Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
3º Ano
UP
Maputo, 2021
Acácio Maximiliano Nhampossa
Dionísio Vasco Chongo
Flora Sérgio Macuácua
Gérson Manuel Quissico
José Daniel Palé
3º Ano
UP
Maputo, 2021
Índice
I. Introdução...............................................................................................................................
IV. Bibliografia............................................................................................................................
I. Introdução
O grande debate levantado por Heidegger sobre a linguagem tem por objectivo
final demonstrar o sentido do ser na linguagem e ele distancia-se de todas as teorias que
tem se ocupado pela concepção da linguagem, pelo facto de que as mesmas concentram
a sua atenção ao reflectir sobre a linguagem apenas nos actos de expressão, e nunca
sobre a sua essência.
A filosofia da linguagem faz parte das teorias por Heidegger abandonadas. Não
só critica as teorias da linguagem, mas também critica as concepções que tornam a
linguagem semelhante a língua, ele diz que em nenhum momento devemos identificar a
linguagem com a língua porque isso encobre-lhe a essência.
Heidegger acredita que o Ser Aí (Dasein), o homem concreto, não dispõe da pré-
compreensão que ele mesmo tem das coisas, melhor dizendo, nós não conseguimos e
não temos a capacidade de controlar as antecipações de sentido sobre algo. A pergunta
é: sendo o homem detentor da razão, como não consegue controlar as antecipações
apriori ao sentido sobre algo? Ele sustenta dizendo que: “elas simplesmente aparecem
no nosso próprio ser”, por isso, na carta sobre o Humanismo, de 1947, Heidegger
(Apud D'AGOSTINI, 2003:409) diz: “o essencial não é o homem, mas o ser”.
É possível através dessa citação perceber que para Heidegger, o que mais
importa é o ser e não o homem, isto porque o homem está contido no próprio ser e é na
relação de pertença do homem ao ser onde reside o núcleo central da compreensão
interpretativa. Mas acima de tudo, este ser se faz ouvir pela linguagem, por isso,
Heidegger defende que “a linguagem é a morada do ser. Na moradia dada pela
linguagem habita o homem”.
Heidegger sustenta a sua tese afirmando que a linguagem é o modo como o ser
se manifesta, e por isso, a Filosofia é um desvelar do ser, mas que não consegue
desvelá-lo completamente.
O autor supracitado fundamenta a ideia de que o ser não pode estar preso em
amarras conceituais; mesmo que o ser só venha a se manifestar na linguagem, não será a
linguagem da lógica que conseguirá apreender o ser. E a questão que surge é: visto que
o ser se faz ouvir pela linguagem, qual é o papel da linguagem no ser? A resposta para
essa questão é nada mais e nada menos que: a linguagem é ela importante pelo facto de
ser a morada do ser. No entanto, o ser não pode ser apreendido pela “clareza dos
conceitos lógicos”, porque é impulso, um impulso originário da vida.
Se então o ser não é um ente, o que é ente? Entende-se que para este filósofo o
ente é um modo de ser, em tudo aquilo de que nos referimos, é o que somos. Existe
vários entes, mas apenas no homem enquanto ente é que pode-se encontrar o ser, seu
sentido e por fim o significado da existência. Para ele encontramos no homem o sentido
do ser porque este é o único ente que existe, enquanto os outros apenas são e não
existem. O homem existe por ser o único que aceita o dom da existência, que tem
consciência da sua existência e por isso se assemelha um pouco com o ser.
Mas Heidegger sustenta que na actualidade, o homem enquanto ente esta fora da
sua casa, da sua morada, e este começou a se distanciar da sua casa a partir do momento
em que a linguagem foi perdendo o seu sentido originário ou a sua concepção como
essência, para se configurar como informacional.
v. Linguagem e comunicação
A teoria da linguagem de Heidegger consiste numa desconstrução da ideia de
sujeito, e portanto de subjectividade, por meio da denúncia, de que a trajectória do
pensamento ocidental, com um ápice, que se situa na modernidade cartesiana e que se
reproduz incessantemente até nossos tempos esqueceu tanto a questão sobre a
linguagem como simplesmente, a própria linguagem.
Como propõe Heidegger, vemos que é o ser que está na linguagem que habita
um mundo já ocupado pela linguagem. E isso se dá porque esse ser reflexivo que somos
é, na verdade não um indivíduo, não um “Eu” não um “Ego” mas um inter-sujeito, um
ser- aí, um ser no mundo, um ser com os outros, um ser intersubjectivo.
Heidgger, Martin ( 1972). Die Sprache, Tubingen, Max Niemeyer Verlage.1976, 1927"
Sen Und, Zeit. In: Gesamtausgabe. Frankfurt, Vittorio Klostermann, Ii vol.