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Literatura

GIL VICENTE

Manuele Truyts
HABILIDADES
(EM13LP52) Analisar obras significativas das literaturas brasileiras e de
outros países e povos, em especial a portuguesa, a indígena, a africana e a
latino-americana, com base em ferramentas da crítica literária (estrutura
da composição, estilo, aspectos discursivos) ou outros critérios
relacionados a diferentes matrizes culturais, considerando o contexto de
produção (visões de mundo, diálogos com outros textos, inserções em
movimentos estéticos e culturais etc.) e o modo como dialogam com o
presente.
(EM13LP48) Identificar assimilações, rupturas e permanências no
processo de constituição da literatura brasileira e ao longo de sua
trajetória, por meio da leitura e análise de obras fundamentais do cânone
ocidental, em especial da literatura portuguesa, para perceber a
historicidade de matrizes e procedimentos estéticos.
Objectivos
ANALISAR VISÕES DE MUNDO E CARACTERÍSTICAS DO

01 HUMANISMO, CONSIDERANDO O CONTEXTO DE OBRAS


TEATRAIS;

ESTIMULAR A COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DA

02 OBRA DE GIL VICENTE, IDENTIFICANDO TEMAS E


MENSAGENS RELEVANTES PARA A SOCIEDADE ATUAL;

DESENVOLVER HABILIDADES DE LEITURA E ESCRITA

03 AO PRODUZIR UM ROTEIRO PARA PEÇA TEATRAL.


O AUTOR
GIL VICENTE FOI POETA E DRAMATURGO PORTUGUÊS,
CONSIDERADO O “PAI DO TEATRO PORTUGUÊS”. EM PORTUGAL,
GIL VICENTE FOI A FIGURA MAIS IMPORTANTE DO HUMANISMO
LITERÁRIO.
O TEATRO DE GIL VICENTE, CHAMADO DE TEATRO VICENTINO,
TEVE ORIGEM EM 1502 COM A APRESENTAÇÃO DE SEU TEXTO “O
MONÓLOGO DO VAQUEIRO”. SUAS PEÇAS, DE CARÁTER POPULAR,
POSSUEM UM FORTE TEOR SATÍRICO.
NAS OBRAS MAIS EMBLEMÁTICAS, ELE CRITICA OS COSTUMES
DA SOCIEDADE PORTUGUESA, TECENDO UM FIEL RETRATO DE
SUA ÉPOCA. ALÉM DO CARÁTER SATÍRICO, O CONTEÚDO DAS
OBRAS APRESENTAVA UM TEOR MORALIZANTE, REPLETO DE
HUMOR.
O HUMANISMO ESTÁ INSERIDO NO CONTEXTO DO
RENASCIMENTO, MOVIMENTO ARTÍSTICO, FILOSÓFICO E
CULTURAL QUE TEVE INÍCIO NO SÉCULO XV NA ITÁLIA.
As principais características do humanismo são: o antropocentrismo (homem
no centro do mundo), a valorização do ser-humano, a racionalidade e o
cientificismo.
Os trabalhos produzidos nesse período envolvem o teatro, a prosa e a poesia.
Na prosa destaca-se a prosa historiográfica e os escritos de Fernão Lopes.
No teatro popular temos as obras de Gil Vicente. Já na poesia, elas eram
recitadas nos palácios, e por isso são chamadas de "poesia palaciana". Nessa
categoria, merece destaque o escritor Garcia de Resende.
A FARSA DE INÊS PEREIRA
A Farsa de Inês Pereira é uma peça teatral escrita por Gil
Vicente, um importante dramaturgo português do século XVI.
A obra é uma comédia satírica que retrata a história de Inês
Pereira, uma mulher preguiçosa que busca um marido rico e
confortável para escapar das tarefas domésticas. No entanto,
sua busca por um marido ideal é cheia de equívocos e
reviravoltas cômicas. A peça critica as convenções sociais da
época e destaca a importância do trabalho e da honestidade.
"A Farsa de Inês Pereira" é uma comédia clássica que ainda é
apreciada pela sua sátira social e humor atemporal.
FOCO NO
CONTEÚDO
Leia atentamente o trecho:
Finge-se que Inês Pereira, filha de hüa molher de baixa sorte, muito fantesiosa, está
lavrando em casa, e sua mãe é a ouvir missa, e ela canta esta cantiga:
Canta Inês: Quien con veros pena y muere Que hará quando no os viere?

