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Universidade de Brasilia

Instituto de Ciências Sociais

Professor(a): Christiane Machado Coelho

Disciplina: Sociologia Urbana

Aluno: Vitor Astavros – 14/0165371

SIMMEL – O Estrangeiro

A obra de Simmel num contexto geral apresenta-se como uma excelente forma
de explicação e compreensão da realidade atual. Principalmente em questões como
urbanismo, cidades grandes, dinheiro, etc. O pequeno texto revela-se assim um
importante objecto para desmitificar e compreender uma dos personagens que marcam e
caracterizam o espaço urbano da cidade contemporânea: o “estrangeiro”.

A questão da mobilidade é um termo que aparece intrínseco ao estrangeiro. O


estrangeiro não é aquele individuo que vai para uma cidade com o intuito de voltar para
a sua origem rapidamente. Não é um viajante em potencial, esse não é o seu objetivo.
Lógico, voltar para a sua origem pode ser um objetivo final e em longo prazo, mas num
primeiro momento a fixação ou a criação de uma residência é seu plano.

“A unidade da distância e da proximidade, presente em toda a humanidade,


organiza-se aqui numa constelação cuja formula mais curta seria a seguinte: a
distância no interior da relação significa que o próximo é longínquo, mas o próprio
facto da alteridade significa que o longínquo está próximo, “(Idem: 53-54)

Tal personagem não teria raízes fixas, após ser caracterizado como estrangeiro.
Tal reflexão não é somente denominativa, mas também possui um sentido metafórico.
Não é somente uma questão espacial e sim social também. A mobilidade, por quais
motivos que sejam, será sua característica principal. Desde um comerciante até mesmo
um exilado.
A forma particular de o estrangeiro articular a proximidade e a distância é
organizadora de uma cultura singular, que, segundo Simmel, é indissociável do meio
onde se desenvolve: a cidade, pensada a partir das características que a distinguem dos
outros meios.

Em outras obras de Simmel é possível associar a posição do estrangeiro com o


termo liberdade. O total desprendimento do individuo com o meio altamente
especializado que o circunda. A capacidade de migrar e largar o ambiente é visto de
uma que distingue os indivíduos modernos e contemporâneos.

A importância de que se reveste, para a independência do indivíduo, a atitude de


reserva e de indiferença, bem como as condições mentais da vida dos grandes
aglomerados, só é realmente apreciada nas densas multidões das metrópoles, em que o
limitado espaço de movimento e a proximidade física dos indivíduos justificam de
imediato o seu distanciamento mental.

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