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NATAL/RN
2009
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NATAL/RN
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NATAL
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47 f.; il.
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TERMO DE APROVAÇÃO
BANCA EXAMINADORA
______________________________________
Profª. Ms. Teresa Cristina Epifânio Diógenes Rego
Orientadora – FCC
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AGRADECIMENTOS
A minha mãe, Ilka Maria Lima de Azevedo que me cercou de cuidados enquanto eu
trabalhava.
Ao meu esposo, Marcio Marlon Soares de Lima que me deu forças nos momentos
de cansaço.
A professora, MS. Teresa Cristina Epifânio Diogenes Rego que com sua disposição,
incentivou-me e ungiu-me com o auxílio fundamental para a conclusão deste
trabalho.
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Eraldo Pereira
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RESUMO
A biologia forense é uma das ciências usadas pela justiça para desvendar os mais
diversos crimes. Detectar e identificar fluidos corporais no local de crime é um dos
aspectos mais importante para essa ciência, permitindo que a amostra seja
submetida a exames laboratoriais confirmatórios, dos quais o mais específico é o
exame de DNA. O Código de Processo Penal Brasileiro determina que os locais de
crime sejam preservados até a chegada do perito, pois na cena do crime são
encontrados vestígios biológicos, no entanto, no Brasil ainda não há uma tradição de
preservação do local de crime, dificultando a investigação policial. O objetivo desde
trabalho foi descrever como a Biologia Forense através dos principais tipos de
exames periciais realizados em material biológico encontrado em locais de crime,
pode contribuir para a identificação do autor de um delito. A metodologia utilizada
teve caráter bibliográfico e através desta pode-se observar entre outras coisas, que
os vestígios mais encontrados nas cenas de crime são sangue e semem, que o
luminol é um reagente muito usado nos teste presuntivo para identificar sangue, que
a confirmação da presença de semem pode ser realizada pela visualização de
espermatozóides ao microscópio ou pela presença de PSA, um marcador valioso, já
testado e validado pela comunidade forense, para a identificação de fluido seminal
em evidências deixadas pelos indivíduos e que, dentre todos os exames realizados
pela Biologia Forense, o exame de DNA para identificação humana é considerado o
grande avanço do século na área de perícia criminal.
ABSTRACT
Forensic Biology is of sciences used by the low to unravel the most unusual crimes.
To detect and identify body fluids at the crime scene is one of the more important
aspects of that science, allowing that the sample be subjected to laboratory exams of
which the most specific is the DNA. The Brazilian Penal Code Process determines
that the crime scene is to be preserved intact until the arrival of the expert, for
biological specimens to be existent there, however, in Brazil there is no tradition of
preservating of the crime scene complicating findings for the police. The objective of
this paper was to describe as Forensic Biology through the various Kinds of forensic
texts carried out on biological material collected at the crime scene contributing to the
identification of the offender. Bibliographical methodology was used and through this,
we can see that among other things, at the crime scene are usually blood and
semen, luminol is a reagent widely used in presumptive tests to identify the presence
of blood or semem which can be visually seen under the microscope for the
presence of PSA, a valuable marker, tastes and validated by the forensic community,
to identify seminal fluid in evidence left by individuals and that, among all the tests of
Forensic Biology, DNA test for human identification is considered the major
breakthrough of the century in the area of criminal evidence.
Key work: Forensic Biology. Criminal evidence. Biological residues. Forensic DNA.
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LISTA DE FIGURAS
CF – Constituição Federal
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
2 REVISÃO DA LITERATURA ....................................................................... 16
2.1 O QUE É A BIOLOGIA FORENSE ............................................................ 16
2.2 LOCAIS DE CRIME ................................................................................... 17
2.3 APLICAÇÃO DA BIOLOGIA FORENSE NA PERÍCIA CRIMINAL ............ 18
2.4 NATUREZA DOS VESTÍGIOS BIOLÓGICOS ........................................... 21
2.5 PRINCIPAIS EXAMES REALIZADOS EM BIOLOGIA FORENSE ............ 24
2.5.1 Exames em manchas de sangue ......................................................... 25
2.5.1.1 Testes de orientação ou presuntivo ..................................................... 26
2.5.1.1.1 Reagente de Kastle-Meyer ........................................................... 27
2.5.1.1.2 Reagente de Adler-Ascarelli ou benzidina .................................. 28
2.5.1.1.3 Teste da leucobase malaquita ..................................................... 29
2.5.1.1.4 Luminol ........................................................................................... 29
2.5.1.1.5 Luz ultravioleta ............................................................................... 33
2.5.1.2 Reações de certeza............................................................................. 33
2.5.1.2.1 Cristais ........................................................................................... 34
2.5.1.2.2 Imunocromatografia ...................................................................... 34
2.5.1.2.3 Teste microscópico ....................................................................... 35
2.5.1.3 Testes específicos ............................................................................... 35
2.5.1.4 Teste de identificação individual.......................................................... 36
2.5.1.5 Exame de identificação humana .......................................................... 36
2.5.2 Testes de identificação de esperma ................................................. 39
2.5.2.1 Teste químico...................................................................................... 39
2.5.2.2 Teste imunológico................................................................................ 40
3 METODOLOGIA ........................................................................................... 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 43
REFERÊNCIAS .............................................................................................. 45
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1 INTRODUÇÃO
OBJETIVOS
Objetivo Geral:
Específicos:
2 REVISÃO DA LITERATURA
A biologia forense é uma das ciências usadas pela justiça para desvendar os
mais diversos crimes investigados. Detectar e identificar fluidos corporais no local de
crime é um dos aspectos mais importante para essa ciência. A determinação que há
material biológico e sua identificação permite que a amostra seja submetida a
exames laboratoriais confirmatórios, dos quais o mais específico é o exame de DNA.
