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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

CAPÍTULO 6

ORÇAMENTO OPERACIONAL –
EMPRESAS INDUSTRIAIS

6.1 – Caracterização geral


6.2 – Módulo Orçamento de Produção
6.3 – Módulo Orçamento de Matéria-Prima
6.4 – Módulo Orçamento de Mão-de-Obra Direta (MOD)
6.5 – Módulo Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação (CIF)
6.6 – Módulo Orçamento de Prod. Processo (PP) e Prod. Acabados (PA)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

6.1

Caracterização geral

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Caracterização Geral

Definição: o orçamento operacional é um


conjunto de módulos orçamentários que têm
como objetivo geral a projeção do custo dos bens
e/ou serviços vendidos, usualmente denominado
de custo dos produtos vendidas (CPV) nas
empresas industriais.

O principal impacto do orçamento


operacional é sobre a DRE, devido à
apuração do CPV, anteriormente citada. No
entanto, ele também trará impactos diversos
sobre o fluxo de caixa e o balanço
patrimonial.
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Empresas Industriais x Comerciais

A principal diferença do orçamento operacional das


empresas industriais (em relação às comerciais) está no
fato de que os produtos que serão vendidos têm que
ser inicialmente fabricados e, com isso, seus custos não
estarão previamente dados.

Logo, será necessário compor o custo de cada unidade


fabricada, estabelecendo-se as projeções para os seus
componentes (matéria-prima, mão-de-obra direta e
custos indiretos de fabricação). No entanto, todas as
questões referentes a estoques (ex: definição do
método de avaliação – PEPS, UEPS ou Custo Médio)
continuam valendo, sendo aplicáveis tanto para o caso
das matérias-primas como para o caso dos produtos
em processo e acabados.

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A Questão do Método de Custeio

Como será necessário mensurar o custo de cada


unidade fabricada, é imprescindível a definição de
qual metodologia de custeio será adotada
(absorção, variável, ABC, integral, etc.). Cada uma
delas possui itens específicos tratados como custos
(alocados primeiramente aos estoques, até que os
produtos sejam vendidos) ou como despesas
(alocadas diretamente ao resultado do período).

No caso da disciplina, será sempre adotada a


metodologia do Custeio por Absorção, no qual
os gastos de fabricação são tratados como
custos e os gastos administrativos, comerciais
e financeiros são tratados como despesas.

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Módulos do Orçamento Operacional – Empresas Industriais

1 – Orçamento de Produção
2 – Orçamento de Matéria-Prima
3 – Orçamento de Mão-de-Obra Direta (MOD)
4 – Orçamento de Custos Indiretos de
Fabricação (CIF)
5 – Orçamento de Produtos em Processo (PP) e
Produtos Acabados (PA)

O primeiro define qual será a quantidade fabricada


de cada produto. Nos três seguintes, são definidos os
custos totais de cada componente, além de questões
correlatas a cada caso. Por fim, o último módulo é
responsável pela apuração dos valores finais de
estoques de PP e PA e, ainda, do CPV.

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6.2

Módulo Orçamento de Produção

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Caracterização Geral

Definição: módulo no qual a empresa determina


as projeções de estoques de produtos acabados
(em quantidades) e, principalmente, quantas
unidades serão fabricadas no período.

Suas estimativas não afetarão diretamente


nenhuma das três demonstrações contábeis
(balanço, DRE e fluxo de caixa). Contudo, a
informação sobre o número de unidades a
serem fabricadas no período é essencial para
a construção de todos os outros módulos do
orçamento operacional das empresas
industriais.
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Etapas da Construção

1 – Projeção do estoque final de produtos


acabados

2 – Projeção da quantidade de produtos


acabados a fabricar

3 – Projeção da quantidade total de produtos


a fabricar

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Aspectos Gerais do Orçamento de Produção

A base para a construção do orçamento de


produção está na projeção de demanda, que é feita
anteriormente no módulo do Orçamento de
Vendas.

É necessário ainda especificar quais são as políticas


que a empresa adotará com relação aos seus
estoques, tanto os de produtos acabados (prontos
para a revenda) quanto os de produtos em
processo (cuja fabricação ainda estará incompleta
no início ou final do período).

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Responsabilidade pelo Orçamento de Produção

Pelas características destacadas anteriormente, a


elaboração desta peça orçamentária requer uma
interação entre os seguintes setores:

Marketing e vendas, com as informações sobre a


demanda prevista.

Almoxarifado e produção, a respeito das políticas de


estocagem dos produtos acabados e em processo.

Financeiro, consolidando as informações e avaliando a


eficiência e eficácia de cada possível política de
estocagem.

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Premissas Necessárias

Projeção de demanda para cada produto em cada um dos


períodos do orçamento (Orçamento de Vendas).

Política de níveis de estocagem desejada pela empresa para


o final de cada período, em especial, pela definição do
prazo médio de estoques para os produtos acabados
(PMEPA), e ainda, informações sobre a quantidade de
produtos inicialmente estocada no período.

Informações sobre a questão de produtos em


processamento, em especial, existência de unidades
inacabadas no início do período e em que estágio elas se
encontram; e ainda, projeções sobre unidades que ficarão
inacabadas ao final de cada período.

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Etapas da Construção:
Orçamento de Produção

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Exemplo Base – Premissas Assumidas

Projeção semestral para os dois períodos de 2014, tomando-se por referência


o final de 2013.

A empresa comercializa um único produto. Sua demanda projetada é de 26.100


unidades para o 1º semestre e de 27.000 para o 2º semestre.

O estoque inicial de produtos acabados em 2014 é de 3.500 unidades.

O prazo médio de estoques (PME) é igual a 40 dias. A estimativa das vendas para
o 1º semestre de 2015 é de 28.710 unidades.

O estoque inicial de produtos em processo em 2014 é de 1.000 unidades, todas


elas em um estágio de 30% concluídas. Espera-se não haver unidades em processo
no final de nenhum dos dois semestres.

Assuma o calendário civil, com 181 dias para o 1º semestre e 184 dias para o 2º
semestre.

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Etapa 1 – Projeção do estoque final de produtos acabados

Primeiramente, determina-se qual será o estoque de


produtos acabados a ser mantido no final de cada
período, considerando-se o PMEPA. Segue o cálculo

Demanda prev. – período seguinte (unid.)


(/) Nº de dias do período seguinte
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Demanda média diária – período seguinte


(unid.)
(x) PMEPA
------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Estoque final de produtos acabados (unid.)

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Solução do Exemplo Base

Estoque Final de Produtos Acabados (unid.)


1º Semestre 2º Semestre
Demanda prevista – período seguinte (unid.) 27.000 28.710
(/) No de dias do período seguinte 184 181
(=) Demanda média diária – período seguinte
147 159
(unid.)
(x) PMEPA 40 40
(=) Estoque final de produtos (unid.) 5.880 6.360

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 2 – Projeção da quantidade de produtos acabados a fabricar

Nesta etapa, verifica-se a quantidade de produtos que será


necessário fabricar, mas considerando-se apenas
produtos acabados.

Segue o cálculo:

Demanda do período corrente (unid.)


(+) Estoque final – produtos acabados (unid.)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal (unid.)
(–) Estoque inicial – produtos acabados (unid.)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Qtde. necessária de fabricação de produtos
acabados (unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Quantidade de Produtos Acabados a Fabricar (unid.)


1º Semestre 2º Semestre
Demanda prevista do período corrente (unid.) 26.100 27.000
(+) Estoque final de produtos acabados (unid.) 5.880 6.360
(=) Subtotal (unid.) 31.980 33.360
(–) Estoque inicial de produtos acabados (unid.) (3.500) (5.880)
(=) Qtde. necessária de fabricação de produtos
28.480 27.480
acabados (unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 3 – Projeção da quantidade total de produtos a fabricar

Por fim, inclui-se no cálculo eventuais unidades que


estejam em processamento no início ou no final de cada
período. Para isso, considera-se a ideia de unidade
equivalente (1.000 unidades com 30% de conclusão
equivalem a 300 unidades acabadas).

Segue o cálculo:

Qtde. necessária de fabricação de produtos acabados


(unid.)
(+) Estoque final – produtos em processo (un. eqv.)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal (unid.)
(–) Estoque inicial – produtos em processo (un. eqv.)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Produção da empresa no período (unid.)
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Solução do Exemplo Base

Quantidade Total de Produtos a Fabricar (unid.)


