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O Estrangeiro – Um ensaio em Psicologia Social

Alfred Schütz*

[Tradução: Márcio Duarte e Michael Hanke]**

Resumo: Este texto é uma tradução de um artigo de Alfred Schütz, The


Stranger: Na Essay in Social Psychology, publicado originalmente no The
American Journal of Sociology. Vol. XLIX, Nº 6 – 05/1944, p. 499-507.
Palavras-chave: Alfred Schütz; O estrangeiro; comunicação intercultural;
padrões culturais.

Resumé: Ce test est une traduction d’un article d’Alfred Schütz, The
Stranger: Na Essay in Social Psychology, publié à l’origine dan The
American Journal of Sociology. Vol. XLIX, Nº 6 – 05/1944, p. 499-507.
Mot-clés: Alfred Schütz; l’étranger; communication interculturelle; models
culturels.

Abstract: This text is a translation of Alfred Schütz’paper, The Stranger: Na


Essay in Social Psychology, originally published in The American Journal of
Sociology. Vol. XLIX, Nº 6 – 05/1944, p. 499-507.
Key words: Alfred Schütz; The Stranger; intercultural communications;
cultural patterns.

*
ALFRED SCHÜTZ (1899-1959) foi um filósofo e sociólogo. Ele nasceu na Áustria e estudou
direito em Viena, mas mudou-se para os Estados Unidos em 1939, onde tornou-se membro da New
School for Social Research. Schütz dedicou-se à fenomenologia, à metodologia das ciências sociais e às
filosofias de Edmund Husserl,William James e outros. A principal contribuição de Schütz foi desenvolver
a filosofia fenomenológica de Husserl como a base de uma filosofia das ciências sociais, particularmente
para a teorização formulada por Max Weber.
**
Nota do Editor: Agradeço ao Prof. Dr. Fábio Viana Ribeiro (DCS/UEM) por ‘garimpar’ o texto e fazer
os contatos e encaminhamentos necessários à publicação.

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qualificações em nossas afirmações: (a)
o visitante ou convidado que pretende
estabelecer contato meramente
transitório com o grupo; (b) crianças ou
primitivos; e (c) relacionamentos entre
indivíduos e grupos de diferentes níveis
de civilização, como no caso do Huron
trazido para a Europa – um modelo caro
para alguns moralistas do século
dezoito. Além do mais, não é o
O presente artigo pretende estudar nos propósito deste artigo tratar com os
termos de uma teoria geral da processos de assimilação e ajustamento
interpretação, a típica situação em que social os quais são tratados em uma
um estrangeiro se encontra no seu abundante e, na maior parte, excelente
esforço de interpretar o padrão cultural literatura1, mas apenas com a situação
de um grupo social ao qual se aproxima de aproximação que precede todo
e para orientar-se dentro dele. Pela possível ajustamento social e que inclui
nossa presente finalidade o termo seus pré-requisitos.
“estrangeiro” deverá significar um
indivíduo adulto do nosso tempo e Como um conveniente ponto de partida
civilização que tenta ser vamos investigar como o padrão
permanentemente aceito ou ao menos cultural de vida do grupo apresenta-se
tolerado pelo grupo ao qual ele se para o senso comum do homem que
aproxima. O notável exemplo para a vive seu cotidiano dentro do grupo em
situação social aqui examinada é aquela meio a seus semelhantes. Segundo a
do imigrante, e as análises seguintes costumeira terminologia, usamos o
são, como uma questão de termo “padrão cultural de vida do
conveniência, elaboradas com este grupo” para designar todos os valores
ponto de vista. Porém não significa que peculiares, instituições, e sistemas de
sua validade está restrita a este caso orientação e direção (tais como os
especial. O candidato a membro de um estilos folclóricos, padrões morais, leis,
clube fechado, o futuro noivo que quer hábitos, costumes, etiqueta, modismos)
ser admitido para a família da garota, o os quais em comum acordo com os
filho do fazendeiro que entra na sociólogos de nosso tempo,
faculdade, o morador da cidade que se caracterizam – se não constituem –
muda para o ambiente rural, o qualquer grupo social em um dado
“selecionado” que ingressa nas forças momento na sua história. Este padrão
armadas, a família de um trabalhador cultural, como qualquer fenômeno do
simples que se muda para a metrópole – mundo social, tem um diferente aspecto
todos são estrangeiros de acordo com a
definição dada, embora nesses casos a 1
Em vez de mencionar notáveis contribuições
típica “crise” que o imigrante sofre individuais de escritores americanos, tais como
possivelmente poderia assumir formas W. G. Sumner, W. I. Thomas, Florian
amenas ou até mesmo estar inteiramente Znaniecki, R. E. Park, H. A. Miller, E. V.
ausente. Intencionalmente excluídos, Stonequist, E. S. Bogardus, e Kimball Young, e
entretanto, para a presente investigação de autores alemães, especialmente Georg
Simmel e Robert Michels, referimos à
estão certos casos de inclusão, os quais monografia valiosa de Margaret Mary Wood,
poderiam requerer algumas The Stranger: A Study in Social Relationship,
New York, 1934, e a bibliografia citada deste.

