Você está na página 1de 48

0

FACULDADE CÂMARA CASCUDO


DIREÇÃO ACADÊMICA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIA CRIMINAL

ILMARA LIMA DE AZEVEDO

A APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA


CRIMINAL

NATAL/RN
2009
1

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PERÍCIA CRIMINAL

ILMARA LIMA DE AZEVEDO

A APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA


CRIMINAL

NATAL/RN
2009
2

ILMARA LIMA DE AZEVEDO

A APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA CRIMINAL

Monografia apresentada ao curso de pós-graduação


em Perícia Criminal da Faculdade Câmara Cascudo
como requisito parcial a obtenção do título de
especialista. Sob a orientação da Profª. Ms. Teresa
Cristina Epifânio Diógenes Rego.

NATAL
2009
3

A994a Azevedo, Ilmara Lima de.


A aplicação da biologia
forense na perícia criminal/
Ilmara Lima de Azevedo –
Natal, 2009.

47 f.; il.
4

TERMO DE APROVAÇÃO

A APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA CRIMINAL

ILMARA LIMA DE AZEVEDO

Monografia submetida à banca examinadora composta pela


Professora do curso de Pós-graduação em Perícia Criminal,
da Faculdade Câmara Cascudo, e julgada adequada para a
concessão de Grau de ESPECIALISTA EM PERÍCIA
CRIMINAL.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________
Profª. Ms. Teresa Cristina Epifânio Diógenes Rego
Orientadora – FCC
5

AGRADECIMENTOS

A Deus que é o autor da nossa existência.

A minha mãe, Ilka Maria Lima de Azevedo que me cercou de cuidados enquanto eu
trabalhava.

Ao meu esposo, Marcio Marlon Soares de Lima que me deu forças nos momentos
de cansaço.

A minha filha, Ana Débora Azevedo Lima que é a minha motivação.

A professora, MS. Teresa Cristina Epifânio Diogenes Rego que com sua disposição,
incentivou-me e ungiu-me com o auxílio fundamental para a conclusão deste
trabalho.
6

Local de crime constitui um livro


extremamente frágil e delicado, cujas
páginas por terem a consistência de poeira,
desfazem-se, não raro, ao simples toque
de mãos imprudentes, inábeis ou
negligentes, perdendo-se desse modo para
sempre, os dados preciosos que ocultavam
à espera da argúcia dos peritos.

Eraldo Pereira
7

RESUMO

A biologia forense é uma das ciências usadas pela justiça para desvendar os mais
diversos crimes. Detectar e identificar fluidos corporais no local de crime é um dos
aspectos mais importante para essa ciência, permitindo que a amostra seja
submetida a exames laboratoriais confirmatórios, dos quais o mais específico é o
exame de DNA. O Código de Processo Penal Brasileiro determina que os locais de
crime sejam preservados até a chegada do perito, pois na cena do crime são
encontrados vestígios biológicos, no entanto, no Brasil ainda não há uma tradição de
preservação do local de crime, dificultando a investigação policial. O objetivo desde
trabalho foi descrever como a Biologia Forense através dos principais tipos de
exames periciais realizados em material biológico encontrado em locais de crime,
pode contribuir para a identificação do autor de um delito. A metodologia utilizada
teve caráter bibliográfico e através desta pode-se observar entre outras coisas, que
os vestígios mais encontrados nas cenas de crime são sangue e semem, que o
luminol é um reagente muito usado nos teste presuntivo para identificar sangue, que
a confirmação da presença de semem pode ser realizada pela visualização de
espermatozóides ao microscópio ou pela presença de PSA, um marcador valioso, já
testado e validado pela comunidade forense, para a identificação de fluido seminal
em evidências deixadas pelos indivíduos e que, dentre todos os exames realizados
pela Biologia Forense, o exame de DNA para identificação humana é considerado o
grande avanço do século na área de perícia criminal.

Palavras-chaves: Biologia Forense. Perícia Criminal. Vestígios biológicos. DNA


Forense.
8

ABSTRACT

Forensic Biology is of sciences used by the low to unravel the most unusual crimes.
To detect and identify body fluids at the crime scene is one of the more important
aspects of that science, allowing that the sample be subjected to laboratory exams of
which the most specific is the DNA. The Brazilian Penal Code Process determines
that the crime scene is to be preserved intact until the arrival of the expert, for
biological specimens to be existent there, however, in Brazil there is no tradition of
preservating of the crime scene complicating findings for the police. The objective of
this paper was to describe as Forensic Biology through the various Kinds of forensic
texts carried out on biological material collected at the crime scene contributing to the
identification of the offender. Bibliographical methodology was used and through this,
we can see that among other things, at the crime scene are usually blood and
semen, luminol is a reagent widely used in presumptive tests to identify the presence
of blood or semem which can be visually seen under the microscope for the
presence of PSA, a valuable marker, tastes and validated by the forensic community,
to identify seminal fluid in evidence left by individuals and that, among all the tests of
Forensic Biology, DNA test for human identification is considered the major
breakthrough of the century in the area of criminal evidence.
Key work: Forensic Biology. Criminal evidence. Biological residues. Forensic DNA.
9

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Reações referente ao reagente de Kastle-Meyer................................28


Figura 2 Reagente de Benzidina e o produto de coloração azul ......................29
Figura 3 Reação de Quimioluminescência do Luminol .....................................31
Figura 4 Teste Imunocromatográfico para Hemoglobina Humana ...................35
10

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ALS – Alternate Light Source

CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoas de nível superior

CF – Constituição Federal

DNA - Ácido Desoxirribonucléico - deoxyribonucleic acid

ELISA - Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay


hHb - Hemoglobina Humana

HLA - Histocompatibility Leucocyte Antigen

PCR - Polymarase Chair Reation

PSA – Prostate Specific Antigen

RFLP - Restriction Fragment Length Polymorphism

RNAm - ácido ribonucléico mensageiro

VNTR - Variable number of tandem repeats

LDH - Desidrogenase Lática


11

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 16
2.1 O QUE É A BIOLOGIA FORENSE ............................................................ 16
2.2 LOCAIS DE CRIME ................................................................................... 17
2.3 APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA CRIMINAL ............ 18
2.4 NATUREZA DOS VESTÍGIOS BIOLÓGICOS ........................................... 21
2.5 PRINCIPAIS EXAMES REALIZADOS EM BIOLOGIA FORENSE ............ 24
2.5.1 Exames em manchas de sangue ......................................................... 25
2.5.1.1 Testes de orientação ou presuntivo ..................................................... 26
2.5.1.1.1 Reagente de Kastle-Meyer ........................................................... 27
2.5.1.1.2 Reagente de Adler-Ascarelli ou benzidina .................................. 28
2.5.1.1.3 Teste da leucobase malaquita ..................................................... 29
2.5.1.1.4 Luminol ........................................................................................... 29
2.5.1.1.5 Luz ultravioleta ............................................................................... 33
2.5.1.2 Reações de certeza............................................................................. 33
2.5.1.2.1 Cristais ........................................................................................... 34
2.5.1.2.2 Imunocromatografia ...................................................................... 34
2.5.1.2.3 Teste microscópico ....................................................................... 35
2.5.1.3 Testes específicos ............................................................................... 35
2.5.1.4 Teste de identificação individual.......................................................... 36
2.5.1.5 Exame de identificação humana .......................................................... 36
2.5.2 Testes de identificação de esperma ................................................. 39
2.5.2.1 Teste químico...................................................................................... 39
2.5.2.2 Teste imunológico................................................................................ 40
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 43
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 45
12

1 INTRODUÇÃO

A Biologia aplicada à área Forense permite que traços de fluidos sejam


recuperados em cenas de crime, pois estes representam os mais importantes tipos
de provas forenses em investigações. Eles contêm evidências de DNA que pode
identificar um suspeito ou a vítima, bem como exonerar uma pessoa inocente.
Motivados pela importância para aplicações forenses, os métodos de identificação
de fluidos corporais têm sido amplamente desenvolvidos nos últimos anos
(VIRKLER; LEDNEV, 2009).
As evidências mais importantes nas cenas dos crimes são os fluidos
corpóreos, que devem ser identificados e colhidos pelos peritos criminais, pois
contêm importantes informações que podem identificar suspeitos e vítimas ou
exonerar indivíduos inocentes.
O sangue é o vestígio biológico mais comumente encontrado em locais de
crime e, portanto, o mais examinado pela biologia forense. Os testes de detecção
presuntiva de sangue são utilizados por investigadores forenses para identificar
vestígios de sangue ou para investigar manchas suspeitas, o ensaio luminol foi
determinado como uma técnica sensível para esta finalidade (WEBB et al., 2006).
A detecção e confirmação de manchas de sangue, na cena do crime, como
sendo de origem humana é uma informação importante para a investigação.
Atualmente há uma série de métodos disponíveis para detectar sangue (HURLEY et
al., 2009).
A identificação de pessoas através do DNA é uma prova pericial que já é
admitida internacionalmente nos tribunais, sendo especialmente utilizada na
resolução de casos relativos à criminalística biológica (PINHEIRO, 2003/2004).
A habilidade do perito em identificar os fluidos corpóreos antes da realização
dos exames laboratoriais é um passo crítico para o êxito da investigação criminal.
Esse conhecimento facilita a escolha do exame a ser realizado, pois se o material
disponível for escasso, a escolha por um método não destrutivo é essencial. Para
isso, é preciso que o perito conheça as pesquisas realizadas recentemente e os
novos exames utilizados para identificação dos fluidos corpóreos. Na ultima década
tem ocorrido um grande avanço na tecnologia do laser e dos métodos
espectroscópicos para identificação molecular.
13