1º Semestre 2º Semestre
Qtde. necessária de fabricação de produtos
28.480 27.480
acabados (unid.)
(+) Estoque final de produtos em processo (unid.
- -
Equivalentes)
(=) Subtotal (unid.) 28.480 27.480
(–) Estoque inicial de produtos em processo
(300) -
(unid. Equivalentes)
(=) Produção da empresa no período (unid.) 28.180 27.480

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6.3

Módulo Orçamento de Matéria-Prima

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Caracterização Geral

Definição: módulo no qual a empresa estima as


suas necessidades de matéria-prima para a
fabricação de seus produtos.
Suas estimativas afetarão as projeções de
duas das três demonstrações contábeis a
serem elaboradas no orçamento: balanço
patrimonial e fluxo de caixa, conforme listado
a seguir.

Além disso, o custo total de matérias-primas


será uma das bases para a determinação do
custo de fabricação dos produtos, o que será
feito ao final do orçamento operacional.
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Impactos sobre as Demonstrações

Balanço Patrimonial:
O impacto do Orçamento de Matéria-Prima se dá
em duas frentes principais. A primeira é no Passivo
Circulante, determinando-se, basicamente, os saldos
inicial e final da conta fornecedores, além dos saldos
de impostos a recolher. A outra é no Ativo
Circulante, através das contas de estoques de
matérias-primas e impostos a recuperar.

Fluxo de Caixa:
O impacto do Orçamento de Matéria-Prima se dá
em relação às movimentações de caixa originadas
pelos pagamentos das compras de matéria-prima,
sejam de aquisições atuais ou pendências que ficaram
de períodos anteriores. Também está relacionado ao
pagamento de impostos.

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Etapas da Construção

1 – Consumo e estoque final de matéria-prima (em


unidades)
2 – Compras de matérias-primas no período
3 – Projeção do saldo final da conta “fornecedores”
4 – Total de pagamentos a fornecedores no período
5 – Custo monetário e estoque final de matéria-
prima (em R$)
6 – Projeção do valor dos impostos a
recolher/recuperar

7 – Projeção do total de pagamentos de impostos no


período e dos saldos pendentes de impostos

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Aspectos Gerais do Orçamento de Matéria-Prima

Este é, sem dúvidas, o maior de todos os módulos


orçamentários existentes (mesmo se considerando
os três tipos de empresas). Logo, sua construção
demanda uma grande atenção por parte da
empresa.

Alguns pontos chave que têm que ser observados:

O ponto de partida deste orçamento está na


quantidade a ser produzida, o que deverá ter sido
previamente estimado no Orçamento de
Produção.
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Aspectos Gerais do Orçamento de Matéria-Prima

Para todas as estimativas relacionadas a matérias-


primas (estoques finais, consumo, compras e
custos unitários), será necessário conhecer a
árvore de fabricação do produto (relação dos
componentes e quantidades envolvidas em cada
caso). As projeções em questão envolverão cada
um dos itens dessa árvore, o que pode tornar o
processo extremamente complexo e,
eventualmente, caro.
Será necessário definir as políticas desejadas para
a estocagem de matérias-primas, bem como para
o pagamento dos fornecedores desses itens.

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Aspectos Gerais do Orçamento de Matéria-Prima

Adicionalmente, será necessário definir qual


critério de avaliação de estoques (PEPS, UEPS
ou Custo Médio) será adotado para as matérias-
primas.

E, por fim, é importante também que sejam


compreendidas as condições tributárias que
envolvem a compra de matérias-primas, em
especial, no que tange a impostos não
cumulativos, já que estes geram créditos
tributários. No caso da indústria, serão gerados
tanto tributos por fora (ex: IPI) como por dentro
(ex: ICMS).

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Responsabilidade pelo Orçamento de Matéria-Prima

Pelas características destacadas anteriormente, a


elaboração desta peça orçamentária requer uma
interação entre os seguintes setores:

Produção, com as informações sobre a produção


prevista.
Almoxarifado, a respeito das políticas de estocagem das
matérias-primas.
Compras, tratando das condições de pagamento aos
fornecedores.
Tributário, considerando as informações sobre as
alíquotas e regras tributárias.
Financeiro, consolidando as informações e avaliando a
eficiência e eficácia de cada possível política de estocagem
de matérias-primas e de pagamento a fornecedores.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Premissas Necessárias
Projeção da produção necessária para cada produto em cada um
dos períodos do orçamento (Orçamento de Produção).
Informações sobre a árvore de fabricação de cada produto,
contendo quais são as matérias-primas usadas em cada caso.
Política de níveis de estocagem de matérias-primas desejada pela
empresa para o final de cada período, em especial, pela definição
do prazo médio de estoques de matérias-primas (PMEMP), e
ainda, informações sobre a quantidade de itens inicialmente
estocados no período.
Previsão dos preços de compras para as novas MP a serem
estocadas.
Definição do prazo médio de pagamento de fornecedores
(PMPF), assim como de pendências anteriores a serem pagas a
estes fornecedores.
Informações sobre os impostos gerados nas operações de venda
da empresa (por fora e por dentro), assim como as alíquotas dos
tributos incidentes sobre as compras (desde que gerem créditos
tributários). E ainda, valores pendentes de impostos.
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Etapas da Construção
Orçamento de Matéria-Prima

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Exemplo Base – Premissas Assumidas – 1/3

Projeção semestral para os dois períodos de 2014, tomando-se por


referência o final de 2013.

A empresa comercializa um único produto final, aqui denominado apenas X.


Sua produção estimada (Orçamento de Produção) é de 28.180 unidades
para o 1º semestre e de 27.480 para o 2º semestre.

A fabricação do produto final X demanda duas matérias-primas, A e B. A


produção de cada unidade de X consome 3,50 unidades de A e 5,00 unidades
de B.

O preço de partida bruto ao final de 2013 de cada unidade de A era de R$


1,33, enquanto o de cada unidade de B era de R$ 2,56. Espera-se que ambos
os preços sofram um queda de 2,00% para o 1º semestre de 2014 e, ainda,
que sejam aumentados em 3,00% para o 2º semestre de 2014 (em relação aos
preços do primeiro semestre).
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Exemplo Base – Premissas Assumidas – 2/3

O estoque inicial da matéria-prima A é de 4.000 unidades, cada uma avaliada a um


valor médio unitário de R$ 1,05 (líquido de impostos).

O estoque inicial da matéria-prima B é de 7.200 unidades, cada uma avaliada a um


valor médio unitário de R$ 2,05 (líquido de impostos).

O prazo médio de estoques de matéria-prima (PMEMP) para A é igual a 15 dias. A


estimativa do consumo desta matéria-prima para o 1º semestre de 2015 é de
100.485 unidades.

O prazo médio de estoques de matéria-prima (PMEMP) para B é igual a 20 dias. A


estimativa do consumo desta matéria-prima para o 1º semestre de 2015 é de
143.550 unidades.

Em ambos os casos, os estoques de matérias-primas são avaliados pelo método


do custo médio ponderado.

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Exemplo Base – Premissas Assumidas – 3/3

O prazo médio de pagamento de fornecedores (PMPF) previsto é de 15 dias para o 1º


semestre e de 30 dias para o 2º semestre (para ambas as MP).

O saldo inicial agregado da conta “fornecedores” em 2014 é de R$ 43.400.

Incide ICMS sobre as compras, com taxa de 18% de seu valor. Já o ICMS sobre as vendas
totaliza R$ 162.000 no 1º semestre e R$ 173.000 no 2º. Em ambos os casos, o tributo é
cobrado “por dentro”.

Incide IPI sobre as compras, com taxa de 20% de seu valor. Já o IPI sobre as vendas
totaliza R$ 225.600 no 1º semestre e R$ 240.400 no 2º. Em ambos os casos, o tributo é
cobrado “por fora”.

Todos os valores de impostos a recolher que competem ao período semestral são pagos no
próprio semestre, não existindo pendências de impostos a recolher ou a recuperar de
semestres anteriores.

Assuma o calendário civil, com 181 dias para o 1º semestre e 184 dias para o 2º semestre.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 1 – Consumo e estoque final de matéria-prima (em unidades)

Nesta etapa, são feitas as estimativas da quantidade de


matéria-prima que será necessária para atender à
produção (esta estabelecida no orçamento de produção).

Será dividida em 2 partes. A primeira é a projeção do


consumo de matéria-prima, que deve ser feita para cada
componente de cada produto em questão:

Produção do produto final em questão (unid.)


(x) Quantidade da matéria-prima em questão
consumida por unidade do produto final envolvido
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Consumo total da MP no período (unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Consumo de matéria-prima no período


1º Semestre 2º Semestre
A B A B

Produção do produto (unid.) 28.180 28.180 27.480 27.480

(x) Consumo de MP por unidade do


3,50 5,00 3,50 5,00
produto final (unid.)
(=) Consumo total de MP no período
98.630 140.900 96.180 137.400
(unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Na segunda parte, estimam-se os estoques finais


previstos para cada uma das matérias-primas:

Consumo da MP – previsão próximo período


(unid.)
(/) No de dias do próximo período
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Demanda média diária de MP – próximo


período (unid.)
(x) Prazo médio de estoque da MP (PMEMP)
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Estoque final de MP (unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Estoque final de matérias-primas (unid.)