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para o sociólogo e para o homem que diferentes graus, e por esta razão, ele
atua e pensa dentro dele2. O sociólogo não aspira tornar-se familiarizado a
(como sociólogo, não como um homem todos eles com igual profundidade. O
entre seus semelhantes com os quais ele que ele quer é conhecimento graduado
permanece em sua vida particular) é o de elementos relevantes, o grau de
espectador cientificamente conhecimento desejado está
desinteressado do mundo social. Ele é correlacionado com a sua relevância.
desinteressado por aquilo que ele evita Exposto de outro modo, o mundo
intencionalmente de participar nas redes apresenta-se para ele em alguns dados
de planos, relações de meios e fins, momentos como estratificado em
motivos e possibilidades, crenças e diferentes camadas de relevância, cada
medos, e que o ator dentro do mundo uma delas requerendo um diferente grau
social usa para interpretar sua de conhecimento. Para ilustrar estes
experiência destas coisas; como um estratos de relevância podemos –
cientista ele tenta observar, descrever, e tomando emprestado o termo da
classificar o mundo social tão cartografia – falar de “isohypses” ou
claramente quanto possível em termos “linhas hipsográficas de contorno da
bem ordenados de acordo com os ideais relevância”, tentando sugerir por esta
científicos de coerência, consistência e metáfora, que podemos mostrar a
consequência analítica. O ator dentro do distribuição dos interesses de um
mundo social, entretanto, o experimenta indivíduo em um dado momento, com
primeiramente como um campo de suas respeito à sua intensidade e ao seu
reais e possíveis ações e somente âmbito, através de elementos
secundariamente como um objeto de conectados de igual relevância para seus
seu pensamento. Na medida que ele está atos, exatamente como o cartógrafo
interessado em conhecimento de seu conecta pontos de igual altitude através
mundo social, ele organiza este de linhas de contorno, a fim de
conhecimento, não em termos de um reproduzir adequadamente o formato de
sistema científico, mas em termos de uma montanha. A representação gráfica
relevância para suas ações. Ele agrupa o dessas “linhas de contorno de
mundo em volta de si mesmo (como o relevância” não as mostraria como
centro) tal como um campo de simples área limitada, mais
dominação e está, portanto, precisamente como numerosas áreas
especialmente interessado naquele dispersas sobre o mapa, cada uma com
segmento que está dentro de seu real ou diferentes tamanhos e formas.
potencial alcance. Ele seleciona aqueles Distinguindo-se com William James4
elementos, que podem servir como dois tipos de conhecimento, isto é,
meios ou fins para seu “uso e “conhecimento familiar” (“knowledge
aprazimento”3, para promover seus of acquaintance”) e “conhecimento
propósitos e para ultrapassar obstáculos. sobre” (“knowledge about”), podemos
Seu interesse nesses elementos é de dizer que, dentro do campo coberto
pelas linhas de contorno da relevância,
2
existem centros de explícito
Esta idéia parece ser a mais importante conhecimento “de”: o que é focalizado;
contribuição da obra metodológica de Max
Weber para os problemas da Ciência Social. Ver
eles são cercados por um halo de
Alfred Schütz, Der sinnhafte Aufbau der
4
sozialen Welt, Vienna, 1932, 2ª ed. 1960. Para a distinção destes dois tipos de
3
John Dewey, Logic, the Theory of Inquiry, conhecimento ver William James, Principles of
New York, 1938, Cap. IV. Psychology, New York, 1890, Vol. I, p. 221-22.

