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Atuação de Psicólogas(os) no
CENTRO DE ATENÇÃO
PSICOSSOCIAL (CAPS)
Edição Revisada
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
CONSELHOS REGIONAIS DE PSICOLOGIA
Especialistas
Ivana Serpentino Castro Feijó
Marilda Couto
Núbia Dias Costa Caetano
Paulo José Barroso de Aguiar Pessoa
Rosana Carneiro Tavares
Stéfhane Santana da Silva
Edição Revisada
Brasília, 2022
© 2022 Conselho Federal de Psicologia
É permitida a reprodução desta publicação, desde que sem alterações e citada a fonte.
Disponível também em: www.cfp.org.br
Projeto Gráfico: Agência Movimento
Diagramação: Diego Soares
Revisão e normalização: Roberto Azul | MC&G Design Editorial
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-65-89369-15-8
CDD23: 362.1098142
Coordenação / CFP
Emanuelle Santos Silva – Coordenadora-Geral
Rafael Taniguchi – Coordenador Adjunto
Conselheiras(os)
Artur Mamed Cândido (CRP01); Priscilla Gadelha Moreira (CRP02); Renan Vieira de
Santana Rocha (CRP03); Luiz Felipe Viana Cardoso (CRP04); Isabel Scrivano Mar-
tins (CRP05); Beatriz Borges Brambilla (CRP06); Carla Mariela Carriconde Tomasi
(CRP07); João Batista Martins (CRP08); Cândido Renato Alves de Oliveira (CRP09);
Maria Eunice Figueiredo Guedes (CRP10); Tássia Oliveira Ramos e Marcossuel Go-
mes Acioles (CRP11); Sandra Coimbra (CRP12); Clarissa Paranhos Guedes (CRP13);
Maria de Lourdes Dutra (CRP14); Emylia Anna Ferreira Gomes (CRP15); Bruno da
Silva Campos (CRP16); Marina Angélica Silva Queiroz (CRP 17); Gabriel Henrique Pe-
reira de Figueiredo (CRP18); Pedro Henrique do Nascimento Pires (CRP19); Cleison
Guimarães Pimentel e João Lucas da Silva Ramos (CRP20); Joyce Mesquita Nogueira
(CRP21); Péricles de Souza Macedo (CRP22); Ricardo Furtado de Oliveira (CRP23);
Edna Mônica da Silva Wobeto (CRP24).
Técnicas(os)
Adelia Benetti de Paula Capistrano (CRP01); Maria de Fátima dos Santos Neves
(CRP02); Natani Evlin Lima Dias e Gabriela Evangelista Pereira (CRP03); Leiliana Sou-
sa e Luciana Franco (CRP04); Roberta Brasilino Barbosa e Jaqueline Sério da Costa
(CRP05); Larissa Correia Nunes Dantas (CRP06); Rafaela Demétrio Hilgert (CRP07);
Altieres Edemar Frei (CRP08); Regina Magna Fonseca (CRP09); Letícia Maria Soares
Palheta (CRP10); Iramaia Gallerani (CRP12); Katiuska Araújo Duarte (CRP13); Kris-
ley Amorim de Araujo (CRP14); Liércio Pinheiro de Araújo (CRP15); Mariana Moulin
Brunow Freitas (CRP16); Zilanda Pereira Lima (CRP17); Jackeline Jardim Mendonça
(CRP18); Lidiane de Melo Drapala (CRP19); Macela Marta da Costa Tenório (CRP21);
Francisco Valberto dos Santos Neto (CRP22); Stéfhane Santana da Silva (CRP23);
Angélica de Souza Lima (CRP 24).
Informações da Primeira Edição (2013)
Coordenação Geral/CFP
Yvone Duarte
Técnicas(os): Renata Leporace Farret (CRP 01/DF); Thelma Torres (CRP 02/PE);
Gisele Vieira Dourado O. Lopes (CRP 03/BA-SE); Luciana Franco de Assis e Leiliana
Sousa (CRP 04/MG); Tiago Regis (CRP 05/RJ); Ana Maria Gonzatto e Edson Ferreira
(CRP 06/SP); Silvia Giugliani e Carolina dos Reis (CRP 07/RS); Ana Inês Souza (CRP
08/PR); Marlene Barbaresco (CRP 09/GO-TO); Letícia Maria S. Palheta (CRP 10/PA-
-AP); Djanira Luiza Martins de Sousa (CRP 11/CE-PI-MA); Juliana Ried (CRP 12/SC);
Katiúska Araújo Duarte (CRP 13/PB); Keila de Oliveira (CRP 14/MS); Eduardo Au-
gusto de Almeida (CRP 15/AL); Patrícia Mattos Caldeira Brant Littig (CRP 16/ES);
Zilanda Pereira de Lima (CRP 17/RN); Fabiana Tozi Vieira (CRP 18/MT); Lidiane de
Melo Drapala (CRP 19/SE); Vanessa Miranda (CRP 20/AM-RR-RO-AC).
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA
XVIII Plenário
Gestão 2019-2022
Conselheiras(os) efetivas(os)
Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nóbrega – Presidente
Anna Carolina Lo Bianco Clementino – Vice-Presidente
Izabel Augusta Hazin Pires – Secretária
Norma Celiane Cosmo – Tesoureira
Robenilson Moura Barreto – Secretário Região Norte
Alessandra Santos de Almeida – Secretária Região Nordeste
Marisa Helena Alves – Secretária Região Centro-Oeste
Neuza Maria de Fátima Guareschi – Secretária Região Sul
Antonio Virgílio Bittencourt Bastos – Conselheiro 1
Conselheiras(os) suplentes
Katya Luciane de Oliveira – Suplente
Losiley Alves Pinheiro – Suplente
Rodrigo Aciolli Moura – Suplente
Adinete Souza da Costa Mezzalira – Suplente Região Norte
Maria de Jesus Moura – Suplente Região Nordeste
Tahina Khan Lima Vianey – Suplente Região Centro-Oeste
Célia Zenaide da Silva – Suplente Região Sudeste
Marina de Pol Poniwas – Suplente Região Sul
Ana Paula Soares da Silva – Conselheira Suplente 1
Plenário Responsável pela Primeira Edição
Conselheiros efetivos
Flávia Cristina Silveira Lemos – Secretária Região Norte
Aluízio Lopes de Brito – Secretário Região Nordeste
Heloiza Helena Mendonça A. Massanaro – Secretária Região Centro- Oeste
Marilene Proença Rebello de Souza – Secretária Região Sudeste Ana Luiza de
Souza Castro – Secretária Região Sul
Conselheiros suplentes
Adriana Eiko Matsumoto
Celso Francisco Tondin
Cynthia Rejane Corrêa Araújo Ciarallo
Henrique José Leal Ferreira Rodrigues
Márcia Mansur Saadallah
Maria Ermínia Ciliberti
Mariana Cunha Mendes Torres
Marilda Castelar
Sandra Maria Francisco de Amorim
Tânia Suely Azevedo Brasileiro
Roseli Goffman
Angela Maria Pires Caniato
Ana Paula Porto Noronha
APRESENTAÇÃO
XVIII Plenário
Conselho Federal de Psicologia
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
O Crepop e processo de
elaboração da Referência Técnica
1. Cidadania e singularidade;
2. Vida em sociedade;
3. Participação social;
4. Cuidado em rede.
[...]
Lei n° 10.216/2001
Art. 2°
[...]
Art. 4º
3. Participação Social
I–
[...]
Art. 2º
Artigo XXI
[...]
Lei n° 10.216/2001
Art. 2°
[...]
A formação em Psicologia
Nesse sentido, a formação da(o) psicóloga(o) brasileira(o) tem
sido alvo de debate e reflexão desde muito antes da regulamentação
da profissão, na busca constante da qualificação teórico-metodológica,
ética e técnica. A profissionalização da Psicologia e a perspectiva da
formação superior como possibilidade de ascensão para as camadas
médias da população levaram ao aumento do número de cursos e da
procura de estudantes para esses cursos. “Em 1975, vamos assistir
a um verdadeiro boom de psicólogas(os) e de escolas de Psicologia”
(BOCK, 1999, p. 75). Contudo, o currículo mínimo para cursos de
Psicologia, estabelecido pelo Parecer nº 403 do Conselho Federal de
Educação, aprovado em dezembro de 1962, baseava-se na transmis-
são de conhecimentos organizados em um conjunto específico de
disciplinas e praticamente não considerava o contexto sociocultural
no qual o curso estava inserido. Portanto, esse modelo de formação,
baseado apenas na reprodução de informação, aponta para a cons-
tituição de um perfil profissional reprodutor de um conhecimento
já existente, por vezes importado de uma realidade distinta daquela
encontrada no país (VIEIRA-SANTOS, 2016).