1º Semestre 2º Semestre
A B A B
Consumo de MP previsto – semestre
96.180 137.400 100.485 143.550
seguinte (unid.)
(/) Nº de dias – semestre seguinte 184 184 181 181
(=) Demanda média diária de MP
523 747 555 793
prevista – semestre seguinte (unid.)
(x) PMEMP (dias) 15 20 15 20
(=) Estoque final de MP (unid.) 7.845 14.940 8.325 15.860

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 2 – Compras de matérias-primas no período

Esta é a primeira etapa do orçamento de matéria-prima


que envolverá quantias monetárias. Aqui, estima-se o total
gasto com compras, incluindo-se, ainda, impostos
embutidos nessas compras. Primeiro, é o valor total das
compras (bruto, ou seja, sem incluir impostos “por fora”
e sem descontar os impostos “por dentro”):

Consumo total de MP (unid.)


(+) Estoque final de MP (unid.)
(–) Estoque inicial de MP (unid.)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Compras de MP no período (unid.)
(x) Preço de compra da MP (bruto)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Compras de MP no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Compras de matérias-primas por período


1º Semestre 2º Semestre
A B A B
Consumo total de MP (unid.) 98.630 140.900 96.180 137.400
(+) Estoque final de MP (unid.) 7.845 14.940 8.325 15.860
(–) Estoque inicial de MP (unid.) (4.000) (7.200) (7.845) (14.940)
(=) Compras de MP (unid.) 102.475 148.640 96.660 138.320
(x) Preço bruto de compra (R$) 1,30 2,51 1,34 2,59
(=) Compras de MP – valor bruto (R$) 133.218 373.086 129.524 358.249
(=) Total de compras de MP – valor
506.304 487.773
bruto (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

A seguir, determinam-se os impostos sobre as compras,


tomando-se por base o valor bruto das compras. Aqui é
importante lembrar que existem impostos cobrados por
fora (como o IPI) e outros cobrados por dentro (como o
ICMS).

Para cada um dos tributos, será feito o cálculo abaixo (é


importante fazer separadamente por item de MP e no
total):

Valor total das compras – bruto (R$)


(x) Alíquota de imposto sobre compras (%)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Valor do imposto sobre as compras (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

ICMS sobre as Compras (por dentro)


1º Semestre 2º Semestre
A B A B

Valor total das compras – bruto (R$) 133.218 373.088 129.524 358.249

(x) Alíquota de ICMS sobre as


18% 18% 18% 18%
compras (R$)
(=) Valor do ICMS sobre as compras
23.979 67.155 23.314 64.485
(R$)
(=) Total de ICMS sobre as compras
91.134 87.799
(R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

IPI sobre as Compras (por fora)


1º Semestre 2º Semestre
A B A B

Valor total das compras – bruto (R$) 133.218 373.088 129.524 358.249

(x) Alíquota de IPI sobre as compras


20% 20% 20% 20%
(R$)
(=) Valor do IPI sobre as compras
26.644 74.617 25.905 71.650
(R$)

(=) Total de IPI sobre as compras (R$) 101.261 97.555

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Com base nos resultados obtidos, devem ser


determinados dois valores adicionais referentes às
compras. O primeiro é o valor líquido das compras
(por MP), ou seja, o valor descontado dos impostos
cobrados “por dentro”. Este valor será usado no
futuro para a avaliação do valor dos estoques de MP
da empresa. Segue o cálculo

Valor total das compras de MP – bruto (R$)


(–) Impostos “por dentro” sobre as compras (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Valor líquido das compras (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Já o segundo é o valor completo das compras (a


princípio, pode ser calculado apenas em termos
totais), ou seja, o valor bruto das compras somado
com os impostos cobrados “por fora”. Este valor
será usado no futuro para a determinação das
transações com fornecedores. Segue o cálculo

Valor total das compras de MP – bruto (R$)


(+) Impostos “por fora” sobre as compras (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Valor completo das compras (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Valor Líquido das Compras (descontado do ICMS)


1º Semestre 2º Semestre
A B A B
Valor total das compras – bruto (R$) 133.218 373.088 129.524 358.249
(–) ICMS sobre as compras (R$) (23.979) (67.155) (23.314) (64.485)
(=) Valor líquido das compras (R$) 109.239 305.391 106.210 293.764
(=) Total de compras – valor líquido
415.170 399.974
(R$)

Valor Completo das Compras (acrescido do IPI)


1º Semestre 2º Semestre
Valor total das compras – bruto (R$) 506.304 487.773
(+) IPI sobre as compras (R$) 101.261 97.555
(=) Valor completo das compras (R$) 607.565 585.328

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 3 – Projeção do saldo final da conta “fornecedores”

Após a determinação do valor das compras, determina-se,


agora, o valor que ficará pendente para pagamento aos
fornecedores (conta que irá aparecer no Passivo
Circulante da empresa). Segue cálculo:

Valor completo das compras (*) (R$)


(/) Número de dias do período
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Média diária de compras de MP (R$)
(x) Prazo médio – pagamento fornecedores (PMPF)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Saldo final da conta “Fornecedores” (R$)
(*) Incluindo o valor dos impostos “por fora”.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Saldo Final da Conta “Fornecedores”


1º Semestre 2º Semestre
Valor completo das compras (com IPI) (R$) 607.565 585.328
(/) No de dias do período 181 184
(=) Média diária de compras (R$) 3.357 3.181
(x) PMPF 15 30
(=) Saldo final da conta “fornecedores” (R$) 50.355 95.430
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 4 – Total de pagamentos a fornecedores no período

Agora, determina-se o total de desembolsos (pagamentos)


com fornecedores, de forma a se avaliar o impacto das
novas compras sobre o fluxo de caixa da empresa.

Saldo inicial da conta “fornecedores” (R$)


(+) Valor completo das compras (*) (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal
(–) Saldo final da conta “fornecedores” (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Total de pagamentos a “Fornecedores” (R$)

(*) Incluindo o valor dos impostos “por fora”.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamentos a Fornecedores no Período


1º Semestre 2º Semestre
Saldo inicial de “fornecedores” (R$) 43.400 50.355
(+) Valor completo das compras no período (R$) 607.565 585.328
(=) Subtotal (R$) 650.965 635.683
(–) Saldo final de “fornecedores” (R$) (50.355) (95.430)
(=) Total de pagamentos a fornecedores (R$) 600.610 540.253
Destinação: Fluxo de Caixa

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais
Etapa 5 – Custo monetário e estoque final de matéria-prima (em
R$)

Essa etapa será a base para a valoração do gasto total de


matéria-prima e dos estoques finais de MP em cada período.
Aqui, sua essência seguirá a avaliação de estoques pelo método
do custo médio ponderado, ou seja, a cada compra, reavalia-se
todo o estoque, de maneira a se determinar um novo custo
unitário de cada item de matéria-prima.

Primeiro, calcula-se o valor do estoque inicial de MP e do seu


subtotal (somando-se com as compras realizadas):

Estoque inicial de MP (unid.)


(x) Valor unitário do estoque inicial de MP (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Estoque inicial de MP no período (R$)
(+) Valor líquido das compras de MP no período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal de MP para a avaliação (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

O valor obtido será a representação monetária de


todos os itens considerados no período, sejam os já
existentes (estoque inicial) quanto os novos
(compras). Para se determinar o custo unitário de
cada MP, calcula-se, então:

Subtotal de MP para a avaliação (R$)


(/) Qtde total: estoque inicial + compras (unid.)
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Custo unitário médio da MP no período (R$


/ unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Custo Unitário Médio das Matérias-Primas (R$ / unid.)


1º Semestre 2º Semestre
A B A B
Estoque inicial de MP (unid.) 4.000 7.200 Usar o estoque final (em
(x) Valor unitário do estoque inicial (R$) 1,05 2,05 R$) do semestre anterior.
(=) Estoque inicial de MP (R$) 4.200 14.760 8.394 30.776
(+) Compras do período – valor líquido
109.239 305.391 106.210 293.764
(R$)
(=) Subtotal (R$) 113.439 320.691 114.604 324.540
(/) Estoque inicial (unid.) + Compras
106.475 155.840 104.505 153.260
(unid.)
(=) Custo unitário médio ponderado
dos estoques de MP no período (R$ / 1,07 2,06 1,10 2,12
unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

A partir daí, pode-se determinar o estoque final (em


R$) de cada uma das matérias-primas:

Estoque final de MP no período (unid.)