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conhecimento “sobre”: o que aparenta interessado na clareza de seu
ser suficiente; em seguida vem uma conhecimento, isto é, no total
região na qual ele fará simplesmente entendimento das relações entre
“um ato de fé”; as adjacentes bases das os elementos de seu mundo e os
montanhas são o lugar de meras princípios gerais que dominam
esperanças e suposições; entre estas estas relações. Ele está satisfeito
áreas, entretanto, ficam zonas de com o bom funcionamento do
completa ignorância. serviço de telefonia que é
acessível a ele e, normalmente,
Não queremos sobrecarregar esta
não questiona como o aparato
imagem. Sua proposta principal tem
funciona em detalhes e que leis
sido ilustrar que o conhecimento do
da física fazem este
homem que age e pensa dentro do
funcionamento possível. Ele
mundo de sua vida cotidiana não é
compra mercadorias na loja, sem
homogêneo; este é (1) incoerente, (2)
saber como são produzidas, e
somente parcialmente claro, e (3) não
paga com dinheiro, embora
totalmente livre de contradições.
tenha somente uma vaga idéia
1. O conhecimento é incoerente do que o dinheiro realmente é.
porque são os interesses do Ele toma como garantido que
indivíduo que determinam a seu semelhante entenderá seu
relevância dos objetos pensamento se expressado em
selecionados por adicionais linguagem simples e responderá
indagações e os interesses de acordo, sem vislumbrar como
mesmos não são integrados esta milagrosa performance
dentro de um sistema coerente. poderia ser explicada. Além do
Eles são somente parcialmente mais, ele não procura pela
organizados a partir de planos de verdade e não busca por certeza.
algum tipo, tais como planos de Tudo que ele quer é informação
vida, planos de trabalho e lazer, sobre probabilidades e
planos de todo papel social entendimento das chances ou
assumido. Porém, a hierarquia riscos que a situação a mão
destes planos muda com a acarreta ao resultado de suas
situação e com o ações. Que o metrô funcionará
desenvolvimento da amanhã, como sempre, é tão
personalidade; interesses são habitual para ele na mesma
alterados continuamente e ordem de probabilidade de que o
acarretam uma ininterrupta sol irá nascer. Se por razão de
transformação da forma e interesse especial ele precisa de
densidade das linhas de mais conhecimento explícito em
relevância. Não somente a um assunto, uma prestativa
seleção dos objetos da civilização moderna manterá
curiosidade, mas também o grau pronta para ele uma cadeia de
de conhecimento almejado balcões de informações e
muda. bibliotecas de referência.
2. O homem em sua vida 3. Seu conhecimento,
cotidiana é somente finalmente, não é consistente.
parcialmente – e ousaríamos Ao mesmo tempo ele pode
dizer excepcionalmente – considerar afirmações como

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igualmente válidas as quais, de Este é um conhecimento de receitas
fato, são incompatíveis uma com confiáveis para interpretar o mundo
a outra. Como um pai, um social e para controlar coisas e pessoas
cidadão, um empregado e um a fim de obter o melhor resultado em
membro de sua igreja, ele pode cada situação com o mínimo de esforço,
ter as mais diferentes e menos evitando indesejáveis consequências. A
congruentes opiniões em relação receita funciona, de um lado, como
a moral, política ou assuntos preceito para ações e, portanto serve
econômicos. Esta inconsistência como um esquema de expressão:
não necessariamente origina-se qualquer um que queira alcançar um
numa falácia lógica. O certo resultado tem que proceder como
pensamento dos homens está indicado pela receita fornecida para esta
distribuídos sobre assuntos proposta. De outro lado, a receita serve
localizados em níveis diferentes como um esquema de interpretação:
e com diferentes relevâncias, e qualquer um que proceda como
eles não estão a par das indicado por uma específica receita
modificações que teriam que deverá pretender o correlacionado
fazer enquanto passam de um resultado. Portanto, é função do padrão
nível para outro. Este e outros cultural eliminar indagações incômodas
problemas similares deveriam oferecendo direções prontas para o uso,
ser explorados pela lógica do ao substituir a verdade difícil de
pensamento cotidiano, alcançar pelos truísmos e substituir o
postulado, porém, não alcançado questionável pelo auto-explicativo.
por todos os grandes lógicos, de Este “pensar habitual”, como podemos
Leibniz a Husserl e Dewey. Até chamá-lo, corresponde à idéia de Max
agora a ciência da lógica tem Scheler da “concepção relativamente
primeiramente sido conduzida natural do mundo” (relativ natürliche
com a lógica da ciência. Weltanschauung)5; isto inclui as
O sistema de conhecimento, assim suposições “é claro” (“of course”
adquirido – incoerente, inconsistente e assumptions), relevantes para um
somente parcialmente claro, como é – particular grupo social que Robert S.
toma para os membros do grupo interno Lynd descreve de forma magistral –
a aparência de uma suficiente coerência, junto com suas inerentes contradições e
clareza e consistência para dar a ambivalências – como o “espírito da
qualquer um, uma chance razoável de cidade de médio porte”6. O pensar
entender e ser entendido. Qualquer habitual pode ser mantido por tanto
membro nascido ou criado dentro desse tempo, quanto algumas suposições
grupo aceita o esquema já pronto e básicas conservem-se verdadeiras, isto
estandartizado do padrão cultural legado
a ele pelos ancestrais, professores e
5
autoridades, como um inquestionado e Max Scheler, “Probleme einer Soziologie des
Wissens”, Die Wissensformen und die
inquestionável guia em todas as
Gesellschaft, Leipzig, 1926, p. 58 em diante; ver
situações que ocorrem normalmente no Howard Becker e Hellmuth Otto Dahlke, “Max
mundo da vida social. O conhecimento Scheler’s Sociology of Knowledge”,
correlacionado ao padrão cultural Philosophy and Phenomenological Research,
carrega a evidência nele mesmo – ou, Vol. II, 1942, p. 310-22, especificamente p. 315.
6
Robert S. Lynd, Middletown in Transition,
melhor, ele é tomado como garantido na
New York, 1937, Cap. XII, e Knowledge for
ausência de evidências do contrário. What?, Princeton, 1939, p. 58-63.

