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CRIMINALÍSTICA

Locais do Crime

SISTEMA DE ENSINO
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime

Sumário
Silvio Duarte Santana

Locais do Crime................................................................................................................................ 3
Apresentação.. .................................................................................................................................. 3
1. Locais de Crimes Contra a Pessoa e Morte Violenta............................................................ 4
2. Local de Morte por Arma de Fogo............................................................................................ 8
3. Local de Morte por Instrumentos Contundentes, Cortantes, Perfurantes ou Mistos....... 11
4. Local de Acidentes de Trânsito. . ..............................................................................................13
4.1. Análise em Locais de Acidente.. ............................................................................................16
4.2. Fases do Levantamento.. .......................................................................................................19
5. Local de Morte Provocada por Asfixia.................................................................................. 20
5.1. Sufocamento.............................................................................................................................21
5.2. Estrangulamento. . .................................................................................................................. 23
6. Perinecroscopia......................................................................................................................... 25
7. Reprodução Simulada............................................................................................................... 28
Resumo..............................................................................................................................................31
Exercícios.........................................................................................................................................44
Gabarito............................................................................................................................................ 58
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 59

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Silvio Duarte Santana

LOCAIS DO CRIME
Apresentação
Salve guerreiro (a), tudo bem? Sou o professor Silvio Santana e é com imensa satisfação
que ministrarei o curso de Criminalística voltado à Polícia Civil do Estado da Paraíba- PCPB.
Caso você tenha Instagram, siga-me e me acompanhe nesta rede social. Sempre posto
muitos conteúdos relacionados às carreiras policiais.
@profsilvio_santana
Antes de você iniciar os seus estudos, irei contá-lo(a) um pouco sobre minha trajetória,
para que eu chegasse até aqui, diante de você, para contribuir com a sua futura aprovação.
Minha primeira graduação foi em Física, que me possibilitou seguir por 17 anos no magis-
tério lecionando para o Ensino Médio e Faculdades da região do Distrito Federal. Após conclu-
são de um Mestrado, dediquei-me arduamente ao ramo dos concursos públicos, onde obtive
algumas aprovações que mudaram a minha história e de minha família.
Iniciei a vida de concurseiro sendo aprovado no concurso da Secretaria de Educação do
Distrito Federal no ano de 2010, onde pude exercer a função de professor. Porém, o sangue
policial falou mais alto e em 2010 comecei o projeto visando as carreiras policiais. Procurei
graduar-me em direito e especializar-me em Direito Constitucional, onde pude lecionar direito
com foco nas carreiras policiais em diversos cursos preparatórios do Distrito Federal.
Obtive diversas aprovações, como: Oficial de Justiça, Polícia Militar do Distrito Federal, Ins-
tituto Federal de Educação e, atualmente, sou policial no Estado de Goiás.
A minha rotina de estudos e a minha guinada de vida (professor para policial) aconteceram
motivada por um sentimento ímpar de ser policial. De certo não abandonei a carreira de magis-
tério e exerço as duas funções com muito afinco e responsabilidade.
Informo-lhe que me coloco à disposição para sanar qualquer dúvida que você tenha sobre
o conteúdo das aulas.
Ter dúvidas é muito importante. São as dúvidas que nos ajudam a evoluir, a crescer como
estudante. Tirar dúvidas é primordial. Quando você faz uma pergunta sobre algo que não com-
preendeu perfeitamente e recebe uma resposta com qualidade, que é o que farei para você,
aquele conteúdo entra em local de destaque dentro de sua memória.
Sendo assim, peço-lhe encarecidamente: tenha dúvidas; tire suas dúvidas.
Gostaria de solicitar que você avalie este material!
Vamos começar nosso estudo?
Vamos à luta?
Boa sorte em sua jornada!
Bons estudos!

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1. Locais de Crimes Contra a Pessoa e Morte Violenta


Os crimes contra à pessoa são aqueles que afetam, imediatamente, qualquer ser humano.
Portanto, são crimes consubstanciados com a personalidade humana, como: a vida, a integri-
dade corporal, a honra e a liberdade de um indivíduo.
Para se comprovar a autoria e materialidade desses delitos é necessário que o sítio da
ocorrência seja devidamente periciado.
A análise de manchas de sangue em forma líquida ou crosta são elementares para a com-
preensão de toda dinâmica envolvida na ação criminal.
Segundo a classificação adotada pelo Criminalista Luiz Eduardo Dorea, a morfologia da
mancha diz muito a respeito do crime.
Com base nisso, é fundamental conhecer a hematologia forense, que é o ramo da biologia
forense que estuda manchas, salpicos e gotas de sangue na cena de um crime.
A hematologia forense tem o intuito de fornecer informações sobre:

Em posse dessas informações o perito criminal consegue fazer uma leitura muito especí-
fica da cena do crime e, com isso, chegar a autoria e materialidade do delito, que consiste em
obter a verdade real sobre o fato.
A hematologia analítica, que é a interpretação dos vestígios de sangue na cena do crime,
é o teste mais importante para se identificar uma mancha de sangue suspeita. A dinâmica da
mancha de sangue tem muito a dizer sobre os acontecimentos que antecederam a morte da

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vítima. Essa interpretação de vestígios consistem em: testes de orientação, testes de lumines-
cência e testes de certeza e origem humana.

Testes de Orientação ou Testes de Certeza e


Testes de Luminescência
Presuntivos origem humana

Verificação de gotas Verificação se determinada


Verificação Rápida de sangue ainda que a amostra de material
superfície seja lavada biológico é sangue

Teste de altíssima Menos sensíveis que o teste


Teste impreciso
sensibilidade de orientação

Reagente Reação de alguns


Atividade Enzimática da
quimioluminescente que compostos que insolúveis
Hemoglobina
reage com o sangue em água formando cristais

Principal teste: oxidação da Reagente mais conhecido: O reagente depende do tipo


fenolftaleína Luminol de teste

1. Cristais de Teichman: a
substância química (Potássio
+ Ácido Acético) reagem
com a hemoglobina e o
aquecimento resultante
Metodologia: pequena Metodologia: Aplica-se o
gera CRISTAIS.
amostra de sangue produto na superfície deseja
2. Cristais de Takayama:
coletada + pequena gota de e o mesmo emitirá uma
a hemoglobina se liga a
fenolftaleína + gota de água luminescência vista que
moléculas nitrogenadas
oxigenada= POSITIVO se pode ser vista a olho nu em
formando CRISTAL.
coloração rósea ambientes escuros.
3. Mecanismos
imunológicos: reações
de anticorpos contra
componentes das moléculas
do corpo humano.
Nesse primeiro plano vimos as principais maneiras de se levantar vestígios de sangue hu-
mano em locais de crimes contra à pessoa.
Por característica, os crimes contra à pessoa deixam resíduos que podem dizer muito so-
bre a dinâmica dos fatos.
Agora, vejamos como as manchas de sangue se comportam em uma cena de crime, esta-
mos falando da Hematologia Forense Reconstrutora. Uma boa análise pericial nessa circuns-
tância levanta indícios poderosos, como: posição da vítima e do agressor, a rota de fuga, a
arma empregada, a intensidade e distância do uso de uma determinada arma e, muitas vezes,
incluir ou excluir suspeitos.

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EXEMPLO
Imagine que ao se verificar as manchas de sangue em uma cena de crime foi possível consta-
tar que o agressor efetuou um disparo de arma de fogo a altura de 1,89 metros. Fica bem mais
fácil excluir ou incluir suspeitos, não é verdade?

A Hematologia Forense Reconstrutora tem as seguintes características:


• Coloração: As manchas mais recentes apresentam um grau de umidade maior e sua colo-
ração varia do vermelho-castanho a castanho-escuro. Já as manchas menos recentes são
secas e apresentam aspecto fendilhado com escamas brilhantes e coloração esverdeada.
• Idade da Mancha: Depende basicamente de dois fatores: cor e grau de solubilidade. A
cor delimita a idade da mancha, porém essa variação depende de fatores ambientais,
tais como: umidade, temperatura, intensidade de luz, putrefação e agentes químicos en-
volvidos no local. E enquanto a solubilidade, que é a capacidade de se dissolver, quanto
mais recente for a mancha maior seu grau de solubilidade.
• Topografia das Manchas: Topologia das Manchas é a disposição ou colocação do ca-
dáver na cena do crime. Com isso é possível verificar se o cadáver foi deslocada de um
ponto a outro, se a vítima caminhou após ser ferida, quais os passos que a vítima deu,
qual posição a vítima estava, portanto, toda a dinâmica após o ferimento.

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• Formas da Mancha: Determina a altura, o ângulo e a violência do que atingiu a vítima,


observe:

• Quantidade de sangue perdido: Determina a quantidade de sangue que a vítima perdeu


no local da ocorrência, com isso, é possível inferir se houve mais de um local de atos
executórios. Numa hemorragia externa o perito, por meio de um cálculo do volume de
sangue encontrado na cena de um crime, chega a quantidade de sangue perdido.

Em suma, locais de crimes causados por morte violenta a disposição do sangue da vítima
contribui e muito para se descobrir a dinâmica dos acontecimentos dos delitos.

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Tradicionalmente, as mortes violentas são classificadas em homicídio, suicídio ou aciden-


tes. Quando a doutrina Criminalística classifica o homicídio engloba os feminicídios, infanticídios,
mortes no exercício do dever, legítima defesa, mortes por necessidade e latrocínios, que embora
juridicamente não seja um crime contra à vida, encontra-se resguardado nessa classificação.

2. Local de Morte por Arma de Fogo


Para (Rabello, 2005) arma é todo objeto concebido e executado com a finalidade específica
ou predominante de ser utilizada pelo homem para o ataque ou defesa. Arma pode ser classi-
ficada como:

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Perceba que balística, numa concepção moderna, ocupa-se quase que exclusivamente de
armas de fogo. Portanto, vejamos o conceito básico de arma de fogo:

Guerreiro (a), usualmente utilizamos as palavras disparo e tiro como sinônimos, certo?
Pois bem, para fins de prova da disciplina Criminalística não é bem assim que a banda toca.
Realmente é necessário separarmos quem é quem nessa farândola.

Portanto, entendam que disparo é todo o funcionamento dos mecanismos da arma, todas
as peças, todo os conjuntos necessários para que seja lançado o projétil em direção a um alvo,
que chamamos de tiro.
Porém, ressalto que é importante que o candidato (a) saiba que a balística forense tem um
pepel fundamental na elucidação de delitos praticados por armas de fogo.
Cada arma disparada deixa vestígios únicos no projétil. Essas marcas são feitas pelas
raias dos canos, que funcionam como verdadeiras impressões digitais que cada arma imprime
nos projéteis.
Com base nessas “impressões digitais” é possível determinar de qual arma foi efetuado
um disparo e, por consequência, o tiro.
Em uma ocorrência policial com auto de resistência (Art. 292, CPP) é comum que as ar-
mas dos policiais sejam apreendidas pela autoridade policial para efetuar o confronto balísti-
co. E como isso é possível?
Bem, isso é possível devido a microcomparação balística. Claro que os estriamentos são
visíveis macroscopicamente, mas uma análise mais detalhada se faz necessária através da
microcomporação balística.
Em posse de um laudo balístico é possível delimitar todas as situações de ocorrências
com arma de fogo.
O perito ao se deparar em sítio de ocorrência que envolva morte por arma de fogo deve traba-
lhar com três linhas de levantamentos: homicídio, suicídio e tiro acidental, nessa mesma ordem.

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Locais de suicídio e tiro acidental: a arma de fogo é comumente encontrada (considerando


local íntegro).
Local de homicídio: a arma de fogo é menos comum ser encontrada.

Suicídio- o gatilho é acionado pelo dedo indicador quando atingido nas regiões das têmpo-
ras (regiões laterais da cabeça), auricular ou submentoniana (abaixo do queixo ou mandíbula);
o gatilho é acionado pelo polegar quando a região atingida é o hemitórax anterior esquerda
(lado do coração) ou cavidade bucal.
O tiro constuma ser único, mas se houver uma sobrevida consciente, podem ter dois; o
espasmo cadavérico pode produzir um segundo tiro.
Com medo de não concluir o intento, o suicida pode ter mais de uma arma no sítio da ocor-
rência ou mesmo um outro método letal presente na cena, como uma faca, por exemplo.
A posição dos braços do suicida deve ser natural, confortável, sem esforço, por isso, de-
terminadas áreas são incompatíveis com o suicídio, como a nuca, as costas, a calota craniana
superior. E quando a região é compatível com suicídio, se deve verificar se o trajeto do projétil
é compatível com a posição com o membro que acionou o gatilho.
No cadáver é verficado feridas do tipo pérfuro- contusas, que serão estudas em capítulo
posterior. Os orifícios de entrada e saída podem ser percebidos se o projétil incidiu obliqua-
mente, ortogonalmente ou tangencial a pele, formando uma saliência anatômica.
As armas, muniçoes e assessórios devem ser cuidadosamente periciados e um confronto
balístico se faz necessário para confimar se a arma encontrada no sítio da ocorrência foi a que,
de fato, ceifou a vida da vítima.
O impacto produzido pelo projétil poderá ser uma amolgadura ou mossa, um orifício trans-
fixante, uma escalavradura, impactos múltiplos.
As manchas de esfumaçamentos, devido a proximidade do disparo como o tecido atingido,
devem ser observadas. E um exame residuográfico determina as fuligens nas superfícies que
estiveram próximas ao contato e podem ser encontradas também nas mãos do atirador.

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3. Local de Morte por Instrumentos Contundentes, Cortantes, Perfurantes


ou Mistos

Os instrumentos que causam ferimentos são classificados de acordo com o tipo de lesão
que produzem sobre os tecidos orgânicos, conforme o uso para qual foram criados.
Mas é importante ressaltar que não é o instrumento que determina a lesão, e sim o tipo de
ação que o instrumento atinge os tecidos orgânicos.

EXEMPLO
Um ferimento causado por um machado pode ser classificado como corto-contuso, quando utilizado
a parte da lâmina ou contuso se o ferimento for feito pelo lado oposto ao da lâmina, compreende?

Em suma, cada evento é peculiar e o Perito encontrará na cena do crime um cenário bem
desfavorável devido a própria característica dos instrumentos utilizados na ação. Imagine um
ferimento mortal causado por uma foice!
Cabe ao profissional da perícia não se envolver emocionalmente com o sítio da ocorrência
para evitar tomar medidas que comprometam seu laudo pericial.
Vejamos agora os tipos de lesões provocadas:
• Ação Contundente: Pressão sobre os tecidos causadas por um instrumento sem lâmina
ou gume que deixa uma lesão do tipo fechada (contusa ou contusão). Suas bordas são
irregulares, cuja dimensão preponderante é a largura.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma madeira na cabeça da vítima- paulada- fere sem abrir os tecidos.

• Ação Cortante: Pressão aplicada por um instrumento com lâmina ou gume. A ação con-
siste em deslizar o instrumento causando uma ferida aberta (ferida incisa) de bordas
regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por um estilete.

• Ação Perfurante: Ação de intensa pressão sobre o tecido, aplicado por instrumento pon-
tiagudo que produz uma lesão aberta (ferida punctória) de bordas regulares, cuja dimen-
são preponderante é a profundidade.

EXEMPLO
Uma lesão provocada espeto de churrasco.

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• Ação dilacerante: Ação de maior deslizamento e menor pressão sobre o tecido, provocada
por um instrumento cortante que rasga o tecido produzindo uma lesão aberta (ferida lace-
rada ou dilacerada) de bordas irregulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma superfície áspera.

Agora, vejamos as lesões mistas:


• Ação Corto-contundente: Ação de grande pressão sobre o tecido provocada por instru-
mento com lâmina ou gume, que corta o tecido e produz lesão aberta (ferida corto-con-
tusa) de bordas irregulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma foice.

• Ação Perfuro- contundente: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instru-
mento sem ponta e sem lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro-
contusa) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por um tiro (projétil de arma de fogo).

• Ação Perfuro- cortante: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instrumento
de ponta e com lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro- incisa)
de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.

EXEMPLO
Uma punhalada.

• Ação Lacero- contundente: Ação de maior pressão e menor deslizamento sobre o teci-
do, aplicada por um instrumento sem lâmina ou gume que rasga o tecido, produzindo
uma lesão aberta (ferida Lacero- contusa) de bordas irregulares e dimensão variável.

EXEMPLO
Uma paulada com abertura do tecido.

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• Ação Constritora: Ação de pressão contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumen-
to sem lâmina ou gume de formato linear e flexível, produzindo uma lesão fechada (sul-
co) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Um enforcamento.

• Ação Tratora: Tração e/ou torção do tecido, aplicada por um instrumento sem lâmina
ou gume, rasgando tecido, produzindo uma lesão aberta (ferida por arrancamento) de
bordas irregulares, de dimensões variáveis.

EXEMPLO
Um pessoa tem seu braço preso a uma máquina industrial.

• Ação Compressora: Ação contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumento sem
lâmina ou gume, de formato plano, produzida uma leão fechada (esmagamento) de bor-
das regulares, cuja dimensão preponderante é a largura.

EXEMPLO
Uma vítima de um deslizamento de terras o desabamento.

• Ações Complexas ou Simultâneas: Vários tipos de ações e energias simultâneas que


fica impossível delimitar qual tipo de ação é mais presente na vítima.

EXEMPLO
Uma vítima triturada em uma máquina industrial.

Ação Perfurante
Ação Contundente Ação Cortante
Ação Perfuro-
Ação Constritora Ação dilacerante
contundente
Ação Compressora Ação Corto- contundente
Ação Perfuro- cortante

Largura Comprimento Profundidade

4. Local de Acidentes de Trânsito


Os acidentes de trânsito representam parte importante na vida do perito criminal. Além
das vidas ceifadas temos os danos patrimoniais, que são recorrentes. Tanto em casos que

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envolvam morte ou lesão quanto em casos que envolvam dano patrimonial a perícia aponta as
causas e circunstâncias que ocorreram os eventos críticos.
Acidentes de trânsito englobam colisões entre veículos e atropelamento de pedestres.

• Atropelamento de Pedestres: por ser a parte mais frágil do trânsito o pedestre pode so-
frer dois tipos de lesões, observe:

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• Colisões: podem ocorrer tanto nos condutores dos veículos quanto nos passageiros.

Nesse primeiro momento fizemos uma breve análise nas pessoas envolvidas no sítio da
ocorrência. Porém, o Perito deve estar atento também ao local do acidente em si.
Nas vítimas, o Perito faz o levantamento somente das lesões aparentes, como marcas de
cinto de segurança, cortes e escoriações. Cabe ao Médico Legista uma análise mais contunde
que indique a exata dimensão dos ferimentos e, se for o caso, a causa da morte.
O local do acidente fornece vestígios que irão dizer a possível causa do acidente, como:
marcas de frenagem, condições climáticas, velocidade no momento da colisão e etc.
Além disso, após perícia no próprio veículo, será possível determinar as condições de ope-
racionalidade e grau de comprometimento do funcionamento básico do veículo que pode ter
contribuído ou não para o acidente.
Você já deve ter visto em telejornais alguns acidentes, certo? Perceba que ao anunciar a
matéria muitas vezes o repórter diz que a polícia aguarda laudo pericial para apontar as cau-
sas do acidente, lembra?

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4.1. Análise em Locais de Acidente


A avaliação ocorre com a coleta dos vestígios no local do acidente e na análise fotográfica,
que pode ser realizada tanto no momento do levantamento quanto em momento posterior.
Um dos aspectos fundamentais da perícia é o Princípio da Observação, que consiste em
associar os vestígios coletados na cena do acidente e associá-los aos elementos que produziu
aquele vestígio.
Relembremos que vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou
recolhido que se relaciona com a infração penal. Em acidentes de trânsito os vestígios podem ser:
1. Frenagem no pavimento: É a marca no pavimento, caracterizada pelo aquecimento do
pneu no asfalto (desprendimento de material pneumático) deixando uma impressão. Esse é o
processo entre fricção do pneu e asfalto ou outro terreno que o veículo circule.

Vale ressaltar que os freios ABS- Anti lock Braking System- as marcas de frenagem ficam
menos evidentes, pois esse sistema evita justamente que o pneu trave durante a frenagem.
Uma importante característica da frenagem é o espelhamento, que é uma marca tênue
encontrada no início da frenagem que delimita o início da ação da frenagem.

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A frenagem se subdivide em 5 etapas, vejamos:

2. Derrapagem no pavimento: Assim como a frenagem, a derrapagem também é prove-


niente da fricção ou sulco do pneu com o asfalto. Porém, a diferença é que na derrapagem o
veículo se encontra sob a ação de dois movimentos (duas forças), sendo um na direção lon-
gitudinal da unidade veicular e outro na direção transversal, o que resulta em um movimento
oblíquo e por vezes curvilíneo.

DICA
A aquaplanagem é o fenômeno físico no qual o veículo, ao pas-
sar por uma superfície aquosa, perde atrito com o asfalto. A
perda do atrito pode gerar acidentes, pois o condutar do veícu-
lo perde totalmente o controle do carro.

3. Marca de arrasto: É a marca impressa na superfície asfáltica resultante do aquecimento


do pneu quando o veículo é deslocado transversalmente e longitudinalmente.
4. Marca pneumática de aceleração: A aceleração é variação de velocidade (positiva ou ne-
gativa). A marca do pneu no asfalto resultante dessa aceleração imprime, em um curto intervalo

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de tempo, mas suficiente para desprender material na superfície do asfalto ou concreto, uma
marca muito parecida com a frenagem.
Não podemos confundir marca pneumática de aceleração com frenagem, perceba:

Frenagem Marca pneumática de aceleração

Tênue no início e itens no final Intensa no início e tênue no final


5. Marca de Fricção: São impressões no pavimento resultantes do contato das partes me-
tálica ou sólida dos veículos com superfície asfáltica. Essas marcas na superfície asfáltica, por
óbvio, deixa o pavimento destruído. Essas marcas são conferidas pelo perito e é traçado uma
relação com elas e o acidente.
6. Marcas de Sulcagem: É resultado do contato violento entre as partes metálicas ou só-
lidas dos veículos com a massa asfáltica. Esse dano na estrutura asfáltica é mais intenso e
profundo, bem maior em largura que as marcas de fricção. Olho no lance:

Marcas de Fricção Marcas de Sulcagem

Mais superficial, envolve um simples Mais profunda, envolve mais violência e


arrastar da superfície metálica ou sólida pode se caracterizar por uma queda de
do veículo. um veículo no pavimento.
7. Marcas pneumáticas na terra: Em estradas onde não há pavimentos, bem mais difícil de
ser notada, mas ocorre a remoção de terra do local do acidente que pode ser percebida pelo
perito. Devido a ação da terra nos pneus é comum observarmos uma desaceleração.
Os vestígios são efêmeros, ou seja, podem facilmente ser apagados por outros veículos
que passam pelo local ou mesmo por transeuntes.
8. Marcas na vegetação: É a passagem dos pneus na vegetação que deixa marcas na mes-
ma direção e sentido da movimentação, é o chamado amarfanhamento. É isso mesmo, é o vul-
go capim amassado. Essas marcas são importantes para se levantar a dinâmica do acidente.
A colisão entre os veículos e árvores também ajudam a determinar a velocidade de impac-
to devido ao grau de curvatura da árvore após o choque.
9. Objetos arquitetônicos danificados: É quando ocorre a dano em postes, viadutos, pon-
tes, passarelas, placas de trânsito, semáforos, totens, paredes e por aí vai. Muito comum em
áreas urbanas. Quem nunca viu um poste quebrado em três partes após uma colisão de um
veículo numa avenida perto de casa? Pois é, o deslocamento do objeto danificado ajuda o pe-
rito a levantar a dinâmica do acidente.
10. Fragmento e peças: São peças dos veículos ou parte de peças que se desprendem antes,
durante ou depois do acidente. Pode ser: vidros, faróis, escapamentos, para-choques, emborracha-
dos e por aí vai. O perito através da posição de onde foi encontrado esses fragmentos, concentra-
ção de peças encontradas aliadas a outros vestígios, levantam a dinâmica do sítio da colisão.

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11. Líquidos: Devido a natureza de uma colisão, os veículos tendem a derramar seus flu-
ídos, como: óleo, combustível, água do carburador, dentre outros. Esses líquidos auxiliam no
levantamento da dinâmica do acidente.
12. Material orgânico: É todo material orgânico que puder ser levantado no sítio da colisão,
como: sangue, massa encefálica, pedaços de pele, ossos, dentre outros. O levantamento de mate-
rial orgânico em sítio de acidente requer muito cuidado, devendo ser feito uma descrição minucio-
sa da posição onde foi encontrado e associar a outros vestígios encontrados no sítio da colisão.
13. Cargas: É todo material que o veículo transportava que, por ventura do acidente, pode
ter sido espalhado na via. Nesse contexto verifica-se a acomodação e conteúdo das cargas,
assim como a capacidade de tração do veículo. As amarrações, presilhas, cordas, cabos e a
carroceria devem ser objetos de avaliação do perito.
Cargas explosivas, tóxicas ou perigosas devem ser analisadas com um cuidado especial,
tomando toda cautela necessária para não colocar os peritos em perigo.
Em suma, o perito ao chegar no sítio do acidente, deve levar em conta inúmeros fatores. O
levantamento do local de acidente é fundamental para que se descubra a dinâmica dos acon-
tecimentos, assim como para atribuir as devidas responsabilidades penais, se for o caso.

4.2. Fases do Levantamento


Após vencida as questões de segurança, chegou a vez do perito realizar a perícia propria-
mente dita.

A Lei 13.964/19 regulamentou a cadeia de custódia no Art. 158-A do CPP. Observe:

Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.

Portanto, reconhecer o vestígio como potencial interesse na produção da prova é funda-


mental e cabe ao perito e suas técnicas apuradas para tal. Porém, o primeiro policial no sítio do
acidente deve ter essa exata dimensão e zelar para preservação e isolamento do local.

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O levantamento dos locais de acidentes de trânsito pode ser dividido em três fases, observe:

5. Local de Morte Provocada por Asfixia


(Brenner, 2004) define que asfixia tem dupla definição:

A falta de oxigênio pode ser total ou parcial:

Os sinais claros de asfixia são a congestão visceral, que é a formação de petéquias (peque-
nas manchas vermelhas aglomeradas) e a cianose (descoloração azulada da pele e mucosas)
A morte por asfixia pode ser classificada como suicídios, homicídios ou acidentes.

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(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 244) ensina que a asfixia pode ser classificada em três cate-
gorias, observe:

Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

Sufocamento
Confinamento
Sufocamento propriamente dito
Sufocamento por oclusão
interna Estrangulamento
Asfixia por compressão Enforcamento
Asfixia Química
Asfixia traumática Estrangulamento com laço
Asfixia posicional Estrangulamento manual
Esmagamento por pessoas
Asfixia por compressão
combinada com sufocamento
Sufocamento por gases
Compreendida as três categorias de asfixia resta sabermos que cada sítio de ocorrência
dependerá, exclusivamente, do tipo de asfixia apresentada.
Vamos trazer à tona algumas formas de asfixia mais cobradas em provas.

5.1. Sufocamento
Oxigênio impedido de entrar em contato com o sangue. Didaticamente temos 6 modos de
sufocamento que o perito pode se deparar no sítio da ocorrência.
1. Confinamento- relacionados à locais fechados, onde lentamente o oxigênio vai se esgo-
tando. Esse tipo de morte é na maioria das vezes acidental.
Exemplo: Uma criança brincando de esconde-esconde em um baú antigo.
2. Sufocamento propriamente dito- a morte é causada por obstrução das vias respiratórias
externas (nariz e boca). Esse tipo de morte são geralmente homicídios ou suicídios.

EXEMPLO
Uma pessoa morre com um saco plástico na cabeça.

3. Sufocamento por oclusão interna- a morte é causada por obstrução de objetos no inte-
rior das vias aéreas. Esse tipo de morte pode ser natural, homicídio ou suicídio.

EXEMPLO
Uma pessoa morre engasgada com um pedaço de carne.

4. Asfixia por compressão- a morte é causada por uma pressão que impede a respiração
em um movimento de fora para dentro. A maioria dos casos são acidentes, mas homicídios
podem ocorrer.

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(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 247) divide asfixia por compressão em três tipos, observe:

EXEMPLO
Após confusão generalizada em um estádio de futebol as pessoas correm em direção a única
saída, provocando empilhamento de pessoas uma sobre as outras.

5. Asfixia por compressão mecânica combinada com sufocamento- a morte é causada


pela combinação da restrição dos movimentos respiratórios com impedimento de entrada de
ar nos pulmões. Esse tipo de morte pode ser homicídio ou acidente.

EXEMPLO
Uma mãe, cansada da dura rotina, coloca seu bebê para dormir em sua cama. Durante a noite
ela se deita, acidentalmente, sobre o bebê causando sua morte.

6. Sufocamento por gases- a morte ocorre pela redução do oxigênio no ambiente e aumen-
to do dióxido de carbono ou metano, que são os asfixiantes mais comuns.
Esse tipo de morte pode ocorrer por homicídio, suicídio ou acidente.

EXEMPLO
Um trabalhador, numa mina de carvão, tem diminuído paulatinamente o oxigênio do local de
exploração. Essa relação de diminuição associada ao aumento de gases asfixiantes produzem
o resultado morte.

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Asfixia por
compressão
Sufocamento Sufocamento
Asfixia por mecânica Sufocamento
Confinamento propriamente por oclusão
compressão combinada por gases
dito interna
com
sufocamento

Obstrução das Substituição


Aprisionamento Obstrução da Pressão de
vias aéreas do oxigênio
em locais vias aéreas Engasgamento fora para
com pressão pelo dióxido
fechados externas dentro
externa de carbono

5.2. Estrangulamento
É a oclusão das veias e artérias que existem na região do pescoço, que são responsáveis
por irrigar a região da cabeça.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 249) apontam três formas de estrangulamento:
1. Estrangulamento com laço ou estrangulamento propriamente dito- a morte é causada por
um laço amarrado envolta do pescoço e apertado por uma força externa, muitas vezes formando
um plano horizontal sobrepondo a laringe ou à traqueia superior. Nessa modalidade é comum um
sulco, normalmente na região da nuca, onde fica as mãos do agressor. Assim como, escoriações
e contusões no pescoço, causados tanto pelo agressor quanto pela vítima em um movimento de
defesa. A doutrina Criminalística aponta que suicídio por estrangulamento é extremamente raro.
Já o estrangulamento acidental pode ocorrer, embora menos frequente, quando uma pessoa
tem uma peça de vestuário presa a uma máquina de tração, por exemplo.

EXEMPLO
Uma vítima tem o seu pescoço envolto por um fio e o agressor puxa com o intuito de matar.

2. Estrangulamento manual (Esganadura)- a morte é produzida pelas mãos do assassino,


pelo antebraço (vulgo mata-leão) ou mesmo por membros, ocluindo (bloqueando) as artérias
carótidas. Em tese, todos os estrangulamentos manuais são homicídios. Em alguns casos de
esganadura o agressor emprega uma força excessiva com a finalidade de dominar a vítima. A
doutrina Criminalística registra que casais durante o ato sexual podem incorrer nessa prática.
Na maioria dos casos existem escoriações provocadas pelas unhas em um clássico movi-
mento de defesa.

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Existem muitos métodos de esganadura, cada um deixa um vestígio diferente no sítio da


ocorrência e nas vítimas. Observe:

3. Enforcamento- a morte é produzida pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias,
venosas e arteriais da região do pescoço. Ocorre pela pressão externa produzida pela ação da
gravidade. A pessoa enforcada tem a morte ocasionada pela falta de oxigênio no cérebro.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 262) ensinam que o bloqueio da vias aéreas superiores não é
condição necessária para produzir o enforcamento.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 249) apontam que fraturas são raras em enforcamentos ex-
trajudiciais. Já nos enforcamentos judiciais a altura da queda somada a pesos acoplados ao
corpo pode ocorrer até mesmo a decapitação.
Sítios de ocorrência de enforcamento:
a) Aspectos externos- no suicídio a vítima usa um nó corrediço no pescoço e a outra ponta
fixa em um local rígido que a permita apoiar seu peso total ou parcialmente. Pode ser usado
vários instrumentos, como: cordas, lenções, cintos, fios elétricos e por aí vai. A lesão (sulco) na
região do pescoço depende do material utilizado. Se for um material macio quase não há e se
for um material mais rígido o sulco pode ser maior.
(Shkrum & Ramsay, 2007, pp. 65, 83) ensinam que escoriações e lesões adjacentes são
sinais de estrangulamento. Faz muito sentido, pois tais sinais são de luta, resistência ou opo-
sição a morte, que são incompatíveis com suicídio.
Nós e cordas utilizados no enforcamento: são os objetos que, no sítio da ocorrência, me-
recem mais atenção por parte do perito.
As duas extremidades da corda devem ser analisadas, caso haja sinais de cortes recentes,
a parte excluída deve ser procurada no sítio da ocorrência. Assim como deve ser localizado o
instrumento que foi utilizado para cortar a corda (tesoura, faca, estilete)

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(StarK, 2005, p. 341) ensina que o indivíduo no intento suicida deverá ser capaz de colocar-se
de maneira que o próprio peso possa ser utilizado para tensionar o laço e aplicar a pressão neces-
sária no pescoço.
No sítio da ocorrência o perito, montando o quebra-cabeça dos acontecimentos, deve de-
mostrar se a vítima tinha condições de executar os laços por si só e utilizar sozinha os móveis
usados para uma eventual escalada. Como poderia ser suicídio se a vítima não era capaz de
subir numa geladeira sozinha? Entende?
Ainda no sítio da ocorrência, analisando o nó utilizado na corda, o perito deve ter uma boa
compreensão dos diversos tipos de nós, assim como, levantar se a vítima era capaz de fazer
determinado nó. E também ficar atento a nós profundamente elaborados, que não parecem ser
de alguém que está se preparando para um evento tão crítico, o suicídio.
Um grande problema que o perito pode encontrar na sítio da ocorrência é quando familia-
res rompem o nó e cortam a corda com a finalidade de auxiliar o parente naquela situação.
O laço pode ser simples, dando apenas uma volta no pescoço ou múltiplas voltas, ocorrendo
desde nós simples até mesmo nós mais elaborados que necessitam de um prévio conhecimento.
(Shkrum & Ramsay, 2007, pp. 70, 77) ensinam que os cabelos também devem ser observa-
dos pelos peritos, pois cabelo preso pelo laço é um vestígio que há possibilidade de haver um
homicídio mascarado de suicídio. Pois entendem que a vítima, ao cometer suicídio, tendem a
colocar os cabelos por cima dos nós pela questão do conforto.
Em suicídios com suspensão total do corpo da vítima o perito deve buscar uma rota com
qual a vítima subiria sozinha até o local do enforcamento- rota de escalada.
b) Aspectos internos- tais aspectos são amplamente compreendidos na disciplina de Me-
dicina Legal. Porém, para efeito didático, falarei sobre os primeiros resultados esperados du-
rante a execução do enforcamento.
Com o corpo suspenso totalmente, a vítima pode perder a consciência dentro de 15-20
segundos e sofre danos cerebrais irreversíveis em 4-6 minutos.
O enforcamento é o tipo mais comum de morte por compressão do pescoço. Consiste na
compressão do pescoço por um laço ajustável e a outra extremidade colocada em um ponto
fixo que aguente o deslocamento do corpo da vítima. De resto, a gravidade se encarrega de
garantir a morte da vítima.

6. Perinecroscopia
O cadáver é sempre um dos principais vestígios nos locais de um crime. Por essa razão, é
fundamental que se faça um levantamento completo dessa situação. Ainda no local do crime o
perito deve examinar as vestes da vítima e o perímetro em que foi encontrado o cadáver. Essa
linha de ação é o que chamamos de Perinecroscopia.

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Em exames em locais de crimes que envolva morte observe o que diz o Código de Proces-
so Penal no seu Artigo 164:

A posição inicial em que um corpo foi encontrado pode ser classificada em:

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Ainda in loco, o Perito, através da posição do cadáver, pode delimitar e inferir algumas situ-
ações sobre a dinâmica do evento que contribuirá para o laudo pericial.
Com a finalidade ocultar o crime, iludir a atividade pericial ou mesmo “desovar” o cadáver
em um local diverso de onde ocorreu a morte pode ser que o corpo seja arrastado ou carre-
gado para outra área. Nesse caso, o perito deve observar no local do crime e no próprio corpo
marcas de arraste, que seguindo o Princípio das Trocas de Locard os vestígios dessa movi-
mentação estarão tanto no corpo quanto no solo.
Para efeito didático a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacio-
nados a Saúde, versão 10 (CID-10) apontam as mortes provocadas por fatores internos e externos.

Os aspectos externos intimamente ligados à morte violenta será o nosso objeto de estudo.
Futuro Perito, essa parte do nosso estudo guarda íntima relação com a Medicina Legal,
mas sem qualquer pretensão de avançar sobre esse estudo elencarei alguns aspectos impor-
tantes que você não pode deixar de conhecer:
• Rigidez cadavérica (Rigor Mortis): É uma reação química temporária que envolve a ade-
nosina e a miosina das fibras musculares. Em um local de crime essa reação pode ser
observada no queixo, nos braços e nas pernas. Como essa reação é temporária, existe
uma gradação que pode ser observada, perceba:

Ainda não presente

Estabelecendo-se na mandíbula

Estabelecendo-se nas extremidades dos membros

Rigidez completa

Em processo de dissipação

Não mais presente


Entenda, a rigidez cadavérica (Rigor Mortis) é um importante instrumento para se verificar
o horário do óbito. Pois existe uma relação entre o grau de rigidez e o tempo, que pode ser evi-
denciado na tabela de (Pickering 2009, p.114).

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• Livores de Hipóstase (Livor Mortis): É a ação da gravidade sobre o tecido sanguíneo, pois
quando o indivíduo morre a sua pressão arterial cai para zero e ocorre um depósito do
sangue na área que está mais próxima do chão. Já a área mais afastada do chão assume
uma coloração púrpura meio esbranquiçada que chamamos de palidez cadavérica.
• Resfriamento natural da temperatura do corpo (Algor Mortis): Parte do conceito que o
ambiente possui temperatura inferior a 37ºC, que nem sempre é verdadeiro. A diminui-
ção da temperatura corporal é o método científico mais comum para estimar o horário
da morte, porém, como é uma estimativa, pode ocorrer pode ocorrer algumas variáveis
que podem dificultar esse cálculo.
• Decomposição: É o quarto vestígio da morte e pode variar amplamente, dependendo basica-
mente do clima, quanto maior for a temperatura o grau de decomposição avançada pode apa-
recer em menos de 24 horas, já em regiões de menor temperatura a decomposição pode de-
morar até uma semana. A decomposição começa imediatamente após a morte e avança até
a total esqueletização do cadáver. Acompanhe essa tabela com as fases da decomposição:

1ª FASE- Mancha esverdeada no abdômen e um processo de descoloração que


avança por todo o corpo.

2ª FASE- Junto a descoloração o corpo começa a inchar devido a ação dos gases
provenientes da ação dos micro-organismos.

3ª FASE- Junto ao corpo inchado a epiderme começa a descamar formando bolhas


e o sangue começa a se degradar.

4ª FASE- A degradação do sangue produz a chamada “circulação póstuma” que é o


rompimento das hemácias.

5ª FASE- Esqueletização, que pode levar semanas ou meses, dependendo do


ambiente em que o corpo se encontra.

7. Reprodução Simulada
A avaliação da necessidade ou não de perícia em local do delito fica a cargo da autorida-
de policial. Porém, a própria dinâmica dos eventos em alguns casos, pode não permitir que a
perícia seja realizada ou seja realizada com ausência de alguns elementos indispensáveis à
elucidação do delito.
Fatores internos podem inviabilizar a perícia, como ausência de um perito oficial na região
ou dificuldades em designar um perito ad hoc.

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Esa pane pode ser sanada pela reprodução simulada dos fatos, que vulgarmente é chamada
de reconstituição do crime e tem previsão legal no Art. 7º do Código de Processo Penal, observe:

Perceba que a própria Lei impõe como condição que a reprodução simulada dos fatos não
podem contrariar a moralidade ou a ordem pública. Esse dois limites normativos visam res-
guardar a própria vítima ou mesmo a sociedade.

EXEMPLO 1
Realizar a reprodução simulada dos fatos em uma vítima do crime de estupro.
EXEMPLO 2
Realizar a reprodução simulada da ação de um explosivo em um caixa eletrônico.

Tanto no exemplo 1 quanto no exemplo 2 perceba que não seria viável adotar a reprodução
simulada dos fatos para elucidar possíveis dúvidas da perícia.
A reprodução simulada dos fatos pode ser executas tanto na fase da investigação policial
quanto na fase judicial. Observe esse julgado sobre os momentos da realização da reprodução
simulada dos fatos.

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A Suprema Corte firma o entendimento que a reprodução simulada dos fatos pode ser pro-
videnciada ex officio pela própria autoridade policial sem nenhum tipo de pedido das partes,
tanto defesa quanto acusação.
O princípio da verdade real disciplina que o julgador deve sempre buscar julgar os fatos o
mais próximo possível da realidade dos acontecimentos, devendo sempre prevalecer o senti-
mento de sempre buscar a verdade. Pois bem, a perícia criminal é uma importante ferramenta
do julgador na hora de estabelecer essa busca.
Alguns fatos podem estar ocultos ou mesmo não evidenciados, cabendo a perícia criminal
desnudar os eventos tal como eles são. Nesse contexto, a reprodução simulada dos fatos en-
tra como um importante artifício para suprir as possível falhas dos levantamentos iniciais ou
mesmo novas perguntas que surgem durante a própria linha de investigação.

Agora, seria possível obrigar um indiciado a participar da reprodução simulada dos fatos?

A resposta é NÃO! Estamos diante do chamado Princípio da inexigibilidade de autoincrimi-


nação ou Princípio da não autoacusação compulsória ou mesmo a expressão em latim, nemo
tenetur se detegere- ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

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RESUMO
Locais de Crimes Contra a Pessoa e Morte Violenta

Os crimes contra à pessoa são aqueles que afetam, imediatamente, qualquer ser humano.
Portanto, são crimes consubstanciados com a personalidade humana, como: a vida, a integri-
dade corporal, a honra e a liberdade de um indivíduo.
Segundo a classificação adotada pelo Criminalista Luiz Eduardo Dorea, a morfologia da
mancha diz muito a respeito do crime.
Com base nisso, é fundamental conhecer a hematologia forense, que é o ramo da biologia
forense que estuda manchas, salpicos e gotas de sangue na cena de um crime.
Tradicionalmente, as mortes violentas são classificadas em homicídio, suicídio ou aciden-
tes. Quando a doutrina Criminalística classifica o homicídio engloba os feminicídios, infanticídios,
mortes no exercício do dever, legítima defesa, mortes por necessidade e latrocínios, que embora
juridicamente não seja um crime contra à vida, encontra-se resguardado nessa classificação.

Local de Morte por Arma de Fogo

Perceba que balística, numa concepção moderna, ocupa-se quase que exclusivamente de
armas de fogo. Portanto, vejamos o conceito básico de arma de fogo:

Cada arma disparada deixa vestígios únicos no projétil. Essas marcas são feitas pelas
raias dos canos, que funcionam como verdadeiras impressões digitais que cada arma imprime
nos projéteis.
Com base nessas “impressões digitais” é possível determinar de qual arma foi efetuado
um disparo e, por consequência, o tiro.

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O perito ao se deparar em sítio de ocorrência que envolva morte por arma de fogo deve
trabalhar com três linhas de levantamentos: homicídio, suicídio e tiro acidental, nessa
mesma ordem.

Suicídio- o gatilho é acionado pelo dedo indicador quando atingido nas regiões das têmpo-
ras (regiões laterais da cabeça), auricular ou submentoniana (abaixo do queixo ou mandíbula);
o gatilho é acionado pelo polegar quando a região atingida é o hemitórax anterior esquerda
(lado do coração) ou cavidade bucal.
No cadáver é verficado feridas do tipo pérfuro- contusas, que serão estudas em capítulo
posterior. Os orifícios de entrada e saída podem ser percebidos se o projétil incidiu obliqua-
mente, ortogonalmente ou tangencial a pele, formando uma saliência anatômica.
As manchas de esfumaçamentos, devido a proximidade do disparo como o tecido atingido,
devem ser observadas. E um exame residuográfico determina as fuligens nas superfícies que
estiveram próximas ao contato e podem ser encontradas também nas mãos do atirador.

Local de Morte por Instrumentos Contundentes, Cortantes, Perfurantes ou


Mistos

Os instrumentos que causam ferimentos são classificados de acordo com o tipo de lesão
que produzem sobre os tecidos orgânicos, conforme o uso para qual foram criados.
• Ação Contundente: Pressão sobre os tecidos causadas por um instrumento sem lâmina
ou gume que deixa uma lesão do tipo fechada (contusa ou contusão). Suas bordas são
irregulares, cuja dimensão preponderante é a largura.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma madeira na cabeça da vítima- paulada- fere sem abrir os tecidos.

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• Ação Cortante: Pressão aplicada por um instrumento com lâmina ou gume. A ação con-
siste em deslizar o instrumento causando uma ferida aberta (ferida incisa) de bordas
regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por um estilete.

• Ação Perfurante: Ação de intensa pressão sobre o tecido, aplicado por instrumento pon-
tiagudo que produz uma lesão aberta (ferida punctória) de bordas regulares, cuja dimen-
são preponderante é a profundidade.

EXEMPLO
Uma lesão provocada espeto de churrasco.

• Ação dilacerante: Ação de maior deslizamento e menor pressão sobre o tecido, provocada
por um instrumento cortante que rasga o tecido produzindo uma lesão aberta (ferida lace-
rada ou dilacerada) de bordas irregulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma superfície áspera.

Agora, vejamos as lesões mistas:


• Ação Corto-contundente: Ação de grande pressão sobre o tecido provocada por instru-
mento com lâmina ou gume, que corta o tecido e produz lesão aberta (ferida corto-con-
tusa) de bordas irregulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma foice.

• Ação Perfuro- contundente: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instru-
mento sem ponta e sem lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro-
contusa) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.

EXEMPLO
Uma lesão provocada por um tiro (projétil de arma de fogo).

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• Ação Perfuro- cortante: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instrumento
de ponta e com lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro- incisa)
de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.

EXEMPLO
Uma punhalada.

• Ação Lacero- contundente: Ação de maior pressão e menor deslizamento sobre o teci-
do, aplicada por um instrumento sem lâmina ou gume que rasga o tecido, produzindo
uma lesão aberta (ferida Lacero- contusa) de bordas irregulares e dimensão variável.

EXEMPLO
Uma paulada com abertura do tecido.

• Ação Constritora: Ação de pressão contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumen-
to sem lâmina ou gume de formato linear e flexível, produzindo uma lesão fechada (sul-
co) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.

EXEMPLO
Um enforcamento.

• Ação Tratora: Tração e/ou torção do tecido, aplicada por um instrumento sem lâmina
ou gume, rasgando tecido, produzindo uma lesão aberta (ferida por arrancamento) de
bordas irregulares, de dimensões variáveis.

EXEMPLO
Um pessoa tem seu braço preso a uma máquina industrial.

• Ação Compressora: Ação contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumento sem
lâmina ou gume, de formato plano, produzida uma leão fechada (esmagamento) de bor-
das regulares, cuja dimensão preponderante é a largura.

EXEMPLO
Uma vítima de um deslizamento de terras o desabamento.

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• Ações Complexas ou Simultâneas: Vários tipos de ações e energias simultâneas que


fica impossível delimitar qual tipo de ação é mais presente na vítima.

EXEMPLO
Uma vítima triturada em uma máquina industrial.

Local de Acidentes de Trânsito

Acidentes de trânsito englobam colisões entre veículos e atropelamento de pedestres.

• Atropelamento de Pedestres: por ser a parte mais frágil do trânsito o pedestre pode so-
frer dois tipos de lesões, observe:

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• Colisões: podem ocorrer tanto nos condutores dos veículos quanto nos passageiros.

O local do acidente fornece vestígios que irão dizer a possível causa do acidente, como:
marcas de frenagem, condições climáticas, velocidade no momento da colisão e etc.
Relembremos que vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou
recolhido que se relaciona com a infração penal. Em acidentes de trânsito os vestígios podem ser:
1. Frenagem no pavimento: É a marca no pavimento, caracterizada pelo aquecimento do
pneu no asfalto (desprendimento de material pneumático) deixando uma impressão. Esse é o
processo entre fricção do pneu e asfalto ou outro terreno que o veículo circule.
Vale ressaltar que os freios ABS- Anti lock Braking System- as marcas de frenagem ficam
menos evidentes, pois esse sistema evita justamente que o pneu trave durante a frenagem.
Uma importante característica da frenagem é o espelhamento, que é uma marca tênue
encontrada no início da frenagem que delimita o início da ação da frenagem.
2. Derrapagem no pavimento: Assim como a frenagem, a derrapagem também é prove-
niente da fricção ou sulco do pneu com o asfalto. Porém, a diferença é que na derrapagem o
veículo se encontra sob a ação de dois movimentos (duas forças), sendo um na direção lon-
gitudinal da unidade veicular e outro na direção transversal, o que resulta em um movimento
oblíquo e por vezes curvilíneo.

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3. Marca de arrasto: É a marca impressa na superfície asfáltica resultante do aquecimento


do pneu quando o veículo é deslocado transversalmente e longitudinalmente.
4. Marca pneumática de aceleração: A aceleração é variação de velocidade (positiva ou ne-
gativa). A marca do pneu no asfalto resultante dessa aceleração imprime, em um curto inter-
valo de tempo, mas suficiente para desprender material na superfície do asfalto ou concreto,
uma marca muito parecida com a frenagem.
5. Marca de Fricção: São impressões no pavimento resultantes do contato das partes me-
tálica ou sólida dos veículos com superfície asfáltica. Essas marcas na superfície asfáltica, por
óbvio, deixa o pavimento destruído. Essas marcas são conferidas pelo perito e é traçado uma
relação com elas e o acidente.
6. Marcas de Sulcagem: É resultado do contato violento entre as partes metálicas ou só-
lidas dos veículos com a massa asfáltica. Esse dano na estrutura asfáltica é mais intenso e
profundo, bem maior em largura que as marcas de fricção.
7. Marcas pneumáticas na terra: Em estradas onde não há pavimentos, bem mais difícil de
ser notada, mas ocorre a remoção de terra do local do acidente que pode ser percebida pelo
perito. Devido a ação da terra nos pneus é comum observarmos uma desaceleração.
Os vestígios são efêmeros, ou seja, podem facilmente ser apagados por outros veículos
que passam pelo local ou mesmo por transeuntes.
8. Marcas na vegetação: É a passagem dos pneus na vegetação que deixa marcas na mes-
ma direção e sentido da movimentação, é o chamado amarfanhamento. É isso mesmo, é o vul-
go capim amassado. Essas marcas são importantes para se levantar a dinâmica do acidente.
A colisão entre os veículos e árvores também ajudam a determinar a velocidade de impac-
to devido ao grau de curvatura da árvore após o choque.
9. Objetos arquitetônicos danificados: É quando ocorre a dano em postes, viadutos, pon-
tes, passarelas, placas de trânsito, semáforos, totens, paredes e por aí vai. Muito comum em
áreas urbanas. Quem nunca viu um poste quebrado em três partes após uma colisão de um
veículo numa avenida perto de casa? Pois é, o deslocamento do objeto danificado ajuda o pe-
rito a levantar a dinâmica do acidente.
10. Fragmento e peças: São peças dos veículos ou parte de peças que se desprendem antes,
durante ou depois do acidente. Pode ser: vidros, faróis, escapamentos, para-choques, emborracha-
dos e por aí vai. O perito através da posição de onde foi encontrado esses fragmentos, concentra-
ção de peças encontradas aliadas a outros vestígios, levantam a dinâmica do sítio da colisão.
11. Líquidos: Devido a natureza de uma colisão, os veículos tendem a derramar seus flu-
ídos, como: óleo, combustível, água do carburador, dentre outros. Esses líquidos auxiliam no
levantamento da dinâmica do acidente.
12. Material orgânico: É todo material orgânico que puder ser levantado no sítio da coli-
são, como: sangue, massa encefálica, pedaços de pele, ossos, dentre outros. O levantamen-
to de material orgânico em sítio de acidente requer muito cuidado, devendo ser feito uma

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descrição minuciosa da posição onde foi encontrado e associar a outros vestígios encontra-
dos no sítio da colisão.
13. Cargas: É todo material que o veículo transportava que, por ventura do acidente, pode
ter sido espalhado na via. Nesse contexto verifica-se a acomodação e conteúdo das cargas,
assim como a capacidade de tração do veículo. As amarrações, presilhas, cordas, cabos e a
carroceria devem ser objetos de avaliação do perito.
O levantamento dos locais de acidentes de trânsito pode ser dividido em três fases, observe:

Local de Morte Provocada por Asfixia

(Brenner, 2004) define que asfixia tem dupla definição:

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(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 244) ensina que a asfixia pode ser classificada em três cate-
gorias, observe:

Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3

Sufocamento;
Confinamento;
Sufocamento propriamente dito;
Sufocamento por oclusão
interna; Estrangulamento;
Asfixia por compressão; Enforcamento;
Asfixia Química.
Asfixia traumática; Estrangulamento com laço;
Asfixia posicional; Estrangulamento manual.
Esmagamento por pessoas;
Asfixia por compressão;
combinada com sufocamento;
Sufocamento por gases.
Oxigênio impedido de entrar em contato com o sangue. Didaticamente temos 6 modos de
sufocamento que o perito pode se deparar no sítio da ocorrência.
1. Confinamento- relacionados à locais fechados, onde lentamente o oxigênio vai se esgo-
tando. Esse tipo de morte é na maioria das vezes acidental.