Devido à atual situação faz-se necessário que o perito conheça os exames


disponíveis, suas características e em que situação deve ser usado cada um deles,
seja no local de crime ou no laboratório de criminalística, sem obviamente, aspirar
exaurir a pesquisa acerca do referido tópico. Neste trabalho, descrevemos os
benefícios e as limitações de cada exame usado pelos peritos criminais da
segurança pública, de forma a facilitar uma possível escolha do exame adequado ao
vestígio biológico encontrado nos locais de crime.
Para tanto, este trabalho corporifica-se em três partes. Na primeira temos a
introdução da pesquisa contendo o problema que se pretende esclarecer, os
objetivos gerais específicos e a justificativa que motivou este trabalho. Na segunda
parte tratamos da biologia forense e sua aplicação na pericia criminal de acordo com
a natureza de cada vestígio biológico, que só será eficaz para resolução dos crimes
se houver o isolamento e a conseqüente preservação do local de crime.
Sendo assim, a segunda parte deste trabalho se inicia com a descrição da
biologia forense, mostrando a sua finalidade e como ela auxilia a justiça na
persecução penal; como ela, através dos seus exames e por meio de métodos
científicos pode identificar pessoas que estiveram na cena do crime; quais os
vestígios encontrados com mais freqüência nos locais de crime; como esses fluidos
devem ser colhidos para que a amostra permaneça integra; como esse material
deve ser identificado e transportado e qual a importância da cadeia de custodia.
Na terceira parte ater-se-ou, com base em toda a temática pesquisada até
então, a proposta motivadora deste trabalho, qual seja, os exames apropriados para
identificar sangue e semem que são os vestígios encontrados com mais freqüência.
Tratamos especificamente cada procedimento norteando e padronizando, dentro dos
aspectos técnico-legais, as ações dos peritos criminais nos locais de crime para
realização dos testes de orientação, coleta, identificação e transporte ao laboratório
de criminalística onde ocorrerá a realização dos testes confirmativos que necessitam
da devida preservação.
Resta enfim, o último capítulo, através do qual se denota as considerações
finais acerca do objeto da pesquisa, ressaltando-se a relevância do conhecimento e
dos procedimentos específicos de quem isola o local de modo que o perito consiga
colher o material e realizar os exames nos locais de crime que deixam vestígios de
forma conclusiva.
14

Contudo, sinteticamente, buscou-se definir neste trabalho, que para os


exames serem realizados de forma conclusiva é necessário um perfeito isolamento
do local; a realização do exame adequado para cada material biológico e que a
coleta e o transporte sejam realizados da maneira correta para não inviabilizar a
realização de testes confirmatórios.
E, finalmente, instituiu-se os benefícios e limitações de cada procedimento
técnico, uma vez que tais procedimentos, incontestavelmente, resultam na obtenção
dos elementos imprescindíveis para a comprovação da autoria e materialidade de
um fato delituoso, permitindo a sua rápida e eficaz elucidação, e assim, o sucesso
na investigação policial.
A metodologia utilizada na presente pesquisa, para alcançarmos o objetivo
proposto tem caráter bibliográfico. Esta pesquisa foi realizada por meio de uma
pesquisa bibliográfica heterogênea em periódicos, revistas, livros e artigos científicos
específicos, obtidos de portais eletrônicos como: Google, Google acadêmico e Portal
de periódicos CAPES. Sendo assim, com o objetivo de abranger as pretensões
idealizadas neste trabalho, utilizaram-se registros bibliográficos de toda obra ou de
apenas parte dela, explorando os assuntos remissivos ao tema proposto, aos
problemas tratados e as contribuições e conclusões atingidas no trabalho.

OBJETIVOS

Objetivo Geral:

Descrever como a Biologia Forense, através dos principais tipos de exames


periciais em material biológico encontrado em locais de crime, pode contribuir para a
identificação do autor de um delito.

Específicos:

• Descrever o que é a Biologia Forense e suas aplicações na perícia


criminal;
• Descrever a natureza dos vestígios biológicos encontrados em locais
de crime e a forma mais adequada de coleta, armazenagem,
identificação e transporte da amostra de forma que o vestígio biológico
15

não seja degradado, possibilitando a realização posterior de testes


confirmatórios;
• Descrever os principais exames realizados em Biologia Forense:
Testes de orientação ou presuntivo, testes de certeza, testes de
identificação individual e de identificação humana, como o exame de
DNA.
• Identificar os testes de orientação não destrutíveis que podem ser
usados no local de crime;
• Mostrar os benefícios e limitações de cada teste.
16

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 O QUE É A BIOLOGIA FORENSE

A biologia forense é uma das ciências usadas pela justiça para desvendar os
mais diversos crimes investigados. Detectar e identificar fluidos corporais no local de
crime é um dos aspectos mais importante para essa ciência. A determinação que há
material biológico e sua identificação permite que a amostra seja submetida a
exames laboratoriais confirmatórios, dos quais o mais específico é o exame de DNA.
Às vezes identificar o fluido já é suficiente para a resolução de um caso, no entanto,
a identificação não é uma tarefa fácil, pois a maioria dos fluidos corpóreos é invisível
a olho nú ou semelhante a outros líquidos e substâncias.
O fato de uma mancha parecer obvia ao perito, não se torna prova para a
justiça, sendo necessária a realização de testes confirmativos que apresente um
resultado invariável baseado em leis científicas incontestáveis, de forma que se os
exames forem reproduzidos por outros métodos o resultado permaneça constante
(DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005; VIRKLER; LEDNEV, 2009).
A origem da biologia e genética forense deu-se para ajudar a justiça na
determinação da paternidade. Em 1980 os investigadores descobriram sítios no
DNA altamente variáveis com capacidade para identificar pessoas. Em 1985, Alec
Jeffreys chamou as características únicas do DNA de cada pessoa de impressões
digitais do DNA. Em 1990, a técnica PCR tornou-se popular, pois apresentou boa
sensibilidade, sendo capaz de identificar a origem de amostras biológicas mesmo
com quantidades ínfimas de DNA em poucas horas; sua especificidade é suficiente
para amplificar apenas o DNA humano, mesmo que a amostra seja contaminada por
DNA de outras espécies como fungos e bactérias (LIMA, 2007).
Entre as múltiplas atividades de um laboratório de Genética e Biologia
Forense constam a realização das perícias referentes aos casos de filiação,
criminalística biológica e identificação individual. A resolução destes casos, ou seja,
a identificação genética pressupõe sempre o estabelecimento da individualidade
biológica que cada ser humano representa e fundamenta-se na exclusividade do seu
DNA e na igualdade e invariabilidade deste em todas as células do organismo ao
longo da vida. Ou seja, o DNA é único para cada ser humano e este fica
17

perfeitamente identificado através do seu estudo em qualquer vestígio biológico que


lhe pertença. Para a análise de DNA é necessário qualquer tipo de amostra ou
produto que contenha material genético. Este material encontra-se em todas as
células nucleadas do organismo (PINHEIRO, 2003/2004).

2.2 LOCAIS DE CRIME

O Código de Processo Penal Brasileiro determina que os locais de crime


sejam preservados até a chegada do perito criminal. Este procedimento tem a
finalidade de preservar os vestígios verdadeiros, facilitando ao perito a identificação
e coleta dos materiais que são imprescindíveis para o sucesso da investigação
criminal.
Os vestígios encontrados na cena do crime são de natureza muito diversa, no
entanto, freqüentemente são localizados materiais biológicos que para ser
identificado, o perito depende de teste que discriminem cada fluido do corpo pela
sua composição particular. Os testes são eficazes e devido sua grande sensibilidade
conseguem detectar os vários fluidos corporais.
Quando o local de crime é adequadamente isolado e preservado o exame
pericial é realizado de maneira satisfatória, pois todos os vestígios são analisados,
aumentando as chances de elucidação do fato criminoso. A realização de exames
pelos peritos e identificação dos agentes, permite a justiça responsabilizar os
culpados, culminando na incontestável sensação de justiça penal. Contudo, no Brasil
não há uma tradição de preservação da cena do crime, o que dificulta a investigação
policial e faz o perito produzir laudos inconclusivos ou enganosos sobre o fato
delituoso trazendo prejuízo para todo o processo investigatório.
A prova material há algum tempo, que decorre do trabalho dos peritos, vem
ganhando destaque nos noticiários de casos criminais com repercussão nacional,
por isso tem-se valorizado cada dia mais o “estudo dos indícios que são materiais
físicos, químicos e biológicos relativos ao crime e ao criminoso, possibilitando a
constatação do delito, a identificação dos autores e a prova da autoria, bem como a
autenticação e a legalização dos indícios para que adquiram valor como prova em
juízo” (DOREA, 2003).
Cabe salientar que nos países desenvolvidos, uma forma de avaliar a
qualidade da segurança pública, é através da análise dos índices de resolução de
18

crimes, que ocorre graças ao aproveitamento eficaz das pistas deixadas pelos
criminosos nos locais de crime. No Brasil, persiste um caos na área de segurança
pública, os índices de crimes insolúveis são tão altos que geram na sociedade um
sentimento de impunidade penal.

