundamento também
estruturante dos modelos fundados na teoria negativa da ação. É interessante, sobre
isso, perceber que o próprio autor estabelece que, ao se discutir o conceito de ação,
discute-se o conceito de injusto (JAKOBS, 1997, p. 101-102).
Muito importante!
--
É interessante perceber que, a despeito da maioria esmagadora dos
autores vinculados às diversas espécies de ‘’teorias negativas/teorias
normativas de ação’’ tradicionalmente se vincularem às posturas teóricas
da prevenção geral positiva, em provas objetivas essa característica pode
..
Mantendo coerência e harmonia com seu sistema fundado na ideia de que o direito
serve para que se reafirme uma determinada configuração social e arrimando-se
nessas mencionadas tentativas de normatizar todos os conceitos e institutos próprios
do direito penal, a literatura aponta, no seguinte sentido, as categorias centrais da
teoria da ação em Günther Jakobs: