Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Locais do Crime
SISTEMA DE ENSINO
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Sumário
Silvio Duarte Santana
Locais do Crime................................................................................................................................ 3
Apresentação.. .................................................................................................................................. 3
1. Locais de Crimes Contra a Pessoa e Morte Violenta............................................................ 4
2. Local de Morte por Arma de Fogo............................................................................................ 8
3. Local de Morte por Instrumentos Contundentes, Cortantes, Perfurantes ou Mistos....... 11
4. Local de Acidentes de Trânsito. . ..............................................................................................13
4.1. Análise em Locais de Acidente.. ............................................................................................16
4.2. Fases do Levantamento.. .......................................................................................................19
5. Local de Morte Provocada por Asfixia.................................................................................. 20
5.1. Sufocamento.............................................................................................................................21
5.2. Estrangulamento. . .................................................................................................................. 23
6. Perinecroscopia......................................................................................................................... 25
7. Reprodução Simulada............................................................................................................... 28
Resumo..............................................................................................................................................31
Exercícios.........................................................................................................................................44
Gabarito............................................................................................................................................ 58
Gabarito Comentado..................................................................................................................... 59
www.grancursosonline.com.br 2 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
LOCAIS DO CRIME
Apresentação
Salve guerreiro (a), tudo bem? Sou o professor Silvio Santana e é com imensa satisfação
que ministrarei o curso de Criminalística voltado à Polícia Civil do Estado da Paraíba- PCPB.
Caso você tenha Instagram, siga-me e me acompanhe nesta rede social. Sempre posto
muitos conteúdos relacionados às carreiras policiais.
@profsilvio_santana
Antes de você iniciar os seus estudos, irei contá-lo(a) um pouco sobre minha trajetória,
para que eu chegasse até aqui, diante de você, para contribuir com a sua futura aprovação.
Minha primeira graduação foi em Física, que me possibilitou seguir por 17 anos no magis-
tério lecionando para o Ensino Médio e Faculdades da região do Distrito Federal. Após conclu-
são de um Mestrado, dediquei-me arduamente ao ramo dos concursos públicos, onde obtive
algumas aprovações que mudaram a minha história e de minha família.
Iniciei a vida de concurseiro sendo aprovado no concurso da Secretaria de Educação do
Distrito Federal no ano de 2010, onde pude exercer a função de professor. Porém, o sangue
policial falou mais alto e em 2010 comecei o projeto visando as carreiras policiais. Procurei
graduar-me em direito e especializar-me em Direito Constitucional, onde pude lecionar direito
com foco nas carreiras policiais em diversos cursos preparatórios do Distrito Federal.
Obtive diversas aprovações, como: Oficial de Justiça, Polícia Militar do Distrito Federal, Ins-
tituto Federal de Educação e, atualmente, sou policial no Estado de Goiás.
A minha rotina de estudos e a minha guinada de vida (professor para policial) aconteceram
motivada por um sentimento ímpar de ser policial. De certo não abandonei a carreira de magis-
tério e exerço as duas funções com muito afinco e responsabilidade.
Informo-lhe que me coloco à disposição para sanar qualquer dúvida que você tenha sobre
o conteúdo das aulas.
Ter dúvidas é muito importante. São as dúvidas que nos ajudam a evoluir, a crescer como
estudante. Tirar dúvidas é primordial. Quando você faz uma pergunta sobre algo que não com-
preendeu perfeitamente e recebe uma resposta com qualidade, que é o que farei para você,
aquele conteúdo entra em local de destaque dentro de sua memória.
Sendo assim, peço-lhe encarecidamente: tenha dúvidas; tire suas dúvidas.
Gostaria de solicitar que você avalie este material!
Vamos começar nosso estudo?
Vamos à luta?
Boa sorte em sua jornada!
Bons estudos!
www.grancursosonline.com.br 3 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Em posse dessas informações o perito criminal consegue fazer uma leitura muito especí-
fica da cena do crime e, com isso, chegar a autoria e materialidade do delito, que consiste em
obter a verdade real sobre o fato.
A hematologia analítica, que é a interpretação dos vestígios de sangue na cena do crime,
é o teste mais importante para se identificar uma mancha de sangue suspeita. A dinâmica da
mancha de sangue tem muito a dizer sobre os acontecimentos que antecederam a morte da
www.grancursosonline.com.br 4 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
vítima. Essa interpretação de vestígios consistem em: testes de orientação, testes de lumines-
cência e testes de certeza e origem humana.
1. Cristais de Teichman: a
substância química (Potássio
+ Ácido Acético) reagem
com a hemoglobina e o
aquecimento resultante
Metodologia: pequena Metodologia: Aplica-se o
gera CRISTAIS.
amostra de sangue produto na superfície deseja
2. Cristais de Takayama:
coletada + pequena gota de e o mesmo emitirá uma
a hemoglobina se liga a
fenolftaleína + gota de água luminescência vista que
moléculas nitrogenadas
oxigenada= POSITIVO se pode ser vista a olho nu em
formando CRISTAL.
coloração rósea ambientes escuros.
3. Mecanismos
imunológicos: reações
de anticorpos contra
componentes das moléculas
do corpo humano.
Nesse primeiro plano vimos as principais maneiras de se levantar vestígios de sangue hu-
mano em locais de crimes contra à pessoa.
Por característica, os crimes contra à pessoa deixam resíduos que podem dizer muito so-
bre a dinâmica dos fatos.
Agora, vejamos como as manchas de sangue se comportam em uma cena de crime, esta-
mos falando da Hematologia Forense Reconstrutora. Uma boa análise pericial nessa circuns-
tância levanta indícios poderosos, como: posição da vítima e do agressor, a rota de fuga, a
arma empregada, a intensidade e distância do uso de uma determinada arma e, muitas vezes,
incluir ou excluir suspeitos.
www.grancursosonline.com.br 5 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
EXEMPLO
Imagine que ao se verificar as manchas de sangue em uma cena de crime foi possível consta-
tar que o agressor efetuou um disparo de arma de fogo a altura de 1,89 metros. Fica bem mais
fácil excluir ou incluir suspeitos, não é verdade?
www.grancursosonline.com.br 6 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Em suma, locais de crimes causados por morte violenta a disposição do sangue da vítima
contribui e muito para se descobrir a dinâmica dos acontecimentos dos delitos.
www.grancursosonline.com.br 7 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 8 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Perceba que balística, numa concepção moderna, ocupa-se quase que exclusivamente de
armas de fogo. Portanto, vejamos o conceito básico de arma de fogo:
Guerreiro (a), usualmente utilizamos as palavras disparo e tiro como sinônimos, certo?
Pois bem, para fins de prova da disciplina Criminalística não é bem assim que a banda toca.
Realmente é necessário separarmos quem é quem nessa farândola.
Portanto, entendam que disparo é todo o funcionamento dos mecanismos da arma, todas
as peças, todo os conjuntos necessários para que seja lançado o projétil em direção a um alvo,
que chamamos de tiro.
Porém, ressalto que é importante que o candidato (a) saiba que a balística forense tem um
pepel fundamental na elucidação de delitos praticados por armas de fogo.
Cada arma disparada deixa vestígios únicos no projétil. Essas marcas são feitas pelas
raias dos canos, que funcionam como verdadeiras impressões digitais que cada arma imprime
nos projéteis.
Com base nessas “impressões digitais” é possível determinar de qual arma foi efetuado
um disparo e, por consequência, o tiro.
Em uma ocorrência policial com auto de resistência (Art. 292, CPP) é comum que as ar-
mas dos policiais sejam apreendidas pela autoridade policial para efetuar o confronto balísti-
co. E como isso é possível?
Bem, isso é possível devido a microcomparação balística. Claro que os estriamentos são
visíveis macroscopicamente, mas uma análise mais detalhada se faz necessária através da
microcomporação balística.
Em posse de um laudo balístico é possível delimitar todas as situações de ocorrências
com arma de fogo.
O perito ao se deparar em sítio de ocorrência que envolva morte por arma de fogo deve traba-
lhar com três linhas de levantamentos: homicídio, suicídio e tiro acidental, nessa mesma ordem.
www.grancursosonline.com.br 9 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Suicídio- o gatilho é acionado pelo dedo indicador quando atingido nas regiões das têmpo-
ras (regiões laterais da cabeça), auricular ou submentoniana (abaixo do queixo ou mandíbula);
o gatilho é acionado pelo polegar quando a região atingida é o hemitórax anterior esquerda
(lado do coração) ou cavidade bucal.
O tiro constuma ser único, mas se houver uma sobrevida consciente, podem ter dois; o
espasmo cadavérico pode produzir um segundo tiro.
Com medo de não concluir o intento, o suicida pode ter mais de uma arma no sítio da ocor-
rência ou mesmo um outro método letal presente na cena, como uma faca, por exemplo.
A posição dos braços do suicida deve ser natural, confortável, sem esforço, por isso, de-
terminadas áreas são incompatíveis com o suicídio, como a nuca, as costas, a calota craniana
superior. E quando a região é compatível com suicídio, se deve verificar se o trajeto do projétil
é compatível com a posição com o membro que acionou o gatilho.
No cadáver é verficado feridas do tipo pérfuro- contusas, que serão estudas em capítulo
posterior. Os orifícios de entrada e saída podem ser percebidos se o projétil incidiu obliqua-
mente, ortogonalmente ou tangencial a pele, formando uma saliência anatômica.
As armas, muniçoes e assessórios devem ser cuidadosamente periciados e um confronto
balístico se faz necessário para confimar se a arma encontrada no sítio da ocorrência foi a que,
de fato, ceifou a vida da vítima.
O impacto produzido pelo projétil poderá ser uma amolgadura ou mossa, um orifício trans-
fixante, uma escalavradura, impactos múltiplos.
As manchas de esfumaçamentos, devido a proximidade do disparo como o tecido atingido,
devem ser observadas. E um exame residuográfico determina as fuligens nas superfícies que
estiveram próximas ao contato e podem ser encontradas também nas mãos do atirador.
www.grancursosonline.com.br 10 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Os instrumentos que causam ferimentos são classificados de acordo com o tipo de lesão
que produzem sobre os tecidos orgânicos, conforme o uso para qual foram criados.
Mas é importante ressaltar que não é o instrumento que determina a lesão, e sim o tipo de
ação que o instrumento atinge os tecidos orgânicos.
EXEMPLO
Um ferimento causado por um machado pode ser classificado como corto-contuso, quando utilizado
a parte da lâmina ou contuso se o ferimento for feito pelo lado oposto ao da lâmina, compreende?
Em suma, cada evento é peculiar e o Perito encontrará na cena do crime um cenário bem
desfavorável devido a própria característica dos instrumentos utilizados na ação. Imagine um
ferimento mortal causado por uma foice!
Cabe ao profissional da perícia não se envolver emocionalmente com o sítio da ocorrência
para evitar tomar medidas que comprometam seu laudo pericial.
Vejamos agora os tipos de lesões provocadas:
• Ação Contundente: Pressão sobre os tecidos causadas por um instrumento sem lâmina
ou gume que deixa uma lesão do tipo fechada (contusa ou contusão). Suas bordas são
irregulares, cuja dimensão preponderante é a largura.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma madeira na cabeça da vítima- paulada- fere sem abrir os tecidos.
• Ação Cortante: Pressão aplicada por um instrumento com lâmina ou gume. A ação con-
siste em deslizar o instrumento causando uma ferida aberta (ferida incisa) de bordas
regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por um estilete.
• Ação Perfurante: Ação de intensa pressão sobre o tecido, aplicado por instrumento pon-
tiagudo que produz uma lesão aberta (ferida punctória) de bordas regulares, cuja dimen-
são preponderante é a profundidade.
EXEMPLO
Uma lesão provocada espeto de churrasco.
www.grancursosonline.com.br 11 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Ação dilacerante: Ação de maior deslizamento e menor pressão sobre o tecido, provocada
por um instrumento cortante que rasga o tecido produzindo uma lesão aberta (ferida lace-
rada ou dilacerada) de bordas irregulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma superfície áspera.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma foice.
• Ação Perfuro- contundente: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instru-
mento sem ponta e sem lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro-
contusa) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por um tiro (projétil de arma de fogo).
• Ação Perfuro- cortante: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instrumento
de ponta e com lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro- incisa)
de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.
EXEMPLO
Uma punhalada.
• Ação Lacero- contundente: Ação de maior pressão e menor deslizamento sobre o teci-
do, aplicada por um instrumento sem lâmina ou gume que rasga o tecido, produzindo
uma lesão aberta (ferida Lacero- contusa) de bordas irregulares e dimensão variável.
EXEMPLO
Uma paulada com abertura do tecido.
www.grancursosonline.com.br 12 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Ação Constritora: Ação de pressão contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumen-
to sem lâmina ou gume de formato linear e flexível, produzindo uma lesão fechada (sul-
co) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.
EXEMPLO
Um enforcamento.
• Ação Tratora: Tração e/ou torção do tecido, aplicada por um instrumento sem lâmina
ou gume, rasgando tecido, produzindo uma lesão aberta (ferida por arrancamento) de
bordas irregulares, de dimensões variáveis.
EXEMPLO
Um pessoa tem seu braço preso a uma máquina industrial.
• Ação Compressora: Ação contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumento sem
lâmina ou gume, de formato plano, produzida uma leão fechada (esmagamento) de bor-
das regulares, cuja dimensão preponderante é a largura.
EXEMPLO
Uma vítima de um deslizamento de terras o desabamento.
EXEMPLO
Uma vítima triturada em uma máquina industrial.
Ação Perfurante
Ação Contundente Ação Cortante
Ação Perfuro-
Ação Constritora Ação dilacerante
contundente
Ação Compressora Ação Corto- contundente
Ação Perfuro- cortante
www.grancursosonline.com.br 13 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
envolvam morte ou lesão quanto em casos que envolvam dano patrimonial a perícia aponta as
causas e circunstâncias que ocorreram os eventos críticos.
Acidentes de trânsito englobam colisões entre veículos e atropelamento de pedestres.
• Atropelamento de Pedestres: por ser a parte mais frágil do trânsito o pedestre pode so-
frer dois tipos de lesões, observe:
www.grancursosonline.com.br 14 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Colisões: podem ocorrer tanto nos condutores dos veículos quanto nos passageiros.
Nesse primeiro momento fizemos uma breve análise nas pessoas envolvidas no sítio da
ocorrência. Porém, o Perito deve estar atento também ao local do acidente em si.
Nas vítimas, o Perito faz o levantamento somente das lesões aparentes, como marcas de
cinto de segurança, cortes e escoriações. Cabe ao Médico Legista uma análise mais contunde
que indique a exata dimensão dos ferimentos e, se for o caso, a causa da morte.
O local do acidente fornece vestígios que irão dizer a possível causa do acidente, como:
marcas de frenagem, condições climáticas, velocidade no momento da colisão e etc.
Além disso, após perícia no próprio veículo, será possível determinar as condições de ope-
racionalidade e grau de comprometimento do funcionamento básico do veículo que pode ter
contribuído ou não para o acidente.
Você já deve ter visto em telejornais alguns acidentes, certo? Perceba que ao anunciar a
matéria muitas vezes o repórter diz que a polícia aguarda laudo pericial para apontar as cau-
sas do acidente, lembra?
www.grancursosonline.com.br 15 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Vale ressaltar que os freios ABS- Anti lock Braking System- as marcas de frenagem ficam
menos evidentes, pois esse sistema evita justamente que o pneu trave durante a frenagem.
Uma importante característica da frenagem é o espelhamento, que é uma marca tênue
encontrada no início da frenagem que delimita o início da ação da frenagem.
www.grancursosonline.com.br 16 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
DICA
A aquaplanagem é o fenômeno físico no qual o veículo, ao pas-
sar por uma superfície aquosa, perde atrito com o asfalto. A
perda do atrito pode gerar acidentes, pois o condutar do veícu-
lo perde totalmente o controle do carro.
www.grancursosonline.com.br 17 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
de tempo, mas suficiente para desprender material na superfície do asfalto ou concreto, uma
marca muito parecida com a frenagem.
Não podemos confundir marca pneumática de aceleração com frenagem, perceba:
www.grancursosonline.com.br 18 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
11. Líquidos: Devido a natureza de uma colisão, os veículos tendem a derramar seus flu-
ídos, como: óleo, combustível, água do carburador, dentre outros. Esses líquidos auxiliam no
levantamento da dinâmica do acidente.
12. Material orgânico: É todo material orgânico que puder ser levantado no sítio da colisão,
como: sangue, massa encefálica, pedaços de pele, ossos, dentre outros. O levantamento de mate-
rial orgânico em sítio de acidente requer muito cuidado, devendo ser feito uma descrição minucio-
sa da posição onde foi encontrado e associar a outros vestígios encontrados no sítio da colisão.
13. Cargas: É todo material que o veículo transportava que, por ventura do acidente, pode
ter sido espalhado na via. Nesse contexto verifica-se a acomodação e conteúdo das cargas,
assim como a capacidade de tração do veículo. As amarrações, presilhas, cordas, cabos e a
carroceria devem ser objetos de avaliação do perito.
Cargas explosivas, tóxicas ou perigosas devem ser analisadas com um cuidado especial,
tomando toda cautela necessária para não colocar os peritos em perigo.
Em suma, o perito ao chegar no sítio do acidente, deve levar em conta inúmeros fatores. O
levantamento do local de acidente é fundamental para que se descubra a dinâmica dos acon-
tecimentos, assim como para atribuir as devidas responsabilidades penais, se for o caso.
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para
manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes,
para rastrear sua posse e manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
www.grancursosonline.com.br 19 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
O levantamento dos locais de acidentes de trânsito pode ser dividido em três fases, observe:
Os sinais claros de asfixia são a congestão visceral, que é a formação de petéquias (peque-
nas manchas vermelhas aglomeradas) e a cianose (descoloração azulada da pele e mucosas)
A morte por asfixia pode ser classificada como suicídios, homicídios ou acidentes.
www.grancursosonline.com.br 20 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 244) ensina que a asfixia pode ser classificada em três cate-
gorias, observe:
Sufocamento
Confinamento
Sufocamento propriamente dito
Sufocamento por oclusão
interna Estrangulamento
Asfixia por compressão Enforcamento
Asfixia Química
Asfixia traumática Estrangulamento com laço
Asfixia posicional Estrangulamento manual
Esmagamento por pessoas
Asfixia por compressão
combinada com sufocamento
Sufocamento por gases
Compreendida as três categorias de asfixia resta sabermos que cada sítio de ocorrência
dependerá, exclusivamente, do tipo de asfixia apresentada.
Vamos trazer à tona algumas formas de asfixia mais cobradas em provas.
5.1. Sufocamento
Oxigênio impedido de entrar em contato com o sangue. Didaticamente temos 6 modos de
sufocamento que o perito pode se deparar no sítio da ocorrência.
1. Confinamento- relacionados à locais fechados, onde lentamente o oxigênio vai se esgo-
tando. Esse tipo de morte é na maioria das vezes acidental.
Exemplo: Uma criança brincando de esconde-esconde em um baú antigo.
2. Sufocamento propriamente dito- a morte é causada por obstrução das vias respiratórias
externas (nariz e boca). Esse tipo de morte são geralmente homicídios ou suicídios.
EXEMPLO
Uma pessoa morre com um saco plástico na cabeça.
3. Sufocamento por oclusão interna- a morte é causada por obstrução de objetos no inte-
rior das vias aéreas. Esse tipo de morte pode ser natural, homicídio ou suicídio.
EXEMPLO
Uma pessoa morre engasgada com um pedaço de carne.
4. Asfixia por compressão- a morte é causada por uma pressão que impede a respiração
em um movimento de fora para dentro. A maioria dos casos são acidentes, mas homicídios
podem ocorrer.
www.grancursosonline.com.br 21 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 247) divide asfixia por compressão em três tipos, observe:
EXEMPLO
Após confusão generalizada em um estádio de futebol as pessoas correm em direção a única
saída, provocando empilhamento de pessoas uma sobre as outras.
EXEMPLO
Uma mãe, cansada da dura rotina, coloca seu bebê para dormir em sua cama. Durante a noite
ela se deita, acidentalmente, sobre o bebê causando sua morte.
6. Sufocamento por gases- a morte ocorre pela redução do oxigênio no ambiente e aumen-
to do dióxido de carbono ou metano, que são os asfixiantes mais comuns.
Esse tipo de morte pode ocorrer por homicídio, suicídio ou acidente.
EXEMPLO
Um trabalhador, numa mina de carvão, tem diminuído paulatinamente o oxigênio do local de
exploração. Essa relação de diminuição associada ao aumento de gases asfixiantes produzem
o resultado morte.
www.grancursosonline.com.br 22 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Asfixia por
compressão
Sufocamento Sufocamento
Asfixia por mecânica Sufocamento
Confinamento propriamente por oclusão
compressão combinada por gases
dito interna
com
sufocamento
5.2. Estrangulamento
É a oclusão das veias e artérias que existem na região do pescoço, que são responsáveis
por irrigar a região da cabeça.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 249) apontam três formas de estrangulamento:
1. Estrangulamento com laço ou estrangulamento propriamente dito- a morte é causada por
um laço amarrado envolta do pescoço e apertado por uma força externa, muitas vezes formando
um plano horizontal sobrepondo a laringe ou à traqueia superior. Nessa modalidade é comum um
sulco, normalmente na região da nuca, onde fica as mãos do agressor. Assim como, escoriações
e contusões no pescoço, causados tanto pelo agressor quanto pela vítima em um movimento de
defesa. A doutrina Criminalística aponta que suicídio por estrangulamento é extremamente raro.
Já o estrangulamento acidental pode ocorrer, embora menos frequente, quando uma pessoa
tem uma peça de vestuário presa a uma máquina de tração, por exemplo.
EXEMPLO
Uma vítima tem o seu pescoço envolto por um fio e o agressor puxa com o intuito de matar.
www.grancursosonline.com.br 23 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
3. Enforcamento- a morte é produzida pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias,
venosas e arteriais da região do pescoço. Ocorre pela pressão externa produzida pela ação da
gravidade. A pessoa enforcada tem a morte ocasionada pela falta de oxigênio no cérebro.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 262) ensinam que o bloqueio da vias aéreas superiores não é
condição necessária para produzir o enforcamento.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 249) apontam que fraturas são raras em enforcamentos ex-
trajudiciais. Já nos enforcamentos judiciais a altura da queda somada a pesos acoplados ao
corpo pode ocorrer até mesmo a decapitação.
Sítios de ocorrência de enforcamento:
a) Aspectos externos- no suicídio a vítima usa um nó corrediço no pescoço e a outra ponta
fixa em um local rígido que a permita apoiar seu peso total ou parcialmente. Pode ser usado
vários instrumentos, como: cordas, lenções, cintos, fios elétricos e por aí vai. A lesão (sulco) na
região do pescoço depende do material utilizado. Se for um material macio quase não há e se
for um material mais rígido o sulco pode ser maior.
(Shkrum & Ramsay, 2007, pp. 65, 83) ensinam que escoriações e lesões adjacentes são
sinais de estrangulamento. Faz muito sentido, pois tais sinais são de luta, resistência ou opo-
sição a morte, que são incompatíveis com suicídio.
Nós e cordas utilizados no enforcamento: são os objetos que, no sítio da ocorrência, me-
recem mais atenção por parte do perito.
As duas extremidades da corda devem ser analisadas, caso haja sinais de cortes recentes,
a parte excluída deve ser procurada no sítio da ocorrência. Assim como deve ser localizado o
instrumento que foi utilizado para cortar a corda (tesoura, faca, estilete)
www.grancursosonline.com.br 24 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
(StarK, 2005, p. 341) ensina que o indivíduo no intento suicida deverá ser capaz de colocar-se
de maneira que o próprio peso possa ser utilizado para tensionar o laço e aplicar a pressão neces-
sária no pescoço.
No sítio da ocorrência o perito, montando o quebra-cabeça dos acontecimentos, deve de-
mostrar se a vítima tinha condições de executar os laços por si só e utilizar sozinha os móveis
usados para uma eventual escalada. Como poderia ser suicídio se a vítima não era capaz de
subir numa geladeira sozinha? Entende?
Ainda no sítio da ocorrência, analisando o nó utilizado na corda, o perito deve ter uma boa
compreensão dos diversos tipos de nós, assim como, levantar se a vítima era capaz de fazer
determinado nó. E também ficar atento a nós profundamente elaborados, que não parecem ser
de alguém que está se preparando para um evento tão crítico, o suicídio.
Um grande problema que o perito pode encontrar na sítio da ocorrência é quando familia-
res rompem o nó e cortam a corda com a finalidade de auxiliar o parente naquela situação.
O laço pode ser simples, dando apenas uma volta no pescoço ou múltiplas voltas, ocorrendo
desde nós simples até mesmo nós mais elaborados que necessitam de um prévio conhecimento.
(Shkrum & Ramsay, 2007, pp. 70, 77) ensinam que os cabelos também devem ser observa-
dos pelos peritos, pois cabelo preso pelo laço é um vestígio que há possibilidade de haver um
homicídio mascarado de suicídio. Pois entendem que a vítima, ao cometer suicídio, tendem a
colocar os cabelos por cima dos nós pela questão do conforto.
Em suicídios com suspensão total do corpo da vítima o perito deve buscar uma rota com
qual a vítima subiria sozinha até o local do enforcamento- rota de escalada.
b) Aspectos internos- tais aspectos são amplamente compreendidos na disciplina de Me-
dicina Legal. Porém, para efeito didático, falarei sobre os primeiros resultados esperados du-
rante a execução do enforcamento.
Com o corpo suspenso totalmente, a vítima pode perder a consciência dentro de 15-20
segundos e sofre danos cerebrais irreversíveis em 4-6 minutos.
O enforcamento é o tipo mais comum de morte por compressão do pescoço. Consiste na
compressão do pescoço por um laço ajustável e a outra extremidade colocada em um ponto
fixo que aguente o deslocamento do corpo da vítima. De resto, a gravidade se encarrega de
garantir a morte da vítima.
6. Perinecroscopia
O cadáver é sempre um dos principais vestígios nos locais de um crime. Por essa razão, é
fundamental que se faça um levantamento completo dessa situação. Ainda no local do crime o
perito deve examinar as vestes da vítima e o perímetro em que foi encontrado o cadáver. Essa
linha de ação é o que chamamos de Perinecroscopia.
www.grancursosonline.com.br 25 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Em exames em locais de crimes que envolva morte observe o que diz o Código de Proces-
so Penal no seu Artigo 164:
A posição inicial em que um corpo foi encontrado pode ser classificada em:
www.grancursosonline.com.br 26 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Ainda in loco, o Perito, através da posição do cadáver, pode delimitar e inferir algumas situ-
ações sobre a dinâmica do evento que contribuirá para o laudo pericial.
Com a finalidade ocultar o crime, iludir a atividade pericial ou mesmo “desovar” o cadáver
em um local diverso de onde ocorreu a morte pode ser que o corpo seja arrastado ou carre-
gado para outra área. Nesse caso, o perito deve observar no local do crime e no próprio corpo
marcas de arraste, que seguindo o Princípio das Trocas de Locard os vestígios dessa movi-
mentação estarão tanto no corpo quanto no solo.
Para efeito didático a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacio-
nados a Saúde, versão 10 (CID-10) apontam as mortes provocadas por fatores internos e externos.
Os aspectos externos intimamente ligados à morte violenta será o nosso objeto de estudo.
Futuro Perito, essa parte do nosso estudo guarda íntima relação com a Medicina Legal,
mas sem qualquer pretensão de avançar sobre esse estudo elencarei alguns aspectos impor-
tantes que você não pode deixar de conhecer:
• Rigidez cadavérica (Rigor Mortis): É uma reação química temporária que envolve a ade-
nosina e a miosina das fibras musculares. Em um local de crime essa reação pode ser
observada no queixo, nos braços e nas pernas. Como essa reação é temporária, existe
uma gradação que pode ser observada, perceba:
Estabelecendo-se na mandíbula
Rigidez completa
Em processo de dissipação
www.grancursosonline.com.br 27 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Livores de Hipóstase (Livor Mortis): É a ação da gravidade sobre o tecido sanguíneo, pois
quando o indivíduo morre a sua pressão arterial cai para zero e ocorre um depósito do
sangue na área que está mais próxima do chão. Já a área mais afastada do chão assume
uma coloração púrpura meio esbranquiçada que chamamos de palidez cadavérica.
• Resfriamento natural da temperatura do corpo (Algor Mortis): Parte do conceito que o
ambiente possui temperatura inferior a 37ºC, que nem sempre é verdadeiro. A diminui-
ção da temperatura corporal é o método científico mais comum para estimar o horário
da morte, porém, como é uma estimativa, pode ocorrer pode ocorrer algumas variáveis
que podem dificultar esse cálculo.
• Decomposição: É o quarto vestígio da morte e pode variar amplamente, dependendo basica-
mente do clima, quanto maior for a temperatura o grau de decomposição avançada pode apa-
recer em menos de 24 horas, já em regiões de menor temperatura a decomposição pode de-
morar até uma semana. A decomposição começa imediatamente após a morte e avança até
a total esqueletização do cadáver. Acompanhe essa tabela com as fases da decomposição:
2ª FASE- Junto a descoloração o corpo começa a inchar devido a ação dos gases
provenientes da ação dos micro-organismos.
7. Reprodução Simulada
A avaliação da necessidade ou não de perícia em local do delito fica a cargo da autorida-
de policial. Porém, a própria dinâmica dos eventos em alguns casos, pode não permitir que a
perícia seja realizada ou seja realizada com ausência de alguns elementos indispensáveis à
elucidação do delito.
Fatores internos podem inviabilizar a perícia, como ausência de um perito oficial na região
ou dificuldades em designar um perito ad hoc.
www.grancursosonline.com.br 28 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Esa pane pode ser sanada pela reprodução simulada dos fatos, que vulgarmente é chamada
de reconstituição do crime e tem previsão legal no Art. 7º do Código de Processo Penal, observe:
Perceba que a própria Lei impõe como condição que a reprodução simulada dos fatos não
podem contrariar a moralidade ou a ordem pública. Esse dois limites normativos visam res-
guardar a própria vítima ou mesmo a sociedade.
EXEMPLO 1
Realizar a reprodução simulada dos fatos em uma vítima do crime de estupro.
EXEMPLO 2
Realizar a reprodução simulada da ação de um explosivo em um caixa eletrônico.
Tanto no exemplo 1 quanto no exemplo 2 perceba que não seria viável adotar a reprodução
simulada dos fatos para elucidar possíveis dúvidas da perícia.
A reprodução simulada dos fatos pode ser executas tanto na fase da investigação policial
quanto na fase judicial. Observe esse julgado sobre os momentos da realização da reprodução
simulada dos fatos.
www.grancursosonline.com.br 29 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
A Suprema Corte firma o entendimento que a reprodução simulada dos fatos pode ser pro-
videnciada ex officio pela própria autoridade policial sem nenhum tipo de pedido das partes,
tanto defesa quanto acusação.
O princípio da verdade real disciplina que o julgador deve sempre buscar julgar os fatos o
mais próximo possível da realidade dos acontecimentos, devendo sempre prevalecer o senti-
mento de sempre buscar a verdade. Pois bem, a perícia criminal é uma importante ferramenta
do julgador na hora de estabelecer essa busca.
Alguns fatos podem estar ocultos ou mesmo não evidenciados, cabendo a perícia criminal
desnudar os eventos tal como eles são. Nesse contexto, a reprodução simulada dos fatos en-
tra como um importante artifício para suprir as possível falhas dos levantamentos iniciais ou
mesmo novas perguntas que surgem durante a própria linha de investigação.
Agora, seria possível obrigar um indiciado a participar da reprodução simulada dos fatos?
www.grancursosonline.com.br 30 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
RESUMO
Locais de Crimes Contra a Pessoa e Morte Violenta
Os crimes contra à pessoa são aqueles que afetam, imediatamente, qualquer ser humano.
Portanto, são crimes consubstanciados com a personalidade humana, como: a vida, a integri-
dade corporal, a honra e a liberdade de um indivíduo.
Segundo a classificação adotada pelo Criminalista Luiz Eduardo Dorea, a morfologia da
mancha diz muito a respeito do crime.
Com base nisso, é fundamental conhecer a hematologia forense, que é o ramo da biologia
forense que estuda manchas, salpicos e gotas de sangue na cena de um crime.
Tradicionalmente, as mortes violentas são classificadas em homicídio, suicídio ou aciden-
tes. Quando a doutrina Criminalística classifica o homicídio engloba os feminicídios, infanticídios,
mortes no exercício do dever, legítima defesa, mortes por necessidade e latrocínios, que embora
juridicamente não seja um crime contra à vida, encontra-se resguardado nessa classificação.
Perceba que balística, numa concepção moderna, ocupa-se quase que exclusivamente de
armas de fogo. Portanto, vejamos o conceito básico de arma de fogo:
Cada arma disparada deixa vestígios únicos no projétil. Essas marcas são feitas pelas
raias dos canos, que funcionam como verdadeiras impressões digitais que cada arma imprime
nos projéteis.
Com base nessas “impressões digitais” é possível determinar de qual arma foi efetuado
um disparo e, por consequência, o tiro.
www.grancursosonline.com.br 31 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
O perito ao se deparar em sítio de ocorrência que envolva morte por arma de fogo deve
trabalhar com três linhas de levantamentos: homicídio, suicídio e tiro acidental, nessa
mesma ordem.
Suicídio- o gatilho é acionado pelo dedo indicador quando atingido nas regiões das têmpo-
ras (regiões laterais da cabeça), auricular ou submentoniana (abaixo do queixo ou mandíbula);
o gatilho é acionado pelo polegar quando a região atingida é o hemitórax anterior esquerda
(lado do coração) ou cavidade bucal.
No cadáver é verficado feridas do tipo pérfuro- contusas, que serão estudas em capítulo
posterior. Os orifícios de entrada e saída podem ser percebidos se o projétil incidiu obliqua-
mente, ortogonalmente ou tangencial a pele, formando uma saliência anatômica.
As manchas de esfumaçamentos, devido a proximidade do disparo como o tecido atingido,
devem ser observadas. E um exame residuográfico determina as fuligens nas superfícies que
estiveram próximas ao contato e podem ser encontradas também nas mãos do atirador.
Os instrumentos que causam ferimentos são classificados de acordo com o tipo de lesão
que produzem sobre os tecidos orgânicos, conforme o uso para qual foram criados.
• Ação Contundente: Pressão sobre os tecidos causadas por um instrumento sem lâmina
ou gume que deixa uma lesão do tipo fechada (contusa ou contusão). Suas bordas são
irregulares, cuja dimensão preponderante é a largura.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma madeira na cabeça da vítima- paulada- fere sem abrir os tecidos.
www.grancursosonline.com.br 32 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Ação Cortante: Pressão aplicada por um instrumento com lâmina ou gume. A ação con-
siste em deslizar o instrumento causando uma ferida aberta (ferida incisa) de bordas
regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por um estilete.
• Ação Perfurante: Ação de intensa pressão sobre o tecido, aplicado por instrumento pon-
tiagudo que produz uma lesão aberta (ferida punctória) de bordas regulares, cuja dimen-
são preponderante é a profundidade.
EXEMPLO
Uma lesão provocada espeto de churrasco.
• Ação dilacerante: Ação de maior deslizamento e menor pressão sobre o tecido, provocada
por um instrumento cortante que rasga o tecido produzindo uma lesão aberta (ferida lace-
rada ou dilacerada) de bordas irregulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma superfície áspera.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por uma foice.
• Ação Perfuro- contundente: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instru-
mento sem ponta e sem lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro-
contusa) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.
EXEMPLO
Uma lesão provocada por um tiro (projétil de arma de fogo).
www.grancursosonline.com.br 33 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Ação Perfuro- cortante: Ação de pressão sobre o tecido provocada por um instrumento
de ponta e com lâmina ou gume, produzindo uma lesão aberta (ferida pérfuro- incisa)
de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é a profundidade.
EXEMPLO
Uma punhalada.
• Ação Lacero- contundente: Ação de maior pressão e menor deslizamento sobre o teci-
do, aplicada por um instrumento sem lâmina ou gume que rasga o tecido, produzindo
uma lesão aberta (ferida Lacero- contusa) de bordas irregulares e dimensão variável.
EXEMPLO
Uma paulada com abertura do tecido.
• Ação Constritora: Ação de pressão contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumen-
to sem lâmina ou gume de formato linear e flexível, produzindo uma lesão fechada (sul-
co) de bordas regulares, cuja dimensão preponderante é o comprimento.
EXEMPLO
Um enforcamento.
• Ação Tratora: Tração e/ou torção do tecido, aplicada por um instrumento sem lâmina
ou gume, rasgando tecido, produzindo uma lesão aberta (ferida por arrancamento) de
bordas irregulares, de dimensões variáveis.
EXEMPLO
Um pessoa tem seu braço preso a uma máquina industrial.
• Ação Compressora: Ação contínua sobre o tecido, aplicada por um instrumento sem
lâmina ou gume, de formato plano, produzida uma leão fechada (esmagamento) de bor-
das regulares, cuja dimensão preponderante é a largura.
EXEMPLO
Uma vítima de um deslizamento de terras o desabamento.
www.grancursosonline.com.br 34 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
EXEMPLO
Uma vítima triturada em uma máquina industrial.
• Atropelamento de Pedestres: por ser a parte mais frágil do trânsito o pedestre pode so-
frer dois tipos de lesões, observe:
www.grancursosonline.com.br 35 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• Colisões: podem ocorrer tanto nos condutores dos veículos quanto nos passageiros.
