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RESUMO: Este artigo tem como objetivo principal considerar algumas das características
da sátira menipeia e da carnavalização presentes na novela A mulher alheia e o homem
debaixo da cama sob o enfoque teórico de algumas das teses de Mikhail Bakhtin em
Problemas da poética de Dostoiévski e de Leonid Grossman em Dostoiévski artista. Sob
esta perspectiva, observa-se como um tema como a traição pode ter um tratamento leve
e divertido e como isto põe em evidência o talento de Dostoiévski para a comédia.
Ambientada no século XIX, a novela é uma divertida paródia da sociedade machista da
época, é a busca de Ivan Andriéievitch pela confirmação de que é traído por sua bela
esposa.
ABSTRACT: This article has as its main aim to consider some of the characteristics of
the Menippean Satire and of Carnivalization present in the novel A mulher alheia e o
homem debaixo da cama by way of some of the theorethical insights Mikhail Bakhtin´s
theses in Problems of Dostoevsky´s Poetics and of Leonid Grossman´s Dostoievski
Artist. Under this perspective, one can observe how a theme like treason can receive a
light and funny treatment and how this puts into evidence Dostoevsky´s talent for
comedy. Set in the 19th century, the novel is a funny parody of the male chauvinist
society of that time, it is the search of Ivan Andriéievitch for the certainty that he is
betrayed by his beautiful wife.
1Artigo recebido em 20 de abril de 2012 e aceito em 23 de maio de 2012. Texto orientado pela Prof. Dra. Sigrid
Renaux.
2 Aluna especial da disciplina Poéticas da Modernidade, do Mestrado em Teoria Literária, no Centro Universitário
Campos de Andrade.
E-mail: marly_werner@ig.com.br
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INTRODUÇÃO
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- Não lhe importa o meu nome! – respondeu o outro muito baixo, mas
com perceptível ironia. – Esteja quieto e cale o bico, já que caiu na
armadilha.
- Mas que maneira de falar!
- Silêncio!
E o homem que estava a mais... pois um debaixo da cama já era
bastante, apertou com tal força a mão de Ivan Andriéievitch que ele
esteve a ponto de dar um grito de dor.( DOSTOIÉVSKI, 1963, p. 605)
Enquanto isto, eis o que ocorre com aqueles que estão debaixo da
cama:
- Está vendo? Fala tão alto que ele já o ouviu – murmurou o rapaz
para o seu vizinho enquanto o velho tossia.
- Se soubesse em que é que estou pensando! O nariz já me escorre
sangue!
- Pois deixe escorrer, mas cale-se! Tenha paciência até que ele se vá!
_ Oh rapaz, mas ponha-se no meu lugar. Nem sequer sei quem tenho
aqui ao meu lado!
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Leonid Grossman, por sua vez, nos afirma que uma das artes
prediletas de Dostoiévski era a arquitetura. Esta fornecia-lhe objetos
concretos para um desvendamento psicológico da imagem-objeto. A escada
aparece como um símbolo de sobressalto, da perplexidade e dos
pressentimentos sóbrios, como campo de ação de cenas penosas e de
sofrimentos tremendos. Nesta novela a presença da escada também nos
revela muito sobre os dois personagens. E é precisamente neste local que
Ivan Andriéievitch é destronado, pois, por limitações da idade, cede o lugar ao
jovem audaz e vigoroso: “(...) em A mulher alheia, o ciumento que corre
depressa para cima, ao longo do corrimão à procura de sua esposa infiel,
sente, o coração opresso, que é ultrapassado pelo rival feliz.” (GROSSMAN,
1967, p. 157).
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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