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ABI NOTÍCIAS
PESQUISA REVELA
RECEIO DA
COMPRA ON-LINE
LER MATÉRIA
PALAVRA DO PRESIDENTE
Combalida por anos de processo de desindustrialização, a Indústria Brasileira tem visto com
apreensão o avanço da ideia de abertura comercial unilateral entre parte da equipe econômica
do Governo Federal. Não somos, em hipótese alguma, contra a orientação liberal do mercado,
da livre concorrência e, portanto, da abertura comercial. Porém, é preciso que se deixe claro, a
indústria brasileira possui algumas peculiaridades diante dos principais concorrentes internacio-
nais, fazendo com que uma abertura comercial abrupta e unilateral, hoje, tenha efeitos catastró-
ficos sobre a atividade.
Recentemente, o próprio Governo Federal
“ABERTURA COMERCIAL
divulgou uma pesquisa que apontou que o gasto
ABRUPTA E UNILATERAL, HOJE,
com o Custo Brasil representa mais de 22% do
TERIA EFEITOS CATASTRÓFICOS
PIB nacional, algo em torno de R$ 1,5 trilhão por
SOBRE A ATIVIDADE”
ano. Trata-se de um custo altíssimo, que não é
pago somente pela Indústria por meio de um sis-
tema tributário anacrônico e com elevadas tarifas que servem para manter um Estado inchado
e burocrático, ou por meio do caos logístico brasileiro, entre tantos outros problemas. O custo
é social. Para efeitos comparativos, o custo de produção no Brasil é de cerca de US$ 4/hora,
o dobro da China e o quádruplo da Índia, dois concorrentes diretos no mercado internacional.
Agora, você já pensou como seria se abríssemos as portas para produtos desses países sem ne-
nhuma espécie de amparo ou defesa comercial? O efeito seria catastrófico e, em poucos meses,
liquidaríamos boa parte dos empregos brasileiros.
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PALAVRA DO PRESIDENTE
Recordando
Para ilustrar o efeito de uma concorrência desleal, nós calçadistas podemos recordar da primeira
década dos anos 2000, quando mesmo com tarifa de importação enfrentamos uma verdadeira
invasão de calçados chineses, fazendo com que a indústria brasileira quase desaparecesse. A
sangria de empregos só foi estancada com uma medida de defesa comercial do final do ano de
2009, com a adoção do antidumping, que sobretaxou o calçado chinês que entrava no Brasil.
Você leitor, consegue imaginar que isso ocorreu mesmo com imposto de importação? Consegue
imaginar o contexto sem qualquer tarifa para o calçado chinês?
Eco
Importante lembrar, porém, que temos tido eco de nossas reivindicações de redução do Custo
Brasil junto ao atual Governo Federal, mas também que existe muito por fazer para tornar a
indústria brasileira efetivamente competitiva, tanto aqui como além-fronteiras. E é justamen-
te por essa questão, por termos lição de casa a fazer, que acompanhamos com preocupação
a possibilidade de uma abertura comercial unilateral.
Isto colocado, chegamos à conclusão de que o melhor para a economia brasileira, no
contexto atual, seria que a abertura comercial fosse costurada por meio de acordos comer-
ciais e que fosse realizada de forma gradual e concomitante com a redução dos custos de
produção — e apenas após a Reforma Tributária.
Do ponto de vista prático, a abertura por meio de acordos comerciais é uma alternati-
va superior à abertura unilateral, pois permite ganhos de acesso aos mercados externos por
meio do princípio da reciprocidade; assegura mecanismos para setores sensíveis à concor-
rência estrangeira — incluindo períodos de implementação dos compromissos negociados
e exclusões de produtos específicos; e requer aprovação pelo Congresso Nacional, poder
incumbido pela Constituição Federal para avaliar o impacto econômico dos compromissos
internacionais do país.