EXEMPLO
Uma criança brincando de esconde-esconde em um baú antigo.

2. Sufocamento propriamente dito- a morte é causada por obstrução das vias respiratórias
externas (nariz e boca). Esse tipo de morte são geralmente homicídios ou suicídios.

EXEMPLO
Uma pessoa morre com um saco plástico na cabeça.

3. Sufocamento por oclusão interna- a morte é causada por obstrução de objetos no inte-
rior das vias aéreas. Esse tipo de morte pode ser natural, homicídio ou suicídio.

EXEMPLO
Uma pessoa morre engasgada com um pedaço de carne.

4. Asfixia por compressão- a morte é causada por uma pressão que impede a respiração
em um movimento de fora para dentro. A maioria dos casos são acidentes, mas homicídios
podem ocorrer.

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EXEMPLO
Após confusão generalizada em um estádio de futebol as pessoas correm em direção a única
saída, provocando empilhamento de pessoas uma sobre as outras.

5. Asfixia por compressão mecânica combinada com sufocamento- a morte é causada


pela combinação da restrição dos movimentos respiratórios com impedimento de entrada de
ar nos pulmões. Esse tipo de morte pode ser homicídio ou acidente.

EXEMPLO
Uma mãe, cansada da dura rotina, coloca seu bebê para dormir em sua cama. Durante a noite
ela se deita, acidentalmente, sobre o bebê causando sua morte.

6. Sufocamento por gases- a morte ocorre pela redução do oxigênio no ambiente e au-
mento do dióxido de carbono ou metano, que são os asfixiantes mais comuns.
Esse tipo de morte pode ocorrer por homicídio, suicídio ou acidente.

EXEMPLO
Um trabalhador, numa mina de carvão, tem diminuído paulatinamente o oxigênio do local de
exploração. Essa relação de diminuição associada ao aumento de gases asfixiantes produzem
o resultado morte.

(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 249) apontam três formas de estrangulamento:
1. Estrangulamento com laço ou estrangulamento propriamente dito- a morte é causada por
um laço amarrado envolta do pescoço e apertado por uma força externa, muitas vezes formando
um plano horizontal sobrepondo a laringe ou à traqueia superior. Nessa modalidade é comum um
sulco, normalmente na região da nuca, onde fica as mãos do agressor. Assim como, escoriações
e contusões no pescoço, causados tanto pelo agressor quanto pela vítima em um movimento de
defesa. A doutrina Criminalística aponta que suicídio por estrangulamento é extremamente raro.
Já o estrangulamento acidental pode ocorrer, embora menos frequente, quando uma pessoa
tem uma peça de vestuário presa a uma máquina de tração, por exemplo.

EXEMPLO
Uma vítima tem o seu pescoço envolto por um fio e o agressor puxa com o intuito de matar.

2. Estrangulamento manual (Esganadura)- a morte é produzida pelas mãos do assassino,


pelo antebraço (vulgo mata-leão) ou mesmo por membros, ocluindo (bloqueando) as artérias
carótidas. Em tese, todos os estrangulamentos manuais são homicídios. Em alguns casos de
esganadura o agressor emprega uma força excessiva com a finalidade de dominar a vítima. A
doutrina Criminalística registra que casais durante o ato sexual podem incorrer nessa prática.

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Na maioria dos casos existem escoriações provocadas pelas unhas em um clássico movi-
mento de defesa.
Existem muitos métodos de esganadura, cada um deixa um vestígio diferente no sítio da
ocorrência e nas vítimas.
3. Enforcamento- a morte é produzida pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias,
venosas e arteriais da região do pescoço. Ocorre pela pressão externa produzida pela ação da
gravidade. A pessoa enforcada tem a morte ocasionada pela falta de oxigênio no cérebro.
O enforcamento é o tipo mais comum de morte por compressão do pescoço. Consiste na
compressão do pescoço por um laço ajustável e a outra extremidade colocada em um ponto
fixo que aguente o deslocamento do corpo da vítima. De resto, a gravidade se encarrega de
garantir a morte da vítima.

Perinecroscopia

O cadáver é sempre um dos principais vestígios nos locais de um crime. Por essa razão, é
fundamental que se faça um levantamento completo dessa situação. Ainda no local do crime o
perito deve examinar as vestes da vítima e o perímetro em que foi encontrado o cadáver. Essa
linha de ação é o que chamamos de Perinecroscopia.

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A posição inicial em que um corpo foi encontrado pode ser classificada em:

Futuro Perito, essa parte do nosso estudo guarda íntima relação com a Medicina Legal,
mas sem qualquer pretensão de avançar sobre esse estudo elencarei alguns aspectos impor-
tantes que você não pode deixar de conhecer:
Entenda, a rigidez cadavérica (Rigor Mortis) é um importante instrumento para se verificar
o horário do óbito. Pois existe uma relação entre o grau de rigidez e o tempo, que pode ser evi-
denciado na tabela de (Pickering 2009, p.114).
• Livores de Hipóstase (Livor Mortis): É a ação da gravidade sobre o tecido sanguíneo, pois
quando o indivíduo morre a sua pressão arterial cai para zero e ocorre um depósito do
sangue na área que está mais próxima do chão. Já a área mais afastada do chão assume
uma coloração púrpura meio esbranquiçada que chamamos de palidez cadavérica.
• Resfriamento natural da temperatura do corpo (Algor Mortis): Parte do conceito que o
ambiente possui temperatura inferior a 37ºC, que nem sempre é verdadeiro. A diminui-
ção da temperatura corporal é o método científico mais comum para estimar o horário
da morte, porém, como é uma estimativa, pode ocorrer pode ocorrer algumas variáveis
que podem dificultar esse cálculo.

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• Decomposição: É o quarto vestígio da morte e pode variar amplamente, dependendo ba-


sicamente do clima, quanto maior for a temperatura o grau de decomposição avançada
pode aparecer em menos de 24 horas, já em regiões de menor temperatura a decompo-
sição pode demorar até uma semana. A decomposição começa imediatamente após a
morte e avança até a total esqueletização do cadáver

Reprodução Simulada

Fatores internos podem inviabilizar a perícia, como ausência de um perito oficial na região
ou dificuldades em designar um perito ad hoc.
Esa pane pode ser sanada pela reprodução simulada dos fatos, que vulgarmente é cha-
mada de reconstituição do crime e tem previsão legal no Art. 7º do Código de Processo Pe-
nal, observe:

O princípio da verdade real disciplina que o julgador deve sempre buscar julgar os fatos o
mais próximo possível da realidade dos acontecimentos, devendo sempre prevalecer o senti-
mento de sempre buscar a verdade. Pois bem, a perícia criminal é uma importante ferramenta
do julgador na hora de estabelecer essa busca.

Agora, seria possível obrigar um indiciado a participar da reprodução simulada dos fatos?

A resposta é NÃO! Estamos diante do chamado Princípio da inexigibilidade de autoincrimi-


nação ou Princípio da não autoacusação compulsória ou mesmo a expressão em latim, nemo
tenetur se detegere- ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo.

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EXERCÍCIOS
Responda TODAS as questões de acordo com os Conceitos iniciais sobre Criminalística.
Algumas questões das principais bancas e outras de autoria própria, tudo isso para ajudá-los
a massificar o conteúdo.

001. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue


o item que se segue.
Acerca dos objetivos da investigação pericial em locais de crime contra a vida, julgue o
próximo item.
O levantamento de evidências que contribuam com a investigação possibilita o estabelecimen-
to da dinâmica dos acontecimentos.

002. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue


o item que se segue.
O relatório de investigação de um local de crime, destinado a instruir e orientar a investigação
de seguimento, baseia-se exclusivamente no relato técnico e nas impressões captadas pelos
peritos responsáveis pelo exame do local.

003. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue


o item que se segue.
Vestígio coletado em local de crime será qualificado como uma evidência após a competente
análise pericial e a constatação de sua relação com o fato delituoso.

004. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Acerca dos meios de provas, suas espécies, classifi-


cação e valoração, julgue o item a seguir.
Laudo pericial produzido por apenas um perito ad hoc, quando a lei exige a participação de dois
peritos na elaboração da prova técnica, deve ser desentranhado dos autos, porque constitui
prova ilícita, constitucionalmente vedada.

005. (CESPE/MÉDICO-LEGISTA- PCRR/2003) Com relação aos documentos médico-legais,


julgue o item que se segue.
Para a justiça, um depoimento oral prestado por perito será peça de inestimável valia, pois for-
necerá subsídio seguro para o julgador e poderá substituir o laudo pericial.

006. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Sobre os tipos de vestígio e a diferença


entre vestígio e evidência pericial, considera-se que:
a) evidência é o material constatado e recolhido em local de crime para posterior análise na
sessão competente do Instituto de Criminalística.

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b) vestígio verdadeiro é aquele produzido com propósito antecipado de ludibriar os investiga-


dores em busca de esclarecimento do fato.
c) vestígio forjado é aquele encontrado em local de homicídio, sem que tenha sido produzido
com a intenção de induzir alguém a erro.
d) evidência é o resultado da análise pericial revelando a ligação do material examinado pelos
peritos com o fato investigado.

007. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) O isolamento e a preservação dos locais


de crimes:
a) resultam em um item obrigatório a ser inserido nos laudos periciais de exame de local, con-
forme previsão expressa do Código de Processo Penal.
b) estão inseridos na cultura geral e na tradição do brasileiro, sendo raríssimos os episódios de
locais de crime prejudicados pela população que, naturalmente, ao se deparar com um cenário
de crime, evita a aproximação ou, mesmo, o deslocamento por entre os vestígios.
c) são de responsabilidade apenas do primeiro policial que chega ao cenário, não havendo
qualquer responsabilidade posterior para as autoridades policiais e os agentes sob sua direta
subordinação.
d) não encontram qualquer respaldo na legislação processual penal brasileira.

008. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Sobre locais de crime de homicídio, ve-


rifica-se que:
a) local relacionado é aquele fisicamente separado do lugar onde está o corpo de delito, mas a
ele ligado por algum detalhe relevante para a investigação.
b) local imediato é o espaço físico diverso do lugar onde se encontram o corpo da vítima e os
vestígios do homicídio, porém a ele ligado fisicamente.
c) local externo é o ambiente onde o homicídio foi cometido e que apresenta lados e parte su-
perior delimitados por obras naturais ou humanas.
d) local interno é o lugar no qual foi praticado crime de homicídio e se caracteriza pela ausên-
cia de barreiras físicas naturais ou humanas em suas laterais e ponto superior.

009. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) “Circunstância conhecida e provada que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.”
A frase citada expressa o conceito de:
a) pista.
b) indício.
c) vestígio.
d) evidência.

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010. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Quanto à natureza do fato, locais de fur-


to e de dano classificam-se do seguinte modo:
a) locais de crimes de trânsito.
b) locais de crimes contra a pessoa.
c) locais de crimes contra o patrimônio.
d) locais de crimes contra a incolumidade pública.

011. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Locais de crimes podem ser considera-


dos idôneos ou inidôneos, conforme o caso concreto. As referidas classificações referem-se:
a) à preservação.
b) ao isolamento.
c) à natureza do fato.
d) à disposição dos vestígios.

012. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Quanto à disposição dos vestígios, os


cenários de crimes podem ser:
a) internos ou externos.
b) idôneos ou inidôneos.
c) imediatos, mediatos ou relacionados.
e) idôneos, mistos ou relacionados.

013. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Segundo o estudioso de criminalística


Edmond Locard, o tempo consome os vestígios, as evidências e dificulta a busca da verdade.
Esse pensamento resume um princípio aplicável às investigações de homicídios, qual seja:
a) princípio da indisponibilidade.
b) princípio da ocasionalidade.
c) princípio da oportunidade.
d) princípio da oficiosidade.

014. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) A garantia de total proteção aos elemen-


tos encontrados e que terão um caminho a percorrer, passando por manuseio de pessoas, aná-
lise, estudos, experimentações e apresentações até o final do processo criminal refere-se a:
a) reprodução simulada.
b) laudo pericial.
c) cadeia de custódia.
d) crime e ocorrência de trânsito.

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015. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Consideram-se elementos imprescindí-


veis à existência do crime de homicídio:
a) autor, vítima, premeditação, motivo.
b) vítima, testemunha, lugar, motivo.
c) vítima, instrumento, lugar, tempo.
d) testemunha, instrumento, tempo.

O homicídio (Art. 121, CP) é um crime material, ou seja, necessita de um resultado natura-
lístico, que no caso é a morte da vítima. Bem, se tem uma vítima obrigatoriamente tem um
autor do delito. Esse autor empregou um meio (instrumento) para se alcançar o resultado
pretendido-morte. O fato ocorreu em algum local e em um determinado tempo. Testemunha e
premeditação são dispensáveis.
Letra c.

016. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) O conceito de preservação pode ser do


seguinte modo:
a) o ato de proteger os locais de crimes, permitindo assim que as pessoas não autorizadas se
aproximem do local onde ocorreu o delito.
b) permitir que as pessoas fiquem a uma distância segura para que os peritos desempenhem
suas funções.
c) o ato de isolar o local quando os peritos comparecerem para realização de seu levantamento.
d) o ato de não alterar o estado original das coisas encontradas no local do delito.

017. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Os locais de crimes podem ser classifi-


cados quanto
a) à preservação dos vestígios, quanto ao ambiente e quanto à arma e/ou ao instrumen-
to do crime.
b) à natureza do fato, quanto à disposição dos vestígios e quanto à preservação dos vestígios.
c) ao ambiente, quanto ao isolamento e quanto à preservação dos vestígios.
d) à natureza do fato, quanto ao ambiente e quanto ao estado dos vestígios.

018. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) A Criminalística é a ciência sobre a qual se


apoia a prova pericial. Com base nos ramos mais diversos do conhecimento científico, a Crimi-
nalística atua no sentido de reconstruir um fato do passado, mas sempre com uma caracterís-
tica singular: o lastro da cientificidade.
a) O uso do conhecimento científico para a produção da prova é anterior ao século 19. Entretan-
to, a sistematização da matéria ocorreu apenas em meados do século 20, com Edmond Locard,
após a publicação do respectivo livro Criminal Investigation, que foi traduzido para o português

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como Manual para Juízes de Instrução. O livro tinha a finalidade de mostrar a aplicação da ciên-
cia na investigação criminal, facilitando, assim, o trabalho dos juízes no processo decisório.
b) “Todo contato deixa uma marca”. Com essa afirmação, o austríaco Hans Gross apresentou
para a comunidade científica o que ficou conhecido como princípio da troca, que até os dias de
hoje serve como orientação para o trabalho pericial nos locais de crime.
c) A Criminalística surge nas universidades, portanto, em um contexto totalmente diferente do
ambiente policial. Entretanto, em 1910, surge, em Lyon, na França, o primeiro laboratório forense
dentro da estrutura organizacional da polícia, graças ao trabalho de Hans Gross. A experiência
se mostrou bem-sucedida, uma vez que a prova pericial passou a ser produzida por profissionais
que viviam a realidade da polícia, e, em pouco tempo, outros departamentos de polícia levaram
para o interior das próprias organizações os laboratórios forenses e os respectivos especialistas.
d) Após consolidação da Criminalística como ciência, novos saberes foram desenvolvidos, e, com
base nesses saberes, surgiram outras ciências, como a sociologia, a psicologia e a criminologia.
e) O perito criminal é o profissional que utiliza o próprio conhecimento científico para produzir a
prova pericial, que deve ser imparcial e isenta de vícios. Por apresentar essas características, a
prova pericial possui a propriedade da transversalidade, ou seja, trata-se de um elemento utilizado
não somente na fase do inquérito policial, mas também na fase processual da persecução penal.

019. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) O perito criminal averiguou que determinado


acidente de trânsito com vítima fatal ocorreu em razão do incorreto posicionamento da coluna
do viaduto com relação à pista de rolamento, associado à falta de sinalização adequada.
Nesse caso, a causa do acidente está relacionada a
a) falha do homem.
b) falha da máquina.
c) reação tardia.
d) falha mecânica.
e) falha do meio.

020. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) Quanto à produção de vestígios de pegadas em


locais de crime, assinale a alternativa correta.
a) As marcas positivas são figuras formadas por compressão ou depressão sobre o suporte
que recebe o objeto que as produz, como terra ou qualquer outro suporte macio.
b) Apenas as marcas de pegadas no local mediato devem ser avaliadas.
c) Apenas as marcas de pegadas no local imediato devem ser avaliadas.
d) As marcas latentes de pegadas não podem ser avaliadas.
e) As marcas negativas podem ser transportadas por meio da modelagem.

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021. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) Quanto a locais de suicídio por arma de fogo,


bem como às manchas de sangue observadas nesse tipo de local, assinale a alternativa correta.
a) Os locais envolvendo supostos suicídios por armas de fogo e por armas brancas seguem
uma dinâmica diversa daquela adotada em locais de homicídio, usando um rigor analítico me-
nor, uma vez que não se trata de um crime.
b) Quando houver armas de fogo em locais de suicídio, os peritos criminais devem encaminhar
o instrumento em questão da maneira como foi encontrado, sem que ocorra manipulação.
c) É preciso um cuidado na análise da possiblidade de a vítima operar (sozinha) a arma em questão.
Para isso, será necessário observar as características gerais de acionamento da arma analisada.
d) As manchas de sangue observadas no local, bem como aquelas dispostas sobre o cadáver,
merecem uma atenção especial, sobretudo se forem encontradas sobre os membros inferio-
res da vítima. Manchas produzidas por contato e por arrastamento indicam o sentido de pro-
dução da(s) ferida(s).
e) Esfregaços (suabes) para a realização de exames de constatação da presença de material
genético (DNA de contato) no cabo e na lâmina (armas brancas); no gatilho, no tambor e no
dedal serrilhado (revólveres); no ferrolho e no retém do carregador (pistolas); e em todas as re-
giões em que a constatação de tal material seja provável serão coletados na seção de balística
forense, nunca pelos peritos de local durante a realização dos exames.

022. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) A perícia criminal não se restringe a exames


externos, em locais onde supostamente dado delito ocorreu. Ela tem, por outro lado, uma área
de atuação muito ampla. Nesse contexto, assinale a alternativa correta.
a) Em um exame de local de crime, basicamente sete perguntas devem ser respondidas pelos
peritos que processam a cena: o que aconteceu, como aconteceu, quando, onde, por que, qual
o meio empregado e quem é o autor.
b) As perícias externas são os exames periciais realizados em espaços físicos localizados em
ambientes externos (vias públicas, áreas de vegetação, áreas submersas), enquanto as perí-
cias internas são aquelas realizadas em edificações e (ou) em veículos.
c) O princípio da troca de Edmond Locard indica que, sempre que alguém (com exceção da au-
toridade policial e dos peritos criminais) adentra um espaço físico, essa pessoa o altera, mesmo
que inconscientemente. Algo é deixado por esse ator e, da mesma forma, algo é levado com ele.
d) Os peritos criminais, em regra, são os profissionais responsáveis por processar a cena do
crime. Não obstante, eles não são os primeiros a tomar conhecimento da cena, nem são os
primeiros a chegar ao local dos exames.
e) Local de crime imediato é aquele onde a ação principal ocorreu. Por sua vez, o local mediato
é aquele que guarda relação com o imediato, mas que tem um caráter de acessório em relação
ao outro. Cada cena de crime só pode ter um local imediato combinado com um local mediato.

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023. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) O Título VII do Código de Processo Penal versa


a respeito das provas e, mais especificamente, dos meios de prova que devem ser utilizados na
solução de uma lide pelo magistrado. Quanto ao Capítulo II do referido título, “DO EXAME DO
CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL”, assinale a alternativa correta.
a) O artigo 158 explicita que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, podendo, entretanto, supri-lo a confissão do acusado.
b) O artigo 184 estabelece que, salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes quando esta não for necessária ao esclareci-
mento da verdade.
c) O artigo 169, parágrafo único, impõe à autoridade policial a responsabilidade de registrar
qualquer alteração na cena do crime e quais são as suas consequências diretas na produção
da prova material.
d) O artigo 178 determina que o exame de corpo de delito e as demais perícias podem, em
casos definidos, ser solicitados diretamente a um perito específico.
e) O artigo 182 define que o juiz ficará adstrito ao laudo, devendo aceitá-lo no todo ou, ao me-
nos, em parte.

024. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Qualquer elemento material que possa ter rela-
ções com a infração penal ou com o fato sob análise, cuja condição e posição no local inves-
tigado são resultantes da conduta humana, por ação ou omissão, corresponde a um vestígio.
BRASIL. Ministério da Justiça. Diretoria Técnico-Científica. Glossário de Ciências Forenses. Bra-
sil. Brasília-DF, 2016.
Com base na explicação apresentada, é correto afirmar que vestígios
a) verdadeiros ou associativos são aqueles que foram dispostos pelo autor para induzir o peri-
to criminal a descrever uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
b) ilusórios ou não associativos são aqueles que, de forma intencional, são colocados na cena
de crime para induzir uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
c) associativos ou verdadeiros são aqueles encontrados na cena de crime, mas que, porém,
não têm relação com o fato que se investiga.
d) ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam nenhuma
relação com o fato investigado.
e) forjados são aqueles que mantêm relação de causa e efeito com o ato criminoso e (ou) com
a dinâmica deste ou guardam, ainda, uma relação de identidade com a(s) vítima(s) e (ou) com
o(s) autor(es).

025. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Qualquer Pela definição usual, ao ser afastada


a causa determinante, o acidente
a) ocorreria.
b) poderia ocorrer.

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c) poderia não ocorrer.


d) não ocorreria.
e) às vezes ocorreria.

026. (INSTITUTO AOCP/POLÍCIA LEGISLATIVA-CÂMARA DE RIO BRANCO-AC/2016) O que


é Criminalística?
a) É o estudo da investigação criminal. Ciência que objetiva o esclarecimento dos casos
criminais.
b) É o estudo da investigação que objetiva o esclarecimento dos casos de crimes somente
contra o patrimônio.
c) É o estudo criminal. Ciência que objetiva o esclarecimento dos casos de crimes contra o
patrimônio público.
d) É o estudo da investigação criminal que estuda só crimes contra a vida.
e) É a Ciência da investigação criminal. Estudo que objetiva o esclarecimento crimes contra a
vida pública.

027. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE-ITEP/2018) Historicamente, a Crimi-


nalística recebeu muitos nomes sinonímicos, como Polícia Técnica, Policiologia e Ciência Po-
licial. Porém começou a prevalecer o nome “criminalística” após ter sido o termo cunhado por
a) Oscar Freire.
b) Paul L. Kirk.
c) Edmond Locard.
d) Hans Gross.
e) Gilberto Porto.

028. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE-ITEP/2018) Sobre o isolamento e a pre-


servação de local de crime, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I – Visam garantir que o estado das coisas não seja alterado, proporcionando fidedignidade ao
local e aos vestígios ali presentes, viabilizando sua idoneidade.
II – São de responsabilidade do perito criminal requisitado para o levantamento do local de crime.
III – Estão legalmente previstos, devendo ser providenciados pela autoridade policial.
IV – Constituem o início da Cadeia de Custódia. V. Idealmente, devem ser realizados mediante
o impedimento do acesso físico de pessoas não autorizadas ao local de crime.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I, III, IV e V.
c) Apenas II, III e V.
d) Apenas II, IV e V.
e) Apenas I, II, III e IV.

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029. (INSTITUTO AOCP/AGENTE DE NECRÓPSIA-ITEP/2018) Preencha as lacunas e assi-


nale a alternativa correta.
____________, ao postular que “todo contato deixa uma marca”, consagrou o Princípio____________,
aplicável nas perícias de locais de crime e que, diante da doutrina da criminalística brasileira,
ficou também conhecido como Princípio____________.
a) Edmond Locard / da Transferência / da Observação
b) Hans Gross / da Troca / Fundamental da Criminalística
c) Alexandre Lacassagne / do Contato / da Análise
d) Paul Kirk / da Troca / da Interpretação
e) James T. Kirk / do Espaço / da Iniciativa

030. (UEG/ESCRIVÃO DE POLÍCIA-PCGO/2013) O Perito Oficial faz exame em um objeto ou


material bruto, constatado e/ou recolhido em local de crime para análise posterior. Como esse
objeto é denominado?
a) Prova imaterial
b) Prova indireta
c) Evidência
d) Vestígio

031. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019/ADAPTADA) Informações para responder


à questão.

A fotografia apresentada retrata o local de um acidente de trânsito com vítima fatal em que o
automóvel cinza (seta) saiu da pista e colidiu contra um poste de energia, produzido em con-
creto, assumindo a respectiva posição de repouso final alguns metros além do poste. Essa
pista de interesse é asfaltada, de mão dupla de direção, composta por uma faixa de trânsito
para cada sentido, separadas por linha simples seccionada de cor amarela e delimitada por
acostamento seguido de margem, em ambos os bordos. Considerando o sentido norte-sul,
havia uma ciclovia na margem esquerda.

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Considere, para esse caso, a tabela fictícia de coeficientes de arraste/atrito específicos para o
local examinado, a seguir.
Considerando os vestígios materiais visíveis na fotografia, qual é a causa determinante mais
provável desse acidente?
a) Desvio de direção
b) Ausência de reação
c) Reação tardia
d) Entrada inopinada
e) Perda de controle de direção

032. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) A respeito dos vestígios produzidos pelos


pneumáticos de um automóvel, assinale a alternativa correta.
a) Frenagens escuras, em razão da fusão da borracha dos pneus, podem ter trajetória curva.
b) Marcas de frenagem produzidas pelo travamento das rodas apresentam escurecimento
progressivo.
c) Com o sistema ABS operando corretamente, as marcas de frenagem são escuras, em razão
da fusão da borracha dos pneus.
d) Sem o sistema ABS, as marcas de frenagem apresentam clareamento progressivo.
e) Marcas de aceleração são mais escuras no final da respectiva extensão.

033. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) A respeito dos vestígios em locais de crime,


é correto afirmar que
a) as impressões de aceleração produzidas com os pneumáticos em processo giratório em
forte aceleração não reproduzem os desenhos das bandas de rodagem e, portanto, não devem
ser consideradas vestígios.
b) geralmente as marcas deixadas pelo uso de ferramentas em locais de crime são latentes.
c) o processo de transporte de uma pegada positiva latente sobre uma folha de revista é dife-
rente do transporte de uma impressão digital.
d) o processo de transporte de uma pegada negativa pode ser feito por meio de modelagem.
e) as impressões latentes apresentam dificuldade para a respectiva análise digital.

034. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) Acerca das abordagens recomendadas em


locais de morte violenta, assinale a alternativa correta.
a) O levantamento de local de homicídio, ou qualquer outro a rigor, começa quando a equipe
pericial chega ao destino que será examinado, momento em que o perito verifica quais equi-
pamentos serão necessários, a gravidade da situação, as condições de segurança, a acessi-
bilidade ao local e a possibilidade de demandar auxílio de outras forças ou órgãos (Corpo de
Bombeiros e companhia de saneamento ou de fornecimento elétrico, por exemplo).

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b) O perito criminal deve sempre ter uma abordagem de desconfiança para com as condições do
local e as informações que coletou previamente. Não é incomum que solicitações de exames ini-
cialmente identificadas como um determinado tipo de local se revelem como sendo outro, como
cenas de aparente suicídio ou acidente que posteriormente se revelam um homicídio, ou o inverso.
c) O período de deslocamento até o local é importante para que sejam repassadas informações à
equipe, bem como para que se possa acordar quaisquer procedimentos considerados necessários
de acordo com as peculiaridades já sabidas a respeito do local. É recomendável que a hora de che-
gada seja registrada quando os peritos retornarem ao Instituto de Criminalística, ao final do plantão.
d) Durante o processamento do local, seguido à busca inicial, inicia-se uma busca mais minu-
ciosa, comumente definida como busca detalhada. Existem técnicas de busca detalhada que
auxiliam em uma varredura eficiente da área de interesse, como a busca em espiral, por qua-
drante e em linha. A técnica adequada é sempre pré-determinada de acordo com o estipulado
nos procedimentos operacionais padrão (POP) da seção e não muda de acordo com os locais.
e) Usualmente, o exame perinecroscópico, em conjunto com o exame das vestes que trajavam
o cadáver, são os primeiros a serem realizados pelos peritos no local, pois a perinecroscopia
revela ao perito possíveis movimentações da vítima ou entre está e os respectivos agressores,
no caso do homicídio, o tipo de instrumento usado e o local da morte, entre diversas outras
informações importantes.

035. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Em relação às mortes aparentemente natu-


rais e às mortes acidentais, assinale a alternativa correta.
a) As mortes decorrentes de acidente não podem ser consideradas violentas, pois, por elas se
tratar de casos fortuitos, não produzem consequências penais.
b) Os locais de morte aparentemente natural costumam ser escassos em vestígios, já que
normalmente há uma única pessoa envolvida (a própria vítima) e ela não contribui intencional-
mente para o resultado.
c) Nos casos de morte aparentemente natural, o exame perinecroscópico deve ser realizado de for-
ma mais superficial e rápida, já que se trata apenas de uma constatação da ausência de um crime.
d) O exame de um local de acidente deve seguir a mesma dinâmica do exame de um local de
homicídio, de modo a se usar o mesmo rigor analítico, uma vez que os vestígios encontrados
costumam ser semelhantes.
e) É comum encontrar vestígios de arrombamento em locais de morte aparentemente natural.
O perito criminal não deve se apegar a esses elementos, já que eles podem ser explicados pelo
fato de que vizinhos e (ou) parentes costumam buscar contato por meio do acesso à residên-
cia da suposta vítima.

036. (CESPE/PRF/2015) O levantamento de dados e a coleta de vestígios do local de acidente de


trânsito são de suma importância para o perfeito entendimento da(s) causa(s) determinante(s) do

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acontecimento. No que se refere a cena, sinalização e isolamento do local de acidente de trânsito,


julgue o item que se segue.
Nos acidentes em que há derramamento ou vazamento de produtos perigosos, a área a ser
isolada ficará a critério da equipe da PRF que primeiro chegar ao local, sendo recomendado,
principalmente o uso de fitas zebradas para delimitar o espaço.

037. (CESPE/PERITO CRIMINAL-PCMA/2018) Com relação a local de crime e a exame peri-


cial, assinale a opção correta.
a) O exame pericial de local destina-se, precipuamente, a determinar a causa da morte da vítima.
b) A vítima de homicídio, em regra, deve ser individualizada ainda no local do crime e antes do
exame pericial.
c) Local relacionado abrange o corpo de delito, seu entorno e espaços que contenham vestí-
gios materiais do crime.
d) O local do crime é dividido, para efeitos de preservação, apenas em local imediato e em local
relacionado.
e) Em casos de morte violenta, o exame perinecroscópico deve ser realizado pelo perito crimi-
nal ainda no local do crime.

038. (IESES/PERITO CRIMINAL-IGP-SC/2017) Ernesto, membro de uma facção extremista,


decide praticar um ato terrorista na Prefeitura de São Paulo. Para tal, preparou, em um quarto
do Hotel Ibis, no município de São José/SC, vários cartões de natal eletrônicos, nos quais ane-
xou folhas de material explosivo denominado C4, transformando estes cartões em artefatos
explosivos. Logo após, ele os enviou à prefeitura citada. Dois dias depois, quando os funcioná-
rios abriram os cartões, os artefatos foram detonados, causando um desastre de proporções
assustadoras. Para a análise pericial, quanto à classificação do local em termos espaciais, o
quarto no Hotel Ibis onde o dispositivo foi montado, é reputado como:
a) Local mediato.
b) Local relacionado.
c) Local externo.
d) Local imediato.

039. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Considerando um local de crime, os termos


vestígio ou evidência ou indício são mais adequadamente exemplificados na alternativa:
a) Os técnicos periciais analisam evidências no local de crime, elaborando laudo que as mate-
rializam em indícios.
b) A marca da planta do pé na parede, indicando uma escalada é uma evidência.
c) Uma impressão datiloscópica é um indício e o trabalho pericial a transforma em vestígio.
d) A impressão papilar é um vestígio e após a revelação pericial e documentação se transfor-
ma em evidência.

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040. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Qual alternativa indica uma situação em que


NÃO haveria a necessidade de exame de local de crime?
a) Uma morte no interior de uma instalação penitenciária pública, causada pelos pró-
prios detentos.
b) Um local de morte violenta que não foi adequadamente preservado pela autoridade policial.
c) Quando uma criança é dada como desaparecida pela família.
d) Uma plantação de maconha no interior da mata.

041. (FUNDATEC/IGP-RS/TÉCNICO EM PERÍCIAS/2017) São exemplos de vestígios e evi-


dências biológicas de interesse pericial:
a) Sangue e projéteis de arma de fogo.
b) Fios de cabelo e fibras de tecido.
c) Vestes e sêmen.
d) Material fetal e saliva.
e) Ossos e resíduos de chumbo.

042. (INÉDITA/2021) Em locais de crimes contra à pessoa, em especial os crimes violentos, as


manchas de sangue e a disposição em que foram encontradas podem trazer indícios para eluci-
dar a dinâmica dos eventos. Para se fazer uma correta análise dessas gotas temos vários testes.
O teste de Luminescência utiliza reagentes químicos para descobrir possíveis vestígios de san-
gue no local do crime, sendo o mais conhecido o Luminol. Porém esse teste é menos preciso que
o teste de orientação, pois o Luminol reage a compostos insolúveis em água formando cristais.