2.3 APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA CRIMINAL

Criminalística é a ciência que estuda os indícios deixados na cena do crime


que nos casos mais favoráveis consegue identificar o criminoso e determinar a
forma como o delito ocorreu. Os vestígios encontrados nas cenas dos crimes são de
naturezas diversas, por isso é preciso à interação dos mais diferentes profissionais
para que se consiga estabelecer a identidade do autor do crime (RUI, 2003/2004).
No judiciário só pode depor como testemunha as pessoas que presenciaram
o fato, falar sobre um fato que não presenciou é proibido, a única exceção a essa
regra são os peritos criminais, os quais tratam das questões em litígios, pois
analisam determinados detalhes que contribuem para construção da sua opinião
mesmo sem terem presenciado tal fato. Contudo, são conscientes dos efeitos que
seus laudos podem ter sobre a vida dos réus na justiça, podendo condenar ou
absorver justamente levando a absolvição de culpados ou a condenação de
inocentes (HISS; FREUND; KAHANA, 2007).
Os peritos oficiais são auxiliares da justiça, possuem conhecimento dos
aspectos forenses e também são especialistas em um determinado assunto, eles
usam suas habilidades e técnica para elucidar os crimes. A emissão do laudo
pericial deve ser baseada em técnicas científicas sólidas e a interpretação dos fatos
deve ser aceita pela maioria da comunidade científica e não podendo ser
contaminada por interesses escusos. O perito em regra deve agir com ética
objetividade e imparcialidade. O avanço das ciências tem exigido que o
conhecimento dos peritos acompanhe o desenvolvimento tecnológico.
Os exames devem ser realizados com a utilização de métodos científicos
aceitos e os laudos devem ser escritos em linguagem ética e juridicamente perfeita
(DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005), conter quais técnicas e testes foram
utilizados e quais resultados foram obtidos para que o perito chegasse àquela
conclusão (HISS; FREUND; KAHANA, 2007).
19

Muitos críticos afirmam que existem laudos que são enviados aos tribunais
sem que os padrões científicos exigidos tenham sido seguidos, pairando dúvidas em
diversos casos. Entretanto, nas ciências é necessário que os resultados sejam
passíveis de reprodução para que sejam aceitos como verdade cientifica
(PARADELA; FIGUEIREDO, 2006; HISS; FREUND; KAHANA, 2007), conforme
preceitua o Código de Processo Penal de 1941:

Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material


suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre que
conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou
microfotográficas, desenhos ou esquemas.

No laboratório de criminalística, a biologia molecular é aplicada,


principalmente, na identificação de materiais biológicos deixados na cena do crime
através do teste em DNA. A técnica usada para essa identificação é chamada de
perfil de DNA e baseia-se no fato de que as únicas pessoas que possuem genoma
humano idêntico são os gêmeos univitelinos (RUI, 2003/2004; KOCH; ANDRADE,
2006).
Conforme Virkler e Lednev (2009), na cena do crime são encontrados vários
vestígios biológicos, que são evidências importantes para a atividade dos peritos,
pois por meio do teste de DNA é possível identificar suspeitos ou vítima assim como
exonerar inocentes.
Rui (2004) no seu trabalho “Noções gerais sobre outras ciências forenses”
mostra que o êxito do trabalho laboratorial depende da forma como os vestígios são
recolhidos, acondicionados e enviados.
Paradela e Figueredo (2009) em seu estudo intitulado “O DNA vai ao tribunal:
o impacto das tipagens genéticas” mostra que a molécula de DNA apresenta
seqüências hipervariantes que por serem altamente polimórficas, podem ser
utilizadas para distinguir indivíduos e estabelecer vínculos genéticos.
A identificação humana realizada pelo exame de DNA pode ser usada para
confirmar a participação de criminosos em delitos, provarem a inocência de
suspeitos logo no inicio da investigação, identificar restos humanos localizados
próximos a locais onde ocorreram acidentes aéreos, podendo também determinar
com alto grau de confiabilidade a paternidade desvendando casos de trocas de
recém-nascidos em berçários de maternidades (LIMA, 2007; KOCH; ANDRADE,
20

2006). No entanto, para nada adianta a tipagem de uma amostra coletada em um


local de crime se não houver disponível amostras de suspeitos para comparação,
tornando a tipagem genética um exame enfraquecido pela falta de suspeito e o caso
permanece sem conclusão, o que torna necessária a criação de um banco de dados
genético (LIMA, 2007).
Webb, Creamer e Quickenden (2006) constataram que a técnica utilizando o
luminol, mostrou-se o teste de orientação mais sensível para identificação de
mancha de sangue em locais de crime, apresentando apenas o inconveniente de
precisar ser utilizado em local escuro, mas muito útil quando a cena do crime for um
ambiente amplo.
Quando o perito de laboratório recebe o vestígio ele deve verificar a origem
do corpo de delito, preocupando-se especialmente com a cadeia de custódia.
Conferir o documento de encaminhamento, checando sua legalidade; ao receber o
corpo de delito, verificar se está bem acondicionado e as condições da amostra,
conforme sugerem Costa et al. (2005).
Cada espécime biológico deve ser recolhido de acordo com as práticas
forense estabelecidas. Uma vez que as amostras foram coletadas, elas devem ser
imediatamente entregues ao laboratório forense e, para minimizar e deterioração da
amostra e o material deve ser guardado em ambiente frio e seco até que sejam
submetidos à análise, conforme Koch e Andrade (2008).
A função do instituto de criminalística é responder aos quesitos formulados
pela autoridade solicitante da perícia e a análise dos fatos deve ser realizada com
base em técnicas aceitas pela comunidade científica. Os laudos são produzidos para
serem apreciados nos tribunais, mas segundo o artigo 182 do Código de Processo
Penal (CPP) “O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no
todo ou em parte.
A incidência de homicídios não elucidados no Brasil é preocupante. Segundo
os Peritos Criminais Federais, apenas 6% dos crimes que ocorrem no Brasil são
elucidados e essa taxa é uma das mais baixas do mundo. No entanto, em países
onde a legislação na área de DNA é mais avançada o índice de elucidação dos
crimes é bem maior (LIMA, 2007). No Brasil a legislação dificulta a obtenção de
DNA, pois os suspeitos não são obrigados a doarem material biológico para
comparação. A criação de uma legislação compatível com a nossa realidade que
determine a doação involuntária de amostra biológica, desde que não traga prejuízo
21

à pessoa, não confronta a Constituição Federal Brasileira (CF) e aumentará o índice


de homicídios elucidados. Apesar, de a CF proteger os direitos humanos o Supremo
Tribunal Federal vem, em diversas oportunidades, admitindo restrições a direitos
fundamentais em face de razões de relevante interesse público, pois até o direito a
vida é relativo em caso de guerra declarada.
Outra contribuição para a impunidade ocorre quando os peritos não cumprem
os padrões mínimos de separação, manuseio e transporte das amostras biológicas,
pois os advogados se baseiam nesses erros para alegar que houve negligência por
parte do perito e que há possibilidade de ter ocorrido contaminação do material
biológico, e com esse argumento têm conseguido a absolvição dos seus clientes
(CHEMELLO, 2007).
O aumento da criminalidade nos grandes centros urbanos e o grande número
de crimes "insolúveis” é devido a pouca estrutura oferecida às polícias pelo poder
público, que tem gerado um sentimento de insegurança na sociedade. As
instituições de segurança pública tornam-se impossibilitadas de conseguirem provas
suficientes e concretas de autoria e materialidade do crime que são requisitos
indispensáveis para que os culpados sejam julgados e condenados pela justiça
(CAMPOS, 2007).

2.4 NATUREZA DOS VESTÍGIOS BIOLÓGICOS

As manchas são os sinais deixados pela deposição de substâncias líquidas,


de origem animal (humana ou não), em qualquer suporte. Esses sinais representam
os vestígios que contribuem de forma efetiva para o esclarecimento de crimes
(GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2008).
Os vestígios encontrados na cena de crime são de natureza muito diversa. No
entanto, cada líquido do corpo possui uma composição particular, e seus elementos
específicos é que o distingue dos outros fluidos, mas, alguns componentes são
comuns em mais de um fluido. Os testes de identificação disponíveis são eficazes e
graças à grande sensibilidade torna-se possível detectar os diferentes percentuais
de cada elemento dos vários fluidos corporais, como exemplo, podemos citar a
grande quantidade de amilase encontrada na saliva em relação ao percentual
encontrado no semem ou no muco vaginal (VIRKLER; LEDNEV, 2009).
22

Dentre os vestígios encontrados com mais freqüência nos locais de crime


estão às manchas de sangue e semem (RUI, 2003/2004). Podem ser encontradas
manchas de sangue em objetos, armas, móveis, paredes e nas vestes das vítimas.
Há testes de orientação, de certeza, específicos e de identificação individual para
indicar que fluido biológico foi encontrado (DOREA, STUMVOLL, QUINTELA, 2005).
O sangue localizado nos locais de crime pode encontrar-se nos estados
líquido, coagulado, úmido e seco, e é uma importante fonte de DNA para
identificação de pessoas, pois em um milímetro cúbico de sangue são encontradas
entre 5.000 e 7.000 células nucleadas, quantidade suficiente para a tipagem do DNA
utilizando a técnica de PCR. Em estudos de identificação com marcadores STRs,
utiliza-se 1 ng de DNA, o que equivale a 200 células. É tecnicamente possível a
tipagem a partir de uma única célula (SILVA; PASSOS, 2006).
STRs são regiões (locis) do DNA que são analisados automaticamente. Esta
análise é a metodologia utilizada em todos os países para identificar indivíduos e
realizar a tipagem de criminosos, pois é um método rápido, tem um alto poder de
acuidade e analisa múltiplas regiões STR (GOES, 2005).
O sêmen pode ser encontrado principalmente em roupas de cama, vestes,
preservativos e corpo das vítimas, interna e externamente, por isso é considerado
um vestígio importante nos casos de crime sexual para identificar o agressor. Se a
vítima estiver viva, a mesma deve ser encaminhada para a coleta, que deve ser
realizada por pessoal especializado; se estiver morta, o perito examinará
minuciosamente vestes e corpo da vítima externamente, sendo que a coleta do
material biológico em cavidades internas como: boca, ânus e vagina devem ser feita
por médico legista (SILVA; PASSOS, 2006).
A coleta de fluidos líquidos como sangue, esperma e saliva, é realizada com
swab ou gaze. Para evitar a degradação do material coletado é necessária a
secagem completa do vestígio, antes do seu acondicionamento a temperatura
ambiente, pois o transporte deste material molhado ou úmido favorece a putrefação,
devido à proliferação de bactérias e fungos. O acondicionamento correto do material
é em envelope de papel escuro e nunca de material plástico, que deve ser embalado
individualmente e armazenado em baixa temperatura (RUI, 2003/2004; GOVERNO
DO ESTADO DA BAHIA, 2008).
23

