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O Auto da Lusitânia classifica-se como uma fantasia alegórica. A peça é dividida em duas partes
distintas:
O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena.
Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade,
petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (todo o mundo). E
atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente
ninguém é assim no mundo.
"Todo o Mundo" era um rico mercador, e "Ninguém", um homem pobre. Belzebu e Dinato tecem
comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à
cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens.
Vejamos:
Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo
após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:
Belzebu: Escreve
que Todo o Mundo quer paraíso
e Ninguém paga o que deve.
Dinato: Quê?