Às vezes identificar o fluido já é suficiente para a resolução de um caso, no entanto,
a identificação não é uma tarefa fácil, pois a maioria dos fluidos corpóreos é invisível
a olho nú ou semelhante a outros líquidos e substâncias.
O fato de uma mancha parecer obvia ao perito, não se torna prova para a
justiça, sendo necessária a realização de testes confirmativos que apresente um
resultado invariável baseado em leis científicas incontestáveis, de forma que se os
exames forem reproduzidos por outros métodos o resultado permaneça constante
(DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005; VIRKLER; LEDNEV, 2009).
A origem da biologia e genética forense deu-se para ajudar a justiça na
determinação da paternidade. Em 1980 os investigadores descobriram sítios no
DNA altamente variáveis com capacidade para identificar pessoas. Em 1985, Alec
Jeffreys chamou as características únicas do DNA de cada pessoa de impressões
digitais do DNA. Em 1990, a técnica PCR tornou-se popular, pois apresentou boa
sensibilidade, sendo capaz de identificar a origem de amostras biológicas mesmo
com quantidades ínfimas de DNA em poucas horas; sua especificidade é suficiente
para amplificar apenas o DNA humano, mesmo que a amostra seja contaminada por
DNA de outras espécies como fungos e bactérias (LIMA, 2007).
Entre as múltiplas atividades de um laboratório de Genética e Biologia
Forense constam a realização das perícias referentes aos casos de filiação,
criminalística biológica e identificação individual. A resolução destes casos, ou seja,
a identificação genética pressupõe sempre o estabelecimento da individualidade
biológica que cada ser humano representa e fundamenta-se na exclusividade do seu
DNA e na igualdade e invariabilidade deste em todas as células do organismo ao
longo da vida. Ou seja, o DNA é único para cada ser humano e este fica
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crimes, que ocorre graças ao aproveitamento eficaz das pistas deixadas pelos
criminosos nos locais de crime. No Brasil, persiste um caos na área de segurança
pública, os índices de crimes insolúveis são tão altos que geram na sociedade um
sentimento de impunidade penal.
Muitos críticos afirmam que existem laudos que são enviados aos tribunais
sem que os padrões científicos exigidos tenham sido seguidos, pairando dúvidas em
diversos casos. Entretanto, nas ciências é necessário que os resultados sejam
passíveis de reprodução para que sejam aceitos como verdade cientifica
(PARADELA; FIGUEIREDO, 2006; HISS; FREUND; KAHANA, 2007), conforme
preceitua o Código de Processo Penal de 1941:
testes que confirmem de forma absoluta o material para que ele se torne uma prova
capaz de incriminar ou exonerar um inocente.
Os materiais biológicos mais encontrados nas cenas de crime são sangue,
semem e saliva, contudo podem-se encontrar outros como secreção vaginal, urina, e
suor que também contribuem para a realização de teste em DNA. Os exames
realizados no local podem ser presuntivos ou confirmativos. Para cada fluido
encontrado há um ou vários testes que podem identificá-lo. Alguns reagentes ao
identificarem o material biológico degradam a molécula de DNA, estes métodos são
considerados destrutíveis por isso devem ser evitados principalmente quando o
material biológico é escasso.
As técnicas usadas com mais freqüência para identificar sangue é o luminol e
os testes de cristal; a confirmação da presença de semem tem ocorrido pela
visualização de espermatozóides em microscópio. Contudo, há outros testes de
orientação que identificam o grupo heme no sangue; a fosfatase ácida no semem, e
amilase na saliva. Novos métodos que detectam ácido ribonucléico mensageiro
(RNAm) estão sendo testados para identificar os mais diversos fluidos (VIRKLER;
LEDNEV, 2009).
Esse teste é presuntivo usado para sangue nas ciências forenses. É realizado
em meio ácido e apresenta uma reação heme-catalisada que ao reagir apresenta
cor verde para o resultado positivo. Semelhante a fenolftaleína, tem a sensibilidade
de 1:10.000, no entanto, não é espécie-específica, ou seja, não indica que o sangue
analisado é humano (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005; VIRKLER; LEDNEV,
2009).
2.5.1.1.4 Luminol
O luminol é um importante teste presuntivo, que emite luz após a reação das
moléculas de sangue que são excitadas quimicamente pelo contato com o
fluorocromos provocando uma oxidação com o grupo heme presente no sangue,
produzindo uma quimioluminescência (COSTA et al.,2005).