A saliva pode ser coletada em uma variedade de objetos em locais de crime


como: copos, garrafas, pontas de cigarro, talheres, etc., e em marcas de mordidas
na pele (SILVA; PASSOS, 2006).
A urina deve ser colhida com seringa ou pipeta plástica, transferidos para
frascos plásticos (coletor universal), identificado e armazenados sob refrigeração
(GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2008). Qualquer outro vestígio de material
biológico seco deverá ser acondicionado isolado em envelope de papel escuro e
armazenado sob refrigeração.
A coleta de fios de pêlos, cabelos ou fibras é um trabalho minucioso,
demorado, e de paciência. Esses elementos podem ser encontrados em qualquer
local na cena do crime e deve ser colhido preferencialmente com bulbo, o suporte
não deve ser separado do fio encontrado a menos que este seja absolutamente
irremovível. O material deverá ser cuidadosamente acondicionado em envelopes
individuais, devidamente identificado com a especificação do local onde o mesmo foi
coletado (GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2008).
Nos crimes sexuais deve ser realizada a coleta de sangue para identificação
das vítimas e posteriormente, devem ser colhidas com swabs amostras (secreções)
da vagina (fundo do saco), reto ou uretra, boca e outros vestígios contidos sob as
unhas. Esta coleta será realizada exclusivamente pelo Perito Médico-Legal. Cada
swab deverá secar em temperatura ambiente, local ventilado e acondicionado
isoladamente em sua embalagem, encaminhada ao laboratório e armazenadas sob
refrigeração (RUI, 2003/2004; GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2008).
O material biológico colhido post-mortem deve ser coletado em duplicata. Em
cadáveres carbonizados ou em decomposição as amostras devem ser colhidas de
órgãos como fígado, músculos, tufos de fios de cabelos, coágulos de sangue
contidos na cavidade dos órgãos, dentes ou cristas ilíacas. Cada amostra deve ser
colhida de forma especifica mantida isolada e acondicionada sob refrigeração.
A integridade da amostra biológica e o êxito dos exames laboratoriais
dependem da maneira como os vestígios são coletados, acondicionados e enviados
para exames. Por isso, cada perito deve seguir as normas padronizadas para que os
exames sejam considerados idôneos, como:
• Uso de luvas descartáveis para evitar contaminação;
• Uso de instrumentos e materiais de coleta estéreis;
24

• Cada vestígio antes de ser coletado deverá ser fotografado;


• O material destinado a analise forense deverá ser acondicionado e
devidamente identificado;
• Qualquer material úmido deve permanecer em embalagem plástica no
máximo por duas horas e colocado para secar a sombra evitando a
contaminação por microorganismos ou a degradação do material biológico
(BRASIL. Resolução SSP nº194/99).

Logo após recolhido cada vestígio individualmente é de suma importância a


identificação e a descrição do exato local onde aquele vestígio foi recolhido com a
utilização de etiquetas ou inscrições no envelope constando a ordem de coleta, tipo
e natureza do vestígio, lugar onde foi coletado e o nome da pessoa que realizou a
coleta (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005).
O procedimento a ser seguido pelo perito depende da natureza do suporte e
do provável tipo de mancha que deve coletar o material biológico de acordo com as
práticas forenses estabelecidas. As amostras colhidas devem ser entregues
imediatamente ao laboratório de criminalística, a fim de serem tomados os corretos
procedimentos para minimizar a deterioração da amostra (KOCH; ANDRADE, 2006;
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, 2008).
A cadeia de custódia é a garantia que os vestígios localizados estão sob
proteção durante todo seu percurso, desde o manuseio para coleta até o fim do
processo criminal, sua finalidade é assegurar a idoneidade dos objetos evitando
qualquer dúvida quanto à sua origem e o caminho percorrido da investigação ao
processo judicial (BONACCORSO; PERIOLI, 2001).

2.5 PRINCIPAIS EXAMES REALIZADOS EM BIOLOGIA FORENSE

Detectar e identificar material biológico na cena do crime é muito importante


para a biologia forense. Após o perito perceber que no local existem fluidos
corpóreos torna-se crucial identificá-los para a elucidação do crime.
A identificação do material biológico não é uma tarefa fácil, pois alguns fluidos
tornam-se invisíveis a olho nu ou se assemelham a outros fluidos e substâncias.
Após o perito identificar determinado vestígio biológico é necessário a realização de
25

testes que confirmem de forma absoluta o material para que ele se torne uma prova
capaz de incriminar ou exonerar um inocente.
Os materiais biológicos mais encontrados nas cenas de crime são sangue,
semem e saliva, contudo podem-se encontrar outros como secreção vaginal, urina, e
suor que também contribuem para a realização de teste em DNA. Os exames
realizados no local podem ser presuntivos ou confirmativos. Para cada fluido
encontrado há um ou vários testes que podem identificá-lo. Alguns reagentes ao
identificarem o material biológico degradam a molécula de DNA, estes métodos são
considerados destrutíveis por isso devem ser evitados principalmente quando o
material biológico é escasso.
As técnicas usadas com mais freqüência para identificar sangue é o luminol e
os testes de cristal; a confirmação da presença de semem tem ocorrido pela
visualização de espermatozóides em microscópio. Contudo, há outros testes de
orientação que identificam o grupo heme no sangue; a fosfatase ácida no semem, e
amilase na saliva. Novos métodos que detectam ácido ribonucléico mensageiro
(RNAm) estão sendo testados para identificar os mais diversos fluidos (VIRKLER;
LEDNEV, 2009).

2.5.1 Exames em manchas de sangue

Quando uma mancha é localizada por um perito e há suspeita que se trata de


resíduos de sangue, esse material é imediatamente submetido a testes de
orientação ou de presunção que são muito sensíveis, porém pouco específicos
(CHEMELLO, 2007).
Os testes de orientação, como o luminol, são largamente utilizados para
detectar sangue diluído que não pode ser visto a olho nu. Embora sua utilidade seja
inquestionável, para decidir o melhor reagente a ser utilizado é aconselhado
observar seus benefícios e limitações, considerando-se que podem ser obtidos:
reações com resultados falsos positivos, sensibilidade em traços extremamente
diluídos, mas também é muito importante observar as limitações para a tipagem de
DNA (GAROFANO et al., 2006).
Alguns testes destroem as amostras que por vezes são encontradas no local
de crime em pequena quantidade, sendo crucial a utilização de métodos não
26

destrutíveis, que preservam o DNA. Os fluidos corpóreos possuem evidências de


DNA por isso é importante a utilização de testes que identifique o material sem
degradar essa valiosa informação que tem auxiliado à justiça na busca da verdade
(VIRKLER; LEDNEV, 2009).

2.5.1.1 Testes de orientação ou presuntivo

Os exames de orientação para sangue indicam a presença de sangue, mas


são geralmente seguidos por teste de certeza. Contudo, esses testes têm uma
importância considerável para o trabalho dos peritos criminais. Algumas reações
apresentam oxidação que pode ser detectada pela mudança de cor ou
luminescência. Essas reações apresentam baixa especificidade, por isso podem
apresentar resultado falso-positivo quando colocados em contato com algumas
substâncias. No entanto, quando a reação apresenta resultado negativo, o resultado
é excludente. O uso prévio de alguns desses testes, como o luminol pode destruir o
material biológico, impedindo a realização dos testes de certeza como a tipagem
sanguínea e outros marcadores moleculares, porém não afeta o DNA (COSTA et al.,
2005; WEBB; CREAMER; QUICKENDEN, 2006).
Um desses testes resume-se na iluminação da área suspeita com uma luz de
comprimento de onda controlável. Apesar de não ser uma análise química e
apresentar baixa sensibilidade, este procedimento é útil, pois em alguns locais de
crime essa fonte de luz identifica manchas de sangue pela luz refletida ou emitida
pela fluorescência quando comprimentos de onda da luz ultravioleta iluminam a
amostra biológica. O luminol envolve a pulverização do reagente em toda superfície
mo interior da cena do crime, por isso, os efeitos tóxicos dos produtos químicos
utilizados nos testes são importantes para a saúde publica e segurança ocupacional
(BARNI et al., 2006; WEBB; CREAMER; QUICKENDEN, 2006).
Alguns exames presuntivos de sangue usam o peróxido de hidrogênio
H2O2(aq) como catalisador para acelerar a reação que muda de cor e sinalizando que
houve a oxidação. Outro catalisador utilizado é a peroxidases que é uma enzima
encontrada nas plantas (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005; CHEMELLO,
2007).
As técnicas de investigação de presunção de sangue são de uso simples,
apesar de todas exigirem a utilização de produtos químicos na sua preparação estes
27

processos são elementares e os testes podem ser comprados em forma de kits


(WEBB; CREAMER; QUICKENDEN, 2006).

2.5.1.1.1 Reagente de Kastle-Meyer

Esse é um método catalítico e presuntivo, muito popular que utiliza a


fenolftaleína, sendo também conhecido como teste de Kastle-Meyer. A fenolftaleína
que é uma solução alcalina muda para a cor de rosa quando posta em contato com
sangue devido à oxidação pelo peróxido. Apesar de este exame apresentar
resultados falso positivos, isso não tem ocorrido com outros fluidos corpóreos. Esse
teste não é tão sensível quanto o luminol, contudo, detecta o sangue mesmo que
tenha sido diluído de 1:10.000 e não é carcinogênico (VIRKLER; LEDNEV, 2009).
Este reagente é constituído por uma mistura, por exemplo, de: 0,1g de
fenolftaleína, 2,0g de hidróxido de sódio (na forma de pellet), 2,0g de pó de zinco
metálico e 10 mL de água destilada. Para realização do procedimento, macera-se a
mancha com 1 mL de água destilada ou hidróxido de amônio concentrado.
Selecionam-se duas gotas do macerado colocando-as em um tubo de ensaio com
duas gotas do reagente preparado. Acrescentam-se duas gotas de peróxido de
hidrogênio a 5%. O produto de interesse é o hidrogênio nascente, que garantirá a
forma incolor da fenolfatelína. Se a amostra for de sangue, terá necessariamente
hemoglobina, que decompõe o peróxido de oxigênio (comportamento de peroxidase)
em água e oxigênio nasceste. O oxigênio promove a forma colorida da fenolftaleína,
deixando claro que na amostra há presença de sangue, conforme figura abaixo
(VIRKLER; LEDNEV, 2009).
28

Figura 1: Reações referentes ao reagente de Kastle-Meyer


Fonte: CHEMELLO (2007)

2.5.1.1.2 Reagente de Adler-Ascarelli ou benzidina

Esse teste é catalítico e presuntivo, também conhecido como Adler-Ascarelli,


identifica o sangue devido à ação da peroxidases com grupo heme, que usam a
benzidina. O resultado é positivo quando a reação mostra-se verde azulada. Caso o
resultado seja negativo a mancha não é de sangue; se o resultado for positivo
significa que o material pode ser sangue, pois se trata de um teste apenas de
orientação e pode apresentar resultados falso-positivos. A principal desvantagem é
que a benzidina é carcinogênico, mas é aceito pela justiça como teste de presunção
(DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005; WEBB; CREAMER; QUICKENDEN, 2006;
VIRKLER; LEDNEV, 2009).
Este reagente pode ser produzido com 0,16g de benzidina, 4 mL de ácido
acético cristalizado e 4 mL de peróxido de hidrogênio de 3 a 5%. Para realização do
procedimento, macera-se a mancha com 1 ml de água destilada ou ácido acético.
29

Selecionam-se duas gotas do macerado colocando-as em um tubo de ensaio com


duas gotas do reagente preparado. Esta reação baseia-se na catálise da
decomposição do peróxido de hidrogênio em água e oxigênio pela hemoglobina
presente no sangue. O oxigênio formado oxidará a benzidina alterando sua
estrutura. Este fenômeno é perceptível, pois a solução torna-se verde azulada para
o resultado positivo, conforme a figura abaixo (CHEMELLO, 2007).

Figura 2: Reagente de Benzidina e o produto de coloração azul


Fonte: CHEMELLO (2007)

2.5.1.1.3 Teste da leucobase malaquita

Esse teste é presuntivo usado para sangue nas ciências forenses. É realizado
em meio ácido e apresenta uma reação heme-catalisada que ao reagir apresenta
cor verde para o resultado positivo. Semelhante a fenolftaleína, tem a sensibilidade
de 1:10.000, no entanto, não é espécie-específica, ou seja, não indica que o sangue
analisado é humano (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005; VIRKLER; LEDNEV,
2009).

2.5.1.1.4 Luminol

O luminol é um importante teste presuntivo, que emite luz após a reação das
moléculas de sangue que são excitadas quimicamente pelo contato com o
fluorocromos provocando uma oxidação com o grupo heme presente no sangue,
produzindo uma quimioluminescência (COSTA et al.,2005).
30

O teste do luminol continua a ser um dos mais utilizados pelos peritos devido
o seu bom desempenho quando comparado com outros testes de seleção, além do
baixo custo e facilidade de aplicação em grandes áreas, o que compensa pequenos
inconvenientes com o fato de necessitar de escuridão para sua realização de forma
eficaz e, por ser um aerossol deve ser usado com os devidos cuidado (BARNI et al.,
2006; WEBB; CREAMER; QUICKENDEN, 2006; VIRKLER; LEDNEV, 2009).
A hemoglobina é uma molécula que transporta o oxigênio, e é encontrada nos
eritrócitos tanto dos vertebrados como dos invertebrados, responsável pela cor
vermelha do sangue. Ela é uma hemoproteína composta por quatro globinas
conectadas a quatro grupos heme. Enquanto a hemoglobina encontra-se no interior
do corpo humano esta protegida contra a desnaturação, devido o encapsulamento
dos glóbulos vermelhos e dos íons de ferro que são mantidos no estado ferroso
graças a vários mecanismos. Após ser lançado fora do organismo e depositado em
um substrato, o sangue passa a fase de degradação no qual a maioria das hemácias
sofre hemólise ou uma oxirredução catalisada por enzimas próprias ou de
microorganismos que habitam no ambiente externo (BARNI et al., 2006).
Ao ser aplicado solução de luminol sobre uma mancha de sangue, os grupos
férricos da hemoglobina são os responsáveis pela catalise da decomposição do
peróxido e da oxidação do luminol produzindo a quimioluminescência (BARNI et al.,
2006).
Este reagente muito usado na vida real e nas investigações científicas a mais
de 40 anos, é um dos primeiros exames realizados quando o perito suspeita haver
manchas de sangue no local de crime, invisível a olho nu. O 5-amino-2,3-di-hidro-
1,4-ftalazinadiona, conhecido como luminol, reage quimiluminescentemente
formando uma coloração azul claro luminescente, desde que seja realizado em meio
alcalino, conforme a figura 3 (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005).
31

Figura 3: Reação de Quimioluminescência do Luminol


Fonte: http://www.bluestar-forensic.com

A quimioluminescência é à emissão de luz, causada por uma reação química,


que pode ocorrer em sistemas sólidos, líquido ou gasoso. No entanto, a luz emitida
pode apresentar diferentes graus de intensidade, duração e comprimento de onda. A
luminescência produzida ocorre devido a um processo complexo, que depende de
vários fatores como o pH, temperatura, espécies reativas presentes no meio que irão
interagir com o luminol. A cor da quimioluminescência varia entre azul-violeta e azul-
verde, mas depende do suporte onde o sangue está depositado. Para que a reação
de luminol ocorra em solução aquosa é necessário a ação do catalisador e
condições ótimas de pH que variam entre 8 e 11 (BARNI et al.,2006).
Barni investigou tanto a estrutura química como as propriedades da reação do
luminol, eles concluíram que a intensidade da luminescência e sua duração
aumentam quando o sangue seca no local e a reação pode ser visualizada mesmo
que o sangue já esteja depositado naquele local há 3 anos; também foi observado
pelo grupo que a solução de luminol poderia ser pulverizada muitas vezes sobre
manchas de sangue, especialmente as secas, permitindo que a reação de
quimioluminescência se repetisse (BARNI et al,2006).
O luminol tem apresentado grande especificidade para o sangue, contudo
mostra-se insensível para outros fluidos biológicos, por isso após ser usado como
teste presuntivo para identificar sangue é recomendável que se realize outros
exames mais específicos como os testes sorológicos. A solução de luminol
32

apresenta sensibilidade à luz e permanece estável por 8 a 12 horas, mas


termicamente mostra-se instável, por isso suas soluções devem ser protegidas de
altas temperaturas (BARNI et al., 2006).
Quando os testes forenses são realizados nas condições típicas, a
intensidade da luz emitida é proporcional à concentração do íon metálico presente
no local, considerando que tanto o oxidante como o redutor que é o luminol estejam
em concentrações constantes. O teste de luminol pode revelar como ocorreu a
distribuição do sangue no local, apresentando ocasionalmente aos peritos a
dinâmica do fato devido às imagens visualizadas (BARNI et al., 2006).
Há algumas substâncias farmacêuticas e outras naturais que são capazes de
inibir a quimioluminescência, isso ocorre devido à atividade catalítica ou propriedade
redox de alguns materiais como: detergentes, alvejantes, objetos metálicos,
produtos agrícolas entre outros, na literatura não encontramos a presença de
resultado falso-negativo, mas as maiores dificuldades são com os produtos químicos
que intensificam a emissão da luminescência mesmo quando o sangue não está
presente levando a resultado falso-positivo. Por isso o teste luminol não é
considerado específico o suficiente para identificar de forma inequívoca o sangue na
cena do crime. O hipoclorito é um exemplo importante de substância que tem a
capacidade de ampliar a emissão da luminescência (BARNI et al., 2006).
Recentemente o luminol ganhou uma nova fórmula chamada de Bluestar
Forensic, que foi desenvolvida na tentativa de se eliminar alguns inconvenientes
como a baixa intensidade da emissão e o tempo de vida breve da solução
associados aos sprays de luminol. Esta nova fórmula mostrou-se mais conveniente
por ser fácil de se preparar em campo, a intensidade da luminescência apresentou-
se intensa, e com longa duração, que pode ser visualizada mesmo na presença de
luz ambiente. O Bluestar Forensic foi descrito como uma fórmula mais estável que
pode ser usada vários dias após a mistura (BARNI et al., 2006).
O luminol é considerado pelos peritos como um teste fascinante e
eficiente para a investigação criminal, que identifica sangue muito diluído ou já
envelhecido na cena do crime, mas ainda representa um desafio, pois sua
composição química é complexa e várias substâncias podem interferir na reação e
conduzir a resultados incorretos que exigiram a perícia do usuário para detecção de
sangue na cena do crime (GAROFANO et al., 2006; BARNI et al., 2007).
33