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é: (1) que a vida, e especialmente a vida membros do grupo ao qual ele se
social, continuará a ser a mesma como aproxima.
sempre foi; que quer dizer, que os Para ele o padrão cultural do grupo ao
mesmos problemas requerendo as qual se aproxima não tem a autoridade
mesmas soluções serão recorrentes e de um testado sistema de receitas, e isto,
que, portanto, nossas experiências se por nenhuma outra razão, pelo menos
passadas serão suficientes para controlar porque ele não compartilha da forte
situações futuras; (2) que podemos tradição histórica pela qual este tem
confiar no conhecimento legado a nós sido formado. Certamente, do ponto de
pelos pais, professores, governos,
vista do estrangeiro, também a cultura
tradiçoes, hábitos, etc, até mesmo se do grupo aproximado tem sua história
não entendemos suas origens e peculiar, e esta história é até mesmo
significados; (3) que no decorrer normal acessível a ele. Porém ela nunca se
dos casos, é suficiente saber algo sobre tornou uma parte integrante de sua
o tipo geral ou estilo de eventos que biografia, como foi a história de seu
podemos encontrar no nosso mundo da grupo de origem. Somente as formas
vida, para gerenciá-los; e (4) que nem nas quais seus pais e avós viveram
os sistemas de receitas como esquemas tornar-se-ão para cada pessoa elementos
de interpretação e expressão, nem as de sua própria forma de viver. Nem
subordinadas suposições básicas apenas túmulos nem reminiscências podem ser
mencionadas são nossos assuntos transferidos ou conquistados. O
particulares, mas que estas são estrangeiro, portanto, se aproxima do
igualmente aceitas e aplicadas por outro grupo como um recém-chegado
nossos semelhantes. no verdadeiro significado do termo.
Se somente uma dessas suposições Quando muito, ele pode estar disposto e
deixasse de sustentar a prova, o pensar apto a compartilhar o presente e o
habitual se tornaria impraticável. Então futuro com o grupo aproximado, em
surge uma “crise”, o que, de acordo intensa e imediata experiência; sob
com a famosa definição de W. I. todas as circunstâncias, entretanto, ele
Thomas, “interrompe o fluxo do hábito permanece excluído de tais experiências
e faz surgir condições transformadas de deste passado. Vendo do ponto de vista
consciência e prática”; ou, como do grupo aproximado, ele é um homem
poderíamos dizer, isto derruba sem história.
precipitadamente o atual sistema de Para o estrangeiro, o padrão cultural de
relevâncias. O padrão cultural não mais seu grupo de origem continua a ser o
funciona como um sistema de testadas resultado de um ininterrupto
receitas à mão; isto revela que sua desenvolvimento histórico e um
aplicabilidade está restrita à uma elemento de sua biografia pessoal, o
situação histórica específica. qual por estas razões tem sido e ainda é,
Todavia o estrangeiro, por razão de sua o inquestionável esquema de referência
crise pessoal, não compartilha as para sua “concepção relativamente
suposições básicas acima mencionadas. natural do mundo”. Como uma coisa
Ele torna-se essencialmente o homem natural, portanto, o estrangeiro começa
que tem que colocar em questão, a interpretar seu novo ambiente social
aproximadamente, quase tudo que nos termos do seu pensar habitual.
parece ser inquestionável para os Dentro do esquema de referência
trazido do seu grupo de origem,

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entretanto, ele encontra uma idéia desintegram-se. Em outras palavras, o
pronta do padrão cultural supostamente nível de experiências ambientadas de
válido dentro do grupo aproximado – objetos sociais é incongruente com o
uma idéia a qual necessariamente em nível de mera crença sobre objetos
breve revelar-se-á inadequada7. distantes; passando do segundo para o
primeiro, qualquer conceito originando
Primeiro, a idéia do padrão cultural do
no nível da partida torna-se
grupo aproximado que o estrangeiro
necessariamente inadequado se aplicado
encontra dentro do esquema
para o novo nível sem que tenha sido
interpretativo de seu próprio grupo tem
reformulado em seus termos.
sua origem na atitude de um observador
desinteressado. O estrangeiro que se Terceiro, a figura pronta do grupo
aproxima, entretanto, está externo existente dentro do grupo de
transformando-se de um despreocupado origem do estrangeiro revela-se
observador para um suposto membro do inadequado para o estrangeiro que se
grupo aproximado. O padrão cultural do aproxima pela simples razão deste não
grupo aproximado, então, não é mais ter sido formado com o objetivo de
um assunto subjetivo de seu incitar uma resposta ou uma reação dos
pensamento, mas um segmento do membros do grupo externo. O
mundo que tem que ser dominado por conhecimento que este oferece serve
ações. Consequentemente, sua posição simplesmente como um esquema à mão
dentro do sistema de relevância do para interpretar o grupo externo e não
estrangeiro muda decisivamente, e isto como um guia para interação entre os
significa, como temos visto, que outro dois grupos. Sua validade é
tipo de conhecimento é requerido para primeiramente baseada no consenso
sua interpretação. Saltando da platéia daqueles membros do grupo de origem
para o palco, então para o discurso, o que não pretendem estabelecer um
outrora observador torna-se um membro relacionamento social direto com
do elenco, entra como um protagonista membros do grupo externo. (Aqueles
dentro das relações sociais com seus co- que pretendem fazê-lo encontram-se,
autores, e participa a partir daí das ações então, em uma situação análoga àquela
em progresso. do estrangeiro que se aproxima).
Segundo, o novo padrão cultural assume Consequentemente, o esquema de
interpretação refere-se aos membros do
um caráter ambiental. Seu afastamento
muda para a proximidade; seus quadros grupo externo simplesmente como
objetos desta interpretação, mas não
vagos tornam-se preenchidos por
além dela, como destinatários de
vívidas experiências; seu teor anônimo
possíveis atos emanando do efeito do
transforma-se em situações sociais
procedimento interpretativo, e não
definitivas; suas tipologias prontas
como sujeito de reações antecipadas
acerca daqueles atos. Por isso, este tipo
7
Tal como um relato mostrando como o padrão de conhecimento é, assim falando,
cultural americano descreve-se como um
isolado; ele não pode nem ser verificado
“inquestionável” elemento dentro do esquema
de interpretação dos intelectuais americanos nós nem falsificado pelas respostas dos
atribuímos à bem humorada descrição de Martin membros do grupo externo. O grupo
Gumpert em seu livro First Papers, New York, externo, portanto, considera este
1941, p. 8-9. Ver também livros como Jules conhecimento – através de um tipo de
Romains, Visite chez les Américains, Paris,
1930, e Jean Prevost, Usonie, Esquisse de la
civilisation américaine, Paris, 1939, p. 45-66.