O local do acidente fornece vestígios que irão dizer a possível causa do acidente, como:
marcas de frenagem, condições climáticas, velocidade no momento da colisão e etc.
Relembremos que vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou
recolhido que se relaciona com a infração penal. Em acidentes de trânsito os vestígios podem ser:
1. Frenagem no pavimento: É a marca no pavimento, caracterizada pelo aquecimento do
pneu no asfalto (desprendimento de material pneumático) deixando uma impressão. Esse é o
processo entre fricção do pneu e asfalto ou outro terreno que o veículo circule.
Vale ressaltar que os freios ABS- Anti lock Braking System- as marcas de frenagem ficam
menos evidentes, pois esse sistema evita justamente que o pneu trave durante a frenagem.
Uma importante característica da frenagem é o espelhamento, que é uma marca tênue
encontrada no início da frenagem que delimita o início da ação da frenagem.
2. Derrapagem no pavimento: Assim como a frenagem, a derrapagem também é prove-
niente da fricção ou sulco do pneu com o asfalto. Porém, a diferença é que na derrapagem o
veículo se encontra sob a ação de dois movimentos (duas forças), sendo um na direção lon-
gitudinal da unidade veicular e outro na direção transversal, o que resulta em um movimento
oblíquo e por vezes curvilíneo.
www.grancursosonline.com.br 36 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 37 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
descrição minuciosa da posição onde foi encontrado e associar a outros vestígios encontra-
dos no sítio da colisão.
13. Cargas: É todo material que o veículo transportava que, por ventura do acidente, pode
ter sido espalhado na via. Nesse contexto verifica-se a acomodação e conteúdo das cargas,
assim como a capacidade de tração do veículo. As amarrações, presilhas, cordas, cabos e a
carroceria devem ser objetos de avaliação do perito.
O levantamento dos locais de acidentes de trânsito pode ser dividido em três fases, observe:
www.grancursosonline.com.br 38 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 244) ensina que a asfixia pode ser classificada em três cate-
gorias, observe:
Sufocamento;
Confinamento;
Sufocamento propriamente dito;
Sufocamento por oclusão
interna; Estrangulamento;
Asfixia por compressão; Enforcamento;
Asfixia Química.
Asfixia traumática; Estrangulamento com laço;
Asfixia posicional; Estrangulamento manual.
Esmagamento por pessoas;
Asfixia por compressão;
combinada com sufocamento;
Sufocamento por gases.
Oxigênio impedido de entrar em contato com o sangue. Didaticamente temos 6 modos de
sufocamento que o perito pode se deparar no sítio da ocorrência.
1. Confinamento- relacionados à locais fechados, onde lentamente o oxigênio vai se esgo-
tando. Esse tipo de morte é na maioria das vezes acidental.
EXEMPLO
Uma criança brincando de esconde-esconde em um baú antigo.
2. Sufocamento propriamente dito- a morte é causada por obstrução das vias respiratórias
externas (nariz e boca). Esse tipo de morte são geralmente homicídios ou suicídios.
EXEMPLO
Uma pessoa morre com um saco plástico na cabeça.
3. Sufocamento por oclusão interna- a morte é causada por obstrução de objetos no inte-
rior das vias aéreas. Esse tipo de morte pode ser natural, homicídio ou suicídio.
EXEMPLO
Uma pessoa morre engasgada com um pedaço de carne.
4. Asfixia por compressão- a morte é causada por uma pressão que impede a respiração
em um movimento de fora para dentro. A maioria dos casos são acidentes, mas homicídios
podem ocorrer.
www.grancursosonline.com.br 39 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
EXEMPLO
Após confusão generalizada em um estádio de futebol as pessoas correm em direção a única
saída, provocando empilhamento de pessoas uma sobre as outras.
EXEMPLO
Uma mãe, cansada da dura rotina, coloca seu bebê para dormir em sua cama. Durante a noite
ela se deita, acidentalmente, sobre o bebê causando sua morte.
6. Sufocamento por gases- a morte ocorre pela redução do oxigênio no ambiente e au-
mento do dióxido de carbono ou metano, que são os asfixiantes mais comuns.
Esse tipo de morte pode ocorrer por homicídio, suicídio ou acidente.
EXEMPLO
Um trabalhador, numa mina de carvão, tem diminuído paulatinamente o oxigênio do local de
exploração. Essa relação de diminuição associada ao aumento de gases asfixiantes produzem
o resultado morte.
(Di Maio & Di Maio, 2001, p. 249) apontam três formas de estrangulamento:
1. Estrangulamento com laço ou estrangulamento propriamente dito- a morte é causada por
um laço amarrado envolta do pescoço e apertado por uma força externa, muitas vezes formando
um plano horizontal sobrepondo a laringe ou à traqueia superior. Nessa modalidade é comum um
sulco, normalmente na região da nuca, onde fica as mãos do agressor. Assim como, escoriações
e contusões no pescoço, causados tanto pelo agressor quanto pela vítima em um movimento de
defesa. A doutrina Criminalística aponta que suicídio por estrangulamento é extremamente raro.
Já o estrangulamento acidental pode ocorrer, embora menos frequente, quando uma pessoa
tem uma peça de vestuário presa a uma máquina de tração, por exemplo.
EXEMPLO
Uma vítima tem o seu pescoço envolto por um fio e o agressor puxa com o intuito de matar.
www.grancursosonline.com.br 40 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Na maioria dos casos existem escoriações provocadas pelas unhas em um clássico movi-
mento de defesa.
Existem muitos métodos de esganadura, cada um deixa um vestígio diferente no sítio da
ocorrência e nas vítimas.
3. Enforcamento- a morte é produzida pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias,
venosas e arteriais da região do pescoço. Ocorre pela pressão externa produzida pela ação da
gravidade. A pessoa enforcada tem a morte ocasionada pela falta de oxigênio no cérebro.
O enforcamento é o tipo mais comum de morte por compressão do pescoço. Consiste na
compressão do pescoço por um laço ajustável e a outra extremidade colocada em um ponto
fixo que aguente o deslocamento do corpo da vítima. De resto, a gravidade se encarrega de
garantir a morte da vítima.
Perinecroscopia
O cadáver é sempre um dos principais vestígios nos locais de um crime. Por essa razão, é
fundamental que se faça um levantamento completo dessa situação. Ainda no local do crime o
perito deve examinar as vestes da vítima e o perímetro em que foi encontrado o cadáver. Essa
linha de ação é o que chamamos de Perinecroscopia.
www.grancursosonline.com.br 41 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
A posição inicial em que um corpo foi encontrado pode ser classificada em:
Futuro Perito, essa parte do nosso estudo guarda íntima relação com a Medicina Legal,
mas sem qualquer pretensão de avançar sobre esse estudo elencarei alguns aspectos impor-
tantes que você não pode deixar de conhecer:
Entenda, a rigidez cadavérica (Rigor Mortis) é um importante instrumento para se verificar
o horário do óbito. Pois existe uma relação entre o grau de rigidez e o tempo, que pode ser evi-
denciado na tabela de (Pickering 2009, p.114).
• Livores de Hipóstase (Livor Mortis): É a ação da gravidade sobre o tecido sanguíneo, pois
quando o indivíduo morre a sua pressão arterial cai para zero e ocorre um depósito do
sangue na área que está mais próxima do chão. Já a área mais afastada do chão assume
uma coloração púrpura meio esbranquiçada que chamamos de palidez cadavérica.
• Resfriamento natural da temperatura do corpo (Algor Mortis): Parte do conceito que o
ambiente possui temperatura inferior a 37ºC, que nem sempre é verdadeiro. A diminui-
ção da temperatura corporal é o método científico mais comum para estimar o horário
da morte, porém, como é uma estimativa, pode ocorrer pode ocorrer algumas variáveis
que podem dificultar esse cálculo.
www.grancursosonline.com.br 42 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Reprodução Simulada
Fatores internos podem inviabilizar a perícia, como ausência de um perito oficial na região
ou dificuldades em designar um perito ad hoc.
Esa pane pode ser sanada pela reprodução simulada dos fatos, que vulgarmente é cha-
mada de reconstituição do crime e tem previsão legal no Art. 7º do Código de Processo Pe-
nal, observe:
O princípio da verdade real disciplina que o julgador deve sempre buscar julgar os fatos o
mais próximo possível da realidade dos acontecimentos, devendo sempre prevalecer o senti-
mento de sempre buscar a verdade. Pois bem, a perícia criminal é uma importante ferramenta
do julgador na hora de estabelecer essa busca.
Agora, seria possível obrigar um indiciado a participar da reprodução simulada dos fatos?
www.grancursosonline.com.br 43 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
EXERCÍCIOS
Responda TODAS as questões de acordo com os Conceitos iniciais sobre Criminalística.
Algumas questões das principais bancas e outras de autoria própria, tudo isso para ajudá-los
a massificar o conteúdo.
www.grancursosonline.com.br 44 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 45 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 46 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
O homicídio (Art. 121, CP) é um crime material, ou seja, necessita de um resultado natura-
lístico, que no caso é a morte da vítima. Bem, se tem uma vítima obrigatoriamente tem um
autor do delito. Esse autor empregou um meio (instrumento) para se alcançar o resultado
pretendido-morte. O fato ocorreu em algum local e em um determinado tempo. Testemunha e
premeditação são dispensáveis.