2.5.1.1.5 Luz ultravioleta

O teste mais usado pelos peritos na cena do crime para detectar resíduos de
sangue que não são claramente visíveis é uma fonte alternativa de luz (ALS, do
inglês Alternate Light Source), como a luz ultravioleta. Porém, esse método só é
adequado quando a mancha encontra-se em um suporte escuro e também não
apresenta alta sensibilidade. A luz ALS torna visível a mancha latente, mas, indica
que outros testes devem ser realizados para se ter certeza sobre quais fluidos
corpóreos estão ali. A luz ALS também conhecida como Polilight é versátil e seus
comprimentos de onda podem revelar manchas que foram cobertas por pinturas.
Esta fonte luminosa deve ser usada com cuidado, pois alguns comprimentos da luz
ultravioleta podem danificar a estrutura do DNA contido na amostra. Um estudo
mostrou que a exposição por 30 segundos ou mais a uma luz cujo comprimento de
onda seja de 255 nanômetros danifica bastante a molécula de DNA, tornando-se
impossível a amplificação pela reação em cadeia da polimerase (BARNI et al., 2006;
VIRKLER; LEDNEV, 2009).

2.5.1.2 Reações de certeza

Quando um exame presuntivo para sangue apresenta resultado positivo,


precisa ser realizado testes confirmativos, dando certeza ao perito que realmente se
trata de uma mancha de sangue. A confirmação pode ser realizada por vários
métodos (VIRKLER; LEDNEV, 2009). Os testes de certeza são confirmativos. A
formação de cristais indica à presença de derivados do grupo heme ou em reações
imunológicas à presença de hemoglobina (COSTA et al.,2005).

2.4.1.2.1 Cristais

Os testes de cristal são confirmativos, usados freqüentemente no sangue, os


mais populares são os de Teichman e de Takayama.
Os cristais de Teichman baseiam-se na formação de cristais de cor marrom-
café que surgem da reação do sangue com o ácido acético aquecidos na presença
de sal (GAENSSLEN, 1983; SHALER, 2002; SPALDING, 2003; COSTA et al.,2005).
34

Já o teste de Takayama baseia-se na formação de cristais hemocromógenos,


que surge quando o sangue é aquecido na presença de piridina e de glicose em um
meio alcalino, contudo também podem ser realizado em meios ácidos. Estes cristais
apresentam forma de bastões. Esse teste é menos sensível ao calor e mais
facilmente realizado. Os dois testes de cristal foram melhorados por causa de outros
experimentos tornando-se mais fáceis de se usar e mais sensíveis (COSTA et
al.,2005; VIRKLER; LEDNEV, 2009).

2.5.1.2.2 Imunocromatografia

Os métodos cromatográficos são usados para confirmar se o material


biológico é sangue, distinguir a que espécie pertence e se há reações transversais.
Esse teste devido a sua grande sensibilidade determina se há hemoglobina e
se o sangue é realmente humano. O exame é realizado em uma membrana
cromatográfica que contém anticorpos que se movimentam por ação capilar. A
reação que ocorre entre a hemoglobina e o conjugado forma uma linha azul (COSTA
et al.,2005). Esse método tem sido usado para diferenciar o sangue humano das
mais diversas espécies de sangue. A análise enzimática é outra técnica que
confirma a presença de sangue comparando os diferentes padrões da enzima de
desidrogenase lática (LDH) dos diferentes fluidos.
O método enzimático ELISA (do inglês Enzyme Linked Immuno Sorbent
Assay) também é usado para identificar sangue e os tipos sanguíneos dependendo
dos diferentes anticorpos utilizados.
O teste imunocromatográfico é qualitativo e o Instant-View Fecal Occult Blood
tem por finalidade detectar sangue oculto nas fezes, sua especificidade é maior para
hemoglobina humana. O teste contém membranas filtrantes, pré-cobertas com
anticorpos monoclonais que identificam seletivamente hemoglobinas e reagentes
coloidais de ouro corado marcado com anticorpos monoclonais de hemoglobina. Na
membrana há duas regiões, a região teste (T) e a região controle (C). A linha T se
formará rapidamente se a hemoglobina humana (hHb) estiver presente na amostra,
apresenta cor vermelho-violeta e surgirá na região teste da membrana. Na ausência
de hHb, nenhuma linha deve aparecer na zona teste. A linha C deve sempre
aparecer na cor vermelho-violeta, indiferente da presença de hemoglobina humana,
35

pois serve como um controle qualitativo do sistema teste. A figura abaixo ilustra a
reação para identificação de hemoglobina humana:

Figura 4: Teste Imunocromatográfico para Hemoglobina Humana

Fonte: Bioeasy

2.5.1.2.3 Teste microscópico

O teste microscópico é o mais simples e identifica os glóbulos pela


visualização do sangue líquido. Acredita-se que distinguir os glóbulos vermelhos dos
brancos é uma prova definitiva e que realmente a amostra é de sangue (VIRKLER;
LEDNEV, 2009).

2.5.1.3 Testes específicos

São destinados a verificar se o sangue é animal ou humano. O teste mais


realizado é o de precipitação que são eletroforéticos ou de inibição. As reações de
precipitação consistem na separação de sedimentos do sangue quando colocado
em contato com soro anti-humano devido à presença de anticorpos, mas dependem
também da especificidade, coeficientes de difusão e da concentração dos reagentes
(DOREA, STUMVOLL, QUINTELA, 2005; TOCCHETTO; ESPINDULA, 2005).

2.5.1.4 Teste de identificação individual


36

São provas grupais, não fornece certeza apenas exclui algumas pessoas.
Como a classificação ABO-Rh que determina a que grupo sangüíneo aquele sangue
pertence e o seu fator Rh. Essa determinação é feita por métodos indiretos, pois
geralmente os glóbulos vermelhos já se encontram destruídos. As manchas que
ficam expostas a umidade e contaminação perdem rapidamente sua função, pois as
bactérias podem provocar resultados falsos seja positivos ou negativos (COSTA et
al.,2005).

2.5.1.5 Exame de identificação humana

O exame em DNA para identificação humana é considerado um grande


avanço do século na área genética. Amostras biológicas passaram a ser colhidas
para análises no campo forense apenas no inicio do século XX usando os grupos
sanguíneos ABO e posteriormente o complexo HLA (Histocompatibility Leucocyte
Antigen). Atualmente devido à grande variabilidade das regiões polimórficas do DNA
e ao rápido avanço na biologia molecular e estatística populacional a tipagem de
polimorfismo em DNA humano é o método mais sensível, específico, capaz de
fornecer uma identificação segura. A molécula de DNA possui uma alta estabilidade
química por muito tempo, está presente em todas as células nucleadas do
organismo humano e por isso esse método é decisivo na elucidação de casos
forenses firmando a confiança pública no judiciário (KOCH; ANDRADE, 2006).
O DNA é uma macromolécula formada por nucleotídeos, chamada acido
desoxirribonucléico, onde estão codificadas as características de cada pessoa, é
encontrado no núcleo de todas as células com exceção das hemácias que são
anucleadas (PARADELA; FIGUEIREDO, 2006).
Cada espécie é portadora de um número determinado de cromossomos. Os
seres humanos, em suas células diplóides, apresentam 46 cromossomos ou 23
pares de cromossomos homólogos. Os gametas são células haplóides, possuem
apenas 23 cromossomos. As mitocôndrias dos espermatozóides não são passadas
ao óvulo, por isso o DNA mitocondrial tem origem exclusivamente materna
(PARADELA; FIGUEIREDO, 2006).
A recombinação gênica é um processo que proporciona uma grande
variabilidade genética entre os organismos vivos, fornecendo a cada ser humano um
37