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efeito “espelho”8 – como não com sucesso tem antes de tudo que
correspondido e irresponsável e reclama conhecer seu ponto de referência em
de seus preconceitos, propensões e mal dois aspectos: a localização deste ponto
entendimentos. O estrangeiro que se na terra e sua representação no mapa.
aproxima, entretanto, torna-se ciente do Aplicado ao mundo social isto significa
fato que um importante elemento de seu que somente membros do grupo interno,
“pensar habitual”, isto é, suas idéias do tendo um definitivo status em sua
grupo externo, seu padrão cultural e hierarquia e também estando ciente
estilo de vida, não suportam o teste da dele, podem usar seu padrão cultural
vívida experiência e interação social. como um esquema de orientação natural
e digno de confiança. O estrangeiro,
A descoberta de que coisas em seu novo
entretanto, tem de encarar o fato de que
ambiente parecem um tanto diferente
ele carece de qualquer status como um
das que ele esperava delas serem em sua
terra natal é, frequentemente, o primeiro membro do grupo social no qual está
entrando e, portanto, está inapto para
choque para a confiança do estrangeiro
na validade de seu “pensar habitual”. alcançar um ponto de partida para tomar
seus rumos. Ele descobre a si mesmo
Não somente a figura a qual o
como um caso limite fora do território
estrangeiro tem trazido consigo do
coberto pelo esquema de orientação
padrão cultural do grupo aproximado,
corrente dentro do grupo. Ele, portanto,
mas todo o esquema de interpretação
não pode mais considerar-se como o
corrente dentro do grupo de origem, até
o momento inquestionado, torna-se centro de seu ambiente social, e este
invalidado. Este não pode ser usado fato causa novamente um deslocamento
como esquema de orientação dentro do de suas linhas de contorno da
novo ambiente social. Para os membros relevância.
do grupo aproximado, seu padrão Segundo, o padrão cultural e suas
cultural cumpre as funções do tal receitas representam somente para os
esquema. Porém o estrangeiro que se membros do grupo interno uma unidade
aproxima não pode nem usá-lo de coincidentes esquemas de
simplesmente como este é, nem interpretação tanto quanto de expressão.
estabelecer uma fórmula geral de Para o forasteiro, entretanto, esta
transformação entre ambos os padrões aparente unidade desmorona-se em
culturais permitindo a ele, assim pedaços. O estrangeiro que se aproxima
dizendo, converter todas as coordenadas tem que “traduzir” os termos do padrão
dentro de um esquema de orientação cultural do grupo interno nos termos do
válido naquele outro – e isto pelas padrão cultural de seu grupo de origem,
seguintes razões. sob a condição de que neste padrão
Primeiro, qualquer esquema de cultural de origem existam, na melhor
das hipóteses, equivalentes
orientação pressupõe que cada um que
interpretativos destes termos. Se eles
usá-lo percebe o mundo circunvizinho
existem, os termos traduzidos podem
como agrupado em volta de si mesmo,
estando ele posicionado no centro deste ser entendidos e lembrados; eles podem
ser reconhecidos por recorrência; eles
mundo. Aquele que quer usar um mapa
estão à mão (próximos), porém não na
mão (disponíveis). Todavia, mesmo
8
Usando este termo, referimos à bem conhecida assim, é óbvio que o estrangeiro não
teoria do reflexo ou do espelho de Cooley
pode supor que sua interpretação do
(Charles H. Cooley, Human Nature and Social
Order [Ed. Revisada; New York, 1922], p. 184). novo padrão cultural coincide com o

