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2.1. Objetos: “Seiscentos virgos postiços” (v. 499); “alguns furtos alheos” (v. 504); “casa
movediça” (v. 507); “um estrado de cortiça” (v. 508) // Conceitos: “três arcas de feitiços” (v.
500); “três almários de mentir” (v. 502); “cinco cofres de enleos” (v.503); “dez coxins de
embair” (v. 509); Os elementos cénicos que traz consigo mostram-nos que, para além de
intermediária entre as prostitutas e os seus clientes (“essas moças que vendia.” (v. 511)),
Brízida Vaz dedicava-se também à feitiçaria, à mentira. mundo.
2.2. Pelas características da personagem e pela carga que transporta, poderíamos aventar a
hipótese de ela pretender continuar a sua atividade no outro
4. Converter, salvar e perder-se são palavras dos textos religiosos que, na boca da Alcoviteira,
adquirem outros sentidos. Ela atraiu (“converteu”) muitas raparigas para a prostituição, tirou-
as (“salvas”) de uma vida de pobreza e todas tiveram sucesso/clientes (“nenhüa se perdeu”).
6. Versos 534-535: “a que criava as meninas / pera os cónegos da Sé.”, nos quais Gil Vicente,
uma vez mais, critica a depravação do clero.
Curiosidade
Os prostíbulos “movediços”, de armar e desarmar, poderiam servir o duplo objetivo de se
deslocarem para onde houvesse mais “clientela” e de mudar de lugar quando as donas eram
“incomodadas” pela Justiça.
III – Síntese
Personagem / Classe social: Alcoviteira/Povo
Elementos / Simbologia: Moças, 600 virgos postiços, joias e vestidos roubados, casa
movediça, dois coxins (almofadas), estrado de cortiça. Símbolos de uma vida de falsidade,
roubo, fingimento, moralmente e legalmente condenável.
Caracterização psicológica
A acusação é tão evidente, que nem o Anjo nem o Diabo precisam de a enunciar.
Cómico de linguagem – “barqueiro mano, meus olhos”; “cuidais que trago piolhos?”
de carácter – “eu som apostolada…fiz cousas mui divinas”.
Destino: Inferno