CONHEÇA A ABICALÇADOS
CONSELHO DELIBERATIVO
Presidente: Caetano Bianco Neto
Conselheiros: Analdo S. Moraes, Astor R. Ranft, Caio Borges, Carlos A. Mestriner, Claudio Chies, Darcio Klaus (Cisso),
Jorge Bischoff, Junior César Silva, Marco L. Müller, Paulo Konrath, Renato Klein, Ricardo José Wirth, Rosnei A. Silva, Samir
Nakad e Sérgio Gracia
Conselho Fiscal: Danilo Cristófoli, Eduardo Jacob, José Paulo Boelter, Maurício de Vargas, Paulo Vicente Bender e João
Altair dos Santos
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MARÇO 2020
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MARÇO 2020
SUMÁRIO
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SOCIAL MINER REALIZA
BRASILEIROS AUMENTAM AS PESQUISA SOBRE O COMPORTAMENTO
VENDAS NA EXPO RIVA SCHUH ON-LINE DO CONSUMIDOR
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ABICALÇADOS REVISA CONSUMIDORES TÊM DIFICULDADE
CRESCIMENTO DO SETOR EM IDENTIFICAR SUSTENTABILIDADE
PARA 2020 NAS MARCAS
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INFLUÊNCIA DOS GAMES PICCADILLY REALIZA AÇÃO SOLIDÁRIA
NO COMPORTAMENTO FOI EM PARCERIA COM LAR PADILHA,
TEMA DO ESTÚDIO FIMEC EM TAQUARA/RS
INOVA-AÇÃO NOVIDADES
10 O PARADOXO
DA INOVAÇÃO
19 CALÇADOS BIBI LANÇA
LINHA SPACE WAVE 2.0
11 ABICALÇADOS PARTICIPA
DA GOIÂNIACAL
20 RAMARIM PROJETA CRESCIMENTO
DE 15% NAS EXPORTAÇÕES EM 2020
13 23
COM CRESCIMENTO DE 51% NO EXPORTAÇÕES DE CALÇADOS
QUARTO TRIMESTRE, MAGALU FECHA SOMARAM US$ 166,7 MILHÕES
“ANO DO CRESCIMENTO CHINÊS” NO BIMESTRE
14 DESIGN
SUSTENTÁVEL
25 RELATÓRIO ANUAL DISPONÍVEL
PARA DOWNLOAD
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MARÇO 2020
ABI NA MÍDIA
Setor calçadista espera crescer até 2,5% no ano A indústria calçadista brasileira praticamente repe-
⁄ INDÚSTRIA CALÇADISTA menor que o esperado?
Haroldo Ferreira – Na verda-
refletir diretamente no aumento
de postos de trabalho. Então po-
ABICALÇADOS/DIVULGAÇÃO/JC
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nais no último ano. Enquanto a Ferreira – Como entidade na- ça automática, precisava de licen- 25%. Os Estados Unidos são o
venda para a Argentina se tornou cional, a Abicalçados não entra de 0,9% em 2019 ça para fazer exportação, porém principal comprador, e, no ano
mais complexa com as novas me- nessa discussão de tributos esta- essa licença tinha um prazo de passado, o crescimento para lá
didas de importação implantadas duais. O que aconteceu recente- 180 dias, e o governo argentino foi de 18,4%.
pelo país vizinho para segurar as mente foi a alteração da legisla- JC – Qual o maior foco da reduziu para 90 dias. Outra mu- JC – O que motivou esse
reservas de dólares, as exporta- ção no Rio Grande do Sul e em produção nacional: exportação dança foi a redução da variação crescimento nas exportações EDIÇÃO VAREJO
ções para os Estados Unidos au- São Paulo, que melhorou a com- ou mercado interno? de valores solicitados no pedido para os Estados Unidos?
mentaram em mais de 18% por petitividade desses estados pe- Ferreira – Mercado interno da licença de importação, bem Ferreira – Foi a guerra co-
conta da guerra comercial com rante os outros. Trouxeram para absorve 85% da produção nacio- como quantidade de pares. O im- mercial entre Estados Unidos e
a China. o jogo de novo esses dois estados
que são grandes produtores de
nal de calçados. Isso até nos faz
acreditar que o crescimento no
portador argentino, quando soli-
citava a licença para importação, MARÇO 2020
China. Isso começou no final de
2018, e os importadores ameri-
calçados para a disputa – basica- ano de 2020 será focado mais no dizia que queria importar um nú- canos vieram se abastecer em
mente no mercado interno, por- mercado interno do que na pró- mero X de pares a um número X outros mercados, como o brasi-
que ICMS não afeta exportação. pria exportação. de dólares. Essa licença que era leiro. Como todo mundo sabe,
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ABICALÇADOS REVISA
CRESCIMENTO DO SETOR PARA 2020
Diante do avanço da epidemia do novo coronavírus e o impacto no consumo mundial, a Abicalça-
dos revisou a projeção de crescimento da indústria calçadista brasileira para 2020. A estimativa,
que era de incremento de 2,5% na produção de calçados em janeiro, passou para 2%.