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corrente dos membros do grupo interno. Entretanto, vários outros fatores se
Ao contrário, ele tem que contar com acrescentam.
fundamentais discrepâncias ao ver as 1. Toda palavra e toda sentença
coisas e lidar com situações.
é, tomando novamente um termo
Somente após, tendo assim reunido um de William James, cercada por
determinado conhecimento da função “orlas” conectando-as, de um
interpretativa do novo padrão cultural, lado, com elementos passados e
pode o estrangeiro começar a adotá-lo futuros do universo do discurso
como esquema de sua própria ao qual eles pertencem e
expressão. A diferença entre os dois cercando-as, de outro lado, com
estágios de conhecimento é familiar um halo de valores emocionais e
para qualquer estudante de uma língua implicações irracionais as quais
estrangeira e tem recebido a total eles mesmos permanecem
atenção de psicólogos que tratam da inefáveis. As orlas são a essência
teoria da aprendizagem. Esta é a da qual a poesia é feita; elas são
diferença entre o passivo entendimento capazes de ser transportadas para
de uma linguagem e seu ativo domínio a música, porém não são
como um meio para realizar seus traduzíveis.
próprios atos e pensamentos. Como uma 2. Existem em algumas
questão de conveniência, queremos linguagens termos com várias
tomar este exemplo no sentido de deixar conotações. Eles, também, são
claro alguns dos limites estabelecidos
colocados no dicionário. Porém,
para o esforço do estrangeiro ao tomar
além destas estandartizadas
para si o padrão externo como um
conotações, todo elemento de
esquema de expressão, tendo em mente,
linguagem adquire seu
entretanto, que as seguintes observações
significado secundário especial
podem facilmente ser adaptadas com
derivado do contexto ou do
modificações apropriadas a outras
ambiente social dentro do qual
categorias de padrões culturais tal como
ele é usado e, além disso, ganha
padrões morais, leis, folclores,
um especial traço da atual
modismos, etc.
ocasião na qual ele foi
A linguagem como um esquema de empregado.
interpretação e expressão não consiste 3. Idiomas, termos técnicos,
meramente de símbolos linguísticos
jargões e dialetos, os quais o uso
catalogados no dicionário e regras permanece restrito a grupos
sintáticas enumeradas em uma
sociais específicos, existem em
gramática ideal. Os símbolos toda língua, e sua significância
linguísticos são traduzidos em outras
pode ser aprendida por um
linguagens; as regras sintáticas são
forasteiro também. Porém,
compreensíveis por referirem-se a
adicionalmente, cada grupo
correspondentes ou desviantes regras da social, seja ele até mesmo muito
inquestionada língua materna.9
pequeno (ou até cada indivíduo),
tem seus próprio código privado,
9
Portanto, a aprendizagem de uma língua compreensível somente por
estrangeira revela para o estudante,
frequentemente em um primeiro momento, as
regras gramaticais de sua língua materna as coisa mais natural do mundo”, isto é, como
quais eles tem seguido a tanto tempo com “a receitas.

125
aqueles que têm participado em apropriada a sua solução. Nessas
experiências passadas comuns situações seu agir mostra todas as
nas quais ele surgiu ou na indicações da habitualidade,
tradição ligada a ele. automatismo e semi-consciência. Isto é
possível porque o padrão cultural
4. Como Vossler tem mostrado,
proporciona, através de suas receitas,
toda a história do grupo
soluções típicas para problemas típicos
linguístico é espelhada em seu
acessíveis a atores típicos. Em outras
modo de dizer as coisas10. Todos
palavras, a chance de obter o resultado
os outros elementos da vida do
estandartizado desejado aplicando uma
grupo entram dentro dela –
receita estandartizada é objetiva; que
acima de tudo, sua literatura. O
está aberta a todo aquele que se
estrangeiro erudito, por
comporta como o tipo anônimo
exemplo, aproximando de um
país de língua inglesa está em requerido pela receita. Portanto, o ator
que segue uma receita não tem que
grande desvantagem se não leu a
Bíblia e Shakespeare em língua checar se esta chance objetiva coincide
com uma chance subjetiva, que é, uma
inglesa, até mesmo se ele
cresceu com traduções destes chance em aberto para ele, como
livros em sua língua materna. indivíduo, por razões de suas
circunstâncias e faculdades pessoais,
Todas as características acima uma chance que existe
mencionadas são acessíveis somente independentemente da questão se outras
para os membros do grupo interno. pessoas em situações similares
Todas elas pertencem ao esquema de poderiam ou não agir do mesmo modo
expressão. Elas não são ensináveis e com a mesma probabilidade. Além do
não podem ser aprendidas do mesmo mais, pode ser estabelecido que as
modo como, por exemplo, o chances objetivas para a eficiência de
vocabulário. A fim de dominar uma uma receita são maiores, tanto menores
linguagem livremente como um sejam os desvios que ocorram do
esquema de expressão, deve-se ter comportamento tipificado anônimo, e
escrito cartas de amor com ela; ter isto é válido especialmente para receitas
condição de rezar e xingar com ela e projetadas pela interação social. Este
dizer as coisas com o tom apropriado ao tipo de receita, para funcionar,
destinatário e a situação. Somente pressupõe que qualquer parceiro espera
membros do grupo interno têm o o outro agir ou reagir tipicamente,
esquema de expressão genuinamente à contanto que o ator mesmo aja
mão e domina-o livremente dentro do tipicamente. Aquele que quer viajar pela
seu pensar habitual. ferrovia tem que se comportar do modo
Aplicando o resultado para o todo do típico no qual o tipo “agente
padrão cultural da vida do grupo, ferroviário” pode razoavelmente esperar
podemos dizer que o membro do grupo como a conduta típica do tipo
interno olha em um simples relance “passageiro”, e vice-versa. Nenhum
através das situações sociais normais lado examina as chances subjetivas
ocorridas com ele e capta envolvidas. O esquema, sendo destinado
imediatamente a receita pronta para uso de todos, não precisa ser
testado pela sua aptidão ao indivíduo
específico que o emprega.
10
Karl Vossler, Geist und Kultur n der Sprache,
Heidelberg, 1925, p. 117 em diante.