(x) Custo unitário médio da MP no período (R$)
-------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Estoque final no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Estoque Final de Matérias-Primas (R$)


1º Semestre 2º Semestre
A B A B
Estoque final do período (unid.) 7.845 14.940 8.325 15.860
(x) Custo unitário médio dos produtos
1,07 2,06 1,10 2,12
(R$)
(=) Estoque final do período (R$) 8.394 30.776 9.158 33.623
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Determina-se, por fim, o consumo total de MP (que,


no futuro, irá servir para determinar o CPV da
empresa):

Estoque inicial de MP no período (R$)


(+) Compras líquidas de MP do período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Subtotal
(–) Estoque final de MP no período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Consumo total de MP no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Consumo (Custo) Total de Matérias-Primas no Período


1º Semestre 2º Semestre
A B A B
Estoque inicial de MP do período
4.200 14.760 8.394 30.776
(R$)
(+) Compras líquidas de MP do
109.239 305.931 106.210 293.764
período (R$)
(=) Subtotal (R$) 113.439 320.691 114.604 324.540
(–) Estoque final de MP no
(8.394) (30.776) (9.158) (33.623)
período (R$)
(=) Custo (consumo) de MP no 105.045 289.915 105.446 290.917
período (R$) 394.960 396.363

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 6 – Projeção do total de impostos a recolher/recuperar

Nesta etapa, o foco é a determinação de qual valor a


empresa terá a pagar em termos de impostos não
cumulativos, comparando-se o que foi gerado nas vendas
e nas compras. Ou ainda, qual o valor dos créditos
tributários a serem gerados. É interessante que os cálculos
sejam feitos separadamente por imposto e, depois,
agregados.

Anteriormente, foram determinados os impostos


embutidos nas compras. Dentro das premissas, também
foram apresentados os impostos gerados nas vendas (que,
na prática, são calculados no orçamento de vendas).
Assim, os elementos necessários para a apuração dos
impostos a recolher/recuperar já estão disponíveis.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Devem ser confrontados os valores dos impostos gerados


pelas vendas com os valores dos impostos gerados pelas
compras.

Se o valor dos tributos sobre as vendas for maior, haverá


recolhimento de impostos no período. Caso contrário,
haverá recuperação de impostos no período. São válidos
os seguintes cálculos:

Imp. Recol. Período = Máximo [Imp. Vendas – Imp.


Compras; 0]

Imp. Recup. Período = Máximo [Imp. Compras –


Imp. Vendas; 0]

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Impostos a Recolher / Recuperar


1º Semestre 2º Semestre
ICMS IPI ICMS IPI
(por dentro) (por fora) (por dentro) (por fora)
Impostos sobre as Vendas (R$) 162.000 225.600 173.000 240.400
Impostos sobre as Compras (R$) 91.134 101.261 87.799 97.555
Situação (Recolher / Recuperar)? Recolher Recolher Recolher Recolher
Impostos a Recolher do Período
70.866 124.339 85.201 142.845
(R$)
Impostos a Recuperar do Período
– – – –
(R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais
Etapa 7 – Projeção do total de pagamentos de impostos e dos
saldos de impostos a recolher/recuperar

Primeiramente, verifica-se qual será o valor pago a título de


impostos no período (fluxo de caixa). Vale lembrar que
impostos a recuperar NÃO geram entradas de caixa.
Segue o cálculo (fazer separado para cada imposto e depois
totalizar):

Impostos a recolher do período (R$)


(x) % dos impostos pagos no período
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal (R$)
(+) Recolhimento de impostos pendentes de períodos
anteriores (R$)
(–) Recuperação de créditos de impostos gerados em
períodos anteriores (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Total de pagamento de impostos no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamento de Impostos no Período


1º Semestre 2º Semestre
ICMS IPI ICMS IPI
(por dentro) (por fora) (por dentro) (por fora)
Impostos a recolher do período (R$) 70.866 124.339 85.201 142.845
(x) % dos impostos pagos no período 100% 100% 100% 100%
(=) Subtotal (R$) 70.866 124.339 85.201 142.845
(+) Recolhimento de impostos
pendentes – períodos anteriores - - - -
(R$)
(–) Recuperação de créditos de
- - - -
impostos – períodos anteriores (R$)
(=) Total de pagamento de impostos 70.866 124.339 85.201 142.845
no período (R$) 195.205 228.046
Destinação: Fluxo de Caixa

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Por fim, devem ser determinados os valores que ficarão


pendentes no balanço patrimonial, relativos a impostos a
recolher (passivo circulante) e a recuperar (ativo
circulante).
Segue o cálculo para “impostos a recolher”:

Saldo inicial – “impostos a recolher” (R$)


(+) Impostos a recolher do período (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal (R$)
(–) Total de pagamento de impostos no período (R$)
(–) Recuperação de créditos de impostos gerados em
períodos anteriores (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Saldo final – “impostos a recolher” (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

E agora o cálculo para “impostos a recuperar”:

Saldo inicial – “impostos a recuperar” (R$)


(+) Impostos a recuperar do período (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Subtotal (R$)


(–) Recuperação de créditos de impostos gerados em
períodos anteriores (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Saldo final – “impostos a recuperar” (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Saldo Final – “Impostos a Recolher”


1º Semestre 2º Semestre
ICMS IPI ICMS IPI
(por (por fora) (por (por fora)
dentro) dentro)
Saldo inicial – impostos a recolher (R$) 0 0 0 0
(+) Impostos a recolher do período (R$) 70.866 124.339 85.201 142.845
(=) Subtotal (R$) 70.866 124.339 85.201 142.845
(–) Total de pagamentos de impostos no
(70.866) (124.339) (85.201) (142.845)
período (R$)
(–) Recuperação de créditos de impostos
- - - -
gerados em períodos anteriores (R$)
0 0 0 0
(=) Saldo final – impostos a recolher (R$)
0 0
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Saldo Final – “Impostos a Recuperar”


1º Semestre 2º Semestre
ICMS IPI ICMS IPI
(por (por fora) (por (por fora)
dentro) dentro)
Saldo inicial – impostos a recuperar (R$) 0 0 0 0
(+) Impostos a recuperar do período (R$) - - - -
(=) Subtotal (R$) 0 0 0 0
(–) Recuperação de créditos de impostos
- - - -
gerados em períodos anteriores (R$)
(=) Saldo final – impostos a recuperar 0 0 0 0
(R$) 0 0
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

6.4

Módulo Orçamento de Mão-de-Obra Direta


(MOD)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Caracterização Geral

Definição: módulo no qual a empresa estipula os


gastos que terá com a mão-de-obra direta (MOD), ou
seja, aquela que atua na fabricação de seus produtos.

Suas estimativas afetarão as projeções de duas das


três demonstrações contábeis a serem elaboradas
no orçamento: balanço patrimonial e fluxo de
caixa, conforme listado a seguir.

Além disso, o custo total de MOD será uma das


bases para a determinação do custo de fabricação
dos produtos, o que será feito ao final do
orçamento operacional.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Impactos sobre as Demonstrações

Balanço Patrimonial:
O impacto do Orçamento de MOD se dá
basicamente no Passivo Circulante,
determinando-se, os saldos inicial e final das
contas relativas à MOD, ou seja, salários a pagar
e encargos sociais a recolher.

Fluxo de Caixa:
O impacto do Orçamento de MOD se dá em
relação às movimentações de caixa originadas
pelos pagamentos das obrigações de MOD
(salários e encargos sociais).

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapas da Construção

1 – Salário bruto total


2 – Custo total de MOD e seu detalhamento
3 – Impactos dos salários no fluxo de caixa e no
balanço
4 – Impactos dos encargos sociais no fluxo de
caixa e no balanço

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Aspectos Gerais do Orçamento de MOD

O orçamento de MOD demanda três tipos principais de


informações. A primeira será derivada diretamente do
Orçamento de Produção, que é a quantidade que a
empresa planeja produzir no período em questão.

A segunda envolve as projeções de utilização de MOD,


ou seja, quanto tempo é necessário para a fabricação de
cada item por cada profissional.

E, por fim, a terceira diz respeito ao entendimento de


todos os encargos trabalhistas que são aplicáveis à
MOD, desde os definidos por lei como aqueles
negociados em convenções coletivas de trabalho.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Responsabilidade pelo Orçamento de MOD

Pelas características destacadas anteriormente, a


elaboração desta peça orçamentária requer uma
interação entre os seguintes setores:

Produção, com as informações sobre a produção


prevista e a necessidade de MOD para cada item a ser
fabricado.