perfil genético exclusivo, com exceção dos gêmeos monozigóticos, que


compartilham o mesmo conjunto de genes (AMABIS; MARTHO,1995; GOES, 2005).
Conforme a Resolução SSP Nº 194/99, identificação humana é qualquer
procedimento biológico ou bioquímico que tenha por objetivo estabelecer a
identidade da pessoa humana e a sua inclusão ou exclusão quando confrontado o
material coletado com o fornecido por uma pessoa ou seus parentes.
Apesar de existirem várias técnicas para a extração do DNA utilizando
diferentes metodologias e espécimes biológicos o sangue é o material mais usado. A
extração de DNA por meio de sangue periférico segue várias etapas que eliminam o
material não utilizável até se obter o ácido nucléico que são as moléculas que
contêm a informação desejada. Para se obter o DNA são desprezados os eritrócitos
que são anucleados, os leucócitos, o RNA e as proteínas. Após esta extração torna-
se possível a análise deste material genético. Duas técnicas são freqüentemente
usadas: o RFLP (Restriction Fragment Length Polymorphism), que diferencia os
indivíduos pelo comprimento das seqüências VNTS do DNA gerados após a ação de
uma enzima de restrição e o PCR (Polymerase Chair Reaction) (GOES, 2005).
O VNTS (Variable Number of Tandem Repeats) é varias regiões que se
repetem e formam uma fração de DNA. Essas regiões que se repetem são também
chamadas de mini-satélites ou repetição em tandem de número variável. Os VNTS
exibem uma grande variabilidade e são constituídos de 9 à 100 pares de bases
repetidos seqüencialmente em loci cromossômico (GOES, 2005).
O método RFLP baseia-se na identificação dos padrões genéticos após se
obter os fragmentos de DNA tratados com enzimas de restrição (tesouras
moleculares). Essa técnica já esta em desuso, pois para que a análise fosse
realizada além de outras condições era necessária uma grande quantidade de DNA.
Em muitos delitos não é possível a obtenção destes fragmentos de tamanho
suficiente para a realização do método (RUI, 2003/2004).
O método PCR baseia-se na amplificação de regiões pré-selecionadas, por
ação da enzima Taq polimerase necessitando apenas de pouca quantidade de ácido
desoxirribonucléico. Esta técnica baseia-se na amplificação in vitro de um fragmento
de DNA. Sua realização devido o avanço tecnológico possui atualmente uma
precisão acurada, e por isso são essenciais na identificação de vítimas e suspeitos e
na solução de crimes. A PCR consiste em ciclos repetidos de mudança automática
de temperatura, que são os termocicladores, que desnaturam o DNA, há o
38

anelamento dos “primers” e em seguida ocorre a extensão dos “primers”. Essa é a


técnica realizada pela maioria dos laboratórios, pois é um processo rápido,
automatizado e que pode obter o padrão genético de um bulbo capilar, de uma
célula com DNA altamente degradado ou até de material contaminado (RUI,
2003/2004). O tamanho dos fragmentos obtidos após o corte enzimático é
determinado pela eletroforese.
A eletroforese é um campo elétrico onde os fragmentos movem-se com
velocidade proporcional ao seu tamanho, ou seja, os fragmentos menores se
deslocam mais rapidamente que os maiores. O padrão de faixas que surge da
eletroforese é único para cada pessoa e corresponde a “impressão digital” genética
(AMABIS; MARTHO, 1995). Para que se chegue a esse padrão é preciso à
aplicação de rigorosos procedimentos que tornaram os resultados mais seguros
(RUI, 2003/2004). Há países que já estabeleceram rigorosos métodos para
execução desses exames, porém no Brasil ainda não existe a devida padronização
e fiscalização dos exames perfil genético de um individuo, o resultado é obtido pela
diferença de tamanho das bandas. Outra forma de identificação está no
seqüenciamento dessas bandas, que dá maior confiabilidade ao exame, pois uma
banda pode ter o mesmo tamanho que outra, mas não terem a seqüência de bases
idênticas (Disponível em: http://genetica.ufcspa.edu.br/biomedic/conteudo/genetica_
molecular/ extracaodna.PDF).
O exame de DNA usado para determinar a paternidade é realizado
comparando os padrões de DNA do suposto pai, mãe e filho. É possível a
determinação das bandas encontradas na mãe que foram herdadas pelo filho. A
outra metade das bandas o filho deve ter necessariamente herdado do suposto pai.
Caso seja encontrada no filho uma banda que não foi herdada da mãe e também
não esta presente no suposto pai provavelmente este não é o pai biológico do filho.
Este processo é repetido até a confirmação ou exclusão da paternidade. No
resultado desse exame deve constar de forma expressa quais foram o material
biológico utilizado e o método de exame realizado; mencionar a probabilidade de
paternidade e a base de cálculos estatísticos para sua obtenção (Disponível em:
http://genetica.ufcspa.edu.br/biomedic/conteudo/genetica_molecular/extracaodna.PD
F).
39

A degradação do DNA pode ser provocada pelo tempo, temperatura,


umidade, luz (solar ou raios UV). Com essa degradação o exame pode apresentar
um resultado inconclusivo, mas nunca um genótipo distinto da amostra colhida (RUI,
2003/2004).

2.5.2 Testes de identificação de esperma

Esperma é a secreção de várias glândulas associada aos espermatozóides. A


mancha de esperma tem forma irregular; apresenta cor branca, seu odor é
característico, mas nas manchas antigas o odor desaparece, logo após ser expelido
sofre coagulação, se o suporte for tecido o aspecto é de pano engomado (DOREA,
STUMVOLL, QUINTELA, 2005).
As amostras de semem podem ser encontradas misturadas com outros
materiais biológicos ou até ser localizada uma mistura de semem de mais de uma
pessoa. No entanto, a mistura não apresenta nenhuma dificuldade na resolução de
tal problema, pois há testes que conferem a separação eficiente do DNA dos
espermatozóides possibilitando a identificação de cada individuo e das células
vaginais, em casos de agressão sexual (RUI, 2003/2004).

2.5.2.1 Teste químico

O teste presuntivo da fosfatase ácida é utilizado em vários laboratórios com


um reagente que pode ser o fosfato monofenil, no entanto, sua técnica é muito
discutida. A fosfatase ácida é uma enzima encontrada no semem em alta
concentração que tem a capacidade de hidrolisar fosfatos orgânicos em meio ácido.
O exame não consegue determinar se a fosfatase é seminal ou vaginal, pois vários
fatores podem aumentar a quantidade de fosfatase nas mulheres. Quando o exame
mostra que o nível da fosfatase está elevado esse resultado apenas sugere a
presença de esperma, por isso esse teste é inconclusivo (DOREA; STUMVOLL;
QUINTELA, 2005; COSTA et al.,2005).
A identificação de espermatozóides em amostras biológicas provenientes de
vítimas de crimes sexuais constitui o exame confirmatório para caracterização da
conjunção carnal, no entanto este exame apresenta pouca positividade (SILVA,
2008).
40

2.5.2.2 Teste Imunológico

O PSA (Prostate Specific Antigen) denominado de antígeno prostático


específico é uma glicoproteína produzida pelas células epiteliais colunares da
próstata e pelas glândulas periuretrais, secretada posteriormente no plasma seminal
no qual as concentrações são milhões de vezes superiores aos níveis encontrados
em outros fluidos corpóreos (MORADILHO; RAMOS; GALVÃO, 2003; RUI,
2003/2004; SAWAYA; ROLIM, 2004; COSTA et al.,2005; SILVA, 2008). O PSA tem
sido amplamente usado como um biomarcador do câncer e um marcador forense
(SAWAYA; ROLIM, 2004; SILVA, 2008).
Atualmente, o PSA é determinado quantitativamente por equipamentos
computadorizados que utilizam métodos imunológicos como enzimaimunoensaios,
quimioluminescentes imunoenzimáticos e imunorradiométricos. Estes métodos por
serem muito sensíveis também detectam PSA em outros fluidos biológicos
extraprostáticos, contudo, em níveis tão baixos que não interferem na investigação
de esperma na perícia criminal (SAWAYA, ROLIM, 2004; COSTA et al.,2005).
A presença de PSA no esperma é encontrada em concentrações milhões de
vezes maiores que no soro de homens por isso tem sido caracterizada como um
marcador valioso, já testado e validado pela comunidade forense, para a
identificação de fluido seminal em evidências criminais deixadas pelos indivíduos
mesmo que esses sejam vasectomisados, azoospérmicos ou oligozoospérmicos
(SAWAYA, ROLIM, 2004).
Outros métodos baseiam-se em reações antígeno/anticorpo, são reações
rápidas, fáceis de usar e mais baratas que o tradicional método ELISA (VIRKLER;
LEDNEV, 2009). No entanto, o teste também pode ser realizado por reações como a
precipitina, ELISA e imunocromatografia. Os testes imunocromatográficos têm como
princípio o uso de micropartículas em fase sólida sensibilizadas com antígeno-
anticorpo que são realizados sobre uma membrana cromatográfica onde a amostra
biológica move-se por capilaridade (MORADILHO; RAMOS; GALVÃO, 2003).
As pesquisas têm mostrado que o PSA é um teste que apresenta boa
especificidade e sensibilidade não apresentando resultado falso-positivo para outros
fluidos corpóreos além do esperma, exceto na urina pós-ejaculado, e determina de
41

forma segura e confiável que houve a conjunção carnal e/ou ato libidinoso
(MORADILHO; RAMOS; GALVÃO, 2003; COSTA et al.,2005; SILVA, 2008).
3 METODOLOGIA

Essa pesquisa tem caráter bibliográfico e documental, que é um ato de ler,


selecionar, fichar, organizar e arquivar tópicos de interesse para o presente estudo
(FACHIN, 2001).
A metodologia utilizada no presente trabalho, para alcançarmos o objetivo
proposto, foi realizada por meio de uma pesquisa bibliográfica descritiva
heterogênea em periódicos, revistas, livros e artigos científicos específicos, obtidos
de portais eletrônicos como: Google, Google acadêmico e Portal de periódicos
CAPES, na busca dos conceitos operacionais inerentes a fundamentação teórica do
estudo com a intenção de coletar e esclarecer as informações. Além disso, utilizou-
se da legislação vigente para nortear algumas ações que visavam definir
procedimentos a serem adotados na preservação dos locais de crime.
Sendo assim, com o objetivo de abranger as pretensões idealizadas neste
trabalho, utilizou-se registros bibliográficos de toda obra ou de apenas parte dela,
explorando os assuntos remissivos ao tema proposto, aos problemas tratados e as
contribuições e considerações obtidas.
42