126
Para aqueles que tenham crescido Portanto, ele não pode se deter em uma
dentro do padrão cultural, não somente familiaridade aproximada com o novo
as receitas e sua possível eficiência, mas padrão, confiando em seu vago
também as típicas e anônimas atitudes conhecimento sobre este estilo geral e
requeridas por elas são uma estrutura, mas precisa de um explícito
inquestionável “coisa natural” que dão a conhecimento de seus elementos,
elas segurança e certeza. Em outras questionando não somente em seu que,
palavras, essas atitudes exatamente por mas em seu por quê.
seu caráter anônimo e típico não se Consequentemente, a forma de suas
colocam dentro do extrato de relevância linhas de contorno da relevância
do ator que requer explícito necessariamente difere radicalmente
conhecimento de, mas na região de daquelas de um membro do grupo
simples familiaridade na qual um ato de interno diante de situações, receitas,
fé é suficiente. Esta inter-relação entre meios, fins, parceiros sociais, etc.
chance objetiva, tipicidade, anonimato, Tendo em mente o acima mencionado
e relevância parece ser bastante inter-relacionamento entre relevância,
importante11. de um lado, e tipicidade e anonimato, de
outro lado, sucede que ele usa outra
Para o estrangeiro que se aproxima,
medida para anonimato e tipicidade dos
entretanto, o padrão do grupo
aproximado não garante uma chance atos sociais em relação aos membros do
objetiva para o sucesso, mas uma pura grupo interno. Pois, para o estrangeiro
probabilidade subjetiva a qual tem que os atores observado no grupo
ser checada passo a passo, que é, ter que aproximado não são – como são para os
se certificar que as soluções sugeridas co-atores deste grupo – caracterizados
pelo novo esquema vão então produzir o através de um determinado anonimato
efeito desejado para ele em sua posição pressuposto, isto é, simples realizadores
especial como forasteiro e recém- de funções típicas, mas vistos como
chegado que não trouxe dentro de seu indivíduos. De outro lado, está
entendimento o sistema completo do inclinado a tomar simples traços
padrão cultural, mas que é um tanto individuais como típicos. Assim ele
enigmático por sua inconsistência, constrói um mundo social de pseudo-
incoerência e falta de clareza. Ele tem, anonimato, pseudo-intimidade, e
antes de tudo, para usar o termo de W. I. pseudo-tipicidade. Portanto, ele não
Thomas, que definir a situação. pode integrar os tipos pessoais
construídos por ele em uma imagem
coerente do grupo aproximado e não
11
Poderia ser referido à um princípio geral da pode confiar na sua expectativa em
teoria da relevância, porém isto superaria o relação à resposta deles. E nem ao
quadro do presente artigo. A única afirmação menos o estrangeiro mesmo pode adotar
que pode ser feita aqui é que todos os obstáculos
que o estrangeiro encontra em seu esforço ao
aquelas típicas e anônimas atitudes as
interpretar o grupo aproximado nascem da quais um membro do grupo interno está
incongruência das linhas de contorno dos habilitado a esperar de um parceiro em
mútuos sistemas de relevância e, uma típica situação. Daí resulta a
consequentemente, da distorção que o sistema carência de sensibilidade de distância
do estrangeiro sofre dentro do novo ambiente.
Mas qualquer relacionamento social, e
do estrangeiro, sua oscilação entre
especialmente quaisquer novos contatos sociais afastamento e intimidade, sua hesitação
estabelecidos, até mesmo entre indivíduos, e incerteza, e sua desconfiança em cada
envolve fenômenos análogos, embora eles não assunto que parece ser tão simples e
necessariamente conduzam a uma crise.

