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Na cena da alcoviteira no "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, a alcoviteira traz consigo
diversos elementos que simbolizam seus vícios e práticas imorais. Alguns desses elementos
são as moças, virgos postiços, joias e vestidos, casa amovível, duas almofadas e 1 estrado de
cortiça. São simbolos de uma vida de falsidade, roubo, fingimento, moralmente e legalmente
condenável.
A alcoviteira, ao trazer essa carga simbólica na cena, revela a sua intenção subjacente de
representar os vícios e pecados associados à sua prática.
Os objetos e elementos que ela carrega não são apenas materiais, mas representam os
aspetos morais e éticos deturpados de sua vida. Ao apresentar vestimentas provocantes,
objetos luxuosos, joias, contratos e enganos, a alcoviteira deseja evidenciar a sua vida
centrada na sedução, ganância, ostentação, transações imorais e manipulação. A intenção é
criar uma representação visual e simbólica da corrupção moral que ela incorpora, contribuindo
assim para a sátira moral presente na obra.
2.1. Explicita a intenção das personagens, que o seu discurso deixa transparecer.
Brísida Vaz, na obra "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, é caracterizada através das suas
falas e atitudes. Representando uma alcoviteira, ela demonstra persuasão e manipulação,
refletindo a astúcia e oportunismo da sua profissão. As suas falas são enganosas, buscando
justificar práticas imorais. As atitudes de Brísida Vaz revelam uma postura desonesta e
desprovida de escrúpulos morais, evidenciando a sua disposição para explorar as fraquezas
alheias em benefício próprio.
Na obra "Auto da Barca do Inferno" de Gil Vicente, Brísida Vaz considera-se digna do Paraíso
usando argumentos enganosos. Com retórica astuta, tenta persuadir o Anjo de que suas
práticas, apesar de questionáveis, não merecem a condenação ao Inferno. Essa autoilusão
reflete a ironia presente na obra.
Na última fala do Diabo em "Auto da Barca do Inferno," Gil Vicente utiliza a ironia para
expressar um falso arrependimento. Essa expressividade destaca a crítica social ao revelar a
falsidade e hipocrisia do Diabo, ressaltando as fraquezas humanas exploradas ao longo da
obra.
5. Completa o texto abaixo acerca da intencionalidade crítica de Vicente com esta cena.
Pretende-se criticar aqueles que, com a sua profissão, pretendem enriquecer à custa dos
outros, neste caso, aproveirar-se da miséria das <moças> que aliciava para a prostituição ou
encaminhava para casamentos de conveniência. Condenam-se também todos aqueles que
procuravam os seus serviços, sobretudo os que deviam ser exemplo na sociedade, os
religiosos, com votos de celibato.