O número foi revisado com base na revisão da estimativa de crescimento das exportações,
que passou de quase 3% para 1,2%, e do consumo interno, que passou de 2,4% para 1,8%, isso na
banda otimista.
Segundo o presidente-executivo da entidade, Haroldo Ferreira, a revisão leva em consi-
deração o impacto não somente do avanço do Coronavírus, mas também na economia local e
internacional, que devem diminuir o crescimento em 0,1% para 2020. “O setor calçadista brasileiro
não é uma ilha, está no contexto da economia mundial”, destaca.
O dado da produção de calçados de janeiro, no entanto, apontou um crescimento de 1%
no comparativo com igual mês do ano passado. O crescimento foi puxado pelo consumo interno,
já que as exportações do primeiro mês haviam caído 16,1% em volume e de 7,3% em receita em
relação ao mesmo mês de 2019.
NÚMEROS DO SETOR
1% CRESCIMENTO
PRODUÇÃO 2019 2% PROJEÇÃO CRESCIMENTO
PRODUÇÃO 2020
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Um dos destaques da Fimec 2020, que aconteceu em Novo Hamburgo/RS entre os dias 10 e 12 de
março, foi o Estúdio Fimec. Com o objetivo de ressaltar a importância assumida pela “gamefica-
ção” no desenvolvimento de calçados, a iniciativa trouxe informações relevantes para a indústria
e varejo do setor.
O projeto Estúdio Fimec foi uma realização da Fenac em conjunto com a Coelho Asses-
soria Empresarial. Já o conteúdo ficou a cargo do Studio 10, que coordenou todo o trabalho de
pesquisa com o Centro de Design da Universidade Feevale. “Sejam de quais forem as gerações a
que pertençam, grande parte da população é adepta dos jogos em computadores ou smartpho-
nes. Imigrantes ou nativos digitais já se relacionam intimamente com o tema da “gamificação” dos
comportamentos, que é o fato de assimilarem a linguagem dos jogos nos mais diversos momen-
tos e situações do dia a dia”, explicou o estilista e diretor da Studio 10, Christian Thomas.
Segundo Thomas, a aproximação desse universo já começou a ser projetada. Uma pesqui-
sa, realizada durante oito meses pelo Centro de Design da Feevale com definição de conteúdo e
curadoria do Studio 10, foi apresentada aos expositores na Fimec. “Os games e jogos on-line estão
diretamente ligados com as questões da moda por todo o mundo. A quantidade de adeptos é
muito expressiva, fazendo com que grandes marcas do mundo da moda trabalhem suas coleções
inspiradas nas personagens e nas ambientações desses jogos”, reforçou.
O espaço buscou pensar as novas necessidades de um público consumidor cada vez mais
dividido em nichos distintos.
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INOVA-AÇÃO
O PARADOXO
DA INOVAÇÃO
Alexandre Baroni
CEO da BeModular
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Feira
Na sua 11ª edição, a Goiâniacal teve 130 expositores que representam um universo de 600 marcas
dos principais polos calçadistas brasileiros. Ao longo dos cinco dias, o evento recebeu mais 1,5 mil
lojistas goianos, do Distrito Federal, Tocantins, Pará, entre outros estados.
Para o diretor comercial da Goiâniacal, Tiago Furtado, a feira tem se consolidado ainda
mais a cada edição, com muitos lojistas participando e com um bom volume de compras dentro
da feira. “Acreditamos que as vendas tenham somado mais de R$ 74 milhões em pedidos para o
semestre”, projeta.
A próxima edição da Goiâniacal acontece de 11 a 15 de agosto, com um preview entre 28 e
30 de maio de 2020.
