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LERNER, Jaime.

O que é ser Urbanista - ou arquiteto de cidades: Memórias


profissionais de Jaime Lerner. Rio de Janeiro: Record, 2011.

Rafaela de Lima Souza Pereira¹

O autor relata sua vivência ao longo da infância, onde relembra com


saudosismo os pontos marcantes da rua de sua casa e lugares considerados
importantes para ele. Lerner vai além ao mostrar a importância do espaço urbano
para o processo de desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo. Também é
relacionado a relevância do meio urbano na história da sociedade, onde cada
característica daquele lugar irá representar uma era passada ou um marco para os
habitantes.
Lerner evidencia o conceito de urbanismo desde o início de sua vida, onde
mais tarde iria trabalhar como arquiteto e viabilizar projetos urbanísticos que
valorizassem as ruas, um ambiente frequentemente utilizado, mas esquecido nos
projetos. Ademais, é exposto que o papel do arquiteto é pensar no coletivo, visando
uma melhor qualidade de vida para sociedade, e não apenas no individual. Lerner
trouxe ideias inovadoras provindas de um período aprendendo novas estratégias em
seu intercâmbio para fora. Através de suas propostas, Curitiba passou a conter o
BRT, facilitando a vida dos passageiros; as edificações trazidas por ele seriam
consideradas inovadoras para a época em que foi aplicada, tornando o Estado
enriquecido e apreciado por todos.
“Este prólogo explica a minha paixão pela rua, e pela cidade. Essa cidade
esteve sempre na minha memória, e dela não me afastei. Tornei-me um arquiteto de
cidades, e a elas já dediquei 50 anos de minha vida.” (LERNER, 2011, p.10)
“O bom arquiteto é aquele que tenta traduzir em imagens a beleza da poesia
(no caso, concreta, sem duplo sentido) e o pensamento condensado de um filósofo
sobre conforto e vida prática. Devemos também buscar a sensibilidade dos artistas,
que têm uma epiderme especial e conseguem sentir a sociedade “ante”.” (LERNER,
2011, p.22)
“Ao voltar da França, depois de quase um ano, trouxe muitas ideias para
minha cidade. Eu tinha projetos para o setor histórico e para as vias estruturais, com
a ideia de usar um bonde semienterrado no centro da via principal.”(LERNER, 2011,
p.25)
“Era a consolidação prática de um exercício teórico. Essa realização se
tornou um emblema de Curitiba, a cidade pensada para as pessoas, para o coletivo,
e não para o automóvel, o individual; a cidade que valoriza a rua em detrimento da
construção de viadutos e grandes obras viárias.” (LERNER, 2011, p.28)
“Muitos equívocos acontecem quando não se considera o aspecto informal de
uma cidade. As projeções da “cidade do futuro” devem considerar que cada vez
mais pessoas moram em áreas ocupadas ilegalmente e, em muitos casos, de modo
definitivo.” (LERNER, 2011, pp.44-45)

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