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme a proposta motivadora deste trabalho, que foi a de se descrever


como a Biologia Forense, através dos principais tipos de exames periciais em
material biológico encontrado em locais de crime, pode contribuir para a
identificação do autor de um delito.
Descreveu-se que Biologia Forense possui aplicações na perícia criminal na
identificação e confirmação de vestígios biológicos encontrados em locais de crime,
para isso utilizam-se vários tipos diferentes de exames periciais;
Descreveu-se que dentre os vestígios biológicos encontrados em locais de
crime são sangue, semem e saliva, contudo podem-se encontrar outros como
secreção vaginal, urina, e suor que também contribuem para a realização de teste
em DNA. Descreveu-se também que a coleta de fluidos líquidos como sangue,
esperma e saliva deve ser realizada com swab ou gaze. Para evitar a degradação
do material coletado é necessário que seque completamente á temperatura
ambiente antes do seu acondicionamento, evitando a putrefação do material
biológico, o acondicionamento deverá ser em envelope de papel escuro e nunca de
material plástico e o material deve ser embalado individualmente, identificado e
armazenado em baixa temperatura.
Descreveu-se que os principais exames realizados pela Biologia Forense nos
locais de crime podem ser presuntivos ou confirmativos. Para cada fluido encontrado
há um ou vários testes que podem identificá-lo. Alguns reagentes ao identificarem o
material biológico degradam a molécula de DNA, estes métodos são considerados
destrutíveis por isso devem ser evitados principalmente quando o material biológico
é escasso. As técnicas usadas com mais freqüência para identificar sangue é o
luminol, já a confirmação da presença de semem tem ocorrido pela visualização de
espermatozóides em microscópio, e mais recentemente a presença de PSA no
esperma que é encontrada em concentrações milhões de vezes maiores que no
soro de homens e por isso tem sido caracterizada como um marcador valioso, já
testado e validado pela comunidade forense, para a identificação de fluido seminal
em evidências criminais deixadas pelos indivíduos.
43

No entanto, o emprego do exame de DNA na Ciência Forense tem contribuído


significativamente para a elucidação de casos criminais de identificação humana,
através do estudo das regiões polimórficas do DNA, também chamadas de
marcadores genéticos, que possibilitaram construir um perfil indivíduo-específico
com alto poder de discriminação, levando a resolução de inúmeros crimes pela
conexão entre suspeitos e locais de crimes, associação de crimes em série, crimes
sexuais, inocentação de suspeitos, identificação de corpos de pessoas
desaparecidas, entre muitas situações.
Acredita-se ter atingido com perspicácia tal objetivo motivador, uma vez que
foi detalhada a forma de realização de uma série de exames utilizados pelos peritos
criminais na cena do crime e posteriormente no laboratório de biologia forense.
Considerando o exposto, acredita-se que a relevância da abordagem do tema
se dá num momento em que há vários debates sobre a aferição da eficiência dos
exames, sobretudo dos que preservam a estrutura do DNA, pois o teste é
excludente. Não restaram dúvidas de que a preservação dos locais de crime é parte
essencial, uma vez que, é na cena do crime onde tudo se inicia e é lá onde o perito
terá o material necessário para com a realização dos testes usados pela biologia
forense emitir laudos conclusivos.
44

REFERÊNCIAS

AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Identificando pessoas pelo DNA: uma simulação;


Temas de Biologia, n. 1, Moderna, jul. 1995.

BARNI, Filippo et al. Forensic application of the luminol reaction as a presumptive


test for latent blood detection, Talanta, 72, p. 896-913, 2007.

BRASIL. Resolução SSP nº194/99 Sistema Único de Saúde, p. 1-6.

BONACCORSO, N.; PERIOLI, C. Centro de Custódia. Instituto de Criminalística


do Estado de São Paulo. São Paulo, 2001. Disponível em:
<www.peritocriminal.net/artigos/custodia.htm>. Acesso em: 24 fev. 2007.

CAMPOS, J. R. A intervenção policial militar na preservação dos locais de


crime: uma proposta de padronização. Florianópolis, SC - UNIVALI, 2007.

CHEMELLO, E. Identificação de manchas de sangue; Química Virtual, p.5-10, jan.


2007.

DIAS, Eduardo. Extração de DNA. Disponível em:


http://genetica.ufcspa.edu.br/biomedic/conteudo/genetica_molecular/extracaodna.PD
F. Acesso em: 12 set. 2009.

DOREA, Luiz Eduardo. Criminalistica: uma lacuna nas escolas de direito. Ponto de
Vista, v.1, nº 1. Salvador: dez. 2003.

DOREA, Luiz Eduardo Carvalho; STUMVOLL, Victor Paulo; QUINTELA, Victor.


Tratado de Perícias Criminalística. 3. ed. Campinas, SP: Millenium Editora, 2005.

GAENSSLEN, R.E. Sourcebook in Forensic, Immunology, and Biochemistry,


U.S. Departament of Justice, Washington, DC, 1983.
45

GAROFANO, et al. A comparative study of the sensitivity and specifity of luminal and
fluorescein on diluted and aged bloodstain and aged bloodstains and subsequent
STRs typing, International Congress Series, 1288, p. 657 – 659, 2006.

GOES, Andréa Carla de Souza. Análise de regiôes polimórficas do DNA com o


objetivo de estabelecer vínculos genéticos, identificar restos mortais ou realizar
perícias criminais. Revista do Biomédico, Ed. 65, mai-jun. 2005. Disponível em:
http://www.crbm1.com.br/bio65/artigocien_65.asp.Acesso em: 10 dez. 2009.

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA. Manual de orientação sobre coleta,


acondicionamento, preservação e manuseio de amostras. Coordenação de
biologia forense, Salvador, 2008.

GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA. Manual de orientação sobre coleta,


acondicionamento, preservação e manuseio de amostras. Coordenação de
hematologia forense, Salvador, 2008.

HISS, Jehuda; FREUND, Maya; KAHANA, Tzipi.The forensic expert witness–An


issue of competency. Forensic Science International, 168, p. 89-94, 2007.

HURLEY et al. Detection of human blood by immunoassay for applications in


forensic analysis Ian, Forensic Science International, v.190, p. 91-97, 2009.

Instant-view fecal occult blood test, Bioeasy.

KOCH, A.; ANDRADE, Fabiana Michelsen de. A utilização de técnicas de biologia


molecular na genética forense: uma revisão; RBAC, v. 40(1), p. 17-23, 2008.

LIMA, Hélio Buchmuller. DNA x Criminalidade; Perícia Federal Rede Nacional de


Genética Forense, rev. 28 p. 8-11, 2007.

LIMA, Luciana Otero. Utilização dos polimorfismos em análises forense.

MORADILHO, Heliana Cortes; RAMOS, Katya Pastor; GALVÃO, Luís Carlos


Cavalcante. A Importância do PSA (hK3) na Sexologia Forense; Prova Material,
Salvador – Bahia, ano 1, n. 1, p. 22-26, dez. 2003.
46

PARADELA, Eduardo Ribeiro; FIGUEIREDO, André Luís dos Santos. O DNA vai ao
tribunal: o impacto das tipagens genéticas. Net, Rio de Janeiro, Nov. 2006.
Disponível em: <HTTP//:WWW.dnaforense.com>. Acesso em: 14 ago. 2009.

PINHEIRO, M. F. Noções gerais sobre outras ciências forenses. Medicina Legal,


2003/2004.
RUI, Rangel. Noções Gerais sobre outras ciências forenses. Disponível em:
http://medicina.med.up.pt/legal/NocoesGeraisCF.pdf. Acesso em 13 set. 2009.

SAWAYA, M. C. T.; ROLIM, M. R. S. Antígeno específico da próstata em fluidos


biológicos: aplicação forense; Visão Acadêmica, Curitiba, v.5, p.109-116, Jul/Dez.
2004.

SHALER, R. C. Modern forensic biology, in: R. Saferstein (Ed.), Forensic Science


Handbook, Prentice Hall, Upper Saddle River, NJ, 2002, p. 529-546.

SILVA, A. A. Santiago; Correlação entre o liquido espermático e a pesquisa de DNA


masculino em vestígios biológicos provenientes de vítimas de crime sexual
atendidas no centro de perícias científicas Renato Chaves - Belém - Pará, 2008.

SILVA, Luiz A. F. da; PASSOS, Nicholas S. DNA forense: coleta de amostras


biológicas em locais de crime para estudo do DNA. Edufal, 2. ed. Maceió, p. 86,
2006.

SPALDING, R. P. Identification and characterization of blood and bloodstains, in: S.


H. James, J. J. Nordby (Eds.), Forensic Science: an Introduction to Scientific and
Investigative Techniques, CRC Press, Boca Raton, 2003, p. 181-201.

The Chemistry of BLUESTAR FORENSIC. A new luminol-based formula.


Disponível em: <www.bluestar-forensic.com>. Acesso em: 20 mar. 2009.

COSTA, J. O; MASSARANDUBA, R. C.; MORADILLO, H. C.; GOMES, A. S.


Biologia Forense. In. TOCCHETTO, Domingos; ESPINDULA, Alberi. Criminalística:
procedimentos e metodologias; Porto Alegre: Cleuza dos Santos Novak, 2005. cap.
XV, p. 298-336.

VIRKLER, Kelly; LEDNEV, Igor K.. Analysis of body fluids for forensic purposes:
From laboratory testing to nom-destrutive rapid confirmatory identification at a crime
scene. Forensic Science International, Washington, n. 188, p.1-17, 2009.
47

WEBB, Joanne L.; CREAMER, Jonathan I. ; QUICKENDEN, Terence I. A


comparison of the presumptive luminol test for blood with four non-chemiluminescent
forensic techniques; Luminescence, Published online, 27, p. 214-220, abr. 2006.

Você também pode gostar