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Visando estreitar o relacionamento com os polos calçadistas do Norte e Nordeste brasileiro, que
respondem por 54% do total produzido no País (mais de 510 milhões dos 950 milhões de pares),
os presidentes do Conselho e Executivo da Abicalçados, Caetano Bianco Neto e Haroldo Ferrei-
ra, estiveram na feira 40 Graus, em João Pessoa/PB. Ocorrendo entre os dias 3 e 5 de fevereiro,
a mostra contou com 500 marcas, recebendo um total de mais de 5 mil visitantes.
Ferreira destaca que a mostra, que chegou na sua sétima edição, vem em crescimento,
assim como o mercado do Norte e Nordeste, de mais de 70 milhões de pessoas. “Sentimos que
existe um otimismo do setor, o que foi refletido no evento. Para 2020, a produção deve crescer
cerca de 2%, impulsionada sobretudo pelas fábricas nordestinas, especializadas em calçado de
verão”, projeta o dirigente.
O diretor da Merkator Feiras e Eventos, Frederico Pletsch, avalia que a feira se consolidou
como grande fornecedora do varejo segmentado das regiões Norte e Nordeste. “Estivemos
aqui com as grandes marcas de calçados nacionais, com lojistas qualificados e um número in-
teressante de visitantes durante os três dias. E posso garantir que toda a empresa que trouxe
uma coleção exclusiva para estas regiões obteve sucesso. Promovemos também encontros de
profissionais e auxiliamos no relacionamento das duas principais pontas da cadeia produtiva: a
indústria e o comércio”, salienta Pletsch.
A próxima edição da 40 Graus – Feira de Calçados e Acessórios vai acontecer de 1º a 3
de fevereiro de 2021, no Centro de Convenções de João Pessoa (PB).
Realizada pela Merkator Feiras e Eventos, a feira contou com o apoio dos sindicatos das
indústrias de calçados de Estância Velha, Ivoti, Igrejinha, Novo Hamburgo, Parobé, Sapiranga e
Três Coroas.
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O Magazine Luiza, uma das maiores plataformas digitais do varejo brasileiro, informou à Comissão
de Valores Mobiliários (CVM) seus resultados financeiros para o quarto trimestre e para o ano fiscal
2019. Os indicadores demonstram o sucesso da estratégia de crescimento exponencial dos negó-
cios, comunicada e adotada pela companhia no início do ano.
Nos 12 meses do ano fiscal de 2019, as vendas totais do Magalu atingiram R$ 27,3 bilhões, um
avanço de 39% em relação ao resultado do ano anterior. O Ebitda Ajustado (lucro antes de impos-
tos, amortizações e depreciações) foi de R$ 1,3 bilhão, com margem de 6,6%. E a empresa registrou
um lucro líquido ajustado anual de R$ 552 milhões.
O quarto trimestre foi marcado por grande aceleração das operações da Magalu. As vendas
totais cresceram 51%, na comparação com o mesmo período de 2018, e alcançaram R$ 9 bilhões. O
e-commerce — composto por site, Super App de vendas, marketplace e as operações de Netshoes,
Zattini e Época Cosméticos — cresceu 93%, faturou R$ 4,3 bilhões e representou 48% das vendas
totais do Magalu nos últimos três meses do ano. As vendas nas lojas físicas — 1.113, localizadas em
todo o Brasil — avançaram 26,1%. No critério de vendas geradas nas mesmas lojas, o crescimento
foi de 12,6%.
Atualmente, a Magalu emprega cerca de 35 mil funcionários.
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SUSTENTABILIDADE
DESIGN SUSTENTÁVEL
Waldick Jatobá
Curador de Design Contemporânea e Arte, Fundador e diretor artístico do Mercado
Arte Design, diretor-executivo do Instituto Bardi e diretor do Instituto Campana
Quando se fala em Design Sustentável, a primeira coisa que nos vem à ca-
beça é com relação à embalagem. Hoje a preocupação, quando se cria uma
embalagem, não é apenas estética, mas também e principalmente com seu
descarte, como ele vai impactar o meio ambiente. De onde vem o material
usado para produzir essa embalagem e para onde vai, quando descartado,
se será reutilizado ou reciclado. A preocupação estende-se a toda a cadeira
produtiva. Empresas devem aplicar conceitos do design para melhorar sua
performance e criar valor em todo o ciclo de vida dos seus produtos e ser-
viços. Um número cada vez maior de empresas passa a entender que este
campo do conhecimento pode ser bastante útil também no desenho de
processos, na construção da experiência do usuário e nas questões ligadas
à sustentabilidade. O Design Sustentável busca desenhar produtos e servi-
ços que estejam em sintonia com as questões ambientais e ecológicas, não
apenas durante a sua produção e consumo, mas também na sua reciclagem
ou na reutilização.