Inês: Renego deste lavrar


E do primeiro que o usou;
Ó diabo que o eu dou, Trecho presente
Que tão mau é d'aturar. na apresentação
Oh Jesu! que enfadamento, da vida de Inês,
ainda solteira,
E que raiva, e que tormento,
com a mãe.
Que cegueira, e que canseira!
Eu hei-de buscar maneira
D'algum outro aviamento.
Leia atentamente o trecho:

Coitada, assi hei-de estar Antes o darei ao Diabo


Encerrada nesta casa Que lavrar mais nem pontada.
Como panela sem asa, Já tenho a vida cansada
Que sempre está num lugar? De fazer sempre dum cabo.
E assi hão-de ser logrados Todas folgam, e eu não,
Dous dias amargurados, Todas vêm e todas vão
Que eu possa durar viva? Onde querem, senão eu.
E assim hei-de estar cativa Hui! e que pecado é o meu,
Em poder de desfiados? Ou que dor de coração?
Leia atentamente o trecho:
Qual é o sentimento expresso pela personagem Inês
Pereira nos trechos citados?
a.Alegria e satisfação com sua vida.
b.Frustração e insatisfação com sua condição atual.
c.Contentamento e conformidade com suas
circunstâncias.
d.Empoderamento e realização pessoal.
Indiferença e desinteresse por suas escolhas.
Leia atentamente o trecho:
Qual é o sentimento expresso pela personagem Inês
Pereira nos trechos citados?
a.Alegria e satisfação com sua vida.
b.Frustração e insatisfação com sua condição atual.
c.Contentamento e conformidade com suas
circunstâncias.
d.Empoderamento e realização pessoal.
Indiferença e desinteresse por suas escolhas.
O Auto da Barca do Inferno
O Auto da Barca do Inferno é uma peça teatral escrita por Gil
Vicente, um renomado dramaturgo português do século XVI. A
obra é uma sátira que retrata a jornada de várias personagens
após a morte, enquanto aguardam julgamento para determinar se
irão para o céu ou para o inferno. Cada personagem representa
diferentes tipos sociais da época e é julgada com base em suas
ações e virtudes. A peça critica a hipocrisia, a corrupção e as
injustiças da sociedade daquela época, além de explorar temas
religiosos e morais. É uma obra importante da literatura
portuguesa e uma crítica satírica que ainda ressoa com questões
universais sobre a natureza humana e a moralidade.
FOCO NO
CONTEÚDO
Leia atentamente o trecho:
O "Auto da Barca do Inferno" é uma sátira que retrata o juízo final católico. O
cenário é um porto, que mostra duas barcas, uma para o inferno e outra para o
paraíso, comandadas pelo diabo e pelo anjo, respectivamente. As almas dos mortos
são julgadas e enviadas a seu destino final.
Os mortos começam a chegar. O primeiro é um fidalgo...
FIDALGO: Esta barca onde vai ora, qu’assim está apercebida?
DIABO: Vai pêra a Ilha perdida, e há de partir logo essora [...].
FIDALGO: E passageiros achais pera tal habitação? [...].
DIABO: Vejo-vos eu em feição pêra ir ao nosso cais.
FIDALGO: Parece-te a ti assi.
DIABO: Em que esperas ter guarida?
FIDALGO: Que deixo na outra vida quem reze sempre por mi.
DIABO: Quem reze sempre por ti?
Hi hi hi hi hi hi hi.
Leia atentamente o trecho:

E tu viveste a teu prazer,


cuidando cá guarecer,
Porque rezam lá por ti?
Embarcai, hou, embarcai,
qu’haveis d’ir à derradeira.
Mandai meter a cadeira,
qu’assi passou vosso pai [...].
(Gil Vicente, 1996, p. 32)
Leia atentamente o trecho:
Qual das alternativas a seguir melhor representa o diálogo entre o
Diabo e o Fidalgo no trecho do “Auto da Barca do Inferno”?
a.O Diabo incentiva o Fidalgo a buscar redenção e seguir os
preceitos religiosos.
b.O Fidalgo questiona a destinação da barca e o Diabo afirma que é
apropriada para ele.
c.O Diabo revela ao Fidalgo que ele irá para a Ilha perdida e o
Fidalgo questiona quem rezará por ele.
d.O Fidalgo mostra-se arrependido de seus pecados e o Diabo
ironiza sua preocupação com a vida após a morte.
Leia atentamente o trecho:
Qual das alternativas a seguir melhor representa o diálogo entre o
Diabo e o Fidalgo no trecho do “Auto da Barca do Inferno”?
a.O Diabo incentiva o Fidalgo a buscar redenção e seguir os
preceitos religiosos.
b.O Fidalgo questiona a destinação da barca e o Diabo afirma que é
apropriada para ele.
c.O Diabo revela ao Fidalgo que ele irá para a Ilha perdida e o
Fidalgo questiona quem rezará por ele.
d.O Fidalgo mostra-se arrependido de seus pecados e o Diabo
ironiza sua preocupação com a vida após a morte.

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