Letra c.
www.grancursosonline.com.br 47 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
como Manual para Juízes de Instrução. O livro tinha a finalidade de mostrar a aplicação da ciên-
cia na investigação criminal, facilitando, assim, o trabalho dos juízes no processo decisório.
b) “Todo contato deixa uma marca”. Com essa afirmação, o austríaco Hans Gross apresentou
para a comunidade científica o que ficou conhecido como princípio da troca, que até os dias de
hoje serve como orientação para o trabalho pericial nos locais de crime.
c) A Criminalística surge nas universidades, portanto, em um contexto totalmente diferente do
ambiente policial. Entretanto, em 1910, surge, em Lyon, na França, o primeiro laboratório forense
dentro da estrutura organizacional da polícia, graças ao trabalho de Hans Gross. A experiência
se mostrou bem-sucedida, uma vez que a prova pericial passou a ser produzida por profissionais
que viviam a realidade da polícia, e, em pouco tempo, outros departamentos de polícia levaram
para o interior das próprias organizações os laboratórios forenses e os respectivos especialistas.
d) Após consolidação da Criminalística como ciência, novos saberes foram desenvolvidos, e, com
base nesses saberes, surgiram outras ciências, como a sociologia, a psicologia e a criminologia.
e) O perito criminal é o profissional que utiliza o próprio conhecimento científico para produzir a
prova pericial, que deve ser imparcial e isenta de vícios. Por apresentar essas características, a
prova pericial possui a propriedade da transversalidade, ou seja, trata-se de um elemento utilizado
não somente na fase do inquérito policial, mas também na fase processual da persecução penal.
www.grancursosonline.com.br 48 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 49 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
024. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Qualquer elemento material que possa ter rela-
ções com a infração penal ou com o fato sob análise, cuja condição e posição no local inves-
tigado são resultantes da conduta humana, por ação ou omissão, corresponde a um vestígio.
BRASIL. Ministério da Justiça. Diretoria Técnico-Científica. Glossário de Ciências Forenses. Bra-
sil. Brasília-DF, 2016.
Com base na explicação apresentada, é correto afirmar que vestígios
a) verdadeiros ou associativos são aqueles que foram dispostos pelo autor para induzir o peri-
to criminal a descrever uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
b) ilusórios ou não associativos são aqueles que, de forma intencional, são colocados na cena
de crime para induzir uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
c) associativos ou verdadeiros são aqueles encontrados na cena de crime, mas que, porém,
não têm relação com o fato que se investiga.
d) ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam nenhuma
relação com o fato investigado.
e) forjados são aqueles que mantêm relação de causa e efeito com o ato criminoso e (ou) com
a dinâmica deste ou guardam, ainda, uma relação de identidade com a(s) vítima(s) e (ou) com
o(s) autor(es).
www.grancursosonline.com.br 50 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 51 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
A fotografia apresentada retrata o local de um acidente de trânsito com vítima fatal em que o
automóvel cinza (seta) saiu da pista e colidiu contra um poste de energia, produzido em con-
creto, assumindo a respectiva posição de repouso final alguns metros além do poste. Essa
pista de interesse é asfaltada, de mão dupla de direção, composta por uma faixa de trânsito
para cada sentido, separadas por linha simples seccionada de cor amarela e delimitada por
acostamento seguido de margem, em ambos os bordos. Considerando o sentido norte-sul,
havia uma ciclovia na margem esquerda.
www.grancursosonline.com.br 52 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Considere, para esse caso, a tabela fictícia de coeficientes de arraste/atrito específicos para o
local examinado, a seguir.
Considerando os vestígios materiais visíveis na fotografia, qual é a causa determinante mais
provável desse acidente?
a) Desvio de direção
b) Ausência de reação
c) Reação tardia
d) Entrada inopinada
e) Perda de controle de direção
www.grancursosonline.com.br 53 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
b) O perito criminal deve sempre ter uma abordagem de desconfiança para com as condições do
local e as informações que coletou previamente. Não é incomum que solicitações de exames ini-
cialmente identificadas como um determinado tipo de local se revelem como sendo outro, como
cenas de aparente suicídio ou acidente que posteriormente se revelam um homicídio, ou o inverso.
c) O período de deslocamento até o local é importante para que sejam repassadas informações à
equipe, bem como para que se possa acordar quaisquer procedimentos considerados necessários
de acordo com as peculiaridades já sabidas a respeito do local. É recomendável que a hora de che-
gada seja registrada quando os peritos retornarem ao Instituto de Criminalística, ao final do plantão.
d) Durante o processamento do local, seguido à busca inicial, inicia-se uma busca mais minu-
ciosa, comumente definida como busca detalhada. Existem técnicas de busca detalhada que
auxiliam em uma varredura eficiente da área de interesse, como a busca em espiral, por qua-
drante e em linha. A técnica adequada é sempre pré-determinada de acordo com o estipulado
nos procedimentos operacionais padrão (POP) da seção e não muda de acordo com os locais.
e) Usualmente, o exame perinecroscópico, em conjunto com o exame das vestes que trajavam
o cadáver, são os primeiros a serem realizados pelos peritos no local, pois a perinecroscopia
revela ao perito possíveis movimentações da vítima ou entre está e os respectivos agressores,
no caso do homicídio, o tipo de instrumento usado e o local da morte, entre diversas outras
informações importantes.
www.grancursosonline.com.br 54 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 55 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
043. (INÉDITA/2021) As lesões podem ser provocadas por diversos objetos. Alguns desses
objetos não necessariamente foram criados para tais fim, como é o caso das foices e macha-
dos. Se um perito in loco se depara com uma vítima decapitada por uma foice, podemos dizer
que a vítima foi lesionada mortalmente por um objeto de ação corto-contundente.
044. (INÉDITA/2021) Um perito em um sítio de ocorrência constata que a vítima estava com
uma corda envolta ao pescoço. Observando mais atentamente viu que a vítima apresentava
lesão em formato linear, flexível, fechada e bordas regulares. O perito está diante de uma lesão
por natureza Constritora.
www.grancursosonline.com.br 56 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
047. (INÉDITA/2021) Na asfixia por gases, o sufocamento ocorre pela mistura indiscriminada
por produtos químicos asfixiantes.
049. (INÉDITA/2021) Na derrapagem, um veículo está sob a ação de duas forças: longitudinal
e outra transversal, conforme a figura abaixo.
051. (INÉDITA/2021) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de deter-
minado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
www.grancursosonline.com.br 57 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
GABARITO
1. C 37. e
2. E 38. b
3. C 39. d
4. C 40. c
5. C 41. d
6. d 42. E
7. a 43. C
8. a 44. C
9. b 45. C
10. c 46. E
11. a 47. E
12. c 48. E
13. c 49. E
14. c 50. E
15. c 51. C
16. d
17. b
18. e
19. e
20. e
21. c
22. d
23. b
24. d
25. d
26. a
27. d
28. b
29. a
30. d
31. e
32. b
33. d
34. b
35. b
36. E
www.grancursosonline.com.br 58 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/DELEGADO-PCSE/2020) Com relação à investigação em local de crime, julgue
o item que se segue.
Acerca dos objetivos da investigação pericial em locais de crime contra a vida, julgue o
próximo item.
O levantamento de evidências que contribuam com a investigação possibilita o estabelecimen-
to da dinâmica dos acontecimentos.
O relatório de local de crime é um documento que registra os gráficos com informações tanto
objetivas quanto subjetivas de um crime sob a perspectiva dos investigadores e coordenados
pela autoridade policial.
Quando a questão se limita ao relato técnico é a mesma coisa de dizer: “o que vale é a palavra
do perito”. Pois bem, as conjecturas sobre o delito são construídas tanto pela autoridade poli-
cial e seus subordinados quanto pelo próprio perito por meio de análises, utilizando o método
científico (Princípio da Análise) para tal.
Errado.
www.grancursosonline.com.br 59 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Para resolver essa questão o candidato deve diferenciar vestígios, evidências e indícios. Observe:
Certo.
Em primeiro lugar, relembremos o que diz o Artigo 159 e o Artigo 159 §1º, CPP:
www.grancursosonline.com.br 60 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
No caso houve violação de preceito procedimental, que é sanável, portanto, viola Norma
Processual.
Errado.
Primeiro, vamos relembrar o conceito de vestígio que está lá no Art. 158, § 3º do CPP:
www.grancursosonline.com.br 61 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Por último, temos que evidência é o Material bruto que passou por análise de um perito e pos-
sui relação direta com o delito.
Embora a Letra “C” não esteja totalmente incorreta a banca deu a Letra “D” como verdadeira.
Letra d.
www.grancursosonline.com.br 62 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 63 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Letra a.
www.grancursosonline.com.br 64 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Vale relembrar:
Letra b.
Essa questão cobrou do candidato o conhecimento do Capítulo dos crimes contra o patrimô-
nio, que são eles:
• roubo;
• furto;
www.grancursosonline.com.br 65 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
• furto qualificado;
• extorsão;
• extorsão mediante sequestro;
• dano;
• dano qualificado;
• apropriação indébita;
Lembrando que em crimes contra o patrimônio os vestígios são comumente encontrados atra-
vés dos danos que os criminosos causam ao violar o bem jurídico em tela. Os vestígios deixa-
dos pela jornada criminosa auxiliam na compreensão da dinâmica dos fatos.
Letra c.
www.grancursosonline.com.br 66 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Letra c.
Falou em preservação, proteção, tutela ou qualquer outro sinônimo disso você deve associar a
CADEIA DE CUSTÓDIA, que é o conjunto de cautela que os profissionais da segurança pública
devem tomar para não contaminar o local de crime.
Letra c.
www.grancursosonline.com.br 67 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
O homicídio (Art. 121, CP) é um crime material, ou seja, necessita de um resultado natura-
lístico, que no caso é a morte da vítima. Bem, se tem uma vítima obrigatoriamente tem um
autor do delito. Esse autor empregou um meio (instrumento) para se alcançar o resultado
pretendido-morte. O fato ocorreu em algum local e em um determinado tempo. Testemunha e
premeditação são dispensáveis.