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O teste do luminol continua a ser um dos mais utilizados pelos peritos devido
o seu bom desempenho quando comparado com outros testes de seleção, além do
baixo custo e facilidade de aplicação em grandes áreas, o que compensa pequenos
inconvenientes com o fato de necessitar de escuridão para sua realização de forma
eficaz e, por ser um aerossol deve ser usado com os devidos cuidado (BARNI et al.,
2006; WEBB; CREAMER; QUICKENDEN, 2006; VIRKLER; LEDNEV, 2009).
A hemoglobina é uma molécula que transporta o oxigênio, e é encontrada nos
eritrócitos tanto dos vertebrados como dos invertebrados, responsável pela cor
vermelha do sangue. Ela é uma hemoproteína composta por quatro globinas
conectadas a quatro grupos heme. Enquanto a hemoglobina encontra-se no interior
do corpo humano esta protegida contra a desnaturação, devido o encapsulamento
dos glóbulos vermelhos e dos íons de ferro que são mantidos no estado ferroso
graças a vários mecanismos. Após ser lançado fora do organismo e depositado em
um substrato, o sangue passa a fase de degradação no qual a maioria das hemácias
sofre hemólise ou uma oxirredução catalisada por enzimas próprias ou de
microorganismos que habitam no ambiente externo (BARNI et al., 2006).
Ao ser aplicado solução de luminol sobre uma mancha de sangue, os grupos
férricos da hemoglobina são os responsáveis pela catalise da decomposição do
peróxido e da oxidação do luminol produzindo a quimioluminescência (BARNI et al.,
2006).
Este reagente muito usado na vida real e nas investigações científicas a mais
de 40 anos, é um dos primeiros exames realizados quando o perito suspeita haver
manchas de sangue no local de crime, invisível a olho nu. O 5-amino-2,3-di-hidro-
1,4-ftalazinadiona, conhecido como luminol, reage quimiluminescentemente
formando uma coloração azul claro luminescente, desde que seja realizado em meio
alcalino, conforme a figura 3 (DOREA; STUMVOLL; QUINTELA, 2005).
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O teste mais usado pelos peritos na cena do crime para detectar resíduos de
sangue que não são claramente visíveis é uma fonte alternativa de luz (ALS, do
inglês Alternate Light Source), como a luz ultravioleta. Porém, esse método só é
adequado quando a mancha encontra-se em um suporte escuro e também não
apresenta alta sensibilidade. A luz ALS torna visível a mancha latente, mas, indica
que outros testes devem ser realizados para se ter certeza sobre quais fluidos
corpóreos estão ali. A luz ALS também conhecida como Polilight é versátil e seus
comprimentos de onda podem revelar manchas que foram cobertas por pinturas.
Esta fonte luminosa deve ser usada com cuidado, pois alguns comprimentos da luz
ultravioleta podem danificar a estrutura do DNA contido na amostra. Um estudo
mostrou que a exposição por 30 segundos ou mais a uma luz cujo comprimento de
onda seja de 255 nanômetros danifica bastante a molécula de DNA, tornando-se
impossível a amplificação pela reação em cadeia da polimerase (BARNI et al., 2006;
VIRKLER; LEDNEV, 2009).
2.4.1.2.1 Cristais
2.5.1.2.2 Imunocromatografia
pois serve como um controle qualitativo do sistema teste. A figura abaixo ilustra a
reação para identificação de hemoglobina humana:
Fonte: Bioeasy
São provas grupais, não fornece certeza apenas exclui algumas pessoas.
Como a classificação ABO-Rh que determina a que grupo sangüíneo aquele sangue
pertence e o seu fator Rh. Essa determinação é feita por métodos indiretos, pois
geralmente os glóbulos vermelhos já se encontram destruídos. As manchas que
ficam expostas a umidade e contaminação perdem rapidamente sua função, pois as
bactérias podem provocar resultados falsos seja positivos ou negativos (COSTA et
al.,2005).
forma segura e confiável que houve a conjunção carnal e/ou ato libidinoso
(MORADILHO; RAMOS; GALVÃO, 2003; COSTA et al.,2005; SILVA, 2008).
3 METODOLOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
DOREA, Luiz Eduardo. Criminalistica: uma lacuna nas escolas de direito. Ponto de
Vista, v.1, nº 1. Salvador: dez. 2003.
GAROFANO, et al. A comparative study of the sensitivity and specifity of luminal and
fluorescein on diluted and aged bloodstain and aged bloodstains and subsequent
STRs typing, International Congress Series, 1288, p. 657 – 659, 2006.
PARADELA, Eduardo Ribeiro; FIGUEIREDO, André Luís dos Santos. O DNA vai ao
tribunal: o impacto das tipagens genéticas. Net, Rio de Janeiro, Nov. 2006.
Disponível em: <HTTP//:WWW.dnaforense.com>. Acesso em: 14 ago. 2009.
VIRKLER, Kelly; LEDNEV, Igor K.. Analysis of body fluids for forensic purposes:
From laboratory testing to nom-destrutive rapid confirmatory identification at a crime
scene. Forensic Science International, Washington, n. 188, p.1-17, 2009.
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