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descomplicado para aqueles que pode perder seus status, suas
confiam na eficiência das regras de orientação e até
inquestionáveis receitas que têm que ser mesmo sua história, e que o
apenas seguidas, porém não estilo de vida normal é sempre
compreendidas. muito menos garantido do que
parece. Portanto, o estrangeiro
Em outras palavras, o padrão cultural do
discerne, frequentemente com
grupo aproximado para o estrangeiro
uma atroz clarividência, o
não é um abrigo, mas um campo de
surgimento de uma crise a qual
aventuras, não uma coisa natural, mas
pode ameaçar toda base da
um questionável tópico de investigação,
“concepção relativamente
não um instrumento para desvendar
natural do mundo”, enquanto
situações problemáticas, e sim ele
todos aqueles sintomas passam
mesmo uma situação problemática e
despercebidos pelos membros do
difícil para dominar.
grupo interno, que confiam na
Estes fatos explicam dois traços básicos continuidade de seu habitual
da atitude do estrangeiro em relação ao estilo de vida.
grupo para qual quase todo
2. A lealdade duvidosa do
procedimento dos escritores
estrangeiro é infelizmente muito
sociológicos em relação a este tópico
frequentemente mais que um
tem tido atenção especial, isto é, (1) a
preconceito da parte do grupo
objetividade do estrangeiro e (2) sua
aproximado. Isto é
lealdade duvidosa.
especialmente verdade em casos
1. A objetividade do estrangeiro nos quais o estrangeiro revela
não pode ser suficientemente não disposto ou inapto a
explicada através de sua atitude substituir inteiramente seu
crítica. Com certeza, ele não é padrão cultural de origem pelo
compelido a adorar os “ídolos da novo padrão cultural. Então o
tribo” e tem uma atenta estrangeiro sustenta o que Park e
sensibilidade para a incoerência Stonequist têm habilmente
e inconsistência do padrão chamado de “homem marginal”
cultural aproximado. Porém, esta (“marginal man”), um híbrido
atitude origina-se, muito menos, cultural à margem de dois
na sua propensão para julgar o diferentes padrões de vida do
recente grupo aproximado pelo grupo, não sabendo a qual deles
modelo trazido de casa, do que pertence. Mas muito
em sua penúria para obter total frequentemente, a repreensão da
conhecimento dos elementos do lealdade duvidosa origina-se no
padrão cultural aproximado e espanto dos membros do grupo
examinar para este fim, com interno de que o estrangeiro não
cuidado e precisão, o que parece aceite a totalidade do padrão
auto-explicativo para o grupo cultural do grupo interno como o
interno. A profunda razão para natural e apropriado estilo de
sua objetividade, entretanto, está vida e como a melhor de todas
em sua própria amarga as possíveis soluções de
experiência dos limites do qualquer problema. O
“pensar habitual”, o qual tem estrangeiro é chamado ingrato,
ensinado a ele que um homem desde que ele rejeite admitir que

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o padrão cultural oferecido a ele mundo de tal modo que o fato estranho
o concede abrigo e proteção. e seu significado se torne compatível e
Porém, estas pessoas não consistente com todos os outros fatos de
entendem que o estrangeiro no nossa experiência e seus significados.
estado de transição não Se tivermos sucesso neste esforço, então
considera, de modo algum, este aquele que anteriormente foi um fato
padrão como um abrigo protetor, estranho e um problema enigmático
mas como um labirinto no qual para nossa mente é transformado em um
ele tem perdido seu senso de elemento adicional de nosso certificado
direção. conhecimento. Temos ampliado e
Como estabelecido antes, temos ajustado nosso estoque de experiências.
intencionalmente restringido nosso O que é comumente chamado o
tópico para a atitude específica do processo de ajuste social no qual o
estrangeiro que se aproximam e que recém-chegado tem que se submeter é,
precede qualquer ajuste social, e evitado porém, um caso especial deste princípio
a investigação do processo de geral. A adaptação do recém-chegado
assimilação social propriamente dito. ao grupo interno que à primeira vista
Uma simples observação em respeito ao pareceu ser estranho e não familiar para
processo de assimilação social deve ser ele, é um processo contínuo de
permitido. Estranheza e familiaridade indagação do padrão cultural do grupo
não são limitadas ao campo social, mas aproximado. Se este processo de
são categorias gerais de nossa indagação tiver sucesso, então este
interpretação do mundo. Se padrão e seus elementos tornar-se-ão
encontrarmos em nossa experiência para o recém-chegado uma coisa
alguma coisa previamente desconhecida natural, um inquestionável estilo de
e que, portanto ressalta da ordem vida, um abrigo e uma proteção. Porém,
comum de nosso conhecimento, então o estrangeiro não será mais um
iniciamos um processo de indagação. estrangeiro e seus específicos problemas
Primeiramente definimos o novo fato; terão sido resolvidos.
tentamos alcançar seu significado; então
transformamos passo a passo nosso
esquema geral de interpretação do

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