Letra c.
Letra d.
www.grancursosonline.com.br 68 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 69 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
www.grancursosonline.com.br 70 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Questão bem complexa que exigiu do candidato conhecimentos sobre os momentos históri-
cos que envolveram a Criminalística.
a
) Errada. O Código de Hamurabi (1800 A.C.) já apontava que a mera suspeita não poderia ser
capaz de imputar a alguém o cometimento de um delito, era necessário materialmente confec-
cionar provas para não haver nenhuma dúvida sobre a autoria e materialidade de um delito. Ape-
sar disso, a doutrina entende que o nascimento da Criminalística é atribuído a Hans Gross, na
sua obra Kriminalistik, no ano de 1893. Edmond Locard foi o primeiro a produzir provas que foram
aceitas em um tribunal, quando provou a morte de uma vítima por envenenamento por nicotina.
b) Errada. Hans Gross foi muito importante no campo da Criminalística, mas a questão erra
ao atribuir o Princípio das Trocas a ele, pois quem formulou tal princípio foi o Edmond Locard-
Princípio das Trocas de Locard.
c ) Errada. O primeiro laboratório forense dentro da estrutura da polícia foi criado em 1910 pelo Ed-
mond Locard, que passou a desenvolver atividades relacionadas à Criminalística em Lyon, na França.
d) Errada. A Criminalística tem como base a Física, Química, Biologia, Geologia e Matemática,
que são consideradas como ciências naturais, assim como a própria Criminalística.
e) Certa.
Letra e.
www.grancursosonline.com.br 71 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
d) falha mecânica.
e) falha do meio.
www.grancursosonline.com.br 72 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
a) Errada. Ao mencionar “rigor analítico menor” a questão incorre em erro, pois ainda é prema-
turo dizer se houve homicídio ou suicídio.
b) Errada. Encaminhar o instrumento da maneira em que foi encontrado pode gerar perigo a
todos os envolvidos na operação. Por exemplo, e se a arma estiver municiada? Por isso, deve
ser realizado todos os procedimentos de segurança com o armamento.
c) Certa.
d) Errada. Manchas encontrada sob os membros inferiores da vítima torna a assertiva incorre-
ta. Nos membros superiores ficaria mais correta.
e) Errada. O erro da questão é dizer que (suabes- chumaço de algodão ou qualquer outro
material absorvente) utilizado para coletar materiais genéticos, por exemplo, não podem ser
coletados no sítio da ocorrência.
Letra c.
www.grancursosonline.com.br 73 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
a) Errada. Estamos diante do chamado HEPTÂMETRO DE QUINTILIANO, filósofo Italiano que
criou uma metodologia aplicada para apurar o fato na fase investigativa, respondendo a sete
perguntas: Que? quem? quando? por quê? como? onde? e com que auxílio?
Dizer que a perícia responde “o porquê” deixa a questão incorreta.
www.grancursosonline.com.br 74 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
E os LOCAIS INTERNOS são os Institutos de Criminalística e seus laboratórios.
c) Errada. Pelo Princípio das Trocas de Locard todos, sem exceção, podem contaminar a cena
do crime.
d) Certa.
e
) Errada. Cada local de crime imediato não precisa, necessariamente ter um único local mediato.
EXEMPLO
Imagine um homicídio onde a vítima fora morta sob tortura em vários locais antes do desfecho final.
Letra d.
www.grancursosonline.com.br 75 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Existe uma forte tendência que as provas de concursos para os cargos de perito cobrem a Le-
gislação que envolva o rito processual da perícia, perceba:
a) Errada. Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado.
b) Certa. Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial ne-
gará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da verdade.
c ) Errada. Art. 169. Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
d) Errada. Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor da
repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos.
e) Errada. Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo
ou em parte
Letra b.
024. (IADES/PERITO CRIMINAL-PCDF/2017) Qualquer elemento material que possa ter rela-
ções com a infração penal ou com o fato sob análise, cuja condição e posição no local inves-
tigado são resultantes da conduta humana, por ação ou omissão, corresponde a um vestígio.
BRASIL. Ministério da Justiça. Diretoria Técnico-Científica. Glossário de Ciências Forenses. Brasil.
Brasília-DF, 2016.
Com base na explicação apresentada, é correto afirmar que vestígios
a) verdadeiros ou associativos são aqueles que foram dispostos pelo autor para induzir o peri-
to criminal a descrever uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
b) ilusórios ou não associativos são aqueles que, de forma intencional, são colocados na cena
de crime para induzir uma dinâmica diferente do fato real ocorrido.
c) associativos ou verdadeiros são aqueles encontrados na cena de crime, mas que, porém,
não têm relação com o fato que se investiga.
d) ilusórios são aqueles encontrados na cena do crime que, todavia, não apresentam nenhuma
relação com o fato investigado.
e) forjados são aqueles que mantêm relação de causa e efeito com o ato criminoso e (ou) com
a dinâmica deste ou guardam, ainda, uma relação de identidade com a(s) vítima(s) e (ou) com
o(s) autor(es).
www.grancursosonline.com.br 76 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Letra d.
Estamos diante das chamadas causas imediatas, diretas ou perpetuantes, que guardam uma
íntima e determinante relação com o ocorrido, estão diretamente ligadas ao tempo, lugar e
grau com o resultado. “Conditio sine qua non” = Condição sem a qual, não.
Portanto, ao ser afastada a causa determinante o fato não ocorria.
Letra d.
www.grancursosonline.com.br 77 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Criminalística é uma ciência natural que se apoia em outras ciências naturais (Física, Química
e Biologia) sobre a qual recai a prova pericial. E sua finalidade é demonstrar materialmente a
dinâmica dos fatos que servirão para qualquer tipo de crime que deixe vestígios.
Letra a.
Candidatos, é imprescindível que memorizem dois nomes muito importantes para a Criminalís-
tica: Hans Gross e Edmond Locard. O primeiro é considerado o pai da Criminalística. O segun-
do criou o “Princípio das Trocas de Locard”. Saliento que cada um nome apresentado nessa
questão contribuiu sensivelmente para a Criminalística moderna, perceba:
Oscar Freire - Foi também o sucessor de Nina Rodrigues na cátedra de Medicina Legal, lente da
Faculdade de Medicina e diretor do Serviço Médico Legal da Polícia.[1]Em 1912, juntamente com
Alfredo Britto, diretor da mesma Faculdade, e com a ajuda de Josino Cotias, pôs em execução
o plano de Nina Rodrigues, que era a construção de um instituto médico-legal. Criou-se, assim o
Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Freire
Paul L. Kirk - era um bioquímico, criminalista e participante do Projeto Manhattan, especiali-
zado em microscopia. Ele também investigou o quarto em que Sam Sheppard supostamente
www.grancursosonline.com.br 78 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
assassinou sua esposa e forneceu as principais evidências de respingos de sangue que o leva-
ram à absolvição em um novo julgamento 12 anos após o assassinato. A maior homenagem
que se pode receber na seção de criminalística da Academia Americana de Ciências Forenses
leva o nome de Kirk. Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Paul_L._Kirk
Edmond Locard - Foi um pioneiro da Ciência Forense, conhecido também como o Sherlock Hol-
mes da França. Formulou o princípio básico de ciência forense: “Todo contato deixa uma marca”,
que ficou conhecido como o princípio de Troca de Locard. Como todo princípio, baseia-se em uma
ideia simples, mas de grande profundidade. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Edmond_Locard
Hans Gross - Foi um jurista e criminalista austríaco, criador da estratégia de perfil criminal, técnica
utilizada para identificar possíveis suspeitos e para ligar crimes que podem ter sidos cometidos
pela mesma pessoa. Para ele, a Criminalística era uma ciência auxiliar ao sistema jurídico penal.
Fonte: https://sindpericiasgo.com.br/hans-gross-o-pai-da-criminalistica-como-conhecemos/
Gilberto Porto - Autor de vários livros e ensaios nos campos do Processo Civil, Processo
Constitucional e Direito Civil. Agraciado com diversos prêmios profissionais e comendas.
Consultor e Advogado com atuação nos Tribunais do RS, STJ e STF. Fonte: http://lattes.cnpq.
br/3003836743283862
Letra d.
www.grancursosonline.com.br 79 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Portanto, estão todas as assertivas corretas, exceto o item II, que diz que a responsabilidade é
do perito. Como vimos a responsabilidade da cadeia de custódia passa pelo primeiro policial a
chegar no sítio da ocorrência, pela autoridade policial e, após isso, o perito.
Letra b.
“Todo contato deixa uma marca” consagrou o Princípio da Troca de Locard, criado por Edmond
Locard. Perceba que em várias bancas examinadoras esse princípio é cobrado, tornando um
dos mais importantes da Criminalística para fins de provas.
Letra a.
www.grancursosonline.com.br 80 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Toda MATÉRIA BRUTA, após depuração, que guarda relação com o fato é chamada de VES-
TíGIOS. VESTÍGIOS é encontrado no local do crime e após análise e interpretação dos peritos
pode vir a ser uma PROVA.
Observe o que temos na Legislação:
Letra d.
A fotografia apresentada retrata o local de um acidente de trânsito com vítima fatal em que o
automóvel cinza (seta) saiu da pista e colidiu contra um poste de energia, produzido em con-
creto, assumindo a respectiva posição de repouso final alguns metros além do poste. Essa
pista de interesse é asfaltada, de mão dupla de direção, composta por uma faixa de trânsito
www.grancursosonline.com.br 81 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
para cada sentido, separadas por linha simples seccionada de cor amarela e delimitada por
acostamento seguido de margem, em ambos os bordos. Considerando o sentido norte-sul,
havia uma ciclovia na margem esquerda.