Pensar em Design Sustentável significa desenvolver produtos que se-
jam “verdes” em todo o seu ciclo de vida. Esta é uma tendência que se for-
talecerá nos próximos anos, pois o novo consumidor está cada vez menos
tolerante com as marcas que não se mostram sustentáveis em toda a sua
cadeia produtiva. Com a maior velocidade nos lançamentos de produtos,
o ciclo de vida útil de cada item disponibilizado no mercado é cada vez
menor. Isso gera um problema quando o consumidor se desfaz do material
que adquiriu para comprar um modelo mais recente. Uma das tendências
é que os próprios consumidores exigirão uma solução das marcas para os
problemas gerados pelo consumo desenfreado.
Nesse tempo que exige reciclagem e reaproveitamento, quase tudo
que é reconhecido hoje como lixo pode ser reutilizado como matéria-prima
para fabricar novos produtos, reduzindo resíduos que seriam lançados na
natureza. Hoje, o Design não é mais apenas uma questão de como criar
soluções voltadas para a sociedade, e sim, um processo de criação feito em
conjunto com a sociedade.
O desafio das marcas está na criação de produtos e serviços que
minimizem o impacto ambiental, reduzam o uso de recursos não-renováveis
e melhorem a vida das pessoas. Não é por acaso que o design thinking está
sendo ensinado nas principais escolas de negócios do Brasil e do mundo.
Hoje as marcas estão descobrindo que pensar em Design significa também
reduzir custos. E as empresas que construírem cadeias produtivas sustentá-
veis terão a simpatia dos consumidores. Da mesma forma que na natureza,
as marcas de sucesso no futuro serão aquelas que conseguirem gerar valor
para todas as partes.
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A Social Miner, empresa que une dados de consumo, tecnologia e humanização para ajudar sites a
otimizarem seus resultados, se uniu a Opinion Box e lançou os resultados de uma pesquisa realizada
com consumidores brasileiros para compreender o perfil de compra deste público. O Brasil é o país
que detém o maior faturamento no comércio digital da América Latina, segundo a 40ª edição do
Webshoppers, da Ebit|Nielsen.
A pesquisa aponta que apesar de familiarizados com o ambientes on-line, 18,6% dos respon-
dentes afirmam não realizar compras digitais. Vale destacar que, entre o público que alega se man-
ter distante das lojas virtuais, 28,7% têm 50 anos ou mais. Ricardo Rodrigues, CEO da Social Miner,
comenta “estamos passando por um momento de transição, é fundamental criar laços de confiança
mútua com esse público acima dos 50 anos e atender suas necessidades e expectativas”.
A Social Miner também questionou quais foram as principais motivações para as pessoas
deixarem de comprar no ambiente virtual e 46,3% responderam sentir medo de fraudes. Outros
25,5% porque simplesmente não confiam nos sites. O valor do frete foi responsável por 19,1% das
respostas que culminam no afastamento dos consumidores das compras no e-commerce. Entre os
consumidores que têm medo de fraudes, 35,63% têm 50 anos ou mais.
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Adesão
Cerca de 60% dos compradores on-line já o fazem há pelo menos quatro anos. Porém existe outra
parcela, igualmente representativa, de mais de 40%, que cedeu às lojas virtuais entre 2017 e 2019. A
pesquisa indicou que entre os consumidores que começaram a comprar nesse ambiente há cerca
de um ano, 27% têm entre 30 e 39 anos e outros 24% entre 16 e 24 anos. Rodrigues destaca que
este público mais jovem está entrando agora no mercado de trabalho e se empoderando financei-
ramente. “Com certeza o varejo virtual terá muito a ganhar com eles e vice-versa, porque esses já
nasceram falando a mesma linguagem do mobile, tecnologia e tendências.”