Tributário / Contabilidade / Departamento Pessoal,


considerando as informações sobre os encargos
trabalhistas que são aplicáveis aos funcionários da
MOD.

Financeiro, consolidando as informações e


organizando o orçamento de MOD.
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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Premissas Necessárias

Projeção da produção necessária para cada produto em cada um


dos períodos do orçamento (Orçamento de Produção).
Informações sobre a estrutura de produção, identificando os
tipos de funcionários que atuam em cada produto, bem como os
tempos demandados para a execução de cada item.
Informações sobre o salário base (por hora ou por unidade), bem
como sobre eventuais reajustes previstos (voluntários ou por
dissídios coletivos).
Informações sobre a forma e a data de pagamento dos salários,
bem como sobre a existência de pendências anteriores.
Encargos sociais que são aplicáveis ao salário, sejam os pagos
pela empresa, sejam os descontados diretamente do salário dos
funcionários.
Informações sobre a forma e a data de pagamento dos encargos
sociais, bem como sobre a existência de pendências anteriores.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapas da Construção:
Orçamento de MOD (mão-de-obra direta)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Exemplo Base – Premissas Assumidas – 1/2

Projeção semestral para os dois períodos de 2014, tomando-se por


referência o final de 2013.

A empresa comercializa um único produto final, aqui denominado apenas X.


Sua produção estimada (Orçamento de Produção) é de 28.180 unidades
para o 1º semestre e de 27.480 para o 2º semestre.

A fabricação do produto final X demanda o trabalho de apenas um tipo de


funcionário. A produção de cada unidade de X consome 0,50 horas de
trabalho.

O salário base de partida ao final de 2013 referente ao trabalho de um


funcionário era de R$ 8,00 por hora. Espera-se que ele sofra um acréscimo de
10%, mas apenas no segundo semestre de 2014.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Exemplo Base – Premissas Assumidas – 2/2

Sobre o valor do salário base, incide um adicional de 1/6, referente ao descanso


semanal remunerado (DSR). Todos os demais encargos incidirão sobre o valor da
soma do salário-base com o DSR.

São descontados do salário dos funcionários 9% de INSS e 13% de IRRF


(descontos simplificados).

Incidem para a empresa os seguintes encargos adicionais: 20% de INSS Patronal,


8% de FGTS, 3% de adicional de férias, 9% de 13º salário e 24% de outros
encargos, totalizando 64% de encargos sociais para a empresa.

Todos os salários e encargos sociais (exceto adicional de férias e 13º salário) são
pagos no próprio mês de ocorrência. O adicional de férias e o 13º salário são
provisionados mês a mês, para pagamento integral em dezembro de 2014.

Não existem pendências de salários e encargos sociais do ano anterior, assim


como não serão considerados outros encargos (hora-extra, periculosidade,
insalubridade, etc.).

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 1 – Salário bruto total no período

Nesta etapa, são calculados os valores do salário bruto


dos funcionários de produção. Segue o cálculo do salário
bruto:

Produção estimada
(x) Nº de horas de MOD para fabricar 1 unid.
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Demanda total de horas MOD no período
(x) Salário por hora de MOD
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Salário base (R$)
(+) Descanso semanal remunerado (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Salário total bruto (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Salário Total Bruto


1º Semestre 2º Semestre
Produção estimada (unid.) 28.180 27.480
(x) No horas-MOD para produzir 1 unid. (h) 0,50 0,50
(=) Demanda total de horas-MOD (h) 14.090 13.740
(x) Salário por hora-MOD (R$) 8,00 8,80
(=) Salário base (R$) 112.720 120.912
(+) Descanso semanal remunerado (R$) 18.787 20.152
(=) Salário total bruto (R$) 131.507 141.064

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 2 – Custo total de MOD e seu detalhamento

Primeiramente, são identificados os valores dos


encargos sociais, tanto os de responsabilidade da
empresa como aqueles que são descontados do
salário do empregado. Para cada um deles, aplica-se o
cálculo:

Salário bruto total (R$)


(x) Alíquota do encargo (%)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Valor do encargo (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Encargos Sociais (Descontos, Diretos e Provisões)


Tipo % 1º Semestre 2º Semestre
Base de Cálculo – Salário Bruto 131.507 141.064
INSS empregado Desconto 9% 11.836 12.696
IRRF empregado Desconto 13% 17.096 18.338
INSS patronal Direto 20% 26.301 28.213
FGTS Direto 8% 10.521 11.285
Adicional de férias Provisão 3% 3.945 4.232
13o salário Provisão 9% 11.836 12.696
Encargos de dispensas Direto 24% 31.562 33.855
86% 113.097 121.315

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

A partir da identificação de cada encargo, podem ser


determinados os valores do salário líquido total e do
custo total de MOD:

Salário bruto total (R$)


(–) Descontos do empregado (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Salário líquido total (R$)

Salário bruto total (R$)


(+) Encargos da empresa (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Custo total de MOD (R$)


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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Salário Líquido Total


1º Semestre 2º Semestre
Salário bruto total (R$) 131.507 141.064
(–) Descontos do empregado (R$) (*) (28.932) (31.034)
(=) Salário líquido total (R$) 102.575 110.030

(*) INSS do empregado + IRRF

Custo Total de MOD


1º Semestre 2º Semestre
Salário bruto total (R$) 131.507 141.064
(+) Encargos diretos e provisionados (R$) (**) 84.165 90.281
(=) Custo total de MOD (R$) 215.672 231.345

(**) INSS da empresa + FGTS + adicional de férias + 13º salário + encargos de dispensas

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 3 – Impacto dos Salários no Fluxo de Caixa e no Balanço

Primeiramente, verifica-se qual será o valor pago a título


de salários no período (fluxo de caixa), sendo que a base
de cálculo é o salário líquido total.
Segue o cálculo:

Salário líquido do período (R$)


(x) % do salário pago no período
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Subtotal (R$)


(+) Pagamento de salários de períodos anteriores
(R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Total de pagamento de salários no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamento de Salários no Período


1º Semestre 2º Semestre
Salário líquido do período (R$) 102.575 110.030
(x) % do salário pago no período 100% 100%
(=) Subtotal (R$) 102.575 110.030
(+) Pagamento de salários de períodos anteriores
- -
(R$)
(=) Total de pagamento de salários no período
102.575 110.030
(R$)
Destinação: Fluxo de Caixa

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Por fim, devem ser determinados os valores que ficarão


pendentes no balanço patrimonial, relativos a salários a
pagar (passivo circulante).

Segue o cálculo:

Saldo inicial – “salários a pagar” (R$)


(+) Salário líquido total do período (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Subtotal (R$)


(–) Total de pagamento de salários no período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Saldo final – “salários a pagar” (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Saldo Final – “Salários a Pagar”


1º Semestre 2º Semestre
Saldo inicial – salários a pagar (R$) 0 0
(+) Salário líquido total do período (R$) 102.575 110.030
(=) Subtotal (R$) 102.575 110.030
(–) Total de pagamentos de salários no período
(102.575) (110.030)
(R$)
(=) Saldo final – salários a pagar (R$) 0 0
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais
Etapa 4 – Impacto dos Encargos Sociais no Fluxo de Caixa e no
Balanço

Primeiramente, verifica-se qual será o valor pago a título


de encargos sociais no período (fluxo de caixa). O
primeiro cálculo abaixo deve ser feito para cada item dos
encargos sociais.
Segue o processo:

Valor do encargo social referente ao período (R$)


(x) % do encargo pago no período
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal (R$)
(+) Pagamento de encargos sociais de períodos
anteriores (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Total de pagamento de encargos sociais no
período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamento de Encargos Sociais no Período – 1º Semestre


Valor do Encargo % de Pagamento Pagto do Encargo
Gerado no Período no Período
INSS empregado 11.836 100% 11.836
IRRF empregado 17.096 100% 17.096
INSS patronal 26.301 100% 26.301
FGTS 10.521 100% 10.521
Adicional de férias 3.945 0% 0
13o salário 11.836 0% 0
Encargos de dispensas 31.562 100% 31.562
(=) Subtotal (R$) 113.097 97.316
(+) Pagamento de encargos sociais
-
de períodos anteriores (R$)
(=) Total de pagamento de encargos sociais no período (R$) 97.316
Destinação: Fluxo de Caixa

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamento de Encargos Sociais no Período – 2º Semestre


Valor do Encargo % de Pagamento Pagto do Encargo
Gerado no Período no Período
INSS empregado 12.696 100% 12.696
IRRF empregado 18.338 100% 18.338
INSS patronal 28.213 100% 28.213
FGTS 11.285 100% 11.285
Adicional de férias 4.232 100% 4.232
13o salário 12.696 100% 12.696
Encargos de dispensas 33.855 100% 33.855
(=) Subtotal (R$) 121.315 121.315
(+) Pagamento de encargos sociais
15.781
de períodos anteriores (R$)
(=) Total de pagamento de encargos sociais no período (R$) 137.096
Destinação: Fluxo de Caixa

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Por fim, devem ser determinados os valores que ficarão


pendentes no balanço patrimonial, relativos a encargos
sociais a recolher (passivo circulante).