Considere, para esse caso, a tabela fictícia de coeficientes de arraste/atrito específicos para o
local examinado, a seguir.
Considerando os vestígios materiais visíveis na fotografia, qual é a causa determinante mais
provável desse acidente?
a) Desvio de direção
b) Ausência de reação
c) Reação tardia
d) Entrada inopinada
e) Perda de controle de direção
Observando a fotografia note que houve uma abrupta mudança de direção, que fica evidente
pelas marcas na pista. Pela condição da pista molhada, possivelmente, houve aquaplanagem-
“fenômeno” em que o carro começa a deslizar sobre uma camada de água, perdendo o contato
com o solo. Por isso, perda do controle da direção causou o acidente fatal.
Letra e.
a) Errada. As marcas escuras, devido ao atrito da borracha dos pneus com a malha asfáltica,
aliados à trajetória curva, indicam derrapagem.
b) Certa.
c) Errada. O Sistema ABS (Anti-lock Braking System) que é um sistema eletrônico que evita
justamente que as rodas travem durante a derrapagem, fornece um padrão de marcas intermi-
tentes, ou seja, ocorrem de maneira “picotada”.
d) Errada. Sem o ABS as marcas pneumáticas fornecem um escurecimento progressivo.
www.grancursosonline.com.br 82 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
e) Errada. As marcas de aceleração (variação de velocidade) são mais escuras no início, pois
é onde agem as maiorias das forças físicas resultantes do pneu com o asfalto, gerando a quei-
ma da borracha, que produz as marcas no asfalto.
Letra b.
www.grancursosonline.com.br 83 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
c) O período de deslocamento até o local é importante para que sejam repassadas informações à
equipe, bem como para que se possa acordar quaisquer procedimentos considerados necessários
de acordo com as peculiaridades já sabidas a respeito do local. É recomendável que a hora de che-
gada seja registrada quando os peritos retornarem ao Instituto de Criminalística, ao final do plantão.
d) Durante o processamento do local, seguido à busca inicial, inicia-se uma busca mais minu-
ciosa, comumente definida como busca detalhada. Existem técnicas de busca detalhada que
auxiliam em uma varredura eficiente da área de interesse, como a busca em espiral, por qua-
drante e em linha. A técnica adequada é sempre pré-determinada de acordo com o estipulado
nos procedimentos operacionais padrão (POP) da seção e não muda de acordo com os locais.
e) Usualmente, o exame perinecroscópico, em conjunto com o exame das vestes que trajavam o ca-
dáver, são os primeiros a serem realizados pelos peritos no local, pois a perinecroscopia revela ao pe-
rito possíveis movimentações da vítima ou entre está e os respectivos agressores, no caso do homi-
cídio, o tipo de instrumento usado e o local da morte, entre diversas outras informações importantes.
a
) Errada. A cadeia de custódia começa quando o primeiro policial chegar ao local do possível delito.
b) Certa.
c) Errada. A chegada deve ser registrada quando os peritos retornarem ao Instituto de Crimi-
nalística e não ao término do plantão. Isso para que o lapso temporal não o faça esquecer de
algum detalhe importante.
d) Errada. As técnicas de varredura mudam de acordo com cada sítio de ocorrência. É inviável
se adotar as mesmas técnicas para locais diferentes, por exemplo: um quarto de hotel é dife-
rente de uma margem de um rio, logo, deve-se adotar técnicas distintas.
e) Errada. O exame perinecroscópico é muito importante, pois através dele é possível colher
vestígios no próprio cadáver para tentar conhecer a dinâmica dos fatos. Agora, não necessa-
riamente deve ser o primeiro a ser realizado.
Letra b.
www.grancursosonline.com.br 84 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
a) Errada. Os locais de acidentes podem ser considerados violentos, pois não são exatamente
as consequências penais que classificam tais locais e, sim, as circunstâncias fáticas que en-
volvem o evento.
b) Certa. Em mortes comprovadamente naturais o fator surpresa é determinante, pois em regra
não existem atos executórios para chegar ao resultado morte, como no caso de um homicídio.
c) Errada. Tanto em mortes aparentemente naturais quanto em homicídios o exame no cadá-
ver (perinecroscópico) deve ser realizado com o mesmo rigor analítico, pois até então não é
sabido a causa da morte (causa mortis).
d) Errada. Realmente o rigor analítico em ambos os cenários devem ser os mesmos, agora,
dizer que deixam vestígios semelhantes a questão pecou mortalmente.
e) Errada. Na verdade, é incomum encontrar arrombamento em locais de morte natural, pois a
morte é inesperada e, via de regra, não há atos executórios voluntários para que se chegue ao
resultado morte.
Letra b.
www.grancursosonline.com.br 85 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
a) Errada. O exame de corpo de delito por meio da autópsia é que se destina a apontar a causa
morte (causa mortis), que deve ser realizado no Instituto de Medicina Legal- Art. 162, CPP.
b) Errada. Durante o próprio exame pericial ocorre a individualização da vítima.
c) Errada. O local relacionado que abrange o entorno do exame de corpo de delito é denomina-
do imediato.
d) Errada. Os locais de crimes, no aspecto espacial, podem ser classificados em local imedia-
to, mediato e relacionado.
e) Certa. Art. 162, PU, CPP.
Letra e.
www.grancursosonline.com.br 86 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Letra b.
www.grancursosonline.com.br 87 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Sobre a alternativa “B” - ainda que haja interação entre os policiais envolvidos na ocorrência e
o delito é necessário haver o exame de local de crime, porém, cabe aos próprios peritos apon-
tarem no relatório o grau de comprometimento.
Sobre a alternativa “C” - Ainda não ocorreu de fato um crime que deixa vestígio (não transeun-
tes), portanto, não há necessidade de realização de exame de local de crime sem um crime.
Sobre a alternativa “D” - A própria Lei 11.343/06 (Lei de Drogas) diz que as plantações devem
ser destruídas imediatamente e recolhidas porções suficientes para realização de exames pe-
riciais e, além do mais, a própria mata é o local do cometimento do crime.
Letra c.
www.grancursosonline.com.br 88 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
local do crime, sendo o mais conhecido o Luminol. Porém esse teste é menos preciso que o teste
de orientação, pois o Luminol reage a compostos insolúveis em água formando cristais.
O Luminol é um teste de altíssima sensibilidade que reage em superfícies ainda que tenham
sido lavadas por produtos químicos. Atualmente, é o método de interpretação de vestígios de
sangue mais usuais no mundo da perícia.
Errado.
043. (INÉDITA/2021) As lesões podem ser provocadas por diversos objetos. Alguns desses
objetos não necessariamente foram criados para tais fim, como é o caso das foices e macha-
dos. Se um perito in loco se depara com uma vítima decapitada por uma foice, podemos dizer
que a vítima foi lesionada mortalmente por um objeto de ação corto-contundente.
Os objetos corto- contundentes utilizados em delitos são caracterizados por produzirem feri-
das corto-contusas, onde a dimensão preponderante é o comprimento.
Certo.
044. (INÉDITA/2021) Um perito em um sítio de ocorrência constata que a vítima estava com
uma corda envolta ao pescoço. Observando mais atentamente viu que a vítima apresentava
lesão em formato linear, flexível, fechada e bordas regulares. O perito está diante de uma lesão
por natureza Constritora.
www.grancursosonline.com.br 89 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Ocorre justamente o contrário. No enforcamento judicial a vítima tem somado ao corpo pesos
para garantir uma morte mais rápida. No enforcamento extrajudicial não ocorre tal preocupa-
ção, embora o intento morte seja o ponto em comum entre essas duas modalidades.
Errado.
047. (INÉDITA/2021) Na asfixia por gases, o sufocamento ocorre pela mistura indiscriminada
por produtos químicos asfixiantes.
A asfixia por gases ocorre pela diminuição do oxigênio no ambiente e aumento do dióxido de car-
bono ou metano. Com isso, lentamente, o ambiente vai sendo tomado por esses gases asfixiantes.
Errado.
O sistema ABS- Anti lock Braking System- tem o objetivo de não deixar a roda, durante a frena-
gem, travar e, com isso, as marcas asfálticas ficam menos evidentes, pois as rodas não vão
travar durante o acionamento do sistema de freios.
Errado.
049. (INÉDITA/2021) Na derrapagem, um veículo está sob a ação de duas forças: longitudinal
e outra transversal, conforme a figura abaixo.
www.grancursosonline.com.br 90 de 92
CRIMINALÍSTICA
Locais do Crime
Silvio Duarte Santana
Na derrapagem, o veículo está sob a ação de duas forças: longitudinal e transversal. Porém,
o erro da questão é afirmar que a resultante desse movimento é retilíneo. Na verdade, o movi-
mento é oblíquo e algumas vezes curvilíneos.
Errado.
Errado.
051. (INÉDITA/2021) Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de deter-
minado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde
que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública.
Certo.
www.grancursosonline.com.br 91 de 92
Silvio Duarte Santana
Graduado em Física pela UFG, pós graduado em Direito Constitucional e Docência do Ensino Superior,
mestre em Física Aplicada. Professor há 17 anos na rede pública e privada de ensino e diversos cursos
preparatórios no Brasil inteiro. Labuta na área dos concursos públicos desde o ano de 2012 com inúmeras
aprovações em diversos certames, como: Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal, Oficial de
Justiça Avaliador, Polícia Militar do Distrito Federal e, atualmente, policial penal no Estado de Goiás.