Desconto
A pesquisa aponta que a principal motivação para começar a comprar on-line foram os descontos
ofertados neste ambiente para 61,5% dos respondentes. Já 55,1% disseram que é a praticidade na
compra - não existe limitação de horário ou local. Receber o produto em casa é uma vantagem que
levou 50,8% das pessoas a começarem a comprar on-line. Outra vantagem do e-commerce é a va-
riedade de produtos oferecida, com 49,4% das respostas.
A pesquisa também apurou com qual frequência os consumidores consomem no ambiente
virtual e concluiu que consumidor on-line é recorrente. Afinal, a maioria, de 32,28%, afirma comprar
em e-commerces pelo menos uma vez a cada três meses, enquanto outros 23,3% finalizam mais de
um pedido por mês. Ainda, do público que compra uma vez por mês, 53,65% são mulheres e 50,24%
estão entre os 30 e 49 anos.
Outro dado importante revelado é que 80% dos consumidores afirmaram não terem enfren-
tado problemas ao comprarem no e-commerce ao longo de 2019. Outro destaque trazido pesquisa
mostrou que na hora de presentear, 84.1% declararam comprar para si mesmo, 30%, presenteiam os
companheiros (as) e 26,5%, os filhos ou enteados.
Realizada com 1.012 consumidores brasileiros, respeitando as proporções de sexo, idade, ren-
da mensal e distribuição geográfica, a pesquisa tem um nível de confiança de 95%, com uma mar-
gem de erro de três pontos percentuais.
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Preocupações ambientais de empresas e consumidores têm influenciado cada vez mais como os pro-
dutos são produzidos, embalados e, principalmente, escolhidos pelos compradores. No estudo “Who
Cares, Who Does”, a Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, concluiu que apesar de se
preocupar com o assunto, 48% das pessoas no mundo acreditam que a responsabilidade de limitar
o desperdício de plástico é dos fabricantes, enquanto no Brasil esse número chega a 53%. Ainda de
acordo com os brasileiros, 21% acreditam ser responsabilidade do governo limitar esse material, 15%
apontam os próprios consumidores como responsáveis e 8% o atribuem ao varejo.
Na percepção do consumidor, 87% das marcas e 91% dos varejistas não estão trabalhando de
forma satisfatória para reduzir o impacto do material plástico no meio ambiente. Por isso, os compra-
dores têm dificuldade em relacionar marcas aos cuidados ambientais e apenas 13% dos brasileiros
conseguem citar uma marca que seja referência positiva com relação à sustentabilidade. Entre os
varejistas, o índice é ainda menor: 9%.
Globalmente, dentre as principais medidas de melhorias sugeridas pelos consumidores estão o
uso de embalagens alternativas ao plástico (44%), embalagens 100% reutilizáveis (44%) e redução da
quantidade de plástico nas embalagens (42%). Além disso, 79% acreditam na redução ou eliminação
do plástico para embalar produtos frescos e 62% gostariam de ver mais pacotes totalmente recicláveis
ou biodegradáveis nos pontos de venda.
Ao lado destas preocupações e do posicionamento com relação às marcas, a América Latina
e a Ásia são as regiões em que, individualmente, as pessoas menos trabalham por mudanças ambien-
tais. “Esta lacuna entre o comportamento de compra dos consumidores, seus desejos por mudanças
e suas ações foi identificada no estudo como green gap”, explica Manuela Bastian, diretora de Expert
Solutions da Kantar.
O estudo também dividiu os consumidores em quatro categorias: os Eco Actives, que inserem
na sua rotina cuidados para reduzir o uso do plástico; os Eco Believers, que reconhecem a importância
do assunto e tomam pequenas ações; os Eco Considerers, que consideram a má utilização do plástico
como um hot topic, mas não possuem senso de urgência em torno desse assunto; e os Eco Dismissers,
que não acreditam que o plástico seja um problema grave e possuem pouco ou nenhum interesse nos
desafios ambientais. No Brasil, apenas 6% são considerados Eco Actives e 4% Eco Believers, enquanto
18% são Eco Considerers e 72% Eco Dismissers. Globalmente, estes números são, respectivamente, de
16%, 14%, 22% e 49%.