Segue o cálculo:

Saldo inicial – “encargos sociais a recolher” (R$)


(+) Encargos sociais gerados no período (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal (R$)
(–) Total de pagamento de encargos sociais no
período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Saldo final – “encargos sociais a recolher” (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Saldo Final – “Encargos Sociais a Recolher”


1º Semestre 2º Semestre
Saldo inicial – encargos sociais a recolher (R$) 0 15.781
(+) Encargos sociais gerados no período (R$) 113.097 121.315
(=) Subtotal (R$) 113.097 137.096
(–) Total de pagamentos de encargos sociais no
(97.316) (137.096)
período (R$)
(=) Saldo final – encargos sociais a recolher (R$) 15.781 0
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

6.5

Módulo Orçamento de Custos Indiretos de


Fabricação (CIF)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Caracterização Geral

Definição: módulo no qual a empresa estipula os


gastos que terá com os custos indiretos de fabricação
(CIF), ou seja, os custos da produção que não são
diretos (ex: mão-de-obra indireta, depreciação de
equipamentos, aluguel da fábrica, etc.).
Suas estimativas afetarão as projeções de duas das
três demonstrações contábeis a serem elaboradas
no orçamento: balanço patrimonial e fluxo de
caixa, conforme listado a seguir.

Além disso, o valor total dos CIF será uma das


bases para a determinação do custo de fabricação
dos produtos, o que será feito ao final do
orçamento operacional.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Impactos sobre as Demonstrações

Balanço Patrimonial:
O impacto do Orçamento de CIF se dá
basicamente no Passivo Circulante,
determinando-se, os saldos inicial e final da conta
de CIF a pagar.

Fluxo de Caixa:
O impacto do Orçamento de CIF se dá em
relação às movimentações de caixa originadas
pelos pagamentos das obrigações de CIF.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapas da Construção

1 – Valor total dos CIF


2 – Impactos dos CIF no fluxo de caixa e no
balanço

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Aspectos Gerais do Orçamento de CIF

O orçamento de CIF envolve a projeção de todos os


custos indiretos do processo de fabricação, ou seja,
custos que não sejam os de matérias-primas ou MOD.
Ele pode incluir itens como: aluguel e depreciação da
fábrica ou dos equipamentos, gastos de manutenção,
combustíveis, embalagens, mão-de-obra indireta
(supervisão, manutenção, etc.). Existem CIF que são
fixos e outros que são variáveis. Logo, é importante
proceder ao levantamento de ambos.

Cabe ressaltar, ainda, que se a empresa trabalhar com


dois ou mais produtos e utilizar alguma metodologia de
custeio baseada em rateios (ex: custeio por absorção),
será necessário estabelecer qual critério de rateio será
aplicado para alocar os CIF entre os produtos
fabricados.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Responsabilidade pelo Orçamento de CIF

Pelas características destacadas anteriormente, a


elaboração desta peça orçamentária requer uma
interação entre os seguintes setores:

Produção, com as informações sobre a produção


prevista e os elementos de CIF para cada item a ser
fabricado.

Contabilidade / Produção, definindo o critério mais


adequado para o rateio dos CIF.

Financeiro, consolidando as informações e


organizando o orçamento de CIF.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Premissas Necessárias

Projeção da produção necessária para cada produto em cada um


dos períodos do orçamento (Orçamento de Produção).

Informações sobre a estrutura de produção, identificando os


custos indiretos existentes.

Informações sobre os valores de partida dos custos indiretos


variáveis e sobre qual a forma de alocação deles aos produtos.
Ainda, indicativos sobre eventuais reajustes nestes valores.

Informações sobre os valores de partida dos custos indiretos


fixos e sobre qual a forma de alocação deles aos produtos. Ainda,
indicativos sobre eventuais reajustes nestes valores.

Informações sobre a forma e a data de pagamento dos CIF, bem


como sobre a existência de pendências anteriores.
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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapas da Construção:
Orçamento de CIF (custos indiretos de
fabricação)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Exemplo Base – Premissas Assumidas

Projeção semestral para os dois períodos de 2014, tomando-se por referência


o final de 2013.
A empresa comercializa dois produtos finais, aqui denominados X e Y. A
produção estimada (Orçamento de Produção) para X é de 14.500 unidades para
o 1º semestre e de 16.200 para o 2º semestre. Já a de Y é estimada em 8.700
unidades para o 1º semestre e em 9.500 para o 2º semestre.
Os custos indiretos variáveis de partida (final de 2013) são de R$ 0,60 por unidade
para X e de R$ 0,80 por unidade para Y. Já os custos indiretos fixos de partida
(final de 2013) totalizam R$ 25.000, sem que haja uma identificação clara destes
custos com os dois produtos.
Espera-se que todos os CIF (fixos e variáveis) sofram um reajuste de 10% no
primeiro semestre e outro de 5% no segundo semestre. No caso dos CIF fixos,
eles serão rateados aos produtos com base no valor total dos CIF variáveis.
80% dos CIF fixos e 90% dos CIF variáveis serão pagos no próprio semestre,
ficando o restante para o semestre seguinte. No início do 1º semestre de 2014,
está pendente um valor de R$ 4.200 referente a CIF fixos, não havendo pendência
de pagamentos de CIF variáveis.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 1 – Valor total dos CIF no período

Nesta etapa, são calculados os valores dos custos


indiretos de fabricação (CIF) que são variáveis, os
que são fixos e o total de ambos. Segue o cálculo:

CIF variável unitário (R$)


(x) Produção estimada
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) CIF variável total (R$)


(+) CIF fixo rateado (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) CIF total (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Valor Total dos CIF no Período


1º Semestre 2º Semestre
X Y X Y
CIF variável unitário (R$) 0,66 0,88 0,69 0,92
(x) Produção estimada (unid.) 14.500 8.700 16.200 9.500
(=) CIF variável total (R$) 9.570 7.656 11.178 8.740
(=) CIF fixo rateado (R$) (*) 15.278 12.222 16.205 12.670
24.848 19.878 27.383 21.410
(=) CIF total (R$)
44.726 48.793

(*) Com os reajustes apresentados, o valor dos CIF fixos irá para R$ 27.500 no 1º semestre e R$
28.875 no 2º semestre.

O valor do CIF fixo rateado é baseado no critério de rateio adotado (proporcional ao CIF variável
total). Ex (produto X no 1º semestre) = 9.570 / (9.570 + 7.656) x 27.500 = R$ 15.278.

O mesmo raciocínio vale para os demais casos.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 2 – Impacto dos CIF no Fluxo de Caixa e no Balanço

Primeiramente, verifica-se qual será o valor pago a título


de CIF no período (fluxo de caixa). O primeiro cálculo
abaixo deve ser feito para cada item componente dos CIF
(no caso aqui, fixos e variáveis).
Segue o processo:

Valor do CIF referente ao período (R$)


(x) % do CIF pago no período
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Subtotal (R$)


(+) Pagamento de CIF de períodos anteriores (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Total de pagamento de CIF no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamento de CIF no Período – 1º Semestre


Valor do CIF % de Pagamento Pagto do CIF no
Gerado no Período Período
CIF variáveis X 9.570 90% 8.613
CIF variáveis Y 7.656 90% 6.890
CIF fixos X 15.278 80% 12.222
CIF fixos Y 12.222 80% 9.778
(=) Subtotal (R$) 44.726 37.503
(+) Pagamento de CIF de períodos
4.200
anteriores (R$)
(=) Total de pagamento de CIF no período (R$) 41.703
Destinação: Fluxo de Caixa

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Total de Pagamento de CIF no Período – 2º Semestre


Valor do CIF % de Pagamento Pagto do CIF no
Gerado no Período Período
CIF variáveis X 11.178 90% 10.060
CIF variáveis Y 8.740 90% 7.866
CIF fixos X 16.205 80% 12.964
CIF fixos Y 12.670 80% 10.136
(=) Subtotal (R$) 48.793 41.026
(+) Pagamento de CIF de períodos
7.223
anteriores (R$)
(=) Total de pagamento de CIF no período (R$) 48.249
Destinação: Fluxo de Caixa

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 104


Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Por fim, devem ser determinados os valores que ficarão


pendentes no balanço patrimonial, relativos a CIF a pagar
(passivo circulante).