Assim, novas diretrizes curriculares foram desenvolvidas,
evidenciando a importância dos processos formativos no intuito de
transformar as práticas, as perspectivas e o perfil das(os) profissionais
psicólogas(os). É nesse contexto que o conceito de compromisso
e responsabilidade social começa a ser inserido. Desse modo, o
Conselho Nacional de Saúde (CNS), que autoriza e reconhece os cursos
de Psicologia, propõe que a formação seja generalista, humanista,
crítica, reflexiva, ética e transformadora instituindo com a Resolução
Desinstitucionalização: (Re)construindo
possíveis caminhos para a Psicologia
É importante realizarmos um resgate sobre o modo como
ocorreu a institucionalização da loucura, percebendo os elementos
existentes nessa linha do tempo que nos conduziram até o momento
PROFISSIONAIS USUÁRIOS
SOCIEDADE FAMILIARES
O Acolhimento
Além de representar uma das diretrizes de maior relevância na
Política de Humanização, o acolhimento pode ser compreendido como
o primeiro contato da psicóloga e do psicólogo, como membros da
equipe de saúde mental, com aquele que procura um serviço orientado
para funcionar com as portas abertas. A estratégia de recepcionar
todas as pessoas que busquem o cuidado para seus sofrimentos
psíquicos pretende garantir que os serviços pratiquem a acessibi-
Atividades grupais
Todo o conjunto de ações apresentadas no decorrer desta refe-
rência técnica aponta para uma dimensão ampliada de intervenções
possíveis de serem desenvolvidas por profissionais da Psicologia no
âmbito do CAPS. Vale ressaltar que, para este serviço, as atividades
coletivas, como os grupos e oficinas, constituem-se como principal
recurso terapêutico para o desenvolvimento de habilidades cogniti-
vas, comunicacionais, relacionais e contratuais, instrumentalizando
os sujeitos para o exercício da cidadania, autocuidado e reinserção
social (RIBEIRO, MARIN e SILVA, 2014).
Assim, a nova configuração dos serviços de saúde mental tem
os atendimentos grupais reconhecidos como um espaço adequado
para a exploração da subjetividade ao possibilitar que os membros
reproduzam neste ambiente os papéis que ocupam no dia a dia de
suas relações (BELLENZANI, COUTINHO e CHAVEIRO, 2009) Com a
ampliação da prática clínica, ocorre também a utilização de tecnolo-
gias que fomentem e valorizem o contato interpessoal, reconhecendo
a intersubjetividade como fator a ser considerado na construção de
um projeto terapêutico resolutivo.
Lançando luz sobre uma das definições conceituais existentes
acerca de grupo, Pichon-Riviére (2009) considera que o chamado
grupo operativo é definido como um conjunto de pessoas ligadas
entre si por uma constante de tempo e espaço, articuladas por mú-
5) Educação permanente
A formação dos trabalhadores é um ponto crítico para a con-
cretização das diretrizes do sistema público de saúde brasileiro,
cuja implementação não foi necessariamente acompanhada da qua-
lificação dos profissionais para atuarem segundo os princípios da
política de saúde vigente. Por outro lado, os saberes desenvolvidos
pelos trabalhadores nas práticas do cuidado em território e o modo
como compreendem o processo saúde-doença nem sempre são pro-
blematizados na formulação de políticas para a saúde.
As instituições formadoras no contexto tradicional da socie-
dade têm oferecido a especialização do cuidado pautado no modelo
biomédico, indiferentes às necessidades de saúde da população em
contextos de vulnerabilidades onde atuam os profissionais de saúde.
Dessa forma, intensifica-se a tensão na construção do modelo de
saúde atual, tornando evidentes as diferenças entre o que pensam
os usuários, os trabalhadores e os gestores da saúde (SCAFUTO,
SARACENO, DELGADO, 2017).
Há consenso entre os críticos da educação e dos profissionais
da saúde em relação ao fato de ser hegemônica a abordagem biolo-
gicista, medicalizante e procedimento-centrada. Segundo Ceccin e
Feuerwerker (2004), o modelo pedagógico hegemônico de ensino é
centrado em conteúdos organizado de maneira compartimentada,
isolada, fragmentando os indivíduos em especialidades clínicas. Essa
formação propicia a atuação profissional na saúde mental baseada
na divisão do trabalho, afirmando a cura ou a adaptabilidade social
e deslegitimando a realidade do sofrimento psíquico vivida pelo
usuário e sua família. Tal perspectiva mostra-se insuficiente para
atender ao que preconiza a Reforma Psiquiátrica e o próprio SUS,
9 786589 369158