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NOVIDADES
Resgatando o conceito #Juntas, iniciado em 2018, a Arezzo lança seu Inverno 2020, e refor-
ça o significado da palavra sororidade de forma genuína. A marca convidou 24 mulheres, de
universos distintos, para protagonizarem a nova campanha. Guiadas pela a arte, educação,
bem-estar e até aventura, essas mulheres se complementam, e juntas formam um universo
inteiro de sonhos, conquistas e inspiração.
Dirigida por Giovanni Bianco, a proposta enaltece, de forma quase poética, a união das
forças de cada uma das mulheres que estrelam a campanha, que com muita empatia, buscam
a conquista de seus sonhos e ambições. São diferentes histórias, mas que inspiram e que cons-
troem, juntas, um futuro melhor e completamente compartilhado.
As principais apostas usadas na campanha são os saltos tratorados, o maxi-tressê, tex-
tura croco, bolsas e sapatos metalizados, os tênis e os tradicionais mocassins.
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BALANÇA COMERCIAL
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BALANÇA COMERCIAL
Destinos
No primeiro bimestre, o principal destino do calçado brasileiro no exterior foi os Estados Unidos, para
onde foram embarcados 1,98 milhão de pares, que geraram US$ 33,36 milhões, quedas de 32,5% e de
11,6%, respectivamente, ante mesmo ínterim de 2019.
O segundo destino do bimestre foi a Argentina. Com uma base fraca de 2019, os hermanos
compraram 1,3 milhão de pares verde-amarelos, que perfizeram US$ 13,9 milhões, incrementos de
46,2% e de 30,4%, respectivamente, ante o ano passado.
O terceiro destino do período foi a França, para onde foram embarcados 1,76 milhão de pares
por US$ 12,46 milhões, quedas tanto em volume (-35,6%) quanto em receita (-13%) na relação com o
mesmo período de 2019.
Importações
O dólar valorizado também teve impacto nas importações de calçados. No bimestre, entraram no
Brasil 5,3 milhões de pares, pelos quais foram pagos US$ 69,35 milhões, quedas de 15,8% e de 0,8%,
respectivamente, ante o mesmo período de 2019. Segregando apenas fevereiro, a importação foi de
2,5 milhões de pares por US$ 28 milhões, quedas de 28,6% e de 7,5%, respectivamente, no comparati-
vo com o mesmo período do ano passado.
As principais origens das importações do bimestre foram Vietnã (2,35 milhões de pares e US$
39,9 milhões, incrementos de 10,7% e de 15,9%, respectivamente, ante mesmo período do ano passa-
do), Indonésia (604 mil pares e US$ 10 milhões, quedas de 46% e 38%, respectivamente) e China (1,8
milhão e US$ 9,4 milhões, queda de 26% em volume e incremento de 15,8% em receita).
Já em partes de calçados – cabedais, solas, saltos, palmilhas etc – as importações somaram
US$ 4,9 milhões , 25,3% menos do que no primeiro bimestre do ano passado. As principais origens
foram China, Paraguai e Vietnã.
PRINCIPAIS ORIGENS
EXPORTAÇÕES Três primeiros estados do ranking e o total do período
RS CE SP
RIO GRANDE DO SUL CEARÁ SÃO PAULO
JAN - FEV 2019: US$ 74,43 milhões JAN - FEV 2019: US$ 62,43 milhões JAN - FEV 2019: US$ 13,54 milhões
JAN - FEV 2020: US$ 70,81 milhões JAN - FEV 2020: US$ 52,51 milhões JAN - FEV 2020: US$ 14,04 milhões
VARIAÇÃO: -4,9% VARIAÇÃO: -15,9% VARIAÇÃO: 3,7%
TOTAL JAN - FEV 2019: US$ 182,25 milhões JAN - FEV 2020: US$ 166,71 milhões VARIAÇÃO: -8,5%
PRINCIPAIS ORIGENS
IMPORTAÇÕES Três primeiros países do ranking e o total do período
TOTAL JAN - FEV 2019: US$ 69,95 milhões JAN - FEV 2020: US$ 69,35 milhões VARIAÇÃO: -0,8%
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NOTAS RÁPIDAS
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