Segue o cálculo:

Saldo inicial – “CIF a pagar” (R$)


(+) CIF gerados no período (R$)
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------

(=) Subtotal (R$)


(–) Total de pagamento de CIF no período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Saldo final – “CIF a pagar” (R$)

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 105


Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Saldo Final – “CIF a pagar”


1º Semestre 2º Semestre
Saldo inicial – CIF a pagar (R$) 4.200 7.223
(+) CIF gerados no período (R$) 44.726 48.793
(=) Subtotal (R$) 48.926 56.016
(–) Total de pagamentos de CIF no período (R$) (41.703) (48.249)
(=) Saldo final – CIF a pagar (R$) 7.223 7.767
Destinação: Balanço Patrimonial

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

6.6

Módulo Orçamento de Produtos em


Processo (PP) e Produtos Acabados (PA)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Caracterização Geral

Definição: esse é o módulo central para que a


empresa determine não somente o Custo dos
Produtos Vendidos (CPV), como também o valor
dos seus estoques finais, de produtos em processo
e produtos acabados.

Suas estimativas afetarão as projeções de


duas das três demonstrações contábeis a
serem elaboradas no orçamento: balanço
patrimonial e DRE, conforme listado a
seguir.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Impactos sobre as Demonstrações

Balanço Patrimonial:
O impacto do Orçamento de PP e PA se dá
basicamente no Ativo Circulante, determinando-
se, os saldos inicial e final das contas de
Estoques de PP (Produtos em Processo) e
Estoques de PA (Produtos Acabados).

DRE:
O impacto do Orçamento de PP e PA se dá em
relação ao valor final do Custo dos Produtos
Vendidos (CPV).

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapas da Construção

1 – Custo de fabricação do período (CFP)

2 – Custo da produção acabada (CPA) e estoque de


produtos em processo (PP)

3 – Custo dos produtos vendidos (CPV) e estoque


de produtos acabados (PA)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Aspectos Gerais do Orçamento de PP e PA

Este é um módulo orçamentário que praticamente


não possui premissas próprias, sendo quase todas as
informações necessárias obtidas através de
resultados das demais peças do orçamento
operacional (considerando empresas industriais), ou
seja, dos módulos de produção, matérias-primas,
MOD e CIF.

A única definição específica deste módulo é a


respeito do critério de avaliação dos estoques de
produtos em processo e produtos acabados (PEPS,
UEPS ou Custo Médio Ponderado). Mais uma vez,
na disciplina, será adotado apenas o método do
Custo Médio Ponderado.
Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 111
Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Aspectos Gerais do Orçamento de PP e PA

Outro ponto importante para este módulo é a


necessidade de diferenciação de três conceitos de custos,
em termos da abrangência envolvida:

Custo de Fabricação do Período (CFP): é a soma dos


custos incorridos no período em questão.

Custo da Produção Acabada (CPA): é a soma dos


custos contidos na produção acabada no período. Pode
contar valores de custos de produtos iniciados em
períodos anteriores, mas acabados no período atual.

Custo dos Produtos Vendidos (CPV): é a soma dos


custos dos produtos que foram vendidos no período,
não importando se foram produzidos no período atual
ou em momentos anteriores.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Exemplo Geral de Diferenciação

No início do mês, haviam 4 unidades estocadas do produto acabado X,


com um custo unitário de R$ 3,00. Além disso, havia uma unidade em
processamento, que estava 25% concluída e cujo custo de fabricação até
então foi de R$ 0,75 (custo correspondente apenas à parte já pronta).

Durante o mês, concluiu-se a unidade pendente, foram iniciadas e


terminadas mais 16 unidades, e ainda, foi iniciada mais 1 unidade que foi
concluída apenas até a metade ao final do mês. Para se fazer essa
produção, foram incorridos custos de R$ 30 de matéria-prima, R$ 25 de
MOD e R$ 14 de CIF.

Ainda, durante o mês, foram vendidas 18 unidades deste produto.


Considerando-se o método do Custo Médio Ponderado para a avaliação
do estoque, determine o CFP, o CPA e o CPV da empresa no mês.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução

Custo de Fabricação do Período (CFP)


CFP = MP + MOD + CIF
CFP = 30 + 25 + 14 = R$ 69,00
Qtde de referência = 0,75 unid. + 16 unid. + 0,5 unid. = 17,25 unid.
Custo unitário de fabricação do período = 69,00 / 17,25 = R$ 4,00 / unid.

Custo da Produção Acabada (CPA)


Est. Inicial de PP = 0,25 unid. = R$ 0,75
CFP = 17,25 unid. = R$ 69,00
Subtotal = 17,50 unid. = R$ 69,75

Custo unitário médio das unidades processadas no período:


= 69,75 / 17,50 = R$ 3,9857 / unid.

CPA = 17 unid. x R$ 3,9857 = R$ 67,76


Est. Final de PP = 0,5 unid. x R$ 3,9857 = R$ 1,99

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução

Custo dos Produtos Vendidos (CPV)


Est. Inicial de PA = 4 unid. = R$ 12,00
CPA = 17 unid. = R$ 67,76
Subtotal = 21 unid. = R$ 79,76

Custo unitário médio do estoque de produtos acabados no período:


= 79,76 / 21 = R$ 3,7980 / unid.

CPV = 18 unid. x R$ 3,7980 = R$ 68,36


Est. Final de PA = 3 unid. x R$ 3,7980 = R$ 11,40

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Responsabilidade pelo Orçamento de PP e PA

Pelas características destacadas anteriormente, a


elaboração desta peça orçamentária, por si só, não
demanda grandes esforços fora do setor financeiro. Será
necessário apenas definir, junto ao setor de produção e à
Contabilidade, qual método será adotado para a
valoração dos estoques.

Naturalmente, porém, não se pode esquecer que o


Orçamento de PP e PA é resultante de uma série de
esforços anteriores para a montagem dos orçamentos de
vendas, produção, MP, MOD e CIF. Logo, para se
chegar até aqui, a interação com outros setores da
empresa será bastante ostensiva, como já destacado na
montagem das peças de cada um dos orçamentos em
questão.

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 116


Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Premissas Necessárias

Projeção da produção necessária para cada produto em cada um


dos períodos do orçamento (Orçamento de Produção).

Informações sobre os estoques iniciais e finais de produtos em


processo e de produtos acabados (em termos de quantidades), o
que também será obtido no Orçamento de Produção.

Custo total (consumo) de matérias-primas em cada período, o


que será obtido no item 5 do Orçamento de Matérias-Primas.

Custo total de mão-de-obra direta em cada período, o que será


obtido no item 2 do Orçamento de MOD.

Custo indireto de fabricação total (CIF) em cada período, o que


será obtido no item 1 do Orçamento de CIF.

Definição do método para a avaliação dos estoques de PP e de


PA da empresa (PEPS, UEPS ou Custo Médio Ponderado).

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapas da Construção:
Orçamento de Produtos em Processo (PP) e
Produtos Acabados (PA)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Exemplo Base – Premissas Assumidas – 1/2

Projeção semestral para os dois períodos de 2014, tomando-se por


referência o final de 2013.

A empresa comercializa um único produto final, aqui denominado apenas X.


Sua produção estimada (Orçamento de Produção) é de 28.180 unidades
para o 1º semestre e de 27.480 para o 2º semestre.

Estima-se que, no início de 2014, haverá 1.000 unidades em processamento,


todas elas com 30% de conclusão (300 unidades equivalentes). Ainda, haverá
um estoque de 3.500 unidades acabadas. Cada uma dessas unidades (reais ou
equivalentes) tem um custo unitário líquido de impostos de R$ 23,50.

Não são estimados estoques finais de produtos em processo. Para o caso dos
produtos acabados, são estimados estoques finais de 5.880 unidades para o 1º
semestre e 6.360 para o 2º semestre.

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 119


Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Exemplo Base – Premissas Assumidas – 2/2

O custo total de matéria-prima no período é de R$ 398.810 para o 1º


semestre e de R$ 396.698 para o 2º semestre.

O custo total de mão-de-obra direta (MOD) no período é de R$ 231.452 para


o 1º semestre e de R$ 256.119 para o 2º semestre.

O custo indireto de fabricação (CIF) total no período é de R$ 53.324 para o


1º semestre e de R$ 56.965 para o 2º semestre.

A empresa avalia seus estoques de produtos em processo (PP) e seus estoques


de produtos acabados (PA) pela metodologia do Custo Médio Ponderado.