043. (INÉDITA/2021) As lesões podem ser provocadas por diversos objetos. Alguns desses
objetos não necessariamente foram criados para tais fim, como é o caso das foices e macha-
dos. Se um perito in loco se depara com uma vítima decapitada por uma foice, podemos dizer
que a vítima foi lesionada mortalmente por um objeto de ação corto-contundente.

044. (INÉDITA/2021) Um perito em um sítio de ocorrência constata que a vítima estava com
uma corda envolta ao pescoço. Observando mais atentamente viu que a vítima apresentava
lesão em formato linear, flexível, fechada e bordas regulares. O perito está diante de uma lesão
por natureza Constritora.

045. (INÉDITA/2021) No estrangulamento manual ou esganadura a lesão provocada pelas


mãos, antebraços ou qualquer outro membro tem como característica escoriações provoca-
das pelas unhas da vítima devido ao movimento natural de defesa.

046. (INÉDITA/2021) A doutrina Criminalística separa o enforcamento em dois grupos: o judi-


cial e extrajudicial. O enforcamento judicial, dentro dos parâmetros de determinada Lei de pa-
íses que adotam essa prática, não ocorre a decapitação. Já o enforcamento extrajudicial, por

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ser realizado às margens da legalidade, provocam a decapitação devido a somatória da altura


da queda aos pesos acoplados ao corpo da vítima.

047. (INÉDITA/2021) Na asfixia por gases, o sufocamento ocorre pela mistura indiscriminada
por produtos químicos asfixiantes.

048. (INÉDITA/2021) A frenagem é o desprendimento de material pneumático na malha asfál-


tica deixando uma impressão ou rastro devido a fricção do pneu com o asfalto. Os freios tipo
ABS- Anti lock Braking System- deixam essas marcas mais evidentes.

049. (INÉDITA/2021) Na derrapagem, um veículo está sob a ação de duas forças: longitudinal
e outra transversal, conforme a figura abaixo.

O resultado dessas forças resulta em um movimento retilíneo.

050. (INÉDITA/2021) Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que melhor se


apresentar ao perito no sítio da ocorrência, bem como, na medida do possível, todas as lesões
externas e vestígios deixados no local do crime.

051. (INÉDITA/2021) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de deter-
minado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

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GABARITO
1. C 37. e
2. E 38. b
3. C 39. d
4. C 40. c
5. C 41. d
6. d 42. E
7. a 43. C
8. a 44. C
9. b 45. C
10. c 46. E
11. a 47. E
12. c 48. E
13. c 49. E
14. c 50. E
15. c 51. C
16. d
17. b
18. e
19. e
20. e
21. c
22. d
23. b
24. d
25. d
26. a
27. d
28. b
29. a
30. d
31. e
32. b
33. d
34. b
35. b
36. E

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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue
o item que se segue.
Acerca dos objetivos da investigação pericial em locais de crime contra a vida, julgue o
próximo item.
O levantamento de evidências que contribuam com a investigação possibilita o estabelecimen-
to da dinâmica dos acontecimentos.

O objeto da investigação policial é sempre do levantamento das evidências, que determinam a


dinâmica dos acontecimentos, fundamentais na elucidação dos delitos que deixam vestígios.
Certo.

002. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue


o item que se segue.
O relatório de investigação de um local de crime, destinado a instruir e orientar a investigação
de seguimento, baseia-se exclusivamente no relato técnico e nas impressões captadas pelos
peritos responsáveis pelo exame do local.

O relatório de local de crime é um documento que registra os gráficos com informações tanto
objetivas quanto subjetivas de um crime sob a perspectiva dos investigadores e coordenados
pela autoridade policial.
Quando a questão se limita ao relato técnico é a mesma coisa de dizer: “o que vale é a palavra
do perito”. Pois bem, as conjecturas sobre o delito são construídas tanto pela autoridade poli-
cial e seus subordinados quanto pelo próprio perito por meio de análises, utilizando o método
científico (Princípio da Análise) para tal.
Errado.

003. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue


o item que se segue.
Vestígio coletado em local de crime será qualificado como uma evidência após a competente
análise pericial e a constatação de sua relação com o fato delituoso.

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Para resolver essa questão o candidato deve diferenciar vestígios, evidências e indícios. Observe:

Certo.

004. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Acerca dos meios de provas, suas espécies, classifi-


cação e valoração, julgue o item a seguir.
Laudo pericial produzido por apenas um perito ad hoc, quando a lei exige a participação de dois
peritos na elaboração da prova técnica, deve ser desentranhado dos autos, porque constitui
prova ilícita, constitucionalmente vedada.

Em primeiro lugar, relembremos o que diz o Artigo 159 e o Artigo 159 §1º, CPP:

Em segundo lugar, relembremos o que diz a doutrina no conceito de Ada Pellegrini:


Prova ilegítima: Viola norma de Direito Processual- nesse caso pode ser corrigida.
Prova ilícita: Viola norma legal (material)- nesse caso deve ser desentranhada do processo.

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No caso houve violação de preceito procedimental, que é sanável, portanto, viola Norma
Processual.
Errado.

005. (CESPE/MÉDICO-LEGISTA- PCRR/2003) Com relação aos documentos médico-legais,


julgue o item que se segue.
Para a justiça, um depoimento oral prestado por perito será peça de inestimável valia, pois for-
necerá subsídio seguro para o julgador e poderá substituir o laudo pericial.

Perceba o entendimento do STJ no AgRg no REsp 1.622.139/MG, j. 22/05/2018:


Segundo a pacífica jurisprudência desta Corte Superior, quando a conduta deixar vestígios, o exa-
me de corpo de delito é indispensável à comprovação da materialidade do crime. O laudo pericial
somente poderá ser substituído por outros elementos de prova se os vestígios tiverem desa-
parecido por completo ou o lugar se tenha tornado impróprio para a constatação dos peritos.
Em suma, não existe hierarquia. Porém, o perito pode ser chamado para esclarecer questões
técnicas do laudo.
Errado.

006. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Sobre os tipos de vestígio e a diferença


entre vestígio e evidência pericial, considera-se que:
a) evidência é o material constatado e recolhido em local de crime para posterior análise na
sessão competente do Instituto de Criminalística.
b) vestígio verdadeiro é aquele produzido com propósito antecipado de ludibriar os investiga-
dores em busca de esclarecimento do fato.
c) vestígio forjado é aquele encontrado em local de homicídio, sem que tenha sido produzido
com a intenção de induzir alguém a erro.
d) evidência é o resultado da análise pericial revelando a ligação do material examinado pelos
peritos com o fato investigado.

Primeiro, vamos relembrar o conceito de vestígio que está lá no Art. 158, § 3º do CPP:

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Agora, diferenciando os tipos de vestígios temos:

Por último, temos que evidência é o Material bruto que passou por análise de um perito e pos-
sui relação direta com o delito.
Embora a Letra “C” não esteja totalmente incorreta a banca deu a Letra “D” como verdadeira.
Letra d.

007. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) O isolamento e a preservação dos locais


de crimes:
a) resultam em um item obrigatório a ser inserido nos laudos periciais de exame de local, con-
forme previsão expressa do Código de Processo Penal.
b) estão inseridos na cultura geral e na tradição do brasileiro, sendo raríssimos os episódios de
locais de crime prejudicados pela população que, naturalmente, ao se deparar com um cenário
de crime, evita a aproximação ou, mesmo, o deslocamento por entre os vestígios.
c) são de responsabilidade apenas do primeiro policial que chega ao cenário, não havendo
qualquer responsabilidade posterior para as autoridades policiais e os agentes sob sua direta
subordinação.
d) não encontram qualquer respaldo na legislação processual penal brasileira.

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A cadeia de custódia encontra base na legislação processual, vejamos:

Portanto, existe obrigatoriedade normativa para que se isole os locais de crimes.


Por se tratar de uma cadeia de custódia o primeiro policial a se deparar com a cena de crime, a
autoridade policial responsável por conduzir as investigações e os peritos criminais possuem
responsabilidades sobre o sítio da ocorrência.
Letra a.

008. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Sobre locais de crime de homicídio, ve-


rifica-se que:
a) local relacionado é aquele fisicamente separado do lugar onde está o corpo de delito, mas a
ele ligado por algum detalhe relevante para a investigação.
b) local imediato é o espaço físico diverso do lugar onde se encontram o corpo da vítima e os
vestígios do homicídio, porém a ele ligado fisicamente.
c) local externo é o ambiente onde o homicídio foi cometido e que apresenta lados e parte su-
perior delimitados por obras naturais ou humanas.
d) local interno é o lugar no qual foi praticado crime de homicídio e se caracteriza pela ausên-
cia de barreiras físicas naturais ou humanas em suas laterais e ponto superior.

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Relembremos os tipos de locais de crimes:

Letra a.

009. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) “Circunstância conhecida e provada que,


tendo relação com o fato, autorize, por indução, concluir-se a existência de outra ou outras
circunstâncias.”
A frase citada expressa o conceito de:
a) pista.
b) indício.
c) vestígio.
d) evidência.

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O Artigo 239, CPP nos traz o conceito de indícios:

Vale relembrar:

Letra b.

010. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Quanto à natureza do fato, locais de fur-


to e de dano classificam-se do seguinte modo:
a) locais de crimes de trânsito.
b) locais de crimes contra a pessoa.
c) locais de crimes contra o patrimônio.
d) locais de crimes contra a incolumidade pública.

Essa questão cobrou do candidato o conhecimento do Capítulo dos crimes contra o patrimô-
nio, que são eles:
• roubo;
• furto;

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• furto qualificado;
• extorsão;
• extorsão mediante sequestro;
• dano;
• dano qualificado;
• apropriação indébita;
Lembrando que em crimes contra o patrimônio os vestígios são comumente encontrados atra-
vés dos danos que os criminosos causam ao violar o bem jurídico em tela. Os vestígios deixa-
dos pela jornada criminosa auxiliam na compreensão da dinâmica dos fatos.
Letra c.

011. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Locais de crimes podem ser considera-


dos idôneos ou inidôneos, conforme o caso concreto. As referidas classificações referem-se:
a) à preservação.
b) ao isolamento.
c) à natureza do fato.
d) à disposição dos vestígios.

Essa classificação diz respeito à preservação, que pode ser:


• IDÔNEO: é aquele que não foi violado, que não sofreu nenhuma alteração desde a ocor-
rência do fato
• INIDÔNEO: é aquele que foi violado, que sofreu alguma alteração após a ocorrência do fato.
Classificação muito cobrada em provas de concursos. Como vimos anteriormente, a cadeia de
custódia é fundamental para que se possa garantir uma cena de crime idônea e só é possível
isso garantindo a preservação do sítio da ocorrência.
Letra a.

012. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Quanto à disposição dos vestígios, os


cenários de crimes podem ser:
a) internos ou externos.
b) idôneos ou inidôneos.
c) imediatos, mediatos ou relacionados.
e) idôneos, mistos ou relacionados.

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Essa é a classificação quanto à disposição de vestígios, que pode ser:

Letra c.

013. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Segundo o estudioso de criminalística


Edmond Locard, o tempo consome os vestígios, as evidências e dificulta a busca da verdade.
Esse pensamento resume um princípio aplicável às investigações de homicídios, qual seja:
a) princípio da indisponibilidade.
b) princípio da ocasionalidade.
c) princípio da oportunidade.
d) princípio da oficiosidade.

Para a criminalística o princípio da oportunidade ensina que: a equipe de investigação, com


plano breve e seguro, deverá conceber o momento mais favorável, mais conveniente para ini-
ciar o processo de busca dos elementos objetivos e subjetivos.
Letra c.

014. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) A garantia de total proteção aos elemen-


tos encontrados e que terão um caminho a percorrer, passando por manuseio de pessoas, aná-
lise, estudos, experimentações e apresentações até o final do processo criminal refere-se a:
a) reprodução simulada.
b) laudo pericial.
c) cadeia de custódia.
d) crime e ocorrência de trânsito.

Falou em preservação, proteção, tutela ou qualquer outro sinônimo disso você deve associar a
CADEIA DE CUSTÓDIA, que é o conjunto de cautela que os profissionais da segurança pública
devem tomar para não contaminar o local de crime.
Letra c.

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015. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Consideram-se elementos imprescindí-


veis à existência do crime de homicídio:
a) autor, vítima, premeditação, motivo.
b) vítima, testemunha, lugar, motivo.
c) vítima, instrumento, lugar, tempo.
d) testemunha, instrumento, tempo.

O homicídio (Art. 121, CP) é um crime material, ou seja, necessita de um resultado natura-
lístico, que no caso é a morte da vítima. Bem, se tem uma vítima obrigatoriamente tem um
autor do delito. Esse autor empregou um meio (instrumento) para se alcançar o resultado
pretendido-morte. O fato ocorreu em algum local e em um determinado tempo. Testemunha e
premeditação são dispensáveis.
Letra c.

016. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) O conceito de preservação pode ser do


seguinte modo:
a) o ato de proteger os locais de crimes, permitindo assim que as pessoas não autorizadas se
aproximem do local onde ocorreu o delito.
b) permitir que as pessoas fiquem a uma distância segura para que os peritos desempenhem
suas funções.
c) o ato de isolar o local quando os peritos comparecerem para realização de seu levantamento.
d) o ato de não alterar o estado original das coisas encontradas no local do delito.

Preservação é diferente de isolamento. O primeiro refere-se aos cuidados indispensáveis para


que não se altere o local do crime e está previsto no Art. 158-A, § 1º do CPP, já o segundo refe-
re-se a impedir que pessoas estranhas ao acontecido, curiosos ou pessoas mal-intencionadas
adentre ao sítio da ocorrência.

Letra d.

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017. (UEG/AGENTE DE POLÍCIA CIVIL-PCGO/2013) Os locais de crimes podem ser classifi-


cados quanto
a) à preservação dos vestígios, quanto ao ambiente e quanto à arma e/ou ao instrumen-
to do crime.
b) à natureza do fato, quanto à disposição dos vestígios e quanto à preservação dos vestígios.
c) ao ambiente, quanto ao isolamento e quanto à preservação dos vestígios.
d) à natureza do fato, quanto ao ambiente e quanto ao estado dos vestígios.

Relembremos a classificação dos locais de crime:

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Portanto, a Letra “B” evidencia as classificações de maneira adequada.


Letra b.

018. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) A Criminalística é a ciência sobre a qual se


apoia a prova pericial. Com base nos ramos mais diversos do conhecimento científico, a Crimi-
nalística atua no sentido de reconstruir um fato do passado, mas sempre com uma caracterís-
tica singular: o lastro da cientificidade.
a) O uso do conhecimento científico para a produção da prova é anterior ao século 19. Entretan-
to, a sistematização da matéria ocorreu apenas em meados do século 20, com Edmond Locard,
após a publicação do respectivo livro Criminal Investigation, que foi traduzido para o português
como Manual para Juízes de Instrução. O livro tinha a finalidade de mostrar a aplicação da ciên-
cia na investigação criminal, facilitando, assim, o trabalho dos juízes no processo decisório.
b) “Todo contato deixa uma marca”. Com essa afirmação, o austríaco Hans Gross apresentou
para a comunidade científica o que ficou conhecido como princípio da troca, que até os dias de
hoje serve como orientação para o trabalho pericial nos locais de crime.

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c) A Criminalística surge nas universidades, portanto, em um contexto totalmente diferente do


ambiente policial. Entretanto, em 1910, surge, em Lyon, na França, o primeiro laboratório forense
dentro da estrutura organizacional da polícia, graças ao trabalho de Hans Gross. A experiência
se mostrou bem-sucedida, uma vez que a prova pericial passou a ser produzida por profissionais
que viviam a realidade da polícia, e, em pouco tempo, outros departamentos de polícia levaram
para o interior das próprias organizações os laboratórios forenses e os respectivos especialistas.
d) Após consolidação da Criminalística como ciência, novos saberes foram desenvolvidos, e, com
base nesses saberes, surgiram outras ciências, como a sociologia, a psicologia e a criminologia.
e) O perito criminal é o profissional que utiliza o próprio conhecimento científico para produzir a
prova pericial, que deve ser imparcial e isenta de vícios. Por apresentar essas características, a
prova pericial possui a propriedade da transversalidade, ou seja, trata-se de um elemento utilizado
não somente na fase do inquérito policial, mas também na fase processual da persecução penal.

Questão bem complexa que exigiu do candidato conhecimentos sobre os momentos históri-
cos que envolveram a Criminalística.
a
 ) Errada. O Código de Hamurabi (1800 A.C.) já apontava que a mera suspeita não poderia ser
capaz de imputar a alguém o cometimento de um delito, era necessário materialmente confec-
cionar provas para não haver nenhuma dúvida sobre a autoria e materialidade de um delito. Ape-
sar disso, a doutrina entende que o nascimento da Criminalística é atribuído a Hans Gross, na
sua obra Kriminalistik, no ano de 1893. Edmond Locard foi o primeiro a produzir provas que foram
aceitas em um tribunal, quando provou a morte de uma vítima por envenenamento por nicotina.
b) Errada. Hans Gross foi muito importante no campo da Criminalística, mas a questão erra
ao atribuir o Princípio das Trocas a ele, pois quem formulou tal princípio foi o Edmond Locard-
Princípio das Trocas de Locard.
c ) Errada. O primeiro laboratório forense dentro da estrutura da polícia foi criado em 1910 pelo Ed-
mond Locard, que passou a desenvolver atividades relacionadas à Criminalística em Lyon, na França.
d) Errada. A Criminalística tem como base a Física, Química, Biologia, Geologia e Matemática,
que são consideradas como ciências naturais, assim como a própria Criminalística.
e) Certa.
Letra e.

019. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) O perito criminal averiguou que determinado


acidente de trânsito com vítima fatal ocorreu em razão do incorreto posicionamento da coluna
do viaduto com relação à pista de rolamento, associado à falta de sinalização adequada.
Nesse caso, a causa do acidente está relacionada a
a) falha do homem.
b) falha da máquina.
c) reação tardia.

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d) falha mecânica.
e) falha do meio.

A doutrina criminalística entende que um acidente de trânsito pode ocorrer por:


• Falha do homem ou falha humana: fato ocorrido pela falha do condutor do veículo.
• Falha da máquina ou mecânica: fato decorrido a partir da falha de algum componente
do veículo.
• Falha do meio: fato ocorrido pela falha da engenharia de tráfico das estradas e rodovias.
Portanto, falou em pista de rolamento, viadutos, pontes, sinalizações e componentes viários
estamos falando em FALHA DO MEIO.
Letra e.

020. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) Quanto à produção de vestígios de pegadas em


locais de crime, assinale a alternativa correta.
a) As marcas positivas são figuras formadas por compressão ou depressão sobre o suporte
que recebe o objeto que as produz, como terra ou qualquer outro suporte macio.
b) Apenas as marcas de pegadas no local mediato devem ser avaliadas.
c) Apenas as marcas de pegadas no local imediato devem ser avaliadas.
d) As marcas latentes de pegadas não podem ser avaliadas.
e) As marcas negativas podem ser transportadas por meio da modelagem.

A questão cobrou o entendimento dos tipos de pegadas, veja:

Outro conhecimento importante é o de Modelagem: que é a técnica que consiste em modelar as


pegadas utilizando qualquer material (líquido ou pastoso) que permite com exatidão as marcas dei-
xadas no sítio da ocorrência. Pode ser utilizado: argila, gesso ou qualquer material que seca rápido.

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a) Errada. Conceito de marcas negativas.


b) Errada. Tanto o local imediato quanto o local mediato devem ser avaliados.
c) Errada. Tanto o local imediato quanto o local mediato devem ser avaliados.
d) Errada. As marcas positivas Latentes quanto as visíveis podem ser avaliadas.
Letra e.

021. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) Quanto a locais de suicídio por arma de fogo,


bem como às manchas de sangue observadas nesse tipo de local, assinale a alternativa correta.
a) Os locais envolvendo supostos suicídios por armas de fogo e por armas brancas seguem
uma dinâmica diversa daquela adotada em locais de homicídio, usando um rigor analítico me-
nor, uma vez que não se trata de um crime.
b) Quando houver armas de fogo em locais de suicídio, os peritos criminais devem encaminhar
o instrumento em questão da maneira como foi encontrado, sem que ocorra manipulação.
c) É preciso um cuidado na análise da possiblidade de a vítima operar (sozinha) a arma em questão.
Para isso, será necessário observar as características gerais de acionamento da arma analisada.
d) As manchas de sangue observadas no local, bem como aquelas dispostas sobre o cadáver,
merecem uma atenção especial, sobretudo se forem encontradas sobre os membros inferio-
res da vítima. Manchas produzidas por contato e por arrastamento indicam o sentido de pro-
dução da(s) ferida(s).
e) Esfregaços (suabes) para a realização de exames de constatação da presença de material
genético (DNA de contato) no cabo e na lâmina (armas brancas); no gatilho, no tambor e no
dedal serrilhado (revólveres); no ferrolho e no retém do carregador (pistolas); e em todas as re-
giões em que a constatação de tal material seja provável serão coletados na seção de balística
forense, nunca pelos peritos de local durante a realização dos exames.

a) Errada. Ao mencionar “rigor analítico menor” a questão incorre em erro, pois ainda é prema-
turo dizer se houve homicídio ou suicídio.
b) Errada. Encaminhar o instrumento da maneira em que foi encontrado pode gerar perigo a
todos os envolvidos na operação. Por exemplo, e se a arma estiver municiada? Por isso, deve
ser realizado todos os procedimentos de segurança com o armamento.
c) Certa.
d) Errada. Manchas encontrada sob os membros inferiores da vítima torna a assertiva incorre-
ta. Nos membros superiores ficaria mais correta.
e) Errada. O erro da questão é dizer que (suabes- chumaço de algodão ou qualquer outro
material absorvente) utilizado para coletar materiais genéticos, por exemplo, não podem ser
coletados no sítio da ocorrência.
Letra c.

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022. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) A perícia criminal não se restringe a exames


externos, em locais onde supostamente dado delito ocorreu. Ela tem, por outro lado, uma área
de atuação muito ampla. Nesse contexto, assinale a alternativa correta.
a) Em um exame de local de crime, basicamente sete perguntas devem ser respondidas pelos
peritos que processam a cena: o que aconteceu, como aconteceu, quando, onde, por que, qual
o meio empregado e quem é o autor.
b) As perícias externas são os exames periciais realizados em espaços físicos localizados em
ambientes externos (vias públicas, áreas de vegetação, áreas submersas), enquanto as perí-
cias internas são aquelas realizadas em edificações e (ou) em veículos.
c) O princípio da troca de Edmond Locard indica que, sempre que alguém (com exceção da au-
toridade policial e dos peritos criminais) adentra um espaço físico, essa pessoa o altera, mesmo
que inconscientemente. Algo é deixado por esse ator e, da mesma forma, algo é levado com ele.
d) Os peritos criminais, em regra, são os profissionais responsáveis por processar a cena do
crime. Não obstante, eles não são os primeiros a tomar conhecimento da cena, nem são os
primeiros a chegar ao local dos exames.
e) Local de crime imediato é aquele onde a ação principal ocorreu. Por sua vez, o local mediato
é aquele que guarda relação com o imediato, mas que tem um caráter de acessório em relação
ao outro. Cada cena de crime só pode ter um local imediato combinado com um local mediato.

a) Errada. Estamos diante do chamado HEPTÂMETRO DE QUINTILIANO, filósofo Italiano que
criou uma metodologia aplicada para apurar o fato na fase investigativa, respondendo a sete
perguntas: Que? quem? quando? por quê? como? onde? e com que auxílio?
Dizer que a perícia responde “o porquê” deixa a questão incorreta.

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b) Errada. As perícias externas são classificadas em:


E os LOCAIS INTERNOS são os Institutos de Criminalística e seus laboratórios.
c) Errada. Pelo Princípio das Trocas de Locard todos, sem exceção, podem contaminar a cena
do crime.
d) Certa.
e
 ) Errada. Cada local de crime imediato não precisa, necessariamente ter um único local mediato.

EXEMPLO
Imagine um homicídio onde a vítima fora morta sob tortura em vários locais antes do desfecho final.
Letra d.

023. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) O Título VII do Código de Processo Penal versa


a respeito das provas e, mais especificamente, dos meios de prova que devem ser utilizados na
solução de uma lide pelo magistrado. Quanto ao Capítulo II do referido título, “DO EXAME DO
CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL”, assinale a alternativa correta.
a) O artigo 158 explicita que, quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de
corpo de delito, direto ou indireto, podendo, entretanto, supri-lo a confissão do acusado.
b) O artigo 184 estabelece que, salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade
policial negará a perícia requerida pelas partes quando esta não for necessária ao esclareci-
mento da verdade.

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c) O artigo 169, parágrafo único, impõe à autoridade policial a responsabilidade de registrar


qualquer alteração na cena do crime e quais são as suas consequências diretas na produção
da prova material.
d) O artigo 178 determina que o exame de corpo de delito e as demais perícias podem, em
casos definidos, ser solicitados diretamente a um perito específico.
e) O artigo 182 define que o juiz ficará adstrito ao laudo, devendo aceitá-lo no todo ou, ao me-
nos, em parte.

Existe uma forte tendência que as provas de concursos para os cargos de perito cobrem a Le-
gislação que envolva o rito processual da perícia, perceba:
a) Errada. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
b) Certa. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial ne-
gará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
c ) Errada. Art. 169. Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
d) Errada. Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da
repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
e) Errada. Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte
Letra b.

024. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Qualquer elemento material que possa ter rela-
ções com a infração penal ou com o fato sob análise, cuja condição e posição no local inves-
tigado são resultantes da conduta humana, por ação ou omissão, corresponde a um vestígio.
BRASIL. Ministério da Justiça. Diretoria Técnico-Científica. Glossário de Ciências Forenses. Brasil.
Brasília-DF, 2016.
Com base na explicação apresentada, é correto afirmar que vestígios
a) verdadeiros ou associativos são aqueles que foram dispostos pelo autor para induzir o peri-
to criminal a descrever uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
b) ilusórios ou não associativos são aqueles que, de forma intencional, são colocados na cena
de crime para induzir uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
c) associativos ou verdadeiros são aqueles encontrados na cena de crime, mas que, porém,
não têm relação com o fato que se investiga.
d) ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam nenhuma
relação com o fato investigado.
e) forjados são aqueles que mantêm relação de causa e efeito com o ato criminoso e (ou) com
a dinâmica deste ou guardam, ainda, uma relação de identidade com a(s) vítima(s) e (ou) com
o(s) autor(es).

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Assunto bastante recorrente em provas exigindo do candidato a classificação dos vestí-


gios, relembre:

Letra d.

025. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Qualquer Pela definição usual, ao ser afastada


a causa determinante, o acidente
a) ocorreria.
b) poderia ocorrer.
c) poderia não ocorrer.
d) não ocorreria.
e) às vezes ocorreria.

Estamos diante das chamadas causas imediatas, diretas ou perpetuantes, que guardam uma
íntima e determinante relação com o ocorrido, estão diretamente ligadas ao tempo, lugar e
grau com o resultado. “Conditio sine qua non” = Condição sem a qual, não.
Portanto, ao ser afastada a causa determinante o fato não ocorria.
Letra d.

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026. (INSTITUTO AOCP/POLÍCIA LEGISLATIVA-CÂMARA DE RIO BRANCO-AC/2016) O que


é Criminalística?
a) É o estudo da investigação criminal. Ciência que objetiva o esclarecimento dos casos
criminais.
b) É o estudo da investigação que objetiva o esclarecimento dos casos de crimes somente
contra o patrimônio.
c) É o estudo criminal. Ciência que objetiva o esclarecimento dos casos de crimes contra o
patrimônio público.
d) É o estudo da investigação criminal que estuda só crimes contra a vida.
e) É a Ciência da investigação criminal. Estudo que objetiva o esclarecimento crimes contra a
vida pública.

Criminalística é uma ciência natural que se apoia em outras ciências naturais (Física, Química
e Biologia) sobre a qual recai a prova pericial. E sua finalidade é demonstrar materialmente a
dinâmica dos fatos que servirão para qualquer tipo de crime que deixe vestígios.
Letra a.

027. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE-ITEP/2018) Historicamente, a Crimi-


nalística recebeu muitos nomes sinonímicos, como Polícia Técnica, Policiologia e Ciência Po-
licial. Porém começou a prevalecer o nome “criminalística” após ter sido o termo cunhado por
a) Oscar Freire.
b) Paul L. Kirk.
c) Edmond Locard.
d) Hans Gross.
e) Gilberto Porto.

Candidatos, é imprescindível que memorizem dois nomes muito importantes para a Criminalís-
tica: Hans Gross e Edmond Locard. O primeiro é considerado o pai da Criminalística. O segun-
do criou o “Princípio das Trocas de Locard”. Saliento que cada um nome apresentado nessa
questão contribuiu sensivelmente para a Criminalística moderna, perceba:
Oscar Freire - Foi também o sucessor de Nina Rodrigues na cátedra de Medicina Legal, lente da
Faculdade de Medicina e diretor do Serviço Médico Legal da Polícia.[1]Em 1912, juntamente com
Alfredo Britto, diretor da mesma Faculdade, e com a ajuda de Josino Cotias, pôs em execução
o plano de Nina Rodrigues, que era a construção de um instituto médico-legal. Criou-se, assim o
Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Freire
Paul L. Kirk - era um bioquímico, criminalista e participante do Projeto Manhattan, especiali-
zado em microscopia. Ele também investigou o quarto em que Sam Sheppard supostamente

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assassinou sua esposa e forneceu as principais evidências de respingos de sangue que o leva-
ram à absolvição em um novo julgamento 12 anos após o assassinato. A maior homenagem
que se pode receber na seção de criminalística da Academia Americana de Ciências Forenses
leva o nome de Kirk. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Paul_L._Kirk
Edmond Locard - Foi um pioneiro da Ciência Forense, conhecido também como o Sherlock Hol-
mes da França. Formulou o princípio básico de ciência forense: “Todo contato deixa uma marca”,
que ficou conhecido como o princípio de Troca de Locard. Como todo princípio, baseia-se em uma
ideia simples, mas de grande profundidade. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmond_Locard
Hans Gross - Foi um jurista e criminalista austríaco, criador da estratégia de perfil criminal, técnica
utilizada para identificar possíveis suspeitos e para ligar crimes que podem ter sidos cometidos
pela mesma pessoa. Para ele, a Criminalística era uma ciência auxiliar ao sistema jurídico penal.
Fonte: https://sindpericiasgo.com.br/hans-gross-o-pai-da-criminalistica-como-conhecemos/
Gilberto Porto - Autor de vários livros e ensaios nos campos do Processo Civil, Processo
Constitucional e Direito Civil. Agraciado com diversos prêmios profissionais e comendas.
Consultor e Advogado com atuação nos Tribunais do RS, STJ e STF. Fonte: http://lattes.cnpq.
br/3003836743283862
Letra d.

028. (INSTITUTO AOCP/AGENTE TÉCNICO FORENSE-ITEP/2018) Sobre o isolamento e a pre-


servação de local de crime, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas.
I – Visam garantir que o estado das coisas não seja alterado, proporcionando fidedignidade ao
local e aos vestígios ali presentes, viabilizando sua idoneidade.
II – São de responsabilidade do perito criminal requisitado para o levantamento do local de crime.
III – Estão legalmente previstos, devendo ser providenciados pela autoridade policial.
IV – Constituem o início da Cadeia de Custódia. V. Idealmente, devem ser realizados mediante
o impedimento do acesso físico de pessoas não autorizadas ao local de crime.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I, III, IV e V.
c) Apenas II, III e V.
d) Apenas II, IV e V.
e) Apenas I, II, III e IV.

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Essa questão cobrou do candidato o conhecimento do Art. 158-A do CPP, vejamos:

Portanto, estão todas as assertivas corretas, exceto o item II, que diz que a responsabilidade é
do perito. Como vimos a responsabilidade da cadeia de custódia passa pelo primeiro policial a
chegar no sítio da ocorrência, pela autoridade policial e, após isso, o perito.
Letra b.

029. (INSTITUTO AOCP/AGENTE DE NECRÓPSIA-ITEP/2018) Preencha as lacunas e assi-


nale a alternativa correta.
____________, ao postular que “todo contato deixa uma marca”, consagrou o Princípio____________,
aplicável nas perícias de locais de crime e que, diante da doutrina da criminalística brasileira,
ficou também conhecido como Princípio____________.
a) Edmond Locard / da Transferência / da Observação
b) Hans Gross / da Troca / Fundamental da Criminalística
c) Alexandre Lacassagne / do Contato / da Análise
d) Paul Kirk / da Troca / da Interpretação
e) James T. Kirk / do Espaço / da Iniciativa

“Todo contato deixa uma marca” consagrou o Princípio da Troca de Locard, criado por Edmond
Locard. Perceba que em várias bancas examinadoras esse princípio é cobrado, tornando um
dos mais importantes da Criminalística para fins de provas.
Letra a.

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030. (UEG/ESCRIVÃO DE POLÍCIA-PCGO/2013) O Perito Oficial faz exame em um objeto ou


material bruto, constatado e/ou recolhido em local de crime para análise posterior. Como esse
objeto é denominado?
a) Prova imaterial
b) Prova indireta
c) Evidência
d) Vestígio

Toda MATÉRIA BRUTA, após depuração, que guarda relação com o fato é chamada de VES-
TíGIOS. VESTÍGIOS é encontrado no local do crime e após análise e interpretação dos peritos
pode vir a ser uma PROVA.
Observe o que temos na Legislação:

Letra d.

031. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019/ADAPTADA) Informações para responder


à questão.

A fotografia apresentada retrata o local de um acidente de trânsito com vítima fatal em que o
automóvel cinza (seta) saiu da pista e colidiu contra um poste de energia, produzido em con-
creto, assumindo a respectiva posição de repouso final alguns metros além do poste. Essa
pista de interesse é asfaltada, de mão dupla de direção, composta por uma faixa de trânsito

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para cada sentido, separadas por linha simples seccionada de cor amarela e delimitada por
acostamento seguido de margem, em ambos os bordos. Considerando o sentido norte-sul,
havia uma ciclovia na margem esquerda.
Considere, para esse caso, a tabela fictícia de coeficientes de arraste/atrito específicos para o
local examinado, a seguir.
Considerando os vestígios materiais visíveis na fotografia, qual é a causa determinante mais
provável desse acidente?
a) Desvio de direção
b) Ausência de reação
c) Reação tardia
d) Entrada inopinada
e) Perda de controle de direção

Observando a fotografia note que houve uma abrupta mudança de direção, que fica evidente
pelas marcas na pista. Pela condição da pista molhada, possivelmente, houve aquaplanagem-
“fenômeno” em que o carro começa a deslizar sobre uma camada de água, perdendo o contato
com o solo. Por isso, perda do controle da direção causou o acidente fatal.
Letra e.

032. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) A respeito dos vestígios produzidos pelos


pneumáticos de um automóvel, assinale a alternativa correta.
a) Frenagens escuras, em razão da fusão da borracha dos pneus, podem ter trajetória curva.
b) Marcas de frenagem produzidas pelo travamento das rodas apresentam escurecimento
progressivo.
c) Com o sistema ABS operando corretamente, as marcas de frenagem são escuras, em razão
da fusão da borracha dos pneus.
d) Sem o sistema ABS, as marcas de frenagem apresentam clareamento progressivo.
e) Marcas de aceleração são mais escuras no final da respectiva extensão.

a) Errada. As marcas escuras, devido ao atrito da borracha dos pneus com a malha asfáltica,
aliados à trajetória curva, indicam derrapagem.
b) Certa.
c) Errada. O Sistema ABS (Anti-lock Braking System) que é um sistema eletrônico que evita
justamente que as rodas travem durante a derrapagem, fornece um padrão de marcas intermi-
tentes, ou seja, ocorrem de maneira “picotada”.
d) Errada. Sem o ABS as marcas pneumáticas fornecem um escurecimento progressivo.

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e) Errada. As marcas de aceleração (variação de velocidade) são mais escuras no início, pois
é onde agem as maiorias das forças físicas resultantes do pneu com o asfalto, gerando a quei-
ma da borracha, que produz as marcas no asfalto.
Letra b.

033. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) A respeito dos vestígios em locais de crime,


é correto afirmar que
a) as impressões de aceleração produzidas com os pneumáticos em processo giratório em
forte aceleração não reproduzem os desenhos das bandas de rodagem e, portanto, não devem
ser consideradas vestígios.
b) geralmente as marcas deixadas pelo uso de ferramentas em locais de crime são latentes.
c) o processo de transporte de uma pegada positiva latente sobre uma folha de revista é dife-
rente do transporte de uma impressão digital.
d) o processo de transporte de uma pegada negativa pode ser feito por meio de modelagem.
e) as impressões latentes apresentam dificuldade para a respectiva análise digital.

Como vimos, as pegadas podem ser classificadas em positivas e negativas.


• Positivas- revelam o desenho do pé ou calçado por meio de uma tinta ou substância
análoga. Assim, deixa a pegada impressa por onde pisou. E mais, as marcas positivas
podem ser divididas em latentes (que não são visíveis) e visíveis.
• Negativas- produzidas por uma substância que assume o formato do pé, por exemplo:
argila, gesso, cimento, etc.
E o nome da principal técnica (existem outras que geralmente não são cobradas em provas)
para levantamento dessas pegadas é a modelagem.
Letra d.

034. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2019) Acerca das abordagens recomendadas em


locais de morte violenta, assinale a alternativa correta.
a) O levantamento de local de homicídio, ou qualquer outro a rigor, começa quando a equipe
pericial chega ao destino que será examinado, momento em que o perito verifica quais equi-
pamentos serão necessários, a gravidade da situação, as condições de segurança, a acessi-
bilidade ao local e a possibilidade de demandar auxílio de outras forças ou órgãos (Corpo de
Bombeiros e companhia de saneamento ou de fornecimento elétrico, por exemplo).
b) O perito criminal deve sempre ter uma abordagem de desconfiança para com as condições do
local e as informações que coletou previamente. Não é incomum que solicitações de exames ini-
cialmente identificadas como um determinado tipo de local se revelem como sendo outro, como
cenas de aparente suicídio ou acidente que posteriormente se revelam um homicídio, ou o inverso.

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c) O período de deslocamento até o local é importante para que sejam repassadas informações à
equipe, bem como para que se possa acordar quaisquer procedimentos considerados necessários
de acordo com as peculiaridades já sabidas a respeito do local. É recomendável que a hora de che-
gada seja registrada quando os peritos retornarem ao Instituto de Criminalística, ao final do plantão.
d) Durante o processamento do local, seguido à busca inicial, inicia-se uma busca mais minu-
ciosa, comumente definida como busca detalhada. Existem técnicas de busca detalhada que
auxiliam em uma varredura eficiente da área de interesse, como a busca em espiral, por qua-
drante e em linha. A técnica adequada é sempre pré-determinada de acordo com o estipulado
nos procedimentos operacionais padrão (POP) da seção e não muda de acordo com os locais.
e) Usualmente, o exame perinecroscópico, em conjunto com o exame das vestes que trajavam o ca-
dáver, são os primeiros a serem realizados pelos peritos no local, pois a perinecroscopia revela ao pe-
rito possíveis movimentações da vítima ou entre está e os respectivos agressores, no caso do homi-
cídio, o tipo de instrumento usado e o local da morte, entre diversas outras informações importantes.

a
 ) Errada. A cadeia de custódia começa quando o primeiro policial chegar ao local do possível delito.
b) Certa.
c) Errada. A chegada deve ser registrada quando os peritos retornarem ao Instituto de Crimi-
nalística e não ao término do plantão. Isso para que o lapso temporal não o faça esquecer de
algum detalhe importante.
d) Errada. As técnicas de varredura mudam de acordo com cada sítio de ocorrência. É inviável
se adotar as mesmas técnicas para locais diferentes, por exemplo: um quarto de hotel é dife-
rente de uma margem de um rio, logo, deve-se adotar técnicas distintas.
e) Errada. O exame perinecroscópico é muito importante, pois através dele é possível colher
vestígios no próprio cadáver para tentar conhecer a dinâmica dos fatos. Agora, não necessa-
riamente deve ser o primeiro a ser realizado.
Letra b.

035. (IDADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Em relação às mortes aparentemente natu-


rais e às mortes acidentais, assinale a alternativa correta.
a) As mortes decorrentes de acidente não podem ser consideradas violentas, pois, por elas se
tratar de casos fortuitos, não produzem consequências penais.
b) Os locais de morte aparentemente natural costumam ser escassos em vestígios, já que
normalmente há uma única pessoa envolvida (a própria vítima) e ela não contribui intencional-
mente para o resultado.
c) Nos casos de morte aparentemente natural, o exame perinecroscópico deve ser realizado de for-
ma mais superficial e rápida, já que se trata apenas de uma constatação da ausência de um crime.

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d) O exame de um local de acidente deve seguir a mesma dinâmica do exame de um local de


homicídio, de modo a se usar o mesmo rigor analítico, uma vez que os vestígios encontrados
costumam ser semelhantes.
e) É comum encontrar vestígios de arrombamento em locais de morte aparentemente natural.
O perito criminal não deve se apegar a esses elementos, já que eles podem ser explicados pelo
fato de que vizinhos e (ou) parentes costumam buscar contato por meio do acesso à residên-
cia da suposta vítima.

a) Errada. Os locais de acidentes podem ser considerados violentos, pois não são exatamente
as consequências penais que classificam tais locais e, sim, as circunstâncias fáticas que en-
volvem o evento.
b) Certa. Em mortes comprovadamente naturais o fator surpresa é determinante, pois em regra
não existem atos executórios para chegar ao resultado morte, como no caso de um homicídio.
c) Errada. Tanto em mortes aparentemente naturais quanto em homicídios o exame no cadá-
ver (perinecroscópico) deve ser realizado com o mesmo rigor analítico, pois até então não é
sabido a causa da morte (causa mortis).
d) Errada. Realmente o rigor analítico em ambos os cenários devem ser os mesmos, agora,
dizer que deixam vestígios semelhantes a questão pecou mortalmente.
e) Errada. Na verdade, é incomum encontrar arrombamento em locais de morte natural, pois a
morte é inesperada e, via de regra, não há atos executórios voluntários para que se chegue ao
resultado morte.
Letra b.

036. (CESPE/PRF/2015) O levantamento de dados e a coleta de vestígios do local de acidente


de trânsito são de suma importância para o perfeito entendimento da(s) causa(s) determinan-
te(s) do acontecimento. No que se refere a cena, sinalização e isolamento do local de acidente
de trânsito, julgue o item que se segue.
Nos acidentes em que há derramamento ou vazamento de produtos perigosos, a área a ser
isolada ficará a critério da equipe da PRF que primeiro chegar ao local, sendo recomendado,
principalmente o uso de fitas zebradas para delimitar o espaço.

Mais uma questão da Banca CESPE/CEBRASPE cobrando do candidato sobre a Cadeia de


Custódia, que se inicia a partir da chegada do primeiro policial ao local da ocorrência- Art.
158-A, CPP.
Errado.

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037. (CESPE/PERITO CRIMINAL-PCMA/2018) Com relação a local de crime e a exame peri-


cial, assinale a opção correta.
a) O exame pericial de local destina-se, precipuamente, a determinar a causa da morte da vítima.
b) A vítima de homicídio, em regra, deve ser individualizada ainda no local do crime e antes do
exame pericial.
c) Local relacionado abrange o corpo de delito, seu entorno e espaços que contenham vestí-
gios materiais do crime.
d) O local do crime é dividido, para efeitos de preservação, apenas em local imediato e em local
relacionado.
e) Em casos de morte violenta, o exame perinecroscópico deve ser realizado pelo perito crimi-
nal ainda no local do crime.

a) Errada. O exame de corpo de delito por meio da autópsia é que se destina a apontar a causa
morte (causa mortis), que deve ser realizado no Instituto de Medicina Legal- Art. 162, CPP.
b) Errada. Durante o próprio exame pericial ocorre a individualização da vítima.
c) Errada. O local relacionado que abrange o entorno do exame de corpo de delito é denomina-
do imediato.
d) Errada. Os locais de crimes, no aspecto espacial, podem ser classificados em local imedia-
to, mediato e relacionado.
e) Certa. Art. 162, PU, CPP.

Letra e.

038. (IESES/PERITO CRIMINAL-IGP-SC/2017) Ernesto, membro de uma facção extremista,


decide praticar um ato terrorista na Prefeitura de São Paulo. Para tal, preparou, em um quarto
do Hotel Ibis, no município de São José/SC, vários cartões de natal eletrônicos, nos quais ane-
xou folhas de material explosivo denominado C4, transformando estes cartões em artefatos
explosivos. Logo após, ele os enviou à prefeitura citada. Dois dias depois, quando os funcioná-
rios abriram os cartões, os artefatos foram detonados, causando um desastre de proporções

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assustadoras. Para a análise pericial, quanto à classificação do local em termos espaciais, o


quarto no Hotel Ibis onde o dispositivo foi montado, é reputado como:
a) Local mediato.
b) Local relacionado.
c) Local externo.
d) Local imediato.

Letra b.

039. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Considerando um local de crime, os termos


vestígio ou evidência ou indício são mais adequadamente exemplificados na alternativa:
a) Os técnicos periciais analisam evidências no local de crime, elaborando laudo que as mate-
rializam em indícios.
b) A marca da planta do pé na parede, indicando uma escalada é uma evidência.
c) Uma impressão datiloscópica é um indício e o trabalho pericial a transforma em vestígio.
d) A impressão papilar é um vestígio e após a revelação pericial e documentação se transfor-
ma em evidência.

Existe uma ordem de acontecimentos, relembre:


1º- Vestígio- ocorre na fase da cadeia de custódia
2º- Evidência- surge após analisado os vestígios
3º- Indício- (Art. 239, CPP) - Circunstância conhecida e provada que se relaciona com o caso
Letra d.

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040. (IESES/IGP-SC/PAPILOSCOPISTA/2017) Qual alternativa indica uma situação em que


NÃO haveria a necessidade de exame de local de crime?
a) Uma morte no interior de uma instalação penitenciária pública, causada pelos pró-
prios detentos.
b) Um local de morte violenta que não foi adequadamente preservado pela autoridade policial.
c) Quando uma criança é dada como desaparecida pela família.
d) Uma plantação de maconha no interior da mata.

Sobre a alternativa “B” - ainda que haja interação entre os policiais envolvidos na ocorrência e
o delito é necessário haver o exame de local de crime, porém, cabe aos próprios peritos apon-
tarem no relatório o grau de comprometimento.
Sobre a alternativa “C” - Ainda não ocorreu de fato um crime que deixa vestígio (não transeun-
tes), portanto, não há necessidade de realização de exame de local de crime sem um crime.
Sobre a alternativa “D” - A própria Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) diz que as plantações devem
ser destruídas imediatamente e recolhidas porções suficientes para realização de exames pe-
riciais e, além do mais, a própria mata é o local do cometimento do crime.
Letra c.

041. (FUNDATEC/IGP-RS/TÉCNICO EM PERÍCIAS/2017) São exemplos de vestígios e evi-


dências biológicas de interesse pericial:
a) Sangue e projéteis de arma de fogo.
b) Fios de cabelo e fibras de tecido.
c) Vestes e sêmen.
d) Material fetal e saliva.
e) Ossos e resíduos de chumbo.

a) Errada. Projéteis de arma de fogo não são biológicos.


b) Errada. Fibras de tecidos não são biológicas.
c) Errada. Vestes não são biológicas.
d) Certa.
e) Errada. Chumbo não é biológico.
Letra d.

042. (INÉDITA/2021) Em locais de crimes contra à pessoa, em especial os crimes violentos, as


manchas de sangue e a disposição em que foram encontradas podem trazer indícios para elucidar
a dinâmica dos eventos. Para se fazer uma correta análise dessas gotas temos vários testes. O
teste de Luminescência utiliza reagentes químicos para descobrir possíveis vestígios de sangue no

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local do crime, sendo o mais conhecido o Luminol. Porém esse teste é menos preciso que o teste
de orientação, pois o Luminol reage a compostos insolúveis em água formando cristais.

O Luminol é um teste de altíssima sensibilidade que reage em superfícies ainda que tenham
sido lavadas por produtos químicos. Atualmente, é o método de interpretação de vestígios de
sangue mais usuais no mundo da perícia.
Errado.

043. (INÉDITA/2021) As lesões podem ser provocadas por diversos objetos. Alguns desses
objetos não necessariamente foram criados para tais fim, como é o caso das foices e macha-
dos. Se um perito in loco se depara com uma vítima decapitada por uma foice, podemos dizer
que a vítima foi lesionada mortalmente por um objeto de ação corto-contundente.

Os objetos corto- contundentes utilizados em delitos são caracterizados por produzirem feri-
das corto-contusas, onde a dimensão preponderante é o comprimento.
Certo.

044. (INÉDITA/2021) Um perito em um sítio de ocorrência constata que a vítima estava com
uma corda envolta ao pescoço. Observando mais atentamente viu que a vítima apresentava
lesão em formato linear, flexível, fechada e bordas regulares. O perito está diante de uma lesão
por natureza Constritora.

Esse é exatamente o padrão de lesão esperado para um enforcamento.


Certo.

045. (INÉDITA/2021) No estrangulamento manual ou esganadura a lesão provocada pelas


mãos, antebraços ou qualquer outro membro tem como característica escoriações provoca-
das pelas unhas da vítima devido ao movimento natural de defesa.

Reação da vítima é compatível com as possíveis escoriações encontradas na região do pescoço.


Certo.

046. (INÉDITA/2021) A doutrina Criminalística separa o enforcamento em dois grupos: o judi-


cial e extrajudicial. O enforcamento judicial, dentro dos parâmetros de determinada Lei de pa-
íses que adotam essa prática, não ocorre a decapitação. Já o enforcamento extrajudicial, por

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ser realizado às margens da legalidade, provocam a decapitação devido a somatória da altura


da queda aos pesos acoplados ao corpo da vítima.

Ocorre justamente o contrário. No enforcamento judicial a vítima tem somado ao corpo pesos
para garantir uma morte mais rápida. No enforcamento extrajudicial não ocorre tal preocupa-
ção, embora o intento morte seja o ponto em comum entre essas duas modalidades.
Errado.

047. (INÉDITA/2021) Na asfixia por gases, o sufocamento ocorre pela mistura indiscriminada
por produtos químicos asfixiantes.

A asfixia por gases ocorre pela diminuição do oxigênio no ambiente e aumento do dióxido de car-
bono ou metano. Com isso, lentamente, o ambiente vai sendo tomado por esses gases asfixiantes.
Errado.

048. (INÉDITA/2021) A frenagem é o desprendimento de material pneumático na malha asfál-


tica deixando uma impressão ou rastro devido a fricção do pneu com o asfalto. Os freios tipo
ABS- Anti lock Braking System- deixam essas marcas mais evidentes.

O sistema ABS- Anti lock Braking System- tem o objetivo de não deixar a roda, durante a frena-
gem, travar e, com isso, as marcas asfálticas ficam menos evidentes, pois as rodas não vão
travar durante o acionamento do sistema de freios.
Errado.

049. (INÉDITA/2021) Na derrapagem, um veículo está sob a ação de duas forças: longitudinal
e outra transversal, conforme a figura abaixo.

O resultado dessas forças resulta em um movimento retilíneo.

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Na derrapagem, o veículo está sob a ação de duas forças: longitudinal e transversal. Porém,
o erro da questão é afirmar que a resultante desse movimento é retilíneo. Na verdade, o movi-
mento é oblíquo e algumas vezes curvilíneos.
Errado.

050. (INÉDITA/2021) Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que melhor se


apresentar ao perito no sítio da ocorrência, bem como, na medida do possível, todas as lesões
externas e vestígios deixados no local do crime.

Art. 164 do CPP diz:

Errado.

051. (INÉDITA/2021) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de deter-
minado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.

É a literalidade do Art. 7º do CPP, veja:

Certo.

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Graduado em Física pela UFG, pós graduado em Direito Constitucional e Docência do Ensino Superior,
mestre em Física Aplicada. Professor há 17 anos na rede pública e privada de ensino e diversos cursos
preparatórios no Brasil inteiro. Labuta na área dos concursos públicos desde o ano de 2012 com inúmeras
aprovações em diversos certames, como: Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, Oficial de
Justiça Avaliador, Polícia Militar do Distrito Federal e, atualmente, policial penal no Estado de Goiás.

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