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 120


Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Etapa 1 – Custo de fabricação do período (CFP)

Inicialmente, determina-se o custo total para a


fabricação de todas as unidades desenvolvidas
naquele período, contando o custo das unidades
completamente desenvolvidas naquele período,
como também os custos incorridos naquele
momento para as unidades parcialmente
desenvolvidas. Segue o cálculo:

Custo total de matéria-prima (consumo)


(+) Custo total de MOD
(+) Custos indiretos de fabricação (CIF) totais
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Custo de fabricação do período (CFP)

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 121


Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Custo de Fabricação do Período (CFP)


1º Semestre 2º Semestre
Matéria-prima (MP) (R$) 398.810 396.698
(+) Mão-de-obra direta (MOD) (R$) 231.452 256.119
(+) Custos indiretos de fabricação (CIF) (R$) 53.324 56.965
(=) Custo de fabricação do período (R$) 683.586 709.782

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais
Etapa 2 – Custo da produção acabada (CPA) e estoque de produtos
em processo (PP)

Nessa etapa, o objetivo é a obtenção do custo total de


fabricação das unidades acabadas durante o período (mesmo
que iniciadas em período anterior). No entanto, aquelas
unidades iniciadas, mas não acabadas ainda, não terão seu custo
incluído. Assim, o CPA difere-se do CFP apenas pela variação
de estoques de produtos em processo (PP).

Primeiro, calcula-se o valor do estoque inicial de PP e do seu


subtotal (somando-se com o CFP – custo de fabricação do
período):

Estoque inicial de PP (unid.)


(x) Valor unitário do estoque inicial de PP (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Estoque inicial de PP no período (R$)
(+) Custo de fabricação do período (CFP) (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal de custo de produção para a avaliação (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

O valor obtido será a representação monetária do custo


de todos os produtos que tiveram algum tipo de
processamento no período, sejam os já parcialmente
executados no início (estoque inicial de PP) quanto os
iniciados durante o período em questão. Para se
determinar o custo unitário médio dos produtos
processados, calcula-se, então:

Subtotal de custo de produção para a avaliação (R$)


(/) Qtde total: estoque inicial de PP + produção no
período (unid.)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Custo unitário médio ponderado dos PP no
período (R$ / unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Custo Unitário Médio dos Produtos Processados (R$ / unid.)


1º Semestre 2º Semestre

Estoque inicial de PP no período (unid. equiv.) 300 Usar o valor do


estoque final (em
R$) do semestre
(x) Valor unitário do estoque inicial de PP (R$) 23,50
anterior.
(=) Estoque inicial de PP (R$) 7.050 0
(+) Custo de Fabricação do Período (CFP) (R$) 683.586 709.782
(=) Subtotal (R$) 690.636 709.782
(/) Estoque inicial de PP (unid.) + Produção do
28.480 (*) 27.480 (**)
período (unid.)
(=) Custo unitário médio ponderado dos
24,25 25,83
produtos processados no período (R$ / unid.)

(*) Estoque inicial de PP equivalente a 300 unid. + produção de 28.180 unid.

(**) Estoque inicial de PP equivalente a 0 unid. + produção de 27.480 unid.

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

A partir daí, pode-se determinar o estoque final de PP:

Estoque final de PP no período (unid.)


(x) Custo unitário médio dos PP no período
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Estoque final de PP no período (R$)

Determina-se, ainda, o valor do custo da produção acabada (CPA),


que indicará o custo total gasto apenas com as unidades concluídas
no período (mesmo que iniciadas em período anterior):

Estoque inicial de PP no período (R$)


(+) Custo de fabricação do período (CFP) (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal
(–) Estoque final de PP no período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Custo da produção acabada (CPA) no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Estoque Final de Produtos em Processo (EFPP)


1º Semestre 2º Semestre
Estoque final de PP no período (unid.) 0 0
(x) Custo unitário médio dos PP no período (R$) 24,25 25,83
(=) Estoque final de PP no período (R$) 0 0
Destinação: Balanço Patrimonial

Custo da Produção Acabada (CPA)


1º Semestre 2º Semestre
Estoque inicial de PP no período (R$) 7.050 0
(+) Custo de fabricação do período (CFP) (R$) 683.586 709.782
(=) Subtotal 690.636 709.782
(–) Estoque final de PP no período (R$) 0 0
(=) Custo da produção acabada (CPA) (R$) 690.636 709.782

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais
Etapa 3 – Custo dos produtos vendidos (CPV) e estoque de
produtos acabados (PA)

Nessa etapa, o objetivo é a obtenção do custo total das


unidades vendidas durante o período (mesmo que fabricadas
em período anterior). No entanto, aquelas unidades fabricadas,
mas não vendidas ainda, não terão seu custo incluído. Assim, o
CPV difere-se do CPA apenas pela variação de estoques de
produtos acabados (PA).

Primeiro, calcula-se o valor do estoque inicial de PA e do seu


subtotal (somando-se com o CPA – custo da produção
acabada):

Estoque inicial de PA (unid.)


(x) Valor unitário do estoque inicial de PA (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Estoque inicial de PA no período (R$)
(+) Custo da produção acabada (CPA) (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal de custo de produtos acabados para a avaliação (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

O valor obtido será a representação monetária do custo


de todos os produtos que passaram pelo estoque no
período, sejam os já concluídos em período anterior
(estoque inicial de PA) quanto os concluídos durante o
período em questão. Para se determinar o custo unitário
médio dos produtos acabados, calcula-se, então:

Subtotal de custo de produtos acabados para a


avaliação (R$)
(/) Qtde total: estoque inicial de PA + produção
acabada no período (unid.)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Custo unitário médio ponderado dos PA no
período (R$ / unid.)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Custo Unitário Médio dos Produtos Acabados (R$ / unid.)


1º Semestre 2º Semestre

Estoque inicial de PA no período (unid. equiv.) 3.500 Usar o valor do


estoque final (em
R$) do semestre
(x) Valor unitário do estoque inicial de PA (R$) 23,50
anterior.
(=) Estoque inicial de PA (R$) 82.250 142.120
(+) Custo da Produção Acabada (CPA) (R$) 690.636 709.782
(=) Subtotal (R$) 772.886 851.902
(/) Estoque inicial de PA (unid.) + produção
31.980 (*) 33.360 (**)
acabada no período (unid.)
(=) Custo unitário médio ponderado dos
24,17 25,54
produtos acabados (R$ / unid.)

(*) Estoque inicial de PA equivalente a 3.500 unid. + produção acabada referente a 28.480 unid.
equivalentes.
(**) Estoque inicial de PA equivalente a 5.880 unid. + produção acabada referente a 27.480 unid.
equivalentes.
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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

A partir daí, pode-se determinar o estoque final de PA:

Estoque final de PA no período (unid.)


(x) Custo unitário médio dos PA no período
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Estoque final de PA no período (R$)

Determina-se, ainda, o valor do custo dos produtos vendidos


(CPV), que indicará o custo total gasto apenas com as unidades
vendidas no período (mesmo que fabricadas em período anterior):

Estoque inicial de PA no período (R$)


(+) Custo da produção acabada (CPA) (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Subtotal
(–) Estoque final de PA no período (R$)
--------------------------------------------------------------------------------------------------
(=) Custo dos produtos vendidos (CPV) no período (R$)

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Orçamento Operacional – Empresas Industriais

Solução do Exemplo Base

Estoque Final de Produtos Acabados (EFPA)


1º Semestre 2º Semestre
Estoque final de PA no período (unid.) 5.880 6.360
(x) Custo unitário médio dos PA no período (R$) 24,17 25,54
(=) Estoque final de PA no período (R$) 142.120 162.434
Destinação: Balanço Patrimonial

Custo dos Produtos Vendidos (CPV)


1º Semestre 2º Semestre
Estoque inicial de PA no período (R$) 82.250 142.120
(+) Custo da produção acabada (CPA) (R$) 690.636 709.782
(=) Subtotal 772.886 851.902
(–) Estoque final de PA no período (R$) (142.120) (162.434)
(=) Custo dos produtos vendidos (CPV) (R$) 630.766 689.468
Destinação: DRE

Planejamento e Controle Orçamentário Prof. Dr. Flávio Dias Rocha 132


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Referências para Consulta

CARDOSO, Ruy Lopes. Orçamento Empresarial: Aprender


Fazendo. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2014. Caps. 9, 10, 11, 12, 13,
15 e 16.

FREZATTI, Fábio. Orçamento Empresarial: Planejamento e


Controle Gerencial. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Cap. 4 (4.2).

MOREIRA, José Carlos. Orçamento Empresarial: Manual de


Elaboração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2013. Caps. 4, 5, 6, 7 e 8.

WELSCH, Glenn. Orçamento Empresarial. 4. ed., 24ª


reimpressão. São Paulo: Atlas, 2013. Caps. 5, 6, 7 e 8 (parte).

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